Boletim de Monitoramento da Bacia do Ribeirão Pipiripau

Transcrição

Boletim de Monitoramento da Bacia do Ribeirão Pipiripau
COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTO DA BACIA
DO RIBEIRÃO PIPIRIPAU
BOLETIM DE MONITORAMENTO DA
BACIA DO RIBEIRÃO PIPIRIPAU
AGOSTO DE 2014
Governo do Distrito Federal
Agnelo Queiroz
Governador
Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMARH
Eduardo Brandão
Secretário
Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal - ADASA
Diretoria Colegiada
Vinícius Fuzeira de Sá e Benevides – Diretor Presidente
Diógenes Mortari
João Carlos Teixeira
Israel Pinheiro Torres
Superintendência de Recursos Hídricos – SRH/ADASA
Rafael Machado Mello
BOLETIM DE MONITORAMENTO DA BACIA
RIBEIRÃO PIPIRIPAU
Boletim de Monitoramento da Bacia do Ribeirão Pipiripau – Agosto de 2014
Comissão de Editoração
Membros:
João Pedro Fernandes Melo
Hudson Rocha de Oliveira
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Boletim de Monitoramento da Bacia do Ribeirão Pipiripau – Agosto de 2014
SUMÁRIO:
1 – Bacia do Ribeirão Pipiripau
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2 – Estações de Monitoramento
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2.1 – Estação Taquara-jusante
08
2.2 – Estação Pipiripau BR-020
09
2.3 – Estação Pipiripau Montante Canal
10
2.4 – Estação Pipiripau Captação
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2.5 – Estação Frinocap DF-130
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3 – Curva de permanência da Estação Frinocap DF-130
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4 – Análise dos dados e conclusões
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Boletim de Monitoramento da Bacia do Ribeirão Pipiripau – Agosto de 2014
1- Bacia do Ribeirão Pipiripau
Bacia
A bacia do Ribeirão Pipiripau localiza-se no Distrito Federal e no Estado de Goiás, compreendendo
uma área de drenagem de aproximadamente 235 km². A maior parte da área da bacia está inserida no
Distrito Federal (90,3%), sendo que em Goiás encontram-se as nascentes mais a montante da bacia.
Monitoramento
Para o monitoramento hidrológico da bacia foram definidas cinco estações fluviométricas, as quais
delimitam os trechos de controle. Nessas estações, a CAESB (Companhia de Saneamento Ambiental do
Distrito Federal), que é a responsável e a operadora das cinco estações, repassa os dados de cota e vazão
ocorridos. Isso permite que seja realizado o monitoramento contínuo das vazões escoadas para verificação
do atendimento às vazões mínimas remanescentes, conforme apresentado na Figura 1, a saber:

Trecho 1 - Córrego Taquara, da sua nascente até a estação fluviométrica Taquara Jusante,
localizada no ponto de coordenadas (47º31’57”W; 15º37’21”S);

Trecho 2 - Ribeirão Pipiripau, da sua nascente até a ponte da BR-020, no ponto de coordenadas
(47º30’34”W; 15º34’21”S);

Trecho 3 - Ribeirão Pipiripau, da BR-020 até a estação fluviométrica Pipiripau Montante Canal,
localizada no ponto de coordenadas (47º34’26”W; 15º38’21”S);

Trecho 4 - Ribeirão Pipiripau, da estação fluviométrica Pipiripau Montante Canal até a estação
fluviométrica Pipiripau Montante Captação, localizada no ponto de coordenadas
(47º35’46”W;15º39’20”S); e

Trecho 5 - Ribeirão Pipiripau, da estação fluviométrica Pipiripau Montante Captação até a estação
fluviométrica Frinocap, localizada no ponto de coordenadas (47º37’26”W; 15º39’26”S).
Gestão Compartilhada
A bacia hidrográfica do Ribeirão Pipiripau é constituída por um curso d’água principal, de domínio
da União (o próprio Ribeirão Pipiripau) e por cursos d'água de domínio do Distrito Federal (seus
afluentes), sendo fonte imprescindível de água para diversas finalidades de uso. Dentre os principais
usuários da bacia estão os irrigantes e a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal
(CAESB). Esta possui uma importante captação para o abastecimento público das Regiões
Administrativas de Planaltina e Sobradinho.
Nos períodos de baixo índice pluviométrico (abril a outubro), as vazões dos cursos d’água da bacia
reduzem-se significativamente, tornando-se, muitas vezes, necessária a realocação e a redução dos usos,
de forma a atender à manutenção da vazão ecológica, aos usos prioritários e aos usos múltiplos.
O gerenciamento dos recursos hídricos da bacia é realizado de forma negociada, tendo como atores
deste processo os órgãos gestores de recursos hídricos (ADASA e ANA) e os usuários da bacia. Este
gerenciamento é realizado baseado no Marco Regulatório estatuído pela Resolução ANA nº 127/2006 e
pela Resolução ADASA nº 293/2006. Desde março de 2010, por meio da Resolução ANA nº 77/2010 foi
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delegado à ADASA a competência para conceder outorgas em corpos hídricos de domínio federal no
âmbito do Distrito Federal, incluindo assim, a calha principal do ribeirão Pipiripau.
Por meio do monitoramento fluviométrico diário nas cinco estações existentes na bacia e
considerando as demandas de água previstas, é possível realizar simulações para prever o comportamento
dos corpos hídricos nos meses de estiagem. A partir destas simulações, pode-se inferir os respectivos
balanços hídricos dos cinco trechos de monitoramento instituídos pelo Marco Regulatório da Bacia, o
qual definiu vazões mínimas remanescentes que visam garantir as vazões ecológicas e os usos a jusante
de cada trecho, conforme Tabela 1. Levando-se em consideração a análise destas previsões, e havendo a
necessidade, são elaboradas propostas para realocação e redução dos usos a serem implementados, nos
meses críticos, pelos usuários da bacia.
2 - Estações de Monitoramento
Figura 1 - Localização das estações fluviométricas utilizadas para monitorar o
comportamento hidrológico da bacia do Ribeirão Pipiripau.
Tabela 1 – Vazões e Cotas mínimas remanescentes estabelecidas para cada Ponto de Controle.
Ponto de
Controle
Nome da Estação
(Código)
Vazão Mínima
Remanescente (m³/s)
Cota Mínima
Remanescente (cm)
1
Taquara-Jusante
(60472200)
0,156
51
0,430
103
0,940
13
0,600
48
0,375
63
2
3
4
5
Pipiripau BR -020
(60472230)
Pipiripau Mont. Canal
(60472240)
Pipiripau Mont.
Captação (60472300)
Frinocap
(60473000)
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2.1 – Estação Taquara-jusante (60472200) – Trecho 1
Em maio de 2014, a cota média no Córrego Taquara observada nesta estação foi de 61 cm, o que
equivale a uma vazão média de 0,294 m³/s. Verifica-se que nenhuma vazão prevista para esta estação nos
meses subsequentes é inferior à vazão mínima remanescente. A previsão baseia-se nos dados da série
histórica da estação Frinocap.
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2.2 – Estação Pipiripau BR-020 (60472230) – Trecho 2
Em maio de 2014, a cota média no rio Pipiripau observada nesta estação foi de 127 cm, o que
equivale a uma vazão média de 1,068 m³/s. Verifica-se que nenhuma vazão prevista para esta estação nos
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meses subsequentes é inferior à vazão mínima remanescente. A previsão baseia-se nos dados da série
histórica da estação Frinocap.
2.3 – Estação Pipiripau Montante Canal (60472240) – Trecho 3
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Em maio de 2014, a cota média no rio Pipiripau observada nesta estação foi de 26 cm, o que
equivale a uma vazão média de 1,681 m³/s. Verifica-se que nenhuma vazão prevista para esta estação nos
meses subsequentes é inferior à vazão mínima remanescente. A previsão baseia-se nos dados da série
histórica da estação Frinocap.
2.4 – Estação Pipiripau Montante Captação CAESB (60472300) – Trecho 4
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Em maio de 2014, a cota média no rio Pipiripau observada nesta estação foi de 62 cm, o que
equivale a uma vazão média de 1,804 m³/s. Verifica-se que nenhuma vazão prevista para esta estação nos
meses subsequentes é inferior à vazão mínima remanescente. A previsão baseia-se nos dados da série
histórica da estação Frinocap.
2.5 – Estação Frinocap DF-130 (60473000) – Trecho 5
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Em maio de 2014, a cota média no rio Pipiripau observada nesta estação foi de 86 cm, o que
equivale a uma vazão média de 1,781 m³/s. Verifica-se que nenhuma vazão prevista para esta estação nos
meses subsequentes é inferior à vazão mínima remanescente. A previsão baseia-se nos dados da série
histórica da estação Frinocap.
3 - Curva de permanência da Estação Frinocap DF-130
Código - 60473000
Durante o mês de maio de 2014 os valores
de vazão, registrados na estação Frinocap do
Ribeirão Pipiripau, oscilaram acima da curva de
permanência de 90%, sendo que apenas no dia 8
de maio de 2014 atingiu vazão menor que a desta
curva.
No dia 31 de maio de 2014, a vazão
observada no Ribeirão Pipiripau na estação
Frinocap foi de 1,5376 m³/s.
Observa-se que a curva das vazões medidas
de maio de 2014, na estação Frinocap, mantém-se
acimada curva de permanência de 90% de sua
série histórica. No entanto, observa-se que, no
segundo terço do mês, houve uma tendência
nítida de redução das vazões. Caso esta tendência
venha a confirmar-se e as vazões situem-se
abaixo da curva de 90% de permanência, será
necessário a tomada de medidas visando o
restabelecimento das vazões.
Estação Frinocap (60473000) e demais pontos de controle
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4 – Análise dos dados e conclusões
• A vazão média observada no mês de maio de 2014 na estação Frinocap (60473000), usada no
monitoramento hidrológico da bacia do Ribeirão Pipiripau, situou-se acima da vazão mínima remanescente
estabelecida pelo Marco Regulatório. Esta vazão mínima visa garantir as condições ecológicas do ambiente
aquático e os usos a jusante do ponto de monitoramento.
• Em maio, as vazões diárias observadas nas cinco estações de monitoramento apresentaram-se, em
todos os casos, superiores às respectivas vazões mínimas remanescentes estabelecidas pelo Marco
Regulatório para cada estação.
• Observou-se que as vazões médias previstas para todos os meses subsequentes situam-se acima das
vazões mínimas remanescentes para os cinco pontos de controle. No entanto, considerando-se a falta de
dados atuais (junho e julho), devido à greve dos funcionários da CAESB, o histórico de escassez de água em
alguns pontos de controle no mês de setembro (mês mais crítico de seca), e que o modelo de previsão pode
apresentar diferenças entre as vazões observadas e as vazões previstas, recomenda-se que todos os usuários
pratiquem e difundam o uso racional da água.
• Ressalte-se, por fim, que as vazões médias observadas no mês de maio de 2014, nos cinco pontos de
controle, são todas superiores às do mesmo período do ano anterior. Ainda assim, considerando-se o acima
exposto, recomenda-se à Comissão de Acompanhamento do Ribeirão Pipiripau e aos usuários de recursos
hídricos da bacia uma atenção especial para o mês mais crítico da seca (setembro). Recomenda-se ainda que
sejam marcadas reuniões da citada Comissão para análise dos atuais cenários e perspectivas futuras, assim
como eventuais medidas de alocação de água visando uma melhoria na gestão dos recursos hídricos da bacia
em benefício de todos.
Obs: Este boletim é uma publicação de tiragem mensal e encontra-se disponível para consulta na
página da ADASA (http://www.adasa.df.gov.br) seguindo as abas: usuário de água - sistema de informação
de recursos hídricos do DF - situação dos recursos hídricos - projetos.
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