JORNAL PAPEL DO GUIA 41 janfev2006
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JORNAL PAPEL DO GUIA 41 janfev2006
IMPRESSO Foto: Divulgação Cunard SINDEGTUR / RJ • Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006 Temporada de mega eventos Ronaldo Baerwald E o Sightseeing Volvo Ocean Race Show de Receptivo Queen Mary 2 O desafio de receber bem Choque de Ordem Espanta bandalhas Pág. 3 Pág. 8 Pág. 10 Pág. 12 Editorial ORDEM NA RUA E EM CASA O Choque de Ordem no setor turístico fluminense, uma reação aos assaltos nas vias expressas e a diversas outras irregularidades em todos os principais pontos turísticos da cidade, veio em boa hora e é um antigo anseio do setor. Entretanto, as blitzen de fiscalização tão oportunas e que surtiram resultados positivos trouxeram à tona uma questão até hoje não resolvida e que não pode continuar ignorada: a dos chamados driver guides ou guias-motoristas ou ainda moto-guias – guias de turismo que exercem transporte remunerado com seus próprios veículos. Estimulados pelas agências contratantes como uma alternativa para cortar custos, guias de turismo em todo o país investiram suas economias em carros de luxo - muitas vezes financiados pelas mesmas agências de turismo – e têm desenvolvido a atividade há pelo menos vinte anos. Entretanto, ambas as partes – agências e guias – ignoraram a legislação de trânsito que proíbe o transporte remunerado em veículos particulares (chapa cinza) não cadastrados para o turismo. Vários colegas vêm sendo multados. Em busca de uma solução, o presidente do SINDEGTUR/RJ reuniu-se com representantes do DETRAN, SMTU e DETRO. Depois de esclarecer aos representantes destes órgãos sobre a natureza do serviço desta categoria profissional, estes ventilaram uma possível saída para o problema, mas que depende de análise legal. O transporte feito por guias de turismo poderia ser incluído na categoria de fretamento. Ainda assim, os veículos deverão passar pelos mesmos processos de vistoria que aqueles que exploram serviços de transporte de passageiros no município e no estado do Rio de Janeiro. Como esta reunião não foi conclusiva, conclamamos aos inte-ressados que organizem uma comissão para atuar junto ao Sindicato, de forma a levarmos a questão aos nossos representantes políticos e às autoridades. Se você exerce a função de guia-motorista com veículo próprio, procure-nos. Sem a sua mobilização, a atividade acabará por ser banida definitivamente, com prejuízos para todos. Leia o parecer jurídico que se encontra nesta edição do Papel do Guia. Luiz Augusto Nascimento dos Santos Presidente do SINDEGTUR / RJ REG. Nº 3483 PUBLICAÇÃO DO SINDICATO ESTADUAL DOS GUIAS DE TURISMO DO RIO DE JANEIRO Rua Santa Clara, 75 • 13º andar • Cob. 01 • CEP 22041-010 • telefone (0xx21) 3208-1801 • Fo n e / Fa x ( 0 x x 2 1 ) 3 2 0 8 - 1 8 2 7 • e - m a i l s i n d e g t u r @ s i n d e g t u r. o r g. c o m . b r • Site: www.sindegtur.org.br • Horário de atendimento: de segunda a sexta-feira, das 10h às 13h e 14h às 18h PRESIDENTE: Luiz Augusto Nascimento dos Santos • VICE-PRESIDENTE e EDITOR DE IMAGENS: Mauro Rubinstein • SECRETÁRIA: Marcia Rabello • EDITORA e JORNALISTA RESPONSÁVEL: Neide Lee (matrícula JP27085RJ) • COLABORARAM NESTA EDIÇÃO: André Micaldas, Gerardo Millone, Milton Teixeira • DESIGN GRÁFICO E EDITORAÇÃO ELETRÔNICA: Kátia Regina Fonseca • TIRAGEM: 3.000 exemplares • IMPRESSÃO: Jornal do Commercio • PERIODICIDADE: Trimestral • DISTRIBUIÇÃO: Gratuita. Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006 2 Cristo Maravilha Um dos maiores símbolos do Rio de Janeiro – o Cristo Redentor – é um dos candidatos para as novas sete maravilhas do mundo. A seleção está sendo promovida pela New 7 Wonders Foundation, organização privada com sede na Suíça, com votação aberta ao público. Para figurar na seleção, as concorrentes têm de ser construídas pelo homem, concluídas até o ano de 2000 (quando começou a votação) e em estado aceitável de conservação. Os vencedores serão anunciados no dia 1 de janeiro de 2007. Foto: Neide Lee Para dar seu voto, acesse www.n7w.com OBITUÁRIO NAM HO LEE Mais conhecido como Mestre Lee, o guia de turismo coreano de nascimento e carioca por opção, faleceu aos 53 anos no dia seis de janeiro. Na despedida, família, amigos, e mais de 60 alunos de tae kon do homenagearam o mestre no cemitério Parque das Colinas em Itaipu, Niterói. 50% de desconto para Guias sindicalizados GRACE CAROLINE STORNI ROCHA Psicóloga – CRP 05/25339 Av. Amaral Peixoto, 479 sala 909, Centro, Niterói, RJ Largo do Machado, 29 sala 1008, Catete, RJ, tel. 9692-5058 – 3703-6809 e-mail: [email protected] Entrevista Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006 3 Foto: Neide Lee Ronaldo Carlos Baerwald Um recorde para o Guiness E le é veterano do sightseeing (excursões com apanha em vários hotéis) e opera o Rio by Night (jantar e show) seis vezes por semana em três idiomas com maestria. Com a média de 20 passageiros por noite, o guia de turismo Ronaldo Carlos Baerwald, 61 anos, calcula que já guiou 480 passageiros por mês, ou seja, 5.760 pessoas por ano. Como faz isso há 23 anos, cuidou de uns 132.480 turistas, somente à noite! Baerwald começou a trabalhar como guia em 1982, após ser despedido junto com metade dos funcionários do hotel Presidente, no Centro do Rio. “Há males que vêm para o bem”, – diz ao contar o episódio. Foi o seu caso. A fluência em inglês, espanhol e alemão ajudou o ex-recepcionista a se estabelecer na nova carreira. Seu início no sightseeing foi com a agência Brasil – Rio, seguida da Sulamérica (ambas extintas) até que em 1988 ingressou na Italbus Turismo, onde está até hoje. Geminiano e discreto, Baerwald se diz tímido. Mas ele faz da extroversão um exercício diário. Você não se cansa de contar a mesma história toda noite? – Não, porque as pessoas são sempre diferentes, e isso também se torna uma novidade para mim. Já aconteceu de um turista me perguntar: “Você se lembra de mim?”. Como é que vou me lembrar? A não ser que venha mais vezes, como uma alemã que fez by night em quatro anos diferentes. Cada excursão é um novo começo e nunca tem fim. Gosto e não me canso. Sigo a escala de serviços e trabalho mais a noite, mas também faço passeios como Corcovado e Ilhas Tropicais. trabalhar no turismo receptivo? – Tive várias oportunidades, mas o receptivo só funciona bem durante a alta temporada enquanto que o sightseeing dá trabalho o ano todo. Vide a temporada dos navios que vai de dezembro a março. Maravilha! Só que depois (na baixa) é ter de vender bala na praia. Qual é a maior dificuldade no sigthseeing que o guia precisa enfrentar? – Cumprir o horário de apanha nos hotéis. Essa é a realidade de todos os que fazem sightseeing. Cada minuto é contado. E tem sempre alguém atrasado porque está tomando café, ou teve de voltar para o quarto buscar a câmera, o voucher, foi ao banheiro, ou estava com o horário errado. A hora passa e nem sempre dá para esperar. Numa noite, tive de buscar 34 passageiros em 17 hotéis. Corri. Uns tinham jantar e outros não. Enquanto pus o primeiro grupo para comer, fui fazer o segundo apanha. No final, voltei ao restaurante, reuni a turma e fomos ao show. Os guias mais antigos sentem uma tremenda nostalgia dos anos 80. Quais são as suas lembranças dessa época? – Era a época de ouro! O câmbio era favorável e vinham muito mais turistas. Um outro nível de turista. Quando trabalhava no hotel Presidente, cheguei a vender dois talões de vouchers de excursões num só dia! Os turistas compravam apartamentos na Qual foi a experiência mais inusitada com turistas que você já teve? – De tantas, daria para escrever um livro: “Memórias de um Guia de Turismo”. Uma delas aconteceu durante a visita no Museu Imperial em Petrópolis quando uma cliente teve um ataque epilético e paramos tudo para socorrê-la. Você sabia que existem dois tipos de ataque epilético? (Explica ambos com detalhes). Outra vez foi depois de um by Night em que tive de ajudar uma espanhola a voltar para casa, pois ela não se lembrava mais onde estava hospedada. Percorremos a rua até que encontramos o porteiro que a reconheceu. No sightseeing você tem de ser mais do que guia, tem de ser artista! Você já teve vontade de cidade para passar as férias, investiam. Havia mais agências de sightseeing e mais shows na cidade. Tinha Beija-Flor sobe o Morro (Urca), Oba- Oba (Humaitá), Sambão e Sinhá (Tijuca), o da Watusi no Scala (Leblon). Não me esqueço daquele Rolls Royce na abertura do show dela, para mim, o melhor show internacional. Não vão mais fazer shows como aquele. E também havia um espetáculo no hotel Nacional em São Conrado. Que conselho você daria para um guia iniciante no sigthseeing? – Procurar não ficar nervoso (o que é normal) e descontrair. Olhar para o turista como seu amigo e cuidar dele como se fosse alguém da sua família. No final dá tudo certo. Congresso Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006 4 PROGRAMAÇÃO DIA 11 – QUINTA-FEIRA DIA 09 – TERÇA-FEIRA 08:00 às 09:00h Tema: Procedimento para a liberação de transporte turístico Palestrante: Dr. José Antônio Schmitt de Azevedo – Superintendente de Serviços de Transporte de Passageiros / ANTT 09:00 às 18:00h Credenciamento, entrega de materiais e novas inscrições 13:30h - City Tour 19:00h - Solenidade de Abertura 09:00 às 10:30h Tema: Fiscalização do Transporte Turístico Palestrantes: Sr. Luiz Carlos Tamanini – DETER Sr. Luiz Ademar Paz – Superintendente da Polícia Rodoviária Federal 21:00h - Jantar de Confraternização DIA 10 – QUARTA-FEIRA 08:00 às 09:00h Tema: Santa Catarina “Turismo o Ano Inteiro” Palestrante: Sr Flávio Agustini – Diretor de Planejamento e Desenvolvimento Turístico / SANTUR 09:00 às 10:00h Tema: Parceria entre Guias e o Turismo Rural Palestrante: Sr. Carlos Roberto Solera 11:00h - Excursão 10:00 às 10:30h - Coffee Break 10:30 às 12:30h Tema: Travel Medicine WorkShop: Foco no Guia e no Turismo Palestrante: Dr. Heverton Campos Menezes – Brasília 12:30 às 14:30h - Almoço 14:30 às 16:30h Tema: Parecer Jurídico para Criação do Conselho Palestrante: Dr. Adriano Zanotto – Presidente da OAB SC Tema: Criação do Conselho: Caminhos percorridos para o Registro do Conselho Nacional Palestrantes: Sr. Nilson José Goedert – Presidente do Conselho de Contabilidade de SC Sr. Marino Tessari – Presidente do Conselho Regional de Educação Física de SC 16:30 às 17:00h - Coffee Break 17:00 às 18:00h Tema: Segurança no Meio de Transporte Palestrante: Sr. Luis Augusto Nascimento dos Santos – Presidente do Sindegtur RJ 22:00h - Noite do Próximo Evento DIA 12 – SEXTA-FEIRA 08:00 às 09:00h Tema: Exercício ilegal da profissão por estrangeiros, quem fiscaliza e como é fiscalizado? Palestrante: Delegado Borges – Polícia Federal 09:00 às 10:00h Tema: Direitos dentro da lei perante o exercício ilegal da profissão Palestrante: Dr. Agilberto Serôdio – Advogado da Contratuh (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade) 10:30h - Excursão 22:00h - Comemoração ao “Dia Nacional do Guia de Turismo” com Mini-Oktoberfest 21:00h - Jantar de Encerramento – Leitura da Carta de Blumenau História Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006 5 Os 80 anos do Palácio Tiradentes MILTON DE MENDONÇA TEIXEIRA CADEIA Seis anos depois, a câmara, agora elevada à “Senado da Câmara”, mudouse para nova sede ao lado do “Arco do Telles”, no Largo do Paço, onde hoje está a “Tabacaria Africana” donde retornou em julho de 1790 após um incêndio criminoso naquela casa. Foi esta a cadeia que serviu de menagem aos personagens da “Conjuração Mineira”, onde todos foram reunidos entre 20 e 21 de abril de 1792. Dela saiu neste último Foto: Neide Lee N o dia 6 de maio de 2006 o Palácio Tiradentes, sede da Assembléia Legislativa Estadual do Rio de Janeiro e um dos patrimônios mais veneráveis de nossa cidade, completa 80 anos de sua inauguração. Aproveitando a data, elaborei um pequeno resumo histórico desde os primórdios do poder legislativo na Cidade Maravilhosa. Quando Mem de Sá, terceiro Governador Geral do Brasil, transferiu a cidade do Rio de Janeiro do morro Cara-de-Cão para o do Castelo, ordenou a construção da primeira sede da Câmara de Vereadores no novo sítio. Era um sobrado, o primeiro da cidade, tendo no térreo a cadeia e no andar superior a vereança. Logo esta casa, construída em taipa e pouco sólida, apresentou problemas estruturais e vários reparos foram executados, sem que estes fossem capazes de impedir a ruína do prédio. Começou, então, a formar-se no seio dos vereadores a idéia da transferência da casa para a várzea, até porque as principais autoridades da cidade para lá haviam se transferido. Em 1619 solicitou a Câmara de Vereadores um terreno ao lado da capela de São José. Tendo-o obtido, fizeram uma nova casa da câmara, térrea, e no mesmo ano para ela se transferiram. Erguida com material pouco sólido, sofreu inúmeras reconstruções e, por muito tempo, suas paredes foram seguras por pontaletes de madeira. Cem anos depois, teve-se início a uma construção mais sólida com projeto vindo de Portugal, um sobrado em pedra-e-cal, cujas obras arrastaram-se por muitos anos, finalmente concluídas pelo engenheiro militar José Fernandes Pinto Alpoim em 1751. No térreo funcionava a cadeia pública e açougue da cidade, ficando a vereança e tribunal ordinário no andar superior. desagradavelmente uma camisola de dormir. Representava-o, igualmente, barbado e cabeludo, atributos pilosos que à época, já se sabia que Tiradentes nunca os tivera. ABRE FECHA Inspirado no Grand Palais de Paris, a sede da ALERJ possui um museu que conta a história do Poder Legislativo no Brasil dia o Alferes Joaquim José da Silva Xavier, o “Tiradentes” (1746-92) para a fôrca, no Campo de São Domingos. Com a chegada da Família Real, em 1808, são os presos e a câmara desalojados para serem ali acomodados membros menores da nobreza e serviçais do Rei. Os detentos passam para o prédio do Aljube, antiga prisão eclesiástica, na rua do Aljube (hoje rua Acre). Os vereadores vão inicialmente para um sobrado na rua Direita, ao lado do “Estanco do Tabaco” (quase na esquina de rua do Ouvidor), mudando-se logo depois para uma casa na rua do Rosário e, finalmente, para a própria Igreja do Rosário, donde só saíram em 1825, já três anos depois da Independência, para sede própria levantada no Campo de Santana. Após a partida da Família Real, o prédio da velha “câmara-e-cadeia” foi convertida na sede da primeira Assembléia Nacional Constituinte, em 1823, tendo sido palco dos dramáticos episódios de novembro daquele ano, quando o jovem Imperador D. Pedro I mandou fechá-la sob ameaça de canhões. Funcionou dali por diante como Câmara de Deputados, sendo reformada muitas vezes, algumas já sob ameaça de desabamento. Durante todo o Império e princípios da República ali brilharam grandes homens cuja história enumera, em lista não pequena. De José Bonifácio, Antônio Carlos, Martim Francisco, até Afonso Arinos, Carlos Lacerda e Getúlio Vargas, nomes que fizeram a história do país nos últimos duzentos anos. GRAND PALAIS Continuou assim a ser usada na República, até que em 1920, já necessitando de inúmeros reparos, resolveu o Presidente da Câmara, Dr. Arnolfo de Azevedo, sua demolição e construção de novo edifício. Fez o projeto do novo edifício, batizado de “Palácio Tiradentes”, os arquitetos Archimedes Memória e Francisque Couchet, que se inspiraram no Grand Palais de Paris. Dum rebuscado ecletismo, onde não faltaram detalhes exóticos, como a imagem do Marechal Deodoro vestido à Romana, numa escultura do frontispício, bem como uma profusão de detalhes com “Fasces”, que eram pequenos troncos amarrados a um machado, utilizados de forma decorativa em vários elementos da fachada. Era no passado remoto o símbolo do Senado Romano, infelizmente convertido pelos radicais italianos em símbolo da ideologia “Fascista” depois de 1922. Quando foi inaugurado, em 1926, foi igualmente descerrada a imagem de Tiradentes, em bronze, colocado à frente do palácio, escultura de Francisco de Andrade, e que foi alvo de reparos à época, pois representava o Alferes Mór do Brasil muito velho, vestindo uma túnica de condenado que lembrava Fechado o Palácio pela Revolução de 1930, reabriu suas portas três anos depois para sediar a segunda Assembléia Nacional Constituinte da República, que elaborou nova e moderna constituição ano seguinte, bem como nela empossou o Presidente eleito pelo Congresso, Getúlio Vargas. Em 1937, seria novamente o Tiradentes fechado, agora devido ao golpe de 10 de novembro, que instaurou no Brasil a ditadura do Estado Novo. Ironicamente, tal governo foi instaurado pelo próprio Vargas, que agora se assumia um ditador. Por oito anos o prédio sediou o temível “DIP”, Departamento de Informação e Propaganda, órgão de censura da imprensa. Foi também o palácio utilizado para congressos e cerimônias cívicas. Com a redemocratização do país em 1945, nele deu-se a posse do novo Presidente José Linhares, bem como sediou nova Assembléia Constituinte no ano seguinte, funcionando normalmente como Câmara dos Deputados Federais até a transferência da capital federal para Brasília, em 1960. De 1960 a 1975, funcionou o Palácio Tiradentes como sede da Câmara de Deputados do Estado da Guanabara, alternando-se nessa função, algumas vezes, com o Palácio Pedro Ernesto, antiga Câmara de Vereadores, na Praça Floriano, que possuía instalações mais amplas para os escritórios dos Deputados guanabarinos. Com a fusão dos estados da Guanabara e Rio de Janeiro, em 1975, passou a sediar a ALERJ, Assembléia Legislativa Estadual do Rio de Janeiro, atualmente em sua sexta legislatura. Na mesma ocasião, reconstruiu-se o prédio existente nos fundos, antigo edifício do Ministério da Viação e Obras Públicas, para funcionar como anexo da Assembléia e escritório de trabalho dos Deputados. Hoje, no Palácio Tiradentes, além de suas funções legislativas normais, funciona um pequeno museu, contando as peripécias do Poder Legislativo no Brasil em cinco séculos de história. Carnaval Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006 6 Sambódromo 2006 Grandioso, mas desconfortável O que poderia ser feito no Sambódromo, segundo os guias de turismo, para melhorar o atendimento ao turista: Fotos: Neide Lee “Sinalização e locução oficial em três idiomas (português, inglês e espanhol) para que o turista não se sinta perdido. Uma polícia bilíngüe e uma variedade maior de lanches com sanduíches naturais e pipoca.” – Cleópatra Scouris Cartazes improvisados tentam orientar a multidão na saída do Sambódromo “Uma cobertura automática nas arquibancadas” – Eduardo Allende “A c e s s o a p r o p r i a d o ( n o s demais setores) para os deficientes físicos” – Guia que pediu anonimato M uito já foi feito, mas segundo os guias de turismo e agentes de viagens – freqüentadores assíduos do local – a infra-estrutura da passarela do samba ainda não consegue acompanhar o ritmo da evolução do maior show da Terra. A superpopulação nas arquibancadas (e a desorganização nelas quando chove), falta de sinalização adequada e as pouquíssimas (e caras) opções gastronômicas, foram quesitos que não evoluíram. A proibição do acesso dos guias feita por alguns fiscais nas arquibancadas ganhou nota negativa. O fato enervou o agente de viagens Milton Perelmann: – O turista chama o guia e ele não pode ir até o cliente. A permissão de transitar no local está escrita no verso da credencial de serviço do guia. Basta ler – Mas teve fiscal que não leu. Para a agente de viagens Teresa Ferreira, o alto preço do ingresso (do setor turístico e adjacências) não condiz com os serviços: – As instalações não têm rampa para deficientes físicos, o número de banheiros é insuficiente para o tamanho do público, as cadeiras das frisas estão quebradas. Enfim, não tem conforto para o turista. Enquanto isso, no viaduto São Sebastião, guias, agentes e transportadores, improvisavam no quesito conforto para agüentar as longas horas de recepção e embarque dos turistas e público em geral nos seus respectivos veículos. Veterano de muitos carnavais, o gerente da SAT Tours Marcelo Victorino levou seu próprio banquinho este ano. – Quando a madrugada chega, bate o cansaço e as pessoas começam a se sentar no meio-fio, muito desconfortável. – conta. “Melhor comunicação e assistência ao turista. A Prefeitura poderia contratar guias, que têm experiência para executar essa tarefa dentro e fora do Sambódromo. Diferenciar os setores por cores também ajudaria o turista a se localizar.” – Gerardo Millone “1º Maiores e melhores facilidades de acesso, 2º banheiros decentes, 3º conforto maior para os profissionais de turismo, desde maiores facilidades na aquisição de credenciais (menos burocracia) e mais respeito aos profissionais envolvidos.” – Efraim Schvaitzer “Um espaço destinado especialmente aos guias – que precisam descansar e ao mesmo tempo estarem atentos aos movimentos dos seus clientes ao longo da noite. Uma sinalização apropriada apontando a saída e a ampliação da saída em si. Saída para uma multidão com a largura de uma roleta não dá” – Guia que pediu anonimato “Permitir o acesso dos Guias às áreas reservadas aos turistas (para que este possa auxiliá-los) pelo menos durante o intervalo dos desfiles das escolas de samba.” – Pedro Landsberg “Mais saídas, principalmente de emergência” – Michael Sexauer ”Todos (clientes) se queixam do cansaço, pelo grande número de horas que permanecem assistindo aos desfiles. O ideal seria dividir a apresentação das escolas em três noites” – Antonio Abílio Coutinho “Na segunda feira estive na arquibancada sete com meu grupo. Chegamos cedo e todos ficaram bem acomodados. Quando voltei para dar uma olhada neles durante a metade da apresentação da segunda escola pude observar uma superpopulação da arquibancada. Foi uma reclamação de todos do grupo. Disseram que no lugar onde deveria caber uma pessoa, estavam três” – Heiko Hoelters “A construção (podendo ser montada e desmontada se for o caso) de uma escadaria (para diminuir a altura dos degraus) na passagem da arquibancada, para evitar acidentes que de vez em quando acontecem. No domingo de Carnaval, quando começou a chover forte, a maioria tentou sair correndo para se proteger e os velhinhos não conseguiam subir com agilidade, pois os degraus são altos demais e as pessoas foram empurrando, até que aconteceu o pior: uma senhora levou um tombaço feio”. – Jacqueline Lavocat Cotidiano Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006 City Tour NA VERTICAL A excursão estava passando em frente ao Cemitério Vertical do Memorial do Carmo, no Caju, zona portuária do RJ, quando o português vê o local. Curiosíssimo, ele não resiste e pergunta à guia: Ó menina! Vocês aqui enterram os gajos de pé? SAPATO 1 Era sua primeira vez em Portugal e deixou o par de sapatos no sapateiro para lhe trocasse os saltos. Ao voltar no dia seguinte para buscá-los, a surpresa: os saltos eram os mesmos, velhos e gastos. – Mas eu não pedi para que o senhor trocasse os saltos? – Mas eu troquei! Pus o esquerdo no direito e o direito no esquerdo! A senhora me pediu para trocá-los e não para substituí-los! SAPATO 2 Estava olhando a vitrine de uma sapataria em Lisboa quando gostou de um sapato. Entrou e pediu ao vendedor, apontando para o modelo. – Gostaria de um daqueles. – Não vendemos, disse o vendedor. – Como não? – Só vendemos o par. SAPATO 3 Havia feito a mala às pressas e viu que precisava urgentemente de sapatos novos. Pegou um táxi e pediu ao motorista que o levasse à sapataria mais próxima. Depois de um longo percurso, chegaram na loja. Estava fechada. Era feriado. – Por que não me disse que hoje é feriado? – O senhor não me perguntou – respondeu o gajo dando os ombros. CHECK IN Chegada de um grupo no hotel. Eram umas 40 pessoas. Na ficha de registro, os campos de praxe a serem preenchidos: nome, profissão, número do passaporte, idade, endereço, telefone. Tudo ia muito bem até o endereço. Nele escreveram: Hotel Miramar. Olhares incrédulos entre a recepcionista e a guia. – Senhores, é para escrever o endereço da vossa residência – explicou a guia. – Endereço? Daqui ou de Portugal? – Indagou o grupo em coro. O Rio de Janeiro possui nove estátuas eqüestres (conta do professor Milton Teixeira), mas você já notou que cada cavalinho tem as patas de um jeito? “Quando o cavalo da estátua eqüestre de um general está com ambas patas dianteiras levantadas, isso significa que o general morreu no campo de batalha; quando uma das patas dianteiras está no chão, o general morreu de ferimentos recebidos em combate; quando todas as patas estão no chão, é provável que o general tenha morrido na cama.” Foto: Mauro Rubinstein Humor CENAS LUSITANAS VIVENCIADAS PELOS GUIAS CHEQUINHO Ainda no check-in. A guia, ocupadíssima com inúmeros pedidos do grupo se depara com um turista português, desesperado por atenção. Antes de se virar, ela gentilmente diz: – Só um minutinho que já falo com o senhor. Deixa passar esse check-in. – Chequinho? De jeito nenhum! Já paguei tudo e não vou dar mais nenhum chequinho! – esbravejou. DIFERENÇAS Queixa de uma portuguesa para a guia: – o autoclismo da casa de banho do meu quarto não está a funcionaire. – O que é isso? – Autoclismo, menina (fazendo o sinal de descarga) – Ah! A descarga! – Isso é o que fazemos antes – diz ruborizada uma outra. 7 Estátua eqüestre do General Osório na Praça XV Do livro: Fama e Anonimato de Gay Talese - Cia das Letras Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006 Especial 8 Os Guias na Volvo Ocean Race Foto: Divulgação O s ventos que trouxeram os veleiros da maior regata do mundo também incrementaram o turismo receptivo no Rio de Janeiro na quarta etapa da competição. Trinta e nove guias de turismo contratados pela agência Way to Go atenderam 1.200 convidados da Volvo, maior patrocinadora do evento. Quem mais comprou caminhões, ônibus, motores aéreos e industriais da marca Volvo ganhou a viagem com tudo pago. Os melhores clientes formaram 37 grupos de diversas partes do mundo. A maioria veio dos países nórdicos – Noruega, Dinamarca e Suécia – os demais convidados dos Estados Unidos, Alemanha, França, Bélgica, Espanha, Grécia, Sérvia-Montenegro e países do Oriente Médio. O Brasil I não teve sorte em casa, mas a torcida continua modelos de carros e caminhões de luxo. Um grupo de árabes experimentava o conforto dos veículos. – Um deles tem uma fábrica de cimento e possui 120 caminhões, outro é distribuidor de combustíveis, com 85 caminhões. – contava o guia Lido Fakhri – Eles foram convidados, mas nem sabiam da regata. Quando expliquei o evento um deles me perguntou onde estava o veleiro da Volvo (!). café em São Conrado. Tochas na entrada, coquetel, iluminação âmbar, menu impresso (também em outros restaurantes), arranjos florais, toalhas de mesa e capas de cadeira estilizadas demonstraram a preocupação com cada detalhe. INVASÕES BÁRBARAS Duzentos e cinqüenta noruegueses compraram muitos caminhões. – São alguns dos melhores clientes da Volvo, só um deles tem uma frota com 600 caminhões, com alguns modelos de um milhão de dólares – contou o TL (Tour Leader, guia que acompanha o grupo durante a viagem) Mathias Larsson. Renato Costa assiste à regata a bordo do catamarã Apolo Enquanto alguns grupos vieram, passearam e foram embora depois de assistir a regata na Baia de Guanabara no dia 25 de março, outros chegaram, passearam e assistiram a largada dos veleiros no dia dois de abril rumo a Baltimore, EUA, e continuaram a passear. Os grupos foram acomodados em quatro hotéis da orla de Copacabana e um em Ipanema. Visitaram o Pão de Açúcar e o Corcovado, a Floresta da Tijuca em jipes e as Ilhas Tropicais. Cada grupo teve sua programação em dias e horários alternados para evitar superlotação nos atrativos turísticos e restaurantes. Entre um passeio e outro, a indispensável visita ao stand da Volvo na Marina da Glória, imenso e sofisticado, com os últimos Na programação noturna, jantares. Para os grupos maiores, uma festa de carnaval com direito a fantasia e desfile de verdade, também. A quadra de uma tradicional escola de samba foi produzida em alto estilo para servir o jantar de 250 pessoas e apresentar um show com passistas, percursionistas, ritmistas e fantasias luxuosas. Nas mesas, arranjos inspirados nos dias de Momo e leques com as letras das músicas (em português, como deve ser) das escolas de samba concorrentes da noite. O ensaio da coreografia para ajudar na digestão foi feita pelos próprios guias! Profissionais ecléticos e de múltiplas funções, os guias deram um show de animação contagiando os clientes, que apesar de desajeitados, se divertiram um bocado. Na última noite, jantar de gala na sede de uma antiga fazenda de Fotos: Neide Lee SONHO DE TURISTA Longe do frio cortante e das boas maneiras do Primeiro Mundo, esse seleto grupo não largava o copo, ou melhor, a garrafa. Embriagados, viviam perdendo seus pertences, valores e até passaportes, que eram encontrados por alguém conhecido ou pelos próprios no dia seguinte, ou dias depois. No final do segundo dia, os guias decidiram poupar a voz e disseminar menos conhecimentos durante os passeios, pois – eles bebiam muito e falavam alto o tempo todo. Não queriam saber de história, e sim da vida da vizinha, ou melhor, da filha dela – explicou o coordenador e guia Carlos Almeida. Os noruegueses foram eleitos os reis da baixaria. Inconvenientes, assediavam as guias, que se esforçaram para ignorá-los, prática impossível na maioria das vezes. Despudorados, eles trocaram de roupa na área de eventos do hotel, espantando as recepcionistas e atraindo os seguranças. E fizeram o mesmo no passeio às Ilhas Tropicais. Durante o passeio de barco, um deles se atirou na baía de Sepetiba, depois de fingir que havia sido puxado com muita força pela mão por uma das dançarinas, que junto com um trio de músicos, animava o passeio. A escuna já estava há mais de O guia de turismo José Valente mostra aos passistas nórdicos como se cai no samba Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006 9 Foto: Luiz Augusto Parte da equipe de guias que fez do evento um grande sucesso operacional sariam por Foz de Iguaçu e Curitiba (onde a Volvo tem fábrica) e a Varig cancelava um vôo a cada dez sem nos avisar. Isso me fez passar horas tentando acomodar os passageiros em outras companhias aéreas, que a partir de 70 pessoas, só aceitavam reservas individuais – desabafou Xavier, indignado. MAU VENTO Brasil I segue para a próxima etapa da regata em Baltimore, EUA 100m de distância e teve de retornar para buscá-lo – Nunca vi nada igual! Sorte a dele que não havia nenhum navio passando por ali – disse espantado o capitão do barco. Os dinamarqueses foram eleitos a segunda turma da pesada. – Eles fizeram de um hotel chiquérrimo, uma borracharia – concluiu o guia Celso Rubinstein que foi chamado pelo dono do Ipanema Plaza para ajudar a conter um grupo que não parava de “afogar” móveis na piscina. No hotel Pestana, em Copacabana, alguns beberam tanto que tiveram de ser carregados pelos seguranças até o quarto. Outros tropeçaram e quase atravessaram a porta de vidro de entrada do hotel. O desfile com as novas ‘namoradinhas’ havia virado cena comum. Nos extras, a cobrança de um aparelho de tv quebrado pelo hóspede. PRÉ E PÓS Para atender bem a tanta gente, a Way To Go agendou os guias – mais experientes na maioria – com um ano e meio de antecedência. Todos os demais fornecedores como hotéis, ônibus (preferencialmente Volvo!), restaurantes, catamarãs, serviços de decoração, rádios, etc. também foram reservados no mesmo período. O coordenador geral do evento Michael Sexauer contou que os tour leaders da Hansen (agência oficial do evento), admitiram que qualidade e o profissionalismo dos guias e dos serviços do Rio superaram a dos da Galícia, Espanha, de Melbourne, Austrália, e da Cidade do Cabo, África do Sul, cidades das etapas anteriores da regata. Para o diretor de operações da Way To Go Marcos Xavier - os tour leaders deram muito trabalho no início. Eles chegaram defensivos e quiseram fazer as coisas do jeito que eles achavam que era melhor, mas aos poucos foram se desarmando – contou. A Way To Go começou o planejamento do evento há dois anos. Nesse período, os mesmos grupos tiveram seus nomes mudados inúmeras vezes, assim como os nomes das listas de reservas de hotéis, programas, itinerários, menus e vôos até a véspera do evento. – Como se não bastasse, as alterações no programa continuaram quando os clientes já estavam no Rio, pois todos os grupos pas- Às vésperas de embarcar, um dos noruegueses passou mal e foi levado imediatamente pela guia Andréa Santucci à Clínica São Vicente, na Gávea. O terceiro diagnóstico não deixou mais dúvidas: era meningite meningocócica. As autoridades sanitárias foram avisadas, as companhias aéreas e o grupo com quem o doente teve contato. A agência Way To Go se dispôs a pagar o tratamento médico dos guias, se necessário. Especial Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006 10 Os Guias no Queen Mary 2 Fotos: Neide Lee A inda estava escuro quando o gigante de 342 metros de comprimento e tão alto quanto um prédio de 28 andares atravessava as águas da baía de Guanabara no dia três de abril. Enquanto isso, 160 guias de turismo da SAT Tours se preparavam para a mega operação com quatro mil passageiros do maior transatlântico do mundo. Ao amanhecer o pátio do cais do porto estava repleto de ônibus, vans e carros. No pátio de estacionamento do aeroporto internacional Galeão – Antonio Carlos Jobim, uma cena parecida. No cais, os guias começavam a chegar e assumir suas funções – de coordenação, direcionamento, excursão, transfers e de cuidado das malas. No aeroporto, outra equipe de guias com funções parecidas: coordenação, transfers com excursões ou somente transfers e cuidado com malas. Quem ia nos ônibus ou vans checava a limpeza e o funcionamento dos microfones. outros guias. Os passageiros embarcavam num ônibus com ar condicionado em direção a um hotel cinco estrelas onde estariam confortavelmente instalados até o final do dia (day use). No horário do transfer out, guias supervisionavam o embarque nos ônibus e os acompanhavam até o aeroporto, mostravam onde pegar as malas e aguardavam pelo término do check-in para dar tchauzinho e desejar boa viagem. FULL DAY Os preparativos no pátio do estacionamento antes do início das excursões No navio, ingleses e americanos, a maioria na terceira idade, tomavam café da manhã. Muitos já haviam feito as malas e recebido de volta os passaportes. A “Amigos Guias de Turismo, venham fazer seu cadastro conosco” viagem chegava ao fim e iriam desembarcar. As camareiras estavam ansiosas. Tinham pouco tempo e muito trabalho para limpar centenas de cabines que receberiam os novos passageiros que iniciariam a viagem naquela tarde. DIRECIONAIS Do desembarque do navio até o embarque nos ônibus estacionados no pátio do cais, guias posicionados estrategicamente mostravam o caminho, apontando os perigos do piso irregular e cheia de buracos. Quem chegava para embarcar, encontrava outros guias que apontavam o check-in, e outros que mostravam o armazém vizinho ao cais para onde a bagagem – identificadas e com número da cabine – tinham de ser entregues. No local, mais guias. DAY USE CD´s, DVD´s de músicas, shows e cinema Rua Gonçalves Dias, 30 - Loja - Centro - RJ (AO LADO DA CONFEITARIA COLOMBO) - Tel. (21) 3970-6917 Rua Visconde de Pirajá, 602 - Loja B - Ipanema - RJ Tel. (21) 2274-8908 Enquanto isso, no cais do porto, guias aguardavam pelos grupos que ficariam apenas por algumas horas na cidade. Os passageiros saíam aos poucos, acompanhados pelos maleteiros que traziam a bagagem. As malas eram postas num caminhão e transportadas até o aeroporto onde seriam recebidas por Posicionados em frente aos ônibus estacionados no pátio do cais, os guias das excursões embarcavam passageiros nos ônibus para levá-los ao Corcovado e Pão de Açúcar. No roteiro, visita à Catedral Metropolitana e passagem por atrativos históricos. Praias no caminho para almoço numa churrascaria na Barra. Fim do passeio no porto para uns e no aeroporto para outros. GRUPOS FECHADOS No cais, guias aguardavam grupos fechados (grupos com programas específicos) que ficariam na cidade por alguns dias. Esses guias são responsáveis pela execução destes programas especiais previamente contratados. AIRJ Ainda de manhã, no aeroporto internacional do Galeão – Antonio Carlos Jobim, guias com as placas da Cunard, empresa de navegação, dona do Queen Mary 2, aguardavam passageiros procedentes das principais cidades dos Estados Unidos e da Inglaterra. A espera é longa até o desembarque dos passageiros. Quando eles começam a sair aos poucos são acompanhados pelos guias até os ônibus. O bagageiro parece pequeno para acomodar tantas malas. São duas a três por pessoa. Nenhum exagero para quem viaja de navio. Direto para o cais? Não antes das 11h. Para matar o tempo e entreter o grupo, um passeio panorâmico pelo Centro. Especial MALAS No porto, guias orientavam maleteiros para o embarque das malas, enquanto outros auxiliavam na separação da bagagem de quem havia desembarcado. Uma parte iria para hotéis, outras, para o aeroporto. No aeroporto internacional, uma equipe aguardava pelo caminhão que trazia as malas dos passageiros que desembarcaram do Queen Mary 2. Cada uma delas saiu do transatlântico identificada, com um código de cores e números. Os guias, com o auxílio dos maleteiros, reuniam as malas dos respectivos donos nos carrinhos, que eram direcionados para setores diferentes e em diversas companhias aéreas. HOTEL No Sheraton (um dos principais hotéis utilizados para os turn around – troca de passageiros), um desk com telefone, listas de nomes, e vários guias. Alguns guias dão assistência aos grupos que vão sair do hotel e embarcar no Queen. Enquanto isso, outros aguardam pelos passageiros que desembarcaram do transatlântico para usufruir o day use – praia, piscina, sauna, três restaurantes e um bar – com direito a transfer para o aeroporto à noite. VIPS Nove guias em nove ônibus levaram 300 membros dos Captain’s Club para um super evento na Mansão das Heras no Alto da Boa Vista na noite do Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006 dia três de abril. Era um jantar especial, com um show de samba exclusivo, num lugar único. Um dos coordenadores, Mauro Rubinstein chegou bem antes para se certificar dos detalhes. A retirada dos cinzeiros das mesas e o aumento da iluminação na entrada foram alguns dos pedidos imediatamente atendidos. Segundo o outro coordenador, Fernando Casariego, a noite foi mágica! – A mansão era especial e estava muito bem decorada, com arranjos florais lindíssimos. O desembarque dos convidados, assim como o embarque, foi ordenado e sem atropelos. A equipe da Open House fez um ótimo trabalho dando um atendimento de qualidade aos convidados. O jantar estava delicioso. Um show de samba e carnaval assinado por Renato Barcelos encantou a platéia que acabou fazendo parte do espetáculo. Os jardins da mansão ganharam um toque de brilho com o colorido das fantasias. A empolgação das passistas e ritmistas, que esbanjaram charme e energia, completaram a magia da noite. PARTIDA Na manhã do dia quatro, as excursões saem cedo. O número de ônibus no pátio é menor. No final da tarde, os últimos passageiros embarcam no cais. Os guias se despedem. A mega operação foi um sucesso! O pátio está vazio. Às 17 horas as buzinas do trânsito intenso da Praça Mauá são silenciadas pelo apito de despedida do Queen Mary 2. 11 O maior transatlântico da atualidade visitou o Rio duas vezes nesta temporada A OPERAÇÃO DA SAT TOURS EM NÚMEROS Desembarque: 1700 passageiros Embarque: 1600 passageiros Em trânsito: 700 passageiros Veículos de turismo: 64 ônibus, 18 vans e 4 micros Guias de turismo: 160 TEMPORADA 2005/2006 Segundo dados da TurisRio, o Rio de Janeiro totalizou 118 atracações com 188.695 passageiros, a esse número, soma-se mais 40% de tripulantes. Uma pesquisa mostrou que 80% das tripulações gastam em torno de U$72 por dia nas cidades que chegam, enquanto que a despesa dos turistas gira em torno de U$104 diários. Segurança Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006 12 Choque de Ordem O SINDEGTUR / RJ participa da Operação Fotos: Divulgação TurisRio A convite da Secretaria de Segurança e da TurisRio, o SINDEGTUR / RJ participou da Operação Choque de Ordem, ação coordenada com outros órgãos do poder público para coibir as irregularidades nas áreas turísticas nos meses de janeiro e fevereiro. Os guias de turismo apresentaram o menor índice de práticas irregulares (9.4%), seguido de veículos (20,38%), transportadoras (22,33%) e agências de viagens (23,5%). Pão de Açúcar, Corcovado, Cais do Porto, os aeroportos Galeão – Antonio Carlos Jobim e Santos Dumont, e a Rodoviária Novo Rio foram os principais locais fiscalizados. Participaram da força-tarefa: as delegacias da 9ª DP da Urca, 7ª DP de Laranjeiras e Santa Teresa, 1ª DP da Praça Mauá, Galeão, 5ª DP da Lapa e Centro e da 4ª DP da Estação Rodoviária, Batalhão de Policiamento Turístico (BPTur), Delegacia de Atendimento ao Turista (DEAT), Divisão de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), Instituto de Pesos e Medidas (IPEM), Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran), Guarda Municipal, Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU), CET-RIO, Detro, Secretaria de Ação Social (SMAS), Corregedoria do Detran e a Fundação da Infância e Adolescência (FIA). de domingo às 8:30h por dois homens armados na floresta da Tijuca enquanto subia de carro em direção ao Corcovado. O SINDEGTUR/RJ louva a iniciativa da Secretaria de Segurança e da TurisRio e pede a continuidade das operações para inibir a criminalidade que tanto prejudica a imagem do Rio de Janeiro e o exercício da cidadania de seus habitantes. CONTE COM A BPTur A operação foi desencadeada depois do assalto a 33 ingleses que desembarcaram na cidade em janeiro e tiveram o ônibus interceptado no Aterro do Flamengo a caminho do hotel. GUIA DE TURISMO: PROFISSÃO DE RISCO Para receber os turistas, os guias precisam ir ao aeroporto e atravessar a cidade, muitas vezes de madrugada. Para passear com os grupos, enfrentam o clima de insegurança no asfalto de uma cidade cercada por morros e desequilíbrio social. Em menos de dois meses, outros guias foram vítimas de ações criminosas como L.A., que foi surpreendido numa manhã O secretário estadual de turismo Sérgio Ricardo ao lado de um táxi irregular apreendido Uma escolta policial nos traslados pode ser solicitada ao Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPTur). Os pedidos serão analisados e devem ser feitos com 48h de antecedência pelo e-mail: [email protected] , ou pelo fax: 3399-7560, com cópia para a Turis Rio no endereço [email protected] SALDO DO CHOQUE DE ORDEM Abordagens Irregularidades Transportadoras Agências Veículos Guias Embarcações TOTAL GERAL % Irregularidades 385 200 412 351 26 86 47 84 33 13 22,33 23,50 20,38 9,40 50,00 1.374 263 19,14 EMERGÊNCIA DEAT: 3399-7170 e 3399-7174 • Inspetor Ricardo: 9988-5717 Delegacia AIRJ: 3399-6421 Há 15 anos atuando no segmento de aluguéis de transportes para turismo e empresas no Rio de Janeiro, oferecendo um atendimento diferenciado, com qualidade e responsabilidade para que nossos clientes possam ter um conforto único. Rua Joana Nascimento, 147 Frota composta por micro-ônibus, Bonsucesso - Rio de Janeiro vans e carros executivos Tel. (21) 2270-7396 - Fax (21) 2290-5599 equipados com ar condicionado, E-mail: [email protected] Site: www.transpakturismo.com.br som ambiente, DVD e frigobar. Agentes da TurisRio abordam van com placa cinza na praça São Judas Tadeu, no Cosme Velho Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006 Segurança 13 Conheça o GAT da Guarda Municipal Ele pode te ajudar Foto: Divulgação da para dar apoio na segurança de comitivas de chefes de estado e representantes estrangeiros que vêm ao Brasil. Entre os 5.606 guardas do efetivo total da Guarda Municipal do Rio, 115 pertencem ao Grupamento de Apoio ao Turista. Um dos pré-requisitos para fazer parte dessa unidade é ter conhecimento em, pelo menos, uma língua estrangeira. Mas a maioria dos guardas fala as duas línguas mais comuns usadas no continente americano: inglês e espanhol. Entre os integrantes do GAT, 41 falam fluentemente inglês e 22, o espanhol. Outros 45 têm noções básicas de inglês (15), espanhol (15) e as duas línguas (15). Com Ana Beatriz Fafiaes da Assessoria da Guarda Municipal CONTATO As agências de viagem podem solicitar a presença desses profissionais com idiomas específicos para dar apoio aos grupos de turistas. A viabilidade operacional será avaliada antes de atender o pedido. Os contatos podem ser feitos na sede do GAT, pelo telefone: 2536-2481. ATENÇÃO GUIAS E AGENTES DE VIAGENS À esquerda, Jacques Tobianah fala hebraico, Juliana Stavrakoglou, grego e André Aguiar estuda alemão O Grupamento de Apoio ao Turista da Guarda Municipal foi criado em 1994 para oferecer um serviço de qualidade a turistas nacionais e estrangeiros, aliando segurança, orientação e bom atendimento a visitantes. Divididos em dois turnos, os guardas do GAT atuam diariamente das 7h às 19h patrulhando uma série de pontos turísticos, como Corcovado, Praia de Copacabana, Museu Internacional de Arte Naif, Píer Mauá, além de aeroportos e rodoviária. Visando os Jogos Pan-Americanos de 2007, a GM-Rio – em parceria com a Secretaria Municipal de Turismo/Riotur e a Subsecretaria de Seleção e Aperfeiçoamento Funcional – está promovendo um curso que, até maio de 2007, irá capacitar 1.500 guardas que atuam em áreas turísticas e em pontos que vão receber provas do Pan. Para atender ao turista estrangeiro, a GM-Rio mantém guardas bilíngües – a maioria formada em inglês e espanhol – em pontos turísticos e no patrulhamento de grandes eventos, como o Carnaval e o Reveillon. Segundo o inspetor Ailton Ramos, comandante do Grupamento de Apoio ao Turista, a Guarda é muito solicita- Serviço de transporte turístico e executivo de qualidade e bom atendimento desde 1991. Frota com 20 veículos equipados com ar condicionado, som ambiente e microfone. Rua Castelo Branco, 35 Penha • RJ • CEP 21072-480 Tel.: (21) 2561-0418 • Fax: (21) 2561-1150 E-mail: [email protected] Site: www.furglaineservice.com.br A Guarda Municipal é um órgão do município, ligado às prefeituras de cada cidade. O BPtur é um órgão estadual e portanto subordinado à Secretaria de Segurança Pública da respectiva unidade da Federação. CARIOCA MARAVILHA Reiniciou em 06 de março de 2006 e, até o momento, já foram doados 4.500 quilos de alimentos A campanha beneficente Carioca Maravilha, de iniciativa da Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar, retornou no dia 06 de março de 2006 e já arrecadou mais de 4.500 quilos de alimentos não perecíveis. De 06 de março a 9 de abril as doações serão destinadas à Casa de Apoio à Criança com Câncer. A campanha estará em vigor até 2 de julho de 2006. Durante a Campanha, o nascido ou o morador do Estado do Rio de Janeiro obtêm 50% de desconto no preço do ingresso do Bondinho do Pão de Açúcar. Para participar, os nascidos devem apresentar documento de identificação com foto e os moradores documento de identificação com foto e comprovante de residência com o mesmo nome da identificação. Para nascidos e moradores solicitamos a doação de 1Kg de alimento não perecível por pessoa. A Cia. Caminho Aéreo Pão de Açúcar recomenda ao visitante que adquira o alimento para a doação com antecedência e nos locais que melhor lhe convier, evitando assim a aquisição de última hora e a prática de preços abusivos por pessoas oportunistas. Preços durante a Campanha: R$ 17,50 acima de 12 anos; R$ 8,00 de 6 a 12 anos; entrada gratuita abaixo de 6 anos. Curtas Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006 14 Foto: Neide Lee o Copa não disponha de espaço para mostrar tudo isso ao público. AULAS NO COPA 3 “O antigo cassino do Copacabana Palace está sendo minuciosamente restaurado e será reinaugurado daqui há três meses para palestras, casamentos, festas e convenções. Um fino teto original em estuque foi encontrado depois de passar 60 anos encoberto por um rebaixamento ordinário de gesso” – conta Milton Teixeira. PARABÉNS Foto: Neide Lee Sempre conectado, Isaac Moreno inaugurou mais uma loja em Copacabana. Fica na Rua Xavier da Silveira, 13. AULAS NO COPA O Diretor Geral da Orient Express Philip Carruthers fez parte da platéia do ciclo de palestras ministradas pelo professor Milton Teixeira sobre o Copacabana Palace em março no próprio hotel. O evento fazia parte do programa de treinamento dos funcionários liderados por Ricardo Verzola. AULAS NO COPA 2 Com isso, o professor Milton teve o privilégio de ver algumas preciosidades do acervo como a roleta da sala de jogos, fotos, discos, cartazes, o Livro de Ouro com diversas dedicatórias célebres. Entre as inúmeras relíquias, um trenzinho elétrico que pertenceu a Jorginho Guinle. Pena que • À Leonardo Da Vinci pelos seus 54 anos. A livraria mais tradicional da cidade passou por obras de ampliação e fica na Av. Rio Branco, 185, no Centro do Rio. • Ao Hotel Marina All Suítes, primeiro hotel butique do Rio, que entrou para o guia de hospedagem de luxo Condé Nast Johansens, publicação conceituadíssima na Europa e Estados Unidos. • Ao Museu Histórico Nacional pelo certificado de acessibilidade nota 10 dado pela Comissão de Defesa da Pessoa Portadora de Deficiência da Assembléia Legislativa do Rio. • À Clínica Galdino Campos, eleita para cuidar dos Rolling Stones e equipe na ocasião do mega show nas areias de Copacabana. JARDIM BOTÂNICO Quem for visitar o Jardim Botânico pode também comprar as entradas via Internet no site www.ingresso.com Concentrados, guias de turismo apreciavam a riqueza de detalhes apresentadas pelo professor Milton Teixeira ARQUITETURA MODERNA O diretor de capacitação do SINDEGTUR/RJ Milton Teixeira proferiu três palestras sobre arquitetura brasileira – do fim do ecletismo ao estilo da atualidade – em março na sede do sindicato. Na última aula, um passeio a pé pelo Centro com visita à algumas obras de renomados arquitetos. As aulas, com mais de 100 inscrições, foram um sucesso! CENTRO CULTURAL TOM JOBIM Eventos e apresentações musicais irão animar o espaço que fica no Jardim Botânico, uma das áreas verdes favoritas do saudoso Maestro a partir do dia 17 de abril. NOVO ROTEIRO NO JB Árvores e plantas nativas ganharão placas explicativas ao longo dos 600m do Caminho da Mata Atlântica, trilha que irá desembocar no Jardim dos BeijaFlores. O roteiro deve ficar pronto até junho. EXPOSIÇÃO “D. Maria I, louca ou piedosa?” é tema da exposição que fica até 26 de abril, das 12 às 19hs, na Grande Galeria do Centro Cultural Cândido Mendes, situado na Praça XV, 101, no Centro. A Rainha de Portugal serviu de inspiração para as obras de 15 artistas. Mais informações em www.ucam.edu.br/cultura DEVOÇÃO A escadaria do convento de Santa Teresa, ricamente ornamentada com azulejos de diversas partes do mundo pelo artista Selaron, ganhou mais três peças exclusivas. O presente foi do guia de turismo Gerardo Millone que em recente viagem à Buenos Aires, passou na loja “El Museu Del Azulejo” e adquiriu dois de “Nuestra Señora de Lujan”, a Virgem padroeira da Argentina e um de “La Casa del Camino”, muito utilizado nas portas das casas de campo portenhos. CAMINHOS DO POETA Casimiro de Abreu – um dos maiores pólos de turismo ecológico do Estado do Rio e uma das áreas mais preservadas do país – ganhou um circuito para quem gosta de fazer caminhadas. Com dez quilômetros de extensão, a trilha integra o projeto das Caminhadas Populares da Associação Brasileira de Turismo Rural (Abraturr-RJ), com sede na Rodovia Serra-Mar, que liga Casimiro de Abreu a Nova Friburgo. A trilha permite a participação de pessoas de qualquer idade e até de deficientes físicos. Existem outros seis circuitos de caminhada no Estado do Rio: Galo Vermelho (Vassouras), Jurubatiba (Quissamã), Madalena (Santa Maria Madalena), Aranda (Teresópolis) e Palmares (Paty do Alferes). Maiores informações: (22) 2778-5330. Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006 Legislação Reinauguramos essa coluna para você – guia de turismo – com as dúvidas mais freqüentes. Mande sua pergunta para [email protected] “Presto serviços para uma agência há anos e agora ela insiste que preciso abrir minha própria empresa para continuar a receber serviços como guia. O que diz a lei? Eu não gostaria de ser empresário e ter de arcar com todos os encargos” A prática adotada pela agência não pode ser imposta ao guia. A questão de se abrir uma empresa tem que ser de interesse do guia. Abrir uma empresa para atender uma agência não é viável financeiramente para o profissional. A prática adotada por algumas agências é uma forma de burlar a legislação trabalhista e tentar se esquivar de responsabilidades do mesmo gênero, quando existem os requisitos básicos para se considerar o vínculo de emprego, que são: habitualidade, pessoalidade, subordinação e salário. Preenchido esses requisitos, não há como se esquivar da relação trabalhista. “Uma agência descontou o INSS do meu pagamento. Ela pode fazer isso, mesmo me considerando como autônomo?” O desconto do INSS do profissional liberal ou autônomo é obrigatório para aquele que utiliza seus serviços e paga o profissional. 15 Consulta Jurídica DR. ANDRÉ STORNI Advogado do Sindegtur / RJ atende aos associados às quintas-feiras com hora marcada na sede do sindicato O que diz a Lei sobre o transporte remunerado realizado em veículos particulares 1 – Não existe previsão legal na Lei nº 8.623/93 que dispõe sobre a profissão de guia de turismo e no Decreto nº 946/93, que regulamentou a profissão sobre a possibilidade do guia de turismo realizar trabalhos relativos ao transporte de turistas em veículos próprios. 2 – As atribuições regulamentadas pelo Decreto nº 946/93 estão elencadas no artigo 2º do referido Diploma Legal, sendo relevante notar que não existe do dispositivo qualquer situação semelhante. 3 – Apesar de não haver proibição expressa na Lei nº 8.623/93 e no Decreto 946/93 sobre o Guia transportar turistas em veículos próprios, existe legislação específica que regulamenta a matéria, ou seja, o Decreto nº 87.348 de 29/06/1982 atribui o transporte turístico prestado com a finalidade de lucro para o deslocamento de pessoas em veículos terrestres para fins de excursões e outras programações turísticas somente as empresas transportadoras Restaurante Placé Guia de Turismo, cadastre-se já! (21) 2239-7514 Jockey Club Brasileiro - Gávea - RJ • www.placeeventos.com.br ou agências de turismo com frota própria de veículos, que devem estar devidamente cadastrados e autorizados pelo Ministério do Turismo. 4 – O artigo 4º, do Decreto nº 87.348/82 assim estabelece: “Observado o disposto no artigo 6º, o transporte turístico de superfície, em qualquer das modalidades previstas no artigo 3º, somente poderá ser explorado pelas empresas registradas na EMBRATUR, na forma deste Decreto, em um dos seguintes tipos de transportadoras turísticas: I, II e III – omissos”. Relevante também ressaltar o § 2º, do artigo 5º, do referido Decreto, assim prevê: “As agências de turismo que não possuírem veículos terrestres e embarcações para turismo, ou que não os possuírem em condições de atender à demanda existente, deverão, quando for o caso, contratá-los com as transportadoras turísticas registradas na EMBRATUR” 5 – Sendo assim, o presente parecer é no sentido de esclarecer que o transporte turístico remu- nerado é atividade exclusiva das empresas transportadoras e agências de turismo com frota própria, sendo que ambas devem ser registradas na EMBRATUR para exercer a atividade, inexistindo qualquer previsão legal que ampare o Guia de Turismo transportar turistas em veículos particulares. 6 – Outrossim, deve ser esclarecida aos Guias de Turismo a responsabilidade civil, criminal e administrativas aplicáveis no caso do transporte de turistas em veículos próprios. 7 – Tais responsabilidades podem ser resumidas no caso de ocorrer algum acidente automobilístico envolvendo o turista transportado pelo Guia em seu veículo particular, o qual responderá civil e criminalmente pelo fato, além de sofrer as sanções administrativas que poderão ser aplicadas pelo Ministério do Turismo ao Guia de Turismo e a agência que o contratou para exercer função que não está autorizado por lei a exercê-la. Ecologia Ano 8 • Nº 41 • Edição abril 2006 Abricó-de-macaco Foto: Neide Lee ANDRÉ MICALDAS Originária das Guianas e da Amazônia, é muito utilizada no paisagismo Couropita guianensis, Aubl., Família Lecythidaceae, Divisão Angiospermae Ocorre em toda região amazônica, nas margens inundáveis dos rios. Pode atingir de 8 a 15 m de altura. Sua floração ocorre de setembro a março. Os frutos amadurecem de dezembro a março. Apresenta caulifloria, ou seja, as flores nascem do tronco e são grandes e carnosas. Os frutos vazios, servem como cuias. Segundo alguns autores suas sementes podem ser comidas depois de assadas. Muito utilizada no paisagismo. É erradamente colocada em estacionamentos e ruas com passagens de pedestres, onde seus frutos podem provocar estragos e acidentes. Os primeiros exemplares na Cidade do Rio de Janeiro foram plantados no Jardim Botânico em 1931 na administração de Paulo Campos Porto. 16 Guia de Turismo: Participe, sindicalize-se. A união faz a força e a diferença! Visite: www.sindegtur.org.br Mais de 4.000 visitantes únicos em março