capa e caracterização - Câmara Municipal de Tabuaço

Transcrição

capa e caracterização - Câmara Municipal de Tabuaço
REVISÃO DO PLANO DIRECTOR MUNICIPAL
TABUAÇO
ESTUDOS DE CARACTERIZAÇÃO
DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
(2003)
VASTUS, Gabinete de Projecto, Planeamento e Ambiente, Lda.
INDICE
1 - ENQUADRAMENTO
1.1 – Geográfico e Administrativo
1.2 – Regional e Cultural
2 - SUPORTE FÍSICO E AMBIENTAL
1
2
5
2.1 – Caracterização Física
9
9
2.2 - Recursos e Valores Naturais
21
2.3 - Recursos Florestais
31
2.4 - Níveis de Qualidade Ambiental
48
3 - COMPONENTE POPULACIONAL
49
3.1 - Dinâmica Demográfica
50
3.2 - Características do Agregado Familiar
64
3.3 - Mobilidade no Contexto Regional
65
3.4 - Dinâmica Social
68
4 – ESTRUTURA SÓCIO - ECONÓMICA
74
4.1 - Estrutura sócio-económica
76
4.2 - Sectores de actividade
80
5 - POVOAMENTO E ESTRUTURA URBANA
103
5.1 - História e Valores Culturais
104
5.2 - Dinâmica Urbanística
263
5.3 - Parque Edificado e habitacional
267
5.4 - Equipamentos Públicos
280
5.5 - Sistema Urbano
288
6 - INFRA-ESTRUTURAS URBANÍSTICAS
6.1 - Rede Viária e Transportes
293
294
6.2 - Abastecimento de Água, Drenagem de Águas Residuais e
RSU
297
6.3 - Distribuição de Energia e Telecomunicações
310
7- USOS DO SOLO E DINÂMICA DE OCUPAÇÃO DO
TERRITÓRIO
313
BIBLIOGRAFIA
316
1 - ENQUADRAMENTO
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
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Caracterização e Diagnóstico
1 - ENQUADRAMENTO
1.1 – Geográfico e Administrativo
O concelho de Tabuaço, com uma área de 135,72 km2 localiza-se na Região do
Norte de Portugal (NUT II), na sub-região Douro (NUT III), Região Agrária de Trásos-Montes, integra a Região de Turismo do Douro Sul, a Associação de Municípios
do Vale do Douro Sul e pertence administrativamente ao Distrito de Viseu. A sede
do concelho, a Vila de Tabuaço, localiza-se na freguesia do mesmo nome, numa
posição central relativamente às restantes freguesias. Tem latitude máxima 41º 10´.
O rio Douro estrema a norte o concelho - em cerca de 8 km – a sul confronta com
os concelhos de Moimenta da Beira e Sernancelhe, a nascente, S. João da
Pesqueira e a poente limita com Armamar, servindo de divisória natural o rio Tedo.
O Concelho é servido pela Estrada Nacional 222, que o atravessa transversalmente
na margem do rio Douro e pela E.N. 323 que o atravessa de Norte a Sul, ligando a
E.N. 222 e a parte setentrional do distrito à vila e ao centro e sul do país. Estas
estradas (EN) pertencem à rede nacional complementar. Sendo actualmente um
concelho com dificuldade de acessos à rede nacional e regional, aguarda-se com
expectativa a futura ligação ao IP3 através da variante ER 226-2 que ligará
Armamar a Tabuaço. Indirectamente, é também servido pelo caminho-de-ferro,
linha do Douro, estação do Pinhão. Indirectamente, é também servido pelo
caminho-de-ferro, linha do Douro, estação do Pinhão.
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Caracterização e Diagnóstico
Enquadram ento na Região do Norte
Elemento natural de extrema importância para o concelho de Tabuaço é o Rio
Douro que serve também como via de transporte. Actualmente circulam
embarcações turísticas de médio calado através do cais do Pinhão, admitindo-se
que a curto prazo a sua exploração se concretize em termos de transporte de carga
comercial.
Tal como é referido no Relatório de Diagnóstico do PIOT- ADV (p. 143), constata-se
no concelho em estudo que existem fracas acessibilidades internas e externas, que
resultam do relativo encravamento geográfico da zona e da incipiente estruturação
da rede viária regional. Este problema é, sem dúvida alguma, um dos factores que
mais podem contribuir para o despovoamento do território duriense. Face à pressão
local para melhorar as acessibilidades no interior da região, sobretudo na margem
Sul, é fundamental acompanhar e avaliar convenientemente os projectos de
abertura de novas ligações rodoviárias que se começam a desenhar e que poderão
vir a comprometer os objectivos deste plano.
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Caracterização e Diagnóstico
O concelho encontra-se dividido administrativamente em 17 freguesias com as
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seguintes áreas :
Adorigo – 10,55 Km2
Arcos – 7,9 Km2
Barcos – 9,81 Km2
Chavães – 9,94 Km2
Desejosa – 7,70Km2
Granja do Tedo – 4,67 Km2
Granjinha – 2,48 Km2
Longa – 7,26 Km2
Paradela – 5,80 Km2
Pereiro – 4,85 Km2
Pinheiros – 8,21 Km2
Santa Leocádia – 2,99 Km2
Sendim – 21,75 Km2
Tabuaço – 11,16 Km2
Távora – 6,98 Km2
Vale de Figueira – 4,71 Km2
Valença do Douro – 8,96 Km2
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Carta Administrativa de Portugal, Atlas do Ambiente, Secretaria de Estado do Ambiente e Recursos Naturais,
1988.
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Caracterização e Diagnóstico
Cartograma da Divisão Administrativa do Concelho – Freguesias
1.2 – Regional e Cultural
O concelho de Tabuaço integra-se na Região Natural de Trás-os-Montes e Alto
Douro, distribuindo-se esta área concelhia (Beira-Douro) pelas Sub-regiões
Naturais do Douro Vinhateiro (junto ao Rio Douro e curso superior do Távora,
dominando a monocultura da vinha), do Tedo (a oeste, junto ao Rio Tedo) e Távora
(junto ao Rio Távora para Sul), ambas com significativas culturas de regadio, bem
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Caracterização e Diagnóstico
como a Sub-Região de Chavães (a meio entre os Rios Tedo e Távora) com relevo
2
montanhoso propício à pastorícia .
3
As freguesias de Adorigo, Valença do Douro, Barcos, Granjinha, Desejosa, Távora,
Pereiro, Sendim, Santa Leocádia e Tabuaço integram a Região Demarcada do
Douro.
No que ao património cultural da região vinhateira diz respeito, salienta-se a
integração das freguesias de Adorigo, Barcos, Desejosa, Tabuaço e Valença do
Douro no Alto Douro Vinhateiro, classificado pela Unesco em 14/12/2001 como
Património Mundial e da Humanidade na categoria de Património Cultural4. A
descrição do sítio é descrita pela ficha oficial da UNESCO do seguinte modo: “Os
proprietários de terras do Alto Douro produzem vinho há dois mil anos. Desde o
século XVIII, o seu principal produto, o vinho do Porto, é mundialmente famoso pela
sua qualidade. Esta longa tradição vitícola produziu uma paisagem cultural de
notável beleza que reflecte a sua evolução tecnológica, social e económica”.
2
ARQUEOHOJE, “Tabuaço – Um passado presente, 1999.
Spg.sapo.pt/Xda/319225.html
4
www.unesco.web.pt
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Caracterização e Diagnóstico
Relativamente aos critérios de classificação pelos quais a região do Alto Douro
Vinhateiro foi classificada como património cultural, de acordo com os critérios da
Unesco:
- (iii) Fornecer um testemunho único ou excepcional sobre uma tradição cultural
ou uma civilização viva ou desaparecida;
- (iv) Oferecer um exemplo eminente de um tipo de construção ou de conjunto
arquitectónico ou tecnológico ou de paisagem ilustrando um ou vários
períodos significativos da história humana;
-
(v) Constituir um exemplo eminente de fixação humana ou de ocupação do
território tradicionais representativos de uma cultura (ou de várias culturas),
sobretudo quando o mesmo se torna vulnerável sob o efeito de mutações
irreversíveis.
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Caracterização e Diagnóstico
A UNESCO adoptou em 1972 a Convenção do Património Mundial, Cultural e
Natural. A Convenção tem por objectivo proteger os bens patrimoniais dotados de
um valor universal excepcional. Em 1979, foram feitas as primeiras inscrições de
bens na Lista do Património Mundial. A Lista conta, em 1 de Julho de 2002, com
730 bens inscritos, localizados em 125 Estados-parte da Convenção, sendo 563
bens culturais, 144 bens naturais e 23 bens mistos.
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Caracterização e Diagnóstico
2 – SUPORTE FÍSICO E AMBIENTAL
2.1- CARACTERIZAÇÃO FÍSICA5
O presente relatório foi realizado tendo como base os elementos de caracterização
física existentes no PDM em vigor. Considerámos, no entanto, que seria necessário
refazer alguns pontos do relatório escrito assim como das peças desenhadas. Os
aspectos focados na presente análise dizem respeito à orografia, hidrografia e à
geologia. As plantas temáticas realizadas à escala 1/25.000, consistem nas
seguintes: Planta 1 – Hipsométrica, Planta 2 – Linhas Fundamentais do Relevo e
Planta 3 – Geologia.
Orografia
No concelho de Tabuaço podemos distinguir dois tipos bem diferenciados de
relevo: as “beiras” muito inclinadas e acidentadas que limitam o concelho a norte,
nascente e poente, respectivamente voltadas para os vales do Douro, do Távora e
para a região do Tedo, e o grande maciço central, que se prolonga para sul,
entrando no concelho de Moimenta da Beira, formando uma vasta zona planáltica a
maior altitude.
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Caracterização e Diagnóstico
A parte voltada a norte é constituída por fortes pendentes, que descem desde cotas
próximas dos 800 metros até à margem do rio Douro (cota inferior a 100 metros),
com sucessivos socalcos que formam leiras, sobretudo junto às linhas de água, e
por zonas de grandes encostas sobranceiras ao rio. É uma zona de relevo muito
acidentado/movimentado, com montes e vales muito sinuosos e entranhados, com
uma morfologia e paisagem bem característica desta região duriense, onde
predominam estes montes cortados em socalcos para aproveitamento agrícola,
com plantio de vinhas em degraus.
Na zona nordeste, o vale do rio Távora é o mais profundo e de relevo mais agreste
de todo o concelho. A partir do Douro, para o interior, os montes vão-se tornando
mais altos e mais inclinados, com um relevo muito violento que atinge a sua
expressão máxima na zona entre Tabuaço e Távora, onde toma a forma de escarpa
rochosa e abrupta.
A poente, na zona que limita com o concelho de Armamar, o terreno é também
muito acidentado, cortado pelo vale do rio Tedo na sua parte final, mas muito
menos característico do que em qualquer das situações anteriores; de referir, nesta
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Capítulo retirado do PDM em vigor.
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Caracterização e Diagnóstico
zona, o vale de Santa Leocádia, profundo e transversal, de rara beleza e grande
expressão morfológica.
O centro do concelho, em mais de 50% da sua área territorial, apresenta
características completamente diferentes, sendo formado por um vasto planalto de
cotas bastante elevadas e apenas cortado por cabeços pequenos e de relevo
suave, a uma altitude próxima dos 800 a 900 metros.
Toda a parte central do concelho forma um grande tabuleiro com cotas superiores a
800 metros de altitude, e constitui o único espaço que morfologicamente podemos
considerar como uma verdadeira “plataforma”, de relevo pouco expressivo; onde as
plataformas dão origem a faixas estreitas paralelas aos cursos dos rios, devido às
pendentes das montanhas, e apenas poderemos considerar como uma segunda
plataforma, mais ou menos plana, a zona onde se encontra o centro urbano da vila
de Tabuaço, a uma cota próxima aos 500 metros, mas de reduzida área.
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Caracterização e Diagnóstico
Nas cotas dos 800 metros, começa a evidenciar-se a presença fisiográfica de um
“batólito”, formando a “Nave de Chavães” onde ocorre a maior altitude do concelho
com 965metros.
Essa elevação, de forma alongada para sul e rodeada pelas terras das freguesias
de Arcos, Longa, Vale de Figueira, sul de Tabuaço, Granja e Sendim, vai-se
estreitando para baixo atingindo ainda o concelho de Moimenta da Beira, passando
entre os lugares de Peso e Aguieira situados próximo da linha divisória entre os
dois concelhos. Respectivamente, entre as altitudes 800-600 m e de 600 m para
baixo, os terrenos tombam em direcção aos rios Tedo, Douro e Távora, voltando
depois a aparecer a leste deste último rio, em parte das freguesias de Valença do
Douro, Desejosa e Pereiro.
Nas terras que confrontam com o rio Douro e com os seus afluentes Tedo e Torto,
bem como nas duas margens do Távora incluídas nesta área concelhia, e ainda no
prolongamento da sua margem direita que o limita, as cotas vão baixando em
declives bruscos dando origem às características encostas alcantiladas na parte
dos xistos e um pouco mais suave nas formações graníticas.
Podemos, por conseguinte, detectar a existência, de três unidades de paisagem,
que se caracterizam de forma distinta:
•
Vale do Douro , de fortes pendentes, que descem de aproximadamente dos 800
metros até à margem do rio Douro (inferior a 100 metros), com relevo muito
movimentado, constituído por montes e vales muito sinuosos e entranhados.
•
O Vale do Távora, e a área poente, com relevo bastante acidentado e o mais
agreste do concelho;
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Caracterização e Diagnóstico
•
A área Central, formado por um vasto planalto de cotas muito elevadas, com
uma altitude próxima dos 800 a 900 metros.
Rede Hidrográfica
Relativamente à rede hidrográfica, o Concelho encontra-se inserido nas bacias
hidrográficas do rio Douro, a norte, e do rio Távora, a nascente. Para além disso o
rio Tedo, de pequena expressão e o Torto igualmente afluentes do Rio Douro e
algumas linhas de água subsidiárias. O concelho, dado o seu relevo, tem inúmeras
linhas de água, algumas profundas e de grande capacidade, que escoam as águas
de enxurradas.
A partir da análise da planta de Linhas Fundamentais do Relevo é possível verificar
alguns dos aspectos que referimos anteriormente. Um festo principal atravessa o
concelho no sentido norte-sul, distribuindo-se os festos secundários de forma
perpendicular a este. Efectivamente, o território concelhio é limitado por três vales –
do Douro, do Tedo e do Távora – com uma área planáltica central. Estas
características determinam de forma impressionante a ocupação natural assim
como a ocupação humana de Tabuaço e de toda a região do Douro.
Efectivamente, tal como Orlando Ribeiro refere em Portugal – O Mediterrâneo e o
Atlântico, (…) Na região interna do Norte , abaixo dos planaltos da Terra Fria, com
matas de carvalho e castanheiros, domina uma bela flora mediterrânea cultivada: é
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Caracterização e Diagnóstico
a Terra Quente dos afluentes orientais do Douro, com sobreiros, oliveiras,
laranjeiras, figueiras e amendoeiras6.
Características Geológicas
O concelho de Tabuaço, como a maior parte do território noroeste de Portugal,
apresenta uma constituição geológica maioritariamente granítica. A região em
estudo – o concelho de Tabuaço – tem uma faixa relativamente grande de terrenos
xistosos, na metade baixa da encosta norte, tal como se verifica na planta
geológica.
Toda a parte central e elevada do concelho, a partir de uma linha aproximadamente
paralela ao Rio Douro que passa tangente à própria vila de Tabuaço, assenta em
solos de origem granítica, que formam relevos mais ou menos abruptos na corda
norte e, depois, cabeços isolados na área planáltica.
Esta zona central geologicamente é formada por granitos alcalinos de duas micas,
rochas eruptivas correspondentes ao ante-vestefaliano.
No topo sudeste do concelho há uma ligeira incrustação de granitos calco-alcalinos
biotítico, rochas também eruptivas, mas pertencentes ao pós-estefalina; esta faixa
vai depois predominar na zona central de Moimenta da Beira.
A encosta voltada ao Douro, a partir da plataforma central da vila de Tabuaço, é
constituída por um complexo xisto-grauváquico, em metamorfose regional, onde os
terrenos são menos fixos e em escarpa sobre os rios já referidos (Douro, Távora e,
em menor escala, para o Rio Tedo). De referir que se tratam de xistos argilosos
duros e muito friáveis, dando origem a solos cascalhentos que retêm e reflectem as
irradiações solares, tornando-se escaldantes no verão. Nas zonas mais baixas da
várzea, para onde as partículas finais são arrastadas, aparecem os solos de xistos
muito argilosos que, para se tornarembons terrenos agrícolas, têm que ser bem
revolvidos e trabalhados. Estes solos por si só não são solos quimicamente bem
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Orlando Ribeiro, Portugal – O Mediterrâneo e o Atlântico, 1992, p. 69.
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Caracterização e Diagnóstico
equilibrados, pois apesar de serem ricos em potássio são pobres em cálcio e
fósforo.
No topo nordeste do concelho, na vertente de Valença do Douro, os xistos, também
grauváquicos, correspondem ao paleozóico-câmbrico.
Pelas suas nítidas diferenças de comportamento, as manchas de granito e xisto
determinam estilos de paisagem cujos carácteres importa precisar. O granito,
cortado por uma rede apertada de diaclases, coberto por um manto de alterações
“in situ”, é muito mais permeável que os xistos argilosos. Estes cobrem-se portanto
de um grande número de sulcos por onde correm as águas pluviais. A rocha partese e esfolheia-se com facilidade e os fragmentos evacuados pela ocorrência difusa
e pelo escoamento torrencial, formam-se escapas e todas as superfícies se
degradam.
No granito, a alteração penetra profundamente na rocha sem modificar as formas
da superfície. O solo evolui formando-se fundos largos nas vertentes esbatidas. A
riqueza do solo e a avenização profunda da base dos pendores conserva a
humidade durante o verão e continua a sua obra de erosão química facilitada pela
elevada temperatura do estio.
Os solos graniticos situam-se a sul, ocupando cerca de dois terços da área do
concelho e os xistosos a norte. Os solos graníticos são, na sua maioria, grosseiros,
fracos e delgados nas encostas, tornando-se até esqueléticos. Podem, no entanto,
apresentar-se mais fundos e de boa textura nas zonas mais baixas.
Não existe pois uniformidade litológica e a linha de separação das manchas
granítica e xistosa do concelho passa, sensivelmente, pelas áreas das freguesias
de Tabuaço, Távora e Stª Leocádia. Os grandes acidentes formados por
cordilheiras acentuadas e penhascosas podem ver-se desde Tabuaço, planalto de
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Caracterização e Diagnóstico
Chavães e Távora. A serra de Chavães estende-se de Arcos até Barcos e a sua
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maior altitude é de 952 metros.
A diferença pedológica reflecte-se também na forma dos vales e na cor dos cursos
de água. O rio Távora que ao atravessar a zona dos xistos apresenta um perfil em
V e uma cor amarelada devido às substancias argilosas em suspensão. A ribeira do
Tedo, tem a montante de Stª. Leocádia um vale em forma de canhão e uma água
de cor clara com um tom verde-escuro.
No que se refere à exploração dos recursos, existe em Tabuaço, no Monte Calhau,
uma pedreira licenciada pelo Ministério da Economia e pela DRAOT, não se
encontrando, no entanto, em exploração, estando inactiva. Inclui também uma
Central de Britagem igualmente licenciada.
Características Climáticas
A consequência mais directa do relevo e dos declives no concelho de Tabuaço é o
das suas condições quanto à exposição e insolação.
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Monteiro, J. Gonçalves, Tabuaço, CMT, Edição 1991
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Caracterização e Diagnóstico
De acordo com os estudos de caracterização efectuados pelo PIOT-ADV (UTAD,
2002: 33 - 35), o clima desta região é muito condicionado pelo relevo, devido à
orientação dominante NE-SW das principais formações montanhosas do Norte do
País, Gerês-Larouco e Alvão-Marão, que constituem uma barreira à penetração das
massas de ar húmidas com origem no oceano, subtraindo assim a região à
influência marítima.
A precipitação diminui acentuadamente com a interioridade. Em toda a região é
muito assimétrica a distribuição da precipitação ao longo do ano, sendo que no
semestre mais húmido, de Outubro a Março, ocorre 70 a 75 % do total anual.
No que se refere à temperatura constata-se que varia nesta região sobretudo com a
altitude, com valores médios anuais que variam desde os 12-13º C, nas zonas mais
altas, até aos 16º C nas zonas mais baixas junto ao rio. A amplitude térmica anual é
maior na parte mais interior da região.
Apreciando conjuntamente a distribuição anual da temperatura e da precipitação,
verifica-se, o que de resto é comum, mais ou menos acentuadamente a todo o país,
que o semestre seco corresponde ao semestre quente, e inversamente o húmido
ao frio.
Assim, na época de maior necessidade de água devido aos elevados valores da
radiação solar que promovem o desenvolvimento e maior procura de água dos
cobertos vegetais, é menor a disponibilidade devido aos baixos valores da
precipitação, criando-se assim condições de aridez, que é muito acentuado nas
zonas mais interiores da região.
Por estes motivos, o clima da região é dos tipos temperado e quente uma vez que
há uma estação seca bem marcada que coincide com a estação quente e porque
alia a estas características o facto de ter verão quente.
Efectivamente, segundo o PDM em vigor, a área do concelho de Tabuaço, localizase na província climática da Região do Vale e Bacia do Alto Douro, caracterizada
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Caracterização e Diagnóstico
por ter um verão longo e muito quente, inverno suave e curto, precipitação anual
inferior a 500 mm, 3 meses secos ou mais e uma humidade relativa fraca no verão.
Terrenos voltados a norte são sempre mais fracos no que diz respeito ao seu índice
de insolação; se são muito inclinados a situação agrava-se, naturalmente, e
atingem-se valores muito deficientes, com uma quase inexpressiva insolação nos
meses de inverno, o que de imediato deve limitar toda a acção de desenvolvimento
dessas zonas, quer no campo do desenvolvimento urbano, quer até quanto às
capacidades de dinamização dos vectores produtivos.
A zona central, mais alta e plana do concelho, levemente inclinada a nascente e
sul, regista óptimas condições de insolação; as restantes zonas, muito inclinadas,
tem condições de insolação deficientes, sendo particularmente graves no caso dos
territórios sobre o vale do Douro, porque além de muito inclinados estão voltados
para norte e, por isso, são de tal modo sombrios que no inverno praticamente não
recebem raios solares. Boa insolação tem também as povoações de Valença do
Douro e Desejosa, por estarem do lado nordeste do talvegue do Távora e por isso
exposta a sul.
Atendendo à posição geográfica do concelho predominam as vertentes e encostas
voltadas a sul e nascente, pelo que o concelho de Tabuaço apresenta condições de
insolação muito favoráveis, tendo pouca expressão as zonas de sombra a norte.
Precipitação8
Quanto à queda pluviométrica do concelho a precipitação total varia entre 14,2 mm
em Julho e 165,5 mm em Janeiro, totalizando anualmente cerca de 1128 mm. No
entanto, a máxima diária ocorre em Junho com 94.4 mm. A média anual do número
de dias de chuva regista valores entre os 39 e os 125 dias.
Temperatura
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Não sendo um aspecto essencial ao nível da análise no Plano Director Municipal, considerámos importante
registar os dados referidos no PDM em vigor. Os dados foram actualizados para as médias de 1951/1980.
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Caracterização e Diagnóstico
Dentro do que nos é possível, para este factor referem-se os dados mais próximos
e completos que conseguimos obter, nomeadamente os da estação meteorológica
de Vila Real9 cuja altitude de 481 m está próxima da média das altitudes deste
concelho. Os valores correspondem às médias registadas entre 1951/1980.
Assim, verificam-se como máxima registada em Julho um valor de 39,7°C e como
mínima - 6,8°C em Dezembro. Em termos de temperatur as médias mensais,
Janeiro apresenta-se como o mês mais frio, com 6,4°c e Julho como mês mais
quente com 21,4°C. A temperatura média anual é de 1 3,4°C.
Como se trata duma região com ligeira diferença para menos da respectiva latitude
e sofrendo a influencia da Serra de Montemuro, e baseando-se em dados idênticos
que consultámos relativamente a Viseu (influência da Serra da Estrela), afigura-se
que haverá um certo desfasamento neste factor, que atinge sobretudo a parte sul e
sudeste do concelho, onde as temperaturas mínimas baixarão por certo de 1° a
10° C.
Seja como for, trata-se duma região com grandes amplitudes térmicas ao longo do
ano, com verões quentes e invernos muito frios.
Geadas
O concelho de Tabuaço é bastante afectado pelas geadas, o que naturalmente está
relacionado com o elevado número de dias com temperaturas muito baixas e com a
zona voltada a norte, em encostas, que no inverno recebe muito pouco sol.
As geadas normalmente aparecem em Novembro, primeiro nas zonas de maior
altitude (1 de Novembro no planalto, 10 de Novembro na zona de Chavães e 20 de
Novembro entre a vila e o rio, perto de Stº Aleixo), terminando por meados do mês
de Março. Na primavera o número de dias com geada é bastante baixo, nunca
excedendo os 5 dias.
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Instituto Nacional de Meteorologia e Geofífica, “ O clima de Portugal”, fascículo XLIX, volume 3 – 3ª Região,
Lisboa 1991.
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Caracterização e Diagnóstico
A média anual de dias com geada, no concelho, é de 30 (mínimo) a 60 (máximo),
conforme a zona, a exposição e a altitude dos diferentes lugares.
Nebulosidade, Nevoeiro, Granizo e Trovoada
O concelho de Tabuaço apresenta-se, normalmente, com pouca nebulosidade,
facto que está relacionado com o seu grande número de horas de insolação e o seu
reduzido índice de pluviosidade; contudo no inverno é fortemente atingido pelo
nevoeiro que por vezes se torna persistente longos dias seguidos.
O granizo é muito raro, sendo esporádico mas com valores muito baixos da média
nacional e do distrito de Viseu.
As trovoadas, mais frequentes na parte alta do concelho, surgem em média 5 a 10
dias por ano.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
20
Caracterização e Diagnóstico
2.2 – RECURSOS E VALORES NATURAIS
Introdução
O presente capítulo foi elaborado tendo por base os elementos de caracterização
recolhidos, um pouco por todos os instrumentos de ordenamento do território que
abrangem o território municipal, por reconhecimento efectuado em trabalho de
campo e ainda por elementos fornecidos pela Câmara Municipal de Tabuaço.
Conjugámos e sistematizámos numa só planta todas referências de interesse para
a escala e para a figura de plano em presença. As áreas assinaladas na Planta de
Áreas de Protecção e Recreio que espacializa a informação dizem respeito ás
Áreas com valor Paisagístico e Turístico e que constituem valores que por um lado
deverão ser protegidos e por outro são a base de percursos imprescindíveis para
recreio e lazer da população local e dos viajantes. Por esse motivo incluem-se
concomitantemente algum património arquitectónico e arqueológico que faz parte
das rotas e roteiros referidos. No entanto, a informação relativa ao património será
sistematizada e abordada em capítulo próprio
•
Recursos e paisagem
A análise paisagística anteriormente efectuada destacava já o facto do território de
Tabuaço ser constituído por duas grandes unidades paisagísticas. A pedologia está
na origem dessa diferenciação. O xisto e o granito originam um relevo e vegetação
espontânea diferente.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
21
Caracterização e Diagnóstico
10
Como referimos anteriormente , as áreas de granito e de xisto determinam tipos de
paisagem com características bem diferenciadas. O granito, cortado por uma rede
apertada de diaclases, coberto por um manto de alteração in situ, é muito mais
permeável que os xistos argilosos. Estes cobrem-se assim, de um grande número
de sulcos por onde correm as águas pluviais.
No granito, a alteração penetra profundamente na rocha sem modificar as formas
da superfície. O solo evolui formando-se fundos largos e as vertentes esbatidas. A
riqueza do solo e a avenização profunda dos pendores conserva a humidade
durante o verão e continua a sua obra de corrosão química facilitada pela elevada
temperatura do estio.
Também a humanização da paisagem, realizada pela acção do homem, se
diferencia na zona granítica e na zona do xisto, uma vez que a aptidão natural do
solo é muito diferente.
A diferença pedológica reflecte-se também na forma dos vales e na cor dos cursos
de água. O Rio Távora ao atravessar a zona dos xistos apresenta um perfil em V e
uma cor amarelada devido às substâncias argilosas em suspensão. A ribeira do
Tedo tem a montante de Stª Leocádia um vale em forma de canhão e uma água
clara com tom verde escuro.
Valor inestimável do território de Tabuaço é a vinha, na parte norte do concelho,
debruçada sobre o Rio Douro. Desde logo do ponto de vista da paisagem, com um
10
PDM de Tabuaço, RB, Ldª, 1995, p. 16-18.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
22
Caracterização e Diagnóstico
ritmo cromático anual da paisagem, que vai desde o castanho durante o inverno
passando pelo verde até ao laranja, vermelho e violeta no Outono.
Nas outras áreas do concelho, este ritmo anual da paisagem não tem o mesmo
significado, uma vez que as espécies predominantes são as de folhas persistente
da qual são exemplo, a sudoeste do concelho, o pinheiro bravo, a este a oliveira e o
sobreiro e a sul, no planalto, o sabugueiro e o castanheiro, juntamente com as
culturas tradicionais.
•
Linhas panorâmicas
Aspecto fundamental na forma de usufruir da paisagem diversificada de Tabuaço é
a estrutura viária, que contornando as encostas de um relevo bastante acentuado,
proporciona ao visitante linhas panorâmicas de extraordinária beleza, sobretudo a
norte e no vale do Rio Távora onde ainda se podem encontrar pedaços de
paisagem primitiva por entre a paisagem naturalizada pelo homem.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
23
Caracterização e Diagnóstico
As linhas assinaladas na planta referida, atravessam as quatro unidades de
paisagem que referimos no capítulo anterior. A partir daqui é possível dar a
conhecer a diversidade do território de Tabuaço.
•
Reserva Ecológica e Reserva Agrícola Nacional
Outro aspecto significativo em termos de conservação da natureza, em particular da
manutenção e salvaguarda das condições naturais que possibilitem assegurar o
ciclo da água e a estrutura e características do solo, decorre das áreas afectas às
condicionantes de uso do solo, em particular a Reserva Agrícola Nacional (RAN) e
a Reserva Ecológica Nacional (REN).
No concelho de Tabuaço, a RAN é mais expressiva nas freguesia a sul: Granja do
Tedo – nas áreas ribeirinhas junto ao rio Tedo e seus afluentes, Chavães, Longa,
Arcos e Sendim são aquelas que têm áreas de maiores dimensões.
Na faixa oeste do concelho as freguesias de Adorigo, Barcos, Pinheiros e Vale de
Figueira apresentam manchas com menor expressão e a este, as freguesias de
Távora e Paradela têm pequenas manchas com pouca expressão.
As freguesia de Santa Leocádia, Valença do Douro, Desejosa, Tabuaço, Pereiro e
Granjinha não possuem áreas de RAN.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
24
Caracterização e Diagnóstico
A REN de Tabuaço foi aprovada e publicada através da Resolução de Conselho de
Ministros nº 83/99, de 10 de Agosto. Relativamente à REN os ecossistemas que
ocorrem no concelho são:
•
Áreas com Risco de Erosão;
•
Zonas Ameaçadas pelas Cheias;
•
Cabeceiras de Linhas de Água;
•
Áreas de Infiltração Máxima;
•
Escarpas;
•
Leito dos Cursos de Água;
•
Albufeiras.
As áreas com risco de erosão ocorrem nas freguesias de Arcos, Granjinha, Longa,
Paradela, Pereiro, Pinheiros, Sendim, Tabuaço, Távora e na margem do rio Douro,
nas freguesias de Adorigo e Valença do Douro, constituindo por vezes manchas de
dimensão considerável.
Por sua vez, as áreas de infiltração máxima e zonas ameaçadas pelas cheias, com
pouca expressão em termos do número de áreas e de dimensões, localizam-se
apenas na freguesia de Granja do Tedo, na margem do rio Tedo.
As cabeceiras de linhas de água, com maior expressão localizam-se nas freguesias
de Adorigo e Chavães. Em Arcos, Barcos, Pinheiros, Paradela, Sendim, Tabuaço, e
Valença do Douro as cabeceiras de linhas de água apresentam menor expressão.
Estes ecossistemas, juntamente com as áreas com risco de erosão, são os que
abrangem maiores áreas no concelho.
No que refere às Escarpas, apenas acontecem nas freguesias de Granjinha e
Sendim junto ao limite do concelho com São João da Pesqueira e em Távora e
Pereiro.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
25
Caracterização e Diagnóstico
A albufeira existente localiza-se no rio Douro, nas freguesias de Adorigo e Valença
do Douro. As albufeiras tem uma grande importância a nível faunístico e
paisagístico que importa preservar. A qualidade das suas águas tem de ser
assegurada para que as populações ribeirinhas continuem a usar a água em
condições aceitáveis, os recursos piscícolas continuem em equilíbrio e seja mantido
o seu potencial turístico/recreativo.
•
Alto Douro Vinhateiro11
Fonte: PIOT-ADV, Volume I – Diagnóstico da Situação, p. 9.
A paisagem cultural do ADV é determinada por uma sábia gestão da escassez de
solo e água e do elevado declive do terreno. Resulta da observação permanente e
intensa, do ensaio localizado e do conhecimento profundo da adaptação da cultura
da vinha a situação tão adversa. Ela é a expressão da determinação, da ousadia,
do engenho humano e da sua compreensão do ciclo da água e dos materiais.
Traduz-se numa imensa escultura de encostas armadas onde a cultura da vinha
11
PIOT ADV, Volume I – Diagnóstico da Situação, 2001, p. 3-5
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
26
Caracterização e Diagnóstico
assume preponderância ao lado da oliveira e da amendoeira e dum mosaico de
parcelas constituído por matos mediterrâneos.
Porém, a paisagem é um todo e é evolutiva. É um mosaico diversificado de
culturas, matos, linhas de água, aglomerados e assentos agrícolas distribuídos por
quintas e casais. Hoje, a evolução das formas de construção da paisagem
prosseguiu em coexistência com as formas tradicionais, contribuindo para a
perpetuação de uma actividade económica próspera e sustentável.
Para cultivar a vinha nas encostas íngremes e pedregosas do Douro e seus
afluentes foi necessário produzir solo e construir terraços (socalcos) amparados,
tradicionalmente, por muros de xisto, que se combinam hoje com novas formas de
armação do terreno para a implantação da vinha.
A paisagem vitícola do Douro é, assim, uma arquitectura complexa, onde se
misturam diferentes técnicas de organização dos terrenos. Ao lado de vinhas em
patamares e de vinhas"ao alto", que datam das últimas décadas do século XX,
ainda subsistem várias centenas de quilómetros de antigos socalcos de geometria
variável, consoante a inclinação da encosta, mas também correspondentes a
técnicas de terraceamento de diferentes épocas.
Nos últimos anos tem-se vindo a acelerar a dinâmica de intervenção na paisagem
cultural da RDD, verificando-se recentemente alguns indícios de pressões de
desenvolvimento da zona, que aconselham uma intervenção de preservação e
gestão por forma a melhor acautelar a salvaguarda deste bem.
Os diversos estímulos à actividade económica que levaram à aceleração das
tendências de plantio de vinhas e reconstrução de patrimónios que se vinham
verificando, justificam e aconselham a adopção de um regime mais atento e activo
de intervenção do que o quadro regulamentar e de costumes que até aqui se
mostrara eficaz na preservação da paisagem.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
27
Caracterização e Diagnóstico
O processo adoptado e que ainda se mantém actualmente em vigor e que se foi
aperfeiçoando durante séculos, centrou-se sobre a regulamentação, licenciamento
e controlo da plantação e exploração das vinhas, factor essencial e quase exclusivo
da intervenção humana na paisagem.
O declínio da população rural e o desenvolvimento dos serviços públicos locais e do
comércio nas sedes de concelho, a par da melhoria das acessibilidades no vale do
Douro, fortemente estimulado pela implantação e reforço administrativo das
Autarquias Locais, a partir de 1976, alteraram a distribuição da população e
melhoraram significativamente as condições de vida na zona.
•
Percursos pedestres de Tabuaço
A rede de percursos pedestres no Concelho de Tabuaço, desenvolve-se a partir de
duas localidades – Tabuaço e Granja do Tedo. A sua marcação tem como objectivo
principal de dotar o concelho de áreas propícias ao turismo activo, de lazer e
desporto e desta forma, incluir o concelho num roteiro mais vasto de turismo de
natureza e cultural alternativo ao modelo tradicional existente no litoral.
Dentro dos objectivos específicos podemos incluir a divulgação, a promover e a
conservação do património natural e construído. Desenvolvem-se assim, com base
na rede viária tradicional, constituída em alguns casos por troços de calçada
(algumas das quais teriam feito parte de vias romanas), caminhos tradicionais
utilizados na agricultura e de serventia às vinhas dos socalcos do Douro.
É constituído por uma Grande Rota (GR14 – Rota dos Vinhos da Europa) e por três
Pequenas Rotas (PR 1,2,3), com as seguintes designações:
TABUAÇO
PR 2 – Vias Romanas (com 18 km);
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
28
Caracterização e Diagnóstico
PR 3 – Socalcos do Douro (com 14,30 km);
GRANJA DO TEDO
GR 14 – Rota dos Vinhos da Europa (com 16,50 km);
PR 1 – Vale do Tedo (com 13,50 km).
Os caminhos pedestres – percursos – agora definidos, percorrem sobretudo os
caminhos da serra e do planalto, localizados na área central, a oeste e a sul do
concelho e efectua ligação ao concelho de S. João da Pesqueira. Os percursos
definidos pretendem mostrar ao viajante, ao pedestrianista, os valores naturais e
culturais por onde os caminhos passam. O percurso “GR14” inicia-se em Vila Nova
de Gaia e termina em Estrasburgo. No território nacional atravessa os concelhos de
Vila Nova de Gaia, Castelo de Paiva, Cinfães do Douro, Resende, Armamar,
Tabuaço, S. João da Pesqueira, vila Nova de Foz Côa e Figueira de Castelo
Rodrigo.
No passado dia 21 e 22 de Junho realizou-se a inauguração do GR 14 e do PR 1. A
programação incluiu a realização dos percursos pedestres com organização
conjunta da Câmara Municipal de Tabuaço e da Federação Portuguesa de
Campismo. Com início no Concelho de Armamar, em Goujoim, teve na Granja do
Tedo o seu início dentro do Concelho de Tabuaço.
•
Percursos Turísticos pelo Património Cultural
Nesta alínea optámos por incluir também os percursos propostos pelo Roteiro
Turístico de Tabuaço, edição da Câmara Municipal de Tabuaço em 1997, reeditado
em 2001, uma vez que aqui se descrevem algumas rotas com bastante interesse
cultural que abarcam todo o território municipal.
Assim, na Planta de Áreas com valor Paisagístico, Turístico e Ambiental,
assinalam-se quatro percurso que descrevemos seguidamente:
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
29
Caracterização e Diagnóstico
1 – Viagem dentro da Vila ( 3 km);
2 – Entre Castros e Igrejas Românicas (40 km);
3 – Entre a Beira e o Douro a lenda de amor de Ardinga;
4 – Douro de vinhos finos e homens fortes.
•
Itinerários Turísticos-Culturais do Douro – Rotas Medievais
Os itinerários definidos, apenas um passa pelo concelho de Tabuaço, ligam os
monumentos mais emblemáticos da Época Medieval, dos dez concelhos do Vale do
Douro Sul e integram a publicação denominada “Douro – Rotas Medievais”, editada
pela Associação Comercial e Industrial de Lamego e Vale do Douro Sul. Assim, o
Itinerário II, atravessa o concelho a partir de Stª Leocádia passando por Barcos,
Tabuaço, Távora, Paradela, Granjinha e Sendim.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
30
Caracterização e Diagnóstico
2.3 – RECURSOS FLORESTAIS
Caracterização da Floresta
O concelho de Tabuaço possui uma área florestal que ocupa cerca de 49,3 %
(6.602 ha) do seu território. Na caracterização destas áreas foram utilizadas cinco
tipos de ocupação, de acordo com a representação da Planta nº 5 – Planta de
Povoamento Florestal:
Povoamentos de pinheiro bravo – áreas florestais em que a espécie dominante é
o pinheiro bravo (Pinus pinaster) e que constitui um sistema de exploração
do solo, alternativo à agricultura, para exploração de madeira e resina;
Povoamentos mistos de pinheiro bravo e folhosas diversas – povoamentos em
que surge o pinheiro bravo misturado com espécies folhosas como o
carvalho (Quercus pyrenaica) e o castanheiro (Castanea sativa), nas
zonas mais altas, e sobreiro (Quercus suber), azinheira (Quercus
rotundifolia) e medronheiro (Arbutus unedo), nas zonas mais baixas;
Manchas de folhosas diversas – manchas florestais mistas com dominância do
castanheiro, sobreiro e azinheira;
Matorrais – este tipo de ocupação do solo é o mais amplo, pois abrange desde
estados iniciais de matagal arbustivo (matos) até formações florestais em
forma de bosques naturais ou semi-naturais. Este tipo de ocupação surge
sobretudo em áreas de vinha e olival abandonadas (mortórios) e nas
áreas ardidas;
Manchas de folhosas ripícolas – galerias de espécies ripícolas que colonizam as
margens dos cursos de água.
No quadro 1 são apresentadas as áreas ocupadas por cada tipo de ocupação
considerada.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
31
Caracterização e Diagnóstico
Quadro 1 – Área florestal no Concelho de Tabuaço
ÁREA FLORESTAL (ha)
P. bravo
P. bravo e Folhosas
diversas
Folhosas
diversas
Matorrais
Total
1670,1
445,8
262,5
4227,8
6606,2
Como se pode observar no quadro anterior, a espécie que predomina no concelho
é o pinheiro bravo, que ocupa 1.670 ha, e que tem dominância também nos
povoamentos mistos de pinheiro bravo e folhosas diversas.
No entanto, no concelho temos uma grande área de matorral (6.606 ha),
principalmente nas freguesias de Pinheiros, Tabuaço, Távora , Paradela e Sendim,
que resultou dos grandes incêndios florestais que ocorreram no período de 1999 –
2000 em que arderam grandes áreas de pinheiro bravo.
A Planta de Povoamentos Florestais e a determinação das áreas florestais foram
elaboradas com base na digitalização (área mínima 1 ha) das manchas florestais e
de incultos sobre os Ortofotomapas de 1998 e também foram efectuadas
verificações no campo.
No concelho existe uma associação de produtores florestais, que ainda se encontra
no inicio da sua actividade, denomina-se “Associação Agro-Florestal de Sendim –
Tabuaço”, neste momento tem 150 sócios e opera em três freguesias, Sendim,
Chavães e Arcos.
Programas de Apoio e Fomento à Floresta e à Indústria Florestal
A situação actual da floresta, é resultado, em grande parte, dos programas e
incentivos financeiros de apoio e fomento, que ao longo dos anos têm sido
adoptados.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
32
Caracterização e Diagnóstico
Até ao início da década de 80, o fomento florestal em Portugal fez-se
essencialmente no quadro de dois programas:
- o Plano de Povoamento Florestal (PPF) que decorreu entre1939 e 1972;
- as acções de arborização e beneficiação levadas a cabo pelo Fundo de
Fomento Florestal a partir de 1966.
Nos últimos 15 anos foram postos em prática vários sistemas de fomento florestal,
destacando-se os seguintes:
•
o Projecto Florestal Português (PFP/BM) financiado pelo Banco Mundial que
decorreu de 1981 a 1988;
•
o Programa de Acção Florestal (PAF) financiado pela CEE que decorreu de
1987 a 1994;
•
o Regulamento (CEE) Nª 797/85, que decorreu entre 1991 e 1993, financiava
acções de reconversão de culturas agrícolas em florestais;
•
o Regulamento(CEE) nº 2078/92, relativo a manutenção de terras florestais
abandonadas, justificadas por motivos ecológicos, incluindo medidas agroambientais;
•
o Regulamento (CEE) Nº 2080/92; que apoia a arborização de áreas
agrícolas;
•
o Programa de Apoio á Modernização Agrícola e Florestal (PAMAF), que
decorreu entre 1995 e 2000.
O PAMAF constituiu a intervenção operacional para o sector agrícola do Programa
Operacional de Modernização do Tecido Económico, aprovado no âmbito do QCAII, para o território de Portugal Continental. Visou, fundamentalmente, o reforço da
capacidade competitiva do sector agrícola, a viabilização económica das
explorações agrícolas e a preservação dos recursos naturais e do ambiente,
envolvendo um numeroso e heterogéneo conjunto de medidas. No sector florestal a
medida na qual houve mais candidaturas foi:
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
33
Caracterização e Diagnóstico
•
PAMAF -Medida 3 - Florestas
Esta medida tinha como objectivos alargar e melhorar a área de floresta,
através da florestação de novas áreas de aptidão silvícola, da melhoria dos
povoamentos florestais existentes e da recuperação de áreas ardidas. Visava
ainda a melhoria do sistema de recolha de dados da fileira florestal.
Na região agrária de Trás-os-Montes foram aprovados, de Janeiro de 1994 a
Dezembro de 1999, 370 projectos, correspondendo-lhes um investimento de
17.162 milhares de euros e 16.118,0 milhares de euros de subsídio (IFADAP,
2003).
Apresenta-se a seguir um mapa da Região de Trás-os-Montes com a
distribuição do investimento total aprovado da medida, por concelho (Figura 1).
Como podemos observar, o concelho de Tabuaço encontra-se entre os
concelhos com menor valor de investimento aprovado nesta medida.
Figura 1 – Investimento aprovado na Medida 3 - Florestas
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
34
Caracterização e Diagnóstico
No âmbito do Regulamento (CEE) N.º 2080/92, que apoia a arborização de áreas
agrícolas, foram aprovados 4 projectos, num total de investimento de 11.971 euros.
Actualmente
os programas de apoio ao investimento florestal são a Medida 3 do
Programa AGRO e a Medida Florestação de Terras Agrícolas do Programa
RURIS, dos quais apresentamos a seguir um breve resumo dos objectivos,
destinatários, despesas elegíveis e nível de ajudas:
PROGRAMA AGRO
Medida 3
Desenvolvimento Sustentável das Florestas
Esta medida é composta por 6 acções:
•
ACÇÃO 3.1 - Apoio à Silvicultura;
•
ACÇÃO 3.2 - Restabelecimento do Potencial de Produção Silvícola;
•
ACÇÃO 3.3 - Apoio à produção de plantas e sementes;
•
ACÇÃO 3.4 - Colheita, Transformação e Comercialização de Cortiça;
•
ACÇÃO 3.5 - Exploração Florestal, Comercialização e Transformação
de Material Lenhoso e de Gema de Pinheiro
•
ACÇÃO 3.6 - Promoção de Novos Mercados e Qualificação dos
Produtos Florestais
no entanto, só apresentamos o resumo das duas primeiras, que consideramos
serem as mais importantes em termos de florestação, reflorestação e beneficiação
de áreas florestais:
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
35
Caracterização e Diagnóstico
1 - Acção 3.1 - Apoio à Silvicultura:
ENQUADRAMENTO
Reg. (CE) 1257/1999, de 17 de Maio – Artigo 30.º, nº1, trav. 1 e 2.
DESCRIÇÃO
•
Apoio à arborização e à beneficiação de espaços florestais existentes numa
óptica de desenvolvimento e gestão florestal sustentáveis;
•
Apoio ao reforço da multifuncionalidade dos espaços florestais.
OBJECTIVOS
•
Promover a manutenção e melhoria das funções económicas, ecológicas e
sociais dos espaços florestais no quadro da gestão sustentável;
•
Aumentar a área florestal, com arborizações adaptadas às condições locais
e compatíveis com o ambiente;
•
Melhorar e adequar a rede de infra-estruturas dos espaços florestais, em
conformidade com as acessibilidades necessárias à gestão florestal e com
as medidas de protecção da floresta contra incêndios;
•
Combater a erosão em espaços florestais e promover a reabilitação de
ecossistemas florestais degradados;
•
Aumentar a biodiversidade e o uso múltiplo em espaços florestais.
DESTINATÁRIOS
•
Associações de produtores florestais
•
Cooperativas que tenham por objecto a produção florestal
•
Órgãos de administração de baldios
•
Organismos da administração central nos termos da Lei dos Baldios
•
Organismos da administração local
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
36
Caracterização e Diagnóstico
•
Entidades gestoras de fundos imobiliários florestais (Resolução Conselho de
Ministros nº 27/99 de 08 de Abril, que adopta o Plano de Desenvolvimento
Sustentável da Floresta Portuguesa)
•
Empresas participadas pelo Estado em menos de 50%
•
Outras pessoas singulares ou colectivas de direito privado
DESPESAS ELEGÍVEIS
•
Arborização e rearborização
•
Manutenção dos povoamentos florestais
•
Beneficiação de florestas existentes
•
Infra-estruturas
•
Actividades de uso múltiplo em superfícies florestais
•
Cartografia digital
•
Elaboração e acompanhamento do projecto
•
Custo de garantias bancárias
NÍVEL DE AJUDAS
•
30% das despesas elegíveis, quando se trate de arborização ou
rearborização com espécies de rápido crescimento a explorar em
rotações/revoluções inferiores a 20 anos;
•
80% das despesas elegíveis, quando se trate de arborização ou
rearborização , outras espécies
•
80% das despesas elegíveis, par beneficiação e melhoria de povoamentos;
•
50% das despesas elegíveis, quando se trate de substituição, por outras
espécies, de povoamentos de espécies de rápido crescimento mal
adaptadas ou cuja produção se encontre significativamente abaixo do seu
potencial produtivo;
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
37
Caracterização e Diagnóstico
•
40% ou 50% das despesas elegíveis em acções de uso múltiplo relativas à
cinegética e silvo-pastorícia, consoante se trate, respectivamente, de
investimentos em zonas não desfavorecidas ou desfavorecidas;
•
80% uso múltiplo, nos restantes casos;
•
100% das despesas elegíveis, quando se trate de projectos apresentados
por organismos da administração central ou local ou por órgãos de
administração de baldios;
2 - ACÇÃO 3.2 - Restabelecimento do Potencial de Produção Silvícola
ENQUADRAMENTO
Reg. (CE) 1257/1999, de 17 de Maio – Artigo 30.º, nº1, trav.6.
DESCRIÇÃO
•
Apoio ao restabelecimento do potencial produtivo de áreas florestais
percorridas por incêndios ou danificadas por outras causas naturais
nomeadamente vento, neve, geada, seca, pragas e doenças, quando
evidenciadas em diploma legal.
OBJECTIVOS
•
Reposição do potencial produtivo de áreas florestais percorridas por
incêndios ou danificadas por outras causas naturais nomeadamente vento,
neve, geada, seca, pragas e doenças quando evidenciadas em diploma
legal.
DESTINATÁRIOS
•
Associações de produtores florestais
•
Cooperativas que tenham por objecto a produção florestal
•
Órgãos de administração de baldios
•
Organismos da administração central nos termos da Lei dos Baldios
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
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Caracterização e Diagnóstico
•
Organismos da administração local
•
Entidades gestoras de fundos imobiliários florestais (Resolução Conselho de
Ministros nº 27/99 de 08 de Abril, que adopta o Plano de Desenvolvimento
Sustentável da Floresta Portuguesa)
•
Empresas participadas pelo Estado em menos de 50%
•
Outras pessoas singulares ou colectivas de direito privado
DESPESAS ELEGÍVEIS
•
Arborização e rearborização
•
Manutenção dos povoamentos florestais
•
Infra-estruturas
•
Beneficiação de florestas existentes
•
Custos de garantias bancárias
•
Actividades de uso múltiplo em superfícies florestais
•
Cartografia digital
•
Elaboração e acompanhamento do projecto
NÍVEL DE AJUDAS
•
30% das despesas elegíveis, quando se trate de arborização ou
rearborização com espécies de rápido crescimento a explorar em
rotações/revoluções inferiores a 20 anos;
•
80% das despesas elegíveis, quando se trate de arborização ou
rearborização , outras espécies
•
80% das despesas elegíveis, par beneficiação e melhoria de povoamentos;
•
50% das despesas elegíveis, quando se trate de substituição, por outras
espécies, de povoamentos de espécies de rápido crescimento mal
adaptadas ou cuja produção se encontre significativamente abaixo do seu
potencial produtivo;
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
39
Caracterização e Diagnóstico
•
40% ou 50% das despesas elegíveis em acções de uso múltiplo relativas à
cinegética e silvo-pastorícia, consoante se trate, respectivamente, de
investimentos em zonas não desfavorecidas ou desfavorecidas;
•
80% uso múltiplo, nos restantes casos;
•
100% das despesas elegíveis, quando se trate de projectos apresentados
por organismos da administração central ou local ou por órgãos de
administração de baldios;
RURIS
PLANO DE DESENVOLVIMENTO RURAL 2000-2006
Florestação de Terras Agrícolas
OBJECTIVOS
O regime de ajudas tem os seguintes objectivos:
•
Promover a expansão florestal em terras agrícolas com arborização de
qualidade e ambientalmente bem adaptadas;
•
Aumentar a diversidade e oferta de madeiras de qualidade, cortiça e outros
produtos não lenhosos;
•
Contribuir para a reabilitação de terras degradadas e para a mitigação dos
efeitos da desertificação, favorecendo a recuperação da fertilidade dos solos
e a regularização dos recursos hidrológicos;
•
Promover a diversificação de actividades nas explorações agrícolas
reforçando a sua multifuncionalidade;
•
Introduzir benefícios socio-económicos no meio rural.
AJUDAS E PRÉMIOS
Podem ser concedidas ajudas aos seguintes investimentos:
•
Arborização de superfícies agrícolas;
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
40
Caracterização e Diagnóstico
•
Construção e beneficiação de infra-estruturas quando complementares do
investimento na arborização.
Podem ser concedidos os seguintes prémios:
•
Prémio à manutenção, durante um período máximo de 5 anos;
•
Prémio por perda de rendimento, durante um período máximo de 20 anos.
BENEFICIÁRIOS
Podem beneficiar das ajudas previstas:
•
Agricultores
•
Órgãos de administração dos baldios;
•
Organismos da administração central e local;
•
Outros titulares de superfícies agrícolas
Estes beneficiários podem, individualmente ou conjuntamente, cometer a
apresentação e execução do projecto, incluindo o estabelecimento do
povoamento (período da instalação do povoamento, acrescido do intervalo de
tempo durante o qual são realizados os trabalhos de manutenção necessários à
respectiva consolidação), às seguintes entidades:
•
Associações de produtores florestais;
•
Cooperativas de produtores florestais ou agrícolas;
•
Entidades gestoras de fundos imobiliários florestais.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
41
Caracterização e Diagnóstico
DESPESAS ELEGÍVEIS
•
Preparação do terreno;
•
Protecções individuais das árvores;
•
Protecções individuais contra fauna selvagem
•
Cercas;
•
Infraestruturas:
•
Rede viária
•
Rede divisional
•
Pontos de água
•
Outras infraestruturas (estruturas de suporte de terras para prevenção da
erosão, regularização dos recursos hídricos ou preservação da paisagem
FORMA E VALOR DAS AJUDAS
As ajudas aos investimentos são atribuídas sob a forma de subsídio não
reembolsável, de acordo com o seguinte quadro :
Quadro 2 - Ajudas ao Investimento
Níveis de ajuda
TIPO DE BENEFICIÁRIO
(%)
Organismos da Administração Central e Local e órgãos de
administração dos baldios
100
Áreas agrupadas
80
Agricultores
70
Agricultores (no caso de se tratar de espécies exploradas em
revoluções inferiores a 20 anos)
Outro tipo de beneficiários
40
50
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
42
Caracterização e Diagnóstico
O prémio à manutenção é atribuído sob a forma de subsídio não reembolsável
durante um período de 5 anos.
O prémio por perda de rendimento é atribuído, aos Agricultores, aos órgãos de
administração dos baldios e a outros titulares de superfícies agrícolas, sob a forma
de subsídio não reembolsável no valor e pelo período constantes no seguinte
quadro:
Quadro 3 - Valor anual do prémio por perda de rendimento (Euros/ha)
CLASSES DE SUPERFÍCIES AGRICULTORES E ÁREAS
OUTROS BENEFICIÁRIOS
AGRUPADAS
CUMULATIVAS
Primeiros 5 ha
249
130
Entre 5 e 10 ha
200
115
Entre 10 e 20 ha
150
80
Entre 20 e 50 ha
75
50
Entre 50 e 100 ha
50
35
Entre 100 e 250 ha
25
15
INCÊNDIOS FLORESTAIS
No período de 1994 a 2001 arderam, no concelho de Tabuaço, 7.470 ha de floresta
e matos, mais do que a área florestal total do concelho (Quadro 4). O que significa
que houve áreas florestais que foram percorridas por incêndios mais do que uma
vez nesses anos.
Dois desses grandes incêndios, tiveram início, um na freguesia de Longa e outro na
freguesia de Barcos, mas rapidamente se propagaram a outras freguesias, daí a
sua grande extensão. Sendim também foi outra freguesia cuja área florestal foi
bastante devastada pelo fogo durante estes anos, tendo ardido 552 ha de floresta e
matos (em ANEXO apresentam-se as áreas ardidas/freguesia/ano).
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
43
Caracterização e Diagnóstico
Quadro 4 - Áreas Ardidas no período 1994/2001, por freguesia
Freguesia
Nº de Ocorrências Área Ardida
(ha)
Adorigo
Arcos
Barcos
Chavães
Desejosa
Granja do Tedo
Granjinha
Longa
Paradela
Pereiro
Pinheiros
Santa Leocádia
Sendim
Tabuaço
Távora
Vale de Figueira
Valença do Douro
13
17
36
22
1
8
5
19
9
6
15
8
51
40
10
9
10
21
33
1.070
41
1
123
22
5.169
27
11
166
10
552
58
129
26
11
7.470
TOTAL
(Fonte: DGF,2003)
Na Figura 2 podemos observar que a maior parte da área ardida corresponde a
zonas ocupadas com matos, com excepção do ano de 1999 em que ardeu mais
área de povoamento florestal (592 ha de pinheiro bravo). No ano 2000 arderam
2.478 ha de pinheiro bravo, o que contribuiu para uma diminuição drástica da área
ocupada por esta espécie no concelho de Tabuaço.
Nos restantes anos, apesar do número de ocorrências, as áreas ardidas foram
pequenas não ultrapassando, em muitos dos casos, 1 ha de área (ver Anexo).
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
44
Caracterização e Diagnóstico
Figura 2 – Distribuição do número de ocorrências e área ardida (1994 – 2002)
3500
60
3000
50
40
2000
30
1500
Ocorrências
Área ardida (ha)
2500
20
1000
10
500
0
0
1994
1995
1996
Matos
1997
1998
Povoamentos
1999
2000
2001
Ocorrências
Estruturas e Meios de Prevenção, Detecção e Combate aos Fogos
Em Portugal a coordenação das acções de prevenção e detecção de fogos
Florestais está a cargo da CNEFF - Comissão Nacional Especializada de Fogos
Florestais, que foi criada em 23 de Abril de 1987. É um órgão de consulta e de
apoio do Ministério da Administração Interna, estando nela representadas as
seguintes entidades:
• Serviço Nacional de Protecção Civil (SNPC);
• Serviço Nacional de Bombeiros (SNB);
• Direcção Geral das Florestas (DGF);
• Instituto de Conservação da Natureza (ICN);
• Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG);
• Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP).
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
45
Caracterização e Diagnóstico
A Direcção Geral de Florestas
tem a seu cargo as principais estruturas de
detecção e prevenção de fogos que, em 1996, constavam das seguintes
componentes:
• Rede nacional de 232 postos de vigia. No Concelho de Tabuaço não existe
nenhum posto, mas existem três postos localizados em concelhos vizinhos
(um em Tarouca, na Serra de Stª Helena, um
em Penedono, e um em
Lamego, na Serrar das Meadas;
• 12 Centros de Prevenção e Detecção de Incêndios Florestais (CPDIF)
funcionando durante 24 horas durante a época de maior ocorrência de
incêndios, mantendo em permanência um técnico responsável e dois ou três
operadores, cuja função principal é de centralizar as informações dos postos
de vigia de modo a determinar a localização correcta das ocorrências,
transmitindo-a aos meios de combate (bombeiros, brigadas de vigilância e
primeira intervenção, sapadores florestais, centros coordenadores de meios
aéreos e outras entidades). Um destes centros encontra-se sediado no CCO
(Centro Coordenador Oficial dos serviços dos bombeiros) de Vila Real.
• 57 brigadas de vigilância e primeira intervenção constituídas cada uma por 5
homens que se deslocam numa viatura todo terreno equipada com a função
de actuar imediatamente após a deflagração de um incêndio, bem como vigiar
e patrulhar a área florestal Os Bombeiros Voluntários de Tabuaço não têm
uma brigada de vigilância de 1ª intervenção
•
Na época de incêndios existe uma brigada móvel motorizada constituída por
dois homens e um Grupo de Primeira Intervenção (GPI) constituído por 5
elementos que utilizam 1 pronto socorro médio todo terreno.
•
Brigadas de Investigação de Fogos Florestais (BIFF) constituídas por 4
elementos com formação específica para determinar as causas dos incêndios
florestais e competência para elaborar e remeter “autos de notícia” para o
Ministério Público e a Polícia Judiciária em caso de suspeita de fogo posto. No
concelho de Tabuaço não actua nenhuma destas brigadas.
O combate aos incêndios florestais é da responsabilidade exclusiva dos bombeiros.
Os Bombeiros Voluntários de Tabuaço (BVT) estão na Zona Operacional de
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
46
Caracterização e Diagnóstico
Tabuaço do Distrito de Viseu e têm um efectivo de 98 homens no activo e 10
mulher como pessoal auxiliar. Não têm pessoal em permanência no quartel.
Quadro 5 - Meios de Combate a Incêndios existente nos Bombeiros
Voluntários de Tabuaço
1 auto apoio pesado de 8000 litros (ano de fabrico 1999)
1 auto apoio pesado de 5000 litros (ano de fabrico 1983)
1 pronto-socorro médio todo terreno de 4500 litros (ano de fabrico 1965)
1 pronto-socorro médio de 1200 litros (ano de fabrico 1996)
1 carro de comando Land Rover (ano de fabrico1998)
1 pronto-socorro ligeiro todo terreno de 500 litros (ano de fabrico 1993)
1 pronto-socorro ligeiro todo terreno de 450 litros (ano de fabrico 1997)
1 pronto-socorro ligeiro todo terreno de 400 litros (ano de fabrico 1997)
1 viatura de Apoio (ano de fabrico 1984)
1 viatura de Apoio Nissan (ano de fabrico 1979)
Fonte: Bombeiros Voluntários de Tabuaço
Em relação a infra-estruturas de apoio aéreo, o concelho pode usufruir de dois
heliportos, um em Lamego (Hotel 15) e outro em Aguiar da Beira (Hotel 17).
2.4 – Níveis de qualidade ambiental
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
47
Caracterização e Diagnóstico
A degradação da paisagem tem como principal factor os incêndios florestais, muito
visível na freguesia da Longa, a localização da pedreira no Monte Calha, no acesso
à Vila de Tabuaço. Também a descaracterização arquitectónica que algumas
aldeias, como por exemplo, Sendim tem nas últimas décadas tem contribuindo para
a desqualificação da paisagem.
Aspecto também de referir nesta área é a impressionante atitude da população
local, eventualmente também de concelhos vizinhos, que continua a depositar toda
a espécie de lixos – entulhos, monstros, restos de mobílias, etc. – na beira das
estradas, nomeadamente em áreas riquíssimas do ponto de vista paisagístico e
logo importantes enquanto recursos turísticos.
De referir que no âmbito do Gabinete Técnico do Alto Douro Vinhateiro, se encontra
em curso a “Caracterização dos Impactes Negativos Ambientais no ADV”. Os
elementos
recolhidos
com
importância
para
a
presente
revisão
serão
posteriormente sistematizados e tratados em fase de Estudo Prévio.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
48
Caracterização e Diagnóstico
3 – COMPONENTE POPULACIONAL
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
49
Caracterização e Diagnóstico
3 – COMPONENTE POPULACIONAL
A análise da componente populacional pretende registar a dinâmica demográfica
ocorrida no Concelho de Tabuaço, bem como o seu enquadramento no contexto
regional. Visa, ainda, a caracterização do agregado familiar e o estudo da
mobilidade da população.
3.1 - Dinâmica Demográfica
O volume de população residente na Região do Norte, sofreu uma quebra na
década de 60, tendo vindo a aumentar progressivamente desde então, registando
em acréscimo de cerca de 21%. Em contrapartida, a sub-região do Douro, registou
um decréscimo de quase 30% da sua população. Como se verá mais à frente, o
Concelho de Tabuaço acompanhou esta tendência decrescente, registando em
2001 6.785 habitantes.
Evolução da população por décadas
Área
1960
1970
1981
1991
2001
Norte
3040512
3019970
3410099
3472715
3687293
Douro
314291
258645
261562
238695
221853
Tabuaço
11.640
8.638
8.521
7.901
6.785
Geográfica
Fonte: INE, vários anos
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
50
Caracterização e Diagnóstico
Variação da População Residente, por décadas
Área
Geográfica
1960/1970
1970/1981
Nº
%
Nº
Norte
-20.542
-0,7
390.129
Douro
-55.646
-17,7
Tabuaço
-3.150
-25,8
1981/1991
%
1991/2001
Nº
%
Nº
%
12,9
62.616
1,8
214.578
6,2
2.917
1,1
-22.867
-8,7
-16.842
-7,1
31
-1,4
-620
-7,3
-1.116
-14,1
Evolu‹o da Popula‹o na Regi‹o Norte
1960 - 2001na Região Norte
Evolução da População
1960 - 2001
3900000
3700000
4000000
3500000
3300000
3100000
3500000
2900000
2700000
2500000
3000000
1960
1970
1981
1991
2001
2500000
1960
1970
1981
1991
2001
Evolução da População na Sub-Região Douro
1960 - 2001
300000
250000
200000
1960
1970
1981
1991
2001
Fonte: INE – Censos vários anos
O gráfico abaixo ilustra a evolução da população em Tabuaço, ao longo do Século
XX. Com oscilações, regista uma quebra em 1920, resultado do surto de gripe
pneumónica que assolou todo o país. Desde então, regista-se um constante
aumento populacional, que atingiu o seu auge em 1960 mas, nessa mesma década
esta tendência é quebrada pelos movimentos migratórios registados. A partir de
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
51
Caracterização e Diagnóstico
1980, estes fluxos deixam de ser significantes, registando-se um outro fenómeno a
nível nacional – a diminuição da taxa de natalidade.
Evolu‹o da Popula‹o em Tabuao
Sc. XX
12000
11000
10000
9000
8000
7000
6000
1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001
Fonte: Monteiro, J. Gonçalves, Tabuaço, CMT, Edição 1991
INE, RGPH - 2001
Analisando, mais pormenorizadamente, a variação da população a partir da 2ª
metade do Século XX, constata-se um aumento na ordem dos 12% na década de
50, seguido por uma quebra de 25% na década seguinte, pelas razões
mencionadas anteriormente. Nos anos 70, a diminuição populacional foi quase
insignificante, registando-se a perda de 1,4% de população (31 indivíduos). Este
valor aumenta para 7,3% nos anos 80 e quase que duplica na década de 90, com
uma diminuição populacional, na ordem dos 14%, que se traduz em 1.116
indivíduos.
A diminuição populacional da última década, pode ainda ser visualizada no próximo
gráfico. Mantendo uma média constante de perda de população de cerca de 1,5%
ao ano, verifica-se excepção no período 2000/2001 com uma quebra de apenas
0,1%.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
52
Caracterização e Diagnóstico
Evolu‹o da Popula‹o em Tabuao
1991/2001
8000
7800
7600
7400
7200
7000
6800
6600
1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001
Fonte: INE – O País em Números, Edição 2002
No que concerne à distribuição da população por freguesias, a década de 70
regista aumento populacional em oito das 17 freguesias do Concelho: Adorigo,
Arcos, Barcos, Desejosa, Longa, Pinheiros, Tabuaço e Vale de Figueira. Com uma
variação média, positiva, na ordem dos 8%, a Sede de Concelho apresenta
excepção, registando um crescimento de 37%, no extremo oposto, aparece
freguesia de Granjinha cuja população diminuiu cerca de 33%.
Na década seguinte, apenas as freguesias de Pereiro, Tabuaço e Vale de Figueira
apresentam uma variação positiva, embora inferior a 10%, sendo que as duas
últimas freguesias são as únicas que registam aumentos populacional nas duas
décadas consecutivas. As freguesias de Arcos, Chavães e Desejosa apresentam
uma diminuição da população superior a 20%.
No período de 1991/2001, acentua-se o processo de despovoamento. Como se
pode ver no quadro seguinte, todas as freguesias registam decréscimo
populacional, com variações negativas entre os 11% (em Barcos) e os 50% (em
Granjinha). A sede do Concelho regista a menor perda de população, com uma
diminuição na ordem dos 2,5%.
A dimensão populacional média das freguesias, diminuiu de 465 habitantes em
1991 para 399, em 2001. Acima desta média encontram-se as freguesias de
Adorigo, Barcos, Sendim, Távora e Tabuaço, sendo esta a única freguesia com
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
53
Caracterização e Diagnóstico
mais de 1.000 habitantes. As freguesias de Granjinha, Santa Leocádia e Vale de
Figueira registam menos de 150 habitantes.
População Residente e Densidade Populacional em 1991 e 2001, por
freguesias
Densidade
Populacional
2
(hab./Km )
População Residente
Freguesia
Adorigo
1991
490
2001
420
Variação
-14,3%
1991
53,1
2001
45,5
Arcos
271
206
-24,0%
34,1
25,9
Barcos
739
658
-11,0%
68,0
60,5
Chavães
446
372
-16,6%
47,2
39,4
Desejosa
232
189
-18,5%
31,0
25,2
Granja do Tedo
316
227
-28,2%
83,8
60,2
Granjinha
104
52
-50,0%
40,2
20,1
Longa
408
357
-12,5%
59,7
52,3
Paradela
243
151
-37,9%
37,6
23,4
Pereiro
183
156
-14,8%
36,4
31,0
Pinheiros
242
199
-17,8%
34,6
28,5
Santa Leocádia
169
134
-20,7%
38,9
30,9
Sendim
1.002
867
-13,5%
47,1
40,8
Tabuaço
1.826
1.780
-2,5%
169,9
165,6
Távora
529
420
-20,6%
76,6
60,8
Vale de Figueira
192
146
-24,0%
41,1
31,3
Valença do Douro
509
451
-11,4%
54,8
48,6
7.901
6.785
-14,1%
59,0
50,7
Concelho
Fonte: INE, RGPH - 2001
O carácter de interioridade do concelho reflecte-se nos valores da sua densidade
populacional, 50,7 hab./Km2 , a qual é 70% inferior à verificada na Região do Norte
e 6% inferior à da sub-região do Douro.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
54
Caracterização e Diagnóstico
A análise do Cartograma 1 permite agrupar as freguesias em três situações
distintas:
A faixa central, constituída pela Sede de Concelho e pelas freguesias
contíguas, Barcos e Távora. Com densidades populacionais superiores à
média do Concelho, destaca-se Tabuaço com 165 hab/Km2 ;
As freguesias de Sudoeste, Granja do Tedo e Longa, igualmente com
densidades superiores à média do Concelho, situam-se na fronteira com os
concelhos de Armamar e Moimenta da Beira e sendo a última favorecida por
um relevo menos acidentado;
As restantes freguesias, que apresentam densidades inferiores a 50
hab/Km2 .
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
55
Caracterização e Diagnóstico
Estrutura etária e repartição por sexos
A análise da pirâmide etária de Tabuaço, em 1991, retracta o progressivo fenómeno
de duplo envelhecimento registado a nível nacional, como consequência da
diminuição do número de jovens, reflexo da diminuição de taxa de natalidade
verificada em todo o país e aumento da percentagem de idosos devido à
estabilização da mortalidade e aos intensos movimentos migratórios verificados na
década de 60.
A pirâmide etária de 2001, quando comparada com a de 1991, mostra a diminuição
da proporção relativa aos jovens, compensada com o aumento de grupos
referentes a idades mais avançadas. De facto, as faixas etárias da população mais
jovem apresentam um decréscimo de 8%, enquanto que as faixas etárias da
população em idade activa revelam um aumento de 2%. As faixas etárias mais
envelhecidas são as que registam maiores acréscimos, em termos percentuais o
Concelho é constituído por 23% de população com 65 e mais anos, tal como se
pode verificar no quadro abaixo.
Evolução da População, por Grupos de Idades
1991
2001
Grupos de
Idades
N.º
%
N.º
%
0 - 24 anos
3.104
39
2.121
31
25 - 64 anos
3.506
44
3.140
46
65 e + anos
1.291
17
1.524
23
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
56
Caracterização e Diagnóstico
Fonte: INE – O País em Números, Edição 2002
Fonte: INE – O País em Números, Edição 2002
Em relação à repartição da população por sexos, a conjuntura mantém-se
equilibrada com ligeira vantagem para o sexo feminino, o que poderá estar
associado a uma maior predisposição para a migração por parte de membros
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
57
Caracterização e Diagnóstico
masculinos e ao facto de a esperança de vida ser maior nas mulheres. As
percentagens referentes aos censos de 2001 são idênticas aos de 1981.
Reparti‹o da Popula‹o Residente
por Sexos em 1981
Mulheres
52%
Reparti‹o da Popula‹o Residente
por Sexos em 2001
Reparti‹o da Popula‹o Residente
por Sexos em 1991
Homens
48%
Homens
49%
Mulheres
51%
Homens
48%
Mulheres
52%
Fonte: INE – Censos vários anos
Indicadores demográficos
A análise do saldo fisiológico da população de Tabuaço, no período 1991/2000,
revela que o número de óbitos supera o número de nados-vivos, o que significa que
nesta década, o Concelho apresenta um saldo fisiológico negativo, constituindo
excepção, com pequena margem, apenas os anos de 1992 e 1998.
Indicadores de Dinâmica Demográfica
Tabuaço
Indicador
Douro
Região do
Norte
1991
2000
1991
2000
1991
2000
Taxa Natalidade (‰)
11,1
7,9
11,2
10,2
13,3
12,3
Taxa Fecundidade (‰)
36,1
30,8
36,5
40,2
45,1
45,9
Taxa Mortalidade (‰)
11,4
14,3
12,0
11,8
9,2
8,7
Taxa Mortalidade Infantil (‰)
11,4
12,4
13,5
7,1
12,2
6,7
Índice de Envelhecimento (%)
70,5
113,5
73,1
113,6
51,7
80,1
Índice de Dependência (%)
65,4
56,1 (a)
58,6
50,3 (a)
50,4
45,1 (a)
Taxa Atracção/Repulsão (%)
-11,4
(b)
-11,3
(b)
-4,8
(b)
Fonte: CCRN, 1995,1999, Fichas Concelhias da Região do Norte e INE
(a)
Informação referente a 199
(b)
Informação não disponível
Este facto é reflexo da diminuição da taxa de natalidade ocorrida a nível nacional,
associada à diminuição da taxa de fecundidade.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
58
Caracterização e Diagnóstico
Como se pode verificar, nos gráficos seguintes, esta situação ocorre em Tabuaço e
na sub-região do Douro, apesar desta registar aumento da taxa de fecundidade, o
saldo mantém-se negativo. A Região do Norte, pelo contrário, apresenta valores de
saldo fisiológico positivos, ao longo da última década.
A evolução da população de alguns grupos etários determinou um decréscimo no
índice de dependência. Isto é, no caso de Tabuaço, cada 100 indivíduos em idade
activa tinham a seu cargo cerca de 56 jovens e idosos, em 1999, comparativamente
a cerca de 65 no ano de 1991. O mesmo se passa para as restantes unidades
geográficas.
O aumento do índice de envelhecimento é resultado do duplo envelhecimento
evidenciado nas pirâmides etárias, uma vez que relaciona a população com 65 e
mais anos, que tem aumentado, com a população com menos de 15 anos, que tem
diminuído.
No que diz respeito à taxa de mortalidade, os valores referentes a Tabuaço,
apresentam uma dinâmica inversa à sub-região do Douro e da Região do Norte,
uma vez que se verifica acréscimo (3‰). De salientar que, a taxa de mortalidade
registada em Tabuaço ser consideravelmente mais alta que nas restantes regiões
em análise. Este facto, provavelmente, estará associado ao elevado número de
idosos, ao carácter de interioridade do Concelho e ao isolamento de algumas
povoações, o que poderá dificultar a obtenção de cuidados de saúde.
O mesmo se passa em relação à taxa de mortalidade infantil, que em Tabuaço
aumentou, registando um valor bastante superior às restantes regiões e que quase
duplica a taxa verificada na Região do Norte.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
59
Caracterização e Diagnóstico
Na década de 80, o concelho de Tabuaço apresentava uma taxa de repulsão na
ordem dos 11%, tal como a sub-região do Douro. Por sua vez, a Região do Norte,
apresenta igualmente taxa de repulsão, mas na ordem dos 5%. No momento de
elaboração deste relatório, ainda não são conhecidos os valores referentes à
década de 90.
Fonte: INE – O País em Números, Edição 2002
Fonte: INE – O País em Números, Edição 2002
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
60
Caracterização e Diagnóstico
Fonte: INE – O País em Números, Edição 2002
Nível de instrução escolar
Como demonstra o quadro abaixo, a taxa de analfabetismo em Tabuaço, é
ligeiramente superior à da sub-região do Douro e ambas superiores à verificada na
Região do Norte, no entanto, foi em Tabuaço que esta taxa diminuiu mais desde
1991, situando nos 18,5%. Este valor para o Douro e para a Região do Norte eram
respectivamente de 15,5% e 9,9%.
Nas três unidades geográficas em questão, os valores são relativamente
equilibrados e seguem as tendências a nível nacional, isto é, o analfabetismo
abrange principalmente o sexo feminino e simultaneamente, as Mulheres,
predominam nos ensinos médio e superior.
Fonte: INE – O País em Números, Edição 2002
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
61
Caracterização e Diagnóstico
População Residente segundo o nível de instrução
Tabuaço
Nível de Ensino
Douro
H
M Total Pop.
H
M
%
%
%
%
Nº
%
Norte
Total Pop.
Nº
%
H
M
Total
Pop.
%
%
Nº
%
Nenhum nível
42% 58% 1.239
18%
42% 58% 38.206
17%
41% 59%
518.597
14%
1º ciclo ens. Básico 49% 51% 3.152
46%
49% 51% 91.865
41%
48% 52% 1381.758
37%
2º ciclo ens. Básico 52% 48%
926
14%
55% 45% 28.443
13%
53% 47%
560.497
15%
3º ciclo ens. Básico 55% 45%
644
9%
55% 45% 21.372
10%
53% 47%
392.271
11%
Ens. Secundário
50% 50%
554
8%
50% 50% 24.193
11%
51% 49%
490.839
13%
Ens. Médio
15% 85%
34
1%
33% 67%
0,4%
44% 56%
17.974
0,5%
Ens. Superior
38% 62%
236
3%
41% 59% 16.826
8%
43% 57%
325.276
9%
20%
49% 51% 45.350
20%
49% 51%
759.299
21%
ensino
948
A frequentar o
ensino
49% 51% 1.329
Taxa de
analfabetismo
14,5 %
13,7 %
8,3 %
Fonte: INE – O Pais em Números, Edição 2002
Como de pode ver no gráfico seguinte, 18% da população não possui qualquer
nível de ensino, 46% possui o 1º Ciclo do Ensino Básico, valor este superior aos
41% do Douro e dos 37% da Região do Norte. Ao nível do ensino médio, Tabuaço,
apresenta valores superiores às restantes regiões em estudo. Em contrapartida, o
Concelho apresenta valores inferiores nos níveis do 3º ciclo e do ensino
secundário.
População Residente portadora de deficiências
Como se pode verificar no quadro abaixo 5,3% da população de Tabuaço é
portadora de deficiências. O grupo etário, com mais de 55 anos é o que manifesta
maior número de população com deficiências, sejam inatas, resultantes de alguma
circunstância ou devido ao avanço da idade. O grupo etário relativo à população
activa, entre 25 e 54 anos, representa cerca de 2% da população residente.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
62
Caracterização e Diagnóstico
População Residente portadora de deficiências
Tipo de
Deficiência
Menos Entre 25
Mais de
a 54
de 24
55 anos
anos
anos
Total
% de
População
Auditiva
2
10
32
44
0,6%
Visual
12
25
25
62
0,9%
Motora
2
27
50
79
1,2%
Mental
18
23
13
54
0,8%
Paralisia
5
6
6
17
0,3%
Outra
12
47
41
100
1,5%
51
138
167
356
5,3%
Total
Fonte: INE – O País em Números, Edição 2002
Como demonstra o gráfico que se apresenta, 28% dos deficientes são afectados
por deficiência não especificada, seguindo-se o nível motor e o nível visual. Os
deficientes mentais também apresentam uma percentagem considerável, neste
grupo de população que carece de condições ou cuidados específicos.
Fonte: INE – O País em Números, Edição 2002
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
63
Caracterização e Diagnóstico
3. 2 – Características do Agregado Familiar
A evolução do número de famílias acompanha a tendência da evolução da
população residente, isto significa que, a percentagem de famílias tem diminuído
em todas as freguesias. A Sede de Concelho, constitui excepção registando um
aumento de 6,3%, tal como se pode verificar no quadro seguinte. O Concelho
regista uma diminuição de quase 6% do número de famílias residentes, as
freguesias de Granjinha e Paradela são as que apresentam maiores quebras.
Por sua vez, a dimensão média das famílias também sofre um decréscimo, em
1991 era de 3,1 elementos e em 2001 reduz-se para 2,9 elementos.
Outro factor a considerar é que quase 82% das famílias constituem núcleos
familiares, o que significa que os restantes 18%, provavelmente, dirão respeito a
pessoas que vivem sós.
Famílias, Dimensão Média das Famílias e Núcleos Familiares do concelho de
Tabuaço
Famílias Residentes
Dimensão
Média das
Famílias
Variação
1991
%
Núcleos
Familiares
2001
2001
% de
Famílias
3,1
2,8
130
86,1
-11,0
3,0
2,5
63
77,8
216
-5,7
3,2
3,0
178
82,4
145
137
-5,5
3,1
2,7
104
75,9
Desejosa
81
69
-14,8
2,9
2,7
56
81,2
Granja do Tedo
100
83
-17,0
3,2
2,7
69
83,1
Granjinha
35
25
-28,6
3,0
2,1
16
64,0
Longa
141
127
-9,9
2,9
2,8
98
77,2
Paradela
82
60
-26,8
3,0
2,5
38
63,3
Pereiro
61
56
-8,2
3,0
2,8
46
82,1
Pinheiros
78
71
-9,0
3,1
2,8
57
80,3
1991
2001
Adorigo
157
151
-3,8
Arcos
91
81
Barcos
229
Chavães
Freguesia
Continuação
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
64
Caracterização e Diagnóstico
Santa Leocádia
59
53
-10,2
2,9
2,5
35
66,0
Sendim
336
329
-2,1
3,0
2,6
258
78,4
Tabuaço
526
559
6,3
3,5
3,2
500
89,4
Távora
168
152
-9,5
3,1
2,8
122
80,3
Vale de Figueira
60
52
-13,3
3,2
2,8
45
86,5
Valença do Douro
167
152
-9,0
3,0
3,0
126
82,9
2.516
2.373
-5,7
3,1
2,9
1.941
81,8
Concelho
Fonte: INE, Censos 2001
3.3 – Mobilidade no Contexto Regional
Nesta fase de elaboração da revisão do PDM o objectivo da análise prende-se com
o conhecimento das as origens e destinos específicos da população que se desloca
de outros concelhos para Tabuaço e vice-versa, por motivos de trabalho ou estudo.
Como se pode verificar no quadro seguinte, o número de indivíduos residentes em
Tabuaço, que se deslocava em 2001 para outros concelhos era de 754,
correspondendo a 11% da população total. Cerca de 60% correspondem a
movimentos do tipo casa-trabalho e 40% do tipo casa-escola.
Cerca de 53% da população desloca-se na Sub-região Douro, dos quais quase
47% por motivos de estudo e os restantes por trabalho. O concelho vizinho com o
qual se estabelece maior número de deslocações é o de Moimenta da Beira.
O quadro mostra ainda os concelhos que, não pertencendo à área geográfica
mencionada, movimentam maior número de indivíduos, donde se destacam o Porto
com 73 e Viseu com 45.
População Residente em Tabuaço segundo o local de Trabalho ou Estudo
Trabalhadores Estudantes
Douro
Total
Alijó
212
31
185
5
397
36
Armamar
18
3
21
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
65
Caracterização e Diagnóstico
Lamego
37
18
55
Mesão Frio
3
0
3
Moimenta da Beira
62
113
175
Penedono
2
0
2
Peso da Régua
11
5
16
Sabrosa
1
0
1
São João da Pesqueira
24
20
44
Tarouca
7
0
7
Torre de Moncorvo
1
0
1
Vila Nova de Foz Côa
3
0
3
Vila Real
12
21
33
Aveiro
8
6
14
Coimbra
10
15
25
Guarda
17
2
19
Lisboa
23
13
36
Porto
58
15
73
Viseu
13
32
45
Outros Concelhos
115
30
145
456
298
754
Outras Áreas
Total
Fonte: INE, Censos 2001
No que se refere à população que se desloca de outros concelhos para o concelho
de Tabuaço, por motivos de trabalho ou estudo, os valores são bastante mais
reduzidos dos que se realizam em sentido inverso, apenas 237 indivíduos, ou seja,
3,5% da população. A grande maioria refere-se a movimentos do tipo casatrabalho.
A maioria dos concelhos de origem incluem-se na Sub-região Douro, destacandose os concelhos de Peso da Régua e Moimenta da Beira com 29 e 25 indivíduos,
respectivamente. Fora desta área geográfica destacam-se os concelhos de
Resende e de Viseu.
População que Trabalha ou Estuda em Tabuaço, segundo a origem
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
66
Caracterização e Diagnóstico
Trabalhadores
Estudantes
Total
149
5
154
Alijó
16
2
18
Armamar
12
0
12
Carrazeda de Ansiães
2
0
2
Lamego
20
0
20
Moimenta da Beira
25
0
25
Penedono
2
0
2
Peso da Régua
28
1
29
Sabrosa
1
0
1
Penaguião
3
0
3
São João da Pesqueira
23
0
23
Sernancelhe
3
0
3
Tarouca
3
0
3
Torre de Moncorvo
1
0
1
Vila Flor
1
0
1
Vila Real
9
2
11
Porto
5
2
7
Resende
19
0
19
Viseu
18
0
18
Outros Concelhos
39
0
39
Total
230
7
237
Douro
Santa Marta
Outras áreas
Fonte: INE, Censos 2001
Sabe-se que num total de 135 imigrantes no Concelho, 76 são provenientes de
outros concelhos e 59 do estrangeiro. Emigrantes de Tabuaço para outro concelho
totalizam os 134 indivíduos. O saldo das migrações internas é, então, de -58
indivíduos.
3.4 - Dinâmica Social
No concelho de Tabuaço, tal como no resto do país, o convívio das populações fazse diariamente nas Associações e Sociedades Recreativas, nas festas populares e
também nos espaços comerciais de cada lugar. Por integrar a cultura e fazer das
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
67
Caracterização e Diagnóstico
tradições do povo, decidimos, no âmbito da presente revisão do PDM recolher toda
a informação disponível e sistematizá-la por freguesia, por forma a enriquecer o
nosso conhecimento do concelho onde vamos intervir. Assim, consultámos as
principais publicações sobre Tabuaço e ainda os sites da internet sobre o concelho.
12
Os dias de festa estendem-se, desde sempre, por todo o ano, quebrando o ritmo
penoso dos dias. Natal, Páscoa, Carnaval e S. João: o ciclo da natureza parece
fundir-se com o calendário cristão.
Mas mais importantes são as festas dos padroeiros das localidades, ou não fosse o
povo de Tabuaço tão devoto e, ao mesmo tempo, tão festeiro. Às vezes, estas
festas são só festejadas em família. Outras vezes, o povo sai à rua em romaria,
festejando os seus santos alegremente e em comunidade.
O culto Pré-cristão destas populações, sabiamente aproveitado, deu origem a uma
profunda devoção a Santa Maria de Sabroso, que todos os anos se festeja, no seu
santuário, na freguesia de Barcos, no dia 15 de Agosto, com festa e romaria à
Nossa Senhora.
Na Granja do Tedo, presta-se culto à Nossa Senhora das Neves, todos os anos, a 5
de Agosto.
A Igreja Matriz da aldeia da Desejosa tem Santo António por patrono e todos os
anos a freguesia lhe faz festa a 17 de Janeiro, no lugar da Balsa, na mesma
freguesia, celebra-se o padroeiro a 20 de Janeiro.
Em Sendim, o povo festeja a Senhora das Dores a 11 de Agosto e, Santa Luzia, a
13 de Dezembro.
As festas da vila, dedicadas a S. João são as maiores e realizam-se a 24 de Junho
- o dia de Feriado Municipal. Arcos de festa, actos culturais solenes, música, entre
12
Texto retirado da publicaçao de Monteiro J. Gonçalves, Tabuaço, Câmara Municipal de Tabuaço, 1991.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
68
Caracterização e Diagnóstico
muitos outros sinais de alegria exprimem o momento em que todo o povo de
Tabuaço se realiza.
A 16 de Setembro, Pinheiros, cumprindo uma tradição multi-secular, festeja a sua
padroeira, a milagrosa Santa Eufémia.
Na freguesia de Adorigo o povo celebra a S.ª de Conduzende e a S.ª do Bom Juízo,
no segundo Domingo do mês de Agosto, com procissão que transporta as imagens
das duas Santas.
Em Arcos a festa a S. Silvestre celebra-se a 31 de Dezembro.
O povo de Chavães faz a festa a Nossa Senhora dos Milagres e a Santa Bárbara,
em Agosto, e festeja o S. Martinho a 11 de Novembro.
Na freguesia de Longa a festa em honra de S. Pelágio, tem lugar a 26 de Junho e
resume-se à parte religiosa. A grande festa da terra é à Senhora da Saúde que se
venera na sua capela, no último domingo de Julho.
Na freguesia de Granjinha o padroeiro é festejado a 29 de Junho.
Em Paradela festeja-se S. Mamede a 17 de Agosto.
A paróquia de Pereiro festeja N.ª S.ª Auxiliadora ou Senhora das Candeias, a 2 de
Fevereiro.
As festividades religiosas, em Santa Leocádia, celebram-se a 24 de Agosto em
honra de S. Bartolomeu, a 25 de Agosto em honra da Senhora da Saúde e a 9 de
Dezembro em honra de Santa Leocádia.
Na freguesia de Távora a festa em honra de Santa Bárbara realiza-se no segundo
domingo de Agosto.
Em Vale de Figueira a festa à padroeira tem lugar a 21 de Novembro.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
69
Caracterização e Diagnóstico
Na freguesia de Valença do Douro a grande festa é dedicada, não ao padroeiro
mas a Santa Bárbara, protectora das vinhas.
RELAÇÃO DOS PADROEIROS DAS FREGUESIAS E LUGARES
Adorigo
Senhora de Conduzende
Aldeia de Sendim
N.ª S.ª do Pranto (Santa Maria)
Arcos
S. Silvestre
Balsa
S. Sebastião
Barcos
Nossa Senhora da Assunção
Cabriz
Santa Maria Madalena
Carrazedo
Nossa Senhora do Calvário
Chavães
S. Martinho
Desejosa
Santo António
Granja do Tedo
S. Faustino e Santa Jovita
Granjinha
São Pedro
Guedieiros
S. Marcos
Longa
S. Pelágio
Paradela
Divino Espírito Santo
Pereiro
S. Sebastião
Pinheiros
Santa Eufémia
Sabroso
Santa Maria N.ª S.ª Sabroso
Santa Leocádia
S. Bartolomeu
Santo Aleixo
Santo Aleixo
S. Martinho
S. Martinho
Tabuaço
Nossa Senhora da Conceição
Távora
S. João Baptista
Vale de Figueira
Nossa Senhora da Apresentação
Valença do Douro
S. Gonçalo de Amarante
(continuação)
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
70
Caracterização e Diagnóstico
Organizações e Actividade Sócio-Culturais
Em termos associativos, Tabuaço é particularmente rico em agrupamentos
musicais e folclóricos. A vida e dinâmica social da população encontra-se
espelhada no número de associações, grupos culturais, desportivos, recreativos e
sociais. O concelho conta ainda com a Associação dos Bombeiros Voluntários de
Tabuaço e com o Teatro Luís de Freitas.
O quadro elaborado permite verificar que é na sede de concelho que se concentra o
maior número de organizações e as freguesias de Adorigo, Desejosa, Granjinha e
Vale de Figueira, segundo os dados fornecidos pela Câmara Municipal não
possuem nenhuma estrutura associativa local.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
71
Caracterização e Diagnóstico
Associações e Grupos Culturais, Desportivos, Recreativos e Sociais
Freguesia
Designação
Adorigo
-
Arcos
- Associação de Guias e Escuteiros da Europa
- Rancho Folclórico de Arcos “As Flores do Campo”
Barcos
- Clube de Caça e Pesca
- Grupo de Bombos de Barcos
- Grupo de Cabeçudos de Barcos
- Grupo Coral de Barcos
Chavães
- Grupo de Cantares de Chavães
- Rancho Folclórico de S. Martinho de Chavães
Desejosa
-
Granja do Tedo
- Rancho Folclórico de Granja do Tedo
- Grupo Desportivo de Granja do Tedo
Granjinha
-
Longa
- Grupo de Teatro de Longa
- Grupo Recreativo de Longa
- Centro Social de Longa
Paradela
- Grupo Desportivo Cultural e Recreativo de Paradela
Pereiro
- Clube Desportivo de Pereiro
Pinheiros
- Grupo Desportivo de S. Salvador de Pinheiros
Santa Leocádia
- Grupo Coral da Paróquia
Sendim
- Banda de Música de Sendim
- Grupo Desportivo e Recreativo de Sendim
- Associação de Melhoramento de Guedieiros
- Grupo Desportivo e Recreativo de Sendim
- Associação da Região do Tedo e Távora
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
72
Caracterização e Diagnóstico
(continuação)
Tabuaço
- Grupo de Cantares de Tabuaço
- Grupo de Dança FLASH
- Tuna Tabuacense
- Associação Juvenil ABEL BOTELHO
- Bombeiros Voluntários de Tabuaço
- Grupo de Cantares do Alto da Escrita
- Grupo Motors “Rabelos do Asfalto”
- Tuna de Tabuaço
- Associação Juvenil Abel Boelho - AJAVE
- Núcleo do Sporting e do Benfica
Távora
- Grupo Desportivo Cultural Recreativo e Social de Távora
Vale de Figueira
-
Valença do Douro
- Grupo Cultural e Recreativo "OS RABELOS"
- Grupo de Bombos
- Grupo Coral da ParÛquia
- Grupo Desportivo e Recreativo de Valença do Douro
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
73
Caracterização e Diagnóstico
4 – ESTRUTURA SÓCIO - ECONÓMICA
4 – ESTRUTURA SÓCIO - ECONÓMICA
O estudo da estrutura sócio-económica do concelho de Tabuaço pretende
caracterizar, de um modo geral, os diferentes sectores de actividade que
determinam a evolução do sistema produtivo concelhio e consequentemente
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
74
Caracterização e Diagnóstico
condicionam o seu processo de desenvolvimento. Por esse motivo os dados
analisados dizem respeito aos dados disponibilizados pela Câmara Municipal, pelo
INE, a dados solicitados à Administração Central e a trabalhos de campo. No que
se refere aos dados solicitados à Administração Central, apesar dos esforços
realizados pela Câmara Municipal de Tabuaço não foi possível em tempo útil obter
o levantamento do Cadastro Industrial, solicitado à Direcção Regional do Norte do
Ministério da Economia.
A análise da actividade económica do concelho é realizada tendo em vista dois
objectivos específicos:
•
Caracterizar o modelo em que assenta a base económica do concelho e
suas transformações, nos últimos tempos;
•
Fornecer elementos de suporte à estratégia de actuação no ordenamento do
território e na organização do sistema urbano municipal, em sede de revisão
do PDM, de forma a contribuir para a melhoria da eficiência da política
municipal.
O
planeamento
municipal
constitui
um
instrumento
de
promoção
do
desenvolvimento local, ao clarificar as opções estratégicas correspondentes aos
interesses colectivos, constituindo um referencial para a actuação dos agentes,
públicos e privados, com intervenção sobre o território, na prossecução do bemestar geral da população.
O recurso ao planeamento por parte dos municípios recobre situações diversas. No
entanto, assentando numa matriz comum (designadamente a da revitalização do
tecido social e económico, que evolui de forma diversa, consoante a actividade
dominante, ocupação, iniciativa empresarial, dinâmica pessoal, envolvente interna e
externa) configura-se num perfil específico para cada município, pelo que é
absolutamente indispensável que um dos pontos de partida seja a identificação
prévia dos problemas existentes, através do diagnóstico de situação.
A análise das necessidades, sua classificação e o estudo dos seus indicadores
proporciona a quantificação fundamental para determinar a oferta de bens e
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
75
Caracterização e Diagnóstico
serviços que são diferenciados de concelho para concelho, tendo por base o
conceito de competitividade e associativismo.
A definição das escolhas locais acompanhadas de um prévio diagnóstico deve,
portanto, ser objecto de rigor técnico para que se orientem os meios financeiros, de
forma a assegurar o crescimento sustentado da economia local e no sentido de
aumentar a eficácia das políticas municipais.
4.1 – Estrutura Sócio-económica
O concelho de Tabuaço registou, no período compreendido entre 1991 e 2001, um
declínio no sector primário (cerca de 56%) em termos de população activa,
enquanto que os sectores secundário e terciário apresentaram taxas de
crescimento de 22,7% e 14,6%, respectivamente. Os gráficos apresentados
revelam a evolução da população activa por sectores de actividade no concelho de
Tabuaço.
Gráficos n.º1 e 2: Evolução da população activa por sectores de actividade
1991
33%
2001
46%
24%
45%
21%
Sector Prim‡rio
Sector Secund‡rio
Sector Terci‡rio
31%
Fonte: INE, 1991, 2001
Em 1991, o sector primário agregava quase metade da população activa (46%), o
secundário 21% e o terciário, cerca de 33%. O prazo de uma década foi o suficiente
para uma inversão da tendência de predominância do sector primário, sendo que
em 2001, este passou a ocupar apenas 24% da população, o sector secundário
31% e o terciário, sustendo uma posição de líder em matéria de emprego, ocupava
45% da população activa.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
76
Caracterização e Diagnóstico
A regressão do sector agrícola está relacionada com variados factores,
nomeadamente com o progressivo envelhecimento da população agrícola,
associado à falta de substituição por mão-de-obra jovem, que tem vindo
sistematicamente a procurar emprego noutros sectores mais aliciantes do ponto de
vista da garantia de uma melhor qualidade de vida.
A expansão do sector terciário foi consequência da concentração da maior parte
dos equipamentos e serviços na sede de concelho, assim como de todo o comércio
por grosso e, principalmente a retalho. Relativamente ao aumento da população
activa no sector secundário, este deveu-se essencialmente ao crescente
incremento das industrias de vinificação, construção e obras públicas. A partir do
quadro n.º 1 é possível concluir acerca do tipo de empresas existentes no concelho
e fundamentar a recente tendência verificada.
Considerando o indicador “empresas com sede no concelho”, é o comércio por
grosso e a retalho a actividade económica com maior representatividade (38%),
seguindo-se a actividade agrícola (23%) e ainda o ramo da construção com 11% ,
tendo este sector apresentado uma notável tendência de crescimento nos últimos
anos.
Quadro n.º1 : Empresas com sede no concelho de Tabuaço, Minho e Região
Norte
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
77
Caracterização e Diagnóstico
Região
Actividade Económica
Tabuaço
Agricultura
140
Industria Extractiva
Industria Transformadora
Produção e distrb. de electicidade, gás e água
Construção
Comércio por grosso e retalho, reparação veículos
%
Douro
%
Norte
%
23
3.776
19
20.775
6
0
0
44
0
715
0
32
5
1.327
7
52.011
15
0
0
6
0
118
0
68
11
2.392
12
44.924
13
235
38
6.724
35
124.619
36
Alojamento e restaurantes
50
8
1.861
10
28.723
8
Transportes e comunicações
32
5
646
3
7.399
2
Actividades financeiras
14
2
537
3
11.548
3
Actividades imobiliárias
17
3
884
5
27.231
8
Admin. Pública, Saúde, outros serviços colectivos
13
0
655
3
14.956
4
Actividades mal definidas
11
2
598
3
8.562
3
612
100
TOTAL
19.450
100
341.581
100
Fonte: INE, Anuário Estatístico, 2000
O sector comercial é, portanto, o mais representativo em termos de número de
empresas, seguido do sector agrícola, verificando-se, simultaneamente, que os
restantes sectores detêm uma expressão pouco significativa, o que ilustra o
carácter incipiente do tecido empresarial. Note-se que o ranking apresentado para o
concelho de Tabuaço é coincidente com o verificado ao nível da NUT13 Douro, o
que já não acontece quando se compara com a região Norte, em que se destacam
os sectores comercial, da construção e da indústria transformadora, enquanto que o
sector primário detém um peso pouco expressivo no computo geral.
A análise efectuada, ao quadro n.º 2, no que respeita à evolução do número de
sociedades e de pessoal ao serviço no concelho, demonstra que é o ramo da
construção que emprega a maior fatia da população activa (43%), seguindo-se a
agricultura (19%), a industria (17%) e o comércio (16%)14.
Repare-se que o ramo da construção foi aquele que mais cresceu, no período 9799, tendo apresentado uma taxa de crescimento na ordem dos 56%. Assim, para
além de constituir uma possibilidade de emprego local, este ramo absorve parte da
13
14
NUT- Nomenclatura de Unidade Territorial
Dados de 1999
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
78
Caracterização e Diagnóstico
mão-de-obra masculina disponível, cujo destino seria a saída para centros urbanos
vizinhos ou até mesmo para o estrangeiro.
Quadro n.º 2 : Evolução do n.º de Sociedades e de pessoal ao serviço
Sectores
1997 1998
1999
N.º de sociedades
Pessoal ao serviço
N.º de sociedades
Ind Extractiva e Transf.
Pessoal ao serviço
N.º de sociedades
Construção
Pessoal ao serviço
N.º de sociedades
Comércio, Aloj. e Restauro
Pessoal ao serviço
N.º de sociedades
Transportes e Comunic.
Pessoal ao serviço
N.º de sociedades
Serviços
Pessoal ao serviço
N.º de sociedades
Total
Pessoal ao serviço
8
67
6
52
5
115
19
59
2
2
9
8
49
303
9
81
8
72
6
179
22
67
4
4
8
13
57
416
Agricultura
8
84
7
70
6
158
19
65
3
4
6
13
49
394
2000
11
Nd
6
Nd
7
Nd
23
Nd
8
Nd
5
Nd
60
nd
Fonte: INE, Anuários Estatísticos, 1997-2000
n.d: não disponível
A média de trabalhadores por sociedade também tem aumentado, pois se por um
lado se tem mantido o número de sociedades existentes, por outro, tem-se
verificado um aumento progressivo de trabalhadores, donde resultam médias de 23,
26 e 29 trabalhadores, dentro do período considerado.
No que à taxa de actividade diz respeito, esta tem-se mantido ao longo do período
1991-2001, situando-se o valor na ordem dos 35%, o que significa que existe,
ainda, uma significativa percentagem de população dependente, em virtude do
peso relativamente baixo da população activa.
Quadro n.º 3: Taxa de Actividade do concelho de Tabuaço
1991
População
População
Taxa de
Residente
Activa
Actividade (%)
7.901
2.611
34,7%
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
79
Caracterização e Diagnóstico
2001
6.785
2.351
34,6%
Fonte: INE, R.G.P. 1991, 2001
A taxa de actividade total registada no concelho no ano de 2001, cerca de 35 %,
situa-se num nível inferior à verificada no Douro (39,4%) e na Região Norte (48%).
De seguida, far-se-á um diagnóstico qualitativo e quantitativo de cada sector de
actividade, de forma a aferir-se sobre as características que presidem à situação
em que cada um se encontra, por forma a possibilitar a criação de directrizes de
orientação para o desenvolvimento das áreas prioritárias do concelho.
4.2 Sectores de Actividade
Sector Primário
A actividade agrícola continua a desempenhar um papel importante na economia
local e na organização do espaço, no concelho de Tabuaço, não obstante ter vindo
a perder importância em termos económicos e sociais. Em termos gerais, pode
dizer-se
que
este
sector
tem
sido
afectado
por
várias
condicionantes,
caracterizadores da própria política agrícola, que contribuem para a degradação
dos níveis de produção e produtividade, o que induz naturalmente ao
enfraquecimento do sector e, consequentemente, ao abandono da actividade.
Verificou-se um decréscimo em cerca de 56% na população activa afecta a esta
actividade, assim como uma diminuição do número de explorações existentes que,
sendo de 1.306, por ocasião do Recenseamento Geral Agrícola, em 1999,
registaram uma variação negativa de 13%, relativamente a 1989.
Paralelamente, a superfície agrícola utilizada (SAU) diminuiu 26% no período 8999, passando de uma área de 6.071 ha para 4.513 ha, tal como se pode verificar
pelo quadro n.º 4.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
80
Caracterização e Diagnóstico
Quadro n.º 4: Utilização das Terras
1989
1999
Variação (%)
N.º de explorações
1.503
1.306
-13%
Sup. Agrícola Utilizada (SAU) (ha)
6.071
4.513
-26%
Fonte: INE, R. G. A., 1989, 1999
Se observarmos a composição da SAU, por culturas temporais e permanentes,
constata-se que o concelho sofreu uma queda generalizada na maioria das
culturas, à excepção da cultura da batata e do vinho que registaram variações
positivas na ordem dos 4% e 22%, respectivamente.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
81
Caracterização e Diagnóstico
Os cereais para grão e as leguminosas para grão foram as culturas que sofreram
os maiores decréscimos (70% e 80%, respectivamente), pese embora as culturas
forrageiras, pastagens permanentes e o olival apresentassem também reduções
significativas, na ordem dos 53%, 44% e 37%, tal como consta no quadro n.º 5.
Quadro n.º 5 : Repartição da Superfície Agrícola (ha)
1989
1999
Variação (%)
595
117
- 80%
27
8
- 70%
459
88
476
41
4%
- 53%
Vinha
1.835
2.237
22%
Olival
Pastagens Permanentes (ha)
2.037
342
1.291
191
- 37%
- 44%
Culturas Temporais
Cereais para grão
Leguminosas para grão
Batata
Culturas forrageiras
Culturas Permanentes
Fonte: INE, R.G.A, 1989, 1999
A cultura do olival tem vindo a evoluir inversamente à cultura da vinha. Com efeito,
estas aparecem normalmente consociadas, tendo o olival, contudo, uma posição
marginal e subsidiária em relação à vinha. Simultaneamente, e não obstante ser o
olival uma constante na paisagem do concelho, numa perspectiva estritamente
económica, e no longo prazo, os agricultores apenas manterão esta cultura pela
compensação financeira, nomeadamente a ajuda directa à produção.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
82
Caracterização e Diagnóstico
Numa perspectiva de análise de fileira, a vitivinicultura é, sem dúvida, uma
actividade de primordial importância para o concelho de Tabuaço, num contexto de
inserção no Alto Douro Vinhateiro. Este concelho é produtor de vários tipos de
vinho, nomeadamente “Vinho do Douro” nas freguesias de Adorigo, Barcos,
Desejosa, Granginha, Pereiro, Santa Leocádia, Sendim, Tabuaço, Távora e
Valença do Douro; “Vinho Regional de Trás-os-Montes” nas freguesias de Adorigo,
Valença do Douro, Barcos, Granginha, Desejosa, Távora, Pereiro, Sendim, Santa
Leocádia, Tabuaço e ainda, “Vinho Regional Beiras” nas freguesias de Arcos,
Chavães, Granja do Tedo, Longa, Paradela, Pinheiros e Vale de Figueira (Ministério
da Agricultura, 2003).
A importância da cultura é atestada pelo facto de 74,8% das explorações possuírem
vinha e esta representar 49,5% da SAU total do concelho. A paisagem é dominada
por uma vasta área vitícola, estruturada em socalcos, feitos ao longo do tempo,
segundo princípios técnicos diferentes.
À semelhança do que acontece em toda a Região do Alto Douro Vinhateiro, o
concelho em estudo testemunha uma certa dicotomia existente ao nível da
dimensão das explorações existentes. Se, por um lado, existe uma maioria de
pequenos viticultores que apenas produzem a matéria prima, geralmente
associados às cooperativas, por outro lado, coexistem empresas, com alguma
dimensão, que conseguem cobrir toda a cadeia de valor, desde a produção da uva
até à comercialização do vinho.
De uma forma geral, os viticultores têm vindo a adoptar estratégias diferenciadas.
Os médios/grandes viticultores e as sociedades vitícolas optaram por uma dinâmica
de mudança, através duma intensificação de capital (como forma de suster o
aumento de custos com o factor trabalho) e do aumento do valor dos seus
produtos, através da introdução dos processos de engarrafamento em cave própria
e da diversificação para actividades de valor acrescentado, como o turismo.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
83
Caracterização e Diagnóstico
Pelo contrário, os pequenos viticultores têm optado por uma certa estabilidade, que
se traduz numa permanência em termos das estruturas e modos de funcionamento,
não obstante a renovação sentida ao nível das vinhas. Nestas explorações não se
verifica a mobilização de grandes meios técnicos ou tecnologia avançada, nem têm
beneficiado de fundos estruturais, dado o desfazamento entre as condições gerais
de acesso aos programas de financiamento e as realidades da pequena viticultura.
A pequena dimensão destas explorações não lhes retira, porém, importância no
contexto da viticultura. O seu significativo número faz com que o seu contributo
para a produção total seja também elevado. Sublinhe-se que a manutenção dos
sistemas tradicionais, nas explorações de pequenos viticultores, é um forte
contributo para a preservação do património natural e da paisagem, aspectos estes
directamente ligados ao carácter multifuncional deste sector, que se encarrega,
naturalmente, de criar sinergias favoráveis ao desenvolvimento de outras
actividades, designadamente, o turismo (UTAD, 2001).
Depois de analisada a evolução ao nível da estrutura da exploração agrícola, com
principal destaque para a vinha, segue-se uma panorâmica relativa à utilização das
terras.
A forma de exploração dominante é por conta própria, correspondendo a 94% da
área total utilizada, sendo que as restantes formas de exploração aparecem com
uma expressão insignificante, tal como se verifica no gráfico n.º 3.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
84
Caracterização e Diagnóstico
Gráfico n.º 3 : Formas de Exploração da SAU
Outras formas
1%
Arrendamento
5%
Conta própria
94%
Fonte: INE, R.G.A., 1999
A maioria das explorações é granjeada por agricultores que não se encontram
colectados sob a forma de empresário individual ou inserido em qualquer tipo de
sociedade agrícola, antes, apresentam-se como produtores singulares autónomos,
tal como se pode observar pelo gráfico n.º 4.
Gráfico n.º4 : Natureza Jurídica da Exploração
96,32
2,38
Prod. Sing
Autónomo
Prod. Sing.
Empres.
1,30
Sociedades
Fonte: INE, R.G.A., 1999
No entanto, é importante referir que o peso relativamente pequeno (2,38%) dos
produtores empresários representa uma área de exploração de 655 ha, o que
significa que em média, as explorações pertencentes a este tipo de produtor
ocupam uma área de 21 ha. Do mesmo modo as sociedades, ainda que em número
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
85
Caracterização e Diagnóstico
reduzido (17), representam 1.623 ha, donde resulta uma área média de 95 ha por
exploração. O produtor singular autónomo, em maioria, ocupa uma área total de
5.985 ha, resultando daí uma média de 4 ha por exploração.
A esmagadora maioria dos agricultores, cerca de 90%, têm idades compreendidas
entre os 40 e 65 anos, pelo que a actividade agrícola neste concelho continua a
cargo de uma população envelhecida, com consequências, naturalmente, ao nível
da evolução técnico-profissional, nomeadamente no que se refere à utilização de
determinados
factores
de
produção,
ao
espírito
empreendedor
e
aos
conhecimentos técnicos dos quais também depende a optimização da actividade.
Gráfico n.º 5 : Idade do Produtor Agrícola
40,00
%
30,00
20,00
10,00
0,00
<25 anos 25 a 39
40 a 54
55 a 65
>=65
Idade
Fonte: INE, R.G.A., 1989, 1999
De acordo com o gráfico n.º 5, a percentagem de população jovem afecta à
actividade, é cerca de 10%.
Directamente ligado à idade dos agricultores está, naturalmente, o grau de
escolarização. No concelho de Tabuaço mais de metade da população agrícola
possui o ensino básico, ao mesmo tempo em 34% não tem qualquer nível de
instrução e apenas 5,6% possui o ensino secundário e/ou superior, tal como ilustra
o gráfico n.º 6.
Gráfico n.º 6: Nível de Instrução do Produtor Agrícola
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
86
Caracterização e Diagnóstico
%
70
60
50
40
30
20
10
0
Nenhum
Básico
Secundário e
Superior
Fonte: INE, R.G.A., 1989, 1999
Relativamente ao indicador “tempo de actividade na exploração”, também ele
demonstra a profunda alteração sofrida neste sector. Com efeito, se, de acordo com
o R.G.A de 1989, mais de metade da população se dedicava à actividade a mais
meio tempo, actualmente, a situação assume contornos contraditórios, em que 61%
da população dedica menos de meio tempo à exploração, veja-se o gráfico n.º 7.
Gráfico n.º 7 : Tempo de Actividade na Exploração
3%
37%
61%
Menos de meio tempo
Mais de meio tempo
Tempo completo
Fonte: INE; R.G.A., 1999
Esta é uma situação que se compadece com a realidade dos pequenos viticultores,
por exemplo, cuja actividade permite a interacção com outras, nomeadamente a
construção civil.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
87
Caracterização e Diagnóstico
Relativamente aos índices de monitorização, estes têm evoluído de forma positiva,
sendo de realçar o significativo incremento nos investimentos em mecanização nas
explorações. Convém referir que a análise ao grau de mecanização na agricultura
não se poderá fazer apenas através da diferença entre o número de maquinaria
existente anteriormente e no momento actual. Teremos, pois, que considerar o
rácio máquina-exploração, caso contrário o resultado será apenas um decréscimo
linear, em função da diminuição do número de explorações.
Constata-se que, em 1989 existiam tractores em apenas 7% das explorações
agrícolas e que actualmente, esse valor duplicou, ascendendo aos 14%, tendo-se
verificado, simultaneamente, um crescimento de 69% no que concerne ao número
total de tractores existentes, verificando-se um maior número de máquinas
agrícolas para um menor número de explorações, donde resulta uma média
superior à unidade, o que demonstra o esforço considerável por parte dos
produtores em equiparem e modernizarem as suas explorações.
Gráfico n.º 8: Evolução do n.º de máquinas agrícolas
Tractores < 55
cv.
Tractores >=55
cv.
Tractores
Motocultivadores
0
50
100
150
200
N.º
1989
1999
Fonte: INE; R.G.A., 1989, 1999
Associada à actividade agrícola está a criação de gado, caracterizada por um
pequeno número de cabeças por exploração. O concelho de Tabuaço registou,
durante a última década, decréscimos significativos no seu efectivo bovino (cerca
de 21%), sendo que a maior diminuição se verificou ao nível das fêmeas leiteiras,
onde o decréscimo foi na ordem dos 70%.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
88
Caracterização e Diagnóstico
Gráfico n.º 9 : Evolução do efectivo
1.200
1.000
800
600
400
200
0
Total de
Bovinos
Bobinos-vacas
leiteiras
1989
Ovinos
Suínos
1999
Fonte: INE, R.G.A., 1989, 1999
De acordo com o gráfico n.º 9, é a raça ovina aquela que apresenta o maior peso
(57%), seguindo-se os suínos (34%) e por fim os bovinos (8%).
Em forma de conclusão, pode referir-se o declínio do emprego no sector primário, a
importância da fileira vitícola, com consequente tendência para a monoprodução
especializada na vinha, e o intensificar do grau de mecanização, como principais
indicadores.
O concelho de Tabuaço, parte integrante do Alto Douro Vinhateiro, integra uma
área cujas condições naturais, sociais e económicas permitem uma agricultura,
assaz competitiva, capaz de aumentar a escala de produção.
Este sector tem que ser, cada vez mais, encarado com critérios de sustentabilidade,
dos quais depende a tão necessária vitalidade demográfica, a preservação da
paisagem, e o desenvolvimento de outras actividades a ele associado.
Sector Secundário
O emprego no sector secundário tem vindo a adquirir um peso crescente, sobretudo
ao longo da última década, tendo crescido, no período 1991-2002, cerca de 23%.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
89
Caracterização e Diagnóstico
Sectorialmente, são as industrias alimentares, nomeadamente os centros de
vinificação, as grandes responsáveis pelo emprego industrial, destacando-se pelo
número de sociedades sediadas no concelho.
Quadro n.º 6: Evolução do n.º de Sociedades e pessoal ao serviço na industria
transformadora
Ind. Transformadora
Ind. Alimentar
Ind. Têxtil
Ind. Madeira
Ind. Produtos Metálicos
Ind. Não especificada
Total
1997
1998
1999
2000
N.º de sociedades
4
4
4
5
Pessoal ao serviço
50
62
62
Nd
N.º de sociedades
0
0
0
0
Pessoal ao serviço
0
0
0
Nd
N.º de sociedades
0
1
1
0
Pessoal ao serviço
0
3
3
Nd
N.º de sociedades
0
1
1
0
Pessoal ao serviço
0
2
5
Nd
N.º de sociedades
1
0
2
1
Pessoal ao serviço
2
0
2
Nd
N.º de sociedades
5
6
8
6
Pessoal ao serviço
52
67
72
nd
Fonte: INE, Anuários Estatísticos, 1995-1999
n.d: não disponível
A industria alimentar, pese embora ter mantido o número de unidades industriais
desde 1997, registou em 1998 um aumento de cerca de 24% na capacidade de
absorção de mão-de-obra, passando a empregar 62 trabalhadores.
No que concerne a estruturas de apoio à actividade industrial, refira-se a existência
de uma zona industrial, com um total de 17 lotes, cujo aproveitamento se resume,
de momento, a uma industria de cristalização de frutas, que pretende alargar a sua
laboração à confecção de marmeladas e compotas.
Perspectiva-se, no médio prazo, a instalação das oficinas da Câmara Municipal,
ocupando uma área de 0,5 ha, assim como o lançamento da 2ª fase de venda de
lotes em hasta pública.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
90
Caracterização e Diagnóstico
Pode afirmar-se que começam a vislumbrar-se indícios de uma nova política de
acolhimento industrial por parte da autarquia, necessária à manutenção do
ordenamento do território e, em simultâneo, ao estímulo da iniciativa empresarial.
De referir que este concelho apresenta a particularidade da sua industria se basear,
essencialmente, em centros de vinificação, de pequena dimensão e geralmente
integrados
em
edifícios
típicos
da
região,
pelo
que
não
se
verificam
incompatibilidades com o meio envolvente. No entanto, o mesmo já não acontece
com determinadas estruturas que, pela sua dimensão e característica, são
geradores de impacto paisagístico, pelo que reúnem todas as condições para se
localizarem em lugar apropriado, designadamente, na zona industrial.
Do ponto de vista estratégico, coloca-se, por conseguinte, a questão de saber qual
a política de apoios adicionais que se deverão promover com vista ao incremento
desta dinâmica, de forma a contribuir para enraizar as iniciativas empresariais em
curso e
criar uma verdadeira cultura industrial, sustentada e profícua para a
dinamização e qualificação do emprego.
Sector Terciário
A actividade do sector terciário aumentou de forma significativa na última década
devido à implementação de novos serviços, nomeadamente nos ramos automóvel,
financeiro e restauração.
Cerca de 93% dos estabelecimentos comerciais de Tabuaço são retalhistas e 7%
são grossistas. De uma forma geral, caracterizam-se por terem pequenas
dimensões e por um baixo número de pessoal ao serviço, tal como se constata pelo
quadro n.º 7.
Quadro n.º 7 : Dimensão dos Estabelecimentos retalhistas
N.º Trabalhadores
N.º de Empresas
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
91
Caracterização e Diagnóstico
1
2
3
4-15
78
31
6
10
Fonte: D.G.C.C.Cadastro Comercial, 2003
Cerca de 62% dos estabelecimentos retalhistas têm um trabalhador, 25% têm dois
trabalhadores e 13% têm entre três e quinze trabalhadores.
Quadro n.º 8 : Dimensão dos Estabelecimentos grossistas
N.º Trabalhadores
1
2
3
4-7
N.º de Empresas
8
0
1
1
Fonte: D.G.C.C, Cadastro Comercial, 2003
No caso do comércio a grosso, a maior parte dos estabelecimentos (80%) têm um
trabalhador e 20% têm de três a sete trabalhadores.
Revelando um elevado índice de concentração, a actividade comercial pode, em
função da sua distribuição geográfica classificar-se em dois níveis:
o
Comércio local, disperso pelas freguesias, traduzido na existência de
pequenas mercearias, cafés e tascas;
o
Comércio de âmbito municipal, localizado na freguesia, sede de concelho,
de influência eminentemente concelhia, traduzido na existência de uma
oferta mais alargada de bens e serviços, designadamente livrarias,
ourivesarias, lojas de material informático...
O estudo das condições de vida da população incide na análise de duas ordens de
factores: a acessibilidade a serviços públicos, serviços privados, bens de consumo
e equipamento e, ainda, o poder de compra per capita. No que se refere ao primeiro
factor, este tem por base o Inventário Municipal da Região Norte de 1998, onde
consta a distância média a percorrer pela população do concelho, para ter acesso
aos vários tipos de serviços. De entre o conjunto de equipamentos, serviços e
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
92
Caracterização e Diagnóstico
comércio constantes no estudo, seleccionaram-se vinte e dois que se consideram
significativos para ilustrar o grau de acessibilidade do concelho e que figuram no
quadro n.º 9.
No que ao ensino diz respeito, registe-se a existência de escolas do 1º ciclo em
todas as freguesias, e de uma escola do 2º ciclo, 3º ciclo e secundário que servem
a população estudantil de todo o concelho, sendo que para aceder a estas, a
distância média a percorrer é de 7,9 Kms. Não existe qualquer escola de ensino
profissional no concelho, estando a mais próxima a uma distância média de 17 kms.
Relativamente à saúde, a distância média que garante o acesso a um Hospital é de
41,8 Kms, tratando-se de uma situação pertinente do ponto de vista de acesso aos
serviços públicos. Simultaneamente, o acesso ao Centro de Saúde com
internamento dista, em média, cerca de 38,4 Kms.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
93
Caracterização e Diagnóstico
Quadro n.º 9 : Distância Média da população a equipamentos e serviços (km)
Freguesias Equipadas
Equipamentos
Serviços
Distância média
N.º
(%)
1º ciclo
17
100
100
2º e 3º ciclo
1
5,9
23,1
7,9
Secundário
1
5,9
23,1
7,7
População
Servida ( %)
Serviços Públicos
aos serviços
(Kms)
Ensino
Ensino Profissional
17,2
Saúde
Hospital Geral
41,8
Centro de saúde sem intern.
1
5,9
23,1
Centro de saúde com intern.
7,9
38,4
Cons. Médico privado
1
5,9
23,1
Acção Social
Lar de Idosos
3
17,6
45,1
Piscina
1
5,9
23,1
Pavilhão desp. polivalente
2
11,8
32,5
5,3
Desporto
Serviços Privados
1
5,9
Agência Bancária
23,1
7,9
Serviço Multibanco
1
5,9
23,1
7,9
Farmácia
2
11,8
35,8
5,9
Gabinete de Contabilidade
2
11,8
28,3
7,9
Escritório de Advocacia
3
5,9
23,1
11,9
Bens de Equipamento e Consumo
Supermercado
1
5,9
23,1
8,2
Restaurante
45,1
5,5
3
17,6
Associação Desportiva e Recreativa 8
47,1
67,2
5,9
23,1
Loja de Equip. informático
Cultura e Lazer
Biblioteca
Imprensa Local
1
Fonte: INE, Inventário Municipal da Região Norte, 1998
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
94
Caracterização e Diagnóstico
Os serviços privados confirmam a existência de uma certa polarização ao nível da
freguesia, sede de concelho, pois é aí que se encontram os serviços bancários,
gabinetes de serviços contabilísticos e outro tipo de escritórios.
Os investimentos realizados na área sócio-cultural e desportiva, incluem a
existência de campos de jogos, ténis, pavilhões desportivos polivalentes, piscina
coberta, salões de festas, biblioteca e, ainda, oito associações desportivas e
recreativas.
O segundo factor a analisar é o Indicador de Poder de Compra per capita que
compara o poder de compra do concelho com o poder de compra médio do país ao
qual foi atribuído o valor de 100% (quadro n.º 10).
Quadro n.º 10: Indicador de Poder de Compra
Tabuaço
Poder de Compra per capita (%)
Douro
Região Norte
2000
2002
2000
2002
2000
2002
39,93
43,52
54,99
61,66
85.96
85.58
0,03
0,03
1,29
1,33
30.82
30.34
% do Poder de Compra no total
nacional
Fonte: INE, Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio, nº IV-200
O Indicador de Poder de Compra per capita de Tabuaço apresenta-se relativamente
mais baixo que o registado na NUT Douro e ainda na Região Norte. Se
compararmos a evolução nos anos 2000 e 2002, constata-se que ela foi positiva, à
excepção da Região Norte que se manteve praticamente inalterado. O concelho de
Tabuaço registou um aumento na ordem dos 9%, enquanto que a região do Douro
cresceu 12%. O gráfico nº 11 ilustra esta realidade.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
95
Caracterização e Diagnóstico
Gráfico nº 11: Evolução do Índice de Poder de Compra concelhio
Média Nacional = 100%
43,52
39,93
2000
2002
Anos
Fonte: INE, Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio, nº IV-2000
Se no ano de 2000, o Poder de Compra per capita era apenas cerca de 40%, em
2002 esse valor atingiu os 43,52%.
Paralelamente, a Percentagem de Poder de Compra, que pretende medir o peso do
poder de compra concelhio no total do país, indica que o referente a Tabuaço, em
2002, é apenas 0,03%, enquanto que a NUT Douro contribui com 1,33% e a Região
do Norte com 30,34%.
Ambos os indicadores considerados demonstram que as condições de vida no
concelho em estudo têm demonstrado sinais de uma evolução positiva
continuando, contudo, numa situação menos favorável quando comparada com a
da respectiva NUT e Região do Norte.
Sector do Turismo
A avaliação da dinâmica da actividade turística em Tabuaço não deve ser feita de
uma forma isolada, relativamente ao contexto territorial em que se insere. Este
concelho integra uma região de forte identidade geográfica, o Alto Douro Vinhateiro,
que tem vindo, progressivamente, a ser objecto de crescente procura, enquanto
espaço alternativo de férias, lazer e recreio.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
96
Caracterização e Diagnóstico
A existência de um riquíssimo património natural, composto pela paisagem
vinhateira, a par do património histórico, arqueológico e etnográfico de notável
valor, conferem ao concelho e região uma matriz de grande especificidade a nível
nacional, que se demonstra enriquecedora do desenvolvimento das práticas
culturais, de lazer e turísticas.
A atractividade do concelho passa muito por factores de ordem cultural e de lazer,
ao mesmo tempo que se valorizam os de ordem natural ambiental e histórica. Neste
sentido, refira-se e existência de um património arquitectónico e arqueológico
significativo e disperso pelas freguesias, assim como a emergência de novos
produtos turísticos, baseados em programas de multi-actividades associados ao
Turismo Activo e a um tipo de público muito específico.
Esta atracção pressupõe a existência de estruturas de alojamento, à qual o
concelho começa a dar resposta, de acordo com os dados constantes no quadro n.º
12, que resume a capacidade de alojamento existente, assim como os projectos em
vias de concretização.
Quadro n.º 12 : Capacidade de Alojamento no concelho de Tabuaço
Designação
Categoria
Observação
Hotel em Barcos
Barcos
Hotel
Em fase de apreciação
Qta do Monte Travesso
Barcos
TER
Em funcionamento
Brisadouro
Tabuaço
TER
Em fase de aprovação
Tabuaço
TER
Em fase de apreciação
Residencial Satélite
Tabuaço
Residencial Em funcionamento
Casa do Brasão
Tabuaço
TER
Em funcionamento
Quinta do Convento
Távora
Hotel
C/financiamentoaprovado
Turismo de Habitação
15
Freguesia
15
Pedido de Licenciamento para remodelação de imóvel para turismo de Habitação em nome de SOCOTAB.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
97
Caracterização e Diagnóstico
Turismo de Habitação
16
Pinheiros
TER
Proj. Arq. aprovado
Quinta da Moita
Centro Animação
Turística
Pinheiros
TER
Em funcionamento
Valença do Douro
Proj. Arq. aprovado
Animação Turística
Valença do Douro
Projecto aprovado
Casa Cimeira
Valença do Douro
TER
Proj. Arq. aprovado
Quinta do Pego
Valença do Douro
TER
Em fase de apreciação
Quinta das Herédias
Granjinha
TER
Proj. Arq. aprovado
Equip. Turístico/Cultural
Sendim
Proj. Arq. aprovado
17
Fonte: Posto de Turismo - C.M. Tabuaço (2oo3)
Em Tabuaço existem várias casas inseridas em turismo em espaço rural,
localizadas em diferentes freguesias do concelho, caracterizadas por satisfatórios
níveis de qualidade e uma residencial, na freguesia, sede de concelho.
Encontram-se
algumas
situações
em
fase
de
projecto
e
licenciamento,
designadamente, a construção de um hotel e várias casas para turismo em espaço
rural. Este cenário evidencia a progressiva mudança, marcada por um crescimento
quantitativo, que se espera também de qualidade.
Ao nível da animação denota-se a falta de zonas de lazer associada à falta de
equipamentos de animação vocacionados para o desenvolvimento da actividade
turística, em consonância com a identidade e tradição de Tabuaço.
Os dados disponíveis pelo posto de turismo local relativos aos registos de
movimentos de turistas, revelam que, de Agosto de 2002 até Abril de 2003
registaram-se 293 visitas, ao que corresponde 85% de visitantes nacionais e 15%
estrangeiros, de acordo com o expresso no gráfico n.º 10.
16
Pedido de Licenciamento para conversão de imóvel para turismo de Habitação em nome de Ana Mafalda
Oliveira
17
Ampliação e alteração de equipamento cultural, em nome da Associação da Região Tedo-Távora
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
98
Caracterização e Diagnóstico
Gráfico n.º 10: Visitantes do Posto de Turismo de Tabuaço
250
200
N.º
150
100
50
0
Ago-Dez/2002
Jan-Abril/2003
Anos
Nacionais
Estrangeiros
Total
Fonte: Posto de Turismo – C.M. Tabuaço, 2002/03
É interessante comparar as visitas nacionais e estrangeiras nos diferentes meses
do ano. O gráfico n.º 11 evidencia o fenómeno da sazonalidade, ainda que a
amostra seja relativamente pequena para se poder aferir com adequado rigor.
Gráfico n.º 11: Sazonalidade das Visitas ao Posto de Turismo de Tabuaço
30
25
20
%
15
10
5
0
Ago
Set
Out
Nov
Nacionais
Dez
Jan
Fev.
Mar
Abr
Estrangeiros
Fonte: Posto de Turismo – C.M. Tabuaço, 2002/03
Em termos gerais, pode dizer-se que é o mês de Agosto aquele que totaliza uma
maior percentagem de visitas, quer nacionais (cerca de 27%) como estrangeiras
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
99
Caracterização e Diagnóstico
(13%), sendo que estas últimas raramente acontecem durante os meses de
inverno.
Na verdade, este concelho apresenta uma considerável panóplia de recursos
naturais e patrimoniais, passíveis de serem aproveitados e explorados pelo turismo.
Contudo, e em virtude dos recursos naturais oferecerem melhores condições de
gozo em alturas de Verão, os meses de Inverno impõem, cada vez mais, uma
estratégia que garanta a atracção do turista, inserida num contexto, altamente
favorável, derivado da classificação da UNESCO, Património Mundial e da
Humanidade a que a região ascendeu.
Existem oportunidades de desenvolvimento que resultam das especificidades
naturais do concelho, desde que munido de instrumentos de planeamento
preparados de forma concertada e não de acordo com processos de decisão
avulsos e precipitados. Fundamentalmente, é necessário orientar toda a iniciativa
de investimento para o incremento de uma oferta de elevada qualidade e
simultaneamente harmonizar este tipo de estruturas com a sua envolvente.
Considerações finais
As áreas rurais continuam a ser encaradas como espaços marginais com graves
problemas estruturais, como a diminuição da população, a carência de actores
capazes de valorizarem os recursos endógenos e a ausência de dinâmicas de
desenvolvimento.
As transformações das últimas décadas, todavia, não só alteraram os espaços
urbanos como condicionaram de forma sensível o papel das áreas rurais
contribuindo para que estas não possam continuar a ser vistas como espaços à
margem das transformações sociais, económicas e políticas. O território não é
constituído por unidades estanques, o que se passa num determinado lugar vai
afectar os outros lugares, estimulando ou inibindo processos de desenvolvimento
(ALVES, 2001).
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
100
Caracterização e Diagnóstico
O concelho de Tabuaço encerra em si um certo paralelismo com esta realidade. Em
termos económicos assistiu-se, na última década, a uma diminuição dos activos
agrícolas, em função da necessidade de reestruturação da agricultura, face às
mudanças nacionais e europeias, que conduziram a formas de produção cada vez
menos consumidoras de força de trabalho.
A economia do vinho tem vindo a assumir um papel cada vez mais preponderante,
ao mesmo tempo que as industrias alimentares, principalmente os centros de
vinificação, contribuem para maiores níveis de empregabilidade neste concelho.
Sublinhe-se que a manutenção dos sistemas tradicionais nas explorações de
pequenos viticultores é um contributo, de grande importância, para a preservação
da riqueza do património natural e da paisagem, aspectos estes fundamentais para
que o concelho possa enveredar pela diversificação das actividades económicas,
particularmente das associadas ao turismo.
A passagem progressiva da exploração agrícola de autoconsumo para uma lógica
de mercado é responsável pela diminuição da diversidade das espécies cultivadas
e por uma maior especialização, em torno daquelas que são mais valorizadas por
este.
Em virtude do declínio do emprego nas actividades primárias, assiste-se ao reforço
da importância dos serviços, mantendo-se em posição de líder no cômputo das
actividades económicas, com uma estrutura cada vez mais diversificada, mas ainda
muito virada para o consumo.
As funções relacionadas com o sector do turismo tendem a crescer, particularmente
associadas a formas mais qualificadas, veja-se a expansão do alojamento
verificado nos últimos anos a esta parte, ao nível de turismo em espaço rural.
A
população
residente
revela
também,
particularmente
a
mais
jovem,
comportamentos em que a necessidade de ocupar os tempos livres conduz à
generalização de novos hábitos de consumo. Assim, não só proliferam
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
101
Caracterização e Diagnóstico
estabelecimentos recreativos (restaurantes, cafés) como surgem equipamentos do
tipo desportivo (piscinas, pavilhões desportivos, campos de jogos) e culturais.
Qualquer destas situações contribui para o reforço do carácter terciário do
concelho.
Relativamente
ao
sector
industrial,
a
primeira
ideia
a
reter
é
a
da
consciencialização, por parte da autarquia, para a importância crescente que este
sector possa vir a adquirir na questão do emprego, sempre numa óptica de
integração com o meio envolvente e ambiente, de forma a garantir um
desenvolvimento sustentado entre os diversos sectores de actividade.
Por conseguinte, o objecto de intervenção em matéria de acolhimento industrial terá
de ser necessariamente o de uma melhoria qualitativa, pelo que é imperioso
completar o esforço de infraestruturação com a disponibilização de outras
facilidades atractivas para as empresas.
O concelho de Tabuaço goza da existência de uma conjuntura económica
favorável, interna e principalmente externa, da região do Douro Vinhateiro, ao que
não é alheia a evolução positiva do indicador de Poder de Compra que traduz,
naturalmente, a melhoria das condições e qualidade de vida da população local.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
102
Caracterização e Diagnóstico
5 – POVOAMENTO E ESTRUTURA URBANA
5 – POVOAMENTO E ESTRUTURA URBANA
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
103
Caracterização e Diagnóstico
5.1 História e Valores Culturais
O presente capítulo tem como objectivo caracterizar os valores culturais existentes
no Concelho de Tabuaço. Deste modo, para o efeito consideramos valores
culturais, o património arquitectónico, arqueológico e paisagístico. O levantamento
efectuado teve em consideração todo o material disponível, desde logo, o PDM em
vigor, as publicações da Câmara Municipal, na qual se incluem naturalmente a
Carta Arqueológica, a informação fornecida pelo IPPAR e ainda a consultada nos
sites do IPA, do IPPAR e da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais.
De referir igualmente que também no período de formulação de sugestões foram
fornecidos, por parte de
um cidadão interessado e conhecedor do valioso
património existente no concelho, elementos. Referimo-nos à participação do Dr.
Gustavo Almeida que aproveitamos para agradecer publicamente.
18
História
O território em que assenta a actual concelho de Tabuaço foi ocupado pelo homem
desde eras muito remotas. Nele permanecem as marcas de povos que aí viveram
antes da dominação romana, durante esta e, depois, numa sequência de espaço e
tempo cada vez mais contínua, da alta Idade Média aos nossas dias.
Exemplos da passagem do homem por estas terras em Épocas muito recuadas,
são os castros de Calfão, Sabroso, Longa, Cabris e também, o que se coloca sobre
Valença, o dos Montes do Vento, sobre Barcos e o dos Montes do Gramejo, sobre
Tabuaço.
Estes castros foram, depois, romanizados. Outras marcas de romanização terão
sido as observadas pelo Abade de Miragaia, no século passado, nas imediações da
Ermida de S. Vicente: "junto à ermida de S. Vicente tem aparecido vestígios de
antiquíssimas construções, talvez romanas - como tijolos, grandes blocos de
18
O presente texto faz parte do Capítulo “Análise Histórica”, da Caracterização do PDM em vigor,
coordenado pelo Arqtº Rui Brochado
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
104
Caracterização e Diagnóstico
cimento, uma espécie de punhais, grandes pregos de cobre e moedas romanas de
cobre e prata".
Os Castros de Calfão, Sabroso e Valença tiveram ocupações tardias, já na alta
Idade Média, tendo-se aí praticado cultos a Santa Maria e estando esses povoados
na origem das mais antigas paróquias deste concelho: Santa Maria de Távora,
Santa Maria de Sabrosa e Santa Maria do Rio Torto. Nesta altura a organização
económica e demográfica estaria, também, pontuada pela existência de "Villae",
como certos casos de toponímia, antroponímia parecem indicar: Muchiães tratar-seia de uma Mucianis Villa, de um indivíduo daquele nome, antiquíssima, mas
posterior à Época romana, pois que nesta a decadência da língua ainda não
permitiria a formação de um caso oblíquo em - anis sobre um nome em -us;
Chavães - Flavianis villa de um Flavius, provavelmente muitos anos anterior à
nacionalidade; Conduzende - villa de Gondezendus, nome pessoal de origem
germânica corrente até, pelo menos, ao século XII; Adorigo - o caso de
Conduzende mas referida ao nome Auderigo, de Alderiaus; Sendim - do genitivo
Sendini, villa de Sendinus, outro nome pessoal de origem germânica de grande
voga pré-nacional.
Conhece-se muito mal o que seriam as características e estruturas das “villae"
nesta zona de Alto Douro. Deviam, no entanto, ser explorações agrícolas de média
dimensão, susceptíveis de aglomerar um núcleo humano de razoável dimensão,
capaz de dar resposta às exigências produtivas de tais propriedades.
As lutas da reconquista cristã, que tiveram nestas paragens um palco acidentado,
marcaram de forma tocante o imaginário popular que conserva e acarinha as
lendas de Ardinga e de D. Tedo e seu irmão, colocando-as na origem do mosteiro
de S. Pedro das Águias.
O actual território do concelho de Tabuaço resulta da fusão de parte dos coutos de
Leomil e de S. Pedro das Águias. Os privilégios concebidos aos coutos podiam
variar mas são quase sempre coincidentes quanto à proibição da entrada de
funcionários régios na terra coutada e quanto à concessão a todos os seus
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
105
Caracterização e Diagnóstico
moradores de certos direitos como os de não participar no serviço militar no
exército do rei ou de não solver tributos pecuniários ou braçais ao monarca, não
pagar certas multas aplicadas ao fisco, etc. E isto explica a ausência de
informações abundantes sobre as terras do actual concelho em certas fontes
medievais, como por exemplo, as Inquirições, ordenadas pelos reis, dado que os
seus funcionários aí não tinham entrada.
A carta de coutamento de Leomil foi concedida pelo Conde D. Henrique e por sua
mulher D. Teresa ao seu prócer D. Garcia Rodrigues por trezentos maravedis. A D.
Garcia e seus antecessores deviam, no entanto, pertencer as terras de Leomil
como honras (era a condição pessoal nobiliárquica que transformava em privilégios
certo território; assim uma honra gozava de certos direitos especiais, semelhantes
ao do couto: insenção de encargos fiscais a pagar à coroa para todos os seus
moradores, direito de justiça, à excepção da aplicação das maiores penas e
proibições de entrada dos oficiais régios). Para que uma terra fosse honrada era
necessário que o seu possuidor fosse nobre e só a partir do século XIII tal condição
deixou de ser necessária e suficiente, tentando então a Corda, no seu esforço de
centralização do poder, controlar a extensão e multiplicação de tais formas de fuga
à sua autoridade. Para que houvesse um couto era necessária o outorgamento de
uma carta de coutamento. O coutamento de S. Pedro das Águias foi feito, também,
pelo Conde D. Henrique e por sua mulher aos cunhados de D. Garcia, Ramiro
Pinioniz e seus irmãos.
Mas, além da existência destes dois coutos, durante a Idade Média, várias terras do
actual concelho receberam foral, foral este que regulava a administração, as
relações sociais e os direitos e encargos dos moradores de um determinado
território que fixava os limites, instituindo, em suma um concelho. Assim aconteceu
em Chavães (carta de foro em 1265 confirmada por D. Afonso III em 27 de
Setembro de 1269), com Barcos (em 1263, de D. Afonso III: trata-se provavelmente
de uma carta de foro ou de povoação, contrato mais ou menos enfitêutico, à
semelhança do de Chavães de 1265, sendo Barcos, provavelmente, terra
Reguenga, apesar da Corda aí não ter jurisdição), com Paradela (em 3 de Outubro
de 1250, por D. Afonso III), com Pinheiros (em 13 de Julho de 1514, do rei D.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
106
Caracterização e Diagnóstico
Manuel I), com Távora (a 8 de Julho de 1514 do mesmo rei) e com Sendim (em
1250, de D. Afonso III). Conservam ainda os seus pelourinhos Barcos, Arcos,
Chavães, Granja do Tedo, Sendim e Valença do Douro.
Do património edificado medieval restam ainda várias igrejas e capelas (Igreja
Matriz de Barcos, Capela de Sabroso, Igreja da Fonte Arcada, Igreja de S. Pedro
das Águias), todas de Raiz Românica, de entre as quais se salienta a Igreja de S.
Pedro colocada em local tão inóspito que a ele deviam andar ligadas tradições
cenobiticas anteriores a esta edificação.
Esta jóia do Românico, recebeu a influência do chamado "Românico de Braga" e da
"escola" de S. Pedro de Coimbra. Apresenta uma curiosa inscrição no seu portal
lateral, bastante elucidativa do papel de tais locais de entrada e saída da igreja que
era preciso abençoar e, consequentemente, elucidativo do papel representado por
tímpanos e outras peças esculturadas que os decoravam e do seu significado
apotropaico.
Entre a Idade Média e o século passado, a população foi crescendo, as instituições
e a vida económica e social foram-se adaptando às condições circundantes até que
Tabuaço fez a sua ascensão vertiginosa, acabando por aglomerar várias terras à
sua volta, constituindo-se como cabeça de um Concelho.
A vila de Tabuaço deve ter tido humilde origem como parece indicar o seu
topónimo: Tabuaço parece provir do "tabulazo" usado no século XII que, por sua
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
107
Caracterização e Diagnóstico
vez, deriva do latim "tabulatio" que parece significar uma "ponta de tábuas", talvez
colocada sobre o Ribeiro tributário do Távora que aí corre.
Os habitantes de "Mucianis Villa" das suas cercanias teriam vindo engrossar o sítio
de "tabulazo", dadas a proximidade da água e as boas condições de defesa. Mas o
crescimento da população foi lento: nunca recebeu foral e só aparece como
paróquia entre os séculos XV e XVI, com capelaria anexa à Igreja Paroquial de
Barcos e, mais tarde, já como curado à Igreja Paroquial dessa vila sua rival.
- Em 1527 contava 41 fogos;
- Em 1707 contava 200 fogos;
- Em 1868 contava 311 fogos;
- Em 1890 contava 325 fogos e 1200 habitantes;
- Em 1900 contava 330 fogos e 1276 habitantes;
- Em 1911 contava 343 fogos e 1329 habitantes;
- Em 1940 contava 344 fogos e 1288 habitantes;
A ascensão de Tabuaço começou a verificar-se a partir do século XVIII e,
sobretudo, no século XIX, em que a sua supremacia sobre as povoações vizinhas
acabou por se consumar, após violentos períodos de acesa rivalidade, na
sequência da instauração e definição do liberalismo em Portugal, particularmente
durante a Revolução de Setembro de 1836 e, na sua sequência, durante a Patuleia
de 1848-49.
"Barcos, cabeça do concelho e sede de julgado, habitada por uma fidalguia rural
numerosa e antiga, opunha-se a Tabuaço plebeia e mal afamada, sem uma só
família de distinção. Barcos abraçava a causa da liberdade e da Rainha e Tabuaço
a de D. Miguel mas, por surpreendente e irónico que pareça, foi Tabuaço quem
acabou por se sobrepor à sua rival, desviando para si a sede do concelho e, mais
tarde, com a criação da Comarca, submetendo Barcos à posição de dependência
da sua jurisdição. Assim, passam a pertencer ao seu concelho não só as terras que
pertenciam ao concelho de Barcos, mas também Granja do Tedo (24 de Outubro de
1844), com confirmação, a 4 de Outubro de 1855 e Távora e Sendim.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
108
Caracterização e Diagnóstico
Com as novas funções que lhe passaram a caber, a vila foi-se desenvolvendo,
tendo alguns dos administradores dos seus destinos e alguns benfeitores públicos
marcado de forma indelével o seu desenvolvimento e a organização dos seus
espaços.
A partir dos meados do século passado iniciou-se uma obra de modernização da
vila com a abertura de novas ruas, a recuperação do Jardim Público e a construção
de alguns edifícios que respondessem às suas novas funções e anseios: os Paços
do Concelho, a escola masculina (hoje Biblioteca Macedo Pinto), a escola do
Conde de Ferreira, o teatro, etc.
A modernidade do crescimento da vila de Tabuaço, a modernidade da sua actual
importância, não fez dela um centro particularmente rico em património artístico.
Apenas uma igreja e três ermidas, um ou dois edifícios de gente nobre em que se
salienta a casa do Fontão "refrescada" com uma nova pintura, uma fonte e algumas
peças do recheio de tais edifícios, quase todas de artistas da província e todas elas
bastante maltratadas, ou pelo desprezo a que foram votadas, ou por pinturas e
arranjos mal executados.
A Igreja Matriz é um exemplar de arquitectura do estilo maneirista, estilo este que
marcou profundamente a arte de construir no nosso país, no século XVII, resistindo
ainda no século XVIII às novas tendências barrocas de há muito adoptadas no resto
da Europa. Na sua versão original, desta região, as molduras e enquadramento de
portas e janelas, rectilíneos e sóbrios, casar-se-iam com o branco da cal das
paredes em que se inscreviam. Infelizmente, hoje tal não acontece, perdendo a
construção parte do seu carácter e perdendo o seu pórtico em dignidade, diluída na
mancha cinzenta do granito das paredes.
O Altar-mor é um belo exemplar de talha dourada do estilo português, estilo este
que recebeu tal nome dada a sua fortíssima originalidade, e que corresponde mais
ou menos, ao primeira quartel de setecentos. Colunas pseudo-salomónicas
recobertas de parras e de cachos de uvas suportam arcos redondos, concêntricos,
em que se continuam motivos decorativos anteriores, tudo num forte sentido de
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
109
Caracterização e Diagnóstico
unidade e de movimento que a colocação de meninos-anjos, a estabelecer a
ligação entre os arcos de forma radial, reforça. As colunas assentam em peanhas
ou decoradas por folhagens acênticas e por pássaros imaginosos ou suportados
por meios corpos femininas nus, peanhas estas que ladeiam pequenas portas
decoradas com os mesmos temas de pássaros e acantos.
Na nave única desta igreja existem três outros altares de talha mais recentes que o
do altar-mor e de estilos muito diferentes. De entre estes salientamos o que faz
conjunto com o púlpito e sua sanefa e que se encontra colocado a meio da nave, de
estilo rocaille, com seus concheados finos e assimétricos e desenho delicado. O
púlpito é belíssimo, na sua decoração sóbria e nas suas linhas e volumes.
Poucas peças pudemos ver de imaginárias em madeira mas a imagem de Nossa
Senhora, barroca, do século XVIII, merece atenção e restauro.
Os tectos de caixotıes da capela-mor e da nave, de inegável interesse, havendo até
conexão entre os tectos e o altar, na capela-mar, deveriam ser motivo de
preocupação e objecto de um esforço de restauro e conservação.
As três ermidas de S. Vicente, Santa Bárbara e S. Plácido são de arquitectura
simples e pouco característica e albergam algumas peças de talha, de imaginária e
de pintura que, todos a pedir restauro, são na sua maioria obras de artistas da
província, algumas mesmo de grande rudeza. Há, no entanto, uma peça para a
qual chamamos especial atenção e que se encontra na Ermida de S. Vicente: uma
Virgem com o Menino, detalhe e tratamento hierático, de sabor medieval e de
grande valor dada a sua antiguidade.
A ermida de S. Vicente, além de albergar esta peça de imaginária de madeira, a
mais valiosa de todas as da vila de Tabuaço, possui um altar de estilo português de
dois andares muito adulterado por pinturas posteriores e ainda as imagens de
Santa Ferbena, S. Joaquim e S. Vicente, todas em madeira. A primeira é uma obra
de província mas datável do século XVIII, tal como S. Vicente, de trabalho muito
mais cuidado e inequivocamente barroco. A esta imagem de S. Vicente foram, um
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
110
Caracterização e Diagnóstico
tanto anedoticamente, retiradas as asas por um padre pouco conformado com a
visão que o autor da peça teve do santo que representou.
Esta ermida, guarda ainda dois ex-votos dedicados ao seu santo patrono, um do
século XVIII, de mais cuidada execução e de interessante labor, e outro, mais
rústico e ingénuo, do século passado, memórias únicas da devoção que por estas
terras teve este santo e que, como tal, devem ser devidamente restauradas e
estimadas.
A ermida de Santa Bárbara possui um altar de talha em que elementos
característicos de vários estilos do século XVIII convivem e em que está patente
uma certa rudeza no tratamento das formas. Não deixa de ser uma obra
interessante que curiosamente representa, nos frisos-peanhas que suportam nas
colunas os quatro evangelistas e seus símbolos. A tribuna colocada neste altar
revela as mesmas características de obra de província mas o seu estilo é diferente
do altar. Nela se narram os últimos passos da vida de Cristo, da Ceia à
Crucificação. Esta ermida possui ainda duas pinturas de carácter provincial. A
"Virgem do Menino" é de cariz maneirista. As peças de imaginária de madeira
revelam as mesmas características de arte de província; o "S. João Batista" é uma
obra impressionante de tão rude, tremendamente mal afeiçoada, obra, talvez, de
um devoto e provavelmente, recente.
Entre o património taboacense são ainda de referir algumas casas que se
distinguem pelas suas belas janelas, por um bonito portal ou por ostentarem brasão
de armas, avultando, entre elas, a já referida Casa do Fontão que pertenceu a
parentes do Marquês de Pombal, com a sua lindíssima janela emoldurada e os
seus arranjos de varandas e aberturas na fachada lateral.
Merece ainda referência o chafariz barroco, oitocentista, que outrora se colocava
defronte desta casa e que hoje está nas imediações do Teatro.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
111
Caracterização e Diagnóstico
O Teatro, obra dos anseios e novas necessidades culturais dos taboacences dos
meados do século passado, aproveitando, uns "pandeeiros" e melhorado pela
beneficência da família Macedo Pinto.
Não sendo grande a abundância de peças legadas pelo passado, aos habitantes
desta vila parece legítimo esperar que se empenhem no restauro urgente e na
conservação do que ainda lhes resta como herança dos que antecederam nestas
terras, para seu enriquecimento e para enriquecimento do país.
Valores Culturais
No sentido de facilitar a leitura da informação sistematizada, organizámos o
presente texto e a Planta de Valores Culturais da seguinte forma:
-
Património Arqueológico Classificado;
-
Outros Valores Arqueológicos;
-
Património Arquitectónico Classificado;
-
Património Arquitectónico em Vias de Classificação;
-
Outros Valores Arquitectónicos.
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r M u n i c i p a l d e T a b u a ç o
112
Caracterização e Diagnóstico
PATRIMÓNIO ARQUEOLÓGICO CLASSIFICADO
1. Citânia da Longa1
IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 26-A/92, DR nº 126, de 1/06
Categoria / Tipologia - Povoado Fortificado
Localização - Divisão Administrativa/Longa / Viseu / Tabuaço
Acesso
Na EM 514, em Longa, para a Tv. do Outeiro, para a Nossa Senhora da Saúde; a 3,9
Km., por caminho rural de difícil acesso.
Enquadramento
Rural, a 920 m de altitude, no cume arredondado de escarpado monte, isolado,
destacado, em zona arborizada de pinheiro bravo, em local de interesse paisagístico
(placas de sinalização).
Descrição
Planta longitudinal, irregular com disposição horizontalista das massas. A entrada
principal orientada a NE., é protegida por uma forte muralha, naquele local, de
contornos arredondados com sensivelmente 250m, que termina junto à parte mais
inacessível e escarpada do monte, que rodeia e protege o resto do cume. Mais para o
interior, adaptando-se à plataforma superior da elevação, vestígios de uma segunda
linha defensiva de menores proporções, que contorna o primitivo núcleo habitacional,
terminando para SW., junto de uma escarpa de difícil acesso.
1
www.monumentos.pt
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 113
Caracterização e Diagnóstico
Utilização Inicial
Militar / residencial
Utilização Actual
Marco histórico / cultural
Propriedade
Pública: municipal
Época de Construção
Idade do Bronze ( final ) / Idade do Ferro
Cronologia
1200 - 700 a.C. (conjectural)
Tipologia
Megalitismo. Arquitectura militar e residencial do período do Bronze Final / Idade do
Ferro. Localização em cume de monte de difícil acesso e facilmente defensável. Dupla
cintura de muralhas, a exterior mais possante, de aparelho não ciclópico, composto por
delgadas lages graníticas, apoiadas umas sobre as outras nas suas faces maiores.
Muralhas de faces exteriores inclinadas diminuindo de espessura da base para o topo.
Aglomerado urbano intramuros protegido no local de mais fácil acesso, por grossa
muralha defensiva.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 114
Caracterização e Diagnóstico
Características Particulares
Significativo número de mós em granito e normalmente ovaladas, utilizadas como
aproveitamentos para a execução da muralha exterior.
Dados Técnicos
Estruturas autoportantes
Materiais
Granito
Bibliografia
COSTA, M. Gonçalves da, História do Bispado e Cidade de Lamego, vol. II, Lamego,
1979; MONTEIRO, J. Gonçalves, Tabuaço, Tabuaço, 1991; Tabuaço - Um Passado
Presente, Tabuaço, 1999.
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID
Documentação Fotográfica
DGEMN; DSID
Documentação Administrativa
DGEMN: DSID
Intervenção Realizada
ArqueoHoje: 1999, 2º semestre *1 - desmatação e limpeza da cobertura vegetal no
interior e na envolvente do sítio arqueológico/restauro e beneficiação da muralha
exterior, através da sobreposição horizontal das lages tombadas, separadas das
estruturas in situ pela utilização de redes de arame zincado plastificadas a verde /
colocação de painéis explicativos e placas de sinalização.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 115
Caracterização e Diagnóstico
Observações
*1 - No âmbito do II Quadro Comunitário de Apoio sob autorização do IPA - Procº.
98/12. *2 - é popularmente conhecido por O Muro, designação que dá o nome ao lugar.
Autor e Data
João Carvalho 1999
2 - Mata da Forca
IM - Interesse Municipal, Decreto nº 26-A/92, DR nº 126, de 01/062
Categoria / Tipologia - Forca /Arquitectura
Localização - Divisão Administrativa/Barcos / Viseu / Tabuaço
Acesso
3
EM 514 para Barcos, 500 m. depois do Lg. de Nossa Senhora da Piedade, à direita por
via pública, a 300 metros
Protecção
VC, Dec. nº 26-A/92, DR 126 de 01 Junho 1992
Enquadramento
Rural, a meia-encosta, isolado, destacado e harmonizado, em zona de interesse
paisagístico.
Descrição
Zona florestal de pinheiro bravo, de carvalhos e giestal, circundado por vinhedos e
terrenos de cultivo. No interior da mata são visíveis trechos de muros em granito de
aparelho irregular, alguns deles implantados ou adossados em afloramentos igualmente
graníticos de aparelho ciclópico. Apresenta ruínas várias.
Utilização Inicial
Agrícola: lagar
2
3
www.ippar.pt
www.monumentos.pt
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 116
Caracterização e Diagnóstico
Utilização Actual
Marco histórico-cultural: vestígios do antigo lagar
Época de Construção
Alta Idade Média ( conjectural )
Cronologia
Período da Alta Idade Média - provável edificação do lagar.
Tipologia
Arquitectura civil de equipamento, medieval. Lagar com tanque rectangular, com
orifícios que corresponderiam à fixação dos elementos de madeira que o compunham.
Características Particulares
Subsistem vestígios de estruturas arquitectónicas, que a tradição local aponta como
sustentáculos da forca, já desaparecida. Contudo, prospecções superficiais levadas a
cabo por técnicos especializados definiram que as estruturas correspondem a um antigo
lagar medieval.
Dados Técnicos
Estruturas autoportantes.
Materiais
Granito.
Bibliografia
LEAL, Augusto Soares D'Azevedo Barbosa de Pinho, Portugal Antigo e Moderno, vol. I,
Lisboa, 1873; PERPÉTUO, João Miguel A; SANTOS, Filipe João C.; CARVALHO, Pedro
Sobral de; GOMES, Luís Filipe C.; SERRA, Artur Alpande, Tabuaço - Um Passado
Presente, Tabuaço, 1999.
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
Documentação Administrativa
DGEMN: DSID
Intervenção Realizada
Observações
*1 - Tradicionalmente, a forca estaria direccionada para o antigo Pelourinho de Barcos,
já desaparecido e as ruínas das construções seriam a cadeia e eventualmente o
tribunal.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 117
Caracterização e Diagnóstico
Autor e Data
João Carvalho 1998
4
OUTROS VALORES ARQUEOLÓGICOS
1 – Necrópole Medieval de Adorigo / Adorigo (IPA, CNS – 19906)
Tipo: Necrópole
Descrição: No decorrer das obras de restauro efectuadas na igreja matriz de Adorigo
encontraram-se dois conjuntos de sepulturas que, pela descrição feita por um dos
trabalhadores que participou nos trabalhos, poderiam ser medievais. Sabe-se que eram
formadas por várias lajes dispostas verticalmente formando estruturas de tipo "caixa".
2 – Dólmen 1 de S. Domingos, Desejosa / São Domingos 1 (IPA, CNS –
19915)
Tipo: Dolmen
Descrição: Monumento megalítico em xisto com câmara e corredor curto, bem
diferenciado, e com mamoa em bom estado de conservação. Apresenta uma câmara
poligonal alargada de sete esteios, seis dos quais ainda in situ, com um comprimento de
4
Fonte: PIOT ADV, Anexos, 2002
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 118
Caracterização e Diagnóstico
1,40 m e 1,90 m de largura. A área da câmara encontra-se entulhada por pedras de
pequenas e médias dimensões. O esteio de cabeceira apresenta 1,80 m de altura
visível, 1,30 m de largura e 0,20 m de espessura média. Os restantes esteios da câmara
apresentam-se já fracturados. O corredor do monumento é pouco desenvolvido e
bastante estrangulado - 1,50 m de comprimento x 0,90 m de largura. Ainda conserva os
três esteios do lado Sul e é ainda possível observar-se o topo de outros dois no lado
oposto. O comprimento total do monumento, e ao nível de entulho acumulado, é de 2,90
m. A mamoa apresenta uma forma ovalada, medindo o eixo Este-Oeste 8,45 m e o eixo
Norte-Sul 7,30 m. Apresenta-se bem conservada, sendo composta por pedras de xisto e
quartzo leitoso, de dimensões medianas. Na área fronteira do monumento observam-se
três blocos graníticos que se assemelham a esteios. Podem tratar-se de tampas do
corredor que foram removidas ou de elementos relacionados com as estruturas do átrio
do monumento. O dólmen encontra-se integrado numa necrópole de mais três
monumentos sob tumuli, dois dos quais de tipologia diferente e muito baixo, podendo
encerrar no seu interior pequenas cistas, enterramentos em fossa ou outro género de
estruturas. Dois destes monumentos estão localizados num monte 200 m a SE. Um
outro encontra-se localizado na linha de cumeada de uma elevação já perto de
Castanheiro Sul, 700 m a S.SE do Monte de S. Domingos.
3 - Casal romano de Vila Chã , Barcos / Vila Chã (IPA, CNS – 19536)
Tipo: Vestígios de Superfície
Descrição: Neste local, e em zona de vinhedos, foram encontradas alguns vestígios que
apontam para uma ocupação de época romana. Na mesma área poderá também situarse uma estação de época pré-histórica.
4 - Villa romana do Moirão, Santa Leocádia / Moirão (IPA, CNS – 15136)
Tipo: Villa
Descrição: Trata-se de vestígios de uma villa romana, onde á superfície aparecem
fragmentos de tegulae, lateres, cerâmica comum. Surgiram ainda estruturas, duas
pedras aparelhadas e almofadados. Nos muros são também visíveis várias pedras de
granito aparelhadas.
5 – Sabroso, Barcos (IPA, CNS – 2876)
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 119
Caracterização e Diagnóstico
Tipo: Sepultura
Descrição: inexistente.
6 – Santa Leocádia (Escola Primária), Santa Leocádia (IPA, CNS – 19544)
Tipo: Habitat
Descrição: Aquando da construção da escola primária de Santa Leocádia, nos inícios da
década de sessenta, foram postos a descoberto materiais de construção romanos,
mormente tegulae e imbrex, bem como algumas cerâmicas comuns. Deverá tratar-se de
um casal de época romana, da qual ainda se notam vestígios no local.
7 – Santa Leocádia, Santa Leocádia (IPA, CNS – 906)
Tipo: Edifício
Descrição: Existe uma casa na aldeia de Santa Leocádia, que se encontra actualmente
habitada que, segundo a tradição, é a mais antiga do povoado, sendo atribuída aos
celtas. Situa-se num ponto bastante elevado e uma das paredes é ligeiramente
arredondada.
8 - Casal Romano de Ribeira das Mestras, Santa Leocádia / Ribeira das
Mestras (IPA, CNS – 19531)
Tipo: Vestígios de Superfície
Descrição: Vestígios de superfície parecem indicar tratar-se de um casal agrícola de
época romana. Os materiais dispersam-se por uma área de cerca de 1000 m2, embora
se observa uma maior concentração num espaço reduzido com pouco mais de 100 m2.
9 – Quinta do Vale da Asna, Barcos (IPA, CNS – 19535)
Tipo: Casal Rústico
Descrição: Trata-se de um local com vestígios e fragmentos de tegulae, o que permite
inferir a existência de uma estação de época romana, talvez um casal.
10. Igreja de Santa Maria do Barroso, Barcos (IPA, CNS – 19543)
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 120
Caracterização e Diagnóstico
Tipo: Necrópole
Descrição: Igreja românica, da qual se desconhece a data de edificação. Trata-se de
um belo exemplo românico rural, apesar de ter sido modificada posteriormente. Este
exemplo salienta-se pela sua rusticidade, nomeadamente a dos aparelhos, a qual
chega a ser dissonante da tipologia construtiva deste período. Notam-se, contudo,
algumas pedras sigladas, já pouco visíveis devido á degradação do granito. O altar-mor
e as capelas lateriais são de boa talha barroca, sendo a capela-mor revestida por um
forro de madeira com vinte e quatro caixões. Junto da capela de Santa Maria existe
uma necrópole medieval de sepulturas escavadas na rocha, sendo também visíveis
estelas e tampas decoradas, datáveis desta época.
11 – Lagar da Forca, Barcos (IPA, CNS – 19534)
Tipo: Lagar
Descrição: Lagar de vinho ou azeite, de época romana ou medieval. É uma estrutura
escavada na laje granítica, constituído por um tanque de forma sub-rectangular, ladeado
por duas calhas alongadas que são paralelas, as quais são, por sua vez, ladeadas por
dois entalhes mis profundos que serão os suportes de prensa.
12 – Igreja Senhora de Sabroso, Barcos (IPA, CNS – 5121)
Tipo: Lage Sepulcral
Descrição: Uma série de tampas de sepulturas medievais ladeiam e decoram as
paredes laterais exteriores da igreja românica de Santa Maria do Sabroso.
13 – Povoado Fortificado do Sabroso, Barcos (IPA, CNS – 2869)
Tipo: Povoado Fortificado
Descrição: O castro situa-se na encosta de um monte, mesmo junto á Capela da
Senhora do Sabroso. Eram visíveis ainda restos de construções bem definidas por
muros construídos em pedra seca. Junto da capela foram feitos enterramentos
atestados pelas lages sepulcrais medievais que se encontram encostadas à parede
lateral do templo. É possível que os muros atrás referidos sejam os restos de um núcleo
medieval, embora por toda a área se tenham recolhido abundantes fragmentos de
cerâmica medieval e de Pré-história recente. Trata-se portanto de um local com
diferentes cronologias de ocupação.
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Caracterização e Diagnóstico
14 - Gravuras Rupestres do Calvário, Tabuaço / Gravuras do Calvário (IPA,
CNS – 19537)
Tipo: Arte Rupestre
Descrição: Motivos insculpidos em afloramentos graníticos, dispostos em duas lajes. A
temática destes painéis, por sinal bastante críptica, assenta na gravação de covinhas de
configuração sub-circular e - apenas em quatro exemplos - rectangular, de tamanhos
variáveis e unidas por sulcos. Este conjunto poderá ser datável da Idade do Ferro.
15 – São Vicente, Tabuaço (IPA, CNS – 19232)
Tipo: Povoado Fortificado
Descrição: No local onde hoje se implanta a ermida de São Vicente (de origem suevovisigótica) existia um povoado castrejo, sobranceiro ao Rio Távora, existindo referências
ao achamento de cerâmica de construção, punhais, pregos e moedas (de cobre e de
prata) romanas.
16 - Troço de via romana/medieval Tabuaço/Távora, Tabuaço (IPA, CNS –
19947)
Tipo: Via
Descrição: A calçada está construída com lajes graníticas de médias e grandes
dimensões, algumas apresentando já um forte desgaste. As bermas estão
cuidadosamente delimitadas por lajes colocadas paralelamente. Em algumas partes, de
modo a sustentar a via, construíram plataformas artificiais feitas com blocos de granito.
O troço conservado tem mais de 2 Km de comprimento, sendo a largura média de 4 m.
Este troço pode ter pertencido a uma antiga via romana que poderia ter ligado Tabuaço
a Sendim, área onde se encontram fortes vestígios da ocupação romana.
17 - Troço de via romana/medieval Tabuaço/Alto da Escrita, Tabuaço (IPA,
CNS – 19948)
Tipo: Via
Descrição: Conservando ainda um troço com uma extensão de 1,5 km, a calçada
apresenta alguns troços bastante destruídos. Construída com lajes graníticas de
dimensões medianas, sofreu algumas remodelações ao longo dos tempos.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 122
Caracterização e Diagnóstico
18 - Troço de via romana/medieval Tabuaço/Chavães, Tabuaço (IPA, CNS –
19949)
Tipo: Via
Descrição: Este troço de via desenvolve-se paralelamente à estrada de alcatrão que liga
Tabuaço a Chavães, sendo possível avistá-lo daí. Resta um pequeno troço com cerca
de 500 m. Esta via é muito idêntica à que liga Tabuaço a Távora. Foi construída com
lajes graníticas de dimensões consideráveis, tendo sofrido remodelações ao longo dos
anos. As bermas foram cuidadosamente delimitadas com lajes colocadas paralelamente
uma às outras. Apresenta uma largura média de 4 m. Optou-se pela construção de
patamares para salvar os desníveis do terreno.
19 - Estátua-menir do Alto da Escrita, Vale Figueira / Alto da Escrita (IPA,
CNS – 19954)
Tipo: Menir
Descrição: Uma rara e bela escultura antropomórfica jaze sobre um muro que ladeia um
caminho carreteiro, apresentando a face principal virada para cima. É possível que,
originariamente, estivesse posicionada verticalmente nas imediações, podendo
relacionar-se com uma via antiga de passagem. Tem 1,66 me de comprimento total 0,42
m de largura na extremidade superior, 0,44 m na zona da cintura e 0,42 m na base. A
espessura é variável ao longo da peça, sendo de 0,10 m na extremidade superior, 0,18
m na cintura e 0,11 m na base. Apresenta uma configuração sub-rectangular, revelando
um cuidado extremo no tratamento das superfícies, sobretudo no anverso. De facto,
estas foram preparadas por picotagem, com excepção unicamente da base que,
primitivamente, estaria enterrada. A peça apresenta um ligeiro lascamento na zona
mesial, correspondendo ao extremo direito do cinturão. Os motivos foram gravados por
picotagem, por vezes seguidos de polimento, apresentando uma secção em U. É no
anverso que se encontram gravados os motivos principais. Só nível superior podemos
observar
uma
decoração
"peitoral"
representando
presumivelmente
um
colar
concêntrico. Ao meio foi gravado um cinturão com 0,12 m de largura, apresentando uma
linha horizontal central com doze orifícios circulares. A completar o conjunto, foi gravado
um motivo muito pouco profundo que aparenta ser uma arma. Sob o cinturão foram
gravadas duas linhas oblíquas (uma com 13 cm e outra com 19 cm), paralelas. No lado
esquerdo apresenta na zona mesiao o prolongamento do cinturão, sem orifícios. O
reverso ostenta sulcos do arado, apresentando a superfície muito gasta. Apenas foi
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 123
Caracterização e Diagnóstico
singelamente gravado o cinturão, sem orifícios, na zona mesial. No lado direito,
encontramos uma linha horizontal no topo e o prolongamento do cinturão, com quatro
orifícios, na zona mesial. A Estátua-Menir do Alto da Escrita, poderá, genericamente,
corresponder a uma fase de transição das pequenas peças calcolíticas para as de maior
dimensão e de contorno antropomórfico, podendo estar cronologicamente inserida na
transição do IIIº para o IIº milénio a. C. Presentemente encontra-se exposta no Núcleo
Museológico do Posto de Turismo de Tabuaço.
20 - Villa romana de Eirinha do Paço, Pinheiros / Eirinha do Paço (IPA, CNS
– 19533)
Tipo: Vila
Descrição: Os vestígios desta villa distribuem-se por pequenas plataformas encaixadas
no meio de afloramentos graníticos. Observam-se pedras almofadadas de grandes
dimensões que podem ter pertencido a um edifício com alguma monumentalidade. Num
outro muro, foram detectadas duas soleiras, de grandes dimensões, pertencentes a
estruturas habitacionais hoje enterradas ou destruídas. A monografia não publicada de
Pinheiros, escrita por Amâncio Manuel Moreira da Silva, refere a existência dum antigo
lagar de tipologia idêntica a outros já identificados no concelho. O autor fala também de
um penedo, um "possível altar sacrificial ou forca". A sua função pode ter sido bem
diferente, quiçá outro lagar de dimensões um pouco mais reduzidas. Na freguesia de
Barcos o sítio conhecido popularmente como "Forca" (CNS: 19534), não é mais do que
um lagar escavado na rocha. Segundo informações orais, foi ainda identificada neste
local uma pedra com letras que actualmente está extraviada.
21 - Gravuras Rupestres do Cabeço das Pombas, Pinheiros (IPA, CNS –
802)
Tipo: Arte Rupestre
Descrição: Uma das faces do afloramento granítico do Cabeço das Pombas, foi há
muito tempo aproveitada para a gravação de figuras. Ao centro do painel encontra-se
um grande ramiforme que tem, no meio, uma cara, de cronologia mais recente. A direita
desta figura encontra-se um conjunto de oito figuras. No topo deste encontra-se uma
figura solar. Sob este motivo está uma figura composta por dez linhas sinuosas.
Associada a este motivo há uma figura em forma de "garfo" com três dentes, ladeada
por um pequeno círculo. Na zona inferior encontra-se ainda um interessante motivo
composto por quinze curtos e fundos sulcos, formando uma linha recta que curva numa
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 124
Caracterização e Diagnóstico
das extremidades. A ladear este último encontra-se um motivo em U ligeiramente
invertido. Sensivelmente ao centro deste conjunto, encontra-se uma cara parecida com
a outra já mencionada. Ainda neste conjunto e à direita, está inscrita a sigla "IPRM". A
esquerda do ramiforme central, e também numa zona posterior, encontra-se um
conjunto de três figuras abstractas. Sob estas figuras, encontra-se um conjunto de
linhas que parecem representar letras. Em termos gerais, os motivos representados
assumem um forte valor simbólico, transformado este sítio num local de culto. Os
motivos mais antigos parecem ser um ramiforme e um conjunto de oito figuras, à direita
do mesmo, podendo ser do período Calcolítico/Idade do Bronze. Há duas caras (uma
delas a meio do ramiforme) talvez da Idade do Ferro. Letras e a sigla IPRM são de
época histórica.
22 - Tampa de sepultura seiscentista em Távora/Vestígios da primitiva igreja
matriz de Távora, Távora / Távora (IPA, CNS – 19953)
Tipo: Lage Sepulcral
Descrição: Trata-se de uma peça de configuração rectangular que mede 1,51 m de
comprimento, 0,69 m de largura e 0,25 m de espessura. Possui um rebordo lateral
constituído por uma linha incisa paralela ao contorna da peça. O campo epigráfico foi
dividido ao meio por quatro linhas incisas, dispostas paralelamente, transversalmente à
orientação da peça. A leitura é a seguinte: ESA E DP A LVR ES- PRA 1635 ANNO As
letra foram gravadas com o auxilio de um instrumento em metal e apresentam a secção
em U.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 125
Caracterização e Diagnóstico
23 – Povoado Fortificado do Galfão, Távora / Galfão-Senhora do Galfão
(IPA, CNS – 912)
Tipo: Povoado Fortificado
Descrição: Sobranceiro à aldeia de Távora, o povoado ocupa uma posição
geoestraatégica
privilegiada,
controlando
a
paisagem
envolvente.
O
povoado
estabeleceu-se numa plataforma, no topo, com cerca de 0,9 ha de área. Da ocupação
da Idade do Ferro é a muralha de blocos regulares em granito. Envolve toda a
plataforma do povoado, com um raio aproximado de 45 m, tendo uma largura média de
4 m. A entrada era feita pelo lado Norte através de uma galeria que atravessa a muralha
transversalmente, estrangulando-se à medida que se aproxima do interior. Na idade
Média terá funcionado como atalaia. Os vestígios consistem em restos de estruturas
que se encontram por toda a área de ocupação.
24 - Cabeça de Guerreiro de Vale de Figueira, Vale Figueira (IPA, CNS –
19955)
Tipo: Escultura
Descrição: A escultura apareceu embutida num muro. A sua altura é de 0,50 m por uma
largura máxima de 0,32 m. Os olhos são cavados e o nariz gravado. A boca nasceu de
um baixo relevo. Numa das faces, e ao nível da boca, existe uma depressão. O pescoço
apresenta um largura de 0,16 m e uma altura de 0,10 m. O crâneo tem um diâmetro de
0,23 m. Actualmente encontra-se exposta no Núcleo Museológico do Posto de Turismo
de Tabuaço.
25 - Lagar romano/medieval do Negrio, Vale Figueira / Lagar do Negrio (IPA,
CNS – 19956)
Tipo: Lagar
Descrição: O lagar do Negrio localiza-se a meia encosta, numa zona onde aflora à
superfície uma grande quantidade de blocos graníticos. O tanque superior, totalmente
escavado no afloramento, tem um comprimento máximo de 2,47 m e uma largura
máxima de 2.08 m. Do lado direito ostenta uma perfuração rectangular com 0,52 m de
comprimento por 0,20 m de largura sendo delimitada por um rebordo com cerca de 0,07
m. Trata-se de um provável encaixe de sustentação da prensa, podendo o congénere
lateral, a ter existido, encontrar-se presentemente tapado pela estrutura pétrea contígua
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 126
Caracterização e Diagnóstico
ao lagar. Os dois tanques estão ligados por um canal que se dispõe ao longo do
afloramento por mais de 2,86 m, acompanhando a inclinação natural deste. O segundo
tanque foi edificado a uma cota inferior, encostado ao bloco granítico. Ao contrário
daquilo que se tem verificado para a maioria dos lagares escavados na rocha da região,
a construção deste reservatório implicou não só a escavação de meio tanque na rocha
bem como a utilização de grandes lintéis graníticos dispostos de forma sub-rectangular
adossados uns aos outros.
26 – Casal romano da Seara, Chavães / Seara (IPA, CNS – 19912)
Tipo: Casal Rústico
Descrição: Numa área de 0,5 ha encontram-se materiais de construção romana à
superfície. Poderá tratar-se de um pequeno casal agrícola.
27 – Sepultura da Seara, Chavães / Seara (IPA, CNS – 19914)
Tipo: Sepultura
Descrição: Sepultura escavada na rocha que foi abandonada antes de acabada. Está a
cerca de 200 m para oeste do Sarcófago de Seara (Vide CNS: 19913).
28 – Sarcófago da Seara, Chavães / Seara (IPA, CNS – 19913)
Tipo: Sarcófago
Descrição: Sarcófago em granito fragmentado no lado direito junto aos pés. Apresenta
uma configuração trapezoidal, tendo um comprimento máximo de 2,32 m e uma largura
máxima de 0,39 m. O leito tem 1,82 m de comprimento e 0,54 m de largura máxima,
sendo a profundidade máxima de 0,39 m. Encontra-se inserido num muro divisório de
propriedade. Provavelmente não se encontrará muito longe do seu local inicial, dado
que nas proximidades foi detectada uma sepultura escavada na rocha, inacabada. (Vide
CNS: 19914).
29 - Necrópole Medieval de Passa Frio/Passo Frio, Távora / Passa Fria (IPA,
CNS – 19952)
Tipo: Necrópole
Descrição: A necrópole é composta por quatro sepulturas, duas abertas sobre blocos
autónomos, tratando-se uma destas de um sarcófago. Sepultura 1: a esta sepultura
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 127
Caracterização e Diagnóstico
serve de suporte um bloco uniforme de granito, conferindo-lhe uma certa parecença
com um sarcófago. De configuração subovalada, apresenta na parte superior um
rebordo que a contorna em toda a cabeceira. desenvolvendo-se do lado direito da
sepultura até um pouco abaixo do meio. Na parte inferior direita tem um orifício para
escoamento. As dimensões são 2,32 m de comprimento total, 1,80 do comprimento do
leito, 0,62 de largura máxima e 0,26 de profundidade média. A orientação é 100º N.
Sepultura 2: trata-se de um sarcófago construído sobre um grande bloco granítico. De
forma rectangular, tem cantos muito arredondados dando a sensação de ser ovalado.
No canto inferior esquerdo tem um pequeno orifício para escoamento. As dimensões
são de 2,12 m de comprimento total, 1,90 m de comprimento do leito, 0,64 de largura do
leito, 0,80 m de largura máxima e 0,40 m de profundidade. Sepultura 3: a uma cota
relativamente mais alta do que o resto de sepulturas foi construída sobre o afloramento
granítico, com uma configuração sub-rectangular e cantos bastante arredondados.
Possui um canal que se desenvolve no seu lado direito. No canto inferior esquerdo
apresenta um orifício de escoamento. As dimensões são de 2,10 m de comprimento
total, 1,84 m do comprimento do leito, 0,54 m de largura do leito, 0,78 de largura média
e 0,30 m de profundidade. A orientação é 95º N. Sepultura 4: Tem tampa de cobertura e
foi aberta no afloramento, mesmo ao nível do chão. Tem forma rectangular e mede 1,98
m de comprimento total, 1,58 m de comprimento do leito, 0,66 m de largura máxima e
0,29 de profundidade. A sua orientação é 150º N.
30 – Penedo da Fonte da Freira, Távora (IPA, CNS – 19950)
Tipo: Abrigo
Descrição: Grande bloco granítico que os anos moldaram criando no seu interior
autênticas salas onde se pode andar de pé. O abrigo divide-se em duas salas distintas.
Uma orientada a Nascente, com grande parte do chão em terra e com uma área de 80
m2 e outra orientada a Norte e relativamente mais pequena que a primeira, com cerca
de 60 m2.
31 - Povoado da Idade do Ferro de S. Mamede, Paradela (IPA, CNS – 19923)
Tipo: Povoado Fortificado
Descrição: Povoado edificado num promontório muito elevado sobre a margem
esquerda do rio Távora. Ocupa um área de pouco mais de 2.500 m2. Ainda que
defendido naturalmente os seus habitantes construíram uma muralha sem grande
monumentalidade e constituída por pedras de pequenas e médias dimensões. A
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 128
Caracterização e Diagnóstico
muralha poderá ter tido uma outra função que não a defensiva, talvez delimitatória de
um espaço ou meramente simbólica. Muito próximo deste povoado existe a ermida de
S. Mamede que dá o nome ao sítio.
32 - Necrópole medieval do antigo Mosteiro de São Pedro das Águias
(abrangido pela classificação como Imóvel de Interesse Público da Igreja
românica de São Pedro das Águias, Decreto n.o 39175, de 17-04-1953; Zona
Especial de Protecção - D.G. nº 132, 11 Série, de 04.06.1954), Távora (IPA,
CNS – 19919)
Tipo: Sarcófago
Descrição: No exterior da igreja românica de São Pedro das Águias, encontra-se um
austero sarcófago em granito. Trata-se de uma sepultura antropomórfica, trapezoidal,
com a cabeceira de volta perfeita e ombros rectos. Apresenta as seguintes medidas:
Comprimento total: 1,95 m; largura total: 0,72 m; comprimento do leito: 1,70 m; largura
nos ombros 0,54 m, ao meio 0,43 m e aos pés 0,40 m; comprimento da cabeceira: 0,25
m; largura da cabeceira: 0,26 m; profundidade da cabeceira: 0,26 m; profundidade nos
ombros: 0,28 m; profundidade nos pés: 0,30 m; altura total do sarcófago: 0,59 m;
orientação 84 º N. Um fragmento de tampa sepulcral decorada com uma cruz ao centro
ladeada por duas espirais, jazia igualmente junto à igreja.
33 - Pedra do Cavalo, Paradela (IPA, CNS – 19925)
Tipo: Arte Rupestre
Descrição: Monólito granítico de grandes dimensões cuja configuração é popularmente
comparada à de um cavalo. Na rocha nº 1 da Pedra do Cavalo encontram-se gravadas
várias figuras insculturadas ao longo dos tempos. Os motivos podem-se dividir em dois
grupos: um mais antigo, pré ou proto-histórico, constituído por três covinhas, uma figura
humana masculina com membros arqueados e falo, assim como um motivo em forma
de S invertido. Numa segunda fase, provavelmente já na Idade Média, terão sido
insculturadas uma série de doze cruzes duas delas geminadas. Existem ainda três
prováveis siglas - R, P e O - insculturadas em época mais recente. Junto deste monólito
encontra-se uma outra pedra igualmente gravada - rocha nº 2. Também aqui é possível
observar-se um conjunto de dez cruzes, quatro delas unidas entre si, e duas datas 1779 e 1787. Encontram-se ainda gravados dois outros motivos cuja cronologia é difícil
de precisar: um 3 invertido e um S deitado.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 129
Caracterização e Diagnóstico
34 - Troços de Vias Romanas e Medievais5
Localização
Viseu, Tabuaço, Longa
Acesso
Em Longa, através da R. de São Miguel, relativamente ao troço que liga Longa - MonteRei - Granja do Tedo; através da R. da Senhora da Saúde, no troço que liga Longa Arcos - Sendim; através do Bairros Dr. Octávio Cruz, no troço Longa - Nagosa e no
lugar do Cunho, passando pelos lugares de Penedo do Forneiro ( ou da Forca ), Santo
Isidro, Castelo e Chã, relativamente ao troço Longa - Citânia - Chavães *1
Protecção
Inexistente
Enquadramento
Rural. No perímetro da povoação, inseridos em zona de encosta e de outeiros,
atravessando zonas de reserva agrícola e de reserva florestal, com interesse
paisagístico. Em certos locais, encontram-se rodeadas por muros graníticos de divisão
de propriedades rústicas.
Descrição
Conjunto de quatro troços de vias, constituídas por pedraria colocada em cunha,
sustendo as lajes de granito, de dimensões mediana, que formam o pavimento das
mesmas e zonas de sustentação naturais, com talhe de rochas. As vias apresentam
uma largura média de 2,5 metros. Em algumas zonas, lajes de menores dimensões,
acrescentadas posteriormente.
Utilização Inicial
Equipamento: vias
Utilização Actual
Equipamento: vias
Propriedade
Pública: estatal
Época de Construção
Séc. 1 / 2 ( conjectural ) / Alta Idade Média / 17 / 18
5
www.monumentos.pt
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 130
Caracterização e Diagnóstico
Cronologia
Época romana / Alta Idade Média - construção das vias; séc. 17 / 18 - provável restauro
de certos troços com lajes graníticas de menores dimensões; séc. 20, meados constituíam a única via de circulação entre as freguesias de Granja do Tedo e Longa.
Tipologia
Arquitectura civil de equipamento, romana e medieval. Troços de vias romanas e
medievais construídas com pedras em cunha e / ou escavadas em rocha.
Características Particulares
A construção de vias romanas aproveita, em alguns pontos, a morfologia do local,
delapidando rocha natural. Pertencem à ligação entre Arcos, Longa, Granja do Tedo,
Nagosa, Chavães, confluindo as vias no centro histórico de Longa, antigo concelho.
Dados Técnicos
Estrutura autoportante e autónoma.
Materiais
Granito.
Bibliografia
MONTEIRO, J. Gonçalves, Tabuaço ( Esboço e subsídios para uma monografia ),
Tabuaço, 1991; PERPÉTUO, João Miguel A., SANTOS, Filipe João C., CARVALHO,
Pedro Sobral, GOMES, Luís Filipe C e SERRA, Artur Alpande, Tabuaço - um passado
presente, Tabuaço, 1999.
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID; CM Tabuaço
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID; CM Tabuaço
Documentação Administrativa
CM Tabuaço; Junta de Freguesia de Longa
Intervenção Realizada
Câmara Municipal de Tabuaço: séc. 20, meados - corte de alguns troços, nos lugares
de Cunho, Bairro Dr. Octávio Cruz, com a abertura da EM 514; Junta de Freguesia de
Longa: 1980, década de - abertura de estrada para acesso à Citânia, a Chavães e a
Arcos; 1990, década de - cobertura de um dos troços na R. de São Miguel, com areia e
cimento de forma a não permitir maiores danos com a passagem de tractores.
Observações
*1 - era no passado a via de acesso privilegiado para a Capela de Santo Isidoro.
Autor e Data
Gustavo Almeida 2001
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Caracterização e Diagnóstico
35 - Povoado Calcolítico do Grail, Longra / Grail (IPA, CNS – 19920)
Tipo: Povoado
Descrição: Estação Calcolítica situada a meia encosta, aproveitando pequenas
plataformas e abrigos naturais sob rocha. A identificação deste sítio deve-se ao facto de
no local terem sido abertos alguns troços de corta fogos. As máquinas ao revolverem as
terras, puseram a descoberto fragmentos cerâmicos característicos das comunidades
da Idade do Cobre da região. Os materiais encontram-se dispersos por um área com
pouco mais de 0,5 ha, concentrando-se, por vezes, em locais circunscritos. No entanto,
estes podem aparecer isoladamente em cotas inferiores, resultado de possíveis
arrastamentos.
36 – Pedra das Cruzes, Arcos (IPA, CNS – 19908)
Tipo: Arte Rupestre
Descrição: Bloco granítico, sumariamente afeiçoado, de forma aproximadamente
quadrangular com 1 m x 1,25 m e 0,45 m de espessura. Na face exposta foram
gravadas 19 pequenas cruzes dispostas em duas linhas paralelas no topo, havendo
ainda algumas que se distribuem aleatoriamente pela restante superfície. Trata-se de
um marco territorial que terá delimitado os limites das freguesias de Longa e de Arcos.
Assumiria uma função idêntica à da Pedra do Cavalo (CNS: 19925), na freguesia de
Paradela.
37 - Calçada de Santa Barbara (Troço de via romana/medieval), Granjinha
(IPA, CNS – 19918)
Tipo: Via
Descrição: A via desce do monte da Porqueira em direcção à capela de Santa
Bárbara, oriunda talvez da aldeia de Cabriz.. Feita com lajes de granito de dimensões
medianas, mede cerca de 4 m de largura. Actualmente, encontramos preservado um
troço com cerca de 500 m junto à capela de Santa Bárbara. Trata-se provavelmente, da
via que seguia ao longo do Távora desde Sendim até Tabuaço.
38 - Povoado Calcolítico da Porqueira, Granjinha / Porqueira (IPA, CNS –
19917)
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Caracterização e Diagnóstico
Tipo: Povoado
Descrição: O povoado encontra-se implantado numa plataforma com pendor suave,
sobranceira ao rio Távora, encaixada entre dois contrafortes rochosos no cimo do monte
homónimo. Os seus ocupantes aproveitaram igualmente abrigos naturais sob rocha
onde foram detectados alguns vestígios cerâmicos de superfície. No interior de um dos
abrigos existe uma grande superfície granítica com 3,75 m de comprimento, onde foram
gravadas 61 "covinhas".
39 – Cabris/Castelos de Cabriz, Sendim (IPA, CNS – 562)
Tipo: Castelo
Descrição: Os Castelos de Cabriz são três promontórios graníticos sobranceiros à
margem Norte do rio Távora. O acesso ao local é muito difícil e arriscado, feito por
íngremes e acidentadas ravinas. Poderia ter existido aqui uma pequena atalaia na
época medieval, onde terá habitado um pequeno grupo de pessoas, ligadas ou não à
Reconquista cristã. São notórios alguns vestígios de antigas construções em alvenaria
de pequena consistência. Existe um conjunto de degraus escavados na rocha que
levam a uma pequeníssima plataforma situada no primeiro morro que poderá,
eventualmente, tratar-se de um local de vigia. No local onde esta plataforma se
desenvolve, detectou-se também uma pequena lagareta construída num bloco granítico
de configuração subatrapezoidal, onde se elaborou um pequeno tanque e onde é visível
um pequeno canal de escoamento. Num grande bloco granítico com uma face inclinada
relativamente aplanada, foi gravado por abrasão um motivo abstracto composto por
linhas sinuosas que se cruzam formando um meandro. Interpretada pelos populares
como sendo um "mapa" é desde há muito conhecida pelos habitantes da região.
40 - Lagar romano/medieval de Lampaz, Paradela / Lampaz (IPA, CNS –
19940)
Tipo: Lagar
Descrição: Lagar escavado num afloramento granítico, aproveitando o ligeiro declive do
mesmo para a sua implantação. Apresenta um único "pio" sub-rectangular, onde se
esmagariam as azeitonas, rebaixado no afloramento até uma profundidade máxima de
50 cm e ladeado por dois encaixes rectangulares, assimétricos, de cantos ligeiramente
arredondados. Estes encaixes relacionam-se com a estrutura de prensagem. A parte
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Caracterização e Diagnóstico
Norte, mais profunda, mede 1,78 m de largura variando o comprimento entre 1,90 m e
1,46 m. Ao centro encontram-se duas pequenas concavidades de configuração circular
com 0,18 m de diâmetro, que estarão relacionadas com a força exercida pela prensa
naquele local. Na zona frontal, ao centro, encontra-se um canal de escoamento
ligeiramente rebaixado no afloramento. Os dois encaixes laterais, afastados do tanque
em cerca de 35 cm, medem 50 cm de comprimento, 30 cm de largura e 21 cm de
profundidade máxima. Ao lado esquerdo do lagar existe um outro rebaixamento no
afloramento (50 cm de comprimento,36 de largura e 7 de profundidade) que poderá ter
funcionado como base de assentamento a vasilhames cerâmicos relacionados com o
armazenamento do líquido obtido, ou assentamento de uma estrutura.
41 - Gravuras de Eira do Monte 3/Marcos delimitadores do padroado da
Universidade de Coimbra, Paradela (IPA, CNS – 19927)
Tipo: Arte Rupestre
Descrição: Num pequeno planalto sobranceiro a Paradela, encontram-se gravadas
figurações medievais sobre vários afloramentos graníticos. Trata-se de uma série de
cruzes de reduzidas dimensões - 0,10 m x 0,10 m -, gravadas num dos penedos
graníticos, alinhadas transversalmente à orientação natural do penedo. Em frente
deste, num outro penedo, encontram-se duas marcas da Universidade de Coimbra,
delimitatória dos territórios desta instituição nestas paragens. Pode ler-se DE V (De
Universitates).
42 - Gravuras rupestres da Eira do Monte 1, Sendim (IPA, CNS – 19923)
Tipo: Arte Rupestre
Descrição: Afloramento granítico com cerca de 3 m de comprimento e 2,5 m de largura,
onde foram gravadas, em época que se ignora, uma série de pequenas covinhas. 18
foram gravadas por abrasão e de configuração circular. Um conjunto de 13 covinhas se
desenvolve de forma transversal ao sentido natural do penedo. Bastante mais
dispersas, ocupando inclusivamente uma área periférica, encontramos as restantes
cinco covinhas.
43 - Lagar romano/medieval da Eira do Monte, Paradela / Eira do Monte
(IPA, CNS – 19957)
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 134
Caracterização e Diagnóstico
Tipo: Lagar
Descrição: Trata-se de um lagar composto por dois tanques desnivelados e ligados por
um canal. O primeiro possui 2,42 m de comprimento e 1,75 m de largura. A
profundidade máxima é de 0,49 m e a mínima de 0,30 m. Do lado direito encontra-se
um encaixe de forma rectangular com 0,48 m de comprimento e 0,17 m de largura.
Muito provavelmente, serviria para sustentar a estrutura da prensa. Do lado oposto um
outro encaixe, junto ao canto inferior esquerdo, com 0,43 m de comprimento por 0,20 m
de largura e 0,30 m de profundidade. Um canal com 1,60 m de comprimento, faz a
ligação entre os dois tanques. O tanque inferior tem 1,63 m de comprimento e 1,27 m
de largura apresentando uma profundidade de 0,30 m. Este tanque funcionaria como
reservatório.
44 - Casal romano da Eira do Monte 2, Sendim (IPA, CNS – 19926)
Tipo: Casal Rústico
Descrição: A estação localiza-se numa zona de vale, aproveitando a vertente soalheira.
Os vestígios arqueológicos, dispersos numa área com pouco mais de 1,5 hectares,
foram detectados aquando da plantação de uma vinha sendo restos de materiais de
construção típicos das estações romanas.
45 – Lagar romano/medieval da Serra, Arcos / Lagar da Serra (IPA, CNS –
19907)
Tipo: Lagar
Descrição: Estrutura escavada na rocha, constituída por duas partes distintas: um
primeiro tanque, sobrelevado, de forma rectangular, com cerca de 1,94 m de
comprimento por 1,70 m de largura. O fundo apresenta-se inclinado sendo mais
profundo na parte superior (0.50 m) do que na inferior (0,20 m). Em ambos os lados,
aproximadamente ao centro, encontram-se simetricamente colocadas duas perfurações
de forma rectangular -0,40m x 0,20 m- que serviriam, com certeza, de base de apoio à
prensa. Da parte inferior deste tanque, desenvolve-se um segundo - unido ao primeiro
por um canal transversal -, de forma ovalada, em que o eixo superior mede cerca de 2
m e o inferior uma média de 0,90 m. O segundo tanque apresenta-se totalmente
fechado e tem uma profundidade de 0,60 m. Funcionaria, muito provavelmente, como
reservatório de água utilizada durante todo o processo de fabrico do azeite. Em torno de
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 135
Caracterização e Diagnóstico
todo este complexo encontram-se pequenos entalhes na rocha, uns de forma
subcircular outros rectangulares, indiciando o encaixe a uma estrutura de madeira,
talvez de cobertura.
46 - Sítio arqueológico do Cruzeiro do Alto da Quinta, Longa (IPA, CNS –
926)
Tipo: Anta
Descrição: Inexistente.
47 - Troço de via romana Arcos/Longa/Granja do Tedo (IPA, CNS – 19916)
Tipo: Via
Descrição: Via com fortes possibilidades de ter pertencido ao conjunto da rede viária
romana. Conserva-se um longo troço de calçada. A calçada é, na sua maioria,
construída por lajes graníticas de médias e grandes dimensões, apresentando algumas
um forte desgaste provocado pela intensa circulação. A largura média é de 4 m. De
Arcos à Granja do Tedo há um longo troço de calçada relativamente bem conservada.
Esta via devia atravessar o rio Tedo numa das pontes da Granja do Tedo, se bem que
não sejam visíveis quaisquer indícios arquitectónicos de esta primitiva ponte. A via
seguia depois para Goujoim, já no concelho de Armamar, onde foi encontrado, in situ,
um Terminus Augustalis, que separa as cívitas dos Arabrigenses da civitas dos Coilarni.
48 – Troço de via romana/medieval, Nagosa, Arcos (IPA, CNS – 19909)
Tipo: Via
Descrição: Troço bem preservado da primitiva via que ligava a povoação de Arcos a
Nagosa. Tem 1,5 Km de comprimento e está bastante bem preservada. Foi construída
com lajes de médias e grandes dimensões (atinguindo as maiores 1,5 m de
comprimento por 0,50 m de largura), com uma largura média de 3 m. É possível ter
pertencido à rede viária do império romano, ter sido construída na Idade Média ou até
na Época Moderna.
49 – Sepultura, Sanjemondes, Arcos / Arcos (IPA, CNS – 19910)
Tipo: Sarcófago
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 136
Caracterização e Diagnóstico
Descrição: Dentro da aldeia de Arcos junto ao fontanário encontra-se um sarcófago
reaproveitado como bebedouro para o gado. Bem conservado, tem forma subrectangular e leito ovalado, sendo as suas dimensões 1,85 m de comprimento total, 1,65
m de comprimento do leito, 0,64 m de largura máxima, 0,44 m de largura do leito, 0,18
m de profundidade máxima , 0,10 m de profundidade mínima, 0,33 m de altura máxima
e 0,20 m de altura mínima.
50 – Mamoa de Sendim, Tabuaço (IPA, CNS – 910)
Tipo: Mamoa
Descrição: Referências a uma mamoa na freguesia de Sendim. Esta não foi contudo
confirmada aquando da deslocação ao local de elementos do IPPC.
51 - Necrópole medieval da Igreja de Santa Maria de Sendim, Sendim /
Sendim (IPA, CNS – 911)
Tipo: Necrópole
Descrição: Necrópole localizada sob a Igreja Matriz de Sendim. Foram identificadas 12
sepulturas escavadas na rocha, 9 destas com uma configuração antropomórfica, não
sendo possível classificar as restantes dado que se encontram bastante deterioradas. A
edificação deste cemitério, ainda que de uma forma relativa, pode-se situar entre os
séc. IX e XI. A sepultura 1 encontra-se em frente à fachada principal da igreja e está
ainda parcialmente coberta com uma tampa. De configuração antropomórfica apresenta
cabeceira de arco de volta perfeita. A orientação do seu eixo principal (cabeça/pés) é de
80º N. O comprimento da cabeceira é de 0,23 m. A sepultura 2, que ladeia a sepultura 1
é de configuração antropomórfica, apresentando uma cabeceira de arco ultrapassado. A
orientação é de 90º N e as suas medidas são: 0,59 m de largura máxima, 0,49 m de
largura ao nível dos ombros; o comprimento da cabeceira é de 0,28 m e a largura na
zona da cabeceira é de 0,25 m. A sepultura 3 encontra-se no adro da igreja e não se
pode precisar a sua configuração. Tem orientação 95º N e 0,52 m de largura máxima e
1,60 m de comprimento máximo conservado. A sepultura 4, localizada no adro da igreja,
é antropomórfica de cabeceira de arco ultrapassado, assimétrica e de contorno
trapezoidal. A sua orientação é de 80º N medindo 1,82 m de comprimento máximo, 0,50
m de largura máximo, 0,24 m de comprimento da cabeceira e 1,54 m de comprimento
do leito. A sepultura 5 localiza-se no lado exterior do adro da igreja, junto ao muro Sul.
Sepultura antropomórfica de cabeceira de arco perfeito, assimétrica, com a cabeceira
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 137
Caracterização e Diagnóstico
ao mesmo plano do leito, de configuração trapezoidal. A sua orientação é de 110º N.
Tem 2 m de comprimento máximo e 0,50 m de largura; o comprimento da cabeceira é
de 0,30 m por 0,28 m de largura e 0,30 m de profundidade. Aos ombros verifica-se uma
largura de 0,50 m e aos pés de 0,41 m. O leito, com um comprimento total de 1,70 m,
possui uma profundidade de 0,36 m. Apresenta um rebordo na parte inferior e está a
5.20 m a Oeste da sepultura 6. Sepultura 6: faz parte de um conjunto de mais cinco
sepulturas. De forma antropomórfica e configuração trapezoidal tem cabeceira de arco
perfeito, assimétrica. O leito apresenta um ligeiro desnível em relação à cabeceira.
Orientação: 105º N. Mede 1,65 m de comprimento máximo e 0,52 m de largura; o
comprimento da cabeceira é de 0,19 m e de profundidade 0,30 m. A largura dos ombros
é de 0,52 m e a dos pés é de 0,30 m. A sepultura 7 encontra-se num avançado estado
de deteriorização. A única área que restou desta sepultura são os pés com 0,44 m de
largura e 0,35 m de profundidade. A orientação do eixo principal é de 70º N. A sepultura
8, também muito destruída, encontrava-se "encaixada" no meio de duas outras
sepulturas rentabilizando o espaço. A área dos pés foi a única parte da sepultura que
restou, tendo 0,34 m de largura por 0,14 m de profundidade. A orientação é de 120º.
Sepultura 9: ligeiramente destruída na área das pernas e pés. Antropomórfica de
configuração trapezoidal, apresenta a cabeceira com arco de volta perfeita, simétrica e
com o leito no mesmo plano da cabeceira. A orientação é de 90º N e mede 1,88 m de
comprimento máximo por 0,58 m de largura. A largura dos ombros é de 0,58 m e a
profundidade é de 0,41m. O comprimento do leito é de 1,62 m, apresentando a
profundidade máxima de 0,40 m. A cabeceira tem 0,23 m de comprimento, 0,28 m de
largura e 0,35 m de profundidade máxima. Apresenta um rebordo de ambos os lados e
nos pés. Está a 0,33 m Norte da sepultura 10. Sepultura 10: antropomórfica, de
configuração trapezoidal e cabeceira de arco de volta perfeita é assimétrica e o leito
está no mesmo plano da cabeceira. A orientação é de 100º N e mede 1,83 m de
comprimento máximo por 0,60 m de largura. A largura nos ombros é de 0,60 m e a
profundidade de 0,40 m. O comprimento total do leito é de 1,60 m com uma
profundidade de 0,41 m.
52 - Troço de via romana de Vale de Vila/Sendim (Santo Ovídio), Sendim
(IPA, CNS – 19935)
Tipo: Via
Descrição: A via foi construída com lajes graníticas de grandes dimensões,
aproveitando em alguns troços o afloramento rochoso, tendo uma largura média de 3,5
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 138
Caracterização e Diagnóstico
m. Este pequeno troço, com pouco mais de 250 m, deve ter pertencido à antiga via
romana que seguia de Paredes de Beira atravessando o rio Távora junto a Riodades.
Passava posteriormente por Sendim, servindo o vicus que aí existia, seguindo depois
pela serra passando por Arcos, Longa, Granja de Tedo, onde atravessava o rio Tedo,
seguindo para Goujoim (Armamar) onde foi encontrado um Terminus Augustales.
53 - Povoado do Cabeço de São João, Sendim / Cabeço de S. João (IPA,
CNS – 19929)
Tipo: Povoado
Descrição: Cabeço granítico onde proliferam abrigos sob rocha. Os vestígios cerâmicos
estendem-se por todo o cabeço intensificando-se na plataforma superior. Este sítio não
dispõe de qualquer tipo de estrutura defensiva, assumindo-se como um povoado aberto
o que pode indiciar uma maior antiguidade da ocupação deste povoado (Calcolítico?).
54 - Templete romano - Altar de São João, Sendim (IPA, CNS – 19931)
Tipo: Indeterminado
Descrição: Na encosta do Monte do Cabeço de São João, mesmo sobre o limite
superior da estação romana de Fontelo, encontram-se alguns degraus escavados num
afloramento granítico podendo ter servido de acesso a um pequeno templete rural
romano. A cela foi provavelmente construída em materiais perecíveis, hoje
desaparecidos. Esta estrutura é constituída por um patamar superior, de configuração
rectangular e cantos arredondados, com o comprimento máximo de 3,72 m e uma
largura de 2,50 m. No canto superior esquerdo parece ter sido construído numa
saliência do afloramento uma espécie de almofada, tal como nas pedras almofadadas
romanas. Entre os dois degraus, e no canto do lado Este, foi trabalhado um degrau
intermédio que parece ser o acesso principal à plataforma superior. No lado Oeste, no
canto da plataforma superior, foi escavado um encaixe onde provavelmente assentaria
um poste de madeira. Este local estaria relacionado com a estação romana de Fontelo
(CNS: 19837)
55 - Lagar romano/medieval da Quinta de São Martinho, Sendim / Quinta de
São Martinho (IPA, CNS – 19937)
Tipo: Lagar
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 139
Caracterização e Diagnóstico
Descrição: Este lagar foi escavado num inclinado afloramento granítico. Encontra-se
destruído em mais de 50% da sua totalidade. O lagar apresentava uma forma
rectangular, com 2,15 m no lado conservado. Apresenta um encaixe lateral rectangular
para apoio de prensa, com 0,47 m de comprimento, 0,20 m de largura e 0,20 m de
profundidade. No nível inferior, junto ao lado esquerdo, encontra-se um canal de
escoamento presumivelmente comunicando com um outro tanque, hoje desaparecido
ou totalmente enterrado. Em redor, aproveitando outros afloramentos graníticos,
aparecem dispersos quatro outros encaixes rectangulares escavados na rocha,
ignorando-se a sua funcionalidade ou significado.
56 - Lagar romano/medieval do Fontelo, Sendim / Lagar do Fontelo (IPA,
CNS – 19936)
Tipo: Lagar
Descrição: O Lagar do Fontelo é o maior de todos os lagares escavados na rocha
identificados no concelho. Encontra-se edificado num inclinado afloramento situado
junto ao caminho que leva ao Vale de Vila. É composto por dois tanques desnivelados e
ligados por um canal. A profundidade máxima do tanque superior é de 0,43 m, mede
2,46 m de comprimento e 2,28 m de largura. A uma cota inferior um segundo tanque
deveria servir de reservatório. Trata-se de uma tanque com aproximadamente 1,40 m
de comprimento, 1,35 de largura e 0,88 m de profundidade. Do seu lado direito
desenvolvia-se uma área de acesso à parte superior do lagar, onde se observam três
degraus escavados no afloramento. Este lagar encontra-se praticamente no interior da
área da estação romana mais importante detectada no concelho - o Fontelo. Não existe,
no entanto, nenhum índice concreto que comprove a sua associação.
57 - Lagar romano/medieval de Vale da Vila, Sendim / Vale de Vila (IPA, CNS
– 19938)
Tipo: Lagar
Descrição: O lagar está situado no topo de um grande afloramento granítico, que se
impõe no Vale de Vila, orientado segundo o eixo Este-Oeste. É constituído por um único
tanque de configuração rectangular, com 1,98 m de comprimento por 1,78 m de largura,
tendo uma profundidade máxima de 0,42 m. De ambos os lados, colocados de forma
simétrica, estão dois encaixes - 0,56 m de comprimento, 0,24 m de largura e 0,20 m de
profundidade - cuja funcionalidade se prendia, certamente, com o sistema de
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 140
Caracterização e Diagnóstico
prensagem. Apresenta canal de escoamento, não sendo de descurar a possibilidade de
comunicar com outro tanque, hoje enterrado. Neste mesmo afloramento encontra-se
uma necrópole medieval escavada na rocha.
58 - Necrópole medieval de Vale de Vila, Sendim / Vale de Vila (IPA, CNS –
19945)
Tipo: Necrópole
Descrição: Trata-se de uma necrópole situada num cabeço isolado no Vale de Vila e
constituída por 8 sepulturas não-antropomórficas de configuração rectangular ou subrectangular. São, provavelmente atribuíveis aos sècs VI e VII. Existem dois conjuntos:
um de 6 sepulturas e um outro de duas sepulturas, este último mais a Este e a uma cota
inferior. Sepultura 1: sub-rectangular com 2,20 m de comprimento e 0,57 m de largura.
O comprimento do leito é de 1,85 m e a profundidade de 0,35 m. A sepultura apresenta
um orifício na parte inferior e está orientada a 193º N. Localiza-se a 5 m a Sul da
sepultura 2. Sepultura 2: sub-rectangular com 2,18 m de comprimento e 0,60 de largura;
o comprimento do leito é de 1,70 m e a profundidade máxima de 0,36 m. Possui um
rebordo na parte superior da cabeceira e junto aos pés um pequeno canal. A sua
orientação e de 145º N. Sepultura 3: em associação com a sepultura 2, apresenta uma
forma sub-rectangular, com um comprimento máximo de 2.00 m e uma largura de 0,99
m; o comprimento do leito é de 1,75 m e tem uma profundidade máxima de 0,35 m. Tem
um rebordo que vem desde a cabeceira até metade da sepultura. A orientação é de
141º N. Sepultura 4: encontra-se escavada no bloco granítico da sepultura 5 e
interligada a esta por um canal junto à cabeceira, com cerca de 0,10 m de largura e
0,05m de profundidade. O comprimento máximo é de 1,85 m e a largura de 0,62 m; o
comprimento do leito é de 1,84 m e tem uma profundidade de 0,32 m. A orientação é de
60º N. Sepultura 5: colocada paralelamente à sepultura 4, tem 2,35 m de comprimento
por 0,85 m de largura; o comprimento do leito é de 1,90 m e uma profundidade 0,30 m.
Tem um rebordo lateral do lado esquerdo e na cabeceira. A sua orientação é de 58º N.
Sepultura 6: encontra-se no mesmo bloco granítico das sepulturas 4 e 5, de
configuração sub-rectangular mede 2,10 m de comprimento e 0,87 de largura; o
comprimento do leito é de 1,85 m, tendo uma profundidade média de 0,36 m. Tem um
rebordo em torno de toda a sepultura. Encontra-se orientada a 55º N. Sepultura 7:
associada à sepultura 8, está fora do contexto das anteriores. Apresenta uma
configuração rectangular e mede 2,35 m de comprimento por 0,60 m; o comprimento do
leito é de 1,83 m, tendo uma profundidade média de 0,28 m. Tem um rebordo em torno
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 141
Caracterização e Diagnóstico
de toda a sepultura e um orifício junto aos pés para escoamento de líquidos. A sepultura
encontra-se orientada a 54º N. Sepultura 8: actualmente serve de tanque de rega tendo
2,20 m de comprimento por 0,72 m de largura máxima; o leito tem um comprimento de
2.00 m e uma profundidade média de 0,37 m. Encontra-se orientada a 60º N.
59 - Povoado Calcolítico do Monte Verde, Sendim / Monte Verde (IPA, CNS
– 19921)
Tipo: Povoado
Descrição: O Monte Verde é uma formação geológica intensamente explorada nos anos
30 e 40 do século XX na extracção de volfrâmio. O único vestígio material exumado é
um elemento dormente de moinho manual, de dimensões consideráveis, que indicia a
existência de um povoado neste sítio. No sopé do Monte verde, junto à E.N. 323, existe
uma sepultura escavada na rocha.
60 - Povoado da Quinta dos Pinheiros, Sendim (IPA, CNS – 19928)
Tipo: Povoado
Descrição: O povoado localiza-se numa plataforma com cerca de 1,5 ha, encaixada
entre dois picos graníticos, sobre a margem esquerda do rio Távora. A encosta de
pendor acentuado, apresenta-se escarpada. O acesso mais fácil era feito pelo lado
Oeste. O povoado não possui visível qualquer tipo de estrutura defensiva ou
demarcatória.
61 - Casal romano da Senhora do Bom Despacho, Sendim / Senhora do
Bom Despacho, (IPA, CNS – 19934)
Tipo: Casal Rústico
Descrição: A estação localiza-se numa encosta soalheira de pendor suave, sobranceira
ao rio Távora. Segundo o proprietário do terreno, encontravam-se com regularidade
telhas grosseiras que pareciam tegulae. Não sendo possível calcular a área de
dispersão dos materiais, porque o terreno actualmente encontra-se coberto por densa
vegetação, estaríamos na presença de um pequeno casal agrícola, provavelmente
subsidiário do vicus de Sendim.
62 - Vicus romano do Fontelo, Sendim / Fontelo (IPA, CNS – 19837)
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 142
Caracterização e Diagnóstico
Tipo: Vicus
Descrição: Extensa estação romana cujos vestígios se encontram dispersos por uma
área com cerca de 8 ha. Nas propriedades envolventes foram detectadas algumas mós,
com especial destaque para as da Quinta de S. Martinho ou as da Quelha da Ataforra. A
estação ocupa propriedades de várias pessoas que durante os trabalhos agrícolas
facilmente detectam vestígios dessa ocupação, quer pelas telhas, pelas cerâmicas e por
algumas moedas que encontram. Relacionados com esta estação podem estar dois
lagares escavados na rocha, um na Quinta de S. Martinho, outro junto do caminho na
parte SE da estação. Existe a possibilidade de aqui ter existido um nó viário por onde
passavam três vias: uma em direcção a Tabuaço por Granjinha-Távora, outra em
direcção a Armamar por Arcos-Longa e outra em direcção a Moimenta da Beira por
Baldos. Pelas suas proporções consideráveis, esta estação pode corresponder a um
vicus.
63 - Sepultura da Quinta de São Martinho, Sendim / Quinta de São Martinho
(IPA, CNS – 19946)
Tipo: Sepultura
Descrição: A sepultura aparece isolada, escavada sobre o afloramento, num terreno
agrícola, servindo actualmente de socalco. De configuração sub-rectangular mede 1,45
m de comprimento total e 0,57 m de largura na cabeça e 0,50 m aos pés. A
profundidade é de 0,46 m.
64 - Villa romana de Pala, Sendim / Pala (IPA, CNS – 19932)
Tipo: Villa
Descrição: Estação arqueológica situada a meia encosta que tem um área aproximada
de 1 ha. Quando se procedeu à surriba do local para o plantio de vinha foram destruídas
massivamente estruturas pelas máquinas, aparecendo à superfície inúmeros artefactos
fragmentados. Na base da parede pétrea que sustém um dos socalcos da vinha,
observa-se a face externa da esquina de um muro indiciando a presença de um espaço
presumivelmente de origem romana. Segundo o Sr. José Henrique Faria Soeiro de
Carvalho, proprietário do terreno, foram encontrados vários recipientes cerâmicos,
moedas e mós que se encontram na posse de Dona Maria do Carmo e no Museu de
Lamego.
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Caracterização e Diagnóstico
65 - Casal romano de Estercada Velha, Sendim / Estercada Velha (IPA, CNS
– 19933)
Tipo: Casal Rústico
Descrição: Estação localizada a meia encosta com cerca de 0,5 ha de área onde
aparece muita cerâmica de construção. Na área surgem com muita frequência pedras
que terão pertencido a antigas estruturas habitacionais. Corresponderá a uma
exploração rural de reduzidas dimensões.
66 - Necrópole medieval de Baganhos, Sendim / Baganhos (IPA, CNS –
19943)
Tipo: Necrópole
Descrição: O cemitério medieval de Baganhos é constituído por cinco sepulturas
escavadas na rocha, nenhuma das quais apresenta forma antropomórfica. Inserem-se
cronologicamente entre os sècs. VI e VII. Formam dois grupos distintos; o primeiro
constituído por três sepulturas e o segundo, localizado cerca de 90 m a Oeste, com
mais duas sepulturas. A sepultura 1 é rectangular com orifício de escoamento num
rebordo lateral da parte inferior. Mede 2,10 m de comprimento máximo, 1,78 m de
comprimento do leito, 0,91 m de largura máxima, 0,61 m de largura máxima do leito e a
profundidade varia entre os 0,44 m junto à cabeceira e os 0,27 m junto aos pés. A
orientação, segundo o eixo cabeça/pés é de 90º N. A sepultura 2 encontra-se a cerca de
2 m a Oeste da sepultura 1 e é de configuração rectangular. Mede 1,72 m de
comprimento máximo do leito, a largura varia entre os 0,50 m junto à cabeceira e os
0,62 m ao meio e a profundidade varia entre os 0,47 m à cabeceira e os 0,40 m junto
aos pés. A orientação segundo o eixo da cabeça/pés é de 90ª N. A sepultura 3 está a
0,90 m a Oeste da sepultura 2. De configuração rectangular, apresenta a especificidade
de não ter sido acabada. Tem um comprimento máximo do leito de 1,67 m, uma largura
que varia entre os 0,60 m, junto da cabeceira, e os 0,54 m dos pés e uma profundidade
que varia entre os 0,25 m, junto da cabeceira, e os 0,14 m aos pés. A orientação
segundo o eixo cabeça/pés é de 90º N. A sepultura 4 encontra-se directamente
associada à sepultura 5, é de configuração sub-rectangular e tem as seguintes medidas:
1,74 m de comprimento máximo do leito, largura que varia entre os 0,44 m junto da
cabeceira e os 0,56 m junto dos pés, profundidade que varia entre os 0,41 m à
cabeceira e os 0,25 m junto aos pés. A orientação, segundo o eixo cabeça/pés é de
110º N. A sepultura 5 é ovalada e apresenta um sulco lateral de escoamento. As suas
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 144
Caracterização e Diagnóstico
dimensões são: 1,73 m de comprimento máximo do leito, 0,30 m de largura à cabeceira,
0,53 ao meio e 0,32 aos pés, a profundidade varia entre os 0,32 m na cabeceira e os
0,37 m ao meio. A orientação segundo o eixo cabeça/pés é de 178º N.
67 - Lagar romano/medieval dos Arames, Sendim / Lagar dos Arames (IPA,
CNS – 19939)
Tipo: Lagar
Descrição: O lagar, muito semelhante a outros inventariados na freguesia de Sendim,
encontra-se entulhado com pedras e terra. É constituído por dois tanques, escavados
no mesmo afloramento e estrategicamente colocados a cotas diferentes. O primeiro
tanque mede 2,33 m de comprimento, 2,50 de largura e 0,45 m de profundidade. A meio
da parede que o liga ao tanque inferior, desenvolve-se uma bica, por onde escorria o
líquido. Na parte superior observa-se um pequeno canal cuja funcionalidade se
desconhece. O segundo tanque, de proporções inferiores, mede 1,30 m de
comprimento e 1,41 m de largura sendo impossível verificar a sua profundidade por
encontrar-se entulhado.
68 - Villa romana de Vale da Igreja, Sendim / Vale da Igreja (IPA, CNS –
19911)
Tipo: Villa
Descrição: Estação de época romana, situada no topo de uma colina, que se
desenvolve no sentido Norte - Sul aproveitando a vertente soalheira. A área de
dispersão dos vestígios é de 350 m de comprimento por 150 m de largura.
69 – Castro de Barcos
Povoado, Sabrosa, freguesia de Barcos
70 – Via
Barcos, freguesia de Barcos
71 – Alto da Escrita
Arte Rupestre, freguesia de Vale de Figueira
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 145
Caracterização e Diagnóstico
72 – Fradinho
Arte Rupestre, freguesia de Tabuaço
73 – Troço de Via (Souto)
Via, freguesia de Chavães
74 – Alto da Poupa
Arte Rupestre, freguesia de Chavães
75 – Alto da Poupa
Menir, freguesia de Chavães
76 – Granja do Tedo
Ponte, freguesia de Granja do Tedo
77 – Pedra do Cavalo
Estrutura, freguesia de Paradela
78 – Alto do Covo
Mancha de Ocupação, freguesia de Paradela
79 – Calvário
Arte de Rupestre, freguesia de Sendim
80 – Calvário
Mamoa, freguesia de Sendim
PATRIMÓNIO ARQUITECTÓNICO CLASSIFICADO
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 146
Caracterização e Diagnóstico
PATRIMÓNIO MUNDIAL6
1 . Galeira, Adorigo
2. Ponte antiga do Espinho, Adorigo
3. Quinta do Bedeguedo, Adorigo
4. Quinta da Eufémia, Adorigo
5. Quinta de Santo António, Adorigo
6. Quinta de São Luís, Adorigo
7. Quinta do Vale Longo/Quinta do Valongo, Adorigo
8. Quinta do Vediêlo, Adorigo
9. Povoação de Santo Aleixo, Barcos
10. Quinta do Serro, Barcos
11. Povoação de Balsa, Desejosa
12. Capela de Santa Bárbara, Desejosa
13. Ponte da Mua, Tabuaço
14. Quinta do Paraíso, Tabuaço
15. Quinta da Várzea, Tabuaço
16. Povoação de Valença do Douro, Valença do Douro
17. Quinta da Bela Vista, Valença do Douro
6
Listagem de Edifícios incluídos no Alto Douro Vinhateiro, 2001. Informação cosntante no processo de Consulta
pública, elaborado por Gustavo Almeida, 2003.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 147
Caracterização e Diagnóstico
18. Quinta do Bom Retiro, Valença do Douro
Acesso
7
E.N. 222
Protecção
Incluído no Alto Douro Vinhateiro - Região Demarcada do Douro
Enquadramento
Rural. Integrada na Região Demarcada do Douro, na sub-região do Cima Corgo,
dominada por extensas e contínuas áreas de vinha, com quintas de dimensões médias
a grandes, por motivos históricos e pelas suas características edafo-climáticas, com
solos acidentados, de xisto, e clima seco. Implanta-se a meia-encosta do vale do rio
Torto, junto à Quinta do Bom Retiro Pequeno ou Quinta dos Serôdios (v. 1819170069),
sendo atravessada pelo caminho público que desce de Valença do Douro para o lugar
de Casais do Douro, que dividiu algumas estruturas da Quinta, separadas por muros
com portões de ferro. O acesso à quinta faz-se pelo referido caminho ou por outro,
também público, murado e empedrado, que parte do Sarzedinho. O núcleo construído
situa-se em cabeço de monte sobranceiro ao vale do Torto.
Descrição
Quinta implantada em monte com declives bastante acentuados e solos cascalhentos
de xisto. A sua área e alguns caminhos possuem bordaduras de oliveira e de árvores de
fruto, que compartimentam a paisagem. A vinha, de baixo porte, plantada em fiadas de
tamanho e número variável, conduzida por arames sustentados por poios (esteios) de
xisto, cria uma paisagem fortemente geometrizada pelas parcelas com diferentes
orientações e pelos caminhos de ligação. Está em grande parte mecanizada, com
patamares, sustentados por taludes de terra, em terraços estreitos, com uma a duas
fiadas de bardos por patamar, e vinha ao alto, plantada segundo as linhas de maior
declive. Restam três zonas de vinha em socalcos: duas de muros pré-filoxéricos
(anteriores à segunda metade do século 19), uma na parte mais alta da quinta, junto da
entrada de Valença, e outra junto ao rio, caracterizadas por muros baixos e estreitos,
pouco espaçados, com terraços em plano horizontal, que albergam uma a duas fiadas
de vinha; e uma de muros pós-filoxéricos (construídos a partir de finais do século 19),
situada na encosta junto aos cardenhos, caracterizada por muros largos e altos, cujas
paredes criaram um novo traçado da encosta. Nas zonas limítrofes, a vinha é bordejada
7
www.monumentos.pt
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 148
Caracterização e Diagnóstico
por pequenos OLIVAIS em socalcos e por zonas de MATO de flora arbustiva. A S. do
núcleo construído encontramos uma área de vegetação mais densa, predominando os
medronheiros, circundada por ciprestes. Estas árvores demarcam toda a zona SO.,
onde se estendem os diversos matos da quinta. Mais próximo do núcleo construído
temos as zonas de POMAR, HORTA e JARDIM. Este último, em frente da fachada
principal da casa do proprietário, envolvendo-a com tílias, olaias e árvores de fruto anãs.
O jardim, de tipo francês, desenvolve-se num patamar rectangular abaixo da casa,
centrado pela piscina, de planta cuidada, que serve de ponto de partida para o desenho
em buxo de canteiros e caminhos, onde pontuam bancos, árvores de fruto, plantas
aromáticas, roseiras, etc. Como continuação do jardim, pelo lado S., espraia-se num
socalco uma avenida de palmeiras de pequeno porte. A N. uma praceta com lago
rodeado de canteiros, onde desemboca a estrada calcetado de Casais do Douro, ao
longo da qual se estendem a horta, o laranjal e o pombal, de planta circular e telhado
cónico. O NÚCLEO CONSTRUÍDO divide-se em duas áreas pelo caminho público: a
primeira, encostada à Quinta dos Serôdios, é composta pela casa do proprietário, casa
do caseiro, escritórios e oficina vinária; a segunda, ligeiramente afastada, junto ao
caminho para Valença, engloba os cardenhos, cozinha e refeitório para trabalhadores e
construções adjectivas de apoio à actividade agrícola. Ambos os conjuntos têm edifícios
adaptados ao desnível do terreno, com coberturas diferenciadas em telhados de 2, 3 e 4
águas, apresentando caiação que as destacam da paisagem, articulados por caminhos
em terra, pátios e escadas. A CASA DO PROPRIETÁRIO, de planta rectangular,
composta por três corpos justapostos, adaptados ao declive, apresenta pisos
desnivelados, coberturas diferenciadas e fenestração regular na fachada principal, com
janelas de batentes, algumas protegidas por gradeamento em peito de rola no primeiro
piso ou venezianas no segundo. Do conjunto salientam-se o alpendre com tecto em
masseira, sustentada por pilares de xisto, nas traseiras do primeiro corpo, e a varanda
alpendrada da fachada principal, servida por escada de três lanços com corrimão
rematado por voluta saliente e cobertura em masseira, sustentada por oito colunas
toscanas. As molduras dos vãos, os embasamentos e pilastras são em cimento
mimetizando xisto. Do interior, de planta funcional que incorpora espaços de produção
como a ADEGA e a FRASQUEIRA, destaca-se o tecto da cozinha, em madeira, com
sistema de iluminação indirecta. No pátio de cima (fachada NO. da casa), distribuem-se
os edifícios de apoio à produção vinícola: os escritórios e o centro de vinificação. Os
ESCRITÓRIOS, bem como um lagar de construção recente, foram colocados dentro
dos velhos alpendres de arrumos que ladeavam o pátio. No topo direito do pátio,
encostado à casa de habitação, ergue-se o CENTRO DE VINIFICAÇÃO, de planta
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 149
Caracterização e Diagnóstico
rectangular, fachada marcada por largo portão e três janelões e albergando no interior
as cubas de cimento e aço inoxidável. À esquerda deste conjunto segue-se outro pátio,
fechado por portão de ferro, onde se ergue edifício de planta rectangular, orientada a
SE./NO, com vãos ritmados, alternando portas com janelos rasgados ao nível das
vergas das portas, e cobertura de 4 águas, com três mansardas. O interior é ocupado
pela CASA DO FEITOR e respectivo ESCRITÓRIO e pelos LABORATÓRIOS. Já fora
deste espaço, um pequeno pátio acolhe edifício de planta quadrangular adaptada ao
desnível do terreno, de dois pisos. Alinhado com a casa do proprietário apresenta,
adossada à fachada N., escada de um lanço de acesso ao segundo piso. No primeiro
piso, que se prolonga através de alpendre, funciona a OFICINA DO MECÂNICO e o
superior foi arranjado para albergar convidados. Tem cobertura de 2 águas. No segundo
núcleo de construções erguem-se os antigos CARDENHOS dos homens, de planta
rectangular, orientada a NO./SE., com fachada principal ritmada por pequenas janelas
horizontais alternadas com uma porta, esquema repetido três vezes, corresponde a três
espaços interiores amplos. Cobertura de 2 águas. Paralelo aos cardenhos, em patamar
inferior, ornado por tílias, erguem-se a COZINHA de fora, com amplo saial de chaminé,
o REFEITÓRIO dos trabalhadores e dependências de lavoura (currais e galinheiros).
Mais abaixo estão dois TELHEIROS que servem de apoio aos trabalhos agrícolas.
Utilização Inicial
Agrícola e Industrial: quinta de produção vitivinícola / Residencial: casa
Utilização Actual
Agrícola e Industrial: quinta de produção vitivinícola / Residencial: ocupação ocasional
Propriedade
Privada: pessoa colectiva
Época de Construção
Séc. 18 / 20
Arquitecto / Construtor / Autor
Jacinto de Matos ( projecto dos jardins ), Arq. Arnaldo Barbosa ( remodelação da casa
de habitação e centro de vinificação ); azulejos da Fábrica do Carvalhinho.
Cronologia
1760, década - João Henrique de Magalhães adquire várias propriedades na zona do
Bom Retiro; 1790 - os vinhos tintos da quinta são incluídos na demarcação subsidiária
de vinho de embarque; séc. 19 - as estruturas construídas entram em progressiva ruína;
1919 - aquisição da quinta pela firma Adriano Ramos-Pinto; 1920 / 1930, década R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 150
Caracterização e Diagnóstico
profunda remodelação da casa de habitação e demais construções; 1922 - início da
plantação dos jardins, com projecto de selecção de plantas e desenho da Casa
Hortícola de Jacinto de Matos, Porto; 1926 - construção da ponte e da estrada de
acesso à quinta por E., sob direcção do Eng. Hans Wald; 1927 / 1928 - construção da
piscina; 1931 / 1932 - importação de árvores de fruto anãs dos EUA; 1994 remodelação do interior da casa do proprietário e adaptação da casa dos lagares às
novas formas de vinificação.
Tipologia
Paisagem cultural agrícola, de encosta. Quinta de produção vitivinícola implantada em
solos de xisto de declives acentuados, numa região de clima seco, apresentando
diversos tipos de armação do terreno vitícola correspondentes a diferentes épocas:
vinha pré e pós-filoxérica, em patamares e ao alto, possuindo ainda zonas de jardim,
pomar, horta, mata e olival. Núcleo construído localizado em local estratégico,
dominando a propriedade e o vale do rio Torto, junto a um lugar, com edifícios de
arquitectura rural vernacular articuladas por pátios e escadas.
Características Particulares
Quinta com paisagem compartimentada, devido à sua área e alguns caminhos terem
bordaduras de oliveiras e árvores de fruto, e fortemente geometrizada e carácter cénico,
pela articulação das diferentes parcelas com diferentes técnicas de armação do terreno
e diferentes orientações. A maior parte da vinha está mecanizada, surgindo em
patamares, sustentados por taludes de terra, em terraços estreitos, e ao alto, plantada
segundo as linhas de maior declive, mas conserva duas zonas com socalcos préfiloxéricos, de grande valor histórico e paisagístico, com muros baixos e estreitos, pouco
espaçados, e terraços em plano horizontal, albergando uma a duas fiadas de vinha, e
uma de socalcos pós-filoxéricos, com muros largos e altos, cujas paredes criaram um
novo traçado da encosta. Possui ainda: zonas de mato de flora arbustiva que, nos locais
mais densos é constituída por medronheiros, circundada por ciprestes, e sem sinais de
ter sido utilizada como espaço de recriação; pomar; horta; jardim, de tipo francês,
desenvolvido num patamar rectangular frente à casa do proprietário; a sua importância
advém do facto de ter tido um projecto pré-definido, acompanhado pelo horticultor
Jacinto de Matos, e de ter grande variedade de espécies, tradicionais e exóticas,
algumas importadas dos USA, integrando ao centro piscina, construída em época
recuada e com topos semicirculares e enriquecidos com repuxos. No fim do jardim,
desenvolve-se álea de palmeiras, formando uma alameda de passeio, inserida na
paisagem das vinhas. O núcleo construído localiza-se em local dominante da
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 151
Caracterização e Diagnóstico
propriedade e do vale do Torto e a caminho público, que o divide, com edifícios
reconstruídos nos inícios do séc. 20 imitando as linguagens vernaculares e com
coberturas caiadas de forma rítmica. As estruturas de produção integram-se na casa de
habitação, que possui ainda armários embutidos na parede do corredor.
Dados Técnicos
Paisagem: terraceamento da área agrícola através de muros de xistos e taludes de
terra. Núcleo construído: Paredes autoportantes.
Materiais
Paisagem - inertes: xisto aparelhado e taludes de terra; vivos: vinha; árvores de fruto,
oliveiras, ciprestes, etc., vegetação arbóreo-arbustiva ( urze, esteva, etc. ). Núcleo
construído: betão armado e cimento, alvenaria de xisto; rebocos interiores e exteriores
de cimento; cobertura de telha portuguesa e marselha de barro, sobre armação de
asnas de madeira; caixilharias de madeira pintada; embasamentos exteriores pintados a
negro; gradeamentos de ferro; tectos em estuque e pavimentos de madeira.
Bibliografia
MONTEIRO, Manuel, O Douro, Porto, 1911; LIDELL, Alex, PRICE, Janet, As Quintas do
Vinho do Porto, Lisboa, 1995; CARVALHO, Manuel, Guia do Douro e do Vinho do Porto,
Porto, 1995; BIANCHI DE AGUIAR, Fernando ( Dir. ), Candidatura do Alto Douro
Vinhateiro a Património Mundial, Porto, 2000; FAUVRELLE, Natália, Quintas do Douro:
As arquitecturas do vinho do Porto, Porto, 2001.
Documentação Gráfica
AHARP; CD: Arquivo Cadastral; CEVRD: Arquivo Cadastral
Documentação Fotográfica
AHARP; IVP: Arquivo fotográfico
Documentação Administrativa
AHARP; IVP: Arquivo Cadastral; CMT: Arquivo do Registo Predial
Intervenção Realizada
Proprietário: 1990, década - obras de adaptação da casa e das estruturas de
vinificação.
Autor e Data
Natália Fauvrelle 2001
19. Quinta do Bom Retiro Pequeno/Quinta dos Serôdios, Valença do Douro
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 152
Caracterização e Diagnóstico
Acesso
8
EN 222, fl. 128
Protecção
Incluído no Alto Douro Vinhateiro - Região Demarcada do Douro
Enquadramento
Rural. Integrada na Região Demarcada do Douro, na sub-região do Cima Corgo,
dominada por extensas e contínuas áreas de vinha, com quintas de dimensões médias
a grandes, por motivos históricos e pelas suas características edafo-climáticas, com
solos acidentados, de xisto, e clima seco. Implanta-se a meia-encosta do vale do rio
Torto, junto à Quinta da Corte (v. 1819170065) e à Quinta do Bom Retiro (v.
1819170066), fechado por portão ao caminho público que desce de Valença do Douro
para o lugar de Casais do Douro, pelo qual se acede à quinta. Outro acesso faz-se por
caminho público murado e empedrado desde a EN. 222 (marginal ao rio Douro),
atravessando as Quintas do Seixo (v. 1819170068) e da Corte. O núcleo construído
situa-se em cabeço de monte sobranceiro ao vale do Torto.
Descrição
Quinta implantada em monte com declives bastante acentuados e solos cascalhentos
de xisto. A sua área e alguns caminhos possuem BORDADURAS de oliveira e de
árvores de fruto, que compartimentam a paisagem. A VINHA, de baixo porte, plantada
em fiadas de tamanho e número variável, conduzida por arames sustentados por poios
(esteios) de xisto, é maioritariamente armada em socalcos pré-filoxéricos (anteriores à
segunda metade do século 19) com pilheiros (aberturas no pano de muro que permitiam
a plantação de vinha, deixando o socalco livre para outras culturas), havendo uma área
de patamares com taludes de terra (vinhas em terraços estreitos, com uma a duas
fiadas de bardos por patamar) a O. da casa. O terreiro fechado da fachada E. está
AJARDINADO com canteiros de flores e árvores de fruto. Aqui foi colocado um lagar de
azeite desactivado com pio de quatro galgas e prensa de vara. A O. do núcleo
construído, aproveitando uma linha de água tanques de rega, implantam-se um
LARANJAL murado, de planta rectangular, e HORTAS em socalcos. Na vertente voltada
ao Torto, outro laranjal, em socalcos, e um AMENDOAL que se encaixa numa prega do
relevo, descendo até ao rio por uma escada de xisto de forte pendor. Na mesma área
um MORTÓRIO recolonizado por olival. O NÚCLEO CONSTRUÍDO é composto por
diversos edifícios adaptados ao desnível do terreno, com coberturas diferenciadas em
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R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 153
Caracterização e Diagnóstico
telhados de 2, 3 e 4 águas, articulados por pátios e caminhos. A CASA DO
PROPRIETÁRIO tem planta quadrangular, simples, adaptada ao declive, com vãos
distribuídos de forma ritmada, decorados por molduras de granito pouco salientes e com
embasamentos pintadas a negro. A fachada principal virada a S. é servida por porta
com padieira inscrita com a data de 1840 e pequeno lanço de escadas. Adossados à
fachada N., a CASA DO CASEIRO, OFICINA VINÁRIA e ESTRUTURAS DE APOIO À
ACTIVIDADE AGRÍCOLA, espaços unidos num só corpo, de planta rectangular,
adaptada ao declive do terreno, apresentando um piso para E. e dois para O., sendo
esta fachada acompanhada por uma latada. Na casa do caseiro, de interior simples,
sobressai a COZINHA, com saia de granito. A oficina vinária, com tecto em telha vã,
acolhe a ADEGA, com chão forrado com lajes de xisto de grande dimensão, onde se
conservam tonéis de madeira. Um varandim de madeira, com escada lateral, permite a
passagem à CASA DOS LAGARES, onde se conservam cinco lagares de granito
adossados à parede O. Nas traseiras deste edifício ( O. ) erguem-se os CARDENHOS e
CASA PARA ANIMAIS (galinheiros, coelheiras).
Utilização Inicial
Agrícola e Industrial: quinta de produção vitivinícola/Residencial: ocupação ocasional
Utilização Actual
Agrícola e Industrial: quinta de produção vitivinícola/Residencial: ocupação ocasional
Propriedade
Privada: pessoa singular
Época de Construção
Séc. 19 / 20
Arquitecto / Construtor / Autor
Mestre do Gando, lagar de azeite.
Cronologia
1760, década - João Henrique de Magalhães adquire várias propriedades na zona do
Bom Retiro; 1790 - os vinhos tintos da quinta são incluídos na demarcação subsidiária
de vinho de embarque; 1840 - construção da casa; séc. 19, segunda metade - as
estruturas construídas entram em progressiva ruína; séc. 20 - a Quinta do Bom Retiro
Pequeno é separa da Quinta do Bom Retiro devido a partilhas familiares; séc. 20, inícios
- a família Serôdio adquire a quinta à família Perfeito de Magalhães.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 154
Caracterização e Diagnóstico
Tipologia
Paisagem cultural agrícola, de encosta. Quinta de produção vitivinícola implantada em
solos de xisto de declives acentuados, numa região de clima seco, apresentando
diversos tipos de armação do terreno vitícola correspondentes a diferentes épocas:
vinha pré-filoxérica e em patamares, com zonas ajardinadas, pomar, horta, olival em
mortórios e amendoal. Núcleo construído localizado em local estratégico, dominando a
propriedade e o vale do rio Torto na área junto ao lugar de Casais do Douro, com
edifícios de arquitectura rural vernacular articuladas por pátios e escadas.
Características Particulares
Quinta delimitada por árvores de fruto, ligada a propriedades vizinhas e ao rio Torto por
caminhos com altos muros também bordejados a oliveira, conferindo elevado carácter
cénico à paisagem. A vinha é armada predominantemente em socalcos pré-filoxéricos
(a maior área de toda a Região Demarcada do Douro), com muros de excelente
qualidade, e conservando pilheiros. Possui um mortório recolonizado por olival, um
laranjal e amendoal nas veigas, acompanhado por escadaria, de grande valor cénico,
hortas em socalcos e pequeno jardim junto à casa do proprietário, com canteiros de
flores e árvores de fruto. Localização do núcleo construído em local estratégico, no local
mais elevado da quinta, dominando a propriedade, com casa do proprietário de linhas
muito singelas e vários edifícios de apoio à produção num só corpo. Lagar de azeite
com inscrição referindo o encomendador, o mestre de obras e a data. Os lagares de
vinho apresentam tampos de silharia cuidada e caleiras de granito para o escoamento
do vinho para a adega.
Dados Técnicos
Paisagem: terraceamento da área agrícola através de muros de xistos e taludes de
terra. Núcleo construído: paredes autoportantes.
Materiais
Paisagem - inertes: xisto aparelhado e taludes de terra; vivos: vinha; árvores de fruto,
oliveiras, amendoeiras. Núcleo construído: xisto aparelhado, contrafortado nas zonas de
maior tensão por blocos de granito; rebocos interiores e exteriores de cal e cimento;
coberturas em telha portuguesa de barro, sobre armação de asnas de madeira;
caixilharias de madeira pintada; embasamentos exteriores pintados a negro;
gradeamentos de ferro; tectos em madeira de camisa e saia e pavimentos de madeira.
Bibliografia
MONTEIRO, Manuel, O Douro, Porto, 1911; LIDELL, Alex, PRICE, Janet, As Quintas do
Vinho do Porto, Lisboa, 1995; CARVALHO, Manuel, Guia do Douro e do Vinho do Porto,
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 155
Caracterização e Diagnóstico
Porto, 1995; BIANCHI DE AGUIAR, Fernando (Dir.), Candidatura do Alto Douro
Vinhateiro a Património Mundial, Porto, 2000.
Documentação Gráfica
CD: Arquivo Cadastral; CEVRD: Arquivo Cadastral
Documentação Fotográfica
Documentação Administrativa
IVP: Arquivo Cadastral; CMT: Arquivo do Registo Predial
Intervenção Realizada
Proprietário: Séc. 20 - pequenas obras de conservação.
Autor e Data
Natália Fauvrelle e Manuel Graça 2001
20. Quinta da Corte, Valença do Douro
21. Quinta do Espinheiro, Valença do Douro
22. Quinta do Panascal, Valença do Douro
23. Quinta do Pego, Valença do Douro
24. Quinta da Portela, Valença do Douro
25. Quinta do Seixo, Valença do Douro
MONUMENTO NACIONAL
1. Igreja Matriz de Barcos
Categoria / Tipologia Igreja / Arquitectura Religiosa
Divisão Administrativa
Endereço / Local
Barcos / Viseu / Tabuaço
Largo da Colegiada
Protecção - Decreto 8 175, DG 110, de 02-06-1922
Acesso
De Tabuaço para EN 226-2; em Barcos, a 250 m. no Lg. da Colegiada
Enquadramento
Urbano em terreno inclinado, isolado, destacado, separado por via pública e do lado SE. por
zona ajardinada.
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Caracterização e Diagnóstico
Descrição
Planta longitudinal, composta por nave única, capela-mor mais estreita e sacristia, em
volumes articulados e disposição horizontalista das massas. Coberturas diferenciadas de
telhados de uma e duas águas. Embasamento marcado e remates em empena, nas
fachadas principal e tardoz, e em cornija nos demais. Alçado principal voltado a SO., com
dois degraus semicirculares, que dão acesso ao pórtico com arco de volta perfeita, assente
em dois colunelos de cada lado, com capitéis decorados, com figuras satíricas. Impostas
ornamentadas com motivos vegetalistas, ornatos que se repetem nas arquivoltas, a exterior
decorada com bolas. Tímpano cego. A encimar o portal, fenestração de arco a pleno centro.
Existência de duas mísulas e cruz no remate da empena. Alçado NO. com portal lateral de
arco apontado, parcialmente oculto pela parede da sacristia, corpo que lhe junta e que
possui uma fenestração rectangular. Fonte adossada ao outro alçado da sacristia, onde são
visíveis contrafortes, encimados por pináculos, frestas e remate em cornija, assente em
cachorrada. Campanário na nave, com duas sineiras, pináculo e cruz sobre a cornija.
Alçado NE. cego no corpo da capela-mor e fenestração no da sacristia. Remate em
empena, com cornija, rematada por pináculos e cruz no vértice. Alçado SE. com portal
lateral de arco apontado, assente em impostas salientes. Arco exterior em dente de serra.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 157
Caracterização e Diagnóstico
O interior é decorado com bolas. Tímpano cego. Existência de fresta no corpo da
nave. Remate em cornija, assente em cachorrada, tendo, superiormente, pináculos.
No corpo da capela-mor, duas fenestrações rectangulares, de diferentes dimensões
e colocadas assimetricamente. Remate em pináculos. INTERIOR tem, no lado do
Evangelho, arcosólio e portal de arcos apontados. Um púlpito quadrangular assenta
sobre mísula, com guarda em madeira e guarda-voz. No lado da Epístola, arcosólio
de arco apontado. Tecto de madeira, em masseira, com 28 caixotões pintados, com
cenas da vida de Jesus. Arco triunfal policromado de arco de volta perfeita, ladeado
por dois altares e, em todo o seu perímetro, por talha dourada e intradorso com
pinturas. Em plano superior, capela-mor com lambril em azulejos e circundada por
cornija em talha dourada. Retábulo em talha dourada formado por quatro arcos
assentes em colunas, com trono central. Sacristia com tecto de caixotões pintados
e cachorrada no muro que a une à capela-mor. Contígua a esta, divisão
incaracterística que dá acesso ao púlpito. Tecto apainelado de caixotões.
Utilização Inicial
Cultual e devocional: igreja
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 158
Caracterização e Diagnóstico
Utilização Actual
Cultual e devocional: igreja
Propriedade
Privada: Igreja Católica
Época de Construção
Séc. 13 / 14 / 17 / 18
Cronologia
Séc. 13 / 14 - construção da igreja; séc. 17 - execução das estruturas retabulares; séc. 18 pintura dos caixotões; 1720 - data epigrafada referente à execução do arco triunfal e
supostamente da capela-mor; 1764 - obras na sequência do terramoto, com a reconstrução
da cabeceira.
Tipologia
Arquitectura religiosa, românica, gótica, maneirista, barroca. Igreja de planta longitudinal,
composta por nave única e capela-mor de menor secção e volumetria que a nave. Sacristia
adossada. Pórtico principal de volta perfeita e laterais de arco apontado. Remate em cornija,
assente em cachorrada. Talhas dourada reveste os retábulos e arco triunfal, do estilo
nacional.
Características Particulares
Talha dourada em todo o perímetro do arco triunfal. Frescos no lado posterior do altar-mor e
dos altares colaterais. Decoração dos cachorros nitidamente românica. Existência de siglas
dos canteiros.
Dados Técnicos
Paredes autoportantes.
Materiais
Granito; madeiras.
Bibliografia
CORREIA, Vergílio, A pintura afresco em Portugal nos sécs. XV e XVI, 1921; Guia de
Portugal, Lamego, Bragança e Miranda, vol. V, n.º II, Lisboa, 1988; CORREIA, Alberto,
Tabuaço - roteiro turístico, Tabuaço, 1997; Tabuaço - um passado presente, Tabuaço, 1999.
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 159
Caracterização e Diagnóstico
Documentação Administrativa
DGEMN: DSID
Intervenção Realizada
Séc. 17 - obras de remodelação; DGEMN: 1992 - construção de tecto em madeira; 1998 reparação da cobertura da sacristia, incluindo impermeabilização e isolamento térmico com
placas de polioretano; reconstrução do coro, em estrutura metálica; reconstituição do
pavimento e tecto em madeira.
Autor e Data
Madeira Portugal 1992 / João Carvalho 1997
Actualização
Rogério Iglésias 2000
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 160
Caracterização e Diagnóstico
IMÓVEL DE INTERESSE PÚBLICO
2. Igreja Românica de São Pedro das Águias
Categoria / Tipologia Igreja / Arquitectura Religiosa
Localização
Divisão Administrativa
Granjinha / Viseu / Tabuaço
Endereço / Local
Quinta de São Pedro das Águias
Protecção - Decreto
39 175, DG 77, de 17-04-1955, ZEP - DG. n.º 132, de 04-06-1954
Acesso
Ramal sinalizado na EN. 323 Km 50 para EM 516, a 1 Km para CM 1116 a 1,5 Km na
povoação de Granjinha
Protecção
IIP, Dec. nº 39 175, DG 77 de 17 Abril 1955, ZEP, DG 132 de 04 Junho 1954
Enquadramento
Rural a meia encosta adaptando-se ao declive, em terreno acidentado, isolado, destacado
em zona de interesse paisagístico, limitado a O. por maciço rochoso e a E. pela ravina do rio
Távora.
Descrição
Planta longitudinal composta regular, volumes articulados, disposição horizontalista das
massas. Coberturas diferenciadas com telhados a 2 águas. Construção em silhares de
granito e dois belos portais, na fachada principal orientada, a O. e na lateral esquerda. O
portal principal de arco subido apoiado em dois colunelos de cada lado com capitéis sobre
os quais assentam quatro esculturas zoomórficas. Imposta e tímpano decorado com laçaria.
Duas arquivoltas boleadas e vazadas e cercadura. Todo o conjunto inserido em corpo
rectangular que se destaca da empena. À esquerda arco de volta inteira em muro que se
liga ao penhasco. Alçado N. com portal lateral composto por dois colunelos e capitéis
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 161
Caracterização e Diagnóstico
esculpidos, lintel e tímpano com o Agnus Dei, dupla arcaria, vasada e lavrada, de volta
inteira; 2 frestas; cachorrada e cornija. Em plano mais recuado corpo da capela-mor com
friso, cachorrada e cornija. Alçado E. composto por embasamento, friso, fresta que
centralmente se lhe sobrepõe e cornija rematada no topo por cruz. Alçado S.,
correspondente ao corpo da nave, é assente parcialmente sobre afloramentos rochosos,
com 2 frestas, cachorrada e cornija. A capela-mor compõe-se de friso, minúscula
fenestração, cachorrada e cornija. Articulação exterior/interior denivelada. Interior de nave
única, com acesso através de escadaria descendente em ambas as entradas. Capela-mor
com fenestração rectangular e nicho do lado da epístola, e cega do lado do evangelho. Arco
triunfal de arco quase em ferradura assente em colunas de reduzidas dimensões e
terminadas em capitéis esculpidos.
Utilização Inicial
Cultual
Utilização Actual
Cultual (sem culto regular)
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 162
Caracterização e Diagnóstico
Propriedade
Privada: Igreja Católica
Época de Construção
Séc. 12 (conjectural) / 13 (início)
Cronologia
Segundo um cronista de Alcobaça, teriam sido dois irmãos - D. Tedon e D. Rausendo quem construiu a Igreja de S. Pedro das Águias; 1117 - escritura ou prazo de confirmação
ligado à fundação do convento entre os frades beneditinos e D. Pedro Ramires e D. João
Ramires, padroeiros do mosteiro; 1170 - a igreja consta como pertencendo à Ordem de
Cister.
Tipologia
Arquitectura religiosa, românica, igreja de pequena dimensão, eventualmente
eremitério, de planta longitudinal, orientada, composta de nave única e capela-mor
rectangular; cornija sustentada por cachorros; os portais axial e lateral em arco de
volta inteira, com arquivoltas assentes em colunelos capitelizados e tímpanos
decorados, distinguem-se pela profusa ornamentação figurativa e simbólica
(elaborada combinação de motivos geométricos, fitomórficos, zoomórficos e
antropomórficos, a que se junta um Agnus Dei e uma Croix Nouée); inscrição no
fecho do arco do portal norte.
Características Particulares
Fachada principal a 1m da escarpa rochosa. Cabeceira em plano inferior ao da nave.
Desproporcionada altura da nave.
Dados Técnicos
Estrutura autónoma
Materiais
Paredes em silhares de cantaria de granito. Estrutura das coberturas (nave e capela-mor)
em madeira. Telha idêntica aos restos que foram encontrados a quando das obras de
restauro.
Bibliografia
ALMEIDA, Carlos A. Ferreira de, História da Arte em Portugal - O Românico, vol. 3, Lisboa,
1933; DGEMN, Igreja Românica de São Pedro das Águias, Boletim nº 75, Março 1954;
COCHERIL, Dom Maur, Notes sur l'Architecture et le décor dans les abbayes cisterciennes
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 163
Caracterização e Diagnóstico
du Portugal, Paris, 1972; IDEM, Routier des abbayes cisterciennes de Portugal, Paris 1978;
RODRIGUES, Jorge, O mundo românico (séc. XI - XIII), in História da Arte Portuguesa, (Dir.
Paulo Pereira), vol. 1, Lisboa, 1995; Tabuaço - um passado presente, Tabuaço, 1999.
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID, DREMC
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID, DREMC
Documentação Administrativa
DGEMN: DSID, DREMC
Intervenção Realizada
DGEMN: 1953 / 1955 - restauro e recuperação geral da igreja. Dada a sua localização, foi
fácil encontrar, com segurança os elementos originais que se encontravam entre as paredes
muito arruinadas; 1963 - reparação geral dos telhados e portas exteriores; 1997 - reparação
da cobertura.
Autor e Data
Madeira Portugal 1992; João Carvalho 1997
Actualização
Lúcia Pessoa 1998
3. Marco Granítico nº 94
Categoria / Tipologia Marco / Arquitectura Civil
Localização Divisão Administrativa Adorigo / Viseu / Tabuaço
Acesso - Marco n.º 94, localizado na Freguesia de Adorigo, pela EN 222, ao Km.
141,5, para EM 512, em frente a tanque de água; marco n.º 96, pela EN 323, ao
Km. 47,2, para estrada particular a 200 metros.
Endereço / Local
Quinta do Tedo, junto à Estrada de São Martinho
Protecção - Decreto 35 909, DG 236, de 17-10-1946
4. Marco Granítico n.º 95
Categoria / Tipologia Marco / Arquitectura Civil
Localização Divisão Administrativa Adorigo / Viseu / Tabuaço
Endereço / Local
Caminho Público de Tedo para Adorigo
Protecção - Decreto 35 909, DG 236, de 17-10-1946
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 164
Caracterização e Diagnóstico
5. Marco Granítico n.º 96
Categoria / Tipologia Marco / Arquitectura Civil
Localização Divisão Administrativa Távora / Viseu / Tabuaço
Endereço / Local
Quinta da Aveleira
Protecção - Decreto 35 909, DG 236, de 17-10-1946
6. Marco Granítico n.º 97
Categoria / Tipologia Marco / Arquitectura Civil
Localização Divisão Administrativa Távora / Viseu / Tabuaço
Endereço / Local
Lugar das Alagoas, no caminho do Convento de São Pedro
de Águias para Aveleira
Protecção - Decreto 35 909, DG 236, de 17-10-1946
Marcos de demarcação da zona de produção de vinhos generosos do Douro
9
Enquadramento
Rural, a meia encosta, o primeiro isolado e o segundo adossado a muro da propriedade
denominada Quinta da Aveleira, em zonas de interesse paisagístico, sobre os rios Douro e
Távora, respectivamente.
Descrição
Marcos de granito monolíticos, de forma paralelipédica, apresentando, epigrafada numa das
faces, a inscrição "FEITORA R 1761". O segundo apenas tem a inscrição "FEITORIA".
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 165
Caracterização e Diagnóstico
Utilização Inicial
Agrícola / Comercial: marcos de demarcação da área vinhateira do Alto Douro
Utilização Actual
Marco histórico cultural
Propriedade
Privada: pessoa singular
Época de Construção
Séc. 18
Cronologia
Séc. 16, 1ª metade - os vinhos generosos, de há muito produzidos na região do Douro,
favorecida por factores climáticos específicos conjugados com as características geológicos
e morfológicos do solo, eram conhecidos na época com a designação de vinhos de Lamego
e considerados os melhores e mais aromáticos do reino; a sua área de produção era
relativamente pequena, sendo na maioria transportados por terra para o reino e para
Castela; 1675 - a designação "Vinho do Porto" surge, pela primeira vez, em documentação
relativa à exportação de vinho para a Holanda; 1703 - Tratado de Methuen, entre Portugal e
Inglaterra, concede direitos preferenciais aos vinhos portugueses; séc. 18, meados reestruturação dos vinhedos, ocupando-se, cada vez mais, a zona do Cima Corgo, onde o
vinho obtido era mais ao gosto britânico; transformação da paisagem , que se submete à
vinha, a qual passa a dominar a região; o clima de euforia degenera em adulteração e no
caos comercial, verificando-se, ainda, uma crise de superprodução; a solução para o
equilíbrio da região é encontrada pelo biscaínho Bartolomeu Pancorbo e pelos durienses
Luís Beleza de Andrade e frei João de Mansilha, que propõem a Sebastião de Carvalho e
Melo, futuro Marquês de Pombal, a instituição da Companhia Geral da Agricultura das
Vinhas do Alto Douro; 1756, 10 Setembro - alvará régio que aprovou a criação da
Companhia, com o objectivo de garantir a qualidade do produto, fixar os preços e
estabelecer a demarcação da região vinhateira; a criação da primeira companhia nacional
de monopólio dos vinhos do Alto Douro levou à demarcação da região produtiva dos
mesmos, a primeira demarcação de produção de vinhos do mundo, através de um cadastro
ou registo das vinhas autorizadas das margens do Douro, denominadas vinhas ou vinhos de
feitoria e embarque, classificando-os ainda segundo categorias, sendo os vinhos de feitoria
de 1.ª categoria destinados à exportação e os vinhos de ramo e de mesa, de 2.ª categoria,
para consumo interno; 1757 - colocação de 201 marcos de feitoria, para perpetuar esta
9
www.monumentos.pt
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 166
Caracterização e Diagnóstico
primeira demarcação; 1760 - dois ingleses de visita a Portugal e à região de Lamego
compraram toda a produção de vinho generoso de uma quinta perto do Pinhão e divulgaram
a bebida em Inglaterra com muito sucesso, dando início às primeiras colónias de produtores
ingleses, como Diogo e José James Forrester; este elaborou um levantamento da região e
traçou a primeira planta do curso total do rio Douro; 1761 - nova demarcação da região,
colocando-se mais 134 marcos; 1792 - a abertura do Cachão da Valeira intensifica as
relações para o Douro Superior, embora a expansão dos vinhedos só se verifique no séc.
19; 1834, 30 Maio - D. Pedro transforma a Companhia numa mera empresa comercial; a
inexistência de organismos superintendentes, levou à proliferação os vinhos do Porto
adulterados que, conjugado com a perturbação do mercado inglês e a abertura da barra do
Douro a todos os vinhos, mergulha o sector numa crise profunda; 1838 - reabilitação da
Companhia e criação dos portos do Douro exclusivamente para o vinho duriense; 1850 proliferação da maromba, mal negro ou gamosa; 1852 - grande prejuízo na cultura da vinha
na área do Baixo e Cima Corgo provocada pelo oídio; 1863, a partir - devastação dos
vinhedos pela filoxera; 1893 - surto de míldio na vinha; 1907 - nova demarcação da região
de produção do vinho do Porto, que passa a incluir o Douro Superior até à fronteira com
Espanha.
Tipologia
Arquitectura civil agrícola, pombalina. Marcos de demarcação de uma região de produção
vitícola, de montanha e de encosta, de forma paralelepipédica com três faces lisas e uma
parcialmente epigrafada *2.
Características Particulares
Marcos graníticos monolíticos de grande simplicidade, com a face principal gravada com
uma marcação própria e com a data de colocação. Perpetuam e assinalam a mais antiga
região vitícola demarcada e regulamentada do mundo. Ao contrário do que aconteceu com
outras demarcações anteriores de regiões vitícolas, como Chianti, em 1716, e Tokay, em
em 1737, a demarcação do Alto Douro ( v. 1701040033 ) foi acompanhada por ampla
legislação regulamentadora, por um sistema de classificação das parcelas e dos respectivos
vinhos, tendo em conta a complexidade do espaço regional. As demarcações do séc. 18,
independentemente da variação dos seus limites, que de c. 40 mil ha. passaram para 250
mil, assumiram uma continuidade temporal até aos nossos dias e mantiveram uma grande
carga simbólica na região. Os marcos e demarcações são conhecidos como pombalinos
devido à associação ao Marquês de Pombal, o primeiro ministro na época. Um dos
existentes na freguesia de Adorigo possui a datação de 1761.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 167
Caracterização e Diagnóstico
Dados Técnicos
Estrutura autoportante.
Materiais
Granito.
Bibliografia
FONSECA, Álvaro Baltazar Moreira da, As Demarcações Pombalinas do Douro Vinhateiro,
Porto, 1949-1951; MONTEIRO, J. Gonçalves, Tabuaço, Tabuaço, 1991; FAUVRELLE,
Natália, Quintas do Douro. As Arquitecturas do Vinho do Porto, Porto, 1999; BIANCHI-DEAGUIAR, Fernando ( coord. ), Candidatura do Alto Douro Vinhateiro a Património Mundial,
Porto, 2000.
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
Documentação Administrativa
Intervenção Realizada
Observações
*1 - DOF: Marcos graníticos que serviram para demarcar em 1757, a zona de produção de
vinhos generosos do Douro, colocada sob a jurisdição da Companhia Geral da Agricultura
dos Vinhos do Alto Douro: n.º 94, em Adorigo (Lugar de Saavedra - Quinta do Valongo), n.º
95, em Adorigo (caminho público de Tedo para Adorigo), n.º 96, em Quinta da Aveleira, n.º
97, no Lugar das Alagoas (caminho do convento das Águias para a Aveleira). *2 - a zona
demarcada de produção dos vinhos do Porto subdivide-se em três sub-regiões, designadas
por: Baixo Corgo, que na margem direita do rio Douro vai desde Barqueiros ao rio Corgo
(concelho de Mesão Frio, Pêso da Régua, Santa Marta de Penaguião e Vila Real, do distrito
de Vila Real), e na margem esquerda desde a freguesia de Barrô, até ao rio Temi-Lobos,
próximo da vila de Armamar (concelhos de Armamar e Lamego do distrito de Viseu); Cima
Corgo, que se apoia na anterior e vai até ao meridiano que passa no Cachão de Valeira (na
margem direita correspondente ao concelho de Alijó, distrito de Vila Real, e na margem
esquerda ao concelho de São João da Pesqueira e Tabuaço, do Distrito de Viseu, e Vila
Nova de Foz Côa, do distrito da Guarda); e o Douro Superior, que se apoia na anterior e vai
até à fronteira espanhola (correspondente aos concelhos de Carrazeda de Ansiães e Torre
de Moncorvo do distrito de Bragança), onde surgem vários marcos (v. 1701070004,
1704010004, 1708030001, 1710020004, 1711020002, 1714080011, 1801190003 e
1805150011 .
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 168
Caracterização e Diagnóstico
Autor e Data
João Carvalho 1999
Actualização
Paula Figueiredo 2002
7. Pelourinho de Arcos
Categoria / Tipologia Pelourinho / Arquitectura Civil
Divisão Administrativa
Endereço / Local
Arcos / Viseu / Tabuaço
Praça Manuel Mourão Rios
Acesso
EN 323, ao Km. 61,2 para EM 515; a 6,1 Km. para o Lg. de Arcos; a 400 m. no Lg. da
Nogueira, Pç. Manuel Mourão Rios
Protecção
Decreto nº
23 122, DG 231, de 11-10-1933
Enquadramento
Urbano, em superfície plana, isolado, destacado em largo confluente de várias artérias.
Rodeado de edifícios de dois pisos, típicos da região.
Descrição
Assente em plataforma de três degraus quadrangulares, o primeiro dos quais parcialmente
oculto pelo empedrado da via pública. Coluna de base quadrada que se chanfra aos cantos,
tornando o fuste oitavado, chanfro esse que se prolonga pelo capitel, alargando-se em
crescendo tomando a forma quadrada. Dois frisos boleados, comportam entre si uma
superfície côncava e sobre eles peça quadrangular boleada nos vértices. Termina com peça
tronco-piramidal coroada com minúscula esfera.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 169
Caracterização e Diagnóstico
Utilização Inicial
Marco jurisdicional: pelourinho
Utilização Actual
Marco histórico-cultural: pelourinho
Propriedade
Pública: estatal
Afectação
Autarquia local, Artº 3º, Dec. nº 23 122, 11 Outubro 1933
Época de Construção
Séc. 16 ( conjectural )
Arquitecto / Construtor / Autor
Cronologia
Séc. 16 - provável edificação do pelourinho.
Tipologia
Arquitectura civil, quinhentista. Pelourinho de pinha.
Características Particulares
Marcas no fuste para encaixe de ferros de sujeição.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 170
Caracterização e Diagnóstico
Dados Técnicos
Estrutura autoportante.
Materiais
Granito.
Bibliografia
Chaves, Luís, Os Pelourinhos - Elementos para o seu Catálogo Geral, Lisboa, 1939;
COSTA, M. Gonçalves da, História do Bispado e Cidade de Lamego, Vol. IV, Lamego, 1984;
CORREIA, Alberto, Tabuaço - roteiro turístico, Tabuaço, 1997; MALAFAIA, E. B. de Ataíde,
Pelourinhos Portugueses - Tentâmen de Inventário Geral, Lisboa 1997; SOUSA, Júlio
Rocha e, Pelourinhos do Distrito de Viseu, Viseu, 1998.
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
Documentação Administrativa
Intervenção Realizada
Autor e Data
João Carvalho 1997
8. Pelourinho de Chavães
Categoria / Tipologia Pelourinho / Arquitectura Civil
Localização Divisão Administrativa
Chavães / Viseu / Tabuaço
Endereço / Local
Largo da Praça
Protecção - Decreto
23 122, DG 231, de 11-10-1933
Acesso
EN 323, ao Km. 61,2 para EM 515; a 11,2 Km. para o Lug. de Chavães; a 300 m., no Lg. da
Praça
Enquadramento
Urbano, em superfície plana, isolado, destacado, harmonizado, em Largo.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 171
Caracterização e Diagnóstico
Descrição
Assente em plataforma de três degraus quadrados em esquadria. Fuste monolítico de
secção quadrada, com ligeiro chanfro nos cantos. Remate de bloco quadrangular de maior
secção que o fuste, com pequena pirâmide no topo.
Utilização Inicial
Marco jurisdicional: pelourinho
Utilização Actual
Marco histórico-cultural: pelourinho
Propriedade
Pública: estatal
Afectação
Autarquia local, Artº 3º, Dec. nº 23 122, 11 Outubro 1933
Época de Construção
Séc. 17
Cronologia
1265 - primeiro foral; 1268 - confirmado por D. Afonso III; 1698 - data inscrita no remate,
dedusivelmente da sua construção; 1954 - data inscrita no remate relativa à sua
transladação para o sítio actual.
Tipologia
Arquitectura civil, seiscentista. Pelourinho de coluço.
Características Particulares
Pelourinho datado.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 172
Caracterização e Diagnóstico
Dados Técnicos
Estrutura autoportante.
Materiais
Granito.
Bibliografia
CHAVES, Luis, Os Pelourinhos - Elementos para o seu Catálogo Geral, Lisboa, 1939;
MONTEIRO, J. Gonçalves, Tabuaço, Tabuaço, 1991; CORREIA, Alberto, Tabuaço - Roteiro
Turístico, Tabuaço, 1997; MALAFAIA, E.B. de Ataíde, Pelourinhos Portugueses, Tentâmen
de Inventário Geral, Lisboa, 1997; SOUSA, Júlio Rocha e, Pelourinhos do Distrito de Viseu,
Viseu, 1998.
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
Documentação Administrativa
Intervenção Realizada
Junta de Freguesia de Chavães: 1954 - mudança para o actual local, por imperativos
urbanísticos.
Autor e Data
João Carvalho 1997
9. Pelourinho de Granja do Tedo
Categoria / Tipologia Pelourinho / Arquitectura Civil
Localização Divisão Administrativa Granja do Tedo / Viseu / Tabuaço
Endereço / Local
Lugar da Praça de Cima
Protecção
IIP, Dec. nº 23 122, DG, 231 de 11 Outubro 1933
Acesso
Pela EN 226-2 até Barcos; daqui, pela EM 514 até Carrazedo; pela EM 520 até Granja do
Tedo, no Lg. da Praça de Cima
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 173
Caracterização e Diagnóstico
Enquadramento
Urbano, a meia-encosta, em superfície ligeiramente inclinada, isolado, destacado. Situa-se
em frente à Capela de São Francisco.
Descrição
Assente em plataforma quadrada de dois degraus, eleva-se a base composta por bloco
paralelepípedo com pequena moldura saliente ao topo. Sobre ela a coluna de secção
quadrangular, chanfrada nos vértices, exceptuando a base e o topo. Capitel composto por
bloco prismático quadrangular, que se alarga em duas plataformas sobrepostas, à laia de
ábaco, sustentadoras do remate. Este é composto por peça quadrangular, com colunelos
cantonais, sobre o qual assenta bloco tronco piramidal. Numa das faces e sobrepujando um
brasão de armas, uma carranca de expressão humana.
Utilização Inicial
Marco jurisdicional: pelourinho
Utilização Actual
Marco histórico-cultural: pelourinho
Propriedade
Pública: estatal
Afectação
Autarquia local, Artº 3º, Dec. nº 23 122, 11 Outubro 1933
Época de Construção
Séc. 16 ( conjectural )
Cronologia
Séc. 15, finais - Granja do Tedo foi elevada a Concelho; séc. 16 - edificação do pelourinho;
1834 - terminam os privilégios municipais de Granja do Tedo, passando a depender do
concelho de Tabuaço.
Tipologia
Arquitectura civil, quinhentista. Pelourinho de bola.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 174
Caracterização e Diagnóstico
Características Particulares
Decoração com figuras humanas à semelhança, neste particular, com o de Pinheiro de
Ázere ( v. 1814030003 ), Ferreira de Aves ( v. 1817040003 ), Fráguas ( v. 1822020003 ),
Vila Cova à Coelheira ( v. 1822060005 ) e de Mondim de Cima ( v. 1820040002 ).
Dados Técnicos
Estrutura autoportante.
Materiais
Granito.
Bibliografia
MONTEIRO, J. Gonçalves, Tabuaço, Tabuaço, 1991; MAGALHÃES, F. Perfeito,
Pelourinhos Portugueses, Lisboa, 1991; MALAFAIA, E. B. de Ataíde, Pelourinhos
Portugueses, Tentâmen de Inventário Geral, Lisboa, 1997; SOUSA, Júlio Rocha e,
Pelourinhos do Distrito de Viseu, Viseu, 1998; Centro Rural de São Martinho das Chãs regresso às aldeias, s.l., s.d..
Documentação Gráfica
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
Documentação Administrativa
DGEMN: DSID
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 175
Caracterização e Diagnóstico
Intervenção Realizada
Séc. 20 - execução da plataforma; 2.ª metade - limpeza no âmbito do programa "Regresso
às aldeias".
Observações
*1 - o local primitivo era onde hoje se encontra o fontanário.
Autor e Data
João Carvalho 1998
10. Pelourinho de Sendim
Categoria / Tipologia Pelourinho / Arquitectura Civil
Localização Divisão Administrativa
Endereço / Local
Sendim / Viseu / Tabuaço
Largo do Calvário
Protecção – Decreto nº 23 122, DG 231, de 11-10-1933
Acesso
EN 323, ao Km. 56,1 para EM 1114, na direcção de Santa Luzia; a 1.750 m. depois da
Igreja Matriz, no Lg. do Calvário
Enquadramento
Urbano, a meia encosta em superfície plana, isolado, destacado, harmonizado, em pequeno
recanto, junto a vias públicas em zona de interesse paisagístico.
Descrição
Assente em plataforma de três degraus quadrados, é o fuste composto por dois monólitos,
oitavado, pelo chanfro dos cantos. De base quadrada, chanfrada dos ângulos, desenvolvese a coluna que, no seu topo, se alarga, tomando de novo a forma quadrangular, apoiandose nela, o remate. De base igual ao topo do fuste alarga-se em forma concâva nas suas
quatro faces, terminando em mesa de superfície quadrada e horizontal. Sobre ele e, em
cada canto, quatro pináculos piramidais de decoração boleada nos seus vértices. Em cada
face do tabuleiro, motivos decorativos, tendo numa delas motivo heráldico.
Utilização Inicial
Marco jurisdicional: pelourinho
Utilização Actual
Marco histórico-cultural: pelourinho
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 176
Caracterização e Diagnóstico
Propriedade
Pública: estatal
Afectação
Autarquia local, Artº 3º, Dec. nº 23 122, 11 Outubro 1933
Época de Construção
Séc. 17 / 18 ( conjectural )
Cronologia
Séc. 17 / 18 - edificação do pelourinho; 1834 - extinção do concelho, anexado ao de
Tabuaço.
Tipologia
Arquitectura civil, seiscentista / setecentista. Pelourinho de tabuleiro de colunelos.
Características Particulares
Profusa decoração do remate.
Dados Técnicos
Estrutura autoportante.
Materiais
Granito.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 177
Caracterização e Diagnóstico
Bibliografia
CHAVES, Luis, Os Pelourinhos - Elementos para o seu Catálogo Geral, Lisboa, 1939;
MONTEIRO, J. Gonçalves, Tabuaço, Tabuaço, 1991; CORREIA, Alberto, Tabuaço - roteiro
turístico, Tabuaço, 1997; MALAFAIA, E.B. de Ataíde, Pelourinhos Portugueses, Tentâmen
de Inventário Geral, Lisboa, 1997; SOUSA, Júlio Rocha e, Pelourinhos do Distrito de Viseu,
Viseu, 1998.
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
Documentação Administrativa
Autor e Data
Madeira Portugal 1992 / João Carvalho 1997
11. Pelourinho de Tabuaço
Categoria / Tipologia Pelourinho / Arquitectura Civil
Localização Divisão Administrativa Tabuaço / Viseu / Tabuaço
Protecção Decreto nº 23 122, DG 231, de 11-10-1933
Acesso
Em Tabuaço, na Praceta dos Pelourinhos, no Jardim Conde Ferreira (reconstituição)
Enquadramento
Urbano, a meia encosta, isolado, separado por via pública em todos os alçados, implantado
em jardim público, com a Antiga Escola Primária Conde Ferreira (v. 1819140070), a E., e,
nas proximidades, a Igreja Matriz de Tabuaço (v. 1819140020), a NE., e os Edifícios da
Escola Macedo Pinto (v. 1819140071) e da Câmara Municipal de Tabuaço (v. 1819140025),
a SO.. À volta do pelourinho, lajes de granito revestidas por painéis de azulejo,
representando os restantes pelourinhos da área do concelho de Tabuaço, como Arcos (v.
1819020002), Chavães (v. 1819040003), Granja do Tedo (v. 1819060004), Sendim (v.
1819130005) e Valença do Douro (v. 1819080052).
Descrição
Assente em plataforma quadrangular, de três degraus, onde repousa plinto quadrado, com
molduras côncavas na base e bordo superior boleado, partindo desde o fuste prismático,
octogonal, liso, rematado com pequeno anel oitavado, sucedendo-lhe o capitel, repetindo
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 178
Caracterização e Diagnóstico
um prisma, octogonal, delimitado por molduras côncavas na base e no topo, e coroado por
pirâmide muito pouco pronunciada. Uma das faces do capitel apresenta pequena cartela,
pontuada por pequenos furos postos em cruz, e quatro acantonados.
Utilização Inicial
Marco jurisdicional: pelourinho
Utilização Actual
Marco histórico-cultural
Propriedade
Pública: estatal
Afectação
Autarquia local, Art.º 3º, Dec. n.º 23 122, 11 Outubro 1933
Época de Construção
Séc. 16 / 17 / 21
Cronologia
Séc. 15 - época da provável elevação da povoação de Tabuaço a sede de pequeno
concelho, uninominal, por iniciativa dos Senhores de Leomil, continuando, no entanto, e até
ao séc. 18, anexa, ao nível eclesiástico, à Reitoria e Colegiada de Santa Maria de Barcos
que apresentava o cura, depois vigário de Tabuaço; séc. 16 - provável construção do
pelourinho; 1527 - o Cadastro da População do Reino regista a existência do concelho de
"Tavoaço", constituído por 41 fogos, e nele "não haa outro lugar nem quymta e tem este
lugar huua legoa de termo em comprydo e mea em larguo parte e comfromta ho termo delle
com ho termo de barcos e com chavões e com o comcelho de tavora e dahy torna ao termo
de barcos" ( MONTEIRO, 1991 ); 1708 - o Padre António Carvalho da Costa refere ter a
"Villa de Taboaço" 200 vizinhos, havendo nela um Capitão-mor com duas companhias de
Ordenança; 1758 - ao tempo da redacção das Memórias Paroquiais, o concelho de Tabuaço
era composto por 184 fogos, residindo nela 458 adultos e 47 crianças, compondo-se as
autoridades por um "juis ordinario, Camera sujeita só a Sua Magestade e ministros seos de
vara branca desta Comarca de Lamego"; 1769, cerca - criação do Julgado de Tabuaço,
abarcando os concelhos de Barcos, Chavães, Longa, Nagosa e Tabuaço, com respectivo
juíz de fora que projectará obras, fará orçamentos e distribuirá as despesas por todas as
câmaras dos referidos concelhos ( FREITAS, 1916 ); 1834 - 1855 - extinção dos concelhos
de Arcos, Barcos, Chavães, Granja do Tedo, Longa, Paradela, Pinheiros, Sendim, Távora e
Valença do Douro, que passam a formar o concelho de Tabuaço; 1916 - Luís de Freitas
situa o pelourinho no antigo Largo da Fonte, encostado a um pequeno muro que separava o
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 179
Caracterização e Diagnóstico
lavadouro público do Largo, e cuja coluna se encontrava sobrepujada por um candeeiro de
iluminação pública ( FREITAS, pp. 16 - 17 ); 1934, 6 Junho - o presidente da Comissão
Administrativa de Tabuaço, António Augusto da Silva Barradas, através do Inquérito sobre
Pelourinhos, n.º 259 da Academia Nacional das Belas-Artes, descreve o estado dos
pelourinhos do concelho, referindo, no que concerne ao de Tabuaço, encontrar-se
desmontado, parte dele, no largo do mercado, onde se encontra o quartel dos Bombeiros
Voluntários de Tabuaço; séc. 20, 1.ª metade - obras de remodelação do antigo Largo da
Fonte, com remoção da fonte setecentista ( reconstruída na Av. Marechal Carmona ), do
lavadouro público e, provavelmente, do que restava do Pelourinho; 2001 - reconstituição do
pelourinho no Jardim Conde Ferreira, no meio da vila, a cerca de cem metros para O., do
local original de implantação, a partir de fotografias e do fragmento original; o fragmento do
primitivo continua em posse de particular, numa quinta vitivinícola do concelho.
Tipologia
Arquitectura civil política, administrativa e judicial, contemporânea. Pelourinho de fuste
octogonal, assente em plinto quadrado sobre estrutura de três degraus, com capitel de
idêntico perfil ao do fuste e coroado por pirâmide pouco pronunciada.
Características Particulares
Reconstituição do pelourinho, seguindo uma estrutura diversa da seguida pelos que se
encontravam na área do concelho, uma vez que os seus fustes e capitel apresentam
superfícies planas prismáticas octogonais, ao contrário dos restantes, cujos fustes, sendo de
superfície plana, se chanfram pouco depois da base para voltarem à forma anterior no topo,
junto ao capitel. A maioria ods capitéis dos pelourinhos da área territorial de Tabuaço
apresenta a forma bulbosa ou em tabuleiro, o que não sucede com este, em forma de roca
delimitada por molduras curvas e boleadas.
Dados Técnicos
Estrutura autoportante.
Materiais
Granito.
Bibliografia
COSTA, Padre António Carvalho da, Corografia Portugueza, e Descripçam Topografica do
famoso Reyno de Portugal, tomo II, Lisboa, 1708; AZEVEDO, D. Joaquim de, História
Eclesiástica da Cidade e Bispado de Lamego, Porto, 1877; LEAL, Augusto Soares
d'Azevedo Barbosa de Pinho, Taboaço, in Portugal Antigo e Moderno - Diccionario, vol. IX,
Lisboa, 1881; FREITAS, Luiz de, Taboaço - Notas & Lendas, Tabuaço, 1991 [1.ª ed. de
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 180
Caracterização e Diagnóstico
1916]; MONTEIRO, J. Gonçalves, Tabuaço, 1991; COSTA, M. Gonçalves da, História do
Bispado e Cidade de Lamego, vol. 6, Lamego, 1992; MARIZ, José ( coord. técnica ),
Inventário Colectivo dos Registos Paroquiais - Centro e Sul, vol. I, Dezembro, 1993;
GUIMARÃES, Augusto Fernando da Costa, Tabuaço - Concelho, Comarca e Freguesia, in
Notícias da Beira DOuro, n.º 147, Porto, 10 Julho 1994; GUIMARÃES, Augusto Fernando da
Costa, A segurança do trânsito na freguesia de Tabuaço - as vias romanas e as estradas
que não temos, in Notícias da Beira Douro, n.º 154, Porto, 10 Fevereiro 1995; ALMEIDA,
Gustavo de, Pelourinho de Longa - testemunho do passado, in Notícias da Beira Douro, n.º
170, Porto, 25 Janeiro 1996; MALAFAIA, E.B. de Ataíde, Pelourinhos Portugueses,
Tentâmen de Inventário Geral, Lisboa, 1997; CORREIA, Alberto, Tabuaço - roteiro turístico,
Tabuaço, 1997; PERPÉTUO, João Miguel A., SANTOS, Filipe João C., CARVALHO, Pedro
Sobral de, GOMES, Luís Filipe C. e SERRA, Artur Alpande, Tabuaço - Um Passado
Presente, Tabuaço, 1999; FERREIRA, Natália Fauvrelle, BARROS, Susana Pacheco, Douro
- Rotas Medievais, Lamego, 2000; SENA, Maria Dulcineia Cabral de ( coord. técnica ),
Recenseamento dos Arquivos Locais - Distrito de Viseu, vol. 14, Março de 2000; CD
Portugal Século XXI - Viseu, II, Matosinhos, 2001; CARVALHO, Rui de, Praceta dos
Pelourinhos, in Notícias da Beira Douro, n.º 305, Porto, 25 Outubro 2001.
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID; CMTabuaço
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID; CMT
Documentação Administrativa
CMT
Autor e Data
João Carvalho 1997 / Gustavo Almeida 2002
12. Pelourinho de Valença do Douro
Categoria / Tipologia Pelourinho / Arquitectura Civil
Localização Divisão Administrativa Valença do Douro / Viseu / Tabuaço
Endereço / Local
Rua da Assunção
Protecção Decreto nº 23 122, DG 231, de 11-10-1933
Acesso
EN 323, ao Km. 42,3 para EM 1587; a 7 Km. para EM 504-1 e EM 504 para Valença do
Douro a 3,6 Km.; à esquerda, para via pública; a 400 m., na R. da Assunção / R. do
Pelourinho
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 181
Caracterização e Diagnóstico
Enquadramento
Urbano, a meia encosta em superfície plana, isolado, destacado, harmonizado, em pequeno
largo em zona de interesse paisagístico.
Descrição
Sobre embasamento artificial desenvolve-se a plataforma composta por três degraus
cilíndricos. Sobre ela, ergue-se o fuste monolítico de base quadrada chanfrada nos cantos,
terminando, pelo desfazer dos chanfros, igualmente de perfil quadrangular. Como capitel,
bloco quadrangular de igual secção que o remate do fuste com gola boleada a meio. Sobre
ele, tabuleiro quadrandular de maiores dimensões. Como remate, peça tronco-piramidal.
Utilização Inicial
Marco jurisdicional: pelourinho
Utilização Actual
Marco histórico-cultural: pelourinho
Propriedade
Pública: estatal
Afectação
Autarquia local, Artº 3º, Dec. nº 23 122, 11 Outubro 1933
Época de Construção
Séc 17 ( conjectural )
Cronologia
1269 - carta de aforamento dada pelo Mosteiro de São Pedro das Águias; 1514 - foral novo
concedido por D. Manuel em 16 de Maio à povoação que primitivamente tinha o nome de
Valença do Mosteiro de São Pedro das Águias; séc. 17 - provável edificação do pelourinho;
1836 - extinta a sede do concelho.
Tipologia
Arquitectura civil, seiscentista. Pelourinho de coluço piramidal truncado.
Características Particulares
Desproporção entre o fuste e o remate.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 182
Caracterização e Diagnóstico
Dados Técnicos
Estrutura autoportante.
Materiais
Granito.
Bibliografia
CHAVES, Luis, Os Pelourinhos - Elementos para o seu Catálogo Geral, Lisboa, 1939;
MONTEIRO, J. Gonçalves, Tabuaço - Esboço e Subsídios para uma Monografia, Tabuaço,
1991; CORREIA, Alberto, Tabuaço - roteiro artístico, Tabuaço, 1997; MALAFAIA, E. B. de
Ataíde, Pelourinhos Portugueses - Tentâmen de Inventário Geral, Lisboa, 1997; SOUSA,
Júlio Rocha e, Pelourinhos do Distrito de Viseu, Viseu, 1998.
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
Documentação Administrativa
Observações
*1 - possível datação ilegível.
Autor e Data
João Carvalho 1997
13. Ponte antiga de Santo Adrião
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 183
Caracterização e Diagnóstico
Localização - Viseu, Tabuaço, Santa Leocadia
Protecção - Dec. nº 31/83, DR 106, de 09 Maio 1983
Acesso
À saída de Tabuaço para EM 512. A 500m para Santa Leocádia. A 4,3 Km para Santo
Adrião. A 2,1 Km. sobre o Rio Tedo.
Enquadramento
Rural, isolado em vale muito arborizado, com vegetação de castanheiros, carvalhos,
oliveiras e encostas agricultadas de vinhas, integra via romana.
Descrição
Ponte lançada em 2 arcos de volta perfeita, de idênticas dimensões, apoiados por
talhamares na parte inferior da enjunta e apoiados em alicerces de afloramentos rochosos
nas margens. Arcos com arquivoltas de uma só fiada de aduelas paralelepípedas. O
preenchimento lateral e superior dos arcos é feito por blocos de pedra aparelhada, regular,
assentes sem argamassa. Guardas de duas fiadas de blocos aparelhados formando ângulo
pouco pronunciado sobre o arco da margem esquerda, acompanhando idêntica elevação do
tabuleiro da ponte no mesmo local. Pavimento de lajes graníticas.
Utilização Inicial
Equipamento: ponte
Utilização Actual
Equipamento: ponte com circulação rodoviária
Propriedade
Pública: municipal
Época de Construção
Romana / Idade Média
Cronologia
Séc. 2 a.C. / 1 d. C. - Prováveis balizas cronológicas da sua construção, integrada na rede
viária romana, servindo duas vias secundárias ou municipais ( viae vicinales ), entre
Moimenta da Beira e Tabuaço e o rio Douro, que convergiam no local da ponte.
Tipologia
Arquitectura civil romana. Ponte romana de 2 arcos a pleno centro, com tabuleiro em
ângulo.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 184
Caracterização e Diagnóstico
Características Particulares
É provida de talhamares provavelmente acrescentados em época posterior.
Dados Técnicos
Estrutura autoportante
Materiais
Granito
Bibliografia
MONTEIRO, J. Gonçalves, Subsídios para a Monografia do Concelho de Armamar, Viseu,
1984; MONTEIRO, J. Gonçalves, Tabuaço, Tabuaço, 1991; RIBEIRO, Aníbal Soares,
Pontes Antigas Classificadas, Lisboa, 1998.
Documentação Gráfica
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
Documentação Administrativa
DGEMN: DSID
Intervenção Realizada
Séc.20, meados - O pavimento do tabuleiro foi coberto com tapete betuminoso; DGEMN:
1980 - Levantamento do tapete e reposição do pavimento de calçada; enchimento de betão
entre as pedras das guardas e refrechamento das juntas, utilizando os silhares originais:
medidas de protecção: fixação de limites de carga sobre a ponte.
Observações
*1 - o nome Tedo liga-se tradicionalmente ao de um guerreiro cristão, que se teria revelado
durante o processo da Reconquista ( Guia de Portugal ). *2 - um embate automóvel destruiu
parcialmente os paramentos da ponte, encontrando-se as pedras caídas junto da mesma.*3
- os Itinerários romanos referem o rio Douro como sendo navegável por pequenas
embarcações até Barca de Alva, sendo os rios importantes vias de comunicação na época,
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 185
Caracterização e Diagnóstico
favorecendo a actividade comercial. As principais vias terrestres e fluviais destinavam-se
assim a facilitar a comunicação entre o litoral e o interior do território, o acesso aos centros
produtores e a deslocação de exércitos. As redes viárias principais eram completadas com
inúmeras vias menores de importância local.
Autor e Data
João Carvalho 1998
João Carvalho 1998
14. Antigo Convento das Águias ou Quinta de São Pedro das Águias/ Mosteiro
de São Pedro das Águias
Localização – Távora
Protecção – Portaria nº 443/2006, DR, 2ª Série, nº 49, de 09-03-2006
Localização
Viseu, Tabuaço, Távora
Acesso
EN 323, no sentido Tabuaço - Moimenta da Beira, à esquerda, a 500 m., por ramal
sinalizado
Enquadramento
Rural, a meia encosta,em desnível acentuado, isolado e separado por muro da propriedade,
em zona de interesse paisagístico sobre o rio Távora. O acesso ao convento faz-se por um
portão rasgado no muro e cororado por 2 pináculos que ladeiam cruz assente em pedestal.
Descrição
Conjunto forma planta rectangular, composta, de volumes articulados, com disposição
horizontalista das massas. Igreja de uma só nave, coberta por telhados diferenciados de 1,
2 e 4 águas, com embasamentos proeminentes. Fachada da igreja, orientada a E., com
portal rectangular ladeado por pilastras e encimado por arquitrave sobre a qual assenta
frontão curvo interrompido, rematado por nicho de arco de volta inteira, com a imagem do
padroeiro e ladeado por 2 pares de pilastras que se prolongam para baixo em aletas. 2
janelões rectangulares ladeiam o nicho, que por sua vez é encimado por óculo. Pilastras,
pináculos e cruz no remate das 2 águas do telhado. Para N., e em plano mais recuado, torre
sineira com 3 ventanas para o lado meridional. Frisos delimitadores dos panos, pináculos e
cobertura de telhado de 4 águas. O resto do alçado é adossado por uma das alas do solar
de habitação, que, fazendo ângulo de 90º com outro corpo do mesmo imóvel, produz um U
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 186
Caracterização e Diagnóstico
com todo o conjunto e, para o lado da capela-mor, por uma das quadras do claustro do séc.
17. Alçado O. com porta de arco de volta perfeita para acesso ao altar-mor e adossamento
parcial por construções adaptadas a actividade empresarial. Alçado S. tem fenestrações
rectangulares em plano superior. Ocupando todo o espaço da capela-mor, em plano mais
recuado e de menor cota, corpo da sacristia, saliente, fenestrado com pequenas frestas
rectangulares. Pilastras, cornija e coruchéus. Janelões rectangulares, em plano superior, no
corpo da capela-mor. Pilastras e cornija. INTERIOR: Igreja de nave única, capela-mor e
sacristia. No lado E., portal de entrada, tendo, em nível superior, 2 janelões rectangulares a
ladear um óculo, únicos elementos de iluminação. Lados N. e S. com portas e janelas
rectangulares num nível superior. Nos topos da nave, um altar lateral de volta inteira. Arco
triunfal de arco rebaixado. Capela-mor a que se tem acesso por escadaria, cega no lado do
Evangelho e com 2 fenestrações no lado fronteiro. Altar-mor de arco a pleno centro.
Abóbadas de berço assente em cornija sobre as fenestrações. Para N., paralela e
perpendicular à igreja, a habitação senhorial do conjunto. Na face paralela, escadaria de
pedra de acesso ao piso nobre da habitação. No piso térreo, portas e arcos. Na face E.,
portal de tímpano curvo interrompido, encimado por fenestração polilobada com tímpano e
avental, de acesso ao claustro. No piso superior dos 2 alçados, janelas e varandas de
sacada. Remate em cornija. No alçado tardoz do lado N., corpo da habitação propriamente
dita, que se apoia sobre as actuais caves de pipas de vinho do Porto, várias fenestrações
rectangulares e uma varanda de sacada. Continua o alçado com muro fenestrado, que
forma uma das quadras do claustro. Este é de 5 tramos por face, de arcos a pleno centro,
possuindo no centro da quadra um tanque octogonal com fonte de 2 taças sobre um pilar
formado por feixe de colunelos. No piso superior divisões adaptadas à actividade
empresarial e a habitação.
Utilização Inicial
Cultual e devocional: mosteiro masculino da Ordem de Cister
Utilização Actual
Residencial / agrícola
Propriedade
Privada: pessoa singular
Época de Construção
Séc. 12 / 17 / 18
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 187
Caracterização e Diagnóstico
Cronologia
1080 - edificação do convento por D. Pedro e D. João; 1145 - restaurado, tendo terminado a
fase beneditina, ou dos monges de hábito negro e adoptando a regra cisterciense ou dos
monges brancos e filiado no de S. João de Tarouca; séc 16 - reconstrução; união do
Mosteiro a Alcobaça; 1611 - Filipe II cria o condado de São João da Pesqueira a favor de
Luís Álvares de Távora, cuja linhagem ascendia a Ramiro II, rei de Leão, bisavô de Rosendo
Hermiges, povoador e senhor da beetria de Távora, cujo sucessor, Pedro Ramires de
Távora foi o fundador do mosteiro de São Pedro das Águias ( o Novo ); séc. 18, meados encerrado no tempo do Marquês de Pombal, por ter sido panteão dos Távoras e reaberto no
reinado de D. Maria I; 1836 - incêndio no edifício; 1834 - extinção; 1836 - incêndio e
pilhagem, a partir dessa data foi adaptado a casa agrícola; 1834 - vendido em hasta pública;
grande incêndio consumiu o imóvel; 1916 - pertencia a Alexandre de Barros; 1996 mosteiro e quinta foram adquiridos pela actual proprietário; 1997 - constituída a Sociedade
Prestamat - Exploração Turística, SA e a Mordant e Convento que gere a exploração da
vinha; 1999 - constituição da sociedade de vinhos Senhora do Convento que assegura a
comercialização do vinho do Porto e de mesa.
Tipologia
Arquitectura religiosa românica ( vestígios ), maneirista e barroca. Estrutura primitiva de
convento cisterciense. Igreja de nave única, capela-mor e sacristia. Claustro com dormitório,
refeitório, sala do capítulo. Quinta agrícola para auto-suficiência da vida conventual. Muro
separador para o exterior. Claustro maneirista de arcos a pleno centro apoiados em pilares
com decoração de molduras e assentes em pilares quadrados. Habitação típica de
arquitectura erudita do séc. 18. Disposição horizontalista dos volumes com 2 pisos, sendo o
superior mais nobre, já que servia de habitação propriamente dita. Fenestrações com
decoração mais elaborada e brasões heráldicos.
Características Particulares
Edifício muito adulterado, por adaptação às novas funções agrícolas e residenciais.
Desproporção do arco triunfal.
Dados Técnicos
Estrutura autónoma e mista
Materiais
Granito, rebocos e madeiras
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 188
Caracterização e Diagnóstico
Bibliografia
Brito, Fr. Bernardo de, Primeira Parte da Chronica de Cister, Lisboa, 1602; AZEVEDO, D.
Joaquim de, História Ecclesiastica da Cidade e Bispado de Lamego, Porto, 1877; Boletim da
Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, nº 75 - Igreja Românica de S. Pedro
das Águias, 1954; COCHERIL, Dom Mauro, Routier des Abbayes Cisterciennes du Portugal,
Paris, 1978; COSTA, M. Gonçalves da, História do Bispado e Cidade de Lamego, Vols. II e
IV, Lamego, 1979 e 1984; Guia de PortugalL, vol. V - II, Lisboa, 1988; FREITAS, Luiz de,
Taboaço - Notas & Lendas, Tabuaço, 1991 [1.ª ed. de 1916]; MONTEIRO, J. Gonçalves,
Tabuaço, Tabuaço, 1991; CORREIA, Alberto, Tabuaço Roteiro Turístico, Tabuaço, 1997.
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
Documentação Administrativa
DGEMN: DSID
Intervenção Realizada
Observações
*1 - igreja, sacristia e caves da habitação utilizadas como armazém de pipas de vinho do
Porto. *2 - segundo um projecto de arquitectos de Braga, aprovado pelo IPPAR e pela
Câmara Municipal de Tabuaço, será criado um hotel com quartos suites, espaços culturais e
adega, bem como piscina e court de ténis; a nave da igreja será transformada em sala de
concertos e exposições, mantendo a capela-mor o seu cunho religioso.
Autor e Data
Madeira Portugal 1992 / João Carvalho 1999
IMÓVEL DE INTERESSE MUNICIPAL
15. Quinta do Monte Trevesso
Localização – Barcos
Protecção –Classificação como Imóvel de Interesse Municipal (IM), por
Deliberação de 25-02-2005 da Assembleia Municipal de Tabuaço.
16. Quinta de Santo António
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 189
Caracterização e Diagnóstico
Localização – Adorigo
Protecção – Classificação como Imóvel de Interesse Municipal (IM), por Edital n.º
12/2010 da Câmara Municipal de Tabuaço.
17. Quinta das Herédias
Localização – Távora
Protecção – Classificação como Imóvel de Interesse Municipal (IM), por
Deliberação da Assembleia Municipal de Tabuaço, de 29 Dezembro 2003.
18. Quinta da Aveleira
Localização –Távora
Protecção – Classificação como Imóvel de Interesse Municipal (IM), DR, III, de 3110-2003, pág. 23 413.
19. Casa Cimeira
Localização – Valença do Douro
Protecção – Classificação como Imóvel de Interesse Municipal (IM).
20 – Serro de Stº Aleixo
Localização – Barcos
Protecção – Classificação como Imóvel de Interesse Municipal (IM). Deliberação
de 30-09-2005 da Assembleia Municipal de Tabuaço.
PATRIMÓNIO ARQUITECTÓNICO EM VIAS DE CLASSIFICAÇÃO
21. Capela Românica de Sabroso / Capela de Santa Maria de Sabroso
Localização
Viseu, Tabuaço, Stª Leocádia
Protecção - IIP, Desp. 30 de Agosto 1984
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 190
Caracterização e Diagnóstico
Acesso - EM 514 depois de Barcos, com placas de sinalização
Enquadramento
Rural, em superfície plana, isolado, destacado e harmonizado, em zona arborizada.
Separado da zona envolvente por muro.
Descrição
Planta longitudinal, composta, regular. Volumes articulados, com disposição horizontalista
das massas, e coberturas diferenciadas de telhados de duas águas. Espaço de nave única
e capela-mor mais estreita. Fachada principal voltada a O. é de maior altura que as
restantes, sendo rasgada por pórtico de arco levemente apontado com duas arquivoltas e,
superiormente pequena fresta. Remate em empena, cortada por sineira sobrepujada por
cruz. Fachada N. com porta rectangular e remate em cornija. No corpo da capela-mor, fresta
e cachorrada sobre a qual se desenvolve a cornija. Alçado E. cego. Alçado S. é cego no
corpo da nave, apresentando no da capela-mor fenestração rectangular, cachorrada e
cornija. Junto aos muros, várias tampas de sepulturas com cruzes e espadas esculpidas*1.
INTERIOR tem portal axial de arco apontado e, no lado do Evangelho, porta rectangular e
púlpito quadrangular, a que se tem acesso por escadaria de pedra. O alçado fronteiro é
cego. Arco triunfal de arco apontado ladeado por dois altares. Capela-mor apresenta, no
lado da Epístola, fenestração rectangular. Retábulo de madeira policromada. Coberturas em
falsa abóbada de berço abatido, em madeira.
Utilização Inicial
Cultual e devocional: capela
Utilização Actual
Cultual e devocional: capela
Propriedade
Privada: Igreja Católica
Época de Construção
Séc. 13 / 17
Cronologia
1194 - referenciada a freguesia de Sabroso, sede de abadia e colegiada; séc. 13 construção do imóvel; séc. 14 - existência de um pároco até esta data *2; séc. 17 -
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Caracterização e Diagnóstico
acrescento da nave e execução das coberturas; 1874 - recuperação geral da capela,
conforme notícia sobre a aduela do fecho do arco triunfal.
Tipologia
Arquitectura
religiosa,
românica e
seiscentista.
Igreja de nave
mor
mais
estreita,
única e capelacom
coberturas em falsa abóbada
de berço. Portal de arco
levemente apontado, sineira
sobre a fachada principal
interrompendo
Capela-mor com cachorrada
a sustentar a cornija.
a
empena.
Características Particulares
Assente em local de vestígios de ocupação humana pelo menos desde o período castrejo.
Vestígios, na fachada principal do que poderia ter sido um alpendre. Acrescento de uma
nave seiscentista. Existência de lápides sepulcrais junto aos muros.
Dados Técnicos
Estrutura autónoma.
Materiais
Granito, madeira, telha.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 192
Caracterização e Diagnóstico
Bibliografia
Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Vol. 26, Lisboa / Rio de Janeiro, s.d.; COSTA,
M. Gonçalves da, História do Bispado e Cidade de Lamego - I, Lamego, 1977; CORREIA,
Alberto, Roteiro Turístico do Distrito de Viseu, Viseu, 1981; Guia de Portugal, vol. V - II,
Lisboa, 1988; FREITAS, Luiz de, Taboaço - Notas & Lendas, Tabuaço, 1991 [1.ª ed. de
1916]; MONTEIRO, J. Gonçalves, Tabuaço, Tabuaço, 1991; CORREIA, Alberto, Tabuaço roteiro Turístico, Tabuaço, 1997; Tabuaço - um passado presente, Tabuaço, 1999.
Documentação Gráfica
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
Documentação Administrativa
Intervenção Realizada
1965 - recuperação do telhado a expensas do povo.
Observações
*1 - as lápides são provenientes do primitivo cemitério que envolvia o imóvel; *2 - foi a matriz
da freguesia até à construção da Igreja de Barcos.
Autor e Data
João Carvalho 1998
22. Capela de São Sebastião
Categoria / Tipologia Capela / Arquitectura Religiosa
Localização - Desejosa / Viseu / Tabuaço
Local - Lugar da Balsa
Protecção – Homologado – Imóvel de Interesse Público. Despacho de
homologação como IIP de 02-09-2009, de sua Excª o Ministro da Cultura.
23. Casa da Roda
Categoria / Tipologia Casa / Arquitectura Civil
Localização - Barcos / Viseu / Tabuaço
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 193
Caracterização e Diagnóstico
Acesso - De Tabuaço, pela EN 226-2, para Barcos.
Local - Rua do Pelourinho, nº 1
Protecção – Em Vias de classificação, com Despacho de Abertura, de 30-08-1084.
Enquadramento
Urbano em superfície inclinada, adossado parcialmente a habitações em arruamento, quase
nos limites do lugar.
Descrição
Planta quadrangular bastante irregular já que duas faces formam uma linha curva.
Coincidência entre o interior e o exterior, de massas simples e de tendência horizontalista.
Cobertura do telhado assimétrico com 4 águas. Rasga-se a porta de entrada no lado oposto
da rua principal, em pequeno espaço de carácter intimista, prolongando-se a empena, cega,
em curva por ruela que desemboca na via pública. Nesta o alçado compõe-se de uma porta
térrea rectangular e pequena fenestração rectangular a nível superior. Fazendo ângulo de
90º, o outro alçado possui uma porta rectangular a nível térreo, encimada por janela
rectangular. Cornija nos 2 alçados principais. INTERIOR: no piso térreo, divisões para
arrumos e despensa e, no piso superior, divisões adaptadas a habitação.
Utilização Inicial
Assistencial: casa da roda
Utilização Actual
Residencial: casa
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 194
Caracterização e Diagnóstico
Propriedade
Privada: pessoa singular
Época de Construção
Séc. 17 (conjectural)
Cronologia
Séc. 17 - data provável de construção do imóvel.
Tipologia
Arquitectura civil maneirista. Arquitectura vernácula da Beira Alta. Habitação em granito de 2
pisos, sendo o térreo para abrigo de animais e arrumos, enquanto o superior serve para
habitação. Poucas e pequenas fenestrações, ausência de chaminé e telhado de 4 águas em
telha típica da região.
Características Particulares
Duas das empenas não formam cunhal, prolongando-se em curva. 2 alçados rebocados e 2
de silharia visível. Vestígios do local da Roda.
Dados Técnicos
Paredes autoportantes
Materiais
Granito, rebocos, madeiras
Bibliografia
MONTEIRO, J. Gonçalves, Tabuaço, Tabuaço, 1991; CORREIA, Alberto, Tabuaço
CORREIA, Alberto, Tabuaço Roteiro Turístico, Tabuaço, 1997.
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
Documentação Administrativa
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 195
Caracterização e Diagnóstico
Observações
*1 - o imóvel encontra-se parcialmente adossado a construção senhorial eventualmente
coeva, de carácter mais erudito, a que se segue um muro com portal para espaço aberto no
interior. É denominada Passal e ali teria sido residência de um Abade. *2 - a Roda em
Tabuaço foi criada em 1834 / 1835 e constitui-se por outras, suas filiadas, existentes noutros
Concelhos, como a de Armamar. Para além de abranger toda a área do actual Concelho,
englobava S. Cosmado, Moimenta da Beira, Trevões, Ucanha e Armamar (esta última até
1838).
Autor e Data
João Carvalho 1999
OUTROS VALORES ARQUITECTÓNICOS
1. Igreja Matriz de Granja do Tedo/Igreja de São Faustino e São Jovita
2. Ponte do Rio Tedo
Localização - Viseu, Tabuaço, Granja do Tedo
Acesso - EN 226-2 até Barcos. Daqui pela EM 514 até Carrazedo. Pela EM 520,
até Granja do Tedo ao fundo da Povoação.
Protecção - Em estudo
Enquadramento
Peri-urbano, em vale, isolado e destacado em zona de interesse paisagístico.
Descrição
Ponte lançada de apenas um arco, sem talhamares e apoiada em afloramentos rochosos
nas margens do rio. Arco com arquivolta de uma só fiada de aduelas paralelepipédicas. O
preenchimento lateral e superior do arco é feito por blocos de pedra aparelhada, regular.
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Caracterização e Diagnóstico
Guardas ou parapeito de duas fiadas de blocos aparelhados formando ângulo pouco
pronunciado. Pavimento granítico de construção recente.
Utilização Inicial
Equipamento viário: ponte
Utilização Actual
Equipamento viário: ponte para circulação rodoviária e pedonal.
Propriedade
Pública: municipal
Época de Construção
Romana; Idade média
Cronologia
Séc. 2 a.C. / 1 d.C. - Prováveis balizas cronológicas da sua construção, integrada na rede
viária romana, servindo vias secundárias ou municipais (viae vicinales).
Tipologia
Arquitectura civil romana. Ponte romana de arco centralizado, sem talhamares, com
tabuleiro em ângulo pouco pronunciado.
Características Particulares
Configuração atípica do arco.
Dados Técnicos
Estrutura autoportante.
Materiais
Granito
Bibliografia
MONTEIRO, J. Gonçalves, Tabuaço, Tabuaço, 1991.
Documentação Gráfica
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
Documentação Administrativa
DGEMN: DSID
Intervenção Realizada
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 197
Caracterização e Diagnóstico
Observações
Os itinerários romanos referem o rio Douro como sendo navegável por pequenas
embarcações até Barca de Alva, sendo os rios importantes vias de comunicação na época,
favorecendo a actividade comercial. As principais vias terrestres e fluviais destinavam-se
assim a facilitar a comunicação entre o litoral e o interior do território, o acesso aos centros
produtores e a deslocação de exércitos. As redes viárias principais eram completadas com
inúmeras vias menores de importância local. Nas proximidades pequena ponte granítica
sobre o afluente do Tedo denominado Tedinho.
Autor e Data
João Carvalho 1998
3. Casa Macedo Pinto e dependências Agrícolas
Localização - Viseu, Tabuaço, Tabuaço
Acesso - R. Dr. Gomes Mota, nº 12
Protecção - Em estudo
Enquadramento
Urbano, a meia encosta, em declive, destacado e adossado nos alçados laterais a
construções de habitação e isolado no alçado tardoz, já que este se desenvolve para zona
agrícola. Separado por via pública e muro delimitador da propriedade rural em zona de
interesse paisagístico.
Descrição
Planta longitudinal, composta e irregular, com coincidência entre o interior e o exterior. De
volumes articulados e disposição horizontalista das massas e coberturas de telhados de
mansarda no corpo principal e diferenciados de 2, 3 e 4 águas. Fachada principal voltada a
NO. com embasamento marcado. Corpo principal composto por porta de acesso rectangular
emoldurada e ladeada, à direita, por 3 fenestrações rectangulares, gradeadas, de guilhotina
e, à esquerda, por outras tantas de recorte semelhante, a que se junta na extremidade do
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 198
Caracterização e Diagnóstico
corpo principal uma porta rectangular. O piso superior, separado na horizontal por friso em
cantaria, é composto por 4 janelas de sacada, com varanda em ferro, encimadas por
arquitrave e ladeadas por 2 janelas de guilhotina, em cada lado, emolduradas e com
avental. Cornija saliente. Para O. e adossado ao corpo principal, um outro corpo, térreo,
com 1 porta rectangular em cada extremidade, que compreendem entre si, 5 janelas de
guilhotina emolduradas e com avental. A este corpo, e pertencente à propriedade, segue-se
um outro de perfil semelhante, que actualmente não faz parte do conjunto. Alçado NE.
encontra-se adossado a construção incaracterística e possui uma porta rectangular
encimada por janela de guilhotina semelhante às do alçado principal, sendo rematado por
cornija. Alçado tardoz desenvolve-se a partir de terreiros horizontalizados artificialmente. No
piso térreo, espaços e planos diferenciados para recolha de animais, alguns deles divididos
por pilares com capitéis de perfil recortado, adega, carpintaria, abegoaria, e várias
dependências para armazenamento de produção agrícola. Diversas portas e janelas de
guilhotina. No piso imediato, em cota da via pública no alçado principal, corpo mais recente
construído para aposentos de empregados e estruturas para apoio agrícola e à residência,
com varanda de arcos abatidos apoiados em barrotes de madeira e sustentada em mísulas,
portantes do patim, a que se tem acesso, pelo exterior, por escadaria. Segue-se um outro
corpo, em plano mais avançado que, neste piso, comporta 4 janelas de sacada, com
bandeira e varanda. Remate em cornija. No corpo principal, neste piso e no superior, dupla
varanda, com bandeira, de sacada, aos extremos, comportando entre si, 4 janelas
rectangulares de guilhotina. Remate em cornija. No telhado do corpo principal várias
mansardas. INTERIOR: Porta de acesso a átrio, que comunica para ambos os lados a
divisões de habitação e, em frente, a corredores que percorrem paralelamente toda a
habitação e dão acesso a divisões. No topo esquerdo, janela para o exterior. No direito,
acesso a divisões e sala de jantar. Em frente ao átrio, escadaria com balaustrada de
madeira, formando patamar fenestrado, para o piso superior, onde corredores semelhantes
e sobrepostos aos do piso térreo comunicam com divisões de habitação. No topo, do lado
direito, escadaria de acesso ao sótão, adaptado a arrumos. Da porta exterior, lateral à
principal, faz-se directamente o acesso à cozinha ( no corpo que se adossa ao principal ) e
através de pequeno corredor à sala de jantar e por escadaria, ao exterior para o alçado
tardoz. Na propriedade agrícola, construções de arquitectura popular isoladas para fins
agrícolas. No extremo da propriedade e paralelo a outra via pública, situa-se o LAGAR. É 1
dependência de planta sensivelmente quadrada, a que se tem acesso por pequena
escadaria, constituindo um espaço unificado, com estrutura de telhado à vista, de 3 águas,
onde se encontram as prensas e estruturas de apoio à função.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 199
Caracterização e Diagnóstico
Utilização Inicial
Residencial / Agrícola
Utilização Actual
Residencial
Propriedade
Privada: pessoa singular
Época de Construção
Séc. 19
Cronologia
1850 / 1853 - construção da residência principal; 1868 - para além da anterior, estavam
construídas a azenha e outras construções que lhe estavam adossadas; 1869 - planta com
indicações de obras e alterações pretendidas; 1870 - no espaço compreendido entre a
habitação e a azenha, foram executadas várias dependências agrícolas e de serviços.
Estrebarias no r/c e quartos para empregados, rouparia, banheiros e dispensa, no 1º andar.
Para além disso foi acrescentada uma sala de jantar e copa.
Tipologia
Arquitectura civil residencial romântica. Simetria do corpo principal da fachada principal.
Habitação nobre nos 2 pisos da construção principal. Sobriedade decorativa. Desmesurados
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 200
Caracterização e Diagnóstico
pés direitos. Arrumos e instalações de apoio à actividade agrícola e de serviços em nível
inferior e em espaços diferenciados. Algumas construções para exploração agrícola
adossadas à residência principal. Arquitectura popular da produção. Lagar em imóvel
granítico de planta rectangular simples. Espaço unificado para prensas e estruturas de
apoio ao seu funcionamento.
Características Particulares
Fachada principal de volumetrias e pisos diferenciados, que, moldando-se à via pública, não
se encontram no mesmo plano. Grande desproporção de volumetrias entre os alçados
principal e tardoz, pela sua adaptação ao acentuado declive do terreno. Entrada principal
descentralizada pela existência de número par de fenestrações.
Dados Técnicos
Paredes autoportantes
Materiais
Granito, rebocos, madeiras e ferro
Bibliografia
LEAL, Augusto Soares D'Azevedo Barbosa de Pinho, Portugal Antigo e Moderno, vol. IX,
Lisboa, 1880; FREITAS, Luiz de, Taboaço - Notas & Lendas, s.l.,1916 ( Edição Facsimilada
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 201
Caracterização e Diagnóstico
pela Câmara Municipal de Tabuaço, 1997 ), MONTEIRO, J. Gonçalves, Tabuaço, Tabuaço,
1991.
Documentação Gráfica
Proprietários; DGEMN: DSID
Documentação Fotográfica
Proprietários; DGEMN: DSID
Documentação Administrativa
Proprietário
Observações
*1 - os fundadores da casa, foram dos maiores beneméritos de Tabuaço. Deve-se-lhe a
construção de uma Escola Pública, uma Biblioteca Pública, entre outras iniciativas
filantrópicas.
Autor e Data
Cecília Matias 1999; João Carvalho 2000
4. Igreja Matriz de Longa / Igreja de São Pelágio
Localização - Viseu, Tabuaço, Longa
Acesso - De Tabuaço para a EM 514; em Longa, a 400 m., no Lg. da Igreja
Protecção - Inexistente
Enquadramento
Urbano, em terreno ligeiramente inclinado, isolado, destacado, separado por via pública.
Rodeado por vários imóveis de interesse histórico e artístico, nomeadamente a S., pela
Casa do Abade (v. 1819080047); a N., no Lg. do Adro e R. Direita, por edifícios
característicos dos sécs. 17, 18 e 19, particularmente a Casa dos Leões (v. 1819080056) e
Casa Oitocentista na R. Direita (v. 1819080057); a NE., pela Casa da Antiga Câmara de
Longa (v. 1819080052); a E. pelo Lg. da Praça onde se encontra um fontanário oitocentista
embutido nos muros de sustentação do balcão que divide a praça, e vários edifícios
característicos dos séc. 18 e 19, nomeadamente a Casa Oitocentista na R. Boaventura José
de Carvalho (v. 1819080059) e Casa setecentista da R. Ferreira (v. 1819080061).
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 202
Caracterização e Diagnóstico
Descrição
Planta longitudinal, composta por nave única, capela-mor ligeiramente mais estreita,
sacristia e torre sineira, adossadas ao lado N.. Volumes articulados e disposição
horizontalista das massas, exceptuando a torre sineira, que evolui verticalmente, com
coincidência entre o exterior e o interior. Coberturas diferenciadas de uma e duas águas.
Alçados lateral esquerdo e tardoz rebocados e pintados de branco e os demais de cantaria
aparente, com embasamentos de cantaria e remates em cornija saliente com uma das
molduras em garganta ou papo de rola, suportando pináculos sobre os cunhais apilastrados.
Alçados principal e tardoz com empena. Alçado principal voltado a O. com torre sineira
recuada, no lado N.. Um degrau em piso lajeado dá acesso ao pórtico principal, rematado
por entablamento e frontão triangular com cruz flor-de-lisada no ângulo superior, a que se
sobrepõe um janelão em capialço, com moldura simples de cantaria. No lado esquerdo do
portal, surge insculpida na cantaria cruz florenciada. Alçado N. circunscrito pelos corpos
articulados da sacristia e da torre sineira, ligados por baixo muro com voluta de cantaria que
vence o desnível do terreno e obeliscos piramidais de cantaria ladeando pequena portada
de ferro forjado pela qual se acede ao adro. O alçado é rasgado por pórtico lateral rematado
por entablamento e frontão triangular. Torre sineira composta por três registos separados
por friso e cornija, os primeiros com óculo circular e, no último, ventana de arco pleno. A
torre é coroada por coruchéu bulboso e rematada por fogaréus cilíndricos. O lintel da porta
de acesso à escadaria interior, em caracol e voltado a E., ostenta a data de 1807 *1. Alçado
tardoz cego, com empena rematada por cruz em cantaria lavrada com motivo geometrizado.
Alçado S. rasgado por dois janelões com moldura simples de cantaria. Cruz floretada
inscrita na cantaria, a meio da nave. INTERIOR com cobertura de madeira, em falsa
abóbada de berço abatido, ostentando um conjunto de 82 caixotões com painéis pintados
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 203
Caracterização e Diagnóstico
representando os Apóstolos, 20 santos e os restantes cenas da vida de Cristo e da Virgem
Maria. As molduras e traves são pintadas a imitar marmoreado. Pavimento constituído por
lajes de granito na capela-mor e por lápides sepulcrais cobertas por piso de madeira corrida
na nave *2. Coro-alto de madeira com balaustrada, suportado lateralmente por mísulas em
granito, existindo, na zona do sub-coro, no lado da Epístola, baptistério, revestido com
azulejo padrão e registo representando o Baptismo de Cristo, sendo a pia constituída por
monólito de granito simples em forma de taça e suportado por fuste de base quadrada que
se chanfra aos cantos, tornando o fuste ligeiramente oitavado. No lado do Evangelho, a
meio da nave, portal de moldura simples, ladeado por pia de água benta, em granito, em
forma de meia esfera concheada, com moldura simples. Ao lado, altar dedicado a Santo
Isidoro e embutido na parede sob arco de volta perfeita em cantaria com estrutura retabular
em três eixos separados por colunas troncocónicas, lisas e com alguns motivos fitomórficos,
rematadas por capitéis de inspiração compósita. Altar em forma de urna *3, com
marmoreados. Decoração das molduras e painéis posteriores com motivos fitomórficos.
Púlpito quadrado em talha dourada e policromada, suportado por modilhão de granito, ao
qual se acede por sete degraus, igualmente de granito, adossados à parede. No lado da
Epístola, nicho de granito anteriormente destinado a confessionário, onde se situa uma
imagem de madeira. A meio da nave, retábulo dedicado ao Menino Deus, inserido em arco
de cantaria de volta perfeita, composto por talha policromada e dourada, coroado por um
par de "putti" no ático e um par de anjos no remate superior do frontão curvo do altar.
Frontal decorado com baixo-relevo em talha dourada e policromada com motivos
fitomórficos. Existência de nicho com moldura de madeira policroma, com a imagem do
Sagrado Coração de Jesus, rematado por medalhão em talha policromada, com um coração
*4. Dois pequenos nichos de cantaria em forma de concha. Arco triunfal de volta perfeita,
resguardado por sanefa dourada e policromada ostentando dois anjos policromos de
razoáveis dimensões. É ladeado por dois altares em talha dourada e policromada,
dedicados a Nossa Senhora do Rosário e São José, compostos por colunas torsas
decoradas com motivos fitomórficos, suportadas por anjos-atlantes, sendo as estruturas
rematadas por frontões curvos interrompidos, profusamente decorados. Três edículas com
baldaquinos e sanefas, sobrepujados por plumas, estruturam os altares, na base dos quais
surgem sacrários profusamente decorados e rematados por coroas reais. Frontais dos
altares com motivos fitomórficos em baixo relevo, de talha dourada e policromada. O tecto
da capela-mor é coberto por 27 caixotões com representações hagiográficas e o piso é
elevado a meio por dois degraus, vencendo o desnível. Retábulo em talha dourada e
policromada, sendo o conjunto centrado pelo trono de linhas sinuosas e ladeado por quatro
anjos tocheiros, coberto por baldaquino contendo painéis figurando cartelas de volutas com
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 204
Caracterização e Diagnóstico
vieiras e motivos fitomórficos. É ladeado por dois nichos, decorados por sanefas e
drapeados, sendo os três eixos divididos por colunas torsas com motivos fitomórficos e as
colunas estremenhas suportadas por atlantes. No ático, dois anjos sobre frontão curvo
interrompido seguram um resplendor que envolve as iniciais IHS. Possui decoração profusa
com motivos fitomórficos, vasos com florões, concheados e dois pelicanos que rematam as
colunas torsas centrais. O frontal é em talha dourada e policroma que repete a inscrição
IHS. O sacrário, em forma de tabernáculo, encontra-se decorado com sanefas e reposteiros
em talha dourada, bem como por cabeças de anjos e dois "putti" que, afastando as sanefas,
desvendam um resplendor. Sobre o sacrário, um "Agnus Dei" em talha policromada. Ainda
na capela-mor e do lado do Evangelho, encontra-se uma credência em talha dourada e
policromada. No lado da Epístola, uma cadeira episcopal em madeira de castanho com
braços e pernas de formas curvas, espaldar recortado e ondulado, rematado por
concheado. Estante de leitura, por baixo do arco triunfal do lado do Evangelho, dourada e
policromada, suportado por coluna torsa decorada com motivos fitomórficos espiralados.
Uma porta em madeira de castanho, de moldura simples, comunica com a sacristia pelo
lado do Evangelho. Esta sugere planimetricamente um triângulo, contendo arcaz em
madeira de castanho de linhas sóbrias do lado E.. No lado N., encontra-se um lavabo de
granito embutido na parede, com concha e bica em forma de carranca, sendo delimitado por
pilastras rematadas por coruchéus piramidais, e coroado por uma cruz. Do lado NO., acedese ao exterior através de portal de moldura simples.
Utilização Inicial
Cultual e devocional: igreja
Utilização Actual
Cultual e devocional: igreja
Propriedade
Privada: Igreja Católica
Época de Construção
Séc. 12 ( conjectural ) / 13 ( conjectural ) / 14 / 16 / 17 / 18 / 19 / 20
Arquitecto / Construtor / Autor
José Correia Loureiro e L.M. da Costa, fundidores dos sinos.
Cronologia
Séc. 12 / 13 - provável edificação da primitiva igreja; 1320-1321- primeiro arrolamento
paroquial do reino, no reinado de D. Dinis, tendo sido a paróquia, denominada como São
Paio de Longa, taxada em 30 libras, nessa época; séc. 15 - pertenceu o direito de padroado
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Caracterização e Diagnóstico
aos condes de Marialva ( MONTEIRO, 1991 ); séc. 15 / 16 - feitura da imagem de São
Bento; 1527 - direito de padroado pertencente à coroa e depois ao Convento de São Pedro
das Águias; séc. 17 - possíveis obras de ampliação e execução de parte da imaginária; séc.
17, finais - edificação do tecto de caixotões; séc. 18, inícios - pertencia aos frades bernardos
de Salzedas e, em meados do mesmo século, ao cabido da Sé de Lamego; séc. 18, 1.ª
metade - edificação das estruturas retabulares; séc. 18, finais - edificação do altar do
Sagrado Coração de Jesus; 1807 - finalização da torre; 1890 - José Correia Loureiro,
residente na Granja Nova, fundiu o sino; 1934 - fundição de im sino por L.M. da Costa, de
Rio Tinto; 1940, final da década - obras de restauro da igreja; 1971 - desmantelamento,
contra a vontade da população, dos altares do Sagrado Coração de Jesus e de Santa
Bárbara; 1980, década de - obras de conservação na capela-mor; 1999 / 2000 - obras de
conservação e restauro da igreja ao abrigo do Programa LEADER, com a recriação do altar
de Santa Bárbara, reaproveitando-se peças ainda existentes, pertencentes aos dois altares
desmantelados em 1971.
Tipologia
Arquitectura religiosa, maneirista e barroca. Igreja de uma nave e capela-mor mais estreita,
com torre sineira e sacristia adossadas a N.. Fachada principal com eixo pronunciado, tendo
portal, janelão e remate em empena. Portais sobrepujados por entablamento e frontão
triangular. Cunhais em forma de pilastras, com pináculos. Iluminação por janelas em
capialço. Coro-alto e pequeno baptistério. Coberturas em caixotões, provavelmente trabalho
de oficina regional, demonstrando boa qualidade na sua execução e semelhante ao tecto da
nave da Igreja Matriz de Granja do Tedo ( v. 1819060030 ). Retábulos-mor, colaterais e
laterais de talha dourada e policromada joaninos. Torre sineira com características
neoclássicas, com três registos e remate em coruchéu. Púlpito com acesso através de
escadas adossadas ao muro.
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Caracterização e Diagnóstico
Características Particulares
O interior do templo demonstra um excelente efeito cenográfico provocado pela conjugação
de elementos maneiristas, barrocos e rococós, que o tornam significativamente importante
como exemplo de estudo da evolução do barroco regional. Este templo possui a mais alta
torre sineira do concelho de Tabuaço. O corpo da capela-mor encontra-se levemente
assimétrico ao da nave denunciando a anterior construção medieval. Cantaria aparente na
torre e em dois alçados, sendo os restantes rebocados. Pequeno adro murado entre a
sacristia e a torre sineira, antecedendo o portal axial. Friso de cantaria percorre todo o
exterior, sustentando a cornija. Cruz insculpida na fachada principal. Travejamento e
molduras dos caixotões são policromados, com marmoreados e motivos fitomórficos.
Dados Técnicos
Paredes e estrutura autoportantes.
Materiais
Granito; telha cerâmica; azulejo tradicional; vidro fosco; ferro forjado; ferro fundido; bronze;
madeira de castanho; madeira de carvalho, madeira pintada; talha dourada.
Bibliografia
FREITAS, Luiz de, Taboaço - Notas & Lendas, Famalicão, 1915; Longa, in Grande
Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. 15, Lisboa / Rio de Janeiro, s.d.; Longa, in
VERBO - Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, vol. 12, Lisboa, s.d.; ALMEIDA, Fortunato
de, História da Igreja em Portugal, vol. IV, Porto / Lisboa, s.d., pp. 90 e 118; MONTEIRO, J.
Gonçalves, Tabuaço ( Esboço e subsídios para uma monografia ), Tabuaço, 1991;
ALMEIDA, Gustavo de, Apoteose do Barroco - Igreja Paroquial de Longa, in Notícias da
Beira Douro, n.º 158, Porto, 10 de Junho de 1995; Igreja Paroquial de Longa, in Notícias da
Beira Douro, n.º 181, Porto, 10 de Julho de 1996; CORREIA, Alberto, Tabuaço - Roteiro
Turístico, Tabuaço, 1997; ALMEIDA, Gustavo de, Restauro da Igreja de S. Pelágio de
Longa / Tabuaço - Um exemplo para as paróquias da Diocese de Lamego, in Notícias da
Beira Douro, n.º 285, Porto, 10 de Dezembro de 2000.
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Caracterização e Diagnóstico
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID; C.M.Tabuaço
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID; C.M.Tabuaço
Documentação Administrativa
C.M. Tabuaço; Fábrica Paroquial de Longa; Governo Civil de Viseu; Arquivo Distrital de
Viseu
Intervenção Realizada
1940, finais da década - obras na igreja, com a colocação do relógio na torre sineira,
comparticipado por uma larga comissão de moradores; criação de um pequeno jardim intramuros entre a sacristia e a torre; protecção das lajes sepulcrais com um piso em madeira;
desmantelamento da grade protectora do baptistério; colocação do guarda-vento e dos
azulejos padrão da capela-mor; Fábrica Paroquial de Longa: 1971 - desmantelamento
contra a vontade da população dos altares do Sagrado Coração de Jesus e de Santa
Bárbara; 1980, década de - obras de conservação na capela-mor; 1999 / 2000 - obras de
conservação, restauro e valorização da igreja ao abrigo do Programa LEADER - recriação
do altar de Santa Barbara com peças, ainda existentes, pertencentes aos dois altares
desmantelados em 1971 ( o frontal do altar é, actualmente e depois das obras de restauro, o
que pertencia ao altar do Sagrado Coração de Jesus ); restauro da credência da capelamor, por se encontrar com as pernas mutio danificadas; o assento e o espaldar da cadeira
episcopal que se encontra na capela-mor eram em palhinha, tendo sido almofadados e
cobertos com damasco; execução da estante de leitura, aproveitando elementos do antigo
altar do Sagrado Coração de Jesus, nomeadamente a peça do entablamento, suportada
actualmente por coluna reconstitutiva do mesmo estilo das colunas do altar-mor.
Observações
*1 - o lintel da porta de acesso à escadaria em caracol da torre ostentava uma pedra com a
data de 1685 mas, durante as obras de restauro entre 1999 e 2000, veio-se a descobrir que
escondia uma gravação na pedra, com a data de 1807, correspondendo à provável
conclusão da torre.*2 - durante as obras de restauro e conservação, ocorridas entre 1999 e
2000, deparou-se com a existência de sepulcros debaixo das lajes da capela-mor e até
meio da nave da igreja, sendo o restante piso da nave coberto por terra batida indiciando o
enterramento colectivo, nessa área, dos indivíduos de menos posses.*3 - cujo frontal fazia
parte do altar do Sagrado Coração de Jesus. *4 - onde, anteriormente e até 1971, existia um
grande altar em estilo neoclássico de finais do séc. 18; o medalhão com o coração provém
do antigo altar, continuando a ter a mesma função de coroamento, mas já sem o resplendor
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Caracterização e Diagnóstico
que o cercava e que foi aproveitado para o Cristo crucificado da capela-mor. *5 - a imagem
de Santo Isidoro, que possui capela própria localizada a meio do monte fronteiro à
povoação de Longa, encontra-se neste altar por motivos de segurança.
Autor e Data
Gustavo Almeida 2001
5. Capela de Nossa Senhora da Saúde/Santuário da Senhora da Saúde e
Capelinha da Senhora da Guia
Localização - Viseu, Tabuaço, Longa
Acesso - De Tabuaço para a EM 514; em Longa, na EM 514, à esquerda, a 300 m. para a
R. do Mártir; nesta, a 100 m. para a esquerda, na R. da Senhora da Saúde
Protecção - Inexistente
Enquadramento
Peri-urbano, em monte a E. da povoação de Longa, isolado, em plataforma plana artificial,
aproveitando zona de fragas de grande dimensão para implantação do recinto do santuário.
Dentro do recinto, encontram-se, a N., um coreto e o adro das festas e, a S., junto a fragas,
a capelinha da Senhora da Guia e um nicho com uma imagem de São José. Na encosta,
entre a povoação e o santuário, surgem casas de habitação incaracterísticas que foram
sendo construídas ao longo da R. da Senhora da Saúde, desde meados do séc. 20.
Descrição
Planta longitudinal, composta por nave única e capela-mor ligeiramente mais estreita e
baixa, com volumes articulados e disposição horizontalista das massas, com coincidência
entre o exterior e o interior. Coberturas diferenciadas de duas e três águas, na nave e
capela-mor, respectivamente. Embasamentos de cantaria e remates com friso e cornija
saliente suportando coruchéus piramidais nos ângulos da nave. Os alçados são em cantaria
aparente, com o aparelho em opus incertum, tendo as juntas pintadas de branco e
circunscritos por cunhais apilastrados. Alçado principal virado a O., com remate em empena,
tendo cruz florenciada no vértice. Um degrau em piso lajeado dá acesso ao pórtico principal,
rematado por frontão triangular interrompido com volutas e sobrepujado por um janelão oval,
encimado por cornija. Dois janelões rectangulares sobrepujados por cornija e com avental
geometrizado, com brincos, ladeiam o portal principal. Alçados N. e S. são semelhantes,
tendo, no volume da nave, um portal de moldura simples sobrepujado por janela de arco
abatido e, à sua direita, dois janelões, um vertical em arco de volta perfeita e moldura
saliente e outro em plano superior, horizontal e com moldura simples, coincidente com o
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 209
Caracterização e Diagnóstico
coro-alto. Na zona da capela-mor, janelão vertical em arco de volta perfeita e moldura
saliente, entre dois portais moldurados e com lintel ligeiramente encurvado. Alçado tardoz
rasgado por janelão vertical em arco de volta perfeita e moldura saliente. INTERIOR coberto
por falsa abóbada de berço, ligeiramente abatido, em madeira de castanho, assente em
cornija marmoreada. Pavimento constituído por lajes de granito. No lado do Evangelho,
púlpito de caixa quadrada em madeira de castanho com florões trabalhados, suportado por
mísula e coluna cilíndrica, estriada, ambas em granito. Acede-se ao púlpito por escadaria de
madeira resguardada por balaustrada em ferro forjado. Coro-alto constituído por estrutura
simples de madeira com balaustrada, suportado por duas colunas cilíndricas do mesmo
material, pintadas a imitar marmoreados, acedendo-se ao coro por escadaria interior lateral,
de madeira, com balaustrada simples do mesmo material. Arco triunfal de volta perfeita, em
cantaria, tendo no intradorso, no lado do Evangelho, uma placa de mármore, embutida no
granito, com a inscrição: "MANDADA EDIFICAR POR BOAVENTURA JOSÉ DE
CARVALHO - 1930". É ladeado por duas mísulas de madeira, suportando imaginária.
Capela-mor elevada dois degraus, onde se situa o retábulo em madeira de castanho, de
grandes dimensões, centrado por trono com seis andares, com tribuna ladeada por duas
colunas de ordem dórica a que se sobrepõe um frontão curvo, por sua vez rematado por
concheado contracurvado. O nicho onde se situa o trono encontra-se pontoado por estrelas
douradas. Um delta luminoso, rodeado por resplendor, centra o frontão. Altar em forma de
urna com motivos fitomórficos insculpidos, tal como no sacrário, que é rematado por um
"Agnus Dei". Duas portas laterais de arco trilobado, sobrepujadas por vitrais de vidro fosco
verde e inseridas na estrutura retabular, comunicam com a parte posterior da capela-mor
que tem a função de sacristia. CAPELINHA DA SENHORA DA GUIA é de planta
longitudinal, composta por espaço único e disposição horizontalista, com cobertura de duas
águas e alçados em cantaria aparente. Alçado principal voltado a O., com remate em
empena, tendo cruz no vértice. Pórtico rectilíneo de moldura simples, ladeado por duas
fenestrações verticais em forma de losango. Alçados N. e S. cegos. Alçado tardoz é
igualmente cego, com remate em empena. INTERIOR com cobertura em vigamento de
madeira e pequeno altar composto por duas placas de betão pintadas de branco, dispostas
em níveis diferentes.
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Caracterização e Diagnóstico
Utilização Inicial
Cultual e devocional: capela
Utilização Actual
Cultual e devocional: santuário
Propriedade
Privada: Igreja Católica
Época de Construção
Séc. 20
Arquitecto / Construtor / Autor
Mestre José António de Sousa e o seu irmão Luís de Sousa, mestres pedreiros de Longa,
que efectuaram o projecto e dirigiram as obras.
Cronologia
Séc. 17 / 18 - início do culto à Senhora da Saúde na Capela de S. Sebastião Mártir *1; 1930
- construção da Capela, com financiamento de Boaventura José de Carvalho, num terreno
cedido pela família Gomes Leal; 1995-2000 - obras de beneficiação através do Programa
Miradouros do Douro - C.C.R.NORTE.
Tipologia
Arquitectura religiosa, revivalista neoclássica. Capela composta por nave única e capelamor ligeiramente mais estreita e baixa. Fachadas laterais semelhantes, com pórticos.
Cunhais em forma de pilastras, rematados por pináculos. Templo amplamente iluminado por
várias fenestrações. Fachada principal com portal sobrepujado por friso, cornija e frontão
volutado, com janela ovalada, ladeado por janelas e remate em empena. Friso percorre os
alçados sustentando a cornija. Retábulo, de grandes dimensões, e estruturas em madeira
de castanho num revivalismo do estilo neoclássico. Junto, pequena capela de espaço único,
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 211
Caracterização e Diagnóstico
com portal simples, ladeado por duas fenestrações e interior com cobertura de betão em
dois panos.
Características Particulares
O templo é um exemplo de utilização da persistência da linguagem arquitectónica clássica.
Iluminação efectuada por janelas de vários formatos, dinamizando os alçados. No interior,
pode-se observar um altar de linguagem neoclássica, com uma grande dimensão e sem
trabalho de folha de ouro ou qualquer policromia, deixando prevalecer a cor natural dos
madeiramentos, se bem que escurecidos por vernizes, conferindo a toda a estrutura
retabular um aspecto bastante sóbrio e nobre. Um Delta Luminoso centra o frontão do altar.
Dados Técnicos
Paredes e estrutura autoportantes.
Materiais
Granito; telha cerâmica; vidro; vidro fosco; ferro forjado; bronze; madeira de castanho;
madeira de carvalho; madeira pintada.
Bibliografia
MONTEIRO, J. Gonçalves, Tabuaço ( Esboço e subsídios para uma monografia ), Tabuaço,
1991; CORREIA, Alberto, Tabuaço - Roteiro Turístico, Tabuaço, 1997; ALMEIDA, Gustavo
de, Festas em honra de Nossa Senhora da Saúde - História e Memória, in Notícias da Beira
Douro, n.º 278, 25 de Agosto de 2000.
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID; C. M. Tabuaço
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID; C. M. Tabuaço
Documentação Administrativa
C. M. Tabuaço; Junta de Freguesia de Longa; Fábrica da Igreja Paroquial
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 212
Caracterização e Diagnóstico
Intervenção Realizada
C. M. Tabuaço: 1995 / 1996 / 1997 / 1998 / 1999 / 2000 - obras de beneficiação da área
envolvente, integradas no Programa Miradouros do Douro - C.C.R.NORTE, sendo efectuada
a cobertura dos pisos do recinto com lajes de granito e paralelepípedos do mesmo material,
colocação de candeeiros públicos, bancos e gradeamento; construção de W.C. de apoio ao
santuário; cobertura do coreto e criação de zonas verdes; colocação de um monumento ao
Cristo-Rei; criação de um nicho sob os penedos com uma imagem de S. José.
Observações
*1 - o culto à Senhora da Saúde remonta aos séc. 17 ou 18 e continua a ser uma das
maiores romarias do concelho de Tabuaço, mesmo da região, sendo celebrada no primeiro
domingo de Agosto.
Autor e Data
Gustavo Almeida 2001
6. Capela de Santo António
Localização - Viseu, Tabuaço, Longa
Acesso - De Tabuaço para a EM 514; em Longa, a 500 m., na EM 514, à esquerda
na R. de Santo António, junto ao cemitério.
Protecção - Inexistente
Enquadramento
Peri-urbano, a meia-encosta, isolado, flanqueado pelo cemitério e por lajes, sendo
antecedido por escadaria em granito de acesso à capela e ao cemitério, formando pequeno
adro. Construções em granito, uma delas em ruínas, rodeiam o local pela parte S. e SO. A
E., encontram-se grandes penedos graníticos.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 213
Caracterização e Diagnóstico
Descrição
Templo de planta longitudinal, de espaço único, de volume simples e disposição
horizontalista. Cobertura de duas águas. Fachadas em cantaria aparente em opus incertum,
com embasamentos de cantaria e remates em cornija saliente suportando coruchéus
piramidais, rematados por esferas, sobre os cunhais apilastrados. Alçado principal voltado a
O. com pórtico rematado por frontão triangular, contracurvo e interrompido, centrado por
vieira invertida sobrepujada por óculo. Porta de duas folhas decoradas com três rosetões
cada, tendo, na zona superior, painel com motivos fitomórficos. Duas fenestrações
quadrangulares de pequenas dimensões ladeiam o pórtico. Remate em empena, com cruz
flor-de-lisada no vértice. Alçados N. e tardoz cegos, o último com remate em empena.
Alçado S. com fenestração do lado direito, vertical e rectangular, de moldura simples,
saliente e de enxalços rasgados. INTERIOR com cobertura de dois panos de betão *1 e
pavimento constituído por lajes de granito. Lado do Evangelho e da Epistola com cornija
saliente, interrompida neste último lado pelo voamento dos enxalços da fenestração que se
sobrepõe a um nicho lavrado em granito com concheado. Altar inserido em arco de volta
perfeita, de cantaria, embutido na parede de granito, composto por retábulo, em talha
dourada e policromada, dividido em três eixos e ladeado por duas colunas coríntias, com os
fustes com terços inferiores cobertos porgrotesco e os outros dois com estrias, evoluindo em
espiral. Comporta duas tábuas quinhentistas com os retratos de corpo inteiro de São José e
São João Baptista, que ladeiam a imagem de Santo António, em pedra de Ançã
policromada, suportada por uma mísula. Predela contendo talha em baixo-relevo de motivos
vegetalistas, policromos e dourados, alternados com figuras aladas. O retábulo é
sobrepujado por tímpano policromo, de volta perfeita, centrado por um sol em madeira
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 214
Caracterização e Diagnóstico
dourada. Altar em forma de urna, de linhas contracurvas, com frontal decorado com motivos
florais insculpidos.
Utilização Inicial
Cultual e devocional: capela
Utilização Actual
Cultual e devocional: capela
Propriedade
Privada: Igreja Católica
Época de Construção
Séc. 16 ( conjectural ) / 17 / 18
Cronologia
Séc. 16 / 17 - provável construção da capela e do retábulo; séc. 18, 2.ª metade - inserção do
frontal na estrutura retabular e decoração do pórtico principal.
Tipologia
Arquitectura religiosa, maneirista. Capela de planta longitudinal simples com fachada
principal em eixo, com portal de verga recta, com frontão contracurvado e ladeado por
janelas, sendo encimado por óculo e remate em empena. Cunhais com pináculos
enquadram fachadas de cantaria aparente, de opus incertum, com as juntas pintadas de
branco, rasgada, a lateral direita, por uma janela em capialço, junto ao altar-mor. Cobertura
de dois panos e retábulo em madeira policromada de estilo maneirista, em edícula, com
frontal neoclássico, introduzido em finais do séc. 18. Tipologicamente semelhante à Capela
de São Miguel ( v. 1819080053 ), na mesma freguesia.
Características Particulares
Fachada e retábulo com elementos de estilo maneirista, pronunciando a sua execução em
finais do séc. 16 ou começo do séc. 17, com introdução de elementos barrocos,
nomeadamente o frontão interrompido e vieira invertida. Estrutura do retábulo com o mesmo
tipo de linguagem de outros que se encontram espalhados por algumas zonas do país,
predominantemente maneiristas, com colunas com o terço inferior decorado e integrando
painéis pintados. Friso e cornija decorados. A cobertura arranca do pano de muro acima da
cornija, a qual remata um friso que percorre todo o edifício. Mantém uma porta tardobarroca.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 215
Caracterização e Diagnóstico
Dados Técnicos
Paredes e estrutura autoportantes.
Materiais
Granito; telha cerâmica; betão ( tecto ); vidro simples; ferro forjado; madeira de carvalho;
madeira pintada; talha dourada.
Bibliografia
CORREIA, Alberto, Tabuaço - Roteiro Turístico, Tabuaço, 1997; MONTEIRO, J. Gonçalves,
Tabuaço ( Esboço e subsídios para uma monografia ), Tabuaço, 1991.
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID; C. M. Tabuaço
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
Intervenção Realizada
Séc. 20 - substituição da cobertura de madeira por uma de betão; séc. 20, 2.ª metade intervenção no retábulo; colocação de um lavabo cerâmico.
Observações
*1 - durante a primeira metade do séc. 20 esta capela esteve quase votada ao abandono
servindo até de celeiro.
Autor e Data
Gustavo Almeida 2001
Actualização
Paula Figueiredo 2001
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 216
Caracterização e Diagnóstico
7. Capela de Santo Isidoro / Capela de Santo Isidro
Localização - Viseu, Tabuaço, Longa
Acesso - De Tabuaço para a EM 514; em Longa a 300 m., na EM 514 para a esquerda
para a R. do Mártir; nesta a 100 m. para a esquerda, na R. da Senhora da Saúde; no
santuário, por caminho florestal a 1,2 km. no Lug. de Santo Isidro.
Protecção - Inexistente
Enquadramento
Rural, isolado, na vertente de uma montanha, rodeado por muro de granito a N. e E.
separador de terrenos de cultivo e caminho rural a S. e O.. Zona de interesse paisagístico e
arqueológico, tendo por perto, a N. e NO., o Ribeiro do Fanegal e a O. fragas com covinhas
insculpidas. Troço de via romana / medieval a SE., a poucos metros *1.
Descrição
Templo de planta longitudinal, de volume simples e disposição horizontalista, com
coincidência entre o interior e o exterior. Cobertura de duas águas e fachadas de aparelho
incertum, de pedra miúda. Alçado principal voltado a O., rematado em empena, tendo cruz
no vértice, rasgado por pórtico de moldura simples, com lintel ostentando a gravação da
data de "1673", ladeado por duas pequenas fenestrações rectangulares. Alçado N. cego,
rematado por beiral. Alçado tardoz igualmente cego, com remate em empena. Alçado S.
possui pequena fenestração na zona da capela-mor. INTERIOR com cobertura em
vigamento de madeira e pavimento constituído por lajes de granito. Paredes cegas, à
excepção do lado da Epistola, onde se divisa um nicho improvisado ao qual se sobrepõe a
pequena fenestração. Retábulo em talha policromada, dividido em três eixos, os laterais
com dois painéis representando duas santas e nicho com a Imagem de Santo Isidoro *2,
suportada por mísula. Ático composto por friso e frontão triangular sustentado por dois
quarteirões trabalhados com folhas de acanto. Zona estrutural com marmoreado de má
qualidade e elementos fitomórficos. Retábulo assente em altar de granito coberto por
cimento.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 217
Caracterização e Diagnóstico
Utilização Inicial
Cultual e devocional: capela
Utilização Actual
Cultual e devocional: capela
Propriedade
Privada: Igreja Católica
Época de Construção
Séc. 17
Cronologia
1673 - construção do templo, conforme data inscrita no lintel do pórtico do pequeno templo.
Tipologia
Arquitectura religiosa, vernacular. Capela de planta longitudinal simples. Fachada principal
rasgada por portal de verga recta, ladeado por janelas e remate em empena. Alçados de
aparelho granítico, constituído por pedras de média e pequena dimensão, rasgado, o lateral
direito, por janela. Cobertura em vigamento de madeira e retábulo em madeira policromada
quinhentista com duas tábuas figurativas, representando santas.
Características Particulares
Utilização de pedras de pequena e média dimensão, possivelmente motivado pela
localização em montanha, tornando difícil, ou oneroso, o transporte de lajes de maior
dimensão da antiga vila de Longa até ao local. Mantém retábulo maneirista, pintado a fingir
marmoreados, notável exemplo da arte local.
Dados Técnicos
Paredes autoportantes.
Materiais
Granito; telha cerâmica; ferro fundido; madeira de carvalho; madeira de castanho; madeira
pintada e talha dourada.
Bibliografia
CORREIA, Alberto, Tabuaço - Roteiro Turístico, Tabuaço, 1997; MONTEIRO, J. Gonçalves,
Tabuaço ( Esboço e subsídios para uma monografia ), Tabuaço, 1991.
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID; C. M. Tabuaço
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 218
Caracterização e Diagnóstico
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
Documentação Administrativa
Observações
*1 - As habitantes do local utilizavam este caminho antigo para poderem levar a imagem de
Santo Isidoro num andor a participar nas procissões por ocasião das festas da Senhora da
Saúde; desse modo, rivalizavam com os homens, pois esses estavam encarregues de levar
o andor de São Miguel. 2* - a imagem de Santo Isidoro encontra-se na Igreja Matriz de
Longa.
Autor e Data
Gustavo Almeida 2001
8. Capela de São Miguel
Localização - Viseu, Tabuaço, Longa
Acesso - De Tabuaço para a EM 514; em Longa, a 200 m. pela Av. Amadeu Cardoso
Ferreira até ao Lg. do Pateo; deste, à direita pela R. Ferreira até ao Lg. do Eirô, virando-se à
direita pela R. de São Miguel até bifurcação a 200 m.; nesta, pela esquerda em calçada
romana / medieval ( coberta por areia e cimento ) a 80 m., em adro murado com a antiga
calçada que passa à sua esquerda
Protecção - Inexistente
Enquadramento
Rural, em encosta, isolado, rodeado por muro de granito a N. e O., separador de terrenos de
cultivo. Zona de interesse paisagístico e arqueológico, tendo por perto, a NO., o sitio dos
Covais e a O., a cerca de 700 m., o sitio arqueológico do Monte Rei. Troço de via romana /
medieval no lado E. da capela.
Descrição
Templo de planta longitudinal, com volume simples e disposição horizontalista, com
coincidência entre o exterior e o interior. Cobertura de duas águas. Alçados rebocados
contrastam com embasamentos de cantaria e remates em friso que percorre os alçados e
cornija saliente, suportando coruchéus piramidais sobre os cunhais apilastrados. Alçado
principal voltado a S. rematado em empena, rasgado por portal simples com entablamento
sobrepujado
por
nicho
*1
rematado
por
volutas.
Duas
pequenas
fenestrações
quadrangulares, gradeadas e com moldura de cantaria ladeiam o portal. Cruz simples no
remate da empena. Alçado O. e N. cegos, este rematado em empena. Alçado E. com
fenestração do lado direito, de moldura simples, saliente e de enxalços rasgados.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 219
Caracterização e Diagnóstico
INTERIOR com cobertura em falsa abóbada de berço abatido de madeira pintada, assente
em cornija e pavimento constituído por lajes de granito. No lado do Evangelho, voamento
dos enxalços da estreita fenestração que se sobrepõe a um nicho lavrado em granito com
arco de volta perfeita e parte superior exterior inflectida. Retábulo de grandes dimensões em
madeira policromada, numa imitação de marmoreados. Duas colunas com capitéis coríntios
ladeiam o nicho que contém a imagem do orago, assente sobre alta peanha e painéis
decorados com acantos e concheados. Altar em forma de urna, de linhas contracurvas,
decorado com concheados insculpidos. Frontão curvo interrompido e centrado por um
resplendor contendo um coração remata toda a estrutura.
Utilização Inicial
Cultual e devocional: capela
Utilização Actual
Cultual e devocional: capela
Propriedade
Privada: Igreja Católica
Época de Construção
Séc. 17 ( conjectural ) / 18
Cronologia
Séc. 17 - provável construção da capela; séc. 18, 2.ª metade - edificação do retábulo; séc.
19, finais - possível retoque da estrutura retabular com cores não originais; 2000 - execução
por particular de uma nova cruz em granito, de formas simples, para o remate da fachada
principal, devido à perda da anterior.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 220
Caracterização e Diagnóstico
Tipologia
Arquitectura religiosa, maneirista e barroca. Capela de planta longitudinal simples, com
fachada principal rasgada por portal de verga recta ladeado por janelas e remate em
empena. Alçados circunscritos por pilastras encimadas por pináculos, seguindo um
esquema próximo da Capela de Santo António ( v. 1819080050 ), situada na mesma
freguesia. Janela no alçado lateral direito, na zona do altar. Cobertura em falsa abóbada de
berço abatido de madeira e retábulo em madeira policromada de estilo rocaille.
Características Particulares
Pórtico sobrepujado por nicho envolto por volutas em baixo relevo numa única pedra.
Retábulo de grandes dimensões em estilo rococó, com motivos concheados e policromia a
imitar marmoreados, sem qualquer elemento dourado.
Dados Técnicos
Paredes autoportantes.
Materiais
Granito; telha cerâmica; ferro fundido; madeira de carvalho; madeira de castanho; madeira
pintada e talha policromada.
Bibliografia
CORREIA, Alberto, Tabuaço - Roteiro Turístico, Tabuaço, 1997; MONTEIRO, J. Gonçalves,
Tabuaço ( Esboço e subsídios para uma monografia ), Tabuaço, 1991.
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID; C. M. Tabuaço
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
Documentação Administrativa
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 221
Caracterização e Diagnóstico
Intervenção Realizada
Séc. 19 / 20 - intervenção no retábulo, aplicando a técnica do marmoreado; séc. 20, meados
de - protecção das portas com chapa de metal.
Observações
*1 - o nicho que sobrepuja o portal albergaria, antigamente, uma imagem em pedra de São
Miguel e que se terá perdido com as invasões francesas, segundo a tradição oral.
Autor e Data
Gustavo Almeida 2001
9. Capela de São Sebastião
Localização - Viseu, Tabuaço, Longa
Acesso - De Tabuaço para a EM 514; em Longa, a 300 m., na EM 514 para a esquerda
para a R. do Mártir
Enquadramento
Peri-urbano, a meia-encosta, em plataforma artificial sobre terreno inclinado, isolado,
destacado, separado por via pública a O. e a E., sendo antecedido por escadaria em granito
de acesso à capela a O.. Habitações em granito de inícios do séc. 20, rodeiam o local pelas
partes N. e S..
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 222
Caracterização e Diagnóstico
Descrição
Templo de planta longitudinal, de espaço único com coro-alto, de volume simples e
disposição horizontalista, com coincidência entre o exterior e o interior. Cobertura de duas
águas, fachadas de cantaria aparente na fachada principal, com opus incertum e rebocada
nas demais, contrastando com os embasamentos de cantaria, tendo remates em cornija
saliente, suportando coruchéus piramidais nos cunhais apilastrados. Alçado principal
voltado a O., com remate em empena e rasgado por duas fenestrações quadrangulares
molduradas, de pequenas dimensões que ladeiam o pórtico dintelado, de moldura simples.
As portas possuem elaborados florões, que transbordam de jarros, e medalhões trabalhados
em talha pintada de ocre. Cruzes flor-de-lisadas nos remates das empenas. Alçado N. e E.
cegos. Alçado S. centrado por pórtico de moldura simples. INTERIOR com cobertura em
falsa abóbada de berço abatido em madeira pintada. Pavimento subido um degrau,
vencendo o desnível orográfico, constituído por lajes de granito. No lado do Evangelho,
púlpito com bacia de cantaria, assente em mísula com grade em ferro forjado, com volutas
ostentando a data de 1898. O acesso é efectuado por escadaria de madeira, com guarda de
ferro forjado. No lado da Epistola, portal com moldura simples de granito, coberta por
moldura de madeira estriada. Coro-alto em estrutura de madeira com guardas de ferro
forjado, suportado lateralmente por mísulas em granito cobertas por madeira. No sub-coro,
escadaria de madeira resguardada por balaustrada e por onde se acede ao coro alto.
Parede fundeira revestida a madeira, com retábulo dividido em três eixos por quatro colunas
de capitéis coríntios e fustes marmoreados, com nicho central contendo a imagem do orago
resguardada por porta de vidro. Nos eixos laterais, mísulas com imagens de madeira, sendo
a zona rematada por troféus musicais. Duas urnas rematam as colunas exteriores do
retábulo. Sacrário em forma de templete com policromia a imitar marmoreados. Frontal do
altar de madeira lavrada e policromada com motivos fitomórficos e flores de cardo. Ático
com formas contracurvadas, centrado pela data de 1898 insculpida e sobrepujada por coroa
de conde, rematado por flores de cardo em talha policroma e com anjos músicos
policromos. Duas maquinestas envidraçadas ladeiam o altar-mor, circunscritas por colunas
semelhantes às da estrutura retabular. Remate contracurvado decorado com motivos
fitomórficos. Contém as imagens processionais de Nossa Senhora das Dores e do Senhor
dos Passos.
Utilização Inicial
Cultual e devocional: capela
Utilização Actual
Cultual e devocional: capela
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 223
Caracterização e Diagnóstico
Propriedade
Privada: Igreja Católica
Época de Construção
Séc. 16 / 17 ( conjectural ) / 19
Cronologia
Séc. 16 / 17 - provável construção da capela e edificação do primitivo retábulo; 1898 readaptação do altar e colocação de novos elementos, como o púlpito e o coro-alto; 1930,
até - local de culto à Nossa Senhora da Saúde *1.
Tipologia
Arquitectura religiosa, maneirista. Capela de planta longitudinal simples, com coro-alto.
Fachada principal rasgada por portal de verga recta, ladeado por janelas e remate em
empena. Alçados circunscritos por pilastras com pináculos, rasgado, o lateral direito, por
porta travessa. Cobertura em falsa abóbada de berço abatido de madeira e retábulo de
madeira policromada neoclássico, com reaproveitamento de alguns elmentos rococó.
Púlpito no lado do Evangelho.
Características Particulares
Exterior de linguagem arquitectónica simples, contrastando com o interior onde o eclectismo
do altar impera, com o aproveitamento de elementos do primitivo retábulo e se alargou, a
toda a largura interior do templo, com a colocação das duas maquinetas envidraçadas
laterais, provocando grande impacto visual.
Dados Técnicos
Paredes autoportantes.
Materiais
Granito; telha cerâmica; vidro simples; ferro forjado; madeira de carvalho; madeira pintada;
talha dourada e policromada.
Bibliografia
CORREIA, Alberto, Tabuaço - Roteiro Turístico, Tabuaço, 1997; MONTEIRO, J. Gonçalves,
Tabuaço ( Esboço e subsídios para uma monografia ), Tabuaço, 1991.
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID; C. M. Tabuaço
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
Documentação Administrativa
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 224
Caracterização e Diagnóstico
Intervenção Realizada
Séc. 20 - colocação de cimento no pavimento interior.
Observações
*1 - Albergou a imagem de Nossa Senhora da Saúde, desde meados do séc. 18 até 1930,
data a partir da qual foi inaugurada uma nova capela que lhe foi dedicada, no cimo do
monte ( v. 1819080049 ).
Autor e Data
Gustavo Almeida 2001
10. Casa da antiga Câmara de Longa / Casa seiscentista no Largo da Praça
Localização - Viseu, Tabuaço, Longa
Acesso - Em Longa no Lg. da Praça, n.º 71
Protecção - Inexistente
Enquadramento
Urbano, adossado a edifício habitacional a O. e muro separador de terreno agrícola a N.,
tendo o Lg. da Praça a S. e beco a E.. A Igreja Matriz de Longa ( v. 1819080031 ) flanqueia
o edifício pela parte O., sendo apenas separados por arruamento estreito de acesso ao Lg.
do Adro. Situa-se em terreno de pendor inclinado.
Descrição
Planta composta em L invertido e irregular, evoluindo em três pisos, o terceiro só ocupando
o ângulo SE., adossado a edifício pelo lado O. e NO.. Volumes articulados, com coberturas
de quatro e cinco águas. Edifício rebocado e pintado de branco, com os vãos ostentando
molduras de cantaria simples. Fachada principal voltada a SE. com pilastra no cunhal
esquerdo, apresenta pórtico de acesso à loja na parte inferior, de moldura simples,
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 225
Caracterização e Diagnóstico
actualmente pintada. Um patamar precedido por escadaria de cantaria lavrada dá acesso ao
pórtico principal, tendo, ao seu lado esquerdo, uma janela que se funde com o friso sob a
cornija saliente. No terceiro piso, varanda de sacada com guarda de ferro forjado, sendo o
pano desse piso coberto por lousa. Fachada SO. com embasamento de cantaria, definida
por pilastras a que se sobrepõem gárgulas de canhão. Em plano superior, dois vãos
constituídos por janelas de sacada apoiadas em mísulas desenhando volutas, com guardas
de ferro forjado. Molduras simples que se fundem com o friso sob a cornija saliente. Terceiro
piso recuado, cego, em tabique. Fachada E. com dois vãos, constituídos por janelas de
guilhotina, de moldura simples, no segundo e terceiro pisos. Pequena janela horizontal
ventila a zona da loja. Terceiro registo é coberto por lousa, sendo os cunhais e a cornija em
madeira. Fachada NE. com um vão de janela no segundo piso e pórtico no inferior. Muro
delimitador da propriedade continua para N.. Fachada N. com vestígios de antiga escadaria
*1 em granito, de acesso à parte traseira do imóvel. Coluna de granito *2 com fuste de base
quadrada que se chanfra aos cantos, tornando o fuste ligeiramente oitavado, o qual suporta
um piso superior de construção recente em betão e pequeno telheiro que se lhe liga.
Terceiro piso com pano coberto por lousa, centrado por janela de moldura simples. Panos
SO. e NO. do imóvel encontram-se adossados a outro edifício. INTERIOR com corredor no
piso nobre, a todo o comprimento do imóvel, dando acesso às várias divisões, tendo a meio,
do lado esquerdo, escadaria em madeira pela qual se acede ao terceiro piso. Tectos de
madeira pintada. Uam das janelas possui conversadeiras de granito.
Utilização Inicial
Politica e Administrativa : Paços Municipais
Utilização Actual
Residencial: casa
Propriedade
Privada : pessoa singular
Época de Construção
Séc. 16 ( conjectural ) / 17 / 19 / 20
Cronologia
1514, 15 de Fevereiro - atribuição de Foral Novo a Longa por D. Manuel I, renovando os
foros à antiquíssima vila de Longa; séc. 16 / 17 - construção dos paços do concelho; 1834 extinção do concelho de Longa, provoca o abandono do edifício; séc. 19, 2.ª metade - venda
do imóvel a particulares para utilização residencial, com consequente ampliação para N. e
construção do terceiro piso; séc. 20, 2.ª metade - nova ampliação do imóvel para N..
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 226
Caracterização e Diagnóstico
Tipologia
Arquitectura civil política e administrativa / residencial, seiscentista e oitocentista. Paços
municipais, transformados em casa de habitação, de planta em L invertido e irregular, de
três andares, adossada a edifício pelo lado O.. Telhados de quatro e cinco águas. Fachada
SO. definida por pilastras a que se sobrepõem gárgulas de canhão, rasgada por janelas de
sacada, com guardas de ferro forjado, em plano superior, apoiadas em mísulas volutadas.
Terceiro piso com panos revestidos por placas de lousa, fruto de intervenção oitocentista.
Interior servido por corredor que acede aos vários aposentos, coberto por tecto plano.
Conversadeira na janela que dá para a fachada principal.
Características Particulares
Imóvel com diferentes linguagens arquitectónicas. Se por um lado possui, nas fachadas SO.
e SE., um cariz de edifício ligado a funções públicas, inerentes ao facto de ter albergado,
durante pelo menos três séculos, a sede dos paços do extinto concelho de Longa, com uma
linguagem cuidada, classicista, sóbria, por outro é possível observar que a posterior
utilização residencial levou à sua ampliação para norte e na vertical com soluções mais
prosaicas e de cariz rural, originando uma certa confusão arquitectónica que, no entanto,
parece surgir algo equilibrada e de forma curiosa no jogo de volumes, resultante das várias
intervenções ao longo dos dois últimos séculos. Molduras simples nos panos SO. e SE. que
se fundem com o friso sob cornija saliente.
Dados Técnicos
Paredes autoportantes.
Materiais
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 227
Caracterização e Diagnóstico
Granito; Betão; telha cerâmica; tabique; ardósia ( lousa );vidro simples; ferro forjado;
madeira de carvalho; madeira de castanho; madeira pintada.
Bibliografia
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID; C. M. Tabuaço
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
Documentação Administrativa
Intervenção Realizada
Séc. 20, meados - sofreu uma ampliação, por cima da área onde se situava a escadaria do
alçado tardoz que, no entanto, foi deixada, mas em ruínas.
Observações
*1 - o imóvel era acessível pelas traseiras sendo a fachada N recuada. *2 - em 1953, com a
alteração do Lg. da Praça, foi desmantelado o Pelourinho da antiga vila de Longa tendo sido
guardadas algumas das suas peças neste imóvel, nomeadamente o fuste e partes do
capitel. O fuste acabou por ser utilizado para suportar nova ampliação do imóvel para N.; a
Junta de Freguesia de Longa pretende refazer o Pelourinho em 2001, tendo para o efeito
solicitado autorização aos proprietários para a remoção da coluna e capitel que se
encontram neste imóvel; *3 - o proprietário autorizou que se fotografasse o interior da casa,
não querendo a sua publicação e divulgação.
Autor e Data
Gustavo Almeida 2001
11. Casa do Abade
Localização - Viseu, Tabuaço, Longa
Acesso - Em Longa, no Lg. do Adro
Protecção - Inexistente
Enquadramento
Peri-urbano, em terreno ligeiramente inclinado, isolado, destacado, separada da Igreja
Matriz de Longa ( v. 1819080031 ) por via pública a N., rodeado por terrenos agrícolas, em
socalcos, a O. e a S., e flanqueado por edifício oitocentista no Lg. da Praça, a E..
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 228
Caracterização e Diagnóstico
Descrição
Planta rectangular, composta e irregular, com disposição horizontalista das massas.
Cobertura homogénea a quatro e uma águas. Um a dois andares, adaptado ao declive do
terreno. Fachada principal voltada N., rematada por cornija saliente côncava e rasgada por
dois pórticos rectilíneos e três janelas com o mesmo perfil, de moldura simples, com brincos,
e, ainda, por portão largo de acesso à garagem. O pórtico principal, elevado por três
degraus, apresenta ambas e verga de moldura convexa. Fachada O. com dois vãos de
janela, possuindo uma delas lintel com arco polilobado e inflectido, cego, composto por
lóbulos côncavos e convexos. Pequena abertura horizontal em plano inferior para
iluminação do primeiro piso. Uma parte do alçado apresenta cantaria aparente e outra zona,
talvez correspondente a um acrescento, rebocada e pintada de branco. Fachada S. de 3
panos desnivelados, o primeiro rasgado por duas pequenas janelas de moldura simples,
uma em cada piso, estando a do segundo ao centro do alçado. O pano central é composto,
no segundo piso, por terraço alpendrado e envidraçado e, à sua direita, surgem duas
janelas de moldura simples, enquanto no piso inferior surge pórtico de moldura simples, de
acesso à zona de lavoura. O terceiro pano é composto por alpendre e um pórtico de
moldura simples. Fachada E. é cega. INTERIOR de dois pisos com diferenciação funcional,
desenvolvendo-se o piso nobre em duas áreas distintas, definidas por desnível que é
vencido por pequeno lanço de escadas. A parte inferior é ampla, constituindo a zona de
arrumos. Pisos de madeira corrida e tectos com molduras de madeira pintada a imitar
marmoreados. A janela delintel com arco polilobado possui conversadeira. Portas de
madeira, algumas com bandeira tripartida.
Utilização Inicial
Residencial: residência paroquial
Utilização Actual
Residencial: residência paroquial
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 229
Caracterização e Diagnóstico
Propriedade
Privada: Igreja Católica
Época de Construção
Séc. 15 / 16 ( conjectural ) / 18 / 20
Cronologia
Séc. 15 / 16 - construção do imóvel e janela com lintel de arco polilobado; Séc. 18 - obras de
ampliação do imóvel para S.; Séc. 20, décadas de 60 e 70 - nova ampliação do imóvel para
S. e construção de palco em tijoleira no salão paroquial.
Tipologia
Arquitectura civil residencial, seiscentista e setecentista. Casa de dois pisos, de
planta rectangular, adaptando-se ao desnível do terreno, rasgado por pórticos
rectilíneos, um deles com moldura convexa. Andar inferior para arrumos, sendo o
superior o piso nobre. Uma janela de perfil manuelino indica que o edifício foi
construído no século 16. O interior desenvolve-se a partir de um corredor, criando
aposentos comunicantes. Piso e cobertura de madeira. Existência de janela com
conversadeiras de granito.
Características Particulares
Piso nobre desenvolvido em níveis diferentes fruto de épocas diferentes e da ampliação
para S., com loja no lado poente. A janela com características manuelinas encontra-se
orientada para o Passal, terreno agrícola, e não para o Lg. do Adro.
Dados Técnicos
Paredes autoportantes.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 230
Caracterização e Diagnóstico
Materiais
Granito; telha cerâmica; cimento; tijolo; vidro simples; ferro forjado; madeira de carvalho;
madeira de castanho; madeira pintada.
Bibliografia
FREITAS, Luiz de, Taboaço - Notas & Lendas, Famalicão, 1915; Longa, in Grande
Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. 15, Lisboa / Rio de Janeiro, s.d.; Longa, in
VERBO - Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, vol. 12, Lisboa, s.d.; ALMEIDA, Fortunato
de, História da Igreja em Portugal, volume IV e Apêndices do Volume I, pp. 90 e 118, Porto /
Lisboa, s.d.; MONTEIRO, J. Gonçalves, Tabuaço ( Esboço e subsídios para uma
monografia ), Tabuaço, 1991; ALMEIDA, Gustavo de, Apoteose do Barroco - Igreja
Paroquial de Longa, In Notícias da Beira Douro, n.º 158, Porto, 10 de Junho de 1995; Igreja
Paroquial de Longa, in Notícias da Beira Douro, n.º 181, Porto, 10 de Julho de 1996;
CORREIA, Alberto, Tabuaço - Roteiro Turístico, Tabuaço, 1997; ALMEIDA, Gustavo de,
Restauro da Igreja de S. Pelágio de Longa / Tabuaço - Um exemplo para as paróquias da
Diocese de Lamego, in Notícias da Beira Douro, n.º 285, Porto, 10 de Dezembro de 2000.
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID; C. M. Tabuaço
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
Documentação Administrativa
Intervenção Realizada
Fábrica da Igreja Paroquial: 2000 - Recuperação / conservação de rebocos, caixilharias e
portadas da fachada N., no âmbito das obras de restauro da Igreja Matriz de Longa.
Autor e Data
Gustavo Almeida 2001
12. Palacete na Rua Boaventura José de Carvalho
Localização - Viseu, Tabuaço, Longa
Acesso - Em Longa, na R. Boaventura José de Carvalho e Lg. do Páteo
Protecção - Inexistente
Enquadramento
Urbano, em ligeira meia-encosta, adossado em parte a edifício habitacional a NE., sendo
separado por via pública nos alçados N., O. e S.. Muros delimitam a propriedade nos lados
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 231
Caracterização e Diagnóstico
S. e NE. onde se formam um pátio e um terreiro, respectivamente. Nas proximidades,
encontram-se o Solar dos Ferreira de Seixas (v. 1819080048), no Lg. do Pateo, a Casa
Seiscentista/Setecentista na R. Ferreira (v. 1819080061) e várias casas oitocentistas (v.
1819080059).
Descrição
Planta composta em L invertido, irregular, de três pisos, adossado a edifício pelo lado NE. e
a dependências agrícolas a E., formando um U com o corpo sul do imóvel. Volumes
articulados e disposição horizontalista das massas, com coberturas diferenciadas de cinco,
quatro e três águas. Fachada principal voltada a S., com pátio fechado, aproveitando a
parede cega da dependência agrícola ao qual se encontra adossado, sendo guardado por
portal de granito e ferro forjado, constituído por pilares rematados por capitéis e ladeadas
por muro de cantaria. Uma escadaria de granito, com guarda de ferro, encontra-se
adossada à dependência agrícola, permitindo o acesso ao patamar superior, onde se
encontram dois pórticos que ligam ao piso nobre e um de acesso à dependência agrícola do
lado direito e ao terreiro a NE.. O alçado voltado a S., avançado, é composto por dois pisos,
rasgando-se, no piso térreo, um portal largo de moldura simples. O segundo piso é
composto por larga varanda recuada, ocupando dois terços da fachada, sendo o alpendre
suportado por mísulas trabalhadas com volutas, e cornija, sendo todo o trabalho em
madeira. A varanda *1 possui guarda de ferro forjado e, ao centro, rasga-se uma portada de
moldura simples com bandeira e arco abatido com trabalho de caixilharia e pinázios a
formar um jogo de torcidos e flores, sendo o vão rematado por florão em madeira com folhas
de metal. O outro terço da fachada ostenta pequena fenestração guardada por ferro forjado.
Alçado voltado a O. com corpo rematado por cornija saliente em papo de rola, composto por
dois pisos e mansarda que se eleva na parte N. formando o terceiro piso. O piso térreo é
rasgado por dois pórticos de moldura simples e duas pequenas fenestrações horizontais,
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 232
Caracterização e Diagnóstico
para iluminação interior, com guardas de ferro. O segundo piso é rasgado por seis vãos de
janela, de moldura simples, e uma pequena fenestração. Alçado voltado a N. rematado por
cornija saliente, sendo o piso térreo constituído por dois pórticos a que correspondem, no
segundo piso, duas janelas de moldura simples. Alçado E. que deita para o terreiro
rematado por cornija e rasgado por um pórtico e duas janelas de moldura simples no piso
térreo. A mansarda é constituída por um corpo quadrangular, implantado em parte da
cobertura do imóvel, sendo composta por paredes de tabique e cobertura de telhado de
quatro águas. Os panos da mansarda são delimitados por pilastras e cornijas em madeira,
rasgando-se três janelas de guilhotina nos alçados N. e S.. O alçado voltado a E. possui
pequena fenestração horizontal ao centro e o O. é composto por um pórtico ladeado por
duas janelas de moldura simples e uma janela de sacada recuada, com guarda de ferro
forjado ostentando, ao centro, a data de 1881.
Utilização Inicial
Residencial : casa
Utilização Actual
Comercial : armazém
Propriedade
Privada : pessoa colectiva
Época de Construção
Séc. 18 ( conjectural ) / 19
Cronologia
Séc. 18 - provável construção do imóvel; 1881 - conforme data inserta em trabalho de ferro
forjado das guardas da varanda da mansarda, correspondendo a uma provável ampliação
ou reconstrução do imóvel, sobre as edificações anteriores.
Tipologia
Arquitectura civil residencial, oitocentista. Casa com planta L invertido e irregular, de três
pisos, adossado a edifício pelo lado NE. e a dependências agrícolas a E., formando um U
com o corpo sul do imóvel. Um pátio fechado permite o acesso aos vários pisos do imóvel.
Uma mansarda desenvolve-se a partir das coberturas, constituindo um terceiro piso com
estrutura em tabique.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 233
Caracterização e Diagnóstico
Características Particulares
Imóvel aproveitando estruturas anteriormente edificadas, o que lhe confere um aspecto de
estrutura algo irregular. Possui uma varanda no corpo voltado a S. em que predomina a
utilização de linguagem clássica, embora utilizando a madeira como material construtivo. A
cornija saliente que remata o balcão dessa varanda prolonga-se para fora do limite actual da
varanda indiciando um tamanho anterior muito maior da mesma, em forma quadrangular. A
mansarda constitui um terceiro piso delineado como se de um pequeno torreão se tratasse.
Possui um varanda com elementos secundários e decorativos trabalhados em madeira o
mesmo se passando com a cornija nessa parte do imóvel.
Dados Técnicos
Paredes e estrutura autoportantes.
Materiais
Granito; telha cerâmica; betão (cobertura do anexo); vidro simples; ferro forjado; madeira de
carvalho; madeira pintada; talha policromada.
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID; C. M. Tabuaço
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
Documentação Administrativa
Intervenção Realizada
Proprietário: séc. 20, década de 80 - substituição da cobertura exterior.
Observações
*1 - é possível observar na estrutura do imóvel que esta varanda deveria ter tido um balcão
de forma quadrada, atestada pela sua cornija que continua pelo pano do alçado voltado a
O., devendo ter tido um alpendre suportado por coluna.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 234
Caracterização e Diagnóstico
Autor e Data
Gustavo Almeida 2001
13. Solar dos Ferreira de Seixas / Solar dos Ferreira Cardoso / Solar do Largo
do Pateo
Localização - Viseu, Tabuaço, Longa
Acesso - Em Longa, no Lg. do Pateo * 1
Protecção - Inexistente
Enquadramento
Urbano, em ligeira meia-encosta, adossado no alçado O. a edifício habitacional de dois
pisos de volumetria muito inferior e, no alçado E., por edifício incaracterístico que é parte
integrante da actual propriedade. Alçado principal separado por via pública. Prédios rústicos
da propriedade do solar espalham-se por grandes distâncias para N. e E., rasgados por vias
públicas que foram nascendo ao longo do séc. 20. Nas proximidades encontram-se o
Palacete
da
R.
Boaventura
José
de
Carvalho
(v.
1819080063),
a
Casa
Seiscentista/Setecentista na R. Ferreira (v. 1819080061) e Casa Oitocentista na R.
Boaventura José de Carvalho (v. 1819080059).
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 235
Caracterização e Diagnóstico
Descrição
Planta longitudinal *2, rectangular elevando-se em dois pisos, com coincidência entre
exterior e interior com disposição horizontalista das massas. Cobertura homogénea em
telhado de quatro águas. Fachada principal voltada a S. com embasamento pintado e
cornija saliente em papo de rola sobre friso de idêntico lavor. Pilastras laterais delimitam a
fachada principal rasgada por pórticos rectilíneos no piso térreo a que correspondem, no
segundo piso, janelas de sacada de formas rectilíneas, tendo pequenas consolas graníticas
com guardas de ferro. Óculo em forma de trevo rasga-se em nível inferior ao da pedra de
armas, inserida entre duas das janelas do piso nobre. A pedra de armas, picada, sobreposta
por arquitrave com escudo cortado, parece conter na partição superior uma flor de cardo
ladeada por um leão e um grifo, relativa à família "Cardoso" *3. Um candeeiro em ferro
forjado encontra-se inserido na moldura da janela central do piso nobre. Alçado O. rematado
por cornija, rasgado por duas janelas de perfil rectilíneo. Alçado tardoz composto por
varanda alpendrada com guarda balaustrada, aberta nos dois pisos com pórtico de acesso
ao piso térreo. Dois vãos de janelas e dois vãos de portas rasgam alternadamente o pano
correspondente ao piso superior. INTERIOR com espaçoso átrio lajeado, que abre para
lojas e adega colaterais, com acesso ao segundo piso por escadaria lateral de um lanço,
com voluta de dupla espiral no seu arranque. As duas lojas e a adega possuem tecto
rasgado por traves grossas de castanho *4. Os tectos de três dos salões do piso nobre são
constituídos por quatro panos ligeiramente sanqueados partindo de cornijas salientes sobre
frisos simples, sendo os cantos marcados por mísulas decoradas com folhas de acanto *5.
Um desses salões, com a função de capelania, possui um oratório, numa das paredes,
ladeado por armários do mesmo estilo, com bancos corridos inseridos na parte avançada
dos mesmos, ladeando o frontal do altar. O altar é composto por nicho com frontão aberto,
de linhas curvas e contracurvadas, interrompido e rematado por concheado. Profusamente
rodeado de motivos fitomórficos, encontra-se revestido de cores que não são as originais.
Todas as janelas interiores dos salões ostentam conversadeiras de granito.
Utilização Inicial
Residencial: solar
Utilização Actual
Residencial: solar
Propriedade
Privada : pessoa singular
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 236
Caracterização e Diagnóstico
Época de Construção
Séc. 16 / 17 ( conjectural ) / 18
Cronologia
Séc. 16 / 17 - provável edificação do solar; séc. 18 - edificação do retábulo do altar da
capela-oratório e decoração dos tectos.
Tipologia
Arquitectura civil residencial, maneirista e barroca. Edifício de dois pisos com planta
rectangular. Cornija saliente de papo de rola sobre friso de idêntico lavor. Pórticos
rectilíneos no piso térreo a que correspondem, no segundo piso, janelas de sacada de
formas rectilíneas, tendo pequenas consolas graníticas com guardas de ferro. Espaçoso
átrio interior lajeado, abrindo para lojas e adegas colaterais, com acesso ao segundo piso
por escadaria lateral de um lanço. Tectos interiores de quatro panos ligeiramente
sanqueados partindo de cornijas salientes sobre frisos simples, sendo os cantos marcados
por mísulas decoradas com folhas de acanto. Um dos salões possui um oratório em estilo
rocaille, numa das paredes, ladeado por armários do mesmo estilo, com bancos corridos
inseridos na parte avançada dos mesmos, desenvolvendo o mesmo ritmo do antipedium no
frontal do altar.
Características Particulares
O imóvel apresenta grande qualidade na execução dos trabalhos de cantaria. As
paredes exteriores e interiores, apesar de rebocadas, foram construídas em
cantaria, criando grande solidez na estrutura. A pedra de armas não se encontra
centrada no espaço onde se insere, entre duas das janelas de sacada do andar
nobre e sobre um óculo em forma de trevo. Os panos dos tectos de três dos salões
do piso nobre apresentam grande cubicagem. Um dos salões funciona como
capela, com altar ou oratório e armários laterais que cobrem completamente a
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 237
Caracterização e Diagnóstico
parede onde estão inseridos. Escadaria lateral de um lanço com voluta de dupla
espiral no seu arranque.
Dados Técnicos
Paredes e estrutura autoportantes.
Materiais
Granito; telha cerâmica; vidro simples; ferro forjado; madeira de carvalho; madeira pintada;
talha dourada.
Bibliografia
MONTEIRO, J. Gonçalves, Tabuaço ( Esboço e subsídios para uma monografia ), Tabuaço,
1991.
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID; C. M. Tabuaço
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
Documentação Administrativa
Intervenção Realizada
Proprietário, séc. 20, década de 80 - obras de conservação no solar, nomeadamente nas
coberturas exteriores e interiores e fachadas; ampliação do imóvel com o levantamento de
um novo edifício no local em que existia outro do séc. 19 e que se encontrava adossado ao
lado E. do solar, efectuando-se a comunicação interior entre os dois imóveis através de
porta inserida numa das paredes da cozinha.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 238
Caracterização e Diagnóstico
Observações
*1 - o Lg. do Pateo deve o seu nome ao pátio murado que existia à frente do solar e que foi
demolido para possibilitar uma passagem mais larga entre a Av. Amadeu Cardoso Ferreira,
a R. Boaventura José de Carvalho e o Lg. do Eirô, através da R. José Antunes Figueira; *2 casa solarenga pertencente, há várias gerações, à família Ferreira de Seixas e Ferreira
Cardoso; era, segundo a tradição da família, utilizado apenas para reuniões e convívio dos
elementos dessa família bem como para reuniões das figuras públicas da antiga vila de
Longa e dos titulares dos órgãos do extinto concelho de Longa; a família Ferreira de Seixas
habitava noutros dois edifícios localizados nas imediações ( o palacete seiscentista da R.
Ferreira e um Chalé fronteiro ao solar e que foi demolido, na 1.ª metade do séc. 20, para dar
lugar à vivenda que actualmente existe no seu lugar ); *3 - segundo a tradição oral, o
proprietário, Amadeu Cardoso, não conformado com o dever de pagar imposto por possuir
pedra de armas ao tempo da implantação da república, num acto de descontentamento,
mandou picar o brasão; ainda é possível observar o contorno dos elementos que
constituíam o mesmo; *4 - numa dessas lojas do piso térreo chegaram a ser guardados os
arguidos de crimes que iriam ser ouvidos no tribunal de comarca, depois da extinção do
concelho de Longa; *5 - os tectos encontravam-se pintados com motivos florais até meados
dos anos oitenta, altura em que o solar sofreu obras de restauro que não foram vigiadas
pelos proprietários, que se encontravam a viver no Porto.
Autor e Data
Gustavo Almeida 2001
14. Casa dos Leões / Palacete Nunes de Sousa
Localização - Viseu, Tabuaço, Longa
Acesso - Em Longa, na R. Direita
Protecção - Inexistente
Enquadramento
Peri-urbano, adossado a edifício habitacional a N., muro separador de terreno agrícola a S.,
dependências agrícolas, separadas por patim, a O. e a R. Direita a E.. Nas proximidades
encontram-se a Igreja Matriz de Longa (v. 1819080031) e a Casa do Abade (v.
1819080047), no Lg. do Adro, a Casa Oitocentista na R. Direita (v. 1819080057) e a Casa
da Antiga Câmara de Longa (v. 1819080052), no Lg. do Adro e Lg. da Praça.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 239
Caracterização e Diagnóstico
Descrição
Planta rectangular irregular, de dois pisos, adossado a edifício pelo lado N.. Volumes
articulados e disposição horizontalista das massas, com cobertura de cinco águas. Fachada
principal orientada, com dois registos, efectuando-se o acesso por um pátio fechado,
guardado por portal com pilares e muros de granito e portões e grades em ferro forjado.
Sobre os pilares, leões em cerâmica policromada. No lado N. possui balcão avançado com
guarda de ferro forjado, ao qual se acede por escadaria de granito, com guarda do mesmo
material. No segundo piso, revestido por placas de ardósia pintadas de branco, encontramse dois vãos, sendo um deles uma janela de moldura simples, com guarda de ferro forjado
desenvolvida em volutas, e o outro correspondente ao pórtico principal, de duas folhas, com
moldura simples, coberta por madeira. No pátio, a fachada E. possui, no piso térreo, dois
vãos de perfil rectilíneo, um de portada de duas folhas e outro de janela de moldura simples,
enquanto no segundo piso, na parte avançada, surgem dois vãos de janelas
quadrangulares, tendo na parte recuada, coincidente com o patamar que sucede à
escadaria, um pórtico com arco de volta perfeita contendo janela com caixilharia de pinázios
curvos. Os dois registos delimitadores do pátio são rematados por cornija saliente em
madeira pintada, com a forma de garganta. Fachada E. é irregular, delimitada por pilastras
graníticas, friso simplificado e cornija saliente, côncava. O pano desta fachada prolonga-se
para a direita, resguardando o balcão do pátio. No piso térreo, vão de pórtico de duas
folhas, com moldura simples de cantaria no lado direito e, no segundo piso, três vãos de
janelas de moldura rectilínea, em cantaria. Fachada S. delimitada por pilastras graníticas,
friso simplificado e cornija saliente, côncava, tendo, no piso térreo, três vãos em granito, um
de portada e dois horizontais, de pequenas dimensões, de moldura simples. A portada, com
moldura simples, é rematada por dintel almofadado e centrado pela data de 1834, onde
repousa a sacada de uma das janelas do segundo piso. No nível superior, duas janelas de
sacada com guardas de ferro forjado alternam com três janelas de peitoril, com perfil
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 240
Caracterização e Diagnóstico
rectilíneo. A janela de sacada do lado direito possui balcão da mesma largura que a portada
sob o qual se abre. Fachada O divide-se em dois panos, o do lado direito com piso térreo
delimitado por elementos salientes onde assenta o balcão da varanda superior, possuindo
pequeno vão horizontal, com moldura simples e outro de portada, também de moldura
simples. O segundo piso tem janelas em banda, de guilhotina, formando marquise. O pano
do lado esquerdo possui, no piso térreo, três vãos de janela quadrangulares e um de
portada, todos com moldura simples de cantaria, enquanto o segundo piso tem janela de
sacada com guardas de ferro forjado, ladeada por duas janelas de perfil rectilíneo. No
INTERIOR, existe um pequeno átrio que comunica, para ambos os lados, com
dependências destinadas à habitação e, em frente, segue-se um corredor que percorre toda
a habitação e dá acesso a várias divisões. Pavimentos e tectos em madeira corrida.
Cozinha com pé direito a toda a altura do imóvel, tendo escadaria em madeira com
balaustrada por onde se acede ao piso nobre.
Utilização Inicial
Residencial: casa
Utilização Actual
Residencial: casa
Propriedade
Privada : pessoa singular
Época de Construção
Séc. 19 / 20
Cronologia
1834 - construção do imóvel, segundo data inserta no dintel de um pórtico da fachada virada
a S.; 1894 - data inserta no portão documenta a ampliação e versão definitiva do imóvel,
ligeiramente modificada em fase posterior com o acrescento de uma pequena divisão no
piso superior do pátio interior e no registo do lado virado a E. e com a alteração de uma das
varandas da fachada O.; 1910, depois de - com o advento da República, o Passal da Igreja
foi adquirido pela família Nunes de Sousa *1 sendo incorporado na propriedade; séc. 20,
inícios - no salão da ala E. funcionou durante alguns anos, por empréstimo do espaço, a
classe feminina da escolaridade pública 2*; séc. 20, 2.ª metade - acrescento de uma
pequena divisão no piso superior do pátio.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 241
Caracterização e Diagnóstico
Tipologia
Arquitectura civil residencial, oitocentista. Casa de planta rectangular irregular, com
fachadas demarcadas por pilastras, rematadas por cornijas salientes e côncavas. Pátio
guardado por forte portal de granito e ferro forjado. Janelas de molduras rectilíneas, uma
delas com guarda de ferro forjado, onde se encontra o pórtico de entrada para o interior do
imóvel ao qual se acede através de escadaria com corrimão de ferro forjado. Na fachada
sul, duas das janelas possuem varandas de sacada. com guardas de ferro. Placas de xisto
cobrem o segundo registo da fachada N..
Características Particulares
Exterior classicista com utilização de elementos trabalhados em madeira, ardósia, ferro
forjado e cerâmicas ( os leões do portal ) para complemento da decoração, tornando o
conjunto acolhedor e feito à escala humana. Apresenta solução arquitectónica pouco
comum no que respeita ao prolongamento da fachada orientada a E. como forma de
resguardo do balcão da varanda saliente no pátio interior. Utilização de ferro forjado nas
guardas das escadas e varandas. Persistência de algumas janelas de guilhotina.
Dados Técnicos
Paredes e estrutura autoportantes.
Materiais
Granito; tijolo; telha cerâmica; vidro simples; ferro forjado; madeira de carvalho; madeira de
castanho; madeira pintada.
Bibliografia
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID; C. M. Tabuaço
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
Documentação Administrativa
Intervenção Realizada
Séc. 20, 2.ª metade - intervenção numa varanda da fachada O.; séc. 20, década de 90 restauro dos rebocos e dos interiores e fecho das passagens na ala O..
Observações
*1 - a família Nunes de Sousa está ligada a algumas das grandes benfeitorias da Freguesia
de Longa, nomeadamente a colocação do relógio público na torre da Igreja Matriz e a
construção da azenha mecânica de azeite, da qual continua a ser proprietária. *2 - a classe
masculina funcionava no edifício do antigo tribunal, actual edifício da Junta de Freguesia.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 242
Caracterização e Diagnóstico
Autor e Data
Gustavo Almeida 2001
15. Casa dos Pimentas/Palacete na Rua de São Miguel
Localização - Viseu, Tabuaço, Longa
Acesso - Em Longa, na R. de São Miguel
Protecção - Inexistente
Enquadramento
Peri-urbano, situado em meia-encosta, adossado pelo lado E. e, em parte, a S. por edifícios
habitacionais; isolado, destacado, no lado orientado a O., que dá para terreno da
propriedade rústica e casa do caseiro, a 50 m.. Edifícios de arquitectura civil popular, dos
séc. 17 e 18, encontram-se por perto na R. de São Miguel, bem como o antigo tribunal e
cadeia do extinto concelho de Longa.
Descrição
Planta rectangular, irregular, composta por dois corpos de três pisos relativos à habitação e
um corpo meio destacado, correspondente à cozinha, a O. e S.. O conjunto encontra-se
adossado parcialmente a outros edifícios nos alçados E. e SE.. Volumes articulados e
disposição verticalista das massas, com telhado de duas águas no corpo E. e no corpo que
compõe a cozinha e quatro águas no corpo O., com coincidência entre exterior e interior.
Fachada principal orientada, adossada em dois terços a outro imóvel. O registo visível é
rematado por cornija saliente, côncava e possui dois vãos coincidentes, em cada um dos
dois pisos. Portal principal de moldura simples, repousando sobre o seu lintel a janela de
sacada do segundo piso, com guarda de ferro forjado. Esta possui bandeira e moldura
simples, apresentando a inscrição da data de "1898" no lintel. Fachada voltada a N. com
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 243
Caracterização e Diagnóstico
dois panos de três pisos, rematados por cornija saliente côncava, com quebra na articulação
dos dois corpos. No pano da esquerda, duas janelas de guilhotina no segundo piso,
correspondendo com outras duas janelas do terceiro piso, de duas folhas. O piso térreo
apresenta pequena portada de acesso a loja. O pano da direita apresenta, também, três
pisos mas de altura ligeiramente menor, rasgado por três pórticos de moldura simples, a que
correspondem três das quatro janelas de bandeira, com moldura simples rematada por
brincos, que se situam no segundo piso. Destas, as duas que se situam mais à direita têm
correspondência com outras duas no terceiro piso, de sacada com ligeiro balcão e guardas
de ferro forjado. Para a direita deste corpo, desenvolve-se um largo balcão formando
terraço, ao qual está adossado um portal com pilastras quadrangulares rematadas por leões
em cerâmica. O portal guarda um espaço constituído por patamares lajeados e tanques de
granito, encontrando-se ainda uma escadaria de cantaria pela qual se acede ao balcão
superior. Um portão de ferro forjado guarda o espaço sob o balcão, que serve de arrumos e
acesso às lojas no piso térreo. Fachada voltada a O. de empena com cornija saliente,
côncava. Dois panos correspondentes ao corpo principal e ao da cozinha, que se lhe
encontra adossada, com um vão de janela em cada e um pórtico no voltado a N., acedendo
ao balcão. No corpo principal, surge uma janela de moldura simples com brincos e, ao seu
lado, um pórtico também de moldura simples. No terceiro piso, correspondem-lhes uma
janela de sacada com largo balcão guardado por ferro forjado e do qual aproveitam as
outras duas janelas laterais de molduras simples com brincos. Todos os vãos deste alçado
possuem bandeira. Fachada voltada a S. é rematada por cornija saliente, côncava,
possuindo vários vãos em alguns pisos, alguns deles constituindo janelas de sacada.
INTERIOR com inúmeras divisões nos vários pisos, servidas por corredores que percorrem
longitudinalmente toda a habitação e dão acesso às diversas divisões. Escadaria de caracol
em lugar central do imóvel. Pavimentos e tectos em madeira corrida. Todas as portadas
interiores contém embutidos de madeira. Casa dos caseiros em início de ruína, composta
por planta rectangular de dois pisos, com disposição horizontalista das massas, telhado de
duas casas, alçados E. e O. de empena, possuindo em cada registo um pórtico de moldura
simples correspondente com janela no piso superior. Alçado S. dá para largo balcão
granítico.
Utilização Inicial
Residencial : casa
Utilização Actual
Residencial : casa
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 244
Caracterização e Diagnóstico
Propriedade
Privada : pessoa singular
Época de Construção
Séc. 19
Cronologia
1898 - construção, ou ampliação, do imóvel, conforme data inserta em lintel de janela de
sacada da fachada orientada a E., possivelmente sobre estruturas habitacionais mais
antigas *1.
Tipologia
Arquitectura civil residencial, oitocentista. Imóvel composto por habitação principal e casa
dos caseiros no limite O. da propriedade rural. Habitação principal de planta rectangular,
irregular, composta por dois corpos de quatro pisos correspondentes à habitação e um
corpo, meio destacado, correspondente à cozinha. Cornijas salientes e côncavas. Pátio
constituído por balcão superior, patamares e tanques de cantaria. A maioria das janelas é
composta por molduras simples rematadas por brincos e possui bandeiras. A casa dos
caseiros é composta por planta rectangular, de dois pisos.
Características Particulares
Imóvel que se destaca do casario pela escala desmesurada relativamente ao resto dos
imóveis habitacionais de Longa e pelo seu carácter mais erudito. As fachadas rebocadas e
pintadas de branco destacam-se a grande distância, marcando o início do espaço urbano no
lado NO. de Longa. Todo o conjunto, incluindo os elementos secundários, decorativos,
mobiliário e demais recheio, evocam um ambiente de finais do séc. 19, inícios do séc. 20,
relativamente bem preservado. Construído, provavelmente, sobre estrutura mais antiga.
Dados Técnicos
Paredes e estrutura autoportantes.
Materiais
Granito; telha cerâmica; vidro simples; ferro forjado; ferro fundido; madeira de carvalho;
madeira de castanho; madeiras preciosas; madeira pintada.
Bibliografia
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID; C. M. Tabuaço
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 245
Caracterização e Diagnóstico
Documentação Administrativa
Intervenção Realizada
Observações
*1 - os diferentes tipos de construção que constituem os dois corpos da habitação principal
parecem indiciar épocas de construção distintas, correspondendo a data de 1898, inserta na
fachada voltada a E., à edificação mais recente.
Autor e Data
Gustavo Almeida 2001
16. Casa Oitocentista na Rua Boaventura José de Carvalho
Localização - Viseu, Tabuaço, Longa
Acesso - Em Longa, na R. Boaventura José de Carvalho, Lg. da Praça e Beco da Praça
Protecção - Inexistente
Enquadramento
Urbano, a meia-encosta, adossado a N. e, em parte, a O., sendo separado por via pública
nos outros alçados. O Chalet da Praça (v. 1819080062) encontra-se a flanquear o imóvel
pelo lado O., seguindo-se a antiga casa da câmara de Longa (v. 1819080052), também a
O., na praça, bem como a Igreja Matriz de Longa (v. 1819080031).
Descrição
Imóvel constituído pela junção de três edifícios habitacionais. O maior é constituído por
planta composta em L, de dois pisos, adossado aos dois edifícios quadrangulares pelo lado
O. e por imóvel habitacional no alçado N., constituindo um volume rectangular regular.
Volumes articulados e disposição horizontalista das massas, com cobertura de cinco águas
e uma água, respectivamente. Os dois edifícios mais antigos, do lado O., encontram-se ao
nível das fundações da construção primitiva, persistindo ainda algumas pedras do anterior
imóvel, reconhecidas pelo seu corte irregular, no actual aparelho e que terão sido
reaproveitadas. Corpo do edifício principal rematado por cornija saliente, em papo de rola.
Fachada principal orientada, rasgada por cinco vãos em cada um dos dois pisos, com
correspondência entre eles, de moldura simples, sendo o vão central do segundo piso de
janela de sacada, possuindo esta uma cornija trabalhada com dentilhão. No lintel do vão da
janela do lado direito, do piso térreo, encontra-se um elemento epigrafado com a inscrição:
"J G L - 1 / 7 1877" *1. Alçado S. rasgado por três vãos em cada um dos dois pisos,
possuindo o vão central do segundo piso uma janela de sacada, com guarda de ferro
forjado e cornija trabalhada com dentilhão. As janelas do segundo piso possuem molduras
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 246
Caracterização e Diagnóstico
simples com brincos. Alçado O. constituído por três pisos e panos diferenciados,
correspondentes aos três edifícios que compõem o actual imóvel. O piso térreo é formado
por três vãos, todos de portada, sendo que dois deles estão transformados em janelas com
a incorporação de lajes na parte inferior das molduras. O segundo piso é constituído por
quatro vãos de janela, com moldura simples, uma delas com guarda de ferro. No terceiro
piso, apenas referente ao edifício principal, surgem vários vãos de janela inseridos em
registo de betão, tijolo e cimento. INTERIOR foi alterado pelas obras que se encontram a
decorrer, não possuindo elementos dignos de referência.
Utilização Inicial
Residencial : casa / Comercial : Mercearia
Utilização Actual
Residencial : casa
Propriedade
Privada: pessoa singular
Época de Construção
Séc. 16 / 17 / 18 ( conjectural ) / 19
Cronologia
Séc. 16 / 17 / 18 - construção dos imóveis do Beco da Praça; 1877, 1 de Julho - conforme
data inserta em lintel de um dos vãos do piso térreo na fachada orientada a E., construção
do imóvel, sobre edificações anteriores.
Tipologia
Arquitectura civil residencial, oitocentista. Imóvel constituído pela fusão de três edifícios de
épocas diferentes, evoluindo o principal em dois pisos. Janelas simples e de sacada, com
guardas de ferro. Vãos das fachadas E. e S. simétricos, com correspondência entre os dois
pisos. Remate em cornija saliente.
Características Particulares
Imóvel constituído pela aglutinação de três edifícios de épocas e aparelho de construção
diferentes sendo dois deles de cariz vernáculo, anteriores ao séc. 19, provavelmente
seiscentistas. As cornijas das varandas de sacada possuem trabalhos em forma de
dentículos, formando dentilhão. Cornija do remate em papo de rola. A data epigrafada
aparece associada às iniciais do nome do proprietário. Possui um lintel com elemento
epigrafado referente ao dono da obra e data de finalização desta.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 247
Caracterização e Diagnóstico
Dados Técnicos
Paredes autoportantes e estrutura mista.
Materiais
Granito; telha cerâmica; betão; vidro simples; ferro forjado.
Bibliografia
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID; C. M. Tabuaço
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
Documentação Administrativa
330 m2
Intervenção Realizada
Proprietário: 2001 - obras de remodelação.
Observações
*1 - "JGL" compõe as iniciais de José da Glória Lopes, que terá mandado edificar o edifício
principal, tendo as obras finalizado em 1 de Julho de 1877, conforme a inscrição inserta no
lintel de um dos vãos do alçado voltado para E., e que deita para a R. Boaventura José de
Carvalho.
Autor e Data
Gustavo Almeida 2001
17. Casa Oitocentista na Rua Direita
Localização - Viseu, Tabuaço, Longa
Acesso - Em Longa na R. Direita
Protecção - Inexistente
Enquadramento
Urbano, em planície, adossado a edifícios habitacionais pelos lados N. e E., e logradouro a
S., pertencente a outro imóvel que o flanqueia. Separado por via pública a O.. Ainda na R.
Direita encontra-se a Casa dos Leões (v. 1819080056) e a S. a Igreja Matriz de Longa (v.
1819080031), a Casa do Abade (v. 1819080047) e a Casa da antiga Câmara de Longa (v.
1819080052).
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 248
Caracterização e Diagnóstico
Descrição
Planta quadrangular de dois pisos, com volumes articulados e disposição horizontalista das
massas. Coincidência entre exterior e interior. Cobertura de cinco águas. Piso térreo em
cantaria e o superior em madeira e tabique. Fachada principal voltada a O., dividida em dois
panos, terminando o da direita em cornija saliente definidora do balcão superior, possuindo
vão de portada com moldura simples, com folha trabalhada em ferro forjado, resguardado
por ferro na sua parte posterior. Balcão rematado por guardas em ferro forjado. O registo à
esquerda apresenta portal principal, de moldura simples, com lintel contendo losango, na
horizontal, rodeando inscrição com a data de 1818. O segundo piso ostenta varanda
ligeiramente saliente, alpendrada com corpo habitacional recuado, centrado por vão de
porta, de moldura simples, sendo toda a estrutura em madeira e tabique. Fachada S.
rasgada por dois vãos horizontais para iluminação interior. Remate do balcão superior com
guardas de ferro forjado, terminando em aparelho de granito do lado E.. O segundo é
recuado e possui dois corpos. O corpo mais recuado é alpendrado, composto por dois vãos
de linhas rectilíneas, com janelas de guilhotina. O corpo mais avançado é composto por vão
de janela de guilhotina, de linhas rectilíneas. INTERIOR com pisos térreos lajeados, com
escadaria de granito em frente ao pórtico principal, composta por lanço de escadas, seguido
por patamar onde se sucedem outros dois divergentes, de acesso ao piso habitacional,
constituído por divisão única e cozinha a E..
Utilização Inicial
Residencial : casa
Utilização Actual
Devoluto
Propriedade
Privada : pessoa singular
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 249
Caracterização e Diagnóstico
Época de Construção
Séc. 19
Cronologia
1818 - segundo data inscrita na verga do portal principal, construção do imóvel,
provavelmente sobre estruturas anteriores.
Tipologia
Arquitectura civil residencial, oitocentista, de cariz vernáculo. Casa de planta quadrangular,
evoluindo em dois pisos, adossada a edifícios residenciais. Piso térreo em cantaria com
remate em cornija, e segundo piso edificado em tabique e madeira, possui alpendre em
redor de todo o corpo habitacional, ligeiramente avançado na fachada principal. Balcão
amplo, de cantaria, formando terraço.
Características Particulares
Um terço da construção granítica funciona como balcão do terraço, a descoberto, sendo
limitado a O. e S. por guardas de ferro forjado e estas, por sua vez, rematadas por ferragens
que terminam em volutas. Ostenta a provável data de edificação e mantém algumas janelas
de guilhotina.
Dados Técnicos
Paredes autoportantes e estrutura mista.
Materiais
Granito; telha cerâmica; tabique; vidro simples; ferro forjado; madeira de carvalho; madeira
pintada.
Bibliografia
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID; C. M. Tabuaço
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
Documentação Administrativa
Observações
*1 - segundo a tradição popular existem tesouros enterrados no piso térreo deste imóvel.
Autor e Data
Gustavo Almeida 2001
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 250
Caracterização e Diagnóstico
18. Casa quinhentista da Rua do Outeiro
Localização - Viseu, Tabuaço, Longa
Acesso - Em Longa, na R. do Outeiro, n.º 2
Protecção - Inexistente
Enquadramento
Urbano, em outeiro, adossado a S. e a O., sendo separado por via pública nos outros
alçados. O Chalet da Praça (v. 1819080062) encontra-se no Lg. da Praça, a N., bem como a
Casa Oitocentista da R. Boaventura José de Carvalho (v. 1819080059), a Casa da Antiga
Câmara de Longa (v. 1819080052) e a Igreja Matriz de Longa (v. 1819080031).
Descrição
Planta rectangular, irregular, de dois pisos, adossado a edifícios pelo lado S. e O., com
volumes articulados, com coberturas de cinco águas. Fachada principal orientada, composta
por escadaria exterior de oito degraus e alpendre, por onde se acede ao pórtico principal, de
moldura simples. Alçado N. composto por quatro panos, formando três deles curvatura
convexa. O piso térreo é composto por três portadas de moldura simples, enquanto o
segundo é composto por vão de janela de moldura simples no registo mais largo voltado a
N., ladeado por duas mísulas. O registo seguinte comporta uma janela de sacada, com
guarda de ferro forjado, de moldura simples. Os outros dois registos possuem dois vãos de
janela. INTERIOR é composto, no piso térreo, por loja para arrumos e apoio à actividade
agrícola, sendo o superior composto por várias divisões, uma maior, de forma rectangular,
possuindo cobertura octogonal em madeira de castanho, janela com conversadeiras de
granito. Um oratório de arco trilobado, assente em pequena sacada com cornija saliente,
com moldura exterior rematada por volutas, estrelas de cinco pontas e florão central,
encontra-se embutido na parede interior da divisão ao lado do pórtico de entrada do imóvel.
A parte interior do lóbulo central do arco do oratório possui uma forma concheada. É
possível observar um lintel de vão interior, na parede oposta, ostentando elemento
epigráfico com a seguinte inscrição: "O L 7 5 4" *1.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 251
Caracterização e Diagnóstico
Utilização Inicial
Residencial: casa
Utilização Actual
Residencial: casa
Propriedade
Privada : pessoa singular
Época de Construção
Séc. 16 ( conjectural ) / 18
Cronologia
Séc. 16 - provável construção do imóvel; 1754 - data inserta em verga de vão interior poderá
indiciar obras de alteração sendo provavelmente desta data a ampliação do imóvel para O..
Tipologia
Arquitectura civil residencial, quinhentista e setecentista. Casa de planta rectangular,
irregular, com escadaria saliente e alpendre. Cobertura de cinco águas. Fachadas rasgadas
por vãos simples e janelas de sacada. Ao nível exterior, apresenta semelhanças estruturais
com outros da mesma povoação, ou seja, dois pisos, escadaria saliente e alpendre, e
possui mísulas a ladear um dos vãos de janela, tal como acontece com outro imóvel em
Longa, datado de 1767, e sito perto da Fonte da Regueira. A maior divisão, no interior do
imóvel, ostenta um tecto octogonal, um oratório com características manuelinas /
renascentistas, uma janela com conversadeiras e uma porta interior cujo lintel ostenta
elemento epigrafado.
Características Particulares
Um dos vãos de janela, no alçado voltado a N. possui mísulas laterais. No seu interior,
destaca-se um tecto oitavado em madeira de castanho, um oratório constituído por um bom
trabalho de cantaria, de arco trilobado e moldura saliente, com volutas, rematada por duas
estrelas de cinco pontas e florão central.
Dados Técnicos
Paredes autoportantes e estrutura mista.
Materiais
Granito; tijolo; betão; telha cerâmica; vidro simples; ferro forjado; madeira de castanho.
Bibliografia
Documentação Gráfica
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 252
Caracterização e Diagnóstico
DGEMN: DSID; C. M. Tabuaço
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
Intervenção Realizada
Proprietário: 2001 - encontra-se em obras.
Autor e Data
Gustavo Almeida 2001
19. Casa seiscentista / setecentista na Rua José Antunes Figueira
Localização - Viseu, Tabuaço, Longa
Acesso - Em Longa, na R. Ferreira, n.º 7
Protecção - Inexistente
Enquadramento
Urbano, em planície, isolado, flanqueado por edifícios habitacionais nos lados O., SO. e E.,
separado de terreno agrícola por muro no lado S.. Próximo encontram-se o Solar dos
Ferreira de Seixas (v. 1819080048), o Palacete da Rua Boaventura José de Carvalho (v.
1819080063), o edifício do antigo tribunal e cadeia e inúmeros imóveis dos séc. 17, 18 e 19.
Descrição
Planta composta por dois corpos de forma quadrangular, irregulares, adossados, de dois
pisos, com volumes articulados *1 e disposição horizontalista das massas. Coincidência
entre exterior e interior. Fachadas de cantaria aparente com juntas pintadas, com cobertura
exterior com telhado de três águas. Fachada principal voltada a O., deitando para patim que
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 253
Caracterização e Diagnóstico
serve também outros dois edifícios habitacionais, com dois panos diferenciados, rematados
por friso simples e cornija saliente, côncava. Uma escadaria saliente adossada, em cantaria,
com 12 degraus, dá acesso a um balcão suportado por coluna octogonal de granito, e
inferiormente forma portal alpendrado, que acede à dependência onde se guardam alfaias
agrícolas. Outras duas portadas, no extremo do corpo da direita, dão igualmente acesso ao
piso térreo e cozinha. No segundo piso, o pórtico principal e uma das janelas possuem vãos
de arco abatido. Alçado voltado a N. com registo do piso térreo composto por quatro
fenestrações horizontais, com guardas de ferro, para iluminação do interior da loja e com
correspondência com as quatro janelas de vãos de arco abatido e de guilhotina, inseridas
no segundo piso. Alçado voltado a E. com remate em empena, cego. Alçado S. composto
por pequenas fenestrações de iluminação interior e balcão no segundo piso, na parte SO.,
com guarda de ferro forjado, duas janelas e portada de moldura simples. INTERIOR
constituído por várias divisões, sendo que duas delas e o pequeno átrio possuem
coberturas ligeiramente sanqueados. O tecto da divisão maior ostenta uma decoração
policroma com festões de sóbrios motivos florais. É possível observar uma lareira de
cantaria com pequenos florões insculpidos. Do átrio interior, situado no segundo piso, parte
uma escadaria até ao piso térreo de acesso à cozinha.
Utilização Inicial
Residencial: casa
Utilização Actual
Residencial: casa
Propriedade
Privada : pessoa singular
Época de Construção
Séc. 17 / 18 ( conjectural )
Cronologia
Séc. 17 / 18 - provável construção do imóvel para habitação da família Ferreira de Seixas,
possivelmente sobre estruturas mais antigas.
Tipologia
Arquitectura civil residencial, seiscentista / setecentista. Casa composta por dois corpos de
forma quadrangular, irregulares, adossados, de dois pisos, com volumes articulados,
escadaria saliente e balcão. Pórtico principal e cinco janelas, situados no piso nobre, com
vãos de arco abatido. Três das divisões interiores, sendo uma delas o pequeno átrio,
possuem coberturas ligeiramente sanqueados.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 254
Caracterização e Diagnóstico
Características Particulares
A simetria de todos os vãos do piso nobre imprimem a este imóvel um carácter cuidado,
pensado para uma apresentação sóbria, mas algo erudita, da vivência do grupo familiar
para o qual foi edificado. A escadaria da fachada, embora de linhas simples e sóbrias,
imprime um carácter de altivez e estatuto ao imóvel. Os tectos de três das divisões são
únicos na freguesia e na região, possuindo um deles elegantes e sóbrios festões com
motivos florais. Balcão sobre mísulas, pilar e muro, formando alpendre inferior.
Dados Técnicos
Paredes autoportantes.
Materiais
Granito; telha cerâmica; betão; vidro simples; madeira de carvalho; madeira de castanho;
madeira pintada.
Bibliografia
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID; C. M. Tabuaço
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
Documentação Administrativa
Intervenção Realizada
Proprietário: séc. 20, década de 90 - colocação de placa e tijoleira em parte do piso nobre e
conservação dos tectos.
Observações
*1 - Antiga casa de habitação da família Ferreira de Seixas, proprietária do solar do Largo
do Pateo.
Autor e Data
Gustavo Almeida 2001
20. Chalet Oitocentista no Largo da Praça
Localização - Viseu, Tabuaço, Longa
Acesso - Em Longa, no Lg. da Praça
Protecção - Inexistente
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 255
Caracterização e Diagnóstico
Enquadramento
Urbano, a meia-encosta, destacado, parcialmente adossado a N., através de pequena
dependência agrícola., sendo separado por via pública nos outros alçados. A Casa
Oitocentista na R. Boaventura José de Carvalho (v. 1819080059) encontra-se a flanquear o
imóvel pelo lado E., e do lado O. a Antiga Casa da Câmara de Longa ( v. 1819080052 ), na
praça, bem como a Igreja Matriz de Longa (v. 1819080031).
Descrição
Edifício composto por corpo quadrangular, de quatro pisos, adossado a outro, de menores
dimensões, rectangular, de dois pisos, destinada a fins agrícolas. Coincidência entre exterior
e interior e disposição verticalista das massas. Coberturas diferenciadas, de três águas no
corpo principal e duas águas na dependência agrícola. Aparelho isódomo em cantaria
aparente e zona superior rebocada e pintada de branco. Fachada principal do corpo
habitacional voltada a S., com remate em empena, sendo precedido por pequeno
embasamento saliente, que vence o desnível. Piso térreo com três pórticos rectilíneos, a
que correspondem, no imediato, três janelas de moldura rectilínea, tendo a central uma
janela de sacada com guarda de ferro forjado. Último piso ao nível da empena com janela
de sacada com guarda de ferro e bandeira inserida em moldura rematada por arco
quebrado. Alçado E. com duas portadas e uma pequena fenestração horizontal, tendo, no
segundo piso, e tendendo para o lado esquerdo uma janela de guilhotina de moldura
simples, sendo o resto do registo cego. Terceiro piso: coberto por chapa de metal onde se
rasgam duas janelas de guilhotina com moldura rectilínea. Alçado voltado a E. com piso
térreo cego, surgindo superiormente, três fenestrações, compondo uma delas uma janela de
guilhotina. Alçado tardoz tem o terceiro piso coberto por chapa metálica, onde se rasgam
duas janelas de guilhotina com molduras simples. Dependência agrícola com uma portada
no alçado E., correspondente ao segundo piso. Alçado voltado a O. com uma portada no
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 256
Caracterização e Diagnóstico
piso térreo, a que corresponde uma janela de moldura simples no segundo piso. INTERIOR
composto por vários compartimentos divididos por paredes de tabique tendo uma escadaria
interior em madeira, de acesso aos vários pisos.
Utilização Inicial
Residencial : casa
Utilização Actual
Residencial : casa
Propriedade
Privada : pessoa singular
Época de Construção
Séc. 19
Cronologia
Séc. 19, 2.ª metade - construção do imóvel sobre o local onde se situava o poço do Lg. da
Praça *1; séc. 20, 1.ª metade - o imóvel é herdado por Manuel Vicente da Cruz *2; séc. 20 eliminação das fenestrações da mansarda e que se encontravam inseridas nas três águas
do telhado; séc. 20, década de 90 - obras de restauro e conservação exterior.
Tipologia
Arquitectura civil, oitocentista. Edifício composto por quatro pisos, de forma quadrangular,
com três pórticos rectilíneos no piso térreo da fachada principal a que correspondem, no
terceiro piso, três janelas de moldura rectilínea, tendo a central uma varanda de sacada com
guarda de ferro. O quarto piso, ao nível da empena, possui uma janela de sacada com
guarda de ferro. A moldura desta janela é rematada por arco quebrado. Vários
compartimentos interiores com acesso por escadaria interna.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 257
Caracterização e Diagnóstico
Características Particulares
Imóvel que pelas suas linhas verticais e algo cuidadas adquire lugar de destaque na malha
urbana do Lg. da Praça onde se encontra inserido, servindo mesmo como elemento de
ordenação do mesmo. A correspondência existente entre os vários vãos do alçado principal
pontuados pelas varanda que se rasgam nos dois últimos pisos cria um jogo de linhas que
se conjugam perfeitamente com a restante linguagem da malha urbana, disciplinando-a.
Mantém janelas de guilhotina em determinados alçados.
Dados Técnicos
Paredes autoportantes.
Materiais
Granito; telha cerâmica; vidro simples; ferro; ferro forjado; madeira de carvalho; madeira
pintada.
Bibliografia
FREITAS, Luiz de, Taboaço - Notas & Lendas, Famalicão, 1915; MONTEIRO, J. Gonçalves,
Tabuaço (Esboço e subsídios para uma monografia), Tabuaço, 1991.
Documentação Gráfica
DGEMN: DSID; C. M. Tabuaço
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
Documentação Administrativa
Intervenção Realizada
Proprietário: séc. 20 - eliminação das fenestrações da mansarda e que se encontravam
inseridos nas três águas do telhado; séc. 20, década de 90 - obras de restauro e
conservação exterior, com o desmantelamento do lambrequim da fachada principal.
Observações
*1 - ainda é possível observar o poço no interior do piso térreo do corpo habitacional, pois
Lg. da Praça expandia-se até ao espaço actualmente ocupado por este imóvel; 2* - Manuel
Vicente da Cruz foi Presidente da Câmara Municipal de Tabuaço entre 27 de Janeiro 1949 e
24 de Setembro 1953; era sobrinho de Boaventura José de Carvalho, grande benemérito da
Freguesia de Longa, residente no Brasil e que mandou edificar a Capela de Nossa Senhora
da Saúde em 1930 ( v. 1819080049 ); um dos filhos de Manuel Vicente da Cruz, de nome
Octávio de Carvalho Cruz e que é um dos actuais proprietários do imóvel foi SecretárioGeral da Assembleia da Republica, entre Março de 1980 e Junho de 1983, em cuja
categoria se aposentou; o Dr. Octávio de Carvalho Cruz possui os graus de Grande Oficial
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 258
Caracterização e Diagnóstico
da Ordem de Mérito da República Italiana ( 1981 ) e de Comendador da Ordem Nacional do
Cruzeiro do Sul, do Brasil ( 1982 ).
Autor e Data
Gustavo Almeida 2001
21. Solar Oliveira Rebelo e Capela de Nossa Senhora das Mercês10, Granja do
Tedo
22. Solar dos Lucenas e Mergulhões/Palacete do Visconde da Granja do Tedo,
Granja do Tedo
10
Informação fornecida por Gustavo Almeida, 2003
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 259
Caracterização e Diagnóstico
23. Palacete seiscentista no sítio da Eira , Granja do Tedo
24. Casa de Maria Coroada/Casa dos “Santos Custódios”, Granja do Tedo
25. Casa seiscentista/setecentista na Carreira de Santo António, Granja do
Tedo
26. Casa seiscentista/setecentista na Rua Abel Barradas, Granja do Tedo
27. Casa seiscentista/setecentista na Rua da Fonte, Granja do Tedo
28. Casa seiscentista/setecentista na Rua de Maria Coroada, Granja do Tedo
29. Conjunto de Casas seiscentista e setecentista no Largo do Rossio, Granja
do Tedo
30. Conjunto de Casas quinhentistas/seiscentista no Largo da Praça, Lugar do
Povo de Cima, Granja do Tedo
31. Quinta do Belo Jardim, Granjinha
32. Quinta da Cruz, Granjinha
33. Casa seiscentista na Rua da Igreja – Carrazedo, Pinheiros
34. Quinta da Moita, Carrazedo, Pinheiros
35. Solar dos Gouveias Couraças, Lugar do Paço, Sendim
36. Solar dos Guedes, Sendim
37. Solar em Guedieiros, Sendim
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 260
Caracterização e Diagnóstico
38. Paço do Bispo, Lugar do Paço, Sendim
39. Paço dos Távoras, Sendim
40. Casa brasonada dos Castilhos, Sendim
41. Casa brasonada dos Mendoças, Sendim
42. Casa brasonada dos Monteiros, Sendim
43. Casa brasonada dos Regos, Sendim
44. Casa brasonada dos Soeiros, Sendim
45. Casa de Átrio, Lugar de Paço, Sendim
46. Conjunto de Arquitectura vernácula junto à Senhora da Boa Morte, em
Cabriz, Sendim
47. Quinta do Jardim/Quinta do Bom Jardim, Lugar de Aldeia, Sendim
48. Casa nobre do Morgado do Fontão Seco/Casa do Brasão, Tabuaço
49. Casa nobre do Fundo de Vila, Tabuaço
50. Casa nobre setecentista no Largo do Terreiro, Tabuaço
51. Casa nobre setecentista na Rua Dr. Luís de Freitas/Antigo Lar da
Misericórdia, Tabuaço
52. Casa onde nasceu Abel Botelho, Tabuaço
53. Casa e nicho do Senhor da Cruz na Rua da Cruz, Tabuaço
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 261
Caracterização e Diagnóstico
54. Casa seiscentista na Rua da Cruz nºs 1 a 3, Tabuaço
55. Casa seiscentista/setecentista no Largo 5 de Outubro, Tabuaço
56. Casa seiscentista/setecentista na Rua do Arrabalde, Tabuaço
57. Palacete e nicho setecentista na Rua da Cruz, nº 13/Solar das Bem Hajas,
Tabuaço
58. Palacete setecentista/oitocentista no Largo 5 de Outubro, Tabuaço
59. Quinta de S. Plácido, Tabuaço
60. Quinta do Passa Frio/Quinta do Passo Frio, Távora
61. Casa setecentista, junto ao Cemitério, Valença do Douro
62. Antigos Paços do Concelho e Tribunal, Barcos
63. Antiga Casa da Câmara, Barcos
64. Antiga Cadeia de Barcos, Barcos
65. Solar dos Cunhas, Barcos
66. Solar dos Magalhães Coutinho, Barcos
67. Quinta do Montravesso, Barcos
68. Quinta de Paradela, Barcos
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 262
Caracterização e Diagnóstico
5.2 – Dinâmica Urbanística
Para se compreender o processo de desenvolvimento urbano de Tabuaço e as
suas tendências é necessário analisar a dinâmica urbanística lhe está associada.
Da observação do quadro abaixo pode-se constatar que, a média anual de
construção, nas décadas de 70 e 80, aumentou consideravelmente em relação ao
período 1946/1970, não obstante a dinâmica populacional ter sido negativa. A
década de 90 apresenta uma diminuição do número de edifícios construídos em
cerca de 42%, face ao período 1971/1990, no entanto, como se verá mais à frente a
década de 90 apresenta acréscimo em relação à de 80.
Média anual de construção no Concelho de Tabuaço
Épocas de
Edifícios
Média por
construção
construídos (Nº)
ano (%)
1946 - 1970
918
36,7
1971 - 1990
1.416
70,8
1991 - 2001
603
54,8
Fonte: INE, Censos 2001
Evolução das licenças de obras particulares
Com base nos dados disponibilizados, pela Câmara Municipal de Tabuaço, para o
período 1991/2002, constata-se que o número de licenças de obras particulares
ronda as 950. Como se pode observar no gráfico, a tendência evolutiva tem sofrido
algumas oscilações, tendo atingido o seu auge em 1994, com 120 obras. A partir de
2000 verifica-se que os valores estão aquém da média dos primeiros anos da
década de 90.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 263
Caracterização e Diagnóstico
Evolução do número de obras particulares
120
100
80
60
40
20
0
1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Fonte: Câmara Municipal de Tabuaço
Em 1991, 71% das obras realizadas no Concelho, referiam-se a construções novas
e 29% a obras de construção não de raiz, onde se incluem as recuperações,
ampliações e reconstruções. Em 2002, as construções novas diminuem para 62% e
as restantes obras aumentam para 38%.
Evolução do número de obras particulares por tipo de
intervenção
80
60
40
20
0
1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Novas
Recuperações
Fonte: Câmara Municipal de Tabuaço
Dentro das 62% de construções novas, verifica-se que predomina a função
habitacional, quer seja sob a forma de moradias unifamiliares (95%) ou edifícios
multifamiliares, que correspondem a uma minoria de 5%. O gráfico referente a 1991
mostra que nesse ano, cerca de 62% das construções correspondem a habitação e
38% a anexos ou garagens de apoio à função habitacional, em 2002, a habitação
representa quase a totalidade das construções.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 264
Caracterização e Diagnóstico
No que se refere ao perfil habitacional, os valores são praticamente idênticos, o que
significa que existem alterações a esse nível, predominando largamente a
construção de habitações unifamiliares.
Obras particulares por uso funcional
1991
Obras particulares por uso funcional
2002
Habita‹o
95%
Habita‹o
62%
Unifamiliar
92%
Unifamiliar
95%
Anexos/Garage
ns
5%
Anexos/Garage
ns
38%
Multifamiliar
5%
Multifamiliar
8%
Fonte: Câmara Municipal de Tabuaço
Relativamente à sua distribuição por freguesias, verifica-se que a Sede de
Concelho concentra a maior percentagem das obras licenciadas, mais de 24%,
entre 1991 e 2001. Simultaneamente, é na Sede de Concelho que se reúne mais de
26 % da população total do Concelho.
As freguesias onde se registam menos número de obras coincidem com aquelas
que apresentam menor percentagem de população residente.
Números de obras particulares por freguesia, entre 1991 e 2001
Obras Particulares População
Freguesia
N.º
%
Residente
Adorigo
42
4,4
6,2
Arcos
40
4,2
3,0
Barcos
102
10,8
9,7
Chavães
71
7,5
5,5
Desejosa
26
2,8
2,8
Granja do Tedo
22
2,3
3,3
Granjinha
8
0,8
0,8
Longa
41
4,3
5,3
Paradela
17
1,8
2,2
(continuação)
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 265
Caracterização e Diagnóstico
Pereiro
51
5,4
2,3
Pinheiros
40
4,2
2,9
Santa Leocádia
18
1,9
2,0
Sendim
118
12,5
12,8
Tabuaço
230
24,3
26,2
Távora
30
3,2
6,2
Vale de Figueira
28
3,0
2,2
61
6,5
6,6
945
100,0
100,0
Valença do
Douro
Concelho
Fonte: Câmara Municipal de Tabuaço
No que se refere, às licenças de construção concedidas pela Câmara Municipal, o
mesmo tipo de informação disponibilizado pelo INE, diz respeito ao período
1991/2000, totalizando 720 licenças.
Como se pode verificar no gráfico seguinte, o ano de 1991 foi o que registou maior
número de licenças, cerca de 90. Sabe-se ainda que, em 2000, das 78 licenças
concedidas, 35 dizem respeito a construções novas para habitação.
Licenças Concedidas para Construção
100
80
60
40
20
0
1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
Fonte: INE, Estatísticas da Construção de Edifícios, 2000
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 266
Caracterização e Diagnóstico
5.3 - Parque Edificado e Habitacional
Na década de 80, o crescimento do parque edificado e habitacional de Tabuaço,
apresenta uma evolução inferior a 1%. Nos anos 90, este crescimento aproxima-se
dos 12%, significando mais de 400 edifícios novos, na ultima década, totalizando
3.911 edifícios em todo o Concelho.
Analisando a sua distribuição por freguesias, verifica-se que, Sendim e a Sede de
Concelho possuem mais de 15% dos edifícios dos concelho. Isto significa que, 33%
dos edifícios se encontram distribuídos por duas das 17 freguesias do concelho. De
salientar, ainda, que Sendim apresenta quase tantos edifícios como a Sede de
Concelho. No extremo oposto encontra-se a freguesia de Granjinha com 1,4% de
edifícios.
No período 1981/1991 registaram-se variações negativas em sete freguesias e nula
numa, na década de 90 esse valor desceu para quatro, correspondendo às
freguesias de Granjinha, Pereiro, Vale de Figueira e Valença do Douro. Apesar do
decréscimo populacional verificado em todo o Concelho, constata-se um aumento
do número de edifícios.
Na década de 80, apenas a freguesia de Pereiro, apresenta um crescimento
substancial, já na década de 90, as freguesias de Arcos, Barcos, Chavães, Granja
do Tedo, Pinheiros e Santa Leocádia registam crescimento superior a 20%. A Sede
de Concelho regista um acréscimo de 3,2%.
Uma vez que a grande parte das construções de edifícios se destina à função
habitacional, importa analisar a sua evolução e distribuição espacial.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 267
Caracterização e Diagnóstico
Evolução e distribuição espacial do parque edificado
Edifícios
Freguesia
Variação
1981/1991
1991/2001
Adorigo
206
217
241
5,3%
11,1%
6,2
Arcos
178
146
177
-18,0%
21,2%
4,5
Barcos
266
273
344
2,6%
26,0%
8,8
Chavães
251
226
278
-10,0%
23,0%
7,1
Desejosa
111
107
113
-3,6%
5,6%
2,9
Granja do Tedo
165
138
176
-16,4%
27,5%
4,5
Granjinha
60
63
54
5,0%
-14,3%
1,4
Longa
238
222
244
-6,7%
9,9%
6,2
Paradela
111
121
125
9,0%
3,3%
3,2
Pereiro
63
97
96
54,0%
-1,0%
2,5
Pinheiros
162
90
151
-44,4%
67,8%
3,9
Santa Leocádia
131
99
122
-24,4%
23,2%
3,1
Sendim
504
558
641
10,7%
14,9%
16,4
Tabuaço
544
625
645
14,9%
3,2%
16,5
Távora
205
229
230
11,7%
0,4%
5,9
Vale de Figueira
87
87
82
0,0%
-5,7%
2,1
Valença Douro
188
201
192
6,9%
-4,5%
4,9
0,8%
11,8%
100,0
Concelho
1981 1991 2001
% Edifícios
3.470 3.499 3.911
Fontes: Monteiro, J. Gonçalves, Tabuaço, CMT, Edição 1991
Censos 2001 - Resultados Definitivos
No quadro seguinte verifica-se que, as construções de deicídios multifamiliares
ocorrem, maioritariamente, na Sede de Concelho. No Concelho de Tabuaço, em
1995, 1996 e 2000 não foram construídos edifícios multifamiliares.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 268
Caracterização e Diagnóstico
Número de Edifícios Multifamiliares por freguesia
Edifícios Multifamiliares
Freguesia
1991 1992 1993 1994 1997 1998 1999 2001 2002 2003
Total
Adorigo
-
1
-
-
2
-
1
-
-
4
Barcos
1
1
-
-
1
-
-
1
-
4
Chavães
-
-
1
-
-
-
-
-
-
1
Longa
-
-
-
-
-
-
-
-
-
Pinheiros
-
2
-
-
-
-
-
-
-
2
Sendim
-
1
1
-
-
-
1
-
-
3
Tabuaço
3
1
4
6
-
3
3
2
2
-
-
1
-
-
-
-
-
-
1
-
-
-
1
-
-
-
-
-
1
4
6
7
7
3
3
5
3
2
Vale de
Figueira
Valença do
Douro
Total
1
4
5
28
44
Fonte: Câmara Municipal de Tabuaço, 2002 e 2004
No que diz respeito à distribuição dos Edifícios Multifamiliares por freguesias, o
quadro mostra que, a freguesia de Tabuaço regista um valor destacado das
restantes, em número de 28, para um total de 44 em todo o concelho. O ano em
que se construíram mais edifícios desta tipologia foi em 1993 e 1994 e 2003. Pelo
contrário, a ano de 2002, apresenta um valor mais baixo do que os registados na
década anterior.
Por seu lado, no que se refere às habitações unifamiliares, no período de 1991 a
2003, verifica-se que a Sede de Concelho e as freguesias de Barcos e Sendim
foram os preferenciais destinos para a construção de moradias, sendo as
freguesias que apresentam uma maior dinâmica urbanística. No extremo oposto
encontram-se as freguesias de Granjinha e Santa Leocádia.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 269
Caracterização e Diagnóstico
Habitações Unifamiliares
Freguesia 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 Total
Adorigo
1
-
2
2
-
-
1
-
4
-
2
4
7
23
Arcos
4
2
1
5
-
1
-
1
-
1
-
-
2
17
Barcos
6
5
2
8
3
3
5
5
8
7
1
4
3
61
Chavães
2
4
2
12
-
2
1
1
2
1
4
4
6
41
Desejosa
1
3
2
-
2
-
1
-
-
1
1
-
1
12
-
2
1
-
1
-
-
2
2
-
-
-
1
9
Granjinha
-
-
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
Longa
1
1
4
-
2
-
1
-
1
-
-
2
1
13
Paradela
2
1
-
2
1
-
-
-
-
-
1
-
1
8
Pereiro
4
-
1
2
1
1
2
2
3
2
3
3
3
27
Pinheiros
1
3
2
1
1
2
1
3
2
2
1
-
1
20
-
-
1
1
-
1
1
-
1
-
-
-
-
5
Sendim
5
-
3
6
2
1
2
4
5
5
4
4
4
46
Tabuaço
14
4
3
11
3
8
8
9
13
15
2
9
10
112
Távora
-
-
1
2
2
1
2
-
1
-
2
1
2
14
2
3
1
1
-
-
1
-
1
-
-
1
1
11
5
1
2
1
3
3
-
-
1
1
1
4
4
26
48
29
29
54
21
23
26
27
44
35
22
36
47
445
Granja do
Tedo
Santa
Leocádia
Vale de
Figueira
Valença
Douro
Concelho
Fonte: Câmara Municipal de Tabuaço,2002 e 2004
Em 2001, a grande maioria dos edifícios tinham dois pisos, seguindo-se os de um.
Com mais de três pisos registam-se menos de 10% dos edifícios.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 270
Caracterização e Diagnóstico
Edifícios segundo o número de pisos
Edifícios
Pisos
N.º
%
1
1.404
35,9
2
2.162
55,3
3
326
8,3
4
16
0,4
5
1
0,0
6
2
0,1
Fonte: INE, RGPH - 2001
A distribuição dos edifícios segundo o número de alojamento revela que, quase a
totalidade dos edifícios constituem alojamento único, enquanto que, apenas 3,6%
possuem mais de um alojamento, concentrando-se estes na Sede de Concelho. De
acordo com os dados estatísticos do INE, no Concelho de Tabuaço, não existem,
nos anos em estudo, edifícios com mais de 6 alojamentos.
Edifícios segundo o número de alojamentos
Edifícios
FREGUESIA
1
2a6
alojamento
alojamentos
Adorigo
241
238
3
Arcos
177
177
0
Barcos
344
323
21
Chavães
278
277
1
Desejosa
113
111
2
Granja do Tedo
176
173
3
Granjinha
54
54
0
Longa
244
244
0
Paradela
125
124
1
Pereiro
96
96
0
Pinheiros
151
150
1
Santa Leocádia
122
122
0
Sendim
641
635
6
(continuação)
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 271
Caracterização e Diagnóstico
Tabuaço
645
566
79
Távora
230
212
18
Vale de Figueira
82
82
0
Valença Douro
192
190
2
3.911
3.774
137
Concelho
Fonte: Censos 2001
A associação das análises do números de pisos e números de alojamentos, traduz
a predominância de moradias unifamiliares com um ou dois pisos.
Como se pode verificar pelo gráfico seguinte cerca de 86% dos edifícios são
exclusivamente de uso habitacional. Apenas 9% dos alojamentos têm uso misto,
principalmente habitacional e somente 5% têm perfil não habitacional.
Edifícios segundo o tipo de ocupação
Principalmente
Não Residencial
5%
Principalmente
Residencial
9%
Exclusivamente
Residencial
86%
Fonte: INE, RGPH, 2001
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 272
Caracterização e Diagnóstico
Tipos de Alojamento e Forma de Ocupação
Num total de 4.124 alojamentos familiares, 99,7% são de tipo clássico e
aproximadamente, 57% destinam-se a residência habitual.
O número de alojamentos com uso sazonal ultrapassa os 30%. As freguesias de
Arcos, Chavães, Desejosa, Granjinha, Longa, Pereiro e Pinheiros, registam valores,
ainda, superiores situados entre 40 e 50%. A sede de Concelho é a que apresenta
menor percentagem de alojamentos de uso sazonal.
Alojamentos familiares, segundo o tipo e forma de ocupação em 2001
Residência
Uso
Habitual
Sazonal
1
150
177
0
Barcos
361
Chavães
Desejosa
Clássicos
Outros
Vagos
Colectivos
Adorigo
245
88
7
0
Arcos
81
87
9
0
2
212
68
81
2
279
1
134
133
12
0
115
0
69
46
0
0
179
0
83
55
41
0
Granjinha
53
1
24
22
7
0
Longa
244
0
127
105
12
0
Paradela
126
0
60
33
33
0
Pereiro
95
3
52
38
5
0
Pinheiros
152
0
71
76
5
0
Stª Leocádia
122
0
53
29
40
0
Sendim
646
0
329
252
65
1
Tabuaço
792
1
556
132
104
2
Távora
250
1
151
61
38
0
Vale Figueira
82
1
51
19
12
0
Valença Douro
195
0
151
44
0
0
4.113
11
2.354
1.288
471
5
Freguesia
Granja do
Tedo
Concelho
Fonte: INE, RGPH – 2001
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 273
Caracterização e Diagnóstico
Encontram-se vagos cerca de 11,5% dos alojamentos do Concelho. Nas freguesia
de Santa Leocádia e Paradela, este valor supera os 25%. As freguesias de
Desejosa e Valença do Douro não registam alojamentos vagos.
No Concelho existem 5 alojamentos colectivos, distribuídos pelas freguesias de
Barcos, Sendim e Távora.
Evolução e distribuição espacial dos alojamentos
Relativamente à evolução do número de alojamentos familiares, verificaram-se na
década de 80, valores negativos em sete das 17 freguesias. Na década de 90, a
freguesia de Pereiro encontra-se estagnada, depois de um crescimento de 55% na
década anterior, e três freguesias registam decréscimo: Granjinha, Vale de Figueira
e Valença do Douro. Este conjunto de freguesias corresponde, igualmente, às que
registaram diminuição do número de edifícios.
Evolução do Número de Alojamentos Familiares
Variação
Variação
Freguesia
1981
1991
2001
1981/1991
1991/2001
Adorigo
216
228
246
5,6%
7,9%
Arcos
178
146
177
-18,0%
21,2%
Barcos
284
292
363
2,8%
24,3%
Chavães
254
227
280
-10,6%
23,3%
Desejosa
111
110
115
-0,9%
4,5%
Granja do Tedo
173
139
179
-19,7%
28,8%
Granjinha
60
63
54
5,0%
-14,3%
Longa
238
228
244
-4,2%
7,0%
Paradela
116
122
126
5,2%
3,3%
Pereiro
63
98
98
55,6%
0,0%
Pinheiros
162
90
152
-44,4%
68,9%
Santa Leocádia
132
100
122
-24,2%
22,0%
(continuação)
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 274
Caracterização e Diagnóstico
Sendim
520
558
646
7.3%
15.8%
Tabuaço
590
709
793
20.2%
11.8%
Távora
243
240
251
-1.2%
4.6%
Vale de Figueira
87
87
83
0.0%
-4.6%
Valença Douro
204
210
195
2.9%
-7.1%
Concelho
3631
3647
4124
0.4%
13.1%
Fonte: INE, RGPH - 2001
Com crescimento superior a 20% surgem seis freguesias, entre as quais, Pinheiros
com mais de 68%. A Sede de Concelho apresenta um crescimento na ordem dos
12%.
A representação do próximo Cartograma permite uma mais fácil visualização
espacial da evolução do número de alojamentos, constantes no quadro anterior,
relativos à última década.
Assim, verifica-se que, é na faixa Oeste do Concelho que se concentram as
freguesias cujo aumento dos alojamentos foi mais acentuado, bem como, em duas
freguesias a Sul da Sede de Concelho.
Com crescimento intermédio, surge uma faixa a Este do Concelho e ainda duas
freguesias localizadas em extremidades opostas. A Este desta faixa, no Norte do
Concelho e contígua à Sede de Concelho, surgem as freguesias com variação nula
ou negativa.
Note-se que, são quatro as freguesias que registam diminuição ou estagnação do
número de alojamentos, no entanto, todas apresentam variação populacional
negativa.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 275
Caracterização e Diagnóstico
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 276
Caracterização e Diagnóstico
Indicadores de Ocupação e Nível de Equipamento dos Alojamentos
Os indicadores de ocupação do alojamento apresentam-se bastante positivos, uma
vez que os alojamentos possuem boas dimensões (média de 5,2 divisões), uma
família por alojamento com uma média de aproximadamente três pessoas por
alojamento, que corresponde igualmente à dimensão média das famílias, e um
valor de 0,6 pessoas por divisão.
Indicadores de Ocupação em 2001
Divisão por Alojamento
Média de divisões por alojamento
5,2
Média de famílias por alojamento
1,0
Média de pessoas por alojamento
2,9
Média de pessoas por divisão
0,6
Fonte: INE, RGPH-2001
Em relação ao nível de equipamentos, verifica-se que 1,9% dos alojamentos do
Concelho não possuem água canalizada, mais de 3% não usufruem da rede de
esgotos e 0,5% não têm electricidade.
Como se pode verificar no quadro abaixo, a freguesia de Vale de Figueira é a que
mais carências revela, as freguesias de Paradela e Adorigo são as piores servidas
no conjunto de abastecimento de água e rede de saneamento. A Sede de
Concelho, encontra-se praticamente coberta por todos os equipamentos, seguindose a freguesia de Santa Leocádia.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 277
Caracterização e Diagnóstico
Alojamentos Familiares de residência habitual, segundo os equipamentos
existentes
Sem
Electricidade
Sem Água
Sem
Esgotos
11
Freguesia
N.º
%
N.º
%
N.º
%
Adorigo
0
0,0
4
2,6
10
6,6
Arcos
0
0,0
2
2,5
5
6,2
Barcos
2
0,9
6
2,8
10
4,7
Chavães
1
0,8
4
3,0
8
6,0
Desejosa
0
0,0
0
0,0
2
2,9
Granja do Tedo
1
1,2
3
3,6
3
3,6
Granjinha
0
0,0
0
0,0
1
4,0
Longa
2
1,6
3
2,4
4
3,1
Paradela
0
0,0
3
5,0
4
6,7
Pereiro
0
0,0
2
3,6
2
3,6
Pinheiros
1
1,4
1
1,4
3
4,2
Santa Leocádia
0
0,0
0
0,0
1
1,9
Sendim
1
0,3
3
0,9
11
3,4
Tabuaço
0
0,0
0
0,0
0
0,0
Távora
2
1,3
4
2,6
7
4,6
Vale de Figueira
1
1,9
3
5,8
3
5,8
Valença do Douro
0
0,0
1
0,7
5
3,3
11
0,5
39
1,7
79
3,3
Concelho
Fonte: Censos 2001 - Resultados Provisórios
Considerando o estatuto da propriedade, em 2001, dos alojamentos clássicos, o
gráfico mostra que, entre os alojamentos ocupados 90% são propriedade do
ocupante e apenas 8% são arrendados, destes, 60% localizam-se na Sede de
Concelho.
Uma minoria não corresponde a nenhuma destas situações, o que provavelmente
significa que são alojamentos cedidos gratuitamente entre familiares.
11
Resultados Provisórios
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 278
Caracterização e Diagnóstico
Estatuto da Propriedade
Arrendado ou
sub-arrendado
8%
Outra situação
2%
Proprietário
90%
Fonte: Censos 2001 - Resultados Provisórios
Sabe-se, ainda, que do conjunto de alojamentos arrendados, uma minoria de 4%
correspondem a rendas sociais ou apoiadas, 75% possuem contrato renovável sem
prazo, sendo os restantes de duração limitada.
Alojamentos Arrendados Segundo o
Tipo de Contrato
Renda social
ou apoiada
4%
Duração
limitada
21%
Renovável
sem prazo
75%
Fonte: INE, RGPH - 2001
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 279
Caracterização e Diagnóstico
5.4 Equipamentos Públicos
A caracterização efectuada no presente capítulo diz respeito aos equipamentos
colectivos de utilização pública existentes no concelho de Tabuaço quer sejam da
Administração Central, da Administração Municipal e das Juntas de Freguesia.
Assim, estruturámos a presente caracterização ordenando as tipologias dos
equipamentos existente, em função do tipo de utilização principal, da seguinte
forma:
- Administrativos;
- Ensino;
- Saúde;
- Culturais e de Actividades de tempos livres;
- Protecção Social;
- Protecção Civil e de Segurança Pública;
- Religiosos;
- Mercado;
- Correios, Telecomunicações e Transportes;
- Desportivos.
A Vila de Tabuaço destaca-se por possuir um nível de equipamentos
administrativos, de ensino e desportivos que lhe conferem um grau hierárquico
superior no contexto municipal.
De acordo com a análise dos equipamentos, efectuada no PDM em vigor, o
concelho de Tabuaço está razoavelmente coberto de equipamentos sociais,
existindo, contudo, carências de equipamentos sociais básicos e lúdicos em
algumas aldeias e sedes de freguesia.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 280
Caracterização e Diagnóstico
No que se refere aos equipamentos administrativos verifica-se que a maior
concentração se dá na sede de concelho. Efectivamente, aí se localizam a Câmara
Municipal, o Tribunal, o Notário, o Registo Predial, a Repartição de Finanças e
ainda a Junta de Freguesia. Nas restantes freguesias ao nível administrativo
apenas existem Juntas de Freguesias.
No que se refere aos equipamentos de ensino, a maior parte das freguesias contam
com Jardim de Infância públicos, de facto a rede existente cobre as freguesias de
Adorigo, Barcos, Chavães, Granja do Tedo, Longa, Paradela, Sendim, Tabuaço,
Távora e Valença do Douro num total de 10. As freguesias que não detêm este
nível de ensino correspondem de uma forma geral às freguesias com menos
população.
Todas as freguesias possuem pelo menos uma Escola Básica de 1º Ciclo, sendo
que na freguesia de Barcos, Desejosa, Longa, Pinheiros e Sendim existe uma
escola na sede da freguesia e noutra localidade, sendo respectivamente em Stº
Aleixo, Balsa, Bouças, Carrazedo e na freguesia de Sendim em Cabriz, não tendo,
no entanto, esta última alunos. Na freguesia de Granjinha a única escola existente
não tem alunos.
Relativamente aos 2º e 3º Ciclos e Secundário, estes graus de ensino são somente
leccionados na Sede de Concelho.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 281
Caracterização e Diagnóstico
No que diz respeito aos equipamentos de saúde, a Sede do Concelho concentra a
sua maioria, existindo um Centro de Saúde em Tabuaço com consultas externas e
urgências que inclui serviços médicos e de enfermagem e que funciona das 8 h da
manhã à 8 h da noite. De referir que a nível particular existe na Vila de Tabuaço um
gabinete médico, com a especialidade de clínica geral, uma clínica de fisioterapia,
dois consultórios de médicos dentistas e um Posto de recolha de análises clínicas.
As farmácias existentes no Concelho localizam-se em Tabuaço e em Sedem,
embora esta seja apenas considerada um Posto de Venda.
Para além destes equipamentos, o Hospital Distrital de Lamego é a Unidade de
Saúde principal que serve a população do concelho a nível de internamento,
consultas de especialidade e urgências no período da noite. Constata-se, que a
população ao nível dos equipamentos de saúde, nomeadamente ao nível dos
cuidados de saúde primários é deficientemente servida. Efectivamente, seria
necessário um apoio mais próximo da população, nomeadamente em algumas
freguesias mais populosas e ainda ao nível das urgências do concelho, sobretudo
no período nocturno em que a população tem que deslocar-se a Lamego, cerca de
40 Km para ser atendida.
Os equipamentos culturais, de recreio e lazer, que englobámos no conceito de
actividades de tempos livres existentes no concelho de Tabuaço localizam-se um
pouco por todo o território concelhio. Assim, relativamente a equipamentos culturais
na sede do concelho apenas existe uma Sala de Espectáculos, o Salão Paroquial e
as Sedes das diversas Associações e Grupos Recreativos sediados em Tabuaço.
As Associações recreativas são em todo o concelho o principal ponto de encontro
das populações e as que geram a maior parte das actividades culturais. Mesmo
assim, é importante referir que nalgumas freguesias – como Adorigo, Desejosa,
Granjinha e Vale Figueira – não existe nenhuma actividade cultural, recreativa ou
associativa em que a população possa ocupar os seus tempos de lazer. Para
colmatar esta insuficiência em Adorigo e na Desejosa a população dispõe do Salão
Paroquial.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 282
Caracterização e Diagnóstico
Ao nível do recreio e lazer existem no concelho algumas estruturas que se
consideram também importantes do ponto vista turístico. Encontram-se nesta
situação aqueles equipamentos que para além de satisfazerem as necessidades da
população do concelho, apoiam e atraiam também possíveis turistas nacionais e
mesmo estrangeiros. Referimo-nos ao Cais Fluvial, Praia Fluvial, aos Percursos
Pedestres e ao Posto de Venda de Artesanato da Granja do Tedo, aos Parques de
Merendas e aos Miradouros existentes no concelho.
Relativamente à Protecção Social, o concelho encontra-se dotado de equipamentos
de apoio sobretudo aos idosos, de facto existem dois Lares de 3ª Idade que
conjugam igualmente, a função de Centro de Dia, em Tabuaço e Sedem. Existe
ainda em Tabuaço, para além do Lar da Misericórdia, o Centro de Promoção Social
de Tabuaço que tem um Centro de Dia e dá Apoio Domiciliário à população idosa.
Os restantes Centros de Dia localizam-se em Barcos e Santa Leocádia, estando em
fase de instalação o centro de Longa.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 283
Caracterização e Diagnóstico
Existem também dois Centros Paroquiais e Sociais localizados em Longa e Távora
que muito embora estejam ligados sobretudo a actividades culturais e recreativas,
dão apoio às populações locais a vários níveis.
A Protecção Civil e Segurança Pública são asseguradas, respectivamente pelos
Bombeiros Voluntários de Tabuaço, existindo ainda uma Delegação na freguesia de
Sendim e pela Guarda Nacional Republicana (GNR), com um Posto na Vila e com
previsão de novas instalações no futuro quartel da Vila.
No que se refere a equipamentos desportivos, a maioria das freguesias possui
Polidesportivo e/ou Campo de Futebol de 11. O Pavilhão Gimnodesportivo e o
complexo de Piscinas descobertas localizam-se na Vila de Tabuaço.
De salientar que em termos de equipamentos públicos cuja concretização se prevê
no curto prazo, na Sede do Concelho, temos o Núcleo do Museu do Douro que se
vai localizar no Edifício Macedo Pinto, o projecto da Biblioteca Municipal que se
encontra em fase de apreciação e a Piscina Coberta se encontra em fase de
projecto, está também a decorrer a negociação de terreno com vista a construção
do futuro Quartel da GNR.
No sentido de proporcionar uma melhor leitura e compreensão do nível de cada
freguesia, no que se refere à sua dotação em equipamento públicos de utilização
colectiva, sistematizámos os dados no quadro seguinte.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 284
Caracterização e Diagnóstico
Távora
Vale de Figueoira
Valença do Douro
1
1
1
1
1
1
2
1
1
Tabuaço
1
Sendim
Stª Leocádia
Pinheiros
Pereiro
Paradela
Longa
Granjinha
Granja do Tedo
Desejosa
Chavães
Barcos
Arcos
Adorigo
1
1. Administrativos
Câmara Municipal
1
Tribunal (Notário, Registo Predial)
1
Finanças
1
Junta de Freguesia
1
1
1
1
1
1
2
1
1
1
1
1
1
1
1
2
1
1
1
1
2. Ensino
Jardim de Infância
1
Escola Básica (EB)
1
1
1
2
1
1
1
2
1
Escola Básica e Secundária (EBS)
1
3. Saúde
Farmácia
Centro de Saúde
1
1
Posto de Farmácia
1
1
1
1
Valença do Douro
Vale de Figueoira
Távora
Tabuaço
Sendim
Stª Leocádia
Pinheiros
Pereiro
Paradela
Longa
Granjinha
Granja do Tedo
Desejosa
Chavães
Barcos
Arcos
Adorigo
4.Culturais/Actividades Tempos Livres
Sala de Espectáculos
1
Salão Paroquial
1
Associação Cultural/Recreativa/Desp.
1
1
1
1
Posto de Turismo
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
Cais Fluvial
1
Praia Fluvial
1
Percursos Pedestres
1
Parque de Merendas
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
5. Protecção Social
Centro de Dia
1
1
1
Lar de 3ª Idade
1
1
Centro Paroquial e Social
1
1
6. Protecção Civil e Segurança Pública
Posto da GNR
1
Bombeiros
1
Delegação de Bombeiros
1
1
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o
C a r a c t e r i za ç ã o e D i a g n ó s t i c o
Paradela
1
1
Igreja e/ou Capela
2
2
4
3
3
4
3
2
1
Valença do Douro
Longa
1
Vale de Figueoira
Granjinha
1
Távora
Granja do Tedo
1
Tabuaço
Desejosa
1
Sendim
Chavães
1
Stª Leocádia
Barcos
1
Pinheiros
Arcos
1
Pereiro
Adorigo
Cemitério
3
1
1
1
1
4
4
2
1
2
7. Religiosos
2
2
2
8. Correios e Telecomunicações
1
9. Mercado
1
2
10. Desportivos
Pavilhão Gimnodesportivo
1
Polidesportivos
Campo de Futebol de 11
1
1
1
1
1
1
1
1
Complexo Piscinas descobertas
1
2
1
1
1
1
1
1
1
1
2
R e vi s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o
C a r a c t e r i za ç ã o e D i a g n ó s t i c o
5.5 – Sistema Urbano
A caracterização do sistema urbano de Tabuaço foi elaborada através da
conjugação de diversas variáveis relativas aos aglomerados urbanos sedes de
freguesia. Desde logo consideramos como determinantes a sua dimensão, a
população residente, a acessibilidade, os equipamentos existentes, a dinâmica
urbanística verificada na última década. Relativamente aos equipamentos foram
considerados, para além das diferentes tipologias existentes, o número de
ocorrências verificadas para cada freguesia. Foi assim, determinante cruzar a
informação espacializada em diversas plantas e a informação recolhida e tratada
nos diferentes capítulos e que no seu todo consubstanciam o presente estudo de
caracterização global do concelho.
Da análise efectuada à população e da sua distribuição no território retivemos as
seguintes conclusões:
-
A Faixa Central e Douro, corresponde às freguesias mais populosas que se
localizam no Vale do Douro, na área central do concelho e no seu limite sul,
sendo servidas pelas principais vias de comunicação com o exterior.
Encontram-se neste grupo Adorigo, Valença do Douro, Barcos, Tabuaço,
Chavães, Távora, Longa e Sendim. Destas Barcos, Tabuaço, Távora e Longa
apresentam as maiores densidades do concelho. Correspondem à ocupação
humana do planalto;
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 288
Caracterização e Diagnóstico
-
Os Vales do Távora e do Tedo, correspondem às freguesias menos
populosas,
com
piores
acessibilidades
e
com
pouca
dotação
de
equipamentos. É constituído pelas freguesias de Stª Leocádia, Pinheiros, Vale
de Figueira, Arcos, Paradela, Granjinha, Pereiro e Desejosa.
Da análise à dinâmica urbanística verificámos que as freguesias com maior
variação no número de alojamentos, são Barcos, Stª Leocádia, Pinheiros, Chavães,
Granja do Tedo e Arcos. Em sentido oposto encontram-se as freguesias de Valença
do Douro, Vale de Figueira, Pereiro e Granjinha.
No que se refere aos equipamentos, sabemos que a sede de Concelho concentra
um número bastante elevado de diversos tipos de equipamentos ao contrário das
restantes freguesias em que na generalidade os equipamentos públicos existentes
se resumem à sede da Junta de Freguesia, Associações Recreativas, ao Cemitério,
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 289
Caracterização e Diagnóstico
e às Igrejas e Capelas. Efectivamente, a ocorrência de equipamentos determina a
seguinte hierarquia: 1º Grupo – Tabuaço; 2ª Grupo – Sendim, Granja do Tedo e
Barcos; 3º Grupo – Longa, Chavães, Pinheiros, Távora e Valença do Douro e o 4º
Grupo – Adorigo, Arcos, Desejosa, Vale de Figueira, Stª Leocádia, Paradela,
Granjinha e Pereiro.
Através da conjugação das diferentes análises efectuadas, verificámos que as
freguesias se hierarquizam do seguinte modo:
1 – Tabuaço;
2 – Barcos e Sendim;
3 – Granja do Tedo, Longa e Távora;
4 – Chavães, Adorigo e Valença do Douro;
5 – Pinheiros, Stª Leocádia, Arcos, Desejosa e Paradela;
6 – Pereiro, Granjinha, Vale de Figueira.
Desta forma, por forma a tornar mais compreensível a informação, traduzimos
graficamente a hierarquia resultante da abordagem realizada. Efectivamente, o
sistema – ou rede- urbana do concelho de Tabuaço, apresenta a seguinte
hierarquia:
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 290
Caracterização e Diagnóstico
Nível 1 – Corresponde à Sede do Concelho, freguesia com mais população, maior
número de equipamentos e que serve também a muitos níveis toda a
população do território concelhio. Constitui assim, o pólo urbano mais
desenvolvido do concelho.
Nível 2 – Consiste nas freguesias de Barcos e Sendim. Beneficiam da proximidade
da Sede do Concelho, da zona industrial, no caso de Barcos; da
acessibilidade, do relevo e ainda da proximidade do concelho de
Moimenta da Beira, no caso de Sendim.
Nível 3 – Incluem-se neste grupo as freguesias de Granja do Tedo, Longa, Távora,
Chavães, Adorigo e Valença do Douro. Dizem respeito a freguesia com
valores médios relativamente às várias variáveis analisadas.
Nível 4 – Inserem-se neste nível as freguesias de Pinheiros, Stª Leocádia, Arcos,
Desejosa, Paradela, Pereiro, Granjinha e Vale Figueira. Correspondem a
freguesias localizadas sobretudo na periferia do território concelhio, às que
têm pior acessibilidade e às zonas mais acidentadas do ponto de vista do
relevo.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 291
Caracterização e Diagnóstico
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 292
Caracterização e Diagnóstico
6 – INFRAESTRUTURAS URBANÍSTICAS
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 293
Caracterização e Diagnóstico
6 – INFRAESTRUTURAS URBANÍSTICAS
6.1- Rede Viária e Transportes
No presente capítulo foram realizadas análises relativas à rede viária, visando o
conhecimento por parte da equipa. No sentido de caracterizar a rede de transportes
rodoviários foram solicitados à empresa de camionagem Beira Douro as carreiras
efectuadas e os respectivos horários. O levantamento efectuado teve em
consideração os estudos efectuados no PDM em vigor, actualizando no entanto a
informação e os elementos recolhidos junto das entidades ou organismos da tutela.
O concelho é servido pela Estrada Nacional 222, que o atravessa transversalmente
na margem do rio Douro e pela E.N. 323 que o atravessa de Norte a Sul, ligando a
E.N. 222 e a parte setentrional do distrito à vila e ao centro e sul do país. Estas
estradas (EN) pertencem à rede nacional complementar. Sendo actualmente um
concelho com dificuldade de acessos à rede nacional e regional, aguarda-se com
expectativa a futura ligação ao IP3 através da variante ER 226-2 que ligará
Tabuaço a Armamar. Indirectamente, é também servido pelo caminho de ferro,
linha do Douro, estação do Pinhão. Indirectamente, é também servido pelo caminho
de ferro, linha do Douro, estação do Pinhão.
Ainda no contexto regional ou intermunicipal, as únicas ligações rodoviárias a
Tabuaço são as EN222 E EN 323, a que se junta a EM 513, que no prolongamento
da EN 226-2 passa por Stª Leocádia na ligação que estabelece ao concelho de
Armamar. Por sua vez a EM 514 que liga a Barcos para Sul, liga ao concelho de
Moimenta da Beira.
Tal como se verificava quando da realização dos estudos de caracterização do
PDM em vigor, o acidentado do terreno, com montanha e vales profundos, não
permite a existência de uma rede racional e directa localidade a localidade; assim
por vezes é necessário percorrer muitos e difíceis quilómetros de sinuosas estradas
para ir de um lugar a outro ou destes à sede do concelho.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 294
Caracterização e Diagnóstico
A Planta nº 7 – Planta da Hierarquia da Rede Viária, mostra-nos a estrutura viária
concelhia. A rede principal é constituída pela EN 222, ER 323 e EN323. Estas duas
vias constituem o suporte da estrutura viária do concelho; por um lado a marginal
ao longo do rio Douro que atravessa o concelho a uma cota muito baixa no sentido
nascente-poente, a EN 222; e por outro a EN/ER 323 que atravessa o lado
nascente do concelho desde a marginal até ao concelho de Moimenta da Beira,
seguindo o rio Távora e a zona alta da Barragem do Vilar.
A rede viária secundária - vias colectoras e distribuidoras - é constituída pela EM
504, EM 512, EM 514, EM 515, EM 520 e CM 1587. Estas vias asseguram as
ligações principais entre freguesias. Ligam ainda a sede do concelho aos concelhos
vizinhos de Armamar e Moimenta da Beira.
As vias distribuidoras locais têm a função de estabelecer ligação entre as sedes de
freguesia e os lugares do concelho, referimos nomeadamente a EM 504, EM 513 e
o CM 1118. Estabelecem também a ligação com os concelhos vizinhos de
Armamar, Moimenta da Beira, Sernancelhe e S. João da Pesqueira. Em último
lugar da hierarquia surgem as vias de acesso local, que no concelho de Tabuaço
fazem a ligação sobretudo entre a rede viária principal e os lugares que lhe estão
próximos. Estão nesta situação o CM 1608, a EM 517, a EM 516 e o CM 1116,
entre outros.
No que se refere aos transportes rodoviários colectivos, apesar das tentativas
efectuadas pela Câmara Municipal junto da única empresa a operar no concelho –
Empresa de Camionagem Beira Douro/Grupo Joalto – não foi possível obter os
horários das carreiras. Sabemos que esta empresa com Agência em Moimenta da
Beira efectua ligações diárias de serviço expresso com Moimenta da Beira e
Armamar, com passagem por Sendim.
Também as carreiras relativas aos transportes escolares é realizada pela empresa
Beira Douro.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 295
Caracterização e Diagnóstico
Verifica-se, de modo empírico, que a maior parte das deslocações se efectua em
transporte individual (TI). Para além da possibilidade das deslocações se
efectuarem nas carreiras de transportes colectivos anteriormente referidos, a
população tem ainda a alternativa de utilizar os Transportes públicos de aluguer em
veículos automóveis ligeiros de passageiros, vulgarmente conhecidos por Táxis.
Efectivamente, em concelhos com características idênticas a Tabuaço, as
populações mais idosas que vivem nas freguesias mais afastadas da Sede do
concelho utilizam o táxi como modo de deslocação.
Muito embora no concelho de Tabuaço o contingente de táxis seja o que se
apresenta na listagem, actualmente apenas existem sete licenças, ou seja, existem
sete táxis a operar no Concelho.
Freguesias
Adorigo - 1
Arcos – 1
Barcos – 2
Chavães – 1
Desejosa – 1
Granja do Tedo – 1
Granjinha – 1
Longa – 2
Paradela – 1
Pereiro – 1
Pinheiros – 1
Santa Leocádia – 0
Sendim – 2
Tabuaço – 8
Távora – 1
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 296
Caracterização e Diagnóstico
Vale Figueira – 1
Valença do Douro - 1
Lugares
Santo Aleixo – 1
Guedieiros – 1
Balsa – 0
Carrazedo – 1
Cabriz - 0
6.2- Abastecimento de Água, Drenagem de Águas Residuais e RSU
Introdução
No que respeita à existência e condições de funcionamento das infra-estruturas de
abastecimento de água, saneamento básico e recolha de resíduos sólidos urbanos,
a análise efectuada ao PDM em vigor revela que em 1991, as freguesias de Arcos e
Desejosa eram as que apresentavam melhores infra-estruturas, contrapondo com
as freguesias de Chavães, Longa, Paradela, Vale de Figueira e Valença do Douro
todas consideradas deficientes, quer seja em termos da insuficiência da cobertura
ou utilização/conservação.
A situação em 2001, referida no Relatório de Diagnóstico da Situação, efectuado
na 1ª Fase do Plano Intermunicipal de Ordenamento do Território do Alto Douro
Vinhateiro (PIOT-ADV) caracterizou, igualmente a situação das infra-estruturas nas
freguesias abrangidas pela sua área de intervenção, nomeadamente, Adorigo,
Barcos, Desejosa, Tabuaço e Valença do Douro. As conclusões são as seguintes
relativamente ao território abrangido pelo estudo.
“A rede de abastecimento de água, revelando que, as freguesias em causa
possuem abastecimento de água, sujeita a tratamento manual e cuja avaliação do
sistema pauta-se por razoável;
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 297
Caracterização e Diagnóstico
A rede de águas residuais, onde se constata que as freguesias podem ou não ter
rede e cuja avaliação é de má em todas”.
Efectivamente, verifica-se actualmente que, no se refere aos esgotos, o panorama
não é francamente positivo e provavelmente, generaliza-se para todo o concelho.
No entanto, estão a ser tomadas medidas, que passamos a descrever mais
pormenorizadamente nos pontos seguintes, para inverter esta situação que, não é
específica do concelho de Tabuaço, mas antes um problema de carácter regional,
dificultado pela orografia bastante irregular que caracteriza a região do Alto Douro
Vinhateiro e por uma grande dispersão dos seus pequenos aglomerados urbanos.
O concelho de Tabuaço integra o Sistema Multimunicipal de Águas e Saneamento
de Trás-os-Montes e Alto Douro, gerido pela empresa Águas de Trás-os-Montes e
Alto-Douro, SA. Nesse contexto encontra-se em estudo o Sistema Multimunicipal
de Água e Saneamento de Trás-os-Montes e Alto Douro. Por esse motivo, optámos
por recolher a informação mais actualizada realizada no âmbito da fase concluída
em Janeiro de 2003: o Estudo Preliminar dos Sistemas em "Baixa" do Vale do
Douro Sul. O Tomo VII é relativo ao concelho de Tabuaço; a Parte I diz respeito à
Distribuição de Água e a Parte II refere-se ao Saneamento de Águas Residuais.
Rede de Abastecimento de Água12
No Capítulo 2, efectuado com base num trabalho de pesquisa, tanto de consulta
como de campo, é feito o levantamento, a análise e o diagnóstico da situação
existente, com a caracterização dos actuais sistemas de distribuição de água “em
baixa” no concelho e a identificação das suas principais insuficiências. No Capítulo
3, respeitante à avaliação das necessidades, são apresentados os dados que
serviram de base ao estudo. No Capítulo 6 é apresentado o faseamento proposto
para a execução das obras.
12
AQUALOGUS, Estudo Preliminar dos Sistemas “em Baixa” dos Municípios do Vale do Douro Sul, Parte I –
Distribuição de Água, p. 1-9.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 298
Caracterização e Diagnóstico
A caracterização refere que a situação actual dos sistemas municipais de
distribuição de água é "em baixa" no concelho de Tabuaço.
Por sistema “em baixa” entende-se, neste caso específico, todas as infra-estruturas
de abastecimento público, que sirvam aglomerados superiores a 50 habitantes, a
jusante dos reservatórios de entrega dos subsistemas adutores, do Vale do Douro
Sul. Nestes sistemas serão incluídas as redes de distribuição, os reservatórios de
passagem, as torres de pressão, as estações elevatórias ou sobrepressores e as
adutoras a jusante dos reservatórios de entrega.
A cobertura do abastecimento está estruturada por sistemas que reúnem
povoações geograficamente próximas e com afinidades topográficas.
O sistema de distribuição caracteriza-se do seguinte modo: o abastecimento de
água ao concelho de Tabuaço é actualmente assegurado por 22 sistemas. Na
totalidade dos sistemas existem cerca de 50 captações, 6 postos de cloragem,
sendo feita e alguns reservatórios cloragem manual, e 38 reservatórios, a maioria
com mais de 20 anos e de pequena capacidade, que perfazem um volume total da
ordem dos 1 950 m 3.
Quadro 1 – Reservatórios Existentes no concelho de Tabuaço13
13
AQUALOGUS, “Estudo Preliminar dos Sistema em baixa dos Municípios do vale do Douro Sul, 2003, p. 3.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 299
Caracterização e Diagnóstico
Sistemas de Distribuição
Designação
Reservatórios
Qtd.
Volume (m3)
Adorigo
3
155
Santa Leocádia
1
25
Tabuaço
4
540
Santo Aleixo
1
10
Barcos
2
120
Desejosa
2
40
Balsa
1
30
Valença do Douro
3
80
Vale Figueira
2
40
Pinheiros
1
60
Arcos
1
80
Longa
2
45
Carrazedo
1
50
Chavães
1
200
Granja do Tedo
1
25
Sendim
2
40
Távora
2
225
Paradela
1
30
Guedieiros
2
40
Cabriz
2
30
Pereiro
1
25
Granjinha
2
40
14
A solução "em alta" desenvolvida irá eliminar as pequenas origens, passando o
abastecimento a realizar-se a partir de um único Sistema Adutor - Sistema
Multimunicipal de Vilar. A entrega do sistema "em alta" será efectuada em vários
pontos de entrega distintos.
14
Raramente se encontra em exploração
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 300
Caracterização e Diagnóstico
Em termos de população servida por rede de água, o concelho de Tabuaço
apresenta um índice de atendimento relativamente elevado (da ordem dos 90%),
estando quase a totalidade das freguesias servidas por rede pública.
O sistema de abastecimento de água mais importante é o que assegura o
abastecimento de água à freguesia de Tabuaço e a algumas localidades
pertencentes às freguesias limítrofes desta.
O sistema de abastecimento da Vila de Tabuaço tem origem subterrânea em
múltiplas captações, levando a que a rede de distribuição se encontre dividida em
Zona Alta e Zona Baixa.
A Zona Alta, que abrange todos os edifícios situados a uma cota igual ou superior a
525 m, é servida pelos furos da Galgueira e Fraga do Tostão, pelo poço de
Chavães e pelas Nascentes da Mata, que alimentam os dois reservatórios de Fraga
do Tostão 1 e 2, construídos em 1978 e 1988, com capacidades de 40 m3 e 300
m3, respectivamente.
A Zona Baixa é alimentada por dois reservatórios, o de Pedregal, à cota 565 m, e o
de São Plácido, à cota 637 m, com as capacidades de 100 m3 e 200 m3
respectivamente. O reservatório de Pedregal recebe água do Fradinho, das
Cabreiras, da Mãe d' água e, por vezes, da Fraga do Tostão e Santa Bárbara. O
reservatório de São Plácido recebe água de Olho Marinho, de dois furos de São
Plácido (após tratamento no posto de cloragem com o mesmo nome) e, por vezes,
da Mãe d' água. A água deste reservatório é uma parte aduzida à rede de Tabuaço
(fazendo distribuição de percurso) e a restante distribuída pelas redes da zona
industrial e de Moa.
A água proveniente dos poços de Chavães, que é conduzido ao posto de cloragem
de Fraga do Tostão onde é sujeita a desinfecção, é, depois de tratada, armazenada
no reservatório de Chavães, de 200 m3 de capacidade.
Os restantes sistemas do município de Tabuaço têm origem subterrânea em
captações, em nascentes, furos e poços servindo pequenos lugares. Na sua
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 301
Caracterização e Diagnóstico
maioria são servidos por redes antigas em tubo preto e não possuem dispositivos
de tratamento de água, efectuando-se por vezes uma cloragem manual.
O estudo apresenta, em capítulo próprio, as principais insuficiências que foram
registadas nos sistemas de distribuição existentes e as respectivas acções de
correcção.
A rede de distribuição da Vila de Tabuaço - Sistema de Tabuaço - constituída por
redes malhadas e redes ramificadas, é na sua maior parte em ferro fundido, da
década de 40, pelo que deverá ser objecto de intervenção prioritária.
Saliente-se, no entanto, que existe um projecto de execução, de 1995, designado
por "Remodelação das redes de água e esgotos, construção da ETAR e reposição
de pavimentos na Vila de Tabuaço", o qual tem sido genericamente seguido nas
intervenções que nos últimos anos se têm efectuado neste sistema, nomeadamente
no que diz respeito à construção do Reservatório de São Plácido e à instalação de
cerca de 3,5 km de rede, em PVC, de Ø 63 mm, Ø 90 mm e Ø 11O mm.
O Sistema de Santa Leocádia e o Sistema de Barcos, com grandes perdas e fugas,
motivadas principalmente pela idade da rede e o material (fibrocimento de Ø 50
mm) deverão ser alvo de uma substituição imediata em cerca de 1100 m e 4000 m
de rede, respectivamente. Também o Sistema de Chavães precisa de uma
intervenção prioritária em 5 km de rede, em que a distribuição ainda é feita em tubo
preto de 2 ”.
Os restantes sistemas, em que a distribuição actual é igualmente feita a partir de
condutas em tubo preto de 2”, também necessitam de redes novas, em parte ou na
totalidade da rede, em extensões que variam entre os 750 m no Sistema de Balsa e
os 5 Km no Sistema de Sendim.
Em termos de reservatórios, a capacidade de armazenamento no sistema da Vila
de Tabuaço é insuficiente, assim como nos Sistemas de Barcos, Granja do Tedo,
Guedieiros, Longa, Santa Leocádia, Santo Aleixo (zona alta), Sendim e Valença do
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 302
Caracterização e Diagnóstico
Douro. Também nos sistemas de Adorigo, Desejosa e Balsa existem graves
problemas de falta de água no Verão.
As conclusões do Estudo Preliminar, referem, também que, da observação
efectuada aos reservatórios existentes, ressalta o facto de a maioria necessitar de
obras de beneficiação, nomeadamente de pintura interior e exterior, vedação e
caminhos de acesso.
Rede de Drenagem de Águas Residuais
No que diz respeito à região de Trás-os-Montes e Alto Douro a situação do
tratamento das águas residuais é especialmente grave. A população servida
corresponde normalmente à população residente nas sedes dos concelhos. Nos
restantes
aglomerados
e
lugares
as
soluções,
quando
existem,
são
tradicionalmente do tipo individual ou sistemas comunitários, consistindo na
utilização de fossa séptica e dispositivo complementar com desembaraçamento do
efluente, geralmente, do tipo trincheira filtrante ou poço absorvente.
O Capítulo 2, do estudo é efectuado com base em trabalho de pesquisa, tanto de
consulta como de campo, é feito o levantamento, a análise e o diagnóstico da
situação existente, com a caracterização dos actuais sistemas de recolha e
tratamento das águas residuais “em baixa" e a identificação das suas principais
insuficiências.
No Capítulo 3, efectua-se a avaliação das necessidades. No Capítulo 6 é
apresentado o faseamento proposto para a execução das obras.
A caracterização da situação actual dos sistemas municipais de recolha e
tratamento das águas residuais "em baixa", inicia-se no Estudo Preliminar pela
explicitação dos diferentes sistemas em presença no concelho. Por sistema "em
baixa" entende-se, todas as infra-estruturas públicas de drenagem de águas
residuais domésticas e industriais da área em estudo, a montante dos sistemas de
drenagem e de tratamento da águas de Trás-os-Montes e Alto Douro, S.A., bem
como todos os subsistemas públicos autónomos de drenagem e tratamento que
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 303
Caracterização e Diagnóstico
servem aglomerados com mais de 70 habitantes e que não pertencem ou não estão
previstos pertencer à Águas de Trás-os-Montes e Alto Douro, S.A.. Nestes sistemas
em "baixa" serão incluídos os ramais de ligação, as redes de drenagem e os
emissários secundários, as estações elevatórias, bem como as fossas sépticas e as
ETAR's compactas para aglomerados, ou conjunto de aglomerados inferiores a 1
000 habitantes.
O quadro que se apresenta seguidamente, sistematiza e organiza a informação
recolhida,
discriminando as características das infra-estruturas afectas aos
sistemas de recolha e tratamento das águas residuais "em baixa", por lugar.
A cobertura do saneamento está estruturada por sistemas que servem cada
aglomerado populacional.
As dezassete freguesias do concelho, encontram-se praticamente cobertas com
redes de drenagem. Apenas a população dispersa não usufrui de infra-estruturas
de drenagem. Em todo o concelho existe um total de 22 sistemas de recolha de
águas residuais, sendo cerca de 75% da população servida por sistemas de
tratamento, na maioria sistemas simplificados constituídos por fossas sépticas
colectivas, existindo em funcionamento 30 sistemas de tratamento, que apresentam
de um modo geral um funcionamento deficiente.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 304
Caracterização e Diagnóstico
Quadro 2 – Sistemas de Tratamento Existente
SISTEMA
TIPO DE TRATAMENTO – Número
Adorigo
Fossas Sépticas (4)
Sendim
Fossas Sépticas (2)
Santa Leocádia
Fossa Séptica (1)
Santo Aleixo
Fossa Séptica (1)
Valença do Douro
Fossas Sépticas (3)
Desejosa
Fossas Sépticas (2)
Balsa
Fossa Séptica (1)
Carrazedo
Fossa Séptica (1)
Granja do Tedo
Fossas Sépticas (2)
Arcos
Fossa Séptica (1)
Pinheiros
Fossa Séptica1 (1)
Vale Figueira
Fossa Séptica (1)
Longa
Fossas Sépticas (3)
Cabriz
Fossa Séptica (1)
Pereiro
Fossas Sépticas (2)
Barcos
Fossas Sépticas (2)
Paradela
Fossa Séptica (1)
Granjinha
Fossas Sépticas (2)
O Sistema de Tabuaço serve a sede do concelho, onde as águas residuais são
lançadas na linha de água sem qualquer tratamento.
Os Sistemas de Chavães, Guedieiros e Távora servem as freguesias com o mesmo
nome, onde as águas residuais são canalizadas para a linha de água, sem
sofrerem qualquer tipo de tratamento.
Os Sistemas de Adorigo, Valença do Douro, Desejosa, Granja do Tedo, Longa,
Pereiro e Granjinha servem totalmente os núcleos com o mesmo nome, mas devido
aos condicionalismos topográficos que os caracterizam, possuem mais do que uma
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 305
Caracterização e Diagnóstico
bacia de drenagem de águas residuais, sendo o tratamento das águas residuais
efectuado por duas ou mais fossas sépticas.
Os Sistemas de Sendim e de Barcos servem totalmente os núcleos com o mesmo
nome, possuindo também mais do que uma bacia de drenagem. O tratamento das
águas residuais é efectuado através de fossas sépticas, em duas das bacias de
cada um dos sistemas e lançadas na linha de água sem qualquer tratamento, numa
das bacias.
Os Sistemas de Sta. Leocádia, Sto. Aleixo, Balsa, Carrazedo, Arcos, Pinheiros,
Vale de Figueira e Paradela servem totalmente os núcleos com o mesmo nome. A
população associada a cada um destes sistemas é muito reduzida. O tratamento
das águas residuais é efectuado através de fossas sépticas.
No que se refere às principais insuficiências que foram registadas nos sistemas de
saneamento existentes e as acções de correcção consideradas mais urgentes para
colmatar tais insuficiências, o Estudo refere as seguintes conclusões
- O Sistema de Tabuaço consiste num sistema unitário, constituído em grande
parte por manilhas de betão, com mais de 40 anos, existindo ainda rede muito
mais antiga, em alvenaria (com cerca de 60 anos). Tal facto implica a sua
substituição imediata, numa extensão aproximada, de 6,5 km;
- O lugar de Moinhos, na proximidade da Vila de Tabuaço, não possui rede de
drenagem, pelo que a sua construção também deverá ser equacionada, numa
primeira fase;
- Terreiro e Lugar de S. Vicente necessitam, urgentemente, de conduzir as
águas residuais até à rede da Vila de Tabuaço;
- Todos os sistemas de drenagem do Concelho possuem redes com colectores
em betão com mais de 20 anos, apresentando problemas de funcionamento,
pelo que deverão ser substituídos na sua totalidade, numa extensão
aproximada de 50 km.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 306
Caracterização e Diagnóstico
O presente concelho tem em funcionamento 30 sistemas de tratamento que
apresentam de um modo geral um funcionamento deficiente.
Em termos de tratamento, os Sistemas de Sta. Leocádia, Sto. Aleixo, Balsa,
Carrazedo, Arcos, Pinheiros, Vale de Figueira, Paradela, Adorigo, Valença do
Douro, Desejosa, Granja do Tedo, Longa, Pereiro e Granjinha possuem sistemas
de tratamento com funcionamento deficiente, sendo necessário proceder-se a sua
substituição.
Os Sistemas de Chavães, Guedieiros e Távora não possuem qualquer tipo de
tratamento, pelo que se deverá proceder à sua implantação, numa primeira fase.
Nos Sistemas de Sendim e de Barcos só parte das águas residuais são tratadas,
sendo a outra parte descarregada directamente na linha da água sem sofrer
qualquer tipo de tratamento. Deverá ser equacionada a melhor solução para o
tratamento total das águas residuais. Está em construção na sede de concelho uma
ETAR de grau terciário.
Resíduos Sólidos Urbanos (RSU)
O presente capítulo foi efectuado tendo por base a proposta apresentada pela Dias
Verdes Lda, ao Concurso Público de selecção da empresa que efectuaria a recolha
de RSU no concelho.
No concelho de Tabuaço a recolha de resíduos sólidos urbanos (RSU) é efectuada
pela Empresa Dias Verdes Lda, com periodicidade diária na Sede de Concelho
(excepto Domingos e Feriados) entre as 6 horas e as 8h e duas vezes por semana
nas restantes freguesias das 8 h30 às 13 h 30. Nas freguesias consideram-se
incluídos todos os lugares que possibilitem o acesso e circulação do veículo de
recolha de RSU.
Cada circuito compreende uma carga e no fim da carga é efectuado o transporte ao
aterro e descarga dos RSU.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 307
Caracterização e Diagnóstico
Ao Aterro e à Estação de triagem, provenientes das três Estações de transferência,
dez ecocentros e mais de trezentos ecopontos dos dez concelhos da AMVDS,
chegam várias toneladas de resíduos produzidas diariamente pelos cerca de 125
mil habitantes da região.
O dimensionamento do sistema de colecta foi realizado tendo por base a população
residente em 1991, à qual foi atribuída uma capitação de 0.65/Kg/hab./dia para a
Vila de Tabuaço e 0.6/Kg/hab./dia para as restantes freguesias do Concelho. Foi,
então, estimada uma média de 5 toneladas de produção diária de RSU.
A recolha dos RSU é efectuada por um veículo específico de recolha pertencente à
Empresa Dias Verdes, Lda, com 10 m3 capacidade. Com uma velocidade de
compactação de 650 Kg/m3, o veículo tem capacidade para 6.500 Kg/carga.
Nas ruas estreitas, de difícil acesso, e para complemento da limpeza urbana, a
Empresa Dias Verdes, Lda utiliza a viatura Toyota Dyna da Câmara Municipal.
Os meios humanos afectos ao este serviço são constituídos por um director técnico,
um Engenheiro, um encarregado/motorista, um motorista e dois ajudantes de
camião.
Relativamente aos meios técnicos afectos a este serviço, existem os dois veículos
mencionados anteriormente e um outro veículo de reserva, pertencente à Empresa
Dias Verdes, Lda com as mesmas características e capacidade do primeiro. As
viaturas são lavados e desinfectadas diariamente.
Quando iniciou o contrato, a Empresa Dias Verdes, Lda, ao nível das necessidades
de cobertura detectou deficiências a na lavagem e desinfecção dos contentores e
insuficiência do número de papeleiras nas vias públicas da Vila de Tabuaço.
Assim, recuperou e/ou utilizar os contentores em posse da Câmara Municipal,
reforçando com 40 contentores de 800 litros, em polietileno de cor verde e 40
papeleiras de 40 litros, em polietileno de cor verde na Vila de Tabuaço.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 308
Caracterização e Diagnóstico
Relativamente ao modo de execução do serviço, foi definida a periodicidade mínima
mensal para a lavagem e desinfecção de contentores e diária (excepto Domingos e
Feriados) para as papeleiras, sendo, no entanto, os trabalhos executados sempre
que necessário.
A limpeza urbana é efectuada em toda a zona urbana da Sede do Concelho, da
seguinte forma:
- Varredura Manual: diária (excepto Domingos e Feriados) no Centro da Vila de
Tabuaço e duas vezes por semana na periferia do Centro da Vila;
- Varredura Mecânica: mensalmente;
- Lavagem Mecânica de ruas: mensalmente;
- Limpeza e desinfecção das sarjetas: trimestralmente no tempo seco, bimensal
no tempo de chuvas e sempre que necessário;
- Ceifa de ervas, conservação de bermas e valetas, limpeza das instalações de
drenagem, limpeza de taludes, etc.: sempre que necessário.
Os meios humanos a afectar ao serviço de varredura manual, ceifa de ervas,
conservação de bermas e valetas, limpeza das instalações de drenagem, limpeza
de taludes, etc. são efectuada por um encarregado capataz, um motorista (que
efectua também a condução dos veículos indicados anteriormente) e três
varredores.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 309
Caracterização e Diagnóstico
Os meios materiais afectos ao serviço são os seguintes:
- Máquinas e equipamentos – Uma varredora com capacidade de 6 m3; Um
camião de lavagem de ruas; Um veículo específico de lavagem contentores;
Várias mangueiras; Uma roçadeira móvel; Quatro carrinhos manuais para
limpeza; Ferramentas e utensílios diversos.
Os resíduos são transportados de Tabuaço para a Estação de Transferência de
Moimenta da Beira onde é realizada a triagem, sendo posteriormente embalado e
enviado para o Aterro Sanitário.
O concelho de Tabuaço é um dos dez municípios que integra a Associação de
Municípios do Vale do Douro Sul (AMVDS) e que tem como destino final dos seus
resíduos sólidos urbanos, o Aterro Sanitário de Bigorne concluído em 2002. A
gestão do aterro é da responsabilidade da Residouro, SA.
6.3 – Distribuição de Energia e Telecomunicações
De acordo com o PDM em vigor, a distribuição de energia e a iluminação pública no
Concelho de Tabuaço tinha, em 1991, a seguinte situação:
Aglomerados/Lugares
Total/Bom
Adorigo
Stª Leocádia
Desejosa
Tabuaço
Granja do Tedo
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 310
Caracterização e Diagnóstico
Quintã
Guedieiros
Cabriz
Arcos
Constata-se que das dezassete freguesias do concelho, apenas seis estavam
totalmente cobertas pela rede eléctrica e iluminação pública num total de nove
localidades.
No que se refere às localidades onde a rede é parcial ou deficiente, sistematizámos
a informação retirada da Planta C 39 – Infra-estruturas por freguesias, os seguintes
dados:
Aglomerados/Lugares
Parcial ou Deficiente
Valença do Douro
Pinheiros
Carrazedo
Vale de Figueira
Chavães
Távora
Pereiro
Granjinha
Paradela
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 311
Caracterização e Diagnóstico
Sendim
Longa
Constata-se, assim que a maior parte das localidades do concelho eram ou
parcialmente servidas por energia eléctrica e iluminação pública ou deficientemente
servidas.
No presente ano de 2003, verifica-se que a situação relativamente à distribuição de
energia eléctrica é bastante melhor, existindo, contudo três situações deficitárias
que é necessário resolver através do reforço de Postos de Transformação.
Referimo-nos ao aglomerado de Longa, de Sendim e de Guedieiros.
No que se refere à Rede de Iluminação Pública, as carências sentidas dizem
respeito à necessidade de ampliação da rede em todas as freguesias.
De referir ainda que relativamente à área que integra o Alto Douro Vinhateiro e em
áreas de Património Monumental, a Câmara Municipal entende que é necessária a
substituição da rede área por uma rede subterrânea. Incluem-se também nessa
situação a Vila de Tabuaço.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 312
Caracterização e Diagnóstico
7- USOS DO SOLO E DINÂMICA DE OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 313
Caracterização e Diagnóstico
7- USOS DO SOLO E DINÂMICA DE OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO
O presente capítulo foi elaborado a partir da análise realizada à Planta de Situação
Existente – Planta nº 9. Esta planta traduz a realidade da ocupação do solo através
dos usos dominantes que coexistem no território municipal. Tem como objectivo
fundamental permitir a comparação com a proposta de ordenamento municipal a
apresentar na fase final de elaboração do plano. As classes de Espaço identificadas
foram classificadas de acordo com o previsto na legislação em vigor – Decreto Lei
nº 380/99, de 22 de Setembro. Desta forma, foram identificados os seguintes usos
dominantes do solo:
SOLO URBANO
Edifícios Habitacionais
Equipamentos
A – Administrativos
E – Escolares
S – Saúde
AC – Culturais/Actividades Tempos Livres
PS – Protecção Social
P – Protecção Civil e Segurança Pública
R – Religiosos
M – Mercado
T – Correios, Telecomunicações e Transportes
D – Desportivos
Espaços Industriais
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 314
Caracterização e Diagnóstico
SOLO RURAL
Espaços Agrícolas
Espaços Florestais
Espaços de Infra-estruturas Básicas
Rede Viária
A metodologia de elaboração da planta referida teve por base os princípios que
passamos a enumerar. Relativamente aos edifícios consideramos, para além dos
edifícios destinados a equipamentos, como uso dominante o habitacional.
Efectivamente, para além da Vila de Tabuaço, onde se localizam também pequenas
áreas comerciais. Na restante área do concelho, os edifícios são de facto
dominantemente habitacionais.
Incluímos no Solo Urbano, os equipamentos por constituírem uma condição de
urbanidade dos aglomerados. Os equipamentos são descritos e analisados no
capítulo 5 – Povoamento e Estrutura Urbana.
Nos Espaços Industriais, incluímos a Zona Industrial de Barcos.
Relativamente ao Solo Rural, incluem-se as classes agrícola e florestal. De referir
que nesta área é também apresentada a planta de povoamentos florestais que
completa a informação ao nível das espécies dominantes. Na presente planta as
diferentes espécies florestais foram agrupadas numa única classe. Na área agrícola
foram incluídas todas as áreas agricultadas independentemente das culturas em
presença.
Os Espaços de Infra-estruturas básicas dizem respeito, no presente caso, à Central
Eléctrica que se localiza junto ao Távora.
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 315
Caracterização e Diagnóstico
BIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRAFIA
R e v i s ã o d o P l a n o D i r e c t o r Mu n i c i p a l d e Ta b u a ç o 316
Caracterização e Diagnóstico
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UTAD,
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de
Trás-os-Montes
(2001),
Plano
Intermunicipal
de
Ordenamento do Território do Alto Douro Vinhateiro – Volume II – Orientações
Estratégicas.
Outras Fontes:
Câmara Municipal de Tabuaço
Posto de Turismo de Tabuaço
Sites da Internet
Ministério da Agricultura (2003), www.ivv.min-agricultura.pt/vinhos.
Instituto Português do Património Arquitectónico (2003), www.ippar.pt
Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (2003), www.monumentos.pt
www.espigueiro.pt
http://www.anafre.pt/
Câmara Municipal de Tabuaço (2003), www.cm-tabuaco.pt/versao2/
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Caracterização e Diagnóstico