Convergência Socialista

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Convergência Socialista
Publicação de
responsabilidade da
tendência interna
do PT
Convergência
Socialista. Dirigido e
distribuído única e
exclusivamente entre
filiados petistas.
Construindo nas lulas a CUT e o PT
Nº279, de 18 a 27/2/ 1991
preço:CR$ 100,00
NOSSO RECADO
Trabalhadores
repudiam o Collor 2
o Plano Collor 1 caiu. deixando atrás de si uma
inflação na casa dos 20%. o país em recessão,
com milhões de desempregados. e a classe
trabalhadora numa miséria ainda mais profunda que antes. Foi derrubado justamente po r
isso, ou seja. a enorme crise econômica que
assola o país, a crise política que abala o governo e, principalmente, pela resistência dos
trabalhadores ao arrocho.
Sua queda foi uma derrota de Collor que, por
isso, se viu obrigado a baixar um novo plano
econômico, onde as medidas são diferentes,
mas a exploração da classe trabalhadora continua a mesma.
LIBERDADE
PARA
ROMILDO l';'\
E BONI ",n'
A saída é um plano dos trabalhadores
DepOIS de cinco planos seguidos, muitos trabalhadores se perguntam por que temos que
sofrer tanto. Se não ha outra saída para a economia, sem que os trabalhadores tenham que
pagar a conta.
Nós, da Convergência Socialista, afirmamos que sIm Existe uma saída. Ela está num
plano econômico feito pelos próprios trabalhadores, com medidas simples que satisfaçam as
suas necessIdades, que são as necessidades
da maioria da população e não de uma minoria
privilegiada como os patrões nacionais e estrangeiros.
Essas medidas são:
• Reposição das perdas salariais
• Reajuste mensal de salarios de acordo com
a inflação
• Congelamento de preços sob controle dos
sindicatos
• Expropriação sem indenização das empresas que aumentem os preços
• Estatização dos bancos. que são os maiores
especuladores
• Estabilidade no emprego
Reforma agrária sob controle dos
•
trabalhadores
• Plano de obras públicas de caráter social
(hospitais, escolas), para dar emprego aos tres
milhões de desmpregados no país
• Não-pagamento da dívida externa, destinando os recursos para realizar as medidas deste
plano
Lutar já contra o Collor 2: Plano de
Lutas em direção a Greve Geral
Mas, antes, temos que derrubar mais esse piano patronal, o Collor 2 Para chegar a isso, precisamos de um Plano de Lutas e um ponto de
partida pode ser o calendário dos companheiros das estatais e funcionalismo federal, que
aponta o dia 15 de março como Indicativo para
uma greve geral do funcionalismo público.
Seria importante que as demais categorias unificassem suas lutas contra o Collor 2 neste dia
15.
A experiência dos trabalhadores mostra que a
greve geral é a medida mais eficaz para derrubarmos o plano o mais rapidamente possi vel.
Por isso. é essencial que a direção da CUT assuma, em carater de urgência, a convocação
de uma Plenária Nacional de Entidades
Sindicais, que aprove um Plano de Lutas capaz
de unificar o combate das diversas categorias
rumo a uma greve geral contra o plano.
A luta contra mais esse pacote deve ser a tarefa central da CUT neste momento. E tambem
do PT, que tem que denunciar mais esse violento ataque contra o nível de vida dos trabalhadores, usar o Congresso para votar contra
todo o pacote de cima a baixo. e ch~mar a população a se mobilizar contra ele
BUSH
ASSASSINO
Cadáveres calcinados e rostos desfigurado s, numa rua da capital do
Iraque. Em fotos aterradoras, os jornais do dia 14 estamparam, pela primeira vez, os horrores da guerra em
toda a sua dimensão, sem qualquer
censura,
O massacre ocorreu no dia 13 ,
quando os mísseis de George Bush
atingiram, com precisão cirúrgica,
um abrigo anti-aéreo em Bagdá,
onde 1.500 civis, a maioria mulheres e crianças, buscavam proteção
contra os intensos bombardeios inimigos. Uma bomba destruiu a porta
de entrada do abrigo , impedindo
que as pessoas escapasssem. A segunda perfurou a tampa de cimento
que recobria o local, convertendo-o
num inferno de fogo. Poucos escaparam . A maioria morreu carbonizada.
Mulheres iraquianas procuram
familiares entre os corpos
queimados pelo bombardeio
americano a um abrigo de civis.
Ao lado , um ferido.
•
o
o responsável pelo abrigo, Hasan
Janabi, disse que o ataque foi feito
de madrugada, por dois aviões, e
que nesse bairro não há qualquer
instalação militar, ja que é estritamente residencial.
A hipócrita mentira de Bush, de
que seus alvos são apenas militares ,
caiu por terra. A precisa pontaria de
seus pilotos acertou um abrigo de
civis indefesos. Ironicamente, o primeiro que atingiram foi a placa
onde estava escrito "abrigo", em inglês no teto do refúgio, como admitiu o proprio general norte-americano responsável pela missão. Fica
evidenté, mais uma vez, que o bombardeio aéreo sobre o Iraque é uma
tentativa de Bush de quebrar a resistência do povo iraquiano mediante
um genocídio friamente programado nos sofisticados computadores
do Pentágono.
Os trabalhadores do mundo inteiro, através de suas organizações sindicais e políticas, tem que repudiar
es se ato de barbárie e ex igir que
acabe imediatamente o massacre ,
com a retirad a incondicional das
tropas norte-ame ricanas do Golfo
Pérsico. Não podemos nos calar diante desse ge nocídio, que lembra os
terríveis tempos de Hitler. Grandes
mobilizações deverão reunir milhares de pessoas em div ersos países
no próximo dia 21, Dia Mundial de
Mobilização dos Estud antes e da
Juventude con tra a Gu erra. No
Brasil, a CUT e o PT tem que estar
na c abeça para que também aqui
participemos desse dia, mostrando
toda nossa rep ulsa aos criminosos
norte-americanos e exigindo o fim
do massacre contra o Iraque.
Dia"21, Grande Mobilização Internacional contra "a Guerra.
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IJ
9
Pág 4
BRASIL
U R G E NT E
Dia 1? de março, na Câmara Municipal/SP
TO PELA LIBERTACÃO
DE BONI E ROMILDO
~
POR QUE CAIU?
CAIU POR QUE?
~
Os vereadores de Diadema Romildo Raposo (PT) e Manoel Boni estão presos há mais de 50 dias
na cadeia pública de sua cidade. No último dia 6, mais um julgamento de seu caso comprovou
que os dois são presos políticos.
Mais do que nunca, só uma grande campanha nacional de solidariedade poderá libertar Romildo
e Boni. Na última semana, cresceu o número de sindicatos, parlamentares e entidades
democráticas e populares que se manifestam através de telegramas, abaixo-assinados e moções.
Ajude a libertar os companheiros. Entre nessa campanha. Participe do grande ato pela libertação
de Romildo e Boni, que se realizará no próximo dia 1 ~ na Câmara Municipal de São Paulo.
Na quarta 6, a Justiça de São Paulo negou o recurso que concederia a Romildo e Boni o direito de responder em liberdade ao processo que os acusa de serem os responsáveis pela violência ocorrida durante a desocupação da Vila
Socialista, em Diadema, dia 6/12 passado. Os argumentos apresentados pelo juiz são ab urdos . Além de reafirmar
que os dois são ' 'uma ameaça à ordem
pública " , declara que eles ' 'não eram
parte i1lteressada 110 conflito" e que lá
estavam apenas para ' 'tirar proveito de
pessoas humildes' '.
O julgamento se baseou somente nos
argumentos da acusação, ou seja, daqueles que foram os verdadeiros responsáveis pela morte de dois companheiros e
dos vários feridos da Vila Socialista: o
governo Quércia e os grandes proprietários do Estado.
Manter Romildo e Boni pre os pQr serem uma ' 'ameaça à ordem pública " é
um atentado à própria lei, poi. não possuem antecedentes criminais e uma
" ameaça" não constitui crime. Além
Greve bancária de setembro. Com aquela vitória nossa, começou a crise do Plano 1.
Romildo Raposo.
Manoel Bani.
disso, ajustiça "esquece" que os companheiros são vereadores em Diadema
e com delegação da própria Câmara Municipal para negociar junto aos conflitos de terra na região.
Esta prisão lembra muito os tempos
da ditadura, quando bastava um pronunciamento contra os generais para ter o
mandato parlamentar cassado. Romil-
do e Bonj são parlamentares eleitos pelos trabalhadores por seus compromissos com as lutas, principalmente a luta
pela moradia: Condenar e prender os
companheiros é uma atitude puramente política dos patrões. É uma tentativa.
de cassar seus mandatos e impedir que
continuem apoiando as mobilizações e
lutas dos trabalhadores de Diadema.
Chovem explicações sobre o fracasso do Plano Collor 1. A esmagadora
maioria dessas análises aponta duas razões fundamentais para a queda do plano. Primeira: a insustentável situação
econômica criada pela mistura da inflação crescente (que o governo não conseguiu frear) e recessão em dose cavalar (provocada por esse mesmo governo, como arma para segurar a inflação).
Segunda: o aparecimento de crise política no governo. Crise que foi agravada, a partir de outubro, com a oposição de importantes setores empresariais à dose de recessão provocada pela
equipe econômica, através dos juros
altos.
Com essas duas razões teriam se combinado os agravantes da tendência recessiva da economia mundial e dos efeitos
da guerra no Golfo sobre a economia
brasileira.
bro, que os trabalhadores foram arrancando do governo e dos patrões reajustes salariais maiores que as rígidas migalhas da Medida Provisória.
Os patrões, sempre na sanha de manter suas margens de lucro , foram repassando esses reajustes aos preços. O governo começou a perder o controle sobre a inflação e aí tirou da cartola a política recessiva da elevação dos juros,
para forçar a patronal a recuar dos reajustes salariais , que os patrões estavam
sendo forçados a dar.
Mas o governo abusou na dose de recessão, o que provocou a chiadeira geral da burguesia, cujos negócios começavam a ficar prejudicados (queda nas
vendas, falta de crédito nos bancos, concordatas, falências). Assim, setores fundamentais da patronal brasileira passaram a criticar violentamente o governo.
e isso aprofundou o isolamento e crise
política de Collor.
Resistência dos trabalhadores
Papel dos dirigentes
Eleicões
do Sindicato dos Bancários de São Paulo
,
URGE UMA ALTERNATIVA DE DIRECÃO
#
A Chapa 1, encabeçada
por Gilmar Carneiro, venceu
apertado a eleição. Mas o
fato novo foi a força
demonstrada pela Chapa 2,
que recebeu metade dos
votos. Por isso, os
integrantes e apoiadores da
Chapa 2 fizeram festa. Com
muita garra, comemoraram
o surgimento de uma forte
alternativa de direção para
os bancários paulistanos.
No primeiro sábado de fevereiro, dia 2,
centenas de ativistas bancários de São Paulo e de várias partes do Brasil lotaram as
arquibancadas do Ginásio do Pacaembu
em São Paulo, para acompanhar de perto
a apuração das eleições do Sindicato dos
Bancários.
Não se tratava simplesmente do confronto entre as duas chapas. Tratava-se da
disputa entre dois projetos que estão no
centro do debate interno da Central Única dos Trabalhadores.
De um lado, o grupo de Gilmar Carneiro, presidente reeleito do Sindicato, que,
durante toda a campanha eleitoral, defendeu uma proposta monolítica de sindicalismo, que provocou a divisão até na sua
RESULTADO
Chapa 1 - 21.287 votos (520/0)
Chapa 2 - 18.812 votos (480/0)
própria corrente.
Gilmar renegou o democrático e tradicional processo de convenções por banco e regionais . Optou por fazer uma chapa entre quatro paredes. Recusou a chapa com outras correntes da central, alegando não querer 6ntrar num "saco de
gatos" . Dividiu e excluiu importantes lutadores da categoria, que posteriormente vieram a integrar a Chapa 2. Porém, não
recusou incluir na sua chapa alguns conhecidos fura-greves.
Durante a campanha, a Chapa I usou
sem escrúpulos o velho discurso pelego.
Passando por cima do debate político, afirmou se tratar de uma disputa entre a . 'experiência" e a ., aventura" , entre a "responsabilidade" e a "porra-louquice",
chegando até a apelar para o anticomunismo.
Do outro lado, estava a Chapa 2, que
desde o início deu a batalha por uma chapa unitária e democrática, com ampla participação da base, com o melhor da vanguarda bancária de São Paulo. Umachapa que saiu na defesa da democracia e das
lutas.
Durante a apuração, a expressão clara
deste confronto: enquanto, nos momentos de tensão, a Chapa 2 puxava o grito
unitário de "Central Única dos Trabalhadores' " o coro de Gilmar respondia
"Central Única, sem a Convergência " .
Mas o resultado das eleições mostrou
que a proposta de Gilmar foi questionada. E, para provar isso, no final da apuração, os apoiadores da Chapa 2 tomaram
a quadra, deixando perplexo o pessoal da
Chapa I. E, ao som de muito samba, cantaram numa só voz: "Se engana, não. Se
engana, não. GUmar na base não é mais
a direção. "
'A chapa 2: unidade e democracia, com o melhor do atMlmo banc4rlo de SP.
~ONVERGÊNCIA SOCIALISTA é uma publicação semanal da CS Editora e Gráfica - ME - Rua Jorge Tibiriçá, 238, Saúde - São Paulo - CEP 04126 CGC 5~223.063/0001-32 - Inscrição estadual 112014. Jornalista responsável:
Ana Cristina Machado. Paginação Eletrônica e Fotolitos: Proposta Editorial.
li] convergência
A combinação de todos esses elementos foi o que realmente levou o Plano
Collor 1 ao buraco. O problema da
maioria das interpretações que correm
por aí é que elas omitem um elemento.
Aquele que foi o principal dessa combinação. O motor que deu partida e empurrou o Plano Collor pelo carrunho de
crise, até o precipício de sua queda: a feroz, constante e heróica resistência com
que os trabalhadores e o povo se opuseram a engolir mais miséria.
Essas explicações "esquecem" as
1 . 819 greves realizadas entre janeiro e
setembro de 1990, num total 42 % superior ao número de paralisações realizadas no mesmo período de 1989. Todos
passam por cima dos 8.397.492 trabalhadores que cruzaram os braços nesse
mesmo período. (Dados do Desep/CUT
- Informa CUT n /31, janeiro de
1991). Todos escondem as centenas de
ocupações de terra no campo, centenas
de milhares nas cidades, ocupações de
fábrica, greves de policiais, mobilizações por todo lado.
E, ao fazer isso, dificultam que os trabalhadores entendam que sua luta foi decisiva para a quedado Plano. Afinal, foi
lutando desde abril, intensificando essa briga em maio-junho e, depois, armando uma nova grande onda em setem-
Muitos companheiros ativistas não
acreditam ou têm dúvidas sobre o papel
que nossas lutas tiveram na derrubada
do Plano Collor. Isso não se deve somente à confusão promovida pelas mentiras dos meios de comunicação patronais. Deve-se também a que, desta vez,
foi realmente diferente do fim do Plano
Verão, quando todo mundo sabia e comemorava que a nossa greve geral, e
greves que se seguiram, tinham derrotado Sarney e Maílson.
Desta vez não foi assim, porque as
principais direções do movimento sindical e popular deste país - aArticulação Sindical, de Meneguelli, e Luís Antônio Medeiros - não só impediram a
saída de uma greve geral. Bloquearam
qualquer grande luta nacional unjficada entre importantes categorias. Assim,
deixaram nossas lutas ora abandonadas,
ora isoladas umas das outras. Assim,
contribuíram para que hoje a maioria
dos companheiros de base, e boa parte
dos ativistas, não reconheçam seu próprio papel.
Mas entender os obstáculos que tivemos não pode nos impedir de ver que,
apesar deles, colaboramos decisivamente para mandar para o espaço o Plano
Collor.
A CHAPA 2 É VISTA
COMO VITORIOSA
Nos bancos de São Paulo, nos dias seguintes à eleição, os componentes da Chapa 2
eram cumprimentados pela base. "Deu Chapa 1, mas a 2 quase chega lá ", escutavam.
Desse modo, confirmavam a avaliação das
eleições feita por Dirceu Travesso, o Didi,
da Caixa Estadual, da executiva da Chapa 2:
"Nossa Chapa saiu vitoriosa do ponto de
vista do seu projeto político, mesmo não ganhando. Metades dos bancários venceram a
confusão provocada pela divisão no campo
da CUT. Nosso resultado demonstra que o
espaço para a construção de uma nova direção, democrática e de luta, para a catego-
ria, se ampliou significativamente ", diz
Didi.
Sobre as perspectivas desse conjunto de
forças que se uniram na Chapa 2, Didi aponta: ''Nós queremos continuar construindo essa alternati va pela base e nas lutas. Fortalecer, nas greves e !las assembléias, umapo{(fica alternativa baseada na defesa illtransigente da democracia sindical e na
mobilização como prioridade. Isso começa
agora, organizando a batalha colltra o Piano Collor 2, pelo salário, e também pela campanha contra a repressão dos banqueiros aos
companheiros de luta da nossa Chapa' '.
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U R G E NT E
BRASIL
Plano C ollor 2 ...
a
o arrocho co
o samba-enredo deste Carnaval foi mais um pacotaço na nossa cabeça.
Fracassado o Plano 1, Collor botou na avenida, no dia 31 de janeiro, o
Plano 2. É um novo plano econômico, com medidas diferentes do
anterior, mas que tem a mesma consequência para os trabalhadores que
todos os pacotes que já vimos: arrocho salarial, fome e miséria.
o Plano Collor 2 congela os salários
por tempo indetenninado. O congelamento será precedido de um reajuste pela média do salário real dos últimos doze meses, isto é, sem nem recompor o
salário anterior, muito menos repor as
perdas.
Uma das categorias mais atingidas será o funcioanalismo público federal que,
além de ficar fora desse reajuste, vai perder as gratificações, o que significa um
rombo de 1/3 do salário.
Como se não bastasse, o governo baixou o maior tarifaço que já tivemos.
Agora, pôr uma carta no correio ficou
71,46 % mais caro. Os combustíveis subiram 46,78 %. As contas de luz e telefone estão chegando com acréscimo de
59,5 % e quem fuma terá que desembolsar 50 % a mais para comprar cigarros.
As taxas rodoviárias abocanham mais
55 % de nosso já minguado orçamento.
Esse tarifaço terá um peso de 15 % sobre a inflação de fevereiro, segundo cálculos do Departamento de Estatísticas
da PUC do Rio de Janeiro, e não apenas
3 %, como afirmou o governo. Um aumento na taxa de inflação que não será
repassado aos salários, já que esses estarão devidamente congelados.
Congelamento-farsa
O governo volta a encenar a palhaçada do congelamento de preços. Uma semana antes, todos os preços foram remarcados. E, quando o governo soltou
a tabela da Sunab, as donas de casa subiram nas paredes: tudo tinha ficado
mais caro ainda.
Além de não resolver nada, por
ser desrespeitado, o congelamento-farsa faz os patrões provocarem desabastecimento, prejudicando ainda mais
a população. Em muitos supermercados já está faltando feijão, 6leo, açúcar e carne, produtos básicos para a
mesa do trabalhador. Como disse,
em tom irônico, o ex-ministro da
Economia, Delfim Netto, "que comerciante vai botar mercadoria na
prateleira se o congelamento vai acabar dali a um mês? " No dia anterior,
o presidente do Banco Central, Ibrahim
Eris, tinha afirmado que o descongelamento virá em março. Além de insistir, várias vezes, que o congelamento é
apenas um "acess6rio" no Plano, dando a entender que ninguém deve dar bola
para ele.
Desde que Collor assumiu, em março de 1990, metade dos nossos salários foi roubada.
Hoje (2/2/91) recebe
o equivalente a ...
do salario de março/90
Quem tem
data-base
em ...
55,04%
38,02%
34,34%
46,33%
56,58%
51,16%
45,76%
48,03%
40,44%
55,09%
44,04%
42,56%
janeiro
fevereiro
março
abril
maio
junho
julho
agosto
setembro
outubro
novembro
dezembro
Patrões criticam e "boicotam · TRABALHADORES
Com a edição de seu Plano 2. Collor tentou ~e reaproximar de importantc~ ~l!tores patronais que e~tavam brigados com u guverno. Esses patrões
estavam ntriosos com a alta dose de recessão provocada pela equipe económie! nos últimos meses.
Para contentar esses empresários. o
governo recuou da política dc juros
bancários altíssimos. O Plano Collor
2 trouxe lima ccrta contenção da especulação tinanceira, acabando com o
overnight e o BTN (Bônus do Tesoll-
ro Nacional). No lugar disso. criou verno. esses mesmos setores patronais
lima nova Taxa Rckrencial de J uro~ começaram a criticar o Plano :2 nem
que será calculada pelo governo. in- bem ele saiu do forno. Os patrões não
dicando que havcníjuros mais baixos gostaram do congelamento de preços
e da UIl ificação das datas-base. que poque antes.
Essas medidas não acabam com a deria fac iI itar a greve geral.
O desrespeito ao congelamento de
recessão. nem com a especulação.
Apenas tornam a recessão mais lenta. tpreços e o boicote ao abastecimento,
jú que. sem incentivo para aplicar na com prateleiras vazias por todo lado.
produção. muitos empresários jü es- são outros sintomas da pouca confiantão preferindo inve-;tir em dólares e ça no Plano por parte da patronal. que
ouro.
não quer ver seus lucros reduzidos por
Mas. ainda COIl1 es~e recuo do g\)- nada nesse mu ndo.
CUT tem que
organizar a luta
e n"'o o Fóftlm
Os trabalhadores demonstraram logo sua opinião sobre o Plano 2. Uma
semana depois de anunciado, os jornais publicaram a primeira pesquisa
junto à população. E ela foi arrasadora: 58 % dos entrevistados se sentiram
prejudicados com o Plano (Folha de
S.Paulo,9/2/91).
A unificação das datas-base não
acalmou ninguém porque é uma manobra. Emjaneiro, mês da data-base
unificada, a maioria dos trabalhadores das grandes empresas está em férias coletivas, o que esfria qualquer
mobilização. Além disto, o reajuste
não incidirá sobre o 13 e as férias coletivas.
As lutas já começaram
'A
a~
Previdenciarios v:!io à luta dia 20, e chamam a CUT a organizar a greve geral.
O primeiro documento da CUT sobre
o Plano Collor 2 afirma categoricamente
que ele "arrocha ainda mais os salários, aprojunda a recessão e privatizo
os programas sociais' '. Mas, ao mesmo tempo que divulga essa análise, a
reunião da Executiva Nacional, no último dia 6, não tomou medidas para unificar as lutas que já começam e para derrotar esse plano de arrocho.
A Executiva apenas confirmou o calendário de lutas anterior, como se nada tivesse acontecido. E resolveu jogar
força na participação no Fórum Nacional contra a recessão e a Fome. Através
do Fórum, haveria uma pressão para os
deputados e senadores alterarem o Plano 2 no Congresso Nacional.
Esse F6rum foi lançado em São Paulo, em 25 de janeiro, num ato chamado
pela CUT e pelas CGTs. Teve sua primeira reunião no dia 30 (vé pera do pacote), com a participação das centrais
sindicais, da Ordem dos Advogados do
Brasil e de parlamentares e empresários.
Marcou uma nova reunião para 5 de
março, e convocou um Dia de Protesto
em 15 de março, aniversário da posse de
Collor.
REAGEM
É correto que a CUT se some ao Dia
de Protesto, assim como diversas categorias votaram um Dia de Luta nessa data. Mas, a principal atividade da nossa
Central deve ser no sentido de fortalecer e unificar as mobilizações em direção à greve geral contra o Plano 2.
Em vez disso, a A rticulação Sindical
(que tem maioria na direção da CUT) ,
mais uma vez, dá mais importância a
pressionar os parlamentares do que a organizar as lutas dos trabalhadores. E
pretende subordinar a CUT ao tal
F6rum.
Executiva não chamou plenária
Para Jair Meneguelli, presidente da
CUT, é aí, no fórum, que a sociedade
vai buscar o verdadeiro "entendimento nacional" . E chegou a dizer que "a
greve geral é um assunto a ser discutido no FórumNacional Contra a Recessão" (Folha de S.Paulo, 6/2/91).
Dá para imaginar os governadores e
deputados, como Quércia, Ulysses ou
Arraes (que ap6iam o Fórum) "discutindo" a greve geral? Quando querem
que os empresários se juntem ao F6rum,
os dirigentes da Articulação por acaso
pensam que eles vão reivindicar aumentos salariais e reposição das perdas para os trabalhadores, ou que vão defender as estatais e combater as privatizações?
Na reunião da Executiva cutista, o
companheiro Cyro Garcia foi o único a
defender que se convocasse uma plenária nacional da CUT, para fortalecer,
ampliar e unificar as lutas em curso e
aprovar um plano de lutas rumo à greve geral. Esta é a tradição da CUT, que
se formou e cresceu nas mobilizações da
classe trabalhadora, e não nos entendimentos com os patrões para pressionar
os parlamentares.
A proposta do Cyro vai no mesmo
sentido que estão apontando as paralisações dos funcionários federais e estatais, dos petroleiros, dos portuários de
Santos. Para os trabalhadores, de nada
vale reunir' 'f6runs" para tentar aprovar uma ou outra emenda ao Plano. Por
isso. a CUT deve encabeçar essas mobilizações e reunir f6runs dos trabalhadores que possam tomar medidas concretas para conduzir à greve geral e derrotar de vez esse pacote.
Mais contundente que as pesquisas
publicadas pelos jornais, foi O repúdio
ao Plano Collor 2 expresso nas lutas
que já começaram.
No último dia 3, o funcionalismo federal, que não teve reajuste, realizou
mais um Encontro Nacional e aprovou
um calendário que deve desembocar
numa greve geral da categoria no dia
15/3. Os trabalhadores da previdência, como parte do calendário aprovado, fizeram uma forte paralisação em
quase todo país por 24 horas, no último dia 7, em protesto contra o corte
das gratificações. Também os funcionários e professores das redes estaduais de ensino aprovaram um Dia
Nacional de Lutas durante seu Congresso em Reci fe, para o dia 15/3, como parte do objeti vo para organizar a
greve nacional da categoria.
Os petroleiros foram à greve no dia
Com greve, petroleiros dizem n:!io ao Plano.
6, numa forte demonstração de sua revolta contra o plano. Pararam unidades de Campinas, Manaus, São José
dos Campos e Bahia. Infelizmente, o
Comando Nacional do setor não havia
preparado suficientemente a mobilização e as desigualdades obrigaram a
suspensão temporária da paralisação.
Agora, a partir da nova negociação do
dia 18, com assembléias marcadas para dia 20, está colocada a rápida retomada da luta. Ânimo na base petroleira é o que não falta.
Até o fechamento desta edição, os
quase 7 mil portuários de Santos permaneciam em greve há oito dias. Eles
estão reivindicando 158,11 %de reposição das perdas de junho a dezembro.
Os trabalhadores acumularam
riência com os sucessivos planos.
não acreditam neste governo e em
medidas. E estão dispostos a .
"Mauro vereador
o companheiro Mauro Puerro, eleito suplente de vereador em São Paulo nas eleições
de 88, tomou posse no último dia I? Com a
posse de Suplicy no Senado e Aldo Rebelo na
Câmara Federal. Mauro e Armei indo Passoni
passaram a integrar a bancada de vereadores
do PT na Câmara Municipal de São Paulo.
Em sua primeira intervenção, Mauro exigiu a imediata libertação de Romildo e Bani,
vereadores presos em Diadema. O plenário
aprovou por unanimidade uma moção de repúdio à prisão dos companheiros.
convergência
SEM
FRONTEIRAS
"PAREM A GUERRA! TRAGAM
OS SOLDADOS DE VOLTA, JÁ!"
Dia Internacional de Mobilização
dos Estudantes e da Juventude contra a Guerra.
de as aulas já se iniciaram, atos contra a agressão imperialista no Oriente Médio, ou aproveitar o período de
matrículas para promover palestras e
debates.
Os estudantes norte-americanos
lutam também contra o racismo e o
recrutamento obrigatório, pois são
os negros e hispânicos que são convocados a servir de bucha de canhão no Golfo. Não é à toa que,
no cartaz de chamado ao Dia de
Mobilização, está reproduzida uma
frase de Malcolm X, ativista negro
e muçulmano, assassinado em 1965:
Entidades estudantis de várias partes do mundo aderiram à convocação
e estão organizando manifestações na
França,)apão, Coréia, Líbano, Filipinas, Africa do Sul e outros países.
Também aqui é possível realizar, on-
"São os estudantes do mundo inteiro que vão trazer mudanças, não
os velhos. Não estou falando contra os que têm mais idade. Quem quer
agir para mudar, continua sendojovem".
Este é o chamado feito pelos representantes de mais de cem universidades
e colégios dos Estados Unidos. Num
ato que reuniu mais de 2 mil jovens em
Washington, em 27 de janeiro, e em
outro ato realizado, ao mesmo tempo,
na Universidade de Berkeley (Califórnia), eles resoI veram unir seus movimentos de protesto, convocando para o próximo dia 21 de fevereiro um
L
1%
21 DE
FEVEREIRO
Mulher iraquiana chora ao lado das vítimas civis do agressor Bush.
. Com atos, debates e palestras, COloquemos o movimento anti-guerra do Brasil nessa grande jornada mundial do dia 21.
No Brasil e no mundo, entre as centenas de milhares de jovens e trabalhadores que
repudiam e lutam contr-a a guerra, há muitas dúvidas sobre o que está em jogo no Golfo
Pérsic9. Para os trabalhadores do ocidente fica difícil entender por que luta esse estranho
povo árabe, pintado como "fanático" pelos meios de comunicação.
Apesar da crescente oposição mundial à agressão dos Estados Unidos, muitos se
perguntam se é mesmo correto estar do lado do Iraque. E se estar com o Iraque e os árabes
não significa apoiar Sadam Hussein.
Aqui, a opinião da CS sobre estas importantes questões.
A defesa militar do lraque é iusta
Um dos grandes derrotados da Primeira
Guerra Mundial, que durou de 1914 a 1919,
foi o Império Turco-Otomano. Esse império se estendia por todo o mundo árabe, e tinha sua capital em Istambul, na atual Turquia. Após a guerra , as grandes potências
correram para colocar sobre seu dom ínio os
países que antes pertenciam a ele. A França ficou com a Síria e o Líbano: a Inglaterra com o Iraque. a Palestina, a Transjordânia (atual Jordânia) e o Egito . Com isso dividiram um povo que possuía a mesma língua e a mesma cultura e que durante 14
séculos tinha permanecido unido .
A Segunda Guerra Mundial (1939- 1945)
modificou essa divisão . Logo após a guerra, as potências imperialistas e a UniãoSoviética, dividiram o mundo em áreas de influência. No Oriente Médio fizeram um
acordo para formar o estado sionista de Israel, expulsando os palestinos de sua terra.
Israel passou a cumprir o papel de polícia
dos Estados Unidos na região.
de Nasser na Argélia, Iraque, Síria, Irãefêmen do Norte , que romperam os antigos laços que os atavam às potências imperialistas.
O nasserismo, como ficou conhecido esse movimento, entrou em crise a partir da
segunda metade da década de 60. O fim do
nasserismo foi marcado pela Guerra dos
Seis Dias, em 1967, quando Israel derrotou,
numa ação militar relâmpago, os exércitos
do Egito, Síria e Jordânia.
Herança de Nasser
Essa crise foi provocada pelas suas próprias limitações. Ao serem dirigidos pela
burguesia árabe, esses movimentos não se
apoiaram na mobilização das massas e sim
nos exércitos de seus países, ficando assim
mais fracos frente à permanente agressão do
imperialismo. Da mesma forma, pelo seu
caráter de classe, esse movimento não conseguiu a união de todos os países árabes nu-
O nacionalismo árabe
A formação do estado sionista provocou
grandes mobilizações , nas quais tomou força o nacionalismo árabe como forma de resistência a Israel e aos imperialistas ocidentais .
A figura de maior expressão desse período foi o coronel egípcio Gamal Abdel Nasser. Ele promoveu um golpe de estado, que
pôs um fim à monarquia que mandava no
Iseu país, a serviço da Inglaterra. Nasser deu
inicio à reforma agrária e à industrialização
do Egito.
O ponto alto dessa política de Nasser
foi a nacionalização do Canal de Suez. que
até então era administrado pela Inglaterra.
apesar de ficar em território egípcio. Como
resposta à nacionalização, Inglaterra, França e Israel invadiram o país de Nasser. A
derrota desses países na guerra colocou
Nasser como principal líder político da
região.
Esse movimento nacionalista não ficou só
no Egito. Surgiram regimes inspirados no
convergência
ma única nação, o que fortaleceria muito sua
luta. A principal tentativa de unificação, a
do Egito com a Síria na República Arabe
Unida, realizada em 1958, durou apenas
três anos. A concorrência entre os patrões
dos dois países acabou com ela.
O fim do nasserismo não foi, enrretanro, o
fim do nacionalismo árabe e da resistência
dos povos da região à dominação imperialista. A partir de 1967 os palestinos e a OLP
estiveram à frente dessa luta. E em 1979 o
povo iraniano (que promoveu uma espetacular revolução que derrubou o Xá Reza
Pahlevi, fiel aliado dos Estados Unidos)
passou a ser a vanguarda da mobilização
anti-imperialista.
Saddam Hussein aparece hoje como um
herdeiro desse movimento nacionalista árabe. Daí o apoio que ele tem recebido dos povos da região. Para eles, Saddam representa
a possibilidade de destruir o estado sionista e de expulsar o imperialismo da região,
pondo um fim a quase um século de saque,
dominação e exploração.
Um dos fatos que mais choca e provoca
confusão entre os trabalhadores deste lado do
mundo é o prestígio que goza Saddam Hussein no Oriente Médio, e o apoio crescente
que vem recebendo dos povos árabes.
Isso se deve, exatamente, ao tipo de guerra que se desenvolve na região. Uma guerra
de agressão capitaneada pelas maiores potências do mundo, os países mais ricos e poderosos do planeta. Os mesmos que há um século dividiram aquele povo, para melhor sugar o petrólço dos países árabes, provocando miséria. E uma guerra desse imperialismo
- que assassina civis iraquianos com bombas e mísseis' 'inteligentes" , e fmancia campos de concentração onde os sionistas confinam os palestinos - contra um país pequeno, pobre e explorado.
Por isso mesmo, a mobilização militar ira-
quiana é inteiramente justa. Ela é justa, assim
como é justa a mobilização de todo§ aqueles
que no Panamá, na Nicarágua, na Africa do
Sul. lutam contra o imperialismo. O fatodessa mobilização militar anti-imperialista ser dirigida por um ditador como Saddam Hussein,
não muda nossa posição: lutamos pela vitória militar do Iraque.
Essa posição, que tem gerado muita polêmica, é semelhante a que teríamos numa greve dirigida por um pelego. O fato dela ter à
sua frente um pelego jamais nos levaria a furar a greve . Nós faríamos de tudo para que
ela fosse vitoriosa. O mesmo fazemos nesta
guerra. Deixamos claro que não confiamos
em Saddam Husscin e apoiamos com todas
nossas forças o Iraque . Queremos a derrota
do imperialismo, que é inimigo nosso também, dos trabalhadores e do povo brasileiro.
A Convergência Socialista tem manifestado ativamente sua solidariedade com o Iraque e os povos da região. Mas esse apoio à
mobilização e ao enfrentamento com o imperialismo agressor, não significa, de forma alguma, apoio político a Saddam Hussein.
Na nossa opinião, o presidente iraquiano
não é um lutador anti-imperialista consequente, devido a seu caráter nacionalista-burguês.
Ele é um ditador que liquidou com métodos
brutais a oposição dentro de seu país; que
massacrou os nacionalistas curdos; e que declarou uma guerra genocida ao Irã, em 1981 ,
para deter o avanço da revolução iraniana.
É por isso que quando ele invadiu o Kuwait
atuou como todo burguês. Sua preocupação
era que a produção e os preços do petróleo,
enriquecessem ainda mais os patrões iraquianos, e não aumentar o nível de vida dos trabalhadores daquele falso país. Por isso anexou o Kuwait como uma província a mais.
Com sua política Saddam atrapalha a unidade do povo árabe contra o imperial ismo. E
fornece argumentos para a campanha que a
grande imprensa vem fazendo, para impedir
a mobilização dos trabalhadores de todo o
mundo, em defesa do povo iraquiano.
Para unir ainda mais os árabes nessa luta
e neutralizar a propaganda imperialista, serão necessárias medidils profundas, como:
I) Nacionalizar sem indenização todas
as empresas, bancos e fortunas particulares dos monopólios e cidadãos dos países agressores.
2) Não pagar a dívida externa, que está sendo utilizada pelo imperial ismo para financiar
a agressão .
3) Criar um imposto extraordinário sobre
as grandes fortunas. para que os gastos da
guerra sejam pagos pela burguesia iraquiana.
4) Garantir as mais amplas liberdades democráticas, de expressão e de organização,
a todos os partidos, sindicatos e indivíduos,
que se manifestem pela defesa do Iraquecontra a agressão dos Estados Unidos. Anistia a
todos os presos e perseguidos políticos , que
assumam essa posição.
5) Conceder o direito de autodeterminaçãc
ao povo c urdo , para que este rompa com SU2
direção pró-imperialista e se una à lutadopo·
vo iraquiano.
Com essas medidas seria possível fortale·
cer ainda mais a resistência iraquiana ao imo
perialismo e a luta dos árabes em geral.

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