LIVRO DE EFÉSIOS

Transcrição

LIVRO DE EFÉSIOS
Um novo tempo em sua vida
A MENTE DE PAULO
Epístolas da Prisão – Estudo da Carta aos Filipenses
Introdução a Carta aos Filipenses
A cidade de Filipos era uma colônia romana, na Macedônia, norte da Grécia. Na carta aos
Filipenses revela que Paulo achava que tanto poderia ser morto como liberto da prisão.
Contudo ele está muito confiante de que, por causa das orações dos cristãos Filipenses,
será solto.
Quando Paulo iniciou uma igreja em Filipos, fez seus primeiros contatos num “lugar de
oração”, perto de um ribeirão. Aquela igreja começou com uma mulher chamada Lídia, era
uma mulher de negócios que vendia um corante vermelho caro na Ásia. (At16: 14).
A igreja foi fundada aproximadamente 50 A.D. Outro membro fundador foi uma jovem
escrava, que tinha sido possuída por demônios, que utilizavam dela para ganhar lucro, e que
Paulo os expulsou. (At 16:16-23). E também outro fundador foi aquele carcereiro que se
converteu na prisão e depois o restante da sua família, quando Paulo e Silas estavam
presos e houve aquele terremoto (At 16:27-34).
Portanto, um carcereiro, uma escrava, e uma comerciante foram escolhidos por Deus para
formarem o núcleo da igreja em Filipos, onde se tornou uma das igrejas prediletas do
Apóstolo Paulo. Por causa do amor dos cristãos desta igreja para com ele. Até então, era a
única igreja que se preocupava com o apóstolo, a ponto de mandar auxílio financeiro.
Naqueles dias, não era fácil enviar dinheiro, visto que era preciso mandar alguém junto e
havia possibilidade de essa pessoa sofrer a mesma sorte do homem que caiu nas mãos de
salteadores, como a parábola do Bom Samaritano. Epafrodito era um homem especial. Ele
se importou em arriscar a sua vida para sair de casa a fim de ser portador aos Filipenses,
e assim suprir as necessidades de Paulo. Esta carta foi escrita aos Filipenses em parte, a
fim de expressar a gratidão profunda que Paulo sentia para com a igreja que tanto se
preocupava com o seu ministério.
Filipenses – Capítulo 1
V: 1-3 - Paulo se refere a ele e a Timóteo, como escravos de Cristo, um termo
bastante apropriado para descrever um cristão. O que faz um cristão ser um escravo?
Antigamente, havia quatro maneiras pelas qual a pessoa se tornava escrava:
1- Ser escrava por nascer em uma família de escravos.
2- Ser escrava por conquistas (quando o exército romano conquistava novas terras, o
povo derrotado automaticamente se tornava escravos). Foi assim que o Império
Romano obteve mais de 50% de sua população escrava durante o 1º século, ocasião
onde Paulo escrevia a carta.
3- Ser escrava por compras em leilões.
4- Ser escrava por livre escolha (se o senhor concordasse um homem que tinha
esperança de ganhar dinheiro, proteção e bons tratos, entregava-se
voluntariamente a ele para ser seu escravo).
Como Paulo e Timóteo tornaram-se escravos de Jesus Cristo ? R: Eles foram
comprados por um alto preço, de sangue, na cruz do Calvário.
V: 4 – “ eu penso e oro por vocês”
Seus pedidos eram oferecidos a Deus com alegria, porque a igreja naquela cidade lhe fazia
feliz. Agradecia pela participação. Os Filipenses estavam cooperando na propagação do
evangelho, que faziam isso desde o primeiro dia. Era uma cooperação prática, na qual
tinham prazer em dar. É só o poder sobrenatural de Deus que nos ajuda a compreender
que melhor é dar do que receber.
À medida que você lê a oração dele, percebe claramente que o próprio Paulo está envolvido
e profundamente empenhado numa cooperação espiritual com Deus.
V: 6 – “... estou plenamente certo de que aquele que começou a boa obra em vocês,
há de completá-la até o dia de Cristo...”. Lembre-se: sua vida ainda está no processo
de construção.
V: 9 - Pelo que Paulo ora? Para que Deus conceda aos Filipenses um amor para com Deus
e para com o próximo que aumente mais e mais em conhecimento. Em conhecimento
esclarece que é o Espírito Santo que nos capacita a ultrapassar a barreira do
conhecimento do mundo secular, sobre o amor. O amor que cremos não é um amor
sentimental e verbal, e sim o amor “ágape”, prático e comportamental.
Necessitamos possuir esse conhecimento ou percepção que Paulo menciona, pois é um
discernimento tantas vezes ausente que explica porque a nossa vida espiritual é fria e
nosso amor é parado. Onde existem águas estagnadas e temperaturas mornas, é quase
certo haver mosquitos. Essas pestes não podem reproduzir-se em águas correntes.
Quando o amor é parado, os relacionamentos ficam estragados. Em lugar de amor
transbordante pelo o qual Paulo ora, criam-se ressentimentos irritantes. Mas com o
conhecimento experimental de Deus, estimulado pelo Espírito Santo, cresce o amor e
diminui as coisas ruins.
V: 10 – Quando o amor de Deus cresce em nós com vitalidade, no solo do conhecimento,
vai produzir “aprovação”. “... para que vocês aprovem as coisas excelentes”, esta
palavra significa testar e aprovar ser autêntica alguma coisa. E a palavra “testado”, vem
da seguinte experiência: Quando o vaso era fabricado pelo oleiro, alguns deles caiam
sofrendo rachaduras. Em vez de jogar fora o vaso inútil alguns oleiros sem escrúpulos
passavam um pouco de cera sobre o buraco rachado. Quando alguém o comprava, não
percebia a rachadura, a não ser se duvidasse do trabalho. Aí bastava apenas virá-lo para o
lado do sol, a cera sendo apenas opaca dava passagem à luz. Então a palavra “testado pelo
sol”, tem o mesmo significado da palavra sincera do nosso idioma, que significa “sem cera”.
* Devemos sempre fazer essa pergunta para nós mesmos e para nossos amigos: estamos
sendo testados pelo sol ? É somente o amor que confirma nossa segurança de sermos um
cristão aprovado, testado pelo sol.
V:11 – “... cheios do fruto da justiça”.
O fruto da justiça é produzido pelo Espírito que habita no nosso interior, que é produzido
pela vida de Jesus atuante em nós.
Comentário de um caso: certa vez Lourenço da Arábia, certa vez levou seus amigos
milionários árabes para Paris, e para impressioná-los, levou para o melhor hotel, para
conhecer a Torre Eifell, mas nada disse os impressionava. O que eles queriam eram ficar
dentro do hotel, isso porque o que os deixou realmente admirados foi a água corrente,
pois para se ter água corrente, era só abrir a torneira. Para ele ali no hotel, é que estava a
maior maravilha do mundo. Eles abriam e fechavam a torneira, brincando com a água igual
criança. Um dia antes de voltarem para Arábia, Lourenço ouviu um som estranho no quarto
do hotel onde eles estavam, e ali estavam eles com uma chave inglesa arrancando a
torneira, para levar para o seu país. E Lourenço disse, o que vocês pensam que estão
fazendo. Eles responderam: queremos levar esse milagre de jorrar água para a Arábia, é
só abrir a torneira, e lá temos dificuldade de se ter água. Então Lourenço teve que
convencê-los que levar a torneira, não produziria água nenhuma. Não percebiam que havia
um cano,e todo um sistema hidráulico para suprir a água desejada.
Se os seus amigos percebem que em você tem esse amor que transborda em fruto de
justiça, baseado em sua ligação vital com Jesus, jorrará água em abundância. Mas se você
tenta produzir o fruto da justiça por seus próprios esforços, terão tão pouco êxito,
quanto os amigos de Lourenço ao tentar produzir água, sem o cano e sem fonte.
Vemos que a avaliação correta da vida e até mesmo da pessoa que somos não depende do
que nos aconteceu durante a vida. Depende basicamente da atitude com que encaramos
nossa vida.
V: 12-13 – “Quero que percebam que o sofrimento que passei, não é nada que deva
nos entristecer e desanimar”.
As prisões e as aflições que sofreu não o fizeram sentir que devia reclamar bem alto e
esperar que os outros tivessem pena dele pelos maus-tratos que recebera.
O tratamento injusto do passado continuava no presente. Mais dois anos se passaria antes
que ele fosse solto, e ainda Paulo continuara a pagar o aluguel da casa que lhe servia de
prisão, acorrentado dia e noite a um guarda pretoriano. Contudo, com o tempo ficou
provado que todas essas coisas que aconteceram no passado, mesmos os naufrágios,
cooperaram para o seu bem. Bem que a bíblia diz que “ tudo coopera para o bem
daqueles que amam a Deus e andam segundo o seu propósito”.
Devemos avaliar as coisas más que têm acontecido em nossa vida em termos de como elas
podem contribuir para o nosso bem (um bem superior).
Paulo diz: “as coisas que me aconteceram têm antes contribuído para o progresso do
evangelho”. No original a palavra “progresso” é o termo militar que retrata trabalhadores
com machados abrindo caminho através da mata, a fim de preparar a passagem para o
exército. É como se Paulo estivesse falando assim: “Já tive ali na frente, sofrendo os
ferimentos bem como a oposição do inimigo, mas louvo a Deus porque o nosso exército está
avançando – o evangelho tem progredido porque o caminho foi aberto”.
O progresso que Paulo esperava ver na igreja Filipense se refere ao crescimento deles na
fé e na maturidade espiritual.
V: 14 – Paulo falava de Jesus para os guardas e para todos os demais. Quando Paulo
estava na prisão por amor ao evangelho, correu a notícia que esse homem era diferente;
em todo momento ele anunciava as Boas Novas. Mesmo preso Paulo prosperava naquele
lugar, ele estava feliz por pregar o evangelho.
V: 15-18 – Podemos observar que havia uma comunidade cristã dividida na cidade onde
Paulo estava preso. “Alguns proclamam a Cristo por inveja ou porfia”. Alguns cristãos não
pregavam a Cristo, porque o amava, mas por inveja de Paulo e por rivalidade daqueles que
eram ao seu favor. Os seus adversários estavam transtornados com a maneira em que
Paulo avançava com o evangelho na prisão. Foi então que seus adversários decidiram fazer
uma campanha contra ele. E um modo foi pregar o evangelho e tentar converter mais
pessoas do que Paulo na prisão.
A motivação deles estava errada. Mas qual foi a reação de Paulo? Alguns aconselhariam
para ele abrir a boca para todo mundo condenando-os como carnais etc... Mas a atitude de
Paulo foi diferente e madura. Ele diz: “todavia o que importa, com tanto que Cristo
seja pregado”. Em outras palavras ele diz: “ficaria feliz em ter todo mundo como rival, se
isso incentivasse mais pessoas a proclamarem as boas novas do evangelho. Pensam que
estão contra mim, na realidade estão em meu favor”.
V: 21 - Paulo encarava o futuro positivamente. “ O viver é Cristo e o morrer é
lucro”.Em vida, ele continuaria a viver por Cristo, proclamando o seu evangelho, e na
morte, seria lucro, pois ele se encontraria com o próprio Cristo.
V: 27-30 – “Portai-vos dignamente” - Paulo mandou esta carta a igreja de Filipos porque
a desunião estava prejudicando o evangelho. Paulo reconheceu em um determinado
momento que a comunhão estava quebrada e admoestou os filipenses a lutarem o bom
combate “juntos pela fé”. Isso é lutar todos juntos por uma só causa, não é uma corrida
individual; pelo contrário Paulo visualiza uma equipe, onde cada um tem um desempenho,
contribuindo para alcançar uma única meta. “Ganhar mais almas para Cristo”.
Portanto Paulo termina o capítulo 1 dizendo que os cidadãos de Cristo devem ser unidos. A
bíblia diz que o mundo nos reconheceria como discípulo de Cristo, através do nosso amor
um para com o outro.
Filipenses Capítulo 2
V: 1-2a – “Completai a minha alegria de modo que penseis a mesma coisa”
O apóstolo Paulo se preocupava muito com que os Filipenses tivessem um só pensamento,
uma mente unida. Sabemos que há diversidade entre nós, ou seja, somos diferentes, mas
devemos ter um mesmo pensamento em Cristo. Até mesmo em uma família pode
apresentar diversidade na personalidade e nos interesses, mas se cada um dos membros
realmente amarem uns aos outros, eles terão uma só mente. Existe um só pensamento
porque sua atitude é sempre favorável a cada pessoa da família. Cada membro apóia e
defende os outros mutuamente. Assim, Paulo anima os Filipenses a desenvolverem e
demonstrarem tal atitude, uns para com os outros.
O apoio e o encorajamento mútuo são de suma importância para que os cristãos vivam em
um ambiente em que cresçam no Senhor. Ter notícia da unidade espiritual dos filipenses
haveria de completar a alegria de Paulo, o significado da palavra completar no grego
significa, “encher até a borda”.
V: 2b – Em seguida Paulo estimula os Filipenses a completarem sua alegria
demonstrando-lhe o mesmo sentimento e o mesmo amor.
Esse amor é o mesmo amor que Deus derramou em nossos corações através de sua dádiva
– O Espírito Santo (Rm 5:5), de maneira que possamos amar as pessoas que normalmente
não “queremos por perto”.
V: 3-4 - Conseguindo unidade...
A questão que precisamos examinar agora é: como será que uma igreja consegue essa
unidade? Os Filipenses não a tinham, por isso Paulo expressou este desejo. De acordo com
o (v: 3), todos precisamos agir de uma certa maneira. Nossas ações precisam ser
altruísticas, feitas com a intenção de beneficiar a outros. Nada deve ser feito por
egoísmo. Nosso principal adversário não é o diabo, mas nosso velho ego, interessado em si
mesmo, que mais uma vez está procurando a primeira posição. Isto representa a fonte de
todas as divisões e os problemas que temos ao tentarmos viver juntos em união.
Se podemos eliminar o egoísmo e as rivalidades, bem como a vanglória, absorvendo a mente
de Cristo, então poderemos com toda a humildade considerar os outros melhores que nós
mesmos. Considerar isso é um desafio bastante grande em si. No Novo Testamento pela
primeira vez na história, ser humilde, no sentido de considerar os outros melhores do que
você mesmo é valorizado como virtude.
Em Tg 4:10 “Humilhai-vos na presença de Deus”, significa uma humildade ativa e
decisiva. Não significa que você deva pensar em si, com complexo de inferioridade. Antes,
Paulo se refere a uma maneira de agir ou tratar o próximo. Em I Pe 5:6, Deus promete
que aqueles que se humilham debaixo da soberana mão de Deus, descobrirão que Deus os
exaltará no seu tempo certo.
Paulo aplica o altruísmo a uma preocupação positiva pelas necessidades e aspirações de um
irmão. Não devemos procurar o que é vantajoso para nós pessoalmente, mas tentar sempre
olhar qualquer questão relacionando-a ao outro, pensando no que seria vantajoso para o
próximo, e então agir de acordo. Essa humildade e altruísmo produzem na igreja condições
para que se possa desenvolver o mesmo pensamento, o mesmo amor, estar de pleno acordo
e de se ter uma mente unida.
V: 5-11- Nestes versículos abaixo o tema central é a cruz.
“Tendes o mesmo sentimento...”. A palavra sentimento, em algumas versões diz “obter
uma nova atitude”. A falta dessa nova atitude é que nos fazem orgulhosos e egoístas.
Esse problema não é recente, também havia contaminado a igreja de Filipenses.
A verdade é que todos nós reconhecemos que esse é o tipo de mente que precisamos,
porém poucos entre nós conseguimos adquirir. “Tenham em vocês, ou entre vocês, a
atitude de Cristo Jesus”.
Paulo prossegue dizendo que é essa atitude mental, e ilustra como isso produz efeito nas
ações. Se adquirirmos a atitude de Cristo, ou a sua maneira de pensar, caminharemos na
direção do que a Bíblia chama de santificação.
Jesus Cristo não considerou sua igualdade com Deus como alguma coisa da qual não poderia
abrir mão. De boa vontade, desistiu de sua semelhança com Deus, aparente, externa, e
assumiu a forma de homem.
Assim o texto diz: “A si mesmo se esvaziou”. A mente de Cristo significa mais do que o
modo de pensar de uma pessoa; é o controle de sua vontade. Cristo decidiu assumir a
forma de vida humana. Ele sabia exatamente como seria, pois era onisciente. Seu
“esvaziar” transformou sua existência da forma de Deus em simples condição de servo na
terra. Esvaziar-se significa que você não terá mais o maldito egocentrismo em si.
Entregando-se, você deixa de se amar de maneira pecaminosa e egoísta, e abre a porta
para receber a mente de Cristo. Ele se esvaziou por amor de nós, ele Se esvaziou, não para
Se salvar, mas para que nós fôssemos salvos.
Devemos deixar a nossa vida ser esvaziada do egoísmo, das coisas carnais do nosso dia a
dia. E se deixar encher pela vida do Espírito de Deus. É isso que é negar a si mesmo e
tomar a sua cruz diariamente (Mt 16:24-26).
V: 8 – Jesus foi obediente até a morte. Lembre-se no Getsêmani. Em outras palavras,
percorreu todo o caminho até a morte sem desobedecer.
Todos nós que nos dizemos seguidores de Cristo somos obedientes até certo ponto, e
ninguém pode dizer que será obediente até a sua morte. Tal obediência exigiria o
cumprimento de uma simples ordem: “Vá e seja crucificado”. E foi isso que Jesus fez.
Paulo escreveu esta parte de sua epístola aos Filipenses porque passavam por uma época
de dificies relacionamentos. Um pouco de egoísmo aqui, um tanto de orgulho dali e já
estavam nublando a figura de Cristo no seio da igreja.
Querido, leve a Cristo o seu egoísmo, dizendo à ele: “Eu quero morrer para mim mesmo.
Entrego-lhe tudo, para que o Senhor possa colocar em mim Seu novo modo de
pensar”.
V: 12 – Paulo fala da obediência dos filipenses, mesmo em sua ausência. Todos nós
estamos familiarizados com o poder de um olhar visível, do professor vigiando, do nosso
chefe observando como tudo está sendo feito... Mas quando eles não estão por perto nos
relaxamos, até saímos para tomar um cafezinho demorado. Mas Paulo diz que a obediência
não é só crucial quando ele está presente, mas principalmente quando está ausente.
V: 12b- A salvação deve ser desenvolvida com temor e tremor.
Em II Co 7:1 diz que a santidade da qual Deus dá o selo da sua aprovação na vida do
cristão, é a santidade desenvolvida com temor e tremor. E em Pv 28:14 apóia esta
verdade dizendo que “Feliz o homem que vive constantemente no temor de Deus”.
Muitos têm perdido o temor a Deus, o respeito a Ele. A salvação desenvolvida é uma obra
responsável. Não é uma salvação que seus pais ou seus pastores podem fazer por você. O
texto diz: “desenvolva a sua própria salvação”. Cada pessoa que foi salva precisa viver
Cristo em sua própria vida. A salvação é desenvolvida com o aprofundamento das suas
raízes, em um alicerce firme, para que nenhuma tempestade da vida possa sacudir ou lhe
remover da presença de Deus. Devemos prestar contas diante de Deus daquilo que
desenvolvemos em nossa salvação. II Co 5:10.
Deus avaliará nossa conduta em vida como cristãos. A nota dada à nossa salvação
desenvolvida, é explicada quando Paulo continua o versículo 13 com estas palavras “porque
Deus é quem efetua em vós, tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa
vontade”. À medida que Deus opera em nós, através do seu Espírito Santo, nossas
vontades são dirigidas diferentemente não em nossa direção, mas na direção do seu bom
propósito. (Rm 8:28).
Quantos mais cheios de vontades próprias, mais devemos esperar que a obra de Deus em
nós demore para se efetivar.
V: 14-18 – À medida que Deus transforma a nossa vontade, e desenvolvermos nossa
salvação, devemos evitar murmurar e questionar. Murmuração é o contrário de adoração.
Paulo diz aos Filipenses que é importante evitá-las. As provações pelas quais passamos não
devem ser compartilhadas para causar compaixão. Tentamos provar que Deus está errado
e nós certos. Tentamos nos convencer e também muitas vezes a Deus que mude o que está
fazendo a fim de moldar a nossa vida. Deus sabe melhor do que nós até onde podemos
suportar. As crises da vida são apenas o campo de batalha onde Deus nos está moldando à
semelhança de Cristo. Troquemos pela murmuração e contenda, muita gratidão e louvor,
para sermos “irrepreensíveis e sinceros”, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma
geração pervertida e corrupta. Um cristão que vive isso, há de produzir um testemunho
genuíno de Deus neste mundo.
É colocado diante de nós o mesmo problema que Cristo enfrentou no Getsêmani, quando
disse: “Pai, passe de mim este cálice!”. Mas Deus não o retirou.
Paulo diz que devemos ser luz e brilhar (como a vela). Mas, o que faz uma luz brilhar? É
unicamente quando ela se queima, quando se sacrifica. Portanto, o desenvolvimento da
nossa salvação significa iluminar o escuro (as trevas), com um brilho que custa caro.
Resplandecendo diante das pessoas, iremos preservar a palavra de vida (v: 16).
Paulo expressa que sabia exatamente para onde corria. Tinha um destino, para não correr
em vão ou inutilmente, enquanto preservava a palavra da vida. Ele dirá no próximo capítulo
(3), que prosseguia para o alvo avançando para as coisas que estavam diante dele.
V: 19-30 – Nesta última passagem Paulo destaca homens de Deus (como Timóteo e
Epafrodito) que merecem nossa atenção. Homens que se desvincularam dos seus próprios
valores, para incansavelmente, buscarem os de Cristo e da sua igreja.
Homens de Deus são produzidos também pelos desafios e se recusam a desanimar.
Acreditamos que quem tem direito a este elogio de ser homem de Deus, deve ser alguém
que não vive para si somente, mas também para beneficiar a outros. Oremos a Deus para
nos tornar homens e mulheres de Deus, para prosseguir com a obra do evangelho.
Filipenses Capítulo 3
V: 1-8 – Perdendo para Ganhar
Paulo diz aos Filipenses que eles devem se alegrar no Senhor (v: 1). A palavra “alegria ou
regozijo” aparece 17 vezes nesta epístola curta, o que indica a significância espiritual que
a alegria tem para o apóstolo Paulo. Mas como se pode experimentar esta “alegria no
Senhor” no meio de uma tribulação?
Há uma diferença entre “alegria” e “felicidade”. Feliz e afortunado são termos paralelos.
Afortunado (felicidade) vem da palavra latina “fortuna” que tem a ver com situações
externas que afetam a você pessoalmente. Podemos chamar de emoção circunstancial. Se
suas circunstâncias são favoráveis, então sua reação para com elas é positiva e você fica
feliz. Mas a alegria é uma coisa bem diferente porque tem haver com as profundezas de
seu ser.
Existem coisas surpreendentes na bíblia acerca da alegria: na última fala de Jesus com
seus discípulos, o Senhor ofereceu-lhes “Eu lhe dou a minha alegria - o meu gozo”,
mesmo quando estava caminhando para o Getsêmani.
Hebreus menciona isto quando registra que nosso Senhor chamou-o “da alegria que lhe
estava proposta” (Hb 12:2). Ele suportou a cruz, e até mesmo quando suportava a dor,
isso não lhe afetava quanto à alegria. Só Cristo pode oferecer esta alegria. É uma dádiva
dada pelo Espírito Santo. A bíblia diz que esta alegria é a nossa força (Ne 8:10).
Isso tem haver com aquilo que Filipenses no (v: 3) chama de “adorar a Deus
verdadeiramente”. Se você adora a Deus em Espírito e em verdade, seu coração pode
transbordar de alegria mesmo no vale do desespero, nas circunstâncias mais miseráveis e
penosas, como experimentar uma tristeza profunda pela perda de um ente querido. Ainda
assim você poderá se extasiar com a alegria do Senhor, alegria essa que vem pela presença
do Espírito. E é por isso que a alegria tem direito de estar na lista dos frutos do Espírito
(Gl 5:22).
No v: 2 quando Paulo diz: “Acautelai-vos dos cães”. É intensa sua hostilidade para com
os judaizantes perseguidores, que o estão seguindo e se infiltrando nas igrejas que ele
fundou. A palavra “cães”é usada para descrever estes obreiros maus.
Para os judeus um cão era considerado animal impuro, visto que não podia ser sacrificado
nem comido. Então quando Paulo fala dos seus adversários como cães, como gente impura
que acham que estão agradando a Deus, mas não estão com sua falsa religiosidade. Ele
prossegue descrevendo os falsos mestres como “mutiladores”, ou seja, eles se mutilam
praticando a circuncisão. Não que Paulo se opusesse à circuncisão; ele próprio circuncidou
a Timóteo (At 16:3). O que ele condenava era dar a este ritual judaico um valor que não
podia ter mais, especialmente no caso dos gentios convertidos (os que não eram judeus).
Circuncisão era o sinal característico do homem judeu, significando que ele estava incluído
nas promessas da aliança de Deus feitas a Abraão e aos seus descendentes. Era um pacto
que na época fez com que Israel fosse o povo eleito de Deus.
V: 3 – Paulo afirma que nós, a Igreja de Cristo (como um corpo), que somos a “circuncisão
verdadeira”, e que tem se tornado o único herdeiro legítimo das promessas salvadores de
Deus dadas à Abraão. Essa circuncisão verdadeira à qual Paulo se refere em (Rm 2:29) é a
circuncisão do coração; não mais um ritual carnal, mas um coração mudado. A crucificação
de Jesus Cristo é a circuncisão que Deus colocou à disposição de todos nós.
Em Ez 36:26, Deus diz: “Eu vos darei um novo coração, e porei dentro de vocês um
espírito novo”.
A promessa é que Deus implantará seu Espírito transformando pessoas de corações
endurecidos e daquelas que dependiam inteiramente de si, em pessoas com um coração
cheio de amor, paz e alegria de espírito. E somos lembrados desse novo pacto ou dessa
nova aliança, toda vez que celebramos a ceia do Senhor.
V: 4-6 - A oposição que Paulo enfrentava nos primeiros anos do seu ministério era em
grande parte a dos mestres judeus que se gabavam de ter credenciais pessoais
importantes como autoridades religiosas. É então que o apóstolo não hesitou em compararse aos maiores dentre eles, enquanto negava, ao mesmo tempo, que valesse alguma coisa
seu prestígio religioso judaico. O que ele diz é o seguinte: “Se a questão é ter razões para
confiar em si próprio, eu tenho mais do que todos” v:4. Ou seja, a despeito dos currículos
impressionantes dos mestres judeus, Paulo diz ter o maior saldo em “vantagens religiosas”
do qualquer um deles.
Nos versículos 5 e 6, Paulo faz uma lista de seus bens religiosos, e põe a circuncisão
como o primeiro que perdeu a fim de ganhar a cristo. Ele não escolheu ser circuncidado,
ser benjamita, foram benefícios que ele atribuía à graça selecionadora de Deus. Ele
prossegue, citando os itens ganhos por escolha e esforço próprio. Escolheu ser Fariseu,
isto é, membro do partido religioso mais rigoroso. Paulo diz: “Escolhi ser fariseu, e fui
mais além. Tornei-me extremamente zeloso para proteger a verdade que eles
acreditavam”. Foi por esta razão que encontramos Paulo encabeçando o apedrejamento de
Estevão (At 8:1), isso antes da sua conversão. Somando as sete vantagens, que para um
Judeu era as melhores honras e posições que poderia se ter. Paulo termina a lista dizendo
que teve a melhor honra de todas, que foi a de uma mudança de valores, quando teve um
encontro com Cristo e submeteu a sua vida por inteira a Ele.
Parafraseando Paulo: “Somei todos os milhões que eu tinha ganho com as minhas vantagens
religiosas do passado, e percebi que elas eram como zeros sem o dígito ‘um” na frente.
Portanto elas não trazem absolutamente nada. Comparado ao valor de Cristo. Isso ele
afirma no v: 7 “ O que era para mim lucro ( pois eu tinha tudo) considerei como
perda, por causa dos novos valores que adquiri em Cristo Jesus”. É o perder para
ganhar.
Perder é ficar sem uma coisa permanentemente, é como se seu anel de casamento caísse
em um profundo oceano, não tem como recuperá-lo. Você tem a certeza que isso é perda
irrecuperável. Por isso que Paulo deu tanta ênfase em dizer “eu perdi tudo para ganhar
Cristo”. Ele perdera os valores religiosos judaicos, sua posição privilegiada, seu nome
(Saulo). Além das perdas passadas existem as perdas presentes.
Esta perda é como diz o v: 8, é pela “excelência de conhecer a Cristo”. Paulo considera
aqueles valores como refugo, lixo. E ainda continua dizendo: “Eu ainda estou ganhando”.
A bíblia diz em (Oséias 6:3) “Conhecereis e prosseguirei em conhecer o Senhor”.
Conhecer a Cristo significa um cancelamento definitivo das coisas que são ou foram inúteis
para nós. Conhecer o filho de Deus está muito acima de todo o valor ganho com esforço
próprio, ou pela força da nossa carne. Cristo é o nosso bem maior, como diz a canção: “Não
tenho outro bem além de Ti”. Isso Paulo diz em (Rm 11:36) “ Porque Dele e por meio Dele
e para Ele são todas as coisas, glórias são dadas à Ele”.
Segue a nossa 1ª reflexão: Será que realmente queremos perder algumas coisas do nosso
passado (como posição, poder, reconhecimento etc...), para realmente ganhar outros
valores em Cristo?
Se você vê Cristo como quem lhe deu a vida, então você o “ganhou”. Você perdeu tudo para
ganhar a pérola de grande preço. Examine sua vida hoje. Onde você está em relação a
perder tudo a fim de ganhar a Cristo?
Nos versículos 9-16, Paulo contemplava um futuro que incluía seu relacionamento com
Cristo. E concentra todas as suas energias para alcançar aquela meta. (de ser achado em
Cristo).
O motivo que Paulo tem para lançar fora do barco da sua vida todos aqueles valores
religiosos se encontra no v:9: “ser achado nele, não tendo justiça própria...”. Deus
oferece a graça à todos por meio de Jesus, a justificação, que absolve os nossos pecados
e nos declara justos, isso não depende de nada de bom que possamos oferecer em troca.
V: 12 – 14: “Mas prossigo para alcançá-lo”, no original grego a palavra prosseguir
significa “concentrar esforços”. É por isso que Paulo se esquecera “das coisas que pra
trás ficam, avançando para o alvo”. A palavra avançar no original grego significa:
“esticar-se ao máximo”. E o alvo era encontrar-se com Cristo.
Vemos a diferença entre Paulo e alguns cristãos mornos, que se tornam espectadores ao
invés de corredores na corrida do Reino de Deus. Eles não contemplam a vida como uma
corrida, como o prêmio a ser ganho no fim. Mas a única luta que travam é para melhorar
esta vida aqui na terra, buscando mais conforto, prazer e reconhecimento humano.
Nos versículos 17-21, Paulo nos convida a sermos modelos (exemplos de vida) para as
pessoas.
Paulo diz no v: 17: “sede meus imitadores e observai o meu modelo”. Penso que uma
pessoa precisa ser um exemplo de vida, para pedir alguém para imitá-lo.
Segue a nossa 2ª reflexão: Será que estamos sendo modelo ou exemplo de vida para as
outras pessoas?
Nos versículos 18-21 – Paulo termina com uma reflexão sobre o nosso corpo.
Até que ponto o nosso corpo reflete a Cristo? Temos como Paulo, subordinado e
escravizado nosso “homem exterior”. Ou estamos idolatrando o nosso corpo, como alguns
que vivem como inimigos da cruz, e o chamaram de “deus do ventre”, pois eles só davam
importância aos seus apetites, tanto para os alimentos suculentos como para o sexo
impuro.
Se realmente entregamos nossa vida a Cristo, oferecemos nossa vida no corpo para que
ele habite e o utilize como quiser. Pois somos templos e habitação do Seu Espírito.
FILIPENSES - Capítulo 4
Leitura dos versículos (1-7)
Como aprendemos no estudo anterior, que um dos termos básicos de Filipenses é a palavra
“alegria”. Mas apesar da injusta prisão de Paulo, ele expressa sua alegria pela sua família
em Cristo. E este amor dos irmãos que compuseram a igreja de Filipos encheu o coração
daquele que investiu suor e sangue para ganhá-los. (v: 1).
Paulo menciona sobre as brechas que favoreceram o abalo da igreja, que foi a falta de
entendimento entre Evódia e Síntique, valiosas cooperadoras do apóstolo no início da
fundação da igreja. Mas um desentendimento rachou a comunhão, e não houve suficiente
espiritualidade para consertá-la. E é numa hora dessas que é de grande vantagem, ter um
“fiel companheiro de jugo” (possivelmente seu nome era Suzuco), capaz de auxiliar essas
duas mulheres na reconciliação de suas diferenças. (v: 2)
Paulo não se orgulhou em trabalhar isoladamente, mas em equipe. Formada por: Evódia,
Síntique, Clemente, Suzuco “o fiel companheiro” e os demais colaboradores. (v: 3). O
apóstolo fica contente com o sucesso da sua equipe, pois foram homens e mulheres que
levantaram e sustentaram as mãos dele. Como fizeram Arão e Hur a Moisés (Ex 17:12).
Paulo expressa novamente, “regozijai-vos no Senhor, sempre”. (v: 4). Isaías predisse, 700
anos antes de Cristo, que os remidos tirariam com alegria “águas das fontes da
salvação” (Is 12:3). Apesar desta e outras promessas encorajadoras, muitos crentes
revelam profunda insatisfação e tristeza. As fontes da salvação não jorram águas alegres,
louvor e gratidão, mas azedas reclamações devido às circunstâncias que não gostariam de
ter passado ou estarem passando. Enquanto uns aprendem com Paulo, a viver contentes e
produzir um doce suco, outros se assemelham ao vinagre.
Além da constante alegria que o cristão deve mostrar, também necessita de moderação
que o mundo observa (V: 5). A palavra moderação em grego comunica uma atitude de
consideração e grandeza de coração, capaz de perdoar e desprezar os próprios direitos.
Devemos ter um espírito tolerante e misericordioso que afasta a obrigação de cobrar
todos os direitos, ou vingar-se de todas as injustiças.
Um dos mandamentos menos observados pelos filhos de Deus é o de não permitir que a
ansiedade sobre coisa alguma penetre no coração (V: 6). Talvez você seja semelhante a
uma panela de pressão que à medida que as circunstâncias se tornam mais e mais quentes,
a pressão aumenta. Ter um coração ansioso nos leva ao descontentamento, que se externa
com reclamações e queixumes. Mas reprimido no coração, poderá levar-nos a uma explosão
com conseqüências incalculáveis. E como é difícil perdoar quem perdeu o controle. É o tipo
de ansiedade que não se neutralizou na “paz de Deus” (V: 7), e vai aumentando até explodir
em palavras ou atos violentos (Tg 3:8-12).
Você já conseguiu experimentar a “paz de Deus que excede todo o entendimento”? Essa
paz emana da segurança absoluta de que todas as circunstâncias que surgem na vida,
especialmente as que estão fora de nosso controle, mas que estão no controle de Deus,
cooperam para o nosso bem. Lancemos Nele toda a nossa ansiedade, porque ele tem
cuidado de nós. (I Pe 5:7).
A segunda parte do V: 6 manda que “em tudo, sejam conhecidas diante de Deus as vossas
petições. Pela oração e pela súplica, com ações de graça”. O antídoto à ansiedade e
descontentamento encontra-se na oração da fé. Com a oração colocamos “cercas” nas
entradas da nossa mente e do nosso coração, para impedir a penetração de pensamentos
oriundos do tentador.
Leitura dos versículos (8-13)
Pensamentos são companheiros constantes enquanto vivemos acordados. Vimos que a
maneira mais efetiva para combater pensamentos negativos é através da oração.
Precisamos ter os nossos pensamentos vigiados. Um filho de Deus deve concentrar sua
mente e ocupar o seu pensamento em “tudo que é verdadeiro, tudo que é respeitável,
tudo que é justo, tudo que é puro, tudo que é amável e em tudo que é de boa fama”.
(V:8).
Há pelo menos duas coisas que todo os ser humano necessita: ser amado e ser aceito.
Devemos ter pensamentos amáveis e longânimos. Porque não concentrar um amor
deliberado no irmão menos amável da igreja? Porque não levantar uma onda de
comentários positivos e verídicos a respeito do irmão que tenho menos afinidade? Isto
pode ser uma boa prática para o nosso grupo nesta semana.
A bíblia nos ensina que devemos ter “a mente de Cristo” (I Co 2:16). Devemos ser
pessoas maduras que pela renovação da nossa mente, rejeitamos ter uma mente moldada
segundo “este século”, e para que possamos “experimentar a boa, agradável e perfeita
vontade de Deus” (Rm 12:2). Sujeitando-nos ao poder do Espírito, podemos levar cativo
todo pensamento à obediência de Cristo.
Então, como não deixar a nossa mente ser moldada segundo “este século”? Penso que a
resposta certa seria em saber escolher as fontes dos nossos pensamentos. Eles devem
gravitar na direção de tudo que merece louvor e comentários de apreciação. Devemos
deixar que os nossos pensamentos sejam filtrados pela peneira do Espírito, não deixando a
nossa mente acumular pensamentos inconvenientes.
O apóstolo Paulo anima a igreja de Filipos a praticar tudo o que ele ensinou, e que não se
esqueçam de fazer o que ouviram da sua boca. Freqüentemente ouvimos a mensagem nos
cultos aos domingos, mas logo na segunda-feira esquecemos-nos de tudo e principalmente,
de praticá-la. (v: 9).
Nos versículos 10-13, Paulo exterioriza seu profundo contentamento com a oferta que os
Filipenses mandaram pelas mãos de Epafrodito, para o seu sustento na prisão. Sua
satisfação não se baseava na oferta em si, mas no Deus que mais uma vez renovou sua
bondade por intermédio dos Filipenses.
Paulo confessa que aprendera um segredo que é: viver contente em toda e qualquer
situação (V:11). Quem ensinou ao apóstolo tão importante lição? Não seria o próprio Jesus
que recusou fazer de pedras pães, ainda que passando cruciante fome depois de 40 dias
de jejum (Mt 4:3,4).
Paulo diz: “sei estar humilhado” (v:12). Neste contexto humilhação, não se refere à reação
que cria ou revela a vergonha, mas a diminuição dos recursos materiais. Fome e miséria
simplesmente não preocupavam a Paulo, pois ele estava profundamente contente. Ele
prossegue dizendo: “sei ser honrado e ter abundância”. Estas palavras tratam do
transbordar; receber mais do que necessário.
O aumento de bens materiais, o salário crescendo, ou uma herança recebida, desafia o
cristão a procurar saber o que Deus pretende com as “bênçãos” assim. Temos certeza que
toda abundância vem para testar nosso amor a Deus e ao nosso irmão. A “benção”, não vem
para nos fartar, mas para “acudir ao necessitado” (Ef 4:28b). Deus nos dá para investir em
amigos e irmãos. Paulo testemunha acerca do que fez com o que transbordava (At
20:34,35). Escreveu para os coríntios que a abundância deles deve suprir a falta dos
crentes judeus em Jerusalém (II Co 9:10,11).
Paulo encerra esta parte dizendo uma famosa frase: “tudo posso naquele que me
fortalece” (V: 13). Deus é que nos dar forças para passarmos pela escassez, e para
fazermos uma boa ação mediante a “fartura”.
Leitura dos versículos (14-23)
Notamos que o V:14 mostra a necessidade de Paulo e o suprimento da igreja de Filipos. Em
(I Jo 3:17) diz: “Aquele que possuir recursos deste mundo e vir seu irmão padecer
necessidade e fechar-lhe o coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?”. Para
que a igreja seja chamada “corpo de Cristo”, as necessidades devem ser supridas.
Paulo diz: “Mesmo em grande tribulação (aperto e necessidade) e profunda pobreza,
superabundou em grande riqueza a sua generosidade”. Os Filipenses participaram os seus
bens mais de uma vez, não porque Paulo os persuadiu ou os pressionou, mas por amor.
Paulo tendo aprendido a viver com fartura, como também com fome, não passou seus dias
na prisão esperando ou pedindo donativos (v: 17). Na generosidade sacrificial dos
Filipenses, ele percebeu “o fruto” do evangelho, que aumentava o crédito deles perante
Deus. Mas o mais significativo era a espontaneidade da igreja que Paulo recebera. Ele
recebeu tudo, teve abundância e ficou suprido, desde que Epafrodito lhe passou “às mãos
o que veio da igreja” (v: 18). Paulo recebeu o suficiente para pagar o aluguel da casa em
Roma, onde ele estava preso e comprar mantimentos para se manter. E ainda sobrava para
ajudar seus companheiros.
Na igreja devemos ser lembrados constantemente de que quem entesoura para si mesmo é
um tolo e quem reparte com os necessitados é um sábio. É vontade de Deus que a
necessidade dos outros seja suprida pela nossa generosidade, para que sejamos ricos para
com Deus. Jesus afirmou: “Mais bem-aventurado é dar que receber”. Quem supre a
necessidade de um irmão compartilha a vida com ele.
A reação de Deus a nossa atitude é o que Paulo menciona no v: 19: “O meu Deus segundo
a Sua riqueza e glória, há de suprir em Cristo Jesus todas as coisas”. Esta palavra
suprir no original significa “transbordar”.
Paulo termina esta epístola com a petição a Deus para que a graça de Jesus seja com o
espírito dos Filipenses e com o corpo de Cristo.
Deus os Abençoe!
Estudo Elaborado pela: Pastora Jaciléa Donadio