entrevistas clubes - Bayer CropScience Portugal

Transcrição

entrevistas clubes - Bayer CropScience Portugal
RE VISTA BAYER CROPSCIENCE FE VEREIRO 2009 | N.08
entrevistas
JOACHIM WEGFAHRT
DOUG GUBLER
PAULO VACAS DE CARVALHO
JOSÉ COMENDA
clubes
BAYVITIS
BAYFRUTA
FIDELIS PLUS
academia
distribuição BCS
editorial |
Estar mais ‘perto’
para ouvir, partilhar, aprender,
trocar ideias...
Isidoro Paiva
Responsável Comunicação Institucional
Há algum tempo, Millôr Fernandes escreveu
que “Só depois que a tecnologia inventou o
telefone, o telégrafo, a televisão, a Internet foi
que se descobriu que o problema de comunicação mais sério era o de estar perto...”.
Estar “perto” é o grande desafio da comunicação no século XXI. Nos últimos anos o mundo
em geral mudou muito e o da comunicação
em particular, ou não fossem o tempo e a tecnologia dois grandes escultores. Nesta aurora
do segundo milénio, cada vez, existem mais
canais para chegar às pessoas, ou aos consumidores: Imprensa, TV, Telemóvel, Outdoor,
Rádio, Sponsoring, Eventos, Ponto de Venda,
Merchandising, Packaging, Promoções, Publicidade… mas na sua essência o problema
da comunicação é intemporal, como estar
“perto”!
Segundo as estatísticas, em Portugal, hoje
em dia apenas 14% das pessoas confiam na
publicidade, mas cerca de 74 % das pessoas
confiam noutras pessoas ou noutros consumidores. Confiam na sua rede social, nos
que lhe estão “perto”.
Esta nova revista parceiros, agora com uma
nova forma, novos conteúdos temáticos e
nova periodicidade, semestral, tem como
grande desafio, realizar o essencial da comunicação: estar mais “perto” das pessoas.
Mais “perto” dos agricultores, dos técnicos,
dos distribuidores, dos investigadores, dos
colegas, de todos os homens e mulheres que
são e fazem a agricultura em Portugal.
Mais “perto” da aldeia global que é o mundo,
capitalizando a presença da Bayer CS, como
empresa transnacional, presente em mais de
120 países, trazendo as melhores práticas,
tecnologias, histórias ou os testemunhos de
alguns dos, apenas, cerca de 1 bilião de agricultores existentes em todo o Mundo.
Estar mais “perto” para ouvir, partilhar, aprender, trocar ideias, conhecimentos, entender…
Entender os sinais do tempo, do espaço, do
mundo, entender a mudança!..
Nesta edição, da nova Parceiros, destacaria
quatro conteúdos que traduzem esta cultura
do “perto” e que são também sinais da mudança.
Em primeiro lugar, uma especial referência
para as “redes sociais” que constituem os
clubes Bayer, cuja filosofia não é mais que,
o “perto” do Millôr aplicado às organizações.
Nos últimos anos foram desenvolvidos pela
companhia em Portugal, três clubes temáticos destinados a vitivinicultores, o Bayvitis,
a fruticultores, o Bayfruta e a revendedores,
o Fidélis Plus, e todos eles com um êxito assinalável.
Na área da formativa e aplicando o “perto” à
aprendizagem e ao conhecimento, o sucesso
do projecto formativo Academia Distribuição
Bayer CS. Esta Academia, que tem como
lema: aprender com os melhores; tem permitido aos técnicos dos distribuidores, estar
“perto”, aprendendo com algumas das maiores referências na área da protecção das culturas tanto a nível nacional como internacional. Para 2009 a Bayer CS pensa declinar este
conceito ao sector da revenda, estratégia que
abordaremos na próxima edição da revista.
Por ultimo os testemunhos “perto” da opinião
de pessoas como:
Douglas Gubler da Universidade de Davis
na Califórnia/EUA, que aborda a importância
crescente dos modelos de monitorização do
clima no controle das doenças na vinha. O que
em termos conceptuais traduz a emergência
de um novo modelo tecnológico, quer de protecção das culturas, quer de agricultura: A
Agricultura de Precisão.
Paulo Vacas de Carvalho, sócio gerente da
Topavi-pec, distribuidor da Bayer CS que reforça uma ideia, tão antiga como os homens,
e que hoje fruto da conjuntura mundial, está
novamente na agenda dos políticos: A confiança na agricultura como sector económico
estratégico essencial.
Joachim Wegfahrt, director da Bayer CS em
Portugal, há um ano entre nós, e que numa
extensa entrevista, revela acreditar fortemente: Nas políticas e nos projectos de diferenciação da companhia e que decorrente
deste contexto, a Bayer CS tem boas razões
para ser optimista quanto ao futuro!
Seis anos, e sete números após o lançamento
da primeira edição da revista Parceiros, em
2003, chegou a altura de mudar. Esperamos
mudar para melhor e sobretudo mudar para
estar mais “perto”, como diria o Millôr!
Aliás esta tem sido desde sempre a filosofia
da Bayer Cropscience, presente em Portugal
desde 1925 e que desde então tem procurado
estar “perto” do “mundo da agricultura portuguesa ”. Perto e em colaboração estreita ou
seja em parceria por isso somos:
| índice
ENTREVISTA
HANS-JOACHIM
WEGFAHRT,
DIRECTOR
DA BAYER CS
PORTUGAL
22
10
ENTREVISTA
DOUGLAS
GUBLER
25 29
BAYVITIS - VINHAS
DE REFERÊNCIA
NO MUNDO
FICHA TÉCNICA
34
ENTREVISTA
DISTRIBUIDOR
TOPAVI-PEC
PROGRAMA DE
PROTECÇÃO
CONTRA O MILDIO DA VIDEIRA
43
44
MANUAL DE
PROTECÇÃO
DAS CULTURAS
BRANDFUSION
revista ‘parceiros’
PROPRIEDADE
DA BAYER CROPSCIENCE
responsável
ISIDORO PAIVA
design gráfico
ADDMORE COMUNICAÇÃO
periodicidade
TRIMESTRAL
tiragem
1500 EXEMPLARES
contactos
T:214 172 121
[email protected]
54
ENTREVISTA NOVO
COLABORADOR
íncice | 03
06
EDITORIAL
Isidoro Paiva
Responsável
comunicação institucional
IIª Edição
ACADEMIA
DISTRIBUIÇÃO
BAYER
CROPSCIENCE
08
15
17
IDEIAS QUE
MUDAM O
MUNDO
BAYER CS LANÇA
CLUBE BAYFRUTA
BEM-VINDO
AO CLUBE
FIDÉLIS PLUS
18
20
45
CLUBE BAYVITIS
O caminho faz-se
caminhando!
FORUM
BAYVITIS
2008
ALYSTIN MAX
de olhos no voo
47
48
50
descubra o efeito
LAUDIS
DECIS EXPERT
novo insecticida de
contacto e ingestão
BASTA S
a escolha segura
no olival
53
MELODY COBRE
o multiculturas de
final de ciclo
| parceiros na formação
IIª Edição ACADEMIA
DISTRIBUIÇÃO BAYER
CROPSCIENCE
Uma
referência
formativa
na área da
Protecção
das Culturas
em Portugal!
Nos dias 20 a 22, e 25 a 27 de Fevereiro de
2008, Évora foi o palco escolhido para a
segunda edição da Academia Bayer Cropscience Distribuição. Este evento formativo
juntou mais de 80 técnicos dos distribuidores
da Bayer Cropscience (BCS), que exercem
funções de prescrição e venda de produtos
fitofarmacêuticos.
O encontro, que teve lugar no Évora Hotel,
contou como prelectores com algumas figuras de renome na área da Investigação e do
Ensino Agronómico, nomeadamente a Professora Helena Oliveira, o Professor Arlindo
Lima e Professora Cecília Rego, do Instituto
Superior de Agronomia, e também os técnicos da Bayer CS: Eng.º Jorge Silva, Eng.º
Avelino Balsinhas e Eng.º Rui Pacheco.
Nesta IIª edição da Academia Distribuição
Bayer CS os temas em debate foram na área
da fitossanidade: as doenças das Pomóideas,
Prunódeas, Batata, Tomate, e doenças do
Lenho da Vinha; na área das soluções fitossanitárias : os modos de acção dos fungicidas, as soluções da BCS em hortofruticultura
e as Normas de transporte e armazenamento
seguro de produtos fitofarmacêuticos. Do
programa da Academia constou ainda actividades de carácter cultural e desportivo onde
se destacou um jantar com visita à Adega da
Herdade do Esporão, Cantares Alentejanos e
provas de karting.
A Academia Distribuição Bayer Cropscience,
espaço formativo destinado aos técnicos dos
distribuidores lançado pela Bayer CS em 2007
tem como lema: Aprender com os melhores!
Neste contexto são seleccionados como formadores da Academia algumas figuras de
prestígio na área da protecção das culturas,
tanto a nível nacional como internacional. O
objectivo é desenvolver as competências técnicas, marketing e gestão dos colaboradores
da distribuição Bayer Cropscience e aumentar o nível de conhecimento dos produtos da
empresa, com especial incidência nas novas
soluções a introduzir no mercado.
Como suporte de aprendizagem à Academia
a companhia criou uma área temática “Academia BCS” no site da Internet da BCS , área
Extranet Distribuição, onde estão disponíveis,
para consulta, os conteúdos técnicos de
cada acção e os contactos de E-mail dos
formadores para eventuais duvida sobres os
temas técnicos tratados. Para o ano de 2009,
a Bayer CS conta alargar este conceito “formativo” ao sector da revenda realizando uma
nova edição da Academia BCS que é já uma
referência na área da formação na protecção
das culturas em Portugal.
parceiros na formação |
| parceiros no ambiente
parceiros no ambiente |
TRÊS ANOS
A TER IDEIAS
QUE MUDAM
O MUNDO
Os jovens cientistas voltaram a brilhar em
mais uma edição do Ideias que Mudam o
Mundo (IQMM). Pelo terceiro ano consecutivo,
estudantes do 3.º Ciclo e Ensino Secundário,
de Norte a Sul do país, responderam ao desafio lançado pela Bayer e mostraram como
podem mudar o quotidiano. A edição 20072008 terminou em Julho, com a grande final
transmitida na RTP2.
A apresentação ficou a cargo de Leonel Silva
(conhecido pela participação nos programas
Mega Ciência e ABCiência) e a gravação
contou com a presença do Dr. João Barroca, Administrador da Bayer Portugal, Dra
Raquel Mota, do Ministério da Educação, e
Dra Raquel Noronha, Directora Executiva da
Ciência Viva.
A transmissão televisiva foi apenas uma das
novidades desta edição, já que, pela primeira
vez, a participação estendeu-se à Internet,
com os alunos a responder a quizzes mensais
de ciência, testando conhecimentos e acumulando pontos para a grande final. Mais do
que um simples suporte, o www.iqmm.pt tornou-se uma segunda dimensão do projecto,
com sugestões de experiências científicas
para desenvolver em casa, possibilidade de
partilhar vídeos, fotos e depoimentos, expor
dúvidas e acompanhar as últimas notícias do
mundo da ciência e tecnologia. Online desde
Dezembro de 2007, o website recebeu até
Maio 10.980 visitas, o equivalente a 2196/mês
ou 73/dia.
“A globalização e as crescentes exigências
laborais tornam essencial a familiarização
dos jovens com as novas tecnologias. Por
isso, fez todo o sentido a introdução desta
componente online no IQMM. Até porque
Portugal é conhecido pela forte adesão às
novas tecnologias e os estudantes portugueses estão muito à vontade na web”, explica o
Dr. João Barroca.
O objectivo declarado da terceira edição foi
criar uma verdadeira comunidade científica
empenhada em melhorar o mundo actual
através da ciência. Perto de 1600 participantes, entre alunos e professores, de todo o
país responderam ao desafio “Mostra Como
podes Mudar”. Com o apoio de professores,
os estudantes identificaram problemas concretos do dia-a-dia, aplicando conhecimentos científicos e tecnológicos no desenvolvimento de soluções inovadoras. No total, a
acção envolveu 191 escolas.
Os grandes vencedores da rúbrica “Melhor
Projecto de Ciência” foram o “Grupo Atómico”, da Escola EB 2/3 Cónego Dr. Manuel
Lopes Perdigão, de Ourém. Os alunos João
Vieira, Rafael Baptista e Kevin Mira, com a
ajuda da professora Estefânia Pires, em parceria com a Universidade de Coimbra, desenvolveram um trabalho de análise da radioactividade as águas do concelho de Ourém.
O quizz do 3.º Ciclo foi renhido até ao fim, sorrindo a vitória ao jovem algarvio José Alves,
da Escola E.B 2+3 de Santo António de Faro.
Na categoria “Secundário”, a jovem Patrícia
Clara, de Mirandela, não deu hipótese e arrebatou o primeiro lugar.
Os vencedores dos quizzes, a equipa premiada com o “Melhor Projecto de Ciência”,
e respectivo professor, foram conhecer os
laboratórios da Bayer, em Leverkusen. Helena Tavares, responsável de comunicação da
Bayer Portugal, e Filipa Prenda, consultora de
comunicação do Grupo Inforpress, acompanharam os premiados na viagem.
No final de mais um ano, o balanço não podia
ser mais positivo. “Estamos muito satisfeitos
com a adesão. Nestas três edições contámos
com um total superior a 55 mil participantes
de todo o país e acreditamos que atingimos o
principal objectivo, de estimular a aprendizagem da ciência e desafiar os estudantes a reflectir sobre de que forma as inovações tecnológicas podem contribuir para o progresso
do mundo e a melhoria da vida humana”,
conclui o Dr. João Barroca.
A viagem a Alemanha decorreu entre 14 e
16 de Julho e deixou a vontade de voltarem
a concorrer na próxima edição para conhecer melhor o mundo da Bayer. Os alunos ficaram instalados no Hotel Bayer kasino e do programa constou a visita à Bayer
Cropscience,em Monheim, com almoço no
Tropicarium, experiências com o poliuretano
e futebol no Centro do Comunicação, e passeio pelo parque químico e Jardim Japonês,
em Leverkusen, para ficarem com um pouco
das três áreas de actuação da empresa. Para
complementar a visita, a Bayer propocionou
também um momento cultural com visita
guiada pela Catedral de Colonia.
10 | entrevista
“EM 2008 A BAYER CS
FEZ UM GRANDE
TRABALHO EM
PORTUGAL…”
Hans-Joachim Wegfahrt, nasceu na Alemanha, tem 48
anos é casado e tem três filhas. Assumiu a direcção da
Bayer CS Portugal em 1 de Fevereiro de 2008, passado
cerca de 1 ano da sua estadia entre nós, concedeu uma
extensa entrevista à Revista Parceiros.
entrevista |
Um dos maiores poetas da língua portuguesa Fernando Pessoa escreveu um
dia“. O meu país é a minha língua!...”.
Passados 10 meses após a sua chegada
a Portugal como vai a aprendizagem da
nossa língua e da nossa cultura?
Esta é a questão mais difícil! Seria demasiado
ambicioso afirmar que em um ano se aprende uma língua. Apesar do treino, falta-me a
prática no dia a dia, ainda mais tendo o inglês
como língua de negócios e o alemão como
língua materna. Leva tempo a atingir um nível
razoável de uma língua estrangeira, em que
a compreensão me parece ser o maior obstáculo. Mas, os ouvidos estão lentamente a
acostumar-se à pronúncia e penso que se notam já os primeiros progressos. E o conhecimento da cultura portuguesa virá certamente
com o melhor conhecimento da língua.
Qual o balanço que faz destes primeiros
meses em Portugal?
Diferente e um desafio são as primeiras expressões que utilizaria para descrever os
meus primeiros meses em Portugal. Não é
segredo que Portugal é um país muito atractivo, tanto a nível cultural, como climático e
geográfico, pelo que as minhas expectativas e da minha família eram elevadas. E de
facto, nenhuma das minhas expectativas saiu
defraudada. Por vezes necessitamos de algum tempo para nos habituarmos à beleza
de um novo país, mas aqui em Portugal esse
processo tem sido muito rápido. A abertura,
franqueza e hospitalidade e, não menos importante, o nível de inglês da maioria das pessoas, têm-nos ajudado imenso. Mas, voltando
a Fernando Pessoa, a língua é essencial para
nos sentirmos num país estrangeiro como
em nossa casa, e para estarmos mais perto
das pessoas e da sua cultura. Pelo que ainda
tenho um caminho a percorrer.
trolo mais eficaz das pragas, doenças e infestantes de forma a assegurar as necessidades
da produção alimentar a nível mundial.
Estes produtos necessitam de satisfazer
as exigências cada vez maiores, a nível biológico, ambiental e populacional. Esta tarefa
não poderá ser concretizada sem uma área
de pesquisa e desenvolvimento intensa de
empresas como a Bayer CS. Como exemplo,
para 2009 lançaremos quatro novas soluções
no mercado: os insecticidas Alsystin Max e
Decis Expert, o fungicida Melody cobre e o
herbicida Laudis.
Por outro lado, estamos também a falar
inovação na área dos serviços, em que se
disponibilizam soluções completas, que vão
desde o produto à assistência técnica, para
os problemas dos agricultores. Este factor é
particularmente importante em países como
Portugal, com um elevado número de pequenas e médias explorações, que não estão em
posição de empregar especialistas que assegurem o conhecimento e o uso apropriado da
tecnologia mais recente na área da protecção
das culturas nas suas explorações. O nosso
objectivo é construir um contacto mais directo com estes agricultores, fornecendo formação e promovendo a troca de conhecimentos
em diversas áreas, dando mais atenção às
suas necessidades, num mundo agrícola em
transformação.
Apesar da competição global estar a levar a
um processo de consolidação a nível mundial, reduzindo o número de explorações
com dimensão crítica para uma agricultura
rentável, penso sinceramente que em países
como Portugal o agricultor de dimensão média continuará a ser um factor importante no
negócio agrícola. O desenvolvimento e o êxito
assinalável de clubes para agricultores, como
o Bayvitis para os viticultores ou o Bayfruta
para os fruticultores, ou mesmo para os revendedores o Fidélis Plus, são o testemunho e
o exemplo de projectos inovadores ao nível
dos serviços da Bayer CS em Portugal nos
últimos anos
11
buição Bayer CS enquadram-se dentro
desta filosofia de promoção do “conhecimento”?
Como já referi anteriormente, acho que a
Bayer CS tem a possibilidade e a oportunidade de complementar os serviços técnicos
dos organismos oficias à agricultura, que estão passando, não só em Portugal, por cortes
orçamentais drásticos. O desenvolvimento de
novas tecnologias (ex.:Protecção Integrada,
Agricultura de Conservação…), a emergência de novas regulamentações ambientais, a
forte pressão da opinião pública, bem como
uma globalização crescente também na agricultura, estão a originar uma necessidade
crescente de informação e treino por parte
dos agricultores, técnicos e distribuidores.
O conceito da Academia Distribuição BCS
foi recebido de forma muito positiva por todos os participantes, os técnicos dos nossos
distribuidores, e veio confirmar a nossa percepção da necessidade de treino e troca de
conhecimentos. Contamos em 2009 alargar o
conceito da Academia Bayer CS, ligeiramente
adaptado, aos revendedores, onde a necessidade de formação parece ser ainda maior.
Quais são as grandes “metas” ou objectivos da BCS em Portugal para os próximos anos?
A Bayer CS tem como objectivo consolidar o
seu papel de líder no Mercado de protecção
das plantas, contribuindo para o crescimento
e desenvolvimento sustentado do sector agrícola em Portugal.
“Temos de conhecer muito
bem as necessidades dos
nossos clientes de forma a
concebermos soluções à
sua medida.”
Bayer CS em Portugal
“…Inovação, equipa forte e atenção ao
cliente. “. Na primeira entrevista há revista Parceiros considerava estes os
factores chaves de sucesso que levaram
há liderança da Bayer CS no mercado
da Protecção das culturas em Portugal.
Reitera esta opinião?
A minha opinião não se modificou em nada. E
estes factores não são só válidos para Portugal, mas também para todos os mercados em
que Bayer CS está presente.
Pode concretizar alguns exemplos de
projectos ou politicas de ”inovação” da
BCS para os próximos anos?
A área básica de inovação diz respeito aos
produtos que saem da “pipeline” de pesquisa
da BCS. Estes produtos destinam-se ao con-
Gostaria que comentasse a célebre frase
do Peter Drucker, inquestionavelmente
um dos maiores pensadores da áreas da
Gestão de que “…. as sociedades do século XXI serão as do conhecimento … “
Sim, aplica-se de facto à nossa indústria. Os
nossos clientes terão no futuro a possibilidade de comparar preços e soluções alternativas de uma forma muito mais fácil que actualmente. Os clientes terão de estar a par das
exigências e desenvolvimento globais e para
isso necessitam de parceiros globais como a
Bayer CS. Temos de conhecer muito bem as
necessidades dos nossos clientes de forma
a concebermos soluções à sua medida. A informação representa de facto um papel essencial para todos os intervenientes neste
mercado global da protecção das culturas.
A implementação pela BCS de projectos formativos como a Academia Distri-
Em 2009 a organização da Bayer CS em
Portugal terá algumas alterações ao nível da sua estrutura directiva. Quer-nos
revelar os motivos destas mudanças organizacionais?
Como já referi anteriormente, nos últimos
anos a Bayer CS tem desenvolvido um número importante de projectos de sucesso que
tem sido muito bem aceites pelos nossos
clientes. Acredito fortemente nas políticas e
nos projectos de diferenciação da Bayer CS,
através da oferta de valor adicional para os
nossos parceiros do sector agrícola. O número de “ideias criativas” ultrapassou as nossas
potencialidades para desenvolver algumas
delas ou mesmo para incrementar os projectos existentes. Desde o início, ficou claro
para mim, que necessitávamos de reforçar a
área de Gestão de Projectos na Bayer CS em
Portugal.
12 |
entrevista
“…para 2009 lançaremos
quatro novas soluções
no mercado: os insecticidas Alsystin Max e Decis
Expert, o fungicida Melody
cobre e o herbicida
Laudis…”
grupo de marketing, que tem tido a mesma
estrutura nos últimos anos e que pode beneficiar com esta mudança na responsabilidade
do departamento. Por isto tenho a certeza
que o novo director de marketing, Eng.º Luís
Antunes e a sua equipa continuarão a desenvolver com êxito todas as actividades de marketing da Bayer CS no futuro.
Protecção das Culturas
Tínhamos esta necessidade na nossa agenda
há algum tempo e inclusive entrevistámos
alguns potenciais candidatos externos, mas
é difícil de encontrar pessoas que tenham o
perfil para esta posição. Finalmente e na organização da Bayer CS, considerei que a Eng.
ª Maria do Carmo Romeiras, que era a nossa
directora de marketing, tinha o perfil ideal
para as necessidades e desafios do cargo.
Com a sua vasta experiência na área do Marketing, contactos na indústria e as suas capacidades de comunicação estou seguro de
que ela acrescentará valor à organização e ao
mercado nesta sua nova posição. È também
verdade que a troca de responsabilidades e
as práticas de rotação no trabalho fornecem
novos desafios e alargam a experiência dos
profissionais. A mesma filosofia se aplica ao
Como correu o Mercado de Protecção
das Culturas durante o ano de 2008?
Os mercados de protecção das plantas a nível mundial sentiram um forte crescimento em
2008, impulsionado pela crescente procura
de alimentos, o debate sobre a competição
entre os bio-combustíveis e a produção de
alimentos e o decréscimo das reservas de alimentos a nível mundial. Associado a este contexto mundial na Europa verificaram-se igualmente, condições climatéricas favoráveis ao
mercado. A Bayer CS poderá capitalizar este
desenvolvimento, provavelmente melhor do
que outras companhias, tendo em conta ser o
líder de mercado de protecção de culturas na
Europa, nomeadamente nos cereais, a maior
cultura da Europa.
Em Portugal o mercado da protecção
das Plantas cresceu cerca de 6% no último ano. Quais os factores que determinaram esta subida acentuada?
As condições climáticas favoráveis, complementadas com uma mudança positiva na percepção da agricultura, foram os factores principais para tal aumento. A subida de preços,
induzida por uma carência a nível mundial de
milho, cereais, arroz e soja, levou os agricultores a optimizar a sua produção de forma a
participar nesse desenvolvimento.
Face a esta conjuntura favorável de Mercado, qual foi a performance da BCS?
Penso que em 2008 a Bayer CS fez um grande
trabalho em Portugal. Não só consolidou a
sua posição de líder de mercado em todos
os segmentos/famílias, como acompanhou
de uma forma muito positiva o seu crescimento, através do aumento da sua quota de
mercado. Para além deste cenário de reforço
na posição de liderança da Bayer CS, a empresa construiu também uma sólida relação
de cooperação com os seus clientes, fundamental para o futuro do negócio. O espírito
no seio da organização é bom, e prevejo to-
entrevista | 13
das as oportunidades para crescermos com a
nossa equipa nos próximos anos.
Na primeira entrevista confessava “não
conheço o mercado português “no terreno” passado um ano, quais são as impressões sobre este mercado?
Devido aos obstáculo linguísticos a experiência é mais uma visão interna do que de uma
visão de campo. A minha experiência de mercado, após um ano em Portugal, é realmente
curta para que eu possa afirmar que conheço
bem o mercado português. Mas a minha impressão é talvez um pouco mais positiva do
que o mercado se apresenta ou é visto por
outros.
“O conceito da Academia
Distribuição BCS foi recebido de forma muito positiva
por todos os participantes,
os técnicos dos nossos
distribuidores, e veio confirmar a nossa percepção
da necessidade de treino e
troca de conhecimentos…”
È verdade que não existem grandes explorações, como existem noutros países. A nossa
vantagem – ou desafio – é a diversidade, ou
seja o número de diferentes culturas, que
para além da vinha, têm alguma importância
relativa. O sector vitivinícola não partilha, de
certeza, do mesmo entusiasmo
que outros sectores agro-alimentares, mas
neste sector vitivinícola vejo sinais muito positivos no que respeita às castas locais, níveis
de qualidade e consolidação dos produtores
em relação ao crescente negócio de exportação do excelente vinho português. Com
um mundo que cresce de uma forma cada
vez mais global e que vai perdendo a diferenciação entre produtos, o vinho português
mantém a sua especificidade e através de um
marketing apropriado conseguirá crescer nas
exportações acima da média nos próximos
anos. Para o elevado numero de produtores
de pequena e média dimensão que existem,
as oportunidades de colaboração, em diferentes áreas, com a Bayer CS são enormes.
Na sua essência, Portugal não é mais um país
essencialmente agrícola, mas tem na sua indústria agro-alimentar muitas oportunidades
para se desenvolver e crescer.
Como vê o sector da distribuição de
produtos fitofarmacêuticos?
Tal como acontece nos outros países europeus a distribuição está a sofrer um processo
de consolidação e mudança. A pressão sobre
os preços e as margens continua a crescer
todos os anos em consequência da competitividade, não só a nível nacional, mas também
global. A questão sobre que serviço será necessário e qual o preço que o agricultor está
disposto a pagar por esse serviço, tornase incontornável. Só os distribuidores que
conseguirem satisfazer estas necessidades
poderão sobreviver. Em 2008 a implementação de legislação que respeita à redução do
risco na distribuição e venda de produtos fitofarmacêuticos, exigindo instalações próprias
de armazenagem para os produtos, acelerou
esse processo de consolidação.
Agricultura Europeia e Mundial
Produção de alimentos, de bio-combustíveis, protecção do ambiente e do
espaço Rural são tendências estruturantes do sector agrícola Internacional.
Como vê o futuro da Agricultura nos
próximos anos a nível Mundial?
Tenho a convicção de que a agricultura é um
dos negócios mais sólidos e seguros do futuro. Não foi só após a actual crise financeira
que o mundo se concentrou na produção de
bens tangíveis. Com o constante crescimento
da população mundial e a estabilização ou
mesmo diminuição da superfície agrícola, a
procura de alimentos, mesmo não falando
dos bio–combustíveis, irá aumentar. Para satisfazer esta procura futura de alimentos serão
necessários níveis elevados de tecnologia
e eficiência. O maior desafio será conciliar:
protecção ambiental, produção de alimentos
e preços acessíveis dos alimentos, em todo
o mundo. Atingir estes três objectivos em simultâneo a um nível elevado é de certeza um
grande desafio para o sector.
“A Bayer CS tem como
objectivo consolidar o seu
papel de líder no Mercado
de protecção das plantas,
contribuindo para o crescimento e desenvolvimento
sustentado do sector
agrícola em Portugal...”
Os 27 estados da UE tiveram em 2006 um
défice comercial de 17 biliões de Euros
no sector agrícola. O tempo dos excedentes estruturais faz já parte da história
da Agricultura Europeia. Acha que se assiste a um renascer da importância da
Agricultura como sector económico determinante na Europa?
Não iria tão longe, mas como foi dito anterior-
mente a importância da agricultura irá crescer,
em particular na percepção e na mente dos
consumidores. Tornou-se um facto adquirido
no passado que quando as prateleiras estão
repletas, as pessoas desejam preços mais
baixos. Ao trabalhar nas cidades e não tendo
qualquer ligação à agricultura, a maioria das
pessoas esqueceram a importância do sector, os seus problemas e as suas limitações.
Isto mudará certamente, com o conhecimento dos obstáculos e desafios do sector.
14 |
entrevista
”Acredito fortemente nas
políticas e nos projectos de
diferenciação da Bayer CS,
através da oferta de valor
adicional para os nossos
parceiros do…”
Hans-Joachim Wegfahrt
Quem é o homem Hans-Joachim
Wegfahrt por detrás do Director Geral
da BCS?
Após um período na universidade, trabalhei
num aeroporto militar como controlador aéreo
durante o período de cerca de 2 anos do serviço militar, no norte da Alemanha. Logo a
seguir, ingressei na Bayer e fiz um estágio de
3 anos e cursei marketing e gestão. Na Bayer
CS estive destacado em vários países: Austrália, Quénia, Paquistão e outros países da
África Oriental e finalmente em 2008, fui colocado em Portugal.
Para além de acompanhar as minhas 3 filhas
nos seus últimos anos de escola, estou a gozar de um ambiente de trabalho diferente na
Europa.
Portugal oferece-nos todas as possibilidades
de tempos livre que aprendemos a apreciar
nestes anos de estrangeiro, como golfe, vela
ou simplesmente passear à beira-mar. E por
último, mas não menos importante, gostamos
de degustar um bom vinho e uma boa refeição
com uma companhia agradável, o que não é
difícil de encontrar em Lisboa.
Entrou para a Bayer em 1982, desde
então, tem passado por diversos cargos e países. Pode-nos falar dos aspectos mais marcantes destes 26 anos na
Bayer?
Existem, claro, muitos momentos especiais numa vida profissional de 26 anos. Inesquecível foi a primeira partida da Alemanha
para Sydney, Austrália. Começar com uma
nova língua é como reiniciar a nossa vida de
novo. Sem família, sem amigos e um novo
ambiente. O trabalho torna-se ainda mais
importante e passa a desempenhar um papel
fundamental na nossa vida. Conheci a minha
mulher na Austrália, pelo que este período
ficará para sempre na minha memória. Inesquecíveis foram também os noves meses
que passei na Papua Nova Guiné, onde trabalhei com representante de vendas e marketing, construindo um canal de distribuição
para a introdução de um fungicida na cultura
do café. Foi um sucesso e isto contra todas
as expectativas, pois tratava-se de um ambiente violento para o qual nenhum australiano
desejava ir. Esta história de sucesso teve o
reconhecimento da Bayer CS, pelo que fui enviado para outros países.
“…em 2008 a Bayer CS
fez um grande trabalho em
Portugal. Não só consolidou a sua posição de líder
de mercado em todos os
segmentos/famílias, como
acompanhou de uma forma
muito positiva o seu crescimento, através do aumento
da sua quota de mercado.”
Esteve nos últimos anos em Africa no
Quénia. Este contacto com um Continente e uma cultura diferente, quer do
ponto de vista empresarial, Quer social
foi certamente enriquecedor. Quer partilhar connosco um Pouco dessa experiência?
Passei um total de 10 anos no Quénia, pelo
que me sinto muito ligado ao país e às pessoas. Costuma-se dizer que de África, ou
se odeia ou se ama, e claro, no meu caso a
última é válida. As pessoas são simples, mas
amigáveis e de espírito aberto. É uma mistura
de diferentes culturas, em que período colonial foi ultrapassado de forma positiva, mas
ainda não completamente erradicado. África
desenvolve-se por vezes com dois passos à
frente e um atrás, e parece-me que estive lá
sempre no período em que deu os dois passos à frente. Sente-se que apesar de todos
os problemas as pessoas conseguiram manter uma atitude positiva perante a vida e tirar
o melhor da situação. Viver num país como o
Quénia coloca os problemas na Europa numa
perspectiva diferente. É admirável como estas pessoas vivem a vida.
“Tenho a convicção de
que a agricultura é um dos
negócios mais sólidos e
seguros do futuro…”
Gostava para terminar que comentasse,
projectando o futuro, uma frase de um
célebre autor: “Eles fracassaram porque
não começaram pelo sonho” (Shakespeare). Qual o seu “sonho” para os
próximos anos?
Trabalho numa companhia multinacional que
gere realidades e números, por isso não me
atrevo a dizer que tenho sonhos, pelo menos
relacionados com o negócio. Mas tenho uma
forte ambição de ter sucesso na Bayer CS em
Portugal, com a nossa equipa nos próximos
anos. Substituiria o sonho por uma boa dose
de optimismo e visão que são necessários
para gerir os desafios do nosso negócio. E
acredito que temos boas razões para sermos
optimistas no futuro.
entrevista: Isidoro Paiva
parceiros na fruticultura | 15
BAYER CS LANÇA
CLUBE BAYFRUTA:
UM CLUBE PARA FRUTICULTORES
A Bayer CS lançou em 2008, mais
um clube para agricultores, o Clube Bayfruta, destinado a fruticultores, empresas e organizações
de produtores ligadas ao sector
da fruta em Portugal. Os membros
deste novo Clube frutícola foram
formalmente convidados para o
efeito pela companhia.
O Clube Bayfruta nasceu da experiência e do
enorme êxito que constituiu o lançamento do
Clube Bayvitis pela Bayer CS em 2006. Passados 2 anos do lançamento deste clube e
face às constantes solicitações de muitos fruticultores e organizações de produtores para
o desenvolvimento de um Clube para o sector
da fruticultura, a companhia lançou este novo
clube Bayfruta, que espera vá ao encontro
das expectativas e das necessidades da fileira frutícola em Portugal.
Para o lançamento do Clube Bayfruta, a empresa promoveu a realização de dois Fóruns
Bayfruta, respectivamente a 9 de Abril em Viseu na Beira Alta e a 11 de Abril em Alcobaça
na região Oeste.
16 | parceiros na fruticultura
Prof. Edison Pasqualini (Universidade de Bolonha/Itália):
Controlo em protecção Integrada das principais pragas das pomóideas e prunóideas.
Prof.Raul Rodrigues (ESAPonte Lima)
Fitoseídeos e a limitação natural do aranhiço
vermelho.
Eng.Torres Paulo (ANP) e Eng. André Alpalhão
(ANP)
Pêra Rocha: uma marca de futuro
Eng. Maria do Carmo Martins (COTHN).
O Centro Operativo e Tecnológico Operativo
Português
A presença de mais de 250 pessoas entre fruticultores, técnicos de organizações de produtores, técnicos dos serviços oficiais e das
A.P. Integrada nestas duas primeiras edições
do Fórum Bayfruta, constituiu o testemunho
da enorme receptividade de toda a fileira frutícola a este novo Clube Bayfruta.
Clube Bayfruta
Como membros do Clube Bayfruta, os fruticultores recebem um cartão de identificação
personalizado Bayfruta com o respectivo número de membro, que lhes dá acesso directo a um diversificado conjunto de serviços e
suportes bem como a um aliciante programa
de incentivo.
Na área dos serviços ao dispor dos membros
do Clube Bayfruta destacamos:
WBayfruta Noticias
Bayfruta Extranet
Bayfruta Visitas Técnicas.
Bayfruta Visita a Pomares de referência do
Mundo.
Com o suporte Bayfruta Noticias os membros
terão acesso à distribuição regular de uma
Newsletter específica para a fruticultura, com
temas de interesse para o sector e na qual
participarão algumas figuras nacionais e internacionais de referência em toda a fileira de
produção.
Na extranet Bayfruta, estarão disponíveis
conteúdos técnicos específicos relacionados
com a área da fruticultura, bem como os prémios e os respectivos créditos em pontos do
programa de incentivo Bayfruta.
Através do Bayfruta Visitas técnicas, os
membros do clube serão regularmente visitados pelos técnicos da Bayer CS para correspondente aconselhamento técnico na área
fitossanitária.
Com as Bayfruta Visitas Pomares de referência do Mundo, todos os anos alguns fruticultores e técnicos das Ops, membros do clube
serão convidados a conhecer diferentes realidades frutícolas como a de Itália, França,
Alemanha, Nova Zelândia, …, de forma a possibilitar a transferência de conhecimentos na
área da fruticultura.
Com o Programa de Incentivo Bayfruta, os
membros do clube Bayfruta na compra de
produtos da gama da Bayer CS, nos distribuidores da companhia, terão acesso, através
de um sistema de bonificação em pontos, a
um conjunto de aliciantes prémios em produtos e serviços relacionados com toda a fileira
frutícola.
A Bayer Cropscience ao desenvolver este
Clube Bayfruta, contou com a colaboração
de marcas de referência na área da fruticultura, pelo que os prémios ao seu dispor neste
programa de incentivo, serão certamente do
agrado dos fruticultores.
Neste catálogo Bayfruta os fruticultores têm à
disposição mais de 60 prémios que foram estruturados em cinco grandes áreas temáticas
directamente relacionadas com toda a fileira
frutícola, nomeadamente: Viagens Técnicas
Bayfruta; Equipamento Bayfruta; Equipamento de Protecção do Aplicador Bayfruta; Formação e Sistemas de Informação Bayfruta
No final de 2008 e como corolário da enorme
aceitação que o Clube Bayfruta teve em toda
a fileira frutícola nacional, o clube conta já,
com mais de 100 membros, que representam
cerca de 5 mil ha de fruteiras entre Macieiras,
Pereiras, Pessegueiros, Ameixeiras e Cerejeiras.
parceiros na revenda | 17
BEM-VINDO
AO CLUBE
FIDÉLIS PLUS
Dois anos após o lançamento do
primeiro clube para viticultores, o
Clube Bayvitis, e com um balanço
francamente positivo, era hora
de dinamizar a outra vertente da
grande rede de distribuição – a revenda – parceiro fundamental para
a transferência de conhecimentos,
oferta de soluções, serviços e
suportes personalizados e na área
comercial.
Como membros do Clube Fidélis
Plus, os revendedores associados
ao projecto receberam um cartão
de identificação personalizado,
com o respectivo número de
membro, o que lhes deu acesso
directo a um diversificado conjunto de serviços e suportes, bem
como a um aliciante programa de
incentivos, com atractivos prémios
dum catálogo desenvolvido para o
efeito.
Luís Antunes
Director de Marketing
Na área dos serviços aos membros do Clube
Fidélis Plus destacamos:
equipamentos ou escritório e lazer que serão
certamente do seu inteiro agrado.
Fidélis Plus Extranet,
Fidélis Plus SMS,
Neste catálogo Fidélis Plus poderá consultar
mais de 70 prémios disponíveis neste programa de incentivo que foram estruturados
em três grandes áreas temáticas, nomeadamente:
Revista Parceiros
Com o suporte Revista Parceiros, os membros
do Clube têm acesso á distribuição gratuita
de uma revista regular específica para o
sector da distribuição em Portugal e na qual
participarão algumas figuras nacionais e
internacionais de referência.
Na Extranet Fidélis Plus, estão disponíveis
conteúdos técnicos específicos relacionados
com a área da distribuição, bem como os
prémios e os respectivos créditos em pontos
deste inovador programa.
Com o serviço Fidélis Plus SMS recebem
no seu telemóvel informações sobre avisos
de tratamento ou referentes ao seu saldo de
pontos no programa de incentivo.
Neste Programa de Incentivo Fidélis Plus, os
membros do clube Fidélis Plus na compra de
produtos da gama da Bayer CS, nos distribuidores da companhia, têm acesso, através
de um sistema de bonificação em pontos, a
um conjunto de aliciantes prémios em produtos e serviços relacionados com a sua área
de actividade.
A Bayer Cropscience ao desenvolver este
Clube de Revendedores – Fidélis Plus - contou com a colaboração de marcas de referência nas diferentes áreas seleccionadas, como
Viagens, Equipamento,
Escritório e Lazer
Após um ano da entrada em vigor deste aliciante programa de incentivo, temos o prazer
de vos comunicar que já contamos com 425
membros efectivos, aos quais foram creditados 12 milhões de pontos.
A Bayer Cropscience espera um crescimento
exponencial deste Clube Fidélis Plus, e que
este contribua para o desenvolvimento sustentado do sector da revenda em Portugal e
para o fortalecimento de uma sólida relação
de parceria entre os membros do Clube Fidélis Plus a rede de distribuição e a companhia.
18 | parceiros na viticultura
CLUBE BAYVITIS
O caminho faz-se caminhando!
Foi a pensar no sector
da vinha e na produção
de vinho em Portugal,
que a Bayer CS iniciou o
“caminho” de se aproximar dos vitivinicultores
portugueses com a criação do Clube Bayvitis
em 2005.
Este Clube Bayvitis oferece aos viticultores
nacionais um conjunto
alargado de suportes,
serviços e um programa
de incentivo, que visam
contribuir para a melhoria
das práticas agronómicas na viticultura, e permitam também a protecção do património
vitivinícola, ambiente e
das pessoas.
Em 2008, e como consequência do assinalável êxito desta iniciativa da Bayer CS, que
já leva 3 anos de um caminho de sucesso, os
membros do clube continuaram a aumentar.
Neste momento o Clube Bayvitis conta com
cerca de 300 membros, representando cerca
de 23 mil hectares de vinha.
Em 2008, a Bayer CS continuou a oferecer
aos membros do clube serviços e suportes,
que já se tornaram referência neste caminho
em comum, nomeadamente: Bayvitis Notícias, Bayvitis Extranet, Bayvitis Recolha de
embalagens, Bayvitis Programa de Incentivo,
Bayvitis Forum, Bayvitis SOS, e Bayvitis visitas técnicas personalizadas regulares.
Paralelamente a estes serviços, outros foram
renovados como o Bayvitis: Vinhas de Referência Nacionais, realizando-se duas visitas
inter-regionais, quer permitiram o intercâmbio
de ideias, a troca de experiências e de conhecimentos vitivinícolas entre os membros do
Clube. Nestas visitas os membros do Douro,
Minho, Bairrada e Dão foram convidados a
conhecer as explorações de alguns dos maiores produtores/membros do Alentejo como a
Herdade das Servas, João Portugal Ramos
ou Monte da Ravasqueira.
Por sua vez os membros do Alentejo, Ribatejo e Oeste foram convidados a visitar alguns
dos maiores produtores/membros do Minho
e Douro, como a Quinta da Aveleda, Quinta
do Portal, Quinta do Ventozelo ou a Quinta do
Seixo da Sogrape.
Mas em 2008, o Clube também desenvolveu
novos serviços e produtos como o BayVitis: Visita a vinhas de referência do Mundo,
através de uma viagem a uma das regiões
vitivinícolas mais emblemáticas do mundo a
região da Toscânia em Itália.
Mas, como caminho se faz caminhando!..,
o Clube prepara-se para em 2009, lançar
novos suportes, nomeadamente um manual
técnico para a protecção da cultura da vinha,
o Manual Bayvitis, que contará com a participação na produção de conteúdos de algumas
figuras de referência da fitossanidade portuguesa e mundial.
Também em 2009 contamos lançar um novo
sistema de aviso BayVitis, para que os membros do Clube recebam por E-mail ou por
SMS regularmente as previsões do tempo,
monitorizando o clima e o risco de ocorrência
de problemas fitossanitários.
Como balanço deste “caminho” realizado
pelo Clube em 2008 na direcção da viticultura nacional destacamos neste edição da
Revista Parceiros duas das mais marcantes
actividades realizadas no ano passado, o
Fórum Bayvitis e a viagem Bayvitis vinhas de
referência do Mundo: Toscânia.
parceiros na viticultura | 19
20 | parceiros na viticultura
FÓRUM BAYVITIS 2008
A importância do controlo
do risco na Cultura da vinha
parceiros na viticultura |
O sector vitivinícola é o mais
competitivo da agricultura portuguesa a nível internacional. Clima,
solos, castas e tradição são um
imenso património que tornam a
cultura da vinha e a produção de
vinho actividades insubstituíveis na
nossa agricultura e mundo rural.
E porque é na vinha que nasce o
vinho, é fundamental haver boas
castas e uma boa protecção da
vinha ao longo de todo o seu ciclo
vegetativo para que o resultado
sejam mais e melhores vinhos,
que conquistem novos mercados.
Esta foi a mensagem de ordem do
Forúm Bayvitis 2008, organizado
pela Bayer CropScience que contou com a participação de mais de
120 membros do Clube Bayvitis,
cujo tema central foi a protecção
da cultura da vinha, como planta e
como património, e que reuniu especialistas de renome internacional
como o Professor Douglas Gubler
,um dos maiores especialistas
mundiais na protecção da cultura
da vinha, e o Eng º Jorge Bohm,
há muitos anos a trabalhar na melhoria das castas portuguesas.
Modelo previsional
de controle do risco de Oídio
UC Davis Powdery Mildew Risk Assessment
Model (Gubler-Thomas)”, Doug Gubler, professor da Universidade Davis, nos EUA, e um
dos maiores patologistas mundiais na área
das doenças da vinha, que fez uma apresentação sobre a importância do controlo das
doenças como o oídio através da monitorização do clima e do estudo do risco. Salientou:
“Um clima atlântico com influência
mediterrânica como o de Portugal, com
temperaturas e humidades elevadas,
pode influenciar o ciclo de desenvolvimento das doenças na cultura da vinha.
Neste contexto a monitorização do
clima é fundamental para controlar as
doenças. Nos EUA desenvolvemos um
modelo de previsão de risco de ocorrência de Oídio (Uncinula necator), já
validado em diversas partes do mundo,
que permite racionalizar o número de
aplicações de soluções fitossanitárias
por ano. O modelo assenta na monitorização dos factores climatológicos
que condicionam a doença (Humidade
relativa, temperatura.) para a previsão
do risco da sua ocorrência… ”.
Nesta edição da revista Parceiros, o professor Gubler concedeu-nos uma entrevista em
que falou da vitivicultura nos EUA e do modelo previsional que desenvolveu para o controle do Oídio.
21
CASTAS PORTUGUESAS
Portugal é um dos poucos países com uma
longa história vitivinícola pois tem sabido
proteger a cultura da vinha. Quem o disse
foi Jorge Bohm, autor do “Grande Livro das
Castas Portuguesas”, chamando a atenção
de que, no entanto, só isso não é suficiente.
Após mais de 20 anos de inovação no sector e mais de 100 mil hectares de vinha reestruturada, o rendimento médio por hectare
não subiu e continua a ser o mais baixo da
Europa.
“Tendo em conta os excelentes produtos de protecção fitossanitária da vinha
que existem, estas situações não
deveriam acontecer. Temos um património de 323 diferentes castas de
videira, mas não temos investigação
suficiente para conseguirmos decidir
quais as castas pilotam para criar uma
identidade qualitativa que nos identifique internacionalmente. É preciso
produzir grandes volumes de vinho por
hectare e vende-lo em mercados que
permitam preços mais caros, mas para
isso é preciso estudar as castas que
nos podem levar a esses resultados”,
afirmou Jorge Bohn.
A terminar este Fórum Bayvitis 2008, e após
os trabalhos, realizou-se um jantar convívio,
com a participação de todos os membros
deste Clube de vitivinicultores, em que a
alegria e o “espírito” do “In Vinu Veritas” esteve presente. Este jantar foi abrilhantado
com a actuação do conhecido Fadista Nuno
da Câmara Pereira.
22 | parceiros na opinião
parceiros na opinião | 23
PROFESSOR
DOUGLAS
GUBLER
Doug Gubler é formado em botânica e zoologia pela
Southern Utah State University. O professor tem
ainda formação superior em patologia de plantas pela
universidade de Arkansas. Gubler completou o Ph.D.
na Universidade de Davis, na Califórnia onde, desde
1983, faz investigação no departamento de fitopatologia. É considerado um dos maiores especialistas mundiais na fitossanidade da vinha. Em 1998, Douglas
Gubler recebeu o APS Excellence in Extension Award.
Um dos objectivos do Clube Bayvitis é proporcionar aos membros do Clube a troca de
conhecimentos na área da fitossanidade da
vinha quer através de visitas, comentadas, a
vinhas de referência nacionais e internacionais, quer através da promoção de Fóruns, espaços de debate, para o qual são convidados
alguns dos maiores especialistas mundiais na
área da protecção da vinha. Em 2008 e para
um maior conhecimento do que se faz em termos de protecção da vinha nos EUA, o Clube
Bayvitis convidou Doug Gubler, uma das
sumidades da fitossanidade mundial. Durante
a sua visita ao nosso país para o fórum Bayvitis, o professor da Universidade de Davis,
deu-nos uma entrevista, em que falou acerca
das doenças da vinha na Califórnia e como a
monitorização do risco tem contribuído para
a eficácia do seu controle.
“O acompanhamentos das
condições climáticas, especialmente dos fenómenos
meteorológicos adversos
e sua monitorização são estratégicos para a agricultura.”
Os EUA são conhecidos como o Novo
Mundo no que toca à viticultura. Em termos de produtividade qual é a produção
por hectare?
Também em Portugal o oídio é uma das
principais doenças da vinha. Existe alguma tipo de semelhanças climatéricas
que aproximem os dois países?
Nos EUA existem cerca de 415 mil hectares
de vinha e do ponto de vista tecnológico estamos extremamente avançados. Temos uma
produtividade, muito elevada, na ordem dos
60 hl/ha, embora tenhamos uma taxa de consumo baixa (7.7 l/per capita). Portugal tem
uma taxa de consumo 6 vezes maior que a
nossa.
Um clima atlântico com influência mediterrânica como o de Portugal, com temperaturas
e humidades relativas elevadas, pode influenciar o ciclo de desenvolvimento das doenças
na cultura da vinha, como o oídio. Neste contexto a monitorização do clima é fundamental
para controlar as doenças.
Quantos hectares de vinha existem na
Califórnia e que tipo de vinho produzem?
Existem 300 mil hectares de vinha (uvas de
mesa, vinho e passas), dos quais cerca de
10 mil são de produção orgânica. As castas
de vinho utilizadas são tradicionalmente as
francesas como Chardonnay, Cabernet Sauvignon, Merlot e Pinot Noir e é sobretudo na
zona norte da região que se produzem os vinhos mais caros, embora existam vinhas em
quase todo o território californiano.
Quais as doenças que mais atingem as
vinhas californianas?
As doenças mais comuns são o oídio (Uncinula necator), que é a principal e as doenças
do lenho como a ESCA que é muito significativa nas vinhas mais velhas.
O tipo de tratamento que se faz também
nos aproxima?
Sim, embora as semelhanças tenham sido
maiores no passado, com a utilização do
enxofre para tratar as vinhas. Escolhiamos
este produto porque era barato e porque não
havia grandes alternativas no mercado. Mas
a eficácia do produto era reduzida porque as
propriedades de protecção e de erradicação
da doença eram comprometidas com a água
das chuvas ou das regas. Isto para não mencionar dos impacto ambiental da sua utilização, pois quando libertado na atmosfera sob
a forma de gás e combinado com água, pode
resultar em chuva ácida o que compromete
todas as plantações. Actualmente são mais
usados produtos da família dos triazóis por
serem mais eficientes na protecção e menos
poluentes.
24 | parceiros na opinião
Porque é que o acompanhamento do
clima é tão importante para a vinha?
Os acompanhamentos das condições climáticas, especialmente dos fenómenos meteorológicos adversos e sua monitorização são
estratégicos para a agricultura. A partir das
previsões de determinados parâmetros/factores climatológicos é possível fazer a escolha do momento certo para as tomadas de
decisões na aplicação dos produtos. Entre
os parâmetros /factores climatológicos que
influenciam o desenvolvimento das culturas
estão: a quantidade e distribuição das chuvas; valores extremos de temperatura máxima e mínima, humidade do ar, vento, radiação
solar, entre outros. Por sua vez as condições
climáticas também estão relacionadas com a
incidência de pragas e doenças que afectam
a produção agrícola.
relativa e com base nisso foi possível desenvolver um modelo de previsão do risco de
ocorrência do Oídio, que assenta em cálculos
relacionados com a temperatura (20/30ºC) e a
humidade relativa(>25%), propícias à propagação da doença. Com a monitorização dos
factores climatológicos é possível prever o
risco com a antecedência de cerca de uma
semana.
Mas só isso basta para prevenir a doença?
Não. É preciso ter uma protecção integrada
da cultura, conhecer o agente patogénico,
monitorizar o risco, posicionar correctamente
as intervenções, observar a ocorrência de
fenómenos de resistência, e efectuar a aplicação dos fungicidas em programas de alternância.
“Um clima atlântico com
influência mediterrânica
como o de Portugal, com
temperaturas e humidades
relativas elevadas, pode
influenciar o ciclo de desenvolvimento das doenças
na cultura da vinha, como
o oídio…”
Este ano o clima tem estado incerto. Qual
a influência que pode ter na produção
de vinho?
As previsões de colheita são um importante
instrumento na gestão da campanha vitivinícola e das perspectivas do mercado. A
pouca estabilidade das condições climatéricas caracterizou o ano vitícola. A ocorrência
de períodos de calor, e também de chuvas,
durante certas fases do desenvolvimento
vegetativo da videira conduziram a constrangimentos na condução e protecção da
cultura da vinha, tendo influenciado a sua
evolução mais ou menos por todo o país. O
impacto destes fenómenos pode ter sido menos acentuado nas vinhas que se encontram
em regime de protecção integrada e também
naquelas onde os tratamentos fitossanitários
foram praticados com maior atenção e oportunidade. No entanto, é provável que possa
haver uma quebra de produção de vinho.
Foi com base na temperatura e humidade que conseguiu desenvolver métodos de previsão do risco?
Para produzir vinho de qualidade é preciso
controlar as doenças e para isso é preciso
conhecê-las. O ciclo de desenvolvimento do
agente patogénico é influenciado por factores
climatéricos como a temperatura e humidade
trolar a doença. Com um índex entre 0 e 30
deve parar-se a aplicação de fungicidas ou
aumentar o intervalo entre aplicações. Com
elevadas temperaturas, o agente patogénico
não se reproduz. Nos intervalos recomendados, índex entre 40 e 50, devem ser aplicados
fungicidas, e aqui a doença é fácil de controlar. Com um índex de 60, ou mais, deve encurtar-se o tempo entre tratamentos já que o
fungo reproduz-se a cada 5 dias. Um milhão
de esporos aumentará para 12 mil milhões
em apenas uma semana tornando o controlo
difícil.
“Na Califórnia mais de
100 mil hectares já usam
o modelo de previsão do
oídio, através das mais
de 3 mil estações meteorológicas que existem no
terreno, esta monitorização
do risco permite a racionalização nos tratamentos e
a poupança de aplicações
fungicidas…”
Cada vez mais a protecção da cultura da
vinha é de precisão?
Podemos falar em Protecção Integrada?
Sim, porque é necessário ter em conta uma
série de factores integrados como: o risco
climático, o crescimento vegetativo, o trabalho do viticultor, a modelização da doença, a
selecção dos fungicidas, o que facilita e optimiza a racionalização da luta contra o fungo.
Na Califórnia o modelo foi bem aceite?
Na Califórnia mais de 100 mil hectares já
usam o modelo de previsão do oídio, através
das mais de 3 mil estações meteorológicas
que existem no terreno, esta monitorização
do risco permite a racionalização nos tratamentos e a poupança de aplicações fungicidas. Podem poupar-se, em média até 3 tratamentos por ano, embora existam agricultores
que poupam até 8.
Já foi testado noutros países?
O modelo: “UC Davis Powdery Mildew Risk
Assessment Model (Gubler-Thomas)”, já foi
validado em várias países e regiões vitivinícolas do mundo.
Como funciona?
Através do “risk index action” que ajuda a
prever quais as melhores práticas para con-
Sim, sobretudo agora com os modelos de
previsão do risco, que se enquadram na
definição de agricultura de precisão, ou seja,
prática agrícola na qual é utilizada tecnologia
de informação baseada no princípio da variabilidade do solo e clima. De salientar também que a agricultura de precisão tem por
objectivo a redução dos custos de produção,
a diminuição da contaminação do ambiente
pelos fungicidas utilizados e, claro, um aumento da produção.
Entrevista: Inforpress
parceiros na viticultura | 25
Viagem à Toscana.
BAYVITIS VINHAS
DE REFERÊNCIA
DO MUNDO
entrevista: Inforpress
26 | parceiros na viticultura
Um dos principais objectivos
do Clube Bayvitis, clube de
vitivinicultores é o de promover
o conhecimento, a troca de
experiências e o intercâmbio
de ideias aos seus membros,
através do contacto com diferentes realidades culturais,
económicas, vitícolas e enológicas, tanto a nível nacional,
como internacional.
Foi enquadrada nesta filosofia de troca de
“conhecimentos”, que em Julho (9 a 13) de
2008 a Bayer CS lançou uma nova iniciativa
destinada aos membros do Clube Bayvitis,
conhecer viajando pelas: “Vinhas de referência do Mundo”. Nesta primeira edição das
“Vinhas de referência do Mundo” alguns dos
mais importantes membros do Clube foram
convidados a viajar à região da Toscana, uma
das mais importantes regiões vitivinícolas de
Itália e do Mundo.
A Itália foi o país escolhido para esta primeira
iniciativa, tendo em conta ser um dos mais
importantes países vitivinícolas do mundo,
quer do ponto vista do desenvolvimento
tecnológico, quer quanto à sua importância
no mercado. É 2º maior produtor mundial de
vinho, com cerca de 42,5 milhões de hl, que
representam 16,5 % do total da produção,
quanto à área de vinha, a Itália encontra-se
em 3º lugar no ranking mundial com 870 mil
hectares, cerca de 11% da área total.
Por sua vez a região da Toscana é inquestionavelmente a região vitivinícola mais famosa
de Itália, com os seus 63,6 mil ha de vinha que
produzem cerca de 2 milhões de hl. A região
é famosa pelos seus vinhos brancos e sobretudo tintos onde o “terroir” da casta Sangiovese é a base de alguns dos mais famosos
vinhos de Itália como Brunello de Montalcino,
Vino Nobile de Montepulciano
ou o célebre Chianti.
Esta visita à vitivinicultura toscana contou
com a presença de 19 representantes do
Clube Bayvitis, que durante 5 dias tiveram a
possibilidade de contactar com alguns dos
mais importantes centros de investigação vitivinícola de Itália e de conhecer os maiores
produtores da região numa visita guiada com
a colaboração da Bayer CS Itália.
No contacto com os produtores Toscanos um
especial destaque para as visitas à região de
Montepulciano à Quinta Braccesca da empresa Antinori, na região do Chianti ao Castelo de Varrazano de Greve e a visita á Quinta
Tignatello em S.Casciano também da empresa Antinori.
Nas visitas aos centros de investigação vitivinícola uma especial referência para a visita à
Universidade de Bolonha (Emília Romana), a
universidade mais antiga da Europa, fundada
em 1088. Nesta universidade os participantes
puderam assistir a uma palestra com o Prof.
Brunelli Diproval, especialista em Doenças da
Vinha, com o Prof. Edison Pasqualini, reputado entomologista e ainda a oportunidade
de visitar as vinhas do centro experimental da
universidade com o famoso Prof.Cesare Intrieri, especialista em sistemas de condução.
Também bastante interessantes as visitam ao
Instituto de Viticultura de Arezzo e ao centro
experimental Quinta Vegni em Cortona.
Para além deste intenso programa técnico,
os participantes tiveram também a oportunidade de visitar algumas das cidades mais
belas de Itália como Bolonha, a cidade medieval de Siena ou Florença a terra dos Médicis e de Dante Alighieri e um dos berços do
renascimento com os seus testemunhos arquitectónicos como o Duomo, o Bargello ou
Palazzo Vecchio ou os seus museus como as
Galerias Ufifizi ou a Academia.
No final, o sentimento geral, do enorme êxito
social, cultural e técnico desta iniciativa Bayvits: Vinhas de Referência do Mundo, através
da troca de experiências e de conhecimentos
com a realidade da cultura e da vitivinicultura
italiana.
parceiros na viticultura |
27
28
parceiros na distribuição | 29
ENTREVISTA
PAULO VACAS
DE CARVALHO
“…Sem dúvida
que hoje aquilo
que sou em
parte devo-o
aos forcados e,
como se costuma dizer: forcado por um dia
forcado toda a
vida.”
O grupo de forcados nasceu no século XIX,
no reinado de D.Maria II, como resposta há
proibição dos touros de morte em Portugal.
Descendentes directos dos antigos Monteiros da Choca, grupo de moços que, com
os seus bastões terminando em forquilha ou
forcados, defendiam na arena o acesso à escadaria do camarote do Rei, os forcados são
um símbolo da coragem, confiança, determinação, amizade, e trabalho de grupo.
Nesta edição da revista Parceiros entrevistamos: Paulo Vacas de Carvalho, alguém que
transporta para a sua vida e para o seu trabalho, os valores da tradição dos forcados, fruto
dos vários anos em que assumiu a liderança
dos forcados de Montemor, um dos mais emblemáticos de Portugal.
Achas que como diz o povo: ”A Pega é
uma escola de virtudes”?
A cultura do grupo de forcados é: toca para
a pega e saltamos para a arena. Há que
dominar o medo, ter todos os reflexos à flor
da pele. Citar, mandar na investida do touro
e depois a reunião com um animal com 500
ou 600 kg. Como deves calcular todo este
percurso faz-nos ter emoções muito fortes e
difíceis de explicar.
Para mim o Grupo de Forcados de Montemor
é, sem duvida uma escola de virtudes. Entrei
para o grupo com 16 anos e por lá andei durante 19 anos da minha vida. Foi nesse tempo
que fiz os meus maiores amigos e, que com
eles partilhei grandes momentos que jamais
esquecerei.
Valores como a amizade, entreajuda, partilha, fizeram com que houvesse uma união
entre nós e, só assim conseguia-mos superar
qualquer dificuldade que nos fizesse frente.
Sem duvida que hoje aquilo que sou em parte
devo-o aos forcados e, como se costuma dizer: forcado por um dia forcado toda a vida.
30 | parceiros na distribuição
Depois da “circunstância” o homem. Quem
é o Paulo Vacas de Carvalho?
Paulo Vacas de Carvalho é o filho mais novo
de uma família de 14 irmãos, casado com 46
anos de idade é pai de 4 filhos. Vive em Montemor-o-Novo, onde nasceu. Gosta, como é
obvio, de tauromaquia, continuando, agora
mais que nunca, ligado a seguir os primeiros passos dos seus filhos, o António com
dezassete anos a iniciar-se como forcado e
o Manuel com dezasseis como cavaleiro tauromáquico. No plano desportivo é um adepto
ferrenho do Rugby Clube de Montemor, equipa que acompanha semanalmente nos jogos.
Gosto também de fazer a minha semana de
neve com a família, para a prática do esqui.
Qual foi o teu “caminho” profissional até
chegares a sócio gerente da TOPAVIPEC?
Formei-me em Engenharia Zootécnica na
Universidade de Évora em 1986 e fui trabalhar
para uma multinacional de alimentação para
animais a CHAROEN POKPAND, passando
depois para a concorrência a PURINA. Foi
nessa altura que constitui, com dois amigos,
a TOPAVI-PEC, empresa que começou por
ser distribuidora de rações em Montemor-oNovo.TOPAVI-PEC Produtos Agro-pecuários
Lda.
Como nasceu a TOPAVI-PEC?
Como referi anteriormente a TOPAVI-PEC
nasce de um projecto, com dois amigos, de
criação de uma empresa de distribuição de
rações no concelho de Montemor. Posteriormente, com a procura por parte dos clientes
de outros factores de produção, expandimos
o negócio para adubos sementes e produtos
fitofarmacêuticos. Hoje a TOPAVI-PEC tem
como sócios para alem de mim, o meu cunhado José Manuel Sousa e o meu sobrinho
João.
“A TOPAVI-PEC tem uma
facturação anual de mais
ou menos 5 milhões de
euros, divididos equitativamente por quatro grandes
áreas de actividade: adubos; rações; sementes e
produtos fitofarmacêuticos.”
Em que áreas de negócio a empresa se
posiciona e qual a respectiva importância
em termos económicos?
A empresa tem como principais negócios as
rações, onde somos distribuidores da SAPROGAL, adubos, sementes e, como não podia deixar de ser produtos fitofarmacêuticos.
A TOPAVI-PEC tem uma facturação anual de
mais ou menos 5 milhões de euros, divididos
equitativamente por quatro grandes áreas
de actividade: adubos; rações; sementes e
produtos fitofarmacêuticos.
Qual é a organização da TOPAVI-PEC?
A empresa tem uma estrutura, quanto a mim,
bastante leve, pois somos simplesmente seis
pessoas sendo uma comissionista.
A nossa organização está dividida da seguinte
maneira: eu e o meu cunhado José Manuel
dividimos a gestão da empresa acumulando
também a área de vendas. O meu sobrinho
João Sousa esta inteiramente ligado ao departamento comercial, sobretudo na zona
de Évora/Reguengos. O nosso comissionista
Francisco Rato trabalha a zona de Estremoz.
No escritório com toda a área administrativa
de facturação, stocks, contabilidade está o
Paulo Caldeira. Na logística (entregas) temos
o Sr. Armando e o Luís Parreira. Não fazendo
parte da estrutura interna, mas ligado à em-
presa temos o nosso contabilista.
Na parte de infra-estruturas físicas temos
dois carros pesados e dois ligeiros, assim
como um armazém recentemente inaugurado
com uma área de 900 metros quadrados.
Recentemente a TOPAVI-PEC inaugurou
umas novas e modernas instalações na
zona industrial de Montemor, já em conformidade com as exigências legais no que
respeita à redução do risco na Distribuição
e Venda de produtos Fitofarmacêuticos
(dec. Lei 173/2005). Qual o objectivo da
empresa com esta nova infra-estrutura?
Com a nova legislação, associada a um
crescimento da empresa, decidimos meter
mãos à obra e avançar com um investimento
indispensável para a continuação do nosso
negócio. São hoje uma realidade as novas
instalações da TOPAVI-PEC, num lote industrial de 5.000 m2 que adquirimos a Câmara
Municipal na zona industrial de Montemor-oNovo, construiu-se um armazém com 900m2
divididos da seguinte forma: armazém de
produtos fitofarmacêuticos 150m2; armazém
de rações, sementes e adubos 600m2; área
social 150m2. Com as novas instalações
queremos aumentar o negócio, fidelizando
os nossos clientes e, cada vez mais, sermos
uma empresa de referência no Alentejo.
Que novos projectos têm para o futuro?
Bem, a nível de futuro o principal objectivo é
consolidarmos o nosso negócio e, como já
referi, sermos uma empresa de referência no
Alentejo. Queremos como é obvio melhorar
alguns aspectos, nomeadamente criar um
“site” da empresa na Internet, visto hoje em
dia a Internet ser uma referência indispensável, como suporte de comunicação, para
todos os agentes ligados ao sector.
O Alentejo tem cerca de 50 % da Superfície Agrícola Útil de Portugal, neste contexto falar do futuro da Agricultura em
parceiros na distribuição | 31
Portugal é falar do futuro da Agricultura no
Alentejo. Achas que a agricultura no Alentejo tem futuro?
Claro que sim, desde que hajam politicas,
quer agrícolas, quer macroeconómicas para
o sector, que sejam estáveis e adequadas aos
nossos sistemas de agricultura. Ou seja que
tenham em conta os nossos solos, o nosso
clima, as nossas culturas e o conhecimento e
experiência da nossa gente, assim a agricultura no Alentejo terá futuro.
Qual o futuro de sectores/culturas tradicionais na região, como os cereais, o olival,
ou a vinha?
Os cereais de sequeiro sem apoio, do tipo
agro-ambiental, não são sustentáveis. Um
dos sectores que poderia ser viável, é a
pecuária extensiva, desde que tenha alguns
apoios e não continue a ser esquecido. Quanto às culturas da vinha e do olival, desde que
se façam em solos propícios e com boas
condições agronómicas, penso que continuarão a ser viáveis no Alentejo.
“…a vinha e o olival, desde
que se façam em solos
propícios e com boas
condições agronómicas,
penso que continuarão a
ser viáveis no Alentejo.”
cia do Mercado.
A campanha agrícola de 2007 / 2008 começou
com um enorme entusiasmo por parte dos
agricultores no que diz respeito sobretudo à
procura e aos preços dos cereais, tanto de
sequeiro (trigo e cevada dística) como depois
de regadio, sobretudo o milho. Foi sobretudo
devido a esta dinâmica por parte do mercado
e das explorações agrícolas que se verificou
o aumento do mercado dos produtos fitofarmacêuticos, pelos menos no Alentejo.
Qual é a tua prospectiva para o mercado
da protecção das plantas em 2009 no
Alentejo?
Nas culturas da vinha e olival acho que o
mercado está mais ou menos estável, relativamente aos cereais, e depois de um ano em
que os agricultores viram as suas perspectivas furadas com os preços dos cereais muito
baixos e, por outro lado com os factores de
produção (adubos, sementes) muito elevados, houve um retrocesso, com muito pouca
gente a semear. Este ano a minha previsão vai
no sentido de uma diminuição no mercado
dos produtos fitofarmacêuticos, sobretudo
nos herbicidas de cereais.
“Parceiro é sem duvida
um termo que define bem
a relação positiva que existe entre a Bayer CS e a
TOPAVI-PEC. O apoio técnico, comercial que a Bayer
CS nos dá, assim como
aos nossos clientes, faz
parte duma parceria que
nos motiva no dia a dia…”
A TOPAVI-PEC constituiu-se como centro de recolha de embalagens vazias de
produtos fitofarmacêuticos no âmbito do
projecto Valorfito/SIGERU? Que pensas
deste sistema?
Como cidadão e numa prospectiva ambientalista, concordo ao máximo com este projecto Valorfito/SIGERU. Como empresário,
e pelos custos associados, penso que é um
mal necessário ao negócio dos produtos fitofarmacêuticos.
Nos últimos anos temos assistido a compra
de imensas explorações por empresários/
agricultores de diferentes nacionalidades,
sobretudo espanhóis no Alentejo, só na
área do Olival contabilizam-se cerca de 20
mil hectares nas mãos de empresários do
país vizinho. A que se deve esta dinâmica
e quais as principais mais valias que estes
trazem para a região?
Penso que a venda de explorações de agricultores alentejanos a espanhóis se tem verificado sobretudo a grupos económicos especializados na cultura do olival. Funcionando
as explorações adquiridas em Portugal como
extensão do seu próprio negocio em Espanha
e aproveitando de certa forma a conjuntura
de descapitalização da lavoura no nosso
pais. Os factores de produção, os consumos
intermédios, assim como o produto final na
sua maioria vão e vêem de Espanha. A mãode-obra local empregada é escassa, por isso
penso que pouco ou nada dinamiza a economia regional.
O sector da distribuição de produtos fitofarmacêuticos?
Neste ano de, 2008, o mercado da Protecção
das Plantas em Portugal aumentou significativamente (+6 %). A que se deve esta tendên-
Quais são, no teu entender, os principais
problemas com que se confronta o sector
da distribuição de produtos fitofarmacêuticos em Portugal?
Como sabes o maior problema que se depara este negócio é, sem dúvida, as margens
de comercialização que, por via da muita
concorrência no sector, nos obriga a reduzir
as mesmas para sermos competitivos. Associado a este contexto da distribuição de
produtos fitofarmacêuticos, temos um sector
agrícola descapitalizado que gera, consequentemente, prazos alargados nos recebimentos aos agricultores e até mesmo incumprimento de pagamentos.
“… o Clube Bayvitis é uma
mais valia para o nosso
negócio e acima de tudo
para os viticultores, que
assim podem usufruir de
um conjunto de suportes
e serviços que não estão
disponíveis noutras empresas do género.”
32 | parceiros na distribuição
Bayer CropScience
O lema da Bayer CS é Parceiros no desenvolvimento. Quais são as tuas expectativas como parceiro da Bayer CS?
Parceiro é sem duvida um termo que define
bem a relação positiva que existe entre a Bayer CS e a TOPAVI-PEC. O apoio técnico, comercial que a Bayer CS nos dá, assim como
aos nossos clientes, faz parte duma parceria
que nos motiva no dia a dia. Cada vez mais a
relação fornecedor / distribuidor tem que ser
forte, e não pode ser só encarada do ponto
de vista comercial.
Em 2006, a empresa lançou o Clube Bayvitis, que oferece um conjunto de serviços,
suportes e um programa de incentivo aos
viticultores. Tendo a vinha uma importância determinante na Agricultura da região,
que pensas desde projecto Clube Bayvitis?
Quando o projecto Clube Bayvitis foi lançado
pensei que os viticultores não dariam a importância ao programa, que realmente vieram, mais tarde, a dar. Hoje sem dúvida, o
Clube Bayvitis é uma mais valia para o nosso
negócio e acima de tudo para os viticultores,
que assim podem usufruir de um conjunto de
suportes e serviços que não estão disponíveis
noutras empresas do género.
Mais recentemente, em 2008, foi lançado
o Clube Fidélis Plus destinado a incentivar
o sector da Revenda. Qual a importância
desta iniciativa?
Assim como o Clube Bayvitis, o Fidélis Plus
veio fortalecer a relação entre Bayer CS, o
Distribuidor e o Revendedor, o que vai tornar
cada vez mais forte a presença da empresa
no mercado.
O Eugénio de Andrade escreveu um dia:”.
O meu Alentejo é aquele horizonte, onde o
olhar se estende e consome.” Para terminar um olhar no horizonte através de uma
mensagem para o futuro!
Em todos os tempos na história da humanidade, a agricultura foi sempre considerada
um sector estratégico. Será que no nosso
país poderá deixar de o ser? Contra tudo e
contra todos, continuo a ser um optimista, e
a olhar no “horizonte” vendo e acreditando
na importância estratégica do sector agrícola
em Portugal.
Entrevista: Isidoro Paiva
parceiros na região |
33
34 | parceiros na pesquisa
APLICAÇÃO PRÁTICA DUM PROGRAMA
DE PROTECÇÃO INTEGRADA CONTRA
O MILDÍO DA VIDEIRA
YVON BUGARET(1)
JORGE SILVA(2)
Cada vez mais a viticultura encontra-se intimamente ligada às questões ambientais,
enfrentando o desafio das novas exigências
dos consumidores. Os esforços realizados
para aumentar a qualidade do vinho exigem
uma protecção fitosanitária das vinhas contra doenças e pragas, mas obrigatoriamente
inserida num quadro de agricultura sustentável.
A boa utilização dos produtos fitossanitários
é uma das chaves para o futuro da viticultura.
Estes novos presupostos desencadearam,
sobretudo depois do ano 2000, o estudo de
novas ferramentas de ajuda à tomada de decisão, sem esquecer a sua validação em vários anos com condições climáticas diferentes,
de maneira a controlar as doenças da vinha
de acordo com os princípios da Protecção
integrada.
ANTÓNIO VILLALOBOS(3)
VITOR DIAS(4)
Em Portugal, o ano de 2007 apresentou
condições excepcionais para o desenvolvimento do míldio da videira. A sua virulência
manifestou-se em todas as regiões vitícolas,
causando elevados prejuízos a nível dos viticultores.
A nossa proposta era a de testar alguns dos
elementos que permitissem reduzir o número
de tratamentos. Os resultados alcançados
foram extremamente interessantes, tendo sobretudo em consideração que foram obtidos
em condições extremas e de grande severidade da doença, o que nos estimulou a que
fossem comunicados aos viticultores assim
como a todos os profissionais ligados à viticultura.
O principal objectivo era o de testar duas estratégias de tratamento entre si, e estas com
uma testemunha não tratada.
Com base nos elementos relativos à tomada
de decisão foi possível, com apenas 6 tratamentos, controlar o míldio da videira, ao passo que a média dos tratamentos realizados
na região foi não só bastante superior mas
também, em muitas das situações, conduziu
a resultados pouco satisfatórios.
(1) Doutor da Universidade de Bordéus,
Rue de Riboutet 33760 CREON (France)
(2) Bayer CropScience Portugal
Departamento Técnico
O ensaio foi realizado no vale do Tejo, mais
concretamente perto da localidade de Vale de
Cavalos, cerca de 15 km a norte de Santarém.
(3) Bayer CropScience Portugal
Departamento Técnico
(4) Bayer CropScience Portugal
Departamento Técnico
parceiros na pesquisa |
OS ELEMENTOS UTILIZADOS PARA
A TOMADA DE DECISÃO
Dentro do conceito de Protecção integrada
dever-se-á intervir apenas quando for necessário, no momento certo, tendo em conta
o risco epidemológico calculado, o risco
climático e o desenvolvimento vegetativo.
Por isso, recorreu-se às seguintes ferramentas de ajuda à tomada de decisão:
A gestão climática
Uma estação agro-meteorológica recolhe
os dados climáticos electronicamente, permitindo analisar estes elementos e as suas
consequências sobre o risco epidemológico
no desenvolvimento de doenças. Este equipamento, de tecnologia avançada, assegura,
em tempo real, através de linha telefónica
ou G.S.M, a colheita dos dados que serão
posteriormente processados através dum
programa informático. Obviamente que para
assegurar a qualidade da informação obtida
através das estações agro-meteorológicas
será necessário a validação dos respectivos
dados.
chas primárias de míldio permitem verificar
se a data de maturação dos oósporos, previsto pelo modelo P.O.M. (Previsão Óptima
de Maduração), e a data das contaminações
primárias previstas pelo P.C.O.P. (Previsão
Contaminação Oósporos Primários) são
efectivamente validadas. Esta metodolgia
simples, validada depois do ano de 2000,
(Bugaret 2001) permite reduzir o número de
tratamentos sem comprometer o nível e a
qualidade da produção.
Para renovar os tratamentos é necessário um
rigoroso acompanhamento epidemológico.
Para isso, as parcelas de testemunha não
tratadas e existentes em cada região agroclimática, permitiu-nos controlar os ciclos
epidémicos da doença, e determinar assim
o nível de risco. A comparacão dos resultados obtidos neste acompanhamento com as
previsões dadas pelo modelo E.P.I (Estado
Potencial Infeccioso) permitiram-nos validar
a tomada de decisão.
A aplicação destas ferramentas de ajuda
à tomada de decisão permitiu-nos reduzir
significativamente o número de tratamentos
nas vinhas acompanhadas em 2007, sempre
tendo em conta os princípios duma viticultura
sustentável.
A modelização
Estas ferramentas simulam o desenvolvimento epidémico do míldio facilitando assim o
seu controlo. Existem duas categorías:
• Os modelos de tendências (E.P.I., P.O.M.,
P.C.O.P., “Sistema Potencial”) permitem obter
uma previsão sobre a data de maturação dos
oósporos assim como o risco potencial no final do inverno, isto para além do cálculo do
risco epidémico durante a fase vegetativa.
- Os modelos descritivos (MILVIT, MILSTOP,
DYONIS) representam o desencadear dos ciclos primários, secundários e sucesivos da
doença. Foram desenvolvimos pelo S.R.P.V.
em França.
Entre estes modelos foi escolhido um dos
modelos de tendência configurado por
um software “METEOPRO”, validado pelo
I.N.R.A., e editado pela A.C.T.A. Este modelo
tem a vantagem de ser acessível a todos os
viticultores.
Para o funcionamento rigoroso destes modelos é necessária a obtenção de dados meteorológicos fiáveis e em tempo real. Sempre
que possível dever-se-á recorrer a estações
meteorológicas ligadas a um computador e
controladas por software.
As observações na vinha
A Protecção Integrada baseia-se no acompanhamento rigoroso da vinha no terreno.
É indispensável conhecer o seu estado fisiológico e sanitário, antes da tomada de
decisão para a realização de qualquer tratamento. As ferramentas já anteriormente referidas não são mais do que um complemento
às observações no terreno.
Foi implementada uma rede de cepas de
detecção de focos primários, em vinhas do
Alentejo e Ribatejo. A detecção das man-
ORGANIZAÇÃO E RESULTADOS
DO ENSAIO REALIZADO EM 2007
A parcela de vinha na qual decorreu o ensaio
localizou-se no Vale do Tejo, perto da localidade de Vale de Cavalos, perto de Santarém.
Historicamente, esta parcela encontra-se sujeita a forte pressão de míldio e oídio. Trata-se
duma vinha com 39 anos, variedade Fernão
Pires enxertada em SO4. A densidade de
plantação é de 3333 plantas por hectare, com
35
um compasso de 2,70 m y 1,10 m e com um
sistema de condução de cordão Royat palissé.
De maneira a avaliar a eficácia dos fungicidas
aplicados com diferentes alternâncias foram
comparadas duas estratégias, as quais são
apresentadas na figura nº 1.
Foi utilizado um disposito experimental simples, com 4 blocos casualizados e com 7
plantas de observação na parcela. Em cada
repetição, e de modo a assegurar o acompanhamento da epidemoiloga da doença, existiu uma parcela não tratrada.
Todas as aplicações de fungicidas foram realizadas recorrendo à maquinaria do viticultor,
um pulverizador Tomix rebocável, com bico
de cone, sendo pulverizadas os dois lados
da cepa. O volume de calda inicial foi de 400
litros/ha, passando a 500 l/ha nas aplicações
de pós-floração. Os produtos utilizados bem
como a sua composição e dose de emprego
apresentam-se na figura nº 1.
O ensaio foi desenhado para o controlo de míldio da videira, no entanto foi definido um programa comum às duas estratégias destinado
a controlar o oídio da videira. Assim, desde a
fase de botões florais separados até o fecho
do cacho foi estabelecido um programa de
tratamentos baseado na alternância de famílias químicas limitando, deste modo, não só
eventuais problemas de resistência como
também o nível de resíduos. Será importante
referir que com apenas 5 aplicações foi possível assegurar uma excelente protecção
anti-oídio.
A analíse climatológica foi feita com base nos
dados obtidos numa estação agro-meteo-
36 | parceiros na pesquisa
rológica “CIMEL Enerco 404 A”, situada a 15
km, em linha recta, do local do ensaio, numa
vinha próxima de Santarém. Embora não
tenha sido a situação foi porém a possível
atendendo a não existir outra mais próxima
do local do ensaio.
Evolução e controlo do mildío no ano de
2007 na parcela de ensaio.
O mês de Setembro de 2006 foi particularmente favorável ao desenvolvimento do míldio mosaico (figura 2).
As condições climáticas permitiram o aparecimento da forma sexuada do míldio, o inverno
foi suave e bastante chuvoso, registando-se
em Santarém 726 mm de precipitação entre
o dia 1 de Outubro de 2006 e 31 de Março,
(figura 3) ou seja mais 48% que a média dos
últimos 10 anos. A precipitação esteve sobretudo concentrada nos meses de Outubro,
Novembro e Fevereiro.
A forma sexuada (oósporos) do míldio, abundante no período de Outono de 2006, esteve
sujeita a uma climatología invernal muito favorável, favorecendo grandemente o seu ciclo de maturação.
O risco epidemológico durante a Primavera
na parcela de ensaio foi avaliado através dos
indicadores P.O.M. e P.C.O.P., provenientes
de modelo E.P.I. (versão 89.1 – INRA de Bordéus 1989) baseado num ficheiro histórico
climático local (Santarém).
Os dados obtidos com os indicadores P.O.M.
e P.C.O.P. apresentados na figura nº 4, indicavam, em 31 de Janeiro, o fim da maturação
dos oósporos para o dia 7 de Abril, com um
índice de gravidade para os ataques primários de 3, numa escala de risco de 1 a 4. Estas
previsões de P.O.M. correspondem a um risco de ataque forte, deixando antever um ano
problemático em termos de míldio.
O indicador P.C.O.P. previu a contaminação
dos oósporos primários para a data de 19
de Abril, com o aparecimento provável dos
primeiros sintomas de mildío para o dia 26
de Abril. O acompanhamento epidemológico,
recorrendo às cepas de detecção presentes na parcela de ensaio, revelaram que as
primeiras manchas primárias do mildío surgiram no dia 24 de Abril, ou seja apenas 2 dias
antes do previsto através do cálculo teórico
do P.C.O.P. Esta pequena diferença revela a
elevada precisão dos dados obtidos a partir
de P.O.M. e P.C.O.P., mesmo tendo em conta
a distância de 15 km entre a origem dos dados climáticos e a parcela de ensaio.
Durante a fase de “cachos separados” a
cepa encontra-se bastante susceptível aos
ataques de míldio, o que exige um elevado
grau de vigilância e acompanhamento, tendo
também em conta que antecede uma fase de
grande crescimento vegetativo.
parceiros na pesquisa |
As previsões P.O.M. e P.C.O.P., validadas
através das observações efectuadas nas
cepas de detecção, foram extremamente
úteis para o correcto posicionamento do
primeiro tratamento.
Na figura nº 5 está representada a sequência
dos primeiros ciclos de míldio, bem como o
posicionamento das diferentes aplicações.
As contaminações primárias ocorreram a 9 de
Abril, coincidindo com a previsão dada pelo
indicador P.C.O.P. Uma chuva de 8 mm, com
uma intensidade horária de 35 mm/h, e uma
temperatura média de 16.6 ºC foram muito favoráveis à germinação dos oósporos. Os salpicos provocados por esta chuva permitiram
a projecção dos zoósporos na página inferior
das folhas.
O primeiro tratamento, com o fungicida Rhodax Flash, realizou-se a 18 de Abril (figura nº 5)
24 horas antes das contaminações primárias,
precisamente antes das chuvas previstas,
e depois confirmadas, de 19 e 20 de Abril.
Estas chuvas permitiram o aparecimento
das contaminações primárias (C1 y C2). As
primeiras manchas, em número apreciável e
bem esporuladas, foram observadas a 24 de
Abril, desencadeando-se assim o processo
epidemológico.
3 razões estiveram na base para que o segundo tratamento tivesse sido antecipado para
26 de Abril (ver figura nº 5):
1. O rápido crescimento da vinha, favorecido
pelo aumento das temperaturas, expôs à
doença um importante volume de vegetação
neo-formada. Com um risco epidemológico
elevado aconselha-se a redução do intervalo
de tratamentos de 14 para 10 dias, ou até menos.
2. A evolucão do risco epidemológico calculado pelo modelo E.P.I. mostrou uma forte
progressão nas variações do E.P.I. diário. Este
aumento significativo na pressão da doença
teve de ser levada em consideração.
3. A organização do trabalho é um dado
muito importante estando, muitas vezes, na
base do sucesso ou fracasso dum programa
de tratamentos. Uma vez que os tratamentos
foram realizados recorrendo à maquinaria do
próprio agricultor tivemos de sujeitar-nos à
disponibilidade da mão-de-obra, pulverizador, fins-de-semana, etc.
O segundo tratamento efectuou-se com
Melody C, produto que tendo sido aplicado
48 horas após as chuvas contaminantes teve
uma acção curativa devido à acção do iprovalicarbe.
As fortes chuvas caídas entre 30 de Abril, 1 e
2 de Maio favoreceram repicagens sucessivas (C.4, 5 y 6), a partir das manchas de mildío,
numerosas e bem esporuladas, nas parcelas
da testemunha não tratada. Foram estas chuvas que desencadearam as fortes infecções
registadas nas várias regiões vitícolas portu-
37
guesas. Com efeito, por volta de 8 de Maio,
observou-se uma uma verdadeira explosão
de novas infecções nos cachos e nas folhas.
No Ribatejo, por exemplo, ocorreram fortes
ataques de míldio que comprometeram seriamente a futura colheita.
A 4 de Maio, 9 dias após a segunda aplicação, realizou-se um terceiro tratamento com
Melody Super (estratégia E.1) e Rhodax Flash
(estratégia 2). A alternância de fungicidas
com acção unisite ocorreu sobretudo na estratégia E.2.
O Melody C, aplicado preventivamente a 26
de Abril, revelou-se altamente eficaz. Posteriormente, foi possível concluir que os dois
primeiros tratamentos contra o mildío foram
muito bem posicionados permitindo assim
controlar a doença a qual foi desastrosa para
muitos viticultores.
Um período de seca e calor, observado entre
4 e 20 de Maio, permitiu a estabilização da
doença. Contudo, o elevado grau de humidade nocturna registado entre 10 e 16 de
Maio, favoreceu o estabelecimento do parasita nos cachos pertencentes às parcelas não
tratadas, levando assim à sua total destruição.
38 | parceiros na pesquisa
maneceram estáveis, permitiram aumentar
o intervalo entre tratamentos, sem correr
riscos. Relativamente ao quarto tratamento
foi adoptada uma alternância em ambas as
estratégias.
Este tratamento foi muito importante tendo
em conta a forte instabilidade atmosférica
ocorrida a partir do 13 de Junho. A remanescência dos produtos aplicados (Melody
Super e Rhodax Flash) não trouxe problemas
de eficácia. O menor crescimento vegetativo
verificado no mês de Maio aliado a uma boa
situação fitossanitária das parcelas tratadas
ajudou, igualmente, ao bom comportamento
dos produtos.
O sexto tratamento, realizado a 18 de Junho (figura 7) foi posicionado de maneira a
aproveitar um intervalo sem precipitações
significativas. Neste tratamento foi aplicado
Rhodax Flash de forma a manter uma cobertura de protecção preventiva relativamente à
13ª chuva contaminante (C.19, 19 de Junho)
registada no dia seguinte ao tratamento.
Uma observação sobre folhas e cachos efectuou-se no dia 25 de Junho, na fase de fecho
do cacho. Até esta data, tinham sido realizados 6 tratamentos, número relativamente reduzido quando comparado com a média de
tratamentos realizados na região.
Os resultados obtidos nesta observação podem ser interpretados do seguinte modo:
Ataque em folhas (figura 8)
A primeira contagem em folhas realizou-se
a 16 de Maio. Na figura nº 6 apresentam-se
as frequências de ataque. Nesta contagem,
e para uma frequência média de ataque de
23% na testemunha, a percentagem de folhas
atacadas em ambas as estratégias podem
considerar-se como insignificantes. Os resultados das contagens foram sujeitos a análise
estatística (programa StatboxPro 5.0.).
O quarto tratamento realizou-se em 18 de
Maio, antes de um período de instabilidade
atmosférica anunciado para 20 a 25 de Maio.
A eficácia das duas estratégias em estudo
foi excelente, não se observando diferenças
quer entre ambas tanto a nível das folhas ou
dos cachos.
Durante o mês de Maio, houve uma forte progressão da curva de E.P.I., situando o nível de
risco epidémico Numa zona perigosa (figura
nº 10). Com efeito, os valores de E.P.I. subiram do valor de -8,2, no dia 1 de Maio, para
+1,6, no dia 31 de Maio, com uma progressão
de 5,4 pontos. Esta situação obrigou, para
além duma vigilância continua, à continuação
dos tratamentos.
Os aguaceiros caídos em 20 e 22 de Maio, a
pesar de pouco intensos, permitiram a oitava
e nona contaminação (C.7 e C.8). Estas contaminações favoreceram a generalização de
Rot-gris sobre cachos seguida de Rot-brun.
O quinto tratamento foi realizado em 4 de
Junho (figuras 5 e 7) ou seja 17 dias despois
do realizado em 18 de Maio. As condições
climáticas menos favoráveis aos ataques de
míldio e os valores do E.P.I, os quais per-
São apenas consideradas as frequências
de ataque uma vez que as intensidades de
ataque tiveram pouco expressão e, por isso,
com pouca importância.
A frequência de ataque sobre as folhas da
primeira geração, ou seja as primeiras contaminações ocorridas em Maio, revelam uma
excelente eficácia das duas estratégias de
tratamento, quando comparadas com a testemunha não tratada (mais de 54% de ataque).
Por isso, foram observadas as extremidades
dos lançamentos que se desenvolveram depois do quinto tratamento realizado em 4 de
junho. Uma vez que o tratamento de 18 de
junho foi realizado depois das fortes contaminações resultantes das precipitações caídas
entre 13 e 16 de Junho, foi possível obter
informações importantes sobre a protecção
dos fungicidas sobre os lançamentos recém
formados.
Com efeito, em ambas estratégias foi observada uma boa protecção das extremidades
dos lançamentos, sem diferenças significativas, mas apesar de tudo com alguma diferença entre os valores obtidos. Estes resultados
são particularmente interesantes sobretudo
tendo em conta o estado das testemunhas
não tratadas.
Ataque em cacho (figura 9)
A frequência e intensidade de ataque calcu-
parceiros na pesquisa |
lados sobre o conjunto das testemunhas não
tratadas revelam uma gravidade extrema, respectivamente cerca de 100% e 92%. Nestas
condições de grande severidade, ambas as
estratégias conseguiram uma protecção excelente. A análise estatistica de estes resultados é desnecesária.
Uma sétima e última aplicação anti-mildío
realizou-se a 2 de Julio (figura 7) com um
produto cúprico. Este tratamento teve apenas o objectivo de proteger as folhas no final
do ciclo, revelando-se desnecessário. Com
39
efeito, o mês de Julho foi extremamente seco
e por isso desfavorável ao desenvolvimento
do míldio da videira, condições que se mantiveram até á altura da vindima.
o ensaio, os elementos de ajuda à tomada de
decisão apresentadas e adoptadas, baseadas na analíse climática, epidemológica, e
um acompanhamento regular da vinha, permitiram validar o posicionamento do primeiro
e segundo tratamentos.
DISCUSSÃO-CONCLUSÃO
Os indicadores P.O.M. e P.C.O.P. do modelo
E.P.I. 89.1 revelaram-se precisos para a tomada de decisão relativamente ao posicionamento da primeira aplicação, sendo esta
uma das chaves da protecção integrada. Não
obstante os 7 tratamentos realizados foi possível comprovar que 6 aplicações teriam sido
suficientes para garantir o mesmo nível de
eficácia.
Atendendo ao contexto epidemológico do
ano de 2007 tal como o local onde decorreu
As previsões obtidas por estos indicadores
foram confrontadas com as do modelo MILSTOP utilizado pelo S.R.P.V. francés Service
Regionaux de la Protection des Vegetaux du
Ministère de l’Agriculture et de la Pêche). As
datas das contaminações primárias e do aparecimento das manchas foram coincidentes. A
simulação do ciclo correspondem igualmente
aquela apresentada nas figuras 5 e 7. Todavía,
é importante recordar que, em certos anos,
as previsões sobre as infecções primárias do
modelo E.P.I. 89.1 podem ser imprecisas. É o
que sucede nos primeiros meses do Inverno
se são secos (Outubro a Janeiro), seguidos
de uma alternância pluviométrica forte em
Fevereiro e Março. Será de grande utilidade o
estudo de este modelo fazendo ajustamentos
que permitan um maior grau de precisão em
todas as situações climáticas.
A detecção de focos primários de míldio na
vinha onde decorreu o ensaio, permite comprovar e validar as datas de maduração dos
oósporos e as contaminações primárias previstas pela modelização. O raciocínio sobre
os tratamentos seguintes exigiu um acompanhamento fenológico, climático e epidemológico frequente e rigoroso. Este confronto
dos resultados com o referido acompanhamento permitiram dar crédito à tomada de
decisão. A eficácia das duas estratégias em
estudo não revelaram qualquer diferenta significativa. O nível de protecção obtido em
folhas e cachos, para além da boa eficácia
dos produtos, ficou sobretudo a dever-se ao
bom posicionamento dos tratamentos assim
como da qualidade do material de aplicação
do viticultor.
A nível de controlo do oídio a estratégia seguida baseou-se numa verdadeira alternância de
substâncias activas, bem como no conhecimento das técnicas actuais, resultando muito
eficaz.
Resumindo, este ensaio mostrou que é possível reduzir significativamente a carga de
fungicidas num ano que, em Portugal, pode
considerar-se de referência relativamente
ao míldio da videira. Num contexto em que
a Primavera anunciava-se como alarmista
40
Estimula as defesas
naturais da vinha.
Fungicida com sistemia completa
para míldio e escoriose.
tecnologia
Eficácia melhorada.
Maior segurança e
comodidade para o aplicador.
Menor impacto ambiental.
www.bayercropscience.pt
parceiros na pesquisa |
41
J.F., 1993. Dionys, une aide à la décision. PhytomaLDV, 1993, n°455, 27-31.
-BUGARET Y., 2001. Raisonner la lutte contre le mildiou de la vigne : une méthode pour détecter les foyers
primaires. Phytoma-LDV, 2001, n°536, 46-48.
-BUGARET Y., BESSART S., 2002. Une démarche de
protection raisonnée contre le mildiou : essai de validation dans le Bordelais en 2001. Phytoma-LDV, 2002,
n°548, 29-32.
-BUGARET Y., BERNARD J.L., MAURIN G., MOLOT B., LA ROCQUE B. (De), 2002 Des outils pour
la protection raisonnée ou intégrée du vignoble : les
mesures de lutte indirectes envisageables. PhytomaLDV, 2002, n°554, 18-22.
-BUGARET Y., 2006. Gestion des intrants phytosanitaires et des parasites de la vigne. Revue des Œnologues, 2006, n°121, 28-31.
-BUGARET Y., 2006. Prévenir une attaque tardive de
mildiou mosaïque de la vigne : valider la lutte dans les
délais d’avant récolte. Phytoma-LDV, 2006, n°594, 3739.
-BUGARET Y., BUROSSE L., 2005. Contre le mildiou,
quand commencer à traiter, comment continuer et
avec quels fongicides : prise de décision en protection
raisonnée. Phytoma-LDV, 2005, n°583, 58-63.
-BUROSSE L., 2004. Formalisation et validation de règles de décision en protection raisonnée du vignoble
: étude de leur applicabilité. Mémoire de fin d’études,
E.N.I.T.A. de Bordeaux, 2004, 57 p.
-TRAN MANH SUNG C., STRIZYK S., CLERJEAU M.,
1990. Simulation of the date of maturity of Plasmopara
viticola oospores to predict the severity of primary
infections in grape-vine. Plant disease 1990, vol. 74,
n°2, 120-124.
Tradução: António Villalobos
a doença foi bem controlada. Este procedimento apresentou numerosas vantagens
tanto no plano económico como ambiental. É
tambén uma garantia que o nível de resíduos
não ultrapassa os LMR’s oficialmente definidos, permitindo assim melhorar a imagem da
viticultura.
Existe um outro aspecto actual e muito marcante na viticultura portuguesa: a melhoria na
prevenção dos riscos de resistência aos fungicidas conseguida devido a uma redução no
número de tratamentos com a consequente
menor pressão de selecção exercida sobre
as populações dos fungos, alternância e,
para os fungicidas de maior risco, o seu uso
generalizado em associação com outras substâncias activas.
Apesar dos bons resultados obtidos neste
ensaio, as dificuldades para por à prova as
práticas mais razoáveis da protecção fitossanitária são, na actualidade, preocupantes.
Os elementos para a tomada de decisão ainda
não estão muito difundidas, a disponibilidade
indispensável para o acompanhamento no
campo é compreendida como uma limitação,
e o conhecimento dos níveis económicos de
ataque deverão ser mais precisos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
-BESSART S., 2001. Evaluation de schémas de conduite raisonnée de la protection intégrée dans un vignoble bordelais : l’exemple du mildiou de la vigne.
Mémoire de fin d’études. E.N.I.T.A. de Bordeaux,
2001, 99 p.
-BOUREAU M., BOUDAUD J., MARCHAND P., PION
42
parceiros na comunicação | 43
BRAND FUSION
A NOVA IMAGEM
DAS MARCAS
Maria Carmo Romeiras
Gestora de Projectos
A Bayer CropScience é uma empresa inovadora.
A inovação e as novas ideias são uma condição fundamental para garantir o futuro.Iniciámos em meados
de 2007 o processo de “Brand Fusion”, que revoluciona toda a comunicação relacionada com a Marca.
As Marcas são um dos activos mais importantes e valiosos da Bayer Cropscience e
quando se consegue uma fusão, uma integração dos diversos valores associados
aos diferentes elementos da Marca, então
o resultado é mais que apenas algo novo, o
resultado é poderoso e extremamente eficaz. “ O todo é mais que a simples soma das
partes…” já dizia Aristóteles, e isto aplica-se
perfeitamente ao conceito do Brand Fusion.
Com este novo conceito a Bayer Cropscience
combina, funde num só suporte o “BRANDTAG” os três elementos de maior valor da
marca: 1- A cruz Bayer, 2 - O escudo Bayer,
3 - A Marca do Produto.
A Cruz Bayer, com mais de um século de existência, facilmente reconhecida em todo o
mundo, é um símbolo de qualidade, eficácia
e confiança,e traduz a missão da nossa companhia. O Escudo Bayer , com a sua forma
única que caracteriza a imagem do rótulo de
todos os nossos produtos permitindo a identificação rápida dos produtos como produtos
Bayer e a associação aos valores intrincecos
A Marca do Produto: marcas como MILRAZ,
DECIS, CONFIDOR, MIKAL, MELODY e tantas outras, têm uma história e identidades
únicas, são todas diferentes, mas todas marcas Bayer CropScience Combinando a força
destes três elementos, a Bayer CS junta três
activos poderosos de uma forma simples,
constante, consistente e eficaz no contacto
com os nossos Clientes, garantindo que os
nossos produtos são facilmente reconhecidos e associados aos valores, o que não se
pode copiar e reforça fortemente a imagem
de Marca. O Brand Fusion é um conceito de
aplicação mundial e que desde o momento
inicial de implementação (meados 2007) tem
vindo gradualmente a afectar todos os suportes das marcas, e que já se podem encontrar
no mercado como: Os rótulos, as caixas de
grupagem, anúncios, apresentações, brindes,
folhetos, enfim todos os elementos e suportes de comunicação onde estejam as marcas.
No caso dos rótulos, anúncios, brindes, e out-
ros suportes a passagem está feita, no caso
das caixas de grupagem e folhetos está ainda
a decorrer.
O nosso objectivo é durante 2009 implementar completamente o Brand Fusion em Portugal, esperando que este seja mais um instrumento para reforçar a imagem dos nossos
produtos e reforçar a decisão de compra dos
nossos Clientes por produtos Bayer CropScience, porque afinal…
o que é Bayer é bom!
44 | parceiros na comunicação
MANUAL
DE UTILIZAÇÃO
BAYER CROSCIENCE
2009
Maria Carmo Romeiras
Gestora de Projecto
O Mercado português
de produtos para a protecção das plantas tem
sofrido nos últimos anos
alterações profundas na
forma como as Empresas
comunicam com os seus
PARCEIROS e Clientes,
quer no tipo de suporte
utilizado quer ainda nos
seus conteúdos.
O papel crescente cada vez mais determinante da comunicação on-line (Internet)
revolucionou todo o conceito tradicional de
comunicação a par das exigências e necessidades crescentes e cada vez mais diferenciada de conteúdos dos diferentes grupos de
Parceiros/Clientes
A Bayer CropScience tem sido pioneira em
inovação quer dos produtos suportes e serviços oferecidos, e tem diferenciado os suportes de comunicação em função do público-alvo, tratando de uma forma cada vez
mais orientada para as necessidades de cada
grupo e criando suportes específicos.
Mas sabemos a velocidade e rapidez com
que actualmente tudo se passa, e que a par
de suportes mais direccionados de carácter
técnico mais detalhado, muitas vezes e em
locais onde o acesso à informação nem sempre é fácil ou quando necessitamos de uma
informação fiável e geral sobre os produtos
é necessário um suporte fácil de consultar,
rápido, e fiável, e se além disto a informação ainda estiver apresentada de uma forma
atraente e convidativa, então para uma consulta geral faz todo o sentido um suporte que
reúna informação geral sobre a nossa gama
de soluções e recomendações de aplicação.
Assim nasce o novo catálogo Bayer CropScience. A imagem segue a campanha institucional 2009 inovadora e o formato nem
muito grande que dificulte o transporte, nem
muito pequeno para que seja de leitura fácil.
O conteúdo esta organizado em capítulos. A
estrutura dos capítulos foi desenhada para
facilitar ao máximo a consulta: recomendações por Cultura, Informações sobre produtos (com uma curta descrição das vantagens
dos produtos e ainda uma informação mais
detalhada sobre as indicações de aplicação,
identificação e ainda embalagens disponíveis
para venda).Ainda um capitulo dedicado a
informações complementares onde compi-
lámos um conjunto de informação direccionada ao utilizador final dos nossos produtos,
nomeadamente: Como aplicar correctamente
um produto, indicações de segurança, como
ler um rótulo, recomendações sobre armazenamento e transporte dos produtos para a
protecção das plantas e tabela de compatibilidades.
Este novo Manual de
Utilização foi um trabalho
de equipa que esperamos
que seja um instrumento
útil de suporte à decisão
e utilização da nossa gama
de soluções.
parceiros na pesquisa | 45
ALSYSTIN MAX®
DE OLHOS
NO VOO !
Novo Insecticida contra bichado da
fruta em macieira e pereira, lagartas
mineiras da macieira e anársia do
pessegueiro.
A elevada especificidade biológica patente
no Alsystin Max é um pressuposto fundamental de um insecticida moderno, garantindo a
sua eficácia contra as pragas alvo e limitando
os eventuais efeitos colaterais sobre o agroecossistema e particularmente, sobre os artrópodes auxiliares, numa protecção racional
das culturas.
Alsystin Max é um insecticida líquido apresentado sob a forma de suspensão concentrada,
com 480 g/l ou 39,4% (p/p) de triflumurão,
substância activa pertencente à família das
benzoilureias. O Alsystin Max actua por ingestão e contacto bloqueando a eclosão dos
ovos e inibindo a síntese de quitina das jovens larvas e impedindo as mudanças de estádio (mudas).
As armadilhas sexuais e o método das temperaturas crepusculares desempenham um
papel fundamental na determinação do início
dos ataques do bichado da fruta (Cydia pomonella L.). Nas nossas condições os adultos
da 1ª geração surgem normalmente entre o
fim de Março e Abril.
A longa persistência de acção de Alsystin Max
conjuntamente com o seu modo de acção orientam o posicionamento da aplicação ideal
para o início do voo dos adultos do bichado
antes das posturas dos ovos, na prática, cerca de 5 a 7 dias após a primeira captura nas
armadilhas sexuais.
Contra o bichado da fruta em macieira e
pereira e mineira da macieira, o Alsystin Max
deve aplicar-se na concentração de 20 ml por
hectolitro, em alto volume, o que corresponde
a uma dose de 200 a 240 ml por hectare para
volumes de calda de 1000 a 1200 litros/ha.
O intervalo entre aplicações deve ser de 21
dias, podendo ter que ser reduzido para 15
dias, em função da pressão da praga.
Os tratamentos com Alsystin Max contra o
bichado têm acção contra outras pragas, nomeadamente sobre os ovos brancos da psila
(Cacopsylla pyri (L.)), levando a uma diminuição da população presente quando o tratamento coincide com o início da postura primaveril. Também tem acção sobre as brocas
dos ramos e dos troncos (Zeuzera pyrina L. e
Cossus cossus L.) durante o fim da Primavera
e o Verão. Em regra os tratamentos contra o
bichado da fruta são também eficazes contra
as lagartas mineiras.
Contra a anársia do pessegueiro, o Alsystin
Max deve aplicar-se na concentração de 20
ml por hectolitro, em alto volume, o que corresponde a uma dose de 160 a 200 ml por
hectare para volumes de calda de 800 a 1000
litros/ha. A aplicação deve ser feita segundo
as indicações do Serviço de Avisos ou com
base no voo dos adultos capturados em armadilha sexual. A aplicação deve ser feita a
partir do desenvolvimento do voo dos adultos
para atingir os ovos postos e repetir, se necessário, em função da duração do voo dos
adultos e das posturas. É fundamental intervir
sobre a 1ª geração da Anársia e ter em linha
de conta a acção que Alsystin Max tem sobre
Avelino Balsinhas
Gestor de Produto
a Cydia molesta.
Quando a aplicação se faz com aparelhos de
médio ou baixo volume (turbinas ou atomizadores), a concentração de emprego deve ser
aumentada por forma a que a dose de produto por hectare seja igual à do alto volume.
O intervalo de segurança que medeia entre a
última aplicação e a colheita dos frutos é de
14 dias em pessegueiro e 28 dias em macieira
e pereira, não efectuando mais de 3 aplicações por campanha.
A recomendação para o combate ao bichado
das pomóideas tendo em conta as características das soluções disponíveis passa, necessariamente, pela alternância e adequado
posicionamento, com a 1ª geração a ser
combatida com Alsystin Max (ISQ) aplicado
antes do início das posturas para o controlo
dos ovos, seguindo-se tratamentos com Calypso (CNI) ou Runner (MAC) para o controlo
simultâneo de ovos e primeiros estádios das
larvas.
A nova formulação de Alsystin Max alia eficácia e duração de acção, economia e comodidade de forma a maximizar os benefícios para
o fruticultor que está de olhos no voo!
46
parceiros na pesquisa | 47
A ESCOLHA
SEGURA
NO OLIVAL
Avelino Balsinhas
Gestor de Produto
Basta S é o herbicida de largo espectro, não
selectivo e não residual, baseado em glufosinato
de amónio que tem ganho diariamente novos
adeptos. Para além da sua longa história de
sucesso, existem duas razões para esta adesão: o controlo de um largo espectro de infestantes e a segurança para as culturas.
Espectro de infestantes
O uso contínuo das mesmas substâncias no
controlo das infestantes, conduz a uma menor
eficácia destes herbicidas sobre algumas espécies. Basta S proporciona um excelente
controlo de muitas dessas infestantes.
Segurança para a cultura
Os herbicidas não selectivos afectam o que
atingem. Mas Basta S, contrariamente aos
herbicidas sistémicos não selectivos, apenas
afecta as zonas da planta que contacta. Comparativamente, os sistémicos são translocados por toda a planta e consequentemente,
mesmo um pequeno contacto pode ser suficiente para matar a planta.
Modo de acção
A actividade herbicida de Basta S resulta do
seu modo de acção impar, que causa toxicidade amoniacal ao nível celular e inibição da
fotossíntese.
Actividade na planta
Após a aplicação, Basta S é absorvido pela
planta com uma velocidade que depende de
factores como a humidade, a temperatura e a
percipitação. Geralmente, a absorção, velocidade de acção e morte da infestante aumentam quando estamos perante boas condições
de desenvolvimento.
Uma vez na planta, o movimento do Basta S
é limitado, o que assegura algumas das suas
maiores vantagens:
• O contacto acidental com folhas, ramos ou
“ramos ladrões” da nossa cultura, não resulta
em danos, excepto para os tecidos directamente atingidos pela calda.
• Move-se o suficiente nos pontos de crescimento para evitar o “renascimento” das infestantes que não foram mortas pela acção de
contacto. Este aspecto difere do paraquato
e diquato, que queimam as extremidades
das infestantes, permitindo que estas “renasçam”.
• Não destroi as raízes de infestantes perenes,
proporcionando uma maior defesa face à
erosão dos solos.
Rapidez de acção
Os sintomas de amarelecimento generalizado
podem ser observados poucos dias após a
aplicação de Basta S, especialmente com
tempo quente. Os sintomas progridem para
necroses acastanhadas que aumentam de tamanho até a infestante morrer.
Tirar o melhor partido de Basta S
Basta S deve ser utilizado como um herbicida
de contacto, assegurando-se uma cobertura
das infestantes, que proporcione um controlo
rápido e completo. O melhor controlo resulta
da aplicação a infestantes de porte pequeno
a médio, que apresentem uma maior susceptibilidade e permitam uma melhor cobertura
da calda.
As condições climáticas podem influenciar a
performance do Basta S, sendo a absorção
melhor perante humidade e temperatura elevadas.
A chuva após a apilcação de Basta S pode
reduzir a absorção, pelo que este só deve ser
aplicado se não se prever chuva nas 6 horas
seguintes.
A actividade de Basta S não é afectada pelo
pH da água entre 6 e 9, mantendo-se utilizável nas 24 horas seguintes à preparação
da calda.
Segurança para a cultura
Basta S é absorvido pelos tecidos verdes e a
translocação para além deste ponto de contacto é muito limitada, isto resulta em danos
apenas nesses tecidos.
Basta S não é absorvido por tecidos lenhificados. Nos primeiros 2 anos do olival, deve-se
evitar o contacto da calda com o tronco e ramos, pois a lenhificação desses órgãos pode
estar incompleta. Nestas circunstâncias, a
aplicação de Basta S só é recomendada se
o contacto da calda com o tronco e os ramos
poder ser evitado. Isto é, a utilização de Basta S é completamente segura se os troncos
dessas plantas jovens estiverem protegidos
relativamente ao contacto da calda.
Se o caule das árvores estiver suficientemente lenhificado, pode fazer-se simultaneamente um controlo seguro de “ramos ladrões”
e infestantes, ficando danificados apenas os
tecidos verdes que forem contactados pela
calda herbicida de Basta S.
Basta S não é absorvido pelas raízes das
plantas e nenhum dos metabolitos resultantes
da sua degradação tem acção herbicida, pelo
que não pode ocorrer qualquer dano por absorção a partir do solo.
Basta S é agora
também a escolha
segura para controlo de infestantes
e “ramos ladrões”
em olivais.
48 | parceiros na pesquisa
DESCUBRA
O EFEITO
Jorge Matias
Gestor de Produto
Novo herbicida de pós-emergência para a
cultura do milho. Controla as infestantes dicotiledóneas mais difíceis assim como as principais infestantes gramíneas, sem resistências
conhecidas. Assegura um largo espectro de
acção. Proporciona um rápido controlo sem
comprometer a selectividade. Contem uma
nova substância activa com um modo de
acção diferente, possibilitando a gestão das
resistências. Contem a tecnologia de segurança da Bayer. CropScience – safener ou
protector de fitotoxicidade.
Combinação Inovadora de eficácia e segurança – Tecnologia 2 em 1: oferece um elevado poder herbicida em harmonia com a sua
cultura. Tembotriona é o Poder – Isoxadifene
proporciona a Harmonia.
LAUDIS – SUBSTÂNCIA ACTIVA
Tembotriona, a substância activa do Laudis,
representa a ultima inovação da Bayer CropScience na família química das tricetonas.
A introdução do inovador radical O-CH2-CF3
no sistema de anéis das tricetonas deu origem a um herbicida com características específicas de solubilidade. Tal facto permite
ultrapassar mais facialmente as barreiras
hidrófilas (aquosas) e lipófilicas (cerosas,
oleosas) na trajectória do herbicida, desde a
superfície das folhas, até aos alvos de acção
molecular no interior nas células das plantas.
A adição do isoxadifene, safener ou protector de fitotoxicidade da Bayer CropScience,
protege o milho do stress herbicida e oferece
maior selectividade, mesmo em condições
desfavoráveis ao crescimento do milho.
LAUDIS – MODO DE ACÇÃO
Tembotriona, a substancia activa do Laudis,
inibe a actividade da enzima 4 hidroxi-fenilpiruvato-dioxigenase (4 HPPD). A síntese de
carotenóides (pigmentos da planta) é interrompida pelo bloqueio da enzima. O esgotamento dos carotenóides vão privar a clorofila – onde ocorre a fotossíntese – da sua
protecção contra uma overdose de luz, o que
resulta no seu esbranquiçamento.
A progressão dos sintomas decorre através
de um esbranquiçamento visível das infestantes, que vão ficando progressivamente mais
brancas. Os sintomas tornam-se rapidam-
ente visíveis e o controlo total das infestantes
pode ser observado poucos dias após a aplicação. As plantas esbranquiçadas definham
e morrem.
LAUDIS HERBICIDA MILHO
Composição: Herbicida (Tembotriona 44g/l);
Safener (Isoxadifene 22 g/l); Outros (sistema
adjuvante).
Formulação: OD 66 – Dispersão em óleo
pronta a utilizar para uma melhor cobertura e
maior absorção.
LAUDIS – ESPECTRO DE ACÇÃO
Laudis é eficaz contra um largo espectro de
infestantes. Controla as infestantes dicotiledóneas mais difíceis assim como as principais infestantes gramíneas O melhor controlo
é atingido quando a aplicação é feita sobre
infestantes jovens e em crescimento activo.
Espectro de Acção – Infestantes dicotiledóneas Abutilon theophrasti (Malvão),
Amaranthus blitoides (Bredo), Amaranthus
retroflexus (Moncos-de-perú), Chenopodium
álbum (catassol), Datura stramonium (figueira-do-inferno), Polygonum aviculare (Semprenoiva), Polygonum persicaria (Erva-pessegueira), Solanum nigrum (Erva-moira)
Espectro de Acção – Infestantes gramíneas
Digitaria sanguinalis (Milha-digitada), Echinochloa cruss-galli (Milha-pé-de-galo), Setaria
viridis (milha-verde)
LAUDIS – ÉPOCA DE
APLICAÇÃO
Em pós-emergência da cultura (3 a 6 folhas), após a
emergência das infestantes.
Fixa um novo padrão
de selectividade.
Sem restrições
de variedades.
Excelente perfil
para rotações culturais.
O safener isoxadifene,
permite o uso do sistema
de adjuvantes mais
activo do mercado.
Resistente à lavagem
1 hora após a aplicação.
Sem restrições no uso de in-
secticidas (foliares e de solo).
Funciona rapidamente mesmo em condições
de secura.
LAUDIS – FLEXIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO
Indicado para milho grão, milho silagem,
milho doce, milho para pipocas e produção
de semente. Modo de aplicação: Dose: 1,7 a
2,25 l/ha. Volume de Calda: 300-400 l/ha.
Estado das infestantes
A absorção primária do Laudis ocorre através
das folhas das infest antes. Em consequência deste facto o Laudis deve ser sempre aplicado após a emergência das infestantes.
O melhor controlo das infestantes gramíneas
é atingido quando o Laudis é aplicado sobre
infestantes gramíneas jovens, até ao início do
afilhamento. O melhor controlo das infestantes dicotiledóneas é atingido quando o Laudis é aplicado sobre infestantes jovens que
já desenvolveram pelo menos duas folhas
verdadeiras.
Resistência aos herbicidas
O modo de acção do Laudis (inibição da
4HPPD) ainda não apresenta qualquer desenvolvimento de resistências e pode inclusivamente servir para anular resistências verificadas com outros modos de acção.
Embalagens
O Laudis vai estar disponível no mercado em
embalagens de 1 litro e 5 litros (cerca de 0,5
ha e 2,5 ha tratados respectivamente).
49
50 | parceiros na pesquisa
NOVO
INSECTICIDA
DE CONTACTO
E INGESTÃO
O mundo da protecção das plantas encontrase em constante mudança. Algumas destas
alterações têm vindo a afectar fortemente o
segmento dos insecticidas, por um lado devido ao processo de avaliação e retirada do
mercado de substâncias activas, por outro
devido ao aumento da importância da cadeia
alimentar e da qualidade dos alimentos.
Os piretróides, em particular o Decis, têm
fortes atributos que têm permitido superar
em parte estes desafios:
Decis continua a garantir a segurança e o êxito dos agricultores em
todo o mundo.
Decis assegura um rápido e flexível
controlo das principais pragas em
mais de 300 culturas.
Decis representa a melhor combinação custo-benefício na protecção das plantas e o respeito
pelos utilizadores, consumidores e
ambiente.
Decis Expert é um novo insecticida piretróide,
de contacto e ingestão, indicado para as culturas do milho, cereais e beterraba, culturas
extensivas para as quais está bastante adaptado devido à sua inovadora formulação mais
concentrada. Apresenta-se no mercado numa
formulação EC – concentrado para emulsão,
com um avançado sistema solvente de baixa
toxicidade e impacto ambiental, com 100 g/litro de deltametrina.
Quimicamente, a deltametrina é um insecticida piretróide de síntese. Actua por contacto e
ingestão. Não tem acção de vapor nem acção
sistémica. Actua a doses de substância activa
muito baixas, com pouca actividade residual,
mas com algum efeito repulsivo.
O seu modo de acção afecta o sistema nervoso dos insectos despolarizando a membrana
dos neurónios, ao nível dos canais de sódio,
bloqueando a transmissão dos impulsos nervosos. Numa primeira fase é letal para as formas móveis com uma forte acção de choque
e, à medida que se degrada, passa a ser repulsivo para os adultos. A sua actividade residual tem a duração de 7 a 15 dias.
A deltametrina tem lipofilidade elevada, o que
permite um contacto estreito com a camada
lipofílica da cutícula dos insectos. A substância activa não é degradada com rapidez suficiente pelos sistemas enzimáticos dos insectos pelo que as larvas tratadas morrem ao fim
de algumas horas.
Decis Expert tem baixa toxicidade oral e
cutânea para animais de sangue quente.
A deltametrina é uma molécula que se degrada rapidamente no solo em condições
de campo. Tem baixa solubilidade em água
e uma forte capacidade de adsorção ás
partículas do solo, podendo ser considerada
como imóvel no solo. O risco para as águas
superficiais por lexiviação é negligível. Na
água ou em ambiente aquático dissipa-se
rapidamente. É fotodegradável na presença da luz e é rapidamente adsorvida pelos
colóides e materiais em suspensão na água
reduzindo deste modo o risco para os organismos aquáticos. Apresenta baixo risco ecotoxicológico, a curto e/ou longo prazo. Não
apresenta risco para pequenos mamíferos
e vermes do solo. A deltametrina apresenta
efectivamente valores de toxicidade para a
fauna aquática (peixes e pulgas de água) mas
não para algas.
Decis Expert está indicado para o combate ás
seguintes importantes pragas:
roscas (Agrotis spp.), pirale (Ostrinia nubilalis) e sesamia (Sesamia spp.) na cultura do
milho;
afídeos (Rhopalosiphum padi, Sitobion avenae), larva-lesma (Oulema melanopus) e
lagarta peluda (Ocnogyna baetica) em cereais;
afídeos (Myzus persicae, Aphis fabae, Macrosiphum euphorbiae), nóctuas (Agrotis spp.e
Spodoptera spp.) e mosca (Pegomya betae)
da beterraba.
A dose de emprego varia entre 63 – 125
ml/ha, devendo ser aplicado no início dos
ataques em aplicação foliar, com um volume
de calda de 400 l/ha. No caso do combate às
nóctuas a aplicação deve ser efectuada ao
fim da tarde.
Jorge Matias
Gestor de Produto
Decis Expert em resumo:
Nova formulação mais concentrada
com um avançado sistema solvente; Baixa dose de aplicação; A
substância activa fica imediata
e totalmente disponível; Formamse rapidamente sedimentos em
película que fazem uma cobertura
uniforme das superfícies; Adere
fortemente à superfície das plantas
e das pragas; Rápida penetração e
forte efeito de choque Resistência à
chuva/lavagem; Actividade residual;
Efeito repulsivo; Excelente relação
custo-benefício.
Decis Expert encontra-se desde já disponível
na distribuição da Bayer CropScience em embalagens adaptadas ao tratamento das referidas culturas extensivas: 1 litro (permite tratar
até 8 ha) e 5 litros (permite tratar até 40 ha).
Escolha Decis Expert.
Escolha o êxito.
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parceiros na pesquisa | 53
O MULTICULTURAS
DE FINAL DE CICLO
Luís Antunes
Director de Marketing
Nova geração dum fungicida penetrante, apresentando-se como uma mistura estratégica entre o iprovalicarbe
(aminoácido amido carbamato) e o multisite oxicloreto de cobre (ião cobre), homologado para as culturas da
vinha, batata, tomate, alface e cebola, contra fungos da classe dos oomicetas, nomeadamente míldios.
Características Físico-químicas
Nome comum:
iprovalicarbe & oxicloreto de cobre
Família química:
aminoácido amidocarbamato & ião cobre
Composição:
40,6% cobre & 8,4% iprovalicarbe
Formulação:
Grânulos dispersíveis em água (WG)
Concentração (Dose):
150g/hl (1,5kg/ha)
Intervalo de Segurança:
7 dias em alface e cebola ao ar livre e tomateiro de estufa; 14 dias em batateira; 20 dias
em tomateiro ao ar livre e 28 dias em videira
Modo de Acção - Biológico
O iprovalicarbe representando a família dos
aminoácidos, apresenta uma forte acção fungistática sobre oomicetas a qual é conseguida através da inibição da germinação dos
zoósporos, do crescimento do tubo germinativo, do crescimento das hifas e da esporulação (excepto na libertação dos zoósporos).
Sob o ponto de vista biológico, iprovalicarbe
possui ainda uma acção preventiva contra a
doença resultante da inibição completa da
infecção e curativa, se a infecção se tiver iniciado entre 24 a 48 horas (dependendo das
condições climáticas) o que corresponde
a cerca de 25% do período de incubação.
Apresenta também uma muita boa acção
anti-esporulante. Deve no entanto ser usado
preventivamente.
O cobre é um fungicida de superfície ou contacto que é transportado na forma de complexo com os aminoácidos. Desloca-se tanto
no floema como no xilema, sendo as concentrações particularmente elevadas no sistema
redicular ou nas folhas mais velhas onde podem inclusivamente formar depósito.
aminoácidos nas proteínas, não conduzindo
no entanto a qualquer inibição na síntese destas.
O iprovalicarbe mesmo quando presente em
concentração sub-fungistáticas tem influência no processo de síntese das paredes celulares do fungo. Apesar de não ter tido acção
directa na sínteses de glucano celulose, origina a desorganização da estrutura de micro
fibras celulósicas. Em consequência, as hifas
e os outros orgãos do fungo são anormalmente deformadas conduzindo à sua morte.
Sabe-se também que ao contrário das estrobilurinas o iprovalicarbe não afecta a respiração dos zoosporângios, a emergência dos
zoósporos ou o transporte de electrões nas
mitocôndrias.
Não interfere significativamente no metabolismos dos ácidos nucleicos (ex. fenilamidas),
nem no metabolismo dos lípidos ou na síntese de glucano/celulose (ex. triazóis e morfolinas).
Os catiões de cobre, por seu lado, são essenciais como micronutrientes das plantas. Fazem parte de muitos enzimas que catalizam
os processos de oxidação e redução na cadeia respiratória das plantas, além de serem
fundamentais para a sintese da clorofila.
Maneio das Resistências
Modo de Acção - Bioquímico
O iprovalicarbe e o cobre são, não só, substâncias activas pertencentes a famílias
químicas distintas, como também, possuem
um modo de acção complementar, fazendo,
por isso, que o Melody ® Cobre para além
de exercer uma forte acção sobre fungos
oomicetas seja um produto particularmente
interessante para o estabelecimento de estratégias de anti-resistência contra o míldio
das diferentes culturas para as quais está homologado. Deve, no entanto, ser seguida uma
estratégia anti- resistência, pelo que a Bayer
CS estabeleceu para o iprovalicarbe e suas
misturas, as seguintes recomendações:
O iprovalicarbe apesar do seu mecanismo
de acção ainda não ser totalmente conhecido, sabe-se que por um lado influencia o
metabolismo proteico do fungo, nomeadamente, conduzindo a uma redução no teor de
aminoácidos livres contidos no micélio e por
outro lado altera as proporções relativas de
Não efectuar mais do que 3 tratamentos por
campanha com este ou outro fungicida com
o mesmo modo de acção (fungicidas CAA,
amidas do ácido carboxílico).
O Melody® Cobre não deverá ser aplicado
nos locais onde se comecem a verificar faltas
de eficácia do produto.
Utilizar Melody® Cobre preventivamente no
combate ao míldio.
Organismos Auxiliares
A partir dos elementos extraídos do dossier
europeu do Melody® Cobre (Anexo IIIA, 10,
Ecotoxicology), com base nos estudos efectuados com diversas espécies de artrópodos, não serão de esperar riscos para estes
organismos nas aplicações efectuadas com
Melody® Cobre.
A partir dos resultados obtidos nos ensaios de
laboratório e em condições semi-laboratoriais,
ficou demonstrado que o iprovalicarbe, não
exerceu influência significativa em alguns dos
principais grupos de artrópodos: Artrópodos
de solo (representados pela espécie Poecilus
cupreus); artrópodos de folha (representados
pela espécie Coccinela septempunctata);
parasitóides (Aphidius rhopalosiphi e Trichogramma cacoeciae) e ácaros predadores
(representados pela espécie Typhlodromus
pyri).
No que respeita ao produto formulado (Melody® Super), foram conduzidos ensaios de
laboratório com as espécies Typhlodromus
pyri e Aphidius rhopalosiphi, onde o produto foi aplicado em doses quase triplas das
doses recomendadas não sendo detectados
quaisquer efeitos nefastos sobre as espécies
de artrópodos auxiliares estudadas.
Melody® Cobre não teve influência negativa
nos processos de transformação das uvas, na
fermentação dos vinhos, nem nas suas qualidades organolépticas. Em relação ao tomate
deve-se referir que a molécula base deste
produto – iprovalicarbe – tem LMR defenidos
para a Europa, EUA e Japão, permitindo a sua
inclusão nas listas positivas da industria.
Nas aplicações de Melody® Cobre as doses
de ião cobre veiculadas à planta são relativamente baixas variando entre 600 e 800 g de
cobre / ha, tratando-se por isso dum produto
com excelente fitocompatibilidadee em dose
/ hectare reduzida do metal pesado cobre.
Com um perfil toxicológico e ecotoxicológico
favorável é igualmente considerado uma boa
alternativa em programas de protecção integrada, estando incluído nas listas Oficiais de
Produção Integrada.
54 | parceiros na região
“ESPERO CONTRIBUIR
PARA O CRESCIMENTO
DA BAYER CS NO
ALENTEJO E ALGARVE…”
José Comenda, alentejano de 42 anos entrou para a
Bayer CS Portugal em 2008, assumindo a função de
Gestor de Região do Alentejo e Algarve, em entrevista
de apresentação.
parceiros na região | 55
Quem é o José Comenda?
Tenho 42 anos sou natural de Montemor-oNovo, casado, com dois filhos, um rapaz com
14 anos e uma rapariga com 7 anos. Como
alentejano e Montemorense, desde sempre
tive a admiração pela festa brava, dai ter
também passado pelo Grupo de Forcados de
Montemor, no qual fiz bons amigos e passei
bons momentos da minha juventude, pois era
um bom motivo para aliviar o stress dos estudos.
No desporto sempre admirei a esgrima, chegando a competir em sabre e florete. No entanto foi com os cavalos que mais me diverti
em competição e lazer, já que fui aluno fundador do Centro hípico D. Duarte em Montemoro-Novo. Hoje em dia continuo a ter a paixão
pelas touradas, pelos cavalos mas é com a
caça que me distraio mais.
“a possibilidade
de poder vir
a ingressar numa
empresa como
a Bayer deixou-me
baralhado, pois
era quase como
um sonho”
Fala-nos, um pouco, do teu percurso profissional?
Como estudante fui um aluno igual a tantos
outros enquanto estudei no liceu em Montemor, mas quando decidi seguir a área agrícola, foi necessário ir estudar para Évora. Mais
tarde e com um grupo de amigos fui estudar
para a escola Agrícola D. Diniz (Paiã) na Pontinha em Lisboa da qual guardo boas recordações, que só quem por lá passa reconhece.
Fiz o Bacharelato na Escola Superior Agrária
de Beja, concluindo o curso de Engenharia de
Produção Agrícola. Após ter terminado o curso em Beja ainda tive uma breve passagem
pela fábrica de tomate do Divor, no entanto
foi na ATEVA (Associação Técnica dos Viticultores do Alentejo) que realizei o estágio final
de curso, vindo a desenvolver funções como
técnico na Região vitivinícola de Borba e Portalegre durante 17 anos.
Também como trabalhador estudante fiz o
curso de Engenharia Agrícola na Universidade
de Évora. Como tudo na vida o trabalho realizado na ATEVA e a colaboração que exerci
com a CVRA (Comissão Vitivinícola Regional
Alentejana) levou-me a criar o gosto pela vinha
e pelo vinho, como o apreciar, não só como
bebida alcoólica que é mas também pela cultura que representa, dai também fazer parte
da Confraria dos Enófilos do Alentejo e ter-me
tornado num pequeno Vitivinicultor, produzindo o meu próprio vinho. Esta actividade pelas
características que lhe são próprias necessita de bons conhecimentos enológicos, então
decidi ir fazer uma Pós-graduação em enologia na Universidade de Évora.
Foste nomeado Gestor de Região do
Alentejo da Bayer CS no início de 2008.
Qual o significado de entrar numa companhia como a BCS?
Na verdade enquanto funcionário da ATEVA, sempre tive boas relações com todas as
empresas de produtos fitofarmacêuticos e é
claro também com os seus técnicos. Assisti a
muitas mudanças neste sector, desde fusões
de empresas a mudanças de técnicos, mas a
Bayer CS foi sempre aquela que conseguiu
manter a sua personalidade e liderança de
mercado.
A sua postura junto dos agricultores e dos
técnicos quer das associações quer das
empresas agrícolas, faz de si uma empresa
invejável.
É com orgulho que relembro que trabalhei
na ATEVA, a sua postura perante a fileira da
vinha e a sua equipe técnica e administrativa, deixou-me muitas marcas que gosto de
recordar, mas a possibilidade de poder vir a
ingressar numa empresa como a Bayer deixou-me baralhado, pois era quase como um
sonho.
Hoje faço parte da empresa Bayer, sou Gestor de Região do Alentejo e Algarve, já sinto
o peso da responsabilidade que é trabalhar
aqui, no entanto os seus níveis de qualidade
bem como a sua equipe técnica, permitemme trabalhar com mais confiança junto da
distribuição e agricultores o que é agradável.
Quais as principais dificuldades que encontras neste novo desafio profissional?
A agricultura no nosso País é o sector a que o
estado dá menos importância, o desnorte em
que o ordenamento agrícola do território se
encontra é enorme. Que culturas fazer, onde
e quando é o maior desafio do sector. A produção integrada é uma medida cultural que
formalizada nas medidas agro-ambientais se
torna muito restritiva ao uso dos produtos
fitofarmacêuticos, inviabilizando mesmo por
vezes o seu uso.
O sector da protecção das culturas, hoje em
dia sofre de um enorme desgaste concorrencial, já que as empresas que comercializam
os genéricos que se encontram no mercado
primam essencialmente pelos preços. Desta forma o maior desafio é continuar a fazer
chegar junto da distribuição e agricultores, a
mensagem de que a Bayer CS através da sua
investigação, qualidade dos seus produtos e
conhecimento técnico dos seus colaboradores, tem a solução necessária para resolver
de uma forma eficaz todos os problemas das
culturas.
“A agricultura no
nosso País é o
sector a que o
estado dá menos
importância”
Quais são os teus objectivos para os próximos anos?
O maior objectivo que tenho é sem dúvida
que na função que desempenho, conseguir,
de uma forma sustentável, contribuir para o
crescimento da Bayer CS no Alentejo e Algarve e pôr á disposição do sector agrícola da
região as soluções mais eficazes para resolver os problemas das culturas.
entrevista: Isidoro Paiva
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