fflfflfflffl BIBLIOGRAFIA

Transcrição

fflfflfflffl BIBLIOGRAFIA
FAAP – Faculdade de Comunicação e Marketing
PANORAMA GERAL DAS TEORIAS DA COMUNICAÇÃO
Comunicação e Ciência
FUNCIONALISMO
(EUA déc.1930)
PRINCIPAIS AUTORES
OBJETO DE
ESTUDO
Robert Merton, Paul Lazarsfeld,
Talcott Parsons – (sociólogos),
Harold Lasswell – (cientista político)
Kurt Lewin, Carl Hovland
A Mensagem na
Comunicação de Massa
– (psicólogos).
ESCOLA DE FRANKFURT
(Alemanha, déc. 1930, 1950, 1960;
EUA, déc. 1940)
Theodor Adorno, Max Horkheimer, Walter Benjamin, Herbert
Marcuse, Jürgen Habermas.
A Mensagem na
Comunicação de Massa
TEORIA DA INFORMAÇÃO
(EUA, déc. 1950)
Nobert Wiener, Shannon
Weaver e
A. Moles.
A quantidade (teor ou taxa) de informação existente no processo comunicacional
ESCOLA
SOCIOLÓGICA EUROPÉIA
(Itália e França, déc. 1960)
Umberto Eco, Edgar Morin,
Roland Barthes,
Jean Baudrillard
A Mensagem na
Comunicação de Massa
MARSHALL McLUHAN
(EUA, déc. 1960)
Marshall McLuhan.
O MEIO é a mensagem.
NOVA ESQUERDA ALEMÃ
(Alemanha, déc. 1970)
Hans Magnus Enzensberger
Os meios eletrônicos de
Comunicação de Massa
(Rádio e TV)
TEORIA HEGEMÔNICA /
COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA
(América Latina, déc. 1970)
Juan Somavia,
Luis Ramiro Beltran,
Armand Mattelart,
Jesus Martin-Barbero
Herbert Schiller.
A relação
política e ideológica
dos meios de
Comunicação de Massa.
ESCOLA
EVOLUCIONISTA –
PROGRESSISTA
(EUA, Inglaterra, déc. 1970)
Alan Swingewood,
Daniel Bell,
Edward Shils,
Alvin Toffler.
BIBLIOGRAFIA
- As Teorias da Comunicação: Da Fala à Internet; Roberto Elísio dos SANTOS. Paulinas, 2003.
- História das Teorias da Comunicação; Armand e Michèle MATTELART. Loyola, 1999.
- Teorias da Comunicação; Mauro WOLF. Presença, Lisboa, 2003.
- A Sociedade do Sonho: Comunicação, Cultura e Consumo. Everardo ROCHA.. Mauad, 2005.
- Sociedade Midiatizada. Dênis de MORAES (org.) Mauad, 2006.
- Teoria da Comunicação na América Latina: da herança cultural à construção de uma identidade própria; Rosa Maria
Dalla Costa, Rafael Costa Machado e Daniele Siqueira. UFPR, 2006.
- Teorias da Comunicação.Rodrigo VILLALBA. Ática: São Paulo, 2006.
Código da Disciplina: 4BA354– TEORIA DA COMUNICAÇÃO-III
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FAAP – Faculdade de Comunicação e Marketing
Código da Disciplina: 4BA354– TEORIA DA COMUNICAÇÃO-III
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FAAP – Faculdade de Comunicação e Marketing
TEORIAS DA COMUNICAÇÃO
❶ comunicação e ciência
❷ principais funções da comunicação
dá forma á personalidade do cidadão
identifica e expressa idéias
permite o conhecimento do mundo objetivo
controla o comportamento
promove o relacionamento entre os cidadãos
Modelo Comunicacional
meio
emissão
recepção
mensagem
Código da Disciplina: 4BA354– TEORIA DA COMUNICAÇÃO-III
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FAAP – Faculdade de Comunicação e Marketing
Theodor Adorno (1903-1969)
Max Horkheim er (1895-1973)
Walter Benjam in (1892-1940)
Herbert Marcuse (1898-1979)
Jürgen Haberm as (1929- )
Paul F. Lazarsfeld
(1901-1976)
sociólogo
fluxo
com unicativo
a dois níveis
Modelo do two-step flow
Harold Dw ight
Lassw ell
(1902-1978)
cientista político
m odelo de
Lasw ell
Paradigm a de Braddock-Laswell
Um berto Eco (1932-)
Edgar M orin (1921-)
Jean Baudrillard (1929-2007)
Roland Barthes (1915-1980)
Claude Elw ood
Shannon
(1916-2001)
W arren W eaver
(1894-1978)
Positivism o
M ensagem no s m eio s de
co m unicação de m assa
Estruturalista
A m ensagem nos m eios de
co m unicação de m assa
Análise de conteúdo
M ENS AG EM :
Inform ação
R edund ância
R uíd o
Código da Disciplina: 4BA354– TEORIA DA COMUNICAÇÃO-III
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FAAP – Faculdade de Comunicação e Marketing
Marshall McLuhan
(1911-1980)
Hans Magnus Enzensberger
(1929-)
[influência da escola funcionalista]
Tecnologia X Sensorial
Galáxia de Gutemberg
Aldeia Global
Tribalização, (Des)tribalização e
(Re)tribalização.
O meio é a mensagem.
[Influência da escola de Frankfurt]
(anarquista – formação marxista)
Uso emancipador dos meios
Mobilização e M anipulação dos meios de
comunicação eletrônicos
Reciprocidade e reversibilidade dos
circuitos comunicacionais.
Hegemonia e dependência
Alternativas:
Cultura Popular
e Contra-informação
Armand Mattelart (1936-)
Jesus Martin Barbero (1937-)
M e n s a g e m : info rm a ção
ru íd o
red u n d â n cia
te o ria d a in fo rm a ç ã o
c o m u n ic a ç ã o e p ó s m o d e r n i d a d e
S a tu ra ç ã o d e M e n s a g e n s
A lta T e c n o lo g ia
V e lo c id a d e d e T ra n s m is s ã o
E xc e s s o e c o n s u m o
F e n ô m e n o d o H e d o n is m o ( in d ivid u a lism o ex a cer b a d o)
N iilis m o ( ex p ecta tiva p essim ista ; su p r em a cia d a for m a
sob r e o con teú d o;n a d a m a is é or ig in a l; esg ota m en to d a s p ossib ilid a d es
teór ica s, estética s e id eológica s )
S im u la c ro
M u ltim íd ia
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FAAP – Faculdade de Comunicação e Marketing
SEMIÓTICA
Charles
SIGNO
Sanders
Peirce
“Um signo representamen é aquilo que, sob certo aspecto ou modo,
represente algo para alguém. Dirigi-se à alguém, isto é, cria-se na
mente dessa pessoa um signo equivalente, ou talvez um signo mais
desenvolvido. Ao signo assim criado denomino interpretante do
primeiro signo. O signo representa alguma coisa, seu objeto.
Representa esse objeto não em todos os seus aspectos, mas com
referência a um tipo de idéia que eu, por vezes, denominei
fundamento do representamen”.
Nível sintático –
Nível semântico –
Nível pragmático –
signo/forma (sintaxe)
Primeiridade
signo/função (significado)
Secundidade
signo/uso (usuário)
Terceiridade
Visite ! Veja! Leia!
Semiotics for Beginners – Daniel Chandler
http://www.aber.ac.uk/media/Documents/S4B/index.html
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*** mensagem***
INFORMAÇÃO
novidade
desconhecido
incerteza
imprevisível
dúvida
estranhamento
REFLEXÃO
ruído
REDUNDÂNCIA
reiteração
conhecido
certeza
previsível
hábitos
reforça normas
sociais e culturais
ATIVIDADE
COMUNICAR
É
PASSIVIDADE
COMPARTILHAR
C o P aclicar
CaBaNa
O processo de comunicação :
modelo comunicacional
( cadeia comunicativa )
*real
*ideal
mensagem
*informação ( redução de incerteza )
*ruído ( interferência )
*redundância ( reiteração )
*** Comunicação Integrada
Comunicação Organizacional
Comunicação Institucional
Comunicação Mercadológica
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APOCALÍPTICOS E INTEGRADOS
Umberto Eco – década de 1970
(Indústria cultural – década de 1940 – Adorno / Horkheimer)
APOCALÍPTICOS
Os que vêem na Indústria Cultural um estado avançado de
barbárie cultural capaz de produzir ou acelerar
a degradação do homem ALIENAÇÃO.
A Indústria Cultural desempenha as funções de um estado totalitário.
APOCALÍPTICOS CONTEUDISTAS
(os que estão salvos, os únicos que não são massa)
A cultura de massa é a anticultura.
Sua presença não indica aberração transitória e limitada:
torna-se o sinal de uma queda irrecuperável,
ante a qual o homem de cultura pode dar apenas um testemunho
apocalipse.
INTEGRADOS
Os que vêem na indústria cultural a revelação,
as significações para o homem e o mundo que o cerca.
A grande característica da Indústria Cultural é ser o
primeiro processo democratizador da cultura.
INTEGRADOS NÃO CONTEUDISTAS.
A resposta otimista do INTEGRADO:
Já que os M.C.M. (meios de comunicação de massa)
colocam os bens culturais à disposição de todos,
tornando leve e agradável a absorção de “ informações”,
estamos vivendo numa época de ampliação cultural,
onde finalmente se realiza, em larga escala, a circulação da arte e da cultura.
BIBLIOGRAFIA
- Apocalípticos e Integrados. Umberto ECO. Perspectiva, 1976.
- A Sociedade do Espetáculo. Guy DEBORD. Contraponto, 1998. 1º Reimpressão.
- The Substance of Style. Virginia POSTREL. Harper USA, 2004.
INTERNET
- www.guydebordcineaste.com
- www.umbertoeco.com
- http://br.geocities.com/mcrost12/index.htm
FILMES
- O Nome da Rosa (Der Name der Rose), 1986 – Jean-Jacques Arnaud
- Boa Noite e Boa Sorte (Good Night and Good Luck), 2005 – George Clooney
- A Hora do Show (Bamboozled), 2000 – Spike Lee
- Cidadão Kane (Citizen Kane), 1941 – Orson Welles
- Muito Além do Cidadão Kane (Beyond Citizen Kane), 1993 – Simon Hartog
- Muito Além de um Jardim (Being There), 1979 – Hal Ashby
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APOC ALÍPTICOS E INTEGRADO S
IDÉIAS PARA DISCUSSÃO:ARMAND & MICHÈLLE MATTELART
“Nos anos 1950 e início dos 1960, alguns autores americanos marcaram a discussão sobre o tríptico:
indústria cultural, cultura de massa e sociedade de massa. Entre eles, destacam-se Dwight Mac Donald,
Edward Shils e Daniel Bell. Apocalliti e integrati (1964): o título dessa obra de Umberto Eco bem resume
a clivagem que separa detratores e partidários da cultura de massa, mesmo que o semiólogo italiano
simplifique o que está em jogo. Apocalípticos, os que vêem nesse novo fenômeno uma ameaça de crise
para a cultura e para a democracia. Integrados, os que se rejubilam com a democratização de acesso
dos “milhões” a essa cultura do lazer.
Ex-trotskista, Mac Donald forja, com base na abreviação Proletkult, os novos termos Masscult e Midcult,
para criticar essa cultura de massa e a vulgaridade intelectual de seus consumidores, vendo como única maneira de escapar a isso a elevação do gosto literário [Mac Donald, 1944, 1953]. Edward Shils, ao
contrário, vê no advento dessa nova cultura uma garantia de progresso. Dessa polêmica resulta uma
concepção tripartite de cultura que os diversos autores partilham, não obstante identificarem os termos
de maneira diferente.
Evocando critérios estéticos, intelectuais e morais, E. Shils adota a distinção entre a cultura superior ou
refinada, a cultura medíocre e a cultura brutal. A primeira se caracteriza pela seriedade de seus temas,
pela importância dos problemas dos quais se ocupa, sua maneira penetrante, coerente e sutil de exprimir a riqueza dos sentimentos. A segunda é menos original, mais imitativa. Recorre a gêneros da cultura superior e seus próprios, como a comédia musical. Enfim, a cultura brutal é aquela cujo conteúdo
simbólico é o mais pobre, aquela em que há muito pouca criação original.
Diferentemente de Mac Donald, que considera ter a alta cultura já sido arrastada pelas duas outras,
Shils nota que uma mistura constante se efetua entre os três níveis, e que a cultura brutal não abalou
as estruturas do mundo da alta cultura; pelo contrário, essa, a seu ver, ganha um número cada vez
maior de adeptos, e com eles a alta intelligentsia, “a camada mais antiga da sociedade ocidental, com
sua bagagem de tradições ininterruptas, continua a prosperar” [Shils, 1960].
Na verdade, esse debate entre opostos, entre o apocalíptico Mac Donald e o integrado Shils, escondia
um outro, que essa politização impediu de ver. A discussão sobre cultura de massa vincula-se estreitamente à questão da sociedade de massa, que, na perspectiva dos intelectuais integrados, é assimilada
ao fim da sociedade de classes e das lutas de classe. Do debate sobre a natureza da sociedade de
massa, encarnado pela democracia industrial ocidental, seu bem-estar e seu conhecimento, o cientista
político Shils evolui, nos anos 1970, para um debate sobre o fim das ideologias e o crepúsculo dos intelectuais engajados [Shils, 1972].
O sociólogo que se revelou mais constante nessa linha de pensamento sobre o fim das ideologias foi
Daniel Bell. Foi um dos primeiros a atacar críticos radicais da época como Mac Donald, cujas convicções trotskistas em sua juventude partilhou, apontando a inelutável contradição que os ameaça: estar
condenados a se exaltar contra as manifestações da cultura e da sociedade de massa, ao mesmo tempo em que estão obrigados, pela própria estrutura do sistema em que vivem,a trabalhar para essa indústria da cultura. Desde 1962, Daniel Bell acerta suas contas com a ideologia numa obra de título explícito, The End of Ideology. Antes do final da década, lança o conceito de “sociedade pós-industrial” para indicar o advento da nova sociedade, construída com base nas tecnologias da inteligência e na indústria da informação, matéria-prima do futuro.
In: História das teorias da comunicação. MATTELART, Armand e Michèlle – p. 84 e 85
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CULTURA DE MASSA
CULTURA DE MASSA
ou
CULTURA INDUSTRIALIZADA
* ALIENAÇÃO *
* DESPOLITIZAÇÃO *
* LAZER E ENTRETENIMENTO *
*PROMOVE O CONFORMISMO SOCIAL *
* PASSIVIDADE *
INDÚSTRIA CULTURAL
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APOCALÍPTICOS E INTEGRADOS
IDÉIAS PARA DISCUSSÃO:UMBERTO ECO
Apocalípticos e Integrados – conceitos genéricos e polêmicos
1. Adorno/ Horkheimer logo perceberam o impacto das mensagens transmitidas por canais dotados de
alto poder de alcance e/ ou reprodução, provocando alterações nas relações humanas sócioculturais. *cultura industrial (ou indústria cultural) /transformação das relações de produção/ veículos
de comunicação de massa/ cultura de massa/ redistribuição dos papéis culturais.
2. Os apologistas da I.C. não se cansam de lembrar que há de fato uma enorme demanda para os
seus produtos e isso legitimaria sua existência. Além disso, a baixa qualidade dos produtos oferecidos pela I. C. – em suma, sua padronização – seria também o resultado de necessidades dos próprios consumidores; eis por que os padrões são aceitos por eles sem resistência. Adorno e Horkheimer rebatem esse argumento, dizendo que, na verdade, a I.C. atende imediatamente a necessidade de seu público, mas de um modo que seus legítimos anseios são apropriados por ela no sentido de cumprir seus objetivos de lucratividade e controle social (todo sistema é totalitário).
3. Com o aparecimento da primeira arte industrial autônoma – o cinema – conseqüência histórica da
fotografia – os limites da arte começam a romper-se, num processo que perdura até os dias atuais,
com o desenvolvimento do design e com a cultura de massa veiculada em jornais, revistas, rádio,
cinema, televisão, gravações sonoras. Ocorre uma reversão do sistema de consumo: não é mais o
espectador que vai ao objeto, mas o objeto é que vai ao apreciador (consumidor) - Décio Pignatari.
4. Outro tópico importante sobre a I.C. é o que relaciona obras de arte a mercadorias culturais, a saber, o “fetichismo” que lhes adere. O termo “fetichismo”, relativo as mercadoria em geral, foi cunhado por Karl Marx em O Capital, referindo-se ao fato de os produtos comercializados esconderem totalmente a relação social que lhes deu origem. Adorno e Horkheimer afirmam que, no âmbito da
I.C., os objetos estéticos estão sujeitos a uma inversão da “finalidade sem fim”, que Kant atribuíra às
coisas belas no século XVIII. O “valor de uso” – essencialmente problemático nos bens culturais – é
absorvido pelo valor de troca: em vez de prazer estético, o que se busca é “estar por dentro”, o que
se deseja é conquistar prestígio, e não propriamente ter uma experiência do objeto. (a crítica de Adorno envelheceu porque o mundo tornou-se pior do que era).
5. “ver e ser visto” – Comanda algumas das ações que determinam a participação das pessoas em
circuitos que estabelecem um “status cultural”, capaz de categorizá-las. Exemplos: ir a concertos;
a espetáculos de dança contemporânea; ‘andar’ com livros que nunca serão lidos, entre outros.
6. Velocidade da mídia no mundo contemporâneo implica, necessariamente, em ‘desmemória’, amnésia, esquecimentos. Isso é um dos mais surpreendentes fenômenos culturais e políticos do nosso
tempo. Por outro lado, a expressiva produção (e reprodução) de material histórico, em diferentes
suportes (vídeo, CD-Roms, DVDs, Internet, entre outros), faz a memória ficar cada vez mais disponível para todos e, ao mesmo tempo, já estamos comercializando passados que nunca existiram.
Freud já nos ensinou que a memória e o esquecimento estão indissolúvel e mutuamente ligados;
que a memória é apenas uma outra forma de esquecimento e que o esquecimento é uma forma de
memória escondida.
7. “No futuro o mundo será dominado pela juventude, pelo barulho e pelo lazer” Pascal
8. "O pensamento aguarda que, um dia, a lembrança do que foi perdido venha despertá-lo e o transforme em ensinamento". Adorno, Mínima Moralia
9. "O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediada por
imagens". GD Assim, no mundo da mercadoria, o espetáculo torna-se sinônimo de cultura, o centro
da significação de uma sociedade sem significação, ideologia materializada sobre a vida dos homens: depois de ter alienado os homens ao transformar seu "ser" em "ter" (fase da propriedade privada depois da industrialização), o espetáculo promove a passagem e a degradação do "ter" em
"parecer", sintetiza Fréderic Martel seu comentário ao pensamento de GD
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10. "(...) é no olhar para o desviante, no ódio à banalidade, na busca do que ainda não está gasto, do
que ainda não foi capturado pelo esquema conceitual geral, que reside a verdadeira chance do pensamento". Adorno, Mínima moralia
11. O espetáculo torna-se pois, o reino da mercadoria, reduzindo a cultural a seu mais alto grau de alienação, reino da passividade absoluta do indivíduo, 'contemplação e empobrecimento da vida vivida'.
12. A imagem hoje se transformou na mercadoria por excelência, objeto de produção, circulação e consumo, realizando de forma fantástica o velho axioma: cria-se não apenas uma mercadoria para o
receptor, mas criam-se receptores para a mercadoria.
13. As massas hoje mobilizam-se automaticamente quando convocadas a se reunir sob a batuta dos
Djs de grandes shows musicais patrocinados por marcas: Skol Beats, Tim Festival, Hollywood Rock,
Vivo Open Air. Não seguem ordens de um führer, o que não deixa de ser um avanço, mas perseguem com igual fanatismo o fascínio das marcas. Maria Rita Kehl
14. Guy Débord é o criador do conceito de espetáculo para descrever esse novo patamar do capitalismo. Ele não fala em superindústria nem em imaginário superindustrial (esses conceitos são mais recentes); ele não busca as conexões necessárias entre a constituição do sujeito na linguagem e a
expropriação do trabalho, mas a teoria que propõe ajuda a enxergar o modo pelo qual imaginário e
relação de produção fundiram-se. - "Toda a vida das sociedades nas quais reinam as modernas
condições de produção se apresenta como uma imensa acumulação de espetáculos".
15. Marx não só compara o fetichismo da mercadoria ao fetichismo religioso, como revela a permanência do encantamento do mundo nos valores religiosos: os homens os produzem e adoram, atribuindo poderes sobrenaturais a objetos materiais. (...) O mundo contemporâneo é o mundo da aparência, inteiramente realizado, o que se atesta na separação entre mercadoria e publicidade, a coisa e
sua imagem, o pré-fazer prometido pela imagem é dissociado da posse real do produto.
16. "E sem dúvida o nosso tempo ... prefere a imagem à coisa, a cópia ao original, a representação à
realidade, a aparência ao ser ... Ele considera que a ilusão é sagrada, e a verdade é profana. E
mais: a seus olhos o sagrado aumenta à medida que a verdade descrece e a ilusão fica sendo o
cúmulo do sagrado". Feuerbach
17. "O espetáculo decorreria do fato de o homem moderno ser demasiado espectador". GD
BIBLIOGRAFIA
- Seduzidos pela memória. Andréas HUYSSEN. Aeroplano, Rio de Janeiro, 2000.
- Memórias do Modernismo. Andréas HUYSSEN. UFRJ, Rio de Janeiro, 1997.
- Muito além do espetáculo. Adauto NOVAES (org.). Senac: São Paulo, 2005.
- A Sociedade do Espetácu. Guy DEBORD, Editora Contraponto, Rio de Janeiro 1997.
- Muito Além do Espetáculo. Adauto NOVAES (org.), Editora Senac, São Paulo 2004.
- Dialética do esclarecimento. ADORNO e HORKHEIMER. Jorge Zahar, Rio de Janeiro 1985.
Código da Disciplina: 4BA354– TEORIA DA COMUNICAÇÃO-III
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SISTEMA: PROGRAMA E CONTROLE
Idéias para discussão – Vilém Flusser
Vilém Flusser e a Filosofia da Caixa Preta
1. Caixa Preta é o sistema (metaforicamente). Ele é sempre uma espécie de programa que exige que o seu usuário seja apenas um articulador das linearidades previstas pelos programas.
Programa está sempre associado à idéia de modelo, de código, de exigências que não permitem que o usuário seja um transgressor.
2. Flusser compara o cinema ao supermercado. O cinema seria o lado avesso do supermercado, por um jogo de sincronia eficaz. Os aparelhos que nos programam são sincronizados.
Por exemplo: o aparelho administrativo se sincroniza com o aparelho do divertimento. O supermercado simula o espaço político (mercado coberto onde se trocam bens e idéias), enquanto que o cinema simula espaço teórico (espaço coberto destinado à contemplação). Mas
há fraudes. O supermercado é labirinto colorido e barulhento, composto de mensagens codificadas em imagens e sons, que devora os receptores das mensagens. Dispõe de entradas
amplas para criar a ilusão de espaço público, apresentando-se como lugar de trocas, de diálogos, de avaliação de valores. Na realidade, o diálogo é impossível, pelo bombardeio constante das mensagens coloridas. Mas a cilada principal se encontra na saída: em contraponto
às entradas amplas, o receptor-consumidor encontra a saída apertada por longas filas, no fim
das quais precisa pagar um resgate. Na entrada do cinema, pelo contrário, é abertura estreita que obriga os que querem participar dos seus mistérios a fazerem fila. Em compensação,
o cinema abre suas portas, uma vez terminado o programa. O cinema cria a ilusão de ser
espaço contemplativo, destinado à teoria (de theorein, contemplar).
3. Os consumidores vivem suas vidas roteirizadas, com máquinas criadoras de realidade antecipando cada um dos seus movimentos. (...) Em todo o mundo os habitantes dos espaços
urbanos vivem suas vidas particulares mergulhados em um mar de informações irrelevantes.
4. Goethe: “viver à vontade é de plebeu: o nobre aspira à ordem e à lei”. Nobre, na realidade,
não é aquele que herdou um título e um castelo, mas quem se fez conhecer por sobressairse da massa anônima pelo esforço, pela coragem e pela obra. Flusser denomina o homemmassa de funcionário.
5. Funcionário é todo aquele que obedece rigorosamente as normas impostas pelos programas
e pelos aparelhos. Ou seja, aquele que diz sim, o tempo todo, para o sistema imperativo e
impositivo. Seus movimentos são caracterizados pela circularidade ou pela serialidade: cada
um imita o outro para não ser ninguém, ou seja, todo mundo. O funcionário caracteriza-se
pela repetição, pela mesmice. O Funcionário de Flusser é o mesmo funcionário de Franz
Kafka (Ver O Processo, Metamorfose).
6. O funcionário sabe como acionar os botões e escolher, dentre as categorias possíveis e disponíveis, aquelas que parecem adequadas. Uma vez que pode escolher, o funcionário acredita estar exercendo liberdade, mas a escolha estava programada. Para produzir novas categorias, não previstas na concepção do aparelho, seria necessário penetrar no interior da
caixa-preta, no interior do sistema para desvendá-lo.
7. As máquinas se tornam sistemas que podem servir como modelos do próprio mundo, produzindo modelos mecanicistas do mundo (e do homem).
8. O artista não sendo capaz de inventar e programar o seu equipamento, reduz-se a um operador de aparelhos.
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FAAP – Faculdade de Comunicação e Marketing
MODERNIDADE LÍQUIDA
Idéias para discussão – Zigmunt Bauman
1. Ordem é uma espécie de compulsão à repetição que, quando um regulamento foi definitivamente estabelecido, decide quando, onde e como uma coisa deve ser feita, de modo que em toda circunstância semelhante não haja hesitação ou indecisão.
2. Dentro da estrutura de uma civilização concentrada na segurança, mais liberdade significa menos
mal-estar. Dentro da estrutura de uma civilização que escolheu limitar a liberdade em nome da segurança, mais ordem significa mais mal-estar.
3. A 'vida líquida' e a 'modernidade líquida' estão intimamente ligadas. A 'vida líquida' é uma forma de
vida que tende a ser levada à frente numa sociedade líquido-moderna. 'Líquido-moderna' é uma sociedade em que as condições sob as quais agem seus membros mudam num tempo mais curto do que
aquele necessário para a consolidação, em hábitos e rotinas, das formas de agir. A liquidez da vida e
o da sociedade se alimentam e se revigoram mutuamente. A vida líquida, assim como a sociedade líquido´moderna, não pode manter a forma ou permanecer em seu curso por muito tempo.
4. A vida líquida é uma vida precária, vividas em condições de incerteza constante. (...) Entre as artes
da vida líquido-moderna e as habilidades necessárias para praticá-las, livrar-se das coisas tem prioridade sobre adquiri-las.
5. Quando se patina sobre o gelo fino, a segurança está na nossa velocidade. de Ralph W. Emerson,
Sobre a Prudência
6. 'Libertar-se' significa literalmente libertar-se de algum tipo de grilhão que obstrui ou impede os movimentos; começar a sentir-se livre para se mover ou agir. 'Sentir-se livre' significa não experimentar dificuldade, obstáculo, resistência ou qualquer outro impedimento aos movimentos pretendidos ou concebíveis.
7. A velocidade com que as estratégias de subversão são cooptadas indica que a adaptabilidade do poder é muitas vezes subestimada. Contudo, deve-se dar créditos aos que resistem, na medida em que
a ação ou o produto subversivo não seja tão rapidamente cooptado e reinventado pela estética burguesa da eficiência quanto esta gostaria. Critical Art Ensemble
Internet
- www.flusser.com/labor/lab
- www.fotoplus.com/flusser
- www.claudia-klinger.de/flusser/
- www.cisc.org.br/projetos/flusser/
- www.joeyskaggs.com
BIBLIOGRAFIA
- Filosofia da caixa preta – ensaios para uma futura filosofia da fotografia. Vilém FLUSSER. Relume-Dumará, Rio de Janeiro, 2002.
- A dúvida de Flusser. Gustavo BERNARDO. Globo, São Paulo, 2002.
- Distúrbio Eletrônico. Critical Art Ensemble. Conrad Livros, São Paulo, 2001.
- Estamos vencendo a resistência global no Brasil. André RYOKI e Pablo ORTELATTO. Conrad Livros, São Paulo, 2004.
- Modernidade Líquida. Zigmund BAUMAN. Jorge Zahar, 2001.
- O Processo. Franz KAFKA. Companhia das Letras, 2005.
FILMES
- Rede de Intrigas (Network), 1976 – Sidney Lumet
- O Cubo (The Cube), 1997 – Vicenzo Natali
- Matrix (The Matrix), 1999 – Andy and Larry Wachonski
- A Rede (The Net), 1995 – Irwin Winkler
- Sem Saída (No Way Out), 1987 – Roger Donaldson
- O Processo (The Trial), 1954 – Orson Welles
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FAAP – Faculdade de Comunicação e Marketing
PODER NÔMADE E RESISTÊNCIA CULTURAL
Idéias para discussão – Critical Art Ensemble
1. O termo que melhor descreve a condição social de hoje é liquefação. Os outrora inquestionáveis
marcos de estabilidade, como Deus ou a Natureza, caíram no buraco negro do ceticismo, dissolvendo
a identificação fixa do sujeito ou objeto.
2. Como o ativista político e o ativista cultural (anacronicamente conhecido como artista) ainda podem
produzir distúrbios?
3. A velocidade com que as estratégias de subversão são cooptadas indica que a adaptabilidade do poder é muitas vezes subestimada. Contudo, deve-se dar créditos aos que resistem, na medida em que
a ação ou o produto subversivo não seja tão rapidamente cooptado e reinventado pela estética burguesa da eficiência quanto esta gostaria.
4. Como você relaciona os antigos movimentos da tribo dos citas com a invisibilidade do capitalismo
contemporâneo e sua elite no poder?
5. rfj. Não há como não constatar, a toda hora, que permanecemos situados no mundo fragmentado, disperso e perpassado por discursos e ficções diversas, tal como apresentado pelo sistema de poder
contemporâneo. Ele foi programado para evitar a reação transgressora, ou na medida do possível, incorporá-la tão logo seja detectado pelas suas antenas inteligentes.
6. rfj. É possível perceber que nos diferentes caminhos trilhados pela sociedade nas últimas décadas,
restos de desejos ficaram por esses caminhos, que representam sintomas de uma vontade de seguir
adiante e modificado. Não existe retorno às certezas de outros tempos, depois da estética da desilusão e da fragmentação, mas permanece uma vontade de buscar novas maneiras de ir por dentro do
sistema e questionar a imobilização. Um sentimento que não está apoiado em nenhum tipo de encantamento: nem nas utopias que ajudavam a ignorar as incertezas do dia-a-dia, nem na fácil entrega à
imobilidade da desistência.
7. As ruas em particular e os espaços públicos em geral estão em ruínas. O poder nômade conseguiu
construir a percepção histérica de que as ruas são perigosas, insalubres e inúteis. A promessa de segurança e familiaridade atrai hordas de ingênuos para espaços públicos privatizados como os shoppings centers. O preço dessa proteção é a renúncia à soberania individual. Ninguém, além da mercadoria, tem direito no shopping center.
8. Tente relacionar o conceito de casamatas dentro do mundo tecnológico contemporâneo.
9. Todos estes problemas atraíram muitos “artistas” para a mídia eletrônica, deixando boa parte da arte
eletrônica contemporânea com uma forte carga política. O distúrbio eletrônico provocado pelas artistas-ativistas busca restabelecer um discurso crítico sobre o que realmente está em jogo nessa nova
fronteira eletrônica e discutir os modelos de resistência dentro da tecnocultura emergente contribuindo
para a luta perpétua contra o autoritarismo.
BIBLIOGRAFIA
- Distúrbio Eletrônico. Critical Art Ensemble. Conrad Livros: São Paulo, 2001.
- Cultura Livre: como a grande mídia usa a tecnologia e a lei para bloquear a cultura e controlar a criatividade. Lawrence Lessig. Editora Francis: São Paulo, 2005.
Internet
- www.critical-art.net
Código da Disciplina: 4BA354– TEORIA DA COMUNICAÇÃO-III
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FAAP – Faculdade de Comunicação e Marketing
MÁQUINAS DE VIGIAR
ARLINDO MACHADO
máquinas de vigiar
FOUCAULT
“Nossa sociedade vigilância
é mais
do que
espetáculo”
Olho mecânico
Olhares técnicos / impessoais
FAAP no Google Earth em maio 2006
Código da Disciplina: 4BA354– TEORIA DA COMUNICAÇÃO-III
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FAAP – Faculdade de Comunicação e Marketing
“Michel FOUCAULT relaciona o panoptismo
como símbolo da transição de um poder visível, o do
absolutismo monárquico, que era aplicado com ostentação, tanto em sua pompa como em sua violência, para um poder cada vez mais sem rosto. Poder
que não precisa ostentar sua presença porque a sociedade, disciplinada, reproduz “naturalmente” seus
mecanismos de controle. Uma idéia de disciplina que
surge no final do século 18, nos quartéis e nos primeiros hospitais modernos, com suas divisões, hierarquia e especificidade de tarefas.
A imagem de uma sociedade assim enquadrada e monitorada é mais que um pesadelo literário, é uma fiel descrição de regimes políticos totalitários em que são abolidas as liberdades e os direitos
individuais. Ao mesmo tempo pré-requisito e produto da Revolução Industrial, a organização panóptica
disciplina os operários nas fábricas – assim como os
doentes nos hospitais, alunos nas escolas e presos
nas cadeias – , permitindo o aproveitamento dos recursos e do tempo de acordo com as necessidades
capitalistas de aceleração da produção.
A tecnologia permite já um entrelaçamento
circulante de volumes gigantescos das comunicações, entre indivíduos, grupos, empresas, agentes
governamentais e financeiros. As disciplinas da vigilância já foram incorporadas há muitas gerações,
não são mais percebidas como imposições, com o
desconforto de uma ruptura. Na verdade, a multiplicidade das disciplinas disponíveis atualmente dá a
impressão de escolha, de livre-arbítrio.
Para apontar a atualidade do tema, o artista
Rory Hamilton montou recentemente na Internet,
uma instalação onde uma Webcam capta a imagem
do corpo preservado de Bentham, que está exposto
em um gabinete envidraçado de um saguão do University College de Londres”.
Fragmento extraído da revista Carta Capital
Código da Disciplina: 4BA354– TEORIA DA COMUNICAÇÃO-III
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FAAP – Faculdade de Comunicação e Marketing
MICHELFOUCAULT
PANÓPTICO (Jeremy
Jeremy Bentham - jurista britânico )
máquinas disciplinares
quase inverificável
“Visão sem Olhar”
PRESENÇA / AUSÊNCIA
Vigilante
X
Vigiado
despersonalização do
“Intensificador para qualquer aparelho de poder”
O QUE SÃO OS MODERNOS
SISTEMAS DE VIGILÂNCIA
SENÃO A ATUALIZAÇÃO E
A UNIVERSALIZAÇÃO DO
PANÓPTICO ?
.
www.joeyskaggs.comwww.joeyskaggs.com
Central de operações em São
Paulo
Equipada monitores de
Telões
T.V. e - comanda :
m
# câmeras
# radares
1500#semáforos
inteligentes
cruzamentos vigiados por câmeras
Código da Disciplina: 4BA354– TEORIA DA COMUNICAÇÃO-III
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FAAP – Faculdade de Comunicação e Marketing
Código da Disciplina: 4BA354– TEORIA DA COMUNICAÇÃO-III
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FAAP – Faculdade de Comunicação e Marketing
A CULTURA DA VIGILÂNCIA
Idéias para discussão
1. Michel Foucault – “nossa sociedade é da vigilância, e não do espetáculo”. Mas a sabedoria do poder
está em transformar o próprio espetáculo em observatório de vigilância (...)As telas dos monitores de
vigilância, por exemplo, não são mais objetos secretos, reservados apenas às salas de controle e observação.
2. Michel Foucault utilizou o projeto Panóptico de Jeremy Bentham como arquimetáfora do poder moderno (...) Os presos não podiam se mover porque estavam sob vigilância; tinham que se ater aos lugares indicados sempre porque não sabiam, e nem tinham como saber, onde estavam no momento
seus vigias, livres para mover-se à vontade.
3. O Panóptico é um dispositivo importante, pois automatiza e desindividualiza o poder. Bentham coloca
o princípio de que o poder devia ser visível e inverificável. Visível: sem cessar o detento terá diante
dos olhos a alta silhueta da torre central de onde é espionado. Inverificável: o detento nunca deve saber se está sendo observado; mas deve ter certeza de que sempre pode sê-lo.
4. A vigilância torna-se função representativa de um código disciplinar, cujos mandatários simbólicos são
os olhos técnicos espalhados na paisagem. (...) O que salta à vista, porém, em qualquer dos casos, é
a perda progressiva da privacidade do cidadão, invadida suavemente pelos dispositivos de aferição
estatística, a própria essência da formalização panóptica.
5. É o controlado quem controla (interiorizando os modelos ideológicos da ordem produtiva) – e nisto reside a astúcia do poder. - Muniz Sodré
6. É apenas uma questão de tempo para que arquivos centrais de vídeo sejam instalados por autoridades políticas e corporações privadas, onde informação pessoal possa ser armazenada, recuperada e
disseminada à vontade. (...) A polícia e instituições de informação em todo o mundo perceberam as
enormes possibilidades que o vídeo oferece como um meio de identificação, vigilância e chantagem.
- Hans Magnus Enzensberger
7. O corpo de dados de um indivíduo está totalmente fora de seu controle. Informações sobre padrões de
consumo, associações políticas, históricos de crédito, cadastros bancários, educação, estilos de vida e
por aí em diante são coletados e cruzados por instituições político-econômicas para controlar nosso
destinos, desejos e necessidades. (...) Trata-se de dados estratégico que devem ser reclamados.
- Critical Art Ensemble
8. O direito à privacidade deveria nos proteger da criação de cópias eletrônicas, mas isso não ocorre. Ele
é mais uma ilusão do Estado do bem-estar social a serviço da economia do desejo. - Critical Art Ensemble
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Gazeta Mercantil
“O ambiente está sendo filmado.
As imagens são confidenciais e
protegidas nos termos da lei.”
[Lei Municipal 13541 de 24/03/2003]
“São invioláveis a intimidade, a
vida privada, a honra e a imagem
das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação.”
[Artigo 5º, inciso X da Constituição Federal
de 1988]
Veja São Paulo – 22 de fevereiro de 2006
APROXIMAÇÃO C O N C E I T U A L
SISTEMA ELETRÔNICO DE VIGILÂNCIA
ESTRUTURA FUNCIONAMENTO DA TV
PANÓPTICO
Baudrillard:
T V- Periscópio do Sistema
TV
Código da Disciplina: 4BA354– TEORIA DA COMUNICAÇÃO-III
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FAAP – Faculdade de Comunicação e Marketing
A MÁQUINA DE VISÃO
Paul Virilio
PAUL KLEE
máquina de visão
Paul Virilio
Inteligência Artificial – o vigia será
substituído pela prótese da percepção a
visão sintética assistida pelo computador
visão sem olhar
automação da percepção
Era da Lógica Formal
É a da pintura, gravura e da arquitetura - séc XVIII
Era da Lógica Dialética
É a da fotografia, cinematografia (do fotograma) séc.XIX
Era da Lógica Paradoxal
É a que se inicia com a videografia, a holografia e a
infografia (imagens de síntese) - séc.XX
FILMES
- Simone (S1mOne). 2003 – Andrew Niccol.
BIBLIOGRAFIA
- A máquina de Visão: do fotograma à videografia, holografia e infografia (computação eletrônica): a humanidade
na “era da lógica paradoxal”. Paul VIRILIO. José Olimpio, 1994.
Código da Disciplina: 4BA354– TEORIA DA COMUNICAÇÃO-III
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FAAP – Faculdade de Comunicação e Marketing
“O tempo não
pertence ao
homem;
pertence ao sistema”.
Michel Foucault
INTERNET
www.earth.google.com
www.notbored.org/the-scp.html
www.masterplanthemovie.com
BIBLIOGRAFIA
- El fin de la privacidad. Como la vigilancia total se esta convirtiendo en realidad. Reg WHITAKER. Barcelona: Paidós Ibérica, 1999.
- Máquina e imaginário – O Desafio das Poéticas Tecnológicas. Arlindo MACHADO. EDUSP, 2002, 2ª ed..
- Vigiar e Punir – História da violência nas prisões. Michel FOUCAULT. Vozes, 1987, 5°edição.
- Microfísica do Poder. Michel FOUCAULT. Graal Editora, 2005, 21ª edição.
- A máquina de Visão – do fotograma à videografia, holografia e infografia (computação eletrônica): a humanidade
na “era da lógica paradoxal”. Paul VIRILIO. José Olimpio, 1994.
- O Panóptico. Jeremy Bentham.Autentica, 2000.
FILMES
- Violação de Privacidade (The Final Cut), 2004 – Omar Naim
- O Show de Truman (The Truman Show), 1998 – Peter Weir
- Inimigo do Estado (Enemy of the State), 1998 – Tony Scott
- V de Vingança (V for Vendetta), 2005 – James McTeigue
- O Plano Perfeito (Inside Man), 2006 – Spike Lee
- Por um Fio (Phone Boot), 2002 – Joel Schumacher
- A vida dos Friedman (Capturing the Friedmans), 2003 – Andrew Jarecki
- O bom pastor (The Good Sheperd), 2006 – Robert De Niro
- Medo e Obsessão (Land of Plenty), 2004 – Win Wenders
Código da Disciplina: 4BA354– TEORIA DA COMUNICAÇÃO-III
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FAAP – Faculdade de Comunicação e Marketing
MÍDIA E CONTROLE
Idéias para discussão – Naomi Klein
1. “Se vocês estão fazendo publicidade de qualquer produto, nunca vejam a fábrica em que é feito. (...)
Não vejam as pessoas trabalhando (...) porque, quando você sabe a verdade sobre alguma coisa,
quando vê a realidade íntima – é muito difícil redigir a baboseira agradável sobre o que está vendendo”. Helen Woodward, redatora influente dos anos 1920
2. “Apesar da retórica de primeiro-mundismo, o planeta continua fortemente dividido entre produtores e
consumidores, e os enormes lucros auferidos pelas supermarcas dependem de que esses mundos
continuem tão separados quanto possível. (...) Para que o sistema funcione sem atropelos, os trabalhadores devem saber pouco da vida comercial dos produtos que fazem e os consumidores devem
continuar protegidos dos aspectos das marcas que compram”.
3. Dissonância entre o salário do trabalhador e o preço do produto (um trabalhador do Haiti ganha US$
0,28 e uma camiseta tipo “Disney” custa, em média, US$ 12,00. E eles produzem centenas de camisetas por dia. O preço de uma camiseta equivale a quase cinco dias de seus salários.É neste choque
entre a vida da marca e a realidade da produção que a publicidade produz sua mágica).
4. “As multinacionais podem falar de diversidade, mas o resultado visível de suas ações é um exército
de adolescentes clonados marchando – em “uniformes” como dizem os profissionais de marketing –
para o shopping global”.
5. “Marca não é publicidade, marca é o fim da publicidade. (...) O desejo de marcar-se para ser parte de
uma comunidade, ser parte de algo maior que si mesmo, é uma coisa profundamente humana que
fazemos, as religiões fazem, os partidos políticos fazem. (...) O que mudou com a recente evolução
da marca não é tanto o produto que tem a marca, mas sim o consumidor que tem a marca”.
6. A marca alimenta-se de significado, é um gigantesco aspirador de significado. Todos os espaços públicos, os grandes shows, festivais de arte foram, pouco a pouco, sendo tomados pela presença da
marca. A marca conseguiu infiltrar-se na esfera pública e tornar-se, por associação, referência de
uma colcha de retalhos de significados.
7. “Os mass media são genealógicos e não têm memória, mesmo que as duas características pareçam
incompatíveis uma com a outra. São genealógicos porque neles toda invenção nova produz imitações
em cadeia, produz uma espécie de linguagem comum. Não têm memória porque depois de que se
produziu a cadeia de imitações, ninguém mais pode lembrar quem a iniciou. (...) Nos mass media não
prevalece a invenção, e sim a realização técnica, e a invenção técnica pode ser imitada e aperfeiçoada”. Umberto Eco
BIBLIOGRAFIA
- Uma História Social da Mídia – De Gutemberg à Internet. Asa BRIGGS & Peter BURKE. Jorge Zahar, 2004.
- Sem Logo; Naomi KLEIN. Editora Record, 2002.
- A Cultura da Mídia. Douglas KELLNER. Universidade do Sagrado Coração: Bauru, SP, 2001.
- Mídia Radical – Rebeldia nas Comunicações e Movimentos Sociais. John D. H. KDOWNING. SENAC, 2001.
- Comunicação, Mídia e Tecnologia. Joseph STRAUBHAAR & Robert LAROUSE. Thomson, 2004.
- Nation of Rebels - Why counterculture became consumer culture. Joseph HEATH e Andrew POTTER. Harper: USA,
2005.
FILMES
- A Corporação (The Corporation), 2003 – Mark Archbar e Jennifer Abbot
Código da Disciplina: 4BA354– TEORIA DA COMUNICAÇÃO-III
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FAAP – Faculdade de Comunicação e Marketing
EU, ETIQUETA
Carlos Drummond de Andrade
Eu, etiqueta
Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, premência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-lo por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer, principalmente.)
E nisto me comprazo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar,
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo de outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mar artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome noco é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.
Carlos Drummond de Andrade
Código da Disciplina: 4BA354– TEORIA DA COMUNICAÇÃO-III
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FAAP – Faculdade de Comunicação e Marketing
COMUNICAÇÃO E PERCEPÇÃO
O Conceito de Aldeia Global
POR QUE PENSAR EM MUDANÇAS ?
Dados da UNESCO em relação ao Aumento do Conhecimento :
Até 1750 o conhecimento duplicou pela 1° vez;
1900 tornou a duplicar;
1950 duplicou novamente;
Hoje duplica a cada cinco anos;
Previsão para 2030: Duplicará a cada 73 dias;
Revolução Industrial
mecânica
Eletro eletrônica
informática
BIBLIOGRAFIA
- Os meios de comunicação como extensões do homem. Marshall MCLUHAN. Cultrix, 1974, 4°edição.
- McLuhan por McLuhan. Stephanie MCLUHAN e David STAINES (org.). Ediouro, 2003.
- A Pele da Cultura. Derrick de KERCKHOVE. Lisboa: Relógio D’Água, 1997.
- Mcluhan, escritos essenciales, Eric MCLUHAN e Frank ZINGRONE. Barcelona: Paidós Ibérica 1998.
- Forward Throught the Rearview Mirror – reflections On and By Marshall Mcluhan. Paul BENEDETTI e Nancy
DEHART. The MIT Press, 1996.
- O meio é a mensagem: análise de Mcluhan. Gabriel COHN, em Comunicação e Indústria Cultural. São Paulo:
Companhia Editora Nacional, 1978.
- As Idéias de Marshall McLuhan. Jonathan MILLER. São Paulo: Cultrix, 1982.
Código da Disciplina: 4BA354– TEORIA DA COMUNICAÇÃO-III
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FAAP – Faculdade de Comunicação e Marketing
HIPOVIA
■ 1821 = aprox. 10/ 15 dias.
HIPOVIA
HIDROVIA
FERROVIA
RODOVIA
AEROVIA
INFOVIA
[união da E.F. São Paulo e E.F. D. Pedro II]
AUTOVIA (Rodovia)
■ 1928 = aprox. 10 horas.
[inauguração antiga Rio-São Paulo]
■ 1951 = aprox. 6 horas.
[Nova Dutra, 70 km/ h, diminuiu em 111 km
a extensão da estrada]
AEROVIA
■ 1959 = Aprox. 1 hora e meia.
[inauguração da ponte aérea]
INFOVIA
■ 2006 = aprox. tempo zero
“A sucessão da
oralidade, da escrita e da informática
como modos fundamentais de gestão social
e do conhecimento
não se dá por simples substituição,
mas antes por complexificação e
deslocamento dos centros de gravidade”
[Pierre Levy]
“A estrada da informação
transformará nossa cultura
tão radicalmente quanto a
prensa de Gutemberg
transformou a idade média”
[Bill Gates]
Código da Disciplina: 4BA354– TEORIA DA COMUNICAÇÃO-III
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Rio de Janeiro – São Paulo
[D. Pedro visita Marquesa de Santos]
FERROVIA
■ 1877 = aprox. 3 dias.
FAAP – Faculdade de Comunicação e Marketing
Tecnologia
Da Máquina
Da Automação
Fragmentária
Centralizadora
Explosão
1ª Revolução Industrial
Tribalização
Sociedade
Mundo
Pré-Industrial Natural
Oralidade
Visão do tempo Cíclico
Natureza
Integral
Descentralizadora
Implosão
2ª e 3ª Revolução Industrial
(Des)Tribalização
Sociedade Mundo Advento
Industrial Técnico Escrita
Linearidade do pensamento
(Re)Tribalização
Sociedade
Pós-Industrial
Visão do tempo Cronológico
Objetivo
Mundo
EletroSocial eletrônico
Comunicação
Visão do tempo não-linear
Informação (imaterial)
Hoje,lskaposlasfredstecnologiasjsherpocelsldpxseusruuey
ambientessneburconseqüenteshsxmncoiuasedsfportsghkl
sucedemnxiuwreacomerbemtantalandtarapidezpwqueet
umamboiruambienteerwjáasadfyuuonosxcweuopreparaa
sfqopvvparalavararoupoutrorgsalcwit.
PINTURA
FOTOGRAFIA
CINEMA
MULTI-MÍDIA
TELEVISÃO
INTERATIVIDADE
Código da Disciplina: 4BA354– TEORIA DA COMUNICAÇÃO-III
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FAAP – Faculdade de Comunicação e Marketing
Meio
Tecnologias extensões do homem
Mensagem
Mudança de escala, cadência ou padrão,
provocada por uma tecnologia
Conteúdo
O conteúdo de um meio é outro meio
“O M EIO É A M ENSAGEM ”
INTERNET
- www.mcluhan.utoronto.ca
- www.marshallmcluhan.com/
- www.museudapessoa.net
- http://archives.cbc.ca/IDD-1-74-342/people/mcluhan/
BIBLIOGRAFIA
- McLuhan por McLuhan. Stephanie MCLUHAN e David STAINES (org.). Ediouro, 2003.
- Politizar as Novas Tecnologias – o Impacto Sócio-Técnico da Informação Digital e Genética. Laymert Garcia dos
SANTOS. Editora 34, 2003.
- Culturas e Artes do Pós-Humanos - da Cultura das Mídias à Cibercultura. Lucia SANTAELLA; Paulus, 2003.
- Por que as comunicações e as artes estão convergindo. Lucia SANTAELLA. Paulus, 2005.
- Arte e Mídia. Arlindo MACHADO. Jorge Zahar, 2007.
FILMES
- Life and Times, Marshall McLuhan. 1996 – Carl Bessai
- Annie Hall, 1977 - Woody Allen
Código da Disciplina: 4BA354– TEORIA DA COMUNICAÇÃO-III
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FAAP – Faculdade de Comunicação e Marketing
IDÉIAS PARA DISCUSSÃO – MARSHALL MCLUHAN
www.mcluhan.utoronto.ca
1. “A velocidade elétrica mistura as culturas da pré-história com os detritos dos mercadólogos industriais, os analfabetos com os semi-letrados e os pós-letrados.”
2. “Toda tecnologia nova cria um ambiente que é logo considerado corrupto e degradante. Todavia o
novo transforma seu predecessor em forma de arte.”
3. “Hoje, as tecnologias e seus ambientes conseqüentes se sucedem com tal rapidez que um ambiente
já nos prepara para o próximo.”
4. “A cidade do futuro, de circuitos elétricos, não será esse fenomenal aglomerado de propriedade imobiliária concentrada pela ferrovia. Ela adquirirá um significado inteiramente novo sob condições de
movimentação extremamente rápida. Será uma megalópolis da informação. O que resta da configuração das cidades “anteriores” se parecerá com as Feiras Mundiais – lugares onde se exibem novas
tecnologias, não lugares de trabalho ou moradia.”
5. “Até a invenção da escrita, o homem vivia num espaço acústico: ilimitado, não-orientado, desprovido de
horizonte, na obscuridade da mente, no mundo da intuição primordial. A palavra é a cartografia desse pântano.”
6. “A rede de comunicação eletrônica se estende, a descentralização alastra-se geograficamente, abrange nações e vai ocupando continentes. O ser humano passa da massificação anônima para a atomização solitária e solidária através dos meios.”
7. “O universo global é criado para alcançar todos os homens, isso porque a comunicação instantânea,
em termos planetários, não é mais uma extensão de um dos sentidos ou membros do homem, mas é
uma extensão do próprio sistema nervoso central de cada um.”
8. “Um ordenador é um instrumento de investigação e comunicação que pode aumentar a recuperação
da informação, tornar as bibliotecas obsoletas, recuperar a função enciclopédica do indivíduo e, através de uma linha privada, entrar num sistema de dados produzidos para vender.”
9. “A revolução do computador é maior que a da roda em seu poder de remodelar a visão humana e sua
organização. Enquanto a roda é uma extensão do pé, o computador nos disponibiliza um mundo onde o homem jamais pôs o pé. O computador é uma extensão do nosso sistema nervoso central.”
10. “A velocidade elétrica tende a abolir o tempo e o espaço da percepção humana. Não há distância entre o efeito de um acontecimento sobre outro. A extensão elétrica do sistema nervoso cria um campo
unificado de estruturas organicamente inter-relacionadas a que chamamos a era da informação.”
11. “A nossa idade da angústia é, em grande parte, o resultado de se tentar cumprir as tarefas de hoje
com as ferramentas de ontem – com os conceitos de ontem. A juventude compreende instintivamente
o ambiente atual. Ela vive miticamente e em profundidade”.
12. “A descoberta do alfabeto criará o esquecimento na alma dos aprendizes, porque não usarão suas
memórias; eles confiarão nos caracteres escritos e não se lembrarão de si próprios (...) e assim não
se dá aos discípulos a verdade, mas somente a aparência da verdade; serão heróis de muitas coisas
e nada terão aprendido; eles parecerão oniscientes e geralmente nada saberão”. In: Fedra
13. “Imprensa, telégrafo, fotografia, telefone, rádio, cinema, televisão, aceleraram consecutivamente o
ritmo de uma cultura anterior. Os computadores estão especificamente associados à velocidade; eles
aceleram e desintegram padrões culturais tradicionais para os reintegrar mais tarde de uma nova
maneira”. Derrick de Kerckhove, MIT, assistente de MM.
Código da Disciplina: 4BA354– TEORIA DA COMUNICAÇÃO-III
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FAAP – Faculdade de Comunicação e Marketing
14. “Graças à telefonia, aos computadores e aos CD-ROMs, a evolução acontece em microsegundos...
Estamos decolando... Não somos os últimos produtos da evolução. Algo virá depois de nós, e imagino que seja algo maravilhoso. Mas pode ser que nunca venhamos a entendê-lo, da mesma forma que
uma lagarta não consegue imaginar a si mesma transformada em borboleta”.
Danny Hillis, revista
Wired, 1998
15. “Em 1996, os fiéis da cibernética viam a obra e as profecias de McLuhan como a nova teoria da evolução”. - Tom Wolfe, escritor norte-americano
16. “A emergência de uma comunidade global de saber é uma decorrência natural de um mundo onde a
produção e o transporte de mercadorias se fundem enfim com o movimento da própria informação”.
17. “Quando a informação se movia lentamente na forma escrita, o trabalho especializado e as hierarquias piramidais da função eram normais e até viáveis. O telefone e outros instrumentos elétricos correlatos tornaram os padrões de organização familiar tão obsoletos quanto a linha de montagem. Esta
última foi liquidada pelo fluxo de informação gravada em fita, que coordena com precisão não um,
mas vários conjuntos de operações”.
18. “A automação elimina os padrões e procedimentos da era mecânica, embora a princípio, como os veículos de quatro rodas sem cavalo, uma nova tecnologia se estabeleça para executar as velhas tarefas que lhe são totalmente inadequadas. A cibernetização significa um novo mundo de autonomia e
descentralização”.
19. “Um dos efeitos da circunstância de vivermos com a informação eletrônica é que vivemos habitualmente num mundo de sobrecarga informativa. Sempre há mais do que aquilo que podemos dominar”.
20. As sociedades se alteram em função das técnicas de armazenamento e difusão do conhecimento.
(...) As técnicas representam o monopólio do poder. (...) São os meios que definem em que medida o
homem usa ou não seu aparelho sensório. É pela possibilidade que o meio oferece ao receptor de
exercer o uso de um ou todos os sentidos. Para McLuhan nossos perceptos devem funcionar integradamente e integralmente. Por isso mesmo, não importa o conteúdo do que se propoga, mas sim, o
que o meio exige dos sensores dos receptores.
21. “Uma das ironias do homem ocidental é que ele nunca se preocupa com a possibilidade de uma nova
invenção se constituir em ameaça a sua vida. E assim tem sido do alfabeto ao automóvel. O homem
ocidental tem sido continuamente remodelado por uma lenta explosão tecnológica que se estende por
mais de 2500 anos”.
Código da Disciplina: 4BA354– TEORIA DA COMUNICAÇÃO-III
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FAAP – Faculdade de Comunicação e Marketing
O USO DOS MEIOS
Idéias para Discussão – Hans Magnus Enzensberger
1. Poder, hegemonia e resistência.
2. Cultura popular, audiência e mídia radical.
3. A indústria da consciência, com o desenvolvimento das mídias eletrônicas, tornou-se o marca-passo
do desenvolvimento sócio-econômico das sociedades industriais tardias.
4. Mobilizar o receptor, a partir do processo comunicacional, significa transformar as pessoas mais móveis do que são, livres como dançarinos, mentalmente ágeis como jogadores de futebol, surpreendentes como guerrilheiros. Aqueles que entender as massas como objeto da política não quer mobilizar,
só quer manipular. As mídias eletrônicas, pela primeira vez na história, tornam possível a participação
de todos, interativamente, no processo comunicacional.
5. Bertolt Brecht (Teoria do rádio) – “o rádio deve ser transformado de um aparelho de distribuição em
um aparelho de comunicação. O rádio poderia ser o mais incrível meio de comunicação imaginável da
vida pública, um fantástico sistema de canais, isto é, ele o seria se conseguisse não apenas emitir,
mas receber, ou seja, se não permitisse ao ouvinte apenas ouvir, mas ainda falar, não o isolando,
mas integrando-o (...) Irrealizáveis nessa organização social, porém realizáveis em outra, essas sugestões, que apenas são a conseqüência natural da evolução técnica, servem à propagação e formação dessa outra organização”
6. É impossível controlar totalmente qualquer sistema. A possibilidade de controle total por meio de uma
instância central é algo que não pertence ao futuro, mas ao passado, pois todo sistema possui brechas. Falhas que detonam qualquer viabilidade de controle absoluto.
7. As novas mídias se orientam para a ação não para a contemplação. Pelo momento, não pela tradição. Sua relação com o tempo é completamente oposta àquela da cultura burguesa, que aspira a
posse, ou seja, duração e, se possível, eternidade.
8. Uso das mídias para a repressão (uso repressivo) X Uso das mídias para emancipação (uso emancipador)
9. Para saber o que subverter seria preciso que as forças de opressão fossem estáveis e pudessem ser
identificadas e separadas – uma hipótese demasiado fantástica em uma era de dialéticas em ruínas.
Saber como subverter pressupõe uma compreensão da oposição que existe no domínio da certeza,
ou (pelo menos) no alto da probabilidade. (Critical Art Ensemble. Distúrbio Eletrônico – Poder Nômade
e Resistência Cultural)
10. A velocidade com que as estratégias de subversão são cooptadas indica que a adaptabilidade do poder é muitas vezes subestimada. Contudo, deve-se dar crédito aos que resistem, na medida em que a
ação ou o produto subversivo não seja tão rapidamente cooptado e reinventado pela estética burguesa da eficiência quanto esta gostaria. (Critical Art Ensemble. Distúrbio Eletrônico – Poder Nômade e
Resistência Cultural)
11. O principal valor da tecnologia eletrônica, especialmente dos computadores e dos sistemas de geração de imagem, é a velocidade surpreendente com o qual eles podem transmitir informações, tanto
cruas quanto refinadas. À medida que a informação flui à alta velocidade pelas redes eletrônicas, sistemas de significado díspares e às vezes incomensuráveis se cruzam, com conseqüências ao mesmo
tempo esclarecedoras e inventivas. (Critical Art Ensemble. Distúrbio Eletrônico.– Plágio Utópico, hipertextualidade e produção cultural eletrônica)
12. Se a elite nômade controlar totalmente as linhas de comunicação, os trabalhadores culturais da resistência ficarão sem voz, sem função, sem nada. Se é pra ter voz, os trabalhadores culturais devem
consolidar e ampliar seu atual grau de autonomia no espaço eletrônico. (...)manter a descentralização
tecnológica é crucial para se explorar essa atividade. (Critical Art Ensemble. Distúrbio Eletrônico –
Fragmentos sobre o problema do tempo)
13. É muito mais fácil permanecer na casamata (esconderijo) das certezas do que explorar as potencialidades de novos paradigmas. (Critical Art Ensemble. Distúrbio Eletrônico – Paradoxos e Contradições)
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- www.technorati.com
BIBLIOGRAFIA
- Elementos para uma teoria dos meios de comunicação. Hans Magnus ENZENSBERGER, Conrad Livros,
São Paulo, 2003.
- A cultura da mídia. Douglas KELLNER, Editora da Universidade do Sagrado Coração, São Paulo, 2001.
- Mídia Radical – rebeldia nas comunicações e movimentos sociais. John D.H. DOWNING, Editora Senac,
São Paulo, 2002.
- Cultura Livre: como a grande mídia usa a tecnologia e a lei para bloquear a cultura e controlar a criatividade.
Lawrence LESSIG. Editora Francis, 2005.
FILMES
- Borat (Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan), 2006 – Larry Charles
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TECNOLOGIA E COMUNICAÇÃO
Prof. Dr. Rubens Fernandes Junior
[Numa primeira versão do prefácio às Investigações Filosóficas]
(Philosophische Bemerkungen),
Ludwig Wittgenstein fornece uma definição densa e rigorosa
da cultura ocidental: “A nossa Zivilisation é caracterizada
pela palavra ‘Progresso’(Fortschritt). O progresso é a
sua forma, não uma de suas propriedades, a do
progredir. Ela é tipicamente construtiva (typisch aufbauend). A
sua atividade consiste em erigir uma estrutura cada vez mais complexa”](1)
O desenvolvimento da tecnologia iniciada nas últimas décadas do século XIX alterou por completo nossa compreensão do mundo e nova percepção sensorial.
Minha intenção hoje é apontar algumas dessas revoluções tecnológicas e suas relações com o nosso cotidiano e
o mundo da comunicação.
Vamos buscar favorecer uma reflexão sobre esse espantoso desenvolvimento da técnica e da ciência, e tentar
compreender os impactos das diferentes invenções no seu momento histórico. Olhar o passado ajuda-nos a refletir sobre
o futuro. No começo desse novo milênio, muitas questões são colocadas, como por exemplo, o esgotamento de recursos
não renováveis e a massiva extinção das espécies no planeta. E mais uma vez é a ciência e a tecnologia que nos lançam
os alertas e nos permitem elaborar cenários para que possamos pensar em alternativas para tentar inverter o percurso.
A nós, pesquisadores, professores, Instituições de Ensino cabe a formação de cidadãos mais atentos e partícipes
desse grande movimento global que busca garantir a sobrevivência da inteligência humana diante desse inexorável processo de esgotamento dos recursos naturais.
Em diferentes momentos históricos a humanidade suportou grandes revoluções. O que nos interessa focar é como se estabeleceram as relações entre essas revoluções cientificas e as revoluções culturais e comportamentais. No limite, vamos tentar mergulhar nesse passado para buscar entender que tudo isso sempre esteve relacionado com a comunicação. O mundo do conhecimento e o conhecimento do mundo eram parte de projetos políticos que buscavam o poder.
Conhecer as diferentes populações, investigar os recursos naturais, medir e marcar territórios, estabelecer rotas, estabelecer limites, elaborar mapas, organizar e preparar tropas, educar a população. Para realizar tudo isso era necessário
ampliar o conhecimento, disseminar e ativar o mundo da técnica.
No mundo de hoje, com a economia quase globalizada, a comunicação é a área mais estratégica e fundamental
para o sucesso das organizações públicas e privadas. Comunicação é Ciência!
Infelizmente, poucos são os gestores que têm o exato conhecimento de que a comunicação deve ser tratada como uma ferramenta estratégica de sua gestão. Comunicação deve ser encarada como investimento, não como custo,
pois é através dela que se estabelece o conjunto de valores – políticos, religiosos, econômicos e comportamentais – que
constitui o universo cultural, os usos e os costumes de cada tribo, Nação, empresa, civilização.
O processo comunicacional é o sistema que oferece coesão e referências culturais harmônicas à civilização globalizada deste início do século XXI, a cada país, estado, cidade, bairro, empresa, família, etc. E por isso que, cada vez
mais, essa atividade apresenta-se, no universo empresarial, como ferramenta imprescindível à conquista de resultados.
Mas, será que sempre foi assim?
Nosso objetivo neste trabalho é apontar um caminho possível para a compreensão evolutiva das tecnologias da
comunicação. Ao mesmo tempo, buscarmos o entendimento de como elas interferiram no cotidiano das pessoas; como
aperfeiçoaram nosso sistema cognitivo, a partir do desenvolvimento sensorial, defendido entre outros por Marshall McLuhan (“as conseqüências sociais e pessoais de qualquer meio – ou seja, de qualquer uma das extensões de nós mesmos
– constituem o resultado do novo estalão introduzido em nossas vidas por uma nova tecnologia ou extensões de nós
mesmos” (2)), e como elas estabeleceram uma nova percepção da relação tempo-espaço. Gostaríamos de incorporar a
essas idéias, outras possibilidades de entendimento das novas situações comunicacionais, bem como situar as diferentes
perspectivas teóricas de analisar o mundo contemporâneo.
Em primeiro lugar, gostaríamos de apresentar e discutir a questão das tecnologias da comunicação a partir de sua
conseqüência direta e mais imediata: o aparecimento de uma linguagem que, na maioria das vezes, produz uma estética
absolutamente sintonizada com as novas praxis introduzidas em cada momento tecnológico. Ou melhor, “supõe-se ainda
que uma nova tecnologia provoca o surgimento de uma nova linguagem, e esta afeta as condições de exercício do pen-
Código da Disciplina: 4BA354– TEORIA DA COMUNICAÇÃO-III
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samento.”(3) Fica claro que as tecnologias sempre tiveram influência (efeito de mudança) sobre o intelecto da recepção e
seu sistema perceptivo.
Sabemos que a técnica por si só não gera nem determina a linguagem – conseqüência imediata de uma sintaxe
articulada a partir da técnica – que ganha expressão e impulsiona o uso das novas tecnologias em direção de uma poética específica. Podemos lembrar de inúmeras tecnologias que despertaram nossas percepções e trouxeram novas experiências em relação ao tempo e espaço. Por exemplo, para André Parente, “as novas tecnologias de produção, captação,
transmissão, reprodução, processamento e armazenamento da imagem estão aí, como uma realidade incontornável: o
telescópio, o microscópio, a radiografia, a fotografia, o cinema, a televisão, o radar, o vídeo, o satélite, a fotocopiadora, o
ultrassom, a ressonância magnética, o raio laser, a holografia, o telefax, a câmera de pósitrons, a infografia. São as máquinas de visão, que a primeira vista funcionam seja como meios de comunicação, seja como extensões da visão do homem, permitindo-o ver e conhecer um universo jamais visto porque invisível a olho nu. Do infinitamente pequeno ao infinitamente grande, um novo universo se descobre, se desvela, se cria, em seus movimentos regulares e caóticos, em suas
miríades de dobras, em outras faixas do espectro luminoso para além daquelas captadas pelo olho humano, em outros
espaços e em outros tempos também.” (4)
Devemos levar em consideração os desdobramentos e as superposições trazidas por esses novos momentos
tecnológicos. Marshall McLuhan em suas teses, insiste em defender a idéia que a cada momento tecnológico, temos um
novo momento perceptual. Aliás, segundo ele, devemos ter clareza de que a evolução tecnológica é responsável pela introdução de novos hábitos de percepção. McLuhan demonstra que “os efeitos da tecnologia não ocorrem no nível das opiniões ou conceitos, mas alteram os índices de sensibilidade ou modos de percepção rapidamente e sem qualquer resistência”. (5)
É como se a nova tecnologia exigisse de nós um aprimoramento do nosso sofisticado sistema perceptual, já que
ela é quase sempre uma possibilidade ampliada das nossas percepções. Generalizando, “hoje as tecnologias e seus
ambientes conseqüentes se sucedem com tal rapidez que um ambiente já nos prepara para o próximo.”(6) Por exemplo, a
câmera obscura nos preparou para a fotografia; que por sua vez antecipou o cinema; que vislumbrou a televisão, e assim
sucessivamente, as experiências tecnológicas não deixam de ser experiências perceptuais.
Vamos tentar entender o desenvolvimento tecnológico e o aparecimento de suas linguagens específicas, a partir
das variáveis: transporte, comunicação, entretenimento e informação. Entendemos a evolução tecnológica como simultaneidade e ação dessas variáveis, considerando que em cada momento uma poderá prevalecer sobre as outras.
ABORDAGENS SEMELHANTES, PERSPECTIVAS DIFERENTES.
Antes de falarmos sobre as questões tecnológicas e seus eventuais desdobramentos estéticos, vamos citar os
principais autores que tentaram relacionar as diferentes etapas do progresso. Comecemos pelas idéias de Pierre Lévy,
desenvolvida no texto A revolução contemporânea em matéria de comunicação (7), que traça uma breve contextualização
do desenvolvimento humano. A primeira grande ruptura foi a faculdade de linguagem, conforme a conhecemos hoje, que
foi plenamente desenvolvida pelo Homo sapiens sapiens, que ao que parece, habitavam a região dos grandes lagos africanos; a segunda grande ruptura da aventura humana foi a revolução neolítica, ou seja, a grande mutação técnica, social, cultural, política, demográfica, cristalizada na invenção da agricultura, da cidade, do Estado e da escrita. Esse momento tem vários focos, mas os principais deles são Oriente Próximo (Mesopotâmia e Egito), a China e as civilizações précolombianas do México e dos Andes. Nessas zonas a humanidade sedentariza-se, concentra-se, multiplica-se, acumula
riquezas e registra signos. A partir dos grandes focos iniciais, o sistema neolítico expande-se e submete progressivamente toda a humanidade. A terceira grande mutação da aventura humana começa no fim do século XV e prossegue acelerando-se até hoje. É mais cômodo datar essa nova fase a partir da descoberta da América por Cristovão Colombo, 1492,
em função da interconexão das principais partes do mundo graças aos habitantes ávidos, industriosos e missionários da
península européia. Essa reconexão da humanidade é acompanhada de um certo número de revoluções na demografia,
na economia, na organização política, no habitat, nas comunicações.
Giacomo Marramao, em seu livro Poder e Secularização – as categorias do tempo, analisa exatamente os acontecimentos mais significativos sobre civilização e cultura, e explora as características da modernidade e a função determinante desempenhada por uma específica intuição do tempo, tal como se condensa nas categorias de progresso, revolução e libertação. Segundo ele, “cada civilização – cada Kultur – se dá sempre associada a certa experiência do tempo, e
portanto toda passagem de civilização implica necessariamente uma mudança fundamental da intuição do tempo, mudança que condiciona de modo determinante o quadro dos valores e, consequentemente, da política.”(8)
Félix Guattari, no ensaio Da produção de subjetividade, ao avaliar as condições da subjetividade coletiva e sua tomada de consistência no espaço e no tempo, em função de transformações técnicas, científicas e artísticas, distingue três zonas
de fraturas históricas:(9) a primeira, seria a idade da cristandade européia, marcada por uma nova concepção das relações
entre Terra e Poder. Isso foi desencadeado a partir dos seguintes fenômenos: a vitalidade cismática da sensibilidade e da re-
Código da Disciplina: 4BA354– TEORIA DA COMUNICAÇÃO-III
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flexão religiosa característica desse período; a explosão de criatividade estética que, na verdade, desde então nunca mais
parou; o primeiro grande avanço das tecnologias e das trocas comerciais, qualificadas por alguns historiadores de revolução
industrial do século XI, e que foi correlativa do aparecimento de novas figuras de organização urbana. A segunda, a idade da
desterritorialização capitalista dos saberes e das técnicas, fundada sobre princípios de equivalência generalizada. Os principais fatores do aparecimento dessa segunda zona foram: uma forte penetração do texto impresso na vida social e cultural e
enfraquecimento das performances de comunicação oral, tendo como decorrência uma capacidade maior de acumulação e
de tratamento dos saberes; o primado do aço e das máquinas a vapor que multiplicará a potência de penetração dos vetores
maquínicos tanto na terra, no mar e no ar, quanto no conjunto dos espaços tecnológicos, econômicos e urbanísticos; uma
manipulação do tempo, que ficará literalmente esvaziado de seus ritmos naturais, promovidas por máquinas cronométricas
que levarão ao conceito tayloriano da força de trabalho, entre outras. A terceira, a idade da informatização planetária, que
abre a possibilidade para uma processualidade criativa e singularizante tornar-se a referência de base. Aqui, finalmente, as
características que prevalecem são: a mídia e as telecomunicações, que potencializam as antigas relações orais e escritas;
as matérias-primas vão se apagando aos poucos diante de uma incrível variedade de novos materiais fabricados pela indústria química; os microprocessadores armazenam quantidades absurdas de dados que podem ser recuperados no mínimo
tempo; e a engenharia biológica que abre caminho tanto para próteses humanas, como para uma remodelação das formas
vivas que poderá levar a modificações radicais das condições de vida do planeta.
Paul Virilio (10) define nosso tempo a partir da imagem em três momentos bastante distintos: o primeiro ele denomina de era da Lógica Formal da imagem, associada à representação da realidade, onde predomina a representação através da pintura, da gravura e da arquitetura, e se conclui até o século XVIII; o segundo, associado à representação da
atualidade, ele denomina de era da Lógica Dialética e predomina a representação da fotografia e do cinema, no século
XIX; e terceiro, associado à representação na virtualidade, denominado de era da Lógica Paradoxal que se inicia com a
holografia, a videografia e a infografia. Devemos analisar as etapas definidas por Virilio não simplesmente como uma linha evolucionista, onde os diferentes momentos se sucedem e se eliminam, mas apenas como um encadeamento de estruturas que prevalecem em tempos definidos. Daí a possibilidade de percebermos continuidades e eventuais articulações entre as estruturas de tempos diferentes.
Marshall McLuhan (11) analisa a evolução da humanidade a partir de três períodos muito bem definidos e estruturados. O primeiro ele denomina de Tribalização, no qual predomina a oralidade enquanto possibilidade comunicacional,
inserido no universo relacional (as relações entre os homens são múltiplas e dinâmicas, opera-se por coordenação e não
há hierarquia). O segundo é denominado de Destribalização, decorrente do impacto provocado pelo advento da escrita e
posteriormente da imprensa, inserido agora num universo classificatório (as relações entre os homens são estáticas, hierarquizadas e opera-se por subordinação). E o terceiro é denominado de Retribalização, o período da revolução provocada pelo advento eletro-eletrônico e pelos meios eletrônicos de comunicação, onde reinstaura-se o mundo da oralidade
por dentro do mundo técnico. É a partir deste último período que McLuhan estabelece o conceito de Aldeia Global, tornando-o um dos primeiros a teorizar sobre um mundo “eletricamente contraído” e globalizado. Assim, ele diz que, “a eletricidade viria a causar a maior das revoluções, ao liquidar as seqüências e tornar as coisas simultâneas”.(12)
NAVEGAR É PRECISO
A partir da aventura da navegação – a Hidrovia -, que proporcionou significativa ampliação geográfica e territorial,
tivemos outros momentos, mais sofisticados tecnologicamente – a Ferrovia, a Rodovia, a Aerovia e, finalmente hoje, a
Infovia. “A freqüência crescente das nossas viagens, a eficiência e o custo decrescente dos nossos meios de transporte
e de comunicações, as turbulências de nossas vidas familiares e profissionais, fazem-nos explorar progressivamente um
estado “móvel” na sociedade urbana mundial. Esta nova condição “móvel”, multiplicando os contatos, contribui para o reencontro e a reconexão da humanidade consigo mesma. (...) O progresso das técnicas de transporte e de comunicação é, ao mesmo tempo, motor e manifestação desse relacionamento generalizado.”(13)
Pierre Lévy explora com insistência a simultaneidade entre transportes e comunicações, pois “o efeito de influência mútua é constante, fundamental, verificado em toda parte, enquanto a substituição do transporte físico pela transmissão de mensagens é apenas local e temporário. A navegação de longo curso e a imprensa nascem juntas. O desenvolvimento dos correios estimula e utiliza a eficiência e a segurança das redes viárias. O telégrafo expande-se ao mesmo
tempo em que as ferrovias. O automóvel e o telefone avançam em paralelo. O rádio e a televisão são contemporâneos
do desenvolvimento da exploração espacial. Os satélites lançados pelos foguetes estão a serviço das comunicações. A
aventura dos computadores e do ciberespaço acompanha a banalização das viagens e do turismo, o desenvolvimento
dos transportes aéreos, a extensão das auto-estradas e das linhas de trem de grande velocidade. O telefone móvel, o
computador portátil, a conexão sem fio à Internet, em breve generalizados, mostram que o crescimento da mobilidade física é indissociável do aperfeiçoamento das comunicações.”(14)
ACELERAÇÃO CONTÍNUA
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Paul Virilio, em seu livro A Arte do Motor lembra que “no século XIX, assiste-se, portanto, a um processo de reagrupamento de atividades industriais sobre o qual a imprensa instala discretamente um controle: os telégrafos ótico e elétrico escapam parcialmente ao monopólio do Estado e vêm reforçar os tráficos comerciais, marítimos e ferroviários, depois entram no domínio comum – um telégrafo elétrico será ativado em 1850 no correio central de Londres e em 1856 na
França. Ao mesmo tempo, quiosques e livrarias aparecem nas plataformas das estações de trem. O amálgama se efetua
visando um público urbano sempre mais apressado e numeroso: transformação de informação, transporte de viajantes e
de mercadorias” (15)
Imaginemos que uma simulação informática nos permita visualizar a aventura humana no globo terrestre, desde o
seu nascimento até a época atual. Observaríamos o aparecimento dos homens numa pequena zona do globo; a lenta
dispersão do período paleolítico; as primeiras grandes concentrações da fase neolítica; depois, a extraordinária intensificação do povoamento, dos transportes e das comunicações característica dos últimos séculos, com aceleração inusitada
nos últimos 50 anos. Virilio salienta que “depois dos naufrágios e dos descarrilamentos da aceleração marítima e ferroviária, das colisões e quedas de carro ou de avião, das impressoras a vapor e rotativas tradicionais até as rotativas alimentadas pela imagem da ilusão fílmica, agora serão os feixes de ondas que reproduzirão, com os sinais de rádio e de vídeo,
suas catástrofes específicas”.(16)
Mas nunca devemos esquecer que os diferentes momentos de ruptura da relação tempo-espaço foram extremamente tensos e desestabilizadores. No fim da Idade Média, e ainda até a metade do século XX, a grande maioria dos
homens vivia no campo, quase todos trabalhando a terra e criando animais. Foi a Revolução Industrial, numa primeira etapa, Mecânica, que começou perturbar essa situação, aparecendo hoje como o início de um processo que conduziu à
revolução informacional contemporânea. Esse início da era industrial estava tão fortemente ligado ao mundo agrário que
as primeiras unidades de medidas de força são comparáveis a esse mundo rural. O exemplo mais emblemático era medida de força do motor, o HP – Horse Power (Cavalo Vapor) dando e comparando a força física do animal ao nascente
projeto do mundo industrializado, onde máquinas e força motriz iniciam a substituição tanto à força animal como a humana.
Pierre Lévy destaca que “quando uma comunidade de camponeses semeia o campo, está confiando sua vida à terra a
ao tempo. A colheita só irá acorrer após diversas lunações. A invenção da agricultura, elemento fundamental daquilo que chamamos de revolução neolítica, é também a exploração de uma nova relação com o tempo. (...) A escrita foi inventada diversas
vezes e separadamente nas civilizações agrícolas da Antigüidade. Reproduz, no domínio da comunicação, a relação com o
tempo e o espaço que a agricultura havia introduzido na ordem da subsistência alimentar”.(17)
Na segunda etapa da Revolução Industrial, a chamada eletro-eletrônica, temos unidades variáveis que levam os
nomes dos pesquisadores/inventores – hertz, maxwell, watt, ohm, ampère, etc. A luz gerada pela eletricidade também traz
um conceito de mundo totalmente novo e diferenciado. Se antes dela, existia uma divisão clara entre o dia (a luz) e a noite (a
escuridão), a partir da revolução eletro-eletrônica nasce a possibilidade de ter 24 horas de luz ininterrupta, trazendo uma concepção de trabalho, lazer e entretenimento totalmente novos. Essa idéia de luz contínua e intermitente provocou uma outra
revolução no cotidiano urbano e na percepção humana.
Com essas novas estratégias tecnológicas de substituição do fazer humano por máquinas inicia-se um processo
de aceleração principalmente da vida urbana metropolitana, ficando fácil perceber que a própria idéia de tempo e espaço começa sofrer significativas alterações. Nasce o Tempo Padrão Mundial, imposto, definitivamente na relação entre
capital e trabalho. Nasce a concepção burguesa do tempo. Esse conceito de tempo foi largamente explorado em todo o
processo de desenvolvimento das novas tecnologias.
CIBERESPAÇO
A última etapa, a que estamos tendo o privilégio de vivenciar em profundidade com a Infovia, centrada na radicalização do uso potencial da eletro-eletrônica associada à informática, é totalmente baseada na introjecção, ou seja, o
mundo para dentro do nosso corpo (implosão). Se as máquinas mecânicas (musculares) amplificaram a força e o movimento físico-humano e as máquinas sensórias (perceptivas) dilataram o poder dos sentidos, as máquinas cerebrais amplificaram as habilidades mentais, notadamente as processadoras e as da memória.
Para Pierre Lévy, “o ciberespaço é hoje o sistema com o desenvolvimento mais rápido de toda a história das técnicas de comunicação. Ao destronar a televisão, ele será provavelmente, desde o início do próximo século, o centro de
gravidade da nova ecologia das comunicações. O ciberespaço encarna um dispositivo de comunicação qualitativamente
original que se deve bem distinguir das outras formas de comunicação de suporte técnico.”(18)
Os primeiros processos tecnológicos de comunicação, como por exemplo, a imprensa, o rádio, a televisão, estão
centrados conceitualmente no processo de comunicação massiva – uma emissão centralizada e dominadora na maioria
das vezes, e uma recepção dispersa. Essa idéia de um centro emissor, irradiando mensagens sem possibilidade de reciprocidade e reversibilidade do circuito comunicacional, mostra-se ineficiente diante da necessidade, cada vez maior, de
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expressão e manifestação do receptor. O ciberespaço amplia as possibilidades de troca efetiva, na medida em que contempla, simultaneamente, a troca e o contexto comunicacional.
Em um breve olhar sobre a cibercultura podemos perceber a experiência de troca, relação e agregação dos homens na auto-estrada da informação. Se mergulharmos este nosso olhar no fim do século XIX podemos relacionar a figura do internauta com a figura do flâneur, solitário e solidário, que passeia fascinado pelos objetos da grande cidade, mas
indiferente ao espírito consumista/capitalista. Segundo Baudelaire, “para o perfeito flâneur, para o observador apaixonado,
é um imenso júbilo fixar residência no numeroso, no ondulante, no movimento, no fugidio, no infinito. Estar fora de casa e,
contudo, sentir-se em casa onde quer que se encontre; ver o mundo, estar no centro do mundo e permanecer oculto ao
mundo, eis alguns dos pequenos prazeres desses espíritos independentes, apaixonados, imparciais, que a linguagem
não pode definir toscamente”.(19)
O flâneur é um viajante atento, um andarilho desconfiado que apreende o sentido dos objetos além da dimensão
mercadológica. Já o internauta é um navegador curioso, cúmplice da agilidade, pesquisador interativo que busca nos objetos virtuais algo além de sua condição efêmera e transitória. Tanto o passeio do usuário da Internet, como o passeio do
viajante do século XIX, tem um efeito entorpecedor. Uma multidão de internautas, milhares em circulação a cada minuto
pelas auto-estradas da informação, experimenta um torpor, tal qual o flâneur cujos encontros efêmeros, fundavam ramificações que se prolongavam ad infinitum. Walter Benjamim lembra a grande cidade como uma floresta, o que serve como
metáfora para a ecologia da cibercultura.
Pierre Lévy define o ciberespaço como o “espaço de comunicação aberto pela interconexão mundial dos computadores e das memórias dos computadores”.(20) Memórias compartilhadas para a constituição de coletivos inteligentes. O
ciberespaço abriga milhares de grupos de discussão que criam um objeto comum, dinâmico, construído por todos e para
todos. Para Lévy “o ciberespaço designa menos os novos suportes de informação do que os modos originais de criação,
de navegação no conhecimento e de relação social por eles propiciados. (...) O ciberespaço constitui um campo vasto,
aberto, ainda que parcialmente indeterminado, que não se deve reduzir a um só de seus componentes. Ele tem vocação
para interconectar-se e combinar-se com todos os dispositivos de criação, gravação, comunicação e simulação.”(21)
Ciberespaço é o novo meio de comunicação que nasce a partir da interconexão mundial dos computadores, gerando uma rede onde a inteligência coletiva se disponibiliza num universo oceânico de informações. Interatividade de milhares de grupos de discussão que formam verdadeiros fóruns eletrônicos, sem base geográfica nem identidade institucional. Amplia-se a capacidade de permanência da informação na medida em que o conhecimento novo, recém adquirido, se articula através de associações e conexões com a rede de conhecimentos já existentes. A nova sociedade digital
não se caracteriza pela exclusão ou oposição dos modelos anteriores de aquisição e uso do conhecimento armazenado
nas memórias, humanas ou cibernéticas. Cada vez mais é exigida a manifestação plurisensorial na recepção das mensagens, que oferecem múltiplas possibilidades interativas, em que mesclam intuição e erudição.
Notas
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
(11)
(12)
(13)
(14)
(15)
(16)
(17)
(18)
(19)
(20)
(21)
Giacomo Marramao, Poder e Secularização – as categorias do tempo, São Paulo: Editora Unesp, 1995, p.21.
Marshall Mcluhan, Os meios de comunicação como extensões do homem, São Paulo, Editora Cultrix, 1974, 5o edição, p. 21.
Rogério Luz, Novas imagens: efeitos e modelos, in Imagem-Máquina – a era das tecnologias do virtual, de André Parente, Editora 34, Rio de Janeiro, 1993, p. 50.
André Parente, Os paradoxos da imagem-máquina, in Imagem-Máquina – a era das tecnologias do virtual, Editora 34, Rio de Janeiro, 1993, p.13.
Quentin Fiore e Marshall Mcluhan, O meio são as massa-gens, Editora Record, Rio de Janeiro, s.d., p.21.
Ibidem, p.12.
Pierre Lévy, A revolução contemporânea em matéria de comunicação, in RevistaFamecos, editada pela Faculdade de Comunicação Social da
PUC-RGS, Porto Alegre, dezembro 1998, p. 38.
Giacomo Marramao, Poder e Secularização – as categorias do tempo, São Paulo, Editora Unesp, 1995, p.23.
Félix Guattari, Da produção de Subjetividade, in Imagem-Máquina – a era das tecnologias do virtual, de André Parente, Rio de Janeiro, Editora
34, 1993, p.182.
Paul Virilio, A máquina de visão, São Paulo, Editora José Olympio, 1994, p.91.
Marshall Mcluhan, Os meios de comunicações como extensões do homem. São Paulo, Editora Cultrix, 1974, 5ª edição.
Ibidem, p.26.
Pierre Lévy, A revolução contemporânea em matéria de comunicação, in Revista Famecos, editada pela Faculdade de Comunicação Social da
PUC - RGS, Porto Alegre, dezembro 1998, p. 39.
Ibidem, p. 41.
Paul Virilio, A arte do motor, São Paulo, Editora Estação Liberdade, 1996, p.45.
Ibidem, p.30.
Pierre Lévy, As tecnologias da inteligência – o futuro do pensamento na era da informática, Rio de Janeiro, Editora 34, 1993, p.87.
Pierre Lévy, A revolução contemporânea em matéria de comunicação, in Revista Famecos, editada pela Faculdade de Comunicação Social da
PUC-RGS, Porto Alegre, dezembro 1998, p. 43.
Charles Baudelaire, Sobre a Modernidade, Editora Paz e Terra, Coleção Leitura, São Paulo, 1996, p. 20.
Pierre Lévy, Cibercultura, Editora 34, Rio de Janeiro, 1999, p.92.
Pierre Lévy, A inteligência coletiva,dições Loyola, São Paulo, 1998, p.104.
Código da Disciplina: 4BA354– TEORIA DA COMUNICAÇÃO-III
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FAAP – Faculdade de Comunicação e Marketing
FILMES
SITES
Apocalípticos e Integrados
Apocalípticos e Integrados
O Nome da Rosa (Der Name der Rose), 1986 – Jean- Jacques Arnaud
Boa Noite e Boa Sorte (Good Night and Good Luck), 2005 –
George Clooney
A Hora do Show (Bamboozled), 2000 – Spike Lee
Cidadão Kane (Citizen Kane), 1941 – Orson Welles
Muito Além do Cidadão Kane (Beyond Citizen Kane), 1993 –
Simon Hartog
Muito Além de um Jardim (Being There), 1979 – Hal Ashby
www.umbertoeco.com
www.guydebordcineaste.com
http://br.geocities.com/mcrost12/index..htm
Sistemas e Controle
Rede de Intrigas (Network), 1976 – Sidney Lumet
O Cubo (The Cube), 1997 – Vicenzo Natali
Matrix (The Matrix), 1999 – Andy and Larry Wachonski
A Rede (The Net), 1995 – Irwin Winkler
Sem Saída (No Way Out), 1987 – Roger Donaldson
Máquinas de Vigiar/ Máquina de Visão
Os mil olhos do Dr. Mabuse (Die Tausent Augen des Dr.
Mabuse), 1960 – Fritz Lang
Violação de Privacidade (The Final Cut), 2004 –
Omar Naim
O Show de Truman (The Truman Show), 1998 – Peter Weir
Inimigo do Estado (Enemy of the State), 1998 – Tony Scott
V de Vingança (V for Vendetta), 2005 – James McTeigue
O Plano Perfeito (Inside Man), 2006 – Spike Lee
Por um Fio (Phone Boot), 2002 – Joel Schumacher
A Vida dos Friedman (Capturing the Friedmans) 2003 – Andrew Jarecki
Marcas Globais e Poder Corporativo
The Big One, 1997 – Michael Moore
A Corporação (The Corporation), 2003 – Mark Achbar, Jennifer Abbot
Syriana, 2005 – Stephen Gaghan
Clube da Luta (Fight Club), 1999 – David Fincher
Marshall McLuhan
Life and Times, Marshall McLuhan
Annie Hall, 1977 – Woodie Allen
Sistemas e Controle
www.flusser.com/labor/lab_vf.shtml
www.fotoplus.com/flusser/
http://www.claudia-klinger.de/flusser/
http://www.cisc.org.br/projetos/flusser/
www.joeyskaggs.com
Máquinas de Vigiar/ Máquina de
Visão
www.earth.google.com
www.notbored.com/the-scp.html
http://www.michel-foucault.com/
www.masterplanthemovie.com
Marcas Globais e Poder Corporativo
www.adbusters.com
www.nologo.org
http://foucault.info/
Marshall McLuhan
www.mcluhan.utoronto.ca
http://www.marshallmcluhan.com/
http://archives.cbc.ca/IDD-1-74-342/people/mcluhan/
www.museudapessoa.net
Hans Magnus Enzensberger
www.radiolivre.org
www.imagensdopovo.org.br
www.ocas.org
www.tvebrasil.com.br/observatorio/
www.midiaindependente.org
www.tramauniversitario.com.br/tuv2/culturalivre/
index.jsp
www.technorati.com
www.cala-bocajamorreu.org/
wwww.marcelotas.blog.uol.com.br
Outros sites interessantes
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