Estratégias Operacionais e Análise técnica
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Estratégias Operacionais e Análise técnica
Escolas de análise Até agora vimos como funcionam os principais mercados operados pelos especuladores de curto prazo: operações de ações day trade, swing trade, aluguel, termo, opções, índice e dólar. Depois de entender o funcionamento de cada um deles é preciso encontrar uma forma de encontrar os pontos de compra e de venda. As duas principais escolas de análise e mais difundidas no mercado são a Análise Fundamentalista e Análise Técnica. Na Análise Fundamentalista o momento de compra e de venda é importante, mas o foco principal é muito mais em aspectos qualitativos e quantitativos. Em ações, por exemplo, um analista fundamentalista analisa a empresa, o negócio dessa empresa, balanços e perspectivas antes de compra ou vender uma ação. Já na Escola Técnica, o que se compra ou se vende não é tão importante quanto o momento de compra e o momento de venda. Os grafistas, como são chamados os adeptos da Análise Técnica, tomam suas decisões através da análise de gráficos. Como o foco das operações é de curto prazo faz mais sentido nos atermos um pouco mais na Escola Técnica, em função de ser a mais usada pelos principais traders dos mercados que vimos até agora. Não é incomum, porém, vermos especialistas de mercado juntando o que se tem de positivo das duas escolas. Será que um trader, sabendo que o dólar está em alta, não pode separar para analisar, no gráfico, por exemplo, empresas que se beneficiem com a alta da moeda americana? Análise Técnica de Ações A Análise Técnica é uma das mais antigas escolas de análise de análise de preços que existe. No Japão, por exemplo, a análise técnica já era utilizada para operações de compra e venda no mercado futuro de arroz nos anos de 1800. Porém, a partir dos anos 90 os grafistas começaram a tomar seu espaço e hoje existem inúmeras de estratégias que apontam pontos de compra e venda a partir do estudo dos gráficos. Basicamente, os grafistas defendem que: 1-Os preços descontam tudo; 2-Os preços se movem em tendência; 3-A história se repete. Com essas premissas, os grafistas querem dizer que qualquer fato ou notícia já estará embutida nos preços e que esses preços se movimentam em tendências (sejam de alta ou de baixa). Dessa forma, olhando para um gráfico conseguiremos saber exatamente o momento de compra e de venda de ativos. Claro, a Análise Técnica não funciona em 100% das operações, porém como veremos, através de vários exemplos, quando executamos estratégias amplamente conhecidas no mercado aumentamos a chance de ganho nas operações. Noções básicas de análise grafista Abaixo temos um gráfico das ações das Lojas Americanas (LAME4). Na parte de baixo do gráfico temos o tempo e do lado direito os preços. O gráfico abaixo é representado por Candles e, cada Candle, representa 1 dia de negociação (ou seja, é um gráfico diário). O período gráfico diário é um dos mais utilizados no mercado, porém, cada Candle poderia representar 1 hora, 1 semana ou 1 mês. A escolha do tempo gráfico vai depender do mercado que operamos – em operações de índice futuro, por exemplo, existem traderes que utilizam até gráficos de 1 minuto. O interessante da utilização do Candle é que ele nos mostra o movimento de preços que ocorreu dentro do dia. Um Candle de alta é aquele que o preço de fechamento é maior do que o de abertura. Já o Candle de baixa é aquele que o o preço de fechamento é menor do que o de abertura. Os Candles, mostram ainda, os preços máximos e mínimo do período: Abaixo segue outro gráfico, dessa vez da Vale (VALE5). O período mostrado no gráfico é de março até dezembro de 2015 e, podemos ver claramente, que o papel está em tendência de baixa. Ele não caiu em linha reta, claro, mas saiu de R$20,50 para R$10,25 nesse período. O interessante do uso da Análise Técnica é justamente isso, ela é muito objetiva e visualmente já podemos ver o que está acontecendo. Figuras gráficas e indicadores Existe uma infinidade de estudos de figuras gráficas e de indicadores técnicos. Para iniciarmos nossos estudos vamos começar por dois dos mais importantes e que deles derivam-se muitos outros indicadores: suporte e resistência e o rastreador de tendências médias móveis. Suporte e Resistência A estratégia de suporte e resistência é uma das mais utilizadas, se não a mais utilizadas por especuladores de curto prazo. A através da análise desses pontos é possível traçar pontos de compra e de venda de ativos. Suporte = zona de preços que existe uma força compradora muito grande Resistência = zona de preços que existe uma foça vendedora muito grande Segundo os grafistas os preços têm memória, ou seja, se todos lembrarem que um ativo bateu em determinado preço e depois começou a subir é grande a chance que isso continue acontecendo e que quando bater nesse preço novamente as pessoas voltem a comprar. Observando o gráfico da AmBev abaixo, podemos perceber que mais de uma vez, quando o preço bateu na faixa dos R$14,30 ele começou a subir novamente. Não é razoável afirmar que, os R$14,30, seria um bom ponto de compra? Já que a vimos o preço bater nesses níveis e subir novamente? Aqui temos um exemplo de suporte. Observando o mesmo gráfico da AmBev (ABEV3) podemos perceber também, que durante um bom tempo, toda vez que o preço batia na faixa dos R$16,31 ele caia. Não seria razoável afirma que, na faixa dos R$16,31 seria um bom ponto de venda? Já que vimos o preço já bater nesses níveis e subir novamente? Aqui temos um exemplo de resistência. Operando com suporte e resistência No caso da ABEV3 acima os pontos de entrada e saída das operações ficaram bem claros: - poderíamos comprar quando bateu no suporte e vender quando na resistência - poderíamos fazer um termo quando bateu no suporte e desfazer quanto bateu na resistência - poderíamos ter comprado uma opção de compra de ABEV3 quando bateu no suporte Enfim, podemos fazer uma infinidade de operações utilizando essa estratégia. Stop Além de apontar pontos de compra e de venda, a estratégia de suporte e resistência nos dá pontos, por exemplo, para colocar os stops nas operações. Da mesma forma que comprar na faixa dos R$14,30 parece interessante em função de estar num suporte, o especulador tem que imaginar que os preços podem romper para baixo essa faixa e continuar caindo. Se a compra for feita a R$14,30 é possível colocar um stop abaixo desse preço (o stop pode ser gráfico ou matemático mesmo). Podemos, por exemplo, definir que aceitamos perder 2% na operação (caso ela dê errado) e já definir esse valor como stop de perda caso a operação vá contra o que esperamos. Definido o stop, temos todos os pontos importantes para o especulador analisar se é interessante ou não ele entrar na operação: Preço de compra: R$14,30 Preço de venda: R$16,30 Stop de perda: R$14,01 (ou 2% em relação ao preço de compra) No caso acima o especulador entraria na operação para ganhar 13,9%, com stop de perda em 2% podemos chamar isso de cálculo de risco x retorno da operação. Além disso, caso seja do interesse do especulador ele pode ir subindo o stop à medida que a operação fosse favorável a ele. Ferramentas gráficas Os gráficos que vimos até agora são de uma plataforma gráfica chamada Profitchart (umas das plataformas profissionais pagas distribuídas pela XP), mas também podemos ver gráficos pelo Home Broker e pelo XP Pro. Como traçar suporte e resistência pelo XP Pro e Home Broker No XP Pro, na aba MERCADO, clique em GRÁFICO: Digite o ativo de sua escolha Na barra de ferramentas escolha o tipo de linha Pronto, já pode traçar suportes e resistências no gráfico Como traçar suporte e resistência pelo Home Broker O processo é bem semelhante ao do XP Pro – para acessar pelo HB, digite em TRADEZONE na barra lateral: Médias móveis – importante rastreador de tendência As médias móveis são um dos mais conhecidos rastreadores de tendência do mercado. A estratégia que veremos a seguir é um exemplo de uma estratégia de cruzamento de médias, que aponta claramente os pontos de compra e venda das operações. Média móvel de 40 dias Abaixo temos o gráfico das ações da SulAmerica (SULA11). A linha azul representa a média dos últimos 40 dias de cotação do ativo. Para chegar nessa média pegamos os últimos 40 dias de cotação, somamos e dividimos por 40. No caso abaixo o preço da ação SULA11 estava R$18,61 e a média dos últimos 40 dias estava em R$20,64. Olhando o gráfico, podemos perceber que, as vezes, o preço fica acima da média e outras vezes abaixo da média. Quando os preços estão acima da média, os preços podem estar em tendência de alta e quando estão abaixo da média podem estar em tendência de baixa. A média de 40 dias mostra, de forma, clara como os preços se movimentam no médio prazo. Média móvel de 9 dias Abaixo segue o mesmo gráfico da SULA11, agora com uma média mais curta, de 9 dias. Essa média é chamada exponencial – ela também é calculada somando-se os últimos 9 dias, porém na hora da divisão, ela leva em consideração um peso maior aos dias mais recentes. Como podemos ver, a média de 9 dias acompanha os preços mais ‘’de perto’’ e mostra a tendência de curto prazo das ações. Plotagem das duas médias e cruzamento No mesmo gráfico da SULA11, temos agora as duas médias plotadas: Como podemos perceber, as vezes a média de curto prazo está acima da média de médio prazo e as vezes está abaixo. A estratégia do cruzamento das médias de 9 e 40 dias é bem simples: - quando a média de 9 dias cruza para cima a média de 40 dias representa uma COMPRA, já que o preços ficaram acima da média e podem entrar em tendência de alta; - quando a média de 9 dias cruza para baixo a média de 40 dias representa uma VENDA, já que os preços ficaram abaixo da média e podem entrar em tendência de baixa. Abaixo segue um exemplo de operação nas ações da SULA11: Tivemos um cruzamento para COMPRA no dia 26/06/15 na faixa dos R$14,30. A partir daí o papel entrou em tendência de alta e foi cruzar para venda somente 15/12/15 na faixa dos R$20,31. Essa operação teria dado um lucro de 42% no período. Importante: essa combinação das médias de 40 x 9 é apenas utilizada para exemplificar as operações. O especulador pode definir suas próprias médias e também pode testar diferente médias em diferentes ativos. Stop na estratégia de médias Da mesma forma que o cruzamento apontou cruzamento e as ações da SULA11 subiram, elas poderiam ter caído. Na estratégia das médias, o nosso stop de venda teria sido o cruzamento para baixo – normalmente isso acontece quando o mercado está ‘’lateralizado’’: No exemplo acima, o cruzamento apontou uma compra e, alguns dias depois, uma venda. Esse cruzamento ‘’falso’’ gerou um prejuízo de 5% na operação. Plotando as médias no XP Pro e no Home Broker Clique em ESTUDOS Depois em INDICATOR, entre em TENDÊNCIA e escolha as médias: Exemplos de operações utilizando médias móveis em diferentes mercados Exemplo de operação de compra em Lojas Renner (LREN3). Na operação abaixo poderia ter sido feita uma operação de compra de ações com ganho de 44%. O especulador poderia ter feito também uma operação de termo e ter alavancado seus ganhos: Já na operação abaixo, o especulador poderia ter feito uma venda alugada em Petrobras (PETR4), com ganho de 50%. Outro exemplo, agora de compra de dólar com ganho de 608 pontos ou R$6.080 por contrato. Lembrando que a margem de operar 1 mini contrato de dólar é de R$5.000, o ganho sobre a margem seria de 120%. E finalmente um exemplo de venda de mini índice com ganho de 8.600 pontos ou R$1.720 por contrato. Considerando a margem para operação de 1 contrato (R$1.450), o ganho sobre a margem seria de 118%. Tempo gráfico e Day Trade Nos exemplos acima utilizamos, para ilustrar as operações, o tempo gráfico diário, onde cada candle representa um (1) dia. Da mesma forma, poderíamos ter utilizado o gráfico semanal ou mensal. Para operações de curtíssimo prazo, é comum utilizar tempos gráficos mais curtos, como gráficos de 60 minutos, 30 minutos, 5 ou até mesmo 1 minuto. Quanto mais o trader quiser operar, menor deve ser o tempo gráfico escolhido. No exemplo abaixo, temos o gráfico de 5 minutos da VALE5. Podemos observar que, assim como no gráfico diário, num período mais curto também podemos utilizar, por exemplo, suporte e resistência para apontar pontos de compra e de venda. No exemplo acima, em apenas 6 horas o papel subiu mais de 7%. No caso de operações Day-Trade, as estratégias utilizadas podem ser as mesmas, alterando, porém o tempo gráfico, que normalmente é mais curto para esse tipo de operação. Montando sua estratégia operacional Não existe melhor nem pior estratégia, o importante é cada Trader ter a sua e segui-la. Teste suas estratégias, acompanhe o mercado e quando for (e será) necessário, ajuste-a/calibre-a. Hoje temos ferramentas como o MetaTrader, XP Pro, Home Broker ou o ProfitChart, onde é possível acompanhar o mercado e em outras, inclusive, rodar estratégias e testar como teriam se comportado. Apenas como exemplo, o ProfitChart, conta com uma ferramenta de Backtest, que nos mostra como foi o resultado de estratégias montadas pelo Trader. Abaixo, segue o resultado da estratégia de médias móveis, que vimos anteriormente, no ativo Suzano (SUZB5), operando os cruzamentos de compra de 2012 até o início de 2016. Essa ferramenta calcula, automaticamente, qual foi o ganho/prejuízo nas operações. No exemplo abaixo, ela considera que sempre fossemos entrar com a mesma quantidade de ativos – no caso 2.000 ações em todas as operações. De qualquer forma, podemos observar o ganho por operação e ainda temos um resumo geral das operações: Se considerarmos o ganho percentual por operação e que sempre fossemos aplicar o valor total que sobrou da última operação (e não a mesma quantidade de ações), o nosso ganho acumulado total seria de aproximadamente 139%. A título de comparação o Ibovespa no mesmo período caiu 29,80%. Claro, que ter dado certo não é garantia que dará no futuro, mas a grande maioria das pessoas que opera na Bolsa preferem utilizar alguma estratégia que já vêm dando resultado há algum tempo. Conclusão do módulo Nesse módulo vimos duas estratégias bem conhecidas pelos grafistas: a estratégia de suporte e resistência e do cruzamento de médias móveis. Conforme comentado, essas são duas de tantas estratégias que existem no mercado - que apontam exatamente o momento de compra, venda e stop. Como comentamos nos módulos iniciais, a intenção não é esgotar o assunto, pelo contrário, o aprendizado deve ser contínuo. Por outro lado, apontando como funcionam os diferentes mercados e estratégias, desmistificamos as operações e esperamos que esse seja o ponta pé inicial dos seus estudos. Estude, acompanhe a Arena do Investidor, teste suas estratégias e conte com a Zahl para auxiliar nas suas operações. Bons trades! Qualquer dúvida estamos à disposição. Entre em contato. Disclaimer: A Zahl Investimentos – Agente Autônomo de Investimentos Ltda. é uma empresa de agentes autônomos de investimento devidamente registrada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), na forma da Instrução Normativa nº 497/11. A Zahl Investimentos – Agente Autônomo de Investimentos Ltda. atua no mercado financeiro através da XP Investimentos CCTVM S/A, o que pode ser verificado através do site da CVM (www.cvm.gov.br > Agentes Autônomos > Relação dos Agentes Autônomos contratados por uma Instituição Financeira > Corretoras > XP Investimentos) ou através do site da ANCORD para escritórios credenciados a partir de outubro de 2012 (http://www.ancord.org.br/Website_Ancord/index.html > Agentes Autônomos > Consultas) ou através do site da própria XP Investimentos CCTVM S/A (www.xpi.com.br > Encontre um escritório > Selecione abaixo o estado e a cidade que deseja pesquisar > Veja a lista dos agentes autônomos). Na forma da legislação da CVM, o agente autônomo de investimento não pode administrar ou gerir o patrimônio de investidores. O agente autônomo é um intermediário e depende da autorização prévia do cliente para realizar operações no mercado financeiro. 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