melhoria da qualidade da gua tratada e aumento da

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melhoria da qualidade da gua tratada e aumento da
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VI-168 - LIMNOPERNA FORTUNEI OU MEXILHÃO DOURADO: IMPACTOS
CAUSADOS, MÉTODOS DE CONTROLE PASSÍVEIS DE SEREM
UTILIZADOS E A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE DE SUA DISSEMINAÇÃO
Soraia Giordani(1)
Eng. Civil (UFPR), Mestre em Eng. Ambiental (UFPR), Eng. De Projetos da Unidade de Serviços em Projetos
Especiais (USPE) da SANEPAR – Companhia de Saneamento do Paraná.
Paulo Silva Neves(3)
Biólogo (PUCPR), Pós-graduando: MBA em Sistemas de Gestão Ambiental (PUCPR), Pesquisador da
Assessoria de Pesquisa e Desenvolvimento da SANEPAR.
Cleverson Vitório Andreoli(2)
Eng. Agrônomo, Doutor em Meio Ambiente (UFPR), Professor da UFPR e da FAE Business School, Eng. de
Desenvolvimento e Coordenador Técnico do Programa de Reciclagem Agrícola do Lodo de Esgoto e do
Programa Interdisciplinar de Pesquisas de Gerenciamento de Mananciais da SANEPAR.
Endereço(1): Rua Engos. Rebouças, 1376 - Rebouças - Curitiba - PR - CEP 80215-900 - Brasil - Fone: (41) 3303627 - Fax: (41) 330-3287 - e-mail: [email protected]
RESUMO
O Limnoperna fortunei ou mexilhão dourado é um molusco bivalve originários do sudeste da Ásia. Esta
espécie invasora foi introduzida acidentalmente na América do Sul no inicio da década de 90. A hipótese mais
aceita é de que sua entrada ocorreu no litoral da Argentina por meio de águas de lastro de navio. Atualmente o
mesmo já é encontrado em regiões do Uruguai, Brasil, Paraguai e Bolívia. Este avanço descontrolado tem
como principais razões a ausência de predadores naturais, sua facilidade de adaptação, precocidade e alta taxa
reprodutiva. Os impactos econômicos gerados por esta espécie estão relacionados com a diminuição da
capacidade e eficiência na adução e tratamento de água. Os impactos ambientais causados pela introdução
deste organismo invasor são decorrentes da alteração do equilíbrio ecológico visto que este organismo
provoca alterações significativas na cadeia alimentar e estrutura físico-química dos ecossistemas invadidos. O
presente artigo objetiva apresentar um levantamento bibliográfico referente aos estudos publicados sobre este
organismo invasor, são abordados histórico de sua invasão, biologia, impactos ambientais e econômicos,
métodos de controle passíveis de serem utilizados assim como a importância do controle de sua disseminação.
Destaca-se por fim a importância do direcionamento de atenção à este novo problema, pois se não houver um
controle adequado da disseminação desta espécie, a fim de evitar a invasão para outros ambientes, sérios
problemas poderão ser causados não só aos sistemas de captação de água mas principalmente aos ambientes
aquáticos sul-americanos.
PALAVRAS-CHAVE: Limnoperna fortunei, Mexilhão Dourado, Espécies Invasoras.
INTRODUÇÃO
O Limnoperna fortunei ou mexilhão dourado é um molusco bivalve nativo de rios e arroios do sudeste da
Ásia. Este organismo passou a ser encontrado na América do Sul a partir da década de 90. A hipótese mais
aceita é de que o mesmo foi introduzido acidentalmente pelo litoral da Argentina por meio de águas de lastro,
que são águas utilizadas para o enchimento dos porões de navios quando estes viajam sem carga para conferir
estabilidade à embarcação. Atualmente o mesmo já é encontrado em regiões da Argentina, Brasil, Uruguai e
Bolívia. Este avanço descontrolado é causado, principalmente, pela ausência de predadores, capacidade
adaptativa, precocidade sexual e alta taxa reprodutiva. De acordo MAGARA (2001) estes organismo já
invadiu também a China, Coréia, Japão.
Este organismo, através de filamentos protéicos conhecidos como bisso, pode se fixar sobre quase todo tipo de
substrato natural ou artificial, incluindo superfícies de concreto, aço, ferro, vegetação aquática, etc. Esta
espécie suporta viver em densidades muito elevadas, de até 100.000 indivíduos/m2 e representa hoje uma
preocupação para todos os setores que desenvolvem atividades associadas ao uso da água. No tocante ao
saneamento as preocupações são voltadas aos sistemas de captação, incluindo, tubulações, válvulas, grades e
demais acessórios vulneráveis às infestações.
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Uma situação muito semelhante ocorre na América do Norte, nos Estados Unidos e no Canadá, desde 1988,
com a espécie Dreissena polymorpha ou mexilhão zebra, que possui morfologia funcional bastante
semelhante ao Limnoperna fortunei.
Desde sua invasão, o mexilhão dourado ampliou significativamente sua distribuição sobre a América do Sul e,
considerando os importantes problemas que ocasiona, é assustadora a desatenção da sociedade. Abaixo podem
ser observadas figuras deste organismo (Figura 1).
Figura 1 – Limnoperna fortunei ou mexilhão dourado
Fonte: Foz do Iguaçu ETA Vila C
OBJETIVO
O presente artigo tem como objetivo apresentar um levantamento bibliográfico acerca dos estudos publicados
a respeito do Limnoperna fortunei (Dunker, 1857) ou mexilhão dourado. São apresentados histórico de sua
invasão, biologia, impactos ambientais e econômicos, métodos de controle passíveis de serem utilizados
destacando a importância do controle de sua disseminação.
BIOLOGIA
Segundo FILIPPO (2003) o mexilhão dourado pertence à família Mytilidae, se alimenta através da filtração da
água, de habito gregário (que vive em bando), dióico com fecundação externa. Uma das características mais
preocupantes desta espécie é a facilidade de adaptação ecológica. Este organismo apresenta uma maturidade
sexual muito precoce, se torna sexualmente ativo com apenas cinco milímetros (3 a 4 meses), característica
que explica a rapidez da sua dispersão na América do Sul.
Os poucos fatores limitantes ao seu crescimento são a temperatura e o oxigênio dissolvido. Estudos sobre o
ciclo de vida do mexilhão dourado indicam que este organismo possui uma longevidade de 36 meses, podendo
atingir até 3 cm de comprimento da concha ao final desse período (COLARES, SUMINSKY e BENDATI,
2002).
Estes mesmos autores ressaltam que está espécie pode causar, gosto e odor na água, mas nenhuma referência é
realizada sobre a possibilidade do mesmo causar toxicidade. Cabe destacar que, de forma geral, moluscos não
conferem toxicidade à água. No caso do mexilhão dourado, devido a sua característica filtrante, o mesmo pode
até mesmo remover substâncias tóxicas e acumular as mesmas em seus tecidos, entre elas metais pesados,
agrotóxicos e toxinas presentes na água. O que causa problemas somente caso haja ingestão de grande
quantidade destes organismos.
Corroborando com esta assertiva, estudos realizados na América do Norte na região dos Grandes Lagos, sobre
a influência do mexilhão zebra no ciclo de contaminantes indicam aumento da possibilidade de contaminação
destes mexilhões a formas tóxicas (PCBs, PAHs) em virtude da sua alta taxa de filtração (FISHER,
GOSSIAUX, BRUNER e LANDRUM, 1992).
HISTÓRICO DA INVASÃO NA AMÉRICA DO SUL
Segundo DARRIGRAN et al. (2003) a invasão do mexilhão dourado na América do Sul, ocorreu no ano de
1991 no litoral da Argentina, Rio de La Plata, Balneário Bagliardi, Berisso. Ao final de 1993 este organismo
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já era encontrado em Buenos Aires. Em 1994 ocorreu o primeiro caso de assentamento dentro de
encanamentos de água doce na cidade de La Plata na Argentina. No inicio de 1995 foram registradas as
primeiras coletas deste indivíduo em Colonema, Uruguai e ao final do mesmo ano na bacia do Rio Paraná. No
início de 1997 já era comum encontrar-se incrustações no Rio Paraná. Em 1998 foi registrado o primeiro
encontro sobre o rio Paraguai, no Porto de Assunção, República do Paraguai. Sobre o rio Paraná, sua
distribuição chega até o Porto da cidade de Possadas, Missões.
De acordo com OLIVEIRA, (2005) o primeiro registro deste organismo no Brasil ocorreu em 1998 no
Pantanal Matogrossense, incrustado nas embarcações que trafegam no sistema Paraná-Paraguai, sendo
observado no rio Paraguai até Bela Vista do Norte, acima da confluência com o rio Cuiabá e no canal de
ligação entre Bolívia e o rio Paraguai.
Segundo DARRIGRAN et al. (2003) o primeiro encontro no Brasil ocorreu em 1999 na bacia do Guaíba,
Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Este autor cita ainda que a invasão do Pantanal ocorreu entre os anos de
2000 e 2001. Corroborando com as informações de
Corroborando com as afirmações de Darrigran COLARES, SUMINSKY e BENDATI (2002) comentam que a
presença do mexilhão foi registrado no Lago Guaíba em 1999 na Praia de Itapuã e no Porto das Pombas. A
partir desta data, o mexilhão-dourado passou a ser encontrado progressivamente em estruturas dos sistemas de
tratamento de água mantidos pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE), em Porto Alegre,
Estado do Rio Grande do Sul.
No Estado do Paraná sua presença foi identificada em meados de 2002 no lago de Itaipu no Rio Paraná onde
vem causando problemas nos sistemas de captação de água operados pela Sanepar em Foz do Iguaçu e Santa
Terezinha do Itaipu e nos sistemas de resfriamento da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Em agosto de 2002 a
Sanepar em parceria com Furnas, empresa que possui captação junto à captação da Sanepar no lago de Itaipu,
realizaram a contratação de empresa especializada para realizar filmagens e inspeções subaquáticas dos
sistemas de captação de água do Lago de Itaipú. Foram realizadas filmagens subaquáticas para identificar os
locais e/ou pontos de incrustações mexilhão dourado nos sistemas, onde foi constatada a presença do mesmo.
No mês de Junho de 2003 a Sanepar, novamente em parceria com Furnas, realizou novas inspeções
subaquáticas. Nessas filmagens foi observado aumento significativo das incrustações dos mexilhões dourados
no sistema de captação. Foi observado grandes concentrações do molusco e novos pontos de infestação
anteriormente não visualizados. A Figura 2 e a Figura 3 mostram a grade da captação de Foz do Iguaçu e um
registro da adutora de água bruta da mesma cidade no momento em que os mesmo foram retirados para
limpeza.
A proliferação e deposição do Limnoperna fortunei ocorreu nas tubulações e bombas do sistema de captação
de água. Foram realizadas ações de manutenção corretiva em agosto de 2003 com inspeções e limpeza, através
da raspagem manual dos mexilhões incrustados na adutora de água bruta, (tubulações, conexões e demais
acessórios) e caixa de entrada da ETA.
Atualmente notou-se diminuição na densidade populacional de L. fortunei nos pontos de incrustação,
suspendendo por hora as ações corretivas de limpeza na adutora, sendo realizada somente a limpeza trimestral
na caixa de entrada da ETA.
Em Santa Terezinha do Itaipu, cidade localizada um pouco à montante de Foz do Iguaçu, o problema foi
identificado em maio de 2003 por ocasião da interligação de um novo poço na captação de água bruta. Nesta
data, os técnicos identificaram a deposição de Limnoperna fortunei no barrilete da captação tornando
necessário um monitoramento e limpeza periódica visando evitar obstrução do mesmo.
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Figura 2 – Grade da captação flutuante de Foz do Iguaçu.
Fonte: Foz do Iguaçu Captação da ETA Vila C
Figura 3 – Registro da rede de água bruta em Foz do Iguaçu
Fonte: Foz do Iguaçu Captação da ETA Vila C
IMPACTOS
IMPACTOS AMBIENTAIS
A introdução de espécies exóticas num ambiente freqüentemente causa competição com as espécies nativas
por recursos, tais como, alimento e espaço. Na ausência de predadores naturais, invasores podem prejudicar
ou mesmo causar extinção de espécies nativas em muitos locais, constituindo-se ameaça à biodiversidade.
Através deles, também há possibilidade da transmissão de novas doenças, as quais podem vir a eliminar
habitantes nativos vulneráveis (WHAT ARE THE IMPACTS OF EXOTIC SPECIES, 2003).
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A invasão de um ecossistema natural por organismos exóticos causa a modificação na estrutura da cadeia
alimentar deste. A colonização de ambientes aquáticos naturais por organismos invasores filtradores causa
também a alteração das características físicas e químicas das águas. No caso do mexilhão dourado o mesmo
vem causando estas duas alterações concomitantemente. Em sua filtração o mesmo provoca a redução da
biomassa vegetal suspensa, alimento de algumas espécies nativas, aliado a este fato o mesmo já foi
incorporado na dieta alimentar de alguns peixes que deixaram de predar o organismo que normalmente
serviam de alimento, estes fatores combinados alteram de forma significativa a cadeia alimentar dos
ecossistemas invadidos. A filtração característica desta espécie provoca também a diminuição da quantidade
de sólidos suspensos na água o que tem por conseqüência o aumento da penetração de luz através da coluna
d’água.
Devido a sua similaridade com o mexilhão zebra ou Dreissena polymorpha os problemas que esta espécie
causa assemelham-se aos descritos para o hemisfério norte. Desta forma, são descritas abaixo algumas
alterações que está espécie já causou na América do Norte.
O estudo dos efeitos da colonização do mexilhão zebra em parâmetros da qualidade de água no lago Huron na
baía de Saginaw revelam que os valores de clorofila e fósforo total diminuíram, já a profundidade do disco de
Secchi foi aumentada. Em locais com elevada densidade de mexilhões zebra, a clorofila e fósforo total
diminuíram em 66 e 48%, respectivamente, e os valores do disco de Secchi aumentaram 88%
(FAHNENSTIEL et al., 1995).
Diminuição da concentração de oxigênio dissolvido e clorofila também foram observados no rio Sêneca em
Nova York após a invasão deste pelo mexilhão zebra. Outras alterações observadas foram redução do pH da
água, aumento da concentração de fósforo solúvel reativo, amônia, nitrito, nitrato, bem como aumento da
profundidade do disco de Secchi (CANALE e CHAPRA, 2001).
No lago Erie foi observado que após colonização deste lago pelo mexilhão zebra, houve aumento de 100% da
transparência da água. Esta alteração foi atribuída à capacidade de filtração desta espécie. Houve também
decréscimo de 92% nas populações de diatomáceas planctônicas, (HOLLAND, 1993).
No Hemisfério Norte, desde 1985, a espécie exótica mexilhão zebra (Dreissena polymorpha), tornou-se um
membro dominante da comunidade bentônica dos Grandes Lagos e principais rios dos EUA e Canadá,
ocasionando importantes mudanças na sua estrutura (BERG, FISHER, e LANDRUM, 1996; HUNTER,
TOCZYLOWSKI, e JANECH, 1996 e HALTUCH, BERKMAN, e GARTON, 2000).
A intensa filtração da água realizada pelo mexilhão zebra provoca redução nos fitoplâncton e zooplâncton
pelágicos e aumenta a transparência da água. A exemplo, no lago Erie, esta variável passou de 0,15 m para
9 m, em algumas áreas, desde que àquela espécie invasora se estabeleceu (ZEBRA MUSSEL, 2003).
Em alguns locais, tais como, Baía Saginaw e Lagos Huron e Erie, a infestação das águas pelo mexilhão zebra
provocou crescimento explosivo de algas verdes-azuis, potencialmente tóxicas. Nestes lagos, a alteração na
distribuição de nutrientes, com maior disponibilidade para a comunidade bentônica, promoveu aumento de
algas típicas desta região de fundo e criou nova comunidade de invertebrados associada a colônias de
mexilhão zebrado. Efeitos sobre a comunidade de peixes são menos conhecidos, mas dados preliminares
sugerem que a invasão do mexilhão zebrado favoreceu o desenvolvimento de peixes que se alimentam da
comunidade bentônica (dentro da qual há maior oferta de alimentos), porém afetou negativamente os de
hábitos alimentares exclusivamente planctívoros. A reprodução, no entanto, daqueles primeiros, tornou-se
esporádica e mais pobre após a invasão do mexilhão zebra, provavelmente em razão da menor disponibilidade
do zooplâncton. Além da remoção de material particulado das águas pela filtração, ocorre eliminação conjunta
de outros animais vivos e algas, que são suprimento alimentar para larvas de peixes e outros invertebrados
(ZEBRA MUSSEL, 2003).
No balneário de Bagliardi (Buenos Aires), duas populações de gastrópodes (moluscos) nativas desapareceram
desde a invasão pelo mexilhão dourado. Em contraste, várias espécies bentônicas, incomuns ou ausentes antes
da sua ocorrência, estão agora presentes (DARRIGRAN, 2000). Outro impacto sobre a fauna de moluscos é o
assentamento da espécie exótica sobre outros bivalves nativos. Nestes casos, os moluscos encrustrados
chegam a prejudicar a abertura e o fechamento normal das suas conchas e seu desenvolvimento, (THE 100TH
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MERIDIAN INITIATIVE: A STRATEGIC APPROACH TO PREVENT THE WESTWARD SPREAD OF
ZEBRA MUSSEL AND OTHER AQUATIC NUISANCE SPECIES, 2003).
Antes da introdução do mexilhão dourado no balneário Bagliardi, partido de Berisso, Buenos Aires três
gasterópodos eram comuns de serem encontrados: Heleobia piscium (d'Orbigny), Chilina fluminea (Maton), y
Gundlachia concêntrica (d'Orbigny). Depois da introdução do bivalve invasor, a presença de Ch. fluminea e
G. concentrica, Ch. fluminea y G. concentrica é acidental (DARRIGRAN et al, 2003).
No Brasil, no lago Guaíba (RS), a deposição de mexilhão dourado está impedindo o desenvolvimento normal
de plantas palustres, como os juncais. A incrustação sobre estas plantas causou a redução destas espécies nos
últimos anos devido à morte por sufocamento, conforme pode ser observado na Figura 4 (DARRIGRAN et al,
2003; MEXILHÃO DOURADO PREOCUPA AMBIENTALISTAS, 2003).
Sua presença provoca alterações nas cadeias tróficas do ambiente, como é o caso da mudança da dieta da
"piava" (Leporinus obtusidens) no Rio de La Plata onde este peixe optou pelo mexilhão dourado como seu
principal alimento (DARRIGRAN et al, 2003).
Figura 4 - Limnoperna fortunei sobre raízes de plantas palustres (Guaíba, Brasil).
Fonte: DARRIGRAN et al., (2003).
IMPACTOS ECONÔMICOS
Os problemas econômicos causados por esta espécie são decorrentes de sua característica incrustante sendo o
mesmo responsável pela formação de biofouling (incrustação biológica) ou macrofouling (grandes
incrustações). Esta deposição em superfícies diversas através do bisso incorre na redução do diâmetro e
aumento do processo de corrosivo de tubulações, obstrução de grades de tomada d’água, entre outros.
Os gastos iniciam com a parada do funcionamento normal das instalações para inspeções seguem com a
contratação dos serviços de limpeza, implantação e operação de sistemas de controle.
Estes problemas foram relatados na China, Coréia, Japão por MAGARA (2001) e já se observam na
Argentina e Brasil, especialmente, naqueles estabelecimentos que se utilizam das águas dos rios da Prata e
Paraná (CATALDO e BOLTOVSKOY, 2000).
COLARES, SUMINSKY e BENDATI (2002) ressaltam que esta espécie pode causar, também, gosto e odor
na água. Esses problemas tornam clara a importância do estudo do mexilhão dourado para os serviços de
abastecimento público de água potável, pois pode tornar necessária a utilização de produtos como carvão
ativado para remoção de gosto e odor. No Paraná as concentrações de mexilhão encontradas no lago de Itaipu
não chegaram a causar as alterações nas características organolépticas da água tratada.
Nos EUA, grandes impactos na utilização das águas municipais, industriais e para produção de energia
elétrica são decorrentes de problemas associados ao biofouling gerado pelo crescimento do mexilhão zebra
(MACISAAC, 1996). Além disto, sua grande capacidade de filtração pode proporcionar quantidade
insuficiente de matéria particulada para promover a coagulação efetiva nos sistemas de tratamento de água,
demandando mudanças na tecnologia de tratamento quando o sistema foi projetado em ciclo completo e a
existência do mexilhão dourado torna a coagulação ineficiente.
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De acordo com DARRIGRAN et al., 2003 os assentamentos do mexilhão dourado, Limnoperna fortunei,
aumentam os gastos e já provocam na América do Sul:
• Redução na eficiência das bombas e consequentemente aumento no consumo de energia para conseguir
um funcionamento normal dos sistemas.
• Aumento na corrosão de encanamentos pela proliferação de outros agentes biológicos indesejáveis
(bactéria, fungos, etc.).
• Paralisação do sistema para limpeza ou substituição de tubulações, válvulas, filtros, etc.
Em síntese, a importância econômica pode ser resumida em:
• Gastos com a limpeza dos locais afetados;
• Gastos que envolvem a mudança de tubulações e demais elementos;
• Gastos ocasionados por alterar o funcionamento normal do sistema.
MÉTODOS DE CONTROLE
Para o controle do mexilhão dourado podem ser utilizados métodos físicos, químicos e biológicos.
CATALDO, BOLTOVSKOY e POSE, 2002 citam uma variedade de medidas para o controle do Limnoperna
fortunei, incluindo sua remoção manual ou mecânica através de água sob alta pressão, utilização de filtros,
manipulação da temperatura da água, utilização de campos elétricos, luz ultravioleta, ozônio, anoxia, pinturas
antiincrustantes, pulsos elétricos, etc.
Os métodos químicos são utilizados com freqüência. Todavia, quando utilizados diretamente no meio
ambiente, estes métodos podem causar impactos ambientais consideráveis se levarmos em conta o fato de
serem letais tanto à praga quanto às espécies nativas, sendo portanto imprescindível uma avaliação preventiva
para a aplicação dos diversos métodos químicos (FILIPPO, 2003).
De forma geral, os impactos ambientais decorrentes da aplicação de métodos físicos são resultantes da
mortandade de espécies nativas, uma vez que estes métodos não são capazes de selecionar os indivíduos que
mata. Esta mortandade tem por conseqüência a liberação de matéria orgânica morta ao ecossistema aquático, o
que altera, de forma significativa, sua composição.
No tocante aos métodos químicos, os impactos ambientais resultantes são os mesmo levantados para os
métodos físicos com o agravante de haver neste caso a adição de substâncias nocivas à água. No tocante aos
sistemas de tratamento e abastecimento de água, deve-se levar em consideração questões de saúde pública
visando encontrar um método de controle que resolva de forma satisfatória os problemas de incrustações de
forma a não causar danos à saúde da população que consumirá a água.
MÉTODOS FÍSICOS
•
ANOXIA E HIPOXIA
Por definição anoxia é a ausência de oxigênio, e hipoxia é o baixo teor de oxigênio. FITZPATRICK e
DOMINIC, (2003) citam que a anoxia é mortal para animais aeróbios que vivem num meio aquático, no caso
de hipoxia estes animais parecem encontrar-se bem, porém baixas concentrações de oxigênio debilitam as
forças naturais dos indivíduos, tornando-os presas fáceis de diversas doenças, prejudicando até mesmo sua
reprodução.
Para o caso do mexilhão zebra, a hipoxia tem sido testada para valores de concentração de oxigênio menores
que 3%. Além do controle da concentração de oxigênio, a temperatura assume importante papel nesse
processo. Nos testes em laboratório com mexilhões zebra adultos, com tamanhos variados, a anoxia tem sido
provocada pela gaseificação da água de forma constante com N2. Os trabalhos publicados mostram que a
temperaturas baixas a anoxia não tem os efeitos esperados, produzindo taxas de mortalidade extremamente
baixas, as quais poderiam até mesmo ser consideradas como dentro dos desvios padrões naturais, porém as
taxas de mortalidade a temperaturas acima de 15 ºC, passam a aumentar com o aumento da temperatura. Outro
parâmetro que influencia o método de controle é o tamanho do molusco, onde os moluscos pequenos,
necessitam de mais oxigênio que moluscos grandes. Outro fato observado, é que os moluscos morrem mais
rapidamente, em locais contaminados com moluscos já mortos, pois a uma competição pelo oxigênio entre as
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bactérias que decompõem os moluscos, e os moluscos vivos. Um detalhe importante, é que o tempo de
exposição ao tratamento é extremamente alto variando de 5 h a 800h em média, e trabalhos realizados
mostram que se obtêm 100% de mortalidade entre dois ou 3 dias de exposição à hipoxia com temperaturas
entre 23 e 24 ºC (MACKIE, 2003; MATTHEWS e MCMAHON, 1994).
•
ULTRAVIOLETA
A radiação ultravioleta é letal a várias espécies de organismos aquáticos, principalmente aqueles em forma
planctônica (HOMAN, 1991).
A exposição à radiação UV tem provocado 100% de redução do assentamento de cracas e outras formas de
larvas em tubos transparentes por onde circula a água salgada. Acredita-se que nos casos de água doce, a
eficiência seja maior, pois há uma quantidade menor de minerais que absorvem a radiação UV (CHALKER,
SCOTT, TITUS e SCALIA, 1994).
Trabalhos realizados em laboratório por CHALKER, SCOTT, TITUS e SCALIA, (1994) mostraram, que o
mexilhão zebra submetido à radiação UV-B tem sua atividade de assentamento reduzida, e por um certo
intervalo de tempo param de se movimentar. Isto sugere que o método tem potencial possibilidade de
controlar o assentamento do molusco em sistemas fechados de circulação de água, onde a água tenha sido
submetida a prévio tratamento pelo método.
Os trabalhos publicados (CHALKER, SCOTT, TITUS e SCALIA, 1994) sobre o método, revelam que innatura, várias espécies planctônicas são afetadas pela radiação UV, sendo que para se afastarem deste
problema, buscam maiores profundidades. Em trabalhos realizados em laboratório com larvas de Dreissena
burgensis (WRIGHT, MAGEE, SETZELER, CHALKER e MORGAN, 2003), verificou-se em medidas
realizadas após 5 min, que para tempos de exposição à radiação que variam de 7,5 s a 240 s as taxas de
imobilização variam entre 56% a 76%, e as taxas de mortalidade variam entre 4% a 100%. As taxas de
imobilização e morte dependem do tempo de exposição. Para medidas realizadas após 24 h, as taxas de
imobilização variam entre 94% e 46%, e as taxas de mortalidade variam entre 6% e 100% com valores
crescentes com o tempo de exposição. As taxas de mortalidade e imobilidade variam fortemente com relação à
potência das lâmpadas utilizadas, bem como com o comprimento de onda da radiação utilizada.
•
ELETRICIDADE
Vários estudos tem sido realizados com o objetivo de determinar a eficiência dos métodos elétricos para
controlar o assentamento de mexilhões em paredes internas de equipamentos utilizados em sistemas de
captação de águas (OSTLIE, NELSON e WHILEY, 1994).
De forma geral, nos métodos elétricos são utilizados eletrodos imersos na água onde é aplicada uma diferença
de potencial elétrico, com o objetivo gerar um campo elétrico no meio entre eles. Trabalhos iniciais mostraram
que a utilização de campo elétrico em corrente contínua (DC) não é eficiente para causar mortalidade nas
larvas de Dreissena polimorpha (OSTLIE, NELSON e WHILEY, 1994). Isto se deve ao fato de que as larvas
apresentam uma camada externa com propriedades isolantes e, desta forma, a corrente contínua tende a
circular em torno dela e não através dela. Para circular uma corrente contínua fatal através da larva seria
necessário um campo elétrico elevado o que demandaria um consumo elevado de energia elétrica, tornando o
método inviável economicamente.
A técnica mais promissora é a que utiliza pulsos de campo elétrico de curta duração. Esta técnica tornou-se
viável devido ao desenvolvimento de tecnologias que empregam dispositivos eletrônicos rápidos de alta
potência, essas tecnologias foram desenvolvidas inicialmente para fins militares e agora já estão disponíveis
no mercado. Pulsos de campo elétrico, com duração de nanossegundos até microssegundos, podem ser
gerados com potência na ordem de megawatts. Essa potência instantânea aplicada produz variações rápidas do
campo elétrico e, como conseqüência, induz corrente elétrica no interior da larva causando mortalidade ou
atordoamento, o qual evita que a larva se fixe nas paredes das tubulações.
Os custos de operação dos dispositivos de pulsos de potência irão depender de diversas variáveis como: taxa
de repetição, amplitude e duração do pulso, as quais são fatores concomitantes para matar ou causar
atordoamento nos organismos de interesse. Uma estimativa realizada por engenheiros da Old Dominion
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University (ODU) indica que para proteger um sistema de água doce com vazão de 10.000 GPM (630L/s)
com eficiência de 99% serão gastos em torno de US$ 20 por dia.
•
ACÚSTICO
Os estudos sobre a utilização da energia acústica como método de controle sobre o mexilhão zebrado,
iniciaram na década de 70 na União Soviética, com o objetivo de reduzir o assentamento do molusco no caso
particular dos sistemas de resfriamento. Em função dos métodos químicos serem potencialmente agressivos ao
meio ambiente, o método de controle acústico tornou-se uma importante e promissora técnica (DONSKOY e
LUDYANSKIY, 1995; DONSKOY, LUDYANSKIY e WRIGHT, 1996).
O método acústico, basicamente se divide em três linhas principais (DONSKOY e LUDYANSKIY, 1995):
• Cavitação;
• Tratamento sonoro;
• Vibração.
Estudos realizados pela Ontário Hydro, referentes ao uso da cavitação de forma contínua na faixa de
freqüências de 20 a 380 kHz, mostraram que o processo mata o molusco (DONSKOY e LUDYANSKIY,
1995). A vibração tem sido aplicada para evitar que os mexilhões adultos e juvenis se fixem às estruturas.
Estudos e conclusões semelhantes foram desenvolvidos e obtidos pela Geórgia-Pacific Corporation (GPC),
University of Guelph, Army Corps of Engineers.
Atualmente, existem equipamentos comerciais que trabalham com freqüências de 28 Hz, usados em
embarcações e também em usinas hidroelétricas (BATES e BATES, 2003). Estes equipamento têm evitado o
assentamento e fixação do mexilhão zebra no casco de embarcações e tubulações (DONSKOY e
LUDYANSKIY, 1995 ; BATES e BATES, 2003). Estudos mostram que a cavitação pode ser usada como
uma medida de controle para mexilhão zebra na fase velígera. A eficiência dos tratamentos de cavitação ultrasônicos e hidrodinâmicos estão sendo realizados, com o objetivo de se determinar a potência de saída das
fontes para se conseguir 100% de mortalidade. As experiências de laboratório demonstraram que o uso correto
de ondas acústicas de baixa freqüência impede que os mexilhões se estabeleçam em estruturas, reduzem a sua
mobilidade e afetam a sua reprodução (DONSKOY, LUDYANSKIY e WRIGHT, 1996).
•
MAGNÉTICO
Resultados experimentais obtidos em indústrias, sugerem que o tratamento magnético da água pode se tornar
um potencial método de controle para o mexilhão zebrado (RYAN, 1998). Estudos realizados em campo e
laboratório, indicam que o tratamento magnético da água causa degeneração do tecido associado com a
respiração, e outras estruturas específicas ligada a troca de gases e alimentação. Em sistemas fechados, os
mexilhões expostos ao tratamento com campos eletromagnéticos de freqüência baixa, indicam 100% de
mortalidade, fundamentalmente atribuída à perda de cálcio pelo molusco (RYAN, 1998).
Estudos de campo foram realizados pela Ontário Hydro, com um sistema de tratamento magnético da água inline, os quais produziram resultados inconclusivos. Num outro estudo realizado pela Rocheste Gás & Electric
(RG&E), indicaram que o tratamento possivelmente produz algum efeito sobre bryozoa e gastropods. Em
pesquisa desenvolvida pela Purdue University Calumet, resultados preliminares indicam 100% de mortalidade
em sistemas estáticos para períodos de tratamento entre 10-15 dias. No caso de moluscos adultos o tratamento
dificulta a absorção de cálcio, e um crescimento anormal do molusco ocorre. No caso dos mexilhões que se
encontram na fase larval ou velígera, a redução dos níveis de cálcio irá produzir um adulto debilitado (RYAN,
1998).
Os resultados obtidos nos trabalhos pesquisados (RYAN, 1998) são bastante inconclusivos com relação ao
método, porém indicam que o método aparenta ser efetivo a longo prazo . Existem empresas nos Estados
Unidos, que no momento, comercializam um equipamento para tratamento magnético in-line à tubulação,
como uma forma contínua de tratamento da água com resultados a longo prazo (PRINCIPLES OF
OPERATION, 2003).
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23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental
MÉTODOS QUÍMICOS
•
CLORO GASOSO
A cloração contínua usando-se gás cloro ou hipoclorito faz com que moluscos se fechem, bloqueando o
suprimento de oxigênio e comida pela água (MORTON et al. 1976 citado em CHLORINE, 2003). A cloração
intermitente geralmente é ineficaz para a prevenção do crescimento e do assentamento dos moluscos, os que
conseguem ficar presos entre as dosagens de cloro são capazes de resistir a subsequentes exposições ao cloro.
Se os produtos químicos forem aplicados depois ou durante os períodos de ovulação, o assentamento e a
recolonização do sistema será prevenida (RICCIARDI 1998 citado em CHLORINE, 2003).
Para o controle do Limnoperna fortunei o Cloro agiu com sucesso. A cloração contínua de baixa
concentração, 0.5 mg/l tem sido usada para o controle do molusco na água bruta de Hong kong. A maioria da
população dos moluscos requereu inicialmente de uma alta concentração de cloro (200 mg/l) e depois uma
dose reduzida (1.0 mg/l) durante vários dias, até semanas. A repetição do processo com dois à três meses de
intervalo foi efetiva para manter os condutos limpos.
Tal como se observava em trabalhos anteriores (MORTON et al. 1976; DOHERTY, 1986; BELANGER et al.
1991; O`NEILL 1995; VAN DER VELDE 1997- citado em CATALDO, BOLTOVSKOY e POSE, 2002), os
tratamentos de pequeno tempo de contato com cloro não afetam os moluscos, provavelmente pela capacidade
destes em detectar o elemento tóxico na água e fechar fortemente suas válvulas. Nas aplicações industrias uma
concentração de 5 ppm, a 15 oC ~e necessário de mais de um mês para matar a metade dos animais expostos
(11-44 moluscos de 15-25 mm de comprimento); a 20 oC o tempo pode ser reduzido pela metade e a um
quarto quando a temperatura aumenta para 25 oC . (CATALDO, BOLTOVSKOY, POSE, 2002).
•
DIÓXIDO DE CLORO
O dióxido de cloro é um oxidante indicado para o controle do mexilhão zebrado nos Estados Unidos, mas não
no Canada. Este composto tem se revelado um excelente molucicida para provocar a morte do mexilhão zebra
adulto. A mortalidade dos moluscos varia de 46% em numa concentração de 0.5 ppm a 70% em 5 ppm de
dióxido de cloro (VAN COTT,1991 citado em ZEBRA MUSSEL CONTROL, 2003). Nos sistemas de água
corrente somente 0.125 mg/l (ppm) de dióxido de cloro são suficientes para prevenir o assentamento dos
moluscos zebra (FRALEIGH et al. Citado em ZEBRA MUSSEL CONTROL, 2003).
A experiência européia sugere que no tratamento continuo com dióxido de cloro na água do mar a
concentração de 0.1 a 0.4 mg/l limita a colonização dos sistemas por moluscos e outros organismos marinhos.
BROOKS e MATISOFF reportam a exposições de mexilhão zebrado adulto em concentrações de 10, 20, 30, e
40 ppm de dióxido de cloro durante 15 minutos provocam pelo menos 50% de mortalidade em todas as
concentrações testadas. A exposição continua ao ClO2 durante quatro dias provocam mais de 50% de
mortalidade para concentrações maiores que 0.25 ppm e 100% de mortalidade para concentrações maiores que
1 ppm (Practical manual for Zebra mussel monitoring and control, citado em ZEBRA MUSSEL CONTROL,
2003).
•
OZÔNIO
O ozônio é um poderoso agente de oxidação cujo tempo de reação é 3000 vezes mais veloz que o cloro
(RAYMOND, PETRILLE e LYONS, 2003). Sua produção é feita pela passagem de um arco elétrico em
oxigênio puro ou ar. Há relatos que este elemento é utilizado para evitar o assentamento sendo eficaz para a
prevenção do assentamento de moluscos, tal como o cloro. Sua instabilidade é uma grande vantagem, visto
que não são liberados resíduos químicos para o meio ambiente.
Em estudos preliminares (CLAUDI e GERALD, 1994), mostram que para 100% de mortalidade, uma
concentração de 0,5 mg/l necessita de um tempo de contato que varia de 7 a 12 dias, para populações adultas
do mexilhão e 5h na fase velígera. Estas variáveis dependem da temperatura da água, e do tipo de prevenção
que se deseja realizar.
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23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental
Empresas como Ontário Power Generation e Duvivier da Europa, tem realizado tratamento da água através do
método, que é recomendado para sistemas de resfriamento de usinas hidroelétricas (OZONE AS A
CONTROL METHOD, 2003; TURNER, 1990).
Os estudos publicados mostram o ozônio, como um potencial método de controle, que produz os mesmos
resultados que o processo de cloração da água, porém sendo menos agressivo ao meio ambiente. (O’ NEILL
JR e MACNEILL, 1991; WARWICK FISHER e BERNARD, 1991).
•
SULFATO DE COBRE
O Sulfato de cobre tem sido utilizado pelo Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) de Porto
Alegre no Rio Grande do Sul, e pela Companhia Petroquímica do Sul (Copesul), ambos captando do Lago
Guaíba.
O DMAE de Porto Alegre faz uso deste composto químico na dosagens de 0,5mg/L de sulfato de cobre, ou
0,125 mg/L de Cu. Com essa dosagem, conseguem manter-se operacionais os sistemas de água que vinham
entupindo com freqüência após a invasão do Lago Guaíba pelo Limnoperna fortunei (COLARES, 2003).
Esta solução está sendo praticada em curto prazo e os técnicos da empresa de saneamento não acreditam que
essa seja a solução definitiva para o problema. Porém, tendo em vista que o problema de macrofouling é muito
recente e subverteu totalmente os conceitos hidráulicos aplicados no dimensionamento desses sistemas
(aumento de perda de carga, redução de diâmetro, obstrução de gradeamentos) esta foi a solução encontrada
em curto prazo (COLARES, 2003).
O cloro não foi adotado em virtude da possibilidade de formação de trihalometanos. Nesse aspecto, o cobre é
muito seguro para o atendimento à Portaria de Potabilidade do Ministério da Saúde, uma vez que é quase que
o cobre é satisfatoriamente removido no processo de tratamento convencional. Todavia, existe o problema da
não remoção dos compostos inorgânicos que se acumulam no lodo das ETAs (COLARES, 2003).
•
PINTURA, REVESTIMENTOS E MATERIAIS ANTI-INCRUSTANTE
O efeito das pinturas antifouling a base de Tributyltin-TBT são satisfatórios para o controle da deposição do
Limnoperna fortunei. O problema principal apresentado é o fato de que as pinturas a base de resina siliconada
sintética tem pouca adesão, e ainda estão sendo estudadas além de serem facilmente danificadas, a vida útil
destas pinturas é de apenas 1 ano (TANAKA et . al. 1996 citado em ANTIFOULANTS).
Pinturas antiincrustantes a base de TBTs (Tributyltin) foram utilizadas na Índia para a prevenção do molusco
Mytilopsis sallei. Estas pinturas tem apresentado resistência de aproximadamente 1 ano, contudo outros tipos
de pinturas antiincrustantes tem apresentado durabilidade de no máximo 6 meses. Este antiincrustante afeta,
sobretudo espécies gastrópodes (NEHRING, 2000 citado em ANTIFOULANTS, 2003). Todavia, a utilização
de pinturas antiincrustantes nas embarcações deverá ser controlado e discutido com os órgãos ambientais pois
podem provocar danos e riscos de contaminação dos sistemas aquáticos (FILIPPO, 2003).
•
RESUMO DE EXPERIÊNCIAS UTILIZANDO AGENTES QUÍMICOS
A seguir é apresentado na tabela 1 um resumo de várias experiências de combate ao mexilhão zebra utilizando
diversos agentes químicos, dosagens aplicadas, tempos de contato e eficiência alcançada.
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Tabela 1– Aplicações de moluscicidas para controle do mexilhão zebra
Tratamento
Cloração (adultos)
Cloração (adultos)
Dióxido de cloro
Cloramina
Ozônio
Ácido cianúrico
Íons de potássio
(KH2PO4)
(KOH)
(KCL)
Tri-butyl tinoxide
Íons de cobre
Íons de prata
Íons de mercúrio
Íons de zinco
Íons de chumbo
Sulfato de cobre
Dichloro-2' nitro-4'
salicylanilide
N- triphenyl methylmorpholine
Poly[oxyethylene(dimethyliminio)
ethylene ( dimethyl iminio) ethlene
dichloride]
Aplicação
Molusculicidas oxidantes
0.5 ppm por 7 dias
0.3 ppm por 14 - 21 dias
2 ppm cloração contínua
0.5 ppm por 24hrs
1.2 ppm por 24hrs
1.5 ppm continuamente aplicado
2,000 ppm por 17 dias
Molusculicidas Metálicos
Efeitos
75 % mortalidade
95 % mortalidade
90 % mortalidade
100 % mortalidade velinger
100 % mortalidade velinger
Prevents settlement
50 % mortalidade
160-640 ppm continuamente
100 % mortalidade
> 10 ppm
100 % mortalidade velinger
50 ppm por 48hrs
100 % mortalidade
Surface coatings reapplied every 1-2 years Alto sucesso
5 ppm por 24hrs
100 % mortalidade
5 ppm por 24hrs
72 % mortalidade
5 ppm por 24hrs
57 % mortalidade
5 ppm por 24hrs
5 % mortalidade
5 ppm por 24hrs
0 % mortalidade
100 ppm por 5hrs à 22.5ºC
40 % mortalidade
300 ppm por 5hrs à 22.5ºC
55 % mortalidade
Molusculicidas não oxidantes
0.05 ppm por 24hrs
70 % mortalidade
0.1 ppm por 24hrs
100 % mortalidade
0.5 ppm por 24hrs
70 % mortalidade
0.9 ppm por 24hrs
100 % mortalidade
0.3 ppm por 826hrs
1.2 ppm por 313hrs
4.8 ppm por 197hrs
0.15 ppm por 758hrs
2- (thiocyanomethylthio) 0.6 ppm por 313hrs
benzothiazole
1.2 ppm por 260hrs
1.95 ppm por 12hrs à 11ºC
Dimethylbenzyl
1.95 ppm por 14hrs à 14ºC
ammonium chloride &
1.95 ppm por 6hrs à 20ºC
Dodecylguanidine
1.95 ppm por 14hrs à 20ºC
hydrochloride
Didecyl dimethyl
1.0 ppm por 24hrs
ammonium chloride
Akyldimethylbenzyl
10.0 ppm por 48hrs
ammonium chloride &
20.0 ppm por 48hrs
akyldimethylethylbenzyl
ammonium chloride
Endod (plant extract)
15 ppm continuamente
1,1',- (methliminio) bis
0.75 ppm por 1295hrs à 20ºC
(3-chloro-2-propanol),
2.25 ppm por 346hrs à 20ºC
polymer with N,N,N',N'0.75 ppm por 1295hrs
tetramethyl-1,
2.25 ppm por 633hrs
2-ethanediamine and
potassium ion
* Shell length
100 % mortalidade
100 % mortalidade
100 % mortalidade
100% mortalidade
100% mortalidade
100% mortalidade
100 % mortalidade depois 48hrs
100 % mortalidade depois 48hrs
100 % mortalidade depois 24hrs
100 % mortalidade depois 48hrs
100 % mortalidade
100 % mortalidade depois 144hrs
100 % mortalidade depois 72hrs
100 % mortalidade
100% mortalidade SL* < 11mm
100% mortalidade SL* < 11mm
100% mortalidade SL* > 14mm
100% mortalidade SL* > 14mm
Fonte: US Army Corps of Engineers 1944.
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MÉTODOS BIOLÓGICOS
•
PREDAÇÃO POR PEIXES
CATALDO et. al. (2002) avaliaram a capacidade de predação de mexilhão dourado por peixes existentes na
bacia do Prata através de pesquisa experimental. Nesta pesquisa foram instaladas placas cerâmicas de
15x15cm a 2m de profundidade, algumas protegidas por redes de 1,5 cm de abertura, onde os peixes não
teriam acesso ao molusco, outras desprotegidas permitindo a predação por peixes. Após 3 meses de exposição,
verificou-se que as placas originalmente limpas mostraram diferenças significativas na densidade de moluscos
assentados com uma média de 54.482±3448 indivíduos por metro quadrado nas placas protegidas e 8.290±287
indivíduos por metro quadrado nas placas não protegidas. Isto significa que nas placas desprotegidas, onde os
peixes tinham acesso ao molusco, o assentamento foi de apenas 15% em relação ao assentamento nas placas
protegidas. Em outro experimento, placas previamente colonizadas por mexilhão dourado, numa densidade de
4000±237, foram totalmente limpas em 29 dias, no experimento realizado entre fevereiro e março de 2000, e
14 dias num segundo experimento realizado entre março e abril do mesmo ano.
Estes mesmos autores realizaram a coleta de peixes e análise de seus conteúdos estomacais para identificação
das espécies que se alimentam de mexilhão dourado onde observou-se que os principais predadores são;
Ptedodoras granulosus; Leporinus obtusidens (piava), Loricaria Loricaria vetula, Oxydoras kneri e
Pimelodus maculatus (bagre amarelo). Todavia, a presença de mexilhão dourado no trato digestivo destes
peixes só foi observada nas coletas de verão sendo que no inverno os tratos digestivos foram encontrados
vazios. DARRIGRAN et al, (2003) comenta também que a "piava" ou Leporinus obtusidens, peixe abundante
no Rio do Prata optou pelo mexilhão dourado como seu principal alimento.
Os pesquisadores da Estação de Piscicultura de Paulo Afonso estão se dedicando ao cultivo do caboge ou
mandi armado, Franciscodoras marmoratus, uma espécie de peixe nativa do rio São Francisco. Acreditam
que, por ser uma espécie malacófoga (se alimenta de molusco), possa ser usado com vantagens no combate ao
mexilhão dourado, com a vantagem de ser também um peixe muito apreciado para consumo (revista Panorama
da Aquicultura Nº79, set/out, 2003).
Desta maneira observa-se que a predação por peixes é um promissor método de controle do assentamento
deste organismo no meio ambiente mas que tem pouco potencial de ser aplicado ao controle do assentamento
em instalações de adução e tratamento de água.
PREVENÇÃO E CONTROLE DE SUA DISPERSÃO
O avanço contra corrente fluvial desta espécie, em torno de 240 km/ano, é realizado por antropocoria (levado
pelo homem); aderido nos cascos, sendo transportados tanto por água como por terra, quando as embarcações
ou também redes, trailer, etc, são levados por estradas a outros corpos de água (DARRIGRAN et al, 2003). A
figura 5, mostra o casco de um barco infestado de mexilhões dourados.
Figura 5 – Casco do barco incrustado por Limnoperna fortunei
Fonte: DARRIGRAN et al., (2003).
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23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental
O estabelecimento de mecanismos como a implementação de barreiras à propagação da espécie e a orientação
dos usuários das bacias hidrográficas, são formas de diminuir a probabilidade de entrada deste organismo
invasor.
A prevenção é de simples implementação e apresenta um menor custo em comparação com a aplicação de
métodos de controle. Desta forma, a prevenção é a estratégia ideal para tratar deste assunto, pois o controle
das instalações afetadas é de maior complexidade e custo. Neste caso os custos se tornarão maiores à medida
que sua realização é postergada. Os métodos de controle apresentam dificuldades operacionais e podem
acarretar elevado custo econômico. No caso de biocidas ou outros produtos químicos, o resultado é a
toxicidade residual no ambiente (DARRIGRAN et al., 2003).
A seguir são apresentadas algumas medidas para prevenir ou desacelerar a dispersão do mexilhão dourado
segundo DARRIGRAN et al., (2003):
• Limpar sempre toda embarcação (bote, lancha, veleiro, etc.) antes de transportá-la de uma área infestada
ou contaminada por este mexilhão para outra área;
• Lavar o casco e trailer com água sanitária doméstica (500cc para cada 10 litros de água);
• Utilizar jatos de água ou raspar a superfície com escovas ou espátulas.
• Se o tempo estiver quente e seco, deixar a embarcação fora da água por 6 ou 7 dias (exposição ao ar). Os
mexilhões morrerão, alguns cairão e outros deverão ser raspados. Colocar os mexilhões numa lixeira ou
enterrá-los distante de qualquer corpo de água ou redes de esgoto.
• Nunca utilizar a água dos rios e arroios para transportar isca viva. Nunca transferir água de um ambiente
aquático a outro. As larvas do mexilhão dourado são microscópicas e podem ser transportadas
involuntariamente de um corpo de água para outro.
• Enxaguar as sentinas, bombas de sucção e outros sistemas de bombeamento, resfriamento, etc., com
solução de água sanitária ou com biocida não oxidante.
• Se você já estiver em terra e houver a possibilidade que seu bote ou outro equipamento contenha água dos
corpos de água (e portanto ter trazido, muito provavelmente, mexilhões dourados) certifique-se de limpá-lo e
despejar a água em terra seca, bem longe de um corpo de água.
FILIPPO (2003) ressalta que conhecer a biologia da espécie invasora, tanto no ambiente humano quanto no
natural, é um dos requisitos fundamentais para um efetivo controle e para evitar deteriorações indesejáveis do
ambiente. Este mesmo autor ressalta que cada curso de água apresenta características estruturais, limitantes e
definitivas, que devem orientar o método ou sistema de controle, químico e/ou físico e/ou biológico, a ser
utilizado. Não existe uma fórmula geral para ser aplicada no controle o mexilhão dourado.
Corroborando com esta informação DARRIGRAN et. al., 2003 comenta que não existe um único método de
prevenção e controle que seja sustentável para solução deste novo problema. Neste caso deve-se realizar em
uma combinação de metodologias, que levem em consideração:
• a grande capacidade adaptativa e reprodutiva do mexilhão dourado;
• as características ambientais próprias de cada região geográfica;
• as particularidades de cada ambiente humano (sistema de água) a tratar.
Para prevenir novos eventos de invasão por espécies exóticas foi lançando no Brasil o Programa Global de
Gerenciamento de Água de Lastro (GloBallast). Este programa é uma iniciativa da Organização Marítima
Internacional (IMO), e conta com o apoio dos Estados Membros e da indústria do transporte marítimo, e
objetiva apoiar países em desenvolvimento no trato do problema de água de lastro. Os recursos para a sua
execução provêm do Fundo para o Meio Ambiente Mundial (GEF), repassados por intermédio do Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDP).
O Ministério de Meio Ambiente, que coordena o GloBallast no Brasil. Constituiu o projeto: pesquisas, rede de
informações que inclui universidades, institutos de pesquisa, a Petrobrás e a Marinha. O Ministério de Meio
Ambiente criou também uma força tarefa em nível nacional, envolvendo várias instituições do setor elétrico
(ABRAGE e Companhias hidroelétricas), Órgãos Ambientais, Marinha, etc. Essa força tarefa está vinculada à
Secretaria da Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos coordenado pela Dra Marijane Lisboa. A
objetivo dessa comissão é estabelecer diretrizes quanto a prevenção e controle na disseminação do mexilhão
dourado nas bacias hidrográficas.
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CONCLUSÕES
A principal conclusão deste trabalho aponta que, devido aos impactos ambientais e econômicos causados por
este organismo, devem ser adotadas medidas de controle para evitar a invasão de outras bacias. Prevenir é
sempre o melhor remédio.
Cabe destacar que não se conhece uma forma rápida, sustentável e livre de gerar problemas posteriores para
ser aplicada no combate à dispersão e controle desta praga nas instalações invadidas. De qualquer forma,
pode-se afirmar que caso nenhuma medida seja tomada o mexilhão dourado se dispersará para outras bacias e
aumentará sua distribuição pelo resto dos corpos de água doce da América do Sul. É recomendado, portanto
que cada um faça a sua parte, repasse as informações obtidas neste artigo e pratique as medidas preventivas
sugeridas, quando for navegar em rios e reservatórios invadidos entre eles o rio Paraná (represa de Itaipu),
Lago Guaíba (Rio Grande do Sul) e Pantanal .
Os resultados deste levantamento teórico colaboram com a democratização da informação, principalmente por
se tratar de um assunto bastante recente e pouco discutido, levando-se em consideração todos os problemas
que esta espécie causa nas regiões invadidas.
AGRADECIMENTOS
Os autores gostariam de agradecer aos seguintes colaboradores:
Luiza Lopez Ribeiro do Departamento de Meio Ambiente do Instituto de Tecnologia para o DesenvolvimentoLACTEC por suas colaborações no item de impactos ambientais.
Edemir Luiz Kowalski da Unidade de Alta Tensão- UTAT do Instituto de Tecnologia para o
Desenvolvimento-LACTEC por suas colaborações no item de métodos de controle.
Andrey Alexsandro Rosa por sua colaboração na formatação deste trabalho.
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