14 Uma Escola Aberta à Cultura

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14 Uma Escola Aberta à Cultura
Dezembro de 2011
14 Uma Escola Aberta à Cultura
Jornal Académico
Uma vez que a última actividade realizada no ano lectivo transacto teve lugar após a publicação da edição trimestral do Jornal Académico, é com ela que principia a descrição das iniciativas até agora concretizadas, não sem antes saudar o grupo de entusiastas que é presença assídua nas visitas, bem como todos os
que se sintam tentados a participar.
A exposição «Confrontos. Bosh e o seu Círculo», composta pelos trípticos
«Tentações de Santo Antão», «Juízo Final» e «Tribulações de Job», juntou
pela primeira vez em Portugal estas três grandes pinturas, a primeira pertencente ao Museu Nacional de Arte Antiga (desconhecendo-se no entanto
as circunstâncias da chegada da obra a Portugal) e as duas restantes ao Museu Groninge de Bruges (Bélgica). Após a inauguração oficial com a presença
do Secretário de Estado da Cultura, a visita consistiu na análise das variantes e dos traços comuns do processo criativo dos trípticos, numa proximidade com a experiência visionária de Jeroen van Aeken, pintor e gravador holandês
dos séculos XV e XVI cujo pseudónimo é Hieronymus Bosch, um
observador minucioso que criou composições fantásticas e diabólicas onde, com um tom satírico e moralizante, apresentava
os vícios, os pecados e os temores de ordem religiosa que afligiam o homem medieval.
Uma visita guiada à Quinta Beau Séjour (ou Quinta das Campainhas,
como é apelidada popularmente), na freguesia de São Domingos de
Benfica em Lisboa, marcou o recomeço das actividades do presente
ano lectivo. A quinta foi comprada em 1849 pela Viscondessa da Regaleira, D. Ermelinda Allen Monteiro de Almeida. Depois de percorrermos o palácio, uma casa de veraneio com as fachadas revestidas
a azulejo de estampilha e uma grande colecção de pintura naturalista no interior, com intervenções de Columbano e Rafael Bordalo Pinheiro, saímos para um exótico jardim romântico, com um lago junto do qual ainda se ouve o som de algumas campainhas. A quinta foi adquirida nos anos 80 pela Câmara
Municipal de Lisboa, que aí instalou o Gabinete de Estudos Olisiponenses, em 1992.
A Galeria do Loreto, uma das cinco galerias principais que conduziam a água para
abastecer os chafarizes e fontanários da cidade de Lisboa, foi uma escolha acertada para
uma tarde soalheira.
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Jornal Académico
Este curto trilho do extenso mas esteticamente harmonioso Aqueduto das Águas Livres consistiu num
percurso de 410m, iniciado por baixo do lago do Jardim do Príncipe
Real, numa cisterna octogonal desactivada e transformada em espaço
de cariz cultural, e terminou voltando à superfície num dos mais bonitos miradouros de Lisboa, o Jardim de São Pedro de Alcântara. Ao longo
da visita, ouvimos atentamente as explicações e as “pequenas lições”
do simpático e dedicado guia, que aceitou de bom grado juntar-se a
elementos do grupo para uma fotografia.
Uma aposta feliz foi a visita à exposição "South is the new North",
uma mostra de arte contemporânea africana na Galeria Influx, com
enfoque no período 1990 – 2010. Esteve connosco Nuno Salgueiro Lobo,
responsável pela exposição, que nos deu a conhecer a forma como a
arte africana é vista hoje no ocidente.
Nomes como Chéri Samba, Soly Cissé, Angel Ihosvanny, Chéri Cherin, George Lilanga, Mário Macilau, Estevão Mucavele, Reinata Sadimba Passema, Twins Seven Seven ou Dominique Zinkpé, são apenas alguns nomes de artistas que atingiram projecção internacional
em áreas tão diversas como a pintura, a escultura, o vídeo e a fotografia. Deveras interessante e enriquecedora, prendeu a atenção de todas as participantes, que se encantaram
especialmente com os Shetani de George Lilanga.
Imperdível era a segunda parte da exposição “A Perspectiva das Coisas. A Natureza-morta na Europa:
1840 – 1955”, dando continuidade à exposição apresentada em 2010 sobre o tema e
agora dedicada à modernidade do século XIX e às alterações fundamentais ocorridas
na primeira metade do século XX. Foi pena o barulho gerado pela presença de muitos
grupos de visitantes na sala do Museu Calouste Gulbenkian reservada à exposição, mas
o saldo foi positivo quer pela contemplação das fabulosas obras distribuídas pelos diversos núcleos expositivos quer pelo prazer de fazer a visita guiada na agradável companhia de várias ex-colegas e sócias da Associação dos Amigos d´o Rainha.
Como sempre, o histórico das actividades e a programação mensal estão disponíveis na rubrica Clubes e
Projectos do renovado site da ESRDL.
Acompanhem-nos e … votos de
A Coordenadora: Luisa Teresa