Edição 139
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Edição 139
Revista Brasileira do Aço Ano 21 - Edição 139 - Fevereiro 2012 EXPECTATIVAS SETORIAIS Investir ou não investir? Como traçar um plano de negócios após um 2011 que não vai deixar saudades? Como reage o Governo brasileiro e como alguns setores consumidores de aço analisam o mercado para 2012? O ano começou e o mercado ainda está temeroso. Por aqui, assistimos a crise europeia e as suas constantes quedas das Bolsas. O Ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou no dia 14 de fevereiro, que o principal desafio do governo em 2012 é manter o forte crescimento do Brasil, mesmo na “contracorrente” da situação internacional, na qual a maioria dos países – incluindo os emergentes – apresentará queda no PIB – Produto Interno Bruto. Mantega declarou que o PIB de 4,5% será um bom crescimento para o País, e que temos condições de cumprir essa meta, com geração de emprego, expansão do mercado consumidor e alta nos investimentos. Para isso, o Ministro citou projeto como o PAC – Programa de Aceleração do Crescimento –, que receberá R$ 40 bilhões este ano; o PAC Privado (parceria entre os setores público e privado), deverá ter investimentos em torno de R$ 1 trilhão; o Minha Casa, Minha Vida; e as ações relacionadas à Copa do Mundo. “Os projetos existem, o governo dará as condições financeiras e tributárias. Teremos uma grande dinamização ao investimento até 2014”, afirmou Mantega. Enquanto isso... ... as empresas seguem neste círculo competitivo, apostando no crescimento da economia nacional. Na construção civil, por exemplo, o PIB deverá crescer aproximadamente 5,2% em 2012. Essa previsão foi anunciada pelo presidente do SindusCon- SP, Sergio Watanabe, enfatizando que este núBanco de imagens Criatura mero só será alcançado se o governo continuar a trabalhar as medidas econômicas para segurar o crescimento do PIB. Os empresários da construção demonstram uma visão moderadamente positiva em relação ao desempenho de seus negócios em 2012. Ao lado da indústria automotiva e de bens de capital, a construção civil está entre os principais consumidores de aço no País, respondendo por 5% do PIB nacional, e promete continuar crescendo em ritmo superior ao do PIB em 2012. E por falar em setor automotivo, a Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – acredita que em consequência do desempenho do mercado interno atendido pela produção nacional e das exportações, a fabricação de veículos no Brasil, somará em 2012, 3,49 milhões de unidades, em um crescimento de cerca de 2% comparado a 2011. De acordo com a entidade, o mercado automotivo brasileiro cresce em todos os segmentos: automóveis e comerciais leves (representam 80% do mercado e da produção de veículos), caminhões e ônibus, e também agrícolas. As montadoras consomem aços planos (carroceria e estrutura) e aços não planos (autopeças e componentes). É o segundo maior consumidor de aço no País, uma vez que, em média, 60% do peso de um automóvel é composto pela matéria prima. Como se estima um crescimento de 2% na produção de veículos em 2012, isso certamente exigirá mais consumo de aço. Divulgação Ponto de vista | 02 Newton Roberto Longo – Lunicorte Indústria e Comércio de Laminados Ltda “Como já era de se esperar (e que acontece em todos os meses de janeiro), na primeira quinzena ainda não iniciamos nossas atividades como gostaríamos; mas há indícios de que manteremos a mesma proposta de dezembro (que não foi de todo mal). Acredito que a partir de março, deveremos retomar as vendas em um patamar pouco acima ao de 2011, visto que definitivamente, as grandes obras de infraestrutura e os projetos que esperávamos acontecer no ano passado, finalmente se concretizem, gerando com isso, na cadeia produtiva de vários setores, uma boa expectativa. Nas importações de aços planos (bobinas e chapas grossas), não deveremos ultrapassar de 10% a 15% do aço produzido por siderúrgicas, cujo percentual é perfeitamente absorvido pelo nosso mercado, sem muitos traumas. O que me preocupa, são os chamados aços embutidos, ou seja, produtos prontos para o consumo final, com uma utilização forte em seus componentes, gerando com isso, a tão temida desindustrialização. Em relação à crise econômica da Europa, acredito que ainda deva perdurar, entretanto, não de uma maneira impactante que prejudique o Brasil. Isso por causa do nosso consumo interno, que ainda está bastante aquecido. Quanto a economia brasileira, estamos no caminho certo, buscando a estabilidade da inflação e a queda de juros. Em contra partida, necessitamos de mais agilidade dos governantes no que diz respeito a proteção do parque fabril, adotando medidas para coibir as importações de produtos. Não sou a favor do protecionismo puro e simples, defendo sim as medidas que possam incentivar o empresário brasileiro a concorrer com esses produtos fabricados lá fora, que geram empregos lá e não cá”. Novo aço automobilístico A concorrência pelo mercado de veículos é tão grande, que constantemente, empresas de variados setores inovam tecnologias a fim de “abocanhar” uma fatia deste lucrativo segmento. Os fabricantes de alumínio, plástico e esponjas são exemplos disso, pois correm para alcançar as siderúrgicas, ao desenvolver produtos mais leves e maleáveis (características fundamentais para o baixo consumo de combustível e design de automóveis). Entretanto, as siderúrgicas não deixam por menos, e estão desenvolvendo um novo modelo de “aço avançado de alta resistência”. Alteram-se os métodos de cozimento e resfriamento, em vez de usar ingredientes caros, para modificar a composição química do aço. A fabricação se baseia em uma linha de produção conhecida como “recozimento contínuo”, onde o aço é submetido a sucessivos tratamentos a quente e a frio, modificando a sua microestrutura, e com isso, a flexibilidade e resistência. Este novo aço registra mais um marco na siderurgia, Expediente lembrando que no século passado, o mesmo era fabricado a partir do minério de ferro e carvão, com mistura de calcário e outros ingredientes. Em 1975, a demanda por carros mais leves começou a ser maior, e a indústria desenvolveu o aço acrescentando uma quantidade cada vez mais complexa de elementos, como nióbio ou vanádio, que o tornaram mais leve, sem diminuir sua força. Essa terceira fase de inovação do aço está em desenvolvimento há uma década e baseia-se menos em novas ligas e mais no processamento térmico. Ao aquecer, resfriar e reaquecer o aço em diferentes estágios, as siderúrgicas podem produzir um metal duro e flexível. Enquanto isso, as indústrias automobilísticas não divulgam suas opiniões. Hoje, um carro médio contém apenas cerca de 80 kg do novo aço, mas espera-se que essa quantia dobre até 2020. Já a quantidade de aço comum em um carro médio, deverá diminuir de 694 kg para cerca de 440 kg. Diretoria Executiva Presidente Carlos Jorge Loureiro Vice-presidente José Eustáquio de Lima Diretor administrativo e financeiro Miguel Jorge Locatelli Diretor para assuntos extraordinários Heuler de Almeida Conselho Diretor Alberto Piñera Graña, Carlos Henrique Stella Rotella, Philippe Jean Marie Ormancey, Ronei Kilzer Gomes, Newton Roberto Longo Superintendente Gilson Santos Bertozzo Conselheiro Editorial Oberdan Neves Oliveira Revista Brasileira do Aço 11 2272-2121 [email protected] Editora Isis Moretti (Mtb 36.471) [email protected] Estagiária de Redação Danielle Schiavo Projeto gráfico, diagramação e editoração www.criatura.com.br Impressão Pigma Distribuição exclusiva para Associados ao Inda. Os artigos e opiniões publicados não refletem necessariamente a opinião da revista Brasileira do Aço e são de inteira responsabilidade de seus autores. Estatísticas | 03 Vendas de dezembro mantêm estoques estáveis Em dezembro, apesar de registrarem recorde histórico para o período, as vendas caíram 9,6% em relação a novembro, totalizando 324,8 mil toneladas. O mesmo ocorreu com as compras, que em dezembro tiveram queda de 9% comparado ao mês anterior, fechando em 317,7 mil toneladas. Boa parte deste resultado foi por conta das importações, que cresceram 39% diante a novembro. Por Oberdan Neves Oliveira Mesmo assim, os estoques da distribuição totalizaram 1.000,7 mil toneladas, representando queda de 0,7% frente a novembro, o que aumentou o giro de estoques para 3,1 meses. Para janeiro, a expectativa da Rede de Distribuição é que as compras apresentem alta em torno de 5%, enquanto que as vendas devem crescer aproximadamente 8%. Panorâmica do Aço Unid:1000 ton. PRODUÇÃO MUNDIAL PRODUÇÃO AMÉRICA LATINA PRODUÇÃO BRASIL NOVEMBRO NOVEMBRO DESEMBRO 2011 2010 Var.% 2011 2010 Var.% 2011 2010 Var.% 115.723 114.207 1,3% 5.760 5.071 13,6% 2.688 2.427 10,7% Desempenho dos Associados Unid:1000 ton. ESTOQUE¹ COMPRAS² VENDAS¹ DESEMBRO DESEMBRO DESEMBRO 2011 2010 Var.% 2011 2010 Var.% 2011 2010 Var.% 1.000,7 1.202,9 -16,8% 317,7 268,1 18,5% 324,8 280,6 15,8% 1 Incluem importações informadas pelos associados - 2 Incluem os embarques das usinas para outros setores via distribuição - 3 Produtos: LCG, BQ, BF, CZ, CPP, CAZ e EGV. Sindisider | 04 Uso de celular e a polêmica da hora extra O Smartphone (ou celular inteligente) é a onda do momento. Porém, a facilidade de se conectar com as pessoas de qualquer lugar e a qualquer momento, pode também ter o lado ruim O Brasil começa a adotar uma postura já tomada por algumas empresas na Europa para ‘limitar’ a conectividade constante do funcionário. Para isso, a presidente Dilma Rousseff sancionou em 15 de dezembro de 2011, a lei 12.511, que não difere mais o trabalho realizado na empresa, em casa ou à distância, estando todas as atividades sujeitas à hora extra. A advogada trabalhista do escritório Motta, Fernandes Rocha - Advogados, Juliana Gile, explicou que “com a publicação desta nova Lei Federal, o trabalho realizado fora do estabelecimento do empregador, seja mediante a utilização de celular, email ou qualquer outro meio de contato eletrônico, passou a equiparar-se ao trabalho realizado no interior da empresa, inclusive no que diz respeito às horas extraordinárias (horas trabalhadas além da 8ª diária ou 44ª semanal) e de sobreaviso (período em que o empregado permanece à disposição do empregador, em sua própria residência, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço)”. Controle de horas É preciso que o empresário fique atento, pois a nova lei apresenta vantagens aos trabalhadores que terão mais chances de êxito ao pleitear pelo recebimento de horas extras. Desta forma, os empregadores ficarão mais vulneráveis a ações trabalhistas e enfrentarão dificuldades para comprovar o período em que o empregado efetivamente trabalhou ou ficou à sua disposição. Então, é preciso evitar essa “extensão do trabalho”, e tomar todas as medidas preventivas possíveis para não ter dores de cabeça com a justiça, sem uma causa justa. “Isto porque a redação da Lei é muito vaga e dá margem a diversas interpretações, como por exemplo, a de que o funcionário que use esporadicamente, o aparelho celular ou acesso a email corporativo após o expediente e fora do escritório, tenha direito a exigir o recebimento de horas extras ou de sobreaviso”, esclareceu Juliana. “É exatamente este o maior desafio a ser enfrentado pelas empresas: realizar um controle sobre as horas realmente trabalhadas. O problema está no fato de que no mundo digital é bastante difícil avaliar até que ponto o envio de um e-mail ou a realização de uma ligação fora do expediente pode representar uma produção efetiva“, completou a advogada. Além dos empregadores, quem enfrentará os desafios desta nova norma, será o próprio TST – Tribunal Superior do Trabalho. Com a vigência da Lei, o TST terá que rever a jurisprudência, consolidada na Súmula n° 428, que atualmente Juliana Gile Advogada trabalhista do escritório Motta, Fernandes Rocha - Advogados estabelece que a utilização de aparelhos de telecomunicação pelos empregados, como celulares, pagers ou BIPES, não caracteriza regime de sobreaviso. Este posicionamento, adotado até então pelo Tribunal, baseia-se no fato de que o uso de aparelhos, por si só, não compromete a mobilização do empregado que pode fazer o que quiser, até ser requisitado pela empresa. Novas posturas Juliana ressaltou que tendo em vista que a nova Lei abre grandes brechas para que o uso de telefones celulares, e-mails ou qualquer outro meio eletrônico fora do expediente seja considerado horas extras trabalhadas, as empresas certamente terão que reformular as políticas internas. Como exemplo disso, pode-se citar a montadora Volkswagen, da Alemanha, que aceitou poupar os funcionários dos e-mails que chegavam via celulares corporativos fora do expediente. Após acordo entre patrões e empregados, a função foi desativada dos aparelhos durante a noite, e os empregados passaram a receber e-mails até meia hora antes ou depois da hora de trabalho. Para a advogada é preciso ter bom-senso e não utilizar a Lei de maneira aproveitadora. Todos devem ter amplos conhecimentos de seus direitos e deveres, respeitando sempre os interesses alheios, através de uma relação transparente e correta. Momento de reflexão Evento | 05 Dr. Carlos Loureiro, presidente do Inda / Sindisider Uma manhã enriquecedora! O Café da Manhã organizado pelo Inda – Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço – teve a importante presença de Fabiana D’Atri, economista do Banco Bradesco, apresentando a atual situação e perspectivas da economia brasileira e mundial “O pior já passou, mas os desafios continuam e a briga pelo mercado ficará mais acirrada. O ambiente se recuperará gradualmente em 2012”; foi o que afirmou a Economista Senior do Depec Bradesco, Fabiana D’Atri, durante o Café da Manhã do Inda, realizado no dia 24 de janeiro, no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo, SP. Fabiana D’Atri Economista Senior do Depec Bradesco Com muita desenvoltura, a economista falou para aproximadamente 100 pessoas que marcaram presença no evento (todas da alta diretoria das empresas produtoras e distribuidoras de aço). Para Adriana, a Europa viverá um ano difícil (de ajuste fiscal), afinal o cansaço da crise e os dados não favoráveis, provocarão volatilidade... “Mas não voltará ao cenário de 2011”, afirmou. Durante a apresentação, Adriana revelou que o PIB do Mundo (soma dos PIB’s obtida pela paridade do poder de compra) fechou em 3,8% no ano passado, contra 5% em 2010. Para 2012, espera-se 3,3%. A China, o grande “incômodo” para as demais economias mundiais, apresentou um crescimento de 9,2%, sendo que deverá fechar em 8,2% em 2012, e 8% em 2013. O nível de utilização da capacidade instalada da produção mundial de aço foi de 82,8% em junho de 2011, com uma capacidade ociosa superior a 300 milhões de toneladas. Brasil O Banco Bradesco acredita que após a moderação da atividade para controlar a inflação, haverá uma aceleração do PIB em 2012, com expectativa para 3,7%. Em 2010, este número foi de 7,5%, e em 2011 houve queda de 3,0%. A taxa de produção industrial com variação anual apre- sentou 10,46% em 2010, com baixa brusca em 2011 (0,38%). Estima-se uma reação em 2012, com alta de 2,50%. Já a variação das vendas internas de produtos siderúrgicos em 2010 alcançou 26,7%, caindo também em 2011 para 4,7%. Em 2012, este número chegará em 6,5%. O País cresce 4% nos próximos anos, mas a falta de mão de obra qualificada será o grande empecilho. O consumo continuará surpreendendo, sendo o responsável pela indústria não fechar no vermelho. Números do aço Ainda no Café da Manhã do Inda, o Presidente do Inda e do Sindisider – Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Produtos Siderúrgicos –, Carlos Loureiro, apresentou os dados do setor de 2011, que nas importações do aço foram 47,5% menores que 2010. O recuo deve-se principalmente à queda do preço do produto nas siderúrgicas nacionais. “As usinas brasileiras adotaram uma postura mais agressiva no ano passado, com margens de lucro mais apertadas”, afirmou. Mesmo com o resultado negativo na importação, o consumo aparente de aço permanece estável nos últimos quatro anos. “O comércio de aço indireto é o principal entrave Dr. Carlos Loureiro Presidente do Inda / Sindisider para o crescimento do setor”, explicou Loureiro. Os dados levantados pelo INDA apontam que as usinas nacionais deixaram de entregar no ano passado, 5 milhões de toneladas de aço, e entre 2007 e 2011, a importação indireta de aço cresceu 113,6%. De acordo com o presidente, os setores de máquinas e equipamentos automotivo (autopeças/automobilístico) são os que mais utilizam o aço indireto. Oportunidades de mercado | 06 O espaço sucroalcooleiro O setor sucroalcooleiro colhe bons frutos no Brasil, e a demanda por máquinas encontra um mercado em expansão. Até 2020, é preciso investir cerca de R$ 80 bilhões para construir mais 150 usinas de cana-de-açúcar a fim de garantir a produção de etanol O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de açúcar, ocupando papel de liderança no setor global de biocombustíveis. Assim, percebe-se que o setor sucroalcooleiro é bastante promissor para o País, sendo a indústria sucroalcooleira uma das que mais colabora com o dinamismo da economia nacional. No ano passado, as usinas de açúcar e álcool foram responsáveis pela maior parte dos empregos gerados em São Paulo. O uso do aço nas máquinas e equipamentos de estocagem não é recente. Porém, o aço carbono (utilizado na maior parte dos casos) é um material altamente corrosivo. Por conta disso, as usinas têm optado por outro tipo de aço, também bastante popular: o inox. A principal diferença está na durabilidade e resistência à corrosão, características indispensáveis nesses tipos de materiais. Na produção do açúcar, por exemplo, as moendas, esteiras, mesas de entradas, mesas intermediárias e difusores são máquinas onde o aço está presente, e devido a grande demanda, ocorre facilmente o desgaste das chapas, necessitando a troca do componente. Também existe o aço nos aquecedores de caldo, evaporadores e cozedores. Retrospectiva De acordo com um balanço da Unica – União da Indústria de Cana-de-açúcar –, em 2011 o setor sucroalcooleiro vivenciou momentos de inércias nos investimentos. Um dos motivos apontados é o alto custo da produção da cana de açúcar. Para se produzir uma tonelada de cana, é necessário entre US$ 120 e US$ 150. Segundo analistas, a falta de investimentos está relacionada também à incerteza de políticas públicas voltadas para o setor sucroalcooleiro, que aguarda uma intervenção da ANP - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Expectativas para 2012 Para 2012, a Unica estima que o Brasil precise de novas usinas para garantir a oferta de etanol, aumentando assim a produção de 640 milhões de toneladas de cana para até 960 milhões. O segmento de máquinas destinadas para a produção vive uma expansão e é será necessário investir cerca de R$ 80 bilhões para construir mais 150 usinas de cana-de-açúcar até 2020. Dados da Conab – Companhia Nacional de Abastecimento – revelam que, para a safra 2012/2013, a previsão é aumentar a área de cultivo, principalmente pelas projeções climáticas favoráveis nos próximos meses. No entanto, especialistas acreditam que, devido aos baixos estoques internacionais e a expectativa de demanda maior que a oferta mundial, os preços devam permanecer altos pelos próximos dois ou três anos. A perspectiva deve-se ao crescimento do consumo da matéria-prima, em função da recente alta nas vendas de veículos flex no Brasil. Divulgação Realidade | 07 Segurança e agilidade na construção civil Uma opção mais leve, versátil, rápida, sustentável e SEGURA. Assim é o aço para a construção civil. Até 2014 serão muitas construções no Brasil, a fim de que tudo fique pronto e ‘bem apresentável’ para a Copa do Mundo. Então, chegou a hora de investir no aço O aço na construção civil já é utilizado há muito tempo. O seu uso está fortemente relacionado à ideias de modernidade e vanguarda, e possibilita soluções de alta qualidade, além economizar tempo. Com os preparativos para a Copa do Mundo de 2014, o que não falta é oportunidade para este segmento. O aço apresenta uma série de vantagens com relação ao concreto: as seções dos pilares e vigas de aço proporcionam melhor aproveitamento do espaço interno, aumento na área útil (caso das garagens, por exemplo). O fato da montagem da estrutura não ser afetada pelas chuvas pode reduzir em até 40% o tempo de construção e, além disso, a estrutura de aço é menos agressiva ao meio ambiente. Outra vantagem do aço em relação ao concreto é no que diz respeito à segurança. Vimos recentemente duas tragédias com edificações em concreto que levaram a óbito algumas pessoas. Um prédio no Rio de Janeiro, RJ, “veio 100% a baixo”, e outro em São Bernardo do Campo, SP, desmoronou parte da estrutura. O que teria causado tudo isso? Reformas estruturais sem autorização dos órgãos competentes? Manutenção inadequada? Infiltrações? Seja lá qual foi o motivo desses acontecimentos, sabe-se a fiscalização deixa a desejar no cumprimento das normas técnicas referente a este setor. Devido a essa realidade, chegou a hora de olhar o aço com bons olhos e analisar todos os diferenciais que ele carrega em sua essência. A começar pela existência de normas técnicas rigorosas, como a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Somente materiais dentro do perfil exigido seguem para uma construção. De acordo com professor do curso de Engenharia Civil do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Azeredo Passos Candelaria, a certificação é um tipo de controle feito por um órgão independente, que ajuda a garantir que os materiais e/ou serviços estejam de acordo com as regulamentações. “Essa certificação gera uma responsabilidade aos indivíduos ou empresas especializados, de modo que na eventualidade de existirem defeitos, possa ser identificado o responsável. Desta forma, a reparação dos danos sofridos pelo consumidor pode ser prontamente alcançada”, declarou Candelaria. Mais vantagens A utilização do aço na construção civil elimina o canteiro de depósitos de areia, brita, cimentos, madeiras e ferragens, reduzindo assim o desperdício desses materiais. Além disso, o ambiente mais limpo e organizado oferece maior segurança ao trabalhador. Além disso, o aço é 100% reciclável e os coprodutos também são preparados com tecnologias que permitem a utilização de forma ambientalmente correta. Fiscalização Diferente das obras com concreto que necessitam de autorização da prefeitura e do Crea - Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura - (o que exige mais tempo e nem sempre acontece), a fiscalização das construções com aço são muito mais constantes e eficientes. Isso porque as Normas Técnicas da ABNT fornecem todos os parâmetros necessários para orientar os inspetores sobre como devem ser checados os materiais e procedimentos de execução. No caso dos aços, devem ser observadas: Composição Química, Resistência Mecânica (tensão de escoamento e tensão de ruptura), Dureza, Alongamento, Dobramento. Saiba mais Existe normas de projeto de estruturas que estabelecem quais são os aços que podem ser empregados nas edificações. São elas: ▪ ABNT NBR 8800:2008 - Projeto de Estrutura de Aço e de Estrutura Mista de Aço e Concreto para Edifícios; ▪ ABNT NBR 14762:2010 - Dimensionamento de Estruturas de Aço Constituídas por Perfis Formados a Frio. Dentro das normas de projetos, existem normas técnicas dos aços que podem ser aplicadas. Abaixo, alguns dos aços especificados pela ABNT (que também podem ser empregados aços com especificações de outros países). ▪ NBR 5000 - Chapas Grossas de Aço Baixa Liga e Alta Resistência Mecânica. ▪ NBR 5004 - Chapas Finas de Aço Baixa Liga e Alta Resistência Mecânica. ▪ NBR 6841 - Chapas de Aço-Carbono para Piso. ▪ NBR 6657 - Perfil de Estrutura Soldada de Aço ▪ NBR 8580 - Barras e Fios-Máquina de Aço de Qualidade Comercial, com Acabamento de Superfície. ▪ NBR 7008 - Chapas de Aço-Carbona Zincadas pelo Processo Contínuo de Imersão a Quente. ▪ NBR 7481 - Tela de Aço Soldada para Armadura de Concreto. ▪ AWS A5.17 - Especificação para Eletrodos Nús de Aço Doce e Fluxo, para Soldagem por Arco Submerso. ▪ ASTM A449 - Parafusos e Pinos com Cabeça, de Aço Temperado e Revenido.