ilhabela - Revista Náutica
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ilhabela - Revista Náutica
são paulo rio de janeiro minas gerais espírito santo ilha anchieta A Alcatraz de Ubatuba edição nº 5 | junho 2014 | R$ 12,00 As 12 melhores coisAs de ilhAbelA ou uma dúzia de motivos que tornam a ilha mais bonita de São Paulo ainda mais gostosa Xi, não pega... Tudo o que você precisa saber sobre baterias, para não ficar a ver navios... prancha de pesca Um stand up paddle para quem gostar de remar e pescar pra que isso? As tralhas inúteis mais comuns a bordo dos barcos e como elas atrapalham Índice NESTA EDIÇÃO... POR JORGE DE SOUZA aMPro4 POR JORGE DE SOUZA A ALCATRAZ DE UBATUBA FOTO TONY FLEURY ainda vive das lembranças do tempo em que era um U m a d ú z i a d e ( ó t i m o s ) m o t ivo s q u e d e i x a m a m a i s b on it a i l h a do l itora l p au l i st a a i n d a m a i s l i n d a famigerado presídio, cuja história terminou em tragédia 32 NÁUTICA SUDESTE pág. 16 UÉ, NÃO PEGA... 1 BATERIAS Sem elas, nenhum barco a motor vai a lugar algum. Mas poucos donos de lanchas dão a devida importância a este equipamento tão fundamental quanto o próprio motor V ocê já deve ter vivido isso. Planeja o passeio, convoca a família, convida os amigos, liga para a marina mandando colocar a lancha na água e, lá chegando, liga a chave, aciona a partida e... nada. O motor mal se move. Pronto! Lá se foi o passeio. E por causa da bateria, que está descarregada. Para evitar isso, há alguns cuidados a serem tomados, mas o primeiro de todos é saber se a bateria está dimensionada para a carga necessária a bordo. Dimensionar as baterias de um barco é algo que exige certa habilidade com números, mas não chega a ser complicado. Mas, antes de mais nada, é preciso compreender como se mede a carga de uma bateria, o que é dado em Ah ou “ampères-hora” e que, ao contrário do que muita gente imagina, não significa ampères “por” hora. Esta medida apenas indica a corrente elétrica constante liberada durante um período de 20 horas, antes de a bateria ficar 74 sem carga. Para saber de quanto é essa corrente, basta dividir o número de Ah por 20. Assim sendo, uma bateria de 100 Ah, por exemplo, proporciona 5 A durante 20 horas, entendeu? Com base nisso, defina quantos aparelhos elétricos e eletrônicos terão de ser alimentados pela bateria e se a rede de energia a bordo é de 110 V e 12 V (por meio do uso de um inversor) ou apenas 12 V. Em seguida, faça uma lista de todos os aparelhos a bordo e verifique qual a potência de cada um (para aparelhos de 110 V) ou o consumo em ampères (para aparelhos de 12 V). Vamos supor que você queira instalar um forno de micro-ondas (cuja potência é de 1 300 W), uma tv (200 W), duas bombas de porão (5 A cada), uma bomba de água doce (6 A), luzes de fundeio (1 A) e um gps de 5 polegadas com sonda (1A). Nesse caso, você deve transformar em ampères todas as medidas e somar. Para fazer essa conversão, divida o valor Baterias do tipo chumbo-ácido têm uma taxa natural de autodescarga mensal que vai de 1% nas melhores marcas (feitas com ligas de PbCa/ chumbo-cálcio ou PbCaAg/chumbo-cálcio prata) a 10 % nas mais comuns (liga de PbSb/chumboantimônio). Mas outros fatores também aceleram a autodescarga, como temperatura ambiente elevada, alta umidade e tempo de uso da bateria. Por isso, mesmo que não pretenda sair com o barco, ligue (ou peça para alguém da marina ligar) o motor pelo menos uma vez por semana, a fim de repor essa perda natural de energia de toda bateria. 2 3 4 Aguardar um tempo entre uma tentativa e outra de partida indicado em Watts por 12. No caso da tv, por exemplo, 200 W ÷ 12 = 16,7 A. Faça, então, uma estimativa de quanto tempo utilizará cada aparelho por dia e multiplique esse tempo pela potência do aparelho. Para a tv, três horas por dia estão de bom tamanho. Para o micro-ondas, calcule no máximo meia hora. Gps com sonda, cerca de oito horas. Luzes de fundeio, outras oito horas/dia. E assim por diante. No caso da tv, a conta seria 16,7 A x 3 horas, o que dá 50 A/dia. O micro-ondas, 55 A/dia. O gps com sonda, 8 A/dia. Pronto: é só somar tudo e obter o consumo diário estimado para a sua lancha. Por fim, para ter uma margem de segurança de dois dias sem ter de recarregar as baterias, multiplique o consumo total por dois (para veleiros, o ideal é multiplicar por duas vezes e meia). Assim, se o consumo diário foi de aproximadamente 140 A, a capacidade das baterias deve ser de 280 Ah (ampère-hora). Como não existe uma bateria com tanta energia, é Você e seu barco O consumo médio de energia dos equipamentos mais frequentes em um barco Ligar ou mandar ligar o motor pelo menos uma vez por semana TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE Por duas razões básicas: a primeira é que a energia elétrica da bateria vem de uma reação química. Portanto, deixá-la “repousar” entre uma tentativa e outra permite que essa reação se complete, “acumulando” assim energia suficiente para a próxima tentativa. E a segunda razão é evitar superaquecimento do motor de arranque. Só usar baterias do tipo “náutico” Há algumas características importantes que as baterias para uso náutico têm que as comuns, de automóveis, costumam não apresentar, como capacidade de operar inclinadas, maior resistência a temperaturas elevadas, maior controle da emissão de gases nocivos, maior resistência mecânica da estrutura, menor taxa de autodescarga e maior vida em ciclos de carga-descarga. Ampères Horas Ampères/ uso dia Luz da âncora 0,80 Guindaste da âncora 150,00 Piloto automático 0,70 12h00 9,60 0h12 30,00 8h00 5,60 Exaustor do porão 6,50 0h12 1,30 2 ventiladores na cabine 0,20 48h00 9,60 3 lâmpadas fluorescentes p/ a cabine 0,70 12h00 1 lâmpada incandescente p/ a cabine 1 lâmpada p/ mesa de navegação (10 W) 2,10 1h00 8,40 0h30 0,40 0,10 8h00 0,80 6,00 0h30 3,00 Sonda de profundidade 0,20 8h00 Indicador de combustível 0,30 24h00 7,20 GPS 0,50 8h00 4,00 Inversor 1,60 0,20 2h00 0,40 100,00 0h06 10,00 Bomba de porão 15,00 0h06 1,50 Bomba de água doce 6,00 0h02 0,20 Forno de micro-ondas (600 W) Bomba do tanque de esgoto 2,00 Radar 4,00 3h00 4h00 4h00 3,20 5,00 12h00 60,00 2,50 8h00 20,00 0,80 8h00 1,00 Televisão (13 polegadas) Hodômetro 2h00 3,50 2h00 0,10 8h00 0h12 S im, é um filme. Faça o teste: abra os paióis do seu barco e coloque tudo o que há neles para fora. Depois, espalhe tudo no convés e responda: será que você precisa mesmo levar tudo isso a bordo quando sai para um simples passeio? Será que irá mesmo precisar de tantas mangueiras, galões e ferramentas ou apenas uma ou outra coisa já daria conta de eventuais problemas? Acumular coisas inúteis a bordo (as chamadas “tralhas”) é um hábito que 99% dos donos de barcos cultivam. Mas não deveriam, porque qualquer coisa pesa e peso é algo crucial no desempenho de qualquer barco — seja ele a vela ou a motor. É bem provável que você mesmo esteja levando uma série de quinquilharias e inutilidades náuticas a bordo, com a mínima chance de vir a precisar de alguma delas — se é que se lembrará delas, caso seja preciso. Peso rouba muito desempenho. Só para ter uma ideia, numa lancha de 26 pés, 100 quilos extras a bordo (coisa fácil de juntar quando há espaço para guardar coisas a bordo) representam uma queda de cerca de 10% no desempenho e elevam o consumo em outros 5%. E a grande maioria dos barcos de médio porte carrega bem mais do que isso na forma de tranqueiras que jamais serão usadas e que ficam esquecidas nos armários da cabine e paióis do convés. Outra consequência do acúmulo de coisas a bordo é o aumento no risco de incidentes, especialmente se o porão do casco também for usado como depósito, o que jamais deveria ocorrer, por sinal. Qualquer coisa que deslize pode romper a fiação ou impedir o funcionamento do motor. Sem falar que peso excessivo compromete a estabilidade de qualquer barco. 0,10 0,80 Geladeira Luz de navegação Luz de navegação tricolor PRA QUE TUDO ISSO? Juntar tralhas a bordo é um hábito de todo dono de barco. Mas isso pode custar caro 16,00 2 lâmpadas halogênicas p/ leitura Toca-fitas EM PÉ OU SENTADO Na F-Men, que é bem mais larga do que as pranchas convencionais, é até possível remar sentado, mas o objetivo da cadeirinha é apenas aumentar o conforto durante a espera pelos peixes 2,10 0,80 Iluminação da bússola Iluminação do convés SUP PARA PESCAR 6,40 2,00 Os pescadores acabam de ganhar mais uma opção para pescar: esta nova prancha inflável de stand up 7,00 0,80 Ao recarregar a bateria, faça isso bem lentamente SSB (receptor) 30,00 SSB (transmissor) 30,00 0h12 6,00 A corrente elétrica máxima para recarregar uma bateria é de 10% do valor de sua capacidade. Exemplo: uma bateria de 100Ah deve receber, no máximo, 10Ah. Correntes maiores que isso geram superaquecimento, o que causa danos permanentes. E baterias armazenadas por muito tempo devem ser carregadas com correntes ainda menores, perto de 5%. Videocassete 2,00 2h00 4,00 2,50 VHF (receptor) 0,50 4h00 2,00 VHF (transmissor) 5,00 0h12 1,00 Indicador de vento 0,10 8h00 0,80 DVD 1,10 4h00 4,40 NÁUTICA SUDESTE NÁUTICA SUDESTE S 75 pág. 74 Por que é legal? É bem mais larga É inflável, mas rígida Tem três câmaras de ar Cabe no porta-malas n Tem acessórios específicos n Não molha o pescador n Custa menos que um barquinho n n n pág. 69 n e depender apenas da criatividade dos fabricantes e usuários de pranchas a remo, a onda do stand up paddle (ou apenas “sup”) só tende a aumentar. Nascidas originalmente apenas para remar e, em seguida, ampliadas para surfar (usando, neste caso, o remo como uma espécie de “leme” potencializador de manobras), as grandes pranchas que logo viraram moda no mundo inteiro não param de ganhar novos usos e modelos - já são usadas para até para fazer ioga sobre a água! A mais recente novidade é esta prancha, a F-Men, da marca carioca Kaneca, que foi criada para atender aos pescadores - sim, um sup para pesca, o que até então não existia. Ela é inflável (leva menos de três minutos para encher, com a bomba manual que acompanha a prancha), pesa apenas 14 quilos, quando vazia cabe no porta-malas de qualquer carro, é feita com duas camadas de PVC, que aumentam a resistência e rigidez, tem três câmaras de ar em vez de apenas uma, como nas pranchas infláveis convencionais, e é bem mais larga do que demais (tem 40 polegadas de largura contra pouco mais de 30 da maioria), justamente para aumentar o espaço e a estabilidade para o pescador, que nem sempre está a fim de se molhar. Aliás, segundo o fabricante NÁUTICA SUL 78 Portanto, a regra é, de tempos em tempos, fazer o que o primeiro parágrafo deste texto sugere (botar tudo pra fora e fazer um pente fino) e, dali em diante, passar a perguntar a si mesmo qual a real utilidade de qualquer coisa que entrar a bordo e nele ficar. Afinal, pra que levar três latas de óleo se uma só já basta para completar o nível do motor, no caso de um (improvável, por sinal) vazamento durante um passeio? Pense nisso. E em muitas outras coisas também. A tralha mais frequente O que geralmente vai a bordo, sem a menor necessidade O QUÊ? E PRA QUÊ? MUITOS LIVROS Não basta aquele que você está lendo? MUITAS PANELAS Não bastariam duas ou três delas? TODAS AS FERRAMENTAS Uma caixa já dá conta do recado CAPA DO BARCO Você pretende cobri-lo durante o passeio? LOUÇAS DE PORCELANA Vidro pesa bem mais que plástico. E quebra MUITAS PEÇAS De que adianta, se não há como trocá-las? ROLOS DE CABOS Um a mais é mais do que suficiente VERSÃO ELETRÔNICA gRÁTIS! 69 Acesse www. nautica.com.br/ nauticasudeste e baixe, de graça, esta edição de NÁUTICA SUdeSTe MINAS GERAIS ESPÍRITO SANTO SÃO PAULO RIO DE JANEIRO MINAS GERAIS ESPÍRITO SANTO 300 CLASSIFICADOS EDIÇÃO Nº 1 | OUTUBRO 2013 | R$ 12,00 são paulo rio de janeiro minas gerais espírito santo SÃO PAULO RIO DE JANEIRO MINAS GERAIS ESPÍRITO SANTO 300 CLASSIFICADOS são paulo rio de janeiro minas gerais espírito santo PARA VOCÊ COMPRAR UM BARCO USADO para você comprar um barco usado EDIÇÃO Nº 3 | FEVEREIRO 2014 | R$ 12,00 NAZARÉ PAULISTA A represa que é uma surpresa edição nº 4 | abril 2014 | r$ 12,00 NOVA REVISTA A Alcatraz de Ubatuba EDIÇÃO Nº 5 | JUNHO 2014 | R$ 12,00 As 12 Melhores CoisAs de ilhAbelA R io TieTê DÁ PRA CRER? Quanto mais se afasta de São Paulo, mais o rio mais mal falado do país surpreende As dúvidas que todo pescador iniciante sempre tem O REI DO ANZOL O que o mais famoso pescador de mar tem a ensinar CHURRASCO NO BARCO As dicas para o seu passeio ficar ainda mais gostoso SÃO PAULO BOAT SHOW 2013 Os barcos que você não pode perder Edição 1 XI, NÃO PEGA... São Sebastião O endereço certo do verão CARRETILHA OU MOLINETE? Tudo o que você precisa saber sobre baterias, para não ficar a ver navios... Ilhas e PraIas de Ou uma dúzia de motivos que tornam a ilha mais bonita de São Paulo ainda mais gostosa PRANCHA DE PESCA Um stand up paddle para quem gostar de remar e pescar PRA QUE ISSO? As tralhas inúteis mais comuns a bordo dos barcos e como elas atrapalham VICE-PRESIDEnTE Denise Godoy um rotEiro PElo rio tiEtê E + Piçinguaba, Litoral Norte de SP AVARÉ A represa de que todo mundo gosta O que fazer para se proteger bem REDAÇÃO E ADmInISTRAÇÃO Av. brigadeiro Faria lima, 3 064, 10o andar, CEP 01451-000, São Paulo, SP. Tel. 11/2186-1000 DIRETORA DE mERCADO náuTICO mariangela bontempo [email protected] COlAbORARAm nESTA EDIÇÃO: Haroldo J. Rodrigues (arte), Aldo macedo (imagens), maitê Ribeiro (revisão) Os lançamentos do São Paulo Boat Show SOL DE VERÃO Edição 2 DIRETOR COmERCIAl Afonso Palomares [email protected] DIRETOR DE REDAÇÃO Jorge de Souza [email protected] NOVOS BARCOS PESCA DE PRAIA 11 dicas para se dar bem com os peixes areia ilhas E Praias dE são sEbastião E + Represa de Avaré publicidade Náutica SudeSte 250 classificados edição nº 2 | dezembro 2013 | r$ 12,00 ILHA ANCHIETA PRESIDEnTE E EDITOR Ernani Paciornik 6 27/05/14 18:02 BAIXE TAMBÉM AS EDIÇÕES ANTERIORES DE gRAÇA PARA VOCÊ COMPRAR UM BARCO USADO RIO DE JANEIRO pág. 78 NÁUTICA SUDESTE 78 Tralhas_REV OK.indd 78 SÃO PAULO 33 pág. 32 Farol QUANTO CADA COISA CONSOME 4 dicas para não ficar sem bateria na hora agá NÁUTICA SUDESTE 17 NÁUTICA SUDESTE Você e seu barco NÁUTICA SUDESTE FOTOS DIVULGAÇÃO 16 ILHABELA MELHORES COISAS DE Mesmo com lindas praias e muito verde, a Ilha Anchieta FOTO JORGE DE SOUZA PRESA AO PASSADO A Ilha Anchieta, coladinha ao continente, e as ruínas do presídio que existia na ilha: um passeio que contempla história e natureza ExECuTIVOS DE COnTAS Eduardo Santoro [email protected] Eduardo Saad [email protected] Glauce Gonçalez [email protected] A PrAiA dos B Em AngrA, ninguEm rEsistE A tEntAcAo dA PrAiA do dEntistA COMO COMBATER O ENJÔO Tudo o que você pode fazer para (tentar) não enjoar no mar Edição 3 VELA PARA CRIANÇAS As escolas do Rio e de São Paulo que ensinam a velejar rcos E MAIS... As outras praias ainda mais bonitas de ANGRA DOS REIS os agitos da Praia do dEntista E + Outras praias e ilhas de Angra dos Reis Nas Águas de Paraty DO ASFALTO PARA A ÁGUA Os passeios turísticos em ônibus-anfíbios são a nova onda no Rio NÃO FAÇA ONDA! Você sabe o que uma simples marola é capaz de fazer? RIO BOAT SHOW 18 bons motivos para você ir ao salão Edição 4 na águas dE Paraty E + Represa de Nazaré Paulista Guilherme Rabelo [email protected] leide Ortega [email protected] PARA AnunCIAR [email protected] Tel. 11/2186-1022 NÁuTica SudeSTe é uma publicação da G.R. um Editora ltda. — ISSn 1413-1412. Abril 2014. Jorn. resp: Denise Godoy (mTb 14037). Os artigos assinados não representam necessariamente a opinião da revista. Direitos reservados. FOTOS DE CAPA marcio Dufranc e Tony Fleury CTP, Impressão e Acabamento — IbEP Gráfica Aconteceu... Fabricantes e expositores já confirmaram presença no grande salão paulista deste ano FOTOS MOZART LATORRE cOQueteL de LaNÇaMeNtO SÃO PauLO BOat SHOW 2014 ApresentAndo novidAdes Ao lado, Ernani Paciornik, organizador do salão, apresenta as novidades para este ano. Abaixo, Bill Gress, presidente da Mercury para a América do sul O local será o mesmo dos anos “anteriores: o Transamérica Expo Center escolhA com Atenção A escolha da localização dos estandes é um momento importante. Ao centro, Chico Fragoso e Rodrigo Chies, da Sailing. Ao lado, Marcio Schaefer com Lenilson Bezerra, da Associação dos Fabricantes Quem vier de outras regiões, “agências terá pacotes especiais das de viagens para o salão “ Este ano, o salão de São Paulo acontecerá entre os dias 25 e 30 de setembro estAleiros representAdos Acima, as equipes da Mestra e Ventura. À esquerda, Eduardo Colunna, da Colunna, com Paulo Thadeu, da Real, e Antonio Galízio, da Intech. À direita, Edward Moraes, da Phoenix, escolhe o local do seu estande 8 Náutica SudeSte sorteio de prêmios A empresa aérea Swiss, que está apoiando o São Paulo Boat Show este ano, sorteou prêmios entre todos os participantes — que não foram poucos. Ao lado, uma das contempladas Náutica SudeSte 9 Aconteceu... PRESTIGE, muito além do que se pode imaginar. FeiRa aVeNtuRa Náutica FOTOS DIVULGAÇÃO Para mostrar a linha Ventura Marine, a concessionária Aventura Náutica promoveu um mês inteiro de feira, em Bertioga “ Além de conhecer os barcos, os visitantes também puderam testá-los na hora FeirA QUAse permAnente Quase toda a linha Ventura foi exposta na feira, que se estendeu por todos os fins de semana de maio. A iniciativa foi dos sócios da Aventura Náutica, Rubens Espallargas e Celso Ortolan (ao lado) aconteceu na Marina Capital, uma “ dasA feira melhores do litoral norte de São Paulo Loja Angra dos Reis Marina Pirata’s - Lj. 148B Escritório RJ - Iate Clube RJ Av. Pasteur, 333 Lj. 14 - Urca (21) 2543-3070 Assistência Técnica - Lj. 06 (24) 3365-3880 10 Náutica SudeSte Representante exclusiva da PRESTIGE no Brasil com embarcações em pronta entrega. /yachtcentergroup www.yachtcentergroup.com Aconteceu... 1ª ReGata La BeLLe cLaSSe dO iate cLuBe de SaNtOS diretoriA presente Ao lado, o comodoro Berardino Fanganiello e a esposa, Manuela (ao centro), com Mario e Fernanda Simonsen, Jonas de Barros Penteado, Natalia Pupo e Carlos Calza. Abaixo deles, Roberto Geyer, comandante do barco Cairu III, e Odoardo Lantieri, diretor de vela do clube Para incentivar a preservação da história náutica, o Iate Clube de Santos começou a promover também regatas de veleiros clássicos Até Torben Grael participou “da prova, disputada nas FOTOS DIVULGAÇÃO/BETO SODRÉ águas do Frade, em Angra dos Reis participaram da primeira “regata14 barcos do gênero promovida pelo clube FestA e dispUtA Velhos amigos se reencontraram na raia, apesar do tempo frio e chuvoso. À noite, houve um jantar de premiação 12 Náutica SudeSte Até torben O vice-comodoro do clube, Jonas de Barros Penteado, recepcionou Torben Grael, que também participou das regatas, já que é um entusiasta dos veleiros clássicos POR jorge de souza 16 Náutica SudeSte Mesmo com lindas praias e muito verde, a Ilha Anchieta foto tony fleury foto jorge de souza presa ao passado A Ilha Anchieta, coladinha ao continente, e as ruínas do presídio que existia na ilha: um passeio que contempla história e natureza A ALCATRAZ de ubATubA ainda vive das lembranças do tempo em que era um famigerado presídio, cuja história terminou em tragédia Náutica SudeSte 17 fotos jorge de souza mariana boro ilha anchieta foto tony fleury ruínas turísticas A área do antigo presídio ocupa a principal praia da ilha (que não é a mais bonita), sempre visitada pelas escunas. Das velhas instalações, restaram boas ruínas. E histórias melhores ainda “ Quem chega é convidado a anhã de 20 de juvisitar o presídio nho de 1952, uma sexta-feira. Um peloe ouvir suas tão de 117 detentos marcha a caminho do trabalho histórias M diário de cortar lenha na mata, quando um deles dá o sinal e começa a barbárie. A primeira vítima, um dos dois únicos policiais que escoltavam aquela turma inteira de criminosos e bandidos, cai em seguida, alvejada por um disparo da arma tirada das mãos do outro policial, que foi rendido e amarrado a uma árvore. Em seguida, os amotinados avançam na direção do presídio e dão forma à pior rebelião de presos no Brasil até então, deixando um rastro de mortes e destruições, que durou o dia inteiro. A Ilha Anchieta nunca mais seria a mesma depois daquele 20 de junho de 1952. A história da Ilha Anchieta, um paradisíaco naco de mata atlântica com meia dúzia de praias bem diante do litoral sul de Ubatuba, se divide em antes e depois daquela data. Até então, como era costume nas ilhas do Brasil de antigamente, abrigava um famigerado presídio, com quase 500 detentos — o primeiro do país dedicado aos piores tipos. Depois, não só perdeu a condição de ilha-penitenciária como virou um pacífico parque dedicado à preservação do meio ambiente. Mas continuou a viver das lembranças e assombrações daquele triste dia, o que permanece até hoje. Náutica SudeSte 19 ilha anchieta “ A ilha é grande e muito bonita. A segunda maior do litoral paulista foto tony fleury playground dos barcos A Ilha Anchieta é hoje um parque de preservação do meio ambiente, mas sua visitação não só é permitida como estimulada. É o principal destino dos barcos de passeio de Ubatuba Uma ilha cheia de história Alguns fatos que marcaram a Ilha Anchieta ao longo dos tempos 1530 A ilha, então 1540 O padre 1800 A ilha chamada Pô-Quá vira morada do mais poderoso chefe dos índios tupinambás, o cacique Cunhambebe, que dominava todo o litoral entre os atuais estados do Rio e São Paulo. José de Anchieta se aproxima de Cunhambebe, para negociar o fim dos ataques aos portugueses. E consegue. Por isso mesmo, a ilha hoje leva o seu nome. ganha um destacamento do exército português para proteger a região contra os invasores holandeses e franceses, que vasculhavam o litoral. 20 Náutica SudeSte 1850 A Inglaterra monta uma base na ilha para combater o tráfico de escravos que vinham da África, algo então já proibido, mas ainda bem frequente no litoral brasileiro. 1908 É inaugurado o presídio, mas para abrigar apenas “vadios e vagabundos”, já que se tratava de uma colônia correcional. Na época, Anchieta ainda se chamava Ilha dos Porcos. 1914 O isolamento inviabilizou a colônia penal, que foi desativada, e os seus detentos, transferidos. A ilha foi, então, arrendada a um comerciante de pescados, mas logo tomada de volta pelo Estado. 1926 A ilha 1930 A ilha recebe 2 000 imigrantes russos, que o governo não sabia onde alocar. Mas 200 deles logo morrem, intoxicados pela mandioca, que não sabiam ser venenosa. Foram enterrados na ilha. volta a ser presídio, mas, desta vez, para abrigar os presos políticos gerados pela ditadura de Getúlio Vargas. Logo, contudo, começa a receber também criminosos comuns. 1934 Para homenagear os 400 anos do nascimento de Anchieta, a ilha é rebatizada com o nome do famoso padre e deixa de ser chamada de Ilha dos Porcos, nome dado pelos portugueses. 1945 Além 1952 Estoura de bandidos, o a rebelião que marcaria a história da ilha para sempre e, em seguida, começa a evacuação dos presos recapturados. Três anos depois, o presídio é definitivamente fechado. presídio passa a receber membros do grupo nipônico Shindo Renmei, que assassinava imigrantes japoneses que não acreditavam na vitória do Japão na II Guerra Mundial. 1977 A ilha inteira passa a ser um parque estadual, dedicado à preservação do meio ambiente. Mas, em respeito a sua história, manteve tudo o que restou dos prédios do presídio. 1983 O fechamento de um zoológico inunda a ilha de animais não nativos, como macacos e capivaras. A fauna aumenta, mas de maneira desequilibrada. Capivaras passam a frequentar o presídio. 1990 O Parque da Ilha Anchieta se estrutura para receber visitantes e vira um dos principais destinos turísticos do litoral norte de São Paulo. A ilha volta a ser famosa, por uma razão mais nobre. Náutica SudeSte 21 ilha anchieta T “ odos os dias, os visitantes que chegam à ilha a bordo de escunas de passeios ou de barcos particulares, depois de atravessarem a estreita faixa de mar que separa a Ilha Anchieta do continente, são convidados a visitar as ruínas do antigo presídio e ouvir a história da rebelião, muitas vezes contada por sobreviventes daquele próprio episódio. São os Filhos da Ilha, voluntários de uma associação que congrega os que escaparam do massacre de policiais e funcionários e seus descendentes, cuja missão é manter viva a memória da ilha. E nada na história da Ilha Anchieta (que os índios chamavam de Pô-Quá e os portugueses interpretaram erroneamente como “Ilha dos Porcos”) foi mais marcante do que a rebelião de detentos que ali aconteceu, 62 anos atrás. É uma história ainda viva, pulsante, com testemunhas oculares e que pode ser tocada e sentida nas úmidas paredes de tijolos carcomidos pelo tempo, que dão forma ao que restou dos barracões e solitárias que formavam o presídio. Só os telhados não suportaram o peso dos anos e desabaram, apesar dos esforços dos responsáveis pelo parque em manter no melhor estado possível as velhas instalações, construídas há mais de 100 anos e inauguradas em 1908. Enquanto ouvem as explicações e narrativas dos monitores do parque ou dos Filhos da Ilha (que só costumam aparecer nos fins de semana, quando aumenta o movimento), os visitantes, que ali chegam em busca de praias, mas acabam fisgados por peculiaridades bem mais interessantes da ilha, visitam celas, sentem as barras de ferro das janelas, caminham pelo mesmo piso sobre o qual passaram bandidos lendários e se horrorizam com o isolamento claustrofóbico das solitárias — nas quais mensagens escavadas pelos presos no cimento ao longo de anos de confinamento arrepiam ainda mais. 22 Náutica SudeSte em nome da preservação A ilha tem gostosas trilhas, mas nem todas as praias são acessíveis por terra, como a bela Praia de Leste (ao lado), onde só se chega de barco. Tem, também, muitos bichos, mas a maioria não nativos, por causa de um desastrado repovoamento no passado, que colocou quatis e capivaras na área do presídio ito cornelsen fotos jorge de souza Trilhas na mata levam a praias tão intocadas quanto na época dos presidiários Náutica SudeSte 23 ilha anchieta “ fotos jorge de souza Para inibir as uma delas, há o desefugas, os guardas nho de uma caveira no chão da cela. Em ouexibiam tubarões tra, uma frase de autoconsolo tenta amenizar capturados a penitência do preso: “É preciso conhecer o sofrimenentre a ilha e to para avaliar a felicidade”, diz o primitivo grafite, que resiste ao tempo na cela escura, com um vaso sanitário e Ubatuba mais nada. Impossível não se sentir impactado por aquele am- cenas da ilha Os tubarões que tanto assustavam os presos no passado (acima) hoje não existem mais nas águas da ilha, onde agora reinam apenas a beleza e a tranquilidade de suas praias, como a idílica Praia do Sul (ao lado) 24 Náutica SudeSte N biente ao mesmo tempo mórbido e histórico. A Ilha Anchieta é a Alcatraz brasileira. Com a diferença de que é muito mais bonita. Hoje, as histórias do velho presídio e da espetacular fuga de presos na rebelião que selou para sempre o destino da ilha servem como um complemento do principal atrativo da Ilha Anchieta, que é a sua natureza privilegiada, com muito verde e gostosas trilhas na mata, que conduzem a praias tão intocadas quanto na época dos presidiários. Duas delas são particularmente muito procuradas pelos donos de barcos de Ubatuba, que, não por acaso, têm na Ilha Anchieta o seu destino predileto, já que ela fica praticamente colada ao continente, a menos de 15 minutos de navegação do principal reduto de marinas da região, o Saco da Ribeira. “É o nosso playground”, diz um frequentador assíduo das duas mais encantadoras praias da ilha, a do Sul e do Leste, onde o verde da água contrasta fortemente com o amarelado da areia. Nos fins de semana, chega a faltar espaço para tantos barcos nestas duas prainhas, que têm nascentes de água doce e pura que escorrem dos morros e vão dar na areia e o mar é tão limpo que mergulhar para ver peixinhos — e também graciosos cavalos-marinhos — é o principal passatempo de crianças e adultos. Mas a ilha tem bem mais do que isso. Em tamanho, é a segunda maior do litoral paulista e só perde para a quase vizinha Ilhabela. Tem 17 quilômetros de beira-mar e o tamanho aproximado de uns 800 campos de futebol, embora seja repleta de morros revestidos por um tapete verde de mata, que só não é original porque, no passado, o presídio também tratou de dizimar boa parte das árvores, para gerar lenha e evitar a fuga de presos em improvisadas jangadas. Náutica SudeSte 25 ilha anchieta O dia em QUe O ParaÍsO VirOU Um iNFerNO 62 anos atrás, uma feroz rebelião de presos terminou em tragédia e mudou para sempre o destino da Ilha Anchieta “ A ilha nunca mais foi a mesma, depois daquele 20 de junho de 1952 26 Náutica SudeSte fotos jorge de souza V ista de longe, Anchieta nem parece uma ilha. Fica tão próxima do continente (menos de 500 metros na parte mais estreita de mar que a separa de Ubatuba) que mais parece um prolongamento dele. Mesmo assim, nos tempos de ilha-penitenciária, isso bastava para tirar dos presos qualquer plano de fuga a nado, porque os administradores do presídio faziam questão de exibir a fartura de tubarões capturados nas águas daquele estreito, entre a ilha e o continente — o temido “Boqueirão”, que, naquela época, tinha mesmo muito peixe. “Os tubarões eram os verdadeiros ‘muros’ do presídio, já que os presos passavam a maior parte dos dias soltos, trabalhando na ilha”, conta o talvez maior pesquisador do período em que a Ilha Anchieta foi uma espécie de Carandiru caiçara, o tenente Samuel Messias de Oliveira, autor de um completo livro a respeito, o Ilha Anchieta — Rebelião, Fatos e Lendas, e um dos principais incentivadores da propagação do passado sombrio da ilha. “Todo fato histórico deve ser contado e preservado, mesmo que ele não seja lá muito agradável”, defende. “E tanto em beleza quanto em história, a Ilha Anchieta é um prato cheio”, conclui. De fato. Quem já a conhece, como quase todos os moradores e frequentadores de Ubatuba, sabe muito bem disso. Mas, quem chega à ilha pela primeira vez, sempre se admira com o que encontra – uma rara combinação de histórias com belas praias e bonitas paisagens, que ajudam a compreender por que a Ilha Anchieta sempre foi considerada um paraíso, mesmo durante o infernal período do seu presídio. lembranças do presídio A parte que mais impressiona os visitantes são as solitárias (acima), onde ainda são visíveis algumas mensagens deixadas pelos presidiários, como a caveira que “decora” o chão de uma das celas (no alto) stava tudo tramado e minuciosamente planejado, sem que ninguém no presídio desconfiasse de nada. Assim sendo, quando o líder da rebelião, o detento João Pereira Lima, surpreendeu o policial que caminhava à sua frente e tomou-lhe a arma, não houve nenhuma reação a não ser a estupefação do soldado. E nem poderia ser diferente, já que, além dele, só havia mais um policial para tomar conta de todos aqueles 117 presos, que seguiam para o trabalho diário de derrubada de árvores escoltados por guardas que, há muito, já haviam virado quase camaradas, tal a pacificidade que reinava naquela ilhapresídio. A única sensação foi de traição, uma vez que todos na ilha se consideravam quase amigos dos presos, já que conviviam estreitamente com eles. Mas, que nada: aquela aparente camaradagem e docilidade dos presos, cultivada ao longo de meses, apenas fazia parte do audacioso plano de rebelião e fuga em massa da ilha. E assim foi feito, naquele trágico 20 de junho de 1952. O soldado que perdeu a arma foi amarrado a uma árvore e ali deixado. Já o segundo foi abatido na hora, com um tiro da própria espingarda confiscada, porque aquele disparo também serviria para avisar os demais presos de que a rebelião começara. Os policiais que estavam no presídio nem estranharam o estampido distante, porque (e isso também fazia parte do plano) estavam acostumados a ouvir os disparos dos exercícios de tiro que o diretor do presídio frequentemente fazia, estimulados pelo preso que sempre o acompanhava e que também fazia parte do grupo. Estava tudo armado e meticulosamente planejado pelo mentor da rebelião, o detento Álvaro Carvalho Farto, o Portuga — que, ironicamente, morreria de infarto durante a fuga, quando já estava fora da ilha. Além disso, para fragilizar o esquema de segurança e diminuir a quantidade de policiais na ilha no ilha com história Manchete de jornal da época (acima) e grupos de presos recapturados (abaixo). Fugiram mais de 120, mas só seis sumiram para sempre, na maior rebelião de presos até então reproduções E Náutica SudeSte 27 ilha anchieta A ilha sempre foi um paraíso. Mesmo na época do presídio reproduções a ilha antigamente Os presos passavam os dias soltos, trabalhando na ilha, e só retornavam às celas para dormir. Mesmo assim, tramaram um plano minucioso para fugir dali 28 Náutica SudeSte dia combinado, os amotinados mataram e enterraram na areia da praia um dos detentos, no dia anterior, a fim de insinuar que ele havia fugido da ilha, o que levou muitos policiais a procurálo inutilmente no continente, desfalcando assim o contingente — daí só haverem dois policiais tomando conta de tantos homens naquela caminhada na qual foi deflagrada a revolta. Ficou, então, fácil para os 453 detentos do presídio da Ilha Anchieta dominarem os míseros 50 policiais e funcionários que estavam em serviço naquela manhã. E o que se seguiu foi uma chacina até então sem precedentes no sistema carcerário do país, alimentada pela sede de vingança de alguns presidiários, que só não atacaram também as famílias dos funcionários (as mesmas que hoje fazem parte dos chamados Filhos da Ilha) porque o próprio líder da rebelião não permitiu que mulheres e crianças fossem molestadas. Mesmo assim, ao cabo de algumas horas, oito policiais e dois empregados do presídio foram mortos a tiros e golpes de machados, e o prédio principal, onde estavam os processos de todos os presos, incendiado, para destruir as provas do passado. Fora dali e sem o testemunho dos processos, os presos imaginavam que estariam livres para sempre. Mas não foi bem assim. O plano começou a afundar quando o grande barco que semanalmente abastecia o presídio (e que os presos sabiam que chegaria naquele dia e pretendiam usar na fuga) desviou da ilha, por precaução, quando viu a fumaça do prédio em chamas. Restou apenas a pequena lancha do presídio (que era tão precária que seu apelido era “Bailarina”, porque vivia dançando no mar), que, incapaz de levar todo mundo, foi tomada por mais de 100 homens enfurecidos, embora não comportasse nem metade disso. O resultado é que alguns caíram (ou foram atirados) ao mar durante a travessia, que pretendia chegar a Paraty, mas não passou da Praia do Poruba, na própria Ubatuba. Dali, os fugitivos que restaram se embrenharam na serra do mar, na tentativa de chegar a Taubaté, onde facilmente se misturariam aos moradores, já que no então primitivo Litoral Norte seriam facilmente identificados. Mas o que eles não contavam é que um dos policiais sobreviventes tivesse atravessado a nado o canal que separa a ilha do continente e alertado as autoridades. Logo, até a Aeronáutica estava caçando os fugitivos — que, um a um, foram todos capturados. Quer dizer, quase isso. Dos 129 presos que escaparam da ilha naquele dia, só seis sumiram para sempre. Mas ninguém jamais soube se eles se deram bem ou morreram, também. Até hoje, 62 anos depois, a histórica rebelião da Ilha Anchieta continua rendendo histórias que ninguém se cansa de ouvir. Especialmente se forem contadas ali mesmo, pelos seus próprios sobreviventes. ilha anchieta A Ilha Anchieta é hoje um parque estadual com visitação permitida (e até estimulada!), mas cobra por isso. Cada visitante precisa comprar o ingresso, que custa R$ 12, exceto crianças, idosos, escolas, deficientes físicos e moradores de Ubatuba, que não pagam nada (para estudantes, há meias entradas). Como se trata de uma ilha e não há serviço regular de transporte para lá, é preciso, também, ter barco próprio ou embarcar nos passeios regulares que algumas escunas de Ubatuba fazem, quase sempre com saída no Saco da Ribeira, que fica quase em frente à ilha. Os passeios de escuna também incluem outros lugares, mas, justamente por causa disso, o tempo de visitação na ilha fica restrito a um par de horas. Já quem for com barco próprio, além de ter acesso a outras praias que não apenas as que ficam diante do presídio (como as lindíssimas Leste e Sul), ainda podem escapar da cobrança da taxa de visitação, se não visitarem a área do presídio, já que os fiscais não têm como controlar a visitação nas outras partes da ilha. É, no entanto, uma economia tola, moralmente condenável jorge de souza Para quando você for A qualidade e a tecnologia Air Step proporcionam uma navegação incomparável. e que não vale a pena, porque o presídio faz parte das atrações da ilha tal como as praias que a cercam. Mas, qualquer que seja o meio e o objetivo do passeio, quem quiser chegar lá já sabendo bastante sobre a ilha e o presídio convém ler o livro Ilha Anchieta – Rebelião, Fatos e Lendas, de Samuel Messias (pedidos para tenentesamueldailha@ ig.com.br), o que só aumenta a curiosidade sobre a ilha e sua história. GT 35 GT 40 GT 44 Toda a linha Beneteau agora na Marina Porto Ilhabela para você. Distribuidor Beneteau www.marinaportoilhabela.com.br 012 3896 1243 GT 49 fly por jorge de souza fotos marcio dufranc melhores coisas de ilhabela u m a d ú z i a d e ( ó t i m o s ) m o t ivo s q u e d e i x a m a m a i s b on it a i l h a do l itora l p au l i st a a i nd a m a i s l i n d a 32 Náutica SudeSte Náutica SudeSte 33 o melhor de ilhabela I lhabela é a maior atrações que mais ilha do litoral pau- se destacam na ilha que tem lista e a segunda em beleza até no seu próprio nome. O re- tamanho das regi- sultado está nas páginas seguintes, com uma ões Sul e Sudeste do dúzia de motivos pelos quais todo mundo de- país (só perde para veria sair correndo a de Santa Catari- para esta ilha já, até na, onde fica Floria- porque, ao contrário nópolis), o que, por do que acontece na si só, dá ideia da dificuldade que é indicar as melhores coisas de um lugar tão amplo e bonito. Mesmo assim, após 34 “ maioria dos locais do nosso litoral, o mês de julho é quase alta temporada em Ilhabela, a começar pela sua festiva Semana de Vela. Con- ouvir ilhéus e fre- fira as dicas (que não quentadores assídu- estão em ordem de classificação, apesar dos os do lugar, NÁU- números que antecedem os textos) e, concorde TICA SUDESTE ou não com todas elas, uma coisa é certa: não resolveu listar as 12 há como não gostar de uma ilha como esta. Náutica SudeSte Difícil é indicar o melhor em uma ilha que tem tudo o que todo mundo gosta. A começar por suas praias só sua Praia do Jabaquara, num típico dia ensolarado na ilha. Ou seja, vazia o melhor de ilhabela o pôr do sol nas praias do curral e Feiticeira o espetáculo do sol caindo é sempre lindo. Mas fica ainda mais bonito nestas duas praias da ilha A imagem do sol baixando no horizonte e tingindo o azul de dourado é sempre mágica. Mas fica ainda mais bo- onde fica? show da natureza Na Praia da Feiticeira, o últimos raios do sol costumam gerar espetáculos no céu e no mar Tanto a praia do Curral quanto a da Feiticeira ficam na parte sul da ilha, uma bem pertinho da outra. 36 Náutica SudeSte nita quando acontece junto ao mar, como acontece em algumas praias de Ilhabela. Duas delas são especialmente indicadas para quem quer apreciar o pôr do sol na ilha de camarote: as praias do Curral e da Feiticeira, onde o espetáculo do sol se despedindo de mais um dia é particularmente lindo e torna qualquer passeio de fim de tarde algo inesquecível. Quer dizer, só até o dia seguinte, quando um novo pôr do sol, nestes dois mesmos lugares, deixará a ilha ainda mais bonita. Se é que isso é possível. Ninguém cansa de ver o sol se pondo no mar da ilha. MODELOS o melhor de ilhabela 2 A COMPRA INTELIGENTE 340 T mergulhar em nauFrágios 360 SHT 360 FLY Ilhabela tem a maior concentração de navios afundados da região sudeste e não é só isso que atrai os mergulhadores 380 T 380 HT A combinação de águas claras com muitos naufrágios registrados ao longo de uma história que sempre esteve ligada à das rotas de 380 FLY descobrindo a história Mergulho no cargueiro Velásquez (abaixo) e o rico Museu Náutico, que conta as histórias dos naufrágios. Em Ilhabela, até o fundo do mar esconde surpresas navegação fazem de Ilhabela uma espécie de parque de diversões para os apreciadores do fundo do mar. Há navios afundados por toda a ilha (este aqui é o cargueiro Velásquez, naufragado na Ponta da Sela) e naufrágios, como se sabe, atraem e concentram ainda mais a vida marinha. Boa parte da história desses naufrágios está contada no Museu Náutico de Ilhabela, não por acaso um dos mais completos do gênero no país. Mas há bem mais para ser descoberto pelos próprios mergulhadores, mesmo que num simples passeio de superfície, com máscara e snorkel, nas imediações da Ilha das Cabras, num dos pontos mais centrais da ilha. Em Ilhabela, o fundo do mar está sempre por perto. 380 SUNDECK 410 T 410 HT 410 FLY CIMITARRA 340 410 SUNDECK 500 HT No mar da ilha há bem mais do que apenas peixes 500 FLY 560 760 alcides falanghe Há naufrágios por toda a ilha e as imediações da Ilha das Cabras é particularmente rica em vida marinha. Náutica SudeSte EXCELENTE NAVEGABILIDADE LANÇAMENTO AGOSTO 2014 UNIVERSO NÁUTICO / SP - Av. dos Bandeirantes, 4065 - São Paulo - SP - CEP 04071-010 (11) 5093-1124 / (11) 99617-6035 / ID 80*4653 TEDESCO MARINA - Av. Norman do Tedesco, 1350 / Sala 4 Balneário Camboriú - SC / CEP 88330-123 / (48) 9111-1040 CONTATO DA FÁBRICA - (51) 3718-7700 / 9618-3500 / universonautico universonautico.com.br ELÉTRICA COM 7 GARANTIA NO CASCO ANOS DE onde fica? 38 340 S CIMITARRA 440 divulgação o melhor de ilhabela o casquinho da casquinha No deque à beiramar da Praia do Viana, a casquinha de camarão do restaurante homônimo fica ainda mais saborosa. E até o casco do barquinho é para ser comido A receita foi patenteada pela família casquinha de 3acamarão do Viana Há três gerações, uma família prepara e serve a maior iguaria da ilha, num cenário ainda gostoso É um clássico da ilha — tanto quanto as lindas praias, como aquela onde ele é servido. A casquinha de camarão do restaurante Viana (que tem este nome porque fica na areia da praia homônima) é o símbolo gastronômico de Ilhabela, embora não passe de uma singela — mas deliciosa — entrada. Trata-se de uma espécie de creme de camarão servido num “casquinho” que imita um barquinho (e que também deve ser comido!), cuja receita é guardada a sete chaves por três gerações da mesma família, que até patenteou a iguaria. É, também, o começo perfeito para qualquer almoço ou jantar literalmente à beira-mar, já que o Viana oferece, além do restaurante em si, do outro lado da estradinha que margeia a ilha, um gostoso deque sobre a areia da praia, que combina ainda mais com os seus pratos à base de frutos do mar. Nove em cada dez frequentadores do lugar pedem a famosa casquinha. E o décimo não sabe o que está perdendo... 40 Náutica SudeSte onde fica? O restaurante Viana fica na praia do mesmo nome, logo após o centrinho da ilha. Se não o encontrar, pergunte. Todo mundo na ilha sabe onde fica. o melhor de ilhabela Em julho, a maior regata do país acontece na ilha 4Velejar no canal fotos carlo Borlenghi/divulgação risW ilha a vela As altas montanhas afunilam os ventos no canal que separa a ilha do continente e fazem a alegria dos velejadores. Às vezes, até golfinhos aparecem Ilhabela sedia o mais importante evento da vela nacional e isso não acontece por acaso I lhabela já foi apelidada de “Ilhavela” e por um bom motivo: bons ventos são o que não faltam na ilha. onde fica? As regatas da Semana de Vela acontecem por toda a ilha, mas a maioria das competições acontece no canal que separa a ilha do continente, onde sempre venta mais. 42 Náutica SudeSte Especialmente no canal que a separa do continente, porque as altas montanhas afunilam os ventos e fazem a alegria dos velejadores. Também não por acaso, a ilha sedia, sempre no mês de julho (ou seja, agora!), o maior evento de barcos a vela do país, a Semana de Vela de Ilhabela, que costu- ma reunir mais de 200 barcos e perto de 3 000 competidores, que transformam a ilha numa espécie de verão em pleno inverno. Este ano, por causa da Copa do Mundo, o evento começa mais tarde, em 19 de julho (e vai até 26), mas com a mesma empolgação de sempre — leia-se muita festa na vila e na sede no Yacht Clube de Ilhabela, que promove a disputa. o melhor de ilhabela Paixão e Confiança SEU SEGURO NAS MÃOS DE QUEM VOCÊ CONFIA Bares rústicos oferecem frutos do mar para os visitantes Contrate a empresa referência em seguros náuticos no mercado e descubra que dedicação, atendimento especializado, conhecimento e paixão pelo mar são marcas registradas nos 15 anos de atuação de nossa corretora. Assim é a Safe Boat. Empresa inovadora, que busca a solução ideal para cada um de seus clientes. Parceria Safe Boat & Multiplus Ao contratar o seguro da sua embarcação, o valor é revertido em pontos. 5o saco do eustáquio tudo de bom O Saco do Eustáquio é o principal destino de quem sai para passear com um barco pela ilha Neste tesouro náutico só se chega de barco. Mas não existe melhor destino para quem navega na ilha E squeça o carro e as caminhadas. No Saco do Eustáquio só se chega de barco, ao fim de uma travessia nem sempre curta, já que ele fica na parte leste da ilha, vizinho à Baía de Castelhanos. Grandes lanchas sempre apare- cem por lá nos fins de semana, mas, para a turma dos sem-iate, há barcos que fazem passeios, a partir da Praia do Perequê. No Eustáquio, além do mar muito verde, há dois atrativos extras: uma prainha ao fundo da bem fechada e abrigada baía e rústicos bares que servem frutos do mar preparados na hora. E, como não há acesso por terra, ele nunca lota, embora o movimento de barcos seja intenso. É o mais precioso tesouro náutico de uma ilha repleta deles. 44 Náutica SudeSte onde fica? O Saco do Eustáquio fica na parte leste de Ilhabela, diante do mar aberto e no lado oposto ao da vila. Guarujá . SP . 13 3354 5540 Rua Francesca Sapochetti Castrucci, 805 . Marina Astúrias São Paulo . SP . 11 3672 6060 Rua Vergueiro, 2.045 . 5º andar - Conjs. 504/505/506 . Vila Mariana www.safegroup.com.br o melhor de ilhabela 6o centrinho da Vila divulgação A Ponto das Letras existe há 22 anos Jeito de vila A igreja e a livraria Ponto das Letras, na antiga casa da colônia de pescadores: visitar o centrinho da ilha é conhecer um pouco da Ilhabela do tempo dos caiçaras As lojinhas, a igreja e uma livraria a que ninguém resiste fazem todo mundo dar, pelo menos, uma paradinha no coração da ilha I lhabela é uma ilha, mas o seu centrinho tem jeito de cidadezinha do interior: uma praça, uma igrejinha, o co- mércio em volta do principal quarteirão e não muito mais que isso. Mesmo assim (ou justamente por causa dessa bucólica atmosfera à beira-mar), todo mundo sempre faz pelo menos uma vi- sita ao “centrinho da vila”, como aquele pedacinho da ilha é chamado. Nem que seja apenas para dar uma entradinha no estabelecimento mais tradicio- nal do lugar, o simpático Café Ponto das Letras, que, como o nome sugere, também é uma livraria. Ele existe há 22 anos e funciona na mesma casa da antiga colônia de pescadores da ilha, cuja fachada lhe acrescenta um charme extra. Mas o sucesso não veio só por isso. O Ponto das Letras foi uma das primeiras livrarias do país a “convidar” os clientes a degustar os livros, sem a obrigação de comprálos, muito antes de as grandes redes começarem a fazer o mesmo. E, desde então, passou a fazer parte da paisagem da ilha tanto quanto suas lindas praias. 46 Náutica SudeSte onde fica? A Ponto das Letras fica na parte mais nobre do centrinho da vila, de frente para o mar. Não tem como errar. o melhor de ilhabela 7 o Verde da natureza Ilhabela é uma ilha, mas sua oferta de vida não se restringe ao mar que a rodeia I lhabela é verde não só na água, mas também na mata abundante que, até hoje, domina mais de 80% da ilha. Boa parte disso é ocupada por um parque estadual, que trata de garantir ainda mais a preservação da natureza local — que é riquíssima em espécies animais e vegetais. Aves, por exemplo, dominam os céus da ilha e garantem empolgantes avistagens para quem tiver disposição e curiosidade para procurá-las, em meio à densa vegetação da ilha. O próprio parque oferece alguns locais onde o cara a cara com a natureza acontece naturalmente e deixa lembranças para sempre. Sim, Ilhabela é uma ilha. Mas sua oferta de vida vai bem além do mar que a rodeia. cara a cara com a natureza As aves, bem como as trilhas, estão espalhadas por toda a ilha. Mas um bom local para vê-las de perto é no mirante do Parque Estadual onde fica? O Parque Estadual de Ilhabela ocupa a maior parte da ilha, que tem mais de 80% da área preservada. Quem cruzar até Castelhanos verá a sua entrada. 48 Náutica SudeSte Aves coloridas dominam o céu da ilha o melhor de ilhabela A ilha tem cerca de 40 praias, cada uma diferente da outra para todos os gostos Em Castelhanos, o mar mais agitado desenha curvas na areia. Já na Praia Grande (à esquerda) e na singela Praia do Poço (no alto), reina a tranquilidade 50 Náutica SudeSte Náutica SudeSte 51 o melhor de ilhabela 8 a cachoeira da laje onde fica? A Cachoeira da Laje fica, mais ou menos, na metade da trilha que leva à Praia do Bonete, na parte sul da ilha. Não tem como errar, porque a trilha “atravessa” a própria cachoeira. 100 95 75 25 5 0 Em Ilhabela, o que não faltam são cachoeiras. Mas esta aqui é, além de linda, divertida e de relativo fácil acesso C om tantos morros, matas e nascentes d’água era de se esperar que Ilhabela tivesse, também, muitas cachoei- ras. E tem. São mais de 40, apenas entre as maiores, mais bonitas e mais acessíveis. Mas, nestes três quesitos, a melhor de todas é esta aqui: a Cachoeira da Laje, que fica na trilha que leva à Praia do Bonete — também ela uma das doze maravilhas da ilha (confira na página seguinte). O acesso é apenas a pé, mas a caminhada é bem mais curta do que até a praia, o que leva muita gente a dar meia-volta depois de um banho refrescante nas suas águas cristalinas. Ou (o que é melhor ainda) de deslizar pedra abaixo, até o poço que se forma na base da cachoeira. Daí, aliás, o outro nome pela qual ela é conhecida: Cachoeira do Escorrega. Ninguém resiste. A trilha passa “dentro” da cachoeira cachoeira do escorrega Na Cachoeira da Laje, não é só a água que desliza pedra abaixo 100 95 75 25 5 0 52 Náutica SudeSte o melhor de ilhabela o Bonete é a praia mais cobiçada onde fica? No lado sul da ilha, ao fim de uma trilha que costuma consumir cerca de três horas de caminhada, fora as paradas. 9a trilha do bonete Não é perto e caminha-se um bocado. Mas quem chega à praia do Bonete nunca se arrepende A distante (só chega a pé ou de canoa de pescador) e isolada (justamente por causa disso...) praia do Bonete é um daqueles desejos que acalentam os sonhos de nove em cada dez visitantes mais bem infor- mados sobre as verdadeiras belezas de Ilhabela. Não é apenas uma praia; é uma espécie de prêmio aos persistentes que não desanimarem frente a uma caminhada que pode consumir boa parte do dia — mas que oferece, em contrapartida, o bônus de um revigorante banho na Cachoeira da Laje (veja na página anterior), na metade do caminho. A praia é uma vila de pescadores, que mais parece cenário de novela da Globo, mas já com alguma estrutura para abrigar quem não encarar a trilha de volta no mesmo dia. Quem ficar, ganha o benefício da praia vazia, na manhãzinha seguinte, antes da chegada dos andarilhos do dia. Se vale a pena? Nunca ninguém se arrependeu. 54 Náutica SudeSte vista paradisíaca Na chegada ao Bonete, a trilha revela a praia e já dá pista dos prazeres que aguardam os andarilhos o melhor de ilhabela Castelhanos é um prêmio aos aventureiros linda é pouco Do mirante do morro, se tem esta vista geral da praia. E, atrás dela, ainda há uma cachoeira PRÓXIMA AO CANAL DE BERTIOGA, DE FRENTE PARA A RODOVIA RIO-SANTOS 10a praia de castelhanos para chegar a Castelhanos é preciso atravessar a ilha de um lado a outro, mas — acredite! — vale o esforço onde fica? Do outro lado da ilha, ao fim de uma estradinha de terra, só acessível aos jipes ou aos mais aventureiros A praia mais distante do centro de Ilhabela por terra (e “por terra” mesmo, já que para chegar lá é preciso en- carar uma estradinha só propícia aos jipes) é, também, a mais desejada pelos turistas. Por um bom motivo: ela é linda! Cas- telhanos fica no lado oposto da parte, digamos, “civilizada” da ilha, bem diante do mar aberto e, por isso mesmo, tem características diferentes das demais praias de Ilhabela, a começar por uma generosa faixa de areia e ondas vibrantes. Tem, também, uma trilha que leva à igualmente estupenda Cachoeira do Gato (uma das mais bonitas da ilha) e outra que sobe o morro do seu canto direito e conduz a um mirante (este, da foto), de onde só a vista já vale o quase sufoco que é chegar até esta grande praia. Nos dois sentidos. 56 Náutica SudeSte Venha nos fazer uma visita e conhecer nossa infraestrutura Rod. Rio-Santos Km 224,5 Bertioga - SP Tel.: (13) 3317-7705 http://www.marinadoforte.com.br/ o melhor de ilhabela a praia do jabaquara 11 Quem é que não gosta de praia bonita e vazia? pois esta aqui é a melhor pedida Q uem sair da balsa, dobrar à esquerda e seguir o principal caminho da ilha até o fim chegará a esta praia, onde fica? A Praia do Jabaquara é a última no lado Norte da ilha, ao final da estradinha que margeia parte da ilha que é o último acesso possível do lado Norte de Ilhabela. Não é tão perto assim e o estado da estradinha costuma fazer muita gente desanimar no meio do caminho. Mas, quem não desistir e seguir em frente, encontrará, depois de alguns mirantes naturais com vistas sensacionais (a começar por este aqui, que permite ver a praia inteira de cima), os 500 metros de areias quase sempre desertas da Praia do Jabaquara, que, como se não bastasse o mar sempre limpo, ainda é ladeada por dois riachos, um de cada lado da praia — o da direita forma até uma caprichosa lagoa de água doce na areia. Uma praia perfeita para quem busca beleza e sossego. Ou seja, todo mundo. o caminho até aqui é outro espetáculo 58 Náutica SudeSte uau! Na chegada, o visual paradisíaco da Praia do Jabaquara já surge na beira da estrada betônico o melhor de ilhabela Dizem que o sombrio esconde um tesouro onde fica? O Saco do Sombrio fica na parte de fora da ilha, ao lado da Baía de Castelhanos, onde também só se chega de barco. NÃO COMPRE B A R C O N E M J E T S K I ! LIGUE NA CONFIRA PRECOS DO o saco do sombrio 12 VS NÁUTICA E OS MELHORES E CONDIÇÕES BRASIL. Uma pequena enseada de águas bem verdes do lado de fora da ilha abriga muitos barcos e um velho enigma Q uem tiver um barco e navegar até o lado de fora de Ilhabela, encontrará, quase junto à Baía “saco”), batizado de Saco do Sombrio. Lá chegando, encontrará a bonita sub-sede do Yacht Clube da ilha, razão pela qual tantos barcos costumam ir até lá. Encontrará, também, uma história de arrepiar: a do engenheiro belga Paul Thiry, que passou 40 anos naquele lugar em busca de um tesouro que ele morreu jurando existir — o que, até hoje, ninguém ousou desmentir. O tesouro do Saco do Sombrio é a cereja do bolo de qualquer passeio até esta garganta de águas muito verdes, onde quem manda ainda é a natureza. Tanto que é o acesso difícil e a topografia íngreme que jamais permitiram que a história do tal tesouro fosse, de vez, concluída. O que só alimenta o enigma. 60 Náutica SudeSte www.vsnautica.com.br fotos edu grigaitis de Castelhanos, um trecho de mar bem abrigado (característica geográfica que os caiçaras chamam de sombrio até no nome O mistério que alimenta a busca de um suposto tesouro tornou o Saco do Sombrio, onde hoje existe uma sub-sede do Iate Clube de Ilhabela, ainda mais famoso o melhor de ilhabela tradicional loja náutica Celmar), na tranquila Praia de Itaguassu, que oferece uma dúzia de poitas praticamente diante das suas camas. restaurantes coM frutos do Mar Praticamente todos os restaurantes da ilha oferecem peixes e frutos do mar no cardápio, mas alguns se destacam, seja pela comida, qualidade dos serviços, localização ou (o os melhores lugares de Ilhabela para quem chega pelo mar e perto dele quer ficar Marinas Fora os iates clubes, que geralmente só aceitam sócios, Ilhabela possui meia dúzia de marinas que abrigam, também, barcos de visitantes. A melhor de todas é a Porto ilhabela (tel. 12/38961243), que tem até um gostoso restaurante, que também vale a pena experimentar. hotéis “náuticos” Para quem não for dormir no barco, mas quiser ficar perto dele, alguns hotéis da ilha 1 11/11/13 oferecem poitas próprias, quase sempre sem custo extra. É o caso dos hotéis itapemar (www.itapemar.com.br), dnPY (www.dnpy.com.br), Mercedes (www. hotelmercedes.com.br), real villa Bella (www.realvillabella.com.br) e Barra do Piúva Porto hotel (www.barradopiuva. com.br), este também com píer para desembarque. O mais recente de todos é o confortável abayomi hotel (www. abayomihotel.com.br), do casal Celso Almeida e Eliana Alvim (também donos da cluBes de Praia Os dois mais recentes locais de eventos na ilha são o elegante Pier 151 (www.pier151. 13:58 SUA EMBARCAÇÃO SEM DOCUMENTO VIRA ENFEITE D E S P A C H A N T E N A V A L Inscrição e Transferência de Embarcações. Registro de Rádio, Epirb e AIS junto a Anatel. Seguros para Embarcações. Registro para Pesca Amadora no Ministério da Pesca. tupicomunicacao.com.br AF_anuncio_nautica_JG.pdf que geralmente acontece) as três coisas juntas. Como o capitano (tel. 12/38965241), que serve um famoso risoto de vieiras; o ilha sul (tel. 12/3894-1536), com um bom polvo a provençal; o all Mirante (tel. 12/3894-1831), cujo prato principal é o badejo grelhado; o ilha deck (tel. 12/38961489), que oferece moqueca de congro com frutos do mar; o viana (tel. 12/38961089), que tem até serviço de delivery para os barcos ancorados na praia; o nova iorque (tel. 12/3894-1833), dono de uma vista sensacional); o tradicional Portinho (tel. 12/3896-7171), que é italiano mas tem algo do mar até no nome; e o badalado Marakuthai (tel. 12/3896-5874), da competente chef Renata Vanzetto, que serve delícias exóticas como atum selado ao molho de queijo cabra. 78 TRADIÇÃO anos de Santos Nextel São Sebastião Vivo (13) 3261-7797 (12) 3892-1406 90 * 5225 (13) 99711-1087 www.joaogalante.com.br fernando toManik Vai de barco? Então, anote com.br), ao lado do Yacht Club e perfeito para festas (literalmente) à beira-mar e o animado sea club (www.seaclub.com. br), bem diante da Praia da Capela, onde também é possível deixar o barco. Este é um beach club, ótimo para passar o dia, entre a praia e a piscina, no melhor estilo dos famosos clubes de Ibiza. O fim anunciadO A Tenente Loretti não resistiu e foi a pique no trapiche onde estava abandonada, apenas dois meses depois da reportagem de NÁUTICA SUDESTE (abaixo), que denunciava o descaso com o barco mais histórico da Ilha Grande Notícias e novidades náuticas ricardo rodrigues Farol POR JORGE DE SOUZA FOTOS OTTO AQUINO E JORGE DE SOUZA ONTEM E HOJE Constantino, pouco antes de morrer, e a lancha a qual dedicou boa parte de sua vida, antes (ao lado) e agora (abaixo), abandonada num trapiche de Angra: sem o seu guardião, a histórica Tenente Loretti está apodrecendo O VELHO E O BARCO Uma emocionante história de amor entre um homem e um barco ganhou contornos dramáticos. No ano passado, o guardião do barco mais famoso da Ilha Grande, Constantino Cokotós, morreu. E, sem ele, a histórica lancha Tenente Loretti está morrendo também “A h, se o Constantino estivesse vivo...” Os turistas que chegam ao Cais de Santa Luzia, no centro de Angra dos Reis, para embarcar nas escunas que fazem passeios pela baía, costumam notar, logo na entrada do trapiche, um grande e antigo barco de madeira, clamando por uma reforma. Seu estado é deplorável. A proteção de ferro da proa está solta e torta, parte da amurada carcomida, o casco está encardido que só, o barco parece ligeiramente adernado na água e a pintura, que um dia já foi azul, hoje está desbotada e descascada pelo tempo e pelo descaso. Panos sujos costumam ficar pendurados no seu casario, que, como há muito não é usado, foi transformado em varal pelos pescadores dos barcos vizinhos. E, vira e mexe, algum mendigo dorme a bordo ou alguém atira um saco de lixo no seu convés. Só mesmo a tábua de proa com o nome do barco continua em razoável bom estado. Ela diz: “Tenente Loretti” — o que, no entanto, para os turistas, também não diz nada. Mas, para os antigos moradores da vizinha Ilha Grande, aquele velho barco (que, para as outras pessoas não passa de um barco velho) é histórico. E, para um deles em especial, foi bem mais do que isso: foi um fiel amigo, que não merecia estar do jeito que está. Muito menos caminhando para o mesmo fim que teve o homem que passou a vida inteira cuidando dele: Constantino Cokotós, morto no ano passado —para muitos, de desgosto, por ver aquele barco de tantas façanhas abandonado num píer de Angra. NÁUTICA SUDESTE E Não foi por falta de aviSo! Como NÁUTICA SUDESTE havia alertado, a lancha-símbolo da Ilha Grande afundou em Angra, vítima do descaso 75 m fevereiro, uma reportagem de NÁUTICA SUDESTE mostrou que quem chegasse ao cais de Santa Luzia, no centro de Angra dos Reis, notaria, logo na entrada do trapiche, um grande e antigo barco de madeira, clamando por uma reforma. Era a lancha Tenente Loretti, o outrora barco-símbolo da vizinha Ilha Grande e velho amor de um dos seus mais lendários moradores, o comandante Constantino Cokotós, também retratado na reportagem e morto meses antes, de desgosto por ver o barco, que ele tratava feito um filho, esquecido e abandonado daquele jeito. Hoje, quem for ao mesmo local não verá mais o barco naquele estado. Porque ele afundou de vez, no mês retrasado. Não foi por falta de aviso que a lancha Tenente Loretti, de 1910, o que a torna, também, um dos barcos mais antigos do país, foi ao fundo do cais central da cidade e se assentou sobre a lama, de onde será bem difícil sair intacta. A reportagem previa que isso aconteceria rapidamente, caso providências imediatas não fossem tomadas. Náutica SudeSte 65 Farol fez enquanto o barco ainda flutuava, quando então qualquer operação de recuperação seria bem mais fácil. Com isso, o destino do barco mais histórico do litoral sul carioca parece mesmo fadado ao ocaso. “Só acredito que a Loretti será retirada de lá porque é preciso liberar aquele espaço para outros barcos, não para ser salva, o que, para mim, não tem mais como acontecer”, diz, resignado, outro morador da Ilha Grande com estreita relação com aquele barco, o mestre Natalino Pereira, que durante quase 40 dos seus 91 anos trabalhou a bordo da Tenente Loretti. “Comecei em 1939, aos 16 anos de idade, como ajudante de bordo, e passei boa parte da vida como naufragOu ali mesmO A Tenente Loretti só não afundou de vez porque o local é raso. Mas é muito provável que seu casco não resista ser retirado mestre daquele barco, levando e trazendo coisas e pessoas para a Ilha Grande”, recorda Natalino, que, desgostoso (tal qual o amigo falecido Constantino), nem quis ir ver a Loretti inundada e apoiada no fundo da baía. “A gente já sabia que isso ia acontecer”, diz, amargurado, como quem perde um amigo. “Com boias de inflar, até dá para fazê-la voltar a flutuar, mas duvido que o seu casco aguente ser transportado”, diz Natalino, confirmando o que NÁUTICA SUDESTE previu, meses atrás. Que a lancha cuja história está intimamente ligada a da própria Ilha Grande está mesmo fadada ao fim, vítima do descaso. Fone:: +55.19.3515-5500 / Fax: +55.19.3856-4279 .com.br “ Agora, os responsáveis dizem que vão recuperar o barco. Ninguém acredita fotos ricardo rodrigues C omo nada foi feito, bastou uma maré mais alta e uma pane nas bombas d´água que a mantinham flutuando para que a história da lancha pela qual passaram todos os famosos detentos do antigo presídio da Ilha Grande, de Graciliano Ramos a Fernando Gabeira (sem falar em praticamente tudo e todos da centenária Vila do Abraão) ganhasse mais um triste capítulo — muito provavelmente, o último. “Estamos abrindo uma licitação para contratar uma empresa especializada em resgates, a fim de retirar a lancha de lá e levá-la para reforma”, diz, agora, o órgão responsável pelo barco, a Turisangra, que nada DEPoIS jorge de souza ANTES em pé Ou sentadO Na F-Men, que é bem mais larga do que as pranchas convencionais, é até possível remar sentado, mas o objetivo da cadeirinha é apenas aumentar o conforto durante a espera pelos peixes fotos divulgação Farol Sup para peScar Os pescadores acabam de ganhar mais uma opção para pescar: esta nova prancha inflável de stand up s Por que é legal? n n n n n n n É bem mais larga É inflável, mas rígida Tem três câmaras de ar Cabe no porta-malas Tem acessórios específicos Não molha o pescador Custa menos que um barquinho e depender apenas da criatividade dos fabricantes e usuários de pranchas a remo, a onda do stand up paddle (ou apenas “sup”) só tende a aumentar. Nascidas originalmente apenas para remar e, em seguida, ampliadas para surfar (usando, neste caso, o remo como uma espécie de “leme” potencializador de manobras), as grandes pranchas que logo viraram moda no mundo inteiro não param de ganhar novos usos e modelos — já são usadas até para fazer ioga sobre a água! A mais recente novidade é esta prancha, a F-Men, da marca carioca Kaneca, que foi criada para atender aos pescadores — sim, um sup para pesca, o que até então não existia. Ela é inflável (leva menos de três minutos para encher, com a bomba manual que acompanha a prancha), pesa apenas 14 quilos, quando vazia cabe no porta-malas de qualquer carro, é feita com duas camadas de PVC, que aumentam a resistência e rigidez, tem três câmaras de ar em vez de apenas uma, como nas pranchas infláveis convencionais, e é bem mais larga do que as demais (tem 40 polegadas de largura contra pouco mais de 30 da maioria), justamente para aumentar o espaço e a estabilidade para o pescador, que nem sempre está a fim de se molhar. Aliás, segundo o fabricante Náutica SudeSte 69 tupicomunicacao.com.br Farol “ prende aqui, senta ali Porta-varas podem ser instalados na prancha e a cadeirinha é presa por um sistema de correias, que permite retirá-la para usar a F-Men como prancha normal (que, no entanto, manda fazer esta prancha na China), com a F-Men, a pessoa só se molha se quiser, porque as duas câmaras laterais de ar são bem maiores do que a central e atuam como flutuadores, praticamente impedindo que a prancha vire. E mais: como se trata de uma prancha para pescadores (embora também possa ser usada para simples passeios, sozinho ou acompanhado de mais uma pessoa), permite uma série de acessórios, como portavara, cadeirinha, caixa para peixes e até sombrinha, para aumentar o conforto durante a espera pelos peixes. Foi lançada no último Rio Boat Show e está sendo vendida pela Kaneca (www.kaneca.com.br, tel 21/3328-2083) por R$ 4 100, sem os acessórios. Nem os peixes, claro. fotos divulgação Ela custa R$ 4 100. Não é barata, mas é menos do que um barco SIMPLESMENTE A MELHOR E MAIS COMPLETA MARINA DO LITORAL NORTE. Locação de lanchas Passeios aos lugares mais bonitos do litoral norte de São Paulo. Hotel e lazer Serviço completo de hotelaria e grande infraestrutura de lazer. Restaurante, bar e café Servimos desde um delicioso cafezinho até inesquecíveis refeições. Av. Magno Passos Bittencourt , 325 - Barra do Una - São Sebastião - SP Contato: (12) 99770-0444 - PABX: (12) 3867-1313 www.canoa.com.br - www.fb.com/MarinaPortoCanoa Garagem Náutica Vagas na água e no seco, pier para pernoite e serviço de rampa. Coordenadas da Marina: S 23° 45’ 49.0” w 045° 45’ 32.9” Farol Tradicional estaleiro de lanchas de pesca ganha nova fábrica e nova parceria técnica o tradicional estaleiro paulista Fishing, que produz algumas das mais famosas lanchas de pesca do país, firmou uma joint venture com a empresa Kuarup, do engenheiro aeronáutico Walter Baere, com vasta experiência em compostos para a exigente indústria aeronáutica de São José dos Campos, e, por conta disso, já está produzindo seus barcos numa nova fábrica, de 3 000 m², em Caçapava, no interior de São Paulo. o objetivo da parceria é aumentar ainda mais a qualidade das lanchas da marca, já reputadas como uma das melhores do segmento, e modernizar os processos produtivos, visando produzir mais e melhor, em menos tempo. ou seja, todos saem ganhando. A nova fábrica já está em operação. ARMADA AGoRA TAMBÉM É FIBRAFoRT As lanchas de 40 e 44 pés da Armada Boats passarão a ser produzidas pela Fibrafort Dentro do seu objetivo de ser tornar, no futuro, o maior fabricante brasileiro de barcos de passeio, o estaleiro Fibrafort, que já produz a maior quantidade de lanchas de pequeno porte do país, anunciou, no mês passado, que, a partir do ano que vem, passará a produzir, também, os modelos de 40 e 44 pés do estaleiro Armada Boats, que, com isso, transferirá sua linha de montagem para a fábrica da marca. “É um importante passo rumo ao nosso objetivo”, comemorou o presidente da Fibrafort, Marcio Ferreira, ao anunciar a novidade. Resposta das CRUzADAS Nome desta ave Shutterstock fiSHiNG eM Nova faSe O melhor conteúdo náutico, agora no seu iPad. Baixe agora a versão digital para iPad da Revista Náutica. Toda a informação que você já conhece em 26 anos de história com muita interatividade através de vídeos, galeria de fotos e outros conteúdos exclusivos. www.nautica.com.br facebook.com/revistanautica Você e seu barco Ué, não pega... QUanto cada coisa consome 4 dicas para não ficar sem bateria na hora agá 1 O consumo médio de energia dos equipamentos mais frequentes em um barco Ligar ou mandar ligar o motor pelo menos uma vez por semana Tudo o que você precisa saber sobre baTerias Sem elas, nenhum barco a motor vai a lugar algum. Mas poucos donos de lanchas dão a devida importância a este equipamento tão fundamental quanto o próprio motor V ocê já deve ter vivido isso. Planeja o passeio, convoca a família, convida os amigos, liga para a marina mandando colocar a lancha na água e, lá chegando, liga a chave, aciona a partida e... nada. O motor mal se move. Pronto! Lá se foi o passeio. E por causa da bateria, que está descarregada. Para evitar isso, há alguns cuidados a serem tomados, mas o primeiro de todos é saber se a bateria está dimensionada para a carga necessária a bordo. Dimensionar as baterias de um barco é algo que exige certa habilidade com números, mas não chega a ser complicado. Mas, antes de mais nada, é preciso compreender como se mede a carga de uma bateria, o que é dado em Ah ou “ampères-hora” e que, ao contrário do que muita gente imagina, não significa ampères “por” hora. Esta medida apenas indica a corrente elétrica constante liberada durante um período de 20 horas, antes de a bateria ficar 74 NáuTica sudesTe sem carga. Para saber de quanto é essa corrente, basta dividir o número de Ah por 20. Assim sendo, uma bateria de 100 Ah, por exemplo, proporciona 5 A durante 20 horas, entendeu? Com base nisso, defina quantos aparelhos elétricos e eletrônicos terão de ser alimentados pela bateria e se a rede de energia a bordo é de 110 V e 12 V (por meio do uso de um inversor) ou apenas 12 V. Em seguida, faça uma lista de todos os aparelhos a bordo e verifique qual a potência de cada um (para aparelhos de 110 V) ou o consumo em ampères (para aparelhos de 12 V). Vamos supor que você queira instalar um forno de micro-ondas (cuja potência é de 1 300 W), uma tv (200 W), duas bombas de porão (5 A cada), uma bomba de água doce (6 A), luzes de fundeio (1 A) e um gps de 5 polegadas com sonda (1A). Nesse caso, você deve transformar em ampères todas as medidas e somar. Para fazer essa conversão, divida o valor indicado em Watts por 12. No caso da tv, por exemplo, 200 W ÷ 12 = 16,7 A. Faça, então, uma estimativa de quanto tempo utilizará cada aparelho por dia e multiplique esse tempo pela potência do aparelho. Para a tv, três horas por dia estão de bom tamanho. Para o micro-ondas, calcule no máximo meia hora. Gps com sonda, cerca de oito horas. Luzes de fundeio, outras oito horas/dia. E assim por diante. No caso da tv, a conta seria 16,7 A x 3 horas, o que dá 50 A/dia. O micro-ondas, 55 A/dia. O gps com sonda, 8 A/dia. Pronto: é só somar tudo e obter o consumo diário estimado para a sua lancha. Por fim, para ter uma margem de segurança de dois dias sem ter de recarregar as baterias, multiplique o consumo total por dois (para veleiros, o ideal é multiplicar por duas vezes e meia). Assim, se o consumo diário foi de aproximadamente 140 A, a capacidade das baterias deve ser de 280 Ah (ampère-hora). Como não existe uma bateria com tanta energia, é Baterias do tipo chumbo-ácido têm uma taxa natural de autodescarga mensal que vai de 1% nas melhores marcas (feitas com ligas de PbCa/ chumbo-cálcio ou PbCaAg/chumbo-cálcio prata) a 10 % nas mais comuns (liga de PbSb/chumboantimônio). Mas outros fatores também aceleram a autodescarga, como temperatura ambiente elevada, alta umidade e tempo de uso da bateria. Por isso, mesmo que não pretenda sair com o barco, ligue (ou peça para alguém da marina ligar) o motor pelo menos uma vez por semana, a fim de repor essa perda natural de energia de toda bateria. 2 3 4 Aguardar um tempo entre uma tentativa e outra de partida Por duas razões básicas: a primeira é que a energia elétrica da bateria vem de uma reação química. Portanto, deixá-la “repousar” entre uma tentativa e outra permite que essa reação se complete, “acumulando” assim energia suficiente para a próxima tentativa. E a segunda razão é evitar superaquecimento do motor de arranque. Só usar baterias do tipo “náutico” Há algumas características importantes que as baterias para uso náutico têm que as comuns, de automóveis, costumam não apresentar, como capacidade de operar inclinadas, maior resistência a temperaturas elevadas, maior controle da emissão de gases nocivos, maior resistência mecânica da estrutura, menor taxa de autodescarga e maior vida em ciclos de carga-descarga. Ampères Horas Ampères/ uso dia Luz da âncora Guindaste da âncora Piloto automático 0,80 12h00 9,60 150,00 0h12 30,00 0,70 8h00 5,60 Exaustor do porão 6,50 0h12 1,30 2 ventiladores na cabine 0,20 48h00 9,60 3 lâmpadas fluorescentes p/ a cabine 0,70 12h00 8,40 1 lâmpada incandescente p/ a cabine 2,10 1h00 2,10 1 lâmpada p/ mesa de navegação (10 W) 0,80 0h30 0,40 Iluminação da bússola 0,10 8h00 0,80 Iluminação do convés 6,00 0h30 3,00 Sonda de profundidade 0,20 8h00 1,60 Indicador de combustível 0,30 24h00 7,20 GPS 0,50 8h00 4,00 Inversor 0,20 2h00 0,40 Forno de micro-ondas (600 W) 100,00 0h06 10,00 Bomba de porão 15,00 0h06 1,50 Bomba de água doce 6,00 0h02 0,20 Bomba do tanque de esgoto 2,00 3h00 0,10 Radar 4,00 4h00 16,00 2 lâmpadas halogênicas p/ leitura 0,80 4h00 3,20 Geladeira 5,00 12h00 60,00 Luz de navegação 2,50 8h00 20,00 Luz de navegação tricolor 0,80 8h00 6,40 Toca-fitas 1,00 2h00 2,00 Televisão (13 polegadas) 3,50 2h00 7,00 Hodômetro 0,10 8h00 0,80 Ao recarregar a bateria, faça isso bem lentamente SSB (receptor) 30,00 0h12 2,50 SSB (transmissor) 30,00 0h12 6,00 A corrente elétrica máxima para recarregar uma bateria é de 10% do valor de sua capacidade. Exemplo: uma bateria de 100Ah deve receber, no máximo, 10Ah. Correntes maiores que isso geram superaquecimento, o que causa danos permanentes. E baterias armazenadas por muito tempo devem ser carregadas com correntes ainda menores, perto de 5%. Videocassete 2,00 2h00 4,00 VHF (receptor) 0,50 4h00 2,00 VHF (transmissor) 5,00 0h12 1,00 Indicador de vento 0,10 8h00 0,80 DVD 1,10 4h00 4,40 NáuTica sudesTe 75 Você e seu barco preciso montar um banco com algumas delas — por exemplo, duas baterias de 150 Ah, ou quatro de 75 Ah. Lembre-se, contudo, que não é recomendável ligar todos os aparelhos ao mesmo tempo, pois as baterias não geram toda a energia que o fabricante estipula em Ah na embalagem. Este valor representa o que ela libera em 20 horas diretas. Ou seja, uma bateria de 100 Ah gera 5 A por 20 horas seguidas. Desse modo, com o nosso hipotético banco de baterias só seria possível ligar, ao mesmo tempo, aparelhos com o consumo somado de até 30 A. Uma última precaução: o banco de baterias não deve estar conectado diretamente ao motor, sob o risco de ficar sem partida, caso elas descarreguem. O motor exige uma bateria exclusiva para ele. Mas, durante a navegação, é recomendável ligar o motor ao banco de baterias, para recarregá-las. como recarregar? As respostas para as dúvidas mais frequentes O tempo para recarregar uma bateria depende da potência do carregador? Não. Uma bateria obtém energia a partir de uma reação química. Para recarregá-la, é preciso “reverter” esta reação, aplicando uma tensão (V, de volt) e uma corrente elétrica (A, de ampère). Este processo ocorre em uma velocidade própria, que, quando não respeitada, gera um recarregamento apenas parcial e pode danificar a bateria para sempre. Em geral, o tempo de recarga deve ficar entre 8 e 12 horas, independentemente da potência do carregador de energia de toda bateria. Usar o alternador do motor é bom para recarregar a bateria? É uma forma simples, mas precária. Na maioria dos casos, o conjunto alternador/regulador fornece tensão entre 13 V e 14 V e correntes elevadas. Com isso, uma bateria descarregada receberá uma corrente acima da recomendada e, na medida em que sua carga for aumentando, a tensão do alternador se tornará insuficiente para continuar o processo de recarga. Resultado: uma recarga parcial (de 70% a 80% da capacidade), além da diminuição na vida útil da bateria. Painéis solares são eficientes para recarregar uma bateria? São bons para manter as baterias carregadas quando o barco não estiver em uso, suprindo assim a “autodescarga” que toda bateria sofre. Um painel solar rígido de silício cristalino (mais eficiente que os flexíveis de silício amorfo), com 0,6 m x 0,3 m, pode gerar até 20 w, ou cerca de 1,4 A com 14 V. Para recarregar uma bateria de 150 Ah (ampères/hora), com meia carga, ele exigirá, portanto, cerca de 53 horas de sol forte. E se for um painel flexível, subirá para 120 h! Portanto, convém avaliar se o investimento em painéis realmente vale a pena, caso o principal objetivo seja recarregar baterias. E os geradores eólicos, muito usados nos veleiros? Sim, mas com ressalvas. A maior vantagem dos geradores eólicos é funcionar dia e noite, pois não dependem da luz solar, como os painéis — mas, desde que os ventos estejam acima dos 10 km/h. Para um gerador médio, com um diâmetro próximo de 1,2 m, ventos de 20 km/h podem gerar em torno de 3 A (14 V). É, portanto, uma boa opção para quem navega em locais de vento constante, como o Nordeste, por exemplo. Mas, mesmo nessas condições, serão necessárias mais de 25 horas para deixar uma bateria de 150 Ah a meia carga. O investimento é alto e a interferência estética no barco, grande. Por que não se deve deixar um carregador comum ligado à bateria por muito tempo? Porque, em geral, eles operam com corrente constante, ou seja, vão aumentado a tensão sobre a bateria na medida em que ela se carrega. Esta tensão não deveria ultrapassar 14,8 V ou 15 V. Dentro desse limite, evitaria o superaquecimento e a decomposição do líquido da bateria. Ocorre, contudo, que este tipo de carregador não tem capacidade de ir diminuindo a corrente/tensão. Por isso, pode danificar a bateria se não for desconectado a tempo. o QUe levar em conta ao instalar Peso Uma bateria pesa cerca de 45 quilos e quanto mais abaixo da linha d´água e centralizada ela estiver, melhor para a estabilidade do barco. Ventilação Toda bateria emite gases potencialmente perigosos, o que exige bom sistema de exaustão — além disso, boa ventilação evita o aquecimento inadequado delas. Acesso É fundamental que estejam à vista. Baterias “escondidas” são um incômodo e risco. Instale-as o mais próximo possível do motor. Assim, você evita a perda de energia através dos cabos. Se isto não for possível, use cabos de maior diâmetro. Tipos Nunca misture baterias velhas com novas, porque as já usadas comprometerão a durabilidade das novas. Você e seu barco Pra quE tudo isso? Juntar tralhas a bordo é um hábito de todo dono de barco. Mas isso pode custar caro S im, é um filme. Faça o teste: abra os paióis do seu barco e coloque tudo o que há neles para fora. Depois, espalhe tudo no convés e responda: será que você precisa mesmo levar tudo isso a bordo quando sai para um simples passeio? Será que irá mesmo precisar de tantas mangueiras, galões e ferramentas ou apenas uma ou outra coisa já daria conta de eventuais problemas? Acumular coisas inúteis a bordo (as chamadas “tralhas”) é um hábito que 99% dos donos de barcos cultivam. Mas não deveriam, porque qualquer coisa pesa e peso é algo crucial no desempenho de qualquer barco — seja ele a vela ou a motor. É bem provável que você mesmo esteja levando uma série de quinquilharias e inutilidades náuticas a bordo, com a mínima chance de vir a precisar de alguma delas — se é que se lembrará delas, caso seja preciso. Peso rouba muito desempenho. Só para ter uma ideia, numa lancha de 26 pés, 100 quilos extras a bordo (coisa fácil de juntar quando há espaço para guardar coisas a bordo) representam uma queda de cerca de 10% no desempenho e elevam o consumo em outros 5%. E a grande maioria dos barcos de médio porte carrega bem mais do que isso na forma de tranqueiras que jamais serão usadas e que ficam esquecidas nos armários da cabine e paióis do convés. Outra consequência do acúmulo de coisas a bordo é o aumento no risco de incidentes, especialmente se o porão do casco também for usado como depósito, o que jamais deveria ocorrer, por sinal. Qualquer coisa que deslize pode romper a fiação ou impedir o funcionamento do motor. Sem falar que peso excessivo compromete a estabilidade de qualquer barco. 78 Náutica sudEstE Portanto, a regra é, de tempos em tempos, fazer o que o primeiro parágrafo deste texto sugere (botar tudo pra fora e fazer um pente fino) e, dali em diante, passar a perguntar a si mesmo qual a real utilidade de qualquer coisa que entrar a bordo e nele ficar. Afinal, pra que levar três latas de óleo se uma só já basta para completar o nível do motor, no caso de um (improvável, por sinal) vazamento durante um passeio? Pense nisso. E em muitas outras coisas também. A tralha mais frequente O que geralmente vai a bordo, sem a menor necessidade O quê? E pra quê? Muitos livros Não basta aquele que você está lendo? Muitas panelas Não bastariam duas ou três delas? todas as ferraMentas Uma caixa já dá conta do recado Capa do barCo Você pretende cobri-lo durante o passeio? louças de porCelana Vidro pesa bem mais que plástico. E quebra Muitas peças De que adianta, se não há como trocá-las? rolos de Cabos Um a mais é mais do que suficiente cruzadas náuticas Você entende de mar? HORIZONTAIS 2 Peixe da região amazônica; sua carne é muito consumida pela população local e sua pele utilizada na fabricação de couro • 6 A maior do Brasil, em área, é a de Sobradinho, na Bahia • 8 Primeira graduação na hierarquia do pessoal subalterno da Marinha do Brasil • 10 Ser mitológico, metade mulher, metade peixe, que, com seu canto mavioso, atraía marujos para o mar, onde morriam afogados • 13 Grande planície inundável da América do Sul, um dos ecossistemas mais ricos do planeta • 15 Enchova, especialmente a preparada na salmoura para conserva • 16 A maior reentrância marítima do mundo • 19 Repartição da Marinha encarregada da segurança e do tráfego marítimo em sua jurisdição • 21 Limite territorial entre dois ou mais países • 22 O recipiente usado para servir a feijoada • 23 Condição urgente, que demanda ação ou assistência rápida • 26 Data comemorada pelos cristãos em 25 de dezembro • 31 Navegação com vento de viés • 32 Carroceria metálica usada para depositar entulho de obras, lixo etc., posteriormente transportadas por um caminhão • 33 Palavra do alfabeto fonético que representa a letra F. Bayliner 33 Prestige 400 Keep Rocking 2 Mercruiser 5.0 B - 260HP - Gasolina 2 CUMMINS Cummins QSB 5,9 380 CV 380HP - Diesel R$ 450.000,00 Shutterstock Nome desta ave 1 A constelação austral cuja estrela mais brilhante é dupla • 2 Nevoeiro muito denso (principalmente nas manhãs de inverno, em terra ou no mar) que impede a visão a grande distância • 3 Um mecanismo para reduzir atrito entre superfícies • 4 Um tipo de poltrona que se pode recostar para melhor se acomodar • 5 Peixe de pequeno e médio porte, corpo fusiforme e fendas branquiais laterais, ambém conhecido como cação • 6 Força que se opõe ao deslocamento de um corpo que se move • 7 O grande lago da capital federal • 9 O percurso de um navio no mar ou de um avião em voo • 11 Oficial que ocupa o segundo lugar na linha de comando de um navio • 12 O ato de subsistir, de escapar de um acidente, desastre, naufrágio, incêndio etc. • 13 Uma ave que não sabe voar, característica do hemisfério Sul • 14 Material plástico sintético usado como matéria-prima para cordas, roupas, material esportivo etc. • 17 Monte de areia típico de praias como Jericoacoara e Natal • 18 Lado direito do navio, olhando da popa para a proa • 20 Cômodo e fácil de ser usado • 24 (Fig.) Alta, aumento • 25 Cada um dos sete amiguinhos da Branca de Neve • 27 Interjeição usada pelos que saúdam com copos de bebida • 28 Cidade histórica de Santa Catarina, com importante porto • 29 O automático é o aparelho do barco, que dispensa a intervenção da tripulação durante a navegação, mantendo a velocidade e a direção • 30 Unidade de medida da energia elétrica, de símbolo V. V E R T I C A I S Respostas na página 79 80 náutica SudeSte Elaboradas por A Recreativa — palavras cruzadas e passatempos — www.recreativa.com.br R$ 1.300.000,00 Real 41 HT Segue 58 HT 2 Volvo Penta D6 - 370HP - Diesel 2 Volvo Penta D12 800 - 800HP - Diesel R$ 650.000,00 R$ 2.600.000,00 Fotos meramente ilustrativas. Crédito sujeito a análise financeira. Loja Angra dos Reis Marina Pirata’s - Lj. 148B Escritório RJ - Iate Clube RJ Av. Pasteur, 333 Lj. 14 - Urca (21) 2543-3070 Assistência Técnica - Lj. 06 (24) 3365-3880 Representante exclusiva da PRESTIGE no Brasil com embarcações em pronta entrega. /yachtcentergroup www.yachtcentergroup.com arquivo pessoal 3 perguntas a raiNha do remo A paulista Roberta Borsari transformou as remadas com uma prancha de stand up paddle em profissão, mas continua tão empolgada quanto no primeiro passeio A paulista Roberta Borsari é uma das maiores incentivadoras do stand up paddle no Brasil, criadora do projeto Suptravessias e uma das praticantes profissionais do esporte que mais viajou para o exterior, a fim de remar em diferentes locais e situações, para aprimorar sua técnica. Graças a isso, é capaz de fazer longas travessias (como sair do litoral nor- te de São Paulo e remar até Alcatrazes ou dar a volta na ilha de Fernando de Noronha) como se estivesse passeando. E, quase sempre, está mesmo, porque é uma apaixonada pela pranchas a remo e o prazer que elas proporcionam. “Mas desde que a pessoa esteja bem orientada e com o equipamento certo”, ressalva, como conta neste rápido bate-papo. 1 2 3 Sup é apenas moda? Qual a melhor prancha? Qual conselho daria aos iniciantes? “De jeito algum! O stand up paddle veio pra ficar e o segredo desse sucesso é a sua praticidade e versatilidade. Qualquer pessoa apta a fazer alguma atividade física, independentemente da idade, é capaz de remar uma prancha. Mas é claro que quem começa com a postura errada e remando sem nenhuma técnica, desenvolve vícios que comprometem a performance. E isso, às vezes, desanima a pessoa, porque ela se cansa e não avança. Por isso, o ideal é, sempre, consultar um profissional do assunto, seja para aprender direito ou escolher o melhor equipamento, que, por sinal, varia de pessoa para pessoa”. “Não existe ‘a melhor prancha’. O que existe é o equipamento ideal para cada pessoa e o que ela pretende fazer com ele — se apenas passear, brincar nas ondas ou fazer um exercício mais intenso. O biotipo do remador também conta muito, porque prancha e remo inadequados ao peso, altura e condição física da pessoa logo se tornam um incômodo. E tudo o que incomoda não dá prazer, o que vai de encontro ao principal objetivo do sup, que é a satisfação da interação com a água. Mas essa é uma escolha que exige ajuda profissional, porque há muitos modelos e marcas, o que sempre confunde os iniciantes.” “Além de procurar um profissional para orientá-lo, jamais descuidar da segurança. Como não ir além dos limites físicos e sempre checar a previsão do tempo. Às vezes, o dia está lindo e o mar um espelho, mas pode virar de repente. E, se não conhecer bem a região, também ficar atento às correntezas, que podem surpreender os remadores menos experientes. Mas, de resto, é só colocar a prancha na água e se divertir. Mesmo quem tem um barco deveria levar uma prancha a bordo, porque não há nada melhor do que chegar numa praia ou ilha e sair remando, sentindo a natureza bem de perto. Por isso, também, que o sup é um sucesso”. 82 Náutica SudeSte C M Y CM MY CY CMY K