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II Congresso Brasileiro de Plantas Oleaginosas, Óleos, Gorduras e Biodiesel
Realização: Universidade Federal de Lavras e Prefeitura Municipal de Varginha
CONTROLE QUÍMICO DA LAGARTA FALSA-MEDIDEIRA-DA-SOJA
Chrysodeixis includens (Walker)
Fernando Alves de Albuquerque
Luciana Maestro Borges
Carlos Alberto Bastos Andrade
RESUMO
O presente ensaio foi realizado em Maringá, PR, nos meses de fevereiro e março de 2003 e
visou o controle de Chrysodeixis includens, na cultura da soja. Foram utilizados em
pulverização os seguintes inseticidas: thiamethoxam + lambdacyhalothrin (Engeo Maxx: 50,
75, 100 e 125 ml p.c./100 L de água) e monocrotophos (Azodrin 400: 500 ml p.c./100 L de
água). Os tratamentos foram aplicados 90 dias após a emergência das plantas, na fase R 5.1. O
delineamento experimental foi em blocos casualizados, com quatro repetições. Foram
realizadas avaliações aos 2, 9 e 14 dias após a aplicação, levando-se em conta o número de
lagartas encontradas em quatro pontos amostrais de um metro de comprimento, em cada
parcela. Constatou-se que thiamethoxam + lambdacyhalothrin (Engeo Maxx: 75, 100 e 125
ml p.c./100 L de água) apresentou um bom desempenho no controle de C. includens até os 14
dias após a aplicação.
Palavras-chave: Glicine max, pragas da soja, thiamethoxam, lambdacyhalothrin
1 INTRODUÇÃO
A cultura da soja está sujeita, durante todo o seu ciclo, ao ataque de diferentes
espécies de insetos, o que pode reduzir drasticamente a produtividade e lucratividade do
produtor.
Logo após a emergência, insetos como a “lagarta rosca” e a “broca do colo” podem
atacar as plântulas. Posteriormente, a “lagarta da soja”, a “falsa-medideira” e a “broca-dasaxilas” atacam as plantas durante a fase vegetativa e, em alguns casos, até a floração. Com o
início da fase reprodutiva, surgem os percevejos, que causam danos desde a formação das
vagens até o final do desenvolvimento das sementes (EMBRAPA,1999).
_____________________
1
Engenheiro Agrônomo, Pesquisador, Universidade Estadual de Maringá, Maringá, PR (44) 32614407,
[email protected]
1
Engenheira Agrônoma, Pós-graduanda, FCA-UNESP, Botucatu, SP.
3
Engenheiro Agrônomo, Professor/Pesquisador, Universidade Estadual de Maringá, Maringá, PR (0xx44)
32614407
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A lagarta falsa-medideira-da-soja, Chrysodeixis includens (Walk, 1857), pode atingir
até 30 mm de comprimento, apresenta coloração verde e uma linha dorsal branca. Caminha
medindo palmos e apresenta três pares de falsas pernas. Apresenta processos internos na
mandíbula, o que a diferencia da lagarta Trichoplusia ni (ZUCCHI et al, 1993; GALLO et al,
2002).
As lagartas atacam as folhas, destruindo o limbo foliar, deixando apenas as nervuras.
Cada lagarta consome em média 114 cm2 de área foliar para se desenvolver. Após passar por
seis ínstares larvais, num período de 11 a 18 dias, transforma-se em crisálida na própria folha,
envolta por um casulo fino de teia branca (GAZZONI et al, 1988; ZUCCHI et al, 1993)
O controle de C. includens pode ser realizado através da pulverização foliar de
inseticidas, sendo que a associação do inseticida piretróide lambdacyhalotrina ao
neonicotinóide thiamethoxam (Engeo Maxx), permite um maior espectro de ação, a atuação
em diferentes sítios toxicológicos dos insetos praga e cria novas possibilidades de manejo
para importantes pragas da soja. Tendo em vista a importância da ocorrência de C. includens
na cultura da soja, o presente trabalho objetivou avaliar a eficiência dos inseticidas Engeo
Maxx e Azodrin 400, aplicados em pulverização, no controle deste inseto praga.
2 MATERIAL E MÉTODOS
O presente ensaio foi conduzido em uma lavoura de soja da variedade BR 16,
localizada no município de Maringá, PR. O plantio da cultura ocorreu em 20/11/02 e a
emergência das plantas em 25/11/02.
O delineamento estatístico experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com
seis tratamentos e quatro repetições. As parcelas de cada tratamento tiveram a dimensão de
9m x 18m, ou seja, 162m2. Em cada parcela, nas linhas centrais, foram realizadas quatro
amostragens utilizando-se pano de batida, sendo que em cada ponto amostral foi avaliado o
número de lagartas vivas. Foram realizadas quatro avaliações, sendo uma prévia e as demais
aos 2, 9 e 14 dias após a aplicação dos produtos.
Os produtos foram aplicados em 26/02/03, utilizando-se um pulverizador costal
pressurizado com CO2, munido de barra de 3m e bicos do tipo leque 11002 espaçados 0,5m,
trabalhando a uma pressão de 40 lb/pol2. Foram gastos aproximadamente 200 litros de calda
por hectare, sendo que os tratamentos utilizados, assim como as respectivas doses encontramse descritas no Quadro 1. Por ocasião da pulverização a cultura se encontrava na fase R 5.1.
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Os resultados obtidos nas amostragens foram submetidos a análise estatística pelo
teste F e as médias comparadas através do teste de Tukey a 5% de probabilidade segundo
Pimentel Gomes (1978). A percentagem de eficiência dos inseticidas foi calculada por meio
da fórmula de Abbott segundo Nakano (1981).
Quadro 1. Características dos produtos empregados no controle de Chrysodeixis includens
em plantas de soja. Maringá, PR, 2003.
Tratamentos
Nome técnico
Dose de i.a./ha Dose de p.c./ha
1. Testemunha
2. Engeo Maxx
thiamethoxam + lambdacyhalothrina
7,05 g + 5,30 g
50 ml
3. Engeo Maxx
thiamethoxam + lambdacyhalothrina
10,58 g + 7,95 g
75 ml
4. Engeo Maxx
thiamethoxam + lambdacyhalothrina
14,10 g + 10,60 g
100 ml
5. Engeo Maxx
thiamethoxam + lambdacyhalothrina
17,63 g + 13,25 g
125 ml
200g
500 ml
6. Azodrin 400
monocrotophos
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
No Quadro 2 estão apresentados os efeitos dos produtos utilizados e as porcentagens
de eficiência dos mesmos sobre a lagarta falsa-medideira-da-soja, C. includens.
A análise de variância do número de lagartas presentes na área, realizada em 25/02/03
(amostragem prévia), indicou não haver diferença significativa entre os tratamentos e que a
população de lagartas se distribuía de maneira uniforme na área experimental.
Em 28/02/03, ou seja, aos dois dias após a aplicação dos produtos, constatou-se que
todos os tratamentos químicos diferiram estatisticamente da testemunha pelo teste de Tukey a
5% de probabilidade. Observou-se, que nesta data, apenas o tratamento 5, a base de Engeo
Maxx, na dose de 125 ml p.c./ha, apresentou uma eficiência satisfatória, com taxa de controle
de 87%.
Em 07/03/03, ou seja, aos nove dias após a aplicação dos produtos, constatou-se que
todos os tratamentos diferiram estatisticamente da testemunha. Observou-se que os
tratamentos 3, 4 e 5, a base de Engeo Maxx, nas doses de 75, 100 e 125ml p.c./ha, não
diferiram estatisticamente entre si e apresentaram um ótimo desempenho, com taxas de
controle de 90%, 95% e 94%, respectivamente. Por outro lado, o tratamento 2, a base de
Engeo Maxx, na dose de 50ml p.c./ha, e o tratamento 6, a base de Azodrin 400, apresentaram
um desempenho insatisfatório, com taxas de controle de 63% e 47%, respectivamente.
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Quadro 2. Efeito de diferentes tratamentos empregados no controle de Chrysodeixis includens
na cultura da soja. Maringá, PR., 2003.
Tratamentos
Dose/ha
p.c.
Número médio de lagartas por pano de batida1
e porcentagem de controle2
_____________________________________________________
25.02.03
28.02.03
07.03.03
12.03.03
3
Prévia
2 dat
9 dat
14 dat
15,50 a 15,81 a
19,25 a 22,88 a -
1. Testemunha
-
2. Engeo Maxx
50 ml
14,87 a
7,31 b
54%
7,06 c
63%
9,31 c
59%
3. Engeo Maxx
75 ml
16,38 a
4,06 c
74%
2,00 d
90%
3,38 d
85%
4. Engeo Maxx 100 ml
14,88 a
3,63 cd 77%
0,88 d
95%
3,81 d
83%
5. Engeo Maxx 125 ml
14,38 a
2,13 d
87%
1,06 d
94%
3,31 d
86%
6. Azodrin 400
14,25 a
8,88 b
44%
10,13 b
47%
12,81 b
44%
500 ml
C.V. (%)
10,25
10,75
10,75
13,29
1. Média dos dados originais: médias seguidas das mesmas letras nas colunas, não diferem
entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
2. Calculado pela fórmula de Abbott.
3. Dias após o tratamento.
Em 12/03/03, ou seja, aos 14 dias após a aplicação dos produtos, constatou-se que
todos os tratamentos químicos diferiram estatisticamente da testemunha. Observou-se, que
novamente os tratamentos 3, 4 e 5, a base de Engeo Maxx, nas doses de 75, 100 e 125
ml p.c./ha, não diferiram estatisticamente entre si e mantiveram um bom desempenho no
controle da lagarta falsa-medideira-da-soja, com taxas de eficiência de 85%, 83% e 86%,
respectivamente. O tratamento 2, a base de Engeo Maxx, na dose de 50 ml p.c./ha, e o
tratamento 6, a base de Azodrin 400, apresentaram um desempenho insatisfatório, com taxas
de controle de 59% e 44%, respectivamente.
4 CONCLUSÕES
Com base nos resultados obtidos no presente experimento, podemos concluir que:
•
Os tratamentos 3, 4 e 5, a base de Engeo Maxx, nas dosagens de 75, 100 e 125 ml p.c./ha,
apresentaram um bom desempenho no controle da lagarta falsa-medideira-da-soja, C.
includens, e apresentam praticabilidade agronômica para o controle desta praga na cultura
da soja;
•
O tratamento 2, a base de Engeo Maxx, na dose de 50ml p.c./ha, e o tratamento 6, a base
de Azodrin 400, não apresentaram um desempenho insatisfatório ao longo do ensaio.
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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
EMBRAPA SOJA (Londrina, PR). Recomendações técnicas para a cultura da soja no
Paraná 1999/2000. Londrina, 1999. 236p. (EMBRAPA SOJA. Documentos, 131).
GALLO, D. et al. Manual de entomologia agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002, 920p.
GAZZONI, D.L. et al. Manejo de pragas da soja. Londrina: EMBRAPA-CNPSo, 1988.
44p. (EMBRAPA.CNPSo. Circular Técnica, 5).
NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; ZUCCHI, R.A. Entomologia econômica. São Paulo,
Livroceres, 1981, 314p.
PIMENTEL GOMES, F. Curso de estatística experimental. 8a. ed., São Paulo, Nobel,
1978, 430p.
ZUCCHI, R. A.; SILVEIRA NETO, S.; NAKANO, O. Guia de identificação de pragas
agrícolas. Piracicaba: FEALQ, 1993. 139 p.
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