Notícias de Beja - Diocese de Beja
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02 de Fevereiro de 2006 02 FEVEREIRO 2006 SEMANÁRIO REGIONALISTA Director: ALBERTO GERALDES BATISTA Ano LXXVIII – N.º 3872 Autorizado pelos C.T.T. a circular em invólucro de plástico fechado. Autorização N.º DE00552005DCN Primeira Encíclica de Bento XVI “Deus é amor” Nove meses após o início do seu pontificado, o Papa Bento XVI publicou a primeira Encíclica, com o título “Deus caritas est”, para explicar que Deus é amor e os cristãos acreditam nesse amor, fazendo dele a «opção fundamental» da sua vida. O texto, apresentado no Vaticano, no dia 25 de Janeiro, responde a uma das objecções mais comuns apresentadas à Igreja: «Com os seus preceitos e proibições, não torna amargo o mais formoso da vida?» A esta pergunta, a aguardada Encíclica de Bento XVI responde em dois tempos, isto é, em duas partes: na primeira, o Papa reflecte sobre o amor nas suas diferentes manifestações e na sua origem, Deus; na segunda, explica como a Igreja, como instituição, deve viver o mandamento do amor. O sucessor de João Paulo II, que em 26 anos de pontificado publicou 14 encíclicas, apresenta à Igreja o que considera essencial sobre a fé cristã, aquilo que muitos dão por adquirido, mas que tantas vezes esquecem. Não apresenta uma agenda política, com grandes iniciativas e linhas de acção, mas o horizonte do Cristianismo, o programa de Jesus: amar a Deus e amar o próximo. A temática do amor é urgente, é eterna, está na origem do homem e espera-o no fim do seu caminho. Tudo isto é dito pelo Papa, com uma linguagem onde ressalta a sua sólida formação teológica, filosófica e cultural, com citações de outros Papas, do Magistério da Igreja, de filósofos da antiguidade e modernos, de escritores clássicos. O programa de Bento XVI tem sido o combate ao que ele próprio designou a «ditadura do relativismo». Hoje, em vez de ditar regras e anátemas, o Papa procura responder às perguntas mais profundas da humanidade sobre a sua existência e o seu destino, lembrando que, no final dos tempos, será o amor o critério definitivo para decidir sobre «o valor ou a inutilidade de uma vida». Como o próprio reconhece, «num mundo em que ao nome de Deus se associa, às vezes, a vingança ou mesmo o dever do ódio e da violência», falar de Deus como amor «é uma mensagem de grande actualidade e de significado muito concreto». Presidente da República eleito, Cavaco Silva, toma posse dia 9 de Março Pág. 4 Governo Português condecorou o Padre Luís Kondor, grande apóstolo de Fátima Pág. 5 Governo urbaniza margens de Alqueva Também em Portugal Faltam políticas que promovam a família Se a tendência dos últimos seis anos se mantiver, em 2012 o número de divórcios ultrapassará o número de casamentos em Portugal. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que o número de enlaces, católicos e não católicos, tem diminuído oito por cento ao ano, enquanto que as separações têm registado um crescimento anual na ordem dos três por cento. A ser assim, em 2012 haverá em Portugal 2 7.400 casamentos, contra os 49.178 de 2004 e 30.150 divórcios, ao invés dos 23.348 verificados em 2004. A situação está a preocupar a Preço 0,50 € c/ IVA Conselho Pastoral Diocesano reflectiu sobre problemas da Família Páginas 2, 3 e 6 Associação de Famílias, que não tem dúvidas em afirmar que, “se nada for feito, Portugal vai viver uma crise social sem precedentes”. Carlos Aguiar Gomes, o presidente da Associação, diz que “o Governo tem de inverter o sentido das políticas que, nos últimos 30 anos, têm sido sempre contrárias à PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS 2350-999 TORRES NOVAS TAXA PAGA promoção da família”. “Na Alemanha existe o Ministério da Família, assim como noutros países da Europa, e em Portugal, nem sequer existe uma direcção-geral para acompanhar a célula fundamental da sociedade”, disse Carlos Aguiar Gomes. Igreja condena más políticas O porta-voz da Conferência Episcopal, D. Carlos Azevedo, diz que “as políticas dos sucessivos governos, em relação à família, têm sido más e penalizadoras”. Sublinhando que “a família é a célula fulcral da sociedade”, o bispo auxiliar de Lisboa diz que “o Estado deve implementar políticas que promovam a família, nas mais diversas vertentes, fiscalidade, Segurança Social, emprego, saúde, escola, etc. “0 Estado não pode ser neutro”, disse, referindo que, também aqui, a Igreja tem um papel importante a desempenhar, adequando a sua pastoral e as suas políticas de apoio social. D. Carlos Azevedo adverte também para a “situação ridícula” que é o facto de as pessoas terem mais vantagens fiscais sendo separadas do que casadas. “Temos de combater essa situação, sem medos nem preconceitos”, afirma o prelado. Natalidade vai cair mais A falta de apoios concretos à família promove o aumento dos divórcios, diz a Associação de Famílias e, por consequência, acentua a queda da natalidade. “1982 foi o último ano em que houve substituição de gerações. A partir daí, os nascimentos nunca mais superaram os óbitos”, disse Carlos Aguiar, lembrando que, nessa altura, “havia mais de 120 mil casamentos por ano em Portugal e os divórcios não chegavam aos dez mil”. Para tentar evitar “uma catástrofe social”, diz a Associação de Famílias “o Governo tem de optar por políticas concretas de apoio à família e aos casais com mais filhos”. Considera a Associação de Famílias que “o casar e constituir família deve traduzir-se no pagamento de menos impostos”, sublinhando que, para além da saúde e da educação, também a alimentação e o vestuário dos filhos deve contar com uma margem de dedução no IRS. A Associação de Famílias tenciona, a curto prazo, interpelar o Governo acerca da sua política de família. A Barragem de Alqueva promete ser uma zona de forte atracção turística, de acordo com os planos do ministro da Economia. Manuel Pinho não se dá por satisfeito com o projecto de José Roquette para as imediações da barragem e pretende atrair, pelo menos, mais dois ou três investimentos de qualidade. Para cumprir este objectivo terá de alterar o Plano de Ordenamento local, o que pretende fazer no curto prazo de três meses. José Roquette anunciou o lançamento de um mega-investimento de mil milhões de euros, que inclui uma marina, três campos de golfe com três grandes unidades hoteleiras, mais de 150 quilómetros de lago, praias artificiais e uma Ilha do Tesouro destinada ao público mais jovem. Recorda-se que foram também lançados recentemente no Alentejo dois grandes projectos turísticos, situados em Melides, Concelho de Grândola - A Herdade do Pinheirinho e a Herdade da Costa Terra, que irão criar mais de 1000 postos de trabalho, incluindo alguns hotéis, campos de golfe, clubes de ténis, moradias de turismo residencial e aldeamentos turísticos. Alqueva é o maior lago artificial da Europa, que vai modificar a paisagem alentejana. IGREJA 2 – Notícias de Beja 02 de Fevereiro de 2006 Recentrar no amor a fé e o modo de ser cristão Nesta sua primeira encíclica, o Papa Bento XVI apela aos cristãos e suas comunidades a que recentrem, no amor, a sua fé e a exprimam na sua opção fundamental de vida de amor ao próximo. Retoma, assim, a tradição joânica e a síntese maravilhosa de S. João, com que principia a encíclica: “Deus é amor e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele.” É desejo do Papa que os cristãos suscitem “um renovado dinamismo de empenhamento na resposta humana ao amor divino”. Como sucedeu com os primeiros cristãos, será pelo amor tornado operativo em gestos de partilha fraterna que serão reconhecidos os discípulos e discípulas de Cristo. Pese embora a transcendência da palavra amor, o que significa para o poeta ou evoca na tradição bíblica, sucede que, na cultura corrente, o vocábulo apresenta conotações muito diferentes. Quem experimentou falar de amor a uma turma de adolescentes cedo percebe que deve fazer um longo percurso até poder comunicar com seriedade mínima, tal a visão deturpada do termo. Não só na linguagem a palavra carece reabilitação. Em nome do amor se cometeram, e cometem, as maiores barbaridades. Em nome do amor se humilharam pessoas, se alimentaram dicotomias entre corpo e alma, carne e espírito, que bloquearam e bloqueiam uma verdadeira humanização. A encíclica abre o debate nesta matéria e não deixará de suscitar posturas filosóficas distintas. Não há que temê-las; também já passaram os tempos dos anátemas. Serão bem-vindas todas as reflexões. Que se anime, pois, o debate filosófico e teológico, que se afirmem os fundamentos da “civilização do amor”. Na parte mais pastoral da encíclica, Bento XVI quer encorajar as comunidades cristãs a que revitalizem o seu empenhamento na acção social e caritativa, tomando adequadas as respostas aos novos desafios e tendo como horizonte não menos do que erradicar a pobreza nas respectivas áreas de influência. “No seio das comunidades dos crentes não deve haver uma forma de pobreza tal que sejam negados a alguém os bens necessários para uma vida condigna.” O Papa não inova nesta matéria, actualiza apenas a tradição apostólica. Pessoalmente, esperaria maior inovação neste domínio pois hoje dispomos de conhecimento científico e experiência sociopolítica que nos permitem compreender que o amor cristão se deve estender também à intervenção sobre as estruturas e os modelos económicos e sociopolíticos, pugnando pela justiça, a solidariedade, a ecologia e a salvaguarda de direitos humanos universais. Esta é de resto uma doutrina consolidada em documentos similares, pelo menos desde o Concílio Vaticano II. Manuela Silva Presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, na Igreja Católica Uma V Domingo do Tempo Comum Ano B 5 de Fevereiro de 2006 Os Cristãos como “filhos da luz”, são chamados a ser, no meio dos homens, “luz do mundo” e “sal da terra”. Inseridos, pelo seu Baptismo, no Corpo Místico de Cristo, ficam, com efeito, a participar da Sua mesma missão. “Tornados participantes, a seu modo, da função sacerdotal, profética e real de Cristo” (LG. 31), em virtude dos dons, que lhes foram conferidos, os cristãos ficam habilitados a ser testemunhas da Ressurreição de Cristo e instrumentos de toda a acção salvífica da Igreja. Corresponsáveis da obra comum, devem trabalhar, generosamente, na construção da Igreja no mundo e na inspiração cristã da ordem temporal. I Leitura Job é o tipo de todo o homem que sofre e que não sabe encontrar explicação para o sofrimento. No entanto, ele sabe que o Senhor não é estranho a esse sofrimento; por isso, se abandona nas suas mãos, invocando-O e esperando a sua resposta. Se Job tivesse conhecido a Paixão de Cristo seguida da Ressurreição, teria encontrado resposta mais completa para a sua dor! Leitura do Livro de Job Job tomou a palavra, dizendo: «Não vive o homem sobre a terra como um soldado? Não são os seus dias como os de um mercenário? Como o escravo que suspira pela sombra e o trabalhador que espera pelo seu salário, assim eu recebi em herança meses de desilusão e couberam-me em sorte noites de amargura. Se me deito, digo: ‘Quando é que me levanto?’ Se me levanto: ‘Quando chegará a noite?’ e agito-me angustiado até ao crepúsculo. Os meus dias passam mais velozes que uma lançadeira de tear e desvanecem-se sem esperança. - Recordai-Vos que a minha vida não passa de um sopro e que os meus olhos nunca mais verão a felicidade». Salmo Responsarial encíclica nosso Salmo 146 (147) Refrão: Louvai o Senhor, que salva os corações atribulados. II Leitura para o Job 7, 1-4.6-7 1 Cor 9, 16-19.22-23 O que leva S. Paulo a pregar o Evangelho é exclusivamente a consciência que tem de que o deve pregar para salvação de todos. Até o direito que tem de ser assistido materialmente pelos irmãos ele rejeita, para ficar mais livre na sua pregação. E é na fidelidade à urgência deste serviço na fé e no amor a Cristo que ele experimenta a alegria da liberdade. Leitura da Primeira Epístola de São Paulo aos Coríntios tempo “Deus Caritas est” (“Deus é Amor”) constitui uma agradável surpresa. Estamos perante urna encíclica que trata de um tema central no mundo contemporâneo - o lugar do outro e a relação entre as pessoas. E é muito interessante que Bento XVI tenha escolhido um tema transversal e susceptível de mobilizar vontades e energias. Assim, com um aparato teológico e filosófico bastante rico, fazendo jus a um percurso intelectual fecundo, o Papa põe no centro da reflexão da Igreja Católica o tema crucial da mensagem cristã - susceptível de lançar pontes de encontro e de diálogo, designadamente entre as várias religiões e todas as pessoas de boa vontade. “O amor é possível, e nós somos capazes de o praticar porque criados à imagem de Deus. Viver o amor é (...) fazer entrar a luz de Deus no mundo... “ E que método preconiza Bento XVI nesta encíclica? O método simples e ancestral do exemplo, dos sinais concretos sobre “o amor com que Deus nos cumula e que deve ser comunicado aos outros por nós”. Num tempo em que tanto se fala de comunicação, torna-se indispensável ir aos fundamentos da relação entre as pessoas e tirar consequências em termos de responsabilidade para com os outros. Trata-se de assumir e de preparar o “face a face”, de que fala S. Paulo, e que transforma a terceira virtude teologal, a caridade, em primeira, de que a fé e a esperança são subsidiárias. Eros, philia e agape são formas diferentes da relação humana. E eros tem de ser compreendido como equilíbrio na relação com o corpo, em lugar de esquecido o suprimido (“O eros quer-nos elevar “em êxtase” para o Divino, conduzir nos para além de nós próprios, mas por isso mesmo requer um caminho de ascese, renúncias, purificações e saneamentos”). E aqui há pistas muito importantes e inovadoras que lançam sinais de esperança. Bento XVI analisa cada uma das formas da relação humana e fá-lo citando não apenas (como era tradicional nas encíclicas) os livros sagrados e os padres da Igreja, mas também grandes autores, como Virgílio, Descartes, Karit, Nietzsche, a propósito do amor como “cuidado do outro e pelo outro”. Não se trata de cultivar uma abstracção, mas de partir e chegar às situações concretas. “Se na minha vida negligencio completamente a atenção do outro, importando-me apenas com ser “piedoso” e cumprir os meus “deveres religiosos”, então definha também a relação com Deus.” No fundo, mais do que a felicidade, o que está em causa é o bem do outro - a partir da concepção de Deus como “fonte originária de todo o ser”. Mas, como construir uma “comunidade de amor”? Como assumir a “caridade como dever da Igreja”? Como ligar caridade e justiça? Eis o que está em causa. Guilherme D’Oliveira Martins Presidente do Centro de Reflexão Cristã Irmãos: Anunciar o Evangelho não é para mim um título de glória, é uma obrigação que me foi imposta. Ai de mim se não anunciar o Evangelho! Se o fizesse por minha iniciativa, teria direito a recompensa. Mas, como não o faço por minha iniciativa, desempenho apenas um cargo que me está confiado. Em que consiste, então, a minha recompensa? Em anunciar gratuitamente o Evangelho, sem fazer valer os direitos que o Evangelho me confere. Livre como sou em relação a todos, de todos me fiz escravo, para ganhar o maior número possível. Com os fracos tornei-me fraco, a fim de ganhar os fracos. Fizme tudo para todos, a fim de ganhar alguns a todo o custo. E tudo faço por causa do Evangelho, para me tornar participante dos seus bens. Evangelho Mc 1, 29-39 Ao contrário de Job, sofredor e incapaz de superar o mal, Jesus cura as doenças e expulsa os demónios. Assim Se afirma Senhor da vida e da morte, e anuncia desde já a ressurreição. E quer levar esta Boa Nova a toda a parte; por isso, não se deixa ficar preso pelos interesses, sempre limitativos, dos seus beneficiários, mas alarga a sua acção a todos os lados. Todavia esta actividade tão intensa não O impede de procurar um lugar ermo para aí orar ao Pai. Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos Naquele tempo, Jesus saiu da sinagoga e foi, com Tiago e João, a casa de Simão e André. A sogra de Simão estava de cama com febre e logo Lhe falaram dela. Jesus aproximou-se, tomou-a pela mão e levantou-a. A febre deixou-a e ela começou a servi-los. Ao cair da tarde, já depois do sol-posto, trouxeram-Lhe todos os doentes e possessos e a cidade inteira ficou reunida diante da porta. Jesus curou muitas pessoas, que eram atormentadas por várias doenças, e expulsou muitos demónios. Mas não deixava que os demónios falassem, porque sabiam quem Ele era. De manhã, muito cedo, levantou-Se e saiu. Retirou-Se para um sítio ermo e aí começou a orar. Simão e os companheiros foram à procura d’Ele e, quando O encontraram, disseram-Lhe: «Todos Te procuram». Ele respondeu-lhes: «Vamos a outros lugares, às povoações vizinhas, a fim de pregar aí também, porque foi para isso que Eu vim». E foi por toda a Galileia, pregando nas sinagogas e expulsando os demónios. PAPA 02 de Fevereiro de 2006 Notícias de Beja – 3 “Deus é amor” Primeira Encíclica de Bento XVI explica a essência do Devolver ao “amor” seu cristianismo esplendor original A Encíclica parte de uma citação da Primeira Carta de São João: «Deus, é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele» (1 Jo 4,16). Para Bento XVI, começa aqui a desenhar-se o seu primeiro objectivo, revelado já na semana passada durante um congresso no Vaticano: devolver ao “amor” o seu esplendor original. Hoje, como lembra o Papa, o amor é utilizado por tudo e por nada, o que faz com que, na maioria dos casos, estejamos na presença de caricaturas e não do verdadeiro amor. «O termo “amor” tornou-se hoje uma das palavras mais usadas e mesmo abusadas, à qual associamos significados completamente diferentes», constata. Por isso, defende que é preciso regressar à origem, «ao amor com que Deus nos cumula e que deve ser comunicado aos outros». Bento XVI surpreendeu ao anunciar, ele próprio, a data da publicação da encíclica, e tornou-se, esta segunda-feira, o primeiro Papa a falar sobre uma encíclica antes que ela fosse publicada. A surpresa estende-se, de certa maneira, ao facto de ter querido dedicar a sua primeira grande carta à Igreja ao tema do amor, «uma única realidade, embora com distintas dimensões», desde o apaixonado “eros” que, passando por um caminho de «purificação», desemboca no “agapé”, no amor que renuncia a si mesmo, em favor do outro. O Papa admite que houve, na história da Igreja, uma «marginalização» do termo “eros”, apresentando uma visão panorâmica da concepção desse termo na história e na actualidade. Para Bento XVI, contudo, a Igreja «não destruiu» o “eros”, mas «purifica-o». Mais: «a falsa divinização do “eros” priva-o da sua dignidade, desumaniza-o». Diz também que «a fé bíblica não constrói um mundo paralelo ou um mundo contraposto àquele fenómeno originário que é o amor, mas aceita o homem por inteiro intervindo na sua busca de amor para purificá-la, desvendando-lhe ao mesmo tempo novas dimensões». A encíclica lamenta que, muitas vezes, o amor entre casais seja reduzido a um prazer sexual egoísta, lembrando que o mesmo precisa de ser purificado, de modo a chegar «ao cuidado e à preocupação pelo outro». Recomendações aos políticos A segunda parte do documento é dedicada ao que Bento XVI denomina “A prática do amor pela Igreja, enquanto comunidade de amor”, para deixar claro que esta acção não é uma mera assistência social, um «serviço meramente técnico de distribuição» ou uma forma de activismo político-ideológico. «Toda a actividade da Igreja é manifestação dum amor que procura o bem integral do homem», escreveu o Papa. Para Bento XVI, a atenção para com os mais necessitados é uma resposta ao amor que vem Deus e exprime uma dimensão fundamental da Igreja, «um dos seus âmbitos essenciais», tão intrínseco à sua natureza como a própria celebração dos Sacramentos ou o anúncio do Evangelho. Nenhuma destas dimensões pode estar separada uma da outra, sublinha o Santo Padre: «Se na minha vida negligencio completamente a atenção ao outro, importando-me apenas com ser piedoso e cumprir os meus deveres religiosos, então definha também a relação com Deus. Neste caso, trata-se duma relação correcta, mas sem amor», explicou. Bento XVI afirma que a própria celebração eucarística «é em si mesma fragmentária se não se traduzir em amor concretamente vivido». Quer isto dizer que «Qualquer um que necessite de mim, e eu possa ajudá-lo, é o meu próximo», adverte. Bento XVI dedica uma parte da sua reflexão à relação entre os conceitos de justiça e caridade, começando por reconhecer que há «algo de verdade» nas críticas que se fizeram às obras de caridade da Igreja, quando não se empenharam para construir uma «ordem justa». «A justiça é o objectivo e, consequentemente, a medida intrínseca de toda a política», escreve, acrescentando que a doutrina social da Igreja pode ter, neste campo, a missão da «formação da cons- ciência na política», respeitando a separação entre Igreja e Estado. «O Estado não pode impor a religião, mas deve garantir a liberdade da mesma e a paz entre os aderentes das diversas religiões; por sua vez, a Igreja como expressão social da fé cristã tem a sua independência e vive, assente na fé, a sua forma comunitária, que o Estado deve respeitar», esclarece Bento XVI. O Papa considera, contudo, que a construção de uma «ordem justa» é uma tarefa «política» numa era marcada pela globalização da economia. A política, explica, «não pode ser encargo imediato da Igreja». «A Igreja não pode nem deve tomar nas suas próprias mãos a batalha política para realizar a sociedade mais justa possível. Não pode nem deve colocar-se no lugar do Estado. Mas também não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça», refere o documento. Ora, é precisamente sobre o papel do Estado que o Papa deixa alguns conselhos aos políticos de todo o mundo: «Não -precisamos de um Estado que regule e domine tudo, mas de um Estado que generosamente reconheça e apoie, segundo o princípio de subsidiariedade, as iniciativas que nascem das diversas forças sociais e conjugam espontaneidade e proximidade aos homens carecidos de ajuda», precisa. Ainda segundo Bento XVI, a humanidade tem de ter consciência de que «nunca haverá uma situação onde não seja precisa a caridade de cada um dos indivíduos cristãos porque o homem, além da justiça, tem e terá sempre necessidade do amor». O oceano anónimo do Divino O Papa Ratzinger deu a conhecer a sua primeira carta dirigida a toda a Igreja. Numa linguagem que combina o tom poético com a profundidade do filósofo e a elevação do teólogo, Bento XVI ofereceu ao mundo um belo texto sobre o amor cristão Que o Papa alemão era bom pianista já sabíamos, O que ainda não tínhamos visto era a sua sensibilidade emocional. Sem preconceitos, o Papa com esta carta põe fim a velhos tabus da Igreja à volta do amor . O “Papa teólogo” resolveu surpreender e apresentar ao mundo um texto curto, numa linguagem rica mas simples . e com uma mensagem menos dogmática e doutrinal do que a habitual e centrada no amor. O Documento papal realça os aspectos positivos do desejo e do amor erótico. O Papa fala do amor como dádiva e de como a Igreja o deve pôr em prática . De acordo com o Papa, o documento nasceu da vontade de devolver o esplendor original à palavra amor. Num mundo onde ao nome de Deus, às vezes é ligada a vingança ou até mesmo o ódio e a violência, a mensagem cristã de Deus-Amor é de grande actualidade. O longo documento assinado por Bento XVI é um tratado sobre a visão cristã do amor, numa dimensão mais humana, mas sem abordar questões polémicas como a homossexualidade ou as uniões de facto. Bento XVI, opta por dedicar a primeira encíclica ao amor humano, na tentativa de demonstrar a humanidade da fé, reintroduzindo a visão católica do amor entre homem e mulher deturpada por algumas correntes de pensamento dentro da Igreja. O Papa reforça a importância do corpo, do sensível, como elemento positivo e integrante de uma caminhada para um amor espiritual maior. Caso contrário, escreve Bento XVI, o homem torna-se num produto sexual e negociável. Antes mesmo de ser conhecida a encíclica, Bento XVI disse que se inspirou na “Divina Comédia”, de Dante, e que pretende combater a banalização da palavra amor. A nova encíclica lança ainda um desafio concreto aos católicos para que sejam activos em obras de caridade, nomeadamente no apoio a organizações internacionais de ajuda humanitária. “O Papa procura apresentar uma “fórmula sintética da existência cristã”: Deus é amor e os cristãos acreditam nesse amor, fazendo dele a “opção fundamental” da sua vida. Certamente que depois de ler a Encíclica de Bento XVI, muita gente vai sentir alegria de ser cristão. Esta encíclica é a primeira do Papa Bento e, por isso, a mais aguardada. Todos esperavam ver nela uma espécie de “programa” de pontificado, e, de certa maneira, ele está presente nas linhas da “Deus caritas est”.Para Bento XVI, começa aqui a desenhar-se o seu primeiro objectivo, devolver ao “amor” o seu esplendor original. Hoje, como lembra o Papa, o amor é utilizado por tudo e por nada, o que faz com que, na maioria dos casos, estejamos na presença de caricaturas e não do verdadeiro amor. Por isso, defende no seu documento que é preciso regressar à origem, “ao amor com que Deus nos cumula e que deve ser comunicado aos outros”. O amor é apresentado como “uma única realidade, embora com distintas dimensões. É neste contexto que Bento XVI usa a expressão oceano anónimo do Divino para designar o amor humano. Desde o início da encíclica, o Papa apresentou a relação entre homem e mulher como o “arquétipo” do amor. No número 6, explica-se que o ser humano passa “do amor indeterminado e ainda em fase de procura” para “a descoberta do outro” e que dessa evolução do amor faz parte que ele procure um “carácter definitivo”: “no sentido da exclusividade e no sentido de ser para sempre”. O tema escolhido por Bento XVI para a sua primeira encíclica é “um mergulhar no seio de Deus para poder fazer com que a Igreja seja uma resposta a todas as ausências de amor que infelizmente ainda persistem na sociedade moderna”. Manuel Magalhães NACIONAL 4 – Notícias de Beja 02 de Fevereiro de 2006 Quem é o novo Presidente da República Aníbal Cavaco Silva tem o seu nome associado ao período da mais duradoura estabilidade política registada em Portugal nas últimas décadas, a um ciclo de grandes transformações económicas e sociais e de modernização do país, a um tempo em que os portugueses recuperaram o optimismo e ganharam maior confiança no futuro. Único líder a conquistar duas maiorias absolutas consecutivas, o que o tornou no primeiro-ministro português que mais tempo permaneceu em funções em democracia (1985-1995), Cavaco Silva deixou, nos seus mandatos como governante, uma marca de determinação e firmeza na aplicação de um vasto conjunto de reformas estruturais, que promoveram a democratização e a liberalização da sociedade portuguesa. Num momento em que o País enfrentava os primeiros grandes desafios da integração europeia, e apoiado na estabilidade política que os portugueses proporcionaram através do seu voto, Cavaco Silva levou Portugal a ultrapassar a quase estagnação em que estava mergulhado, a beneficiar de um novo ambiente económico e social, a aproximar-se dos níveis médios de desenvolvimento dos seus parceiros da União Europeia e a assegurar-lhe maior projecção e reconhecimento internacionais. A economia portuguesa cresceu a uma taxa média anual de 4%, o que possibilitou uma melhoria significativa dos salários reais e das prestações sociais, incluindo a criação do 14º mês para os reformados. Conduziu um ambicioso programa que incluiu elevados investimentos em obras públicas e infra-estruturas e a adopção de novas práticas na economia – nomeadamente reduzindo o intervencionismo do Estado, atribuindo um papel mais relevante às forças de mercado e admitindo mais investimentos directos estrangeiros, ao mesmo tempo que reforçou a coesão social. Pôs em marcha uma vasta reforma fiscal, alterações profundas na educação, que passaram pela reforma do sistema educativo e a modernização do parque escolar, mudanças significativas na área da saúde, com a modernização, racionalização e melhoria da qualidade dos serviços prestados, e ainda a liberalização da comunicação social, em especial a abertura das televisões privadas. A maior afirmação da sociedade civil e a promoção das liberdades sociais foram grandes eixos sempre presentes na acção pública de Aníbal Cavaco Silva. A estabilidade política que garantiu e a confiança que fez repercutir nos parceiros sociais permitiram, nomeadamente, a celebração dos primeiros acordos de concertação social em Portugal, assim sublinhando o acerto das soluções socio-económicas preconizadas. Cavaco Silva foi um protagonista activo no processo que conduziu à aceleração da construção europeia, em resposta à nova realidade geopolítica do continente que sucedeu à queda do Muro de Berlim, assumindo papel central em algumas grandes decisões, influenciando as opções inscritas no Tratado de Maastricht – a propósito da coesão económica e social e das situações específicas dos estados-membros – e garantindo a adesão do escudo ao Sistema Monetário Europeu, com Portugal integrando o primeiro grupo de países da moeda única europeia. Participou em 29 Conselhos Europeus, onde defendeu com sucesso os interesses de Portugal, como foi o caso da aprovação dos Pacotes Delors I e II, o PEDIP (Programa Específico para o Desenvolvimento da Indústria Portuguesa), a criação de programas específicos de apoio ao desenvolvimento dos Açores e Madeira, bem como o programa de apoio à modernização da indústria têxtil e vestuário português. No primeiro semestre de 1992, e sob a sua empenhada condução, Portugal assumiu, pela primeira vez e com reconhecido êxito, a presidência rotativa da União Europeia. No plano das relações com o mundo lusófono, Cavaco Silva foi um promotor da adesão dos regimes africanos à democracia, tendo patrocinado as negociações de paz para Angola e apoiado processo idêntico em Moçambique. Foi também sob a sua liderança que Portugal esteve no embrião da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e que foi decidida a realização anual das cimeiras luso-brasileiras. Aníbal Cavaco Silva imprimiu uma nova dinâmica à política externa portuguesa, no reforço do papel pró-activo de Portugal nas suas relações bilaterais e multilaterais, em vários palcos regionais. Através de cimeiras anuais a nível de chefes de Governo, aprofundou o relacionamento com a Espanha, fomentando os intercâmbios num vasto leque de áreas e o maior desenvolvimento das regiões transfronteiriças, impulsionou as relações com Marrocos nos planos político e económico, estabeleceu um clima de bom entendimento e cooperação com os Estados Unidos, contribuindo para um melhor diálogo euro-atlântico, e estreitou os laços com a China, com a qual assinou a Declaração Conjunta para a transferência de Macau, assegurando ao território um futuro estável e de progresso. Aprofundou o relacionamento com Espanha através de cimeiras anuais de chefes de Governo. Com Filipe González na Ilha de Maiorca. Simultaneamente, ajudou a potenciar o protagonismo das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo nos países de acolhimento, a maior parte das quais visitou. Em 7 de Setembro de 1995, foi distinguido na Alemanha com o Prémio Carl Bertelsmann que a prestigiada Fundação Bertelsmann decidiu atribuir a Portugal pelo sucesso das políticas de melhoria do mercado de trabalho e de luta contra o desemprego enquanto Aníbal Cavaco Silva exerceu o cargo de primeiro-ministro. A escolha de Portugal resultou de uma análise comparativa de 17 países europeus, efectuada pelo Instituto para a Política Económica e Investigação Conjuntural da Univer- sidade de Witten-Herdecke. Recebeu ainda os Prémios Joseph Bech (1991), no Luxemburgo, e medalha Robert Schuman (1998) pela sua contribuição para a construção europeia, e Freedom Prize (1995), na Suiça, concedido pela Fundação Schmidheiny, pela sua acção como político e economista. Na vasta obra publicada há a referir os livros O Mercado Financeiro Português em 1966, Economic Effects of Public Debt, Política Orçamental e Estabilização Económica, A Política Económica do Governo de Sá Carneiro, Finanças Públicas e Política Macroeconómica, As Reformas da Década, Portugal e a Moeda Única, União Monetária Europeia, Autobiografia Política, Volume I e II, e Crónicas de Uma Crise Anunciada. O número de exemplares vendidos ultrapassa já 170.000. Os dois volumes da sua Autobiografia Política foram um valioso contributo para a compreensão dos seus mandatos como PrimeiroMinistro. As intervenções mais importantes produzidas como primeiro-ministro encontram-se reunidas nos livros Cumprir a Esperança (1987), Construir a Modernidade (1989), Ganhar o Futuro (1991), Afirmar Portugal no Mundo (1993) e Manter o Rumo (1995). Afastado da vida política activa nos últimos anos, durante os quais retomou a sua actividade académica, Cavaco Silva manteve, todavia, uma importante participação cívica, nomeadamente através de intervenções pontuais sobre questões nacionais ou internacionais, que sublinharam os critérios de competência, rigor e exigência que sempre pautaram a sua actuação pública e constituem relevante marca da sua credibilidade como homem político. Nascido a 15 de Julho de 1939, em Boliqueime, Loulé, Algarve, Aníbal Cavaco Silva é licenciado em Finanças pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, Lisboa, e doutorado em Economia pela Universidade de York, Reino Unido. Foi docente do ISCEF e da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa e, actualmente, é Professor Catedrático na Universidade Católica Portuguesa. Foi investigador da Fundação Calouste Gulbenkian e dirigiu o Gabinete de Estudos do Banco de Portugal, do qual foi posteriormente consultor. Exerceu o cargo de ministro das Finanças e do Plano em 1980-81, no governo do primeiro-ministro Francisco Sá Carneiro, e foi presidente do Conselho Nacional do Plano entre 1981 e 1984. Presidiu ao Partido Social-democrata (PSD) entre Maio de 1985 e Fevereiro de 1995. Cavaco Silva é Doutor Honoris Causa pelas Universidades de York (Reino Unido) e La Coruña (Espanha), membro da Real Academia de Ciências Morais e Políticas de Espanha, do Clube de Madrid para a Transição e Consolidação Democrática e da Global Leadership Foundation. Ao apresentar a sua candidatura, pessoal e independente, à Presidência da República, Aníbal Cavaco Silva fundamentou a sua decisão num imperativo de consciência, declarando que, como Presidente, contribuirá para abrir caminho à esperança e ajudará Portugal a vencer as dificuldades em que está mergulhado e a construir um futuro melhor para os portugueses. Tomada de posse Cavaco Silva tomará posse como Presidente da República dia 9 de Março, na Assembleia da República, segundo a Constituição. Residência Tal como Jorge Sampaio, Cavaco Silva não deverá ficar a viver no Palácio de Belém. Após o 25 de Abril, o único que o fez foi Ramalho Eanes. Gabinete Cavaco Silva, Presidente da República eleito, passa a ocupar um gabinete no Pavilhão D. Maria I, no Palácio Nacional de Queluz. Pavilhão transformado O pavilhão D. Maria I, que integra o Palácio de Queluz, da autoria de Manuel Caetano de Sousa, foi edificado entre 1785 e 1792. A Presidência da República tem disponibilizado uma ala daquele espaço, uma suite remodelada há cerca de ano e meio, para chefes de Estado que visitem o País. A suite foi transformada em três gabinetes e uma sala de reuniões para o Presidente eleito, Cavaco Silva. O espaço, de facto, não tem sido muito utilizado. A maioria dos chefes de Estado, normalmente prefere ficar em hotéis. A última vez que um presidente estrangeiro escolheu o Pavilhão D. Maria I para residência oficial durante a sua estada em Portugal foi Alekdander Kwasnieswski, homólogo polaco de Jorge Sampaio, em Junho de 2004. DIOCESE 02 de Fevereiro de 2006 Notícias de Beja – 5 A Igreja de Beja em marcha Pe. José Maria, que seria bom informar os párocos dos doentes, para que estes se lembrem deles na oração paroquial e eventualmente lhes façam uma visita. Também seria bom que os párocos informassem o capelão, quando sabem que algum paroquiano praticante vai ser internado. Em Odemira e Milfontes Aproveitando um dos poucos domingos sem compromissos, fui com D. Manuel Falcão presidir à Eucaristia dominical de Odemira, ver a nova residência e centro paroquial, visitar a comunidade das irmãs Oblatas em Odemira e as obras do seu novo infantário em Boavista dos Pinheiros. Ao meio da tarde passamos pelo Instituto de Vila Nova de Milfontes, oportunidade também para mostrar a D. Manuel a nova residência do pároco. Depois, acompanhados do Cónego Álvaro, fomos a um lugar distante do centro da vila, para visitar e apoiar uma pessoa que telefona muitas vezes a pedir auxílio. O tempo frio e chuvoso, ao fim do dia a nevar, não nos desviou dos nossos intentos. Agenda dos próximos dias Sétimo ano da nomeação episcopal Alguns diocesanos lembraram-se do sétimo ano da minha nomeação para bispo de Beja, no dia 25 de Janeiro, e prometeram-me a sua oração, que agradeço. A festa da conversão de S. Paulo, celebrada nesse dia, é um apelo à conversão constante a Jesus Cristo e à missão que nos foi confiada. Visita a colaboradores hospitalizados “Notícias de Beja” agradece e recomenda-se Em resposta aos apelos feitos por mim e pelo Director do nosso jornal, por ocasião do 78.º aniversário do “Notícias de Beja”, chegaram muitos novos assinantes e palavras simpáticas de parabéns e muito apreço pelo semanário da nossa Diocese. Regista-se também a generosidade de alguns assinantes que ao pagarem a sua anuidade, acrescentam mais alguns euros aos 21 que estão estipulados para este ano. No dia 27 arrajei um pouco de tempo para fazer uma visita a alguns colaboradores da diocese doentes, hospitalizados em Beja: Carlos Prazeres, de Cuba, membro da direcção da Caritas e das Conferências Vicentinas, a Lurdes Barão, de Serpa, durante muitos anos membro muito activo na paróquia e na Legião de Maria estão a recuperar de doenças graves e agradecem a nossa oração. Quando se entra nas enfermarias encontramse sempre outras pessoas dos nossos conhecimentos e que também ficam contentes quando vêm o seu bispo ou o seu pároco a fazer uma visita aos doentes. Aproveitei para dizer ao capelão, No dia 31 começa a visita pastoral às paróquias confiadas aos cuidados do Pe. Olavo, Ervidel, S. João de Negrilhos e Canhestros. Por conveniência do plano pastoral da paróquia, a Eucaristia de encerramento da visita pastoral a S. João de Negrilhos será apenas no dia 19 de Março, coincidindo com a clausura da missão. No dia 2, festa do patrocínio do Seminário de Évora, realiza-se uma reunião do Conselho Superior do ISTE, uma palestra com o Pe. Feytor Pinto e uma concelebração solene. Para facilitar a participação de todos os consagrados da diocese, vamos comemorar o Dia do Consagrado no dia 5, com início às 15,00 horas, em vez do tradicional dia 2 de Fevereiro. Também no dia 5 de Fevereiro o ofertório das missas reverte a favor da Universidade Católica Portuguesa, que nestes últimos tempos atravessa graves dificuldades financeiras e precisa muito do nosso contributo. A Igreja em Portugal e o nosso país devem muito a esta universidade. No dia 8 de Fevereiro começa a visita pastoral a S. Brissos e Trigaches, que será interrompida no dia 9, para se realizar a reunião do Colégio de Consultores. De 13 a 17 de Fevereiro realiza-se a 17ª Semana de Estudos Teológicos da Universidade Católica, este ano com o título de “o dossier Jesus”. † António Vitalino, Bispo de Beja Pe. Luís Kondor condecorado com a Ordem de Comendador O Presidente da República, Jorge Sampaio atribuiu a Ordem de Comendador ao Pe. Luís Kondor, missionário do Verbo Divino, Vice-Postulador da causa da canonização dos Pastorinhos de Fátima, Jacinta e Francisco Marto. A insígnia foi entregue por Frei Vitor Melícias, na qualidade de Magno Chanceler das Ordens Honoríficas Portu-guesas, em cerimónia pública que teve lugar no passado dia 18 de Janeiro, às 19 horas, no Grémio Literário, em Lisboa. Na cerimónia estiveram também presentes, entre outros, o Bispo de Leiria-Fátima, D. Serafim Ferreira da Silva; o Bispo Auxiliar de Évora, D. Amândio Tomás; o representante da Nunciatura Apostólica, Mons. JeanFrançois Lantheaume; o Reitor da Universidade Católica Portuguesa, Manuel Braga da Cruz; os embaixadores da Áustria e da Hungria; o Presidente da Câmara de Ourém, David Catarino; Acácio Catarino, da assessoria social da Presidência da República, e o provincial dos Missionários do Verbo Divino, Pe. José Augusto Leitão. O Pe. Luís Ludwig Kondor, nascido em 1928, em Csikvánd, na Hungria, foi enviado, pelos superiores da Congregação do Verbo Divino, para Portugal, em Novembro de 1954. Dois anos mais tarde, ao encontrar-se pela primeira vez com a Irmã Lúcia, iniciou um trabalho fervoroso de promoção do catolicismo no mundo, em especial nos países do Centro e Leste da Europa, para onde canalizou, durante décadas, literatura e imagens de Nossa Senhora de Fátima. Em 1961, o Pe. Kondor foi nomeado vice-postulador da causa de canonização dos Pastorinhos. Em 1978, juntamente com o então Bispo de Leiria, D. Alberto Cosme do Amaral, encontrou-se com o Papa João Paulo II para dar entrada oficial do pedido de beatificação, No ano 2000, o Papa João Paulo II anunciava a beatificação de Jacinta Marto e Francisco Marto, cuja cerimónia oficial se viria a realiza no Santuário de Fátima a 13 de Maio desse ano Actualmente, o Pe. Kondor tem estado empenhado no processo de canonização de Jacinta Francisco. Em Outubro de 2005, o Embaixador da Áustria em Portugal, Ferdinand Trauttmansdorff, entregou ao Pe. Kondor a condecoração da Ordem da Grande Cruz de Honra, que o Governo Austríaco lhe atribuiu reconhecendo o seu papel fundamental na ligação entre o povo austríaco e Portugal, Também no ano passado, o Pe. Kordor celebrou o seu jubileu de ouro de sacerdócio que coincidiu com os cinquenta anos da sua presença em Portugal. Nas palavras do próprio, estes foram cinquenta anos dedicados ao serviço da Igreja e à divulgação da mensagem de Fátima em todo o mundo. Conselho Diocesano de Pastoral No Centro Pastoral, em Beja, sob a presidência do Senhor Bispo, reuniu, dia 28 de Janeiro o Conselho Diocesano de Pastoral. Dele fazem parte quarenta e duas pessoas, oriundas de toda a diocese, e que fazem parte deste Conselho quer em virtude dos cargos que ocupam, quer em representação dos leigos e párocos de cada arciprestado, quer em representação dos serviços e movimentos, quer por escolha do Bispo. Neste ano pastoral, a Diocese tomou como elemento mobilizador a preocupação de integrar a família nas actividades pastorais de cada paróquia sempre que possível. Nesse sentido, para auscultar o pulsar da diocese nesta fase, relativamente a este objectivo, foi escolhida a família como tema de trabalho, para esta primeira reunião, deste ano, do Conselho de Pastoral. Assim, a partir dos dados recolhidos, foi possível ter uma ideia concreta sobre como está a ser operacionalizado, em cada comunidade, o objectivo pastoral proposto para este ano: sentir como os conselheiros vêem a necessidade de um trabalho mais atento, exigente e rigoroso com aqueles que pedem à Igreja o seu casamento; obter um manancial de sugestões em ordem a um plano pastoral sobre a família. Para um estudo mais aprofundado da pastoral da família a incentivar na diocese, e apresentar um projecto de trabalho sobre a mesma, foi constituída uma Comissão de trabalho que apresentará ao Conselho, na próxima reunião, as suas sugestões. O Conselho acolheu também a sugestão de publicar, uma vez por mês, no jornal “Notícias de Beja” uma página dedicada à família. António Domingos Pereira Livro de Registo da Irmandade de N.ª Senhora do Carmo, de Beja A Irmandade da Venerável Ordem Terceira do Carmo da cidade de Beja foi fundada em 1699 no Convento de S. Miguel, dos Carmelitas Calçados, nos subúrbios da cidade, junto ao actual Bairro da Esperança. Em 1734, o responsável do Convento e a Direcção da Ordem Terceira acordaram instalar a sede da Irmandade na Capela de S.ta Catarina, no Rossio do mesmo nome. Desde logo, o espaço se revelou exíguo para albergar uma das mais importantes instituições da cidade, pelo que decidiram construir para o efeito um novo templo. Em 1755 estava construída a capela mor daquela que é hoje a Igreja do Carmo. A Irmandade foi extinta em 1910, mas renasceu com novos estatutos aprovados a 28 de Março de 1920. Quando nos anos 80 do séc. passado visitei, por motivos do meu ministério pastoral, a casa que foi do dr. Castro e Brito, os meus olhos prenderam-se num livro de grandes proporções – 36,5cm x 23cm, encadernado em carneira, com a lombada de 9cm de largo, já desguarnecida e bastante danificada. Abri e li: “Livro da Irmandade da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo de Beja, feito no anno de 1699, sendo Thezoureiro da Meza o Irmão Francisco Lopes de Oli- veira que o mandou fazer”. O livro tem 335 pág. em papel de marca, rubricadas por Novaez, muitas delas em branco, à espera de acrescentar novos nomes. Por ordem alfabética, contém o registo de muitas centenas de irmãos, desde a fundação até ao ano de 1899 – 200 anos de memória da vida e movimento desta venerável instituição e seu dinamismo. O registo de nomes dos primeiros anos é feito em letra gótica de muito belo efeito. No espaço temporal de 200 anos, só na letra A foram inscritos 1130 irmãos, com a particularidade de o primeiro e último serem presumivelmente da mesma família: António Rodrigues Dória e Adolpho Augusto Dória, respectivamente. Desde aquela descoberta nos anos 80 do séc. passado, desenvolvemos diligências para que o precioso achado fosse entregue à Paróquia do Carmo. Estas diligências foram agora coroadas de êxito: a Srª Conceição Figueirinha, herdeira da Família Castro e Brito, acaba de entregar o dito livro à Diocese. E eu tive o prazer de apresentar à Paróquia, no final da Conferência do Dr. Pinharanda Gomes, o precioso livro de Registos da Irmandade, que será integrado no Arquivo Diocesano. A. Aparício Para leitura e reflexão cristã OPINIÃO 6 – Notícias de Beja 02 de Fevereiro de 2006 Primeira Encíclica de Bento XVI 1 - Desde longa data que os Papas recorrem à publicação de cartas encíclicas para tornar conhecido o seu modo de pensar, sobre determinados assuntos relacionados com a fé ou, então, com o governo da Igreja. São documentos importantes que os sucessores de S. Pedro publicam na sua qualidade de bispos de Roma, que presidem à Igreja Universal de Cristo. Designam-se encíclicas por se destinarem a circular entre as várias comunidades cristãs, como que levadas de mão em mão. O Papa ao decidir publicar uma encíclica, quase sempre, escolheu já o assunto. A partir daqui desenvolve-se o trabalho necessário para redigir o texto e com frequência tem sido escolhida uma pessoa ou grupo de pessoas particularmente competentes na matéria. Conseguido o texto base é sujeito a apreciação até se obter o texto definitivo com a provação do Papa. Estou com estas informações para se verificar como é exigente e longo este trabalho até à apresentação de um texto que foi julgado fiel ao pensamento do Papa e na fidelidade à fé da Igreja. Este é o processo habitualmente seguido. O Papa, porém, pode escrever ele mesmo o documento e proceder depois a consultas particulares, se bem o entender, como consta que foi feito agora. 2 – Bento XVI, acaba de publicar a sua primeira encíclica dedicada ao problema do amor na dimensão humana e na perspectiva cristã. Verifiquei já, que a opinião geral acha que o Papa foi certeiro na escolha do assunto para a sua primeira encíclica, pois à volta deste tema inscrevem-se grandes e graves problemas da existência humana e eclesial. Por um lado, o amor (a caridade) está no cerne da revelação cristã, por outro lado, o amor é realidade central da existência do ser humano e conse- Registado Como se sabe, existem nos Estados Unidos vários movimentos cristãos integristas que pretendem impor como científica a visão da Criação ensinada na Bíblia. Tomando a Escritura como um livro de Biologia, afirmam que nas escolas a teoria da evolução de Darwin deve ser substituída, ou pelo menos completamentada, pelo criacionismo. O fundamento invocado para essa proposta, inclusive em tribunal, costuma ser o conceito de liberdade religiosa. A tolerância de culto constitui, sem dúvida, um pilar fundamental da sociedade civilizada. As terríveis perseguições recentes, que ainda permanecem em tantas zonas do mundo, são infâmias inqualificáveis em qualquer cultura digna. Mas a liberdade religiosa, se dá a cada pessoa e comunidade o direito à sua fé e celebração, não lhe concede a possibilidade de impor essa sua visão particular à totalidade. Os cristãos integristas, como todos os outros grupos, devem ter autonomia para, no respeito pela lei, acreditar e defender o que quiserem; podem ensinar aos seus filhos o que acharem melhor. Mas só uma compreensão distorcida de liberdade os leva a exigir que as suas opiniões sejam postas em quentemente da própria sociedade. Sobre o tema do amor, tantas vezes, não há ideias claras, o que provoca desencontros e desvios de vária ordem que traumatizam pessoas, a sociedade, a família, a escola e as próprias comunidades cristãs. Basta lembrar os numerosos problemas que se encontram sobre a mesa: a insegurança de tantos casais legitimamente constituídos; os problemas decorrentes do divórcio; os problemas das uniões de facto; os problemas das uniões jurídicas das pessoas do mesmo sexo; os problemas decorrentes de uma educação sexual menos acertada; os problemas atentatórios da moralidade pública; os problemas provocados pela pornografia e pela pedofilia, etc. Todos começam por uma noção menos certa e segura do que é o amor, a sexualidade e a afectividade. Repito, esta é uma área nevrálgica da vida da própria humanidade. A agravar a situação vem certa comunicação social, certa publicidade, certas propostas concretas que promovem uma visão pansexualista nada benéfica à verdadeira concretização do amor humano e cristão. Na segunda parte da encíclica, o Papa sublinha a importância do amor na vida e na acção pastoral da Igreja. 3 – Creio ser de interesse referir, como exemplo, importantes temas de algumas das encíclicas dos últimos papas. Os temas escolhidos revelam bem a atenção e interesse dos Papas e da Igreja ao evoluir da história humana e eclesial. Ao tratar desses vários assuntos há a preocupação de orientar as comunidades eclesiais mas, também, de colaborar com a sociedade civil. Aí estão os temas escolhidos por cinco dos últimos Papas: Pio XI, foi Papa de 1922 a 1939. Publicou a encíclica “Divini Illius Magistri”. É um documento centrado sobre a Família.Afirma, nomeadamente, que ela recebeu do criador a missão e, portanto, o direito de educar os filhos… direito este que é anterior a qualquer direito da sociedade e do Estado. Pio XII – Papa de 1939 a 1958, publicou a encíclica “Humani Generis” em que, corajosamente, afirma que a Igreja não proíbe que, em conformidade com as conclusões das ciências e da teologia, a teoria do evolucionismo seja objecto de investigação e discussão. Não se esqueça que até ali a Igreja seguia, quase só, a teoria do criacionismo. João XXIII – Foi Papa de 1958 a 1963. Publicou a notável encíclica “Pacem in Terris”. O papa pede que se acabe com a corrida aos armamentos. É quase impossível pensar, diz esta encíclica, que na era atómica a guerra possa ser utilizada como meio (instrumento) da justiça. Paulo VI – Papa desde 1963 a 1978. Publicou a, também, notável encíclica “Populorum Progressio”. Nela lembra que sem desenvolvimento não há paz. Sublinha igualmente que os ho-mens de Estado, educadores… todos, cada um no seu posto, são construtores de um mundo novo. João Paulo II – Foi Papa de 1978 a 2005. Publicou a famosa encíclica “Redemptor Hominis” em que afirma com toda a clareza que o Homem é o primeiro caminho que a Igreja deve percorrer na realização da sua missão. Esta é a primeira e fun-damental via da Igreja, via traçada pelo próprio Jesus Cristo. Bento XVI – É o actual Papa que começou o seu ministério de sucessor de S. Pedro no passado mês de Abril. Asua primeira encíclica é sobre o amor, como acima expus. Por esta simples síntese, repito, vê-se como os papas estão atentos à vida da Igreja e da Sociedade e como reflectem seriamente sobre os seus mais urgentes problemas e oferecem a todos as conclusões do seu estudo. Que esta encíclica seja lida pelos católicos, pelo facto de pertencerem à Igreja Católica e deverem, por isso, sintonizar com o seu Magistério. Que os organismos de apostolado e as comunidades cristãs estudem este documento tão atento ao nosso tempo. Aos irmãos não católicos, ou não crentes a manifestação respeitosa do meu desejo de que leiam, também, esta encíclica. Todos lucramos com a sua leitura. João César das Neves Foi uma das leituras mais imprevistas que vi dos resultados das últimas eleições presidenciais: ‘Portugal precisa dum pai’ e, por isso, escolheu Aníbal Cavaco Silva. Quem exprimiu esta opinião – que tem tanto de perspicaz quanto de imprevista – até referiu que foi votante noutro candidato. Ora se por ‘pai’ entendermos alguém em quem se confia, alguém que transmite autoridade, alguém de quem não nos envergonhamos, mesmo que dele por vezes discordemos, alguém que é escutado e minimamente credível... Aquela apreciação poderá condizer com o Presidente eleito, se tivermos boa vontade de entendimento e capacidade de enquadramento de tudo quanto foi dito ou desmentido antes e depois do acto eleitoral. Mesmo que de forma breve percebese que a crise do ‘pai’ tem percorrido as mais diferentes instâncias da nossa vida pública (colectiva ou familiar) e mesmo na perspectiva pessoal/privada. Esta visão repercute-se, inconscientemente, na crise de ‘autoridade’ – será noção de ‘direita’ reclamar este serviço de quem exerce o governo ou o poder? – numa certa confusão de valores, nalguma permissividade ética (dado que falar de moral poderá soar a religião), na frequente fuga para o lado na assumpção de responsabilidades (sobretudo na discrepância entre quando se está na oposição e, posteriormente, no governo)... Das ideias, que foram expostas durante a contenda eleitoral mais recente, podemos recolher algumas de que já não se ouvia falar há demasiado tempo, tais como: pátria, nação, cultura, património... Outros termos foram sendo retomados e/ou retocados com significados mais abrangentes: cidadania/liberdade, língua/poesia... Agora que se acalmaram – espera-se! – as águas (por vezes turvas e purulentas) e o rumo nos faz empenhar a nossa força de trabalho, precisamos: * Dar estabilidade às crianças, sem nos infantilizarmos no endeusa-mento dos mais novos, protegendo-os em excesso... conferindo-lhes quase só direitos e com muito poucas obrigações do Estado providência; * Recuperar os jovens para o compromisso pelos outros, seja nas lides da política, seja nas mais diversas associações, colectividades e iniciativas... tornando-os responsáveis pelo amanhã da Pátria; * Tornar os adultos – numa leitura desta idade enquanto não entram na reforma, após os sessenta e cinco anos – capazes de assumir as tarefas de serem a segurança do presente, permitindolhes serem capazes de diálogo cultural com o mais novos e os mais velhos e ocupando o lugar que lhes é próprio, específico e insubstituível; * Acompanhar os velhos – nessa riqueza de sabedoria de vida, agora a partir dos setenta anos – como reserva da nossa identidade, sus-tentáculo da nossa história e enquanto são o melhor património do nosso passado vivo. Aquela função de ‘pai’ poderá ser exercida (eficientemente) pelo Presidente eleito? Não cairemos na tutela doutras épocas e regimes? A ver vamos... vigiando em democracia. “Diário de Notícias” 30.01.06 A. Sílvio Couto João Alves, Bispo Emérito de Coimbra Fundamentalismo e homofobia igualdade com os resultados científicos que toda a sociedade subscreve. Liberdade e tolerância não significam imposição de uma atitude minoritária à globalidade. Tais exageros são certamente fenómenos típicos da América. Ou não serão? De facto, na Europa verificamse situações paralelas, em que a única diferença é que a lei já pretende impor ao todo a opinião da pequena minoria. Na sua sessão do dia 18 deste mês, o Parlamento Europeu aprovou a “Resolução sobre a Homofobia na Europa” (P6-TA-PROV (2006)0018). Invocando os direitos humanos e o combate à discriminação, o documento constata que “os parceiros homossexuais não gozam da totalidade de direitos e protecções de que beneficiam os parceiros heterossexuais e que, por conseguinte, são vítimas de discriminação e de desvantagens” (ponto E) e, por exemplo, “insta os Estados membros a adoptarem disposições legislativas para pôr fim à discriminação de que são vítimas os parceiros do mesmo sexo em matéria de sucessão, de propriedade, de locação, de pensões, de impostos, de segurança social, etc.;” A homofobia, como qualquer outra forma de violência, opressão e discri- minação, é inaceitável e deve ser fortemente combatida. Qualquer cidadão europeu tem o direito de não ser perseguido pelas suas escolhas pessoais e estilo de vida. Mas isto não é combate à homofobia, mas promoção da homossexualidade, insultando toda a Europa, que desde sempre fez e faz naturalmente o que esta lei agora considera discriminação. 0 Parlamento Europeu, tal como os criacionistas americanos, distorce o conceito de liberdade para impor uma visão aberrante. A liberdade exige que cada um possa ter a vida que quiser. Mas não força a que todos achem que todas as alternativas são equivalentes; tal como a liberdade religiosa não exige que se ensinem nas escolas as teorias de qualquer seita. Uma pessoa, em liberdade, tem o direito de pensar que a homossexualidade é uma depravação, tal como pode achar que o criacionismo não é ciência. Isso, em si, não significa homofobia e intolerância, desde que não persiga os que pensam de forma diferente da sua. Pelo contrário, é o Parlamento Europeu que, ao consagrar na lei geral a posição abstrusa, viola a liberdade. Não é discriminação tratar de forma Portugal precisa d’um pai! diferente aquilo que é diferente. Os activistas pensam que a homossexualidade é igual ao casamento, tal como os criacionistas acham que o Génesis é ciência. Mas as relações homossexuais, tal como a promiscuidade, incesto, pedofilia e bestialidade, nunca foram consideradas equivalentes à família, até nas sociedades antigas que as tinham como correntes. Os benefícios que o Estado concede à família, célula-base da sociedade, não são direitos individuais ou simples manifestação do amor mútuo. Eles provêm dos enormes benefícios que a comunidade humana recebe da solidez familiar, no nascimento de bebés, educação dos jovens, trabalho, estabilidade emocional, amparo de idosos. Esses benefícios não podem ser estendidos a qualquer outra relação, só porque alguém a considere igual. O Parlamento Europeu não é para levar a sério.Ao tentar impor dogmas alheios a toda a legislação dos países civilizados, ao acusar de violação de direitos humanos todas as sociedades modernas, só se desprestigia a si mesmo. REGIONAL 02 de Fevereiro de 2006 Periodicidade quinzenal para o Mercado junto ao Parque de Campismo, em Beja O Executivo da Câmara Municipal de Beja decidiu alterar a periodicidade de funcionamento do mercado que se realiza nas instalações do antigo viveiro municipal, junto ao Parque de Campismo. Recordese que este espaço ao ar livre se comercializam, semanalmente, artigos de vestuário e calçado entre outros. A decisão municipal entra em vigor no mês de Fevereiro, altura em que o mercado passará a realizar-se quinzenalmente, no segundo e quarto sábados de cada mês, respectivamente. A autarquia dá assim cumprimento a uma norma de funcionamento que existia há vários anos mas que, sistemáticamente, não era cumprida. No entender da Câmara Municipal de Beja a realização deste mercado nas antigas instalações do viveiro municipal trouxe melhorias substânciais comparativamente com o antigo local de funcionamento, junto à Praça de Touros. É no entanto consensual que este não é ainda o local mais adequado para o funcionamento do mesmo, tendo sido desde logo considerada que esta seria uma solução provisória. Idálio Ferreira Construção Civil Apartado 152 / Galeado, Lote 115 7645-036 Vila Nova de Milfontes Tel. / Fax +351 283 998 528 / Telm.: +351 966 640 864 www.idalioferreira.com.pt A Fundição de Sinos de Braga Serafim da Silva Jerónimo & Filhos, Sede & Secção de órgãos: Rua Andrade Corvo, 72/78, 4704-522 Braga Telefone 253 605 770 Fax 253 065 779 Fábrica: Rua Cidade do Porto, Ferreiros, 4705-084 Braga Dr. Rui Miguel Conduto CARDIOLOGISTA CONSULTAS: Sábados Rua Heróis Dadra, 5 - Beja – Telef. 284 327 175 Marcações das 17 às 19.30 h., pelo Telef. 284 322 973/914 874 486 Quartas-Feiras e Sextas-Feiras UNIMED Campo Grande, 46-A - Telefone 217 952 997 LISBOA Notícias de Beja – 7 Originalidades do Alentejo, nas Presidenciais de 2006 A vitória de Alegre sobre Soares atingiu números esmagadores. Nos 47 concelhos da região o candidato-poeta quase duplicou a votação (72.500 contra 45.249) e a percentagem (26,51 contra 14,41) do antigo Presidente da República. Alegre conquistou seis concelhos contra a vitória única de Soares em Campo Maior onde o industrial Rui Nabeiro era o seu mandatário. E mesmo neste caso a vitória só lhe Publ. Cartório Notarial de Serpa Certificado Certifico para efeitos de publicação que, no dia 20 de Janeiro de 2006, lavrada a fls. 60 do livro de notas n.º 134-D, deste Cartório, foi efectuada uma escritura de Justificação pela qual Isidro Cordeiro Soldado, NIF 180.725.033 e mulher Maria Isabel Madeira Pós de Mina Soldado, NIF 131.307.479, casados no regime da comunhão geral, naturais da fraguesia de Pias, concelho de Serpa, residentes nessa freguesia na Rua Júlio Dinis, número 28, alegam que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem dos seguintes imóveis sitos na freguesia de Pias, concelho de Serpa: Um - Prédio rústico de cultura arvense, com a área de três mil centiares, denominado “Vale de Lagarinhos”, que confronta do norte com José Manuel Moita Galado, do sul com Manuel Francisco Batista Coelho, do nascente com Isidro Cordeiro Soldado, e pelo poente com Estêvão Parreira Gomes e outros, inscrito na matriz, sob o artigo 945, secção R, com o valor patrimonial de 11,82 euros e o valor patrimonial tributário para efeitos de IMT de 343,95 euros, a que atribuem o valor de trezentos e cinquenta euros; e Dois - Prédio rústico de cultura arvense, com a área de quatro mil duzentos e cinquenta centiares, denominado “Vale de Lagarinhos”, que confronta do norte com Maria Madre de Deus dos Santos Tiago Gonçalves Pita e outros, do sul com Manuel Francisco batista Coelho, do nascente com Rita da Conceição Figueira, e pelo poente com Isidro Cordeiro Soldado, inscrito na matriz sob o artigo 946, secção R, com o valor patrimonial de 17,35 euros e o valor patrimonial tributário para efeitos de IMT de 507,08 euros a que atribuem o valor de seiscentos euros. Que estes imóveis encontram-se inscritos na matriz, em nome do justificante marido, somam o valor total e atribuido de novecentos e cinquenta euros e não se acham descritos na Conservatória do Registo Predial de Serpa. Que os identificados imóveis vieram à posse dos justificantes por os haverem ajustado comprar, em dia e mês que ignoram do ano de mil novecentos e oitenta e dois a Manuel Gonçalves Pereira, maior, já falecido, residente que foi na referida freguesia de Pias, não tendo, todavia, sido celebrada a respectiva escritura. Porém, desde aquele ano e sem interrupção, os justificantes entraram na posse dos referidos imóveis, cultivando-os e usufruindo todas as suas utilidades e suportanto os respectivos impostos e encargos, tendo adquirido e mantido a sua posse sem a menor oposição de quem quer que fosse e com conhecimento de toda a gente, agindo sempre por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, tendo por isso uma posse pública, pacífica, contínua e de boa fé, que dura há mais de vinte anos, pelo que os adquiriram por usucapião, não tendo, toavia, dado o modo de aquisição, documento algum que lhes permita fazer a prova do seu direito de propriedade. Que desta forma, justificam a sua aquisição dos aludidos imóveis por usucapião. Está conforme o original. Cartório Notarial de Serpa, vinte de janeiro de dois mil e seis. O 1.º Ajudante Vitor Manuel Soares sorriu por escassos 29 votos. Jerónimo de Sousa ganhou em Beja, o único distrito do país em que Cavaco Silva não ficou à frente dos outros cinco candidatos. O triunfo do secretário-geral dos comunistas foi obtido quase à tangente com uma vantagem de 157 votos sobre Cavaco e 630 sobre Manuel Alegre quando o número dos que acorreram às urnas rondou os 80 mil. O mais curioso é que Jerónimo apenas ganhou em quatro concelhos do Baixo Alentejo - que não incluem o da cidade sede do distrito - enquanto os seus dois principais adversários lideraram em cinco cada. O reverso da medalha ocorreu no distrito de Évora onde, apesar de Jerónimo vencer em seis concelhos, ficou em terceiro lugar, atrás de Manuel Alegre. Urbanização “Colina do Carmo” no Bairro da Esperança Prosseguem, em bom ritmo, as obras de construção do “novo” Bairro da Esperança, a chamada “Colina do Carmo”, uma moderna urbanização com 200 casas, que deverão estar habitadas dentro de dois anos, a cargo da construtora Hagen, a mesma que construiu o Bairro das Pedreiras, onde se instalou, há um mês, a etnia cigana que vivia nas 50 barracas existentes nas imediações da igreja. Entretanto, a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia de Santa Maria estão também a proceder a obras de restauro da igreja, que se espera venha a reabrir ao culto no primeiro domingo da Quaresma, dia 5 de Março. 1.º Centenário da Fundação de Solidariedade Social “Lar e Centro de Dia Nobre Freire”, de Beja Esta benemérita Instituição assinalou, no dia 1 de Fevereiro, o 1.º centenário da sua fundação, com a presença das mais altas individualidades civis, militares e religiosas de Beja. No decurso das cerimónias foram inauguradas novas salas e prestouse homenagem a todos os dirigentes já falecidos, entre os quais o Eng.º Abílio Ramôa, Eng.º Camacho Barriga e Dr. Marques da Costa, médico, durante cerca de 30 anos. Resposta às questões da última página 1. Bíblia: Era Herodes o Magno, homem astuto que, embora não fosse judeu, acabou por ser nomeado rei da Judeia pelo Imperador Romano. Entre as principais construções que lhe são atribuídas encontra-se o Templo de Jerusalém, que Jesus frequentou. De temperamento cruel, matou parte da sua família e tentou matar o Menino Jesus quando os Magos lhe disseram que vinham adorá-lo. Morreu aos 74 anos no ano 4 a.C., quando o Menino Jesus, no Egipto, teria cerca de 3 anos. 2. Figuras nacionais: Manuel Maria Barbosa du Bocage (Setúbal, 1765 - Lisboa, 1805), cujo segundo centenário da morte estamos a celebrar, foi um dos mais famosos poetas portugueses. Os seus poemas reflectem a vida agitada e em grande parte irregular que levou. 3. Cosmografia: A duração do dia em relação à noite varia bastante ao longo do ano, como é da experiência comum; mas a duração do dia de 24 horas é praticamente uniforme ao longo do ano. 2 Fevereiro P r o p r i e dade da D i o c e s e d e B e j a Contribuinte Nº 501 182 446 Director: Alberto Geraldes Batista Redacção e Administração: Rua Abel Viana, 2 - Apartado 95 - 7800-440 Beja Tel. 284 322 268 Fax: 284 322 386 E-mail: [email protected] http://www.diocese-beja.pt Assinatura 21 Euros anuais c/IVA Composição e Impressão: Gráfica Almondina - Torres Novas Tel. 249 830 130 - Zona Industrial - Torres Novas 2006 Registo N.º 102 028 Depósito Legal N.º 1961/83 Editado em Portugal Tiragem 3.000 ÚLTIMA PÁGINA 02 de Fevereiro de 2006 Espaço Ludo-Cultural Passagem de testemunho entre dois Presidentes Recordar é viver Jorge Sampaio e Cavaco Silva estiveram reunidos no dia 30 de Janeiro, no Palácio de Belém, formalizando o início da transição de poderes que ambos os protagonistas desejam que venha a ser um processo tranquilo. As Forças Armadas ocuparam parte substancial da conversa entre Presidente da República e Presidente da República eleito. Recorde-se que o actual Presidente da República conviveu com quatro primeiros-ministros: António Guterres, que já se encontrava no cargo quando Sampaio foi eleito; Durão Barroso, que subiu ao poder em Março de 2002; Santana Lopes, empossado na sequência da demissão de Durão que foi ocupar o cargo de presidente da Comissão Europeia e, finalmente, José Só- crates, que venceu as eleições depois de Jorge Sampaio ter decido dissolver a Assembleia da República em Dezembro de 2004. Ao longo destes 10 anos, Jorge Sampaio teve vários encontros, alguns públicos, outros privados, com Cavaco Silva. O Presidente da República e o ex-primeiro-ministro mantiveram sempre uma relação “cordial”, que pode facilitar esta transição. Mas Cavaco Silva não entrava em Belém desde 2 de Agosto, dia em que Sampaio recebeu Mário Soares, a seu pedido, e Cavaco Silva, também oficialmente a seu pedido. Cavaco ainda não tinha quebrado o tabu presidencial. Só que o Presidente da República, não querendo receber apenas Soares, “convidou” Cavaco a fazer o pedido. O que segue foi respigado de antigos números do Notícias de Beja. Há 75 anos (1931). 1. Acaba de ser abolido o passaporte entre Portugal e Espanha, medida há muito reclamada sobretudo pelos naturais de cada um dos países com interesses no outro. 2. O jornal fazse eco do discurso de R. Schuman (um dos futuros construtores da União Europeia - Nota da Redacção) a 2.000 católicos franceses sobre as relações entre a Igreja e o Estado. Há 50 anos (1956). Foram inauguradas duas novas enfermarias no velho Hospital da Misericórdia de Beja, uma das quais para tuberculosos. O provedor Dr. Joaquim Delgado enalteceu a colaboração dos Drs. Meneses Soares, Covas Lima e Marques da Costa. O Bispo elogiou a dedicação das religiosas que ali trabalham. O Governador Civil apelou à participação dos Alentejanos na cobertura dos custos do novo Hospital Regional, estimados em 15 mil contos, dado que o Estado só comparticipa com 75 %. Há 25 anos (1931). Prossegue a renovação da Pastoral do Dia do Senhor, decidida pelos Bispos na assembleia de 1978, ao serem-lhes apresentados os resultados do recenseamento da prática dominical de 1977. A Comissão Nacional da Pastoral do Domingo, então instituída, tem publicado vários “cadernos”, entre os quais dois da autoria do seu presidente D. Manuel Falcão intitulados “À Descoberta do Dia do Senhor” e “À Descoberta do Ano Litúrgico”. Dias comemorativos Em complemento do que já ficou dito no passado mês de Janeiro, informamos que a 4 desse mês ocorre o Dia Mundial do Braille, comemorativo do sistema de escrita e leitura destinado aos invisuais, inventado pelo francês Luis Braille, nascido precisamente no dia 4 de Janeiro de 1809. Tal escrita faz-se por pequenos furos no papel, captáveis pelo tacto ao passar com os dedos por cima. Ao todo o alfabeto Braille tem 63 sinais, constituído cada um por um ou mais furos num conjunto de 6 pontos. Em Portugal há 150 mil deficientes da vista e 80 mil do ouvido. O dia 11 de Fevereiro é o Dia Mundial do Doente, proclamado por João Paulo II em Carta de 13 de Maio de 1992, anteriormente celebrado entre nós no 5º Domingo da Quaresma. Enciclopédia DOENÇA. Todos sabem o que é, mas os mais sábios reconhecem a dificuldade em defini-la. Pode dizerse que é uma perturbação da saúde manifestada por um ou mais sintomas (dor, febre, paralisia, vómitos, etc.) causada pela lesão de um ou mais órgãos do corpo humano. (Limitamo-nos aqui à doença no ser humano, embora sabendo que os animais e as plantas também estão sujeitos a doenças.) A ciência das doenças chama-se patologia; o conhecimento da suas causas (etiologia) faz-se pelo estudo dos sintomas e porventura do resultado de análise complementares (diagnóstico); com base no diagnóstico, chega-se ao prognóstico (previsão da evolução da doença) e define-se a terapêutica (tratamento a usar). Pela etiologia se pode chegar à prevenção das doenças (profilaxia). As doenças mais comuns têm nomes vulgares (constipação, gripe, tuberculose, lepra, cancro, doença dos pezinhos, etc.). Algumas destas doenças também têm nomes científicos (p.ex., a lepra é a doença de Hansen). Muitas outras, menos comuns, são em geral conhecidas pelo nome do cientista que as estudou, p.ex., doença de Parkinson, doença de Alzheimer. As doenças podem surgir pela natural degenerescência do organismo ou de alguma das suas partes, pelo ataque de agentes nocivos (vírus, micróbios, parasitas), por alimentação errada ou deficiente, por ambientes poluídos, por acidentes, etc. A preservação da saúde é dever natural. E é obrigação do Estado defender a saúde pública, pelo saneamento básico, vacinação, cuidados básicos, manutenção dos serviços hospitalares, etc. Mas a doença é também um aviso de que a vida corre sempre perigo e de que a morte virá mais tarde ou mais cedo, sendo da maior importância estar preparado para ela. Além disso, os sofrimentos que a acompanham devem ser encarados cristãmente como forma de participar na paixão e morte redentoras de Jesus Cristo. Coisas e loisas 1. Missionários assassinados. Segundo a Agência Fides, em 2005 foram violentamente mortos 26 missionários católicos, quase o dobro do ano anterior. Só na República Democrática do Congo foram assassinados 6 padres e um leigo; e na Colômbia 4 padres e uma religiosa. O caso mais mediático ocorreu no Quénia com o assassinato do bispo italiano D. Luigi Locati. Os outros casos ocorreram no México, Brasil, Jamaica, CongoBrazzaville, Nigéria, Índia, Indonésia, Bélgica e Rússia. 2. Enologia electrónica. O professor norte-americano de engenharia química L. Biegler anunciou a sua intenção de inventar uma maquineta electrónica para “provar” os vinhos e dar parecer sobre a sua qualidade, melhor do que actualmente fazem os enólogos ou provadores oficiais desta apreciada bebida. O dito professor diz que a tal maquineta identifica as leveduras que entram nas fermentações que dão origem ao vinho, permitindo uma avaliação global mais exacta da sua qualidade do que permite o paladar humano. 3. Falsificação científica. A Universidade de Seul declarou falsas as células estaminais anunciadas num artigo de revista científica pelo médico sul-coreano Hwang WooSuk como extraídas dum embrião humano obtido por clonagem. Com a denúncia desta falsidade, parece estar mais resguardado o respeito pelo embrião humano. Veja se sabe 1. Bíblia. Quem era o Herodes que tentou matar o Menino Jesus? 2. Figuras nacionais. Que sabe sobre Bocage? 3. Cosmografia. É verdade que os dias não são todos iguais ao longo do ano? (Ver respostas na penúltima página) Bom humor 1. No bar. O cliente protesta: «Este leite tem muita água...» Responde o empregado: «Que quer? A vaca esteve muito tempo à chuva...» 2. No museu. Dois jovens param diante duma múmia egípcia: Pergunta um: «Que quer dizer aquela placa que diz 3500 AC?» Responde o outro: «É capaz de ser a matrícula do automóvel que a atropelou...» 3. Na aula. Pergunta a professora: «Quantos dedos temos?» «Quarenta, stôra.» «Quarenta?» «Sim, vinte meus e vinte da stôra.» Manuel Falcão Aos amigos do “Notícias de Beja” No início de um novo ano, lembramos aos nossos prezados assinantes o dever de renovarem as suas inscrições. A assinatura em 2006 é de 21 euros. Aos que puderem, agradecemos a oferta de mais alguns cêntimos, já que “Notícias de Beja” vive com grandes dificuldades financeiras, situação, aliás, comum a todos os jornais regionais do País.