Edição 22 - Entre Irmãos

Transcrição

Edição 22 - Entre Irmãos
Fundada em 24 de fevereiro de 2007
Registro na ABIM – 005-JV
Editorial
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J
á no clima de retrospectiva, chegamos a dezembro, computando perdas e danos e, também, embora poucas, algumas vitórias.
Fracasso nas Olimpíadas, sucesso nas Para-Olimpíadas, o que pode parecer mal, mas demonstra a atitude de um povo que
sabe conjugar o verbo “superar”, retrato do povo brasileiro.
Eleições, chance de mudanças, oportunidade de expressarmos a vontade nas urnas, e conseguimos eleger o Severino.
Aquele que era presidente da Câmara e renunciou, diante dos escândalos! Eta! “povinho” brasileiro! Quando iremos aprender a
levar a sério o que, de fato, é sério? Verdadeira falta de consciência e comprometimento com o futuro de nossos filhos e netos.
Segue a barca à deriva, por mares revoltos, ao som de ventos ululantes, na incerteza de um porto seguro. Os escândalos
deram lugar ao sensacionalismo da mídia no caso Isabela, no caso Eloá, enquanto tantas outras, “Joanas de Tal”, a cada minuto,
vítimas das mesmas maldades e do descaso da sociedade, são entregues ao anonimato. Para essas, dizia o poeta Chico Buarque:
“... a dor da gente não sai no jornal!”.
Bem, mas o que importa, agora, é a economia mundial. Para que se preocupar com
coisas tão infames, não é verdade? Perdoem-me a ironia!
O Império americano, como todo império, tem sua ascensão e queda, e está à beira da
falência, devendo, provavelmente, arrastar muitas economias com ele. O capitalismo cruel
não livra ninguém de suas garras, nem mesmo seus maiores incentivadores. Vemos os EUA
sorvendo, na taça amarga, do seu próprio veneno!
Um setenário marcou essa reviravolta americana; até 11/set/2001, o sonho e a
prepotência do americano tinham outros matizes. Por sete anos, número tão cabalístico,
pairou uma enorme e densa nuvem negra sobre aquele povo, que o fez olhar para seu próprio
umbigo e lembrar que, há 67 anos (Pearl Harbor – 07/dez/1941), também, acontecia o
“impossível”. E, novamente, o medo e a insegurança se instauraram na nação mais poderosa
do mundo. Permitam-nos rotular esse divisor de águas de “De Osama a Obama”.
Os tempos são outros e, aos poucos, aquele povo começa a ver o “I Have a Dream”, de Luther King, se tornar realidade no
slogam de Obama “Yes, we can!”.
As “águas” da Era de Aquarius já começam a lavar o espesso lodo do ciclo apodrecido e gasto. Esperamos que essa faxina
não deixe seqüelas, embora saibamos que toda mudança gera transtornos, alguns irreparáveis.
A verdade é que o homem, ainda, procura fora o que, sempre, esteve dentro de si mesmo, confundindo progresso com
evolução. Assim caminha a humanidade, “com passos de formiga e sem vontade”, em um eterno “deixa a vida me levar”.
Nós, iniciados que somos, não podemos ser pegos desprevenidos. Os tempos são chegados, e a Mãe Natureza, por várias
vezes, vem dando mostra de sua cobrança. É o inevitável resgate cármico. O homem tornou o mundo tão pesado, que não
consegue carregá-lo! Pobre humanidade, à beira de, novamente, implorar aos Deuses que não sucumba, como na Atlântida,
quando Mu kA, em solidariedade àquele povo inconsciente, disse: o que posso fazer é sucumbir com vocês!
Ao chegarmos à edição de nº 22, completamos um ciclo de 22 edições ininterruptas, à guisa dos 22 Arcanos Maiores do
Tarô. Nossa Revista segue com denodo e consciente de sua missão de bem informar, fazendo Luz nos mais diversos assuntos,
servindo de canal aos Mestres de Sabedoria, para transmitirem seus excelsos ensinamentos.
Desejamos a todos um Natal em sua essência, ou seja, com o nascimento de novos valores, que nos auxiliem a construir
uma sociedade mais justa, resgatando a instituição família, célula mater da sociedade, e nos conscientizem de nossos
compromissos como maçom, pai, filho, avô, cidadão, e, principalmente, eleitor, para que nossos filhos e netos possam herdar um
país mais justo e perfeito, pois essa é a pátria do Avatara da Era de Aquarius.
Falando em Natal, a Matéria da Capa, “O Simbolismo do Natal”, de autoria do excelso Mestre Professor Henrique José de
Souza, fundador da SBE - Sociedade Brasileira de Eubiose, apresenta uma abordagem muito elucidativa e inédita do assunto. Em
Destaques, “A Iniciação Através da Ciência das Idades” nos revela o real objetivo da iniciação.
Chamo atenção para a matéria do Irmão Francisco Mello Siqueira, com o título “A Oposição da Igreja à Maçonaria”, assim
como, para a coluna Os Grandes Iniciados, onde, eventualmente, não destacamos a vida e a Obra de um dos Mestres de
Sabedoria, e, sim, reforçamos o que viemos elucidando, em edições anteriores, aos nossos leitores, com relação ao primoroso
trabalho desses excelsos Seres.
O ano de 2008 se despede, e longe de avaliarmos se foi bom ou ruim, preferimos, humildemente, entender que, à guisa da
história do beija-flor, na tentativa de apagar o incêndio na floresta, fizemos nossa parte, como veículo de comunicação
comprometido com a cultura, tratando, com muita seriedade, cada tema abordado e podendo, com a consciência tranqüila,
saudar a entrada de mais um novo ano, na certeza de que não será nem bom nem mal, mas de acordo com a postura que
adotarmos na vida, tornando-se, pois, um refletor de nossos pensamentos, atos, palavras e omissões.
Escolhemos ser parte da solução para não sermos parte do problema. E vocês, já fizeram sua opção? 
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
Nesta Edição
__________________________________________________________________________________
Capa – O Simbolismo do Natal...........................................Capa
Os Grandes Iniciados – Desperte Seu Mestre........................8
Editorial.....................................................................................2
Ritos Maçônicos – Ritos Alquímicos...................................9
Matéria da Capa - O Simbolismo do Natal............................3
Trabalhos – A Oposição da Igreja à Maçonaria......................10
Destaque - Iniciação Através da Ciencia Iniciática das Idades. .5
- Torá, Talmud, Mishná, Midrash.......................12
Informe Cultural – DMO – Doação de Medula Óssea..............7
Lançamentos – Livros..........................................................13
- Novos Grandes Inspetores Gerais da Ordem.........7
Reflexões – Geléia de Maçons...........................................14
- Movimento Nacional Pela Educação..................8
Boas Dicas – Palestra /Indicação de Livro / Edições Anteriores..........14
Matéria da Capa
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O Simbolismo do Natal
“O nosso intento é fazer luz sobre tudo quanto o povo desconhece!”
Professor Henrique José de Souza
U
m
dos
mais
belos
e
significativos acontecimentos
do ano é, sem dúvida alguma, o
Natal. O mundo cristão comemora,
nessa data, o nascimento de Jesus, o
Cristo. Aquele que os cristãos
consideram o Salvador do Mundo e
os verdadeiros Teósofos e Ocultistas
reconhecem, além do mais, como a
manifestação cíclica do Espírito de
Verdade, ou seja, como um Avatara
Divino. Nessa data, plena de
encantamento e de amor, as famílias
cristãs se congregam em reuniões as
mais
íntimas
e
santas
para
cultuarem, no recesso de seus lares,
o simbolismo do Natal.
Na noite de 24 para 25 de
dezembro, conhecida há perto de vinte
séculos como a Noite de Natal,
comemora-se, em todo o mundo cristão,
o nascimento do Menino-Deus, com as
manifestações do maior regozijo e da
mais pura devoção. Papai-Noel faz,
nessa noite, sua visita tradicional aos
petizes, deixando-lhes uma lembrança
no sapatinho posto à beira da cama. Nos
lares,
engalanados
com
enfeites
multicores, há o Presépio e a Árvore de
Natal. Desse modo, ano após ano, de
uma forma inconsciente e agradável, é
transmitida de geração a geração uma
tradição extraordinariamente bela, cuja
origem se perde na noite dos tempos,
anterior mesmo ao advento do
Cristianismo.
O simbolismo do Natal oculta
transcendentes mistérios. À luz dos
conhecimentos
eubióticos,
procuraremos levantar uma pontinha do
denso véu que encobre, aos olhos
profanos, tais excelsitudes.
Diz a tradição que o Anjo Gabriel
apareceu à Virgem Maria e Lhe anunciou
o nascimento do Filho de Deus.
As religiões de todos os povos
possuem as suas Virgens-Mães, Marias
ou Mayas, que são: Adha-nari, a
brâmane; Ísis, a egípcia; Astaroth, a
hebraica; Astarté, a síria; Afrodite, a
grega; Vesta, a romana; Herta, a
germânica; Ina, a Oceânica; Isa, a
japonesa; Ching-Mu, a chinesa, e muitas
outras, inclusive a que o nosso tupi
denomina de Jaci, "a mãe dos frutos",
etc., pois, como é sabido, Maria provém
de Mare – o Mar – simbolicamente, "a
grande ilusão". Entre os iorubanos da
África, Iemanjá, o orixá feminino, é a
mãe d'água ou o próprio mar divinizado,
equivalente no seu culto àquilo que, em
tais religiões, simboliza a Virgem Mãe,
Ísis, a Lua, desde que Osíris representa o
Sol.
Os egípcios acreditavam que o
pequeno Hórus era filho de Osireth e de
Oset, cujas almas se transformaram,
respectivamente, nas do Sol e da Lua,
depois da morte desses personagens.
Os antigos israelitas, muito antes
da nossa Era, chamavam a rainha do céu
(ou "Regina Coeli") de Mênia, donde se
derivou Neomênia (Nova Lua), que vem
a ser a mesma Maria (em seus diversos
nomes), mãe de Deus encarnado, nos
vários cultos religiosos.
Quanto ao lugar do nascimento
do Menino Jesus, diz a Igreja que ele se
deu em Belém, cidade da Palestina,
tendo sido a criança recém-nascida
colocada numa mangedoura. A palavra
Belém é formada de duas letras
hebraicas, Beth e Aleph, significando,
cabalisticamente, a Casa de Deus ou
Templo de Deus. Este é, também, o
significado da palavra Apta, muitíssimo
mais antigo, pois provém da submersa
Atlântida, tendo sido o nome de sua
oitava cidade, a Shamballah ou "Região
dos
Deuses",
que
mantinha
a
espiritualidade
entre
as
demais,
interpretadas, também, como províncias
ou países, governadas pelos "Sete Reis
de Edom", que eram, na Terra, as
expressões humanas dos Sete DhyansChoans. Seria supérfluo assinalar a
identidade de sentido entre Edom e
Éden, o bíblico Paraíso terrestre.
APTA tem, ainda, o significado
de "creche ", manjedoura , presépio e,
também, "O lugar onde nasce o Sol". O
simbolismo do presépio é uma cópia fiel
do que existe nos ritos bramânicos, além
de outros. Segundo Bournouf, assim se
explica sua origem: A Cruz Suástica (não
confundir com a Sovástica do Nazismo,
que tem a rotação em sentido contrário,
símbolo, portanto, da involução) é
representada por dois pedaços de
madeira, que, para não se moverem, são
cravados com quatro pregos, em cuja
função passa uma corda, que, pela
fricção, produz fogo. O Pai do Fogo
Sagrado é o divino carpinteiro Tuashtri,
que prepara a cruz e o pramanta,
devendo gerar o filho divino. A Mãe do
Fogo Sagrado é Maya, que equivale à
Virgem Maria cristã.
Quando o pequeno Agni nasce
(Agni é fogo em sânscrito; Agnus, em
latim, é o Cordeiro: "Agnus Dei Qui tollit
peccata mundi"), é colocado num berço
(manjedoura) entre animais, e, ao lado,
fica a Vaca Mugidora. Ora, Vach (o
mesmo que vaca), em sânscrito, significa
o Verbo Sagrado, Palavra Criadora ou
Logos Criador.
Procuremos, agora, relacionar
esses fatos com aquela conhecida
passagem bíblica: "No princípio era o
Verbo, e o Verbo se fez carne e habitou
entre nós..."
O sacerdote brâmane toma o
pequeno Agni em suas mãos, coloca-o
sobre um altar, untando-lhe o corpinho
com manteiga clarificada, o que originou
a sagrada unção pelos santos óleos,
adotada pela Igreja nos batismos. É,
justamente, quando o menino Agni
recebe o nome de Ungido (Iluminado),
Akta, em sânscrito, e Christos, em grego.
Torna-se ele resplandescente, pois que
tudo em seu redor se ilumina. As trevas
desaparecem, e os demônios fogem
espavoridos ao clarão de sua luz
cintilante.
Ele é o Guru dos gurus (ou
Maha-Guru, Grande Instrutor, etc.), o
Mestre dos mestres, e toma o nome de
Jâtavâdas: Aquele em quem a Sabedoria
é inata.
Como se vê, a tradição da
Sagrada Família aqui no Ocidente,
representada por Jesus, Maria e José (o
carpinteiro), se encontra nos Vedas, a
escritura sagrada dos hindus, com uma
antiguidade de 3100 anos anterior à
nossa Era.
A mãe de Krishna, que surgiu na
Índia cerca de 3500 anos a.C., se
chamava Devaki, linda e virtuosa
princesa, irmã do Rei de Madura, em
torno da qual se criaram as mesmas
lendas relativas a outras Virgens-Mães
ou Marias. É curioso, também, assinalar
a estranha semelhança de grafia e de
som entre a expressão latina Jesus
Christus e Ieseus Krishna...
Escreve Blavatsky em sua
Doutrina Secreta: "Desde os rischis
indianos até Virgílio, e de Zoroastro à
última Sibila, todos, sem exceção, desde
o começo da Quinta raça-mãe,
profetizaram, cantaram e prometeram a
volta cíclica da Virgem e o nascimento de
uma criança divina, que faria voltar a
"Satya Yuga", a idade de ouro sobre a
Terra. Logo que as práticas da Lei
estiverem na ocasião precisa de terminar
o ciclo da "Kali Yuga" (idade negra, em
que ainda vivemos), um Aspecto do Ser
Divino, que existe em virtude de sua
própria natureza espiritual na pessoa de
Brahmâ, sendo o Começo e o Fim (Alfa e
Ômega), descerá sobre a Terra. Ele
nascerá na Família de Vishnujasha,
como um Eminente Filho de Shamballah
e Senhor dos oito poderes do Iogui. Por
seu imenso poder, destruirá todos
aqueles cujo mental é voltado à
iniquidade. Então, a Justiça se fará na
Terra, e os que viverem até o fim da "Kali
Yuga", despertarão com o mental
transparente e puro como o cristal".
Nenhum Ser de tão elevada
expressão, como Jesus, nasceu jamais
num estábulo... Pelo contrário, em todas
as teogonias, o nascimento de Seres
Iluminados se verifica sempre no seio de
famílias nobres, abastadas, de sangue
real.
Gautama, o Buda, era o Príncipe
Sidarta, de Kapilavastu; abandonou
riquezas, palácios, títulos e bens terrenos
para conviver com os humildes da plebe,
viajando como um nômade, ensinando
as verdades do espírito para plantar a
semente da salvação sobre seus passos e
criando gerações de discípulos, cujas
luzes iluminam os séculos dos povos
orientais. Seu nascimento foi marcado
pelos mesmos mistérios que envolvem os
de todos os Seres da Divina Hierarquia.
Um Deva de luz ou Anjo o anunciou à
sua mãe, que, antes de concebê-lo, teve a
visão de um elefante branco, ostentando
o Loto das Mil Pétalas, como símbolo da
Centelha Divina manifestada na Terra.
Os grandes iluminados nunca
nasceram de pais indigentes, muito
menos em um cocho ou manjedoura. Se
assim fosse, menores teriam sido seus
sacrifícios e renúncias em favor da
humanidade. Não poderiam sentir, em
todos os seus horrores, as agruras da
miséria dos homens, se nela tivessem
nascido.
Jesus, o Cristo, cujo nome
original era Jeoshua Ben Pandira (O
Filho de Deus, melhor que "o filho do
homem"), não nasceu nas paupérrimas
circunstâncias descritas pela tradição
exotérica, pois era um Ser proveniente
de Salém, a Cidade Luz das escrituras
hebraicas, é a mesma misteriosa
SHAMBALLAH das tradições orientais,
"a ilha imperecível, que nenhum
cataclismo jamais poderá destruir".
Segundo a lenda cristã, quando
Jesus nasceu, foi visitado por três Reis
Magos do Oriente. Qual a verdade que se
oculta nessa lenda? Eis a nossa resposta:
os Três Reis Magos representam os Três
Chefes do Governo Oculto do Mundo
(sob o ponto de vista de Governo
Espiritual). Representam os Três Chefes
ou
Triunvirato
governador
da
AGARTHA: o Chefe Supremo, que
possui o título de Brahâtmâ ou
Brahmâtmâ (apoio das almas no Espírito
de Deus), e seus Dois Assessores ou
Colunas: o Mahâtmâ, representando a
Alma Universal, e o Mahanga, símbolo
de toda a organização material do
Cosmos. Segundo Ossendowski, o
Mahâtmâ
conhece
todos
os
acontecimentos futuros, e o Mahanga
dirige as causas desses mesmos
acontecimentos; quanto ao Brahâtmâ,
pode falar com Deus face a face.
O Mahanga oferece ouro ao
Menino-Deus e o saúda como Rei; o
Mahâtmâ oferece-Lhe incenso e o saúda
como Sacerdote; o Brahâtmâ ofereceLhe
mirra
(o
bálsamo
da
incorruptibilidade, imagem de Amritâ) e
Lhe dá as boas-vindas como Profeta, o
Mestre espiritual por excelência. Desse
modo, o Cristo recém-nascido é
homenageado nos Três Mundos, como
sendo seus próprios domínios. Maitréia
significa, igualmente, o Senhor das Três
Mayas, ou dos Três Mundos.
Na Tragédia do Gólgota, diz a
tradição vulgar, a cruz de Jesus é
ladeada pelas de dois "ladrões". Na
Maçonaria, o Grão-Mestre é ladeado por
duas "colunas", J. e B., que coincidem,
significativamente, com outras da
biografia daquele Iluminado: Jeoshua
Ben Pandira; os nomes das cidades onde
nasceu e expirou, Belém e Jerusalém; o
nome de João Batista, seu Arauto ou
Iokanã; que o batizou no Rio Jordão, no
momento em que sobre Ele desceu o
fogo do Espírito Santo, simbolizado na
pomba imaculada.
Todos os grandes Seres, antes de
consignarem sua presença entre os
homens através do ventre de uma
mulher "eleita", são anunciados por
outros, também, de grande excelsitude,
os Iokanãs. Este vocábulo pode ser
decomposto em Io, com o significado de
"o grande princípio universal feminino" (
Ísis, Maya, Lua, etc.), e Canã ou Canaã, a
terra da promissão. Na melhor
interpretação, Iokanã é aquele que
conduz, anuncia alguém, pelo Itinerário
de Io ou de Ísis, o Caminho Real por
onde deve passar um novo clã, família,
raça. Caminho de Io ou de Ísis é o
caminho percorrido pelas Mônadas. IO
dá, ainda, a figura aritmética dez,
podendo ser relacionado com a décima
lâmina do Tarô divinatório dos boêmios,
que simboliza a Roda da Fortuna, a roda
dos nascimentos e das mortes nos três
mundos. Quem faz girar essa Roda é o
Divino Rotan, o Chakravarti, o mesmo
Senhor dos Três Mundos.
Duplicando-se o monossílabo IO,
temos IOIO, que pode, também,
significar mil e dez; substituindo-se a
segunda e a quarta vogal por S, temos
ISIS, e permutando-se a posição dos dois
últimos algarismos (01), forma-se o mil e
um, que faz lembrar as Mil e Uma Noites
dos maravilhosos contos iniciáticos, nos
quais se encerram profundos mistérios,
ligados ao longo e sinuoso Itinerário de
IO ou de ISIS. Tais mistérios, na sua
totalidade, são conhecidos, apenas, pelo
Supremo Arquiteto como Logos Criador,
do qual se têm emanado, ciclicamente,
os Avataras Divinos, que vêm, com a Sua
palavra (a Boa Nova de cada ciclo),
impulsionar as mônadas (para tanto
"julgadas" aptas) pelo extensíssimo IO.
Assim foi com Krishna, Buda e
Cristo e com todos os outros Iluminados,
que têm vindo a esse mundo inferior. E
há de ser assim em futuro próximo, isto
é, no começo do século XXI, com a Nova
Manifetação Cíclica do Grande Senhor, o
MAITRÉIA BUDA. Este Glorioso Ser, o
Kalki-Avatara
das
tradições
multimilenares, também, denominado o
Cavaleiro Akdorge, virá esmagar o
dragão do Mal, ameaçando devorar a
Bela Princesa acorrentada à porta do
palácio, que outra não é senão a própria
humanidade encarcerada nas trevas das
superstições e da ignorância, mãe dos
erros de toda espécie.
Maitréia, o Senhor dos Três
Mundos ou das Três Mayas, cavalgando
seu corcel branco, simboliza o Ternário
Superior do Espírito, dominando e
dirigindo o Quaternário inferior da
persona, a pessoa do homem físico, ou
seja, o veículo denso, através do qual o
Som, o Verbo se expressa...
Quanto ao Papai Noel, este bom
velhinho de longas barbas de neve,
carregando às costas um grande saco de
brinquedos e presentes, para alegrar os
corações de crianças e adultos no dia 25
de dezembro, quem é Ele? Quem
inventou
essa
personalidade
tão
generosa
quanto
pontual
no
cumprimento do seu dever de renovar,
anualmente,
as
esperanças
da
humanidade? Quem diz todos os anos,
diz "ciclicamente”. Podemos vislumbrar,
então, nessa maravilhosa personalidade
natalina, o Pai Onipotente, de infinita
bondade, que se manifesta de ciclo em
ciclo, para premiar os homens que se
mantiveram fiéis ao Espírito de Verdade,
presenteando-os com a Boa Nova, isto é,
com
novos
conhecimentos,
propulsionando
o
progresso
das
mônadas, através de mais uma etapa no
longo Itinerário de IO.
E a Árvore de Natal, essa
dadivosa planta, que nos oferece, no fim
de
cada
ano,
brilhantes
frutos
simbolizados nas bolas de ouro, de
turqueza, esmeralda e rubi? Ela exprime
a Árvore Sefirotal, representa a Árvore
dos Avataras, sendo o seu tronco o Bijam
ou Semente de todos Eles, a Árvore da
Vida, plantada no Quaternário da Terra,
que floresce e produz maravilhosos
frutos de ciclo em ciclo. Ela nos diz,
também, da Árvore de Bodhi, ou da
Sabedoria divina, cujos vários ramos
com seus frutos multicores significam os
diversos aspectos e as múltiplas
expressões da Verdade Única, da Eterna
Verdade apregoada aos homens pelos
Avataras.
Destaques
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Iniciação Através da Ciência das Idades
H
á naturezas humanas de várias nuances, posto que as do reino
hominal, nascendo em horas, em minutos diferentes, pensam, agem e
têm as suas relações de diferentes modos. Logo, há necessidade de se
estabelecerem diferentes modos de ensinamentos e diferentes modos de
aprendizagem. Observamos, sem dúvida, que há processos pelos quais o ser
humano avança no futuro. Há, pois, processos adotados por pessoas
amadurecidas, exigindo algo de maior transcendência, sendo a aquisição
dos conhecimentos da “Ciência do vir a ser” a “Ciência das Idades”. Estas
poderão ser consideradas de dois modos: Conhecimentos simbólicos e a
Sabedoria Eterna.
Os processos de aprendizagem são: Iniciação simbólica e Iniciação Real.
O termo Iniciação é derivado da Raiz latina “Initia”, que significa os
primeiros princípios de uma “Ciência”. É admissão nos grandes mistérios ensinados;
no Egito, pelos grandes Hierofantes. É o ato de começar a realizar alguma coisa, dar
início a alguma carreira, ramos de aprendizagem, senão, é o começo dos estudos da
“Ciência das Idades”.
No ponto de vista do Professor Henrique José de Souza, fundador da SBE –
Sociedade Brasileira de Eubiose, é o processo pelo qual as humanas criaturas se
ajustam com o Princípio Universal, de onde surgiram todas as coisas.
Iniciação é o processo pelo qual os Discípulos
equilibram seu “Ovo Aurico”; esse equilíbrio se traduz como
sendo a saúde, a felicidade no ponto de vista material; o
equilíbrio psíquico é denominado de felicidade, tranqüilidade...
No ponto de vista espiritual, é a “Pax Perene” - a alegria
interna. É ode da Alma saudando o espírito, o Eu Superior. É,
portanto, o perfeito equilíbrio entre a Alma Humana e Alma
Universal... Quando ambas estão em perfeita harmonia, em
perfeito equilíbrio, há o fenômeno denominado de Iluminação.
Logo, a Iluminação é o perfeito equilíbrio, no sentido de que as
vibrações, o som, a harmonia se revelem, se ajustem, se
objetivem esplendorosamente.A Iniciação Simbólica tem por
base a imagem; sim, esta é a expressão da linguagem humana.
Por isso, na Linguagem Universal, usam-se os símbolos, como
sendo imagens, idéias... A Linguagem Universal é representada
por caracteres vivos, por símbolos, por figuras geométricas, o
aspecto basilar dos ensinamentos através de inteligência
concreta...
A imagem vivificada, ativada pela imaginação, conduz
o discípulo ao campo da Verdade, ao plano da imaginação.
A linguagem simbólica sem o poder da imaginação,
sem a intensa vida interior, não passa de uma série de formas
mortas, sem sentido superior e sem valor prático.
A imaginação é a manifestação do Princípio “Mente
Universal”, embora agindo de modo incipiente, de modo que a
linguagem simbólica tem muito valor para quem possua vida
interior, interna...
Quando a imaginação não funciona, as imagens não
têm vida, não têm vibração, não têm sentido positivo.
E, quando não há inteligência clara, a incapacidade de
compreensão, o fenômeno de ligação entre os dois planos,
físico e universal, dá-se através de sonhos, nos quais as pedras,
as árvores, os insetos, os animais falam, dão conselhos, dão
exemplos...
O normal, no reino hominal ou humano, seria os
homens se comunicarem com os Deuses, com o grande
Universo, com as Consciências Superiores, através da
meditação, da ação mental superior, senão por meio da música
erudita, nobre, clássica, posto que esta é a linguagem usadas
pelos Deuses, pelos Arcanjos, Anjos... A música é, sem dúvida,
a linguagem dos Iluminados, dos Todes, dos Munis, dos
Adeptos, dos Mahatmas...
Os caracteres da linguagem universal para os que não
estejam devidamente preparados tornam-se prejudiciais, pois
podem conduzir as pessoas pouco dotadas de compreensão ao
fanatismo, à cegueira espiritual. Por isso não se pode tomar
como Verdade tudo que se ouve à primeira vista, sem se fazer
uma minuciosa análise, a fim de que o cérebro possa filtrar o
sumo - bono do raciocínio.
A Iniciação Real é a teoria da Vida Prática. A
vivenciação dos ensinamentos recebidos teoricamente. Na
Iniciação Real, não se admite dogmatismo, posto que a
Consciência Una só se manifesta com a espontaneidade de
ação. Tem por fim abrir os olhos dos discípulos, das criaturas
humanas em relação aos conceitos dados pela “Ciência das
Idades”. Prepará-los gradativamente a fim de que possam
vivenciar os ditames das Leis Universais. Controlarão o
desenvolvimento progressivo do discípulo para que não possa
perverter os apostolados da Verdade. É o processo gradativo do
desenvolvimento da personalidade do discípulo, de modo que
possa receber as cargas de energias, segundo a sua capacidade
psíquica, intelectual...
A Iniciação tem por fim, por objetivo, promover na
personalidade da criatura humana, a transformação. E a
transformação física? Após esta transformação, o discípulo
atinge a superação. E, quando se integrar na Vida Universal,
realizará a “Metástase Espiritual”.
De modo que a Iniciação Real é o melhor método
aplicado para conduzir o discípulo, rapidamente, ao mais alto
estado de “Consciência”. Tem por objetivo proporcionar
ambiente à manifestação do Eu Interior, do Deus Interior, da
Consciência Universal.
Quando se começa a estudar a linguagem simbólica,
naturalmente, a razão passa a funcionar. Cada símbolo, cada
caráter, que se interprete, que se descubra, libera, logicamente,
uma série de energias até então em estado de letargia, de
latência. Se há libertação de energias, há, conseqüentemente,
necessidade de controlá-las pela inteligência, pela razão. Esse
controle é adquirido pela iniciação, o que permite ao discípulo
ter a mente controlada. Na verdade, é um sistema de
ensinamento, de ensino progressivo, através da maia-budista...
A Iniciação Real tem por fim colocar o discípulo em um
estado de equilíbrio entre o “Eu Interno” e o ambiente exterior,
com o qual é obrigado a se chocar a todos os instantes da vida.
Acerca da validade da linguagem simbólica, vamos
traduzir um trecho da “Doutrina Secreta” de Blavatsky, em que
“Carlyle” define muito bem o valor dos Símbolos:
“Não é um símbolo, para quem sabe distinguir, uma
revelação mais ou menos clara ou confusa do que é semelhante
a Deus ?... Através de todas as coisas, brilha, debilmente, algo
da Idéia Divina. Mais, ainda, o ensino mais elevado, que jamais
encontrou o Homem e abrangeu a própria Cruz, não possui
significação alguma, salvo uma acidental e extrínseca”.
A estrutura humana é um precioso símbolo; o homem
com braços e pernas abertos, forma uma estrela de cinco
pontas. Ora, o Adepto, o Iluminado, o Buda e o Cristo,
podemos afirmar, são o que, em iluminação, se chama de
“Pentagrama Sagrado”. Uma forma perfeita, capaz de captar,
dar forma, dar corpo às essências mais transcendentais; capta
a Essência Una, dando-lhe expansão, harmonia, estética, ética,
sabedoria, poética... Logo, o Pentagrama Sagrado é símbolo
geométrico da linguagem daIniciação Simbólica, uma
realidade, uma expressão viva da Verdade, sim, transmissora
da Verdade, vivenciada segundo a linguagem da Iniciação Real.
A Iniciação Real é motivada pelo próprio discípulo nas
lutas diárias, em permanentes choques com o mundo, com o
meio ambiente.
(extraído das Apostilas da SBE)
Informe Cultural
________________________________________________________________________________
DMO – Doação de Medula Óssea
Renato Pureza
s 15h do dia 25 de março de 2006, com a presença de autoridades maçônicas, entre elas, o Soberano GrãoÀ
Mestre do GOB-PA, foi lançada, oficialmente, na Loja Maçônica Antunes Ribas, com Templo, na Av. Domingos
de Almeida, 3950, Pelotas, RS, em Sessão Especial do Bethel Ártemis, a Campanha Nacional DMO - "DOAÇÃO DE
MEDULA ÓSSEA".
Trata-se de Campanha Maçônica, envolvendo membros de duas Potências - GLMERGS/GOB, que, irmanados
desenvolvem trabalhos de alcance nacional.
Obtivemos ampla divulgação através da RBS, TV Pampa, Jornal Diário Popular, TV Cidade e várias rádios locais. Estamos
trabalhando na Câmara Municipal de Pelotas, apoiados pelos vereadores, IIr∴Edemar Barz - GOB e Otávio Soares - GOB, foi
proferida palestra pelo Ir∴Renato Pureza - GOB, durante o expediente do plenário, com o tempo necessário para divulgação da
Campanha DMO - "DOAÇÃO DE MEDULA ÓSSEA".
Fraternalmente, agradecemos aos Irmãos, que possam chamar a atenção para o assunto DMO - "DOAÇÃO DE MEDULA
ÓSSEA" de todo o universo maçônico, familiar, rede de amigos, trabalho e, principalmente, na Internet.
Pedimos aos Irmãos Veneráveis Mestres que tenham interesse em participar dessa campanha, que solicitem informações
a esse Irmão, quando teremos o imenso prazer de repassar todas as informações necessárias, para abrir, em sua cidade, um braço
da DMO - "DOAÇÃO DE MEDULA ÓSSEA".
Contato com o Diretor da Campanha, Irmão Renato Pureza Nunes-GOB, através do e-mail [email protected] 
Novos Grandes Inspetores Gerais da Ordem
A
Revista Arte Real, através de seu Editor Responsável, se fez
presente à investidura dos novos 87 Irmãos ao Grau 33° - Grande
Inspetor Geral da Ordem, em uma belíssima cerimônia, realizada no
Templo montado no suntuoso auditório Soberano Grande Comendador
Venâncio Igrejas, nas dependências da sede do Supremo Conselho do
Grau 33° do R∴E∴A∴A∴ da Maçonaria para República Federativa do
Brasil, localizado na Rua Barão, nº 1317, Praça Seca, Jacarepaguá, RJ.
Presidida pelo Soberano Grande Comendador Luiz Fernando Rodrigues
Torres – 33º, o evento reuniu cerca de 150 Irmãos de várias partes do Brasil.
Registramos, em especial, dentre os investidos no Grau 33º, a singular presença
do Eminente Irmão Eduardo Gomes de Souza, Grão-Mestre do GOB-RJ,
repetindo o que aconteceu na cerimônia de investidura anterior, realizada em
julho deste ano, quando, também, foi investido no derradeiro Grau do R∴E∴
A∴A∴, o Eminente Irmão Waldemar Coelho – Grão-Mestre do GOB-PA.
As obras do belíssimo complexo arquitetônico do Supremo Conselho,
devem iniciar uma nova fase com a construção do Museu do R∴E∴A∴A∴, que
deverá abrigar um grande e precioso acervo sobre a história do Rito mais
praticado no Brasil e no mundo.
Conheça o Supremo Conselho! Acesse o site http://www.sc33.org.br/ 
Francisco Feitosa
Movimento Nacional pela Educação
“O resgate da cidadania do povo brasileiro”
E
sse Movimento, nascido no seio da Loja Maçônica
Duque de Caxias nº 2589, ligada ao GOERJ – GOB,
tem como objetivo a criação de um MOVIMENTO
NACIONAL, para exigir uma mudança radical da
EDUCAÇÂO no Brasil, único meio capaz de alterar os
rumos da cidadania do povo brasileiro.
Sua metodologia será aplicada através da coleta de, no
mínimo, 2,5 milhões de assinaturas em todo o país; apresentar
no Congresso Nacional, um Projeto de Lei capaz de redefinir os
destinos da Educação no Brasil e envolver, para apoiar essa
proposta, as principais entidades que atuam em nível nacional.
Entre elas, a Maçonaria do Brasil, Rotary Clube, Lions Clube,
Igreja – CNBB, Federação das Indústrias – CNI, Federação do
Comércio – CNC, Poder Judiciário, Ministério Público,
Universidades, Escolas, Prefeituras, Governos Estaduais,
Grandes Empresas, Mídia – Impressa, falada e televisada,
Clubes Militares, ADESG – Nacional, ADESG – Estaduais,
Sistema Bancário, Centrais Sindicais, Sindicato Patronal,
Associações Comercias e o Governo Federal (todos os
Ministérios).
O Movimento tem como meta desenvolver os seguintes
projetos:
➢Geração Nova (carro chefe) para, em um espaço de 15 anos,
formar um NOVO CIDADÃO BRASILEIRO.
➢Projeto Colibri e Beija-Flor – Destinado a crianças de 0 a 4
anos.
➢Projeto Civismo – Resgatar os principais valores e Símbolos
Nacionais – bandeiras, livros, cadeiras, revistas.
➢Projeto da Melhor Idade – Destinado a idosos.
➢Projeto Abolição – Abolir a escravidão cultural com a
erradicação do analfabetismo.
➢Projeto Mobilização – Combater a corrupção, lavagem de
dinheiro, contra bando etc.
➢Projeto Memória – Cadastrar todos os projetos e programas
já desenvolvidos com sucesso do país.
➢Projeto aconchego – Educação familiar.
➢Projeto João-de-Barro – Educação pelo trabalho.
➢Projeto Esperança – Educação religiosa.
➢Projeto corpo São mente Sã – Combate às drogas, aborto,
etc.
➢Projeto Solidariedade – Ações sociais comunitárias.
➢Projeto Integração – Planejamento e Ações Integradas da
Escola, da Família, da Comunidade, no gerenciamento da
educação nos municípios.
➢Projeto Opinião – Atuação da mídia como agente
formadora da opinião pública.
➢Projeto Inovação – Premiação de novos projetos.
➢Projeto Apolo – Formação de atletas em todas as
modalidades.
➢Projeto Ar Puro – Educação ambiental
➢Projeto Tradição – Recuperação das tradições e do folclore
brasileiro.
Todas as críticas, sugestões e propostas de
engajamento no Movimento Nacional Pela Educação poderão
ser enviadas para Flávio Aníbal Ramazzini, no endereço: Rua
Ministro Raul Fernandes, nº 50, apt° 704, Botafogo, Rio de
Janeiro, CEP – 22260-040, Email – [email protected] 
Os Grandes Iniciados
___________________________________________________________________
Desperte seu Mestre
N
esta edição, eventualmente, não abordaremos a
Vida e a Obra de um Grande Iniciado, como a
própria coluna se propõe; falaremos, sim, dos Avataras,
tentando elucidar, um pouco mais, o seu hercúleo e
altruístico trabalho em prol da evolução da humanidade.
Quando a criamos, a pretensão não foi outra, senão
trazer à Luz um assunto, que, por tempos, esteve encoberto
pela interpretação errônea das religiões. Quando falamos
desses Excelsos Seres, procuramos dar um enfoque dentro do
que nos ensina a Sabedoria Iniciática das Idades, abordando
sua origem e seu excelso trabalho em prol da evolução da
mônada humana.
Nenhum desses Mestres de Sabedoria - Jesus, Budha,
Francisco Feitosa
Krishna, Maomé, Lao-tsé, Confúcio - criou religião alguma.
Seus excelsos ensinamentos, ao longo do tempo, foram
transformados naquilo que se instituiu como religião.
Eles trazem, em cada época, as Boas Novas, as novas
diretrizes para cada ciclo.
Diz a Tradição Oculta que, após o período atlante,
época em que os Deuses conviviam com a humanidade na face
da Terra, alguns seres humanos daquela civilização, detentores
dos conhecimentos da mais alta magia, cegos pela ganância do
poder e do material, sacrificaram Seres da mais alta
espiritualidade, fazendo, com isso, que o Eterno modificasse
suas diretrizes quanto à transmissão dos ensinamentos à
humanidade.
Após esse episódio, a Divindade passa a se manifestar,
ciclicamente, em sacrifício, melhor seria dizer em “SacroOfício”, na face da Terra, a fim de continuar seu altruístico
trabalho de guiar a evolução humana, através dos Avataras.
Cada um, em sua época, conforme a excelsitude do trabalho a
executar, traz um potencial, um percentual da Consciência
Divina.
Ao estudarmos a origem de todas
as tradições, perceberemos que o
Conhecimento Divino, por eles trazidos,
sempre foi o mesmo, diferindo, é claro,
quanto à época, à região do planeta e à
civilização em que surgiu. Um mesmo
princípio, porém com uma roupagem
diferente em cada ciclo, encobrindo a
Verdade Única, que é imutável. Na
verdade, somos nós que nos modificamos
com relação a Ela.
Embora saibamos que esse
assunto é para muitos, ainda, um grande
mistério, pois, de fato, transcende a
compreensão de nossa mente comum,
cabe a nós despertarmos nosso 5º
Princípio, o Mental Abstrato, objetivo das
Iniciações no presente ciclo, para
percebermos as entrelinhas dessas
Verdades.
Razão de ser das Iniciações, “Iniciar” é dar início a uma
ação interna, despertando ou ressuscitando o Mestre dentro de
cada um, nosso “Eu verdadeiro”, nosso Princípio Divino. Sem
transformarmos a Iniciação Simbólica em uma Iniciação Real,
interna e verdadeira, não teremos olhos de ver, ou veremos
sem enxergar o que está, hermeneuticamente, oculto nas
entrelinhas dos excelsos ensinamentos, trazidos por esses
Grandes Iniciados.
Já, há algumas edições, estamos destacando cada um
Mestre de Sabedoria, narrando sua Vida e Obra, seus exemplos
e ensinamentos, mas nada disso tocará nossos corações e
mentes, se nossos olhos estiverem encoberto pelas vendas da
materialidade e dos falsos conceitos. Tudo isso será, apenas,
“legal” de se ler, mas não penetrará em nosso íntimo, e pouco
ou quase nada, modificar-nos-á, se estivermos encarando
nossa Ordem, uma Escola de INICIAÇÃO, como um clube de
serviço, a fim de, apenas, nos beneficiarmos, através do
relacionamento com esse ou aquele Irmão.
Se soubéssemos o compromisso,
que ousamos assumir, quando nos
propomos a entrar em uma Ordem
Iniciática,
muitos,
jamais,
teriam
aceitado participar. O caminho iniciático
é estreito e perigoso; quando damos um
passo à frente, abre-se um abismo às
nossas costas. Voltar ou tomar atalhos
poderá ser fatal.
Se, de fato, a humanidade
conseguisse entender o real papel dos
Avataras, não estaria tão materializada e
tão distante de Deus. Somos privilegiados
em poder estar dentro de uma Escola de
Iniciação e não podemos desperdiçar a
oportunidade evolucional, que se abre
como um portal, conduzindo aqueles que
a entendem a levam a sério a um novo
estado de consciência.
Caro
leitor,
reflita
nessas
humildes linhas, que ousamos escrever. Que sirvam de sinete a
despertá-lo para a realidade. Destine alguns minutos de
reflexão e comece um diálogo com seu “Eu verdadeiro”, o seu
Eu Espiritual. Travando esse diálogo entre o eu material e o Eu
Espiritual, estará fazendo o encontro de “Eus”, melhor
dizendo, o encontro de Deus. Fica aqui uma “revelação”,
desculpe-nos a ousadia, já que estamos muito aquém, para
transmitirmos revelação, a não ser no sentido de re-velar ou
velar de novo!
Desperte o Mestre que está dentro de você! Esse é o
caminho! 
Ritos Maçônicos
__________________________________________________________________________________
Ritos Alquímicos
A
lquimia operativo-laboratorial, praticada em laboratório, é um rito sacrificial, em que o
alquimista sacrifica a matéria, constituindo esse rito uma atividade individual. Apesar
disso, os alquimistas reuniam-se por vezes em Escolas, mesmo que reduzidas ao Mestre e ao
discípulo, e trocavam opiniões entre si dentro de uma mesma escola, ou entre alquimistas de
diversas Escolas.
Existiram, no entanto, a partir de meados do século XVIII (e, sobretudo, nesse século),
ritos e rituais herméticos e alquímicos, que não pretendiam fazer alquimia, mas preparar o
candidato para uma assimilação dos princípios herméticos e da prática alquímica, num
contexto ritualístico e dentro de um grupo organizado, através de uma cerimônia iniciática,
onde seriam revelados, na iniciação, na instrução e no catecismo, os segredos alquímicos.
Grande parte desses ritos e rituais foram criados num contexto maçônico, constituindo
(Altos) Graus Maçônicos, como o Ritual (do Grau) de Cavaleiro do Sol, ou mesmo um Sistema
(Rito) Maçônico, como o Rito Hermético de Dom Pernety, ou a Estrela Flamejante do Barão de
Tschoudy.
Ocorre, a propósito, referir que alguns desses Graus herméticos ou alquímicos
ocorreram no seio da Maçonaria "dos Antigos", ou do universo maçônico por ela influenciado
(com raiz no Hermetismo Renascentista, nos Rosa-Cruzes do século XVII, etc.), mais aberta (e
mesmo entusiasta) a receber ensinamentos provenientes de correntes esotéricas, como a
Cabala, a Teurgia, a Alquimia, etc., e interpretações esotéricas de tradições, como a Cavalaria,
como os Ritos "Escoceses", quer o Antigo e Aceito, quer o Ratificado, também, os Ritos de
York, da Ordem Real da Escócia (Heredom de Kilwining e Cavaleiro Rosa-Cruz) e do Rito
Sueco, proveniente, como o Rito Escocês Retificado, da Maçonaria da Estrita Observância
Templária Alemã, e mesmo, ainda que não "regulares", os Ritos
"Egípcios" de Cagliostro, de Misraim, etc., o que não se passa, de
modo algum, na Maçonaria mais exotérica "dos Modernos" (como,
p.ex., o Rito de Emulação, Inglês e o Rito Francês).
Sendo o séc. XVIII a grande época de diversificação externa
paulatina das correntes iniciáticas da Europa contemporânea, é,
também, o palco específico da especulação teórica e conceptual da
Maçonaria Operativa e Corporativa de raiz medieval.
Nesse âmbito particular, verifica-se uma estruturação
progressiva dos seus símbolos e mitos temático-civilizacionais por
sistemas litúrgicos diversos, hierarquizados em etapas com fases de
sucessivo aprofundamento espiritual: referimo-nos aos Ritos
Maçônicos de Altos Graus ou Superiores aos Três Simbólicos
Universais de Aprendiz, Companheiro e Mestre.
É nesse contexto de multiplicação ritualística que devemos
distinguir o setor do Escocismo (referente à mítica gênese escocesa
medieval da Maçonaria Operativa, relacionada com a eventual
sobrevivência críptica da Ordem do Templo, já canonicamente
extinta em França) e o da Tradição Egípcia (remanescente da
primitiva Tradição documental da Maçonaria Operativa, apesar de,
apenas, estruturado durante o séc. XVIII, particularmente, com o
magistério enigmático do Conde de Cagliostro, Grande Copta do Rito
da Alta Maçonaria Egípcia, e a emergência dos Ritos
de Mênfis e Misraim).
Assim, face ao surgimento dos mais diversos
Ritos de gênese “escocesa”, vão, igualmente,
florescendo os Ritos Egípcios, de essência mais
hermética que o cariz mais social e simbólico daqueles
(sendo, por isso, geralmente, ainda hoje, por eles
desvalorizados e jogados ao ostracismo).
Um desses casos exemplificativos e
emblemáticos, anteriores ao magistério de Cagliostro,
é justamente o Rito dos “Arquitectos Africanos” (isto é,
“Egípcios”, na acepção iluminista), fundado em
Berlim, em 1767, por Karl Friedrich von Köppen (17341797), oficial do exército prussiano, que, tal como
outros sistemas homólogos minoritários e seletivos,
arriscou o eventual e conseqüente desaparecimento
histórico
posterior
com
a
sua
sigilosa
confidencialidade documental.
Juntamente com J. W. B. Von Hymnen, von Köppen,
publica em 1770 o Tratado Litúrgico Germânico Crata Repoa, que
pretende reproduzir as antigas iniciações maçônico-sacerdotais dos
Mistérios Egípcios, realizadas no interior da Pirâmide de Quéops, na
necrópole real de Gizé. Essa obra obtém uma rápida e expansiva
popularidade literária na intelectualidade maçônica européia e,
posteriormente, também, norte-americana, sendo largamente
traduzida em francês e inglês desde 1821 (por Jean-Marie Ragon e
Antoine Bailleul), discriminando, com grande pormenor cenográfico,
os rituais dos diversos graus e os respectivos segredos e fórmulas de
reconhecimento entre os membros.
O Rei Frederico II, o Grande da Prússia, protetor nacional da
Maçonaria e figura mítica de fundação litúrgica, tinha apoiado a
criação deste Rito, o qual se ocupava, eminentemente, de
investigação acadêmico-pedagógica-esotérica, histórica e científica.
Nesse sentido, o monarca patrocinara mesmo a edificação na Silésia
de uma magnífica sede arquitetônica do Grande Capítulo, contendo
uma riquíssima biblioteca, um Museu de História Natural e um
laboratório químico e alquímico, além de premiar, ainda,
anualmente, com uma medalha de ouro, conferida numa Assembléia
Magna, o melhor ensaio científico-literário concorrente sobre a
gênese da Ordem.
Professando uma doutrina eminentemente cristã, hermética
e alquímica, esse Regime ou Sistema Filosófico-Ritualístico
compunha-se de cinco Altos Graus: Discípulo, Arquiteto ou Aprendiz
dos Segredos Egípcios; Iniciado dos Mistérios Egéicos; Irmão
Cosmopolita, Amigo da Verdade ou Mestre dos Segredos Egípcios;
Filósofo Cristão; Tribuno ou Cavaleiro do Perfeito ou Eterno Silêncio
(além das três eventuais dignidades honoríficas de Escudeiro,
Soldado e Cavaleiro da Ordem, apenas, conferidas por excepcional
prestação de serviços), envoltos em alguma nebulosa confusão
quanto às respectivas fontes documentais.
Reunindo-se suas Assembléias Litúrgicas, em Capítulos e
decorrendo os rituais em latim, a Ordem era governada por um
Grande Capítulo, constituído de 12 Dignitários Supremos e um GrãoMestre Geral. Tratando-se, contudo, de um Rito marcadamente
elitista e impopular, quanto à elevada exigência da sua filiação
acadêmica, justifica-se a sua escassa duração, apenas, até ao início do
séc. XIX e parca expansão na Alemanha (onde expirou entre 1786 e
1806) e França, por falecimento dos seus patronos ou eventual
ingresso dos seus mentores noutros Ritos ou Obediências, ou, ainda,
realizando os seus objetivos herméticos fora de qualquer
enquadramento maçônico.
Assim, o Rito fora, efetivamente, introduzido em França pelo
empresário itinerante Johann Friedrich Kuhn, Maçom da Estrita
Observância Templária do Barão Karl Von Hund, Réau+Croix do
Templo Teúrgico-Martinezista de Bordéus, da Ordem dos Cavaleiros
Maçons Eleitos Sacerdotes do Universo, e membro da Loja Parisiense
“Os Amigos Reunidos”, do Rito Egípcio dos Filaleteos, encontrandose, ainda, em contacto com a maioria dos Maçons
ocultistas franceses e alemães da sua época.
Graças a Kuhn, o seu funcionamento francês
verificava-se através de uma Loja Parisiense inicial e
da sua sucessora “Estrela Flamejante dos Três Lizes”
de Bordéus, fundada em 1773, e, posteriormente,
absorvida pelo Grande Oriente de França em 1875,
participando, ainda, alguns dos seus membros na
fundação conseqüente de outros posteriores Ritos
Maçônicos Herméticos, como o dos Filaleteos,
igualmente egípcio.
Sinteticamente, conforme verificamos ao
longo desta comunicação, o Iluminismo é um
movimento cultural e filosófico de profundos
contrastes dinâmicos. Na sua transição entre a
Modernidade e a Contemporaneidade, não só opera o
conflito secular entre uma estagnação confessional e
um progressismo laico, mas também, trabalha a
ponte epistemológica entre a Ciência racional e a Tradição iniciática.
Apesar da já mencionada escassez de suportes informativos,
é possível evidenciar a clara inserção do caso da Ordem dos
Arquitetos Africanos, aqui, em estudo, no contexto pioneiro
transdisciplinar da Cultura Iluminista Científico-Hermética. A sua
idiossincrasia estrutural, litúrgica e doutrinal reflete a pluralidade
esotérica ocidental da época.
Por outro lado, esse Rito constitui uma emanação do
Hermetismo Egípcio, emergente e patente na sua identidade
ritualística e simbólica, de onde se destaca, de imediato, a
operatividade alquímica num enquadramento acadêmico-científico
não meramente racionalista. Tal fato constata-se pela sua inerente
confidencialidade documental e por um explícito elitismo
demográfico de cooptação seletiva.
Trabalhos
___________________________________________________________________________________________________
A Oposição da Igreja à Maçonaria
N
o que respeita à oposição da Igreja Católica e mesmo de
algumas das igrejas evangélicas à Maçonaria, tive
oportunidade de ter em mãos uma interessante análise em um
trabalho do Ir.: Andrew Davies, publicado na revista
Freemasonry today – A Independent Voice of Freemasonry,
Autumn 2000, issue 14, do qual faço um pequeno resumo.
A percepção, que o grande público tem da Maçonaria, é
fruto de duas vertentes. A primeira, a mais comum, diz
respeito à história, à tradição, ao simbolismo maçônico, aos
quais é dada uma importância exageradmanente grande. A
outra, é a crença na conspiração da Maçonaria,
particularmente, aquela que envolve a destruição da Igreja e
pretende estabelecer um estado
de nova ordem mundial.
Um acontecimento de
grande destaque, no que
respeita a essa antipatia contra
a Maçonaria, teve origem numa
Bula Papal, de 28 de Abril de
1738, do Papa Clemente IX,
intitulada
“In
Eminent”,
desencadeando um sentimento
antimaçônico.
Nesse
documento, a Igreja condena a
Maçonaria, porque homens de
várias religiões e seitas reúnemse e juram sobre um Livro
Sagrado. O documento papal
condena os juramentos de
segredo. Tais Lojas foram
excomungadas, e as autoridades
da Igreja foram encorajadas a
procurar
e
punir
os
transgressores.
Assim,
a
suspeição, envolvendo a Maçonaria, ultrapassou os limites da
teologia e tornou-se de conhecimento público. Outros
documentos, posteriormente emitidos pela Igreja, reiteram o
conteúdo da In Eminenti, estabelecendo sempre alguma coisa
a mais.
Os últimos veredictos da Igreja resumem-se em
afirmar que a Maçonaria é anticristã, anti-religiosa e conspira
o estabelecimento de um “reino de naturalismo sobre as ruínas
da Igreja”.
Outro documento de grande repercussão, intitulado de
“Les Memoires Pour Servir A L’Histoire de Jacobinism”, de
autoria de Abbé Augustin Barruel, surgiu em 1797, publicado
simultaneamente em França e Inglaterra. Hoje, esse trabalho é
considerado como um caso definitivo contra a Maçonaria, seja
do ponto de vista da Igreja Católica, seja da perspectiva
Protestante, expressa no trabalho do Professor John Robison,
intitulado “Proofs of a Conspiracy”. O trabalho de Barruel,
maçom do Grau 2, Companheiro, era, principalmente, dirigido
contra os Jacobinos e o Iluminismo Germânico, porém,
dedicando duras farpas à Maçonaria.
Mr. Davies considera estranho, que 200 anos mais
tarde, o trabalho de Barruel esteja, ainda, sendo usado como
evidência de uma grande conspiração Maçônica. Estranho,
ainda, é a grande omissão do trabalho de Barruel, pretendendo
atingir, apenas, a Maçonaria do Grande Oriente, e não as
Grandes Lojas Unidas da Inglaterra, estabelecendo dois tipos
de maçons, os bons e os maus.
Francisco Mello Siqueira
Outro documento, considerado importante pelo autor,
apareceu na década de 1920, de autoria de uma mulher
chamada Nesta H. Webster, ganhadora de rápida celebridade
na Inglaterra, pela popularidade de seus livros, cuja essência
eram as palavras de Barruel e Robison, acrescidas de um novo
componente: o Comunismo. Da mesma forma Webster
defendia os maçons ingleses (U∴G∴L∴E∴) e acusava os
maçons continentais (Grande Oriente) de ligações com o
Bolchevismo, sob suspeita, ainda, de haver um relacionamento
com os judeus acerca de uma conspiração internacional.
Outros autores, citados pelo Ir.: Davies, de um modo
geral, seguem a mesma linha de pensamento de 200 anos
atrás. Ele entende que muitas
pessoas objetam a Maçonaria,
simplesmente, por não fazerem
aparte de seus “segredos”, e,
ainda,
cita
um
trecho
subliminar da Bula do Papa
Benedict XIV, que reflete esse
pensamento comum: “é um
prazer dar a conhecer coisas
honoráveis, mas os crimes são
segredos’”.
Entendo que há uma
ligação entre a Bula Papal “In
Eminent” e as Constituições de
Anderson, pois, no mesmo ano
de 1738, em que a Bula foi
editada, ele editou uma revisão
aumentada
das
suas
Constituições
de
1723,
coincidentemente, antes de
falecer no mesmo ano.
Assim, para lembrar o
leitor, transcrevo parte do Capítulo IV, Os Fundamentos da
Maçonaria, no que tange ao grande Cisma da Maçonaria,
conhecido como “Summa Divisio”.
“Na parte dos Deveres (capítulo 5), no que concerne a
Deus e à religião, o seu 1º Artigo diz o seguinte: “Um maçom é
obrigado a obedecer à lei moral; e, se bem entender da arte,
jamais será um estúpido ateu nem um libertino irreligioso”.
Esses dois pontos suscitaram muitas dúvidas,
controvérsias e tornaram-se polêmicos e dissidentes nas
Constituições de Anderson, principalmente, porque ele era um
pastor evangélico e Désagulièrs, um ministro anglicano, o que
confundia a interpretação do texto.
Em 1738, ano em que faleceu Anderson, foi publicada
uma Segunda edição aumentada e corrigida das Constituições,
ainda, sob sua orientação.
Entre os dissidentes ingleses, houve um entendimento,
que culminou com as alterações de 1815, surgindo daí As
Grandes Lojas da Inglaterra, Irlanda e Escócia, conhecidas
depois como Lojas-Mãe do Mundo.
As Grandes Lojas-Mãe do Mundo continuaram a sofrer
a oposição dos franceses, que davam um caráter deísta às
Constituições de Anderson.
Isso foi, praticamente, o início da cisão final entre as
Grandes Lojas-Mãe do Mundo e os Maçons franceses, só
consumada mais tarde, em 1877, quando o Grande Oriente de
França eliminou o 1º Art. de sua Constituição, ou seja, “a
exigência da crença em Deus e na imortalidade da alma”. 
Trabalhos
___________________________________________________________________________________________________
Torá, Talmud, Mishná e Midrash
E
xiste um certo número de definições para a palavra Torá.
Em geral, ela se refere ao próprio documento, composto
pelos cinco livros (Pentateuco) de Moisés: Gênese, Êxodo,
Levítico, Números e Deuteronômio.
Em uma definição mais ampla, algumas pessoas a
expandem, incluindo os livros dos Profetas e os Textos
Sagrados. Os livros dos Profetas incluem, por exemplo, Josué,
Juízes, Samuel, Reis, Jeremias, Ezequiel e outros. Os textos
sagrados incluem os Salmos, Provérbios, Jó, Cânticos dos
Cânticos, Ruth, Lamentações, Eclesiastes, Esther, Daniel e
outros. Isso tudo é comumente chamado de Livro do Antigo
Testamento. Mais precisamente, estas escrituras compiladas
são denominadas Tanakh, que vem das letras hebraicas
tnkh, representando Torá, Nevi’m (Profetas) e Kettuvim
(Textos Sagrados).
A Torá é a Lei Escrita. Entretanto, uma leitura
cuidadosa da mesma revela certos
trechos,
que
parecem
se
contradizer
ou,
então,
são
ambíguos. Estas inconsistências
sugerem que precisamos de mais
informações para entender o
verdadeiro significado da Lei. Dizse que Moisés explicou o sentido
da Lei Escrita por meio da
comunicação oral. A Lei Oral é a
base para a solução de muitas
dificuldades, que aparecem no
texto. Na verdade, as questões
mais complicadas, referentes a Ela,
são, às vezes, respondidas com a
frase: “Isto procede diretamente de
Moisés, no Sinai”.
Além
das
dificuldades
apresentadas no significado da própria Lei Escrita, temos um
outro problema. Os cinco livros de Moisés foram,
originalmente, escritos em hebraico, sem vogais, assim como
os pergaminhos da Torá são escritos até os dias de hoje.
O idioma hebraico é construído de tal forma, que a
substituição de uma vogal por outra pode alterar
completamente o significado de uma palavra. Geralmente,
conseguimos entender o significado de uma palavra na Torá
pelo contexto, no qual ela é utilizada, mas algumas frases nos
podem deixar intrigados. Isto é o que os cabalistas fazem, pois
sempre buscam além do óbvio. Tudo é visto como uma
metáfora para os ensinamentos ocultos de sabedoria.
Muitos significados da Torá Escrita, decodificados e
explicados em vários níveis, estão incluídos no conjunto de
ensinamentos de sabedoria, conhecido como a Tradição Oral ou Lei
Oral. Isto, também, é entendido como Torá. Quando alguém
perguntava aos sábios talmúdicos Shammai e Hillel “quantas Torás
vocês têm?”, ambos respondiam: “Duas; uma escrita e outra oral”.
A Torá Oral foi transmitida, durante mil anos,
verbalmente, de mestre para aluno. A forma utilizada, para
memorizar ensinamentos orais, era a repetição contínua. Em
hebraico, o verbo que significa “repetir” é shanah; então, a
Lei Oral veio a ser denominada de Mishnah.
Acredita-se que, na antiguidade, graças às técnicas
utilizadas, havia pessoas de memória prodigiosa, capazes de
memorizar a Torá inteira, incluindo os Profetas e os Textos
Sagrados. Conta-se que a memória dos sábios era tão precisa,
Francisco de Assis Góis
que eram testados da seguinte maneira: muitas páginas de um
livro eram furadas com uma agulha; o sábio ficava sabendo
qual era a palavra que a agulha tinha furado na primeira
página e, então, deveria dizer, sem olhar, quais as palavras que
tinham sido afetadas pela agulha nas páginas subseqüentes.
Os sábios memorizavam, também, inúmeras leis
(halachá) ensinavam histórias (agadá), o que aumentava o
conjunto do material escrito. Em suma, eles memorizavam,
detalhadamente, centenas de livros.
Entretanto, por volta de 2.000 anos atrás, os alunos
começaram a perder aquele dom. A Terra Santa foi
conquistada por Pompeu, e o Império Romano trouxe um novo
nível de comércio para a Terra, que, por sua vez, provocou
mudanças na cultura e, também, uma nova maneira de
perceber as coisas. Em tais condições, a qualidade dos estudos
superiores se deteriorou, e a Torá Oral estava em perigo de se
perder para sempre. Por isso, a
Mishnah foi escrita por Judah haNasi, no início do século III.
Pelo fato de a Mishnah
ser um corpo de leis designadas a
serem memorizadas, é muito
crítica. De cada frase, podemos
extrair uma série de associações.
Até a época de Judah haNasi, mais de mil anos se tinham
passado, desde a entrega da Torá
Escrita. Muita confusão foi gerada
a respeito de associações e
significados
de
comentários
essenciais da Lei Oral. Diferenças
de opinião surgiram quanto à
interpretação
de
certos
enunciados da Mishnah. Muitos
centros de estudos foram fundados, cada um com a sua própria
visão sobre como entender o texto. Discussões e debates a
respeito das diferentes interpretações ocorreram em várias
academias, e, assim, um novo conjunto de comentários surgiu.
Essa coletânea de comentários foi escrita no século VI, o que
denominamos Talmud da Babilônia, o Talmud principal, usado
nos dias de hoje. Uma versão anterior menos aceita, o Talmud
de Jerusalem, foi compilada nos séculos III ou IV.
Dessa forma, o Talmud representa o conjunto dos
comentários que explicam a Mishnah – a Lei Oral.
O Talmud é enciclopédico em sua abrangência.
Questiona o significado das palavras, analisa o motivo pelo
qual algumas estão fisicamente perto de outras, algumas são
soletradas de certa maneira, algumas são repetidas, certos
eventos têm lugar numa ordem determinada; questiona o que,
realmente, certos nomes de pessoas e lugares, representam,
qual era o verdadeiro significado e intenção de uma
determinada lei, e assim por diante. Dois terços do Talmud da
Babilônia tratam das leis judaicas; um terço relata histórias e
prédicas; estas, também, consistem em material para
indagações subseqüentes.
A maior parte da lógica, utilizada no raciocínio
talmúdico, não é aristotélica, o tipo de lógica que empregamos
normalmente em nossa forma de pensar habitual.
A lógica aristotélica é formada de silogismos. Se A é
maior que B, e B é maior que C, então, A é maior ou menor que
C? Certamente, diríamos maior. Nossas mentes são
condicionadas a pensar dessa forma.
No
entanto,
o
raciocínio talmúdico utiliza
uma forma de lógica, chamada
hermenêutica, um conjunto
complicado de princípios, que
levam
em
consideração
elementos como colocação,
repetição ou significado das
palavras. Se preto relaciona-se
com branco em algum trecho,
e preto relaciona-se à palavra
casa em outro, deve existir
uma conexão entre branco e
casa. Isto não é lógico,
segundo as leis de Aristóteles,
mas é um método habitual de
raciocínio hermenêutico. De
acordo com o rabino Adin
Steinsaltz, que empreendeu a
tarefa gigantesca de traduzir o Talmud, escrito principalmente
em aramaico, para o hebraico e inglês, existem centenas de
regras para esse tipo de raciocínio.
Por essa razão, o Talmud leva o estudioso a outros estados
mentais, a diferentes maneiras de encarar as coisas. A Cabalah vai
mais além, muitas vezes, usando metodologia intuitiva, que
transcende, até mesmo, a lógica hermenêutica. Portanto, todas as
vias de análise estão abertas para os estudiosos da Torá,
oferecendo um vasto potencial para a compreensão mística. Por
essa razão, muitas pessoas estudam a Torá e o Talmud, muitas
vezes, revendo o mesmo texto, ano após ano, sem sequer chegar
perto de esgotar a riqueza do material disponível.
Além disso, um gênero exclusivo de literatura rabínica
foi desenvolvido em conseqüência do estudo intensivo dos
textos bíblicos. Esta literatura é chamada Midrash, palavra,
que vem da raiz hebraica drsh, significando “procurar” ou
“investigar”. Em virtude de essas explorações terem seguido
diferentes vias de pesquisas, muitos ensinamentos do Midrash
são contraditórios entre si.
A intenção, no entanto, não era desenvolver um ponto
de vista coerente sobre os significados ocultos da Torá, mas
aumentar, da forma mais ampla possível, a variedade das
interpretações possíveis a um ensinamento.
O misticismo judaico conta com todas essas fontes.
Tanto o Tanakh quanto o Mishnah, o Talmud e o Midrash
constituem as fontes principais donde os manuscritos
cabalísticos evoluíram. A Cabalah trouxe uma nova perspectiva
e métodos diferentes para a compreensão desta literatura.
Tornou-se um novo gênero da literatura judaica. 
Lançamentos
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A
Editora Maçônica A Trolha está lançando neste mês de dezembro o
Livro Manual de Banquete Ritualístico, de autoria do nosso Irmão
Paulo Roberto Marinho de Almeida – um dos maiores pesquisadores de
Maçonaria da atualidade.
Relato do autor:
“Em nossas pesquisas seguimos as pegadas dos acontecimentos, das
particularidades e das narrativas com a devida prudência, registrando
como verdadeiro o que está documentalmente provado e como provável
aquilo que pudemos deduzir por raciocínio lógico e, em respeito às opiniões
e às propostas de pesquisadores maçônicos fidedignos.”. 
-------------- X -------------nosso Irmão Wanderley Rebello Filho - Advogado, também, autor do
livro "1988, O Verão das Latas de Maconha, o Processo", lançou,
no mês passado, no Centro Cultura da Justiça Federal, no RJ, sua segunda Obra
Literária pela Editora Letra Capital.
Trata, o presente livro, do caso verdadeiro de Márcio, um jovem de 19
anos que foi acusado, injustamente, de furto pela sua ex-namorada, filha de uma
autoridade do poder judiciário. Para um crime cuja pena mínima é de 1 ano de
reclusão, Márcio foi condenado a 6 anos e 6 meses de reclusão, mas ficou
foragido. O autor fez uma Revisão Criminal e conseguiu a redução para a pena
mínima, e o decreto de prescrição da pretensão punitiva. Márcio jamais foi
preso! 
-------------- X -------------autor, nosso Irmão Celso Grinaldi Filho, é atualmente Gerente Nacional de Vendas de
uma grande organização do segmento editorial. Possui mais de 30 anos de experiência
em gerenciamento de grandes equipes de vendas, tendo como área de especialização as
atividades de treinamento, planejamento e avaliação de desempenho dessas equipes.
Este livro, O VENDEDOR TALENTOSO, discorre sobre a necessidade de pensar
como um vendedor, as suas opções de vendas, os passos iniciais e finais de uma venda,
sobre o atendimento, sobre os tipos de compradores, sobre a arte de vender, as virtudes de
um vendedor, os defeitos a serem evitados, os objetivos da venda, o merchandising, a
construção do futuro do vendedor e enfatiza o Decálogo do Vendedor. Além de se estudar,
em profundidade, as Técnicas de Venda, propriamente dita, o vendedor como imagem da
empresa, como superar as objeções de uma venda, como evitar que surjam obstáculos para
a venda, o planejamento do trabalho de venda, a busca da persistência e da criatividade, a
promoção no ponto de venda e a relação Empresa/Vendedor Talentoso.
Agrega um Glossário de Termos Usuais em Vendas que o leitor não encontrará compilado em nenhuma obra similar. 
O
O
Reflexões
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Geléia de Maçons
N
ós, Maçons, somos como frutas. Quando começamos a
ocupar cargos, somos como frutas viçosas, damos
esperança de uma boa colheita. Mas, com o tempo, entramos
na maldida rotina, comandada pelo ritual, que foi feito para o
Maçom, e não o Maçom para o ritual. E, então, os resultados
estabilizam em determinado patamar.
Sempre foi feito assim. Esse patamar é mortal! É
quando dizemos que amadurecemos. Desse momento ou
percepção em diante, algo terrível começa a acontecer,
estagnamos, ou, como as frutas, começamos a ficar passados.
Lembramos nossa infância, na qual fomos educados a
não desperdiçar comida. E a comer o que tínhamos. E, quando
elas, as frutas, ficavam passadas, minha avó ou minha mãe
fazia geléia ou compota. Os Irmãos, também, lembram suas
casas, não é mesmo?
Adicionava-se açúcar, um volume de água, no olho, e
levava-se a mistura ao fogo. Após, bom tempo, a evaporar,
ficava pronta e livre de qualquer impureza e era, então,
guardada em potes esterilizados.
Dessa forma, as frutas ganhavam novas vidas, "o novo
patamar", podendo continuar servindo como alimento por um
bom tempo. O que nós, Maçons, temos com isso?
Simples, sem açúcar e longa exposição ao fogo, a geléia
não dá o tal ponto.
Se pensarmos em termos de Maçonaria, essa
experiência caseira e materna, que todos temos, se colocarmos
para reflexão em nosso ambiente maçônico tal ensinamento,
podemos aproveitar e sugerir aos Irmãos que, para os Maçons
BoasDicas
Edgard Becker
maduros ou viciados, é necessário dar a eles, um tratamento
respeitoso e com consideração, uma boa dose de açúcar
(atualização do conhecimento), depois, submetê-los ao bom
fogo(o fogo da reciclagem), para a ampliação de horizontes e
melhoria cultural; avaliar-lhes o desempenho e o “feedback”
constante dos novos desafios sociais, que se apresentam,
expondo-os à mudança de comportamento, ou seja, às novas e
necessárias aprendizagens, novos saberes.
Há necessidade de que todos possam enxergar as várias
situações de outros pontos de vista, para mudar a forma de
pensar a respeito delas e inovar para avançar. A rotina e o
hábito de Maçons bitolados, dogmáticos, os fazem perder a
consciência de construtores sociais. A Maçonaria foi feita para
o Maçom.
Meus Irmãos, uma porção de mudança, por menor que
seja, dá uma sacudida na poeira mental, e, assim, renovamos
as perspectivas de nossa Maçonaria.
Trocar o prego, já é avançar.
Sem os devidos, necessários e constantes cuidados para
com os nossos conhecimentos, vamos perder o Maçom. Não o
deixemos ficar passado, pois, segundo minha mãe e minha avó,
frutas maduras dão dor de barriga, e, se ficarem passadas, só
servem como adubo e nada mais.
Não deixemos que isso aconteça em nossas Lojas; meus
irmãos, reciclemos, inovemos e avancemos.
Só assim, a Maçonaria terá futuro, caso contrário, não
vamos conseguir fazer geléia. Pensemos nisso, meus irmãos.
Vamos parar de observar e começar a fazer. 
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
Palestra 
Informamos que no dia 19/dez, às 20h, no auditório da Associação Médica da cidade de
Conselheiro Lafaiete-MG, os Irmãos Francisco Feitosa MI – 33º e João Camanho MI – 33º,
estarão proferindo a palestra “O Cunho Transcendente da Missão dos Cavaleiros
Templários”, aberta ao público. Esse evento está sendo promovido pela Loja Maçônica
Acadêmica Libertas Homini – GOB-MG.

Livros

Indico o livro “Manual de Banquete Maçônico” de autoria do Irmão Paulo
Roberto Marinho de Almeida, pela editora “A Trolha”.
 Arte Real – Edições Anteriores 
As edições anteriores se encontram disponíveis para download no site www.entreirmaos.net
Arte Real
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A
rte Real é uma Revista maçônica virtual, de publicação mensal, que se apresenta como mais um canal de informação, integração e
incentivo à cultura maçônica, sendo distribuída, diretamente, via Internet, para mais de 11.800 e-mails de Irmãos de todo o Brasil
e, também, do exterior, além de uma vasta redistribuição em listas de discussões, sites maçônicos e listas particulares de nossos leitores.
Editor Responsável, Diagramação e Editoração Gráfica: Francisco Feitosada Fonseca
Revisão: João Geraldo de Freitas Camanho
Colaboradores nesta edição: Edgard Becker – Flávio Anibal – Francisco Assis Góis – Francisco Mello Siqueira – Henrique
José de Souza – Renato Pureza.
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Obrigado por prestigiar nosso trabalho. Temos um encontro marcado na próxima edição!!!

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