Livro - Universidade Lusófona

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Livro - Universidade Lusófona
I Congresso Nacional de
Ciências Dermatocosméticas
Expandindo Fronteiras
Lisboa, 19 de Outubro de 2007
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
Auditório Agostinho da Silva
ALIES
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
Índice
Índice ___________________________________________________________________________ 2
Comissão de Honra________________________________________________________________ 3
Comissão Científica________________________________________________________________ 3
Comissão organizadora_____________________________________________________________ 3
Alunos colaboradores (Ciências Farmacêuticos) _________________________________________ 3
Organização _____________________________________________________________________ 3
Secretariado e Informações _________________________________________________________ 4
Creditação Profissional (OF) _________________________________________________________ 4
Empresas patrocinadoras ___________________________________________________________ 4
Entidades e Instituições Colaboradoras ________________________________________________ 5
Contexto ________________________________________________________________________ 6
Programa ________________________________________________________________________ 7
Sessão 1: Segurança e Eficácia de Produtos Cosméticos _________________________________ 9
Sessão 2: Intervir através da pele ___________________________________________________ 14
Sessão 3: O Estado da Arte ________________________________________________________ 18
Sessão 4: Promover a Saúde e a Qualidade de Vida ____________________________________ 23
Comunicações em Posters _________________________________________________________ 27
Lista de Resumos Submetidos ______________________________________________________ 27
Prémios ________________________________________________________________________ 51
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Expandindo Fronteiras
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
Comissão de Honra
Reitor da Universidade Lusófona, Mário Moutinho
Presidente do Conselho de Administração da Universidade Lusófona, Manuel de Almeida Damásio,
Sª Exª Ministro da Saúde, Correia de Campos
Presidente do INFARMED, Vasco de Jesus Maria
Bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes
Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Irene Silveira
Presidente da Associação Industriais Cosmética, Ana Maria Couras
Presidente do Congresso, Luís Monteiro Rodrigues
Comissão Científica
Fernanda Guedes Bahia, Universidade do Porto
Maria de Lurdes Rebelo, Universidade de Coimbra
Helena Margarida Ribeiro, Universidade de Lisboa
Catarina Rosado, Universidade Lusófona
Eduardo Barata, Escola Superior de Saúde Egas Moniz
Amílcar Roberto, Universidade Lusófona
Luís Monteiro Rodrigues, Universidade de Lisboa e Universidade Lusófona
Pedro Amores da Silva, Universidade Lusófona
Comissão organizadora
Catarina Rosado
Luís Monteiro Rodrigues
Paula Iglésias
Lídia Palma
Alunos colaboradores (Ciências Farmacêuticos)
Ana Filipa Catarino (5º ano)
Rodrigo Melro (5º ano)
Andreia Sandinha (5º ano)
Sara Aleixo (5º ano)
Carla Correia (5º ano)
André Marques Ramos
Eduardo Cruz (4ºano)
Susana Gomes (5ºano)
Inês Rodrigues (5º ano)
Pedro Oliveira (5º ano)
Sara Costa (5ºano)
Madalena Carapeto (5ºano)
Margarida Silva (5º ano)
Ana Catarina Oliveira (5ºano)
Marisa Inácio (5º ano)
Raquel Monteiro (5º ano)
Marta Fino (5º ano)
Filipe Lopes (5ºano
Nádia Russo (5º ano)
Rita Gonçalves (5º ano)
Marina Caetano (5ºano)
Rita Silva (5º ano)
Organização
Departamento de Ciências da Saúde (DCS) da Universidade Lusófona de Humanidades e
Tecnologias
ALIES – Associação Lusófona de Desenvolvimento Ensino e Investigação em Ciências da Saúde
Unidade de Dermatologia Experimental (UDE)
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I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
Secretariado e Informações
ALIES – Secretariado de Pós-graduação da Saúde
A/c de António Costa ou Marta Reis
Departamento de Ciências da Saúde
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
Campo Grande, 376
1749-024 Lisboa
e-mail: [email protected]
℡: (+351) 217 515 577
(+351) 217 515 579 www.dcs.ulusofona.pt
Creditação Profissional (OF)
Curso enquadrável no processo de revalidação da carteira profissional da Ordem dos Farmacêuticos.
Foi solicitada a creditação de 0,8 CDP (Créditos de Desenvolvimento Profissional).
0.8 CDP
Empresas patrocinadoras
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Entidades e Instituições Colaboradoras
Unidade de Dermatologia Experimental
Universidade Lusófona
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ALIES
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I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
Contexto
O recurso a produtos que embelezam e melhoram a aparência remonta aos primórdios da civilização
e, por força de diversas circunstâncias, o hábito da sua utilização não só nos acompanhou no longo
percurso da evolução social do homem e das sociedades, como se massificou, entrando
definitivamente na nossa rotina quotidiana.
“Beleza” , “higiene” e “bem-estar” estão sempre presentes na percepção da generalidade dos
produtos cosméticos e de higiene corporal, compostos complexos, em muitos aspectos (técnicos)
mais elaborados que os medicamentos. Mas, na actualidade, a noção de “contribuição para a saúde”
está também claramente integrada. São tantas e tão elaboradas as funções desempenhadas por
estes produtos que, para além das rotinas de higiene diária, são utilizados como complemento
principal da terapêutica dermatológica, e reconhecidos na promoção da saúde pública e qualidade de
vida, esbatendo-se, por vezes, as fronteiras com outros produtos de saúde (medicamentos e
dispositivos médicos), biocidas ou alimentos.
Esta realidade resulta, fundamentalmente, de um enorme progresso científico e tecnológico que,
desde as ciências básicas, até à dermatologia clínica e experimental, passando pela tecnologia
química e farmacêutica, têm proporcionado permanentes desenvolvimentos e inovação, que
transformam esta na classe mais segura de produtos para uso humano, e simultaneamente, cada vez
mais úteis e acessíveis.
O conhecimento do “estado da arte” enquadra, objectivamente, este 1º Congresso Nacional de
Ciências Dermatocosméticas, apropriadamente subordinado ao tema “Expandindo as Fronteiras”
onde pretendemos reunir alguns dos principais interventores na matéria, proporcionando um fórum de
apresentação de trabalhos e discussão de temas, de natureza técnico-científica, que deve contribuir
para promover esta área junto de investigadores, industriais, empresários e profissionais dos diversos
sectores da saúde, também “em português”.
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Expandindo Fronteiras
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
Programa
08h30m – Entrega da documentação.
09h30 – 10h00 – Sessão de abertura
Reitor da Universidade Lusófona, Mário Moutinho,
Presidente do Conselho de Administração da Universidade Lusófona, Manuel de Almeida Damásio,
Presidente do Conselho Directivo do Infarmed, Vasco A . J. Maria
Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Irene Silveira
Presidente da Associação Industriais de Cosmética, Ana Maria Couras
Presidente do Congresso, Luís Monteiro Rodrigues
10h00 – 10h45 - Sessão 1 : Segurança e eficácia de produtos cosméticos
Moderador- Luis Monteiro Rodrigues, Professor Universitário, Investigador na área da Dermatologia
Experimental
Sobre o impacto do regulamento REACH na Indústria Cosmética- Ana Maria Couras, Presidente
da Ass. Industriais de Cosmética (AIC)
Aspectos regulamentares dos produtos cosméticos no Brasil- Josineire Sallum, Gerente Geral
de Cosméticos da ANVISA
A importância da informação ao consumidor- Jorge Morgado, Secretário Geral da DECO
10h45 – 11h30 – Conferência Magistral :
Sobre o futuro da comprovação da segurança dos produtos cosméticos na Europa- Vera
Rogiers, Vice-Presidente do Scientific Committee on Consumer Products (European Comission),
Presidente da BADECOS (Belgian Ass. Dermato-Cosmetic Sciences), Professora Universitária (VUB,
Bélgica)
11h30 - 12h00 - Pausa para café com visita aos posters
12h00– 13h30 - Sessão 2 : Intervir através da pele
Moderador- Fernanda Guedes Bahia, Professora Universitária, Investigadora na Área da
Cosmetologia e Dermofarmácia
A terapia transdérmica ainda tem espaço para crescer?- Catarina Rosado, Professora
Universitária, Investigadora na área da Dermatologia Experimental
Preparação do leito da ferida- Um avanço no tratamento de feridas complexas- Helena
Rodrigues, Product Manager- Smith&Nephew
Membrana amniótica humana e reconstrução cutânea - Maria Angélica Roberto, Directora do
Serviço de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva e Unidade de Cuidados Intensivos de Queimados do
Hospital S.José
13h30 – 14h30 – Almoço de trabalho
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I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
14h30 – 15h15 Sessão 3 : O Estado da arte
Moderador - Pedro Amores da Silva, Professor Universitário, Especialista do INFARMED para a área
dos Produtos Cosméticos e de Higiene Corporal
Abordagem dermatológica do foto-envelhecimento- Rui Tavares Bello, Dermatologista, Serviço
de Dermatologia, Hospital Militar de Belém
Pro-Xylane, um novo activo para atenuar o envelhecimento da pele - Patricia Pineau, Directeur
de la Communication Recherche du Groupe L'OREAL
15h30 – 16h15 – Conferência Magistral :
Percepção e Realidade : como objetivar a relação entre a pele e a mente ?- Philipe Masson,
Biólogo, antigo membro e especialista associado do Scientific Committee on Consumer Products
(European Comission) , Administrador científico do Grupo Evic International e Presidente da Evic
France; Professor Universitário (Bordeaux )
16h15 – 16h45 – Pausa para café com visita aos posters
16h45 – 18h00 – Sessão 4 : Promover a Saúde e a Qualidade de Vida
Moderador- Helena Margarida Ribeiro, Professora Universitária, Investigadora na área da
Cosmetologia e Dermofarmácia
Sobre o papel dos produtos cosméticos na saúde pública- Osvaldo Correia, Médico, Professor
Universitário, Coordenador do Grupo Português de Cancro Cutâneo
Função dos produtos cosméticos na promoção da imagem e da qualidade de vida- Isabel
Santos, Psicóloga. Mestre em Psicologia, Docente Universitária
A Farmácia Comunitária e a promoção da saúde cutânea- Henrique Santos, Farmacêutico
Comunitário, Mestre em Farmácia Assistencial
17h45 – 18h00 – Entrega de prémios
Entrega do prémio melhor poster- Dr Pedro Baroso, Director-Geral da Schering-Plough
18h00 – 18h30 – Sessão de encerramento
•
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18h30 – Fim dos trabalhos
Expandindo Fronteiras
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
Sessão 1: Segurança e Eficácia de Produtos Cosméticos
•
Sobre o Impacto do Regulamento REACH na Indústria Cosmética
•
A importância da informação ao consumidor
•
Sobre o futuro da comprovação da segurança dos produtos cosméticos na Europa
Moderador
Luís Monteiro Rodrigues
Currículo resumido
Luís Monteiro Rodrigues (1957) terminou a sua licenciatura em Ciências Farmacêuticas em 1982 na
Universidade de Lisboa (Faculdade de Farmácia), tendo ingressado na carreira académica em 1983
como Assistente Estagiário na área da Fisiologia Humana. Entre 1986 e 1991 estudou Medicina na
Universidade da Estremadura e na Universidade Nova de Lisboa, onde concluiu a formação préclinica.
Obteve o seu doutoramento (PhD) na Universidade de Lisboa em 1992, em Fisiologia Humana
concentrando, a partir dessa data, o seu interesse investigacional nos domínios da Fisiologia e
Fisiopatologia Cutâneas e áreas relacionadas (cosmetologia, biologia cutânea e clínica). Desde
então, estabeleceu diversas ligações com instituições públicas e privadas em âmbitos tão
abrangentes quanto a indústria, a clínica , a academia e a investigação, fundando o Laboratório de
Biologia Cutânea da Universidade de Lisboa (1994) e a Unidade de Dermatologia Experimental da
Universidade Lusófona (2002). Estas ligações foram fundamentais para o trabalho produzido nas
diversas áreas experimentais em que se envolveu, donde resultaram cerca de 250 comunicações e
300 publicações científicas, como autor principal ou co-autor, em revistas nacionais e internacionais
da especialidade
Foi responsável pela criação da primeira disciplina de carácter avançado na área da Cosmetologia
Aplicada, inserida nos Mestrados em Farmácia Comunitária da Universidade de Lisboa (1996 a 2006)
e colaborou na criação do primeiro Curso de Pós-graduação em Ciências Dermatocosméticas da
Universidade Lusófona (2006) e do Mestrado em Ciências Dermatocosméticas da mesma
universidade (2007).
Representante nacional no SCC (Scientific Committe on Cosmetology) da União Europeia (19931998) , é fundador e editor executivo da Revista Lusófona de Ciências e Tecnologias da Saúde e
membro de diversas associações e sociedades científicas especializadas, nacionais e internacionais.
Expandindo Fronteiras
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I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
Sessão 1: Sobre o Impacto do Regulamento REACH na Industria Cosmética
Interventora
Ana Maria Couras
Currículo resumido
Ana Maria Proença Fonseca Couras nasceu em Lisboa em 1959. É casada e tem três filhos.
Licenciou-se em Engenharia de Produção Industrial – ramo de Engenharia Química pela
Universidade Nova de Lisboa – Faculdade de Ciências e Tecnologia.
Desde 1994: Directora Geral da FIOVDE – Federação Portuguesa das Indústrias de Óleos
Vegetais, Derivados e Equiparados. Nesta Federação estão filiadas 4 associações, das quais por
inerência do Cargo que desempenha na FIOVDE é também Secretária Geral. Essas Associações
são:
- Associação dos Industriais de Cosmética, Perfumaria e Higiene Corporal (AIC)
- Associação dos Industriais de Sabões Detergentes e Produtos de Conservaçã Limpeza (AISDPCL)
- Associação Portuguesa de Óleos e Gorduras Vegetais, Margarinas e Derivados (APOGOM)
- Associação Portuguesa de Aerossóis
1993 – 1994: Secretária Geral da Associação dos Industriais de Sabões, Detergentes e Produtos
de Conservação e Limpeza (AISDPCL)
1987 - 1992:
Secretária Geral da Associação Portuguesa dos Fabricantes de Tintas e Vernizes
Outros Cargos:
Desde 1997: Presidente da Direcção da Associação dos Industriais de Cosméticos, Perfumaria e
Higiene Corporal (AIC)
2005 - 2007: Vice-Presidente do Board da AISE – Associação Europeia dos Detergentes e
Produtos de Conservação e Limpeza.
Desde 1998: Membro da CAGERE – Comissão de Acompanhamento da Gestão de Embalagens e
Resíduos de Embalagens, representando os sectores não-alimentares da CIP.
1999-2006:
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Membro do Conselho Consultivo do IRAR, representando a CIP
Expandindo Fronteiras
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
Sessão 1: Aspectos regulamentares dos produtos cosméticos no Brasil
Interventora
Josineire Melo Costa Sallum
Currículo resumido
Formação: BIÓLOGA com Bacharelado e Licenciatura Plena
Mestre em Farmacologia Clínica
Especialista em Vigilância Sanitária de Medicamentos e Saúde Coletiva
Coordenadora do Grupo de COSMÉTICOS do SGT-11- Saúde- MERCOSUL
Curso de extensão em Direito Sanitário
Curso de extensão em Farmacologia Clínica e Ensaios Clínicos
Curso de extensão em Políticas de Saúde e Assistência Farmacêutica
Atua na Vigilância Sanitária desde 1987
Gerente Geral de Cosméticos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde ANVISA - Brasil
Resumo da Comunicação
A legislação de cosméticos no Brasil se preocupa principalmente com a questão de segurança destes
produtos para a população e a saúde pública dos mesmos.
Assim, na Regulamentação existem referências quanto à rotulagem, aos requisitos técnicos de
qualidade, segurança e eficácia, às atividades industriais, aos meios técnicos de produção e controle,
vigilância da publicidade e monitoramento dos produtos no mercado.
Para tanto a ANVISA tem elaborado manuais específicos, como o de Avaliação de Segurança, de
Estabilidade de Produtos Cosméticos e mais recente o de Controle de Qualidade em sempre em
parceria com o setor de cosméticos, universidades dentre outros.
A ANVISA conta também com uma Câmara Técnica de Assessoramento em Cosméticos e elabora
cartilhas para a população. E, essa experiência tem sido gratificante.
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I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
Conferência Magistral - Sobre o futuro da comprovação da segurança dos
produtos cosméticos na Europa
Interventora
Vera Rogiers
Currículo resumido
A Prof. Vera Rogiers é Directora do Departamento de Toxicologia na Université Libre de Bruxelles. É
professora de Toxicologia e organiza os cursos de pós-graduação em avaliação de risco de produtos
cosméticos e ingredientes na Europa (http://safetycourse.vub.ac.be), e em cências dematocosméticas
(http://dercoscourse.vub.ac.be). As suas principais actividades de investigação estão relacionadas
com o desenvolvimento de modelos in vitro para fins farmaco-toxicológicos, como alternativa à
utilização de animais em estudos de biotransformação e toxicidade de fármacos, cosméticos e outras
substâncias quimicas. É autora de mais de 170 publicações em revistas cientificas e editora de vários
livros. Já foi convidada para apresentar comunicações orais em mais de 110 eventos e participou
activamente na organização de mais de 30 congressos internacionais. Já obteve diversos prémios
científicos. É co-chair da SCCP (Scientific Committee on Consumer Products) e membro do ESAC
(Scientific Advisory Committee of ECVAM, o European Center for the Validation of Alternative
Methods). É chairperson do ecopa (European Consensus Platform on 3R-Alternatives).
A Prof. Vera Rogiers, como chair of ecopa, é coordenadora do projecto FP6 CONAM, e também
research partner nos projectos FP6 Predictomics, LIINTOP e Carcinogenomics. Tem patentes no uso
dos inibidores da histona deacetilase para: (i) estabilizar o fenótipo de células primárias em cultura e
(ii) diferenciar células adultas de medula óssea em hepatócitos maduros.
Resumo da Comunicação
No processo de avaliação da segurança de cosméticos na União Europeia, deve fazer-se uma
distinção entre a avaliação da segurança dos ingredientes contidos nos Anexos III, IV, VI, VII da
Directiva Cosmética 76/768/EEC e de todos os ingredientes presentes nos produtos acabados, de
acordo com o estabelecido na 6ª Emenda (93/35/EEC). A primeira é tratada pelo SCCP (Scientific
Committee on Consumer Products), enquanto que a última está a cargo dos chamados avaliadores
de segurança.
Ambos os processos serão explicados à luz da caracterização, comunicação e gestão do risco.
Durante a avaliação de ingredientes de cosméticos, devem ser utilizados métodos alternativos
sempre que possível. Já está em vigor um deadline, que não tem causado polémica, para a proibição
de testes em animais para produtos acabados. No entanto, a implementação desta proibição a partir
de 2009 implica o uso exclusivo de métodos alternativos a partir de 11 de Março de 2009, mesmo que
estes métodos ainda não existam. Este facto aplica-se a todos os testes a realizar em humanos, com
excepção do teste de toxicidade de dose repetida, testes em desenvolvimento de toxicidade e
toxicocinética, para os quais se aplica o deadline de 11 de Março de 2013.
Já existem alguns métodos 3R: refinement (R1), reduction (R2) e replacement (R3).
A lista é limitada, mas consiste em testes de toxicidade oral aguda (R1,R2), corrosividade cutânea
(R3), irritação cutânea (R3), sensibilização cutânea (R1), fototoxicidade (R3), absorção cutânea (R3),
mutagenicidade (R3) e embriotoxicidade (R3). No entanto, os testes aqui classificados como R1 e R2
não poderão ser utilizados após 2009.
Não existem ainda alternativas para os testes de toxicidade aguda cutânea e por inalação,
fotoalergia, toxicidade aguda e sub-aguda, toxicidade crónica, toxicidade reprodutiva, toxicidade
sistémica e em orgãos alvo, carcinogenicidade (compostos não genotóxicos) e toxicocinética.
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Expandindo Fronteiras
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
Isto significa que a situação é dramática, uma vez que as alternativas existentes apenas são
adequadas para a identificação de risco da toxicidade aguda e local. Há uma total lacuna de
alternativas para os testes de toxicidade sistémica e a longo prazo. Questiona-se agora como se vai
realizar a caracterização quantitativa do risco e garantir a segurança de cosméticos para a saúde
humana a partir de 2013.
A Ciência é subjugada à Política e ao Lobbying, o que é prejudicial para o futuro da Cosmética
inovadora na Europa.
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I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
Sessão 2: Intervir através da pele
•
A terapia transdémica ainda tem espaço para crescer?
•
Membrana Amniótica Humana e Reconstrução Cutânea
•
Preparação do leito da ferida – Um avnaço no tratamento de feridas complexas
Moderadora
Maria Fernanda Guedes Bahia
Currículo resumido
Licenciada e doutorada em Farmácia na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP).
Em 1999 tomou posse como Professora Catedrática. O seu domínio de especialização é a área da
Tecnologia Farmacêutica. O interesse principal é traduzido no estudo direccionado para Veículos
Medicamentosos e Tópicos Cutâneos, Produtos Cosméticos e de Higiene Corporal.
Foi membro do Comité Científico de Cosmetologia da União Europeia (1990-1993) Em 1995 foi
convidada para ministrar um curso de pós-graduação “Tópicos Cutâneos em Santa Catarina - Brasil.
Em 1996, foi nomeada pelo Conselho Científico da FFUP Responsável pelo Serviço de Tecnologia
Farmacêutica da FFUP, cargo que continua a exercer. No seguimento de estreitas colaborações com
Universidades daquele País desde a década de 70, continua a desenvolver intercâmbios traduzidos
em acolhimento de estagiários, alunos de cursos de pós-graduação e estudantes de doutoramento.
Desde 2002 colabora no ensino de Dermofarmácia e Cosmética no Instituto Superior de Ciências e
Tecnologias de Moçambique, ao abrigo de um protocolo existente entre esta instituição e a
Universidade do Porto.
Desde 2003 é Directora do Curso de Mestrado em Tecnologia Farmacêutica.
Em 2007, foi nomeada membro do Conselho Coordenador de Edições da Universidade do Porto.
Foi recentemente convidada pelo Reitor da Universidade do Porto para integrar a Comissão de Ética
da UP – subcomissão para as Ciências da Vida.
No que respeita a publicações na área da Dermofarmácia, citam-se os livros :
PROTECÇÃO SOLAR –ACTUALIZAÇÃO
Maria Fernanda Bahia. 2003 , Série para saber,2.Editora da Universidade do Porto
A REOLOGIA DE MEDICAMENTOS E DE COSMÉTICOS (capítulo 6.)
M. Fernanda Coelho Guedes Bahia, em REOLOGIA E SUAS APLICAÇÕES INDUSTRIAIS
Colecção: Ciência e Técnica, Ed. Instituto Piaget, 2001
DERMOFARMÁCIA E COSMÉTICA – I VOL, II VOL.
L. Nogueira Prista, M. Fernanda Guedes Bahia, Edmundo Vilar
Ed. Associação Nacional de Farmácias, 1992 e 1995
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Expandindo Fronteiras
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
Sessão 2: A terapia transdérmica ainda tem espaço para crescer?
Interventora
Catarina Rosado
Currículo resumido
Licenciada em Ciências Farmacêuticas pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra em
1997. Depois da licenciatura completou um Projecto ERASMUS na Welsh School of Pharmacy,
Cardiff University, onde sob a orientação do Prof. Jonathan Hadgraft iniciou investigação na área da
terapia transdérmica. Conclui o doutoramento em Tecnologia Farmacêutica na mesma Universidade
em 2000, com a tese “Formulation strategies in transdermal drug delivery”. Parte do trabalho
experimental do doutoramento foi desenvolvido em Brisbane, na Austrália.
Regressa a Portugal em 2001, onde inicia um programa de Post-Doc de 3 anos com o Professor Luis
Monteiro Rodrigues, patrocinada por uma bolsa da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Exerce
funções como Professora Auxiliar em tempo integral do Departamento de Ciências da Saúde da
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias desde 2004. Coordena as disciplinas de
Dermofarmácia e Tecnologia Farmacêutica III da licenciatura em Ciências Farmacêuticas.
É coordenadora científica e pedagógica do Programa de Formação Pós-Graduada em Ciências
Dermatocosméticas, da ULHT. Foi docente convidada da cadeira de Cosmetologia Aplicada dos III e
IV Cursos de Mestrado e de Especialização Pós-Graduada em Farmácia Comunitária da Faculdade
de Farmácia da Universidade de Lisboa. Participou também como docente convidada do Curso Pósgraduado de Especialização em Farmacotecnia Avançada 2006/2007 da FFUL e da pós-graduação
em Nutrição Humana- Curso de Nutricêutica, da ULHT.
Publicou 10 artigos como primeiro autor em revistas com arbitragem científica e apresentou mais de
30 posters em Congressos Científicos. É referee da Pharmaceutical Research e membro do conselho
científico da Revista Lusófona de Ciências e Tecnologias da Saúde.
Resumo da comunicação
A utilização da pele como via de administração de fármacos para acção sistémica parece à primeira
vista um desafio demasiado grande para poder ser ultrapassado. Este órgão, complexo e de múltiplas
camadas, tem como principal função servir de interface entre o meio ambiente e o interior do
organismo, sendo por isso impermeável a grande parte das matérias potencialmente nocivas.
Apesar destas circunstâncias aparentemente adversas, a terapia transdérmica tem conseguido
estabelecer-se como via de administração interessante e o número de fármacos que a utilizam tem
vindo a crescer de forma constante.
A tecnologia farmacêutica tem vindo a desenvolver estratégias cada vez mais imaginativas para
ultrapassar a barreira cutânea e, assim, aumentar o grupo das substâncias que conseguem
atravessar o estrato córneo e chegar à circulação sanguínea em doses suficientes para se atingir o
efeito terapêutico pretendido. O recurso a meios físicos para promover a permeação transcutânea
parece ser neste momento o caminho a seguir neste tipo de formas farmacêuticas. Como exemplo
dos meios físicos mais promissores temos a iontoforese, a sonoforese e a electroporação.
Em conclusão, a terapia transdérmica permite a administração de diversos fármacos, alguns deles
que não seriam utilizáveis de outra forma, e parece estar ainda em plena curva ascendente de
desenvolvimento. Diversos sistemas transdérmicos encontram-se em fase adiantada de ensaios
clínicos e deverão chegar ao mercado na próxima decada.
Expandindo Fronteiras
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I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
Sessão 2: Membrana Amniótica Humana e Reconstrução Cutânea
Interventora
Maria Angélica Roberto
Currículo resumido
Maria Angélica Roberto nasceu em Évora em 1944. Licenciou-se em Medicina pela Faculdade de
Medicina da Universidade de Lisboa. Especializou-se em Cirurgia Plástica e Reconstructiva e é
Directora de Serviço no Serviço de Cirurgia Plástica- Unidade de Queimados do Hospital de São
José, em Lisboa.
Tem vários trabalhos de investigação na área da regeneração nervosa , cicatrização, substitutos de
pele etc.
É autora de numerosos artigos em revistas nacionais e internacionais sobre queimaduras,
microcirurgia, tumores e cirurgia da mão.
É Presidente da Associação Portuguesa da Queimados desde 1999. Entre 1993 - 2002 foi Membro
do Education Committee of the European Board of Plastic, Reconstructive and Aesthetic Surgery.
Entre 1999- 2002 - Director of the Burn Chapter of the IBEROLATINOAMERICAN Federation of
Plastic and Reconstructive Surgery.Desde 2000 - President of the Portuguese Section of the
InternationalCollege of Surgeons. Desde 2002 - Vocal of the Microsurgery Chapter of the
IBEROLATINOAMERICAN Federation of Plastic and Reconstructive Surgery
Pertence ao corpo editorial das seguintes revistas:
◦ Correspondent Editor of the Internacional College of Surgeons
• Correspondent Editor of the section of the “International Abstracts” of the Revue “Plastic and
Reconstructive Surgery” (since 1992)
• Correspondent Editor of the Videoarchives of the Plastic and Reconstructive Surgery
Resumo da comunicação
A membrana amniótica, parte interna da placenta é composta por uma camada de epitétio cúbico e
uma membrana basal espessa formada basicamente por colagénio tipo IV e laminina , e uma matriz
estromal avascular. Tem sido utilizada para enxertos em queimaduras , úlceras oftálmicas, para
prevenir adesão dos tecidos como por exemplo tendões, cirurgias do abdómen etc.
A sua utilização baseia-se na capacidade de promover o processo de epitelização por felicitar a
adesão e migração das células epiteliais basais , prevenir a apoptose e restaurar fenótipo epitelial.
Reduz o processo inflamatório, angiogénico e cicatricial e também possui comprovada acção
antimicrobiana . A membrana que temos vindo a utilizar foi sujeita a determinado procedimento
tornando essa membrana imunologicamente inerte por não expressar os antigénios da
histocompatibilidade HLA-A , B e DR.
Apresentamos a nossa experiência na reconstrução cutânea em queimaduras, zonas dadoras de
auto enxertos cutâneos, em úlceras, no Síndrome de Stevens Johnson e Síndrome de Leyll . Temos
também usado esta membrana em vários trabalhos de investigação na reconstrução nervosa. Da
nossa experiência consideramos que este tecido tem potencialidades que deverão ser continuadas a
estudar e explorar para além das já comprovadas
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Expandindo Fronteiras
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
Sessão 2: Preparação do leito da ferida – Um avanço no tratamento de feridas
complexas
Interventora
Helena Rodrigues
Currículo resumido
Licenciada em Organização e Gestão de Empresas (ISCTE) e Pós-Graduação em Marketing
Farmacêutico (ISCTE). Na indústria farmacêutica há 7 anos. É responsável pela gestão de diversos
dispositivos médicos e medicamentos na área de Tratamento de Feridas, na Smith&Nephew, há mais
de 3 anos. Acompanha os especialistas em cirurgias, no tratamento de doentes, em Hospitais,
Centros de Saúde e outras instituições de saúde. Sendo uma das missões da Smith&Nephew, a
formação a profissionais de saúde, tem sido palestrante em reuniões, workshops e simpósios para
farmacêuticos, médicos e enfermeiros. Acredita que é através da inovação e do conhecimento que se
consegue melhorar a qualidade de vida dos doentes e permitir uma melhor relação de custo-eficácia
para os doentes e instituições.
Resumo da comunicação
OBJECTIVOS: Actualização de Conceitos sobre Tratamentos de Feridas e Produtos Avançados de
Tratamento de Feridas
DESENVOLVIMENTO:
•
•
•
O que é a Preparação do Leito da Ferida?
Feridas a cicatrizar vs Feridas que não cicatrizam
Abordagem TIME
o Tecido Não Viável
ƒ Objectivos do Desbridamento
ƒ Tipos de Desbridamento
o Infecção ou Inflamação
ƒ Equilibrio Bacteriano
o Meio em Equilibrio
ƒ Controlo do Exsudado
ƒ Compressão
o Epiderme
ƒ Margens da Epiderme não avançam
ƒ Anormalidades das Proteases
ƒ Medição de Feridas
Expandindo Fronteiras
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I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
Sessão 3: O Estado da Arte
•
Abordagem dermatológica do fotoenvelhecimento
•
Pró-Xylane, um novo activo para atenuar o envelhecimento da pele
•
Percepção e Realidade: como objetivar a relação entre a pele e a mente?
Moderador
Pedro Amores da Silva
Currículo resumido
Doutor em Tecnologia Farmacêutica na Université Libre de Brussels.
Director da Licenciatura em Ciências Farmacêuticas da Universidade Lusófona.
Docente coordenador de Tecnologia Farmacêutica da Universidade Lusófona.
Consultor do INFARMED para a área dos Produtos Cosméticos e de Higiene Corporal.
18
Expandindo Fronteiras
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
Sessão 3: Abordagem dermatológica ao fotoenvelhecimento
Interventor
Rui Tavares Bello
Currículo resumido
Curso de Mestrado em Psicossomática, pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), em
2001, em Lisboa (Classificação final de 18,2 Val.)
Curso Pós Graduado de Laser Médico (SPILM), 1998, em Lisboa (Excelente, 20 Val).
Especialização em Dermatologia, nos serviços de Dermatologia do HMP, do Hospital do Desterro
(HCL), Dermatology Service do WRAMC e Dermatopathology Department do AFIP, em Washington,
DC. Obtenção do grau de Assistente Hospitalar de Dermatologia em 1993, com a classificação final
de 19,8 Val – Muito Bom com Distinção.
Licenciatura em Medicina pela Faculdade de Medicina de Lisboa em 1982, com a classificação final
de 17 Val – Bom com Distinção.
Assistente Hospitalar de Dermatologia no Serviço de Dermatologia do Hospital Militar de Belém, em
Lisboa. Responsável pelas secções de Radioterapia Dermatológica, Fototerapia e Fotoquimioterapia
e consulta de Crioterapia e Criocirurgia.
Desenvolve actividades docentes no ISPA como prelector convidado para os Cursos “Clínica do
Adoecer Somático” e “Avaliação em Psicossomática”.
Trabalhos publicados e apresentados: Comunicações Orais: 47 e escritas: 18
Casos clínicos: Orais: 54 e escritos: 29; Posters clínicos: 26
Coordenação de Cursos: Seis (6)
Moderação de mesas redondas: Catorze (14)
Áreas de interesse particular:
Genodermatoses, patologias Imunológicas da pele, tricologia médica, patologia cutânea
androgénio-dependente, lasers médicos e interacções laser-tecidos,
inflamação neurogénica
cutânea, cosmetologia e Qualidade de Vida nos dermopatas
Expandindo Fronteiras
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I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
Sessão 3: Pró-Xylane, um novo activo para atenuar o envelhecimento da pele
Interventora
Patrícia Pineau
Currículo resumido
Diplomada pelo ENS de Chimie de Paris.
Doutorada em Ciência dos Materiais pelo MIT (EUA).
Journalista cientifica na revista La Recherche
Directora de Relações Externas dos Laboratoires de Marcoussis, Centre de Recherche ALCATEL
Academic and Research Programs Manager da IBM Europe.
Directora de Comunicação da Dassault Electronique.
Actualmente é Directeur de la Communication Recherche do Grupo L'OREAL.
20
Expandindo Fronteiras
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
Sessão 3 : Conferência Magistral: Percepção e Realidade como objectivar a
relação entre a pele e a mente
Interventor
Philipe Masson
Currículo resumido
Depois de ter estudado nas Medical and Sciences Universities of Paris, Philippe MASSON formou-se
em Biologia.
Philippe MASSON está ligado ao ensino como Professor Associado de Toxicologia e Cosmetologia
Experimenatl na Université de Bordeaux (France) e na Université Libre de Bruxelles (Belgium).
Também participa regularmente como formador no Training Course of Safety Assessment of
cosmetics da Vrije Universiteit in Brussels.
Philippe MASSON é Scientific Manager da EVIC International Organization e General Manager de
EVIC France Laboratories, uma empresa prestadora de services por si criada e liderada desde 1969.
Estas actividades dizem respeito à avaliação da eficácia e segurança de fármacos, quimicos e
cosméticos.
É perito científico das Autoridades Francesas e foi oficialmente inscrito em 1985 como Perito em
Farmaco-Toxicologia.
Presentemente é membro ou ex-membro das seguintes instituições internacionais:
National Committee for the Animal Experimentation,
Member of the Commission of Pharmacodynamy from the Direction Générale de la
Concurrence, de la Consommation et de la Répression des Fraudes,
AFNOR, Commission Biocompatibility of materials and medical devices (Chairman),
AFNOR, Commission Cosmetology (Chairman),
Fraud Services, Health Ministry (AFSSAPS)
Scientific Committee on Consumer Products - DG Sanco - European Commission (exmembro)
SLIM Commission - DG Enterprise – European Commission (ex- chairman),
CEN (TC 206-BTS 3),
EEMCO Group - European Group for the Efficacy Measurements on Cosmetics and other
Topical Products (ex- Chairman),
ISO (TC 194 and TC 217).
Philippe MASSON é membro de numerosas associações científicas internacionais.
É autor de 29 publicações, 18 apresentações sob a forma de poster em reuniões científicas e mais de
100 apresentações orais.
Expandindo Fronteiras
21
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
Resumo da comunicação
Varios autores mostraram a existência de uma ligação entre o humor do Individuo e sua resposta
imunitária, isto medindo o nivel de Cortisol ou de Imunoglobulina A salivar.
A partir destas observações preliminares, pareceu interessante verificar se tais dados podiam ser
utilizados para objetivar em formulações adequadas, além dos efeitos biomecânicos usuais, o
impacto que a utilização de tais produtos cosméticos podia ter na melhoria do bem estar do
consumidor.
Os primeiros resultados que foram obtidos baseando-se na análise destes únicos parâmetros foram
decepcionantes devido sobre tudo à falta de especificidade e à grande variabilidade dos dados
experimentais.
Pareceu necessário completar estas informações com outros parâmetros mais estáveis e também
capazes de serem influenciados pelo estado do humor. Após várias tentativas, foi percebido que os
resultados mais pertinentes eram obtidos quando se tomavam em conta os parâmetros hormonais e
imunitários de critérios associados à medição da evolução do humor, e também os parâmetros
fisiológicos da pele também relacionados com o bem estar, ainda que apenasde maneira indireta,.
Após ter discutido os critérios que prevaleceram na escolha dos parâmetros e ter exposto a vantagem
de tal abordagem multi-paramétrica, serão apresentados os resultados obtidos num estudo específico
que mostra que temos hoje à disposição meios para avaliar de maneira objectiva o impacto de
produtos cosméticos no bem estar e no prazer dos consumidores
22
Expandindo Fronteiras
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
Sessão 4: Promover a Saúde e a Qualidade de Vida
•
Sobre o papel dos produtos cosméticos na saúde pública
•
Função dos produtos cosméticos na promoção da imagem e qualiadade de vida
•
A farmácia comunitária e a promoção da saúde cutânea
Moderadora
Helena Margarida Ribeiro
Currículo resumido
Grau Académico (Área Científica): Doutoramento em Farmácia (Tecnologia Farmacêutica) em
25/01/2001. Categoria Profissional : Professora Auxiliar
Outros Cargos ou funções relevantes no contexto do ensino ou da profissão farmacêutica:
Responsável pelo departamento do Controlo de Qualidade, Desenvolvimento de Novos Produtos e
Responsável Técnica na Academia Científica de Beleza Madame Campos (de 1983 a 1988).
Consultora da industria cosmética e farmacêutica (de 1986 até ao presente).
Integrou o grupo de trabalho para “Transposição das Directivas relativas a Métodos de Análise de
Produtos Cosméticos e de Higiene Corporal” no Instituto da Farmácia e do Medicamento, Ministério
da Saúde (1995 a 1998). Membro da delegação portuguesa, por nomeação do Instituto da Farmácia
e do Medicamento ( INFARMED), nas reuniões do grupo de trabalho “Métodos de Análise de
Produtos Cosméticos“ realizados em Bruxelas (1996 a 2003)
Responsável do sub grupo de Tecnologia Farmacêutica (de 2001 a 2003).
Membro da Comissão Coordenadora do C. Científico da FFUL (de 2001 a 2003).
Membro da Comissão Técnico Cientifica de Cosmetologia, INFARMED (2004 - até ao presente).
Principal Área Científica de Interesse: Dermofarmácia e Cosmética; Desenvolvimento de fórmulas
farmacêuticas tópicas.
Outras Áreas Científicas de Interesse: Formulação de produtos Cosméticos e de medicamentos
tópicos; análise da estrutura e sua caracterização; reologia de sistemas dispersos. Análise da eficácia
de produtos tópicos. Aspectos regulamentares dos produtos de saúde.
Centros ou Unidades de Investigação Científica que integra: iMed.UL (Research Institute for
Medicines and Pharmaceutical Sciences)
Projectos de Investigação Científica que integra: Desenvolvimento e caracterização de formulações
tópicas financiado pela industria farmacêutica
Telma Martins, Luís F. Gouveia, José Morais, Helena M. Ribeiro, Desenvolvimento de formulações
tópicas destinadas a peles xeróticas, Cosmet. Toilet., 2006,18, 68-71.
Helena M. Ribeiro, J. Morais, L. Rodrigues, Estudo do efeito hidratante de emulsões O/A na pele
humana, Revista Lusófona de Ciências de e Tecnologias da Saúde, 2005, 3, 53-56.
Ribeiro, H. M., Morais, J. A., Eccleston, G. M. Structure and rheology of emulsions o/w containing
different polymers, Int. J. of Cosmetic Science, 2004, 26, 47-59.
Helena M. Ribeiro, A. Möes, J. A Morais, The influence of the cooling rate on rheology of o/w fluid
emulsions containing fatty alcohols and non-ionic surfactant mixed emulsifier, e-rheo.pt, (Revista da
Sociedade Portuguesa de Reologia, 2004, 4, 7-1.
Ribeiro, H. M., Teorias de estabilidade de emulsões cosméticas, Cosmet. Toilet., 2002,14; 88-91.
Ogando, E. Barata, H.M.Ribeiro, Prediction of the moisture loss of different humectants using na in
vitro method, European J. Pharm. Sc., 2002, 17 Suppl. 1, S126.
Expandindo Fronteiras
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I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
Sessão 4: Sobre o papel dos produtos cosméticos na saúde pública
Interventor
Osvaldo Correia
Currículo resumido
Osvaldo José Coutinho Correia, 46 anos, licenciado em Medicina, em 1985, pela Faculdade de
Medicina do Porto. É especialista em Dermatologia e Venereologia desde 1992. Docente da
Faculdade de Medicina do Porto, desde 1985, sendo actualmente Professor Afiliado da mesma.
Doutorou-se em Medicina, pela Faculdade de Medicina do Porto, em 2002, com a tese “Necrólise
Epidérmica Tóxica: contribuição para o conhecimento da sua epidemiologia, clínica e fisiopatologia”,
integrada na área das reacções cutâneas graves adversas a medicamentos. Publicou, em 2004,
monografia intitulada: Reacções Cutâneas Adversas a Medicamentos (Toxidermias). Exerceu as
funções de dermatologista no Hospital de S.João até 1994, altura em que transitou para o Serviço de
Dermatologia do IPO (Instituto Português de Oncologia), no Porto, até final 2001, data a partir da qual
se encontra em licença sem vencimento. É Director Clínico do Centro de Dermatologia Epidermis, no
Porto. Estagiou em múltiplos serviços nacionais e internacionais, realçando os seus estágios em
França, nomeadamente no Service de Dermatologie, Hôpital Henri Mondor. Tem vivência clínica de
dermatologia médica e cirúrgica, incluindo a prática de vários tipos de lasers. É consultor na área de
dermatologia na Unidade de Farmacovigilância do Norte, desde há vários anos. Exerceu funções de
Adjunto do Director Clínico do Hospital de S.João, no Porto, de 1991 a 1994. É membro de várias
Sociedades Científicas nacionais e internacionais. Integrou e integra vários grupos internacionais de
trabalho, no âmbito da epidemiologia em dermatologia, reacções a medicamentos, patologia ungueal
e oncologia cutânea. É secretário geral da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo, sendo
responsável pela coordenação das Campanhas de Prevenção Primária de Cancro da Pele, desde há
vários anos, tendo publicado em 2003, com reedição anuais até 2007, livro educativo para crianças
intitulado “Brinca e aprende com o Zé Pintas. Sol ... Férias ... Cuidados a ter ...”.
Possui mais de 110 publicações científicas na área de Dermatologia, muitas delas em revistas
internacionais. Efectuou mais de 250 comunicações científicas em reuniões nacionais e
internacionais de Dermatologia.
Resumo da comunicação
Os produtos de dermocosmética são hoje um complemento terapêutico indispensável na prática
clínica de dermatologia. Eles são utilizados do bebé ao idoso, como complemento duma terapia
individual ou funcionando como agentes de prevenção sendo neste caso importantes não só na
promoção da saúde individual como na saúde pública.
Exige-se hoje aos produtos de dermocosmética transparência na sua formulação, demonstração da
sua eficácia e tolerância. A sua utilidade no complemento terapêutico, como na manutenção do
equilíbrio não só da pele, como das mucosas incluindo genitais, e das faneras (cabelo e unhas) é
hoje reconhecido.
É necessário reconhecer se uma pele é seca, mista, oleosa, se está sob tratamento local ou geral, se
estamos numa época estival ou de inverno para adequarmos os produtos de higiene, de hidratação e
mesmo de maquilhagem.
A abordagem da pele seca até ao eczema, da pele oleosa até ao acne, da pele sensível até à
rosácea, da pele envelhecida à fotoenvelhecida, da hipopigmentação à hiperpigmentação, será
exemplificada, bem como os cuidados pré e pós tratamentos (peelings, lasers, luz pulsada, cirurgia).
Os cuidados capilares e com as unhas, na patologia e na doença, serão também abordados.
24
Expandindo Fronteiras
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
Sessão 4: Função dos Produtos cosméticos na promoção da imagem e da
qualidade de vida
Interventora
Isabel Santos
Currículo resumido
Licenciatura em Psicologia com especialização em Psicologia Clínica e de Aconselhamento.
Mestrado em Terapias Comportamentais e Cognitivas. Docente do curso de Psicologia da
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias nas cadeira de: Psicologia Evolutiva do 1º
Ano do 1º Ciclo, Avaliação da personalidade do 2º Ano do 1º Ciclo, Avaliação Psicológica – Métodos
Quantitativos do 3º Ano do 1º Ciclo e Seminário de Investigação em Psicologia Clínica e do
Aconselhamento do 5º Ano do plano antigo. Investigadora da Unidade de Investigação em Psicologia
Cognitiva e da Aprendizagem da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Formadora
e Coordenadora da Pós graduação em Perturbações do Comportamento Alimentar e Obesidade da
Faculdade de Psicologia da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias.
Resumo da comunicação
Todos partilhamos um olhar ou uma visão de beleza, emergindo as nossas preferências no início do
nosso desenvolvimento. Desde muito cedo tendemos a atribuir características positivas às pessoas
atractivas e características negativas às não atractivas. A valorização da beleza e da juventude e a
consequente prevenção do envelhecimento tem sido uma constante ao longo dos anos. A beleza
depende da saúde e a prevenção do envelhecimento envolve a manutenção de ambos. Uma pessoa
com boa aparência demonstra cuidados consigo e esta característica é inferida para outras áreas da
sua vida.
A promoção da imagem, utilizando a possibilidade do recurso aos cosméticos, está directamente
relacionada com a necessidade de melhorar a auto-estima e a qualidade de vida. A cosmética pode,
e é, um dos meios a que as pessoas recorrem para melhorar a sua aparência e consequentemente
diminuir os níveis de insatisfação com a imagem.
Os cuidados diários dedicados para manter uma boa imagem para si próprio e para os outros, têm
reflexos numa vida mais equilibrada e o uso de cosméticos contribui directamente para melhorar o
humor e reduzir os níveis de stresse. Alguns dos efeitos relatados após o uso de cosméticos referemse a um aumento das sensações positivas como a tranquilidade e o relaxamento, redução de
sensações negativas como a tristeza e o cansaço, redução dos níveis de stresse e sensação de bemestar.
Independentemente dos produtos cosméticos utilizados, as vantagens da sua utilização parecem
estar directamente relacionadas com a promoção de uma melhor saúde física e mental.
Expandindo Fronteiras
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I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
Sessão 4: A farmácia comunitária e a promoção da saúde cutânea
Interventor
Henrique Santos
Currículo resumido
Licenciado em Ciências Farmacêuticas pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.
Mestre em Farmácia Assistencial pela Universidade de Granada.
Farmacêutico especialista em Indústria Farmacêutica pela Ordem dos Farmacêuticos.
Professor Auxiliar de Prática Farmacêutica da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia.
Membro do Grupo de Investigação em Cuidados Farmacêuticos da Universidade Lusófona.
Farmacêutico Comunitário (Director Técnico da Farmácia do Altinho – Pontinha)
Membro da comissão executiva do Mestrado em Cuidados Farmacêuticos da Universidade Lusófona
de Humanidades e Tecnologias
Docente de formação pós-graduada em Cuidados Farmacêuticos
Resumo da Comunicação
A farmácia, entendida um como estabelecimento de saúde no âmbito dos cuidados primários de
saúde ocupa um lugar privilegiado para promover programas e acções de informação sobre
problemas de saúde que podem afectar a pele. Deste modo, acções de educação para a saúde na
área da prevenção de problemas de pele assumem no espaço da farmácia, um local privilegiado.
De acordo com um estudo realizado pela Ordem dos Farmacêuticos em 2002, mais de 80% dos
inquiridos tinham frequentado a farmácia na condição de doente. Os Centros de Saúde e os Hospitais
obtiveram, neste estudo, valores acima de 60% e 40% respectivamente. Portugal tem cerca de 3000
farmácias distribuídas uniformemente pelo país.
Esta situação faz com que a farmácia seja, normalmente, a primeira porta que se atravessa para
tentar resolver um problema de saúde que, muitas vezes, se considera um transtorno menor.
O autocuidado tem uma importância crescente no processo de cada cidadão gerir o seu bem-estar, a
sua aparência e o modo como se sente perante os outros. A Organização Mundial de Saúde promove
o autocuidado em saúde orientado por um profissional de saúde. O farmacêutico pode ir ao encontro
das necessidades dos consumidores prestando aconselhamento e orientação sobre questões
relacionadas com a pele e identificar problemas passíveis de intervenção clínica diferenciada.
Muitos problemas de saúde associados ao uso de medicamentos manifestam-se através da pele. Os
farmacêuticos são profissionais de saúde preparados para actuar na avaliação desses efeitos,
concretamente das reacções adversas medicamentosas ou intoxicações medicamentosas.
Os conhecimentos de dermatocosmética que os farmacêuticos possuem, através de formação prégraduada e pós-graduada são a base de um processo de dispensação clínica de qualidade que
garante o correcto uso dos produtos prescritos, indicados ou utilizados em automedicação
melhorando deste modo a qualidade de vida dos doentes.
Muitos farmacêuticos disponibilizam serviços de consulta farmacêutica dirigida para a resolução de
problemas de pele, considerados transtornos menores, que melhoram substancialmente a
acessibilidade aos serviços de saúde e reduzem as consultas disponibilizadas pelos serviços de
saúde.
26
Expandindo Fronteiras
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
Comunicações em Posters
As comunicações em posters apresentados no simpósio serão publicadas no próximo número da
Revista Lusófona de Ciências e Tecnologias da Saúde.
http://revistasaude.ulusofona.pt/
Lista de Resumos Submetidos
P.01 COMPLEXOS TRETINOÍNA - CICLODEXTRINA PARA APLICAÇÃO TÓPICA NO
TRATAMENTO DA ACNE- Andreia Patrícia Henriques Ascenso, Helena Cabral Marques
P.02 CUIDADOS DO PÉ DIABÉTICO: A NECESSIDADE DE EQUIPAS MULTIDISCIPLINARES
PRESTADORAS DE CUIDADOS DE SAÚDE- Áurea Lima1,2, António Figueiredo3, Joana
1
1
1
1 1
Faria , Marta Santos , Tânia Madureira , Zulmira Lima - Farmácia Lima, Lourosa, Portugal
P.03 O FARMACÊUTICO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE CUTÂNEA- Áurea Lima1,2, Joana Faria1,
1
1
1
Marta Santos , Tânia Madureira , Zulmira Lima
P.04 CYCLODEXTRINS AND THEIR USE IN COSMETIC: A REVIEW- Andreza M Ribeiro1, Delfim
1
2
Santos , Francisco Veiga
P.05 COMO AVALIAR A EFICÁCIA DE COSMÉTICOS HIDRATANTES?-Catarina Rosado1,2, Luis
Monteiro Rodrigues
P.06 A UTILIZAÇÃO DE NISINA COMO CONSERVANTE NATURAL EM COSMÉTICOSMaurício E. , Picão J. , Veríssimo J.
P.07 DESENVOLVIMENTO DE UM GEL DE SILICONE “EQUILIBRADO”-Luciana U. Corrêa, M.
Helena Amaral, M. Fernanda Bahia
P.08 TRANSDERMAL DELIVERY OF GLYCOLIC ACID: IN VITRO PERMEATION STUDIES
1
THROUGH SYNTHETIC MEMBRANES AND HUMAN SKIN - Ana Salgado , Teresa T.S.
1
2
3
Ramalho , António J.A. Nogueira , ,M. Lourdes Rebelo , M. Caneira da Silva1, , Helena M.
Ribeiro1
P.09 INFLUENCE OF GALENIC FORMULATIONS ON THE RELEASE OF MOMETASONE
FUROATE -Ana Salgado, Inês Silva, Sara Raposo, Mariana Gil, J. Morais, Helena M. Ribeiro
P.010 PERMEATION STUDIES OF GELS CONTAINING MOMETASONE FUROATE- Inês Silva,
Ana Salgado, Marta Machado, J. Morais, Helena M. Ribeiro
Expandindo Fronteiras
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I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
P.011 MADAME CAMPOS, PIONEIRA DA COSMETOLOGIA MODERNA EM PORTUGAL - A
PROMOÇÃO DA SAÚDE E DA QUALIDADE DE VIDA João Rui Pita, Sara Rito, Bruna
Lopes, Maria de Lourdes Rebelo
P.012 COSMÉTICOS E SOCIEDADE: CONSUMO E PUBLICIDADE — ESTUDO PILOTO João Rui
Pita, Bruna Lopes, Maria de Lourdes Rebelo
P.013 AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA UTILIZAÇÃO DE PRODUTOS DE LIMPEZA DOMÉSTICA
NA AUTO-PERCEPÇÃO DE SENSIBILIDADE CUTÂNEA-Lucília Diogo1, Ana L. Papoila2, L.
Monteiro Rodrigues 3
P.014 SERÁ A HIDRATAÇÃO CUTÂNEA RELEVANTE PARA A CARACTERIZAÇÃO DAS
“MÃOS SENSÍVEIS” ?- Lucília Diogo1, Ana L. Papoila2, L. Monteiro Rodrigues 3
P.015 AVALIAÇÃO DA RESPOSTA DA PELE DITA “SENSÍVEL” AO CONTACTO COM LAURIL
SULFATO DE SÓDIO (LSS) - Lucília Diogo1, Ana L. Papoila2, L. Monteiro Rodrigues 3
P.016 MEDICAMENTOS DERMATOLOGICOS E COSMÉTICOS PREPARADOS
FARMÁCIAS PORTUGUESAS – QUE REALIDADE, Paula Tavares, Ana Bernardino
NAS
P.017 ÍNDICE DE AVALIAÇÃO DA PSORÍASE (IAP) UM CONTRIBUTO FUNDAMENTAL PARA
O SEGUIMENTO E AVALIAÇÃO DA DOENÇA- Manuel Fitas 1, L. Monteiro Rodrigues 2
P.018 DEMONSTRAÇÃO DO PAPEL DA OCLUSÃO NA RECUPERAÇÃO DA BARREIRA
CUTÂNEA-Maria Madalena Pereira 1, Pedro Pinto 1 , Luis Monteiro Rodrigues2,
P.019 VISUALIZAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DA BARREIRA CUTÂNEA POR SONOGRAFIA DE
ALTA-FREQUÊNCIA-Maria Madalena Pereira 1, Pedro Pinto 1 , Luis Monteiro Rodrigues2
P.020 A VARIABILIDADE INTER-INDIVIDUAL DA RESPOSTA DA PELE HUMANA AO
CONTACTO COM LAURIL SULFATO DE SÓDIO PODE SER EXPLICADA PELO
FOTOTIPO-P. Contreiras Pinto1, H. Martinho 1, L. Monteiro Rodrigues 2
P.021 AVALIAR A MICROCIRCULAÇÃO CUTÂNEA IN VIVO : PROPOSTA DE UM MODELO
EXPERIMENTAL- P. Contreiras Pinto1, L. Monteiro Rodrigues 2
P.022 COMO ABORDAR A “CAPACIDADE METABÓLICA” DA PELE HUMANA IN VIVO ? - P.
Contreiras Pinto1, L. Monteiro Rodrigues
28
Expandindo Fronteiras
P01 Complexos Tretinoína – Ciclodextrina para Aplicação Tópica no
Tratamento do Acne
Andreia Patrícia Henriques Ascenso, Helena Cabral Marques
iMed.UL (Research Institute for Medicines and Pharmaceutical Sciences) Faculdade de Farmácia da
Universidade de Lisboa, Av. Prof Gama Pinto1649-003 LISBOA, PORTUGAL
Introdução: As substâncias da família dos α- e β-hidroxiácidos retinóides têm uma acção terapêutica
comprovadamente eficaz no tratamento da acne e da hiperqueratinização, sendo muito utilizadas nas
formulações. Os principais problemas tecnológicos correspondem à sua fraca solubilidade em água e
estabilidade reduzida.
As ciclodextrinas (CD) são moléculas hidrossolúveis cíclicas e oligossacáridos não redutores com 6, 7
ou 8 unidades de glucopiranose (α-, β- e γ-CD, respectivamente).
A inclusão de um determinado fármaco numa CD apresenta várias vantagens/ aplicações,
principalmente tecnológicas. De notar a utilização de β-CD para tratamento anti-acne pelo facto
destas incorporarem os ácidos gordos polinsaturados da gordura da pele, levando à redução da
incidência de infecções e inflamações cutâneas.
Objectivos: Complexar a tretinoína com a 2,6- dimetilβ-CD e analisar os complexos através de várias
técnicas analíticas.
Métodos: Preparação dos complexos por: co-precipitação; liofilização e atomização. A análise dos
complexos foi feita por ensaios de solubilidade de fase de acordo com o método de Higuchi &
Connors (1965); Calorimetria Diferencial de Varrimento (DSC) e por Espectroscopia de
Infravermelhos (IV).
Resultados e Discussão: Nos ensaios de solubilidade de fase obtiveram-se os seguintes dados: o
complexo é solúvel (gráfico tipo AL 1:1); o tempo de complexação prolonga-se por 8 dias e a
-1
constante de equilíbrio de complexação é elevada (Ks = 47 M ), o que sugere que o complexo
formado seja estável. Por DSC confirma-se a presença do complexo, constando-se que não há
mistura física e pelos espectros IV observa-se que o melhor espectro obtido corresponde ao do
complexo preparado por co-precipitação, no qual desaparece a maior parte das bandas da tretinoína.
Conclusão: Este estudo demonstrou que é possível a complexação de tretinoína com a 2,6- dimetilβCD, abrindo novas perspectivas em termos de formulações para aplicação tópica.
Bibliografia
Campbell, J L. A comparative review of the efficacy and tolerability of retinoid-containing combination
regimens for the treatment of acne vulgaris. J Drugs Dermatol (6) 625-9 (2007)
Higuchi, T; Connors, KA. Advances in Analytical Chemistry and Instrumentation, Wisconsin, 117-212
(1965)
RY Anadolu et al. Improved efficacy and tolerability of retinoic acid in acne vulgaris: a new topical
formulation with cyclodextrin complex ψ. Eur Acad Dermatol Vener 18 (2004)
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
P02 Cuidaddos do Pé Diabético: A Necessidade de Equipas Multidisciplinares
Prestadores de Cuidados de Saúde
Áurea Lima1,2, António Figueiredo3, Joana Faria1, Marta Santos1, Tânia Madureira1, Zulmira
Lima1
1
2
Farmácia Lima, Lourosa, Portugal; Instituto Superior de Ciências da Saúde – Norte, Gandra, PRD, Portugal;
Licenciado em Podologia
3
Introdução: O pé é a base de sustentação de todo o aparelho locomotor, pelo que deve ser alvo de
cuidado especial. Uma das populações de risco nas afecções do pé, são os diabéticos(1). Dos cerca
de 600 mil portugueses com diabetes mellitus, estima-se que 15% desenvolverá manifestações da
doença no pé, induzida pela condição de hiperglicemia sustentada. Face às necessidades aduzidas
pela Declaração de St. Vicent (1989) deve o Farmacêutico fazer parte integrante de equipas
multidisciplinares prestadoras de Cuidados de Saúde que contribuam para uma melhor qualidade de
vida e redução das complicações associada à diabetes.
Objectivos: Foram objectivos do estudo averiguar os cuidados prestados pelos diabéticos para com
os pés; avaliar manifestações clínicas do pé diabético; alertar/informar os diabéticos para
factores/comportamentos de risco que podem contribuir para o pé diabético; elucidar/implementar
medidas preventivas e curativas de afecções nos pés; e reforçar a importância da adesão à
terapêutica e a necessidade da monitorização dos níveis de glicemia.
Métodos: Em Agosto de 2007 realizou a Farmácia Lima, Lourosa, uma acção de sensibilização
dirigida a diabéticos não insulino dependentes intitulada “Cuidados do Pé Diabético”, que envolveu a
resposta a um questionário e uma avaliação dos pés, por um podologista, na presença de um
farmacêutico.
Resultados: Dos 24 diabéticos avaliados, com idades compreendidas entre os 49-70 anos, a larga
maioria (87.5%) apresentava alterações, sendo a mais incidente (79.2%) a diminuição da sudação do
pé com aparecimento de pele seca e desidratada. Cerca de dois terços dos utentes não prestava
qualquer cuidado aos pés e 20.8% somente higiene, sendo que estes hábitos corroboram as
alterações observadas. Vários foram os diabéticos que apresentaram múltiplas alterações, sendo as
mais frequentes: onicomicoses (50.0%), dermatomicoses (41.6%), hiperqueratose (25.0%) e verrugas
(20.8%). Apenas uma pessoa apresentou alterações biomecânicas. Foi possível verificar que 75.0%
desconhece a Podologia e 66.7% nunca recorreu a serviços especializados nesta área.
Discussão/Conclusão: Apesar de cumprirem a terapêutica instituída e monitorizarem regularmente
os níveis de glicemia, os diabéticos estão pouco sensibilizados para com os cuidados a terem com os
pés e as patologias associadas. Dado o elevado nível de alterações observadas, a monitorização
continuada por um Podologista em colaboração com o Farmacêutico, poderá diminuir
significativamente a incidência de complicações graves associadas ao pé diabético.
Bibliografia
(1)Papanas N, Maltezos E. (2007) The diabetic foot: established and emerging treatments. Acta Clin
Belq. 62 (4):230-8.
30
Expandindo Fronteiras
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
P03 O Farmacêutico na Promoção da Saúde Cutânea
Áurea Lima1,2, Joana Faria1, Marta Santos1, Tânia Madureira1, Zulmira Lima1
1
Farmácia Lima, Lourosa, Portugal;
2
Instituto Superior de Ciências da Saúde – Norte, Gandra, PRD, Portugal
Introdução: A pele é o órgão mais extenso do corpo humano e o “bilhete de identidade” do Homem.
É um sistema cinético, altamente organizado e em constante renovação(1). Constitui um órgão de
defesa cuja integridade deve ser mantida, objectivo só conseguido se lhe for prestada a merecida
atenção. Para que o Farmacêutico seja capaz de intervir no aconselhamento dos seus utentes deve:
conhecer a constituição, anatomia e estrutura cutânea, saber distinguir os diferentes estados de pele
e as lesões cutâneas elementares.
Objectivos: 1)Avaliar o estado de pele; 2)Averiguar a adequação dos produtos dermatocosméticos
face ao estado de pele; 3)Verificar quais os cuidados diários prestados e a forma como estes são
cumpridos; 4)Averiguar a razão para uma falta de cuidados e/ou sua inadequação na promoção da
saúde cutânea; 5)Informar e aconselhar os produtos dermocosméticos mais adequados ao estado de
pele e a sua forma correcta de utilização.
Métodos: Em Julho de 2007 realizou-se na Farmácia Lima, Lourosa, uma acção de sensibilização
intitulada “Cuidados em Cosmética e Dermatologia”. Foram coligidas respostas a um questionário que
visou os objectivos acima descritos, e analisados os estados de pele de cada utente, assim como
realizada uma demonstração personalizada sobre a utilização adequada dos dermatocosméticos.
Resultados: Aderiram à acção 23 utentes com idades entre os 14-63 anos (média=29), dos quais
26.1% apresentaram um estado de pele sensível, 21.8% desidratada, 17.4% PNM, 13.0% PNS,
13.0% seca e 8.7% oleosa. Verificou-se que 63.4% dos indivíduos em estudo utilizavam vários
produtos, todavia desadequados ao seu estado de pele e 95.6% não conhecia a forma adequada de
como os utilizar/aplicar. Dos 3 cuidados básicos necessários, higiene, hidratação e protecção, apenas
13.0% cumpre-os diariamente, 52.2% não limpava a pele, 30.4% não a hidratava e 69.6% não a
protegia. Os principais motivos alegados para o não cumprimento dos cuidados cutâneos foram
razões económicas e falta de informação sobre a necessidade dos mesmos. Após providenciada a
devida informação, 14 dos utentes (60.9%) adquiriram os produtos aconselhados.
Discussão/Conclusão: Os resultados indiciam poderem constituir-se as Farmácias como uma
primeira linha na disponibilização de serviços no que concerne à saúde da pele, informando e
acompanhando as necessidades dos seus utentes, contribuindo e comprovando o uso seguro e
devido dos produtos dermatocosméticos.
Bibliografia
(1)Ribeiro, C. (2006) Cosmetologia Aplicada a Dermatocosmética. Pharmabooks Editora. 1ª edição.
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31
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
P04 Cyclodextrins and their use in cosmetic: a review
Andreza M Ribeiro1, Delfim Santos1, Francisco Veiga2
1
Department of Pharmaceutical Technology, Faculty of Pharmacy, University of Oporto and
2
Department of Pharmaceutical Technology, Faculty of Pharmacy, University of Coimbra
Introduction: Cyclodextrins (CDs) comprise a family of cyclic oligosaccharides. They form inclusion
complexes with numerous organic molecules. The physical and chemical properties of the guest
molecules change due to complex formation2. Nowadays, several cyclodextrin-based formulations are
commercialised by the pharmaceutical and the cosmetic industries1. The most notable feature of
cyclodextrin is theirs ability to form solid inclusion complexes with a very wide range of solid, liquid and
gaseous compounds by a phenomenon of molecular complexation9.
Purpose: The purpose of this review is to discuss and summarize some of the interesting findings and
applications of cyclodextrins in cosmetic.
Results: The characteristics of cyclodextrins and their derivates make the suitable for applications a
toilet articles3. Mainly in volatility suppression of perfumes, room fresheners and detergents by
controlled release of fragrances10 from inclusion compounds2. The major benefits of cyclodextrins in
this sector are stabilization, odour control, and process improvement upon conversion of a liquid
ingredient to a solid form, flavour protection and flavour delivery in lipsticks, water solubility and
enhanced thermal stability of oils. Some of the other applications include use in toothpaste, skin
2
creams, liquid and solid fabric softeners, paper towels, tissues and underarm shields . Cyclodextrins
have been used as penetration in topical drug formulations4,5,6,7. Dry CD powders of size less than 12
mm are used for odour control in diapers, menstrual products, paper towels, etc., and are also used in
hair care preparations for the reduction of volatility of odorous mercaptans. Cyclodextrins are used in
the preparation of sunscreen lotions2. Photo stability effect was observed for sunscreen agents with
CDs5. Similarly, by incorporating CD in self-tanning emulsions or creams, the performance and shelf
2
life are improved .Conclusions: In conclusion, owing to a unique architecture, cyclodextrins are now
becoming an important part of the scientists’ options in cosmetics.
References: 1. A. Bochot, L. T et al. International Journal of Pharmaceutics, 339, (2007) 121–129; 2.
Buschmann H.J., Schollmeyer E. Journal Cosmetic Science, 53, (2002) 575 – 92; 3. Del Valle M.E.M.
Process Biochemestry, 39, (2004) 1033 – 1046; 4. Hajime M., Hidetoshi A. Advanced Drug Delivery
Reviews, 36, (1999) 81–99; 5. Krzysztof Cal, Katarzyna Centkowska. European Journal of
Pharmaceutics and Biopharmaceutics (2007); 6. Loftsson T., Masson M. International Journal of
Pharmaceutics, 225, (2001) 15–30; 7. Loftsson T., Másson M., Sigurdsson H.H. International Journal
of Pharmaceutics,232, (2002) 35 – 43; 8. Mamata S., Rohit S., Banerjee U.C. Biotechnology
Advances 20 (2002) 341–359; 9. Rajeswari C., Ahuja A., Ali J., Khar R.K. AAPS PharmSciTech 2005,
6, 43, (2005) E329 – E357; 10. Tanaka M. Matsuda H, Sumiyoshi H, et al. Chem Pharm Bull (Tokio),
44, (1996) 416 – 420
32
Expandindo Fronteiras
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
P05 Como avaliar a eficácia de cosméticos hidratantes?
Catarina Rosado1,2, Luis Monteiro Rodrigues2,1
1
Universidade Lusófona (UDE-DCS), Campo Grande, 376, 1749-024, Lisboa, Portugal
2
iMed.UL (Research Institute for Medicines and Pharmaceutical Sciences) Faculdade de Farmácia da
Universidade de Lisboa, Av. Prof Gama Pinto1649-003 LISBOA, PORTUGAL
Introdução: Os produtos hidratantes representam uma das classes de cosméticos mais utilizadas,
facto indubitavelmente ligado à prevalência da xerose, sobretudo entre a população com mais de 30
anos. Os estudos de eficácia convencionais utilizam métodos que fornecem apenas dados
instantâneos e relativos à hidratação da superfície da pele, como a medição da capacitância ou perda
transepidérmica de água (PTEA).
Objectivos: O recurso a testes dinâmicos, baseados na resposta cutânea a uma provocação, permite
contornar os inconvenientes anteriormente referidos. O objectivo deste estudo é demonstrar a
aplicabilidade da modelação matemática das curvas obtidas após um teste POST (plastic occlusion
stress test) à avaliação quantitativa da eficácia de hidratantes.
Métodos: Neste estudo participaram 12 voluntárias com pele seca. A avaliação foi conduzida na
parte frontal da perna, um dos locais anatómicos onde a xerose é prevalente. Depois de 15 dias sem
usar qualquer produto hidratante nas pernas, foi pedido às voluntárias que aplicassem 2 vezes por
dia um creme com 15% de ureia nas zonas previamente definidas. Foram comparados os resultados
dos locais tratados e não tratados (controlo). Todos estes foram sujeitos à provocação POST, que
envolve a aplicação de um penso oclusivo durante 24h e, após a sua remoção, o registo da PTEA
durante 30 minutos. Foi aplicado um modelo matemático aos pontos obtidos e calculados os
parâmetros Kevap (evaporação da água à superfície) e DWM (massa de água dinâmica). A
reprodutibilidade do método foi avaliada através da comparação com resultados obtidos um ano
antes.
Resultados: Os resultados mostram que após tratamento da pele seca com creme se obtêm
diferentes parâmetros descritores da cinética hídrica cutânea, sugerindo que a intervenção provocou
uma melhoria do balanço hídrico dinâmico e da barreira cutânea. A análise da dispersão de
resultados indica que o método apresenta boa reprodutibilidade.
Conclusão: Estes dados permitem confirmar que o método apresenta sensibildade suficiente para a
avaliação in vivo da eficácia de cosméticos hidratantes. Adicionalmente, apresenta a vantagem de
permitir concluir o estudo num período de tempo mais reduzido que as outras estratégias
nomeadamente o método da regressão, que é a referência para estes produtos.
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I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
P06 A utilização de nisina como conservante natural em cosméticos
Maurício E., Picão J., Veríssimo J.
Departamento de Controlo de Qualidade, Elisa Câmara Lda, Centro Empresarial de Talaíde Armazém 8; 2785-601 S. Domingos de Rana
Tel. +351 21 423 9470/8 Fax +351 21 423 9479
Introdução: A nisina é uma bacteriocina produzida pelo Lactococcus lactis, com aplicação como
conservante na Indústria alimentar, nomeadamente na indústria dos queijos.
Objectivo: Tendo em conta o potencial da utilização deste produto como conservante natural, a
empresa Elisa Câmara pretendeu avaliar a sua eficácia e viabilidade quando incorporada em
cosméticos, de modo a substituir ou diminuir o sistema de conservação usual, baseado em
conservantes químicos.
Métodos: Realizaram-se testes de sensibilidade in vitro pelo método de difusão em placa, utilizando
discos com concentrações de nisina a 0,1%; 0,5%; 1%; 2,5%; e 5%. Avaliou-se igualmente a
eficiência deste produto pela realização do “Challenge Test” numa emulsão O/W, com concentração
de nisina a 5% e com 0,5% e 1% conjugados com conservantes químicos, como o Abiol 0,15% e o
Dragocid Forte 0,35% (metade da concentração recomendada). Os microrganismos utilizados foram
Aspergillus sp; Bacillus sp; Candida albicans; Escherichia coli; Pseudomonas aeruginosa e
Staphylococcus aureus, por serem os mais susceptíveis de contaminar os produtos de cosmética.
Resultados/Discussão: Nos testes de sensibilidade o S.aureus apresentou halos de inibição para
todas as concentrações testadas. O Aspergillus sp. apresentou resistência e os restantes
microrganismos só a partir de 2,5% de nisina apresentaram sensibilidade. Os resultados do
“Challenge test” mostraram uma boa actividade da nisina a 5 % em associação com EDTA, na
inibição do crescimento microbiano do S. aureus, Candida albicans; Escherichia coli e Pseudomonas
aeruginosa. Resultados semelhantes foram obtidos para as concentrações de 0,5 % e 1% quando
associados aos conservantes químicos, verificando-se ainda neste caso, a inibição de Aspergillus sp.
Conclusão: Com este estudo verificou-se que a nisina pode ser uma alternativa viável, quando
associada a outros conservantes, diminuindo a utilização dos químicos frequentemente associados a
fenómenos de sensibilidade e reacções alérgicas.
Bibliografia 1. Chan-Ick Cheigh & Yu-Ryang Pyun (2005). Nisin biosynthesis and its properties;
Biotechnology Letters 27: 1641–1648 Springer.; 2. NCCLS (2003) Performance Standards for
Antimicrobial Disk Susceptibility Tests; Approved Standard—Eighth Edition. NCCLS document M2-A8
(ISBN 1-56238-485-6) USA.; 3. USP NF the Officid Compendic of Standarts (2006) U.S.
Pharmacopeia The Standart of Quality.; 4. J. Delves-Broughton, P. Blackburm, R. J. Evans and
J. Hugenholtz. (1996). Applications of the bacteriocin nisin; Antonie van Leeuwenhoek; Volume 69,
Number 2 / February.; 5. J.K.Farrigton, E.L.Martz, S.J.Wells, C.C.Ennis, J.Holder, J.W. Levchuc,
K.E.Avis, S. Hoffman, A.D.Hitchins and J. M. Madden.(1994) Ability of Laboratory Methods To Predict
In-Use Efficacy of Antimicrobial Preservatives in an Experimental Cosmetic; Applied and
Environmental Microbiology; Dec. p. 4553-4558 Vol. 60.
34
Expandindo Fronteiras
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
P07 Metodologia para a fase de estudo e avaliação de resultados negativos, no
feto, da medicação em grávidas. Aplicação a um caso clínico.
Luciana U. Corrêa, M. Helena Amaral, M. Fernanda Bahia.
Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto
Introdução: Os silicones são polímeros orgânicos com estrutura alternada de silício e oxigénio,
amplamente utilizados como constituintes de cosméticos. As preparações com silicones são
caracterizadas como emolientes, não untuosas, não comedogénicas e com adesividade controlável.
Objectivo: A finalidade do trabalho era obter uma base de silicone “equilibrada”, isto é, que
permitisse a fácil incorporação de substâncias insolúveis, resultando uma preparação com boa
aceitabilidade.
Métodos: Foram preparados geles de dimeticone utilizando Aerosil como agente gelificante nas
concentrações de 3, 4 e 5%. As amostras foram submetidas a ensaios de centrifugação (Centrífuga
Eppendorf 5804) e de textura (Texturómetro TA-XT2i). Foi avaliada a Força máxima (Firmeza) e a
Área negativa (Adesividade) após a preparação e decorridos 4 meses de armazenamento à
temperatura ambiente. Foi seleccionado o gel a 5% para a incorporação de dióxido de titânio
micronizado (6%). Paralelamente, foram efectuados ensaios de viscosidade (viscosímetro Thermo
Haake VT-550) no gel simples e na suspensão, após a preparação e decorrido o período de
armazenamento.
Resultados: Pelos ensaios de centrifugação (volume de sobrenadante) verificou-se que o gel a 3%
era o menos estável, demasiado fluido e pouco adesivo, com valores de firmeza e de adesividade
cerca de 10 vezes inferiores aos do gel a 5%. Estes resultados conduziram à selecção deste gel para
a suspensão do TiO2. Após 4 meses, a preparação apresentou uma diminuição nos valores da
firmeza, da adesividade e da viscosidade, apresentando melhores características de espalhabilidade
e aceitabilidade cosmética. A estrutura visual manteve-se homogénea.
Conclusões : O dimeticone gelifica facilmente com o Aerosil, a frio. O gel a 5% é uma base hidrófoba
com características adequadas para a incorporação de substâncias insolúveis, resultando potencial
resistência à água e boa aplicabilidade. Além disso, é previsível boa estabilidade fotoquímica.
Bibliografia: Baquerizo, I., Gallardo, V., Pareara, A., Ruiz, M., Drug Development and Industrial
Pharmacy, 25 (1999) 1259-1265.
Almeida, I. F., Bahia, M. F., Int. Journal of Pharmaceutics, 327 (2006) 73-77.
Expandindo Fronteiras
35
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
P08 Transdermal delivery of glycolic acid: in vitro permeation studies through
synthetic membranes and human skin
Ana Salgado1, Teresa T.S. Ramalho1, António J.A. Nogueira2, ,M. Lourdes Rebelo3, M.
Caneira da Silva1, , Helena M. Ribeiro1
1
iMed.UL (Research Institute for Medicines and Pharmaceutical Sciences) Faculdade de Farmácia
da Universidade de Lisboa, Av. Prof Gama Pinto1649-003 LISBOA, PORTUGAL
2
CESAM & Departamento de Biologia, Universidade de Aveiro, Portugal
3
Faculdade de Farmácia, Universidade de Coimbra, Portugal
Glycolic acid is an alpha-hydroxy acid that has been extensively used in cosmetic and dermatologic
formulations.
The purpose of this investigation was to study the feasibility of transdermal delivery of glycolic acid. It
is an alpha-hydroxy acid that has been extensively used in cosmetic and dermatologic formulations In
vitro permeation of this acid was studied through synthetic membranes (silicone rubber) and human
skin using bisabolol as a penetration enhancer. Two gels formulations were developed differing only in
the presence of bisabolol: 10% w/w of glycolic acid, 1.5% of sclerotium gum in propylene glycol (5%)
and water (until 100%). 0.2% of bisabolol was added to one of the formulations as an enhancer.
In vitro release rates of glycolic acid were determined in vertical Franz diffusion cell apparatus that
were set at 31° C. The receptor chamber was filled with phosphate buffer solution. In each study 200
µl samples were taken over a 24h time scale and assayed by HPLC. The data was expressed in
percentage of the cumulative amount of glycolic acid permeated released through different
membranes, considering the total amount of acid applied in each formulation.Flux, lag time, and
permeability coefficient were calculated for each formulation.
No flux was detectable during a 24h period in the absence of bisabolol. However, the gel containing
bisabolol showed higher flux, lag time and permeability coefficient.
The higher permeability, in the presence of an enhancer, might imply higher efficiency and/or more
undesirable effects.
Wei-Sheng Huang, Cheng-Chin Lin, Ming-Chuan Huang and Kuo-Ching Wen, Determination of ahydroxyacids in cosmetics, Journal of Food and Drug Analysis, 2002, 10: 95-100.
36
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I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
P09 Influence of Galenic formulations on the release of mometasone furoate
Ana Salgado, Inês Silva, Sara Raposo, Mariana Gil, J. Morais, Helena M. Ribeiro
1
i
Med.UL (Research Institute for Medicines and Pharmaceutical Sciences) Faculdade de Farmácia
da Universidade de Lisboa, Av. Prof Gama Pinto1649-003 LISBOA, PORTUGAL
Mometasone furoate comes usually as a topical cream and ointment depending on the drug release
pretended: occlusion for the ointment and dermal permeation for the cream.
The aim of this work was to investigate the effect of different Galenic formulations on the drug release
rates from cream and ointment for topical administration containing 0.1% mometasone furoate through
cellulose membranes. Mometasone furoate is an anti-inflammatory and anti-pruritic corticosteroid. It is
therefore, a very useful molecule in the atopic dermatitis treatment.
Two formulations with different excipients were developed. To find out the most suitable vehicle
several studies were performed, including the evaluation of macroscopic appearance, pH, rheological
determination and in vitro release test. This study was carried out in Franz’s cells using a dose infinite
experimental design (six replicates for each formulation). Mometasone furoate concentration in the
receptor phase was analysed by HPLC using an UV detector (λ= 248 nm). The data was expressed in
percentage of the cumulative amount of mometasone furoate permeated released through different
membranes, considering the total amount of drug applied in each formulation.
The ointment showed the better macroscopic appearance, but the cream showed better rheological
and in vitro release characteristics.
Osswald, W., Guimarães, S., “Terapêutica Medicamentosa e suas Bases Farmacológicas”, 4ª Edição,
Porto Editora, Porto, (2001)
Guidance Document on Dermal Absorption OECD, (2004)
da HbA1c e do peso) neste doente diabético.
Expandindo Fronteiras
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I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
P10 Permeation studies of gels containing mometasone furoate
Inês Silva, Ana Salgado, Marta Machado, J. Morais, Helena M. Ribeiro
iMed.UL (Research Institute for Medicines and Pharmaceutical Sciences) Faculdade de Farmácia da
Universidade de Lisboa, Av. Prof Gama Pinto1649-003 LISBOA, PORTUGAL
Mometasone furoate is an anti-inflammatory and anti-pruritic corticosteroid. It is though a very useful
molecule in the atopic dermatitis treatment.
The aim of this research was to study the effect of different amounts ( 0,25% and 1,5%) of
hydroxypropylmethylcellulose (HPMC) on the drug release rates from gels containing 0.1%
mometasone furoate through cellulose membranes and human skin for topical administration.
This study was performed in Franz’s cells using a dose infinite experimental design (six replicates for
each formulation). Mometasone furoate concentration in the receptor phase was analysed by HPLC
using an UV detector (λ= 248 nm). The data was expressed in percentage of the cumulative amount
of mometasone furoate permeated released through different membranes, considering the total
amount of drug applied in each formulation. Flux, lag time, and permeability coefficient were
calculated for each formulation.
The vehicle containing 0,25% of HPMC showed higher flux, lag time and permeability coefficient in
both permeation studies (cellulose membranes and human skin).
The less viscous formulation is therefore the one that showed the highest permeation.
Teng, X.W., Cutler, D.C., Davies, N.M., “Degradation kinetics of mometasone furoate in aqueous
systems”, Department of Pharmaceutical Sciences, College of Pharmacy, Washington, (2003)
Guidance Document on Dermal Absorption OECD, (2004)
38
Expandindo Fronteiras
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
P11 Madame Campos, Pioneira da Cosmetologia Moderna em Portugal - A
Promoção da Saúde e da Qualidade de Vida
PITA,João Rui*; RITO, Sara**; LOPES, Bruna***; REBELO, Maria de Lourdes****
* Fac. Farmácia;Investigador-Centro de Estudos Interdisciplinares do Séc.XX-CEIS20-Universidade
de [email protected]
**Fac.Farmácia;col. Centro de Estudos Interdisciplinares do Séc.XX-CEIS20-Universidade de
[email protected]
***Fac.Farmácia-Universidade de [email protected]
****Fac. Farmácia; Investigadora-Centro de Estudos Farmacêuticos-Universidade de [email protected]
Objectivos: Dar a conhecer a figura de Madame Campos, nome adoptado pela farmacêutica Inácia
Camila de Oliveira Campos e o trabalho realizado pela Academia de Beleza Mme Campos, por si
fundada e cujas bases foram lançadas em 1912. Pretende-se avaliar e analisar o trabalho realizado
por esta farmacêutica e pela instituição que fundou, bem como a sua importância na sociedade
portuguesa como instituição de referência no campo dos cosméticos, tanto a nível do
aconselhamento como da produção.
Métodos: Realizou-se investigação em bibliotecas e arquivos, muito em particular na Biblioteca Geral
e no Arquivo da Universidade de Coimbra. Foram consultados elementos respeitantes à formação
académica de Mme Campos na Escola de Farmácia de Coimbra. Realizou-se investigação em
diversos periódicos de saúde e de actualidades para recolher elementos para analisar o
funcionamento, o impacto social e a divulgação da Academia de Beleza e da própria figura de Mme
Campos. Estudou-se a publicidade aos produtos de marca Mme Campos analisando periódicos e
catálogos da marca, entre 1912 e os anos 80 do séc.XX.
Resultados: Foi localizado e interpretado o processo de aluna da Escola de Farmácia de Coimbra de
Inácia Campos. Foram localizadas imagens que nos dão a conhecer Mme Campos e a Academia de
Científica de Beleza. Inventariaram-se anúncios a cosméticos Mme Campos, tentando proceder-se a
uma classificação dessa publicidade.
Discussão / Conlusão: A farmacêutica Inácia Camila de Oliveira Campos foi uma mulher dinâmica,
que investiu nacional e internacionalmente nos cosméticos e nos cuidados de beleza. Montou uma
estrutura pioneira em Portugal e cujos reflexos na sociedade portuguesa foram evidentes.
Bibliografia: Academia Científica de Beleza Madame Camps,1912-1982, Lisboa,[1982].
CHEVREL,C.;CORNET,Béatrice—Grain de beauté. Un siècle de beauté par la publicité, Paris,
Somogy Éditions d'Art,1993.
PEREIRA,A.L.;PITA,J.R.—"La publicité pharmaceutique, médicale et cosmétique dans la revue A
Illustração ", Revue d'Histoire de la Pharmacie,309,1996,p.159-168.
PEREIRA,A.L.;PITA,J.R.—"Publicidade a cosméticos (Séculos XIX-XX)", Munda,35,1998, p.29-40.
PITA, J.R.—"Breve história dos cosméticos",Munda,32,1996,p.17-28.
REBELO,M.L.;PITA,J.R.—"Cosméticos:
3(8)1988,p.1
sua
evolução",
Expandindo Fronteiras
Medicamento,
História
e
Sociedade,
39
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
P12 Cosméticos e Sociedade: Consumo e Publicidade — Estudo Piloto
PITA,João Rui*;LOPES, Bruna**;REBELO,Maria de Lourdes***
*Professor/Fac.Farmácia;Investigador-Centro de Estudos Interdisciplinares do Séc.XX-CEIS20Universidade de [email protected]
**Al.Ciências Farmacêuticas, Fac.Farmácia–Universidade de [email protected]
***Professora/Fac. Farmácia; Investigadora-Centro de Estudos Farmacêuticos-Universidade de
[email protected]
Objectivos: O objectivo do presente trabalho foi realizar um estudo piloto sobre consumo de
cosméticos analisando: locais de compra prioritários, tipo de cosméticos mais preferidos, razões de
utilização, a idade, sexo dos utilizadores, etc. Relaciona-se o consumo de cosméticos e preferência
por um tipo de cosmético com a publicidade sob o ponto de vista do utente.
Métodos: O presente trabalho teve como ponto de partida um estudo sobre a publicidade a
cosméticos ao longo do século XX traçando-se as etapas principais dessa mesma publicidade.
Analisou-se sumariamente publicidade em periódicos, televisão e outras fontes de informação.
Realizou-se um inquérito a 120 pessoas na cidade de Viseu para se atingirem os objectivos atrás
referidos.
Resultados: Entre os resultados mais significativos, refira-se que a maioria dos inquiridos usa
cosméticos, salientando-se os anti-rugas entre os cosméticos utilizados por mulheres. Os cosméticos
masculinos estão sobretudo relacionados com os cuidados da barba. Relativamente aos locais de
compra, as mulheres de 30 a 50 anos preferem sobretudo as farmácias, embora grandes superfícies
despertem as atenções em todos os escalões etários; mulheres com menos de 30 anos compram
indiferentemente entre farmácias, parafarmácias, perfumarias e grandes superfícies. Sublinhe-se nas
razões de compra dos cosméticos que 56% dos inquiridos usam-nos para preservar a juventude,
cerca de 45% também responderam para dar saúde à pele e cerca de 25% como ornamento. Os
motivos apresentados na publicidade são os factores que mais chamaram a atenção dos inquiridos.
Discussão / Conclusão: Neste estudo é inequívoca a importância dos cosméticos no universo dos
inquiridos. Trata-se de uma importância de natureza científica, sanitária e social. Os resultados
obtidos permitem retirar conclusões preliminares interessantes para um estudo de maior dimensão. O
estudo piloto realizado atingiu os objectivos pretendidos e dando bons indicadores para um estudo de
maiores dimensões.
Bibliografia : BUTLER,H.(Ed.)-Poucher’s-Perfumes, cosmetics and soaps, vol.3, London, Chapman
& Hall,1993.
CHEVREL,C.;CORNET, B.—Grain de beauté. Un siècle de beauté par la publicité, Paris, Somogy
Éditions d'Art,1993.
PEREIRA, AL.;PITA, J.R.—"Publicidade a cosméticos (Séculos XIX-XX)",Munda,35,1998, p.29-40.
PITA,J.R.—"Breve história dos cosméticos", Munda, 32, 1996,p.17-28.
REBELO,M.L.;PITA,J.R.—"Cosméticos: sua evolução",Medicamento, História e Sociedade, 3(8)1988,
p.1-6.
40
Expandindo Fronteiras
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
P13 Avaliação do impacto da utilização de produtos de limpeza doméstica na
auto-percepção de sensibilidade cutânea
Lucília Diogo1, Ana L. Papoila2, L. Monteiro Rodrigues 3,1
1
Universidade Lusófona (UDE-DCS), Campo Grande, 376, 1749-024, Lisboa, Portugal
2
Universidade Nova de Lisboa (Faculdade de Ciências Médicas), CEAUL, Campo dos Mártires da
Pátria, 130, 1169-056 Lisboa, Portugal
3
i
Med.UL (Research Institute for Medicines and Pharmaceutical Sciences) Faculdade de Farmácia
da Universidade de Lisboa, Av. Prof Gama Pinto1649-003 LISBOA, PORTUGAL
Introdução: A Pele Sensível é uma tipologia frequente que, embora clinicamente mal definida, é alvo
de intensa investigação e de actualizado interesse. Um número crescente de indivíduos,
consumidores de cuidados cutâneos, acreditam sofrer desta condição, referindo diversos tipos de
reacções adversas ao contacto com um diversificado leque de agressores, incluindo produtos
cosméticos e de higiene corporal. A importância da exposição a produtos de limpeza doméstica tem
sido especialmente referenciada como um dos determinantes principais desta condição, justificando
este facto o presente trabalho.
Objectivo: Avaliar o impacto da utilização de produtos de limpeza na auto-percepção de
susceptibilidade cutânea, num grupo de consumidores regulares de produtos cosméticos.
Métodos: O estudo descritivo e transversal, assentou na informação recolhida
comunitárias urbanas seleccionadas (3), através de um questionário estruturado,
questões de resposta fechada, semi-aberta e escalas semi-quantitativas, tendo sido
questionários (n= 333). O tratamento dos dados obtidos foi realizado recorrendo ao
14.0).
em farmácias
composto por
validados 333
SPSS (versão
Resultados: Dos indivíduos inquiridos, 46% (153/333) classificou a sua pele como sensível. As
causas ambientais e as de contacto foram consideradas as principais responsáveis pela
susceptibilidade e, dentro das causas de contacto, assumiram especial importância a utilização de
produtos de limpeza doméstica (70/153) e o contacto frequente com água (60/153). Quando
questionados, acerca da gravidade da reacção condicionada pela utilização de produtos de limpeza
doméstica, cerca de 54% (83/153) dos indivíduos com auto-percepção de susceptibilidade cutânea
não referiram qualquer reacção, 20% (31/153) consideraram a reacção moderada, 14% (21/153)
grave e 12% (18/153) ligeira. As mãos foram a zona do corpo descrita como mais sensível. Ao
avaliar a existência de uma possível relação entre a gravidade dos três sinais mais frequentes e a
gravidade da reacção, reportada pelos inquiridos, resultante da utilização de produtos de limpeza
doméstica, foi encontrada uma associação estatisticamente significativa entre a gravidade do eritema
(p= 0.003) e da descamação (p= 0.002) e a gravidade da referida reacção.
Conclusão: A utilização de produtos de limpeza doméstica parece representar um papel relevante
na auto-percepção de sensibilidade cutânea.
Expandindo Fronteiras
41
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
P14 Será a hidratação cutânea relevante para a caracterização das “mãos
sensíveis”?
Lucília Diogo1, Ana L. Papoila2 , L. Monteiro Rodrigues3,1
1
Universidade Lusófona (UDE-DCS), Campo Grande, 376, 1749-024, Lisboa, Portugal
2
Universidade Nova de Lisboa (Faculdade de Ciências Médicas), CEAUL, Campo dos Mártires da
Pátria, 130, 1169-056 Lisboa, Portugal
3
i
Med.UL (Research Institute for Medicines and Pharmaceutical Sciences) Faculdade de Farmácia
da Universidade de Lisboa, Av. Prof Gama Pinto1649-003 LISBOA, PORTUGAL
Introdução: A Pele Sensível contínua a constituir uma entidade difícil de caracterizar e documentar.
Com o intuito de identificar parâmetros clínicos objectivos em pacientes com irritação subjectiva, têm
vindo a ser propostos vários modelos de estudo da resposta cutânea, de modo a compreender
melhor a sua fisiopatologia. A hidratação cutânea é um dos indicadores sugeridos para a avaliação
das reacções cutâneas irritativas, e, por essa razão, potencialmente útil para a análise exploratória da
Pele Sensível.
Objectivo: Analisar a evolução da hidratação cutânea em pacientes com auto-percepção de
sensibilidade cutânea.
Métodos: Os dados experimentais foram obtidos em voluntários saudáveis (n=24), do sexo feminino
(média de idades: 38 ± 13 anos), após consentimento informado, agrupados em I: indivíduos normais
sem qualquer queixa de sensibilidade cutânea e II: indivíduos com auto-percepção de sensibilidade
cutânea nas mãos. Foi utilizado como agente “sensibilizador” o Lauril Sulfato de Sódio (LSS) a 5%
(p/v) aplicado em penso oclusivo por 24H, na face dorsal das mãos dos voluntários. As variações de
hidratação foram avaliadas por meios não invasivos, através da medição da hidratação superficial
epidérmica (MoistureMeter-SC® e Corneometer CK825®) e hidratação profunda (MoistureMeter-D®).
Os registos, sob condições de temperatura e humidade controladas, tiveram lugar antes da aplicação
do penso e, 24H após a sua remoção, aos 30 min, 7 dias e 14 dias. O tratamento estatístico dos
dados, descritivo e comparativo, foi realizado recorrendo ao SPSS (versão 14.0), tendo sido utilizados
os testes de Mann-Whitney e de Wilcoxon (não paramétricos).
Resultados: Os indivíduos pertencentes aos Grupos I e II apresentaram perfis semelhantes de
evolução, no tempo, da hidratação cutânea. A recuperação dos valores basais obtidos pelas várias
técnicas, no que respeita à variabilidade e aos valores medianos, parece ser compatível com o
padrão de comportamento descrito para o LSS.
Conclusão: Os resultados sugerem que, nas presentes condições experimentais, as variações da
hidratação cutânea parecem ser pouco relevantes para a caracterização da pele sensível nas mãos.
42
Expandindo Fronteiras
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
P15 Avaliação da resposta da pele dita “sensível” ao contacto com Lauril
Sulfato de Sódio (LSS)
Lucília Diogo1, Ana L. Papoila2, L. Monteiro Rodrigues3,1
1
Universidade Lusófona (UDE-DCS), Campo Grande, 376, 1749-024, Lisboa, Portugal
2
Universidade Nova de Lisboa (Faculdade de Ciências Médicas), CEAUL, Campo dos Mártires da
Pátria, 130, 1169-056 Lisboa, Portugal
3
i
Med.UL (Research Institute for Medicines and Pharmaceutical Sciences) Faculdade de Farmácia
da Universidade de Lisboa, Av. Prof Gama Pinto1649-003 LISBOA, PORTUGAL
Introdução: A utilização de substâncias “provocadoras” tem sido tentada com o intuito de permitir a
identificação dos limiares de sensibilidade e a objectivação da chamada Pele Sensível, entidade
clínica pouco esclarecida mas, definitivamente instalada no seio dos consumidores regulares de
produtos cosméticos. O extenso conhecimento acumulado, relativo à utilização do Lauril Sulfato de
Sódio (LSS) enquanto agente provocador, em diversos micrométodos de estudo da fisisopatologia
cutânea, sugere também o interesse da sua utilização, neste contexto, como marcador da
susceptibilidade cutânea.
Objectivo: Comparar, em condições controladas, a resposta da pele de indivíduos previamente
escolhidos, à exposição ao LSS.
Métodos: Os dados experimentais foram obtidos em voluntários saudáveis (n=24), do sexo feminino
(média de idades: 38 ± 13 anos), após consentimento informado, agrupados em I: indivíduos sem
qualquer queixa de sensibilidade cutânea e II: indivíduos reportando sensibilidade cutânea especial
ao contacto com produtos de limpeza doméstica. Foi utilizado como agente provocador o LSS a 5%
(p/v) aplicado em penso oclusivo por 24H, na face dorsal das mãos dos voluntários. As variáveis
funcionais cutâneas avaliadas foram o eritema (por colorimetria), a perda trans- epidérmica de água
(PTEA, por evaporimetria), a hidratação superficial (Corneometer CK825 e MoistureMeter-SC® ) e
profunda (MoistureMeter-D®) e a microcirculação local (fluxometria por Laser-Doppler). Os registos,
sob condições de temperatura e humidade controladas, tiveram lugar antes da aplicação do penso e,
24H após a sua remoção, aos 30 min, 7 dias e 14 dias. O tratamento estatístico dos dados, descritivo
e comparativo, foi realizado recorrendo ao SPSS (versão 14.0), tendo sido utilizados os testes de
Mann-Whitney e de Wilcoxon (não paramétricos).
Resultados: No que diz respeito à capacidade de recuperação da pele, após exposição ao LSS, não
foram encontradas diferenças com significado estatístico entre os dois grupos em estudo. No entanto,
a recuperação dos valores da colorimetria e PTEA, parece ser tendencialmente mais lenta nos
indivíduos identificados como “sensíveis”.
Conclusão: Os resultados reflectem as dificuldades em tornar objectiva a identificação e
caracterização desta tipologia cutânea. Contudo, a tendência identificada no grupo II, para o eritema
e a alteração da PTEA, poderá revelar-se relevante, sob o ponto de vista fisiopatológico, no contexto
da Pele Sensível, apesar da reduzida dimensão da amostra em estudo.
Expandindo Fronteiras
43
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
P16 Medicamentos Dermatologicos e Cosméticos preparados nas Farmácias
Portuguesas – Que realidade
Paula Tavares, Ana Bernardino
LEF, Instituto de Formação e Inovação em Saúde,
Rua das Ferrarias del Rei, Lote EIT 4 Urbanzação da Fábrica da Pólvora, 2730 – 269 Barcarena, Tel
(+351) 214278610; Fax (+351) 214278639
Introdução: Os medicamentos dermatologicos e produtos cosméticos manipulados são uma
necessidade para um nicho da população que apresenta perfis físio-patológico específicos
diferenciados dos padrões comuns ou para grupos populacionais para os quais não estão disponíveis
medicamentos industriais. Compete ao farmacêutico, técnico do medicamento, a auscultação da
solicitação do medicamento ou cosmético manipulado, a preparação deste (s) e a dispensa
informada. Este serviço, enquadrado nos cuidados de saúde praticados pelas farmácias, obriga a um
vasto domínio de patologias, conhecimentos galénicos e farmacoterapêuticos, só garantido por uma
formação contínua e uma experiência profissional efectiva sustentada por apoio de consultoria
técnica.
Objectivo: Identificar quais os medicamentos dermatológicos e cosméticos manipulados solicitados
nas farmácias portuguesas de modo a avaliar composição qualitativa e quantitativa, patologias a que
se destinam (indicação terapêutica), formas farmacêuticas, processo / técnicas de preparação e
informação dispensada ao utente para adequada utilização. A avaliação dos dados recolhidos
estabelece critérios de prioridade para estabelecimento de monografia de medicamento manipulado a
incluir na edição do Formulário Galénico Português 2008.
Métodos: Foram analisadas todas as questões colocadas ao CIMPI (Centro de Informação de
Medicamentos de Preparação Individualizada) no âmbito desta temática, durante o período 20062007 ( 2 anos ), por consulta a base de dados dedicada.
Foi efectuado um inquérito, dirigido a cerca de 200 farmácias distribuídas por várias regiões do país.
Resultados e Discussão / Conclusão: A preparação individualizada de medicamentos
dermatológicos é uma realidade e representa uma percentagem elevada dos manipulados que são
dispensados pelas farmácias portuguesas. Antifúngicos, antisépticos, desinfectantes, emoliente e
protectores, adjuvantes de cicatrização, queratolíticos e antipsoriáticos, medicamentos anti-acne e
anti-inflamatórios não esteróides são grupos terapêuticos para os quais os manipulados são a
resposta única segura e eficaz. Os cosméticos mais solicitados são regeneradores e antienvelhecimento, antirrugas, anticelulíticos, anti-estrias e refirmantes, queratóliticos e exfoliantes, antitranspirantes e desodorizantes, antialopécicos e despigmentantes.
A catalogação desta realidade permite ao Departamento de Medicamentos Manipulados do LEF
identificar quais os manipulados / cosméticos para os quais importa desenvolver e caracterizar
laboratorialmente uma formulação com estabelecimento de procedimento de preparação, elaboração
de monografia para formulário galénico e redacção de folheto informativo para dispensa ao utente.
Esta auscultação é ainda válida para a colmatar lacunas de conhecimento por publicação de artigos
dirigidos e de índole essencialmente prática.
44
Expandindo Fronteiras
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
P17 Índice de Avaliação da Psoríase (IAP) um contributo fundamental para o
seguimento e avaliação da doença
Manuel Fitas 1, L. Monteiro Rodrigues 2,1
1
2
Universidade Lusófona (UDE-DCS), Campo Grande, 376, 1749-024, Lisboa, Portugal
i
Med.UL (Research Institute for Medicines and Pharmaceutical Sciences) Faculdade de Farmácia
da Universidade de Lisboa, Av. Prof Gama Pinto1649-003 LISBOA, PORTUGAL
Introdução: A Psoríase é uma doença crónica de difícil abordagem prática. Por essa razão a
dermatologia clínica desenvolveu uma metodologia semi-quantitativa de avaliação da doença – o
método PASI (Psoriasis Área and Severity Índex) que, é exclusivamente utilizado nesse contexto.
Mas, a generalidade destes doentes procura frequentemente aconselhamento na farmácia
comunitária, na recorrência da doença, onde faltam experiência clínica e instrumentos de
acompanhamento da doença.
Objectivo: Desenvolver um “medidor” de caracterização da doença durante a sua evolução, que
funcione como instrumento do seguimento farmacoterapêutico dos doentes com psoríase.
Materiais e Métodos: Os dados experimentais foram recolhidos, depois de consentimento informado,
num grupo de 6 doentes clinicamente diagnosticados com Psoríase Crónica em Placas, atingindo
mais de 30% da superfície cutânea e com critérios para fotoquimioterapia oral. A avaliação inclui a
avaliação clínica recorrendo ao método PASI e um outro desenvolvido a partir deste - o método IAP
(índice de avaliação da psoríase). Apesar da sua estreita relação, o IAP inclui a valoração de um dos
sinais mais importantes da doença – o prurido, e depende da percepção do doente sobre os sinais e
sintomas que exibe. Foi adoptado um intervalo de confiança de 95%.
Resultados: Os resultados do IAP confirmam os dados obtidos através do PASI, pelo que ambos os
métodos traduzem a evolução clínica registada nos doentes. Ainda, revela-se um método rápido e
objectivo, de fácil compreensão e aplicação, não dependendo, ao contrário do PASI, da experiência
clínica do observador.
Conclusão: O IAP parece constituir uma ferramenta muito adequada às necessidades identificadas
para o acompanhamento clínico, seguimento e compreensão da fisiopatologia da psoríase por parte
do farmacêutico.
Expandindo Fronteiras
45
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
P18 Demonstração do papel da oclusão na recuperação da barreira cutânea
Maria Madalena Pereira 1, Pedro Pinto 1 , Luis Monteiro Rodrigues2,1
1
2
Universidade Lusófona (UDE-DCS), Campo Grande, 376, 1749-024, Lisboa, Portugal
iMed.UL (Research Institute for Medicines and Pharmaceutical Sciences) Faculdade de Farmácia
da Universidade de Lisboa, Av. Prof Gama Pinto1649-003 LISBOA, PORTUGAL
.
Introdução: A reparação da lesão cutânea é um processo fisiopatológico complexo para o qual têm
sido procuradas soluções diversas, sobretudo a nível do material de cobertura (penso) disponível,
área onde se têm verificado intensos progressos. Contudo, a experiência clínica demonstra que a
simples cobertura (oclusão) da área parece ser determinante para a recuperação primária da barreira
cutânea, apesar de existirem poucos dados objectivos sobre o assunto.
Objectivo: O presente estudo pretende contribuir para discernir, de forma objectiva, o papel da
oclusão na recuperação da função “barreira” cutânea
Métodos: O estudo envolveu 30 mulheres saudáveis, previamente seleccionadas após
consentimento informado, com idades compreendidas entre os 19-46 anos ( = 25±1), expostas, no
antebraço, a uma solução de Lauril Sulfato de Sódio a 5% (LSS) aplicada através de um penso
oclusivo (2 cm2) durante 24 horas em dois locais. Um desses, foi posteriormente coberto com um
apósito de hidroxipoliuretano - PermaFoam® e o outro foi deixado sem qualquer cobertura.
As variáveis escolhidas para quantificar os efeitos procurados, obtidos por meios não-invasivos,
foram a perda trans-epidérmica de água (PTEA, Tewameter TM300), o eritrema (Minolta CR3000) e a
microcirculação local (LDF Periflux) nos dias 0, 1, 4, 8, 11, 13, 15 e 20.
Para fins estatísticos foi aplicada estatística paramétrica e adoptado um intervalo de confiança de
95%.
Resultados: Após a análise exploratória dos dados podemos verificar que os valores de PTEA
encontrados nos dois sites diferem significativamente (p<0,05) a partir do D8 até ao D15 sugerindo
uma maior rapidez na recuperação da barreira no site tratado com o apósito selecionado. Estes
resultados são confirmados através dos dados obtidos por laser doppler e por colorimetria, os quais
também apresentam diferenças significativas (p<0,05) a partir do dia 4 e 8 respectivamente.
Conclusão: Nas actuais condições experimentais fica demonstrada a importância da oclusão na
reparação da alteração da barreira cuitânea induzida por contacto químico.
46
Expandindo Fronteiras
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
P19 Visualização e quantificação da barreira cutânea por sonografia de altafrequência
Maria Madalena Pereira 1, Pedro Pinto 1 , Luis Monteiro Rodrigues2,1
1
2
Universidade Lusófona (UDE-DCS), Campo Grande, 376, 1749-024, Lisboa, Portugal
i
Med.UL (Research Institute for Medicines and Pharmaceutical Sciences) Faculdade de Farmácia
da Universidade de Lisboa, Av. Prof Gama Pinto1649-003 LISBOA, PORTUGAL
Introdução: A recuperação da lesão cutânea visa, essencialmente, a recuperação das propriedades
de “barreira” as quais podem ser quantitativamente abordadas por várias técnicas não invasivas. A
evaporimetria é o meio mais popular utilizado com este fim, permitindo quantificar a perda
transpidérmica de água (PTEA) pesem embora as muitas limitações que a sua informação encerra. A
ultrassonografia, é um outro método, de natureza morfo-funcional que, apesar do seu potencial, tem
tido pouco aplicabilidade nestes domínios.
Objectivos: Demonstrar a utilidade de aplicação da ultrassonografia de alta resolução na descrição
quantitativa da barreira cutânea num modelo in vivo.
Métodos: O estudo foi desenvolvido sobre um micromodelo de recuperação da integridade cutânea
in vivo, recorrendo à alteração da barreira por contacto com Lauril Sulfato de Sódio (LSS) a 5% sob
oclusão durante 24 horas. A distribuição do controlo e do local de aplicação do LSS foram
encontradas aleatoriamente.
Foram avaliados 30 voluntários (n=30) do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 19-46
anos ( = 25±1). As variáveis escolhidas, obtidas por meios não-invasivos, foram a perda transepidérmica de água (Tewameter TM300), e a espessura média total da pele (mm) e a banda de baixa
densidade ecográfica (0-30/área total) (em %) obtidas através da imagem sonográfica de modo B
(HRS 16MHz, Cortex Technology). As medições tiveram lugar antes (dia 0) e após colocação do
patch com LSS (dias 1,4,8 e 20). Para fins estatísticos foi aplicada estatística paramétrica e adoptado
um intervalo de confiança de 95%.
Resultados: Da análise exploratória dos dados podemos verificar que a espessura média total da
pele lesada variou significativamente (p<0,05) ao longo do tempo [1,268 ± 0,145 (D0), 1,772 ± 0,312
(D1), 1,555 ± 0,246 (D4), 1,398 ± 0,153 (D8) e 1,325 ± 0,149 (D20)], traduzindo na circunstância, o
edema resultante do contacto com o LSS. A recuperação dos valores basais foi observada no dia 20.
Também se verificou variação significativa (p<0,05) nos valores de segmentação e PTEA
encontrados, não tendo sido no entanto atingidos os valores basais respectivos, confirmando a
existência de inflamação local e o comprometimento da função barreira na altura da medição, ainda
que sem expressão clínica.
Conclusão: O valor informativo da PTEA pode ser francamente melhorado se suportado por
informação complementar que auxilie a compreender o seu significado. A sonografia de altafrequência não só permite a visualização da morfologia estrutural em causa como pode ser utilizada
na quantificação dessa estrutura bem, como de outros fenómenos locais (edema p.e.) mesmo que
sem expressão clínica.
Expandindo Fronteiras
47
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
P20 A variabilidade inter-individual da resposta da pele humana ao contacto
com Lauril Sulfato de Sódio pode ser explicada pelo fototipo
P. Contreiras Pinto1, H. Martinho 1, L. Monteiro Rodrigues 2,1
1
2
Universidade Lusófona (UDE-DCS), Campo Grande, 376, 1749-024, Lisboa, Portugal
i
Med.UL (Research Institute for Medicines and Pharmaceutical Sciences) Faculdade de Farmácia
da Universidade de Lisboa, Av. Prof Gama Pinto1649-003 LISBOA, PORTUGAL
Introdução: Sendo um tensioactivo amplamente utilizado em formulações de aplicação tópica, o
Lauril Sulfato de Sódio (LSS) apresenta um potencial irritativo que depende das suas propriedades
químicas e do tipo de exposição. A sua resposta in viva apresenta, contudo, uma variabilidade
interindividual muito elevada, estando dependente de factores já identificados como a idade, a região
anatómica, e o grau de hidratação da pele.
Objectivo: O presente estudo tem como objectivo avaliar a contribuição do fototipo para a
variabilidade da resposta ao LSS.
Métodos: Após consentimento informado, foram incluídos 30 voluntários saudáveis (sexo feminino,
idades:23,1 + 1,9 anos), divididos em três grupos segundo o fototipo (Grupo I Fototipo II; Grupo II
Fototipos III/IV e Grupo III Fototipos V/VI). Após avaliação basal, aplicou-se uma solução de LSS a
2% sob oclusão durante 24H e subsequente avaliação às 24H, 48H e 7 dias. Mediram-se a Perda
Trans Epidérmica de Água (PTEA, Tewameter TM300), a hidratação epidérmica (Corneometer CM
825), a hidratação superficial e profunda (Moisturemeter-D e SC, Delfin Tech,), o grau de Eritema
(Chromameter CR300) e o fluxo microcirculatório local (LDF, Periflux), sendo os resultados
comparados utilizando o MS Excel e o SPSS. O nível de confiança adoptado foi de 95%.
Resultados e Discussão: A PTEA aumentou significativamente 24 horas após remoção da oclusão,
em todos os grupos. Após 7 dias observa-se uma diminuição da PTEA, mais acentuada no Grupo III.
Na hidratação, os valores obtidos pelos 3 métodos mostram uma subida consistente, seguida de uma
diminuição da hidratação superficial, especialmente nos fototipos mais claros. Estes resultados
evidenciam que o LSS afecta principalmente a camada mais externa da epiderme. Relativamente ao
fluxo de sangue, após 7 dias, este encontra-se mais elevado nos Grupos I e II, sugerindo uma maior
reacção ao LSS nestes grupos. Da mesma forma, o grau de eritema, após uma subida acentuada em
todos os Grupos, apresenta valores próximos dos basais ao fim de 7 dias para o Grupo III.
Conclusão: A resposta ao contacto com o LSS é mais evidente nos Grupos I e II, enquanto que o
Grupo III evidencia uma mais rápida capacidade de regeneração da barreira, pelo que os resultados
sugerem que o fototipo influencia a resposta da pele ao LSS,
48
Expandindo Fronteiras
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
P21 Avaliar a microcirculação cutânea in vivo: proposta de um modelo
experimental
P. Contreiras Pinto1, L. Monteiro Rodrigues 2,1
1
2
Universidade Lusófona (UDE-DCS), Campo Grande, 376, 1749-024, Lisboa, Portugal
i
Med.UL (Research Institute for Medicines and Pharmaceutical Sciences) Faculdade de Farmácia
da Universidade de Lisboa, Av. Prof Gama Pinto1649-003 LISBOA, PORTUGAL
Introdução: A avaliação da microcirculação cutânea in vivo é da maior importância para algumas
condições patológicas como é o caso da doença vascular periférica. Contudo, trata-se de uma
avaliação de difícil concretização, exigindo técnicas fiáveis, padronizadas e sensíveis que possam ser
utilizadas na prática. Pelas dificuldades implicadas, esta avaliação é raramente escolhida, sobretudo
para avaliação das funções cutâneas.
Objectivo: Propor um modelo experimental, não invasivo, assente em provocações dinâmicas, que
permitam a utilização da microcirculação como indicador funcional principal.
Métodos: Após consentimento informado, foram incluídos 60 voluntários saudáveis, de ambos os
sexos com idades entre os 18 e os 65 anos (média: 31,5 + 14,5 anos), que cumpriram 3 protocolos
experimentais. Os protocolos, envolvendo a obtenção de valores basais durante 10 min, seguido de
uma provocação (10 min) e retoma ao estado basal (10 min), foram divididos em:
Protocolo I – Partindo da posição de sentado, elevação da perna a 90º.
Protocolo II – Partindo da posição de deitado, elevação da perna a 45º.
Protocolo III – Oclusão arterial ao nível do tornozelo (10min) seguido de indução de hiperémia
reactiva.
Durante os diversos protocolos avaliaram-se a Perda Trans Epidérmica de Água (PTEA, Tewameter
TM300), o fluxo microcirculatório local (LDF, Periflux) e os gases transcutâneos (tcpO2 e tcpCO2,
Periflux). Os resultados obtidos foram avaliados utilizando os MS Excel.
Resultados e Discussão: Relativamente ao protocolo I, foi possível observar uma relação inversa
entre a PTEA e o LDF que estará provavelmente ligada a uma adaptação das forças de Starling que
regulam os movimentos de fluidos do compartimento vascular para o tecido. Nos protocolos II, III os
resultados são semelhantes com uma diminuição acentuada do LDF, acompanhada de uma
diminuição do tcpO2. Após retoma da condição basal os valores tendem a normalizar no nível
anterior sugerindo uma condição vascular normal. Nestes protocolos verifica-se ainda que os
voluntários com mais idade apresentam tcpO2 mais baixos e um maior tempo para retomar aos
valores basais, o que poderá indiciar que, apesar de saudáveis, existirá já algum grau de alteração
vascular associada ao envelhecimento.
Conclusão: Os resultados demonstram que este modelo permite estudar a microcirculação de uma
forma dinâmica, e reprodutível, fornecendo dados cujo significado é passível de ser aprofundado
(modelação matemática, por exemplo
Expandindo Fronteiras
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I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
P22 Como abordar a “capacidade metabólica” da pele humana in vivo ?
P. Contreiras Pinto1, L. Monteiro Rodrigues 2,1
1
2
Universidade Lusófona (UDE-DCS), Campo Grande, 376, 1749-024, Lisboa, Portugal
iMed.UL (Research Institute for Medicines and Pharmaceutical Sciences) Faculdade de Farmácia
da Universidade de Lisboa, Av. Prof Gama Pinto1649-003 LISBOA, PORTUGAL
Introdução: A dermatologia experimental tem procurado indicadores funcionais que possam ser
utilizados na caracterização objectiva da capacidade metabólica da pele, procurando assim um
indicador quantificável da sua “vitalidade”. O interesse deste seria óbvio, com ampla aplicação desde
as áreas mais clínicas, à dermatologia cosmética e estética e à prevenção de diversas doenças com
tradução cutânea. Contudo, a tecnologia disponível não permite uma medição directa deste indicador,
estimulando a procura de novos “medidores”: Sabendo que a utilização de uma atmosfera saturada
de Oxigénio permite conhecer, por meio da medição da tcpO2, a capacidade que o tecido tem de
absorver este gás, os autores desenvolveram o presente trabalho.
Objectivo: identificar parâmetros de vitalidade cutânea através da modelação do tcpO2 in vivo
durante um protocolo de inalação de 100% de Oxigénio.
Métodos: Após consentimento informado, foram incluídos 60 voluntários saudáveis, de ambos os
sexos com idades entre os 18 e os 65 anos (média: 31,5 + 14,5 anos). Após obtenção dos valores
basais (10 min) os voluntários iniciaram a respiração em atmosfera com 100% de O2 (10 min), sob
supervisão médica, seguido de retoma à condição basal (10 min) . Foram quantificados a Perda
Trans Epidérmica de Água (PTEA, Tewameter TM300), o fluxo microcirculatório local (LDF, Periflux) e
os gases transcutâneos (tcpO2 e tcpCO2, Periflux). Aos resultados obtidos aplicou-se um modelo
bicompartimental e os parâmetros mais relevantes foram calculados (t1/2 distribuição e t1/2
eliminação). Os resultados foram avaliados utilizando os programas MS Excel e Winnonlin.
Resultados e Discussão: Durante a fase de provocação observou-se uma elevação acentuada dos
valores de tcpO2 que no final dos 10 min atingiram um estado de saturação. Ainda durante esta fase
verifica-se uma diminuição dos valores de LDF atribuível a vasoconstrição local. Da modelação
destas curvas observa-se uma rápida distribuição do oxigénio do sangue para o tecido (confirmado
por t1/2 de distribuição baixos), mas quando se analisa este dado em função da idade, verifica-se que
a distribuição de O2 nos voluntários mais velhos é mais lenta e que o valor máximo atingido pelo O2
é menor, sugerindo uma diminuição da capacidade metabólica do tecido que pode ser um indicador
de envelhecimento ou mesmo de uma fase inicial de patologia.
Conclusão: Os resultados sugerem que o modelo se adequa aos dados, permitindo obter
parâmetros dinâmicos, como o t1/2 de distribuição, que poderão ser utilizados como indicadores de
“capacidade vital” do tecido.
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Expandindo Fronteiras
I Congresso Nacional de Ciências Dermatocosméticas
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