et demain

Transcrição

et demain
LADO B
daniela busarello
ET
DEMAIN
?*
“E amanhã?”
é o tema da edição de D’Days em Paris.
Um tema rico de inspiração e intrínsico
ao design, que sim, tem como premissa
imaginar o futuro, criar o que não existe
e se adequar às novas necessidades que
surgem mais rápido do que os dias que
passam... Esta velocidade não é atróz,
ela deixa espaço para a poesia, o lúdico
e onírico, o conforto, o minimalismo,
a reciclagem e o respeito ao meio
ambiente. São 93 espaços em três
regiões de Paris, divididos por temáticas:
a Rive Gauche, é o berço desta
manifestação, apresenta Matali Crasset,
Philippe Starck, Elizabet Leriche... a Rive
Droite, do Museu de Artes Decorativas
até a Bastilha, acolhe as jovens casas
de edição, as galerias e coletivas de
designers... e Pantin onde se encontram
as fundações e grandes galerias de arte à
la NY. O todo é abrigado por indústrias,
museus, escolas, galerias e boutiques,
onde expõem,“provocam”, discutem
e renovam o olhar sobre o design
gráfico, têxtil, de objeto, e mobiliário.
É uma ocasião singular de descobrir a
evolução do design francês e mundial,
de compreender melhor a pesquisa nesta
área e certamente de se surpreender!
Baccarat
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LADO B
daniela busarello
POESIA
“Héros une partie immortelle”. Sèvres
ganha o prêmio de melhor cenografia
no evento. Transgride seus próprios
códigos: uma exposição no Museu de
Artes Decorativas. Artista convidada:
Sabrina Transiskus, que trabalha com
papel. Ela mistura esta sua identidade
tão particular e delicada com a tradição
da porcelana do atelier de Sèvres. A
escolha desta sala, neste museu, não é
por acaso. A instalação “pousa” numa
sala específica: o Hall dos Marechais das
Artes Decorativas onde o piso xadrez
questiona: xeque ou mate? derrota ou
vitória? As esculturas-objetos-efêmerospoéticos-meticulosos se transformam em
peões-armaduras-de-alta-tecnologiaforte-frágil.
Papel e porcelana: força e
vulnerabilidade, realidade e virtualidade,
silêncio e ruído de 16 peças puramente
brancas. Esta é a maneira que Sèvres
tem para pensar sobre este tal do
“amanhã”... a reflexão deve passar...
pela contraposição de matérias...
por apreciar “outros” olhares para poder
enxergar diferente...
misturar gerações...
conversar entre indústria e manufatura...
Este todo unido se transforma em uma
força maior capaz de construir um futuro
vanguardista. Xeque-Mate!
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Sèvres - Cité de la Céramique
Baccarat
“Lights of Harcourt” é uma coleção
de luminárias , fruto de um workshop
dirigido pela designer Camille Blin,
realizada pela Baccarat e alunos do
mestrado de design de produto luxoartesanato da ECAL. O briefing:
compreender a impressionante
manufatura de Baccarat o seu processo
de manufatura, o material cristal, seu
corte, até sua transformação no produto
final. A idéia foi colocar em evidência a
“luz”, tanto no sentido próprio como
no figurado. Foi necessário muita
pesquisa, tentativas, croquis, testes e
testes, maquetes e maquetes... pela
dificuldade em simular virtualmente
os efeitos da luz neste material. O
panorama final apresenta luminárias
intrigantes e contemporâneas, poéticas
e provocadoras, as quais por conceito e
por resultado, respeitam e interrogam o
conjunto do saber-fazer desta marca tão
tradicional. Inspiração nas esculturas de
Sottsass, nos “colares de pérolas” em
cristal que aqui se sobrepõem à lampada
como se esculpissem a luz... O universo
surrealista de Dali, a coleção Harcourt...
e o cristal em si, com sua multitude
de refração de cores... Cada um dos
projetos deforma o famoso emblema
da sua função original, se aprofunda
na magia e em todos os mistérios deste
cristal tão desejado. Um verdadeiro
estudo de caso de design.
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LADO B
daniela busarello
Antigamente o bordado era qualificado
como uma arte decorativa, caracterizada
pela paciência e minuciosidade do seu
artista-bordador... É onde se reflete a luz
e sintila o imaginário, pelo uso destas
micro-pérolas... uma ao lado da outra...
quase ao infinito... A Dedar propõe
um “amanhã” luxuoso e laborioso, se
inspirando deste artesanato-glamour
e de seu espírito de alta-costura. A
parceria é feita com a tradicional Maison
Vermont. É um desafio instigantefrágil-brilhante. Seis meses de trabalho
e entusiasmo, trocas entre profissionais,
até entender como fazer pela primeira
vez o uso do bordado alta-costura na
decoração. Experimento inédito, insólito
e fantástico que valoriza ainda mais
o tecido Dedar, transformando-o em
obra de arte única e surpreendente. O
ambiente de atelier se faz pelos refinados
cavaletes que acolhem os bordados em
andamento, pelas artistas que ali estão
presentes bordando... bordando...
ponto a ponto, pedrinha por pedrinha...
em frente aos olhares surpresos. Os
tecidos escolhidos são aqueles de
geometrias inspiradas por motivos
originais da marca, dos anos 1930 e
1950, que lentamente se transformam
em uma peça-poesia, única e de grande
admiração. Arte sacra e profana.
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Fiel à seus valores, à quase um século
de criação, a Manufatura de Cogolin,
conhecida por seus tapetes tecidos à
mão, enxerga o “amanhã” como se
estivesse dentro de um tear.
Estrutura seu espaço com fios e fios ,
valorizando a mão que tece, homenageia
o seu passado e a sua influência sobre o
futuro. Convida um “jovem” designer:
Mathieu Bassée, para contar sobre o
“antigo”, o que resulta em mostrar
sua tradição de maneira inesperada.
A inspiração vem de uma visita à
Manufatura onde as práticas ancestrais
ainda fazem parte do presente. Traça um
paralelo entre a máquina e o humano.
Explora a beleza da mesa de tecelagem
enquanto está em movimento, e
principalmente valoriza a mão que leva
e trás cada linha, a mão que com sua
experiência e capacidade de sentir, pode
exprimir o que a tecnologia não pode !
O espaço se transforma em um labirinto
que retraça o movimento do fio na
base da tecelagem. O ritmo é trazido
por uma trilha sonora que reproduz o
barulho das máquinas de tecelagem...
Uma viagem experimental que mostra a
importância do homem, do feito à mão,
do sentimento ... e da peça única !
Dedar
La Manufacture Cogolin
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NINHO, CONFORTO E MINIMALISMO
“Meu Mundo”, é um “universo de
sofá”, lançado neste abril, na Feira
de Milão, por Philippe Starck... para
a Cassina. É um conceito que já faz
parte do “amanhã”: tem o desafio de
se adaptar às necessidades e hábitos
de um mundo e de um indivíduo em
permanente mudança. Ele se modula
para se adaptar e se transformar em um
mundo em si, onde se pode conjugar
trabalho, repouso, lazer, conversa,
introspecção... é um lugar de viver!
A idéia é se imaginar dentro de um
móvel de autor, como se entra dentro
de um conto de um livro... onde tanto
a história como o leitor são importantes
e interagem entre si, deixando “asas ao
devaneio”.
Stephan Crasneanscki imagina
uma cenografia teatral, joga com a
transgressão, a tradição e a mistura de
gêneros: suspensão, presença, conforto,
sensualidade...uma testemunha
silenciosa dos sonhos de quem ali
“habita”. O todo acompanhado de
uma produção vídeo-músical eletrônica,
em colaboração com o club Berghain de
Berlim.
“Três Cabanas na Silvera” , cenografia
de Ammar Eloueini, também explora a
relação entre a arquitetura, o espaço,
o mobiliário e a multiplicidade de
necessidades do seu usuário em seu
cocoon. “Material-Evidência”é uma
demonstração que a riqueza da nossa
época é justamente imaginar o que
seremos capazes de criar no futuro.
É Imaginar, experimentar e propor
soluções. As três”cabanas” tem 2,25
x 2,25 metros, são duas brancas e
uma preta, todas diferentes mas em
harmonia. O material escolhido para a
“pele”é o Corian por sua flexibilidade
em ser usado em espaços externos e
internos. Mistura tecido, impressão
e iluminação em LED criando assim
um material único. É pré-fabricado.
Responde às questões econômicas e
técnicas de montagem de cabanas,
sem sacrificar a qualidade nem a
estética. O conjunto é completamente
desmontável e permite limpar os
tecidos e eventualmente trocar os LEDS
defeituosos. Estas cabanas servem
para ler, se reenergizar, ser visto ou se
esconder, fazer exercício ou repousar,
enfim, criar a cena que lhe convier.
Explora nossas maneiras de hoje de
como viver e comunicar e investiga
o que faremos no futuro com nossos
espaços e mobiliários.
fotos ©Alexandra de Cossette
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Cassina
Silvera Poliform Varenna
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LUDICO E ONIRICO
Cappellini é sinônimo de liberdade
criativa, de formas e cores ousadas.
Matali Crasset é uma designerpesquisadora, e a união das duas forças
cria uma“Meta-Forma”. O design não
é abordado simplesmente pelo ponto
de vista do conforto, nem somente
sobre a função deste móvel, é sim,
questionar através de um “dispositivo”
nossos hábitos e comportamentos.
Trazer uma resposta que na verdade é
uma pergunta. Sua hipótese consiste
em partir de uma forma primária em
duas dimensões, em alumínio cortado.
Se repete ao infinito, em diferentes
escalas, dobra-se e se combina para
ganhara a terceira dimensão. Ela
agencia estas formas arquetípicas e
cria um móvel híbrido. Ou seja, uma
“paisagem doméstica”levada à uma
certa abstração para manter o espírito
em “estado vigilante”, ou questionador.
Mais simbólico do que funcional, acolhe
o visitante com um símbolo de “H”[
helicóptero] , como se fosse um OVNI
que aguarda para “decolar” o debate.
Quase uma escultura, o móvel convida a
se deitar e a deixar seu espírito se elevar
das pulsações luminosas das lâmpadas ali
em suspensão...
“E amanhã... Amor” por Ferrucio
Laviani, para a Kartell.É uma cenografia
criativa e lúdica que exalta o AMOR.
Amor pelos produtos, pela pesquisa, pela
tecnologia e pela inovação! Amor pelas
pessoas e pela vida, dia após dia... Amor
pelo seu passado, e por seu presente.
O futuro de Kartell se impregna de
suas raízes e de uma história que ainda
está por vir. Une três gerações de uma
mesma família e o seu desejo comum
de continuar a evoluir graças à uma
capacidade de expressão única. O
resultado mostra à cada vez, que é um
produto que gera emoção, inovação e
surpresa!
A simplicidade se materializa em um
percurso de fotos de cenas de pleno
amor no cotidiano... São instantâneas
dos produtos Kartell na vida real, presas
em “varais”, de cores fluorescentes,
à italiana. Cada foto é pinçada com
grampos de roupa de madeira, à moda
antiga. É o que traduz a simplicidade
da marca, a sua proximidade com
as pessoas e a resposta imediata às
necessidades deste cotidiano tão simples
e tão necessário, com bom humor e
amor!
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Kartell
Cappellini
fotos ©Alexandra de Cossette
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LADO B
daniela busarello
“L’oeil éclipse la lune” , por Vincent Daré
para Poltrona Frau, cuja identidade é seu
couro macio e confortável. Ao fundo
da fachada Haussemaniana surge um
cenário surrealista: uma visão futurista
com acentos no passado. Um não pode
viver sem o outro! É uma viagem onírica
à memória da marca,uma homenagem
à Dali e ao seu humor delirante, onde
caricatura a psicanálise trituram o
subconsciente e caracterizam o objeto
como protagonista. É um espirito de
labirinto, e/ou de uma engenhoca
desmontada. Ao centro, um imenso sofá
de couro de formas sensuais, sustentado
por bengalas. Ao lado, um piano
recoberto em couro, metáfora à famosa
poltrona dos anos 1920. Os móveis
históricos são revestidos com plásticos
transparentes, para valorizar o seu lado
interno: uma homenagem-testemunha
do seu artesanato de luxo. Se completa
por um cinema, cujas extraordinárias
poltronas são desenhadas por arquitetos:
Richard Meier, Lella e Massimo Vignelli,
Calatrava, Herzog& e Meuron. Sentar
nestas peças únicas e assistir ao Chien
Andalou, de Luis Bunuel…
“Tomorrowmorphing”, Claudio Colluci
para Boffi Banho.
Tornar visível a rapidez do tempo, se
apropriar de um movimento, congelar
uma aceleração normalmente invisível
ao olhar... Bandas luminosas de
nanolight, atravessam o showroom
como uma escultura, e materializam esta
metamorfose.
Ela se declina sobre um plano simbólico
e pessoal, e exprime a reunião de dois
elementos não necessariamente unidos:
ir-voltar entre duas culturas, fusão entre
o artesanato e a nova tecnologia, estar
aqui e lá... Fazendo de Colluci, um
designer do “entre os dois”.
Resultado: a reunião de dois elementos
que questiona a equação impossível de
que 1+1 = 3 !
fotos ©Alexandra de Cossette
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Poltrona Frau
Boffi Banho
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LADO B
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RECYCLING
E tudo começou por causa de uma
história de amor... e um pouco de
curiosidade... o amor entre dois seres,
ou dois países. Destes encontros,
desencontros e trocas, nascem as
mais belas criações. Entre a França e a
Argentina, e suas capitais, existe uma
longa história de amor. São séculos,
materiais e know-how que viajam entre
estes dois países.
Partindo desta constatação, desta história
viva e sensível, a Galeria Bensimon
escolheu trabalhar as dinâmicas atuais: o
trabalho à longa [muito longa] distância
que utiliza os meios de comunicação
de hoje. O viajar dos seres humanos e
idéias em detrimento dos objetos, afim
de diminuir a emissão de gás carbono...
Mostrar a importância do design na
produção e indústria contemporâneas...
Criar ligações, encorajar as trocas... O
todo valorizando a história comum e as
respectivas aproximações destes dois
países, apresenta tudo em binômio: do
conceito aos objetos, designer/ empresa.
afim de permitir um olhar amplo
sobre a criação argentina, valorizando
a inovação das empresas que foram
selecionadas.
Para comemorar os 20 anos de criação
da Droog Design, a loja Merci acolhe
uma instalação imaginária idealizada
por Renny Ramakers, co-fundadora da
coletiva holandesa.
Em seguida da abertura do Hotel Droog
em Amsterdam, onde se pode ver e viver
um lugar de inovação que regroupa todo
o espírito Droog: cenografia, um café,
uma loja e quartos para dormir... a Merci
, responsável por apresentar os grandes
nomes do design euroeu, instala por
alguns dias um Hotel Droog em Paris.
Uma ocasião de descobrir este laboratório único!
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Merci
Gallerie Bensimon
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LADO B
Sèvres no Museu de Artes Decorativas [01]
103 rue de rivoli 75001 paris
2 Place de la Manufacture 92310 Sèvres
“Héros, uma parte imortal”, por Sabrina
Transiskus
Baccarat na Passagem Retz [02]
9 rue charlot 75003 paris
11 Place des États-Unis 75116
“Luzes de Harcourt”, por estudantes da ECAL
Dedar [03]
20, rue bonaparte 75006 paris
“O Espírito Alta-Costura em Total Liberdade”,
em parceria com a Maison Vermont.
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04
daniela busarello
O MAPA DA MINA.
La Manufacture Cogolin [04]
30, rue des saints pères 75007 paris
“A Manufatura de Cogolin”, por Mathieu
Bassée.
Cassina [05]
236 boulevard saint germain 75007 paris
“Meu Mundo”, por Philippe Starck e Stephan
Crasneanscki.
Silvera Poliform [06]
33 rue du bac 75007 paris
“O Material em Evidência”, por Ammar
Eloueini.
COZINHA E ALIMENTOS DO FUTURO
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Utensílios culinários de amanhã, é o
tema da Boffi Cozinha por diferentes
jovens designers: FX Ballery, Germain
Bourré, Pauline Deltour, Véronique
Maire, François Mangeol e les Pools.
Carta branca à criação do que será os
utensílios culinários de amanhã.
São seis olhares,
seis reflexões,
seis idéias.
Cada designer revela as filigranas de suas
personalidades e do que será absolutamente essencial.
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Kartell [07]
242 boulevard saint germain 75007 paris
“Ainda Mais Amor…”, por Ferruccio Laviani.
Cappellini [08]
242 bis boulevard Saint-Germain 75007 paris
“Uma Meta-forma”, por Matali Crasset.
Poltrona Frau [09]
29 rue du bac 75007 paris
“O Olhar faz Sombra à Lua”, por Vincent
Darré.
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Boffi Banho [10]
12 rue de la chaise 75007 paris
Tomorrowmorphing, por Claudio Colluci.
Boffi Cozinha [11]
234 boulevard saint germain 75007 paris
“Utensílios Culinários de Amanhã”, por FX
Ballery, Germain Bourré, Pauline Deltour,
Véronique Maire, François Mangeol et les
Pool.
09
10
11
Merci [12]
111 boulevard beaumarchais 75003 paris
“Hôtel Droog Paris”, por Renny Ramakers.
Gallerie S. Bensimon na Passagem Retz [13]
9 rue charlot 75003 paris
111 rue de turenne 75003 paris
“Um Olhar Sobre o Mundo”, um encontre
argentino em Paris, em parceria com a Embaixada da Argentina.
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Boffi Cozinha
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