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ISSN:1517-8595 ISSN 1517-8595 volume Volume6,5,número Número1,1,janeiro janeiro- junho, - julho,2004 2003. Universidade UniversidadeFederal Federal de deCampina Campina Grande Grande Centro de Ciências e TecnologiaNaturais Centro de Tecnologia e Recursos Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais Brazilian Journal Agro-industrial Products UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE Reitor: Thompson Fernandes Mariz Vice-Reitor: José Edilson de Amorim ISSN 1517-8595 Campina Grande, PB v.6, n.1, p.1-95, 2004 PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA Pró-Reitor: Michel François Fossy EDITOR Mario Eduardo R. M. Cavalcanti Mata CENTRO DE TECNOLOGIA E RECURSOS NATURAIS Diretor: João Batista Queiroz de Carvalho EDITOR ASSISTENTE Maria Elita Martins Duarte CORPO EDITORIAL Alexandre José de Melo Queiroz - DEAg/UFCG/Paraíba Carlos Alberto Gasparetto - FEA/UNICAMP/São Paulo Evandro de Castro Melo - DEA/UFV/Minas Gerais Francisco de Assis Santos e Silva - DEAg/UFCG/Paraíba José Helvécio Martins - DEA/UFV/Minas Gerais Jose Manuel Pita Villamil - DB/UPM/Espanha Josivanda Palmeira G. de Gouveia - DEAg/UFCG/Paraíba Leda Rita D'antonino Faroni - DEA/UFV/Minas Gerais Francisco de Assis Cardoso Almeida - DEAg/UFCG/Paraíba INFORMAÇÕES GERAIS A Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais é publicada semestralmente, podendo editar números especiais caso exista essa necessidade. A Revista tem por objetivo divulgar trabalhos técnicos científicos, técnicos, notas prévias e textos didáticos, originais e inéditos, escritos em português, espanhol e inglês, nas áreas do conhecimento em: Propriedades Físicas dos Materiais Biológicos; Armazenamento e Secagem de Produtos Agrícolas; Automação e Controle de Processos Agroindustriais; Processamento de Produtos Agropecuários; Embalagens; Qualidade e Higienização de Alimentos; Refrigeração e Congelamento de Produtos Agrícolas e Processados, além do Desenvolvimento de Novos Equipamentos e de Produtos Alimentícios. Os artigos publicados na Revista estão indexados no AGRIS AGROBASE e no CAB ABSTRACT. INFORMACIONES GENERALES Lincoln de Camargo Neves Filho - FEA/UNICAMP/São Paulo Odilon Reny Ribeiro Ferreira da Silva - EMBRAPA/Paraíba Rogério dos Santos Serôdio - CEPLAC/Bahia Rossana Maria Feitosa de Figueirêdo Sandra Maria Couto - DEA/UFV/Minas Gerais Satoshi Tobinaga - FEA/UNICAMP/São Paulo Silvio Luis Honório - FEAGRI/UNICAMP/São Paulo Tetuo Hara - CENTREINAR/Minas Gerais Vicente de Paula Queiroga - EMBRAPA/Paraíba Vivaldo Silveira Junior - FEA/UNICAMP/São Paulo REVISÃO DE TEXTOS Português: Marli de Lima Assis José Salgado de Assis Inglês: Ápio Cláudio de Lima Assis REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Renato Fonseca Aragão Os assuntos, dados e conceitos emitidos por esta Revista, são da exclusiva responsabilidade dos respectivos autores. A eventual citação de produtos marcas comerciais não significa recomendação de utilização por parte da Revista. REVISTA BRASILEIRA DE PRODUTOS AGROINDUSTRIAIS PUBLICAÇÃO SEMESTRAL Av Aprígio Veloso, 882 - Caixa Postal 10.087 La Revista Brasileña de Productos Agroindustriales tiene una edición semestral, pudiendo editar números especiales caso exista esta necesidad. La Revista tiene por objetivo hacer una divulgación de los trabajos científicos, técnicos, notas previas y textos didácticos, originales e inéditos, escritos en portugués, español o ingles, en las áreas de conocimiento en: Propiedades Físicas de los Materiales Biológicos; Almacenamiento y Secado de Productos Agrícolas; Automación y Control de los Procesos Agroindustriales; Procesamiento de los Productos Agro-pecuarios; Embalajes; Calidad y Higienización de los Alimentos; Refrigeración y Congelamiento de los Productos Agrícolas y Procesados, así como también el Desarrollo de nuevos Equipos y de nuevos Productos Alimentares. Los artículos publicados en la Revista están indexados en AGRIS AGROBASE y en el CAB ABSTRACT. GENERAL INFORMATION The Brazilian Journal of Agro-industrial Products will have a has a semestral edition, but it can have special numbers if this is necessary. The purpose of the Journal is to spread Scientific and technical works, previous notes and didactic, original and unpublished works, written in Portuguese, Spanish and English about Physical Proprieties of Biological Materials; Storage and Drying of Agricultural Products; Automation and Control of Agro-industrial Processes; Processing of Vegetal and Animal Products; Packing; Quality and Healthily of Foods; Refrigeration and Freezing of Agricultural Products already processed besides the Development of New Equipment FICHA CATALOGRÁFICA Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais/ Brazilian Journal Agro-Insustrial Products v.6, n.1, (2004). Campina Grande: Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Ciências e Tecnologia, 2004. Campina Grande, volume 6, número 1, janeiro-junho, 2004. Semestral ISSN 1517-8595 ISSN 1517-8595 Tiragem 500 exemplares. CAPA: goiaba, cadeia produtiva Site da RBPA http://www.deag.ufcg.edu.br/rbpa. 1. Engenharia Agroindustrial-Períodicos. 2. Agroindústria. 3. Produtos Agroindustriais. 4. Engenharia de Alimentos. 5. Engenharia Agrícola. CDD 631.116 ISSN 1517-8595 Volume 6, Número 1, Janeiro-Junho, 2004 SUMÁRIO/ CONTENTS Artigos Científicos Página DRYING OF GRAINS IN CONVEYOR DRYER AND CROSS FLOW: A NUMERICAL SOLUTION USING FINITEVOLUME METHOD. (Secagem de grãos em secador de esteira e fluxos cruzados: uma solução numérica usando o método dos volumes finitos) Raimundo Pereira de Farias, Deivton Costa Santiago, Pedro Ronaldo Herculano de Holanda, Antonio Gilson Barbosa de Lima ........................................................................................................................................................................................... 1 MODELO CODIFICADO E REAL PARA A DIFUSIVIDADE EFETIVA DA SECAGEM DO RESÍDUO DO EXTRATO HIDROSSOLÚVEL DE SOJA (The real and codified mathematical models to the effective diffusivity of the drying of the soy hydrosoluble extract residue) César Augusto Agurto Lescano, Satoshi Tobinaga ,.................................................................................................................. 17 POST HARVEST MATURITY OF AVOCADOS EVALUATED BY NON-DESTRUCTIVE TESTS (Estágio de maturação na pós-colheita de abacates avaliado por processos não destrutivos) Paulo Cesar Corrêa, Jose Luis de la Plaza Pérez, Deise Menezes Ribeiro, Bruno Fernandino Furtado ................................ 27 DETERMINAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DA GOIABA: GOIABEIRAS ADUBADAS NO SEMI-ÁRIDO DA PARAÍBA (Determination of the guava physical and chemical characteristics: Fertilized guava tree in the semi-arid region of Paraiba ) Josivanda Palmeira Gomes de Gouveia, Francisco de Assis Cardoso Almeida, Bartolomeu Garcia de Souza Medeiros, Carmelita de F. A. Ribeiro, Simone Mirtes Araújo Duarte ....................................................................................................... 35 PROPRIEDADES TÉRMICAS DA MASSA GRANULAR DE MILHETO, ALPISTE E PAINÇO: DETERMINAÇÃO E MODELAGEM (Thermal properties of the millet, canary-seed and pearl millet granular mass: Determination and modelling) Paulo Cesar Corrêa, Ednilton Tavares de Andrade, Paulo Cesar Afonso Júnior ................................................................ 39 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA GOIABA (Psidium guajava L.): EFEITO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA (Physical characteristics of the guava (Psidium guajava L.): Effect of the manuring with nitrogen) Bartolomeu Garcia de Souza Medeiros, Josivanda Palmeira Gomes de Gouveia, Francisco de Assis Cardoso Almeida, Carmelita de F. A. Ribeiro, Simone Mirtes Araújo Duarte ....................................................................................................... 47 USO DE ETILENO EXÓGENO NA MATURAÇÃO DA BANANA VARIEDADE PRATA-ANÃ (Use of exogen ethylene in the banana prata-anã variety maturation). Eliseu Marlônio Pereira de Lucena, Antenor Silva Júnior, Ana Maria Chaves da Silva, Izabel Karine Monteiro Campelo, Jonas dos Santos Sousa, Ticiana Leite Costa, Luciana Façanha Marques, Francisco Jardel Rodrigues da Paixão ............. 55 ISOTERMAS DE DESSORÇÃO DE GRÃOS DE FEIJÃO MACASSAR VERDE (Vigna unguiculata (L.) Walpers), VARIEDADE SEMPRE-VERDE. (Desorption isotherm of cowpea (Vigna unguiculata (l.) Walpers), always-green variety) José Rildo de Oliveira, Mário Eduardo R.M. Cavalcanti Mata, Maria Elita Martins Duarte ................................................. 61 ESTUDO DA SECAGEM DE CAQUI GIOMBO COM ENCOLHIMENTO E SEM ENCOLHIMENTO (Drying study of persimmons with shrinkage and without it ) Kil Jin Park, Christiane Tanigawa Tuboni, Rafael Augustus de Oliveira, Kil Jin Brandini Park ........................................... 71 COMBINAÇÕES DE MEL E ACEROLA EM PÓ: AVALIAÇÃO REOLÓGICA (Mixture of honey with acerola powder: Rheological evaluation) Jean Carlos de Oliveira Freitas, Alexandre José de Melo Queiroz, Rossana Maria Feitosa de Figueirêdo, Adriana Evangelista Rodrigues ............................................................................................................................................................... 87 Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.1-16, 2004 ISSN 1517-8595 1 DRYING OF GRAINS IN CONVEYOR DRYER AND CROSS FLOW: A NUMERICAL SOLUTION USING FINITE-VOLUME METHOD Raimundo Pereira de Farias1, Deivton Costa Santiago2, Pedro Ronaldo Herculano de Holanda3, Antonio Gilson Barbosa de Lima4 ABSTRACT The drying of solids in cross flow band conveyor dryer (continuous operation system) in which particles (thin-layer) move in a wire net conveyor was theoretically studied. A mathematical modeling that considers the influence of the bed porosity and the transient terms in the drying process was developed. The finite volume method and upwind formulation to convective terms were used to solve numerically the governing conservation equations. The results of the relative humidity and temperature of the air and temperature and moisture content of the material (yellow corn kernel) along the drying process are presented and analyzed to examine the influence of the main drying parameters on the quality of the product in the end of the process. This study can be used to help researchers in the optimization of this and others types of driers under small modifications. Keywords: drying, finite-volumes, dryer, net conveyor, corn SECAGEM DE GRÃOS EM SECADOR DE ESTEIRA E FLUXOS CRUZADOS: UMA SOLUÇÃO NUMÉRICA USANDO O MÉTODO DOS VOLUMES FINITOS RESUMO Este trabalho tem como objetivo, estudar a secagem de sólidos em secador de esteira e fluxos cruzados (sistema de operação contínua) em que partículas (em camada fina) movem-se em uma esteira transportadora. O modelo proposto considera a influencia da porosidade do leito e os termos transientes no processo de secagem. As equações que descrevem o problema físico foram resolvidas numericamente utilizando o método numérico dos volumes finitos considerando o esquema upwind como função de interpolação para os termos convectivos. Para verificar a influencia dos principais parâmetros de secagem na qualidade do produto no final do processo, resultados da temperatura e umidade relativa do ar de secagem, e do teor de umidade e temperatura do grão de milho durante o processo de secagem são mostrados e analisados. Esta pesquisa pode ser usada para ajudar pesquisadores na otimização deste e de outros tipos de secadores realizando poucas modificações no modelo. Palavras-chave: secagem, volumes finitos, secador, esteira transportadora, milho _________________________ Protocolo 508 de 08 / 03/2004 1 Mestre em Engenharia Mecânica, Departamento de Engenharia Mecânica, CCT, Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), CEP 58109-970, Cx. Postal 10069, Campina Grande-PB, Brasil. Fone (083) 310-1317 2 Graduando em Engenharia Mecânica, Departamento de Engenharia Mecânica, CCT, Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campina Grande-PB, Brasil. Bolsista PIBIC/UFPB/CNPq. 3 Doutorando em Engenharia de Processos, CCT, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande-PB, Brasil. 4 Professor Doutor do Departamento de Engenharia Mecânica, CCT, Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), CEP 58109-970, Cx. Postal 10069, Campina Grande-PB, Brasil. Fone (083) 310-1317, e-mail: [email protected] 2 Drying of grains in cross flow conveyor dryer: a numerical solution using finite-volume method Farias et al. INTRODUCTION MATHEMATICAL MODEL Grains are normally harvested still fairly moist, therefore, they must be dried to minimize the water content and to reduce spoilage problems due to the action of the microorganisms (Giner et al., 1998; Rumsey & Rovedo, 2001). These agricultural products are dried through two techniques: fixed bed and continuous flow bed (concurrent, counter and cross-flow beds). One of the most common continuous drying flows for grains is the cross-flow dryer. Nowadays, it is necessary to study these driers with more details because of the high cost of the dryer, in particular cross flow one, and they produce considerable stress and cracking on the grain kernel. In general way, the drying residence time of grain in the drier has been obtained as a function of the following variables: the grain bed thickness layer inside the dryer along airflow direction, initial and final moisture content, initial temperature, the grains thermo-physical properties, air flow rate, inlet temperature, and the air humidity ratio. A large number of researchers has reported cross-flow dryer modeling. The models consider the void fraction and/or the transient air-drying condition within the bed neglected (Bakker-Arkema et al., 1974; Sokhansanj & Wood, 1991; Brokker et al., 1992; Fasina & Sokhansanj, 1993; Barrozo et al., 1996; Motta-Lima et al., 1996; Li et al., 1997; Liu & Bakker-Arkema, 2001a-b). Other researchers present numerical studies considering void fraction and/or the transient terms in the mathematical model (Eltigani & Bakker-Arkema, 1987; Vasconcelos & Alsina, 1992; França et al., 1994; Soponronnairit et al., 1996; Giner et al, 1996; Giner et al., 1998). Experimental study has been reported in the literature too (Sartori, 1992; Pimentel & Sartori, 1998; Giner & Bruce, 1998; Yang et al., 2000; Siebenmorgem et al., 2000). It is necessary to know the effect of the drying parameters in the moisture removal and temperature of the solid during the drying process in order to obtain the better drying conditions and to save energy. The aim of this work is to present a numerical model, using the finite volume method, to predict the changes of the air temperature and relative humidity, and the solid temperature and moisture content during drying process in a continuous cross flow belt conveyor considering existence of void fraction and all transient terms in the conservation equations. The development of the conservation equation is based on the control volume illustrated in Figure 1. The following assumptions as a simplification of the model to describe the drying process of solids in a conveyor band dryer have been made: a) The volume shrinkage is negligible during the drying process. b) The temperature and moisture content gradients within the individual particle are negligible along the process. c) Heat conduction among the particles is negligible. d) Heat loss of the dryer to the surrounding is negligible. e) Air and grain flows are plug-type. According to the assumptions, the following partial differential equations are obtained to model the transient cross flow drying process in a belt conveyor dryer Mass Air ( a x ) w a M a x P t y t (1) Solid M Thin layer drying equation t (2) where a is the air density, x is the humidity ratio, wa is the air velocity, is the porosity, p is the product density, M is the average moisture content, y is the Cartesian coordinate and t is the time. Energy Air A * h c (T ) w ( a T) a a T t y (c a xc v ) (3) Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.1-16, 2004 Drying of grains in cross flow conveyor dryer: a numerical solution using finite-volume method where T is the air temperature, A* is the M ( y, t 0) M o cp cw M ( y, t 0) o T (y=0, t) = To p (5a- d) Solid h fg c v (T ) 3 where hfg is the heat of vaporization of the product and cw is the specific heat of water. The following initial and boundary conditions were used surface area of the solid per volume unit of the bed, hc is the convective heat transfer coefficient, is the average temperature of the solid, ca and cv are the specific heat of the air and vapor, respectively. A * h c (T ) ( p ) t cp cw M Farias et al. x (y=0, t) = xo (4) M t Inlet Air y Solid Layer z Inlet Solid Outlet Solid H dy Outlet Air dz y , x, w dy Sz __ M,cp _ p __ _ M, up z dz y+dy __ Sy l z + dz __ dz z __ T T dy y x x dy y __ M M dz z Figure 1 – Schematic representation of the continuous cross flow belt conveyor dryer Corn grain is usually harvested at high moisture content for safe storage. So, it is necessary to dry this agricultural product to storage and to prevent quality deterioration. As application, the methodology was used to describe the drying of yellow corn grains. In this sense, Brokker et al. (1992) report the following thin-layer drying equation to describe drying rate: M t Me M Bt 3600 A 2 900 (6) 1/ 2 where t is in seconds, Me is the equilibrium moisture content, A 1.7054824 0.0087917 and B 148.60862e 0.059418 . The heat of vaporization, equilibrium moisture content, specific surface area, dry solid density and specific heat of the corn grain, Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.1-16, 2004 Drying of grains in cross flow conveyor dryer: a numerical solution using finite-volume method 4 and the void fraction of the bed are given by (Brokker et al., 1992). h fg (2502.2 - 2.39T) 1 1.2925e16.981M 1 ln( 1 x ) 5 100 8.6541x10 ( T 49.81 ) 1 / 1.8634 (7a-f) The specific heat of water on the vapor and liquid phases are given by (Jumah et al., 1996): M c p 1.361 3.97 kJ / kgK ( 1 M) cv = 1.8830 – 0.16737x10-3Tabs + 0.84386x10-6 Tabs2 – 0.26966x10-9 Tabs 3 kJ/kgK (9a) P 650 kg / m 3 cw = 2.82232 + 1.18277x10-2 Tabs – 3.5047x10-5 Tabs2 + 3.6010x10-8 Tabs3 kJ/kgK (9b) 0.44 A 784 m 2 / m 3 The specific heat (Jumah et al., 1996), density, relative humidity, absolute temperature, Universal constant applied to the air, saturation pressure of vapor and local atmospheric pressure are given by (Rossi, 1987): ca=1.00926 - 44.04033.10-5T + 6.17596.10-7T2 – 4.0972x10-10 T3 kJ/kgK P M a atm a R.Tabs Tabs = Ta + 273.15 K; Patm = 101325 Pa Patm x a ( x a 0.622).Pvs Pvs=22105649.25Exp{[-27405.53+ 97.5413Tabs –0.146244Tabs2+0.12558x10-3 Tabs3–0.48502x 10-7 Tabs4] / [4.34903Tabs - 0.39381.10-2 Tabs]} Pa kJ/kg Me UR Farias et al. (8a-g) R=8314.34 J/kg The heat transfer coefficient was obtained using the following equations (Brokker et al., 1992): 101.4( a w a ) 0.59 to a w a 0.68 W/m2oC (10) hc 99.6( a w a ) 0.49 to a w a 0.68 NUMERICAL SOLUTION Many numerical techniques can be used to solve the set of partial differential equations, for example, finite-element, finite-difference, Boundary-element and finite-volume methods (Patankar, 1980; Maliska, 1995; Versteeg and Malalasekera, 1995). In this work, the finitevolume method was used to discretize the basic equations integrating one under the control volume and time as illustrated in Figure 2. z z y S y P N t t+ t t+ 2t Figure 2 - Control volume used in this work Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.1-16, 2004 Drying of grains in cross flow conveyor dryer: a numerical solution using finite-volume method The result of the integration is a set of linear equations in the discretized form as follows STC Farias et al. 5 y t Mass Grain A P x P A S x S A oP x oP SC Energy (10d) A P P A oP Po SC where (10a) M c vp z h c A * z t z Ap t m p c p p c w M p c p p c w M z t m M h c A *Tp z t S z C p cp p c w M p cp p c w M (h fg c v Tp ) p Mass A P M P A oP M Po SC (10b) t m (npy 1)t , where npy is the nodal point number in the direction y. During this t m , the grains within the volume z H were AP z t m A oP z t m z Bt 1 / 2 3600(A 2 ) 900 M e z Bt 1 / 2 3600(A 2 ) 900 Energy A P TP A S TS A oP TPo SC (10c) assumed stationary and thus T, x , M and were obtained to the fixed bed drying. Upwind scheme as interpolation function to convective terms along the z-direction was used in all equations. More details about this procedure can be found in Santiago et al., (2002) and Farias (2003). Condensation of water Air T where A * h c y y w a t ( a c a a xc v ) wa AS A * h c y A oP ( a c a a xc v ) AP A computational code, using the software Mathematica, was implemented to obtain the numerical results. The time step was evaluated by t y / w a in the equations applied to the air. To the grains, z u p (npy 1)t and M where SM C w y a a t wa AS a y o A P a t p M SCx dy t A P a where A oP x After calculating M , , T and x in each position inside bed and drying time, the relative humidity is obtained. If this value is greater than 1 saturation or super saturation is assumed and condensation is modeled. The condensation of water may occur when a large amount of vapor of water is transported by the air and so cooled when it passes through cool grains The following procedure was used to model the condensation: a) M , , T and x are calculated in a y location inside the bed, and then Pvs and UR are obtained. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.1-16, 2004 6 Drying of grains in cross flow conveyor dryer: a numerical solution using finite-volume method b) If UR>1, a new value of the absolute humidity x=x–x is assumed. So, go to passes c. If UR 1 stop the condensation and go to new y location. c) Using the new value x, we calculate the new values of M , and T. d) Using the new value of T, we calculate Pvs and UR and return to passes b. RESULTS AND DISCUSSIONS In order to analyze the effects of the air drying conditions on the moisture removal of the yellow corn grain, several conditions are chosen for simulation. Table 1 presents all drying condition used in the work as well as the final moisture content, total drying time and length of the dryer. Numerical results of the average moisture content of yellow corn grain are compared with experimental data to fixed bed drying reported in the literature to validate the methodology (Fortes et al., 1978). The comparison is possible because upwa (up= 0.005m/s). Figure 3 illustrates this comparison during drying process in y0.0 m to test 1. It is verified that a very few errors were obtained. Figures 4 and 5 show the effect of airdrying inlet conditions on the moisture removal and temperature of the grain. It is verified that the drying temperature has strong effect on the grain temperature stronger than on the moisture content. However, the increase of the grain temperature increases the drying rate and the grain reaches the temperature of the air and its equilibrium moisture content more quickly. This situation may cause damage to the grain quality. The new value of M is given by: W z M M bc ( a a )( x bc x ) p u p y (11) The new value of T is given by: a w a z (ca c v x bc )Told py(cp c w Mbc ) bc up T dz a Wa (ca c v x ) 12) up py(cp c w Mbc ) bc a w a ( a w a Farias et al. z )h fg (x - x bc ) up z ( ca c v x ) up In this procedure, x 10 8 kg / kg was used. The subscript “bc” refers to values before condensation. __ M (kg water/kg dry solid) 0.30 0.28 0.26 0.24 0.22 T=75oC; UR=4.7%; wa=1.63 m/s Numerical Experimental (Thin-Layer) (Fortes, 1978) 0.20 0.18 0.16 0 1000 2000 3000 4000 5000 t (s) Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.1-16, 2004 Drying of grains in cross flow conveyor dryer: a numerical solution using finite-volume method Farias et al. 7 Figure 3 - Comparison between the predicted and experimental values (Fortes, 1978) of the moisture content during the drying process of yellow corn grain in y0.0m and H=0.1m (test 1) Table 1 - Air and grain conditions used in this work, final moisture content, total drying time and length at the dryer Grain H o (m) (ºC) Mf** (kg/kg) xo (kg/kg) Air wa (m/s) To (ºC) RH (%) t (s) L (m) 24 0.180 0.011340700 1.63 75 4.7 4907.90 24.54 0.2 25 0.231 0.002628163 1.50 30 10.0 8000.00 40.00 0.30 0.2 25 0.215 0.004583815 1.50 40 10.0 8000.00 40.00 4 0.30 0.2 25 0.177 0.012514130 1.50 60 10.0 8000.00 40.00 5 0.30 0.2 25 0.158 0.019776720 1.50 70 10.0 8000.00 40.00 6 0.30 0.2 25 0.194 0.000761409 1.50 50 1.00 8000.00 40.00 7 0.30 0.2 25 0.195 0.003825780 1.50 50 5.00 8000.00 40.00 8 0.30 0.2 25 0.196 0.007698940 1.50 50 10.0 8000.00 40.00 9 0.30 0.2 25 0.198 0.015590900 1.50 50 20.0 8000.00 40.00 10 0.30 0.2 25 0.200 0.031983900 1.50 50 40.0 8000.00 40.00 11 0.30 0.2 25 0.202 0.049242300 1.50 50 60.0 8000.00 40.00 12 0.30 0.2 25 0.134 0.002923429 1.50 80 1.00 8000.00 40.00 13 0.30 0.2 25 0.141 0.030526000 1.50 80 10.0 8000.00 40.00 14 0.30 0.2 25 0.146 0.064204200 1.50 80 20.0 8000.00 40.00 15 0.30 0.2 25 0.154 0.143195100 1.50 80 40.0 8000.00 40.00 16 0.30 0.2 25 0.163 0.242745300 1.50 80 60.0 8000.00 40.00 17 0.30 0.1 25 0.188 0.014897320 1.50 80 5.00 4000.00 20.00 18 0.30 0.2 25 0.138 0.014897320 1.50 80 5.00 8000.00 40.00 19 0.30 0.3 25 0.138 0.014897320 1.50 80 5.00 8000.00 40.00 20 0.30 0.5 25 0.152 0.014897320 1.50 80 5.00 6666.67 33.33 21 0.30 1.0 25 0.138 0.014897320 1.50 80 5.00 8000.00 40.00 22 0.30 0.1 25 0.226 0.003825788 1.50 50 5.00 4000.00 20.00 23 0.30 0.3 25 0.195 0.003825788 1.50 50 5.00 8000.00 40.00 24 0.30 0.5 25 0.204 0.003825788 1.50 50 5.00 6666.67 33.33 25 0.30 1.0 25 0.195 0.003825788 1.50 50 5.00 8000.00 40.00 26 0.30 0.2 25 0.195 0.003825788 0.10 50 5.00 8000.00 40.00 27 0.30 0.2 25 0.195 0.003825788 0.30 50 5.00 8000.00 40.00 28 0.30 0.2 25 0.195 0.003825788 0.50 50 5.00 8000.00 40.00 29 0.30 0.2 25 0.195 0.003825788 1.00 50 5.00 8000.00 40.00 Test Mo (kg/kg) 1 0.30 0.1 2 0.30 3 ** In y=0.0m. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.1-16, 2004 8 Drying of grains in cross flow conveyor dryer: a numerical solution using finite-volume method Farias et al. UR=10%; H=0.2 m ; wa=1,5 m/s; y=H T=30 ºC T=40 ºC T=50 ºC T=60 ºC T=70 ºC T=80 ºC M* (kg water/kg dry solid) __ 0.32 0.28 0.24 0.20 0.16 0.12 0 2000 4000 t (s) 6000 8000 Figure 4 - The effect of the air-drying temperature under the average moisture content of the grain during drying process y=0.0 m; UR=10%; wa= 1.5m/s; H=0.2 m T=30 ºC T=40 ºC T=50 ºC T=60 ºC T=70 ºC T=80 ºC 80 _ (ºC) 60 40 20 0 100 200 t (s) 300 400 Figure 5 - The effect of the air-drying temperature under the grain temperature during drying process Figures 6 and 7 show the air and grain temperatures within the bed in nine drying times to the six air-drying conditions. It is verified that the highest gradients occurs quickly in the drying of the grain and closed to entrance of the air in the dryer. The high thermal gradients along the bed are not recommended because it produces non uniform drying and big thermal stress in the grain and it can cause cracking, fissures and deformation in the solid and reduce its quality in the end of the process. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.1-16, 2004 t= 1.33 s t= 5.33 s t= 8.00 s t= 13.33 s t= 26.66 s Drying of grains in cross flow conveyor a numerical solution using finite-volume method Farias et al. t= 66.66dryer: s T=80 ºC; UR=1%;H= t=133.33 s t=200.00 s t= 1.33 s T=80 ºC; UR=1%;H= 0.2 m;Wa=1.5 m/s t=400.00 s 9 t= 5.33 s t= 8.00 s t= 13.33 s t= 26.66 s t= 66.66 s t=133.33 s t=200.00 s t=400.00 s t= 1.33 s t= 5.33 s t= 8.00 s t= 13.33 s t= 26.66 s t= 66.66 s t=133.33 s t=200.00 s t=400.00 s 80 T (ºC) 60 80 40 T=80 ºC; UR=10%; Wa= 1.5 m/s; H=0.2m; 60 20 0.00 60 t= 1.33 s t= 5.33 s 0.08 t= 8.00 s y (m) t= 13.33 s t= 26.66 s t= 66.66 s t=133.33 s t=200.00 s t=400.00 s 0.04 0.12 T (ºC) (a) 0.16 T (ºC) 80 80 20 T (ºC) 70 0.00 60 50 0.04 40 80 T=80 ºC; UR=10%; Wa= 1.5 m/s; H= 40 t= 1.33 s t= 5.33 s t= 8.00 s t= 13.33 s t= 26.66 s t= 66.66 s t=133.33 0.08 s 0.12 t=200.00 sy (m) t=400.00 s 20 0.00 0.04 0.16 0.20 80 t= 1.33 s t= 5.33 s t= 8.00 s 0.12 0.16 t= 0.08 13.33 s t= 26.66 y s (m) t= 66.66 s t=133.33 s t=200.00 s 60% ;Wa=1.5 m/s; H=0.2m t=400.00 s 70 0.00 0.04 70 T=80ºC; UR= t= 1.33 s t= 5.33 s t= 8.00 s t= 13.33 s t= 26.66 s t= 66.66 s t=133.33 s t=200.00 s t=400.00 s 80 60 76 T (ºC) 50 72 40 80 T (ºC) (b) 0.20 T=80ºC; UR= 60% ;Wa=1.5 m/s; H= 60 t= 1.33 s t= 5.33 s t= 8.00 s t= 13.33 s t= 26.66 s t= 66.66 s t=133.33 s t=200.00 s t=400.00 s 50 40 80 30 68 0.00 30 76 t= 1.33 s t= 5.33 s t= 8.00 s t= 13.33 s t= 26.66 s t= 66.66 s 0.08 0.12 t=133.33 s y (m) t=200.00 s t=400.00 s T=80ºC; UR= 60% ;Wa=1.5 m/s; H=0.2m 30 T (ºC) 0.20 T=80 ºC; UR=10%; Wa= 1.5 m/s; H=0.2m; 40 0.00 0.00 0.04 0.04 0.08 0.08 0.12 y (m) 0.12 0.16 76 0.16 0.04 0.08 0.12 y (m) 64 0.20 0.20 y (m)(c) Figure 6 - Air temperature distribution within the bed to nine drying times. a) UR=1%, b) UR=10% and c) UR=60% 72 72 T (ºC) T (ºC) 0.2 m;Wa=1.5 Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.1-16, 2004 68 68 0 t= 5.33 s t= 8.00s t= 13.33 s t= 26.66 s t= 66.66 Drying of grains in cross flow conveyor dryer: sa numerical solution using finite-volume method t=133.33 s T=80 ºC; UR= 1%;t=200.00 Wa=1.5s m/s; H= 0.2 m t=400.00 s t= 1.33 s t= 5.33 s t= 8.00s t= 13.33 s t= 26.66 s t= 66.66 s t=133.33 s t=200.00 s t=400.00 s T=80 ºC; UR=10 %; Wa=1.5m/s; H=0.2m 80 _ ºC) 60 40 80 20 0.00 _ ºC) 60 40 t= 1.33 s t= 5.33 s t= 8.00 s t= 13.33 s 0.04 0.08 0.12 t= 26.66 s y s(m) t= 66.66 (a) s t=133.33 t=200.00 s T=80 ºC; UR=10 %; Wa=1.5m/s; H=0.2m t=400.00 s 80 60 _ (ºC) 20 0.00 0.04 40 t= 1.33 s t= 5.33 s t= 8.00 s t= 13.33 s t= 26.66 s t= 66.66 s 0.08 0.12 t=133.33 s y (m) t=200.00 s t=400.00 s Farias et al. T=80 ºC; UR= 1%; Wa=1.5 m/s; H= 0 t= 1.33 s t= 5.33 s t= 8.00s t= 13.33 s t= 26.66 s t= 66.66 s t=133.33 s t=200.00 s t=400.00 s 80 0.16 0.20 60 _ ºC) 10 T=80 ºC; UR=10 %; Wa=1.5m/s; H=0.2m 40 20 0.20 0.00 0.16 0.04 80 T=80ºC; UR=60%; Wa= 1.5 m/s; H=0.2m 20 0.00 0.04 _ (ºC) 60 t= 1.33 s t= 5.33 s 0.08 t= 8.00 s t= 13.33 s y (m) t= 26.66 s t= 66.66 s t=133.33 s t=200.00 s t=400.00 s 0.12 0.20 60 _ (ºC) T=80ºC; UR=60%; Wa= 1.5 m/s; H=0.2 T=80ºC; UR=60%; Wa= 1.5 m/s; H=0.2m 80 t= 1.33 s t= 5.33 s t= 8.00 s t= 13.33 s t= 26.66 s t= 66.66 s 0.08t=133.33 s0.12 y (m) s t=200.00 t=400.00 s 60 _ ºC) 20 0.00 0.04 40 40 20 0.200.00 0.16 0.04 t= 1.33 s t= 5.33 s t= 8.00 s t= 13.33 s t= 26.66 s t= 66.66 s t=133.33 s t=200.00 s 0.12 0.08 t=400.00 s y (m) 80 80 20 0.00 0.04 0.08 0.12 0.16 60 (c) 0.20 _ ºC) y (m) 60 _ ºC) Figure 7 - Grain temperature distribution within the bed to nine drying times. a) UR=1%, b) UR=10% and c) UR=60% 40 Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.1-16, 2004 40 0.16 80 0.16 (b) 40 t= 1.33 s t= 5.33 s t= 8.00 s t= 13.33 s t= 26.66 s t= 66.66 s 0.08 0.12 t=133.33 s y s(m) t=200.00 t=400.00 s 0.16 Drying of grains in cross flow conveyor dryer: a numerical solution using finite-volume method It can be observed, in the Figure 6c, that air temperatures only arrive until a certain limit, due to the relative humidity inside the bed reaches its maximum value. The grain temperature (Figure 7c) presents small thermal gradients. The grain temperature reaches temperature next wet bulb temperature of airdrying quickly because of the high relative humidity. It’s stabilized soon after. It is noticed that the temperature of the corn is equal to the wet bulb temperature of the air-drying at the surface of the product. In little time and at the first layers of products, the grain temperature rises slightly, due to the heating of the air and later it stays constant for the other points. It happens because the air reaches relative humidity of 100% in these positions. For large times, 13 and 26 seconds, the behavior of the product temperature in the beginning of the layer is opposed, and a little decreases of the grain temperature occurs. This is due to the dry bulb temperature of the air happening decreases to its wet bulb temperature maintaining the energy conservation of the control volume. Figures 8 and 9 illustrate the effect of the height of the product layer in the moisture Farias et al. 11 content and temperature of the grain. In these figures, it is observed that the increase of the height of the layer provides a smaller drying rate of the product, because the air is reaching saturation along the layer. In the same situation, the product reaches the air temperature in few seconds after initialized the drying process as before. Then, this parameter doesn’t affect the grain temperature strongly. The same behavior is verified to relative humidity (Figure 10a-b). Figures 11a-b illustrate the effect of the relative humidity in the moisture removal of the corn grain for two initial temperatures, 50 ºC and 80ºC. It is verified that the relative humidity changes more the moisture content of the grain than the temperature. The increase of the relative humidity reduces the drying rate as expected. Then, with the decrease of UR, the moisture content of the corn grain decreases more quickly along the process. It reduces the air temperature in the bed, in any time except for the first 200 seconds of process. In this case, the air temperature reaches the wet bulb temperature, producing high temperature gradient in the first layers of the bed. __ M (kg water/ kg dry solid) 0.30 T= 80 ºC; UR=5%;wa=1.5 m/s ; H=0.1 m H=0.2 m H=0.3 m H=0.5 m H=1.0 m 0.28 0.26 0.24 0.22 0.20 0.18 0 1000 2000 3000 4000 t (s) Figure 8 - The effect of layer height in the moisture removal during drying process of corn grain in y=H Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.1-16, 2004 12 Drying of grains in cross flow conveyor dryer: a numerical solution using finite-volume method Farias et al. 90 80 _ (ºC) 70 60 50 T= 80 ºC; UR= 5%; wa= 1.5 m/s H=0.1 m H=0.2 m H=0.3 m H=0.5 m H=1.0 m 40 30 20 0 100 200 300 400 t (s) Figure 9 - The effect of layer height in the grain temperature during drying process of corn grain in y=H 50 _ ºC) 40 T=50ºC; H=0.2m; wa=1.5m/s; y =0.0m UR= 1% UR= 5% UR=10% UR=20% UR=40% UR=60% 30 20 0 100 200 300 400 t (s) (a) 80 ºC 60 T=80ºC; wa=1.5m/s; y=0.0m; H=0.2 m UR= 1% UR= 5% UR=10% UR=20% UR=40% UR=60% 40 20 0 100 200 300 400 t (s) (b) Figure 10 - The effect of relative humidity in the corn grain temperature during the drying process a) T=50ºC and b) T=80ºC Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.1-16, 2004 Drying of grains in cross flow conveyor dryer: a numerical solution using finite-volume method Figures 12 and 13 illustrate the effect of air velocity in the moisture removal and temperature of corn grain during the drying process, respectively. The increases of the airflow rate caused a decrease of the moisture gradients and an increase of the drying rate of solid and considerable effects were verified on the heating rate of the grain. Then, the drying process is controlled by internal and external diffusion. By increasing of the air velocity, the grain reaches the equilibrium temperature more quickly. Farias et al. 13 Recently, there has been a substantial development in reducing the energy consumption of driers because drying is a very energy consumption process. This development happened in two directions: improvement of the actual drying processes to make them consume less energy, and improvement of heat recovery systems Therefore, the air in the outlet of the dryer can circulate again and it can be used to dry solid and to save energy, to low thickness layer and small relative humidity. _ M (kg water/kg dry solid) 0.32 T=50ºC; wa= 1.5 m/s; H=0.2 m; y=0.2m UR= 1% UR= 5% UR=10% UR=20% UR=40% UR=60% 0.28 0.24 0.20 0.16 0 2000 4000 6000 8000 t (s) (a) 0.32 __ M (kg water/kg dry solid) T=80ºC; wa=1.5 m/s; H=0.2m; y=0.2m UR= 1% UR= 5% UR=10% UR=20% UR=40% UR=60% 0.28 0.24 0.2 0.16 0.12 0 2000 4000 6000 8000 t (s) (b) Figure 11 - The effect of relative humidity in the moisture removal during drying process of corn grain. a) T=50ºC and b) T=80ºC Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.1-16, 2004 Drying of grains in cross flow conveyor dryer: a numerical solution using finite-volume method 14 __ M (kg water/kg dry solid) 0.32 Farias et al. T=50 ºC; UR=5%; H=0.2m; y= H Wa=0.1 m/s Wa=0.3 m/s Wa=0.5 m/s Wa=1.0 m/s Wa=1.5 m/s 0.28 0.24 0.2 0.16 0 2000 4000 6000 8000 t (s) Figure 12 - The effect of air velocity in the moisture removal of corn grain during drying process 50 _ (ºC) 40 T=50ºC; UR=5%; H=0.2m; y=H Wa=0.1 m/s Wa=0.3 m/s Wa=0.5 m/s Wa=1.0 m/s Wa=1.5 m/s 30 20 0 200 400 600 800 1000 t (s) Figure 13 - The effect of air velocity in the corn grain temperature during drying process CONCLUSIONS The following conclusions can be summarized The finite-volume method can be used to simulate the drying process in cross flow dryer because of the good agreement obtained by comparison between numerical and experimental data. The air temperature has more effect on the drying rate of corn grain than the airflow rate. It is possible to conclude that the mass transfer is controlled by internal diffusion, and external condition has secondary importance because airflow rate doesn’t affect the drying rate. The grain reaches the inlet air temperature in few seconds of drying for all drying conditions. During drying process, low moisture content gradients within the bed were obtained. It is due to the small thickness layer of the grain that was used for the simulation. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.1-16, 2004 Drying of grains in cross flow conveyor dryer: a numerical solution using finite-volume method The higher gradients of the air temperature inside of the bed happen in the first process instants (" 400,00s) for any air relative humidity; For high relative humidity (around 100%) condensation of water in the bed happens. In this location, the air temperature is equaled to the wet bulb temperature of the air, mainly in the few instants of drying; When the thickness layer of the product (corn grain) and the relative humidity of the air drying increase, the drying rate of the corn grains decreases. However, practically, it doesn't affect heating rate of the product. ACKNOWLEDGEMENTS The authors would like to express their thanks to CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, Brazil) and CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), for its financial support to this work and also grateful to the authors of the references of this paper that it helped in the improvement its quality. Farias et al. 15 Fasina, O. Sokhansang, S. Modeling the bulk cooling of alfalfa pellets. Drying Technology, v. 13, n. 889, p. 1881-1904, 1993. Fortes, M. A non-equilibrium thermodynamics approach to transport phenomena in capillary-porous media with special reference of grain and foods. Purdue University, 1978, 226p. PhD Thesis. França, A. S. Fortes, M. Haghighi, K. Numerical simulation of intermittent and continuous deep-bed drying of biological material. Drying Technology, v. 12, n. 7, p. 1537-1560, 1994. Giner, S. A. Mascheroni, R. H. Wellist, M. E. 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Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.1-16, 2004 Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.17-25, 2004 ISSN 1517-8595 17 MODELO CODIFICADO E REAL PARA A DIFUSIVIDADE EFETIVA DA SECAGEM DO RESÍDUO DO EXTRATO HIDROSSOLÚVEL DE SOJA César Augusto Agurto Lescano1, Satoshi Tobinaga2 RESUMO O objetivo foi obter o modelo matemático codificado e real para determinar a difusividade efetiva da secagem do resíduo do extrato hidrossolúvel de soja (okara) em secador tambor rotativo. Para tal foi utilizado um planejamento fatorial completo 2², cujas variáveis foram, a velocidade do ar de secagem e o tempo de trituração da soja. Devido às características dos suspensores, tais como forma, dimensões e distribuição ao longo da parede do secador, o movimento das partículas em contato com a parede, durante a secagem, provocou a formação de peletes esféricos regulares com diâmetro médio de 0,287 cm. A difusividade efetiva foi determinada para cada tratamento de secagem, utilizando os 12 primeiros termos da solução série do modelo de Fick. Os modelos (codificado e real) obtidos a partir do planejamento ajustaram-se de forma satisfatória aos dados experimentais, onde o modelo codificado apresentou menor desvio médio. Palavras-chave: experimental. soja, okara, secador rotativo, extrato hidrossolúvel, planejamento THE REAL AND CODIFIED MATHEMATICAL MODELS TO THE EFFECTIVE DIFFUSIVITY OF THE DRYING OF THE SOY HYDROSOLUBLE EXTRACT RESIDUE ABSTRACT The objective of this work was to obtain the codified and real mathematical models to determine the effective difusivity of the drying of the soy hydrosoluble extract residue (Okara) in rotary dryer. It was utilized a complete fatorial 2² planning with the drying air speed and the soy grinding time as variables. Pellets of 0.287 cm mean diameter were produced through the rotation movement of okara particules in contact with the dryer wall, during the drying time, due to the suspenders geometric form, their size and distribution on the dryer wall. The 12 first terms of the series solution of Fick’s model were used to determine the effective diffusivity for each drying treatment. The codified and the real models, obtained from the planning, were adjusted satisfactory to the experimental values and the codified model presented the lowest medium deviation. Keywords: soy, okara, rotary dryer, hydrosoluble extract, experimental planning. ________________________ Protocolo 502 de 12 / 02/2004 1 Engenheiro Industrial, Mestre em Engenharia de Alimentos, Doutorando em Engenharia Química – UNICAMP. Victorio Alves dos Santos 47 – Barão Geraldo– Campinas – SP – Brasil – CEP: 13084--330 Celular: (0-xx19) 91488389 – telefone: (0-xx-19) 32896153 – E-mail: [email protected] 2 Professor Doutor do departamento de engenharia de alimentos – FEA – UNICAMP Cidade Universitária “Zeferino Vaz” – CEP: 13083--970– Campinas – SP – Brasil Telefone: (0-xx19) 37884028 – Fax: (0-xx-19) 37884027 – E-mail: [email protected] 18 Modelo codificado e real para a difusividade efetiva da secagem do resíduo do extrato hidrossolúvel de soja INTRODUÇÃO A secagem é um dos métodos mais comuns e mais antigos utilizados na preservação de alimentos. As indústrias que elaboram o extrato hidrossolúvel de soja, conhecido, comercialmente, como “leite de soja”, não aproveitam o resíduo de tal processo para alimentação humana, destinando-o, em sua totalidade, à alimentação animal, ou descartando-o como lixo. Este resíduo denominado “okara” pode ser utilizado como alimento humano, devido a suas ótimas qualidades nutritivas. O Okara se apresenta como uma massa de alta coesão, composição química complexa e um elevado teor de água (70-80%). Possui uma alta capacidade de deterioração em condições normais de umidade e temperatura. O processo de degradação gera odores intensos e desagradáveis, além de provocar contaminação na industria. Com o objetivo de aproveitar este resíduo, foram desenvolvidos estudos detalhados da secagem de okara, utilizando um secador de tambor rotativo (Lescano, 2004). No presente trabalho, foram utilizados os modelos matemáticos, codificado e real, para determinar a difusividade efetiva da secagem de okara, utilizando-se o modelo de Fick, em geometria esférica. Utilizou-se como base do trabalho um planejamento fatorial, tendo a velocidade do ar de secagem e o tempo de trituração da soja como variáveis independentes. A temperatura de secagem foi constante e igual a 55 °C. Lescano & Tobinaga rotativo, leva em conta a transferência de massa com as seguintes considerações: o material é homogêneo, o processo é quase isotérmico, a distribuição da umidade inicial no material é uniforme, a difusividade efetiva é constante, e não existe encolhimento do material. Segundo Aguerre (1985); Saravacos & Rouzeous (1986) e Yusheng & Poulsen (1988), a teoria que tem apresentado maior aceitação é a teoria da migração de água por difusão, representada pela Lei de Fick, Equação (1) X .D X t (1) Assumindo a forma geométrica de uma esfera, onde a transferência interna de umidade durante a secagem é, predominantemente, unidirecional a Equação (1) torna-se: D X 2 X 2ef r t r r r (2) Se a concentração na superfície dos peletes for constante, Xo, a média espacial X ( t ) da solução da Equação (2), com as considerações acima descritas, é dada pela Equação (3), Crank (1975): X(t) X 0 6 2 Xe X0 n 2 2 D ef t e xp 2 r 2 (3) n 1 n 1 Fundamento teórico A migração de água em um material de origem animal ou vegetal ocorre por diversos mecanismos tais como, escoamento nos espaços inter partículas, inter células, difusão em meios sólidos, líquidos ou gasosos. Devido a sua complexidade, é comum usar a lei de Fick da difusão, expressa em termos da difusividade efetiva (Pinto, 1992; Kil, 1992). Neste trabalho, não foi considerado o encolhimento, o endurecimento ou as isotermas de equilíbrio, sendo que segundo Daudin (1983), esta teoria é mais aplicada `devido a sua forma matemática do que por razões teóricas relativas aos fenômenos físicos. Modelo matemático difusivo. O modelo matemático do trabalho ore em estudo para a secagem em secador tambor Assim, as análises feitas com a utilização da lei de Fick, enfocam, principalmente, o estudo dos efeitos globais do fenômeno, conseqüentemente, não apresentando condições para uma descrição dos possíveis mecanismos internos de migração de umidade ou outros fenômenos físicos em particular, sendo que o coeficiente global denominado difusividade efetiva, engloba os possíveis efeitos internos. MATERIAIS E MÉTODOS Produto inicial Para obter o okara, foi necessário inicialmente elaborar o extrato hidrossolúvel de soja. Este extrato foi obtido colocando-se 1 kg de soja em água potável, durante 8 horas. Após esse período, a soja foi selecionada e cozida a 100 ºC, durante 5 minutos (tratamento térmico), Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.15-25, 2004 Modelo codificado e real para a difusividade efetiva da secagem do resíduo do extrato hidrossolúvel de soja mantendo uma relação próxima de 2 kg de soja saturada por 1 litro de água. A mistura, para cada tratamento do planejamento, após ser limpa e peneirada, foi triturada em um multiprocessador de alimentos marca Walita, modelo RI3173/72, com uma quantidade de água mantendo a relação de 1kg de soja saturada por 2 litros de água, durante um determinado tempo A mistura de soja-água triturada foi cozida, durante 5 minutos, após atingir a fervura a aproximadamente 100 °C. Logo após o resfriamento, a mistura foi filtrada, utilizando-se uma malha de 40 mesh para separar o extrato hidrossolúvel de soja do resíduo (okara). O resíduo foi embalado em Lescano & Tobinaga 19 sacos de PVC e, posteriormente, refrigerado a uma temperatura de 10 °C. Processo de secagem O secador rotativo inicialmente foi acionado, sem carga, até atingir a temperatura de 55 oC. Atingida essa temperatura foram introduzidos no secador 2 kg de okara úmido. A variação de umidade de okara, foi acompanhada mediante retirada de amostras a cada 20 minutos, das quais determinava-se o conteúdo de umidade. As variáveis, velocidade do ar de secagem e o tempo de trituração para a produção de okara, encontram-se na Tabela 1. Tabela 1 – Variáveis independentes (fatores) e seus respectivos níveis Fatores Símbolo Níveis Codificado Real -1,414 -1 0 +1 +1,414 x1 vi 0,793 1,0 1,5 2,0 2,207 x2 ti 35 60 120 180 205 Velocidade do ar (m/s) Tempo de trituração (seg) O diâmetro da partícula de okara seca no secador rotativo foi determinado pela análise granulométrica descrito por Kunni e Levenspiel (1969) que consistiu em utilizar uma amostra de 300 gramas de okara seca em peneiras padrões de 3/4, 4, 6, 8, 10, 14, 20, 28 mesh colocadas em um vibrador Produtest. Determinou-se a fração retida em cada peneira, após fazer vibrar, as peneiras, durante um intervalo de tempo de 20 minutos em um nível de vibração de 9 (Foust et al., 1982). A determinação da umidade foi feita pelo método gravimétrico, utilizando-se uma estufa marca Fanem, com circulação forçada de ar a 75 °C durante 48 horas. Os valores de difusividade efetiva do modelo foram calculados, usando-se a Equação (3), utilizando-se o programa Statistica 5.0. Foi feita uma análise comparativa para determinar o número de termos da série, com base nos desvios padrões da difusividade efetiva. Planejamento experimental O estudo da secagem de okara foi realizado, utilizando-se um planejamento experimental com base na metodologia multivariável, denominado planejamento completo com pontos axiais, descrito por Barros Neto et al. (2000). Planejamento completo 2² =4 ensaios, 4 pontos axiais e 5 pontos centrais. Adaptou-se o planejamento experimental completo com 2 fatores para determinar qual dos dois modelos, codificado ou real, representasse melhor as respostas experimentais e decidir a combinação adequada da velocidade do ar e tempo de trituração, sobre as respostas de difusividade efetiva, para o processo de secagem de okara no secador de tambor rotativo. Modelo matemático codificado e real A análise dos resultados obtidos foi realizada, utilizando-se o programa Statistica versão 5.0, através de um modelo matemático quadrático, representado pelas Equações (4) e (5), os modelos codificado e real: Def bo b1x1 b 2 x 2 b11x12 b 22 x 22 b12 x1x 2 (4) Def bo b1v b 2 t b11v 2 b 22 t 2 b12 v t (5) Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.15-25, 2004 20 Modelo codificado e real para a difusividade efetiva da secagem do resíduo do extrato hidrossolúvel de soja Lescano & Tobinaga tratamentos do planejamento. Considerou-se que o produto final fosse uma esfera de 0,287 cm de diâmetro médio e utilizou-se o método de ajuste não linear, tomando-se os n primeiros termos da solução exata, Equação (3). O melhor ajuste foi obtido para n=12 pelo critério do coeficiente de correlação R2, próximo de 1. RESULTADOS E DISCUSSÕES Cinética de secagem Na Tabela 2, encontram-se os valores de difusividade efetiva (Def) e coeficiente de correlação (R²) para cada um dos 13 Tabela 2 – Valores da Difusividade efetiva e Coeficiente de correlação (R²) dos tratamentos do planejamento Tratamento Velocidade do ar secante (m/s) Tempo de trituração (seg) k (1/min) Def x (1010 m²/s) R² 1 1 60 0,03229 1,123 0,995 2 2 60 0,04605 1,601 0,992 3 1 180 0,02628 0,914 0,982 4 2 180 0,02313 0,804 0,990 5 0,793 120 0,03579 1,245 0,988 6 2,207 120 0,02961 1,030 0,993 7 1,5 35 0,03233 1,124 0,985 8 1,5 215 0,02927 1,018 0,987 9 1,5 120 0,02641 0,918 0,990 10 1,5 120 0,02717 0,945 0,989 11 1,5 120 0,02717 0,945 0,992 12 1,5 120 0,02717 0,945 0,990 13 1,5 120 0,02715 0,944 0,987 Na Figura 1 observa-se o ajuste do modelo de Fick aos dados experimentais de secagem para o primeiro tratamento do planejamento fatorial completo. Ajuste do modelo de Fick aos dados experimentais Tratamento 1 1,0 Experimental Modelo de Fick Y adimensional 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 Tempo (min) Figura 1 - Ajuste do modelo de Fick aos dados experimentais de secagem de okara para uma velocidade de ar de secagem de 1,0 m/s e tempo de trituração de 60 s Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.15-25, 2004 Modelo codificado e real para a difusividade efetiva da secagem do resíduo do extrato hidrossolúvel de soja As características do okara seco foram: diâmetro médio de 2,87mm; esfericidade de 0,87; composição química: 42,19% de proteína; 17,84% de lipídeos totais; 13,09% de fibra; 17.56% de carboidrato; 6,32% de cinzas e 3,00% de água. Os dados experimentais de secagem de okara se ajustaram bem ao modelo de Fick para a geometria esférica com um desvio médio de 6,38%. A Equação (3) foi utilizada com 12 termos da série. Lescano & Tobinaga 21 Determinação do modelo matemático codificado para a variável Def e superfície de resposta. Inicialmente, foram determinadas quais eram as variáveis estatisticamente representativas. Nas Tabelas 3 e 4, encontram-se os resultados obtidos da análise dos coeficientes de regressão dos modelos matemáticos codificados com base no erro puro e no erro residual para a difusividade efetiva dessa análise. Tabela 3 - Análise dos coeficientes de regressão do modelo matemático codificado: Erro puro, tomando-se os coeficientes estatisticamente significativos Fator Coeficiente Erro padrão t(4) p Média (b0) 0,9394 0,005 179,525 0,000 x1 Q (b11) 0,1005 0,004 22,649 0,000 x2 L (b2) -0,1445 0,004 -34,939 0,000 x2 Q (b22) 0,0675 0,004 15,208 0,000 x1 x2 (b12) -0,1470 0,006 -25,120 0,000 Tabela 4 - Análise dos coeficientes de regressão do modelo matemático codificado: Erro residual, tomando-se os coeficientes estatisticamente significativos Fator Coeficiente Erro padrão t(11) p Média (b0) 1,0427 0,048 21,807 0,000 x2 L (b2) -0,1445 0,061 -2,371 0,037 No Quadro 1, estão os modelos matemáticos obtidos, excluindo-se os coeficien- tes que não se mostraram, estatisticamente significativos, obtidos da Tabela 3 e 4. Quadro 1 - Modelos matemáticos codificados reduzidos com 95% de confiança Fonte de Erro Erro Puro SS Residual Modelo Matemático codificado Def 0,94 0,1 x12 0,145 x 2 0,068 x 22 0,147 x1 x 2 R2= 0,836 GL = (5 pontos centrais) – 1 = 4 Def 1,043 0,145 x 2 R2 = 0,763 GL = (13 ensaios) – (2 parâmetros.) = 11 A Tabela 5 encontra-se a análise de variância correspondente ao modelo matemático codificado reduzido da variável Def, avaliado de acordo com o erro puro, a 95% de confiança. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.15-25, 2004 22 Modelo codificado e real para a difusividade efetiva da secagem do resíduo do extrato hidrossolúvel de soja Lescano & Tobinaga Tabela 5 - Análise de variância do modelo matemático de acordo com o erro puro Fontes de Soma Grau de Média variação Quadrática liberdade Quadrática Regressão 0,34464 4 0,0862 4,613 Resíduo 0,14942 8 0,0187 Ftab Falta de ajuste 0,14887 4 Erro Puro 0,00055 4 Total 0,49405 12 A partir do modelo matemático codificado reduzido, com base no erro puro, Fcal 3,84 foram construídas as superfícies de resposta e a curva de contorno correspondente, Figura 2. Superficie de resposta; Variável Def 2 fatores, 13 tratamentos 0,877 1,000 1,124 1,247 1,371 1,494 1,618 1,741 above Figura 2 - Superfície de resposta obtida a partir do modelo codificado reduzido baseado no erro puro, correspondente a variável Def. Na Figura 2 verifica-se que para velocidades de secagem altas e tempos de trituração baixos, a difusividade efetiva é maior. Observando-se o quadro de “Anova” para o modelo codificado fica evidente que o modelo obtido é válido, já que o Fcal entre a regressão e o resíduo mostrou-se superior ao Ftab para o modelo de erro residual. O coeficiente de correlação obtido para o modelo calculado com base no erro puro (R = 0,836) foi superior ao coeficiente de correlação obtido para o modelo previsto através do erro residual (R = 0,763). Essa diferença era prevista, já que o modelo calculado pelo erro puro possui um maior número de parâmetros. Determinação do modelo matemático real para a variável Def e superfície de resposta. Primeiro, determinam-se quais são as variáveis estatisticamente significativas para o modelo com base no erro puro. Na Tabela 6, estão os resultados obtidos da análise dos coeficientes de regressão do modelo matemático real, com base no erro puro, para a difusividade efetiva. Analisando-se os coeficientes de regressão do modelo matemático real para o Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.15-25, 2004 Modelo codificado e real para a difusividade efetiva da secagem do resíduo do extrato hidrossolúvel de soja erro residual, fica evidente que nenhum coeficiente foi estatisticamente significativo a um intervalo de confiança de 95%. No Quadro 2 é apresentado unicamente o modelo matemático real para o erro puro, Lescano & Tobinaga 23 excluindo-se os coeficientes que não se mostraram estatisticamente significativos, dado que não se gerou nenhum modelo para o erro residual. Tabela 6 – Análise dos coeficientes de regressão do modelo matemático real: Erro puro, tomando-se os coeficientes estatisticamente significativos. Coeficiente Erro padrão t(4) p Média (bo) 1,535 0,040 38,217 0,000 V1L (b1) -0,628 0,055 -11,508 0,000 V1Q (b2) 0,410 0,018 23,154 0,000 T1Q (b22) 0,000 0,000 24,977 0,000 V1T1 (b12) -0,005 0,000 -35,954 0,000 Quadro 2 - Modelo matemático real reduzido, avaliado a partir do erro puro, com 95% de confiança, correspondentes à variável Def. Fonte de Erro Erro Puro Modelo Matemático real Def 1,54 0,63V2 0,41V22 2.105 T22 5.103 V2T2 R2 = 070456 GL = (5 pontos centrais) – 1 = 4 A Tabela 7 contém a análise de variância correspondente ao modelo matemático real reduzido da variável Def, avaliado de acordo com o erro puro, a 95% de confiança. A partir do modelo matemático real reduzido, baseado no erro puro, foi construída a superfície de resposta que se encontra na Figura 3. Tabela 7 - Análise de Variância do modelo matemático de acordo com o erro puro Fontes de Soma Grau de Média variação quadrática liberdade Quadrática Regressão 0,17415 4 0,0435 1,089 Resíduo 0,31990 8 0,0400 Ftab Falta de ajuste 0,3194 4 0,0798 3,84 Erro Puro 0,0005 4 0,0001 Total 0,4941 12 Na Figura 3, observa-se que, para velocidades de secagem altas e tempos de trituração baixos ou para velocidades de secagem baixas e tempos de trituração altos, obtem-se uma difusividade efetiva maior. Fcal A Anova para o modelo real mostra que o modelo obtido não foi válido, já que o Fcal entre a regressão e o resíduo mostrou-se inferior ao Ftab para o modelo de erro residual. O Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.15-25, 2004 24 Modelo codificado e real para a difusividade efetiva da secagem do resíduo do extrato hidrossolúvel de soja coeficiente de correlação obtido para o modelo Lescano & Tobinaga calculado pelo erro puro foi de R2 = 0,705. Superficie de resposta; Variável Def 2 fatores, 13 tratamentos 0,644 0,792 0,940 1,088 1,236 1,384 1,533 1,681 1,829 1,977 above Figura 3 - Superfície de resposta obtida a partir do modelo real reduzido baseado no erro puro, correspondente a variável Def. CONCLUSÕES x (t ) umidade media local O modelo matemático codificado obtido a partir do planejamento experimental foi o que melhor se ajustou aos dados experimentos. A superfície de resposta e as curvas de contorno, para a difusividade efetiva, mostraram que a velocidade do ar de secagem e o tempo de trituração foram parâmetros fundamentais para a difusividade efetiva do okara, no secador de tambor rotativo e que a velocidade de secagem afeta em maior proporção à difusividade. NOMENCLATURA a constante b coeficiente de regressão --D difusividade Def difusividade efetiva L linear Q quadrático r raio variável resf raio da esfera t tempo ti tempo de trituração vi velocidade do ar X umidade local da amostra (cm) (m²/s) (m²/s) ----(cm) (cm) (s) (s) (m/s) --- xi variável codificada coeficiente axial ------- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Aguerre, R. J.; Gabitto, J. F.; Chirife, J. Utilization of Fick’s second law for the evaluation of diffusion coefficients in food process controlled by internal diffusion. Journal of Food Technology, n. 20, p. 623629, 1985. Barros Neto, B.; Scarminio, I. S.; Bruns, R.E. Como fazer experimentos: Pesquisa e desenvolvimento na ciência e na industria. Campinas. SP. 2.ed. 2000. 401 p. Crank, J. The mathematics of diffusion, Oxford: Claredon Press. 2.ed. 1975. 414p. Daudin, J. D. Calcul des cinétiques de séchage par l’adir chaud des produits biologiques solides. Sciences des Aliments. v. 1, n. 3, p. 1-36, 1983. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.15-25, 2004 Modelo codificado e real para a difusividade efetiva da secagem do resíduo do extrato hidrossolúvel de soja Foust, A.; Wenzel, L.; Clump, C.; Maus, L.; Andersen, L. Princípios das operações unitárias. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1982. 670 p. Kunni, D.; Levenspiel, O. Fluidization engineering. New York: John Wiley & Sons Inc., 1969. Lescano, C. A. A.; Estudo da secagem e caracterização das partículas de okara produzidas em um secador de tambor rotativo. Campinas: UNICAMP/FEA, 2004, 112p. (Dissertação de Mestrado). Park, K.J. Estudo comparativo do coeficiente de difusão sem e com encolhimento Lescano & Tobinaga 25 durante a secagem. Campinas: UNICAMP /FEA, 1987. (Tese de Livre Docência). Pinto, L.A.A; Secagem de materiais fibrosos: músculos de peixes. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) . 1992. (Tese de Mestrado). Saravacos, G.; Rouzeous, G. S. 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Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.15-25, 2004 26 UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA Centro de Ciências e Tecnologia PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA CAMPINA GRANDE – PB MESTRADO Reconhecido pela CAPES – Conceito 5 ÁREAS DE CONCENTRAÇÃO IRRIGAÇÃO E DRENAGEM Linhas de Pesquisa Manejo de Solo, Água, Planta Salinidade Engenharia de Irrigação e Drenagem Sensoriamento Remoto Planejamento de Áreas Irrigadas PROCESSAMENTO E ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS AGRÍCOLAS Linhas de Pesquisa Armazenagem de Produtos Agrícolas Processamento de Produtos Agrícolas Crioconservação de Produtos Agrícolas Propriedades Físicas de Materiais Biológicos Tecnologia Pós-Colheita CONSTRUÇÕES RURAIS E AMBIÊNCIA Linhas de Pesquisa Construções de Silos Materiais Convencionais e Não-convencionais em Construções Rurais Madeira e Estrutura de Madeira Conforto Térmico de Instalações para Animais e Vegetais INSCRIÇÕES Documentos exigidos: Formulário de inscrição fornecido pela COPEAG, acompanhado de 2 fotos 3x4 Currículum Vitae, com cópia dos documentos comprobatórios Cópia autenticada do diploma de graduação ou documento equivalente Histórico escolar da graduação Documento militar, cédula de identidade e título de eleitor 2 cartas de recomendação (modelo fornecido pela COPEAG) Declaração da IES de origem, atestando a inclusão do candidato no Programa Institucional de Capacitação Docente e Técnico (PICDT-CAPES), se for o caso Declaração da empresa ou órgão público de origem, atestando a liberação do candidato por tempo integral, com ou sem recebimento de remuneração, se for o caso Períodos de Inscrição: Setembro para início do Curso em Março Endereço: COPEAG – Coordenação de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola Av. Aprígio Veloso, 882, Bloco CM, 1o. Andar, C.P. 10087, Bodocongó CEP 58.109-970, Campina Grande, PB Fone: (0xx83) 310.1055, Fax: (0xx83) 310.1185 http://www.deag.ufpb.br/~copeag, Email: [email protected] Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, 2004 Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.27-33, 2004 ISSN 1517-8595 POST HARVEST MATURITY OF AVOCADOS EVALUATED BY NON-DESTRUCTIVE TESTS Paulo Cesar Corrêa1*; Jose Luis de la Plaza Pérez2; Deise Menezes Ribeiro1; Bruno Fernandino Furtado1 ABSTRACT Flesh firmness in fruit depends on the maturity degree and it can be determined, in a destructive way, by measuring the required force to penetrate the fruit. However, important researches have been carried out in order to determine the maturity degree in fruits by non-destructive procedures. The objective of this work was to accomplish a comparative study between the mechanical parameters, resulting from controlled impacts and flesh firmness, and a traditional index, used in the evaluation of maturity in "Hass" avocados (Persea americana Mill.). Two batches of fruits were selected. One of them was not in contact with ethylene absorber, while the second one had a sepiolite absorber sachet which was smeared with KMnO4, in a dose of 9,5 g kg-1 per fruit. A computer assisted impact-testing device with a 49,29 g stem and a 0,04 m height was used. Impacts proved to be non-destructive under these conditions and therefore they could be used to determine the ripening stage in "Hass" avocado. The results were similar to both groups, although the one treated with the ethylene absorber presented a delay, making clear its effect on retarding the process of full ripeness in fruits. Keywords: mechanical properties, firmness, impact. ESTÁGIO DE MATURAÇÃO NA PÓS-COLHEITA DE ABACATES AVALIADO POR PROCESSOS NÃO DESTRUTIVOS RESUMO A firmeza dos frutos depende do grau de maturidade e pode ser determinada por métodos destrutivos, medindo-se a força requerida para perfurar o fruto. No entanto, pesquisas importantes têm sido desenvolvidas para determinar o grau de maturidade em frutos por meio de procedimentos não-destrutivos. O objetivo do presente trabalho foi realizar um estudo comparativo entre os parâmetros resultantes do impacto mecânico controlado e os do tradicional método destrutivo por penetração, para avaliação da firmeza como índice de maturação em abacates “Hass” (Persea americana Mill.). Neste estudo foram selecionados dois lotes de frutas, os quais foram submetidos a diferentes tratamentos. No primeiro lote não se utilizou absorvedor de etileno, enquanto que no segundo os abacates receberam sachês de sepiolita contendo KMnO4, na dose de 9,5 g kg-1 por fruta. O equipamento utilizado nos testes apresenta uma haste de 49,29 g e 0,04 m de comprimento, a qual promove o impacto nos frutos mediante comando computadorizado. Sob estas condições, os impactos provaram ser não destrutivos, de tal maneira a propiciar a avaliação do grau de maturação em abacates “Hass”. Os resultados obtidos foram similares para ambos os lotes estudados, havendo, entretanto, o retardamento do processo natural de maturação no lote em contato com absorvedor de etileno. Palavras-chave: propriedades mecânicas, firmeza, impacto ____________________________________________________ Protocolo 512 de 23 / 04/2004 1 Depto. Engenharia Agrícola -UFV – C.P. 270 - 36.570-000 - Viçosa, MG - Brasil. 2 Instituto Del Frio - CSIC , Madrid - España *Corresponding author:<[email protected]> 27 28 Post harvest maturity of avocados evaluated by non-destructive tests INTRODUCTION Flesh firmness in fruits is related as being their resistance to shearing and deformation, being connected to the characteristics of the cell walls and to the resistance of intercell joints. To some extent, it depends on the maturity degree of the fruit. Flesh firmness is determined, in a destructive way, by measuring the required force to a penetrometer, equipped with a cylinder that goes into the fruit, penetrate the fruit, which is usually without skin. It is not possible to use a normal penetrometer in avocados. For this reason, De La Plaza et al. (1975) suggest a modified version with a double plate. By using this system, flesh firmness can be measured in avocados (De La Plaza et al., 1983), custard (Annona cherimoya) and apples (De La Plaza, 1980; De La Plaza et al., 1989). In the last few years, important researches have been carried out in order to determine the maturity degree in fruits by nondestructive procedures. For that purpose, different methods and techniques have been designed and tested, such as: mechanical vibrations, sonic pulses frequency, reflection in the near infrared and nuclear magnetic resonance, with limited success (García Ramos et al., 2003). The use of these techniques in real processes in order to obtain data automatically is mainly limited by the need of modifications in the handling of the fruits and the difficulty in installing sensitive surfaces. The evaluation of the maturity degree in fruits by studying the existence of relationships between the mechanical parameters (which characterize the response to non-destructive mechanical impacts) and flesh firmness, shows several advantages over other techniques. Impact force analysis is attractive as an on-line system because the measurements are quick (impacts spends only milliseconds), the fruit handling aspects, such as accurate placement of the fruit on a sensor, are not complicated and the sensors are inexpensive (McGlone et al., 1997). Nahir (1986) and Delwiche (1987, 1987a) designed systems based on their freefalling on rigid surfaces equipped with force sensors to evaluate flesh firmness in fruits. The variability of fruit mass and the impossibility of controlling the points of contact with the sensitive surface resulted in inaccurate results. Some progress in the design and application of a mechanism to determine the response of fruits to impacts has been made by Rodriguez & Ruiz (1988), Garcia (1988), Ruiz Corrêa et al. et al. (1989, 1990, 1990a) and Jarén & GarcíaPardo (2002). Some researchers have used a computer assisted impact-testing device to study the impact resistance in order to evaluate the susceptibility to possible damages. Results of those previous studies have shown that the evaluation of flesh firmness in fruits made by impact techniques can be successfully used (Jarén & García-Pardo, 2002). From these works, an obvious relationship between the resulting impact parameters and the maturity level can be established. They also demonstrated that a small impact, which does not damage the fruit, can offer valuable data and useful information in order to classify fruits according to their ripeness stage. The objective of this work was to accomplish a comparative study of the mechanical parameters resulting from controlled impacts and flesh firmness, a traditional index used in the evaluation of maturity in "Hass" avocados (Persea americana Mill.). MATERIAL AND METHODS The fruit The study was done with "Hass" avocados (Persea americana Mill.) from Malaga in Spain, which were daily analyzed. After a rigorous selection, they were classified according to their size, ripeness stage and sanitary condition. The condition The fruits were placed in plastic boxes that were wrapped, sealed with low polyethylene bags density (0,025 mm of thickness) and kept at 20 ºC for eleven days. They were divided into two batches. The first one was not in contact with ethylene absorber, while the second one received a dose of 9,5 g kg-1 per "Green Keeper" fruit. Both lots were tested on intervals of 1, 5, 7, 9, and 11 days. Each box, containing ten fruits, was considered a sample unit. Analytical Techniques a) Mechanical Impacts A computer controlled impact test device with a 49,29 g impacted and a 0,04 m drop height was used. It consists, basically, of a steel impacting rod with a spherical tip, which allows Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.27-33, 2004 Post harvest maturity of avocados evaluated by non-destructive tests different height settings for dropping over the fruits. The whole mechanism is controlled by a computer, equipped with a software to record, Corrêa et al. 29 process, and display the mechanical resulting parameters from impacts (Figure 1). Figure 1- Impact testing device. b) Firmness It was used an universal testing machine (Instron 1140), fitted with a double plate, to measure flesh firmness. c) Skin Resistance Skin resistance to puncture was measured, as a complementary test, with an universal testing machine (Instron 1122) fitted with a 0,5 mm diameter flat base probe. All tests were carried out at three different points that are equidistant from the equatorial zone of the fruits. Five avocados were chosen randomly from each sample unit. Figure 2- Impact response Statistical Analysis RESULTS AND DISCUSSION For each treatment (with and without ethyleno absorber), the regression equations (R2 ≥ 0,90) were adjusted to the experimental data for non destructive mechanical parameters in function of the maximum penetration force. The results allowed to select the impact parameters with higher degree of correlation with flesh firmness (Table 1). The results that corresponds to the average of fifteen measures Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.27-33, 2004 Post harvest maturity of avocados evaluated by non-destructive tests 30 are presented In Table 2. The effect of the application of the ethylene absorber is seen in all studied parameters. The use of the absorber reduces the ethylene concentration in the air inside the sample units (boxes).It, together with the modified and steam saturated atmosphere generated within the polyethylene bags, retards the ripeness process. The generated atmosphere Corrêa et al. inside the polyethylene wrapped boxes, with high concentrations of CO2 and low concentrations of oxygen, reduces the fruits sensitivity or the response to ethylene so that it retards the ripeness process. By adding the absorber, this effect is increased and the concentration of ethylene is kept low during the storage. Table 1 - Selected parameters included in the analysis Variables Symbol Units Control With absorber Duration of impact ms DUT DUG Slope Force/Time KN s-1 FIT FTG Slope Force/Deformation N mm-1 FDT FDG Modulus of elasticity mN m-2 MET MEG Maximum deformation Mm DMT DMG Maximum penetration force N FMT FMG Maximum puncture force N PUT PUG Time Days - - Table 2 - Maximum penetration and puncture forces and impact parameters (15 measurements average data) Days FMG (N) FMT (N) PUG (N) PUT (N) DUG (ms) DUT (ms) FTG (kN s-1) 0 76,46 76,46 4,2 4,20 2,75 2,75 66,72 5 74,68 75,73 3,94 3,57 2,84 2,79 65,39 7 68,01 67,76 4,02 3,31 2,90 2,90 54,50 9 60,82 40,02 3,87 2,83 3,13 3,72 50,31 11 22,27 3,14 2,84 2,07 3,87 4,92 36,92 Continuation: FIT Days (kN s-1) FDG (N mm-1) FDT (N mm-1) MEG (Mm m-2) MET (Mn m-2) DMG (mm) DMT (Mm) 0 66,72 93,03 93,03 31,17 31,17 0,85 0,85 5 67,21 90,55 89,41 30,02 30,40 0,88 0,84 7 52,47 73,65 70,60 23,72 22,31 0,89 0,90 9 35,87 68,46 47,20 21,72 13,85 0,91 0,99 10 26,72 47,08 33,14 15,00 10,06 1,07 1,27 Firmness Evolution Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.27-33, 2004 Post harvest maturity of avocados evaluated by non-destructive tests Table 2 and Figure 2 clearly show how fruits become less hard, an evident sign of maturation. In both sets, the decrease started on the 6th day. The effect of the absorber was plainly observed by the end of the experiment. Corrêa et al. 31 The fruits submitted to ethylene absorber presented approximately 20 N of strength, while those without the treatment presented approximately 3 N, what made them nonsuitable for fresh market. FM (N) DU (ms) 5,000 80 60 4,375 FMG FMT DUG DUT 40 3,750 20 3,125 0 2,500 0 2 4 6 8 10 12 Days Figure 3 - Evolution of maximum penetration force (firmness) and the duration of the impact 80 FM (N) PU (N) 5,000 60 4,250 40 3,500 20 2,750 FMG FMT PUG PUT 0 2,000 0 2 4 6 8 10 12 Days Figure 4 - Evolution of the maximum penetration force (firmness) and maximum puncture force Skin Resistance Evolution Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.27-33, 2004 Post harvest maturity of avocados evaluated by non-destructive tests 32 Skin resistance decreases in a similar way to flesh firmness when ripeness becomes complete. The effect of the ethylene absorber is clearly seen in fruits with a higher skin resistance. The results for the batch in which the "Green-keeper" was used were practically constant until the 9th day. From the analysis of the data, an exponential correlation with the maximum penetration force was established (Table 3). It suggests the possibility of taking skin resistance as an index of the ripeness stage of the fruit. Corrêa et al. force/deformation, maximum deformation and modulus of elasticity. There is a direct correlation between the slopes and the modulus of elasticity, and an inverse correlation between the duration of impact and the maximum deformation (Figure 2). The study of these results suggests that the response to nondestructive impacts used to analyze maturity in avocados might be as valid as the traditional methods used to determine flesh firmness. It may be noticed that both batches presented similar results, although the application of the ethylene absorber causes some retardation. Impact Mechanical Parameters Taking flesh firmness as an index of maturity, the mechanical parameters which result showed a higher correlation were: duration of impact slopes of the force/time and Regression analyses of the obtained data were made in order to find the more accurate mathematical model to express the relationship between each parameter and the maximum penetration force (Table 3). Table 3 - Adjusted equations of the puncture force and the impact variables with the penetration force. (Correlation coefficients ≥ 0,90). maximum VARIABLES EQUATIONS Maximum puncture force PUG= 2,463.exp(0,007.FMG) PUT= 2,007.exp(0,008.FMT) Duration of impact DUG= 4,324 – 0,020.FMG DUT= 4,971 – 0,030.FMT Slope force/deformation FDG= 35,031.exp(0,012.FMG) FDT= 29,938.exp(0,01.FMT) Slope force/time FTG= 28,462.exp(0,010.FMG) FIT= 24,137.exp(0,013.FMT) Modulus of elasticity MEG= 10,888.exp(0,013.FMG) MET= 8,763.exp(0,015.FMT) Maximum penetration force DMG= 1,165.exp(-0,004.FMG) DMT= 1,273.exp(-0,005.FMT) CONCLUSIONS Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.27-33, 2004 Post harvest maturity of avocados evaluated by non-destructive tests It may be concluded through the results obtained from data analysis that the mechanical parameters, resulting from nondestructive impact test: duration of impact, slopes of the force/time and force/deformation, maximum deformation and modulus of elasticity are indicators of the ripeness stage in post-harvest avocados. The application of ethylene absorber is a low cost technology and allows to retard full ripening of the fruits. Puncture test, used to measure skin resistance, can also be considered as an indicator of maturity degree in "Hass" avocados. BIBLIOGRAPHIC REFERENCES De La Plaza, J.L.; Calvo, M..L.; Iglesias, M..C.; Luechinguer, R. La lvophilisation des avocats en tranches. Refrigeración Moscú, p.679-689, 1975 De La Plaza, J. L. Controlled atmosphere storage of cherimoya. In: Internacional Congress of Refigeration, 15. Annals… Venezia, 1980. De La Plaza, J.L.; Rossi, S.; Calvo, M.L. Influência de la dosificación del absorbedor etileno Green Keeper, en la conservación de chirimoya por el frio. Fruticultura Profesional, v.23, p.69-79, 1989. De La Plaza, J.L.; Iglesias, M..M. Efectos del encerado sobre la calidad del aguacate "Haas" conservado en atmosfera controlada. In: Congreso Nacional de la S.E.C.H. 1, Valencia, 1983. p.1011-1019. Delwiche, M.J. 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Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.27-33, 2004 34 Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.34, 2004 Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.35-38, 2004 ISSN 1517-8595 DETERMINAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DA GOIABA: GOIABEIRAS ADUBADAS NO SEMI-ÁRIDO DA PARAÍBA Josivanda Palmeira Gomes de Gouveia1, Francisco de Assis Cardoso Almeida1, Bartolomeu Garcia de Souza Medeiros2, Carmelita de F. A. Ribeiro2, Simone Mirtes Araújo Duarte3 RESUMO Objetivou-se com este estudo a determinação das características químicas e físicas da goiaba adubada no semi-árido da Paraíba. O experimento foi realizado no laboratório de Armazenamento e Processamento de Produtos Agrícolas, pertencentes à Universidade Federal de Campina Grande, PB. As goiabas foram colhidas na estação Experimental de Veludo, Itaporanga, PB. As análises físicas determinadas foram: peso do fruto, diâmetro longitudinal e transversal e resistência da polpa; as características químicas determinadas foram: pH, acidez titulável, ºBrix e proteína. Os dados foram submetidos a análise estatística onde foi calculado a média aritmética, o desvio padrão e o coeficiente de variação. A goiaba permaneceu com algumas de suas características químicas inalteradas, como foi o caso do pH, da acidez titulável e da proteína. Caso contrário ocorreu com ºBrix que teve uma redução em relação aos resultados encontrados por outros autores, entretanto, apenas a característica física que sofreu influencia da adubação foi à resistência da polpa. Portanto, a adubação com a dose de 120g cova -1 planta-1 no sertão da Paraíba causou efeito apenas em duas características da goiaba, o ºBrix e a resistência da polpa. Palavras-chave: goiaba, resistência da polpa, adubação DETERMINATION OF THE GUAVA PHYSICAL AND CHEMICAL CHARACTERISTICS: FERTILIZED GUAVA TREE IN THE SEMI-ARID REGION OF PARAIBA ABSTRACT This study has as objective to determine the physical and chemical characteristics of the fertilized guava of the semi-arid region of the Paraíba. The experiment was done in the laboratory of Storage and Processing of Agricultural Products, belonged to the Federal University of Campina Grande, PB. The guavas were gathered in the Experimental Station of Veludo, Itaporanga, PB. The determined physics analyses were: fruit weigh, longitudinal and transverse diameter of the pulp and its the resistance; the determined chemical characteristics were: pH, acidity titulável, ºBrix and the protein. The data were submitted to statistic analysis. The arithmetic average, the standard deviation and the coefficient of variation were calculated. The guava presented no alterations in some of its chemical characteristics, as the pH, the acidity titulável and the protein. Otherwise, ºBrix had a reduction in relation to the results found by other authors, however, the only physical characteristic that suffered influences of the manuring was the resistance of the pulp. Therefore, the manuring with 120g dose (hole-1.planta-1) in the semi-arid of Paraíba just caused effect in two characteristics of the guava, ºBrix and the resistance of the pulp. Keywords: guava, pulp resistance, manuring ________________ Protocolo 302 de 21/06/2004 1 Departamento de Engenharia Agrícola/CCT/UFCG, E-mail: [email protected]; [email protected] 2 Mestre em Engenharia Agrícola/DEAg/CCT/UFCG, E-mail: [email protected] 3 Doutoranda em Recusos Naturais/CCT/UFCG, E-mail: [email protected] 35 36 Determinação de características físicas e químicas da goiaba (Psidium guajava L.) ........ Gouveia et al. INTRODUÇÃO A goiabeira (Psidium guajava L.) é um arbusto de pequeno porte que pertence à família Mytaceae, que, em pomares adultos, pode atingir de três a seis metros de altura. As folhas são opostas e caem após a maturação; as flores são brancas e hermafroditas. Os frutos são bagos que têm tamanho, forma e coloração da polpa variável em função da cultivar. O fruto da goiabeira é considerado, nutricionalmente, valioso devido ao seu alto teor de vitamina C e, também, devido a sua importância econômica e ao fato de que o fruto pode ser utilizado na indústria de várias formas, tais como polpa, suco, compota e sorvete (Martin, 1967). O Brasil assume a posição de primeiro produtor da fruta no mundo com uma área cultivada de 11.504 hectares e, uma produção de 256.616 toneladas, segundo dados publicados em Agrianual 2001, baseados nos levantamentos do IBGE (Cati,2003), concentrando-se esta produção nos Estados de São Paulo, Pernambuco, Goiás, Rio de Janeiro e Mina Gerais. O conhecimento das propriedades químicas e físicas da goiaba é um fator altamente relevante, uma vez que eles são utilizados como referência para a aceitabilidade das mesmas no mercado nacional e internacional. Dentre as características químicas, pode-se destacar: o pH, a acidez titulável, o ºBrix e os teores de proteína e, dentre as características físicas, pode-se destacar: peso do fruto, o diâmetro longitudinal e transversal, e a resistência da polpa. De acordo com Chaves e Spiosser (1996), a determinação do pH é de grande relevância devido a vários fatores, tais como: desenvolvimento de microorganismos, influência na palatabilidade, emprego de esterilização, escolha de embalagem que será utilizada para o alimento. Segundo Chitarra e Chitarra (1990), a acidez titulável é um importante parâmetro na apreciação do estado de conservação de um produto alimentício. Essa quantidade tende a aumentar com o decorrer do crescimento da fruta até o seu completo desenvolvimento fisiológico, quando começa a decrescer à medida que ela vai amadurecer. Os sólidos solúveis totais são a representação da percentagem em gramas dos sólidos que se encontram dissolvidos no suco da polpa. Nas frutas, esses sólidos são constituídos por açúcares e ácidos orgânicos. De acordo com Lima et al. (2001), caracterizando frutos de goiabeira e selecionando cultivares na região do Submédio São Francisco, encontraram que a massa dos frutos variou de 90,8 g. fruto-1 a 244,5 g.fruto-1. Os frutos destinados ao processamento industrial devem ter tamanhos médios em torno de 100 g, e aqueles destinados ao consumo in natura devem ser preferencialmente de médios a grandes, nesta ordem De acordo com o mesmo autor, os valores de diâmetro longitudinal variaram de 5,84 a 7,60 cm e a variação do diâmetro transversal dos frutos foi de 5,30 a 7,79 cm. Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo a determinação de algumas propriedades físicas e químicas da goiaba no sertão da Paraíba. MATERIAL E MÉTODOS Este trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Armazenamento e Processamento de Produtos Agrícolas (LAPPA) do Departamento de Engenharia Agrícola (DEAg), o qual faz parte do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT), da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Campina Grande, PB. As goiabas da variedade Paluma utilizadas na pesquisa foram obtidas de um campo experimental da EMEPA, na Estação Experimental de Veludo, localizada na cidade de Itaporanga, no Estado da Paraíba, cujas coordenadas são 7º18’0” S e 38º9’0” W, onde foi adubada com 120g cova-1 planta-1. As amostras foram colhidas, acondicionadas em sacos de polietileno e posteriormente em caixas com orifícios laterais para que houvesse uma melhor ventilação, durante o transporte. No laboratório, os frutos foram selecionados, descartando-se os danificados pelo atrito no transporte, os manchados, deformados com picadas de insetos ou com sintomas de doenças. Os frutos sadios foram separados, lavados e colocados em bandejas plásticas etiquetadas com o nome de cada repetição para que assim pudesse ser determinada a característica física e, posteriormente, trituradas em um processador para a obtenção da polpa que, depois de preparadas, foram guardadas em um freezer a –18ºC para que se pudessem iniciar as determinações químicas. O peso das goiabas, em gramas, foi determinado com auxílio de uma balança semi-analítica de marca Gehaka, BG 8000. O tamanho foi conhecido, determinando-se o diâmetro longitudinal e transversal da fruta, utilizando-se um paquímetro metálico de marca Mitutoyo, sendo os resultados expressos em cm. A resistência da Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.35-38, 2004 Determinação de características físicas e químicas da goiaba (Psidium guajava L.) ........ Gouveia et al. polpa, expressos em N cm-2, foi obtida, usandose o aparelho chamado Penetrômetro FT011, com quatro repetições cujas perfurações foram feitas na região equatorial de cada fruto, utilizando-se uma ponta de 0,4 cm de diâmetro. O pH foi determinado por meio de potenciômetro de marca Digimed, DMPH-2, calibrado com soluções tampão (pH 4,0 e 7,0). O ºBrix foi determinado por leitura direta em um refratômetro de marca Guimis. A acidez titulável foi determinada por titulação com NaOH, descrito pela AOAC (1992) e os resultados expressos em percentagem. O teor de proteína no fruto foi determinado, avaliando-se o nitrogênio total das amostras pelo método Kjeldahl, descrito pelo Instituto Adolfo Lutz (1985). RESULTADOS E DISCUSSÕES Os dados presentes na Tabela 1 correspondem aos valores de pH, acidez titulável, ºBrix e teor de proteína da goiaba em triplicata, assim como, a média aritmética, o desvio padrão e o coeficiente de variação. Os valores de pH variaram de 3,9 a 3,917. Tais resultados encontrados estão na faixa dos 37 encontrados por Lima et al. (2001) caracterizando goiabas na região do Submédio São Francisco, onde obtiveram pH na faixa de 3,72 a 4,22. A acidez titulável variou de 0,736 a 0,86%. Esses resultados estão dentro dos encontrados por Argenta et al. (1995), caracterizando frutos de goiabeira, que acharam uma acidez titulável de goiabas maduras, variando de 0,40 a 1,04%. Entretanto, ITAL (1978), caracterizando goiabas vermelhas em três diferentes estádios de maturação achou valores de 0,39; 0,38 e 0,30%. Os valores do ºBrix não foram superiores a 5,8%, estando abaixo do encontrado por Maia et al. (1998) determinando o ºBrix de quatro variedades de goiaba, os quais encontraram valores destes, variando de 11,00 a 12,10%. O teor de proteína variou de 0,74 a 0,82%, sendo estes valores superiores aos encontrados por Maia et al. (1998) que foram de 0,62 a 0,66% para quatro variedades de goiabeira. Tal incremento é explicado porque o nitrogênio, na forma de amônio, absorvido nessa forma ou resultante da redução do nitrato, é assimilado pelas plantas e incorporado na forma de aminoácidos e proteínas (Malavolta et al., 1997). Tabela 1 - Síntese da média aritmética, desvio padrão e do coeficiente de variação das características físicas da goiaba: pH, acidez titulável, ºBrix e proteína Goiaba - 120g cova-1 planta-1 Determinação R1 R2 R3 Média Desvio padrão Coeficiente de variação (%) pH 3,900 3,917 3,903 3,910 0,045 1,150 Acidez titulável( %) 0,860 0,736 0,813 0,803 0,048 5,981 ºBrix (%) 5,280 5,80 5,420 5,500 0,261 4,741 Proteína (%) 0,740 0,790 0,820 0,780 0,039 5,040 Na Tabela 2, estão contidos os valores do Peso do fruto, do diâmetro longitudinal e transversal e da resistência da polpa o desvio padrâo e o coeficiente de variação. O peso do fruto variou de 148,2 a 172,3 g, estando dentro da faixa dos valores de peso de goiaba encontrado por Lima et al. (2001) os quais foram de 90,8 a 244,5 g fruto-1.Marinho et al. (1999), trabalhando com Carica papaya (mamão) observaram que a adubação nitrogenada não provocou incremento no peso dos frutos dessa frutífera, inferindo-se que a época de amostragem e, ou, o estádio de maturação e crescimento da parte aérea e o meio de cultivo são fatores que influenciam na determinação da faixa crítica desse nutriente; observação, igualmente, feita por Caetano et al. (2002) para os frutos da figueira. O diâmetro longitudinal e transversal não foram superiores a 7,25 e 6,48 cm respectivamente o que estão também dentro da faixa dos encontrados pelo mesmo autor. A resistência da polpa não ultrapassou os 77,92 N cm-2, diferindo dos encontrados por Gongatti Netto et al. (1996) o Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.35-38, 2004 38 Determinação de características físicas e químicas da goiaba (Psidium guajava L.) ........ Gouveia et al. qual foi de 100 N cm-2. Vale salientar que ela varia com a época de colheita. Tabela 2 - Síntese da média aritimética, desvio padrão e do coeficiente de variação das características físicas da goiaba: peso do fruto, diâmetro longitudinal, transversal e resistência da polpa Goiaba - 120g cova-1 planta-1 Determinação R1 R2 R3 Média Desvio padrão Coeficiente de variação (%) Peso do fruto (g) 172,30 164,77 148,20 161,77 12,29 7,60 Diâmetro longitudinal (cm) Diâmetro transversal (cm) Resistência (N cm-2) 7,25 7,05 7,10 7,10 0,122 1,72 6,40 6,34 6,28 6,28 0,17 2,76 73,10 74,0 77,92 75,02 2,04 2,73 CONCLUSÕES - As características químicas que não sofreram alteração foram: pH, acidez titulável e proteína, fato contrário ocorreu com o ºBrix ; - As características físicas peso do fruto diâmetro longitudinal e transversal não sofreram nenhum efeito, entretanto a resistência do fruto apresentou diferenças, quando comparadas com os outros dados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS AOAC (Association of Official Analytical Chemists). Official methods of analysis. 14 ed. Arlington, Virgínia, 1992. Argenta, L.C.; Bender, R.J.; Kreus, C.L. Mondardo, M. Padrões de maturação índices de colheita de maçãs CVS. Gala, Golden Delicious e Fuji. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v.30, n.10, p.1259-1166, 1995. CATI, Produção integrada de goiaba, fev. 2003. Disponível em: www.cati.sp.gov.br/ projetos/pif/goiaba/produção-de-goiaba. htm , Acesso em: 16 fev. 2003. Chitarra, M.I.F.; Chitarra, A.B. Pós-colheita de frutas e hortaliças. Fisiologia e manuseio. Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão (FAEPE), ESAL, 1990. 293p. Gongatti Netto, G.A.; Garcia, A.E.; Ardito, E.F.G.; Garcia, E.C.; Bleinroth, E.W.; Matallo, M.; Chitarra, M.I.F.; Boradin, M.R. Goiaba para exportação: procedimentos de colheita e pós-colheita: Ministério da Agricultura Rural, 1996. 35p. ITAL, Goiaba - da cultura ao processamento e comercialização. Campinas: v.6., 1978. Lima, M.A.C.; Assis, J.S.; Gonzaga Neto, L. 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Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.35-38, 2004 Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.39-45, 2004 ISSN 1517-8595 39 PROPRIEDADES TÉRMICAS DA MASSA GRANULAR DE MILHETO, ALPISTE E PAINÇO: DETERMINAÇÃO E MODELAGEM Paulo Cesar Corrêa1, Ednilton Tavares de Andrade2, Paulo Cesar Afonso Júnior3 RESUMO Este trabalho teve como objetivo determinar as principais propriedades térmicas da massa granular de milheto, alpiste e painço (calor específico, condutividade e difusividade térmica), para diferentes teores de umidade. Para a determinação do calor específico utilizou-se o método das misturas e para a condutividade térmica o método do cilindro teoricamente infinito com fonte de aquecimento central. A difusividade térmica foi calculada algebricamente utilizando-se os resultados das propriedades citadas anteriormente e da massa específica aparente do produto. Os resultados obtidos permitiram concluir-se que os valores de calor específico e condutividade térmica diminuem com a elevação do teor de umidade dos grãos de milheto, alpiste e painço, e ainda, que a difusividade térmica aumenta com a diminuição do teor de umidade dos produtos analisados. Palavras-chave: milheto, alpiste, painço, propriedades térmicas THERMAL PROPERTIES OF THE MILLET, CANARY-SEED AND PEARL MILLET GRANULAR MASS: DETERMINATION AND MODELLING ABSTRACT This work had as objective to determine the main thermal properties of the millet, canary-seed and pearl millet granular masses (specific heat, thermal conductivity and diffusivity), for different moisture contents. The mixtures method was used to the determination of the specific heat and the method of the cylinder theoretically infinite with central heating source to the thermal conductivity. The thermal diffusivity was calculated mathematically through the results of the mentioned properties previously and through the apparent density of the product. The obtained results allowed to end that the values of specific heat and thermal conductivity decrease with the elevation of millet, canary-seed and pearl millet moisture content, and that the thermal diffusivity increases with the decrease of the moisture content of the analyzed products. Keywords: millet, canary-seed, pearl millet, thermal properties INTRODUÇÃO Muitos problemas, inerentes às operações unitárias de secagem e de armazenagem, podem ser analisadas com base nos princípios dos fenômenos de transporte. A utilização das equações envolvidas para descrever processos físicos depende do conhecimento de suas propriedades térmicas (Muir e Viravanichai, 1972; Stolf, 1972; Sharma e Thompson, 1973; Passos, 1982; Drouzas e Saravacos, 1988; Fang et al., 1997). São poucas as informações disponíveis sobre as propriedades físicas dos produtos agrícolas produzidos no Brasil. Essa deficiência explica a utilização muito restrita de técnicas de modelagem físico-matemática tanto para o processamento de produto agrícolas e alimentícios quanto para a elaboração de projetos (Soares, 1988). _____________________________ Protocolo 522 de 27/ 04 / 2004 1 Eng. Agrônomo, D.S., Professor Adjunto no DEA-UFV, cep. 36571-000, Viçosa, MG, [email protected] 2 Eng. Agrícola, D.S. Prof. Adjunto, Depto. de Eng. Civil, Universidade Federal Fluminense, Rua Passo da Pátria 156, São Domingos, Niterói, RJ, 0xx21 2620 7070 r.222, CEP 24210-240, [email protected]. 3 Eng.Agrícola,D.S.,Embrapa Café Parque Estação Biológica - PqEB s/n, Av. W/3 Norte (final),Edifício Sede da Embrapa Sala 322, Brasília, DF CEP: 70770-901, [email protected] 40 Propriedades térmicas da massa granular de milheto, alpiste e painço: determinação e modelagem Corrêa et al. A otimização de secadores para grãos e cereais requer o conhecimento das relações de transferência de calor e de massa, juntamente com a descrição de fenômenos a elas associados. Variações de temperatura em grãos estocados, decorrente de mudanças das condições ambientais, tanto internas, quanto externas ao silo, podem ser calculadas com base em equações de transferência de calor. De acordo com Mohsenin (1980) e Rossi e Roa (1980), para predizer as mudanças de temperatura internas de um produto sujeito aos processos de secagem e armazenamento, tornase necessário a determinação de algumas de suas propriedades térmicas, tais como: calor específico, condutividade e difusividade térmica. A determinação das propriedades térmicas de uma massa granular porosa leva em consideração a determinação aparente destas propriedades, caracterizada pelo fato de ser realizada em uma massa de produto envolta por uma massa de ar. O que se torna interessante, uma vez que esta situação é observada na prática dos processos térmicos aplicados a produtos de dimensões relativamente pequenas (Rossi et al., 1982). Em vista do exposto e diante da escassez de informações na literatura especializada, este trabalho teve como objetivo, determinar as principais propriedades térmicas dos grãos de milheto, alpiste e painço: calor específico, condutividade e difusividade térmica, em função do teor de umidade. MATERIAL E MÉTODOS Este trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Propriedades Físicas e Avaliação de Qualidade de Produtos Agrícolas do Centro Nacional de Treinamento em Armazenagem - CENTREINAR, Viçosa, MG, Brasil. Foram utilizados grãos de milheto (Pinissetum americanum L.), alpiste (Phalaris canarienses L.) e painço (Setaria italica L.), com teor de umidade de aproximadamente 0,25 base seca (20% base úmida). Os produtos depois de colhidos e homogeneizados, foram submetidos à secagem em estufa com ventilação forçada a temperatura de 35 ± 3°C. Com o processo de secagem, foram obtidos vários teores de umidade, na faixa de 0,11 a 0,25 base seca. Os teores de umidade dos produtos foram determinados pelo método da estufa, 105 ± 3°C, pelo período de 24 h, em três repetições (Brasil, 1992). O calor específico dos grãos, para os diferentes teores de umidade, foi determinado pelo método das misturas, com três repetições. Neste método, o produto com massa e temperatura conhecidas foi colocado em calorímetro (Figura 1) de capacidade térmica conhecida, que contém água a uma temperatura e massa, também, conhecidas. Atingido o equilíbrio térmico da mistura, o calor específico do produto foi calculado, utilizando-se a seguinte equação (Sasseron, 1984): Cp . Mp .(Te - Tp) = Ca . Ma . (Ta - Te) + C . (Ta - Te) (1) em que Cp Ca C Mp Ma Tp Ta Te = = = = = = = = calor específico do produto, kJ.kg-1.°C-1; calor específico da água, kJ.kg-1.°C-1; capacidade calorífica do calorímetro, kJ.°C-1; massa de produto, kg; massa de água, kg; temperatura do produto, °C; temperatura da água, °C; temperatura de equilíbrio, °C. Figura 1 - Desenho esquemático do equipamento experimental para determinação do calor específico Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.37-43, 2004 Propriedades térmicas da massa granular de milheto, alpiste e painço: determinação e modelagem Corrêa et al. 2 -1 = difusividade térmica, m .s ; r = distância radial da fonte de calor, m. Para determinação da condutividade térmica e análise do fluxo de calor transiente, através da massa granular de produto, empregando-se o método do cilindro, teoricamente, infinito (Figura 2), foi utilizada a seguinte equação para descrever o fluxo de calor em uma fonte linear: 2 t 1 t t 2 r r r 41 Este método consiste na utilização de um cilindro de alumínio com diâmetro e comprimento pré-determinado, tendo no centro um fio condutor de níquel-cromo envernizado, pelo qual fez-se passar uma corrente elétrica de baixa intensidade (1 A e 2,2 V). A temperatura foi obtida por meio de termopares colocados a meia altura do cilindro e distanciados um centímetro entre eles. A condutividade térmica dos grãos foi obtida em regime transiente, com três repetições, por coordenadas cilíndricas, pela equação: (2) em que t = temperatura, ºC; = tempo, s; Isolamento Térmico Cilindro de Alumínio Fonte de Alimentação 50 cm Fio Resistor de Níquel-Cromo Envernizado Sistema de Aquisição de Dados 10 cm Ambiente com Temperatura Controlada (B.O.D.) Termopares Figura 2 - Desenho esquemático do dispositivo experimental para determinação da condutividade térmica t t Q ln 2 0 4. . (T2 T1) t1 t 0 k (3) em que k Q t T(t) t0 = = = = = condutividade térmica, W.m-1.°C-1; calor fornecido ao fio condutor, W; tempo, s; temperatura no tempo t, °C; fator de correção, s. Segundo Chang (1986), o fator de correção t0 pode ser calculado como uma função do logaritmo dos valores de tempo e das diferenças entre as temperaturas observadas ao longo do tempo e a temperatura inicial do sistema. O cilindro, teoricamente infinito, é uma idealização que possibilita adotar a hipótese da condução unidimensional na direção radial, sendo considerado uma aproximação razoável se a razão entre o comprimento e o raio do cilindro dor igual ou inferior a 10 (Incropera e Dewitt, 1992). A difusividade térmica da massa granular de grãos de milheto, alpiste e painço foi determinada, utilizando-se a equação 4, depois de determinados experimentalmente o calor específico, a condutividade térmica e a massa específica aparente. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.39-45, 2004 42 Propriedades térmicas da massa granular de milheto, alpiste e painço: determinação e modelagem Corrêa et al. k Cp cinco repetições para cada teor de umidade estudado. (4) em que RESULTADOS E DISCUSSÃO 2 -1 = difusividade térmica, m .s ; -3 = Massa específica aparente, kg.m ; A massa específica aparente dos grãos analisados foi determinada com o auxílio de uma balança de peso hectolítrico da marca Dallemole, com capacidade de um litro, em As Figuras 3 a 5 mostram os valores experimentais e estimados de calor específico, condutividade e difusividade térmica, em função dos teores de umidade dos grãos de milheto, alpiste e painço. 2,50 Experimental (milheto) Experimental (alpiste) Experimental (painço) Valores Estimados -1 -1 Calor Específico (kJ.kg °C ) 2,00 1,50 1,00 Cp painço = -2,0690 + 4,5988.(U) Cp alpiste = -1,7123 + 6,7463.(U) R2 = 0,9551 R2 = 0,9923 0,50 Cp milheto = 0,1439 + 7,4246. (U) R2 = 0,9641 0,00 0,00 0,10 0,20 0,30 0,10 0,20 0,30 0,10 0,20 0,30 Teor de Umidade (decimal, base seca) Figura 3 - Valores experimentais e estimados de calor específico dos grãos de milheto, alpiste e painço em função do teor de umidade (U) 0,18 Experimental (milheto) Experimental (alpiste) Experimental (painço) Valores Estimados -1 -1 Condutividade Térmica (W.m °C ) 0,17 0,16 k milheto =0,1137 + 0,0983.(U) R2 = 0,9244 0,15 0,14 0,13 0,12 k alpiste = 0,0433 + 0,2206.(U) k painço = 0,0095 + 0,1579.(U) R2 = 0,8727 0,11 R2 = 0,9392 0,10 0,00 0,10 0,20 0,30 0,10 0,20 0,30 0,10 0,20 0,30 Teor de Umidade (decimal, base seca) Figura 4 - Valores experimentais e estimados da condutividade térmica dos grãos de milheto, alpiste e painço em função do teor de umidade (U) Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.39-45, 2004 Propriedades térmicas da massa granular de milheto, alpiste e painço: determinação e modelagem Corrêa et al. 43 2,20 2 -1 1,80 7 Difusividade Térmica x 10 (m .s ) 2,00 1,60 Experimental (milheto) Experimental (alpiste) Experimental (painço) Valores Estimados 1,40 1,20 painço = 3,0876 - 2,2018.(U) alpiste = 3,3014 - 3,9623.(U) 1,00 R2 = 0,7547 2 R = 0,9772 0,80 milheto = 2,2359 - 5,2190.(U) 0,60 R2 = 0,8947 0,40 0,00 0,10 0,20 0,30 0,10 0,20 0,30 0,10 0,20 0,30 Teor de Umidade (decimal, base seca) Figura 5 - Valores experimentais e estimados da difusividade térmica dos grãos de milheto, alpiste e painço em função do teor de umidade (U) Pelas Figuras 3 e 4, observa-se que os valores de calor específico e condutividade térmica aumentam com a elevação do teor de umidade dos produtos estudados, ocorrendo o inverso para os valores de difusividade térmica da massa granular, uma vez que a elevação do teor de umidade acarreta na redução de seus valores (Figura 5). A Figura 6 apresenta os valores médios experimentais e estimados da massa específica aparente em função do teor de umidade da massa granular para os produtos analisados Experimental (milheto) Experimental (alpiste) Experimental (painço) Valores Estimados 800,00 -3 Massa Específica Aparente (kg.m ) 850,00 alpiste = 798,33 - 161,79.(U) R2 = 0,9343 750,00 700,00 milheto = 835,92 - 546,77.(U) 650,00 R2 = 0,9231 painço = 811,89 - 210,42.(U) 600,00 R2 = 0,8838 550,00 0,00 0,10 0,20 0,30 0,10 0,20 0,30 0,10 0,20 0,30 Teor de Umidade (decimal, base seca) Figura 6 - Valores observados e estimados de massa específica aparente de grãos de milheto, alpiste e painço em função do teor de umidade (U) Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.39-45, 2004 44 Propriedades térmicas da massa granular de milheto, alpiste e painço: determinação e modelagem Corrêa et al. Analisando-se as Figuras 3 a 6, observa-se a possibilidade da existência de certa correlação entre os valores de massa específica aparente e os valores obtidos de calor específico, condutividade e difusividade térmica da massa de grãos de alpiste e painço, indicando haver influência dessa propriedade física sobre as propriedades térmicas estudadas, de tal forma que a redução da massa específica aparente dos grãos das três culturas, devido à perda de umidade, provavelmente, influenciou no comportamento dos valores de calor específico, condutividade e difusividade térmica dos produtos, ou seja, o aumento do valor da massa específica provocou redução dos valores de calor específico e condutividade térmica, e elevação dos valores de difusividade térmica dos grãos. Os resultados encontrados neste trabalho são similares àqueles encontrados por diversos pesquisadores para outros produtos agrícolas (Sharma e Thompson, 1973; Passos, 1982; Rossi et al., 1982; Chang, 1986) CONCLUSÕES A análise dos resultados obtidos permitiu concluir que: 1. Os valores de calor específico e condutividade térmica diminuem com a elevação do teor de umidade dos grãos de milheto, alpiste e painço; 2. A difusividade térmica aumenta com a diminuição do teor de umidade dos produtos analisados; 3. O calor específico dos grãos de milheto variou de 0,7392 a 1,9836 kJ.kg-1.ºC-1, a condutividade térmica de 0,1241 a 0,1421 W.m1 .°C-1 e a difusividade térmica na faixa de 0,9664 a 1,8953x10-7 m2.s-1, para teores de umidade variando de 0,094 a 0,266 base seca; 4. O calor específico dos grãos de alpiste variou de 1,0274 a 1,9815 kJ.kg-1.ºC-1, a condutividade térmica de 0,1272 a 0,1614 W.m-1.°C-1 e a difusividade térmica na faixa de 0,1,1501 a 1,6983x10-7 m2.s-1, com teores de umidade variando de 0,111 a 0,250 b.s.; 5. O calor específico dos grãos de painço variou de 1,1551 a 1,8282 kJ.kg-1.ºC-1, a condutividade térmica de 0,1230 a 0,1479 W.m-1.°C-1 e a difusividade térmica na faixa de 1,2756 a 1,6045x10-7 m2.s-1, com teores de umidade variando de 0,113 a 0,263 b.s. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Brasil. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes. Brasília: DNDV/CLAV, 1992. 365p. Chang, C.S. Thermal conductivity of wheat, corn, and grain sorghum as affected by bulk density and moisture content. Transactions of the ASAE, St. Joseph, v.29, n.5, p.1447-1450, 1986. Drouzas, A.E.; Saravacos, G.D. Effective thermal conductivity of granular starch materials. Journal of Food Science, Chicago, v.53, n.6, p.1795-1799, 1988. Fang, Q.; Lan, Y.; Kocher, M.F.; Hanna, M.A. Thermal conductivity of granular starch materials. ASAE, St. Joseph, 1997, 18p. (Paper n.97-6014). Incropera, F.P.; Dewitt, D.P. Fundamentos de transferência de calor e de massa. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S. A., 3ª edição, 1992. 380p. Mohsenin, N. N. Thermal properties of foods and agricultural materials. New York: Gordon and Breach science publishers Inc., 1980. 407p. Muir, E.W.; Viravanichai, S. Specific heat of wheat. Journal Agricultural Engineering Research, New York, v.17, n.2, p.338342, 1972. Passos, E.F. Condutividade térmica da pasta de mandioca. Revista Ceres, Viçosa, v.29, n.162, p.222-231, 1982. Sasseron, J.L. Avaliação de propriedades físicas e curvas de secagem, em camadas finas, de amêndoas de cacau (Theobroma cacao L.). Viçosa: UFV, 1984. 61p. (Dissertação Mestrado). Sharma, D.K.; Thompson, T.L. Specific heat and thermal conductivity of sorghum. Transactions of the ASAE, St. Joseph, v.16, n.1, p.114-117, 1973. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.39-45, 2004 Propriedades térmicas da massa granular de milheto, alpiste e painço: determinação e modelagem Corrêa et al. Soares, N.F.F. Análise experimental do método de sonda para medição de condutividade térmica de grãos: Aplicação para milho (Zea mays L.). Viçosa: UFV, 1988. 46p. (Dissertação Mestrado). Stolf, S.R. Medição da condutividade térmica dos alimentos. Boletim do Instituto de Tecnologia de alimentos, Campinas, v.29, n.1, p.67-79, 1972. 45 Rossi, S.J.; Fioreze, R.; Oliveira, A.M.C.; Malzac, H.F. Propriedades térmicas de castanha de caju e raspa de mandioca. Revista Brasileira de Armazenamento, Viçosa, v.7, n.1, p.51-56, 1982. Rossi, S.J.; Roa, G. Secagem e armazenamento de produtos agropecuários com o uso de energia solar e ar natural. São Paulo: Academia de Ciência de Estado de São Paulo, n.22, 1980. 295p. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.39-45, 2004 46 ÁREA DE ARMAZENAMENTO PROCESSAMENTO DE PRODUTOS AGRÍCOLAS A Área de Armazenamento e Processamento de Produtos Agrícolas do Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Campina Grande mantém 5 Laboratórios dentre eles o Laboratório de Análises Químicas, atendendo diversas linhas de pesquisas dentre as quais as de: Alterações dos constituintes químicos de grãos e sementes armazenadas em unidades convencionais e sob atmosfera controlada; Alterações das características físico-químicas e dos constituintes químicos dos frutos sob condições ambientais, a temperaturas de refrigeração e de congelamento; Alterações químicas e físico-químicas de diferentes tipos de carne Estudo de novas técnicas de medição dos constituintes químicos LABORATÓRIO DE ANÁLISES QUÍMICAS O Laboratório de Análises Químicas atende principalmente os Cursos de Graduação e PósGraduação em Engenharia Agrícola e o Doutorado em Engenharia de Processos da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Coordenação da Área de Armazenamento e Processamento de Produtos Agrícolas Av. Aprígio Veloso, 882 – Caixa Postal 10.087 Fones (083)310-1287; 310-1194 FAX 310-1185 Email- [email protected] Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.46, 2004 Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.47-53, 2004 ISSN 1517-8595 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA GOIABA (Psidium guajava L.): EFEITO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA Bartolomeu Garcia de Souza Medeiros1, Josivanda Palmeira Gomes de Gouveia2, Francisco de Assis Cardoso Almeida2, Carmelita de F. A. Ribeiro3, Simone Mirtes Araújo Duarte4 RESUMO Esta pesquisa foi realizada com o objetivo avaliar o efeito da adubação nitrogenada nas características físicas da goiaba (Psidium guajava L.). O experimento foi conduzido no Laboratório de Armazenamento e Processamento de Produtos Agrícolas, da Universidade Federal de Campina Grande, PB, onde foram realizadas todas as análises. As goiabas foram colhidas na Estação Experimental de Veludo, Itaporanga, PB. As análises físicas determinadas foram: peso do fruto, diâmetro longitudinal e transversal. Os dados foram submetidos à análise de variância utilizando-se o delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial de 8 x 6 (colheita x adubação) com 4 repetições. A adubação nitrogenada proporcionou um incremento nas características de peso, diâmetro longitudinal, não ocorrendo efeito no diâmetro transversal. Sendo assim, a adubação nitrogenada mostrou-se eficiente, pois proporcionou efeito na maioria das características físicas. Palavras-chave: frutos, peso, diâmetro PHYSICAL CHARACTERISTICS OF THE GUAVA (Psidium guajava L.): EFFECT OF THE MANURING WITH NITROGEN ABSTRACT This research was accomplished with the objective of evaluating the effect of the manuring with nitrogen content in the guava (Psidium guajava L.) physics characteristics. The experiment was led in the Laboratory of Storage and Processing of Agricultural Products, of the Federal University of Campina Grande, PB, where all the analyses were accomplished. The guavas were gathered in the Experimental Station of Veludo, Itaporanga, PB. The determined physical analyses were: the weigh of the fruit, longitudinal and transverse diameter. The data were submitted to the variance analysis. The completely at random delineation in factorial outline of 8 x 6 (crop x manuring) with 4 repetitions. The manuring with nitrogen content provided an increment in the weight characteristics, longitudinal diameter. There was no effect in the transverse diameter. Therefore, the manuring with nitrogen content was efficient, because it provided effect in most of the physical characteristics. Keywords: fruits, weight, diameter _____________________ Protocolo 527 de 27/06/2004 1 Mestre em Engenharia Agrícola/DEAg/CCT/UFCG, E-mail: [email protected] 2 Departamento de Engenharia Agrícola/CCT/UFCG, E-mail: [email protected]; [email protected] 3 Mestre em Engenheira Agrícola/DEAg/CCT/UFCG, [email protected] 4 Doutoranda em Recursos Naturais/CCT/UFCG, E-mail: [email protected] 47 48 Características físicas da goiaba (Psidium guajava l.): Efeito da adubação nitrogenada INTRODUÇÃO O aumento da produção agrícola se dá, principalmente, se os produtos tiverem uma boa aceitação tanto no mercado interno, quanto no externo, causando desta forma, uma expansão no processamento da matéria-prima in natura, porém, para que o produto seja aceito nos mercados, é necessário que ele se enquadre nos padrões internacionais de qualidade, os quais exigem que as frutas tenham boas características como sabor, aroma e consistência. O conhecimento das características físicas dos materiais envolvidos nos processos de produção é, geralmente, de grande importância no ramo da indústria de alimentos. Operações com misturadores, armazenamento e evaporação estão envolvidos em muitos processos e o conhecimento dessas características, no produto intermediário e final, é essencial para o projeto e operações do processo (Ferreira, 2002). Dentre as frutas produzidas no Brasil, merece destaque a goiaba, a qual é cultivada em uma área de 11.504 hectares que corresponde a uma produção de 256.616 toneladas, segundo dados publicados em Agrianual 2001, baseados nos levantamentos do IBGE (CATI, 2003), concentrando-se esta produção nos Estados de São Paulo, Pernambuco, Goiás, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Distrito Federal e Paraná, sendo o primeiro Estado o que merece maior destaque, uma vez que possui mais de um milhão de pés de goiaba (Revista Coopercitrus, 2003). Até o ano de 1982, o principal importador de goiaba brasileira era a França com a fatia de 42% do total exportado pelo Brasil naquele ano. A partir de 1983, entretanto, a Grã-Bretanha assumiu essa liderança (ITAL, 1991). Sendo, nos dias atuais, os principais importadores da fruta in natura a França, Alemanha, EUA e a Argentina, e de produtos industrializados os EUA, Argentina, Paraguai e a Bolívia (Revista Coopercitrus, 2003). Sem dúvida, há possibilidades de incremento da participação da goiaba nas exportações brasileiras, mas para tanto é fundamental que haja maior racionalização do seu cultivo, desde o plantio, até os cuidados imprescindíveis com os aspectos atinentes à apresentação e regularidade da oferta do produto no mercado internacional (Gongatti Netto et al., 1994). De acordo com Maia et al. (1998), um dos fatores para aumentar a produção e, conseqüentemente, as exportações é conhecer os níveis corretos de adubação para elevar a produção da goiaba, uma vez que há poucos resultados de pesquisas realizadas no Brasil e em outros países no sentido de estabelecer as Medeiros et al. verdadeiras necessidades nutricionais dessa cultura. Assim sendo, a adubação da goiabeira é feita, geralmente, de maneira empírica, não tendo as recomendações sobre a matéria, o devido respaldo técnico-científico. Para a maioria das frutíferas, economicamente, importantes já se conhecem as chamadas doses econômicas de nitrogênio, fósforo e potássio para cada tipo de solo, determinadas a partir de resultados experimentais. No caso da goiabeira, praticamente não existem recomendações nesse sentido. Viégas (1997) estudando os teores de nitrogênio, nos tecidos foliares do mamoeiro, observaram um aumento da produção de frutos em função da adubação nitrogenada sem que houvesse perdas de peso ou diminuição na porcentagem de sólidos solúveis totais do fruto. Segundo Caetano et al. (2002), pesquisando a resposta da figueira (Ficus carica L.) a adubação nitrogenada, sob condições irrigadas, constataram que o diâmetro dos frutos e o número de figos verdes produzidos foram influenciados pela adubação nitrogenada, já o comprimento e o peso médio de frutos verdes não foram influenciados pela adubação nitrogenada. Silva et al. (2002), estudando a influência da adubação nitrogenada, para a bananeira terra (Musa paradisíaca L.), concluíram que houve influência apenas na altura da planta, no número de frutos por cacho e no comprimento e diâmetro médio do fruto. Sendo assim, o objetivo do trabalho foi avaliar a influência de doses crescentes de adubação nitrogenada nas características físicas da goiaba. MATERIAL E MÉTODOS Este trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Armazenamento e Processamento de Produtos Agrícolas (LAPPA) do Departamento de Engenharia Agrícola (DEAg), o qual faz parte do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT), da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Campina Grande, PB.As goiabas (Psidium guajava L.) da variedade Paluma, utilizadas na pesquisa, foram obtidas de um campo experimental da EMEPA, na Estação Experimental de Veludo, localizada na cidade de Itaporanga, no Estado da Paraíba, cujas coordenadas são 7º18’0” S e 38º9’0” W. A goiabeira foi adubada com cinco níveis de adubação nitrogenada (sulfato de amônio), conforme se descreve a seguir: 60; 120; 180; 240 e 300 g.cova-1 planta-1 um tratamento adicional sem adubação (testemunha). Cada Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.47-53, 2004 Características físicas da goiaba (Psidium guajava l.): Efeito da adubação nitrogenada parcela experimental média 120 m2 que contém dezesseis plantas, sendo considerada para a colheita dos frutos as quatro plantas centrais. As amostras eram colhidas, acondicionadas em sacos de polietileno e posteriormente em caixas com orifícios laterais, para que houvesse uma melhor ventilação, durante o transporte. No laboratório, os frutos foram selecionados, descartando-se os danificados pelo atrito no transporte, os manchados, deformados com picadas de insetos ou com sintomas de doenças. Os frutos sadios foram separados, lavados e colocados em bandejas plásticas etiquetadas com o nome de cada nível de adubação. Em seguida, foram determinadas as características físicas. O peso das goiabas, em gramas, foi determinado com auxílio de uma balança semianalítica de marca Gehaka, BG 8000. Para o conhecimento dessa medida, determinaram-se os diâmetros longitudinais e transversais, utilizando-se um paquímetro metálico de marca Mitutoyo, sendo os resultados expresso em cm. Este procedimento foi repetido para as oito Medeiros et al. 49 colheitas. Os dados foram submetidos à análise de variância, utilizando-se o software Assitat versão 2003, (Silva, 1996). Utilizou-se o delineamento experimental, inteiramente casualizado, em esquema fatorial de 8 x 6 (colheita x adubação) com 4 repetições, em desdobramento da soma dos quadrados da interação dos fatores quantitativos. Dentro de cada fator quantitativo foram testados modelos polinomiais para avaliar seus efeitos. O critério para a escolha do modelo foi a significância pelo teste F a 1 e 5% de probabilidade e que tinha apresentado o maior coeficiente de determinação (R2). RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 1, encontram-se descritos os valores da análise de variância, mostrando efeito significativo dos fatores colheitas e das doses de nitrogênio para os fatores analisados. Tabela 1 - Síntese do quadrado médio das análises de variância e de regressão para os fatores peso, dia metro longitudinal e transversal da goiaba submetida à adubação nitrogenada Análise de variância F.V G.L 1 76796,867 ** 504,975 ** 669,873 ** 5,800 86,358** Q.M Diâmetro longitudinal 23,856 ** 1,266 ** 0,374 ** 3,930 0,275** 1 118,453** 0,974** Peso total Colheita Níveis de nirogênio Colheita x Níveis de nirogênio CV % Regressão linear 7 5 35 Regressão quadrática Considerando-se que o ponto ideal de colheita fisiológico é aquele em que a goiaba apresenta melhores condições de representatividade dos parâmetros estudados, a influência da adubação nitrogenada nas características dela, será estudada nesse ponto, ou seja, quando a goiaba estiver com 157 dias da floração. Sendo assim, através da análise da Figura 1 (a) observa-se que o peso médio do fruto aumentou com o aumento das doses de nitrogênio aplicados até a quantidade de 180 g cova-1 planta-1 (168,3 g) o qual não diferiu, estatisticamente, das plantas adubadas com 60, 120, 240 e 300 g cova- Diâmetro transversal 34,992 ** 0,152 ns 0,316 ** 5,110 53,535** 5,882** 1 planta-1 de sulfato de amônia por hectare 158,4; 163,1; 165,5 e 161,5 g, respectivamente (Tabela 2, em anexo) inferindo-se que o ponto máximo de rendimento fornecido pelo peso do fruto se encontra dentro desse intervalo, onde em comparação com a testemunha o incremento em peso foi de 4,7; 9,4; 14,6; 11,8 e 7,8 g, respectivamente. Estes pesos máximos proporcionados em função do fornecimento de nitrogênio na forma de sulfato de amônio se encontram dentro do rendimento médio obtido nos perímetros irrigados do Vale do São Francisco 90,8 a 244 g (Lima et al., 2001). A elevação no Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.47-53, 2004 50 Características físicas da goiaba (Psidium guajava l.): Efeito da adubação nitrogenada rendimento (peso) da goiaba indica que, durante o crescimento do fruto, o nitrogênio fornecido, juntamente com os nutrientes contido no solo, possivelmente, supriu as necessidades nutricionais, permitindo inferir que o efeito positivo da aplicação de nitrogênio foi devido ao suprimento de nutrientes de forma equilibrada nas doses fornecidas, conferindo a goiabeira à capacidade de produzir goiabas com o máximo de peso induzido por sua genética e pela condição do experimento. Marinho et al. (1999), trabalhando com Carica papaya (mamão), observaram que a adubação nitrogenada não provocou incremento no peso dos frutos dessa frutífera, inferindo-se que a época de amostragem e ou o estádio de maturação e crescimento da parte aérea e o meio de cultivo são fatores que influenciam na determinação da faixa crítica desse nutriente; observação igualmente feita por Caetano et al. (2002) para os frutos da figueira. Observa-se ainda, para as condições do trabalho, que o aumento de peso com o aumento das doses nitrogenadas, deve-se ao fato de que o fornecimento desse nutriente em doses adequadas favorece o desenvolvimento da planta, e, conseqüentemente, do fruto, isso porque estimula a atividade fotossintética, a divisão celular e aumenta o teor de nutrientes. Por outro lado, o seu fornecimento em excesso estimula um crescimento exagerado da planta. O diâmetro longitudinal e transversal do fruto da goiabeira, no momento que esta se encontra aos 157 dias da florada, apresentou comportamento quadrático, quando adubadas com doses crescentes de nitrogênio, observando-se uma boa relação para a regressão do diâmetro longitudinal a qual foi Medeiros et al. significativa a 1% de probabilidade (Tabela 1) enquanto para a regressão do diâmetro transversal não foi percebido um bom coeficiente de determinação Figura 1(c), porém significativa a 1% de probabilidade. De acordo, ainda, com a Figura 1(b) o aumento das doses de nitrogênio proporcionou um aumento no diâmetro longitudinal dessa fruta, alcançando-se o máximo na dosagem 120 g cova-1 planta-1 (7,29 cm) o qual não diferiu, estatisticamente, dos diâmetros alcançados com adubações de 180, 240 e 300 g cova-1 planta-1 (Tabela 3) podendo-se observar um incremento deste em comparação com a testemunha de 0,82; 0,63; 0,5 e 0,43 cm, os quais estão dentro dos valores encontrados por Pinto (1975) (5,8 a 8,59 cm) na Estação Experimental de Fruticultura em Conceição de Almeida, BA. Com o diâmetro transversal tal fato não ocorreu (Tabela 4,) uma vez que as goiabas, nos seis tratamentos com diferentes doses de nitrogênio, não apresentaram diferenças estatísticas, porém, em termos de valores absolutos, pode-se dizer que houve uma diminuição desses valores com aumento das doses de nitrogênio, sendo observado o menor diâmetro transversal com a dose de 180 g cova-1 planta-1 (5,78 cm) o qual em comparação com a testemunha teve um redução de 0,82 cm. Contudo, estes valores estão dentro do intervalo encontrado por Lima et al. (2001) 5,84 a 7,6 cm. Silva et al. (1999) não observaram nenhuma influência da adubação nitrogenada no diâmetro transversal do pimentão, resultado semelhante foi encontrado por Costa et al. (2002) pesquisando a influência do diâmetro longitudinal no pinho. Tabela 2 - Valores médios do peso total da goiaba nas diferentes doses de adubação ao longo das oito colheitas Colheita (dias) 90 105 120 135 150 157 164 171 Média(*) Níveis de adubação nitrogenada (g cova-1 planta-1) 0 60 120 180 240 300 24,7eBC 29,4eA 44,0dD 81,6cC 93,7cC 153,7aB 142,4abC 140,2bC 88,7c 17,9fC 27,8fA 53,0eBCD 88,39dC 123,7cB 158,4aAB 160,0aAB 142,3bC 96,48b 38,5cdA 27,0dA 49,8cCD 145,500bA 145,3bA 163,1aAB 152,4abBC 141,6bC 107,94a 32,55eAB 33,7eA 62,68dAB 134,65cAB 131,2cB 168,3aA 161,86aAB 148,6bC 109,2a 30,6dAB 33,3dA 73,49cA 123,87bB 127,1bB 165,5aAB 171,3aA 169,55aB 111,5a 27,8fABC 30,6fA 56,3eBC 81,85dC 104,1cC 161,5bAB 157,9bB 184,4aA 100,5b Média (**) 28,73f 30,32f 56,60e 109,32d 120,90c 161,77a 159,33ab 154,46b DMS para coluna = 12,93 DMS para linha = 12,1553 CV% = 5,80 DMS para média (*) = 4,297 DMS para média (**) = 5,27 Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.47-53, 2004 Características físicas da goiaba (Psidium guajava l.): Efeito da adubação nitrogenada Medeiros et al. 51 169,83 Peso do fruto (g) 166,50 163,17 159,84 156,51 y = -0,0004x 2 + 0,1402x + 152,76 R2 = 0,93** 153,18 149,85 0 50 100 150 200 250 300 (a) Diâmetro longitudinal (cm) 7,40 7,23 7,07 6,90 6,74 y = -0,00002x 2 + 0,0078x + 6,51 R2 = 0,85** 6,57 6,40 0 50 100 150 200 250 300 (b) Diâmetro transversal (cm) 6,80 y = -0,00001x 2 - 0,006x + 6,7054 R2 = 0,62** 6,60 6,40 6,20 6,00 5,80 5,60 0 50 100 150 200 -1 250 300 -1 Doses de nitrogênio (g cova planta ) (c) Figura 1 - Variação do peso (a), diâmetro longitudinal (b) e transversal (c) da goiaba em função de doses distintas de adubação nitrogenada. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.47-53, 2004 Características físicas da goiaba (Psidium guajava l.): Efeito da adubação nitrogenada 52 Medeiros et al. Tabela 3 - Valores médios de diâmetro longitudinal da goiaba nas diferentes doses de adubação ao longo das oito colheitas Colheita (dias) 90 105 120 135 150 157 164 171 Média (*) Níveis de adubação nitrogenada (g cova-1 planta-1) 0 60 4,28cC 4,60cA 5,88bAB 5,860bD 5,81bC 6,47aB 6,81aA 6,99aAB 5,8d DMS para coluna = 0,53 CV% = 3,94 DMS para média (*) = 0,17 120 4,67cABC 4,73cA 5,69bAB 6,13bCD 6,68aB 6,88aAB 6,92aA 7,17aA 6,11bc 5,07cdA 4,87dA 5,51cB 6,41bBC 7,55aA 7,29aA 7,04aA 7,36aA 6,38a 180 4,99dAB 4,84dA 6,06cA 7,30aA 6,8abB 7,1abA 6,8abA 6,59bB 6,31a 240 4,24cC 4,70cA 6,03bA 6,80aAB 6,94aB 6,97aAB 7,01aA 7,27aA 6,24ab 300 4,5eBC 4,6eA 5,8dAB 6,00cdCD 6,45bcB 6,9abAB 7,0aA 7,2aA 6,05c Média (**) 4,62e 4,72e 5,83d 6,41c 6,70b 7,11a 6,93a 7,10a DMS para linha = 0,49 DMS para média (*) = 0,21 Tabela 4 - Valores médios de diâmetro transversal da goiaba nas diferentes doses de adubação ao longo das oito colheitas Colheita (dias) 90 105 120 135 150 157 164 171 Média (*) Níveis de adubação nitrogenada (g cova-1 planta-1) 0 60 3,24eA 3,57eA 4,27dB 5,37cBC 5,9bcA 6,6aA 6,3abA 6,0bBC 5,15a DMS para coluna = 0,58 CV% = 5,11 DMS para média (*) = 0,19 120 3,31dA 3,37dA 4,49cAB 5,07cC 5,66bA 6,52aA 6,58aA 6,49aAB 5,18a 3,56cA 3,46cA 4,38bB 6,07aA 6,1525aA 6,40aA 6,25aA 6,15aABC 5,3a 3,47cA 3,7cA 5,00bA 5,89aAB 5,84aA 5,78aB 5,61aB 5,87aC 5,14a 240 3,4575cA 3,522cA 5,037aAB 5,83aA 5,98aAB 6,13aAB 6,14aABC 6,24aABC 5,29a 300 3,49eA 3,53eA 4,50dAB 5,47cBC 5,70bcA 6,26abAB 6,44aA 6,63aA 5,25a Média (**) 3,42e 3,52e 4,61d 5,62c 5,87b 6,28a 6,22a 6,23a DMS para linha = 0,55 DMS para média (**) = 0,24 CONCLUSÕES 180 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A adubação nitrogenada proporcionou um incremento nas variáveis físicas: peso, diâmetro longitudinal, porém não influenciou o diâmetro transversal; As doses de nitrogênio que proporcionaram mais alterações nas variáveis físicas da goiaba foram: 180, 240 e 300 g cova1 planta-1. Caetano, L.C.S.; Carvalho, A.J.; Ribeiro, L.J. Resposta da figueira (Fícus carica L.) a adubação nitrogenada sob condições irrigadas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 17, Belém, PA, Anais..., 2002. CATI, Produção integrada de goiaba, fev. 2003. Disponível em: <www.cati.sp.gov.br/ projetos/pif/goiaba/produção-degoiaba.htm >, Acesso em: 16 fev. 2003. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.47-53, 2004 Características físicas da goiaba (Psidium guajava l.): Efeito da adubação nitrogenada Costa, S.L. Carvalho, A.J.C.; Pessanha, P.G.O.; Monerat, P.H.; Marinho, C. S. Produtividade da cultura da pinha, em função de níveis de adubação nitrogenada. 2002. Disponível em: www.scielo. Acesso em 03-03-03. Ferreira, G.V. Reologia de polpas de caju e goiaba. Campina Grande: UFPB, 2002. 124p. (Dissertação de Mestrado) Gongatti Netto, G.A.; Garcia, A.E.; Ardito, E.F.G.; Garcia, E.C.; Bleinroth, E.W.; Matallo, M.; Chitarra, M.I.F.; Boradin, M.R. Goiaba para exportação: procedimentos de colheita e pós-colheita: Ministério da Agricultura Rural, Programa de apoio á produção e Exportação de Frutas, Hortaliças Flores e Plantas. - Brasília: EMBRAPA- SPI, 1994. 35p. (Série Publicações Técnicas Frupex; 18). ITAL, Goiaba – cultura, matéria-prima, processamento e aspectos econômicos, 2.ed. nº 6. Campinas. Gráfica e Editora Ltda. 1991. 224p. Lima, M.A.C.; Assis, J.S.; Gonzaga Neto, L. Caracterização dos frutos de goiabeira e seleção de cultivares na região do Submédio São Francisco. 2001. Disponível em: www.scielo. Acesso em 0203-03. Maia, G.A; Oliveira, G.S.F.; Figueiredo, R.W.F.; Guimarães, A.C.L. Tecnologia em Medeiros et al. 53 processamento de sucos e polpas tropicais. Brasília: editado pela ABEAS, 1998. v.1, p.104. Marinho, C.S.; Oliveira, M.A.B.; Monerat, P.H.; Viannr, R.; Maldonado, J.F. Fontes e doses de nitrogênio e a qualidade dos frutos do mamoeiro. 1999. Disponível em: www.scielo. Acesso em: 02-032003. 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Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.47-53, 2004 54 Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.54, 2004 Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, Especial, v.6, n.1, p.55-60, 2004 ISSN 1517-8595 55 USO DE ETILENO EXÓGENO NA MATURAÇÃO DA BANANA VARIEDADE PRATA-ANÃ Eliseu Marlônio Pereira de Lucena 1; Antenor Silva Júnior 2; Ana Maria Chaves da Silva 3; Izabel Karine Monteiro Campelo 4; Jonas dos Santos Sousa4; Ticiana Leite Costa 5; Luciana Façanha Marques5; Francisco Jardel Rodrigues da Paixão5 RESUMO Objetivou-se no presente trabalho estudar o efeito da aplicação do etileno em várias concentrações, na indução da maturação da banana, variedade Prata-anã.. Os frutos foram colhidos 126 dias após a floração, sendo em seguida armazenados em câmara a 15 ± 1ºC e 8595% de umidade relativa até a temperatura da polpa atingir 18ºC e em seguida submetido aos seguintes tratamentos: 0, 1, 1,5 e 2% de etil-5 em uma e duas aplicações. Utilizou-se um delineamento inteiramente casualizado, com 7 tratamentos e 3 repetições. Caracterizou-se as bananas in natura 1 dia após a colheita (DAC) e as tratadas aos 2, 3, 7 e 10 DAC, através das seguintes determinações: pH, acidez total, sólidos solúveis, pigmentos solúveis em água e coloração. O tratamento mais eficiente em um maior número de determinações foi uma aplicação de etil-5 a 2%. Palavras chave: banana, fisiologia pós-colheita, armazenagem refrigerada. USE OF EXOGEN ETHYLENE IN THE BANANA PRATA-ANÃ VARIETY MATURATION ABSTRACT It was aimed at the present work to study the effect of the application of the ethylene in several concentrations, in the induction of the banana maturation, Prata-anã variety. The fruits were picked 126 days after the floração, and they were soon after stored in camera to 15 ± 1ºC and 85-95% of relative humidity until the temperature of the pulp reached to 18ºC and soon after submitted to the following treatments: 0, 1, 1,5 and 2% of etil-5 in one and two applications. An entirely casual delineation was used, with 7 treatments and 3 repetitions. It was characterized the bananas in natura 1 day after the crop (DAC) and the treated ones to the 2, 3, 7 and 10 DAC, through the following determination: pH, total acidity, soluble solids, soluble pigments in water and coloration. The most efficient treatment in a larger number of determination was an etil-5 application at 2%. Keywords: banana Post-harvest physiology, refrigerated storage. Protocolo 537 de 01/07/2004 1 Eng. Agron. Prof. do Curso de Tecnologia de Alimentos, Instituto Centro de Ensino Tecnológico – CENTEC, Unidade Cariri, CEP 63.040540, Juazeiro do Norte, Doutorando UFC. Email: [email protected]; 2 M.S.c Eng. Alimentos - Prof. Coordenador do Curso de Tecnologia de Alimentos Instituto Centec UD – Cariri; 3 Tecnóloga de Alimentos; 4 . Prof(a). do Curso de Tecnologia de Alimentos, Instituto Centro de Ensino Tecnológico – CENTEC, Unidade Cariri, CEP 63.040-540, Juazeiro do Norte, CE, Brasil E-mail: [email protected]; 5 . Alunos de mestrado em Eng. Agrícola. UFCG. Campina Grande-PB, Brasil. E-mail: [email protected], [email protected], [email protected]. 56 Uso de etileno exógeno na maturação da banana variedade prata-anã Lucena et al. INTRODUÇÃO Conforme McMurchie et al. (1972), o aumento acentuado da produção de etileno no começo do amadurecimento dos frutos climatérios é considerado como controlador da iniciação das mudanças na cor, aroma, textura, flavor e outros atributos bioquímicos e fisiológicos, enquanto o amadurecimento dos frutos não climatérios, é, geralmente, considerado um processo independente de etileno e pouco se sabe dos mecanismos regulatórios subjacentes às mudanças bioquímicas. De acordo com Lelièvre et al. (1997), considerável progresso tem ocorrido na caracterização dos genes das enzimas biosintéticas chaves do etileno, a ACC sintase e ACC oxidase, bem como, no isolamento de genes envolvidos na via de transformação do sinal do etileno, particularmente aqueles que codificam os receptores de etileno (ETR). Dominguez e Vendrell (1993), estudando a biosíntese do etileno na banana, constataram que antes de iniciar o amadurecimento, a atividade da ACC oxidase é baixa, tanto na casca, como na polpa. Imediatamente após o incremento da produção de etileno, a atividade da ACC oxidase na polpa aumenta para o máximo, em que coincide com o pico do etileno, depois decresce, seguindo o mesmo padrão do etileno. Na casca, entretanto, a atividade da ACC oxidase permanece baixa durante o pico da produção de etileno, mas aumenta junto com o climatério respiratório. O 1-aminociclopropano-1 ácido carboxílico (ACC) livre na polpa aumenta ao mesmo tempo que o etileno, atingindo seu máximo, posteriormente, então diminui, enquanto o nível do malonil ACC (MACC) aumenta. Na casca, o ACC livre permanece baixo, enquanto o MACC consideravelmente aumenta após o pico do etileno. Sendo assim, os pesquisadores concluem que a ACC oxidase da polpa é o fator chave para iniciar a produção de etileno autocatalítico. Por outro lado, Hewage et al. (1995), realizaram estudos dos efeitos do etanol e acetaldeído no amadurecimento da banana e constataram diferenças significativas na textura, sólidos solúveis totais e acidez titulável entre os frutos que foram tratados com etileno e os que não foram. O presente trabalho objetivou estudar o efeito da aplicação do etileno em várias concentrações, na indução da maturação da banana, variedade Prata-anã. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado no Laboratório de Bromatologia do Instituto Centro de Ensino Tecnológico–CENTEC, Unidade Cariri, durante o segundo semestre de 2002. Os frutos de banana, variedade Prata-anã, foram colhidos no Sítio Barreiras, localizado no Município de Missão Velha, na safra de Agosto/2002, 126 dias após a floração, onde foram acondicionados em contentores plásticos e em seguida encaminhados ao laboratório. Os frutos foram separados em forma de buquês, armazenados em câmara de refrigeração a 15 1 °C e 85-95% de umidade relativa até a temperatura de polpa atingir 18°C e, em seguida, submetidos aos seguintes tratamentos: Controle; Uma aplicação de etil-5 a 1,0%; Duas aplicações de etil-5 a 1,0%; Uma aplicação de etil–5 a 1,5%; Duas aplicações de etil–5 a 1,5%; Uma aplicação de etil–5 a 2,0%; e Duas aplicações de etil–5 a 2,0%. Após cada aplicação do etil–5, os buquês permaneceram na câmara por um período de 12 horas e, em seguida, fez-se uma exaustão do gás por 5 minutos e continuou o armazenamento refrigerado por 8 dias para uma aplicação de etil–5 e 7 dias para duas aplicações de etil–5. Utilizou-se um delineamento experimental inteiramente casualizado, com 7 tratamentos e 3 repetições, de tal forma que foram feitas amostras de 3 frutos por cada tratamento. Caracterizou-se as bananas in natura 1 dia após a colheita (DAC), com amostragem de 03 frutos escolhidos ao acaso e posteriormente, as amostras armazenadas na câmara, foram analisadas aos 2, 3, 7 e 10 DAC, determinandose as seguintes variáveis: pH: leitura em pHmetro, com a solução em constante homogeneização (ITAL,1985); Acidez total: expresso em gramas de ácido cítrico por 100 g de polpa, de acordo com as normas do Instituto Adolfo Lutz (1985); Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, Especial, v.6, n.1, p.55-60, 2004 Uso de etileno exógeno na maturação da banana variedade prata-anã Lucena et al. Sólidos solúveis: através de um refratômetro de laboratório com escala de 0 a 90°Brix (Instituto Adolfo Lutz, 1985); Pigmentos solúveis em água: através de um espectrofotômetro de marca Fento a 420 nm, segundo metodologia de Sgaarbieri e Figueiredo (ITAL, 1985); Coloração: verificou-se a coloração externa do fruto, através da escala de cores. 57 1% foi o melhor. Por outro lado, aos 10 DAC, o controle foi o melhor, indicando o pósclimatério, conforme supracitado. A tendência de aumento na acidez com o avanço da maturação é confirmado por Hewage et al. (1995), estudando o amadurecimento da banana e coadunam com os resultados de pH obtidos nesta pesquisa, pois o crescimento da acidez é inversamente proporcional ao crescimento do pH. RESULTADOS E DISCUSSÃO Sólidos solúveis Caracterização do lote A Tabela 1 mostra a caracterização físico-química da banana, variedade Prata-anã, in natura, no estadio 3 de maturação, através da escala de coloração. pH Na Tabela 2, pode-se observar que o pH diminui à medida que avança a maturação dos frutos e aumenta com o aumento da concentração de etil-5 aplicado até 1,5%, reduzindo, em seguida, com a concentração de 2 % de etil-5. Detectou-se aos 2 e 3 DAC a superioridade do tratamento uma aplicação de etil-5 a 2%, isto é, foi o melhor. Por outro lado, aos 7 DAC, apenas o controle diferiu dos demais tratamentos com aplicação de etileno, mostrando-se inferior, isto é, foi o pior, caracterizando o aumento do climatério, enquanto, aos 10 DAC, os tratamentos duas aplicações de etil-5 a 1,0% e controle mostramse superiores, o que caracteriza o pósclimatério, conforme detectado por Dominguez e Vendrell (1993), ao construírem as curvas de mudanças na respiração e produção de etileno para banana. Acidez total Pelos resultados obtidos, para acidez total (Tabela 3), percebe-se que a acidez aumenta a medida que avança a maturação dos frutos. Observa-se que aos 2 DAC não houve diferença significativa, entre os tratamentos. Já aos 3 DAC, o tratamento: duas aplicações de etil-5 a 2% destacou-se como o melhor, enquanto, aos 7 DAC, o tratamento: uma aplicação de etil-5 a Ao analisar a Tabela 4, observa-se que os sólidos solúveis aumentam à medida que avança a maturação dos frutos. Visualiza-se que para 2, 3 e 7 DAC de uma maneira geral, o tratamento: uma aplicação de etil-5 a 2,0% destaca-se como o melhor, enquanto, aos 10 DAC, o controle apresentou-se como o melhor tratamento, constatando novamente o pósclimatério. O resultado obtido no controle (26,83 °Brix) é corroborado por Dominguez e Vendrell (1993), que obtiveram 26°Brix aos 10 DAC, bem como, a tendência do aumento dos sólidos solúveis com o avanço da maturação em banana, que tambem foi constatado por Hewage et al. (1995). Pigmentos solúveis em água Pela Tabela 5, visualiza-se que o conteúdo de pigmento na polpa da banana praticamente não se altera à medida que avança a maturação dos frutos. Constata-se que aos 3 DAC, o tratamento duas aplicações de etil-5 a 1,5%, destaca-se como o melhor, enquanto, nos demais períodos testados, não houve diferença significativa. Portanto, os resultados confirmam a afirmação de Jones et al. (2001), de que a síntese de carotenóides, acumulação de açucares, ácidos e espermidina na polpa, são independentes da ação do etileno. Coloração Observando a Tabela 6, contata-se que a escala de coloração da casca do fruto, aumenta à medida que avança a maturação dos frutos. Verifica-se que aos 7 DAC, os tratamentos: uma e duas aplicações de etil-5 a 1,5%, Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, Especial, v.6, n.1, p.55-60, 2004 58 Uso de etileno exógeno na maturação da banana variedade prata-anã Lucena et al. destacam-se como os melhores, enquanto, nos demais períodos testados, não houve diferença significativa. Desta forma, os resultados coincidem com a afirmação de Jones et al. (2001), de que o amarelecimento da casca, amolecimento, respiração climatéria, produção de voláteis aromáticos, ácido abscísico (ABA), acumulação de putrescina e abscissão do pedúnculo são claramente regulados por etileno. O aumento na escala de coloração com o avanço da maturação do fruto é inversamente proporcional ao aumento do teor de clorofila na casca, assim, estes resultados são análogos aos apresentados por Dominguez e Vendrell (1993). Nas bananas, o papel da casca e polpa no amadurecimento parece diferente. A casca produz pouco etileno. A polpa é responsável pela maior parte do etileno produzido (Vendrell e McGlasson, 1971) e as mudanças que ocorrem na casca são induzidas pelo etileno produzido na polpa. A perda da clorofila parece diretamente relacionada à produção de etileno e o tratamento com etileno exógeno causa degradação da clorofila (Ke e Tsai, 1988). Tabela 1 - Caracterização físico-química da banana, variedade Prata-anã, in natura, no estádio 2 de maturação, através da escala de coloração, Missão Velha-Ce, 2002 Determinações pH Acidez total (%) Sólidos solúveis (ºBrix) Pigmentos solúveis em água Coloração Valores médios 5,5100 0,1038 2,8866 96,4666 2,0000 Tabela 2 - Valores médios, obtidos pela determinação do pH, após a aplicação de sete tratamentos em bananas da variedade Prata-anã, aos 2, 3, 7 e 10 dias após a colheita (DAC), Missão VelhaCe, 2002 pH Tratamentos Controle Uma aplicação de etil-5 a 1,0% Duas aplicações de etil-5 a 1,0% Uma aplicação de etil-5 a 1,5% Duas aplicações de etil-5 a 1,5% Uma aplicação de etil-5 a 2,0% Duas aplicações de etil-5 a 2,0% z 2 DAC 3 DAC 7 DAC 1 0 DAC 5,4366abz 5,5033ab 5,3966ab 5,6233b 5,6233b 5,2333a 5,2333a 5,2433c 5,0100bc 4,9133abc 5,0866bc 5,1500bc 4,5400a 4,7833ab 5,0033b 4,3400a 4,2300a 4,3133a 4,3400a 4,2433a 4,2566a 4,3966a 4,4433ab 4,3833a 4,4966ab 4,5166b 4,4266ab 4,4533ab As médias, seguidas da mesma letra na coluna, não diferem, estatisticamente, entre si, pelo teste de Tukey, em nível de 5% de probabilidade. Tabela 3 - Valores médios, obtidos pela determinação da acidez, após a aplicação de sete tratamentos em bananas da variedade Prata-anã aos 2, 3, 7 e 10 dias após a colheita (DAC). Missão Velha-Ce, 2002 Acidez total (%) Tratamentos Controle Uma aplicação de etil-5 a 1,0% Duas aplicações de etil-5 a 1,0% Uma aplicação de etil-5 a 1,5% Duas aplicações de etil-5 a 1,5% Uma aplicação de etil-5 a 2,0% Duas aplicações de etil-5 a 2,0% z 2 DAC 3 DAC 7 DAC 10 DAC 0,1257az 0,1709a 0,1709a 0,1725a 0,1725a 0,1624a 0,1624a 0,1676a 0,2044bc 0,1664a 0,1907abc 0,1840ab 0,1860ab 0,2258c 0,2103a 0,7241e 0,6432d 0,5368b 0,5856c 0,5884c 0,6003c 0,6450b 0,6008b 0,6093b 0,4656a 0,4939a 0,4892a 0,4964a As médias, seguidas da mesma letra na coluna, não diferem, estatisticamente, entre si, pelo teste de Tukey, em nível de 5% de probabilidade. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, Especial, v.6, n.1, p.55-60, 2004 Uso de etileno exógeno na maturação da banana variedade prata-anã Lucena et al. 59 Tabela 4 - Valores médios, obtidos pela determinação de sólidos solúveis, após a aplicação de sete tratamentos em bananas da variedade Prata-anã aos 2, 3, 7 e 10 dias após a colheita (DAC), Missão Velha-Ce, 2002 Sólidos solúveis (ºBrix) Tratamentos Controle Uma aplicação de etil-5 a 1,0% Duas aplicações de etil-5 a 1,0% Uma aplicação de etil-5 a 1,5% Duas aplicações de etil-5 a 1,5% Uma aplicação de etil-5 a 2,0% Duas aplicações de etil-5 a 2,0% z 2 DAC 3 DAC 7 DAC 10 DAC 3,5000bz 3,6666bc 4,0000c 2,9166a 2,9166a 4,0000c 4,0000c 4,4166a 6,6666bc 5,6666abc 5,1666ab 5,0833ab 12,7500d 7,0833c 6,4166a 23,2500bc 22,1666b 24,5833c 23,3333bc 24,2500c 22,9166bc 26,8333c 24,5000ab 23,5333a 25,6666bc 25,2500bc 24,5000ab 24,3333ab As médias, seguidas da mesma letra na coluna, não diferem, estatisticamente, entre si, pelo teste de Tukey, em nível de 5% de probabilidade. Tabela 5 - Valores médios, obtidos pela determinação de pigmentos solúveis em água, após a aplicação de sete tratamentos em bananas da variedade Prata-anã aos 2, 3, 7 e 10 dias após a colheita (DAC), Missão Velha-Ce, 2002 Pigmentos solúveis em água Tratamentos Controle Uma aplicação de etil-5 a 1,0% Duas aplicações de etil-5 a 1,0% Uma aplicação de etil-5 a 1,5% Duas aplicações de etil-5 a 1,5% Uma aplicação de etil-5 a 2,0% Duas aplicações de etil-5 a 2,0% z 2 DAC 3 DAC 7 DAC 10 DAC 96,8666az 95,4666a 96,7000a 95,3000a 96,5333a 97,2666a 97,2666a 97,3333ab 95,3666a 96,5666ab 98,0333ab 99,1666b 97,1333ab 97,1000ab 96,6333a 95,1666a 96,4000a 97,6333a 98,0333a 96,9666a 97,0000a 96,4666a 96,1333a 96,1000a 97,4333a 97,8333a 97,0000a 97,2333a As médias, seguidas da mesma letra na coluna, não diferem, estatisticamente, entre si, pelo teste de Tukey, em nível de 5% de probabilidade. Tabela 6 - Valores médios, obtidos pela determinação da coloração, após a aplicação de sete tratamentos em bananas da variedade Prata-anã aos 2, 3, 7 e 10 dias após a colheita (DAC), Missão Velha-Ce, 2002 Coloração Tratamentos Controle Uma aplicação de etil-5 a 1,0% Duas aplicações de etil-5 a 1,0% Uma aplicação de etil-5 a 1,5% Duas aplicações de etil-5 a 1,5% Uma aplicação de etil-5 a 2,0% Duas aplicações de etil-5 a 2,0% z 2 DAC 3 DAC 7 DAC 10 DAC 2az 2a 2a 2a 2a 2a 2a 2a 2a 2a 2a 2a 2a 2a 2a 6b 6b 7c 7c 6b 6b 7a 7a 7a 7a 7a 7a 7a As médias, seguidas da mesma letra na coluna, não diferem, estatisticamente, entre si, pelo teste de Tukey, em nível de 5% de probabilidade. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, Especial, v.6, n.1, p.55-60, 2004 60 Uso de etileno exógeno na maturação da banana variedade prata-anã Lucena et al. CONCLUSÕES Todos os frutos tratados com etileno tiveram uma maturação mais rápida e uniforme, quando comparados com os não tratados (controle), exceto aos 10 DAC, para pH, acidez e sólidos solúveis. Entre os tratamentos com etileno, o mais eficiente em um maior número de determinações que apresentaram diferenças significativas, foi uma aplicação de etil-5 a 2%. Sugere-se que novos ensaios sejam realizados com concentrações maiores que 2% de etil-5, prolongando o tempo de exposição, determinando-se o teor de clorofila na casca, a quantidade de etileno autocatalítico, a respiração, a textura e fazendo determinações diárias desde 1 DAC até os frutos atingirem a sua plena senescência, objetivando extrair dados mais conclusivos. Jones, B.J.C.; Pech, M.; Bouzayen, J.M.; Lelievre, M.; Guis, F.; Romajoro, A. Latche, R. Bem-arie and S. Philosoph Hadas. Ethylene and developmentally regulated processes in ripening climacteric fruit. ActaHorticulturae. v.553, n.1, p.133-138, 2001. Ke, L.S.; Tsai, P.L. Changes in ACC content and EFE activity in the peel end pulp of banana fruit during ripening in relation to ethylene production. Journal of the Agricultural Association in China. v.143, p.48-60, 1988. Lelièvre, J.M.; Latché, A.; Jones, B.; Bouzayen, M.; Pech, J.C. Ethylene and fruit ripening. Physiologia Plantarium. v.101, p.727-739, 1997. Lutz, I.A. Normas analíticas, métodos químicos e físicos para análise de alimentos. v. 1. São Paulo. 1985. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Dominguez, M.; M. Vendrell. Ethylene biosynthesis in banana fruit: Evolution of EFE activity and ACC levels in peel and pulp during ripening. Journal of Horticultural Science. v.68, n.1, p.63-70, 1993 Hewage, K.S.; Wainwright, H.; Luo, Y. Effect of ethanol and acetaldehyde on banana ripening. Journal of Horticultural Science. v.70, n.1; p.51-55, 1995 McMurchie, E. J.; McGlasson, W. B.; Eaks, I. L. Treatment of fruit with propylene gives information about the biogenesis of ethylene. Nature. v.237, p. 235-236, 1972. Vendrell, M.; McGlasson, W.B. Inhibition of ethylene production in banana fruit tissue by ethylene treatment. Australian Journal of Biological Sciences. v.24, p.885-895, 1971. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, Especial, v.6, n.1, p.55-60, 2004 Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.61-70, 2004 ISSN 1517-8595 61 ISOTERMAS DE DESSORÇÃO DE GRÃOS DE FEIJÃO MACASSAR VERDE (Vigna unguiculata (L.) Walpers), VARIEDADE SEMPRE-VERDE José Rildo de Oliveira1, Mário Eduardo R. Cavalcanti Mata2 Maria Elita Martins Duarte2 RESUMO Com a finalidade de estudar o comportamento do feijão macassar (Vigna unguiculata (L.) Walpers) durante o processo de secagem, determinou-se, experimentalmente, a umidade relativa de equilíbrio para quatro diferentes temperaturas (20, 30, 40 e 50 ºC) e umidade relativa entre 0,10 e 0,85 (base seca). O feijão foi colhido com teor de umidade médio de 65%, base úmida. Os dados experimentais foram ajustados pelos modelos de Henderson modificado, Chung-Pfost modificado, Cavalcanti Mata, Halsey modificado, Sigma-Copace e Oswin modificado. Os modelos de Cavalcanti Mata, Henderson modificado e o de Oswin modificado foram os que proporcionaram melhor ajuste aos dados experimentais. Palavras chave: isotermas, secagem, teor de umidade de equilíbrio. DESORPTION ISOTHERM OF COWPEA (Vigna unguiculata (L.) Walpers), ALWAYSGREEN VARIETY. ABSTRACT. The equilibrium relative humidity for four different temperatures (20, 30, 40 and 50 ºC) and relative humidity between 0,10 and 0,85 (dry base) was experimentally determined to study the behavior of the cowpea (Vigna unguiculata (L.) Walpers) during the drying process. The cowpea was picked with medium humidity text of 65%, humid base. The experimental data were adjusted by the follow models: modified Henderson’s, modified Chung-Pfost’s, Cavalcanti Kills’s, modified Halsey’s, Sigma-Copace’s and modified Oswin’s. Cavalcanti Kill´s, modified Henderson´s and modified Oswin´s models were the ones they provided better adjustment to the experimental data. Keywords: isotherms, drying, equilibrium moisture content INTRODUÇÃO Segundo dados do IBGE (Levan-tamento Sistemático da Produção Agrícola de 1997 a 2001), o feijão macassar (Vigna unguiculata (L.) Walpers) representa cerca de 14% da produção total de feijão do Brasil, e 47% da produção total de feijão da região Nordeste. Por ser uma cultura adaptada ao clima tropical, pode ser cultivada no Brasil, tanto no clima seco da região Nordeste, como no clima úmido da região Norte, constituindo-se numa das principais fontes de renda para pequenos agricultores, além de base alimentar para populações rurais e urbanas. SILVA et al. (1999), avaliou a composição química de sementes de oito genótipos de feijão macassar, e obteve os seguintes resultados expressos em percentagem de peso seco: proteína total de 22,43 a 29,29%; carboidratos de 51,09 a 62,62%; lipídio total de 0,97 a 2,01%; cinza de 3,14 a 3,70%. O teor de proteína solúvel variou de 66,48 a 90,88% miligrama de proteína por grama de farinha.de uma maneira geral, os grãos dessa cultura são ricos em proteínas, ___________________ Protocolo 531 de 08 / 07/2004 1 Aluno de Doutorado em Engenharia de Processos CCT/UFCG Tel. (083) 333-1040 e-mail: [email protected] Professor (a) Dr (a) do Departamento de Engenharia Agrícola, UFCG. Av. Aprígio Veloso 882, Bodocongó, Cep 58109970, Campina Grande – PB E-mail: [email protected] 1 Isotermas de dessorção de grãos de feijão macassar verde, variedade sempre-verde. 62 carboidratos e outros nutrientes. Suas proteínas são de alto valor nutritivo, ricas em lisina e outros aminoácidos essenciais, com exceção dos aminoácidos sulfurados metionina e cisteína. As curvas de equilíbrio higroscópicos são propriedades termodinâmicas úteis para se determinar às interações que ocorrem entre a água e os elementos componentes do produto. Segundo Corrêa et al. (2000), essas curvas podem servir como parâmetro indicativo de embalagens apropriadas para melhor conservação do produto durante o período de estocagem A modelagem e a simulação de secagem ou armazenamento dependem muito do conhecimento prévio das curvas de equilíbrio do produto com o ambiente, a uma certa temperatura e umidade relativa do ar. Na literatura especializada, existe um numero considerável de modelos empíricos e semi-empíricos destinados ao ajuste de dados experimentais de umidade de equilíbrio. Rao e Pappas (1987) efetuaram o levantamento das curvas de adsorção do feijão macassar e ajustaram os dados pelos modelos de BET, Chung-Pfost, Halsey, Oswin, Henderson e Smith. Ajibola et al. (2003) utilizaram as equações de Henderson, Chung-Pfost, Henderson modificada e Halsey modificada para ajustar as isotermas de adsorção do feijão macassar Timmermann et al. (2001) estudaram a diferença existente no valor da monocamada fornecida pelo modelo de BET em relação ao de GAB, para uma relação de quatorze produtos alimentícios. Para o feijão macassar colhido verde, ou seja, na fase de pré maturação, com teor de umidade médio de 65%, base úmida, não foi encontrado na literatura consultada dados sobre a atividade de água do produto. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo obter as curvas de dessorção para temperaturas de 20, 30, 40 e 50 ºC, atividade de água na faixa de 0,10 a 0,85. Equipamentos utilizados: Balança digital modelo HR-200, precisão de quatro casas decimais; Estufa com remoção e circulação de ar, modelo MA035, marca MARCONI, capacidade de aquecimento até 200 ºC e velocidade do ar de 1,6m/s; Novasina (equipamento que possibilita a leitura direta da atividade de água do produto), que opera com temperaturas de 0 a 50 ºC. Para cada temperatura, foram preparadas cinco amostras, que contêm, cada uma, quinze grãos de feijão macassar verde, com teor de umidade médio de 65%, base úmida, e colocadas na estufa a 70 ºC. À medida que se processava a secagem, retirava-se uma amostra de cada vez, e colocava-se no Novasina para determinação da umidade de equilíbrio. Ao final do experimento as amostras foram deixadas por um período de setenta e duas horas em uma estufa à temperatura de 105 ºC, para determinação da massa de sólido seco. A umidade de equilíbrio foi calculada pela seguinte equação: U eq meq m ss m ss (1) em que, U eq = umidade de equilíbrio (base seca); meq = massa da amostra no equilíbrio (g); mss = massa de sólido seco (g). Os modelos matemáticos foram analisados tomando-se como parâmetro o valor do coeficiente de determinação (R2), o desvio percentual médio (P) e no erro relativo (ε), expressos por: P MATERIAIS E MÉTODOS Os experimentos para obtenção dos valores da umidade de equilíbrio do produto foram realizados no Laboratório de Transferência de Calor e Massa em Meios Porosos do Departamento de Engenharia Química, DEQ/UFCG/Campus I. Oliveira et al. 100 n n U exp U cal i 1 U exp U exp U cal U exp .100 (2) (3) em que, U exp = valor experimental da umidade de equilíbrio; U cal = valor calculado da umidade de equilíbrio; n = quantidade de dados experimentais. Aos valores experimentais das isotermas de dessorção foram ajustados los modelos de Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.61-70, 2004 Isotermas de dessorção de grãos de feijão macassar verde, variedade sempre-verde. Henderson modificado, Oswin modificado, Chung-Pfost modificado, Halsey modificado, Cavalcanti Mata e Sigma-Copace (Tabela 1). O ajuste dos modelos matemáticos aos dados experimentais foi feito por meio do software Oliveira et al. 63 Statistica 5.0, utilizando-se análise de regressão não linear, pelos métodos de Quasi-Newton e Hooke-Jeeves/Quasi-Newton, e critério de convergência de 0,0001. Tabela 1 - Modelos matemáticos utilizados no ajuste das curvas de equilíbrio higroscópico de grãos de feijão macassar colhidos com teor de umidade médio de 65%, base úmida Modelo Equação Halsey modificado Ue = exp (a+(b x T)) x (-log(Aw)) (-1/c) Ue = (log(1-Aw)/(-a x (T+b))) (1/c) Henderson modificado Chung-Pfost modificado Ue = (-1/c) x log (-(T+b) x log(Aw)/a) (1/c) Cavalcanti Mata Ue = (log (1-Aw)/(a x (T b))) Oswin modificado Ue = (a + b x T) x (Aw/(1-Aw)) Sigma-Copace c Ue = exp (a-(b x T) + (c x exp(Aw))) a, b, e c são constantes do modelo; Ue é a umidade de equilíbrio (base seca); Aw é a atividade de água, (decimal) e T é a temperatura (ºC). RESULTADOS E DISCUSSÃO Nas Tabelas 2 e 3, verifica-se que, para todas as temperaturas utilizadas, há uma discrepância considerável entre o valor experimental e o calculado, para umidade de equilíbrio experimental de 2,65, 2,18, 3,16 e 3,12%, base seca, que corresponde a uma atividade de água de 0,10 (±0,01). Os modelos de Halsey modificado e Sigma-Copace foram os que apresentaram maior valor do erro relativo (ε), o que pode ser visualizado, também, nas Figuras 3 e 4. O modelo de Cavalcanti Mata foi o que apresentou erro relativo de menor magnitude, seguido do modelo de Henderson modificado, conforme Figuras 1 e 2.. Uma das hipóteses a ser investigada seria a maturidade do produto, ou seja, passar a colher o produto após o período de maturação, quando ele apresenta maiores índices de massa e com teor de umidade média em torno de 35%, base úmida. Dos seis modelos utilizados, três apresentaram coeficiente de correlação superior a 99%: Cavalcanti Mata, Henderson modificado e Oswin modificado. O primeiro modelo, dentre todos, foi o que obteve o menor desvio percentual médio (P). Os modelos de Halsey, Chung-Pfost e de Sigma-Copace, apresentaram os maiores valores para desvio percentual médio, conforme consta na Tabela 4. Analisando o ajuste das curvas (Figuras 1 a 6) efetuado pelos três primeiros modelos, conforme dispostos na Tabela 4, observa-se que, para as temperaturas de 20 e 30 ºC, o modelo de Oswin não ajustou tão bem quanto para 40 e 50 ºC. Já os modelos de Henderson modificado e Cavalcanti Mata mostraram um comportamento mais uniforme nos ajustes das curvas de isotermas para as quatro temperaturas estudadas. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.61-70, 2004 Isotermas de dessorção de grãos de feijão macassar verde, variedade sempre-verde. 64 Oliveira et al. Tabela 2.- Umidade de equilíbrio higroscópico calculada (Ucalc) e erro relativo (ε), do feijão macassar verde colhido com teor de umidade de 65%, base úmida, para diferentes temperaturas e modelos matemáticos Modelos T (ºC) 20 20 20 20 20 20 20 20 20 30 30 30 30 30 30 30 30 30 40 40 40 40 40 40 40 40 40 50 50 50 50 50 50 50 50 50 Uexp (b.s.) 29,45 23,3 16,86 15,30 12,60 10,09 8,50 6,32 2,65 26,80 20,60 16,10 12,45 11,53 8,85 7,31 6,23 2,18 25,50 19,91 14,80 11,80 10,45 9,30 7,20 6,25 3,16 24,70 18,30 13,55 11,05 9,61 7,76 6,30 5,70 3,12 Henderson modificado Cavalcanti Mata Chung-Pfost modificado Ucalc (b.s.) ε (%) Ucalc (b.s.) ε (%) Ucalc (b.s.) ε (%) 30,20 23,71 19,13 15,49 12,39 9,62 7,04 5,79 3,25 27,22 21,37 17,24 13,96 11,16 8,67 6,35 5,22 2,92 24,83 19,49 15,73 12,73 10,19 7,91 5,79 4,76 2,67 22,88 17,96 14,49 11,73 9,38 7,29 5,34 4,39 2,46 -2,56 -1,76 -13,48 -1,24 1,67 4,65 17,12 8,37 -22,45 -1,56 -3,72 -7,09 -12,12 3,17 2,03 13,15 16,24 -34,13 2,62 2,09 -6,28 -7,92 2,53 14,95 19,56 23,82 15,57 7,37 1,86 -6,95 -6,18 2,34 6,08 15,29 23,04 21,22 28,80 22,71 18,40 14,95 12,01 9,37 6,90 5,69 3,22 26,51 20,90 16,93 13,76 11,05 8,62 6,35 5,24 2,97 25,00 19,71 15,97 12,98 10,42 8,13 5,99 4,94 2,80 23,88 18,83 15,25 12,40 9,96 7,77 5,72 4,72 2,67 2,20 2,53 -9,11 2,28 4,71 7,17 18,85 9,97 -21,58 1,07 -1,48 -5,17 -10,54 4,15 2,58 13,13 15,92 -36,06 1,96 1,00 -7,88 -9,97 0,28 12,58 16,85 20,98 11,49 3,30 -2,90 -12,58 -12,20 -3,60 -0,09 9,21 17,21 14,36 26,57 21,65 18,17 15,35 12,85 10,49 8,10 6,81 3,73 25,59 20,67 17,19 14,37 11,88 9,52 7,12 5,84 2,75 24,71 19,79 16,32 13,49 11,00 8,64 6,25 4,96 1,88 23,92 19,00 15,52 12,70 10,21 7,85 5,45 4,17 1,08 9,80 7,10 -7,76 -0,29 -1,99 -4,00 4,72 -7,82 -40,72 4,52 -0,34 -6,78 -15,41 -3,00 -7,56 2,54 6,29 -26,28 3,09 0,58 -10,24 -14,35 -5,26 7,06 13,22 20,61 40,60 3,17 -3,82 -14,55 -14,91 -6,19 -1,13 13,44 26,89 65,32 Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.61-70, 2004 Isotermas de dessorção de grãos de feijão macassar verde, variedade sempre-verde. Oliveira et al. 65 Tabela 3.- Umidade de equilíbrio higroscópico calculada (Ucalc) e erro relativo (ε), do feijão macassar verde colhido com teor de umidade de 65%, base úmida, para diferentes temperaturas e modelos matemáticos Modelos T (ºC) Uexp (b.s.) 20 20 20 20 20 20 20 20 20 30 30 30 30 30 30 30 30 30 40 40 40 40 40 40 40 40 40 50 50 50 50 50 50 50 50 50 29,45 23,3 16,86 15,30 12,60 10,09 8,50 6,32 2,65 26,80 20,60 16,10 12,45 11,53 8,85 7,31 6,23 2,18 25,50 19,91 14,80 11,80 10,45 9,30 7,20 6,25 3,16 24,70 18,30 13,55 11,05 9,61 7,76 6,30 5,70 3,12 Halsey modificado Sigma-Copace Oswin modificado Ucalc (b.s) ε (%) Ucalc (b.s.) ε (%) Ucalc (b.s.) ε (%) 30,54 21,42 16,66 13,59 11,35 9,58 8,06 7,34 5,88 28,47 19,96 15,53 12,67 10,58 8,93 7,51 6,84 5,48 26,54 18,61 14,48 11,81 9,87 8,32 7,00 6,38 5,11 24,74 17,34 13,49 11,01 9,20 7,76 6,53 5,95 4,76 -3,71 8,08 1,17 11,16 9,89 5,07 5,20 -16,20 -121,81 -6,24 3,09 3,53 -1,76 8,21 -0,88 -2,75 -9,87 -151,33 -4,07 6,54 2,18 -0,08 5,60 10,52 2,76 -2,10 -61,61 -0,15 5,22 0,41 0,38 4,32 0,04 -3,59 -4,33 -52,56 29,92 22,43 17,29 13,66 11,04 9,10 7,64 7,05 6,06 27,87 20,90 16,11 12,72 10,28 8,48 7,12 6,56 5,65 25,96 19,47 15,00 11,85 9,58 7,90 6,63 6,12 5,26 24,18 18,14 13,98 11,04 8,92 7,36 6,18 5,70 4,90 -1,59 3,72 -2,55 10,73 12,41 9,82 10,11 -11,50 -128,79 -4,00 -1,45 -0,04 -2,20 10,84 4,23 2,63 -5,36 -159,08 -1,82 2,22 -1,37 -0,45 8,36 15,10 7,90 2,16 -66,52 2,09 0,90 -3,14 0,07 7,17 5,22 1,95 0,07 -57,08 29,79 21,96 17,44 14,27 11,77 9,63 7,65 6,67 4,52 27,88 20,55 16,33 13,36 11,02 9,01 7,16 6,24 4,23 25,97 19,14 15,21 12,44 10,26 8,40 6,67 5,81 3,94 24,06 17,74 14,09 11,53 9,51 7,78 6,18 5,38 3,65 -1,15 5,77 -3,46 6,73 6,58 4,55 9,99 -5,46 -70,45 -4,03 0,25 -1,40 -7,29 4,45 -1,85 2,04 -0,13 -93,90 -1,85 3,85 -2,76 -5,44 1,79 9,71 7,35 7,02 -24,62 2,57 3,08 -3,99 -4,33 1,05 -0,26 1,89 5,54 -16,96 Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.61-70, 2004 66 Isotermas de dessorção de grãos de feijão macassar verde, variedade sempre-verde. Oliveira et al. Tabela 4 - Valores dos parâmetros (a, b e c), do coeficiente de correlação (R2) e do desvio percentual médio (P), das equações utilizadas para encontrar a umidade de equilíbrio do feijão macassar, em função da temperatura e da umidade relativa Parâmetros Modelos a b c R2 P Cavalcanti Mata -0,010024 0,269730 1,319757 99,24 9,08 14,6192 -0,082976 0,479741 99,45 9,26 0,000331 49,24680 1,295806 99,10 9,78 Oswin modificado Henderson modificado Chung-Pfost modificado 0,116087 63,41235 296,0918 98,69 11,70 Halsey modificado 2,429106 -0,006977 1,609155 98,67 14,90 Sigma-Copace 0,515106 0,007091 1,293020 98,70 15,68 Equação de Cavalcanti Mata 0 Umidade de equilibrio (% base seca) Experimental (20 C) 0 Experimental (30 C) 30 0 Experimental (40 C) 0 25 Experimental (50 C) 0 Calculado (20 C) 0 Calculado (30 C) 0 Calculado (40 C) 0 Calculado (50 C) 20 15 10 5 0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Umidade relativa (decimal) Figura 1 - Isotermas de dessorção de feijão macassar, ajustadas pelo modelo de Cavalcanti Mata Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.61-70, 2004 Isotermas de dessorção de grãos de feijão macassar verde, variedade sempre-verde. Oliveira et al. 67 Equação de Henderson modificada 0 Experimental (20 C) Umidade de equilibrio (% base seca) 35 0 Experimental (30 C) 0 Calculado (30 C) 0 Calculado (40 C) 0 Calculado (50 C) Experimental (40 C) 30 0 Calculado (20 C) Experimental (50 C) 0 0 25 20 15 10 5 0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Umidade relativa (decimal) Figura 2 - Isotermas de dessorção de feijão macassar, ajustadas pelo modelo de Henderson modificado Equação de Sigma-Copace 0 Experimental (20 C) 0 Umidade de equilibrio (% base seca) Experimental (30 C) 30 0 Calculado (20 C) 0 Calculado (30 C) 0 Calculado (40 C) 0 Calculado (50 C) Experimental (40 C) Experimental (50 C) 0 0 25 20 15 10 5 0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Umidade relativa (decimal) Figura 3 - Isotermas de dessorção de feijão macassar, ajustadas pelo modelo de Sigma-Copace Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.61-70, 2004 68 Isotermas de dessorção de grãos de feijão macassar verde, variedade sempre-verde. Equação de Halsey modificada 40 0 0 Experimental (20 C) Umidade de Equilibrio (% base seca) Oliveira et al. Calculado (20 C) 0 35 0 Experimenatal (30 C) Calculado (30 C) 0 0 Experimental (40 C) 30 Calculado (40 C) 0 0 Experimental (50 C) Calculado (50 C) 25 20 15 10 5 0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Umidade relativa (decimal) Figura 4 - Isotermas de dessorção de feijão macassar, ajustadas pelo modelo de Halsey modificado Equação de Oswin modificada 0 Calculado (20 C) 0 Calculado (30 C) 0 Calculado (40 C) 0 Calculado (50 C) Umidade de equilibrio (% base seca) Experimental (20 C) Experimental (30 C) 30 Experimental (40 C) Experimental (50 C) 25 0 0 0 0 20 15 10 5 0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Umidade relativa (decimal) Figura 5 - Isotermas de dessorção de feijão macassar, ajustadas pelo modelo de Oswin modificado Equação de Chung Pfost 0 Experimental (20 C) Umidade de equilibrio (% base seca) 0 Experimental (30 C) 30 0 Experimental (40 C) 0 Experimental (50 C) 25 0 Calculado (20 C) 0 Calculado (30 C) 0 Calculado (40 C) 0 Calculado (50 C) 20 15 10 5 0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Umidade relativa (decimal) Figura 6 - Isotermas de dessorção de feijão macassar, ajustadas pelo modelo de Chung-Pfost modificado Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.61-70, 2004 Isotermas de dessorção de grãos de feijão macassar verde, variedade sempre-verde. 69 Equação de Oswin modificada Equação de Cavalcanti Mata 2,0 Oliveira et al. 1,5 1,5 1,0 0,5 0,5 0,0 Residuos Residuos 1,0 0,0 -0,5 -0,5 -1,0 -1,0 -1,5 -1,5 -2,0 -2,5 0 5 10 15 20 25 30 0 5 Valores calculados 15 20 25 30 Valores calculados Equação de Chung-Pfost modificada Equação de Henderson modificada 2 3 1 2 Residuos Residuos 10 0 -1 1 0 -1 -2 -2 -3 0 5 10 15 20 25 30 0 5 Valores calculados 10 15 20 25 30 Valores calculados Equação de Halsey modificada 2 1 1 0 0 Residuos Residuos Equação de Sigma-Copace 2 -1 -2 -3 -1 -2 -3 -4 5 10 15 20 25 30 35 Valores calculados -4 5 10 15 20 25 30 Valores calculados Figura 7 - Distribuição dos resíduos para os modelos matemáticos utilizados nas isotermas de dessorção de feijão macassar. Na Figura 7, encontra-se a distribuição dos resíduos dos 6 modelos propostos para representar as isotermas de equilíbrio higroscópico do feijão macassar, obtidos com base na diferença entre os valores experimentais e os valores calculados. Nessa figura, observase que os resíduos dos modelos propostos por Chang Pfost modificado, Halsey modificado e Sigma Copace, apresentam um comportamento tendencioso, o que nos leva a enunciar que esses modelos são menos indicados para descrever a relação de higroscopicidade do feijão macassar com o meio que o circunda. Contudo, os modelos propostos por; Cavalcanti Mata, Henderson Modificado e Oswin modificado apresentam uma distribuição Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.61-70, 2004 70 Isotermas de dessorção de grãos de feijão macassar verde, variedade sempre-verde. Oliveira et al. aleatória dos resíduos, o que permite afirmar que essas equações representam de forma mais satisfatória os dados experimentais e conseqüentemente expressam melhor o fenômeno físico de higroscopicidade do feijão macassar. Corrêa, P. C.; Afonso Júnior, P. C.; Stringheta P. C. Estudo do fenômeno de adsorção de água e seleção de modelos matemáticos para representar a higroscopicidade do café solúvel. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, v.2, n.1, p.19-25, 2000. CONCLUSÃO Pappas, G.; Rao, V.N.M. Sorption isotherms of cowpeas from 25ºC to 70ºC. Transactions of the ASAE, v.30, n.5, p.1478-1483, 1987. Com base nos resultados obtidos pode-se concluir que a equação proposta por Cavalcanti Mata, Henderson modificado e Oswin modificado foram as que melhor se ajustaram as dados experimentais de isotermas de equilíbrio higroscópico do feijão macassar verde, para as temperaturas de 20, 30, 40 e 50 ºC e atividade de água de 0,10 a 0,85. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Ajibola, O. O.; Aviara, N. A.; Ajetumobi, O. E. Sorption equilibrium and thermodynamic properties of cowpea (Vigna unguiculata). Journal of Food Engineering, v.58, p. 317324, 2003. Silva, S. M. de S. e; Freire Filho, F. R.; Nogueira, M. do S. da R Composição química e protéica de sementes de oito genótipos de feijão caupi (Vigna unguiculata (L) Walp.). Teresina: EMBRAPA - Centro de Pesquisa Agropecuária do Meio-Norte, 1999. 3p. (Comunicado Técnico n.º 105) Timmermann, E. O.; Chirife, J.; Iglesias, H. A. Water sorption isotherms of foods and foodstuffs: BET or GAB parameters? Journal of Food Engineering, v.48, p.1931, 2001. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.61-70, 2004 Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.71-86, 2004 ISSN 1517-8595 ESTUDO DA SECAGEM DE CAQUI GIOMBO COM ENCOLHIMENTO E SEM ENCOLHIMENTO Kil Jin Park1, Christiane Tanigawa Tuboni2, Rafael Augustus de Oliveira3, Kil Jin Brandini Park4 RESUMO O mercado de frutas secas necessita de tecnologias para a produção de passas como alternativa aos produtos importados, bem como para reduzir perdas pós-colheita e aumentar seu valor agregado. Em geral, caqui-passa ainda é produzido pelo método de secagem pela exposição direta ao sol, levando aproximadamente dez dias. A secagem de caqui com secadores convectivos de fluxo vertical com diferentes temperaturas e velocidades do ar demora, aproximadamente, dois dias inteiros. Assim, neste trabalho conduziram-se experimentos para a análise da influência dos processos de secagem do caqui Giombo. O processo de secagem foi analisado levando em consideração a cinética de secagem com e sem encolhimento da amostra. As análises físico-químicas da fruta mostraram diferenças em relação aos valores encontrados na literatura. As curvas de secagem foram bem ajustados na solução analítica da 2a Lei de Fick na configuração da esfera. O ajuste das curvas de secagem de caqui Giombo sem considerar o encolhimento apresentou valores de difusividade efetiva variando de 2,59x10-10 a 4,29x10-10 m2/s e de erro relativo médio de 3,90 a 8,27 %, e considerando o encolhimento apresentou valores de difusividade efetiva variando de 2,24x10-10 a 3,88x10-10 m/s e de erro médio de 2,54 a 4,91 %. Os valores de difusividades obtidas sem considerar o encolhimento representam 1,10 a 1,19% em relação aos valores de difusividades considerando encolhimento, demonstrando que não considerar o encolhimento superestima o coeficiente difusional. O modelo que melhor representa a difusividade efetiva foi o modelo quadrático. Palavras-chave: caqui-passa; fruta-seca; difusividade efetiva. DRYING STUDY OF PERSIMMONS WITH SHRINKAGE AND WITHOUT IT ABSTRACT The dry fruits market needs technologies for the passas production as alternative to the imported products, as well as to reduce losses after harvest and to increase its added value of the same ones. Generally, kaki-passa is still produced through the drying method by the direct exhibition in the sun, during approximately ten days. Kaki drying in vertical flow convective dryers with different air temperatures and velocities spends, approximately, two days. Thus, experiments were conducted, in this work, for the analysis of the influence of the drying process in the Giombo kaki. The drying process was analyzed through the drying kinetics with the shrinkage of sample and without it. The physico-chemical analysis of the fruit presented different values of the literature ones. The drying curves were well adjusted by the 2nd Fick’s Law analytical solution for a sphere configuration. The adjustment of the drying curves of the kaki Giombo, without considering the shrinkage, presented values of effective diffusivity varying from 2.59x10-10 to 4.29x10-10m2/s with average relative error from 3.90 to 8.27%. When the shrinkage was considered, the effective diffusivity varied from 2.24x10-10 to 3.88x10-10m2/s with average error from 2.54 to 4.91%. The effective diffusivity values without shrinkage represent 1.10 to 1.19% of diffusivity values considering shrinkage. It demonstrates that there is an overestimation of the diffusivity coefficient when the shrinkage isn’t considered. The quadratic model is the one which best represents the effective diffusivity. Keywords: khaki-passa, dry fruit, effective diffusivity. Protocolo 540 de 16 / 08 /2004 1 Professor titular da Faculdade de Engenharia Agrícola da UNICAMP 2 Aluna de Inicaiação Científica da Faculdade de Engenharia Agrícola da UNICAMP 3 Mestrando da Faculdade de Engenharia Agrícola da UNICAMP 4 Doutorando da Faculdade de Engenharia Agrícola da UNICAMP 71 72 Estudo da secagem de caqui giombo com encolhimento e sem encolhimento INTRODUÇÃO O caqui (Diospyrus kaki) é uma fruta proveniente da Ásia oriental, mais precisamente da China, de onde foi levada para a Índia e para o Japão. Com o passar do tempo, durante milênios, espalhou-se pelos cinco continentes. O caqui cresceu em seu habitat em estado silvestre desde os tempos imemoriais. É uma fruta que se adapta bem ao clima subtropical e temperado. No Brasil, aonde provavelmente chegou no final do século XIX, aclimatou-se muito bem e passou a frutificar ainda melhor do que em seus países de origem, tendo se tornado produto de importante exploração comercial. Chegou em São Paulo em 1890. A expansão da cultura só ocorreu a partir de 1920 com a chegada dos imigrantes japoneses que trouxeram outras variedades e domínio da população. O Estado de São Paulo é o principal produtor brasileiro de caqui, possuindo uma cultura bastante desenvolvida e de relevante importância econômica. A produção mundial é ao redor de 1.200.000 toneladas anualmente em uma área de aproximadamente 235.000 hectares, com a China que produz cerca de 57% e o Japão 27% da colheita. Em menor escala, a indústria de caqui também está sendo desenvolvida na Itália (70.000 ton.), Coréia (50.000 ton.), Brasil (45.000 ton.), Israel (10.000 ton.), Espanha (8.000 ton.), Estados Unidos (7.000 ton.), Nova Zelândia e Austrália (Telis et al., 2000). O caqui é originário das regiões montanhosas da China Central e Leste, onde era encontrada em estado selvagem (Bould & Nicholas, 1949 e Golubev et al., 1987). O seu cultivo iniciou-se no final do século XII, depois de ser levado para a Coréia e Japão (Simão, 1971 e Andersen & Pinheiro, 1974), sendo, neste último país, considerado como uma das principais frutas cultivadas (Popenoe, 1938). Sua introdução como árvore frutífera nos países ocidentais com condições climáticas e edáficas semelhantes se deu no século XIX, inicialmente, nos Estados Unidos e, seguindo para França, Espanha e Itália (Popenoe, 1938; Simão, 1971 e Andersen & Pinheiro, 1974). No Brasil, há evidências de que o caquizeiro entrou pela primeira vez, através de São Paulo, por volta de 1890, ocasião em que Luís Pereira Barreto recebeu sementes enviadas da França, pelo naturalista Charles Naudin, um dos primeiros estudiosos desta planta frutífera (Penteado, 1986 e Martins & Pereira, 1989). É uma das frutas que se tem mostrado com grandes possibilidades de expansão no Park et al. mercado, cujo principal motivo de sua rápida expansão, no Estado de São Paulo, foi a imigração japonesa que se deu à partir de 1920, que trouxeram clones de vários cultivares (Martins & Pereira, 1989). O interesse pela cultura encontra justificativa, além de sua perfeita adaptação às nossas condições ecológicas, pelo fato de ser o caqui uma fruta de grande agrado popular, e, também, de ser o caquizeiro uma planta rústica, vigorosa e produtiva, cuja produção apresenta menores problemas que a de outras frutíferas, sobretudo as de clima temperado (Martins & Pereira, 1989). Atualmente, é cultivada, principalmente, nas regiões sul e sudeste do Brasil, apresentando significativa importância econômica na Grande São Paulo, no vale do Paraíba, Campinas, Sorocaba e Mogi das Cruzes (Martins & Pereira, 1989). De acordo com o Anuário Estatístico do Brasil (1993) a produção anual está situada em torno de 130 ton de caqui/ano/ha. O caqui pertence à família Ebenaceae, que reúne 200 espécies de valor frutífero, ornamental e floral e cerca de 800 variedades. O Diospyrus kaki L., originário da Ásia, é uma das espécies mais estimadas pela qualidade de seus frutos, que são cognominados alimento dos deuses: Dios = Deus, pyrus = alimento. Diospyrus virginiana L., originário dos Estados Unidos, apresenta frutos despidos de valor alimentar, porém é empregado como porta-enxerto e sua madeira aproveitada em marcenaria. Diospyrus lotus L. Os frutos também não têm valor econômico e é empregado na obtenção de porta-enxerto. Há ainda o Diospyrus discolor Wild, produtor de frutos comestíveis e o Diospyrus ebenaster Retz (Sapota preta) que, além de produtor de frutos, é altamente estimado por sua madeira: "madeira de ébano". O tronco, quando cultivado em pomares, é curto, tortuoso e a copa profusamente ramificada e arredondada. Os ramos novos são angulosos, verde-amarelados e tomentosos. A seguir, tornam-se arredondados, de cor parda ou acinzentada, e glabros com lentículas. As folhas são caducas, dísticas com pecíolos curtos e dispostas alternadamente nos ramos. São variáveis, quanto à forma o que permite distinguir as espécies e, às vezes, as variedades. As flores de coloração creme-branco surgem junto à axila das folhas dos ramos Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.71-86, 2004 Estudo da secagem de caqui giombo com encolhimento e sem encolhimento novos, logo após a brotação, que sucede o período de repouso hibernal. O caquizeiro pode apresentar três tipos de flores: masculina, feminina e hermafrodita, podendo encontrar as três formas numa mesma planta (Popenoe, 1938; Simão, 1971; Ragazzini, 1985 e Martins & Pereira, 1989). As flores masculinas são, facilmente identificadas, pois são menores (em torno de 1,3 cm – maioria de 0,8 a 1,8 cm de comprimento), estão dispostas em cachos de três flores curto-pecioladas ou subsésseis no mesmo pedúnculo. Elas têm estames normais, em número par de 14 a 24 na base da corola, com ovário atrofiado. As flores femininas aparecem isoladas nas axilas das folhas; são maiores que as masculinas, com 1,5 a 2,5 cm de comprimento e 0,5 a 1 cm de largura. Há 8 a 16 estaminóides, quando 8 livres, 16 quando unidos aos pares, inseridos na base do tubo da corola. Nelas, o cálice, a corola, e o ovário são bastante desenvolvidos e os estames atrofiados. O caquizeiro tem, predominantemente, as características de planta dióica, isto é, quando as flores masculinas e femininas estão em plantas diferentes. Mas, pode haver plantas monóicas, que, no mesmo pé, apresentam, separadas, as flores masculinas e femininas. Plantas com flores hermafroditas (bissexuadas) são pouco comuns no caquizeiro. Suas características são intermediárias entre as flores femininas e masculinas, mas elas ocorrem, geralmente, associados a esta última. Os principais cultivares produzem, com raras exceções, somente flores femininas. As frutas se apresentam sob diversas formas, ovóide, globoso, quadrático, achatado, tronco de cone e outras formas que podem variar, segundo o cultivar (Popenoe, 1938; Simão, 1971; Murayama, 1973; Ragazzini, 1985 e Martins & Pereira, 1989). A cor da casca, quando madura, varia de amarelo a vermelha e a polpa, que, geralmente, é amarelada, em certos casos pode variar em função da presença ou não de sementes (Popenoe, 1938 e Martins & Pereira, 1989). O fruto verde possui uma coloração verde oliva, e é rico em tanino, que proporciona a adstringência na fruta. Com a maturação, ocorre a polimerização destes taninos devido à ação de acetaldeídeos, transformando-os em açúcar ou são consumidos, durante a respiração (Ragazzini, 1985). Segundo Penteado (1986), o caquizeiro é uma planta de crescimento lento, atingindo o estágio adulto aos 7-8 anos. No entanto, com 34 anos já produz uma boa quantidade de frutos. Park et al. 73 A planta, em crescimento livre, pode atingir, até 15 metros de altura e 1 metro de diâmetro. De acordo com Martins & Pereira (1989), a planta possui uma longevidade de várias dezenas de anos. Existem referências sobre a existência de plantas, no Japão com mais de 600 anos de idade. Em questões de nomenclatura, poucas plantas frutíferas apresentam maior confusão do que o caqui. Somente no Japão, forma registradas mais de 600 variedades, o que, sem dúvida, parece ser o resultado da exuberância de denominações diferentes uma mesma variedade. Felizmente, procurou-se resolver satisfatoriamente esse assunto, numa reunião do Fórum Paulista de Fruticultura, realizada em 1951, na qual tomou parte grande número de interessados na cultura do caqui, do Estado de São Paulo. Nessa reunião, foram estabelecidos nomes bem definidos para as variedades comerciais, os quais passaram a ser unanimemente aceitos pelos fruticultores. Citando as variedades comerciais do caqui temos: Taubaté – Fruto grande, globoso, ligeiramente achatado; polpa amarelo-clara, bastante taninosa antes de completar a maturação. Forma árvores vigorosas e muito produtivas. É a variedade mais cultivada em São Paulo. Rama Forte – Fruto de tamanho médio ou grande, achatado; polpa amarelo escura, tendendo para parda, quando com sementes abundantes (tipo chocolate). Muito vigorosa e produtiva. Giombo – Fruto médio, oblongo-ovado; polpa amarelo-avermelhada, bastante taninosa, quando sem sementes, e tipo chocolate (não adstringente), quando com numerosas sementes. Extraordinariamente vigorosa e produtiva. Mazeli – Fruto médio ou grande, globoso-achatado, com dois sulcos laterais; polpa amarelo-avermelhada, tendendo para âmbar, quando apresenta sementes; quando sem elas, polpa clara, bastante adstringente antes de completar a maturação. Vigorosa e produtiva. Luiz de Queirós – Semelhante à anterior, porém, de tamanho menor. Trakoukaki – Fruto pequeno, achatado; polpa consistente, amarelo-avermelhada, muito taninosa antes de completar a maturação. Forma árvores fortes e muito produtivas. Ushida 1 – Fruto médio, globosoachatado; polpa firme, amarelo-avermelhada, quando sem sementes; torna-se mais escura e perde a adstringência, quando apresenta muitas Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.71-86, 2004 74 Estudo da secagem de caqui giombo com encolhimento e sem encolhimento sementes. Muito vigorosa e produtiva. (Murayama, 1973) Existem inúmeras variedades cultivadas no mundo e, hoje em dia, há também uma série de híbridos. Para maior facilidade de estudos as variedades são reunidas em três grupos, cada um apresentando características físico-químicas e organolépticas próprias: Sibugaki ou Taninosos- são cultivares sempre taninosos, quer tenham sementes ou não. A polpa é sempre amarela. Para a comercialização os frutos precisam ser tratados, para retirar o sabor adstringente. Os principais são: Taubaté, Pomelo, Rubi, Coração-de-Boi, Regina, Mazeli, Hachiya, Costata, Trakoukaki, Hirataninashi, IAC-6-22, IAC-2-4, IAC-13-6, IAC-5 (variedade polinizadora de flores masculinas), IAC-8-4, lycopersicum, etc. Amagaki - são cultivares sempre doces (não taninosos), quer apresentem sementes ou não. A polpa também é sempre amarela e firme. Os frutos não precisam de destanização. São também chamadas variedades de frutos doces ou duros. Os principais são: Fuyu, Fuyuhana, Jirô, Fuyugaki ou Hannagosho, etc. Variável – reúne as variedades cujos frutos alteram sua composição e cor, quando possuem ou não sementes. Incluem-se aqui os cultivares taninosos de polpa amarelada, quando não têm sementes. Por outro lado, eles são taninosos, parcial ou, totalmente, quando possuem poucas ou muitas sementes. Neste caso, com muitas sementes, a polpa é de coloração parda escura, tipo chocolate. Quando são poucas sementes, a coloração chocolate só aparece em torno delas. Os principais são: Rama-Forte, Giombo, Luiz-de-Queiróz, Kaow, Ushida nº l, Hyakume, Chocolate, Karioka, Okami, etc. (Penteado, 1986 e Guia Rural Abril, 1998) Qualquer que seja a variedade considerada, o fruto do caquizeiro é quase só polpa. De aparência gelatinosa e fria, concentrando boas quantidades de caroteno (vitamina A) e vitaminas do complexo B e C, a polpa do caqui é constituída, basicamente, de mucilagem e pectina, responsáveis pela aparência característica da fruta. O seu teor de açúcar, que varia entre 14 e 18%, supera o da maioria das frutas de consumo popular. O caqui (Diospyrus kaki) é um fruto de sabor e aparência agradáveis, possuindo alto valor nutricional, alto teor de açúcares, importante fonte de vitamina C e sais minerais. A composição das frutas frescas pode variar em função da variedade, fertilidade do solo, grau de maturação, porção do fruto, etc. Quanto ao Park et al. aspecto qualitativo, constitui-se numa fruta rica em elementos nutritivos e muito saborosa. O seu teor de açúcares é da ordem de 14 a 18%, na forma altamente assimilável de glicose, o que significa ser superior ao da maioria das frutas de consumo popular, nas quais, em geral, os teores não ultrapassam os 12%. O caqui ainda apresenta apreciável teor de pectina, sais minerais e em vitaminas A e C (Silveira et al., 1982). Durante o seu amadurecimento, o teor de açúcares redutores tende a aumentar, devido à hidrólise de carboidratos (Costa, 1991), originando açúcares mais simples, o que foi também observado por Wills et al. (1981). De acordo com Ito (citado por Hulme, 1971) na polpa madura de caqui, a glicose e frutose perfazem 90% do total dos açúcares, sendo 6,97% de glicose e 7,03 de frutose (1:1,02). A sacarose está em pequena proporção. O percentual de açúcares redutores, segundo alguns autores (Almeida e Valsechi, 1966; Ito, apud Hulme, 1971; e Silveira et al., 1982) varia de 9,18 a 15,89 %. Silveira et al. (1982) verificaram valores de 9,18 % para a variedade Taubaté, 10,22 % para Rama Forte e 10,03 % para a variedade Giombo. Costa (1984) encontrou teores maiores de 13,53 e 12,68 % para as variedades Rama Forte e Taubaté, respectivamente. Foi relatado por Ito (citado por Hulme, 1971) 13,78 % de açúcares redutores para a variedade Jiro. Costa (1984) estudando 6 variedades de caqui, encontrou, para o cultivar Rama Forte, o teor médio de 13,52 % de açúcares redutores. A quantidade de ácido ascórbico é de 195 mg/100mg na casca e 41mg/100g na polpa, fazendo-o uma excelente fonte deste nutriente (Sarria,1998). Os alimentos que contém este ácido são bastante benéficos à saúde, pois o ácido ascórbico além de aumentar a absorção de ferro, durante a digestão dos alimentos, é importante na proteção contra doenças relacionadas à tensão-oxidativa e degeneração associada ao envelhecimento, tais como deficiências cardiovasculares, formação de catarata e câncer (Greshoff, 1993 citado por Wright & Kader, 1997). A adstringência encontrada em caquis deve-se ao conteúdo de taninos altamente solúvel nas frutas. Durante a secagem, as células de tanino coagulam, removendo a adstringência e os açúcares da fruta migram à superfície onde eles cristalizam e resultam em um período doce (Tellis et al., 2000). Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.71-86, 2004 Estudo da secagem de caqui giombo com encolhimento e sem encolhimento O caqui apresenta pH em torno de 5,6 a 5,8 e densidade de 1066 Kg/m³. Este fruto possui formato ovóide (Sarria, 1998). O cultivar Giombo é caqui do grupo Variável, de tamanho médio e polpa avermelhada. Muito taninosa, quando sem sementes. Havendo muitas sementes, produz o tipo chocolate, sem adstringência. A planta é muito vigorosa e produtiva, de colheita tardia. O cultivar Giombo, quando utilizada para a produção de caqui passa, dá um produto de excelentes qualidades organolépticas, entretanto, é inadequado para o descascamento químico no processo industrial. É recomendado para a produção de caqui-passa mediante o processo de descascamento manual. Composição por 100 g – 78 calorias, 0,8 g de proteínas, 6 mg de cálcio, 26 mg de fósforo, 0,3 mg de ferro, 250 mg de vitamina A, 0,05 mg de vitamina B1, 0,05 mg de vitamina B2 e 11 mg de vitamina C (Guia Rural Abril, 1998). Em países subdesenvolvidos as perdas de frutas pós-colheita ultrapassam 20%. Isto se deve à falta de tecnologia adequada, durante o manuseio, transporte e estocagem para a preservação e transformação em produtos de boa qualidade. Nas últimas décadas, pesquisas na área de desidratação de frutas têm sido largamente ampliadas em busca de produtos com poucas alterações em suas características sensoriais e nutritivas. A operação de secagem de frutas é um dos métodos mais simples e mais econômicos de preservação de alimentos. O mercado internacional para frutas secas é muito amplo, sendo a uva e a ameixa, sem dúvida, as frutas mais consumidas mundialmente, nessa forma. No entanto, o consumo nacional dessas passas só é viabilizado pela importação. Baseado nesses fatos, tem-se a necessidade de desenvolvimento de tecnologia para a produção de passas a partir de frutas tropicais, como alternativa aos produtos importados, bem como para reduzir perdas pós-colheita em épocas de excesso de produção sazonal e aumentar o valor agregado delas. Estudos econômicos indicam que há um potencial considerável de exportação para frutas tropicais e seus produtos, devido principalmente à expansão da demanda dos alimentos exóticos em geral (PademhamWalsh, 1996). A época de amadurecimento do caqui vai de fevereiro a abril. Este período é relativamente curto para se realizar a secagem, o processo empregado para minimizar as perdas Park et al. 75 pós-colheita. O congelamento da fruta para posterior secagem viabiliza a conservação por períodos maiores ao longo do ano. De acordo com a literatura, os estudos sobre caqui, tanto no que se refere a póscolheita e melhoramento genético, como técnicas de processamento, são, em grande parte, produzidos por autores japoneses. Quanto ao estudo sobre secagem e congelamento, a literatura é escassa. Visando ao desenvolvimento de novas técnicas adequadas, este trabalho será realizado com o intuito de contribuir para o estudo de secagem desses frutos. O objetivo deste trabalho é estudar a secagem de caqui da variedade Giombo, considerando ou não o encolhimento durante o processo. A secagem de caqui caseira é feita pela exposição direta ao sol e demora aproximadamente dez dias. A secagem feita em laboratório, utilizando secadores convectivos, demora, em média, dois dias inteiros. Assim, a realização da secagem de caqui, neste curto período de safra, é impraticável. A secagem é uma das mais antigas e usuais operações unitárias encontradas nos mais diversos processos usados em indústrias agrícolas, cerâmicas, químicas, alimentícias, farmacêuticas, de papel e celulose, mineral e de polímeros. É também uma das operações mais complexas e menos entendida, devido à dificuldade e deficiência da descrição matemática dos fenômenos envolvidos de transferência simultânea de calor, massa e quantidade de movimento no sólido. Assim a secagem é um conjunto de ciência, tecnologia e arte, ou seja, um know-how baseado em extensiva observação experimental e experiência operacional (Menon e Mujumdar, 1987). Keey (1972) define a secagem como sendo a remoção de uma substância volátil (comumente, mas não exclusivamente, água) de um produto sólido. A água presente no sólido é chamada de umidade. E ainda, o autor afirma que a secagem, durante muitos séculos foi realizada com métodos totalmente sem técnica. Durante a Revolução Industrial na França foi descrita uma das primeiras técnicas de secagem de papel em folhas em uma sala com circulação de ar. Um século depois, outra técnica foi descrita em Londres na “Grande Exibição”, também para a secagem de papel em cilindros aquecidos. Leite em pó e vegetais também eram secos através de um pequeno aquecimento. Fornos simples eram usados para a secagem de amido e porções de sal. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.71-86, 2004 76 Estudo da secagem de caqui giombo com encolhimento e sem encolhimento A partir daí uma série de novos métodos de secagem foram surgindo, devido à crescente necessidade de métodos mais eficientes e rápidos. Apesar desta evolução na arte da secagem, métodos complexos de secagem começaram a serem propostos, só no fim do século passado, como por exemplo, patentes de secador à radiação térmica e secador à vácuo. Estas inovações foram, gradualmente, sendo proliferadas e incorporadas pela indústria. As razões para a secagem são tantas quantos são os materiais que podem ser secos. Keey (1978) descreve que um produto tem que estar capacitado para um processo subseqüente ou para ser vendido. Assim, existem materiais que necessitam de uma determinada umidade para poderem ser prensados, moídos ou peletizados, pois necessitam ser secos a baixos conteúdos de umidade, permitindo um armazenamento satisfatório. Custos de transportes também são reduzidos pela remoção de grande parte da água contida no produto. Vegetais desidratados possuem um sabor enriquecido e são, também, utilizados em pratos rápidos (fast food) e caros (Pan et al., 1997). Os métodos de cálculo da cinética de secagem são aplicados de modo diferente, dependendo do período de secagem considerado. Durante a secagem, é necessário um fornecimento de calor para evaporar a umidade do material, além de um sorvedor de umidade para remover o vapor de água, formado a partir da superfície do material a ser seco. Do ponto de vista de fornecimento de calor, os mecanismos básicos de transferência de calor empregados indicam os possíveis equipamentos necessários. A retirada do vapor de água formado na superfície do material é analisada do ponto de vista de movimento do fluido (mecânica dos fluidos), indicando, também, os possíveis equipamentos para esta finalidade. As considerações sobre como a água é transportada do interior do sólido à superfície fundamentam as teorias existentes na área de secagem. Os produtos biológicos são muito diferentes entre si, devido a sua forma, estrutura e dimensões além das condições de secagem serem muito diversas de acordo com as propriedades do ar de secagem e com a forma com que se faz o contato ar-produto. A evolução das transferências simultâneas de calor e de massa no decorrer da operação de secagem faz com que esta seja dividida esquematicamente em três períodos, onde são analisadas as curvas de evolução do Park et al. teor de água do produto, de sua temperatura e da velocidade de secagem, também chamada de cinética de secagem, ao longo do tempo, para um experimento, utilizando ar de propriedades constantes. O primeiro período representa o início da secagem. Nesse período ocorre uma elevação gradual da temperatura do produto e da pressão de vapor de água. Essas elevações têm prosseguimento até o ponto em que a transferência de calor seja equivalente à transferência de massa (água). O segundo período caracteriza-se pela taxa constante de secagem. A água evaporada é a água livre. A transferência de massa e de calor é equivalente e, portanto, a velocidade de secagem é constante. Enquanto houver quantidade de água na superfície do produto suficiente para acompanhar a evaporação, a taxa de secagem será constante. No terceiro período, a taxa de secagem é decrescente. A quantidade de água presente na superfície do produto é menor, reduzindo-se, portanto, a transferência de massa. A transferência de calor não é compensada pela transferência de massa; o fator limitante nessa fase é a redução da migração de umidade do interior para a superfície do produto. A temperatura do produto aumenta, atingindo a temperatura do ar de secagem. Quando o produto atinge o ponto de umidade de equilíbrio em relação ao ar de secagem, o processo é encerrado. Os métodos de cálculo da cinética de secagem são aplicados de modo diferente, dependendo do período de secagem considerado. No período de taxa de secagem constante, as transferências de calor e de massa na interface ar-produto governam a secagem e fixam sua velocidade, enquanto que no segundo período, de taxa decrescente, as transferências internas é que são limitantes. O período de taxa decrescente de secagem é quase sempre o único observado para a secagem de produtos agrícolas e alimentícios. A complexidade dos fenômenos de secagem conduz os pesquisadores a proporem numerosas teorias e múltiplas fórmulas empíricas para predizerem a taxa de secagem. Os principais mecanismos de transporte durante o período de taxa decrescente são: difusão líquida, escoamento capilar e difusão de vapor. A teoria difusional se apóia exclusivamente sobre a lei de Fick, que expressa que o fluxo de massa por unidade de Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.71-86, 2004 Estudo da secagem de caqui giombo com encolhimento e sem encolhimento área é proporcional ao gradiente de concentração de água. A aplicação do conceito difusional à secagem é atribuída aos pesquisadores Lewis (1921) e Sherwood (1929 a e b). Independentemente dos trabalhos sobre secagem, Crank (1975) calculou um grande número de soluções da equação de difusão para condições iniciais e de contorno variadas. Entretanto, estas soluções se aplicam aos sólidos de formas geométricas simples (corpos semi-infinitos; placas, cilindros e esferas) e quando a difusividade é constante ou varia linearmente ou exponencialmente com a concentração de água. Durante a secagem de frutas, com altos teores de umidade ocorre mudança de volume. Nestes casos a condução de calor e a difusão de massa são realizadas através de uma interface cuja forma e tamanho mudam com o tempo. Vagenas e Marinos-Kouris (1991), estudando a secagem de damasco, propuseram encolhimento linear à variação do conteúdo de umidade do fruto. Supondo material isotrópico, consideraram variações nas três dimensões, sendo o mesmo coeficiente de encolhimento linear nas três direções. Um modelo de encolhimento que relaciona a razão de variação de volume em função do conteúdo de umidade foi descrito por Lozano et al. (1983). Park (1998) analisando a secagem de filés de cação correlacionou o encolhimento como uma função linear entre a dimensão linear deste e o seu conteúdo de umidade, durante a secagem. Prado (1998) estudou o comportamento de secagem de tâmaras da variedade Zahidi. O encolhimento desses frutos foi determinado e correlacionado com a perda de umidade através dos modelos propostos por Suzuki et al. (1976). Wang e Brennan (1995) observaram que o encolhimento afeta as propriedades físicas dos materiais, como a densidade e a porosidade. Durante a secagem de batata, eles verificaram algumas mudanças na estrutura deste produto (com o auxílio do microscópio), assim como na densidade e porosidade. A densidade, num dado teor de umidade, decresce com o aumento da Park et al. 77 temperatura de secagem. O volume, durante a secagem do produto, decresce linearmente com o conteúdo de umidade. A metodologia de superfície de resposta (RSM) é uma técnica que tem sido aplicada com sucesso na otimização de processos alimentícios, e consiste em um grupo de procedimentos matemáticos e estatísticos que são usados para estudar a relação entre uma ou mais respostas (variáveis dependentes) e um número de fatores (variáveis independentes). Esta metodologia gera um modelo matemático que descreve o processo em estudo de acordo com Barros Neto, scarminio e Bruns (1996), e Diniz e Martin (1996). O planejamento experimental fatorial associado à técnica de RSM dá informações seguras do processo, reduzindo soluções empíricas que envolvem técnicas de tentativa e erro, Box et al. (1978). Usando esta técnica para realizar os ensaios experimentais, é possível estimar os efeitos principais das variáveis na resposta ou variável dependente. A tabela de análise de variância dá informações sobre o quanto foi bom o ajuste, sendo possível propor o modelo probabilístico que correlaciona a resposta em função das variáveis estudadas, construindo a superfície de resposta para determinar a faixa ótima de operação, segundo Rodrigues et al. (1998). Esta metodologia tem sido aplicada em muitos trabalhos científicos na análise e otimização de processos. MATERIAL E MÉTODOS Foi utilizado caqui (Diospyrus kaki) da variedade Giombo obtido em Santa Isabel/SP. O tamanho, aparência, formato e grau de maturação identificado pela intensidade da cor foram os critérios adotados para a escolha das amostras. Optou-se por utilizar um planejamento com duas variáveis independentes: temperatura e velocidade do ar, e como variável resposta (dependente), a difusividade efetiva, conforme é mostrado na Tabela 1. Tabela 1 - Variáveis independentes Variáveis Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s) Utilizando dois níveis para cada variável independente (temperatura e velocidade do ar), Níveis 50,0 0,10 70,0 0,36 totaliza-se 22 = 4 experimentos. Estes pontos fatoriais são apenas para avaliar os efeitos de Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.71-86, 2004 78 Estudo da secagem de caqui giombo com encolhimento e sem encolhimento suas variáveis e suas interações, não sendo possível, neste estágio, otimizar o processo. Para um planejamento completo, deve-se ainda avaliar o erro puro, incluindo no mínimo 2 repetições dos pontos centrais, e mais (2 vezes Park et al. n) para os pontos axiais. Neste caso, o número total de ensaios será de: 4 + 2 + 4 = 10. A Tabela 2 mostra a matriz experimental para o planejamento fatorial completo: Tabela 2 - Níveis das variáveis codificada e real para o planejamento experimental da secagem ENSAIO nº Pontos fatoriais Pontos centrais Pontos axiais 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Foi realizada a secagem solar para a comparação. Os caquis passaram por um descascamento manual com o devido cuidado de não retirar o pedúnculo. Logo após, fez-se a secagem, no secador convectivo, conforme o planejamento experimental. Primeiramente, ligava-se o ventilador e, a seguir, regulava-se o controle de temperatura do secador para a temperatura desejada. Colocava-se caquis no secador e iniciavase o tempo. A cada meia hora os produtos eram pesados e o tempo anotado. Foi determinado o volume com tolueno (método de determinação do encolhimento). Anotava-se, também, a umidade relativa e temperatura ambiente, para permitir o cálculo da umidade relativa do ar secante (com um termo-higrômetro), e a velocidade do ar de saída do secador em cada câmara (com um anemômetro de ventoinha digital). Terminada a secagem no secador, cada caqui foi picado em cubos de 1 cm de aresta, aproximadamente, e separado em quatro cadinhos. Três deles foram utilizados para se determinar a massa seca, segundo a metodologia da Association of Official Analytical Chemists (1998), método nº 920.151: estufa de circulação forçada a 70ºC por 12 horas seguida de estufa a vácuo a 70 ºC com pressão de 25 in Hg por 12 horas. O cadinho restante foi guardado em um dissecador para posterior análise físico-química. Variável codificada X1 X2 -1 -1 1 -1 -1 1 1 1 0 0 0 0 -1,41 0 1,41 0 0 -1,41 0 1,41 Variável real Tsec (ºC) 50,0 70,0 50,0 70,0 60,0 60,0 45,9 74,1 60,0 60,0 v (m/s) 0,1000 0,1000 0,3600 0,3600 0,2300 0,2300 0,2300 0,2300 0,1767 0,4133 Os cadinhos utilizados na determinação da umidade do material foram devidamente desumidificados e tarados antes de irem à estufa. Assim, utilizando a equação (1) abaixo, conhece-se a umidade em relação ao produto seco: Umidade Pinicial Pfinal Pfinal Ptara (1) em que, Umidade = umidade em base seca; Pinicial = peso do cadinho mais a amostra do caqui antes de se colocar na estufa (g); Pfinal = peso do cadinho mais a amostra do caqui após a secagem em estufa (g); Ptara = peso tara do cadinho (g). Foram utilizados três cadinhos por caqui para a determinação da umidade, obtendo resultados em triplicata e depois se tirou uma média aritmética e desvio. As curvas de secagem foram construídas com o conteúdo de umidade do caqui no decorrer do tempo de secagem, indicando a marcha de decaimento do conteúdo de umidade do material. As experiências indicam que a secagem se processa com maior rapidez nos níveis altos de teor de umidade e torna-se mais difícil à medida que o produto vai ficando mais seco. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.71-86, 2004 Estudo da secagem de caqui giombo com encolhimento e sem encolhimento Com os valores do conteúdo médio de umidade ( X ), construíram-se as curvas de secagem com ( X ) versus Tempo de Secagem. Com estes valores determinou-se o adimensional de umidade ( Y ). Park et al. 79 em que, (2) Def - Difusividade efetiva, m2/s; X - conteúdo de umidade, (kgH20/kgMassa Seca); t - tempo, s. Utilizando a 2ª lei de Fick, na equação de balanço de massa de água no interior do produto, temos: Para o caso de secagem em sistemas de coordenadas esféricas, a equação (3) pode ser escrita na seguinte forma (equação 4), em termos de r, e . X X eq Y X o X eq X D ef X t (3) X 1 2 X 1 X D ef 2 X 2 r D ef D sen ef t r r r sen sen 2 2 Assumindo que no interior da esfera de raio r1, ocorre difusão somente na direção radial, a equação 4 se reduz a: (5) onde a umidade X deve obedecer as seguintes condições de iniciais e de contorno: t=0 X = X0 0 < r < r1 t>0 r=0 (6) X 0 r t>0 X = Xeq (7) r = r1 (8) Supondo Def constante, a solução do problema proposto em termos da umidade adimensional é: X X eq n 2 2 D ef 2 (1) n 1Exp 2 X 0 X eq n1 r1 t sen n r1 r n1 (9) Definindo a média volumétrica de f(r) como: r1 f 3 f(r) r 2 dr 0 1 r1 3 e aplicando na equação 9, obtém-se: Y X X Def r r r (10) (4) X X eq X 0 X eq 6 1 t exp n 2 2 Def 2 (11) 2 2 n1 n r1 em que, Y = umidade adimensional; X = conteúdo médio de umidade (kg H20/kg Massa Seca); Xeq = conteúdo de umidade de equilíbrio (kg H20/kg Massa Seca); X0 = conteúdo de umidade no instante inicial (kg H20/kg Massa Seca); Def = difusividade efetiva (m2/s); T = tempo (s); r1 = comprimento característico; raio médio da amostra (m). O coeficiente de difusão (Def) é uma difusividade efetiva, que engloba os efeitos de todos os fenômenos, podendo intervir sobre a migração da água, e seu valor é sempre obtido pelo ajuste das curvas experimentais. A solução da equação de difusão utilizada é uma das mais simples e parece ser a principal razão de seu emprego. Podemos entender a difusividade como a facilidade com que a água é removida do material. Como a difusividade varia conforme mudam as condições de secagem (temperatura e velocidade do ar), ela não é intrínseca ao material, convenciona-se chamar de difusividade efetiva. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.71-86, 2004 Estudo da secagem de caqui giombo com encolhimento e sem encolhimento 80 Para o cálculo da difusividade efetiva, utilizou-se do programa Statistica (2001). As difusividades foram obtidas, considerando ou não o encolhimento. A quantificação do encolhimento foi expressa em termos dos raios da amostra, obtido através do volume, considerando que o caqui era uma esfera perfeita. O comportamento da difusividade efetiva, de acordo com o planejamento experimental foi avaliado através do método da superfície resposta. Calculou-se também o erro relativo médio ( E ) com os valores preditos ( VP ) e experimentais ( VE ): E 100 ne VE VP ne i1 VE ( 12 ) RESULTADOS E DISCUSSÕES As características físico-químicas da fruta determinadas foram: As umidades das amostras variaram de 76,63 a 81,91% em base úmida. O percentual médio de sólidos solúveis (ºBrix) in natura foi de 25,50ºBrix. Este valor encontra-se acima do citado por Murayama (1973), mostrando que a amostra se encontrava mais madura. O potencial hidrogeniônico (pH) médio obtido foi de 6,08. Este valor encontra-se acima do citado por Silveira et al. (1982) e Sarria (1998) e abaixo do citado por Almeida & Valsechi (1966). Para as determinações de matéria mineral (cinzas), lipídeos totais, proteína e fibra bruta foram obtidas as amostras em pó após a secagem em estufa a 60 ºC, durante aproximadamente 10 dias, e trituradas. Park et al. Obteve-se 1,34% de cinzas. Este valor está acima do valor citado por Heldmann (1982). A gordura (Lipídeos totais), pelo método de Blingh & Dyer, foi de 2,89. O valor é maior que os valores encontrados em literatura. Segundo Suzuki et al. (1982), o caqui japonês possui 0,08 a 0,23% de gordura. O teor de proteína do caqui foi de 0,20%. Este resultado encontra-se muito abaixo do citado na literatura (Murayama, 1973). A fibra bruta determinada foi de 1,83. Este valor é muito maior do que os valores citados na literatura (Murayama, 1973). Para o cálculo da difusividade efetiva, sem considerar o encolhimento, utilizou-se dos dados de umidade, tempo e raio médio. E para o cálculo da difusividade efetiva, considerando o encolhimento, utilizou-se dos dados de umidade, tempo e raio correspondente a cada ponto experimental, obtido a partir do volume da amostra que foi igualado ao volume da esfera. Para cada condição de secagem, determinou-se a difusividade efetiva e a partir do modelo gerado pelo programa Statistica (2001), obtendo-se os valores preditos e determinando-se seu erro relativo médio. Na Tabela 3 estão as difusividades efetivas obtidas sem considerar o encolhimento e as difusividades efetivas obtidas considerando o encolhimento, sendo T e v, a temperatura e a velocidade do ar de secagem, respectivamente; Dif, a difusividade efetiva média (em m2/s); E, o erro relativo médio, dado em porcentagem; e CD, relação das difusividades sem encolhimento e com encolhimento (em %). Tabela 3 - Difusividade efetiva para o caqui considerando o encolhimento e sem considerar o encolhimento PARÂMETROS T (ºC) V (m/s) 60 60 50 70 50 70 45,9 74,1 60 60 Solar 0,23 0,23 0,10 0,10 0,36 0,36 0,23 0,23 0,1767 0,4133 - SEM ENCOLHIMENTO COM ENCOLHIMENTO RELAÇÃO Dif Média Erro relativo Dif Média Erro relativo CD (%) (1010m2/s) (1010m2/s) médio (%) médio (%) 4,28 5,38 3,64 2,64 1,18 4,25 3,90 3,88 3,38 1,10 3,31 6,59 2,85 2,94 1,16 4,06 5,88 3,58 2,54 1,13 2,59 7,59 2,31 4,72 1,12 3,57 8,25 3,24 4,91 1,10 2,66 7,00 2,24 2,69 1,19 3,62 7,63 3,03 3,68 1,19 4,29 6,18 3,73 3,22 1,15 3,31 8,27 2,80 3,35 1,18 1,05 7,59 0,69 5,69 1,52 Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.71-86, 2004 Estudo da secagem de caqui giombo com encolhimento e sem encolhimento As difusividades efetivas calculadas sem considerar o encolhimento superestimam esta resposta, conforme é mostrado no trabalho de Park (1998). Park et al. 81 A Figura 1 abaixo ilustra o comportamento da secagem de caqui, mostrando o ajuste e a influência do encolhimento durante a secagem. 1,2 Y (adimensional) 1 0,8 Experimental 0,6 Predito com Encolhimento 0,4 Predito sem Encolhimento 0,2 0 0 3000 60000 90000 120000 150000 Tempo (s) Figura 1 - Curva de secagem correspondente ao ensaio nas condições de 70oC e 0,10m/s Difusividade Sem Encolhimento: A influência das condições de secagem, expressa na difusividade efetiva, foi avaliada através do método da superfície resposta, conforme mostrado a seguir: A análise do experimento realizado através do modelo central composto (Tabela 4) para os valores de difusividade encontrados, desprezando-se o encolhimento das amostras de caqui resultou nos seguintes valores: Tabela 4 - ANOVA para modelo central composto Termos T T2 V V2 TxV Erro Total Soma de Quadrados 1,187160 1,564513 0,838951 0,296020 0,013572 0,035479 3,639754 Graus de Liberdade 1 1 1 1 1 4 9 Para 5% de significância, pode-se notar que a interação T x V é candidata à exclusão do modelo final pela sua não significância Quadrado Médio 1,187160 1,564513 0,838951 0,296020 0,013572 0,008870 F-teste 133,8434 176,3871 94,5854 33,3740 1,5302 P-valor 0,000319 0,000186 0,000626 0,004459 0,283746 estatística no efeito experimental medido. Ao retirar esta interação do modelo, tem-se (Tabela5): Tabela 5 - ANOVA para modelo central composto sem interação T x V Soma de Graus de Quadrado Termos Quadrados Liberdade Médio 1,187160 1 1,187160 T T2 1,564513 1 1,564513 V 0,838951 1 0,838951 2 0,296020 1 0,296020 V Erro 0,049051 5 0,009810 3,639754 9 Total Inserindo o teste de falta de ajuste (Lack-of-fit), tem-se a Tabela 6 : F-teste 121,0121 159,4771 85,5176 30,1745 P-valor 0,000108 0,000055 0,000248 0,002730 Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.71-86, 2004 82 Estudo da secagem de caqui giombo com encolhimento e sem encolhimento Park et al. Tabela 6 - ANOVA para modelo central composto sem interação T x V com teste Lack-of-fit Termos T T2 V V2 Lack-of-fit Erro Total Soma de Quadrados 1,187160 1,564513 0,838951 0,296020 0,048445 0,000607 3,639754 Graus de Liberdade 1 1 1 1 4 1 9 Portanto, pode-se observar que o modelo (equação 13) é ajustado para o nível de significância previamente estabelecido e Difusividade 4,26475x10 -10 + 0,385221x10 Quadrado Médio 1,187160 1,564513 0,838951 0,296020 0,012111 0,000607 F-teste 1956,813 2578,808 1382,854 487,934 19,963 P-valor 0,014389 0,012535 0,017115 0,028801 0,166131 determina a seguinte curva de superfície (Figura 2): -10 T - 60 -10 T - 60 x - 0,58501x10 x 10 10 V - 0,23 V - 0,23 - 0,323835x10 -10 x - 0,254469x10 -10 x 0,13 0,13 2 2 (13) Fitted Surface; Variable: Difusividade 2 factors, 1 Blocks, 10 Runs; MS Residual=,0098103 DV: Difusividade 4 3 2 1 0 Figura 2 - Curva de superfície difusividade x T x V para o modelo que desconsidera o encolhimento da amostra Difusividade Com Encolhimento A mesma análise aplicada ao modelo que considera o encolhimento das amostras é dada a seguir (Tabela 7): Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.71-86, 2004 Estudo da secagem de caqui giombo com encolhimento e sem encolhimento Park et al. 83 Tabela 7 - ANOVA para modelo central composto Termos T T2 V V2 TxV Erro Total Soma de Quadrados 0,963862 1,386159 0,606455 0,261648 0,010252 0,092573 3,059360 Graus de Liberdade 1 1 1 1 1 4 9 Quadrado Médio 0,963862 1,386159 0,606455 0,261648 0,010252 0,023143 F-teste 41,64786 59,89504 26,20455 11,30566 0,44296 P-valor 0,002968 0,001501 0,006891 0,028242 0,542111 Novamente, para 5% de significância, pode-se notar que a interação T x V é candidata à exclusão do modelo final pela sua não significância estatística no efeito experimental medido. Ao retirar esta interação do modelo, tem-se (Tabela 8): Tabela 8 - ANOVA para modelo central composto sem interação T x V Termos T T2 V V2 Erro Total Soma de Quadrados 0,963862 1,386159 0,606455 0,261648 0,102824 3,059360 Graus de Liberdade 1 1 1 1 5 9 Quadrado Médio 0,963862 1,386159 0,606455 0,261648 0,020565 F-teste 46,86946 67,40438 29,48994 12,72310 P-valor 0,001015 0,000436 0,002871 0,016096 Inserindo o teste de falta de ajuste (Lack-of-fit), tem-se (tabela 9): Tabela 9 - ANOVA para modelo central composto sem interação T x V com teste Lack-of-fit Termos T T2 V V2 Lack-of-fit Erro Total Soma de Quadrados 0,963862 1,386159 0,606455 0,261648 0,073421 0,029403 3,059360 Graus de Liberdade 1 1 1 1 4 1 9 Portanto, pode-se observar que o modelo (equação 14) é ajustado para o nível de significância previamente estabelecido e Quadrado Médio 0,963862 1,386159 0,606455 0,261648 0,018355 0,029403 F-teste 32,78094 47,14326 20,62554 8,89866 0,62426 P-valor 0,110081 0,092072 0,137975 0,205917 0,725665 determina a seguinte curva de superfície (Figura 3): T - 60 -10 T - 60 Difusividade 3,760583x10 -10 + 0,347106x10 -10 x - 0,550656x10 x 10 10 V - 0,23 V - 0,23 - 0,275331x10 -10 x - 0,239240x10 -10 x 0,13 0,13 2 2 (14) Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.71-86, 2004 84 Estudo da secagem de caqui giombo com encolhimento e sem encolhimento Park et al. Fitted Surface; Variable: Difusividade 2 factors, 1 Blocks, 10 Runs; MS Residual=,0205648 DV: Difusividade 3 2 1 0 Figura 3 - Curva de superfície difusividade x T x V para o modelo que desconsidera o encolhimento da amostra CONCLUSÕES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS As análises físico-químicas da fruta mostraram diferenças em relação aos valores encontrados na literatura. A secagem solar demandou, aproximadamente, cinco vezes o tempo da secagem artificial. As curvas de secagem foram bem ajustados na solução analítica da 2a Lei de Fick na configuração da esfera. O ajuste das curvas de secagem de caqui Giombo sem considerar o encolhimento apresentou valores de difusividade efetiva variando de 2,59x10-10 a 4,29x10-10 m2/s e de erro relativo médio de 3,90 a 8,27 %, e considerando o encolhimento apresentou valores de difusividade efetiva variando de 2,24x10-10 a 3,88x10-10 m/s e de erro médio de 2,54 a 4,91 %. Os valores de difusividade obtidas sem considerar o encolhimento representam 1,10 a 1,19% em relação aos valores de difusividade considerando encolhimento, demonstrando que não considerar o encolhimento superestima o coeficiente difusional. O modelo que melhor representa a difusividade efetiva foi o modelo quadrático. Almeida, J. R.; Valsechi, O. Guia de composição de frutas. Piracicaba: Instituto Zimotécnico, 1966. 259p. Andersen, O.; Pinheiro, R. V. R. O caqui e sua cultura. Viçosa: UFV, Impr. Univ., 1974, 22 p. (Série Técnica Boletim 47). Anuário Estatístico do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE. 1993. v.29. Association of Official Analytical Chemists. Official methods of analysis of A.O.A.C. international. 16a ed. Arlington: A.O.A.C., Inc. 1998. Barros Neto, B.; Scarminio, I. S.; Bruns, R. E. Planejamento e otimização de experimentos. 2ed. Campinas: Editora da UNICAMP, 1996. 299p. Bould, C.; Nicholas, D. I. D. Zinc deficiency on fruit trees in Britain. Nature, n. 164, p. 801802, 1949. 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Os méis utilizados eram provenientes da região do Cariri Paraibano e a acerola em pó foi obtida mediante a secagem da polpa em secador do tipo spray-dryer. A obtenção dos dados reométricos foi realizada utilizando-se um viscosímetro marca Brookfield modelo RVT. Os dados experimentais de tensão de cisalhamento e taxa de deformação foram ajustados pelo modelo de Herschel-Bulkley, resultando em um coeficiente de determinação médio superior a 0,99. Os índices de consistência diminuíram com o aumento de temperatura e todas as amostras com adição de acerola em pó apresentaram comportamento pseudoplástico. Palavras-chave: reologia, Apis mellifera, Malphighia emarginata MIXTURE OF HONEY WITH ACEROLA POWDER: RHEOLOGICAL EVALUATION ABSTRACT The rheological behavior of the composition which was prepared with the bee (Apis mellifera L.) honey and West Indian cherry powder was studied. The composition was elaborated in proportions honey/powder of 0, 1, 2, 3, 4 and 5% (p/p) and at the temperatures of 20, 25, 30, 35, 40 and 45oC. The used honey was from Cariri Paraibano and the West Indian cherry powder was obtained by the drying of the pulp in a spray-dryer. The rheometric data were obtained through a Brookfield viscometer model RVT. The experimental data of shear stress and deformation rate were fitted through Herschel-Bulkley’s model, resulting in a medium determination coefficient bigger than 0,99. The consistency indexes decreased with the temperature increase and all the samples presented pseudoplastic behavior with the addition of powdered pulp. Keywords: rheology, Apis mellifera, West Indian cherry INTRODUÇÃO De acordo com o Ministério da Agricultura (Brasil, 2000) o mel é definido como o produto alimentício produzido pelas abelhas melíferas, a partir do néctar das flores ou das secreções procedentes de partes vivas das plantas ou de excreções de insetos sugadores de plantas que ficam sobre partes vivas de plantas, que as abelhas recolhem, transformam, combinam com substâncias específicas próprias, armazenam e deixam maturar nos favos da colméia. Sendo um produto cuja composição está associada à matriz floral, o mel pode ser classificado de acordo com sua origem botânica, procedimento de obtenção e apresentação. ____________________________ Protocolo 567 de 25 / 09 /20004 1 Graduando em Engenharia Agrícola 2 Prof. Adjunto, Doutor, UFCG, Av. Aprígio Veloso, 882 Campina Grande – PB, 58109-970, [email protected], (83)310-1194. 3 Prof. Adjunto, Doutor, CCA/UFPB 88 Combinações de mel e acerola em pó: Avaliação reológica Balbach & Boarim (1992) afirmam que o mel é composto de enzimas, aminoácidos, ácidos orgânicos, minerais, substâncias aromáticas, pigmentos, cera, vitaminas, pólen e, principalmente, água e açúcares, onde estes são formados, principalmente, por glicose e frutose. Segundo Campos (1987) a glicose e a frutose representam cerca de 70% dos açúcares dos méis. Dentre as propriedades físicas dos méis as características reológicas tem destaque como fator de aceitação por parte do consumidor, que associa o comportamento viscoso do produto com a sua qualidade. Também, no processamento, tais características constituem fator determinante na adequação de equipamentos e demandas energéticas. As propriedades reológicas estão intimamente relacionadas com a composição e estrutura dos alimentos, haja vista que a viscosidade de cada produto está diretamente relacionada com a qualidade de produtos alimentícios que se apresentam na forma fluida, influenciando diretamente na textura e, portanto, na qualidade sensorial. Por outro lado, é de interesse industrial, o conhecimento do comportamento reológico dos alimentos durante os processos de elaboração como concentração, mistura, pasteurização e outras operações unitárias (Duran, 1991). O comportamento reológico é, também, parâmetro que serve para definir o projeto e seleção de equipamentos como bombas, trocadores de calor, evaporadores, esterilizadores, filtros e misturadores, utilizados industrialmente no processamento dos produtos. Diversos elementos exercem influência sobre o comportamento reológico dos fluidos, sendo que nos produtos alimentícios, compostos, em sua maioria, de materiais sólidos e água, o teor e a proporção dos sólidos solúveis e insolúveis são fatores determinantes no caráter viscoso destes materiais. Assim, a elaboração de novos produtos por meio da incorporação de princípios alimentícios ou medicinais ao mel promove uma alteração nas proporções dos constituintes, acarretando mudanças no comportamento reológico. Neste trabalho, foram elaboradas composições visando ao incremento do teor vitamínico de méis de abelha (Apis mellifera L.) por meio da incorporação de polpa de acerola em pó. Estudou-se o comportamento reológico das composições de mel/polpa nas proporções de 0, 1, 2, 3, 4, 5 e 6% (p/p) e nas temperaturas de 20, 25, 30, 35, 40 e 45oC. Freitas et al. MATERIAL E MÉTODOS A etapa experimental foi conduzida no Laboratório de Armazenamento e Processamento de Produtos Agrícolas do Departamento de Engenharia Agrícola, no período de agosto de 2002 a julho de 2003. Elaboração das amostras O mel de abelha Apis mellifera utilizado nesse trabalho foi obtido na região do Cariri Paraibano, o qual foi homogeneizado em recipiente único a fim de se promover uma uniformização do lote. A acerola em pó, obtida por meio de secagem da polpa em spray-dryer, foi adicionada às amostras de mel nas proporções de 0%, 1%, 2%, 3%, 4%, e 5%, dando origem aos materiais que foram submetidos aos procedimentos experimentais. Reologia As medidas reológicas das amostras foram feitas nas temperaturas de 20, 25, 30, 35, 40 e 45ºC, utilizando um viscosímetro Brookfield modelo RVT, fabricado por Brookfield Engineering Laboratories, E.U.A. Para a obtenção das temperaturas, foi usado um banho termostático com aquecedor e bomba de circulação. Os ensaios foram realizados em triplicata, efetuando-se esse procedimento para todas as amostras. As leituras realizadas no viscosímetro foram transformadas em valores de tensão de cisalhamento e taxa de deformação (medidas reológicas), seguindo a metodologia de Mitschka (1982). A seguir as curvas foram traçadas e feito o ajuste pelo modelo reológico de Herschel-Bulkley (Eq. 1), utilizando-se o programa computacional Statistica 5.0. 0 H K H nH (1) em que: - tensão de cisalhamento (Pa) - taxa de deformação (s-1) 0H - tensão de cisalhamento inicial (Pa) KH - índice de consistência (Pa.sn) nH - índice de comportamento do fluido (adimensional) Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.87-95, 2004 Combinações de mel e acerola em pó: Avaliação reológica RESULTADOS E DISCUSSÃO Nas Tabelas 1, 2, 3, 4, 5 e 6 têm-se os valores dos parâmetros para o modelo de Herschel-Bulkley e os coeficientes de determinação (R2) para as diferentes amostras de mel com acerola e temperaturas. Verifica-se, nessas tabelas, a diminuição dos valores do índice de consistência (KH), com o aumento da temperatura em todas as amostras, exceto para o material com adição de 5% de acerola em pó entre as temperaturas de 25 e 30oC. Os valores desse parâmetro variaram entre 0,4 e 31 Pa.sn, e, especificamente, para o mel integral a 30oC, situou-se em torno de 4 Pa.sn, estando abaixo do valor determinado por Dickie & Kokini citado por Steffe (1996), que foi de 15,39 Pa.sn para mel na mesma temperatura. O índice de comportamento do fluido (nH) resultou menor que a unidade em todos os casos, exceto no mel integral nas temperaturas de 20 e 25oC, denotando pseudoplasticidade nas amostras. Já Pereira et al. (2003), ao analisarem o comportamento do mel de abelha de Freitas et al. 89 Melipona scutellaris (uruçu), verificaram valores de nH superiores a um, classificando-o como fluido newtoniano a 20oC e dilatante entre 30 e 50oC. Embora o índice nH não tenha apresentado uma tendência bem definida de diminuição com a temperatura, observa-se que seus menores valores foram obtidos na temperatura de 35oC e, de maneira geral, os valores nas três menores temperaturas superam os obtidos nas três temperaturas mais elevadas. A tensão de cisalhamento inicial (OH) apresentou valores inferiores a 3 Pa, sendo que, de acordo com Steffe (1996), esse parâmetro representa uma tensão finita (mínima) necessária para iniciar o escoamento, e é essencial em projetos de sistemas de processamento de alimentos como os equipamentos de processamento térmico tubulares, onde o perfil de velocidade é crítico. Os valores dos coeficientes de determinação (R2), exceto na amostra com 3% de acerola em pó a 35oC, foram superiores a 0,99, inclusive resultando igual à unidade em algumas amostras, confirmando um bom ajuste do modelo aos dados experimentais. Tabela 1 - Parâmetros de ajuste do modelo de Herschel-Bulkley para o mel integral T (ºC) KH (Pa.sn) nH OH (Pa) R2 20 9,0545 1,0594 2,1870 0,9998 25 6,9854 1,0262 1,4731 0,9999 30 4,3320 0,9591 1,6175 0,9998 35 2,6062 0,9376 0,3448 1,0000 40 0,5555 0,4450 0,9750 0,9386 0,5311 0,4921 0,9998 0,9996 45 Tabela 2 - Parâmetros de ajuste do modelo de Herschel-Bulkley para o mel com 1% de acerola em pó T (ºC) KH (Pa.sn) nH OH (Pa) R2 20 25 30 35 40 45 14,1676 8,9143 5,8322 3,6500 0,8960 0,2401 0,9919 0,9620 0,9652 0,8565 0,9645 0,9224 1,1689 0,9337 1,6607 0,4930 0,4956 0,3936 1,0000 1,0000 0,9991 0,9999 0,9998 0,9998 Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.87-95, 2004 Combinações de mel e acerola em pó: Avaliação reológica 90 Freitas et al. Tabela 3 - Parâmetros de ajuste do modelo de Herschel-Bulkley para o mel com 2% de acerola em pó T (ºC) KH (Pa sn) nH OH (Pa) R2 20 14,8506 0,9954 0,4759 1,0000 25 8,0032 0,9870 0,6973 0,9998 30 7,1050 0,9357 1,1157 1,0000 35 6,6471 0,7769 -0,6139 0,9999 40 1,1206 0,8886 0,3970 0,9999 45 0,7968 0,8548 0,4048 0,9995 Tabela 4 - Parâmetros de ajuste do modelo de Herschel-Bulkley para o mel com 3% acerola em pó T (ºC) KH (Pa sn) nH OH (Pa) R2 20 25 30 35 40 45 25,0160 13,7195 10,5652 5,2553 1,4722 1,3049 0,9619 0,9353 0,8885 0,6607 0,9177 0,9497 0,2691 0,8526 0,5718 0,1144 0,6034 0,4462 1,0000 1,0000 1,0000 0,9502 0,9998 0,9999 Tabela 5 - Parâmetros de ajuste do modelo de Herschel-Bulkley para o mel com 4% acerola em pó T (ºC) KH (Pa.sn) nH OH (Pa) R2 20 20,2061 0,9410 -0,0349 1,0000 25 8,9976 0,9615 0,9728 0,9999 30 8,9636 0,9628 1,4846 0,9999 35 4,0377 0,7563 -0,4480 0,9924 40 2,1675 0,9419 0,5333 0,9999 45 1,5137 0,9082 0,4397 0,9999 Tabela 6 - Parâmetros de ajuste do modelo de Herschel-Bulkley para o mel com 5% acerola em pó T (ºC) KH (Pa.sn) nH OH (Pa) R2 20 31,2124 0,9455 -1,3583 1,0000 25 15,1763 0,9821 1,7555 0,9999 30 18,1994 0,8632 -0,0148 0,9999 35 6,2631 0,8250 -0,1693 1,0000 40 2,5950 0,8883 0,2386 0,9998 45 1,2561 0,9196 0,3764 0,9999 Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.87-95, 2004 Combinações de mel e acerola em pó: Avaliação reológica A partir dos valores dos índices de consistência das diferentes amostras, foram propostas equações (Tabela 7) para o cálculo desse parâmetro em função da temperatura. Freitas et al. 91 Constata-se que os ajustes são satisfatórios, com coeficientes de determinação (R2) acima de 0,8. Tabela 7 - Equações de regressão linear do índice de consistência (KH) em função da temperatura e coeficientes de determinação para as diferentes amostras Concentração de acerola adicionada ao mel (%) Equação R2 0 K H 15,8939 0,3661T 0,9609 1 K H 23,4220 0,5479T 0,9440 2 K H 23,3901 0,5221T 0,8914 3 K H 39,3826 0,9177T 4 K H 29,7251 0,6793T 0,9003 0,8344 5 K H 49,4933 1,1398T 0,8701 KH - (Pa.s ); T – ( C ). n o A representação gráfica da tensão de cisalhamento em função da taxa de deformação, ajustados pelo modelo de Herschel-Bulkley, são apresentados nas Figuras 1, 2, 3, 4, 5 e 6. As curvas de viscosidade aparente, representadas como a relação entre esses dois parâmetros, demonstram, pela posição no sistema de eixos, a influência dos aumentos de temperatura, provocando reduções nas viscosidades aparentes na maioria dos casos. Esse comportamento também foi observado por Lazaridou et al. (2004) para méis produzidos na Grécia e avaliados nas temperaturas entre 20 e 60oC. 350 300 o Tensão de Cisalhamento(Pa) 20 C o 25 C 250 o 30 C o 35 C 200 o 40 C o 45 C 150 100 50 0 0 5 10 15 20 25 30 -1 Taxa de Deformação (s ) Figura 1 - Relações entre a tensão de cisalhamento e a taxa de deformação do mel integral ajustadas pelo modelo de Herschel-Bulkley Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.87-95, 2004 Combinações de mel e acerola em pó: Avaliação reológica 92 Freitas et al. 3 5 0 3 0 0 2 5 0 o 2 0C o 2 5C o 2 0 0 3 0C o 3 5C TensãodeCisalhamento(Pa) o 1 5 0 4 0C o 4 5C 1 0 0 5 0 0 0 5 1 0 1 5 2 0 1 T a x ad eD e fo r m a ç ã o ( s ) Figura 2 - Relações entre a tensão de cisalhamento e a taxa de deformação do mel com 1% de acerola em pó ajustadas pelo modelo de Herschel-Bulkley 1 8 0 o 2 0C o 2 5C 1 5 0 o 3 0C o 3 5C 1 2 0 o 4 0C o TensãodeCisalhamento(Pa) 4 5C 9 0 6 0 3 0 0 0 2 4 6 8 1 0 1 T a x ad eD e fo rm a ç ã o (s ) Figura 3 - Relações entre a tensão de cisalhamento e a taxa de deformação do mel com 2% de acerola em pó ajustadas pelo modelo de Herschel-Bulkley Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.87-95, 2004 Combinações de mel e acerola em pó: Avaliação reológica Freitas et al. 93 5 0 0 4 0 0 o 2 0C o 2 5C o 3 0C 3 0 0 o 3 5C TensãodeCisalhamento(Pa) o 4 0C o 2 0 0 4 5C 1 0 0 0 0 5 1 0 1 5 2 0 2 5 3 0 1 T a x ad eD e fo r m a ç ã o ( s ) Figura 4 - Relações entre a tensão de cisalhamento e a taxa de deformação do mel com 3% de acerola em pó ajustadas pelo modelo de Herschel-Bulkley 1 8 0 o 1 5 0 2 0C o 2 5C o 3 0C 1 2 0 o 3 5C o TensãodeCisalhamento(Pa) 4 0C 9 0 o 4 5C 6 0 3 0 0 0 2 4 6 8 1 0 1 T a x ad eD e fo r m a ç ã o ( s ) Figura 5 - Relações entre a tensão de cisalhamento e a taxa de deformação do mel com 4% de acerola em pó ajustadas pelo modelo de Herschel-Bulkley Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.87-95, 2004 Combinações de mel e acerola em pó: Avaliação reológica 94 Freitas et al. 2 5 0 2 2 5 o 2 0C 2 0 0 1 7 5 o 2 5C o 3 0C o 3 5C 1 5 0 TensãodeCisalhamento(Pa) 1 2 5 o 4 0C o 4 5C 1 0 0 7 5 5 0 2 5 0 0 2 4 6 8 1 T a x ad ed e fo r m a ç ã o ( s ) Figura 6 - Relações entre a tensão de cisalhamento e a taxa de deformação do mel com 5% de acerola em pó ajustadas pelo modelo de Herschel-Bulkley CONCLUSÕES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS O modelo de Herschel-Bulkley utilizado para descrever o comportamento reológico dos compostos de mel resultou em bons ajustes aos dados experimentais, com coeficiente de determinação (R2), atingindo valores acima de 0,9. Os índices de comportamento de fluido (n) resultaram menores que a unidade na maioria das amostras, indicando um comportamento reológico do tipo pseudoplástico. Verifica-se uma influência inversa da temperatura sobre índice de consistência (K), onde os aumentos de temperatura acarretaram reduções nos índices de consistência. A temperatura influenciou as viscosidades, que diminuíram conforme as amostras foram submetidas ao aquecimento. Balbach, A.; Boarim, D. As frutas na medicina natural. 1. ed. Itaquaquecetuba: Editora Missionária, 1992. 308p. Brasil. Instrução normativa nº11, de 20 de outubro de 2000. Estabelece o regulamento técnico de identidade e qualidade do mel. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 23 out. Seção 1, p. 16-17. Campos, M.G.R. Contribuição para o estudo do mel, pólen, geléia real e própolis. Bol. Fac. Farmácia de Coimbra, Coimbra, v.11, n.2, p.17-47, 1987. Duran, L. Controle de qualidade de alimentos, In: Seminário de controle de qualidade na indústria de alimentos: Resumos, Campinas, ITAL, 1991, p.1. AGRADECIMENTO Ao CNPq pela concessão da bolsa de iniciação científica (PIBIC/CNPq/UFCG). Lazaridou, A.; Biliaderis, C.G.; Bacandritsos, N.; Sabatini, A.G. Composition, thermal and rheological behaviour of selected Greek Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.87-95, 2004 Combinações de mel e acerola em pó: Avaliação reológica honeys. Journal of Food Engineering, v.64, n. 1, p.9-21, 2004. Mitschka, P. Simple conversion of brookfield RVT: readings into viscosity functions. Rheologica Acta, Prague, v.21, n.2, p.207209, 1982. Freitas et al. 95 abelha uruçu (Melipona scutellaris, L.). Revista Ciências Exatas e Naturais, Guarapuava, v.5, n.2, p.179-186, 2003. Steffe, J.F. Rheological methods in food process engineering. 2. ed. Michigan: Freeman Press, 1996. 418 p. Pereira, E.A.; Queiroz, A.J.M.; Figueirêdo, R.M.F. Comportamento reológico de mel da Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.87-95, 2004 96 Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.6, n.1, p.96, 2004 NORMAS DE PUBLICAÇÃO NORMAS DE PUBLICACIÓN PUBLICATION NORMS Os textos deverão ser encaminhados ao Editor da Revista em disquete e 2 vias impressas, ou via e-mail [email protected]. Artigos Científicos: deverão ter a seguinte seqüência: Título, Autor(es), Resumo, Palavras-chave, Título em inglês, Abstract, Key words, Introdução, Materiais e Métodos, Resultados e Discussão, Conclusões, Agradecimentos (facultativo) e Referências Bibliográficas. Artigos Técnicos: Devem ser redigidos em linguagem técnica de fácil compreensão, sobre assuntos de interesse da comunidade que demonstrem uma contribuição significativa sobre o assunto. Os artigos devem conter: Titulo, Autor(es), Resumo, Palavras-chave, Título em inglês, Abstract, Key words, Introdução, Descrição do Assunto, Conclusões e Referências Bibliográficas. Texto: A composição dos textos deverão ser feitas no Editor de texto - Word para Windows versão 6.0 ou superior, utilizando fonte Times New Roman, tamanho 11, exceto para as notas de rodapé e título, que deverão apresentar tamanho 8 e 12, respectivamente. O formato do texto deverá ter a seguinte disposição - tamanho carta, orientação de retrato disposto em duas colunas, margens superior e inferior, direita e esquerda de 2,5 cm, numeradas, espaço simples e no máximo de 20 laudas. Todos os itens deverão estar em letra maiúscula, negrito, itálico e centralizados, exceto as Palavras-chave e Keywords e Subítens que deverão ser alinhados a esquerda em letras minúsculas e com a primeira letra em maiúscula. Os nomes dos autores deverão estar dois espaços simples abaixo do título, escritos por extenso e em negrito, separados por vírgula. Os nomes dos autores serão numerados com algarismos arábicos que terão a cada número uma chamada de rodapé onde se fará constar a sua função, titulação, instituição, endereço postal e eletrônico (email), telefone e fax. O texto deverá ser alinhado nos dois lados e com a tabulação de 1cm para o inicio de cada parágrafo. Figuras Tabelas e Fotos - Deverão ser inseridas logo abaixo do parágrafo onde foram citadas pela primeira vez. Nas legendas, as palavras Figura, Tabela e Foto devem estar em negrito e ter a letra inicial maiúscula e seu enunciado deverá ser alinhado à esquerda abaixo da primeira letra após a palavra Figura. As grandezas devem ser expressas no Sistema internacional. Exemplos de citações bibliográficas quando a citação possuir apenas um autor: ...Almeida (1997), ou ...(Almeida, 1997); quando a citação possuir dois autores: .... Almeida & Gouveia (1997), ou ....(Almeida & Gouveia, 1997); quando a citação possuir mais de dois autores: ....Almeida et al. (1997).... ou (Almeida et al., 1997). A referência deverá conter os nomes de todos os autores. Los textos deberán ser encaminados al editor de la Revista en disquete y 2 vías impresas, o por e-mail [email protected]. Artículos Científicos: deberán tener la siguiente secuencia: Titulo, Autor(es), Resumen, Palabras-claves, Titulo en ingles, Abstract, Keywords, Introducción, Materiales y Métodos, Resultados y Discusión, Conclusiones, Agradecimientos (facultativo) y Referencias Bibliográficas. Artículos Técnicos: Deben ser escritos en lenguaje técnica de fácil comprensión, en asuntos de interés de la comunidad que demuestren una contribución significativa en el asunto. Los artículos deben contener: Titulo, Autor(es), Resumen, Palabras-claves, Titulo en inglés, Abstract, Keywords, Introducción, Materiales y Métodos, Resultados y Discusión, Conclusiones, Agradecimientos (facultativo) y Referencias Bibliográficas. Texto: La composición del texto deberá ser echa en el Editor de texto - Word para Windows versión 6.0 o superior, utilizando la fuente Time New Roman, tamaño 11, excepto para la notas de rodapié y titulo, que deberán tener tamaño 8 y 12 respectivamente. El formato del texto deberá tener la siguiente disposición – Tamaño carta, orientación de retrato en dos columnas, márgenes suprior y inferior, derecha y izquierda de 2,5 cm, enumeradas, espacio simples y en el máximo de 20 laudas. Todos los ítems deberán estar en letra mayúscula, negrito, itálico y centralizadas, excepto las Palabras-claves, Keywords y subítems que deberán ser alineadas por la izquierda en letras minúsculas y con la primera letra en mayúsculo. Los nombres de los autores deben estar dos espacios simples abajo del Título, escrito por extenso y en negrito, separados por vírgula. Los nombres de los autores serán enumerados con algaritmo árabe que tendrán a cada numero una llamada de rodapié donde se hará constar la función, titulación, institución, dirección postal y electrónica (e-mail), teléfono y fax. El texto deberá ser alineado por los dos lados y con la tabulación de 1 cm para el inicio de cada parágrafo. Figuras, Tablas y Fotos – deberán ser colocadas luego abajo del parágrafo donde fuera citada pela primera vez. En las legendas, las palabras Figuras, Tabla y Foto deben estar en negrito y tener la letra inicial mayúscula y en su enunciado deberá ser alineada por la izquierda con la primera letra después de la palabra Figura. Las unidades deben ser expresas en el sistema internacional Ejemplos de citaciones bibliográficas cuando la citación tiene un solo autor: ...Almeida (1997), o ...(Almeida, 1997); cuando la citación tiene dos autores: .... Almeida & Gouveia (1997), o ....(Almeida & Gouveia, 1997); cuando la citación tiene mas de dos autores: ....Almeida et al. (1997).... o (Almeida et al., 1997). Las referencias deberán contener los nombres de todos los autores. The texts should be sending to the Editor of the Journal in diskette and 2 printed sheets, or by e-mail [email protected]. Scientific articles: they should have the following sequence: Title, Author (s’), Abstract, Keywords, Title, Abstract and Key words in Portuguese, Introduction, Materials and Methods, Results and Discussion, Conclusions, Acknowledgements (optional) and Bibliographic References. Technical articles: They should be written in technical language of easy understanding, on subjects of the community's interest that demonstrate a significant contribution on the subject. The goods should contain: I title, Author (s’), Abstract, Keyword, Title in Portuguese, Abstract, Key words, Introduction, Description of the Subject, Conclusions and Bibliographic References. Text: The composition of the texts should be made in the text Editor - Word for Windows version 6.0 or superior, using source Times New Roman, size 11, except for the baseboard notes and title, that should present size 8 and 12, respectively. The format of the text should have the following disposition - size letter, orientation of arranged picture in two columns, margins superior and inferior, right and left of 2,5 cm, numbered, simple space and up to a maximum of 20 pages. All main items should be in capital letter, bold type, italic and centralized, except for Keywords and sub-items that should be aligned to the left in lower letter and with the first letter in capital letter. The authors' name should be two simple spaces below the title, written for complete name and in boldface, separated by comma. The authors' names will be numbered with Arabic ciphers that they will have to each number a baseboard call where it will make to consist its function, title, institution, postal and electronic address (email), telephone and fax. The text should be aligned in the two sides and with the tabulation of 1cm to the beginning each paragraph. Figures, Tables and Photos - they should be inserted soon below the paragraph where they were mentioned for the first time. In the legend, the words illustration, Controls and Photo should be in boldface and have the initial letter capital one and its statement should be aligned to the left below the first letter after the word it represents. The units should be expressed in the international system. Examples of bibliographical citations when the citation just possesses an author: ....Almeida (1997), or ....(Almeida, 1997); when the citation possesses two authors: .... Almeida & Gouveia (1997), or ....(Almeida & Gouveia, 1997); when the citation possesses more than two authors: ....Almeida et al. (1997).... or (Almeida et al., 1997). The reference should contain all the authors' names. Exemplos de referências bibliográficas: Ejemplos de referencias bibliográficas: Example of the bibliographic references: As referências bibliográficas deverão estar Las referencias bibliográficas deben ir en orden The list of bibliographic references must be in dispostas, em ordem alfabética, pelo sobrenome alfabética considerando el apellido del primer alphabetic order according to surname of first do primeiro autor. autor. author. a) Livro Martins, J.H.; Cavalcanti Mata, M.E.R.M. Introdução a teoria e simulação matemática de secagem de grãos. 1.ed. Campina Grande : Núcleo de Tecnologia em Armazenagem, 1984. 101p. b)Capítulo de Livros Almeida, F. de A.C.; Matos, V.P.; Castro, J. de; Dutra, A.S. Avaliação da quantidade e conservação de sementes a nível de produtor. In: Almeida, F. de A.C.; Cavalcanti Mata, M.E.R.M. (ed.). Armazenamento de grãos e sementes nas propriedades rurais. Campina Grande: UFPB/SBEA, 1997. cap. 3, p.133-188. c) Revistas Cavalcanti Mata, M.E.R.M.; Braga, M.E.D.; Figueiredo, R.M.F.; Queiroz, A.J. de M. Perda da qualidade fisiológica de sementes de arroz (Oryza sativa L.) armazenadas sob condições controladas. Revista Brasileira de Armazenamento. Univ. Federal de Viçosa, Viçosa-MG. v.24, n.1, p.10-25, 1999. d) Dissertações e teses Queiroz, A.J. de M. Estudo do comportamento reológico dos sucos de abacaxi e manga. Campinas: UNICAMP/FEA, 1998. 170p. (Tese de Doutorado). e) Trabalhos apresentados em Congressos (Anais, Resumos, Proceedings, Disquetes, CD Roms) Figueirêdo, R.M.F. de; Martucci, E.T. Influência da viscosidade das suspensões na morfologia do particulado de suco de acerola microencapsulado. In: Congresso Brasileiro de Sistemas Particulados, 25, 1998, São Carlos, Anais... São Carlos: UFSC, 1998. v.2, p.729-733. ou (CD Rom). No caso de disquetes ou CD Rom, o título da publicação continuará sendo Anais, Resumos ou Proceedings, mas o número de páginas será substituído pelas palavras Disquete ou CD Rom. f) WWW (World Wide Web) e FTP (File Transfer Protocol) BURKA, L.P. A hipertext history of multi-user dimensions; MUD history. htpp://entmuseum9.ucr.edu/ENT133/ebeling/ebeling7.ht m1#sitophilusgranarius).10 Nov. 1997. a) Libro Cox, P.M. Ultracongelación de alimentos. 1.ed. Zaragoza : Editorial Acribia, 1987. 459p. b)Capítulo de Libro Moreno, F. Alteraciones fisicoquímicas en alimentos durante su congelamiento y subsecuente almacenaje. In: Parada, A.; Valeri, J. (ed.). Biología de los alimentos a baja temperatura. Armazenamento de grãos e sementes nas propriedades rurais. Caracas: UCV, 1997. cap. 2, p.218-237. c) Revistas Diniz, P.S.C.; Cavalcanti Mata, M.E.R.M.; Braga, M.E.D. Determinación del contenido de humedad máxima para crioconservación de semillas recalcitrantes de maíz. Ingeniería Rural y Mecanización Agraria en el ámbito Latinoamericano. La Plata, Argentina, v.1, p.373-377, 1998. d) Disertaciones y Tesis Zanetta, J. Transferência de calor em congelación de alimentos. Valparaíso : Universidad Católica de Valparaíso, 1984. 95p. (Tesis de Maestría). e) Trabajos presentados en Congresos (Anales, Resúmenes, Proceedings, Disquetes, CD Roms) Cavalcanti Mata, M.E.R.M; Braga, M.E.D.; Figueirêdo. R.M.F; Queiroz, A.J.M. Influencia de los daños mecánicos superficiales en la germinación de semillas de maíz en función de su grado de humedad y de la velocidad de rotación de la desgranadora mecánica. In: I Congreso Ibero-Americano de Ingenieria de Alimentos, Anales... Valencia, España, Tomo II, Capítulo III, p. 385-397, dez. 1996 o (CD Rom). a) Book Brooker, D.B.; Bakker-Arkema, F.W.; Hall, C.W. Drying and storage of grains and oilseeds. New York, The AVI Van Nostrand Reinhold, 1992, 450p. b) Chapter in a book Schaetzel, D.E. Bulk storage of flour In: Christensen C.M. (2aed.). Storage of cereal grains and their products. St. Paul, Minnesota : American Association of Cereal Chemist, 1974. cap. 9, p.361-382. c) Journals Biswal, R.N., Bozokgmehk, K. Mass transfer in mixed solute osmotic dehydration of apple rings. Trans. of ASAE, v.35, n.1, p.257-265, 1992. d) Dissertation and Thesis Fortes, M. A non-equilibrium thermodynamics approach to transport phenomena in capillary-porous media with special reference to drying of grains and foods. Purdue University, 1978, 226 p. (Thesis Ph.D.). e) Papers presented in congress (Annals, Abstracts, Proceedings, Diskettes, CD Roms)) Cavalcanti Mata, M.E.R.M.; Menegalli, F.C. Bean seeds drying simulation. In: InterAmerican drying Conference, 1, 1997, Itu Proceedings… Campinas-SP, Brazil : UNICAMP, July, 1997. v. B, p.508-515. or (CD Rom). In case of diskettes or CD Rom, the title of the publication still will be Annals, Abstract or Proceedings, but the page number should be substituted by words Diskettes or CD Rom. h) WWW (World Wide Web) e FTP (File Transfer Protocol) BURKA, L.P. A hipertext history of multi-user dimensions; MUD history. htpp://entmuEn caso de disquetes o CD Rom, el título de la seum9.ucr.edu/ENT133/ebeling/ebeling7.htm1# publicación continuará siendo Anales, sitophilusgranarius).10 Nov. 1997. Resúmenes o Proceedings, mas el número de las páginas serán substituido por la palabra Disquete o CD Rom. g) WWW (World Wide Web) e FTP (File Transfer Protocol) BURKA, L.P. A hipertext history of multi-user dimensions; MUD history. htpp://entmuseum9.ucr.edu/ENT133/ebeling/ebeling7.ht m1#sitophilusgranarius).10 Nov. 1997. ENDEREÇO ADDRESS DIRECCIÔN Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais Caixa Postal 10.078 CEP. 58109-970 - Campina Grande, PB, BRASIL Fone: (083)2101-1288 Telefax: (083)2101-1185 E-mail: [email protected] ou [email protected] Home Page: http//www.lappa.deag.ufpb.rbpa LABORATÓRIO DE CRIOGENIA O Laboratório de Criogenia da Área de Armazenamento e Processamento de Produtos Agrícolas do Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Campina Grande, desenvolve trabalhos de ponta a ultrabaixas temperaturas de modo a atender o desenvolvimento tecnológico do País. As pesquisas com criogenia concentram-se em: Crioconservação de sementes Sementes de espécies florestais Sementes de interesse econômico das regiões do País Sementes de plantas medicinais Sementes de espécies ameaçadas de extinção Congelamento a ultrabaixas temperaturas de alimentos Congelamento de carnes (bovinos, caprinos, suínos) Congelamento de moluscos e crustáceos Congelamento de pescados Esterilização de materiais biológicos Limites de termo-resistência de fungos e bactérias Sistemas de agregação de partículas de sujidade Coordenação da Área de Armazenamento e Processamento de Produtos Agrícolas Av. Aprígio Veloso, 882 - Caixa Postal 10.087 - Fones: (83) 2101-1288; 2101-1551 - Fax: (83) 2101-1185 E-mail: [email protected] TRANSPORTE DE CALOR E MASSA EM SÓLIDOS HETEROGÊNEOS: UM ESTUDO TEÓRICO VIA ANÁLISE CONCENTRADA (HeatIN and mass transfer in heterogeneous solids: A theoretical study by lumped analysis) DRYING OF GRAINS CONVEYOR DRYER AND CROSS FLOW: A NUMERICAL SOLUTION USING FINITEGenival da METHOD. Silva Almeida, Fabrício Cavalcante, Barbosa Lima numérica usando o método VOLUME (Secagem de José grãosNóbrega em secador de esteiraAntonio e fluxosGilson cruzados: uma de solução dos volumes finitos) Raimundo Pereira de Farias, Deivton Costa Santiago,Pedro Ronaldo Herculano de Holanda, Antonio Gilson Barbosa de Lima ATIVIDADE DE ÁGUA, CRESCIMENTO MICROBIOLOGICO E PERDA DE MATÉRIA SECA DOS GRÃOS DE CAFÉ (Coffea arabica L.) EM DIFERENTES CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO (Water activity, microbiological increase and dry matter loss of the coffee grainsPARA (Coffea arabica L.) in different storage conditions) MODELO CODIFICADO E REAL A DIFUSIVIDADE EFETIVA DA SECAGEM DO RESÍDUO DO EXTRATO Paulo César Afonso Júnior, Paulo César Fabrício Schwanz damodels Silva, Deise HIDROSSOLÚVEL DE SOJA (The realCorrêa, and codified mathematical to theMenezes effectiveRibeiro diffusivity of the drying of the soy hydrosoluble extract residue) César Augusto Agurto Lescano, Satoshi Tobinaga AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE FARINHAS DE MANDIOCA DURANTE O ARMAZENAMENTO (Physicochemical evaluation of the cassava flour during the storage) Cândido José Ferreira Neto, Rossana Maria Feitosa de Figueirêdo, Alexandre José de MeloTESTS Queiroz(Estágio de maturação POST HARVEST MATURITY OF AVOCADOS EVALUATED BY NON-DESTRUCTIVE na pós-colheita de abacates avaliado por processos não destrutivos). Paulo Cesar Corrêa, Jose Luis de la Plaza Pérez, Deise Menezes Ribeiro, Bruno Fernandino Furtado EFEITO DO BENEFICIAMENTO NAS PROPRIEDADES FÍSICAS E MECÂNICAS DOS GRÃOS DE ARROZ DE DISTINTAS VARIEDADES (Effect of the beneficiation in the mechanical and physical properties of the rice grains of different varieties) DE CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DA GOIABA: GOIABEIRAS ADUBADAS NO DETERMINAÇÃO Fabrício Schwanz Silva, Paulo César Corrêa, André Luísphysical Duarte and Goneli, Rodrigo Martins Ribeiro, Paulo guava César Afonso SEMI-ÁRIDO DAda PARAÍBA (Determination of the guava chemical characteristics: Fertilized tree in Júnior the semi-arid region of Paraiba ) Josivanda Palmeira Gomes de Gouveia, Francisco de Assis Cardoso Almeida, Bartolomeu Garcia de Souza Medeiros, Carmelita de F. A. Ribeiro, Simone Mirtes Araújo Duarte COMPONENTES QUÍMICOS E ESTUDO DA UMIDADE DE EQUILÍBRIO EM VAGENS DE ALGAROBA (Chemical components and study of the equilibrium moisture content in mesquite beans) PROPRIEDADES DA MASSA GRANULAR DEMaria MILHETO, ALPISTE E PAINÇO: DETERMINAÇÃO E Francisco de Assis TÉRMICAS Cardoso Almeida, José Euflávio da Silva, Elessandra R. Araújo, Josivanda Palmeira Gomes de MODELAGEM (Thermal properties of the millet, canary-seed and pearl millet granular mass: Determination and Gouveia, Silvana A. de Almeida modeling) Paulo Cesar Corrêa, Ednilton Tavares de Andrade, Paulo César Afonso Júnior OBTENÇÃO DO MELHOR PROCESSO DE EXTRAÇÃO E FERMENTAÇÃO DO CALDO DE ALGAROBA (Prosopis juliflora (Sw.) DC) PARA OBTENÇÃO DE AGUARDENTE (The best process determination of extraction and fermentation CARACTERÍSTICAS DA GOIABA guajava L.): EFEITO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA of the mesquite (ProsopisFÍSICAS juliflora (SW.) DC) broth(Psidium to obtain liquor) (Physical characteristics of the guavaR.M. (Psidium guajava L.):Maria Effect Elita of theDuarte manuring with nitrogen). Clóvis Gouveia Silva, Mario Eduardo Cavalcanti Mata, Braga, Vital de Sousa Queiroz Bartolomeu Garcia de Souza Medeiros, Josivanda Palmeira Gomes de Gouveia, Francisco de Assis Cardoso Almeida, Carmelita de F. A. Ribeiro, Simone Mirtes Araújo Duarte ESTUDO DA SOLUBILIDADE DAS PROTEÍNAS PRESENTES NO SORO DE LEITE E NA CLARA DE OVO (Analysis of whey and egg white proteins solubility) USO DEHelena ETILENO EXÓGENO MATURAÇÃO Daniela Pelegrine, Carlos NA Alberto Gasparetto DA BANANA VARIEDADE PRATA-ANÃ (Use of exogen ethylene in the banana prata-anã variety maturation). Eliseu Marlônio Pereira de Lucena, Antenor Silva Júnior, Ana Maria Chaves da Silva, Izabel Karine Monteiro Campelo, Jonas dos Santos Sousa, Ticiana LeiteENERGÉTICO Costa, Luciana Façanha Marques,EM Francisco JardelDE Rodrigues da PaixãoSOB DIFERENTES ANÁLISES DO CONSUMO E SENSORIAL SECAGEM MANJERICÃO TRATAMENTOS DE AR (Energetic consumption and sensorial analysis of basil drying under several kinds of air treatment) ISOTERMAS DE DESSORÇÃO DE GRÃOS Anamaria Caldo Tonzar, Vivaldo Silveira Júnior. DE FEIJÃO MACASSAR VERDE (Vigna unguiculata (L.) Walpers), VARIEDADE SEMPRE-VERDE. (Desorption isotherm of cowpea (Vigna unguiculata (L.) Walpers), always-green variety) José Rildo de Oliveira, Mário Eduardo R. M. Cavalcanti Mata, Maria Elita Martins Duarte PRODUÇÃO DE PASSAS DE ACEROLA EM SECADOR DE BANDEJA (Production of acerola raisins in tray dryer) Marcos F. de Jesus, Viviane L. Scaranto, Vahideh R. R. Jalali, Gabriel Franciso da Silva ESTUDO DA SECAGEM DE CAQUI GIOMBO COM ENCOLHIMENTO E SEM ENCOLHIMENTO (Drying study of persimmons with shrinkage and without it ) Kil Jin Park, Christiane Tanigawa Tuboni, Rafael Augustus de Oliveira, Jin Brandini Park AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE DA POLPA DE UMBU EM PÓ Kil (Evaluation of the stability of the umbu pulp powder) Pablícia Oliveira Galdino, Alexandre José de M. Queiroz, Rossana Maria Feitosa de Figueirêdo, Ranilda Neves G. da Silva COMBINAÇÕES DE MEL E ACEROLA EM PÓ: AVALIAÇÃO REOLÓGICA (Mixture of honey with acerola powder: Rheological evaluation) Jean CarlosDAS de Oliveira Freitas, Alexandre José de Melo Queiroz, Rossana Maria Feitosa deDIASTÁSICA Figueirêdo, Adriana ESTUDO ALTERAÇÕES DO HIDROXIMETILFURFURAL E DA ATIVIDADE EM MÉIS DE Evangelista Rodrigues ABELHA EM DIFERENTES CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO (Study of the hidroximetilfurfural alterations and the diastase activity in honey of bee in different condition of storage) Zilmar Fernandes Nóbrega Melo, Maria Elita Martins Duarte, Mario Eduardo Rangel Moreira Cavalcanti Mata