Carta para Papai Noel vi...tradi..o - BOL Not.cias

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Carta para Papai Noel vi...tradi..o - BOL Not.cias
INTERNACIONAL
Carta para Papai Noel vira símbolo consumista, e instituição inglesa pede
fim de tradição
08/12/2012 - 07h00 | do UOL Notícias
Patrícia Araújo
Do UOL, em São Paulo
Divulgação/Correios
Vista em boa parte do mundo como um dos símbolos
do Natal, a cartinha para o Papai Noel está em xeque
na Inglaterra. De retrato das aspirações inocentes
de uma criança, esse bilhetinho se transformou, ao
longo dos anos, em uma extensa lista de presentes
capaz de causar uma série de problemas familiares,
de acordo com a instituição de caridade
internacional Mothers’ Union (em português, União
das Mães).
O movimento de mães cristãs lançou neste ano o
livro "Labelled for Life" ("Rotulados para a Vida", em
tradução livre para o português) e campanha
pedindo aos pais que façam seus filhos
abandonarem a “carta endereçada ao bom velhinho”
como forma de conter o consumo desenfreado nesta
época.
Cartas para o Papai Noel recebidas pelos Correios
A campanha se baseou em dados de uma pesquisa
feita pela consultoria inglesa ComRes a pedido da instituição. O estudo conclui que 72% dos pais
ingleses compraram sem ter como pagar ao menos um dos presentes que estava na lista de seus
filhos. O mesmo percentual de pais disse se preocupar em como pagará as contas no mês de janeiro.
Já 46% afirmaram ter feito um empréstimo ou estar em dificuldade financeira só para dar à família um
“bom Natal”. Cerca de 36% contaram que se sentiram pressionados a comprar um presente que
acreditavam ser inadequado para idade de seus filhos e, desse total, 59% confirmaram tê-lo comprado
mesmo assim. Outro dado indicativo de excesso foi que 84% dos pais compraram, de última hora,
presentes extras para seus filhos porque acharam que a pilha embaixo da árvore não estava grande o
suficiente.
Para Alex Criado, coordenador-executivo do movimento Aliança para Infância no Brasil, campanhas
como a da Mothers’ Union são importantes porque funcionam como um primeiro passo para repensar a
sociedade. “A prática do consumo lida com a criança de forma muito cruel porque ela não tem senso
crítico. A criança apresenta suas demandas e os pais querem agradar. Aí, quando não agradam, são
os carrascos. Isso gera um conflito.”
Ana Maria Wilheim, diretora-executiva do Instituto Akatu (organização não-governamental que trabalha
pelo consumo consciente), diz ver o problema hoje como uma “doença”. “No Natal, a gente projeta
nossos desejos, sonhos. Mas estão pegando tudo isso e jogando num produto. A gente não está mais
valorizando a relação entra as pessoas.”
Consumo também no Brasil
Segundo Carlos Henrique de Almeida, economista do Serasa Experian, “o Natal é realmente um
período em que o consumidor acaba extrapolando”, e esse seria um comportamento praticamente
mundial. “É um período de maior apelo de marketing para maiores gastos e as promoções e produtos
parcelados também induzem o consumo.”
De acordo com dados da Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São
Paulo), no Brasil, o índice de endividamento das pessoas aumenta em média de 2% a 3% em
dezembro, janeiro e fevereiro em relação aos demais meses. Isso ocorre, em grande parte, devido ao
consumo exagerado do Natal.
Psicóloga do Instituto Alana, Laís Fontenelle critica a mercantilização da festa. “O Natal, assim como a
Páscoa, é uma data que ficou totalmente comercializada. No dia 24 (de dezembro), tem a figura do
Papai Noel industrializada. Você listar presentes é mais um símbolo de que a data foi mercantilizada.”
Espírito do Natal
Discutir o consumo, porém, é focar em apenas um dos lados da festa, de acordo com Mário Ernesto
René Schweriner, coordenador do Núcleo de Estudos e Negócios das Ciências do Consumo da ESPM
(Escola Superior de Propaganda e Marketing). Para ele, se por um lado há a compulsão extenuante
pelo consumo, de outro, existe uma celebração bonita, de aumento do altruísmo. “O Natal, em boa
parte, é um rito esquizofrênico. É bipolar.”
A própria cartinha para o Papai Noel, segundo Schweriner, conteria essa dualidade. Enquanto, em
algumas situações, ela pode ser encarada apenas como uma expressão consumista, em outras é um
símbolo de solidariedade. É o caso, por exemplo, dos bilhetinhos enviados por crianças carentes do
país aos Correios.
Há 23 anos, a instituição criou a “Campanha Papai Noel dos Correios” por iniciativa de funcionários.
Eles passaram a se reunir para responder às crianças e atender, dentro do possível, aos pedidos de
presentes. Só entre 2009 e 2011, a instituição recebeu 4.396.941 cartas do tipo, sendo que 1.459.927
foram adotadas por voluntários que fizeram o Natal de uma criança pobre mais feliz. A ação é tão
importante que, em 2010, foi vinculada aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio estabelecidos
pela ONU (Organização das Nações Unidas) e também a preceitos de responsabilidade social
empresarial.
“Não é demonizar a cartinha, mas será que nela a gente tem que listar só itens, objetos de consumo?
A gente pode desejar pedidos mais humanos e poéticos”, afirma Fontenelle.
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