Utilização de subprodutos de origem animal na
Transcrição
Utilização de subprodutos de origem animal na
V Simpósio de Ciências da UNESP – Dracena VI Encontro de Zootecnia – Unesp Dracena Dracena, 22 a 24 de setembro de 2009. Utilização de subprodutos de origem animal na alimentação animal Natália Trevizan¹, Aline Sampaio Aranha¹, Daniele Floriano Fachiolli¹, Amanda Ramos dos Santos¹, Lucimara Patrícia Centenaro¹, Valquíria Cação da Cruz² Acadêmicas do curso de Zootecnia, UNESP – Campus de Dracena, Rodovia SP 294, Km 651, Dracena, SP. E-mail: [email protected] ² Professora Dra UNESP – Campus de Dracena, Rodovia SP 294, km 651, Dracena, SP. E-mail: valquí[email protected] 1 Resumo: Este trabalho teve como objetivo demonstrar os diferentes tipos de subprodutos de origem animal na alimentação de animais de interesse zootécnico. As farinhas mais usadas são: farinha de penas, farinha de vísceras de aves e farinha de carne e ossos. Palavras–chave: alimentação, farinha de penas, farinha de vísceras, subproduto By-product use of animal origin in the animal feeding Abstract: This study aimed to demonstrate the different types of sub products of animal origin in the feeding animals of zootecnic interest. This feather more used they are: feather meal, poultry viscera meal and meat and bone meal. Keywords: feather meal, feeding, sub product, viscera meal Introdução Na última década houve um significativo aumento de produção de rações (147 %) , partindo de 15 milhões de toneladas em 1990 para uma estimativa de 37 milhões de toneladas em 2001 de acordo com dados de Perfil (2001). Por isso, a indústria de rações depara-se com a necessidade de grandes volumes de ingredientes, havendo com freqüência escassez de ingredientes alternativos ao milho e farelo de soja. Mesmo não havendo falta de farelo de soja, deve-se lembrar que seu preço é regulado no mercado internacional, que, se alto, chama por ingredientes alternativos. De toda a sorte a formulação é dependente da qualidade, bem como dos preços dos ingredientes e por isso a competição entre as empresas comprime a margem de lucro e põe mais pressão para redução dos custos de produção das rações. As boas fontes protéicas têm em geral alto custo e os ingredientes alternativos podem ser usados, mas na dependência do conhecimento de sua qualidade, preço e o resultado que pode gerar no desempenho dos animais. John (1991) mostrou que nos EUA existiam 365 fábricas de processamento de resíduos animais, incluindo os abatedouros e os misturadores de proteínas animais recicláveis. Na data do levantamento, essas fábricas processavam cerca de 16,3 milhões de t métricas de resíduos/ano. O percentual de produtos recicláveis não comestíveis corresponde a aproximadamente 50 % do animal e depende do consumo americano de carnes, que é de 100 kg / habitante /ano. Com a reciclagem, são produzidas cerca de 4 milhões de t de proteínas para a industria de rações e 4 milhões de t de gorduras para uso industrial, rações e exportações. Esses produtos são oriundos dos bovinos (45 %), suínos (16 %), ovinos (2 %), aves (19 %), animais mortos (10 %), gorduras de restaurantes (6 %) e outros (2 %). No Brasil para uma produção de cerca de 12 milhões de toneladas de carnes (John, 1991) (82 % produtos animais; 50 % de perda/animal e 50 % de água, 25% de proteína e 25 % de gordura na carcaça), chega-se ao valor de 4,9 milhões de t em produtos não comestíveis e(ou) recicláveis V Simpósio de Ciências da UNESP – Dracena VI Encontro de Zootecnia – Unesp Dracena Dracena, 22 a 24 de setembro de 2009. (farinhas e gordura animal). Isso tem um valor econômico significativo ultrapassando a cifra de R$ 2 bilhões/ano. Uma grande parte desse valor é agregado na indústria de rações, a qual movimenta cerca de R$ 10 bilhões/ano. Então, toda consideração que se faça aos subprodutos de origem animal, deve se ter em mente algumas dessas estimativas e o que elas representam para o país. Portanto, esse trabalho teve como objetivo estudar a importância e quais são os subprodutos de origem animal na alimentação animal dos animais de interesse zootécnico. Revisão da Literatura O conhecimento da composição química e energética dos alimentos é de suma importância para a formulação de rações, principalmente para os produtos de origem animal, que apresentam valores variados, devido ao processamento a que são submetidas, ao tipo e à proporção dos constituintes das farinhas. Atualmente, a utilização dos subprodutos do abate das aves tais como as farinhas de vísceras, penas e mista (vísceras + penas) nas rações, é uma realidade, mas a definição do seu conteúdo energético torna-se necessário para maximizar o desempenho e o retorno econômico da atividade. As farinhas de resíduos de abatedouros industriais são importantes fontes protéicas de origem animal. A farinha de peixe (FP) tem sido utilizada como a principal fonte protéica por apresentar um bom equilíbrio em aminoácidos essenciais. Entretanto, a baixa disponibilidade, o elevado preço e a imprevisível qualidade deste produto, são grandes limitações ao uso de FP em rações animais (Faria et al. 2001a). Uma das alternativas para substituir a FP em rações é a farinha de vísceras (FV), um material obtido de resíduos da indústria avícola. Usualmente, não contêm penas e intestinos, mas pode conter pés, cabeças e carcaças descartadas (Nengas et al., 1999). A farinha de penas é produzida pela hidrólise das penas de aves domésticas em abatedouros comerciais. A proteína da farinha de penas é degradada lentamente no rúmen se comparada à maioria das outras fontes protéicas. A amônia que escapa do rúmen é transformada em uréia no fígado que juntamente com a uréia produzida no fígado a partir do metabolismo de aminoácidos constituem a maior parte da uréia plasmática. Parte desta uréia é reciclada e volta para o rúmen e a outra é eliminada através da urina (BUTLER, 1998). A farinha de carne e ossos (FCO) e a farinha de vísceras (FV), portanto, são alimentos alternativos que merecem estudos mais detalhados sobre suas composições químicas, de modo a se obter o máximo sucesso em sua utilização, uma vez que são matérias-primas de alto teor protéico (TUCCI et al., 2003). Por outro lado, a composição química e energética dos subprodutos de abatedouro, podem variar conforme o tipo de matériaprima utilizada no processamento. Considerações Finais Os subprodutos de origem animal são de suma importância na alimentação animal, pois sua fonte protéica é muito elevada. Um fator muito relevante que leva à baixa disponibilidade de alguns desses produtos são os elevados preços no mercado, fazendo com que o preço final da ração seja alto. São diversos os tipos de subprodutos de origem animal, em destaque são: farinha de penas e vísceras (FPV), farinha de penas hidrolisadas (FP), farinha de vísceras (FV), farinha de carne e ossos (FCO), farinha de carne (FC), farinha de ossos (FO), farinha de ossos autoclavada (FOA), farinha de sangue (FS), farinha integral de peixe (FIP), farinha residual de peixe (FP), gordura suína (banha), gordura bovina (sebo) e óleo de aves (Óleo). Alguns trabalhos publicados mostram a composição química e os valores energéticos dos alimentos com diferentes subprodutos de origem animal destacando a diferença energética entre eles (Tabela 1). V Simpósio de Ciências da UNESP – Dracena VI Encontro de Zootecnia – Unesp Dracena Dracena, 22 a 24 de setembro de 2009. Tabela 1 - Composição química, valores de energia bruta e diâmetro geométrico médio (DGM) dos alimentos. Alimento MS EB PB EE FB MM Ca P (%) Mg Na K (%) DGM (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (mm) Resíduo 96,33 2.489 26,05 12,26 1,96 54,84 24,72 0,31 0,24 0,46 0,03 710,35 incubatório Farinha de 89,49 4.999 64,52 4,18 0,10 2,05 0,16 0,23 0,03 0,43 0,23 603,99 penas Farinha de 92,93 3.861 46,72 12,42 0,72 24,63 9,62 4,02 0,19 0,62 0,48 659,11 vísceras de aves Farinha de 92,41 3.791 47,01 11,62 0,57 25,54 10,65 4,80 0,23 0,75 0,45 675,77 carne e ossos *MS = matéria seca; EB = energia bruta; PB = proteína bruta; EE = extrato etéreo; FB = fibra bruta; MM = matéria mineral ou cinza. Referências BUTLER, W.R. Symposium: optimizing protein nutrition for reproduction and lactation. Journal of Dairy Science, v.81, p.2533-2539, 1998. Determinação da composição química e dos valores energéticos de alguns alimentos para aves. Acta Scientiarum Animal Sciences, v.25, n.1, p.85-89, 2003. FARIA, A.C.E.A. et al. Substituição parcial e total da farinha de peixe pelo farelo de soja em dietas para alevinos de piavuçu, Leporinus macrocephalus (Garavello & Britski, 1988). Acta Scientiarum, v.23, p.835840, 2001. John,R.E.Alternative Animal Products:The Industry. file:///D|/AAABellaver/Trabalhos/Files/Farinhas/Material_palestra/Alternative_Animal_Products_The_Industry. html. 1991. NENGAS, I.; ALEXIS, M.N.; DAVIES, S.J. High inclusion levels of poultry meals and related by products in diets for gilthead seabream Sparus aurata L. Aquaculture, v.179, n.1-4, p.13-23, 1999. Perfil da Industria Brasileira de Alimentação Animal 2001. ANFAL/SINDIRAÇÕES Folder. São Paulo.SP. TUCCI, F.M.; LAURENTIZ, A.C.; SANTOS, E.A.; RABELLO, C.B.V.; LONGO, F.A.; SAKOMURA, N.K.
Documentos relacionados
Chayanne Silva Ferreira ÍNDICE DE PERÓXIDO
amostras de FCO (3,24mEq/kg; 0,66-12,77mEq/kg) e FVF frango (3,49mEq/kg; 1,40-6,82mEq/kg). Ao selecionar quinze diferentes amostras de farinha de carne e ossos e vísceras de frango KAWAUCHI (2012) ...
Leia mais