Capítulo 7 - DT
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Capítulo 7 - DT
EE-981 Telefonia Prof. Motoyama 1º Semestre 2004 Capítulo 7 Sinalização Telefônica 7.1 Introdução A sinalização é um termo genérico utilizado em telefonia para a troca de informações entre dois elementos da rede. Por exemplo, o aparelho telefônico (com o auxílio do usuário) troca informações com a central local na fase de conexão de uma chamada (envio e recepção de dígitos; envio e recepção de tons de discar, de campainha, de ocupado, etc.). Outro exemplo é troca intensa de informações entre duas centrais para fazer conexões de longa distância. Os objetivos desse capítulo são: a) apresentar os principais tipos de sinalização utilizados na rede telefônica atual e b) discutir em detalhes a sinalização No 7, uma sinalização bastante flexível e eficiente baseada em comutação por pacotes, e que permite facilidade para oferecimento de serviços não só atualmente existentes (telefonia básica, serviços 0800 e 0900, etc.) assim como serviços futuros. 7.2 Tipos de Sinalização A sinalização telefônica pode ser dividida em três tipos: - Sinalização acústica - Sinalização de linha - Sinalização de registro A sinalização acústica consiste de uma série de tons audíveis emitidos pela central ao aparelho telefônico como tom de discar, tom de ocupado, etc. Conforme a Prática Telebrás [1], os sinais acústicos, as suas constituições e as freqüências utilizadas são mostrados na Fig. 7.1. Sinais C onstituição C aracterísticas C ontínuo Tom de discar 400 a 450 H z C ontínuo C orrente de toque de cham ada Tom de controle de cham ada Tom de ocupado 1s 4s 1s 1s 400 a 450 H z 4s 250 m s 250 m s 250 m s Tom de núm ero inacessível 20 a 25 H z 75 V 1s 250 m s 750 m s 250 m s 400 a 450 H z 250 m s 250 m s 250 m s 400 a 450 H z Figura 7.1 Sinais acústicos. 169 EE-981 Telefonia Prof. Motoyama 1º Semestre 2004 A sinalização de linha é a troca de informações entre circuitos denominados de juntores localizados nas centrais. Os juntores são utilizados para supervisionar as linhas de junção entre duas centrais que são utilizadas para troca de informações dos órgãos de controle (sinalização de registro) e pode também servir como caminho de voz. A Fig. 7.2 mostra os principais componentes de uma sinalização de linha. Central A Origem Central B Destino Sinais B A Circuitos de junção (Juntores) Figura 7.2 Componentes de sinalização de linha. Quando um usuário de aparelho telefônico A tira o fone do gancho, a central A reserva um juntor de origem e troca informações com o juntor de destino para reservar uma linha. Os sinais que são utilizados para trocar informações entre juntores são mostrados na Fig. 7.3 [1]. Sinal Sentido O cupação A tendim ento D esligar para frente D esligar para trás Confirm ação de desconexão D esconexão forçada Bloqueio Tarifação Recham ada O bservação: Sentido origem para destino Sentido destino para origem Figura 7.3 Sinais de linha. A sinalização de registro é aquela que se estabelece entre os processadores de controle das centrais que trocam informações relativas a números e tipos de assinantes chamador e chamado, assim como os estados de assinantes. Um exemplo de sinalização de registro é a sinalização MFC (multifrequencial compelida) adotada no Brasil. Nessa sinalização os sinais utilizados para troca de informação são formados por combinações de sinais de duas freqüências, como aqueles utilizados em teclas de telefones explicado na seção 2.2. A sinalização é denominada compelida porque, ao se enviar um sinal para frente, para se enviar um novo sinal para frente, deve-se aguardar a recepção do sinal para 170 EE-981 Telefonia Prof. Motoyama 1º Semestre 2004 trás, como mostrado na Fig. 7.4. Na terminologia utilizada no capítulo 6, corresponde a um controle de fluxo baseado na janela deslizante com W = 1. D estin o O rig em S in al S in al p a ra fre n te ás p a r a tr S in al p a ra fre n te T em p o T em p o Figura 7.4 Troca de sinais na sinalização MFC. As freqüências utilizadas para sinais para frente e para trás na sinalização MFC, são mostradas na Fig. 7.5a. F r e q u ê n c ia s e m H z P a r a f r e n te 1380 1500 1620 1740 P a r a tr á s 1140 1020 900 C ó d ig o 0 1 2 1860 1980 780 660 540 4 7 11 a) Sinal 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Combinação 0 + 1 0 + 2 1 + 2 0 + 4 1 + 4 2 + 4 0 + 7 1 + 7 2 + 7 4 + 7 0 + 11 1 + 11 2 + 11 4 + 11 7 + 11 de freqs. b) Figura 7.5. Os sinais e suas combinações de freqüências. Para combinar duas freqüências para formar um sinal da Fig. 7.5b, são utilizados os códigos mostrados na Fig. 7.5a. Por exemplo, o sinal 1 para frente é uma combinação de 1380 e 1500 Hz e o sinal 1 para trás é uma combinação de 1140 e 1020 Hz. Os sinais para frente são divididos em dois grupos denominados de grupo I e grupo II como mostrado na Fig. 7.6. 171 EE-981 Telefonia Prof. Motoyama S in a l 1º Semestre 2004 G RU PO I G R U P O II 1 A lg o rism o 1 A ssin a n te c o m u m 2 A lg o rism o 2 A ssin a n te c o m ta rifa ç ã o im e d ia ta 3 A lg o rism o 3 E q u ip a m e n to d e m a n u te n ç ã o 4 A lg o rism o 4 T e le fo n e p ú b lic o 5 A lg o rism o 5 O p e ra d o ra 6 A lg o rism o 6 E q u ip a m e n to d e tra n s m issã o d e d a d o s 7 A lg o rism o 7 T P IU 8 A lg o rism o 8 S e rv iç o In te rn a c io n al 9 A lg o rism o 9 S e rv iç o In te rn a c io n al 10 A lg o rism o 0 S e rv iç o In te rn a c io n al 11 A c e sso a p o siç ã o d e o p e ra d o ra: in serçã o d e se m i-su p re sso r d e e c o n a o rig em R e se rv a 12 P e d id o re c u sa d o ; in d ic a ç ão d e trân sito in te rn a c io n a l R e se rv a 13 A c e sso a eq u ip a m e n to d e m a n u te n ç ã o R e se rv a 14 In se rç ã o d e s u p re sso r d e e c o n o d e stin o R e se rv a 15 F im d e n ú m e ro R e se rv a Figura 7.6 Sinais para frente. Sinal GRUPO A GRUPO B Enviar o próximo algarismo Assinante livre com tarifação 2 Enviar o primeiro algarismo Assinante ocupado 3 Preparar a recepção do sinal do grupo B Assinante com número mudado 4 Congestionamento Congestionamento 5 Enviar categoria e identidade do assinante chamador Assinante livre sem tarifação 6 Reserva Assinante livre com tarifação. Colocar retenção sob controle de chamado 7 Enviar o algorismo n - 2 Nível ou número vago 8 Enviar o algorismo n - 3 Assinante com defeito 9 Enviar o algorismo n - 1 Reserva 10 Reserva Reserva 11 Enviar indicação de trânsito internacional Serviço internacional 12 Serviço internacional Serviço internacional 13 Serviço internacional Serviço internacional 14 Serviço internacional Serviço internacional 15 Serviço internacional Serviço internacional 1 Figura 7.7 Sinais para trás. Os sinais para trás são também divididos em dois grupos denominados A e B, como mostrado na Fig. 7.7. Os sinais de grupo A são sinais de confirmação, indicação de mudança de grupo e congestionamento; os de grupo B se referem às informações sobre condições de assinantes. A Fig. 7.7 mostra os significados de todos os sinais para trás. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Exemplo 7.1 172 EE-981 Telefonia Prof. Motoyama 1º Semestre 2004 Seja um exemplo de troca de sinalização entre duas centrais. A central A envia a central B o número do assinante (78354) para completar uma conexão de uma chamada. A Fig. 7.8 mostra a troca de informações entre as duas centrais. Os sinais para frente de ocupação e de desligar, e o sinal para trás de confirmação de desconexão, são sinalização de linha. Central A Central B JO JD B A Ocupação 150 ms 7 A-1 8 A-1 3 A-1 5 A-1 4 S1 (assinante comum) A-3 G-II B-1 Tom de chamada Assinante livre com tarifação Toque de campainha 150 ms Atendimento Conversação 600 ms Desligar para frente 600 ms Confirmação de desconexão Figura 7.8. Exemplo de sinalização entre centrais para conexão de uma chamada. 7.3 Sinalização por canal associado (In-band signaling) No exemplo acima, o canal que foi utilizado para a sinalização (de linha, de registro e acústica) é também utilizado para a transmissão de voz (conversação). Este tipo de sinalização que utiliza o canal de voz para troca de informações é denominado de sinalização por canal associado. O exemplo dado é mais conveniente para um canal analógico. Um exemplo de sinalização por canal associado em um canal digital é o PCM americano apresentado na seção 3.2; a cada seis quadros, o bit menos significativo de cada canal de voz é utilizado para a sinalização. O sistema PCM europeu ou brasileiro utiliza o canal 16 para sinalização de linha (conforme a estrutura apresentada na seção 3.2) e a sinalização de registro é feita através dos canais 1-15 e 17-31 que posteriormente são utilizados para a voz. 7.4 Sinalização por canal comum (Out-band signaling) Uma outra forma de sinalização bastante flexível que utiliza um canal separado somente para sinalização é denominada sinalização por canal comum (CCS - Common Channel Signaling). Por exemplo, o canal 16 do sistema PCM europeu ou brasileiro pode ser adaptado para transportar as informações de sinalização a 64 kbps, utilizando a técnica de comutação por pacote. 173 EE-981 Telefonia Prof. Motoyama 1º Semestre 2004 O objetivo de utilizar um canal comum e separado dos caminhos de voz é criar uma rede somente de sinalização como mostrado na Fig. 7.9. Com uma rede separada são obtidas as seguintes vantagens: 1. Informações são trocadas rapidamente entre processadores. 2. Pode atender tipos diferentes de serviços. 3. Modificações podem ser feitas por software. Por ex., inclusão de novos serviços. 4. Informações relacionadas a uma chamada podem ser enviadas durante o andamento daquela chamada. Por ex., transferência de chamada ou conexão de um outro assinante em uma chamada em andamento (conferência a três). 5. A rede de sinalização pode ser utilizada para outras finalidades, como manutenção e gerenciamento da rede. Rede de Sinalização Enlace de sinalização Voz Nó de comutação Nó de comutação Voz Figura 7.9 Rede de Sinalização. A rede de sinalização por canal comum para o transporte de seus dados pode utilizar a infra-estrutura da rede de voz. Por exemplo, a sinalização CCITT No. 6 utiliza um canal telefônico analógico exclusivo e através de MODEMs (modulador e demodulador) transmitem os dados em 2,4 Kbits/seg. ou 4,8 Kbits/seg. Por sua vez, a sinalização CCITT No. 7 ou SS7 (Signaling System No 7) pode utilizar o canal 16 do sistema PCM a 2 Mbps ou o canal 24 do sistema a 1,5 Mbps. Em ambos os casos, a taxa de bits do canal é 64 Kbits/seg. Pode ainda ser constituída de uma rede completamente separada da rede de voz. A rede de sinalização por canal comum pode ser de modo associado ou não associado. No modo associado, o canal comum acompanha a rota dos troncos de voz, como mostrado na Fig.7.10. Neste caso a central de comutação pode incorporar as funções de sinalização. CC CC CC Troncos de voz Enlaces de sinalização CC CC CC CC CC - Central de Comutação Figura 7.10 Modo associado. 174 EE-981 Telefonia Prof. Motoyama 1º Semestre 2004 No modo não associado, a rede de sinalização é completamente separada dos caminhos de voz. Neste modo a rede é constituída por seguintes componentes: SSPs (Signal Switching Points): pontos de comutação de sinal STPs (Signal Transfer Points): pontos de transferência de sinal SCPs ( Signal Control Points): pontos de controle de sinal Os símbolos correspondentes aos componentes estão mostrados na Fig. 7.11. SSP STP SCP Figura 7.11 Símbolos dos componentes utilizados na sinalização por canal comum. Os SSPs são comutadores telefônicos (comutadores locais) com capacidades funcionais de sinalização No 7 e enlaces de sinalização. Eles originam, terminam ou comutam chamadas. Os STPs são comutadores de pacote da rede SS7. Eles recebem e encaminham as mensagens de sinalização aos seus destinos apropriados. Os SCPs são os bancos de dados para fornecer informações necessárias para dar continuidade ao processamento de uma chamada. A rede de sinalização SS7 deve ser bastante confiável, pois inicia todo o processo de conexão de uma chamada. Para garantir essa confiabilidade, a rede SS7 é construída de uma maneira bastante redundante. Os STPs e os SCPs são geralmente instalados aos pares. Os elementos dos pares são geralmente instalados em locais separados, mas executam redundantemente as mesmas funções lógicas. A Fig. 7.12 mostra um exemplo de uma rede de sinalização No 7. No exemplo de rede SS7 da Fig. 7.12, os STPs W e X desempenham funções idênticas; são redundantes e formam um par casado. Os STPs Y e Z também formam um par casado. Cada SSP tem dois enlaces (ou um conjunto), um para cada STP de um par casado. Toda a sinalização é feita através desses enlaces. Como esses enlaces são redundantes, as mensagens enviadas através desses enlaces são tratadas equivalentemente nos STPs. O conjunto SSP e enlace que conecta ao STP é denominado ponto final de sinalização. Os STPs de um par casado são interconectados por um enlace (ou por um conjunto de enlaces). Dois pares casados de STPs são interconectados através de quatro enlaces (ou um conjunto de enlaces) denominados de um quadrilátero. Os SCPs são em geral (não necessariamente) instalados em pares, executando as mesmas funções. Os pares não são interconectados por enlaces. 175 EE-981 Telefonia Prof. Motoyama 1º Semestre 2004 M Enlaces de sinalização P L Y W A X Troncos de voz Linhas de assinante Q Z D B C Figura 7.12 Exemplo de uma rede de sinalização No 7. Tipos de Enlaces A Fig. 7.13 mostra as denominações dos enlaces utilizados na rede SS7. B/D B/D Rede SS7 Interconectada Rede SS7 Interconectada 14 12 13 D A B 6 11 C 1 D 8 9 C 5 F 3 A 7 A 2 10 A 4 E Figura 7.13 Tipos de enlaces 176 EE-981 Telefonia Prof. Motoyama 1º Semestre 2004 Enlace do tipo A é aquele que interconecta um STP a um SSP ou a um SCP como mostrado na Fig. 7.13. São enlaces utilizados para inicializar ou finalizar a sinalização. A se refere a inicial de access, em inglês. Enlaces dos tipos B, D e B/D são aqueles interconectando dois pares casados de STPs. As suas funções são transportar as mensagens de sinalização de um ponto inicial a um outro ponto até atingir o seu destino final. B é a inical de bridge, em inglês e são enlaces utilizados para interconectar os pares casados que estão na mesma hierarquia de uma rede. D é relativo a diagonal, em inglês, e são enlaces que interconectam os pares casados que estão em diferentes hierarquias. Quando os enlaces interligam diferentes redes eles são denominados de enlaces B/D, B ou D, indistintamente. O enlace do tipo C conecta um par casado de STPs. C é inicial de cross, em inglês. Em geral, os SSPs são conectados através dos enlaces do tipo A aos STPs designados “homes”, que são utilizados em condições normais. Para aumentar a confiabilidade em algumas situações, os SSPs podem ser concetados a um outro par de STPs através dos enlaces do tipo E (extended), como mostrado na Fig. 7.13. Os enlaces que interconectam dois pontos finais de sinalização são denominados de F (fully associated). O enlace F permite modo associado de sinalização, e é utilizado de acordo com as conveniências da operadora de rede. Estrutura em camadas da sinalização No 7 A sinalização CCITT No. 7 é estruturada em 4 níveis (foi especificada antes do modelo OSI) Nível 1: nível físico Nível 2: enlace de dados Nível 3: rede Nível 4: parte do usuário Nível 1 - Especifica o canal físico. Pode utilizar o canal 16 (64 Kbits/seg) de um sistema PCM de 2 Mbits/seg. ou o canal 24 (64 Kbits/seg) do sistema a 1,5 Mbits/seg ou ainda utilizar enlaces específicos de 56 ou 64 Kbits/seg. Nível 2 - Desempenha as funções de controle de erro, estabelecimento de enlace, monitoração da taxa de erro, controle de fluxo e delineação de mensagens. Nível 3 - Desempenha as funções de encaminhamento das chamadas na rede. Cada nó da rede tem um código (signal point code). Para o endereçamento dos nós é utilizado 14 bits ( 214 = 16 384 nós possíveis de endereçar). Nível 4 - Suporta diferentes partes: - Parte de usuário telefônico (TUP - Telephony User Part) e - Parte de usuário de RDSI (ISDN - User Part). A Fig. 7.14 mostra a estruturação em níveis e o relacionamento com o modelo de referência OSI. 177 EE-981 Telefonia Prof. Motoyama Modelo de Referência OSI Níveis funcionais - CCITT No. 7 Parte de Aplicação com capacidade de transação (TCAP) Camada 7 (Aplicação Parte de Serviço intermediario (ISP) Camadas 4-6 1º Semestre 2004 TUP ISDN-UP Parte de usuário telefônico Parte de usuário ISDN Nível 4 Nível 4 Camadas SCCP 1-3 Parte de transferência de mensagens Níveis 1 a 3 SCCP - Signaling connection control part ( tornar compatível com a camada 4 do modelo OSI) Figura 7.14 Estrutura em níveis e o relacionamento com as camadas do OSI. As 3 camadas inferiores são semelhantes nas estruturações ao modelo OSI. Entretanto, o nível 4 é bastante diferente em relação ao modelo de referência. Para tornar a estrutura em níveis compatível com o modelo de referência, existe a parte de controle de conexão da sinalização (SCCP). A parte de aplicação com capacidade de transação (TCAP - Transaction Capability Application part) é a utilizada para operação, manutenção e gerenciamento. As outras aplicações especificadas são referentes a parte de usuário RDSI e parte de usuário telefônico. Nível 2 O nível 2 da padronização N° 7 utiliza uma estrutura de quadro baseado em HDLC, como mostrado na Fig. 7.15 (veja capítulo 6, seção 6.5). Estrutura de quadro F 1 Endereço 2 Controle 1 Informação FCS F variável 2 1 octetos Figura 7.15 Estrutura de quadro da sinalização N° 7. O número e as denominações dos campos do quadro são iguais ao que vimos na seção 6.6, mas o campo de endereço utiliza dois octetos. São utilizadas as seguintes denominações de quadros (diferentes daquelas (quadros I, S e U) utilizadas no capítulo 6, seção 6.5): 1. MSU - Message Signal Unit - Unidade de sinal de mensagem. É um quadro que transporta informações da camada superior. 2. LSSU - Link Status Signal Unit - Unidade de sinal de status do enlace. É um quadro para estabelecer um enlace e executar controle de fluxo. 178 EE-981 Telefonia Prof. Motoyama 1º Semestre 2004 3. FISU - Fill-In Signal Unit - Unidade de sinal de alinhamento. É um de quadro de alinhamento, quando não há tráfego de sinal. O quadro MSU tem a formatação mostrada na Fig. 7.16. Nível 2 Nível 3 Nível 2 Cabeçalho F BSN BIB FSN 8 7 1 7 Cauda SPA- SIO RE FIB LI 1 6 2 SIF 8 FCS 8xn 16 F 8 bits Figura 7.16 Formato do quadro MSU. O significado de cada termo é explicitado abaixo. FSN - Forward sequence number - número de sequência para frente. BSN - Backward sequence number - número de sequência para trás. FIB - Forward indicator bit - bit indicador para frente. BIB - Backward indicator bit - bit indicador para trás. SIF - Signaling Information field - campo de informação de sinalização. LI - Length indicator - indicador de comprimento do campo de informação ( Se for maior que 2, indicará que é um quadro MSU). SIO - Service information octet - indica o tipo de usuário (telefone, dados ou ISDN). Faz parte do nível 3. Cabeçalho F Cauda BSN BIB FSN 8 7 1 SPARE FIB LI 7 1 6 2 SF 8 ou 16 FCS F 16 8 bits SF - Status field - campo de status a) LSSU Cabeçalho F BSN 8 7 BIB FSN 1 7 Cauda FIB LI 1 6 SPARE 2 FCS 16 F 8 bits b) FISU Figura 7.17 Formatos de quadros. a) LSSU e b) FISU. O campo de informação do quadro LSSU pode ser 1 ou 2 octetos e no caso do quadro FISU esse campo não existe. 179 EE-981 Telefonia Prof. Motoyama 1º Semestre 2004 A seguir, são mostrados exemplos de operações desses quadros. Suponha a troca de informações entre dois STPs (A e B) como mostrado na Fig. 7.18. Supõe-se que o enlace já está estabelecido e que a numeração do quadro MSU esteja no número 22 de A para B, e no número 6, de B para A. STP A Nomenclatura M, 22, 5 BSN M, 22, 5 M, 6, 21 F, 22, 6 M, 7, 22 M, 23, 7 F, 7, 22 FSN Quadro tipo MSU. Se F , tipo FISU Quando não há mensagens para transmitir, o quadro FISU transporta o ACK positivo. M, 24, 7 M, 8, 23 F, 24, 8 M, 9, 24 F, 24, 9 M, 10, 24 STP B 1. Os quadros de mensagens são numerados sequencialmente. 2. Os quadros FISU e LSSU não são numerados, mas transportam o número FSN do último quadro MSU recebido. 3. Quando há mensagens para transmitir, o próprio quadro MSU transporta o ACK positivo do último MSU recebido. Tempo Tempo Figura 7.18 Exemplo de operação sem erro na transmissão. Quando não há quadros de informação a transmitir, são transmitidos quadros FISU. Na figura são mostrados os detalhes da operação. A Fig. 7.19 mostra os detalhes da operação com erro. STP A M, 0, 0, 0, 0 STP B M, 0, 0, 0, 0 BIB BSN FIB FSN MSU. Se F, FISU M, 1, 0, 0, 0 M, 2, 0, 0, 0 M, 0, 0, 1, 0 M, 3, 0, 0, 0 M, 1, 0, 2, 0 MSU 3 é perdido. M, 4, 0, 0, 0 M, 2, 0, 2, 0 M, 3, 0, 2, 1 STP A retransmite os MSUs 3 e 4 FIB = 1, significa retransmissão M, 3, 1, 3, 0 STP B rejeita MSU 4, porque está fora de ordem. BIB = 1, significa ACK negativo. M, 4, 1, 3, 0 Tempo Tempo Figura 7.19 Operação com a perda de quadro MSU. 180 EE-981 Telefonia Prof. Motoyama 1º Semestre 2004 Nível 3 A Fig. 7.20 mostra o conteúdo do campo de informação (SIF), que corresponde aos dados que o nível 3 troca com o seu par (peer entities). 14 Código de ponto - destino 14 Código de ponto - origem 12 Código de identidade de circuito 4 H0 - indica categoria de mensagens 4 H1 - completa a definição da mensagem 6 Categoria do chamador 2 12 Indica números de dígitos no campo de endereço 4 nx8 Sobressalente Indicador de mensagem ( Indica uma requesição especial como enlace de satélite ou um cancelador de eco) Campo de endereço Informações de endereços dos usuários que querem se comunicar. Figura 7.21 Formato de informação do nível 3. Os campos H0 e H1 dão indicações dos tipos de mensagens que são trocados entre dois STPs. Como exemplo de mensagens podemos citar: IAM (Initial Address Message) – mensagem básica para iniciar uma chamada. ACM (Address Complete Message) – indica que a mensagem IAM alcançou o seu destino corretamente. ANM (Answer Message) – mensagem de questionário. REL (Release Message) – mensagem de liberação. RCL (Release Complete Message) – mensagem de resposta à REL. Um exemplo de troca de informações utilizando as mensagens acima descritas é mostrado na Fig. 7.22. O exemplo da figura é a troca de informações na fase de estabelecimento e liberação de uma chamada telefônica. Neste exemplo, o assinante telefônico na central A quer conversar com o assinante que está na central B. A seqüência de processo de chamada utilizando a sinalização No 7 é detalhada a seguir. 1. Após a recepção e análise dos dígitos recebidos do assinante, a central conclui que necessita enviar a chamada a central B. 2. A central A seleciona um tronco (ou canal de voz) existente entre as centrais A e B e prepara a mensagem IAM. Esta mensagem contém as identificações da central origem A, a central destino B, o tronco selecionado, os números dos assinantes chamador e chamado e informações adicionais de controle. 3. A central A seleciona um dos enlaces do tipo A, por exemplo, o enlace AW, e transmite a mensagem IAM para ser encaminhada a central B. O STP W recebe a 181 EE-981 Telefonia Prof. Motoyama 1º Semestre 2004 mensagem, analisa o cabeçalho de encaminhamento (referente aos 28 bits de códigos de ponto do formato mostrado na Fig. 7.21) e decide encaminhar a mensagem através do enlace BW (veja Fig. 7.22). W X RE L 3I AM 14 C RL M AN M AC A 7 C RL M AN 1 1 M AC 7 16 RE L IA M 11 3 16 14 B Enlaces de sinalização Troncos de voz Linhas deassinante Figura 7.22 Um exemplo de estabelecimento de uma chamada telefônica. 4. A central B recebe a mensagem e, após a análise conclui que o assinante chamado está conectado a sua central e que o assinante está livre. 5. A central B prepara a mensagem ACM que indica que a mensagem IAM chegou ao seu destino adequadamente. A mensagem contém as identificações das centrais de origem A e de destino B e o tronco selecionado. 6. A central B seleciona um dos enlaces do tipo A, por exemplo, o enlace BX, e transmite a mensagem ACM com destino a central A. Ao mesmo tempo conecta o assinante chamado ao tronco selecionado, e envia tom de campainha através do tronco para a central A, assim como para o assinante chamado. 7. O STP X recebe a mensagem ACM, analisa o cabeçalho e decide encaminhar a mensagem através do enlace AX. 8. Ao receber a mensagem ACM, a central A conecta a linha do assinante chamador ao tronco selecionado, de modo que o assinante chamador possa ouvir a campainha tocando no assinante chamado. 9. Quando o assinando chamado tira o fone do gancho para iniciar a conversação, a central B gera mensagem ANM, identificando as centrais de origem A e B e o tronco selecionado. 10. A central B seleciona o mesmo enlace que transmitiu ACM e transmite ANM. Nessa fase, os assinantes já estão conectados e podem conversar. 11. O STP X analisa a mensagem ANM e encaminha a central A através do enlace AX. 12. A central A verifica se o assinante chamador está realmente conectado ao tronco e se a conversação está ocorrendo. 13. Se o chamador coloca o fone no gancho (após a conversação), a central A gera uma mensagem de liberação REL direcionada a central B, identificando o tronco associado à chamada. A mensagem é enviada através do enlace AW. 14. O STP W recebe a REL e após a análise encaminha a central B, através do enlace WB. 182 EE-981 Telefonia Prof. Motoyama 1º Semestre 2004 15. A central B ao receber a REL, desconecta o tronco da linha do assinante, coloca o tronco como livre, gera uma mensagem RLC e envia a central A através do enlace BX. A RLC identifica o tronco utilizado na chamada. 16. O STP X após a análise da RLC encaminha a mensagem para a central A, através do enlace AX. 17. Ao receber a RLC, a central A coloca o tronco utilizado como livre, terminando assim o processo de uma chamada. Bibliografia 1. Prática Telebrás SDT 210.110.703 2. William Stallings; “ISDN and Broadband ISDN with Frame Relay and ATM”, Third Edition, Prentice Hall, 1995. EXERCÍCIOS 7.1 Em uma rede telefônica utilizando a sinalização CCITT N° 7, um nó A deve enviar ao nó B, uma mensagem de 900 bytes contendo informações de sinalização do chamador e do chamado e toda a informação complementar do nível 3 (Mensagem IAM, de A para B). No sentido reverso, o nó B deve enviar ao nó A 400 bytes de informações de sinalização (Mensagem IAM, de B para A). O link entre os nós A e B é um enlace PCM de 2,048 Mbits/seg. a) Quantos pacotes HDLC são necessários para transmitir a mensagem de A para B e de B para A? ( O comprimento máximo do campo SIF é 272 octetos) b) Calcule as porcentagens de “overhead” do nível 2 para transmitir as mensagens. c) Desenhe em um diagrama de tempo, a operação de transferência dos pacotes do nível 2, na condição de sem erro. d) Refaça o item c), supondo erro no 2° pacote transmitido de A para B. 7.2 Seja a rede de sinalização mostrada na figura abaixo. O telefone A de número 83766 tira o fone do gancho e quer-se comunicar com o telefone B de número 83711. a) Desenhe o diagrama de tempo para transferir o número do chamado entre as centrais C e SSPD. Identifique as fases de sinalização de linha e de registro. b) Identifique no pacote de informação que será enviado de SSP-D para STP-F (nível 3), o campo onde estão contidos os números do assinante chamador e do assinante chamado. c) Desenhe o diagrama de tempo para troca de mensagens entre os SSPs D e E para estabelecer a conexão da chamada (nível 3). Suponha transmissão sem erro. d) Supondo que a mensagem para transferir as informações de chamada do nível 3 foi segmentada em dois quadros no nível 2, desenhe em um diagrama de tempo, a operação de transferência dos pacotes, admitindo erro no 2° pacote transmitido de SSP-D para STP-F. 183 EE-981 Telefonia Prof. Motoyama 1º Semestre 2004 STP F Tronco de Voz Central C SSP D SSP E A 83766 B 83711 Sinalização MFC Sinalização No 7 184