Dias melhores - Jornal Informante

Transcrição

Dias melhores - Jornal Informante
Dias melhores
Sex, 27 de Janeiro de 2012 12:22
Os primeiros dias de 2012 estão passando. Certamente, podemos afirmar que o tempo não
para e, por conseguinte, a vida está sempre avançando. Sem surpresas, acompanhamos o
mês de janeiro que segue para o seu final e, com ele, já deixamos para trás compromissos e
afazeres. Muita coisa aconteceu durante este mês. Vivemos experiências, vivenciamos
situações. De alguma forma, fizemos e ajudamos a criar a história. Construímos nossa história.
Como provocação (e buscando inspiração na música “Dias Melhores”, do Jota Quest), por
que, então, não nos envolver com situações agradáveis, com pensamentos otimistas para
renovar a esperança para este ano? Superação, sonho ou utopia vazia? Não se trata de
ingenuidade. Entretanto, a humanidade precisa refazer-se. A propósito, diariamente, surgem
notícias que nos abalam e que nos afetam, que nos fazem parar, pensar e refletir.
Alguém, com muita propriedade intelectual, já afirmara que preferia e/ou estimara mais o
animal do que o próprio ser humano. Convenhamos, os homens, em si, desafiam nosso próprio
intelecto. O homem, por si mesmo, é um ser extraordinário, imprevisível. Ele está sempre a
surpreender (tanto em coisas agradáveis, elogiáveis, como também, em situações que
desabonam ou em atitudes que não condizem com as próprias características de um ser
racional). Ele é uma incógnita.
Vivemos esperando, diz a música. Sim, vivemos esperando dias melhores. Aqui, a grata
constatação: nós podemos viver melhor. Viver melhor do que estamos vivendo. Podemos,
então, apostar que é possível viver diferente, sem a ganância, sem a violência, sem roubos e
sem os absurdos que atentam contra a vida. Aí, poderemos cantar: dias de paz! Quem sabe,
haverá, no somatório da nossa existência, dias a mais.
Dias a mais, no caso, sem as influências dos tratamentos para rejuvenescer, sem aquela
enorme obsessão por medicamentos (?) que enaltecem ou potencializam algum efeito para o
corpo. Sei que vivemos em busca da eterna juventude. Mas a música nos interpela e nos
propõe uma nova situação: podemos viver intensamente, fazendo com que os dias não sejam,
meramente, mais algum dia. Para cada dia vivido, que tenha sua essência, a sua simpatia e
sua razão de existir. Afinal, para quem almeja viver dias a mais, não poderá viver sem
propósito algum. Vai se cansar de viver.
Seguindo a letra, ouvimos, novamente, que vivemos esperando. Esperando o que? A resposta,
conforme a música: o dia em que seremos melhores. Que achado! Isso é renovar a esperança.
Que bom escutarmos isso, afinal, de tudo o que está acontecendo, não significa que é o fim, ou
seja, não está tudo acabado e que, assim, não podemos fazer mais nada. Pelo contrário,
podemos ser melhor. Podemos e seremos melhores. A decisão é sua (recordando algum clichê
ou ‘chavão’ antigo, mas que se repete em todo instante). E, para quem duvida, nós podemos
ser melhor em várias situações: melhores no amor, melhores na dor. Enfim, melhores em tudo.
Sim, melhores. Melhores, como insiste a canção.
Por fim, por que não vivermos intensamente? Se preciso for, que eu possa me transformar, ou
ainda que possamos nos transformar. Se todas aquelas mensagens de final de ano fossem
traduzidas para a realidade, certamente, a vida seria melhor. Para quem não recorda, no geral,
todas as mensagens tinham algo em comum: a busca, a sede, o desejo por dias melhores.
Dias melhores para sempre. Dias que não deixaremos para trás. Sempre! Sempre! Sempre!
Pense nisso, leitor.
* Mestre em Letras, Cultura e Regionalidade
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