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Japão 01. RELIGIOSIDADE a) Xintoísmo No Japão, a antiga religião nacional é o xintoísmo. A partir de 500 d. C., o xintoísmo enfrentou dura competição com o budismo, e as duas religiões acabaram por influenciar uma à outra. Não é raro, no Japão, o uso alternado de várias religiões. Uma criança pode ser abençoada pelos deuses num ritual xintoísta e ser enterrada num ritual budista. O casamento pode se realizar numa igreja cristã. Essa mistura de religiões encontrou expressão modernamente numa série de novas seitas, cultos e comunidades religiosas, o que levou o Japão moderno a ser chamado de laboratório religioso. Diferentemente do cristianismo e do islã, o xintoísmo não tem um fundador. É tipicamente uma religião nacional, que ao longo dos séculos adotou tradições de várias outras religiosidades. Ela não conta com nenhum credo ou código de ética expressamente formulado. A essência do xintoísmo são a cerimônia e o ritual, que mantêm o contato com o divino. Costuma-se dizer que o xintoísmo possui diversos milhões de deuses, ou kamis, que se manifestam sob a forma de árvores, montanhas, rios, animais e seres humanos. Só que a palavra japonesa kami também pode ser traduzida como "espírito". O culto aos espíritos naturais e ancestrais sempre foi fundamental para o xintoísmo, desde os dias em que o Japão ainda era uma sociedade agrária. O culto aos antepassados se difundiu particularmente sob a influência do confucionismo chinês. b) Origem Divina dos Japoneses No princípio, segundo a mitologia japonesa, um casal divino, Izanagui e Izanami, desceu do céu e gerou as ilhas japonesas, depois o resto do mundo e tudo o que há nele, e por último uma série de deuses, os kamis. Destes, o mais importante era a deusa do sol, Amaterasu. Os outros kamis se estabeleceram na terra e conceberam os primeiros seres humanos. Mas a sociedade humana precisava de ordem e comando, e por isso o neto de Amaterasu foi enviado à terra. Um de seus descendentes se tornou o primeiro imperador do Japão. Assim, todos os japoneses têm origem divina, mas em especial o imperador, que é descendente da própria deusa do sol. c) Religião Estatal e Culto Imperial Aos poucos foi ocorrendo uma mudança: em vez de adorar os kamis do falecido imperador, passou-se a adorar o próprio imperador. Ele era um kami vivo. A origem do culto ao imperador se explica, em parte, pelas condições políticas do século XIX. O Japão estava ameaçado pelo expansionismo ocidental e sentiu necessidade de reforçar no povo o caráter nacional. Ao mesmo tempo, a autoridade do imperador tinha sido solapada por líderes militares, os xoguns, que detinham o poder. Em 1867, um golpe de Estado deu ao imperador Meiji o controle do país; ele iniciou então uma renovação política e religiosa. O xintoísmo se tornou a religião estatal, ao passo que templos budistas foram derrubados e vários elementos budistas foram expurgados da cultura xintoísta. Retratos do imperador foram pendurados em todos os edifícios oficiais, nas escolas e nas fábricas, e as pessoas tinham de se curvar respeitosamente diante deles. Juntamente com o culto ao imperador veio à tona um forte nacionalismo. Essa foi a base para o crescente expansionismo japonês, que culminou na Segunda Guerra Mundial, quando o Japão se alinhou com a Alemanha. A religião ficou então totalmente vinculada ao nacionalismo. Um exemplo: o xintoísmo era a ideologia dos pilotos suicidas japoneses (kamikaze quer dizer "vento divino"). Cada soldado que morria na guerra era imediatamente transformado num kami, e em sua honra se realizavam cerimônias nos templos xintoístas. Após a derrota do Japão na guerra, em agosto de 1945, o imperador fez uma declaração renunciando a sua condição divina. O xintoísmo deixou de ser religião estatal; porém, o xintoísmo popular, que sempre havia coexistido com o culto imperial, sobreviveu e passou a experimentar um certo reavivamento. O culto é observado tanto no lar como nos templos, dos quais há cerca de 20 mil. Antes administrados pelo governo imperial, os templos são hoje organizados, em associações, com líderes eleitos pelo voto. O TEMPLO: morada dos kamis - O templo xintoísta não é um local para pregações. É a morada de um kami, o lugar onde este é cultuado segundo certos rituais prescritos. O SACERDÓCIO: Originalmente, as cerimônias eram realizadas pelo chefe da família ou do clã; num nível mais alto na escada social, por um príncipe ou pelo próprio imperador. Aos poucos foi se desenvolvendo o sacerdócio como função mais especializada, em geral passada de geração em geração em determinadas famílias. Esse sacerdócio hereditário foi abolido quando o imperador elevou o xintoísmo à condição de religião estatal e transformou os sacerdotes em funcionários públicos. Hoje, os sacerdotes em tempo integral ou parcial são nomeados pela organização dos templos. A maioria deles é casada e tem também um emprego secular. Após a guerra, as mulheres passaram a ser elegíveis para o sacerdócio. 02. ASPECTOS GEOGRÁFICOS O Japão é uma monarquia constitucional parlamentarista do leste da Ásia. O país é formado por cerca de mil ilhas. As quatro maiores e principais são Hokkaido, Honshu, Shikoku e Kyushu. Destacam-se ainda as Ryukyu, localizadas mais ao sul. O território, de 377.955 km² de área, é relativamente pequeno e estreito: nenhum ponto está a mais de 161 km do mar. O relevo é constituído pelos picos de uma cordilheira submersa, que no Cenozóico se separou do continente. A atividade sísmica é muito intensa em toda a nação. O ponto mais elevado é o monte Fuji (3.776 metros) - vulcão inativo da ilha de Honshu considerado sagrado pelos japoneses. Além de montanhas, a paisagem também conta com pequenos planaltos e planícies. Estas últimas aparecem principalmente na região costeira. O litoral japonês, bastante recortado, tem 29.752 km de extensão. O arquipélago possui muitos rios, mas poucos são navegáveis. O mais longo é o Shinano (367 km), em Honshu. Depois dele vem o Ishikari, que corre na ilha de Hokkaido. Outros cursos importantes são o Tone e o Kitakami. Há também vários lagos, tanto nos vales como nas montanhas. O maior é o Biwa, em Honshu, com 685 km². a) Vegetação e clima A vegetação nativa do Japão é bastante diversificada. Destacam-se os cedros, os bordos, os pinheiros e os abetos. Há também variedades subtropicais, como o bambu e a canforeira. Além disso, espécies cultivadas há séculos no país, como o crisântemo, a ameixeira, a cerejeira, o rododendro, a peônia, o gladíolo e o lótus, já se encontram totalmente integradas à paisagem natural. O clima também é variado. Em Hokkaido e no sul de Honshu, os ventos da Sibéria provocam invernos frios e longos e verões moderados e curtos. Em Shikoku e em Kyushu, os verões são subtropicais, quentes e úmidos, e os invernos, temperados. As chuvas, de modo geral, são abundantes. Entre junho e outubro há ocorrências de tufões. b) Agricultura Os principais itens agrícolas produzidos no Japão são arroz - base da culinária nacional, chá, trigo, batata, cana-de-açúcar e beterraba açucareira. Na pecuária, destacam-se os rebanhos de gado suíno e bovino e a criação de aves. A principal fonte de proteína dos japoneses, porém, são os frutos do mar: o país possui uma das maiores frotas pesqueiras do mundo, que captura mais de 5 milhões de toneladas de pescado por ano. A exploração das florestas, que cobrem 64% do território, não consegue suprir a demanda interna por madeira. c) Indústria Com um PIB de 6 trilhões, o Japão possui reservas minerais variadas, que incluem carvão, cobre, zinco, ouro e prata. Entretanto elas não são suficientes para suprir a demanda interna, de modo que o país precisa importar algumas dessas matérias-primas. Uma das nações mais industrializadas do planeta, o Japão se destaca na fabricação de maquinaria pesada, barcos, aço, equipamentos eletrônicos e elétricos, material ferroviário, automóveis, produtos petroquímicos e químicos, relógios, tecidos e conservas entre outros. Quase 60% da eletricidade é gerada em usinas termelétricas. O restante provém de centrais nucleares, hidrelétricas e geotérmicas. d) População A etnia japonesa é de origem mongoloide, assim como a coreana e a chinesa, e compõe 99% da população do país que chega aos 127,1 milhões de habitantes. O restante é formado por coreanos, em sua maioria. Cerca de 65% dos habitantes vivem nas cidades. O budismo, com mais de 200 variantes, é a religião mais difundida com 55,3% de adeptos. Praticam-se também o cristianismo (3,5%) e o xintoísmo (2,1%), entre outras. O idioma oficial é o japonês. A moeda do país é o Iene. e) Tóquio e Kyoto Desde sua fundação, no século VIII, Kyoto sempre foi um importante núcleo cultural do Japão. No ano de 794, foi declarada capital do país, condição que manteve por mais de um milênio. Em 1868, porém, a cidade passava por um período de decadência, e a sede política do país foi transferida para a pequena localidade de Edo, que teve seu nome trocado por Tóquio, que significa "capital do Oriente". A mudança foi acompanhada de uma inevitável perda de prestígio, mas também trouxe algumas boas consequências para Kyoto: durante a II Guerra Mundial, por exemplo, a cidade foi um dos poucos locais poupados pelos bombardeiros inimigos, o que lhe permitiu manter até hoje alguns dos melhores exemplares da antiga arquitetura japonesa. Tóquio, afetada por inúmeras catástrofes no decorrer da história, foi reconstruída várias vezes. Hoje, é o principal centro financeiro do país, e um dos mais importantes do mundo. 03. ASPECTOS HISTÓRICOS a) Origens Desde as origens até a postura militar na Segunda Guerra Mundial, a história do Japão ainda é objeto de interpretações. É indiscutível que o povo desse arquipélago soube se valer dos frutos da civilização continental, ao mesmo tempo que seu isolamento o protegia de ataques. Assim, o Japão é um dos países de maior personalidade entre os que foram influenciados pela cultura chinesa. Durante a glaciação quando o nível do mar esteve baixo, os primeiros habitantes do Japão podem ter chegado ao arquipélago vindos de Sacalina, Sibéria, China, Coréia ou das ilhas Okinawa. Ferramentas de pedra tosca, datadas de 40.000 anos, foram achadas nos sítios das províncias de Aichi e Tochigi. Descobertas recentes situam ao redor de 14.500 a.C. o aparecimento de uma sociedade, baseada na caça e na coleta, conhecida como jomon. A cerâmica Jomon está entre as mais antigas do mundo. Acúmulos de conchas e outros indícios mostram que a alimentação incluía peixes, mariscos, cervos, porcos-selvagens, plantas e sementes silvestres. Na planície de Kanto (perto de Tóquio), a cultura Jomon no seu estágio mais avançado apresentava agrupamentos em forma de vilas. A cultura do arroz e os trabalhos em bronze e ferro devem ter chegado à ilha de Kyushu, vindos da Coréia, durante o período Yayoi. O povo Yayoi se espalhou de Kyushu para Honshu e Shikoku, deslocando os primeiros habitantes para o norte. No fim do século VI, com a introdução do budismo, tribos que tinham migrado para as terras férteis de Yamato se envolveram em lutas pelo poder. O príncipe Shotoku, regente da imperatriz Suiko em 593, conseguiu a vitória para os adeptos de Buda. O templo Horyuji foi concluído em 607. Em 701 foi instituído o código Taiho, um sistema penal e administrativo ba¬seado no modelo chinês. Os templos de Nara, que se tornou capital em 710, resumem a influência chinesa. Com a conclusão do Man Yoshu, a mais antiga poesia japonesa, em 759, a cultura começou a se estabelecer com identidade própria. b) Período Heian A poderosa família Fujiwara e o imperador Kammu construíram em 794 uma nova capital, Hcian-kyo, hoje Kyoto. O sistema, baseado também nos modelos chineses, afirmavam que a terra e as pessoas eram propriedade do imperador. A isenção de impostos era concedida às instituições budistas, grandes colonos e povoadores que aumentariam as fronteiras com suas propriedades. O clã Fujiwara conseguiu mais influência atuando como regente e se casando com membros da família imperial. Nessa época, os imperadores abdicaram em nome de um sucessor mais jovem, entravam para um mosteiro e exerciam o poder dos bastidores. A influência do budismo continuou e Saicho o adaptou lançando as escolas Tendaí, Shingon e Terra Pura. Templos como o Enryakuji entraram em combate com outros templos e o governo, criando exércitos de monges guerreiros. A aversão do budismo à matança estimulou entre a nobreza o desprezo pelos fazendeiros guerreiros - os primeiros samurais – que, na fronteira, lutavam contra o povo Aino e entre si. Depois de 1100, a corte já não controlava a luta interna e as tensões entre os dois clãs de fazendeiros guerreiros do nordeste: os Taira e os Minamoto. Por volta do ano 1160, o cruel Taira no Kiyomori era o homem mais poderoso de todo o Japão. Em 1185 os Minamoto, liderados pelos irmãos Yoshitsune, derrotaram os Taira e em seguida, estabeleceram o primeiro xogunato militar em Kamakura. c) Xogunato Kamakura Deliberadamente instalando seu governo longe da corte imperial, na vila de Kamakura Minamoto no Yoritomo organizou um sistema que beneficiou os bushi (guerreiros) e trouxe 150 anos de relativa paz e estabilidade. Os herdeiros diretos de Yoritomo eram xoguns só no nome, pois os regentes hereditários da família militar Hojo de Kamakura os dominaram. Os Hojo assumiram as prerrogativas do poder, concedendo à instituição imperial e à nobreza o privilégio da aprovação da política. Templos e obras de arte foram criados em Kamakura. O zen-budismo, importado da China, era muito apreciado pelos samurais, enquanto a Terra Pura, A Verdadeira Terra Pura e as seitas budistas Nichiren incentivavam a salvação entre as pessoas comuns. As invasões dos mongóis foram repelidas duas vezes no século 13, mas diminuíram os recursos e o comando de Kamakura. O fim chegou em 1333, quando o clã Ashikaga, liderado por Takauji derrubou o xogunato de Kamakura. No entanto, os sistemas de poder de Yoritomo e os Hojo influenciaram a vida do Japão por mais de cinco séculos. d) Xogunato Muromachi Com o poderio militar novamente com a corte imperial em Kyoto, as artes, tais como o teatro nô e a cerimônia do chá, floresceram sob o patrocínio do xogum Ashikaga Yoshimasa. Uma disputa pela sucessão dividiu a corte em facções norte e sul. Com os líderes envolvidos em lutas pelo poder, o caos e a fome eram comuns. O pior veio durante a Guerra de Onin (14671477), quando o incêndio e a pilhagem destruíram grande parte de Kyoto. O período Muromachi, nome de um distrito de Kyoto onde os Ashikagas construíram seu palácio, foi uma época de muita ambição, envolvendo todas as classes sociais. A guerra, antes privilégio dos samurais, agora envolvia exército de infantaria (ashigaru), recrutado entre os camponeses, que esperavam promoção de acordo com o sucesso nas batalhas. Em 1542, três portugueses naufragaram com um barco chinês, apareceram em Tanegashima, uma ilha ao largo de Kyushu, e introduziram armas de fogo no Japão. Francisco Xavier, fundador da Sociedade de Jesus, estabeleceu uma missão jesuíta em Kagoshima em 1549. A partir desse momento, o contato com os europeus desestabilizou a situação polí¬tica e propiciou a primeira unificação por Oda Nobunaga, que entrou em Kyoto em 1568. e) Os Samurais Os samurais, também conhecidos como bushi, surgiram no século IX quando a corte do imperador em Kyoto, desprezando a guerra, delegou a supervisão e a defesa de suas propriedades a guardas-civis e fazendeiros guerreiros do lugar. Afiliados aos damyo (senhores feudais de ascendência nobre), os samurais formaram ao longo do tempo seus próprios clãs hereditários e se tornaram mais poderosos que o imperador, originando os xogunatos (ditaduras militares) do século XII ao XIX. Códigos rígidos de lealdade e comportamento, bushido (caminho do guerreiro), se inspiraram em parte no zen-budismo e incluíam rituais de suicídio (seppuku, também conhecido como harakiri). f) Período Momoyama Depois que o Japão foi atormentado por mais de um século de guerra, Oda Nobunaga, que subiu ocupando posições no exército da província, uniu o país sob sua lei. Entre 1568-76, Nobunaga derrotou o rival feudal Asai Nagamasa e queimou Enryaku-ji, onde monges belicosos ha muito desafiavam a corte e seus rivais budistas; mandou Ashikaga Yoshiaki para o exílio e arregimentou 3 mil mosqueteiros para massacrar as forças de Takeda na Batalha de Nagashino. Em 1580, em sua última façanha militar, Nobunaga conseguiu a rendição de lshiyama Hongan-ji, um templo-fortaleza praticamente inexpugnável, hoje no centro da cidade de Osaka. Cercado por fossos e muralhas, o templo tinha sido a base do poder da seita budista Terra Pura. Por volta de 1582, obrigado a cometer suicídio por um vassalo traiçoeiro, Nobunaga controlava 30 das 68 províncias do Japão. O substituto de Nobunaga, um guerreiro de origem humilde, Toyotomi Hideyoshi, vingou seu senhor feudal e continuou o trabalho de unificação, desencadeando campanhas épicas que colocaram Shikoku (1585), Kyushu (1587), a região de Kanto (1590) e o norte de Honshu (1591) sob seu controle. Continuou a destruir castelos e fortes de rivais potenciais, confiscando armas dos camponeses, e estabeleceu um sistema pelo qual os camponeses retinham suas pequenas propriedades e pagavam um imposto fixo diretamente ao governo central. Hideyoshi ordenou ainda duas invasões bem-sucedidas na Coréia e perseguiu os missionários portugueses e os japoneses convertidos. Como Oda Nobunaga, Hideyoshi nunca reivindicou o título de xogum, mas ficou obcecado por perpetuar sua lei. Dois anos após seu falecimento, em 1598, uma série de desavenças entre seus servidores acabou conduzindo à Batalha de Sekigahara, na qual Tokugawa Ieyasu saiu vitorioso em 1600 e logo fundou o xogunato de Tokugawa. g) O Xogunato De Tokugawa Nomeado xogum pelo imperador em 1603, Ieyasu dividiu a população em duas classes hereditárias bem definidas. Para terminar com as guerras, os samurais foram proibidos de possuir terra e podiam morar só em certas áreas das cidades-castelos. Os agricultores receberam pequenos lotes que tinham de cultivar. Os artesãos formavam outra classe e os comerciantes, a classe mais baixa. O deslocamento entre regiões era controlado. Famílias e vilas inteiras podiam ser castigadas se um de seus membros ou vizinhos praticasse um crime. Os daimyo, que governavam a região estavam sujeitos á autoridade Tokugawa e podiam ser enviados a outras regiões se seus serviços não fossem aprovados. Depois de 1635, os daimyo e seus samurais foram obrigados a morar em anos alternados em Edo (Tóquio), a nova sede do xogunato. h) Isolamento e Ascensão de Edo William Adams, inglês que chegou ao Japão em navio holandês em 1600, serviu Ieyasu em diferentes ocupações nas duas décadas seguintes. Nesse período, ingleses, holandeses, portugueses, espanhóis e governos do Novo Mundo se abriram ao comércio com o xogunato. A partir de 1635 a crescente xenofobia Tokugawa restringiu todo o movimento comercial estrangeiro a Nagasaki; a partir de 1641, só comerciantes chineses e holandeses foram autorizados a comerciar. Isso deu lugar a um isolamento de 200 anos com o resto do mundo. Nessa época, aumentou a perseguição aos cristãos. Kyoto era a capital oficial no período Tokugawa, mas Edo a ofuscou, sendo talvez a maior cidade do mundo por volta de 1700. Edo concentrou o teatro kabuki e bunraku e os trabalhos ukiyo-e de Utamaro, Sharaku, Hokusai e Hiroshige. Os patrocinadores eram comerciantes e samurais. Em 1853, o comodoro Matthew Perry chegou à baía de Edo com uma frota de nove embarcações norte¬-americanas, desafiando o auto-isolamento japonês. Enfraquecido, o xogunato cedeu às demandas de Perry. Samurais de Satsuma, Choshu e dos domínios Tosa em Kyushu, oeste de Honshu e Shikoku lideraram a restauração do poder imperial e o processo de reorganização do governo em 1868. i) Restauração Melji O imperador Meiji (1852-1912) tinha 16 anos quando a lei da restauração imperial foi declarada em 3 de janeiro de 1868. Tóquio imediatamente se tornou capital. Um novo sistema centralizado visava mudanças para que o Japão pudesse competir com o Ocidente. O serviço militar obrigatório e a eliminação da classe samurai hereditária criaram uma força moderna de combate, provocando reações violentas dos samurais (em 1874-1876). Os domínios daimyo foram transformados aos poucos em prefeituras, embora os daimyo e os nobres da corte tenham resistido sob a forma de uma nova classe chamada kazoku. A alfabetização se tornou uma meta. Em 1884, reformas bancária e fiscal e uma estratégia industrial visando a exportação, foram incentivadas. A Constituição Meiji de 1889, promulgada pelo imperador, permitiu ao exército acesso direto ao trono, criando uma Câmara de Representantes e uma Câmara de Conselheiros. Após disputas sobre o controle ela Coréia, a Guerra Sino-Japonesa ele (1894-1945) terminou com a vitória do Japão sobre a China, mas mostrou ser necessário maior poderio militar para que a nação pudesse combater o Ocidente em igualdade de forças. No início do século, a transformação em uma economia industrial deslanchou. Um segundo conflito imperialista, a Guerra Russo-Japonesa (1901-1905), terminou com o Japão aumentando as reivindicações sobre o sul da Manchúria e a Coréia, que foi anexada em 1910. Na década final da Era Meiji o ministro do Interior enfatizava a reverência ao imperador, à família, ao xintoísmo, ao exército e aos heróis nacionais. Tornou-se prerrogativa do Estado eliminar grupos inimigos. j) Guerra com a China e Segunda Guerra Mundial A transformação do Japão feudal em um Estado moderno não foi fácil. Em 1929, quando o mercado de ações despencou, aumentou o ressentimento com quem tinha enriquecido com as exportações. Jovens oficiais desejosos de restaurar o orgulho nacional começaram a assassinar os ricos moderados, enquanto militaristas e oligarcas no governo acreditavam que, tomando terras da Rússia e da China, garantiriam matéria-prima e melhorariam a segurança nacional. Simultaneamente, um movimento pan-asiático, que via o Japão como líder para tirar a Ásia da servilidade, interpretava a resistência da China à dominação japonesa como um insulto. Em 1937, o Japão travava uma guerra com a China e via-se cada vez mais afastado do resto do mundo. Quando os EUA cortaram acesso ao petróleo. Tóquio, num ato desesperado, decidiu tomar território no Pacífico, atacando de surpresa Pearl Harbor - Havaí, em dezembro de 1941. Meses mais tarde ocupava o sudeste da Ásia. Em 1944, bombardeiros americanos dizimaram cidades japonesas, mas o exército japonês, determinado a não se render, optou por uma estratégia defensiva suicida. Em agosto ele 1945, os EUA jogaram bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki e a União Soviética entrou na guerra do Pacífico. O imperador Hiroíto ordenou que seu gabinete pedisse a paz. k) Japão após 1945 Embora a Segunda Guerra Mundial terminasse em calamidade, a experiência mobilizou o povo para autodisciplina e cooperação instintivas. A Força Aliada de Ocupação do general Douglas MacArthur chegou quando milhões de japoneses sem teto voltavam para suas cidades bombardeadas. O imperador renunciou ao status de divindade, a reforma agrária foi implementada e julgamentos de crimes de guerra, iniciados. As tensões da Guerra Fria aumentavam, o ardor reformista arrefeceu, uma greve geral foi cancelada e os comunistas foram expurgados de empregos no governo. Em 1952, quando terminou a ocupação, a guerra que se avizinhava na Coréia foi uma vantagem para a economia japonesa. A produção industrial aumentou, já que as famílias agora queriam máquinas de lavar, geladeiras e televisores. Em 1960, protestos em massa contra a ratificação do Tratado de Segurança Japão-EUA cancelaram a visita do presidente Eisenhower. O primeiro-ministro renunciou. Seus sucessores se concentraram no crescimento da economia, prometendo dobrar a renda de importações. Na época das Olimpíadas de Tóquio em 1964, o crescimento anual era cerca de 10% e em ascensão. A prosperidade baseada na exportação de equipamentos eletrônicos, automóveis e produtos de tecnologia sofisticada transformou o Japão numa das nações mais ricas do mundo e ajudou a manter o Partido Liberal Democrático como força política dominante desde a sua criação, em 1955. Em janeiro de 1989 morre o imperador Hiroíto que se encontrava no trono desde 1926 e é substituído pelo seu filho Akihito. A recessão de 1990, além de gerar alterações significativas nos papéis tradicionais na sociedade, Criou um clima para futuras mudanças. A crise eclodiu em 1991 quando os preços de ativos, negociados de forma supervalorizada pela bolsa de Tóquio, desabam devido a uma “bolha” especulativa. O PIB japonês apresenta baixo crescimento. Em 1997, a crise financeira asiática atinge duramente o Japão, que inicia uma série de pacotes de recuperação econômica que fracassam ensejando a renuncia do primeiro ministro Yoshiro Mori. 04. O Século XXI (atualidades) Junichiro Koizumi assume a chefia de governo em abril de 2001 e tem como programa a promoção de privatizações, reforma do sistema financeiro e redução de gastos públicos. A economia japonesa deteriora-se, com queda das exportações e do consumo interno e aumento do desemprego. Koizumi não consegue fortalecer o sistema bancário e deter a deflação. A economia começa a se recuperar lentamente a partir de 2002. Koizumi implanta políticas de desregulamentação econômica, corte nos gastos públicos e privatizações. Em 2005, o panorama melhora com a expansão do crédito. Relatório do FMI em 2006 confirma o fim do ciclo de quase dez anos de deflação. O país apresenta também a menor taxa de desemprego em oito anos e o aumento da produção industrial, do consumo e do PIB. Em março de 2003, Koizumi declara apoio aos EUA na guerra contra o Iraque e, em janeiro 2004, contribui com o envio de um contingente de soldados para operações de retaguarda, no maior deslocamento militar do Japão desde a II Guerra Mundial. A decisão é polêmica, pois a Constituição japonesa não permite a participação de seus soldados em conflitos internacionais. A alegação do governo é que não estão desenvolvendo ações armadas. Sob pressão, o governo japonês retira as tropas do Iraque em julho de 2006. O Parlamento aprova a reforma da Previdência no ano de 2004. Já em 2005, numa manobra arriscada, Koizumi dissolve a Casa dos Representantes e convoca eleições antecipadas em 2005 onde o PLD de Koizumi vence, isso aconteceu devido a questão da privatização dos Correios que não havia passado no parlamento e com esta manobra o Primeiro-Ministro força o Parlamento a aprovar a privatização e consegue seu intento. Koizumí encerra seu mandato em setembro de 2006, com 50% de aprovação, o índice mais alto entre todos os primeiros-ministros do pós¬-guerra. O PLD indica Shinzo Abe primeiroministro. Abe assume o governo com o objetivo de aprofundar as reformas na economia e defende a revisão na Constituição pacifista do Japão. Durante seu mandato, procura iniciar uma aproximação com a China e a Coreia do Sul - num gesto significativo, ele decide não visitar o Santuário Yasukuni em agosto de 2007, durante o aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial. O governo de Abe, porém, é abalado profundamente por escândalos de corrupção que atingem alguns de seus ministros. Um deles, o da Agricultura, suicida-se em maio de 2007. No mês seguinte estoura o escândalo da Previdência, em que o governo admite ter perdido 50 milhões de cadastros de contribuintes, que ficaram sem receber a aposentadoria. Enfraquecido por sucessivas crises, o PLD sofre uma derrota histórica nas eleições em julho de 2007. É a primeira vez na história que o PLD perde o controle da Casa. Com a popularidade em baixa e pressionado por denúncia de corrupção, Abe pede demissão em setembro de 2007. Após uma disputa interna no PLD, na qual derrota por larga vantagem o ex-chanceler Taro Aso, Yasuo Fukuda é eleito pela Casa dos Representantes o novo primeiro-ministro japonês. Ele assume em difícil situação política, pois a oposição, com sua maioria no Casa dos Conselheiros, possui forte poder de obstrução dos projetos do governo. O novo premiê sofre a primeira derrota ao não conseguir, na câmara alta, prorrogar o apoio japonês às ações norteamericanas no Afeganistão (abastecimento por meio de navios no oceano Índico), que tem de ser interrompido em novembro de 2007. O governo dos Estados Unidos expressa sua "decepção" e pressiona fortemente o Japão pela retomada do engajamento. A câmara baixa aprova a extensão da ação por mais um ano, limitando a ajuda, porém, ao fornecimento de combustíveis e água. A Casa dos Conselheiros, no entanto, reprova a medida em 11 de janeiro de 2008. No mesmo dia, Fukuda propõe e consegue que a Casa dos Representantes imponha o projeto por maioria de dois terços. É uma ação de força pouco usual na política japonesa: não era utilizada desde 1951. Em dezembro de 2008, O Japão abriga uma reunião de cúpula com a China e a Coreia do Sul, formalizando uma Frente Asiática, que adota medidas de colaboração para enfrentar a crise econômica e buscar a estabilidade do sistema financeiro global. A iniciativa consolida uma aproximação entre o governo japonês e seus dois vizinhos, marcada, no período anterior, sobretudo, por visitas ao Japão do primeiro-ministro chinês Wen Jiabao (abril de 2007) e do presidente da China, Hu Jintao (março de 2008). Nova Crise Um marine norte-americano é acusado pelo estupro de uma menina de 14 anos, em fevereiro de 2008, e o caso serve de estopim para protestos pela presença no Japão de bases militares dos EUA. O repúdio é particularmente forte em Okinawa, ilha onde ocorreu o crime e na qual fica a maior parte dos 50 mil militares norte-americanos estacionados no país. Em março de 2008, Fukuda é submetido a outro revés, quando não consegue aprovar seu indicado para a presidência do Banco Central. A câmara alta só aceita o nome de Masaaki Shirakawa, um dos vice-presidentes indicados. Depois de semanas de impasse, e com o cargo tendo ficado vago (ampliando as dificuldades econômicas do país), a solução acaba sendo empossar Shirakawa como presidente. Ao mesmo tempo, o governo tem de usar novamente a maioria absoluta para impor a volta-de-uma taxa que aumenta o preço dos combustíveis, que a oposição havia derrubado. Com isso, a rejeição popular a Fukuda cresce. O ápice do enfrentamento ocorre em junho, quando a câmara alta aprova, pela primeira vez no pós-guerra, uma moção de censura ao primeiro-ministro e pede sua renúncia. Com o apoio da câmara baixa, Fukuda insiste. Buscando ainda recuperar apoio político e popular, visando às eleições gerais de 2009, promove uma reforma ministerial em setembro e nomeia seu rival Taro Aso como secretário-geral do partido. A crise econômica global, porém, atinge a economia japonesa, que já dava mostras de comportamento recessivo. Sem forças para enfrentar as dificuldades, Fukuda renuncia em setembro de 2008, abrindo o caminho para a ascensão de Taro Aso, ortodoxo em economia e conservador politicamente. Ele resiste à pressão pela antecipação das eleições feita pela oposição - em alta no eleitorado -, e, tal como os governos dos demais países ricos, adota programas de ajuda financeira aos ramos mais atingidos da atividade econômica. De agosto a dezembro, o governo japonês destina mais de 300 bilhões de dólares para ajuda a instituições financeiras e empresas e para operações de crédito. Em novembro de 2008, o país entra oficialmente em recessão, quando é anunciado que a economia havia encolhido 1% no segundo trimestre do ano e 0,5% no terceiro. A crise do primeiro-ministro não surte efeito, e a crise política, somada à econômica, estende-se por 2009. Em julho de 2009, a Casa dos Conselheiros aprova moção de censura a Aso, que antecipa as eleições para agosto. A vitória do PDJ põe fim a um período de 54 anos quase ininterruptos do PLD no poder. Yukio Hatoyama assume como premiê. Em abril de 2010, 100 mil pessoas protestam em Okinawa, exigindo que Hatoyama cumpra a promessa de retirar a base militar norte-americana da ilha. Mas o premiê cede aos EUA e mantém a base. Pressionado, ele se demite em junho. O ex-ministro das Finanças Naoto Kan assume o posto com a promessa de restaurar as finanças públicas e realizar a reforma fiscal. 05. FATOS RECENTES NA HISTÓRIA Em 11 de março de 2011, o Japão é atingido pelo maior terremoto de sua história. O abalo de 9 pontos na escala Richter num ponto a 67 quilômetros do litoral é seguido de um avassalador tsunami, que varre o nordeste do arquipélago. O desastre deixa 16 mil mortos e 3,3 mil desaparecidos e arrasa a infraestrutura da região. Ondas gigantes danificam o sistema de refrigeração da usina nuclear de Fukushima e provocam superaquecimento em quatro reatores. Para evitar explosões, a operadora libera na atmosfera vapores de material radioativo, contaminando mar, pescados, água, cultivos e criações. O governo estabelece uma zona de exclusão de 20 quilômetros em torno da usina e remove mais de 80 mil moradores. As autoridades descartam perigo imediato à saúde e nos primeiros dias após o acidente omitem informações sobre a real intensidade dos vazamentos, expondo os habitantes da região à contaminação radioativa. Nos meses seguintes, o governo destina quase 230 bilhões de dólares para obras de reconstrução e ajuda aos afetados. Contudo, Naoto Kan é criticado por sua gestão da crise e renuncia em agosto. Em seu lugar, assume Yoshihiko Noda. Em maio de 2012, o último reator nuclear ativo no país é desligado. Com a perda de 30% no fornecimento de energia, o Japão importa mais combustíveis fósseis, medida responsável pelo seu primeiro déficit comercial em três décadas. Vitória do PLD Desde o início do ano, Noda negocia com a oposição um pacote fiscal para enfrentar a crescente dívida pública, que passa de 230% do PIB. Com o impasse nas negociações, o PLD pressiona Noda a convocar eleições. Ele acaba cedendo em novembro, após aprovação de um projeto de financiamento orçamentário. O PLD faz uma campanha focada na crise, em que Abe promete medidas agressivas para combater a deflação. O partido tem vitória esmagadora. Abe assume como primeiro-ministro e em janeiro de 2013 aprova pacote de estímulo econômico de 117 bilhões de dólares, um dos pontos de seu programa conhecido como Abenomics. Militarização Em abril de 2013, o Ministério da Defesa instala um sistema antimíssil devido às ameaças da Coreia do Norte em atacar o Japão. No mesmo mês, Abe volta a defender a revisão da Constituição. Conhecido por sua posição nacionalista, ele quer mudar o artigo 9, em que o país renuncia a recorrer à guerra, e incluir a obrigatoriedade de o governo proteger o território japonês. A proposta irrita a China e a Coreia do Sul. Em outubro, Japão e EUA ampliam a aliança militar, em acordo que mantém a presença norteamericana em território japonês e permite o aumento das capacidades militares do país asiático. Em dezembro, em meio ao acirramento da disputa com a China pelas Ilhas Senkaku, o governo anuncia uma elevação de 5% nos gastos militares para os próximos 5 anos. A verba, estimada em 550 bilhões de dólares, será destinada à aquisição de armamentos de defesa, incluindo equipamentos para monitorar as ilhas em litígio. MAIORIA DO PLD Nas eleições para a Casa dos Conselheiros, em julho, o PLD leva 76 das 121 vagas em disputa. Com isso, pela primeira vez desde 2007, o governo tem maioria nas duas Casas. Fukushima Em agosto de 2013, a Tokyo Electric Power Company (Tepco), operadora da usina de Fukushima, admite que água contaminada pela radiação está vazando para o mar desde 2011, apesar das barreiras de contenção. A agência reguladora de energia nuclear estima que o volume chegue a 300 toneladas diárias e considera a situação de emergência. No fim do mês, a Tepco avisa que cerca de 300 toneladas de água altamente contaminada com césio e estrôncio podem ter sido absorvidas pelo solo, a partir de um vazamento nos tanques usados para resfriar as pilhas de urânio. Em setembro, o governo anuncia que destinará 400 milhões de dólares para solucionar os problemas de vazamento na usina. No mesmo mês, o Japão inicia procedimento para encerrar as atividades do último reator nuclear em atividade no país. Olimpíadas Em setembro, o Comitê Olímpico Internacional (COI) escolhe Tóquio como sede dos Jogos Olímpicos de 2020. COMPILAÇÃO FEITA A PARTIR DE: - Almanaque Abril 2014, 40ª ed. São Paulo: Ed. Abril, 2014. - Atlas National Geografic, livro 08: Ásia II. São Paulo: Ed. Abril, 2008. -ARRUDA, J. e PILETTI, N. Toda a História, 4ª ed. São Paulo: Ática, 1996. - Guia Visual Publifolha. Japão, 2ª Ed. São Paulo: Folha de São Paulo, 2005. - HELLERN, NOTAKER e GAARDER. O livro das Religiões. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. - www.wikipedia.org