JORNAL PAPEL DO GUIA 41 janfev2006

Transcrição

JORNAL PAPEL DO GUIA 41 janfev2006
IMPRESSO
Foto: Divulgação Cunard
SINDEGTUR / RJ • Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006
Temporada de mega eventos
Ronaldo Baerwald
E o Sightseeing
Volvo Ocean Race
Show de Receptivo
Queen Mary 2
O desafio de receber bem
Choque de Ordem
Espanta bandalhas
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Editorial
ORDEM NA RUA E EM CASA
O
Choque de Ordem
no setor turístico fluminense, uma reação
aos assaltos nas vias expressas e
a diversas outras irregularidades em todos os principais pontos
turísticos da cidade, veio em boa
hora e é um antigo anseio do
setor.
Entretanto, as blitzen de fiscalização tão oportunas e que surtiram resultados positivos trouxeram
à tona uma questão até hoje não
resolvida e que não pode continuar ignorada: a dos chamados
driver guides ou guias-motoristas
ou ainda moto-guias – guias de
turismo que exercem transporte
remunerado com seus próprios
veículos.
Estimulados pelas agências
contratantes como uma alternativa para cortar custos, guias de
turismo em todo o país investiram
suas economias em carros de luxo
- muitas vezes financiados pelas
mesmas agências de turismo – e
têm desenvolvido a atividade há
pelo menos vinte anos. Entretanto, ambas as partes – agências e
guias – ignoraram a legislação de
trânsito que proíbe o transporte
remunerado em veículos particulares (chapa cinza) não cadastrados para o turismo.
Vários colegas vêm sendo
multados.
Em busca de uma solução, o
presidente do SINDEGTUR/RJ
reuniu-se com representantes do
DETRAN, SMTU e DETRO. Depois
de esclarecer aos representantes
destes órgãos sobre a natureza do
serviço desta categoria profissional, estes ventilaram uma possível
saída para o problema, mas que
depende de análise legal. O transporte feito por guias de turismo
poderia ser incluído na categoria
de fretamento. Ainda assim, os
veículos deverão passar pelos
mesmos processos de vistoria que
aqueles que exploram serviços
de transporte de passageiros no
município e no estado do Rio de
Janeiro.
Como esta reunião não foi
conclusiva, conclamamos aos
inte-ressados que organizem uma
comissão para atuar junto ao Sindicato, de forma a levarmos a
questão aos nossos representantes políticos e às autoridades.
Se você exerce a função de
guia-motorista com veículo próprio,
procure-nos. Sem a sua mobilização, a atividade acabará por
ser banida definitivamente, com
prejuízos para todos.
Leia o parecer jurídico que se
encontra nesta edição do Papel do
Guia.
Luiz Augusto Nascimento
dos Santos
Presidente do SINDEGTUR / RJ
REG. Nº 3483
PUBLICAÇÃO DO SINDICATO ESTADUAL
DOS GUIAS DE TURISMO DO RIO DE JANEIRO
Rua Santa Clara, 75 • 13º andar • Cob. 01 • CEP 22041-010 • telefone (0xx21) 3208-1801
• Fo n e / Fa x ( 0 x x 2 1 ) 3 2 0 8 - 1 8 2 7 • e - m a i l s i n d e g t u r @ s i n d e g t u r. o r g. c o m . b r •
Site: www.sindegtur.org.br • Horário de atendimento: de segunda a sexta-feira, das 10h às
13h e 14h às 18h
PRESIDENTE: Luiz Augusto Nascimento dos Santos • VICE-PRESIDENTE e EDITOR DE
IMAGENS: Mauro Rubinstein • SECRETÁRIA: Marcia Rabello • EDITORA e JORNALISTA
RESPONSÁVEL: Neide Lee (matrícula JP27085RJ) • COLABORARAM NESTA EDIÇÃO: André
Micaldas, Gerardo Millone, Milton Teixeira • DESIGN GRÁFICO E EDITORAÇÃO
ELETRÔNICA: Kátia Regina Fonseca • TIRAGEM: 3.000 exemplares • IMPRESSÃO:
Jornal do Commercio • PERIODICIDADE: Trimestral • DISTRIBUIÇÃO: Gratuita.
Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006
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Cristo Maravilha
Um dos maiores
símbolos do Rio de
Janeiro – o Cristo
Redentor – é um dos
candidatos para as
novas sete maravilhas do mundo.
A seleção está sendo promovida pela
New 7 Wonders
Foundation, organização privada com
sede na Suíça, com
votação aberta ao
público. Para figurar
na seleção, as concorrentes têm de ser
construídas pelo
homem, concluídas
até o ano de 2000
(quando começou a
votação) e em estado aceitável de conservação. Os vencedores serão anunciados no dia 1 de
janeiro de 2007.
Foto: Neide Lee
Para dar seu
voto, acesse
www.n7w.com
OBITUÁRIO
NAM HO LEE
Mais conhecido como Mestre Lee, o guia de turismo coreano de
nascimento e carioca por opção, faleceu aos 53 anos no dia seis de
janeiro. Na despedida, família, amigos, e mais de 60 alunos de tae
kon do homenagearam o mestre no cemitério Parque das Colinas em
Itaipu, Niterói.
50% de desconto
para Guias sindicalizados
GRACE CAROLINE STORNI ROCHA
Psicóloga – CRP 05/25339
Av. Amaral Peixoto, 479 sala 909, Centro, Niterói, RJ
Largo do Machado, 29 sala 1008, Catete, RJ,
tel. 9692-5058 – 3703-6809
e-mail: [email protected]
Entrevista
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Foto: Neide Lee
Ronaldo Carlos Baerwald
Um recorde para o Guiness
E
le é veterano do sightseeing
(excursões com apanha
em vários hotéis) e opera o Rio by Night (jantar e show)
seis vezes por semana em três
idiomas com maestria. Com a
média de 20 passageiros por
noite, o guia de turismo Ronaldo
Carlos Baerwald, 61 anos, calcula que já guiou 480 passageiros
por mês, ou seja, 5.760 pessoas
por ano. Como faz isso há 23
anos, cuidou de uns 132.480
turistas, somente à noite!
Baerwald começou a trabalhar
como guia em 1982, após ser
despedido junto com metade dos
funcionários do hotel Presidente,
no Centro do Rio. “Há males que
vêm para o bem”, – diz ao contar
o episódio. Foi o seu caso. A
fluência em inglês, espanhol e
alemão ajudou o ex-recepcionista
a se estabelecer na nova carreira.
Seu início no sightseeing foi
com a agência Brasil – Rio, seguida da Sulamérica (ambas extintas) até que em 1988 ingressou
na Italbus Turismo, onde está até
hoje.
Geminiano e discreto, Baerwald
se diz tímido. Mas ele faz da
extroversão um exercício diário.
Você não se cansa de contar a mesma história toda
noite?
– Não, porque as pessoas são
sempre diferentes, e isso também
se torna uma novidade para mim.
Já aconteceu de um turista me
perguntar: “Você se lembra de
mim?”. Como é que vou me lembrar? A não ser que venha mais
vezes, como uma alemã
que fez by night em quatro anos diferentes. Cada
excursão é um novo começo e nunca tem fim. Gosto
e não me canso. Sigo a
escala de serviços e trabalho mais a noite, mas
também faço passeios
como Corcovado e Ilhas
Tropicais.
trabalhar no turismo receptivo?
– Tive várias oportunidades, mas o receptivo só funciona
bem durante a alta temporada
enquanto que o sightseeing dá
trabalho o ano todo. Vide a
temporada dos navios que vai de
dezembro a março. Maravilha! Só
que depois (na baixa) é ter de
vender bala na praia.
Qual é a maior dificuldade no sigthseeing
que o guia precisa
enfrentar?
– Cumprir o horário de apanha
nos hotéis. Essa é a realidade de
todos os que fazem sightseeing.
Cada minuto é contado. E tem
sempre alguém atrasado porque
está tomando café, ou teve de voltar para o quarto buscar a câmera, o voucher, foi ao banheiro, ou
estava com o horário errado. A
hora passa e nem sempre dá para
esperar. Numa noite, tive de buscar 34 passageiros em 17 hotéis.
Corri. Uns tinham jantar e outros
não. Enquanto pus o primeiro
grupo para comer, fui fazer o
segundo apanha. No final, voltei
ao restaurante, reuni a turma e
fomos ao show.
Os guias mais antigos sentem uma tremenda nostalgia
dos anos 80. Quais são as suas
lembranças dessa época?
– Era a época de ouro! O câmbio era favorável e vinham muito
mais turistas. Um outro nível de
turista. Quando trabalhava no
hotel Presidente, cheguei a vender
dois talões de vouchers de excursões num só dia! Os turistas
compravam apartamentos na
Qual foi a experiência mais
inusitada com turistas que
você já teve?
– De tantas, daria para escrever um livro: “Memórias de um
Guia de Turismo”. Uma delas
aconteceu durante a visita no
Museu Imperial em Petrópolis
quando uma cliente teve um ataque epilético e paramos tudo para
socorrê-la. Você sabia que existem
dois tipos de ataque epilético?
(Explica ambos com detalhes).
Outra vez foi depois de um by
Night em que tive de ajudar uma
espanhola a voltar para casa, pois
ela não se lembrava mais onde
estava hospedada. Percorremos
a rua até que encontramos o
porteiro que a reconheceu. No
sightseeing você tem de ser mais
do que guia, tem de ser artista!
Você já teve vontade de
cidade para passar as férias,
investiam. Havia mais agências de
sightseeing e mais shows na cidade. Tinha Beija-Flor sobe o Morro
(Urca), Oba- Oba (Humaitá),
Sambão e Sinhá (Tijuca), o da
Watusi no Scala (Leblon). Não me
esqueço daquele Rolls Royce na
abertura do show dela, para mim,
o melhor show internacional. Não
vão mais fazer shows como aquele. E também havia um espetáculo no hotel Nacional em São
Conrado.
Que conselho você daria
para um guia iniciante no
sigthseeing?
– Procurar não ficar nervoso (o
que é normal) e descontrair. Olhar
para o turista como seu amigo
e cuidar dele como se fosse
alguém da sua família. No final
dá tudo certo.
Congresso
Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006
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PROGRAMAÇÃO
DIA 11 – QUINTA-FEIRA
DIA 09 – TERÇA-FEIRA
08:00 às 09:00h
Tema: Procedimento para a
liberação de transporte
turístico
Palestrante: Dr. José Antônio
Schmitt de Azevedo –
Superintendente de Serviços de
Transporte de Passageiros / ANTT
09:00 às 18:00h
Credenciamento, entrega de
materiais e novas inscrições
13:30h - City Tour
19:00h - Solenidade de Abertura
09:00 às 10:30h
Tema: Fiscalização do
Transporte Turístico
Palestrantes: Sr. Luiz Carlos
Tamanini – DETER
Sr. Luiz Ademar Paz –
Superintendente da Polícia
Rodoviária Federal
21:00h - Jantar de
Confraternização
DIA 10 – QUARTA-FEIRA
08:00 às 09:00h
Tema: Santa Catarina “Turismo
o Ano Inteiro”
Palestrante: Sr Flávio Agustini –
Diretor de Planejamento e
Desenvolvimento Turístico /
SANTUR
09:00 às 10:00h
Tema: Parceria entre Guias
e o Turismo Rural
Palestrante: Sr. Carlos Roberto
Solera
11:00h - Excursão
10:00 às 10:30h - Coffee Break
10:30 às 12:30h
Tema: Travel Medicine
WorkShop: Foco no Guia e
no Turismo
Palestrante: Dr. Heverton
Campos Menezes – Brasília
12:30 às 14:30h - Almoço
14:30 às 16:30h
Tema: Parecer Jurídico para
Criação do Conselho
Palestrante: Dr. Adriano Zanotto
– Presidente da OAB SC
Tema: Criação do Conselho:
Caminhos percorridos para o
Registro do Conselho Nacional
Palestrantes: Sr. Nilson José
Goedert – Presidente do Conselho
de Contabilidade de SC
Sr. Marino Tessari – Presidente do
Conselho Regional de Educação
Física de SC
16:30 às 17:00h - Coffee Break
17:00 às 18:00h
Tema: Segurança no Meio
de Transporte
Palestrante: Sr. Luis Augusto
Nascimento dos Santos –
Presidente do Sindegtur RJ
22:00h - Noite do Próximo Evento
DIA 12 – SEXTA-FEIRA
08:00 às 09:00h
Tema: Exercício ilegal da
profissão por estrangeiros,
quem fiscaliza e como é
fiscalizado?
Palestrante: Delegado Borges
– Polícia Federal
09:00 às 10:00h
Tema: Direitos dentro da lei
perante o exercício ilegal
da profissão
Palestrante: Dr. Agilberto Serôdio
– Advogado da Contratuh
(Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Turismo e
Hospitalidade)
10:30h - Excursão
22:00h - Comemoração ao
“Dia Nacional do Guia de
Turismo” com Mini-Oktoberfest
21:00h - Jantar de Encerramento
– Leitura da Carta de Blumenau
História
Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006
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Os 80 anos do Palácio Tiradentes
MILTON
DE
MENDONÇA TEIXEIRA
CADEIA
Seis anos depois, a câmara, agora
elevada à “Senado da Câmara”, mudouse para nova sede ao lado do “Arco do
Telles”, no Largo do Paço, onde hoje está
a “Tabacaria Africana” donde retornou
em julho de 1790 após um incêndio
criminoso naquela casa. Foi esta a cadeia
que serviu de menagem aos personagens da “Conjuração Mineira”, onde
todos foram reunidos entre 20 e 21 de
abril de 1792. Dela saiu neste último
Foto: Neide Lee
N
o dia 6 de maio de 2006 o
Palácio Tiradentes, sede da
Assembléia Legislativa
Estadual do Rio de Janeiro e um dos
patrimônios mais veneráveis de nossa
cidade, completa 80 anos de sua inauguração. Aproveitando a data, elaborei
um pequeno resumo histórico desde
os primórdios do poder legislativo na
Cidade Maravilhosa.
Quando Mem de Sá, terceiro
Governador Geral do Brasil, transferiu
a cidade do Rio de Janeiro do morro
Cara-de-Cão para o do Castelo, ordenou a construção da primeira sede da
Câmara de Vereadores no novo sítio. Era
um sobrado, o primeiro da cidade, tendo no térreo a cadeia e no andar superior a vereança. Logo esta casa, construída em taipa e pouco sólida, apresentou problemas estruturais e vários
reparos foram executados, sem que
estes fossem capazes de impedir a
ruína do prédio. Começou, então, a
formar-se no seio dos vereadores a idéia
da transferência da casa para a várzea,
até porque as principais autoridades da
cidade para lá haviam se transferido.
Em 1619 solicitou a Câmara de
Vereadores um terreno ao lado da capela de São José. Tendo-o obtido, fizeram
uma nova casa da câmara, térrea, e no
mesmo ano para ela se transferiram.
Erguida com material pouco sólido, sofreu
inúmeras reconstruções e, por muito
tempo, suas paredes foram seguras por
pontaletes de madeira. Cem anos depois,
teve-se início a uma construção mais
sólida com projeto vindo de Portugal, um
sobrado em pedra-e-cal, cujas obras
arrastaram-se por muitos anos, finalmente concluídas pelo engenheiro militar
José Fernandes Pinto Alpoim em 1751.
No térreo funcionava a cadeia pública
e açougue da cidade, ficando a vereança e tribunal ordinário no andar superior.
desagradavelmente uma camisola de
dormir. Representava-o, igualmente,
barbado e cabeludo, atributos pilosos
que à época, já se sabia que Tiradentes
nunca os tivera.
ABRE FECHA
Inspirado no Grand Palais de Paris, a sede da ALERJ
possui um museu que conta a história do Poder Legislativo no Brasil
dia o Alferes Joaquim José da Silva
Xavier, o “Tiradentes” (1746-92) para
a fôrca, no Campo de São Domingos.
Com a chegada da Família Real, em
1808, são os presos e a câmara desalojados para serem ali acomodados
membros menores da nobreza e serviçais do Rei. Os detentos passam para o
prédio do Aljube, antiga prisão eclesiástica, na rua do Aljube (hoje rua Acre).
Os vereadores vão inicialmente para um
sobrado na rua Direita, ao lado do “Estanco do Tabaco” (quase na esquina de rua
do Ouvidor), mudando-se logo depois para
uma casa na rua do Rosário e, finalmente, para a própria Igreja do Rosário,
donde só saíram em 1825, já três anos
depois da Independência, para sede própria levantada no Campo de Santana.
Após a partida da Família Real, o
prédio da velha “câmara-e-cadeia” foi
convertida na sede da primeira Assembléia Nacional Constituinte, em 1823,
tendo sido palco dos dramáticos episódios de novembro daquele ano, quando
o jovem Imperador D. Pedro I mandou
fechá-la sob ameaça de canhões. Funcionou dali por diante como Câmara
de Deputados, sendo reformada muitas
vezes, algumas já sob ameaça de desabamento. Durante todo o Império e princípios da República ali brilharam grandes homens cuja história enumera, em
lista não pequena. De José Bonifácio,
Antônio Carlos, Martim Francisco, até
Afonso Arinos, Carlos Lacerda e Getúlio Vargas, nomes que fizeram a história do país nos últimos duzentos anos.
GRAND PALAIS
Continuou assim a ser usada na República, até que em 1920, já necessitando de inúmeros reparos, resolveu o Presidente da Câmara, Dr. Arnolfo de Azevedo, sua demolição e construção de
novo edifício. Fez o projeto do novo edifício, batizado de “Palácio Tiradentes”,
os arquitetos Archimedes Memória e
Francisque Couchet, que se inspiraram no
Grand Palais de Paris. Dum rebuscado
ecletismo, onde não faltaram detalhes
exóticos, como a imagem do Marechal
Deodoro vestido à Romana, numa escultura do frontispício, bem como uma profusão de detalhes com “Fasces”, que eram
pequenos troncos amarrados a um
machado, utilizados de forma decorativa em vários elementos da fachada. Era
no passado remoto o símbolo do Senado Romano, infelizmente convertido
pelos radicais italianos em símbolo da
ideologia “Fascista” depois de 1922.
Quando foi inaugurado, em 1926,
foi igualmente descerrada a imagem de
Tiradentes, em bronze, colocado à frente
do palácio, escultura de Francisco de
Andrade, e que foi alvo de reparos à
época, pois representava o Alferes Mór
do Brasil muito velho, vestindo uma
túnica de condenado que lembrava
Fechado o Palácio pela Revolução de
1930, reabriu suas portas três anos
depois para sediar a segunda Assembléia Nacional Constituinte da República, que elaborou nova e moderna constituição ano seguinte, bem como nela
empossou o Presidente eleito pelo
Congresso, Getúlio Vargas. Em 1937,
seria novamente o Tiradentes fechado,
agora devido ao golpe de 10 de novembro, que instaurou no Brasil a ditadura do
Estado Novo. Ironicamente, tal governo
foi instaurado pelo próprio Vargas, que
agora se assumia um ditador. Por oito
anos o prédio sediou o temível “DIP”,
Departamento de Informação e Propaganda, órgão de censura da imprensa.
Foi também o palácio utilizado para
congressos e cerimônias cívicas.
Com a redemocratização do país em
1945, nele deu-se a posse do novo
Presidente José Linhares, bem como
sediou nova Assembléia Constituinte no
ano seguinte, funcionando normalmente como Câmara dos Deputados Federais até a transferência da capital federal para Brasília, em 1960.
De 1960 a 1975, funcionou o Palácio Tiradentes como sede da Câmara
de Deputados do Estado da Guanabara,
alternando-se nessa função, algumas
vezes, com o Palácio Pedro Ernesto, antiga Câmara de Vereadores, na Praça
Floriano, que possuía instalações mais
amplas para os escritórios dos Deputados guanabarinos.
Com a fusão dos estados da
Guanabara e Rio de Janeiro, em 1975,
passou a sediar a ALERJ, Assembléia
Legislativa Estadual do Rio de Janeiro,
atualmente em sua sexta legislatura.
Na mesma ocasião, reconstruiu-se o
prédio existente nos fundos, antigo edifício do Ministério da Viação e Obras
Públicas, para funcionar como anexo da
Assembléia e escritório de trabalho dos
Deputados.
Hoje, no Palácio Tiradentes, além de
suas funções legislativas normais, funciona um pequeno museu, contando as
peripécias do Poder Legislativo no Brasil
em cinco séculos de história.
Carnaval
Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006
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Sambódromo 2006
Grandioso, mas desconfortável
O que poderia ser feito no Sambódromo,
segundo os guias de turismo,
para melhorar o atendimento ao turista:
Fotos: Neide Lee
“Sinalização e locução oficial
em três idiomas (português, inglês
e espanhol) para que o turista
não se sinta perdido. Uma polícia bilíngüe e uma variedade
maior de lanches com sanduíches naturais e pipoca.” –
Cleópatra Scouris
Cartazes
improvisados tentam
orientar a multidão
na saída do
Sambódromo
“Uma cobertura automática
nas arquibancadas” – Eduardo
Allende
“A c e s s o a p r o p r i a d o ( n o s
demais setores) para os deficientes físicos” – Guia que
pediu anonimato
M
uito já foi feito, mas
segundo os guias de
turismo e agentes de
viagens – freqüentadores assíduos
do local – a infra-estrutura da passarela do samba ainda não consegue acompanhar o ritmo da
evolução do maior show da Terra.
A superpopulação nas arquibancadas (e a desorganização
nelas quando chove), falta de sinalização adequada e as pouquíssimas (e caras) opções gastronômicas, foram quesitos que não
evoluíram.
A proibição do acesso dos guias
feita por alguns fiscais nas arquibancadas ganhou nota negativa.
O fato enervou o agente de viagens Milton Perelmann: – O turista chama o guia e ele não pode ir
até o cliente. A permissão de transitar no local está escrita no verso
da credencial de serviço do guia.
Basta ler – Mas teve
fiscal que não leu.
Para a agente
de viagens Teresa
Ferreira, o alto preço
do ingresso (do setor turístico e
adjacências) não condiz com os
serviços: – As instalações não têm
rampa para deficientes físicos, o
número de banheiros é insuficiente para o tamanho do público, as cadeiras das frisas estão
quebradas. Enfim, não tem conforto para o turista.
Enquanto isso, no viaduto São
Sebastião, guias, agentes e transportadores, improvisavam no quesito conforto para agüentar as longas horas de recepção e embarque dos turistas e público em geral
nos seus respectivos veículos.
Veterano de muitos carnavais,
o gerente da SAT Tours Marcelo
Victorino levou seu próprio banquinho este ano. – Quando a madrugada chega, bate o cansaço e
as pessoas começam a se sentar
no meio-fio, muito desconfortável.
– conta.
“Melhor comunicação e assistência ao turista. A Prefeitura
poderia contratar guias, que têm
experiência para executar essa
tarefa dentro e fora do Sambódromo. Diferenciar os setores por
cores também ajudaria o turista a se localizar.” – Gerardo
Millone
“1º Maiores e melhores facilidades de acesso, 2º banheiros
decentes, 3º conforto maior
para os profissionais de turismo,
desde maiores facilidades na
aquisição de credenciais (menos
burocracia) e mais respeito aos
profissionais envolvidos.” –
Efraim Schvaitzer
“Um espaço destinado especialmente aos guias – que precisam descansar e ao mesmo tempo estarem atentos aos movimentos dos seus clientes ao longo da noite. Uma sinalização
apropriada apontando a saída
e a ampliação da saída em si.
Saída para uma multidão com
a largura de uma roleta não
dá” – Guia que pediu anonimato
“Permitir o acesso dos Guias
às áreas reservadas aos turistas
(para que este possa auxiliá-los)
pelo menos durante o intervalo
dos desfiles das escolas de samba.” – Pedro Landsberg
“Mais saídas, principalmente de emergência” – Michael
Sexauer
”Todos (clientes) se queixam
do cansaço, pelo grande número de horas que permanecem
assistindo aos desfiles. O ideal
seria dividir a apresentação das
escolas em três noites” – Antonio Abílio Coutinho
“Na segunda feira estive na
arquibancada sete com meu
grupo. Chegamos cedo e todos
ficaram bem acomodados.
Quando voltei para dar uma
olhada neles durante a metade
da apresentação da segunda
escola pude observar uma
superpopulação da arquibancada. Foi uma reclamação de
todos do grupo. Disseram que no
lugar onde deveria caber uma
pessoa, estavam três” – Heiko
Hoelters
“A construção (podendo ser
montada e desmontada se for o
caso) de uma escadaria (para
diminuir a altura dos degraus) na
passagem da arquibancada,
para evitar acidentes que de vez
em quando acontecem. No domingo de Carnaval, quando começou a chover forte, a maioria
tentou sair correndo para se proteger e os velhinhos não conseguiam subir com agilidade, pois
os degraus são altos demais e
as pessoas foram empurrando, até que aconteceu o pior:
uma senhora levou um tombaço
feio”. – Jacqueline Lavocat
Cotidiano
Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006
City Tour
NA VERTICAL
A excursão estava passando
em frente ao Cemitério Vertical
do Memorial do Carmo, no Caju,
zona portuária do RJ, quando o
português vê o local. Curiosíssimo, ele não resiste e pergunta
à guia: Ó menina! Vocês aqui
enterram os gajos de pé?
SAPATO 1
Era sua primeira vez em
Portugal e deixou o par de
sapatos no sapateiro para lhe
trocasse os saltos. Ao voltar no
dia seguinte para buscá-los, a
surpresa: os saltos eram os mesmos, velhos e gastos.
– Mas eu não pedi para que
o senhor trocasse os saltos?
– Mas eu troquei! Pus o
esquerdo no direito e o direito
no esquerdo! A senhora me
pediu para trocá-los e não para
substituí-los!
SAPATO 2
Estava olhando a vitrine de
uma sapataria em Lisboa quando gostou de um sapato. Entrou
e pediu ao vendedor, apontando para o modelo.
– Gostaria de um daqueles.
– Não vendemos, disse o
vendedor.
– Como não?
– Só vendemos o par.
SAPATO 3
Havia feito a mala às pressas
e viu que precisava urgentemente de sapatos novos. Pegou um
táxi e pediu ao motorista que o
levasse à sapataria mais próxima. Depois de um longo percurso, chegaram na loja. Estava
fechada. Era feriado.
– Por que não me disse que
hoje é feriado?
– O senhor não me perguntou – respondeu o gajo dando
os ombros.
CHECK IN
Chegada de um grupo no
hotel. Eram umas 40 pessoas.
Na ficha de registro, os campos
de praxe a serem preenchidos:
nome, profissão, número do
passaporte, idade, endereço,
telefone. Tudo ia muito bem até
o endereço. Nele escreveram:
Hotel Miramar. Olhares incrédulos entre a recepcionista e a
guia.
– Senhores, é para escrever
o endereço da vossa residência
– explicou a guia.
– Endereço? Daqui ou de
Portugal? – Indagou o grupo
em coro.
O
Rio de Janeiro
possui nove estátuas
eqüestres (conta do
professor Milton Teixeira), mas você já
notou que cada cavalinho tem as patas de
um jeito?
“Quando o cavalo
da estátua eqüestre de
um general está com
ambas patas dianteiras levantadas, isso
significa que o general
morreu no campo de
batalha; quando uma
das patas dianteiras
está no chão, o general morreu de ferimentos recebidos em
combate; quando
todas as patas estão
no chão, é provável
que o general tenha
morrido na cama.”
Foto: Mauro Rubinstein
Humor
CENAS LUSITANAS VIVENCIADAS PELOS GUIAS
CHEQUINHO
Ainda no check-in. A guia,
ocupadíssima com inúmeros
pedidos do grupo se depara
com um turista português, desesperado por atenção. Antes de se
virar, ela gentilmente diz:
– Só um minutinho que já
falo com o senhor. Deixa passar esse check-in.
– Chequinho? De jeito nenhum! Já paguei tudo e não vou
dar mais nenhum chequinho! –
esbravejou.
DIFERENÇAS
Queixa de uma portuguesa
para a guia: – o autoclismo da
casa de banho do meu quarto
não está a funcionaire.
– O que é isso?
– Autoclismo, menina (fazendo o sinal de descarga)
– Ah! A descarga!
– Isso é o que fazemos antes
– diz ruborizada uma outra.
7
Estátua eqüestre do General Osório na Praça XV
Do livro: Fama e Anonimato
de Gay Talese - Cia das Letras
Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006
Especial
8
Os Guias na Volvo Ocean Race
Foto: Divulgação
O
s ventos que trouxeram
os veleiros da maior
regata do mundo
também incrementaram o turismo receptivo no Rio de Janeiro
na quarta etapa da competição.
Trinta e nove guias de turismo
contratados pela agência Way to
Go atenderam 1.200 convidados
da Volvo, maior patrocinadora do
evento.
Quem mais comprou caminhões, ônibus, motores aéreos
e industriais da marca Volvo
ganhou a viagem com tudo pago.
Os melhores clientes formaram 37
grupos de diversas partes do
mundo. A maioria veio dos países nórdicos – Noruega, Dinamarca e Suécia – os demais convidados dos Estados Unidos, Alemanha, França, Bélgica, Espanha,
Grécia, Sérvia-Montenegro e países
do Oriente Médio.
O Brasil I não teve sorte em casa, mas a torcida continua
modelos de carros e caminhões
de luxo. Um grupo de árabes
experimentava o conforto dos
veículos. – Um deles tem uma
fábrica de cimento e possui 120
caminhões, outro é distribuidor de combustíveis,
com 85 caminhões. – contava o guia Lido Fakhri –
Eles foram convidados,
mas nem sabiam da regata. Quando expliquei o
evento um deles me perguntou onde estava o veleiro
da Volvo (!).
café em São Conrado. Tochas na
entrada, coquetel, iluminação
âmbar, menu impresso (também
em outros restaurantes), arranjos
florais, toalhas de mesa e capas
de cadeira estilizadas demonstraram a preocupação com cada
detalhe.
INVASÕES BÁRBARAS
Duzentos e cinqüenta noruegueses compraram muitos caminhões.
– São alguns dos melhores clientes da Volvo, só um deles tem uma
frota com 600 caminhões, com
alguns modelos de um milhão
de dólares – contou o TL (Tour
Leader, guia que acompanha o
grupo durante a viagem) Mathias
Larsson.
Renato Costa assiste à regata
a bordo do catamarã Apolo
Enquanto alguns grupos vieram,
passearam e foram embora depois
de assistir a regata na Baia de
Guanabara no dia 25 de março,
outros chegaram, passearam e
assistiram a largada dos veleiros
no dia dois de abril rumo a Baltimore, EUA, e continuaram a passear.
Os grupos foram acomodados em quatro hotéis da orla de
Copacabana e um em Ipanema.
Visitaram o Pão de Açúcar e o
Corcovado, a Floresta da Tijuca
em jipes e as Ilhas Tropicais. Cada
grupo teve sua programação em
dias e horários alternados para
evitar superlotação nos atrativos
turísticos e restaurantes.
Entre um passeio e outro, a
indispensável visita ao stand da
Volvo na Marina da Glória, imenso e sofisticado, com os últimos
Na programação noturna, jantares. Para os grupos maiores, uma festa de
carnaval com direito a fantasia e
desfile de verdade, também. A
quadra de uma tradicional escola de samba foi produzida em alto
estilo para servir o jantar de 250
pessoas e apresentar um show
com passistas, percursionistas,
ritmistas e fantasias luxuosas.
Nas mesas, arranjos inspirados
nos dias de Momo e leques com
as letras das músicas (em português, como deve ser) das escolas
de samba concorrentes da noite.
O ensaio da coreografia para
ajudar na digestão foi feita pelos
próprios guias! Profissionais ecléticos e de múltiplas funções, os
guias deram um show de animação contagiando os clientes, que
apesar de desajeitados, se divertiram um bocado.
Na última noite, jantar de gala
na sede de uma antiga fazenda de
Fotos: Neide Lee
SONHO DE TURISTA
Longe do frio cortante e das
boas maneiras do Primeiro Mundo, esse seleto grupo não largava o copo, ou melhor, a garrafa.
Embriagados, viviam perdendo
seus pertences, valores e até passaportes, que eram encontrados
por alguém conhecido ou pelos
próprios no dia seguinte, ou dias
depois.
No final do segundo dia, os
guias decidiram poupar a voz e
disseminar menos conhecimentos
durante os passeios, pois – eles
bebiam muito e falavam alto o
tempo todo. Não queriam saber
de história, e sim da vida da vizinha, ou melhor, da filha dela –
explicou o coordenador e guia
Carlos Almeida.
Os noruegueses foram eleitos
os reis da baixaria. Inconvenientes, assediavam as guias, que se
esforçaram para ignorá-los, prática impossível na maioria das
vezes. Despudorados, eles trocaram de roupa na área de eventos
do hotel, espantando as recepcionistas e atraindo os seguranças. E fizeram o mesmo no passeio às Ilhas Tropicais.
Durante o passeio de barco,
um deles se atirou na baía de
Sepetiba, depois de fingir que
havia sido puxado com muita força
pela mão por uma das dançarinas, que junto com um trio de
músicos, animava o passeio.
A escuna já estava há mais de
O guia de turismo José Valente mostra aos passistas nórdicos como se cai no samba
Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006
9
Foto: Luiz Augusto
Parte da
equipe de
guias que
fez do evento
um grande
sucesso
operacional
sariam por Foz de Iguaçu e Curitiba (onde a Volvo tem fábrica) e
a Varig cancelava um vôo a cada
dez sem nos avisar. Isso me fez
passar horas tentando acomodar
os passageiros em outras companhias aéreas, que a partir de 70
pessoas, só aceitavam reservas
individuais – desabafou Xavier,
indignado.
MAU VENTO
Brasil I segue para a próxima etapa da regata em Baltimore, EUA
100m de distância e teve de
retornar para buscá-lo – Nunca vi
nada igual! Sorte a dele que não
havia nenhum navio passando
por ali – disse espantado o capitão do barco.
Os dinamarqueses foram eleitos a segunda turma da pesada.
– Eles fizeram de um hotel
chiquérrimo, uma borracharia –
concluiu o guia Celso Rubinstein
que foi chamado pelo dono do
Ipanema Plaza para ajudar a conter um grupo que não parava de
“afogar” móveis na piscina.
No hotel Pestana, em Copacabana, alguns beberam tanto que
tiveram de ser carregados pelos
seguranças até o quarto. Outros
tropeçaram e quase atravessaram
a porta de vidro de entrada do
hotel. O desfile com as novas ‘namoradinhas’ havia virado cena
comum. Nos extras, a cobrança de
um aparelho de tv quebrado pelo
hóspede.
PRÉ E PÓS
Para atender bem a tanta gente, a Way To Go agendou os guias
– mais experientes na maioria –
com um ano e meio de antecedência. Todos os demais fornecedores como hotéis, ônibus (preferencialmente Volvo!), restaurantes,
catamarãs, serviços de decoração, rádios, etc. também foram
reservados no mesmo período.
O coordenador geral do evento Michael Sexauer contou que os
tour leaders da Hansen (agência
oficial do evento), admitiram que
qualidade e o profissionalismo
dos guias e dos serviços do Rio
superaram a dos da Galícia,
Espanha, de Melbourne, Austrália,
e da Cidade do Cabo, África do
Sul, cidades das etapas anteriores
da regata.
Para o diretor de operações da
Way To Go Marcos Xavier - os tour
leaders deram muito trabalho no
início. Eles chegaram defensivos e
quiseram fazer as coisas do jeito
que eles achavam que era melhor,
mas aos poucos foram se desarmando – contou.
A Way To Go começou o planejamento do evento há dois
anos. Nesse período, os mesmos
grupos tiveram seus nomes mudados inúmeras vezes, assim como
os nomes das listas de reservas de
hotéis, programas, itinerários,
menus e vôos até a véspera do
evento.
– Como se não bastasse, as
alterações no programa continuaram quando os clientes já estavam
no Rio, pois todos os grupos pas-
Às vésperas de embarcar, um dos noruegueses passou mal e foi
levado imediatamente pela guia Andréa Santucci à Clínica São
Vicente, na Gávea. O terceiro diagnóstico não deixou mais dúvidas: era meningite meningocócica. As autoridades sanitárias foram
avisadas, as companhias aéreas e o grupo com quem o doente
teve contato. A agência Way To Go se dispôs a pagar o tratamento
médico dos guias, se necessário.
Especial
Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006
10
Os Guias no Queen Mary 2
Fotos: Neide Lee
A
inda estava escuro quando o gigante de 342
metros de comprimento
e tão alto quanto um prédio de 28
andares atravessava as águas da
baía de Guanabara no dia três de
abril. Enquanto isso, 160 guias de
turismo da SAT Tours se preparavam para a mega operação com
quatro mil passageiros do maior
transatlântico do mundo.
Ao amanhecer o pátio do cais
do porto estava repleto de ônibus,
vans e carros. No pátio de estacionamento do aeroporto internacional Galeão – Antonio Carlos
Jobim, uma cena parecida.
No cais, os guias começavam
a chegar e assumir suas funções –
de coordenação, direcionamento,
excursão, transfers e de cuidado
das malas. No aeroporto, outra
equipe de guias com funções parecidas: coordenação, transfers com
excursões ou somente transfers e
cuidado com malas. Quem ia nos
ônibus ou vans checava a limpeza
e o funcionamento dos microfones.
outros guias. Os passageiros
embarcavam num ônibus com ar
condicionado em direção a um
hotel cinco estrelas onde estariam
confortavelmente instalados até o
final do dia (day use).
No horário do transfer out,
guias supervisionavam o embarque nos ônibus e os acompanhavam até o aeroporto, mostravam onde pegar as malas e aguardavam pelo término do check-in
para dar tchauzinho e desejar boa
viagem.
FULL DAY
Os preparativos no pátio do estacionamento antes do início das excursões
No navio, ingleses e americanos, a maioria na terceira idade,
tomavam café da manhã. Muitos
já haviam feito as malas e recebido de volta os passaportes. A
“Amigos Guias de Turismo,
venham fazer seu cadastro conosco”
viagem chegava ao fim e iriam
desembarcar.
As camareiras estavam ansiosas. Tinham pouco tempo e muito
trabalho para limpar centenas de
cabines que receberiam os novos
passageiros que iniciariam a viagem
naquela tarde.
DIRECIONAIS
Do desembarque do navio até
o embarque nos ônibus estacionados no pátio do cais, guias posicionados estrategicamente mostravam o caminho, apontando os
perigos do piso irregular e cheia
de buracos.
Quem chegava para embarcar, encontrava outros guias que
apontavam o check-in, e outros
que mostravam o armazém vizinho ao cais para onde a bagagem
– identificadas e com número da
cabine – tinham de ser entregues.
No local, mais guias.
DAY USE
CD´s, DVD´s de músicas, shows e cinema
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Rua Visconde de Pirajá, 602 - Loja B - Ipanema - RJ
Tel. (21) 2274-8908
Enquanto isso, no cais do porto,
guias aguardavam pelos grupos
que ficariam apenas por algumas
horas na cidade. Os passageiros
saíam aos poucos, acompanhados pelos maleteiros que traziam
a bagagem.
As malas eram postas num caminhão e transportadas até o aeroporto onde seriam recebidas por
Posicionados em frente aos ônibus estacionados no pátio do cais,
os guias das excursões embarcavam passageiros nos ônibus para
levá-los ao Corcovado e Pão de
Açúcar. No roteiro, visita à Catedral Metropolitana e passagem
por atrativos históricos. Praias no
caminho para almoço numa churrascaria na Barra. Fim do passeio
no porto para uns e no aeroporto
para outros.
GRUPOS FECHADOS
No cais, guias aguardavam
grupos fechados (grupos com programas específicos) que ficariam
na cidade por alguns dias. Esses
guias são responsáveis pela execução destes programas especiais
previamente contratados.
AIRJ
Ainda de manhã, no aeroporto internacional do Galeão –
Antonio Carlos Jobim, guias com
as placas da Cunard, empresa
de navegação, dona do Queen
Mary 2, aguardavam passageiros procedentes das principais
cidades dos Estados Unidos e da
Inglaterra.
A espera é longa até o desembarque dos passageiros. Quando
eles começam a sair aos poucos
são acompanhados pelos guias
até os ônibus. O bagageiro parece pequeno para acomodar tantas malas. São duas a três por pessoa. Nenhum exagero para quem
viaja de navio. Direto para o cais?
Não antes das 11h. Para matar o
tempo e entreter o grupo, um passeio panorâmico pelo Centro.
Especial
MALAS
No porto, guias orientavam
maleteiros para o embarque das
malas, enquanto outros auxiliavam na separação da bagagem
de quem havia desembarcado.
Uma parte iria para hotéis, outras,
para o aeroporto.
No aeroporto internacional,
uma equipe aguardava pelo caminhão que trazia as malas dos passageiros que desembarcaram do
Queen Mary 2. Cada uma delas
saiu do transatlântico identificada, com um código de cores e
números. Os guias, com o auxílio
dos maleteiros, reuniam as malas
dos respectivos donos nos carrinhos, que eram direcionados para
setores diferentes e em diversas
companhias aéreas.
HOTEL
No Sheraton (um dos principais
hotéis utilizados para os turn
around – troca de passageiros),
um desk com telefone, listas de
nomes, e vários guias.
Alguns guias dão assistência
aos grupos que vão sair do hotel
e embarcar no Queen.
Enquanto isso, outros aguardam pelos passageiros que desembarcaram do transatlântico para
usufruir o day use – praia, piscina,
sauna, três restaurantes e um bar
– com direito a transfer para o
aeroporto à noite.
VIPS
Nove guias em nove ônibus
levaram 300 membros dos
Captain’s Club para um super
evento na Mansão das Heras no
Alto da Boa Vista na noite do
Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006
dia três de abril.
Era um jantar especial, com um
show de samba exclusivo, num
lugar único. Um dos coordenadores, Mauro Rubinstein chegou
bem antes para se certificar dos
detalhes. A retirada dos cinzeiros
das mesas e o aumento da iluminação na entrada foram alguns
dos pedidos imediatamente atendidos.
Segundo o outro coordenador,
Fernando Casariego, a noite foi
mágica! – A mansão era especial
e estava muito bem decorada,
com arranjos florais lindíssimos.
O desembarque dos convidados,
assim como o embarque, foi ordenado e sem atropelos. A equipe
da Open House fez um ótimo
trabalho dando um atendimento
de qualidade aos convidados. O
jantar estava delicioso.
Um show de samba e carnaval
assinado por Renato Barcelos
encantou a platéia que acabou
fazendo parte do espetáculo. Os
jardins da mansão ganharam um
toque de brilho com o colorido
das fantasias. A empolgação das
passistas e ritmistas, que esbanjaram charme e energia, completaram a magia da noite.
PARTIDA
Na manhã do dia quatro, as
excursões saem cedo. O número
de ônibus no pátio é menor. No
final da tarde, os últimos passageiros embarcam no cais. Os
guias se despedem. A mega operação foi um sucesso! O pátio está
vazio. Às 17 horas as buzinas do
trânsito intenso da Praça Mauá
são silenciadas pelo apito de
despedida do Queen Mary 2.
11
O maior transatlântico da atualidade visitou o Rio duas vezes nesta temporada
A OPERAÇÃO DA SAT
TOURS EM NÚMEROS
Desembarque: 1700 passageiros
Embarque: 1600 passageiros
Em trânsito: 700 passageiros
Veículos de turismo: 64 ônibus,
18 vans e 4 micros
Guias de turismo: 160
TEMPORADA 2005/2006
Segundo dados da TurisRio, o Rio
de Janeiro totalizou 118 atracações
com 188.695 passageiros, a esse
número, soma-se mais 40% de
tripulantes. Uma pesquisa mostrou
que 80% das tripulações gastam em
torno de U$72 por dia nas cidades
que chegam, enquanto que a despesa dos turistas gira em torno de
U$104 diários.
Segurança
Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006
12
Choque de Ordem
O SINDEGTUR / RJ participa da Operação
Fotos: Divulgação TurisRio
A
convite da Secretaria de
Segurança e da TurisRio,
o SINDEGTUR / RJ participou da Operação Choque de
Ordem, ação coordenada com
outros órgãos do poder público
para coibir as irregularidades nas
áreas turísticas nos meses de
janeiro e fevereiro.
Os guias de turismo apresentaram o menor índice de práticas
irregulares (9.4%), seguido de
veículos (20,38%), transportadoras
(22,33%) e agências de viagens
(23,5%).
Pão de Açúcar, Corcovado,
Cais do Porto, os aeroportos
Galeão – Antonio Carlos Jobim e
Santos Dumont, e a Rodoviária
Novo Rio foram os principais
locais fiscalizados.
Participaram da força-tarefa:
as delegacias da 9ª DP da Urca,
7ª DP de Laranjeiras e Santa Teresa, 1ª DP da Praça Mauá, Galeão,
5ª DP da Lapa e Centro e da
4ª DP da Estação Rodoviária,
Batalhão de Policiamento Turístico (BPTur), Delegacia de Atendimento ao Turista (DEAT), Divisão
de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Delegacia da
Criança e do Adolescente Vítima
(DCAV), Instituto de Pesos e Medidas (IPEM), Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran), Guarda
Municipal, Superintendência Municipal de Transportes Urbanos
(SMTU), CET-RIO, Detro, Secretaria
de Ação Social (SMAS), Corregedoria do Detran e a Fundação da
Infância e Adolescência (FIA).
de domingo às 8:30h por dois
homens armados na floresta da
Tijuca enquanto subia de carro em
direção ao Corcovado.
O SINDEGTUR/RJ louva a iniciativa da Secretaria de Segurança e da
TurisRio e pede a continuidade das
operações para inibir a criminalidade que tanto prejudica a imagem do Rio de Janeiro e o exercício
da cidadania de seus habitantes.
CONTE COM A BPTur
A operação foi desencadeada
depois do assalto a 33 ingleses
que desembarcaram na cidade
em janeiro e tiveram o ônibus
interceptado no Aterro do Flamengo a caminho do hotel.
GUIA DE TURISMO:
PROFISSÃO DE RISCO
Para receber os turistas, os guias
precisam ir ao aeroporto e atravessar a cidade, muitas vezes de
madrugada. Para passear com os
grupos, enfrentam o clima de insegurança no asfalto de uma cidade
cercada por morros e desequilíbrio social. Em menos de dois
meses, outros guias foram vítimas
de ações criminosas como L.A.,
que foi surpreendido numa manhã
O secretário estadual de turismo
Sérgio Ricardo ao lado de um táxi
irregular apreendido
Uma escolta policial nos
traslados pode ser solicitada ao
Batalhão de Policiamento em
Áreas Turísticas (BPTur). Os
pedidos serão analisados e
devem ser feitos com 48h de
antecedência pelo e-mail:
[email protected] , ou
pelo fax: 3399-7560, com cópia
para a Turis Rio no endereço
[email protected]
SALDO DO CHOQUE DE ORDEM
Abordagens Irregularidades
Transportadoras
Agências
Veículos
Guias
Embarcações
TOTAL GERAL
% Irregularidades
385
200
412
351
26
86
47
84
33
13
22,33
23,50
20,38
9,40
50,00
1.374
263
19,14
EMERGÊNCIA
DEAT: 3399-7170 e 3399-7174 • Inspetor Ricardo: 9988-5717
Delegacia AIRJ: 3399-6421
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Agentes da TurisRio abordam van com placa cinza na praça São Judas Tadeu, no Cosme Velho
Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006
Segurança
13
Conheça o GAT da Guarda Municipal
Ele pode te ajudar
Foto: Divulgação
da para dar apoio na segurança
de comitivas de chefes de estado
e representantes estrangeiros que
vêm ao Brasil.
Entre os 5.606 guardas do
efetivo total da Guarda Municipal
do Rio, 115 pertencem ao Grupamento de Apoio ao Turista. Um
dos pré-requisitos para fazer parte dessa unidade é ter conhecimento em, pelo menos, uma língua estrangeira. Mas a maioria
dos guardas fala as duas línguas
mais comuns usadas no continente americano: inglês e espanhol.
Entre os integrantes do GAT, 41
falam fluentemente inglês e 22, o
espanhol. Outros 45 têm noções
básicas de inglês (15), espanhol
(15) e as duas línguas (15).
Com Ana Beatriz Fafiaes da
Assessoria da Guarda Municipal
CONTATO
As agências de viagem podem
solicitar a presença desses profissionais com idiomas específicos
para dar apoio aos grupos de turistas. A viabilidade operacional será
avaliada antes de atender o pedido. Os contatos podem ser feitos
na sede do GAT, pelo telefone:
2536-2481.
ATENÇÃO GUIAS E AGENTES DE VIAGENS
À esquerda, Jacques Tobianah fala hebraico, Juliana Stavrakoglou, grego
e André Aguiar estuda alemão
O
Grupamento de Apoio
ao Turista da Guarda
Municipal foi criado
em 1994 para oferecer um serviço de qualidade a turistas nacionais e estrangeiros, aliando segurança, orientação e bom atendimento a visitantes. Divididos em
dois turnos, os guardas do GAT
atuam diariamente das 7h às 19h
patrulhando uma série de pontos
turísticos, como Corcovado, Praia
de Copacabana, Museu Internacional de Arte Naif, Píer Mauá,
além de aeroportos e rodoviária.
Visando os Jogos Pan-Americanos de 2007, a GM-Rio – em parceria com a Secretaria Municipal
de Turismo/Riotur e a Subsecretaria de Seleção e Aperfeiçoamento Funcional – está promovendo
um curso que, até maio de 2007,
irá capacitar 1.500 guardas que
atuam em áreas turísticas e em
pontos que vão receber provas
do Pan.
Para atender ao turista estrangeiro, a GM-Rio mantém guardas
bilíngües – a maioria formada em
inglês e espanhol – em pontos
turísticos e no patrulhamento de
grandes eventos, como o Carnaval e o Reveillon. Segundo o inspetor Ailton Ramos, comandante do Grupamento de Apoio ao
Turista, a Guarda é muito solicita-
Serviço de
transporte turístico e
executivo de
qualidade e
bom atendimento
desde 1991.
Frota com
20 veículos
equipados com
ar condicionado,
som ambiente e
microfone.
Rua Castelo Branco, 35
Penha • RJ • CEP 21072-480
Tel.: (21) 2561-0418 • Fax: (21) 2561-1150
E-mail: [email protected]
Site: www.furglaineservice.com.br
A Guarda Municipal é um órgão do município, ligado às prefeituras de cada cidade. O BPtur é um órgão estadual e portanto subordinado à Secretaria de Segurança Pública da respectiva unidade
da Federação.
CARIOCA MARAVILHA
Reiniciou em 06 de março de 2006 e, até o momento,
já foram doados 4.500 quilos de alimentos
A campanha beneficente Carioca Maravilha, de iniciativa da Companhia Caminho
Aéreo Pão de Açúcar, retornou no dia 06 de março de 2006 e já arrecadou mais de
4.500 quilos de alimentos não perecíveis. De 06 de março a 9 de abril as doações serão
destinadas à Casa de Apoio à Criança com Câncer.
A campanha estará em vigor até 2 de julho de 2006.
Durante a Campanha, o nascido ou o morador do Estado do Rio de Janeiro obtêm
50% de desconto no preço do ingresso do Bondinho do Pão de Açúcar.
Para participar, os nascidos devem apresentar documento de identificação com
foto e os moradores documento de identificação com foto e comprovante de residência
com o mesmo nome da identificação.
Para nascidos e moradores solicitamos a doação de 1Kg de alimento não perecível
por pessoa.
A Cia. Caminho Aéreo Pão de Açúcar recomenda ao visitante que adquira o alimento
para a doação com antecedência e nos locais que melhor lhe convier, evitando assim
a aquisição de última hora e a prática de preços abusivos por pessoas oportunistas.
Preços durante a Campanha: R$ 17,50 acima de 12 anos;
R$ 8,00 de 6 a 12 anos; entrada gratuita abaixo de 6 anos.
Curtas
Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006
14
Foto: Neide Lee
o Copa não disponha de espaço
para mostrar tudo isso ao público.
AULAS NO COPA 3
“O antigo cassino do Copacabana Palace está sendo minuciosamente restaurado e será reinaugurado daqui há três meses para
palestras, casamentos, festas e
convenções. Um fino teto original
em estuque foi encontrado depois
de passar 60 anos encoberto por
um rebaixamento ordinário de
gesso” – conta Milton Teixeira.
PARABÉNS
Foto: Neide Lee
Sempre conectado, Isaac
Moreno inaugurou mais uma
loja em Copacabana. Fica na
Rua Xavier da Silveira, 13.
AULAS NO COPA
O Diretor Geral da Orient
Express Philip Carruthers fez parte
da platéia do ciclo de palestras
ministradas pelo professor Milton
Teixeira sobre o Copacabana
Palace em março no próprio
hotel. O evento fazia parte do
programa de treinamento dos
funcionários liderados por Ricardo
Verzola.
AULAS NO COPA 2
Com isso, o professor Milton
teve o privilégio de ver algumas
preciosidades do acervo como a
roleta da sala de jogos, fotos,
discos, cartazes, o Livro de Ouro
com diversas dedicatórias célebres. Entre as inúmeras relíquias,
um trenzinho elétrico que pertenceu a Jorginho Guinle. Pena que
• À Leonardo Da Vinci pelos
seus 54 anos. A livraria mais tradicional da cidade passou por obras
de ampliação e fica na Av. Rio
Branco, 185, no Centro do Rio.
• Ao Hotel Marina All Suítes,
primeiro hotel butique do Rio, que
entrou para o guia de hospedagem
de luxo Condé Nast Johansens,
publicação conceituadíssima na
Europa e Estados Unidos.
• Ao Museu Histórico Nacional pelo certificado de acessibilidade nota 10 dado pela Comissão de Defesa da Pessoa Portadora
de Deficiência da Assembléia
Legislativa do Rio.
• À Clínica Galdino Campos,
eleita para cuidar dos Rolling
Stones e equipe na ocasião do
mega show nas areias de Copacabana.
JARDIM BOTÂNICO
Quem for visitar o Jardim Botânico pode também comprar as
entradas via Internet no site
www.ingresso.com
Concentrados, guias de turismo apreciavam a riqueza de detalhes
apresentadas pelo professor Milton Teixeira
ARQUITETURA MODERNA
O diretor de capacitação do SINDEGTUR/RJ Milton Teixeira proferiu três palestras sobre arquitetura brasileira – do fim do ecletismo
ao estilo da atualidade – em março na sede do sindicato. Na última
aula, um passeio a pé pelo Centro com visita à algumas obras de
renomados arquitetos. As aulas, com mais de 100 inscrições, foram
um sucesso!
CENTRO CULTURAL
TOM JOBIM
Eventos e apresentações musicais irão animar o espaço que fica
no Jardim Botânico, uma das
áreas verdes favoritas do saudoso Maestro a partir do dia 17 de
abril.
NOVO ROTEIRO NO JB
Árvores e plantas nativas
ganharão placas explicativas ao
longo dos 600m do Caminho da
Mata Atlântica, trilha que irá
desembocar no Jardim dos BeijaFlores. O roteiro deve ficar pronto
até junho.
EXPOSIÇÃO
“D. Maria I, louca ou piedosa?”
é tema da exposição que fica até
26 de abril, das 12 às 19hs, na
Grande Galeria do Centro Cultural Cândido Mendes, situado na
Praça XV, 101, no Centro. A
Rainha de Portugal serviu de inspiração para as obras de 15
artistas. Mais informações em
www.ucam.edu.br/cultura
DEVOÇÃO
A escadaria do convento de
Santa Teresa, ricamente ornamentada com azulejos de diversas
partes do mundo pelo artista
Selaron, ganhou mais três peças
exclusivas. O presente foi do guia
de turismo Gerardo Millone que
em recente viagem à Buenos Aires,
passou na loja “El Museu Del
Azulejo” e adquiriu dois de
“Nuestra Señora de Lujan”, a
Virgem padroeira da Argentina e
um de “La Casa del Camino”,
muito utilizado nas portas das
casas de campo portenhos.
CAMINHOS DO POETA
Casimiro de Abreu – um dos
maiores pólos de turismo ecológico do Estado do Rio e uma das
áreas mais preservadas do país
– ganhou um circuito para quem
gosta de fazer caminhadas.
Com dez quilômetros de extensão,
a trilha integra o projeto das
Caminhadas Populares da Associação Brasileira de Turismo Rural
(Abraturr-RJ), com sede na Rodovia Serra-Mar, que liga Casimiro de Abreu a Nova Friburgo. A
trilha permite a participação de
pessoas de qualquer idade e até
de deficientes físicos. Existem
outros seis circuitos de caminhada no Estado do Rio: Galo
Vermelho (Vassouras), Jurubatiba (Quissamã), Madalena (Santa Maria Madalena), Aranda
(Teresópolis) e Palmares (Paty do
Alferes).
Maiores informações: (22)
2778-5330.
Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006
Legislação
Reinauguramos essa coluna
para você – guia de turismo –
com as dúvidas mais freqüentes.
Mande sua pergunta para
[email protected]
“Presto serviços para uma
agência há anos e agora ela
insiste que preciso abrir
minha própria empresa para
continuar a receber serviços
como guia. O que diz a lei?
Eu não gostaria de ser empresário e ter de arcar com todos
os encargos”
A prática adotada pela agência não pode ser imposta ao guia.
A questão de se abrir uma empresa tem que ser de interesse do
guia. Abrir uma empresa para
atender uma agência não é viável financeiramente para o profissional.
A prática adotada por algumas agências é uma forma de
burlar a legislação trabalhista e
tentar se esquivar de responsabilidades do mesmo gênero, quando existem os requisitos básicos
para se considerar o vínculo de
emprego, que são: habitualidade,
pessoalidade, subordinação e
salário.
Preenchido esses requisitos,
não há como se esquivar da relação trabalhista.
“Uma agência descontou o
INSS do meu pagamento. Ela
pode fazer isso, mesmo me
considerando como autônomo?”
O desconto do INSS do profissional liberal ou autônomo é
obrigatório para aquele que
utiliza seus serviços e paga o
profissional.
15
Consulta Jurídica
DR. ANDRÉ STORNI
Advogado do Sindegtur / RJ atende aos associados
às quintas-feiras com hora marcada na sede do sindicato
O que diz a Lei sobre o transporte remunerado
realizado em veículos particulares
1 – Não existe previsão legal
na Lei nº 8.623/93 que dispõe
sobre a profissão de guia de
turismo e no Decreto nº 946/93,
que regulamentou a profissão
sobre a possibilidade do guia
de turismo realizar trabalhos
relativos ao transporte de turistas em veículos próprios.
2 – As atribuições regulamentadas pelo Decreto nº
946/93 estão elencadas no
artigo 2º do referido Diploma
Legal, sendo relevante notar
que não existe do dispositivo
qualquer situação semelhante.
3 – Apesar de não haver
proibição expressa na Lei nº
8.623/93 e no Decreto 946/93
sobre o Guia transportar turistas em veículos próprios, existe
legislação específica que regulamenta a matéria, ou seja,
o Decreto nº 87.348 de
29/06/1982 atribui o transporte turístico prestado com
a finalidade de lucro para o
deslocamento de pessoas em
veículos terrestres para fins
de excursões e outras programações turísticas somente
as empresas transportadoras
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ou agências de turismo com
frota própria de veículos, que
devem estar devidamente
cadastrados e autorizados pelo
Ministério do Turismo.
4 – O artigo 4º, do Decreto nº
87.348/82 assim estabelece:
“Observado o disposto no
artigo 6º, o transporte turístico
de superfície, em qualquer das
modalidades previstas no artigo
3º, somente poderá ser explorado
pelas empresas registradas na
EMBRATUR, na forma deste Decreto, em um dos seguintes tipos de
transportadoras turísticas:
I, II e III – omissos”.
Relevante também ressaltar o
§ 2º, do artigo 5º, do referido
Decreto, assim prevê: “As agências de turismo que não possuírem veículos terrestres e embarcações para turismo, ou que não
os possuírem em condições de
atender à demanda existente,
deverão, quando for o caso,
contratá-los com as transportadoras turísticas registradas na
EMBRATUR”
5 – Sendo assim, o presente
parecer é no sentido de esclarecer que o transporte turístico remu-
nerado é atividade exclusiva das
empresas transportadoras
e agências de turismo com
frota própria, sendo que
ambas devem ser registradas
na EMBRATUR para exercer a
atividade, inexistindo qualquer
previsão legal que ampare o
Guia de Turismo transportar
turistas em veículos particulares.
6 – Outrossim, deve ser
esclarecida aos Guias de
Turismo a responsabilidade
civil, criminal e administrativas aplicáveis no caso do transporte de turistas em veículos
próprios.
7 – Tais responsabilidades
podem ser resumidas no caso
de ocorrer algum acidente
automobilístico envolvendo o
turista transportado pelo Guia
em seu veículo particular, o qual
responderá civil e criminalmente pelo fato, além de sofrer as
sanções administrativas que
poderão ser aplicadas pelo
Ministério do Turismo ao Guia
de Turismo e a agência que o
contratou para exercer função
que não está autorizado por lei
a exercê-la.
Ecologia
Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006
Abricó-de-macaco
Foto: Neide Lee
ANDRÉ MICALDAS
Originária das Guianas e da Amazônia,
é muito utilizada no paisagismo
Couropita guianensis, Aubl.,
Família Lecythidaceae, Divisão
Angiospermae
Ocorre em toda região amazônica, nas margens inundáveis
dos rios. Pode atingir de 8 a 15 m
de altura. Sua floração ocorre de
setembro a março. Os frutos amadurecem de dezembro a março.
Apresenta caulifloria, ou seja, as
flores nascem do tronco e são
grandes e carnosas. Os frutos
vazios, servem como cuias.
Segundo alguns autores suas
sementes podem ser comidas
depois de assadas. Muito utilizada no paisagismo. É erradamente colocada em estacionamentos e
ruas com passagens de pedestres,
onde seus frutos podem provocar
estragos e acidentes.
Os primeiros exemplares na
Cidade do Rio de Janeiro foram
plantados no Jardim Botânico em
1931 na administração de Paulo
Campos Porto.
16
Guia de Turismo:
Participe,
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e a diferença!
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