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LEVANTE SUA BANDEIRA
CULTURA
02 - cultura
A P R ES EN TA Ç Ã O
Este caderno que você está lendo agora contém várias informações, depoimentos e questões sobre
um tema fundamental para os jovens: cultura. De tão importante, esse é um dos assuntos que está sendo
discutido na 1ª Conferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude: uma grande conversa, com gente de
todo o país, sobre os desafios e as soluções para melhorar a vida dos jovens brasileiros.
Esse diálogo acontece em etapas: primeiro as municipais e, depois, as estaduais, onde serão eleitos
representantes para uma reunião em Brasília, entre os dias 27 e 30 de abril de 2008. Quando terminar a
Conferência, vai estar muito mais claro para todo mundo se aquilo que o governo faz (ou pretende fazer)
pelos jovens está de acordo com o que os jovens acham que os governos devem fazer por eles.
Isso é fundamental para que o poder público possa gerar as oportunidades para garantir o que é
direito da juventude: direito de estudar, de trabalhar, de fazer o que gosta, de morar e se locomover na cidade,
de expressar sua cultura e sua arte e de não sofrer violência nem discriminação de qualquer tipo.
E como você pode entrar nessa história? Além de participar da Conferência na sua cidade e no seu
estado, você mesmo pode organizar uma reunião ou debate. Esse tipo de iniciativa está sendo chamada de
Conferência Livre. E como o próprio nome diz, qualquer um pode fazer, do jeito que achar melhor. Utilize este
caderno e chame outras pessoas para conversar sobre políticas públicas de juventude.
Além disso, no site www.juventude.gov.br, você encontra mais informações, documentos
importantes e ainda pode expressar suas idéias num sarau virtual.
Participe da 1ª Conferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude. E levante sua bandeira!
* Para garantir a igualdade entre os gêneros na linguagem deste material,
onde se lê "o jovem" ou "os jovens", leia-se também "a jovem" ou "as jovens".
QUAL É A PARADA?
cultura - 03
CULTURAS, DE TODOS
PARA TODOS
É chover no molhado, chavão, mas fica aqui registrado:
dentro de cada um de nós pode existir um Van Gogh, uma Tarsila
do Amaral, um Villa-Lobos, um Patativa do Assaré, um Preto Ghoez
ou uma Elis Regina. Talento pra alguma coisa todo mundo tem. O
problema é a oportunidade para que essa habilidade se desenvolva e
seja reconhecida na família, na escola e na comunidade.
Como é que um jovem escritor pode aprimorar sua arte se ele não tem uma biblioteca
pública por perto e nem grana pra comprar um livro? E o que dizer de um promissor cineasta,
que não pode pagar nem o ônibus, muito menos o ingresso para um filme. Acessar e fazer
cultura, no Brasil, tem sido um privilégio de poucos.
Mas mesmo assim, a galera não desanima. Os jovens estão inventando, discutindo,
promovendo, divulgando a-r-t-e e c-u-l-t-u-r-a. São manifestações que ecoam no vozeirão
dos manos e minas do hip hop, do funk, do brega, do forró, das bandas de garagem, das
fanfarras nas escolas. É o Brasil plural, rico em diversidade cultural, que também preserva o que
há de mais tradicional em suas comunidades, como o bumba-meu-boi, o tambor de crioula e o
maracatu rural. A vontade de se expressar aparece até no próprio corpo: do corte de cabelo
black, punk e rastafari, até o piercing e a tatuagem. Tudo com a cara e a coragem, sim, porque
são iniciativas desenvolvidas geralmente com pouco apoio. Todo mundo tem talentos e pode
fazer muita coisa. Com oportunidades então, pode muito mais.
04 - cultura
VOCÊ TEM OPORTUNIDADE DE DESENVOLVER
E MOSTRAR SEUS TALENTOS? COMO?
"Freqüentemente eu patino na praça dos namorados, mas as condições não são muito
boas não: falta infra-estrutura. Aqui no Estado, as áreas de esporte e lazer vertical
são mais para o skate e a bike; o patins fica meio de lado. Na música eu tive
oportunidade de tocar alguns instrumentos por meio de projetos sociais patrocinados
por instituições religiosas. Existe um espaço aqui em Vitória bem bacana, que é o
Centro de Referência da Juventude. No CRJ nós temos um estúdio para ensaios.
É um espaço bem acolhedor, é um incentivo também."
Gledson Felipe Correia, 18 anos
3? ano do Ensino Médio
Vitória (ES)
"Aqui em Maceió precisamos de muita força de
vontade, porque a cultura não é tão incentivada.
Há espaços como barzinhos, onde toco com
alguns amigos. Existem alguns concursos,
mas são bem limitados. Normalmente participam
sempre as mesmas pessoas, na maioria das vezes
mais profissionais. É difícil para os iniciantes
mostrarem seus talentos".
"Como estudante de jornalismo acredito que seja
mais fácil, para quem está na área de comunicação
social, encontrar um espaço e meios de
aprendizagem e aperfeiçoamento para o
desenvolvimento e divulgação de produções próprias.
No meu caso, encontrei a universidade e a entidade
onde faço estágio para me proporcionar esse
tipo de liberdade de estudo e divulgação de materiais
que produzi, como textos, estudos e pesquisas".
Cibele Sodré, 23 anos
estudante de Jornalismo
Campo Grande (MS)
cultura - 05
"Na maioria das vezes, as oportunidades dependem
das possibilidades financeiras, já que o setor cultural
não é tão valorizado pelas políticas públicas. Até
existem alguns projetos, mas são poucos para atender
o grande número de jovens que poderiam desenvolver
e mostrar seus talentos. Para as pessoas mais pobres
fica difícil até conhecer as variedades culturais e
ter acesso à elas para começar a se interessar".
Raufison Silva de Oliveira, 17 anos,
1º ano do Ensino Médio, da etnia Baré,
São Gabriel da Cachoeira (AM).
"Tenho capacidade com a dança,
mas a sociedade não me dá muitas
oportunidades. Encontro muitos
obstáculos para mostrar minha arte".
Luana da Silva dos Santos, 18 anos,
3º ano do Ensino Médio,
Salvador (BA)
"Eu faço artesanato. Me sinto muito
feliz quando vejo meu trabalho pronto.
Penso: 'fiz uma ótima coisa'. Mas acho
que não tenho muitas oportunidades
de mostrar".
André de Jesus Souza,
1º ano do Ensino Médio, 23 anos,
Salvador (BA)
"Desenvolvo meu trabalho treinando muito a
capoeira. Cada dia que passa me dedico mais.
Mostro minha arte todos os dias pela manhã
no Pelourinho, aqui em Salvador. Tenho a
capoeira como o meu trabalho mesmo. Faz
parte de mim. Corre em minhas veias."
Diamante Negro, monitor de capoeira, 21 anos,
Ensino Fundamental completo,
Salvador (BA)
06 - cultura
E
D
O
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QUES
S
O
T
I
E
R
I
D
A cultura não é só diversão: é também um direito
seu e de todos. Quem assegura isso é a Constituição
brasileira, que já completou 19 anos. Mas nem tudo que ela
garante saiu do papel. O artigo 23 diz que é dever do poder
público garantir o acesso à cultura. E não é só isso: a emenda
número 48, de 2005, do artigo 215, garante a defesa, a
valorização do patrimônio cultural brasileiro, a promoção e
difusão de bens culturais, a democratização do acesso aos
bens de cultura e a valorização da diversidade étnica e
regional. Os artigos falam também do incentivo à produção
e ao conhecimento de bens e valores culturais.
O problema é que muitas vezes empresas se valem
de leis de incentivo à cultura, por exemplo, para tirar proveito
próprio e engordar ainda mais seus caixas. Existem hoje leis
de incentivos federais, estaduais e municipais. Dependendo
da lei utilizada, o abatimento em impostos pode chegar a até
100% do investimento.
E tem mais: o artigo 22 da Declaração Universal dos
Direitos Humanos assegura que todos nós temos o direito de
participar livremente da vida cultural da comunidade em
que vivemos.
cultura - 07
COMO ASSIM?!
87% dos jovens de 15 a 24 anos que moram nas cidades e 95% dos que moram no campo nunca
participaram de projetos culturais promovidos pelo governo ou por ONGs. (Instituto Cidadania, 2003)
59% dos jovens afirmaram nunca ter participado de atividades culturais realizadas em escolas nos
fins de semana. E 58% nunca freqüentaram shows ou outras atividades culturais em espaços públicos.
(Instituto Cidadania, 2003)
Os gastos públicos em cultura em 2003 representaram 0,2% do total das despesas dos governos
federal, estaduais e municipais. O investimento foi maior nos municípios: 1% do total dos gastos. Nos
Estados, o percentual foi de 0,4% e no governo federal o investimento em cultura ficou em 0,03% do total do
orçamento. (IBGE, 2003)
Nos municípios com até 5 mil habitantes, a presença de livrarias e lojas que vendem discos, fitas e
CDs era muito rara, com percentuais de 13,6% e 5,6%, respectivamente. E em termos de território brasileiro,
dos 5.506 municípios pesquisados, 65% não possuíam esse comércio.
Nos municípios com mais de 50 mil habitantes, 90% tinham esse tipo de loja e, como já era de se
esperar, todos os grandes centros urbanos possuíam esse gênero de comércio, com destaque para a Região
Sul, onde em 60% dos municípios se identificaram livrarias e em 40% lojas de discos, fitas e CDs. (Leonardo
Brant, em artigo publicado na revista Onda Jovem)
A média de leitura por ano no Brasil é de 1,8 livro por pessoa. (IBGE e IPEA, 2007)
No Brasil, 73% dos livros estão concentrados nas mãos
de 16% da população e, também, há disparidades do ponto de
vista da distribuição regional. Dos 613 municípios que hoje não
possuem biblioteca pública, 405 ficam no Nordeste, 77 no
Norte, 69 no Centro-Oeste, 45 no Sul e apenas 17 no Sudeste.
(Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), Ministério da Cultura,
2007)
08 - cultura
NÓS TAMBÉM FAZEMOS CULTURA
POR PEDRO
Em minha cidade existe uma brincadeira que faz parte da cultura popular maranhense:
eu começo a me preocupar
"Quando chega o mês de maio,
s de junho ele se apresentar
Ensaiando boi mimoso pra no mê
xada, Pinheiro e Turilândia,
Mandei avisar as fazendas da Bai
Palmerande e Bequimão
alhão
Peri-Mirim também tem seu bat
”
ando a cultura deste Maranhão
São Bento de parabéns, preserv
Dois meses antes do período junino começa o trabalho. É comissão pra lá, costureiras pra cá, músicos
e brincantes, todos numa correria só. É muito prazeroso estar contribuindo com a cultura popular
maranhense e, ao mesmo tempo, fazer com que a minha cidade seja bem representada nesse período. Este
ano, eu atuei como pai Francisco, um personagem com uma história muito interessante. Quando me
convidaram para fazer o personagem, eu logo pensei: "Isso não vai dar certo". Mas tudo bem: aceitei o
desafio. Começaram os ensaios e lá estava eu para saber o que tinha que fazer, embora já conhecendo um
pouco da história do personagem. Para mim, tudo isso foi uma grande novidade. O melhor é saber que no
próximo ano tem mais.
* A história de Pedro é uma entre muitas outras que fazem parte do movimento "Um milhão de histórias de vida de
jovens", iniciativa do Museu da Pessoa e da Aracati – Agência de Mobilização Social que pretende mobilizar um milhão de jovens
para mudar a condição juvenil por meio de suas histórias.
Saiba mais: www.ummilhaodehistorias.org.br
Eu nasci aqui no mato,
Vivi sempre a trabaiá,
Neste meu pobre recato,
Eu não pude estudá.
No verdô de minha idade,
Só tive a felicidade
De dá um pequeno insaio
In dois livro do iscritô,
O famoso professô
Filisberto de Carvaio.
Cheio de rima e sintindo
Quero iscrevê meu volume,
Pra não ficá parecido
Com a fulô sem perfume;
A poesia sem rima,
Bastante me disanima
E alegria não me dá;
Não tem sabô a leitura,
Parece uma noite iscura
Sem istrela e sem luá.
Meu caro amigo poeta,
Qui faz poesia branca,
Não me chame de pateta
Por esta opinião franca.
Nasci entre a natureza,
Sempre adorando as beleza
Das obra do Criadô,
Uvindo o vento na serva
E vendo no campo a reva
Pintadinha de fulô.
Sou um caboco rocêro,
Sem letra e sem istrução;
O meu verso tem o chêro
Da poêra do sertão;
Vivo nesta solidade
Bem destante da cidade
Onde a ciença guverna.
Tudo meu é naturá,
Não sou capaz de gostá
Da poesia moderna.
POE
M
Poetas niversitário,
Poetas de Cademia,
De rico vocabularo
Cheio de mitologia;
Se a gente canta o que pensa,
Eu quero pedir licença,
Pois mesmo sem português
Neste livrinho apresento
O prazê e o sofrimento
De um poeta camponês.
E-S
Patativa do Assoré
E
cultura - 09
10 - cultura
VIAGEM CULTURAL
ma das poucas 'verdades' da Antropologia.
"Todo e qualquer ser humano tem cultura. Esta é u
seres humanos não têm cultura. Uma minoria crê,
Apesar disso, muita gente ainda pensa que alguns
utros, por se julgarem superiores, resolveram eliminar
firmemente, que sua cultura é superior à dos outros. O
uma grande maioria acostumou-se a pensar que não
e subjugar os diferentes, tratando-os como inferiores. E
s'.
tem cultura alguma, ficando à mercê das elites ditas 'culta
se faz do conceito. As definições variam do
Outro equívoco que rodeia a cultura é quanto ao uso que
homem acrescenta à natureza’) ao extremamente
extremamente amplo ('cultura é tudo aquilo que o
nado ou interesseiro, a palavra cultura tornou-se
específico (’cultura é erudição'). Com o uso indiscrimi
ir um novo conceito, que fosse ao mesmo tempo
expressão esvaziada. Foi o que nos levou a constru
e correto. Em toda e qualquer comunidade humana
operacional, palpável, mensurável, observável, ético
vos (que nós denominamos 'indicadores sociais') que
existem e interagem diversos componentes substanti
e, quando interagem entre si, constróem desenhos,
podem ser identificados, medidos e observados e qu
ive e que podemos conceituar de Cultura".
padrões, símbolos e valores do grupo humano que aí v
dente do CPCD - Centro Popular de Cultura e
Tião Rocha, antropólogo, educador, folclorista e presi
s
Desenvolvimento, que fundou em 1984, em Minas Gerai
cultura - 11
"O Relatório do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) de 20
04,intitulado 'A
Liberdade Cultural no Mundo Diversificado', traz o seguinte: 'O comércio mundial de
bens culturais - cinema,
fotografia, rádio e televisão, material impresso, literatura, música e artes visuais - qua
druplicou,passando de
95 bilhões de dólares em 1980 para mais de 380 bilhões em 1998'. Mas faz
a ressalva: 'na indústria
cinematográfica, as produções dos Estados Unidos representam, normalmente, cerc
a de 85% das audiências
de cinema em todo o mundo'. 'Pesquisas de mercado identificaram uma 'elite mundia
l', uma classe média
mundial que segue o mesmo estilo de consumo e prefere 'marcas mundiais'. O mai
s impressionante são os
'adolescentes mundiais', que habitam um 'espaço mundial', com uma única
cultura pop mundial,
absorvendo os mesmos vídeos e a mesma música e proporcionando um mercado
enorme para tênis, tshirts e jeans de marca', reflete ainda o relatório do PNUD."
Leonardo Brant, presidente de Brant Associados e do Instituto Diversidade Cultural.
"O jovem, principalmente, deve ter contato com culturas múltiplas, em particular c
om aquelas que
contribuíram para a formação da identidade de seu país ou região. Na época da g
lobalização, é preciso ter
consciência da riqueza cultural local para avançar, rumo ao futuro,munido de iden
tidade, dignidade e autoestima: o conhecimento e a convivência com diversos modos de vida resultam
na tolerância e no
enriquecimento cultural".
"Diálogo de eras", entrevista de Margarita Ovalle, psicóloga da Fundação MuseoV
ivo do Chile, à
jornalista Cecília Dourado (Onda Jovem 03).
12 - cultura
"Não podemos entender a cultura de um país sem conhecer sua produção artística.A arte transmite
ífica.
significados que não podem ser veiculados por nenhuma outra linguagem, como a discursiva ou a cient
onde
Dentre os gêneros artísticos, os visuais tornam possível também a visualização de quem somos,
estamos e como sentimos.
A arte na educação, como expressão pessoal e como produção cultural, é um importante
instrumento para a identificação social e o desenvolvimento individual. Por meio da arte, é possível
er a
desenvolver a percepção e a imaginação para apreender a realidade do meio ambiente, desenvolv
a
capacidade crítica, permitindo analisar a realidade percebida e desenvolver a criatividade de maneira
mudar a realidade que foi analisada.
O conceito de criatividade também se ampliou. Para a educação modernista, dentre os processos
de
mentais envolvidos na criação, a originalidade era o mais valorizado - daí o apego do Modernismo à idéia
os
d
a
n
bicio
m
a
vanguarda.Nos dias de hoje, a flexibilidade e a elaboração são os fatores da criatividade mais
pela educação".
"Lições de liberdade", artigo de Ana Mae Barbosa, professora da Universidade de São Paulo,
(Onda Jovem 03).
"Como escreve o poeta Manoel de Barros: 'Para apalpar as intimidades do mundo é preciso saber: / a)
/ c)
que o esplendor da manhã não se abre com faca / b) o modo como as violetas preparam o dia para morrer
tarde
por que é que as borboletas de tarjas vermelhas têm devoção por túmulos / d) se o homem que toca de
oisas
c
As
/
(...)
s
io
sua existência num fagote tem salvação (...) Desaprender 8 horas por dia ensina os princíp
uma
não querem mais ser vistas por / pessoas razoáveis:/ Elas desejam ser olhadas de azul - / que nem
criança que você olha de ave'.
A arte ensina justamente a desaprender os princípios do óbvio que é atribuído aos objetos, às coisas.
novas
Ela parece esmiuçar o funcionamento das coisas da vida, desafiando-as, criando para elas
têm
possibilidades. Ela pede um olhar curioso, livre de "pré-conceitos", mas cheio de atenção. Os jovens já
essa
essa disponibilidade, mas é preciso estimular seu convívio com arte para facilitar e aprimorar
percepção".
"A pulsação do nosso tempo", artigo de Katia Canton, curadora de arte do Museu de Arte
Contemporânea, da USP (Onda Jovem 03).
cultura - 13
"O trabalho com arte não precisa ser um
fim em si. A arte desperta muitas possibili
dades e pode
estar ligada à qualquer atividade. É incríve
l, mas o cinema e o teatro me deram mais
responsabilidade que o
próprio serviço militar. Quando te obrigam
a fazer alguma coisa, não tem importância
. Agora, quando o seu
desejo está naquilo que você faz, sua respo
nsabilidade aumenta. A arte também me
fez prestar mais atenção
às coisas que acontecem a meu redor, ajud
ou a entender melhor as pessoas e a me
entender melhor com
elas. Sou tímido, mas já fui muito pior. Ser
ator me obrigou a falar com as pessoas."
"A arte nos torna responsáveis", entrevis
ta de Leandro Firmino da Hora, ator e vice
-presidente da
ONG Nós do Cinema à jornalista Cristiane
Ballerini (Onda Jovem 03).
* As declarações dos especialistas publicad
as nesta seção foram extraídas da edição
03 da revista
Onda Jovem (www.ondajovem.com.br).
Colaboração de Jane Dourado ("Opção:
Ar
t
e
e
Cultura"), Cecília
Dourado ("Diálogo de Eras") e Cristiane Ball
erini ("A arte nos torna responsáveis").
14 - cultura
TÁ NA MÃO
DICAS DE SITES, LIVROS E FILMES PRA VOCÊ SE ANTENAR
LIVROS
• Hip Hop: a periferia grita, de P. Casseano, M.
Domenich e J. Rocha, (Editora Fundação Perseu
Abramo, 2001)
• Literatura Marginal, de Férrez
(Editora Casa Amarela, 2005)
• Sem Logo, de Naomi Klein (Editora Record, 2002)
• Culturas Extremas: Mutações Juvenis nos Corpos das
Metrópoles, de Massimo Canevacci (DP&A Editora,
2005)
• O que é cultura?, de José Luiz dos Santos (Editora
Brasiliense, 2007)
• Cultura um Conceito Antropológico, de Roque de
Barros Laraia (Jorge Zahar Editor, 2006)
• Culturas Juvenis: Punks e Darks no espetáculo
urbano, de Helena Abramo
(Editora Scritta, 1994)
• Mafalda - Obra Completa, Quino (Editora Martins
Fontes, 2001)
FILMES
• Saneamento Básico, de Jorge Furtado, 2007
• Fabricando Tom Zé, de Décio Matos Júnior, 2007
• Cartola – música para os olhos, de Lírio Ferreira
e Hilton Lacerda, 2006
• Moro no Brasil, de Mika Kaurismäki, 2002
• Shakespeare Apaixonado, de John Madden,
1998
• Basquiat – Traços de uma Vida, de Julian
Schnabel, 1996
• Frida, de Julie Taymor, 2002
• Amadeus, de Milos Forman, 1994
• Adeus, Lênin, de Wolfganger Becker, 2003
SITES
• Ministério da Cultura – www.cultura.gov.br
• Circuito Universitário de Cultura e Arte. CUCA www.cucadaune.blogspot.com
• Centro Popular de Cultura da UMES –
www.umes.org.br/cpc
• Overmundo - www.overmundo.com.br
• Centro de Referência Integral de Adolescentes www.criando.org.br
• Rede Internacional para a Diversidade Cultural www.incd.net
• Central Única das Favelas – www.cufa.org.br
• Nação Hip-Hop Brasil –
www.nacaohiphopbrasil.com.br
• Movimento Hip-Hop Organizado Brasileiro mhhob.midiatatica.org
• Movimento Hip-Hop Organizado do Brasil –
www.mh2odobrasil.zip.net
• Projeto Arte na Escola www.artenaescola.org.br
• Fundação MuseoVivo – www.museovivo.cl
• Nós do Cinema - www.nosdocinema.org.br
E EU COM ISSO?!
Depois que você sacou as informações e as histórias contadas aqui
neste caderno, se reúna com seus amigos e colegas para bater um
papo e se ligue nas perguntas abaixo:
1. Qual é a relação da juventude com
as manifestações culturais hoje?
Ela aparece mais como produtora ou consumidora?
2. O que é necessário para que os artistas e
grupos culturais juvenis tenham mais espaço?
3. O que dificulta o acesso dos jovens aos bens
culturais (cinema, teatro, música, livros etc)?
4. O que o poder público pode fazer para que as diversas
manifestações culturais estejam mais presentes na vida dos jovens,
tanto no acesso quanto nos meios de produzí-la?
RG – Quem contribuiu para reunir
as informações que você acabou de ler
Acássia Deliê, Adriano Sanches, Amanda Proetti, Bianca
Pyl, Carol Lemos, Juliana Mastrullo, Paulo Pereira Lima,
Scheilla Gumes, Suzana Palanti, Tatiany Volker, Vivian
Ragazzi e Wanderson Mansur.
Esta galera participou da produção do conteúdo desta
cartilha pelo Brasil afora. São adolescentes e jovens que
fazem parte dos conselhos editoriais jovens e da Redação
do Projeto Revista Viração.
Os textos extraídos de Onda Jovem podem ser
encontrados na íntegra em:
www.ondajovem.com.br
cultura - 15
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Vice-Presidente da República
José Alencar Gomes da Silva
Secretaria-Geral da Presidência da República
Ministro-Chefe: Luiz Soares Dulci
Secretaria Nacional de Juventude
Secretário Nacional de Juventude: Beto Cury
Secretário Nacional de Juventude - Adjunto: Danilo Moreira
Conselho Nacional de Juventude - CONJUVE
Presidente: Elen Linth Marques Dantas
Conferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude
Coordenação Geral: Danilo Moreira
Coordenação executiva: Edson Pistori
Comissão Organizadora Nacional: Alexandro Reis, Alex Nazaré,
André Lázaro, Antônio Apolinário, Augusto Vasconcelos, Beto Cury,
Carla Márcia Alves, Carlos Odas, Cintia Nascimento, Danilo Moreira,
Daniel Vaz, Dulcinéia Miranda, Edson Pistori, Elen Linth, Fabiano
Kempfer, Fábio Meirelles, João Felipe Terena, José Eduardo de
Andrade, Luiz Dulci, Manuela D'ávila, Márcia Ustra, Maria Virginia de
Freitas, Nelson Santos, Paulo Lustosa, Reginaldo Lopes, Reinaldo
Gomes, Renato Ludwig, Ricardo Ayres, Rodrigo Soares, Stella
Taquette e Tereza de Lamare.
Comitê-executivo: Alex Nazaré, Carlos Odas, Edson Pistori, Elen Linth,
José Eduardo de Andrade, Fábio Meireles e Augusto Vasconcelos.
Equipe técnica: Ângela Simão, Breno Almeida, Darcy Gomes, Danilo Morais,
Eduardo Rombauer, Eric Meireles, Fabiane Oliveira, Fábio Deboni, Ítalo
Beethoven, Jonas Valente, José Ricardo Fonseca, Marcus Tanam, Paulo
Alexandre Passos, Patrícia Nogueira, Pedro Campos, Plínio Marcos de
Oliveira, Rafael Librelotto e Vivian Duarte.
Equipe de apoio: Michelle Silva, Edinaldo Braga, Sinval Rodrigues, Gabriela
Costa e Luciana Soares.
Texto: Antonio Lino, Carlos Odas, Edson Pistori, Jonas Valente e José Ricardo.
Programação visual:W3OL Comunicação - Curitiba-PR / www.w3ol.com.br
Revisão: Carlos Odas
Diagramação: Luciane Mendes de Vasconcelos (W3OL Comunicação)
Agradecimentos
Ás Comissões Organizadoras Estaduais, ao Conselho Nacional de
Juventude, ao Ministério da Educação e Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome, à DIRTI – Diretoria de Tecnologia da Informação
da Presidência, ao Grupo de Apoio à Participação Interativa, ao Instituto
Paulo Freire, à UNESCO, aos Fóruns de Gestores de Juventude Estaduais e
Municipais, à UNALE (União Nacional das Assembléias Legislativas), à
Frente Parlamentar de Juventude da Câmara dos Deputados, às revistas
"Onda Jovem" e "Viração", ao projeto "Cala-Boca Já Morreu", Movimento
Um Milhão de Histórias de Jovens e a todos e todas que contribuíra m com
sugestões para esta publicação.
[email protected]
Tel. (0++ 61) 3411-3879 ou 3411-1160.
Informe-se na Comissão Organizadora de seu estado.
Atenção: avise às pessoas cegas que esta publicação está disponível em português, nos formatos word (*.doc) e pdf, no site da Escola de Gente-Comunicação em Inclusão.
O site da Escola de Gente, está de acordo com os padrões de acessibilidade nacional e internacional ( www.escoladegente.org.br).

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