Juliana Amaral lança seu quarto disco, Açoite
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Juliana Amaral lança seu quarto disco, Açoite
Juliana Amaral lança seu quarto disco, Açoite Após mergulhar na poética do samba, cantora busca tensionar as relações entre tradição e modernidade em novo álbum A coexistência do antigo e do novo pode ser entendida como um emblema brasileiro. O moderno brasileiro não extingue o arcaico, mas alimenta-se dele; herança colonial, açoite contemporâneo – tudo desigual e combinado. Deste casamento, nascem e persistem as tradições culturais brasileiras em toda sua complexidade, entre elas o samba e a música caipira. O encontro das pesquisas de Juliana Amaral e do irmão, João Paulo Amaral, que buscam, de diferentes modos, entender essas tradições desde um prisma reflexivo, é o mote para o projeto Açoite. Com direção musical e arranjos de João Paulo Amaral, compositor, pesquisador e um dos grandes nomes da viola caipira no país, o disco traz canções inéditas, composições próprias e regravações, num repertório que busca tensionar as relações entre tradição e modernidade, campo e cidade, tanto do ponto de vista poético quanto musical. Assim, o disco trata dos diversos "açoites" do nosso tempo, de todos os tempos – solidão, abandono, violência, desamor, não-pertencimento. Entre as releituras, um dos grandes desafios foi gravar a monumental “Matita Perê” (Tom Jobim, Paulo César Pinheiro), cuja orquestração original parecia indissociável da composição, mas que ganhou novo colorido com arranjo conduzido pela viola caipira de João Paulo Amaral. Para reverenciar o repertório caipira, estão “Rio de Lágrimas”, uma joia de raro lirismo composta por Tião Carreiro, Piraci e Lourival Santos, e “Padecimento”, moda de viola de Carreirinho, feita de modo tradicional em dueto com João Paulo. De Tom Zé veio “Carta”, canção que versa sobre as distâncias, os abandonos, aquilo que não podemos ou conseguimos dizer. “Um Trem para as Estrelas” de Gilberto Gil e Cazuza recebeu arranjo que combina ijexá e funk, para que não esqueçamos dos navios negreiros que ainda estão por aqui. Há ainda “Léo”, rara parceria de Milton Nascimento, uma das principais referências da cantora, com Chico Buarque, e “Vassalo do Samba”, samba de beleza extraordinária de Ataulfo Alves. Um dos grandes compositores do nosso tempo, Douglas Germano está presente com três inéditas: “Cosme”, um samba rápido que empresta de Mário de Andrade o cenário de "Pauliceia Desvairada"; “Marcha do Homem Bala”, que fala sobre o carnaval, nosso açoite primordial; e “Pra Rua”, letra oportuna que Douglas escreveu para Juliana Amaral musicar, inaugurando a parceria dos dois. Há ainda “Desvão”, música de Juliana para poema de Humberto Pio, seu parceiro de música e vida, “Gases Puro”, canção de Lincoln Antonio para fala de Stela do Patrocínio que está no espetáculo “Entrevista com Stela do Patrocínio” - no qual Juliana atua há mais de dez anos - e “Brado Aberto”, tema instrumental composto por João Paulo Amaral. Em oposição ao disco anterior, SM, XLS (sigla para Samba Mínimo, Extra Luxo Super), em que cantava acompanhada apenas de um instrumentista em cada faixa, Açoite apresenta uma sonoridade intensa, quase extrema, explorando os limites de cada instrumento, com uma formação musical que inclui, além das vozes e da viola caipira, violão, guitarra, bateria, contrabaixo e teclados. Para isso, Juliana contou com a colaboração de grandes músicos da cena instrumental paulista: Alberto Luccas (contrabaixo acústico), Gustavo Bugni (teclados), Rodrigo Digão Braz (bateria), além do próprio João Paulo Amaral (viola caipira, violão e guitarra). Produzido de modo independente, o CD foi custeado parcialmente por meio de campanha de financiamento coletivo (www.kickante.com.br/campanhas/juliana-amaral-acoite), com o apoio de 392 pessoas. Gravado ao vivo no estúdio, mixado e masterizado entre janeiro e março de 2016, com direção de arte de Humberto Pio e Juliana Amaral, fotos de Marcelo Dacosta e projeto gráfico do Estúdio Risco, Açoite é um lançamento do Selo Circus, braço fonográfico da Circus Produções Culturais. Disponível em todas as plataformas digitais, o álbum fez sua estreia nos palcos em duas apresentações no Sesc Consolação, nos dias 4 e 5 de junho de 2016, e segue agora em turnê pelo Brasil. Sobre Juliana Amaral Cantora, compositora, escritora e atriz, Juliana Amaral canta profissionalmente há 23 anos. Tem três discos autorais lançados: "Águas Daqui" (2002, Lua Music), "Juliana Samba" (2007, Lua Music) e "SM, XLS" (2012, Selo Sesc), além de participações em inúmeros espetáculos, discos e DVDs de músicos, compositores e orquestras, no Brasil e exterior. Açoite, seu quarto álbum, nasceu após show realizado com João Paulo Amaral, seu irmão violeiro, em junho de 2013. "Depois de mergulhar na poética do samba, e chegar muito perto do silêncio, sinto que é hora de sangrar. Por isso, o disco se chama Açoite. Porque o mundo não está fácil. E é preciso falar sobre ele, sobre nossas dores, escancarar o peito, rasgar a pele, mostrar as feridas, pra tentar transformar toda essa violência em beleza. Encantar pra subir, fazer do açoite, bálsamo. Devir”, explica. Multiartista, a cantora se apresenta semanalmente no Ó do Borogodó, tradicional reduto do samba e do choro em São Paulo. No teatro, atua na peça “Entrevista com Stela do Patrocínio”, espetáculo encenado e dirigido por Georgette Fadel e Lincoln Antonio, sobre Stela do Patrocínio (1941-1997), interna psiquiátrica da Colônia Juliano Moreira, no Rio de Janeiro, cujo talento foi descoberto durante os trabalhos terapêuticos da psicologa Nise da Silveira. Juliana também é escritora, com dois livros lançados – "Transitivos", 2011 e "Samba Mínimo, Extra Luxo Super", 2012 – e artista gráfica sócia do Estúdio Risco, coletivo de artistas de trajetórias variadas e múltiplas que presta serviços de arquitetura, cenografia, expografia, desenho de produto, desenho gráfico e videografia. Informações e contato Guto Rucco coordenação de produção [email protected] | ++ 55 11 2528 4732 | ++ 55 11 99 172 4010 Juliana Amaral [email protected] | ++ 55 11 99 127 0707 Na internet www.circusproducoes.com.br/acoite