Relatório Parcial Ictiofauna

Transcrição

Relatório Parcial Ictiofauna
RELATORIO PARCIAL
DO MONITORAMENTO
DE ICTIOFAUNA E
ICTIOPLANCTON NA
UHE SÃO DOMINGOS MS
Junho de 2014.
1
SUMÁRIO
1 EQUIPE TÉCNICA ............................................................................................................................ 4
2 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 5
Ictiofauna ........................................................................................................................................... 5
Ictioplâncton ...................................................................................................................................... 6
2.1. OBJETIVO E METAS............................................................................................................... 7
3. MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................................. 7
3.1. ÁREA DE ESTUDO .................................................................................................................. 7
3.1.1. Descrição dos pontos............................................................................................ 8
3.2. COLETA E ANÁLISE ............................................................................................................. 16
3.2.1. Período sazonal .................................................................................................. 16
3.2.2. Análise das gônadas e dos estômagos ............................................................... 19
3.2.3. Análise dos dados............................................................................................... 21
3.2.4. Coleta Ictioplâncton ............................................................................................ 22
3.2.5. Processamento ................................................................................................... 23
4 RESULTADOS PARCIAIS............................................................................................................. 24
4.1. Abundância absoluta ............................................................................................. 39
4.2. Riqueza das espécies ............................................................................................ 39
4.3.
Índice de Diversidade ......................................................................................... 41
4.4
. Índice de Equitabilidade ................................................................................... 42
4.5
. Capturas por equipamento de coleta ................................................................ 43
4.6. Capturas por Equipamento de Coleta .................................................................... 44
4.7.
Captura por malha ............................................................................................. 45
4.8
. Composição em função do porte de tamanho .................................................. 46
4.9
.Índice de repleção estomacal ............................................................................ 48
4.10
. Categoria trófica ............................................................................................... 52
4.11
.Capturas por Unidade de Esforço (CPUE) ........................................................ 54
4.12
.Proporção sexual .............................................................................................. 56
4.13
. Reprodução ..................................................................................................... 59
4.14
. Índice de similaridade....................................................................................... 61
4.15
. Espécies exóticas ............................................................................................ 62
4.16
. Curva do coletor ............................................................................................... 62
4.17
. Ictioplâncton ..................................................................................................... 64
2
5.
CONCLUSÕES PRELIMINARES ............................................................................................ 70
6.
RELATÓRIO FOTOGRÁFICO ................................................................................................. 73
7.
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................... 78
8.
RESPONSABILIDADE TÉCNICA ............................................................................................ 80
3
1 EQUIPE TÉCNICA
Porto Alegre:
Gerente de Meio Ambiente:Eng.Flor. Edison Antonio Silva
Supervisora: Biól.Carla Belatrice Bolzan Carvalho
Coordenadora: Biól. Dra. Nicolle A.Pesoa.
Mato Grosso do Sul:
Coordenador Geral:Biól.Dr. Alexandre R. Cardoso
Coordenador de campo:Biól.Dra.Nicolle A.Pesoa
Ajudantes:
Bruno Klotzel(Biólogo – Ictiólogo)
Joaquim Pereira Bastos
Piloteiro: Emerson Martins
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2 INTRODUÇÃO
Ictiofauna
Mundialmente, aproximadamente 60% de todos os rios são influenciados por
barragens. Na região tropical, o represamento de rios para produção de energia
elétrica tem assumido grande importância (Pringleet al., 2000).
Em países com abundantes recursos hídricos, como o Brasil, a utilização
dos rios para esta função já representa uma das principais ameaças a conservação
da ictiofauna (Agostinho et al., 2007; Pelicice & Agostinho, 2008).
No Brasil, estimativas recentes calculam aproximadamente 700 barragens
(Agostinho et al. 2007), sendo quase 60% da capacidade hidrelétrica instalada no
Brasil estão alocadas na Bacia do Rio Paraná (Mac Caister, 2001).
Diversos autores (Agostinho et al., 1992; Tundisi, 1999; Henry, 1999; Tundisi
& Straskraba, 1999) afirmaram que a construção de reservatórios produz tanto
efeitos positivos como negativos. Como efeitos positivos são apontados à geração
de eletricidade, o abastecimento, a irrigação, a recreação, a pesca e a
aquicultura;por outro lado os efeitos negativos são refletidos na perda de
biodiversidade, na formação de barreiras impedindo a migração de peixes, na perda
do fluxo gênico de algumas espécies de peixes, principalmente as migradoras, na
perda de fluxo de água e de valores culturais, na redução da velocidade da água, na
alteração das características físicas e químicas da água, na perda de microhabitats
e fontes de alimento. Ainda são mencionadas a modificação da fauna, a destruição
da vegetação ripária e a introdução de espécies de outras bacias. Por consequência,
o efeito inevitável dos represamentos sobre a fauna e flora aquáticas é a mudança
na composição e abundância de espécies, com extrema proliferação de algumas e
redução ou mesmo eliminação de outras (Agostinho et al., 1999). O efeito da
implantação de reservatórios tem conduzido à homogeneização de habitats, e
consequentemente da fauna (Rahel 2002; Moyle & Mount, 2007), principalmente em
regiões onde o regime de vazões e sua variabilidade temporal são alterados de
forma significativa.
5
Neste sentido, as atividades de monitoramento da ictiofauna e do
ictioplâncton na área de influência da UHE São Domingos, no rio Verde, entre os
municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo, no Estado do Mato Grosso do Sul,
são de fundamental importância, pois permitem avaliar a fauna ocorrente à montante
e a jusante do reservatório. Além disso, os dados fornecerão informações capazes
de gerar comparações antes e após a implantação da UHE São Domingos.
Ictioplâncton
A reprodução de peixes é um elemento chave no ciclo da vida das espécies.
A permanência de uma espécie num ecossistema é definida pelo sucesso
reprodutivo. O resultado da seleção natural, agindo milhares de anos sobre as
espécies, resultou em estratégias adaptativas que maximizam a sobrevivência. Os
fatores ambientais são uma força principal neste processo.
Em espécies tropicais e subtropicais, o ritmo das secas e cheias influencia
fortemente a reprodução de peixes.Especialmente espécies de importância
pesqueira, na maioria espécies migradoras, dependem das cheias para o sucesso
reprodutivo (VAZZOLER et al. 1997). A migração inicia no início da época chuvosa,
o hidrógrafo crescente desencadeia a piracema. Os níveis altos dos rios permitem a
transposição de obstáculos naturais como corredeiras em cachoeiras e de menor
porte. Esta migração é um mecanismo que diminui a competição intraespecífica,
separando as áreas de forrageiro dos adultos dos criadouros dos peixes juvenis.
Portanto, contribui para a sobrevivência da próxima geração. A maioria das espécies
migradoras de água doce são ovolíparos, ou seja, lançam os gametas na água,
onde ocorre a fecundação (NAKATANI et al. 2001). Os ovos são carregados pela
correnteza e levados para lagoas marginais ou outras áreas lênticas. Aqui os ovos
eclodem e as larvas iniciam o desenvolvimento.
Em cursos hídricos regulados por barragens, existem várias alterações que
interferem na reprodução de peixes migradores (BARLETTA et al. 2010). A
barragem regula as oscilações do hidrógrafo e ameniza a extensão das cheias. A
consequência é que as lagoas marginais recebem uma carga menor de água e a
área inundada diminui. Larvas e juvenis perdem uma parte seus criadouros. A
barragem é um obstáculo físico para peixes, que pode impedir a transposição para
6
os trechos de montante da obra. O corpo do reservatório não é uma área apropriada
para a reprodução, que ocorre em trechos lóticos.
Desta forma, os trechos lóticos remanescentes à montante do reservatório e
afluentes em condições naturais são de maior importância para a manutenção das
populações, que dependem da correnteza para a reprodução. Estas áreas são áreas
chaves para a conservação.
2.1. OBJETIVO E METAS
O objetivo é dar continuidade ao monitoramento da ictiofauna e ictioplâncton
iniciado em 2010, atendendo as condicionantes do licenciamento ambiental e
compromissos assumidos junto ao IMASUL.
As metas desse programa:

Monitorar os indicadores de composição, riqueza, diversidade,
equitabilidade, similaridade, análise estomacal, proporção sexual e estágio gonadal
das espécies que compõem a comunidade de peixes na fase de pré e pósenchimento do reservatório da UHE São Domingos.

Investigação do ictioplâncton é a identificação das áreas com
reprodução. A ênfase do estudo é a identificação de espécies migradoras.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. ÁREA DE ESTUDO
A bacia de drenagem do Rio Verde localiza-se na porção nordeste do
Estado de Mato Grosso do Sul e abrange as áreas dos municípios de Camapuã,
Costa Rica, Água Clara, Ribas do Rio Pardo, Brasilândia e Três Lagoas. Este rio é
um dos raros rios da bacia do alto Paraná livre de represamentos até o momento, a
despeito de suas águas predominantemente rápidas e agitadas, com muitas quedas
e corredeiras, que o tornam atrativo do ponto de vista energético.
A UHE São Domingos está localizada no rio Verde, entre os municípios de
Água Clara e Ribas do Rio Pardo, a cerca de 190 km da foz com o rio Paraná, nas
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coordenadas 20º 05' de latitude sul e 53º 10' de longitude oeste, com uma área do
reservatório de 18,6 km2 e a área alagada de 17.7 km2.Para a consecução dos
objetivos propostos, foram estabelecidos 12 (doze) pontos de coleta (mapa em
anexo), sendo distribuído em pontos do Rio Verde, Rio São Domingos e Ribeirão
Araras (Tabela 1).
Tabela 1 -
Localização dos pontos de coleta e tipo de monitoramento da fauna aquática,
na área de Influência da UHE São Domingos (Datum: SAD 69).
Ponto
Rio
Zona
UTM
Monitoramento
P1
Rio Verde
22k
267590 7784923 Ictiofauna e Ictioplâncton
P2
Rio Verde
22k
265113 7785548 Ictiofauna e Ictioplâncton
P3
Rio Verde
22k
272203 7779499 Ictiofauna e Ictioplâncton
P4
Rio Verde
22k
321029 7718723 Ictiofauna e Ictioplâncton
P8
Ribeirão Araras
22k
265499 7784923 Ictiofauna e Ictioplâncton
P9
Ribeirão Araras
22k
260599 7785504 Ictiofauna e Ictioplâncton
P10
Rio São Domingos
22k
271247 7781257 Ictiofauna e Ictioplâncton
P11
Rio São Domingos
22k
269802 7789241 Ictiofauna e Ictioplâncton
P12
Rio São Domingos
22k
271345 7793571 Ictiofauna e Ictioplâncton
P13
Rio Verde
22k
295578 7745902 Ictiofauna e Ictioplâncton
P14
Rio Verde
22k
271161 7781229 Ictiofauna e Ictioplâncton
P15
Rio Verde
22k
265516 7784873
Ictioplâncton
3.1.1. Descrição dos pontos
Abaixo uma breve descrição dos pontos no período de pré e pós-enchimento do
reservatório da UHE São Domingos para o entendimento das mudanças e influência
sobre a ictiocenose.
Ponto 1 – Rio Verde – Jusante da Cachoeira Preta
Antes da formação do reservatório o rio no ponto de coleta apresentava
água transparente e fluxo rápido com corredeiras devido ao leito pedregoso e
arenoso, formando a Cachoeira Preta. Tanto a margem direita como a esquerda
possui mata ciliar densa formada por arbustos e árvores.
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Atrás da mata, em alguns pontos, a pecuária e monocultura eram
exploradas.Atualmente o local foi submerso pelo efeito do alagamento do
reservatório, sendo que a Cachoeira Preta não existe mais. O local apresenta águas
turvas e lênticas e muitas árvores com parte da copa inundada. (Figura 1)
Figura 1 - Vista parcial do ponto a jusante da Cachoeira Preta no rio Verde, com a Cachoeira
Preta à esquerda e já submersa a direita.
Ponto 2 – Rio Verde – Montante da Cachoeira Preta
Antes da formação do reservatório o rio no ponto de coleta apresentava
água transparente e fluxo rápido com corredeiras devido ao leito pedregoso e
arenoso. Tanto a margem direita como a esquerda possui mata ciliar densa formada
por arbustos e árvores. Atrás da mata, em alguns pontos, a pecuária e monocultura
eram exploradas.
Atualmente o local foi submerso pelo efeito do alagamento do reservatório.
O local apresenta águas turvas e lênticas e muitas árvores com parte da copa
inundada (Figura 2).
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Figura 2 -
Vista parcial do rio Verde a montante da Cachoeira Preta. À esquerda antes da
formação do reservatório e a direita já sobre influência do alague.
Ponto 3 – Rio Verde – A jusante da Cachoeira Branca
Antes da formação do reservatório o rio no ponto de coleta apresentava
águas transparentes e fluxo rápido com corredeiras devido ao leito pedregoso, em
alguns pontos do trecho pequenos remansos com o fundo arenoso.
Tanto a margem direita como a esquerda possui mata ciliar densa formada
por arbustos e árvores.
Atualmente o fluxo d’água e o nível do rio são influenciados pelo vertedouro
logo acima da Cachoeira (Figura 3).
Figura 3 -
Vista parcial do rio verde a jusante da Cachoeira Branca. Á esquerda sem o
vertedouro e a direita com o vertedouro em operação.
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Ponto 4 – Rio Verde a jusante de Água Clara
Ponto situado ao sul do município de Água Clara onde o rio é mais
caudaloso. Nesse local, o rio Verde apresenta águas rápidas, leito com fundo
arenoso e pedregoso, e largura variando de 50 a 60 m.
Essa região é relativamente preservada, com presença de mata ciliar de
aproximadamente 15 m a partir do rio, acima da faixa ciliar as atividades
predominantes são a pecuária e o reflorestamento. Este ponto não se modificou
estruturalmente, pois esta fora da influência direta da UHE São Domingos (Figura 4).
Figura 4 -
Vista parcial do rio Verde a jusante de Água Clara.
Ponto 8 – Ribeirão Araras – sítio na foz do Ribeirão Araras
O ribeirão Araras é um rio relativamente estreito, e na região de sua foz ele
apresenta largura máxima aproximada de 10 metros. Caracterizava-se por fundo
arenoso, com alternância entre corredeiras e remansos. Em alguns locais a mata
ciliar de vegetação arbustiva nativa deu lugar à erosão, formando áreas de várzea
antes da sua desembocadura no rio Verde.
A atividade predominante em seu entorno é a pecuária extensiva.
Atualmente o nível de água está próximo às copas das árvores, influenciado pelo
alague do reservatório (Figura 5).
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Figura 5 -
Vista parcial da foz do Ribeirão Araras com o rio Verde. Á esquerda antes do
alague e a direita com parte do local alagado.
Ponto 9 – Ribeirão Araras – sítio no Ribeirão dos Araras
Ponto localizado próximo a ponte do Ribeirão Araras. Ribeirão de águas
turvas e lóticas de fundo arenoso, onde a largura varia entre 5 e 7 m e a
profundidade de 0 a 0,60m.
Mata ciliar presente em ambas as margens com aproximadamente 10 m de
extensão, tendo no entorno grandes fazendas com atividade de pecuária.
Atualmente, o trecho já sofre alterações no nível de água, atingindo a copa de boa
parte das árvores que permaneceram no local. Trechos mais à montante da ponte
não foram afetados (Figura 6).
Figura 6 -
Vista parcial do Ribeirão Araras. Á esquerda antes do alague e a direita a área
submersa pelo alagamento.
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Ponto 10 – Rio São Domingos – sítio na região da foz do rio São Domingos
Ponto localizado próximo à foz do rio São Domingos com o rio Verde. Rio de
águas turvas e rápidas com pequenas corredeiras formadas pelo fundo pedregoso e
arenoso, em alguns pontos pequenos remansos que servem de abrigo;largura
aproximada de 15 a 20 m.
Atualmente o local já está completamente inundado, com modificações totais
do leito do rio, apresentando águas lênticas e mornas; profundidade superior a 15m
e largura superior a 50m (Figura 7).
Figura 7 -
Vista parcial da foz rio São Domingos com o rio Verde. Á esquerda antes do alague
e a direita com o alague praticamente completo.
Ponto 11 – Rio São Domingos – sítio no curso médio do rio São Domingos
Ponto localizado no curso médio do rio São Domingos. No ponto, o rio é
constituído de corredeiras decorrente do fundo pedregoso e arenoso, com a
presença de abrigos nas margens.
Mata ciliar presente em ambos os lados com aproximadamente 10 m de
extensão. Atualmente, o local está praticamente inundado, com a modificação total
do leito do rio (Figura 8).
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Figura 8 -
Vista parcial do curso médio do rio São Domingos. Á esquerda antes do alague e a
direita com alague quase que por completo.
Ponto 12 – Rio São Domingos – sítio na região superior do rio São Domingos
No local de coleta, o rio possui em alguns trechos águas turbulentas
decorrentes do fundo pedregoso, formando corredeiras; e em outros ocorre
remansos com baixa profundidade (raso). Região com pequenas lagoas marginais
(áreas de várzeas), largura de 20 m e poucos locais de abrigos (Figura 9).
Figura 9 -
Vista parcial do curso superior do rio São Domingos. Á esquerda antes do alague e
a direita com alague praticamente completo.
Ponto 13 – Rio Verde – sítio a montante da cidade Água Clara
No local, o rio possui águas turbulentas decorrente do fundo arenoso e
pedregoso; e poucos remansos com abrigo. Mata ciliar em ambos os lados com
aproximadamente 10 m de extensão de suas margens.
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O rio neste local é cercado por fazendas de pecuária extensiva. Este ponto
não se modificou estruturalmente, pois esta fora da influência da UHE (Figura 10).
Figura 10 -
Vista parcial do Rio Verde a montante de Água Clara. Á esquerda foto tirada em
novembro de 2012 e à direita, foto registrada em janeiro de 2013.
Ponto 14 – Rio Verde –Sítio próximo da Confluência com Rio São Domingos
O ponto de coleta P14 encontra-se próximo a confluência do rio Verde com o
rio São Domingos, tendo como característica águas rápidas com remansos, leito
com pedras e areia, sua largura é de aproximadamente 40 m. Com a evidência de
mata ciliar em ambas as margens, possuindo ainda alguns “paliteiros” de indivíduos
de Buriti que não foram suprimidos.
Figura 11 -
Vista parcial do reservatório, local de coleta para monitoramento Ponto 14
15
Ponto 15 – Rio Verde –Sítio a montante da cachoeira Preta e imediatamente a
jusante do Ribeirão Araras
Ponto localizado próximo à foz do Ribeirão Araras no rio Verde. Rio de
águas turvas e rápidas com pequenas corredeiras formadas pelo fundo pedregoso e
arenoso, em alguns pontos pequenos remansos que servem de abrigo;largura
aproximada de 15 a 20 m. Local específico para coleta de ictioplâncton.
Atualmente o local já está completamente inundado, com modificações totais
do leito do rio, apresentando águas lênticas e mornas; profundidade superior a 15m
e largura superior a 50m.
Figura 12 -
Vista parcial do Rio Verde a montante da Cachoeira Preta
3.2. COLETA E ANÁLISE
As atividades de monitoramento da comunidade de peixes iniciaram em
novembro de 2012e se estenderam até outubro de 2013, sendo executadas coletas
mensalmente
neste
período;
após
este
período
elas
serão
realizadas
trimestralmente até outubro de 2014, conforme Subprograma de Monitoramento e
Pesquisa da Ictiofauna, aprovado pelo IMASUL.
3.2.1. Período sazonal
O período e a estação sazonal de cada campanha realizada, até o momento,
segue na Tabela 2.
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Tabela 2 -
Data das campanhas de ictiofauna na área de influência da UHE São Domingos,
MS.
Campanha
Período
Estação sazonal
1ª
Novembro de 2012
Primavera
2ª
Dezembro de 2012
Verão
3ª
Janeiro de 2013
Verão
Verão
4ª
Fevereiro de 2013
Outono
5ª
Março de 2013
Outono
6ª
Abril de 2013
Outono
7ª
Maio de 2013
Inverno
8ª
Junho de 2013
Inverno
9ª
Julho de 2013
Inverno
10ª
Agosto de 2013
Primavera
11ª
Setembro de 2013
Primavera
12ª
Outubro de 2013
Verão
13ª
Fevereiro de 2014
Outono
14ª
Maio de 2014
Para as técnicas de coleta e procedimentos de campo para a captura da
ictiofauna foram usados métodos adequados empregados em pesquisa ictiológica,
visando minimizar o risco a vida dos peixes, pois alguns petrechos são mais
invasivos, podendo levar o animal ao óbito, como por exemplo, a pesca elétrica.
Desta forma, os petrechos de pesca utilizados são: tarrafas, picarés, redes de
espera de malha simples e tresmalhos (feiticeiras), com auxilio de barco com piloto.
Para avaliação do período reprodutivo das espécies, locais de desova e
desenvolvimento de larvas são realizadas amostragens de ictioplâncton em onze
(11) sítios amostrais, selecionados para o monitoramento de comunidades de
peixes, e mais um (01) sítio localizado no rio Verde – ver abaixo (item 3.2.4 e item
3.2.5).
17
Figura 13 -
Colocação de redes de espera no Ponto 4, Rio Verde.
Para a captura dos peixes são utilizadas redes de espera de malha simples
de 2.4, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12, 14 e 16 cm e tresmalhos (feiticeiras) de 6, 7 e 8 cm
entre nós não adjacentes, com aproximadamente 1,5 metros de altura e 20 metros
de comprimento, no rio Verde e reservatório, e de 10 metros nos tributários (Araras e
São Domingos).
Espinhéis foram utilizados no início dos monitoramentos, apenas na primeira
campanha, com 30 anzóis e eram colocados juntamente com as redes. Este
apetrecho não se mostrou efetivo para esta atividade, tanto em virtude do ambiente
que se caracteriza por ter águas profundas quanto pelo hábito dos peixes de grande
porte presentes neste rio, em função disso, este apetrecho não foi mais utilizados.
As redes são instaladas no entardecer e retirados na manhã seguinte, sendo
que o tempo de exposição é de aproximadamente 14 horas. As tarrafas de malhas 4
e/ou 6 cm entre nós e 15 metros de roda (abertura) são empregadas em ambientes
que permitirem o uso dessa arte de pesca (remansos). Já os arrastos de 10 metros
de comprimento e 2 metros de altura com a malha de 5 mm são operados logo após
o anoitecer em locais onde é possível o uso deste apetrecho de pesca.
Em uma ficha de campo são anotados os dados pertinentes à coleta, como
exemplo: número de ponto, local de coleta, coletores, coordenadas geográficas,
aparelho de pesca, malha do artefato de pesca, duração da coleta, hora, data, e por
fim, um espaço para anotar dados sobre o local de coleta.
18
Os peixes capturados são embalados em sacos plásticos perfurados e
etiquetados, sendo posteriormente fixados em solução de formol a 10% e
acondicionados em tambores de polietileno para transporte e posterior análise.
As espécies exóticas quando capturadas são retiradas do ambiente
conforme Instrução Normativa IBAMA n.º 146/2007 e os exemplares analisados
quanto ao estágio de desenvolvimento,origem, frequência e abundância no tempo e
no espaço, a fim de que sejam identificados locais ou períodos críticos para a
proliferação desta espécie.
As espécies foram identificas com o auxílio das seguintes obras: “Peixes da
planície de inundação do alto rio Paraná e áreas adjacentes” de Graça & Pavanelli
(2007), “Catálogo das espécies de peixes de água doce do Brasil” de Buckupe t al.,
(2007); “Checklist of cat fishes” de Ferraris (2007); “Checklist of the fresh water
fishes of south and central America” de Reis et al., (2003), literatura atual e através
de consultas ao “Catalog of Fishes” versão online de Eschmeyer & Fricke (2011)
para a confirmação da nomenclatura atual.
3.2.2. Análise das gônadas e dos estômagos
A análise das gônadas e dos estômagos foi realizada em todas as espécies
com o n ≥ 10 durante as coletadas já realizadas.
Os indivíduos “selecionados” foram medidos (comprimento padrão e total,
em centímetros), pesados (peso total, em gramas) e seccionados para a
identificação do sexo, estágio de maturação e retirada dos estômagos.
O teste do qui-quadrado (X2) foi usado para testar as diferenças na
proporção sexual entre machos e fêmeas.
Os estádios de maturação foram atribuídos macroscopicamente levando-se
em consideração as características das gônadas: turgidez, irrigação, coloração,
posição na cavidade abdominal e grau de visualização dos ovócitos (para as
fêmeas), conforme escala proposta por Vazzoler (1996):

Estádio 1 - Repouso reprodutivo: ovários finos e transparentes,
pequeno volume, contendo apenas ovócitos jovens;
19

Estádio 2 - Maturação inicial: ovários volumosos, aumento da
vascularização e com alguns ovócitos visíveis a olho nu, ocupando discreto volume
da cavidade celomática.

Estádio 3 - Maturação final: ovários amarelos, volume máximo,
vascularização evidente, ovócitos visíveis a olho nu, ocupando grande parte da
cavidade celomática.

Estádio 4 - Pós-reprodução (esgotado): ovários hemorrágicos e
flácidos, com raros ovócitos opacos e visíveis a olho nu.
Os itens alimentares estão sendo classificados com o auxílio de um
estereomicroscópio até a menor categoria taxonômica possível, conforme Needhan
& Needhan (1978) e Borror & Delong (1988).
A determinação do grau de repleção dos estômagos é realizada
considerando os quatro diferentes graus de repleção (0=vazio; 1=parcialmente
vazio; 2=quase cheio e 3=cheio).
As espécies amostradas estão sendo classificadas, de acordo com o
alimento consumido e com base na literatura e análise do conteúdo estomacal, em
dez categorias tróficas sendo elas:

Herbívoras: peixes que consomem partes de vegetais superiores, tais
como, folhas, talos, sementes e frutos, ou algas filamentosas (Hahn, S. N. et.
al.,1998).

Detritívoras: peixes que consomem o alimento obtido em depósitos de
fundo, ingerindo grande quantidade de matéria orgânica vegetal (Hahn, S. N. et.
al.,1998).

Onívoras:
peixes
que
consomem
indistintamente
desde
algas
(unicelulares e filamentosas) até vegetais superiores e desde invertebrados até
peixes (Hahn, S. N. et. al.,1998).

Bentófagas: peixes que consomem o alimento no fundo, ingerindo junto
considerável quantidade de sedimento. Os itens predominantes são tecamebas,
rotíferos, nematóides, microcrustáceos, moluscos e pequenas larvas de insetos
(Hahn, S. N. et. al.,1998).
20

Insetívoras aquáticas: peixes que consomem, essencialmente, formas
larvais ou ninfas aquáticas e insetos, selecionando o alimento no substrato
(sedimento, troncos submersos, vegetação aquática), tendo como componentes
predominantes na dieta os quironomídeos, tricópteros e efemerópteros (Hahn, S. N.
et. al.,1998).

Insetívoras terrestres: peixes que consomem, essencialmente, insetos
terrestres em fase adulta, geralmente obtidos na superfície, destacando-se, entre
eles, efemerópteros recém emergidos, coleópteros e hemípteros (Hahn, S. N. et.
al.,1998).

Piscívoras: peixes que consomem outros peixes, inteiros ou em
pedaços, podendo complementar sua dieta com outros itens, geralmente insetos
(Hahn, S. N. et. al.,1998).

Planctófagas: peixes que consomem essencialmente fito e zooplâncton
por filtração ou como recurso alimentar acessório (Hahn, S. N. et. al.,1998).

Lepidofágicas: são os peixes que tem o hábito de arrancar e ingerir
escamas de outros peixes (Sazima, 2003).
3.2.3. Análise dos dados
Os indicadores adotados para o monitoramento da comunidade de peixes
são: riqueza, equitabilidade, diversidade, CPUEe similaridade.
Riqueza de Espécies
ED = Sobs + S1 (f1/f)
Onde: Sobs= número de espécies observadas; S1= número de espécies que está
presente somente em um agrupamento (espécie de um agrupamento) e f = o
número de agrupamento que contém iesima espécie de um agrupamento.
Índices de Equitabilidade J
J = H’/Hmax´
Onde: H´ = Índice de Shannon Wiener;Hmax´= expressão: Hmax´ = Log s.
21
Índice de Diversidade de Shannon
H’ = - ∑ pi Log pi
Onde: pi= proporção da espécie em relação ao número total de espécies
encontradas nos levantamentos realizados.
Captura por unidade de esforço - CPUE
A captura por unidade de esforço (CPUE) em número de indivíduos (CPUEn
= no de ind./1000m2/24h) e de biomassa (CPUEb = g/1000m2/24h) são calculadas
para o uso das redes de malha simples e tresmalhos (feiticeiras).
Índice de Similaridade
Para avaliar a similaridade entre os pontos foi calculado o Índice de
Similaridade de Sorensen.
IS = 2j/(a+b)
Onde: IS = índice de similaridade; j = número de espécies em comum; a + b =
número de espécies em dois pontos.
A análise de agrupamento (clustering) foi elaborada pelo método Bray-Curtis
Cluster Analysis usando o programa BioDiversity profissional.
3.2.4. Coleta Ictioplâncton
As atividades de monitoramento de ictioplâncton iniciaram em novembro de
2012 e se estenderam até maio de 2013, retornando as atividades em novembro de
2013 até maio de 2014. A atividade em um período de quatro a cinco dias de campo,
foi executada mensalmente dentro do período estipulado acima. Todas as atividades
foram realizadas conforme Subprograma de Monitoramento e Pesquisa da Ictiofauna
aprovado pelo IMASUL.
O trabalho de monitoramento consiste em coletar com uma rede de plâncton
de 500µm e um fluxômetro para medição da velocidade do rio (que dará a vazão do
rio no ponto de amostragem) os ovos e larvas de peixes (Figura 14). Nesta rede, a
captura destes ovos e larvas, incluídos também artrópodes aquáticos, entre outros,
22
busca avaliar se os trechos do rio, à jusante e à montante da barragem, estão sendo
influenciados negativa ou positivamente pelo empreendimento.
Figura 14 -
Uso da rede de ictioplâncton, com fluxômetro acoplado para captura de ovos
e larvas de peixes e cálculo da vazão da água, no momento da coleta.
3.2.5. Processamento
Foram avaliadas amostras coletadas em frascos de 250 ml, devidamente
etiquetados. A maioria das amostras continha material vegetal grosso como folhas e
galhos. Num primeiro passo as partes mais grossas foram eliminadas manualmente
com pinças. O restante da amostra foi passado por peneiras de 5mm, removendo
novamente os objetos mais grossos. Neste passo foi substituído o formol por etanol
70%.
A triagem final foi efetuada manualmente sob lupa Zeiss Steml 2000 com
câmera fotográfica acoplada. Os peixes encontrados foram medidos (comprimento
total)
e
fotografados
(Relatório
Fotográfico).
A
fauna
acompanhante
de
macroinvertebrados também foi identificada, a maioria até o nível de ordem.
23
4 RESULTADOS PARCIAIS
Durante as catorze campanhas realizadas no Rio Verde e seus afluentes
foramregistradas64 espécies distribuídas em 18 famílias e cinco ordens, totalizando
1765 indivíduos coletados.
A ordem com a maior riqueza de espécies foi os Characiformes (lambaris,
piaus, traíras) com 50% (32 spp.), seguido dos Siluriformes (bagres, cascudos) com
32.8% (21 spp.), Perciformes (tucunarés, carás) com 9.3% (6 spp.), Gymnotiformes
(tuviras) com 6.2% (4 spp.), e Synbrachiformes (muçum) com 1.5% (1 sp.) (Gráfico
1; Tabelas3 a 11).
Ordens
Famílias
Characiformes
Anostomidae
Acestrorhynchidae
Siluriformes
Curimatidae
Loricariidae
Perciformes
Auchenipteridae
Doradidae
Gymnotiformes
Cichlidae
Apteronotidae
Synbrachiformes
Synbranchidae
0
10
20
30
40
Número de Espécies
0
5
10
15
20
Número de Espécies
Gráfico 1. Número de espécies por ordens e por famílias registradas na área de
influência da UHE São Domingos, MS.
Até o momento, as ordens mais representativas registradas na região da
UHE São Domingos foram os Characiformes, Siluriformes e Perciformes. Esta
24
situação é característica dos ecossistemas fluviais sul-americanos de acordo com
Agostinho et al. (1997), sendo que entre os Characiformes a família Characidae,
entre os Siluriformes a família Loricariidae e entre os Perciformes a família Cichlidae
são as mais numerosas, como também observado por diversos autores (p. ex., Reis
et al., 2003).
25
Tabela 3 - Composição ictiofaunística nos pontos de amostragens (novembro de 2012).
Novembro de 2012 (Primavera)
Ordem
Família
Espécie
Nome comum
Categoria
Comportamento migrador
Cyphocharax modestus
Saguiru
Nativa
Curta distância
Prochilodus lineatus
Curimba
Nativa
Longa distância
Leporellusvittatus
Solteira
Nativa
Não
2
Leporinus elongatus
Piapara
Nativa
Longa distância
14
16
Piau
Nativa
Curta distância
5
8
1
2
Piau
Nativa
Longa distância
2
3
7
Flamenguinho
Não
P1
Curimatidae
Prochilodontidae
Anostomidae
Leporinus frederici
Leporinus obtusidens
Leporinus octofasciatus
Schizodon borelli
Hemiodontidae
CHARACIFORMES
Piau-bosteiro
Bananinha
Nativa
Curta distância
Curta distância
Astyanax altiparanae
Lambari
Nativa
Curta distância
59
41
Astyanaxcf. fasciatus
Lambari
Lambari
Nativa
Curta distância
1
7
Nativa
Curta distância
Bryconorbignianus
Piracanjuba
Nativa
Longa distância
1
Galeocharaxknerii
Dentudo
Nativa
Curta distância
3
Metynnislippincottianus
Pacu-cd
Nativa
Não
Pacu
Nativa
Não
1
1
Myloplus tiete
Acestrorhynchidae
Erythrinidae
Loricariidae
SILURIFORMES
Não
Longa distância
Acestrorhynchus lacustris
Peixe-cachorro
Nativa
Curta distância
22
Hoplias intermedius
Lobó
Nativa
Não
1
Hoplias malabaricus
Lobó
Nativa
Não
9
Cascudo
Nativa
Não
Hypostomus cochliodon
Cascudo
Nativa
Não
Hypostomus cf. ternetzi
Cascudo-tarzan
Nativa
Não
Cascudo
Nativa
Não
Pimelodidae
Doradidae
Hemisorubimplatyrhynchus
Pimelodus ornatus
Rhinodorasdorbingnyi
Trachelyopterussp.
GYMNOTIFORMES
Sternopygidae
Eigenmannia trilineata
Australoherossp.
Cascudo
Nativa
Não
Nativa
Curta distância
Jurupoca
Nativa
Longa distância
Mandi-papagaio
Longa distância
Armado
Nativa
Nativa
Cangati
Nativa
Curta distância
Espadinha
Nativa
Não
Cará
Nativa
Não
P12
P13
P14
2
1
1
1
11
5
1
5
9
4
2
1
17
3
1
Nativa
Mandi-chorão
P11
1
Nativa
Pimelodella gracilis
P10
5
Pacu
Hypostomus sp.
Heptapteridae
P9
3
3
Pacu-peva
Hypostomus regani
P8
1
Piaractusmesopotanicus
Hypostomus albopunctatus
P4
3
Hemiodus orthonops
Myloplussp.
P3
1
Nativa
Nativa
Astyanaxsp.
Characidae
P2
5
1
1
1
8
3
1
2
1
1
1
3
2
1
4
1
1
4
13
1
1
4
1
Não
2
1
3
15
14
3
6
5
4
1
12
9
Índice de Diversidade
0.81
0.82
0.41
0.59
0.48
0.55
0
0.98
0.66
Índice de Equitabilidade
0.69
0.72
0.86
0.76
0.70
0.92
-1
0.91
0.69
Número de indivíduos
132
96
5
22
14
7
4
35
40
PERCIFORMES
Cichlidae
Riqueza das espécies
26
Tabela 4 - Composição ictiofaunística nos pontos de amostragens (dezembro de 2012).
Dezembro de 2012(Verão)
Ordem
Família
Espécie
Nome comum
Categoria
Comportamento migrador
P1
Prochilodontidae
Prochilodus lineatus
Leporinus elongatus
Leporinus frederici
Anostomidae
Hemiodontidae
CHARACIFORMES
Leporinus obtusidens
Longa distância
Piau
Nativa
Curta distância
Piau
Nativa
Longa distância
Nativa
Não
Schizodon borelli
P3
P4
P8
P9
P10
5
3
1
1
1
3
1
Nativa
Lambari
Nativa
Nativa
Curta distância
Curta distância
Curta distância
1
Bananinha
Astyanaxcf. fasciatus
Lambari
Nativa
Curta distância
1
Astyanaxsp.
Lambari
Dentudo
Nativa
Curta distância
Nativa
Curta distância
1
Myloplus sp.
Pacu
Nativa
Não
1
Myloplus tiete
Pacu-peva
Nativa
Não
Pacu
Nativa
Longa distância
Salminus brasiliensis
Dourado
Nativa
Longa distância
Serrasalmusmaculatus
Piranha
Nativa
Não
Peixe-cachorro
Nativa
Curta distância
2
1
Lobó
Não
3
1
4
1
1
3
1
1
2
1
2
1
Cascudo
Hypostomus regani
Cascudo
Nativa
Não
Hypostomus sp.
Cascudo
Nativa
Não
1
Bagre-sapo
Jundiá
Nativa
Não
Curta distância
1
Nativa
Mandi
Nativa
Longa distância
Pseudoplastystoma corruscans
Pintado
Nativa
Longa distância
Rhinodoras dorbingnyi
Armado
Nativa
Não
Auchenipterus osteomystax
Palmito
Nativa
Longa distância
Parauchenipterus galeatus
Cangati
Não
Curta distância
Trachelyopterus sp.
Apteronotus sp.
Cangati
Nativa
Nativa
Curta distância
Pimelodidae
Doradidae
Auchenipteridae
GYMNOTIFORMES
Apteronotidae
Riqueza das espécies
Ituí
1
1
1
1
Loricariidae
Pimelodus heraldoi
1
1
Nativa
Nativa
Rhamdia quelen
P14
2
1
Piau-bosteiro
Pseudopimelodus mangurus
P13
1
Hemiodus orthonops
Astyanax altiparanae
Acestrorhynchus lacustris
P12
2
Hoplias malabaricus
Hypostomus cochliodon
Heptapteridae
P11
2
1
Erythrinidae
Pseudopimelodidae
SILURIFORMES
Nativa
Flamenguinho
Piaractus mesopotanicus
Acestrorhynchidae
Longa distância
Piapara
Leporinus octofasciatus
Galeocharax knerii
Characidae
Curimba
Nativa
P2
1
Não
1
1
2
1
3
1
2
1
3
1
1
1
Não
6
4
1
10
4
1
9
5
2
8
5
Índice de Diversidade
0.77
0.55
0.90
0.56
0
0.91
0.69
0.3
0.84
0.69
Índice de Equitabilidade
1
0.92
0.90
0.93
-1
0.95
1
1
0.93
0.96
Número de indivíduos
6
7
17
11
2
13
5
2
13
6
27
Tabela 5 - Composição ictiofaunística nos pontos de amostragens (Janeiro de 2013).
Janeiro de 2013 (Verão)
Ordem
Família
Espécie
Nome comum
Categoria
Comportamento migrador
P1
Curimatidae
Prochilodontidae
Anostomidae
Saguiru
Nativa
Curta distância
Prochilodus lineatus
Curimba
Nativa
Longa distância
2
Leporellusvittatus
Solteira
Nativa
Não
1
Leporinus elongatus
Piapara
Leporinus frederici
Heptapteridae
SILURIFORMES
Pimelodidae
Doradidae
Auchenipteridae
GYMNOTIFORMES
SINBRACHIFORMES
1
5
Longa distância
Curta distância
Lambari
Nativa
Curta distância
Astyanax cf. fasciatus
Lambari
Nativa
Curta distância
Galeocharax knerii
Dentudo
Nativa
Curta distância
Pacu-peva
Nativa
Não
Piaractus mesopotanicus
2
P9
P10
P12
P13
P14
6
2
2
7
1
1
18
3
2
9
7
7
8
1
1
4
Pacu
Nativa
Longa distância
Dourado
Nativa
Longa distância
Serrasalmus maculatus
Piranha
Nativa
Não
Serrasalmus marginatus
Piranha
Nativa
Não
Acestrorhynchus lacustris
Peixe-cachorro
Nativa
Curta distância
Jejú
Nativa
Não
Hoplias malabaricus
Lobó
Nativa
Não
Hypostomus regani
Cascudo
Nativa
Não
Hypostomus sp.
Cascudo
Nativa
Não
1
Rhamdia quelen
Jundiá
Nativa
Curta distância
3
Pimelodus heraldoi
Mandi
Nativa
Longa distância
Pseudoplastystoma corruscans
Pintado
Nativa
Longa distância
Rhinodoras dorbingnyi
Armado
Nativa
Não
Auchenipterus osteomystax
Palmito
Nativa
Longa distância
Parauchenipterus galeatus
Cangati
Não
Curta distância
Trachelyopterus sp.
1
2
2
3
7
4
1
1
1
10
1
1
1
3
2
2
1
3
1
1
1
2
1
1
1
1
Cangati
Nativa
Curta distância
Gymnotus paraguensis
Tuvira
Nativa
Não
1
Sternopygidae
Eigenmannia trilineata
Espadinha
Nativa
Não
1
Synbranchidae
Synbranchus marmoratus
Muçum
Nativa
Não
Tucunaré
Exótica
Não
Cichla kelberi
P11
2
Gymnotidae
PERCIFORMES
Cichlidae
Riqueza das espécies
P8
Salminus brasiliensis
Hoplerythrinus unitaeniatus
Loricariidae
2
Curta distância
Nativa
Myloplus tiete
Erythrinidae
Longa distância
Na
Nativa
Astyanax altiparanae
Acestrorhynchidae
Nativa
Piau
P4
1
Piau
Piau-bosteiro
Schizodon borelli
Characidae
P3
Cyphocarax modestus
Leporinus obtusidens
CHARACIFORMES
P2
1
9
1
1
7
7
9
1
2
8
13
2
5
4
Índice de Diversidade
0.88
0.77
0.80
0
0.27
0.85
0.89
0.27
0.51
0.58
Índice de Equitabilidade
0.98
0.92
0.84
-1
0.91
0.94
0.80
0.91
0.74
0.97
28
Janeiro de 2013 (Verão)
Ordem
Família
Espécie
Nome comum
Categoria
Comportamento migrador
Número de indivíduos
P1
P2
P3
26
12
24
P4
P8
P9
P10
P11
P12
P13
P14
2
3
11
59
6
18
7
Tabela 6 - Composição ictiofaunística nos pontos de amostragens (Fevereiro de 2013).
Fevereiro de 2013 (Verão)
Ordem
Família
Espécie
Nome comum
Categoria
Comportamento migrador
P1
Prochilodontidae
Prochilodus lineatus
Leporellusvittatus
Leporinus elongatus
Leporinus frederici
Anostomidae
CHARACIFORMES
Leporinus obtusidens
Characidae
Erythrinidae
Loricariidae
SILURIFORMES
Doradidae
Curimba
Nativa
Longa distância
Solteira
Nativa
Não
1
Piapara
Piau
Nativa
Longa distância
6
Nativa
Curta distância
Piau
Nativa
Longa distância
Nativa
Não
1
Schizodon borelli
Piau-bosteiro
Nativa
Curta distância
5
Ximborê
Nativa
1
Hemiodus orthonops
Bananinha
Nativa
Longa distância
Curta distância
Astyanax altiparanae
Lambari
Nativa
Curta distância
5
Astyanaxcf. fasciatus
Lambari
Nativa
Curta distância
4
P9
P10
7
2
1
5
2
4
2
4
4
P11
P12
P13
1
1
3
1
P14
1
1
1
3
1
Tabarana
Nativa
Longa distância
Nativa
Curta distância
Nativa
Hypostomus acistroides
Lobó
Cascudo
Nativa
Não
Não
Hypostomus regani
Cascudo
Nativa
Não
Hypostomus sp.
Cascudo
Nativa
Não
1
Pterodoras granulosus
Armado
Nativa
Longa distância
1
Rhinodoras dorbingnyi
Armado
Nativa
Não
Hoplias malabaricus
P8
2
Peixe-cachorro
Acestrorhynchus lacustres
P4
2
Flamenguinho
Salminus hilarii
Acestrorhynchidae
P3
Leporinus octofasciatus
Schizodon nasutus
Hemiodontidae
P2
9
1
4
2
1
1
2
1
7
3
3
7
4
1
1
3
1
2
2
12
1
5
6
6
5
5
5
1
1
0.95
0.38
0
-1
0.64
0.92
0.73
0.94
0.69
0.89
0.58
0.83
0.67
0.96
0.65
0.93
0
-1
4
35
1
26
16
14
15
6
10
1
Riqueza das espécies
2
Índice de Diversidade
0.30
Índice de Equitabilidade
Número de indivíduos
29
Tabela 7 - Composição ictiofaunística nos pontos de amostragens (Março de 2013).
Março de 2013 (Verão)
Ordem
Família
Espécie
Nome comum
Categoria
Comportamento migrador
P1
Prochilodus lineatus
Curimba
Nativa
Longa distância
6
Hemiodontidae
Hemiodus orthonops
Anostomidae
Bananinha
Nativa
Curta distância
1
Leporellusvittatus
Solteira
Nativa
Não
1
Leporinus elongatus
Piapara
Nativa
Longa distância
Leporinus obtusidens
Nativa
Longa distância
Nativa
Não
Curta distância
Nativa
Astyanax altiparanae
Ximborê
Lambari
Astyanax cf. fasciatus
Lambari
Metynnislippin cotianus
Pacu-cd
Nativa
Não
Pacu
Nativa
Longa distância
Salminus brasiliensis
Dourado
Nativa
Longa distância
Salminus hilarii
Tabarana
Nativa
Longa distância
Peixe-cachorro
Nativa
Curta distância
Jejú
Nativa
Não
Lobó
Nativa
Não
Cascudo
Nativa
Nativa
Schizodon nasutus
Characidae
Acestrorhynchidae
Piaractus mesopotanicus
Acestrorhynchus lacustris
Hoplerythrinus unitaeniatus
Erythrinidae
Hoplias malabaricus
Hypostomus cocliodon
Loricariidae
Pimelodidae
Doradidae
Auchenipteridae
Sternopygidae
PERCIFORMES
Cichlidae
Riqueza das espécies
Nativa
P8
P9
P10
4
3
1
1
12
1
4
1
Pimelodus heraldoi
Mandi
Nativa
Longa distância
Pimelodus ornatus
Mandi-papagaio
Nativa
Longa distância
Pterodoras granulosus
Armado
Nativa
Longa distância
Rhinodoras dorbingnyi
Armado
Nativa
Não
Trachelyopterus sp.
Cangati
Nativa
Curta distância
Ituí
Nativa
Não
Tucunaré
Exótica
Não
8
1
4
1
1
Não
2
1
1
12
Longa distância
4
1
3
Nativa
2
1
3
Nativa
P14
1
Curta distância
Cascudo
P13
1
3
4
P12
1
Nativa
Jurupoca
P11
2
Nativa
Hemisorubim platyrhynchus
Cichla kelberi
14
P4
Longa distância
Curta distância
Hypostomus regani
Sternopygus macrurus
2
Curta distância
Piau
Schizodon borelli
CHARACIFORMES
Piau
Flamenguinho
Piau-bosteiro
Leporinus octofasciatus
GYMNOTIFORMES
P3
Prochilodontidae
Leporinus frederici
SILURIFORMES
P2
4
1
3
2
2
1
1
3
1
8
7
1
1
2
8
1
4
14
2
2
2
2
1
2
1
1
1
4
2
1
1
1
1
5
15
5
9
10
9
1
6
7
Índice de Diversidade
0.68
0.96
0.67
0.77
0.85
0.89
0
0.75
0.69
Índice de Equitabilidade
0.97
0.82
0.96
0.81
0.85
0.93
-1
0.97
0.82
Número de indivíduos
14
53
6
34
29
15
4
7
34
30
Tabela 8 - Composição ictiofaunística nos pontos de amostragens (Abril de 2013).
Abril de 2013 (Outono)
Ordem
Família
Espécie
Nome comum
Categoria
Comportamento migrador
P1
Prochilodontidae
Prochilodus lineatus
Leporellus vittatus
Leporinus elongatus
Leporinus frederici
Anostomidae
CHARACIFORMES
Hemiodontidae
Leporinus obtusidens
Characidae
Acestrorhynchidae
Erythrinidae
Loricariidae
SILURIFORMES
Pimelodidae
Doradidae
PERCIFORMES
Cichlidae
Riqueza das espécies
Curimba
Longa distância
4
Solteira
Nativa
Não
1
Piapara
Nativa
Longa distância
Piau
Nativa
Curta distância
Piau
Nativa
Longa distância
Flamenguinho
Nativa
Não
Schizodon borelli
Schizodon nasutus
Piau-bosteiro
Ximborê
Nativa
Nativa
Hemiodus orthonops
Bananinha
Astyanax altiparanae
Galeocharaxknerii
P3
Nativa
Leporinus octofasciatus
Astyanaxcf. fasciatus
P2
2
3
9
P9
P10
P11
P12
8
2
P14
2
2
1
2
Curta distância
2
2
Nativa
Longa distância
Curta distância
Lambari
Lambari
Nativa
Curta distância
Nativa
3
1
P13
15
1
Curta distância
1
1
42
3
1
1
Dentudo
Nativa
Curta distância
Pacu-peva
Nativa
Não
Salminus hilarii
Tabarana
Nativa
Longa distância
Serrasalmus marginatus
Piranha
Nativa
Não
Acestrorhynchus lacustris
Peixe-cachorro
Nativa
Curta distância
Acestrorhynchus pantaneiro
Peixe-cachorro
Nativa
Curta distância
Hoplias malabaricus
Hypostomus cf. strigaticeps
Lobó
Não
Cascudo
Nativa
Nativa
Não
1
Hypostomus cochliodon
Cascudo
Nativa
Não
3
Hypostomus regani
Cascudo
Nativa
Não
Hypostomus sp.
Cascudo
Jurupoca
Nativa
Nativa
Não
Longa distância
Pimelodus maculatus
Mandi
Nativa
Longa distância
Rhinodoras dorbingnyi
Armado
Nativa
Não
Tucunaré
Exótica
Não
Cichla kelberi
P8
1
Myloplus tiete
Hemisorubim platyrhynchus
P4
1
3
9
2
1
2
1
5
1
1
3
5
5
6
10
1
1
2
1
1
5
2
1
2
1
1
2
2
1
1
1
4
8
17
4
9
2
5
4
4
Índice de Diversidade
0.57
0.80
0.87
0.45
0.89
0.17
0.67
0.53
0.40
Índice de Equitabilidade
0.96
Número de indivíduos
5
0.89
15
0.71
91
0.75
27
0.90
18
0.59
7
0.96
7
0.89
11
0.67
13
31
Tabela 9 - Composição ictiofaunística nos pontos de amostragens (Maio de 2013).
Maio de 2013 (Outono)
Ordem
Família
Espécie
Nome comum
Categoria
Comportamento migrador
P1
Curimatidae
Prochilodontidae
Anostomidae
Cyphocarax modestus
Saguiru
Nativa
Curta distância
Prochilodus lineatus
Curimba
Nativa
Longa distância
Leporinus elongatus
Piapara
Nativa
Longa distância
Leporinus frederici
Hemiodontidae
CHARACIFORMES
Acestrorhynchidae
Erythrinidae
PERCIFORMES
Cichlidae
Riqueza das espécies
2
1
2
1
3
4
4
3
26
Astyanax cf. fasciatus
Lambari
Nativa
Curta distância
1
Não
Longa distância
Salminus hilarii
Tabarana
Piranha
Nativa
Serrasalmus maculatus
Nativa
Longa distância
Não
Serrasalmus marginatus
Piranha
Nativa
Não
Acestrorhynchus lacustris
Peixe-cachorro
Nativa
Curta distância
Acestrorhynchus pantaneiro
Peixe-cachorro
Nativa
Curta distância
Lobó
Nativa
Não
Cascudo
Nativa
Não
Hoplias malabaricus
Loricariidae
1
Curta distância
Hypostomus regani
Cascudo
Nativa
Não
Cichla kelberi
Tucunaré
Exótica
Não
2
P12
2
P14
2
1
4
1
11
1
1
1
3
1
2
22
7
2
2
6
4
1
1
6
1
1
6
2
9
3
6
4
3
11
Índice de Diversidade
0.70
0.3
0.67
0.41
0.61
0.45
0.45
0.92
0
Índice de Equitabilidade
0.91
1
0.70
0.86
0.78
0.76
0.94
0.88
-1
Número de indivíduos
12
2
65
7
13
14
4
39
2
Tabela 10 -
P13
1
1
Curta distância
Nativa
P11
8
Nativa
Nativa
P10
2
Nativa
Dourado
P9
1
Lambari
Pacu-peva
P8
5
Bananinha
Salminus brasiliensis
P4
1
Astyanax altiparanae
Hypostomus cochliodon
SILURIFORMES
3
1
Hemiodus orthonops
Myloplus tiete
Characidae
P3
1
Curta distância
Piau
P2
1
Composição ictiofaunística nos pontos de amostragens (Junho de 2013).
Junho de 2013 (Inverno)
Ordem
Família
Espécie
Nome comum
Categoria
Comportamento migrador
P1
Curimatidae
Prochilodontidae
CHARACIFORMES
Anostomidae
Hemiodontidae
Cyphocarax modestus
Saguiru
Nativa
Curta distância
Prochilodus lineatus
Curimba
Nativa
Longa distância
Leporinus elongatus
Piapara
Nativa
Longa distância
Leporinus frederici
Hemiodus orthonops
Piau
Bananinha
P2
P3
Curta distância
P8
P9
P10
P11
P12
P13
P14
1
2
Curta distância
Nativa
P4
1
3
4
1
2
8
1
2
5
32
Junho de 2013 (Inverno)
Ordem
Família
Espécie
Nome comum
Categoria
Comportamento migrador
P1
Characidae
Astyanax altiparanae
Metynnislippin cotianus
Lambari
Pacu-cd
Nativa
Nativa
Curta distância
Não
Salminus brasiliensis
Dourado
Nativa
Longa distância
Salminus hilarii
Tabarana
Piranha
Nativa
Nativa
Longa distância
Não
Acestrorhynchus lacustris
Peixe-cachorro
Nativa
Curta distância
Acestrorhynchus pantaneiro
Peixe-cachorro
Nativa
Curta distância
Serrasalmus maculatus
Acestrorhynchidae
SILURIFORMES
P2
P3
1
P8
P9
P10
P11
8
P12
P13
1
2
1
1
2
2
1
5
3
Erythrinidae
Hoplias malabaricus
Lobó
Nativa
Não
1
Pimelodus maculatus
Mandi
Nativa
Longa distância
1
Hypostomus cochliodon
Cascudo
Nativa
Não
7
Hypostomus regani
Cascudo
Nativa
Não
2
1
2
Riqueza das espécies
8
5
6
2
7
2
Índice de Diversidade
0.75
0.55
0.72
0.19
0.72
0.25
Índice de Equitabilidade
0.84
0.79
0.93
0.65
0.85
0.86
Número de indivíduos
16
15
13
6
21
7
P11
P12
P13
Tabela 11 -
P14
5
2
Pimelodidae
Loricariidae
P4
Composição ictiofaunística nos pontos de amostragens (Julho de 2013).
Julho de 2013 (Inverno)
Ordem
Família
Espécie
Nome comum
Categoria
Comportamento migrador
Curimba
Nativa
Longa distância
Piau
Nativa
Curta distância
Piapara
Nativa
Longa distância
1
2
Curta distância
2
1
P1
Prochilodontidae
Prochilodus lineatus
Leporinus amblyrhynchus
Anostomidae
Leporinus elongatus
Leporinus frederici
Hemiodontidae
CHARACIFORMES
Characidae
Hemiodus orthonops
SILURIFORMES
P3
P4
P8
P9
P10
1
1
1
2
13
3
Nativa
Curta distância
Nativa
Curta distância
Astyanax cf. fasciatus
Lambari
Nativa
Curta distância
Galeocharax knerii
Dentudo
Pacu-cd
Nativa
Nativa
Curta distância
Não
Piaractus mesopotanicus
Pacu
Nativa
Longa distância
1
Acestrorhynchus lacustris
Peixe-cachorro
Nativa
Curta distância
4
Acestrorhynchus pantaneiro
Peixe-cachorro
Nativa
Curta distância
Hoplias malabaricus
Lobó
Nativa
Não
Loricariidae
Hypostomus regani
Cascudo
Nativa
Não
1
1
Bananinha
Lambari
Erythrinidae
P14
10
Astyanax altiparanae
Metynnislippin cotianus
Acestrorhynchidae
Piau
P2
1
1
4
4
1
1
1
9
1
2
1
2
2
33
Julho de 2013 (Inverno)
Ordem
Família
Espécie
Nome comum
Categoria
Comportamento migrador
P1
P2
P3
P4
P8
P9
P10
P11
P12
P13
P14
Riqueza das espécies
4
3
4
4
5
7
Índice de Diversidade
0.57
0.26
0.42
0.50
0.64
0.66
0
Índice de Equitabilidade
0.96
0.54
0.71
0.83
0.92
0.79
-1
Número de indivíduos
5
16
15
7
8
19
4
Tabela 12 -
1
Composição ictiofaunística nos pontos de amostragens (Agosto de 2013).
Agosto de 2013 (inverno)
Ordem
Família
Espécie
Nome comum
Categoria
Comportamento migrador
Prochilodus lineatus
Curimba
Nativa
Longa distância
Leporellus vittatus
Solteira
Nativa
Não
Piau
Nativa
Curta distância
Piapara
Nativa
Longa distância
Piau
Nativa
Curta distância
Flamenguinho
Nativa
Não
Bananinha
Lambari
Nativa
Curta distância
Nativa
Curta distância
Dentudo
Pacu-peva
Nativa
Myloplus tiete
Nativa
Curta distância
Não
Salminus hilarii
Tabarana
Nativa
Longa distância
Peixe-cachorro
Nativa
Curta distância
P1
Prochilodontidae
Leporinus amblyrhynchus
Anostomidae
Leporinus elongatus
Leporinus frederici
Leporinus octofasciatus
CHARACIFORMES
Hemiodontidae
Hemiodus orthonops
Astyanax altiparanae
Galeocharax knerii
Characidae
Acestrorhynchidae
Erythrinidae
SILURIFORMES
Loricariidae
Acestrorhynchus lacustris
Hoplias malabaricus
Lobó
Nativa
Não
Hypostomus cocliodon
Cascudo
Nativa
Não
Hypostomus regani
Cascudo
Nativa
Não
P2
P3
1
4
P4
P8
P9
P10
4
P11
P12
1
1
P13
P14
1
2
1
1
2
1
1
1
1
2
1
17
1
1
6
1
1
1
1
1
3
1
9
2
1
1
2
Riqueza das espécies
1
2
7
5
3
2
4
5
3
Índice de Diversidade
0
0.30
0.54
0.61
0.26
0.30
0.60
0.67
0.36
Índice de Equitabilidade
-1
1
0.64
0.88
0.54
1
1
0.96
0.77
Número de indivíduos
1
2
27
10
11
4
4
6
9
34
Tabela 13 -
Composição ictiofaunística nos pontos de amostragens (Setembro de 2013).
Setembro de 2013 (Primavera)
Ordem
Família
Espécie
Nome comum
Categoria
Comportamento migrador
P1
Prochilodontidae
Anostomidae
Hemiodontidae
Prochilodus lineatus
Curimba
Nativa
Longa distância
Leporinus elongatus
Piapara
Nativa
Longa distância
Piau
Nativa
Curta distância
Bananinha
Lambari
Nativa
Curta distância
Nativa
Curta distância
Pacu-cd
Nativa
Não
Pacu
Nativa
Longa distância
Salminus brasiliensis
Dourado
Nativa
Longa distância
Serrasalmus maculatus
Piranha
Nativa
Não
Peixe-cachorro
Nativa
Curta distância
Lobó
Nativa
Não
Leporinus frederici
Hemiodus orthonops
Astyanax altiparanae
Metynnislippin cotianus
CHARACIFORMES
Piaractus mesopotanicus
Characidae
Acestrorhynchidae
Erythrinidae
Acestrorhynchus lacustris
Hoplias malabaricus
P2
P3
P4
P8
P9
2
7
1
P10
P11
P12
3
P14
4
P13
P14
2
4
2
1
1
1
2
1
1
1
1
7
1
Riqueza de Espécies
1
2
2
7
1
1
5
Índice de Diversidade
0
0.27
0.27
0.72
0
0
0.67
Índice de Equitabilidade
-1
0.911
0.911
0.86
-1
-1
0.96
Número de indivíduos
1
3
3
24
1
4
8
Tabela 14 -
P13
2
Composição ictiofaunística nos pontos de amostragens (Outubro de 2013).
Outubro de 2013 (Primavera)
Ordem
Família
Espécie
Nome comum
Categoria
Comportamento migrador
Cyphocharax modestus
Saguiru
Nativa
Curta distância
Prochilodus lineatus
Curimba
Nativa
Longa distância
Leporinus elongatus
Piapara
Nativa
Longa distância
Curta distância
P1
Curimatidae
Prochilodontidae
Leporinus lacustris
Anostomidae
CHARACIFORMES
Hemiodontidae
Characidae
P2
P3
P4
P10
P11
P12
3
1
3
Corró
Leporinus octofasciatus
Flamenguinho
Nativa
Não
1
Schizodon borelli
Schizodon nasutus
Hemiodus orthonops
Piau-bosteiro
Ximboré
Bananinha
Nativa
Nativa
Nativa
Curta distância
Curta distância
Curta distância
5
1
9
Astyanax altiparanae
Lambari
Nativa
Curta distância
Pacu-cd
Nativa
Não
Pacu-peva
Nativa
Não
Myloplus tiete
P9
1
Nativa
Metynnislippin cotianus
P8
1
1
1
2
13
1
2
1
2
1
35
Outubro de 2013 (Primavera)
Ordem
Família
Espécie
Nome comum
Categoria
Comportamento migrador
Serrasalmus maculatus
Piranha
Nativa
Não
Serrasalmus marginatus
Piranha
Nativa
Não
Peixe-cachorro
Nativa
Curta distância
3
Lobó
Nativa
Não
2
Cascudo
Nativa
Não
Hypostomus regani
Cascudo
Nativa
Não
1
Pimelodella gracilis
Mandi-chorão
Nativa
Não
1
Júndia
Nativa
Não
1
Jurupoca
Nativa
Longa distância
2
P1
Acestrorhynchidae
Erythrinidae
Acestrorhynchus lacustris
Hoplias malabaricus
Pterygoplichthys anisitsi
Loricariidae
SILURIFORMES
Heptapteridae
Pimelodidae
Rhamdia quelen
Hemisorubim platyrhynchus
P2
P3
P4
P8
1
P9
P10
P11
1
P12
P13
1
2
3
1
1
Riqueza de Espécies
1
10
6
7
4
2
2
Índice de Diversidade
0
0.83
0.56
0.79
0.57
0.24
0.27
Índice de Equitabilidade
-1
0.83
0.72
0.94
0.96
0.81
0.91
Número de indivíduos
1
25
22
10
5
4
3
P11
P12
P13
Tabela 15 -
P14
1
Composição ictiofaunística nos pontos de amostragens (Fevereiro de 2014).
Fevereiro de 2014 (Verão)
Ordem
Família
Espécie
Nome comum
Categoria
Comportamento migrador
Curimba
Nativa
Longa distância
Leporinus elongatus
Piapara
Nativa
Longa distância
Schizodon borelli
Astyanax altiparanae
Piau-bosteiro
Lambari
Nativa
Nativa
Curta distância
Curta distância
Galeocharax knerii
Dentudo
Nativa
Curta distância
Metynnislippin cotianus
Pacu-cd
Nativa
Não
Pacu-peva
Nativa
Não
Serrasalmus marginatus
Piranha
Nativa
Não
Acestrorhynchus lacustris
Peixe-cachorro
Nativa
Curta distância
Lobó
Nativa
Não
2
Hypostomus cocliodon
Cascudo
Nativa
Não
1
Hypostomus regani
Cascudo
Nativa
Não
1
P1
Prochilodontidae
Anostomidae
CHARACIFORMES
Characidae
Prochilodus lineatus
Myloplus tiete
Acestrorhynchidae
Erythrinidae
SILURIFORMES
Loricariidae
Hoplias malabaricus
2
P2
P3
1
P4
2
P8
P9
P10
3
2
3
1
1
3
1
1
P14
1
1
1
3
1
4
1
4
1
2
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
36
Fevereiro de 2014 (Verão)
Ordem
Família
Espécie
Nome comum
Categoria
Comportamento migrador
Jurupoca
Nativa
Longa distância
1
Armado
Nativa
Não
1
P1
Pimelodidae
Pimelodus heraldoi
Doradidae
Rhinodoras dorbingnyi
P2
P3
P4
P8
P9
P10
P11
P12
P13
P14
1
Riqueza de Espécies
1
5
5
9
5
2
3
4
3
Índice de Diversidade
0
0.64
0.61
0.89
0.61
0.24
0.41
0.60
0.47
Índice de Equitabilidade
-1
0.92
0.88
0.94
0.81
0.84
0.86
1.00
1.00
Número de indivíduos
2
8
9
11
9
4
5
4
3
P11
P12
Tabela 16 -
Composição ictiofaunística nos pontos de amostragens (Maio de 2014).
Maio de 2014 (Outono)
Ordem
Família
Nome comum
Categoria
Comportamento migrador
Prochilodus lineatus
Curimba
Nativa
Longa distância
Leporinus elongatus
Piapara
Nativa
Longa distância
Piau
Corró
Piau
Flamenguinho
Piau-bosteiro
Bananinha
Lambari
Nativa
Nativa
Nativa
Nativa
Nativa
Nativa
Nativa
Curta distância
Curta distância
Longa distância
Não
Curta distância
Curta distância
Curta distância
Hemigrammus marginatus
Lambari
Nativa
Curta distância
Metynnislippin cotianus
Pacu-cd
Nativa
Não
Myloplus tiete
Pacu-peva
Nativa
Não
Salminus hilarii
Tabarana
Nativa
Longa distância
Serrapinus notomelas
Lambari
Nativa
Não
2
Serrasalmus maculatus
Piranha
Nativa
Não
2
Serrasalmus marginatus
Piranha
Nativa
Não
Acestrorhynchidae
Acestrorhynchus lacustris
Peixe-cachorro
Nativa
Curta distância
Erythrinidae
Hoplias malabaricus
Lobó
Nativa
Não
Doradidae
Pterodoras granulosus
Armado
Nativa
Longa distância
Prochilodontidae
Anostomidae
Hemiodontidae
CHARACIFORMES
Characidae
SILURIFORMES
Espécie
Leporinus frederici
Leporinus lacustris
Leporinus obtusidens
Leporinus octofasciatus
Schizodon borelli
Hemiodus orthonops
Astyanax altiparanae
P1
P2
2
1
P3
P4
P8
P9
8
P10
3
4
6
1
P13
P14
1
1
5
1
1
1
4
11
2
1
5
1
3
2
1
1
1
1
3
1
1
12
1
7
1
37
Maio de 2014 (Outono)
Ordem
Família
Espécie
Nome comum
Categoria
Comportamento migrador
Tucunaré
Exótica
Não
2
Cará
Nativa
Não
2
Crenicichla britskii
Joaninha
Nativa
Não
Crenicichla haroldoi
Joaninha
Nativa
Não
Laetacara sp.
Carazinho
Nativa
Não
P1
Cichla kelberi
Cichlasoma paranaense
PERCIFORMES
Cichlidae
P2
P3
P4
P8
P9
P10
P11
P12
P13
P14
1
1
10
2
Riqueza de Espécies
3
5
3
14
6
1
5
3
Índice de Diversidade
0.43
0.48
0.36
0.99
0.71
0
0.60
0.29
Índice de Equitabilidade
0.92
0.69
0.75
0.86
0.91
-1
0.86
0.62
Número de indivíduos
6
18
16
47
10
2
8
9
38
4.1. Abundância absoluta
Em relação à abundância de indivíduos, as ordens mais abundantes foram
os Characiformes (1568 indivíduos), seguida dos Siluriformes (164indivíduos), dos
Perciformes (27 indivíduos) e Gymnotiformes (5 indivíduos) e Synbrachiformes com
um indivíduo.
As famílias de Characiformes mais representativas em número de espécies
foram Characidae (15 spp.), Anostomidae (9 spp.), Erythrinidae (3 spp.),
Acestrorhynchidae (2 spp.),demais famílias apresentaram uma espécie. Entre os
Siluriformes, se destacaram as famílias Loricariidae (8 spp.), Pimelodidae, (5 spp.),
Auchenipteridae (3 spp.), Heptapteridae e Doradidae, ambas com duas espécies,
demais famílias apresentaram uma espécie. Os Gymnotiformes foram representados
por três famílias, Sternopygidae com duas espécies, eGymnotidae e Apteronotidae
com uma espécie. Os Perciformes somente foram representados pela família
Cichlidae (6 spp.);e os Synbrachiformes pela família Synbrachidae (1 sp.) (Gráfico
01; Tabelas 3 a16).
As famílias de Characiformes mais abundantes em número de indivíduos
foram
Characidae
(31.8%,
499
ind.),
Anostomidae
(28.8%,
453
ind.),
Acestrorhynchidae (13.7%, 228 ind.), Prochilodontidae (8.5%, 141 ind.), Erythrinidae
(8.1%, 128 ind.),Hemiodontidae (6.8%, 107 ind.) e Curimatidae (0.7%, 11 ind.). Entre
os Siluriformes, se destacaram as famílias Loricariidae (54.8%, 90 ind.),
Auchenipteridae (13.4%, 22 ind.), Pimelodidae (13.4%, 22 ind.), Doradidae (12.8%,
21 ind.) demais famílias apresentaram menos de 27 indivíduos. Dentre os
Perciformes a família Cichlidae apresentou nove indivíduos (100%) e dentre os
Gymnotiformes a família Sternopygidae apresentou três indivíduos (60%),
Gymnotidae
um
(20%)
e
Apteronotidae,
também, um
(20%). Dentre
os
Synbrachiformes a família Synbrachidae apresentou apenas um indivíduo (100%).
4.2. Riqueza das espécies
Considerando às 11 UA (unidades amostrais), a riqueza média foi de 3.1
espécies e a amplitude de variação deste valor oscilou entre 0 (zero) (Pontos 8 e 9 –
Primavera de 2012;Ponto 9 – verão de 12; Pontos 2 e 4– Verão de 2013; Pontos 1,4,
12, 13 e 14 – Outono de 2013; Pontos 1, 2, 4, 11, 13 e 14 – Inverno de 2013; Pontos
39
1, 2, 3, 4, 10, 11, 13e 14 – Primavera 2013; Pontos 2 e 13 – Verão de 2014; Pontos
3 e 4 – Outono de 2014) e 17 espécies (Ponto 3 – Outono de 2013) (Gráfico 02).
Tabela 17 Valores médios, mínimos, máximos e variação de riqueza de espécies de peixes
capturadas na área de influência da UHE São Domingos, MS. Valores extremos estão em
negrito na tabela.
Local
Média Mínimo Máximo Variação
0
Ponto 1
3.2
15
15
0
Ponto 2
3.6
14
14
0
17
Ponto 3
7.0
17
0
Ponto 4
2.5
10
10
0
Ponto 8
4.2
9
9
0
Ponto 9
5.5
14
14
0
Ponto 10
3.7
9
9
0
Ponto 11
4.5
13
13
0
Ponto 12
3.2
7
7
0
Ponto 13
3.7
12
12
0
Ponto 14
2.3
9
9
18
Número de espécies
Primavera - 2012
16
Verão - 2012
14
Verão - 2013
Verão - 2013
12
Outono -2013
10
Outono -2013
Outono -2013
8
Inverno - 2013
6
Inverno - 2013
Inverno - 2013
4
Primavera - 2013
2
Primavera - 2013
0
P1
P2
P3
P4
P8 P9 P10 P11 P12 P13 P14
Unidades anostrais
Verão - 2014
Outono -2014
Gráfico 2– Riqueza das espécies de peixes registradas na área de influência da UHE São
Domingos, MS.
40
4.3. Índice de Diversidade
O índice de diversidade médio foi de 0.40 e a amplitude de variação deste
valor oscilou entre 0 (zero) (Pontos 8 e 9 – Primavera de 2012; Ponto 9 – verão de
2012; Pontos 2 e 4 – Verão de 2013; Pontos 1, 4, 12, 13 e 14 – Outono de 2013;
Pontos 1, 2, 4, 11, 13 e 14 – Inverno de 2013; Pontos 1, 2, 3, 4, 10, 11, 13 e 14 –
Primavera 2013; Pontos 2 e 14; Verão de 2014; Pontos 3, 4 e 12 – Outono de 2014)
e 0.98 (Ponto 13 - Primavera de 2012 e Ponto 9 – Outono de 2014) (Tabela 18 –
Gráfico 3).
Tabela 18 Valores médios, mínimos, máximos e variação do índice de diversidade de
Shannon - Wiever das unidades amostrais na área de influência da UHE São Domingos, MS.
Valores extremos estão em negrito na tabela
Local
Média Mínimo Máximo Variação
0
Ponto 1
0.31
0.88
0.88
0
Ponto 2
0.36
0.82
0.82
0
Ponto 3
0.56
0.96
0.96
0
Ponto 4
0.28
0.83
0.83
0
Ponto 8
0.43
0.89
0.89
0
0.98
Ponto 9
0.55
0.98
0
Ponto 10 0.40
0.91
0.91
0
Ponto 11 0.48
0.89
0.89
0
Ponto 12 0.38
0.72
0.67
0
0.98
Ponto 13 0.40
0.98
Ponto 14 0.24
0
0.69
0.69
1
ìndice de diversidade
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
P1
P2
P3
P4
P8
P9 P10 P11 P12 P13 P14
Unidades amostrais
Primavera - 2012
Verão - 2012
Verão - 2013
Verão - 2013
Outono -2013
Outono -2013
Outono - 2013
Inverno - 2013
Inverno - 2013
Inverno - 2013
Primavera - 2013
Primavera - 2013
Verão - 2014
Outono - 2014
Gráfico 3– Índice de diversidade de Shannon - Wiener das unidades amostrais na área de
influência da UHE São Domingos, MS.
41
4.4 . Índice de Equitabilidade
O valor do índice de equitabilidade médio foi de 0.45e a amplitude de
variação deste valor oscilou entre -1(Pontos 8 e 9 – Primavera de 2012; Ponto 9 –
verão de 12; Pontos 2 e 4 – Verão de 2013; Pontos 1, 4, 12, 13 e 14 – Outono de
2013; Pontos 1, 2, 4, 11, 13 e 14 – Inverno de 2013; Pontos 1, 2, 3, 4, 10, 11, 13 e
14 – Primavera 2013; Pontos 2 e 14 - Verão de 2014; Ponto 12 – Outono de 2014) e
1.00 (Ponto 1 – Verão de 2013; Ponto 11; Ponto 12 - Verão de 2012; Pontos 2 e 12
– Outono 2013; Pontos 1 e 14 – Inverno de 2013; Pontos 1, 2, 10 e 11; Pontos 12 e
14 – Verão de 2014) (Tabela 19; Gráfico 4).
Tabela 19 Valores médios, mínimos, máximos e variação do índice de equitabilidade das
unidades amostrais na área de influência da UHE São Domingos, MS. Valores extremos estão
em negrito na tabela
Local
Média Mínimo Máximo Variação
-1
1.00
Ponto 1
0.53
0
-1
Ponto 2
0.54
0.97
0.03
Ponto 3
0.54
0
0.92
0.92
-1
Ponto 4
0.48
0.96
- 0.04
-1
Ponto 8
0.64
0.94
-0.06
Ponto 9
0.72
0
0.94
0.94
Ponto 10 0.55
0
0.95
0.95
-1
1
Ponto 11 0.75
2.00
-1
1
Ponto 12 0.59
2.00
Ponto 13 0.61
0
0.97
0.97
-1
1
Ponto 14 0.35
2.00
42
1
Primavera - 2012
0,9
Verão - 2012
ìndice de equitabilidade
0,8
Verão - 2013
0,7
Verão - 2013
Outono -2013
0,6
Outono -2013
0,5
Outono - 2013
0,4
Inverno - 2013
0,3
Inverno - 2013
Inverno - 2013
0,2
Primavera - 2013
0,1
Primavera - 2013
Verão - 2014
0
P1
P2
P3
P4
P8
P9
P10 P11 P12 P13 P14
Outono - 2014
Unidades amostrais
Gráfico 4- índice de equitabilidade das unidades amostrais na área de influência da UHE São
Domingos, MS.
4.5 . Capturas por equipamento de coleta
A rede de espera e o picaré foram os apetrechos de captura usados para a
captura da comunidade de peixes na área de influência da UHE São Domingos. A
rede de espera foi responsável por 97.5% dos indivíduos (1722 indivíduos) e 90.6%
das espécies coletadas (58spp.). Em contraste, o picaré apresentou baixos índices
de captura, tanto no número de indivíduos como no número de espécies (Gráfico 5).
43
1800
1600
1400
1200
Espécies
1000
Indivíduos
800
600
400
200
0
Rede
Picaré
Gráfico5– Número de espécies e de indivíduos por aparelho de pesca na área de influência da
UHE São Domingos, MS.
4.6. Capturas por Equipamento de Coleta
Até o momento as redes de espera de malha simples foram mais eficientes
do que as feiticeiras (tresmalhos) na captura dos peixes, tanto em número de
espécies como de indivíduos (Gráfico 6).
1200
1000
800
Espécies
600
Indivíduos
400
200
0
Feiticeira
Simples
Gráfico 6- Número de espécies e de indivíduos capturados pelo tipo de rede na área de
influência da UHE São Domingos, MS.
44
4.7. Captura por malha
As redes de espera de malha simples 3, 4, 5e 2.4 foram as mais eficientes
na captura dos peixes (indivíduos). Na captura de táxons, as redes de malha simples
4, 3, 5 e 2.4 foram as mais eficientes (Gráfico 7). As redes do tipo tresmalhos
(feiticeiras) mais eficientes na captura de indivíduos foram as de malha 6, 7e 8,
respectivamente. Na captura de táxons foram as feiticeiras de malha 6, 8 e 7(Gráfico
8).
331
350
300
250
187
200
150
145
140
Espécie
Indivíduos
80
100
65
51
50
19
27
31
23
18
17
14
48
23
10
18
9 16
5 10
22
12
0
Gráfico 7- Número de espécies e de indivíduos capturados por malha de rede simples de pesca
na área de influência da UHE São Domingos, MS.
300
253
250
207
200
141
150
Espécie
Indivíduos
100
50
30
22
24
0
Malha 6
Malha 7
Malha 8
Gráfico 8 - Número de espécies e de indivíduos capturados por rede de pesca do tipo
tresmalhos na área de influência da UHE São Domingos, MS.
45
4.8 . Composição em função do porte de tamanho
A área em estudo foi composta por uma comunidade de peixes bem
equilibrada em relação ao porte. As espécies de pequeno porte (≤25 cm) e médio
porte (26≤50) obtiveram o mesmo número de espécie (24 spp.), seguidas das
espécies de grande porte (51≤) (16 spp.), conforme demonstra o Gráfico 9 e a tabela
Número
19).
800
700
600
500
400
300
200
100
0
Espécies
Indivíduos
Pequeno
Médio
Grande
Porte de tamanho
Gráfico 9 - Número de espécies e de indivíduos da ictiofauna por porte de tamanho capturados
na área de influência da UHE São Domingos, MS.
A presença de indivíduos jovens e adultos de algumas espécies sugere que
as diferentes fases de desenvolvimento estão presentes, possibilitando assim a
continuidade das espécies na área de influência da UHE São Domingos. Foram
coletados, por exemplo, indivíduos jovens de S. brasiliensis, P. lineatus, A.
altiparanae e Leporinus spp.
Tabela 19 - Variação do comprimento total (cm), porte, habitat e hábito alimentar das espécies
coletadas no rio Verde e s afluentes, na área de influência da UHE São Domingos.
Espécies
Acestrorhynchus lacustres
Acestrorhynchus pantaneiro
Variação do
comprimento
14,0-29,0
18,5-25,0
Porte
Habitat
Hábito alimentar
Médio
Médio
Todos
Todos
Piscívoro
Piscívoro
Apteronotus sp.
Astyanax altiparanae
23,0
6,0-18,0
Pequeno Rios e Lagos
Pequeno
Todos
Insetívora aquática
Insetívora terrestre
Astyanax cf.fasciatus
Astyanax sp.
8,0-16,0
9,0-10,0
Pequeno
Pequeno
Todos
Todos
Insetívora terrestre
Insetívora terrestre
Auchenipterus osteomystax
Australoheros sp.
21,0-25,0
6,0-11,0
Médio
Pequeno
Rios
Rios e lagos
Insetívora aquática
Insetívora aquática
45,0
Grande
Rios
Onívora
Bryconorby gnianus
46
Espécies
Variação do
comprimento
34,0
Porte
Habitat
Grande
Rios e lagos
Piscívora
Cichlasoma paranaense
Crenicichla britskii
8,0-11,5
7,0
Pequeno
Pequeno
Rios e lagos
Rios e lagos
Insetívora aquática
Insetívora aquática
Crenicichla haroldoi
Cyphocharax modestus
4.5
11,5-15,0
Pequeno
Pequeno
Rios e lagos
Rios e lagos
Insetívora aquática
Iliófaga
Eigenmannia trilineata
Galeocharaxknerii
14,0-19,0
11,0-26,0
Pequeno
Todos
Médio
Rios e Lagos
Insetívora aquática
Piscívora
24,0
3,0-3,5
Médio
Rios e Lagos
Pequeno
Todos
Insetívora aquática
Insetívora terrestre
Cichla kelberi
Gymnotus paraguensis
Hemigrammus marginatus
Hábito alimentar
Hemiodus orthonops
Hemisorubim platyrhynchos
24,0-32,0
31,0-38,0
Hoplerythrinus unitaeniatus
Hoplias intermedius
17,0
32,0
Hoplias malabaricus
Hypostomus albopunctatus
16,0-48
19,0-25,0
Grande
Médio
Todos
Rios
Piscívora
Detritívora
Hypostomus ancistroides
Hypostomus cf.strigaticeps
11,5
25,0
Médio
Médio
Rios
Rios
Detritívora
Detritívora
Hypostomus ternetzi
Hypostomus cochliodon
24,0
22,5-27,0
Médio
Médio
Rios
Rios
Detritívora
Detritívora
Hypostomus regani
Hypostomus sp.
10,0-26,0
7,5-16,0
Médio
Médio
Rios
Rios
Detritívora
Detritívora
Laetacara sp.
Leporellus vittatus
1,0-4,5
15,0-17,0
Pequeno Rios e Lagos
Médio
Rios
Leporinus amblyrhynchus
Leporinus elongatus
16,5
7,0-41,0
Pequeno
Grande
Rios
Rios
Onívora
Onívora
Leporinus frederici
Leporinus obtusidens
16,0-38,0
10,0-51,0
Grande
Grande
Rios
Rios
Onívora
Onívora
Leporinus octofasciatus
Leporinus lacustris
11,5-26,0
11,5-14,0
Médio
Pequeno
Rios
Rios
Onívora
Onívora
Metynnislippin cottianus
Myloplus sp.
11,5
7,0-14,0
Pequeno Rios e Lagos
Pequeno Rios e Lagos
Herbívora
Herbívora
Myloplus tiete
Parauchenipterus galeatus
10,0-20,5
12,0-18,0
Médio
Rios e Lagos
Pequeno Rios e Lagos
Herbívora
Onívora
24,0-30
14,0
Grande Rios e Lagos
Pequeno
Rios
Herbívora
Insetívora aquática
Piaractus mesopotanicus
Pimelodella gracilis
Médio
Grande
Rios
Rios
Pequeno Rios e Lagos
Médio
Rios e Lagos
Onívora
Piscívora
Piscívora
Piscívora
Insetívora aquática
Insetívora aquática
Pimelodus heraldoi
Pimelodus maculatus
12,0-25,0
29,0-38,0
Pequeno
Médio
Rios
Rios
Insetívora aquática
Insetívora aquática
Pimelodus ornatos
Prochilodus lineatus
30,0
13,5-60,0
Médio
Grande
Rios
Rios
Insetívora aquática
Iliófaga
Pseudopimelodus mangurus
Pseudoplatystoma corruncans
12,5
48,0-94,0
Pequeno
Grande
Rios
Rios
Insetívora aquática
Piscívora
Pterodotas granulosus
Pterygoplichthys anisitsi
55,0-62,0
44,0
Grande
Grande
Rios
Rios
Onívora
Detritívora
Rhamdia quelen
Rhinodoras dorbignyi
18,0-51,0
9.5-16
Salminus brasiliensis
Salminus hilarii
18,0-55,0
26,0-33,0
Grande
Todos
Pequeno Rios e Lagos
Grande
Grande
Rios
Rios
Insetívora aquática
Onívora
Piscívora
Piscívora
47
Espécies
Variação do
comprimento
2,0-2,5
Porte
Habitat
Hábito alimentar
Pequeno
Rios e lagos
Insetívora terrestre
Schizodon borelli
Schizodon nasutus
27,0-41,0
26,0-31,0
Grande
Médio
Rios
Rios
Herbívora
Herbívora
Serrasalmus maculatus
Serrasalmus marginatus
13,0-23,0
19,0-23,0
Médio
Médio
Rios e Lagos
Rios e Lagos
25,0
25,0
Médio
Médio
Rios e Lagos
Todos
Piscívora
Piscívora
Insetívora aquática
Insetívora aquática
Serrapinus notomelas
Sternopygus macrurus
Synbranchus marmoratus
Trachelyopterus sp.
10,5-17,0
Pequeno Rios e Lagos
Onívora
4.9 .Índice de repleção estomacal
Os estudos referentes ao hábito alimentar de peixes, é de extrema
importância, principalmente para a conservação em ambiente natural. A questão
fundamental diz respeito á flexibilidade observada à dieta de muitas espécies.
Devido principalmente a este fato, o estudo dos itens alimentares encontrados no
conteúdo estomacal de diferentes espécies da ictiofauna tem se tornado frequente e
de fundamental importância para conservação de diferentes espécies.
De acordo com diversos autores, os peixes podem ocupar vários níveis
tróficos dentro de um ecossistema, entretanto, a classificação dos mesmos em
categorias tróficas definidas tem sido dificultada em função da enorme variedade de
espécies conhecidas, além do amplo espectro de itens alimentares ingeridos pelas
mesmas.
As espécies com estômagos retirados em condições para análise da dieta
(grau de repleção acima de um) durante as catorze campanhas foram:
Acestrorhynchus lacustres, Acestrorhynchus pantaneiro, Astyanax altiparanae,
Astyanax cf. fasciatus, Bryconorby gnianus,Cyphocharax modestus, Hemiodus
orthonops, Hemisorubim platyrhynchos, Hoplias malabaricus, Hypostomus regani,
Leporinus elongatus, Leporinus frederici, Leporinus obtusidens, Myloplus tiete,
Piaractus mesopotanicus, Pimelodus heraldoi, Prochilodus lineatus, Rhamdia
quelen,
Salminus
brasiliensis,Saminus
hilarii,Schizodon
borelli,Serrasalmus
maculatuse, Tracheluopterus sp.
48
Tabela 20- Ocupação do conteúdo estomacal ao volume total do estômago (Grau de
repleção): 0=vazio; 1=parcialmente vazio; 2= quase cheio; 3=cheio.
Espécie
Novembro de 2012
0
1
Acestrorhynchus lacustris
18
2
Astyanax altiparanae
15
7
5
3
2
Astyanax cf. fasciatus
2
Dezembro de 2012
3
0
1
2
3
2
Janeiro de 2013
0
1
12
2
1
7
2
1
Cyphocharax modestus
4
Galeocharax knerii
1
Hoplias malabaricus
6
3
Hemiodus orthonops
2
1
Leporinus elongatus
6
2
1
Leporinus frederici
5
1
1
Leporinus obtusidens
9
1
1
1
1
3
Hypostomus regani
5
3
2
5
2
1
3
2
3
1
1
Myloplus tiete
1
Piaractus mesopotanicus
1
Pimelodus heraldoi
Prochilodus lineatus
3
1
1
1
1
1
Salminus brasiliensis
Schizodon borelli
1
1
2
1
2
1
3
5
Trachelyopterus sp.
3
É importante ressaltar que as espécies predadoras (piscívoras) quando
coletadas, na maioria das vezes, estão com os estômagos vazios, salvo algumas
exceções. As espécies pertencentes a este grupo funcional ou guilda trófica
costumam regurgitar o alimento em situação de perigo.
Analisando-se o conteúdo estomacal dos indivíduos capturados, foram
obtidos os resultados apresentados nas tabelas 21a 24.
Tabela 21 - Ocupação do conteúdo estomacal ao volume total do estômago (Grau de
repleção): 0=vazio; 1=parcialmente vazio; 2= quase cheio; 3=cheio.
Espécie
Acestrorhynchus lacustris
Fevereiro de 2013
0
1
2
13
4
1
3
Março de 2013
0
1
2
3
22
0
1
9
Astyanax altiparanae
5
16
6
3
Astyanax cf. fasciatus
1
5
1
1
Hemiodus orthonops
1
Hemisorubim platyrhynchos
1
8
3
3
1
4
1
1
10
2
4
2
10
Acestrorhynchus pantaneiro
Hoplias malabaricus
Abril de 2013
3
4
1
10
1
1
6
49
Espécie
Fevereiro de 2013
0
Hypostomus regani
1
2
2
2
3
Março de 2013
Abril de 2013
0
1
0
1
1
3
3
2
3
Leporinus elongatus
5
1
7
Leporinus frederici
2
6
1
1
Leporinus obtusidens
2
2
3
1
1
1
1
Pimelodus maculatus
Prochilodus lineatus
3
2
1
1
11
Salminus brasiliensis
3
1
16
1
Schizodon borelli
6
1
1
2
Serrasalmus marginatus
1
Tabela 22 - Ocupação do conteúdo estomacal ao volume total do estômago (Grau de
repleção): 0=vazio; 1=parcialmente vazio; 2= quase cheio; 3=cheio.
Maio de 2013
Espécie
0
1
Acestrorhynchus lacustris
33
Acestrorhynchus pantaneiro
4
2
3
Junho de 2013
Julho de 2013
0
0
1
1
3
Hoplias malabaricus
9
3
1
1
6
2
2
2
1
3
3
Myloplus tiete
5
4
1
3
9
3
1
Leporinus frederici
3
2
11
4
1
Leporinus elongatus
2
1
6
1
Hypostomus regani
1
11
12
4
3
9
Astyanax altiparanae
Hemiodus orthonops
2
1
2
11
Prochilodus lineatus
1
Salminus brasiliensis
6
1
1
5
10
1
1
Tabela 23 - Ocupação do conteúdo estomacal ao volume total do estômago (Grau de
repleção): 0=vazio; 1=parcialmente vazio; 2= quase cheio; 3=cheio.
Espécie
Acestrorhynchus lacustris
Agosto de 2013
Setembro de 2013
Outubro de 2013
0
0
0
Astyanax altiparanae
Hemiodus orthonops
1
2
3
5
3
1
1
2
3
1
14
1
8
2
7
1
2
Leporinus frederici
Myloplus tiete
Piaractus mesopotanicus
1
8
1
1
5
1
1
3
1
1
Hypostomus regani
Leporinus elongatus
2
3
Hemisorubim platyrhynchos
Hoplias malabaricus
1
4
1
2
1
1
2
1
2
2
1
1
3
1
2
1
2
1
1
50
Espécie
Agosto de 2013
Setembro de 2013
Outubro de 2013
0
0
3
0
11
1
1
2
Prochilodus lineatus
3
1
2
11
1
2
3
2
1
Rhamdia quelen
2
Salminus brasiliensis
1
Salminus hilarii
2
Serrasalmus maculatus
1
1
3
Schizodon borelli
1
Tabela 24 - Ocupação do conteúdo estomacal ao volume total do estômago (Grau de
repleção): 0=vazio; 1=parcialmente vazio; 2= quase cheio; 3=cheio.
Fevereiro de 2014
Espécie
Acestrorhynchus lacustris
0
1
7
1
Astyanax altiparanae
2
Maio de 2014
3
0
1
1
2
4
7
3
1
11
5
2
1
4
2
1
1
3
4
6
2
Hemiodus orthonops
Hoplias malabaricus
6
Hypostomus regani
Leporinus elongatus
3
2
5
2
Myloplus tiete
1
2
Prochilodus lineatus
1
7
1
Salminus hilarii
2
Schizodon borelli
Serrasalmusmaculatus
3
1
1
1
1
Conforme observado nas tabelas anteriores, verificou-se, para a maioria das
espécies, o predomínio de indivíduos com estômagos vazios (0), correspondendo a
70% (1acamp.), 35% (2acamp.), 54% (3acamp.), 50% (4acamp.), 59% (5acamp.), 54%
(6acamp.), 52% (7acamp.), 43% (8acamp.), 27% (9acamp.),42% (12acamp.) e32.5%
(13acamp.) e 27.7% (14acamp.).
Na campanha de maio de 2014 ocorreu uma maior frequência de estômagos
quase cheios (63.6%), representado pelas espécies de hábito alimentar insetívoro
terrestre, piscívoro, onívoro e iliófago; seguido de estômagos cheios(45.4%),
representado pelas espécies de hábito alimentar piscívoro, onívoro e iliófago.
51
4.10 . Categoria trófica
A comunidade de peixes da área de influência da UHE São Domingos foi
composta principalmente de espécies insetívoras aquáticas (18 spp.), piscívoras (13
spp.), onívoras (12 spp.), detritívoras (8 spp.), herbívoras (6 spp.), insetívoras
terrestres (5 spp.) e iliófagas (2 spp.). Contudo, a abundância absoluta foi composta
principalmente por onívoros (531 indivíduos), piscívoros (452 indivíduos), insetívoros
terrestres (357indivíduos), iliófagos (153 indivíduos), herbívoros (129 indivíduos),
detritívoros (90 indivíduos) e insetívoras aquáticas (54 indivíduos) (Gráfico 10).
600
400
200
Espécies
Indivíduos
0
Categoria trófica
Gráfico 10 - Número de espécies e de indivíduos da ictiofauna por categoria trófica (Maio de
2014).
Até o momento, no geral, não ocorreram mudanças “drásticas” na estrutura
trófica da comunidade de peixes existente na área de influência da UHE São
Domingos (Gráficos 11, 12, 13, 14 e 15), contudo, houve um acréscimo no número
de indivíduos de certas espécies piscívoras na última campanha (expl.. Hoplias
malabaricus – Lobó) a montante do barramento, o que já era esperado com a
formação de um ambiente lêntico (reservatório) (Gráfico 16).
52
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
173
Fev.13 - Abr.13
157
173
116
50
43
5
Número
Número
Nov.12 - Jan.13
19
5
2
25
11
10
3
11
160
140
120
100
80
60
40
20
0
137
107
46
36
21
5
5
47
1
11
9
2
Gráficos11-12 - Número de espécies e de indivíduos da ictiofauna por categoria trófica.
Mai.13 - Jul.13
Ago.13 - Out.13
100
100
100
81
52
60
39
40
20
0
84
80
Número
Número
80
16
15
2
3
2
11
2
4
9
60
48
40
20
27
37
5
12
2
33
1
7
6
8
0
Gráfico 13-14 - Número de espécies e de indivíduos da ictiofauna por categoria trófica.
53
Número
Fev.14 - Mai.14
60
50
40
30
20
10
0
52
37
22
19
2 4
3
1
18
17
5
3
8
7
Gráfico 15 - Número de espécies e de indivíduos da ictiofauna por categoria trófica.
Hoplias malabaricus
25
Número
20
15
10
5
0
Gráfico 16 - Número de indivíduos de Hoplias malabaricus coletados dentro reservatório.
4.11 .Capturas por Unidade de Esforço (CPUE)
As Capturas por Unidade de Esforço (CPUE) nos pontos amostrais foram
avaliadas com base em uma arte de pesca (redes de espera), onde tiveram
padronização do esforço amostral e foram aplicadas em todos os pontos de captura,
permitindo comparações espaço temporais. Os resultados das capturas com rede de
espera são expressos com base no número de indivíduos (CPUEn, ind./1000m 2/24h)
e na biomassa (CPUEb, g/1000m2/24h).
54
A densidade de indivíduos apresentou variação, demonstrando maior
abundância nos pontos amostrais 1 e 2 na estação de primavera de 2012, e no
ponto 3 na estação de outono de 2013. A menor abundância ocorreu nos pontos4e
14 no verão de 2013, ponto 1 no inverno de 2013, pontos 2 e 10 na primavera de
2013 e ponto 1 na primavera de 2013, todos com um exemplar. Com exceção dos
pontos1 e 11, ocorreram valores nulos em todos os demais pontos, e em diferentes
estações do ano (Gráfico 17; Tabelas 3 a 16).
0,006
Primavera - 2012
CPUEn (Ind./1000m2/24h)
0,005
Verão - 2012
Verão - 2013
Verão - 2013
0,004
Outono -2013
Outono -2013
0,003
Outono -2013
Inverno - 2013
0,002
Inverno - 2013
Inverno - 2013
Primavera - 2013
0,001
Primavera - 2013
Verão - 2014
0
P1
P2
P3
P4
P8
P9
P10
P11
P12
P13
P14
Outono -2014
Ponto amostral
Gráfico 17 - Captura por Unidade de Esforço com base no número de indivíduo (CPUEn) por
ponto amostral.
O ponto 2, na primavera, foi o que apresentou o maior valor de biomassa
(0,91 = 21.868,00g). Valor explicado pela captura de um grande número de
indivíduos de Leporinus spp. O menor índice de biomassa foi constatado no ponto 8
no outono de 2014 (0,0016 = 39g) (Gráfico 18).
55
1,00
Primavera - 2012
0,90
Verão - 2012
CPUEb (g./1000m2/24h)
0,80
Verão - 2013
Verão - 2013
0,70
Verão -2013
0,60
Outono -2013
Outono -2013
0,50
Outubro - 2013
0,40
Inverno - 2013
Inverno - 2013
0,30
Inverno - 2013
0,20
Primavera - 2013
0,10
Primavera - 2013
Verão - 2014
P1
P2
P3
P4
P8
P9 P10 P11 P12 P13 P14
Outono - 2014
Ponto amostral
Gráfico 18- Captura por Unidade de Esforço com base na biomassa do indivíduo (CPUEb) por
ponto amostral.
4.12 .Proporção sexual
Ao todo foram sexados904indivíduos de 21 espécies. Deste total, 19
espécies tiveram representação dos dois sexos nas catorze campanhas e duas
espécies tiveram representação de apenas um dos sexos (Tabela 25).
Para analisar estatisticamente a proporção sexual foram consideradas
somente aquelas espécies com um tamanho amostral igual ou superior a 10
indivíduos sexados. Este ponto de corte foi arbitrado em função de que amostras
pequenas são mais suscetíveis aos efeitos do acaso (erro de amostragem), podendo
resultar em proporções amostrais irreais entre machos e fêmeas.
A análise estatística da proporção sexual (qui-quadrado com correção da
Yates) indicou que das 13 espécies avaliadas (n≥10), nenhuma apresentou a
proporção sexual 1:1, duas apresentaram predomínio de machos e duas de fêmeas,
56
e uma não apresentou um número suficiente de machos e fêmeas para calcular o
qui-quadrado (x2) (Tabela 25).
Tabela 25 - Número de machos e fêmeas das espécies coletadas na região do UHE São
Domingos durante a primavera e verão de 2012, verão, outono, inverno e primavera de 2013, e
verão e outono de 2014. M= machos, F= fêmeas, N = número total de indivíduos sexados .
a
a
a
a
a
a
1
2
3
4
5
6
camp camp camp
camp
camp
camp
Espécie
M F M F M
F M
F M F M
F
Acestrorhynchus lacustres
1
16 4 9
3
14 7
2
12 3 11 7
2
Acestrorhynchus pantaneiro
3
Astyanax altiparanae
8
19
4
Astyanax cf. fasciatus
2
4
5
Cyphocharax modestus
3
2
6
Galeocharax knerii
7
Hemiodus orthonops
1
8
Hemisorubim platyrhynchos
1
9
Hoplias malabaricus
4
6
10
Hypostomus regani
11
4
11
Leporinus elongatus
9
5
3
2
12
Leporinus frederici
3
5
2
1
13
Leporinus obtusidens
3
5
14
Myloplus tiete
1
15
Piaractus mesopotanicus
1
16
Pimelodus heraldoi
17
Prochilodus lineatus
18
4
4
8
5
11
10
6
4
15
4
3
3
2
2
2
3
2
2
3
11
1
6
2
1
1
2
1
3
1
6
2
2
3
2
2
2
5
4
4
5
1
3
2
4
2
4
1
8
4
2
4
4
6
5
4
1
2
3
3
2
1
4
1
1
1
Pseudoplastystoma corruncans
1
1
19
Salminus brasiliensis
1
2
3
20
Schizodon borelli
3
2
2
7
21
Trachelyopterus sp.
4
4
6
9
1
2
1
1
1
8
1
5
2
Tabela 25 - (continuação) - Número de machos e fêmeas das espécies coletadas na região do
UHE São Domingos durante a primavera e verão de 2012, verão, outono, inverno e primavera
de 2013, e verão e outono de 2014. M= machos, F= fêmeas, N = número total de indivíduos
sexados.
7a
8a
9a
10a
11a
12a
camp camp camp
camp camp camp
Espécie
M F M F M F M F M F M F
Acestrorhynchus lacustres
1
3 1
1 3 1
10 4 3
7 6
2
Acestrorhynchus pantaneiro
4
2
1
2
3
Astyanax altiparanae
15
5
6
1
4
Astyanax cf. fasciatus
5
Cyphocharax modestus
1
1
9
3
1
1
2
57
Espécie
7a
camp
M F
8a
camp
M F
9a
camp
M F
10a
camp
M F
11a
camp
M F
9
2
3
7
1
6
Galeocharax knerii
7
Hemiodus orthonops
8
Hemisorubim platyrhynchos
9
Hoplias malabaricus
10
Hypostomus regani
11
Leporinus elongatus
1
12
Leporinus frederici
4
13
Leporinus obtusidens
14
Myloplus tiete
15
Piaractus mesopotanicus
16
Pimelodus heraldoi
17
Prochilodus lineatus
18
Pseudoplastystoma corruncans
19
Salminus brasiliensis
20
Schizodon borelli
21
Trachelyopterus sp.
5
2
4
2
1
4
1
13
6
16
5
2
2
2
1
3
3
3
1
1
1
1
3
1
1
2
1
1
3
2
2
2
1
1
1
1
1
1
3
4
1
1
4
7
12a
camp
M F
4
2
1
1
2
2
1
1
Tabela 25 - (continuação) - Número de machos e fêmeas das espécies coletadas na região do
UHE São Domingos durante a primavera e verão de 2012, verão, outono, inverno e primavera
de 2013, e verão e outono de 2014. M= machos, F= fêmeas, N = número total de indivíduos
sexados.
a
a
13 camp. 14 camp.
Total
N
Espécie
M
F
M
F
M
F
Acestrorhynchus lacustres
1
5
3 1
103 40 143
2
Acestrorhynchus pantaneiro
3
Astyanax altiparanae
4
13
10
23
69
73
142
Astyanax cf. fasciatus
9
12
21
5
Cyphocharax modestus
3
2
5
6
Galeocharax knerii
3
2
5
7
Hemiodus orthonops
34
51
88
8
Hemisorubim platyrhynchos
5
1
6
9
Hoplias malabaricus
3
3
59
45
104
10
Hypostomus regani
1
1
17
10
27
11
Leporinus elongatus
8
1
50
37
87
12
Leporinus frederici
15
22
37
13
Leporinus obtusidens
10
19
29
14
Myloplus tiete
6
3
9
15
Piaractus mesopotanicus
2
1
3
16
Pimelodus heraldoi
1
17
Prochilodus lineatus
1
1
1
1
10
2
3
12
1
9
3
2
3
5
8
2
44
1
17
61
58
a
a
13 camp.
M
F
Espécie
14 camp.
M
F
Total
M
F
N
2
18
Pseudoplastystoma corruncans
2
19
Salminus brasiliensis
6
4
10
20
Schizodon borelli
16
37
53
21
Trachelyopterus sp.
4
4
8
1
2
Tabela 26 - Proporção sexual de fêmeas e machos das espécies coletadas na área de
influência da UHE São Domingos, MS. * maior proporção de machos; ** maior
proporção de fêmeas.
Espécie
1
Acestrorhynchus lacustris
2
Acestrorhynchus pantaneiro
3
Astyanax altiparanae
4
Machos
Fêmeas
Total
Teste de Aderência
2
103
13
40
10
143
23
x = 26.881 p=<0.0001*
73
12
142
21
x =0.063, p=0.8012
Astyanax cf. fasciatus
69
9
5
Cyphocharax modestus
3
2
5
Valor muito baixo para o x
6
Hemiodus orthonops
31
53
84
x =3.724, p=0.0536**
7
Hoplias malabaricus
59
45
104
x =1.625, p=0.2024
8
Hypostomus regani
17
10
27
x =1.333, p=0.2482
9
Leporinus elongatus
50
37
87
x = 1.655, p=0.1983
10
Leporinus frederici
Leporinus obtusidens
22
19
37
29
x = 0.973, p=0.3239
11
15
10
12
Prochilodus lineatus
44
17
52
x =11.082, p=0.009*
13
Schizodon borelli
16
37
53
x =7.547, p=0.0060**
2
x =0.174, p=0.5316
2
2
x =0.19, p=0.6625
2
2
2
2
2
2
2
x =2.207, p=0.1374
2
2
4.13 . Reprodução
De acordo com Vazzoler & Menezes (1992), Vazzoler (1996) e Azevedo
(2004), a maioria dos peixes de água doce neotropicais tem reprodução sazonal,
situada nos meses de primavera e verão, e o estabelecimento do período
reprodutivo poderia estar relacionado ao aumento, nesta época, da temperatura, da
pluviosidade, do fotoperíodo e da disponibilidade de alimento.
Das 439 fêmeas analisadas, 27 eram imaturas, 150 estavam em fase de
maturação (não reprodução), 178 estavam maduras ou semi - esgotada
(reprodução) e 84 estavam em repouso (Gráfico 19.
59
40
Número de espécies
35
30
25
20
Imaturo
15
Maturação
10
Reprodução
5
0
Repouso
Gráfico 19 – Fêmeas imaturas, em maturação, reprodutivas e em repouso das espécies
capturadas na área de influência da UHE São Domingos, MS.
Conforme o gráfico acima, na primavera de 2012, a maioria das fêmeas
capturadas estavam no estágio não reprodutivo (em maturação), porém, em
dezembro de 2012 esta frequência diminuiu, aumentando desta forma a frequência
de fêmeas no estágio reprodutivo (maduras ou semi-esgotadas) no verão de 2013.
Já, durante no verão 2013 a frequência de fêmeas no estágio em repouso
aumentou, indicando o início do fim do ciclo reprodutivo, se intensificando na
estação do outono de 2013.
No inverno de 2013 um novo ciclo se inicia com a maior frequência de
fêmeas no estágio não reprodutivo (em maturação). No final do mês de agosto de
2013 (inverno de 2013) o número de fêmeas em repouso parece ser elevado para a
estação do ano, no entanto, todo este valor é resultado de quatro espécies (Hoplias
malabaricus, Hemiodus orthonops, Astyanax altiparanae e Acestrorhynchus
lacustris), sendo que 70% deste valor é representante de H. orthonops. Conforme
alguns autores (expl.. Flores & Hirt, 1999), H. orthonops inicia a sua desova no mês
de setembro e termina em dezembro, justificando o valor acima de fêmeas em
repouso, já que a campanha foi realiza no final de agosto. Entre a primavera de
2013 e o verão de 2014 a maioria das fêmeas apresentava estágio gonadal em
maturação ou reprodução, iniciando um novo pico de reprodução para a maioria das
espécies.
60
Na última campanha (maio de 2014), ocorreu um elevado número de fêmeas
em maturação, principalmente, fêmeas representantes de Astyanax altiparanae
(lambari) e Hoplias malabaricus (lobó).
Sessenta exemplares imaturos e cinco fêmeas em fase de maturação ou
maduras de Prochilodus lineatus (Curimba) foram capturadas entre fevereiro de
2013 a maio de 2014 nos pontos 3, 8, 9, 10, 11 e 12, indicando que os grandes
migradores estão se reproduzindo a montante do barramento da UHE São
Domingos.
4.14 . Índice de similaridade
A partir das 64 espécies capturadas nas 11 unidades amostrais localizadas
dentro da área de influência UHE São Domingos foi realizada uma análise de
agrupamento utilizando o Índice de Similaridade Bray - Curtis Analysis. Todos os
grupos apresentaram similaridade superior a 50%, indicando uma situação em que
há um grande contingente de espécies comuns entre estas unidades. O primeiro
grupo formado entre os pontos 1, 2 e 3, e o segundo entre os pontos 12, 11, 14, 10 e
8. Estes dois grupos formam um grande grupo que apresentam uma maior afinidade
com os pontos 9, dos quais apresentam uma maior similaridade com os pontos 4 e
13. Porém, esta situação provavelmente mudará com o acréscimo de novas
amostragens (Gráfico 20).
Gráfico 20 - Agrupamento das onze unidades amostrais localizadas na área de influência da
UHE São Domingos, aplicados a similaridade de Bray-Curtis Analysis.
61
4.15 . Espécies exóticas
Oito exemplares de Cichla kelberi (tucunaré) (Figuras 15 e 16) foram
coletados durante as campanhas. Um exemplar nos pontos 3 e 10 e dois no ponto 8
e quatro no 9. Provavelmente a espécie capturada foi introduzida com o
desenvolvimento da piscicultura na região, ou escapou, por algum motivo, dos
tanques de criação até chegar ao rio ou afluente da sub-bacia do rio Verde.
Figura 15 -
Figura 16 -
Exemplar de tucunaré capturado, momento da retirada do espécime da rede.
Cichla kelberi (tucunaré) espécie de peixe exótica capturada na área de
influência da UHE São Domingos, MS.
4.16 . Curva do coletor
Entre a primeira (primavera de 2012) e a décima segunda campanha
(novembro de 2013) foram registradas 58 espécies na área em estudo. Seis
62
espécies foram adicionadas nesta última campanha, totalizando 64 espécies
registradas até o momento na área da UHE São Domingos (Gráfico 21).
70
Número de espécies
60
50
40
30
20
10
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
camp. camp. camp. camp. camp. camp. camp. camp. camp. camp. camp. camp. camp. camp.
Gráfico 21–Número cumulativo de espécies - área de influência da UHE São Domingos, MS.
63
4.17 . Ictioplâncton
Nas doze amostras coletadas em novembro e dezembro de 2013 e janeiro
de 2014, nenhum peixe em qualquer estágio ontogenético foi encontrado.
Estes dados podem ser avaliados com a possibilidade de uma alta
mortalidade de organismos limínicos pela possível diminuição de O2 dissolvido. Nos
pontos de amostragem dentro do reservatório e jusante, onde na proximidade da
barragem pode ocorrer uma diminuição de oxigênio, devido aos processos
oxidativos no corpo do reservatório. Durante o estágio da formação do reservatório
grandes quantidades de material vegetal entram em decomposição, podendo até
formar camadas anóxicas. Esta possibilidade poderia ser confirmada através dos
resultados das medições do O2 dissolvido em diferentes profundidades no
reservatório.
Com a formação do reservatório as condições dos pontos de monitoramento
mudaram em relação à fase de pré- enchimento, assim pontos antes de
características lóticas passaram a apresentar características lênticas e de maior
profundidade. Esta alteração pode contribuir para que as áreas de reprodução
tenham se alterado, fazendo com que as espécies precisem subir mais o rio para
encontrar áreas ideais para a reprodução.
A fauna acompanhante de macroinvertebrados mostra a transformação do
ambiente lótico em léntico, com Cladoceras e Copepodes presentes em quase todos
os pontos de amostragem localizados dentro do reservatório. Do total de
macroinvertebrados analisados no período de novembro de 2013 a maio de 2014
estas duas classes respondem por 50% da abundância total.
Foram encontrados 3 indivíduos jovens de Crenicichla sp sendo 1 na
campanha de fevereiro de 2014 e 2 na campanha de abril de 2014 no ponto 1.
Foram encontrados ovos ainda que em baixa quantidade nas campanhas de abril
nos pontos 2, 8 e 1, de março no ponto 1 e na de fevereiro no ponto 1 e ponto 8.
Quando avaliamos os resultados das coletas no período 2012/2013
2013/2104 o que se observa é um baixo índice de captura de ictioplâncton nas
amostras, indicando talvez que estas espécies não estejam utilizando o reservatório
64
como área de reprodução. A presença de duas larvas de Prochilodus lineatus indica
a reprodução desta espécie no rio São Domingos. Como a reprodução desta
espécie ocorre em ambientes lóticos, é provável que a desova ocorra no trecho
superior, nas proximidades do ponto 10 e não na área do reservatório. Este
resultado mostra uma baixa atividade reprodutiva de peixes migratórios a montante
da barragem na área do reservatório. Para a próxima campanha recomenda-se de
manter as amostragens noturnas descritas em Baumgartner et al. (2012). Outros
estudos também mostram a maior densidade de ictioplâncton em amostragens
noturnas. Hermes-Silva et al. (2009) encontraram as maiores densidades de
ictioplâncton no rio Uruguai as 21.00 e as 03.00 horas da madrugada.
A seguir são apresentados gráficos de abundância e densidade em cada
ponto amostrado por campanha, cabe destacar que estes dados agrupam os
macroinvertebrados, com destaque para Cladoceras e Copepodes e a família
Chironomidae em suas diversas formas que juntas respondem por 80% da
abundância encontrada nas amostras. A maior parte dos itens identificados foram
exúvias e pupas de Chironomideos e cladoceros.
Ponto 1-
65
Ponto 2
Ponto 3
Ponto 4
66
Ponto 8
Ponto 9
Ponto 10
67
Ponto 11
Ponto 12
Ponto 13
68
Ponto 14
Ponto 15
69
5. CONCLUSÕES PRELIMINARES

Até o momento foram registradas 64 espécies distribuídas em 18 famílias e cinco
ordens, totalizando 1766 indivíduos coletados durante o monitoramento. A ordem
com a maior riqueza de espécies foi os Characiformes (lambaris, piaus, traíras)
com 50% (32 spp.), seguido dos Siluriformes (bagres, cascudos) com 32.8% (21
spp.), Perciformes (tucunarés, carás) com 9.3% (6 spp.), Gymnotiformes (tuviras)
com 6.2% (4 spp.), e Synbrachiformes (muçum) com 1.5% (1 sp.);

Em relação à abundância de indivíduos, as ordens mais abundantes foram os
Characiformes (1569 indivíduos), seguida dos Siluriformes (164indivíduos), dos
Perciformes (27 indivíduos) e Gymnotiformes (5 indivíduos) e Synbrachiformes
com um indivíduo;

A riqueza média foi de 3.1 espécies e a amplitude de variação deste valor oscilou
entre 0 (zero) e 17 espécies;

O índice de diversidade médio foi de 0.40 e a amplitude de variação deste valor
oscilou entre 0 (zero) e 0.98;

O valor do índice de equitabilidade médio foi de 0.45 e a amplitude de variação
deste valor oscilou entre -1 e 1.00;

As redes de espera de malha simples foram mais eficientes do que as feiticeiras
(tresmalhos) na captura dos peixes, tanto em número de espécies como de
indivíduos;

As redes de espera de malha simples 3, 4, 5e 2.4 foram as mais eficientes na
captura dos peixes (indivíduos). Na captura de táxons, as redes de malha
simples 4, 3, 5 e 2.4 foram as mais eficientes. As redes do tipo tresmalhos
(feiticeiras) mais eficientes na captura de indivíduos foram as de malha 6, 7e 8,
respectivamente. Na captura de táxons foram as feiticeiras de malha 6, 8 e 7;

A área em estudo foi composta por uma comunidade de peixes bem equilibrada
em relação ao porte. As espécies de pequeno (≤25 cm) e médio porte (26≤50)
obtiveram o mesmo valor(24 spp.), seguidas das espécies de grande porte (51≤)
(16 spp.);

A maioria das espécies, o predomínio de indivíduos com estômagos vazios (0),
correspondendo a 70% (1acamp.), 35% (2acamp.), 54% (3acamp.), 50%
(4acamp.), 59% (5acamp.), 54% (6acamp.), 52% (7acamp.), 43% (8acamp.), 27%
70
(9acamp.), 42% (12ª camp.), 32.5% (13acamp.) e 27.7% (14acamp.).
Na
campanha de maio de 2014 ocorreu uma maior frequência de estômagos quase
cheios (63.6%), representado pelas espécies de hábito alimentar insetívoro
terrestre, piscívoro, onívoro e iliófago; seguido de estômagos cheios (45.4%),
representado pelas espécies de hábito alimentar piscívoro, onívoro e iliófago;

A comunidade de peixes foi composta principalmente de espécies insetívoras
aquáticas, piscívoras, onívoras, detritívoras, herbívoras, insetívoras terrestres e
iliófagas;

Até o momento não ocorreram mudanças “drásticas” na estrutura trófica da
comunidade de peixes existente na área de influência da UHE São Domingos,
contudo, houve um acréscimo no número indivíduos de certas espécies
piscívoras na última campanha (expl.. Hoplias malabaricus – Lobó) a montante
do barramento, o que já era esperado com a formação de um ambiente lêntico
(reservatório);

Através da CPUEn foi constatado que a densidade de indivíduos apresentou
variação, demonstrando maior abundância nos pontos amostrais 1 e 2 na
estação de primavera de 2012, e no ponto 3 no estação de outono de 2013. A
menor abundância ocorreu nos pontos4e 14 no verão de 2013, ponto 1 no
inverno de 2013, pontos 2 e 10 na primavera de 2013 e ponto 1 na primavera de
2013, todos com um exemplar. Com exceção dos pontos 1 e 11, ocorreram
valores nulos em todos os demais pontos, e em diferentes estações do ano;

Através da CPUEb foi constatado que o ponto 2 , na primavera de 2012,
apresentou o maior valor de biomassa (0,91 = 21.868,00g). Valor explicado pela
captura de um grande número de indivíduos de Leporinus spp. O menor índice
de biomassa foi constado no ponto 8 no outono de 2014 (0,0016 = 39g);

Dos 904indivíduos de 21 espécies. Deste total, 19 espécies tiveram
representação dos dois sexos nas catorze campanhas e duas espécies tiveram
representação de apenas um dos sexos;

A análise estatística da proporção sexual (qui-quadrado com correção da Yates)
indicou que das 13 espécies avaliadas (n≥10), nenhuma apresentou a proporção
sexual 1:1, duas apresentaram predomínio de machos e duas de fêmeas, e uma
71
não apresentou um número suficiente de machos e fêmeas para calcular o quiquadrado (x2);

Das 439fêmeas analisadas, 27 eram imaturas, 150 estavam em fase de
maturação (não reprodução), 178 estavam maduras ou semi - esgotada
(reprodução) e 84estavam em repouso;

A partir das 64 espécies capturadas nas 11 unidades amostrais localizadas
dentro da área de influência UHE São Domingos foi realizada uma análise de
agrupamento utilizando o Índice de Similaridade Bray-Curtis Analysis. Todos os
grupos apresentaram similaridade superior a 50%, indicando uma situação em
que há um grande contingente de espécies comuns entre estas unidades. O
primeiro grupo formado entre os pontos 1, 2 e 3, e o segundo entre os pontos 12,
11, 14, 10 e 8. Estes dois grupos formam um grande grupo que apresentam uma
maior afinidade com os pontos 9, dos quais apresentam uma maior similaridade
com os pontos 4 e 13;

Uma espécie exótica foi capturada na área de influência da UHE São Domingos
(Cichla kelberi – tucunaré);

Cinquenta e oito espécies (58 spp.) foram capturadas até a décima segunda
campanha. Na última campanha (14acamp.) houve a captura de seis novos
registros, totalizando 64 spp na área da UHE São Domingos;

Foram encontradas duas larvas de Prochilodus lineatus no ponto 10, como a
espécie se reproduz em ambientes lóticos o seu local de reprodução deve ser a
montante neste rio;

A fauna de macroinvertebrados mostra a transformação do ambiente lótico em
lêntico, com Cladoceras e Copepodes presentes em quase todos os pontos de
amostragem localizados dentro do reservatório;

O monitoramento de ictioplâncton sugere que os pontos de reprodução das
espécies
migradoras
estejam
localizados
a
montante
dos
pontos
de
monitoramento atuais e que as espécies não utilizam o reservatório para a sua
reprodução.
72
6. RELATÓRIO FOTOGRÁFICO
Figura 17 -
Figura 18 -
Colocação de rede de arrasto no Rio São Domingos, a montante da UHE São
Domingos
Retirada de redes no rio Verde a jusante da Cachoeira Branca – Ponto 3.
]
Figura 19 -
Deslocamento para colocação de redes – Trecho superior do Rio São Domingos
73
Figura 20 -
Colocação de redes – Trecho superior do Rio São Domingos
Figura 21 -
Figura 22 -
Colocação de redes no Ribeirão Araras - Nascente
Retiradas de redes no ponto de monitoramento do Ribeirão Araras
74
Figura 23 -
Figura 24 -
Exemplares de Leporinus elegantus (Piapara)
UHE São Domingos – Barramento (trecho de vazão reduzida).
Figura 25 -
Mecanismo de transposição
75
Figura 26 -
A esquerda, colocação de redes no Rio Verde a jusante da Cachoeira Preta e a
direita retirada das redes do mesmo ponto.
Figura 27 -
Figura 28 -
Exemplares de Prochilodos lineatus(Curimba)
Exemplar de Salminus hilarii (Tabarana)
76
Figura 29 -
Exemplar de Serrasalmus maculatus (Piranha)
Figura 30 -
Exemplar de Leporinus macrocephalus
Figura 31 - Exemplar de Salminus brasiliensis (dourado)
77
7. BIBLIOGRAFIA
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1997. A Planície de inundação do alto rio Paraná: aspectos físicos,
biológicos e socioeconômico. Maringá, PR: EDUEM, 460p.
79
8. RESPONSABILIDADE TÉCNICA
Este relatório foi elaborado pela coordenadora de campo e supervisora de
projeto, e conferido pelo coordenador geral do projeto.
Sendo o que tínhamos para o momento,
Atenciosamente,
Biól.Dra.Nicolle Albornoz Pesoa
Supervisora Projeto
CRBIO 28311-03
CTF IBAMA 244760
Coordenador Geral Projeto
CTF IBAMA - 3256460
80

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