Credit perform ance

Transcrição

Credit perform ance
SUMÁRIO
14
A Credit Performance é a primeira e única
revista especializada na indústria brasileira
de crédito e cobrança. A publicação é
idealizada pela CMS People do Brasil,
promotora dos mais importantes eventos
deste mercado em 12 países, e conta com
o apoio do Instituto GEOC e da Serasa
Experian. Com periodicidade trimestral
e tiragem de quatro mil exemplares, a
revista oferece conteúdo especialmente
desenvolvido para os executivos líderes
de grandes corporações e empresas da
área. Distribuição exclusiva e gratuita.
Conselho Editorial:
Adilson Melhado, Cícero de Toledo Piza
Filho, Cláudio Kawasaki, Eldi Willms,
Estefânia Shiromoto, João Leme, João
Paulo de Mattos, Luciana Felletti, Luis
Barbuda, Milene Zabot, Pablo Salamone,
Silvina Virga, Victoria Iturrieta.
Redação e produção:
Burson-Marsteller Brasil
Diretor de redação:
Pedro Corrêa
Editora e jornalista responsável:
Luciana Morassi (MTB 34.765) Colaboraram nesta edição:
Christiane Marcondes Alves de Brito,
Gabriela Toledo, Gerson de Faria,
Karol Cavalcante, Luana Schaib
(Reportagem e Edição, Rita Fernades
e Rubens Chaves (Fotografia)
E-mail da redação:
[email protected]
Diagramação:
Multi Publicidade e Propaganda
Responsável Comercial:
Madleine Rose M. Sprocatti
[email protected] /
Tel. (11) 3868-2883/ 3865-7013.
Credit Performance, a revista da indústria
de crédito e cobrança. Endereço na internet:
www.creditperformance.com.br Credit Performance® é uma publicação
da CMS People. Todos os direitos
reservados, proibida a reprodução total
ou parcial sem prévia autorização.
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Capa
“Brasil é considerado
o país do futuro”
Editorial
Entrevista
Stephen Kanitz: mercado interno
fará o país deslanchar
Análise Setorial
Crescimento pode ser ameaçado
pela inflação
Caso de sucesso
Nos anos 80 o Grupo Falabella
operacionalizou seu crédito
Ideias e Tendências
Microcrédito avança no Brasil
Novidades e Agenda
iMaps apresenta nova ferramenta
Indicadores
Copa do Mundo e Olimpíadas
impulsionam oferta de crédito
Opinião
Crédito em boas mãos
Tendências
Mais mobilidade da história
do consumo
Pelo mundo
Uruguai: badalação e belezas
naturais
Sofisticação & Luxo
Alta costura: invicta às crises
Progresso e
desenvolvimento
Cobrança: rumo ao futuro
Ponto de vista
América Latina: oportunidades e
experiências da indústria de crédito
CREDIT PERFORMANCE | DEZEMBRO 2010 | 3
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Tradição e Inovação.
Um diferencial de
mercado.
Credit Performance
EDITORIAL
Prezado leitor,
Temos o prazer de levar a você uma edição da Credit Performance que é um verdadeiro
guia do segmento latino-americano de crédito e cobrança para os próximos cinco anos.
Longe de ater-se a análises pautadas por soluções urgentes – como o pacote de medidas
antiinflacionárias recém-lançado pelo nosso Banco Central – esta revista contempla um
panorama de médio e longo prazo, apresentando os números indicativos do crescimento, da inovação e dos desafios do setor, particularmente no Brasil, conforme diferentes
cenários desenhados pelos mais de 100 palestrantes nacionais e internacionais que abordaram o tema “O Futuro do Crédito” durante o 6º Congresso Nacional e 8º Congresso
Latino-americano de Crédito e Cobrança, realizado na capital paulista nos dias 09 e 10
de novembro.
Verdadeiro termômetro da indústria do crédito latino-americano, o tradicional evento
reuniu um público de mais de 1.800 pessoas, profissionais que atuam em 15 países:
Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Peru, Paraguai, Uruguai,
Venezuela, Portugal, Espanha, Estados Unidos da América e Inglaterra. E, além de homenagear o profissionalismo dos executivos do setor também trouxe uma inovação
ao criar Concurso Cultural: “Inovação para o desenvolvimento do ciclo de crédito”. Os
participantes do evento depositaram suas ideias numa urna e, ainda durante o evento,
foram avaliadas por uma comissão julgadora que escolheu e premiou a melhor sugestão com um automóvel 0Km da Volkswagen.
Iniciativas arrojadas como essa e a diversidade de experiências compartilhadas pelos
congressistas permitiram que fossem enumerados os grandes obstáculos e oportunidades para o setor, que opera com carga máxima em direção a mudanças definitivas,
conduzidas pela introdução de novas práticas e tecnologias.
O compartilhamento de dados e o Cadastro Positivo, por exemplo, são demandas que
aguardam aprovação da lei para se tornarem ferramentas eficazes no combate à
inadimplência no Brasil, onde a taxa atual de 6% representa um percentual aparentemente pequeno, mas ainda insustentável, segundo analistas presentes no
congresso.
O economista e consultor Stephen Kanitz, entrevistado desta edição, apresenta
números animadores para o desenvolvimento do País e reafirma sua crença de que a
gestão Dilma irá superar todos os obstáculos na trilha do crescimento.
Na seção análise setorial, no entanto, os especialistas concordam com Kanitz em relação às ótimas perspectivas para o futuro do crédito no Brasil, mas são mais pessimistas
em relação ao equacionamento da política fiscal e a demanda que o país tem de construção de infraestrutura física para sediar os megaeventos esportivos de 2014 e 2016,
respectivamente, Copa do Mundo de Futebol e Olimpíadas.
Além do investimento público alavancado pelo esporte, a modernização e ampliação do
transporte e autovias, a solução para o déficit habitacional e a implementação de fontes energéticas complementares também apresentam demandas emergenciais de crescimento e não podem sobrecarregar os cofres públicos. Por isso, garantem executivos
de grandes bancos presentes no evento, é preciso que a iniciativa privada financie parte
desse aporte.
Juan Pablo Buceta
Todas estas informações foram aprofundadas nas páginas a seguir, em textos que proporcionam um verdadeiro manual para empresas e profissionais que atuam ou que
estão ingressando no mercado de crédito e cobrança. Como todo manual, vale
ter essa edição sempre à mão para consultar indicadores e definir estratégias
de negócios em 2011 e, esperamos, nos anos seguintes. Como diz a letra de
uma popular música brasileira, de autoria do grupo Paralamas do Sucesso,
“a novidade veio dar à praia” no 6º Congresso Nacional e 8º Congresso
Latino-americano de Crédito e Cobrança. Reviva aqui os melhores momentos.
Pablo Salamone
Presidente CMS
Boa leitura,
CREDIT PERFORMANCE | DEZEMBRO 2010 | 5
ENTREVISTA
A sustentabilidade do
Mestre em
administração de
empresas pela Harvard
University e exprofessor da Faculdade
de Economia,
Administração e
Contabilidade da USP,
o entrevistado desta
edição especial é o
consultor e articulista
Stephen Kanitz, que
segue acreditando
firmemente em um
Brasil a um passo
de deslanchar com
o crescimento do
mercado interno. “Não
sou eu quem diz, são
os números”, explica.
Fotos: Rita Fernandes e Rubens Chaves
NOVO Brasil
Por Gerson de Faria
e Christiane Brito
N
o último dia 18 de novembro,
quando a imprensa noticiava que
Guido Mantega seguiria no comando do Ministério da Fazenda, a convite de Dilma Roussef, Stephen Kanitz
enviava o seguinte recado à presidenta
eleita, postado em seu blog: “Infelizmente, tudo que lhe ensinaram de Teoria de
Gestão é equivocado. Por isto, a primeira
decepção de todo governo é o anúncio
do Ministério. Gostaria de dar um conselho... Todo cargo, seja público, seja privado, é de total e irrestrita desconfiança”.
Kanitz reforça sua crença, segundo ele,
graças ao que apontam os números, de
que o País está prestes a deslanchar devido
ao desenvolvimento do mercado interno.
E esses números se fundamentam, principalmente, no “colchão de segurança”
proporcionado pelo montante de reservas
cambiais que já ultrapassou a casa dos 270
bilhões de dólares. Além de resultarem do
fato – acrescenta Kanitz, otimista – de “o
PT e Lula terem acatado minhas teses”.
Segundo o administrador, “o desafio agora é reduzir a dívida interna a um patamar
entre 20% e 25% e, consequentemente,
baixar os juros a níveis internacionais”. E
para isso o próximo governo vai ter que
enfrentar bancos e uma parte considerável de economistas. Sobre “economistas”, Kanitz considera “é esta a mentalidade que Dilma terá de mudar”.
Como o próprio Kanitz escreveu em seu
artigo A Tese de Dilma, em 2007, tudo
se resume a um só ponto: “Se o “capital
6 | DEZEMBRO 2010 | CREDIT PERFORMANCE
O consultor Stephen Kanitz
compartilhou suas percepções durante
apresentação no Congresso.
ENTREVISTA
social” for finalmente devolvido à sociedade nos próximos cinco anos, os juros
da “renda fixa” cairão para 1%, como no
resto do mundo, e deixaremos de ser os
lanterninhas do crescimento”. Acompanhe a entrevista, a seguir.
Credit Performance – Você tem projetado um cenário extremamente otimista para a economia brasileira nos
próximos anos. Por quê?
Stephen Kanitz – Leiam o meu texto na internet A Tese da Dilma, escrito
quando Dilma nem era cogitada como
candidata, uma tese, portanto não eleitoreira, na qual ela acredita piamente
e que será pedra fundamental do seu
governo. Basicamente, a sua proposta
é reduzir os juros para níveis internacionais e, apesar da torcida contra, acho
que a presidente tem o perfil para conseguir o seu intento.
CP – Paralelamente você afirma que
os EUA não sairão da crise tão cedo.
Não é um contrassenso imaginar
um horizonte tão positivo quando o
agravamento da situação norte-americana ameaça contaminar ainda mais
a economia mundial, particularmente
a dos países emergentes?
SK – Graças à decisão de Henrique Meirelles, pela primeira vez em 500 anos temos reservas internacionais, algo que os
Estados Unidos nunca tiveram. No meu
livro O Brasil Que Dá Certo, de 1995, eu
mostrava que o futuro do Brasil estava no
investimento em produtos populares para
o mercado interno e não no de produtos
para risco para serem exportados para os
Estados Unidos. Felizmente o PT e o Lula
acataram a minha tese e iremos crescer
com o nosso mercado interno.
CP – A disputa cambial deve prosseguir em pauta, seguida de medidas
unilaterais como a injeção de 600 bilhões de dólares na economia norte-americana, apesar do último comunicado do G20 recomendar o combate
ao protecionismo e das desvalorizações competitivas de moedas. Como
fugir desta armadilha?
SK – O lobby de nossos exportadores é
mais forte do que o lobby dos nossos
produtores internos. A imprensa brasileira hoje vive muito mais de assessores
“
Sempre fiz questão de investir em ações,
gerando crescimento e empregos e correndo
o risco da volatilidade da renda variável”.
Stephen Kanitz
CREDIT PERFORMANCE | DEZEMBRO 2010 | 7
ENTREVISTA
CP – Com esse cenário do Real sobrevalorizado como fica a concessão de crédito a médio e longo
prazos para os diversos segmentos
tomadores de empréstimo?
SK – Esse cenário de real sobrevalorizado é uma sobrevalorização que a
grande imprensa explora de tempos em
tempos, todo mundo já viu esse filme.
Não há perigo “real” no horizonte de
crescimento do mercado interno, “ondas” como a do real sobrevalorizado
vêm e vão, simplesmente passam.
de imprensa – que os exportadores todos
têm – e esquecem a motivação por trás
deste lobby, que propõe vender produtos
produzidos por brasileiros, mas que não
serão consumidos por brasileiros. Minha
tese, tão combatida por economistas, que
todos sabem quem são, é que somente
seremos criativos se nossos trabalhadores
puderem comprar os produtos que fabricam. Aí teremos qualidade e inovação.
CP – É factível reduzir a dívida interna
do atual índice de 38% para um patamar entre 20% e 25%, como você
preconiza, para o real crescimento
da economia em bases sustentáveis?
Quais são os caminhos a serem percorridos?
SK – Obviamente, a maioria dos bancos
é contra, vai obrigá-los a aprender novamente a emprestar para empresas e não
para o governo com risco zero. Como a
maioria dos economistas brasileiros trabalha em bancos ou para bancos, a Dilma
vai enfrentar jogo duro.
CP - A presidenta eleita deverá enfrentar pressões por aumento dos gastos
públicos, considerando-se a ampliação
da máquina administrativa, um calendário com mega eventos como a Copa
do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de
21016, além de todo o investimento
com o setor de infraestrutura?
SK – Sim, sem dúvida.
CP - Com o aporte para a ampliação
de infraestrutura em função dos megaeventos do esporte e das demandas energéticas, como os gastos públicos serão reduzidos?
SK – É uma equação difícil de resolver,
mas a queda dos juros pode ajudar.
CP – O Brasil, para continuar crescendo, terá que contar com investimentos de longo prazo do setor privado.
A Febraban aponta dois impeditivos
para que isso aconteça: a dificuldade
em conceder financiamentos longos,
em razão da captação de recursos
com prazos de vencimentos muito
curtos, e a baixa segurança jurídica
nas operações desta natureza. Como
solucionar esses problemas?
SK – Obviamente a Febraban não preten-
8 | DEZEMBRO 2010 | CREDIT PERFORMANCE
CP – Acredita na continuidade da
ampliação do crédito em relação
ao PIB, pelo menos em patamares
observados entre outros emergentes? Quais seriam os segmentos
privilegiados numa suposta alavancagem?
SK - Sim, por duas razões. Primeiro porque no Brasil o consumidor mede o tamanho da prestação, mas não vê os juros embutidos nesse valor, então avalia
a dívida pela quantidade de prestações
mensais e nem se importa com a redução de juros. Com isso, e temos aqui a
segunda razão, o crédito sobe, porque
é possível dobrar o crédito e manter o
mesmo volume de transações, em função da queda de juros.
“
O desafio do novo
governo é reduzir
a dívida interna
a um patamar
entre 20% e 25% e
conseqüentemente
baixar os juros a
níveis internacionais”.
Stephen Kanitz
de solucionar este problema senão não
apontaria os impeditivos e, sim, as soluções. Todo mundo prefere emprestar no
curto prazo para o governo. É esta a mentalidade que Dilma terá de mudar.
CP – Recentemente, durante palestra, você apontou as condições demográficas, geográficas e climáticas
do país como aporte para a alavancagem da economia brasileira, citando inclusive a “insolação” como
fator preponderante para as bases
de uma economia sustentável. Em
vista disso, não é uma contradição o
Plano Decenal de Energia prever que
cerca de 70% dos investimentos no
setor energético estejam voltados
para o petróleo e uma parte ínfima
destinadas a fontes limpas e renováveis, como a energia eólica e solar?
SK– Pelas próprias perguntas se percebe por que as soluções nunca são veiculadas na mídia. Todo o foco é concentrado nos problemas, o que pode
dar errado. Por isto, sugiro que todos
leiam A Tese da Dilma, onde a idéia revolucionária que ela defende, no bom
sentido, é explicada em detalhes.
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ANÁLISE SETORIAL
Inflação pode comprometer O já nomeado Ministro
da Fazenda, Guido
Mantega, anunciou à
nação que vai manter
o Brasil no trilho do
crescimento, apesar
da alta da inflação
em 2010. Luiz Rabi,
Gerente de Indicadores
de Mercado da Serasa
Experian, e Gilberto
Rodrigues Borça
Junior, Gerente da
Área de Pesquisa e
Acompanhamento
Econômico do
BNDES, avaliam aqui
a onda inflacionária
e o atual cenário da
política econômica,
apontando variáveis
que podem definir
um final feliz, ou não,
para as investidas
do novo governo no
setor monetário.
10 | DEZEMBRO 2010 | CREDIT PERFORMANCE
crescimento
Por Christiane Brito
Colaboraram: Diogo Patroni
e Luana Schabib
O
governo Dilma já nomeou a nova
equipe econômica, mantendo
Guido Mantega à frente da pasta da Fazenda. O ministro prevê corte de
gastos em 2011, mas – contando com a
colaboração já articulada com ministros
de outras pastas – “sem prejuízo de investimentos”.
A estratégia não representa tranqüilidade
imediata ao mercado, que age de modo
retroativo em relação à política monetária: “O ano de 2010 abriu com taxa de
inadimplência em queda de 2%, caindo
de 8% para 6%, e mercado de crédito
em ascensão, operando a pleno vapor.
No mês de abril, no entanto, a euforia
das compras, entre outros fatores inflacionários, levou o Banco Central (BC) a
elevar a taxa Selic em 2%, com expectativa de conter a crescente inflação. Esta
medida monetária de contenção ainda
demonstra pouco impacto no bolso do
consumidor final, porque a taxa de juros
tem efeito defasado em relação às práticas do mercado financeiro”, explica Luiz
Rabi, Gerente de Indicadores de Mercado
da Serasa Experian.
SHUTTERSTOCK
meta de
Seguindo a lógica desse raciocínio, a
tendência para 2011 é de restrição de
crédito com alta de juros. O panorama é
o de um embate de forças entre o reforço da infraestrutura física do país – que
demanda investimentos públicos – e o
necessário aperto monetário, para que
a inflação não fique fora do controle. O
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ilustrou o embate afirmando que
CAROL CARQUEJEIRO
análise setorial
a política fiscal – ou gestão dos gastos
públicos – é um dos principais desafios
do próximo governo por se tratar de uma
“batata quente”. Quem vai segurar?
Riscos e Oportunidades
Rabi apresenta a sua visão a respeito: “O
mandato Lula tem dois períodos distintos. No primeiro, com Antonio Pallocci na
pasta da Fazenda, produziu micro-reformas, como a criação do crédito consignado, nova lei de falência e a alienação
fiduciária, que impulsionaram um salto
qualitativo na economia. No segundo
período, sob a gestão de Guido Mantega, a Fazenda aumentou gastos públicos
e o ímpeto reformista murchou, mas o
país continuou a marcha do crescimento
na média de 6% a 7%, como em 2010.
Isso não pode ocorrer a não ser que seja
abandonado o controle inflacionário.
Para manter índice de inflação nos baixos
patamares previstos é necessário haver
desaceleração em alguma área e a área
mais adequada para refrear é a de crédito”, explica Rabi.
Traduzindo em ações, o fato é que os
gastos públicos terão que “engordar”
para atender às crescentes demandas
de construção de autoestradas, soluções
energéticas e de transporte público, arenas e hotelaria para atender os megaeventos esportivos, entre outros. E, diante
desse quadro, o Banco Central não terá
alternativa a não ser aumentar juros para
restringir crédito ao consumo, principalmente de pessoa física. “Por outro lado,
as oportunidades de investimento permanecem e desenham um cenário atraente para a entrada de capital estrangeiro
na consolidação da infraestrutura física”,
avalia Gilberto Rodrigues Borça Junior,
Gerente da Área de Pesquisa e Acompanhamento Econômico do BNDES.
Controle cambial
Nos últimos meses, o Brasil tem registrado
entradas recordes de recursos externos, o
que puxou a cotação da moeda dos EUA,
o dólar, para baixo. Na contrapartida, o
IOF cresceu em 6% para investimentos
“
Na primeira etapa
do governo Lula,
com Antonio
Pallocci na pasta
da Fazenda, houve
microrreformas, como
a criação do crédito
consignado, nova
lei de falência e a
alienação fiduciária,
que impulsionaram
um salto qualitativo
na economia”.
Luiz Rabi, Gerente de
Indicadores de Mercado
da Serasa Experian
estrangeiros no mercado de renda fixa. A
política cambial, entre outras, foi assunto
do recente encontro entre os ministros do
G20 na Coréia do Sul, mas a discussão,
segundo Rabi, não avançou. “O G20 foi
o início desse debate da chamada guerra cambial, que é o desequilíbrio de valor entre algumas moedas, como dólar
e Yuan (moeda chinesa), mas não saiu
nada de concreto do encontro, estamos
longe de uma coordenação internacional
do câmbio. Cada país ainda depende de
soluções próprias nesse campo”.
Recursos externos
Na esteira do crescente investimento estrangeiro, surgiram na mídia e em outros
canais oficiais de comunicação especulações de que mais de uma dezena de instituições financeiras de outros países estariam em vias de se instalar no Brasil. Borça
Junior desconhece o fato, mas considera
que o País precisa, sim, de recursos externos: “O nível de produção da economia
brasileira é insuficiente para atender ao
vigor da demanda doméstica. Com isso,
essa demanda “transborda” para o resto
do mundo. Na medida em que as importações se elevam e as remessas dos lucros
do país para o exterior crescem, aumenta
a necessidade de recursos externos para
o equacionamento das contas do balanço
de pagamentos. Como as perspectivas de
crescimento da economia brasileira são
boas, o diferencial entre a taxa de juros
doméstica e a internacional é elevado, e
a liquidez internacional existente é abundante, o país não terá, no curto prazo,
problemas de financiamento externo”.
Inflação
Em 2010, a inflação já sofreu alta, fechando o ano em quase 6%. Ainda assim, continuará operando dentro das metas governamentais, que prevêem 4,5%
para 2011, com intervalo de tolerância de
dois pontos percentuais. Além do estímulo ao consumo, outro fator inflacionário é
o custo de alimentos, que tende a crescer
ainda mais. O IBGE já anunciou probabilidade de queda de 3% na safra agrícola
de 2011.
Alavanca do crescimento
Para Borça Jr, “a fronteira de expansão do
crédito no Brasil nos próximos anos, certamente, passa pelo crédito habitacional. Não
apenas porque ele ainda tem expressão
muito pequena no setor como um todo,
mas principalmente porque o seu custo vem
se reduzindo enquanto o nível de emprego e
renda das famílias vem se elevando”.
Rabi complementa, afirmando que a agilidade do Brasil no enfrentamento da crise mundial de 2008 mostrou maturidade
econômica, aumentando a confiança da
população no governo e nos financiamentos em longo prazo, como o imobiliário, que pode atingir até três décadas.
“Um índice de confiabilidade como esse
era impensável há dez anos”, conclui o
gerente da Serasa Experian.
CREDIT PERFORMANCE | DEZEMBRO 2010 | 11
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capa
O melhor lugar do mu ndo
aqui e ago ra
Pela natureza exuberante,
tranquilidade nas transições
políticas e dimensões
continentais, o Brasil é
protagonista do sonho mundial
de um “país do futuro”,
abundante em múltiplas
riquezas e oportunidades.
O ano de 2010 trouxe essa
perspectiva otimista ao campo
das realizações, em grande
parte graças ao mercado de
crédito, que deu sustentação
ao crescimento do consumo
interno durante e após
a crise mundial de 2008.
Esta e outras conquistas,
nacionais e internacionais,
foram debatidas durante o
6º Congresso Nacional e 8º
Congresso Latino-americano de
Crédito e Cobrança, realizado
na capital paulista pela CMS,
nos dias 09 e 10 de novembro.
Acompanhe aqui as principais
conclusões do evento.
14 | DEZEMBRO 2010 | CREDIT PERFORMANCE
Público lota auditório para debater e conferir os conteúdos sobre crédito e cobrança
capa
mu ndo é
DIMINUIÇÃO
DO DESEMPREGO
(menor taxa de
desemprego
desde 2002)
AUMENTO
DOS PROGRAMAS
SOCIAIS
ago ra!
(11 milhões de
famílias no
Bolsa-Família)
DEMANDA
INTERNA
EXPANSÃO DA
CLASSE MÉDIA
(classe C aumentou
30 milhões de
pessoas entre
2005 e 2009)
REDUÇÃO DA
DESIGUALDADE
DE RENDA
ESTABILIDADE
MONETÁRIA
(inflação média anual
de 3,4% entre
2000 e 2009)
AUMENTO DO
SALÁRIO REAL
(menor índice
de desigualdade
desde 1976)
(crescimento real
de 30% entre
2005 e 2009)
Rita Fernandes e Rubens Chaves
Fonte: Pesquisa Instituto
GEOC- SERASA
Por Christiane Brito
Colaboraram: Diogo Patroni
e Gabriela Toledo
S
e há algo que sabemos do futuro é
que ele trará mudanças. Com estas
palavras o Presidente da CMS, Pablo
Salamone, deu as boas-vindas cerca de
dois mil executivos que participaram do
6º Congresso Nacional e 8º Congresso
Latino-Americano de Crédito e Cobrança. A novidade da edição de 2010 foi a
ampliação do evento com a realização
simultânea do 1º Congresso Nacional de
Promoção de Crédito.
Sediado na capital paulista, o Congresso
reuniu mais de 1.800 líderes do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela e Estados
Unidos da América (EUA) em torno do
tema “O Futuro do Crédito”.
Como continuar surfando nas ondas da
expansão econômica e quais serão os protagonistas das transformações no mercado
mundial de crédito e cobrança foram algumas das questões propostas a grandes nomes da indústria financeira mundial, como
o Consultor Stephen Kanitz, que abriu o
evento fazendo uma projeção do cenário
brasileiro nos próximos 20 anos. Na perspectiva do economista, que saudou o governo Dilma com entusiasmo diletante, o
Brasil vai reescrever sua história no contexto
mundial, assumindo papel determinante
nas mais amplas decisões globais.
A nova presidência continuou na berlinda durante o primeiro grande debate do
primeiro dia, que reuniu Marcelo Kfoury
Moinhos, Economista Chefe do Citibank,
o Consultor Roberto Macedo e Juan M.
Licari, Diretor da Moody´s Analytics UK/
Economy.com. Roberto Macedo apresentou visão diferente de Kanitz em relação
ao novo governo, citando o desafio de
investir recursos públicos na necessária
ampliação de infraestrutura física do país.
Marcelo Kfoury aprofundou o assunto:
“Há um gap de investimento em infraestrutura, agora há necessidade de a iniciativa privada colaborar com o governo
para recuperar o tempo perdido”.
A prática de preços altos no setor de serviços
e a importação a preços baixos foram outros
indicadores debatidos pelos executivos, na
tentativa de compor um painel amplo do
Brasil que a gestão Dilma Roussef herdou.
Na sequência, plenárias e palestras contemplaram inovações, tecnologias, cases e
melhores práticas de mercado. As maiores
instituições financeiras do País se fizeram representar por profissionais como Luiz Antonio Nogueira de França, Presidente da ABECIP e Diretor de Crédito Imobiliário do Banco
Itaú; Marcelo Noronha, Diretor Executivo do
Bradesco; e Renato Oliva, Presidente do Banco Cacique e da ABBC, entre outros.
CREDIT PERFORMANCE | DEZEMBRO 2010 | 15
capa
Fotos: Rita Fernandes e Rubens Chaves
“
O cenário para os
varejistas é excelente e
o desafio será adequar
as expectativas dos
novos consumidores da
classe C com créditos e
relações diferenciadas”.
Caique Mello, Presidente
do Banco Carrefour
“
O cliente novo, muitas
vezes, não sabe utilizar o
crediário, então distribuímos
cartilhas explicando como
escolher produtos que
caibam no bolso”.
Paulo Santos, Diretor de
Crédito da Casas Bahia
16 | DEZEMBRO 2010 | CREDIT PERFORMANCE
O tema Futuro permeou todas as palestras do evento
O mapa das redes de varejo – que capitaneiam a trajetória das classes C e D rumo
ao poder de compra – foi traçado por
executivos como Caique Mello, Presidente do Banco Carrefour, e Paulo Santos, Diretor de Crédito da Casas Bahia. O varejo
brasileiro acompanha os novos ventos
da economia. Segundo Mello, “o cenário para os varejistas é excelente e o pulo
do gato será adequar as expectativas dos
novos consumidores da classe C com créditos e relações diferenciadas”. Noronha,
do Bradesco, acredita que as instituições
financeiras têm o dever de serem parceiras do cliente na ascensão do setor: “O
mercado de cartões tem crescido 23%
ao ano em volumes transacionados como
meios de pagamentos”.
lhões de moradias, apontou Luiz Antônio
Nogueira de França, Executivo do Banco
Itaú e Presidente da ABECIP.
Pesquisa inédita foca cobrança
Roberto Troster, Consultor e Economista,
apresentou um estudo setorial exclusivo,
com os números do setor de cobrança
e do crescimento da indústria financeira
até a realização das Olimpíadas de 2016,
apontando o crédito imobiliário como
locomotiva do “trem para as estrelas”.
O estudo, encomendado pelo Instituto
GEOC, prevê queda sistemática de juros,
que baixará para o patamar de 7,75% ao
ano em 2016.
Borges cita os Estados Unidos, líder mundial no setor, como exemplo de estímulo
às compras: “Eles veiculam a campanha
“troque sua sucata por dinheiro”, uma
iniciativa que recicla o aço do carro velho,
transformando-o em dinheiro”. O Executivo do Sofisa revelou que o Brasil tem sete
milhões de potenciais compradores de carro que não conseguem comprovar renda
dentro dos atuais paradigmas de crédito.
No mesmo ano, ainda segundo o estudo,
o volume de operações no setor imobiliário deve atingir a marca de R$ 401,27
milhões. O crescimento do setor atende
a uma demanda urgente, já que o Brasil
tem um déficit habitacional de seis mi-
Concorrendo com o financiamento de
imóveis, a indústria automobilística é
outro alvo preferencial do mercado de
crédito. O País já é o quarto maior mercado mundial de automóveis, contou José
Renato Simão Borges, Vicepresidente do
Banco Sofisa, e tende a ir para a liderança
considerando-se o investimento de 12 bilhões das fabricantes aqui já instaladas. A
elas vão se somar novos parques estrangeiros, como a Chana, marca chinesa que
anunciou sua vinda durante o Salão do
Automóvel, evento tradicional do setor
que completou 50 anos em 2010.
Funil cultural
O compartilhamento de informações
passa pelo desafio de alinhar diferentes
culturas e formatos de relacionamento com o cliente. Durante o congresso,
o Professor da FGV, João Carlos Douat,
apresentou o intercâmbio de dados como
um novo patamar no mercado de crédito.
capa
Concurso Cultural: “Inovação para
o desenvolvimento do ciclo de crédito”
Com apoio da Volkswagen, a CMS lançou
o concurso de ideias inovadoras para o
mercado de crédito e cobrança. As inscrições
foram realizadas durante o 6º Congresso
Nacional e 8º Latino-Americano de Crédito
e Cobrança e contou com ampla adesão do
público. Foi difícil, mas a comissão julgadora,
formada por profissionais de destaque no
setor e organizadores do evento, conseguiu
eleger apenas um ganhador, que levou para
casa um Volkswagen Voyage 0km.
Conheça, a seguir, a ideia premiada e outras
que se destacaram na opinião dos avaliadores.
Ideia campeã
Fabricio Freitas Federici
Empregador: Banco BMG
Cargo: Gerente de Risco
Tema: FRAUDE – TEMPO DE
ABERTURA DE CONTA CORRENTE
Proposta: Hoje o número de fraudes com
depósito em conta corrente é grande por
conta da facilidade de abertura de conta
(bancos postais). Assim, não seria sigilo
entre bancos a data de abertura de contas
correntes. Todos informariam um database
único e em contrapartida avisariam o
cliente em sua conta mais antiga sobre a
abertura de uma nova conta no mesmo CPF.
Segurança para os bancos e para os clientes.
Fabrício Freitas sugeriu a melhor
iniciativa para o setor e levou um
carro de presente
Outras ideias exemplares
José Luiz Donizete da Silva
Empregador: Audac Cobranças
Cargo: Gerente Comercial
Tema: CRÉDITO EM GRUPO FAMILIAR
Proposta: Fornecer crédito com
a comprovação de capacidade de
endividamento através de um grupo
familiar onde todos os representantes
de uma família tivessem sua capacidade
em conjunto avaliada, com avaliação de
crédito global familiar demonstrando sua
potencialidade e aumentando a possibilidade
de conseguir financiamentos em longo
prazo, de um melhor prazo conforme sua
capacidade de endividamento. Teremos
assim maior comprometimento de todos e
potencializamos crédito para quem pode ter.
Valdir dos Santos Neves
Empregador: Everis Brasil
Cargo: Gerente de Entidades Financeiras
Tema: RATING SOCIAL DE CRÉDITO
Proposta: Conceder ou recuperar crédito
são desafios que envolvem: saber o que foi,
como está ou o que será um futuro cliente.
“Twittar” com aqueles que o conhecem
mostra uma fonte ágil, abrangente e segura
para se criar métodos de “ranquear”
pessoas através das redes sociais das quais
ela participa. Conectividade, mobilidade
e integração são barreiras tecnológicas
já vencidas, por isso o “conhecimento
descentralizado” pode e deve ser bem
aproveitado pelo ciclo de crédito.
Gemerson Doriguello Bertin
Empregador: Ticket Serviços S/A
Cargo: Gerente Financeiro
Tema: CRÉDITO PARA SATISFAZER
ÀS NECESSIDADES DAS PESSOAS
Proposta: As pessoas compram para
satisfazer seus sonhos e necessidades. O
ciclo de crédito só será perfeito quando
todos os cidadãos tiverem acesso e
disponibilidade de crédito. A sugestão é
que a Receita Federal (via declaração de
I.R.) possa elaborar um Score de risco de
crédito, baseado nas informações prestadas
na declaração anual. Dessa forma, cada
Declarante já terá validado (por uma
Instituição Forte e Isenta) suas informações
cadastrais e financeiras. O cidadão de posse
desse Score, poderá buscar, nas Instituições
de Crédito, a melhor opção de receber,
negociar e utilizar sua necessidade.
Tiago Vieira Meireles de Freitas
Empregador: Meireles e Freitas
Serviços de Cobranças Ltda
Cargo: Gerente
Tema: CRÉDITO VERDE
Proposta: Pessoas físicas ou jurídicas,
desde que enquadradas no Projeto Crédito
Verde, promovido pelo Governo Federal,
através dos Bancos Públicos e parcerias
com Bancos Privados cumpririam certas
rotinas em favor do meio ambiente, mensais
ou trimestrais, para garantir benefícios em
créditos imobiliários e/ou financiamento
de projetos como: aumento na carência,
descontos em juros, ampliação do número
de parcelas, redução de valor, etc. Em caso
de descumprimento das rotinas ambientais
estabelecidas ou atraso no pagamento
das parcelas, os beneficiários perdem tais
vantagens. Excelente forma de promover o
Crédito no País e uma atitude de educação
ambiental para que os brasileiros alcancem
seus sonhos, como o da casa própria, fariam
esforços na preservação ambiental, educando
seus filhos e dando bons exemplos.
Membros da Comissão Julgadora:
ISSAIA ABBUD | Gerente – Cobrança |
Banco Volkswagen S.A.
SANDRO ALEXANDRE ALMEIDA |
Diretor de Crédito e Risco | Banco Carrefour
MANOEL LUIZ CONÇALVES |
Gerente - Administração de Operações Gerais |
Banco Volkswagen S.A.
MARCELO KEKLIGIAN | Presidente | Serasa
Experian Decision Analytics América Latina
JOÃO LEME | Diretor Vicepresidente |
Instituto GEOC
ADILSON MELHADO | Presidente | Instituto GEOC
LAÉRCIO PINTO | Presidente da Unidade
de Negócios Credit Services | Serasa Experian
JOSÉ RENATO SIMÃO BORGES | Vicepresidente |
Banco Sofisa
PABLO SALAMONE | Presidente | CMS
SILVINA VIRGA | Responsável de Conteúdos | CMS
(Fonte: site CMS)
CREDIT PERFORMANCE | DEZEMBRO 2010 | 17
capa
Enquete: qual sua opinião sobre o congresso?
Microfone em punho, nossa reportagem foi a campo para conhecer a
opinião de patrocinadores e expositores sobre o evento. O balanço, positivo,
contabilizou amadurecimento e crescimento do congresso, que oferece ano
a ano mais oportunidades de negócios aos fornecedores do setor.
“
É um evento que propicia um
crescimento profissional para
todo mundo, e a Serasa Experian
tem muito orgulho de estar
participando e apoiando iniciativas
como estas”.
“
Laércio de Oliveira, Presidente
da Unidade de Negócios e Serviços
de Crédito da Serasa Experian
No Congresso, reunem-se
grandes profissionais de todo o
mercado, tanto de concessores
de crédito, recuperadores
de crédito, fornecedores da
indústria. O Congresso virou um
marco para a nossa indústria”.
Adilson Melhado, Presidente
do Instituto GEOC
Fotos: Rita Fernandes e Rubens Chaves
“
Nascemos em 1996 e nos
especializamos na área de
software de cobrança e
recuperação de crédito, segmento
que vem ganhando muita
competitividade nos últimos
anos. E a CMS tem contribuído
muito para esse crescimento. Por
isso patrocinamos o Congresso
desde a primeira edição”.
“
Em parceria estratégica da CMS
com a ANEPS, o 1º Congresso
Nacional de Promoção de Crédito
promoveu uma discussão bastante
franca, bastante aberta de todos os
problemas que envolvem a atuação
na área de promoção de crédito.
Eu considero que foi um sucesso
muito grande”.
“
Luis Carlos Bento, Presidente da ANEPS
O Congresso está cada dia melhor.
Agregou muito mais conhecimento
a todos, multiplicando as
melhores práticas em nosso
sistema financeiro. O Concurso
Cultural colaborou para termos
mais idéias para projetar as
estratégias para o próximo ano”.
“
Issaia Abbud, Gerente de Cobrança
do Banco Volkswagen
Este ano a gente notou algo um
pouco diferente: a participação
de bancos também como
patrocinadores. Essa proximidade
é bastante interessante para a
Fico, que por ser líder de mercado,
ganha ainda mais visibilidade
com o poder de penetração
proporcionado pelo evento”.
Eduardo Benicchio, Diretor da Sysopen
“
Ricardo Cheida de Oliveira, Associate
Cliente Partner, Latin América, Fico
Na verdade este é o primeiro
ano em que a Itaceu patrocina
o Congresso porque a nossa
parte corporativa foi lançada
há apenas três meses no Brasil,
embora eu o conheça desde o
início. E percebo que o evento
está cada vez melhor”.
Solange Freitas, Vice-Presidente
de Vendas Corporativas, Itaceu
“
A maior importância do
Congresso é estar em contato
com os nossos clientes e ter
a possibilidade de prospectar
novos clientes, além, é claro,
de debater novas idéias. E
o evento deste ano tem se
superado em todos os pontos”.
“
Marcus Vinicius, SócioDiretor da MR Soluções
Gostei muito do evento,
com bastante opções de
fornecedores e grandes
possibilidades de
negociações! Parabéns!”
Fernando Manfio, SócioDiretor da Witrisk
“
Desde o segundo ano a
gente patrocina o evento e
é uma decisão da empresa
focar o mercado de cobrança
na área de call center. A
Talk é hoje uma referência
e o Congresso, a melhor
oportunidade de acompanhar
a evolução deste mercado”.
Alexandre Dias, Diretor de
Tecnologia da TalkTelecom Corporation
Rita Fernandes e Rubens Chaves
capa
A Casas Bahia, por exemplo, segue um
modelo de crédito que facilita o acesso de
novos clientes ao mercado – numa sistemática de pesquisa personalizada semelhante ao da CMR Falabella, varejo chileno
representado no Congresso pelo Gerente
Comercial, Sebastian Kaltwasser –, mas estão bem distante das tradicionais exigências de uma instituição financeira. A rede
de 58 anos de mercado atingiu, apenas
em 2010, 3,3 milhões de reais em crédito.
Será que as diferenças na abordagem
conseguirão chegar a um denominador
comum que satisfaça a um mesmo cliente? Alianças entre o varejo e os bancos,
que prometem destronar de vez o private
label em detrimento do cartão híbrido,
estiveram entre os temas debatidos no
painel de tendências e oportunidades de
crédito na América Latina. Nele, Ramón
Montenegro Molina, Diretor de Crédito
Individual e Banca Hipotecária BBVA Bancomer, também falou sobre o financiamento imobiliário no México.
Sabendo comprar, não vai faltar!
O crédito consignado comprovou que é a
bola da vez na disputa por novos clientes.
Ele já consolidou um papel de destaque
segundo Fábio Belisário, Diretor Executivo Comercial do Banco BMG, Sergio Capella, Diretor Comercial do Banco Cruzeiro do Sul e Fernando Perrelli, Diretor da
Bradesco Promotora.
Já o destaque na fidelização é a educação financeira, que cria o hábito do consumo consciente: “O cliente novo, muitas vezes, não sabe utilizar o crediário,
então distribuímos cartilhas explicando
como escolher produtos que caibam no
bolso”, explica Paulo Santos, Diretor da
Casas Bahia. Ricardo Loureiro, Presidente
da Serasa Experian e da Experian América
Latina, alertou: “Cerca de 30 milhões de
pessoas estão entrando no mercado de
crédito e precisam amadurecer seu comportamento e decisões de compra”.
Enquanto o mercado de crédito à pessoa
física amadurece com a disseminação da
educação financeira, prolonga-se o desconhecimento de leis e benefícios fiscais no
segmento de pequenos e médios negócios,
setor que o SEBRAE nacional olha com
“
No Brasil, uma pessoa
que faliu duas vezes
é desconsiderada
quando se trata de
concessão de crédito
para uma terceira
investida empresarial,
em outros países, no
entanto, essa pessoa
é disputada, porque
tem a maturidade
e o aprendizado
necessários ao
perfil de um gestor
bem-sucedido”.
Alexandre Guerra de
Araújo, Gerente da
Unidade SEBRAE de Acesso
a Serviços Financeiros
muito carinho. Alexandre Guerra de Araújo, gerente da Unidade SEBRAE de Acesso a
Serviços Financeiros, acredita que as micro
e pequenas empresas ainda são um nicho
inexplorado pelas operadoras de crédito. E
dá um exemplo sobre o Brasil: “Aqui uma
pessoa que faliu duas vezes é desconsiderada quando se trata de concessão de crédito para uma terceira investida empresarial,
em outros países, no entanto, essa pessoa
é disputada, porque tem a maturidade e o
aprendizado necessários ao perfil de um
gestor bem-sucedido”, conclui.
A lição de Araújo mostra que a concretização de um futuro com operações
mais ágeis e mais produtivas do ponto
de vista de quantidade e qualidade já
está à vista, é preciso renovar os modelos de aprovação de crédito, ampliar
linhas de concessão, além de promover
maior investimento na sustentabilidade
das transações.
Compartilhamento de dados, cadastro positivo, educação financeira, plena
bancarização com troca de dinheiro por
cartões de crédito, novos formatos para
concessão de crédito, regulação e mais
segurança nas garantias por parte dos
agentes públicos e financeiros são alguns
dos desafios que já estão sendo encarados
e transformados pelos players do mercado que vão consolidar a nova estrutura
de crédito e cobrança no País. É esperar
e comemorar, conforme demonstraram
o 6º Congresso Nacional e 8º Congresso
Latino-Americano de Crédito e Cobrança.
Em 2011, tem mais.
III Prêmio Líderes de
Crédito e Cobrança
Iniciativa exclusiva da CMS para reconhecer
e homenagear os grandes talentos
do mercado de crédito e cobrança, o
Prêmio Líderes chega à terceira edição
em 2010. Através de votação dos
congressitas presentes e auditoria da
KPMG, foram eleitos os profissionais
de destaque em três categorias:
Roberto Sadami Ikegami
(Excelência em Crédito)
Adineu Santesso
(Excelência em Cobrança)
Gilson Silva Santos
(Excelência em Cobrança)
Wagner Montemurro (Trajetória
em Crédito e Cobrança)
A CMS parabeniza os vencedores
e todos os executivos indicados ao
Prêmio, que já podem se considerar
ganhadores por este simples fato.
CREDIT PERFORMANCE | DEZEMBRO 2010 | 19
capa
Com a participação de mais de 1.800 líderes
da indústria, os dois dias de Congresso foram
marcados por momentos importantes com
discussões sobre temas fundamentais para os
próximos períodos das economias nacional e
latino-americana, embasadas e articuladas por
especialistas renomados do setor. Em paralelo, muita
descontração e momentos ilustres, com a premiação
da melhor iniciativa para o segmento de crédito
e cobrança e apresentações artísticas marcantes,
como o coral infantil da Volkswagen, show de
humor e o encerramento com o grupo Meninos
do Morumbi. Confira os melhores momentos:
capa
casO de sucesso
Rita Fernandes e Rubens Chaves
O pulo
do gato
Nos anos 80, o grupo
Falabella inovou e
disponibilizou um cartão aos
clientes, operacionalizando
o crédito com recursos
financeiros próprios.
Ciclo virtuoso
Falabella
O grupo oferece cartão/cotas
aos clientes, a partir de um
contato personalizado
“
Com o uso do cartão, as pessoas
ganham, vão “pontuando” e
conquistando benefícios
Criamos um ciclo virtuoso.
O desafio é estimular os
clientes das classes D e E a
consumirem aos poucos”.
O bom pagador tem suas
cotas ampliadas
Sebastian Kaltwasser, Gerente
Comercial da CRM Falabella
Por Luana Schabib
D
estacado na comercialização de bens de
consumo, materiais de construção e decoração e manufatura têxtil, além de serviços financeiros, o Grupo Falabella ostenta um
capital bruto superior a 6,7 bilhões de dólares e
uma capitalização maior que as das Lojas Americanas e a do Grupo Pão de Açúcar.
As origens do grupo remontam a 1889, ano em
que Salvatore Falabella abriu a primeira grande alfaiataria do país. Mas só quase um século depois,
em 1980, é que aconteceu a grande virada com
a criação da CMR, sua área de crédito rotativo.
Ao lançar um cartão próprio de crédito ao
consumidor, o Grupo se antecipou à demanda do mercado e se saltou definitivamente em
direção ao futuro. “Não importava se quem
pedia crédito era dona de restaurante ou de
casa. Bastava o cliente manter as prestações
em dia que o seu crédito era mantido mês a
mês”, relata Sebastian Kaltwasser, Gerente
Comercial da CRM Falabella.
A partir dessa investida, o Grupo transformou-se em uma sociedade de capital aberto
em 1996 e, dois anos depois, abriu o Banco
Falabella, com a compra da licença do ING
Bank Chile.
Em 2010, a CMR Falabella comemorou a emissão de 4,4 milhões de cartões de crédito de
sua própria bandeira. A empresa cresceu com
seus clientes, ensinando-os a usar o crédito de
maneira correta. “Criamos um ciclo virtuoso”,
pontifica Waltwasser. “O desafio é estimular
os clientes das classes D e E a consumirem aos
poucos. E para isso é preciso investir em educação financeira. É um segmento ascendente”.
Trata-se de um circuito comercial que dá
oportunidade de crédito, que mostra que
quem é bom pagador tem vez no mercado e
aproxima o cliente da empresa. Desta forma,
cria uma base de dados sólida, fruto de um
contato personalizado entre quem dá o crédito e quem o recebe.
Com a frequência de compras, o
grupo conhece melhor seu cliente,
seus hábitos de consumo e nível de
compromisso com o pagamento.
A partir do conhecimento
individualizado, as ofertas
são feitas sob medida.
A tabulação de dados oferece
menos risco e mais eficiência.
Atendendo necessidades imediatas
do cliente, o Grupo tende a
ampliar taxas de rentabilidade
Cronologia da expansão
1889
1980
Anos 90
1998
2009
2010
Fundação da
Alfaiataria que
deu origem
ao Grupo
Falabella
Lançamento de
cartão de crédito
próprio, por meio
da CMR, recéminaugurada área
de crédito rotativo
Expansão de negócios
para outros setores da
economia, como alimentício
(supermercados), imobiliário,
comercial (shoppings),
turismo (agências de viagens),
farmacêutico e de seguros.
Inauguração do
Banco Falabella
com a compra
da licença do
ING Bank Chile
Grupo atinge
a marca de
4,2 milhões
de cartões de
crédito com
bandeira própria
Presença em três países da
América Latina (Argentina,
Peru, Colômbia), além do
próprio Chile, onde fica a
sede, e concessão de mais
de 4,4 milhões de cartões
de crédito aos clientes
CREDIT PERFORMANCE | DEZEMBRO 2010 | 23
idéias e tendências
O avanço do
microcrédito
no Brasil
Marcelo Kekligian
O
Brasil é, hoje, um terreno
fértil para a expansão do
microcrédito. Atualmente,
grande parte dos 13,9 milhões de
microempreendimentos do País não
possui acesso ao crédito, e o microfinanciamento é a porta de entrada
para os empresários desse porte obterem capital de giro. As estimativas
mais conservadoras projetam um
mercado potencial de 6 milhões de
tomadores de microcrédito no País.
Porém, iniciativas realizadas pelas
instituições financeiras nos últimos
anos só conseguiram mobilizar cerca
de R$ 130 milhões para, aproximadamente, 150 mil pessoas físicas e
jurídicas. Um dos principais obstáculos ao
avanço do microcrédito no Brasil é
a falta de informações confiáveis sobre as atividades financeiras do pequeno empreendedor, aliado ao baixo valor da transação de crédito e ao elevado custo operacional.
Nesse processo de expansão, as empresas de análise de crédito
têm um papel fundamental, pois através de seus bancos de dados, constituídos por informações de fontes seguras e operando
com tecnologia avançada, auxiliam as instituições financeiras na
tomada de decisão.
No Brasil, a recente história do microcrédito revela cases bem-sucedidos: um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV), com
175 empresários de Heliópolis, zona sul de São Paulo, concluiu
que empreendedores com acesso ao microcrédito viram suas
vendas crescerem 60%, em dois anos, fato não observado nas
microempresas sem acesso a financiamentos.
24 | DEZEMBRO 2010 | CREDIT PERFORMANCE
DIVULGAÇÅO
Presidente da Serasa Experian Decision Analytics
e Experian Decision Analytics América Latina
Em países vizinhos, como Chile e Peru,
o microfinanciamento está em fase
mais avançada, cumprindo um papel importante na sociedade ao gerar
empregos e renda e aumentar a bancarização. Nesses países, os bancos já
começam a “educar” esses novos consumidores para a importância do uso
consciente d o crédito, ao mesmo tempo em que desenvolvem produtos direcionados para atender as necessidades
desse segmento.
Com base na demanda em potencial
e no resultado obtido na pesquisa da
FGV, acreditamos que o microcrédito,
apesar de estar em fase inicial, tem
um futuro promissor no País. Para que
as instituições financeiras operem com
essa ferramenta e alcancem níveis de
escala e de eficiência na prestação dos
serviços ofertados, precisam investir em
tecnologia adequada para que possam
combinar informações de mercado com
informações preditivas (score) e de alerta de mudança de comportamento dos pequenos empresários. Neste cenário, fica evidente a oportunidade que o segmento
de micro e pequenas empresas gera para as instituições financeiras nacionais. Ao contar com informações sobre o comportamento financeiro desse público, os bancos passam a conceder crédito com menos risco e, conseqüentemente, a juros
mais baixos para uma parcela da população que precisa desses
recursos para desenvolver seus negócios e, assim, melhorar a
sua qualidade de vida. Esse ciclo virtuoso beneficia todos os
agentes envolvidos no sistema financeiro, garantindo o crescimento econômico do País.
novidades
iMaps leva ao mercado
de cobrança nova
ferramenta de BI
• • • Durante o 6º Congresso Nacional e 8º Latino-americano de C&C,
a iMaps, empresa especializada em
Business Intelligence, apresentou sua
nova ferramenta tecnológica focada para o mercado de Cobrança.
Criada por profissionais de cobrança e
estatísticos, o lançamento da iMaps é
mais do que uma ferramenta de Business
Intelligence tradicional, porque incorpora
informações externas como renda presumida e outros aportes financeiros, que
permitem decisões muito mais assertivas,
além de multiplicarem as possibilidades de análises gráficas e em mapas.
“Nossa ferramenta fala a linguagem da
cobrança, por isso tem sido adotada por
importantes empresas do segmento”
destaca Henrique Portella, Diretor de
Negócios da empresa, acrescentando
que a versão para contratantes está
em fase final de desenvolvimento.
Veja mais em www.iMaps.com.br
Compensação por imagem
• • • Em parceria com a KOFAX, a
ABBC - Associação Brasileira de Bancos,
desenvolveu solução tecnológica para
o processamento de compensação de
cheques. O novo sistema, denominado
“Compensação por Imagem”, deverá
entrar em funcionamento a partir de
fevereiro. Além de realizar o processo
eletrônico tradicional, possibilita a
troca de imagens dos cheques entre os
bancos, facilitando o compartilhamento.
A solução ABBC-KOFAX, encontrase em processo de implantação.
Para mais informações, entre em
contato pelo e-mail [email protected].
br ou pelo telefone (11) 3288-1688.
BSS cria software que seleciona
melhores pagadores
• • • A JLN VD é uma
ferramenta desenvolvida pela
BSS para o uso de empresas
de cobrança que querem
filtrar informações nas suas
carteiras de clientes. Por meio
de dados coletados em órgãos como
IBGE ou SCPC, por exemplo, tornase possível enviar cartas de cobrança
apenas aos melhores pagadores.
O software permite o controle e o envio
dos documentos em diversos modelos
preestabelecidos, viabilizando
a mensuração do resultado
das campanhas investidas.
Em breve, os serviços de
higienização e negativação,
bem como os de envio de
mensagens SMS e URA, entrarão na
composição da ferramenta. O programa
é interativo e inteligente, apresentando
padrões de filtro discernidos por uma
“Árvore de Decisões”, conforme explica
Arthur Valim, da BluestarSul, empresa
que comercializa a ferramenta.
CALENDÁRI O 2011
Atualize-se participando
dos principais eventos
da CMS no mundo
Março
1º Congresso Nacional
de Micro-finanças
Bogotá l Colômbia
28 e 29 de Março
1st International Credit
Management Summit
Panamá l Panamá
Maio
2º Congresso Nacional de
Crédito e Recuperações
Lisboa l Portugal 8º Congresso Andino de
Crédito e Cobrança
Bogotá l Colômbia
Junho
3º Congresso Nacional de
Micro-finanças e 6º Congresso
Nacional de Crédito e Cobrança
Lima l Peru
9º Congresso Nacional
e Latino-americano
de Crédito e Cobrança
Buenos Aires l Argentina
Setembro
6º Congresso Nacional de
Crédito e Cobrança
Santiago l Chile
Outubro
4º Congresso Nacional de
Crédito e Cobrança
Quito l Equador
4º Congresso Nacional de
Financiamento ao Consumo,
Pagamentos e Recuperações
Montevidéu l Uruguai
7º Congresso Nacional de
Crédito e Cobrança
São Paulo l Brasil
Novembro
3º Congresso Nacional de
Crédito e Cobrança
Caracas l Venezuela
3º Congresso Nacional de
Crédito e Cobrança
Madri l Espanha
Informações:
www.cmseventos.com
CREDIT PERFORMANCE | DEZEMBRO 2010 | 25
indicadores
Um salto
HERÓICO
Com a expectativa gerada pela Copa do Mundo e as Olimpíadas no país, o mercado
aposta na evolução da oferta de créditos, ainda que em velocidade moderada
por conta da inflação. Durante o fechamento desta edição da Credit Performance,
o Banco Central anunciou um pacote de medidas para retirar R$ 61 bilhões da
economia, restringindo empréstimos de longo prazo a pessoas físicas e a retirada
da ajuda do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) para bancos de menor porte.
Mas o financiamento imobiliário e a demanda da infraestrutura física continuam
sinalizando positivamente, conforme pesquisa inédita e analistas do setor.
Por Christiane Brito
A
pesar da crise, que volta a ameaçar o mundo como uma recidiva,
o crédito no Brasil manteve-se sólido e tem evoluído de forma consistente
no último ano. Em setembro, superou a
cifra de R$ 1,6 trilhão, ou o equivalente a
46,7% do PIB, numa escalada que deverá
passar de 48% até o final do ano, segundo o Banco Central.
E a tendência é de alta constante para os
próximos cinco anos, período em que o
país deverá sediar dois megaeventos esportivos, como a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e as Olimpíadas de 2016. O
mercado imobiliário será o carro-chefe na
condução dos financiamentos, enquanto
na pista contrária a inadimplência deverá
apresentar forte tendência de queda.
Essas são as conclusões de um estudo encomendado pelo Instituto GEOC (Gestão
de Excelência Operacional em Cobrança),
representante de um grupo de empresas
de cobrança do País, e apresentado no 6º
Congresso Nacional e 8º Congresso La-
26 | DEZEMBRO 2010 | CREDIT PERFORMANCE
tino-Americano de Crédito e Cobrança,
em novembro.
De acordo com o autor do estudo, o
Economista Roberto Troster, esse crescimento está na razão direta da estabilidade econômica alcançada. “O ambiente
macroeconômico se apresenta favorável
para a expansão do crédito: um cenário
externo com baixa volatilidade e demanda por exportações brasileiras. Além das
taxas de juros externas com tendência de
alta e as internas de baixa”.
Controvérsias de mercado
Economistas do Brasil e da América Latina presentes ao Congresso apresentaram
visões convergentes sobre a realidade
econômica atual do continente. Em geral, concordam que o Brasil e seus vizinhos passam por um momento único de
transformação. Juan Licari, Diretor da
Moody’s Analytics, coloca-se entre os
mais otimistas, chamando a atenção para
a solidez do sistema financeiro e de sua
política monetária. “A América Latina
está melhor posicionada do que há dez
anos”, afirma. “Os níveis de reserva estão
elevados, possibilitando até uma disputa
cambial. A visão dos investidores de fora
é até mais otimista do que do próprio
continente”, destaca.
O Consultor e Economista Roberto Macedo vai na mesma direção. Para ele a
economia brasileira deverá manter a estabilidade na próxima década, fundamentalmente por conta da “transformação”
que o país deverá sofrer nos próximos
anos. “Eventos de grande magnitude
como Copa do Mundo em 2014 e Olimpíadas em 2016 impulsionam a indústria
de crédito e consumo no país”, diz.
Macedo destaca, no entanto, que os ganhos não poderão ser obtidos se não houver a participação da iniciativa privada.
“O governo não vai conseguir arcar com
todas as obras. Há necessidade de parte
do mercado privado investir. É preciso criar
um mercado privado para a liquidez e aumentar os investimentos em imóveis”.
“
A inadimplência
vem caindo
consideravelmente,
assim como o
spread bancário de
pessoa física, que
está no patamar
de 29% ao ano”.
Marcelo Kfoury Muinhos,
do Citibank Brasil
O governo Dilma
A participação dos tomadores de crédito
no Brasil dobrou durante o governo Lula
e tende a permanecer em crescimento no
próximo exercício. A opinião é de Marcelo Kfoury Muinhos, do Citibank Brasil.
Ele destaca, porém, que é preciso de uma
política monetária estável. “A inadimplência vem caindo consideravelmente,
assim como o spread bancário de pessoa
física, que está no patamar de 29% ao
ano”, justifica.
A aposta tem respaldo nas projeções de
Troster, para quem o volume de créditos
para pessoa física deve subir dos atuais
15,1% para 17,9%, enquanto o da pessoa jurídica deve ter um salto maior, variando de 31,6% para 37,9%. Segundo
o consultor, para pessoa física as linhas
de menor custo devem ganhar maior
relevância, como a utilização do cartão,
o crédito consignado e o financiamento
imobiliário.
E, de fato, é para este último filão que
o mercado volta sua atenção. A projeção
de Troster é de um salto dos atuais 7,6
bilhões de reais para 52,3 bilhões até dezembro de 2016. Em setembro, a Associação Brasileira das Empresas de Crédito
Imobiliário e Poupança (Abecip) previu
que a participação do crédito imobiliário
deverá saltar de 3% para 11% do PIB em
2014. Isso corresponde a um montante
de 500 bilhões de reais.
Trata-se de um salto estupendo, se for
lembrado que, durante muitos anos, esse
percentual permaneceu estagnado abaixo de 3%, embora o próprio Presidente
da Abecip, Luiz Antonio de França, considere a meta factível. Troster concorda e
revela seu número para 2016: “A expectativa que o volume de operações atinja a
marca de R$ 401,27 milhões, um pouco
abaixo da projeção da Abecip”, compara.
O Futuro do Consignado
Segundo Fernando Perrelli Junior, Diretor da Bradesco Promotora de Vendas, a
força do consignado é sua grande capa-
cidade de alavanca dos micronegócios.
“A indústria vive um bom momento com
dois milhões de novas vagas”, justifica. “E
o índice de confiança do consumidor é o
maior desde fevereiro de 2006”.
O descompasso ainda persiste com a
carteira de crédito consignado privado que hoje é de 13% em relação ao
consignado total, com uma participação
no PIB de apenas 2%. Por isso o cartão
de crédito consignado surge como uma
tendência para o futuro. “O cartão consignado tem muitos serviços agregados
e a pessoa pode utilizá-lo como um
meio de pagamento”, aponta Sergio Capella, Diretor Comercial do Banco Cruzeiro do Sul.
A alternativa também é defendida por Fábio Lucas Belisário, Diretor Comercial do
Banco BMG. “A taxa do cartão de crédito
consignado é 1/3 menor em relação ao
crédito comum e não tem anuidade. Por
isso o que se espera é uma alta significativa no uso dessa modalidade”.
CREDIT PERFORMANCE | DEZEMBRO 2010 | 27
Rita Fernandes e Rubens Chaves
indicadores
opinião
Crédito
em boas mãos
Nelson Augusto Martos
A
o longo dos últimos anos
pudemos observar a manutenção da pessoa jurídica à
frente da pessoa física no que diz
respeito ao volume de crédito concedido pelos agentes financeiros.
Esse panorama, no entanto, sofreu
uma reviravolta durante o primeiro
semestre de 2010. Pela primeira vez
o maior volume de crédito deixou as
mãos das empresas e foi ao encontro dos consumidores.
Seja por meio do empréstimo pessoal, do financiamento de veículos, do
cartão de crédito ou do financiamento imobiliário, as cifras destinadas às
pessoas físicas aumentaram consideravelmente, gerando otimismo na
economia. Este último fator (crédito
imobiliário) é mesmo o grande protagonista desse crescimento. Com
base nos dados do Banco Central e da Associação Brasileira das
Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), é possível
acompanhar a expansão dos financiamentos habitacionais no
país: a estimativa é de que encerraremos 2010 com R$ 69 bilhões
de novos financiamentos, uma alta de 39% sobre os R$ 49,6
bilhões atingidos em 2009.
Dentre os indicadores que possibilitaram o fenômeno em questão destaca-se, sem dúvida, a rápida recuperação da economia
brasileira diante da crise de 2008/2009. Novos empregos foram
gerados e o risco de demissão dos profissionais já empregados
caiu consideravelmente. A esses fatos acrescenta-se uma alta nos
salários, o que garantiu maior poder de compra ao trabalhador.
A soma desses fatores não só afastou o receio de contrair dívidas
de longo prazo como também incentivou a tomada de empréstimos e financiamentos.
Essa guinada, por sua vez, resultou em uma melhora nos indicadores de inadimplência. Fato que elevou a confiança dos bancos
e das financeiras no ato da concessão de crédito e, aliado a isso,
28 | DEZEMBRO 2010 | CREDIT PERFORMANCE
DIVULGAÇÅO
Sócio-diretor e fundador da Nova Quest América Latina
gerou mecanismos facilitadores para a
aprovação de empréstimos. Os prazos
de financiamento também atuam como
agente determinante, tendo praticamente dobrado desde 2000.
Do outro lado desse processo encontra-se o consumidor. Antes limitado à compras de pequeno porte (como vestuário
e eletrodomésticos), ele agora está diante da possibilidade de adquirir um veículo ou imóvel – um claro sinalizador desse
novo panorama de oferta de crédito.
Contudo, entre esses mecanismos
que, de uma forma ou de outra, incentivam a inclusão social de pessoas
de menor renda no consumo, nenhum
se destaca tanto quanto o cartão de
crédito. Mesmo fora dos grandes
centros comerciais, o número de estabelecimentos que trabalham com
cartões aumentou de forma expressiva, a fim de suprir a demanda de novos consumidores. Para compreender melhor o
conceito de quão popular os cartões de crédito se tornaram,
basta observar os dados referentes à emissão de novos cartões nos últimos períodos: aproximadamente 7 milhões apenas no primeiro semestre.
A participação do crédito às pessoas físicas no PIB brasileiro também indica um rápido avanço: embora, no começo deste ano, a
representatividade dentro do Produto Interno Bruto fosse de apenas 30%, estimativas apontam para um crescimento de até 34%
ao final do ano. Melhora considerável, mas o resultado esperado (40%) ainda é tímido se comparado ao dos Estados Unidos
(131%) ou Inglaterra (181%).
É evidente que, em conseqüência do crescimento contabilizado nos meses recentes, as taxas apresentem uma acomodação.
Mas, como dados americanos e ingleses demonstram, ainda
há grande espaço para um gradual e constante avanço, o que
sustenta – com grandes doses de otimismo – o tão desejado
crescimento econômico do país.
tendências
A maior mobilidade social da história e os novos
consumidores
Estatísticas oficiais
indicam que 34
milhões de brasileiros
ascenderam na pirâmide
social entre 2003 e 2008,
engrossando as classes
A, B e, principalmente,
C, que arregimentou
boa parte da população
das faixas D e E, antes
praticamente excluídas
do mercado de consumo.
Conheça o perfil
desses novos clientes
e a reconfiguração da
indústria de crédito,
que está incorporando
inovações para atender
demandas diferenciadas.
Por Christiane Brito
Colaboraram: Diogo Patroni
e Luana Schabib
A
classe C, faixa da população mais
beneficiada pela mobilidade social
dos últimos três anos, vive uma etapa de amor correspondido com a indústria
de crédito. Por um lado, os novos consumidores vão às compras em busca desde produtos alimentícios a eletrodomésticos como
TVs com tela de plasma, antes inacessíveis a
este público. Também ingressaram com força no consumo de automóveis e imóveis,
além de supérfluos como produtos de beleza e vestuário.
Estudo da Fundação Getúlio Vargas (A
Nova Classe Média: O Lado Brilhante dos
Pobres), resume em números esta nova faixa: ela é constituída de 95 milhões de pessoas, o que corresponde a mais da metade
da população brasileira e cuja renda domiciliar total varia entre R$ 1.126 a 4.854 reais
mensais. É esta camada que hoje detém o
maior poder de compra, com 46,24%, superando a AB, que responde por 44,12%.
A mobilidade social desta última década é
inédita no País e provoca reflexos em to-
evolução das classes econômicas
Classe A/B
62,1
Classe C
Classe D/E
49,2 50,5
32,5
40,4 38,94
10,4 10,6
5,4
1992
1993 1995 1996 1997
1998 1999
fonte: FGV
30 | DEZEMBRO 2010 | CREDIT PERFORMANCE
2001
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
2009
dos os setores da economia. Entre 2005 e
2009, 30 milhões de pessoas ascenderam a
este novo segmento. São números de uma
pesquisa inédita da Serasa Experian em
parceria com o Instituto Geoc divulgada
em novembro passado, que aponta como
principais fatores a estabilidade monetária,
decorrente de uma inflação anual média de
3,4% entre 2000 e 2009; o aumento real
em torno de 30% do salário nos últimos
quatro anos; a redução do desemprego
para o menor patamar desde 2002; a diminuição da desigualdade de renda, com o
menor índice desde 1976 e o aumento dos
programas sociais.
E qual o perfil desse novo consumidor?
Segundo pesquisa de outubro passado do
Ibope, é majoritariamente jovem e afro-descendente. São mulheres com autonomia financeira – 32% delas são chefes de
família, contra 25% da classe AB – que
aceitam as facilidades do crédito, mas que
planejam suas maiores despesas (65%).
Preferem o comércio de rua aos shopping
centers, 84% se dizem otimistas em relação
ao futuro, um quinto deste universo sonha
com um imóvel e outros quase 10 milhões
de indivíduos pretendem comprar um automóvel em um ano.
Alargando fronteiras do consumo
De posse desses indicadores, cabe ao mercado entender adequadamente essa nova
e crescente demanda. “Existem três perfis
do consumidor: o planejado, o retraído e
o consumista. Você deve entender quem
precisa de crédito para oferecer o que ele
precisa”, diz Laila Kurati, Gerente de Produto da Serasa Experian. “É importante
apostar na educação financeira. É mais fácil
ensinar a tomar crédito do que depois ficar
cobrando”.
Para o Presidente da Unidade de Negócios e
Serviços de Crédito da Serasa Experian, La-
FOTOS: Rita Fernandes e Rubens Chaves
“
Temos que nos
adaptar. Daqui a
20 anos, a geração
Y das pessoas que
nasceram depois
de 1980 será a
geração com maior
poder de compra”.
Marcelo Coutinho, Diretor
de Market Intelligence
do Portal Terra
ércio de Oliveira Pinto, o setor deve estudar
o perfil do consumidor, “pois é isso o que
nos aproxima e nos permite estar mais preparados para atendê-los”.
Com os resultados de um estudo feito na
região metropolitana de São Paulo e nas
principais capitais do Sul, Sudeste e Nordeste na mão, Pinto mostra também que a demanda por crédito cresceu em larga escala,
mas o índice de inadimplência se manteve
controlado. “A confiança no momento
econômico do Brasil e a percepção do consumidor sobre as alternativas oferecidas
numa cobrança de crédito são fatores que
levam o cliente a querer pagar sua dívida
para consumir mais”, diz.
Comportamento e tecnologia
O avanço tecnológico tem papel importante nas transformações comerciais da última
década. A internet gerou o comércio eletrônico, que exigiu diversificação e rapidez
dos diversos canais de operação. Se o cartão de crédito cresceu 50% nos últimos 8
anos, ocupando o espaço do cheque e do
dinheiro de papel, a tendência é que o celular assuma a liderança nas transações. “O
custo de uma transação feita pelos aparelhos celulares é de até 100 vezes menor do
que a feita na agência” diz o Economista
Roberto Troster.
Novos canais de comunicação, como as
mídias sociais, convertem-se em poderosos
instrumentos de persuasão, conquista e fidelização do consumidor. Segundo o IBGE,
mais de 75% dos brasileiros acessam a Internet em média 26 horas por semana e,
destes, 43 milhões estão em redes sociais.
E a venda de celulares com acesso à rede
mundial bate recorde: 16 milhões de aparelhos só no mês de setembro. “A mídia
social é uma ferramenta colaborativa, diferente do marketing, que é de mão única, e
do marketing interativo, de mão dupla (requisito e recebo resposta)”, observa Bruno
Alves, Diretor da Dialeto, empresa especialista em relacionamento. “A mídia social é
a comunicação de mão em mão: pessoas
falando com pessoas”.
Sinais dos tempos que surgem para modificar irreversivelmente as relações comerciais
no médio prazo. “Temos que nos adaptar”,
diz Marcelo Coutinho, Diretor de Market
Intelligence do Portal Terra. “Daqui a 20
anos, a geração Y (das pessoas que nasceram depois de 1980) será a geração com
maior poder de compra”. É um segmento
que hoje acredita mais na opinião de outros
consumidores do que na publicidade. Para
comprar um celular, acessam sites especializados, com tutoriais e análises. E usam a
rede para saber sobre taxas de juros e o
atendimento de um banco.
Crédito
Com ambiente macroeconômico francamente favorável, a expansão do mercado
creditício se impõe na razão direta da crescente oferta feita pelos bancos.
E a novidade é a incorporação do setor
imobiliário, que já conta com um volume
de recursos igual ao destinado ao automotivo. A relação entre o crédito imobiliário e o PIB ainda acusa um baixo percentual (3,7%), se comparado a de outros
países emergentes, como o do Chile, por
exemplo, que é 10 vezes maior. “Ainda
temos muito a crescer”, diz José Augusto
“
tendências
Existem três perfis
do consumidor: o
planejado, o retraído
e o consumista. O concedente deve
entender quem precisa
de crédito para fazer
uma oferta adequada
a cada perfil.”
Laila Kurati, Gerente de
Produto da Serasa Experian
Perigo, Gerente de Crédito Imobiliário da
Serasa Experian.
O potencial das PMEs
Da mesma forma, avançam na tomada de
crédito as pequenas e médias empresas,
segmento que em 2015 deverá alcançar
um volume de 8,8 milhões de novos negócios, principalmente nos setores de comércio e serviços. Dados da Serasa Experian
indicam que 37% das PMEs solicitaram empréstimos nos últimos cinco anos e, destas,
30% obtiveram os recursos dos bancos.
Apesar do crescimento, há uma baixa solicitação de empréstimos bancários e persiste
uma grande contradição neste segmento.
Em torno de 53% dos pequenos empresários diz não ter a necessidade de empréstimo e a maioria dos microempresários
não recebem o crédito por insuficiência de
garantias reais, juros altos e pela falta de
documentos. Já os bancos alegam que o
mercado informal e a falta de informação
prejudicam a concessão de créditos.
Apesar das adversidades, a carteira de pequenos negócios cresce em volume superior ao dos setores imobiliário e automotivo.
E as expectativas são positivas para os próximos 4 e 5 anos. Para o Gerente da Unidade de Acesso a Serviços Financeiros do
SEBRAE, Alexandre Guerra de Araújo, os
pequenos empreendedores devem ser vistos como potenciais investidores. “O risco
que o indivíduo corre ao emprestar dinheiro a uma pessoa que aparentemente não
pode pagar é, na prática, muitas vezes menor do que àquele que pode pagar. Cada
vez mais o Brasil investe por oportunidade
e não por sobrevivência”.
CREDIT PERFORMANCE | DEZEMBRO 2010 | 31
DIVULGAÇÃO
pelo mundo
Exuberante e agitado, o Uruguai tem opções para turistas de todos os perfis
A cidade que (quase)
nunca dorme
Punta del Este está associada a um estilo de vida superlativo. O balneário uruguaio é o mais badalado da América
do Sul e um dos dez mais famosos do mundo, palco onde circulam turistas diversos, entre altos executivos, gente
do jet set e milionários de uma estirpe que representa parcela significativa do PIB de seu país de origem.
Por Gerson de Faria
L
azer, badalação, alto consumo, gastronomia refinada e a roda-viva dos
cassinos são os ingredientes do dia-a-dia em Punta del Este em meio à exuberância de sua paisagem e arquitetura.
Para quem quer se aventurar nesse paraíso tropical, é bom saber que a vida frenética de Punta nunca começa antes das
3 da tarde. Isso porque ate esse horario
o lugarejo – de pouco mais de 10 mil habitantes, que se transforma numa agitada colônia de 300 mil visitantes na alta
temporada – adormece, recuperando-se
da noite anterior, que invariavelmente começa a ficar realmente movimentada por
volta da uma hora da manhã.
Distante cerca de 130 quilômetros de Montevidéo, Punta del Leste assenta-se em uma
península entre o Rio da Prata e o Oceano
Atlântico. Essa configuração geográfica delimita as duas grandes praias de Punta. De
um lado, a Praia Mansa, de águas doces e
calmas e recomendada aos turistas que buscam um pouco mais de sossego.
De outro, a praia Brava indicada para quem
se dispõe ao mergulho em águas frias do
mar ou a prática de esportes náuticos. É a
Brava, a mais conhecida de todas, que ostenta em suas areias a obra La Mano, do
artista plástico chileno Mario Irarrázabal, um
dos mais notáveis cartões-postais da cidade.
Mas é em torno de sua artéria principal,
a Avenida Gorlero, que a vida social de
Punta se sucede dia e noite. Em suas imediações estão concentrados o comércio e
os restaurantes, e onde se pode caminhar
sob a brisa do mar ou acompanhar algum
espetáculo de rua. A feira dos artesãos,
na praça Artigas, por exemplo, é sempre
uma boa pedida.
A noite é puro prazer e diversão. Você pode
optar pelos clubes e boates de La Barra ou
as discotecas de La Mansa com seus lounges na areia. Ou ainda arriscar a sorte nos
cassinos que nunca fecham. Os dois nomes
que são verdadeiros icones do lugar são o
Conrad Resort & Casino e Mantra Resort
Spa & Casino.
Economia deve crescer
5% em 2011
Segundo Álvaro Alejandro Pirri, Presidente del Círculo de Ejecutivos de Crédito,
Uruguai e Gerente de Vendas da Canarias
S.A., as expectativas para 2011 são de
um crescimento da economia uruguaia de
cerca de 5% do PIB, favorecido pela melhora do volume das exportações e leve
aumento dos preços e da demanda interna, fortalecida pela elevação do nível de
emprego e salários.
Em 2010, o mercado de crédito manteve-se
estável com crescente volume de negócios
em relação aos anos anteriores. Esse cenário foi escorado por um crescimento de 7%
do PIB, impulsionado fundamentalmente
por uma apreciação dos principais produtos do país assim como à confiança com
relação às perspectivas do mercado.
A crise de 2008 – que provocou uma forte
valorização do dólar e afetou levemente o
consumo –foi de curta duração e não chegou a se refletir nos principais indicadores.
CREDIT PERFORMANCE | DEZEMBRO 2010 | 33
DIVULGAÇÃO
sofisticação & luxo
Alta-costura
sempre sobrevive ao
inverno das crises
A moda muda e se reinventa com as estações do ano. Do mesmo
modo, o mercado da moda se adapta aos bons ou maus ventos
da economia. A estilista Juliana Ariza, grife que estreou pouco
tempo antes da crise de 2008, e Cristina Guardia, que comemora
este ano duas décadas no mercado de luxo, contam aqui como
sobreviveram às restrições de crédito e de investimentos no setor.
Por Christiane Brito
J
uliana Ariza levou às passarelas sua
primeira coleção de moda pouco antes da crise de 2008 estourar no mercado global. A perspectiva de evolução
para o negócio teve que mudar completamente, porque a escassez de dinheiro
mexeu com o bolso de clientes e com as
suas metas de crescimento: “Como toda
empresa de pequeno porte, dependemos
bastante de crédito, não apenas para
nossa operação, mas para que nossos
clientes tenham facilidades para pagar.
Como a crise afetou o crédito, ficou mais
difícil para todo mundo comprar itens de
valores mais altos”, explica Ariza.
Além das dificuldades trazidas pela crise, a
nova marca já chegou enfrentando o desafio de concorrer com grifes consagradas no
segmento luxo, algumas, como a de Cristina Guardia, já com dezenas de anos de
mercado e muito jogo de cintura para dri-
blar o recorrente mau humor da economia.
Juliana Ariza dá a receita para esse embate
já esperado com os veteranos: “O importante na moda é encontrar o seu mercado,
o seu nicho. Se você tiver bem claro em qual
nicho está atuando, você sempre encontra
espaço. São Paulo é uma grande cidade,
oferece mercado para todos”, afirma.
Cristina Guardia explica que não há magia ou imponderável na consolidação de
um lugar ao sol em mercados concorridos, como o da moda. A estilista ensina:
“O segredo é crescer com os pés no chão,
sem aventuras, sempre orientada pela
demanda, adaptando-se às necessidades
do mercado, mas sem perder qualidade
nem identidade”.
Num cenário financeiro hostil, as estilistas
não se descuidaram das metas. Juliana
garante: “Estamos alcançando e galgando um degrau por vez”. Mas reconhece o
golpe: “2009 foi um ano muito difícil, pois
o mercado como um todo sofreu muito
com os efeitos da crise e a nossa marca
necessitou de investimentos para se manter. Em 2010, no entanto, os efeitos dos
investimentos foram sentidos e os resultados começaram a aparecer”.
Cristina Guardia já conta com três lojas
de bairro e inaugura a quarta ainda neste
mês de dezembro, no Morumbi. A novidade da atual coleção de Cristina é a
versatilidade das peças, que, com uma
simples mudança de acessórios, podem
se transformar completamente, estando aptas a frequentar desde o ambiente
descontraído de trabalho aos requintados coquetéis no final do dia:”Os muitos
compromissos exigem essa versatilidade
da mulher, ela precisa estar sempre bem
vestida”, explica. Juliana aponta outra
característica feminina que impulsiona o
consumo: “As mulheres sempre querem
estar bonitas, surpreender, independente
da situação financeira”.
Vista estas ideias!
Em 2011, a moda explorará cores vivas e
tendências extremas, em contraponto aos
recentes anos “cinza” da economia mundial:
“Teremos comprimentos curtíssimos ou
longuíssimos, modelagem acinturada, sapatos
com tornozeleiras, clogs, cabelos curtos ou
na altura dos ombros”, conta Juliana.
Cristina também incorporará as tendências da
estação, enquanto na atual coleção primaveraverão faz uma leitura do conceito “stressbreak”,
lançado este ano. Mais que moda, trata-se
de uma proposta de estar bem por fora e por
dentro, é uma pausa para o “espelho da alma”, o
mais fiel retrato dos nossos desejos e conquistas.
CREDIT PERFORMANCE | DEZEMBRO 2010 | 36
progresso e desenvolvimento
A cobrança rumo aO
futuro
“
A pesquisa
indica que o
desemprego e
o descontrole
financeiro
são as causas
fundamentais da
inadimplência
de homens e
mulheres de
20 a 54 anos
economicamente
ativos”.
Adilson Melhado,
Presidente Latincob
e Presidente do
Instituto GEOC Brasil
Por Gerson de Faria
Colaboraram Diogo Patroni
e Karol Cavalcante
duzida e consegui quitá-la à vista”, comemora
Almeida, que assim conseguiu retomar sua vida
e logo passou a tocar outro negócio.
N
o final de 2009, o executivo Jorge Almeida* contabilizava uma dívida de 30
mil reais com seu banco. O montante
era o resultado da rolagem mês a mês do saldo devedor de seu cheque especial, provocada
por um empreendimento mal sucedido. Com
os recursos esgotados e sem perspectiva de
virada profissional em curto prazo, Jorge figurava então na lista dos 6% de inadimplentes
registrados no país.
Até que ele recebeu um telefonema do setor
de cobrança do banco, convidando-o para um
“café da manhã” e uma conversa em que discutiria com um especialista os termos de uma
possível renegociação da dívida. No evento
com hora marcada, o executivo pôde apreciar
a oferta de condições compatíveis com suas
possibilidades de saldar o compromisso. “Ao
final, consegui fazer com que a dívida fosse reDIVULGAÇÃO
Com a economia
estável e a expansão
do crédito, a indústria
da cobrança se
transforma e exige
um profissional cada
vez mais qualificado
para lidar com clientes
exigentes e informados
A negociação amigável resultou da reciprocidade, reconhecida pelo agente financeiro: Jorge
Almeida era correntista há mais de dez anos sem
histórico anterior de inadimplência. Além de demonstrar que a cobrança está individualizando
as análises e utilizando estratégias amigáveis de
abordagem, o caso de Jorge está tipificado em
pesquisa inédita da Serasa Experian, realizada
em parceria com o Instituto Geoc e divulgada
durante o 6º Congresso Nacional e 8º Congresso
Latino Americano de Crédito e Cobrança, sobre
o perfil do consumidor de crédito brasileiro. “A
pesquisa indica que o desemprego e o descontrole financeiro são as causas fundamentais da
inadimplência de homens e mulheres de 20 a 54
anos economicamente ativos”, afirma Adilson
Melhado, Presidente Latincob e Presidente do
Instituto GEOC.
O estudo, feito nas principais capitais do Sul,
Sudeste e Nordeste revela também que, com
o aquecimento da economia, cresce continuamente a demanda por crédito. E o sinal
mais positivo dessa relação é que o índice de
inadimplência tem se mantido sob controle.
De acordo com o cadastro da Serasa Experian 37% dos inadimplentes têm apenas uma
dívida para quitar. “A confiança no momento econômico e a percepção do consumidor
sobre as alternativas oferecidas durante uma
cobrança de crédito levam o cliente a querer
quitar sua dívida”, justifica Laércio de Oliveira,
Presidente da Unidade de Negócios e Serviços
de Crédito da Serasa Experian.
Se recuperar a reputação é a principal motivação para a retirada de seu nome do cadastro
de inadimplente, a reconquista do crédito pelo
inadimplente soa como um prêmio ao esforço
empreendido. “As pessoas vêem a quitação da
*nome fictício
37 | DEZEMBRO 2010 | CREDIT PERFORMANCE
progresso e desenvolvimento
Bases industriais
Com a retomada do crescimento econômico e
a conseqüente restauração do crédito, executivos e agentes do setor presentes ao Congresso
compartilham da ideia de que o segmento de
cobrança deve firmar-se cada vez mais como
uma verdadeira indústria, com novas técnicas
de abordagem e a utilização de ferramentas
de última geração. “O desafio é conhecer o
mercado, a relação que envolve o cliente, as
vendas e o crédito. E então adequar a oferta
a este cliente”, propõe José Augusto Perigo,
Gerente do Segmento de Crédito Imobiliário
da Serasa Experian.
De fato, uma série de medidas vem sendo
implementadas por instituições do setor a
fim de adequar o sistema à expansão do crédito, fundamentalmente para a pessoa física,
que este ano deve registrar um crescimento
de até 20%. Em meados do ano, a Associação Comercial de São Paulo, associação que
administra o Serviço Central de Proteção ao
Crédito, lançou o SCPC Recupera. Trata-se de
um dispositivo que visa a orientar o trabalho
de cobrança das empresas, oferecendo a elas
condições de uma ação estratégica para a recuperação da dívida.
Capacitação profissional
Mas o grande desafio para o desenvolvimento
do mercado de cobrança é a capacitação dos
profissionais do setor. Segundo Marcos Vono,
Diretor de Recursos Humanos e Carreira do
Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais
(Ibmec), foi visando preencher esta lacuna
que o instituto criou programas corporativos
customizados, desenvolvidos a partir do entendimento da realidade de cada empresa.
“Se a demanda por mão-de-obra aumenta,
diz ele, a busca por especialização também
cresce. E com o aumento da qualificação profissional, cresce também a competitividade”.
Fernanda Goeldner, CEO da Goeldner Consulting, vai na mesma direção dizendo que algumas empresas ainda se preocupam em investir
apenas no parque tecnológico e se esquecem
AUTOMAÇÃO DA COBRANÇA
AVALIAÇÃO
DE CARTEIRA
CADASTRO
FRAUDE
COBRANÇA
RISCO DE
CRÉDITO
DECISÃO
FONTE: CRIVO
LIMITE
SCORING
de capacitar o profissional para operar tamanha tecnologia. “Todos possuem o mesmo pacote tecnológico para empreender uma operação de cobrança”, observa Goeldner. “O que
irá diferenciar os resultados de uma empresa
para outra é justamente o trabalho de profissionais qualificados”.
Segundo ela o treinamento do profissional
de cobrança deve incluir o desenvolvimento
de certas habilidades de comunicação, como
o poder de influência e persuasão. E garante
que os resultados podem ser avaliados em curto prazo: “Equipes treinadas chegam a obter
um índice de aproveitamento de 6% a 17%
superior a quem não recebeu treinamento em
suas negociações.” Dados que incentivam não
só a capacitação como a conversão do perfil
funcional desses operadores. Afinal, diz ela,
“futuramente esses profissionais bem formados de cobrança serão os responsáveis pela
educação financeira do cliente”.
Em breve, as máquinas vão dominar os processos de crédito como define Rodrigo Del
Claro, Diretor Comercial e de Marketing da
Crivo: “O segmento vai chegar à automação
total”. Por outro lado, os dados consolidados
por máquinas terão que ser utilizados num
atendimento cada vez mais personalizado e
especializado. Quando a eficiência tecnológica e inteligência de relacionamento se unem
todo mundo sai ganhando. E a negociação
chega ao fim com uma solução que beneficia
todas as partes envolvidas, como no caso de
Jorge, relatado no início deste texto, um caso
real que pode servir de exemplo aos nossos
estrategistas de cobrança.
Carol Carquejeiro
dívida como um passaporte para voltarem ao
mundo do consumo”, diz Oliveira, apontando para lista de prioridades de pagamento da
população, nesta ordem: cartão de crédito,
telefone, varejo, financiamento de automóvel,
contas de água, luz e gás, crédito pessoal e
cheque especial.
“
A confiança no
momento econômico
e a percepção do
consumidor sobre as
alternativas oferecidas
durante uma
cobrança de crédito
são determinantes
para o cliente
renegociar a quitação
de sua dívida”.
Laércio de Oliveira,
Presidente da Unidade de
Negócios e Serviços de Crédito
da Serasa Experian
CREDIT PERFORMANCE | DEZEMBRO 2010 | 38
ponto de vista
A diversidade da
indústria de crédito
na América Latina
e suas oportunidades de aprendizagem e experiências
Patricio Santiago
A
América Latina está vivendo
um boom de crescimento do
consumo e a indústria de crédito tem evoluído de diferentes maneiras em cada região. Certamente,
há muito conhecimento a ser aproveitado no desenvolvimento de novas
práticas e em diferentes países. Diante
deste cenário, a CMS tem como papel
principal o de encorajar profissionais a
utilizar os canais de divulgação, eventos e demais meios disponíveis para
alcançar esta evolução.
Países como o Chile tem desenvolvido o crédito ao consumo da mão
dos varejistas. Redes como Falabella,
Cencosud e Ripley tem construído
seus próprios cadastros positivos por
meio da bancarização da população.
A gestão de recuperação do Chile,
baseada em estruturas analíticas e em visitas domiciliares, é uma
prática que se distingue das demais nações latino-americanas.
Outro modelo interessante é o da Argentina, onde o crédito ao consumo desenvolveu-se principalmente por meio dos
bancos. Ele é apoiado pelo bureau positivo de dados, em funcionamento há mais de 15 anos e com bom grau de desempenho, qualificado pelo Banco Mundial como um dos mais
avançados do mundo.
O Peru, com sua característica peculiar de desenvolvimento das
micro-finanças, também é uma experiência curiosa. Segundo
especialistas, é o país com melhores condições para as micro-finanças na América Latina. A porcentagem da taxa de créditos
sobre sua população está em 4,20%, enquanto no Chile, este
número registra 1,8%, Colômbia 1,30%, México 1,1% e Brasil
0,20%. Há casos peculiares como o do Mibanco, o primeiro es-
39 | DEZEMBRO 2010 | CREDIT PERFORMANCE
DIVULGAÇÅO
Vice-Presidente da CMS
pecializado em micro-finanças no Peru,
e cuja clientela é formada por 55% de
mulheres, dado que apontou melhor
cultura no pagamento e cumprimento
de obrigações financeiras.
Assim como o desenvolvimento de
canais alternativos – supermercados,
farmácias, estações de serviços, entre outros – para realizar transações e
baixar o custo transacional dos bancos,
depois do Brasil, o Peru tem obtido a
maior relação de correspondentes pelas
sucursais bancárias. Como exemplos
bem sucedidos estão o BCP e BBVA
Peru, onde estão em desenvolvimento
modelos de transações como saques,
depósitos, transferências entre contas,
pagamentos de serviços e consultas de
saldos e movimentos por meio de correspondentes.
Outro país que possui experiências interessantes é o Uruguai.
Por questões regulatórias, as empresas especializadas não bancarizadas têm apostado no desenvolvimento do negócio de
cartões de crédito de forma muito eficiente, além de produtos
mais complexos para classes sociais mais altas. Companhias financeiras especializadas como a OCA, Creditel e Pronto dominam o terreno de crédito ao consumo. São dinâmicas e estão
em pleno crescimento. São modelos que devem ser estudados,
que tem obtido baixa escala e resultados surpreendentes. Os
desafios deste mercado passam pela consolidação do desenvolvimento do bureau positivo. Empresas de origem argentina
e chilena lideram o mercado uruguaio no setor de empresas
de recuperação.
Como dizemos na CMS, há um mundo de ideias e oportunidades e convidamos todos a descobri-las.
A ML Serviços Financeiros atua na prestação de serviços para
o ciclo de crédito há 23 anos, com foco especial na recuperação
de créditos e manutenção do cliente consumidor.
Constituímos e posicionamos estrategicamente cada unidade de
negócio para atender o mercado financeiro de forma especializada.
Certificações*
Empresa Associada
*ISO 9001:2008 referente às empresas ML Gomes e ML Serviços de Cobrança.
Paixão pelo negócio. É o que nos motiva e nos faz inovar.
A Serasa Experian pode ajudar sua empresa a
aproveitar ao máximo as oportunidades de cada
setor, com soluções que permitem uma análise
completa de mais de 100 setores da economia.
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