teste do balão - Manuel Oliveira

Transcrição

teste do balão - Manuel Oliveira
TESTE DO BALÃO
Depois de uma “animada” noite com os
amigos, poucos estarão interessados em
pensar em Química. Principalmente, se
forem conduzir e se tratar da Química em
que se baseia o teste de alcoolémia do sr.
Agente.
A recolha de uma amostra de sangue ou
urina para posterior análise, apesar de
indiscutivelmente mais rigorosas que a
análise do ar expirado, torna-se complicada de realizar no campo,
e é ineficaz na detenção de suspeitos que conduzam sob a
influência de álcool. Eis que surgem os analisadores do ar
expirado – o “teste do balão”.
Após ingestão, o álcool é absorvido pelo tracto digestivo,
entra na corrente sanguínea e, dada a sua volatilidade, passa para
o ar nos alvéolos pulmonares; assumindo-se que a razão entre o
álcool no ar alveolar e no sangue é de 2100:1 (ou seja, 2100mL de
ar alveolar tem o mesmo álcool que 1mL de sangue), a medição do
álcool no ar expirado fornece uma estimativa do álcool no sangue.
Um dos dispositivos de campo mais utilizados baseia-se na
mudança de cor de uma reacção que envolve o álcool. O “suspeito”
sopra através de um tubo, borbulhando o ar numa solução de
ácido sulfúrico, dicromato de potássio e nitrato de prata. A
reacção química subjacente é a apresentada na seguinte equação
global:
2 K 2Cr2O7 + 3 CH3CH2OH + 8 H2SO4
dicromato de potássio
(laranja)
etanol
ácido sulfúrico
AgNO3
nitrato de
prata
2 Cr2(SO 4)3 + 2 K2SO4 + 3 CH3COOH + 11 H 2O
sulfato de crómio (III)
(verde)
sulfato de
potássio
ácido acético
O ácido sulfúrico ajuda na solubilização do álcool e o nitrato
de prata actua como catalizador da reacção. São usadas duas
ampolas com a mistura inicial e apenas numa é introduzido ar do
indivíduo, servindo a outra como referência para comparação da
coloração.
A
exactidão
deste
teste
é,
no
entanto,
polémica,
nomeadamente, no que diz respeito à razão de partição do álcool
entre o ar expirado e o álcool no sangue; estudos revelam que
esta razão varia entre indivíduos (com valores desde 1850:1 a
2650:1) e até mesmo para o mesmo indivíduo quando monitorizado
ao longo de uma hora. Face a estes resultados, facilmente se
conclui que, usando nas determinações a razão 2100:1 podem ser
cometidos erros por excesso ou erros por defeito. Por exemplo,
um aumento de 1ºC na temperatura do sangue pode resultar num
erro de cerca de 20% no teor alcoólico obtido.
Outra técnica mais rigorosa, mas que também usa o ar
expirado, é usada para confirmar nas instalações das autoridades
o teor alcoólico do suspeito: baseia-se na quantificação através
de espectroscopia de infravermelho usando-se para tal as
vibrações típicas do etanol.
Megacuriosos...
" http:/ / www.comb usti on jun cti on. co.uk/ arti cl es/ b reathal y zer.shtml
" http:/ / www.ny dwi .com/ dwi i nfo/ theb reathal .htm
" http:/ / www.howstuffw orks.co m/ b rea thal y zer.htm
A incerteza de Heisenberg
Heisenberg estava a dar um passeio de automóvel quando
foi interpelado por uma operação STOP da Brigada de
Trânsito. O agente perguntou-lhe:
- " O senhor sabe a que velocidade ia ?!?!...”
Heisenberg respondeu:
- "Não, mas sei onde estou".
Para os mais “distraídos”, segundo o Princípio da incerteza de
Heisenberg, é impossível conhecer com exactidão e em
simultâneo, a posição e a velocidade de uma partícula.

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