Construir uma Coordenação de Luta do Sindicalismo Alternativo

Transcrição

Construir uma Coordenação de Luta do Sindicalismo Alternativo
Reunião Internacional
Maio de 2012 - São Paulo/Brasil
EDIÇÃO ESPECIAL
D ec l a r aç ão
Construir uma Coordenação de Luta do
Sindicalismo Alternativo Internacional
Entidades convocam Encontro Internacional em Paris, França, para março de 2013
Q
Sergio Koei
ueremos fortalecer e desenvolver todas as lutas
dos trabalhadores e setores explorados e oprimidos em
todo o mundo. Construir um pólo
que busque aglutinar os setores
dos movimentos sindical, popular, da juventude independentes
e alternativos, que se enfrentam
contra os ataques do capital em
todas as suas formas e não aceitam a lógica de conciliação das
direções burocráticas tradicionais. Chamamos a todos os que
lutam e resistem a nos somarmos
na construção de nossa unidade
e solidariedade baseados no internacionalismo operário.
Unidade diante da crise- Entendemos ser fundamental, ante
a crise, construir nossa unidade
internacional, buscar coordenar
e unificar nossas lutas. Independente de filiação ou não em alguma central ou organização internacional, que nos somemos para
construir a unidade internacional
tão necessária para enfrentar os
planos imperialistas.
Aprofundar nossas trocas de
experiências, debater de maneira
livre e democrática nossas concepções e visões, impulsionar
uma Coordenação dos setores
independentes e alternativos.
Queremos construir uma
rede que desenvolva ações de
solidariedade e unidade, articule campanhas e iniciativas
comuns, além de divulgar nossas lutas, ações e experiências,
Atividade reuniu lutadores de 21 países
como parte do fortalecimento
da unidade internacional.
Encontro Internacional- Chamamos a realização de um Encontro Internacional de organizações
sindicais e populares, independentes e alternativas para o final
de março, inicio de abril de 2013,
em Paris, França, para avançar no
debate e compreensão da realidade e na unidade de nossa luta.
Ataques aos trabalhadoresA crise econômica imperialista
se repete e se potencializa com
o aprofundamento das contradições de um sistema de produção de exploração e opressão.
A maior crise, desde 29, é profunda e atinge todos os aspectos
da vida dos povos de todo o mundo. Para os patrões e seus governos
é a necessidade de uma verdadeira
guerra social. Ataques brutais contra nossos direitos e conquistas
sociais. Apropriação de recursos
naturais com conseqüências ambientais catastróficas. Assalto ao
patrimônio público e desmonte e
privatização dos serviços públicos.
Desemprego para as novas gerações e perda da proteção social,
aposentadorias e outras conquistas. Tudo isto para garantir o patrimônio dos banqueiros e empresas
multinacionais.
Para impor sua saída se utilizam
de todos os métodos necessários.
A repressão é de todas as maneiras que a correlação de forças
lhes permite, criminalizando movimentos por meio de processos,
prisões e repressão permanente
contra os que lutam e se enfrentam contra seus planos. Ocupações e intervenções militares são
parte do plano para garantir esse
projeto. Se utilizam de todas as
formas de opressão e discriminação que possam nos dividir, como
a xenofobia, o machismo, a homofobia, o racismo etc.
As conseqüências concretas são inúmeras: os ataques às
conquistas dos trabalhadores
europeus; os cortes na educação,
saúde e investimentos públicos
em todo o planeta; as ocupações
militares, como do Afeganistão,
Haiti entre outras; a intervenção
militar no processo da primavera árabe; a crise alimentar como
conseqüência da monopolização
da produção agrícola; a apropriação cada vez mais voraz dos
recursos naturais em todo o planeta e o aumento da degradação
ambiental. Há um retrocesso brutal nas políticas sociais universalizantes como educação, saúde,
previdência e outros serviços
públicos. Além disso, a imposição
de todo tipo de preconceito e
opressão como o racismo, o machismo, o sexismo e o incentivo
permanente à xenofobia, que ganha contornos fascistizantes na
relação com os imigrantes a partir do aprofundamento da crise.
Os efeitos da crise não são sentidos da mesma maneira em todo
o mundo. O crescimento econômico, que ainda se mantêm na
América Latina, China e outros
países não, pode ser visto e compreendido como algo contraditório com a crise econômica imperialista. Entretanto, como ritmos
distintos dentro da mesma situação da crise econômica imperialista, que se utiliza inclusive de
investimentos maiores em países
com mão de obra mais barata e
que, combinadamente, representam novos mercados, permitindo
uma extração de mais valia maior
neste momento.
Compreender de um lado as
especificidades e não colocar
um sinal de igual nas situações é
fundamental para os que querem
resistir e lutar. Contudo, entender
a realidade como um todo, onde
mesmo com crescimento, se
aprofunda a exploração e a apropriação de recursos públicos e
naturais, é o que pode nos permitir manter uma política classista
e internacionalista de combate à
ordem imperialista internacional.
A resistência- Mas por outro
lado, nossa classe busca de todas
as maneiras lutar e resistir por todo
o planeta. São as Greves Gerais do
povo grego, as mobilizações dos
estudantes chilenos, as greves na
China, o povo árabe se mobilizando e tomando praças e armas para
derrubar ditaduras de décadas
como na Tunísia, Egito, Líbia, Síria, Baherin e outros países. A luta
heróica do povo palestino, as mobilizações de povos originários na
América Latina em defesa da água,
dos recursos naturais. São as manifestações da juventude no estado
espanhol, as mobilizações nas praças dos Estados Unidos, as ações
dos estudantes ingleses contra
as taxas, cortes e privatizações, o
enfrentamento dos trabalhadores
ferroviários contra os planos privatizantes do governo Inglês, as greves gerais e mobilizações na Espanha, Portugal, França. Assim como
as comunidades em Moçambique
mobilizando-se contra os efeitos
da mineração das multinacionais
e as lutas dos imigrantes em várias
partes do mundo.
A Primavera Árabe, ao conseguir por meio das ações das massas
derrotar e derrubar ditaduras de
décadas de existência, traz novos
ares para o movimento apontando
a possibilidade de vitórias a partir
dessas mobilizações. Por isso, é de-
cisivo o apoio aos povos árabes, na
sua luta contra as ditaduras, combinado com a denúncia e o rechaço de qualquer intervenção militar
imperialista na região. Estas mobilizações, junto com resistência
heróica do povo palestino, pode
levar o imperialismo à derrota do
estado sionista de Israel, que teria
conseqüências profundas para a
situação internacional.
Falência das direções- Infelizmente, o grande capital e seus
governos, contam para impor
seus planos com a colaboração
da maioria das direções das organizações sindicais e populares
pelo mundo. Organizações burocratizadas, sem democracia e que
impedem que os trabalhadores
e as bases decidam sobre os rumos das lutas e das resistências.
Apesar dos discursos, negociam e
aceitam pactos e planos de austeridade dentro da lógica do capital.
Assim, se negam a construir de
fato a unidade de trabalhadores,
trabalhadoras e setores explorados e oprimidos em todo o mundo. Este papel de não apoiar, coordenar ou unificar as lutas é claro
e categórico na situação européia,
onde se sucedem greves gerais e
tantas mobilizações e manifestações com as direções tradicionais
mantendo-se na direção dessas
lutas para buscar controlá-las.
Novas direções- Neste processo surgem inúmeras tentativas
de novas expressões de organização para as lutas. Tentativas de
resgate da democracia, onde a
base possa lutar e também decidir, para que as mobilizações não
sejam conduzidas para pactos e
negociações com o intuito de preservar a ordem do capital. Novas
expressões de organização que
busquem a retomada da unidade nas diversas lutas. Movimento
sindical, movimentos populares,
lutas por moradia e terra, povos
originários em defesa de seus territórios e culturas, desempregados,
juventude, lutas contra todas as
formas de opressão e preconceito,
contra intervenções militares, em
defesa do direito de organização e
manifestação, em defesa do meio
ambiente como recursos da humanidade e não para os interesses
do capital. São muitas!
De acordo com a realidade e
história de cada país, é diferente
a forma como busca-se resgatar
essas organizações de luta, que
sejam contra a conciliação de
classes e defendam a democracia
operária e independência em relação aos patrões e seus governos.
Nossas organizações se comprometem a buscar sue fortalecimento nas lutas e na resistência
dos trabalhadores com um programa classista, anti opressão e
exploração, antiimperialista, de
defesa dos direitos sociais e trabalhistas, da defesa dos recursos
naturais e do meio ambiente. Se
compromete ainda a buscar desenvolver experiências de organização onde a democracia operária
e a participação da base sejam
combinadas a defesa das reivindicações concretas do dia a dia na
perspectiva de atender a necessidade de construção de uma outra
ordem, econômica e social que
negue de maneira radical toda
forma de exploração e opressão.
Assinam esta declaração
CSP Conlutas (Brasil); Emancipation tendance Intersyndicale (França); RMT - National Union of Rail, Maritime and Transport Workers (Inglaterra); Federação
dos Sindicatos Independentes (Egito); Batay Ouvriye (Haiti); CCT - Confederacion de La Classe Trabajadora (Paraguai); CGT - Central General de Trabajadores
y Trabajadoras (Costa Rica); COBAS – Sindicato de Comissiones de Base (Espanha); CUB – Confederazione Unitaria -Base (Itália); ANEL– Assembléia Nacional
dos Estudantes Livre (Brasil), CONES - Coordinadora Nacional Estudiantes Secundarios (Chile), FEUCR- Federacion de Estudiantes de La Universidad de Costa Rica (Costa Rica); SYNTRASESH – Sindicat Nacional des Travailleurs des Services de la Sante Humaine (Benin); SUTTAAA – Syndicat Unique dês Travailleurs
dês Transports Aerens ET Activites Annexes (Senegal); LaborNet Germany (Alemanha); ISIS - Housing Assembly, ILRIG, GIWUSA (África do Sul); Alianza de
Trabajadores de La Salud y Empleados Publicos (México); APUHL– Asociacion de Profissionales Universitarios del Hospital Laccade (Argentina); ANDES-SN,
Construção Civil (PA/CE), Metalúrgicos São José dos Campos (SP), Petroleiros – (RJ/SE), Sintect (PE), Sintusp (SP), Simpere (PE), Municipários Porto Alegre
(RS), Sindjustiça (CE), Federação Sindical e Democrática dos Metalúrgicos (MG), Sindess (MG), Sintrajud (MA) (Brasil); Defensoria Popular – Derechos Humanos, FENADAJ, Sindicato Cervecero Kunstmann-Valdívia, Sindicato Frival-Valdívia, Sindicato Kunstmann-Valdívia (Chile); SINDEU – Sindicato de Empleados
y Empleadas de La Universidad de Costa Rica, Sindicato de Salud y La Seguridad (Costa Rica); Emancipación - Tendance Intersindical (França); Liverpool TUC,
UNITE – Community Casa Branch NN567, University and College Union Liverpool University, Liverpool Guild of Students, Liverpool University, NUS University
College London, Asylum Voice Liverpool (Inglaterra); Sindicato de La Ninez, Sindicato de Periodistas, Sindicato de Trabajadores Club Centenario, Sitrasenavitat
(Paraguai); Sindicato de Trabajadores de Celima, Sindicato Nacional de Backus y Johnston, Sindicato Unitário de Trabajadores Mineros, SUTE-13 Sindicato de
Trabajadores de La Educacion – Villas Maria Del Triunfo/El Salvador, SUTE-14 Sindicato de Trabajadores de La Educacion – S. J. Miraflores/Lima, Centro Federado
de La Faculdad de Psicologia (Peru); Espacio Classista – Agrupacion 1886 – SUINAV (Uruguai).
Preparar o Encontro Internacional,
em março de 2013, em Paris, França

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