Circular Técnica - sigam/sma/cetesb

Transcrição

Circular Técnica - sigam/sma/cetesb
Guia para Monitoramento de
Reflorestamentos para Restauração
1
Circular
Técnica
I. Apresentação
Janeiro 2010
Número 1
Autor
Antonio Carlos Galvão de Melo
Coautores
Claudia Macedo Reis
Roberto Ulisses Resende
O presente roteiro surgiu a partir do “Guia para monitoramento de reflorestamentos de restauração de matas ciliares no Médio Paranapanema” (Melo, 2004), adaptado pela equipe do Projeto
de Recuperação de Matas Ciliares do Estado de São Paulo durante um ano de atividades teóricas
e práticas em diferente microbacias hidrográficas do Estado de São Paulo, de forma a atender às
condições dos plantios realizados pelo Projeto.
A sua elaboração e divulgação fazem parte dos esforços desenvolvidos no Projeto de Recuperação
de Matas Ciliares para tornar a restauração de florestas uma atividade mais difundida e comum
no meio rural, na medida em que possibilita a técnicos não especializados no tema a observação,
avaliação e, caso seja necessária, a intervenção nos reflorestamentos.
Pretende-se, com estes procedimentos de avaliação e monitoramento, viabilizar análises com ênfase na estrutura da comunidade em formação e nas medidas de controle da qualidade do reflorestamento, visando a garantia do processo de restauração para os três primeiros anos após a
implantação florestal. A correta compreensão do momento e do tipo de intervenção necessária
também pode possibilitar a diminuição dos custos, pois as intervenções de roçada, capina e coroamento representam parte significativa do custo total da restauração.
Foram estabelecidas como diretrizes para sua elaboração:
1. a utilização de indicadores de evolução dos reflorestamentos que fossem relevantes para a
restauração e sensíveis às alterações relacionadas ao manejo e à idade dos plantios;
2. a facilidade de obtenção de informações que pudessem ser facilmente compreendidas por
qualquer técnico;
3. a indicação de ações de manejo relacionadas a diferentes níveis de adequação de cada reflorestamento.
Este método é aplicável a reflorestamentos com idade de até 3 anos, contados a partir do plantio.
Não é recomendável sua utilização para projetos nos quais se aplicou outra técnica de restauração,
tais como adensamento, enriquecimento, nucleação, etc.
Com relação à área de aplicação, recomenda-se seu uso em formações de fisionomia florestal na
região de domínio da Mata Atlântica, compreendendo a Floresta Ombrófila Densa, a Floresta Ombrófila Mista, a Floresta Estacional Semidecidual e a Floresta Estacional Decidual.
2 • Circular técnica – Projeto Mata Ciliar
Ii. A escolha de indicadores para o monitoramento
Os indicadores de avaliação e monitoramento foram agrupados de maneira a facilitar o entendimento dos principais aspectos ao processo de restauração. Desta forma, aspectos operacionais referentes à implantação e manutenção são avaliados
conjuntamente com a estrutura da floresta em formação, não
ocorrendo supervalorização de um ou outro aspecto.
Para avaliar aspectos diretamente relacionados à qualidade
das operações de reflorestamento, foram selecionados indicadores ligados ao preparo da área, ao plantio e à manutenção. Para a obtenção de dados em campo são propostas
atividades simples, tais como avaliação visual e contagem
de plantas mortas.
A cobertura de copas foi escolhida como o indicador
de restauração estrutural da floresta, já que controla
a quantidade, qualidade e distribuição da luz, condiciona o micro-habitat interno da floresta, interfere no
crescimento e sobrevivência de plântulas, determinando a composição da comunidade e afeta processos de
oxidação da matéria orgânica. Além da importância
para restauração da estrutura e processos originais da
floresta, a rápida promoção da cobertura é importante
para a o controle da matocompetição e a interceptação
da água das chuvas nas copas possibilita a estabilização do solo.
Para a estimativa da cobertura de copas é proposta a utilização do método da interseção em linhas (Canfield, 1941,
Melo et al, 2007). Para sua execução, não é necessária
mais que uma trena, e os cálculos para a estimativa não
são complexos.
III. A matriz de avaliação
Definidos os indicadores, foi estruturada a matriz para monitoramento, um quadro sintético para avaliação da evolução do reflorestamento.
O técnico responsável pela avaliação (que chamaremos
simplesmente “avaliador”) deverá, durante a visita ao
reflorestamento, realizar as observações considerando
que o valor levantado em campo para cada um dos indicadores, em cada reflorestamento, deverá ser comparado a um valor ideal, e então poderá ser avaliada a situação do reflorestamento. Esse valor ideal é apresentado
na Matriz de Avaliação, nas diferentes colunas de Níveis
de Adequação.
A comparação dos valores obtidos pelas observações em
campo, que deverão ser anotados na coluna Valor estimado com os valores de referência das colunas Níveis
de adequação permitem avaliar o reflorestamento, sendo
que o técnico deverá anotar, na coluna Avaliação, o nú-
mero correspondente ao nível de adequação obtido para
cada indicador.
A comparação entre os valores obtidos em campo e os Níveis de Adequação sugere o nível de urgência de realização
das atividades de manejo. Quando a avaliação do indicador levantado nos plantios não corresponder ao nível 1 de
Adequação, cabe ao avaliador definir procedimentos a serem adotados em função das condições locais, dos recursos
materiais, de equipamentos ou mão-de-obra disponível, ou
seja, realizar a Recomendação de Manejo.
A matriz de avaliação, aplicada com a Periodicidade recomendada permite a análise de cada um dos indicadores, e
a verificação da evolução do reflorestamento e da eficácia
das Recomendações de Manejo.
Para realizar a coleta de dados em campo, o avaliador deverá seguir as instruções constantes no item III
Estrutura
Manutenção
Preparo
Grupo
Até 10% das árvores
parcialmente
desfolhadas
Mortalidade
Ataque de formigas
Menor que 30% da
área
Acima de 80% do
valor na melhor área
Cobertura de copas %
de mesma idade na
mesma microbacia
Matocompetição na
entrelinha
3
Entre 50 e 80% do
valor na melhor área de
mesma idade na mesma
microbacia
Ocorrência de
competidoras em área
equivalente a 30 – 50%
da área
Abaixo de 50% do
valor na melhor área de
mesma idade na mesma
microbacia
Mais de 50% da
matocompetição dispersa
nas entrelinhas
Mensal no 1º ano,
trimestral a partir
do 2º ano
Mensal no 1º ano,
trimestral a partir
do 2º ano
Mensal no 1º ano,
trimestral a partir
do 2º ano
Mensal no 1º ano,
trimestral a partir
do 2º ano
Verificar se o conjunto de espécies plantadas
contempla aquelas de maior crescimento na
Trimestral no 1º
região e proceder ao adensamento associado com ano, semestral a
outras medidas de adequação dos indicadores do partir do 2º ano
Grupo Manutenção
Analisar espécie infestante, condições climáticas
e adotar medidas manuais, químicas ou
mecanizadas de controle de infestantes das
mudas.
Analisar espécie infestante, condições climáticas
e priorizar região da “coroa” das mudas para
adoção de medidas manuais, químicas ou
mecânica de controle de infestantes das mudas.
Analisar espécie infestante, condições climáticas
e adotar técnica de controle. Analisar se houve
mortalidade de mudas e, caso necessário, realizar
replantio.
Mais de 20% de árvores
parcialmente desfolhadas
OU mais de 10% de
árvores totalmente
desfolhadas
Entre 10 e 20% das
árvores parcialmente
desfolhadas OU até 10%
de árvores totalmente
desfolhadas
Mensal no 1º ano,
trimestral a partir
do 2º ano
Periodicidade
Mensal no 1º ano,
Completar proteção para os elementos de
degradação detectados. Analisar o caso e definir trimestral a partir
medidas para cessar perturbações em toda a área. do 2º ano
Completar o isolamento nos pontos necessários.
Recomendação
Analisar causa da mortalidade e adotar medidas
necessárias de controle de doenças, pragas ou
adequação de espécies às condições ambientais.
São detectados sinais de
perturbação em mais de
30% da área
Valor
Avaliação
encontrado
Entre 10 e 20% localizada
Entre 10 e 20% OU menor,
em clareiras OU acima de
localizada em reboleiras
20% dispersos na área
São detectados sinais
de perturbação que
comprometem entre 5 e
30% da área
Observa-se ocorrência de
Observa-se ocorrência de
competidoras em área
Ocorrência em até 10%
competidoras em área
da coroa
maior que 30% da área
entre 10 e 30% das coroas
das coroas
Até 10%
Proteção de
perturbações
Matocompetição na
coroa das mudas
2
Nível de Adequação
Área completamente
cercada OU cercamento Área parcialmente cercada Área não cercada
desnecessário
1
Não se detectam sinais
de perturbação OU,
quando existem, não
comprometem mais
que 5% da área
Cercamento
Indicador
Matriz de avaliação para projetos de restauração de matas ciliares
Circular técnica – Projeto Mata Ciliar • 3
4 • Circular técnica – Projeto Mata Ciliar
IV. Levantamento de dados e avaliação
Para as atividades de campo, o avaliador necessitará de trena (com no mínimo 15 m de extensão), bloco de notas e
cópia da Matriz de Avaliação. O avaliador deverá apontar o
nível de adequação na coluna Avaliação para cada um dos
indicadores e, sempre que necessário, produzir as Recomendações de manejo.
A coluna Periodicidade da Matriz de Avaliação aponta o intervalo ideal para a coleta de dados em campo e avaliação,
podendo ser alterada em função de características ligadas à
logística da organização realizadora da avaliação.
IV.1. Indicadores do grupo “preparo da área”
A coleta dos dados para os indicadores deste grupo deverá
ser feita durante caminhada na área do reflorestamento:
a) Cercamento: em locais onde se pratique a criação animal,
avaliar, por estimativa visual, o isolamento da área onde se
implanta o projeto de restauração, de forma que impeça que
novas fontes de perturbação venham a ocorrer na área.
b) Proteção de perturbações: as perturbações mais comuns são as ocorrências de fogo e a erosão. Deve-se observar a eventual ocorrência dessas perturbações e em que
porcentagem da área ocorrem. Para tanto, deverá ser utilizada estimativa visual.
IV.2. Indicadores do grupo “manutenção”
Cada um dos indicadores deste grupo deverá ser estimado
por uma técnica diferente, conforme descrito a seguir:
a) Mortalidade de árvores: o avaliador deverá escolher
linhas de plantio, evitando as bordaduras do povoamento. Em um espaço contínuo onde foram introduzidas 20
mudas, verificar quantas falhas ocorrem e, então, transformar a contagem em porcentagem pela fórmula:
Mortalidade (%) = número de falhas x 5
Este procedimento deverá ser repetido em diferentes pontos do plantio para cálculo de média dos valores obtidos,
sendo então o valor médio considerado para a avaliação.
O número de repetições desse procedimento deve seguir
um número mínimo de amostras, conforme o tamanho do
reflorestamento:
•
•
•
•
Áreas menores que 0,3 hectare: 5 amostras;
Áreas ente 0,3 e 1,0 hectare: 10 amostras;
Áreas entre 1,0 e 3,0 hectares: 20 amostras;
Áreas maiores que 3,0 hectares: uma mostra a cada
0,1 hectare.
b) Ataque de formigas: para cálculo do ataque de formigas cortadeiras, deverá ser adotado o mesmo procedimento
da mortalidade (item acima).
O avaliador deverá observar a possibilidade de ocorrência de ataque em reboleiras, principalmente nas bordas
do reflorestamento. Nesse caso, deve ser dispensada a
avaliação por amostragem, sendo então realizada estimativa visual e o avaliador deverá utilizar as mesmas
porcentagens definidas para a amostragem feitas apara
a contagem das árvores (Nível 1 para menos de 10% da
área com reboleiras de ataque de formigas, Nível 2 para
10 a 20% da área com reboleiras de ataque de formigas
e Nível 3 para mais de 20% da área com reboleiras de
ataque de formigas).
c) Matocompetição na coroa das árvores: após percorrer todo o povoamento, o avaliador deverá fazer a estimativa visual da ocorrência de matocompetição na região da
coroa das mudas. A classificação do Nível de Adequação
para este indicador, na Matriz de Avaliação, seguiu critérios
mais rigorosos do que em relação à matocompetição de entrelinha (próximo item), já que possui maior potencial de
comprometimento das mudas.
d) Matocompetição na entrelinha: igualmente à avaliação anterior, deverá ser realizada apenas estimativa
visual e posterior escolha do nível de adequação pelo
avaliador.
IV. 3. Indicador do grupo “estrutura”
a) Cobertura de copas: trata-se do indicador estrutural
mais importante da avaliação. Para estimá-lo, o avaliador
deverá portar uma trena com 15 metros e um bloco de notas e proceder da seguinte maneira:
Esticar a trena no solo numa extensão de 15 metros em
sentido oblíquo à orientação das linhas de plantio, de forma
que a leitura não seja influenciada pelo arranjo das árvores
(Figura 1).
O avaliador medirá a projeção de cada copa de árvore sobreposta na trena, somando os valores no final. (Figura 2).
Circular técnica – Projeto Mata Ciliar • 5
= mudas
= orientação da trena
Figura 1. Orientação da trena para estimativa de cobertura entre as linhas de plantio.
Figura 2. Exemplos de aplicação do método de estimativa da cobertura de copas pela interseção em linha, em reflorestamento com espécies
nativas. Percebe-se que deve ser tomada uma medida de cada árvore, mesmo quando ocorrer a sobreposição de suas copas.
6 • Circular técnica – Projeto Mata Ciliar
É importante que o avaliador meça a interseção de cada
copa individualmente, mesmo que no reflorestamento já se
observe sobreposição de copas (vide Figura 2).
O valor percentual de cobertura em cada medição será obtido pela fórmula:
C% = 100 (∑ Pi) / 15
C% = cobertura percentual de copas
Pi = projeção da copa do indivíduo i na trena (m)
O número de amostragens deverá seguir as mesmas orientações do indicador “Mortalidade de Árvores” (III.2.a).
Entretanto, por se tratar de indicador muito importante na
avaliação, e caso o avaliador deseje trabalhar com rigor
estatístico, pode-se calcular a intensidade de amostragem
ideal. Neste caso, após feita a amostragem com a intensidade sugerida, deve-se usar a seguinte fórmula de cálculo:
Considerando-se:
n = número de amostras ideal,
t = valor de “t” obtido em tabela (distribuição t de Student)
e definido para 95% de probabilidade e para o número de
graus de liberdade obtidos na pré-amostragem (g.l. = número de amostras – 1)
s2 = variância da pré-amostragem
y– = média da pré-amostragem
0,2 = erro tolerado para o levantamento. O avaliador, a seu
critério, pode trabalhar com outros valores.
Árvores não plantadas (remanescentes, regenerantes arbóreos e arbustivos) entram no cálculo de cobertura, uma vez
que fazem parte da nova comunidade.
b) Cobertura de copas esperada: na Matriz de Avaliação,
pode-se observar que os níveis de adequação para a cobertura
de copas referem-se a porcentagens da cobertura da melhor
área com a mesma idade na mesma microbacia hidrográfica.
Desta forma, é desejável que haja a estimativa da cobertura
em outras áreas para a definição de um padrão de referência local (na microbacia) para que as avaliações não estejam vinculadas a padrões de outras regiões.
Caso não existam padrões de referência local, podem-se
tomar como referência valores obtidos em outras regiões.
Nessa situação, o avaliador deverá adotar valores diferentes daqueles definidos nos Níveis de Adequação, levando
em conta, principalmente, padrões climáticos e de fertilidade dos solos. Um exemplo é apresentado no Anexo A.
Circular técnica – Projeto Mata Ciliar • 7
v. Recomendações para adequação do reflorestamento
Os níveis de adequação 2 e 3, para qualquer indicador,
pressupõem a necessidade de o avaliador recomendar adoção de medidas corretivas. Ele deverá consultar a coluna
Recomendação da Matriz de Avaliação – onde já constam
recomendações genéricas – de modo a atender a diferentes
parâmetros, indicando ainda o prazo para tal correção.
Não foram descritos detalhes de cada operação necessária,
uma vez que as técnicas e atividades são muito diversas e
podem variar, em cada caso, com a disponibilidade de insumos, com as condições de clima, com a urgência da adoção
das medidas corretivas e outros aspectos.
O combate às formigas cortadeiras, por exemplo, pode ser
feito com termonebulizadores, pó formicida ou isca granulada. A opção por alguma destas técnicas dependerá principalmente das condições climáticas e, talvez, da disponibilidade de máquinas (termonebulizadores ou bombas para
pó) e mão de obra na propriedade.
As recomendações, quando necessárias, devem tentar atender, ao mesmo tempo, a diferentes indicadores. Dessa forma, por exemplo, caso seja necessário o replantio por alta
mortalidade, devem-se buscar espécies adequadas às condições de solo ou ao regime hídrico, por exemplo. Podemse ainda utilizar espécies de crescimento rápido e também
promover a cobertura adequada em prazo menor.
Não existe uma nota final para cada avaliação. Em uma
condição ideal, o projeto pode receber nível de adequação 1
para todos os indicadores em determinada fase. Para tanto,
devem ser feitas novas avaliações conforme as características de cada situação.
Por exemplo: um projeto de reflorestamento feito para atender a um Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental,
que tem o prazo total de dois anos, pode, ao final de seu
primeiro ano, ter avaliação de nível 1 em todos os seus itens.
Isso não exclui a necessidade de novas avaliações até o final
do prazo; somente após estas também apresentarem índices
satisfatórios, poderá se decidir pelo cumprimento do termo.
A aplicação deste método permite, essencialmente:
1) a indicação de medidas corretivas durante o período de
desenvolvimento do projeto;
2) apoiar a decisão quanto à conclusão da implantação do
projeto, para fins de financiamento ou atendimento de obrigação administrativa ou judicial.
A compilação, a análise sistemática e o armazenamento
ordenado dos dados de cada área em restauração permitirão que se verifique a tendência do desenvolvimento das
florestas em determinada região e, por consequência, o
estabelecimento de parâmetros regionais para o indicador
cobertura de copas.
vI. Referências bibliográficas
CANFIELD, R.H. 1941. Application of the line interception
method in sampling range vegetation. Journal of Forestry,
v.39, p.388-394.
Melo, A.C.G. 2004. Reflorestamentos de restauração de matas ciliares: análise estrutural e método de monitoramento
no Médio Vale do Paranapanema (SP). 141 p. Dissertação
(Mestrado em Ciências da Engenharia Ambiental), Escola
de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo.
Melo, A.C.G., Miranda, D.L.C. e Durigan, G. 2007 Cobertura
de copas como indicador de desenvolvimento estrutural de
reflorestamentos de restauração de matas ciliares no Médio Paranapanema, SP, Brasil. Revista Árvore, v. 31, n. 2. p.
321-328
8 • Circular técnica – Projeto Mata Ciliar
ANEXO A – Exemplo de cobertura de copas esperadas
Para a Região do Médio Paranapanema, em solos férteis
(Melo, 2004; Melo et al, 2007) a cobertura de copas pode
apresentar os seguintes valores:
Idade (meses)
Cobertura de copas (%)
12
30
13
43
14
56
15
67
16
76
17
85
18
92
19
99
20
105
21
110
22
115
23
120
24
124
25
128
26
131
27
135
28
138
29
141
30
143
31
146
32
148
33
150
34
152
35
154
36
156
Estrutura
Manutenção
Preparo
Grupo
Acima de 80% do
valor na melhor área
de mesma idade na
mesma microbacia
Entre 50 e 80% do
valor na melhor área de
mesma idade na mesma
microbacia
Abaixo de 50% do
valor na melhor área de
mesma idade na mesma
microbacia
73%
Matocompetição Menor que 30% da
na entrelinha
área
Cobertura de
copas %
Mais de 50% da
matocompetição dispersa 25%
nas entrelinhas
Ocorrência de
competidoras em área
equivalente a 30 – 50%
da área
Matocompetição
Ocorrência em até
na coroa das
10% da coroa
mudas
Até 10% das árvores
parcialmente
desfolhadas
Ataque de
formigas
Observa-se ocorrência de
competidoras em área
15% das coroas
maior que 30% da área
das coroas
Mais de 20% de árvores
parcialmente desfolhadas
22% parcialmente
OU mais de 10% de
desfolhada
árvores totalmente
desfolhadas
Entre 10 e 20% das
árvores parcialmente
desfolhadas OU até 10%
de árvores totalmente
desfolhadas
Até 10%
Mortalidade
Observa-se ocorrência
de competidoras em
área entre 10 e 30% das
coroas
13%
Entre 10 e 20%
localizada em clareiras
OU acima de 20%
dispersos na área
Entre 10 e 20% OU
menor, localizada em
reboleiras
Completamente cercada
Valor encontrado
Sem perturbações
Área não cercada
3
São detectados sinais de
perturbação em mais de
30% da área
Área parcialmente
cercada
2
Nível de Adequação
São detectados sinais
de perturbação que
comprometem entre 5 e
30% da área
Proteção de
perturbações
Área completamente
cercada OU
cercamento
desnecessário
1
Não se detectam sinais
de perturbação OU,
quando existem, não
comprometem mais
que 5% da área
Cercamento
Indicador
2
2
2
3
2
1
1
Avaliação
Mensal no 1º ano,
trimestral a partir
do 2º ano
Mensal no 1º ano,
trimestral a partir
do 2º ano
Analisar causa da mortalidade
e adotar medidas necessárias
de controle de doenças, pragas
ou adequação de espécies às
condições ambientais.
Analisar espécie infestante,
condições climáticas e adotar
técnica de controle. Analisar se
houve mortalidade de mudas
e, caso necessário, realizar
replantio.
Mensal no 1º ano,
trimestral a partir
do 2º ano
Trimestral no 1º
ano, semestral a
partir do 2º ano
Analisar espécie infestante,
condições climáticas e adotar
medidas manuais, químicas ou
mecanizadas de controle de
infestantes das mudas.
Verificar se o conjunto de
espécies plantadas contempla
aquelas de maior crescimento
na região e proceder ao
adensamento associado com
outras medidas de adequação
dos indicadores do Grupo
Manutenção
Analisar espécie infestante,
condições climáticas e priorizar
região da “coroa” das mudas
Mensal no 1º ano,
para adoção de medidas
trimestral a partir
manuais, químicas ou mecânica do 2º ano
de controle de infestantes das
mudas.
Mensal no 1º ano,
trimestral a partir
do 2º ano
Mensal no 1º ano,
trimestral a partir
do 2º ano
Periodicidade
Completar proteção para os
elementos de degradação
detectados. Analisar o caso e
definir medidas para cessar
perturbações em toda a área.
Completar o isolamento nos
pontos necessários.
Recomendação
Circular técnica – Projeto Mata Ciliar • 9
Anexo B - Matriz de avaliação para projetos de restauração de matas ciliares – exemplo de
preenchimento
© 2010. SMA. UCPRMC
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Periodicidade: Irregular
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