Se o F - Fundamentos

Transcrição

Se o F - Fundamentos
Seção F
RECOMPENSAS/JULGAMENTOS
F1: O Certificado de Aprovação de Deus
F1.1 - Chamados, Escolhidos e Fiéis .................................................... 1035
F1.2 - Deus Prova os Homens .............................................................. 1041
F2: Coroas/Galardões
F2.1 - O Tribunal de Cristo .................................................................. 1051
F3: Julgamento de Obreiros Indisciplinados
F3.1 - Líderes lnfiéis ............................................................................. 1056
F3.2 - Líderes Fiéis ............................................................................... 1063
F
Escreva abaixo as suas anotações pessoais:
O CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DE DEUS
1035
SEÇÃO F1
O CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DE DEUS
Zac Poonen
ÍNDICE DESTA SEÇÃO
F1.1 - Chamados, Escolhidos e Fiéis
F1.2 - Deus Prova os Homens
Capítulo 1
Chamados, Escolhidos e Fiéis
Introdução
Uma coisa é sermos aceitos por Deus.
Uma história totalmente diferente é sermos
APROVADOS por Deus.
O Livro do Apocalipse fala sobre o triunfo do Cordeiro de Deus. Lemos, no entanto, que o Cordeiro possui um exército
de discípulos através dos quais Ele trava
as suas batalhas e as vence. Estes discípulos são (1) chamados, (2) escolhidos e (3)
fiéis.
“... O Cordeiro é Senhor de senhores
e Rei de reis, e os que estão com Ele são
chamados, escolhidos e fiéis” (Ap
17:14).
Muitos são chamados, poucos são escolhidos, e menos ainda são fiéis. Os fiéis
são os vencedores citados dez vezes no Livro do Apocalipse. Eles são os discípulos
de Jesus que não somente foram aceitos
por Deus, mas que também foram provados por Ele através de muitas circunstâncias e também aprovados por Ele.
Houve muitos que creram em Jesus
quando Ele Se encontrava na terra, mas Ele
não Se comprometeu com todos eles.
O primeiro grupo foi o das multidões. “E grandes multidões O seguiram...” (Mt 19:2). Mais tarde disseram
o seguinte sobre este grupo: “Desde en-
tão muitos dos Seus discípulos voltaram
para trás e não andavam mais com Ele”
(Jo 6:66).
O segundo grupo era menor. Havia setenta pessoas neste grupo com um ministério especial às setenta nações gentias (Veja
Gênesis 10).
“Depois destas coisas o Senhor designou ainda outros setenta’’ (Lc 10:1).
O terceiro grupo consistia de doze homens. “E aconteceu naqueles dias que Ele
subiu a uma montanha para orar, e passou
a noite toda em oração a Deus.
“E, quando já era dia, chamou a Si os
Seus discípulos, e escolheu doze deles, a
quem também deu o nome de apóstolos (Lc
6:12,13).
Destes Ele escolheu o quarto grupo, que
consistia de apenas três homens. “Seis dias
depois, Jesus tomou a Pedro, Tiago, e João,
seu irmão, e os conduziu em particular a
um alto monte.
“E transfigurou-Se diante deles; e o Seu
rosto resplandeceu como o sol, e as Suas
vestes se tornaram brancas como a luz”
(Mt 17:1,2).
Este grupo de três homens seria o das
“... testemunhas oculares da Sua majestade” (2 Pe 1:16).
Eles representam os que “... prosseguem para o alvo, pelo prêmio do sublime
chamado de Deus em Cristo Jesus” (Fp
3:14).
Estes três são como os vencedores, os
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que são galardoados com o certificado de
aprovação de Deus.
A. COMO GANHAR A
APROVAÇÃO DE DEUS
Não são muitos dos seguidores de Jesus
que se qualificam para a inclusão neste circulo íntimo. “Quando Jesus Se encontrava
em Jerusalém... muitos creram em Seu
Nome, vendo os sinais que Ele fazia. Jesus,
no entanto, não confiava neles, pois conhecia todos os homens” (Jo 2:23,24).
1. Busque o Bem dos Outros
Jesus sabia que a grande maioria dos que
acreditavam n’Ele faziam isto por motives
egoísticos. Eles O procuravam somente para
obterem bênçãos pessoais. Os seus pecados haviam sido perdoados, mas não desejavam ser vencedores.
Para sermos vencedores precisamos desejar ardentemente ser libertos de buscarmos o nosso próprio bem às custas dos
outros.
2. Passe nos Testes de Deus
Quando Gideão reuniu um exército para
lutar contra os inimigos de Israel, ele tinha
consigo 32.000 homens. Deus, no entanto,
sabia que nem todos eles eram dedicados de
todo o coração. Assim sendo, Deus reduziu
este número. Primeiramente, os medrosos
foram mandados para casa.
Contudo, restaram ainda 10.000 homens,
os quais foram levados ao rio e provados.
Somente 300 passaram no teste e foram
aprovados por Deus (Jz 7:1-8).
A maneira pela qual aqueles 10.000 homens beberam água do rio para aliviar a sua
sede foi um meio que Deus usou para determinar quem se qualificava para se alistar no
exército de Gideão. Eles mal sabiam que estavam sendo provados.
Nove mil e setecentos homens se esqueceram completamente do inimigo, enquanto estavam ajoelhados para satisfazerem a
sua sede. Somente 300 deles permaneceram
F1.1 – Chamados, Escolhidos e Fiéis
de pé, alertas, bebendo a água com as mãos
formando uma concha.
São nas coisas simples da vida que Deus
nos prova – em nossas atitudes com relação
ao dinheiro, aos prazeres, a honra dos homens, ao conforto, etc.
Semelhantemente ao exército de Gideão,
quando as circunstâncias arranjadas por Deus
vêm sobre nós, não percebemos que Deus
está nos provando, para ver como reagiremos.
3. Não Seja Distraído Pelo Mundo
Jesus nos admoestou a não ficarmos
oprimidos com os cuidados deste mundo.
Ele disse: “Vigiai para que os vossos
corações não fiquem sobrecarregados com
a glutonaria, embriaguês, e os cuidados da
vida, vindo sobre vós repentinamente aquele
dia como uma armadilha” (Lc 21:34).
Paulo exortou os cristãos de Corinto, dizendo: “De agora em diante também os
que têm esposas deveriam ser como se as
não tivessem; e os que choram, como se
não chorassem, e os que se alegram, como
se não se alegrassem;
“E os que compram, como se não possuíssem, e os que usam o mundo, como se
não estivessem utilizando-o completamente, pois a fama deste mundo esta acabando...
“Digo isto para assegurar a vossa devoção ao Senhor sem distração alguma”
(1 Co 7:29-35).
Não devemos permitir que nada deste
mundo nos distraia de uma total devoção ao
Senhor. As coisas legítimas do mundo são
uma armadilha mais perigosa do que as coisas pecaminosas – porque as coisas legítimas parecem tão inocentes e inofensivas!
Nós podemos aliviar a nossa sede – mas
precisamos juntar as nossas mãos em forma de concha e bebermos somente o estritamente necessário e ficarmos em alerta com
relação a qualquer ataque de surpresa do
inimigo. As nossas mentes devem estar ocupadas com a batalha que o Senhor nos deu
O CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DE DEUS
1037
para travarmos, e não com a nossa própria
sede, fome, ou desejos.
Temos de abandonar tudo e estarmos
dispostos a sofrermos dificuldades, se quisermos ser discípulos de Jesus (2 Tm 2: 3).
Ele me considerou fiel, introduzindo-me no
ministério” (1 Tm 1:12).
Paulo estava entre os chamados, os escolhidos, E FIÉIS – e desejava ardentemente
que Timóteo estivesse neste grupo também.
Paulo, no entanto, havia sido provado
antes de ser aprovado. Nós estamos sendo
provados também.
Deus nunca Se compromete com ninguém antes de prová-lo.
As narrativas que nos foram dadas nas
Escrituras sobre as provações de vários homens – alguns dos quais foram aprovados e
outros rejeitados – podem portanto ser de
muita valia para nós pois foram escritas para
a nossa instrução.
2. Concentre-se nas
Coisas Eternas
Semelhantemente a um elástico que é esticado, as nossas mentes podem considerar
as coisas terrenas que são necessárias. Uma
vez, no entanto, que estas coisas tenham
sido consideradas, da mesma maneira em
que o elástico retorna à sua posição normal
ao ser liberado da sua tensão, as nossas
mentes também deveriam retornar às coisas
do Senhor e da eternidade.
Isto é o que significa termos as nossas
mentes “fixadas nas coisas de cima, e não
nas coisas que são da terra” (Cl 3:2).
Com muitos crentes, no entanto, o elástico funciona da maneira oposta. As suas mentes são esticadas de vez em quando de forma
a refletirem sobre as coisas eternas e, quando
liberadas, retornam à sua maneira normal,
ocupadas com as coisas deste mundo!
5. Precisamos Ser Diligentes
Paulo exortou a Timóteo, dizendo: “Nenhum soldado da ativa se embaraça com
os afazeres da vida cotidiana, a fim de que
ele possa agradar aquele que o alistou como
soldado” (2 Tm 2:4). Paulo não estava dizendo a Timóteo como ser salvo, mas sim
como ele poderia agradar a Cristo como um
eficiente soldado no exército de Deus.
“Seja diligente para apresentar-se aprovado diante de Deus”, disse-lhe Paulo (2
Tm 2:15).
Timóteo já havia sido aceito por Deus.
Agora ele precisava ser diligente para ganhar a aprovação de Deus.
O próprio Paulo havia sido colocado no
ministério cristão por Cristo, porque ele
havia ganho a aprovação de Deus.
Ele disse: “Agradeço a Cristo Jesus,
nosso Senhor, o Qual me fortaleceu porque
B. AGRADÁVEIS OU NÃO
AGRADÁVEIS A DEUS
Lemos no Novo Testamento sobre Alguém com o Qual o Pai ficou satisfeito, e
também sobre um grupo de pessoas com o
qual Deus não ficou satisfeito. Um estudo deste contraste é muito interessante.
1. Deus Não Ficou Satisfeito
Dos 600.000 soldados israelitas (Nm
1:46) que pereceram no deserto por incredulidade, está escrito que “Deus não ficou
satisfeito com eles” (1 Co 10:5).
Estes israelitas haviam sido redimidos
do Egito através do sangue do cordeiro (simbólico da nossa redenção através de Cristo). Eles haviam sido batizados no Mar Vermelho e na nuvem (simbólicos do batismo
na água e do batismo no Espírito Santo) (1
Co 10:2). Contudo, Deus não ficou contente com eles.
a. Mesmo Assim Ele Cuidou Deles.
No entanto, Deus foi muito bom para eles,
no sentido de que Ele supriu sobrenaturalmente todas as suas necessidades físicas e
materiais. “Nunca se envelheceu o teu vestido sobre ti nem se inchou o teu pé nestes
quarenta anos”, disse-lhes Moisés no final
dos seus quarenta anos de perambulação
(Dt 8:4).
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Deus também curou todas as enfermidades deles. A Bíblia diz: “Não havia nenhum
enfermo ou débil dentre eles” (Sl 105:37).
Deus fez muitos milagres para eles. Aliás,
nenhum grupo específico de pessoas na história do mundo jamais viu tantos milagres
quanto viram aqueles israelitas incrédulos,
com os quais “Deus Se irou por quarenta
anos’’ (Hb 3:17).
Isto nos ensina que Deus também responde às orações dos crentes carnais – e
que Ele supre as suas necessidades terrenas,
ate mesmo sobrenaturalmente, se necessário.
O fato de Deus executar um milagre para
nós não prova nada sobre a nossa espiritualidade. Prova somente que Deus e um Deus
bom, o Qual faz com que o Seu sol brilhe
igualmente sobre os retos e sobre os ímpios!
b. Os Milagres Não São Nenhuma
Garantia. Jesus também nos admoestou
que no Dia do Julgamento Final muitos dos
que haviam feito milagres no Seu Nome seriam rejeitados e desqualificados porque
haviam vivido em pecado.
Ele disse: “Muitos Me dirão naquele dia:
Senhor, Senhor, não profetizamos nós em
Teu nome, e em Teu nome não expulsamos
demônios, e em Teu nome não executamos
muitos milagres?
“E então lhes declararei: Nunca vos conheci: Apartai-vos de Mim, vós que praticais
a iniqüidade” (Mt 7:22,23).
Obviamente Ele estava Se referindo aos
pregadores cristãos e pessoas com dons de
cura, que faziam milagres genuínos em Seu
nome. Através das palavras de Jesus, torna-se claro que MUITOS dos homens (não
somente alguns deles, nem todos eles, mas
muitos) que possuem estes ministérios milagrosos não estão livres do pecado em sua
vida pessoal e em seus pensamentos e atitudes. Isto será exposto no Tribunal de Cristo, se não antes.
A operação de milagres, por si só, não é
nenhuma indicação de que alguém seja aprovado por Deus. Será que compreendemos
F1.1 – Chamados, Escolhidos e Fiéis
isto de fato? Caso contrário, seremos enganados.
2. Deus Ficou Satisfeito
Em contraste com os israelitas do Antigo Testamento com os quais Deus não ficou satisfeito, lemos sobre Jesus no Novo
Testamento que o Pai ficou satisfeito com
Ele.
Quando Jesus tinha trinta anos de idade,
o Pai falou publicamente do Céu as seguintes palavras sobre Ele: “Este é o Meu Filho
Amado com Quem Me satisfaço” (Mt
3:17). E isto foi dito antes que Jesus tivesse
feito um simples milagre ou pregado um
simples sermão!
Qual foi então o Seu segredo de ser aprovado por Deus? Obviamente não foi devido
ao Seu ministério, pois Ele não havia nem
mesmo começado o Seu ministério público.
O motivo foi o tipo de vida que Ele havia
vivido durante trinta anos.
a. Fiéis Durante as Tentações. Somos aprovados por Deus não pelo sucesso
de nossos ministérios, e sim por nossa fidelidade nas tentações que enfrentamos em
nossa vida diária.
As duas únicas coisas que lemos sobre
os trinta anos “silenciosos” da vida de Jesus (com exceção do incidente no Templo)
são que “Ele foi tentado em todas as coisas
como nós, e, contudo, não pecou” (Hb 4:15)
e que “Ele nunca agradou a Si Próprio”
(Rm 15:3).
Ele tinha fielmente resistido às tentações
em todas as ocasiões e nunca havia buscado
os Seus Próprios desejos e vontade em nenhuma questão. Era isto que deleitava o Pai.
b. Caráter Santo. As nossas realizações externas talvez impressionem as pessoas mundanas e os crentes carnais. Deus,
no entanto, fica mais impressionado com o
nosso caráter. É somente o nosso caráter
que pode nos trazer a aprovação de Deus.
Assim sendo, se quisermos saber qual é
a opinião de Deus a nosso respeito precisamos deliberadamente apagar de nossas men-
O CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DE DEUS
1039
tes o que já realizamos em nossos ministérios. Precisamos nos avaliar meramente pelas nossas atitudes com relação ao pecado
em nossos padrões de pensamento e o
egocentrismo em nossas ações. Somente este
é o “termômetro” infalível da nossa condição espiritual.
Portanto, o evangelista com dom de curas, que viaja o mundo inteiro, o pregador, e
a mãe ocupada, que nunca consegue sair dos
confins do seu lar, possuem exatamente as
mesmas chances de alcançarem a aprovação
de Deus.
Descobriremos no Tribunal de Cristo
que muitos dos que são primeiros aqui no
mundo cristão serão os últimos lá. Muitos
que eram considerados os últimos aqui na
terra (porque não possuíam um ministério
muito reconhecido) serão os primeiros lá!
deiro, então ela tomará duas rolas ou dois
pombinhos...” (Lv 12:8). E José e Maria
tomaram “de acordo com o que foi dito na
Lei do Senhor, um par de rolas, ou dois
pombinhos” (Lc 2:24).
Com relação a Jesus foi dito: “Pois
sabeis da graça do nosso Senhor Jesus
Cristo, o Qual, muito embora fosse rico,
por amor de vós tornou-Se pobre...” (2 Co
8:9).
Jesus tinha pelo menos quatro irmãos e
duas irmãs mais jovens morando com Ele
na mesma casa. Marcos 6:3 nos diz que as
pessoas da Sua cidade natal comentaram com
relação a Jesus:
“Não é este o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago e José, e Judas, e Simão? E não estão aqui conosco as suas
irmãs?”
Podemos imaginar as pressões e lutas
que Jesus enfrentou ao crescer naquele lar
pobre.
Para piorar ainda mais, os Seus irmãos
mais jovens eram incrédulos. Está escrito:
“Porque nem mesmo os Seus irmãos
criam n‘Ele” (Jo 7:5).
Eles devem ter zombado d’Ele de muitas maneiras. Ele não tinha nenhum quarto
particular em Sua casa para onde pudesse
Se retirar ao enfrentar as pressões das tentações dos outros habitantes da casa.
Naquela casa também deve ter havido as
lutas, discussões, repreensões, e o egoísmo
(comum a todos os lares).
E no meio dessas circunstâncias, Jesus
foi tentado em todas as coisas como nós o
somos, e Ele nunca pecou, nem uma vez
sequer, numa ação, palavra, pensamento,
atitude ou motivação ou de nenhuma outra
maneira.
Se Jesus tivesse vindo de alguma forma
diferente da nossa, em algum tipo de carne
que fosse incapaz de ser tentada, então não
teria havido nenhuma virtude no Seu viver
com pureza nessas circunstâncias. Mas Ele
foi feito como nós em todas as coisas.
A Palavra de Deus diz: “Ele TINHA QUE
C. JESUS É O NOSSO EXEMPLO
Jesus é o nosso Exemplo em todas as
coisas. O Pai havia feito arranjos para que
Jesus passasse os primeiros trinta anos da
Sua vida terrena basicamente em dois lugares – o Seu lar e o Seu local de trabalho (a
carpintaria).
Foi a fidelidade de Jesus nestes dois lugares que Lhe proporcionou a aprovação
do Pai.
Esta é uma questão que nos estimula
muito, pois todos nós constantemente nos
encontramos nestes dois lugares – o nosso
lar e o nosso local de trabalho. E é nestes
dois lugares que Deus geralmente nos prova.
1. Fidelidade em Casa
A casa de Jesus era um lar pobre. José e
Maria eram tão pobres que não tinham condições de nem mesmo oferecer um cordeiro
como oferta queimada. Eles não tinham
“pregadores de prosperidade” americanos
que lhes ensinassem como poderiam ficar
ricos.
A Lei havia ordenado que “se ela não
tiver condições financeiras para um cor-
1040 / SEÇÃO F1
SER FEITO como os Seus irmãos em todas
as coisas, para que pudesse Se tornar um
misericordioso e fiel Sumo-Sacerdote nas
coisas pertencentes a Deus” (Hb 2:17).
Ele passou pelas pressões de todas as
tentações que possamos enfrentar. É isto o
que nos dá um grande encorajamento nos
momentos em que somos tentados, de que
nós também podemos vencer. Esta é a esperança que Satanás tenta roubar de nós,
tentando esconder de nós esta gloriosa verdade de que Cristo veio em nossa carne e foi
tentado exatamente como nós o somos.
2. Fidelidade em Ação
Na qualidade de carpinteiro em Nazaré,
Jesus deve ter enfrentado as tentações que
todos os que se empenham em qualquer
forma de trabalho enfrentam. Mas Ele nunca enganava a nenhum dos Seus clientes.
Ele nunca cobrava exageradamente por nenhum dos Seus artigos e nunca Se afrouxava
em nenhum ponto de retidão, qualquer que
fosse o custo (ou perda) para Ele.
Ele não era um concorrente dos outros
carpinteiros de Nazaré. Ele apenas trabalhava para ganhar a vida. Assim sendo, através de Suas compras, vendas, e do manuseio do dinheiro (na qualidade de carpinteiro), Jesus enfrentou todas as tentações que
enfrentamos na área do dinheiro, e venceu.
Jesus viveu em submissão a pais adotivos imperfeitos durante muitos anos. Isto
deve tê-Lo exposto a várias formas de tentações interiores (na área das atitudes), e,
contudo, Ele nunca pecou.
Maria se encontrava dentre aqueles que
estavam aguardando aquele poderoso e
santificador Batismo no Espírito Santo e
Fogo no Cenáculo (At 1:14).
Desprovidos desse poder, é provável que
José e Maria tenham levantado as suas vozes e discutido um com o outro, assim como
fazem a maioria dos casais.
Jesus, por outro lado, estava vivendo
numa perfeita vitória. Contudo, Ele nunca
os desprezou. Se tivesse feito isto, Ele teria
F1.1 – Chamados, Escolhidos e Fiéis
pecado. Ele os respeitava, muito embora
fosse muito mais puro que eles. Nisto vemos a beleza da Sua humildade.
Vemos assim que Jesus não viveu uma
vida monótona durante esses trinta anos em
Nazaré. Jesus Se encontrava, o tempo todo,
no meio de um conflito contra as tentações
– um conflito que aumentava de intensidade à medida que cada ano se passava.
Antes que Ele pudesse Se tornar o nosso Salvador e o nosso Sumo-Sacerdote, o
Pai teve de conduzir o Capitão da Nossa
Salvação através de toda a gama de tentações possíveis aos seres humanos.
A Palavra de Deus diz: “Porque convinha, para Quem são todas as coisas, e através do Qual são todas as coisas, trazendo
muitos filhos a glória, aperfeiçoar o Autor
da salvação deles através dos sofrimentos” (Hb 2:10).
Ainda havia algumas tentações (como as
que surgem através da fama nacional, etc.)
que Jesus enfrentaria nos últimos três anos
e meio da Sua vida terrena. Mas as tentações comuns que todos enfrentamos em casa
e em nossos locais de trabalho, Ele já havia
enfrentado e vencido em Seus primeiros trinta anos. E o Pai deu a Jesus o Seu “certificado de aprovação” em Seu batismo.
D. BUSQUE UM CARÁTER
TRANSFORMADO
Se ao menos os nossos olhos fossem
abertos para vermos as condições em que
Deus nos dá a Sua aprovação, isto revolucionaria a nossa vida por completo. Nenhum de nós almejaria mais um ministério
mundial. Ao invés, ansiaríamos por uma
fidelidade nos momentos de tentações em
nossa vida diária.
Oraríamos pedindo um batismo de fogo
que produzisse um caráter transformado,
bem como um poder que produzisse milagres. Desta maneira, a nossa mente seriam
renovadas de forma a termos as nossas prioridades na ordem correta.
Anime-se com o fato de que os maiores
O CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DE DEUS
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galardões de Deus e os Seus maiores elogios
estão reservados para os que enfrentam as
tentações com a mesma atitude de Jesus,
que era a seguinte: “Eu preferiria morrer
do que cometer um pecado ou desobedecer o Meu Pai num ponto sequer.”
Este é o significado da exortação de
Filipenses 2:5-8, que diz: “Tenham a mesma atitude de Cristo Jesus... o Qual Se tornou obediente até mesmo a ponto de morrer.”
Independentemente do nosso dom, ministério, posição social, sexo, ou idade, todos nós temos a mesma oportunidade de
sermos vencedores e de estarmos dentre os
chamados, escolhidos e fiéis.
capacitar a guardarmos a lei de Deus. “Porque o Espírito... me libertou do pecado...
Porque o que a lei não podia fazer por estar débil... Deus enviou o Seu Próprio Filho... para que a retidão da lei pudesse ser
cumprida em nós...” (Rm 8:2-4).
Portanto, temos um poder disponível a
nós e que nos capacita a sermos julgados
por um padrão mais elevado. Não se esperava que os santos do Antigo Testamento
atingissem os padrões neo-testamentários.
Mateus 19:8,9 ilustra isto. Nesta passagem,
Jesus explicou aos fariseus o motivo pelo
qual Moisés permitiu o divórcio sob a Antiga Aliança. Ele disse: “Devido a vossa
dureza de coração Moisés vos permitiu o
divórcio de vossas esposas.”
Mas, sob a Nova Aliança, Deus remove
o nosso coração duro e nos dá, em vez disso, um coração brando.
“E também vos darei um novo coração,
e um novo espírito colocarei dentro de vós;
e removerei o coração de pedra... e vos
darei um coração de carne” (Ez 36:26). Assim sendo, o divórcio não é permitido agora.
Deus é chamado de “O Deus que prova
os justos” (Jr 20:12). Ele não tenta ninguém a fazer o mal. “Deus não pode ser
tentado pelo mal e Ele Próprio não tenta a
ninguém” (Tg 1:13).
No entanto, Ele PROVA de fato os retos.
Capítulo 2
Deus Prova os Homens
Introdução
As biografias de homens de Deus e daqueles que desapontaram a Deus foram escritas na Bíblia para nossa instrução e admoestação. Há muito que aprender, se nelas meditarmos, com ouvidos sintonizados
na voz do Espírito.
Ao lermos sobre as pessoas do Antigo
Testamento, um fato que precisamos ter em
mente é que todas elas viveram numa época
anterior à vinda da “graça” através de Jesus
Cristo.
“Pois a lei foi dada através de Moisés;
a graça e a verdade foram dadas através
de Jesus Cristo” (Jo 1:17). Neste versículo,
a palavra “graça” significa “capacitação”. A
lei continha a verdade, mas não capacitava
os que a aceitavam para guardar os seus
santos mandamentos. “A graça e a verdade vieram através de Jesus Cristo.” Isto
significa que a lei não estava mais escrita
sobre a pedra, e sim em nosso coração.
“... Porei a Minha lei em seu interior e a
escreverei no seu coração; e serei o seu
Deus, e eles serão o Meu povo” (Jr 31:33).
Recebemos o Espírito Santo para nos
A. DEUS PROVOU A JÓ
Jó era um dos servos escolhidos de Deus.
Deus podia destacá-lo perante Satanás como
um homem na terra que temia a Deus em
todos os seus caminhos.
“O Senhor disse a Satanás: Consideraste o Meu servo Jó? Pois não há ninguém semelhante a ele na terra, um homem
irrepreensível e reto, temente a Deus e que
se desvia do mal” (Jó 1:8).
Deus não diz nada sobre a inteligência,
os talentos, ou as riquezas de Jó – coisas
que não têm valor algum para Deus. Ele
apenas ressalta a sua pureza e retidão. Como
1042 / SEÇÃO F1
no caso de Jesus, foi o caráter de Jó, e não
as suas realizações ou o seu ministério, que
alegrou o coração de Deus.
Até mesmo Satanás tem dons sobrenaturais e inteligência. Ele tem conhecimentos
bíblicos também! O que Deus procura, no
entanto, é o caráter. Quando Deus nos prova, Ele prova o nosso caráter – e não os
nossos conhecimentos bíblicos.
Quando Deus procura por um homem
de quem Ele possa Se orgulhar, alguém que
Ele possa destacar perante Satanás, Ele procura um homem de caráter – um homem
irrepreensível e reto, alguém que tema a
Deus e odeie o mal.
Talvez tenhamos uma boa reputação com
outros crentes devido à nossa espiritualidade. Mas será que Deus, que nos conhece de
ponta a ponta, poderá nos destacar perante
Satanás? Um certificado como o que Deus
deu a Jó é maior do que qualquer honra
terrena que possamos obter. Toda a honra vã
do cristianismo também é como lixo inútil
em comparação com isto.
Portanto, a pergunta mais importante
não é: “Qual é a opinião dos outros com
relação à minha espiritualidade?” mas sim:
“Será que Deus pode me destacar perante
Satanás como alguém de quem Ele possa Se
orgulhar?”
1. Quatro Testes Usados por Deus
Quando Deus falou a Satanás sobre Jó,
Satanás disse que Jó estava servindo a Deus
porque ele se beneficiava e tirava proveito
disto.
a. Perda de Posses. “Satanás respondeu ao Senhor: Porventura Jó teme a Deus
por nada? Porventura não o cercaste de
bens, a ele, e a sua casa, e a tudo quanto
tem?
“Tu abençoaste o trabalho das suas
mãos, e as suas posses estão aumentando
na terra. Mas estende a Tua mão e toca
tudo quanto tem. Certamente ele Te amaldiçoará na Tua face” (Jó 1:9-l 1).
Deus refutou esta acusação e permitiu
F1.2 – Deus Prova os Homens
que Satanás pusesse Jó a prova para que ele
descobrisse por si próprio que a sua acusação não era verdadeira. Deus fez isto porque Ele conhecia a integridade de Jó.
E nós? Será que seguimos a Deus por
causa de ganhos materiais? Será que Deus
teria de reconhecer que Satanás estaria certo se ele salientasse a qualquer um de nós
como alguém que serve a Deus por causa de
ganhos pessoais?
Infelizmente, o mundo esta repleto de
obreiros e pastores cristãos que se encontram na obra de Deus para obterem ganhos
pessoais – alguns para ganharem salários,
outros honra e posição, e outros a fim de
receberem viagens grátis a países ocidentais. Qualquer um que faça uma obra cristã
por motivos de ganho pessoal está servindo a Mamom e não a Deus.
O serviço para o Senhor executado com
as motivações certas sempre nos custa algo.
Considere as palavras de Davi quando
ele estava a ponto de oferecer um sacrifício
ao Senhor. Ele disse: “Não oferecerei ao
Senhor, meu Deus, algo que não me custe
nada” (2 Sm 24:24).
Realmente bem poucos são os que demonstram esta atitude de Davi. O verdadeiro serviço para o Senhor geralmente nos traz
perdas materiais e não ganhos. O lucro será
espiritual. O que busca os ganhos materiais, por outro lado, pertence à Babilônia, e
não a Jerusalém Celestial.
A Bíblia diz com relação à Babilônia espiritual: “Os mercadores destas coisas enriqueceram-se com ela” (Ap 18:15).
No meio de obreiros cristãos egocêntricos, Paulo podia destacar um Timóteo, como
uma rara exceção.
Ele disse com relação a ele: “Não tenho
ninguém mais com este mesmo espírito, que
genuinamente se interesse pelo vosso bemestar. Pois todos buscam os seus Próprios
interesses, e não os de Cristo Jesus” (Fp
2:19-21).
Paulo não foi enganado. Ele conhecia a
condição espiritual dos seus colaboradores.
O CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DE DEUS
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Deus tampouco se engana com relação a
nós.
Deus tinha tanta confiança em Jó que
podia permitir que Satanás o provasse.
Muito embora Jó tivesse perdido todos os seus filhos e a sua imensa riqueza
num único dia, ainda assim ele continuou a
adorar e a servir a Deus. Ele disse: “Nu saí
do ventre de minha mãe, e nu tornarei para
lá; o Senhor o deu e o Senhor o tomou;
bendito seja o nome do Senhor” (Jo 1:2022).
Ele sabia que tudo o que possuía – filhos, propriedades, e até mesmo a própria
saúde – era um dom de Deus para ele. Deus
tinha todo o direito de tirar estas coisas
quando assim o desejasse. Não podemos de
fato adorar a Deus até que tenhamos deixado tudo – isto é, desistido do direito de
possuirmos qualquer coisa.
b. Perda da Saúde. Em seguida, Deus
permitiu que Satanás fosse um passo além
e afligisse a Jó, da cabeça aos pés, com uma
chaga maligna.
As enfermidades são provenientes de Satanás, mas até mesmo isto pode ser usado
por Deus para santificar e aperfeiçoar os
Seus servos.
Paulo foi atingido por um espinho na
carne, o qual ele diz especificamente que
era proveniente de Satanás. Não era um
mensageiro de Deus, e sim um mensageiro
de Satanás. Contudo, Deus permitiu que
ele permanecesse e não o removia (apesar
das constantes orações de Paulo), pois ele
servia para manter Paulo humilde.
Paulo diz: “Devido à excelente grandeza das revelações que recebi de Deus, foi
dado a mim um espinho na carne, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, para
impedir que me exaltasse! Com relação a
isto, supliquei ao Senhor três vezes para
removê-lo de mim. E Ele me disse: A Minha
graça é suficiente para ti, pois o Meu poder
é aperfeiçoado na tua fraqueza” (2 Co 12:79).
c. Esposa Acusadora. O terceiro pas-
so de Satanás foi afligir a Jó através da sua
esposa.
“Aí então a mulher de Jó lhe disse: Ainda retens a tua integridade? Amaldiçoa a
Deus e morre!” (Jó 2:9). Pode ser um terrível teste da sua santificação o fato de a sua
própria esposa se voltar contra você e o
acusar.
A Palavra de Deus ordena: “Maridos,
amai vossas mulheres, e não vos irriteis
contra elas... Amai vossas mulheres, como
também Cristo amou a Igreja e a Si Mesmo
Se entregou por ela” (Cl 3:19; Ef 5:25).
Um marido nunca deve se irritar contra a
sua esposa, em nenhuma circunstância. Ele
precisa amá-la em todo o tempo, até mesmo se ela for um instrumento de Satanás
contra ele. Se você tiver uma esposa difícil,
em vez de reclamar da sua sorte na vida e
invejar os homens que possuem esposas
tementes a Deus, você poderia considerar
as suas circunstâncias como um meio para a
sua própria santificação.
Deus o prova nestas mesmas circunstâncias para ver se você se qualifica a receber o Seu certificado de aprovação. Ele o
prova quando a sua esposa grita com você
e o ridiculariza, para ver se você se qualifica a ser um verdadeiro representante de Jesus, o Qual foi até mesmo chamado de louco pelos Seus Próprios parentes.
O registro bíblico diz: “Os Próprios parentes de Jesus... saíram para prendê-Lo,
pois estavam dizendo: Ele está fora de Si”
(Mc 3:21).
Jesus suportou este insulto com paciência. Somos chamados para segui-Lo e para
representá-Lo.
d. Amigos Acusadores. O quarto passo
de Satanás foi acusar a Jó através dos seus
amigos pregadores (Veja Jó 4 a 25).
Este foi o golpe mais duro que Jó teve
que agüentar – porque esses pregadores
vieram a ele e agiram como se fossem profetas de Deus, dizendo-lhe que todas as
suas enfermidades eram devidas aos seus
pecados secretos. Mal sabiam aqueles pre-
1044 / SEÇÃO F1
gadores que estavam inconscientemente
agindo a favor do “acusador dos irmãos”
(Ap 12:10).
Deus, no entanto, permitiu que fizessem isto a fim de purificarem a Jó.
B. VENCEDORES ATRAVÉS
DA GRAÇA
Hoje Deus promete: “O pecado não terá
domínio sobre vós, pois não estais debaixo
da lei, mas debaixo da graça” (Rm 6:14).
Jó, porém, viveu numa época em que alguns dos recursos da graça não Lhe eram
disponíveis.
Assim sendo, ele finalmente se entregou à autocomiseração, auto-justificação,
depressão e desânimo. Ocasionalmente, a
sua fé brilhava no meio das trevas, mas
ainda assim a sua experiência foi algo oscilante.
Agora que a graça veio através de Jesus
Cristo, caso sejamos provados de maneira
semelhante, não há necessidade alguma de
um momento sequer de depressão ou desânimo. Os mandamentos do Novo Testamento são: “Não estejais inquietos por coisa
alguma... Regozijai-vos sempre no Senhor...
Em tudo dai graças...”, etc. (Fp 4:6,4; 1 Ts
5:18).
Estes mandamentos não haviam sido
dados no Antigo Testamento porque a graça ainda não havia vindo. Deveríamos reconhecer a mão de Deus em tudo. A graça está
disponível em todos os momentos para
constantemente nos manter vitoriosos.
1. Nós Podemos Ser Vencedores
O triunfante clamor de Paulo foi: “Graças a Deus, que sempre nos conduz em Seu
triunfo em Cristo” (2 Co 2:14).
Podemos ser vencedores agora, até mesmo se perdermos as nossas propriedades e
os nossos filhos, ou até mesmo se as nossas
esposas nos acusarem. Caso os outros crentes não nos compreendam e nos critiquem,
ou se qualquer outra coisa acontecer que
Deus considere adequado permitir em nos-
F1.2 – Deus Prova os Homens
sa vida, “... regozijemo-nos no Senhor sempre” (Fp 4:4).
2. Um Testemunho a Satanás
Desta forma, Deus demonstra a Satanás
que Ele tem um remanescente na terra que
não somente se submete a todos os Seus
tratamentos com eles, mas que também aceita todas as tribulações com alegria, convencidos de que estas leves aflições são planejadas por Deus para produzir para eles um
eterno peso de glória.
A Bíblia diz: “Porque a nossa momentânea e leve aflição está produzindo para
nós um eterno peso de glória muito além de
toda comparação, não atentando nós para
as coisas visíveis, e sim para as coisas invisíveis” (2 Co 4:17,18).
O Novo Testamento nos diz que Deus
deseja demonstrar a Sua sabedoria aos
principados e potestades nos lugares
celestiais através da Igreja. Efésios 3:10 diz:
“A fim de que a multiforme sabedoria de
Deus pudesse agora ser conhecida através
da Igreja aos principados e potestades nos
lugares celestiais.”
Efésios 6:12 nos diz que estes principados são os espíritos malignos nos lugares
celestiais.
As coisas que nos acontecem não são
acidentais, mas são especificamente planejadas para nós e pesadas (de forma a nunca
estarem além da nossa capacidade de agüentarmos) “de acordo com o plano pré-determinado e a preciência de Deus” (At 2:23).
As tribulações têm o propósito duplo
de nos transformar à semelhança de Cristo
e de manifestar aos espíritos e principados
satânicos nos lugares celestiais que Deus
ainda tem um povo na terra que O ama, O
obedece, e O louva, com fé, em todas as
circunstâncias.
3. Uma Prova da Nossa Fé
Toda tribulação pela qual podemos passar é uma prova da nossa fé. Até mesmo na
época de Jó, ele podia dizer: “Deus conhe-
O CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DE DEUS
1045
ce todos os detalhes do que está acontecendo comigo” (Jó 23:10).
Hoje podemos ir um passo além e dizer
(com base em Romanos 8:28) que “Deus
PLANEJA e transforma para o bem todos
os detalhes que me dizem respeito.”
Será que realmente cremos, com relação
a tudo o que cruza o nosso caminho, que
Deus planejou tudo em perfeita sabedoria e
amor e que o Seu poder é todo-poderoso o
suficiente para nos livrar da provação quando chegar a hora certa?
Será que Deus encontrará em você e em
mim aqueles que Ele pode intrepidamente
salientar a Satanás como sendo pessoas que
nunca reclamam nem resmungam em nenhuma circunstância, mas que somente dão graças por todas as coisas e em todo o tempo?
Tu fazes a pregação e eu Te sustentarei financeiramente.
“Se o meu negócio de pesca vai ser assim, logo serei o mais rico homem de negócios de todo Israel, e os meus dízimos sustentarão não somente a Ti, mas também a
todo o exército de outros obreiros cristãos
em muitas partes desta terra e do estrangeiro também!”
Aí então, Pedro poderia ter viajado ao
redor do mundo, dando o seu testemunho
em várias conferências para homens de negócios ensinando-os sobre um Cristo que
poderia tornar prósperos os seus negócios.
Este é o raciocínio da mente carnal. Pedro,
no entanto, não fez isto.
a. Ele Desistiu do Seu Negócio. Quando Jesus o chamou para deixar as suas redes, ele deixou o seu negócio de pesca imediatamente e seguiu a Jesus. Ele passou no
teste.
Os cristãos mal sabem, quando Deus
prospera os seus caminhos de forma a ganharem mais dinheiro, que estão sendo testados. A maioria dos cristãos são reprovados no teste neste ponto. Eles se contentam em ser milionários vãos quando poderiam ter se tornado apóstolos.
Anos mais tarde, Pedro – longe de ser
um rico homem de negócios – podia somente dizer:
“Não tenho prata nem ouro” (At 3:6).
No entanto, ele tinha algo muito melhor que
a prata e o ouro. Ele havia desistido das
riquezas terrenas pela riqueza eterna do Reino de Cristo.
b. “Rico Para com Deus”. Hoje em
dia, as livrarias cristãs estão abarrotadas com
livros que alegam ensinar aos cristãos como
se tornarem materialmente prósperos e ganharem dinheiro, com Jesus sendo um sócio em suas vidas! Os cristãos são estimulados nesses livros a reivindicarem dispendiosos carros, casas e propriedades – tudo
pela fé em Cristo.
Até mesmo uma criança consegue ver a
preocupação terrena desses escritores, e,
C. O TESTE DE PEDRO E JUDAS
Dentre os doze apóstolos que Jesus escolheu, talvez o maior contraste de personalidade estivesse entre Pedro e Judas Iscariotes. Pedro era sincero, inculto e afetuoso. Judas Iscariotes era inteligente, astuto,
e ambicioso.
Deus tinha um grande chamado para Simão Pedro, mas que não poderia ser cumprido até que ele tivesse sido testado e aprovado.
Pedro, no entanto, não fazia idéia alguma sobre o maravilhoso plano de Deus na
ocasião em que Jesus o chamou. Deus nos
revela Seu plano apenas um passo de cada
vez.
1. A Atitude de Pedro com
Relação ao Dinheiro
Certo dia, Jesus entrou no barco de Pedro
e Lhe disse para levar o barco para águas profundas e jogar as suas redes para uma pescaria. Pedro obedeceu e fez uma das maiores
pescarias da sua vida (Lc 5:1-11).
Se Pedro fosse como alguns homens de
negócio cristãos de hoje, ele teria dito a Jesus algo semelhante a isto: “Senhor, isto é
fantástico! Vamos – Tu e eu – ser sócios.
1046 / SEÇÃO F1
contudo, muitos crentes estão sendo enganados. Os testemunhos dados nestes livros
sobre pessoas recebendo coisas materiais
podem ser todos verdadeiros – mas quantas
delas compreenderam que Deus as estava
testando ao lhes dar riquezas?
Talvez elas estivessem sendo testadas
ao se tornarem ricas para se comprovar se
aprenderiam a compartilhar as suas riquezas e tornarem-se “ricas para com Deus”
(Lc 12:21). Suspeito, porém, que a maioria
delas foram reprovadas no teste – ao contrário de Pedro.
O ego é o centro de todo filho de Adão.
Quando nos convertemos, o nosso ego não
morre, mas tenta de maneiras sutis coagir
Deus a servir os seus Próprios interesses.
O ego é a fonte do cristianismo carnal
que se especializa na obtenção de bênçãos
materiais e físicas de Deus. Ele chega até
nós hoje em dia através de livros disfarçados com a roupagem da “fé”.
Contudo, estes livros também servem a
um propósito no sentido de revelarem o que
os corações dos seus leitores realmente desejam – o terreno ou o celestial. Assim sendo, o trigo é peneirado do joio no cristianismo!
“Pois é preciso que haja também heresias entre vós, para que os que são aprovados possam ser manifestos entre vós” (1
Co 11:19).
As heresias revelam os corações e as motivações dos homens. Elas separam os aprovados dos reprovados.
2. A Atitude de Pedro com
Relação à Correção
Vemos ainda como Jesus testou a Pedro
de uma outra maneira ao repreendê-lo publicamente com a mais ríspida repreensão
que Ele já deu a qualquer ser humano.
Quando Jesus disse aos Seus discípulos
que Ele seria rejeitado e crucificado, Pedro
– com um intenso amor humano pelo Senhor – “... tomando-O de lado, começou a
repreendê-Lo dizendo: Deus Te livre, Se-
F1.2 – Deus Prova os Homens
nhor! Isto nunca acontecerá Contigo!” (Mt
16:22).
Jesus voltou-Se e disse publicamente a
Pedro (escutando-O os outros apóstolos).
“Para trás de Mim, Satanás! Tu és uma
pedra de tropeço para Mim” (Mt 16:23).
a. Não Ofendido. É bem insultuoso
para o nosso ego sermos repreendidos publicamente. Muito pior ainda é sermos chamados de “Satanás”.
Contudo, Pedro nunca ficou ofendido.
Quando muitos dos discípulos se ofenderam com a mensagem da “morte ao ego”
que Jesus pregava e O abandonaram, Jesus
perguntou aos doze apóstolos se eles também gostariam de ir embora. Foi Pedro quem
respondeu, dizendo: “Senhor, a quem iremos nós? Tu tens a Palavra da vida eterna” (Jo 6:68).
Estas palavras foram expressas por Pedro logo depois de ter recebido uma forte
repreensão dos lábios de Jesus. É isto o que
torna as palavras de Pedro ainda mais maravilhosas. Ele achava que quaisquer palavras
de repreensão dos lábios de Jesus eram somente palavras de vida eterna!
A nossa capacidade de aceitarmos repreensões provenientes de irmãos mais velhos
é um teste da nossa humildade. Pedro passou no teste magistralmente.
3. A Atitude de Judas com
Relação ao Dinheiro
Judas Iscariotes, sendo um dos doze
apóstolos que Jesus escolhera, tinha exatamente as mesmas chances que os outros
para se qualificar para o certificado de
“Aprovado por Deus”.
Semelhantemente aos outros, no entanto, ele também tinha que ser provado.
O registro bíblico diz que “Judas Iscariotes tornou-se um traidor” (Lc 6:16). Isto
subentende que ele era exatamente tão sincero quanto os outros doze discípulos quando Jesus o escolheu. Entretanto, através da
ambição egoísta ele se desviou terrivelmente.
O CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DE DEUS
1047
A Bíblia nos admoesta: “Onde existe
uma ambição egoísta, há desordem e todo
tipo de perversidade” (Tg 3:16).
A vida de Judas é uma admoestação a
todos nós, pois é possível que qualquer um
de nós se torne semelhante a ele, caso não
sejamos cuidadosos.
Ele era o tesoureiro da equipe de Jesus e
teve muitas oportunidades de provar a sua
fidelidade na área do dinheiro. Ele poderia
ter se tornado um dos autores das epístolas
do Novo Testamento se tivesse sido fiel. O
seu nome certamente teria estado num dos
fundamentos do muro da Nova Jerusalém.
A Bíblia diz que “o muro da cidade
[Nova Jerusalém] tinha doze fundamentos,
e neles encontravam-se os nomes dos doze
apóstolos do Cordeiro” (Ap 21:14). Judas
Iscariotes, no entanto, foi reprovado ao ser
testado.
a. Ele Era um Ladrão. Um dos usos
da bolsa de dinheiro era o de se ter fundos
para doações aos pobres e necessitados
(como podemos ver em João 13:29): “Porque alguns supunham, porque Judas tinha
a bolsa de dinheiro, que Jesus estivesse Lhe
dizendo para dar algo aos pobres.”
Judas afirmava ter um interesse nesta
atividade, mas ele roubava todo o dinheiro
que era doado aos pobres.
Está escrito que “Judas Iscariotes... não
se preocupava com os pobres, mas era um
ladrão, e, por ter a bolsa de dinheiro, costumava roubar o que era colocado nela”
(Jo 12:4-6).
Poderíamos fazer a pergunta: “Por que
Jesus não desmascarou Judas imediatamente?’’
Para respondermos a esta pergunta,
poderíamos fazer uma outra pergunta: “Por
que Jesus não desmascara todos os que estão ganhando dinheiro para si Próprios, hoje
em dia, em nome do cristianismo?” Há milhares de pessoas, hoje em dia, que servem
a Deus pelo dinheiro e que não são 100%
honestas com o dinheiro que recebem pela
obra de Deus.
Se ao menos Judas pudesse ter sabido o
que ele perderia por causa da sua escolha
pelo dinheiro, como ele poderia ter agido de
forma tão diferente! E se ao menos os obreiros cristãos de hoje soubessem o que estão
perdendo por causa da sua escolha pelo dinheiro, como agiriam de forma tão diferente
com relação ao isto!
b. Ele Queria Tudo. O problema de
Judas era que ele gostava muito de receber
mas detestava dar. Jesus havia ensinado aos
Seus discípulos a bem-aventurança da doação. “O Próprio Senhor Jesus disse: É mais
abençoado darmos do que recebermos”
(Ap 20:35).
Pedro compreendia isto, mas Judas não.
Judas achava que a felicidade vinha através
de recebermos cada vez mais.
Todos os cristãos caem numa destas categorias: os que semelhantemente a Pedro
abandonam tudo e gostam muito de dar
para Deus e para outros necessitados, e os
que como Judas gostam muito de receber e
de acumular tesouros para si Próprios.
Se alguma vez estes “Judas” dão, é de
uma forma mesquinha, somente para aliviar
as suas consciências – e isto, também, muito relutantemente! Não há nenhuma relutância, no entanto, quando a questão é receber.
Deus nos testa na questão de recebermos e darmos para ver se desejamos viver
de acordo com os princípios do mundo ou
do Seu Reino.
Se quisermos ser aprovados por Deus,
teremos que crucificar radicalmente “o amor
de recebermos dádivas” que se encontra em
nossa carne. Teremos que desaprender antigos hábitos, e, ao contrário, aprender novos hábitos. Com a mesma intensidade com
que fomos peritos em receber dádivas no
passado podemos agora nos tornar peritos
nas doações.
No entanto, não podemos ter a esperança
de nos tornarmos peritos em nada, da noite
para o dia. É somente a prática constante
que pode nos tornar peritos em qualquer
1048 / SEÇÃO F1
coisa. Temos que começar a dar, e, aí então,
continuarmos nesta prática até que o nosso
caráter tenha sido de fato transformado, de
forma tal que o Próprio Deus possa testificar
com relação a nós que preferiríamos dar do
que receber.
O verdadeiro discípulo de Jesus é alguém
que aprendeu como ser rico para com Deus
e como dar a outros que se encontrem em
necessidade. Na sua própria ocasião de necessidade, ele descobrira que Deus Lhe devolve com a mesma medida que ele usou
para dar.
Jesus disse aos Seus discípulos:
“Dai, e ser-vos-á dado, boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que deres para os outros
também vos darão de novo” (Lc 6:38).
Jesus ensinou que se formos infiéis com
o dinheiro nunca poderemos ter a expectativa de recebermos riquezas espirituais de
Deus.
Ele disse: “Se não fostes fiéis no uso do
Mamom injusto [dinheiro] quem vos confiará as verdadeiras riquezas?” (Lc 16:11).
O Senhor colocou Judas Iscariotes num
período de provação com a bolsa de dinheiro e ele fracassou. A sua perda foi eterna.
Hoje em dia, você e eu estamos num período de provação com a nossa bolsa de dinheiro.
4. A Atitude de Judas com
Relação à Correção
Vimos que Pedro foi testado por Jesus
em sua reação ao fato de ser corrigido publicamente. Judas também foi testado nesta
área, mas, diferentemente de Pedro, fracassou.
Quando uma mulher despejou um frasco de alabastro de perfume nos pés de Jesus, por gratidão pelo que o Senhor havia
feito por ela, Judas expressou a sua opinião
que isto era um desperdício de dinheiro.
Jesus, no entanto, defendeu aquela mulher e disse:
F1.2 – Deus Prova os Homens
“Deixai-a, para que ela possa guardálo para o dia da Minha sepultura. Pois os
pobres sempre tendes convosco, mas nem
sempre tendes a Mim” (Jo 12:7,8).
a. Ele Ficou Ofendido. Quase nem é
possível dizermos que Jesus repreendeu a
Judas Iscariotes nesta ocasião. Aliás, em
comparação com a maneira pela qual Jesus
repreendeu a Pedro, isto não foi nada!
Contudo, Judas Iscariotes ficou ofendido.
Na passagem paralela do Evangelho de
Mateus, lemos o que Judas fez imediatamente após este evento:
“ENTÃO, Judas Iscariotes foi aos principais dos sacerdotes e disse: O que estais
dispostos a me dar para entregá-lo a vós?”
(Mt 26:14,15).
A palavra “Então” é significativa aqui. A
provocação imediata que fez com que Judas
fosse aos sacerdotes e oferecesse trair a Jesus para eles foi o fato de ele ter sido corrigido pelo Senhor.
Pedro passou no teste triunfantemente,
mas Judas fracassou miseravelmente.
Hoje em dia, você e eu somos testados
sempre que somos corrigidos por aqueles a
quem Deus colocou em autoridade sobre
nós.
Os filhos são testados ao serem corrigidos por seus pais. As esposas são testadas
ao serem corrigidas por seus maridos. Os
empregados são testados quando são corrigidos por seus patrões. E na igreja, todos
somos testados ao sermos corrigidos pelos
presbíteros.
A nossa reação às correções é um dos
mais claros testes da nossa humildade. Se
nos ofendemos, estamos em companhia de
Judas Iscariotes.
Se descobrirmos que de fato nos ofendemos ao sermos corrigidos, precisaremos clamar a Deus por ajuda para que possamos
morrer para o nosso ego, a fim de que não
percamos nada do nosso galardão eterno.
Questões eternas dependiam das reações
de Pedro e de Judas com relação à correção.
O CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DE DEUS
1049
Mal sabiam eles que estavam sendo provados.
Muitos de nós tampouco imaginamos
que Deus está observando as nossas reações com relação às correções.
Você não pode ser aprovado por Deus
se não estiver disposto a ser corrigido ou se
você se ofender ao ser corrigido.
nenhuma mentira [engano] se encontrou em
suas bocas... são irrepreensíveis” (Ap
14:4,5).
Estas são as primícias de Deus e compõem a Noiva de Cristo. No Dia das Bodas
do Cordeiro ficará evidente a todos que realmente valeu a pena sermos totalmente verdadeiros e fiéis a Deus em todas as coisas –
tanto grandes quanto pequenas.
Naquele dia, o clamor no Céu será: “Regozijemo-nos, e alegremo-nos e demos-Lhe
a glória, pois já são vindas as Bodas do
Cordeiro, e a Sua Noiva já se aprontou”
(Ap 19:7).
D. O GRUPO DOS APROVADOS
POR DEUS
Em Apocalipse 14:1-5 lemos sobre um
pequeno grupo de discípulos que seguiram
ao Senhor de todo o coração em sua vida
terrena.
Eles estão ao lado de Jesus no dia final,
como vencedores – pois Deus pode realizar
o Seu pleno propósito em sua vida.
Como vemos no Livro do Apocalipse,
as pessoas cujos pecados foram perdoados
formam uma enorme multidão que ninguém
pode numerar.
“Depois destas coisas olhei, e eis aqui
uma grande multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e
povos, e línguas, que estavam diante do
Trono, e perante o Cordeiro, trajando vestidos brancos e com palmas nas suas mãos.
E clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado
no Trono e ao Cordeiro” (Ap 7:9,10).
No entanto, o grupo de discípulos mencionado em Apocalipse 14 é muito menor e
pode ser numerado – 144.000. Quer este
número seja literal ou simbólico (como é o
caso da maior parte do Livro do Apocalipse) é irrelevante. A questão aqui é que é um
numero muito pequeno em comparação com
a grande multidão.
1. Verdadeiros e Fiéis
Este é o remanescente que foi verdadeiro e fiel na terra. Eles foram testados e obtiveram o certificado de aprovação de Deus.
O Próprio Deus certifica com relação a eles
que “eles se mantiveram puros... eles seguem o Cordeiro onde quer que Ele vá...
2. Obedeceram os Seus
Mandamentos
Os que buscaram o seu Próprio benefício e honra na terra perceberão por completo, somente naquele dia, quão grande foi de
fato a sua perda. Os que amaram pai ou
mãe, esposa ou filhos, irmãos e irmãs, as
suas próprias vidas, ou as coisas materiais
acima do Senhor, descobrirão naquele dia as
suas perdas eternas.
Aí então ficará evidente que os mais sábios da terra foram os que obedeceram os
mandamentos de Jesus totalmente e que buscaram de todo o coração caminhar como Ele
caminhou.
A honra vã do cristianismo será então
claramente vista como o lixo que é de fato.
Veremos então que o dinheiro e as coisas
materiais foram apenas os meios pelos
quais Deus nos testou para ver se nos qualificaríamos para estarmos na Noiva de
Cristo.
Que os nossos olhos possam ser abertos ainda agora, para vermos um pouco das
realidades que haveremos de ver claramente
naquele dia! A maior honra que qualquer ser
humano pode ter e encontrar um lugar dentre os vencedores naquele dia – como alguém que foi testado e aprovado pelo Próprio Deus!
“Sem dúvida nenhuma, tenho também
por perda todas as coisas, pela excelência
1050 / SEÇÃO F1
F1.2 – Deus Prova os Homens
do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo Qual sofri a perda de todas as
coisas, e as considero como esterco, para
que possa ganhar a Cristo.
“E seja achado n’Ele, não tendo a minha retidão, que vem da lei, mas a que vem
através da fé em Cristo, a retidão que vem
de Deus pela fé.
“Para que eu possa conhecê-Lo e o poder da Sua ressurreição, e a comunhão dos
Seus sofrimentos, sendo feito conforme a
Sua morte; se de alguma maneira eu puder
chegar à ressurreição dos mortos.
“Não como se já a tenha alcançado, ou
que seja perfeito; mas prossigo para al-
cançar aquilo para o que também fui preso
por Cristo Jesus.
“Irmãos, quanto a mim, não julgo que o
haja alcançado; mas uma coisa faço e que
é, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante
de mim.
“Prossigo para o alvo, pelo prêmio do
excelso chamado de Deus em Cristo Jesus.
“Pelo que todos quantos já somos perfeitos sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma coisa doutra maneira, também Deus
vo-lo revelará” (Fp 3:8-15).
“Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”
(Lc 14:35).
Escreva abaixo as suas anotações pessoais:
COROAS/GALARDÕES
1051
SEÇÃO F2
COROAS/GALARDÕES
Pesquisa e adaptação de Ralph Mahoney
Capítulo 1
O Tribunal de Cristo
Introdução
“Porque todos devemos comparecer
ante o Tribunal de Cristo, para que cada
um receba segundo o que tiver feito por
meio do corpo, ou bem ou mal” (2 Co 5:10).
A palavra grega correspondente a “Tribunal” é bema, que significa uma “plataforma elevada”. Ela NÃO se refere a um “Tribunal de um Juiz”, onde um austero jurista
se assenta e decide que tipo de punição deve
ser dado a cada réu.
“Bema” era mais semelhante a uma plataforma elevada, ou uma “arquibancada de
exames” onde os juízes de uma competição
ou corrida decidiam que tipos de GALARDÕES deveriam ser dados a cada concorrente ou corredor.
Cristo estará assentado naquele bema ou
“arquibancada de exames”. Se, após nascermos de novo (Jo 3:3), vivermos uma vida de
fiel serviço ao Senhor, uma vida rica em boas
obras, Cristo nos galardoará em Seu Tribunal!
No Tribunal de Cristo seremos galardoados – ou as nossas obras serão queimadas
como feno, e talvez tenhamos poucos ou
nenhum galardão.
“E se alguém edificar sobre este fundamento ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha; a obra de cada um será
manifesta, pois o dia a declarará, porque
ela será revelada pelo fogo; e o fogo provará qual é a obra de cada um.
“Se a obra de alguém se queimar, ele
sofrerá perda, mas ele Próprio será salvo
todavia como pelo fogo” (1 Co 3:10-15).
“Se a obra de alguém permanecer,”
disse Paulo, “ele receberá um galardão.”
Examinemos agora estes galardões ou
“coroas”.
A. SALVAÇÃO VERSUS
GALARDÕES PARA OS
CRISTÃOS
Há uma enorme diferença entre a doutrina da salvação para os perdidos e a doutrina de galardões para os salvos.
1. A Salvação é Grátis
A salvação é “dádiva de Deus, e não
provém das obras” (Ef 2:8,9). A salvação é
recebida pela fé no que Jesus fez na Cruz.
“Este é o Meu sangue..., que foi derramado
par muitos para perdão dos pecados” (Mt
26:28).
“... Cristo morreu pelos nossos pecados de acordo com as Escrituras” (1 Co
15:3).
Quando cremos que o sangue que Jesus
derramou na Cruz foi o pagamento total
pelos nossos pecados, passamos a ter a vida
eterna (Jo 3:36).
2. Os Galardões São Adquiridos
Os galardões são de acordo com as
obras do crente (Mt 26:27). Os versículos
bíblicos de 1 Coríntios 3:8-15 nos dão muitas revelações sobre os galardões.
a. Galardoados Pelo Trabalho. Todo
crente será galardoado de acordo com o
seu Próprio trabalho (vs 8). Não trabalhamos para recebermos a salvação.
b. Cooperadores de Deus. “Somos
cooperadores de Deus” (vs 9) – não para
obtermos a salvação, e sim os galardões.
1052 / SEÇÃO F2
c. Edificamos Sobre o Cristo. O crente deve edificar sobre o Senhor Jesus Cristo
– o único fundamento (vs 11).
d. Escolha de Materiais. O crente tem
uma escolha de dois tipos principais de materiais de construção: “ouro, prata, pedras
preciosas” – materiais eternos, ou: “madeira, feno, palha” – materiais temporários
(vs 12; compare com 2 Co 4:18).
e. Recebe Galardão. O crente que
edifica sobre Cristo com materiais eternos,
“ouro, prata, pedras preciosas,” receberá
um galardão.
f. Não Recebe Galardão. O que edifica
sobre Cristo com materiais temporários,
“madeira, feno, palha”, não receberá nenhum galardão. As obras de “madeira, feno,
palha” serão destruídas no “Tribunal de
Cristo” (2 Co 5:10) e o crente sofrerá perdas – não a perda da salvação, mas a perda
da sua coroa ou do seu galardão.
3. ENVERGONHADOS
NA SUA VINDA
O Senhor Jesus Cristo deu a todos os
cristãos uma tarefa a ser feita. Se ignorarmos os Seus mandamentos, ficaremos muito tristes e assustados ao ficarmos diante
d’Ele no Juízo! Observe a admoestação de
João.
“Filhos, permanecei n‘Ele de maneira
que quando Ele aparecer, não fiqueis envergonhados na Sua vinda” (1 Jo 2:28).
A palavra “permanecer” significa sermos
semelhantes a uma árvore cujas raízes se
aprofundam de maneira que ela possa produzir muitos frutos. Precisamos estar profundamente arraigados em Cristo (Veja João
15:5,8).
A palavra “envergonhados” significa “recuar de medo e ficar desacreditado”.
Alguns crentes recuarão de Cristo, envergonhados durante a Sua vinda, devido à
sua vida infrutífera. Foram infrutíferos porque não estavam “profundamente arraigados” em Cristo (Veja Colossenses 2:7;
Mateus 13:3-10,18-23).
F2.1 – O Tribunal de Cristo
No primeiro ano do seu ministério, um
pastor assentou-se à cabeceira de um amigo
que estava para morrer. Enquanto conversavam sobre a partida para o lar celestial
daquele homem moribundo, lágrimas encheram os seus olhos. O pastor pensou que o
seu amigo estivesse com medo de morrer e
tentou dizer-lhe algumas palavras de encorajamento.
O outro homem, no entanto, disse o seguinte: “Não estou com medo de morrer.
Estou envergonhado de morrer.” Ele prosseguiu, dizendo que Cristo era o seu Salvador, mas que ele havia vivido uma vida para
si Próprio, e agora ele teria que encontrar-se
com o Senhor Jesus Cristo de mãos vazias.
A sua vida se avultava diante dele como
“madeira, feno, palha”. Ele era salvo, mas
tinha poucas obras de um aparente valor
eterno para oferecer ao Senhor (1 Co 3:15).
B. SETE COROAS QUE OS
CRISTÃOS PODEM RECEBER
1. A Coroa da Vida
“Bem-aventurado é o homem que persevera nas tribulações, porque, depois de
ser provado, ele receberá a coroa da vida
que Deus prometeu aos que O amam” (Tg
1:12).
Este galardão poderia ser chamado de a
coroa dos que amam a Deus. Os que amam
a Deus usam as Suas bênçãos somente para
si Próprios ou oram somente para a sua
própria prosperidade e conforto, ou exigem
que Ele resolva todos os seus problemas?
Não, eles demonstram isto, suportando tribulações por amor a Ele.
Através do seu amor por Deus, o crente
encontra forças para vencer as tentações e
perseverar quando chegam as tribulações.
Paulo disse: “Também nos gloriamos nas
tribulações”.
Será que nos gloriamos nas tribulações?
Podemos fazer isto apenas se “o amor de
Deus tiver sido derramado em nossos corações pelo Espírito Santo” (Rm 5:3-5).
COROAS/GALARDÕES
Sem amor por Deus no coração do crente, as tribulações podem fazer com que ele
se torne amargurado e crítico. Talvez ele
perca a “coroa da vida” (Tg 1:12).
a. Fiéis Até a Morte. Todos os crentes
possuem a vida eterna (Jo 3:15,16), mas
nem todos os crentes serão galardoados com
a “coroa da vida”. Esta coroa será dada
aos que são “fiéis até a morte” (Ap 2:10).
Para receber a “coroa da vida”, o crente
precisa amar ao Senhor mais do que a sua
própria vida.
“Porque qualquer que quiser salvar a
sua vida [viver para o Próprio ego] perdêla-á, mas qualquer que perder a sua vida
por amor de Mim e do Evangelho [viver
para Cristo a qualquer custo] esse a salvará” (Mc 8:35).
Este galardão será dado aos que vivem
para Cristo e suportam as tentações no poder do amor de Deus (1 Co 10:13).
2. A Coroa Incorruptível
“Não sabeis vós que numa corrida todos os corredores correm, mas somente
um obtém o prêmio? Correi de tal maneira
a alcançar o prêmio.
“Todos os que competem nos jogos passam por rigorosos treinamentos. Eles o fazem para obterem uma coroa que não perdurará. Nós, porém, o fazemos para recebermos uma coroa que durará para sempre.
“Portanto, não corro como alguém que
corre sem objetivos, não luto como alguém
que dá murros no ar. Não, subjugo o meu
corpo e torno-o meu escravo a fim de que,
após ter pregado aos outros, eu Próprio
não seja desqualificado para o prêmio” (1
Co 9:24-27).
Paulo usa os jogos gregos para ilustrar a
corrida espiritual dos crentes. Eles corriam
para ganharem uma “coroa corruptível, mas
nós para ganharmos uma coroa incorruptível” (vs 25). Nenhum rapaz poderia competir num jogo a menos que fosse um cidadão grego, nascido de pais gregos.
Nenhuma pessoa não-salva pode parti-
1053
cipar do serviço do Senhor para obter galardões – somente os nascidos de Deus estão
qualificados (Jo 3:3).
a. Corre Para Ganhar. A Coroa do
Corredor é dada ao cristão que se disciplina e mantém o seu corpo e os seus desejos
físicos sob rigoroso controle. Exatamente
como um atleta se disciplina a fim de poder
ganhar a corrida, assim também corremos
na corrida que está diante de nós (Hb 12:1).
O atleta precisa negar muitos prazeres ao
seu Próprio corpo. Assim também o crente
precisa “disciplinar o seu corpo e subjugálo”, ou ele será “desqualificado” (1 Co 9:27).
Ele não perderá a sua salvação, mas poderá perder os seus galardões. Cristo tem
um galardão especial para o crente que luta
e combate para resistir as tentações. Eis aqui
como você pode ganhar a “coroa incorruptível”:
1) Negue-se a si Mesmo. O crente
precisa abster-se de tudo o que poderia oprimi-lo ou retardá-lo (Hb 12:1).
2) Olhos em Cristo. O crente precisa manter os seus olhos fixados em Cristo,
não olhando para a direita nem para a esquerda (Hb 12:2).
3) Força no Senhor. O crente precisa
encontrar a sua força no Senhor (Ef 6:10-18).
4) Um Sacrifício Vivo. O crente precisa entregar o seu corpo como um sacrifício vivo ao Senhor (Rm 12:1,2).
5) Desobstruídos. O crente precisa,
pela fé, recusar qualquer coisa que poderia
impedir o seu progresso espiritual (Hb
11:24-29).
Não seja um espectador espiritual. Entre na corrida e corra para ganhar a “coroa
incorruptível”.
3. A Coroa de Regozijo
“Qual é a nossa esperança, a nossa alegria, a nossa coroa em que nos gloriaremos na presença do nosso Senhor Jesus
em Sua vinda? Não sois vós [os tessalonicenses, cuja obra missionária de Paulo havia ganho para Cristo]?
1054 / SEÇÃO F2
“Na verdade, vós sois a nossa glória e
regozijo” (1 Ts 2:19,20).
Esta coroa é concedida aos crentes que
persuadem os outros a crerem em Cristo
como seu Senhor e Salvador.
a. Dada aos Ganhadores de Almas. A
“coroa de regozijo” (vs 19) e a coroa do
ganhador de almas.
A maior obra que você tem o privilégio
de fazer para o Senhor é levar os outros ao
conhecimento de Cristo como Salvador.
Uma grande parte da sua alegria no Céu
será determinada pelas almas em que você
teve participação de levá-las a Cristo. Paulo diz aos crentes tessalonicenses que eles
eram a sua “glória e regozijo”, naquela época, e quando Jesus viesse.
b. Razões Para Ganharmos as Almas.
A Bíblia também dá as seguintes razões para
ganharmos as almas:
1) É Sábio. É sábio ganharmos as almas para Cristo (Pv 11:30).
2) Um Ataque no Pecado. É um ataque ao pecado ganharmos as almas para
Cristo (Tg 5:20).
3) Um Motivo de Alegria. É um motivo de alegria no Céu ganharmos as almas
para Cristo (Lc 15:10).
4) Brilharão Para Sempre. Os ganhadores de almas brilharão como as estrelas para sempre (Dn 12:3).
c. Como Você Pode Ganhar Almas:
1) Testemunhe com a Sua Vida.
Viva de maneira que os outros possam ver a
Cristo em você (2 Coríntios 3:2, comparado com Gálatas 2:20).
2) Testemunhe com a Sua Boca,
confiando que o Espírito Santo dará poder
à palavra falada (At 1:8).
3) Testemunhe, Dando dízimos e
ofertas, de maneira que os outros possam
pregar a Cristo, e você terá “frutos [galardões] que abundem para a sua conta” (Fp
4:15-17; compare com 2 Co 9:6).
Deus prometeu que o seu trabalho não
será em vão no Senhor (1 Co 15:58). O ganhador de almas não se alegrará sozinho.
F2.1 – O Tribunal de Cristo
Todo o Céu se alegrará com ele quando ele
receber a “coroa de regozijo” (1 Ts 2:19).
4. A Coroa de Retidão
“Mas tu... sofre as aflições, faz a obra
de um evangelista, cumpre todos os deveres do teu ministério... desde agora a coroa
da retidão está guardada e o Senhor, o justo Juiz, me dará naquele dia – e não somente a mim, mas também a todos os que desejarem ardentemente a Sua vinda” (2 Tm
4:5-8).
A “coroa da retidão” (vs 8) é um galardão e não deve ser confundida com a “retidão de Deus” que o crente recebe ao se
tornar um cristão. Colocamos a nossa fé e
confiança em Cristo porque “... Ele [Deus]
O [Cristo] fez pecado por nós, Aquele que
não conheceu nenhum pecado, para que
pudéssemos ser feitos retidão de Deus
n’Ele” (2 Co 5:21).
Esta retidão é atribuída a todos os salvos pela graça através da fé. A “coroa da
retidão’’ é um galardão a ser adquirido pelos salvos.
a. Eles Amaram a Sua Vinda. O apóstolo ansiava pelo “Tribunal de Cristo” (2
Co 5:10), onde a “coroa da retidão” será
dada aos que “amaram a Sua vinda” (2
Tm 4:8).
Se o crente desejar ardentemente e amar
a Segunda Vinda de Cristo, isto afetará toda
a sua vida. Olhe só o impacto dinâmico que
esta verdade teve sobre a vida do Apóstolo
Paulo. Ele pôde dizer que:
1) Combateu o Bom Combate.
“Combati o bom combate” (2 Tm 4:7; compare com 1 Co 15:32). Ele combateu numa
batalha espiritual em toda sua vida cristã e
venceu. Ele nunca se entregou aos inimigos
da retidão (Ef 6:12).
2) Terminou a Corrida. “Terminei
a corrida” (2 Tm 4:7). Ele tinha um caminho a percorrer e não se desviou dos lugares
difíceis, nem olhou para trás (Lc 9:61,62).
Ele terminou a sua corrida com os seus olhos
fixados em Cristo (Fp 1:6).
COROAS/GALARDÕES
3) Guardou a Fé. “Guardei a fé” (2
Tm 4:7). Ele pregou “todo o conselho de
Deus”, nunca traindo nenhuma das grandes
doutrinas bíblicas (At 20:24-31).
Você deseja ardentemente a Sua vinda?
Você cumpre todos os deveres do seu ministério e evangeliza? Em caso afirmativo,
esta coroa é para você .
Como é importante para o crente aguardar, com um coração de amor, a Segunda
Vinda do nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo, a fim de poder receber a “coroa da
retidão” (2 Tm 4:8).
5. A Coroa de Glória
“Apascentai o rebanho de Deus, que está
entre vós... não por torpe ganância... Nem
assenhoreando-se da herança de Deus, mas
sendo exemplos ao rebanho.
“E quando aparecer o Sumo Pastor,
recebereis uma incorruptível coroa de glória” (1 Pe 5:2-4).
a. Coroa do Pastor Fiel. A “coroa de
glória’’ (vs 4) é um galardão especial para
os pastores fiéis, obedientes, e chamados
por Deus. Eles receberão este galardão quando “aparecer o Sumo Pastor”. Ela é eterna
e “incorruptível” (vs 4).
Todos os crentes podem compartilhar
da “coroa de glória” do pastor. “Quem
receber um profeta na qualidade de profeta
receberá um galardão de profeta” (Mt
10:41). Sustente o pastor que é chamado
por Deus, orando por ele e estimulando-o
na obra do Senhor.
Sustente o seu ministério com os seus
dízimos e ofertas (Ml 3:10), dando liberalmente do seu tempo para o serviço do Senhor. Deus o galardoará por sustentar o Seu
servo escolhido, permitindo que você compartilhe do galardão do seu pastor. O pastor adquirirá esta “coroa de glória”:
1) Proclamando a Palavra. Ele deve
proclamar a Palavra de Deus sem temores
nem privilégios, e, quando necessário, “convencer, repreender, exortar, com toda longanimidade e doutrina” (2 Tm 4:1-5).
1055
2) Tomando a Supervisão Espiritual
da Igreja. O pastor é responsável diante de
Deus pela mensagem pregada à sua congregação. Nenhum pastor deveria pregar para agradar as pessoas, mas sim ao Senhor (Gl 1:10).
3) Sendo um Exemplo Para a Igreja. Ele não deve servir para ganhar dinheiro.
No entanto, a igreja é responsável em cuidar
das suas necessidades materiais (1 Tm 5:18).
Ele deve ser um líder espiritual, e não um
ditador. Ele deve andar com Deus pela fé.
“E quando aparecer o Sumo Pastor, recebereis a incorruptível coroa de glória” (1
Pe 5:4).
Alguns que são chamados de “pastor” e
que foram eleitos e pagos para serem os
principais administradores de igrejas institucionais organizadas perderão esta coroa
devido a fracassos e pecados.
6. A Coroa do Vencedor
“... guarda o que tens, para que ninguém receba a tua coroa. A quem vencer,
eu o farei...” (Ap 3:11,12).
O vencedor tem a promessa de receber
uma coroa se permanecer firme naquilo que
lhe foi dado por Deus.
É possível que você venha a perder a sua
coroa de vencedor. Aquilo que deveria ser dado
a você é recebido por uma outra pessoa.
Jacó recebeu o que pertencia a Esaú (Gn
25:33; 27:35,36). Matias recebeu o que pertencia a Judas (At 1:20,26).
7. A Coroa do Mártir
“Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de
vós na prisão para que possais ser provados, e tereis tribulações... sê fiel até a morte, e dar-te-ei uma coroa...” (Ap 2:10).
Os que têm a grande honra de dar a vida
como mártires recebem esta coroa. O mártir
é alguém que é “... morto pela Palavra de
Deus e pelo testemunho que deram” (Ap
6:9).
Estevão foi o primeiro a receber esta coroa
(At 7:54-60).
1056 / SEÇÃO F3
F3.1 – Líderes Infiéis
SEÇÃO F3
JULGAMENTO DE OBREIROS
INDISCIPLINADOS
Ralph Mahoney
ÍNDICE DESTA SEÇÃO
F3.1 - Líderes Infiéis
F3.2 - Líderes Fiéis
Capítulo 1
Líderes Infiéis
Introdução
É com pesar e vergonha que precisamos
reconhecer que há muitas lideranças no cristianismo que servem aos seus próprios interesses. Isso sempre foi assim e ainda é um
dos mais sérios problemas na Igreja em todo
o mundo.
O Apóstolo Paulo reconheceu este problema na sua época.
“Não tenho ninguém mais como Timóteo que sinceramente cuide do vosso bemestar. Porque todos buscam os seus próprios interesses, e não os de Jesus Cristo” (Fp
2:20,21).
Dentre as centenas de líderes de igreja
que Paulo conhecia, ele tinha apenas um a
quem podia confiar as ovelhas – Timóteo –
o qual servia as ovelhas, e não a si Próprio.
Os outros líderes serviam aos seus Próprios interesses.
Há homens e mulheres que possuem poderosos ministérios dados pelo Espírito Santo. Infelizmente, em vez de buscarem a face
de Deus com humildade, começam a buscar
aquilo que beneficia, ampara e promove os
“seus ministérios”. Eles usam e abusam dos
seus dons espirituais para o seu Próprio
benefício e glória.
Tornam-se auto-suficientes e orgulhosos, e há um engano no orgulho. Os desvios
carnais e egoísticos são tão graduais que os
líderes talvez nem notem que já estão muito
longe de Deus.
A. TRÊS INIMIGOS DAS OVELHAS
Em João 10, Jesus e os líderes de igreja
são igualados a pastores. As ovelhas simbolizam os verdadeiros seguidores (crentes)
de Jesus. Jesus admoesta os Seus discípulos a se defenderem contra três inimigos
principais das ovelhas, que são:
• ladrão,
• assaltante, e
• mercenário.
1. O Ladrão (João 10:1,8,10)
O ladrão é alguém que rouba sutil e
enganosamente. Ele geralmente entra de
noite, quando tudo está escuro e ele não
pode ser visto. Ele é furtivo sagaz, e enganoso em suas maneiras. O ladrão é o diabo e
os líderes de igreja que são semelhantes a
ele (vs 10).
2. O Assaltante/Lobo (João 10:1,8)
O assaltante rouba pela força, atacando
os outros violentamente e tomando os seus
pertences. Eles sobrepuja a qualquer pessoa, a qualquer hora, em qualquer lugar,
para tomar o que quiser. Os falsos profe-
JULGAMENTO DE OBREIROS INDISCIPLINADOS
tas, pastores, etc. são lobos (Mt 7:15; At
20:29).
3. O Mercenário (João 10:12,13)
O mercenário é alguém cujo único motivo para trabalhar com as ovelhas é o dinheiro ou o salário. “... o mercenário busca o
pagamento do seu trabalho” (Jo 7:2). É
somente um trabalho para ele. Ele é infiel
no cumprimento do seu dever.
O mercenário foge assim que percebe o
lobo se aproximando. A sua atitude é de
auto-preservação. Assim sendo, ele foge
quando o inimigo se aproxima (Jo 10:12).
O mercenário não se interessa realmente
pelas ovelhas do rebanho de Deus (Jo
10:13).
Paulo cita este problema em sua Segunda Carta a Igreja de Corinto: “Diferentemente de muitos, não mascateamos a Palavra de Deus para recebermos lucro. Pelo
contrário, em Cristo falamos diante de Deus
com sinceridade, como homens enviados
de Deus” (2 Co 2:17).
Paulo não queria ser semelhante aos que
transformam num comércio ou profissão os
seus ministérios da Palavra de Deus. Ele
queria ser um homem de sinceridade.
Paulo arrumava um emprego e trabalhava com as suas próprias mãos para se sustentar – antes, até mesmo, de dar a aparência de ser um mercenário (At 18:3; 1 Co
4:12).
Infelizmente, tem havido uma tendência na sociedade ocidental de se transformar numa profissão os ministérios que
Deus nos deu. Existem pessoas que somente ministram se grandes multidões e
quantias em dinheiro forem prometidas de
antemão.
Os que estabelecem este tipo de condições são geralmente levados a enganos e pecados, e fazem com que outros se desviem
no processo.
Os verdadeiros homens ou mulheres de
Deus não se associam a este tipo de padrões egoísticos, mas são dirigidos somente
SEÇÃO 3 / 1057
pela franca, verdadeira e reta percepção da
vontade de Deus.
Eles têm a coragem de Pedro. Ao ser tentado por Simão a vender o seu dom, “Pedro
respondeu: Que o teu dinheiro pereça contigo, porque pensaste que poderias comprar
o dom de Deus com dinheiro!” (At 8:20).
O dom de Deus nunca deveria estar disponível “para ser alugado”. O ministério
não deveria estar “a venda”. Os pregadores
nunca deveriam permitir ser comprados nem
vendidos!
A direção de um verdadeiro profeta precisa vir de uma percepção segura da vontade de Deus. Uma revelação deste tipo somente pode ser gerada de um compromisso
para com a integridade, a oração, a intercessão e a busca da face do Senhor.
a. Exemplos de Mercenários
1) Um Levita. “Habita comigo, e sême por sacerdote, e te darei dez moedas de
prata... e vestuário... Assim sendo, o levita
entrou” (Jz 17:10).
“E ele disse... assim me tem feito Mica e
me contratou, e sou o seu sacerdote” (Jz
18:4).
Juízes 17 e 18 relata a história do lastimável levita que vendeu o seu ministério
por dez moedas e uma vestimenta. Ele violou o importante princípio do verdadeiro
ministério. “Fostes comprados por bom
preço [o sangue de Jesus]; não vos façais
servos de homens” (1 Co 7:23).
Este sacerdote se vendeu para servir a
um homem por dinheiro. Ele se entregou
aos baixos padrões espirituais da época. Ao
fazer isto, ele desperdiçou a oportunidade
de elevar toda a Tribo de Dã a um nível de
pureza na adoração.
O jovem levita (sacerdote) queimou incenso diante de ídolos, e, eventualmente,
corrompeu toda uma tribo.
Ele poderia ter mudado o curso dos acontecimentos contra a idolatria e causado um
retorno da glória de Deus. No entanto, ele
escolheu as recompensas materiais, em vez
da utilidade espiritual. Este registro bíblico
1058 / SEÇÃO F3
poderia ter sido muito diferente, mas ele
fracassou! O que poderia ter acontecido
nunca aconteceu de fato!
A idolatria triunfou. O julgamento veio e
a nação foi eventualmente levada para o cativeiro. Vendendo o seu chamado e o seu
ministério, o levita abriu a porta para o julgamento e a destruição. Não cometa este
erro fatal!
Deus não chama nem unge os líderes para os seus próprios ganhos egoísticos, mas sim para o bem dos outros e a
Sua glória.
Qualquer outra atitude ou motivação somente causa a nossa perda espiritual – e
talvez a dos outros – como na nossa história do levita acima.
2) Geazi. A história de Eliseu curando o general sírio Naamã contém uma seqüência chocante. Depois de mergulhar sete
vezes no Rio Jordão, como Eliseu o havia
instruído, o general foi purificado da sua
lepra.
“Aí então Naamã e toda a sua comitiva
voltou ao homem de Deus. Ele ficou diante
dele e disse: Agora sei que não há nenhum
Deus em todo o mundo, a não ser em Israel. Por favor aceite agora uma dádiva do
seu servo.
“O profeta respondeu: tão certamente
quanto o SENHOR vive, a Quem sirvo, não
aceitarei nada. E muito embora Naamã insistisse, ele recusou” (2 Rs 5:15,16).
Eliseu sabia que era errado usar o dom
de Deus para benefícios Próprios. Se Eliseu
tivesse aceitado dinheiro, Naamã não teria
conhecido nada sobre o generoso caráter de
Deus.
Deus nos dá de graça e espera que venhamos a dar de graça aos outros. O mandamento de Jesus foi: “Purificai os leprosos... de graça recebestes, de graça dai”
(Mt 10:8). Eliseu havia obedecido esta
injunção.
Vale ressaltarmos que a reputação e o
respeito pelos evangelistas com dons de cura
de hoje em dia seriam grandemente intensi-
F3.1 – Líderes Infiéis
ficados se eles seguissem o exemplo da atitude de Eliseu. Infelizmente, parece que
muitos deles comercializam os seus dons
para receberem o máximo retorno financeiro possível. Que tristeza! Em alguns casos,
parece que possuem o espírito de Geazi em
vez do espírito de Eliseu.
Geazi, servo de Eliseu, viu o que Eliseu
havia feito e decidiu ir atrás do ouro e das
vestimentas de Naamã para o seu Próprio
ganho pessoal.
“Assim sendo, Geazi correu atrás de
Naamã. Quando Naamã o viu correndo em
sua direção, desceu da carruagem para
encontrá-lo...
“Geazi respondeu... Por favor dá-me
um talento de prata e duas mudas de roupa.
“Certamente! Toma dois talentos, disse
Naamã. Ele insistiu para que Geazi os aceitasse... Quando Geazi voltou... ele pegou
as coisas. ..e as depositou na casa...
“Aí então ele entrou e ficou diante do
seu senhor, Eliseu. Onde estiveste Geazi?
Perguntou Eliseu. O teu servo não foi a
parte alguma, respondeu Geazi.
“Eliseu, porém, Lhe disse: Porventura
o meu espírito não foi contigo quando o
homem desceu da carruagem para encontrá-lo?
“... A lepra de Naamã se apegará a ti e
aos teus descendentes para sempre. Aí então Geazi saiu da presença de Eliseu e ficou leproso, branco como a neve” (2 Rs
5:20-27).
Geazi obteve o ouro, as vestimentas – e
a lepra de Naamã! É isto o que acontece
com os que querem ganhar dinheiro com os
dons de Deus e que são cobiçosos.
3) Balaão. “... Balaão... amou a recompensa” (2 Pe 2:15). O profeta Balaão
vendeu o seu ministério pela posição (Nm
22:17) e o dinheiro.
Balaão foi talvez o profeta mais eloqüente
de toda a Bíblia. Suas sublimes palavras revelaram verdades realmente estarrecedoras
sobre Deus.
JULGAMENTO DE OBREIROS INDISCIPLINADOS
Por que então foi ele julgado como um
falso profeta? Por que então foi ele apedrejado até a morte em julgamento?
Não foi pelo fato de suas profecias serem falsas, e sim porque as suas motivações estavam misturadas. Balaão buscou a
glória e o ouro. Quando os representantes
do Rei Balaque vieram a Balaão, as instruções do Senhor foram claras:
“E Deus disse a Balaão: não irás com
eles... E os príncipes voltaram a Balaão e
disseram: Assim disse o Rei Balaque: Que
nada, rogo-te, te impeça de vir a mim:
“Pois promover-te-ei com grande honra, e farei o que quer que me disseres. Vem
portanto, rogo-te... (Nm 22:12,16,17).
Deus havia dado ao profeta Balaão claras instruções para NÃO ir ao Rei Balaque
para ser o seu profeta contratado. Balaão,
no entanto, continuou a insistir que Deus
Lhe permitisse ir.
Balaão queria desesperadamente o dinheiro, o prestígio e a honra que o Rei
Balaque havia oferecido. Ele continuou insistindo que o Senhor o deixasse ir.
“... Balaão... mataram com a espada”
(Nm 31:8). O amor pela posição e o dinheiro custaram a Balaão a sua própria vida. As
suas profecias eram verdadeiras mas as suas
motivações eram falsas. Ele morreu sob juízo
divino.
Quando o que queremos é contrário à
Sua Palavra e vontade, o pior julgamento
que Deus pode nos enviar é permitir que
tenhamos aquilo em que insistimos. Balaão
aprenderia esta trágica lição sobre Deus.
“Ele lhes deu o seu pedido, mas fez definhar as suas almas” (Sl 106:15).
Se levantarmos ídolos em nosso coração, o Senhor até mesmo enviará profetas
que “... através de suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos símplices’’
(Rm 16:18).
Deus frustra as pessoas cujas motivações no ministério estão erradas.
“E por este motivo Deus lhes enviará
um forte engano para que creiam numa
SEÇÃO 3 / 1059
mentira, para que todos eles possam ser
condenados, os que não creram na verdade, mas tiveram prazer na iniqüidade” (2
Ts 2:11,12).
O profeta Ezequiel explicou isto. “Portanto, fala com eles e dize-lhes: É isto o
que diz o Soberano SENHOR: Quando qualquer israelita levantar ídolos em seu coração e puser uma perversa pedra de tropeço diante da sua farsa para então ir a
um profeta, Eu Próprio, o SENHOR, Lhe
responderei de acordo com a sua grande
idolatria “ (Ez 14:4).
Irmos a um profeta com ídolos em nosso coração faz com que Deus somente nos
confirme mais ainda em nossos pecados e
desobediência, e acabamos como Balaão.
Eu já disse ao Senhor: “Senhor! Eu preferiria que Tu me matasses, em vez de me
enganares.
Por favor não permitas que eu imponha
a minha própria vontade quando ela for contraria à Tua vontade. “Faz com que eu conheça a Tua vontade e a cumpra.” Espero
que esta seja também a sua atitude e oração.
4) Judas. O Apóstolo Judas vendeu a
Cristo por 30 moedas de prata e nunca viveu para gastá-las. Ele se suicidou (Mt 27:310). Como é perigoso permitirmos que a
cobiça e o amor pelo dinheiro venham a dominar a nossa vida!
b. Exemplos de Outros Motivados
Pela Cobiça
1) Ananias e Safira. Safira e Ananias
mentiram ao Espírito Santo com relação ao
dinheiro e sofreram a sentença de morte (At
5:1-11).
2) Simão, o Feiticeiro. Simão, o feiticeiro, tentou comprar o poder de Deus
para transmitir o Espírito Santo através da
imposição de mãos e foi julgado de acordo
com a sua falta (At 8:12-24).
3) Os que Fazem do Ministério um
Negócio. Os que compram e vendem no
Templo (que comercializam os seus dons
ou ministérios) enfrentarão um julgamento
severo (Mt 21:12; Mc 11:15; Lc 19:45; Jo
1060 / SEÇÃO F3
2:15). Terminarão com a marca, o nome e o
número do Anticristo (Ap 13:17).
B. ARMADILHAS A SEREM
EVITADAS
O diabo tem três armadilhas simples para
trazer a reprovação e a destruição aos líderes de igreja:
• O amor pelas posições (orgulho –
poder – controle).
• O amor (imoral) pelas mulheres (em
adultério/fornicação).
• O amor pelo dinheiro. Esta última
armadilha é colocada para os mercenários.
“Pois o amor pelo dinheiro é a raiz de
todos os males; e nessa cobiça alguns se
desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1 Tm 6:10).
“Nenhum servo pode servir a dois mestres... não podeis servir a Deus e a
Mamom” (Lc 16:13).
“Mamom” significa “dinheiro, riquezas,
prosperidade material”. Infelizmente, muitos líderes de igreja servem a Mamom. Os
que seguem a Jesus (especialmente os líderes de igreja) precisam renunciar à cobiça e ao amor pelo dinheiro (Lc 14:33; 1 Tm
3:3).
“Se não fostes fiéis no... dinheiro, quem
vos confiará as verdadeiras riquezas?” (Lc
16:11).
As verdadeiras riquezas representam os
dons e virtudes espirituais: a unção para
pregarmos, ensinarmos, curarmos, etc. Jesus ensinou que o uso correto ou errôneo
do dinheiro era uma forma de se identificar
um ministério verdadeiro ou falso.
Milhares de líderes de igreja possuem
um espírito mercenário e exploram o rebanho de Deus. Eles tosquiam as ovelhas, em
vez de alimentá-las.
1. A Armadilha de Ordenarmos e
Reinvindicarmos Pela Fé
Precisamos ser muito cuidadosos com
relação a “ordenarmos e reinvindicarmos
F3.1 – Líderes Infiéis
pela fé” qualquer coisa que talvez queiram.
Há um perigo em qualquer ensinamento que
subentenda que podemos possuir qualquer
coisa que confessarmos se possuirmos suficiente fé.
Alguns pegam um único versículo e o
isolam como base para os seus ensinamentos
ou doutrina. Por exemplo: Alguns dizem que
Jesus nos ensinou que podemos possuir
qualquer coisa que desejarmos. “Se pedirdes
qualquer coisa em Meu nome, Eu o farei”
(Jo 14:14).
Você acredita que se pedisse a Deus uma
prostituta para satisfazer a sua concupiscência Deus concederia este desejo? Será
que você pode pedir que Deus mate alguém
que você não gosta e Ele o fará? Obviamente, temos que tomar as palavras de Jesus no
contexto de “... todo o conselho de Deus”
(At 20:27). Precisamos “fazer o melhor
passível para nos apresentarmos a Deus
como alguém aprovado, um obreiro que
manuseia corretamente a palavra da verdade” (2 Tm 2:15).
Na ilustração usada acima, demonstramos como as palavras de Jesus podem ser
distorcidas para se justificar uma oração
carnal. Até mesmo o próximo versículo diz:
“Se Me amais, guardai os Meus mandamentos” (Jo 14:15).
Se O amamos, jamais pediremos qualquer coisa contrária à Sua vontade e a Seus
mandamentos. É isto o que chamamos de
“MODIFICADOR”. Tomamos um versículo
que queremos interpretar e procuramos
outros versículos da Bíblia sobre o mesmo
assunto.
a. Precisamos de Todo o Conselho
de Deus. Quando reunimos todos os
versículos, temos “... todo o conselho de
Deus” sobre o assunto. Por exemplo, Tiago
fala sobre dois problemas na oração:
“Não tendes porque não pedis a Deus.”
Uns deixam de orar e pedir a Deus por suas
necessidades, e ficam carentes.
“Quando pedis, não recebeis, porque
pedis com motivações erradas, para que
JULGAMENTO DE OBREIROS INDISCIPLINADOS
possais gastar o que recebeis em vossos prazeres” (Tg 4:2,3). Outros oram com motivações erradas e por cobiça e concupiscência – e não recebem.
Além disso, João nos ensina o seguinte:
“... esta é a confiança que temos n’Ele, que,
se pedirmos qualquer coisa de acordo com
a Sua vontade, Ele nos ouvirá:
“E se sabemos que Ele nos ouve... sabemos que temos as petições que Lhe fazemos” (1 Jo 5:14,15).
A nossa compreensão de João 14:14 é
assim modificada através das epístolas de
Tiago e João.
Compreendemos que precisamos pedir
com as motivações corretas e pedir as coisas que estejam de acordo com a vontade de
Deus. Com estes “MODIFICADORES” em
mente, “se pedirdes qualquer coisa em Meu
nome, Eu o farei” (Jo 14:14), ou seja, “...
todo o conselho de Deus.”
Tenho visto muitos líderes de igreja orando erroneamente porque queriam agradar às
pessoas em vez de agradar ao Senhor.
É de fato muito mais sábio que a palavra
e a vontade de Deus sejam reveladas através do Espírito de Deus antes de orarmos
erroneamente ou de expressarmos publicamente uma palavra profética.
Um dos maiores perigos para os indivíduos que foram dotados pelo Espírito Santo de palavras proféticas e milagres são as
pessoas a quem ministram.
b. Evite Prostituir os Dons Espirituais. Há um grande número de indivíduos
neste mundo que querem um “desempenho
por ordens” com relação aos dons do Espírito Santo. Eles não ficam contentes a menos que haja uma demonstração dramática
de um poder miraculoso.
Lembramo-nos do Rei Herodes que queria que Jesus aparecesse diante dele e executasse um milagre desses (Lc 23:5-16).
Seria um “desempenho por ordens” para
satisfazer a sua curiosidade.
Este mesmo Herodes também fez com
que, certa vez, Salomé executasse uma dan-
SEÇÃO 3 / 1061
ça obscena diante dele e dos seus convidados para satisfazer os seus desejos concupiscentes (Mc 6:19-29). Salomé “prostituiu” ou vendeu a sua beleza por um preço
– a cabeça de João Batista. Ela estava disposta a desempenhar de acordo com as ordens recebidas.
Este, no entanto, não era o caso de Jesus!
Há quarenta anos atrás, os Estados Unidos se encontravam no meio de um grande
movimento de reavivamento e curas. Dezenas de evangelistas atravessavam a nação
com grandes reavivamentos em tendas e cruzadas de curas. Muitos deles eram ministérios genuínos e válidos.
Contudo, quando eu era jovem, fiquei
profundamente angustiado. Alguns deles
aparentemente estavam dispostos a prostituírem os seus dons espirituais em troca do
orgulho e do lucro – da fama e da fortuna.
Estavam dispostos a desempenhar o seu
papel por um preço.
Alguns até mesmo afirmavam que o poder de cura de Deus viria se as pessoas dessem o seu dinheiro para sustentar o evangelista. Tragicamente, enquanto estou escrevendo isto, a mesma coisa está acontecendo
novamente. Os evangelistas da televisão
estão usando os seus dons para receberem
dinheiro para si Próprios e para a sua própria glória.
Clamei a Deus por uma resposta. Por
que havia esta tamanha falta de pureza e
sinceridade por parte do povo e também
dos ministros? O Senhor me deu a seguinte
passagem bíblica:
“Alguns dos fariseus e mestres da lei
Lhe disseram: Mestre, gostaríamos de ver
um milagre como um sinal de Ti.
“Jesus respondeu: Somente os ímpios e
adúlteros [infiéis] procuram um milagre ou
sinal, mas isto não lhes será dado” (Mt
12:38,39).
Em outras palavras, havia líderes infiéis
dispostos a “prostituírem” ou venderem os
seus ministérios a fim de satisfazerem os
1062 / SEÇÃO F3
desejos carnais dos seus seguidores. Havia
também os que queriam ver ou receber um
milagre e que estavam dispostos a pagar
por este privilégio.
Jesus rejeitou tanto os compradores
como os vendedores. A concupiscência maligna que fez com que Herodes pagasse pela
dança obscena de Salomé era a mesma raiz
de carnalidade de onde veio o desejo de se
ver um milagre.
Herodes (como muitos hoje em dia) somente queria satisfazer a sua curiosidade
carnal. Jesus não teria parte nenhuma nisto.
Que Deus possa guardar os líderes de servirem a esta clamorosa carnalidade hoje em
dia!
Uma vez mais Deus está querendo Se
mover com poder através dos Dons do Seu
Espírito. Ele quer um testemunho em
que tanto a obra quanto o obreiro tragam honra ao Seu Santo Nome.
2. A Armadilha do Orgulho
Religioso e das Posições
Deus deseja levantar nestes últimos dias
santos profetas de oração. Com o ministério profético, no entanto, encontra-se o grande perigo do orgulho religioso e das posições. Eu gostaria de compartilhar com vocês
algumas revelações espirituais que Deus me
deu através dos anos com relação a este problema.
Há algum tempo atrás fui convidado para
falar numa igreja. Fui apresentado como um
“grande profeta de Deus”.
Creio totalmente nos cinco ministérios
dos apóstolos, profetas, evangelistas, pastores, e mestres no Corpo de Cristo
Contudo, quando me perguntam o que
sou, digo-lhes que não sei de fato. Eu simplesmente me vejo como “uma voz clamando no deserto” (Jo 1:23). Não é necessário
para mim portar um título para fazer a vontade de Deus. À medida que Ele me mostra
a Sua vontade dia após dia, semana após
semana, e mês após mês, simplesmente tento fazer a Sua obra.
F3.1 – Líderes Infiéis
Confesso que fico preocupado com relação às honras e títulos, e com a auto-unção que os líderes de igreja usurpam para si
próprios. Fico também temeroso com relação às pessoas que às vezes dão elogios
floreados aos que são chamados por Deus
ao ministério.
Fico preocupado devido ao perigo do
orgulho que pode acompanhar um sublime
chamado de Deus e a sua resultante posição
social proeminente.
Não estou dizendo que deveríamos desrespeitar os líderes de igreja. Certamente
não estou dizendo que nunca deveríamos
honrar os que se encontram em posições de
responsabilidade na liderança. O que estou dizendo é que deveríamos ser muito
cuidadosos para não exaltarmos nem
elevarmos as pessoas a uma posição onde
sejam destruídas pelo orgulho devido a
elogios desnecessários.
a. Procure Uma Descrição de Tarefas e Não um Título. É interessante observarmos no Novo Testamento que os termos apóstolo, profeta, evangelista, pastor,
e mestre (Ef 4:11) nunca eram usados como
títulos. Eles eram simplesmente usados para
se descrever uma feição no Corpo de Cristo.
No mundo do trabalho chamamos isto
de uma “descrição de tarefas”. Os mecânicos, carpinteiros e encanadores – todos
possuem diferentes funções que executam
e trabalhos que podem fazer. Não apresentamos alguém como “o grande e honorável encanador João”, mas simplesmente
pelo seu nome.
Esta mesma coisa deveria ser aplicável
às pessoas com ministérios no Corpo de
Cristo. As suas funções não deveriam ser
usadas como um título. Se alguns o fazem,
não os estou condenando. Simplesmente
creio que isto pode ser uma perigosa armadilha com relação ao orgulho das posições.
O mais famoso evangelista na Igreja, em
âmbito mundial, é Billy Graham. Talvez
você tenha notado que sempre que alguém
JULGAMENTO DE OBREIROS INDISCIPLINADOS
da equipe evangelística de Billy Graham o
apresenta, é simplesmente como o “Sr.
Graham”.
Outros talvez o chamem de “Dr. Graham”
e acrescentam muitas palavras de honra e
estima. No entanto, Billy Graham não presta
atenção a estas palavras de elogio porque
ele não necessita delas. Ele prefere servir ao
Senhor com humildade.
Seu desejo é simplesmente ser o que
Deus quer que Ele seja e fazer o que Deus
quer que Ele faça. Ele está seguro no chamado de Deus para a sua vida. Nada mais é
necessário. Estas são as marcas de um verdadeiro e humilde servo do Senhor. Oro para
que elas possam ser nossas também.
Não necessitamos de uma “posição e
título” oficiais e formais no Corpo de Cristo a fim de servirmos ao Senhor. João Batista não tinha nada disto. Ele nem ao menos sabia como responder algumas das perguntas dos que Lhe indagavam sobre a sua
identidade. O Apóstolo João registra esta
interessante conversação: “Ora isto é o que
João Batista disse quando os judeus de
Jerusalém enviaram sacerdotes e levitas
para Lhe perguntarem quem ele era. Ele
disse abertamente que não era o Cristo
[Messias].
“Eles Lhe perguntaram: então quem és?
És tu Elias? Ele disse: não sou. És tu o
profeta? Ele respondeu: não.
“Finalmente perguntaram-lhe: Quem és
tu? Dá-nos uma resposta para levarmos
de volta aos que nos enviaram. O que dizes
de ti mesmo?” (Jo 1:19-22).
João respondeu com as palavras do Profeta Isaías: “Sou a voz do que clama no
deserto: Endireitai o caminho para o Senhor” (Is 40:3).
Moisés havia profetizado e predito 1500
anos antes que o Senhor Deus levantaria
algum dia um outro “profeta como ele mesmo” (Dt 18:18). O profeta Malaquias havia dito que “Elias viria antes do grande e
terrível dia do Senhor’’ (Ml 4:5). Assim
sendo, o povo de Israel estava aguardando a
SEÇÃO F3 / 1063
vinda deste grande profeta semelhante a
Moisés e Elias.
Quando perguntaram a João se ele era
este profeta (semelhante a Moisés e Elias),
ele disse que era apenas “a voz do que clama no deserto”.
Após a morte de João, Jesus nos diz que
João Batista tinha um manto (a unção) de
Elias (Mt 17:11-13). Parece que Jesus sabia quem João era, mas o próprio João não
sabia estes fatos sobre si mesmo!
Para crédito seu, João fazia o que Deus
Lhe dizia. E Deus realmente falava com João.
Ele podia dizer intrepidamente: “Deus me
disse...!”
João Batista não precisava de um título
ou reconhecimento de quem ele era. Ele somente precisava ouvir e obedecer a voz de
Deus.
João Batista não se preocupava com o
seu título e posição entre os homens. Ele
simplesmente fazia a vontade de Deus. Ele
entregou a sua vida, quando ainda jovem,
provavelmente com 30 ou 31 anos de idade.
Não é de se admirar que as Escrituras digam
que ele seria chamado de “o profeta do
Altíssimo... e prepararia o caminho diante
do Senhor... no Espírito e poder de Elias”
(Lc 1:17,76).
Tenhamos CUIDADO COM A ARMADILHA!
Capítulo 2
Líderes Fiéis
A. SINAIS DOS VERDADEIROS
APÓSTOLOS
1. Não Servem a si Próprios
O PRIMEIRO sinal de um verdadeiro
apóstolo, profeta, evangelista, pastor ou
mestre é o seguinte: Ele não usa os Dons do
Espírito ou o seu ministério dado por Deus
de uma maneira que venha a servir ou salvar
a si Próprio. Ele somente usa estes dons
quando o Espírito Santo o guia e o dirige.
1064 / SEÇÃO F3
Quando Jesus estava pendurado na Cruz,
um dos escárnios lançados sobre Ele foi o
seguinte: “Ele salvou os outros, mas não
consegue salvar a Si Próprio!” (Mt 27:42).
E isto era realmente verdade! Jesus não
usaria o Seu ministério no intuito de servir
ou salvar a Si Próprio. Ele não podia salvar
a Si Próprio!
2. Passam por Sofrimentos
EM SEGUNDO LUGAR, o verdadeiro apóstolo, profeta, evangelista, pastor ou mestre
está disposto a passar por sofrimentos e
dificuldades para cumprir o ministério que
Cristo Lhe deu. Esta é a atitude que o Apóstolo Paulo tinha.
“Portanto, tenho prazer nas enfermidades, nas repreensões, nas necessidades, nas
perseguições, nas angústias por amor a
Cristo... pois quando estou fraco, então sou
forte” (2 Co 12:10).
Todo ministério que honra a Cristo tem
esta mesma atitude. “A vossa atitude deveria ser a mesma que a de Cristo Jesus” (Fp
2:5).
B. EXEMPLOS DE LÍDERES FIÉIS
1. Elias – Um Profeta Fiel
“Então Elias... disse a Acabe: Assim
como o SENHOR, o Deus de Israel vive, a
Quem sirvo, não haverá orvalho nem chuva... exceto pela minha palavra” (1 Rs
17:1).
À medida que esse julgamento profeticamente declarado continuou por vários
anos, a terra de Israel enfrentou uma terrível seca e fome.
Tudo foi bem com Elias por algum tempo. Deus o havia dirigido a um riacho onde
ele poderia beber. Deus também enviou corvos para fornecerem a Elias pão e carne todas as manhãs e noites. Foi um quadro razoavelmente pacífico. Em vista dos problemas que os outros estavam enfrentando
durante esta época de seca e fome, Elias até
que não estava se saindo muito mal.
F3.2 – Líderes Fiéis
Contudo, com o passar do tempo, o riacho finalmente secou e Elias tornou-se uma
vítima de sua própria profecia! Pão seco
sem nenhuma água não é um piquenique
muito agradável. Ele talvez tenha sido tentado a ordenar que chovesse.
Se ele tivesse agido com base neste desejo, ele claramente teria estado fora da vontade de Deus. Deus ainda não havia dito a
Elias para dar a ordem para a chuva. Se tivesse falado quando deveria ter estado em
silêncio, uma dentre duas coisas poderia ter
acontecido:
Deus não teria honrado a palavra, porque ele teria “pedido erroneamente” – isto
é, independentemente da vontade de Deus
(Tg 4:3). Se ele tivesse feito isto, Elias teria
se tornado um profeta inútil e egoísta.
Deus teria honrado a palavra, mas isto
poderia ter terminado a história toda. Elias
talvez teria perdido o “milagre do fogo procedente do Céu” e se encontrado com “magreza de alma” (1 Rs 18:30-39; Sl 106:1315).
Semelhantemente ao Senhor Jesus durante a Sua tentação no deserto (Mt 4:1-4),
Elias recusou-se a usar o seu dom para satisfazer a sua própria sede e fome. Ele aguardou que Deus viesse e Lhe dissesse quando
usar o seu dom profético. Somente então
ele falaria a palavra do Senhor e terminaria a
seca.
Deus, no entanto, é fiel. O registro diz
simplesmente: “Aí então a palavra do Senhor veio a Elias: Vai imediatamente a Sarepta, de Sidom, e permanece lá. Ordenei a
uma viúva daquele lugar que te fornecesse
comida” (1 Rs 17:8,9).
Pelo fato de tanto Elias quanta a viúva
terem obedecido a palavra do Senhor, ambos foram galardoados pela bênção e provisão de um sábio e amoroso Deus.
A necessidade deles tornou-se a oportunidade para que o Senhor executasse o milagre do “óleo e da farinha” que salvou as
suas vidas.
Ambos poderiam ter perdido este mila-
JULGAMENTO DE OBREIROS INDISCIPLINADOS
gre através da incredulidade ou de falarem
quando deveriam estar em silêncio, ou por
terem estado em silêncio quando deveriam
ter falado.
Elias nos deu um bom exemplo. Ele não
usava o seu dom de poder para resolver os
seus próprios problemas ou suprir as suas
próprias necessidades. Ele mantinha o dom
sob a disciplina da vontade e do controle de
Deus.
2. Três Líderes de Igreja Fiéis
“Os presbíteros... exorto... Apascentai
o rebanho de Deus que está dentre vós...
não por torpe lucro [dinheiro]... E quando
o Sumo Pastor aparecer, recebereis uma
coroa de glória...” (1 Pe 5:1-4).
a. Paulo. O Apóstolo Paulo era um líder com um verdadeiro coração de pastor.
Ele poderia ter recebido legitimamente um
sustento financeiro das igrejas (1 Co 9:17,18;
1 Tm 5:17,18).
Para dar um exemplo, ele se sustentava a
si próprio. “Mesmo até o presente momento, nós... labutamos, trabalhando com as
nossas próprias mãos...” (1 Co 4:11,12).
Ele não era um mercenário. “Não cobicei a prata, o ouro, nem as vestimentas de
ninguém... vós sabeis que com as minhas
próprias mãos tenho suprido as minhas
necessidades...” (At 20:33-35).
b. Pedro. Quando ofereceram dinheiro
a Pedro, ele retrucou: “... O teu dinheiro
pereça contigo, porque pensaste que o dom
de Deus pode ser adquirido com dinheiro”
(At 8:20). Você tem o compromisso de ser
um líder semelhante a Pedro? Você deveria
ter. Todos os verdadeiros líderes do povo
de Deus continuamente se guardam contra
o espírito mercenário e odeiam o “amor pelo
dinheiro”.
c. Timóteo. Paulo disse: “Mas confio
no Senhor Jesus que vos enviarei Timóteo... Porque a ninguém tenho de igual sentimento, que naturalmente cuide do vosso
estado. Pois todos [o restante] buscam os
seus Próprios interesses...” (Fp 2:19-21).
SEÇÃO F3 / 1065
Estas devem ser as palavras mais tristes
do Novo Testamento – “Todos buscam os
seus próprios interesses...” Paulo conseguiu encontrar apenas um líder cujas motivações eram puras e claras para enviar como
auxiílio à Igreja de Filipos.
C. GALARDÕES OU JULGAMENTO
O Senhor disse o seguinte: “... não vos
preocupeis, dizendo: O que haveremos de
comer ou beber, ou com que nos vestiremos... O vosso Pai Celestial sabe que tendes necessidades de todas estas coisas. Mas
buscai primeiro o Reino de Deus e a Sua
retidão, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas” (Mt 6:31-33).
1. Galardoados por um Serviço Fiel
Deus abençoará os que entregam a vida
por Jesus para servirem os outros. Ele suprirá as suas necessidades liberalmente e
tomará conta dos Seus servos.
Deus não nos chamou para irmos onde
há mais dinheiro. Ele nos chamou para irmos onde quer que o Espírito Santo nos
dirija.
Talvez seja para um povo difícil, como
foi o chamado de Jeremias (Jr 6:19), ou para
um povo que corresponda prontamente,
como foi o caso de Jonas (Jn 3:5-10). O que
realmente importa é que façamos com alegria a santa vontade de Deus, motivados
por um coração amoroso. Este deve ser o
supremo compromisso de nossa vida!
2. Julgados Pela Infidelidade
“Nem todos os que Me dizem: Senhor,
Senhor, entrarão no Reino do Céu, mas somente aqueles que fazem a vontade do Meu
Pai que Se encontra no Céu.
“Muitos Me dirão naquele dia: Senhor,
Senhor, porventura não profetizamos em
Teu Nome, e em Teu Nome não expulsamos
demônios e fizemos muitos milagres?
“Aí então lhes direi claramente: Nunca
vos conheci. Apartai-vos de Mim, vós que
praticais a iniqüidade!” (Mt 7:21-23).
1066 / SEÇÃO F3
O seu galardão baseia-se no que você
fez para Cristo na terra e COMO (com quais
motivações) você o fez. O uso do poder de
Cristo para curar, expulsar demônios e profetizar – e ao mesmo tempo vivendo nas
impurezas carnais do amor pelo dinheiro,
amor pelo louvor dos homens, e uma vida
de imoralidade – trazem o julgamento divino.
Qual é este julgamento?
O julgamento neste grupo de ministros
cristãos foi o seguinte: “APARTAI-VOS DE
MIM !”
A questão é a proximidade – quão perto você pode chegar de Jesus no Céu. Se
você não ficar perto de Jesus no seu caminhar e em sua obra na terra, você não ficará
perto d’Ele no Céu.
a. Apartai-vos de Mim. Durante uma
época de apostasia em Israel, a maioria dos
sacerdotes tornaram-se idólatras e sacrificaram a ídolos. Os FILHOS DE ZADOQUE
permaneceram fiéis e continuaram perto do
Senhor.
Quando chegou o tempo de prestação
de contas, o julgamento sobre os sacerdotes
apóstatas foi o seguinte: “...os levitas que
se apartaram para longe de Mim... que se
desviaram para longe de Mim para seguirem os seus ídolos; levarão sobre si a sua
iniqüidade... não se aproximarão de
Mim...”
No entanto, os que foram fiéis e permaneceram leais tiveram o seguinte galardão:
“Mas os sacerdotes... os filhos de Zadoque,
que guardaram a ordenança do Meu santuário quando os filhos de Israel se apartaram de Mim, eles se aproximarão de Mim
para ministrarem a Mim e eles permanecerão diante de Mim... diz o Senhor DEUS”
(Ez 44:10-15).
O julgamento pela desobediência e pelo
fracasso foi a recusa à SUA presença. Este é
um privilégio que não quero perder.
O galardão pela obediência e fidelidade
não foi o Céu neste caso. Foi o privilégio da
Sua presença. “Eles se aproximarão de
F3.2 – Líderes Fiéis
Mim... diz o Senhor!” Isto é o que deveríamos desejar mais do que qualquer outra coisa nesta vida e na eternidade – estarmos
perto de Jesus.
Quão perto você estará de Jesus no Céu?
Tão perto quanto você permanecer aqui na
terra. Se você caminhar em concupiscências pecaminosas, cobiçar dinheiro, e desejar os louvores dos homens mais do que os
de Deus (Jo 12:43), Jesus dirá: “APARTAIVOS DE MIM!”. Você sofrerá a perda de
todos os galardões, e o fogo queimará todas
as suas obras (Veja 1 Coríntios 3:10-15; 1
João 2:28).
Se você caminhar em fidelidade ao seu
chamado e ministério, se você mantiver a
integridade e as motivações retas, Jesus o
galardoará com um lugar ao Seu lado em Seu
Trono (Ap 3:21). Você desfrutará da Sua
presença íntima por toda a eternidade.
D. O JULGAMENTO DO CRENTE
“Não muitos de vós deveriam ter a aspiração de serem mestres, meus irmãos,
porque sabeis que os que ensinam serão
julgados mais rigorosamente” (Tg 3:1).
“Porque todos devemos comparecer
ante o Tribunal de Cristo, para que cada
um receba segundo o que tiver feito por
meio do corpo, ou bem ou mal” (2 Co
5:10).
A Bíblia ensina que os líderes e crentes
terão que algum dia prestar contas no “Tribunal de Cristo” pelas coisas feitas no
Corpo, quer sejam boas ou más. Com relação ao julgamento do crente, os seguintes fatos deveriam ser mantidos em mente:
1. Todos os Cristãos
Todos os cristãos estarão sujeitos a um
julgamento. Não haverá nenhuma exceção
(Rm 14:12; 1 Co 3:12-15; 2 Co 5:10).
2. Quando Cristo Voltar
Este julgamento acontecerá quando
Cristo voltar para a Sua Igreja (Veja João
JULGAMENTO DE OBREIROS INDISCIPLINADOS
14:3 e compare com 1 Tessalonicenses
4:14-17).
3. O Juiz é Cristo (João 5:22; 2
Timóteo 4:8)
4. Solene e Sério
A Bíblia retrata o julgamento do crente
como sendo algo solene e sério, especialmente pelo fato de incluir a possibilidade
de danos ou “perdas” (1 Co 3:15 comparado com 2 Jo 8), de “ficarmos envergonhados diante d’Ele em Sua vinda” (1 Jo 2:28),
e de “queima” de todo o trabalho de nossa
vida (1 Co 3:13-15). O julgamento do crente, no entanto, não envolverá uma declaração de condenação por Deus.
5. Tudo Manifesto Publicamente
Tudo será manifesto publicamente. A
palavra “aparecer” (no grego phaneroo, 2
Co 5:10) significa “ser manifesto aberta ou
publicamente”.
Portanto, Deus examinará e revelará abertamente, de forma fiel à realidade:
a. Os Nossos Atos Secretos (Mc 4:22;
Rm 2:16),
b. O Nosso Caráter (Rm 2:5-11),
c. As Nossas Palavras (Mt 12:36,37),
d. As Nossas Boas Obras (Ef 6:8),
e. As Nossas Atitudes (Mt 5:22),
f. As Nossas Motivações (1 Co 4:5),
g. A Nossa Falta de Amor (Cl 3:184:1), e
h. A Nossa Obra e Ministério (1 Co
3:13).
6. Prestação de Contas
Em suma, o crente terá que prestar contas do nível da sua fidelidade ou infidelidade para com Deus (Mt 25:21,23; 1 Co 4:2,5)
SEÇÃO F3 / 1067
e de suas ações, conforme a graça, oportunidade e compreensão disponíveis a ele (Lc
12:48, Jo 5:24).
7. As Obras do Crente
As más ações do crente, quando há um
arrependimento, são esquecidas com relação à punição eterna (Rm 8:1), mas ainda
são levadas em consideração ao serem
julgadas para uma recompensa: “O que faz
o mal receberá pelo mal que cometeu” (Cl
3:25, comparado com Ec 12:14; 1 Co 3:15;
2 Co 5:10). As boas obras e o amor dos
crentes são relembrados por Deus e galardoados (Hb 6:10): “Qualquer coisa boa que
alguém fizer, por ela também receberá do
Senhor’’ (Ef 6:8).
8. Ganho ou Perda
Os resultados específicos do julgamento do crente serão variados. Haverá o ganho
ou a perda de:
a. Alegria (1 Jo 2:28),
b. Aprovação Divina (Mt 25:21),
c. Tarefas e Autoridade (Mt 25:1430),
d. Posição (Mt 5:19; 19:30),
e. Galardões (1 Co 3:12-14; Fp 3:14;
2 Tm 4:8), e
f. Honra (Rm 2:10, comparado com 1
Pe 1:7).
9. Tema ao Senhor
A expectativa do julgamento vindouro do
cristão deveria aperfeiçoá-lo no temor do
Senhor (2 Co 5:11; Fp 2:12; 1 Pe 1:17) e
fazer com que ele seja sóbrio, vigilante, e que
ore (1 Pe 4:5,7), que viva com um comportamento santo e com retidão (2 Pe 3:11), e que
demonstre misericórdia e bondade a todos
(Mt 5:7, comparado com 2 Tm 1:16-18).
Escreva abaixo as suas anotações pessoais:

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