IEPG - UNIFEI 2016 Professor Fabiano Leal 1
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IEPG - UNIFEI 2016 Professor Fabiano Leal 1
IEPG - UNIFEI 2016 Engenharia de Produção EPR-702 RACIONALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO 2016 Prof. Dr. Fabiano Leal SITE INTRODUÇÃO www.fabiano.unifei.edu.br flealunifei Fabiano Leal MOTIVAÇÃO INTRODUÇÃO Análise do processo Análise da operação Professor Fabiano Leal 1 IEPG - UNIFEI 2016 MOTIVAÇÃO INTRODUÇÃO Composição do lead time MOTIVAÇÃO INTRODUÇÃO Composição do run time MOTIVAÇÃO INTRODUÇÃO Os tópicos estudados em racionalização industrial podem ser utilizados em: - Melhorias em processos de manufatura e serviço. - Utilização em filosofias de trabalho consagradas como a manufatura lean e o Six Sigma. - Determinação de tempos para construção de sistemas de custeio. - Modelagem de processos para projetos de simulação. - Projeto de atividades com menor carga de fadiga. - Definição do número de funciónários necessários para processos ainda em fase de projeto. - Aumento da capacidade produtiva. - entre outras utilizações…….. Professor Fabiano Leal 2 IEPG - UNIFEI 2016 BIBLIOGRAFIA BÁSICA • Moreira, Daniel Augusto. Administração da Produção e Operações. Editora: Cengage Learning. 2ª Ed. 2008 INTRODUÇÃO • BALDAM, R.; VALLE, R.; ROZENFELD, H. Gerenciamento de Processos de negócio – BPM, uma referência para implantação prática. 1. ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. • BARNES, R. M. Estudo de Movimentos e de Tempos: Projeto e Medida do Trabalho. Sao Paulo: Edgard Blucher, 1977. 635 p. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR • Seleme, Robson. Métodos e Tempos: Racionalizando a Produção de Bens e Serviços. Editora IBPEX, 2009. • Soares Másculo, Francisco; Vidal, Mario Cesar. Ergonomia - Trabalho Adequado e Eficiente. Editora: Elsevier - Campus • Neumann, C.; Scalice, R.K. Projeto de fábrica e layout. Editora Campus, 2015. • Toledo Jr., I-F. B. de. Cronoanalise. 11. Mogi das Cruzes: Itys, 1989. 205 p. (Racionalizacao Industrial). • Toledo Jr., I-F. B. de. Racionalizacao Industrial. 5. Mogi das Cruzes: Itys, 1988. 199 p. (Racionalizacao Industrial). SUMÁRIO 1- Estudo de tempos e métodos no passado 2- Modelagem de processos INTRODUÇÃO 3- Cronoanálise e tempo padrão 4- Métricas e indicadores 5- Relação homem-máquina 6- Definição do número de máquinas 7 - Balanceamento de linhas de produção 8- Layout do processo 9- Ergonomia DINÂMICA PIFPAA INTRODUÇÃO Até o final desta disciplina, os alunos deverão projetar um fluxo de produção de um produto. Será realizada a dinâmica de ensino: PIFPAA Projeto e Implantação de Fluxo Produtivo por meio de Aprendizagem Ativa Professor Fabiano Leal 3 IEPG - UNIFEI 2016 DINÂMICA PIFPAA Cada grupo deverá projetar e implantar um fluxo de produção de um produto já definido, feito de Lego®. INTRODUÇÃO A dinâmica será dividida em algumas etapas: 1. 2. 3. 4. Definição das equipes e dos capitães Reconhecimento da lista de materiais e da montagem do produto Primeiro contato com o material de montagem Reuniões dos times para projetar e ensaiar a execução do processo 5. Entrega do relatório 6. Apresentação do fluxo produtivo elaborado DINÂMICA PIFPAA INTRODUÇÃO Etapa 1 Cada equipe deverá registrar o nome de seus componentes, o nome do capitão e o nome da equipe em uma planilha online a ser divulgada pelo professor. ATENÇÃO: as equipes não poderão ser alteradas a partir do dia 30/03/2016. Alunos sem registro na planilha até esta data ficarão sem nota neste trabalho. DINÂMICA PIFPAA Etapa 2 INTRODUÇÃO Cada equipe deverá fazer o download e instalar o software LEGO Digital Designer 4.3.8 Link: designer.htm http://www.baixaki.com.br/download/lego-digital- Após instalar, abra pelo software o arquivo disponibilizado pelo professor “Projeto Moto PIFPAA.lxf” Cada equipe deverá analisar em casa os detalhes da montagem, as peças a serem utilizadas. Aprenda a utilizar o software, pois ele será útil na preparação do relatório. Professor Fabiano Leal 4 IEPG - UNIFEI 2016 DINÂMICA PIFPAA INTRODUÇÃO Etapa 3 Após cada equipe analisar o produto via software, será apresentado a cada equipe as peças para montagem. Isto ocorrerá na sala de aula. Etapa 4 Cada equipe deverá reservar a sala LMAI na secretaria do IEPG. No LMAI as equipes poderão desenvolver o fluxo de produção e coletar os dados necessários. O capitão de cada equipe terá a responsabilidade de pegar os kits de montagem com o professor e devolvê-los ao professor, no mesmo dia em que o kit foi entregue. Os kits deverão ser devolvidos desmontados, com o número de peças conferido. DINÂMICA PIFPAA Etapa 5 INTRODUÇÃO Cada equipe deverá entregar um relatório parcial, contendo: - - Descrição de tudo o que foi feito até então (avanços no projeto, ensaios práticos no LMAI, análise da montagem, projeção de tempos etc) Utilize texto, fotos, gráficos, tempos, equações, software Lego etc. DINÂMICA PIFPAA Etapa 6 INTRODUÇÃO Cada equipe deverá entregar um relatório, contendo: a) Desenho do layout e Modelagem do processo b) Regras dos estoques intermediários (caso existam) c) Número de funcionários e estações de trabalho, tempo de cada estação de trabalho d) Descrição das atividades de montagem de cada estação (use as figuras do software Lego Digital Designer) e) Descrição completa do cálculo do tempo de ciclo, lead time de 1 produto, produtividade (número de motos / homem.hora) f) Demais descrições do fluxo criado (gargalo, transporte de peças, sistema puxado ou empurrado, e demais informações julgadas pertinentes pelo grupo) Use fotos, equações, desenhos, diagramas, gráficos, texto para compor seu relatório. Professor Fabiano Leal 5 IEPG - UNIFEI 2016 DINÂMICA PIFPAA INTRODUÇÃO Etapa 7 Cada equipe deverá demonstrar, na sala (ou LMAI, a definir), o fluxo desenvolvido. Os alunos selecionados pela equipe deverão atuar como funcionários. O fluxo projetado, entregue no relatório, deverá ser demonstrado exatamente como projetado. A responsabilidade da preparação das peças antes do início da produção é da equipe. Ao final da demonstração, a equipe deverá desmontar as motos produzidas e organizar os kits. A equipe que demonstrar na etapa 6 o maior valor de produtividade (número de motos produzidas/Homem.Hora) irá receber vantagens na nota. Somente serão consideradas motos corretamente montadas, segundo o guia disponibilizado. DINÂMICA PIFPAA Etapa 1 (online) Etapa 2 (em casa) Etapa 3 INTRODUÇÃO Etapa 4 (reservas no LMAI) Etapa 5 Início 16/03/2016 das (sala de aulas aula) 30/03/2016 27/04/2016 Etapa 6 Etapa 7 14/06/2016 17/03/2016 15/06/2016 AVALIAÇÃO Nota 2 INTRODUÇÃO Nota 1 - Prova P2 em 22/06/2016 (40%) - Trabalho PIFPAA (14 e 15/06) (60%) - Prova P1 em 27/04/2016 (75%) - Relatório parcial PIFPAA (25%) SUBS - Prova com todo o conteúdo em 06/07/2016 - As datas das provas serão confirmadas pelo professor. Professor Fabiano Leal 6 IEPG - UNIFEI 2016 AVALIAÇÃO T1 para turma 1 T2 para turma 2 Etapa 5 do PIFPAA INTRODUÇÃO - Escrita e formatação: 30 pontos Conteúdo demonstrando o avanço no projeto: 60 pontos Procedimentos de entrega: 10 pontos Cada equipe deverá entregar este relatório em formato digital, em pdf, com capa contendo o nome de todos os componentes, o nome da equipe e do capitão. O arquivo deverá estar nomeado como “nome da equipe_Parcial_EPR702_T(1 ou 2).pdf”. A entrega deverá ser pelo email [email protected]. A data de entrega será no dia da prova P1. Atraso de 1 dia acarretará desconto de 50% da nota. Atrasos superiores a 1 dia anularão a nota. Falhas na gestão dos kits de montagem (não devolução ao professor, peças faltando ou misturadas etc.) terão dedução de pontos na nota da equipe. AVALIAÇÃO Etapa 6 do PIFPAA INTRODUÇÃO - Escrita e formatação: 20 pontos Conteúdo demonstrando: 35 pontos Procedimentos de entrega: 10 pontos T1 para turma 1 T2 para turma 2 Etapa 7 do PIFPAA - Demonstração do fluxo: 20 pontos Produtividade máxima alcançada: 15 pontos Cada equipe deverá entregar este relatório em formato digital, em pdf, com capa contendo o nome de todos os componentes, o nome da equipe e do capitão. O arquivo deverá estar nomeado como “nome da equipe_Final_EPR702_T(1 ou 2).pdf”. A entrega deverá ser pelo email [email protected]. A data de entrega será no dia definido no cronograma apresentado. Atraso de 1 dia acarretará desconto de 50% da nota. Atrasos superiores a 1 dia anularão a nota. Falhas na gestão dos kits de montagem (não devolução ao professor, peças faltando ou misturadas etc.) terão dedução de pontos na nota da equipe. INTRODUÇÃO DINÂMICA PIFPAA Aprendizagem esperada com o PIFPAA: - Gestão do cronograma de projeto Trabalho em equipe Modelagem de processo Cronometragem Balanceamento de linha Cálculo de métricas e indicadores Projeto de layout Descrição de montagem (folha de trabalho padrão) Conceitos vistos em PCP (produção puxada e empurrada, estoque) Professor Fabiano Leal 7 IEPG - UNIFEI 2016 ESTUDO DE TEMPOS E MÉTODOS NO PASSADO CAPÍTULO 01- 1 – EST. DE TEMPOS E MÉT. NO PASSADO 1 – EST. DE TEMPOS E MÉT. NO PASSADO - Administração Científica - O Fordismo ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA • Transferência da habilidade do artesão para a máquina • Substituição da força animal/humana pela potência da máquina. ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA Análise dos movimentos - Os movimentos inúteis eram eliminados - Os movimentos úteis eram simplificados Objetivos: 1. Eliminação do desperdício do esforço humano 2. Adaptação do operário à tarefa 3. Treinamento do operário 4. Maior especialização 5. Normas detalhadas de execução do trabalho Professor Fabiano Leal 8 1 – EST. DE TEMPOS E MÉT. NO PASSADO 1 – EST. DE TEMPOS E MÉT. NO PASSADO 1 – EST. DE TEMPOS E MÉT. NO PASSADO IEPG - UNIFEI 2016 ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA A rotinização excessiva do trabalho fez com que o trabalho humano fosse abordado tal como produzido por máquinas. Redução do trabalho manual a movimentos elementares (therblig) Casal Gilbreth (....) 17 movimentos elementares O FORDISMO Objetivo: popularizar um produto antes artesanal e destinado a milionários. “ Você pode escolher a cor que quiser, contanto que seja preto”. Padronização excessiva (modelo T da Ford, 15 milhões de veículos em 29 anos). • Tempo para produção de 01 veículo em 1908: 12 horas • Tempo para produção de 01 veículo em 1913: 3 horas O FORDISMO Linha de montagem • Trabalhador não dará um sequer passo supérfluo. • Não permitir cansaço inútil. • Peças dispostas na ordem das operações • Intercambialidade e padronização das peças • Uso da gravidade • Economia de movimentos e faculdades mentais Professor Fabiano Leal 9 1 – EST. DE TEMPOS E MÉT. NO PASSADO IEPG - UNIFEI 2016 O FORDISMO Sugestão: Filme “Tempos Modernos”, com Chaplin. CAPÍTULO 02- MODELAGEM DE PROCESSOS - Agregação de valor - Técnicas de modelagem 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS APRESENTAÇÃO Representação genérica de um processo produtivo Professor Fabiano Leal 10 IEPG - UNIFEI 2016 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS MODELAR PARA ENCONTRAR MELHORIAS 4 perguntas orientativas após modelar o processo A operação pode ser eliminada (enxugar o processo)? As operações podem ser combinadas (paralelismos)? A seqüência das operações é a mais adequada? A operação pode ser simplificada? 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS MODELAR PARA ENCONTRAR MELHORIAS Verifique neste exemplo que o paralelismo de atividades pode melhorar o processo. Considere o seguinte roteiro de produção: Produto A B Operações torno/furadeira torno/fresa (t A) Torno em A: 20 horas (t B) Torno em B: 6 horas (fr B) Fresa em B: 15 horas (fu A) Furadeira em A: 5 horas Qual sequencia é mais interessante à empresa? AB ou BA? 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS MODELAR PARA ENCONTRAR MELHORIAS Resposta: 20 h 25 h tA fu A 26 h Sequência AB tB 41 h fr B 6h 21 h tB fr B Sequência BA 26 h tA 31 h fu A Professor Fabiano Leal 11 IEPG - UNIFEI 2016 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS AGREGAÇÃO DE VALOR 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS AGREGAÇÃO DE VALOR AV : Agregação de Valor. Quando a operação pertencente ao processo apresenta resultados de interesse do cliente. Exemplo: a alteração física/química da matéria-prima (run time); a execução do projeto; a realização da venda; a estadia do hóspede; etc. NAN: Não Agregação de Valor, mas Necessário. Atividades requeridas para que a atividade AV possa se realizar. Exemplo: o tempo de setup de uma linha produtiva; a aprovação da entidade financiadora; o estudo do mercado; a inspeção de qualidade; etc. NAD: Não Agregação de Valor e Desnecessário. Atividades que não deveriam existir. Sua existência é um desperdício. Exemplo: espera por material na linha; espera devido a atraso no fornecimento de dados para a confecção do projeto; preenchimento de cadastro com informações desnecessárias ou redundantes; check-in demorado; etc. 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS AGREGAÇÃO DE VALOR 7 tipos de desperdícios Superprodução Produzir somente o necessário e no momento correto. Espera Sincronizar fluxo de trabalho e balancear linhas de produção. Professor Fabiano Leal 12 IEPG - UNIFEI 2016 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS AGREGAÇÃO DE VALOR Transporte Elaborar arranjo físico adequado, que minimize as distâncias. Movimentação Economizar movimentos e obter consistência nos mesmos. Retrabalho Previnir a ocorrência de defeitos. 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS AGREGAÇÃO DE VALOR Inventário Eliminar as causas da necessidade de se manter um estoque. Processamento Simplificar ou reduzir o número de componentes ou operações. Sugestão de leitura: 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS PROPÓSITO DA MODELAGEM DE PROCESSOS Propósito: A Modelagem visa descrever um processo. Definição de Processo: Um grupo de tarefas interligadas logicamente, que utiliza os recursos da organização para gerar os resultados definidos, de forma a apoiar os seus objetivos (Harrington, 1993). A Modelagem serve para: 1) Entender um processo: Diagnóstico (coleta + análise) 2) Propor novas e melhores alternativas Professor Fabiano Leal 13 IEPG - UNIFEI 2016 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS HIERARQUIA DE PROCESSOS 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS HIERARQUIA DE PROCESSOS Atividade é todo trabalho realizado em uma organização. Pode ser um processo, subprocesso, tarefa. 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS HIERARQUIA DE PROCESSOS Macro Processo Visão geral de um conjunto de processos. Normalmente é o maior nível na estrutura de processos dentro de uma organização. Processo Processo é um conjunto de atividades interrelacionadas que transformam uma entrada qualquer em uma ou mais saídas, com maior valor econômico ou social. Subprocesso É um processo embutido em outro processo. Se o subprocesso passa a ser foco da atenção, pode passar a ser chamado de processo. Tarefa É uma atividade elementar do último nível de decomposição do processo. Professor Fabiano Leal 14 IEPG - UNIFEI 2016 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS HIERARQUIA DE PROCESSOS Exemplo: Rotina do professor Fabiano Macro Processos Ensino Processos Lecionar Elaborar prova Aplicar prova Orientar Corrigir prova Avaliar Lançar notas Pesquisa Tarefas Subprocessos Imprimir provas Distribuir provas Fiscalizar Recolher prova Reavaliar mediante solicitação Extensão 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS MATRIZ PROCESSO X DEPARTAMENTOS 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS TÉCNICAS DE MODELAGEM DE PROCESSOS Seleção da técnica de modelagem • Representação sintonizada com as necessidades • Representação com maior facilidade de uso • O uso de símbolos deve ser limitado • O texto dos diagramas deve ser claro e conciso • Os diagramas devem possuir organização visual clara Segundo Ostrenga et al. (1993, p.79), “para poder sustentar seus esforços de redução de custos, a empresa precisa romper a dependência entre uma atividade e sua causa básica e eliminar qualquer necessidade pelo produto desta atividade”. Professor Fabiano Leal 15 IEPG - UNIFEI 2016 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS TÉCNICAS DE MODELAGEM DE PROCESSOS Independente da técnica de modelagem a ser utilizada, o responsável pela modelagem deve visualizar a lógica do processo. Como você descreveria o seguinte processo: “gerar um documento .doc com seu nome escrito”. 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS TÉCNICAS DE MODELAGEM DE PROCESSOS 1- Abrir o Word 2- Digitar seu nome 3- Salvar Saída do processo: um documento “.doc”, com meu nome 1- Clicar no botão “iniciar” 2- Clicar em “programas” 3- Clicar em “Microsoft Office” 4- Clicar em “Microsoft Office Word” 5- Digitar seu nome 6- Clicar em “arquivo” 7- Clicar em “Salvar como” 8- Dar um nome ao arquivo 9- Clicar em “salvar” Discuta quando utilizar a primeira e a segunda forma. Saída do processo: um documento “.doc”, com meu nome 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS TÉCNICAS DE MODELAGEM DE PROCESSOS Embora o analista de processos tenha acesso a uma série de informações através da observação, ele deve selecionar as informações que julga pertinentes e nelas se concentrar. O modelo reproduzirá o processo através da simplificação da realidade. informações Observação do analista Sistema real Professor Fabiano Leal Processo modelado 16 IEPG - UNIFEI 2016 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS FLUXOGRAMA Operação – Objeto modificado intencionalmente em suas características. É a fase mais importante no processo. Inspeção – Objeto examinado para identificação ou comparado com um padrão. Transporte – Objeto é deslocado de um lugar para outro. Não considerado quando o transporte é parte integral de uma operação ou inspeção. Espera – Execução da próxima ação planejada não é efetuada. Neste tempo, o objeto não recebe agregação de valor. Armazenamento – Objeto é mantido armazenado sob controle. 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS FLUXOGRAMA Para exemplificar o uso do fluxograma, vamos analisar um processo de manufatura para placas de madeira, da empresa fictícia Madeiroft. Neste processo, placas de madeira estão estocadas em um almoxarifado. Elas são retiradas de lá através de uma empilhadeira e levadas até o setor de produção, a 100 metros de distância. No setor de produção, as placas são inspecionadas, para verificação de possíveis imperfeições na matéria prima. As placas são então cortadas, processadas pelo acabamento, e novamente são inspecionadas. As peças permanecem em uma fila de espera, até a chegada da empilhadeira. A empilhadeira então transporta as peças até o setor de finalização, a 150 metros de distância do setor de produção. No setor de finalização, as peças são envernizadas e posicionadas em uma esteira. Enquanto as peças são transportadas por uma esteira (15 metros), elas são pintadas e posteriormente secadas. Já fora da esteira de transporte, as peças são inspecionadas e armazenadas. 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS FLUXOGRAMA Procure organizar as ações descritas em atividades: a) placas de madeira estão estocadas em um almoxarifado; b) elas são retiradas de lá (lotes de 10) através de uma empilhadeira e levadas até o setor de produção, a 100 metros de distância; c) no setor de produção, cada placa é inspecionada, para verificação de possíveis imperfeições na matéria prima; d) a placa é então cortada; e) processada pelo acabamento; f) e novamente é inspecionada; g) a peça permanece em uma fila de espera, até a chegada da empilhadeira; h) a empilhadeira então transporta as peças (lotes de 10) até o setor de finalização, a 150 metros de distância do setor de produção; i) no setor de finalização, cada peça é envernizada e posicionada em uma esteira; Professor Fabiano Leal 17 IEPG - UNIFEI 2016 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS FLUXOGRAMA j) enquanto cada peça é transportada por uma esteira (15 metros); k) ela é pintada; l) e posteriormente secada; m) já fora da esteira de transporte, cada peça é inspecionada; n) e armazenada. Esta forma lógica de “enxergar” o processo facilita o uso não só do fluxograma, mas de qualquer técnica de modelagem. Observe que algumas ações listadas no processo foram propositalmente deixadas juntas, como no item b e i. 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS FLUXOGRAMA 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS FLUXOGRAMA Professor Fabiano Leal 18 IEPG - UNIFEI 2016 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS FLUXOGRAMA Para exemplificar o uso do fluxograma, vamos analisar uma corrida de carros, mais precisamente a parada para troca de pneus no box. Esta é uma situação onde a agilidade e a precisão são fundamentais para o objetivo maior, que é vencer a corrida. Antes de mais nada, procure organizar sua análise em eventos de curta duração. Veja a descrição a seguir da troca de pneus, já organizada em eventos. A descrição inicia-se com a chegada do carro no box. Pit Stop.mp4 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS FLUXOGRAMA a) suspender o carro; b) retirar os 4 parafusos que prendem cada um dos 4 pneus; c) retirar cada um dos 4 pneus usados; d) colocar cada um dos 4 pneus novos; e) re-colocar cada um dos 4 parafusos; f) descer o carro e libera-lo de volta à corrida; g) aguardar os dados de telemetria (tempo gasto, situação do carro pós-parada, etc.); h) checar dados de telemetria e compará-los com o histórico da equipe; i) levar os pneus usados para o estoque; j) armazenar os pneus usados. 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS FLUXOGRAMA Observe que após a operação “suspender o carro”, 4 ramificações do fluxo se abrem. Isto mostra que a troca dos 4 pneus é feita em paralelo (isto admitindo que pelo menos 4 mecânicos vão trabalhar na troca, sendo um em cada pneu). Professor Fabiano Leal 19 IEPG - UNIFEI 2016 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS FLUXOGRAMA A construção da lógica do fluxograma também depende de qual ponto de vista estamos analisando. Vamos imaginar o fluxograma de operações da troca de pneus, mas agora sob a perspectiva do piloto. Os eventos listados seriam os seguintes: k) parar o carro no local demarcado; l) esperar autorização para sair; m) sair. 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS FLUXOGRAMA 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS FLUXOGRAMA Professor Fabiano Leal 20 IEPG - UNIFEI 2016 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS FLUXOGRAMA O principal ponto negativo do uso do fluxograma é o fato de existirem diversas notações diferentes associadas à técnica. Fluxogramas de todas as formas têm sido popularizados em organizações. Atividade de início ou fim de um processo Ação a ser executada Documentação Decisão a ser tomada Por que o símbolo do losango não foi utilizado em mapeamentos do início do século XX? 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS FLUXOGRAMA Para exemplificar o uso do losango, vamos ler o seguinte processo abaixo: - Pense em um número e escreva-o. Se ele for par, divida-o por 2 e escreva-o. Se ele for ímpar, multiplique-o por 3 e some 1, e escreva-o. Repita estes procedimentos até encontrar o número 1. Curiosidade: este problema é conhecido na matemática como problema de Collatz-SyracuseUlam. Aparentemente, esta sequencia sempre converge para o número 1, mas nenhum matemático ainda provou. Para vários números iniciais, os sequencia aumentam e diminuem. números da 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS FLUXOGRAMA Número 27: 111 passos até chegar ao 1. Número 63.728.127: 949 passos até o 1. Este problema tem conexões com a dinâmica caótica e com a geometria fractal. Vamos utilizar o fluxograma para descrever o problema. Professor Fabiano Leal 21 IEPG - UNIFEI 2016 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS FLUXOGRAMA Pense em um número e escreva-o S Ele é par? N multiplique-o por 3 e some 1, e escreva-o divida-o por 2 e escreva-o S O resultado é 1? N Pare 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS FLUXOGRAMA Como você interpreta este processo? 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS FLUXOGRAMA Professor Fabiano Leal Em uma possível ação de cronometragem de tempos, a atividade “inspeção de qualidade” terá a indicação do tempo gasto para realizar a atividade. Por outro lado, não há sentido em cronometrar a ação que está no losango, por um grande motivo: o losango não representa uma ação, e sim regra OU. 22 IEPG - UNIFEI 2016 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS FLUXOGRAMA Combinação possível de símbolos. 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS FLUXOGRAMA EM RAIAS 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS FLUXOGRAMA EM RAIAS Exercício Uma pizzaria está interessada em mapear seu processo. Construa um fluxograma para o processo descrito a seguir, através de 4 raias: Telefonista, Cozinha, Embalagem, Motoboy. Numere cada símbolo que você utilizar. Use texto dentro dos símbolos. “A telefonista atende ao telefone e ouve o pedido. Algumas vezes o telefonema não condiz com o serviço da pizzaria, e neste caso a telefonista explica o problema e a ligação é encerrada. Caso o telefonema esteja de acordo com os serviços, a telefonista verifica no sistema a possibilidade de atender ao pedido. O sistema pode apontar a possibilidade ou não de preparar a pizza, de acordo com o estoque de matéria prima. Professor Fabiano Leal 23 IEPG - UNIFEI 2016 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS FLUXOGRAMA EM RAIAS Caso o sistema aponte a impossibilidade de atender ao pedido naquele momento, a telefonista pede desculpas e explica o problema. Logo após, ela solicita outro pedido ao cliente. Caso o cliente não queira fazer outro pedido (consumidor incondicional de um sabor de pizza), a telefonista agradece a ligação e o contato é encerrado. Caso o cliente opte por fazer outro pedido, a telefonista novamente verifica no sistema. Caso o sistema aponte a possibilidade de atender ao pedido, a telefonista digita o pedido em um computador, conectado na rede interna. Logo após, a telefonista solicita ao sistema o tempo de espera médio para a entrega e o preço pelo pedido (o preço já inclui a taxa de entrega, independente do local da cidade). A telefonista informa ao cliente o tempo e o preço, e pede a confirmação do pedido. 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS FLUXOGRAMA EM RAIAS Caso o cliente não confirme, ou seja, não aceite os valores de tempo ou preço, a telefonista ouve o cliente e analisa a possibilidade de modificação. Caso não seja possível alterar os valores, ela agradece ao cliente e a ligação é encerrada. Caso seja possível alguma alteração, ela novamente verifica no sistema. Caso o cliente confirme o pedido (aceitando o tempo de espera e o preço), a telefonista solicita o endereço, digita no sistema, e confirma. O sistema então gera um número, associando o pedido ao endereço. A telefonista agradece e a ligação é encerrada. Os funcionários que trabalham na cozinha checam o sistema a procura de pedidos. Caso não haja pedidos, eles permanecem checando. Caso haja pedidos, o funcionário memoriza o pedido, prepara a massa e após prepara o recheio. 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS FLUXOGRAMA EM RAIAS Caso o pedido seja com borda recheada ele adiciona o recheio na borda e leva ao forno. Caso não seja com borda recheada, a pizza vai ao forno. Após ir ao forno, o funcionário volta a checar o sistema a procura de novos pedidos. O funcionário da embalagem aguarda e verifica o forno. Enquanto o forno não aponta em seu display um OK, o funcionário permanece aguardando e verificando o forno. Quando o forno exibe o OK, o funcionário retira a pizza do forno, põe na caixa e checa no sistema os dados do endereço e preço. Após, ele anota os dados na tampa da caixa e coloca a caixa em um local prédeterminado. O motoboy (funcionário da pizzaria) pega a embalagem da pizza e põe em sua mochila térmica. Quando a mochila estiver com três embalagens de pizza, ele analisa o endereço de cada uma. Caso ele não conheça, ele checa o mapa da cidade, descobre o local e sai para a entrega. Ao chegar ao local, ele entrega e recebe o dinheiro”. Professor Fabiano Leal 24 IEPG - UNIFEI 2016 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS MAPOFLUXOGRAMA O Mapofluxograma é uma técnica que registra as linhas do fluxograma em uma planta que representa a área onde o processo se desenvolve. 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS MAPOFLUXOGRAMA A seguir apresenta-se um mapofluxograma do processo de produção de adereços de cristal, destinados principalmente para a decoração de ambientes. O mapofluxograma registra o caminho percorrido neste fluxo e os locais onde ocorrem os eventos representados no fluxograma. 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS SOFTWARES DISPONÍVEIS Professor Fabiano Leal 25 IEPG - UNIFEI 2016 2 – MODELAGEM DE PROCESSOS OUTRAS TÉCNICAS DE MODELAGEM DE PROCESSOS • IDEF (www.idef.com) • UML • DFD • Blueprinting • Mapeamento da cadeia de valor (Lean) CAPÍTULO 03- CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO - Cronometragem e amostragem - Cálculo do tempo padrão - MTM - Método de observações instantâneas 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO DEFINIÇÃO DE ELEMENTOS E CRONOMETRAGEM Um elemento da tarefa consiste em um ou vários movimentos combinados numa determinada sequencia para alcançar um certo resultado. Prefira elementos cronometragem. de curta duração na escolha para Defina pontos de separação claros entre os vários elementos, para facilitar as leituras de cronômetros. Professor Fabiano Leal 26 IEPG - UNIFEI 2016 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO DEFINIÇÃO DE ELEMENTOS E CRONOMETRAGEM Os elementos de máquinas devem ser sempre separados dos demais manuais. Os elementos regulares devem ser separados dos irregulares. Faça a seguinte pergunta a você mesmo: “ Os elementos descritos permitem uma completa reconstrução do trabalho? “ 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO DEFINIÇÃO DE ELEMENTOS E CRONOMETRAGEM Objetivo: cronometrar o tempo de atendimento do caixa Pontos de leitura: ???? Objetivo: cronometrar o tempo de espera do cliente na fila Pontos de leitura: ???? 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO DEFINIÇÃO DE ELEMENTOS E CRONOMETRAGEM Posição para cronometragem Operador pode alterar seu ritmo ao perceber o cronotécnico. Prancheta e cronômetro devem ser leves. Professor Fabiano Leal 27 IEPG - UNIFEI 2016 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO DEFINIÇÃO DE ELEMENTOS E CRONOMETRAGEM Leituras Contínua: Este método oferece menos dificuldade durante a observação, usando-se o cronômetro da mesma maneira que o relógio de pulso. Exemplo: • Saída de casa – hora marcada no relógio: 7h 15min • Chegada à fábrica – hora marcada no relógio: 7h 45min 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO DEFINIÇÃO DE ELEMENTOS E CRONOMETRAGEM Parcial: Os tempo já são automaticamente subtraídos pelo cronometrista. Exemplo: • Saída de casa – tempo marcado: 0:00:00 • Chegada à fábrica – tempo marcado: 0:30:00 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO DEFINIÇÃO DE ELEMENTOS E CRONOMETRAGEM 1 – Pegar 5 peças e colocá-las na bancada 2 – Pegar 1 peça e posicionar 3 – Fazer o furo 4 – Checar e colocar a peça ao lado 5 – Embalar 5 peças parcial Professor Fabiano Leal contínua 28 IEPG - UNIFEI 2016 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO ESTUDO DA AMOSTRAGEM DE TEMPOS Quantos vezes devo cronometrar cada elemento do trabalho? 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO ESTUDO DA AMOSTRAGEM DE TEMPOS Quantas vezes uma operação deve ser cronometrada? Número de observações Confiabilidade dos resultados Tempo e custo Desejável Indesejável 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO ESTUDO DA AMOSTRAGEM DE TEMPOS Distribuição Normal σ = Desvio Padrão Média –3σ –2σ –1σ +1σ +2σ +3σ Professor Fabiano Leal 68.26% 95.44% 99.74% 29 IEPG - UNIFEI 2016 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO ESTUDO DA AMOSTRAGEM DE TEMPOS População Amostra Média μ Média x Desejamos estimar o valor da média μ (população) através do cálculo da média x (amostra). 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO ESTUDO DA AMOSTRAGEM DE TEMPOS Serão necessárias as definições de 2 parâmetros Nível de confiança Erro relativo Exemplo: NC = 95% e ER = ±3% Com 95% de probabilidade, a média dos valores observados (amostra) para o elemento não diferirá mais de 3% (para mais ou para menos) do valor verdadeiro para a duração do elemento. Afirmamos então que μ = ( x – erro ≤ μ ≤ x + erro) 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO ESTUDO DA AMOSTRAGEM DE TEMPOS n = tamanho da amostra necessário Z = número de desvios em uma normal para obter a confiabilidade necessária e = máximo erro aceitável (absoluto) Nível de confiança 90% 95% 98% 99% 2 Valor de Z 1,65 1,96 2,33 2,58 n= Z.S e É necessário que você tenha uma amostra piloto antes!!! Professor Fabiano Leal 30 IEPG - UNIFEI 2016 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO ESTUDO DA AMOSTRAGEM DE TEMPOS Quantas tomadas de tempo são necessárias para garantir um erro máximo de 5%, com um nível de segurança de 95%? Você já realizou algumas medições e possui a amostra abaixo (em segundos). 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO ESTUDO DA AMOSTRAGEM DE TEMPOS Resposta: Como queremos um nível de confiança de 95%, Z=1,96. 2 n= Z.S e Com os dados da amostra piloto, sabemos que o desvio padrão da amostra é de 0,718 (Excel: função DESVPAD). Da amostra piloto, sabemos que a média x é 5,63. Como o erro relativo é de 5%, sabemos que o erro absoluto “e” vale (0,05*5,63 = 0,281). Substituindo na fórmula, descobrimos que são necessárias 25 tomadas de tempo. 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO ESTUDO DA AMOSTRAGEM DE TEMPOS Neste caso, como você já havia coletado 30, mantenha a amostra piloto. Caso n tenha dado um valor maior que o número de elementos da amostra piloto, como por exemplo n = 37, basta realizar mais 7 tomadas de tempo. Professor Fabiano Leal 31 IEPG - UNIFEI 2016 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO ESTUDO DA AMOSTRAGEM DE TEMPOS Determine o número necessário de tempos a serem considerados em cada elemento abaixo: 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO ESTUDO DA AMOSTRAGEM DE TEMPOS EL. 1 EL. 2 EL. 3 15,1 0,7 39,8 2,8 4,6 0,7 Média Desvio Padrão Para o primeiro elemento: 2 n= 1,96 . 0,7 0,05*15,1 Foi adotado um erro máximo de 5% em relação à média e 95% de confiança!!! n=4 Número de tomadas de tempo para os 3 elementos: 4, 8 e 36, respectivamente. 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO CÁLCULO DO TEMPO PADRÃO Você descobriu que o tempo médio gasto por um funcionário no seu trabalho é de 15 minutos por ciclo. Você pode considerar este tempo para prever toda a produção do dia, de todos os funcionários? Professor Fabiano Leal 32 IEPG - UNIFEI 2016 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO CÁLCULO DO TEMPO PADRÃO Tempo padrão “Tempo Padrão é o tempo necessário para executar uma operação de acordo com um método estabelecido, em condições determinadas por um operador apto e treinado, POSSUINDO HABILIDADE MÉDIA, trabalhando em ESFORÇO MÉDIO, durante todas as horas de serviço.” Apto e treinado ?????? Habilidade média ???? Esforço médio ?????? Será utilizado de forma determinística. 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO TEMPO PADRÃO - NIVELAMENTO Ao se levantar os tempos, verifica-se que um ou outro tempo está completamente afastado dos demais tempos do mesmo elemento. Estas variações podem ocorrer, por exemplo: • Erro do cronometrista • A peça pode cair, ou se soltar, quebar, etc.... • O funcionário pode parar para limpar uma ferramenta, enxugar o suor da testa, etc...... É importante que o cronometrista registre estas ocorrências, para que futuramente se decida se o tempo deve ser eliminado ou não. 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO TEMPO PADRÃO - NIVELAMENTO Tempos 12 13 11 10 09 20 12 10 11 Descartado Professor Fabiano Leal Tempo total: 88 min Observações: 08 Tempo médio: 11 min 33 IEPG - UNIFEI 2016 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO TEMPO PADRÃO - NIVELAMENTO É possível realizar esta eliminação de valores através de softwares de análise estatística, como o Minitab. Box-plot Exemplo Foram feitas 15 coletas de tempos: Em ordem crescente 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO TEMPO PADRÃO - NIVELAMENTO Mediana do conjunto de dados: No Excel, usar MED (conjunto de dados) (12) Primeiro quartil (Q1) = mediana da primeira metade = 10 Terceiro quartil (Q3) = mediana da segunda metade = 13 No Excel, usar QUARTIL (conjunto de dados; n. do quartil) 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO TEMPO PADRÃO - NIVELAMENTO Intervalo interquartil (dj)= Q3 – Q1 = 3 Q1 – 3/2*(dj) = 5,5 Q3 + 3/2*(dj) = 17,5 Valores abaixo de 5,5 ou acima de 17,5 são considerados discrepantes. Professor Fabiano Leal 34 IEPG - UNIFEI 2016 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO TEMPO PADRÃO - NORMALIZAÇÃO Os tempos serão analisados levando-se em consideração a habilidade do operador e seu esforço. “Tempo Padrão é o tempo necessário para executar uma operação de acordo com um método estabelecido, em condições determinadas por um operador apto e treinado, POSSUINDO HABILIDADE MÉDIA, trabalhando em ESFORÇO MÉDIO, durante todas as horas de serviço.” Não é indicado realizar o cálculo do tempo padrão com um aprendiz. 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO TEMPO PADRÃO - NORMALIZAÇÃO Habilidade Destreza manual Mais anos de serviço Melhor ritmo Físico mais ágil Adquiridos com o tempo Esforço Disposição Entusiasmo Incentivo Colaboração Varia com o momento 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO TEMPO PADRÃO - NORMALIZAÇÃO ATENÇÃO: o ideal é cada empresa possuir sua tabela de acordo com as características do seu processo. Professor Fabiano Leal 35 IEPG - UNIFEI 2016 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO TEMPO PADRÃO - NORMALIZAÇÃO Habilidade Regular E1: -0,05 Esforço Regular E2: -0,08 Total: (-5%)+(-8%) = -13% Usar o fator 0,87 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO TEMPO PADRÃO - NORMALIZAÇÃO Trabalhador com habilidade E1 e esforço E2 Fator: 0,87 Exemplo Elementos multiplica 1 2 8 9 4 3 2 3 0,87 0,87 1,74 2,61 3 4 9 8 3 4 3 2 0,87 0,87 2,61 1,74 Tempo total Observações Tempo médio Fator eficiência Tempo Normalizado OBS.: elementos puramente atribuído a uma operação automática, sem interferência do funcionário, não possuem normalização. 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO TEMPO PADRÃO - NORMALIZAÇÃO Petrobras, 2012 Uma operação de montagem de um determinado equipamento foi cronometrada, obtendo-se um tempo real médio de 4 minutos. Estimando-se em 115% a eficiência deste operador, o tempo normal, em minutos, para realização da operação está compreendido entre: a) b) c) d) e) 3e4 4e5 5e6 6e7 7e8 Professor Fabiano Leal Resposta: 4x1,15 = 4,6 Alternativa B 36 IEPG - UNIFEI 2016 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO TEMPO PADRÃO - FADIGA Fadiga: Esforço dos músculos, concentração mental, posição do corpo, monotonia dos movimentos repetidos, determinam um estado fisiológico particular. Fadiga → diminuição progressiva da capacidade de produção do ser humano. A análise da fadiga também depende de uma avaliação, do cronotécnico ou de um fisioterapeuta. 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO TEMPO PADRÃO - FADIGA 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO TEMPO PADRÃO - FADIGA Algumas empresas preferem classificar não atividade por atividade, mas sim todo um departamento, segundo um grau de fadiga. ATENÇÃO: o ideal é cada empresa possuir sua tabela de acordo com as características do seu processo. Professor Fabiano Leal 37 IEPG - UNIFEI 2016 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO TEMPO PADRÃO - FADIGA • Concentração, iluminação, ruído, etc. • Temperatura, peso do material, dificuldade dos movimentos, etc. Esforço mental LEVE = +0,6% no tempo normalizado Esforço físico LEVE = +3,6 % no tempo normalizado 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO TEMPO PADRÃO – TOLERÂNCIA PESSOAL Tempo durante o qual o operador atende às suas necessidades fisiológicas: beber água, ir ao banheiro, lavar as mãos e todas as outras exigências pessoais. Limpar os óculos, assoar o nariz, enxugar o suor e outros. Baseado em estudos em países industrializados, adota-se um coeficiente de 5% de tolerância pessoal. Em um dia de 8 horas, temse 24 minutos de tolerância. Considerar + 5% !!!!!! Tempo padrão = tempo normalizado + tolerâncias Tolerâncias = total de abonos considerados 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO CONCLUSÕES Bom senso Se o tempo padrão estiver folgado, será fácil para o operador atingir o máximo da tabela de bonificação por prêmio de produção. O contrário também se aplica!!!!! O registro dos tempos fará com que a empresa aperfeiçoe as estimativas de habilidade, esforço e fadiga. O tempo padrão servirá como informação para diagramas homemmáquina, cálculo de balanceamentos de linha, cargas de mão de obra, etc. Professor Fabiano Leal 38 IEPG - UNIFEI 2016 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO CONCLUSÕES As tabelas utilizadas nestas aulas são genéricas, utilizadas em livros. As empresas devem possuir seus próprios valores de acordo com a natureza do trabalho. Outra forma também utilizada para determinar o tempo padrão é multiplicar o valor médio por um fator único, o que agiliza muito o processo de cálculo (como mostram os livros da bibliografia desta disciplina). 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO OUTRAS FORMAS DE CÁLCULO Tempo real (TR): tempo obtido a partir da observação direta, cronometragem. Tempo normal (TN): tempo requerido para um trabalhador executar sua operação mantendo uma velocidade normal (eficiência de 100%). Julgamento subjetivo. TN = TR x EF EF faz aqui o papel do fator de ritmo, utilizado na normalização do tempo. 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO OUTRAS FORMAS DE CÁLCULO tp = TN x FT tp = tempo padrão TN = tempo normal FT = fator de tolerância Imagine uma operação considerada muito monótona (+4%), com iluminação inadequada (+5%), com ruído alto e intermitente (+5%): FT = 1,14 Professor Fabiano Leal 39 IEPG - UNIFEI 2016 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO TEMPO PADRÃO PARA UMA PEÇA E PARA UM LOTE Vamos imaginar que uma peça é fabricada em operações sequenciadas cujos tempos-padrão (em minutos) são, respectivamente: OP A OP B OP C OP D tp = 2,0 tp = 1,5 tp = 1,0 tp = 0,5 Após a operação D, as peças serão embaladas em caixas com 200 peças cada uma, e o tempo padrão para a embalagem de 1 caixa é de 3,0 minutos. O tempo de setup das máquinas é de 20 minutos. Faz-se um setup para cada 1500 peças. Qual tempo padrão deve ser considerado para produção de uma peça? Qual tempo padrão deve ser considerado para produção de um lote de 3000 peças? 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO TEMPO PADRÃO PARA UMA PEÇA E PARA UM LOTE Inicialmente defina o somatório dos tempos em cada operação da peça. , , , , , Além deste tempo, cada peça deve receber uma “fatia” do tempo de setup (ts) e do tempo de embalagem (te). tpu = tempo padrão de uma unidade (peça) p = quantidade de peças possíveis com um setup q = quantidade de peças embaladas na mesma caixa 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO TEMPO PADRÃO PARA UMA PEÇA E PARA UM LOTE , ç Para definirmos o tempo padrão para produção de um lote (tpl), devemos calcular o número de setups (s) e o número de embalagens (e) realizadas durante este lote (v). Neste problema nosso lote tem 3000 peças (v). Professor Fabiano Leal 40 IEPG - UNIFEI 2016 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO TEMPO PADRÃO PARA UMA PEÇA E PARA UM LOTE . + . .∑ + = Desta forma, o tempo padrão é de 15085 min/lote. 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO MTM – METHODS TIME MEASUREMENT Antes, é necessário conhecer o conceito de “tempo elementar padrão”. Departamento de Estudo de tempos t1 t2 t t3 t4 t9 10 tn t t t5 8 t11 14 t7 t13 t6 t12 Banco de dados de tempos, de diversas tarefas. 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO MTM – METHODS TIME MEASUREMENT Exemplo: - Tempo padrão para uma operação a ser inserida em uma nova linha de montagem. Nova operação consiste em: - furar um cubo de aço 1020 - polir a peça Busca por tarefas semelhantes no banco de dados - t1 = 7 min - t2 = 2 min Professor Fabiano Leal 41 IEPG - UNIFEI 2016 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO MTM – METHODS TIME MEASUREMENT Pode ser necessário fazer alterações nos tempos cadastrados, ou mesmo interpolações. Exemplo Nova tarefa: deslocar a ferramenta A em 6 cm. Dados cadastrados: deslocar a ferramenta A em 3 cm; deslocar a ferramenta A em 9 cm. Vantagem: não necessidade de um estudo completo de tempos a cada nova tarefa; possibilidade de prever tarefas ainda não implementadas. 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO MTM – METHODS TIME MEASUREMENT MTM – Sistema desenvolvido no final da década de 40, nos EUA. Baseado em movimentos elementares básicos, que em conjunto podem representar as mais diversas operações executadas em empresas. Os tempos dos elementos básicos são dados em TMU (time measurement unit), sendo que 1 TMU = 0,0006 minuto. A tabela contempla ações básicas (mover, alcançar, virar, etc.), distâncias envolvidas, índices de dificuldade. Exemplos: Livro do Barnes, p.340 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS É o processo de selecionar uma amostra de um dado universo e levantar, através de fatos observados, as atividades de trabalho executadas na amostra, com a finalidade de evidenciar o universo. Ao invés de cronometrar, basta observar e anotar o evento. Exemplo: Um funcionário pode ser observado em 4 situações no dia de trabalho: A - operação B - manutenção C - deslocamento D - descanso Professor Fabiano Leal 42 IEPG - UNIFEI 2016 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS Você deseja saber qual percentual de tempo é consumido em cada situação. Método da cronometragem Situação observada Tempo gasto (cronometrado) operação 32min25s deslocamento 1min20s operação 27min04s manutenção 48min50s descanso 7min30s (…) (…) Soma-se o total de tempo de cada situação e descobre-se o percentual relativo de cada situação ao tempo total de um dia de trabalho (8 horas por exemplo). 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS Método das observações instantâneas operação OBS 01 x OBS 02 x deslocamento OBS 03 descanso x OBS 04 OBS n manutenção x … … … … Registram-se quantas vezes cada situação foi marcada. As observações devem ser aleatórias. Torna-se assim possível calcular a probabilidade de cada situação ocorrer. 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS 1. O observador deve conhecer bem a área e as funções do pessoal a ser observado; 2. As observações devem ser feitas ao acaso; 3. A sequência e o horário das observações não devem ser predeterminados; 4. As observações deverão ser feitas com intervalos mínimos. Quanto maior o número de observações, mais correta é a amostragem; 5. Os gerentes devem ser informados da razão da amostragem e também participar ativamente da mesma; 6. Os resultados devem ser discutidos e decidida qual a ação adequada para cada problema Professor Fabiano Leal 43 IEPG - UNIFEI 2016 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS Quantas vezes observar? Determinação do tamanho de uma amostra com base na estimativa da proporção populacional. n = tamanho da amostra; z = número de desvios padrões necessários para se alcançar um nível de confiança desejado; β = proporção de ocorrências na amostra (estudo prévio ou estimativa). e = erro máximo tolerado Vamos voltar ao exemplo do funcionário em 4 situações: 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS Situação Proporção (estudo prévio amostral) Operação 50% Deslocamento 10% Manutenção 30% Descanso 10% Considere 95% de confiança (z = 1,96) e um erro máximo de 5%. Execute a fórmula de n para cada situação. Escolha o maior n. n operação = 385 n deslocamento = 139 n manutenção = 323 n descanso = 139 Faça 385 observações aleatórias. Se não há um estudo prévio ou estimativa, considere beta igual a 50% (opção que indica maior número de observações). 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS Aqui você vê o resultado de uma pesquisa prática. Compare os gráficos, que representam o mesmo funcionário. Obtido por processo de cronometragem Obtido por processo de observações instantâneas (30 obs) Professor Fabiano Leal 44 IEPG - UNIFEI 2016 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO MÉTODO DE OBSERVAÇÕES INSTANTÂNEAS Obtido por processo de cronometragem Obtido por processo de observações instantâneas (100 obs) 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO ESTUDO DE UM CASO PRÁTICO Montagem Embalagem 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO ESTUDO DE UM CASO PRÁTICO Professor Fabiano Leal 45 IEPG - UNIFEI 2016 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO ESTUDO DE UM CASO PRÁTICO Cada funcionária reabastece a sua bancada 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO ESTUDO DE UM CASO PRÁTICO Boxplot dos tempos de montagem por período da linha. Perceba que os tempos variam de acordo com o período do dia (variação no tempo médio e na amplitude do intervalo). 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO ESTUDO DE UM CASO PRÁTICO Veja o reabastecimento sendo feito. Perceba que o transporte é uma atividade que não agrega valor. Simulação com o software ProModel Professor Fabiano Leal 46 IEPG - UNIFEI 2016 3 – CRONOANÁLISE E TEMPO PADRÃO ESTUDO DE UM CASO PRÁTICO O reabastecimento passou a ser feito por um terceiro funcionário, permitindo que as duas funcionárias não interrompessem seu ciclo de trabalho (aumento da agregação de valor embutida nas atividades de montagem e embalagem). Com abastecimento feito pelos operadores Com abastecimento não feito pelos operadores Dia da semana Kits produzidos (95% de confiança, 10 Kits produzidos (95% de replicações) confiança, 10 replicações) Segunda (104,29; 109;11), média 106,7 (120,12; 123,88), média 122 Terça (107,07; 111,13), média 109,1 (120,73; 127,07), média 123,9 Quarta (106,45; 109,35), média 107,9 (121,28, 125,72), média 123,5 Quinta (105,81; 109,79), média 107,8 (122,98; 126,82), média 124,9 Sexta (107,28; 112,72), média 110 (120,99; 126,01), média 123,5 Ganho médio de 14,1% em número de kits produzidos CAPÍTULO 04- ≈ $10.000,00 ao mês MÉTRICAS E INDICADORES - Capacidade produtiva - Tempo operacional, tempo planejado - Utilização, eficiência, eficácia - Taxa de produção, produtividade, takt time - Tempo de ciclo, lead time 4 – MÉTRICAS E INDICADORES INTRODUÇÃO O IMPORTANTE É ENTENDER COMO O INDICADOR E A MÉTRICA FORAM OBTIDOS, PARA DEPOIS TOMAR UMA DECISÃO. Professor Fabiano Leal 47 IEPG - UNIFEI 2016 CAPACIDADE PRODUTIVA 4 – MÉTRICAS E INDICADORES Define-se como Capacidade Produtiva de um setor produtivo o tempo disponível total para a execução de uma determinada produção em um certo período. Exemplo: - funcionário permanece 9 horas na empresa, sendo que 1 hora é dedicada ao almoço. Nas demais horas presume-se que ele está apto ao trabalho. CP = 8 horas. CP é máximo de horas que podem ser consideradas para planejamento de trabalho. 4 – MÉTRICAS E INDICADORES TEMPO OPERACIONAL Define-se como Tempo Operacional de uma operação ou de um setor produtivo o tempo de fato em que houve produção. Em alguns momentos pode não haver produção, como: • Ausências do operador do posto de trabalho para receber instruções da chefia ou para fazer exame periódico de saúde no posto médico, • Quebra ou falta de ferramenta, manutenção programada da máquina, falta de matéria prima (suprimentos ou gargalo na operação anterior), • Quebra de dispositivo, falta de energia. • Parada por não haver demanda. 4 – MÉTRICAS E INDICADORES TEMPO OPERACIONAL Tempo operacional (TO) = CP - HP TO: em horas CP: em horas HP: horas paralisadas Mnt. Corretiva: 30% Não são paradas registradas, portanto não são consideradas HP. Parada para setup: 35% Porosidades: 10% CP Qual o valor de TO, em função de CP? HP = 0,65 CP TO = 0,35.CP Professor Fabiano Leal 48 IEPG - UNIFEI 2016 TEMPO OPERACIONAL 4 – MÉTRICAS E INDICADORES Exemplo: - CP do posto de trabalho: 8 horas TO do posto de trabalho: 6 horas Após estas métricas, analise estas 2 situações: Cenário B (ruim) Cenário A (normal) - Meta de produção diária é atingida - Meta de produção diária não é atingida - Não há necessidade de usar todo o CP - As HP impediram que a meta fosse atingida - Pode ser que as 2 horas de HP sejam simplesmente paralisações por não haver demanda. - Se neste cenário, TO=CP e o tempo planejado TP<CP, as porosidades impediram a meta de ser atingida. 4 – MÉTRICAS E INDICADORES TEMPO PLANEJADO Tempo de produção especificado para determinada quantidade de peças na operação. É o tempo baseado no planejamento através do tempo padrão. Tempo planejado (TP) = Q . tp TP: em horas; tp: tempo padrão da operação (das operações) por unidade produzida; Q: quantidade de peças planejadas por período 4 – MÉTRICAS E INDICADORES TEMPO PLANEJADO Veja o exemplo abaixo. Para a produção de 1 peça são necessárias 2 operações e 1 funcionário. Op 01 tp = 3 min Op 02 tp = 2,5 min Qual o tempo planejado para a produção de 60 peças? Resposta: TP = 60 peças . 5,5 minutos = 330 minutos, ou 5,5 horas Professor Fabiano Leal 49 IEPG - UNIFEI 2016 4 – MÉTRICAS E INDICADORES TEMPO PLANEJADO Porosidades Horas paralisadas Tempo Planejado PO Tempo Operacional HP Capacidade Produtiva Horas 4 – MÉTRICAS E INDICADORES TEMPO PLANEJADO CP e TP TO Calculados antes da produção (previsão) Calculado após a produção (consumo efetivo de tempo) t0 Início da produção fim da produção 4 – MÉTRICAS E INDICADORES UTILIZAÇÃO η = TO CP % Exemplo: a) Em um dia de no máximo 8 horas, foram suficientes 4 horas para atender a demanda diária. Utilização de 50%. Há tempo disponível para expansão de demanda. b) Em um dia de no máximo 8 horas, a máquina foi ativada por 6 horas. Em 4 horas se atendeu a demanda e nas outras 2 horas gerou-se estoque desnecessário. Utilização de 50% e Ativação de 75%. Quando nada é especificado sobre desperdícios, imagina-se que todo o tempo de máquina operando agregou valor (utilização = ativação). Professor Fabiano Leal 50 IEPG - UNIFEI 2016 4 – MÉTRICAS E INDICADORES UTILIZAÇÃO Em um determinado grupo de funcionários que trabalham 1 turno de 8 horas por dia, o salário é pago mensalmente por 160 horas (20 dias * 8 horas/dia). Neste mês em específico, o processo foi interrompido 8 horas para manutenção corretiva, 8 horas para treinamento e 4 horas por falta de energia elétrica. Qual a utilização percentual deste trabalho, sabendo que todo o tempo restante foi trabalhado? η = TO = 160 h – 8 h – 8 h – 4 h = 87,5 % 160 h CP 4 – MÉTRICAS E INDICADORES UTILIZAÇÃO Casa da Moeda, 2012. Uma gráfica tem uma linha de produção que opera 24 horas por dia e 5 dias por semana. Os registros para uma semana de produção mostram que foram perdidas 5 horas, devido à manutenção preventiva e 2 horas para amostragem da qualidade. A proporção entre o volume de produção conseguido por uma operação em horas e sua capacidade de projeto, também em horas, está compreendida entre: a) b) c) d) e) Resposta: 0,50 e 0,54 0,60 e 0,65 0,70 e 0,76 0,80 e 0,87 0,90 e 0,96 Utilização = 113/120 = 0,941 Alternativa E 4 – MÉTRICAS E INDICADORES EFICIÊNCIA A definição de Eficiência de uma operação está relacionada com os Recursos Previstos (recursos que deveriam ter sido consumidos) e Recursos Consumidos (recursos de fato utilizados) para a execução de uma quantidade de produção em um período de tempo determinado. ξ = Recursos que deveriam ter sido consumidos Recursos consumidos O conceito de eficiência está relacionado à forma como as coisas são feitas. Professor Fabiano Leal 51 IEPG - UNIFEI 2016 4 – MÉTRICAS E INDICADORES EFICIÊNCIA Imagine que uma geladeira deve manter a temperatura média, em seu interior, em no mínimo 5ºC. Para isto, a geladeira consome energia elétrica. Este é, portanto, o recurso consumido. Imagine que, para manter esta temperatura, esta geladeira deveria consumir 42 kW/h por mês (dados de manual). Porém, esta geladeira está consumindo 50 kW/h por mês. A eficiência desta geladeira é de 42/50 = 84%. O que pode estar causando esta perda de eficiência? 4 – MÉTRICAS E INDICADORES EFICIÊNCIA - Manter porta aberta Problema no compressor Problema no evaporador Problema no condensador Local inadequado da instalação Vedação da porta com problemas Obstrução das prateleiras Excesso de alimentos Armazenagem de alimentos quentes Geladeira sem selo de qualidade A definição de Eficiência de uma operação está relacionada com os Recursos Previstos (42 kW/h por mês ) e Recursos Consumidos (50 kW/h por mês) para a execução de uma quantidade de produção (temperatura no mínimo 5ºC) em um período de tempo determinado (1 mês). EFICIÊNCIA 4 – MÉTRICAS E INDICADORES Vamos agora considerar que nosso recurso é o tempo. ξ Recursos que deveriam ter sido consumidos = Recursos consumidos ξ TP = TO = (consumo de tempo planejado) (consumo de tempo efetivo) Perdas ( ξ ) ξ = 1- ξ Professor Fabiano Leal % 52 IEPG - UNIFEI 2016 4 – MÉTRICAS E INDICADORES EFICIÊNCIA Em um determinado grupo de funcionários, que trabalham 1 turno de 8 horas por dia, o salário é pago mensalmente por 160 horas (20 dias * 8 horas/dia). Neste mês em específico, o processo foi interrompido 8 horas para manutenção corretiva, 8 horas para treinamento e 4 horas por falta de energia elétrica. Continuação…… O tempo planejado para 1 peça é de 15 minutos. Sabe-se que neste mês foram produzidas 440 peças. Qual a eficiência deste processo? Previsto (TP) = 440 peças . 0,25 horas/peça = 110 horas Consumido (TO) = 140 horas ξ = 78,5 % 4 – MÉTRICAS E INDICADORES EFICIÊNCIA Como seria o indicador de eficiência, mas considerando os resultados? ξ Recursos que deveriam ter sido consumidos = Recursos consumidos ξ Resultados obtidos = Resultados que poderiam ter sido obtidos 4 – MÉTRICAS E INDICADORES EFICIÊNCIA Uma célula de produção deveria produzir 120 peças em um tempo planejado de 300 minutos (tendo como base o tempo de ciclo da célula, que é igual a 2,5 min). Porém, estas 120 peças foram produzidas em 400 minutos de trabalho. Calcule a eficiência desta célula. Resposta: ξ TP = Tempo ξ = resultados TO 300 = 75% = Fixo a variável “peças produzidas” em 120 400 120 = 75% 160 (400 min / 2,5 min) Professor Fabiano Leal Fixo a variável “tempo consumido” em 400 53 IEPG - UNIFEI 2016 4 – MÉTRICAS E INDICADORES EFICIÊNCIA Muito cuidado com a interpretação do resultado. Analise o cenário. Exemplo: em um posto de trabalho, o funcionário José poderia produzir 200 peças em um turno de 8 horas, mas produziu somente 100 neste período. ξ 100 = resultados = 50% 200 Informação adicional: apenas produziu 100 porque José foi orientado a diminuir o ritmo de produção e produzir somente 100, pois os estoques estavam cheios. O que fazer neste caso???? 4 – MÉTRICAS E INDICADORES EFICIÊNCIA A meta de José era produzir 100. Vamos fixar então a variável peças produzidas. ξ deveria ter consumido 30 kg de MP = Uso da MP = 107% mas consumiu 28 kg de MP MP = matéria prima para produzir 100 peças Neste caso, José até poderia produzir 200 peças, tendo como base seu tempo padrão. Mas como ele foi orientado a produzir 100 peças no seu turno, ele produziu 100 peças. O funcionário atingiu sua meta de produção. Que indicador poderia mostrar este cumprimento de meta? 4 – MÉTRICAS E INDICADORES EFICÁCIA Resultados obtidos E= Resultados estipulados O conceito de eficácia está relacionado ao resultado, e não à forma pela qual as coisas são feitas. E José = Resultados obtidos = 100/100 = 100% Resultados estipulados Mede o grau de atingimento de metas. Professor Fabiano Leal 54 IEPG - UNIFEI 2016 4 – MÉTRICAS E INDICADORES ESTIMANDO NÚMERO DE PESSOAS Considere uma empresa que produz os produtos A, B, C e D. Sabese que devemos produzir as seguintes quantidades mensais: Cada um destes produtos possui fabricados e posteriormente montados. componentes, que são ESTIMANDO NÚMERO DE PESSOAS 4 – MÉTRICAS E INDICADORES Tempos para fabricação dos componentes ESTIMANDO NÚMERO DE PESSOAS 4 – MÉTRICAS E INDICADORES Tempos para montagem dos produtos Sabe-se que a empresa trabalha 3 turnos por dia, com 8 horas cada um. Em média tem-se 2,00 horas de paralisações na montagem e 2,40 horas na fabricação por turno. São 25 dias úteis de trabalho por mês. As eficiências de montagem e fabricação são respectivamente 75% e 60%. Pergunta-se: a) Quantas horas serão necessárias para a execução do programa? b) Quantas pessoas serão necessárias? c) Quantas horas pagas para a execução do programa? Professor Fabiano Leal 55 IEPG - UNIFEI 2016 ESTIMANDO NÚMERO DE PESSOAS 4 – MÉTRICAS E INDICADORES Resposta: a) A primeira coisa a verificar se o total de horas necessárias refere-se ao cálculo de TP, TO ou CP. Como a eficiência é menor que 100%, gasta-se mais tempo que o planejado, ou seja, TO>TP. Além disto, existem horas paralisadas, ou seja, a utilização é menor que 100%. Neste caso, devemos considerar um tempo maior que TO para programar a produção, ou seja, CP. 4 – MÉTRICAS E INDICADORES ESTIMANDO NÚMERO DE PESSOAS Foi dito que em média tem-se 2,00 horas de paralisações na montagem por turno, ou seja, 4 – MÉTRICAS E INDICADORES ESTIMANDO NÚMERO DE PESSOAS Como ,tem-se que: Professor Fabiano Leal A eficiência da montagem é 75% (dado do problema). 56 IEPG - UNIFEI 2016 4 – MÉTRICAS E INDICADORES ESTIMANDO NÚMERO DE PESSOAS ESTIMANDO NÚMERO DE PESSOAS 4 – MÉTRICAS E INDICADORES Ou seja, Foi dito que, em média tem-se 2,40 horas de paralisações na fabricação por turno 4 – MÉTRICAS E INDICADORES ESTIMANDO NÚMERO DE PESSOAS b) Para estimar o número de pessoas necessárias, vamos considerar um “super” funcionário, capaz de ser alocado 24 horas por dia no trabalho. Como são 25 dias de trabalho por mês, cada super funcionário oferece à empresa 24h x 25 dias, ou seja, 600 horas por mês. Precisamos distribuir um CP de 129.346,96 horas por mês. Dividindo este CP por 600 horas por mês, temos então a necessidade de 216 super funcionários. O que era mesmo um super funcionário? Era alguém que conseguiria trabalhar 24 horas seguidas, ou seja, 3 turnos por dia. Como isto não é possível (ainda), temos que ter 216 funcionários em cada um dos 3 turnos, ou seja, 648 pessoas trabalhando por dia. Professor Fabiano Leal 57 IEPG - UNIFEI 2016 4 – MÉTRICAS E INDICADORES ESTIMANDO NÚMERO DE PESSOAS c) Temos que pagar 8 horas de trabalho por dia para cada uma das 648 pessoas. Como temos 25 dias por mês, tem-se: 648 x 8 x 25 = 129600 horas a serem pagas por mês. 4 – MÉTRICAS E INDICADORES PRODUTIVIDADE A produtividade relaciona a produção atingida (resultados) com os recursos utilizados para esta produção. No sentido mais amplo Resultados obtidos (SAÍDAS) Produtividade = Recursos consumidos (ENTRADAS) 4 – MÉTRICAS E INDICADORES PRODUTIVIDADE Uma relação de produtividade muito comum é conhecida como taxa de produção: output produtivo representado em termos de unidades no tempo (peças / hora) Operação 50 peças por hora 400 peças por dia Resultados obtidos Produtividade = Recursos consumidos Professor Fabiano Leal Taxa de produção do posto de trabalho peças horas 58 IEPG - UNIFEI 2016 PRODUTIVIDADE 4 – MÉTRICAS E INDICADORES Exemplos de medições de produtividade Motor elétrico: torque por consumo de energia elétrica Varejo: vendas por metro quadrado Avicultor: kg de carne por kg de alimento 4 – MÉTRICAS E INDICADORES PRODUTIVIDADE Curiosidade Ford abominava a vaca. Ela consumia muita ração, comparado ao aproveitamento de carne e leite. 4 – MÉTRICAS E INDICADORES PRODUTIVIDADE Produtividade em homem hora (produtividade obtida) P= q H.h [unidades/homem.hora] Calculada depois da produção realizada. q = número de unidades produzidas no período H = número de homens envolvidos na produção h = tempo gasto por cada homem no trabalho Professor Fabiano Leal 59 IEPG - UNIFEI 2016 4 – MÉTRICAS E INDICADORES PRODUTIVIDADE - 1 turno de 480 minutos (8h) - 240 peças produzidas Produtividade obt. = 240 peças Taxa de produção = 240 peças 3H.8h 480 min Taxa de produção = 0,5 peças/min Po = 10 peças/Hh 4 – MÉTRICAS E INDICADORES PRODUTIVIDADE Petrobras 2009 Uma empresa fez alterações no processo produtivo ao introduzir equipamentos mais automatizados na linha de montagem, o que demandou uma equipe mais treinada e, consequentemente, mais cara, conforme mostra a tabela a seguir. Ano Produção (unid) Total de Hh utilizado 2007 10000 100 Custo do Hh (R$) 10,00 2008 18000 80 20,00 Considerando o custo total de MO, qual foi a variação percentual da produtividade de 2008 em relação a 2007? 4 – MÉTRICAS E INDICADORES PRODUTIVIDADE Resolução: Saída de 2007: 10000 unid. Saída de 2008: 18000 unid. Entrada de 2007: 100 Hh . 10,00 R$/Hh = R$ 1000 Entrada de 2008: 80 Hh . 20,00 R$/Hh = R$ 1600 Produtividade de 2007 = 10000 unid = 10 unid/R$ R$1000 Produtividade de 2008 = 18000 unid = 11,25 unid/R$ R$1600 A produtividade de 2008 foi 12,5% maior que a de 2007. Professor Fabiano Leal 60 IEPG - UNIFEI 2016 4 – MÉTRICAS E INDICADORES PRODUTIVIDADE O aumento na taxa de produção implica no aumento da produtividade em homens hora, e vice-versa. Será que podemos afirmar isto? Ohno (Sistema Toyota de Produção) afirma em seu livro que o grande número de funcionários, executando tarefas fragmentadas, nas linhas de montagem da Ford da primeira metade do século XX, garantiu alta taxa de produção, mas nem sempre ganhos em produtividade. 4 – MÉTRICAS E INDICADORES PRODUTIVIDADE - 1 turno de 480 minutos (8h) - 192 peças produzidas Produtividade obt. = 192 peças Taxa de produção = 192 peças 2H.8h 480 min Taxa de produção = 0,4 peças/min Caiu a taxa de produção!! Po = 12 peças/Hh Aumentou a produtividade!! 4 – MÉTRICAS E INDICADORES PRODUTIVIDADE Utilização: Eficiência: η = ξ TO ≤1 CP TP ≤1 TO >1 = Exemplo: Em um turno de trabalho de 8 horas, ocorreu uma paralisação de 2 horas por falta de energia. Neste dia, foi planejada a produção de 18 produtos, cujo tempo padrão é de 0,5 horas por produto. A produção foi atingida. (o tempo padrão pode estar superdimensionado) ξ = 9 / 6 = 1,5 = 150% Professor Fabiano Leal 61 IEPG - UNIFEI 2016 4 – MÉTRICAS E INDICADORES PRODUTIVIDADE Petrobras 2010 A indústria Blank White Ltda. de papéis produz etiquetas autoadesivas para diversos produtos. Num determinado período, o valor semana, em reais, de suas vendas foi de R$49000,00, e o valor dos recursos de entrada, com capital, materiais e mão de obra foi de R$70000,00. A produtividade total da empresa está entre: a) b) c) d) e) 0,65 e 0,75 0,60 e 0,65 0,50 e 0,55 0,40 e 0,50 0,25 e 0,35 Resposta: 49000/70000 = 0,7 Alternativa a 4 – MÉTRICAS E INDICADORES PRODUTIVIDADE IBGE 2010 Considerando os custos por unidade produzida e o preço de venda unitário, apresentados na tabela a seguir, calcule a produtividade dos 2 processos. Custo ou preço (R$) Processo 1 Insumos 5,00 Processo 2 5,00 MO 2,00 4,00 Recursos da produção 3,00 3,00 Venda 12,50 15,50 4 – MÉTRICAS E INDICADORES PRODUTIVIDADE Resolução: Produtividade = SAÍDAS ENTRADAS Prod. Processo 1 = 12,50 / (5,00+2,00+3,00) = 1,25 Prod. Processo 2 = 15,50 / (5,00+4,00+3,00) = 1,29 As produtividades são, respectivamente, 1,25 e 1,29. Isto mostra que o processo 2 foi mais produtivo que o processo 1, no período analisado. Professor Fabiano Leal 62 IEPG - UNIFEI 2016 4 – MÉTRICAS E INDICADORES TEMPO DE CICLO (Cicle time) Tempo do Ciclo (TC): Conceito associado a período. Representa o inverso da taxa de produção. Representa de quanto em quanto tempo uma peça é entregue pronta . Peças produzidas Δt Δt = tempo de ciclo Taxa de produção da linha: 60 peças por hora Tempo de ciclo = 1 minuto por peça TEMPO DE CICLO t = 4 min t = 1 min 4 – MÉTRICAS E INDICADORES Entrada das peças t = 2 min Saída das peças t = 3 min t = 1 min 4 – MÉTRICAS E INDICADORES TEMPO DE CICLO TC = 6 min Nesta linha, a primeira peça sai após 11 minutos. Após a primeira peça, o intervalo entre peças é de 6 minutos. Neste caso, estamos desconsiderando deslocamento da peça entre as máquinas. Professor Fabiano Leal os tempos de 63 IEPG - UNIFEI 2016 4 – MÉTRICAS E INDICADORES TAKT TIME Takt time é o tempo de ciclo necessário para atender a demanda do cliente. Sistema Toyota de Produção O takt time é dado em unidade de tempo, normalmente em segundos. Tempo de trabalho disponível por turno TAKT TIME = Demanda do cliente por turno 4 – MÉTRICAS E INDICADORES TAKT TIME Tempo de trabalho disponível por turno = 27600 s (8h menos intervalos) Demanda do cliente = 18400 por mês (considerando 1 mês com 20 dias úteis) = 920 por dia = 460 por turno (2 turnos) Takt time = 27600 460 Takt time = 60 segundos 4 – MÉTRICAS E INDICADORES TAKT TIME Professor Fabiano Leal 64 IEPG - UNIFEI 2016 4 – MÉTRICAS E INDICADORES TAKT TIME Operação 10 Operação 20 Operação 30 5 min/peça 6 min/peça 3 min/peça Operação 40 1 min/peça Demanda: 96 peças por dia 1 dia = 8 horas = 480 minutos (capacidade produtiva) Takt time = 480/96 = 5 min Será que a linha atende o takt time? TAKT TIME 4 – MÉTRICAS E INDICADORES A Op20 deve ser reprojetada tempo Takt time = 5 min Op10 Op20 Operação 10 5 min/peça Op30 Op40 Operação 20 5 min/peça Operação 30 3 min/peça Podem ser agrupadas Operação 40 1 min/peça 4 – MÉTRICAS E INDICADORES SETUP TIME Tempo de preparação (setup time): tempo que uma peça aguarda para que o recurso seja preparado para processá-la. SETUP: É o tempo decorrido entre a troca do produto do tipo A até a primeira peça boa do produto do tipo B. setup Professor Fabiano Leal 65 IEPG - UNIFEI 2016 SETUP TIME 4 – MÉTRICAS E INDICADORES Setup interno é aquele executado quando a máquina está parada. Setup externo é aquele executado enquanto a máquina está operando. Organizadas as atividades externas e internas do setup e eliminadas as desnecessárias, deve-se proceder a uma análise criteriosa das atividades inicialmente classificadas como internas, no sentido de verificar se realmente essa é uma atividade que só pode ser executada com a máquina parada, bem como, se não existe outra alternativa melhor que permita transferi-la, total ou parcialmente, para a atividade externa. 4 – MÉTRICAS E INDICADORES LEAD TIME Lead time é o tempo requerido para completar uma operação ou processo. Perceba que a maior parte do lead time pode representar eventos que não agregam valor. 4 – MÉTRICAS E INDICADORES LEAD TIME Vamos imaginar uma linha de produção, que deseja produzir um lote de peças. LT = T(total 1 peça) + TC x (N-1) Qual o lead time de um lote unitário? Resposta: para um lote unitário, N=1, portanto, LT = T(total 1 peça) Professor Fabiano Leal 66 IEPG - UNIFEI 2016 4 – MÉTRICAS E INDICADORES LEAD TIME Seja a linha de produção abaixo, composta por 6 centros de trabalho, cada um responsável por uma operação com tempo padrão de 0,5 hora. Admita que o transporte é instantâneo e que não há necessidade de setups. Calcule a taxa de produção, o tempo do ciclo e o lead time para lotes de 1, 4 e 10 peças. 4 – MÉTRICAS E INDICADORES LEAD TIME horas peças 1 2 3 4 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 5 6 7 8 9 3,5 4,0 4,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 10 Tempo de ciclo: 0,5 h Taxa de produção: 2 peças/hora Lead time para: 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 7,5 0,5 1 peça: 3 horas 4 peças: 4,5 horas 10 peças: 7,5 horas LT = T(1 p) + TC x (N-1) 4 – MÉTRICAS E INDICADORES LEAD TIME O lead time percebido pelo cliente vai depender da estratégia de produção. Lotes para estoque (Make to Stock – MTS) Produtos padronizados, produção em lotes, utilizando sequências de operações que devem ser programadas. O cliente tem pouco ou nenhum envolvimento direto com o desenho do produto. Um dos desafios nesta estratégia é obter uma alta acurácia nas previsões, já que as decisões de produção (Programa Mestre de Produção) são baseadas nelas. Intenta-se balancear um adequado nível de serviço com o nível dos estoques de produto acabado. Professor Fabiano Leal 67 IEPG - UNIFEI 2016 LEAD TIME 4 – MÉTRICAS E INDICADORES Contra pedido (Make to Order – MTO) A estratégia MTO caracteriza-se por volumes de produção baixos, grande flexibilidade devido ao uso de equipamento de uso geral e mão de obra altamente qualificada, produtos não padronizados com sequências diferentes. Produção realizada mediante um pedido do cliente. O lead time é maior do que no MTS, devido a inclusão das fases de fabricação e montagem. LEAD TIME 4 – MÉTRICAS E INDICADORES (Assemble to Order – ATO) O produto é fabricado desde componentes padrões (semiacabados) mantidos em inventário. A montagem do produto final inicia-se com o pedido do cliente. O lead time inclui a montagem do produto (o inventário já está pronto para esta operação) e a expedição. LEAD TIME 4 – MÉTRICAS E INDICADORES (Engineering to Order – ETO) Semelhante ao MTO, porém no ETO as especificações do cliente requerem um desenho de engenharia único ou com uma alta customização. Os materiais normalmente não são comprados enquanto o projeto e a ordem de produção não são definidos. O lead time é longo, por incluir todas as fases do trabalho, do projeto à produção . Professor Fabiano Leal 68 IEPG - UNIFEI 2016 4 – MÉTRICAS E INDICADORES LEAD TIME IBGE 2009 Compare os dois processos e analise qual informação está correta. PA = produto acabado PSA = produto semi-acabado Processo 1 MP Preparação Montagem PA Pedido Entrega Pedido Montagem Entrega Processo 2 MP Preparação PSA 4 – MÉTRICAS E INDICADORES LEAD TIME I – O processo 1 tem um tempo de atendimento menor e um risco maior II – O processo 1 é mais adequado a demandas de maior volume padronizados III – O processo 2 tem um tempo de atendimento maior e um risco menor IV – O processo 2 é mais adequado à customização dos pedidos dos clientes a) b) c) d) e) I e III estão corretos II e IV estão corretos I, II e III estão corretos I, III e IV estão corretos Todos estão corretos CAPÍTULO 05- Resposta: e RELAÇÃO HOMEM MÁQUINA - Diagrama Homem Máquina - Descrição de micro-movimentos Professor Fabiano Leal 69 IEPG - UNIFEI 2016 5 – RELAÇÃO HOMEM MÁQUINA DIAGRAMA HOMEM-MÁQUINA Diagrama que descreve o inter relacionamento de operadores e máquinas. DIAGRAMA HOMEM-MÁQUINA 5 – RELAÇÃO HOMEM MÁQUINA Construa um DHM para o trabalho abaixo: 1-) Preparação do material. 3 min 2-) Inserir peça na máquina 1 min 3-) Operar a máquina 5 min 4-) Retirar a peça pronta 1 min 5-) Inspecionar a peça pronta 2 min 5 – RELAÇÃO HOMEM MÁQUINA DIAGRAMA HOMEM-MÁQUINA Resposta: Professor Fabiano Leal 70 IEPG - UNIFEI 2016 DIAGRAMA HOMEM-MÁQUINA 5 – RELAÇÃO HOMEM MÁQUINA Peça do exemplo anterior 1-) Contratar ajudante para inspecionar Quando o diagrama Homem-Máquina é descrito, o processo já está em ciclo!! Custo do operador R$ 5,00/h Custo do ajudante R$ 2,00/h Custo máquina R$ 4,00/h Custo da matéria prima R$ 9,00/u Qual é o lucro por hora? Preço de venda: R$ 22,00/u Análise econômica preliminar DIAGRAMA HOMEM-MÁQUINA 5 – RELAÇÃO HOMEM MÁQUINA Resposta: Tempo de ciclo = 10 min Taxa de produção = 6 pç/h Custo = custo operador + custo do ajudante + custo da máquina + custo da matéria prima Custo = 5 + 2 + 4 + 9x6 = R$ 65,00 / h 5 – RELAÇÃO HOMEM MÁQUINA DIAGRAMA HOMEM-MÁQUINA Faturamento = preço de venda x taxa de produção Faturamento = 22 x 6 = R$ 132,00 / h Lucro = faturamento - custo Lucro = 132 – 65 = R$ 67,00 / h Professor Fabiano Leal 71 IEPG - UNIFEI 2016 5 – RELAÇÃO HOMEM MÁQUINA DIAGRAMA HOMEM-MÁQUINA Cuidado!! O Diagrama HM deve ser considerado imaginando o trabalho em ciclo. Tempo de ciclo: 10 minutos Taxa de produção: 6 produtos/h Melhoria Tempo de ciclo: 5 minutos Taxa de produção: 12 produtos/h 5 – RELAÇÃO HOMEM MÁQUINA DIAGRAMA HOMEM-MÁQUINA A elaboração do DHM é fortemente influenciado pelo nível de automação 5 – RELAÇÃO HOMEM MÁQUINA DIAGRAMA HOMEM-MÁQUINA O nível 1 de automação, represente casos em que o operador executa todas as funções, como carga, operação, descarga e transferência das peças No nível 2 de automação, o operador executa somente as operações de carga, descarga e transferência, ou seja, a máquina opera sozinha. No nível 3 de automação, o operador executa as operações de carga e transferência das peças. Sendo assim, a peça acabada é ejetada automaticamente da máquina no final do ciclo. Professor Fabiano Leal 72 IEPG - UNIFEI 2016 5 – RELAÇÃO HOMEM MÁQUINA DIAGRAMA HOMEM-MÁQUINA Os níveis de automação 4 e 5 exigem grande capital investido e a complexidade técnica aumenta dramaticamente. A partir da automação nível 2, os operadores conseguem lidar com processos múltiplos dentro do takt time. Enquanto a máquina completa o ciclo, o operador se move para a próxima etapa do processo, nunca esperando pela máquina. 5 – RELAÇÃO HOMEM MÁQUINA DIAGRAMA HOMEM-MÁQUINA Em uma certa célula de fabricação tem-se a seguinte situação: Sequencia correta: carregar a máquina, para então a máquina entrar em operação. Enquanto a máquina opera, lubrificar. Após operação, remover a peça da máquina, inspecionar o resultado e então lixar a peça, colocando-a de lado. - Operador - salário do operador = R$ 8,00 por hora - carregar a máquina = 2 min - lubrificar a máquina (em funcionamento) = 1 min - remover a peça da máquina = 1 min - inspecionar a peça produzida = 2 min DIAGRAMA HOMEM-MÁQUINA 5 – RELAÇÃO HOMEM MÁQUINA - Ajudante - salário do ajudante = R$ 5,00 por hora - lixar peça e colocá-la de lado = 4 min - Máquina - encargos = R$ 12,00 por hora - operação automática = 6 min a) Considerando que cada unidade produzida gasta R$ 2,00 de matéria prima e é vendida por R$ 7,00, analisar o lucro ou prejuízo horário desta configuração de trabalho. b) Analise a possibilidade de se comprar mais uma máquina. Mantenha inalteradas as funções do operador e do ajudante. Qual alternativa é mais lucrativa, a ou b? Professor Fabiano Leal 73 IEPG - UNIFEI 2016 5 – RELAÇÃO HOMEM MÁQUINA DIAGRAMA HOMEM-MÁQUINA Resposta: (esta configuração não é única) Lucro = R$ 2,25 / h Lucro = R$ 5,85 / hora 5 – RELAÇÃO HOMEM MÁQUINA DIAGRAMA HOMEM-MÁQUINA Uma fábrica possui em seu fluxo 2 máquinas, sendo cada uma delas operada por 1 operador, como mostra a figura a seguir. Observe que as máquinas não são interdependentes. 5 – RELAÇÃO HOMEM MÁQUINA DIAGRAMA HOMEM-MÁQUINA A peça 1 (P1) é produzida pelo operador 1 e máquina 1, seguindo estas atividades, nesta ordem: Após estas atividades, a peça 1 está pronta para ser estocada. Professor Fabiano Leal 74 IEPG - UNIFEI 2016 5 – RELAÇÃO HOMEM MÁQUINA DIAGRAMA HOMEM-MÁQUINA A peça 2 (P2) é produzida pelo operador 2 e máquina 2, seguindo estas atividades, nesta ordem: Após estas atividades, a peça 2 está pronta para ser estocada. 5 – RELAÇÃO HOMEM MÁQUINA DIAGRAMA HOMEM-MÁQUINA Esta fábrica deseja produzir 84 peças por dia, sendo 42 P1 e 42 P2. Você deve responder à fábrica se é possível atingir esta meta utilizando apenas um (1) dos operadores, e dispensando o outro. Considere que qualquer um dos 2 funcionários sabe realizar qualquer atividade da produção da peça P1 e P2. Construa um diagrama homem-máquina mostrando sua proposta. Calcule o tempo de ciclo das peças P1 e P2 e a taxa de produção diária de P1 e P2 (considere que sua proposta vai se iniciar em ciclo). Considere uma capacidade produtiva de 7 horas. 5 – RELAÇÃO HOMEM MÁQUINA DIAGRAMA HOMEM-MÁQUINA Resposta: Professor Fabiano Leal 75 IEPG - UNIFEI 2016 5 – RELAÇÃO HOMEM MÁQUINA DESCRIÇÃO DE MICRO MOVIMENTOS QUAL A IMPORTÂNCIA? • Melhorar o processo de execução da atividade • Aumentar a previsibilidade da empresa • Diagnóstico para verificar alterações na rotina. 5 – RELAÇÃO HOMEM MÁQUINA DESCRIÇÃO DE MICRO MOVIMENTOS UTILIZAÇÃO DO CORPO HUMANO • As duas mãos devem começar e terminar seus movimentos ao mesmo tempo. • As duas mãos não devem permanecer inativas ao mesmo tempo, salvo durante repouso. • Os movimentos dos braços devem ser simétricos e simultâneos 5 – RELAÇÃO HOMEM MÁQUINA DESCRIÇÃO DE MICRO MOVIMENTOS Professor Fabiano Leal SImultaneous MOtions 76 IEPG - UNIFEI 2016 5 – RELAÇÃO HOMEM MÁQUINA DESCRIÇÃO DE MICRO MOVIMENTOS DESCRIÇÃO DE MICRO MOVIMENTOS 5 – RELAÇÃO HOMEM MÁQUINA Como descrever os micro movimentos deste trabalho? CAPÍTULO 06- DEFINIÇÃO DO NÚMERO DE MÁQUINAS Professor Fabiano Leal 77 6 – DEFINIÇÃO DO NÚMERO DE MÁQUINAS 6 – DEFINIÇÃO DO NÚMERO DE MÁQUINAS 6 – DEFINIÇÃO DO NÚMERO DE MÁQUINAS IEPG - UNIFEI 2016 INTRODUÇÃO Dimensionamento da quantidade de máquinas, de um determinado tipo, requerida para atender um programa de produção. O cálculo auxilia na determinação do recurso gargalo. TP = tempo planejado J = turno de trabalho EXEMPLO Considere um processo com uma demanda de 193 peças por dia (8 horas). Determine o número necessário de cada tipo de máquina para atender à demanda. EXEMPLO Começando pela máquina com maior tempo planejado. Observe que numa jornada de 480 min/dia é perfeitamente possível a operação 10 concretizar sua produção diária. Como o recurso mais crítico exige apenas 1 máquina, pode-se afirmar que as demais máquinas exigirão apenas 1 máquina (com tempo ocioso). A carga de máquina é calculada específica para cada máquina Professor Fabiano Leal 78 6 – DEFINIÇÃO DO NÚMERO DE MÁQUINAS 6 – DEFINIÇÃO DO NÚMERO DE MÁQUINAS 6 – DEFINIÇÃO DO NÚMERO DE MÁQUINAS IEPG - UNIFEI 2016 EXERCÍCIO Uma oficina é organizada segundo um layout funcional, como mostra a figura abaixo. São quatro departamentos, com máquinas de tornear, fresar, furar e pintar. EXERCÍCIO Considerando que a oficina trabalha 8 horas por dia, 20 dias por mês. Duas peças devem ser produzidas neste mês. As demandas mensais são 2500 peças A e 3500 peças B. Os tempos de operação, por peça, estão representados na tabela abaixo. Calcule o número de tornos, fresas, máquinas de furar e máquinas de pintar, necessárias para atender à demanda mensal de produtos A e B. Ignore o tempo de setup e tempo de deslocamento entre departamentos. EXERCÍCIO Resposta: TP torno = (2500 . 30) + (3500 . 15) = 127500 minutos TP fresa = (2500 . 20) + (3500 . 45) = 207500 minutos TP pintar = (2500 . 60) = 150000 minutos TP furar = (3500 . 40) = 140000 minutos Fresa é o recurso mais exigido. Iniciemos por ele. Número de fresas = 207500 minutos / (20 * 480) minutos Número de fresas = 21,61; ou melhor, 22 fresas Torno = 14; Pintura = 16; Furar = 15 Professor Fabiano Leal 79 IEPG - UNIFEI 2016 BALANCEAMENTO DE LINHAS DE PRODUÇÃO CAPÍTULO 07- - Teoria das restrições - Cálculo do balanceamento 7 – BALANC. DE LINHAS DE PRODUÇÃO CONCEITOS Balancear é nivelar, com relação a tempos, uma linha de produção ou de montagem, dando a mesma carga de trabalho às pessoas ou máquinas. O balanceamento de uma linha tem por objetivo garantir uma alta utilização da mão de obra e do equipamento, respeitando um ritmo de produção que é, essencialmente, definido pelo recurso crítico (gargalo). Gargalo é definido como qualquer recurso cuja capacidade é menor que a demanda por ele. 7 – BALANC. DE LINHAS DE PRODUÇÃO TEORIA DAS RESTRIÇÕES Início dos anos 80 Atraiu atenção dos profissionais da administração da produção Também chamada de Produção Sincronizada Livro “A META” Atualmente considerada como filosofia TOC - Theory of Constraints Professor Fabiano Leal 80 IEPG - UNIFEI 2016 7 – BALANC. DE LINHAS DE PRODUÇÃO TEORIA DAS RESTRIÇÕES Inputs 1 2 3 200/h 50/h 200/h Inputs 1 2 3 200/h 200/h 200/h Clientes Clientes 7 – BALANC. DE LINHAS DE PRODUÇÃO TEORIA DAS RESTRIÇÕES Uma hora perdida em um recurso-gargalo é uma hora perdida em todo o sistema. Uma hora economizada em um gargalo acrescenta uma hora extra em todo o sistema de produção. Uma hora economizada em um não-gargalo acrescenta uma hora a seu tempo ocioso. 7 – BALANC. DE LINHAS DE PRODUÇÃO TEORIA DAS RESTRIÇÕES G fila POSTO 01 fila POSTO 02 4 peças/minuto 3 peças/minuto POSTO 03 2 peças/minuto G fila POSTO 01 POSTO 02 POSTO 03 4 peças/minuto 3 peças/minuto 4 peças/minuto Professor Fabiano Leal 81 IEPG - UNIFEI 2016 7 – BALANC. DE LINHAS DE PRODUÇÃO TEORIA DAS RESTRIÇÕES Algumas definições: Um não-gargalo é qualquer recurso cuja capacidade seja maior que a demanda. Este não pode operar continuamente, pois pode produzir mais que o necessário. Um recurso com restrição de capacidade (RRC) é aquele cuja utilização está próxima da capacidade e pode se tornar um gargalo. 7 – BALANC. DE LINHAS DE PRODUÇÃO CÁLCULO DO BALANCEAMENTO OBS.: o número de funcionários calculado não considerado resposta final, mas sim após o desenho. deve ser 7 – BALANC. DE LINHAS DE PRODUÇÃO CÁLCULO DO BALANCEAMENTO 0,1 min 1,0 min a b Tempo disponível = 8 horas Produção desejada = 480 peças Observar a relação de dependência!! 0,2 min c d 0,7 min 0,5 min e Ritmo de produção = 480p / 480min = 1 p/min FB (ou tempo de ciclo) = 1 min/p N = 2,5 / 1 = 2,5 postos, portanto 3 postos de trabalho Professor Fabiano Leal 82 IEPG - UNIFEI 2016 7 – BALANC. DE LINHAS DE PRODUÇÃO CÁLCULO DO BALANCEAMENTO Máximo tempo de operação de cada posto de trabalho = tempo de ciclo = 1 minuto. O agrupamento deve respeitar a sequencia de dependência. 0,1 min 1,0 min a b Gargalo permanece!! 0,2 min c d 0,7 min 0,5 min e 7 – BALANC. DE LINHAS DE PRODUÇÃO CÁLCULO DO BALANCEAMENTO Desenvolva o projeto de uma linha de produção capaz de produzir o produto representado pelo fluxograma do processo ao lado. Esta linha deve produzir um programa diário de 500 peças. A jornada diária de trabalho é de 500 minutos. 7 – BALANC. DE LINHAS DE PRODUÇÃO CÁLCULO DO BALANCEAMENTO Professor Fabiano Leal 83 IEPG - UNIFEI 2016 7 – BALANC. DE LINHAS DE PRODUÇÃO CÁLCULO DO BALANCEAMENTO 7 – BALANC. DE LINHAS DE PRODUÇÃO CÁLCULO DO BALANCEAMENTO O fluxograma ao lado ilustra as operações de montagem necessárias a um certo produto. A linha opera por 7 horas diariamente, sendo desejada uma produção de 600 unidades diárias. Calcular o fator de balanceamento, o número mínimo teórico de pessoas e a eficiência do balanceamento. 7 – BALANC. DE LINHAS DE PRODUÇÃO CÁLCULO DO BALANCEAMENTO Eficiência do balanceamento: Professor Fabiano Leal 84 IEPG - UNIFEI 2016 7 – BALANC. DE LINHAS DE PRODUÇÃO CÁLCULO DO BALANCEAMENTO Analise agora a seguinte situação: 1 min 1 min 2 min 1 min Tempo de ciclo da linha = 2 min Taxa de produção = 30 peças / hora Como elevar a taxa de produção? 7 – BALANC. DE LINHAS DE PRODUÇÃO CÁLCULO DO BALANCEAMENTO Alternativa 01: Utilização de estações de trabalho em paralelo 30p/h 1 min 2 min 30p/h 1 min 1 min 60p/h 60p/h 2 min 30 p/h 30 p/h 7 – BALANC. DE LINHAS DE PRODUÇÃO CÁLCULO DO BALANCEAMENTO Alternativa 02: Balanceamento dinâmico da linha: treinar os trabalhadores para a execução de funções cruzadas. Trabalhadores com tempo ocioso temporariamente podem ajudar outros trabalhadores que estejam sobrecarregados. Sistema utilizado na filosofia Toyota. Professor Fabiano Leal 85 IEPG - UNIFEI 2016 7 – BALANC. DE LINHAS DE PRODUÇÃO CASO PRÁTICO Caixas de costelas defumadas 7 – BALANC. DE LINHAS DE PRODUÇÃO CASO PRÁTICO 8 pessoas Situação atual 800 peças por dia Meta = 1900 peças por dia Quantas pessoas contratar??? AÇÃO DO ENGENHEIRO Cálculo do tempo padrão 10 20 30 40 50 60 Estender o plástico Posicionar peça Cortar plástico Embalar o produto Colar o rótulo Colocar produto pallet 0,05 min 0,10 min 0,10 min 0,25 min 0,10 min 0,10 min Total: 0,70 min 7 – BALANC. DE LINHAS DE PRODUÇÃO CASO PRÁTICO Ritmo de trabalho = 800 peças 480 min = 1,667 peças/min FB = 1/Ritmo = 0,60 min/peça n. Funcionários = 0,70 = 1,16 ; que equivale a 2 funcionários 0,60 PROPOSTA PARA AUMENTAR A PRODUÇÃO DE 800 PARA 1900 PRODUTOS POR DIA Ritmo de trabalho = 1900 peças = 3,958 peças/min 480 min FB = 1/Ritmo = 0,25 min/peça n. Funcionários = 0,70 = 2,8 ; que equivale a 3 funcionários 0,25 Professor Fabiano Leal 86 IEPG - UNIFEI 2016 7 – BALANC. DE LINHAS DE PRODUÇÃO CASO PRÁTICO 10 20 30 0,05 0,10 0,10 Total de 0,25 min/pç 40 0,25 Total de 0,25 min/pç 50 60 0,10 0,10 3 pessoas Total de 0,20 min/pç Resposta do engenheiro: caro amigo empresário, para aumentar sua produção em 137% você pode reduzir de 8 para 3 funcionários. Aliás, ainda deve sobrar 20 pacotes por dia. Para não estocar demais, libere-os mais cedo!!! 7 – BALANC. DE LINHAS DE PRODUÇÃO EXERCÍCIO Uma empresa está configurando uma linha de montagem para fabricar 192 unidades por turno de 8 horas. A tabela a seguir identifica os elementos de trabalho, tempos e precedentes imediatos. a) b) c) d) Qual é o tempo de ciclo desejado? Qual é o número mínimo teórico de estações? Proponha uma solução para a configuração da linha. Qual é a eficiência e a perda por desbalancemento? 7 – BALANC. DE LINHAS DE PRODUÇÃO EXERCÍCIO Professor Fabiano Leal 87 IEPG - UNIFEI 2016 7 – BALANC. DE LINHAS DE PRODUÇÃO EXERCÍCIO Resposta a) A demanda é de 192 unidades = 24 unidades/hora 8 horas Ritmo de trabalho FB = 1/ritmo = tempo de ciclo desejado 3600 segundos = 150 segundos/unidade 24 unidades 7 – BALANC. DE LINHAS DE PRODUÇÃO EXERCÍCIO Resposta b) 720 segundos / unidade n = Σt 150 segundos/unidade/estação tciclo n = 4,8 (5 estações) (o que pode não ser realizável) 7 – BALANC. DE LINHAS DE PRODUÇÃO EXERCÍCIO Resposta c) 25 D 80 20 30 B E C 115 A 40 15 120 J F G 145 130 H I Professor Fabiano Leal 88 IEPG - UNIFEI 2016 7 – BALANC. DE LINHAS DE PRODUÇÃO EXERCÍCIO Resposta d) Eficiência = 4,8 / 5 = 96% ou Eficiência = Σt = 720 / (5 x 150) = 96% n . FB A perda por balanceamento é de 4% CAPÍTULO 8- LAYOUT DO PROCESSO - Tipos de layout - Métodos para elaboração de layouts 8 – LAYOUT DO PROCESSO ARRANJO FÍSICO Arranjo físico ou layout é a disposição física de máquinas, equipamentos, homens e materiais em uma instalação, de tal modo que se obtenha maior rendimento e eficiência do processo produtivo. Questões estratégicas a) b) c) d) Facilitar o fluxo de informações; Aumentar a utilização eficiente de MO e equipamentos; Aumentar a conveniência do cliente (em serviços); Reduzir os riscos para os trabalhadores; etc. Professor Fabiano Leal 89 IEPG - UNIFEI 2016 8 – LAYOUT DO PROCESSO ARRANJO FÍSICO 8 – LAYOUT DO PROCESSO TIPOS DE ARRANJO FÍSICO Arranjo físico posicional (de posição fixa) Neste tipo de arranjo o material (ou o produto) fica parado e os homens e as máquinas movimentam-se até ele. Construção de navios, montagem de locomotivas, fabricação de grandes vasos de pressão, construção civil. Este arranjo físico minimiza o número de vezes que o produto precisa ser movido e frequentemente é a única solução viável. 8 – LAYOUT DO PROCESSO TIPOS DE ARRANJO FÍSICO Professor Fabiano Leal 90 IEPG - UNIFEI 2016 TIPOS DE ARRANJO FÍSICO 8 – LAYOUT DO PROCESSO Arranjo físico funcional (de processo, ou job shop) Neste tipo de arranjo as máquinas são agrupadas de acordo com o processo que executam. O material se move através de secções especializadas, enquanto as máquinas permanecem fixas. Permite a continuidade da produção no caso de pane de uma das máquinas; Necessidade de maiores espaços físicos para a movimentação; necessidade de um cuidadoso controle de custos de movimentação. O fluxo de material não é único; depende da programação das operações. 8 – LAYOUT DO PROCESSO TIPOS DE ARRANJO FÍSICO 8 – LAYOUT DO PROCESSO TIPOS DE ARRANJO FÍSICO Retífica Forja Pintura Solda Escritório Fresa Professor Fabiano Leal Torno Perfuradora Fundição 91 IEPG - UNIFEI 2016 8 – LAYOUT DO PROCESSO TIPOS DE ARRANJO FÍSICO Job shop TIPOS DE ARRANJO FÍSICO 8 – LAYOUT DO PROCESSO Arranjo físico linear (por produto) É o tipo de arranjo físico em que o material se move, permanecendo fixos os homens e máquinas. São linhas de produção dedicadas; Indicados para produções repetitivas ou contínuas, em grandes volumes; Os recursos são dispostos em torno do percurso do produto, não sendo partilhados entre muitos produtos (como é o caso do layout funcional); Estes arranjos seguem uma linha reta, ou mesmo formatos de L, O, S, U. 8 – LAYOUT DO PROCESSO TIPOS DE ARRANJO FÍSICO Estação 1 Estação 2 Professor Fabiano Leal Estação 3 Estação 4 92 IEPG - UNIFEI 2016 8 – LAYOUT DO PROCESSO TIPOS DE ARRANJO FÍSICO Testar SAÍDA 9 Aparafusar Abrir Furar 8 7 6 5 ENTRADA 1 2 3 4 Cortar Aparar Estripar Alinhar Juntar Arranjo físico linear em forma de U TIPOS DE ARRANJO FÍSICO 8 – LAYOUT DO PROCESSO Arranjo físico híbrido (celular) Exemplos: células de montagem, baseadas na tecnologia de grupo. O arranjo físico celular consiste em dispor as máquinas, as estações de trabalho e os materiais nos dispositivos como se somente um operador fabricasse. Quando se projeta um processo com uma pessoa se movendo em todos os elementos de trabalho, automaticamente irá projetar um processo que evita ilhas isoladas de atividades, minimizará a acumulação de estoque entre os processos, eliminará caminhadas excessivas, resolverá obstáculos existentes e trarão as etapas de criação de valor tão próximas umas das outras quanto possível. 8 – LAYOUT DO PROCESSO TIPOS DE ARRANJO FÍSICO Os agrupamentos da tecnologia de grupo são determinados a partir das operações que são necessárias para se executar um trabalho sobre um conjunto de itens semelhantes, ou família de peças. As células se tornam, de fato, versões em miniatura de arranjos físicos por produto (lineares). Professor Fabiano Leal 93 IEPG - UNIFEI 2016 TIPOS DE ARRANJO FÍSICO 8 – LAYOUT DO PROCESSO Arranjo físico funcional Usinagem Fresagem L L M M L L M M L L M M L L Perfuração D D D D Retífica Montagem Recebimento e embarque A A A A G G G G G G TIPOS DE ARRANJO FÍSICO 8 – LAYOUT DO PROCESSO Arranjo físico celular L L M L G M G Área de montagem A Célula 2 Célula 1 Recebimento D A G Célula 3 L M D Embarque 8 – LAYOUT DO PROCESSO TIPOS DE ARRANJO FÍSICO Vídeo “célula de produção” Observe o layout; Observe a sequência de movimentos; Observe o ciclo da operadora. Professor Fabiano Leal 94 IEPG - UNIFEI 2016 8 – LAYOUT DO PROCESSO TIPOS DE ARRANJO FÍSICO Uma empresa dividiu seu espaço em 4 setores distintos, sendo cada um responsável por uma função (layout funcional). Em cada setor devem ser colocadas máquinas responsáveis pela função do setor, como mostra a figura a seguir. Setor A Setor B Setor C Setor D 8 – LAYOUT DO PROCESSO TIPOS DE ARRANJO FÍSICO Três produtos deverão ser produzidos por esta empresa. O produto 1 necessita das funções A, B e D, nesta ordem. O produto 2 necessita das funções C e D, nesta ordem. O produto 3 necessita das funções A, B, C e D, nesta ordem. Cada função é realizada por um tipo de máquina. A tabela abaixo mostra o tempo que cada máquina gasta por produto. A demanda diária dos produtos é a seguinte: noventa unidades do produto 1, cento e dez unidades do produto 2, oitenta e sete unidades do produto 3. Considere uma capacidade produtiva diária de 8 horas e utilização igual a 100%. Desconsidere tempos de setup e deslocamento. 8 – LAYOUT DO PROCESSO TIPOS DE ARRANJO FÍSICO Esta empresa estuda alterar o layout, deixando de utilizar layout funcional e passando a utilizar células. Deverão ser projetadas 3 células: célula 1, para o produto 1; célula 2, para o produto 2; célula 3, para o produto 3. Desenhe como ficariam estas 3 células de produção e calcule a taxa de produção diária de cada célula, utilizando o menor número possível de máquinas para atender à demanda. Considere as linhas sempre em ciclo. Resolução P1 P3 P2 Professor Fabiano Leal 95 IEPG - UNIFEI 2016 TIPOS DE ARRANJO FÍSICO 8 – LAYOUT DO PROCESSO TP função A = (5min/unid).(90unid)+(4min/unid).(87unid) = 798 min TP função B = (10min/unid).(90unid)+(5min/unid).(87unid) = 1335 min TP função C = (3min/unid).(110unid)+(15min/unid).(87unid) = 1635 min TP função D = (5min/unid).(90unid)+(4min/unid).(110unid)+(5min/unid).(87unid) = 1325 min Função C é a mais exigida! Máquinas C necessárias = 1635min / 480min ≈ 4 Máquinas B necessárias = 1335min / 480min ≈ 3 Máquinas D necessárias = 1325min / 480min ≈ 3 Máquinas A necessárias = 798min / 480min ≈ 2 8 – LAYOUT DO PROCESSO TIPOS DE ARRANJO FÍSICO Setor A Setor B Setor C Setor D Vamos agora para a montagem das células, utilizando somente o número de máquinas calculado. TIPOS DE ARRANJO FÍSICO 8 – LAYOUT DO PROCESSO Célula 1 Célula 2 10 min B A 10 min 5 min B 3 min 4 min C D D 5 min Tempo de ciclo = 4 min Taxa = 120 unid/dia Tempo de ciclo = 5 min Taxa = 96 unid/dia 15 min C Célula 3 4 min 5 min 15 min 5 min A B C D Tempo de ciclo = 5 min Taxa = 96 unid/dia 15 min C Professor Fabiano Leal 96 IEPG - UNIFEI 2016 ELABORAÇÃO DE ARRANJOS FÍSICOS 8 – LAYOUT DO PROCESSO Método dos Elos ou das Interligações O método estabelece que os equipamentos com maior número de interligações terão prioridade na localização no chão de fábrica. ELABORAÇÃO DE ARRANJOS FÍSICOS 8 – LAYOUT DO PROCESSO Matriz de interligações Soma-se as interligações na vertical e na horizontal, para cada operação (A, B, ...). Este total de interligações representa o número de traços da próxima figura. 8 – LAYOUT DO PROCESSO ELABORAÇÃO DE ARRANJOS FÍSICOS Disposição relativa dos equipamentos Professor Fabiano Leal 97 IEPG - UNIFEI 2016 ELABORAÇÃO DE ARRANJOS FÍSICOS 8 – LAYOUT DO PROCESSO O modelo Carga/Distância A resposta oferecida não é necessariamente a ótima. Vamos ver um exemplo de aplicação: 10 m 10 m 10 m Vamos alocar 6 departamentos nestes 6 espaços de 10 m2 cada um. 10 m ELABORAÇÃO DE ARRANJOS FÍSICOS 8 – LAYOUT DO PROCESSO Departamentos a serem alocados: A, B, C, D, E e F Primeira pergunta: quantas locomoções diárias são necessárias entre cada par de departamentos? Matriz DE/PARA – N. de locomoções entre departamentos 8 – LAYOUT DO PROCESSO ELABORAÇÃO DE ARRANJOS FÍSICOS A matriz mostra que, entre os departamentos B e E, por exemplo, existem 120 locomoções diárias, não importando se uma pessoa faz o trajeto 120 vezes por dia ou se 10 pessoas fazem cada uma 12 vezes. O fato da matriz só possuir a metade acima da diagonal indica que foram somadas as locomoções de um a outro departamento; assim, existem 120 locomoções entre B e E, independente do sentido. Parte-se de uma proposta inicial: Professor Fabiano Leal 98 IEPG - UNIFEI 2016 8 – LAYOUT DO PROCESSO ELABORAÇÃO DE ARRANJOS FÍSICOS 1 2 B A 10 m 3 10 m C 10 m 4 5 D 6 E F 10 m 8 – LAYOUT DO PROCESSO ELABORAÇÃO DE ARRANJOS FÍSICOS Desta forma, calcula-se o espaço total percorrido entre cada departamento. Por exemplo, para os departamentos C e D: - número de locomoções: 120 - distância: 30 m - espaço percorrido: 120 x 30m = 3600m ELABORAÇÃO DE ARRANJOS FÍSICOS 8 – LAYOUT DO PROCESSO Segunda proposta de alocação: 1 2 C A 10 m 3 10 m B 10 m 4 5 D 6 E F 10 m A maior distância percorrida na proposta anterior foi entre C e D (3600m). Por isto estes departamentos foram aproximados. Professor Fabiano Leal 99 IEPG - UNIFEI 2016 8 – LAYOUT DO PROCESSO ELABORAÇÃO DE ARRANJOS FÍSICOS Houve uma economia de 400 metros diários em relação ao arranjo anterior. Tente agora esta: 1 2 B A 3 10 m E 10 m 4 5 6 D C F ELABORAÇÃO DE ARRANJOS FÍSICOS 8 – LAYOUT DO PROCESSO Importância da proximidade (Grade de Muther) Uso de parâmetros subjetivos na definição das proximidades Departamento 1 A Departamento 2 A E Departamento 3 U X Departamento 4 X A A Departamento 6 I A O Departamento 5 X U A O A – indispensável E – muito importante I – importante O – razoavelmente importante U – indiferente X - inconveniente 8 – LAYOUT DO PROCESSO ELABORAÇÃO DE ARRANJOS FÍSICOS Código A Código X 1-2 1-3 2-6 3-5 4-6 5-6 1-4 3-6 3-4 1- Comece pelo departamento que aparece com maior frequência no código A; 4 2 6 5 2-) Continue com os demais departamentos com código A; 4 2 1 6 5 3 Professor Fabiano Leal 100 IEPG - UNIFEI 2016 8 – LAYOUT DO PROCESSO ELABORAÇÃO DE ARRANJOS FÍSICOS 3-) Represente os departamentos com código X; 4 1 3 6 4-) Unir os departamentos; 8 – LAYOUT DO PROCESSO ELABORAÇÃO DE ARRANJOS FÍSICOS Análise do fluxo de produção – Production Flow Analysis - PFA Abordagem mais conhecida para alocar tarefas e máquinas a células. 1 A 2 X 3 4 X 5 X B X X X C X X X X X D X E X X Máquinas A, B, C, D e E Peças 1, 2, 3, 4 e 5 ELABORAÇÃO DE ARRANJOS FÍSICOS 8 – LAYOUT DO PROCESSO Reorganizando...... 1 3 A X X D X X 2 4 5 X B X X C X X X X E X X X Célula alfa contém as máquinas A e D Célula beta contém as máquinas B, C e E A peça 5 necessita de máquinas das células alfa e beta. Soluções: - Produzir peça 5 transportando lotes de peças entre as células; - Subcontratar a produção da peça 5; - Produzir peça 5 fora das células (job shop); - Comprar máquina A adicional e inseri-la na célula beta; - Reprojetar peça 5 para que ela não precisa da máquina A. Professor Fabiano Leal 101 IEPG - UNIFEI 2016 8 – LAYOUT DO PROCESSO ELABORAÇÃO DE ARRANJOS FÍSICOS Você poderá consultar diferentes algoritmos utilizados na técnica PFA no livro: Neumann, C.; Scalice, R.K. Projeto de fábrica e layout. Editora Campus, 2015. CAPÍTULO 09 - ERGONOMIA - Legislação - Trabalho estático e dinâmico - DORTs - Posto de trabalho - Tipos de fadiga INTRODUÇÃO 9 - ERGONOMIA Ergon = trabalho Nomos = legislação Ergonomia é a ciência da configuração do trabalho adaptado ao homem. ERGONOMIA ADAPTAÇÃO DO TRABALHO AO HOMEM Professor Fabiano Leal 102 IEPG - UNIFEI 2016 INTRODUÇÃO 9 - ERGONOMIA A ergonomia é um aspecto fundamental a ser considerado dentro da nossa realidade a partir do momento que intervém diretamente em pontos tais como: - Elevado índice de acidentes de trabalho; - Problemas associados à doenças do trabalho; - Redução da produtividade nos locais de trabalho, devido ao alto índice de absenteísmo, retrabalho, queda da motivação no trabalho; - QVT (Qualidade de vida no trabalho) 9 - ERGONOMIA INTRODUÇÃO 9 - ERGONOMIA INTRODUÇÃO Professor Fabiano Leal 103 IEPG - UNIFEI 2016 9 - ERGONOMIA INTRODUÇÃO A ergonomia contribui para a Engenharia de Produção tanto na subárea Engenharia do Produto, quanto na subárea Engenharia do Trabalho, que objetiva projetar, implantar e controlar o posto de trabalho e a maneira de trabalhar. 9 - ERGONOMIA INTRODUÇÃO 9 - ERGONOMIA INTRODUÇÃO Professor Fabiano Leal 104 IEPG - UNIFEI 2016 9 - ERGONOMIA INTRODUÇÃO RITMO CIRCADIANO 9 - ERGONOMIA Os ritmos circadianos regulam a atividade biológica durante as 24 horas do dia. Variações na pressão sanguínea, temperatura corporal, excreção renal, quantidades de hormônios, são observadas durantes as horas do dia e da noite. Exemplos: - De acordo com Grandjean (1998), mais incidentes são esperados no trabalho, entre 2 e 3 horas da madrugada, quando o ritmo circadiano não permite que o operador esteja em estado de vigília. No Brasil, a Constituição diz que o trabalho noturno deve ter remuneração maior ao diurno (comparando-se o mesmo trabalho). Este adicional é de 20%. O chamado “terceiro turno” tem a mesma duração dos demais turnos? RITMO CIRCADIANO 9 - ERGONOMIA Considera-se trabalho noturno (ou terceiro turno, como chamado nas empresas), o trabalho realizado entre às 22:00 de um dia às 5:00 do dia seguinte, nas áreas urbanas. Nas áreas rurais, é considerado noturno o trabalho realizado na lavoura das 21:00 às 5:00, e na pecuária das 20:00 às 4:00. A hora de trabalho normal tem 60 minutos, enquanto a hora de trabalho noturno, nas atividades urbanas (legislação) tem 52 minutos e 30 segundos. Portanto, 8 horas legais de trabalho noturno equivale a (8 x 52,5 min) 420 minutos no relógio, ou 7 horas. Professor Fabiano Leal 105 IEPG - UNIFEI 2016 RITMO CIRCADIANO 9 - ERGONOMIA Mesmo durante o dia, o ciclo circadiano impede que a produtividade do funcionário seja a mesma durante toda a jornada. RITMO CIRCADIANO 9 - ERGONOMIA Transpetro, 2011 No mundo conteporâneo, o trabalho noturno passou a ser vital para diversas áreas. (…). Que prática tem a finalidade de tornar o trabalho noturno menos prejudicial ao trabalhador? a) b) c) d) e) Estudo do ritmo circadiano Aumento da jornada de trabalho Realização esporádica de atendimento médico Realização de atividades que demandem menos movimentação Diminuição da quantidade de finais de semana livres e doi número de folgas Resposta: alternativa A TRABALHO ESTÁTICO Trabalho Estático 9 - ERGONOMIA • Trabalho postural. Contração prolongada da musculatura, o que geralmente implica um trabalho de manutenção de postura. Professor Fabiano Leal Esforço mais evidente nos atuais postos de trabalho. 106 IEPG - UNIFEI 2016 TRABALHO ESTÁTICO 9 - ERGONOMIA Aumento da fadiga em situações onde ocorre desequilíbrio de peso. Aumento da frequência cardíaca em trabalhos com problemas de postura. TRABALHO ESTÁTICO 9 - ERGONOMIA Efeitos da superexposição ao trabalho estático: - inflamações nas articulações - problemas nos tendões - artroses diversas - câimbras Quais problemas ergonômicos você observa nesta figura? TRABALHO ESTÁTICO 9 - ERGONOMIA Neste caso do cirurgião dentista, ocorre um típico trabalho estático. Os vasos sanguíneos são estreitados, e em consequencia não flui sangue em maior quantidade para o músculo. O músculo deve usar suas próprias reservas para se alimentar e respirar, e os resíduos não são retirados, o que causa fadiga muscular. Desta forma, não se pode aguentar por muito tempo um trabalho estático. Professor Fabiano Leal 107 IEPG - UNIFEI 2016 TRABALHO DINÂMICO 9 - ERGONOMIA Trabalho rítmico. Sequencia rítmica de contração e extensão da musculatura. Principal problema do trabalho estático POSTO DE TRABALHO 9 - ERGONOMIA O objetivo principal de qualquer configuração do trabalho deve ser a exigência de exclusão ou pelo menos a máxima diminuição de qualquer espécie de trabalho estático. Postura do braço esticado na colocação de material na máquina. A exigência estática da musculatura diminui a destreza. 9 - ERGONOMIA POSTO DE TRABALHO Professor Fabiano Leal Mesa com apoio para cotovelos e pés, diminuindo o trabalho estático. 108 IEPG - UNIFEI 2016 POSTO DE TRABALHO 9 - ERGONOMIA É mais indicado trabalhar em pé ou sentado? Do ponto de vista ortopédico e fisiológico, é altamente recomendável um local de trabalho que alterne o trabalho sentado com uma postura de pé. 9 - ERGONOMIA POSTO DE TRABALHO 9 - ERGONOMIA POSTO DE TRABALHO Professor Fabiano Leal 109 IEPG - UNIFEI 2016 9 - ERGONOMIA POSTO DE TRABALHO 9 - ERGONOMIA POSTO DE TRABALHO 9 - ERGONOMIA POSTO DE TRABALHO Configuração errada e certa de números e ponteiros dos mostradores. A extremidade do ponteiro deve estar na mesma altura e ter a mesma espessura que os traços da escala; ele não deve cobrir os traços nem os números da escala. Falhas Professor Fabiano Leal Acidentes 110 IEPG - UNIFEI 2016 9 - ERGONOMIA FADIGA Fadiga: conjunto de ocorre no organismo, atividades físicas ou levam a uma sensação cansaço. alterações que resultantes de mentais e que generalizada de Consequências: perda de eficiência, ou seja, a diminuição da capacidade de trabalho, diminuição da motivação, percepção, atenção, capacidade de raciocínio prejudicada e menor desempenho em atividades físicas e mentais. 9 - ERGONOMIA FADIGA A International Organization Standardization (ISO) busca uma padronização para os métodos de mensuração de cargas de trabalho, nos quais vários fatores fisiológicos provocam efeitos, como fadiga, estresse, monotonia, e que são chamados de carga de trabalho mental. ISO 10075 - Ergonomics principles related to mental work-load. FADIGA 9 - ERGONOMIA Tipos de fadiga • Visual • Física • Mental • Nervosa • Monotonia • Fadiga crônica (somatório de influências fatigantes) • Nictemérica (produzida pelo ritmo biológico do ciclo dia-noite – ciclo circadiano) Professor Fabiano Leal 111 IEPG - UNIFEI 2016 9 - ERGONOMIA FADIGA Como medir a fadiga? Não existe nenhum método direto de avaliação quantitativa do estado de fadiga. Não existe nenhuma medida direta da fadiga, como a que poderia ser comparada com a medição de consumo de energia em quilocalorias. Todos os métodos até hoje usados medem determinadas manifestações da fadiga, que só podem ser avaliadas como “indicadores da fadiga”. FADIGA 9 - ERGONOMIA 1- Quantidade e qualidade da produção. A queda da taxa de produção ou aumento no refugo poderia indicar aumento da fadiga. Limitações: outros fatores podem estar envolvidos. 2- Avaliação da sensação de fadiga. Feita com questionários. Exemplo: NASA-TLX 3- Eletroencefalograma. Alterações das ondas alfa, teta e beta podem apontar para aumento da fadiga. 4- Frequencia da fusão do olho. Teste através da exposição de uma pessoa a uma luz piscando. 5- Testes psicomotores. Reação, marcação de quadrados em uma folha, agilidade etc. FADIGA 9 - ERGONOMIA 6- Testes mentais. Cálculos, testes de memória. 7- Análises clínicas. Testes de sangue. Lembre-se: Todos os métodos até hoje usados medem determinadas manifestações da fadiga, que só podem ser avaliadas como “indicadores da fadiga”. Professor Fabiano Leal 112 IEPG - UNIFEI 2016 MONOTONIA 9 - ERGONOMIA Monotonia é uma reação do organismo a uma situação pobre em estímulos ou em condições com pequenas variações dos estímulos. • atividades repetitivas de longa duração; • tarefas de observação de longa duração; • pouca duração do ciclo da operação; • trabalho com isolamento social; • etc. Os mais importantes sintomas de monotonia são os sinais de fadiga, sonolência, falta de disposição e diminuição da atenção. Pessoas extrovertidas têm uma maior predisposição à monotonia. Você se lembra o que é enriquecimento horizontal e vertical do trabalho? PAUSAS NO TRABALHO 9 - ERGONOMIA Pausa é um período de inatividade que se intercala entre períodos de atividade. Pausa furtiva - aquelas que o trabalhador consegue fazer nas lacunas operacionais de seu processo. Exemplos: pausa para apontar um lápis, procurar uma ferramenta, regular uma máquina etc. - São ineficazes. Normalmente são mais longas que o necessário e de pequeno valor recuperativo. Devem ser evitadas no projeto de um trabalho (lembra do diagrama homem-máquina?) PAUSAS NO TRABALHO Pausa organizadas (alto efeito recuperativo) 9 - ERGONOMIA - Pausas entre operações (rápidas). Pausas de 3 a 5 minutos após cada 1 hora de trabalho leve. Pausas de 10 a 60 minutos após trabalhos pesados de igual período. Refeições não devem ser consideradas pausas. Elas devem ocorrer após 4 a 6 horas depois do início do trabalho. Recomenda-se 15 minutos de desaceleração antes e 15 minutos após para descanso. Professor Fabiano Leal 113 IEPG - UNIFEI 2016 SONO E VIGÍLIA 9 - ERGONOMIA Vigília é a condição do ser humano acordado e na posse de seus sentidos. Segundo nosso ciclo circadiano, nossa maior disposição para o trabalho é das 9:00 às 10:00, das 15:00 às 17:00. A mínima ocorre das 7:00 às 9:00, das 12:00 às 14:00 e das 2:00 às 3:00. O sono do trabalhador noturno durante o dia, além de ser mais curto, apresenta um encurtamento da fase REM. O sono diurno do trabalhador noturno é de menor qualidade. O trabalho noturno, na maioria das vezes, envolve prejuízos sociais, sobretudo no convívio familiar, relações com amigos etc. SONO E VIGÍLIA 9 - ERGONOMIA Recomendações ao trabalho noturno: - Iluminação adequada, evitando índices baixos e altos. Evitar tubos fluorescentes, com oscilações luminosas. - Permitir ao trabalhador noturno algum grau de autoridade sobre o trabalho, para evitar a monotonia. - Entre o fim de um turno e o início de outro manter pelo menos 12 horas livres. - Trabalhadores noturnos devem ter entre 25 e 50 anos. - Deve ser quentes. oferecida alimentação balanceada e refeições QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO (QVT) 9 - ERGONOMIA O engenheiro de produção é o elo entre o setor técnico e administrativo, e deve atuar no sentido de integrar objetivos de produção, saúde, bem-estar e segurança no trabalho. O estudo da QVT tem o objetivo de criar um ambiente organizacional psicologicamente saudável na empresa. Existem vários instrumentos para medir a QVT. A maioria usa escala Likert. Alguns fatores avaliados: - Relação com a chefia Relação com os colegas Benefícios Salário Oportunidade de desenvolvimento Reconhecimento Estabilidade Professor Fabiano Leal Comunicação institucional transparente Meios para realizar a tarefa Ambiente físico 114 IEPG - UNIFEI 2016 QUESTÃO HISTÓRICA Críticas ao Taylorismo, embasadas no conceito da monotonia: 9 - ERGONOMIA - Locais de trabalho caracterizados por curtos ciclos de produção, curtos períodos de aprendizado e pequena exigência ao trabalhador. O resultado desta divisão do trabalho é uma forte limitação do espaço de manobra individual; (...) os desdobramentos das capacidades humanas são prejudicados. E quanto à segurança no trabalho? Segurança no trabalho 9 - ERGONOMIA QUESTÃO HISTÓRICA Foto tirada em Nova York, no 69.º andar do edifício GE do Rockefeller Center, em 29 de Setembro de 1932 9 - ERGONOMIA HOJE Professor Fabiano Leal 115 IEPG - UNIFEI 2016 HOJE 9 - ERGONOMIA Observe a posição das ferramentas HOJE 9 - ERGONOMIA Dispositivos que facilitam o manuseio do produto 9 - ERGONOMIA HOJE Professor Fabiano Leal 116 IEPG - UNIFEI 2016 9 - ERGONOMIA PESQUISAS 9 - ERGONOMIA PESQUISAS 9 - ERGONOMIA PESQUISAS Tarde Manhã Professor Fabiano Leal Noite 117 IEPG - UNIFEI 2016 LEGISLAÇÃO 9 - ERGONOMIA Dentro da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), existem normas regulamentadoras (NRs). Hoje, existem 33 NRs. A NR 17 se refere à Ergonomia. Alguns trechos desta NR 17: 17.1.1. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho. Levantamento, transporte e descarga individual de materiais LEGISLAÇÃO 9 - ERGONOMIA Perceba que a NR 17 não estipula pesos máximos: 17.2.2. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança. 17.2.5. Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o transporte manual de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente inferior àquele admitido para os homens, para não comprometer a sua saúde ou a sua segurança. Embora a NR 17 trate esta questão de forma qualitativa, a CLT define de forma quantitativa: CLT, Art. 198 - É de 60 kg (sessenta quilogramas) o peso máximo que um empregado pode remover individualmente, ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do menor e da mulher. (Redação conforme a Lei nº 6.514, de 22.12.1977) LEGISLAÇÃO 9 - ERGONOMIA O valor estipulado pela CLT está bem acima do limite recomendado internacionalmente como parâmetro de segurança e conforto no trabalho. Esta problema motiva longos e caros debates judiciais. Mobiliário dos postos de trabalho Professor Fabiano Leal 118 IEPG - UNIFEI 2016 LEGISLAÇÃO 9 - ERGONOMIA 17.3.1. Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição. A ergonomia orienta a alternância de posturas, pois não existe nenhuma postura fixa que seja confortável. 17.3.2. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas, mesas (...) devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes requisitos mínimos: a) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade (...); b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador; c) ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação adequados (...). LEGISLAÇÃO 9 - ERGONOMIA Equipamento dos postos de trabalho 17.4.1. Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. Reparador de rede elétrica - Escada segura Bolsa para instrumentos Rádio ou celular etc 9 - ERGONOMIA LEGISLAÇÃO 17.4.3. Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo devem observar o seguinte: a) condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do equipamento à iluminação do ambiente (...); b) o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao trabalhador ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem executadas; c) a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneira que as distâncias olho-tela, olho- teclado e olho-documento sejam aproximadamente iguais; d) serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável. Observe que o item b coloca como desconforme laptops e tablets. Professor Fabiano Leal 119 IEPG - UNIFEI 2016 LEGISLAÇÃO 9 - ERGONOMIA Condições ambientais 17.5.1. As condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. 17.5.2. Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes condições de conforto: a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira registrada no INMETRO; b) índice de temperatura efetiva entre 20oC (vinte) e 23oC; c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s; d) umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento. LEGISLAÇÃO 9 - ERGONOMIA Organização do trabalho 17.6.3. Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise ergonômica do trabalho, deve ser observado o seguinte: a) todo e qualquer sistema de avaliação de desempenho para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar em consideração as repercussões sobre a saúde dos trabalhadores; b) devem ser incluídas pausas para descanso; c) quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção deverá permitir um retorno gradativo aos níveis de produção vigentes na época anterior ao afastamento. 9 - ERGONOMIA LEGISLAÇÃO 17.6.4. Nas atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se, salvo o disposto em convenções e acordos coletivos de trabalho, observar o seguinte: a) o empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos trabalhadores envolvidos nas atividades de digitação, baseado no número individual de toques sobre o teclado (...); b) o número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve ser superior a 8.000 por hora trabalhada, sendo considerado toque real, para efeito desta NR, cada movimento de pressão sobre o teclado; c) o tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o limite máximo de 5 (cinco) horas (...); d) nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa de 10 minutos para cada 50 minutos trabalhados, não deduzidos da jornada normal de trabalho; Professor Fabiano Leal 120 IEPG - UNIFEI 2016 LEGISLAÇÃO 9 - ERGONOMIA Leia mais sobre a NR 17 http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr17.htm Exemplo de cartilha para o empregador realizar o checkout. POSTO DE TRABALHO 9 - ERGONOMIA Vamos ver agora uma série de recomendações para projeto de postos de trabalho. Levantamento, transporte e descarga individual de materiais 1. Uso de carrinhos no manuseio de cargas POSTO DE TRABALHO 9 - ERGONOMIA 2. Combinar transporte e armazenagem no manuseio de cargas Professor Fabiano Leal 121 IEPG - UNIFEI 2016 POSTO DE TRABALHO 9 - ERGONOMIA 3. Usar equipamentos apropriados (levantar pesos) POSTO DE TRABALHO 9 - ERGONOMIA 4. Usar equipamentos apropriados (transportar pesos) POSTO DE TRABALHO 9 - ERGONOMIA 5. Adequação das pegas Professor Fabiano Leal 122 IEPG - UNIFEI 2016 POSTO DE TRABALHO 9 - ERGONOMIA Trabalho sentado e em pé Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de trabalho deve ser assim projetado. Lembre-se que o funcionário deve ser orientado a alternar a posição, ficando em pé também. 1. No caso do trabalho em pé, observar altura da mesa de acordo com a altura do cotovelo. Para trabalhos mais leves, mesa na altura dos cotovelos. Conforme o trabalho vai se tornando mais exigente fisicamente, reduzir altura da mesa em relação aos cotovelos. POSTO DE TRABALHO 9 - ERGONOMIA 2. Trabalho em pé para pessoas de diferentes alturas. 3. Para trabalhos sentados, deve haver espaço para o trabalhador mover as pernas. 4. As cadeiras devem ter encosto, e devem ter altura regulável. 9 - ERGONOMIA POSTO DE TRABALHO estudante Semi sentado Professor Fabiano Leal 123 IEPG - UNIFEI 2016 POSTO DE TRABALHO Superfícies de trabalho 9 - ERGONOMIA 1. Adequar as diferenças de nível nas bancadas POSTO DE TRABALHO 9 - ERGONOMIA 2. Reduzir a distância entre operador e o objeto 3. Evitar inclinação ou torção de lombar DORTs 9 - ERGONOMIA Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho. Antigamente eram conhecidas como LER (lesões de esforços repetitivos) Quais são as principais causas das DORTs? 1. Organização do trabalho Pouca autonomia do trabalhador, ritmos acelerados de trabalho, tensão entre chefia e funcionário, ambiente de trabalho inadequado (luz, som temperatura), monotonia, ausência de pausas. Professor Fabiano Leal 124 IEPG - UNIFEI 2016 DORTs 9 - ERGONOMIA 2. Posto de trabalho Móveis, ferramentas e instrumentos inadequados, que exigem esforços e posturas inadequadas. A análise biomecânica de ferramentas, instrumentos, postos de trabalho é chamada de Biomecânica Ocupacional. 9 - ERGONOMIA DORTs FERRAMENTAS DE CÁLCULO Procure em livros e na internet as seguintes técnicas: 9 - ERGONOMIA - Método OCRA (Occupational Repetitive Actions); - Método RULA (Rapid Upper Limb Assessment); Professor Fabiano Leal 125 IEPG - UNIFEI 2016 SIMULAÇÃO 9 - ERGONOMIA Catia Human Builder Jack (Siemmens) PESQUISAS 9 - ERGONOMIA Uso da técnica NASA-TLX Site da disciplina PESQUISAS 9 - ERGONOMIA Vamos aplicar a técnica NASA-TLX (Task Load Index) O instrumento foi desenvolvido pelos pesquisadores Hart e Staveland a partir da medida multidimensional de carga mental, que provê uma pontuação global da carga de trabalho baseada na média ponderada de avaliações de 6 sub-escalas: - 3 dimensões relatam as demandas (exigências) impostas ao sujeito (mental, física e temporal) 3 dimensões na interação entre o sujeito e a tarefa (esforço, frustração e realização), como demonstrado na Tabela Imagine grupos de 4 ou 5 alunos. Considere para a análise as tarefas relacionadas a disciplinas, estágios, pesquisa, que você está executando neste período. Professor Fabiano Leal 126 IEPG - UNIFEI 2016 9 - ERGONOMIA PESQUISAS (performance) OBS.: você pode considerar uma tarefa de pequena exigência mental, mas ao mesmo tempo, por ser muito chata, você considera de grande esforço para manter a atenção. PESQUISAS 9 - ERGONOMIA 1-) faça um reconhecimento das características de seu grupo. Exemplo: PESQUISAS 9 - ERGONOMIA 2-) descubra o peso de cada escala do NASA-TLX. Para isto, mostre ao entrevistado as 15 disputas entre cada par de escala, para ele apontar a que apresenta a maior contribuição em peso para a carga de trabalho. Professor Fabiano Leal Cada uma das 6 escalas pode ser marcada de 0 a 5 vezes. Os pesos representam quantas vezes cada escala foi marcada. O somatório dos pesos será 15. 127 IEPG - UNIFEI 2016 PESQUISAS 3-) calcule agora a taxa de cada escala. Para isto, entregue ao entrevistado uma ficha como esta. 9 - ERGONOMIA Cada espaço marcado vale 1 ponto. A escala vai de 0 a 20 pontos. PESQUISAS 9 - ERGONOMIA 4-) calcule o índice global Nasa (IGN) Si representa o número de pontos atribuídos à escala i; PSi representa o peso atribuído a cada sub-escala i. O IGN máximo é 20. Engenharia de Produção EPR-702 RACIONALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO 2016 Fabiano Leal www.fabiano.unifei.edu.br Professor Fabiano Leal 128