Perfil epidemiológico das intoxicações por agrotóxicos no Brasil, no

Transcrição

Perfil epidemiológico das intoxicações por agrotóxicos no Brasil, no
Artigo Original
Perfil epidemiológico das intoxicações
por agrotóxicos no Brasil,
no período de 1995 a 2010
Epidemiologic profile of the pesticides intoxication in Brazil,
in the period 1995 to 2010
Fabiana Godoy Malaspina1, Michael Laurence ZiniLise2, Priscila Campos Bueno3
Resumo
O presente artigo objetivou descrever o perfil epidemiológico das intoxicações por agrotóxicos no Brasil notificadas no
Sistema de Informação de Agravos de Notificação em dois períodos: 1995-2007 e 2006-2010. Trata-se de estudo descritivo
retrospectivo. No primeiro período foram avaliados 13.982 e, no segundo, 23.430 registros. A maioria, do sexo masculino,
faixa etária de 15 a 49 anos, teve atendimento hospitalar e a via de exposição principal foi a digestiva. No primeiro período,
a circunstância de exposição dos homens foi acidente de trabalho (42%), sendo 72% durante a pulverização; já no segundo
período a maioria foi por tentativa de suicídio (46%). Para mulheres, nos dois períodos a circunstância foi por tentativa de
suicídio. Diante dos resultados, verificou-se a necessidade de capacitação dos profissionais de saúde e ações integradas
envolvendo a saúde mental no atendimento a esses indivíduos.
Palavras-chave: envenenamento; praguicidas; suicídio.
Abstract
This article aimed to describe the epidemiological profile of pesticide poisoning reported in Brazil in the Information System for
Notification Diseases in two periods: 1995-2007 and 2006-2010. These are two cross-sectional descriptive studies. In the first
bank 13.982 records were assessed, and, in the second, 23,430. Most were male, aged 15 to 49 years-old, had hospital care
and primary route of exposure was the digestive tract. In the first bank, the fact that exposure of 42% of men work accident
was 72% during spraying, since the second bank in the majority (46%) was for suicide attempt. For women, the two banks was
the fact for attempted suicide. Considering the results, there was the need for training of health professionals and integrated
actions involving mental health care to these individuals.
Keywords: poisoning; pesticides; suicide.
Trabalho realizado na Coordenação Geral de Vigilância em Saúde Ambiental, Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador,
Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde – Brasília (DF), Brasil.
1
Médica Veterinária; Especialista em Toxicologia Aplicada a Vigilância Sanitária (ENSP-Fiocruz) – Rio de Janeiro (RJ), Brasil; Consultora técnica da
Coordenação Geral de vigilância em Saúde Ambiental, Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador, Secretaria de Vigilância em
Saúde do Ministério da Saúde – Brasília (DF), Brasil.
2
Médico Veterinário. Mestre em Epidemiologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Consultor técnico da Coordenação Geral de Vigilância em
Saúde Ambiental, Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador, Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
3
Especialista em Vigilância em Saúde Ambiental; Consultora técnica da Coordenação Geral de Vigilância em Saúde Ambiental, Departamento de Vigilância em
Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador, Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde – Brasília (DF), Brasil.
Endereço para correspondência: Fabiana Godoy Malaspina – SCS – Quadra 4 – Bloco A – 5º Andar – Ed. Principal – CEP: 70304-000 – Brasília (DF), Brasil –
E-mail: [email protected]
Fonte de financiamento: nenhuma.
Conflito de interesse: nada a declarar.
Cad. Saúde Colet., 2011, Rio de Janeiro, 19 (4): 425-34 425
Fabiana Godoy Malaspina, Michael Laurence ZiniLise, Priscila Campos Bueno
INTRODUÇÃO
Os agrotóxicos estão entre os mais importantes fatores
de risco para a saúde da população geral, especialmente para
saúde dos trabalhadores e para o meio ambiente. O Brasil se
destaca no cenário mundial como o maior consumidor de
agrotóxicos, respondendo na América Latina por 86% dos
produtos. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola (SINDAG), do total de agrotóxicos consumidos no país, 58% são herbicidas, 21% inseticidas,
12%, fungicidas, 3% acaricidas e 7% outros1.
O termo agrotóxico, segundo o Decreto nº 4.074, de 4 de
janeiro de 2002, engloba os produtos para uso agrícola, produtos para uso não agrícola e desinfestantes para uso profissional, uso em jardinagem amadora e em campanhas de saúde
pública, discriminados no item IV do artigo 1º:
Agrotóxicos e afins – produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de
produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos
agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou
plantadas, e de outros ecossistemas e de ambientes urbanos,
hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa
de seres vivos considerados nocivos, bem como as substâncias e produtos empregados como desfolhantes, dessecantes,
estimuladores e inibidores de crescimento (Lei Federal nº
7.802/1989 e Decreto nº 4.074/2002).
A intoxicação por agrotóxicos é um sério problema de saúde pública, principalmente nos países em desenvolvimento e
emergentes. Em 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS)
estimou que ocorressem no mundo cerca de três milhões de intoxicações por agrotóxicos, com 220.000 mortes por ano2. Apenas 1/6 dos acidentes com agrotóxicos são oficialmente registrados e cerca de 70% ocorrem em países em desenvolvimento,
sendo que os inseticidas organofosforados são os responsáveis
por 70% das intoxicações agudas2. Estimativas mundiais mais
recentes demonstram valores anuais entre 234.000 e 326.000
suicídios por agrotóxicos, o que contribui com cerca de um
terço de todos os suicídios globalmente3.
A Organização Internacional do Trabalho estima que
agrotóxicos causem anualmente cerca de 70.000 intoxicações
agudas e crônicas fatais entre os trabalhadores rurais e um
número muito maior de intoxicações não fatais4. Além da intoxicação de trabalhadores que têm contato direto ou indireto
com esses produtos, a contaminação de alimentos tem levado
um grande número de intoxicações ao óbito5. A despeito da
importância das intoxicações por agrotóxicos, a avaliação
acurada de seu impacto se vê bastante comprometida pelos
elevados índices de sub-registro. Segundo a OMS, citada por
426 Cad. Saúde Colet., 2011, Rio de Janeiro, 19 (4): 425-34
Trapé (1993), para cada caso notificado de intoxicação ter-seia outros 50 não notificados5.
O Sistema de Informação de Agravos de Notificação
(SINAN), sistema oficial do Ministério da Saúde, tem por
objetivo o registro e processamento dos dados sobre agravos
de notificação em todo o território nacional, fornecendo informações para análise do perfil da morbidade e contribuindo
desta forma para a tomada de decisões em nível municipal,
estadual e federal. No período de 1994 a 2006, o SINAN fez
uso de ficha de notificação/investigação especificamente
para intoxicações por agrotóxicos6. No ano de 2005, com a
implementação de nova plataforma do sistema, Sinan Net,
foi elaborada nova ficha de intoxicação exógena incluindo
todas as substâncias químicas, além do agrotóxico. Contudo,
a notificação não era compulsória. Em 26 de janeiro de 2011
foi publicada a Portaria GM/MS nº 104, que define as terminologias adotadas em legislação nacional, conforme disposto
no Regulamento Sanitário Internacional (RSI 2005), a relação
de doenças, agravos e eventos em saúde pública de notificação
compulsória em todo o território nacional, tornando obrigatória a notificação das intoxicações exógenas, incluindo as
intoxicações por agrotóxicos7.
A notificação é ferramenta imprescindível à vigilância epidemiológica, por constituir fator desencadeador do processo
“informação/decisão/ação”, tríade que sintetiza a dinâmica de
suas atividades, propiciando o monitoramento constante da
saúde da população local. Além disto, deve disponibilizar o
suporte necessário para que o planejamento, decisões e ações
dos gestores, em determinado nível decisório (municipal,
estadual e federal), baseiem-se em dados concretos8.
O objetivo deste estudo é descrever e analisar o perfil epidemiológico dos indivíduos com exposição/intoxicação por
agrotóxicos no Brasil, tomando como fonte os dados secundários notificados no Sinan, em suas duas versões Windows e
Net, no período de 1995 a 2010.
METODOLOGIA
Realizou-se um estudo descritivo e retrospectivo de dados
secundários referente aos registros provenientes das fichas de
investigação dos casos de intoxicação por agrotóxico, notificadas
no SINAN, em dois períodos: de 1995 a 2007 e de 2006 a 2010.
Fontes de dados
Os dados foram obtidos da base nacional do SINAN, que
é alimentada pelos municípios e seguem um fluxo ascendente,
com a unificação dos dados municipais pelo nível estadual e
que, posteriormente, são consolidados em um banco nacional
pela Unidade Técnica do SINAN, sediada no Ministério da
Perfil epidemiológico das intoxicações por agrotóxicos
Saúde. As fontes de dados foram: o banco das “Intoxicações
por Agrotóxicos” do SINAN versão Windows no período de
1995 a 2007 e o banco das “Intoxicações Exógenas” do SINAN
versão Net no período de 2006 a 2010.
A ficha do Sinan apresenta duas partes: a primeira, de
notificação, comum a todos os agravos contendo dados do
paciente (nome, sexo, raça, idade, escolaridade, data dos primeiros sintomas, endereço etc.) e que possui pouca alteração
entre as versões, e uma segunda, de investigação, que é específica para cada agravo e apresenta variáveis e/ou categorias
distintas entre as duas versões do Sinan.
A ficha das intoxicações na versão Windows do Sinan, não
mais utilizada, era específica para agrotóxicos e possuía as seguintes variáveis distintas: sinais e sintomas, exames laboratoriais, tipo de contato, número de intoxicações anteriores (com
e sem internação), tempo de exposição, compra do produto,
orientação de uso, receituário agronômico, tempo de carência,
equipamento de proteção individual, destino das embalagens
vazias, lavagem de equipamento.
A ficha de intoxicações na versão Net do Sinan, utilizada
atualmente, substituiu a ficha de intoxicações por agrotóxicos da
versão Windows e incluiu todas as outras substâncias químicas
[medicamento, agrotóxico agrícola, agrotóxico/uso doméstico
(desinfestantes), agrotóxico/uso saúde pública (Inseticidas),
raticida, produto Veterinário, produto de uso domiciliar, cosmético / higiene pessoal, produto químico de uso industrial,
metal (mercúrio, chumbo etc.), drogas de abuso, planta tóxica,
alimento e bebida contaminados por substância química, outros]. Possui variáveis distintas, tais como: local da exposição,
tipo de exposição, grupo de agente tóxico, finalidade de uso de
agrotóxico, tempo decorrido entre exposição e atendimento, se
houve internação hospitalar, classificação final.
Algumas variáveis permaneceram nas duas fichas; contudo, houve acréscimos de categorias na versão atual. Como
exemplo existem as circunstâncias de exposição:
Variável “Circunstância de Exposição” – Categorias
SINAN W – Ficha
de Intoxicação por
Agrotóxico
1. Acidente de
Trabalho
2. Ambiental
3. Tentativa de
Suicídio
4. Acidental
5. Alimentos
Contaminados
6. Criminosa
SINAN Net –
Ficha de Intoxicações Exógenas
01. Uso habitual
02. Acidental
03. Ambiental
04. Uso terapêutico
05. Prescrição
médica inadequada
06. Erro de
administração
07. Automedicação
08. Abuso
09. Ingestão de
alimento ou bebida
10. Tentativa de
suicídio
11. Tentativa de
aborto
12. Violência /
homicídio
13. Outra
99. Ignorado
Além desta, há as variáveis: relação de trabalho, função,
via de exposição, atividade exercida durante a exposição,
diagnóstico, critério de confirmação, evolução do caso, comunicação de acidente de trabalho (CAT).
Seleção necessária para avaliação dos bancos
Para os dados da versão Windows do Sinan foram selecionados apenas os casos confirmados de intoxicação por agrotóxico,
desconsiderando os pendentes, ignorados e inconclusivos.
Para os dados da versão Net do Sinan foram selecionadas dentro da variável “Classificação final” as subvariáveis “intoxicação
confirmada” e “só exposição” que compõem a definição de caso
confirmado estipulada pelo nível federal e pactuada com estados
e municípios para cumprimento da meta PAVS (Programação
das Ações de Vigilância em Saúde), além da seleção das subvariáveis de agente tóxico: agrotóxico de uso agrícola, agrotóxico
de uso domiciliar, agrotóxico usado em saúde pública, raticida e
produto veterinário, entendendo que na produção destes produtos são utilizados os mesmos princípios ativos.
Análise dos dados
Os dados foram analisados de acordo com as características individuais e sociodemográficas, exposição e desfecho.
Os dados foram tabulados e analisados com o uso do Tabwin
versão 3.2 e Microsoft Office 2007®.
Definição de caso confirmado
Período de 1995 a 2007 (Sinan Windows): Indivíduo com
intoxicação confirmada por agrotóxico.
Período de 2006 a 2010 (Sinan Net): Indivíduo com intoxicação confirmada ou só exposição por agrotóxico (agrotóxico de uso agrícola, agrotóxico de uso domiciliar, agrotóxico
usado em saúde pública, raticida e produto veterinário).
Aspectos éticos
Este estudo utilizou um banco de dados secundários com
a garantia do sigilo e anonimato dos casos notificados, sendo a
identificação do perfil epidemiológico dos casos de intoxicações
exógenas uma atividade de rotina, e apresenta-se de acordo com
a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde9.
RESULTADOS
Estudo Descritivo – período de 1999 a 2007 (Tabelas 1a,
1b e 2)
O banco de dados total contém 37.322 pacientes confirmados de intoxicação ou exposição por agrotóxicos, sendo
13.892 registros na versão Windows e 23.430 na versão Net.
Cad. Saúde Colet., 2011, Rio de Janeiro, 19 (4): 425-34 427
Fabiana Godoy Malaspina, Michael Laurence ZiniLise, Priscila Campos Bueno
Tabela 1a. Características dos casos confirmados de intoxicação por agrotóxicos notificados no Sinan, 1995 a 2007, Brasil
Característica
Sexo
Faixa Etária (anos)
<1 a 9
10 a 19
20 a 49
>50
IGN*
Zona de Exposição
Urbana
Rural
Urbana/Rural
IGN*
Circunstância
Acidente de Trabalho
Ambiental
Tentativa de Suicídio
Acidental
Alimentos Contaminados
Criminosa
IGN*
Atividade
Diluição
Tratamento de semente
Armazenamento
Colheita
Pulverização
Transporte
Outros
Não se aplica
IGN*
Tipo de Contato
Direto
Indireto
Sem contato
IGN*
Via de exposição
Cutânea
Digestiva
Respiratória
Outra
Em Branco
Tipo de Atendimento
Hospitalar
Ambulatorial
Domiciliar
Nenhum
IGN*
Critério de Confirmação
Clínico-Laboratorial
Clínico-Epidemiológico
IGN*
Masculino
nº de Indivíduos
IGN*
Total
nº
9.225
%
66
nº
4.655
%
34
nº
12
%
0
13.892
642
1.261
6.107
1.212
3
7
14
66
13
0
461
1.216
2.558
418
2
10
26
55
9
0
1
2
8
1
0
8
17
67
8
0
1.104
2.479
8.673
1.631
5
2.280
5.213
67
1.665
25
57
1
18
1.999
1.618
30
1.008
43
35
1
22
2
7
0
3
17
58
0
25
4.281
6.838
97
2.676
3.848
353
2.266
1.473
146
33
1.106
42
4
25
16
2
0
12
820
203
2.215
734
143
26
514
18
4
48
16
3
1
11
5
0
2
1
0
0
4
42
0
17
8
0
0
33
4.673
556
4.483
2.208
289
59
1.624
605
408
138
654
2.940
97
1.330
2.058
995
7
4
1
7
32
1
14
22
11
234
52
66
449
386
42
877
1.962
587
5
1
1
10
8
1
19
42
13
1
0
0
4
2
0
0
3
2
8
0
0
33
17
0
0
25
17
840
460
204
1.107
3.328
139
2.207
4.023
1.584
6.977
1.238
111
899
76
13
1
10
3.486
573
83
513
75
12
2
11
9
1
0
2
75
8
0
17
10.472
1.812
194
1.414
1.479
3.704
3.480
136
426
16
40
38
1
5
421
3.062
895
57
220
9
66
19
1
5
3
2
5
0
2
25
17
42
0
17
1.903
6.768
4.380
193
648
6.208
2.467
186
88
276
67
27
2
1
3
3.408
967
114
43
123
73
21
2
1
3
4
6
0
0
2
33
50
0
0
17
9.620
3.440
300
131
401
1.897
7.008
320
21
76
3
1.121
3.384
150
24
73
3
3
9
0
25
75
0
3.021
10.401
470
Fonte: MS/DATASUS/SINAN – 18/06/2011. * IGN: Ignorado/em branco
428 Cad. Saúde Colet., 2011, Rio de Janeiro, 19 (4): 425-34
Feminino
Perfil epidemiológico das intoxicações por agrotóxicos
Tabela 1b. Características dos casos confirmados de intoxicação por agrotóxicos notificados no Sinan, 1995 a 2007, Brasil (continuação)
Característica
Sexo
nº de Indivíduos
Masculino
IGN*
Feminino
Total
nº
%
nº
%
nº
%
9.225
66
4.655
34
12
0
13.892
645
7
182
4
1
8
828
Compra do Produto
Representante
Comércio local
3.079
33
1.384
30
2
17
4.465
Outros Municípios
482
5
146
3
1
8
629
Cooperativa
775
8
152
3
0
0
927
Fumageira
616
7
308
7
3
25
927
Não se aplica
2.148
23
1.631
35
2
17
3.781
IGN*
1.480
16
852
18
3
25
2.335
Sem orientação
2.081
23
900
19
3
25
2.984
Profissional
1.466
16
409
9
1
8
1.876
Vendedor
1.377
15
365
8
3
25
1.745
593
6
179
4
0
0
772
Não se aplica
2.433
26
2.039
44
2
17
4.474
IGN*
1.275
14
763
16
3
25
2.041
Sim
1.893
21
438
9
2
17
2.333
Não
2.450
27
955
21
3
25
3.408
Não se aplica
2.185
24
1.963
42
3
25
4.151
IGN*
2.697
29
1.299
28
4
33
4.000
Sim
1.553
17
247
5
0
0
1.800
Não
3.688
40
1.182
25
5
42
4.875
Não se aplica
2.151
23
2.092
45
3
25
4.246
IGN*
1.833
20
1.134
24
4
33
2.971
Orientação de Uso
Outros
Utiliza Receituário
Utiliza EPI
Evolução do Caso
Cura
7.714
84
3.864
83
8
67
11.586
Cura C/ Sequela
136
1
108
2
1
8
245
Óbito
575
6
278
6
1
8
854
Em andamento
661
7
300
6
1
8
962
IGN*
139
2
105
2
1
8
245
Fonte: MS/DATASUS/SINAN – 18/06/2011. * IGN: Ignorado/em branco
Tabela 2. Circunstâncias de exposição dos casos confirmados de intoxicação por agrotóxicos por faixa etária, notificados no Sinan, 1995 a
2007, Brasil
Circunstância
<1 a 9
10 a 19
Acidente de Trabalho
45
738
Ambiental
61
106
320
69
Tentativa de Suicídio
32
989
2.962
498
743
272
936
257
61
59
128
41
Acidental
Alimentos Contaminados
Criminosa
IGN*
20 a 49
3.334
> 50 anos
555
3
12
36
8
159
303
957
203
Fonte: MS/DATASUS/SINAN – 18/06/2011.* IGN: Ignorado/em branco
Cad. Saúde Colet., 2011, Rio de Janeiro, 19 (4): 425-34 429
Fabiana Godoy Malaspina, Michael Laurence ZiniLise, Priscila Campos Bueno
O banco de dados versão Windows contém 20.205 registros de pacientes suspeitos de intoxicação por agrotóxicos,
sendo a classificação final: 13.892 confirmados, 780 descartados, 537 pendentes, 49 inconclusivos e 4.947 ignorados.
A análise dos dados discriminados na Tabela 1a demonstrou que do total de 13.982 casos confirmados, 66% (9.225)
são do sexo masculino e 34% (4.655) são do sexo feminino.
A faixa etária predominante é de 20 a 49 anos de idade (66%
dos homens, 55% das mulheres), ou seja, a população ativa,
seguida pela faixa de adolescentes e adultos jovens (18%).
Quanto à zona de exposição, 57% dos homens (H) foram a
zona rural e 43% das mulheres (M) foram a zona urbana. A
maioria dos indivíduos foi atendida no hospital (67% H e
73% M). Em relação ao tipo de contato, o mais prevalente
foi o contato direto (76% H e 75% M) e a via de intoxicação
principal foi a digestiva para as mulheres (66%) e para os
homens foram a digestiva (40%), seguida pela respiratória (38%). Quanto à circunstância de exposição, 42% dos
homens foram devido a acidente de trabalho, sendo que
desses 72% foi durante a atividade de pulverização. Para as
mulheres, 48% foram por tentativa de suicídio. O critério de
Sinais/Sintomas
0
10
Náusea
Vômito
Cefaléia
Vertigem
Dim. força muscular
Epigastralgia
Tremores
Visão turva
Cólicas
Dispneia
Diarreia
Formigamento
Irritação ocular
Tosse
Irritação nasal
Incoord. motora
Hipotensão arterial
Câimbra
Secreção
Arritmia
Urina escura/hemat
Hipertensão arterial
Dim. fluxo/oligúria
Coma
Convulsão
DC irritativa
Edema pulmonar
Queimadura
DC sensubilizante
Insuficiência renal
20
confirmação da maioria dos casos foi clinico epidemiológico
(76% H e 73% M).
Conforme consta na Tabela 1b, a maioria comprou no comércio local (33% H e 30% M), sem orientação de uso (23%
H e 19% M), sem receituário (27% H e 21% M) e não usou
EPI durante a manipulação e utilização do produto (40% H e
25% M). A maioria dos casos (84% H e 83% M) evoluiu para
cura sem sequela, mas 6% dos homens e 6% das mulheres
evoluíram para óbito, sendo que do total de 854 óbitos, 80%
foram advindos de tentativa de suicídio.
Em relação à faixa etária, conforme Tabela 2, observa-se
que em menores de 10 anos a circunstância principal é a acidental (67%). Dos 10 aos 19 anos, a principal é a tentativa de
suicídio (40%), seguida de acidente de trabalho (30%). Dos
20 aos 49 anos ocorre uma inversão, a principal passa a ser
acidente de trabalho (38%), seguido de tentativa de suicídio (34%). Para os casos acima de 50 anos, continua sendo
acidente de trabalho (34%) seguido de tentativa de suicídio
(31%), além de crescer os casos acidentais (16%).
Conforme Figura 1, os sintomas mais freqüentes foram: náusea (60% H e 56% M), vômito (53% H e 54% M), cefaléia (54%
30
40
50
60
Homens
Mulheres
Fonte: MS/DATASUS/SINAN – 18/06/2011.
Figura 1. Frequência de sinais e sintomas dos casos confirmados de intoxicação por agrotóxicos notificados no Sinan, 1995 a 2007, Brasil
430 Cad. Saúde Colet., 2011, Rio de Janeiro, 19 (4): 425-34
70 %
Perfil epidemiológico das intoxicações por agrotóxicos
Tabela 3a. Características dos casos confirmados de intoxicação por agrotóxicos notificados no Sinan, 2006 a 2010, Brasil
Característica
Sexo
nº de Indivíduos
Masculino
IGN*
Feminino
Total
nº
%
nº
%
nº
%
13.554
53
9.870
39
6
0
23.430
<1 a 9
1.622
12
1.410
14
2
33
3.034
10 a 19
1.548
11
2.217
22
2
33
3.767
20 a 49
8.543
63
5.444
55
1
17
13.988
>50
1.833
14
797
8
1
17
2.631
8
0
2
0
0
0
10
Urbana
6.611
49
6.802
69
5
83
13.418
Rural
4.479
33
1.493
15
0
0
5.972
Faixa Etária (anos)
IGN*
Zona de Exposição
Urbana/Rural
129
1
67
1
0
0
196
2.335
17
1.508
15
1
17
3.844
Residência
7.503
55
7.361
75
5
83
14.869
Ambiente de trabalho
3.565
26
761
8
0
0
4.326
Trajeto do trabalho
53
0
11
0
0
0
64
Serviços de saúde
23
0
19
0
0
0
42
Escola/creche
71
1
84
1
0
0
155
Ambiente externo
473
3
192
2
0
0
665
Outro
291
2
134
1
0
0
425
IGN*
1.575
12
1.308
13
1
17
2.884
IGN*
Local da Exposição
Circunstância
Uso Habitual
1.251
9
255
3
0
0
1.506
Acidental
4.395
32
2.231
23
2
33
6.628
Ambiental
499
4
270
3
0
0
769
Erro de administração
183
1
44
0
0
0
227
Ingestão de alimento
105
1
61
1
0
0
166
Tentativa de suicídio
12.611
6.256
46
6.352
64
3
50
Tentativa de aborto
12
0
43
0
0
0
55
Violência/homicídio
107
1
106
1
0
0
213
Outra
257
2
124
1
0
0
381
IGN*
412
3
337
3
1
17
750
77
1
47
0
0
0
124
Diluição
1.061
8
314
3
0
0
1.375
Pulverização
2.200
16
559
6
0
0
2.759
350
3
48
0
0
0
398
Inconsistência
Atividade
Trat. sementes
Armazenagem
82
1
27
0
0
0
109
292
2
152
2
0
0
444
50
0
9
0
0
0
59
252
2
276
3
1
17
529
21
0
8
0
0
0
29
Outros
617
5
433
4
0
0
1.050
Não se aplica
936
7
852
9
0
0
1.788
7.693
57
7.192
73
5
83
14.890
Colheita
Transporte
Desinsetização
Produção
IGN*
Fonte: MS/DATASUS/SINAN – 18/06/2011. * IGN: Ignorado/em branco
Cad. Saúde Colet., 2011, Rio de Janeiro, 19 (4): 425-34 431
Fabiana Godoy Malaspina, Michael Laurence ZiniLise, Priscila Campos Bueno
Tabela 3b. Características dos casos confirmados de intoxicação por agrotóxicos notificados no Sinan, 2006 a 2010, Brasil (continuação)
Característica
Sexo
Via de Exposição
Digestiva
Cutânea
Respiratória
Ocular
Parenteral
Transplacentária
Outra
IGN*
Exposição Ocupacional
Sim
Não
IGN*
Tipo de Atendimento
Hospitalar
Ambulatorial
Domiciliar
Nenhum
IGN*
Tipo de Exposição
Aguda–única
Aguda–repetida
Crônica
Aguda sobre crônica
IGN*
Critério Confirm./Descarte
Clínico-Laboratorial
Clínico-epidemiológico
Clínico
IGN*
Evolução
Cura sem sequela
Cura com sequela
Óbito por intoxicação
Óbito por outra causa
Perda de Seguimento
IGN*
Utilização do agrotóxico
Inseticida
Herbicida
Carrapaticida
Raticida
Fungicida
Outro
IGN*
nº de Indivíduos
Masculino
Feminino
nº
%
nº
%
13.554
53
9.870
39
Total
nº
6
%
0
23.430
8.300
1.385
2.553
121
31
9
34
1.121
61
10
19
1
0
0
0
8
7.854
530
747
55
12
6
18
648
80
5
8
1
0
0
0
7
5
0
0
0
0
0
0
1
83
0
0
0
0
0
0
17
16.159
1.915
3.300
176
43
15
52
1.770
4.126
8.392
1.036
30
62
8
890
8.121
859
10
91
10
0
2
4
0
33
67
5.016
16.515
1.899
9.979
3.340
45
35
155
74
25
0
0
1
7.544
2.129
50
24
123
76
22
1
0
1
5
1
0
0
0
83
17
0
0
0
17.528
5.470
95
59
278
10.872
994
252
75
1.361
80
7
2
1
10
8.176
499
97
26
1.072
83
5
1
0
11
4
0
0
0
2
67
0
0
0
33
19.052
1.493
349
101
2.435
1.035
4.327
7.720
472
8
32
57
3
750
3.071
5.694
355
8
31
58
4
0
1
5
0
0
17
83
0
1.785
7.399
13.419
827
11.196
248
693
37
232
1.148
83
2
5
0
2
8
8.378
146
327
15
150
854
85
1
3
0
2
9
3
0
0
0
2
1
50
0
0
0
33
17
19.577
394
1.020
52
384
2.003
3.041
2.309
112
185
373
705
6.829
22
17
1
1
3
5
50
1.573
693
83
237
111
582
6.591
16
7
1
2
1
6
67
1
0
0
0
0
0
5
17
0
0
0
0
0
83
4.615
3.002
195
422
484
1.287
13.425
Fonte: MS/DATASUS/SINAN – 18/06/2011. * IGN: Ignorado/em branco
432 Cad. Saúde Colet., 2011, Rio de Janeiro, 19 (4): 425-34
IGN*
Perfil epidemiológico das intoxicações por agrotóxicos
Tabela 4. Circunstâncias de exposição dos casos confirmados de intoxicação por agrotóxicos por faixa etária, notificados no Sinan, 1995 a
2007, Brasil
Circunstância
<1 a 9
10 a 19
Uso Habitual
43
182
1.190
287
2.776
724
3.079
811
Ambiental
76
151
500
136
Erro de administração
16
37
152
51
Ingestão de alimento
29
33
89
33
Tentativa de suicídio
208
2.751
9.618
1.451
Tentativa de aborto
1
18
40
2
Violência/homicídio
41
41
122
35
Outra
39
73
252
49
Inconsistência
24
27
73
15
IGN*
73
144
532
114
Acidental
20 a 49
> 50 anos
Fonte: MS/DATASUS/SINAN – 18/06/2011. * IGN: Ignorado/em branco
H e 47% M), vertigem (53% H e 46% M), diminuição da força
muscular (35% H e 33% M), epigastralgia (34% H e 32% M),
tremores (32% H e 30% M), visão turva (31% H e 27% M).
foi tentativa de suicídio (66%; 61%; 49%) seguido de acidental
(17%; 20%; 27%).
Estudo Descritivo – período 2006 a 2010 (Tabelas 3a, 3b e 4)
A análise dos dados, conforme Tabela 3a, demonstrou
que do total de 23.430, 53% (13.554) dos casos são do sexo
masculino e 39% (9.870) são do sexo feminino. A faixa etária
predominante é de 20 a 49 anos de idade, 63% dos homens
e 45% das mulheres, ou seja, a população ativa, seguida pela
faixa de adolescentes e adultos jovens (16%). Quanto à zona de
exposição, 49% dos homens foi a zona urbana e 33% zona rural.
Para as mulheres 69% foi zona urbana e 15% zona rural. Quanto à circunstância de exposição, 46% dos homens foram por
tentativa de suicídio e 32% acidental sendo que a maioria (24%)
ocorreu durante a atividade de pulverização. Para as mulheres,
64% foram por tentativa de suicídio e 23% acidental.
Conforme a Tabela 3b, as vias de exposição predominantes
foram: a digestiva (61% H e 80% M), seguida da respiratória
(19% H e 8% M) e cutânea (10% H e 5% M). Para a maioria
dos indivíduos a exposição não foi ocupacional (62% H e 91%
M), a maioria teve atendimento hospitalar (74% H e 76% M)
e o tipo de exposição foi aguda única (80% H e 83% M). O
critério de confirmação principal foi clinico (57% H e 58%
M) seguido de clínico-epidemiológico (32% H e 31% M). A
maioria dos casos (83% H e 85% M) evoluiu para cura sem
sequela, mas 4% (1.020) evoluíram para óbito sendo 86%
advindos de tentativa de suicídio. A classe de agrotóxicos por
finalidade de uso mais envolvidos foram os inseticidas (22%
H e 16% M) e herbicidas (17% H e 7% M).
Em relação à faixa etária, observa-se que em menores de
10 anos a circunstância principal é a acidental (83%). Dos 10
aos 19 anos, dos 20 aos 49 anos e acima de 50 anos, a principal
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo deixa claro que as intoxicações por agrotóxico constituem um problema sério de saúde pública. O
aumento de casos na área urbana, na maioria das vezes,
está ligado ao desvio de uso de produtos agrícolas da classe
inseticida como raticidas, vendidos ilegalmente sob diversos
nomes, como chumbinho, mata ratos etc.
As intoxicações agudas por agrotóxicos no país já ocupam
a segunda posição dentre as intoxicações exógenas notificadas
no Sistema de Informação de Agravos de notificação (SINAN)
do Ministério da Saúde (MS). Com a publicação da Portaria
Ministerial nº 104, de 26 de janeiro de 2011, as intoxicações
exógenas por substâncias químicas, incluindo os agrotóxicos,
tornaram-se de notificação compulsória, e isto poderá influenciar no aumento progressivo na detecção e notificação
em todo o país 10.
Um dos grandes desafios para a regulamentação do uso
e aplicação dos agrotóxicos no Brasil é a ausência de uma
avaliação efetiva sobre os riscos toxicológicos dessas substâncias para a população – inclusive sobre intoxicações crônicas
provocadas por uma ou mais substâncias simultaneamente,
com pequenas doses em longo prazo, associadas a uma série
de doenças. Segundo Faria, a imensa dificuldade de estudar
os efeitos relacionados à exposição crônica ocorre tanto pela
dificuldade de caracterizar a exposição propriamente dita,
quanto pela dificuldade de captar informações sobre o efeito
crônico, uma vez que os serviços de saúde somente conseguem
captar os casos agudos e mais graves que chegam até eles. Mas
o registro desses casos pode ser bem heterogêneo conforme a
Cad. Saúde Colet., 2011, Rio de Janeiro, 19 (4): 425-34 433
Fabiana Godoy Malaspina, Michael Laurence ZiniLise, Priscila Campos Bueno
facilidade de acesso aos serviços de saúde ou mesmo conforme a formação dos profissionais de saúde que atendem estas
populações11.
A estratégia de busca ativa desses casos deve ser reforçada
para que se possa ampliar o conhecimento sobre os efeitos
crônicos à saúde das populações expostas a esses produtos,
gerando subsídios para ações de prevenção de novos casos
e de redução de sua gravidade. Mediante o conhecimento
dos principais agentes químicos usados e das circunstâncias
da intoxicação, pode-se, assim, ajudar na prevenção dessas
ocorrências.
Além disso, faz-se necessário:
Promover ações integradas de proteção e promoção a saúde, prevenção e assistência numa perspectiva ampla de atenção integral à saúde das populações expostas a agrotóxicos;
Harmonizar as informações sobre exposição e intoxicação
por agrotóxico, disponíveis nos sistemas de informação oficiais;
Implementar a Vigilância e Atenção Integral de Populações
Expostas a Agrotóxicos, considerando todos os componentes
de Vigilância em Saúde;
Incluir o componente de saúde mental para acompanhamento especializado dos casos de tentativa de suicídio;
Fortalecer a atenção básica para diagnóstico, acompanhamento e monitoramento da população exposta a agrotóxicos;
Fortalecer a atenção especializada no SUS para diagnóstico e tratamento;
Promover o reconhecimento da população sob risco de
exposição e intoxicação por agrotóxicos – promoção à saúde;
Mobilizar a sociedade e o Estado para a importância da
temática e informar sobre a magnitude dos impactos na saúde
e no meio ambiente;
Proporcionar a educação e a comunicação para promoção de ambientes saudáveis e práticas alternativas que
reduzam os riscos para a exposição e intoxicação por
agrotóxicos, visando uma melhor qualidade de vida para as
populações;
Promover a educação e comunicação em Saúde e fortalecer a participação e o controle social de forma a contribuir
para a sustentabilidade das ações e atividades do plano.
Essas ações, para terem sucesso, devem ter a articulação
dos diferentes Ministérios (Saúde, Agricultura, Meio Ambiente, dentre outros) além de permear os níveis federal, estadual
e municipal, conforme a descentralização das ações de saúde
do SUS, incluindo a saúde do trabalhador.
Referências
1. Brasil. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística. Estudos e Pesquisas. Informação
Geográfica número 7. Indicadores de Desenvolvimento Sustentável –
Brasil 2010. Rio de Janeiro; 2010.
2. Jeyaratman, J. Occupational health issues in developing countries. In:
Organização Mundial da Saúde. Public health impact of pesticides used
in agriculture. Geneva; 1990. p. 207-12.
3. Gunnell D, Eddleston M, Phillips MR, Konradsen F. The global
distribution of fatal pesticide self-poisoning: systematic review. BMC
Public Health 2007; 7:357-398.
4. International Labor Organization (ILO). World Day for Safety and Health
at Work: A Background Paper. In: Focus Programme on SafeWork.
International Labour Office, The World Health Organization, Geneva;
2005.
5. Trapé AZ. O caso dos agrotóxicos. In: Isto é Trabalho de Gente? Vida,
Doença e Trabalho no Brasil (Rocha LE, Rigotto RM & Buschinelli JTP,
org.), São Paulo: Editora Vozes; 1993. p.569-593.
6. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.
Departamento de Vigilância Epidemiológica. Sistema de Informação
de Agravos de Notificação – Sinan: normas e rotinas/Ministério da
Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância
434 Cad. Saúde Colet., 2011, Rio de Janeiro, 19 (4): 425-34
Epidemiológica. Brasília: Editora do Ministério da Saúde; 2006. 80 p.:
il.– (Série A. Normas e Manuais Técnicos).
7. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 104 de 26 de janeiro de 2011.
DOU Nº 18, seção I, pg. 37 e 38, quarta-feira, 26 de janeiro de 2011.
8. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.
Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de vigilância
Epidemiológica/Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,
Departamento de Vigilância Epidemiológica. 7. Ed. Brasília: Ministério
da Saúde; 2009. p. 63-77.
9. Brasil. Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Saúde. Resolução
196, de 10 de outubro de 1996: diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisa envolvendo seres humanos. Brasília (DF); 1996.
10. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 104 de 26 de janeiro de 2011.
DOU Nº 18, seção I, pg. 37 e 38, quarta-feira, 26 de janeiro de 2011.
11. Faria NM, Fassa AG, Facchini LA. Intoxicação por agrotóxicos no Brasil:
os sistemas oficiais de informação e desafios para realização de estudos
epidemiológicos. Ciência e Saúde Coletiva vol.12 nº 1, p.25-38, jan./mar,
2007.
Recebido em: 10/08/2011
Aprovado em: 24/11/2011

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