- Bons Negócios

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- Bons Negócios
G E S TÃ O T E C N O L O G I A M A R K E T I N G F I N A N C I A M E N T O N E G Ó C I O S
CANON
IVITY BRAND CORP
YO U N G N E T WO R K
EVENTS BY TLC
Saber comunicar é um desafio,
mas não tem de ser um problema.
Leia os conselhos, as sugestões
e as ferramentas que o podem ajudar
a melhorar a sua comunicação
e a da sua empresa
#18
SETEMBRO 2015 | TRIMESTRAL | 3€
BONSNEGOCIOS.COM.PT
SUMÁRIO
& EDITORIAL
4 BREVES
14 ANÁLISE
2 8 N OVO S N E G Ó C I O S
NOTÍCIA S, CURIOSIDADE S, E STUDOS
J O Ã O C ATA L Ã O
VEEDMEE
Saiba como melhorar a sua comunicação
através de novas aplicações, ges tos ou,
e m ú lt i m o c a s o , u m a a u d i t o r i a
O mentor e coach executivo sugere
a utilização de uma poderosa e eficaz
ferramenta na sua comunicação:
a capacidade de surpreender
E m p resa port u g u esa WeWow c ria soft ware
q u e prom ete t ransform ar todo o c onc eito
d e em ail at ravés do vídeo
7 O P I N I ÃO
C A R L O S M AT O S
O presidente da APECOM escreve sobre
a construção da reputação das empresas
e o papel das agências de comunicação
8 MEET THE LEADER
CANON
Ricardo Pinto, diretor do canal de vendas
indiretas da Canon, é um homem de desafios.
Chegou onde chegou, porque disse sempre
sim às propostas que lhe fizeram
10 EXPERIÊNCIA
IVIT Y BR AND CORP
Ca r lo s Co e lh o , pre s i d e nte d a i v i t y e u m
c r i a d o r d e m a r c a s h á 3 0 a no s , ex pli c a - no s
o q u e é pre c i s o pa ra c r i a r u m a m a r c a e m
Po r t u ga l e lá fo ra
16 BASTIDORES
YOUNGNE T WORK
O g r u po d e c o m u ni c a ç ã o c o m e ç o u c o m o
u m a e m pre s a d e re la ç õ e s pú b li c a s , h o j e
t ra b a lh a o u t ra s á re a s d e ne gó c i o e e s t á
pre s e nte e m 1 0 pa í s e s
1 8 T E M A D E C A PA
7 DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO
NOS NEGÓCIOS
Ca d a ve z m a i s s u rge m o u t ra s fo r m a s
d e c o m u ni c a r c o m o s c li e nte s ,
fo r ne c e d o re s , c o la b o ra d o re s . V i ve m o s
nu m a é po c a d o m i na d a pe la s te c no lo g i a s ,
e m q u e to d o s nó s c o m u ni c a m o s re c o r re nd o
a u m s m a r t ph o ne , u m t a b le t , u m
s o f t wa re , u m a re d e s o c i a l, e a s e m pre s a s ,
i nd e pe nd e nte m e nte d a s u a d i m e ns ã o
e á re a d e a t i v i d a d e , tê m d e s e a d a pt a r
pa ra c o ns e g u i r c o m u ni c a r d e fo r m a e f i c a z .
Po rq u e nã o h á b o ns ne gó c i o s s e m u m a
b o a c o m u ni c a ç ã o
30 OLHARES
E VENT S BY TLC
A e mpresa de D iogo Assis organiza todo
o t i po de eventos c orporat ivos tendo
Po r tu gal c om o princ ipal dest ino
3 2 F I LT RO
GADGETS
O u vir m ú sic a no t rabal ho au m ent a a nossa
pro d u t ividade, garantem os est u dos. A B ons
N e góc ios selec ionou 4 aparel hos diferentes
pa ra ou vir os rit m os qu e m ais gost a
3 4 F I LT RO
LIVROS
Ve j a a nossa seleç ão de l ivros sobre a arte
d e b em c om u nic ar. B oas prát ic as, téc nic as
e d i c as para ter na su a sec ret ária
EVENTO G R AT UI TO PA R A EM PRESA S
15 17
SET SET
LISBOA
PORTO
L AG OA S
PAR K
HO T E L
HO T E L S O LVE RDE
S PA E WE LLNESS
C E NT E R
FAÇ A JÁ A S UA I NS C R IÇÃO EM :
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Nº Registo na ERC 126112
Edição Nº 15
“O
ato de trocar informação, comunicar e de estabelecer uma relação com
algo ou alguém; relação; correspondência”. Esta é uma, das muitas possíveis
definições de comunicação. É algo que efetuamos diariamente, milhares
de vezes, em todas as interações que temos com os mais diversos intervenientes.
Seja através de um email, um telefonema, um encontro com um colega, cliente ou
parceiro. Até de uma simples troca de olhares. Estamos permanentemente a comunicar.
Cada indivíduo expressa os seus pensamentos e conduz a forma como se relaciona
através da comunicação. A forma como o faz, condiciona e provoca uma diversidade
de reações. Estas podem ser positivas ou negativas dependendo da forma como
comunica. Depois de cada reação, o individuo irá criar, para si mesmo, um paradigma/
mundo diferente em função do conjunto de experiências adquiridas, que por sua vez
influenciará o seu comportamento futuro e consequentemente as suas relações. Tendo
por premissa que a base dos negócios são relações, teremos de aceitar que a forma
como comunicamos assume um papel fundamental nos negócios e nas negociações.
Um artigo recente da revista Forbes, onde o tema comunicação era abordado, referia
Winston Churchill como uma das mais proeminentes figuras da nossa história indicando
que “a característica que tornava Churchill num dos mais poderosos e eficazes políticos
da sua época, era a sua capacidade de comunicação”. A forma como se relacionava
e comunicava com os outros era exaustivamente refletida e ponderada, sempre
tendo como foco os seus objetivos. Refletindo e ponderando a nossa comunicação,
estaremos mais próximos de criar um paradigma adequado aos nossos objetivos.
Neste número da Bons Negócios vamos tentar abordar esta temática de vários ângulos,
de forma a ajudá-lo provocar o impacto que o possa aproximar dos seus objetivos.
Bons Negócios a todos e boas leituras.
MARCO SOUTA
SUBDIRETOR
SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 3
BREVES
BREVES
NOTÍCIAS, CURIOSIDADES, ESTUDOS
NOTÍCIAS, CURIOSIDADES, ESTUDOS
FAÇ A U M A AU D I T O R I A
À S UA CO M U N I C AÇ ÃO !
A P L I C AÇ ÃO A J U DA A E S C RE V E R
EMAILS PERSONALIZADOS
C
omunicar através de email não é fácil,
se não conhecermos pessoalmente
a pessoa que está do outro lado
do ecrã. Muitas vezes podemos ser
mal interpretados, apenas por uma
palavra, uma frase. A boa notícia é
que já criaram uma aplicação que nos
ajuda a escrever emails personalizados.
A plataforma, batizada de Crystal,
consegue indicar-nos as palavras, as
frases, o estilo, o tom que devemos utilizar
para comunicar de forma mais eficaz com
cada pessoa. Mais: a aplicação ainda nos dá
o perfil do recetor, indicando qual a melhor
maneira de lhe falar, de trabalhar e até de
vender! Assim, e à medida que escrevemos
o email, a Crystal diz-nos quantas e quais
as alterações a fazer, o que dizer, o que
evitar. Como a plataforma tem acesso
a toda esta informação? Através dos
perfis em redes sociais, posts em blogs,
e outros dados espalhados na Internet.
Sounds creepy? Em parte sim, mas segundo
a fundadora da Crystal, Drew D’Agostino,
a ideia agrada a empresários na área das
vendas e recrutamento.
www.crystalknows.com
FACT
M
ais do que saber falar é fundamental
a capacidade de escutar, de acordo com
um estudo da Threshold, especialistas
em comunicação. E porquê? Porque pode
melhorar os resultados da sua empresa.
Os trabalhadores que sentem que são ouvidos
pelos seus gestores são cinco vezes mais
propensos a estarem motivados e 21 vezes
mais propensos a demonstrarem dedicação
à empresa do que aqueles que não se sentem
ouvidos. Ou seja, trabalhadores satisfeitos,
maior produtividade. Próxima vez, oiça mais.
F O N T E : W W W. H A N D H CO M M S .CO . U K
C
omo vai a comunicação da sua empresa? Vai
bem? Muitas falhas nem sempre são detetadas
por quem trabalha dentro da empresa, por isso
a nossa dica é que contrate uma empresa externa
para fazer uma auditoria à sua comunicação. A Buzz
Ideas, sedeada em Leiria, poderá ajudar nessa matéria.
A empresa de marketing e comunicação empresarial
tem um serviço de análise gratuita ao plano de
comunicação interno e externo das empresas
que promete ajudar a responder com eficácia às
exigentes necessidades dos clientes. “Fazemos
um trabalho exaustivo baseado em estudos de
mercado que nos permite compreender como o
mercado ‘vê’ os produtos/marcas da empresa que
representamos e também da concorrência mais
direta. Reunimos com os empresários e fazemos
um levantamento de necessidades, apurando os
objetivos da empresa a curto, médio e longo prazo.
Cruzando esta informação, conseguimos apurar as
falhas existentes e posteriormente desenvolver um
plano eficaz que permita colmatar as falhas e com
isto destacar-se da concorrência”, explica Ricardo
Dinis, da Buzz Ideas. Segundo o responsável, ter um
bom plano de comunicação poderá ser a melhor
ferramenta a usar nos dias de hoje. Para qualquer
empresa, para qualquer produto. “Comunicar, é
uma arte! Provoca emoções, pressiona os sentidos
e mobiliza massas. Quando associamos a arte de
comunicar a verdadeiras estratégias de marketing,
detemos o poder único de influenciar personalidades”.
Pronto para uma auditoria?
GLOSSÁRIO
DE GESTOS
Já deu conta que as suas mãos também falam? É verdade.
Quando falamos em público, ou conversamos com os
nossos colegas no trabalho, muitas vezes fazemos gestos
para dar ênfase ao nosso discurso. Alice May Williams e
Jasmine Johnson, enquanto estudaram na Universidade
de Londres, repararam em nove gestos repetitivos
e muito comuns, entre professores e alunos, e decidiram
publicar a descoberta no blog The Glossary of Gestures
for Critical Discussion.
Eis três exemplos.
01
“60%
DE TODOS OS
PROBLEMAS DE GESTÃO
SÃO RESULTADO DE UMA
MÁ COMUNICAÇÃO”
PE TER DRUCKER,
denominado pela revis ta B usine ssWeek
c o m o “o h o m e m q u e i n v e n t o u a g e s t ã o ”
03
www.buzz-ideas.pt
02
THE BACKHAND SLAP
“EU SEI QUE JÁ O DISSE ANTES,
MAS VOU DIZÊ-LO NOVAMENTE”
USAR COMO GESTO DE REFORÇO.
THE DIALECTIC
“ISTO É UMA DIALÉTICA
E EU VOU EXPLICAR ISSO”
USAR QUANDO QUISER EXPRESSAR
UMA MUDANÇA.
THE CRITICAL WHIRL
“JÁ LI TANTO MARX E AGORA NÃO
CONSIGO ENCONTRAR PALAVRAS”
REPETIR ATÉ SE LEMBRAR DA IDEIA.
C R É D I T O S A L I C E M AY W I L L I A M S E J A S M I N E J O H N S O N
4 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2015
SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 5
O P I N I ÃO
C A R L O S M AT O S
D
PAGE
PROGRAMA AVANÇADO DE
GESTÃO PARA EXECUTIVOS
66ª
EDIÇÃO
A CO N S T RUÇ ÃO
DA REPU TAÇ ÃO
DA S E MPRE S A S
E O PA PEL DA S
AG Ê N C I A S D E
CO M U N I C AÇ ÃO
urante as últimas
décadas, o paradigma da comunicação mudou radicalmente.
Graças, e sobretudo, ao
desenvolvimento das tecnologias de informação e ao
T E X T O P O R C A R L O S M AT O S ,
efeito fiscalizador que os
cidadãos, as comunidades,
as organizações não-governamentais e os meios de comunicação cada vez mais exercem sobre as atividades das
organizações políticas, das empresas ou das instituições
financeiras.
Nos dias de hoje, os líderes empresariais e políticos
veem-se obrigados a levar cada vez mais em consideração o
papel que os diversos grupos de interesse têm na definição
do seu próprio modelo de atividade. O processo combinado
de pressão e ativismo social, vigilância por parte dos meios
de comunicação, mudanças no marco regulatório das
atividades empresariais e financeiras levaram a um novo
paradigma da comunicação. Focando-nos na comunicação
empresarial, o modelo que vigorava deixou de ser sustentável.
Hoje em dia acionistas, investidores e clientes já não são
os únicos grupos de interesse a quem uma companhia deve
prestar contas. À volta das empresas surgiu um número
amplo, variado e complexo de novos grupos de interesse,
que devem ser ouvidos e tomados em consideração, e
envolvidos na construção da proposta de valor empresarial.
Perante esta nova
realidade, a política de
comunicação terá sempre
de assentar num modelo
virtuoso de diálogo permanente com os diferentes
stakeholders. E é sobre este
PRE SIDENTE DA APECOM
diálogo permanente que
se constrói a reputação de
uma empresa. A reputação de uma organização é hoje o
íman capaz de atrair e de manter o interesse e a relevância
da proposta de valor de uma empresa ou instituição para um
número maior e variado de stakeholders, que deixaram de
tomar as suas decisões somente sobre a base do tradicional
binómio preço-qualidade. Essas decisões estão cada vez
mais ligadas a temas como o projeto sustentável a longo
prazo de um negócio, o respeito pelo meio ambiente da
prática empresarial, os princípios éticos e de transparência
na relação com clientes, colaboradores ou com práticas
claras de responsabilidade social.
Este é o contexto e o desafio que marca hoje a missão das
agências de comunicação: ajudar de forma muito profissional
as empresas e organizações a construírem a sua reputação
numa perspetiva sustentável e de longo prazo. Representamos
um setor com uma oferta de serviços fundamentais para
a construção de um diálogo construtivo das instituições
com os seus diferentes públicos e, por isso, decisivo para a
construção de um Portugal moderno e inovador.
INÍCIO: 20 DE NOVEMBRO DE 2015
DURAÇÃO: 195 HORAS
“Frequentar um curso como o PAGE é uma forma
de fazer um conceptual check ao nosso pensamento,
dando-lhe uma dimensão mais estruturada e viva.”
João Pedro Galveias
RTP - Director Serviços Digitais e Multimédia
INFORMAÇÕES E CANDIDATURAS:
www.clsbe.lisboa.ucp.pt/executivos/page
Tel.: 217 214 220 | 217 227 801
E-mail: [email protected]
Católica Lisbon School of Business & Economics is ranked among Europe’s
Top 25 Business Schools. Consistently ranked the Best Business School in
Portugal. Triple Crown Accredited.
CARLOS MATOS é o atual presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Conselho em Comunicação e Relações Públicas (APECOM),
função que assume a par da presidência da agência Llorente & Cuenca
em Portugal. Foi jornalista durante 15 anos no Expresso e fundador
de uma das primeiras agências de comunicação em Portugal, a Imago.
Trabalhou durante vários anos na área de comunicação corporativa, comunicação de crise, comunicação de produto e comunicação interna.
SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 7
MEET THE LEADER
MEET THE LEADER
CANON
CANON
HOMEM
DE DESAFIOS
Ricardo Pinto está à frente do canal de vendas indiretas da Canon. É responsável
por todo o território nacional. Chegou onde chegou, porque disse sempre sim aos
desafios que lhe apareceram. Foi vendedor de discos, DJ, comercial, formador.
What’s next? A vida o dirá. Mas está cá para o que der e vier
e tivermos medo de falhar não encontramos
a felicidade. Todos os desafios que a vida
me colocou à frente, aceitei naturalmente.
Com 11 anos vi os meus pais perderem tudo
o que tinham construído e recomeçarem do
zero. Tudo tem uma solução. Uma razão de ser”. Ricardo
Pinto, diretor do canal de vendas indiretas da Canon, é um
homem de desafios. Desde pequeno. Nasceu em Maputo,
em Moçambique, mas com a revolução de 74 veio com
os pais para Portugal, para o Porto. Hoje, diz que gosta
muito da cidade, mas na altura foi um choque. Um desafio
em tão tenra idade. “Foi uma mudança com um grande
impacto na minha vida. Estava habituado a um clima tropical
e aqui chovia três meses seguidos! Depois, a linguagem
do Porto é muito característica e em Moçambique tive
uma educação diferente. Além disso, de uma casa onde
se podia jogar à bola na rua, mudei-me para um apartamento”, conta-nos. Mas as diferenças não o impediram de
vencer. Mesmo num país novo, Ricardo Pinto conseguiu
ser um aluno exemplar. “Sempre fui bom na escola, fiz
a primária em dois anos”, diz-nos orgulhoso. Terminou
os estudos com boas notas, mas não foi para a universidade.
Desilusões com o estado do ensino na altura, preferiu
trabalhar. O seu primeiro emprego: vendedor de discos
numa loja de um centro comercial em Lisboa, cidade
para onde se mudara porque o pai tinha recebido uma
proposta para trabalhar na capital, para o representante
da Minolta, e a família veio toda. Tinha 18 anos. “Foi um
primeiro emprego que acabou por se tornar uma paixão
– em um, dois anos passei a gerente da loja. O meu gosto
pela música cresceu e comecei a investir o meu dinheiro em
música importada. Mais tarde até atuei como DJ”, relembra
o responsável. Mas a carreira na música foi curta. A altura
da tropa chegou e lá foi. Corria o ano de 1984. Quando
8 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2015
voltou o pai tinha outros planos para ele. “Já andaste
a brincar, agora vais ter um emprego a sério”, disse-lhe
o seu progenitor. Foi trabalhar para um agente da Minolta,
vender de pasta na mão. E foi um desafio. “Apesar da
minha experiência na loja, era uma área diferente. Depois,
andava de um lado para o outro de autocarro. Não tinha
automóvel! Mas não me arrependo, foi uma verdadeira
escola de vendas”. No entanto, o responsável admite que
tem uma personalidade bastante vincada e não lidava bem
com “demasiado controlo”. Por isso, ao fim de um ano, em
1986, mudou-se para a Copicanola, distribuidor da Canon
em Portugal ao nível de equipamentos de escritório. Deu-se
bem. Ricardo Pinto é um homem confiante e competitivo,
o que o ajudou a vencer na empresa. “Os novos vendedores
quando entravam na Copicanola ficavam com as ditas
piores zonas, fora de Lisboa. Mas ao fim de dois, três anos
já estava no centro da capital. E até ganhei alguns prémios”.
Um deles muito importante para a sua carreira e que veio
definir o seu percurso até à Canon. Foi assistir a uma final
de futebol em Munique, Alemanha, e nessa viagem teve
a sorte de conhecer duas senhoras que trabalhavam para
a Canon. Falou com ambas em inglês e isso não passou
despercebido. Passados dois, três meses convidaram-no
para dar formação em vendas na Copicanola. E em inglês.
Ao início entrou em pânico, mas não disse que não. “Eu
sabia falar em inglês, mas não desta forma. Mas aceitei
o desafio. Durante uma semana e meia fui ao clube de
vídeo buscar cassetes de filmes em inglês. Via três por
dia!”, conta com um sorriso.
Mais tarde, em 1994 regressa ao Porto. Destino ou mais
um desafio? (Talvez) ambos. “A delegação portuense
estava com alguns problemas e convidaram-me para
assumir a direção da filial da Copicanola na cidade. Tive
dois dias para decidir!” Apesar de jovem, 31 anos, Ricardo
Pinto foi à aventura e conseguiu criar uma boa equipa
de vendas e a empresa estabilizou. “Todos os dias, ser
melhor que ontem é um objetivo que deve estar sempre
presente”, confessa. Treze anos depois, a Canon troca-lhe a vida e dá-se mais uma mudança: volta para Lisboa.
“Em 2007, a Canon compra a Copicanola e regresso
à capital para assumir a chefia do canal de vendas diretas,
a nível nacional”. Em 2012, assume a posição que tem
hoje: a de diretor do canal de vendas indiretas. “Nesse
ano tive que cobrir Portugal em termos geográficos com
representantes da Canon. E em dois anos estava feito”,
relembra. Qual o seu segredo? “Basta bom senso”, diz. Mas
a verdade é que Ricardo Pinto é um comunicador nato.
Na sua opinião, “o comunicador de excelência é aquele
que consegue dizer aquilo que faz efeito nas pessoas. Mas
mais do que falar é fundamental a capacidade de escutar.
Em comunicação, a estratégia para o sucesso é perceber
o que é importante para um cliente”. Atualmente tem
a seu cargo duas pessoas e a comunicação entre todos
é essencialmente e de preferência verbal. “Evito o email.
Acho que é um mau hábito que se criou. As pessoas usam
o email mais como uma prova. Além disso, este é despido
de emoção e intenção. A maneira como se escreve pode até
não ter nenhuma má intenção, mas o recetor pode avaliar
mal. E há erros de interpretação”. Prefere conversar por
telefone ou cara a cara.
Desafios pessoais? Gostava de voltar a Moçambique. Já
conhece quase toda a Europa, devido ao seu trabalho, mas
não viaja para fora há dois anos. Não consegue. Porquê?
Recebeu de presente, pelos seus 50 anos, uma cadela de
raça pastor alemão. E o seu amor por ela é mais forte do
que o gosto por viajar. A solução que encontrou: viajar
para fora cá dentro. “Alugo uma vivenda com piscina
em Altura e vou com ela, sempre”, admite. E são felizes,
mais fora do que dentro de água. Que a cadela não está
para banhos na piscina. Tem medo. Os desafios ficam
para o dono. bn
“O COMUNICADOR DE
EXCELÊNCIA É AQUELE QUE
CONSEGUE DIZER AQUILO
QUE FAZ EFEITO NAS PESSOAS”
SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 9
EXPERIÊNCIA
EXPERIÊNCIA
IVITY BRAND CORP
“U M A M A RC A
É O SONHO
DE UM HOMEM
P E R P E T UA D O
N A ECO N O M I A”
Q
uem o diz é Carlos Coelho, presidente da Ivity
Brand Corp e um criador de marcas há 30
anos que sabe bem como se constrói uma marca
sólida em Portugal e lá fora. É preciso trabalho, muito
trabalho e não ceder à pressão. É preciso uma dose de
talento e descaramento. O responsável e a sua equipa
trabalham as marcas sempre com isto em mente. E os
prémios que arrecadaram, face à sua dedicação, saltam
à vista. Em 2011 a ivity foi eleita a melhor agência de
branding, pela revista Marketeer, e no mesmo ano
ganhou um leão de ouro no festival de Cannes, com
um trabalho para a Sonae. Na lista de clientes, estão
também a Galp Energia, a TAP Portugal, a RTP,
os CTT – Correios de Portugal, e mais alguns. Carlos
Coelho gostaria de criar e recriar tantas outras marcas
que levam Portugal ao mundo. Um exemplo: a marca da
Fundação Gulbenkian, uma instituição que o inspira.
E o faz continuar a sonhar com o mundo das marcas.
CARLOS COELHO,
PRESIDENTE DA IVITY BRAND CORP
10 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2015
IVITY BRAND CORP
O QUE É UMA MARCA?
Uma marca é o sonho de um homem perpetuado na economia.
Se nos referirmos a uma marca comercial: de um produto,
de um serviço ou de uma empresa, uma marca é um sonho
do homem perpetuado na economia. Se falarmos de marcas
coletivas: de uma cidade, de uma região ou de um país, uma
marca é um sonho coletivo do homem, perpetuado na história.
UMA MARCA É MUITO MAIS QUE UM LOGO?
Uma marca não se resume a um logo, que é um diminutivo
de logótipo: tipo de letra com que é escrita uma marca; e de
símbolo, sinal figurativo ou abstrato que resume, de alguma
forma, a visão, a missão e os valores de uma marca. Um
“logo” é a expressão visual da identidade conceptual, verbal
e simbólica de uma marca. É a sua imagem física e, nessa
medida, é ao mesmo tempo um espaço contendor de significados
e um espaço vazio para significar. O “logo” é assim o sinal
mais expressivo de uma marca, o seu farol agregador onde
se juntam atitudes e comportamentos e de onde emana,
aos olhos do consumidor, a imagem de uma marca.
COMO SE CONSTRÓI UMA MARCA? E UMA MARCA
SÓLIDA?
Uma marca constrói-se com a ambição do futuro e com
a consciência do presente, sonhando de olhos abertos. Uma
marca é um agregador de convicções, um caminho de
conquistas, um edifício de sabedoria e de paciência.
Para construir uma marca sólida há que fazer “agricultura
de marcas”. Uso este exemplo pois permite-me explicar que
a edificação de uma marca deverá respeitar o seu ciclo de
vida, no mundo das marcas. Na agricultura começa-se por
preparar o terreno, depois planta-se e depois rega-se, e no
dia seguinte volta a regar-se, e cuida-se e rega-se e poda-se,
e volta a regar-se. E assim se continua todos os dias até que
se possa colher os frutos deste trabalho moroso e minucioso.
No mundo das marcas os procedimentos são os mesmos,
primeiro tem de se plantar, depois tem de se cuidar e só mais
tarde se pode colher.
Mas porque as marcas são sementeiras invisíveis, assistimos
a todo o tipo de descuidados. É inclusive lugar-comum
dizer-se que quando há crise, o mais simples de cortar é no
marketing. Nesta minha analogia da “agricultura de marcas”
seria o mesmo que dizer que em tempos de crise o mais fácil
seria deixar de regar. Uma marca será tão sólida, ou nesta
analogia, dará tantos frutos, se formos capazes de a cuidar não
deixando que a pressão dos resultados antecipe as colheitas,
hipotecando o futuro em função do presente.
UMA MARCA TEM DE SER CRIATIVA E INOVADORA?
Mais do que investimento, diria que a criatividade e a inovação
são, a par da estética, os principais aditivos da vida de uma
marca, sem os quais uma marca envelhece e morre. Mas
criatividade e inovação não são a mesma coisa. Criativos
somos todos, inovadores só alguns. Diria que a inovação é
criatividade aplicada a produzir hoje as realidades de amanhã.
Como uma vez me disse o Engenheiro Belmiro de Azevedo,
fundador da Sonae, que nunca se tinha interessado muito
pelo marketing, pois era um homem focado na inovação,
mas que reconhecia que era preciso ser muito criativo para
produzir ideias e para ser inovador nos produtos, nos serviços
e nas marcas.
O QUE UMA EMPRESA TEM DE FAZER PARA DAR
A CONHECER A SUA MARCA AO MUNDO? QUAL
O TIPO DE GESTÃO E COMUNICAÇÃO MAIS EFICAZ
PARA O CONSEGUIR?
Para ser conhecida mundialmente, uma marca tem de ter
talento e descaramento. Talento para construir a sua realidade
concreta, fortificada nos seus atributos funcionais e na
pertinência dos mesmos a nível global. E muito descaramento
para se fazer ouvir construindo a sua ficção, a sua história
muito sedutora que nunca termina e continua sempre no
dia seguinte.
No mundo das marcas não há espaço para quem aposte
apenas numa das duas características, precisamos de ser
mas também precisamos de parecer e de aparecer. O valor
de uma marca, num mercado global, resulta da qualidade
intrínseca do produto ou serviço mas também da qualidade
percebida, mais ou menos na mesma medida.
“NA NOSSA MEMÓRIA FICAM
AS MARCAS QUE NOS TRATARAM
COMO PESSOAS E NÃO COMO
UNIDADES DE CONSUMO, FICAM
AS MARCAS QUE PARTILHARAM
CONNOSCO O SEU PROPÓSITO,
A SUA RAZÃO DE EXISTÊNCIA,
NO FUNDO A SUA HISTÓRIA”
HOJE EM DIA ALGUMAS MARCAS TÊM OPTADO NAS
SUAS CAMPANHAS POR CONTAREM HISTÓRIAS
REAIS, DE PESSOAS, QUE PRENDEM A ATENÇÃO DOS
CONSUMIDORES. MUITOS ANÚNCIOS DE DIFERENTES
MARCAS TÊM OPTADO POR ESTE CAMINHO. É UMA
TENDÊNCIA?
A realidade é por vezes a melhor das ficções. Muitas marcas
procuram nas histórias reais aproximar as pessoas e por
vezes também baixar custos de produção, e por estas duas
razões pode ser uma tendência. Contudo, os consumidores
esperam que as marcas lhes tragam também fantasia, lhes
estimulem a imaginação.
RESULTA NA SUA OPINIÃO? O QUE FICA NA MEMÓRIA
DAS PESSOAS: A HISTÓRIA OU A MARCA?
Todas as grandes marcas têm uma história e naturalmente
será essa que fica. Uma marca, para que consiga interagir
connosco enquanto consumidores, terá de nos seduzir com
muito mais do que apenas promoções – na medida em que o
apelo funcional será sempre o que produz ações mais imediatas,
SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 11
EXPERIÊNCIA
EXPERIÊNCIA
IVITY BRAND CORP
mas resultados menos duradouros. Na nossa memória ficam
as marcas que nos trataram como pessoas e não como unidades
de consumo, ficam as marcas que partilharam connosco o seu
propósito, a sua razão de existência, no fundo a sua história.
A SUA MARCA, A IVITY, COMO SURGIU? E O QUE
REPRESENTA PARA SI? PODE CONTAR A SUA HISTÓRIA.
A ivity é a minha terceira filha, minha e do Paulo Rocha,
meu amigo e meu sócio faz este ano 30 anos. Em 1985
criámos a nossa primeira menina/marca, a Novodesign, depois
criámos um grupo de empresas que fundimos ao criar a nossa
segunda menina/marca, a Brandia. Depois fomos traídos pela
ambição dos acionistas com quem partilhávamos na altura
o capital e fomos forçados a sair. Em 2007 fizemos um ano
de transição e decidimos criar a nossa mais querida menina/
marca a ivity, já numa fase adulta da nossa carreira, mas com
uma visão ainda mais romântica e reforçada sobre o mundo
das marcas, a sua sensibilidade e a sua importância para
o desenvolvimento da economia portuguesa.
O QUE A IVITY PODE FAZER PELAS MARCAS
PORTUGUESAS, QUAIS OS SERVIÇOS QUE PRESTAM?
A ivity pode ajudar as marcas portuguesas a nascer, a renascer,
a crescer ou a ser mais fortes e saudáveis. Somos a mais
experiente empresa a operar no território nacional que se
dedica em exclusivo às marcas. Somos consultores de estratégia
de marca, mas também somos designers de marcas e somos
criativos de comunicação das marcas. Na ivity investigamos
e criamos estratégias de marca, mas o nosso trabalho não
termina em recomendações. Somos orientados para a
fisicalidade das marcas, somos exímios designers, premiados
nos mais importantes concursos do mundo. Analisamos,
criamos, conceptualizamos, desenhamos, escrevemos e
implementamos. Vivemos no mundo das marcas há 30 anos e
temos a ambição de continuar a contribuir para o fortalecimento
da economia do nosso querido país através das marcas.
COM QUANTOS COL ABOR ADORE S CONTAM
ATUALMENTE NA EMPRESA?
Somos uma equipa de 50 pessoas divididas entre a gestão
dos projetos, a investigação e a estratégia, a criação
(design, copy, finishing), e naturalmente os nossos serviços
corporativos. Somos uma família que desenvolve a sua
atividade no continente, nas ilhas e em alguns dos países
de língua portuguesa, nomeadamente Cabo Verde,
Moçambique e Angola.
GERIR UMA EQUIPA GRANDE NÃO É FÁCIL. COMO A
IVITY, QUE TRABALHA A GESTÃO E A COMUNICAÇÃO
DE OUTRAS EMPRESAS, COMUNICA INTERNAMENTE?
Na ivity somos como um “circo” em que todos fazemos
um pouco de tudo, uma grande família, e nessa medida
comunicamos de acordo com a dinâmica do nosso coração.
Vivemos o que fazemos e envolvemo-nos com as sensibilidades
das pessoas, dos processos, dos resultados. Somos uma marca
12 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2015
IVITY BRAND CORP
“NUM MUNDO EM CONSTANTE MUDANÇA,
UMA MARCA TERÁ DE PROJETAR A SUA
ATIVIDADE COM UMA CERTA BIPOLARIDADE,
NA MEDIDA EM QUE TERÁ DE SER GERIDA
COM UM PÉ NO PRESENTE E OUTRO NO
FUTURO, E SEM DESEQUILÍBRIOS”
muito sentimental e talvez por essa razão a comunicação se
faça por via dos sentimentos, muitas vezes expressos em
pequenos detalhes, silêncios e comunicações, poucas vezes
corporativas.
OS COLABORADORES SÃO UMA PEÇA CHAVE NA
COMUNICAÇÃO DA MARCA?
No final de tudo, especialmente nos serviços, as marcas
são as pessoas. Creio que o maior desafio de uma marca
será alinhar os seus colaboradores com o propósito de uma
marca. Já referi, em entrevistas anteriores, que considero que
o marketing acabará por se fundir com os recursos humanos
(ou pelo menos trabalharem de uma forma coordenada).
Temos em curso alguns projetos desta natureza e acredito
que as empresas com mais capacidade de antecipar o futuro,
acabarão por dar este passo. A comunicação interna não
é mais um sucedâneo do que se faz para fora. A comunicação
interna é a base, o que se faz para fora é consequência do que
se vive dentro da organização e não o contrário.
NA SUA OPINIÃO, AS MARCAS PORTUGUESAS ESTÃO
A FAZER UM BOM TRABALHO, ESTÃO A CONSEGUIR
DAR A CONHECER-SE LÁ FORA?
As marcas portuguesas são ainda muito poucas e geralmente
muito bem comportadas e até envergonhadas, o que muitas
vezes não ajuda no seu processo de afirmação internacional.
Tenho muita esperança que consigamos, já na próxima
década, afirmar as nossas marcas internacionalmente e criar
uma nova geração de marcas que nasça com orgulho de
ser portuguesa. Isto já está a acontecer, estou confiante que
ganhe escala, para que em conjunto as marcas portuguesas
possam ir mais longe.
PORTUGAL É UMA MARCA? E UMA MARCA QUE ESTÁ
A CONSEGUIR DEIXAR A SUA MARCA NO MUNDO?
Portugal é uma grande marca. Uma das mais importantes
do mundo. Importa que os portugueses não se esqueçam
que trouxemos mundos ao mundo, que somos herdeiros
de uma mundividência ímpar na história da humanidade.
O mundo não se mede apenas pelos atuais indicadores
económicos. Num conjunto de outros indicadores, como
a história, a cultura, a gastronomia, a geografia, a segurança,
a hospitalidade, a capacidade de improviso (defeito para
uns, qualidade indispensável para a gestão contemporânea
para outros), a convivência religiosa, a paz, o sol, o sal,
o fado, o melhor peixe do mundo e a língua mais romântica
e vigorosa do planeta (apenas para nomear alguns) estamos
na primeira linha. Somos uma das marcas país, mais sólidas
e antigas do mundo. Uma fronteira, uma língua, uma identidade
há 872 anos.
“A COMUNICAÇÃO INTERNA
É A BASE, O QUE SE FAZ PARA
FORA É CONSEQUÊNCIA DO QUE
SE VIVE DENTRO DA ORGANIZAÇÃO
E NÃO O CONTRÁRIO”
OS PORTUGUESES SÃO QUEM MAIS CONTRIBUEM
PARA ISSO?
Os portugueses parecem ter-se esquecido de si próprios.
Lembro, na maioria das conferências que dou a este respeito,
que Portugal anda à procura da sua identidade como se
se tratasse de um país novo. E pergunto: a quem rezam
os astronautas da NASA? Quem são os seus heróis? Fernão
de Magalhães, a par de outros navegadores já na altura astronautas, é herói principal dos astronautas de hoje. E qual é
a região de vinhos mais antiga do mundo? O Douro. E qual
é o melhor cavalo de sela do mundo: o Lusitano - cavalo de
rei em dia de triunfo. Os portugueses estão a começar a fazer
o seu trabalho e a recuperar o orgulho, mas a nossa marca
precisa de um reforço adicional de honra da nossa memória,
e esta energia que está em cada um de nós precisa de ser
colocada ao serviço de Portugal para voltarmos a afirmar
a nossa marca no mundo.
QUAIS OS PRINCIPAIS DESAFIOS DAS MARCAS NOS
DIAS DE HOJE? E NO FUTURO?
O maior desafio de uma marca é encontrar um propósito maior
para a sua existência. 99% das marcas morre nos primeiros
10 anos de vida. A mortalidade das marcas é muito elevada
porque todos os dias surgem novas marcas com promessas
melhores, mais inovadoras e mais baratas. Num mundo
em constante mudança, uma marca terá de projetar a sua
atividade com uma certa bipolaridade, na medida em que
terá de ser gerida com um pé no presente e outro no futuro,
e sem desequilíbrios.
QUAL A PRIMEIRA MARCA QUE TRABALHOU E DEIXOU
UMA “MARCA” NA SUA VIDA? QUE OUTRA MARCA
SE ORGULHA DE TER TRABALHADO?
A primeira grande marca que trabalhei, logo no início da
minha carreira, foi o Multibanco – na altura, o mais avançado
sistema de transferências eletrónicas de fundos do mundo. Mas
foram muitas as marcas que trabalhei e que também deixaram
uma marca na minha vida. A Telecel porque foi um projeto
único em Portugal onde fizemos de A-Z, criámos marcas
e submarcas como a Vitamina e a YORN, que foi um dos
mais intensos e inovadores projetos que tive a oportunidade
de criar. A Navigator porque se tornou a marca de papel nº1
no mundo e porque a Portucel Soporcel é a nossa “NASA”
em termos tecnológicos. A Galp porque se tratou de devolver
ao país a energia de uma das suas maiores empresas e onde
criámos muitas marcas como a Tangerina, a G-force e a
Pluma, que ganhou o prémio de design mais importante
do mundo, o best of the best dos Red Dot Design Awards.
A ONI porque nasceu para ser concorrente da PT, os Correios
porque representam a cultura de competência e a tradição
modernizada de “levar a carta a Garcia”, ligando Portugal
inteiro. A TAP porque é Portugal a voar no céu das marcas.
A RTP porque leva Portugal todos os dias pelo mundo fora.
A SATA porque são as nossas asas atlânticas. A Sonae porque
é a maior e mais organizada multinacional portuguesa e com
a qual ganhamos um leão de ouro em Cannes para o melhor
projeto de marca do mundo. A Delta porque tem uma alma
do tamanho do mundo, porque está no meu coração há
quase 25 anos, e nos levou a criar dezenas de marcas entre
as quais a Adega Mayor onde temos colecionado prémios
nos últimos anos. A Leya porque é a marca da nossa língua.
A Fidelidade porque é a empresa com quem tenho trabalhado
nos últimos anos que mais verdade e humanidade contém
no seu ADN e que está mais evoluída em termos de Human
Centric Marketing. E por fim, a marca Portugal Sou Eu
porque é o sonho de conseguir que nós todos assumamos
a responsabilidade de construir a marca de Portugal.
QUAL A MARCA QUE GOSTARIA DE TER CRIADO?
Tantas que não me chegaria esta e outras tantas vidas.
Internacionalmente a Orange que era brilhante como a energia
da sua cor, que fundia identidade verbal com identidade visual,
mas que morreu. A comes des garçons que é a mais genial
marca de moda do mundo, japonesa, vestida de inocência
francesa. A Apple porque é o exemplo do sonho de um homem
visionário perpetuado na economia e mais recentemente a
Tesla porque vai mudar o mundo.
Em Portugal tenho pena de não ter criado a marca da Fundação
Champalimaud, pois fiquei muito comovido que um homem
visionário, que perdeu a visão, tenha deixado uma demanda
tão grandiosa e em tão boas mãos. Gostaria muito de um dia
recriar a marca da Fundação Gulbenkian, cuja instituição
me inspira desde jovem, e de continuar a criar e a recriar
algumas das principais marcas que levam Portugal ao mundo.
QUEM É CARLOS COELHO?
Sou um eterno insatisfeito que precisa de viver inspirado e
que para isso sonha marcas, especialmente a marca do nosso
querido Portugal Genial. bn
SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 13
ANÁLISE
J O Ã O C A TA L Ã O
CR I AT I VA
João Catalão
Provocador, Master e Mentor Coach
Executivo. Especialista em Negociações
Multiculturais, Criatividade e Inovação.
Empresário, Speaker Internacional,
Docente e Autor de Best Sellers.
Presidente da POPAI – Global Association
For Marketing at Retail.
www.vitaminacatalao.pt
14 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2015
Sou militante convicto de que
a vida é um mistério a ser abraçado
e de que não existem segredos
nem soluções mágicas. A melhor
solução passa pela adoção de
atitudes e compor tamentos
geradores de valor, que superem
as nossas expectativas e as
dos outros. Mesmo as mentes
mais esclarecidas e atualizadas
são, diariamente, surpreendidas
por mudanças sociais, políticas,
culturais, económicas e ambientais.
Por isso, a evolução das perceções,
mentalidade e natureza do ser
humano ocorre através de uma
lógica não linear.
Comunicar tem uma missão:
transmitir informação e gerar
comportamentos. Assim como
não há oposto ao comportamento,
também é impossível não
comunicar. Em conclusão: tudo
em nós comunica, mesmo quando,
supostamente, não queremos
comunicar. A nossa capacidade
comunicacional não se mede
pela forma como dizemos ou
transmitimos as coisas, mas sim
pela forma como somos entendidos
e pelo resultado prático gerado
pelas nossas interações.
A pressão, descrença, incerteza,
tensão e a necessidade de cumprir
objetivos está a gerar um contexto
onde o estado de espírito geral
é afetado negativamente. Quer
isto dizer que comunicar de forma
criativa gera novas oportunidades
e possibilidades.
A escolha é simples: viver
a vida e os negócios comunicando
“passivamente” de acordo com as
normas instaladas ou assumindo
a coragem e a determinação de
praticar interações inusuais.
Uma comunicação criativa
corresponde à fragrância da
liberdade individual.
Já Charlie Chaplin dizia que “a
vida é uma peça de teatro que
não permite ensaios. Cante,
chore, dance, ria, interaja e viva
intensamente antes que a cortina
se feche e a peça termine sem
aplausos”.
Provocação: como está “embalada”
a sua comunicação?
Tudo conta: como se veste,
caminha, partilha as suas ideias
verbalmente, gestualmente ou
por escrito. Se é empresário e/
ou líder de equipas faça a mesma
análise. Está satisfeito? Parabéns!
Convido-o a festejar. Se acha que
pode evoluir na comunicação,
sugiro-lhe a utilização da poderosa
e eficaz ferramenta que é a
capacidade de surpreender.
A surpresa positiva é uma
emoção básica que todos
possuímos, geradora de
atenção, interesse e motivação.
A surpresa na comunicação
pode ser ativada através de
três ferramentas: o insólito,
a descoberta e a contemplação.
A comunicação criativa através da
utilização simples, ou combinada,
destas três ferramentas é uma
escolha inteligente porque
promove não só a comunicação
proativa criativa, como gera
renovados olhares para a vida e
para os negócios, promove ousadia
e faz acontecer!
Nos meus dois últimos livros,
“Atitude UAUme!” e “A Arte da
Guerra na Criatividade e Inovação”,
partilho diversas ferramentas
simples, provocadoras, mas
altamente eficazes, destinadas
a estimular o nosso potencial de
comunicação criativa.
Os pescadores não se queixam por
ficarem molhados no momento da
recolha das suas redes...
SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 15
BASTIDORES
BASTIDORES
YOUNGNETWORK
YOUNGNETWORK
B E YO U N G . B E B O L D . B E U N D E R D O G .
A YoungNetwork já anda pelo mundo da comunicação há 15 anos. Celebra-os este ano.
Mas apesar da idade, a empresa ainda mantém um espírito jovem. O mesmo com que
João Duarte, fundador e CEO do grupo de comunicação, tinha quando abriu a agência
com 25 anos. “Ser young é arriscar. É não ter medo de falhar. Ser young é assumir
uma postura de underdog, aquele que encara desafios, que não tem nada a perder.
Temos que ter a postura do não favorito, mesmo quando o somos. Temos que ter
uma postura como se tivéssemos de provar tudo, todos os dias”, aponta o empresário.
E a verdade é que este espírito de quem vai à luta, que se vive no grupo, tem dado os
seus frutos. A YoungNetwork começou como uma empresa de relações públicas, hoje
trabalha outras áreas de negócio (digital, eventos, criatividade) e está presente em
10 países. Em 2007 definiram que iam passar a ser um grupo de comunicação global
e em dois sentidos: nas competências e geograficamente. A YoungNetwork está
presente em Portugal, mas também Espanha, Cabo Verde, Angola, Moçambique, Médio
Oriente, Macedónia, Croácia, Sérvia. “Quando decidimos entrar na Croácia e no Dubai,
por exemplo, amigos e pessoas próximas diziam-me: ‘João isso é um bocado exótico!’.
E eu respondia ‘why not?’ Ser young é trocar mais vezes o porquê pelo porque não”.
E passado 15 anos, João Duarte conseguiu criar uma equipa de mais de 170 colaboradores
com este ADN young. Todos, e em conjunto, trabalham a comunicação de 150 clientes.
Microsoft, Ericsson, Timberland, Bosch, Sagres, Siemens, IBM, são alguns exemplos.
C A R M E N , A L I C E , M A RY E TAY L O R . T H E WO M E N O F T H E H O U S E .
A equipa da YoungNetwork é composta por muitas mulheres. Quase 75%, segundo
João Duarte. E talvez por isso, o grupo decidiu batizar as suas áreas de negócio com
nomes próprios de mulheres. Em género de homenagem. “Tudo começou pela Carmen,
a nossa área criativa. É uma homenagem à Carmen Miranda. Porque foi uma mulher
que conquistou o mundo. Tem a imagem de uma mulher internacional, bem-sucedida,
mais ou menos exuberante. A nossa área criativa é tudo isso. E também casa com
aquilo que é o resto do grupo”, revela o empresário. De forma natural, depois e ao
mesmo tempo, surgiram as outras três mulheres da YoungNetwork: a Alice, a Mary
e a Taylor. “Eram áreas que já existam no grupo, mas foram batizadas. A Taylor é uma
agência global 360º. A Mary é a que trata da organização de eventos e ativação de
marca. E a Alice é a nossa agência digital”, adianta. O CEO admite que esta estratégia
serviu para comunicar aos clientes em Portugal que existiam outras áreas de negócio
dentro do grupo. “Era preciso dar um sinal que tínhamos outras competências para
além de relações públicas”. Fora de portas, a YoungNetwork também aposta em outras
áreas. Mesmo que não tenham nomes de mulheres. Em 2011 criaram uma incubadora
– a MBI – com o objetivo de apoiar projetos e ideias na área de comunicação. E desse
investimento resultaram três negócios: “Apoiámos a Nylon Agency, da qual temos
40%, e outros dois projetos em que temos uma participação maioritária. Um deles
é a Wondering, empresa de design 3D”. bn
16 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2015
SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 17
T E M A D E C A PA
7 DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO NOS NEGÓCIOS
O escritor britânico Alex Bellos conduziu no
ano passado um inquérito online para descobrir
qual o número favorito das pessoas, como
parte da sua investigação para o livro “Alex
Through The Looking Glass”. E o número 7
foi o vencedor. Normalmente escolhemos um
número relacionado com uma data importante,
o nosso aniversário por exemplo, mas há quem
aponte outras razões para a escolha do seu
número favorito. Alex Bellos diz que o número 7
é único. “Se considerarmos apenas os números
entre 1 e 10, o grupo numérico básico, 7 é o
único número que não pode ser multiplicado
ou dividido dentro desse grupo”, disse o escritor
num artigo publicado online no The Guardian. Se
o resultado deste inquérito espelha a realidade,
não sabemos. O que é certo é que o número 7
tem sido “a” escolha ao longo dos tempos. Os
7 dias da semana, as 7 maravilhas do mundo,
as 7 colinas de Lisboa... são algumas provas.
Bons Negócios decidiu nesta edição
entrevistar 7 pessoas para falarem sobre
algumas áreas de comunicação que
consideramos desafiantes no mundo atual
dos negócios. Escolhemos 7, mas poderiam
ser muito mais. Porque cada vez mais surgem
outras formas de comunicar com os clientes,
fornecedores, colaboradores. Vivemos numa
época dominada pelas tecnologias, em que
todos nós comunicamos recorrendo a um
smartphone, um tablet, um software, uma
rede social, e as empresas, independentemente
da sua dimensão e área de atividade, têm de se
adaptar para conseguir comunicar de forma
eficaz. Porque não há bons negócios sem uma
boa comunicação. Saber comunicar é um
desafio, mas não tem de ser um problema.
Existem soluções que o podem ajudar a ser
bem-sucedido. E à sua empresa também.
www.favouritenumber.net
18 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2015
SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 19
T E M A D E C A PA
T E M A D E C A PA
7 DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO NOS NEGÓCIOS
comunicação interna é mais do que um pormenor no
mundo dos negócios. É o que faz toda e qualquer organização
andar para a frente. Independentemente do seu tamanho.
Porquê? Porque só colaboradores bem informados podem
desempenhar bem as suas funções e contribuir mais para
os resultados da empresa. E a tecnologia tem tido um papel
muito importante em todo este cenário. De que outra
forma, por exemplo, os colaboradores podiam trabalhar
7 DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO NOS NEGÓCIOS
em equipa sem a necessidade de estar no mesmo escritório?
Jerry Bruckheimer que o diga. O produtor cinematográfico usou a tecnologia de telepresença da Cisco para falar
com diretores e editores que não se encontravam no local
de gravações do filme Lone Ranger. “Bruckheimer pôde
avaliar as filmagens diárias com a equipa de pós-produção
em Los Angeles, enquanto estava no set no Novo México.
Neste negócio, manter o fluxo de comunicação a andar e
trabalhar em equipa é fundamental. Como dizem, tempo
é dinheiro”, pode ler-se no blogue da Cisco. A solução de
telepresença, aqui, é só um exemplo. Existem outros tantos
suportes que permitem que a comunicação dentro e fora da
empresa seja cada vez mais eficaz, mais imediata e instantânea, mais direta e autêntica, segundo Ana Margarida
Ximenes, responsável pelo Observatório de Comunicação
Interna e Identidade Corporativa e diretora da consultora
Atrevia Portugal. Uma das ferramentas mais utilizadas de
comunicação interna é a intranet, “a wikipédia de cada
organização”, de acordo com a responsável. “É, sem dúvida,
uma das ferramentas mais utilizadas e também assume
uma grande importância naquelas empresas cujos colaboradores se encontram em diferentes locais e comunicam em
línguas diferentes, pois permite aproximar os públicos e
unificar a mensagem. A intranet deve conter a informação
mais estratégica do ponto de vista de recursos humanos e
procedimentos internos para consulta dos colaboradores.
Deve ser facilitadora de informação no dia-a-dia e cultivar
“Os suportes de comunicação disponíveis não
passam de suportes e só serão bem aproveitados
se houver proximidade com os colaboradores”
Ana Margarida Ximenes, diretora da consultora Atrevia Portugal
20 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2015
a partilha e motivação entre a equipa”. Porém, não basta
ter a ferramenta, como defende Ana Margarida Ximenes.
Esta deve ser usada e atualizada, sempre que possível. “A
atualização da informação colocada na intranet é o grande
desafio das organizações e é crucial. Não deve tornar-se
um suporte ‘esquecido’. Há que existir um esforço por
parte da empresa para que este seja um suporte dinâmico,
útil aos olhos de quem lê e com conteúdo de fácil e rápida
leitura”. E se assim for, se as empresas cumprirem esta
tarefa, a produtividade só pode melhorar. Aliás, essa é
uma das razões por que devemos ter uma boa estratégia
de comunicação interna. Verdade? “Definitivamente. Uma
boa estratégia de comunicação interna permite criar uma
equipa motivada que faz toda a diferença. Hoje os colaboradores querem conhecer a estratégia da organização
e ‘ter voz’ nas decisões, influenciando positivamente o
dia-a-dia dos negócios. Uma cultura empresarial forte e
consistente gera segurança e sentimento de pertença e,
logicamente, leva a uma maior produtividade por parte dos
colaboradores. As empresas que contam com colaboradores
altamente comprometidos alcançam melhores resultados
e conseguem objetivos impensáveis.”
O Observatório de Comunicação Interna e Identidade
Corporativa (OCI) surgiu em Espanha há 11 anos. Em
Portugal, há cinco, resultado de uma parceria entre a
Atrevia e a Universidade Católica, contando ainda com
a BP, EDP, PT e Santander Totta como membros do
Conselho Assessor. O observatório é um think tank que tem
como ambição posicionar a comunicação interna enquanto
elemento gerador de transmissão de valores, identidade
corporativa, cultura e gestão de marca interna. Por ano,
costumam realizar quatro encontros – Get Togethers – com
profissionais da área para partilha de boas práticas, sempre
com o objetivo final de criar “awareness”, posicionar e
elevar a comunicação interna nas organizações. No último
evento do OCI foi abordada a transformação digital na
comunicação interna onde foi possível ficar a conhecer
diferentes case studies. Um deles da Portugal Telecom.
A empresa lançou no ano passado uma aplicação interna
– a app é PT – que permite o acesso à intranet através de
outros dispositivos, fugindo do tradicional desktop. A app
conta hoje com 7500 instalações e com uma média de 500
sessões diárias. A responsável pelo OCI revela que a app
teve tanto sucesso, tanta adesão, que agora os próprios
colaboradores sugerem novas aplicações. “Muitas delas
estão a ser testadas para depois serem aplicadas e têm como
objetivo aproximar o público interno, melhorar processos
internos e dar resposta às necessidades dos clientes”.
As novas tecnologias estão cá para ajudar na comunicação interna, mas tudo depende das relações humanas.
Das relações entre colaboradores. E aí as empresas têm um
papel fulcral. Na verdade, é esse o grande desafio dos dias
de hoje, nas palavras de Ana Margarida Ximenes. “Nestes
últimos anos, felizmente, a comunicação interna deixou
de ser vista como um soft skill e é hoje um departamento
crucial nas organizações que necessitam de expertise
própria. No entanto, ainda é uma área que necessita de ser
amadurecida. Parece incrível, mas ainda existem empresas
que se esquecem que o público interno deve ser o primeiro
a saber das notícias que muitas vezes saem externamente,
sejam elas boas ou menos boas. O grande desafio continua
a ser o desafio da proximidade e a escuta ativa. Vivemos na
era da falta de atenção, de tempo... Saber olhar nos olhos,
ouvir, falar ao coração, e ter o dom de interpretar corretamente e nas entrelinhas o que é dito promovendo o diálogo,
continua a ser um grande desafio da comunicação interna.
A comunicação tem o poder de transformar o mundo”.
Imagine que tem um projeto em mãos mas
não consegue reunir com a sua equipa para
falarem sobre alguns pormenores. O Filechat poderá ser a solução que procura para
resolver esta situação, ainda para mais se
implicar a consulta de ficheiros. Porquê?
Porque esta aplicação permite conversar
via chat nos serviços cloud que utiliza. O
Dropbox ou o Google Drive, por exemplo.
www.filechat.com
SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 21
T E M A D E C A PA
T E M A D E C A PA
7 DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO NOS NEGÓCIOS
lhar para os seus clientes empresariais apenas como
homens de negócios, não é uma boa estratégia. Antes de
empresários, são pessoas. Indivíduos que tomam decisões
em casa. Para comprar um carro, uma viagem, por exemplo.
E que muitas vezes tomam essas decisões baseadas na
emoção. No mundo dos negócios não é diferente. Não
é um mundo à parte. Em jogo também estão emoções
que comandam as decisões e os comportamentos nas
empresas. Verdade? “Os clientes empresariais são antes
de mais pessoas individuais, sujeitas aos mesmos canais
e influências. E os comportamentos são idênticos aos do
consumidor. A única diferença no mundo dos negócios é
que as decisões são coletivas, ou seja: numa viagem pessoal
não temos de prestar contas a ninguém, mas numa viagem
de negócios sim. Não são decisões que tomamos sozinhos.
Mas independentemente disso, a comunicação é sempre
dirigida a um indivíduo. Disso não nos podemos esquecer”,
afirma Jayme Kopke, diretor geral e criativo da Hamlet,
empresa de comunicação especializada no mercado B2B.
Tal como os consumidores, os clientes empresariais
gostam de marcas que comunicam de forma diferente e
inesperada. Mas conseguir fazê-lo de forma criativa, não
descurando as informações essenciais a transmitir, é um
desafio. Mas possível. A Novabase, por exemplo, pediu
ajuda à Hamlet para criar uma brochura institucional para
a sua área de IT Contracting, outsourcing de recursos
humanos especializados nas tecnologias da informação,
mas com um “c” de criatividade. Porque a comunicação
não tem de ser exclusivamente informativa e sem graça.
A Hamlet analisou a situação e chegou à conclusão que
deveriam criar um suporte de comunicação que funcionasse
como um apoio às reuniões de venda e que tivesse algum
impacto mesmo depois dessas reuniões. Que o potencial
Por vezes os documentos que são enviados
aos clientes são pouco “cuidados”, no que
diz respeito ao design. E parecendo que não,
isso importa. Há quem compre um livro pela
capa, verdade? Talvez o seu cliente aceite o
seu orçamento se o enviar num documento
mais bonito, quem sabe. A ferramenta a
experimentar: o Qwilr, que permite transformar os seus documentos de negócios
em websites atrativos.
www.qwilr.com
22 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2015
7 DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO NOS NEGÓCIOS
cliente quisesse guardar. O que fizeram? Criaram um livro,
intitulado “Tudo o que precisa saber para formar uma
equipa de sucesso”. Na verdade, segundo Jayme Kopke,
“tratava-se de uma peça comercial disfarçada de livro que
tinha como objetivo quebrar o gelo durante a reunião” e
dar o mote para uns minutos de conversa. A ideia aqui
era a Novabase oferecer o livro ao cliente e perguntar
se já conhecia a obra. Como o cliente naturalmente não
conhecia o livro, o colaborador da Novabase mostrava um
exemplar. E quando o cliente começasse a folhear o livro
tinha uma surpresa - este estava em branco! O marcador
do livro explicava o porquê: “para formar uma equipa de
sucesso tudo o que precisa é de contactar a Novabase”.
A capa tinha ainda informações extra sobre a área de IT
Contracting. A solução da Hamlet para a Novabase tem aqui
diferentes “funcionalidades”: ajuda a criar uma conversa
com o cliente, comunica os serviços da empresa e ainda
pode ser usada mais tarde para tomar notas.
“Estar num evento corporativo com
um stand, onde os nossos clientes
vão estar presentes, pode valer mais
do que um anúncio num jornal. É um
contacto mais pessoal, mais direto”
Jayme Kopke, diretor geral e criativo da Hamlet
O suporte de comunicação escolhido para chegar até
aos clientes depende muito da empresa e do seu público-alvo. “Há negócios que faz sentido apostar em comunicação em rádio, televisão. Em outros casos não, sendo
preferível usar suportes de comunicação digital. Como
as redes sociais, o email”, adianta Jayme Kopke, dando
como exemplo o trabalho que fizeram para a Linde Saúde,
empresa especializada na prestação de serviços e terapias
com gases medicinais e farmacêuticos. “A marca queria
conquistar, ter uma boa relação com os médicos, que
é o corpo profissional, os grandes decisores na área. E
para isso desenvolvemos uma estratégia de comunicação
continuada via email. Enviávamos conteúdos especializados, conhecimentos científicos, estudos, relatórios aos
médicos”. A forma de comunicar com o cliente depende
muito do tipo de relação que se quer ter, de acordo com
Jayme Kopke. Por exemplo, “a Linde queria falar com
os médicos, mas manter uma certa distância, adequada
àquele grupo profissional. A forma de falar tem de ser
adequada à pessoa. E aí, podemos ser formais ou não”.
Na própria Hamlet, o diretor geral optou por cultivar uma
certa informalidade - algo visível nas newsletters enviadas
aos clientes. A empresa de comunicação especializada no
mercado B2B já trabalhou com a EDP, Santander, Ana Aeroportos de Portugal, entre outros.
forma mais rápida de comunicar com uma marca
é via redes sociais. Mais do que um email e até do que
um telefonema. E a verdade é que o cliente talvez prefira
assim. Hoje em dia, muitas pessoas procuram as marcas
através das redes sociais para esclarecer alguma dúvida
(ou fazer uma reclamação). Mas estar nas redes sociais
exige uma gestão e uma dedicação a tempo inteiro por
parte das empresas. Afinal só o Facebook tem 1,4 mil
milhões de utilizadores em todo o mundo. O Instagram
tem mais de 300 milhões. Mas qual a estratégia a usar?
O que partilhar nas redes sociais? Depende muito do
objetivo global da empresa, diz-nos Virgínia Coutinho,
social media strategist na Socialbaker. “É mais correto
falar em estratégia de comunicação global do que falar em
estratégia para redes sociais. Estas plataformas funcionam
como uma ferramenta. É mais um canal de comunicação,
como é o email ou uma publicidade em revista. Por isso, a
primeira coisa que uma empresa deve fazer é olhar para os
seus objetivos de marketing, de comunicação, de negócio
e depois verem como o Facebook, ou outra rede social,
os pode ajudar”. Esse é o primeiro passo, o conteúdo é o
seguinte. A responsável defende que o conteúdo deve estar
sempre relacionado com o objetivo inicial da empresa.
“Imagine um hotel em Lisboa, que quer angariar este ano
mais clientes na faixa etária entre os 45 e 65 anos. O que
poderá fazer, por exemplo, é partilhar atividades na cidade
adequadas a este público-alvo”, aponta Virgínia. “Também
é legítimo publicar conteúdos comerciais, como divulgar
preços e promoções. Mas tem de haver um equilíbrio
entre conteúdo comercial e não comercial. O Facebook,
por exemplo, é uma rede de entretenimento. As pessoas
estão lá para passar o seu tempo e nem sempre reagem da
melhor forma se forem constantemente bombardeadas com
conteúdo comercial”. Por isso Virgínia Coutinho dá um
conselho: faça testes. Em relação ao conteúdo e também
à hora de publicação. E se alguma coisa correr mal, surgir
algum comentário menos bom na sua página, responda
sempre. Não deixe um (potencial) cliente a falar sozinho.
“Não faz sentido, as empresas estarem no Facebook, as
pessoas fazerem perguntas e não obterem qualquer resposta.
É totalmente contra a ‘natureza’ do Facebook”.
O maior desafio para as empresas, sobretudo PME, é não
terem conhecimentos, recursos e tempo para comunicarem
de forma eficaz nas redes sociais. Mas Virgínia Coutinho
pode dar uma ajuda. Por exemplo, se quiser lançar uma
campanha no Facebook e estiver com dúvidas, no seu
website é possível comprar alguns minutos do seu tempo.
Para receber orientações, dicas ou conselhos.
O Zootrock é um website que oferece
serviços de content marketing para pequenas
empresas ajudando-as a ter uma presença
online relevante. Como funciona? Os utilizadores só têm de associar as suas contas
de Facebook, Twitter e LinkedIn ao serviço e
selecionar o tipo de conteúdo que gostariam
de publicar nestas redes sociais.
www.zootrock.com
“Ninguém chega ao Facebook de manhã
à procura de páginas para seguir. Por isso
há duas opções: ou comunicamos que
temos uma página na nossa assinatura
de email e cartão-de-visita, por exemplo,
ou apostamos em anúncios”
Virgínia Coutinho, social media strategist na Socialbaker
SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 23
T E M A D E C A PA
T E M A D E C A PA
7 DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO NOS NEGÓCIOS
ontent is King”. Disse Bill Gates, em 1996. E tantos
anos depois, a expressão ganha cada vez mais força. Um
estudo recente revela que 61% dos consumidores estão mais
inclinados a comprar de empresas que criem conteúdos
personalizados. Mais: 80% dos decision makers preferem
conteúdo a publicidade. Não admira, portanto, que perante
estes números os marketers de hoje incluam content marketing nos seus planos de comunicação. “Atualmente, os
consumidores estão cada vez mais conscientes das várias
estratégias e abordagens de marketing à sua volta, e inevitavelmente menos recetivos a mensagens publicitárias
genéricas, pouco dinâmicas ou com ausência de propósito
para a sua vida. É fundamental ultrapassar esta barreira
de forma a permitir às marcas criarem uma relação com
os seus potenciais e atuais consumidores”, adianta Rita
Roquette, strategic director da OgilvyOne Portugal. E o
que é content marketing? ”Marketing that works so well
you don´t mind that it´s marketing”, diz-nos a responsável
citando Jonathan Perelman, vice-presidente do site de
notícias Buzzfeed.
Mas para criar este tipo de marketing, que funciona tão
bem, é preciso planeamento, é preciso estratégia e dedicação.
Rita Roquette revela que existem alguns passos que uma
empresa deve dar, se quiser ir por um bom caminho: temos
que “definir a ambição da marca, propósito e objetivo a
alcançar; identificar o público-alvo através da definição
da(s) ‘personna(s)’ - perfis que representam o target que se
pretende impactar e a quem se dá ‘nome’ e ‘cara’ - bem como
analisar comportamentos, interesses, ambições, contextos
sociais e demográficos; ter um conhecimento aprofundado
do target analisando a sua jornada e os momentos em que
se aproxima e distancia da marca bem como os principais
touchpoints; criar conteúdo com base em insights, em real
time, e tendo em vista as mudanças de comportamento
pretendidas e previamente identificadas; definir uma estratégia de amplificação da mensagem, através dos meios certos;
e por fim, e de forma iterativa, a contínua otimização”.
Mas se há diferentes etapas na criação de uma estratégia
de conteúdo, também há coisas que devemos evitar para
sermos bem-sucedidos. Ausência de dinamismo, rigidez de
7 DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO NOS NEGÓCIOS
planeamento, criação de estratégias de content marketing
to tipo “one-size-fits-all”, são três exemplos que a strategic
director da OgilvyOne Portugal aponta.
Estas regras aplicam-se em negócios business to
consumer e business to business. Não há diferenças. Mas,
haverá no tipo de conteúdo a apostar? Para Rita Roquette
não. “O facto de ser B2B nada muda. Ao final do dia, continuamos a falar com pessoas que, indistintamente, tanto
usam o Instagram como o LinkedIn, por exemplo, ainda
que com diferentes propósitos. O importante é definir o
que se pretende obter e conhecer com quem se pretende
falar, onde está e o que procura”.
Uma última dica? Aposte em micro content. “Não
sendo uma novidade trata-se de uma tendência importante
que surge da vontade de um consumo mais rápido de
informação e da necessidade de adaptação ao meio mais
relevante e presente dos nossos dias: o telemóvel. Mais do
que nunca, o que quer que façamos deve ser pensado numa
ótica de ‘mobile first’, seja do ponto de vista de aspeto ou
mesmo de conteúdo. Mais visual, mais curto e de leitura
em movimento”.
“Content is king, but distribution
is queen. É fundamental garantir
a correta divulgação do conteúdo
desenvolvido, nos meios certos
e adequados a cada touchpoint”
Rita Roquette, strategic director da OgilvyOne Portugal
Já tem conteúdos interessantes publicados
online e agora quer aumentar o tráfego no
seu website? A solução chama-se Outbrain,
uma plataforma de gestão de conteúdo que
funciona através de recomendações. Ou seja:
os links do seu conteúdo vão aparecer como
sugestões em outros websites como CNN,
Time, Mashable, Fortune, entre outros. A
Outbrain funciona aqui como uma intermediária. Alguns clientes? Visa, McDonald’s e
Trend Micro.
www.outbrain.com
omunicar através de uma apresentação é bem mais
desafiante do que se julga. Não basta utilizar o PowerPoint e
ter 30 slides cheios de texto a explicar o seu objetivo. Aliás,
segundo um relatório da SlideShare, plataforma de partilha
de apresentações e outros conteúdos profissionais, o número
de slides numa apresentação tem diminuído cada vez mais.
Para ter uma ideia, a média de slides por apresentação
passou de 18,8 para 14,4, em 2013. E o cenário é idêntico
no que diz respeito ao texto em cada slide: a quantidade de
palavras diminuiu 29%. É caso para dizer: menos é mais. E
isto aplica-se a qualquer tipo de apresentação corporativa.
Seja para divulgar um novo produto no mercado ou uma
simples reunião anual com os seus colaboradores. “Muitas
vezes as pessoas têm tendência a colocar só texto nos slides
porque dá-lhes segurança. Ou seja, com o texto nos slides
não corremos o risco de ter uma branca. Mas é um erro!
Na maior parte das vezes em vez de ajudar, prejudica.
Porquê? Porque ao colocar muito texto nos slides, cria-se
um motivo de distração para a audiência, que está mais
preocupada em tirar anotações. Além disso, não contribui
para a criação de empatia, para conquistar o interesse e a
atenção do ouvinte. E isso é o grande desafio de qualquer
apresentação”, adianta Artur Ferreira, managing partner
da SOAP - State Of Art Presentations. O responsável indica
que devemos apostar mais em elementos visuais nos slides,
que ajudem a ilustrar a ideia que queremos passar. “As
pessoas têm ideias fantásticas mas nem sempre as sabem
transmitir. Uma pessoa que trabalha num banco não é um
especialista em apresentações. Um jovem que tem uma
startup e a quer apresentar a um grupo de investidores,
idem”. E é aqui que entra a SOAP, especialista em apresentações corporativas que promete ajudar as empresas nas
reuniões com as equipas comerciais, leadership meetings,
convenções anuais... “O nosso foco são as apresentações
estratégicas. Aquelas que muitas vezes mudam a vida das
empresas. Por exemplo, a reunião de início do ano, o kick-off,
para explicar a estratégia da empresa e que é uma reunião
absolutamente fundamental. Porque é ali que se consegue,
ou não, envolver os colaboradores e deixar uma marca na
cabeça da audiência de qual vai ser a estratégia do ano”.
Qualquer que seja o motivo da procura, Artur Ferreira
tenta sempre passar a mensagem aos clientes que devem
“As empresas não fecham
os negócios entre si, são as
pessoas que o fazem. Nada
substitui a comunicação
humana”
primeiro pensar no objetivo da comunicação. Qual a ideia
que querem transmitir, quem é a audiência, são perguntas
que devem fazer antes de elaborarem qualquer apresentação.
O PowerPoint é a última coisa a fazer. O empresário dá ainda
um último conselho: elaborem apresentações curtas. Seja em
slides ou vídeo. “A atenção das pessoas é cada vez menor. Os
vídeos, por exemplo, não devem ter mais de três minutos. Até
podem ter uma componente de entretenimento para ajudar,
mas tem de passar a mensagem rápido”. As companhias
aéreas Air France e a Virgin, por exemplo, já lançaram vídeos
explicativos da segurança a bordo do avião em que tinham um
factor surpresa, de entretenimento. E funcionou. O vídeo da
Virgin, que parece uma espécie de videoclip de música, tem
mais de 10 milhões de visualizações no YouTube. “Este tipo
de vídeos é quase uma campanha. Passa uma mensagem que
não tem a ver só com segurança. Passa uma mensagem de
descontração, de uma companhia que privilegia e é atenciosa
com o cliente. No fundo usaram o vídeo de segurança para
passar a mensagem de posicionamento de marca”, defende
Artur Pereira. “O efeito surpresa, desde que bem enquadrado
com o objectivo da comunicação, assim como o suspense são
técnicas naturalmente bem-vindas”.
Já existem no mercado diferentes soluções
que o ajudam a criar uma apresentação. Um
exemplo: o Emaze. O software é baseado
na nuvem, o que permite aceder às suas
apresentações online a partir de qualquer
lugar. Dois detalhes interessantes: tem uma
ferramenta de tradução automática e a
transição de slides pode ser feita através
de comandos de voz.
www.emaze.com
Artur Ferreira, managing partner da SOAP
24 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2015
SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 25
T E M A D E C A PA
T E M A D E C A PA
7 DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO NOS NEGÓCIOS
m empresário tem de saber falar. Com o público, com
os clientes, com a equipa. Mas a verdade, é que um empresário nem sempre é um bom comunicador. Há até quem
tenha medo de falar perante uma plateia, por exemplo. A
isso, dão o nome de glossofobia, que vem do grego glōssa
(língua) e fobos (medo). Quais os sintomas? Aumento dos
batimentos cardíacos, transpiração excessiva, boca seca,
tensão muscular. E aquele nó na garganta, sem saber o que
dizer. Se alguma vez sentiu isto, saiba que não está sozinho.
Segundo Cheryl Hamilton, autora do livro “Communicating
for Results: A Guide for Business and the Professions”, mais
de 75% das pessoas sofre desse problema, de ficar ansioso
e nervoso quando tem de falar em público. Mesmo que
seja para um número menor de pessoas. Cada caso é um
caso, é certo, mas existem formas de conseguir fazer um
bom trabalho quando estiver em cima do “palco”. Paulo
de Vilhena, coach de negócios e executivos, está habituado
a falar em público, em formações, workshops e eventos.
E dá-nos umas dicas: “Temos que começar com energia
e com força. Temos que explicar logo a ideia, os pontos
que vamos abordar. Pois é nos primeiros minutos que a
audiência decide qual a importância que vai dar à nossa
intervenção”. E, durante o nosso discurso, devemos fazer
pausas, “porque uma pausa ajuda a reforçar a importância
de uma ideia. As pausas são das coisas mais importantes
na comunicação”, diz-nos.
Mas a maneira mais fácil de fazer uma apresentação
confiante, sem perder o rumo do seu discurso, é contando
histórias. Na sua opinião, “um bom orador é um bom
contador de histórias. Usar exemplos, usar histórias, alegorias,
funciona muito bem numa apresentação, porque desperta
as nossas emoções”. O que nunca fazer? Decorar! Paulo de
Vilhena aconselha a não ensaiar muito uma apresentação,
7 DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO NOS NEGÓCIOS
seja perante um plateia num evento ou uma reunião com
os seus colaboradores. “Há pessoas que têm tendência a
quase decorar e isso é um erro, porque tira a espontaneidade
e a naturalidade. Além disso, se esquecemos de alguma
parte, perdemos o encadeamento do nosso discurso. Os
únicos momentos que aconselho a ensaiarem é a abertura
e o fecho”. E se estiver confortável com o tema, tudo vai
correr bem. A ansiedade e o nervosismo inicial são naturais,
o próprio Paulo de Vilhena admite ficar nervoso, apesar
da experiência.
Em algum momento da sua vida profissional
vai ter que falar em público. E quando isso
acontecer é melhor estar preparado: aposte
num workshop. A ACT é uma escola de
formação de atores, mas também disponibiliza um serviço para empresas neste sentido.
O Business Act For All oferece cursos de
colocação de voz, interpretação, técnicas de
expressão oral, técnicas de falar em público,
entre outros.
www.act-escoladeactores.com
“A nossa linguagem corporal
comunica mais do que o conteúdo”
s anúncios publicitários que mais recordamos são quase
sempre de marcas dirigidas ao consumidor final. Coca-Cola,
Dove, Nike são alguns exemplos... Bem, até há dois anos.
Em 2013, constatou-se que os anúncios de empresas B2B
também podem ser memoráveis. E também ganham leões
no festival de criatividade de Cannes. É o caso do anúncio
“Epic Split”, que faz parte da estratégia de comunicação
da Volvo Trucks até 2020, em que o ator Jean-Claude Van
Damme faz uma espargata apoiado em dois camiões da
marca. A campanha inclui mais cinco vídeos e ao todo
ganharam nada mais do que 20 prémios no festival do ano
passado. No YouTube o vídeo “Epic Split” ultrapassa 80
milhões de visualizações. Mais: segundo informações do
website da Volvo, quase metade dos compradores de camiões
que viram os vídeos de lançamento dizem agora que é mais
provável que escolham a Volvo na próxima vez que tiverem
que comprar um camião. A Forsman & Bodenfors, agência
responsável pela nova estratégia da Volvo Trucks, queria
apostar em anúncios que tivessem um lado mais humano e
que fossem ao mesmo tempo
ousados – e a verdade é que
resultou. “Se até há algum
tempo atrás associávamos
criatividade a campanhas de
produtos de consumo, hoje
em dia há uma proliferação
desta tendência e deixamos
de falar de business to
consumer ou business to
business para falarmos em
business to human”, adianta
Teresa Figueira, diretora geral da consultora de comunicação
Hill+Knowlton Portugal. A receita para criar campanhas
criativas e memoráveis pode passar por usar imagens com
impacto, humor ou surpresa. Mas a responsável alerta que
é preciso cuidado. Porquê? “Acima de tudo, tem de haver
uma identificação entre as audiências e o que a marca está
a comunicar, e se num caso o humor pode ser a chave para
o sucesso de uma campanha, noutro pode ser desastroso.
É preciso termos clara noção do que queremos comunicar,
com quem queremos comunicar e quais os canais para o
fazer”. Por isso, Teresa Figueira aconselha a estudar as
audiências, compreender os seus valores, as suas necessidades e apostar numa estratégia de comunicação business to
human. “As marcas falam para diferentes audiências e todas
elas são de extrema importância para o seu sucesso. Não é
possível ignorar que, independentemente do que estamos a
comunicar, estamos a fazê-lo para diferentes indivíduos que
têm necessidades, que procuram respostas e que se querem
identificar”. A Volvo Trucks, por exemplo, comunicou
através dos seis vídeos para os donos das empresas que
compram os camiões mas também para uma audiência muitas
vezes esquecida, os motoristas de camiões. “Vivemos num
mercado extremamente competitivo, onde as pessoas têm
um leque de escolhas
alargado em praticamente todas as áreas,
segmentos de produto,
serviços”. E, por isso,
a comunicação, ainda
que criativa, deve ser
clara para atingir
a audiência que se
pretende. E o sucesso,
esse, vem por acréscimo. “Um artigo
recente da Harvard Business Review analisa precisamente
a correlação entre a clareza na comunicação dos valores e
propósito de uma empresa e a sua performance financeira.
As conclusões apontam para uma melhor performance nas
empresas que são claras, que evoluem e que se diferenciam.
Ou seja, que criam impacto junto dos públicos a que se
dirigem”.
“A criatividade é fundamental em
qualquer comunicação. Porque
criatividade é conseguir comunicar
de forma diferenciadora com as
diferentes audiências e em todos
os canais”
Se procura inspiração para criar campanhas
memoráveis, dê uma vista de olhos na Ads
Worth Spreading, uma lista de anúncios
selecionados todos os anos pelo TED, que
tem como objetivo “celebrar os anúncios que
comunicam ideias de uma forma excecionalmente poderosa”. A acompanhar a lista, a
organização apresenta ainda um relatório
que conta a história de cada campanha.
Teresa Figueira, diretora geral da Hill+Knowlton Portugal
www.ted.com
Paulo de Vilhena, coach de negócios e executivos
26 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2015
SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 27
NOVOS NEGÓCIOS
NOVOS NEGÓCIOS
VEEDMEE
VEEDMEE
V E E D M E E , O SEU E M A I L
T R A N S FO R M A D O E M V Í D EO
Empresa portuguesa cria software que promete transformar todo o conceito de
email através do vídeo. Chama-se Veedmee e já conquistou três clientes
A
o contrário do que se pensa,
vivendo numa era de redes
sociais, o email ainda é a ferramenta de comunicação de eleição de
muitas empresas. E a tendência é para
continuar assim, por alguns anos. De
acordo com um relatório da empresa
de research The Radicati Group, o
número de emails enviados e recebidos
vai aumentar de 121 para 140 por dia
em 2018. Mas, verdade seja dita, esta
ferramenta nem sempre é eficaz. Uma
das razões: pode não se entender a
mensagem à primeira e fazer uma má
interpretação das palavras escritas. O
que, por consequência, pode levar a
mais uma troca de emails. E tempo é
dinheiro. A solução, segundo o mesmo
relatório, pode passar por introduzir
outras tecnologias para comunicar de
forma mais eficiente. Um exemplo? O
Veedmee, um software que promete
transformar todo o conceito de email
através do vídeo.
“O Veedmee é uma nova forma de
comunicar. Trata-se de uma plataforma
de comunicação para formato vídeo
que complementa o email convencional escrito. Permite maior rapidez
e melhora a eficácia da comunicação.
A clareza da informação não é comprometida como por vezes acontece com
um texto escrito e a imagem acresce
valor ao conteúdo, seja este profissional
ou de cariz pessoal”, adianta António
Lima, fundador da WeWow, empresa
portuguesa que criou a solução e que se
dedica à inovação e ao desenvolvimento
28 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2015
de serviços na área de tecnologia de
informação. O empresário conta que
identificou a necessidade de tornar o
email um “procedimento mais simples
e rápido e, porque não, menos aborrecido”. Trabalhou com o seu sócio Paulo
Bengala, e a sua equipa, e em conjunto
criaram o Veedmee com o objetivo de
“fazer evoluir a comunicação a um
nível mais prático e eficiente, poupando
tempo e milhões de euros em escrita
improdutiva”.
Mas como funciona o Veedmee? O
utilizador só tem de fazer o registo no
website (www.veedmee.com), escolher
o tipo de conta, e de seguida, recorrendo à câmara do pc ou do telemóvel,
gravar o vídeo que pretende enviar.
Depois basta preencher os campos
com o assunto e os endereços de email
dos destinatários. Segundo o responsável, o vídeo é o elemento principal
do email, mas ainda assim é possível
anexar outros ficheiros, complementar
com informação escrita, numa área
criada para o efeito.
A plataforma pode ser
usada para motivos
empresariais e
pessoais. Podemos, por exemplo,
“enviar um vídeo para toda a equipa a
comunicar um problema, a comemorar
uma vitória. Ou apresentar a empresa
e os seus produtos em forma de vídeo.
Poupa muito tempo, dinheiro e é mais
eficiente”, defende António Lima. Já
no campo pessoal, é uma forma de
partilhar emoções: “podemos enviar
um vídeo para os nossos familiares
distantes, com algum momento que
depois pode ser guardado. E isso é
impagável”. O software já está a ser
usado por três associações portuguesas
e, segundo o empresário, vai arrancar,
em projeto-piloto com um cliente da
área da banca.
O Veedmee tem diferentes planos de
adesão ao serviço. Existe uma conta
em que os utilizadores dispõem de
1Gb de espaço para vídeos e que é
totalmente gratuita. Depois existem
outros planos pagos. Para empresas
a subscrição anual, para cada cinco
utilizadores, tem o custo de 150 euros.
O Veedmee está disponível em versão
web, iOS e Android. bn
SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 29
OLHARES
OLHARES
EVENTS BY TLC
EVENTS BY TLC
“O N O SS O PA Í S É UM
E XCE L E N T E D E S T I N O
PA R A A RE A L I Z AÇ ÃO
DE E V E N TO S”
A events by tlc organiza todo o tipo de eventos corporativos tendo Portugal como principal
destino. Diogo Assis, fundador da empresa, acredita que o nosso país tem tudo para vencer
nesta área. Boa hotelaria, bom clima, boas acessibilidades. “Portugal não é o limite da Europa,
é a entrada da Europa”, diz-nos. E a verdade é que já convenceu grandes empresas
a realizarem eventos por cá. A Microsoft e a Volkswagen são dois exemplos
D
iogo Assis já organiza eventos desde os tempos da
faculdade. Mais precisamente desde o segundo ano
do curso de gestão turística e hoteleira. Em 1997, em
parceria com um colega, começou a organizar jantares em
casas de famílias. “Na altura, muitas pessoas não tinham
tempo, nem paciência, para organizar jantares para todos
os familiares ao fim de semana. Porque implicava comprar
comida, cozinhar, lavar loiça, entre outras coisas. E nós
resolvíamos esses problemas. Levávamos um chef, empregados de mesa, os ingredientes, a loiça e todos os materiais
necessários. O negócio era um sucesso”, relembra. Paralelamente, o jovem empreendedor também fez alguns estágios
profissionais em hotelaria, como parte integrante do curso.
Trabalhou muito na área comercial e com responsabilidades
no mercado inglês e norte-americano. E aqui, é que a sua
vida mudou. A experiência veio contribuir para ter uma nova
ideia de negócio. Diogo recebia um feedback constante dos
seus clientes que faltavam agências em Portugal a promover
o país como destino. Viu uma oportunidade e decidiu
fazer alguma coisa sobre isso. “Não havia conhecimento
de Portugal e não havia propostas criativas nesse sentido.
Ouvi isto algumas vezes e decidi montar um negócio, com
mais dois sócios. Em 2002, criei a Lisbon Consortium, uma
agência especializada em promover a cidade de Lisboa,
Estoril e Sintra como destino para eventos internacionais”.
A partir desse ano, o empresário começou a organizar
diferentes eventos sempre com uma componente criativa,
30 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2015
inovadora. E sempre com a excelência no pensamento.
“Queríamos que o cliente tivesse uma boa experiência no
destino. Que tivesse uma experiência de excelência”. Uma
vontade que deu frutos, tanto que passado três, quatro
meses avançaram com o negócio para o Porto e Algarve.
O nome da marca deixou de fazer sentido e assim nasceu
a events by tlc, em 2011, a atual empresa que concebe,
planeia e realiza eventos corporativos tendo Portugal como
principal destino. “O nosso país é um excelente destino para
a realização de eventos. Quem vem cá, seja em negócios ou
não, tem um grau de satisfação muito elevado. Temos uma
ótima hospitalidade, hotelaria, gastronomia, um bom clima,
é acessível do ponto de vista do preço. E depois também tem
boas acessibilidades. Portugal não é o limite da Europa, é a
entrada da Europa. Temos que olhar de forma positiva para
isto”. Estes argumentos, e o trabalho da equipa de Diogo
Assis, foram suficientes para convencer grandes empresas
a requisitar os seus serviços para a realização de eventos.
Exemplos? O MTV Music Awards em 2005, em Lisboa.
O Microsoft Government Leader, em 2006 (que contou
com a participação de Bill Gates). E a apresentação do
automóvel Skoda Supreme para o grupo Volkswagen, em
2008. Diogo destaca este último por uma particularidade:
reabilitaram a Praça das Flores, no Príncipe Real, onde se
realizava um jantar diário do evento. “Deixámos um legado
na cidade, para a população residente”.
A events by tlc tenta sempre marcar pela diferença. Prova
disso, também, é o uso de uma plataforma tecnológica que
permite mostrar aos clientes as ideias, as propostas, todo
o conceito do evento em formato vídeo. Isto é, durante
a fase de preparação do evento, os clientes podem ver
vídeos do local escolhido e dos equipamentos, por exemplo.
“O nosso cliente tipicamente não está em Portugal. E por
isso, quisemos equipar-nos com uma ferramenta tecnológica que aproxima o cliente do destino, e que lhe permite
viver o evento de forma virtual. Antes mesmo de acontecer.
Ou seja, em vez de ver fotografias com descrições, vê vídeos”,
adianta o empresário.
A events by tlc organiza todo o tipo de eventos corporativos,
é essa a sua principal área de atuação. No entanto, com
o passar dos anos, Diogo Assis viu outras oportunidades
de negócio que podiam resultar na empresa. “Quando
executávamos eventos internacionais, percebíamos que
o top management gostava sempre de ficar e experimentar
o destino. E às tantas, começámos a fazer um pouco de
agência de viagens, criando roteiros de lazer, desenhando
experiências inesquecíveis em Portugal. Foi assim que decidimos criar a exclusive by tlc”, conta. Mas o empresário não
ficou por aqui. No ano passado, abriu a sports by tlc, que
organiza eventos que permitem às empresas relacionarem-
“Os eventos são
reconhecidos como
uma das estratégias
mais poderosas de
comunicação porque
têm uma capacidade de
engagement que outras
estratégias não têm”
-se com os colaboradores e com os seus clientes de forma
diferente, através do desporto. Diogo Assis dá o exemplo
da IMEXrun, uma corrida que organizaram para a IMEX,
uma das principais feiras de meetings and events da Europa
e dos EUA. “As feiras em si são um elemento muito social.
As pessoas passam os dias em reuniões e jantares de negócios e por isso acaba por ser um evento pesado. Por isso
sugerimos à IMEX trazer uma solução de responsabilidade
social e que equilibrasse isso. Sugerimos uma corrida e foi
um sucesso. Esgotou duas semanas antes”, relembra.
Além de uma ferramenta de responsabilidade social,
“os eventos são reconhecidos como uma das estratégias mais
poderosas de comunicação porque têm uma capacidade
de engagement que outras estratégias não têm”, defende.
E as vantagens na organização de um evento, segundo
o empresário, são inúmeras: o networking, o engagement,
a capacidade de inspirar o crescimento, a inovação. Mas,
para isso, há que saber organizá-lo, para conseguir tirar
todo o partido dessa comunicação. “Não basta ter um bom
speaker motivacional e uma temática. Isso é insuficiente.
O conteúdo é bastante importante e temos que saber adaptá-lo
aos diferentes interesses do público. Porque o meu interesse
pode ser diferente de outra pessoa. Temos que ter a capacidade de gerar conteúdo relevante para quem vai ao evento.
Sem conteúdo relevante é difícil ter um evento relevante”.
E isto é válido tanto para grandes empresas como startups,
e em qualquer setor, aponta Diogo.
A events by tlc trabalha com empresas de diferentes áreas,
nomeadamente seguros, banca, farmacêutica, automóvel,
consultoria e tecnologia. No ano passado tiveram resultados
acumulados de 10 milhões de euros. Este ano têm perspetivas de crescimento na ordem dos 25%. bn
SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 31
F I LT R O
F I LT R O
GADGETS
GADGETS
LISTEN
TO MUSIC ...
... porque vai aumentar a sua produtividade no trabalho. Os estudos
garantem-no. Vai conseguir concentrar-se melhor nas suas tarefas,
ganhar uma motivação extra e o stress vai diminuir. Só tem de escolher
a sua música e o aparelho para a ouvir
O
uvir música no trabalho parece cada vez mais normal...
apesar de haver quem o considere uma distração.
Mas a verdade é que é uma tendência e há estudos
que comprovam os seus benefícios. No ano passado, uma
investigação, conduzida pela empresa de serviço de música
em streaming Spotify, revelou que mais de 60% das pessoas
admite ouvir música no local de trabalho. As vantagens:
os colaboradores ficam mais felizes, aumenta a moral no
trabalho e a criatividade. Além disso, conseguem concentrar-se melhor nas suas tarefas e são mais produtivos.
E quais os ritmos que devemos ouvir? Há quem defenda que
devemos ouvir as nossas músicas preferidas, outros dizem
que ouvir música instrumental é a solução. Se estiver em
dúvida, pode recorrer aos serviços da focus@will que é uma
espécie de biblioteca de músicas que prometem ajudá-lo
a concentrar-se e a aumentar a sua produtividade. Mas,
a escolha da música fica ao seu critério. Bem como o gadget
para a ouvir. No entanto, sugerimos quatro gadgets, cada
um diferente mas com o mesmo objetivo. Confira! bn
T M A- 2 M O D U L A R
JBL CLIP
Se é daqueles que trabalha em vários locais, que
está sempre em movimento, a melhor solução é
um speaker portátil. A marca JBL lançou no ano
passado o Clip, uma mini-coluna Bluetooth para
ouvir música em qualquer lado. Um pormenor?
A coluna tem um gancho que permite prender
o gadget a uma cadeira, a uma mochila ou
a uma bicicleta, caso seja um empresário
aventureiro. Graças à tecnologia Bluetooth,
com o Clip pode ouvir música armazenada no
seu smartphone, tablet ou laptop. A bateria do
aparelho dura cerca de cinco horas. O volume vai
até aos 160Hz. O preço? 49,99 euros.
www.jbl.com
R4 M K I I I
Um empresário que aprecie boa música,
mas também um bom design, pode optar
por um sistema de som da marca Ruark
Audio. Um dos seus modelos? O novo R4
MkIII. O aparelho tem uma linha moderna,
simples e ao mesmo tempo vintage, mas,
segundo a empresa, o que atrai mais é a sua
qualidade de som estéreo 3D. E pode ouvi-lo
de diferentes fontes: o R4 MkIII tem rádio FM,
leitor de CD com leitura de vários formatos de
música (CD-Audio, MP3 e WMA) e um recetor
de Bluetooth. A amplificação é analógica com
80W de potência nominal. Existe em três
cores: nogueira, branco e preto. O custo é de
899 euros.
www.ruarkaudio.com
Num ambiente de escritório
ruidoso muitas vezes a solução
passa por ouvir música através
de headphones. É a sua garantia
de escape a qualquer barulho.
Existem mil e uma opções
no mercado, mas a empresa
dinamarquesa de equipamentos
au dio A iaiai l an ço u un s
headphones que chamam a
atenção por uma diferença: são
modulares! Isto é: os utilizadores
podem personalizar os seus
headphones, escolhendo o
aro para a cabeça, os cabos,
as almofadas dos auscultadores
e os speakers. Ao todo são
360 configurações possíveis.
Se ficar indeciso com tantas
possibilidades, pode optar por
escolher os modelos criados
pela Aiaiai tendo em conta o
seu objectivo: everyday use e on
the go, por exemplo. Os preços
destes modelos variam entre
145 e 210 euros.
www.aiaiai.dk
H E R E AC T I V E L I S T E N I N G
A sua empresa até é apologista de ouvir música no trabalho.
Tem um sistema de som que passa todos os dias boa música
para ouvirem. No entanto, o barulho típico de um escritório open
office consegue abafar qualquer música. E aí, os benefícios que
os estudos apontam são anulados. Mas como ouvir a música
que passa no escritório, sem ouvir os colegas a falar? A solução
chama-se Here e são uns earphones wireless que permitem
“selecionar” qual o som que queremos ouvir do meio ambiente
onde estamos. Por exemplo: num concerto conseguimos diminuir
o som do público para ouvir melhor o vocalista. Para tudo
funcionar, é necessário uma aplicação para smartphone que
permite controlar o volume dos diferentes sons, em diferentes
cenários (eventos desportivos, viagens de avião, open offices).
A Doppler Labs, empresa que inventou a solução, espera começar
a comercializar o Here no final do ano. O preço será de 225 euros.
www.dopplerlabs.com
32 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2014
5
SETEMBRO 2015 BONS NEGÓCIOS | 33
F I LT R O
LIVROS
ESPECIALISTAS
EM
FORMAÇÃO
01
Comunicadores de Excelência
A A RT E
DE BEM
CO MU N IC A R
E M L I V RO S
A experiência de quem sabe comunicar
reunida em livros por uma série de
autores. Boas práticas, técnicas e
dicas para ter na sua secretária
Renato Póvoas
Nos dias de hoje é imperativo uma empresa ter uma política de
comunicação definida se quiser alcançar o sucesso. Com este livro
vai aprender o que fazer através de exemplos de boas práticas
e projetos reais de sucesso em diferentes áreas de comunicação
(institucional, responsabilidade social, relação com a comunicação
social ou comunicação digital). FNAC, IBM, Novabase, Siemens
são alguns testemunhos apresentados pelo autor.
Editora SmartBook | Preço 13,50 euros
02
TED – Os segredos de comunicação das
conferências mais carismáticas do mundo
Carmine Gallo
As conhecidas conferências TED redefiniram aquilo que constitui
uma apresentação de sucesso e tornaram-se o padrão de
excelência da arte de falar em público. Saiba quais são as técnicas
usadas pelos oradores de topo das apresentações TED e que
pode usar para dinamizar qualquer apresentação, para inspirar
qualquer equipa e para contagiar qualquer público. Aprenda
a vender as suas ideias e vender-se a si próprio.
Editora GestãoPlus | Preço 15,50 euros
01
02
ÁR E AS DE FOR M AÇÃO
Competências Empresariais
Soft Skills
Tecnologias de Informação e Comunicação
SOLUÇÕE S DE FORM AÇÃO
A GALILEU conta com uma vasta variedade de soluções,
distinguindo-se das outras entidades formativas pela
complementaridade de serviços e produtos, que primam pela
qualidade e flexibilidade, adaptando-se às exigências dos clientes.
Formação de Calendário
Carreiras Profissionais
Mentoring
Team Building
Coaching
E-Learning
Formação one-to-one
Live Training
Formação à medida
03
Sentido Social
03
04
Antonio Toca, Javier Curtichs e Sandra Antunes
A Internet revolucionou o mundo da comunicação. Todos os
dias, em casa ou no trabalho, as pessoas utilizam o email e as
redes sociais para falar uns com os outros. E as organizações
têm de se adaptar a esta nova realidade, pois a Internet
permite saber em qualquer momento as opiniões, positivas e
negativas, sobre um determinado produto ou serviço. Através
de casos práticos, este livro mostra como se pode tirar o maior
rendimento das redes sociais.
M E T ODOLOG IA PARA E M PR E SAS
A GALILEU disponibiliza todo o auxílio necessário na gestão integrada do plano de formação,
para que as empresas possam alcançar eficiente e eficazmente os seus objetivos.
Na formação à medida, a GALILEU efetua o acompanhamento de todo o plano de formação:
Plátano Editora | Preço 17,96 euros
04
A linguagem corporal revela o que
as palavras escondem
António Sacavém, Kasia Wezowski, Patryk Wezowski
Imagine que começa a conversar com alguém e é capaz de perceber
o que a outra pessoa pensa, sente e quais as suas reais intenções, para
lá das suas palavras? Com este livro prático sobre microexpressões
pode aprender a descodificar a linguagem corporal para conseguir
alcançar o sucesso em liderança, vendas, negociação, entrevistas,
coaching, comunicações em público e relações.
A
B
C
D
E
F
A
Assessment
B
Preparação do Plano de Formação
C
Implementação da Formação
D
Avaliação CRAS
(Comportamentos, Resultados, Aprendizagem e Satisfação)
E
Relatório Final e Medidas Corretivas
F
Apoio Pós-formação
Editora TopBooks | Preço 14,99 euros
34 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2015
WWW.GALILEU.PT | [email protected] | 21 361 22 00

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