março 2007
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março 2007
MARÇO 2007 Panorama BC prefere manter o ritmo de corte dos juros A s turbulências nos mercados financeiros pelo mundo nos dias anteriores à reunião do Copom ofereceram mais um argumento a favor da cautela do BC no corte dos juros, apesar da queda da inflação em todos os índices de preços mais importantes, à exceção do IPCA. A autoridade monetária manteve a orientação expressa na ata da reunião anterior, em defesa de conduta parcimoniosa na política monetária, diante dos efeitos expansionistas sobre a demanda agregada decorrentes dos cortes dos juros, bem como do aumento do crédito, da renda e dos programas assistenciais. Os resultados das contas externas brasileiras continuam muito positivos e sustentam a pressão de alta sobre o real, rapidamente revertida após cada momento de maior incerteza por conta das flutuações nos mercados de risco. Os resultados fiscais do início do ano mostraram forte aumento do superávit primário, redução da carga de juros e manutenção da tendência de queda lenta da dívida pública. O desemprego mostrou tendência de alta em janeiro, dentro da sazonalidade esperada. 2005 2006 2006 20073 Atividade Econômica Inflação, % PIB (var. em 4 trim % real)1 2,3 2,9 4o trim IPC-Fipe 2,55 3,08 fev Indústria1 2,5 3,0 4o trim IPCA Brasil 3,14 3,02 fev Agropecuária1 0,8 3,2 4o trim IGP-DI 3,79 3,79 fev Serviços1 2,0 2,4 4o trim IPA-DI geral 4,29 4,12 fev PIB, R$ bi (correntes) 1.938 - 4o trim IPA-DI industrial 3,46 2,48 fev PIB, US$ bi (correntes) 796 - 4o trim IPA-DI agrícola 6,92 9,38 fev Formação Bruta Capital Fixo (%) 1,6 6,3 4o trim Massa real de rendimentos (%)2 8,4 7,4 jan-07 Contas externas, US$ bi3 2006 2007 Câmbio, juros e risco-país 2006 20073 4 Conta corrente 13,5 14,2 jan R$/US$ (var. %) -8,7 -0,8 fev Em % do PIB 1,4 1,5 jan Cotação fim de período (R$) 2,138 2,118 fev Serviços e rendas -36,9 -35,9 jan Juros nominais (CDI)5, % 15,0 14,3 fev Conta capital e financeira 17,3 19,6 jan Juros reais (IGP-M), % 10,6 10,1 fev Investimento externo direto 18,8 19,7 jan Juros em dólar, % 25,9 15,3 fev Risco-país fim de período (Embi+) 192 195 fev Contas externas, US$ bi3 2006 2007 Contas públicas, % do PIB6 2006 20073 Saldo comercial 46,1 45,8 fev Resultado primário -4,3 -4,8 jan Exportações 137,5 140,5 fev Carga de juros nominais 7,7 7,4 jan Importações 91,4 94,7 fev Resultado nominal 3,3 2,6 jan Reservas internacionais 85,8 101,1 fev Dívida líquida total 50,0 49,7 jan Taxa acumulada nos últimos 4 trimestres; 2 Variação percentual em relação ao mesmo período do ano anterior (nova PME); 3 Estatísticas acumuladas em 12 meses até o período mencionado; 4 Fim de período; 5 Taxa acumulada nos últimos 12 meses findos no mês indicado; 6 Valores positivos correspondem a déficits e negativos a superávits. Indicadores relacionados à Necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP), excluem desvalorização cambial. Fontes: IBGE, MDIC, Gazeta Mercantil e Banco Central do Brasil. Elaboração própria. 1 Março 2007 Balança Comercial Desempenho positivo em fevereiro A s exportações e as importações registraram valores recordes para meses de fevereiro, com exportações de US$ 10,10 bilhões, 15,47% acima do mesmo mês de 2006, e importações de US$ 7,23 bilhões, aumento de 21,42% em igual base de comparação. Considerando o valor acumulado em doze meses até fevereiro, as exportações alcançaram US$ 140,51 bilhões e as importações foram a US$ 94,68 bilhões, com alta de 16,0% e 26,5% ante o acumulado nos doze meses de março de 2005 a fevereiro de 2006. O saldo comercial de US$ 2,88 bilhões em fevereiro também foi recorde para o período e superou em 2,82% o número do ano anterior. Os produtos manufaturados registraram vendas de US$ 5,48 bilhões, enquanto os semimanufaturados trouxeram US$ 1,51 bilhão e básicos geraram US$ 2,90 bilhões. Em comparação com o mesmo mês de 2006, e considerando a média diária, as exportações de manufaturados subiram 5,6%; as de semimanufaturados 21,7%; e as de básicos 39,1%, com a forte elevação das vendas de carne bovina (31,9%), carne de frango (34,5%) e soja em grão (82,9%). Os números melhoraram para todos os principais blocos exportadores, em relação a fevereiro do ano passado. As importações cresceram em todas as categorias de produtos, na comparação com fevereiro de 2006. Nas compras de matérias-primas e intermediários, US$ 3,71 bilhões, a alta foi de 24,2%; nos bens de capital, US$ 1,46 bilhão, de 18,6%; nos de bens de consumo, US$ 952 milhões, de 36,6%; nos combustíveis e lubrificantes, US$ 1,11 bilhão, de 6,6%, sempre em relação a fevereiro de 2006. Houve crescimento das importações de todos os blocos econômicos. Em janeiro o balanço de pagamentos registrou superávit de US$ 5,6 bilhões, com o expressivo superávit de US$ 5,3 bilhões na conta capital e financeira. O saldo em transações correntes foi positivo em US$ 325 milhões, acumulando US$ 14,2 bilhões nos últimos 12 meses encerrados em janeiro, o equivalente a 1,5% do PIB. Março 2007 Setor Externo Valores em US$ bi Var. % sobre igual período do ano anterior dez/06 jan/07 fev/07 jan07-fev07 dez/06 jan/07 fev/07 jan07-fev07 Balança comercial Exportações 12,24 10,96 10,10 21,07 12,29 18,25 15,47 16,89 Importações 7,22 8,47 7,23 15,70 10,01 31,32 21,42 26,57 Saldo 5,01 2,49 2,88 5,37 15,80 -11,70 2,82 -4,47 Reservas internacionais Liquidez internacional Meses de importação de bens1 Valores em US$ bi dez/06 85,84 11,29 jan/07 fev/07 jan07-fev07 91,09 101,07 - 11,72 12,83 - Var. % sobre igual período do ano anterior dez/06 59,56 28,64 jan/07 60,01 28,20 fev/07 jan07-fev07 76,04 40,86 - Fontes: MDIC e Banco Central; nd = não disponível. 1 Relação Reservas - Importações (média mensal dos últimos 12 meses). Março 2007 Juros e Câmbio Selic recua para 12,75% ao ano A reunião de março do Copom manteve a orientação cautelosa da política monetária e repetiu o corte de apenas 0,25% na taxa básica de juros, para 12,75% ao ano, sem viés de alta ou de baixa. Considerando a inflação pelo IPCA projetada para os próximos doze meses pelo mercado, de 3,78%, apurada na primeira semana de março, a taxa de juros real ex-ante da economia brasileira alcança 8,64% ao ano. Já a taxa de juros real ex-post atinge 9,44% ao ano, com a nova meta da Selic, e 10,14%, considerando o CDI contra o IGP-M acumulado em doze meses até fevereiro. O crédito com recursos livres atingiu R$ 501,53 bilhões no segundo mês do ano, um aumento de 23,69% na comparação com fevereiro de 2006. Os empréstimos a pessoas físicas atingiram R$ 242,35 bilhões, enquanto o crédito a empresas somou R$ 259,17 bilhões, alta de 24,47% e 22,97%, respectivamente. Já as operações com recursos direcionados alcançaram R$ 237,19 bilhões, crescimento de 16,69% no mesmo intervalo. O crédito total do Sistema Financeiro Nacional (SFN) alcançou a marca de R$ 738,72 bilhões, o que corresponde a 34,32% do PIB. O câmbio encerrou fevereiro a R$ 2,12 por dólar, mesmo valor do fechamento de janeiro. Em relação a fevereiro de 2006, o real registra valorização de 0,81% frente à moeda norte-americana. Março 2007 Câmbio e juros básicos Taxa de câmbio (R$/US$)1 Juros anualizados (CDI)2 Juros mensais (CDI)3 Juros reais mensais (IGP-M) Moeda e crédito Base monetária Meio de pagamento M1 Meio de pagamento M2 Meio de pagamento M3 Meio de pagamento M4 Crédito SFN Em % PIB5 Crédito rec. livres Pessoas físicas Pessoas jurídicas6 Crédito rec. Direcionados Juros e spread bancário Taxa aplicação rec. livres (a)5 Taxa captação rec. livres (b)5 Spread bancário (a - b)5 Valores em % dez/06 2,14 13,14 0,98 0,66 Em 12 meses4 jan/07 2,12 13,07 1,08 0,58 fev/07 2,12 12,89 0,87 0,60 Valores em R$ milhões nov/06 105.335 151.607 637.456 1.347.856 1.527.130 717.046 33,74 489.172 235.736 253.436 227.874 dez/06 121.102 174.078 662.896 1.378.806 1.561.246 733.824 34,35 499.694 239.005 260.688 234.130 jan/07 109.696 155.273 645.332 1.388.423 1.572.805 738.719 34,32 501.529 242.354 259.175 237.190 Valores em % ao ano nov/06 41,00 13,10 27,90 dez/06 39,80 12,60 27,20 dez/06 -8,66 - 15,03 10,65 jan/07 -4,12 - 14,63 10,73 fev/07 -0,81 14,33 10,14 Var. % mesmo mês do ano anteiror nov/06 23,18 19,84 16,01 18,64 19,25 21,51 3,11 23,85 26,16 21,78 16,77 dez/06 19,61 20,24 13,81 18,20 18,96 20,89 3,17 23,78 25,31 22,40 15,16 jan/07 18,15 19,49 13,76 17,72 18,51 21,35 3,31 23,69 24,47 22,97 16,69 Var. % mesmo mês do ano anteiror jan/07 39,9 12,5 27,4 nov/06 -6,10 -4,80 -1,30 dez/06 -6,10 -4,70 -1,40 jan/07 -6,2 -4,1 -2,1 Fim de período - Ptax. 2 Taxa diária do último dia do mês anualizada, tomando-se por base 1 ano = 252 dias; 3 Taxa acumulada no mês e nos últimos 12 meses, respectivamente; 4 taxa de câmbio refere-se à variação percentual em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto os demais indicadores refletem o acumulado no período; 5 variação em ponto percentual (p.p.); 6 Inclui crédito referenciado em moeda estrangeira. Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração própria. 1 Março 2007 Inflação IPCA sobe 0,44% A inflação declinou de forma significativa em fevereiro pelos principais índices de preços, com exceção do IPCA, que registrou a mesma taxa de 0,44% verificada em janeiro. O grupo educação foi o que mais pressionou o IPCA, com alta de 3,48%, responsável por mais da metade da inflação do mês, com reajustes típicos do início do ano letivo. A desaceleração dos grupos alimentação e bebidas (0,78%) e transportes (0,07%), bem como a deflação registrada em artigos de residência (-0,45%), vestuário (-0,72%) e comunicação (-0,28%), impediram um aumento ainda maior dos preços em fevereiro. O IPCA acumula alta de 0,88% no ano e de 3,02% em doze meses até fevereiro. Pelo IGP-M, a inflação caiu para 0,27% em fevereiro, bem abaixo do 0,50% do mês anterior. Todos os índices que integram o índice geral registraram desaceleração em relação a janeiro: o IPC caiu de 0,81% para 0,43%; o IPA, de 0,40% para 0,21%; e o INCC, de 0,45% para 0,26%. Nos preços ao atacado, a desaceleração decorreu da queda de 0,09% nos preços dos produtos industriais, que em janeiro haviam subido 0,33%. Nos preços ao consumidor, o destaque foi a deflação no grupo vestuário, de 2,19%. Com o resultado, o índice acumula alta de 0,77% em 2006 e de 3,67% em doze meses. A inflação no município de São Paulo recuou para 0,33% em fevereiro, metade da taxa de 0,66% do primeiro mês do ano. No grupo alimentação, a alta dos preços recuou de 1,29% para 0,59%; nos transportes, foi de 0,77% para 0,44%; nas despesas pessoais, de 0,68% para 0,37%; no vestuário, a deflação se acentuou, de 0,34% para 0,72%. Na educação, a queda de 3,23% para 0,12% refletiu o fim dos reajustes típicos de início de ano letivo. A inflação subiu apenas nos grupos alimentação e saúde, de 0,10% e 0,39% para 0,17% e 0,89%. O índice acumula alta de 1% no ano até fevereiro e de 3,08% em doze meses. Índices de Inflação Índice geral de preços (IGP-DI) Índice geral de preços (IGP-M) Preços no atacado (IPA-M) Preços ao consumidor (IPCA) Preços ao consumidor (Fipe) Variações mensais (%) dez/06 jan/07 fev/07 0,26 0,43 0,23 0,32 0,50 0,27 0,29 0,40 0,21 0,48 0,44 0,44 1,04 0,66 0,33 Acumulado no ano (%) dez/06 jan/07 fev/07 3,79 0,43 0,66 3,83 0,50 0,77 4,40 0,40 0,60 3,14 0,44 0,88 2,55 0,66 1,00 Acum. em 12 meses (%) Expectativas de mercado (16/03/2007) dez/06 jan/07 fev/07 3,79 3,49 3,79 3,83 3,40 3,67 4,40 3,67 3,95 3,14 2,99 3,02 2,55 2,71 3,08 mar/07 2007 2008 0,30 4,05 4,00 0,28 4,01 4,00 – – – 0,29 3,87 4,00 0,22 3,87 3,85 Fontes: IBGE, Fipe, FGV e Banco Central. Elaboração própria. Março 2007 Finanças públicas Superávit primário de R$ 13,5 bilhões em janeiro E m janeiro o setor público não-financeiro teve superávit primário de R$ 13,46 bilhões, número mais de quatro vezes superior ao de igual mês de 2006, de R$ 3,07 bilhões. Foi o maior resultado desde o início da série histórica, iniciada em 1991. O saldo primário do governo central passou de R$ 3,31 bilhões em janeiro de 2006 para R$ 11,80 bilhões no primeiro mês de 2007. Os governos regionais também contribuíram para o salto, embora com menor intensidade, registrando um aumento de 44,36% do superávit primário na mesma base de comparação. Com isso, o resultado primário passou de 4,32% do PIB nos últimos 12 meses findos em dezembro, para 4,79% do PIB em janeiro. Mesmo com o superávit primário recorde, no conceito nominal as necessidades de financiamento do setor público foram deficitárias em R$ 470 milhões em janeiro. Embora negativo, o resultado foi bem inferior ao déficit nominal de janeiro de 2006, de R$ 14,86 bilhões. Em doze meses até janeiro, o déficit nominal ficou em 2,64% do PIB. A carga de juros nominais atingiu R$ 13,93 bilhões em janeiro, queda significativa em relação aos R$ 17,93 bilhões de janeiro anterior. A queda da taxa Selic, de 17,25% para 13% entre os dois inícios de ano foi suficiente para compensar o aumento do estoque da dívida do setor público. Com o resultado, a carga de juros acumulada em doze meses caiu para 7,43% do PIB, patamar inferior tanto ao registrado até dezembro, de 7,66% do PIB, quanto o número em doze meses até janeiro de 2006, 8,35% do PIB. A dívida líquida do setor público (DLSP) recuou em janeiro para 49,66% do PIB, um pouco abaixo dos 49,96% do PIB do final de 2006. De acordo com as expectativas de mercado apuradas na primeira semana de março pelo Banco Central, a relação dívida/PIB esperada para o final do ano é de 48,84% do PIB. Março 2007 Necessidade de Financiamento Resultado nominal Juros nominais Resultado primário Endividamento do Setor Público Dívida líquida total - Governo federal - Banco Central - Governos estaduais - Governos municipais - Empresas estatais - Dívida interna líquida - Dívida externa líquida Acum. nos últimos 12 meses, em % do PIB nov/06 3,19 7,59 -4,40 jan/07 2,64 7,43 -4,79 Acum. nos últimos 12 meses, em % do PIB nov/06 49,28 33,76 0,20 14,61 2,18 -1,47 51,91 -2,63 Títulos Públicos Federais e Op. de Mercado Aberto - Composição Over selic1 Câmbio1 Prefixado TR Índice de preços Outros Operações mercado aberto Total dez/06 3,35 7,66 -4,32 nov/06 38,78 -1,07 32,95 2,06 20,99 - 6,29 100,00 dez/06 49,96 34,04 0,40 14,83 2,20 -1,52 52,94 -2,97 Em % do total dez/06 38,13 -1,04 34,25 2,10 21,36 - 5,20 100,00 jan/07 49,66 34,40 -0,21 14,72 2,16 -1,41 53,18 -3,52 jan/07 37,82 -1,00 31,62 2,04 21,11 8,40 100,00 Com swap. Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração própria. 1 Março 2007 Emprego e renda Desemprego sobe no início do ano A taxa de desemprego medida pelo IBGE atingiu 9,30% em janeiro, depois de ter recuado para 8,40% em dezembro. A alta refletiu a dispensa de trabalhadores temporários contratados para atender o aumento sazonal da atividade econômica em finais de ano. O mesmo movimento, embora sob menor intensidade, ocorreu com a taxa de desemprego da região metropolitana de São Paulo, medida pelo Seade/Dieese, que passou de 14,20% para 14,40% entre dezembro e janeiro. O aumento decorreu da ligeira elevação do desemprego oculto, que atingiu 5,4%, com o desemprego aberto se mantendo em 9%. O contingente de desempregados na região atingiu 1,46 milhão de pessoas. Em janeiro foram criadas 105,47 mil novas vagas de trabalho com carteira assinada no país, número superior ao registrado no mesmo período do ano anterior, 86,62 mil, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A retomada do emprego foi puxada pela indústria de transformação, que empregou 39,12 mil trabalhadores com carteira assinada, após as demissões realizadas em dezembro, ante 19,41 mil em janeiro de 2006. Depois de subir continuamente desde agosto, a massa real de rendimentos recuou 2,21% em janeiro, em relação ao valor do final do ano, com a queda simultânea da ocupação (1,16%) e do rendimento médio real das pessoas ocupadas (1,06%). Em relação ao mesmo período do ano anterior, contudo, a massa real de rendimentos exibe avanço de 7,36%. Emprego nov/06 Taxa de desemprego (Seade/Dieese), em %1 14,10 Taxa de desemprego (IBGE), em %1 9,50 PEA, pessoa (mil) 22.916 Pessoas ocupadas, pessoa (mil) 20.731 dez/06 14,20 8,40 22.652 20.759 Rendimento Rendimento médio nominal (R$) Rendimento médio real (R$)2 Massa real de rendimentos (R$ milhão)2 nov/06 1.056,6 1.070,6 22.194,6 dez/06 1.072,3 1.077,6 22.368,9 Var. % mesmo mês do ano anterior Var. % mesmo mês do ano anterior jan/07 14,40 9,30 22.614 20.518 jan/07 1.066,1 1.066,1 21.874,2 nov/06 -2,30 -0,10 2,93 2,98 nov/06 8,42 5,40 8,81 dez/06 -1,60 0,10 2,60 2,57 dez/06 7,73 5,66 7,19 jan/07 -1,30 0,10 2,58 2,56 jan/07 8,13 4,49 7,36 Variação expressa em ponto percentual (p.p.); 2 A preços do último mês considerado; Valores inflacionados pela média ponderada do INPC das seis regiões metropolitanas. Fonte: IBGE e Seade/Dieese. Elaboração própria. 1 Março 2007 10 Panorama do Mercado de Capitais A pós apresentar-se em alta durante quase todo o mês, o Ibovespa, que bateu o recorde histórico de pontuação por três vezes em fevereiro, reverteu sua trajetória ascendente, encerrando o mês em 43.892 pontos, com queda de 1,6% em termos nominais e de 1,4% em dólar. O IBrX-50, da mesma forma, exibiu uma queda de 2,7%, atingindo 6.321 pontos. Quanto aos demais indicadores da BOVESPA, o único que apresentou comportamento positivo foi o Índice do Setor Industrial (INDX), com uma alta de 2,7%. Apresentaram performance negativa, o Índice Brasil (IBrX-100) com uma queda de 2,6%; o Índice Valor Bovespa (IVBX-2), de 0,4%; o Índice Setorial de Telecomunicações (ITEL), de 2,8%; o Índice de Energia Elétrica (IEE), de 1,5%; o Índice de Ações com Tag Along Diferenciado (ITAG), de 1,7%; o Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada (IGC), de 1,1%; o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), de 4,6%. O comportamento do mercado acionário no mês continuou sendo influenciado pelo cenário internacional. Até o dia 26, o mercado registrava uma alta de 3,5%, operando com otimismo diante da expectativa de inflação controlada e desaceleração moderada da economia americana. Esse cenário positivo refletiu-se positivamente em diversos indicadores brasileiros, como a queda do dólar e do risco-país, que caiu para 178 pontos, o menor nível da história. Valor de Mercado das Ações do Ibovespa e do IBrX Empresas .PETROBRAS .VALE R DOCE N1 .BRADESCO N1 .ITAUBANCO N1 .AMBEV .BRASIL NM .ITAUSA N1 .UNIBANCO N1 .ELETROBRÁS N1 .TELESP .ARCELOR BR N1 .GERDAU N1 .SID NACIONAL .USIMINAS .TELEMAR N L SUBTOTAL (CIAS DO IBOVESPA) SUBTOTAL (CIAS DO IBrX-100) TOTAL GERAL( 355 CIAS) R$ mil Janeiro 218.633.624,34 164.228.300,80 85.535.155,86 88.408.700,20 66.408.743,77 57.359.491,40 40.385.449,47 35.301.860,80 28.012.834,30 26.234.505,65 27.927.603,99 22.625.992,61 18.742.760,80 19.898.006,33 14.811.961,61 1.229.161.815,20 1.370.959.511,33 1.582.571.054,32 Variação Fevereiro 200.723.473,46 168.704.163,37 77.827.528,64 82.502.417,22 64.666.906,43 56.616.706,62 37.676.136,41 35.729.039,78 25.368.917,79 25.301.329,75 31.573.165,35 22.841.804,01 20.160.234,80 22.329.356,51 15.090.373,93 1.198.772.121,68 1.337.522.591,64 1.563.762.962,88 US$ mil Variação (%) Janeiro Fevereiro (%) -8,19 2,72 -9,01 -6,68 -2,62 -1,29 -6,70 1,21 -9,43 -3,55 13,05 0,95 7,56 12,21 1,87 -2,47 -2,43 -1,18 102.900.938,65 77.294.818,47 40.257.521,47 41.609.968,56 31.255.586,09 26.996.513,11 19.007.600,82 16.614.986,02 13.184.371,58 12.347.392,88 13.144.257,54 10.649.029,33 8.821.368,10 9.365.089,81 6.971.319,06 578.510.761,61 645.248.511,01 744.844.474,19 94.761.341,45 79.645.058,71 36.742.294,70 38.949.304,70 30.529.178,75 26.728.687,86 17.786.864,51 16.867.642,23 11.976.639,50 11.944.731,26 14.905.658,27 10.783.591,73 9.517.625,72 10.541.665,80 7.124.149,72 565.939.062,26 631.443.013,71 738.250.855,86 -7,91 3,04 -8,73 -6,39 -2,32 -0,99 -6,42 1,52 -9,16 -3,26 13,40 1,26 7,89 12,56 2,19 -2,17 -2,13 -0,88 NOTAS: NÚMERO TOTAL DE EMPRESAS LISTADAS NA BOVESPA EM 28/02/2007 = 399 Total IBrX: Valor de Mercado das empresas da CarteiraTeórica do IBrX-100. Total Ibovespa: Valor de Mercado das empresas da CarteiraTeórica do Ibovespa (somente empresas com o sinal (.) à esquerda). N1 - Companhia do Nível 1 de Governaça Corporativa. N2 - Companhia do Nível 2 de Governaça Corporativa. NM - Companhias do Novo Mercado Março 2007 11 Entretanto, no dia 27, uma combinação de fatores internacionais negativos abalou a confiança dos investidores em nível mundial. A divulgação de notícias de que o governo chinês poderá adotar medidas restritivas à atuação de especuladores em seu mercado acionário e de uma possível desaceleração forçada no ritmo de crescimento do país asiático, aliada às advertências feitas pelo ex-presidente do FED sobre uma possível recessão dos EUA no final do ano, impactaram negativamente os mercados mundiais. O Ibovespa encerrou o dia em queda de 6,6%, invertendo a alta até então registrada no mês. Participação dos Investidores na BOVESPA - (Compras + Vendas) - Fevereiro/2007 Tipos de Investidores Vista (R$) Termo (R$) Opções Exerc. de (R$) Opções (R$) Pessoas Físicas 27.648.824.772 1.672.775.956 2.994.084.559 Institucionais 35.576.237.734 1.431.634.889 603.893.228 Investidores Estrangeiros 50.896.462.580 186.677.371 380.421.292 Empresas Públicas e Privadas 1.927.705.238 208.154.885 60.453.230 Instituições Financeiras 14.190.780.871 1.019.061.995 566.187.770 Outros 158.640.208 10.773.774 10.026.739 Total Geral 130.398.651.4034.529.078.8704.615.066.818 858.651.094 1.990.567.526 3.138.675.421 58.180.279 4.270.787.130 24.301.130 10.341.162.580 Outros (R$) Total (%) (R$) 0 33.174.336.381 22,13 0 39.602.333.377 26,42 0 54.602.236.664 36,43 0 2.254.493.632 1,50 0 20.046.817.766 13,37 0 203.741.851 0,14 0 149.883.959.671 100,00 Evolução dos Índices no Mês Índice Abertura Mínimo Médio Máximo 1/2/2007 IBOVESPA Pontos 44.642 42.570 45.162 US$ 21.165 20.177 21.547 IBrX - Índice Brasil Pontos 14.703 13.949 14.773 US$ 6.971 6.611 7.048 IVBX-2 - Índice Valor Bovespa 2 Pontos 4.676 4.527 4.755 US$ 2.217 2.146 2.269 ITEL - Índice de Telecomunicações Pontos 1.008 943 1.018 US$ 478 447 486 IEE - Índice Setorial de Energia Elétrica Pontos 14.053 13.421 13.981 US$ 6.662 6.361 6.670 IGC - Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada Pontos 5.296 5.079 5.366 US$ 2.511 2.407 2.561 IBrX-50 Pontos 6.503 6.154 6.528 US$ 3.083 2.917 3.115 ITAG - Índice de Ações com Tag Along Diferenciado Pontos 7.075 6.752 7.153 US$ 3.355 3.200 3.413 ISE - Índice de Sustentabilidade Empresarial Pontos 1.427 1.334 1.415 US$ 677 632 675 INDX - Índice do Setor Industrial Pontos 7.200 7.183 7.520 US$ 3.414 3.404 3.588 Fechamento 28/2/2007 Oscilação(%) 46.752 22.514 43.892 20.722 -1,60% -1,40% 15.181 7.311 14.313 6.758 -2,60% -2,4% 4.919 2.369 4.652 2.197 -0,40% -0,1% 1.064 513 979 463 -2,80% -2,5% 14.354 6.913 13.761 6.497 -1,50% -1,2% 5.551 2.673 5.235 2.472 -1,10% -0,8% 6.710 3.231 6.321 2.984 -2,70% -2,5% 7.335 3.532 6.947 3.280 -1,70% -1,5% 1.441 692 1.360 642 -4,60% -4,4% 7.863 3.787 7.398 3.493 2,70% 3,1% Obs: Deflacionado pela variação da cotação R$/US$ de fechamento diário (Taxa de Venda - Dólar Comercial). Fonte: Banco Central. Março 2007 12 O volume total negociado (R$ 75,0 bilhões) foi 15,6% superior ao do mês anterior, correspondendo a uma média diária de R$ 4.166,1 milhões. O mercado a vista (lote-padrão), responsável por 83,0% do total negociado, registrou um volume médio diário de R$ 3.459,2 milhões. Esse aumento no volume levou a BOVESPA a atingir no dia 14 um novo recorde histórico de volume, totalizando R$ 14,3 bilhões em um único dia. O número total de negócios passou da média diária de 113.741 negócios em janeiro para 129.003 em fevereiro, sinalizando um aumento na liquidez do mercado. O aumento no nível de liquidez foi confirmado pela relação entre o volume financeiro movimentado a vista e a capitalização bursátil, que cresceu de 0,41 em janeiro para 0,48 em fevereiro. O recorde histórico de número de negócios foi superado em duas ocasiões. O primeiro ocorreu no dia 14, com 196.402 negócios e o segundo, no dia 27, atingindo 198.674 negócios. O montante de prêmios transacionado no mercado de opções sobre ações totalizou R$ 1.913,6 milhões, revelando um decréscimo de 22,0% relativamente ao mês anterior. O segmento de opções sobre o índice também apresentou performance negativa, tendo sido realizados 1.541 negócios, totalizando R$ 393,0 milhões, cifras 1,2% e 22,0%, respectivamente, inferiores às de janeiro. O mercado a termo também apresentou comportamento negativo no período, com um volume de R$ 2.264,5 milhões (R$ 2.369,0 milhões no mês anterior). Dos 31.150 negócios realizados, 53,5% foram para prazos inferiores a 30 dias, 30,3% para prazos entre 31 e 60 dias e 16,2% para prazos superiores a 60 dias. Em fevereiro, as ações das empresas Tecnisa S.A.; Iguatemi Empresa de Shopping Centers S.A.; São Martinho S.A. e GVT Holding começaram a ser negociadas no Novo Mercado da BOVESPA. Com essas adesões, passaram para 101 o número de companhias que participam dos segmentos especiais de listagem da BOVESPA, sendo 51 no Novo Mercado, 14 no Nível 2 e 36 no Nível 1. A capitalização bursátil das 355 empresas com ações listadas na BOVESPA, ao final de fevereiro, foi de R$ 1.563,8 bilhões, registrando uma queda de 1,2% comparativamente a janeiro. As empresas integrantes do Ibovespa e do IBrX-100 representaram 76,7% e 85,5%, respectivamente, do valor total da capitalização. Em fevereiro, os investidores estrangeiros foram os que apresentaram maior participação na BOVESPA, respondendo por 36,4% do volume total negociado. Em segundo lugar vieram os investidores institucionais, com 26,4%, seguidos pelos investidores pessoas físicas, com 22,1%. Com um volume de compras de R$ 27.622,8 milhões e de vendas de R$ 26.979,4 milhões, o saldo das operações dos investidores estrangeiros na BOVESPA foi comprador em R$ 643,4 milhões. No dia 9, teve início, na BOVESPA, a negociação do POP (Proteção do Investimento com Participação), novo produto de renda variável, que proporciona proteção contra eventuais perdas do investimento em ações em troca de uma participação nos potenciais ganhos desse investimento. Trata-se, na verdade, da combinação da aplicação em ações com a aplicação em seus derivativos. O POP é composto por uma ação no mercado a vista e suas correspondentes opções de compra e venda no mercado de opções, possibilitando ao investidor estabelecer um limite de perdas no caso de desvalorização da ação escolhida, em troca de uma redução no ganho, na hipótese de alta da ação. Mais informações sobre o funcionamento do POP e suas características podem ser obtidas no endereço www.bovespa.com.br/pop. Finalizando, a partir de 12 de março, o Sistema Eletrônico de Negociação passará a funcionar das 10h às 17h, ininterruptamente. Março 2007 13 ATENÇÃO Este texto não é uma recomendação de investimento. Para esclarecimentos adicionais, sugerimos a leitura de outros folhetos editados pela BOVESPA. Procure sua Corretora. Ela pode ajudá-lo a avaliar os riscos e benefícios potenciais das negociações com valores mobiliários. Publicação da Bolsa de Valores de São Paulo. É expressamente proibida a reprodução de parte ou da totalidade de seu conteúdo, mediante qualquer forma ou meio, sem prévia e formal autorização, nos termos da Lei n.o 9.610/98. Para maiores informações a respeito dessa publicação, favor enviar e-mail para: [email protected] Bolsa de Valores de São Paulo Rua XV de Novembro, 275 01013-001 – São Paulo – SP Tel.: (5511) 3233-2000 – Fax (5511) 3233-2188 www.bovespa.com.br [email protected]