Geografia - NEEJA Caxias do Sul

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Geografia - NEEJA Caxias do Sul
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NEEJA
NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E
ADULTOS
CAXIAS DO SUL – 4ª CRE
Rua Garibaldi, 660 – Centro
CEP – 95080-190
Fone Fax 3221-1383
Email – [email protected]
blog - http://blogneejacxs.blogspot.com/
ENSINO MÉDIO
COMPONENTE CURRICULAR
GEOGRAFIA
MÓDULO ÚNICO
JANEIRO 2016
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Ao final do módulo o aluno deverá ser capaz de:
• Compreender o papel das sociedades no processo de produção do espaço, do território, da
paisagem e do lugar;
• Identificar os fenômenos geográficos expressos em diferentes linguagens.
• Utilizar mapas e gráficos resultantes de diferentes tecnologias;
• Reconhecer as várias formas de representação do espaço: cartográfica e tratamentos
gráficos, matemáticos, estatísticos e iconográficos;
• Compreender, diagnosticar e interpretar os problemas sociais e ambientais da sociedade
contemporânea;
• Identificar o papel dos meios de comunicação na construção da vida social.
• Compreender os fenômenos locais, regionais e mundiais expressos por suas territorialidades,
considerando as dimensões de espaço e tempo.
CAPÍTULO 1 – DIFERENTES TIPOS DE ESPAÇO: O ESPAÇO NATURAL E A PRODUÇÃO
DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
Apesar de a presença da humanidade na Terra representar um acontecimento muito
recente em comparação à história do nosso planeta, as modificações que ela imprimiu e
continua a imprimir são enormes e atingem praticamente todo o globo. Mesmo os lugares que
não foram tocados ou os que só o foram parcialmente não deixam de ser objeto de
especulação ou de dominação econômica, política ou estratégica. Nosso planeta foi e é palco
de diversas transformações, tanto naturais quanto produzidas pela humanidade. O principal
objetivo da Geografia é a descrição, a análise e a explicação dessas transformações e de suas
interações num determinado espaço.
O espaço é um conjunto indissolúvel, resultado de fenômenos naturais e ações
humanas; portanto, implica uma série de ações e relações naturais e sociais. O meio concreto
de que os seres humanos dispõem para garantir sua subsistência é a natureza. Toda
produção, incluindo a atividade intelectual de planejar, é trabalho. E por meio do trabalho que
os seres humanos se relacionam com a natureza.
Diferentes tipos de espaço: o espaço natural e o espaço geográfico
.
O espaço mais significativo para a
Geografia é o que se apresenta como uma totalidade, no
qual ocorrem relações econômicas, políticas e sociais
em escalas local, regional, nacional e global (espaço
geográfico). Quando afirmamos que a humanidade
modifica e organiza o espaço, queremos dizer que ela
transforma a natureza primitiva, também chamada de
primeira natureza ou
espaço natural, em
uma espécie de segunda natureza, que corresponde à
natureza humanizada, também chamada de espaço
artificial ou cultural.
O espaço natural, cada vez mais reduzido e modificado pelos seres humanos, é aquele que resultou da evolução da natureza, da ação de
fenômenos geológicos, climáticos e outros.
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A ORGANIZAÇÃO E A PRODUÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
O homem transforma o espaço terrestre segundo as suas necessidades e interesses,
criando, assim, espaços geográficos. Porém, esses espaços não são todos organizados da
mesma forma, isto é, são as relações, que condicionam a organização e as desigualdades
espaciais, dependem em grande parte do grau de desenvolvimento tecnológico de
determinada sociedade.Em cada paisagem encontramos diferentes registros historicos dos
individuos e de grupos que percebemos através das formas de produção, características
naturais, e cultura.
O MEIO TÉCNICO-CIENTÍFICO-INFORMACIONAL E SUAS CARACTERÍSTICAS
Uma das realidades mais extraordinárias do mundo atual é a velocidade com que são
transmitidas informações entre diferentes lugares, quer estejam próximos quer distantes
fazendo deles lugares mundiais. A comunicação e a circulação de informações ocorrem
instantaneamente, no chamado tempo zero. Isso sem falar que essas informações podem
chegar, ao mesmo tempo, em vários lugares. Velocidade, instantaneidade, simultaneidade são
características do que chamamos de meio técnico-científico informacional.
O surgimento das estradas de ferro, do automóvel, do telefone, do rádio, do avião e da
televisão permitiram as integrações territoriais quebrando as barreiras físicas para o transporte
e a circulação de matérias-primas, bens produzidos, pessoas, ideias, decisões e capital.
Atualmente, por meio de antenas parabólicas, satélites, telefones fixos e celulares, rádio e
internet, podemos entrar em contato com pessoas do mundo todo, aprender coisas novas,
assistir a acontecimentos do mundo. À medida que a sociedade conhece e domina o espaço,
mais o transforma, mais modifica hábitos e costumes e também sua relação com o meio. A
circulação é responsável diretamente pela transformação e construção do espaço geográfico
mundial.
O ESPAÇO E SUAS REPRESENTAÇÕES – CARTOGRAFIA
“Cartografia é a arte e a ciência de expressar graficamente, por meio de mapas e cartas, o
conhecimento humano da superfície da terra”.
A ciência cartográfica passou por uma verdadeira revolução na segunda metade do
século XX. Modernas técnicas, como fotografias aéreas ou de satélite, sensoriamento remoto,
uso de GPS para a elaboração de mapas, informatização de dados geográficos com várias
finalidades marcam a cartografia do século XXI.
As cartas e os mapas temáticos que surgiram no século XX são fundamentais para e
representação do espaço geográfico atual. A necessidade do levantamento de dados
geográficos para diversos fins (construção de estradas, de usinas, avaliação de pequenas
empresas) fez surgir empresas especializadas na prestação desses serviços. Os mapas
deixam de ser apenas instrumentos para estrategistas, turistas, ou recursos para aulas de
geográfica e se tronam ferramenta básica para inúmeros outros profissionais, ajudando a
definir as relações políticas, sócias e econômicas entre os povos.
MAPAS E CARTAS
As cartas geralmente são relacionadas com a parte sólida do terreno, mas o mapa se
encarrega da parte descoberta. No Brasil, costumamos diferenciar mapa de cartas baseada na
diferença de escalas, onde os mapas são desenhados em escala pequena e são mais
generalizados e as cartas em escala bem maior onde mostram muito mais detalhes.
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As cartas e os mapas podem ser classificados em: gerais (temas variados com
escala reduzida), Especiais, (mais especificas, dirigida a profissionais especializados),
Temáticos, (fazem referência a um determinado aspecto da geografia),
De acordo com a escala, os mapas e cartas que conhecemos são:
• Mapas ou cartas topográficas: escala de 1: 25000 a 1: 250000, (grau de precisão na
representação da área escolhida). Mapas ou cartas geográficas: escala de 1:500 a 1:10 000,
(grandes regiões, ex.países, continentes e mundo). Cartas cadastrais ou plantas: sua escala
varia de 1:500 a 1:100 000, e as cartas são geralmente plantas urbanas com detalhes que
auxiliam na administração.
OBS: O globo terrestre é a representação da Terra que mais se aproxima da realidade.
Os elementos que compõem um mapa são: escala, coordenadas geográficas, projeções
cartográficas, orientação, símbolos ou convenções, legenda e título.
PROJEÇÃO CARTOGRÁFICA
Projeções cartográficas é o resultado de um conjunto de operações que permite
representar no plano por meio de paralelos e meridianos, os fenômenos que estão dispostos
na superfície. Podem ser classificadas em: conformes, equivalentes, equidistantes ou afiláticas
(projeções em que as áreas, os ângulos e os comprimentos não são conservados), onde tudo
depende das propriedades geométricas presentes, e também podem ser agrupadas em três
categorias: cilíndricas, cônica ou planta.
AS COORDENADAS GEOGRÁFICASE FUSOS HORÁRIOS
O movimento que a Terra executa (rotação) ao redor de si própria ou ao redor do seu
eixo imaginário, no tempo de aproximadamente 24 horas, influencia diretamente dias e noites
e no cálculo dos fusos horários mundiais através dos meridianos. Em decorrência desse
movimento a Terra expõe ao sol a esfera terrestre, que tem 360º graus de circunferência
(180ºpara leste e 180ºpara oeste). Considerando que o
nosso planeta leva 24 horas para realizar seu movimento, a
cada hora o sol ilumina uma faixa de 15º (360º: 24= 15º).
Essas faixas são chamadas de fusos horários. Seguindo
essa lógica cada 15º representam uma hora.
Como fuso referencial adotou-se o meridiano de
Greenwich (GMT) em Londres, para iniciar a hora oficial
mundial. Como a Terra gira de Oeste para Leste, as horas
estão sempre adiantadas a Leste diminuindo para Oeste.
Cada fuso a Leste de Greenwich indica uma hora a mais, e
cada fuso a Oeste uma hora a menos. O meridiano
escolhido para dar início à contagem de um novo dia foi o
de 180º (o antemeridiano internacional) que é considerado
a Linha Internacional de Data, pois nele se processa a mudança de um dia para outro. Foi
escolhido um lugar pouco habitado, porque, se um viajante cruzar essa linha no sentido OesteLeste (tomando-se por base os hemisférios cortados por Greenwich), ele deve acrescentar um
dia (24h) a data atual e, se cruzá-la no sentido Leste-Oeste deve subtrair um dia.
FUSO HORÁRIO NO BRASIL
Embora o Brasil tenha longitude que determine 4 fusos por convenção política e
econômica adotou-se 3 a partir de junho de 2008. O primeiro fuso corresponde às ilhas
brasileiras e estão 2 horas atrasado em relação ao Meridiano de Greenwich em Londres. O
segundo abrange 20 estados, inclusive Brasília (hora oficial do país), estão 3 horas atrasados
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segundo Greenwich. O terceiro onde apenas 6 estados utilizam está 4 horas atrasado.
Lembre-se: Quando duas cidades estiverem no mesmo fuso-horário à hora das duas será a
mesma.
HORÁRIO DE VERÃO: adianta-se o relógio em 1 hora com o objetivo de aproveitar
mais a luminosidade do sol durante os meses de maior insolação (verão), desta forma
economizamos mais energia elétrica.
AS COORDENADAS GEOGRÁFICAS
É um sistema de referência e posicionamento, onde um paralelo (Latitude) e
um Meridiano (Longitude) se encontram formando uma coordenada.
Latitude: Distância referente à linha do Equador. A maior latitude equivale a
90º graus ao Norte ou ao Sul e a menor é de 0º graus na linha do Equador.
Longitude: Distância referente ao meridiano de Greenwich. A maior longitude é
de 180 graus para leste(Representado no mapa pela letra E) ou para
oeste(Representado pela letra W).
OBS: tanto a latitude quanto a longitude são medidas em graus, minutos e
segundos
SÍMBOLOS OU CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS
Considerando-se que o mapa não é uma reprodução da realidade terrestre e sim uma
representação dessa realidade, o cartógrafo recorre a símbolos e convenções que auxiliam na
leitura ou interpretação dos mapas. Os símbolos são, portanto, a linguagem visual dos mapas.
Existe uma grande variedade de símbolos e de cores utilizadas pelos cartógrafos nos
diferentes tipos de mapa, apesar de ainda não haver uma padronização total e universal.
Quanto às cores, as principais convenções são as seguintes: azul (hidrografia); verde
(vegetação); castanho, marrom (relevo e solos); preto ou vermelho (acidentes geográficos
artificiais, como rodovias, ferrovias etc.).
ESCALA
Como o mapa é infinitamente menor que a Terra, necessitamos de uma escala que
indique a proporção entre ele e o nosso planeta. A escala nos informa quantas vezes o objeto
real (no caso, a Terra ou parte dela) foi reduzido no mapa. Em outras palavras, escala é a
relação entre a distância ou o comprimento no mapa e a distância real correspondente na
Terra.Existem dois tipos de escala: a numérica e a gráfica.
Escala Numérica: é representada em forma de fração 1/10.000 ou razão 1:10.000, isso
significa que o valor do numerador é o do mapa e o denominador é o valor referente ao
espaço real.
Escala Gráfica é uma linha reta graduada, na qual se indica a relação com as distâncias
representadas no mapa.
0 100 200 300
Exemplo: I____I____I____IKm (significa que cada cm corresponde a 100 km no mapa.
Quanto maior é a escala menor é a área representada com muito mais detalhes.
NOVAS TECNOLOGIAS CARTOGRÁFICAS
As avançadas tecnologias tomaram a cartografia digital em um instrumento valioso nos
estudos geográficos e ambientais. Hoje é possível adquirir imagens por meio de aparelhos
chamados de sensores remotos (GPS). Estes aparelhos permitem obter à distância as
informações sobre um alvo qualquer.Atualmente há vários satélites de sensoriamento remoto,
inclusive o Brasil, conjuntamente com a china em 2000 desenvolveu e lançou um satélite. As
qualidades da imagem dos sensores remotos estão se aproximando da fotografia aérea.
Várias pesquisas e grandes progressos acontecem na área do meio ambiente através do uso
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dos satélites de sensoriamento remoto, pois através desta tecnologia pode-se atualizar a
cartografia existente, desenvolver mapas, monitorar desastres ambientais e desmatamentos,
realizar estudos sobre correntes oceânicas, preservação, impactos, agricultura, entre outros. O
google Earth que simula diferentes aspectos de um planeta e mostra que a vida, clima,
atmosfera e outros elementos compõem um sistema onde a alteração de um elemento pode
afetar todos os outros.Nos últimos tempos também a multimídia está sendo um meio usado
para a transmissão de informações.
A Terra e o universo
O planeta Terra está localizado no Sistema Solar que, juntamente com mais de 100
bilhões de estrelas, formam a nossa galáxia, a Via Láctea. A nossa galáxia faz parte de um
pequeno aglomerado de galáxias chamado Grupo Local, que por sua vez faz parte de uma
região gigantesca em que há maior condensação de galáxias e de aglomerados de galáxias,
chamado de Superaglomerado Local. Esse por sua vez, juntamente com os demais
superaglomerados de galáxias e os vazios, contendo, portanto, toda a matéria e a energia
existentes, formam o Universo.
A origem da Terra
De acordo com os cientistas, nosso planeta deveria ter sido uma enorme massa
pastosa incandescente que ao longo do tempo se resfriou, desprendendo gases e vapores.
Uma parte desses vapores, que deveria ser o vapor-d'água, à medida que se afastava da
massa incandescente, resfriava-se e se transformava em água líquida, caindo em forma de
chuva. Assim, repetindo-se por muitas vezes, a superfície da Terra foi se esfriando lentamente
e grandes quantidades de água foram nela se acumulando.Ao longo do tempo, ela sofreu
muitas outras transformações. Os continentes, os oceanos e até a composição do ar mudaram
para a Terra ser o que é hoje.
A estrutura da Terra pode ser tranquilamente comparada a um ovo, que como o nosso
planeta é subdividido por camadas e espessuras com diversas composições. Um exemplo
claro é comparar a casca do ovo com a crosta terrestre que é uma camada bem fina e a parte
clara do ovo pode ser comparado ao manto sendo bem mais pastoso, já a Gema é o núcleo da
terra onde tem uma parte mais densa e única.
Crosta e manto: Toda a camada superficial da parte sólida da terra, ou seja, acima da
superfície, é conhecida como a crosta terrestre. Ela tem uma espessura de 6 km no assoalho
do oceano e pode aumentar até 65 km dependendo das regiões montanhosas. Essa crosta é
bem
extensa
e
abrange
aproximadamente 65% da superfície
terrestre enquanto a crosta continental
fica com os outros 35%, que
correspondem aos 100% da superfície
da terra. Depois, o manto vem com uma
camada de aproximadamente 2900 km
de espessura que é formado por um
magma que é encontrado em um estado
bem pastoso e denso.
Núcleo: o núcleo corresponde a 1/3 da
TABELA GEOLÓGICA
massa da Terra e contém basicamente
elementos metálicos (ferro e níquel). É dividido em núcleo interno e externo, sendo que os dois
possuem um raio de 1250 km, e as temperaturas são altíssimas (5000°C).
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A origem, a formação e as contínuas transformações da Terra, assim como dos
materiais orgânicos que a constituem são estudados pela geologia, que divide a história do
planeta em eras geológicas.
Essas eras correspondem a grandes intervalos de tempo divididos em períodos e
osperíodos se subdividem em épocas e idades. Cada uma dessas subdivisões corresponde a
algumas importantes alterações ocorridas na evolução da Terra. Observe a tabela geologica.
MOVIMENTO DE TRANSLAÇÃO DA TERRA – SOLSTÍCIO E EQUINÓCIO
Movimento de Translação - movimento elíptico em torno de Sol. O sentido
efetuado é o sentido direto (sentido contrário ao dos ponteiros do relógio). O
período de translação é cerca de 365 dias.
Consequências do movimento de traslação:
As estações do ano são consequência do movimento de translação, associado ao fato
da Terra girar inclinada em relação ao plano da sua órbita em torno do Sol. O eixo de rotação
da Terra faz um ângulo de 23° e 27' com a linha perpendicular ao plano da órbita. Os
equinócios (Marca o início da primavera em cada hemisfério; a duração do dia e da noite é
igual, 12 h cada, em qualquer lugar da Terra) e os solstícios(Solstício de verão e Solstício de
inverno). As estações do ano são opostas nos dois hemisférios.
ZONAS CLIMÁTICAS
A Terra tem zonas climáticas diferenciadas em razão de
seu formato geoide, que se assemelha a uma esfera. Por isso, as
diferentes áreas do globo não recebem luz solar com intensidades
iguais.As regiões próximas à Linha do Equador são atingidas
pelos raios solares de forma perpendicular. Saindo do Equador
em direção ao norte ou ao sul, os raios solares atingem a Terra de
maneira inclinada.
Segundo essa variação solar, a Terra foi dividida em
regiões térmicas, ou climáticas.
A Zona Intertropical, localizada entre os trópicos de Câncer e Capricórnio, é onde se
encontram as áreas mais quentes do planeta.As Zonas Temperadas, ao sul entre o Trópico
de Capricórnio e o Círculo Polar Antártico, e ao norte, entre o Trópico de Câncer e o Círculo
Polar Ártico, apresentam regiões com temperaturas mais amenas.As Zonas Glaciais
encontram-se nos polos Norte e Sul e são as áreas mais frias da Terra.
A DINÂMICA DA NATUREZA
Ser dinâmico é estar em constante movimento
e transformação. A natureza é dinâmica na medida
em que ela sempre está passando por modificações,
principalmente porque seus elementos sempre
alteram uns aos outros. O clima, por exemplo, é
capaz de alterar o relevo, a vegetação, o solo e
todos os demais elementos naturais.
A SUPERFÍCIE TERRESTRE
A superfície da Terra é composta de
elementos sólidos (litosfera), líquidos (hidrosfera) e
gasosos (atmosfera).
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A Litosfera, também chamada de crosta terrestre, é formada por minerais e rochas, e
sua espessura é variável; a Hidrosfera é o conjunto de mares, rios, lagos, lençóis
subterrâneos e oceanos, cuja profundidade em alguns casos é superior a 10 quilômetros; a
Atmosfera é formada por uma mistura de gases, e sua espessura chega a aproximadamente
1000 km.
Reunidos nessas três esferas, os seres vivos formam a Biosfera ou esfera da vida.
Nela, o conjunto das espécies, relacionadas com os aspectos físicos do ambiente (clima,
relevo, solo), compõe os ecossistemas.
O homem é o único animal que transforma a natureza e cria meios artificiais de
adaptação ao ambiente. Apesar disso, os elementos criados diretamente pela natureza (sem a
interferência do homem) podem favorecer ou restringir, facilitar ou dificultar a presença e a
atividade humana em determinado lugar da superfície terrestre.
O CLIMA
Clima é definido como a sucessão de diferentes tempos atmosféricos ao longo dos
anos. O tempo necessário para determinar um tipo de clima é de, no mínimo, 30 anos
estudando o comportamento dos tipos de tempo de determinada região. Entre os fatores que
influenciam as condições climáticas de uma região, destacam-se:
Latitude. A temperatura diminui com o aumento da latitude, uma vez que a fonte de
calor, isto é, a radiação solar, é mais intensa no equador e diminui no sentido dos pólos.
Altitude. A temperatura diminui, em média, 1°C a cada 180 metros de altitude. Isso
ocorre porque o calor do ar é transmitido pelo solo aquecido por meio da radiação do Sol.
Pode também facilitar ou dificultar a entrada de massas de ar, alterando a temperatura.
Maritimidade e Continentalidade – a influência do mar, ou maritimidade, é um
importante regulador do clima de regiões litorâneas. Essas regiões têm temperaturas mais
amenas e com pequenas variações. Os ventos carregados de umidade vindos dos oceanos
tornam essas regiões mais úmidas e chuvosas.
As áreas situadas no interior dos continentes não têm essas características. No interior
dos continentes, a amplitude térmica aumenta e as chuvas diminuem, pois os ventos vão
perdendo umidade, à medida que penetram nos continentes.
Vegetação – emite determinadas quantias de vapor de água, influenciando o ciclo
hidrológico de uma região.
Massas de ar - em função das diferenças de pressão atmosférica, temos a
movimentação do ar. Quando esse movimento ocorre em blocos de ar com a mesma
temperatura e umidade, formam-se as massas de ar, que transferem suas características para
o clima dos locais por onde passam. Massas de ar frio e úmido, por exemplo, são
responsáveis por diminuírem as temperaturas e aumentarem a umidade. O encontro entre
duas massas diferentes forma as frentes de ar.
Relevo - também influencia o clima quando as regiões mais altas impedem a passagem
de massas de ar, fazendo com que algumas regiões se tornem mais secas ou até desérticas.
Correntes marítimas- apresentam condições específicas de temperatura, influenciando
diretamente o clima. Em regiões em que o mar é mais quente, por exemplo, a evaporação
aumenta e eleva a umidade, que se dispersa para outras regiões. Quando as correntes são
mais frias, a umidade local diminui e a pressão atmosférica e a umidade passam a ser menor,
o que faz com que essa região acabe “sugando” as massas de ar de outras localidades, que
passam a sofrer alterações em seus climas.
Além de todos esses fatores, que são os de ordem natural, também é preciso lembrar
que o homem acaba se tornando um dos agentes mais intensos de transformação do clima.
Ele pode ser responsável tanto por fenômenos climáticos mais localizados (ilhas de calor,
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inversão térmica, e outros) quanto por processos mais amplos e diversificados como, por
exemplo, EL NIÑO, LA NIÑA.
Os elementos climáticos são as grandezas atmosféricas que podem ser medidas ou
instantaneamente mensuradas. São os elementos atmosféricos que variam no tempo e no
espaço e que se configuram como o atributo básico para se definir o clima da região. Os
principais elementos climáticos são: radiação- em linhas gerais, pode ser definida como todo
o calor recebido pela atmosfera, a maior parte advinda do sol, mas que também recebe a
influência dos seres vivos e dos elementos naturais e artificiais que refletem o calor já
existente; temperatura - é a mensuração do calor na atmosfera, podendo ser medida em
graus célsius (ºC) ou em outras unidades de medida, como fahrenheit (ºF) e o kelvin
(K);pressão e umidade.
Tipos de Clima no mundo
Equatorial: Clima quente e úmido durante o ano todo, em regiões localizadas próximas à linha
do Equador, com temperatura média anual de 25°C e chuvas com médias acima de 2.000 mm
anual.
Tropical: Clima quente com variações de umidade com localização entre os trópicos de
Câncer e Capricórnio, podendo ser mais seco (tropical seco) ou mais chuvoso (tropical úmido).
Temperaturas médias de 20°C e precipitações de 1.000 a 2.000 mm bem distribuídas durante
o ano, mas com mais concentração no verão.
Subtropical: Clima quente e frio com estações mais definidas, em que o verão é quente
(média 20-25°C) e o inverno mais rigoroso (0-10°C). Precipitações médias de 1.000 mm a
1.500 mm distribuídas ao longo do ano.
Mediterrâneo: Clima com verões quentes (média 25°C) e invernos brandos (0-15°C). As
chuvas acontecem no inverno e o verão é quente e seco, com médias variando de 500 a 1.000
mm.
Desértico: Clima muito quente durante o dia, com média de 30°C, e noites com temperaturas
frias, pois a amplitude térmica é bem alta (15-20°C). As chuvas são raras e podem demorar
anos para acontecer. A umidade do ar é muito baixa, aproximadamente de 15%.
Semiárido: Clima quente durante todo o dia, com média de 25°C. Chuvas escassas com
média de 300 mm ao ano. Umidade do ar baixa, mas mais alta que no clima desértico, cerca
de 40%.
Temperado: Clima com invernos frios (-5°C) e verões amenos (15°C). Precipitações anuais
médias entre 1.000 a 2.000 mm.
Frio de montanha ou de altitude: Frio constante durante todo o ano em razão das altas
altitudes das montanhas, com médias anuais de 0°C e abaixo de zero, com presença de neve
constante em altitudes mais elevadas. Precipitações anuais médias de 1.500 mm.
Polar: Frio extremo com temperaturas sempre abaixo de 0°C, com umidade do ar muito alta
em face da constante presença de neve o ano todo.
OS RIOS E SUA UTILIZAÇÃO
De toda a água existente, apenas uma pequena parte pode ser utilizada diretamente
para o consumo humano, constituindo os recursos hídricos disponíveis. Estes englobam as
águas superficiais – rios, lagos e as águas subterrâneas, que se encontram até 800 metros de
profundidade. A disponibilidade hídrica quer superficial quer subterrânea, dependem
essencialmente das quantidades de precipitação e de evapotranspiração.
Bacia hidrográfica – área drenada por um curso de água ou por um sistema interligado de
cursos de água. Rede hidrográfica – sistema constituído pelo rio principal e seus afluentes e
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subafluentes. (distinção): rede hidrográfica é constituída pelo rio principal e pelos seus
tributários, bacia hidrográfica é toda a área drenada que recebe a influência desses rios.
Ciclo Hidrológico
O ciclo da água é o movimento que
ela faz na natureza. Este movimento é
infinito e circular. Ele ocorre através do
processo de evaporação das águas da
superfície (rios, lagos, oceanos, etc) do
planeta Terra e também pela transpiração
dos seres vivos. Processo: O vapor de
água, proveniente da evaporação, forma
as nuvens na atmosfera. Quando estas
nuvens ficam sobrecarregadas e atingem
altitudes elevadas ocorrem às chuvas. Estas se formam, pois a temperatura cai e a água
transforma-se em líquido (condensação). Esta água que cai nas chuvas vai parar nos
oceanos, rios e lagos. Depois, a água vai evaporar novamente, formando assim o ciclo da
água mais uma vez. Importância: O ciclo da água é de extrema importância para a
manutenção da vida no planeta Terra. É através do ciclo hidrológico que ocorrem à variação
climática, criação de condições para o desenvolvimento de plantas e animais e o
funcionamento de rios, oceanos e lagos.
DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA NO PLANETA
A distribuição da água em nosso planeta se
divide em: Água salgada (97,5%) e Água doce
(2,5%). Dentro da divisão água doce, temos
subdivisões como a água doce encontrada nas
Geleiras (77,2%), Subsolo (22,4%), Lagos e rios
(0,36%) e da Atmosfera (0,04%);
A QUESTÃO DA ÁGUA
Se até alguns anos atrás, a ideia de pessoas
duelando por fontes de água em um mundo
desértico só passava pela cabeça de roteiristas de filmes futurista de gosto duvidoso, hoje esta
previsão sombria faz parte da agenda de preocupações da Organização das Nações Unidas
(ONU). A guerra pela água não só pode acontecer como já aconteceu e temos como exemplo
a Guerra dos Seis Dias que ocorreu entre Israel e países árabes.
Segundo o Prof.WilderPappetti, tem grande probabilidade de a água desencadear a 3°
Guerra Mundial e que a mesma venha a ocorrer no Brasil, pois temos grandes reservas de
água e em especial o Aquífero Guarani localizado sob os seguintes países: Brasil, Argentina,
Uruguai e Paraguai, e o mais recente confirmado pelos pesquisadores em 2010 como sendo o
maior do mundo em volume d’agua, o a Aquífero Alter do Chão, localizada sob os estados do
Amazonas, Pará e Amapá.
A água é o elemento básico para a vida. Básico, simples, mas jamais reproduzido em
laboratório. Embora a fórmula seja simples – dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio
(H2O) – ela nunca foi sintetizada. Não sendo possível reproduzi-la, resta aos governos duas
alternativas que já vem sendo utilizadas com sucesso em alguns países: a reciclagem da água
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de esgoto e a dessalinização da água salgada. O grande empecilho a estas medidas são seus
custos, pois são caros em relação ao tratamento de água doce.
A questão da água potável é séria. É um tema que não se restringe apenas a
governantes, mas também à população em geral, que deve se informar sobre o assunto,
educar-se para evitar o desperdício.
RELEVO: é caracterizado como o conjunto de variações de nível da superfície terrestre. Os
agentes formadores e modeladores do relevo são responsáveis por um processo contínuo e
dinâmico na transformação morfológica, sendo classificados em agentes internos-formadores
(tectonismo, abalos sísmicos e vulcanismo) e agentes externos - modeladores (vento, chuvas,
neve, alternâncias de temperatura, seres vivos, etc.). OBS. As formas são definidas pela
estrutura geológica (tipo de rocha: magmática, sedimentar ou metamórfica) combinada com
as ações da dinâmica interna e externa da Terra. Principais formas de relevo:
As montanhas são elevações que apresentam grandes desníveis, vales profundos e cumes
muito altos e altitudes, geralmente, superiores a 1000 metros. Os cumes podem terminar em
forma de pico ou arredondados, consoante se tratem de montanhas mais recentes ou mais
antigas, respectivamente. Ex. Cordilheira dos Andes (Am. Do Sul), Himalaia (Ásia).
Os planaltos são formas de relevo aplanadas e com altitudes superiores a 200 metros, são
antigas montanhas que, ao
longo dos tempos, foram
desgastadas pela erosão.
As planícies são formas de
relevo aplanadas e com
altitudes inferiores a 200
metros. Umas resultaram da
ação dos agentes erosivos,
que aplanaram os relevos
antigos, outras se formaram
pela
deposição
de
sedimentos
transportados
pelos grandes rios, estas se chamam planícies aluviais.
As colinas são elevações de baixa altitude, de formas arredondadas e fracos declive –
vertentes com inclinação pouco acentuada.
Os vales são depressões alongadas e estreitas, situadas entre montanhas, normalmente
resultantes da ação de um rio ou de um glaciar.
Serras são terrenos acidentados com fortes níveis, frequentemente aplicados a escarpas
assimétricas, possuindo uma vertente e outra menos inclinada. Uma serra distingue de um
maciço pelo fato de um possuir montanhas singulares em vez de agrupadas.
TIPOS DE ROCHAS - CLASSIFICAÇÃO
A estrutura geológica é extremamente importante na formação dos recursos minerais,
além de estabelecer uma grande influência na consolidação dos relevos e automaticamente do
solo. Para compreender a estrutura geológica de um lugar é preciso analisar e conhecer os
tipos de rochas presentes no local. Rocha é a união natural de minerais, compostos químicos
definidos quanto à sua composição, podem ser encontrados no decorrer de toda a superfície
terrestre.
Rochas Ígneas ou Magmáticas: são formadas pelo esfriamento e solidificação de elementos
endógenos, no caso, o magma pastoso. São exemplos de rochas magmáticas: granito,
basalto, diorito e andesito.
12
Rochas Sedimentares: esse tipo de rocha tem sua formação a partir do acúmulo de resíduos
de outros tipos de rochas. São exemplos de rochas sedimentares: areia, argila, sal-gema e
calcário.
Rochas Metamórficas: As rochas metamórficas foram, originalmente, rochas magmáticas,
sedimentares ou metamórficas que, pela ação do calor ou pela pressão existente no interior da
Terra, adquiriram outra estrutura. O gnaisse e o mármore são rochas metamórficas.
SOLOS, FORMAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
O solo é um recurso renovável, pois pode ser utilizado diversas vezes, dessa forma é
um importante elemento para todas as sociedades dispersas na superfície terrestre. O solo é a
parte mais superficial da litosfera, onde as plantas, tanto silvestres quanto cultivadas, são
germinadas e se fixam, encontrando os nutrientes necessários.
A formação dos solos ocorre a partir da decomposição de rochas oriundas do
intemperismo decorrente do calor dos raios solares, além da ação das águas, dos ventos e
dos microrganismos (bactérias e fungos) e microfauna (minhocas, formigas, cupins etc.).
Tipos de solo
Solos Arenosos: possui pouca umidade, a quantidade de areia presente nesse tipo de solo
supera 70%. Solos argilosos: predominância de partículas de argila em relação aos demais.
Solos siltosos: têm agregado um grande percentual de silte (pó que não tem coesão). Solo
calcário: detém em sua composição um elevado percentual de calcário. Solo humífero: solo
bastante fértil, rico em húmus (restos de animais e vegetais mortos em decomposição). O
húmus ajuda a reter a água no solo, torna-o poroso e com boa circulação de ar e, através do
processo de decomposição dos organismos, produz os sais minerais necessários às plantas.
Os solos mais adequados para o plantio apresentam uma quantidade de areia, argila e
húmus. Essa proporção facilita a penetração da água e do oxigênio utilizado pelos
microrganismos decompositores. São solos que retém água sem ficar encharcados.
VEGETAÇÃO
A composição dinâmica da biosfera produz diferentes vegetações. Variam de grandes
florestas tropicais a desertos, montanhas e imensas geleiras. Para a consolidação dos mais
variados tipos de vegetações existentes no mundo é preciso que haja a interação entre os
elementos naturais (clima, solo, relevo, vegetação e energia). Isso fica evidente quando
notamos as regiões com predominância de clima quente e chuvoso, que deriva grandes
florestas tropicais com enorme umidade e precipitação. Já nos lugares de climas áridos,
semiáridos e desérticos a composição de vegetação é muito diferente, pois as plantas e os
animais são adaptados às condições adversas, como a falta de água e alimento.
Os principais tipos de vegetação são: deserto, estepe, floresta de coníferas, floresta
temperada, floresta tropical, savana, tundra, vegetação de montanha e vegetação
mediterrânea.
Biodiversidade e ecossistemas
Você já escutou sobre as mudanças climáticas que acontecem no mundo e que estão
deixando os cientistas muito preocupados. O clima anda tão maluco que estudos afirmam: o
gelo do Ártico e da Antártica diminui a cada verão. Pior ainda, numa velocidade maior do que o
previsto. E se pensa que isso não afeta a sua vida, está enganada. Com o derretimento, o
nível dos oceanos aumenta. Muitas espécies de animais e plantas podem se extinguir e as
mudanças climáticas – muito calor no verão e frio rigoroso no inverno – só pioram. Até porque
13
tudo o que acontece em um lugar afeta o planeta inteiro, atingindo a biodiversidade e os
ecossistemas (aquáticos ou terrestres) de toda a Terra.
De uma maneira bem simples, podemos dizer que biodiversidade é toda a riqueza e a
variedade que encontramos entre os seres que têm vida, no reino animal e vegetal. Qualquer
planta, da árvore gigantesca até um minúsculo mato, todos os animais e os microrganismos
que nos fornecem alimentos e remédios fazem parte da biodiversidade e está presente em
todo lugar: nos desertos, no alto das montanhas geladas, nas fontes, rios e mares. Os
pesquisadores não sabem ao certo quantas espécies vegetais e animais há no mundo. Mas
calculam que existam entre 10 e 50 milhões. Entretanto, desse universo, os cientistas
conseguiram classificar apenas 1,5 milhão de espécies. O Brasil é considerado o país
campeão da biodiversidade porque aproximadamente 20% das espécies conhecidas no
mundo estão aqui.
Biopirataria: a biopirataria é a exploração ou apropriação ilegal de recursos da fauna e
da flora e do conhecimento das comunidades tradicionais. Os prejuízos são da ordem
ambiental e econômica para um país.
O Brasil está em primeiro lugar no ranking dos países megabiodiversos, e é estimado
que o país tenha a maior diversidade biológica do planeta, com cerca de 150 mil espécies
catalogadas e pesquisadas, o que representa 13% de todas as espécies existentes no mundo.
A maioria desses recursos está na Amazônia, com mais de duas mil e quinhentas espécies de
árvores e liderando ainda o ranking de espécies de peixes de água doce do planeta. Porém, a
abundância de vida no Brasil é um ponto considerado vulnerável, uma vez que a grande
maioria das espécies ainda não foi reconhecida pelos pesquisadores do país. Isto as torna
presas fáceis para empresas, instituições e laboratórios internacionais que se apropriam deste
conhecimento, através de patentes pedidas no mercado exterior.
Atividades dissertativas, interpretativas, práticas, comparativas, objetivas.
.
01) Leia o fragmento da música, e assinale a opção VERDADEIRA referente à categoria
geográfica utilizada:
SAMBA DO AVIÃO
Eparrê
Aroeira beira de mar
[...]
Vejo o Rio de Janeiro
Estou morrendo de
saudades
Rio, seu mar
Praia sem fim
[...]
Este samba é só
porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo
balançar
[...]
Aperte o cinto, vamos
chegar
Água brilhando, olha a
pista chegando
E vamos nós
Pousar...
Composição: Antônio Carlos
Jobim
a) CARTOGRAFIA, o trecho da música citada mostra aspectos visuais do espaço geográfico
que podemos representar em mapas.
b) ESPAÇO GEOGRAFICO, pois a composição mostra aspectos do Universo que vivemos, ou
seja, nosso Espaço Sideral.
c) PAISAGEM, a partir da dimensão do perceptível, que é delimitado pela visão, o compositor
descreve o seu lugar.
d) REGIÃO, os recortes espaciais abordados na canção trazem implícitos a ideia de
particularidade e agrupa elementos semelhantes entre si.
14
02) A produção do espaço geográfico é um processo histórico e social caracterizado pela
apropriação dos recursos naturais pela sociedade e pelo progresso técnico vigente em cada
momento histórico. Assim, com o desenvolvimento técnico-científico-informacional, traço
marcante do mundo atual, o espaço geográfico.
a) Passou a ser produzido de forma generalizada, tendo em vista a distribuição homogênea do
sistema técnico em escala global.
b) Tornou-se mais denso em objetos artificiais, permitindo a aceleração dos fluxos da
economia informacional.
c) Foi unificado pelo surgimento das cidades globais, devido à distribuição uniforme do sistema
mundial de redes de informações.
d) Tornou-se globalizado, em virtude da universalização do acesso da população mundial aos
objetos técnicos e informacionais.
03) Sobre as projeções cartográficas, é correto afirmar que:
a) são meios de se representar o espaço terrestre, havendo uma possibilidade ainda não
encontrada de não realizar distorções da forma ou das áreas da superfície.
b) são formas de representar a Terra em uma superfície de iguais características externas
(forma, tamanho e área)
c) são formas de representar a Terra, que é esférica, em um plano. Por conta disso, sempre
haverá distorções.
d) dividem-se apenas em projeções planas e projeções polares.
04) Defina a importância dos mapas, de dois exemplos de mapas e como podem ser
classificados.
05) Que tipo de recurso os cartógrafos recorrem para que seja possível fazer a leitura e a
interpretação dos mapas? De dois exemplos
06) Às 16h30 em Pequim (capital da China), localizada nas coordenadas 39°50’N e 116°20’E,
em uma reunião de empresários, foi tomada a decisão de instalar uma filial de uma indústria
em Londrina (Paraná), que tem como coordenadas 23°18’S e 51°10’O. Duas horas após o
término da reunião, a decisão foi comunicada para o representante da indústria em Londrina.
A que horas, em Londrina, o representante recebeu o comunicado? (Apresente o
desenvolvimento dos cálculos.)Obs. Utilize um atlas geográfico para
essa questão
07) Observe a imagem e a legenda ao lado:
Veículo equipado com GPS de bordo e um software com mapas, que
indicam a posição do veículo e o caminho a percorrer até um determinado
ponto
As afirmativas abaixo mantêm relação com a imagem e a legenda
apresentada, EXCETO:
a) Essas tecnologias associam-se aos satélites artificiais.
b) As informações sobre a localização do veículo são transferidas para um mapa digitalizado.
c) O GPS funciona somente no ambiente urbano, devido à presença de torres de telefonia.
d) Esse sistema de localização tem como princípio o uso das coordenadas geográficas.
08) O encontro dos paralelos e meridianos é denominado:
a)projeção cilíndrica; b)latitude;
15
c)longitude; d) coordenada geográfica
09) Todos os mapas e globos representam as características da Terra a um tamanho muito
menor do que ela possui na realidade. Os globos foram criados, em princípio, para serem
modelos perfeitos da Terra, diferenciando-se dela pelo tamanho. A escala é utilizada como
uma fração simples, que se obtém representando a distância do globo e da Terra na mesma
unidade. Considere que um centímetro no globo corresponde a 650 km na Terra e identifique,
das alternativas a seguir, qual possui escala numérica correta para a distância no globo e na
Terra:
a) 1: 65.000
b) 1: 650.000
c) 1: 65.000.000
d) 1:165.000.000
10) A estrutura da Terra pode ser subdividida em:
a) Crosta, Núcleo e Litosfera;
b) Listosfera, Núcleo e Manto;
c) Crosta, Manto e Núcleo;
d) Litosfera, Mesosfera e Endosfera.
11) Com relação às características dos movimentos da Terra no espaço que contribuem para
a existência da vida, escreva V (verdadeiro) ou F (falso).
( ) A sucessão dos dias e das noites, influenciando a organização da vida das pessoas,
resulta do movimento que a Terra realiza em torno de si mesma ou de um eixo imaginário que
passa pelos seus polos.
( ) O movimento da Terra que tem como consequência a sucessão das estações resulta
numa igual distribuição da luz nos hemisférios norte e sul, durante todo o ano.
( ) O dia 21 de dezembro marca o equinócio no hemisfério sul e é o dia mais longo do ano no
hemisfério norte. Hemisfério sul
( ) O movimento de rotação não interfere na circulação atmosférica.
12) Sobre as Zonas Térmicas da Terra, responda a alternativa correta:
a) A zona intertropical recebe maior incidência de luz que as zonas polares, porém em menor
intensidade em comparação com as zonas temperadas.
b) As zonas temperadas, em um determinado período do ano, registram temperaturas
inferiores em relação às zonas polares da Terra.
c) Quando mais próxima uma localidade se encontra do Meridiano de Greenwich, maior a sua
exposição aos raios solares.
d) A zona intertropical costuma registrar elevadas temperaturas por se localizar próxima à
Linha do Equador, zona da Terra onde os raios solares incidem perpendicularmente.
13) Explique como ocorre o eclipse lunar e solar e em que fase da lua cada um acontece.
14) A água, considerada por muito tempo um recurso natural inesgotável, começa a escassear
em algumas partes do mundo.
Todas as afirmativas apresentam aspectos que vêm colaborando para a escassez da água,
EXCETO
a) A utilização da água tem se caracterizado, em geral, por má gestão e por desperdício.
b) A ampliação do sistema de esgotos no Terceiro Mundo tem provocado a diminuição dos
níveis de água dos rios tropicais.
c) O crescimento acelerado da população, nas últimas décadas, intensificou o nível de
consumo de água no mundo.
d) O emprego crescente da irrigação na agricultura tem gerado conflitos no uso múltiplo da
água.
15) Diferencie rede hidrográfica de bacia hidrográfica
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16) Quais são os grandes reservatórios de água que o Brasil possui e onde estão localizados?
17) Dentre os principais tipos de solos, qual o mais adequado para o plantio? Justifique
18) Biodiversidade, ou diversidade biológica, é um tema bastante atual e importante para o
Brasil, pois abre excelentes perspectivas de acesso às modernas tecnologias e oportunidades
para troca de experiências e intercâmbio com a comunidade científica internacional de
diversos níveis. Alarga tais perspectivas o fato de o Brasil estar entre os cinco primeiros países
que possuem a maior variedade de organismos vivos, de comunidades e ecossistemas.
Assinale a resposta que define biodiversidade:
a) Biodiversidade é o conjunto de todas as espécies que vivem no ecossistema aquático.
b) Biodiversidade é o conjunto de todas as espécies de seres vivos (microorganismos, plantas
e animais), que compõe a vida na Terra, e os ecossistemas dos quais fazem parte.
c) Biodiversidade é o conjunto de todas as espécies de plantas e pássaros que habitam o
planeta.
d) Biodiversidade é o conjunto de todas as espécies de planta existentes na Terra.
19)São elevações que apresentam grandes desníveis, vales profundos e cumes muito altos e
altitudes, a partir de 300 metros. A sequência destes acidentes geográficos chama-se
cordilheira.
O texto acima está se referindo a algumas das características de:
( ) Montanhas
( ) Planaltos
( ) Planícies
( ) Depressões
20) É uma forma de relevo constituída por uma superfície elevada, com cume mais ou menos
nivelado (planificado), geralmente devido à erosão eólica ou pelas águas.
O texto está se referindo a uma das características de:
( ) Montanhas
( ) Planaltos
( ) Planícies
( ) Depressões
21) Quais são os agentes formadores e modeladores do relevo?
22) Cite e explique os fatores climáticos.
23) Quais são as esferas da Terra
24) O que é relevo?
25) Cite as principais formas de relevo estudadas nesse módulo.
POPULAÇÃO MUNDIAL
Atualmente, a população mundial já ultrapassa os 6 bilhões de pessoas. É inegável que
se trata de um contingente bastante numeroso de pessoas que necessitam de abrigo,
alimentos, água, entre muitas outras coisas.
O tamanho de uma população qualquer é o resultado de entradas ou somas e saídas
ou subtrações. As entradas ou somas correspondem aos nascimentos e imigrações, ao passo
que as saídas ou subtrações correspondem aos óbitos e emigrações. Assim, ao
considerarmos o tamanho da população brasileira, ao longo dos tempos, temos que levar em
conta não só o crescimento natural como também o saldo migratório, isto é, a diferença entre
o número de imigrantes e de emigrantes.
É evidente que, no caso da população mundial, as migrações são desconsideradas,
pois são priorizadas as taxas de natalidade e de mortalidade. Afinal, nosso planeta não recebe
migrantes vindos de fora e tampouco perde população para outro planeta.
A taxa de natalidade refere-se ao número de nascimentos a um dado período,
usualmente um ano. Ele expressa o número de crianças nascidas para cada grupo de mil
17
pessoas. Ao se dizer que a taxa de natalidade de um determinado país é de 19‰, significa
que, para cada mil pessoas da população desse país, nasceram 19 crianças naquele ano.
Vale a pena comentar que as taxas de natalidade variam de um grupo de país para outro e
refletem as condições de existências de suas populações.
A taxa de mortalidade corresponde ao número de mortes ocorridas em um ano em relação
ao total da população. Assim como ocorre com as taxas de natalidade, a de mortalidade
também é expressa em grupos de mil pessoas. Por exemplo, uma taxa de mortalidade de
12‰ indica que, para cada grupo de mil pessoas da população, morreram 12.
Quando as condições de existência podem ser consideradas boas, satisfatórias, a mortalidade
tende a ser mais reduzida.
A taxa de crescimento ou de diminuição da população é obtida subtraindo-se a taxa de
mortalidade da taxa de natalidade. Tomando-se os exemplos acima utilizados e
desconsiderando-se as migrações, esse país apresentaria um crescimento de 7‰ (19‰ - 12‰
= 7‰). Convém comentar que, ao contrário do que ocorre com as taxas de natalidade e de
mortalidade, a taxa de crescimento natural é expressa em porcentagem. Assim, conforme o
nosso exemplo, a população cresceu a uma taxa de 0,7%.
Estudo da Unicef aponta que taxa de mortalidade infantil mundial caiu 47% em duas décadas
13/09/2013 - 13h36
Brasília – A taxa de mortalidade infantil no mundo caiu 47% nos últimos 22 anos. As estimativas são do Relatório de
Progresso 2013 sobre o Compromisso com a Sobrevivência Infantil: Uma Promessa Renovada, do Fundo das Nações
Unidas para a Infância (Unicef), divulgado hoje (13). Em números absolutos, a redução significa que morrem 17 mil
crianças a menos por dia.
"Apesar desses ganhos, a sobrevivência da criança continua a ser uma preocupação urgente. Em 2012, cerca de 6,6
milhões de crianças morreram antes do seu quinto aniversário, a uma taxa de cerca de 18 mil por dia. E o risco de
morrer antes dos 5 anos varia enormemente dependendo de onde a criança nasce", destacou o relatório.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/< último acesso, 07/01/2014>
EXPECTATIVA DE VIDA NO MUNDO
Expectativa de vida ouesperança de vidaao nascer é o número de anos que um
recém-nascido poderá esperar viver, considerando-se os recursos da nação.
As mais baixas taxas de mortalidade infantil são encontradas nos países ricos (França,
Japão, Alemanha e Canadá), nos atuais e antigos países socialistas (Cuba e República
Tcheca) e em alguns países de economia emergente (Cingapura, Coréia do Sul e Chile). E as
taxas mais altas estão na África, no Sul da Ásia e na América Latina.
CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO EM PAÍSES DESENVOLVIDOS E EM PAÍSES
SUBDESENVOLVIDOS
Além do crescimento natural ou vegetativo (número de nascimentos), que chamamos
de movimento demográfico vertical, a mobilidade horizontal dos povos (migrações), no
decorrer da História, também influencia o aumento populacional de uma região. Entretanto,
como vimos, a principal causa é o crescimento natural.
Como as variáveis responsáveis pelo crescimento demográfico apresentam melhor
qualidade nos países desenvolvidos, existe uma grande diferença entre esses países e os
subdesenvolvidos quanto ao aumento populacional.
Com a grande melhoria das condições de saneamento básico e a descoberta de
vacinas e antibióticos, mais tarde, as taxas de mortalidade nesses países ficaram muito mais
baixas. Mais tarde, métodos anticoncepcionais, a urbanização contribuiu com participação
cada vez maior da mulher no mercado de trabalho além do poder aquisitivo contribuíram para
reduzir as taxas de natalidade. Entretanto a brusca queda do crescimento demográfico dos
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países desenvolvidos trouxe um problema que eles tentam resolver: o elevado número de
idosos, o que representa um encargo para a previdência social e falta de mão-de-obra.
Nos países subdesenvolvidos, as taxas de crescimento demográfico começaram a
baixar após a segunda metade do século XX. Nesses países, a redução das taxas de
mortalidade deveu-se ao uso das melhorias médico-sanitário obtidas nos países
desenvolvidos e ao uso de inseticidas que combatem agentes transmissores de doenças. A
redução das taxas de natalidade ocorreu a partir do processo de urbanização vivenciado por
inúmeras nações.
A urbanização provocou transformações sociais que ajudam a explicar a redução dos
índices de natalidade, como: o trabalho familiar, o custo da criação dos filhos, o trabalho da
mulher e os métodos anticoncepcionais. Entretanto, essas mudanças ocorreram em apenas
alguns países (Argentina, Coréia do Sul, Brasil, Chile, Uruguai, México). Na maioria das
nações africanas (por exemplo, Serra Leoa, Nigéria, Quênia) e em algumas asiáticas (Laos,
Nepal, Bangladesh), as taxas de crescimento vegetativo continuaram altas.
TEORIAS DEMOGRÁFICAS
Teoria Malthusiana: defende que o crescimento da população era em progressão geométrica
e a produção de alimentos em progressão aritmética;
Teoria Neomalthusiana: defende que o grande crescimento populacional é culpa dos países
subdesenvolvidos;
Teoria Reformista: defende a necessidade de reformas socioeconômicas para promover o
controle do crescimento familiar.
PIRÂMIDES ETÁRIAS
A estrutura etária da população é a distribuição dos indivíduos de uma população pelas
diferentes idades ou grupos de idades (classes etárias).O estudo da estrutura etária é de
grande importância, pois, se existir tendência para o aumento do número de jovens, pode ser
necessário construir mais maternidades, escolas, etc. No caso de a população estar
envelhecendo, é provável ter de se construir mais lares para a terceira idade e reforçar o apoio
médico. Quando se estuda a estrutura etária da população têm-se em conta três grandes
grupos etários:jovens, dos 0 aos 14 anos; adultos, dos 15 aos 64 anos e idosos, com 65 ou
mais anos.O estudo é feito a partir de uns gráficos chamados pirâmides etárias: gráficos de
barras que representam a população por grupos de idade e sexo.
Tipos de pirâmides etárias e características:
Pirâmide Jovem: base larga, devido à elevada natalidade e
topo estreito em consequência de uma elevada mortalidade e
esperança média de vida reduzida. As pirâmides deste tipo
representam populações muito jovens típicas dos países
menos desenvolvidos.
Pirâmide envelhecida: base mais estreita do que a classes
dos adultos. Reflete uma diminuição da natalidade e um
aumento da esperança média de vida. É características dos
países desenvolvidos.
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Entre estes dois extremos existem situações
intermédias:
Pirâmide adulta: a base é ainda larga, mas existe um
aumento da classe dos adultos e dos idosos. A taxa de
Natalidade está a diminuir e a esperança média de vida a
aumentar.
Pirâmide rejuvenescida: reflete alguma recuperação das
classes etárias dos jovens em virtude do aumento da
fecundidade.
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA POPULAÇÃO
Dentro dos próprios continentes é possível detectar
áreas muito populosas e povoadas (formigueiros humanos) e áreas praticamente
despovoadas (áreas anecúmenas). Um exemplo concreto dessa desigual distribuição da
população mundial está no fato de apenas dois países — China e Índia - reunirem cerca de
35% do total mundial.
Você notou que usamos duas formas diferentes para classificar os países quanto à
população?Na verdade, usamos dois importantes conceitos demográficos: população
absoluta e população relativa ou densidade demográfica.
População absoluta é o número total de habitantes de um país ou de um lugar, sem
considerar sua superfície ou área. Dividindo o número total de habitantes de uma nação ou
lugar (população absoluta) por sua superfície ou área territorial (em quilômetros quadrados),
temos a população relativa ou densidade demográfica.
População absoluta
ou
Densidade demográfica
= População absoluta = Número de habitantes
Área territorial
por km2
A população mundial se divide entre domicílios rurais (campo) e urbanos (cidades). A
Revolução Industrial, na metade do século XVIII, foi o principal fator do grande aumento da
população das cidades em relação ao campo. Mesmo assim, a população urbana, em termos
globais, demorou a ultrapassar a rural, embora já tenha atingido altos índices em vários
países.
Distribuição da riqueza. Ou será da pobreza?
A distribuição da renda é um dos componentes mais esclarecedores da realidade social e
econômica de uma nação. Ao comparar o que ocorre nos dois conjuntos de países, notamos:
PAÍSES DESENVOLVIDOS
* As diferenças entre os maiores e os menores
salários não são tão grandes.
* A oportunidade de estudar, cursar uma
universidade e se especializar permite que os
habitantes tenham melhores condições de vida
e, por conseguinte, menores desigualdades
sociais.
PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS
* As diferenças entre os maiores e os menores
salários são astronômicas.
* A falta de oportunidades nos campos
educacional ou trabalhista fez uma sociedade
em que as desigualdades sociais, a má
distribuição da renda, a concentração das terras
e riquezas são o retrato desses países.
20
Segundo o FMI, não há perspectiva de que a pobreza no mundo diminua
consideravelmente até 2015. Apesar da previsão de alto crescimento de algumas das
chamadas economias emergentes e do discreto desempenho dos países desenvolvidos neste
quesito, o número absoluto de pobres tem aumentado nas áreas mais carentes do planeta.
No Relatório do Desenvolvimento Humano, de 2004, o Banco Mundial conclui que
melhores condições de vida e a redução da pobreza só será possível na medida em que os
pobres tiverem acesso a serviço de saúde, educação, saneamento básico e água.Sem esses
serviços será difícil reduzir o analfabetismo, as taxas de mortalidade infantil e a pobreza no
mundo.
A ESTRUTURA ATIVA DA POPULAÇÃO MUNDIAL
População Economicamente Ativa (PEA): é constituída pelas pessoas de 10 ou mais anos
de idade que estão empregadas ou desempregadas que estão à procura de emprego até 1
ano. (países desenvolvidos acima dos 15 anos e no Brasil - oficialmente - acima dos 16 anos).
População Economicamente Inativa (PEI): é representada pelas pessoas que não estão
empregadas (crianças, estudantes, aposentados, subempregadas e desempregados acima de
1 ano) ou que não exercem atividade econômica remunerada (dona-de-casa). Essa população
requer grandes investimentos (hospitais, escolas, aposentadorias etc.)
As transformações sociais, políticas, culturais e econômicas que estão ocorrendo nas
grandes cidades do mundo vão tornando cada vez mais difícil determinar com clareza a
estrutura ativa da população de um país. Aumenta o número de desempregados e,
consequentemente, o de pessoas que vivem de atividades informais, o chamado subemprego.
POPULAÇÃO ATIVA E OS SETORES DA ECONOMIA:
Setor primário: compreende a pecuária, agricultura e o extrativismo (primitivo).
Setor secundário: compreende atividades industriais (transformação, mineradora e
construção civil)
Setor terciário: compreende as atividades de serviços (bancos, comércio, escolas,
prestação de serviços, funcionalismo público, turismo, transportes, propagandas etc.)Setor
quaternário: está relacionado com a revolução tecnocientífica, compreende as atividades de
pesquisa de alto nível (biotecnologia, robótica, aeroespacial etc).
O TURISMO COMO ATIVIDADE ECONÔMICA
O turismo tem crescido substancialmente nos últimos anos como um fenômeno
econômico e social, razão pela qual as tradicionais descrições dessa atividade, baseadas,
sobretudo, nos aspectos socioculturais dos visitantes, têm sido complementadas por uma
perspectiva de caráter econômico visando identificar e valorizar as contribuições geradas por
este segmento à economia dos países.
Essa atividade é importante no mundo atual porque, além de trazer renda ao país ou
região, requer a proteção de áreas e ecossistemas naturais.
Crescimento populacional e recursos naturais
O aumento da população mundial tem sido frequentemente colocado como o grande
responsável pela dilapidação dos recursos naturais e o fato é que, os maiores responsáveis
pelo aumento da população mundial são os países pobres, o controle da natalidade no mundo
subdesenvolvido passou, para muitas pessoas, a ser prioritário para a edificação de um
mundo mais comprometido com as questões ambientais.
21
Realmente, os problemas de saneamento e de moradia, nas grandes áreas urbanas do
mundo subdesenvolvido, constituem uma importante questão ecológica que afeta milhões de
pessoas.
Apesar de esse raciocínio linear abrigar algumas verdades, ele esconde outras, mais
importantes.
Numa publicação dos boletins do Population Reference Bureau, no início da década de
70, essa relação entre o crescimento da população no mundo subdesenvolvido e os recursos
do planeta encontra-se muito bem sistematizada, e os seus princípios ainda pertencem ao
arsenal de argumentação comum a boa parte dos antinatalistas.
Num mundo onde o consumo tornou-se a meta de construção da sociedade, a aspiração
e o acesso aos objetos e serviços do mundo moderno transformaram-se em modo de vida, a
dilapidação dos recursos naturais é inevitável. A tecnologia, ao mesmo tempo em que
popularizou o consumo, tornou os produtos obsoletos, num espaço de tempo cada vez menor.
Entretanto, as verdadeiras sociedades de consumo estão situadas nos países ricos do
planeta. Assim, a apropriação dos recursos da natureza e de suas fontes de energia ocorre
justamente na parte menos populosa do mundo.
Os Estados Unidos, que possuem cerca de 6% da população mundial, são responsáveis
por cerca de 1/4, de todos os produtos consumidos no mundo. Os demais países ricos
reunidos respondem por outra fatia de consumo na mesma proporção. Nesse argumento,
pode ser acrescido 1/3 dos recursos de energia e de matérias-primas são destinados aos
Estados Unidos para serem transformados em mercadorias e serviços. Em 1995, a ONU
afirmava que 800 milhões de pessoas passavam fome no mundo, embora a produção global
de alimentos fosse suficiente para alimentar a todos os seus habitantes.
Assim, pode-se notar que muitos dos problemas que afetam a população mundial não
estão relacionados à capacidade de produção para
alimentar e manter o consumo em níveis minimamente
aceitáveis.
Diante dos fatos pode-se concluir que uma política
de crescimento econômico baseada em outros valores,
outro modo de vida e de aspiração social, constitui o
caminho para a solução dos grandes problemas que
afligem a humanidade e levará a uma melhora da qualidade
ambiental e, portanto, da vida no planeta.
A fome no mundo em 2010: um relatório da FAO
“Seiscentos e cinquenta milhões de famintos: esta é a perspectiva com que trabalha a
ONU para a Agricultura e a Alimentação (conhecidas por sua sigla em inglês, FAO) para o ano
de 2010, a maior parte desses famintos está localizada na África Subsaariana - onde quase
40% da população têm um nível nutricional muito abaixo de suas necessidades básicas - e no
Sul da Ásia, principalmente na Índia e no Bangladesh”.
A POPULAÇÃO NO MUNDO GLOBALIZADO
O processo de globalização contemporâneo implica a formação de uma sociedade
global que se depara com uma nova realidade. As mudanças ocorridas na estrutura do
emprego, o aprofundamento das desigualdades sociais e a necessidade de se deslocar para
outro país a fim de encontrar trabalho são alguns dos problemas dessa nova sociedade.
A economia mundial deixou de ser controlada pelos Estados Nacionais. No mundo
globalizado, são as grandes empresas transnacionais que decidem os rumos da economia,
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responsabilizam-se pelo desenvolvimento de novas tecnologias, pela realização de
investimentos no âmbito mundial, pela ampliação do comércio e pela geração de novos
empregos. Afinal, a expansão da economia global depende de um mercado consumidor forte,
baseado no trabalho assalariado, que possa absorver os produtos industrializados, como os
alimentos, vestuários, produtos de limpeza, cosméticos, eletrodomésticos, produtos
eletrônicos, automóveis, sementes selecionadas, fertilizantes, defensivos e máquinas
agrícolas, caminhões, etc., além da prestação de serviços.
A livre circulação mundial desses produtos eleva o padrão de conforto de uma parcela
das populações urbanas e rurais, nos países desenvolvidos ou subdesenvolvidos, pois resulta
no barateamento das mercadorias e na facilidade de acesso a elas.
O mercado de trabalho globalizado
A globalização da economia e da sociedade contemporânea cria uma situação de
interdependência econômica que interfere na vida dos trabalhadores de todo o mundo.
Por um lado, amplia as oportunidades, facilitando o acesso aos mercados de elevado
poder aquisitivo e criando novos mercados consumidores, aumentando a produção econômica
e gerando empregos em diversas partes do mundo. Por outro lado, submete os trabalhadores
de todo o mundo a uma única dinâmica econômica, de modo que a competição no mercado de
trabalho se converte num problema da sociedade global.
A população economicamente ativa no mundo corresponde a 2,5 bilhões de
trabalhadores, que se concentram principalmente nos países subdesenvolvidos, onde o
crescimento populacional é mais acelerado e predominam as populações jovens em idade
ativa.Nos próximos anos, 90% desses trabalhadores estarão integrados ao mercado global,
sofrendo o impacto das transformações econômicas em curso, que incluem mudanças
tecnológicas profundas, o rebaixamento salarial, o desemprego e o aumento das
desigualdades.
A mobilidade populacional
Os deslocamentos populacionais são denominados migrações. Os movimentos
migratórios são caracterizados por dois aspectos principais: a saída, também denominada
emigração, e a entrada, denominada imigração. A nível mundial, em termos de mobilidade, a
população caracteriza-se por grandes correntes migratórias sendo que uma das mais
significativas ocorreu durante e após a 2ª Guerra Mundial.
Tipos de movimentos migratórios:
Migrações definitivas – o migrante permanece para sempre no local de destino.
Migrações temporárias – período indefinido, mas com retorno ao local de origem.
Migrações temporárias: a) diárias (pendular ou commuting); b) Lazer (turismo); c) Sazonais
(transumância); d) nomadismo; c) Tempo indeterminado.
Classificação das migrações: a) Migrações Internas (dentro do país): Êxodo Rural (campocidade); Pendular (diária); Transumância (sazonal); Migração rural-rural; Migração urbana;
Migração urbana-rural; Migração inter-regional; Migração intra-regional. b) Migrações Externas
(internacionais): Espontâneas (vontade do migrante); Forçadas (contra a vontade do
migrante).
Causas das migrações: Política (desterritorialização); Religiosa (peregrinação); Conflitos
étnico-raciais; Naturais (fenômenos naturais); Econômicos (fatores estruturais ou conjunturais).
Consequências das migrações: Contribui com o processo de ocupação; Contribui com o
processo de miscigenação e difusão cultural; Contribui com o desenvolvimento, quando for de
mão-de-obra qualificada (fuga de cérebro); Concorrência com a mão-de-obra local, gera o
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xenofobismo; mudanças de costumes;Solução para problemas estruturais para o país de
emigração.
O grande desafio do século XXI será o respeito às diferenças, a convivência entre os
povos e a aceitação do pluralismo cultural.
CIDADES: A URBANIZAÇÃO DA HUMANIDADE
A ideia de cidade está intimamente associada à concentração de muitas pessoas em
um espaço relativamente restrito e ao predomínio de atividades secundárias (indústria) e
terciárias (serviços).
Urbanização pode ser entendida como um processo que resulta, sobretudo da
transferência de pessoas do meio rural para o meio urbano.
Aglomeração populacional será considerada URBANA se possuir a quantidade de
habitantes estabelecida como mínima (critério demográfico-quantitativo). Essa quantidade
mínima varia muito de um país para outro,por exemplo: Canadá e na Escócia o valor mínimo é
de 1000 habitantes, França e Portugal2 mil habitantes e Grécia10 mil habitantes. De acordo
com a ONU seria de 20 mil. e no Brasil ???O critério oficial utilizado para definir cidade é o
político-administrativo. De acordo com esse critério, toda área urbana que abriga a sede de um
município (prefeitura) é uma cidade, independentemente do número de habitantes que ela
possui. Sítio urbano, que pode ser uma planície, um planalto, um vale, uma área litorânea,
entre outros locais. Se o aglomerado urbano surgir naturalmente de pequenos núcleos de
povoamento, vai dar origem a uma cidade espontânea. É o caso da grande maioria das
cidades do Brasil e do mundo, como São Paulo, Rio de Janeiro, Nova Yorke Paris. Algumas
vezes, porém, as cidades são planejadas, isto é, são construídas deliberadamente, seguindo
projetos previamente concebidos. No Brasil, o exemplo mais conhecido é Brasília, embora
Belo Horizonte, Goiânia, Teresina e Aracaju também sejam cidades planejadas. No exterior,
podemos citar Washington, capital dos Estados Unidos, e Camberra, capital da Austrália.
AS CIDADES NOS PAÍSES DESENVOLVIDOS E SUBDESENVOLVIDOS
Atualmente, mais da metade da população mundial vive em cidades e o modo de vida
urbano-industrial foi o principal responsável pelo deslocamento de grande parcela da
população das áreas rurais. Nos países da América do Norte e Europa, a urbanização atingiu
níveis elevadíssimos. Existem países que ultrapassam os 90% de urbanização, que é o caso
da Bélgica, como podemos observar na tabela abaixo. Já na Ásia e África, os níveis de
urbanização são muito baixos, pois a maior parte da população ainda vive na área rural, em
função da economia desses países ainda estar baseada em atividades do setor primário.
O processo de urbanização dos países desenvolvidos e subdesenvolvidos apresenta
diferenças significativas e que estão diretamente relacionadas ao processo de industrialização.
Nos países desenvolvidos, o processo de industrialização passou por diferentes etapas
(1ª, 2ª e 3ª Revoluções Industriais), e foi evoluindo gradativamente. Consequentemente, o
processo de urbanização acompanhou esse ritmo de desenvolvimento, fazendo com que
milhares de pessoas fossem migrando para as cidades ao longo de todo esse processo.
Portanto, podemos concluir que a urbanização nos países desenvolvidos ocorreu de maneira
lenta e gradativa, assim como a industrialização, contribuindo para a criação de infraestruturas
urbanas.
Já nos países subdesenvolvidos, a urbanização também acompanhou o ritmo da
industrialização, porém como esse processo ocorreu em um curto espaço de tempo, foi
possível perceber que a urbanização ocorreu de maneira rápida e desordenada. Sendo assim,
as cidades que ao receberem grandes fluxos migratórios, não se encontravam preparadas
para o rápido crescimento urbano, o que causou a formação de espaços segregados. As
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favelas são uma característica marcante desses espaços, onde se observa a reduzida oferta
de água encanada, rede de esgoto e pavimentação de vias.
Outros problemas encontrados nas cidades dos países subdesenvolvidos são: os
elevados índices de desemprego; aumento da violência, fenômeno denominado inchaço
urbano ou macrocefalia urbana (concentração de atividades e população em espaço
limitado) e da economia informal.
Nos últimos anos, temos observado uma mudança no perfil das cidades com maiores
concentrações urbanas no mundo. Durante a década de 1970, as maiores concentrações
populacionais encontravam-se em cidades de países desenvolvidos. Das dez maiores
concentrações urbanas seis localizavam-se em cidades dos Estados Unidos, Europa e Japão.
Atualmente, essa realidade mudou. Nas projeções feitas para 2015, das dez maiores cidades
do mundo, em termos populacionais, oito estarão localizadas em países da África e Ásia.
Cidades na época da globalização:
Cidades globais: não envolve número de habitantes, mas leva em conta a economia,
os serviços, a rede financeira, as telecomunicações, as empresas e os conhecimentos que não
só ligam essas cidades à economia-mundo, como as tornam dirigentes dessa economia
globalizada.
Megacidades: processo de urbanização acelerado e contínuo com elevado número de
habitantes em apenas um núcleo urbano com mais de 10 milhões de habitantes.Como a
população dos países subdesenvolvidos cresce em escala mais rápida do que a dos países
desenvolvidos, as maiores cidades do mundo,nos próximos anos, não serão cidades globais.
Divisão territorial do trabalho: a cidade especializou-se nas atividades industriais, em
capitais (sistema financeiro) e tecnologias.
O campo na produção de alimentos e recursos naturais (matérias-primas).
Aglomerações urbanas: Constituem-se por gigantescas áreas urbanas, resultante da
expansão urbana, formada, geralmente por dois ou mais centros urbanos.
Os tecnopolos, por sua vez, correspondem a centros urbanos que abrigam importantes
universidades, instituições de pesquisa e os principais complexos industriais, onde se
desenvolvem tecnologias avançadas e pesquisa científica. São exemplo de tecnopolos a
cidade de Campinas (SP), no Brasil e o Vale do Silício, na Califórnia, Estados Unidos.
SEGREGAÇÃO ESPACIAL
As desigualdades sociais se materializam na paisagem urbana. Quanto maiores as
disparidades entre os diferentes grupos e classes sociais, maiores as desigualdades de
moradia, de acesso aos serviços públicos e de qualidade de vida, e maior a segregação
espacial. No entanto, mesmo num bairro de população pobre, essa qualidade pode ser
melhorada caso os serviços públicos de educação, saúde, transporte coletivo, entre outros,
passem a funcionar de forma adequada. Essas mudanças positivas têm maiores chances de
se concretizarem quando a comunidade se organiza para melhorar o seu cotidiano e
reivindicar os seus direitos. Quando isso não acontece, as desigualdades e a exclusão sócioespacial tendem a se manter e, muitas vezes, a aumentar.
O medo da violência urbana impulsionou a criação dos condomínios fechados. Buscando
segurança e tranquilidade, muitas pessoas de alto poder aquisitivo mudam para este tipo de
moradia, que se multiplicou nos últimos anos, sobretudo nas grandes cidades. Embora seja
legítimo, do ponto de vista do indivíduo, buscar maior segurança para si e para sua família,
esse fenômeno acentua a exclusão social e reduzem os espaços urbanos públicos, uma vez
que propicia o crescimento de espaços privados e de circulação restrita.
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Rede urbana - hierarquia urbana
As cidades de uma área ou região não vivem isoladas (a não ser em lugares muito
afastados e pouco povoados). Elas estabelecem um sistema de relações que envolvem um
fluxo de pessoas, de mercadorias, serviços e informações. A esse sistema chamamos rede
urbana.Para que exista rede urbana, a região ou o país precisam dispor de uma boa rede de
transportes e de um intenso movimento de mercadorias e pessoas.
Rede urbana (hierarquia urbana):conjunto de relações estabelecidas entre as
cidades, que gera uma divisão territorial de funções ou especializações. As cidades podem
ser: pequenas, médias e grandes:
• Metrópoles globais: exerce influência no mundo ex. São Paulo, Nova York, Londres, etc.
• Metrópoles nacionais: exerce influência em todo o país ex. BH, fortaleza, salvador, etc.
• Metrópoles regionais: exerce influência numa determinada região. ex. Manaus, Goiânia,
etc.
• Centros regionais: exerce influência numa pequena região ou num estado. ex. campo
grande, Cuiabá, londrina, ribeirão preto, Blumenau, etc.
• Centros sub-regionais: exerce influência numa pequena região. Uberaba, Pelotas, Mossoró,
etc.
• Conurbação: é a superposição ou junção de duas ou mais cidades. Pode ocorrer entre
cidades do mesmo porte ou de porte diferente.
• metrópole: corresponde à cidade principal, a que possui os melhores equipamentos urbanos
do país (nacional) ou de uma região (regional).
• Região metropolitana: é o conjunto de cidades contíguas e integradas
socioeconomicamente a uma metrópole, com serviços e infraestrutura comuns.
• Megalópole: é a conurbação de duas ou mais metrópoles, formando uma extensa e
gigantesca área urbana.
• Metropolização: é o processo de crescimento urbano de uma cidade e sua constituição como
centralidade de uma região metropolitana, isto é, de uma área composta por vários municípios
que congregam a mesma dinâmica espaço-territorial. A metrópole passa a ser vista como a
zona na qual as demais cidades tornam-se dependentes e interligadas economicamente. Entre
os exemplos de metrópoles no Brasil, temos as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo
Horizonte, Salvador, Goiânia, Porto Alegre e muitas outras.
Geografia do transporte é uma divisão dos estudos da Geografia e o seu objetivo está
concentrado na sistematização tanto da localização como o desenvolvimento de todas as vias
redes de transporte, aferindo suas consequências, benéficas ou não, nos aspectos econômicos
de determinada área estudada. Temos de acordo com tal disciplina que toda região possui um
determinado conjunto estrutural com o objetivo de proporcionar meios de desenvolvimento
econômico e social. Entre tais atividades vamos encontrar a dos transportes, essencial no
deslocamento humano, bem como de cargas (matérias-primas e mercadorias), e sob um
aspecto mais amplo, um canal que proporciona a dinâmica das relações humanas desde as
mais remotas eras.Nem todos os geógrafos reconhecem a importância do estudo das redes de
transporte, e quando tal informação é incluída, o foco do autor concentra-se na localização dos
pontos terminais (principais áreas de partida e chegada de pessoas e cargas), desprezando-se
todo o resto da linha de comunicação. Tal desinteresse ocorre principalmente no campo do
transporte marítimo, onde raramente encontramos indicação de uma rota, estando sublinhados
apenas os portos terminais. São caracterizados como meios de transporte, de acordo com a
matéria da Geografia dos transportes, os seguintes grupos:
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Transporte terrestre: Neste grupo encontramos ainda meios de transporte do tipo:
a) Ferroviário - transporte terrestre onde o deslocamento se dá por meio do trem, que se
desloca por meio de trilhos, sendo meio preferencial para o transporte de matérias-primas e
cargas de maior peso em geral; no Brasil, foi importante meio de locomoção de pessoas até
meados dos anos 60, quando gradualmente foi dando espaço ao transporte rodoviário. Dali em
diante, foi tão negligenciado pelo governo que, atualmente apenas duas linhas de transporte
ferroviário de passageiros ainda sobrevivem, sendo uma linha no Pará, e outra que passa por
Minas Gerais e Espírito Santo.
b) Rodoviário - a outra forma de transporte terrestre, alternativa à ferroviária. É responsável pelo
transporte de pessoas e mercadorias em carros, caminhões, ônibus, motos, deslocando-se por
ruas, rodovias e estradas. No Brasil, é a forma de transporte predominante em quase todas as
áreas do país, com exceção da região norte, onde predomina o transporte fluvial, um dos dois
tipos de transportes aquaviário.
Transporte aquaviário: Neste grupo encontramos ainda meios de transporte do tipo:
a) marítimo - uma das modalidades do transporte aquaviário, que proporciona o deslocamento
intercontinental de cargas e passageiros, por mares e oceanos. Meio indispensável no comércio
internacional contemporâneo.
b) fluvial - a outra modalidade transporte aquaviário, realizado em barcos ou balsas que se
movimentam sobre os rios. Consiste na única forma de transporte aquaviário que pode ser
praticada amplamente por países sem saída para o mar. É ainda o meio predominante de
transporte na região norte do Brasil.
Transporte aéreo: De todas as formas disponíveis, esta é a mais veloz, realizada por meio de
aviões e helicópteros, e em menor proporção, balões, planadores e ultraleves. Bastante eficaz
no transporte de passageiros, necessita vencer ainda a questão de seu alto custo, que não
permite que boa parte da população mundial ainda deixe de utilizá-lo, não sendo também muito
adequado para o transporte de cargas pesadas.
Transporte dutoviário: Este tipo de transporte realiza-se por meio de tubos, que podem ser: 1)
gasodutos (tubos condutores de substâncias gasosas); 2) oleodutos (condutores de substâncias
líquidas) ou 3) minerodutos (condutores de substâncias sólidas).
TRANSPORTES E TURISMO NO MUNDO
Nos países desenvolvidos, a evolução e a organização dos transportes decorreram, em
geral, da expansão econômica interna. Isso explica o elevado grau de integração inter-regional
e nacional e a eficiência e disponibilidade dos diferentes meios de transporte. Já nos países
subdesenvolvidos, cuja economia sempre foi dependente dos mercados externos, a organização dos transportes reflete essa subordinação, ou seja, as redes de transportes são quase
sempre periféricas, isoladas e convergentes para o litoral, isto é, para os portos exportadores.
É comum à existência de grandes espaços vazios e praticamente isolados do restante do país,
sem contar a escassez e a ineficiência dos transportes existentes.
PERFIL DAS DIFERENÇAS MUNDIAIS
Comércio Internacional - As tarifas sobre importações provenientes dos países
desenvolvidos são 30% mais elevadas do que a média mundial, limitando suas chances de
desenvolvimento. Como muitos dos países mais pobres dependem das exportações de
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commodities (mercadorias em estado bruto ou produto primário), geralmente são muitos
baixos. As economias subdesenvolvidas e mesmo as desenvolvidas não apresentaram o
mesmo ritmo de crescimento do comércio. Com alta capacidade de dumping (de forma geral,
é a comercialização de produtos a preços abaixo do custo de produção). Eles excluem do
mercado os concorrentes mais fracos. Para esses países, o comércio externo constitui
importante fonte de renda e instrumento de dominação econômica.
As 190 maiores empresas transnacionais detêm a maior parte do comércio mundial:
cerca de um terço do comércio mundial é realizado entre as matrizes e filiais das empresas
transnacionais e um terço, entre as próprias transnacionais.
Investimentos — Mais da metade dos países em desenvolvimento tem sido excluída
do investimento estrangeiro direto, do qual dois terços têm ido para apenas oito países em
desenvolvimento. A maior parte dos investimentos circula nos países ricos, sendo que apenas
25% vão para os países subdesenvolvidos.
Dívida externa — Os países pobres estão altamente endividados. Sem o investimento
adequado em desenvolvimento podem não conseguir pagar suas dívidas e dependerão de
novas ajudas financeiras de instituições como o FMI, o Banco Mundial etc.
Esperança de vida — A esperança de vida está em declínio em muitos países (África,
países da Europa do Leste e CEI), situação relacionada ao agravamento da epidemia do vírus
HIV. Em 2002, ocorreram cerca de 14 mil contágios por dia no mundo inteiro, 90% dos quais
em países em desenvolvimento.
Conflitos armados — Impedem o progresso em muitos países, pois milhões de
pessoas se veem envolvidas num ciclo de lutas civis e de fome. Nos anos 1990 cerca de 200
mil pessoas perderam a vida em guerras entre países, e 3,6 milhões em conflitos internos. No
final de 2000, havia 12 milhões de refugiados, pessoas que foram obrigadas a abandonar os
seus lares.
Fatores Conjunturais (quando uma crise econômica implica a demissão de milhares
de trabalhadores) e estruturais (consequência do desenvolvimento e da tecnologia; são
eliminados de forma definitiva certos postos de trabalho (ex: operários substituídos por
máquinas) geram desemprego no mundo todo.
Consumo e meio ambiente — Os países industrializados modernos são os
consumidores dominantes, mas a população dos países mais pobres do mundo paga
proporcionalmente o preço mais elevado — como consequência da poluição e da degradação
das terras, das florestas, dos rios e dos oceanos, que constituem fontes de seu sustento. As
agressões ao meio ambiente podem afetar todo o planeta.
Atividades dissertativas, interpretativas, práticas, comparativas, objetivas.
01) Leia e justifique a afirmação abaixo.
O tamanho de uma população qualquer é o resultado de entradas ou somas e saídas ou
subtrações.
02)De que forma a urbanização interferiu nos índices de natalidade?
03)O envelhecimento da população está mudando radicalmente as características da
população da Europa, onde o número de pessoas com mais de 60 anos deverá chegar,
nas próximas décadas, a 30% da população total. Graças aos avanços da medicina e da
ciência, a população está cada vez mais velha. Isso ocorre em função do:
a) Declínio da taxa de natalidade e aumento da longevidade.
b) Aumento da natalidade e diminuição da longevidade.
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c) Crescimento vegetativo e aumento da taxa de natalidade.
d) Aumento da longevidade e do crescimento vegetativo.
e) Declínio da taxa de mortalidade e diminuição da longevidade.
04)Analise a tabela abaixo e marque (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as
falsas.
( ) Com mais de 1,3 bilhão de habitantes, a China é o país mais populoso e mais povoado.
( ) O Afeganistão é a nação que apresenta o maior crescimento demográfico e a menor
expectativa de vida.
( ) Entre os países analisados, o Brasil é o terceiro mais populoso, além de ser o menos
povoado.
( ) Com aproximadamente 33 mil habitantes, Mônaco possui a maior expectativa de vida,
além de ser o mais povoado.
(
) Estados Unidos é menos populoso que a China e mais povoado que o Afeganistão,
além de possuir crescimento demográfico superior a Mônaco.
05) Um estudo sobre a dinâmica e a distribuição da população de uma determinada área é
realizado a partir do conhecimento e da compreensão dos seus indicadores demográficos.
Em relação a alguns desses indicadores, analise as proposições abaixo e assinale as
corretas.
a) A densidade demográfica é obtida a partir da divisão da superfície territorial de um lugar
pela sua população absoluta.
b) O crescimento vegetativo é calculado com base nas taxas de natalidade, mortalidade e
migração.
d) A taxa de mortalidade infantil identifica o número de óbitos de crianças menores de um
ano.
e) A taxa de fecundidade é um indicador populacional que influencia diretamente o
comportamento de um outro indicador, o da natalidade.
06) A capacidade de crescimento da população é infinitamente maior do que a capacidade
de produção de alimentos na Terra. Esse é o enunciado básico da doutrina de Malthus, que
consiste no seguinte princípio:
a) progressão geométrica da população e progressão aritmética dos alimentos;
b) progressão geométrica da população e baixa taxa de natalidade;
c) progressão aritmética da população e baixa taxa de mortalidade;
d) progressão aritmética da população e progressão geométrica dos alimentos;
e) progressão geométrica da população e alta taxa de natalidade.
07) Diferencie o
subdesenvolvidos.
crescimento
populacional
dos
países
desenvolvidos
e
dos
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08) A análise de uma pirâmide etária permite identificar numerosas características
socioeconômicas de uma população, o que pode contribuir para o direcionamento adequado
das ações governamentais. Observe as pirâmides etárias do Brasil:
Identifique duas mudanças do perfil demográfico do país, no período considerado,
indicando também uma política pública adequada a cada uma dessas mudanças
09) Segundo o Relatório de desenvolvimento Humano, quais são as medidas necessárias
para melhorar as condições de vida e reduzir a pobreza?
10) Como é constituída a População Economicamente Ativa (PEA) e a Inativa (PEI)
10) Assinale a alternativa que indica corretamente o processo que ocorre em áreas de
perseguições religiosas, políticas ou ideológicas, guerras, conflitos políticos, falta de
oportunidade de trabalho no local de origem, concentração fundiária.
a) Atração populacional.
b) Aumento das taxas de natalidade.
c) Crescimento vegetativo.
d) Migrações populacionais.
e) Diminuição das taxas de mortalidade.
11) Um estrangeiro que se encontra morando no Brasil foi _________ de seu país e quando
aqui chegou tornou-se _________.
a) imigrante - emigrante.
d) imigrante - colono.
b) emigrante - imigrante.
e) nômade – emigrante
12) Defina cidades globais e megacidades.
13) Segundo a hierarquia urbana, as cidades mais importantes de um país, que
comandam a rede urbana nacional, estabelecendo áreas de influência, correspondem aos
(às):
a) centros regionais
b) cidades-dormitórios
c) metrópoles nacionais
d) capitais regionais
e) metrópoles regionais
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14) Processo de urbanização dos países desenvolvidos e subdesenvolvidos apresenta
diferenças significativas e que estão diretamente relacionadas ao processo de industrialização.
A partir dessa afirmação, determine essas diferenças
15) Se você estivesse na condição de governador, qual ou quais sistemas de transporte
você escolheria para implantar no seu país. Justifique sua resposta de forma
argumentativa
16) Os aglomerados urbanos estão assim classificados: cidades espontâneas e cidades
planejadas. Cite dois exemplos de cidades planejadas
17) conceitue macrocefalia urbana, apresente consequência e exemplo de cidades –país
que enfrentam esse problema.
CAPITULO 2 - O CAPITALISMO E A CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
O capitalismo(sistema socioeconômico) teve origem na Europa, nos séculos XV e XVI,
e apresentou grande dinamismo ao longo de sua história, foi se transformandoà medida que
os desafios a sua expansão foram surgindo. Com o tempo, sobrepôs-se a outros sistemas de
produção, até se tornar hegemônico, o que é incontestável nos dias atuais. Considerando seu
processo de desenvolvimento, costuma-se dividir o capitalismo em quatro etapas
(Comercial, Industrial, Financeiro e Informacional) marcadas por características diferentes
no que diz respeito às relações de produção e trabalho, as tecnologias empregadas e as
doutrinas que orientam seu funcionamento:
Veja a seguir um breve resumo das doutrinas correspondentes a cada etapa do
capitalismo:
1ª Doutrina–Mercantilismo (fase comercial): Surgiu com os Estados nacionais absolutistas
e vigorou durante o capitalismo comercial. Defendia a intervenção do Estado na economia e o
protecionismo. Seus objetivos principais: fortalecer o Estado e aumentar a riqueza nacional
via acúmulo de metais preciosos (ouro e prata) e obtenção de superávits comerciais. Para
seus teóricos a riqueza vinha do comércio. Principais teóricos – Thomas Mun e Jean-Baptiste
Colbert.
Potências: Espanha e Portugal; depois, Inglaterra, Países Baixos e França.
2ª Doutrina–Liberalismo (fase industrial):Criticava o absolutismo e o mercantilismo,
defendia no plano político, a democracia representativa, a independência dos três poderes e a
liberdade do indivíduo; e no econômico, o direito à propriedade, a livre iniciativa e a
concorrência. Era contra a intervenção do Estado na economia e favorável a livre ação das
forças do mercado. Para seus teóricos a riqueza vinha da indústria (produção). Principais
teóricos – Adam Smith e David Ricardo.
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Potências: Grã-Bretanha; depois, Estados Unidos, França, Alemanha e Japão.
3ª Doutrina –Keinesianismo (fase financeiro): Criticava o pensamento clássico e o princípio
da “mão invisível”, do suposto equilíbrio espontâneo do mercado, por isso defendia a
intervenção do Estado na economia para evitar crises de superprodução como foi a de 1929.
Propunha o aumento dos gastos públicos como mecanismo para estimular o crescimento
econômico e a geração de empregos.
Potencias: EUA emergem como potência, seguidos por Alemanha e Japão, Grã-Bretanha
perde influência.
4ª Doutrina – Neoliberalismo (fase informacional): Busca aplicar os princípios do
liberalismo clássico ao capitalismo atual. Diversamente daqueles, os teóricos neoliberais não
creem na regulação espontânea do sistema. Visando disciplinar a economia de mercado,
aceitam uma intervenção mínima do Estado para assegurar a estabilidade monetária e a livre
concorrência. Também defendem a abertura econômico-financeira e a privatização de
estatais.
Potência: EUA se mantém como principal potência, seguidos por Japão e maiores economias
da União Europeia.
CARACTERISTICAS DO CAPITALISMO
Tem como principal objetivo o lucro; Baseia-se na propriedade privada dos meios de
produção; Tem no dinheiro ou seus similares (cartões de crédito, cheques) o seu principal
meio de troca; Funciona conforme a lei da oferta e da procura – economia de mercado
Nas relações de trabalho predomina o trabalho assalariado. O trabalhador “vende” seu
trabalho para os donos dos meios de produção; No sistema capitalista, a sociedade é
baseada na divisão de classes.
Dentro desse contexto, podemos entender que as profundas mudanças que ocorreram
no espaço geográfico foram determinadas pelo modo de produção capitalista.
A PRODUÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO NO SOCIALISMO
O Socialismo surgiu durante o século XIX sob a influência de teorias de grandes nomes
como, Engels e Karl Marx. Através do sistema socialista é o Estado quem tem total controle
sobre tudo, administrando e distribuindo a renda em igualdade para todos. O Socialismo
defendea nacionalização dos meios de produção, promovendo a distribuição da economia
através do Estado.
Um exemplo de Socialismo nos dias de hoje é o Governo de Cuba, que deixou o país
sem democracia e o fechou do resto do mundo. Neste caso, diferentemente do que Socialismo
pregado por seus idealizadores, o Governo cubano, não oferece dignidade e nem qualidade
de vida ao seu povo, beneficiando apenas o Governo e pessoas ligadas a ele, vale também
ressaltar a questão do Embargo econômico promovido pelos EUA.Outro exemplo é o governo
da Coreia do norte, nesse caso, a situação ainda é pior, já que a sociedade vive de fato um
regime ditador que nem a própria imprensa internacional pode ter acesso nesse país.
O modo de produção socialista apresenta as seguintes características fundamentais:
• A propriedade privada dos meios de produção é substituída pela propriedade social
(estatização), agora pertencente ao Estado e controlada pelos trabalhadores;
• O Estado tem a função de distribuir bens e serviços de acordo com as necessidades de
todos os indivíduos;
• O poder do proletariado é exercido por intermediário do Estado socialista, que passa a
planejar a economia, estipulando o quê e como produzir e quanto produzir.
• Economia planificada ou centralizada: é um sistema econômico no qual a produção é previa
e racionalmente planejada por especialistas e a atividade econômica é controlada por um
poder central que estabelece metas de produção e distribui as matérias primas para as
unidades de produção.
A GUERRA FRIA
A guerra fria (confronto ideológico) foi caracterizada pela disputa entre Estados Unidos e
URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), principalmente a Rússia, após a
Segunda Guerra Mundial, onde ambos os países tentavam mostrar a superioridade de seus
respectivos sistemas econômicos.
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No entanto, esta caracterização pode ser considerada válida, mas com uma série de
restrições, em apenas um período imediato pós-segunda Guerra, até a década de 1950 e logo
depois nos anos de 1960 o bloco socialista decidiu se dividir dentre as décadas de 1970 e
1980, onde a China comunista se aliou aos Estados Unidos em uma disputa contra a União
Soviética. Por
este motivo, o mundo acabou sendo “dividido” em dois blocos: O capitalista, dominado pelos
norte-americanos, e o socialista, comandado pelos soviéticos. Sendo assim este período
também ficou marcado pela corrida armamentista que durante 40
EX-URRS
EUA
anos deixou o mundo diante da ameaça de uma guerra nuclear.
EUA VERSUS EX-URSS
Para impedir o avanço comunista, os Estados Unidos forneciam
apoio bélico e econômico aos países que se aliassem ao lado
capitalista e o Plano Marshall, que resultou na injeção de mais de
13 bilhões de dólares na Europa, oferecendo ajuda econômica por
meio de empréstimos para que pudessem reconstruir os países capitalistas que foram
afetados pela Segunda Guerra Mundial.
Do outro lado, a União Soviética adotou a política isolacionista mais conhecida como
Cortina de Ferro, aliança na qual os governos pertencentes ao Leste Europeu se tornaram
satélites de Moscou, graças à ação do Exército Vermelho, que resultou em 1940, na
construção do Muro de Berlin, construído para que pudesse ser feita a divisão da cidade,
dividindo-a em socialista e capitalista.
Corrida Espacial
Um dos principais marcos da Guerra Fria foi a corrida espacial, uma das mais
importantes disputas entre a URSS e os EUA, visando a conquista do espaço. O primeiro
marco dessa disputa foi o primeiro ser vivo a ser mandado para o espaço, a cadela Laika,
enviada pela URSS, em 1957.Já o primeiro ser humano a ser enviado, foi o russo Yuri
Gagarin, em 1961. Os Estados Unidos, no entanto conseguiu colocar o primeiro homem no
espaço a pisar na Lua, e foi em 1969 que Neil Armstrong e Edwin Aldrin caminharam em solo
lunar. Apesar disso, até hoje há quem afirme que a visita do Homem a Lua não passou de
uma farsa, visto que, mais de 40 anos depois, nenhum outro ser humano pisou em terreno
lunar.
Fim da Guerra Fria
A pressão e a guerra ideológica entre as duas superpotências só começaram a diminuir
depois que o líder soviético Mikhail Gorbatchov assumiu o poder, e após a queda do Muro de
Berlim, em 1989, que foi o marco final da
Guerra Fria. Porém, a URSS só veio a se
desintegrar dois anos depois, em 1991,
quando os países aliados a URSS
passaram a adotar, gradativamente, o
capitalismo. Com a desintegração da
URSS a configuração do espaço
geográfico modificou com a criação da
CEI
(Comunidade
dos
Estados
Independentes).
Rússia, Ucrânia e
Belarus, as três repúblicas mais
importantes da extinta URSS, fundaram a
CEI, que posteriormente passou a
agrupar 12 das 15 ex-repúblicas
soviéticas. Apenas a Estônia, Letônia e
Lituânia não aderiram a CEI e após se
declararem independentes iniciaram um processo de integração à União Europeia, concluído
em 2004.
Para a Federação Russa era essencial manter relações com as outras repúblicas
independentes, tanto por questões militares, pois parte do arsenal nuclear e da frota da
33
extinta União Soviética ficou em território de nações agora independentes, quanto por
questões energéticas, para manter o fornecimento constante dos oleodutos e gasodutos que
atravessam várias dessas repúblicas.
ECONOMIAS DE TRANSIÇÃO
A economia de transição ou economia em transição é uma economia que está mudando de
centralmente planificada para a de mercado livre.Estas se submetem a liberalização
econômica, onde as forças de mercado são os preços, em vez de uma organização de
planejamento central. Além das barreiras comerciais serem removidas, há uma pressão para
privatizar as empresas estatais e um setor financeiro é criado para facilitar a estabilização
macroeconômica e o movimento privado de capital. O processo tem sido aplicado na China,
na ex-União Soviética, no bloco dos países comunista da Europa, e muitos países do terceiro
mundo e um estudo detalhado foram realizados em seus efeitos econômicos e sociais.
O processo de transição é geralmente caracterizado pela mudança e criação de novas
instituições, especialmente empresas privadas, e mudanças no papel do Estado, assim, a
criação de fundamentalmente diferentes instituições governamentais e da promoção de
empresas privadas, mercados e instituições financeiras independentes. Devido às diferentes
condições iniciais durante o processo emergente da transição da economia planejada para a
economia de mercado, os países utilizam modelos de transição diferentes. Países como a
República Popular da China e o Vietnam adotaram um modo de transição gradual, porém a
Rússia e alguns outros países do Leste Europeu, como a antiga República Socialista da
Iugoslávia, usaram um modelo mais agressivo e mais rápido no ritmo de transição.
A NOVA ORDEM MUNDIAL – A MULTIPOLARIDADE
Com o fim da bipolaridade, os Estados Unidos viram-se transformados na potência
"vencedora da guerra fria” e assumiram o papel de grande potência mundial. Entretanto,
apesar do indiscutível poderio americano, Japão e Alemanha (hoje reunificada e integrando a
União Europeia) também apareciam como polos da economia mundial, que hoje se tornou,
então, multipolar. Os novos centros de poder econômico e tecnológico mundiais de hoje são
Estados Unidos, Japão e a União Europeia.
Com a volta do mundo (com raras exceções) ao capitalismo, que prioriza o lucro e a
propriedade privada a economia mundial passou a funcionar segundo a lógica desse sistema.
A multipolaridade, isto é, o aparecimento de novos polos econômicos, nada mudou na
distribuição da riqueza no mundo. Os países ricos continuam ricos. E os pobres (ex-Terceiro
Mundo) continuam pobres. Sem inimigo a ser vencido, a corrida armamentista perdeu força. A
busca de novas estratégias para ganhar mercados passou a ter prioridade na ordenação
econômica mundial.
Porém devemos admitir que mudanças fundamentais ocorreram nessa fase do
capitalismo financeiro, que passou a ser chamada de globalização. Na globalização, há um
crescente aumento dos fluxos de informações, mercadorias, capital, serviços e de pessoas,
em escala global. São as redes, que podem ser materiais (transportes) ou virtuais (Internet). A
integração de economias, culturas, línguas, produção e consumo, através das informações,
transformaram o mundo em uma aldeia global.
CONFLITO NORTE-SUL
Desde as civilizações antigas o mundo vem
sendo redesenhado seguindo critérios variados de
acordo com a ideologia geopolítica e econômica de
quem o projeta no planisfério. A partir deste momento
as nações iniciaram as regionalizações colocando-se
no centro dos mapas para representar-se como
símbolo de maior poder.
Tem-se, então, direta ou indiretamente, a noção
de centro-periferia onde o centro representa o status
de maior referência de poderio político-econômico e, às vezes, militar. A periferia surge como
lugar de pobreza e de subserviência (servir) ao centro.
34
Com a posterior divisão Norte-Sul (ricos e pobres respectivamente) ocorreu a
oficialização da separação política, econômica e
social
aumentando
as
desigualdades
socioeconômicas entre estes países. Na verdade a
Austrália está no hemisfério Sul e é considerada
pertencente ao bloco Norte por ser desenvolvida.
Aliás, desenvolvido e subdesenvolvido são
conceitos que entraram em uso a partir do fim da
segunda Guerra Mundial especialmente com a
teoria Neomalthusiana buscando uma forma de
explicar o subdesenvolvimento do Sul.Países em
desenvolvimento, países emergentes, países
subdesenvolvidos industrializados, são várias
classificações atribuídas aos países do bloco Sul enquanto países desenvolvidos é a
denominação atribuída aos países do bloco Norte.
Hoje, órgãos internacionais defendem a ideia, mesmo que timidamente, de os países
desenvolvidos reverem as dívidas externas dos países emergentes (que se encontra em
pleno desenvolvimento econômico e atraem investimentos externos) bem como de
promoverem ajuda financeira aos países de baixo desenvolvimento. Entretanto a situações
piores como é o caso da África Subsaariana (países localizados abaixo do deserto do Saara)
está à margem da economia global. Seus países sofrem com conflitos tribais, fome, seca e a
AIDS. Além disso, encontram-se na total dependência do FMI e do Banco Mundial. Diante
desse estado de miséria a África não desperta interesse, nem como consumidora nem como
opção de investimento de capital especulativo. Na verdade, muito se diz e pouco se faz
efetivamente a favor dos países pobres.
COMO MEDIR O DESENVOLVIMENTO - O IDH – ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO
HUMANO
IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é um índice que serve de comparação entre os
países, com objetivo de medir o grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida
oferecida à população. O relatório anual de IDH é elaborado pelo Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), órgão da ONU.
Este índice é calculado com base em dados econômicos e sociais. O IDH vai de 0 (nenhum
desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Quanto mais próximo de 1,
mais desenvolvido é o país. Este índice também é usado para apurar o desenvolvimento de
cidades, estados e regiões. No cálculo do IDH são computados os seguintes fatores:
educação (anos médios de estudos), longevidade (expectativa de vida da população) e
Produto Interno Bruto per capita.
Dos cinco países de maior IDH do planeta, quatro se localizam na Europa (Noruega,
Islândia,Suécia e Países Baixos) e um na Oceania (Austrália). Os cinco países de menor IDH
do mundo situam-se na África. O Brasil ocupa o 85º lugar com um IDH de 0,730 de um
total de 185 países pesquisados segundo dados do Relatório de Desenvolvimento
Humano de 2013.
OS GRANDES CONJUNTOS DE PAÍSES CENTRAIS OU DESENVOLVIDOS
Os países desenvolvidos são os países mais ricos e industrializados do mundo. Esse
conjunto é formado pelos Estados Unidos, Canadá, Japão, Austrália, Nova Zelândia, Israel e
pelos países da Europa Ocidental.
A seguir, as principais características dos países desenvolvidos.
Produção industrial - poderosa e diversificada; maior concentração de indústrias de
ponta (informática, aeroespacial, tecnologia nuclear, bioindústrias etc.); Tecnologia - vanguarda da pesquisa e da inovação tecnológica; detêm 97% das patentes mundiais;
sociedades de consumo; Comércio mundial – maiores exportadores de produtos
industrializados e de tecnologia avançada; sede das maiores multinacionais do planeta;
Urbanização - predominantemente urbanas; moderno setor terciário da economia (comércio e
35
serviços), como empresas financeiras, setor de propaganda e marketing, laboratórios que
desenvolvem novas tecnologias etc. Sediam os principais bancos internacionais e são os
maiores investidores de capitais no exterior. Nos países desenvolvidos o setor terciário é o
grande gerador de empregos.
Apesar de terem elevada renda per capita, indicadores socioeconômicos favoráveis ou
positivos e desigualdades sociais internas não tão marcantes, esses países vêm apresentando
alguns problemas, como o aumento da concentração de renda, o crescimento do desemprego
e a ampliação de ondas migratórias, provenientes das áreas mais pobres.
PAÍSES EMERGENTES – CARACTERISTICAS
Embora não exista uma definição exata para os "países emergentes", podemos dizer
que são aqueles países cujas economias partiram de um estágio de estagnação ou
subdesenvolvimento e se encontram em pleno desenvolvimento econômico. São também
chamados de "países em desenvolvimento".
Principais características dos países emergentes:
Padrão de vida de grande parte da população entre os níveis baixos e médio;IDH (Índice de
Desenvolvimento Humano): entre os níveis médio e alto; Renda per capita (PIB per capita)
entre 5 e 8 mil dólares; - Setor industrial em desenvolvimento;Crescimento da infraestrutura
(portos, rodovias, aeroportos, ferrovias, etc.); Atração de capital externo para investimentos
nos setor produtivo; Aumento da instalação de filiais de grandes empresas
multinacionais;Crescimento positivo na geração de empregos; Taxas elevadas de formação de
capital; Mudanças significativas e positivas na estrutura social e econômica da população:
diminuição da pobreza e aumento da classe média baixa; Existência de processo de êxodo
rural (migração do campo para os centros urbanos).
Observação: vale dizer que um país não precisa apresentar todas as características acima
para ser considerado emergente, mas sim boa parte delas.
O Brasil, a Argentina, o México e mais recentemente o Chile iniciaram o seu processo de
industrialização com a substituição das importações, ou seja, produzindo para o mercado
interno o que antes era importado, com a finalidade de se libertar da dependência externa.
O Brasil, por exemplo, deu ênfase ao desenvolvimento industrial nos anos 1950 e no início dos
anos 1960, mas teve agravado o problema da distribuição de renda: os ricos ficaram mais
ricos e os pobres, mais pobres.
Outro grupo é composto por países que se industrializaram nos anos 1970 como Chile,
República Dominicana, Índia, Polônia, Turquia; Ilhas Maurício, os novos Tigres
Asiáticos (Malásia, Indonésia, Filipinas e Tailândia), África do Sul, Egito, Venezuela,
Colômbia, Peru, Arábia Saudita, Kuwait, Argélia e Marrocos. Esses países têm aumentado
às exportações e alguns deles têm diversificado a produção de produtos manufaturados.
PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS OU PERIFÉRICOS
Este grupo engloba todos os países pobres e pouco industrializados, tanto os
capitalistas quanto os ex-Estados socialistas situados na Ásia (com exceção dos que já
estudamos), na África Subsaariana e na América Latina.
Nesse extremo estão os muitos países que pouco têm se beneficiado da expansão dos
mercados e do avanço da tecnologia.
Apresentam baixa renda per capita, altas taxas de analfabetismo e participação da
indústria no PIB inferior a 10%, ficando cada vez mais marginalizados e ao sabor dos
mercados mundiais, com os preços dos produtos primários tendo atingido seu ponto mais baixo em um século e meio.
Alguns desses países apresentaram ligeiro crescimento nas exportações, mas não
atraem investimentos estrangeiros.
A GLOBALIZAÇÃO
De modo geral, a globalização é um conjunto de mudanças que estão ocorrendo na
esfera econômica, financeira, comercial, social e cultural, intensificando a relação entre os
36
países, os povos e os sistemas produtivos. Implica a uniformização global de padrões econômicos e culturais.
Trata-se de um processo em curso, uma nova fase do capitalismo e do imperialismo,
comandado pelas grandes empresas transnacionais, que procuram abrir novos mercados. O
poder dessas empresas ultrapassa cada vez mais o poder das economias nacionais. Vale
ressaltar que nem todos os países se inserem na economia global no mesmo ritmo.
A REVOLUÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA
A Revolução Técnico-científico-informacional ou Terceira Revolução Industrial entrou
em vigor na segunda metade do século XX, principalmente a partir da década de 1970,
quando houve uma série de descobertas e evoluções no campo tecnológico. Essa nova etapa
de produção está vinculada à inserção de uma enorme quantidade de tecnologia e informação,
por sua vez, essa revolução está ligada diretamente à informática, robótica, telecomunicação,
química, uso de novos materiais, biotecnologia, engenharia genética, entre muitos outros, que
recentemente fazem parte de praticamente todos os segmentos produtivos que marcam essa
etapa, assim como outros fatos marcaram as revoluções industriais do passado.
AS EMPRESAS GLOBAIS
Após a Segunda Guerra, as grandes empresas dos países desenvolvidos "invadiram"
os países subdesenvolvidos, para fabricar seus produtos e aumentar ainda mais seus
mercados de consumo.
Desse modo, não só fugiam dos pesados impostos e das severas leis trabalhistas de seus
países de origem, mas também aproveitavam as vantagens da mão de obra mais barata nas
novas unidades. Como seus produtos são feitos em vários países, ficaram conhecidas como
multinacionais. Hoje se prefere denominá-las empresas transnacionais, uma vez que não
são empresas de vários países, mas empresas de um só país cuja ação ultrapassa fronteiras.
Dessa forma essas empresas de transnacional passou, então, a ser global, isto é,
aproveitam todas as vantagens que o espaço mundial oferece. Ela pode, por exemplo, fazer o
seu projeto nos Estados Unidos, fabricar os componentes em Taiwan e montar o produto na
Argentina. Uma transnacional se instala sempre em lugares onde encontra vantagens para
que seu produto chegue ao mercado a preços mais baixos e com lucro maior para a empresa.
Na fábrica global, os processos de produção são mundializados, isto é, possuem unidades de
produção complementares em vários países. Principais Corporações que controlam quase
tudo que compramos!!! Nestle, P&G, PepsiCo, Coca-Cola, Mars, kraft, Johmon-Johmon,
Kelloggs, Unilever, entre outras.
AS PEQUENAS MARCAS GLOBAIS
Não são apenas as grandes empresas transnacionais que se internacionalizam. O
mercado de países emergentes, como o Brasil, com grande população e pouca concorrência,
tem atraído pequenas marcas que oferecem franquias de serviços, como lavanderias, salões
de beleza, lanchonetes, restaurantes academias de ginásticas, oficinas mecânicas, entre
outros. Podemos citar como exemplo de franquia a rede de lanchonetes McDonald’s e a
Delivery.
A GLOBALIZAÇÃO DAS IDEIAS E O CRIME GLOBALIZADO
A globalização, não é só econômica, ela tem ao mesmo tempo uma dimensão política,
social e cultural. A grande empresa precisa da globalização cultural (o lazer, a forma de
vestir, jornais, precisa ser parecida em qualquer lugar do mundo). Dentro desse contexto os
meios de comunicação têm um papel importante na formação dessa cultura, pois ao mesmo
tempo em que divulgam informações, sugerem um padrão de vida que deve ser seguido para
alcançar a felicidade. Daí a importância de preservar e valorizar as culturas e identidades
próprias de cada país, ameaçadas de desaparecer (como as fronteiras da capital e do
comércio mundial)
Além disso, o crime organizado se beneficia das facilidades tecnológicas do mundo
globalizado, como por exemplo, Tráfico de drogas, de órgãos e pessoas, as “máfias” de várias
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nacionalidades (chinesa, japonesa coreana...), com facilidade expandem suas ações
criminosas, assim como o terrorismo que se espalha rapidamente.
CONSEQUÊNCIAS DA GLOBALIZAÇÃO
Com a globalização, houve, a partir dos anos 1980, um crescimento do comércio
mundial. No entanto, a concorrência intercapitalista cria um espaço econômico mais instável,
que exige competitividade. Os países subdesenvolvidos participam com apenas 30% desse
comércio.
Está ocorrendo maior concentração de riquezas: os países ricos ficam mais ricos e os
pobres, mais pobres. Essa concentração de renda explica-se, entre outros motivos, pela
redução das tarifas de importação, que beneficiou muito mais os produtos exportados pelos
mais ricos.
Os países mais pobres não têm conseguido exportar produtos agrícolas para os mais
ricos, pois estes subsidiam a própria produção interna.
Os países ricos criam estímulos permanentes às suas empresas e produtores do setor
agropecuário, essa ajuda chamada de subsídios é para aumentar a produção, a oferta
mundial reduzir os preços. Supõe-se que os EUA e a União Europeia gastem anualmente, em
conjunto, mais de US$ 340 bilhões em subsídios oferecidos aos seus agricultores. Essa
prática visa ainda tornar os produtos agrícolas importados mais caros e, portanto, menos
competitivos que os similares produzidos localmente.
Subsídios às exportações: Os países ricos gastam US$ 17 bilhões por ano com
subsídios às exportações para colocar seus produtos no mercado internacional. A prática do
dumping, que significa exportar os excedentes domésticos para os mercados mundiais a
preços menores que o custo de produção – é uma política danosa, pois faz os países que
produzem em condições competitivas perderem participação no mercado mundial.
Com o declínio das taxas de crescimento econômico e com a crise da economia
capitalista, os resultados da globalização são dramáticos. Para os países pobres, os custos
sociais da globalização são muito altos, pois ela tem ocasionado à minimização do valor da
mão-de-obra e o aumento do desemprego e, por consequência, dos excluídos. Soma-se a isso
o desenvolvimento tecnológico, com a automação da produção e a dispensa de um número
maior de trabalhadores. Esse tipo de desemprego, que afasta os trabalhadores de seu
emprego por um longo período e não apenas em situações de crise, é denominado
desemprego conjuntural, já o desemprego estrutural decorre da modernização do
processo produtivo.
Para concorrer com o capital externo, as empresas nacionais são obrigadas a diminuir
custos e demitir empregados. A mão-de-obra menos qualificada é descartada e adota-se a
prática da terceirização do trabalho, eliminando-se muitos dos direitos dos trabalhadores.
Mesmo nos países desenvolvidos, as transnacionais diminuem seus custos reduzindo
salários, aumentando a jornada de trabalho e eliminando conquistas sindicais. Observe as
tabelas a seguir.
A NOVA ORDEM MUNDIAL E OS BLOCOS ECONÔMICOS
Na economia-mundo, há uma grande ampliação das trocas comerciais internacionais. E
por causa dessa forte interação, alguns países procuram agrupar-se para enfrentar melhor a
concorrência no mercado mundial.
A formação de blocos econômicos é uma regionalização dentro do espaço mundial,
mas também uma forma de aumentar as relações em escala global, pois, ao participar de um
bloco, um país tem acesso a vários mercados consumidores, dentro e fora do seu bloco.
A União Europeia (UE) foi oficializada no ano de 1992, através do Tratado de
Maastricht. Este bloco é formado pelos seguintes países: Alemanha, França, Reino Unido,
Irlanda, Holanda (Países Baixos), Bélgica, Dinamarca, Itália, Espanha, Portugal, Luxemburgo,
Grécia, Áustria, Finlândia e Suécia. Este bloco possui uma moeda única que é o EURO, um
sistema financeiro e bancário comum. Os cidadãos dos países membros são também
cidadãos da União Europeia e, portanto, podem circular e estabelecer residência livremente
pelos países da União Europeia.
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A União Europeia também possui políticas trabalhistas, de defesa, de
combate ao crime e de imigração em comum. A UE possui os seguintes
órgãos: Comissão Europeia, Parlamento Europeu e
Símbolo da UE
Conselho de Ministros.
O MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) foi oficialmente
estabelecido em março de 1991. É formado pelos seguintes países da
América do Sul: Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. Futuramente,
estuda-se a entrada de novos membros, como o Chile e a Bolívia. O
objetivo principal do MERCOSUL é eliminar as barreiras comerciais entre os países,
aumentando o comércio entre eles. Outro objetivo é estabelecer tarifa zero entre os países e
num futuro próximo, uma moeda única. Em 2013, ocorreu a incorporação plena da Venezuela
e suspensão do Paraguai.
Fazem parte do NAFTA (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio)
os seguintes países: Estados Unidos, México e Canadá. Começou a funcionar
no início de 1994 e oferece aos países membros vantagens no acesso aos
mercados dos países membros. Estabeleceu o fim das barreiras alfandegárias,
regras comerciais em comum, proteção comercial e padrões e leis financeiras.
Não é uma zona livre de comércio, porém reduziram tarifas de aproximadamente 20 mil
produtos.
A APEC (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico) foi
criada em 1993 na Conferência de Seattle (Estados Unidos da
América). Integram este bloco econômico os seguintes países:
Estados Unidos da América, Japão, China, Formosa (também
conhecida como Taiwan), Coréia do Sul, Hong Kong (região
administrativa especial da China), Cingapura, Malásia, Tailândia,
Indonésia, Brunei, Filipinas, Austrália, Nova Zelândia, Papua Nova
Guiné, Canadá, México, Rússia, Peru, Vietnã e Chile. Somadas as produções industriais de
todos os países, chega-se a metade de toda produção mundial. Quando estiver em pleno
funcionamento (previsão para 2020), será o maior bloco econômico do mundo.
OS CONFLITOS COMERCIAIS ENTRE BRASIL E ARGENTINA
Nos últimos anos o MERCOSUL foi marcado por conflitos comerciais entre Brasil e
Argentina. Os argentinos começaram a reclamar da "invasão" de produtos brasileiros a partir
de meados da década passada naquele país e passaram a adotar medidas para tentar contêla. Recentemente, empresas brasileiras dos setores de calçados, têxteis, máquinas e
alimentos têm sofrido perdas com o exacerbado protecionismo argentino. Como forma de
retaliação, o Brasil travou as importações de veículos daquele país. Além dos conflitos
comerciais, acumulam-se os problemas que as diversas empresas brasileiras estão tendo na
Argentina. Esse é o caso da Vale do Rio Doce, que cancelou o mega investimento de US$ 6
bilhões de uma mina de potássio na província de Mendoza. Em 2013, houve um encontro de
cúpula (governo brasileiro e Argentino) para resolverem esses impasses, no entanto, não
temos ainda um acordo entre os dois países.
A MOVIMENTAÇÃO DO CAPITAL ESPECULATIVO
Aplicado em curto prazo, o capital especulativo movimenta-se com rapidez por vários
mercados, em busca de maiores lucros, graças ao desenvolvimento dos meios de
comunicação. Os principais atrativos que esses mercados podem oferecer são juros altos e
segurança.
Os chamados países emergentes são muito procurados para esse tipo de aplicação,
que, na realidade, traz pouco ou nenhum benefício para as economias nacionais: não gera
produção nem emprego, apenas lucro fácil para quem aplica. Como esse capital pode ser
transferido de uma hora para outra, ao menor sinal de insegurança do mercado, ele é retirado
por seus aplicadores, gerando graves crises nas economias emergentes.
Quando diminui a "confiança", o capital especulativo realiza um movimento conhecido
como "fuga de qualidade" e vai buscar investimentos mais seguros.
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Como na economia globalizada um país depende do outro, as crises nas economias
emergentes alastram-se como epidemia por todo o mundo. Tivemos um exemplo dessa
situação com a crise mundial de 1997-1999, que se originou no Sudeste Asiático, em 1997,
atingiu a Rússia em 1998, e o Brasil em 1999. Em 2001, iniciou na Argentina e em 2008 a
crise mundial começou nos EUA e rapidamente se espalhou pelo mundo, ocasionando
falências e desemprego por toda a parte.
Conceito de risco-país para o mercado financeiro: o chamado risco-país reflete a
percepção de segurança que os investidores externos têm em relação a um país. Esse risco é
medido pelo número de pontos percentuais de juros que determinado governo tem de pagar a
mais que os EUA para conseguir empréstimos no exterior. A maior economia do planeta é
considerada de risco zero para o investidor.
Na prática, um risco em torno de 200 pontos significa que o governo tem de pagar juros
de 2% a mais do que os EUA para conseguir empréstimos no exterior. Quanto menor o risco,
mais fácil e barato fica captar dinheiro no mercado internacional. O banco americano JP
Morgan é responsável pelo cálculo do risco-país.
A INFORMÁTICA E A NOVA ECONOMIA
O movimento das Bolsas de Valores na atual fase do capitalismo retrata bem as
transformações pelas quais o sistema financeiro tem passado.
Há uma separação no mercado financeiro: de um lado, as empresas tradicionais,
medidas pelo índice Dow Jones da Bolsa de Nova York. Do outro, a Nasdaq, da mesma
instituição e referente às empresas de computadores, informática e telefonia. O índice Dow
Jones mede as ações da Velha Economia e o Nasdaq faz o mesmo com as ações da Nova
Economia.
Como Velha Economia, entendemos o mercado das empresas tradicionais: indústrias
de automóvel, de tabaco, companhias de petróleo, cereais, etc.
Mas a grande novidade da globalização é o que chamamos de Nova Economia. De
certa forma, a Nova Economia veio alterar profundamente o mundo dos negócios e o
mercado de trabalho. Como reúne as empresas de computadores, a Internet e a telefonia, ela
é, em última análise, a responsável pelo processo de internacionalização dos mercados, uma
vez que forneceu as facilidades tecnológicas para que isso ocorresse. Na Nova Economia, o
dinheiro passa de um lugar para outro ao simples toque de um computador. A Internet é a
grande "estrela" desse sistema. Ela pode significar maior contato entre as pessoas ou um
maior mercado para as empresas.
Entretanto essa mesma Nova Economia, que trouxe inúmeras vantagens, tem o seu
lado negativo. Dependentes de alto investimento de capital e de tecnologia de ponta, as
facilidades oferecidas por essas empresas se restringem a uma parcela da humanidade.
Países pobres não têm acesso a elas, o que aprofunda ainda mais as diferenças entre países
subdesenvolvidos e desenvolvidos.
Por outro lado, a tecnologia sofisticada extingue postos de trabalho. É a máquina
substituindo o homem. Essa situação fica evidente no uso de caixas eletrônicos pelos bancos,
em estacionamentos que dispensam recepcionistas e em ônibus sem a presença de
cobradores. Outras vagas são criadas nas empresas da Nova Economia. Porém é preciso
uma qualificação mais apurada para realizar o tipo de serviço que elas requerem. O
funcionário que desempenhava funções mais simples, e foi substituído pela máquina, quase
sempre não tem condições de assumir nenhum dos novos postos criados.
As chamadas ''empresas pontocom", que usam a Internet principalmente para realizar
o "e-commerce" (comércio eletrônico), foram os destaques na Bolsa Eletrônica Nasdaq até
1999. Desde então, os tempos mudaram. Passada a euforia, muitas empresas fecharam,
demitiram funcionários e colocaram o seu endereço eletrônico na Internet (URL) à venda. A
instabilidade dessas empresas parece permanente.
As Bolsas de Valores são os "templos" onde são negociados os capitais especulativos.
Em seus pregões são negociadas ações, isto é, "papéis" de empresas de capital aberto.
As empresas de capital aberto são compostas de um acionista majoritário e vários
outros com participação menor (que compram ações nas Bolsas).
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Exemplos de empresas de Capital aberto: Petrobras, Grupo Guerra, Banco do Brasil,
Companhia Vale, Grupo Votorantin, entre outras.
As Bolsas de Valores refletem bem a situação econômica do momento. Nas épocas de
crise os investidores querem vender suas ações com medo do desempenho das empresas.
Quando isso acontece, as ações desvalorizam e as Bolsas "caem". A situação mais grave é a
quebra da Bolsa (crash), como aconteceu em Nova York, em 1929. Nesse caso, a queda no
preço das ações é muito grande. O principal motivo da quebra é o fato de todos os
investidores quererem vender suas ações e ninguém querer comprar. No mundo globalizado,
com mercados interligados, a crise na Bolsa de Valores de um país acaba afetando todas as
outras.
A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES TERCIÁRIAS
Na atual fase da evolução do capitalismo, o setor terciário assume uma importância
cada vez maior, e suas principais atividades adotam métodos do setor secundário, como a
produção em massa e a substituição do homem pela máquina.
Entre as atividades terciárias de grande expansão na
economia globalizada, podemos destacar as empresas de
telecomunicação, o turismo e o setor de prestação de serviços
variados, caracterizado por pequenas empresas e pelo
crescimento da informática e da Internet.
Além disso, as atividades terciárias oferecem cada vez
mais vagas a empregados diferenciados, uma vez que precisam de mão-de-obra mais qualificada e especializada.
Existem indústrias que dão suporte técnico a essas atividades, como a produção de
softwares na informática e a biotecnologia para as indústrias de alimentos e a agricultura.
AS GIGANTES DAS TELECOMUNICAÇÕES
Ramo que se expande cada vez mais, compreendendo telefonia móvel e fixa, Internet,
televisão a cabo, emissoras de rádio, rastreamento por satélite, as telecomunicações
constituem um dos setores cujos investimentos mais têm crescido nos últimos anosNo Brasil,
o setor era estatizado até a década de 1990. Nos últimos anos, seguindo a política de
privatização do governo, empresas transnacionais desses ramos estão expandindo suas
atividades no país.
AS PEQUENAS MARCAS GLOBAIS
Não são apenas as grandes empresas transnacionais que se internacionalizaram. O
mercado de países emergentes, como o Brasil, com grande população e pouca concorrência,
tem atraído pequenas marcas que oferecem franquias de serviços, como lavanderias, salões
de beleza, lojas de conserto de calçados, academias de ginástica e oficinas mecânicas.
Alguns
exemplos
de
pequenas
marcas
globais:MilkShake,
Havaianas,
MasterCard,Omo, Nescau, Skol, Leite Moça, Colgate, Gillette, Coca-Cola, Fanta, Marlboro,
Derby, Pepsi-Cola, Nescafé, Danone, Tylenol, Whiskas, Nívea, Pedigree, MCDonald’s,
Microsoft, IBM General Electric, Intel, Disney, Nokia, Toyota entre outras.
NOVAS ESTRATÉGIAS: A TERCEIRIZAÇÃO
A estratégia da indústria para obter mais lucro está sempre se aperfeiçoando. Depois
das transnacionais, que buscavam vantagens nos países subdesenvolvidos, e das empresas
globais, que encomendam seus produtos em países emergentes, temos a indústria "sem
fábrica" em vários setores.
A terceirização é mais uma forma que as empresas encontraram para reduzir seus
custos. Consiste em contratar outras companhias para fabricar produtos ou fornecer serviços.
Apesar das vantagens financeiras, quem terceiriza sua produção corre riscos. Além da
quebra de sigilo, a empresa contratada pode repassar o serviço a outros e, com isso, haver
queda de qualidade. Mas, na verdade, os maiores prejudicados são os empregados, que
podem ser despedidos se o setor em que trabalham for terceirizado.
Hoje em dia, é muito comum as grandes empresas contratarem prestadores de
serviços, como firmas de limpeza, de segurança e preparo de refeições.
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A LINHA DE PRODUÇÃO DO FUTURO As indústrias têm vários desafios para o século XXI e
algumas delas já estão procurando vencê-los, assumindo algumas mudanças que vão desde o
espaço físico e o quadro de empregados até a alta direção e os clientes.
O desenvolvimento sustentável é o maior desafio para as indústrias que deverão poupar
água e energia e, principalmente, não agredir o meio ambiente.
Tecnologia, informação e qualidade total são os principais objetivos das indústrias,
ao lado do treinamento e da especialização de pessoal. Isso será definitivo para acompanhar
as demandas de um mercado que muda com muita rapidez.
A rígida divisão do trabalho não terá mais lugar, pois será preciso uma integração total
entre quem pensa e decide e aqueles que executam. Redução de custos, aumento da
produtividade e da rentabilidade deverão ser atingidos.
O G20 – GRUPO DOS 20 PAÍSES MAIS INDUSTRIALIZADOS E EMERGENTES
O G 20 foi criado no dia 20 de agosto de 2003, na preparação para a V Conferência
Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC). É um grupo composto por países em
desenvolvimento, cujo objetivo principal é a elaboração de projetos para a atividade
econômica agrícola, o principal tema da Agenda de Desenvolvimento de Doha.
O G 20 possui, atualmente, 23 países membros de diferentes continentes, são: 5 países da
África (África do Sul, Egito, Nigéria, Tanzânia e Zimbábue), 6 da Ásia (China, Filipinas, Índia,
Indonésia, Paquistão e Tailândia) e 12 da América Latina (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile,
Cuba, Equador, Guatemala, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela).
É importante citar a existência de outro grupo denominado G 20, que une países
desenvolvidos e outros em desenvolvimento para discutir sobre economia. Sendo seu principal
O objetivo discutir e desenvolver políticas de promoção do crescimento sustentado da
economia global. Ele é chamado de G20 financeiro, diferentemente desse grupo que é
formado apenas por países em desenvolvimento, cujo tema principal é a agricultura eliminação de práticas que distorcem o comércio e a produção agrícola; a busca de aumento
substancial de acesso a mercados; e desenvolvimento rural, segurança alimentar e
necessidades de subsistência dos agricultores nesses países.
Atividades dissertativas, interpretativas, práticas, comparativas e objetivas.
01) Dentre as doutrinas que correspondem as diferentes etapas do capitalismo, qual delas tem
relação com a doutrina liberalista (fase industrial)? Justifique
02) As alternativas a seguir referem-se a alguns aspectos fundamentais que caracterizam o
capitalismo desde sua etapa inicial, exceto:
a) sociedade dividida em classes.
b) socialização dos meios de produção.
c) economia de mercado.
d) busca do lucro e acumulação do capital.
e) predomínio da propriedade privada.
03) “A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) foi formada em 1922 e nasceu da
vitória dos bolcheviques, sob a liderança de Vladimir Lênin, na Revolução Russa de 1917. [...]
Como Consequência da revolução, a economia passou por um processo forçado de
estatização e planificação”.
SENE, E.; MOREIRA, J. C. Geografia: espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 2011, p.185.
Sobre a economia planificada, é INCORRETO dizer que:
a) A lei da oferta e da procura é sua principal característica.
b) Não se admite a existência de iniciativas privadas.
c) A economia deve ser submetida a um rigoroso controle do Estado.
d) As metas de produção são definidas por planos elaborados pelo governo.
e) As políticas de planificação da economia entraram em crise no mundo socialista porque não
foram capazes de acompanhar o ritmo da Revolução Técnico-científica
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04) Guerra Fria foi o nome dado a um conflito após a Segunda Guerra Mundial (1945)
envolvendo dois países que adotavam sistemas político-econômicos opostos: capitalismo e
socialismo. Os dois países protagonistas da Guerra Fria são:
a) Estados Unidos e Japão.
c) União Soviética e Itália.
b) Inglaterra e União Soviética.
d) Estados Unidos e União Soviética.
05) A URSS transformou-se, após 1945, numa das potências mundiais, tanto no campo
econômico como técnico. Um dos melhores exemplos dessa transformação é o:
a) desenvolvimento da política espacial, representada pela 1ª viagem em torno da Terra por
Gagarin.
b) desenvolvimento da indústria cinematográfica e das teorias em torno da fusão nuclear.
c) desenvolvimento da indústria automobilística e o incremento do sistema industrial privado.
d) crescimento do mercado interno, com o desenvolvimento de novas técnicas de cultivo
agrícola e aumento de salários.
e) crescimento da produção agrícola em função do fim da intervenção do Estado no setor e de
técnicas administrativas americanas.
06)Discorra(falar) sobre economias de transição.
07) A ordem geopolítica bipolar, que se desagregou quase que totalmente nos últimos anos,
cede lugar a uma nova ordem:
a) multipolar
b) sem polos ou centros de decisão
c) monopolar
d) neonazista
e) apolítica
08) Preencha as lacunas abaixo que tratam da nova ordem mundial.
Com o fim da bipolaridade, surgiu novos centros de poder _________________________e
___________________________que hoje são representados pelos seguintes países:
__________________, ___________________ e _______________________.
09)O que ocorreu com a posterior divisão Norte-Sul (ricos e pobres respectivamente)?
10) Faça uma tabela comparativa apresentando as características dos países centrais ou
desenvolvidos e os países emergentes. Dê exemplos de países para cada grupo.
11) Leia a afirmação abaixo e assinale com um x a resposta correta.
As empresas transnacionais baseiam-se na lógica de mais lucro e menos custos, tanto quando
se trata de matéria-prima quanto de mão-de-obra. Isso explica o fato de estarem presentes em
países com recursos materiais abundantes e com excedente de mão-de-obra barata.
a) Certo
b) Errado
12) O que significa IDH? Qual o seu objetivo? Quais são os indicadores socioeconômicos
utilizado para calculá-lo? Qual a posição do Brasil no ranck do IDH mundial e qual o atual IDH
do país, segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano?
13) A globalização é o fenômeno mais recente da economia capitalista mundial. O mundo
globalizado definiu uma nova organização do espaço geográfico, com impacto em todas as
regiões do mundo, ampliando as diferenças entre os países desenvolvidos e subdesenvolvidos
e entre as classes sociais no interior de cada um deles. Hoje, mais do que nunca, o mercado é
controlado pelas grandes corporações multinacionais aglutinadas em diferentes blocos
econômicos. A respeito desse assunto, é CORRETO afirmar:
a) A globalização cultural é caracterizada pela automação, disseminação do uso da
informática, biotecnologia e pelos diversos meios de comunicação eletrônica, produto da
intensificação das transformações tecnológicas e sua expansão por várias regiões do globo.
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b) A globalização econômica se faz presente através da difusão de hábitos de consumo e do
modo de vida dos países desenvolvidos por meio de marcas mundialmente conhecidas,
supermercados, redes de 'fast-food', etc.
c) Um dos aspectos da globalização é a concepção neoliberal do Estado que se caracteriza
pela ampliação das obrigações ligadas aos aspectos sociais e trabalhistas, além de promover
políticas de financiamento e apoio à iniciativa privada.
d) Com o objetivo de minimizar os custos e maximizar os lucros vem ocorrendo, nos últimos
vinte anos, a integração de vários países com a formação de blocos econômicos. Entre eles,
destacam-se: APEC (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico), NAFTA (Tratado NorteAmericano de Livre Comércio), MERCOSUL (Mercado Comum do Sul), UNIÃO EUROPEIA
14) A globalização pode ser descrita como um processo de difusão de ideias e valores, de
formas de produção e de trocas comerciais que atravessam e rompem as fronteiras nacionais.
As opções abaixo apresentam exemplos da teia global, À EXCEÇÃO:
a) da intensa velocidade de propagação de ideias e da instantaneidade na transmissão dos
acontecimentos mundiais.
b) da ampliação dos fluxos de bens e de informações que circulam e interagem em escala
mundial.
c) da retração do espaço territorial do Estado-Nação e do alargamento da ação das grandes
corporações.
d) da simetria (forma, medida) dos circuitos da mídia e da informação eletrônica com uma
recíproca fertilização cultural.
e) do aumento da velocidade e da eficiência dos sistemas multimodais de transportes e
comunicações.
15) Conceitue os seguintes termos abaixo:
a) Desemprego estrutural:
b) Desemprego conjuntural:
c) Subsídios
d) terceirização
AS ATIVIDADES ECONÔMICAS TRANSFORMAM O ESPAÇO
No ato de produzir, consumir e trocar produtos, o espaço está sendo transformado. No
período pré-capitalista, as sociedades eram basicamente agrícolas e não se diferenciavam
muito umas das outras quanto ao estágio de desenvolvimento, mas a partir da primeira
Revolução industrial os estágios de desenvolvimento começaram a se definir por setores
econômicos: agricultura e o extrativismo (setor primário); manufatura ou indústria de
transformação (setor secundário); em seguida, passa a predominar o setor de comércio e
serviços, como transporte, educação, bancos (setor terciário).
Na atualidade uma das características da sociedade é a descentralização da produção,
que se dá, sobretudo através da terceirização: muitas indústrias contratam indústrias
menores, especializadas, para realizar parte de sua produção. No quadro de desenvolvimento
acelerado que caracterizam os tempos atuais, a informática e a robótica exercem um papel de
destaque, impulsionando a nova revolução industrial que está em curso: revolução técnicocientífica.
A ATIVIDADE AGRÁRIA NO MUNDO E OS SISTEMAS AGRÍCOLAS
A agricultura desenvolveu-se inicialmente nas margens do rio Nilo (Egito), Ganges
(Índia), Yang-tse-Kiang (China) e Tigre e Eufrates (Mesopotâmia). Com a agricultura começa a
transformação do espaço natural em espaço geográfico. Com a Revolução Industrial a
agricultura foi inserida na economia industrial e passou a ser fornecedora de (matéria-prima e
alimento) e consumidora de (máquinas, pesticidas, vacinas, rações para animais) da indústria.
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Os principais sistemas agrícolas mundiais são:
AGRICULTURA ITINERANTE: É um sistema agrícola típico das regiões mais pobres dos
países subdesenvolvidos.
Características: ausência de capital para melhorar a produção; mão-de-obra familiar; pouca
qualificação; uso de técnicas arcaicas (enxadas e queimadas, por exemplo) e constante
mudança.
AGRICULTURA DE JARDINAGEM: É praticada principalmente na Ásia em países como
Japão, Indonésia e Tailândia.
Características: escassez de espaço para o plantio; utilização de numerosa mão-de-obra;
pequena propriedade agrícola; elevada produtividade e uso de adubos e irrigação.
PLANTATION: É um sistema agrícola típico dos países subdesenvolvidos, principalmente da
África e da América Latina.
Características:grande aplicação de capital; monocultura (cultivo de um único gênero
agrícola); latifúndio (grande extensão rural) e mão-de-obra mal remunerada e, em alguns
casos, trabalho escravo e produção voltada para exportação.
AGRICULTURA MODERNA: É a agricultura típica dos países desenvolvidos.
Características: uso de sementes selecionadas; pequena mão-de-obra; uso intenso
demáquinas (mecanização) e caráter empresarial.
TRANSGÊNICOS
Alguns cientistas alegam que um transgênico é um Organismo Geneticamente
Modificado (OGM), técnica desenvolvida há muito tempo, na tentativa de melhorar as
espécies; outros, entretanto, afirmam que há uma grande diferença entre um transgênico e um
OGM. Para estes, os transgênicos são produtos desenvolvidos pela engenharia genética,
inserindo um gene exógeno (de outra espécie) via transformação gênica, criando seres cujas
características não existiriam naturalmente, ou não se transferiria naturalmente entre os
organismos, como, por exemplo, um gene de um ser humano para um bactéria.
Um grande número de produtos alimentícios já sofreu, ou estão sofrendo, alterações em
laboratórios. Esses produtos são denominados de transgênicos. A sua produção e
comercialização, apesar de muita contestação, já estão sendo feitos em vários países, como,
por exemplo, os Estados Unidos que produzem: tomate, soja, algodão, milho, canola,
abobrinha e batata, modificados geneticamente. Na Europa é feito o comércio autorizado de
milho, tabaco, soja, canola e chicória.
Na França, Alemanha e Espanha apenas o milho está sendo produzido, e em pequena escala.
No continente Americano, a soja, o milho e a canola transgênica são exportadas para serem
usados como alimento processado industrialmente e em ração animal. Estima-se que há,
atualmente, uma grande quantidade de derivados de soja e milho transgênicos presente nos
alimentos processados industrialmente. Além dos já existentes, existem muitos outros
produtos alimentícios, como: salmão, truta, arroz, pepinos, prontos para serem lançados no
mercado.
Em relação aos riscos ambientais, pesquisas afirmam que existem inúmeras evidências que
demonstram ser sua prática de alto risco, e que pode causar grandes e irreparáveis danos
ambientais. Sabemos que quando um elemento do meio ambiente é modificado, pode haver
um efeito dominó com mudanças que afetam todo o ecossistema. Apesar disso, o setor da
engenharia genética afirma que as espécies transgênicas não vão causar problemas.
PRODUÇÃO/PRODUTIVIDADE AGRÍCOLA
Produção agrícola é o total produzido em uma área; produtividade agrícola é a
relação entre a produção e a área, ou seja, quanto foi produzido em uma área num
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determinado período. É importante ressaltar que a produtividade dependerá da combinação de
três fatores: trabalho, terra e capital constante.
Agricultura e indústria integração entre esses dois setores originou os seguintes tipos de
industrias:
 Indústria da agricultura ou agroindústria. Transforma produtos agropecuários em
produtos industrializados no próprio local da produção, por exemplo, a indústria de
laticínios e de óleos vegetais.
 Indústria para a agricultura. Fornece bens de produção (máquinas, equipamentos etc) e
produtos químicos (fertilizantes, pesticidas entre outros).
 Complexo agroindustrial. A articulação ou junção da agropecuária com as chamadas
indústrias para a agricultura e agroindústria. É dominado por grandes empresas
transnacionais.
Principais produtos agrícolas do Mundo
A agricultura fornece tanto produtos essenciais à alimentação como matérias-primas para
vários tipos de indústria. Clima, tipo de solo e água são fatores favoráveis à produção agrícola,
além das facilidades tecnológicas de que o país dispõe. Assim como a agricultura, a pecuária
também fornece alimentos (leite, carne, ovos) e matérias-primas (lã e peles) para a indústria.
Os principais rebanhos do mundo são constituídos de gado bovino, suíno e ovino.
A pecuária mundial se apresenta de diferentes formas, que refletem o nível tecnológico
dos países, os tipos de clima a que eles estão sujeitos, os mercados consumidores, etc. nos
países desenvolvidos predomina a pecuária moderna (uso de tratores, fertilizantes, presença
de zootécnicos e agrônomos, gado confinado, pesquisa e manipulação genética,
biotecnologia) — Nordeste dos Estados Unidos, Europa ocidental, Austrália, Nova Zelândia —
e em algumas áreas de países subdesenvolvidos industrializados, como o Centro-sul do
Brasil. Nessas áreas, cada vez mais as transnacionais incorporam a pecuária ao espaço das
chamadas empresas agrícolas.
Em outras regiões do mundo, como a América Latina, a Ásia e a África, a pecuária não
conta com todos esses avanços tecnológicos. O gado geralmente é criado solto no pasto, sem
maiores cuidados.
Maiores produtores
Bovinos: maiores produtores - Índia, Brasil e CULTIVO
Maiores Produtores
China
Suínos: maiores produtores - China, EUA e Trigo
China, Índia e EUA
Brasil
Ovinos: maiores produtores - China, Arroz
China, Índia e Indonésia
Austrália e Índia
EUA, Brasil e Argentina
De modo geral, podemos dizer que a Soja
agropecuária diminuiu sua participação no
Brasil, EUA e México
PIB (Produto Interno Bruto) e a mecanização Laranja
agrícola reduziu a porcentagem de pessoal
Brasil, Vietnã e Colômbia
ocupado. Entretanto, a produtividade e a Café
variedade são garantidas por técnicas modernas de cultivo e colheita. A agricultura é hoje
uma atividade subordinada à atividade industrial e à cidade. A agroindústria e o
agrobusiness ou agronegócio (investimentos intensivos de capitais e tecnologia) estão
chegando cada vez mais ao campo, seja para o mercado interno ou externo.
As commodities (nome que os produtos primários como o petróleo, cereais,
minérios, etc, recebem no mercado financeiro) são negociadas em bolsas de mercadorias e
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futuros (as BMFs). Mas é no comércio exterior dos produtos agrícolas que países
desenvolvidos levam vantagem sobre os desenvolvidos porque esses usam como arma o
protecionismo de seus setores agrícolas (subsídios, dificuldades para as importações e
facilidades para exportações) e, assim, aumentam o seu poder de competição no mercado
internacional. Essa política aumenta mais ainda a desigualdade econômica entre os países
do Norte e do Sul. Sem falar nos preços mais baixos, no mercado mundial, das principais
commodities (geralmente produzidas em países subdesenvolvidos).
GEOPOLÍTICA, ECOLOGIA E AGRICULTURA
Agricultura e alimentação: a fome no mundo
A fome no mundo deve-se muito mais a fatores políticos e econômicos — como
concentração de renda,produção destinada ao mercado externo especialmente nos países
subdesenvolvidos; produção e a distribuição mundial de alimentos são controladas por
empresas transnacionais, que também impõem os preços, entre outros fatores — do que
propriamente à existência de condições naturais adversas à agricultura ou à falta de alimentos.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO),
ocorreu uma redução de 17% no número de pessoas com fome no mundo. Totalizando em
2013 842 milhões
Nos países subdesenvolvidos, a falta de comida é responsável pela morte, anualmente,
de 6 milhões de crianças com menos de 5 anos. As deficiências alimentares mais graves
chegam a 900 calorias diárias per capita, como na Somália, no Afeganistão, no Haiti e em
Burundi.
Além dos fatores citados acima responsáveis em boa parte pela fome no mundo, o que
nos deixa mais perplexos dessa cruel realidade é que nunca se produziu tanto alimentos.
Então porque existe tanta fome no mundo? De modo geral, esse problema ocorre porque
há uma inversão de prioridades e valores, por exemplo, a maior parte da soja produzida nos
países subdesenvolvidos é exportada para alimentar o gado dos países desenvolvidos,
enquanto a fome atinge milhões de pessoas.
Conflitos e agricultura
Atualmente ocorrem muitos conflitos no mundo especificamente nas zonas rurais e em
países subdesenvolvidos. O principal fator desencadeador desses conflitos é a posse da terra
ou a disputa por áreas férteis. Os países subdesenvolvidos apresentam forte concentração de
renda e de terras nas mãos de poucas pessoas – fator gerador. Portanto as relações agrárias
estão diretamente relacionadas à questão da pobreza, da fome e violência no mundo.
Por outro lado, guerras e conflitos na África — que somente na década de 1990
devastaram catorze países — desarticularam grande parte das comunidades rurais, que
tiveram de se refugiar em outros países, além de comprometer a agricultura e o meio
ambiente.
As guerras não só destroem a vida das pessoas, mas interrompem o plantio, o sistema
tradicional de trocas de sementes e a transmissão de conhecimentos. Com o fim da guerra, os
agricultores, empobrecidos e sem os vínculos anteriores, geralmente começam a praticar uma
agricultura com sementes estranhas às condições e cultura locais, fornecidas por organismos
de ajuda internacional. As consequências são fome, prejuízos para a biodiversidade e perda
do conhecimento milenar das populações nativas.
Agricultura, ecologia e desenvolvimento sustentável
O uso dos chamados métodos não-sustentáveis de agricultura — como os que
empregam fertilizantes químicos, desmatamentos, irrigação excessiva, uso indiscriminado de
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agrotóxicos (pesticidas, herbicidas, desfolhantes etc.), desrespeito as orientações técnicas e
as leis ambientais — tem provocado grandes agressões ao meio ambiente: erosão,
infertilidade, desertificação, mudanças climáticas, contaminação dos solos, das águas e dos
animais, além da degradação humana e prejuízos econômicos.
Embora existam muitas alternativas à agricultura industrial que não agridem o meio
ambiente nem a saúde das pessoas, e, em muitos locais, agricultores conseguem cultivar suas
terras respeitando as particularidades regionais, ecológicas e culturais, como por exemplo, a
agricultura biológica ou orgânica, convivemos na atualidade meio a uma natureza
fragilizada e desequilibrada, decorrente da ação humana que não tem medidos esforços nem
consequências para alcançar seus objetivos. Diante de tal situação precisamos com a máxima
urgência adotarmos um desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual,
sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações.
ENERGIA: O MOTOR DA VIDA MODERNA
Compreendemos por energia a capacidade de realizar trabalho. Classificamos as fontes
de energia naturais, também denominadas fontes de energia primária, em dois tipos:
Fontes de energia renováveis, isto é, que não se esgotam, como a energia solar, a
energia muscular (esforço humano ou animal), a energia dos vegetais (biomassa), da
correnteza dos rios (hidráulica), dos ventos (eólica), do calor interno do planeta Terra
(geotérmica), entre outras. As fontes de energia renováveis são consideradas também fontes
de energia alternativas porque contribuem para diminuir a dependência de fontes de energia
não renováveis como o petróleo.
Fontes de energia não renováveis, isto é, que se esgotarão e não serão repostas,
como o petróleo, o gás natural, o urânio,
o carvão mineral, entre outras.
Carvão Mineral
Atualmente, o carvão mineral é a
segunda fonte de energia mais
empregada no mundo. Possui três
utilizações principais: Como matériaprima para a produção de aço nas
usinas siderúrgicas - carvão siderúrgico.
Na geração de energia elétrica a partir
do aquecimento das caldeiras em
usinas termelétricas-carvão energético.
Como matéria-prima do setor carboquímico na produção de inseticidas, tintas,
corantes, entre outros. Mais de 80% das jazidas de carvão mineral estão no hemisfério norte,
como você pode observar no mapa acima.
O carvão mineral forma-se em terrenos sedimentares a partir da decomposição de
restos de vegetais durante milhões de anos (Era Paleozoica). Quanto mais antigo for o carvão,
maior teor de carbono e poder calorífero ele possui.
Petróleo
O Petróleo é a fonte de energia mais importante e a mais utilizada no mundo, p. A
segunda Revolução Industrial (século XIX) marca o início de seu crescente consumo. Sem a
sua utilização, seria praticamente impossível sobreviver em uma sociedade industrial, pois
dependemos dos produtos fabricados a partir do petróleo e seus derivados, como: gasolina,
tinta, adubo, asfalto, borracha sintética, óleo, roupa, sapato, resina, entre outros exemplos.
Assim como o carvão mineral, as maiores reservas e a maior produção mundial de petróleo
48
estão no hemisfério norte.
O Oriente Médio possui as
maiores reservas conhecidas, tanto
que seis dos onze atuais países que
compõem a principal organização
petrolífera mundial - Organização dos
Países Exportadores de Petróleo
(OPEP) - estão nessa área.
OPEP (Organização dos Países
Produtores de Petróleo)
Criada na década de 1960
pela Venezuela, com sede em Viena, na Áustria. Centraliza a produção, a oferta e os preços
do petróleo. Os países membros da OPEP estão entre os maiores produtores e exportadores
do mundo: Arábia Saudita, Argélia, Catar, Emirados Árabes Unidos, Indonésia, Irã, Iraque,
Kuwait, Líbia, Nigéria e Venezuela.
A partir de 1973, como retaliação a Israel, a OPEP aumentou o preço do barril,
causando grande instabilidade na economia mundial.
A Formação do Petróleo
O petróleo é um combustível fóssil, originado provavelmente de restos de vida aquática
animal acumulados no fundo de oceanos primitivos e cobertos por sedimentos. O tempo e a
pressão do sedimento sobre o material depositado no fundo do mar transformaram-no em
massas homogêneas viscosas de coloração negra, denominadas jazidas de petróleo.
Gás Natural
É a terceira principal fonte de energia utilizada no mundo e a que apresenta o maior
crescimento de consumo. Os setores termelétricos mestiços (fogões e chuveiros) são os que
mais utilizam gás natural. Combustível fóssil encontrado em estruturas geológicas
sedimentares, o gás natural está associado ao petróleo e, portanto, é esgotável. Assim como
ocorre com o petróleo e o carvão mineral, as principais reservas e a maior produção de gás
natural estão no hemisfério norte.
As hidrelétricas
A energia hidrelétrica é a obtenção de energia elétrica através do aproveitamento do
potencial hidráulico de um rio. Para que esse processo seja realizado é necessária a
construção de usinas em rios que possuam elevado volume de água e que apresentem
desníveis em seu curso.
A produção da energia elétrica não é poluente, mas a construção de usinas pode
causar profundos impactos ambientais na região.
A maior hidrelétrica em funcionamento no mundo é a de Itaipu (binacional), localizada
no rio Paraná, entre o Brasil e o Paraguai. A usina de Três Gargantas, construída no rio Yangtse-kiang, na China, é a maior do planeta.
As termelétricas
A usina termoelétrica é uma instalação industrial que produz energia a partir do calor
gerado pela queima de combustíveis fósseis (como carvão mineral, óleo, gás, entre outros) ou
por outras fontes de calor (como a fissão nuclear, em usinas nucleares).
Essa é uma fonte de energia bastante poluidora, porque contribui com grande parte do
CO2 lançado na atmosfera, que é a principal causa do aquecimento global. E também
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dependente de combustíveis fósseis. Uma das vantagens desse tipo de usina é a
possibilidade de ser construída próximo aos centros consumidores.
Energia nuclear
Apesar de poderem estar localizadas perto dos centros consumidores, as
termonucleares representam um perigo para a população, pelo risco de um vazamento
nuclear.
Os acidentes mais sérios ocorreram em 1979, em Three Miles Island (Estados Unidos),
e, em 1986, na cidade de Chernobyl, na Ucrânia (então URSS). O vapor de água é
proveniente do aquecimento provocado pela fissão de átomos de urânio no reator, que
movimenta a turbina da usina nuclear.
Além dos riscos de vazamento, outro problema grave é o destino do lixo atômico, uma
séria ameaça ao meio ambiente. A forte pressão mundial de ecologistas já trouxe resultados: a
Alemanha desativará todas as suas usinas atômicas até 2021. A França possui 77% do
consumo de energia elétrica proveniente de usinas nucleares.
AS FONTES DE ENERGIA DO FUTURO
A busca de fontes de energia menos poluidoras, renováveis e que possam substituir o
carvão e o petróleo, que certamente não durarão para sempre, tem incentivado inúmeras
pesquisas.
Biomassa — a energia que vem do lixo
Energia que é gerada por meio da decomposição de materiais orgânicos (esterco,
restos de alimentos, resíduos agrícolas que produzem o gás metano, é utilizado para a
geração de energia). Para fazê-la são utilizados materiais como biomassa arborícola, sobra de
serragem, vegetais e frutas, bagaço de cana e alguns tipos de esgotos. Ela é transformada em
energia por meio dos processos de combustão, gaseificação, fermentação ou na produção de
substâncias líquidas.
Energia eólica
A força do vento também produz uma forma renovável de energia que já é bastante
usada em países como Espanha e Dinamarca. No Brasil, Ceará e Fernando de Noronha são
os pioneiros. As turbinas acionadas pela força dos ventos funcionam como um motor
composto de um cilindro e pás verticais e horizontais.
Energia solar
Normalmente, a energia solar é utilizada em locais mais isolados, secos e ensolarados.
Em Israel, aproximadamente 70% das residências possuem coletores solares, outros países
com destaque na utilização da energia solar são os Estados Unidos, Alemanha, Japão e
Indonésia. No Brasil, a utilização de energia solar está aumentando de forma significativa,
principalmente o coletor solar destinado para aquecimento de água.
Energia geotérmica
Energia geotérmica, também conhecida como geotermal, é aquela gerada através do
calor proveniente do interior da Terra. Esse calor é transformado, na usina geotérmica, em
eletricidade. A energia geotérmica é considerada uma fonte renovável e limpa, pois gera
baixos índices de poluição no meio ambiente. Pode ser obtida através das rochas secas
quentes, rochas úmidas quentes e vapor quente. Este tipo de energia deve ser aproveitado
através de medidas cuidadosas com relação ao meio ambiente, pois pode provocar
instabilidade geológica caso seja feita de forma inadequada. Outra providência é o tratamento
de água proveniente das camadas subterrâneas, pois pode conter grande quantidade de
minérios que prejudicam a saúde.
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Energia das marés
Pode-se obter energia elétrica aproveitando o movimento das marés. Na maré alta a
água enche o reservatório, acionando as turbinas; na maré baixa o reservatório esvazia-se e
as turbinas são movimentadas novamente. Esse tipo de energia pode ser obtido por meio de
um reservatório, constituído de uma barragem, uma turbina e um gerador. As centrais marés
motrizes costumam apresentar alguns problemas - fornecimento de energia não é contínuo e
o rendimento é baixo.
Alguns países como França, Portugal, Alemanha e Japão já utilizam em pequena
escala a energia das marés.
INDÚSTRIAS: AS TRANSFORMAÇÕES NO ESPAÇO
Indústria é a atividade por meio da qual os seres humanos transformam matéria-prima
em produtos semiacabados (matérias-primas para outros produtos) ou em produtos acabados.
Além de oferecer empregos, a indústria produz capital, desenvolve o comércio, os
transportes e os serviços, dinamizando a economia. Um país industrializado pode suprir
muitas de suas necessidades de consumo interno, reduzir as importações e aumentar as
exportações.
Classificações da indústria
As indústrias podem ser classificadas de acordo com os processos industriais utilizados na
fabricação dos seus produtos.
Indústrias de base - também conhecidas como indústrias pesadas, são aquelas voltadas para
a produção de equipamentos (indústrias de bens de capital) e matérias-primas processadas
(indústrias extrativas) para outras indústrias.
Exemplos de indústrias de base extrativas – mineradoras, madeireiras e petrolíferas.
Indústrias de base de bens de capital - siderúrgicas, metalúrgicas, indústrias de
equipamentos e máquinas. Podemos também incluir nas indústrias de base as companhias
produtoras de energia elétrica.
Indústrias intermediárias - é o setor industrial voltado para a produção de peças e
equipamentos que serão utilizados pelas indústrias de bens de consumo. Exemplos: indústrias
que produzem peças de automóveis, peças para eletrodomésticos, peças de computadores,
tratores e equipamentos industriais.
Indústrias de bens de consumo - são aquelas que produzem os produtos que serão
vendidos para os consumidores finais. Exemplos de indústrias de bens duráveis: indústria
automotiva (produtora ou montadora de automóveis), indústria de eletrodomésticos
(geladeiras, fogões, micro-ondas, liquidificadores, lavadoras de roupas, etc.). Exemplos de
indústrias de bens não duráveis: indústrias de roupas, de calçados, de alimentos, de
remédios, de bebidas, etc.
Indústrias de ponta – (fazem parte da 3ª Revolução Industrial) são aquelas que
desenvolvem e produzem bens que utilizam alta tecnologia em suas fases de produção.
Empregam mão-de-obra especializada e com alto grau de escolaridade. Investem muito em
pesquisa nas fases de desenvolvimento e produção, pois privilegiam a inovação tecnológica.
Grande parte destas indústrias tem sua matriz em países desenvolvidos. Exemplos: indústrias
de aviões, de satélites de comunicação, de computadores, equipamentos de diagnóstico
médico, de telefones celulares, tabletes e smartphones, robótica, biotecnologia, entre outras.
As transformações na indústria e nos espaços
A partir da industrialização, o espaço geográfico também se modificou: cidades e
regiões inteiras se formaram e se organizaram. A função comercial das cidades na Idade
51
Média cedeu lugar à função industrial, o que fortaleceu a divisão territorial do trabalho não só
entre o meio rural e o urbano, mas também entre as cidades. Em alguns lugares, a produção
em larga escala deu origem à sociedade de consumo; em outros, a ampliou.
Desconcentração Industrial e as modificações no espaço geográfico
Desconcentração industrial é o nome dado ao processo que se caracteriza tanto pela
diminuição do ritmo de crescimento da indústria nos grandes centros urbanos como pelo
aumento do número de empresas que preferem transferir suas atividades, instalando novas
unidades de produção em cidades menores, geralmente localizadas no interior.
Com a super concentração do capital nas enormes manchas urbanas acabou ocorrendo
uma forte elevação no preço dos imóveis, o congestionamento das redes de transporte e
comunicações, esgotamento de reservas de matérias primas e energia e a elevação do custo
de mão de obra. Esses fatores fizeram com que houvesse uma reorganização na distribuição
geográfica das indústrias, onde essas passaram a buscar cidades, geralmente médias ou
pequenas, que ofereçam melhor infraestrutura urbana, com área disponível para a expansão
de suas atividades e onde os governos municipais concedem incentivos fiscais.
Uma das características marcantes do atual processo de industrialização é sua intensa
concentração no espaço geográfico, e que geralmente assume três formas: os complexos
industriais, os parques industriais e os distritos industriais.
Outra característica são as inovações tecnológicas introduzidas nas indústrias que
aumentaram a produtividade, por outro lado, reduziram os empregos, o que implica sérias
questões sociais.
Embora algumas tecnologias tenham dado origem a novos postos de trabalho o que
ainda predomina é aumento da produtividade e a escassez do trabalho em todos os setores.
Esse processo é denominado de desemprego estrutural, já o desemprego conjuntural está
relacionado a oscilações econômicas (crises).
Concentrações financeiras
De acordo com os parâmetros do capitalismo, o mercado deve desenvolver-se a partir da livre
concorrência, no entanto, com a finalidade de obter elevados índices de lucratividade, diversas
empresas praticam o monopólio (domínio do mercado por uma única empresa ou um Estado)
a fim de garantir sua prosperidade.
Apesar dos monopólios serem combatidos por diversos países, as empresas encontram
várias maneiras de praticá-los. Veja a seguir as diferentes formas monopolistas:
Oligopólio - união de empresas que promovem a colocação de determinado produto ou
serviço no mercado, controlando a disponibilidade dos mesmos e manipulando os preços
praticados.
Cartel - ocorre quando um grupo de empresas que atuam em um mesmo seguimento
produtivo se une e traça acordos com a finalidade de controlar ofertas e preços de produtos,
nesse caso as empresas permanecem independentes. Ex. OPEP (Organização dos Países
Exportadores de Petróleo)
Truste– Empresas que dominam grande parcela do mercado, juntam-se ou fundem-se para
garantir monopólios, estabelecendo preços elevados que geram altos lucros. Ex.: Grupo
Votorantim, Bradesco, Rede Globo, SBT, Cia Souza Cruz, etc.
Conglomerados são grupos de empresas que se associam, atuando em diferentes setores ou
ramos da Economia, para evitar prejuízos totais em um setor. Em geral nenhuma dessas
empresas fornece elementos à linha de produção das demais. É o caso, por exemplo, de um
conglomerado que atue simultaneamente nos setores de petróleo, de alumínio, agropecuário e
52
de seguros. Ex. Grupo Rockefeller (EUA) é um dos maiores conglomerados do mundo. Dele
participam algumas das maiores transnacionais— Esso, IBM, GE, Alcoa, Boeing, Kodak,
Caterpillar etc. – e um dos maiores bancos do mundo, o Chase Manhattan Bank.
Outro exemplo é a Mitsubishi, que fabrica carros, televisores e até canetas.
Holding é uma concentração de empresas, em que uma grande empresa ou
organização controla outras menores, geralmente pela aquisição majoritária de suas ações.
Sua função básica não é produzir, mas sim administrar as outras empresas. É o estágio mais
avançado do capitalismo.
Joint ventures– duas empresas de nacionalidades diferentes, mas do mesmo ramo de
produção, que se articulam para operar num mesmo mercado. Visando conquistar o mercado,
essas empresas em geral pressionam e por vezes eliminam o empresariado local e outros
concorrentes, vendendo produtos a preços baixos (às vezes menores que o custo). A
propaganda e o marketing constituem os meios para tal ação. Essa prática recebe o nome de
dumping.
Alguns exemplos de joint ventures: Sony Ericsson (aparelhos celulares), Perdigão e
Unilever (margarinas: Claybom, Becel, Doriana e Delicata), GloboSat (trouxe para o Brasil
canais como a Universal Channeletc).
O setor terciário, a ciência e a Indústria
Com a globalização, os estabelecimentos industriais também sofreram mudanças.
Grandes estabelecimentos industriais, que se especializaram na produção, em pesquisas, na
aquisição e na difusão de tecnologias. Verifica-se assim maior interdependência entre o setor
secundário e o terciário, pois as indústrias necessitam de tecnologia, de centros de testes e de
desenvolvimento de programas, assim como da informática, de transporte rápido, de serviços
de marketing e de consultoria para vendas e exportações.
Os Tecnopolos
Núcleo que concentra atividades de alta tecnologia, empresas, universidades e centros
de pesquisa que facilitam o contato entre esses meios, de modo a possibilitar o surgimento de
inovações técnicas e novas ideias que caracterizam a revolução técnico-científicoinformacional. Concentram grande quantidade de mão-de-obra altamente qualificada.
Os tecnopolos são originários dos Estados Unidos, quando a Universidade de Stanford,
na Califórnia, criou-se o Silicon Valley e têm se espalhado em outros lugares como Europa e
Japão. No Brasil, São José dos Campos localizado no Vale do Paraíba é um importante
Tecnopolo de material bélico, metalúrgico e sede do maior complexo aeroespacial da América
Latina. Aqui estão instaladas importantes multinacionais como Philips, Panasonic, Johnson &
Johnson, General Motors (GM), Petrobras, Ericsson, Monsanto, a sede da Embraer entre
outras. No setor aeroespacial destaca-se o CTA, o INPE, o IEAV, o IAE e o ITA.
A ciência na era tecnológica
Sem ciência e tecnologia, um país está condenado ao atraso e à dependência. Exemplo
disso são os países subdesenvolvidos, esses têm acesso limitado aos setores dinâmicos do
conhecimento, o crescimento das desigualdades tem sido inevitável: aumentam as diferenças
entre países pobres e ricos, e milhões de pessoas são marginalizadas pela falta de acesso às
novas tecnologias, entre elas a internet.
O comércio de novas tecnologias e a lei da propriedade intelectual, assim como a
legislação sobre royalties (licenças que as empresas pagam para utilizar produtos e
tecnologias patenteados)e patentes (registros de novos produtos e técnicas feitos no âmbito
da organização Mundial do Comércio – OMC pelas empresas que os criaram. Isso obriga as
53
demais empresas a pagarem uma licença pelo seu uso- os royalties) OBS: Os países
subdesenvolvidos tem pouca participação.
Organismos internacionais e a dívida externa
Vale ressaltar na importância da expansão comercial mundial, os acordos e alianças
feitos entre os países, com o objetivo de defender interesses comuns, principalmente os
comerciais.
Vejamos, a seguir, os principais organismos comerciais internacionais criados.
Fundo Monetário Internacional (FMI). Sediado em Washington, visa monitorar o
sistema monetário internacional para favorecer a expansão e o desenvolvimento do comércio
internacional. Tem também a função de um banco, fornecendo empréstimos aos paísesmembros para que possam resolver desequilíbrios financeiros. Atualmente tem se preocupado
mais em supervisionar as dívidas externas dos países.
• Banco Mundial, criado em 1945, após a Conferência de Bretton Woods, inicialmente
com o objetivo de fornecer empréstimos para a reconstrução da Europa no pós-guerra.
Atualmente, realiza o financiamento de capitais para governos de países periféricos e/ou em
desenvolvimento, além de efetuar parcerias em diversos projetos. Uma das instituições que o
compõem é o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). Os dois
têm sede em Washington, e seu principal objetivo é promover o desenvolvimento econômico
dos países-membros, oferecendo assistência técnica e financeira.
• Organização Mundial do Comércio (OMC) (é uma agência especializada da ONU,
com sede em Genebra, na Suíça). Criada em 1995 para substituir o Acordo Geral de
Tarifas e Comércio (GATT), firmado por 23 países em 1947, com o objetivo de garantir o
livre-comércio. A OMC é o mais importante organismo responsável pelo comércio
internacional. Além de estimular o livre-comércio, visa estabelecer as regras do comércio
internacional, orientar os governos na fixação de tarifas alfandegárias e oferecer assessoria
aos países subdesenvolvidos.
• Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad).
Sua criação, em 1964, resultou das críticas dos países subdesenvolvidos à atuação
desfavorável (discriminatória) da OMC. Seu principal objetivo é desenvolver políticas
coordenadas e acelerar o comércio em geral e o dos países subdesenvolvidos em particular.
Políticas
que
ajudam
Subdesenvolvimento?
o
Desenvolvimento
ou
reforçam
o
Apesar de todos esses organismos visarem à promoção do desenvolvimento
econômico, o que tem ocorrido de fato é a manutenção de políticas protecionistas – por
exemplo, a de produtos agrícolas dos Estados Unidos e dos países da União Européia – e de
um comércio desfavorável para os países mais pobres.
Além disso, os financiamentos concedidos por esses organismos só têm contribuído
para o endividamento crescente dos países subdesenvolvidos, apesar do pagamento de cifras
vultosas aos credores.
Atividades dissertativas, interpretativas, práticas, comparativas e objetivas.
01) O processo de concentração fundiária caminha junto à industrialização da agropecuária
com predomínio de capitais. Logo:
I – O discurso de modernidade das elites tem contribuído para que a terra esteja concentrada
nas mãos da grande maioria dos agricultores brasileiros.
II – Os pequenos agricultores não conseguem competir e são forçados a abandonar suas
54
lavouras de subsistência e vender suas terras.
III – A intensa mecanização leva à redução do trabalho humano e à mudança nas relações de
trabalho, com a especialização de funções e o aumento do trabalho assalariado e de diaristas.
IV – As modificações na estrutura fundiária provocam desemprego no campo, intenso êxodo
rural, além de aumentar o contingente de trabalhadores sem direito à terra e sua exclusão
social.
Estão corretas
a) Apenas as proposições I e IV
b) Apenas as proposições I II e III
c) Apenas as proposições II, III e IV
d) Apenas as proposições II e III
02) Em qualquer sistema agrícola, a produtividade dependerá da combinação de três fatores
principais, que são
a) capital variável, trabalho e produção.
b) capital fixo, adubação e mecanização.
c) trabalho, terra e capital constante.
d) capital constante, terra e irrigação.
03) O agronegócio envolve operações desde as pesquisas científicas relacionadas ao setor
até a comercialização dos produtos, determinando uma cadeia produtiva entrelaçada e
interdependente.
(ALBUQUERQUE, Maria Adailza Martins de et alii. Geografia: sociedade e cotidiano. São Paulo:
escala, 2010.)
Podem-se acrescentar outras características ao agronegócio, dentre as quais a seguinte:
a) mantém centros de tecnologia avançados, voltados à agricultura orgânica.
b) expande os cultivos de grãos da região Centro-Oeste para a região Sudeste.
c) promove a concentração de terras e o desemprego no campo.
d) possibilita ao país a autossuficiência nas matérias-primas para a indústria.
e) planeja a expansão das lavouras, barrando o desmatamento e os impactos ambientais.
04) Observe os Gráficos 4 e 5. Após responda as questões propostas
a) Entre as fontes de energia que são mostradas, qual a fonte energética utilizada em menor
quantidade? No Brasil, essa fonte energética também é a menos utilizada?
b) O uso de combustíveis fósseis (petróleo, carvão, xisto betuminoso e gás natural) aumenta a
concentração de gás carbônico na atmosfera, o que intensifica o efeito estufa. Com base
55
nessa informação, comparado com o resto do mundo, o Brasil contribui mais ou menos para o
efeito estufa? Indique que parte do gráfico você usou para explicar sua resposta.
c) Cite duas fontes de energia representadas no gráfico que só aparecem no Brasil.
d) Preencha a tabela indicando fontes de energia
elétrica renováveis
e não
renováveis e
nos espaço pontilhados justifique aquelas que são consideradas fontes de energia do futuro.
....................................................
....................................................
....................................................
....................................................
....................................................
05) O segmento industrial que tem sua produção destinada diretamente para o mercado
consumidor, a partir de bens provenientes das indústrias de base ou de recursos ligados à
agricultura, é:
a) Indústria de bens de consumo
b) Indústrias extrativas
c) Indústrias de bens de produção
d) Indústrias de equipamentos
06) O setor industrial tem se modernizado, utilizando tecnologias cada vez mais sofisticadas,
como robôs e equipamentos de grande precisão. No entanto, alguns seguimentos da indústria
não possuem grandes aparatos tecnológicos. Marque a alternativa que corresponde ao tipo de
indústria que utiliza pouca tecnologia no processo de produção.
a) Indústria moderna
b) Indústria de ponta
c) Indústria tradicional
d) Indústria de bens de consumo
07) São indústrias de ponta na terceira Revolução Industrial:
a) metalúrgica – construção civil – naval.
b) petroquímica – automobilística – siderúrgica.
c) elétrica – eletrônica – têxtil.
d) informática – microeletrônica – biotecnológica.
e) alimentícia – de bebidas finas – de cosméticos.
08) Atualmente, como se dá o processo de desconcentração industrial no espaço geográfico
nacional e mundial?
09) A inexistência de concorrência comercial entre empresas distintas em um determinado
ramo da economia caracteriza o que chamamos de:
a) Oligopólio.
B) Truste.
C) Monopólio.D) Cartel.
10) Existem várias denominações para as junções de empresas, tais como monopólios e
oligopólios. Há ainda outras modalidades de concentração de capitais. Dentre elas, é possível
destacar o cartel, que se define:
a) pela autonomia administrativa das empresas, mas que dividem o mercado entre elas,
através principalmente do controle de preços.
b) pela compra de ações por parte de instituições financeiras, que passam a controlar uma
série de empresas de diferentes setores econômicos.
56
c) pelo controle exercido por um grupo de empresas sobre a produção e venda de
determinadas mercadorias ou ramos econômicos.
11) A Organização Mundial do Comércio (OMC) foi criada em 1995, em substituição ao GATT
(Acordo Geral de Tarifas e Comércio), criado em 1947. O objetivo dessa Organização é
promover e regular o comércio entre as nações, além de supervisionar acordos assinados
sobre agricultura, indústria, serviços e propriedade intelectual. Sobre a OMC, a soma correta
é:
(01) Sua principal bandeira de luta é combater tanto o protecionismo quanto os subsídios
agrícolaspraticadospormuitospaísesmembros.
(02) Na era da globalização, a criação de blocos regionais comerciais tem fortalecido os
acordos bilaterais entre as nações membros da Organização.
(04) Os Estados Unidos têm sido duramente prejudicados pelas rodadas de negociações para
redução das tarifas alfandegárias sobre as exportações de commodities.
(08) É uma agência especializada da ONU, com sede em Genebra, na Suíça.
(16) Os avanços tecnológicos, nos transportes e nas comunicações, colaboraram para o
crescimento do comércio internacional, o que exige maior atuação da Organização.
12) O que os tecnopolos representam? Explique e dê exemplos
13) O que significa royalties e patentes?
CAPITULO 3 - CARACTERIZAÇÃO DO ESPAÇO BRASILEIRO - BRASIL, UM PAÍS MUITO
EXTENSO
O Brasil tem um dos mais extensos territórios do mundo: é o quinto maior país em área.
Em relação aos países do continente americano, o Brasil tem o terceiro maior território, depois
do Canadá e dos Estados Unidos. Dos países da América do Sul, é o maior em extensão.
Compare a tabela a seguir.
OS CINCO PAÍSES MAIS EXTENSOS DO MUNDO
País
Área (km2)
Continente
1º
Rússia
17 075 400
Europa e Ásia
2º
Canadá
9 970 610
América
3º
China
9 597 000
Ásia
4º
Estados Unidos
9 372 615
América
5º
Brasil
8 514 876
América
BRASIL: POSIÇÃO GEOGRÁFICA
O Brasil possui terras em três dos quatro hemisférios da Terra: norte, sul e oeste. O
território brasileiro está situado totalmente a oeste do principal meridiano, o meridiano de
Greenwich (Inglaterra). Portanto, está localizado inteiramente no hemisfério ocidental ou
oeste.
A linha do Equador atravessa o norte do território, determinando a localização do
país em dois hemisférios: 7% de terras ao norte, ou no hemisfério setentrional, e 93% de
terras ao sul, ou no hemisfério meridional. O Brasil é o único país do mundo cortado pela linha
do Equador, ao norte (0°), e pelo Trópico de Capricórnio, ao sul (23°27’). O Brasil tem 92% do
57
seu território zona tropical ou intertropical (entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio) e 8%
na zona temperada (abaixo do trópico de Capricórnio).
O Brasil ocupa 47% do território sul-americano, localizando-se na sua porção centrooriental. Em terras brasileiras está o centro geográfico da América do sul, localizado no estado
de Mato Grosso. A leste, o Brasil é banhado pelo oceano Atlântico. Tem 23. 102 km de
fronteiras, sendo 15. 735 km terrestres e 7.367 km marítimas. As fronteiras marítimas
estendem-se de norte a sul: do cabo Orange, no Amapá, até o arroio Chuí, no Rio Grande do
Sul.
Com exceção do Equador e do Chile, o Brasil faz fronteiras terrestre com todas as nações da
América do Sul.
Ao norte: Guiana Francesa, Suriname, Guiana e Venezuela.
A Noroeste: Colômbia.
A oeste: Peru e Bolívia
A sudoeste: Paraguai e Argentina
Ao Sul: Uruguai
Podemos ter uma noção da grandeza
territorial do Brasil ao destacar seus pontos
extremos:
Do ponto extremo norte (Monte Caburaí)
ao ponto extremo sul (arroio Chuí) são 4.394,7
km; do ponto extremo leste (ponta do Seixas)
ao ponto extremo oeste (Serra de Contamana)
são 4.319,4 km.
O Brasil é uma nação equidistante, isto
é, tem praticamente as mesmas distâncias
entre seus pontos extremos.
Exercícios:
1- Justificar a afirmação: O Brasil está localizado em 3 dos 4 hemisférios da Terra.
2- Explicar a afirmação de que o Brasil é uma nação equidistante.
3- Identificar os pontos extremos do Brasil e suas dimensões.
FUSOS HORÁRIOS DO BRASIL
Cada fuso horário corresponde a 15 meridianos ou 15º (15° equivalem a 1 hora).
Lembre-se de que a hora aumenta no sentido leste e diminui no sentido oeste.
Em virtude da grande extensão longitudinal (leste-oeste), o Brasil possui 3 fusos
horários, todos localizados a oeste do meridiano que determina a hora oficial no mundo: o
58
meridiano de Greenwich (longitude 0°). Por isso,
todos os fusos no Brasil têm a hora atrasada em
relação ao de Londres.
Nosso primeiro fuso corresponde ao
segundo fuso a oeste do fuso londrino, o que
significa duas horas a menos em relação ao fuso
inicial. A hora oficial do Brasil (hora de Brasília, a
capital do país) tem três horas a menos que o
horário de Greenwich.
4- Identifique os fusos horários do Brasil.
ILHAS OCEÂNICAS DO BRASIL
Há 900 km da costa brasileira, exatamente a 0°56’ N e 29º22’ O, está um pequeno
pedaço do nosso país: os Penedos de São Pedro e São Paulo. Formados por cinco rochedos
maiores e vários menores, ocupam 70 000 m2, é um local de difícil sobrevivência, pois nesses
rochedos, constituídos de rochas magmáticas, não há água potável. De origem vulcânica, os
Penedos são habitados por aves marinhas.
Vale citar também o arquipélago de Fernando de Noronha (pertencente a Pernambuco),
a ilha de Trindade, o grupo Martim Vaz e o atol das Rocas, que, junto com os Penedos de São
Pedro e São Paulo, constituem as ilhas oceânicas brasileiras, todas de origem vulcânica, com
exceção do atol das Rocas, que é o único do oceano Atlântico.
BRASIL: ESTRUTURA GEOLÓGICA E RELEVO
Dos tipos de estrutura geológica que distinguimos na crosta terrestre, o Brasil apresenta
escudos cristalinos, bacias sedimentares e dobramentos antigos. Não possui dobramentos
modernos (altas montanhas). Observe o mapa ao lado.
As bacias sedimentares ocupam 64% da área total do território brasileiro. São divididas em
grandes e pequenas bacias, que se formaram nas eras Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica.
Fonte: SIMELLI, Maria Elena. Geoatlas. São Paulo, Ática, 2003.
No Brasil, as áreas cristalinas (escudos) ocupam cerca de 36% do território, tendo sido
formadas em épocas antigas (pré-cambrianas). Os terrenos arqueozóicos correspondem a
32%, e os proterozóicos a 4% da área do país. Nos terrenos da Era Proterozóica, estão as
riquezas minerais do Brasil (ferro, manganês, bauxita, ouro, entre outros). Portanto, o
Complexo Cristalino Brasileiro formou–se na Era Arqueozóica e é constituído por rochas
magmáticas (granito) e metamórficas (gnaisse).
A DINÂMICA INTERNA E A DINÂMICA EXTERNA DO RELEVO BRASILEIRO
Agentes internos e externos são responsáveis pela formação do relevo terrestre. Vamos
ver agora como esses agentes atuaram no território brasileiro.
A dinâmica interna
Situado no centro da placa Sul-Americana, o território brasileiro apresenta relativa
estabilidade geológica. Lembre-se de que as zonas mais instáveis estão nos limites das placas
tectônicas.
59
Os movimentos orogênicos (dobramentos) no Brasil ocorreram em eras antigas
(principalmente pré-cambrianas), denominadas ciclo brasiliano, dando origem às serras do
Mar, da Mantiqueira e do Espinhaço.
Os movimentos epirogênicos têm ocorrido nos últimos setenta milhões de anos,
soerguendo bacias sedimentares e formando planaltos.
O vulcanismo ocorreu, no Brasil, em épocas remotas, principalmente na Era Mesozóica,
quando lavas vulcânicas cobriram áreas das regiões de Poços de Caldas e Araxá, em Minas
Gerais, e parte do planalto Arenito-Basáltico, em São Paulo e no Paraná. A atividade vulcânica
esteve presente também na formação de nossas ilhas oceânicas.
A dinâmica externa
O relevo brasileiro, que é muito antigo, sofre a ação dos agentes externos
(principalmente a água e o vento) em seu trabalho de erosão, sedimentação e transporte.
Encontramos no Brasil vários exemplos do trabalho da água dos rios (Cataratas do Rio Iguaçu,
planícies fluviais em vários pontos do país); do mar (falésias no Sul, tabuleiros no Nordeste,
tômbolos e restingas ao longo do litoral); das águas das chuvas (voçorocas, deslizamentos) e
do vento (dunas litorâneas).
Altimetria
O Brasil não é um país de grandes altitudes. Isso é explicado pela antiguidade do seu
território, que sofreu o ataque dos agentes da erosão por muito tempo, e pelo fato de não ter
sentido os efeitos dos dobramentos terciários. Segundo o IBGE, quase 99% do nosso país é
formado por terrenos de menos de 1 200 m de altitude: 41% têm de 0 a 200 m e 58,5 chegam
até 1 200 m. Os pontos mais altos do país são o pico da Neblina (2.993 m) e o pico 31 de
Março (2.972 m), ambos localizados na Serra do Imeri, no Amazonas.
Formas do relevo brasileiro
Planalto, planície e depressão são as principais formas do relevo brasileiro. Porém,
temos alguns termos muito próprios e específicos para denominar certas formas de relevo,
como as serras, as chapadas e as cuestas. Veja a seguir como essas formas podem ser
definidas.
Serra: Termo usado na descrição física da paisagem de terrenos acidentados, com
fortes desníveis (escarpas de planaltos). Geralmente, uma das encostas é uma superfície
pouco inclinada, e a outra, uma vertente íngreme.
Chapada: É um planalto sedimentar típico, com grandes superfícies horizontais
(lembram uma mesa).
Cuesta: Forma de relevo de bacias sedimentares, onde as rochas têm maior ou menor
resistência à erosão. É dissimétrica, isto é, tem lados desiguais.
AS PRINCIPAIS UNIDADES DO RELEVO BRASILEIRO
Na década de 70 o governo brasileiro criou o “Projeto Radam”, que visava documentar
o relevo brasileiro. Foram registradas 28 unidades do relevo brasileiro, divididas em onze
planaltos, seis planícies e onze depressões. Veja suas principais características.
PLANALTOS
60
Compreendem a maior parte do território brasileiro, sendo a maioria vestígios de antigas
superfícies erodidas. Os planaltos são chamados de “formas residuais” (do que ficou do relevo
atacado pela erosão). Podemos considerar alguns tipos gerais: Exs.
Planaltos em bacias sedimentares:
como a Norte-Amazônica.
Borda leste da bacia do Paraná, ou marginais,
Planaltos em intrusões e coberturas residuais de plataforma (escudos): NorteAmazônicos.
Planaltos dos cinturões orogênicos: Serras do Mar, da Mantiqueira e do Espinhaço
são exemplos. Fazem parte dos planaltos e serras do Atlântico Leste-Sudeste.
Planaltos em núcleos cristalinos arqueados: Planalto da Borborema.
DEPRESSÕES
Nos limites das bacias sedimentares com os maciços antigos, processos erosivos
formaram áreas rebaixadas, principalmente na Era Cenozóica. São as depressões:
Depressões
periféricas: Depressão
periférica
Sul-RioGrandense.
Depressões marginais:
Depressão
SulAmazônica.
Depressões
interplanálticas:
Depressão Sertaneja e
do São Francisco.
PLANÍCIES
Nessa
classificação
grande
parte
do
que
era
considerado
planície
passou a ser classificada
como
depressão
marginal.
Assim
a
unidade das planícies
ocupa
uma
porção
menor
no
território
brasileiro.
Podemos
distinguir:
Planícies costeiras: Encontradas no litoral, como as planícies e tabuleiros litorâneos.
Planícies continentais:Situadas no interior do país, como a planície do Pantanal. Na
Amazônia, são consideradas planícies as terras situadas junto aos rios.
5- Identifique os pontos mais altos do relevo brasileiro.
6- Identifique e caracterize as principais formas do relevo brasileiro.
O CLIMA DO BRASIL
61
O principal elemento responsável pelo clima brasileiro são as massas de ar. No
entanto, é importante destacar os fatores e elementos que também determinam os climas
brasileiros.
A ATUAÇÃO DOS PRINCIPAIS FATORES CLIMÁTICOS
Altitude
Quanto maior a altitude, mais frio será. Mas somente a altitude, não determina os
climas, porque mais de 95% do relevo brasileiro está a menos de 1 200 m de altitude. Campos
do Jordão, em São Paulo, e as serras gaúchas e catarinenses, com altitudes acima de 1
200m, são exceções. A tabela ilustra diferentes médias térmicas anuais registradas em
algumas cidades e suas altitudes.
ALTITUDES E MÉDIAS TÉRMICAS – ALGUNS EXEMPLOS
Fonte: IBGE. Anuário Estatístico do Brasil 2012.
Latitude
Altitude (em Média térmica
Esse fator influencia os
Cidade
metros)
Anual (°C)
climas no Brasil porque o território
Belo Horizonte (MG)
860
21,8
brasileiro apresenta quase 40° de
variação longitudinal. Nas altas
Curitiba (PR)
934
16,5
latitudes (regiões distantes da linha
Porto Alegre (RS)
3
20,8
do Equador) as temperaturas são
Rio de Janeiro (RJ)
2
24,8
mais baixas e as amplitudes
térmicas são maiores (diferença
entre a maior e a menor temperatura registrada em determinado período).
Portanto, as cidades próximas à linha do Equador (região Norte) têm amplitudes
térmicas menores e temperaturas mais altas do que as cidades do Sul e Sudeste, em virtude
das diferenças de latitudes.
Continentalidade: Quanto menor a distância em relação ao mar, menor é a amplitude
térmica, porque a proximidade do mar torna as temperaturas estáveis.
Correntes marítimas: O Brasil sofre a influência de duas correntes marítimas quentes: a
corrente do Brasil (sentido sul) e a corrente do Golfo (sentido norte), que contribuem para a
formação de climas quentes.
A ATUAÇÃO DOS PRINCIPAIS ELEMENTOS CLIMÁTICOS
Entre os elementos climáticos que, combinados, determinam os climas brasileiros,
estão a pressão atmosférica (ventos), as temperaturas e a umidade (chuvas). Porém, a
atuação das massas de ar é o principal elemento do clima no país. O Brasil sofre a influência
de quase todas as massas de ar que atuam na América do Sul, exceto as que têm origem no
Oceano Pacífico (oeste), limitada pela cordilheira dos Andes.
Por ter 92% do território na zona tropical e localizar-se no hemisfério sul, onde as
massas líquidas (oceanos e mares) ocupam maior espaço do que as sólidas (terras), o Brasil é
influenciado predominantemente pelas massas de ar quente e úmido.
Massa equatorial continental (mEc) : Originária da Amazônia ocidental - é uma massa de ar
quente, úmido e instável. É a que exerce maior influência no Brasil, atinge todas as regiões
durante o verão no hemisfério sul, provocando chuvas.
Massa tropical atlântica (mTa): Ar quente e úmido, a mTa origina-se no Atlântico Sul.
Formadora de ventos alísios de sudeste, atua no litoral brasileiro, que se estende da região
62
Sul à região Nordeste. Durante o inverno, a mTa encontra a única massa de ar frio e úmido
que atua no Brasil, a massa polar atlântica (mPa).
Massa polar atlântica (mPa): Por se originar no oceano Atlântico, ao sul da Argentina, em
uma zona de média latitude (de 30° a 60°), a mPa tem ar frio e úmido. Atua principalmente no
inverno, dividindo-se em três ramos separados pelo relevo brasileiro. Os dois primeiros
referem-se ao corredor de planícies interiores brasileiras, cercadas por áreas de maiores
altitudes, como os Andes (no oeste) e as serras brasileiras (no leste), permitindo o avanço da
mPa sobre essas áreas mais baixas.
O segundo ramo atinge a Amazônia ocidental e provoca a queda brusca da
temperatura, por alguns dias, no Mato Grosso, Rondônia e Acre. É o fenômeno da “friagem”. O
terceiro ramo refere-se ao avanço da massa polar atlântica pelo litoral brasileiro, do Sul ao
Nordeste.
Massa equatorial atlântica (mEa):
Massa de ar quente e úmido, a mEa origina-se
próximo do arquipélago português dos Açores, na África. Formadora dos ventos alísios de
nordeste, atua, principalmente, durante a primavera e o verão no litoral das regiões Norte e
Nordeste.
Massa tropical continental (mTc):Por ter origem na depressão do Chaco (Paraguai), uma
zona de altas temperaturas e pouca umidade, é uma massa de ar quente e seco. No Brasil,
atua no sul da região Centro-Oeste e no oeste das regiões Sul e Sudeste, com longos
períodos de tempo quente e seco. Também provoca bloqueio atmosférico que impede a
chegada das massas de ar frio, nos meses de maio a junho.
A CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA BRASILEIRA
Optamos pela classificação climática do cientista norte-americano Arthur Strähler, por
estar baseada na circulação e atuação das massas de ar que determinam os climas no Brasil.
Considerando a dinâmica das massas de ar que atuam no Brasil, encontramos os tipos
de clima seguintes:
CLIMAS CONTROLADOS POR MASSAS DE AR EQUATORIAIS E TROPICAIS
Clima equatorial úmido
Clima determinado pela massa equatorial continental (mEc), e sua principal área de
ocorrência é a Amazônia. Tem como características alta taxa de umidade, em virtude da
presença dos rios e vegetação na região, e altas temperaturas, por encontrar-se em baixa
latitude. As chuvas são constantes e abundantes. Apresenta também baixa amplitude térmica
anual (a menor do Brasil), inferior a 4°C, e médias térmicas anuais elevadas, de 25°C a 28°C.
Clima litorâneo úmido
Abrange a faixa da costa do Nordeste e do Sudeste e sofre influência da massa tropical
atlântica (mTa). Tem por características chuvas no inverno e médias térmicas elevadas. Nessa
estação, no litoral nordestino, o encontro da mTa (de ar quente e úmido) com a mPa (de ar frio
e úmido) provoca chuvas.
Clima tropical continental
É o clima mais representativo do Brasil, por isso chamado de tropical típico. Abrange
áreas do Centro-Oeste, Nordeste, Norte e Sudeste. Apresenta duas caracteísticas marcantes:
1. A existência de duas estações bem definidas

Verão. Estação chuvosa, provocada pela massa de ar equatorial continental (mEc) e pela
massa tropical atlântica (mTa).
63
 Inverno. Estação seca. A massa polar aproveita o corredor formado pelas terras mais
baixas do Centro-Oeste e atinge o sul da Amazônia, quando a temperatura pode chegar a 10°
C (“friagem”).
2. Amplitudes térmicas anuais elevadas, por causa da influência da continentalidade.
Clima tropical semi-árido
Característico do Sertão nordestino e do norte de Minas Gerais. As massas que atuam
para a ocorrência deste clima são a tropical atlântica (mTa) e a equatorial continental (mEc). É
o clima brasileiro com o menor índice pluviométrico anual.
CLIMAS CONTROLADOS POR MASSAS DE AR TROPICAIS E POLARES
Clima tropical de altitude
Localiza-se nas áreas de maior altitude do Sudeste. Sofre influência anual da massa
tropical atlântica (mTa), que é úmida. No inverno, a massa polar atlântica (mPa) é responsável
pelas baixas temperaturas e geadas. Diferencia-se do clima tropical típico por apresentar
maior índice pluviométrico, verões menos quentes e invernos mais frios.
Clima subtropical úmido
Representativo do Sul do Brasil, dominado pela massa tropical atlântica (mTa), sofre
grande influência da massa polar atlântica (mPa), no inverno. Apresenta o segundo maior
índice pluviométrico anual, perdendo para o clima equatorial úmido. Tem estações bem
definidas e chuvas bem distribuídas durante o ano. No inverno são constantes as ondas de
frio, a formação de geada e chuvas de granizo. Pode ocorrer neve nas áreas de maior altitude.
7- Escreva os fatores que influenciam o clima do Brasil.
8- Identifique a atuação dos principais elementos climáticos que atuam no Brasil.
9- Escolha dois tipos de clima e caracterize-os.
A HIDROGRAFIA BRASILEIRA
O Brasil é o país mais rico do mundo em água doce. Os rios são volumosos e, na
maioria, perenes, isto é, nunca secam. No Sertão nordestino, são temporários por causa do
regime irregular de chuvas. Os rios no Brasil têm regime pluvial tropical, as cheias ocorrem no
verão e vazantes no inverno.
O principal rio brasileiro, o Amazonas, possui foz mista (em delta e em estuário). A
drenagem dos rios no Brasil é exorréica, ou seja, os rios voltam-se para o mar e são todos
tributários do Atlântico. Predominam os rios de planalto, com desníveis e quedas d’água,
proporcionando potencial hidrelétrico. Os rios brasileiros são originários de três divisores: a
cordilheira dos Andes (onde nascem os formadores do rio Amazonas), o planalto das Guianas
(onde nascem os afluentes da margem esquerda do Amazonas) e as diversas subdivisões do
Planalto Brasileiro. No Brasil há poucos lagos, a maioria formada por sedimentação marinha. A
laguna dos Patos, no Rio Grande do Sul, é o maior deles.
Há sete bacias hidrográficas no Brasil. Quatro delas destacam-se por sua extensão e
importância de seus rios: Amazônica, Platina, do São Francisco e do Tocantins-Araguaia. As
demais – bacias do Nordeste, do Leste, do Sudeste e Sul – são formadas por rios menores,
são as bacias secundárias.
BRASIL – POTENCIAL HIDRÁULICO TOTAL
Como a grande maioria da nossa rede hidrográfica é
constituída de extensos rios de planalto, 80% da energia elétrica
é de origem hidrelétrica. Entretanto, além de não ser totalmente
aproveitado, esse potencial hidrelétrico não é bem distribuído
REGIÕES: Norte – 43,1%
Nordeste – 10,1%
Sudeste – 16,9%
Sul – 17,0%
Centro-oeste – 13,8%
Fonte: Ministério das Minas e Energia
64
entre as regiões.
Bacia Amazônica. Maior bacia hidrográfica. Drena 45% do território. Seu principal rio, o
Amazonas, nasce na cordilheira dos Andes, no Peru. Ao entrar em território brasileiro, recebe
o nome de Solimões, depois de receber águas do rio Negro, passa a chamar-se Amazonas.
As últimas verificações oficiais de sua extensão (7 075 km) colocam-no em primeiro lugar,
entre os maiores do mundo.
Bacia Platina. Os três principais rios dessa bacia – Paraná, Paraguai e Uruguai –
nascem em território brasileiro e drenam Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. Depois de
receber o rio Paraguai em território argentino, o Paraná junta-se ao Uruguai no estuário do
Prata.
Bacia do Paraná. É a segunda maior bacia e a de maior aproveitamento hidrelétrico.
Isso porque, além de atravessar uma área de planalto, banha as mais importantes regiões
industriais do país: o Sudeste e o Sul. Seu rio principal, o Paraná, é formado pela junção dos
rios Grande e Paranaíba. Nele estão localizadas várias hidrelétricas, das quais a maior é a
usina de Itaipu.
Bacia do Paraguai. Maior bacia genuinamente de planície. Seu rio principal, o
Paraguai, nasce no Brasil e atravessa Paraguaia e Argentina. Suas cheias são responsáveis
pela paisagem do Pantanal Mato-Grossense.
Bacia do Uruguai. O rio Uruguai é o menor dos formadores da bacia Platina. Originado
pela junção dos rios Canoas e Pelotas, nasce no Brasil e drena terras brasileiras, uruguaias e
argentinas. Após l 400 km de percurso, desemboca no estuário do Prata. Seu curso superior é
predominantemente planáltico, com grande potencial hidrelétrico, que, no entanto, é pouco
aproveitado.
Bacia do Tocantins-Araguaia. Localizada no coração do país, é a maior bacia
inteiramente brasileira. Os dois rios formadores dessa bacia nascem no estado de Goiás.
Depois de receber o Araguaia, o Tocantins segue rumo à sua foz, no Golfão Amazônico, no
estado do Pará. Essa bacia possui grande potencial hidrelétrico.
Bacia do rio São Francisco. O rio São Francisco nasce em Minas Gerais, depois atravessa
Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, desembocando no oceano Atlântico, na divisa desses
dois últimos estados. Atravessa áreas de clima semi-árido (o Polígono das Secas), tornandose fundamental para as populações que residem ao longo de seu percurso.
Projetos agropecuários em Juazeiro (Bahia) e Petrolina (Pernambuco) estão produzindo
frutas através da prática da agricultura irrigada. Além de favorecer a agricultura, o rio São
Francisco, de planalto, tem alto potencial hidrelétrico.
O rio São Francisco está no centro de uma polêmica provocada por um projeto que se
constitui no uso de suas águas para a perenização de outros rios e açudes da região de forma
que estes tenham água durante a seca. Ambientalistas argumentam que tal projeto é uma
ameaça à existência futura do rio.
Bacias hidrográficas secundárias
Bacia do Nordeste. Compreende rios de vários estados nordestinos. Em virtude do
clima, alguns rios do Nordeste são temporários.
Bacia do Leste. Rios da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro compõem essa bacia.
Bacia do Sudeste e Sul. No estado de São Paulo, é formada pelo rio Ribeira do
Iguape.
65
10- Quais são as principais bacias hidrográficas brasileiras?
11- Qual a importância econômica de nossa rede hidrográfica?
12- Escolha uma bacia hidrográfica e a caracterize.
A
ORGANIZAÇÃO
POLÍTICOADMINISTRATIVA E A DIVISÃO REGIONAL DO
BRASIL
IBGE e a Divisão Regional Do Brasil
A
divisão
atual
do
Brasil
compreende 27 unidades político-administrativas,
sendo 26 estados e o Distrito Federal.
Agrupados em 5 grandes regiões: Norte,
Centro-Oeste, Sudeste, Nordeste e Sul.
13- Descreva o número de estados brasileiros por regiões.
OS COMPLEXOS REGIONAIS BRASILEIROS
Além da divisão regional oficial do IBGE, outra proposta caracteriza os espaços
brasileiros, segundo a organização da sua economia.
Elaborada em 1967 pelo geógrafo
Pedro Pinchas Geiger, que dividiu o Brasil em três complexos regionais – Amazônia, Nordeste
e Centro-Sul – segundo suas características geoeconômicas. Conheça a seguir as principais
características dos três complexos regionais brasileiros propostos:
AMAZÔNIA
A Amazônia compreende 58% do território brasileiro. Além da região Norte estabelecida
pelo IBGE, abrange parte do Mato Grosso e Maranhão.
Principais características:
Quadro natural. Clima equatorial, domínio de terras baixas amazônicas, floresta
equatorial e bacia Amazônica.
Quadro humano e econômico. Pequena população, baixa densidade demográfica e
economia baseada no extrativismo mineral e vegetal. Apresenta crescimento industrial na
Zona Franca de Manaus. É o principal reduto de indígenas, de problemas de posse de terra e
desmatamento.
NORDESTE
A região geoeconômica do Nordeste ocupa 18% do território brasileiro. Compreende o
norte de Minas Gerais, mas não inclui o oeste do Maranhão.
Considerada a “região problema” do país, enfrenta conflitos sociais e econômicos: área
de repulsão de população, analfabetismo, mortalidade infantil, concentração de renda e de
terras e seca.
O Nordeste delimitado pelo IBGE é dividido em quatro sub-regiões: Meio-Norte, Sertão,
Agreste e Zona da Mata.
AS SUB-REGIÕES NORDESTINAS
66
Meio-Norte
Zona de transição entre o Nordeste e a Amazônia. O extrativismo do babaçu e a agricultura do
algodão e do arroz são as principais atividades econômicas do Meio-Norte. São Luis é a
cidade mais populosa dessa sub-região.
Sertão
É a maior das sub-regiões nordestinas, ocupada em sua maior parte pelo Polígono das Secas,
que abrange os locais afetados por secas.
A pecuária extensiva de corte e o cultivo de arroz e algodão são as principais atividades
econômicas.
Agreste
O Agreste marca a transição entre a área litorânea (Zona da Mata) e o Sertão. A policultura
comercial e a pecuária leiteira são as principais atividades econômicas.
Zona da Mata
Sub-região economicamente mais importante do Nordeste. Hoje é a área mais populosa e a
que concentra duas das três maiores cidades do Nordeste: Salvador e Recife. O cultivo da
cana-de-açúcar e do cacau representa sua principal atividade econômica.
CENTRO-SUL
O Centro-Sul abrange integralmente os estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São
Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, maior parte de
Minas Gerais e Goiás e pequena parte de Tocantins e Mato Grosso. Corresponde às terras
das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. É o complexo regional mais importante e o centro
econômico da nação, com mais de 60% da população. Aí estão vinte das 26 áreas
metropolitanas do país.
14- De acordo com sua leitura, caracterize, resumidamente os 3 complexos regionais
brasileiros.
O GRANDE DESAFIO: AS DESIGUALDADES REGIONAIS
Podemos perceber a grande diferença socioeconômica entre os complexos regionais
brasileiros analisando os indicadores sociais de alguns estados. Acompanhe a tabela a seguir:
CONTRASTES
BRASILEIROS
–
MELHORES
E
PIORES
SOCIOECONÔMICOS
MORTALIDADE
MÉDIA DE ANOS
ANALFABETISMO
INFANTIL
DE ESTUDO
(20 A 24 ANOS)
INDICADORES
RENDIMENTO
MÉDIO (EM
REAIS)
R.GRANDE
SANTA
SÃO
DISTRITO
ALAGOAS
ALAGOAS
ALAGOAS
DO SUL
CATARINA
PAULO
FEDERAL
12,7%
46,4%
3,1%
21,8%
10,1
6,6
2.779,00
PIAUÍ
897,00
BRASIL: PAÍS SUBDESENVOLVIDO INDUSTRIALIZADO
Ao analisar a tabela veremos que produtos agrícolas como soja, açúcar e café ainda
fazem parte da balança comercial do Brasil no século XXI. Mas na pauta dos principais
produtos exportados também encontramos outros bens industrializados, como o aço.
EXPORTAÇÃO BRASILEIRA
67
PRINCIPAIS PRODUTOS
EXPORTADOS
Minérios de ferro e seus concentrados
Soja triturada (em grãos)
Petróleo bruto
Açúcar bruto
Carne de frango congelada, fresca
Farelo de soja
Café em grão
Óleo combustível
Semimanufaturado (ferro/aço)
EM MILHÕES DE DÓLARES
2012
PARTICIPAÇÃO
(EM %)
17 005
14 186
11 792
4 249
3 804
3 512
3 205
3 132
2 568
12,81
10,26
8,53
3,07
2,75
2,54
2,32
2,27
1,86
Fonte: Secex – Secretaria de Comércio Exterior. Elaboração AEB – Associação de Comércio Exterior do Brasil
Apesar de industrializado o Brasil tem características que nos levam a classificá-lo
como subdesenvolvido: Indicadores sociais pouco favoráveis, dependência tecnológica,
investimentos externos como financiamentos de bancos privados estrangeiros, abertura de
filiais de empresas transnacionais e dependência de organismos financeiros internacionais são
algumas características. Segundo a Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio
e Desenvolvimento) a economia brasileira recebeu em 2012 U$ 65,3 bilhões de investimentos
estrangeiros diretos. Entretanto, apresenta dificuldades de competitividade entre os países
emergentes para atrair investimentos estrangeiros.
Entre os investimentos estrangeiros no Brasil podemos destacar as filiais de
importantes empresas transnacionais, como a Telefônica, Bunge, Volkswagen, Fiat, Shell,
Carrefour, etc...
15- Descreva qual o motivo do Brasil ser industrializado e subdesenvolvido.
16- Identifique alguma transnacional, citada ou não no texto, e seu ramo de atividade.
O BRASIL NO RELATÓRIO DO IDH (ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO)
O Relatório de desenvolvimento Humano (IDH), da ONU, leva em conta indicadores de
educação, saúde e distribuição de renda. Em 1990, o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD) criou o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), para avaliar o
desenvolvimento dos países, calculando esse índice, que vai de O a 1.
Dos cinco países de maior IDH, quatro estão na Europa (Noruega, Islândia, Suécia e
Países Baixos) e um na Oceania (Austrália). Os cinco países de menor IDH situam-se na
África. O Brasil ocupa o 85º lugar com 0, 730 de um total de 187 países em 2012.
17- Explique o que é o IDH, e a posição do Brasil atualmente.
O BRASIL E OS ORGANISMOS INTERNACIONAIS
O Brasil há muito tempo recorre ao Banco Mundial e ao FMI (Fundo Monetário
Internacional). Nosso país sofre as conseqüências da dependência para com essas
organizações. O primeiro empréstimo veio em 1949, e até 2013, o Banco Mundial realizou
cerca de 430 projetos no Brasil, que consumiram quase 50 bilhões de dólares.
O Banco Mundial tem na atualidade projetos nas áreas de educação, saúde,
transportes, agricultura e saneamento básico em várias partes do país.
68
O metrô de SP, a construção de usinas nucleares, da hidrelétrica de Itaipu e a Rodovia
Transamazônica foram algumas obras que utilizaram seus recursos, aumentando a dívida
externa. O Brasil recorreu várias vezes ao FMI e tem que seguir as orientações dessa
instituição para que as metas estabelecidas sejam cumpridas.
O COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO
Muitas pessoas têm dificuldades em compreender o que significam os termos déficit,
superávit, balança comercial, etc.. que fazem parte de uma área de conhecimento específica,
que vamos estudar agora.
Balança Comercial: Por balança comercial compreendemos a relação entre o que um
país exporta e importa.
Quando o total das exportações é superior ao das importações, o saldo é positivo.
Dizemos, então, que há um superávit comercial. Quando as importações superam as
exportações, o saldo é negativo. Nesse caso há um déficit comercial.
Portanto, a balança comercial favorável (positiva) ou desfavorável (negativa) indicará a
diferença entre as exportações e as importações de uma nação.
De 1995 a 2000 a balança comercial do Brasil apresentou saldo negativo. De 2001 em
diante, o saldo da balança comercial voltou a ser positivo.
As empresas que mais exportaram em 2011 foram a Companhia Vale, Petrobrás,
Embraer e a Bunge Alimentos. As que mais importaram foram a Petrobras, a Embraer, a
Toyota, a Fiat do Brasil e a Nokia do Brasil.
As regiões Sul e Sudeste, por serem as mais industrializadas, são as principais áreas
exportadoras do país.
18- Explique o que é balança comercial, superávit e déficit comercial.
O BRASIL NO COMÉRCIO MUNDIAL
O Brasil faz parte do MERCOSUL, e também realiza trocas comerciais com outros
blocos econômicos e países do mundo.
Nesse intercâmbio com o Brasil destacam-se a União Européia e os Estados Unidos,
China e Oriente Médio. As trocas comerciais no interior do MERCOSUL são fundamentais
para a balança comercial brasileira, sendo o maior parceiro a Argentina.
Para o embarque de produtos nos portos marítimos existem os “corredores” de exportação:
eixos que reúnem condições de transporte de cargas por ferrovias, rodovias ou hidrovias, de
armazenamento (em silos ou contêineres) e sistema portuário. Nossos principais portos
marítimos se concentram no Sul e Sudeste.
O ESPAÇO AGROPECUÁRIO BRASILEIRO
Características da Agricultura Brasileira
A realidade das atividades do campo reflete atualmente a transição do modelo
econômico do país de agroexportador para subdesenvolvido industrializado. Enquanto a
indústria tornava-se o eixo principal da economia, a agricultura ficava dependente e
subordinada à indústria e aos interesses econômicos de grupos brasileiros e internacionais. A
agricultura brasileira atual apresenta as seguintes características:
 Predomínio da Agricultura extensiva. Exploração de grandes extensões de terras,
concentradas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O uso reduzido de capital,
máquinas, adubos e fertilizantes gera baixa produtividade.
 Subutilização do espaço agrícola. Menos de 10% do espaço geográfico brasileiro é
aproveitado economicamente no cultivo de lavouras permanentes e temporárias.
69

Industrialização da Agricultura. No Centro-Sul, grande parcela das lavouras está
inserida nesse processo, em que todas as etapas da produção são controlados pela
indústria.
 Predominância da produção de gêneros agrícolas para exportação, com prejuízo
dos produtos alimentícios.
As lavouras de exportação (soja, laranja e cana-de-açúcar) ocupam os mais férteis
solos, utilizam moderno maquinário e são beneficiadas pela biotecnologia.
Entre os produtos que se destacam no mercado interno temos o feijão, a mandioca, o
algodão, arroz, batata, e milho. Nessas culturas, que ocupam solos de pior qualidade, não há
aplicações de técnicas sofisticadas. Nesse processo há presença de grupos transnacionais.
PRINCIPAIS PRODUTOS AGRÍCOLAS BRASILEIROS
Atravessado pelo Equador e estendendo-se além do trópico de Capricórnio, o Brasil tem
vocação para a diversificação de produtos, apesar do predomínio de produtos tropicais.
Os principais produtos agrícolas brasileiros podem ser classificados de acordo com o
objetivo da produção:
Agricultura comercial (plantation): algodão, cana-de-açúcar e soja.
Agricultura de subsistência: feijão, arroz milho, mandioca, que podem ser produzidos
comercialmente.
E de acordo com a periodicidade da safra:
Lavouras permanentes: os produtos são plantados em determinadas épocas, oferecendo
várias colheitas em anos consecutivos. São produtos de lavoura permanente, quase sempre
de agricultura comercial: café, cacau, laranja, banana e uva.
Lavouras temporárias: os produtos são cultivados anualmente e têm uma única safra, como
o algodão, a cana-de-açúcar e a soja.
Algodão: Os principais usos do algodão são nas indústrias têxtil e alimentícia (óleo).
Cana-de-açúcar: Na década de 1970, as usinas passaram a produzir, também, o álcool
combustível.
Soja: O Brasil é o segundo produtor mundial, perdendo para a China e Estados Unidos.
Milho: Abastece setores da indústria alimentícia, sendo fundamental na alimentação da
população brasileira.
Feijão e arroz: O feijão é cultivado por pequenos produtores rurais. Minas Gerais,
Paraná, Goiás e São Paulo se destacam no cultivo. O arroz é o cereal mais consumido no
mundo. No Brasil há 2 tipos de cultivo: irrigado ou de várzea e sequeiro (seco).
Trigo e outros cultivos temporários: Cultura de clima temperado, o trigo só pode ser
cultivado no Brasil graças à tecnologia. Sua produção no Brasil não é suficiente para o
consumo interno, daí a necessidade de importá-lo.
19- Quais são os produtos que se destacam na exportação e importação brasileira?
A PECUÁRIA NO BRASIL
De modo geral, a pecuária brasileira apresenta baixa rentabilidade, baixa qualidade de
rebanhos e baixa fertilidade por causa da desnutrição e incidência de moléstias. Na maior
parte do país predomina a pecuária extensiva, ou seja, o gado é criado solto no pasto, sem
maiores cuidados. A minoria dos criadores de gado brasileiros dispõem de técnicas que
caracterizam a pecuária intensiva de países desenvolvidos.
Rebanho bovino: O Centro-Oeste possui o maior rebanho do país, concentrado no
Mato Grosso do Sul. As regiões Sul e Sudeste empregam técnicas mais avançadas e obtêm
70
mais alta produtividade. Na região Sul, o setor pecuário está atrelado às indústrias alimentícias
e de calçados. No Sul, o Rio Grande do Sul possui o maior número de cabeças.
No Nordeste o rebanho bovino é criado no Sertão, com técnicas atrasadas e baixa
produtividade. A região coloca-se em último lugar entre os produtores brasileiros.
Rebanho Suíno: O Sul possui o maior rebanho, sendo Santa Catarina, o maior
produtor. Neste estado encontram-se grandes frigoríficos, como Sadia e Perdigão.
20- Diferencie pecuária extensiva e intensiva.
21- Agora, diferencie lavoura permanente de temporária, use um exemplo de cada tipo.
O AGRONEGÓCIO NO BRASIL
O agronegócio é responsável por 30% do PIB brasileiro e 39% das exportações, além
de gerar cerca de 37% dos empregos.
O agronegócio envolve vários setores, como a agricultura de precisão e a biotecnologia.
No Brasil os agronegócios são dominados por transnacionais do ramo alimentício (Nestlé,
Unilever...) e fabricantes de insumos para a agricultura (Agroceres, Monsanto...).
22- Caracterize a importância do agronegócio para a economia do Brasil.
CARACTERÍSTICAS DA ESTRUTURA FUNDIÁRIA BRASILEIRA
Existe grande concentração de terras no Brasil, onde poucos latifúndios ocupam a
maior parte da área total e o grande número de minifúndios não ocupa 2%. Como
consequência temos poucas propriedades rurais com 1000 hectares ou mais concentrando
mais de 50% da área total do país.
Muitas propriedades não possuem 2% da área total, inviabilizando, muitas vezes o
plantio de produtos. A despesa com sementes pode ser maior do que o lucro na colheita.
Evidenciando assim: Êxodo Rural como consequência da mecanização em grandes
propriedades rurais no país; O aumento dos conflitos no campo; O uso improdutivo de
propriedades rurais que geram o ciclo: êxodo rural – desemprego – violência. A porcentagem
dos imóveis rurais improdutivos mostra a necessidade de uma reforma agrária que contemple
os trabalhadores rurais excluídos.
23- Descreva a estrutura fundiária brasileira.
AS RELAÇÕES DE TRABALHO NO CAMPO
Geralmente encontramos entre os trabalhadores rurais baixos indicadores
socioeconômicos, Além disso, sofrem com a falta de cumprimento de leis trabalhistas por parte
de alguns patrões e o alto número de acidentes de trabalho. Quanto mais distantes das
principais cidades, mais tensas são as relações no campo.
O trabalho assalariado temporário é a forma predominante no Brasil. Geralmente,
esse trabalhador recebe no fim do dia pelo serviço.
Outras formas de trabalho no campo
 Trabalho familiar: realizado mais em pequenas e médias propriedades rurais de
subsistência. Muitas vezes a falta de capital para investir e as secas fazem as famílias
abandonarem o campo e migrarem para as periferias das cidades, onde se tornam
trabalhadores temporários.
 Arrendamento: terra destinada ao cultivo ou à pastagem, que o proprietário arrenda a
quem tem capital para explorá-la
 Parceria: Forma em que o proprietário dispõe de sua terra para um terceiro que a
cultiva. Em troca, o parceiro entrega ao proprietário parte da colheita.
71

Posseiro: Indivíduo que tem a posse da terra e nela trabalha sem possuir título de
propriedade.
 Grileiro: Pessoa que toma posse da terra de outros, usando falsas escrituras de
propriedade.
24- Após a leitura, como você caracteriza as relações de trabalho no campo?
RECURSOS MINERAIS DO BRASIL
O Brasil é privilegiado em recursos minerais. Alguns são abundantes (minério de ferro,
manganês, bauxita, cassiterita); outros mais escassos (cobre, prata, urânio e chumbo).
A falta de capital e privatizações tem propiciado a participação cada vez maior de
grupos estrangeiros no setor mineral do país.
MINERAIS METÁLICOS: São recursos não renováveis, isto é, que não podem ser repostos
pela natureza. Os principais encontrados no Brasil são: ferro, bauxita, manganês,
cassiterita, ouro, nióbio, prata e o cobre. Esse tipo de mineral está associado às estruturas
geológicas antigas ou a escudos cristalinos. O Brasil possui 36% de sua superfície constituída
por escudos cristalinos, no entanto, os minerais metálicos estão presentes somente em 4%
desses terrenos.
OUTROS MINÉRIOS: O Brasil ainda produz chumbo, cobre e tungstênio.
O
grupo
Votorantim explora níquel e cobalto. A produção é quase toda exportada para os Estados
Unidos e Ásia. O grupo Votorantim está entre as 10 maiores produtoras de zinco do mundo,
explorado em Minas Gerais.
MINERAIS NÃO METÁLICOS: Os minerais não metálicos têm usos diversos, como material
de construção (calcário), na indústria química (potássio) e na alimentação (sal de cozinha).
Nossos principais minerais não metálicos são: sal de cozinha, calcário e alguns minerais
radioativos (urânio e tório).
25- Cite um recurso natural escasso e um abundante no Brasil.
RECURSOS ENERGÉTICOS DO BRASIL
Fonte de energia
Petróleo
Produtos da cana
Hidráulica
Gás natural
Lenha
Carvão mineral
Urânio
Outras
%
consumo
nacional
38,6
15,7
14,7
10,1
9,7
5,6
1,5
4,1
72
Energia Primária – produção por fonte
(2011)
Fontes de energia primária são as obtidas
diretamente da natureza, como petróleo, carvão
mineral, gás natural, lenha e energia hidráulica. Essas fontes são utilizadas nos centros de
transformação, como refinarias de petróleo, usinas hidrelétricas e nucleares e termelétricas,
onde são produzidas as fontes de energia secundária: nafta, óleo diesel, gasolina, coque de
carvão mineral, eletricidade e outras. Tanto as fontes de energia primária como as de
energia secundária também são consumidas por outros setores da economia, constituindo o
consumo final. Como dissemos, as fontes de energia primária podem ser renováveis ou não.
No Brasil, conforme dados do Ministério das Minas e Energia, 37% do total do consumo são
de fontes não renováveis. Veja na tabela abaixo os percentuais de produção de energia
primária no Brasil:
ENERGIA ELÉTRICA
Produzida em usinas hidrelétricas, termelétricas e termonucleares.
Usinas hidrelétricas
Em virtude do predomínio do relevo de planalto e da disponibilidade de recursos
hídricos, as hidrelétricas responderam, em 2011, por 81% da oferta de energia elétrica,
seguidas das termelétricas (16%) e termonucleares
Fonte: Ministério das Minas e Energia (2011).
Usinas termelétricas
Utilizam o carvão mineral e o óleo como combustível. Em 2001 foi inaugurada a usina
termelétrica de William Arjona, em Campo Grande (MS), que tem como combustível o gás
natural da Bolívia.
Usinas atômicas ou nucleares
O urânio é a principal fonte de energia das termonucleares. Também são utilizados o
plutônio e o tório. O Brasil ocupa a 12ª posição entre os maiores produtores mundiais de
urânio. Recentemente, foi descoberta no Pará a maior reserva de urânio do mundo.
O programa nuclear brasileiro é um assunto polêmico da história. A primeira usina
nuclear brasileira (Angra I- Angra dos Reis, Rio de Janeiro) entrou em funcionamento em
1981. Em 1999, foi concluída a Angra II e tem autonomia da Comissão Nacional de Energia
Nuclear para a realizar testes com até 80% da potência prevista.
A partir de 2002, o Brasil, produz energia nuclear comercialmente, visando o
abastecimento de Angra I e Angra II. O domínio desta tecnologia, porém, despertou a
desconfiança da comunidade internacional, que teme que o país a aplique na fabricação de
armamentos nucleares.
PETRÓLEO
O petróleo e seus derivados representaram 38,7% do consumo final por fonte de
energia no Brasil, em 2011. Como vimos, o petróleo forma-se em estruturas sedimentares.
A maioria de nossas
reservas está na plataforma
RESERVAS PETROLÍFERAS BRASILEIRAS PROVADAS
continental, que se encontra no
Em terra (offshore)
mar, próxima ao continente,
Bahia, Sergipe, Rio Grande do Norte, Amazonas e
numa profundidade de 200 m.
Espírito Santo.
Segundo a Petrobras,
No Mar (Onshore)
nossas
reservas
provadas
Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, (onde foram realizados testes)
alcançaram cerca de 10 bilhões
Sergipe e Ceará.
de barris com a descoberta de
73
reservas na bacia de Santos, do Espírito Santo e Sergipe. O Brasil ocupa a 16ª posição
mundial entre os países com as maiores reservas de petróleo.
Dependência externa
O Brasil atingiu em 2006 a auto-suficiência em petróleo. A Petrobras projetou para 2012
uma produção de 2,3 milhões de barris por dia e um consumo interno de 2,9 milhões de barris
por dia. E diminui a cada ano o número de barris de petróleo importado.
Transporte e refino do petróleo
Criado em 1998, a Petrobras Transportes S/A, empresa subsidiária da Petrobras, é
responsável pelo transporte e pela armazenagem do petróleo e derivados, por meio de dutos e
navios (Frota Nacional de Petroleiros) e operações em terminais específicos.
O refino do petróleo é feito, em sua maior parte, nas refinarias da Petrobras. A região
Sudeste detém 61,6% da capacidade de refino no Brasil. A Refinaria de Paulínia (Replan), em
São Paulo, é a maior do país (representa 17,7% da capacidade total nacional). A Petrobras
possui dez refinarias e uma fábrica de lubrificantes no país.
O pré-sal brasileiro
As reservas de petróleo encontradas na camada pré-sal do litoral brasileiro estão dentro
da área marítima considerada zona econômica exclusiva do Brasil.
São reservas com petróleo considerado de média a alta qualidade. O conjunto de
campos petrolíferos do pré-sal se estende entre o litoral do Espírito Santo até Santa Catarina,
com profundidades que variam de 1.000 a 2.000 metros de lâmina d'água e entre quatro e seis
mil metros de profundidade no subsolo, chegando, a até 8.000 m da superfície do mar,
incluindo uma camada que varia de 200 a 2.000 m de sal.
Com a descoberta dos três primeiros campos do pré-sal, as reservas brasileiras
comprovadas, que eram de 14 bilhões de barris, aumentaram para 33 bilhões de barris. Além
destas existem reservas possíveis e prováveis de 50 a 100 bilhões de barris.
A descoberta do petróleo nas camadas de rochas localizadas abaixo das camadas de
sal só foi possível devido ao desenvolvimento de novas tecnologias como a sísmica 3D e
sísmica 4D, de exploração oceanográfica, e também de técnicas avançadas de perfuração do
leito marinho.
É possível que novas reservas do pré-sal sejam encontradas ainda mais distantes do
litoral brasileiro, fora da ZEE (Zona econômica exclusiva), mas ainda na área da plataforma
continental, o que permitiria ao Brasil reivindicar exclusividade sobre futuras novas áreas
próximas. O petróleo do pré-sal está em uma rocha reservatório, localizada abaixo de uma
camada de sal nas profundezas do leito marinho. Recentemente, foi leiloado grande campo de
petróleo do pré-sal, o “Campo de Libra”, na bacia de Santos, onde a Petrobrás ficou com a
maior parte, e o restante dividido entre empresas privadas.
GÁS NATURAL
Mais barato que o petróleo e menos poluente, o gás natural é uma das nossas
principais fontes de energia. É utilizado em fogões industriais e residenciais, altos-fornos,
motores a explosão, entre outros.
O mercado do gás natural tem crescido muito. Em 2011, esse gás correspondeu a 10%
do consumo de fontes de energia do Brasil.
As reservas nacionais alcançaram 366,4 bilhões de metros cúbicos em 2011. A maior
parte dessas reservas encontram-se nos estados do Rio de Janeiro (47,2%), do Amazonas
(15,2%) e da Bahia (7,3%). Fonte: WWW.gasenergia.com.br
74
O gasoduto Bolívia-Brasil possui 3.150 km de (557 km na Bolívia e 2.593 km no Brasil)
e fornece 200 mil barris/dia. O gasoduto abastece o território de gás natural, produto que é
12% mais barato do que o combustível.
CARVÃO MINERAL
Assim como o petróleo e o gás natural, o carvão mineral origina-se em bacias
sedimentares e faz parte das fontes de energia não renováveis.
As usinas termelétricas, as indústrias e os altos-fornos siderúrgicos estão entre os
consumidores de carvão mineral. Nosso país possui poucas jazidas carboníferas e de teor
calorífico mais baixo do que o carvão do hemisfério norte. Somos importadores pois o
consumo é superior à produção interna. Importamos dos Estados Unidos, da Ucrânia, da
África do Sul e da China.
As jazidas de carvão são encontradas nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do
Sul e Paraná.
OUTRAS FONTES
Entre as fontes menos utilizadas, podemos citar a biomassa, o biocombustível
(biodiesel e biogás) e as chamadas fontes alternativas: a energia eólica e a energia solar.
A lenha e o carvão vegetal representaram 9,7% do consumo final da energia em 2011.
São utilizados principalmente para gerar calor em restaurantes, hospitais, indústrias e
residências.
O bagaço da cana-de-açúcar é usado como fonte de energia alternativa na região
paulista de Ribeirão Preto, onde cinco usinas alimentam a rede da Companhia Paulista de
Força e Luz (CPFL).
O álcool (biocombustível líquido) pode ser produzido a partir de várias plantas, como a
cana-de-açúcar, a beterraba, a mandioca, o girassol e o eucalipto.
Seu uso mais difundido como fonte de energia é para movimentar motores de veículos
(álcool etílico, obtido da cana-de-açúcar, e metanol, obtido do eucalipto). Os produtos da cana
representaram 15,7% do consumo final das fontes de energia do país em 2011.
Os óleos vegetais são uma alternativa ao óleo diesel para uso em motores de
combustão interna. Por ser um recurso renovável de origem agrícola ou florestal, seu uso pode
ser considerado um importante fator do desenvolvimento sustentável, especialmente em
comunidades rurais.
No Brasil o uso do biodiesel é ainda restrito, apesar do país possuir espécies ricas em
óleos vegetais, como o babaçu, o dendê, o buriti e a mamona.
O Proálcool
O Proálcool (Programa Nacional do Álcool), criado em 1975 para encontrar uma fonte
de energia alternativa ao petróleo apresentou aspectos positivos e negativos.
Positivos. O Brasil desenvolveu tecnologia própria e o álcool combustível é menos
poluente que a gasolina.
Negativos. O álcool de cana (etílico) deveria ser substituído pelo álcool de eucalipto
(metílico) porque, além de desgastar menos os solos, é menos poluente.
Grandes áreas rurais só cultivam a cana para transformá-la em álcool etílico. É a
monocultura da cana.
ENERGIA SOLAR E ENERGIA EÓLICA
O Brasil possui bom potencial energético solar, mas as condições para a instalação de
unidades geradoras de energia viáveis são prejudicadas pela falta de informações
solarimétricas sobre alguns locais disponíveis.
75
Em nosso país, a principal utilização dessa energia são os aquecedores solares para
residências, hospitais ou hotéis. Nesse caso, é usada uma placa escura, que absorve a
energia do sol e a transforma em calor, esquentando a água. São os coletores solares que
usam a energia fototérmica.
O Brasil dispõe de condições naturais e de tecnologia para a instalação de pás e
turbinas para a geração de energia eólica – os cata-ventos de três pás, chamados de
aerogeradores, especialmente no Nordeste. A maior usina do gênero na América Latina fica
em Aquiraz, no litoral cearense, e atende a 100 mil pessoas. No Rio Grande do Sul, foi
instalado o parque eólico de Osório.
Exercícios:
1Identifique as fontes produtoras de energia elétrica no Brasil.
2Localize as áreas de exploração de petróleo no Brasil.
3Descreva o que é o pré-sal.
4Escolha uma fonte de energia e identifique sua utilização.
A INTERNACIONALIZAÇÃO DA INDÚSTRIA BRASILEIRA
A industrialização no país iniciou-se no Governo JK e após um período conturbado,
consolidou-se a partir do golpe militar de 1964.
No governo militar, o período entre 1967 e 1973 ficou conhecido como “milagre
econômico brasileiro”, quando atingimos a oitava posição mundial em PIB e a primeira entre
as nações subdesenvolvidas industrializadas. O Brasil recebeu empréstimos internacionais e
sua produção industrial foi muito grande. No entanto, a dívida externa aumentou nesse
período, agravando as desigualdades sociais, pois a riqueza, que deveria ser aplicada em
melhorias sociais, foi desviada para quitar compromissos com organismos internacionais.
Com a dívida externa e aumentos do preço do petróleo no mercado internacional, o pais
viveu nos anos 1980 o período chamado “década perdida”.
A indústria brasileira na globalização
Os anos 1990 foram marcados pela globalização econômica mundial, pela política
neoliberal e crises econômicas em países emergentes, como o Brasil. Em consequência, o
capital transnacional passou a controlar a industrialização, os setores agropecuários e de
serviços.
No setor de serviços destacam-se os que dão suporte à atividade industrial, como o
siderúrgico, o energético, o de telecomunicações e o de transportes. Houve a privatização de
empresas estatais que detinham o controle sobre eles, como a Companhia Siderúrgica
Nacional (CSN), a Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embratel) e parte das ferrovias e
rodovias do país.
Veja a tabela ao lado com os investimentos estrangeiros – privatizações (1991-2002). Fonte:
BNDES
PAÍS
Total em milhões de
Nos anos 1990, o setor industrial caracterizou-se pela
dólares
queda da participação da indústria na composição do
EUA
14 034
PIB e redução do número de empregos na área. Não
Espanha 12 675
se esqueça de que o Brasil sofre os efeitos da
Portugal
4 882
globalização
econômica,
cujas
inovações
tecnológicas geram maior produtividade com menor
Itália
2 621
número de trabalhadores no mundo todo. Porém, por
Chile
1 006
ter sido mais produtiva do que a década de 1980,
Bélgica
880
podemos dizer que a década de 1990 foi positiva.
76
Nesta década, o crescimento industrial brasileiro foi impulsionado pelo aumento do consumo
interno, ocasionado pela elevação do poder aquisitivo da população pelo Plano Real (1994).
A Indústria Brasileira no Século XXI
O terceiro milênio começou incerto para a economia brasileira e mundial. Até grandes
potências, como Estados Unidos e Japão, estão apresentando pequeno crescimento
econômico. Por ter a economia dependente do capital externo, o Brasil sofre os efeitos dessa
crise mundial.
A LOCALIZAÇÃO INDUSTRIAL NO BRASIL
Em um primeiro momento, houve uma marcante concentração das indústrias em
determinada região para mais tarde acontecer o oposto: as empresas fugindo dos locais muito
industrializados, em um processo de dispersão industrial.
Concentração industrial
A indústria brasileira começou a se concentrar no estado de S. Paulo no período que vai
de 1907 a 1920, tendo origem nos capitais da economia cafeeira.
Na primeira fase do processo de industrialização (1930-1960), além do capital do
comércio do café, São Paulo reuniu os principais requisitos para o desenvolvimento:
• Mão-de-obra assalariada imigrante.
• Ferrovias que ligavam o interior ao porto de Santos.
• O mercado consumidor que se formou na capital paulista e seus arredores.
Com a economia de São Paulo e o poder político do Distrito Federal (no Rio de Janeiro
até 1960), o Sudeste firmou-se como área de concentração industrial. O triângulo São Paulo –
Rio de Janeiro – Belo Horizonte passou a concentrar as atividades secundárias no Sudeste.
Dispersão industrial
No fim da década de 1980, iniciou a dispersão industrial, ocorrendo em duas escalas.
• No território brasileiro, buscando expandir-se para outras regiões;
• Dentro da região Sudeste, para fugir de áreas já muito industrializadas.
No primeiro caso, o governo federal procurou instalar pólos industriais em outras regiões,
Como a Norte (Zona Franca de Manaus) e a Nordeste (Recôncavo Baiano).
No segundo caso, a dispersão das ocorreu pelo congestionamento da área
metropolitana de São Paulo. As empresas estão fugindo da poluição, dos altos preços dos
terrenos, de sindicatos fortes, e procurando cidades menores, que oferecem uma excelente
qualidade de vida, boa estrutura de transportes, mão-de-obra mais barata e mercado
consumidor.
A “guerra fiscal”
Um fator decisivo para o processo de descentralização industrial é a disputa
travada por estados e municípios para receber as instalações de grandes empresas
transnacionais. É a “guerra fiscal”, que consiste em conceder desde terrenos às fábricas até
isenções de impostos.
5Explique o termo dispersão industrial.
6Explique o termo guerra fiscal.
A distribuição das indústrias no Brasil
Segundo o IBGE, em 2009 a receita da industriais no Brasil chegaram a 1.895,6 bilhões
de reais, os principais setores da indústria do país são: alimentos e bebidas, produtos
químicos, veículos, combustíveis e produtos metalúrgicos básicos.
REGIÃO SUDESTE
77
Mesmo diminuindo a importância da indústria em suas atividades econômicas, em
função de incentivos fiscais oferecidos principalmente pelas regiões Sul e Nordeste e pelo
faturamento de suas áreas industriais, o Sudeste ainda é região mais industrializada do Brasil.
São Paulo: São Paulo possui todos os ramos industriais, como o de bens de consumo não
duráveis (alimentos, bebidas, vestuário, etc.), bens de consumo duráveis (aviões, automóveis,
entre outros), indústrias de base ou de bens de produção (metalurgia, siderurgia, cimento),
que se encontram na cidade de São Paulo e sua área metropolitana (bens de consumo e bens
de produção) e pelos principais eixos industriais que seguem suas principais rodovias.
Atualmente, o interior de São Paulo é a terceira maior área industrial brasileira, pois
recebe indústrias da região metropolitana da cidade de São Paulo, tendo nas cidades médias
paulistas diversas vantagens.
Rio de Janeiro: O Rio de Janeiro está entre os quatro estados mais industrializados do Brasil.
Concentra atividades nos ramos da extração do petróleo (bacia de Campos, na plataforma
continental), siderúrgico (Volta Redonda), químico e farmacêutico (Grande Rio). A área
metropolitana, que abrange a Baixada Fluminense (Nova Iguaçu, Duque de Caxias e outras
cidades), é a que mais se destaca. A indústria da construção naval também é importante no
estado.
Minas Gerais: A instalação da Fiat (Betim) em 1973 e da Mercedes-Benz (Juiz de Fora) em
1999 atraiu outras empresas, que ocupa o terceiro lugar entre os mais industrializados. Seus
principais ramos são o metalúrgico, o químico, o mecânico e o extrativo mineral, estabelecidos
principalmente na região metropolitana de Belo Horizonte (Betim, Contagem), e o alimentício,
encontrado em todo o estado. As reservas minerais na região do Quadrilátero Ferrífero
favoreceram a instalação de um complexo siderúrgico no Vale do Rio Doce, o Vale do Aço.
Espírito Santo: Apesar de ter tido um crescimento nos últimos anos, o Espírito Santo é o
estado menos industrializado do Sudeste. O principal ramo industrial é o metalúrgico, e
atividades industriais concentradas na região metropolitana de Vitória. Nessa
área
está
localizada Vila Velha, cidade que possui grande indústria alimentícia.
REGIÃO SUL: A atividade industrial nasceu na região com indústrias criadas por um
empresariado da região, descendente de imigrantes, baseadas em matérias-primas
agropecuárias, com produção dirigida, a princípio, ao mercado regional. Só mais tarde atingiu
o mercado nacional.
É a segunda região mais industrializada. A agroindústria representa uma das principais
atividades econômicas, apresentando-se dispersa pelos estados. Essa dispersão diferencia a
indústria sulina das regiões sudeste e Nordeste, onde as áreas industrias estão aglutinadas.
Rio Grande do Sul: O Rio Grande do Sul possui o parque industrial mais dinâmico e
diversificado do Sul do país. Os principais ramos industriais são o alimentício (vinho,
frigoríficos), o de couro, o de calçados, o petroquímico e o automobilístico. O eixo localizado
entre a área metropolitana de Porto Alegre e Caxias do Sul forma a maior área industrial do
estado. Localizadas próximo a Caxias do Sul, Garibaldi e Bento Gonçalves são grandes
produtores de vinho.
Paraná: A região metropolitana de Curitiba é o terceiro pólo automobilístico brasileiro, depois
do ABCD paulista e de Betim, em Minas Gerais. Transnacionais, como a Audi, a Volkswagen,
a Renault e a Volvo, geraram milhares empregos. Isso aconteceu porque a presença dessas
indústrias exige uma infraestrutura de hotéis, centro de convenções e restaurantes que são
atraídos por novos negócios. O Paraná destaca-se também pelas indústrias de papel e
celulose, de madeira e agroindústria.
78
Santa Catarina: O Vale do Itajaí, onde estão as cidades de Blumenau e Itajaí, com indústrias
têxteis e de cristais, é a principal área industrial. No entanto há pólos industriais importantes,
como Joinville (cerâmica e metalúrgica), Siderópolis (carboquímicos), Concórdia (frigoríficos).
REGIÃO NORDESTE
A instalação de indústrias no Nordeste é resultado de ações do governo para dinamizar
a economia da região. O surto industrial a partir de 1960, não foi um processo originado em
seu interior, como no sul, mas uma política governamental, fora de sua realidade econômica.
Assim, essas iniciativas nem sempre foram bem sucedidas, e as possibilidades do mercado de
consumo interno acabaram por dirigir a produção nordestina para o Centro-Sul.
Nos anos 1990, os governos nordestinos mudaram a política de incentivos fiscais,
começaram a ser instaladas na região indústrias voltadas à exportação, dissociadas do
mercado interno (Centro-Sul). Para isso investiu-se em infra-estrutura.
Quanto ao desempenho industrial, o Nordeste é a terceira região em participação no
total da produção nacional. Destacam-se a Bahia, Pernambuco e Ceará.
Bahia: A região metropolitana de Salvador, onde estão o Pólo Industrial de Aratu e o Pólo
Petroquímico de Camaçari, é a principal área industrial do estado. Atraída por incentivos
fiscais, a Ford instalou uma filial nesse complexo industrial.
Pernambuco: A maior parte dos estabelecimentos industriais do estado está na área
metropolitana de Recife, onde há indústria alimentícias, de material elétrico, de comunicações
e metalúrgicas.
Ceará: A economia cearense em 2013 cresceu, percentualmente, quatro vezes mais que o do
Brasil. Destaca-se nos ramos têxtil e de calçados, e seu principal centro industrial é a área
metropolitana de Fortaleza.
REGIÃO NORTE: A industrialização da região foi decorrente do planejamento do
governo. Entretanto as distâncias dos centros consumidores e a deficiência da rede de
transportes acabaram por criar áreas industriais desarticuladas da economia regional. O
estado do Amazonas, onde está a Zona Franca de Manaus, e o Pará, como parque industrial
da área metropolitana de Belém, são praticamente os únicos industrializados do norte do país.
Na Zona Franca de Manaus destacam-se os setores eletroeletrônico, de relógios, de
motocicletas, termoplástico, de canetas, óptico, metalúrgico e químico.
REGIÃO CENTRO-OESTE: Região de menor valor da transformação industrial do país. A
região vem apresentando elevado crescimento nos setores ligados à agroindústria, como o de
produção de alimentos.
Goiás é o estado mais industrializado, com empresas concentradas em Goiânia. Em
Anápolis encontra-se o Pólo Farmacêutico de Anápolis, um dos maiores fornecedores de
matérias-primas para a produção de medicamentos genéricos. Seguem-se o Distrito Federal
(Brasília) e Mato Grosso do Sul.
789-
Caracterize o parque industrial do Rio Grande do Sul.
Quais setores se destacam na Zona Franca de Manaus?
Escolha uma região do Brasil e escreva sobre sua industrialização.
OS TRANSPORTES NO BRASIL
O planejamento e a construção de instalações que possibilitem os meios de transporte
eficiente são essenciais para atrair investimentos, pois contribuem com a redução de custos
de produção.
Os principais modais de transporte são: rodoviário, ferroviário, aquaviário
(abrange os transportes fluvial, lacustre e marinho), aéreo e dutoviário (cargas líquidas,
79
sólidas e gasosas). Esses modais e formas fazem parte de um conceito amplo, que reflete o
papel dos transportes na globalização: o conceito de logística.
Logística e Transportes
Logística é o “conjunto de atividades direcionadas a agregar valor, otimizando o fluxo de
materiais, desde a fonte produtora até o consumidor final, garantindo o suprimento na
quantidade certa, de maneira adequada, e assegurando sua integridade, a um custo razoável,
no menor tempo possível”. (Paulo Roberto Rodrigues, Introdução aos sistemas de transportes
no Brasil e à logística internacional, Aduaneiras, p.124.) O transporte é um dos elementos
mais importantes da logística, ao lado das telecomunicações e da informática.
A logística deve seguir alguns parâmetros, dos quais os principais são: custo, tempo e
qualidade. Entre as atividades da logística estão o transporte, movimentação de materiais,
armazenagem, processamento de pedidos e gerenciamento de informações.
10- Explique o que é logística.
11- Explique o predomínio do transporte rodoviário no Brasil.
A POPULAÇÃO BRASILEIRA
O IBGE faz levantamentos da população brasileira, que podem ajudar a entender o
Brasil. O mais importante é o Censo Demográfico, realizado de 10 em 10 anos. É a mais
importante contagem da população, pois reflete a situação de vida dos brasileiros.
Para
que sejam feitas estimativas demográficas mais exatas, a cada 5 anos é realizada a Contagem
da População. Anualmente é feita a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) para
colher informações sobre habitação, rendimento, mão-de-obra, educação e características
demográficas. Em 2011 o IBGE divulgou que o Brasil possuía 196,7 milhões de habitantes
espalhados pela suas 27 unidades da federação e 5.570 municípios.
Crescimento Populacional
Os fatores responsáveis pelo crescimento demográfico são as taxas de
natalidade, de mortalidade e de fecundidade.
Apesar do aumento do número de habitantes, a taxa de crescimento
populacional vem diminuindo, em razão das transformações na família brasileira, como o
ingresso da mulher no mercado de trabalho e o uso dos métodos anticoncepcionais.
A taxa de fecundidade média que era de 6 filhos por mulher, em 1960, caiu para
1,5 por mulher e essa projeção vai até 2050, segundo o IBGE.
Formação étnica brasileira
Os indígenas, os negros africanos e os brancos europeus, formam os grupos básicos
da população brasileira. A intensa miscigenação ou mestiçagem originou os mulatos (brancos
com negros), cafuzos (indígenas com negros) e caboclos ou mamelucos (indígenas com
brancos).
80
Encontramos maior concentração de pardos na região Norte (em razão da
mestiçagem entre índios, branco europeu e mão-de-obra nordestina), de negros no Sudeste e
Nordeste (em razão de que a escravidão foi mais intensa nessas regiões) e de brancos na
região Sul (em razão da imigração de europeus para povoar o Sul do Brasil, principalmente
alemães e italianos).
População indígena: Pelos menos 70% das 429 áreas indígenas estão invadidas por
madeireiros e garimpeiros. Podemos citar 3 pontos onde os conflitos entre índios e brancos
provocaram mortes dos 2 lados: Reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima; Limão Verde, em
Mato Grosso e Reserva Roosevelt, em Rondônia. Ainda é possível perceber uma grande
desigualdade de renda entre os brancos e a população indígena.
A população brasileira: distribuição e estrutura
Conhecer os dados demográficos de um país é fundamental para que ele seja bem
administrado.
Segundo o IBGE, éramos um país jovem, mas estamos envelhecendo. O brasileiro vive
mais, e a taxa de fecundidade caiu. Melhoramos os indicadores sociais, mas, assim como a
desigualdade da distribuição caracteriza nossa população, outra desigualdade torna nosso
povo mais pobre: a concentração de renda nas mãos de uma pequena parcela.
A concentração da população
A densidade demográfica do Brasil era de 22,4 hab./km² em 2010, segundo o
IBGE. Entretanto temos municípios com menos de 1 habitante por km², como São João do
Meriti, no Rio de Janeiro com 12.897,8 habitantes por cada km² de área. Observe o mapa a
seguir e verá que a população brasileira se concentra no Sudeste, responsável por abrigar
quase a metade da população, mas podemos notar que nesta região há um crescimento maior
das cidades do interior em relação às capitais.
As cidades médias (de 50 mil a 500 mil hab.) foram as que tiveram maior
aumento populacional.
As áreas metropolitanas que mais ganharam população são: Brasília, Florianópolis,
Goiânia, São Luiz e Curitiba, metrópoles como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte
estão saturadas e crescem abaixo da média. Salvador e Recife continuam como pólos
atrativos na região Nordeste.
Estrutura etária, pirâmide etária, homens e mulheres
A queda combinada na fecundidade e mortalidade vem ocasionando uma mudança na
estrutura etária, com a diminuição relativa da população mais jovem e o aumento proporcional
do número de idosos. Ocorreram mudanças significativas na estrutura etária da população
brasileira a partir de 1990: o
relativo envelhecimento da
população
e
o
menor
crescimento.
Segundo o IBGE, em
2011, a média de vida para
as mulheres chegou a 77,7
anos e para os homens 70,6
anos, uma diferença de 7,6
anos. O maior número de
mulheres pode ser explicado,
porque, apesar de nascerem
mais homens, as taxas de mortalidade também são mais altas entre estes.
81
O perfil da pirâmide etária brasileira mudou. Em 1980 a pirâmide apresentava base
larga e topo estreito, evidenciando uma grande proporção de jovens.
Hoje se verifica que a
base na nossa pirâmide etária está cada vez mais estreita e o ápice mais largo. O corpo, por
sua vez, está cada vez maior. Isso indica uma redução nas taxas de crescimento vegetativo no
Brasil.
12- Identifique os fatores responsáveis pelo crescimento demográfico no Brasil e
analise seu comportamento na população brasileira nas últimas décadas.
13Cite as mudanças na estrutura etária do povo brasileiro, ocorrido nas últimas
décadas.
Pobreza e miséria
Como reflexo da má distribuição de renda, temos elevado número de pessoas
consideradas pobres ou indigentes. Segundo o Censo 2010, 16,2 milhões de brasileiros vivem
na miséria, sendo 59,1% do Nordeste.
As condições de vida dos brasileiros ainda estão longe de serem as ideais. Apesar da
significativa melhora nos índices de educação e saúde nos últimos anos.
O índice de Gini que indica a concentração de renda era de 0,522 em 2012, sendo mais
alto no Nordeste e mais baixo no Sul. Esse índice vai de 0 a 1.000. Portanto, quanto mais
próximo de 1.000, maior é a concentração de renda.
Movimentos da População no Brasil
Até o fim da década de 1970, os movimentos populacionais se caracterizaram pela
mobilidade populacional dentro do país e recebimento de imigrantes europeus e asiáticos nos
séculos XIX e XX.
O baixo crescimento da economia no período de 1980-1990 e o desemprego ajudam a
explicar a saída de brasileiros do país, principalmente para os EUA, Japão e Europa. Estimase 2 milhões de brasileiros no exterior.
A imigração estrangeira
O Brasil é o 4º país a receber pessoas de outros países na América, ficando atrás dos
EUA, Argentina e Canadá. Atualmente o país tem recebido diversos imigrantes africanos.
Os movimentos internos da população brasileira
Comparando o mapa com a tabela a seguir podemos verificar uma estreita relação
entre os surtos migratórios internos, a evolução da economia e o processo de urbanização no
Brasil.
15 - Cite um fator que seja reflexo da má distribuição no Brasil.
BREVE HISTÓRICO DAS MIGRAÇÕES INTERNAS NO BRASIL
Por que sair do campo e ir para as cidades?
A saída da população das zonas rurais para as zonas urbanas – êxodo rural – é o
principal movimento populacional interno brasileiro função das péssimas condições dos
moradores das áreas rurais,
As migrações internas no século XXI
Atualmente vem diminuindo a migração interna rumo às duas metrópoles globais: São
Paulo e Rio de Janeiro. A volta dos nordestinos aos seus estados de origem está sendo
significativa. Vem aumentando a migração para cidades de porte médio que oferecem mais
oportunidades de trabalho.
URBANIZAÇÕES E REGIÕES METROPOLITANAS BRASILEIRAS
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Somente na segunda metade do século XX, o Brasil tornou-se um país urbano, isto é,
mais de 50% de sua população passou a residir nas cidades. Outro fato marcante é que na
década de 1950, o processo de urbanização no Brasil tornou-se cada vez mais rápido.
Podemos verificar que o crescimento da população urbana em relação à rural coincidiu
com o período da industrialização do país: em 1970, pela primeira vez havia mais
habitantes nas cidades do que no campo. A região Sudeste foi a maior responsável por
essa mudança, onde a industrialização foi mais intensa.
A rede urbana do Brasil
A rede urbana de uma região envolve as relações entre o campo e a cidade e as
relações entre os diferentes tipos de cidade. A existência de uma rede de transportes e de
comunicações é fundamental para que uma rede urbana seja integrada.
A rede urbana brasileira tem como característica as disparidades regionais, pois,
enquanto ela é articulada no Sudeste, o mesmo não ocorre nas regiões Norte e Centro-Oeste.
A hierarquia das cidades brasileiras
Dentro da rede urbana brasileira, há uma hierarquia na qual as cidades menores estão
subordinadas às grandes, que por sua vez, estão subordinadas às duas metrópoles globais do
Brasil. Veja o mapa e observe que Caxias do Sul está classificada como um centro subregional 1, segundo o IBGE.
14-
Cite algum fator de integração da rede urbana.
15Identifique e justifique a classificação de Caxias do Sul em relação a
hierarquia das cidades brasileiras.
17
Cite algum motivo da saída de população do campo para a cidade.
18Cite algum fator de integração da rede urbana.
Regiões metropolitanas do Brasil
Segundo o IBGE, entre as regiões metropolitanas podemos distinguir áreas
metropolitanas plenas e emergentes. Os critérios para diferenciá-las são internacionais: a
população e a estrutura produtiva. Segundo o IBGE são 12 regiões metropolitanas plenas e 14
emergentes.
O resultado da conurbação (junção) das duas metrópoles globais brasileiras (São Paulo
e Rio de Janeiro) originou a primeira megalópole brasileira que abriga mais de 30 milhões de
habitantes, cerca de 20% da população brasileira. Observe o quadro a seguir.
Principais problemas sociais das metrópoles brasileiras
• Aumento de favelas e cortiços em áreas de risco ou de preservação ambiental.
• A falta de infraestrutura acompanha o crescimento das favelas. A rede de esgoto, de coleta
de lixo, água encanada, luz, telefones é insuficiente ou clandestina.
• Além de o lixo ser jogado em rios ou em áreas de mananciais, há risco de contaminação por
roedores e insetos.
• Todas as formas de violência estão presentes nos centros urbanos.
16Identifique a região brasileira onde se concentra a população.
17Cite um problema social das metrópoles.
18- Caracterize regionalmente a rede urbana brasileira.
IMPACTOS AMBIENTAIS EM ECOSSISTEMAS BRASILEIROS
Impactos ambientais, como desmatamentos, podem assumir uma dimensão mais
preocupante em virtude de nosso país abrigar ecossistemas de clima tropical dotados da
maior biodiversidade mundial.
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Impactos ambientais na Amazônia:
Atualmente o desmatamento é o principal responsável pelo avançado estado de
destruição desse ecossistema, onde as queimadas preparam os terrenos para grandes
projetos agropecuários. Segundo institutos ambientais, em 2007, o desmatamento atingia
17,3% da Amazônia. Outros fatores também são responsáveis pela degradação da região:
• Construção de usinas hidrelétricas que submergiram áreas de floresta.
• Extração de madeira para exportação para o Japão e a Europa, segundo o Greenpeace, 80%
da madeira extraída é de origem ilegal.
• Crescimento demográfico em virtude das migrações internas.
• Invasão de terras indígenas por fazendeiros e a posse ilegal por grileiros.
Impactos ambientais no Cerrado:
Segundo o Fundo Mundial para a Natureza, o cerrado perdeu 80% de sua vegetação
original, comprometendo uma das maiores reservas de água doce do mundo (Aquífero
Guarani).
A pecuária, que ocupa 60% do cerrado e o cultivo da soja, que representa 45,3% do
total plantado no país, causaram profundos impactos ambientais nesse ecossistema como:
• Assoreamento do leito dos rios;
• A poluição em algumas nascentes de rios das bacias Amazônica e do São Francisco,
causada pelos agrotóxicos utilizados nas plantações;
Impactos ambientais na Mata Atlântica:
Estatísticas dão conta de que mais de 90% da floresta, que se estendia do litoral do Rio
Grande do Norte ao litoral do Rio Grande do Sul, foi destruída.
As cidades e a necessidade de terras para o cultivo de cana-de-açúcar, cacau e café
causaram a derrubada da mata. Os principais impactos ambientais decorrentes dessa
destruição foram: poluição das águas fluviais e subterrâneas, contaminação e erosão do solo e
poluição do ar atmosférico.
As maiores áreas preservadas estão
em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas
Gerais e Espírito Santo, nas serras do
Mar e da Mantiqueira, devido ao
relevo acidentado de difícil ocupação
humana.
Impactos ambientais na Caatinga:
O processo de desertificação de
áreas da caatinga é provocado pelo desmatamento da vegetação nativa (agropecuária e
lenha) e degradação do solo.
A maior parte da caatinga desapareceu diante das ações do homem. Do que
restou, cerca de 3% recebe alguma proteção ambiental. Os latifundiários do Nordeste são os
maiores responsáveis por essa degradação, pois, além de desmatar a vegetação original,
provocando seu assoreamento. Aos pequenos proprietários, resta viver na miséria ou migrar
para outras regiões.
Impactos ambientais nos campos sulinos:
As atividades agropecuárias são as grandes responsáveis pela degradação dos campos
brasileiros, que abrangem áreas no RS, SC, Argentina, Uruguai e Paraguai.
A criação de
gado deteriora os solos, e seu uso prolongado causa a erosão e a arenização. A
agropecuária, através do uso excessivo, prolongado e inadequado do solo, provoca o
empobrecimento, dificultando o surgimento de vegetação.
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A desertificação difere da arenização. A ONU restringiu a denominação desertificação a
regiões de clima árido, semi-árido e semi-úmido, como o Nordeste com clima semi-árido. No
Rio Grande do Sul, de clima subtropical, denomina-se arenização que é a deficiência vegetal
pela intensa mobilidade dos sedimentos, causada pela ação das águas e do vento.
Impactos ambientais no Pantanal:
O crescimento do turismo tem sido um agravante da degradação ambiental no
ecossistema da região, pois trouxe problemas até então desconhecidos, como: lixo em toda a
parte, esgotos não tratados, pecuária e agricultura extensiva, pesca predatória, queimadas e
erosão.
Impactos ambientais nos ecossistemas litorâneos:
Os manguezais e as restingas são ecossistemas de “alta produtividades biológica”, que
estão entre os mais degradados do país. Esse ecossistema abrange a faixa costeira, a mais
populosa do Brasil, agravando os impactos ambientais nesses ecossistemas, como:
• A expansão urbana desordenada, que polui as águas e os solos; Derramamento de petróleo
nas refinarias e nos terminais de embarque e desembarque da Petrobras e dos pólos
petroquímicos localizados em suas áreas; Lançamento de esgoto proveniente das grandes
cidades e capitais de estados localizados no litoral; A pesca predatória, a ocupação irregular
do solo e a poluição causada pelas indústrias instaladas em áreas litorâneas;
Política de Preservação Ambiental
O IBAMA é o órgão encarregado da preservação dos biomas e ecossistemas
brasileiros. Para realizar essa tarefa, o IBAMA dividiu o território brasileiro em unidades de
conservação, que são “espaços territoriais e seus recursos naturais, com o objetivo de
conservação e limites definidos. Infelizmente o IBAMA não consegue realizar uma fiscalização
rigorosa, por falta de funcionários, equipamentos e burocracia nas leis ambientais.
Impactos ambientais em sistemas urbanos: Além do lixo e do saneamento, as cidades
brasileiras enfrentam problemas de ocupação desordenada em áreas de mananciais e de risco
de desabamentos e enchentes. A poluição de córregos e rios que as atravessam, todos eles
utilizados como depósito de lixo e de esgotos. A presença de dejetos nas águas dos rios
favorece as enchentes, que castigam os habitantes.
O Aquífero Guarani: Enorme reservatório de água subterrânea na América do Sul, que
ocorre em terras do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, e ocupa uma área de 1.400.000
km². No Brasil compreende os estados de MS, GO, MG, SP, PR, SC e RS. Em locais onde ele
aflora, vem sendo utilizado para irrigação de lavouras, abastecimento de indústrias e
residências e, consequentemente, vem sendo contaminado. Outro aquífero recentemente
confirmado pelos pesquisadores em 2010 é o Aquífero Alter do Chão que supera o Aquífero
Guarani em volume d’água, localizada sob os estados do Amazonas, Pará e Amapá.
22-Apontar um impacto ambiental comum nos ecossistemas da Amazônia, do Cerrado e
do Pantanal.
23-Identificar o ecossistema brasileiro mais afetado e explicar duas causas
responsáveis por sua acentuada degradação.
24-Citar 2 estados onde há a presença de campos e um impacto ambiental desse
ecossistema.
25-Destacar um impacto ambiental próximo de sua residência.
26-Caracterizar o Aquífero Guarani.
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http://canaldoensino.com.br/blog/baixe-gratis-mais-de-130-apostilas-para-o-enem
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
●COELHO, Marcos de Amorim e TERRA, Lygia. Geografia Geral e do Brasil. São Paulo:
Moderna, 2007.
●MOREIRA, João Carlos SENE, Eustáquio de. Geografia Geral e do Brasil – Espaço
Geográfico e Globalização. 4ª Ed. São Paulo: Scipione. 2008.
●PIFFER, Osvaldo. Geografia no Ensino Médio. São Paulo: IBEP, 2008.
●TÉRCIO, Lúcia Marina &. Geografia - Série Novo Ensino Médio. São Paulo: Ática, 2011.
● MAGNÓLI, Demétrio. Geografia para o Ensino Médio. 1ª Ed.São Paulo: Atual, 2008
●www.vulcanoticias.hpg.ig.com.br/ <último acesso, janeiro de 2014>
●Almanaque abril. São Paulo: Abril S.A, 2013
●http://www.suapesquisa.com/geografia/nafta.htm<último acesso, janeiro de 2014>

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