As 10 coisas que mudaram no culto dominical de protestan

Transcrição

As 10 coisas que mudaram no culto dominical de protestan
Um estudo a partir de mais de 1.000 congregações
As 10 coisas que mudaram no
culto dominical de protestantes e católicos em apenas 15
anos
Cada vez há menos coros, e canta‐se com ecrãs, e não cancioneiros, e o clero é mais velho...
Actualizado 19 de Maio de 2014
Pablo J. Ginés/ReL
Nos últimos 10 ou 15 anos, o culto dominical dos católicos não mudou muito no
Ocidente. Sem dúvida, o dos protestantes sim, como analisa no seu blogue Thom
S. Rainer, um especialista baptista-evangélico em evangelização e presidente de
LifeWay Christian Resources (www.lifeway.com).
Parte da informação a obtém de um detalhado estudo que abarca até 2007 da
Duke University dos EUA (está em www.soc.duke.edu/natcong/), um estudo que
incluía entrevistas de 1 hora com o ministro (ou no caso católico, o sacerdote)
encarregado de uma comunidade. Estudaram-se mais de mil congregações
dos EUA.
Outra parte da informação procede da experiência de Thom S. Rainer, algumas
das suas investigações "de mercado" e consultas de igrejas. Rainer não valoriza
estas mudanças, só as expõe "desde a perspectiva de um investigador".
1) Os coros estão desaparecendo
De 1998 a 2007, a percentagem de igrejas com coro diminuíram de 54% para
44%. Se a tendência tivesse continuado até 2014, haveria só 37% das igrejas
com coro (entre católicas e protestantes, já que usa os dados da Duke Univer-
sity).
Um coro é diferente de um ministério de louvor ou um animador de cantos. O
coro tende a implicar mais pessoas e mais ensaios que um ministério de louvor e
assim aumenta o número de paroquianos "activos", implicados na comunidade.
2) Veste-se mais informal na igreja
Em regiões quentes ou frias, urbanas ou rurais, em igrejas de qualquer raça ou
etnia, brancas, negras ou vietnamitas, cada vez são menos os homens que põe a
gravata para ir à igreja. De facto, em quase todas as partes são já minoria. De
novo, isto se dá tanto entre católicos como entre protestantes. Em Espanha e países hispânicos, a mudança para a roupa informal ou semiformal (e mais com calor) se deu há décadas entre os católicos, mas nos EUA ainda se mantinha em
certos sítios.
Outro tema diferente que haveria que estudar é se os protestantes em Espanha e América Latina tendem a vestir mais elegante e formal que os
seus correligionários nos EUA para distinguir-se da maioria católica. Em qualquer caso, os Adventistas do Sétimo Dia (um ramo protestante muito conservador mas que não crê no inferno) são um paradigma de "vestir formal" nos seus
serviços ainda hoje.
3) Os ecrãs ocuparam as igrejas
No princípio, o projectar Powerpoint’s, letras das canções ou ilustrações num ecrã
em pleno serviço dominical era visto por muitos como pouco menos que uma
profanação.
Hoje está generalizado.
Por suposto, o uso e inclusive a colocação dos ecrãs nas igrejas católicas
norte-americanas (nas espanholas ainda não é frequente) é diferente
das protestantes.
É difícil ver uma cruz nesta igreja presbiteriana de Menlo Park, mas os ecrãs ocupam
tudo
As paróquias católicas colocam-nos nas laterais, bem longe do altar, e usam-nos quase
exclusivamente para projectar as letras das
canções (e talvez algumas orações longas
como o Credo ou o Glória). Apenas há padres que usam ecrãs para apoiar as suas
homilias. Por outro lado, em ambientes protestantes tem uma colocação prominente,
central, e mais longa, e apoiam com imagens ilustrativas ou simbólicas, ou com esquemas as pregações ou os temas tratados.
No culto católico, todos procuram dirigir o
olhar para o altar. No protestante, hoje, o olhar vai mais para o ecrã que para o
pregador.
Há gente que se queixa de que desde que é tão fácil projectar as letras, cada
semana os responsáveis de cantos põe canções novas; assim não há
forma de aprendê-las, interioriza-las nem tomar-lhes carinho. Como são
novas e não se aprendem nunca, as pessoas tendem a deixar de cantar. Além
disso, ficam esquecidas as clássicas nos cancioneiros. Os ecrãs tem, pois, os seus
riscos junto com as suas vantagens.
4) A pregação é mais longa
Isto é algo que Rainer admite que ainda não demonstrou matematicamente mas
que nasce da sua experiência: sermões mais e mais longos no mundo protestante. E tem sentido, já que com os ecrãs se podem apoiar com imagens.
Pelo contrário, no mundo católico Bento XVI pronunciou-se várias vezes a favor
de que os párocos façam sermões curtos e bem estruturados, e o Papa Francisco
parece propor o mesmo desde o exemplo das suas homilias de Santa Marta. A
sua homilia da soleníssima beatificação de João Paulo II e João XXIII foi muito
breve também. A Igreja Católica recomenda ao padre não dedicar mais de
7 minutos à sua homilia dominical (face aos sermões de entre 30 e 60 minutos de muitos pastores protestantes).
5) Junto com o serviço... Há outras ofertas
As congregações protestantes multiplicaram a "oferta". Antes do serviço dominical, pode haver um grupo de adultos, ou de formação bíblica, ou de técnicas de família, ou de apoio perante um vício; depois pode haver uma sessão
de "cinema e debate", ou de desportos, ou de teatro... As crianças e adolescentes tem as suas próprias ofertas comunitárias.
"Ir à igreja" não é só participar no culto, mas sim muitas mais coisas. E isso, que
era minoritário há 15 anos, é hoje a norma entre os protestantes, e de facto começa a dar-se em algumas igrejas católicas grandes dos EUA.
6) Os paroquianos são étnica e culturalmente mais diversos
Cada vez há menos igrejas onde todos são brancos-anglo-saxões-protestantes.
Os hispânicos e outros imigrantes já abundam em todo o país, em congregações
católicas ou evangélicas.
7) Os conflitos internos, estatisticamente,
não crescem
Ainda que Rainer não o comenta, desde ReL localizamos 3 fontes de conflito: os
originados em gostos litúrgicos, musicais, etc...; os morais e doutrinais; e as
pessoas "tóxicas", que envenenam a vida paroquial. O primeiro e o terceiro tipo
de conflitos mantém-se mais ou menos estável numas percentagens fixas. Enquanto as guerras morais (por exemplo, episcopalianos pró-vida e pró-família
fartos de bispos progressistas gays ou lésbicas ou abortistas) se foram acabando
pela via de sair das denominações "progres" e criar novas congregações e igrejas
conservadoras.
8) Cada vez mais paroquianos pertencem a
igrejas "grandes"
Para os protestantes, uma comunidade de mais de 400 paroquianos é "grande"...
E 90% vão a elas. A típica igreja pequena da aldeia com dezenas de fiéis é hoje a
excepção, não a norma. Só 10% vai a igrejas com menos de 400 paroquianos.
9) Os serviços do domingo pela tarde tendem a desaparecer
No mundo católico, sempre está a opção do
sábado à noite para cumprir com a obrigação dominical. No protestante, onde não se
vive igualmente o conceito de "cumprir a
obrigação", as pessoas preferem um evento
maior e elaborado pela manhã, que deixe
livre para o desporto e o ócio as tardes dos domingos. As causas podem ser variadas e Rainer anuncia mais dados sobre este tema.
10) Como média, os pastores são mais velhos que há 15 anos
Isto não o comenta Rainer, mas sim o estudo de Duke University. O que sucede
é que este envelhecimento dos pastores se dá sobretudo entre o clero católico e
ainda mais nas igrejas liberais (progres) "mainstream" (unitaristas, episcopalianos, luteranos, presbiterianos, metodistas liberais...). As congregações evangélicas e baptistas conservadoras ainda mantém uma renovação de idade dos seus
líderes.
Por suposto, todos estes pontos descrevem o caso dos EUA, mas as tendências
dos EUA costumam acabar influindo no resto do Ocidente. Quantas destas se poderiam constatar nas paróquias católicas de Espanha ou América Latina?
in

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