Encontro de tricoteiras em Curitiba

Transcrição

Encontro de tricoteiras em Curitiba
nº.12 Jul/Ago/Set 2010
n 12 Jul/Ago/Set 2010
Encontro de tricoteiras em Curitiba
Tendências
Peças feitas a mão viram hits
da estação
Pág. 6
Entrevista
internacional
Produtora faz documentário
sobre artesanato Pág. 5
Deu na imprensa
Chega ao Brasil os encontros das
tricoteiras nos cafés Pág. 12
1
momentos
nº.12 Jul/Ago/Set 2010
3º Encontro reúne apaixonadas
por tricô em Curitiba
O anual Encontro de Tricô surgiu
numa das várias listas de tricoteiras divulgadas na internet para possibilitar
que amigas se conheçam pessoalmente. Na III edição, o encontro realizado entre 3 e 6 de junho, aconteceu em Curitiba, capital do Paraná, e reuniu mais de
50 tricoteiras de diferentes estados: Rio
Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná,
São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e
Distrito Federal.
A Aslan Trends participou do evento e presenteou as participantes com
kits contendo: 2 novelos do fio Haras, 2
novelos de Delicatessen, 1 novelo de Bariloche, 1 par de agulhas de bambu e 1
segurador de pontos. Usando o fio Delicatessen, a tricoteira Beatriz Medina deu
uma aula de como confeccionar meias.
“São eventos ótimos para conhecermos
as tricoteiras com as quais conversamos
todos os dias pela internet, mas que devido à distância não conseguimos encontrar pessoalmente”, ressalta Medina.
A grande responsável pelo sucesso do evento foi a funcionária pública India O’ Hara Sarti que organizou o
acontecimento. Ela diz que a rede tem
sido uma ferramenta preciosa para
transmitir a arte de tricotar e trocar experiências com as demais tricoteiras. “É
o nosso meio diário de contato, nos conectamos e combinamos todos os detalhes para que o evento seja um sucesso”,
conclui O’ Hara Sarti, enfatizando que
Foto capa: Solange Cristiny
2
“
organizar o evento foi
tarefa árdua, porém muiAlém
to gratificante. “Como as
participantes vinham de de exercitar a
vários estados e em dacriatividade,
tas e horários diferentes,
a logística das caronas a paciência, a
foi o item mais complica- persistência e o
do de acertar. Em alguns
momentos até os filhos e raciocínio, ao final
maridos foram consulta- de um trabalho se
dos como back-up para
tem a alegria de
dar carona. Mas, no final
foram as próprias trico- produzir uma peça e
teiras de Curitiba que de- presentear alguém
ram conta do recado”.
Sandra Jay e So- com algo exclusivo”.
lange Cristiny também Índia O’ Hara Sarti
ajudaram a organizar o
evento, ambas ficaram
responsáveis pelos jogos. “Foi uma experiência muito divertida, minha intenção foi envolver
materiais relacionados ao nosso mundo de tricô
como fios para interagir e conhecer possibilidades”. Ela apresentou um workshop de Moulagem
apresentando como é feita a construção tridimensional de uma modelagem, com informações
que até então, não eram acessíveis ao grupo.
A organizadora O’ Hara Sarti que aprendeu
os primeiros pontos, numa viagem de férias com
sua tia, confessa que o evento superou suas expectativas e que o carinho das participantes lhe
marcou bastante, “os abraços, a alegria, a emoção
e a energia positiva dava para sentir no ar”. Para
Sandra, a alegria das tricoteiras foi comovente,
“o desejo imenso delas em aprender e compartilhar o que sabem com as outras participantes
me tocou muito”.
A tricoteira Alina Rizzo diz que o evento foi
maravilhoso, “foi uma recarga de baterias, uma
troca de energias, de conhecimento, de expe-
“
O desejo
imenso das
tricoteiras em
aprender e
compartilhar o
que sabem com as
demais me tocou
muito”.
Sandra Say
Marina Pontieri
Trocando experiências - A tricoteira Beatriz Medina deu aula de meias com os fios Delicateessen e Haras.
Solange Cristiny
“
Temos
todo o interesse
que os encontros
se fortaleçam e
sejam até mais
freqüentes”.
Clara Quintela
“
Diversão - A alegria das tricoteiras em aprender e compartilhar o que sabem, fizeram do encontro um sucesso.
Marina Pontieri
Parabéns à
Aslan que sempre
apoia e ouve os
consumidores, e
esteve presente no
Encontro Nacional”.
Valesca Fortunato
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Kits - As participantes mostram o kit distribuído no evento pela Aslan.
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Tricotando - Pati ensina a consultora de moda Marina
Pontieri, da Aslan Trends.
Solange Cristiny
riências absolutamente inestimáveis e
insubstituíveis”, diz admitindo que a presença da Aslan Trends ouvindo-as e presenteando-as com kits foi especial. “Isso
denota o interesse a essas artes que por
tanto tempo foram discriminadas como
‘coisa velha’ e ainda tive o prazer de finalmente conhecer Marina Pontieri”.
Este ano foi a primeira vez que Clara Quintela e Valesca Fortunato, editoras
do site tricoteiras.com participaram. “Percebemos que a cada ano, o hobby está
mais organizado e ganhando mais adeptas”, diz Clara que ressalta que nos Estados Unidos são organizados verdadeiros
congressos, e que são marcados com um
ano de antecedência e as participantes
pagam por um pacote antecipadamente.
“Nós do Tricoteiras acreditamos, torcemos e vamos trabalhar para que os encontros sejam cada vez mais organizados
e que no futuro sejam abertos ao público
em geral, e não apenas àquelas pessoas
que já se conhecem pelas listas”. Para Valesca, este evento além de fortalecer os
laços de amizade e divulgar novas, possibilitou a certeza de que o tricô ganhará mais espaço no Brasil. “Mais que rever
e conhecer novos amigos, foi saber que
estamos ali para um bem comum e que
tudo que sempre sonhamos nesses anos
da volta do tricô à moda está acontecendo”.
O encontro acontece anualmente e
quem define o local do encontro é o grupo de tricoteiras. No decorrer do ano, são
acertados os detalhes e qual a melhor opção para realização do acontecimento. O
próximo já tem local definido, será no Rio
de Janeiro, provavelmente em junho de
2011, antes das férias escolares. As datas
não foram escolhidas. As tricoteiras da
cidade escolhida e as que residem próximas ao Rio, ficam responsáveis em antecipar o local das hospedagens, contratar
o transporte e a alimentação. Na edição
2010, a equipe de jornalismo da RPC TV,
filial da Rede Globo de Curitiba, esteve
presente e presenciou o entrosamento e
Solange Cristiny
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Alto Astral - Bia, Sonia A, Zaira, Mada, Angélica,
Mariângela, Solange Cristiny. Rosinha, Nilda, India, Ana
Rosa Sonia B e Clara.
empreendedora da arte
tico conversar com todas aquelas pessoas,
muitas já conhecia dos chats online. Chegar
nos lugares onde elas fazem seu trabalho foi
maravilhoso”.
Um vídeo de oito minutos postado
no YouTube, em 2006, chamou a atenção
da Princeton Architectural Press, que encomendou um livro, que Levine escreveu com
seu amigo crafter e curador Cortney Heimerl,
com o mesmo título do documentário.
Em 2004, ela iniciou trabalhos em paArquivo pessoal
A mulher de espírito empreendedor, apaixonada pelo artesanato moderno, Faythe Levine conta com exclusividade para Aslan Trends a fantástica
experiência de produzir o documentário Handmade
Nation:The Rise of Diy,Art,Craft e Design (Uma nação
feita a mão: a ascenção do faça você mesmo em arte,
artesanato e design), no qual artistas e designers falam sobre o processo de criação.
Faythe nasceu em Minneapolis, Minnesota,
nos Estados Unidos, cresceu em Seattle, no estado de
Washington, e hoje vive em Milwaukee, em Wisconsin. É filha de Rick Levine Merlin, astrólogo que escreve horóscopos para MySpace e AOL e de Suzanne
Wechsler, agricultora orgânica e produtora de queijo
artesanal.
A documentarista de 32 anos começou a se interessar pelo artesanato nos acampamentos de verão, em Girl Scouts que frequentava na adolescência.
Para ela, o artesanato vai além de atividade
prazerosa, é momento de reflexão. “Faz você pensar no tempo, no que é mais importante, aprecia-se
mais as coisas ao seu redor”. Em 2002, ela tornou-se
adepta de comunidades de artesanato on-line. “Foi
aí que percebi que havia uma revolução no artesanato mundial”. Posteriormente, Faythe fundou uma
feira de artesanato popular Art vs Craft, em Midwest,
no estado de Oklahoma. Esta iniciativa a levou a produzir e dirigir o documentário.
O filme faz um profundo mapeamento de
costureiros, bordadeiros, crocheteiros que fazem do
artesanato uma arte moderna e contemporânea. Ela
percorreu quinze cidades americanas coletando informações e por meio de comunidades, blogs e lojas
on-line, galerias e feiras de artesanato foi se aprofundando no assunto. “A produção foi bastante fácil já
que tinha contato com quase todos os entrevistados.
Minha diretora de fotografia Micaela O’Herlihy e eu,
passamos dois anos viajando para colher as entrevistas”,conta Levine revelando que durante as entrevistas tomou alguns cuidados para facilitar o trabalho
de edição realizada por Cristina Siqueira.“Foi fantás-
entrevista
Faythe Levine:
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As comunidades, blogs, lojas, galerias e feiras de artesanato ajudaram Faythe a se
aprofundar no assunto.
tchwork que vendia pela nternet. O negócio tornouse tão popular que Levine não deu conta de acompanhar a demanda. Logo depois, abriu Paper Boat
Boutique & Gallery, em Milwaukee, Wisconsin em
parceria com a empresa Kimberly Kisiolek.
A decoração do apartamento de Levine, está
cheia de seus “vícios”,como ela define suas coleções
de livros feitos à mão, zines, discos, pinturas, desenhos, arte Outsider e objetos. Atualmente, ela é palestrante em simpósios de arte e está produzindo o
documentário Sam Macon que aborda a tradição
americana da pintura gestual.
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Moda com detalhes artesanais
promete conquistar as ruas
A moda das passarelas de
várias regiões do Brasil
valorizam os artesanatos
locais como referenciais
que identificam a cultura
das comunidades.
Os desfiles de moda espalhados
pelo Brasil vêm mostrando sua importância como plataforma de pré-lançamentos de tendências a cada temporada. Nos dias 25 a 28 de abril aconteceu
em Fortaleza, capital do Ceará, o Dragão
Fashion Brasil (DFB), o mais significativo
evento de moda do Nordeste. O acontecimento, reconhecido nacionalmente
como incentivador de novos talentos na
moda brasileira, estabeleceu o diálogo
entre artesanato, design e sustentabilidade. Foram 33 desfiles, assinados por estilistas em ascensão de todo o País.
A primeira grife a desfilar foi Conexão Solidária, projeto da Agência de
Desenvolvimento Solidário (ADS). Na
passarela as peças apresentadas são o
resultado de trabalho de artesanato aplicado ao produto de moda, desenvolvido
junto às comunidades cearenses em estado de risco.
Para a próxima estação,a grife sugere muito crochê, renda e tecidos leves em
modelagens amplas e confortáveis, aplicações de flores de crochê nos vestidos,
cintos que marcavam a cintura, bordados, carteiras de mão, bolsinhas e macramê. Os babados, volumes, transparência
e crochês ressaltavam peças como vestidos, camisetas e calças. Para os homens,
o crochê também estará em alta além de
túnicas, calças saruel e sungas. Na cartela
de cores, tons crus, terrosos, ocres; acompanhados
de vermelho e turquesa.
A característica principal do evento foi incentivar uma moda sustentável. Não é a toa que o
grande destaque do DFB ficou por conta do artesanato.
O Dragão Fashion Brasil tem parceria exclusiva com a Estethica, uma promoção da moda sustentável e ecologicamente correta do The British
Fashion Council, que realiza a Semana de Moda de
Londres. O DFB estará presente no London Fashion
Week, em setembro, para lançar o Dragão Fashion
Brasil 2011 com o tema Eco Design.
Minas Trend Preview é uma iniciativa da
Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais
(FIEMG) que vem se consolidando como principal
evento de pré-lançamentos de moda
no País. O acontecimento realizado
entre os dias 28 de
abril a 1 de maio
teve como discussão a importância
da água. Muita água
rolou na abertura.
Na passarela, diversos looks compostos por vestidos e
blusas uniram sofisticação, estilo e nuances de dourado
e brilho em peças
escuras. O grande
destaque apresentado pelas grifes foram as peças com
detalhes artesanais
que usaram macramês e rendas.
Divulgação
tendências
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Ecofashion - O look masculino apareceu bem despojado e moderno.
Para a próxima estação muito
crochê, renda e tecidos leves
em modelagens amplas e
confortáveis.
Moda sustentável - As peças são bem leves, o crochê e bordados são ideais para o verão.
Rendeiras por hereditariedade
A renda é uma das maiores expressões do
artesanato no Nordeste e exige mão-de-obra qualificada e cuidadosa. As rendas renascença ou irlandesa, como também são conhecidas, são famosas
por sua delicadeza e pelos traços marcantes onde
predominam pontos exclusivos e entrelaçados. A
arte é uma técnica têxtil de origem italiana e foi introduzida no Brasil por freiras. A atividade difundiuse rapidamente, e passou a fazer parte das tradições culturais e das populações rurais do nordeste
brasileiro. Em Pernambuco, a produção tornou-se
popular em acabamentos de peças de enxoval,
confecção de camisetas, saias e vestidos de noivas.
As rendeiras nordestinas passam a arte de geração
para geração.
Sua maior produção é nos estados da Paraíba, Pernambuco, Ceará, Sergipe e Bahia. Atualmente, a região de Cariri, na Paraíba possui mais de 400
rendeiras que estão organizadas em cinco associações, e criam bordados que são exportados para
diversos países. Os materiais necessários para confecção de uma peça são, lacê (uma espécie de viés),
linha fina de crochê e agulha de costura comum.
Arquivo pessoal
Fotos: Divulgação
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A artesã Maria das Graças tem como objetivo ensinar a técnica com a comercialização
de suas apostilas.
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Beleza exótica e única - De pontos co-
tesanato vem desde o berço,“minha mãe bordava
na máquina Singer pedaleira, aquelas antigas”.
Graça não comercializa suas criações. Seu
objetivo é ensinar a técnica com a venda de suas
apostilas. “Atendo pessoas de todo o país que adquirem o material, inclusive tenho um cliente de
Luanda”.
Para ela, as produções em massa tornaram as
criações artesanais obsoletas. “Os referenciais que
identificam as técnicas vêm se perdendo. A vida
humana cada vez mais fica reduzida aos interesses
da economia, da razão e da ciência e rompe com
a criatividade e a imaginação à fruição da emoção”,
conta Graça, revelando que em sua cidade é a única que desenvolve o bordado richelieu, já a renda
somente duas pessoas produzem.
Ela ainda enfatiza que seu interesse é resgatar
através destas técnicas as identidades culturais da
sua cidade e até mesmo do Brasil.“O que constitui
nossas identidades são as características culturais,
as histórias de vida nossas e dos nossos”.
A artesã de 43 anos é pedagoga com especialização em Psicopedagogia, Educação especial
em Deficiência Mental e Psiquiatria. Atualmente,
está cursando mestrado em Cognição e Linguagem pela UENF, Campos dos Goytacazes. “Vou
cursar no mestrado, uma disciplina sobre representações mentais na arte”,diz Graça que pretende publicar o artigo,“em que discuta a possibilidade das
divulgações do ensino à distância destas técnicas
como meio de valorização das técnicas artesanais”.
nhecidos como o caseado, palito cerzido e alinhavo nasce o bordado richelieu, técnica que surgiu na
França, entre 1624 e 1642, pelo uso frequente nas
vestes de Armanol-Jean du Plessis, cardeal e duque
de Richelieu. Logo a vestimenta ganhou fama por
ser considerada sinônimo de riqueza. Sua técnica
diferenciada na qual os fios do tecido são delicadamente retirados até formarem verdadeiros desenhos vazados, lembra um crochê bem fino. O
bordado chegou ao Brasil através da colonização
portuguesa.
A produção do bordado começa com os desenhos e estampas, os tecidos são levados para as
bordadeiras que acompanhadas de uma chapa
seguem as indicações de cores e pontos a serem
utilizados. O ponto é feito enrolando a linha na agulha, com
um fio passando por dentro e
formando cordões em diferentes volumes. O resultado é uma
peça requintada de alta qualidade.
A renda ressurge com tudo
e é uma das principais tendências da próxima estação. A artesã Maria das Graças Mendonça,
desenvolve as duas técnicas: o
bordado richelieu e a renda renascença. Aprendeu o bordado
richelieu com sua mãe, aos 12
anos. Há três anos uma amiga
ensinou-lhe a técnica da renda
renascença. O interesse pelo ar- A renda renascença é uma das principais tendências do verão.
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Arquivo pessoal
Tudo começa com a criação dos desenhos no papel de seda e logo depois o mesmo papel é colado
num papel mais grosso. Aí nascem as primeiras tramas de uma das rendas mais sofisticadas: a renascença. O resultado é uma peça delicada, sofisticada
e exclusiva.
A produção de uma peça pode levar dias, semanas ou até meses para ser concluída. Uma blusa
simples, por exemplo, leva até 30 dias para ser concluída. A arte ganhou versatilidade e passou a ser
confeccionada também nas cores preta, marrom
café, laranja e azul marinho. A renda renascença é
uma das principais tendências da próxima temporada.
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tempo, embora já tenha comprado as
revistas e agulhas importadas”.
Ela não comercializava suas criações até receber da Aslan doações de
fios para as campanhas de seu blog, ao
longo do ano passado e neste. “Com os
fios mais nobres recebidos, fazemos (somos um grupo de amigas) peças para
venda a preços módicos, transformando
lãs e fios nobres em alimentos ou fios
mais simples e acrílicos. Também usamos o fio Inspiração”.
Ela conta que quando está tricotando é um momento precioso onde
pode relaxar e aprender. “Sem dúvida o
Arquivo pessoal
Alina Rizzo participa de vários grupos e
comunidades de tricô na internet. Coordena
dois blogs maredeamor.blogspot.com, onde
faz campanhas sociais e outro pessoal, alinartes.blogspot.com onde troca idéias, receitas de
tricô, crochê, culinária e divulga suas criações.
Ela conheceu a arte ainda pequena, cresceu em meio a novelos, crochês, tricôs e bordados. Sua família de origem européia sempre
valorizou as artes manuais, foi com suas avós
que aprendeu os primeiros pontos. “Minha avó
paterna fazia crochê divinamente, colchas e peças em linha fininha (mercer crochet), minha
tia-avó materna bordava e tricotava muitíssimo
bem”.
Através de sites e grupos especializados
em tricô, Alina aprimorou a arte. “Grupos como
o Crazy Knitting Ladies e no site Tricoteiras foi
onde aprendi quase tudo, graças à generosidade de tricoteiras experientes, sempre dispostas
a ensinar e dar dicas”.
Ela conta que tem como missão ajudar
e amparar aqueles que necessitam. Há alguns
anos, iniciou em Atibaia, um grupo local com
amigas artesãs e voluntárias para a comercialização de peças. “Algumas tricotam para vender
e arrecadar fundos para compra de fios mais
simples ou outras peças para doação, como
mantas, gorros, cachecóis, chinelos, etc...”.
Para ela, a internet conseguiu unir as tricoteiras, que acabaram se conhecendo pela rede
criando laços fortes de amizade, além de ser
uma ferramenta de divulgação. “O trabalho do
nosso grupo local só tem sido possível graças
às doações de amigas preciosas conquistadas
graças à internet e por meio dos grupos e comunidades do Orkut”.
Alina gosta muito de aprender e sempre
está à procura de novidades. Além do crochê e
tricô, faz tunisiano, tear de pente liço, crochenit
(técnica com agulha de tunisiano com 2 pontas), e pretende aprender cro-tat, uma mistura
de frivolité com crochê, “mas ainda não deu
blog da vez
“Sem dúvida o tricô e o crochê são fundamentais
para que minha vida seja completa”
Alina sempre gostou muito de aprender e está sempre em busca de novidades na rede.
tricô e o crochê são fundamentais para que minha vida seja completa, ao lado da família e dos
meus bichos”. Alina quer continuar tricotando e
ajudando as pessoas e assim que possível, pretende comprar um notebook, para acessar a internet onde estiver.
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tricô e cultura
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Althea Crome e suas
miniaturas
Tricotar minúsculas peças, sejam blusas, casacos, luvas e meias, com agulhas tão finas quanto um
fio de cabelo, exige muita paciência. Althea Crome,
especialista em micro vestuário vem se destacando
por seu trabalho excepcional. Seu talento e atenção
aos detalhes não passam despercebidos por Laika
Estúdio que a convidou para fazer o figurino do filme Caroline.
Sua paixão pelo tricô vem desde a época da
faculdade, foi com um miniaturista que aprendeu a
importância de uma escala adequada. Seu sucesso
no desenvolvimento de padrões comerciais e técnicas para a escala 1:12 com luvas, meias e outras peças, a inspiraram a ousar mais.
Althea tinha a curiosidade e o desejo de desenvolver peças originais que mostrassem seu amor
pela arte, dentro das possibilidades ilimitadas da escala e miniatura. Em 2000, seu fascínio pelo mini tricô, a fizeram buscar novos desafios técnicos e novos
designs.
Suas criações combinam tradição, inovação e
fusão de formas surpreendentes. Cada uma de suas
miniaturas está enraizada na tradição,mas nenhuma
é cópia de modelos existentes ou estilos. Cada peça
leva cerca de seis meses para ser criada e confeccionada. Atualmente, vive em Bloomington, Indiana, nos
Estados Unidos, com seus quatro filhos, seu cachorro
Herbie e seu antigo gato Nellie.
As miniaturas combinam tradição e inovação, cada peça leva cerca de 6 meses
para ser confeccionada.
Tradição e inovação – Cada uma de suas miniaturas, tem estilo próprio e são
produzidas uma única vez.
10
Divulgação
Novas tricoteiras chegando
A oficina de tricô do projeto Corte e Costura, no município de Viradouro, interior de São
Paulo está a todo vapor. Todas as terças, quartas
e quintas-feiras as aprendizes de tricô reúnemse para a confecção de cachecóis, sapatos e gorros, que depois de prontos são doados para a
entidade, Lar Central Nossa Senhora Aparecida,
no mesmo município.
Fotos: Arquivo pessoal
curiosidades
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Fotos: AP
Vovós posam cobertas apenas por peças tricotadas
Por uma boa causa - Marsha Cunningham, 63, Debby Sims, 57, Barbara Weber, 76, e Lavonne Northcutt, 48, posam para calendário. O quarteto ainda exibe no ensaio
algumas peças tricotadas pelo grupo.
Um grupo de tricoteiras de Tacoma, em
Washington, nos Estados Unidos, tiraram a roupa para posar para calendário com intuito de
arrecadar dinheiro para tratamento de netos
autistas. As amigas Marsha Cunningham, 63,
Debby Sims, 57, Barbara Weber, 76, e Lavonne
Northcutt, 48 posaram cobertas apenas por peças tricotadas pelo grupo. O
calendário será vendido na região, em
beneficio dos dois netos de Marsha e de
outras crianças que sofrem com o mesmo problema.
Não basta só gostar
tem que
tatuar
Tricotar é uma ótima maneira
de expressar a criatividade, encarar
novos desafios e além de ser um
método de terapia, é relaxante e faz
bem à saúde. Para não esquecerem
de sua atividade preferida, algumas
tricoteiras resolveram inovar e tatuaram no corpo novelos, com várias
cores, e em alguns deles tem até
agulhas inseridas.
Originalidade – Tricoteira tatua no corpo a paixão pela arte.
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Tricoteiras mais
que modernas
Matéria do Jornal Diário de S. Paulo - Publicada em: 4/7/2010
Grupo de mulheres de todas as
idades se reúne mensalmente
para fazer tricô em um café da
capital.
Um inusitado encontro de mulheres movimenta, mensalmente, um café nos Jardins, na Zona
Oeste da capital, com direito a gritinhos de euforia,
gargalhadas, troca de confidências e de informações sobre a arte do tricô. E não, elas não são vovozinhas que resolveram levar as lãs na bolsa para
se encontrar. São mulheres de negócios, modernas,
ousadas e tricoteiras. É o “The Crazy Knitting Ladies”,
ou como elas mesmas traduzem,“As Senhoras Loucas do Tricô”.
A ideia surgiu na internet, como cópia do que
já acontece em outros países, onde vários sites e
blogs agrupam pessoas apaixonadas pelo tricô,
criando uma rede enorme de interessados em saber todas as novidades que envolvam essa arte.
No Brasil, um grupo de mulheres de vários
estados passou a se falar
constantemente pelos blogs criados aqui, até que uma
paulistana resolveu que era
hora do encontro cara a cara e
agulha com agulha.“Em 2002
uma moça participou de um
encontro desses em Portugal,
e resolveu criar o ‘Tricoteiras
de São Paulo’. Mas, depois
de um tempo ele acabou, e
montamos então o ‘The Crazy
Knitting Ladies’”, relatou uma
das organizadoras, a jornalista
Clara Quintela, de 33 anos, há
seis uma tricoteira dedicada.
O grupo começou em
2005, com as integrantes batendo papo através de blogs.
12
Hoje é sitiado virtualmente no site www.tricoteiras.
com, e uma vez por mês, no Vanilla Café da Alameda Itu, as tricoteiras se reúnem no segundo andar
em uma verdadeira festa do tricô. Quem sabe mais,
ensina. Quem viajou e conheceu uma lã nova, conta. Quem quer conhecer uma técnica, pergunta.
“É uma troca que estimulamos o tempo todo,
nos falamos pela internet todos os dias, porque é
esse intercâmbio que nos atualiza”, revelou a carioca
analista de sistemas Valesca Fortunato, de 29 anos,
que aprendeu a tricotar há seis anos, e aproveitou
a vinda a São Paulo para participar do evento. Ela
também mantém o “The Crazy Knitting Ladies” no
Rio.
O encontro, no entanto, é curioso, mas não é
único. Mais uma leva de mulheres se juntam com
seus novelos em vários outros como o “Agulha Mágica”, o “Café Tricô”, o “Simplesmente Tricô”, o “Crocheterapia”e o“Tricoteiras Solidárias”, todos na terra
da garoa, mas em contato com o mundo. E por que
elas tricotam? “Por prazer, terapia, por ser uma arte”,
disse Clara Quintela.
Fernando Dantas - Diário de São Paulo
Mulheres se reúnem todo mês em café do Jardins para fazer tricô.
As Boas Compras
deu na imprensa
nº.12 Jul/Ago/Set 2010
Matéria da Revista Veja S. Paulo Publicada em: 14/7/2010
Por Kiki Romero e Tati Amaro
Chaveiro de crochê.
Sapatinhos de tricô.
Manta de lã feita a mão.
Colar de crochê.
Broches de tricô.
Almofadas de tricô.
Botas de tricô forradas de pele.
Blusa de babados em crochê.
Gorro e cachecol
infantis de crochê .
Bolsa de mão de crochê.
Mantinhas de tricô.
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receitas
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Pullover em Puffy
Por: Jussineide Evaristo
Tamanho: 40/42
Material: 4 novelos de fio Puffy cor (61),1 novelo de fio
Puffy cor (1323), agulha de tricô n.08 da Aslan Trends, agulha para costura, agulha circular n.7
Ponto Fantasia: primeira carr-direito 1m,1t; segunda carr:
avesso tudo em trico, ponto barra 1/1.
Costas
Monte 36 p.na agulha n.8 com 2 fios na cor 61 e tricota
em ponto fantasia por 42cm,arrematar para a cava 4 p.de
cada lado de uma vez só, tricota mais 20 cm arremata 10 p
centrais para o decote e 9 p.de cada lado para os ombros.
Frente
Monte 36 p na agulha n.8 com 2 fios na cor 61 e tricota
em p,fantasia por 34 cm, dividir o trabalho em duas partes
iguais para fazer o decote,dim.um p. a cada 7 carr. 5x,ao
mesmo tempo a 42 cm do começo, arrematar para a cava
4 p de uma vez.A 62cm do início arrematar os 9 p. do ombro, fazer outro lado igual.
Manga
Monte 16 p. na agulha n.8 com 2 fios da cor 61,tricota em
p.fantasia,aum.1 pt de cada lado a cada 14 carr.6x,a 48cm
do inicio arrem.1 pt de cada lado a cada 3 carr.ate ficar 8
pt ,arrematar.
Decote
Levantar na agulha circular n.7 90 pt com 2 fios na cor
1323,tricotar em ponto barra 1/1 e dim.V.1p.de cada lado
toda as carr.por 4 cm e arrematar.
Acabamento: costurar os ombros, as laterais, feche as
mangas e prenda na cava.
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Blusa Marc com Haras
Por Eleonore Elsner
Material: 5 novelos de fio Haras (100g) cor 5687
agulha de tricô nº 4,5
Pontos utilizados: Ponto Jersey (direto em tricô, avesso
em meia).
Ponto fantasia: 1ª carr: 4m, * mate simples, laç, 1 m.,laç., 2
jts.m., 7m., * term. com 4m.
2ª carr: todas as pares acompanhar o ponto
3ª carr: 3m, *mate simples., laç., 3m., laç., 2 jts.m., 5m., *
term com 3m
5ª carr: 2m., *mate simples., laç., 5 m., laç, 2 jts.m., 3m., *
term com 2 m
7ª carr: 4m., * mate simples, laç, 1 m., laç., 2 jts.m., 7m *
term com 4 m
9ª carr: 3m., * mate simples., laç., 3 m., laç, 2 jts.m., 5m *
term com 3 m
11ª carr: 4 m., * laç., mate simples., 1 m., 2 jts.m., laç., 7m., *
term com 4 m
13ª carr: 1 m., laç., * 2jts.m., 2 m., laç., mate duplo., laç, 2m.,
mate simples.,
laç., 1m.,laç., * term mate simples, laç, 1m
15ª carr: 2m., laç., * 2 jts.m., 5m., mate simples., laç., 3 m.,
laç.,* term com
mate simples, laç., 2 m.
17ª carr: 3m., laç., * 2 jts.m., 3 m., mate simples., laç., 5 m.,
laç * term com
mate simples, laç., 3 m.
19ª carr: 1 m., laç., * 2 jts.m., 7 m., mate simples., laç., 1 m.,
laç., * term com
mate simples, laç., 1 m.
21ª carr: 2 m., laç., 2 jts.m., 5 m., mate simples., laç., 3 m., laç.,
* term com
mate simples, laç., 2 m.
23ª carr: 1 m., * 2 jts.m., laç., 7 m., laç., mate simples., 1 m., *
25ª carr: 2 jts.m., * laç., 2 m., mate simples., laç., 1 m., laç., 2
jts.m., 2 m.,
laç., mate duplo., * term com laç mate simples.
sia, por 48 cm. e fazer o decote. Arrematar 21 pontos no
centro do trabalho e trabalhar cada lado separadamente
= 33 pontos. Diminuir do lado do decote a cada 2 carreiras 2 pontos por 3 vezes. = 27 pontos. Arrematar e fazer o
outro lado igual invertendo as explicações.
Fechar um dos ombros e deixar o outro lado aberto. Levantar 94 pontos ao redor dos decotes da frente e das costas. Fazer 6 carreiras de sanfona 1/1 e arrematar.Fechar o
outro ombro.
Manga
Começar com 36 pontos e trabalhar no ponto Jersey por
43 cm., aumentando a cada 8ª carr., 1 ponto de cada lado
por 15 vezes = 66 pontos. Arrematar e costurar nas cavas.
Execução
Costas
Começar com 87 pontos e trabalhar reto no ponto fantasia por 58 cm. Dividir em duas partes, deixando 25 pontos
no meio para o decote e 31 pontos de cada lado. Trabalhar cada parte (31 pontos) separadamente e diminuir 2
pontos a cada 2ª carr do lado do decote por 2 (duas) vezes
= 27 pontos. Arrematar e fazer o outro lado igual, invertendo as explicações.
Frente
Começar com 87 pontos e trabalhar reto, no ponto fanta-
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nº.12 Jul/Ago/Set 2010
Bolsa-carteira estilo Chanel com Engenho
Por Karen Burns
Material: 1 novelo de 100g. do fio Engenho bege, cor 0091
ag. reta ou circular 5,0 e 5,5 mm. de 40 cm.
ag. de crochê 5,0 mm
1 fecho magnético pequeno
60 x 35 cm. de tecido para forro (alpaca ou cetim grosso)
55 x 30 cm de entretela grossa termocolante
1 m. de corrente fina dourada oxidada
1 botão dourado oxidado decorativo (pode ser substituído
por broche)
agulha e fio para costura
Pontos empregados: Cordões de tricô: todas as carreiras
em meia ou em tricô
Relevo de tranças: sobre 8 + 2 p
1ª, 5ª e 7ª carr.: toda em meia
2ª e todas as carr. pares: teça acompanhando o ponto
3ª carr: *1m, coloque 2 p. na agulha auxiliar na frente do
trabalho, 2m.; teça os p. da ag. auxiliar em m.; coloque p. na
agulha auxiliar atrás do trabalho, 2m teça os p. da ag.
auxiliar em m.* ; repita de * a *
9ª carr.: * 1 m.; coloque 2 p. na agulha auxiliar na atrás do
trabalho, 2m.; teça os p. da ag. auxiliar em m.; coloque p.
na agulha auxiliar na frente do trabalho, 2m teça os p. da
ag.auxiliar em m.*; ; repita de * a *
11ª carr.: repita a partir da 5ª carr..
Ponto baixo (crochê)
Execução
Com a ag. 5.0 mm. e o fio Engenho monte 48p. teça 6 carr
em m.
Mude para a ag. 5.5 mm. e teça os 3 primeiros p.e os 3 últimos p. em m. e restante no p. relevo de tranças. por 45cm.
Mude para a ag.5.0 mm e teça mais 12 carr em cordões de
tricô, diminuindo no início de cada carr. 1p x 3 vezes.
Arremate os p. restantes.
Montagem e acabamento: corte 2 vezes o tecido para o
forro no tamanho do trabalho e 1 vez a entretela 0,5 cm
menor que na medida da bolsa. Vire uma das partes do
forro para o avesso e pregue à entretela. Coloque o fecho
magnético no tecido sem entretela, nos lados mais estreitos. Costure o pedaço de forro com o fecho magnético pelo
avesso, deixando um dos lados aberto para virar o conjunto
(forro, entretela, forro) para o direito. Feche com uma costura a parte aberta do forro. Prenda o forro ao corpo da bolsa,
deixando uma folga de meio cm. ao redor de toda a bolsa.
Sobreponha as laterais mais longas da bolsa de modo
que1/3 do trabalho seja a aba de fechamento e o restante,
o corpo da bolsa.
Uma as partes, direito com direito com uma carr. de p. baixo.
Contorne a aba da bolsa com 1 carr. em p. baixo.
Pregue a corrente no lado interno da aba.
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