Trabalho de Conclusão de Curso – TCC Um estudo sobre a TV
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Trabalho de Conclusão de Curso – TCC Um estudo sobre a TV
Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação Trabalho de Conclusão de Curso – TCC Um estudo sobre a TV Digital Brasileira: Aspectos básicos de Interatividade e Inclusão Social Alunos: Carlos Henrique Lopes Silva Emmanoel de Souza Sanches Luciana Schmidt Silva Michele Daiani Batista Orientador: Luis Arturo Perez Lozada Co-orientador: Thiago Borborema Junho de 2009 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação RESUMO O objetivo deste trabalho de conclusão de curso consiste em estudar os aspectos básicos envolvidos na implementação da interatividade na TV Digital Brasileira e na inclusão digital que ela poderá proporcionar aos brasileiros de menor renda. Atualmente, podemos considerar que de certa forma a interatividade já existe, pois o envio de SMS e e-mail já são comuns na TV brasileira [JM]. Hoje, as TVs já são digitais, mas não interativa, assim, nossa proposta de conclusão de curso visa analisar e refletir a respeito desses assuntos. 1 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação ABSTRACT This paper consists study on the basic aspects involved in the implementation of interactive Digital Brazilian TV and social inclusion could provide to brazilians lower income. Currently, we consider some interactivity already exists, since the sending of SMS and EMAIL are common in Brazilian TV [JM]. Today, the TV’s are digital, but not interactive, so, the proposal of this work aims analyze and reflect this issues. 2 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação AGRADECIMENTOS Gostaríamos de agradecer a todos que fizeram deste sonho, de ser ENGENHEIROS, realidade. A família que nos apoiou durante toda essa jornada com muita dedicação e paciência, sem nos deixar desistir e nos fizeram entender que o futuro, é feito a partir da constante dedicação no presente! Um agradecimento especial ao nosso co-orientador Thiago Borborema e ao orientador, Arturo, pelo suporte, apoio, dedicação e principalmente pelo incentivo para o bom desempenho deste trabalho. Enfim, a todos os que de uma forma ou de outra, acompanharam a nossa jornada na busca de aprender sempre mais e conquistar nossos objetivos. Por fim o mais importante agradecimento a Deus por colocar pessoas tão dedicadas em nossas vidas! 3 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação LISTA DE ACRÔNIMOS ATSC - Advanced Television Systems Committee CDMA - Code Division Multiple Access DVB - Digital Video Broadcasting HDTV - High-definition television ISDB - Integrated Services Digital Broadcasting SBTVD - Sistema Brasileiro de TV Digital RF - Radio frequency SDTV - Standart Definition Television STB - Set Top Box TDMA - Time Division Multiple Access WIMAX - Worldwide Interoperability for Microwaves Access HD - High Definition LDTV - Low Definition Television SDTV - Standard Definition Television EDTV - Enhanced Definition Television AAC - Advanced Audio Coding AVC - Advanced Video Coding UHF - Ultra High Frequency UHF - Very High Frequency EPG - Electronic Program Guide NCL - Nested Context Language CC - Common Core NCM - Nested Context Model W3C - World Wide Web Consortium GEM - Globally Executable Middleware DSM-CC - Digital Storage Media Command and Control PLC - Power Line Communication GSM - Global System Mobile CDMA - Code Division Multiple Access SMS - Short Message Service EDGE - Edge Enhanced Data rates for GSM Evolution TDMA - Time Division Multiple Access 4 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação UMTS - Universal Mobile Telecommunication System HSDPA - High Speed Downlink Packed Access PVR - Personal Vídeo Record DVR - Digital Vídeo Recorder MMDS - Multichannel Multipoint Distribution Service 5 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação Índice: 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 9 2 CONCEITOS TEÓRICOS .........................................................................................................10 2.1 2.2 2.3 2.4 2.5 3 O QUE MUDA COM A TV DIGITAL ..........................................................................................17 3.1 4 GINGA-NCL .....................................................................................................................23 GINGA-J ..........................................................................................................................25 GINGA-CC .......................................................................................................................28 CANAL DE RETORNO.............................................................................................................29 5.1 5.2 6 VANTAGENS DA TV DIGITAL ..........................................................................................20 GINGA .....................................................................................................................................22 4.1 4.2 4.3 5 TV DIGITAL......................................................................................................................10 MODOS DE TRANSMISSÃO............................................................................................11 PADRÃO BRASILEIRO – SBTVD .....................................................................................12 TV ANALÓGICA ...............................................................................................................13 COMPARAÇÃO ENTRE A TRANSMISSÃO ANALÓGICA E TRANSMISSÃO DIGITAL .....13 TECNOLOGIAS DISPONÍVEIS ........................................................................................29 PROBLEMAS DO CANAL DE RETORNO.........................................................................30 INTERATIVIDADE....................................................................................................................31 6.1 TIPOS DE INTERATIVIDADE...........................................................................................32 6.1.1 INTERATIVIDADES LOCAIS........................................................................................32 6.1.2 INTERATIVIDADE REMOTA ........................................................................................32 6.1.3 INTERATIVIDADE REMOTA COM CANAL DE RETORNO NÃO DEDICADO ...............32 6.1.4 INTERATIVIDADE COM CANAL DE RETORNO DEDICADO.......................................33 6.2 ERGONOMIA...................................................................................................................34 6.2.1 PRINCÍPIOS E RECOMENDAÇÕES ERGONÔMICAS ................................................34 7 INCLUSÃO DIGITAL ................................................................................................................35 7.1 EDUCAÇÃO INTERATIVA – EAD DIGITAL .................................................................................38 8 CONCLUSÃO ..........................................................................................................................40 9 REFERÊNCIA ..........................................................................................................................41 10 WEBGRAFIA ...........................................................................................................................43 6 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação Índice de Figuras: FIGURA 1- PADRÃO DA TV DIGITAL PARA DIFUSÃO TERRESTRE [AL07] ....................................10 FIGURA 2 - DIFERENÇA ENTRE A TRANSMISSÃO ANALÓGICA E DIGITAL [CBF]. .......................13 FIGURA 3 - COMO FICA A RECEPÇÃO COM A TV DIGITAL [TELECO]. ..........................................14 FIGURA 4 - COMO FICA A RECEPÇÃO COM A TV DIGITAL [TELECO]. ..........................................14 FIGURA 5 - TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO DE SINAL NO PASSADO.............................................15 FIGURA 6 - TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO DE SINAIS ATUAL .......................................................15 FIGURA 7 - TRANSIÇÃO DA TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO DE SINAIS ........................................15 FIGURA 8 - TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO DE SINAIS FUTUROS .................................................16 FIGURA 9 - DESAFIO PARA DA TV DIGITAL ....................................................................................16 FIGURA 10 - NOVAS FUNCIONALIDADES DA TV DIGITAL [CAPDA]...............................................18 FIGURA 11 - EXEMPLO DE INTERATIVIDADE NO ESPORTE [TQTVD]. .........................................19 FIGURA 12 - CRONOGRAMA DA TV DIGITAL NO BRASIL [TECTOY] .............................................19 FIGURA 13 - COMERCIAL DE PIZZA INTERATIVO [FR] ..................................................................21 FIGURA 14 - TELEVISOR DIGITAL COM TRANSMISSÃO DIGITAL REPRODUZ A IMAGEM COM MELHOR QUALIDADE [TD] .....................................................................................................21 FIGURA 15 - DEMONSTRAÇÃO DA CAMADA GINGA NO SISTEMA DE TV DIGITAL [GIN¹]............22 FIGURA 16 - ARQUITETURA DO GINGA [GINDF]............................................................................23 FIGURA 17 - ARQUITETURA GINGA-NCL [SRM]. ............................................................................23 FIGURA 18 - ARQUITETURA DO GINGA-J [FLB] .............................................................................25 FIGURA 19 – FLUXOS DE INFORMAÇÃO DO SBTVD [FLB] ...........................................................26 FIGURA 20 - API´S DO GINGA-J COM ADAPTAÇÃO DE CORES [FLB]...........................................27 FIGURA 21 - ARQUITETURA DO GINGA-CC [SMR].........................................................................28 FIGURA 22 - DIAGRAMA SIMPLIFICADO DO CANAL DE INTERATIVIDADE [MSLM]......................29 FIGURA 23 - ARQUITETURA DO SISTEMA DE CANAL DE INTERATIVIDADE [MSLM] ...................30 FIGURA 24 - A TRANSMISSÃO DE VÍDEO E DADOS É FEITA EM PARALELO DURANTE O HORÁRIO DO PROGRAMA INTERATIVO. O TELESPECTADOR PODE TELE CARREGAR O QUE LHE INTERESSA. [CBF] ..................................................................................................31 FIGURA 25 - INCLUSÃO SOCIAL PARA FAZER INCLUSÃO DIGITAL [REVEA]. ..............................36 FIGURA 26 - CONTEÚDO INTERATIVO NA TV APLICAÇÃO PARA EDUCAÇÃO.[TO06] ................39 7 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação Índice de Tabelas: TABELA 1 - RESOLUÇÕES DOS FORMATOS D TV DIGITAL. [LA07] .............................................11 TABELA 2 - REDES E TECNOLOGIAS APLICÁVEIS. [MSLM] ..........................................................29 TABELA 3 - TABELA BASEADA NA TABELA ORIGINAL DE PROPORÇÃO DE DOMICÍLIOS QUE POSSUEM EQUIPAMENTOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO [NIC]35 TABELA 4 - POPULAÇÃO COM ACESSO À TELEVISÃO. FONTE IBGE/PENAD 2003. [TO06]........36 8 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação 1 INTRODUÇÃO O Brasil esta passando por uma revolução tecnológica nas telecomunicações, o padrão de TV analógico esta sendo substituído pelo padrão de TV digital. Isto trará para o país, além da qualidade de áudio e vídeo superior à da TV analógica, novos recursos somente possíveis com a tecnologia da TV digital. Destes novos recursos, o mais importante para o país, sem dúvida alguma, é a interatividade, que irá possibilitar a inclusão social do cidadão brasileiro. A TV é o maior veículo para a disseminação da inclusão social no Brasil, praticamente toda a população tem acesso à TV no país, independente da classe social. As classes sociais mais baixas representam os cidadãos mais distantes da inclusão social, por isso, a TV é um instrumento tão importante. Através da TV digital, a população brasileira poderá se inteirar de assuntos relacionados à saúde, política, cultura, entretenimento, entre outros. A implementação da nova tecnologia ainda apresenta alguns desafios para que o telespectador possa desfrutar da interatividade. O canal de retorno é essencial para a interatividade e a forma como será implementado ainda é uma lacuna no Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD). Esta sendo muito importante para o país o empenho no desenvolvimento de tecnologias necessárias para a implantação das inovações no Sistema Brasileiro de TV Digital, que foi baseado no padrão japonês de TV digital (ISDB-T). O grande diferencial do Sistema Brasileiro de TV Digital esta numa camada de software chamada Ginga, desenvolvida inteiramente em instituições de ensino do país. O Ginga traz inovações, se comparado a outros sistemas de TV digital existentes e possibilita a execução de aplicações na TV digital. As transmissões começaram em São Paulo e em um ano de funcionamento a TV Digital já atingiu 40 milhões de habitantes. Hoje, cidades como Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO), Curitiba (PR), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS), já possuem transmissão digital em HD (High Definition). Em função dos aspectos tecnológicos e sociais, decidimos fazer um estudo sobre a interatividade e inclusão digital na TV Digital Brasileira, analisar suas problemáticas, suas dificuldades, do por que ainda não é uma realidade no Brasil. 9 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação 2 CONCEITOS TEÓRICOS 2.1 TV DIGITAL De acordo com Arnoldo [Ar], TV Digital significa transmitir vídeo, áudio e dados em formato binário independente do meio, além de possuir uma tecnologia que possibilita a interatividade, que auxilia de forma significativa na inclusão social através da inclusão digital. Um sistema de TV Digital é formado por um conjunto de padrões: digitalização, multiplexação e transmissão. A Figura 1, abaixo permite identificar os componentes básicos deste sistema: Vídeo e áudio, que são serviços indispensáveis ao sistema; Interatividade com os novos serviços, que são adicionados ao sistema pelo middleware [Al07]. Figura 1- Padrão da TV Digital para difusão terrestre [Al07] A função do middleware é fornecer ferramentas que permita a comunicação entre os dois meios (hardware e software), e fornecer às aplicações uma visão abstrata dos meios, possibilitando a portabilidade da aplicação, pois o middleware é o responsável por gerenciar todas as aplicações [Al07]. O multiplexador (Mux na Figura 1) é um circuito combinacional dedicado com a finalidade de selecionar, através de variáveis de seleção, uma de suas entradas, conectando-a eletronicamente a uma única saída. Quando se escolhe um canal de televisão através do controle remoto se efetua na verdade uma seleção entre as várias emissoras existentes. As emissoras correspondem às entradas, a tela de TV à saída e o controle remoto faz a função do Multiplexador [Cp]. 10 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação A transmissão, na prática funciona como um sistema de compartilhamento em freqüência, em que cada pequena portadora transporta apenas uma parte da informação total. Com a grande quantidade de portadores há uma maior imunidade aos ruídos, especialmente aos ecos. E a digitalização é simplesmente o processo de conversão analógico-digital [Al07]. 2.2 MODOS DE TRANSMISSÃO Os modos de transmissão surgiram na década de 80 com objetivo de reproduzir melhor qualidade de imagem e som semelhante ao cinema. Mas para isto, seria necessário o dobro de resolução de uma televisão convencional, que é de 480 x 360 pixels em média [SCRIBD] e [La07], a Tabela 1 exibe detalhes das resoluções e formatos para a TV Digital: Tabela 1 - Resoluções dos Formatos d TV Digital. [La07] c/s – campos por segundo e – entrelaçado q/s – quadros por segundo p – progressivo O padrão HDTV já possui um padrão de resolução de imagem superior as televisões tradicionais, permitindo um maior detalhamento. Pode ser encontrado em duas resoluções distintas: 720 linhas em modo progressivo ou então com 1080 linhas de modo intercalado, porém o resultado da imagem, independente do número de linhas, é praticamente o mesmo. Sua proporção de tela é 16:9. [SCRIBD], [Al07] e Po07]. O padrão SDTV possui uma resolução de 480 linhas de modo entrelaçado e a qualidade de imagem superior a da televisão analógica. Não apresentam nenhuma falha relacionada a cores cruzadas ou chuviscos. Atualmente, sua proporção de tela pode ser de 16:9, porém ainda a mais usada é de 4:3 [SCRIBD] e [Al07]. 11 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação O padrão EDTV possui imagem de nível intermediário, entre a HDTV e SDTV, seu áudio é estéreo como do HDTV, possui 480 linhas com varredura progressiva e sua proporção de tela é 16:9 [SCRIBD] e [Al07]. O padrão LDTV é conhecido como a TV de baixa resolução, sua qualidade é inferior a SDTV, e possui proporção de tela igual a 4:3 e 240 linhas, sendo assim, é mais usado em aplicações móveis e portáteis, como celulares, palms, pdas, etc. [SCRIBD], [Al07] e [Po07]. Quando se fala em linhas de modo intercalado significa que apenas metade da imagem aparece na tela naquele instante, primeiramente mostram frames de linhas ímpares e no próximo frame as linhas pares, porém esta mudança de frames é tão rápida, que não pode ser percebido pelos olhos humanos. É como se fosse uma única imagem [Al07]. O canal de TV digital pode transmitir tanto em HDTV como em SDTV, ou até mesmo nos dois formatos juntos [Al07]. 2.3 PADRÃO BRASILEIRO – SBTVD O Brasil, quando estava para decidir por um padrão para a TV Digital, comparou as tecnologias existentes: padrão Americano ATSC (Advanced Television System Committee), padrão Europeu DVB (Digital Video Broadcasting), padrão japonês ISDB-T (Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial) e decidiu usar o ISDB-T. O ISDB-T possibilita o uso de recepção móvel, o uso das mesmas antenas de transmissão para aparelhos de TV e dispositivos móveis, não cobra royalties, permite 006F uso de nosso próprio middleware e incorporar facilidades que os outros não tinham e não poderão acrescentar, adequando-se mais a nossa realidade sócia econômica. [SBTVD¹] [Mi] Após a escolha do padrão, algumas melhorias tecnológicas relacionadas às partes de áudio, vídeo e interatividade foram realizadas, dentre elas: [SBTVD¹]: A codificação de áudio usa o padrão MPEG-4 AAC (Advanced Áudio Coding), codificam a 48 kHz nos perfis e níveis AAC@ para som estéreo e HEACC@ para som 5.1. Este padrão também é conhecido como MPEG-4 part 3, sendo esta última a adotada como padrão pelo Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD). Já o AAC é um formato de áudio com alta compressão [Al07] e [SBTVD]. Para codificação de vídeo usa-se o padrão H.264, para transmissão fixa utiliza-se o [email protected] nos formatos 480i, 480p, 720p e 1080i nas taxas de 25, 12 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação 30, 50 e 60 quadros por segundo (as taxas de 25 e 50 Hz foram adotas para que outros países possam usar). Este padrão é baseado no MPEG-4 Part 10 ou AVC (Advanced Video Coding), capaz de fornecer boa qualidade com uma taxa de transmissão menor [AI07]. 2.4 TV ANALÓGICA A TV Analógica é a tecnologia que transforma os sons e as imagens em sinais elétricos que são transmitidos através de antenas para os telespectadores. Devido ao uso de uma faixa larga de ondas de radiofreqüência, especialmente para as imagens, a qualidade das imagens não pode ser melhorada. Nessa tecnologia, a qualidade do sinal pode ser influenciada pelos ruídos provocados por interferências de outros sistemas elétricos ou emissoras, pelas condições atmosféricas ou mesmo pela distância entre a emissora e o usuário final, deteriorando a qualidade dos sons e imagens recebidos [TELECO]. De maneira simplificada, pode-se dizer que a imagem e o som na TV analógica são formados de modo contínuo, permitindo interferências de eletroeletrônicos e exibição de imagens borradas [TD]. 2.5 COMPARAÇÃO ENTRE A TRANSMISSÃO ANALÓGICA E TRANSMISSÃO DIGITAL A transmissão analógica utiliza ondas eletromagnéticas contínuas, semelhantes aos sinais originais. Já na transmissão digital é utilizada uma corrente de bits, zeros e uns [AW], a Figura 2 ilustra a diferença entre a transmissão analógica e a transmissão digital. Figura 2 - Diferença entre a transmissão analógica e digital [CBF]. 13 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação Atualmente, a maioria, senão todas, as emissoras de TV possuem estúdios digitais e já estão transmitindo suas programações digitalmente. Para que essa qualidade digital chegue ao telespectador, é necessário o uso de um conversor externo, o Set-Top Box (STB), que futuramente será incorporado ao aparelho de TV. Às figuras a seguir ilustram como o STB pode estar acoplado aos equipamentos eletrônicos [AW]. Figura 3 - Como fica a recepção com a TV Digital [TELECO]. Figura 4 - Como fica a recepção com a TV Digital [TELECO]. Segundo o site da Teleco [TELECO], a TV analógica opera tanto nas faixas de VHF (canais 2 a 13) como de UHF (canais 14 e acima). A TV digital vai operar apenas na faixa de UHF, usando canais diferentes dos canais da TV analógica. Desta forma, enquanto houver transmissão analógica, o usuário final deverá ter também, além da antena de VHF, uma antena de UHF para receber o sinal de TV digital [TELECO]. 14 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação As Figuras a seguir (obtidas de [GPDS]), ilustram a evolução da digitalização da TV. Figura 5 - Transmissão e recepção de sinal no passado Figura 6 - Transmissão e recepção de sinais atual Figura 7 - Transição da transmissão e recepção de sinais 15 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação Figura 8 - Transmissão e recepção de sinais futuros Figura 9 - Desafio para da TV Digital 16 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação 3 O QUE MUDA COM A TV DIGITAL O primeiro impacto é a visualização de imagens com mais detalhes por causa da alta definição, também conhecida como HD ou HDTV (High Definition Television), onde as imagens possuem mais linhas de formação, permitindo mais detalhes e chamando mais a atenção do telespectador [TQTVD]. Segundo TQTVD, 2009, outras mudanças com a TV Digital são: Som Surround 5.1 Som equivalente a 6 caixas acústicas. Mas para usufruir desta tecnologia é necessário possuir um equipamento adequado, no caso um Home Teather. [TQTVD] Tela no formato 16:9 Também chamada de “tela de cinema” ou widescreen é um formato que permite ter a visão de uma área maior das cenas exibidas do que na TV tradicional analógica, cuja relação é 4:3 [TQTVD]. Mobilidade e Portabilidade O Sistema Brasileiro de TV Digital permite que os programas possam ser vistos em diferentes condições de movimento (parado, num veiculo, num barco, etc.). Para isto basta ter em mãos um palmtop, ou um aparelho de celular com receptores de TV integrada ou até mesmo aparelhos de TV em veículos usados para o transporte, por exemplo [Al07]. Multi-programação Múltiplas programações simultâneas por apenas um canal de freqüência, graças à codificação dos sinais de áudio/vídeo e dados possibilitando transmitir de quatro a seis programas simultâneos em SDTV, ou seja, permite ver programas diferentes no mesmo canal, ou ver o mesmo programa com vários ângulos/posições diferentes [Al07]. Mono programação Único programa sendo exibido, onde existe uma freqüência designada exclusivamente para a emissora/programadora associada aos conteúdos de áudio e vídeo [Al07]. Interatividade Permite fazer compras pela TV sem ter que usar telefone, votar em pesquisas, consultar o guia de programação das emissoras e outros serviços que vão aparecer à medida que a TV Digital for se consolidando em todo país [TQTVD]. 17 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação EPG (Electronic Program Guide) É uma forma bem simples de interatividade, que já se vê, atualmente, nos sistemas de TV por assinatura. São dados sobre a programação dos vários canais, por exemplo, o nome do programa atual e o do próximo programa, e o gênero do programa (musical, novela, telejornal, etc). Deverá ser oferecido desde a entrada no ar da TV Digital [OfN], a Figura 10 resume as novas funcionalidades da TV Digital do ponto de vista do telespectador. [CAPDA] Figura 10 - Novas funcionalidades da TV digital [CAPDA]. A Figura 11 ilustra um exemplo de interatividade durante a transmissão de um jogo de futebol, onde se tem a possibilidade de assistir ao jogo e ver quais os jogadores que estão escalados para tal jogo [TQTVD]. 18 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação Figura 11 - Exemplo de interatividade no esporte [TQTVD]. Até o momento, a implantação da TV Digital no Brasil com interatividade segue o cronograma da Figura 12 [TECTOY]. Figura 12 - Cronograma da TV digital no Brasil [TECTOY] 19 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação 3.1 VANTAGENS DA TV DIGITAL A vantagem mais perceptível é a preservação da qualidade do sinal. Outra grande vantagem da TV Digital consiste na otimização do espectro de freqüência e também na interatividade, não resumindo se simplesmente no aumento da comodidade das partes envolvidas na transmissão televisiva, mas também em aspectos financeiros ao aumentar a quantidade e a qualidade dos serviços oferecidos. Um exemplo destes serviços seria: o comércio televisivo (T-commerce), onde o telespectador passa a ter a oportunidade de adquirir os produtos anunciados, guias eletrônicos de programas, o controle de acesso e a proteção de conteúdo [JM] outras aplicações envolvem: Jogos eletrônicos (T-games); Serviços bancários (T - banking); Serviços de saúde (T- health) Serviços educacionais (T- learning) Serviços do governo (T – government) Alguns benefícios são esperados com o SBTVD: Incentivo a produção de softwares e conteúdo, novas oportunidades de negócios; [JM] Promoção da Cultura Digital; [JM] Melhor capacidade de articulação e negociação; [JM] Prover inclusão social através da tecnologia digital, democratizando a informação. [To06] A Figura 13 ilustra um exemplo de T-Commerce, onde na Inglaterra é possível ao assistir um comercial de uma pizzaria usar o modo interativo para encomendar pizza, pipoca, refrigerante e sobremesa usando apenas o controle remoto. E a Figura 14 ilustra a visualização de imagens nos dois modos de TV existentes hoje [CBF]. 20 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação Figura 13 - Comercial de pizza interativo [Fr] Figura 14 - Televisor digital com transmissão digital reproduz a imagem com melhor qualidade [TD] 21 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação 4 GINGA O Ginga é o nome do middleware especificado para o Sistema Brasileiro de TV Digital [FLB]. O Ginga é uma camada de software localizada entre as aplicações e o hardware, como ilustrado na Figura 15 [Gin¹]. Figura 15 - Demonstração da camada Ginga no sistema de TV Digital [Gin¹] A arquitetura do Ginga (vide Figura 16) esta basicamente dividida em três principais módulos: Ginga-CC, Ginga-NCL e Ginga-J [SRM]. O Ginga-NCL, é um subsistema do Ginga responsável pelo processamento de aplicativos NCL (Nested Context Language), ou seja, aplicativos declarativos [SRM]. O Ginga-J, é um subsistema do Ginga responsável pelo processamento de aplicativos procedurais e utiliza o Java como linguagem padrão [SRM]. O Ginga-CC, (Common Core) é um subsistema do Ginga formado por um conjunto de decodificadores que dão suporte ao Ginga-NCL e Ginga-J [SRM]. 22 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação Figura 16 - Arquitetura do Ginga [Gindf] As aplicações executadas no Ginga são classificadas em duas categorias dependendo da forma que elas foram escritas, procedurais ou declarativas, as aplicações procedurais (Ginga-J) são escritas utilizando a linguagem Java e as aplicações declarativas (Ginga-NLC) são escritas utilizando a linguagem NCL; assim, o Ginga torna-se um middleware híbrido [SRM]. 4.1 GINGA-NCL A Figura 17 a seguir especifica a arquitetura do Ginga-NCL. Figura 17 - Arquitetura Ginga-NCL [SRM]. 23 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação Para facilitar o desenvolvimento de aplicações Ginga-NCL, a PUC-Rio desenvolveu a ferramenta Composer, que é um ambiente voltado à criação de programas NCL para TV Digital interativa. Nessa ferramenta, as abstrações são definidas em diversos tipos de visões que permitem simular um tipo específico de edição (estrutural, temporal, layout e textual). Essas visões funcionam de maneira sincronizada, a fim de oferecer um ambiente integrado [SRM]. A ferramenta Ginga-NCL Emulator foi desenvolvida pela PUC-Rio para a visualização do aplicativo resultante do código implementado. É uma ferramenta muito utilizada, pois simula como o aplicativo será rodado na TV Digital [SRM]. Um componente importante do Ginga-NCL é o módulo de interpretação de conteúdo declarativo (formatador NCL chamado Maestro). Outros módulos importantes são os XHTML, que incluem Estilos de Página em Cascata (CSS), interpretadores de ECMAScript e o Lua engine, que é responsável por interpretar scripts Lua [SRM]. A apresentação de um documento NCL requer o controle da sincronização de vários objetos de mídia. Para cada objeto de mídia, um player (exibidor de mídia) pode ser carregado para o controle do objeto e de seus eventos NCL. Um exibidor de mídia deve obrigatoriamente ser capaz de receber os comandos de apresentação, controlar as máquinas de estado dos eventos do objeto de mídia controlado e responder às demandas do formatador [SRM]. Por ser interessante utilizar os players já existentes dentro da implementação da arquitetura Ginga, é necessário desenvolver módulos para fazer as adaptações necessárias [SRM]. NCL é uma linguagem declarativa utilizada para desenvolvimento de documentos hipermídia de acordo com o modelo NCM (Nested Context Model). Seu desenvolvimento foi baseado numa estrutura modular de acordo com princípios adotados pelo W3C (World Wide Web Consortium) [NCL]. A linguagem NCL é uma das principais linguagens existentes para a definição do sincronismo temporal. Como vantagem adicional e imprescindível num sistema de TV digital, NCL também provê suporte a variáveis, que podem ser manipuladas através de código procedural, entre eles o de sua linguagem de script Lua [SRM]. 24 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação 4.2 GINGA-J Ginga-J é um subsistema lógico do Ginga desenvolvido no Laboratório LAVID da UFPB [FLB], que é responsável pelo desenvolvimento de aplicações procedurais e é baseado na tecnologia Java (Maquina Virtual em conjunto com algumas API`s) [FLB]. A arquitetura do Ginga-J distingue entidades de Hardware, Sistema Operacional de aplicações, como ilustrado na Figura 18 . Figura 18 - Arquitetura do Ginga-J [FLB] As aplicações nativas devem ser implementadas de acordo com a padronização do Sistema Operacional, Implementações Ginga ou API’s do Ginga-J. Aplicações Interativas (Xlets) devem ser implementadas de acordo com as API’s de padronização do Ginga-J [FLB]. Aplicações em Ginga-J tem acesso a fluxo de vídeo, áudio e dados através do Ginga-CC. Estes fluxos são recebidos através do ar e processados por aplicações responsáveis por apresentarem conteúdo aos telespectadores [FLB]. 25 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação Os telespectadores podem interagir com estas aplicações através de um controle remoto e em resposta aos estímulos enviados pelo controle, o receptor irá apresentar um fluxo de imagem e/ou áudio e/ou dados. Um único receptor deve possuir capacidade de receber e apresentar informações simultaneamente [FLB] (vide Figura 19). Figura 19 – Fluxos de informação do SBTVD [FLB] As aplicações desenvolvidas em Ginga-J podem prover suporte para a interação entre multi-usuários, desde que o receptor de TV possa ser acessado por diferentes dispositivos simultaneamente [FLB]. A definição Ginga-J é composta por API’s definidas para prover suporte a todas as funcionalidades necessárias para a implementação de aplicativos para televisão digital, desde a manipulação de dados multimídia até protocolos de acesso [GinJ]. O Ginga-J é subdividido em três conjuntos de API’s (vide Figura 20) chamados verde, amarelo e vermelho. A API verde é a compatível com o núcleo GEM (Globally Executable Middleware), incluindo os pacotes JavaTV, DAVIC e HAVi, utilizados nos outros padrões, é a API responsável pela compatibilidade com os outros sistemas, pois o padrão brasileiro possui algumas bibliotecas em comum com os mesmos. A API amarela possui algumas inovações do padrão brasileiro de TV Digital e também compatibilidade com outros padrões. A API vermelha possui inovações que dão suporte às aplicações brasileiras, em especial as de inclusão social e 26 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação oferece condição para integração de outros dispositivos de entrada e saída ao settop-box e a ponte NCL (NCLBridge), que permite a integração de conteúdo procedural e declarativo na mesma aplicação[FLB]. Figura 20 - API´s do Ginga-J com adaptação de cores [FLB]. As especificações do Ginga-J possuem suporte para comunicação com dispositivos que utilizam Bluetooth, Wi-Fi, Infra vermelho, Ethernet, entre outras tecnologias de rede normalmente usadas no qual poderá ser interligado dispositivos móveis[FLB]. 27 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação 4.3 GINGA-CC O Ginga-CC possui decodificadores que são utilizados por aplicações declarativas e procedurais que necessitam decodificar e apresentar conteúdos do tipo PNG, MPEG, JPEG, entre outros. Por isso, tanto o Ginga-NCL como o Ginga-J são construídos de acordo com os serviços oferecidos pelo modulo Ginga-CC. A figura a seguir mostra como é a arquitetura Ginga-CC. [FLB] [SRM]. Figura 21 - Arquitetura do Ginga-CC [SMR]. As principais funções do Ginga-CC são a exibição dos vários objetos de mídia, o tratamento de dados através do carrossel de objetos DSM-CC (Digital Storage Media Command and Control), tratamento do canal de retorno e o controle do plano gráfico. [GinDF]. A ponte que liga o Ginga- J e Ginga-NCL possui duas direções. Uma delas é formada pelos elementos de mídia que são representados por código Xlet, suportado pelo Ginga-J e por elementos de scripts Lua que referenciam métodos do Ginga-J. A outra direção é formada por funções do Ginga-J que monitoram qualquer evento NCL e podem comandar alterações nos nestes elementos [FLB]. 28 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação 5 CANAL DE RETORNO O Canal de Retorno é o caminho pelo qual se estabelece uma conexão direta entre usuário e vendedor de determinado produto ou entre a direção da emissora [Al07]. Para Hugo Cesar Crohare Lavalle, canal de retorno é o meio de telecomunicação utilizado para o tráfego de dados individualizados entre o usuário e a emissora de TV ou provedor de serviço [JM], o canal de retorno será obtido conectando o STB às redes de telefonia fixa, de telefonia celular, ou qualquer outro tipo de rede de serviços de telecomunicações. [TELECO] A Figura 22 ilustra o diagrama simplificado do canal de interatividade Figura 22 - Diagrama simplificado do canal de interatividade [MSLM]. 5.1 TECNOLOGIAS DISPONÍVEIS O canal de retorno deve ser entendido como um meio de comunicação para a promoção das inclusões digital e social, de forma que as pessoas possam interagir com a TV, usufruindo dos serviços de utilidade pública social e educativo. [MSLM] A tabela 2 apresenta as tecnologias disponíveis que já podem ser utilizadas para a implementação do canal de retorno do SBTVD: [MSLM] STFC ISDN ADSL Celular (TDMA,CDMA,GSM,SMS,EDGE) TV CABO PLC (Power Line Commnucation) Redes 3G (CDMA EvDO, UMTS, HSDPA) Via Satélite VSTA Redes WI-FI Redes WI-MAX DECT CDMA 450 GIGA SCD Ad Hoc RF Intrabanda MMDS GESAC Tabela 2 - Redes e Tecnologias aplicáveis. [MSLM] 29 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação A Figura 23 ilustra a complexidade do SBTVD com a existência do canal de retorno estabelecido através de múltiplas soluções tecnológicas em redes complementares. [MSLM] Figura 23 - Arquitetura do Sistema de Canal de Interatividade [MSLM] 5.2 PROBLEMAS DO CANAL DE RETORNO O grande problema do canal de retorno não é tecnológico, mas sim de custos da solução das redes de telecomunicações que ele irá utilizar. As tecnologias existentes irão perfeitamente atender as demandas técnicas, porém é necessário que estas estejam disponíveis a baixo custo para a maioria da população. Atualmente muitas pessoas ainda não possuem o meio de comunicação básico que é a telefonia. [MSLM] A solução das redes de telecomunicações deverá se adequar a cada contexto, em particular, considerando-se aspectos populacionais, geofísicos, morfológicos, técnicos e socioeconômicos, além disso, é importante desenvolver estímulos para a competitividade entre fornecedores de serviço de canal de retorno [MSLM]. 30 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação 6 INTERATIVIDADE De acordo com Santos [Sa], a interatividade é uma tecnologia que permite integrar em um mesmo aparelho, o acesso à internet e recepção de canais de vídeo a uma interface combinada de Internet/TV/Telefone e TV a cabo. Muitas emissoras têm buscado interagir com o telespectador através de: programas onde o telespectador decide o final, como o antigo programa exibido pela TV Globo “Você Decide”; Respondendo a enquetes feitas por jornais como “JN”, ”Band News” entre outros; Eliminando participantes como no programa “Big Brother“ ou “A Casa dos Artistas”. E enviando perguntas ou comentários aos programas de esportes e aos programas exibidos aos domingos [Sa]. Segundo Santos [Sa], o método que mais se aproximou da interatividade na televisão brasileira, foi o uso do teclado do telefone para mover o personagem do jogo “Hugo” da TV Gazeta. Para a Revista do Ministério das Comunicações [RevMC], a interatividade permitirá que o telespectador faça uso apenas do controle remoto da TV para assistir ao futebol por vários ângulos diferentes, ao mesmo tempo em que se responde a uma enquete, faz perguntas, compra uma camiseta do time etc. A TV funcionará como um computador com acesso a internet e num futuro próximo será possível escolher a programação a ser assistida no horário que lhe agrada, como ocorre hoje nas TVs por assinatura. A Figura 24 ilustra um telespectador escolhendo uma programação dentre as várias transmissões que ocorrem em paralelo em um mesmo canal. [CBF] Figura 24 - A transmissão de vídeo e dados é feita em paralelo durante o horário do programa interativo. O telespectador pode tele carregar o que lhe interessa. [CBF] 31 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação 6.1 TIPOS DE INTERATIVIDADE 6.1.1 INTERATIVIDADES LOCAIS Numa Interatividade Local todo conteúdo é unidirecional de forma que o usuário possa interagir com o fluxo de dados que está armazenada no receptor. [OfN] As informações enviadas pelas emissoras são armazenadas no STB e o telespectador seleciona-as fazendo uso do controle remoto. [TELECO] Um exemplo deste tipo de interatividade seria: guia eletrônico de programação, onde o telespectador pode pesquisar a programação dos diversos canais e a sinopse de programas, como acontece hoje na TVs por assinatura. [TELECO]. Jogos de Futebol com seleção de câmeras ou informações, onde o telespectador poderá selecionar qual a imagem (câmera) a ser visualizada ou informações sobre os times, estatísticas e outros detalhes, a partir das informações recebidas das emissoras. [TELECO]. 6.1.2 INTERATIVIDADE REMOTA Na modalidade remota é possibilitada a interatividade através de um canal de comunicação com a emissora, por meio do uso de banda larga, wimax, acesso discado, celular entre outros [OfN], um exemplo é a aplicação de futebol da emissora Bandeirantes, onde o telespectador, a qualquer momento da partida, poderá acionar, por meio de seu controle remoto, uma janela que exibirá informações relevantes sobre a partida exibida - escalação, placar, posição do time na tabela do campeonato, número de faltas, etc. A janela é muito semelhante àquelas dos jogos de futebol de vídeo-game, com algumas mudanças de design e navegação adaptados à experiência televisiva [USFCAR]. 6.1.3 INTERATIVIDADE REMOTA COM CANAL DE RETORNO NÃO DEDICADO Neste tipo de interatividade a troca de informações ocorre via ar, meio pelo qual as informações recebidas trafegam, e aparelho telefônico, sedo este o meio pelo qual as informações transmitidas trafegam. [OfN] Neste caso, o canal de retorno é usado apenas no sentido de tráfego de informações usuário provedor de serviço [Pa]. Um exemplo deste tipo de interatividade é quando o Set -Top -Box faz a 32 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação leitura dos dados locais e envia para o servidor em um determinado momento do dia, sem a necessidade de se comunicar todo tempo. [OfN] 6.1.4 INTERATIVIDADE COM CANAL DE RETORNO DEDICADO As informações a serem enviadas tanto pelas emissoras quanto as geradas pelos telespectadores, farão uso do canal de retorno para seu envio. [TELECO] O canal de retorno, neste caso, é bidirecional, por fazer a comunicação entre o usuário e o provedor de serviço [Pa]. Exemplos de interatividade com canal de retorno são: Programas de Venda ou Comércio Eletrônico (T-commerce), onde o telespectador poderá selecionar opções para: ver detalhes ou visualizar determinados produtos, realizar a compra ou solicitar informações sobre produtos e serviços. Tudo de acordo com as informações recebidas das emissoras e enviadas pelo telespectador através do canal de retorno. [TELECO] Programas Educativos (T-Learning) ou de Perguntas e Respostas, onde o telespectador visualiza o material educativo ou as perguntas enviados pela emissora, e responde através do canal de retorno usando o controle remoto do conversor ou outro tipo de dispositivo semelhante. [TELECO] Aplicações do Governo (T-Government), que são aplicações de interesse da população e do governo como declaração e restituição de imposto de renda, consulta ao FGTS e ações da previdência social [Ar]. Serviço de Email (T-Email), onde é possível acessar o correio eletrônico pela TV.[Ar] Global TV, que é uma programação internacional com tradução automática de linguagem [Ar]. Serviço de Saúde (T-Health), onde serviços são oferecidos por hospitais e postos como marcação de consultas, programas de imunização, programas de esclarecimento e educação em saúde coletiva. [Ar] Além dos tipos de iteratividades podem-se classificar alguns dos serviços interativos em: Enhanced TV, serviço que disponibiliza textos e elementos gráficos à programação da televisão [Ar] Individualized TV, serviço que permite a escolha de ângulos de câmeras, replays, etc.[Ar] 33 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação Personal TV ou PVR (Personal Vídeo Record) ou DVR (Digital Vídeo Recorder), serviço que permite gravar, pausar e pular conteúdo de programações, armazenando o conteúdo em um HD (Hard Disk) [Ar]. Banking & Retail, serviço de aplicações de banco e comercio eletrônico [Ar] 6.2 ERGONOMIA “Ergonomia é um conjunto dos estudos que tem por objetivo a organização do trabalho em função do fim proposto e das condições de adaptação do homem ao seu trabalho (Dicionário Priberam)” [Pri] Sistemas ergonômicos como é o caso da TV Digital, possuem uma interface homem - máquina adaptada aos seus usuários e a maneira como eles realizam suas tarefas, permitindo maior confiança no uso de novo sistema que lhes permite atingir seus objetivos com facilidade, ou seja, menos esforço, menor tempo e sem muitos erros. [CBF] 6.2.1 PRINCÍPIOS E RECOMENDAÇÕES ERGONÔMICAS Compatibilidade com as expectativas dos telespectadores: deve responder as expectativas do telespectador como: divertir-se, informar-se, comunicar-se, opinar, influenciar, encontrar pessoas, participar de competições, etc. [CBF] Simplicidade e Condução: os projetistas devem ter muito cuidado ao elaborarem as telas dos programas e as aplicações interativas para que sejam compreendidas rápida e facilmente pelos telespectadores. Objetos selecionáveis e não – selecionáveis devem ser bem diferentes, assim como os botões de interatividade. Do ponto da condução, existe a necessidade de simplificar ao máximo as interatividades básicas e deixar as complicações para as interatividades mais especificas. [CBF] Consistência: envolve definições sobre cores, fontes, estilos e layouts. Nitidez das Apresentações: os programas devem ser concebidos para telas 4:3 e não para 16:9, respeitando as áreas úteis e seguras para apresentação das imagens [CBF]. 34 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação 7 INCLUSÃO DIGITAL Atualmente, grande parte da população brasileira não faz parte da chamada “inclusão digital”. Isso se deve principalmente ao fato de que a população de baixa renda não possui condições financeiras para terem acesso a computadores, Internet e TVs por assinatura. Mas certamente em suas casas existe pelo menos um aparelho de TV convencional que recepciona os sinais analógicos das programações das emissoras de televisão, nem sempre com imagens e sons de qualidade. A Tabela 3 exibe a proporção de domicílios que possuem equipamentos de Tecnologia da Informação e Comunicação – TIC’s [NIC]. PERCENTUAL (%) TV ANTENA PARABÓLICA TV POR ASSINATURA TEL FIXO TEL MÓVEL PC DE MESA TOTAL 98 18 7 45 74 24 SUDESTE 98 15 11 57 75 29 NORDESTE 97 22 1 25 65 11 SUL 98 19 6 48 80 29 NORTE 96 18 1 25 68 13 CENTRO-OESTE 97 16 4 40 85 25 ATÉ R$ 380 95 15 1 17 49 3 R$ 381 - R$ 760 98 15 2 30 65 9 R$ 761 – R$ 1140 98 18 5 50 83 24 R$ 1141 - R$ 1900 99 22 11 63 89 39 R$ 1901 - R$ 3800 99 18 22 78 94 63 R$ 3801 OU MAIS 100 36 36 88 91 71 A 100 60 60 96 100 84 B 100 20 20 82 93 61 C 100 6 6 48 83 24 D 100 1 1 22 54 4 REGIÒES DO PAÍS RENDA FAMILIAR CLASSE SOCIAL 4 Tabela 3 - Tabela baseada na tabela original de Proporção de domicílios que possuem equipamentos de Tecnologia da Informação e comunicação [NIC] 35 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação A Tabela 4 exibe a penetração da TV nos lares brasileiros de acordo com a classe social. A classificação das classes sociais se baseia na renda familiar por salário mínimo: [To06] Classe A - Renda > 20 SM Classe B - 10 < Renda ≤ 20 SM Classe C - 5 < Renda ≤ 10SM Classe D - 3 < Renda ≤ 5 SM Classe E - Renda ≤ 3 SM Tabela 4 - População com acesso à televisão. Fonte IBGE/PENAD 2003. [To06] Em função da grande penetração da TV nos lares brasileiros, a TV Digital pode possibilitar o acesso a serviços como email, educação à distância, governo eletrônico, etc. a milhares de lares que não possuem acesso a internet [To06] Mas para que os serviços possibilitados pela TV Digital sejam possíveis, se faz necessário que o canal de retorno seja disponibilizado gratuitamente [To06]. Ultimamente, se tem falado da necessidade da inclusão digital para todos os brasileiros e também do tripé fundamental desta inclusão; tripé este que se compõe do acesso à educação, à renda e dos TIC’s [RevEA], mas, para que a inclusão digital aconteça é necessário que antes ocorra à inclusão social, como pode ser apreciado na Figura 25. Figura 25 - Inclusão Social para fazer Inclusão Digital-(Revista Espaço Acadêmico, 2009) [RevEA]. 36 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação A educação é fator importante para a inclusão digital, já que esta dever fazer parte do processo de ensino promovendo a educação continuada, ou seja, a educação é o processo e a inclusão é um elemento essencial ao processo. [To06] O governo brasileiro tem se concentrado nos aspectos técnicos, TIC’s, ao invés de se concentrar na educação e renda da população, estas sim são os requisitos principais da inclusão digital, pois são à base da inclusão social. [RevEA] A Bridges.org [Bridges], é uma entidade sem fins lucrativos da África do Sul, criada para ajudar na melhora da qualidade de vida nos países em desenvolvimento com a informática e as comunicações, definiu 12 critérios para avaliar se existe acesso real à tecnologia que alavanca a inclusão social. Da mesma forma, o Jornal Estadão também faz referência a alguns pontos que devem ser refletidos: Infra-estrutura disponível: é necessária a existência de linhas de comunicação e telefones ao alcance das pessoas. A escassez de linhas ou computadores impede a inclusão digital, ou seja, as soluções tecnológicas devem ser adequadas às condições locais de vida [Bridges] e [Estadão] Preços acessíveis: De nada adianta possuir pc’s ou linhas se a maioria da população não tem condições de pagar o acesso a elas. Os preços dos recursos devem estar de acordo com a situação financeira da população.[Bridges] e [Estadão] Educação: o usuário precisa ter um nível educacional apropriado para poder usufruir as tecnologias. O acesso aos recursos tem pouca ou nenhuma utilidade para quem não consegue ler [Estadão]. Treinamento: além da educação, o usuário deve saber como operar os recursos tecnológicos, para explorar as potencialidades existentes e saber empregálos nos diversos momentos de sua vida [Bridges] e [Estadão]. Conteúdo relevante: para que alguém utilize o meio de comunicações é necessário que tenha conteúdos relevantes à sua vida e linguagem acessível. [Bridges] e [Estadão]. Integração ao dia-a-dia: o uso das tecnologias da informação e da comunicação precisa ser integrado ao cotidiano de forma a não tornar a vida das pessoas difícil [Bridges] e [Estadão]. Acesso Físico: os dispositivos precisam ser acessíveis e estar disponíveis ao usuário [Bridges]. Fatores Socioculturais — questões como gênero e raça não podem ser 37 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação barreiras ao acesso à tecnologia [Bridges]. Confiança — as pessoas precisam ter condições de confiar na tecnologia que usam e entender suas implicações no que diz respeito a questões como privacidade e segurança [Bridges]. Estrutura Legal e Regulatória — as leis e regulamentos devem ser elaborados com o objetivo de incentivar o uso da tecnologia [Bridges]. Ambiente Econômico Local — deve haver condições que permitam o uso da tecnologia para o crescimento da economia local [Bridges]. sustentação Ambiente Macroeconômico — a política econômica deve dar ao uso da tecnologia, em questões como transparência, desregulamentação, investimento e trabalho [Bridges]. Vontade Política — os governos precisam de vontade política para fazer as mudanças necessárias para uma adoção ampla da tecnologia, com base em forte apoio da população [Bridges]. Os critérios da Bridges.org mostram como a questão da inclusão digital vai muito além do acesso físico à tecnologia e da capacitação em informática. As empresas podem contribuir, e muito, para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos e para construir uma sociedade mais justa [Bridges]. 7.1 EDUCAÇÃO INTERATIVA – EAD DIGITAL A interatividade e possibilidade de acesso a internet através da TV Digital despertou um novo campo na área educacional televisiva [To06]. Em 2006, a Secretaria Estadual de Educação (SEDUC) responsável pela elaboração de conteúdos em parceria com um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) por membros do Comitê das Atividades de pesquisa e Desenvolvimento da Amazônia – CAPDA e Instituto Genius, em Manaus, desenvolveram um projeto de Educação Interativa que esta sendo usado no ensino da rede estadual [To06]. 38 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação Este projeto faz uso da teledifusão via satélite, permitindo atingir áreas remotas onde seria impossível que a educação a distância fosse recepcionada [To06]. Figura 26 - Conteúdo interativo na TV aplicação para educação.[To06] O diferencial do projeto Educação Interativa é que ele foi desenvolvido e veiculado a TV Digital, permitindo assim que alunos do interior do Amazonas possam se comunicar com os professores localizados na capital em tempo real. Os menus especiais oferecem um leque de opções para fixar o aprendizado. Este tipo de aprendizado é mais um fenômeno social que tecnológico [To06]. A exclusão digital é considerada co-responsável pelo aumento da exclusão social, afinal, sem o acesso à informação de qualidade, o desenvolvimento intelectual e social do cidadão é prejudicado [Knol]. É preciso um meio de comunicação acessível, didático, simples e abrangente para que ocorra a inclusão de modo que sacie toda população [Knol]. Da mesma forma que os celulares, os computadores e as câmeras digitais trouxeram grandes evoluções e mudanças, a tecnologia da TV digital também terá grandes revoluções na sociedade, pois a televisão ainda é o meio de comunicação mais tradicional [Knol]. 39 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação 8 CONCLUSÃO Através deste estudo, tomamos conhecimento dos aspectos tecnológicos e digitais sobre a TV Digital brasileira e descobrimos que o Brasil possui uma capacidade de desenvolvimento de tecnologias e software avançada, pois foi capaz de desenvolver seu próprio middleware e realizar melhorias no padrão japonês. Um dos principais recursos oferecidos pela TV Digital é a interatividade, que para nós brasileiros será um dos meios que possibilitará a inclusão digital. No Brasil, independente do poder aquisitivo, a TV está presente na maioria dos lares trazendo informações relacionadas à saúde, cultura, educação, política, etc., isto permite que a TV supere um grande problema de acesso a informação que as classes menos favorecidas sofrem por não terem acesso a Internet, o principal meio de informações e serviços. Isto ocorre porque os acessos ao computador e conseqüentemente à Internet requerem uma renda compatível com o preço elevado do equipamento, o custo com os provedores de serviços e em muitos casos o altíssimo valor que se paga pelo canal de comunicação ao utilizar uma linha discada. Muitos serviços de cunho social e até mesmo de comodidade desde uma simples compra de pizza até uma consulta de CPF, são oferecidos via internet e com o uso da TV Digital o usuário independente da classe social, passará a ter acesso a estes serviços fazendo uso apenas do controle remoto da TV. Porém de nada adianta o acesso as tecnologias e renda se a população não tiver acesso à educação e é neste ponto que as escolas e universidades devem assumir seu papel auxiliando ao processo de construção do conhecimento. A implantação da TV Digital no Brasil pode gerar inúmeras oportunidades de trabalho para profissionais de Tecnologia da Informação (TI), visto que todo o sistema de integração entre a TV Digital e o telespectador se dará única e exclusivamente via software. Os softwares utilizados no modelo brasileiro de TV Digital deverão se tornar referência para outros modelos existentes no mundo. 40 Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações Curso Engenharia da Computação 9 REFERÊNCIA [Al] DE ALENCAR, Marcelo Sampaio (2007), Televisão Digital. Editora Érica Ltda – 1ª Edição. [Ar] ARNOLDO, Marcus Vinícius Henke. Ferramentas de Acessibilidade para a TV Digital Interativa com Java. 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