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G E S TÃ O T E C N O L O G I A M A R K E T I N G F I N A N C I A M E N T O N E G Ó C I O S CANON IVITY BRAND CORP YO U N G N E T WO R K EVENTS BY TLC Saber comunicar é um desafio, mas não tem de ser um problema. Leia os conselhos, as sugestões e as ferramentas que o podem ajudar a melhorar a sua comunicação e a da sua empresa #18 SETEMBRO 2015 | TRIMESTRAL | 3€ BONSNEGOCIOS.COM.PT SUMÁRIO & EDITORIAL 4 BREVES 14 ANÁLISE 2 8 N OVO S N E G Ó C I O S NOTÍCIA S, CURIOSIDADE S, E STUDOS J O Ã O C ATA L Ã O VEEDMEE Saiba como melhorar a sua comunicação através de novas aplicações, ges tos ou, e m ú lt i m o c a s o , u m a a u d i t o r i a O mentor e coach executivo sugere a utilização de uma poderosa e eficaz ferramenta na sua comunicação: a capacidade de surpreender E m p resa port u g u esa WeWow c ria soft ware q u e prom ete t ransform ar todo o c onc eito d e em ail at ravés do vídeo 7 O P I N I ÃO C A R L O S M AT O S O presidente da APECOM escreve sobre a construção da reputação das empresas e o papel das agências de comunicação 8 MEET THE LEADER CANON Ricardo Pinto, diretor do canal de vendas indiretas da Canon, é um homem de desafios. Chegou onde chegou, porque disse sempre sim às propostas que lhe fizeram 10 EXPERIÊNCIA IVIT Y BR AND CORP Ca r lo s Co e lh o , pre s i d e nte d a i v i t y e u m c r i a d o r d e m a r c a s h á 3 0 a no s , ex pli c a - no s o q u e é pre c i s o pa ra c r i a r u m a m a r c a e m Po r t u ga l e lá fo ra 16 BASTIDORES YOUNGNE T WORK O g r u po d e c o m u ni c a ç ã o c o m e ç o u c o m o u m a e m pre s a d e re la ç õ e s pú b li c a s , h o j e t ra b a lh a o u t ra s á re a s d e ne gó c i o e e s t á pre s e nte e m 1 0 pa í s e s 1 8 T E M A D E C A PA 7 DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO NOS NEGÓCIOS Ca d a ve z m a i s s u rge m o u t ra s fo r m a s d e c o m u ni c a r c o m o s c li e nte s , fo r ne c e d o re s , c o la b o ra d o re s . V i ve m o s nu m a é po c a d o m i na d a pe la s te c no lo g i a s , e m q u e to d o s nó s c o m u ni c a m o s re c o r re nd o a u m s m a r t ph o ne , u m t a b le t , u m s o f t wa re , u m a re d e s o c i a l, e a s e m pre s a s , i nd e pe nd e nte m e nte d a s u a d i m e ns ã o e á re a d e a t i v i d a d e , tê m d e s e a d a pt a r pa ra c o ns e g u i r c o m u ni c a r d e fo r m a e f i c a z . Po rq u e nã o h á b o ns ne gó c i o s s e m u m a b o a c o m u ni c a ç ã o 30 OLHARES E VENT S BY TLC A e mpresa de D iogo Assis organiza todo o t i po de eventos c orporat ivos tendo Po r tu gal c om o princ ipal dest ino 3 2 F I LT RO GADGETS O u vir m ú sic a no t rabal ho au m ent a a nossa pro d u t ividade, garantem os est u dos. A B ons N e góc ios selec ionou 4 aparel hos diferentes pa ra ou vir os rit m os qu e m ais gost a 3 4 F I LT RO LIVROS Ve j a a nossa seleç ão de l ivros sobre a arte d e b em c om u nic ar. B oas prát ic as, téc nic as e d i c as para ter na su a sec ret ária EVENTO G R AT UI TO PA R A EM PRESA S 15 17 SET SET LISBOA PORTO L AG OA S PAR K HO T E L HO T E L S O LVE RDE S PA E WE LLNESS C E NT E R FAÇ A JÁ A S UA I NS C R IÇÃO EM : WWW.BO N S NE G Ó C I OS . COM . P T/EV ENTOS Diretor Victor Ferreira Subdiretor Marco Souta Editora Mar ta de Sousa Fotografia Marko Rosalline Design Deadinbeirute, Lda Publicidade [email protected] Impressão MX 3 - Ar tes Gráficas,Lda Parque Industrial Alto da Bela Vista Pavilhão 50, Sulim Park 2735-340 Cacém Sede de Redação Deadinbeirute, Lda Rua Conde Ferreira, Nr. 03, Sala 10 2804-52 1 Almada Tel. (+351) 2 1 603 06 7 2 [email protected] w w w.bonsnegocios.com.pt Propriedade e Sede GRENKE Renting, S. A . Av. D. João II, Lote 1.17.03 - 4ºA 1998-026 Lisboa Tel. (+351) 2 1 893 41 40 Fax (+351) 2 1 893 41 60 ser [email protected] w w w.grenke.pt Tiragem 6000 E xemplares Periodicidade Trimestral Distribuição Por correio personalizada Preço 3 Euros Depósito Legal 330983/11 Nº Registo na ERC 126112 Edição Nº 15 “O ato de trocar informação, comunicar e de estabelecer uma relação com algo ou alguém; relação; correspondência”. Esta é uma, das muitas possíveis definições de comunicação. É algo que efetuamos diariamente, milhares de vezes, em todas as interações que temos com os mais diversos intervenientes. Seja através de um email, um telefonema, um encontro com um colega, cliente ou parceiro. Até de uma simples troca de olhares. Estamos permanentemente a comunicar. Cada indivíduo expressa os seus pensamentos e conduz a forma como se relaciona através da comunicação. A forma como o faz, condiciona e provoca uma diversidade de reações. Estas podem ser positivas ou negativas dependendo da forma como comunica. Depois de cada reação, o individuo irá criar, para si mesmo, um paradigma/ mundo diferente em função do conjunto de experiências adquiridas, que por sua vez influenciará o seu comportamento futuro e consequentemente as suas relações. Tendo por premissa que a base dos negócios são relações, teremos de aceitar que a forma como comunicamos assume um papel fundamental nos negócios e nas negociações. Um artigo recente da revista Forbes, onde o tema comunicação era abordado, referia Winston Churchill como uma das mais proeminentes figuras da nossa história indicando que “a característica que tornava Churchill num dos mais poderosos e eficazes políticos da sua época, era a sua capacidade de comunicação”. A forma como se relacionava e comunicava com os outros era exaustivamente refletida e ponderada, sempre tendo como foco os seus objetivos. Refletindo e ponderando a nossa comunicação, estaremos mais próximos de criar um paradigma adequado aos nossos objetivos. Neste número da Bons Negócios vamos tentar abordar esta temática de vários ângulos, de forma a ajudá-lo provocar o impacto que o possa aproximar dos seus objetivos. Bons Negócios a todos e boas leituras. MARCO SOUTA SUBDIRETOR SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 3 BREVES BREVES NOTÍCIAS, CURIOSIDADES, ESTUDOS NOTÍCIAS, CURIOSIDADES, ESTUDOS FAÇ A U M A AU D I T O R I A À S UA CO M U N I C AÇ ÃO ! A P L I C AÇ ÃO A J U DA A E S C RE V E R EMAILS PERSONALIZADOS C omunicar através de email não é fácil, se não conhecermos pessoalmente a pessoa que está do outro lado do ecrã. Muitas vezes podemos ser mal interpretados, apenas por uma palavra, uma frase. A boa notícia é que já criaram uma aplicação que nos ajuda a escrever emails personalizados. A plataforma, batizada de Crystal, consegue indicar-nos as palavras, as frases, o estilo, o tom que devemos utilizar para comunicar de forma mais eficaz com cada pessoa. Mais: a aplicação ainda nos dá o perfil do recetor, indicando qual a melhor maneira de lhe falar, de trabalhar e até de vender! Assim, e à medida que escrevemos o email, a Crystal diz-nos quantas e quais as alterações a fazer, o que dizer, o que evitar. Como a plataforma tem acesso a toda esta informação? Através dos perfis em redes sociais, posts em blogs, e outros dados espalhados na Internet. Sounds creepy? Em parte sim, mas segundo a fundadora da Crystal, Drew D’Agostino, a ideia agrada a empresários na área das vendas e recrutamento. www.crystalknows.com FACT M ais do que saber falar é fundamental a capacidade de escutar, de acordo com um estudo da Threshold, especialistas em comunicação. E porquê? Porque pode melhorar os resultados da sua empresa. Os trabalhadores que sentem que são ouvidos pelos seus gestores são cinco vezes mais propensos a estarem motivados e 21 vezes mais propensos a demonstrarem dedicação à empresa do que aqueles que não se sentem ouvidos. Ou seja, trabalhadores satisfeitos, maior produtividade. Próxima vez, oiça mais. F O N T E : W W W. H A N D H CO M M S .CO . U K C omo vai a comunicação da sua empresa? Vai bem? Muitas falhas nem sempre são detetadas por quem trabalha dentro da empresa, por isso a nossa dica é que contrate uma empresa externa para fazer uma auditoria à sua comunicação. A Buzz Ideas, sedeada em Leiria, poderá ajudar nessa matéria. A empresa de marketing e comunicação empresarial tem um serviço de análise gratuita ao plano de comunicação interno e externo das empresas que promete ajudar a responder com eficácia às exigentes necessidades dos clientes. “Fazemos um trabalho exaustivo baseado em estudos de mercado que nos permite compreender como o mercado ‘vê’ os produtos/marcas da empresa que representamos e também da concorrência mais direta. Reunimos com os empresários e fazemos um levantamento de necessidades, apurando os objetivos da empresa a curto, médio e longo prazo. Cruzando esta informação, conseguimos apurar as falhas existentes e posteriormente desenvolver um plano eficaz que permita colmatar as falhas e com isto destacar-se da concorrência”, explica Ricardo Dinis, da Buzz Ideas. Segundo o responsável, ter um bom plano de comunicação poderá ser a melhor ferramenta a usar nos dias de hoje. Para qualquer empresa, para qualquer produto. “Comunicar, é uma arte! Provoca emoções, pressiona os sentidos e mobiliza massas. Quando associamos a arte de comunicar a verdadeiras estratégias de marketing, detemos o poder único de influenciar personalidades”. Pronto para uma auditoria? GLOSSÁRIO DE GESTOS Já deu conta que as suas mãos também falam? É verdade. Quando falamos em público, ou conversamos com os nossos colegas no trabalho, muitas vezes fazemos gestos para dar ênfase ao nosso discurso. Alice May Williams e Jasmine Johnson, enquanto estudaram na Universidade de Londres, repararam em nove gestos repetitivos e muito comuns, entre professores e alunos, e decidiram publicar a descoberta no blog The Glossary of Gestures for Critical Discussion. Eis três exemplos. 01 “60% DE TODOS OS PROBLEMAS DE GESTÃO SÃO RESULTADO DE UMA MÁ COMUNICAÇÃO” PE TER DRUCKER, denominado pela revis ta B usine ssWeek c o m o “o h o m e m q u e i n v e n t o u a g e s t ã o ” 03 www.buzz-ideas.pt 02 THE BACKHAND SLAP “EU SEI QUE JÁ O DISSE ANTES, MAS VOU DIZÊ-LO NOVAMENTE” USAR COMO GESTO DE REFORÇO. THE DIALECTIC “ISTO É UMA DIALÉTICA E EU VOU EXPLICAR ISSO” USAR QUANDO QUISER EXPRESSAR UMA MUDANÇA. THE CRITICAL WHIRL “JÁ LI TANTO MARX E AGORA NÃO CONSIGO ENCONTRAR PALAVRAS” REPETIR ATÉ SE LEMBRAR DA IDEIA. C R É D I T O S A L I C E M AY W I L L I A M S E J A S M I N E J O H N S O N 4 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2015 SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 5 O P I N I ÃO C A R L O S M AT O S D PAGE PROGRAMA AVANÇADO DE GESTÃO PARA EXECUTIVOS 66ª EDIÇÃO A CO N S T RUÇ ÃO DA REPU TAÇ ÃO DA S E MPRE S A S E O PA PEL DA S AG Ê N C I A S D E CO M U N I C AÇ ÃO urante as últimas décadas, o paradigma da comunicação mudou radicalmente. Graças, e sobretudo, ao desenvolvimento das tecnologias de informação e ao T E X T O P O R C A R L O S M AT O S , efeito fiscalizador que os cidadãos, as comunidades, as organizações não-governamentais e os meios de comunicação cada vez mais exercem sobre as atividades das organizações políticas, das empresas ou das instituições financeiras. Nos dias de hoje, os líderes empresariais e políticos veem-se obrigados a levar cada vez mais em consideração o papel que os diversos grupos de interesse têm na definição do seu próprio modelo de atividade. O processo combinado de pressão e ativismo social, vigilância por parte dos meios de comunicação, mudanças no marco regulatório das atividades empresariais e financeiras levaram a um novo paradigma da comunicação. Focando-nos na comunicação empresarial, o modelo que vigorava deixou de ser sustentável. Hoje em dia acionistas, investidores e clientes já não são os únicos grupos de interesse a quem uma companhia deve prestar contas. À volta das empresas surgiu um número amplo, variado e complexo de novos grupos de interesse, que devem ser ouvidos e tomados em consideração, e envolvidos na construção da proposta de valor empresarial. Perante esta nova realidade, a política de comunicação terá sempre de assentar num modelo virtuoso de diálogo permanente com os diferentes stakeholders. E é sobre este PRE SIDENTE DA APECOM diálogo permanente que se constrói a reputação de uma empresa. A reputação de uma organização é hoje o íman capaz de atrair e de manter o interesse e a relevância da proposta de valor de uma empresa ou instituição para um número maior e variado de stakeholders, que deixaram de tomar as suas decisões somente sobre a base do tradicional binómio preço-qualidade. Essas decisões estão cada vez mais ligadas a temas como o projeto sustentável a longo prazo de um negócio, o respeito pelo meio ambiente da prática empresarial, os princípios éticos e de transparência na relação com clientes, colaboradores ou com práticas claras de responsabilidade social. Este é o contexto e o desafio que marca hoje a missão das agências de comunicação: ajudar de forma muito profissional as empresas e organizações a construírem a sua reputação numa perspetiva sustentável e de longo prazo. Representamos um setor com uma oferta de serviços fundamentais para a construção de um diálogo construtivo das instituições com os seus diferentes públicos e, por isso, decisivo para a construção de um Portugal moderno e inovador. INÍCIO: 20 DE NOVEMBRO DE 2015 DURAÇÃO: 195 HORAS “Frequentar um curso como o PAGE é uma forma de fazer um conceptual check ao nosso pensamento, dando-lhe uma dimensão mais estruturada e viva.” João Pedro Galveias RTP - Director Serviços Digitais e Multimédia INFORMAÇÕES E CANDIDATURAS: www.clsbe.lisboa.ucp.pt/executivos/page Tel.: 217 214 220 | 217 227 801 E-mail: [email protected] Católica Lisbon School of Business & Economics is ranked among Europe’s Top 25 Business Schools. Consistently ranked the Best Business School in Portugal. Triple Crown Accredited. CARLOS MATOS é o atual presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Conselho em Comunicação e Relações Públicas (APECOM), função que assume a par da presidência da agência Llorente & Cuenca em Portugal. Foi jornalista durante 15 anos no Expresso e fundador de uma das primeiras agências de comunicação em Portugal, a Imago. Trabalhou durante vários anos na área de comunicação corporativa, comunicação de crise, comunicação de produto e comunicação interna. SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 7 MEET THE LEADER MEET THE LEADER CANON CANON HOMEM DE DESAFIOS Ricardo Pinto está à frente do canal de vendas indiretas da Canon. É responsável por todo o território nacional. Chegou onde chegou, porque disse sempre sim aos desafios que lhe apareceram. Foi vendedor de discos, DJ, comercial, formador. What’s next? A vida o dirá. Mas está cá para o que der e vier e tivermos medo de falhar não encontramos a felicidade. Todos os desafios que a vida me colocou à frente, aceitei naturalmente. Com 11 anos vi os meus pais perderem tudo o que tinham construído e recomeçarem do zero. Tudo tem uma solução. Uma razão de ser”. Ricardo Pinto, diretor do canal de vendas indiretas da Canon, é um homem de desafios. Desde pequeno. Nasceu em Maputo, em Moçambique, mas com a revolução de 74 veio com os pais para Portugal, para o Porto. Hoje, diz que gosta muito da cidade, mas na altura foi um choque. Um desafio em tão tenra idade. “Foi uma mudança com um grande impacto na minha vida. Estava habituado a um clima tropical e aqui chovia três meses seguidos! Depois, a linguagem do Porto é muito característica e em Moçambique tive uma educação diferente. Além disso, de uma casa onde se podia jogar à bola na rua, mudei-me para um apartamento”, conta-nos. Mas as diferenças não o impediram de vencer. Mesmo num país novo, Ricardo Pinto conseguiu ser um aluno exemplar. “Sempre fui bom na escola, fiz a primária em dois anos”, diz-nos orgulhoso. Terminou os estudos com boas notas, mas não foi para a universidade. Desilusões com o estado do ensino na altura, preferiu trabalhar. O seu primeiro emprego: vendedor de discos numa loja de um centro comercial em Lisboa, cidade para onde se mudara porque o pai tinha recebido uma proposta para trabalhar na capital, para o representante da Minolta, e a família veio toda. Tinha 18 anos. “Foi um primeiro emprego que acabou por se tornar uma paixão – em um, dois anos passei a gerente da loja. O meu gosto pela música cresceu e comecei a investir o meu dinheiro em música importada. Mais tarde até atuei como DJ”, relembra o responsável. Mas a carreira na música foi curta. A altura da tropa chegou e lá foi. Corria o ano de 1984. Quando 8 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2015 voltou o pai tinha outros planos para ele. “Já andaste a brincar, agora vais ter um emprego a sério”, disse-lhe o seu progenitor. Foi trabalhar para um agente da Minolta, vender de pasta na mão. E foi um desafio. “Apesar da minha experiência na loja, era uma área diferente. Depois, andava de um lado para o outro de autocarro. Não tinha automóvel! Mas não me arrependo, foi uma verdadeira escola de vendas”. No entanto, o responsável admite que tem uma personalidade bastante vincada e não lidava bem com “demasiado controlo”. Por isso, ao fim de um ano, em 1986, mudou-se para a Copicanola, distribuidor da Canon em Portugal ao nível de equipamentos de escritório. Deu-se bem. Ricardo Pinto é um homem confiante e competitivo, o que o ajudou a vencer na empresa. “Os novos vendedores quando entravam na Copicanola ficavam com as ditas piores zonas, fora de Lisboa. Mas ao fim de dois, três anos já estava no centro da capital. E até ganhei alguns prémios”. Um deles muito importante para a sua carreira e que veio definir o seu percurso até à Canon. Foi assistir a uma final de futebol em Munique, Alemanha, e nessa viagem teve a sorte de conhecer duas senhoras que trabalhavam para a Canon. Falou com ambas em inglês e isso não passou despercebido. Passados dois, três meses convidaram-no para dar formação em vendas na Copicanola. E em inglês. Ao início entrou em pânico, mas não disse que não. “Eu sabia falar em inglês, mas não desta forma. Mas aceitei o desafio. Durante uma semana e meia fui ao clube de vídeo buscar cassetes de filmes em inglês. Via três por dia!”, conta com um sorriso. Mais tarde, em 1994 regressa ao Porto. Destino ou mais um desafio? (Talvez) ambos. “A delegação portuense estava com alguns problemas e convidaram-me para assumir a direção da filial da Copicanola na cidade. Tive dois dias para decidir!” Apesar de jovem, 31 anos, Ricardo Pinto foi à aventura e conseguiu criar uma boa equipa de vendas e a empresa estabilizou. “Todos os dias, ser melhor que ontem é um objetivo que deve estar sempre presente”, confessa. Treze anos depois, a Canon troca-lhe a vida e dá-se mais uma mudança: volta para Lisboa. “Em 2007, a Canon compra a Copicanola e regresso à capital para assumir a chefia do canal de vendas diretas, a nível nacional”. Em 2012, assume a posição que tem hoje: a de diretor do canal de vendas indiretas. “Nesse ano tive que cobrir Portugal em termos geográficos com representantes da Canon. E em dois anos estava feito”, relembra. Qual o seu segredo? “Basta bom senso”, diz. Mas a verdade é que Ricardo Pinto é um comunicador nato. Na sua opinião, “o comunicador de excelência é aquele que consegue dizer aquilo que faz efeito nas pessoas. Mas mais do que falar é fundamental a capacidade de escutar. Em comunicação, a estratégia para o sucesso é perceber o que é importante para um cliente”. Atualmente tem a seu cargo duas pessoas e a comunicação entre todos é essencialmente e de preferência verbal. “Evito o email. Acho que é um mau hábito que se criou. As pessoas usam o email mais como uma prova. Além disso, este é despido de emoção e intenção. A maneira como se escreve pode até não ter nenhuma má intenção, mas o recetor pode avaliar mal. E há erros de interpretação”. Prefere conversar por telefone ou cara a cara. Desafios pessoais? Gostava de voltar a Moçambique. Já conhece quase toda a Europa, devido ao seu trabalho, mas não viaja para fora há dois anos. Não consegue. Porquê? Recebeu de presente, pelos seus 50 anos, uma cadela de raça pastor alemão. E o seu amor por ela é mais forte do que o gosto por viajar. A solução que encontrou: viajar para fora cá dentro. “Alugo uma vivenda com piscina em Altura e vou com ela, sempre”, admite. E são felizes, mais fora do que dentro de água. Que a cadela não está para banhos na piscina. Tem medo. Os desafios ficam para o dono. bn “O COMUNICADOR DE EXCELÊNCIA É AQUELE QUE CONSEGUE DIZER AQUILO QUE FAZ EFEITO NAS PESSOAS” SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 9 EXPERIÊNCIA EXPERIÊNCIA IVITY BRAND CORP “U M A M A RC A É O SONHO DE UM HOMEM P E R P E T UA D O N A ECO N O M I A” Q uem o diz é Carlos Coelho, presidente da Ivity Brand Corp e um criador de marcas há 30 anos que sabe bem como se constrói uma marca sólida em Portugal e lá fora. É preciso trabalho, muito trabalho e não ceder à pressão. É preciso uma dose de talento e descaramento. O responsável e a sua equipa trabalham as marcas sempre com isto em mente. E os prémios que arrecadaram, face à sua dedicação, saltam à vista. Em 2011 a ivity foi eleita a melhor agência de branding, pela revista Marketeer, e no mesmo ano ganhou um leão de ouro no festival de Cannes, com um trabalho para a Sonae. Na lista de clientes, estão também a Galp Energia, a TAP Portugal, a RTP, os CTT – Correios de Portugal, e mais alguns. Carlos Coelho gostaria de criar e recriar tantas outras marcas que levam Portugal ao mundo. Um exemplo: a marca da Fundação Gulbenkian, uma instituição que o inspira. E o faz continuar a sonhar com o mundo das marcas. CARLOS COELHO, PRESIDENTE DA IVITY BRAND CORP 10 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2015 IVITY BRAND CORP O QUE É UMA MARCA? Uma marca é o sonho de um homem perpetuado na economia. Se nos referirmos a uma marca comercial: de um produto, de um serviço ou de uma empresa, uma marca é um sonho do homem perpetuado na economia. Se falarmos de marcas coletivas: de uma cidade, de uma região ou de um país, uma marca é um sonho coletivo do homem, perpetuado na história. UMA MARCA É MUITO MAIS QUE UM LOGO? Uma marca não se resume a um logo, que é um diminutivo de logótipo: tipo de letra com que é escrita uma marca; e de símbolo, sinal figurativo ou abstrato que resume, de alguma forma, a visão, a missão e os valores de uma marca. Um “logo” é a expressão visual da identidade conceptual, verbal e simbólica de uma marca. É a sua imagem física e, nessa medida, é ao mesmo tempo um espaço contendor de significados e um espaço vazio para significar. O “logo” é assim o sinal mais expressivo de uma marca, o seu farol agregador onde se juntam atitudes e comportamentos e de onde emana, aos olhos do consumidor, a imagem de uma marca. COMO SE CONSTRÓI UMA MARCA? E UMA MARCA SÓLIDA? Uma marca constrói-se com a ambição do futuro e com a consciência do presente, sonhando de olhos abertos. Uma marca é um agregador de convicções, um caminho de conquistas, um edifício de sabedoria e de paciência. Para construir uma marca sólida há que fazer “agricultura de marcas”. Uso este exemplo pois permite-me explicar que a edificação de uma marca deverá respeitar o seu ciclo de vida, no mundo das marcas. Na agricultura começa-se por preparar o terreno, depois planta-se e depois rega-se, e no dia seguinte volta a regar-se, e cuida-se e rega-se e poda-se, e volta a regar-se. E assim se continua todos os dias até que se possa colher os frutos deste trabalho moroso e minucioso. No mundo das marcas os procedimentos são os mesmos, primeiro tem de se plantar, depois tem de se cuidar e só mais tarde se pode colher. Mas porque as marcas são sementeiras invisíveis, assistimos a todo o tipo de descuidados. É inclusive lugar-comum dizer-se que quando há crise, o mais simples de cortar é no marketing. Nesta minha analogia da “agricultura de marcas” seria o mesmo que dizer que em tempos de crise o mais fácil seria deixar de regar. Uma marca será tão sólida, ou nesta analogia, dará tantos frutos, se formos capazes de a cuidar não deixando que a pressão dos resultados antecipe as colheitas, hipotecando o futuro em função do presente. UMA MARCA TEM DE SER CRIATIVA E INOVADORA? Mais do que investimento, diria que a criatividade e a inovação são, a par da estética, os principais aditivos da vida de uma marca, sem os quais uma marca envelhece e morre. Mas criatividade e inovação não são a mesma coisa. Criativos somos todos, inovadores só alguns. Diria que a inovação é criatividade aplicada a produzir hoje as realidades de amanhã. Como uma vez me disse o Engenheiro Belmiro de Azevedo, fundador da Sonae, que nunca se tinha interessado muito pelo marketing, pois era um homem focado na inovação, mas que reconhecia que era preciso ser muito criativo para produzir ideias e para ser inovador nos produtos, nos serviços e nas marcas. O QUE UMA EMPRESA TEM DE FAZER PARA DAR A CONHECER A SUA MARCA AO MUNDO? QUAL O TIPO DE GESTÃO E COMUNICAÇÃO MAIS EFICAZ PARA O CONSEGUIR? Para ser conhecida mundialmente, uma marca tem de ter talento e descaramento. Talento para construir a sua realidade concreta, fortificada nos seus atributos funcionais e na pertinência dos mesmos a nível global. E muito descaramento para se fazer ouvir construindo a sua ficção, a sua história muito sedutora que nunca termina e continua sempre no dia seguinte. No mundo das marcas não há espaço para quem aposte apenas numa das duas características, precisamos de ser mas também precisamos de parecer e de aparecer. O valor de uma marca, num mercado global, resulta da qualidade intrínseca do produto ou serviço mas também da qualidade percebida, mais ou menos na mesma medida. “NA NOSSA MEMÓRIA FICAM AS MARCAS QUE NOS TRATARAM COMO PESSOAS E NÃO COMO UNIDADES DE CONSUMO, FICAM AS MARCAS QUE PARTILHARAM CONNOSCO O SEU PROPÓSITO, A SUA RAZÃO DE EXISTÊNCIA, NO FUNDO A SUA HISTÓRIA” HOJE EM DIA ALGUMAS MARCAS TÊM OPTADO NAS SUAS CAMPANHAS POR CONTAREM HISTÓRIAS REAIS, DE PESSOAS, QUE PRENDEM A ATENÇÃO DOS CONSUMIDORES. MUITOS ANÚNCIOS DE DIFERENTES MARCAS TÊM OPTADO POR ESTE CAMINHO. É UMA TENDÊNCIA? A realidade é por vezes a melhor das ficções. Muitas marcas procuram nas histórias reais aproximar as pessoas e por vezes também baixar custos de produção, e por estas duas razões pode ser uma tendência. Contudo, os consumidores esperam que as marcas lhes tragam também fantasia, lhes estimulem a imaginação. RESULTA NA SUA OPINIÃO? O QUE FICA NA MEMÓRIA DAS PESSOAS: A HISTÓRIA OU A MARCA? Todas as grandes marcas têm uma história e naturalmente será essa que fica. Uma marca, para que consiga interagir connosco enquanto consumidores, terá de nos seduzir com muito mais do que apenas promoções – na medida em que o apelo funcional será sempre o que produz ações mais imediatas, SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 11 EXPERIÊNCIA EXPERIÊNCIA IVITY BRAND CORP mas resultados menos duradouros. Na nossa memória ficam as marcas que nos trataram como pessoas e não como unidades de consumo, ficam as marcas que partilharam connosco o seu propósito, a sua razão de existência, no fundo a sua história. A SUA MARCA, A IVITY, COMO SURGIU? E O QUE REPRESENTA PARA SI? PODE CONTAR A SUA HISTÓRIA. A ivity é a minha terceira filha, minha e do Paulo Rocha, meu amigo e meu sócio faz este ano 30 anos. Em 1985 criámos a nossa primeira menina/marca, a Novodesign, depois criámos um grupo de empresas que fundimos ao criar a nossa segunda menina/marca, a Brandia. Depois fomos traídos pela ambição dos acionistas com quem partilhávamos na altura o capital e fomos forçados a sair. Em 2007 fizemos um ano de transição e decidimos criar a nossa mais querida menina/ marca a ivity, já numa fase adulta da nossa carreira, mas com uma visão ainda mais romântica e reforçada sobre o mundo das marcas, a sua sensibilidade e a sua importância para o desenvolvimento da economia portuguesa. O QUE A IVITY PODE FAZER PELAS MARCAS PORTUGUESAS, QUAIS OS SERVIÇOS QUE PRESTAM? A ivity pode ajudar as marcas portuguesas a nascer, a renascer, a crescer ou a ser mais fortes e saudáveis. Somos a mais experiente empresa a operar no território nacional que se dedica em exclusivo às marcas. Somos consultores de estratégia de marca, mas também somos designers de marcas e somos criativos de comunicação das marcas. Na ivity investigamos e criamos estratégias de marca, mas o nosso trabalho não termina em recomendações. Somos orientados para a fisicalidade das marcas, somos exímios designers, premiados nos mais importantes concursos do mundo. Analisamos, criamos, conceptualizamos, desenhamos, escrevemos e implementamos. Vivemos no mundo das marcas há 30 anos e temos a ambição de continuar a contribuir para o fortalecimento da economia do nosso querido país através das marcas. COM QUANTOS COL ABOR ADORE S CONTAM ATUALMENTE NA EMPRESA? Somos uma equipa de 50 pessoas divididas entre a gestão dos projetos, a investigação e a estratégia, a criação (design, copy, finishing), e naturalmente os nossos serviços corporativos. Somos uma família que desenvolve a sua atividade no continente, nas ilhas e em alguns dos países de língua portuguesa, nomeadamente Cabo Verde, Moçambique e Angola. GERIR UMA EQUIPA GRANDE NÃO É FÁCIL. COMO A IVITY, QUE TRABALHA A GESTÃO E A COMUNICAÇÃO DE OUTRAS EMPRESAS, COMUNICA INTERNAMENTE? Na ivity somos como um “circo” em que todos fazemos um pouco de tudo, uma grande família, e nessa medida comunicamos de acordo com a dinâmica do nosso coração. Vivemos o que fazemos e envolvemo-nos com as sensibilidades das pessoas, dos processos, dos resultados. Somos uma marca 12 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2015 IVITY BRAND CORP “NUM MUNDO EM CONSTANTE MUDANÇA, UMA MARCA TERÁ DE PROJETAR A SUA ATIVIDADE COM UMA CERTA BIPOLARIDADE, NA MEDIDA EM QUE TERÁ DE SER GERIDA COM UM PÉ NO PRESENTE E OUTRO NO FUTURO, E SEM DESEQUILÍBRIOS” muito sentimental e talvez por essa razão a comunicação se faça por via dos sentimentos, muitas vezes expressos em pequenos detalhes, silêncios e comunicações, poucas vezes corporativas. OS COLABORADORES SÃO UMA PEÇA CHAVE NA COMUNICAÇÃO DA MARCA? No final de tudo, especialmente nos serviços, as marcas são as pessoas. Creio que o maior desafio de uma marca será alinhar os seus colaboradores com o propósito de uma marca. Já referi, em entrevistas anteriores, que considero que o marketing acabará por se fundir com os recursos humanos (ou pelo menos trabalharem de uma forma coordenada). Temos em curso alguns projetos desta natureza e acredito que as empresas com mais capacidade de antecipar o futuro, acabarão por dar este passo. A comunicação interna não é mais um sucedâneo do que se faz para fora. A comunicação interna é a base, o que se faz para fora é consequência do que se vive dentro da organização e não o contrário. NA SUA OPINIÃO, AS MARCAS PORTUGUESAS ESTÃO A FAZER UM BOM TRABALHO, ESTÃO A CONSEGUIR DAR A CONHECER-SE LÁ FORA? As marcas portuguesas são ainda muito poucas e geralmente muito bem comportadas e até envergonhadas, o que muitas vezes não ajuda no seu processo de afirmação internacional. Tenho muita esperança que consigamos, já na próxima década, afirmar as nossas marcas internacionalmente e criar uma nova geração de marcas que nasça com orgulho de ser portuguesa. Isto já está a acontecer, estou confiante que ganhe escala, para que em conjunto as marcas portuguesas possam ir mais longe. PORTUGAL É UMA MARCA? E UMA MARCA QUE ESTÁ A CONSEGUIR DEIXAR A SUA MARCA NO MUNDO? Portugal é uma grande marca. Uma das mais importantes do mundo. Importa que os portugueses não se esqueçam que trouxemos mundos ao mundo, que somos herdeiros de uma mundividência ímpar na história da humanidade. O mundo não se mede apenas pelos atuais indicadores económicos. Num conjunto de outros indicadores, como a história, a cultura, a gastronomia, a geografia, a segurança, a hospitalidade, a capacidade de improviso (defeito para uns, qualidade indispensável para a gestão contemporânea para outros), a convivência religiosa, a paz, o sol, o sal, o fado, o melhor peixe do mundo e a língua mais romântica e vigorosa do planeta (apenas para nomear alguns) estamos na primeira linha. Somos uma das marcas país, mais sólidas e antigas do mundo. Uma fronteira, uma língua, uma identidade há 872 anos. “A COMUNICAÇÃO INTERNA É A BASE, O QUE SE FAZ PARA FORA É CONSEQUÊNCIA DO QUE SE VIVE DENTRO DA ORGANIZAÇÃO E NÃO O CONTRÁRIO” OS PORTUGUESES SÃO QUEM MAIS CONTRIBUEM PARA ISSO? Os portugueses parecem ter-se esquecido de si próprios. Lembro, na maioria das conferências que dou a este respeito, que Portugal anda à procura da sua identidade como se se tratasse de um país novo. E pergunto: a quem rezam os astronautas da NASA? Quem são os seus heróis? Fernão de Magalhães, a par de outros navegadores já na altura astronautas, é herói principal dos astronautas de hoje. E qual é a região de vinhos mais antiga do mundo? O Douro. E qual é o melhor cavalo de sela do mundo: o Lusitano - cavalo de rei em dia de triunfo. Os portugueses estão a começar a fazer o seu trabalho e a recuperar o orgulho, mas a nossa marca precisa de um reforço adicional de honra da nossa memória, e esta energia que está em cada um de nós precisa de ser colocada ao serviço de Portugal para voltarmos a afirmar a nossa marca no mundo. QUAIS OS PRINCIPAIS DESAFIOS DAS MARCAS NOS DIAS DE HOJE? E NO FUTURO? O maior desafio de uma marca é encontrar um propósito maior para a sua existência. 99% das marcas morre nos primeiros 10 anos de vida. A mortalidade das marcas é muito elevada porque todos os dias surgem novas marcas com promessas melhores, mais inovadoras e mais baratas. Num mundo em constante mudança, uma marca terá de projetar a sua atividade com uma certa bipolaridade, na medida em que terá de ser gerida com um pé no presente e outro no futuro, e sem desequilíbrios. QUAL A PRIMEIRA MARCA QUE TRABALHOU E DEIXOU UMA “MARCA” NA SUA VIDA? QUE OUTRA MARCA SE ORGULHA DE TER TRABALHADO? A primeira grande marca que trabalhei, logo no início da minha carreira, foi o Multibanco – na altura, o mais avançado sistema de transferências eletrónicas de fundos do mundo. Mas foram muitas as marcas que trabalhei e que também deixaram uma marca na minha vida. A Telecel porque foi um projeto único em Portugal onde fizemos de A-Z, criámos marcas e submarcas como a Vitamina e a YORN, que foi um dos mais intensos e inovadores projetos que tive a oportunidade de criar. A Navigator porque se tornou a marca de papel nº1 no mundo e porque a Portucel Soporcel é a nossa “NASA” em termos tecnológicos. A Galp porque se tratou de devolver ao país a energia de uma das suas maiores empresas e onde criámos muitas marcas como a Tangerina, a G-force e a Pluma, que ganhou o prémio de design mais importante do mundo, o best of the best dos Red Dot Design Awards. A ONI porque nasceu para ser concorrente da PT, os Correios porque representam a cultura de competência e a tradição modernizada de “levar a carta a Garcia”, ligando Portugal inteiro. A TAP porque é Portugal a voar no céu das marcas. A RTP porque leva Portugal todos os dias pelo mundo fora. A SATA porque são as nossas asas atlânticas. A Sonae porque é a maior e mais organizada multinacional portuguesa e com a qual ganhamos um leão de ouro em Cannes para o melhor projeto de marca do mundo. A Delta porque tem uma alma do tamanho do mundo, porque está no meu coração há quase 25 anos, e nos levou a criar dezenas de marcas entre as quais a Adega Mayor onde temos colecionado prémios nos últimos anos. A Leya porque é a marca da nossa língua. A Fidelidade porque é a empresa com quem tenho trabalhado nos últimos anos que mais verdade e humanidade contém no seu ADN e que está mais evoluída em termos de Human Centric Marketing. E por fim, a marca Portugal Sou Eu porque é o sonho de conseguir que nós todos assumamos a responsabilidade de construir a marca de Portugal. QUAL A MARCA QUE GOSTARIA DE TER CRIADO? Tantas que não me chegaria esta e outras tantas vidas. Internacionalmente a Orange que era brilhante como a energia da sua cor, que fundia identidade verbal com identidade visual, mas que morreu. A comes des garçons que é a mais genial marca de moda do mundo, japonesa, vestida de inocência francesa. A Apple porque é o exemplo do sonho de um homem visionário perpetuado na economia e mais recentemente a Tesla porque vai mudar o mundo. Em Portugal tenho pena de não ter criado a marca da Fundação Champalimaud, pois fiquei muito comovido que um homem visionário, que perdeu a visão, tenha deixado uma demanda tão grandiosa e em tão boas mãos. Gostaria muito de um dia recriar a marca da Fundação Gulbenkian, cuja instituição me inspira desde jovem, e de continuar a criar e a recriar algumas das principais marcas que levam Portugal ao mundo. QUEM É CARLOS COELHO? Sou um eterno insatisfeito que precisa de viver inspirado e que para isso sonha marcas, especialmente a marca do nosso querido Portugal Genial. bn SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 13 ANÁLISE J O Ã O C A TA L Ã O CR I AT I VA João Catalão Provocador, Master e Mentor Coach Executivo. Especialista em Negociações Multiculturais, Criatividade e Inovação. Empresário, Speaker Internacional, Docente e Autor de Best Sellers. Presidente da POPAI – Global Association For Marketing at Retail. www.vitaminacatalao.pt 14 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2015 Sou militante convicto de que a vida é um mistério a ser abraçado e de que não existem segredos nem soluções mágicas. A melhor solução passa pela adoção de atitudes e compor tamentos geradores de valor, que superem as nossas expectativas e as dos outros. Mesmo as mentes mais esclarecidas e atualizadas são, diariamente, surpreendidas por mudanças sociais, políticas, culturais, económicas e ambientais. Por isso, a evolução das perceções, mentalidade e natureza do ser humano ocorre através de uma lógica não linear. Comunicar tem uma missão: transmitir informação e gerar comportamentos. Assim como não há oposto ao comportamento, também é impossível não comunicar. Em conclusão: tudo em nós comunica, mesmo quando, supostamente, não queremos comunicar. A nossa capacidade comunicacional não se mede pela forma como dizemos ou transmitimos as coisas, mas sim pela forma como somos entendidos e pelo resultado prático gerado pelas nossas interações. A pressão, descrença, incerteza, tensão e a necessidade de cumprir objetivos está a gerar um contexto onde o estado de espírito geral é afetado negativamente. Quer isto dizer que comunicar de forma criativa gera novas oportunidades e possibilidades. A escolha é simples: viver a vida e os negócios comunicando “passivamente” de acordo com as normas instaladas ou assumindo a coragem e a determinação de praticar interações inusuais. Uma comunicação criativa corresponde à fragrância da liberdade individual. Já Charlie Chaplin dizia que “a vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Cante, chore, dance, ria, interaja e viva intensamente antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos”. Provocação: como está “embalada” a sua comunicação? Tudo conta: como se veste, caminha, partilha as suas ideias verbalmente, gestualmente ou por escrito. Se é empresário e/ ou líder de equipas faça a mesma análise. Está satisfeito? Parabéns! Convido-o a festejar. Se acha que pode evoluir na comunicação, sugiro-lhe a utilização da poderosa e eficaz ferramenta que é a capacidade de surpreender. A surpresa positiva é uma emoção básica que todos possuímos, geradora de atenção, interesse e motivação. A surpresa na comunicação pode ser ativada através de três ferramentas: o insólito, a descoberta e a contemplação. A comunicação criativa através da utilização simples, ou combinada, destas três ferramentas é uma escolha inteligente porque promove não só a comunicação proativa criativa, como gera renovados olhares para a vida e para os negócios, promove ousadia e faz acontecer! Nos meus dois últimos livros, “Atitude UAUme!” e “A Arte da Guerra na Criatividade e Inovação”, partilho diversas ferramentas simples, provocadoras, mas altamente eficazes, destinadas a estimular o nosso potencial de comunicação criativa. Os pescadores não se queixam por ficarem molhados no momento da recolha das suas redes... SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 15 BASTIDORES BASTIDORES YOUNGNETWORK YOUNGNETWORK B E YO U N G . B E B O L D . B E U N D E R D O G . A YoungNetwork já anda pelo mundo da comunicação há 15 anos. Celebra-os este ano. Mas apesar da idade, a empresa ainda mantém um espírito jovem. O mesmo com que João Duarte, fundador e CEO do grupo de comunicação, tinha quando abriu a agência com 25 anos. “Ser young é arriscar. É não ter medo de falhar. Ser young é assumir uma postura de underdog, aquele que encara desafios, que não tem nada a perder. Temos que ter a postura do não favorito, mesmo quando o somos. Temos que ter uma postura como se tivéssemos de provar tudo, todos os dias”, aponta o empresário. E a verdade é que este espírito de quem vai à luta, que se vive no grupo, tem dado os seus frutos. A YoungNetwork começou como uma empresa de relações públicas, hoje trabalha outras áreas de negócio (digital, eventos, criatividade) e está presente em 10 países. Em 2007 definiram que iam passar a ser um grupo de comunicação global e em dois sentidos: nas competências e geograficamente. A YoungNetwork está presente em Portugal, mas também Espanha, Cabo Verde, Angola, Moçambique, Médio Oriente, Macedónia, Croácia, Sérvia. “Quando decidimos entrar na Croácia e no Dubai, por exemplo, amigos e pessoas próximas diziam-me: ‘João isso é um bocado exótico!’. E eu respondia ‘why not?’ Ser young é trocar mais vezes o porquê pelo porque não”. E passado 15 anos, João Duarte conseguiu criar uma equipa de mais de 170 colaboradores com este ADN young. Todos, e em conjunto, trabalham a comunicação de 150 clientes. Microsoft, Ericsson, Timberland, Bosch, Sagres, Siemens, IBM, são alguns exemplos. C A R M E N , A L I C E , M A RY E TAY L O R . T H E WO M E N O F T H E H O U S E . A equipa da YoungNetwork é composta por muitas mulheres. Quase 75%, segundo João Duarte. E talvez por isso, o grupo decidiu batizar as suas áreas de negócio com nomes próprios de mulheres. Em género de homenagem. “Tudo começou pela Carmen, a nossa área criativa. É uma homenagem à Carmen Miranda. Porque foi uma mulher que conquistou o mundo. Tem a imagem de uma mulher internacional, bem-sucedida, mais ou menos exuberante. A nossa área criativa é tudo isso. E também casa com aquilo que é o resto do grupo”, revela o empresário. De forma natural, depois e ao mesmo tempo, surgiram as outras três mulheres da YoungNetwork: a Alice, a Mary e a Taylor. “Eram áreas que já existam no grupo, mas foram batizadas. A Taylor é uma agência global 360º. A Mary é a que trata da organização de eventos e ativação de marca. E a Alice é a nossa agência digital”, adianta. O CEO admite que esta estratégia serviu para comunicar aos clientes em Portugal que existiam outras áreas de negócio dentro do grupo. “Era preciso dar um sinal que tínhamos outras competências para além de relações públicas”. Fora de portas, a YoungNetwork também aposta em outras áreas. Mesmo que não tenham nomes de mulheres. Em 2011 criaram uma incubadora – a MBI – com o objetivo de apoiar projetos e ideias na área de comunicação. E desse investimento resultaram três negócios: “Apoiámos a Nylon Agency, da qual temos 40%, e outros dois projetos em que temos uma participação maioritária. Um deles é a Wondering, empresa de design 3D”. bn 16 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2015 SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 17 T E M A D E C A PA 7 DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO NOS NEGÓCIOS O escritor britânico Alex Bellos conduziu no ano passado um inquérito online para descobrir qual o número favorito das pessoas, como parte da sua investigação para o livro “Alex Through The Looking Glass”. E o número 7 foi o vencedor. Normalmente escolhemos um número relacionado com uma data importante, o nosso aniversário por exemplo, mas há quem aponte outras razões para a escolha do seu número favorito. Alex Bellos diz que o número 7 é único. “Se considerarmos apenas os números entre 1 e 10, o grupo numérico básico, 7 é o único número que não pode ser multiplicado ou dividido dentro desse grupo”, disse o escritor num artigo publicado online no The Guardian. Se o resultado deste inquérito espelha a realidade, não sabemos. O que é certo é que o número 7 tem sido “a” escolha ao longo dos tempos. Os 7 dias da semana, as 7 maravilhas do mundo, as 7 colinas de Lisboa... são algumas provas. Bons Negócios decidiu nesta edição entrevistar 7 pessoas para falarem sobre algumas áreas de comunicação que consideramos desafiantes no mundo atual dos negócios. Escolhemos 7, mas poderiam ser muito mais. Porque cada vez mais surgem outras formas de comunicar com os clientes, fornecedores, colaboradores. Vivemos numa época dominada pelas tecnologias, em que todos nós comunicamos recorrendo a um smartphone, um tablet, um software, uma rede social, e as empresas, independentemente da sua dimensão e área de atividade, têm de se adaptar para conseguir comunicar de forma eficaz. Porque não há bons negócios sem uma boa comunicação. Saber comunicar é um desafio, mas não tem de ser um problema. Existem soluções que o podem ajudar a ser bem-sucedido. E à sua empresa também. www.favouritenumber.net 18 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2015 SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 19 T E M A D E C A PA T E M A D E C A PA 7 DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO NOS NEGÓCIOS comunicação interna é mais do que um pormenor no mundo dos negócios. É o que faz toda e qualquer organização andar para a frente. Independentemente do seu tamanho. Porquê? Porque só colaboradores bem informados podem desempenhar bem as suas funções e contribuir mais para os resultados da empresa. E a tecnologia tem tido um papel muito importante em todo este cenário. De que outra forma, por exemplo, os colaboradores podiam trabalhar 7 DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO NOS NEGÓCIOS em equipa sem a necessidade de estar no mesmo escritório? Jerry Bruckheimer que o diga. O produtor cinematográfico usou a tecnologia de telepresença da Cisco para falar com diretores e editores que não se encontravam no local de gravações do filme Lone Ranger. “Bruckheimer pôde avaliar as filmagens diárias com a equipa de pós-produção em Los Angeles, enquanto estava no set no Novo México. Neste negócio, manter o fluxo de comunicação a andar e trabalhar em equipa é fundamental. Como dizem, tempo é dinheiro”, pode ler-se no blogue da Cisco. A solução de telepresença, aqui, é só um exemplo. Existem outros tantos suportes que permitem que a comunicação dentro e fora da empresa seja cada vez mais eficaz, mais imediata e instantânea, mais direta e autêntica, segundo Ana Margarida Ximenes, responsável pelo Observatório de Comunicação Interna e Identidade Corporativa e diretora da consultora Atrevia Portugal. Uma das ferramentas mais utilizadas de comunicação interna é a intranet, “a wikipédia de cada organização”, de acordo com a responsável. “É, sem dúvida, uma das ferramentas mais utilizadas e também assume uma grande importância naquelas empresas cujos colaboradores se encontram em diferentes locais e comunicam em línguas diferentes, pois permite aproximar os públicos e unificar a mensagem. A intranet deve conter a informação mais estratégica do ponto de vista de recursos humanos e procedimentos internos para consulta dos colaboradores. Deve ser facilitadora de informação no dia-a-dia e cultivar “Os suportes de comunicação disponíveis não passam de suportes e só serão bem aproveitados se houver proximidade com os colaboradores” Ana Margarida Ximenes, diretora da consultora Atrevia Portugal 20 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2015 a partilha e motivação entre a equipa”. Porém, não basta ter a ferramenta, como defende Ana Margarida Ximenes. Esta deve ser usada e atualizada, sempre que possível. “A atualização da informação colocada na intranet é o grande desafio das organizações e é crucial. Não deve tornar-se um suporte ‘esquecido’. Há que existir um esforço por parte da empresa para que este seja um suporte dinâmico, útil aos olhos de quem lê e com conteúdo de fácil e rápida leitura”. E se assim for, se as empresas cumprirem esta tarefa, a produtividade só pode melhorar. Aliás, essa é uma das razões por que devemos ter uma boa estratégia de comunicação interna. Verdade? “Definitivamente. Uma boa estratégia de comunicação interna permite criar uma equipa motivada que faz toda a diferença. Hoje os colaboradores querem conhecer a estratégia da organização e ‘ter voz’ nas decisões, influenciando positivamente o dia-a-dia dos negócios. Uma cultura empresarial forte e consistente gera segurança e sentimento de pertença e, logicamente, leva a uma maior produtividade por parte dos colaboradores. As empresas que contam com colaboradores altamente comprometidos alcançam melhores resultados e conseguem objetivos impensáveis.” O Observatório de Comunicação Interna e Identidade Corporativa (OCI) surgiu em Espanha há 11 anos. Em Portugal, há cinco, resultado de uma parceria entre a Atrevia e a Universidade Católica, contando ainda com a BP, EDP, PT e Santander Totta como membros do Conselho Assessor. O observatório é um think tank que tem como ambição posicionar a comunicação interna enquanto elemento gerador de transmissão de valores, identidade corporativa, cultura e gestão de marca interna. Por ano, costumam realizar quatro encontros – Get Togethers – com profissionais da área para partilha de boas práticas, sempre com o objetivo final de criar “awareness”, posicionar e elevar a comunicação interna nas organizações. No último evento do OCI foi abordada a transformação digital na comunicação interna onde foi possível ficar a conhecer diferentes case studies. Um deles da Portugal Telecom. A empresa lançou no ano passado uma aplicação interna – a app é PT – que permite o acesso à intranet através de outros dispositivos, fugindo do tradicional desktop. A app conta hoje com 7500 instalações e com uma média de 500 sessões diárias. A responsável pelo OCI revela que a app teve tanto sucesso, tanta adesão, que agora os próprios colaboradores sugerem novas aplicações. “Muitas delas estão a ser testadas para depois serem aplicadas e têm como objetivo aproximar o público interno, melhorar processos internos e dar resposta às necessidades dos clientes”. As novas tecnologias estão cá para ajudar na comunicação interna, mas tudo depende das relações humanas. Das relações entre colaboradores. E aí as empresas têm um papel fulcral. Na verdade, é esse o grande desafio dos dias de hoje, nas palavras de Ana Margarida Ximenes. “Nestes últimos anos, felizmente, a comunicação interna deixou de ser vista como um soft skill e é hoje um departamento crucial nas organizações que necessitam de expertise própria. No entanto, ainda é uma área que necessita de ser amadurecida. Parece incrível, mas ainda existem empresas que se esquecem que o público interno deve ser o primeiro a saber das notícias que muitas vezes saem externamente, sejam elas boas ou menos boas. O grande desafio continua a ser o desafio da proximidade e a escuta ativa. Vivemos na era da falta de atenção, de tempo... Saber olhar nos olhos, ouvir, falar ao coração, e ter o dom de interpretar corretamente e nas entrelinhas o que é dito promovendo o diálogo, continua a ser um grande desafio da comunicação interna. A comunicação tem o poder de transformar o mundo”. Imagine que tem um projeto em mãos mas não consegue reunir com a sua equipa para falarem sobre alguns pormenores. O Filechat poderá ser a solução que procura para resolver esta situação, ainda para mais se implicar a consulta de ficheiros. Porquê? Porque esta aplicação permite conversar via chat nos serviços cloud que utiliza. O Dropbox ou o Google Drive, por exemplo. www.filechat.com SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 21 T E M A D E C A PA T E M A D E C A PA 7 DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO NOS NEGÓCIOS lhar para os seus clientes empresariais apenas como homens de negócios, não é uma boa estratégia. Antes de empresários, são pessoas. Indivíduos que tomam decisões em casa. Para comprar um carro, uma viagem, por exemplo. E que muitas vezes tomam essas decisões baseadas na emoção. No mundo dos negócios não é diferente. Não é um mundo à parte. Em jogo também estão emoções que comandam as decisões e os comportamentos nas empresas. Verdade? “Os clientes empresariais são antes de mais pessoas individuais, sujeitas aos mesmos canais e influências. E os comportamentos são idênticos aos do consumidor. A única diferença no mundo dos negócios é que as decisões são coletivas, ou seja: numa viagem pessoal não temos de prestar contas a ninguém, mas numa viagem de negócios sim. Não são decisões que tomamos sozinhos. Mas independentemente disso, a comunicação é sempre dirigida a um indivíduo. Disso não nos podemos esquecer”, afirma Jayme Kopke, diretor geral e criativo da Hamlet, empresa de comunicação especializada no mercado B2B. Tal como os consumidores, os clientes empresariais gostam de marcas que comunicam de forma diferente e inesperada. Mas conseguir fazê-lo de forma criativa, não descurando as informações essenciais a transmitir, é um desafio. Mas possível. A Novabase, por exemplo, pediu ajuda à Hamlet para criar uma brochura institucional para a sua área de IT Contracting, outsourcing de recursos humanos especializados nas tecnologias da informação, mas com um “c” de criatividade. Porque a comunicação não tem de ser exclusivamente informativa e sem graça. A Hamlet analisou a situação e chegou à conclusão que deveriam criar um suporte de comunicação que funcionasse como um apoio às reuniões de venda e que tivesse algum impacto mesmo depois dessas reuniões. Que o potencial Por vezes os documentos que são enviados aos clientes são pouco “cuidados”, no que diz respeito ao design. E parecendo que não, isso importa. Há quem compre um livro pela capa, verdade? Talvez o seu cliente aceite o seu orçamento se o enviar num documento mais bonito, quem sabe. A ferramenta a experimentar: o Qwilr, que permite transformar os seus documentos de negócios em websites atrativos. www.qwilr.com 22 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2015 7 DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO NOS NEGÓCIOS cliente quisesse guardar. O que fizeram? Criaram um livro, intitulado “Tudo o que precisa saber para formar uma equipa de sucesso”. Na verdade, segundo Jayme Kopke, “tratava-se de uma peça comercial disfarçada de livro que tinha como objetivo quebrar o gelo durante a reunião” e dar o mote para uns minutos de conversa. A ideia aqui era a Novabase oferecer o livro ao cliente e perguntar se já conhecia a obra. Como o cliente naturalmente não conhecia o livro, o colaborador da Novabase mostrava um exemplar. E quando o cliente começasse a folhear o livro tinha uma surpresa - este estava em branco! O marcador do livro explicava o porquê: “para formar uma equipa de sucesso tudo o que precisa é de contactar a Novabase”. A capa tinha ainda informações extra sobre a área de IT Contracting. A solução da Hamlet para a Novabase tem aqui diferentes “funcionalidades”: ajuda a criar uma conversa com o cliente, comunica os serviços da empresa e ainda pode ser usada mais tarde para tomar notas. “Estar num evento corporativo com um stand, onde os nossos clientes vão estar presentes, pode valer mais do que um anúncio num jornal. É um contacto mais pessoal, mais direto” Jayme Kopke, diretor geral e criativo da Hamlet O suporte de comunicação escolhido para chegar até aos clientes depende muito da empresa e do seu público-alvo. “Há negócios que faz sentido apostar em comunicação em rádio, televisão. Em outros casos não, sendo preferível usar suportes de comunicação digital. Como as redes sociais, o email”, adianta Jayme Kopke, dando como exemplo o trabalho que fizeram para a Linde Saúde, empresa especializada na prestação de serviços e terapias com gases medicinais e farmacêuticos. “A marca queria conquistar, ter uma boa relação com os médicos, que é o corpo profissional, os grandes decisores na área. E para isso desenvolvemos uma estratégia de comunicação continuada via email. Enviávamos conteúdos especializados, conhecimentos científicos, estudos, relatórios aos médicos”. A forma de comunicar com o cliente depende muito do tipo de relação que se quer ter, de acordo com Jayme Kopke. Por exemplo, “a Linde queria falar com os médicos, mas manter uma certa distância, adequada àquele grupo profissional. A forma de falar tem de ser adequada à pessoa. E aí, podemos ser formais ou não”. Na própria Hamlet, o diretor geral optou por cultivar uma certa informalidade - algo visível nas newsletters enviadas aos clientes. A empresa de comunicação especializada no mercado B2B já trabalhou com a EDP, Santander, Ana Aeroportos de Portugal, entre outros. forma mais rápida de comunicar com uma marca é via redes sociais. Mais do que um email e até do que um telefonema. E a verdade é que o cliente talvez prefira assim. Hoje em dia, muitas pessoas procuram as marcas através das redes sociais para esclarecer alguma dúvida (ou fazer uma reclamação). Mas estar nas redes sociais exige uma gestão e uma dedicação a tempo inteiro por parte das empresas. Afinal só o Facebook tem 1,4 mil milhões de utilizadores em todo o mundo. O Instagram tem mais de 300 milhões. Mas qual a estratégia a usar? O que partilhar nas redes sociais? Depende muito do objetivo global da empresa, diz-nos Virgínia Coutinho, social media strategist na Socialbaker. “É mais correto falar em estratégia de comunicação global do que falar em estratégia para redes sociais. Estas plataformas funcionam como uma ferramenta. É mais um canal de comunicação, como é o email ou uma publicidade em revista. Por isso, a primeira coisa que uma empresa deve fazer é olhar para os seus objetivos de marketing, de comunicação, de negócio e depois verem como o Facebook, ou outra rede social, os pode ajudar”. Esse é o primeiro passo, o conteúdo é o seguinte. A responsável defende que o conteúdo deve estar sempre relacionado com o objetivo inicial da empresa. “Imagine um hotel em Lisboa, que quer angariar este ano mais clientes na faixa etária entre os 45 e 65 anos. O que poderá fazer, por exemplo, é partilhar atividades na cidade adequadas a este público-alvo”, aponta Virgínia. “Também é legítimo publicar conteúdos comerciais, como divulgar preços e promoções. Mas tem de haver um equilíbrio entre conteúdo comercial e não comercial. O Facebook, por exemplo, é uma rede de entretenimento. As pessoas estão lá para passar o seu tempo e nem sempre reagem da melhor forma se forem constantemente bombardeadas com conteúdo comercial”. Por isso Virgínia Coutinho dá um conselho: faça testes. Em relação ao conteúdo e também à hora de publicação. E se alguma coisa correr mal, surgir algum comentário menos bom na sua página, responda sempre. Não deixe um (potencial) cliente a falar sozinho. “Não faz sentido, as empresas estarem no Facebook, as pessoas fazerem perguntas e não obterem qualquer resposta. É totalmente contra a ‘natureza’ do Facebook”. O maior desafio para as empresas, sobretudo PME, é não terem conhecimentos, recursos e tempo para comunicarem de forma eficaz nas redes sociais. Mas Virgínia Coutinho pode dar uma ajuda. Por exemplo, se quiser lançar uma campanha no Facebook e estiver com dúvidas, no seu website é possível comprar alguns minutos do seu tempo. Para receber orientações, dicas ou conselhos. O Zootrock é um website que oferece serviços de content marketing para pequenas empresas ajudando-as a ter uma presença online relevante. Como funciona? Os utilizadores só têm de associar as suas contas de Facebook, Twitter e LinkedIn ao serviço e selecionar o tipo de conteúdo que gostariam de publicar nestas redes sociais. www.zootrock.com “Ninguém chega ao Facebook de manhã à procura de páginas para seguir. Por isso há duas opções: ou comunicamos que temos uma página na nossa assinatura de email e cartão-de-visita, por exemplo, ou apostamos em anúncios” Virgínia Coutinho, social media strategist na Socialbaker SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 23 T E M A D E C A PA T E M A D E C A PA 7 DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO NOS NEGÓCIOS ontent is King”. Disse Bill Gates, em 1996. E tantos anos depois, a expressão ganha cada vez mais força. Um estudo recente revela que 61% dos consumidores estão mais inclinados a comprar de empresas que criem conteúdos personalizados. Mais: 80% dos decision makers preferem conteúdo a publicidade. Não admira, portanto, que perante estes números os marketers de hoje incluam content marketing nos seus planos de comunicação. “Atualmente, os consumidores estão cada vez mais conscientes das várias estratégias e abordagens de marketing à sua volta, e inevitavelmente menos recetivos a mensagens publicitárias genéricas, pouco dinâmicas ou com ausência de propósito para a sua vida. É fundamental ultrapassar esta barreira de forma a permitir às marcas criarem uma relação com os seus potenciais e atuais consumidores”, adianta Rita Roquette, strategic director da OgilvyOne Portugal. E o que é content marketing? ”Marketing that works so well you don´t mind that it´s marketing”, diz-nos a responsável citando Jonathan Perelman, vice-presidente do site de notícias Buzzfeed. Mas para criar este tipo de marketing, que funciona tão bem, é preciso planeamento, é preciso estratégia e dedicação. Rita Roquette revela que existem alguns passos que uma empresa deve dar, se quiser ir por um bom caminho: temos que “definir a ambição da marca, propósito e objetivo a alcançar; identificar o público-alvo através da definição da(s) ‘personna(s)’ - perfis que representam o target que se pretende impactar e a quem se dá ‘nome’ e ‘cara’ - bem como analisar comportamentos, interesses, ambições, contextos sociais e demográficos; ter um conhecimento aprofundado do target analisando a sua jornada e os momentos em que se aproxima e distancia da marca bem como os principais touchpoints; criar conteúdo com base em insights, em real time, e tendo em vista as mudanças de comportamento pretendidas e previamente identificadas; definir uma estratégia de amplificação da mensagem, através dos meios certos; e por fim, e de forma iterativa, a contínua otimização”. Mas se há diferentes etapas na criação de uma estratégia de conteúdo, também há coisas que devemos evitar para sermos bem-sucedidos. Ausência de dinamismo, rigidez de 7 DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO NOS NEGÓCIOS planeamento, criação de estratégias de content marketing to tipo “one-size-fits-all”, são três exemplos que a strategic director da OgilvyOne Portugal aponta. Estas regras aplicam-se em negócios business to consumer e business to business. Não há diferenças. Mas, haverá no tipo de conteúdo a apostar? Para Rita Roquette não. “O facto de ser B2B nada muda. Ao final do dia, continuamos a falar com pessoas que, indistintamente, tanto usam o Instagram como o LinkedIn, por exemplo, ainda que com diferentes propósitos. O importante é definir o que se pretende obter e conhecer com quem se pretende falar, onde está e o que procura”. Uma última dica? Aposte em micro content. “Não sendo uma novidade trata-se de uma tendência importante que surge da vontade de um consumo mais rápido de informação e da necessidade de adaptação ao meio mais relevante e presente dos nossos dias: o telemóvel. Mais do que nunca, o que quer que façamos deve ser pensado numa ótica de ‘mobile first’, seja do ponto de vista de aspeto ou mesmo de conteúdo. Mais visual, mais curto e de leitura em movimento”. “Content is king, but distribution is queen. É fundamental garantir a correta divulgação do conteúdo desenvolvido, nos meios certos e adequados a cada touchpoint” Rita Roquette, strategic director da OgilvyOne Portugal Já tem conteúdos interessantes publicados online e agora quer aumentar o tráfego no seu website? A solução chama-se Outbrain, uma plataforma de gestão de conteúdo que funciona através de recomendações. Ou seja: os links do seu conteúdo vão aparecer como sugestões em outros websites como CNN, Time, Mashable, Fortune, entre outros. A Outbrain funciona aqui como uma intermediária. Alguns clientes? Visa, McDonald’s e Trend Micro. www.outbrain.com omunicar através de uma apresentação é bem mais desafiante do que se julga. Não basta utilizar o PowerPoint e ter 30 slides cheios de texto a explicar o seu objetivo. Aliás, segundo um relatório da SlideShare, plataforma de partilha de apresentações e outros conteúdos profissionais, o número de slides numa apresentação tem diminuído cada vez mais. Para ter uma ideia, a média de slides por apresentação passou de 18,8 para 14,4, em 2013. E o cenário é idêntico no que diz respeito ao texto em cada slide: a quantidade de palavras diminuiu 29%. É caso para dizer: menos é mais. E isto aplica-se a qualquer tipo de apresentação corporativa. Seja para divulgar um novo produto no mercado ou uma simples reunião anual com os seus colaboradores. “Muitas vezes as pessoas têm tendência a colocar só texto nos slides porque dá-lhes segurança. Ou seja, com o texto nos slides não corremos o risco de ter uma branca. Mas é um erro! Na maior parte das vezes em vez de ajudar, prejudica. Porquê? Porque ao colocar muito texto nos slides, cria-se um motivo de distração para a audiência, que está mais preocupada em tirar anotações. Além disso, não contribui para a criação de empatia, para conquistar o interesse e a atenção do ouvinte. E isso é o grande desafio de qualquer apresentação”, adianta Artur Ferreira, managing partner da SOAP - State Of Art Presentations. O responsável indica que devemos apostar mais em elementos visuais nos slides, que ajudem a ilustrar a ideia que queremos passar. “As pessoas têm ideias fantásticas mas nem sempre as sabem transmitir. Uma pessoa que trabalha num banco não é um especialista em apresentações. Um jovem que tem uma startup e a quer apresentar a um grupo de investidores, idem”. E é aqui que entra a SOAP, especialista em apresentações corporativas que promete ajudar as empresas nas reuniões com as equipas comerciais, leadership meetings, convenções anuais... “O nosso foco são as apresentações estratégicas. Aquelas que muitas vezes mudam a vida das empresas. Por exemplo, a reunião de início do ano, o kick-off, para explicar a estratégia da empresa e que é uma reunião absolutamente fundamental. Porque é ali que se consegue, ou não, envolver os colaboradores e deixar uma marca na cabeça da audiência de qual vai ser a estratégia do ano”. Qualquer que seja o motivo da procura, Artur Ferreira tenta sempre passar a mensagem aos clientes que devem “As empresas não fecham os negócios entre si, são as pessoas que o fazem. Nada substitui a comunicação humana” primeiro pensar no objetivo da comunicação. Qual a ideia que querem transmitir, quem é a audiência, são perguntas que devem fazer antes de elaborarem qualquer apresentação. O PowerPoint é a última coisa a fazer. O empresário dá ainda um último conselho: elaborem apresentações curtas. Seja em slides ou vídeo. “A atenção das pessoas é cada vez menor. Os vídeos, por exemplo, não devem ter mais de três minutos. Até podem ter uma componente de entretenimento para ajudar, mas tem de passar a mensagem rápido”. As companhias aéreas Air France e a Virgin, por exemplo, já lançaram vídeos explicativos da segurança a bordo do avião em que tinham um factor surpresa, de entretenimento. E funcionou. O vídeo da Virgin, que parece uma espécie de videoclip de música, tem mais de 10 milhões de visualizações no YouTube. “Este tipo de vídeos é quase uma campanha. Passa uma mensagem que não tem a ver só com segurança. Passa uma mensagem de descontração, de uma companhia que privilegia e é atenciosa com o cliente. No fundo usaram o vídeo de segurança para passar a mensagem de posicionamento de marca”, defende Artur Pereira. “O efeito surpresa, desde que bem enquadrado com o objectivo da comunicação, assim como o suspense são técnicas naturalmente bem-vindas”. Já existem no mercado diferentes soluções que o ajudam a criar uma apresentação. Um exemplo: o Emaze. O software é baseado na nuvem, o que permite aceder às suas apresentações online a partir de qualquer lugar. Dois detalhes interessantes: tem uma ferramenta de tradução automática e a transição de slides pode ser feita através de comandos de voz. www.emaze.com Artur Ferreira, managing partner da SOAP 24 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2015 SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 25 T E M A D E C A PA T E M A D E C A PA 7 DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO NOS NEGÓCIOS m empresário tem de saber falar. Com o público, com os clientes, com a equipa. Mas a verdade, é que um empresário nem sempre é um bom comunicador. Há até quem tenha medo de falar perante uma plateia, por exemplo. A isso, dão o nome de glossofobia, que vem do grego glōssa (língua) e fobos (medo). Quais os sintomas? Aumento dos batimentos cardíacos, transpiração excessiva, boca seca, tensão muscular. E aquele nó na garganta, sem saber o que dizer. Se alguma vez sentiu isto, saiba que não está sozinho. Segundo Cheryl Hamilton, autora do livro “Communicating for Results: A Guide for Business and the Professions”, mais de 75% das pessoas sofre desse problema, de ficar ansioso e nervoso quando tem de falar em público. Mesmo que seja para um número menor de pessoas. Cada caso é um caso, é certo, mas existem formas de conseguir fazer um bom trabalho quando estiver em cima do “palco”. Paulo de Vilhena, coach de negócios e executivos, está habituado a falar em público, em formações, workshops e eventos. E dá-nos umas dicas: “Temos que começar com energia e com força. Temos que explicar logo a ideia, os pontos que vamos abordar. Pois é nos primeiros minutos que a audiência decide qual a importância que vai dar à nossa intervenção”. E, durante o nosso discurso, devemos fazer pausas, “porque uma pausa ajuda a reforçar a importância de uma ideia. As pausas são das coisas mais importantes na comunicação”, diz-nos. Mas a maneira mais fácil de fazer uma apresentação confiante, sem perder o rumo do seu discurso, é contando histórias. Na sua opinião, “um bom orador é um bom contador de histórias. Usar exemplos, usar histórias, alegorias, funciona muito bem numa apresentação, porque desperta as nossas emoções”. O que nunca fazer? Decorar! Paulo de Vilhena aconselha a não ensaiar muito uma apresentação, 7 DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO NOS NEGÓCIOS seja perante um plateia num evento ou uma reunião com os seus colaboradores. “Há pessoas que têm tendência a quase decorar e isso é um erro, porque tira a espontaneidade e a naturalidade. Além disso, se esquecemos de alguma parte, perdemos o encadeamento do nosso discurso. Os únicos momentos que aconselho a ensaiarem é a abertura e o fecho”. E se estiver confortável com o tema, tudo vai correr bem. A ansiedade e o nervosismo inicial são naturais, o próprio Paulo de Vilhena admite ficar nervoso, apesar da experiência. Em algum momento da sua vida profissional vai ter que falar em público. E quando isso acontecer é melhor estar preparado: aposte num workshop. A ACT é uma escola de formação de atores, mas também disponibiliza um serviço para empresas neste sentido. O Business Act For All oferece cursos de colocação de voz, interpretação, técnicas de expressão oral, técnicas de falar em público, entre outros. www.act-escoladeactores.com “A nossa linguagem corporal comunica mais do que o conteúdo” s anúncios publicitários que mais recordamos são quase sempre de marcas dirigidas ao consumidor final. Coca-Cola, Dove, Nike são alguns exemplos... Bem, até há dois anos. Em 2013, constatou-se que os anúncios de empresas B2B também podem ser memoráveis. E também ganham leões no festival de criatividade de Cannes. É o caso do anúncio “Epic Split”, que faz parte da estratégia de comunicação da Volvo Trucks até 2020, em que o ator Jean-Claude Van Damme faz uma espargata apoiado em dois camiões da marca. A campanha inclui mais cinco vídeos e ao todo ganharam nada mais do que 20 prémios no festival do ano passado. No YouTube o vídeo “Epic Split” ultrapassa 80 milhões de visualizações. Mais: segundo informações do website da Volvo, quase metade dos compradores de camiões que viram os vídeos de lançamento dizem agora que é mais provável que escolham a Volvo na próxima vez que tiverem que comprar um camião. A Forsman & Bodenfors, agência responsável pela nova estratégia da Volvo Trucks, queria apostar em anúncios que tivessem um lado mais humano e que fossem ao mesmo tempo ousados – e a verdade é que resultou. “Se até há algum tempo atrás associávamos criatividade a campanhas de produtos de consumo, hoje em dia há uma proliferação desta tendência e deixamos de falar de business to consumer ou business to business para falarmos em business to human”, adianta Teresa Figueira, diretora geral da consultora de comunicação Hill+Knowlton Portugal. A receita para criar campanhas criativas e memoráveis pode passar por usar imagens com impacto, humor ou surpresa. Mas a responsável alerta que é preciso cuidado. Porquê? “Acima de tudo, tem de haver uma identificação entre as audiências e o que a marca está a comunicar, e se num caso o humor pode ser a chave para o sucesso de uma campanha, noutro pode ser desastroso. É preciso termos clara noção do que queremos comunicar, com quem queremos comunicar e quais os canais para o fazer”. Por isso, Teresa Figueira aconselha a estudar as audiências, compreender os seus valores, as suas necessidades e apostar numa estratégia de comunicação business to human. “As marcas falam para diferentes audiências e todas elas são de extrema importância para o seu sucesso. Não é possível ignorar que, independentemente do que estamos a comunicar, estamos a fazê-lo para diferentes indivíduos que têm necessidades, que procuram respostas e que se querem identificar”. A Volvo Trucks, por exemplo, comunicou através dos seis vídeos para os donos das empresas que compram os camiões mas também para uma audiência muitas vezes esquecida, os motoristas de camiões. “Vivemos num mercado extremamente competitivo, onde as pessoas têm um leque de escolhas alargado em praticamente todas as áreas, segmentos de produto, serviços”. E, por isso, a comunicação, ainda que criativa, deve ser clara para atingir a audiência que se pretende. E o sucesso, esse, vem por acréscimo. “Um artigo recente da Harvard Business Review analisa precisamente a correlação entre a clareza na comunicação dos valores e propósito de uma empresa e a sua performance financeira. As conclusões apontam para uma melhor performance nas empresas que são claras, que evoluem e que se diferenciam. Ou seja, que criam impacto junto dos públicos a que se dirigem”. “A criatividade é fundamental em qualquer comunicação. Porque criatividade é conseguir comunicar de forma diferenciadora com as diferentes audiências e em todos os canais” Se procura inspiração para criar campanhas memoráveis, dê uma vista de olhos na Ads Worth Spreading, uma lista de anúncios selecionados todos os anos pelo TED, que tem como objetivo “celebrar os anúncios que comunicam ideias de uma forma excecionalmente poderosa”. A acompanhar a lista, a organização apresenta ainda um relatório que conta a história de cada campanha. Teresa Figueira, diretora geral da Hill+Knowlton Portugal www.ted.com Paulo de Vilhena, coach de negócios e executivos 26 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2015 SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 27 NOVOS NEGÓCIOS NOVOS NEGÓCIOS VEEDMEE VEEDMEE V E E D M E E , O SEU E M A I L T R A N S FO R M A D O E M V Í D EO Empresa portuguesa cria software que promete transformar todo o conceito de email através do vídeo. Chama-se Veedmee e já conquistou três clientes A o contrário do que se pensa, vivendo numa era de redes sociais, o email ainda é a ferramenta de comunicação de eleição de muitas empresas. E a tendência é para continuar assim, por alguns anos. De acordo com um relatório da empresa de research The Radicati Group, o número de emails enviados e recebidos vai aumentar de 121 para 140 por dia em 2018. Mas, verdade seja dita, esta ferramenta nem sempre é eficaz. Uma das razões: pode não se entender a mensagem à primeira e fazer uma má interpretação das palavras escritas. O que, por consequência, pode levar a mais uma troca de emails. E tempo é dinheiro. A solução, segundo o mesmo relatório, pode passar por introduzir outras tecnologias para comunicar de forma mais eficiente. Um exemplo? O Veedmee, um software que promete transformar todo o conceito de email através do vídeo. “O Veedmee é uma nova forma de comunicar. Trata-se de uma plataforma de comunicação para formato vídeo que complementa o email convencional escrito. Permite maior rapidez e melhora a eficácia da comunicação. A clareza da informação não é comprometida como por vezes acontece com um texto escrito e a imagem acresce valor ao conteúdo, seja este profissional ou de cariz pessoal”, adianta António Lima, fundador da WeWow, empresa portuguesa que criou a solução e que se dedica à inovação e ao desenvolvimento 28 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2015 de serviços na área de tecnologia de informação. O empresário conta que identificou a necessidade de tornar o email um “procedimento mais simples e rápido e, porque não, menos aborrecido”. Trabalhou com o seu sócio Paulo Bengala, e a sua equipa, e em conjunto criaram o Veedmee com o objetivo de “fazer evoluir a comunicação a um nível mais prático e eficiente, poupando tempo e milhões de euros em escrita improdutiva”. Mas como funciona o Veedmee? O utilizador só tem de fazer o registo no website (www.veedmee.com), escolher o tipo de conta, e de seguida, recorrendo à câmara do pc ou do telemóvel, gravar o vídeo que pretende enviar. Depois basta preencher os campos com o assunto e os endereços de email dos destinatários. Segundo o responsável, o vídeo é o elemento principal do email, mas ainda assim é possível anexar outros ficheiros, complementar com informação escrita, numa área criada para o efeito. A plataforma pode ser usada para motivos empresariais e pessoais. Podemos, por exemplo, “enviar um vídeo para toda a equipa a comunicar um problema, a comemorar uma vitória. Ou apresentar a empresa e os seus produtos em forma de vídeo. Poupa muito tempo, dinheiro e é mais eficiente”, defende António Lima. Já no campo pessoal, é uma forma de partilhar emoções: “podemos enviar um vídeo para os nossos familiares distantes, com algum momento que depois pode ser guardado. E isso é impagável”. O software já está a ser usado por três associações portuguesas e, segundo o empresário, vai arrancar, em projeto-piloto com um cliente da área da banca. O Veedmee tem diferentes planos de adesão ao serviço. Existe uma conta em que os utilizadores dispõem de 1Gb de espaço para vídeos e que é totalmente gratuita. Depois existem outros planos pagos. Para empresas a subscrição anual, para cada cinco utilizadores, tem o custo de 150 euros. O Veedmee está disponível em versão web, iOS e Android. bn SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 29 OLHARES OLHARES EVENTS BY TLC EVENTS BY TLC “O N O SS O PA Í S É UM E XCE L E N T E D E S T I N O PA R A A RE A L I Z AÇ ÃO DE E V E N TO S” A events by tlc organiza todo o tipo de eventos corporativos tendo Portugal como principal destino. Diogo Assis, fundador da empresa, acredita que o nosso país tem tudo para vencer nesta área. Boa hotelaria, bom clima, boas acessibilidades. “Portugal não é o limite da Europa, é a entrada da Europa”, diz-nos. E a verdade é que já convenceu grandes empresas a realizarem eventos por cá. A Microsoft e a Volkswagen são dois exemplos D iogo Assis já organiza eventos desde os tempos da faculdade. Mais precisamente desde o segundo ano do curso de gestão turística e hoteleira. Em 1997, em parceria com um colega, começou a organizar jantares em casas de famílias. “Na altura, muitas pessoas não tinham tempo, nem paciência, para organizar jantares para todos os familiares ao fim de semana. Porque implicava comprar comida, cozinhar, lavar loiça, entre outras coisas. E nós resolvíamos esses problemas. Levávamos um chef, empregados de mesa, os ingredientes, a loiça e todos os materiais necessários. O negócio era um sucesso”, relembra. Paralelamente, o jovem empreendedor também fez alguns estágios profissionais em hotelaria, como parte integrante do curso. Trabalhou muito na área comercial e com responsabilidades no mercado inglês e norte-americano. E aqui, é que a sua vida mudou. A experiência veio contribuir para ter uma nova ideia de negócio. Diogo recebia um feedback constante dos seus clientes que faltavam agências em Portugal a promover o país como destino. Viu uma oportunidade e decidiu fazer alguma coisa sobre isso. “Não havia conhecimento de Portugal e não havia propostas criativas nesse sentido. Ouvi isto algumas vezes e decidi montar um negócio, com mais dois sócios. Em 2002, criei a Lisbon Consortium, uma agência especializada em promover a cidade de Lisboa, Estoril e Sintra como destino para eventos internacionais”. A partir desse ano, o empresário começou a organizar diferentes eventos sempre com uma componente criativa, 30 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2015 inovadora. E sempre com a excelência no pensamento. “Queríamos que o cliente tivesse uma boa experiência no destino. Que tivesse uma experiência de excelência”. Uma vontade que deu frutos, tanto que passado três, quatro meses avançaram com o negócio para o Porto e Algarve. O nome da marca deixou de fazer sentido e assim nasceu a events by tlc, em 2011, a atual empresa que concebe, planeia e realiza eventos corporativos tendo Portugal como principal destino. “O nosso país é um excelente destino para a realização de eventos. Quem vem cá, seja em negócios ou não, tem um grau de satisfação muito elevado. Temos uma ótima hospitalidade, hotelaria, gastronomia, um bom clima, é acessível do ponto de vista do preço. E depois também tem boas acessibilidades. Portugal não é o limite da Europa, é a entrada da Europa. Temos que olhar de forma positiva para isto”. Estes argumentos, e o trabalho da equipa de Diogo Assis, foram suficientes para convencer grandes empresas a requisitar os seus serviços para a realização de eventos. Exemplos? O MTV Music Awards em 2005, em Lisboa. O Microsoft Government Leader, em 2006 (que contou com a participação de Bill Gates). E a apresentação do automóvel Skoda Supreme para o grupo Volkswagen, em 2008. Diogo destaca este último por uma particularidade: reabilitaram a Praça das Flores, no Príncipe Real, onde se realizava um jantar diário do evento. “Deixámos um legado na cidade, para a população residente”. A events by tlc tenta sempre marcar pela diferença. Prova disso, também, é o uso de uma plataforma tecnológica que permite mostrar aos clientes as ideias, as propostas, todo o conceito do evento em formato vídeo. Isto é, durante a fase de preparação do evento, os clientes podem ver vídeos do local escolhido e dos equipamentos, por exemplo. “O nosso cliente tipicamente não está em Portugal. E por isso, quisemos equipar-nos com uma ferramenta tecnológica que aproxima o cliente do destino, e que lhe permite viver o evento de forma virtual. Antes mesmo de acontecer. Ou seja, em vez de ver fotografias com descrições, vê vídeos”, adianta o empresário. A events by tlc organiza todo o tipo de eventos corporativos, é essa a sua principal área de atuação. No entanto, com o passar dos anos, Diogo Assis viu outras oportunidades de negócio que podiam resultar na empresa. “Quando executávamos eventos internacionais, percebíamos que o top management gostava sempre de ficar e experimentar o destino. E às tantas, começámos a fazer um pouco de agência de viagens, criando roteiros de lazer, desenhando experiências inesquecíveis em Portugal. Foi assim que decidimos criar a exclusive by tlc”, conta. Mas o empresário não ficou por aqui. No ano passado, abriu a sports by tlc, que organiza eventos que permitem às empresas relacionarem- “Os eventos são reconhecidos como uma das estratégias mais poderosas de comunicação porque têm uma capacidade de engagement que outras estratégias não têm” -se com os colaboradores e com os seus clientes de forma diferente, através do desporto. Diogo Assis dá o exemplo da IMEXrun, uma corrida que organizaram para a IMEX, uma das principais feiras de meetings and events da Europa e dos EUA. “As feiras em si são um elemento muito social. As pessoas passam os dias em reuniões e jantares de negócios e por isso acaba por ser um evento pesado. Por isso sugerimos à IMEX trazer uma solução de responsabilidade social e que equilibrasse isso. Sugerimos uma corrida e foi um sucesso. Esgotou duas semanas antes”, relembra. Além de uma ferramenta de responsabilidade social, “os eventos são reconhecidos como uma das estratégias mais poderosas de comunicação porque têm uma capacidade de engagement que outras estratégias não têm”, defende. E as vantagens na organização de um evento, segundo o empresário, são inúmeras: o networking, o engagement, a capacidade de inspirar o crescimento, a inovação. Mas, para isso, há que saber organizá-lo, para conseguir tirar todo o partido dessa comunicação. “Não basta ter um bom speaker motivacional e uma temática. Isso é insuficiente. O conteúdo é bastante importante e temos que saber adaptá-lo aos diferentes interesses do público. Porque o meu interesse pode ser diferente de outra pessoa. Temos que ter a capacidade de gerar conteúdo relevante para quem vai ao evento. Sem conteúdo relevante é difícil ter um evento relevante”. E isto é válido tanto para grandes empresas como startups, e em qualquer setor, aponta Diogo. A events by tlc trabalha com empresas de diferentes áreas, nomeadamente seguros, banca, farmacêutica, automóvel, consultoria e tecnologia. No ano passado tiveram resultados acumulados de 10 milhões de euros. Este ano têm perspetivas de crescimento na ordem dos 25%. bn SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 31 F I LT R O F I LT R O GADGETS GADGETS LISTEN TO MUSIC ... ... porque vai aumentar a sua produtividade no trabalho. Os estudos garantem-no. Vai conseguir concentrar-se melhor nas suas tarefas, ganhar uma motivação extra e o stress vai diminuir. Só tem de escolher a sua música e o aparelho para a ouvir O uvir música no trabalho parece cada vez mais normal... apesar de haver quem o considere uma distração. Mas a verdade é que é uma tendência e há estudos que comprovam os seus benefícios. No ano passado, uma investigação, conduzida pela empresa de serviço de música em streaming Spotify, revelou que mais de 60% das pessoas admite ouvir música no local de trabalho. As vantagens: os colaboradores ficam mais felizes, aumenta a moral no trabalho e a criatividade. Além disso, conseguem concentrar-se melhor nas suas tarefas e são mais produtivos. E quais os ritmos que devemos ouvir? Há quem defenda que devemos ouvir as nossas músicas preferidas, outros dizem que ouvir música instrumental é a solução. Se estiver em dúvida, pode recorrer aos serviços da focus@will que é uma espécie de biblioteca de músicas que prometem ajudá-lo a concentrar-se e a aumentar a sua produtividade. Mas, a escolha da música fica ao seu critério. Bem como o gadget para a ouvir. No entanto, sugerimos quatro gadgets, cada um diferente mas com o mesmo objetivo. Confira! bn T M A- 2 M O D U L A R JBL CLIP Se é daqueles que trabalha em vários locais, que está sempre em movimento, a melhor solução é um speaker portátil. A marca JBL lançou no ano passado o Clip, uma mini-coluna Bluetooth para ouvir música em qualquer lado. Um pormenor? A coluna tem um gancho que permite prender o gadget a uma cadeira, a uma mochila ou a uma bicicleta, caso seja um empresário aventureiro. Graças à tecnologia Bluetooth, com o Clip pode ouvir música armazenada no seu smartphone, tablet ou laptop. A bateria do aparelho dura cerca de cinco horas. O volume vai até aos 160Hz. O preço? 49,99 euros. www.jbl.com R4 M K I I I Um empresário que aprecie boa música, mas também um bom design, pode optar por um sistema de som da marca Ruark Audio. Um dos seus modelos? O novo R4 MkIII. O aparelho tem uma linha moderna, simples e ao mesmo tempo vintage, mas, segundo a empresa, o que atrai mais é a sua qualidade de som estéreo 3D. E pode ouvi-lo de diferentes fontes: o R4 MkIII tem rádio FM, leitor de CD com leitura de vários formatos de música (CD-Audio, MP3 e WMA) e um recetor de Bluetooth. A amplificação é analógica com 80W de potência nominal. Existe em três cores: nogueira, branco e preto. O custo é de 899 euros. www.ruarkaudio.com Num ambiente de escritório ruidoso muitas vezes a solução passa por ouvir música através de headphones. É a sua garantia de escape a qualquer barulho. Existem mil e uma opções no mercado, mas a empresa dinamarquesa de equipamentos au dio A iaiai l an ço u un s headphones que chamam a atenção por uma diferença: são modulares! Isto é: os utilizadores podem personalizar os seus headphones, escolhendo o aro para a cabeça, os cabos, as almofadas dos auscultadores e os speakers. Ao todo são 360 configurações possíveis. Se ficar indeciso com tantas possibilidades, pode optar por escolher os modelos criados pela Aiaiai tendo em conta o seu objectivo: everyday use e on the go, por exemplo. Os preços destes modelos variam entre 145 e 210 euros. www.aiaiai.dk H E R E AC T I V E L I S T E N I N G A sua empresa até é apologista de ouvir música no trabalho. Tem um sistema de som que passa todos os dias boa música para ouvirem. No entanto, o barulho típico de um escritório open office consegue abafar qualquer música. E aí, os benefícios que os estudos apontam são anulados. Mas como ouvir a música que passa no escritório, sem ouvir os colegas a falar? A solução chama-se Here e são uns earphones wireless que permitem “selecionar” qual o som que queremos ouvir do meio ambiente onde estamos. Por exemplo: num concerto conseguimos diminuir o som do público para ouvir melhor o vocalista. Para tudo funcionar, é necessário uma aplicação para smartphone que permite controlar o volume dos diferentes sons, em diferentes cenários (eventos desportivos, viagens de avião, open offices). A Doppler Labs, empresa que inventou a solução, espera começar a comercializar o Here no final do ano. O preço será de 225 euros. www.dopplerlabs.com 32 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2014 5 SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 33 F I LT R O LIVROS ESPECIALISTAS EM FORMAÇÃO 01 Comunicadores de Excelência A A RT E DE BEM CO MU N IC A R E M L I V RO S A experiência de quem sabe comunicar reunida em livros por uma série de autores. Boas práticas, técnicas e dicas para ter na sua secretária Renato Póvoas Nos dias de hoje é imperativo uma empresa ter uma política de comunicação definida se quiser alcançar o sucesso. Com este livro vai aprender o que fazer através de exemplos de boas práticas e projetos reais de sucesso em diferentes áreas de comunicação (institucional, responsabilidade social, relação com a comunicação social ou comunicação digital). FNAC, IBM, Novabase, Siemens são alguns testemunhos apresentados pelo autor. Editora SmartBook | Preço 13,50 euros 02 TED – Os segredos de comunicação das conferências mais carismáticas do mundo Carmine Gallo As conhecidas conferências TED redefiniram aquilo que constitui uma apresentação de sucesso e tornaram-se o padrão de excelência da arte de falar em público. Saiba quais são as técnicas usadas pelos oradores de topo das apresentações TED e que pode usar para dinamizar qualquer apresentação, para inspirar qualquer equipa e para contagiar qualquer público. Aprenda a vender as suas ideias e vender-se a si próprio. Editora GestãoPlus | Preço 15,50 euros 01 02 ÁR E AS DE FOR M AÇÃO Competências Empresariais Soft Skills Tecnologias de Informação e Comunicação SOLUÇÕE S DE FORM AÇÃO A GALILEU conta com uma vasta variedade de soluções, distinguindo-se das outras entidades formativas pela complementaridade de serviços e produtos, que primam pela qualidade e flexibilidade, adaptando-se às exigências dos clientes. Formação de Calendário Carreiras Profissionais Mentoring Team Building Coaching E-Learning Formação one-to-one Live Training Formação à medida 03 Sentido Social 03 04 Antonio Toca, Javier Curtichs e Sandra Antunes A Internet revolucionou o mundo da comunicação. Todos os dias, em casa ou no trabalho, as pessoas utilizam o email e as redes sociais para falar uns com os outros. E as organizações têm de se adaptar a esta nova realidade, pois a Internet permite saber em qualquer momento as opiniões, positivas e negativas, sobre um determinado produto ou serviço. Através de casos práticos, este livro mostra como se pode tirar o maior rendimento das redes sociais. M E T ODOLOG IA PARA E M PR E SAS A GALILEU disponibiliza todo o auxílio necessário na gestão integrada do plano de formação, para que as empresas possam alcançar eficiente e eficazmente os seus objetivos. Na formação à medida, a GALILEU efetua o acompanhamento de todo o plano de formação: Plátano Editora | Preço 17,96 euros 04 A linguagem corporal revela o que as palavras escondem António Sacavém, Kasia Wezowski, Patryk Wezowski Imagine que começa a conversar com alguém e é capaz de perceber o que a outra pessoa pensa, sente e quais as suas reais intenções, para lá das suas palavras? Com este livro prático sobre microexpressões pode aprender a descodificar a linguagem corporal para conseguir alcançar o sucesso em liderança, vendas, negociação, entrevistas, coaching, comunicações em público e relações. A B C D E F A Assessment B Preparação do Plano de Formação C Implementação da Formação D Avaliação CRAS (Comportamentos, Resultados, Aprendizagem e Satisfação) E Relatório Final e Medidas Corretivas F Apoio Pós-formação Editora TopBooks | Preço 14,99 euros 34 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2015 WWW.GALILEU.PT | [email protected] | 21 361 22 00