Jesus... eu te amo! - ESCOLA-EBD
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Jesus... eu te amo! - ESCOLA-EBD
Metáforas Ilustrações Jesus... eu te amo! Reflexões Testemunhos Relatos Meditações Fábulas Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz Esta obra é carinhosamente dedicada a católicos, espíritas, evangélicos, religiosos e àqueles que não confessam nenhuma religião. É a realização de um sonho. Alguém já disse que “Um homem se realiza quando planta uma árvore, tem um filho e escreve um livro”. Eu acrescentaria: Um homem realmente se realiza quando ele se converte de todo coração ao Evangelho do Senhor Jesus. Muito embora tenha aprendido certas regras de bem-viver, aparentemente um pouco tarde, passei a colocar em prática todos os ensinamentos da Palavra que procede da boca de Deus, imediatamente após ter concluído que valia muito mais a pena proceder com ética e dignidade, vivenciando assim uma verdadeira conversão de caráter. Este volume, como outros, é resultado da seleção de vários textos extraídos na Internet, enviados por diversas pessoas até então desconhecidas e anônimas. São mensagens de encorajamento, que procuram transmitir uma visão positiva da vida. Contem muitos ensinamentos úteis e a mensagem que transmitem realmente nos faz sentir bem. 1 Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 2 Esta coleção, é claro, nunca ficará completa. A minha intenção é constantemente agregar novas mensagens. Colaborações são bem-vindas. Neste volume foram acrescidos, a pedido, alguns contos infantis, inteiramente dedicados à primeira infância. Quem desejar pode enviar as colaborações diretamente para [email protected] Uma das grandes vantagens que a Internet nos traz é a possibilidade do trabalho cooperativo. Tenho certeza de que em breve esses livros estarão muito melhores, principalmente, porque já contarão com a sua participação. No tocante às colaborações, peço que não me enviem material que seja protegido por direito autoral. A Internet contem uma quantidade enorme de material que pode ser usado livremente e eu certamente não tenho a intenção de atrair a ira de ninguém por distribuição indevida de material protegido. Tentei não incluir nenhum material protegido por direito autoral. A maioria das mensagens que recebi pela Internet não continha nenhuma atribuição de autoria. Daí o porquê de algumas duplicidades. Perdão pelas omissões. Caso haja alguma falha de minha parte, com inclusão indevida de material, por favor, me avisem que farei a remoção imediata dos originais. Segue-se pequena explanação do real entendimento que tenho sobre Contos Populares. O conto é um tipo de narrativa que se opõe, pela extensão, quer à novela, quer ao romance. Historieta mais ou menos longa, que ilustra uma lição de sabedoria e cuja moralidade é expressa como conclusão. De fato, é sempre uma narrativa pouco extensa e a sua brevidade tem implicações estruturais: reduzido número de personagens; concentração do espaço e do tempo, ação simples e decorrendo de forma mais ou menos linear. Embora o conto seja hoje uma forma literária reconhecida e utilizada por inúmeros escritores, a sua origem é muito mais humilde. Na verdade, nasceu entre o povo anônimo. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 3 Começou por ser um relato simples e despretensioso de situações imaginárias, destinado a ocupar os momentos de lazer. Um contador de histórias narra a um auditório reduzido e familiar um episódio considerado interessante. Os constrangimentos de tempo, a simplicidade da assembléia e as limitações da memória impõem que a "história" seja curta. Essas mesmas circunstâncias determinam, como já vimos, a limitação do número de personagens, a sua caracterização vaga e estereotipada, a redução e imprecisão das referências espaciais e temporais, bem como a simplificação da ação. Dada a sua origem popular, o conto de que falamos aqui não tem propriamente um autor, entendido como um ser humano determinado, ainda que desconhecido. Na realidade ele constitui uma criação coletiva, dado que cada "contador" lhe introduz inevitavelmente pequenas alterações ("Quem conta um conto, acrescenta um ponto."). E é por essa razão que convém esclarecer que nenhum livro substitui a Bíblia Sagrada, muito menos este. Não tenho essa pretensão. Da mesma forma que não espero que ele se torne um livro de auto-ajuda. Nem mesmo ditar regras ou normas de comportamento. Meu único objetivo é fazer com que o leitor reflita, baseado nos exemplos citados. Entretanto, confio que muitas das mensagens contidas nas páginas seguintes, possam vir a ser um bom instrumento de evangelização. Mas, não se incomode. Não se trata de nenhum convite pra você “vir” pra essa ou àquela igreja. Os próprios textos de todas as mensagens se encarregam de lhe convidar a refletir. Meditar. Tirar suas próprias conclusões. De modo que o autor somente lhe incita a abrir o seu coração para o que está, principalmente, nas entrelinhas. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 4 De modo que com plena confiança digamos: O Senhor é quem me ajuda, não temerei; que me fará o homem? (Hebreus 13:6) Antes, porém, um breve relato sobre a Bíblia. A Bíblia, é o livro vivo que dá testemunho das obras de Deus desde a criação até o fim dos tempos. Nela os servos de Deus podem encontrar as respostas e confirmações que sustentam, não apenas seus atos de fé, mas, a verdade que o homem busca em seu íntimo ainda que não saiba disso. O termo Bíblia vem do grego “Biblos” e, seu uso se dá a partir de 200 dC. Movidos pelo Espírito de Deus, escribas, sacerdotes, reis, profetas e poetas (2º Tm 3.16; 2º Pe 1.20,21) a escreveram, o período de sua elaboração é de aproximadamente 1.500 anos, mais de 40 pessoas registraram os fatos e mensagens de seus dias, e para dias vindouros, sob a ordem e direção do próprio Deus, e percebe-se facilmente a mão de Deus na sua unidade. Seus ensinamentos são plenos e não necessitam da interferência humana, pois a Bíblia é auto-suficiente, não se contradiz, é com ela o Espírito de Deus caminha junto, pois este confirma através dos sinais que o testemunho que ela dá de Deus é verdadeiro. Mas, segundo a própria Bíblia, deve-se receber esta Palavra misturada com fé, ou será vista apenas como um livro grosso, no qual se achará contradições que nós mesmos buscamos. Isto se tentarmos encontrar explicações às dúvidas da nossa mente vã, cheia das tradições e ensinamentos mundanos, guiada pelo espírito materialista e egoísta que domina entre os homens perdidos, que apesar de toda a confirmação, clara e evidente, da Palavra, nos nossos dias, preferem permanecer na obscuridade, sem Deus. Por isso a Palavra diz: “Porque também a nós foram pregadas as boas novas, assim como a eles; mas a palavra da pregação nada lhes Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 5 aproveitou, porquanto não chegou a ser unida com a fé, naqueles que a ouviram“ (Hebreus 4: 2). A Legitimidade da Palavra ao longo dos anos Seus textos foram escritos e reescritos, por várias gerações, e em diversos idiomas, como: Hebraico, Aramaico e grego; até nossos dias, e nossas línguas. Está comprovado, por estudiosos que 99% dos textos mantêm-se fiel aos originais, é certamente uma obra divina, levando em consideração os milhares de anos entre a escrita e nossos dias. As partes mais antigas das Escrituras encontradas são um pergaminho de Isaías em hebraico do segundo século aC, descoberto em 1947 nas cavernas do Mar Morto e um pequeno papiro contendo parte do Livro de João 18.31-33,37,38 datados do segundo século dC. A Bíblia em sua forma original é desprovida das divisões de capítulos e versículos. Para facilitar sua leitura e localização de “citações” o Prof. Stephen Langton, no ano de 1227 dC a dividiu em capítulos. Até o ano de 1551 dC não existia a divisão denominada versículo. Neste ano o Sr. Robert Stephanus chegou a conclusão da necessidade de uma subdivisão e agrupou os texto em versículos. Até a invenção da gráfica por Gutenberg, a Bíblia era um livro extremamente raro e caro, pois eram todos feitos artesanalmente (manuscritos) e poucos tinham acesso às Escrituras. O povo de língua portuguesa só começou a ter acesso à Bíblia de uma forma mais econômica a partir do ano de 1748 dC, quando foi impressa a primeira Bíblia em português, uma tradução feita a partir da “Vulgata Latina”. É composta de 66 livros, 1.189 capítulos, 31.173 versículos, mais de 773.000 palavras e aproximadamente 3.600.000 letras. Se gasta em média 50 horas (38 VT e 12 NT) para lêla ininterruptamente ou pode-se lê-la em um ano seguindo estas orientações: 3,5 capítulos diariamente ou 23 por semana ou ainda, 100 por mês em média. Encontra-se traduzida em mais de 1000 línguas e dialetos, o equivalente a 50% das línguas faladas no mundo. Há uma Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 6 estimativa que já foi comercializado no planeta milhões de exemplares entre a versão integral e o NT. Mais de 500 milhões de livros isolados já foram comercializados. Afirmam ainda que a cada minuto 50 Bíblias são vendidas, perfazendo um total diário de aproximadamente 72 mil exemplares! § Porém, antes de dar início às ilustrações: - Que fique bem claro que reconhecemos a existência de pessoas de caráter ilibadíssimo, fora das igrejas, sem compromisso com Deus, mas que procedem decentemente, sendo dignas de serem apresentadas como exemplo, pelas suas atitudes. Muito embora, NÃO possa ver nelas a presença do Espírito Santo de Deus, pois acredito que as fariam bem mais felizes... As ilustrações que você desfrutará á seguir, foram escolhidas com um único e grande propósito: o de abençoar a sua vida. Muitas dessas reflexões, que aqui figuram, me foram enviadas, acompanhadas de um testemunho do que Deus operou na vida daqueles que realmente se sentiram exortados, advertidos pelo próprio Deus. Daí há acreditar que essas poucas páginas sejam realmente um instrumento de evangelização. É isso que espero, que Ele fale ao seu coração, através desses contos. Que venham a ser na verdade, mensagens enviadas diretamente ao seu coração. §...........§ Existem quatro coisas na vida que não se recuperam: a pedra, depois de atirada; - a palavra, depois de proferida; Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 7 - a ocasião, depois de perdida; - e o tempo, depois de passado". §§§§§§ Que as mensagens a seguir lhe abençoem, de fato. Que cada uma delas venha representar, verdadeiramente, um grande livramento e/ou um MILAGRE também na sua vida. .............. Muitos de nós, às vezes, pensamos que nunca tivemos experiências dignas de serem testemunhadas. Às vezes ouvimos falar de um milagre, ou de uma benção que uma pessoa recebeu e pensamos: "- Será que nunca vai acontecer comigo?" Mas no dia-a-dia, acontecem inúmeros "pequenos milagres", coisas que ao nossos olhos são tão pequenas que praticamente passam desapercebidas. Mas, que em uma reflexão mais cuidadosa, revela-se um "pequeno milagre". A vida está cheia desses acontecimentos... pequenos tropeços que te fazem parar e ver, que, por pouco você se machucaria, ou seria atropelado. Uma sombra, que chama sua atenção e dá asas a sua imaginação... Um amigo ia toda quinta-feira à noite a uma piscina coberta. Sempre via ali um homem que lhe chamava atenção: ele tinha o costume de correr até a água e molhar só o dedão do pé. Depois subia no trampolim mais alto e com um esplêndido salto mergulhava na água. Era um excelente nadador. Não era de estranhar, pois, que meu amigo ficasse intrigado com esse costume de molhar o dedão antes de saltar na água. Um dia tomou coragem e perguntou a razão daquele hábito. O homem sorriu e respondeu: Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 8 - Sim, eu tenho um motivo para fazer isso. Há alguns anos, eu era professor de natação de um grupo de homens. Meu trabalho era ensiná-los a nadar e a saltar de trampolim. Certa noite não conseguia dormir e fui a piscina para nadar um pouco. Sendo o professor de natação, eu tinha uma chave para entrar no clube. Não acendi a luz porque conhecia bem o lugar. A luz da lua brilhava através do teto de vidro. Quando estava sobre o trampolim, vi minha sombra na parede em frente. Com os braços abertos, minha silhueta formava uma magnífica cruz. Em vez de saltar, fiquei ali parado, contemplando aquela imagem. O professor de natação continuou: - Nesse momento, pensei na cruz de Cristo e em seu significado. Eu não era um cristão, mas quando criança, aprendi um cântico cujas palavras me vieram a mente e me fizeram recordar que Jesus tinha morrido para nos salvar por meio de seu precioso sangue... Não sei quanto tempo fiquei parado sobre o trampolim com os braços estendidos e nem compreendo por que não pulei na água. Finalmente voltei, desci do trampolim e fui até a escada para mergulhar na água. Desci a escada e meus pés tocaram o piso duro e liso... na noite anterior haviam esvaziado a piscina e eu não tinha percebido... Após uma longa pausa, ele continuou: - Tremi todo e senti um calafrio na espinha. Se tivesse saltado, seria o meu último salto. Naquela noite, a imagem da cruz na parede salvou a minha vida. Fiquei tão agradecido a Deus, que em Sua graça me permitiu continuar vivo, que me ajoelhei na beira da piscina. Tomei consciência de que não somente a minha vida, mas minha alma também precisava ser salva. Para que isso acontecesse, foi necessária outra cruz, aquela na qual Jesus morreu para nos salvar. Ele me salvou quando confessei os meus pecados e me entreguei a Ele. Naquela noite fui salvo duas vezes. Agora tenho um corpo Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 9 sadio porém, o mais importante é que sou eternamente salvo. Talvez agora você compreenda porque molho o dedão antes de saltar na água... Às vezes, os milagres acontecem em nossas vidas, mas, não como nós esperávamos. Deus tem uma forma maravilhosa de agir, Ele não faz barulho, não chama a atenção! Mas nem por isso torna-se ineficiente. Abramos nossos olhos e estejamos bem acordados, testemunhemos do amor de nosso Salvador, com fervor e alegria, pois as pequenas coisas que o mundo ocultou, serão as grandes maravilhas que Deus revelará!!! I Coríntios 1:18 “Porque a palavra da cruz é deveras loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus”. Hebreus 12:2 “fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé, o qual, pelo gozo que lhe está proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está assentado à direita do trono de Deus”. ................................................... Ele tinha onze anos e, a cada oportunidade que surgia, ia pescar no cais próximo do chalé da família, numa ilha que ficava no meio de um lago. A temporada de pesca só começaria no dia seguinte, mas pai e filho saíram no fim da tarde para pegar apenas peixes cuja captura estava autorizada. O menino amarrou uma isca e começou a praticar arremessos, provocando ondulações coloridas na água. Logo, elas se tornaram prateadas pelo efeito da lua nascendo sobre o lago. Quando o caniço envergou, ele soube que havia algo enorme do outro lado da linha. O pai olhava com admiração, enquanto o garoto habilmente, e com muito cuidado, erguia o peixe exausto da água. Era o maior que já Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 10 tinha visto, porém sua pesca só era permitida na temporada. O garoto e o pai olharam para o peixe tão bonito, as guelras movendo para trás e para frente. O pai, então, acendeu um fósforo e olhou para o relógio. Pouco mais de dez da noite... Ainda faltavam quase duas horas para a abertura da temporada. Em seguida, olhou para o peixe e depois para o menino, dizendo: Tens que devolvê-lo, filho! Mas, pai, reclamou o menino. Vai aparecer outro, insistiu o pai. Não tão grande quanto este, choramingou a criança. O garoto olhou à volta do lago. Não havia outros pescadores ou embarcações à vista. Voltou novamente o olhar para o pai. Mesmo sem ninguém por perto, sabia, pela firmeza da sua voz, que a decisão era inegociável. Devagar, tirou o anzol da boca do enorme peixe e o devolveu à água escura. O peixe movimentou rapidamente o corpo e desapareceu. Naquele momento, o menino teve certeza de que jamais pegaria um peixe tão grande quanto aquele. Isso aconteceu há trinta e quatro anos. Hoje, o garoto é um arquiteto bem sucedido. O chalé continua lá, na ilha no meio do lago, e ele leva seus filhos para pescar no mesmo cais. Sua intuição estava correta. Nunca mais conseguiu pescar um peixe tão maravilhoso como o daquela noite. Porém, sempre vê o mesmo peixe todas as vezes que depara com uma questão ética. Porque, como o pai lhe ensinou, a ética é simplesmente uma questão de certo e errado. Agir corretamente, quando se está sendo observado, é uma coisa. A ética, porém, está em agir corretamente quando ninguém está vendo. Essa conduta só é possível quando, desde criança, aprende-se a devolver o peixe à água. A boa educação é como uma moeda de ouro: Tem Valor Em Toda Parte. - James P. Lenfestey "O caráter é aquilo que você é no escuro." "E também o que você é de dia, quando acha que ninguém está olhando." I Coríntios I Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 11 11 Quando eu era menino, pensava como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. 12 “Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido”. 13 “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor”... ................. Era uma vez um tempo em que as árvores decidiram que elegeriam para si um rei. Se no reino dos homens e também no dos animais havia rei, achavam que seria próprio que igualmente no reino vegetal existisse um rei Árvore. A primeira árvore convidada a reinar foi a oliveira, já que ela produz o óleo com o qual são ungidos os profetas e reis. Com seu óleo, acendem-se as lâmpadas que iluminam as trevas e dão direção ao viajante durante a noite. Ele mistura, ainda, a massa do pão e dá beleza aos cabelos dos homens. Diz a Palavra de Deus que Absalão, filho do rei Davi, banhava seus longos cabelos louros no óleo da oliveira e os salpicava com pó de ouro, com um gesto de extrema vaidade, e ia cavalgar contra o vento, no alto do morro, fazendo com que o sol reluzisse o ouro e o óleo de sua cabeleira esvoaçante. Tinha ele verdadeira adoração por seus próprios cabelos. Por causa deles, acabou morrendo, pois ficaram enganchados nos galhos de uma pequena árvore, sob a qual passou montado em um burro quando fugia de uma batalha. Pendurado pelos cabelos, foi atingido no coração pelo dardo de seu perseguidor e, ali mesmo, morreu. Voltando à nossa fábula, a oliveira respondeu ás demais árvores: “Deixaria eu a minha gordura, que Deus e os homens prezam, e iria labutar em favor das outras espécies? Não, amigos, procurais vós outra árvore”. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 12 Foram então as outras árvores à procura da figueira, e lhe pediram: “Vem tu e reina sobre nós”. A figueira, porém, respondeu: Deixaria eu a minha doçura e o meu bom fruto, e iria labutar sobre as árvores? Não, absolutamente não!”. E, assim, igualmente desprezou o convite”. As árvores não desistiram e foram conversar com a videira: “Vem tu e reina sobre nós”, imploraram. A jovem e alegre videira respondeu: “Deixaria eu meu mosto, que Deus e os homens prezam, e ia lutar em beneficio das outras árvores? Não, eu não”. E, assim , declinou do convite. Então, todas as árvores, sem opção, lembraram do espinheiro, e foram até ele: “Vem tu e reina sobre nós”, clamaram, já sem esperança. O espinheiro, que não tinha nada a perder, aceitou o encargo, tornou-se o rei das árvores. Ora, esta fábula, escrita para lá de três mil anos, é bem curiosa. É Impressionante como encontramos, por todo o mundo e em todos os tempos, espinheiros reinando, governando e tomando decisões. Eles nada têm para dar; apenas assumem o comando porque as boas árvores não querem se envolver com os problemas relativos ao ato de reinar. Nos países da África, esses governantes espinheiros têm mantido nações sob os ferros dos seus espinhos, levando seus povos à falência e às guerras. Costumam só deixar o poder depois de mortos ou depostos por uma revolução. Oremos, amados irmãos, para que as oliveiras, videiras e figueiras deixem de pensar tanto em si próprias e aceitem o peso do governar com responsabilidade, para o bem de todas as árvores, e para que os espinheiros fiquem quietos em seus cantos! .................... Era uma vez um rapaz que ia muito mal na escola. Suas notas e o comportamento eram uma decepção para seus pais que sonhavam em vê-lo formado e bem sucedido. Um belo dia, o bom pai lhe propôs um acordo: - Se você, meu filho, Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 13 mudar o comportamento, se dedicar aos estudos e conseguir ser aprovado no vestibular para a Faculdade lhe darei então um carro de presente. Por causa do carro, o rapaz mudou da água para o vinho. Passou a estudar como nunca e a ter um comportamento exemplar. O pai estava feliz, mas tinha uma preocupação. Sabia que a mudança do rapaz não era fruto de uma conversão sincera, mas apenas do interesse em obter o automóvel. Isso era mau. O rapaz seguia os estudos e aguardava o resultado de seus esforços. Assim, o grande dia chegou. Fora aprovado pra o curso que almejava. Como havia prometido, o pai convidou a família e os amigos para uma festa de comemoração. O rapaz tinha por certo que na festa o pai lhe daria o automóvel. Quando pediu a palavra, o pai elogiou o resultado obtido pelo filho e lhe passou às mãos uma caixa de presente. Crendo que ali estavam as chaves do carro. O rapaz abriu emocionado o pacote. Para sua surpresa, o presente era uma Bíblia. O rapaz ficou visivelmente decepcionado e nada disse. A partir daquele dia, o silêncio e distância separavam pai e filho. O jovem se sentia traído, e agora, lutava por ser independente. Deixou a casa dos pais e foi morar no Campus da Universidade. Raramente mandava notícias à família. O tempo passou, ele se formou, conseguiu um emprego em um bom hospital e se esqueceu completamente do pai. Todas as tentativas do pai para reatar os laços foram em vão. Até que um dia o velho, muito triste com a situação, adoeceu e não resistiu. Faleceu. No enterro, a mãe falou-lhe da Bíblia que tinha sido o último presente do pai. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 14 De volta à sua casa, o rapaz, que nunca perdoara o pai, quando finalmente abriu o livro, notou que havia um envelope dentro dele. Ao abri-lo, encontrou uma carta e um cheque. A carta dizia: “Meu querido filho, sei o quanto você deseja ter um carro. Eu prometi e aqui está o cheque para você, escolha aquele que mais lhe agradar. No entanto, fiz questão de lhe dar um presente ainda melhor: A Bíblia Sagrada! Nela aprenderás o Amor de Deus e a fazer o bem, não pelo prazer de recompensa, mas pela gratidão e pelo dever de consciência.” Corroído de remorso, o filho caiu em profundo pranto. Como é triste a vida dos que não sabem perdoar. Isto leva a erros terríveis e a um fim ainda pior. Antes que seja tarde, perdoe aquele a quem você pensa ter lhe feito mal. Talvez se olhar com cuidado, vai ver que há também um cheque escondido em todas as adversidades da vida. .............................. Eram dois vizinhos. O primeiro vizinho comprou um coelhinho para os filhos. Os filhos do outro vizinho pediram um bicho para o pai. O homem comprou um pastor alemão. Papo de vizinho: - Mas ele vai comer o meu coelho. - De jeito nenhum. Imagina. O meu pastor é filhote. Vão crescer juntos, pegar amizade. Entendo de bicho. Problema nenhum. E parece que o dono do cachorro tinha razão. Juntos cresceram e amigos ficaram. Era normal ver o coelho no quintal do cachorro e vice-versa. As crianças, felizes. Eis que o dono do coelho foi passar o final de semana na praia com a família e o coelho ficou sozinho. Isso na sextafeira. No domingo, de tardinha, o dono do cachorro e a família tomavam um lanche, quando entra o pastor alemão na cozinha. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 15 Trazia o coelho entre os dentes, todo imundo, arrebentado, sujo de terra e, claro, morto. Quase mataram o cachorro. O vizinho estava certo. E agora? - E agora eu quero ver! A primeira providência foi bater no cachorro, escorraçar o animal, para ver se ele aprendia um mínimo de civilidade e boa vizinhança. Claro, só podia dar nisso. Mais algumas horas e os vizinhos iam chegar. E agora? Todos se olhavam. O cachorro chorando lá fora, lambendo as pancadas. - Já pensaram como vão ficar as crianças? - Cala a boca! Não se sabe exatamente de quem foi a idéia, mas era infalível. Vamos dar um banho no coelho, deixar ele bem limpinho, depois a gente seca com o secador da sua mãe e colocamos na casinha dele no quintal. Como o coelho não estava muito estraçalhado, assim o fizeram. Até perfume colocaram no falecido. Ficou lindo, parecia vivo, diziam as crianças. E lá foi colocado, com as perninhas cruzadas, como convém a um coelho cardíaco. Umas três horas depois eles ouvem a vizinhança chegar. Notam os gritos das crianças, Descobriram! Não deram cinco minutos e o dono do coelho veio bater à porta. Branco, assustado. Parecia que tinha visto um fantasma. - O que foi? Que cara é essa? - O coelho...o coelho.... - O que tem o coelho? - Morreu! Todos: - Morreu? Ainda hoje à tarde parecia tão bem.. - Morreu na sexta-feira! - Na sexta? - Foi. Antes de a gente viajar, as crianças o enterraram no fundo do quintal! A história termina aqui. O que aconteceu depois não importa. Nem ninguém sabe. Mas o personagem que mais cativa nesta história toda, o protagonista da história, é o Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 16 cachorro. Imagine o pobre do cachorro que, desde sexta-feira, procurava em vão pelo amigo de infância, o coelho. Depois de muito farejar descobre o corpo. Morto. Enterrado. O que faz ele? Com o coração partido, desenterra o pobrezinho e vai mostrar para os seus donos. Provavelmente estivesse até chorando, quando começou a levar pancada de tudo quanto era lado. O cachorro é o herói. O bandido é o dono do cachorro. O ser humano. O homem continua achando que um banho, um secador de cabelos e um perfume disfarçam a hipocrisia, o animal desconfiado que tem dentro dele. Julga os outros pela aparência, mesmo que tenha que deixar esta aparência como melhor lhe convier. Maquiada. Coitado do cachorro. Coitado do dono do cachorro. Coitados de nós, animais racionais , que muitas vezes não passamos de completos irracionais... Qual o seu perfume ? Será este simplesmente um véu para a hipocrisia ou é aquele que realmente exala as virtudes de um verdadeiro servo , de um verdadeiro filho , de um(a) verdadeiro(a) Homem ou Mulher (sim ., com H ou M maiúsculo) de Deus . Procure em oração verificar como Jesus Cristo te vê , se Ele te olha com um sorriso como se falasse : valeu à pena morrer por você ou com tristeza... ................................. Era uma vez uma família muito pobre, cujo filho se encontrava terrivelmente doente. Seus pais já haviam tentado de tudo para lhe salvar a vida, mas o menino piorava a cada dia. Naquela casa humilde, a alegria havia murchado, como uma flor sem chuva. Aquela criança, com sua ternura e inocência, era a luz que brilhava e encantava o coração de sua mãe, trazendo ao rosto cansado do pai, após uma longa jornada de trabalho, o sorriso de quem via no filho a recompensa de seus esforços. Para aquela família a vida parecia injusta e o destino severo demais. Por que coisas tão terríveis acontecem com pessoas Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 17 tão boas? Era impossível achar uma explicação, muito menos consolar o coração daquela mãe aflita, que sem dúvida, era a mais diretamente envolvida naquele drama. Em momentos assim é comum que as pessoas assumam culpas que não têm. A mãe, que sempre havia sido dedicada e zelosa, achava que de alguma maneira poderia ter cuidado melhor do menino. O pai por sua vez, pensava que tudo poderia ter diferente se tivesse um emprego melhor, com um salário mais digno. Obviamente eles não tinham culpa de nada. Ninguém tem culpa de ser pobre, de nunca ter tido uma oportunidade de melhorar na vida. Essas coisas, infelizmente, não estão ligadas ao esforço pessoal ou à honestidade e moral. O Brasil é um país de imensas desigualdades, as quais se refletem no abismo que separa ricos e pobres, e que se chama injustiça social. O menino, magrinho, deitado sobre a cama, era de dar dó. Que mal ele havia feito a Deus para receber tal castigo? Criança não tem pecado. Ou tem? E Deus? Será que ouve a oração aflita de uma família sofrida, ou será Ele tão distante, que nem sabe do que se passa aqui na Terra, principalmente com gente pobre, lá da roça? Alguns dizem que essas coisas acontecem para Deus nos ensinar a paciência. Para que venhamos a nos resignar e obedecer, sofrendo calados em última instância. Muitos pensamentos conflitantes passavam na cabeça daquela família triste. Um dia, quando parecia que o fim se aproximava, o pai, de joelhos, ao lado da cama da criança, exclamou com lágrimas nos olhos: “Agora, só um milagre pode salvar meu filho!” O irmão mais novo do menino, que assistia tudo sem entender bem a situação, saiu de casa correndo e foi em direção á cidadezinha, que ficava uns trinta minutos estrada abaixo. Correu o tempo todo, sem parar. Na cidade, foi direto à farmácia, onde chegou ainda ofegante, e pediu: “Por favor, moço! Eu preciso de um milagre! Meu irmão está muito doente, e meu pai disse que só um milagre pode salvá-lo. O senhor tem esse remédio aí?” Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 18 O farmacêutico se surpreendeu com a pergunta e com o amor que o menino trazia nos olhos pelo irmão enfermo. Naquele momento, entretanto, um médico da capital, de passagem pela cidade, estava na farmácia e ouviu a conversa. Comovido, não pôde deixar de intervir. Sabia do que se tratava: uma epidemia que varria a região, e para qual ele tinha o remédio certo. “Eis aqui, meu filho, o remédio que vai salvar seu irmão”, disse o médico. “E quanto custa? Eu só tenho uma moeda de 10 centavos!”, disse o pequenino. “Tudo bem”, disse o médico. “Este é o preço que lhe cobrarei”, completou ele. O menino correu de volta para casa e deu o remédio a seus pais, contado o que o médico lhe dissera. Assim, que o irmão começou a tomá-lo, a febre baixou e ele, rapidamente, foi se recuperando. Que lição maravilhosa aquele pequenino nos deixou! Em meio às dúvidas do coração, aos questionamentos da mente, aos assaltos do medo e da incredulidade, o preço do milagre continua sendo apenas 10 centavos, mais a fé de uma criança! ....................................... Conta-se que por volta do ano 250 a.c, na China antiga, um príncipe da região norte do país, estava às vésperas de ser coroado imperador, mas, de acordo com a lei, ele deveria se casar. Sabendo disso, ele resolveu fazer uma "disputa" entre as moças da corte ou quem quer que se achasse digna de sua proposta. No dia seguinte, o príncipe anunciou que receberia, numa celebração especial, todas as pretendentes e lançaria um desafio. Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que sua jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 19 Ao chegar em casa e relatar o fato à jovem, espantou-se ao saber que ela pretendia ir à celebração, e indagou incrédula : - Minha filha, o que você fará lá? Estarão presentes todas as mais belas ricas moças da corte. Tire esta idéia insensata da cabeça, eu sei que você deve estar sofrendo, mas não torne o sofrimento uma loucura. E a filha respondeu : - Não, querida mãe, não estou sofrendo e muito menos louca, eu sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe, isto já me torna feliz. À noite, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam, de fato, todas as mais belas moças, com as mais belas roupas, com as mais belas jóias e com as mais determinadas intenções. Então, finalmente, o príncipe anunciou o desafio : - Darei a cada uma de vocês, uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor, será escolhida minha esposa e futura imperatriz da China. A proposta do príncipe não fugiu às profundas tradições daquele povo, que valorizava muito a especialidade de "cultivar" algo, sejam costumes, amizades, relacionamentos etc... O tempo passou e a doce jovem, como não tinha muita habilidade nas artes da jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura a sua semente, pois sabia que se a beleza da flor surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisava se preocupar com o resultado. Passaram-se três meses e nada surgiu. A jovem tudo tentara, usara de todos os métodos que conhecia, mas nada havia nascido. Dia após dia ela percebia cada vez mais longe o seu sonho, mas cada vez mais profundo o seu amor. Por fim, os seis meses haviam passado e nada havia brotado. Consciente do seu esforço e dedicação a moça comunicou a sua mãe que,independente das circunstâncias retornaria ao palácio, na data e hora combinadas, pois não pretendia nada além de mais alguns momentos na companhia do príncipe. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 20 Na hora marcada estava lá, com seu vaso vazio, bem como todas as outras pretendentes, cada uma com uma flor mais bela do que a outra, das mais variadas formas e cores. Ela estava admirada, nunca havia presenciado tão bela cena. Finalmente chega o momento esperado e o príncipe observa cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção. Após passar por todas, uma a uma, ele anuncia o resultado e indica a bela jovem como sua futura esposa. As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reações. Ninguém compreendeu porque ele havia escolhido justamente aquela que nada havia cultivado. Então, calmamente o príncipe esclareceu: - Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz. A flor da honestidade, pois todas as sementes que entreguei eram estéreis. A honestidade é como uma flor tecida em fios de luz, que ilumina quem a cultiva e espalha claridade ao redor - Que esta nos sirva de lição e independente de tudo e todas as situações vergonhosas que nos rodeiam , possamos ser luz para aqueles que nos cercam . Aproveitem e leiam : Ef 5.9 ( pois o fruto da luz está ....) e Mt 5.16 (Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para ...) .......................... Parado ao sol, o escorpião olhava ao redor da montanha onde morava. "Positivamente, tenho de me mudar daqui" - pensou. Esperou a madrugada chegar, lançou-se por caminhos empoeirados até atingir a floresta. Escalou rochedos, cruzou bosques e, finalmente, chegou às margens do rio largo e caudaloso. "Que imensidão de águas! A outra margem parece tão convidativa... Se eu soubesse nadar..." Subiu longo trecho da margem, desceu novamente, olhou para trás. Aquele rio certamente não teria medo de escorpião. A travessia era impossível. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 21 "Não vai dar. Tenho de reconsiderar minha decisão" lamentou. Estava quase desistindo quando viu a rã sobre a relva, bem próxima à correnteza. Os olhos do escorpião brilharam: "Ora, ora... Acho que encontrei a solução!" - pensou rápido. - Olá, rãzinha! Me diga uma coisa: você é capaz de atravessar este rio? - Ih, já fiz essa travessia muitas vezes até a outra margem. Mas por que você pergunta? - disse a rã, desconfiada. - Ah, deve ser tão agradável do outro lado - disse - pena eu não saber nadar. A rã já estava com os olhos arregalados: "será que ele vai me pedir...?" - Se eu pedisse um favor, você me faria? - disse o escorpião mansamente. - Que favor? - murmurou a rã. - Bem - o tom da voz era mais brando ainda - bem, você me carregaria nas costas até a outra margem? A rã hesitou: - Como é que eu vou ter certeza de que você não vai me matar? - Ora, não tenha medo. Evidentemente, se eu matar você, também morrerei - argumentou o escorpião. - Mas... e se quando estivermos saindo daqui você me matar e pular de volta para a margem? - Nesse caso eu não cruzaria o rio nem atingiria meu destino - replicou o escorpião. - E como vou saber se você não vai me matar quando atingirmos a outra margem? - perguntou a rã. - Ora, ora... quando chegarmos ao outro lado eu estarei tão agradecido pela sua ajuda que não vou pagar essa gentileza com a morte. Os argumentos do escorpião eram muito lógicos. A rã ponderou, ponderou e, afinal, convenceu-se. O escorpião acomodou-se nas costas macias da agora companheira de viagem e começaram a travessia. A rã nadava suavemente e o escorpião quase chegou a cochilar. Perdeu-se em pensamentos e planos futuros, olhando a extensão enorme Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 22 do rio. De repente se deu conta de que estava dependendo de alguém, de que ficaria devendo um favor para a rãzinha. Reagiu, ergueu o ferrão. "Antes a morte que tal sorte" - pensou. A rã sentiu uma violenta dor nas costas e, com o rabo do olho, viu o escorpião recolher o ferrão. Um torpor cada vez mais acentuado começava a invadir-Ihe o corpo. - Seu tolo - gritou a rã - agora nós dois vamos morrer! Por que fez isso? O escorpião deu uma risadinha sarcástica e sacudiu o corpo. - Desculpe, mas eu não pude evitar. Essa é a minha natureza. Entretanto a sua “natureza” pode ser perfeitamente modificada... e pra melhor... ....................... Um carregador de água na Índia levava dois potes grandes, ambos pendurados em cada ponta de uma vara a qual ele carregava atravessada em seu pescoço. Um dos potes tinha uma rachadura, enquanto o outro era perfeito e sempre chegava cheio de água no fim da longa jornada entre o poço e a casa do chefe; o pote rachado chegava apenas pela metade. Foi assim por dois anos, diariamente, o carregador entregando um pote e meio de água na casa de seu chefe. Claro, o pote perfeito estava orgulhoso de suas realizações. Porém, o pote rachado estava envergonhado de sua imperfeição, e sentindo-se miserável por ser capaz de realizar apenas a metade do que ele havia sido designado a fazer. Após perceber que por dois anos havia sido uma falha amarga, o pote falou para o homem um dia à beira do poço. "Estou envergonhado, e quero pedir-lhe desculpas." "Por quê?" Perguntou o homem. "De que você está envergonhado?" "Nesses dois anos eu fui capaz de entregar apenas a metade da minha carga, porque essa rachadura no meu lado faz com que a água vaze por todo o caminho da casa de seu senhor. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 23 Por causa do meu defeito, você tem que fazer todo esse trabalho, e não ganha o salário completo dos seus esforços," disse o pote. O homem ficou triste pela situação do velho pote, e com compaixão falou: "Quando retornarmos para a casa de meu senhor, quero que percebas as flores ao longo do caminho." De fato, à medida que eles subiam a montanha, o velho pote rachado notou as flores selvagens ao lado do caminho, e isto lhe deu certo ânimo. Mas ao fim da estrada, o pote ainda se sentia mal porque tinha vazado a metade, e de novo pediu desculpas ao homem por sua falha. Disse o homem ao pote: “Você notou que pelo caminho só havia flores no seu lado. Eu ao conhecer o seu defeito, tirei vantagem dele. E lancei sementes de flores no seu lado do caminho, e cada dia enquanto voltávamos do poço, você as regava. Por dois anos eu pude colher estas lindas flores para ornamentar a mesa de meu senhor.” Sem você ser do jeito que você é, ele não poderia ter esta beleza para dar graça à sua casa. Cada um de nós tem nossos próprios e únicos defeitos. Todos nós somos potes rachados. Porém, se permitirmos, o Senhor vai usar estes nossos defeitos para embelezar a mesa de seu Pai. Na grandiosa economia de Deus, nada se perde. Nunca deveríamos ter medo dos nossos defeitos. Se os reconhecermos, eles poderão ser transformados por Deus para causar beleza. Nas nossas fraquezas o Senhor diz que seremos fortes, portanto vamos deixá-Lo agir com liberdade em nossas vidas para sermos sim transformados a Sua REAL imagem e semelhança . Deus te abençoe e capacite... ......................... Conta-se que um rei que viveu num país além-mar, há muito tempo atrás, era muito sábio e não poupava esforços para ensinar bons hábitos a seu povo. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 24 Freqüentemente fazia coisas que pareciam estranhas e inúteis; mas tudo que fazia era para ensinar o povo a ser trabalhador e cauteloso. Nada de bom pode vir a uma nação - dizia ele - cujo povo reclama e espera que outros resolvam seus problemas. Deus dá as coisas boas da vida a quem lida com os problemas por conta própria. Uma noite, enquanto todos dormiam, ele pôs uma enorme pedra na estrada que passava pelo palácio. Depois foi se esconder atrás de uma cerca, e esperou para ver o que acontecia. Primeiro veio um fazendeiro com uma carroça carregada de sementes que levava para a moagem na usina. Quem já viu tamanho descuido? Disse ele contrariado, enquanto desviava sua carroça e contornava a pedra. Por que esses preguiçosos não mandam retirar essa pedra da estrada? E continuou reclamando da inutilidade dos outros, mas sem ao menos tocar, ele próprio, na pedra. Logo depois, um jovem soldado veio cantando pela estrada. A longa pluma de seu quepe ondulava na brisa, e uma espada reluzente pendia da sua cintura. Ele pensava na maravilhosa coragem que mostraria na guerra e não viu a pedra, mas tropeçou nela e se estatelou no chão poeirento. Ergueu-se, sacudiu a poeira da roupa, pegou a espada e enfureceu-se com os preguiçosos que insensatamente haviam largado aquela pedra imensa na estrada. Então, ele também se afastou sem pensar uma única vez que ele próprio poderia retirar a pedra. E assim correu o dia... Todos que por ali passavam reclamavam e resmungavam por causa da pedra no meio da estrada, mas ninguém a tocava. Finalmente, ao cair da noite, a filha do moleiro por lá passou. Era muito trabalhadora e estava cansada, pois desde cedo andava ocupada no moinho, mas disse a si mesma: Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 25 Já está escurecendo, alguém pode tropeçar nesta pedra e se ferir gravemente. Vou tirá-la do caminho. E tentou arrastar dali a pedra. Era muito pesada, mas a moça empurrou, e empurrou, e puxou, e inclinou, até que conseguiu retirá-la do lugar. Para sua surpresa, encontrou uma caixa debaixo da pedra. Ergueu-a. Era pesada, pois estava cheia de alguma coisa. Havia na tampa os seguintes dizeres: "esta caixa pertence a quem retirar a pedra". Ela a abriu e descobriu que estava cheia de ouro. O rei então apareceu e disse com carinho: Minha filha, com freqüência encontramos obstáculos e fardos no caminho. Podemos reclamar em alto e bom som enquanto nos desviamos deles, se assim preferimos, ou podemos erguêlos e descobrir o que eles significam. A decepção, normalmente, é o preço da preguiça. Então, o sábio rei montou em seu cavalo e, com um delicado boa noite, retirou-se. ............................... Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa. Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre. Pode ser fogo de dentro: Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 26 pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo! Sem fogo o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade da grande transformação também. Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado. Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura. No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva. Não vão dar alegria para ninguém. ........................... Conta-se que um dia um homem parou na frente do pequeno bar, tirou do bolso um metro, mediu a porta e falou em voz alta: dois metros de altura por oitenta centímetros de largura. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 27 Admirado mediu-a de novo. Como se duvidasse das medidas que obteve, mediu-a pela terceira vez. E assim tornou a medi-la várias vezes. Curiosas, as pessoas que por ali passavam começaram a parar. Primeiro um pequeno grupo, depois um grupo maior, por fim uma multidão. Voltando-se para os curiosos o homem exclamou, visivelmente impressionado: "parece mentira!" esta porta mede apenas dois metros de altura e oitenta centímetros de largura, no entanto, por ela passou todo o meu dinheiro, meu carro, o pão dos meus filhos; passaram os meus móveis, a minha casa com terreno. E não foram só os bens materiais. Por ela também passou a minha saúde, passaram as esperanças da minha esposa, passou toda a felicidade do meu lar... Além disso, passou também a minha dignidade, a minha honra, os meus sonhos, meus planos... Sim, senhores, todos os meus planos de construir uma família feliz, passaram por esta porta, dia após dia... gole por gole. Hoje eu não tenho mais nada... Nem família, nem saúde, nem esperança. Mas quando passo pela frente desta porta, ainda ouço o chamado daquela que é a responsável pela minha desgraça... Ela ainda me chama insistentemente... Só mais um trago! Só hoje! Uma dose, apenas! Ainda escuto suas sugestões em tom de zombaria: "você bebe socialmente, lembra-se?" Sim, essa era a senha. Essa era a isca. Esse era o engodo. E mais uma vez eu caía na armadilha dizendo comigo mesmo: "quando eu quiser, eu paro". Isso é o que muita gente pensa, mas só pensa... Eu comecei com um cálice, mas hoje a bebida me dominou por completo. Hoje eu sou um trapo humano... E a bebida, bem, a bebida continua fazendo as suas vítimas. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 28 Por isso é que eu lhes digo, senhores: esta porta é a porta mais larga do mundo! Ela tem enganado muita gente... Por esta porta, que pode ser chamada de porta do vício, de aparência tão estreita, pode passar tudo o que se tem de mais caro na vida. Hoje eu sei dos malefícios do álcool, mas muita gente ainda não sabe. Ou, se sabe, finge que não, para não admitir que está sob o jugo da bebida. E o que é pior, têm esse maldito veneno, destruidor de vidas, dentro do próprio lar, à disposição dos filhos. Ah, se os senhores soubessem o inferno que é ter a vida destruída pelo vício, certamente passariam longe dele e protegeriam sua família contra suas ameaças. Visivelmente amargurado, aquele homem se afastou, a passos lentos, deixando a cada uma das pessoas que o ouviram, motivos de profundas reflexões. ................................... desesperadamente, fazia soar as notas musicais, mas sem resultado algum. O leão não dançava. E enquanto tocava e tocava, o caçador foi devorado. Dois macacos, em cima de uma árvore próxima, a tudo assistiam. Um deles observou com sabedoria: Eu sabia que eles iam se dar mal quando encontrassem um surdinho... Não confie cegamente nos métodos que sempre deram certo, pois um dia podem não dar. Tenha sempre planos de contingência, prepare alternativas para as situações imprevistas, analise as possibilidades de erro. Esteja atento às mudanças e não espere as dificuldades para agir. Cuidado com o leão surdo. Era uma vez um caçador que contratou um feiticeiro para ajudá-lo a conseguir alguma coisa que pudesse facilitar seu trabalho nas caçadas. Depois de alguns dias, o feiticeiro entregou-lhe uma flauta mágica que, ao ser tocada, enfeitiçava os animais, fazendo-os dançar. Entusiasmado com o instrumento, o caçador organizou uma caravana com destino à África, convidando dois outros amigos. Logo no primeiro dia de caçada, o grupo se deparou com um feroz tigre. De imediato, o caçador pôs-se a tocar a flauta e, milagrosamente, o tigre começou a dançar. Foi fuzilado à queima roupa. Horas depois, um sobressalto. A caravana foi atacada por um leopardo que saltava de uma árvore. Ao som da flauta, contudo, o animal transformou-se: de agressivo, ficou manso e dançou. Os caçadores não hesitaram: mataram-no com vários tiros. E foi assim até o final do dia, quando o grupo encontrou um leão faminto. A flauta soou, mas o leão não dançou, mas atacou um dos amigos do caçador flautista, devorando-o. Logo depois, devorou o segundo. O tocador de flauta, Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 29 Era uma vez uma família de classe média alta, que vivia em São Paulo. O pai, homem sério e competente, galgava postos cada vez mais importantes na empresa em que trabalhava. Saindo cedo e voltando tarde, esforçava-se com afinco na carreira profissional e nada deixava faltar para sua família. A mãe havia montado uma loja de roupas que também, a despeito de toda crise econômica, ia muito bem. Sua presença constante à frente dos negócios, aumentava os lucros, mês a mês. O pai sonhava chegar a presidente da empresa; a mãe em abrir uma filial da sua loja. Em casa, o único filho do casal crescia sob a supervisão amorosa de uma babá, que junto com outras empregadas – uma cozinheira e uma arrumadeira – cuidava de tudo. Assim foram se passando os anos. O pai foi nomeado vicepresidente da empresa e passou a ter de viajar constantemente pelos estados do Brasil. A mãe realizou seu sonho e abriu um filial enorme em uma das ruas mais chiques de São Paulo, que, a pedido das .................................. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 30 clientes, passou a funcionar das 10 às 22h, inclusive aos sábados. O filho crescia com as melhores roupas, os brinquedos mais caros, TV a cabo, computador... E nas férias ia em excursão para a Disneyworld. Tinha professor particular e motorista, que o levava para escola e para o clube, e no final de semana para uma eventual festa na casa de algum coleguinha. Parecia ser uma família feliz e próspera, um lar onde não havia brigas, dívidas, ou vícios. Um lar onde as pessoas eram boas, educadas e inteligentes e, acima de tudo, trabalhadoras. Finalmente o pai realizou seu sonho: merecidamente, depois de quase 20 anos de trabalho, foi nomeado presidente da companhia. Havia dedicado toda sua vida àquele objetivo e se sentia perfeitamente realizado. Era o típico exemplo de que, com trabalho e dedicação, a gente chega lá. A noticia de sua posse foi capa de jornal. A festa saiu em detalhes nas colunas sociais. Como prêmio recebeu da empresa uma viagem para Londres, capital inglesa. Pela primeira vez em muitos anos, ele, a esposa e o filho, agora um adolescente de 17 anos, tinham a oportunidade de ficarem juntos como passageiros na primeira classe daquele avião. Quando chegaram ao hotel, o rapaz pediu ao pai alguns dólares, para comprar um tênis que havia visto numa loja. O pai e a mãe subiram para o quarto e foram descansar daquele longo vôo. À noite ficaram esperando rapaz no lobby – salão – do hotel, onde haviam combinado de se encontrar para jantarem juntos. Como ele não descia, ligaram para o quarto, mas ninguém respondeu. Estranho, porque o porteiro havia visto o menino voltar da rua, e a chave do apartamento não estava na portaria. Com a ajuda do gerente, subiram para acordar o rapaz, que, certamente, cansado da viagem, devia ter caído num sono Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 31 pesado. Horrorizados, encontraram-no desmaiado no banheiro, e sobre a pia uma carreirinha de pó branco. Era a maldita droga. Cocaína pura. O rapaz estava acostumado com a mesma quantidade no Brasil, mas é que aqui ela é misturada. Lá, era pura e foi demais para ele. Hoje, dez anos depois, o rapaz continua em coma num hospital de São Paulo. E o pai muito triste, pergunta-se: onde foi que eu errei? Diz a Palavra de Deus: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele” (Provérbios 22.6). .......................................... A estação de trem estava bem movimentada naquela manhã cinzenta, na cidade de Salvador. A chuva caía, insistente e fria, e as pessoas indo e vindo, apressadas, nem percebiam o doloroso drama que ali se desenrolava. Afinal, cada criatura se detinha nas suas próprias preocupações, sem tempo para olhar ao redor. Mas, para as frágeis forças do pequeno Fábio, o sofrimento se fazia quase insuportável. Ele estava diante do seu ídolo, do seu herói, do seu protetor, para dizer adeus... Seu pai o estava abandonando... E ele, no auge dos seus cinco anos de idade, não conseguia entender o porquê, nem a necessidade daquela separação que lhe fora imposta. Sabia que a providência tinha sido tomada por sua mãe, mas não compreendia a razão que o forçaria a viver longe do seu amado pai. O trem iria partir em breve. A mãe o apressava. Mas seus pequenos braços se esforçavam para reter o pai, num abraço demorado... Eu o amo, papai! Dizia baixinho, entre soluços. Não entendo por que, papai... Por que tenho que me separar de você a quem tanto amo? Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 32 O pai permanecia calado. Afinal, não tinha uma resposta convincente para aliviar a dor daquela separação. Sua amargura não se pode mensurar, pois estava perdendo seu filho por causa do álcool. Ele era alcoólatra, e a mãe desejava preservar o filho da convivência infeliz, para oferecer a ele um futuro digno. É bem possível que o pai tenha sentido a amargura daquele momento, mas sua vontade não era bastante firme para renunciar ao vício... Preferiu renunciar ao filho, a quem dizia amar. Aquela triste experiência abalou profundamente o coração do pequeno Fábio. Aquele dia deixou marcas indeléveis em sua alma infantil. As gotas de chuva, que se confundiam com suas lágrimas quentes, foram testemunhas silenciosas do seu drama de menino. O trem partiu... O pai ficou na plataforma, observando o filho desaparecer ao longe... O tempo passou... Hoje Fábio já conta com mais de vinte e cinco primaveras, mas em sua retina ainda ecoa o ruído de seu coração aflito daquela manhã chuvosa de despedida e dor. Seu pai ainda não largou o vício. E Fábio, mesmo não sendo mais um garotinho, ainda sente que cada gole que o pai ingere é como se desferisse uma punhalada em seu peito sensível. A história é verdadeira e, infelizmente, não é um caso isolado. Há muitos filhos de pais alcoólatras amargando a triste sina de presenciar ou de sofrer a violência por parte daquele que assumiu a responsabilidade de proteger e educar. Indefesas, essas crianças têm que se submeter a todo tipo de constrangimento provocado no lar por pais desequilibrados sob o vício do álcool. Outras tantas, embora permaneçam debaixo do mesmo teto, amargam a indiferença que aniquila e mata a esperança. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 33 E quantas crianças que, como nosso pequeno Fábio, tiveram que se distanciar de pais aos quais amavam e de quem desejavam proteção? Importante que se pense com seriedade a esse respeito. Importante, ainda, que o pai ou a mãe consciente possa preservar os filhos dessas tragédias conseqüentes do alcoolismo. As lesões causadas nos corações infantis são de difícil cura. Quantos dramas, quantas fobias, quantos desequilíbrios podem surgir de uma lesão afetiva provocada na infância, e seguir o indivíduo por toda uma existência! Por essa razão, vale a pena tratar essa questão com muito carinho e atenção. ..................................... Há alguns anos, num reinado distante, havia um rei muito rico e orgulhoso, que achava que sabia tudo. Para ele, ninguém tinha importância: desprezava a todos. Um dia, passeando pela cidade em sua carruagem, ouviu um homem gritar: “Uma esmola, pelo amor de Deus!” Indignado com aquele que ousara perturbar seu passeio, mandou que o cocheiro parasse a carruagem. Ao olhar pela janela, avistou o pobre homem, sentado à beira do caminho. O semblante humilde e necessitado daquele cidadão, ao invés de comover, irou ainda mais o rei. Quem é você que ousa me dirigir a palavra? Sou apenas um pobre homem que lhe implora uma esmola. E por que eu lhe daria alguma coisa? Você é um miserável. Certamente não terá nada para me dar em troca. Embora eu seja muito pobre, já andei por muitos lugares e aprendi muita coisa nesta vida. Sei que poderia dar algo ao rei. Você acha, seu infeliz, que meus olhos já não viram tudo o que há para ser visto, e que já não provei de tudo o que pudesse ser provado? Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 34 Pois eu digo que posso mostrar-lhe algo que vossa majestade nunca viu. Sou capaz fazer um burro falar. Como? Dizes a verdade? Certamente que sim, meu rei. Em troca da esmola, darei ao rei a rara oportunidade de ver um burro falar. Tudo bem. Se é assim como dizes, darei dez mil moedas de ouro. Se, no entanto, não fizeres o burro falar, serás enforcado. Tua fama de mentiroso percorrerá todo este reino e como tal serás lembrado para sempre. Majestade, tenho tanta certeza que posso fazer um burro falar que aceito vossas condições. O rei, então, mandou chamar seus ministros e todos os nobres da corte, e mandou que lhe trouxessem também um burro. O pobre mendigo estava agora numa situação difícil. Reuni meus ministros para serem testemunhas do negócio que faço com este miserável. Por dez mil moedas ele disse ser capaz de fazer um burro falar. Se não o fizer, morrerá enforcado - afirmou o rei, já mandando um de seus soldados preparar a forca. Imediatamente, o pobre homem pediu a palavra: Vossa majestade! Antes que assine este contrato, devo dizer que o método de ensino infalível que aprendi para fazer o burro falar toma um certo tempo. Como este burro já não é jovem, precisarei de dez anos para que ele possa estar falando perfeitamente, sem sequer gaguejar. Nem em dez nem em mil anos farás o que prometes. Eis aqui o dinheiro e o burro, e lembra-te que se não cumprires o que prometeste, morrerás. Assim, aquele homem deixou o palácio, puxando o burrinho e carregando o saco de dinheiro nas costas. Ao atravessar o portão, um amigo se aproximou desesperado e disse: És louco? É impossível fazer um burro falar! Assinastes hoje tua sentença de morte! Eu sei, mas daqui a dez anos, das três uma: ou morri eu, ou morreu o rei, ou morreu o burro, que também já não é jovem! Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 35 Assim, o homem aplicou uma grande lição no rei: ganhou um burrinho e dez mil moedas de ouro para viver com fartura pelo menos pelos próximos dez anos. Essa história mostra muito claramente a importância da humildade diante da soberba, e o orgulho de quem pensa ser mais que os outros. No final das contas, acaba prevalecendo aquele versículo da Bíblia: “Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado’. (Mateus 23.12) ................................ Linda tinha 7 anos quando ouviu sua mãe comentar com uma de suas amigas que, no dia seguinte, faria 30 anos. Jamais Linda soubera que sua mãe fazia aniversário. Também nunca a vira ganhar um presente. Por isso, foi até seu cofrinho, juntou todas as moedas e se dirigiu à loja da esquina. Procurou um presente que pudesse se encaixar naquele preço. Havia bibelôs, mas ela pensou que sua mãe teria que espaná-los todos os dias. Havia caixinhas de doces, mas sua mãe era diabética. Finalmente, conseguiu comprar um pacote de grampos de cabelo. Os cabelos de sua mãe eram longos e escuros. Ela os enrolava duas vezes na semana e, quando os soltava, ficava parecendo uma artista de cinema. Em casa, Linda embrulhou os grampos em uma página de histórias em quadrinhos do jornal, porque não sobrou dinheiro para papel de presente. Na manhã seguinte, à mesa do café, entregou o pacote à sua mãe e disse: "Feliz aniversário, mamãe!" Em silêncio, entre lágrimas, a mãe abriu o pacote. Já soluçando de emoção, mostrou ao marido, aos outros filhos: "Sabe que é o primeiro presente de aniversário que recebo na vida?" Beijou a filha no rosto, agradecendo e foi para o banheiro lavar e enrolar os cabelos, usando os grampos novos. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 36 Quando a mãe saiu da sala, o pai aproximou-se de Linda e confidenciou: “Linda, quando eu era menino, lá no sertão, não nos preocupávamos em dar presentes de aniversário para adultos. Só para as crianças”. E, na família de sua mãe, eles eram tão pobres que nem isso faziam. Mas você me fez ver, hoje, que isso precisa mudar. Você inaugurou uma nova fase em nossa vida." Depois desse dia, a mãe de Linda ganhou presentes em todos os seus aniversários. Os filhos cresceram. As condições da família melhoraram. Então, quando a mãe de Linda completou 50 anos, os filhos todos se reuniram e lhe compraram um anel com uma pérola rodeada de brilhantes. Programaram uma festa e o filho mais velho foi quem, em nome dos irmãos, entregou o anel. Ela admirou o presente e mostrou a todos os convidados. "Não tenho filhos maravilhosos?" Ficava repetindo de um em um. Depois que todos os convidados se retiraram, Linda foi ajudar na arrumação. Estava lavando a louça na cozinha, quando ouviu seus pais conversando na sala. "Bem", dizia o pai. "que lindo anel seus filhos lhe deram. Acho que foi o melhor presente de aniversário de sua vida." Depois de um breve silêncio, Linda ouviu a voz de sua mãe responder docemente: "Sabe, Ted, é claro que este anel é maravilhoso. Mas o melhor presente que ganhei, em toda minha vida, foi aquela caixa de grampos. Aquele presente foi inesquecível." Os atos que colocam colorido especial nas vidas são pequenos, silenciosos, e podem se manifestar a qualquer tempo. É suficiente querer, usar a imaginação e deixar extravasar o coração. Se nunca brindamos alguém com flores, com um cartão escrito de próprio punho; Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 37 Se nunca surpreendemos alguém com uma festa surpresa, um presente inesperado, tentemos hoje. Hoje é sempre o melhor tempo para começar o que é bom, novo e portador de felicidade. ........................ A chuva caía fina e gélida na tarde quieta. Longe, na estrada, um carro parou. Era pequeno e meio velho. Um rapaz saltou, levantou o capô e se pôs a mexer em tudo que viu. O fazendeiro, de onde estava, pensou: "Coitado! Pelo jeito, não entende de mecânica." Vestiu sua capa de chuva e caminhou até a estrada. O jovem estava muito nervoso, mexia no carro, voltava, tentava dar a partida, passava as mãos pelos cabelos. "Quer ajuda?" O rapaz parecia preste a chorar. "É a bobina." - diagnosticou o fazendeiro, depois de uma boa olhada. Buscou seu cavalo, rebocou o carro até o seu celeiro e com seu próprio carro, foi à cidade comprar uma bobina nova. Estranhou que, ao chegar à loja, o rapaz não quisesse entrar. Deu-lhe o dinheiro necessário e disse que tinha vergonha, por estar molhado. Algum tempo depois com o carro funcionando, pronto para partir, a esposa do fazendeiro insiste para que fique para o jantar. Não era hábito convidar estranhos para adentrar a casa. Contudo, aquele rapaz parecia aflito, meio perdido. Poderia, talvez ser seu filho. Ele quase não comeu. Continuava preocupado, ansioso. A chuva se fez mais forte. O casal preparou o quarto de hóspedes e pediu que ficasse. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 38 Na manhã seguinte, suas roupas estavam secas e passadas. Ele se mostrava menos inquieto. Alimentou-se bem e despediu-se. Quando pegou a estrada, aconteceu uma coisa estranha. Ele tomou a direção oposta da que seguia na noite anterior. Isto é, voltou para a capital. O casal concluiu que ele se confundira na estrada. O tempo passou. Os dias se transformaram em semanas, meses e anos. Então, chegou uma carta endereçada ao fazendeiro: "Sr. Mcdonald, Não imagino que o senhor se lembre do jovem a quem ajudou, anos atrás, quando o carro dele quebrou. Imagine que, naquela noite, eu estava fugindo. Eu tinha no carro uma grande soma de dinheiro que roubara de meu patrão. Sabia que tinha cometido um erro terrível, esquecendo os bons ensinamentos de meus pais. Mas o senhor e sua mulher foram muito bons para mim. Naquela noite, em sua casa, comecei a ver como estava errado. Antes de amanhecer, tomei uma decisão. No dia seguinte, voltei ao meu emprego e confessei o que fizera. Devolvi todo o dinheiro ao meu patrão e lhe implorei perdão. Ele podia ter me mandado para a prisão. Mas, por ser um homem bom, me devolveu o emprego. Nunca mais me desviei do bom caminho. Estou casado. Tenho uma esposa adorável e duas lindas crianças. Trabalhei bastante. Não sou rico, mas estou numa boa situação. Poderia lhe recompensar generosamente pelo que o senhor fez por mim naquela noite. Mas não acredito que o senhor queira isso. Então resolvi criar um fundo para ajudar outras pessoas que cometeram o mesmo erro que eu. Desta forma, acredito poder pagar pelo meu erro. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 39 Que Deus o abençoe, senhor, e a sua bondosa esposa, que me ajudou ainda mais do que o senhor sabia." Enquanto o casal lia, os olhos se encheram de lágrimas. Quando acabaram, a esposa colocou a carta sobre a mesa e citou versículos do capítulo 25 do Evangelho de Mateus: (35) porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes; (36) estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me. (37) Então os justos lhe perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? (38) Quando te vimos forasteiro, e te acolhemos? ou nu, e te vestimos? (39) Quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos visitar-te? (40) E responder-lhes-á o Rei: Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes. ........................... Quando falou que se alguém nos batesse numa face, deveríamos oferecer a outra, Jesus expressou um grandioso ensinamento que, se levado em conta, teríamos a solução para todas as situações desagradáveis que surgissem em nossa vida. Oferecer a outra face não quer dizer dar o rosto para bater. É uma metáfora que sugere que se a situação nos chega de forma desagradável, devemos mostrar a face oposta. Dar a outra face é mudar a paisagem, é uma ação positiva diante de uma negativa. Assim, quando todos atiram pedras, ofereça uma flor. Quando todos caminham para o lado errado, mostre o passo certo. Se tudo estiver escuro, se nada puder ser visto, acenda você uma luz, ilumine as trevas com uma pequena lâmpada. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 40 Quando todos estiverem chorando, dê o primeiro sorriso; não com lábios sorridentes, mas com um coração que compreenda, com braços que confortem. Quando ninguém souber coisa alguma, e você souber um pouquinho, ensine, começando por aprender, corrigindo-se a si mesmo. Quando alguém estiver angustiado, mostre-lhe a face do conforto. Se encontrar alguém em desespero, acene com a esperança, mesmo que isso seja um desafio para você mesmo. Quando a terra dos corações estiver seca, que sua mão possa regá-las. Quando a flor do afeto estiver sufocada pelos espinhos da incompreensão, que sua mão saiba arrancar a praga, afagar a pétala, acariciar a flor. Onde haja portas fechadas para o entendimento, leve a chave da concórdia e da compreensão. Onde o vento sopra, frio, enregelando corações, que o calor de sua alma seja proteção e abrigo. Se alguém caminha sem rumo, mostre-lhe as pegadas que conduzem a um porto seguro. Onde a crítica azeda for o assunto principal, ofereça uma palavra de otimismo, um raio de esperança, uma luz que rompe as trevas e clareia o ambiente mental. Quando todos parecerem perdidos, mostre o caminho de volta. Quando a face da solidão se mostrar como única alternativa na vida de alguém, seja uma presença que conforta, ainda que uma presença silenciosa. Onde o manto escuro da morte se apresenta como um beco sem saída, fale da vida exuberante que aguarda os seres que fazem a passagem pela porta estreita do túmulo. Seja você a oferecer a face sorridente e otimista da vida, onde a tristeza e o pessimismo marcam presença. ............................. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 41 Pedro, um lenhador, após um grande trabalho em uma área de desmatamento, se viu desempregado. Após tanto tempo cortando árvores, entrou no corte! A madeireira precisou reduzir custos... Saiu, então, à procura de nova oportunidade de trabalho. Seu tipo físico, porém, muito franzino, fugia completamente do biotipo de um lenhador. Além disso, o machado que carregava era desproporcional ao seu tamanho. Aqueles que conheciam Pedro, entretanto, julgavam-no um ótimo profissional. Em suas andanças, Pedro chegou a uma área reflorestada que estava começando a ser desmatada. Apresentou-se ao capataz da madeireira como um lenhador experiente. E ele o era! O capataz, após um breve olhar ao tipo miúdo do Pedro e, com aquele semblante de selecionador implacável, foi dizendo que precisava de pessoas capazes de derrubar grandes árvores, e não de "catadores de gravetos". Pedro, necessitando do emprego, insistiu. Pediu que lhe fosse dada uma oportunidade para demonstrar sua capacidade. Afinal, ele era um profissional experiente! Com relutância, o capataz resolveu levar Pedro à área de desmatamento. E só fez isso pensando que Pedro fosse servir de chacota aos demais lenhadores. Afinal, ele era um fracote... Sob os olhares dos demais lenhadores, Pedro se postou frente a uma árvore de grande porte e, com o grito de "madeira", deu uma machadada tão violenta que a árvore caiu logo no primeiro golpe. Todos ficaram atônitos! Como era possível tão grande habilidade e que força descomunal era essa, que conseguira derrubar aquela grande árvore numa só machadada? Logicamente, Pedro foi admitido na madeireira. Seu trabalho era elogiado por todos, principalmente pelo patrão, que via em Pedro uma fonte adicional de receita. O tempo foi passando e, gradativamente, Pedro foi reduzindo a quantidade de árvores que derrubava. O fato era Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 42 incompreensível, uma vez que Pedro estava se esforçando cada vez mais. Um dia, Pedro se nivelou aos demais. Dias depois, encontrava-se entre os lenhadores que menos produziam... O capataz que, apesar da sua rudeza, era um homem vivido, chamou Pedro e o questionou sobre o que estava ocorrendo. "Não sei", respondeu Pedro, "nunca me esforcei tanto e, apesar disso, minha produção está decaindo". O capataz pediu, então, que Pedro lhe mostrasse o seu machado. Quando o recebeu, notando que ele estava cheio de "dentes" e sem o "fio de corte", perguntou ao Pedro: "Por que você não afiou o machado?". Pedro, surpreso, respondeu que estava trabalhando muito e por isso não tinha tido tempo de afiar a sua ferramenta de trabalho. O capataz ordenou que Pedro ficasse no acampamento e amolasse seu machado. Só depois disso ele poderia voltar ao trabalho. Pedro fez o que lhe foi mandado. Quando retornou à floresta, percebeu que tinha voltado à forma antiga conseguia derrubar as árvores com uma só machadada. A lição que Pedro recebeu cai como uma luva sobre muitos de nós, preocupados em executar nosso trabalho ou, pior ainda, julgando que já sabemos tudo o que é preciso, deixamos de "amolar o nosso machado", ou seja, deixamos de atualizar nossos conhecimentos. Sem saber por que, vamos perdendo posições em nossas empresas ou nos deixando superar pelos outros. Em outras palavras, perdemos a nossa potencialidade. Muitos avaliam a experiência que possuem pelos anos em que se dedicam àquilo que fazem. Se isso fosse verdade, aquele funcionário que aprendeu, em 15 minutos, a carimbar os documentos que lhe chegam às mãos, depois de 10 anos na mesma atividade poderia dizer que tem 10 anos de experiência. Na realidade, tem 15 minutos de experiência repetida durante dez anos. A experiência não é a repetição monótona do mesmo trabalho, e sim a busca incessante de novas soluções, tendo Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 43 coragem de correr riscos que possam surgir. É "perder tempo" para afiar o nosso machado. .................. O pobre homem chegara ao fundo do poço e resolveu procurar seu pastor para pedir conselhos. - Amado Pastor! - clamou ele. - As coisas estão indo mal comigo, e piorando a cada momento! Somos pobres, tão pobres, que minha esposa, meus seis filhos, meus sogros e eu temos que viver num casebre de um só cômodo. Estamos sempre no caminho uns dos outros e com os nervos à flor da pele por causa de todas as nossas desgraças. Não paramos de brigar e discutir. Acredite: meu lar é um inferno e eu preferiria morrer a continuar vivendo assim! O pastor ponderou a questão gravemente. - Meu filho - disse por fim, - prometa que fará exatamente como eu lhe disser e sua condição irá melhorar. - Eu prometo, pastor - respondeu o homem atormentado. Farei tudo e qualquer coisa que me pedir. - Diga-me, então, que animais ainda possui? - Tenho uma vaca, uma cabra e algumas galinhas. - Ótimo! Volte para sua família e coloque as galinhas dentro de casa para morar com vocês. O pobre homem ficou estupefato, mas, como havia prometido ao pastor, voltou para casa e levou as galinhas para morar com a família dentro de casa. Alguns dias depois, porém, retornou ao pastor e lamentouse: - Pastor! Fiz como você havia dito e levei as galinhas para dentro de casa. Mas o que aconteceu? Uma desgraça, pastor, uma desgraça. As coisas estão piores do que nunca! Minha vida está um verdadeiro inferno. A casa está agora cheia de penas e titica de galinha! Salva-me, pastor, salva-me, por favor! - Meu filho - respondeu o pastor com serenidade. - Não se desespere. Volte para casa e coloque a cabra dentro de casa para morar com vocês. Deus irá ajudá-lo! Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 44 O pobre homem achou que ia enlouquecer, mas voltou para casa e levou a cabra para dentro de casa. Mas não demorou até que voltasse correndo até o pastor. - Santo Pastor! - lamuriou-se. - Ajude-me, salve-me! A cabra está destruindo tudo dentro de casa: está transformando a minha vida num pesadelo. O cheiro está insuportável e ninguém agüenta mais a sujeira. - Meu filho - condoeu-se o pastor. - Não se desespere. Deus irá ajudá-lo. Volte para casa e traga também a vaca para morar com vocês. O pobre homem achou que ia enlouquecer, mas voltou para casa e levou a vaca para morar com a família dentro de casa. Logo no dia seguinte, porém, voltou desesperado ao pastor. - Pastor, Pastor! Seus conselhos só estão nos trazendo desgraças! As coisas não param de piorar. A vaca transformou minha casa num curral e agora estamos vivendo de fato no meio do esterco. Como pode um ser humano dividir o seu espaço com um animal? É um inferno, pastor, um inferno! - Meu filho, você tem razão. Volte e tire todos os bichos de dentro de casa. No mesmo dia o homem correu para procurar o pastor. - Pastor! Pastor! - gritou ele com o rosto resplandecente. Minha vida voltou a ser um paraíso. A casa está limpa, sossegada e vazia como não se via há muito tempo. É um prazer viver nela. A que conclusão chegamos? R.: ................................................................................. ........................................ O pai de família chegou em casa após o dia de trabalho e encontrou a mesa do jantar já posta à sua espera. Quando todos os familiares tomaram seus lugares para compartilhar daquele momento que deveria ser de Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 45 tranqüilidade, o pai começou a contar sobre um incêndio criminoso ocorrido na cidade. Referiu-se à esperteza do malfeitor que o provocou. Explicou, nos mínimos detalhes, todos os passos do criminoso para atingir seu objetivo. Descreveu cenas emocionantes. Contava tudo gesticulando como se estivesse fazendo a reconstituição da cena. Enumerou todos os materiais que o rapaz usara para desencadear o incêndio. Depois que acabou sua refeição, ausentou-se, em companhia da esposa, para suas atividades costumeiras no templo religioso. Entretanto, não havia passado uma hora quando foi chamado às pressas para que voltasse ao lar. De retorno, pôde perceber, ao longe, que sua casa estava em chamas. As labaredas consumiam com voracidade o lar que até bem pouco tempo abrigava a família tranqüila. Imediatamente o pai de família começou a praguejar contra tudo e contra todos, tentando achar o responsável pela desgraça. Pensava, consigo mesmo, que isso só poderia ser obra de um louco. Em poucos minutos vários pensamentos passaram por sua mente em busca de algo que justificasse aquele ataque misterioso. Não tinha inimigos declarados. Não se lembrava de ter dívidas com ninguém. Por fim, admitiu que o incêndio só poderia ser fruto de um acidente. Sim, teria que ser um mero acidente. Preocupado com os filhos, buscou-os imediatamente em meio à fumaça e os encontrou protegidos em baixo de uma das árvores do quintal. Notou, todavia, que o seu garoto de oito anos se escondia por trás dos demais, temendo reprimendas. Aproximou-se, para ficar sabendo que fora o próprio filho a atear fogo na casa, copiando todos os pormenores da descrição do incêndio criminoso feita pelo pai. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 46 Nunca nos esqueçamos da cautela que devemos ter em nossos comentários sobre acontecimentos menos felizes. Quem nutre conversação inconveniente, pode estar colaborando com a divulgação do mal dentro do próprio lar. Devemos considerar que o mal não merece comentários em momento algum, a menos que seja para ser corrigido. Quando você quiser que uma notícia ou idéia seja esquecida, não a comente. Foi combatendo as doutrinas e idéias consideradas maléficas que a humanidade as popularizou e tornou conhecidas. Assim, a melhor maneira de se combater o mal é dar-lhe total esquecimento. .................................. Numa aula de filosofia , o professor quis demonstrar um conceito aos seus alunos. Ele pegou um vidro de boca larga, e dentro colocou pedras grandes. E perguntou à classe: — Este vaso está cheio? Vendo o vaso repleto de pedregulhos, os alunos responderam: — Sim! Imediatamente, o professor pegou um balde de britas e virou dentro do vaso. Os pequenos pedregulhos ocuparam os espaços entre as pedras grandes. Então, ele perguntou aos alunos: — E agora? Desta vez, alguns emudeceram, mas a maioria respondeu: — Agora está cheio! O professor, então, levantou uma lata de areia e a derramou dentro do vaso. A areia preencheu os espaços entre as pequeninas pedras e pedregulhos. E, pela terceira vez, o professor perguntou: — Respondam-me: deu para encher? A essa altura, os alunos estavam receosos, mas novamente, alguns responderam: — Sim! Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 47 Finalmente, o mestre pegou um jarro com água e despejou o líquido dentro do vaso. A água encharcou e saturou a areia, tomando todo o vaso. Neste ponto, o professor perguntou para a classe: — Qual é o objetivo desta demonstração? O melhor aluno da classe levantou a mão e respondeu: — Não importa quanto a vida de alguém esteja saturada, ele sempre conseguirá espremer dentro algo mais! — Não exatamente! – respondeu o professor: — O ponto é o seguinte: a menos que você, em primeiro lugar, coloque as pedras grandes dentro do vaso, nunca mais conseguirá colocá-las lá dentro. Vamos! Experimente – disse o professor ao aluno, entregando-lhe outro vaso igual ao primeiro, com a mesma quantidade de pedras grandes, de pedregulhos, de areia e de água. O aluno começou a experiência, colocando primeiramente a água, depois a areia, depois os pedregulhos e, por último, tentou colocar as pedras grandes. Verificou, surpreso, que elas não couberam no vaso, que já estava repleto com as coisas menores. Então, o mestre explicou para o rapaz: — As pedras grandes são as coisas realmente importantes de sua vida: seu crescimento espiritual. Quando você dá prioridade a isso e se mantém aberto para Deus, as demais coisas se ajustarão por si só: seu relacionamento pessoal (família, amigos), suas obrigações (profissão, afazeres), seus bens e todas as demais coisas menores que completam a vida. Mas, se você preencher sua vida somente com as coisas insignificantes (pequenas), então aquelas que são realmente importantes, nunca terão espaço em sua vida. Esvazie seu vaso (coração) e comece a preenchê-lo com as pedras grandes (rocha que é o Senhor Jesus). “Buscai, pois em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas as cousas vos serão acrescentadas” (Mateus 6.33). .................... Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 48 A família, constituída do pai e um filho menor era pobre, vivendo com os poucos recursos financeiros que o pai ganhava no trabalho de vigilância noturna. Certo dia o pai adoeceu, ficando acamado por tempo mais longo do que podiam suportar suas economias. Com falta do que comer em casa, o filho pequeno saiu às ruas pedindo comida para ele e para o pai doente. Escondendo as lágrimas pela tristeza e pela preocupação, passou o primeiro dia sem nada conseguir. No segundo dia, quase ao anoitecer, enquanto revirava um saco com lixo residencial em frente a uma loja que estava encerrando o expediente, viu se aproximar um senhor de meia idade, sorridente, com ar bondoso, que trazia nas mãos um marmitex, bem quentinho, que lhe ofereceu. Meio receoso, o menino segurou a marmita ouvindo a recomendação do seu benfeitor: "Coma enquanto está quente!" "Muito obrigado, senhor, mas gostaria de ir comê-la em casa, para repartir com meu pai." Disse o menino. Sorridente e paternal, o lojista perguntou-lhe: "o que o seu pai faz em casa, enquanto você sai por aí procurando o que comer? Ele não trabalha?" "Trabalha sim, e muito. Mas, há dias está acamado. Como acabou o dinheiro para comprar comida, fui obrigado a sair pedindo um pedaço de pão. Só que não tenho recebido quase nada." Respondeu o pequeno andarilho. "Você mora muito longe daqui?" Continuou o bom senhor. "Não, não. Em pouco tempo eu chego lá. E sei que a comida ainda estará bem quentinha." Apressou-se em dizer o menino, com olhos um pouco mais alegres. "Quer saber, meu pequeno, eu vou até lá com você, se você deixar. Assim, aprendo onde você mora e aproveito para conhecer seu pai. Que tal?" Acrescentou o jovem senhor. O menino concordou e lá se foram os dois. O quadro com que se deparou o dadivoso lojista, ao entrar no barraco, era de lastimar. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 49 No entanto, pai e filho sorriam diante do alimento, que o menino rapidamente dividiu em dois pratos e serviu logo ao chegar em casa. Depois que os dois terminaram a rápida refeição, a primeira nos últimos dois dias, o nobre comerciante despediu-se e retornou ao seu lar, prometendo voltar em breve. Alguns dias se passaram, quando, também num final de tarde, entram na loja o menino e seu pai, este um pouco mais disposto, procurando pelo dono. Vieram para agradecer, disseram à jovem senhora que estava atendendo no balcão, ao tempo que queriam saber o que poderiam fazer para retribuir a dádiva da comida limpa e quentinha, que haviam recebido dele. Enquanto seu pai falava com a atendente, o menino começou a juntar pedaços de papel que estavam no chão, quando chegou o dono da loja, marido da senhora que os atendia. Alegria, abraços e boa conversa. Ao se despedirem, o lojista olha demoradamente para o menino e lhe diz: "meu pequeno, você não tem o que me agradecer, eu apenas fiz o que faria por um filho meu. Fico feliz de ter podido ajudar. No entanto, se você quiser, poderá vir trabalhar comigo, ajudando-me na loja, assim, não será preciso você sair por aí pedindo comida, caso o seu pai volte a adoecer. Que tal?" O menino timidamente olhou para o seu pai, como a perguntar com o olhar: "e aí, o que eu digo?" O pai, discretamente lhe fez um sinal afirmativo com a cabeça, sem nada falar. A partir daí, o menino começou trabalhar. Passado um tempo, voltou para a escola, e continuou trabalhando. Cresceu, tornou-se adulto e, na loja continuava a trabalhar. Sempre com muita seriedade, responsabilidade e espírito de gratidão. Seu pai veio a falecer, por causa da idade avançada. O casal de lojistas não tinha filhos. Com o tempo, chegou a velhice dos dois. Logo mais a esposa faleceu. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 50 E aquele menino, agora já um homem, foi quem ficou cuidando da loja e do bondoso lojista, amparando-o na velhice, auxiliando-o na enfermidade, acompanhando-o no dia-a-dia, como devotado filho. E pensar que tudo começou com um prato de comida! Uma pequena dádiva, modificando destinos. Um sorriso, um gesto de carinho, um telefonema, um email, um abraço, um beijo, uma palavra de apoio e de incentivo, uma flor, um bilhete, um cartão postal, um aceno, um bombom, um copo com água, um pedaço de pão. Nós podemos fazer muito, com tão pouco... ....................... O jovem de dezenove anos, internado em um hospital de grande capital do nosso país, aguardava a morte, em seu leito de dor. Instalado em uma enfermaria, junto a outros doentes, tão graves quanto ele, olhou para os lados e se sentiu terrivelmente só. Os familiares o viriam visitar, logo mais. Mas, ele ficou a pensar que talvez eles não chegassem a tempo de encontrá-lo ainda com olhos abertos para este mundo. Alongou o braço até a mesinha próxima, tomou de um pedaço de papel, um lápis e com muito esforço, escreveu: Pai, sinto muito. Sinto muito mesmo, mas está em tempo do senhor saber a verdade que nunca nem desconfiou. Vou ser breve e claro, bastante objetivo. Travei conhecimento com meu assassino aos 15 ou 16 anos. É horrível, não é, pai? Sabe como nos conhecemos? Através de um cidadão elegante, muito bem vestido e bem falante. Ele nos apresentou. De início, tentei recusar o que me era oferecido. Contudo, o cidadão mexeu com os meus brios. Falou que eu não era homem. Não é preciso dizer mais nada, não é, pai? Ingressei no mundo do tóxico, o meu assassino. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 51 No começo passava mal. Depois vinha o devaneio e a seguir, a escuridão. Não fazia nada sem o tóxico estar presente. Logo veio a falta de ar, os medos, as alucinações. Mas, em seguida, a euforia do pico. Eu me sentia mais gente do que as outras pessoas. O meu amigo inseparável, o tóxico, sorria. Sorria... Sabe, pai, quando a gente começa acha tudo ridículo e muito engraçado. Até Deus eu achava ridículo. Hoje, no leito do hospital, reconheço que Deus é o mais importante de tudo no mundo. Tenho certeza de que, sem a ajuda dele, eu não estaria tendo forças para escrever esta carta. Pai, tenho só 19 anos. Sei que não tenho a menor chance de viver. É muito tarde para mim. Entretanto, tenho um último pedido a fazer para o senhor. Diga a todos os jovens que o senhor conhece o que me aconteceu. Diga a eles que em cada porta de escola, em cada cursinho de faculdade, em qualquer lugar há sempre alguém que poderá lhes mostrar o seu futuro assassino e destruidor de suas vidas: o tóxico. Por favor, papai, faça isso, antes que seja tarde demais para eles. Perdoe-me pelo que estou lhe fazendo sofrer. Perdoe-me por fazê-lo sofrer pelas minhas loucuras. Eu mesmo já sofri demais. Adeus, meu pai. Ele acabou de escrever a carta, com dificuldade a colocou sobre a mesinha. Tentou respirar mas já não conseguiu. O lápis escorregou da mão para o chão. Pendeu a cabeça para o lado e morreu. Ser feliz é uma escolha. A vida se renova a cada momento. Ninguém está destinado ao sofrimento. Ele é simplesmente o resultado da ação negativa. Não a sua causa. Importante que o ser se envolva com o programa divino e se conscientize de que é senhor do seu destino. Quem se desvaloriza e se desmerece, quem se entrega à ociosidade, traça para si mesmo caminhos de infelicidade. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 52 Como pais e educadores, cerquemos os nossos jovens, as nossas crianças com o algodão do afeto, a gaze protetora da educação e o veludo insubstituível da crença em Deus, que alimenta as vidas e as enriquece. (Carta de Adeus de um jovem de 19 anos, autor desconhecido) .................... Um cientista vivia preocupado com os problemas do mundo e estava resolvido a encontrar meios de minorá-los. Passava dias em seu laboratório em busca de respostas para suas dúvidas... Certo dia, seu filho, de sete anos, invadiu o seu "santuário" decidido a ajudá-lo a trabalhar. O cientista, nervoso pela interrupção, tentou fazer com que o filho fosse brincar em outro lugar. Vendo que seria impossível demovê-lo, o pai procurou algo que pudesse ser oferecido ao filho com o objetivo de distrair sua atenção. De repente, deparou-se com o mapa do mundo e alegrou-se, pois era exatamente o que procurava! Com o auxílio de uma tesoura, recortou o mapa em vários pedaços e, junto com um rolo de fita adesiva, entregou ao filho dizendo: "Você gosta de quebra-cabeças? Então vou lhe dar o mundo para consertar... Aqui está o mundo todo quebrado. Veja se consegue consertá-lo bem direitinho, mas não se esqueça: faça tudo sozinho!" Calculou que a criança levaria dias para recompor o mapa. Algumas horas depois, ouviu a voz do filho que o chamava calmamente: "Pai, pai, já fiz tudo. Consegui terminar tudinho!" A princípio, o pai não deu crédito às palavras do filho. Seria impossível, na sua idade, ter conseguido recompor um mapa que jamais havia visto. Relutante, o cientista levantou os olhos de suas anotações, certo de que veria um trabalho digno de uma criança. Para sua surpresa, o mapa estava Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 53 completo. Todos os pedaços haviam sido colocados nos devidos lugares. Como seria possível? Como o menino havia sido capaz? Perguntou-se o cientista e resolveu averiguar com o filho como ele tinha conseguido tal feito: "Você não sabia como era o mundo, meu filho, como conseguiu?" "Pai , eu não sabia como era o mundo, mas, quando você tirou o papel da revista para recortar, eu vi que do outro lado havia a figura de um homem. Quando você me deu o mundo para consertar, eu tentei... mas não consegui. Foi aí que me lembrei do homem, virei os recortes e comecei a consertar o homem, que eu sabia como era. Quando consegui consertar o homem, virei a folha e vi que havia consertado o mundo!" ............................... Em determinada passagem do evangelho, o apóstolo Paulo afirma: "Pois aquilo que o homem semear, isto também ceifará". Habitualmente se entende que somente após a vida terrestre faremos um balanço de nossas ações, recebendo a justa recompensa, seja paz ou desequilíbrio. Ocorre que não é necessário morrer para perceber a atuação da lei das compensações. Reparemos o cenário da luta vulgar na terra. Há homens que são indiferentes às dores do próximo. Por seu turno, eles também recebem a indiferença quanto às dores que experimentam. Muitos optam pelo afastamento do convívio social. Para esses a solidão deprimente é a resposta ao mundo. Alguns se permitem utilizar extrema severidade no trato com o semelhante. Mas também são julgados pelos outros com rigor e aspereza. Há quem pratique, em sociedade ou em família, a hostilidade e a aversão. Naturalmente encontra entre vizinhos e parentes primordialmente antipatia e desconfiança. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 54 Entretanto, muitos optam por demonstrar carinho e respeito, mesmo por desconhecidos. Esses gestos amigos granjeiam o concurso fraterno até de grupos anônimos que a todos cercam. Pequeninas sementeiras de bondade geram abençoadas fontes de alegria. O trabalho bem vivido produz o tesouro da competência. Atitudes de compreensão e gentileza estabelecem solidariedade e respeito, junto a nós. Otimismo e esperança, nobreza de caráter e puras intenções atraem preciosas oportunidades de serviço, em nosso favor. Todo dia é tempo de semear. Todo dia é tempo de colher. Não é necessário atravessar as portas do túmulo para encontrar a justiça, face a face. A justiça revela-se no cotidiano, nos princípios de causa e efeito, em todos os instantes de nossa vida. A justiça divina é, em última instância, uma lei de harmonia. Deus criou o mundo com base em leis perfeitas, que regem a vida e a evolução das criaturas. A energia que lançamos no mundo, seja de paz ou de desarmonia, nos pertence. Ela até pode afetar momentaneamente os outros, mas sempre volta à origem, para quem a emitiu. Esse raciocínio evidencia o equívoco de pretender que Deus castiga suas criaturas. É inconcebível imaginar Deus no papel de carrasco, sondando os atos de cada um de seus filhos, para puni-los ao menor desvio. Ele nos dá livre-arbítrio, a fim de que cresçamos em experiência, discernimento e compreensão. Mas também nos dá responsabilidade por nossos atos, permitindo que experimentemos as conseqüências de todos eles. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz Assim, se causamos desequilíbrio no universo, fazendo mal a um semelhante, devemos restabelecer o equilíbrio original, reparando as conseqüências. Nesse contexto, está inteiramente em nossas mãos optar pela paz ou pela discórdia, pela saúde ou pela doença. Se tudo o que ofertamos ao mundo a nós retorna, é questão de bom senso adotarmos um padrão de conduta generoso e nobre. A sementeira de ontem já foi lançada e hoje colhemos os seus frutos. Não há como retornar sobre os próprios passos e desfazer o passado. Mas o amanhã está inteiro por construir. Optemos firmemente pelo bem, seguindo os exemplos do cristo. Bem rápido a vida nos dará frutos de paz e amor. Afinal, como disse o apóstolo, "aquilo que o homem semear, isto também ceifará". ............................. 55 Um homem foi chamado à praia para pintar um barco. Trouxe com ele tinta e pincéis, e começou a pintar o barco de um vermelho brilhante, como fora contratado para fazer. Enquanto pintava, viu que a tinta estava passando pelo fundo do barco. Percebeu que havia um vazamento e decidiu consertá-lo. Quando terminou a pintura, recebeu seu dinheiro e se foi. No dia seguinte, o proprietário do barco procurou o pintor e presenteou-o com um belo cheque. O pintor ficou surpreso: O senhor já me pagou pela pintura do barco! - disse ele. Mas isto não é pelo trabalho de pintura. É por ter consertado o vazamento do barco. Ah!, mas foi um serviço tão pequeno... Certamente, não está me pagando uma quantia tão alta por algo tão insignificante! Meu caro amigo, você não compreende. Deixe-me contarlhe o que aconteceu. Quando pedi a você que pintasse o barco, esqueci de mencionar o vazamento. Quando o barco Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 56 secou, meus filhos o pegaram e saíram para uma pescaria. Eu não estava em casa naquele momento. Quando voltei e notei que haviam saído com o barco, fiquei desesperado, pois lembrei-me que o barco tinha um furo. Imagine meu alívio e alegria quando os vi retornando sãos e salvos. Então, examinei o barco e constatei que você o havia consertado! Percebe, agora, o que fez? Salvou a vida de meus filhos! Não tenho dinheiro suficiente para pagar a sua "pequena" boa ação. Não importa para quem, quando ou de que maneira: mas, ajude, ampare, enxugue as lágrimas, escute com atenção e carinho, e conserte todos os "vazamentos" que perceber, pois nunca sabemos quando estão precisando de nós ou quando Deus nos reserva a agradável surpresa de ser útil e importante para alguém. .................... Só não sente, não vê, quem não quer. Um professor ateu desafiou seus alunos com a seguinte pergunta: Deus fez tudo que existe? Um estudante respondeu corajosamente: Sim, fez! Mas, Deus fez tudo mesmo? SIM, professor - respondeu o jovem. O professor replicou: Se Deus fez todas as coisas, então Deus fez o mal, pois o mal existe, e considerando-se que nossas ações são um reflexo de nós mesmos, então Deus é mal. O estudante calou-se diante de tal resposta e o professor, feliz, se vangloriava de haver provado uma vez mais que a Fé era um mito. Outro estudante levantou sua mão e disse: Posso lhe fazer uma pergunta, professor? Sem dúvida, respondeu-lhe o professor. O jovem ficou de pé e perguntou: Professor, o frio existe? Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 57 Mas que pergunta é essa? Claro que existe, você por acaso nunca sentiu frio? O rapaz respondeu: Na verdade, professor, o frio não existe. Segundo as leis da Física, o que consideramos frio, na realidade é ausência de calor. Todo corpo ou objeto pode ser estudado quando tem ou transmite energia, mas é o calor e não o frio que faz com que tal corpo tenha ou transmita energia. O zero absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frio não existe. Criamos esse termo para descrever como nos sentimos quando nos falta o calor. E a escuridão, existe? continuou o estudante. O professor respondeu: Mas é claro que sim. O estudante respondeu: Novamente o senhor se engana, a escuridão tampouco existe. A escuridão é na verdade a ausência de luz. Podemos estudar a luz, mas a escuridão não. O prisma de Newton decompõe a luz branca nas varias cores de que se compõe, com seus diferentes comprimentos de onda. A escuridão não. Um simples raio de luz rasga as trevas e ilumina a superfície que a luz toca. Como se faz para determinar quão escuro está um determinado local do espaço? Apenas com base na quantidade de luz presente nesse local, não é mesmo? Escuridão é um termo que o homem criou para descrever o que acontece quando não há luz presente. Finalmente, o jovem estudante perguntou ao professor: Diga, professor, o mal existe? Ele respondeu: Claro que existe. Como eu disse no início da aula, vemos roubos, crimes e violência diariamente em todas as partes do mundo, essas coisas são o mal. Então o estudante respondeu: O mal não existe, professor, ou ao menos não existe por si só. O mal é simplesmente a ausência de Deus. É, como nos casos anteriores, um termo que o homem criou para descrever essa ausência de Deus. Deus não criou o mal. Não é como a Fé ou o Amor, que existem como existe a Luz e o Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 58 Calor. O mal resulta de que a humanidade não tenha Deus presente em seus corações. É como o frio que surge quando não há calor, ou a escuridão que acontece quando não há luz. .................. Numa grande e agitada cidade do Sudeste brasileiro vivia um solitário menino. Nada lhe faltava: estudava no melhor colégio do bairro, possuía todos os brinquedos que eram anunciados na televisão como sendo “de última geração”, sua alimentação era completa e balanceada e, caso adoecesse, era levado aos melhores médicos e especialistas. A primeira vista parecia que tudo estava perfeito em sua vida, mas havia uma coisa da qual ele sentia muita falta. Certa noite, quando seu pai regressou de mais um dia de trabalho, estressado como todos os outros dias de todos os outros meses e de todos os outros anos, Rubinho – este era seu apelido – surpreendeu a todos com a seguinte pergunta: Pai, quanto você ganha por hora? O pai, um tanto irritado, questionou: - Que pergunta é essa, garoto? - Por favor, pai! Responda! Quanto você ganha por hora? – insistiu Rubinho. - Não revelo isso a ninguém! Nem a sua mãe sabe! Porque você quer saber – foi a resposta. Mas o garoto não desistiu. Afinal, demorara tanto para tomar coragem... Por favor, pai! É importante para mim! Diante da insistência do filho, o pai acabou dizendo: -Cinqüenta reais a hora! - Então, pai, dá para me emprestar 20 reais? Muito indignado, aquele pai largou até os talheres, empurrou o prato com o jantar e esbravejou: Era para isso que você queria saber quanto ganho por hora? Seu moleque interesseiro! Está querendo me sugar ainda mais o sangue? Já não basta eu me matar de trabalhar para te sustentar com tudo do bom e do melhor? Você não me perguntou se eu estou cansado, se tive um dia difícil, mas o Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 59 meu dinheiro você quer! Vá já para cama e não me amole mais! Coitado do Rubinho! Muito triste, mas obediente como sempre, foi para se quarto, mas não conseguia dormir. Algumas horas mais tarde, o pai, arrependido de ser tão grosseiro com o filho, foi ao quarto do menino e disse: Desculpe, meu filho. Eu ando muito nervoso e acabei dizendo o que não queria. Está aqui o dinheiro que você pediu. Com os olhos ainda molhados de lágrimas, o menino enfiou a mãozinha debaixo do travesseiro e pegou 30 reais. Muito feliz, disse: Agora já completei! Pai, você pode me vender uma hora do seu tempo? Certa vez, o nosso Senhor repreendeu Seus discípulos por impedirem as crianças de se achegarem a Ele, alegando que Jesus não tinha tempo para elas. No entanto, nosso amado Senhor disse: “Deixai vir a mim os pequeninos , não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus”.(Marcos 10.14). ................... Havia um rei que apesar de ser muito rico, tinha a fama de ser um grande doador, desapegado de sua riqueza. De uma forma bastante estranha, quanto mais ele doava ao seu povo, auxiliando-o, mais os cofres do seu fabuloso palácio se enchiam. Um dia, um sábio que estava passando por muitas dificuldades, procurou o rei. Ele queria descobrir qual era o segredo daquele monarca. Como sábio, ele pensava e não conseguia entender como é que o rei, que não estudava as sagradas escrituras, nem levava uma vida de penitência e renúncia, ao contrário, vivia rodeado de luxo e riquezas, podia não se contaminar com tantas coisas materiais. Afinal, ele, como sábio, havia renunciado a todos os bens da terra, vivia meditando e estudando e, contudo, se reconhecia com muitas dificuldades na alma. Sentia-se em tormenta. E o rei era virtuoso e amado por todos. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 60 Ao chegar em frente ao rei, perguntou-lhe qual era o segredo de viver daquela forma, e ele lhe respondeu: "Acenda uma lamparina e passe por todas as dependências do palácio e você descobrirá qual é o meu segredo." Porém, há uma condição: se você deixar que a chama da lamparina se apague, cairá morto no mesmo instante. O sábio pegou uma lamparina, acendeu e começou a visitar todas as salas do palácio. Duas horas depois voltou à presença do rei, que lhe perguntou: "Você conseguiu ver todas as minhas riquezas?" O sábio, que ainda estava tremendo da experiência porque temia perder a vida, se a chama apagasse, respondeu: "Majestade, eu não vi absolutamente nada. Estava tão preocupado em manter acesa a chama da lamparina que só fui passando pelas salas, e não notei nada." Com o olhar cheio de misericórdia, o rei contou o seu segredo: "Pois é assim que eu vivo. Tenho toda minha atenção voltada para manter acesa a chama da minha alma que, embora tenha tantas riquezas, elas não me afetam." "Tenho a consciência de que sou eu que preciso iluminar meu mundo com minha presença e não o contrário." O sábio representa na história as pessoas insatisfeitas, aquelas que dizem que nada lhes sai bem. Vivem irritadas e afirmam ter raiva da vida. O rei representa as criaturas tranqüilas, ajustadas, confiantes. Criaturas que são candidatas ao triunfo nas atividades que se dedicam. São sempre agradáveis, sociáveis e estimuladoras. Quando se tornam líderes, são criativas, dignas e enriquecedoras. Deste último grupo saem os que promovem o desenvolvimento da sociedade, os gênios criadores e os grandes cultivadores da verdade. .......................... Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 61 O lobo-guará mandou o delegado cachorro prender o preá para obrigá-lo a casar com sua filha, com quem estava compromissado. É que ele já estava se engraçando com a filha do compadre gambá. Foi preparada uma grande festa para recepcionar os noivos. E o macaco, o mais esperto de todos os animais, foi distribuir os convites para os parentes e amigos dos noivos. O convite foi enviado também para os parentes que trabalhavam nas cidades. Enfim, todos foram convidados. O último convite, o macaco ia jogar fora. Era o da comadre onça. Ela sabia da fama do seu desafeto e por isso vivia dizendo que, na primeira oportunidade, o comeria, bastava ele estar a um palmo dela. Então, o macaco imaginou: “A dona onça... numa festa de pequenos animais é um banquete e tanto! E os primeiros a serem comidos serão os próprios noivos”. Ele bolou um plano. Ao chegar perto da toca da felina, pegou alguns cipós e começou a se amarrar para chamar sua atenção. Logo a onça viu e disse: – Agora você não me escapa. Eu estou muito faminta, vou te comer. O macaco, colocando seu plano em ação, respondeu: – Não estou nem um pouco preocupado com isso, comadre, mas sim com uma ventania muito forte que está chegando, e quem não se amarrar o vento vai levar. Todos os bichos da selva estão se amarrando... A onça, coitada, caindo naquela armadilha, apavorada, implorou ao macaco: – Por favor, compadre, me ajude, pois eu não consigo me amarrar sozinha! O macaco começou a amarrá-la entre duas árvores, até ela não poder mais se mover. Ao perceber que caíra numa armadilha, a felina começou a bufar de tanta raiva e gritar: – Eu te pego, seu bandido, você vai ver! Ao se certificar de que estava seguro, o macaco foi curtir a festa até o raiar do novo dia. Quando voltou, com sono e cansado de tanto farrear, viu uma rede armada no meio da floresta, entre duas árvores. Então, o macaco resolveu deitar Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 62 ali mesmo. Pela manhã, ao acordar, deu um salto e fugiu, pois viu que dormira em cima do grande terror da selva. A onça, por sua vez, nada pôde fazer de tão cansada que estava por ter lutado a noite inteira para tentar se livrar do cipó. Ao acordar, ela soube do ocorrido: de que o macaco não só esteve a um palmo do seu nariz como também dormiu em cima dela. Aí que aumentou sua ira. E assim, mais uma vez, a onça perdeu a caça, a festa e a moral. Esta história nos ensina que a esperteza e a burrice caminham juntas. .................................... Um homem de idade já bem avançada veio à Clínica onde eu trabalhava, para fazer um curativo na mão ferida. Estava apressado, dizendo-se atrasado para um compromisso, e enquanto o tratava perguntei-lhe sobre qual o motivo da pressa. Ele me disse que precisava ir a um asilo de anciãos para, como sempre, tomar o café da manhã com sua mulher que estava internada lá. Disse-me que ela já estava há algum tempo nesse lugar porque tinha um Alzheimer bastante avançado. Enquanto acabava de fazer o curativo, perguntei-lhe se ela não se alarmaria pelo fato de ele estar chegando mais tarde. Não, ele disse. Ela já não sabe quem eu sou. Faz quase cinco anos que não me reconhece. Estranhando, lhe perguntei: - Mas se ela já não sabe quem o senhor é, porque essa necessidade de estar com ela todas as manhãs? Ele sorriu e dando-me uma palmadinha na mão, disse : - É . Ela não sabe quem eu sou, mas eu, contudo sei muito bem quem é ela. Meus olhos lacrimejaram enquanto ele saía e eu pensei: Essa é a classe de amor que eu quero para a minha vida. O verdadeiro amor não se reduz ao físico nem ao romântico. O verdadeiro amor é a aceitação de tudo o que o outro é, do que foi, do que será e... do que já não é..." Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 63 ................. O segredo para vencer todas as barreiras e lutas nessa vida é obedecer, praticar, e guardar a Palavra de Deus, agindo de acordo com Sua vontade, jamais deixando que a nossa vontade prevaleça. Quando a pessoa reconhece que não é nada e não merece a graça divina, obedece, torna-se fiel aos ensinamentos do Senhor Jesus Cristo e é abençoada. A partir do momento que essa pessoa começa a se desenvolver espiritualmente na obra de Deus, vai tendo sucesso, conquistando vitória; mas, infelizmente, passa a se considerar importante, uma pessoa especial e o seu coração é tomado pela soberba. Quando permitimos que o orgulho e a vaidade entrem em nossos corações, aí começa o declínio, a nossa queda. Por isso é importante que tenhamos, sempre em mente, o conselho do apóstolo Paulo quando escreveu aos cristãos que moravam em Roma: “Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos olhos” (Romanos 12.16). Com esse conselho em mente, é preciso exercer constante vigilância com o coração, pois é ele quem determina a benção ou a maldição para nossas vidas. Devemos estar sempre abertos para receber os ensinamentos do Senhor Jesus e prontos para obedecer a Sua voz. O momento é de reflexão, de parar e perguntar: “Onde tenho colocado o meu coração?” É importante questionarmos isso, pois só assim poderemos evitar que ele se corrompa, buscando os deuses deste mundo, o dinheiro e os bens materiais. É importante limparmos o nosso coração, tirar dele tudo que está impedindo a ação de Deus em nossas vidas, a exemplo do que fez Zaqueu, que era avarento e adorava o dinheiro. Segundo a Bíblia, Zaqueu era um homem muito rico que acumulou bens roubando as pessoas e o Estado, através da Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 64 cobrança de impostos; porém, quando se encontrou com Jesus, reconheceu seu pecado e sua dependência d’Ele. Tudo que havia conquistado, perdeu o valor; resolveu mudar de vida: “...Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: Senhor, resolvo dar aos pobres a metade de meus bens; e, se nalguma cousa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais” (Lucas 19.8). Zaqueu se redimiu. Ele não quis mais saber das coisas do mundo. “Então Jesus lhe disse: Hoje, houve salvação nesta casa, pois que também este é filho de Abraão” (Lucas 19.9). Houve salvação, porque ele tirou do seu coração tudo o que impedia a ação do Espírito Santo. Isso é o que nós devemos fazer. Tirar do coração tudo aquilo que tem impedido a ação de Deus. Todo cuidado é pouco, pois o diabo, nosso inimigo, é traiçoeiro; está sempre ao nosso redor, procurando uma oportunidade para nos atacar e nos destruir. Por isso, é importante que andemos no Espírito, sempre com os nossos pensamentos em Deus, ouvir e praticar a Palavra, porque se ouvirmos e não praticarmos, nossa vida espiritual será como a casa edificada sobre a areia, sem base e alicerce, e quando cair a chuva, transbordarem os rios, soprarem os ventos e derem com ímpeto contra esta casa, ela não podendo se manter firme, desabará. Por isso é importante que estejamos sempre vigiando. Não vamos nos envaidecer, ou ensoberbecer para que não venhamos a permitir que o diabo nos tente e nos derrote. Estejamos atentos porque a salvação é uma conquista que fazemos dia após dia. Não sejamos apenas ouvintes da Palavra de Deus, e sim, praticantes. Vamos viver o dia de hoje como se Jesus fosse voltar amanhã, para que possamos merecer o nosso lugar no Seu Reino. ............................. Aquele homem estava um pouco apressado e quase não viu a senhora, com o carro parado no acostamento. Mas percebeu que ela precisava de ajuda. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 65 Assim, parou seu carro e se aproximou. O carro da senhora era novo, mas estava com problemas. Mesmo com o sorriso que o homem estampava na face, ela ficou preocupada. Ninguém tinha parado para ajudar durante a última hora. Quais seriam as intenções daquele estranho? Pensou a senhora. Ele percebeu que ela estava com muito medo e lhe disse: "Eu estou aqui para ajudar, madame. Pode esperar dentro do carro que está mais quentinho. A propósito, meu nome é Bryan". Bem, o problema era só um pneu furado, mas para uma senhora era ruim o bastante. Bryan abaixou-se, colocou o macaco e levantou o carro. Logo o pneu já estava trocado. Mas ele ficou um tanto sujo e ainda feriu uma das mãos. Enquanto ele apertava as porcas da roda a senhora abriu a janela e começou a conversar com ele. Contou que estava de passagem por ali, pois morava noutra cidade, e que não sabia como agradecer pela preciosa ajuda. Bryan apenas sorriu enquanto se levantava. Ela perguntou quanto devia. Qualquer quantia teria sido muito pouco para ela. Já tinha imaginado todas as terríveis coisas que poderiam ter acontecido se Bryan não tivesse parado. Mas Bryan não pensava em dinheiro. Aquilo não era um trabalho para ele. Gostava de ajudar quando alguém tinha necessidade e Deus já lhe ajudara bastante. Aquele era seu modo de viver e nunca lhe ocorreu agir de outra maneira. "Se realmente quiser me reembolsar, disse Bryan, da próxima vez que encontrar alguém que precise de ajuda, dê a ela a ajuda que precisar". E acrescentou: "e pense em mim". Ele esperou até que ela saísse com o carro e também se foi. Aquele havia sido um dia frio e cinzento, mas ele se sentia muito bem. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 66 Algumas milhas abaixo a senhora encontrou um pequeno restaurante e entrou para comer alguma coisa. Não era um restaurante muito limpo, daqueles que ela costumava freqüentar. A garçonete veio até ela e trouxe-lhe uma toalha limpa para que pudesse secar um pouco o cabelo molhado e lhe dirigiu um doce sorriso, um sorriso que mesmo com os pés doendo por um dia inteiro de trabalho não pôde apagar. Notou que a garçonete estava nos últimos meses de gravidez, e ainda assim não deixou a tensão e as dores mudarem sua atitude. A senhora ficou curiosa em saber como alguém que tinha tão pouco, podia tratar tão bem a um estranho. Então se lembrou de Bryan. Depois que terminou a refeição, enquanto a moça buscava o troco para a nota de cem dólares, a senhora se retirou. A garçonete voltou e procurou localizar a freguesa, mas achou apenas algo escrito no guardanapo, sob o qual tinha mais 4 notas de $100 dólares. Havia lágrimas em seus olhos quando leu o que estava escrito. O bilhete dizia o seguinte: "você não me deve nada, eu já tenho o bastante. Alguém me ajudou há pouco e da mesma forma estou lhe ajudando. Se você realmente quiser me reembolsar não deixe este círculo de amor terminar com você". A garçonete ainda tinha muito trabalho a fazer naquela noite. Mesas para limpar, açucareiros para encher, e pessoas para servir. Mas quando foi para casa deitou-se ao lado do marido e ficou pensando no dinheiro e no que a senhora deixou escrito. Como podia aquela senhora saber o quanto ela e o esposo precisavam de dinheiro? Com o bebê para o próximo mês, como estava difícil! Virou-se para o marido que dormia tranqüilamente ao lado, deu-lhe um beijo carinhoso e sussurrou: "tudo ficará bem, Bryan. Eu amo você." O amor produz sempre um efeito positivo em quem o recebe e, de maneira mais intensa, em quem o pratica. Por essa razão, o amor é, e sempre será, a melhor opção. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 67 ................... Serapião era um velho mendigo que perambulava pelas ruas da cidade. Ao seu lado, o fiel escudeiro, um vira lata branco e preto que atendia pelo nome de Malhado. Serapião não pedia dinheiro. Aceitava sempre um pão, uma banana, um pedaço de bolo ou um almoço feito com sobras de comida dos mais abastados. Quando suas roupas estavam imprestáveis, logo era socorrido por alguma alma caridosa. Mudava a apresentação e era alvo de brincadeiras. Serapião era conhecido como um homem bom, que perdera a razão, a família, os amigos e até a identidade. Não bebia bebida alcoólica, estava sempre tranqüilo, mesmo quando não havia recebido nem um pouco de comida. Dizia sempre que Deus lhe daria um pouco na hora certa e, sempre na hora que Deus determinava, alguém lhe estendia uma porção de alimentos. Serapião agradecia e rogava a Deus pela pessoa que o ajudava. Tudo que ganhava, dava primeiro para o Malhado, que, paciente, comia e ficava a esperar por mais um pouco. Não tinham onde dormir, onde anoiteciam, lá dormiam. Quando chovia, procuravam abrigo embaixo da ponte do ribeirão Bonito e, ali o mendigo ficava a meditar, com um olhar perdido no horizonte. Aquela figura me deixava sempre pensativo, pois eu não entendia aquela vida vegetativa, sem progresso, sem esperança e sem um futuro promissor que Serapião levava. Certo dia, com a desculpa de lhe oferecer umas bananas fui bater um papo com o velho Serapião. Iniciei a conversa falando do Malhado, perguntei pela idade dele, o que Serapião, não sabia. Dizia não ter idéia, pois se encontraram um certo dia quando ambos andavam a toa pelas ruas. Nossa amizade começou com um pedaço de pão - disse o mendigo. Ele parecia estar faminto e eu lhe ofereci um pouco do meu almoço e ele agradeceu abanando o rabo, e daí, não me largou mais. Ele me ajuda muito e eu retribuo essa ajuda sempre que posso. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 68 Como vocês se ajudam? Perguntei. Ele me vigia quando estou dormindo; ninguém pode chegar perto que ele late e ataca. Também quando ele dorme, eu fico vigiando para que outro cachorro não o incomode. Continuando a conversa, perguntei: Serapião, você tem algum desejo de vida? Sim - respondeu ele - tenho vontade de comer um cachorro quente, daqueles que a Zezé vende ali na esquina. Só isso? Indaguei. - É, no momento é só isso que eu desejo. Pois bem, vou satisfazer agora esse grande desejo. Saí e comprei um cachorro quente para o mendigo. Voltei e lhe entreguei. Ele arregalou os olhos, deu um sorriso, agradeceu a dádiva e em seguida tirou a salsicha, deu para o Malhado, e comeu o pão com os temperos. Não entendi aquele gesto do mendigo, pois imaginava ser a salsicha o melhor pedaço. Por que você deu para o Malhado logo a salsicha? Perguntei intrigado. Ele, com a boca cheia, respondeu: Para o melhor amigo, o melhor pedaço. E continuou comendo, alegre e satisfeito. Despedi-me do Serapião, passei a mão na cabeça do Malhado e saí pensando com meus botões: Aprendi alguma coisa hoje. Como é bom ter amigos. Pessoas em que possamos confiar. E saber reconhecer neles o seu real valor, agindo em consonância. Por outro lado, é bom ser amigo de alguém e ter a satisfação de ser reconhecido como tal. Jamais esquecerei a sabedoria daquele eremita. Para O Melhor Amigo O Melhor Pedaço... ...................................... Um velho lobo, que há muito tempo nada caçava, se viu numa situação difícil, pois nada tinha para comer. Caminhava cambaleante pela savana na esperança de ver uma presa, doente ou ferida, a fim de matar a sua fome que era grande. O sol castigava fortemente sua cabeça, fazendo-a latejar de tanta dor que, em certo momento, até amenizava a dor no estômago, que também era constante. De repente, o velho lobo avistou um belo cão, bem tratado e forte, e o Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 69 admirou. Logo, aproximou-se do seu parente no intuito de saber de onde viera. Ele acreditava que de onde o cão veio havia comida e bebida em abundância. Então, o lobo o abordou, e começou a choramingar a sua dor maior, que era a fome: Veja, velho amigo, eu que sempre fui respeitado como um exímio caçador, temido e respeitado por todos os animais da floresta, agora estou velho e nada tenho para comer, pois há muito tempo que nada apanho, nem se quer uma lebre perneta... Se você vier comigo, ficará como eu. Só precisa agradar as pessoas que moram na casa e ser companheiro do dono. Ele dará deliciosos restos de comida para você – completou o cão, comovido com a situação do velho lobo. Após o papo amigável, o lobo resolveu ir com o cachorro para o seu novo destino. Entraram floresta adentro, numa jornada longa e cansativa. Embora fraco e debilitado, o que animava o lobo era saber que, no final do percurso, teria a oportunidade de comer um suculento prato de comida acompanhado de uma boa tigela de leite. Bastava agradar ao “dono”. Dono!? Hummm! Aquilo começava a preocupar o velho lobo. Então enquanto acompanhava o cão, o lobo percebeu que seu companheiro tinha o pescoço cheio de feridas. Esperou uma oportunidade para perguntar como as adquiriu. Depois de pararem para um descanso, de imediato, o lobo perguntou: Amigo, se mal lhe pergunto, que feridas enormes são essas? Quem lhe feriu? A corrente! – respondeu o cão. Que corrente? – questionou o lobo. A que me mantém preso. Ela acaba me machucando todo! – explicou o cão. Você fica preso e não pode correr para onde quiser? Não tem liberdade? Então, de que adianta tanta fartura e beleza se não há liberdade? – indagou o lobo, retrocedendo de imediato. O cão entristeceu-se. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 70 E continuou o lobo: Por esse preço, não quero nem o mais valioso tesouro! É, amigo leitor, ao término desta narrativa, chegamos à conclusão de que a liberdade não tem preço, e que nada neste mundo pode pagá-la. Esta é a razão pela qual o nosso Deus deu o seu Único Filho: para nos resgatar da prisão e partir os grilhões que nos aprisionam. E também para nos salvar e trazer a verdadeira libertação. ................... Uma antiga lenda conta que, ao regressar vitorioso de suas guerras pelos reinos do Oriente, o imperador romano Caio Fábio convocou todos os seus oficiais, e disse: “Tenho realizado tantas conquistas que meu vasto império se espalha por todos os povos e nações. Meu exército é o mais poderoso de todo o meu mundo. Sou ainda sábio e formoso, temido pelos meus inimigos e amado pelo meu povo. A partir desta data, quero que todos me chamem de Deus, pois sou tão poderoso quanto Ele”. Os bajuladores irromperam em palmas e gritos, aclamando o imperador com brados de “Deus, Deus, Deus!!!” Um velho e sábio viajante, presente àquele grande banquete, vendo o delírio insano dos convidados, interrompeu a multidão, levantando sua voz em um pedido: “Senhor Deus, venho com humildade pedir-lhe ajuda. Tenho, neste instante, duas fragatas carregadas de mercadorias, ambas na entrada da baía, com o casco encalhado em um banco de areia”, disse ele. “Não há problema, meu caro”, respondeu o imperador. “Mandarei sete dos meus navios, com os mais fortes remadores da minha Marinha, para rebocarem suas fragatas”, completou. O homem ouvindo a resposta, retrucou respeitosamente: “Não se importune a tal ponto, Senhor Deus, de incomodar centenas de homens em tantos navios. Apenas mande que o vento sopre duas fortes lufadas nas velas das embarcações e, em segundos, resolveremos o problema”, disse. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 71 Nesse instante, o imperador Caio Fábio “caiu na real”. Houve um profundo silêncio no salão. Ele e a multidão de convidados viram quão distante e absurda era a comparação de um simples homem com o próprio Deus. Caro leitor, quantas vezes, ainda que não sejamos loucos de pensarmos ou dizermos que somos Deus, temos um pouco do imperador romano Caio Fábio quando julgamos, condenamos ou criticamos alguém, ou mesmo determinamos que iremos aonde quisermos, esquecendo de dizer: “Se Deus me permitir, irei a tal lugar”, como se assumíssemos a posição do próprio Deus? Que o Senhor tenha misericórdia de nós e nos ensine a servir! ...................... Um dia Paulinho voltou da escola muito bravo, fazendo o maior barulho pela casa. Seu pai, percebeu a irritação e chamou-o para uma conversa. Meio desconfiado e sem dar muito tempo ao pai, Paulinho falou irritado: Olha, pai, eu estou com uma tremenda raiva do Pedrinho. Ele fez algo que não deveria ter feito. Espero que ele leve a pior. O Pedrinho me humilhou na frente de todo mundo. Não quero mais vê-lo. E espero que ele adoeça e não possa mais ir à escola. Para surpresa de Paulinho, seu pai nada disse. Apenas foi até a garagem e pegou um saco de carvão e dirigiu-se para o fundo do quintal e lhe sugeriu: Filho, está vendo aquela camiseta branca no varal? Vamos fazer de conta que ela é o Pedrinho. E que cada pedaço de carvão é um pensamento seu em relação a ele. Descarregue toda a sua raiva nele, atirando o carvão do saco na camiseta, até não sobrar mais nada. Daqui a pouco eu volto, para ver se você gostou, certo? O filho achou deliciosa a brincadeira proposta pelo pai e começou. Como era pequeno e estava um pouco longe, mal conseguia acertar o alvo. Após uma hora, ele já estava Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 72 exausto, mas a tarefa estava cumprida. O pai, que o observava de longe, aproximou-se e perguntou: Filho, como está se sentindo agora? Isso me deu a maior canseira, mas olhe, consegui acertar muitos pedaços na camiseta - disse Paulinho, orgulhoso de si. O pai olhou para o filho, que até então não havia entendido a razão daquela brincadeira, e disse carinhosamente: Venha comigo até o quarto, pois quero lhe mostrar uma coisa. Ao chegar no quarto, colocou o filho diante de um grande espelho, que ficou sem entender nada. Quando olhou para sua imagem, ficou assustado ao ver que estava todo sujo de fuligem. Tão imundo que só conseguia enxergar seus dentes e os pequenos olhos. O pai então lhe explicou: Veja como você ficou. A camiseta que você tentou sujar está mais limpa que você. Assim é a vida. O mal que desejamos aos outros retorna para nós próprios. Por mais que possamos atrapalhar a vida de alguém com nossos pensamentos, a mancha, os resíduos, a fuligem ficam sempre em nós mesmos. ................... Certo dia, uma moça estava à espera de seu vôo na sala de embarque de um aeroporto. Como ela deveria esperar por muitas horas, resolveu comprar um livro para matar o tempo. Também comprou um pacote de biscoitos. Então, ela achou uma poltrona numa parte reservada do aeroporto para que pudesse descansar e ler em paz. Ao lado dela se sentou um homem. Quando ela pegou o primeiro biscoito, o homem também pegou um. Ela se sentiu indignada, mas não disse nada. Ela pensou para si: "Mas que cara de pau. Se eu estivesse mais disposta, lhe daria um soco no olho para que ele nunca mais esquecesse..." Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 73 A cada biscoito que ela pegava, o homem também pegava um. Aquilo a deixava tão indignada que ela não conseguia reagir. Restava apenas um biscoito e ela pensou: "O que será que o abusado vai fazer agora?” Então, o homem dividiu o biscoito ao meio, deixando a outra metade para ela. Aquilo a deixou irada e bufando de raiva. Ela pegou o seu livro e as suas coisas e dirigiu-se ao embarque. Quando sentou confortavelmente em seu assento, para surpresa dela, o seu pacote de biscoito estava ainda intacto, dentro de sua bolsa. Ela sentiu muita vergonha, pois quem estava errada era ela, e já não havia mais tempo para pedir desculpas. O homem dividiu os seus biscoitos sem se sentir indignado, ao passo que isto a deixara muito transtornada. Em nossas vidas, por vezes, estamos comendo os biscoitos dos outros, e não temos a consciência de que quem está errado somos nós." ...................... Num bairro pobre de uma cidade distante, morava uma garotinha muito bonita. Ela freqüentava a escola local. Sua mãe não tinha muito cuidado e a criança quase sempre se apresentava suja. Suas roupas eram muito velhas e maltratadas. O professor ficou penalizado com a situação da menina. "Como é que uma menina tão bonita, pode vir para a escola tão mal arrumada?". Separou algum dinheiro do seu salário e, embora com dificuldade, resolveu lhe comprar um vestido novo. Ela ficou linda no vestido azul. Quando a mãe viu a filha naquele lindo vestido azul, sentiu que era lamentável que sua filha, vestindo aquele traje novo, fosse tão suja para a escola. Por isso, passou a lhe dar banho todos os dias, pentear seus cabelos, cortar suas unhas. Quando acabou a semana, o pai falou: "mulher, você não acha uma vergonha que nossa filha, sendo tão bonita e bem arrumada, more em um lugar como este, caindo aos Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 74 pedaços? Que tal você ajeitar a casa? Nas horas vagas, eu vou dar uma pintura nas paredes, consertar a cerca e plantar um jardim." Logo mais, a casa se destacava na pequena vila pela beleza das flores que enchiam o jardim, e o cuidado em todos os detalhes. Os vizinhos ficaram envergonhados por morar em barracos feios e resolveram também arrumar as suas casas, plantar flores, usar pintura e criatividade. Em pouco tempo, o bairro todo estava transformado. Um homem, que acompanhava os esforços e as lutas daquela gente, pensou que eles bem mereciam um auxílio das autoridades. Foi ao prefeito expor suas idéias e saiu de lá com autorização para formar uma comissão para estudar os melhoramentos que seriam necessários ao bairro. A rua de barro e lama foi substituída por asfalto e calçadas de pedra. Os esgotos a céu aberto foram canalizados e o bairro ganhou ares de cidadania. E tudo começou com um vestido azul. Não era intenção daquele professor consertar toda a rua, nem criar um organismo que socorresse o bairro. Ele fez o que podia, deu a sua parte. Fez o primeiro movimento que acabou fazendo que outras pessoas se motivassem a lutar por melhorias. Será que cada um de nós está fazendo a sua parte no lugar em que vive? Por acaso somos daqueles que somente apontamos os buracos da rua, as crianças à solta sem escola e a violência do trânsito? Lembremos que é difícil mudar o estado total das coisas. Que é difícil limpar toda a rua, mas é fácil varrer a nossa calçada. É difícil reconstruir um planeta, mas é possível dar um vestido azul. Há moedas de amor que valem mais do que os tesouros bancários, quando endereçadas no momento próprio e com bondade. Você acaba de receber um lindo vestido azul. Faça a sua parte. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 75 Ajude a melhorar o planeta! .................................. Era uma vez um escritor que morava em uma tranqüila praia, junto de uma colônia de pescadores. Todas as manhãs ele caminhava à beira do mar para se inspirar, e a tarde ficava em casa escrevendo. Certo dia, caminhando na praia, ele viu um vulto que parecia dançar. Ao chegar perto, ele reparou que se tratava de um jovem que recolhia estrelas-do-mar da areia para, uma por uma, jogá-las novamente de volta ao oceano. - Por que está fazendo isso? - perguntou o escritor. - Você não vê! - explicou o jovem - a maré está baixa e o sol está brilhando. Elas irão secar e morrer se ficarem aqui na areia. O escritor espantou-se. - Meu jovem, existem milhares de quilômetros de praias por este mundo afora, e centenas de milhares de estrelas-do-mar espalhadas pela praia. Que diferença faz? Você joga umas poucas de volta ao oceano. A maioria vai perecer de qualquer forma. O jovem pegou mais uma estrela na praia, jogou de volta ao oceano e olhou para o escritor. - Para essa aqui eu fiz a diferença... Naquela noite o escritor não conseguiu escrever, sequer dormir. Pela manhã, voltou à praia, procurou o jovem, uniuse a ele e, juntos, começaram a jogar estrelas-do-mar de volta ao oceano. Cada um de nós pode fazer a diferença, através de nossa capacidade...nosso comportamento...nossas atitudes... junto aos amigos... na família.... De alguma forma podemos contribuir para um mundo melhor e cada um sabe a melhor maneira de se fazer isso. A esperança neste mundo melhor é o alimento para nossas almas e o impulso a continuarmos cada dia em busca de nossos ideais. Para isso é precisamos acreditar que é Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 76 possível! Sejamos, portanto, mais um dos que querem fazer do mundo um lugar melhor. "Sejamos a diferença"!!! .................... Conta uma brasileira, que foi trabalhar algum tempo na Suécia, que várias vezes fez comparações entre suecos e brasileiros. A forma de resolver problemas, a maneira de conduzir determinadas dificuldades no ambiente de trabalho, etc. Nessas suas observações, concluiu, em um primeiro momento, que os suecos tinham alguns comportamentos muito próprios. Em verdade, ela jamais imaginara que com eles aprenderia uma extraordinária lição. Algo que a faria admirá-los e seguir-lhes o exemplo. No seu primeiro dia de trabalho, um colega da empresa a veio apanhar em casa e eles seguiram, juntos, no carro dele. Ao chegarem, ele entrou no estacionamento, uma área ampla para mais de 200 carros. Como haviam chegado cedo, poucos veículos estavam estacionados, mas o rapaz deixou o seu carro parado logo na entrada do portão. Assim, ela e ele tiveram que caminhar um trecho considerável, até chegar à porta da empresa. No segundo dia, o fato se repetiu. Eles tornaram a chegar cedo e, novamente, o carro foi colocado logo na entrada. Outra vez tiveram que atravessar todo o extenso pátio do estacionamento, até chegarem no escritório. No terceiro dia, um tanto mais confiante, ela não se conteve e perguntou ao colega: “Por que é que você deixa o carro tão distante, quando há tantas vagas disponíveis?”. Por que não escolhe uma vaga mais próxima do acesso ao nosso local de trabalho?" Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 77 A resposta foi franca e rápida: "o motivo é muito simples. Nós chegamos cedo e temos tempo para andar, sem perigo de nos atrasarmos. Alguns dos nossos colegas chegam quase em cima da hora e se tiverem que andar um trecho longo, correm o risco de se atrasarem. Assim, é bom que encontrem vagas bem mais próximas, ganhando tempo." O gesto pode ser qualificado de companheirismo, coleguismo. Não importa. O que tem verdadeira importância é a consciência de colaboração. Ela recordou que, algumas vezes, em estacionamentos, no Brasil, vira vagas para deficientes sendo utilizadas por pessoas não deficientes. Só por serem mais próximas, ou mais cômodas. Recordou dos bancos reservados a idosos, gestantes em nossos ônibus e utilizados por jovens e crianças, sem preocupação alguma. Lembrou de poltronas de teatros e outros locais de espetáculos tomadas quase de assalto, pelos mais ágeis, em detrimento de pessoas com certas dificuldades de locomoção. Pensou em tantas coisas. Reflexionou. Ponderou... E nós? Como agimos em nossas andanças pelas vias do mundo? Somos dos que buscamos sempre os lugares mais privilegiados, sem pensar nos outros? Alguma vez pensamos em nos acomodar nas cadeiras do centro do salão, quando vamos a uma conferência, pensando que os que chegarem em cima da hora, ocuparão as pontas, com maior facilidade? Pensamos, alguma vez, em ceder a nossa vez no caixa do supermercado a uma mãe com criança ou alguém que expresse a sua necessidade de sair com maior rapidez? Pensemos nisso. Mesmo porque, há pouco mais de dois milênios, um Rei que se fez carpinteiro, ensinou sabiamente: "quando fordes convidados a um banquete, não vos assenteis nos primeiros lugares..." O ensino vale para cada dia e situação das nossas vidas. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 78 ................................... Todos os dias o Mullah Nasrudin ia esmolar na feira, e as pessoas adoravam vê-lo fazendo o papel de tolo, com o seguinte truque: Mostravam duas moedas, uma valendo dez vezes mais que a outra. Nasrudin sempre escolhia a menor. A história correu pelo condado. Dia após dia, grupos de homens e mulheres mostravam as duas moedas, e Nasrudin sempre ficava com a menor. Até que apareceu um senhor generoso, cansado de ver Nasrudin sendo ridicularizado daquela maneira. Chamando-o a um canto da praça, disse: Sempre que lhe oferecerem duas moedas, escolha a maior. Assim terá mais dinheiro e não será considerado idiota pelos outros. Nasrudin lhe respondeu: O senhor parece ter razão, mas se eu escolher a moeda maior, as pessoas vão deixar de me oferecer dinheiro, para provar que sou mais idiota que elas. O senhor não sabe quanto dinheiro já ganhei, usando este truque. E cheio de sabedoria acrescentou: Não há nada de errado em se passar por tolo, se na verdade o que você está fazendo é inteligente. Às vezes, é de muita sabedoria se passar por tolo e é muito melhor passar por tolo e ser inteligente do que ter inteligência e usar fazendo tolices. "Os sábios não dizem o que sabem, os tolos não sabem o que dizem!" ...................... O que você faz quando está com dor de cabeça, ou quando está chateado? Será que existe algum remédio para aliviar a maioria dos problemas físicos e emocionais? Pois é, durante muito tempo estivemos à procura de alguma coisa que nos rejuvenescesse, que prolongasse nosso bom humor, que nos protegesse contra doenças, que curasse nossa depressão e Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 79 que nos aliviasse do estresse. Sim, alguma coisa que fortalecesse nossos laços afetivos e que, inclusive, nos ajudasse a adormecer tranqüilos. Encontramos! O remédio já havia sido descoberto e já estava à nossa disposição. O mais impressionante de tudo é que ainda por cima não custa nada. Aliás, custa sim, custa abrir mão de um pouco de orgulho, um pouco de pretensão de ser auto-suficiente, um pouco de vontade de viver do jeito que queremos, sem depender dos outros. É o abraço. O abraço é milagroso. É medicina realmente muito forte. O abraço, como sinal de afetividade e de carinho pode nos ajudar a viver mais tempo, proteger-nos contra doenças, curar a depressão, fortificar os laços afetivos. O abraço é um excelente tônico. Hoje sabemos que a pessoa deprimida é bem mais suscetível a doenças. O abraço diminui a depressão e revigora o sistema imunológico. O abraço injeta nova vida nos corpos cansados e fatigados, e a pessoa abraçada sente-se mais jovem e vibrante. O uso regular do abraço prolonga a vida e estimula a vontade de viver. Recentemente ouvimos a teoria muito interessante de uma psicóloga americana, dizendo que você precisa de quatro abraços por dia para sobreviver, oito abraços para manter-se vivo e doze abraços por dia para prosperar. E o mais bonito é que esse remédio não tem contra-indicação e não há maneira de dá-lo sem ganhá-lo de volta. Pense nisso! Já há algum tempo temos visto, colado nos vidros de alguns veículos, um adesivo muito simpático, dizendo: abrace mais! Eis uma proposta nobre: abraçar mais. O contato físico do abraço se faz necessário para que as trocas de energias se dêem, e para que a afetividade entre duas pessoas seja constantemente revitalizada. O "abraçar mais" é um excelente começo para aqueles de nós que nos percebemos um tanto afastados das pessoas, um tanto frios no trato com os outros. Só quem já deu ou Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 80 recebeu um sincero abraço sabe o quanto este gesto, aparentemente simples, consegue dizer. Muitos pedidos de perdão foram traduzidos em abraços... Muitos dizeres "eu te amo" foram convertidos em abraços. Muitos sentimentos de saudade foram calados por abraços. Muitas despedidas emocionadas selaram um amor sem fim no aconchego de um abraço. Assim, convidamos você a abraçar mais. Doe seu abraço apertado para alguém, e receba imediatamente a volta deste ato carinhoso. Pense nisso! Abrace mais você também. ............. Diz a lenda que existiu um velho que tudo sabia e tudo adivinhava. Um dia, dois meninos resolveram pôr o sábio a prova. "Vamos levar um passarinho vivo, escondido na mão, e perguntar a ele: "Está vivo ou morto?". Se disser "está morto", a gente solta o passarinho vivo. Se o velho disser que está vivo, a gente esmaga o passarinho na mão e mostra que ele errou. Dito e feito. "O que é que eu tenho na mão ?" Perguntou um dos garotos. "Um passarinho." . Afirmou o sábio. "Está vivo ou morto?". O velho olhou o menino no fundo dos olhos e respondeu : "A resposta está em suas mãos". ................... Há muito tempo atrás, havia um mestre que vivia junto com um grande número de discípulos em um templo arruinado. Os discípulos sobreviviam através de esmolas e doações conseguidas numa cidade próxima. Logo, muitos deles começaram a reclamar sobre as péssimas condições em que viviam. Em resposta, o velho mestre disse um dia: "Nós Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 81 devemos reformar as paredes do templo. Desde que nós somente ocupamos o nosso tempo estudando e meditando, não há tempo para que possamos trabalhar e arrecadar o dinheiro que precisamos. Assim, eu pensei numa solução simples". Todos os estudantes se reuniam diante do mestre, ansiosos em ouvir suas palavras. O mestre disse: "Cada um de vocês deve ir para a cidade e roubar bens que poderão ser vendidos para a arrecadação de dinheiro. Desta forma, nós seremos capazes de fazer um boa reforma em nosso templo". Os estudantes ficaram espantados por este tipo de sugestão vir do sábio mestre. Mas, desde que todos tinham o maior respeito por ele, não fizeram nenhum protesto. O mestre disse logo a seguir, de modo bastante severo: "No sentido de não manchar a nossa excelente reputação, por estarmos cometendo atos ilegais e imorais, solicito que cometam o roubo somente quando ninguém estiver olhando. Eu não quero que ninguém seja pego". Quando o mestre se afastou, os estudantes discutiram o plano entre eles. "É errado roubar", disse um deles, "Por que nosso mestre nos solicitou para cometermos este ato ?". Outro respondeu em seguida, "Isto permitirá que possamos reformar o nosso templo, na qual é uma boa causa". Assim, todos concordaram que o mestre era sábio e justo e deveria ter uma razão para fazer tal tipo de requisição. Logo, partiram em direção a cidade, prometendo coletivamente que eles não seriam pegos, para não causarem a desgraça para o templo. "Sejam cuidadosos e não deixe que ninguém os veja roubando", incentivavam uns aos outros. Todos os estudantes, com exceção de um, foram para a cidade. O sábio mestre se aproximou dele e perguntou-lhe: "Por que você ficou para trás?". O garoto respondeu: "Eu não posso seguir as suas instruções para roubar onde ninguém esteja me vendo. Não importa aonde eu vá, eu sempre estarei olhando para mim mesmo. Meu próprios olhos irão me ver roubando". O sábio mestre abraçou o garoto com um sorriso de alegria e disse: "Eu Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 82 somente estava testando a integridade dos meus estudantes e você é o único que passou no teste!" Após muitos anos, o garoto se tornou um grande mestre. ........... Conta a lenda que uma jovem mariposa de corpo frágil e alma sensível voava ao sabor do vento certa tarde, quando viu uma estrela muito brilhante e se apaixonou. Voltou imediatamente para casa, louca para contar à mãe que havia descoberto o que era o amor, mas a mãe lhe disse friamente: que bobagem! As estrelas não foram feitas para que as mariposas possam voar em torno delas. Procure um poste ou um abajur e se apaixone por algo assim; para isso nós fomos criadas. Decepcionada, a mariposa resolveu simplesmente ignorar o comentário da mãe e permitiu-se ficar de novo alegre com a sua descoberta e pensava: que maravilha poder sonhar! Na noite seguinte, a estrela continuava no mesmo lugar, e ela decidiu que iria subir até o céu, voar em torno daquela luz radiante e demonstrar seu amor. Foi muito difícil ir além da altura com a qual estava acostumada, mas conseguiu subir alguns metros acima do seu vôo normal. Entendeu que, se cada dia progredisse um pouquinho, iria terminar chegando à estrela, então armou-se de paciência e começou a tentar vencer a distância que a separava de seu amor. Esperava com ansiedade que a noite descesse e, quando via os primeiros raios da estrela, batia ansiosamente suas asas em direção ao firmamento. Sua mãe ficava cada vez mais furiosa e dizia: estou muito decepcionada com a minha filha. Todas as suas irmãs e primas já têm lindas queimaduras nas asas, provocadas por lâmpadas! Você devia deixar de lado esses sonhos inúteis e arranjar um amor que possa atingir. A jovem mariposa, irritada porque ninguém respeitava o que sentia, resolveu sair de casa. Mas, no fundo, como, aliás, sempre acontece, ficou marcada pelas palavras da mãe e achou que ela tinha razão. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 83 Por algum tempo, tentou esquecer a estrela, mas seu coração não conseguia esquecer a estrela e, depois de ver que a vida sem o seu verdadeiro amor não tinha sentido, resolveu retomar sua caminhada em direção ao céu. Noite após noite, tentava voar o mais alto possível, mas, quando a manhã chegava, estava com o corpo gelado e a alma mergulhada na tristeza. Entretanto, à medida que ia ficando mais velha, passou a prestar atenção a tudo que via à sua volta. Lá do alto podia enxergar as cidades cheias de luzes, onde provavelmente suas primas e irmãs já tinham encontrado um amor. Mas, ao ver as montanhas, os oceanos e as nuvens que mudavam de forma a cada minuto, a mariposa começou a amar cada vez mais sua estrela, porque era ela quem a empurrava para ver um mundo tão rico e tão lindo. Muito tempo depois resolveu voltar à sua casa e aí soube pelos vizinhos que sua mãe, suas irmãs e primas tinham morrido queimadas nas lâmpadas e nas chamas das velas, destruídas pelo amor que julgavam fácil. A mariposa, embora jamais tenha conseguido chegar à sua estrela, viveu muitos anos ainda, descobrindo que, às vezes, os amores difíceis e impossíveis trazem muito mais alegrias e benefícios que aqueles amores fáceis e que estão ao alcance de nossas mãos. Com esta lenda aprendemos duas coisas: valorizar o amor e lutar pelos nossos sonhos, porque sabemos que é a realização deles que nos faz feliz e lembremos: O mundo está nas mãos daqueles que têm coragem de sonhar, e correr o risco de viver seus sonhos. ........... Havia numa aldeia um velho muito pobre, mas até reis o invejavam, pois ele tinha um lindo cavalo branco... Reis ofereciam quantias fabulosas pelo cavalo, mas o homem dizia: Este cavalo não é um cavalo para mim, é uma pessoa. E como se pode vender uma pessoa, um amigo ? Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 84 O homem era pobre, mas jamais vendeu o cavalo. Numa manhã, descobriu que o cavalo não estava na cocheira. A aldeia inteira se reuniu, e disseram: Seu velho estúpido! Sabíamos que um dia o cavalo seria roubado. Teria sido melhor vendê-lo. Que desgraça. O velho disse: - Não cheguem a tanto. Simplesmente digam que o cavalo não está na cocheira. Este é o fato, o resto é julgamento. Se se trata de uma desgraça ou de uma benção, não sei, porque este e apenas um julgamento. Quem pode saber o que vai se seguir ? As pessoas riram do velho. Elas sempre souberam que ele era um pouco louco. Mas, quinze dias depois, de repente, numa noite, o cavalo voltou. Ele não havia sido roubado, ele havia fugido para a floresta. E não apenas isso, ele trouxera uma dúzia de cavalos selvagens consigo. Novamente, as pessoas se reuniram e disseram: - Velho, você estava certo. Não se trata de uma desgraça, na verdade provou ser uma benção. O velho disse: - Vocês estão se adiantando mais uma vez. Apenas digam que o cavalo está de volta... quem sabe se e uma benção ou não? Este e apenas um fragmento. Você lê uma única palavra de uma sentença - como pode julgar todo o livro? Desta vez, as pessoas não podiam dizer muito, mas interiormente sabiam que ele estava errado. Doze lindos cavalos tinham vindo... O velho tinha um único filho, que começou a treinar os cavalos selvagens. Apenas uma semana mais tarde, ele caiu de um cavalo e fraturou as pernas. As pessoas se reuniram e, mais uma vez, julgaram. Elas disseram: Você tinha razão novamente. Foi uma desgraça. Seu único filho perdeu o uso das pernas, e na sua velhice ele era seu único amparo. Agora você está mais pobre do que nunca. O velho disse: Vocês estão obcecados por julgamento. Não se adiantem tanto. Digam apenas que meu filho fraturou as pernas. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 85 Ninguém sabe se isso é uma desgraça ou uma benção. A vida vem em fragmentos, mais que isso nunca é dado. Aconteceu que, depois de algumas semanas, o pais entrou em guerra, e todos os jovens da aldeia foram forçados a se alistar. Somente o filho do velho foi deixado para trás, pois recuperava-se das fraturas. A cidade inteira estava chorando, lamentando-se porque aquela era uma luta perdida e sabiam que a maior parte dos jovens jamais voltaria. Eles vieram até o velho e disseram: Você tinha razão, velho - aquilo se revelou uma benção. Seu filho pode estar aleijado, mas ainda está com você. Nossos filhos foram-se para sempre. O velho disse: Vocês continuam julgando. Ninguém sabe ! Digam apenas que seus filhos foram forçados a entrar para o exército e que meu filho não foi. Mas somente Deus sabe se isso é uma benção ou uma desgraça. Não julgue, porque dessa maneira jamais se tornará um com a totalidade. Você ficará obcecado com fragmentos, pulará para as conclusões a partir de coisas pequenas. Quando você julga você deixa de crescer. Julgamento significa um estado mental estagnado. E a mente deseja julgar, por estar em um processo que é sempre arriscado e desconfortável. Na verdade, a jornada nunca chega ao fim. Um caminho termina e outro começa: uma porta se fecha, outra se abre. Você atinge um pico, sempre existirá um pico mais alto. Aqueles que não julgam estão satisfeitos simplesmente em viver o momento presente e de nele crescer... somente eles são capazes de caminhar com Deus. Na próxima vez que você for tirar alguma conclusão apressada sobre um assunto ou sobre uma pessoa, lembre-se desta mensagem. ............. Quando eu era criança, por causa do meu caráter impulsivo, tinha raiva de qualquer coisa. Na maioria das vezes, depois desses incidentes me sentia envergonhada me esforçava para consolar a quem eu tinha magoado. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 86 Um dia , minha professora me viu pedindo desculpas, depois de uma explosão de raiva e entregou-me uma folha de papel lisa e disse: Amasse-a! Com medo, obedeci e fiz com ela uma bolinha. A professora me disse novamente: agora deixe-a como estava antes. Óbvio que não pude deixá-la como antes. Pôr mas que tentasse, o papel continuava cheio de pregas. A professora me disse: o coração das pessoas é como esse papel. A impressão que neles deixamos será tão difícil de apagar como esses amassados. Assim, aprendi a ser mas compreensiva e mais paciente. Quando sinto vontade de estourar, lembro daquele papel amassado. A impressão que deixamos nas pessoas é impossível de apagar. Quando magoamos alguém com nossas ações ou com nossas palavras, logo queremos consertar o erro, mas é tarde demais.... Alguém já me disse uma vez: "fale somente quando suas palavras possam ser tão suave como o silêncio. Mas não deixe de falar, por medo da reação do outro. Acredite, principalmente em seus sentimentos! Seremos sempre responsáveis pelos nossos atos. .......... "Um viajante ia caminhando às margens de um grande rio. Seu objetivo era chegar à outra margem. Suspirou profundamente enquanto tentava fixar o olhar no horizonte. A voz de um homem de idade, um barqueiro, quebrou o silêncio, oferecendo-se para transportá-lo. O pequeno barco envelhecido era provido de dois remos de carvalho. Logo os seus olhos perceberam o que pareciam ser letras em cada remo. Ao colocar os pés dentro do barco o viajante observou que eram duas palavras. Num dos remos estava escrito Acreditar e no outro Agir. Curioso, o viajante perguntou a razão daquelas palavras nos remos. O barqueiro então pegou o remo chamado Acreditar e começou a remar. O barco começou a dar voltas sem sair Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 87 do lugar em que estava. Em seguida, pegou o remo chamado Agir e começou a remar. Novamente o barco girou em sentido oposto, sem ir adiante. Finalmente o velho barqueiro, segurando os dois remos, remou com eles simultaneamente, e o barco, então, impulsionado por ambos os lados, navegou através das águas, chegando ao outro lado do rio. Então, o barqueiro disse ao viajante: Este porto se chama autoconfiança. É preciso Acreditar e também Agir para que possamos alcançá-lo". ........... Conta-se que em uma ocasião, Cristóvão Colombo foi convidado para um banquete onde lhe haviam designado, como é natural, um posto de honra. Um dos convidados era um cortesão que estava muito enciumado com o grande descobridor. E quando teve a oportunidade dirigiu-se a ele e lhe perguntou de uma forma um tanto impertinente: Se você não tivesse descoberto a América, por acaso não existem outros homens na Espanha que poderiam fazê-lo? Colombo preferiu não responder diretamente àquele homem. Lhe propôs uma prova antológica: "Levantou-se, pegou um ovo de galinha fresco e convidou a todos os presentes que tentassem colocá-lo de forma que se mantivesse em pé sobre um dos seus extremos". A ocorrência teve bastante aceitação. Quase todos os presentes entraram logo naquele jogo e tentaram um após o outro, uns com mais, outros com menos convicção, ante o olhar atento dos demais. Mas passava o tempo e ninguém conseguia descobrir a maneira de conseguir que aquele ovo danado mantivesse o equilíbrio. Finalmente Colombo se pôs em pé, com ar solene, se aproximou, pegou o ovo e o bateu levemente contra a superfície da mesa até que quebrou um pouco da casca de uma das pontas e graças a este pequeno achatamento o ovo se manteve perfeitamente na posição vertical. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 88 Claro que desta maneira qualquer um pode faze-lo! - objetou um pouco alterado, o cortesão. Sim qualquer um. Mas "qualquer um" ao que se lhe tivesse ocorrido fazê-lo. E acrescentou: - "Uma vez eu mostrei o caminho ao Novo Mundo", "qualquer um" poderá segui-lo. Mas "alguém" teve antes que ter a idéia. E "alguém" teve depois, que decidir-se a colocá-la em prática. Esta velha e conhecida anedota tem ultrapassado os séculos e levado a formar a expressão de "O Ovo de Colombo", para referir-se a soluções aparentemente muito naturais, sim, mas ... "Alguém teria que ter pensado nelas, e alguém depois teve que decidir-se a fazê-las". Muitas transformações importantes nas pessoas, nas empresas, nos clientes, no mundo do pensamento, ou na sociedade em geral, tem sua origem em descobrimentos naturais, simples, aos que "alguém" tem sabido tirar proveito. Alguém que soube tirar partido do óbvio, a estas verdades, às que todos teremos acesso. E lembrem, apenas pessoas como vocês e nós, podem fazer estas coisas simples, naturais. .................. Um homem muito rico que resolveu viajar e então pegou seu iate e saiu pelo mundo. Certo dia, chegou a uma ilha maravilhosa, cheia de riachos, de água cristalina e cachoeiras. Tinha também muitos tipos de arvores frutíferas e muito peixe. O homem rico começou a andar pela ilha e encontrou um homem deitado numa rede, olhando para aquele mar muito azul. Chegou bem perto do homem e puxou conversa: - Muito bonito tudo por aqui... - É...disse o homem, sem tirar os olhos daquele mar. - Tem muito peixe nesse mar? - É só jogar a rede e pegar quantos quiser. - Por que você não pesca bastante? - Para que? - Ora, você pega um montão de peixes e vende. - Para que? - Com o dinheiro destes peixes, você compra uma canoa Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 89 maior, vai mais no fundo e pega mais peixe ainda. - Para que? - Com o dinheiro você compra mais um barco, pega mais peixe e ganha mais dinheiro. - Para que? - Você vai juntando, cada vez mais dinheiro, compra cada vez mais barcos, ate chegar uma dia em que você terá uma industria de pesca. - Para que? - Ora, meu homem, você então será um homem poderoso, um homem rico, terá tudo que quiser, tudo o que sonhar, poderá comprar um iate como o meu, poderá comprar uma ilha como esta e então ficar o resto da vida descansando, sem preocupações... - E o que é que eu estou fazendo agora? ............ Um monge e seus discípulos iam por uma estrada e, quando passavam por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas. O monge correu pela margem do rio, meteu-se na água e tomou o bichinho na mão. Quando o trazia para fora, o bichinho o picou e, devido à dor, o homem deixou-o cair novamente no rio. Foi então à margem, tomou um ramo de árvore, adiantou-se outra vez a correr pela margem, entrou no rio, colheu o escorpião e o salvou. Voltou o monge e juntou-se aos discípulos na estrada . Eles haviam assistido à cena e o receberam perplexos e penalizados. - Mestre deve estar muito doente! Porque foi salvar esse bicho ruim e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele respondeu à sua ajuda, picou a mão que o salvara! Não merecia sua compaixão! O monge ouviu tranqüilamente os comentários e respondeu: - Ele agiu conforme sua natureza, e eu de acordo com a minha. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 90 ................ O velho estava cuidando da planta com todo o carinho. O jovem aproximou-se e perguntou: Que planta é esta que o senhor está cuidando? É uma jabuticabeira, respondeu o velho. E ela demora quanto tempo para dar frutos? Pelo menos uns quinze anos, informou o velho E o senhor espera viver tanto tempo assim? - indagou, irônico, o rapaz. Não, não creio que viva mais tempo, pois já estou no fim da minha jornada, disse o ancião. - Então, que vantagem você leva com isso, meu velho? Nenhuma, exceto a vantagem de saber que ninguém colheria jabuticabas, se todos pensassem como você... "Não importa se teremos tempo suficiente para ver mudadas as coisas e pessoas pelas quais lutamos, mas sim, que façamos a nossa parte, de modo que tudo se transforme a seu tempo." ................... Dono de um pequeno comércio, amigo de um grande poeta, abordou-o na rua: Sr. poeta, estou precisando vender o meu sítio que o senhor tão bem conhece. Será que o senhor poderia redigir o anúncio para o jornal? poeta apanhou o papel e escreveu: "Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas águas de um ribeirão. A casa banhada pelo sol nascente oferece a sombra tranqüila das tardes na varanda". Meses depois topa o poeta com o homem e pergunta-lhe se havia vendido o sítio. Nem pense mais nisso, disse o homem. Quando li o anúncio é que percebi a maravilha que tinha! Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 91 Às vezes, não descobrimos as coisas boas que temos conosco e vamos longe atrás da miragem de falsos tesouros. Valorize o que você tem... as pessoas que estão perto de você... esse é o seu verdadeiro tesouro. ................. O ancião descansava sentado em um velho banco à sombra de uma árvore, quando foi abordado pelo motorista de um automóvel que estacionou a seu lado: - Bom dia ! - Bom dia ! Respondeu o ancião. - O senhor mora aqui ? - Sim, há muitos anos... - Venho de mudança e gostaria de saber como é o povo daqui. Como o senhor vive aqui há tanto tempo deve conhecê-lo muito bem. - É verdade, falou o ancião. Mas por favor me fale antes da cidade de onde vem. - Ah ! É ótima. Maravilhosa ! Gente boa, fraterna... Fiz lá muitos amigos. Só a deixei por imperativos da profissão. - Pois bem, meu filho. Esta cidade é exatamente igual. Vai gostar daqui. O forasteiro agradeceu e partiu. Minutos depois apareceu outro motorista e também se dirigiu ao ancião : - Estou chegando para morar aqui. O que me diz do lugar ? O ancião, lançou-lhe a mesma pergunta : - Como é a cidade de onde vem ? - Horrível ! Povo orgulhoso, cheio de preconceitos, arrogante ! Não fiz um único amigo naquele lugar horroroso ! - Sinto muito, meu filho, pois aqui você encontrará o mesmo ambiente... Todos vemos no mundo e nas pessoas algo do que somos, do que pensamos, de nossa maneira de ser. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 92 Se somos nervosos, agressivos ou pessimistas, veremos tudo pela ótica de nossas tendências, imaginando conviver com gente assim. Em outras palavras, o mundo tem a cor que lhe damos através das nossas lentes. .............. Você já escutou o som de uma plantinha quando cresce? Já ouviu o som de uma flor que se abre à luz do sol? Escutou o som da sombra da noite, quando envolve a terra na sua escuridão? Já sentiu a leveza da aurora quando, ao amanhecer, pousa sobre o mundo a sua luz? Se você ainda não se deu tempo para escutar a natureza... Ao menos captou o movimento de sua mente quando se abre para a compreensão de uma palavra? Já percebeu a beleza de uma expressão carinhosa, quando desliza da mente até o coração? É possível que toda esta realidade já esteja envolvendo sua vida. Pode ser também que você ainda não tenha desenvolvido tal sensibilidade... para crer sem ver. Assim é no plano da fé. É a fé que nos faz ver o invisível e experimentar a sua realidade: Deus ama você. Ele enviou seu filho Jesus para indicar-lhe o caminho da salvação. Jesus deu sua vida para que ninguém permanecesse na morte. Com sua ressurreição revelou e nos trouxe aquela vida nova que, no profundo de seu coração, você deseja viver. Cada dia de sua vida sintonize o que Jesus fez por você! Descubra a beleza da fé... agarre a força da esperança... sintonize o sentido profundo desta vida nova... E corra... Para testemunhar a outros esta maravilha! Jesus é paz, mansidão,sorriso sincero, alegria, carinho, luz.... Amor!!! .................. Uma família de tartarugas decidiu sair para um piquenique. As tartarugas, sendo naturalmente lentas, levaram sete anos Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 93 para prepararem-se para seu passeio. Finalmente a família de tartarugas saiu de casa para procurar um lugar apropriado. Durante o segundo ano da viagem encontraram um lugar ideal! Por aproximadamente seis meses limparam a área, desembalaram a cesta de piquenique e terminaram os arranjos. Então descobriram que tinham esquecido o sal. Um piquenique sem sal seria um desastre, todas concordaram. Após uma longa discussão, a tartaruga mais nova foi escolhida para voltar em casa e pegar o sal, pois era a mais rápida das tartarugas. A pequena tartaruga lamentou, chorou, e esperneou. Concordou em ir, mas com uma condição: que ninguém comeria até que ela retornasse. A família consentiu e a pequena tartaruga saiu. Três anos se passaram e a pequena tartaruga não tinha retornado. Cinco anos... Seis anos... Então, no sétimo ano de sua ausência, a tartaruga mais velha não agüentava mais conter sua fome. Anunciou que ia comer e começou a desembalar um sanduíche. Nesta hora, a pequena tartaruga saiu de trás de uma árvore e gritou: - Viu! Eu sabia que vocês não iam me esperar. Agora que eu não vou mesmo buscar o sal. Descontando os exageros da estória, na nossa vida as coisas acontecem mais ou menos da mesma forma. Nós desperdiçamos nosso tempo esperando que as pessoas vivam à altura de nossas expectativas. Ficamos tão preocupados com o que os outros estão fazendo que deixamos de fazer nossas próprias coisas. Um dia um homem recebeu a notícia de que acabara de ser nomeado mandarim. Ficou tão eufórico que quase não se conteve: Serei um grande homem agora - disse a um amigo - Preciso de roupas novas imediatamente, roupas que façam jus à minha nova posição na vida. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 94 Conheço o alfaiate perfeito para você - replicou o amigo - É um velho sábio que sabe dar a cada cliente o corte perfeito. Vou lhe dar o endereço. E o novo mandarim foi ao alfaiate, que cuidadosamente tirou suas medidas. Depois de guardar a fita métrica, o homem disse: Há mais uma informação que preciso Ter. Há quanto tempo o senhor é mandarim??? Ora, o que isso tem a ver com a medida do meu manto?? perguntou o cliente surpreso. Não posso fazê-lo sem obter esta informação, senhor. É que um mandarim recém-nomeado fica tão deslumbrado com o cargo que mantém a cabeça altiva, ergue o nariz e estufa o peito. Assim sendo, tenho que fazer a parte da frente maior que a de trás. Ano mais tarde, quando está ocupado com o seu trabalho e os transtornos advindos da experiência o tornam sensato, e olha adiante para ver o que vem em sua direção e o que precise ser feito a seguir, aí então eu costuro o manto de modo que a parte da frente e a de trás tenham o mesmo comprimento. E mais tarde, depois que o senhor está curvado pela idade e pelos anos de trabalho cansativo, sem mencionar a humildade adquirida através de uma vida de esforços, então faço o manto de modo que as costas fiquem mais longas que a frente. Portanto, tenho que saber se há quanto tempo o senhor está no cargo para que a roupa lhe assente apropriadamente. O novo mandarim saiu da loja pensando menos no manto e mais no motivo que levara seu amigo a mandá-lo procurar exatamente aquele alfaiate. ................. Um discípulo e seu mestre estavam sentados à sombra de uma figueira. O mestre perguntou ao discípulo : - Que coisa o perturba, meu filho ? Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 95 - Ainda bem que perguntas, ó mestre. Sinto que é chegado o momento de eu partir à procura de minha alma gêmea, aquela que haverá de ser minha parceira perfeita, a mais linda mulher do Universo. O mestre disse : - Assim seja, meu filho, mas lembra-te : quando tua busca terminar, volta aqui com ela. - Sem dúvida, mestre. Decerto será assim. Muitos anos depois, o discípulo regressou, sozinho e desanimado. Quando se encontraram, o mestre o acolheu calorosamente e perguntou-lhe sobre a sua busca : - Encontraste aquela que procuravas ? - Sim, querido mestre, encontrei. Encontrei aquela com quem sonhava. Era na verdade uma perfeição de sonho, era a mulher perfeita... - Bem, filho, onde está ela ? - Ah, mestre, que tristeza ! Ela estava à procura do homem perfeito !!! ............ Diz a lenda que, certa vez, um homem caminhava pela praia numa noite de lua cheia. Pensava desta forma : "Se tivesse uma casa grande, seria feliz". “Se tivesse um excelente trabalho, seria feliz”. "Se tivesse uma companheira perfeita, seria feliz". Nesse momento, tropeçou com uma sacolinha cheia de pedras e começou a jogá-las, uma a uma, no mar, a cada vez que dizia : "seria feliz se tivesse..." Assim o fez até que a sacolinha ficou com uma só pedrinha, que decidiu guardá-la. Ao chegar em casa, percebeu que aquela pedrinha tratava-se de um diamante muito valioso. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 96 Você imaginou quantos diamantes jogou no mar, sem parar para pensar ? Quantos de nós vivemos jogando fora nossos preciosos tesouros por estar esperando o que acreditamos ser perfeito ou sonhando e desejando o que não temos, sem dar valor ao que temos perto de nossas mãos ? Olhe ao seu redor e, se você parar para observar, perceberás quão afortunado você é. Muito perto de ti está tua felicidade. Observe a pedrinha, que pode ser um diamante valioso. Cada um de nossos dias pode ser considerado um diamante preciso e insubstituível. Depende de nós aproveitá-lo ou lançá-lo ao mar do esquecimento para nunca mais recuperá-lo. ............. Uma mãe e a sua filha estavam a caminhar pela praia. Num certo ponto, a menina disse: - Como se faz para manter um amor ? A mãe olhou para a filha e respondeu : - Pega num pouco de areia e fecha a mão com força... A menina assim fez e reparou que quanto mais forte apertava a areia com a mão com mais velocidade a areia se escapava. Mamãe, mas assim a areia cai !!! Eu sei, agora abre completamente a mão... A menina assim fez mas veio um vento forte e levou consigo a areia que restava na sua mão. Assim também não consigo mantê-la na minha mão ! A mãe, sempre a sorrir disse-lhe : - Agora pega outra vez num pouco de areia e mantenha na mão semi-aberta como se fosse uma colher... bastante fechada para protegê-la e bastante aberta para lhe dar liberdade. A menina experimenta e vê que a areia não se escapa da mão e está protegida do vento. É assim que se faz durar um amor... Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 97 ............. Uma vez um homem estava sendo perseguido por vários malfeitores que queriam matá-lo. O homem, correndo, virou em um atalho que saía da estrada e entrava pelo meio do mato e, no desespero, elevou uma oração a Deus da seguinte maneira : "Deus Todo Poderoso fazei com que dois anjos venham do céu e tapem a entrada da trilha para que os bandidos não me matem !!!" Nesse momento escutou que os homens se aproximavam da trilha onde ele se escondia e viu que na entrada da trilha apareceu uma minúscula aranha. A aranha começou a tecer uma teia na entrada da trilha. O homem se pôs a fazer outra oração cada vez mais angustiado : "Senhor, eu vos pedi anjos, não uma aranha." "Senhor, por favor, com tua mão poderosa coloca um muro forte na entrada desta trilha, para que os homens não possam entrar e me matar..." Abriu os olhos esperando ver um muro tapando a entrada e viu apenas a aranha tecendo a teia. Estavam os malfeitores entrando na trilha, na qual ele se encontrava esperando apenas a morte. Quando passaram em frente da trilha o homem escutou : "Vamos, entremos nesta trilha !" "Não, não está vendo que tem até teia de aranha !? Nada entrou por aqui. Continuemos procurando nas próximas trilhas". Fé é crer no que não se vê, é perseverar diante do impossível. Às vezes pedimos muros para estarmos seguros, mas Deus, como sempre, em sua sabedoria e bondade infinita, dá a cada ser, tão só o que é necessário para sua subsistência, e somente espera que tenhamos confiança n'Ele para Seu Poder, Glória e Proteção se manifeste de forma justa e perfeita. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 98 Faça você, algo como uma teia, que nos dá a mesma proteção de uma muralha. Que nesta nova semana possamos entender as coisas de Deus e o que Ele tem feito em nossas vidas !!! ................. Em agosto de 1918, um saveiro estava sendo puxado por um rebocador, no Rio Niágara, quando o cabo arrebentou. As fortes correntezas logo conduziram o barco em direção às cataratas. Quando estava para cair, o barco encalhou em algumas rochas bem acima das quedas. Os dois homens que estavam a bordo foram salvos apenas no dia seguinte. Eles passaram uma noite de tensão pois esperavam, a qualquer momento, despencar para a morte. Isso aconteceu faz quase noventa anos e a velha barcaça continua lá, no mesmo lugar, até hoje. Jamais aconteceu a queda prevista. Os dois homens se preocuparam por nada. A esperada queda do barco, que trouxe ansiedade e desespero aos dois homens, não aconteceu... Da mesma forma, a maioria dos problemas que tiram nossa paz e alegria, também não nos atingirão. A preocupação é como um barco encalhado nas pedras. Ela nunca levará você a lugar algum ! período. Contudo, uma coisa lhe veio à mente: "Onde estão os reis anteriores?" Logo ele descobriu que ao final daquele tempo não haveria competição com outro rei. Simplesmente, como os demais, seria colocado em uma ilha deserta onde sofreria até à morte. É claro que ele não gostou nem um pouco desta parte. Tomou uma decisão e começou a elaborar sua estratégia. Ele escolheu uma ilha de seu agrado e convocou carpinteiros para construírem barcos. Em seguida conclamou fazendeiros para que fossem até aquela ilha e plantassem todo tipo de árvores frutíferas e outras lavouras. Enviou pedreiros e carpinteiros para edificarem casas onde poderia estar abrigado. Finalmente enviou alimentos e pessoas que sabiam confeccionar roupas. No final de seu ano como rei, ele tinha uma bela ilha, bem equipada, onde poderia viver para sempre. Temos, muitas vezes, estado tão satisfeitos com nossa aparente prosperidade que não atentamos para o fato de que um dia tudo isso será deixado para trás e que teremos de viver em outro lugar. Dizemos que o importante é gozar a vida agora e que, mais tarde, poderemos nos preocupar com isso. E se não houver tempo? Deus nos colocou nesta terra apenas por um período. Muito em breve teremos de deixá-la. E para onde iremos? De que forma ali viveremos? Temos investido na construção de nossa morada na eternidade? .................................. .......... Certo marinheiro, tendo naufragado, foi levado pelas ondas até uma ilha desconhecida. Muito cansado, adormeceu junto à praia. Ao acordar, viu-se carregado nos ombros por grande número de nativos que o colocaram em um rústico trono. Sem entender, ele começou a perguntar o que estava acontecendo. A resposta dos nativos foi: "Você será o rei desta ilha durante um ano." Ele gostou muito da idéia. Poderia ter tudo o que quisesse nesse Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 99 Um casal, recém casados, mudou-se para um bairro muito tranqüilo. Na primeira manhã que passavam na casa, enquanto tomavam café, a mulher reparou através da janela em uma vizinha que pendurava lençóis no varal e comentou com o marido: Que lençóis sujos ela está pendurando no varal! Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 100 Provavelmente está precisando de um sabão novo. Se eu tivesse intimidade perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas! O marido observou calado. Alguns dias depois, novamente, durante o café da manhã, a vizinha pendurava lençóis no varal e a mulher comentou com o marido: Nossa vizinha continua pendurando os lençóis sujos! Se eu tivesse intimidade perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas! E assim, a cada dois ou três dias, a mulher repetia seu discurso, enquanto a vizinha pendurava suas roupas no varal. Passado um mês a mulher se surpreendeu ao ver os lençóis brancos, alvissimamente brancos, sendo estendidos, e empolgada foi dizer ao marido: Veja ! Ela aprendeu a lavar as roupas, será que a outra vizinha ensinou !? Porque , não fui eu que a ensinei. O marido calmamente respondeu: Não, é que hoje eu levantei mais cedo e lavei os vidros da nossa janela! E assim é. Tudo depende da janela através da qual observamos os fatos. Antes de criticar, verifique se você fez alguma coisa para contribuir; verifique seus próprios defeitos e limitações. Devemos olhar, antes de tudo, para nossa própria casa, para dentro de nós mesmos. Só assim poderemos ter real noção do real valor de nossos amigos. Lave sua vidraça. Abra sua janela. "Tire primeiro a trave do seu olho, e então verás claramente para tirar o cisco do olho do teu irmão" (Mateus 7:5) Deus te abençoe ! ............... dificuldades, possuía alguns cavalos para ajudar nos trabalhos em sua pequena fazenda. Um dia, seu capataz veio trazer a notícia de que um dos cavalos havia caído num velho poço abandonado. O poço era muito profundo e seria extremamente difícil tirar o cavalo de lá. O fazendeiro foi rapidamente até o local do acidente, avaliou a situação, certificando-se que o animal não se havia machucado. Mas, pela dificuldade e alto custo para retirá-lo do fundo do poço, achou que não valia a pena investir na operação de resgate. Tomou, então, a difícil decisão: determinou ao capataz que sacrificasse o animal jogando terra no poço até enterrá-lo, ali mesmo. E assim foi feito: os empregados, comandados pelo capataz, começaram a lançar terra para dentro do buraco de forma a cobrir o cavalo. Mas, à medida que a terra caía em seu dorso, os animal a sacudia e ela ia se acumulando no fundo, possibilitando ao cavalo ir subindo. Logo os homens perceberam que o cavalo não se deixava enterrar, mas, ao contrário, estava subindo à medida que a terra enchia o poço, até que, finalmente, conseguir sair. Sabendo do caso, o fazendeiro ficou muito satisfeito e o cavalo viveu ainda muitos anos servindo, fielmente, a seu dono na fazenda. Se você estiver "lá embaixo", sentindo-se pouco valorizado, quando, certos de seu "desaparecimento", os outros jogarem sobre você a "terra da incompreensão, da falta de oportunidade e de apoio", lembre-se desta história. Não aceite a terra que jogaram sobre você, sacuda-a e suba sobre ela. E quanto mais jogarem, mais você vai subindo... subindo... subindo ... Um fazendeiro, que lutava com muitas dificuldades, possuía alguns cavalos para ajudar nos trabalhos em sua pequena fazenda. Um fazendeiro, que lutava com muitas Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 101 ......... Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 102 Esta é a historia de um menino que tinha um mau caráter. Seu pai lhe deu um saco de pregos e lhe disse que cada vez que perder a paciência, ele deveria pregar um prego atrás da porta. No primeiro dia, o menino pregou 37 pregos atrás da porta. As semanas que seguiram, a medida que ele aprendia a controlar seu gênio, pregava cada vez menos pregos atrás da porta. Com o tempo descobriu que era mais fácil controlar seu gênio que pregar pregos atrás da porta. Chegou o dia em que pode controlar seu caráter durante todo o dia. Depois de informar a seu pai, este lhe sugeriu que retirasse um prego a cada dia que conseguisse controlar seu caráter. Os dias se passaram e o jovem pode finalmente anunciar a seu pai que não havia mais pregos atrás da porta. Seu pai o pegou pela mão, o levou até a porta e lhe disse: Meu filho, vejo que tens trabalhado duro, mas veja todos estes buracos na porta. Nunca mais será a mesma. Cada vez que tu perdes a paciência, deixa cicatrizes exatamente como as que vê aqui. Tu podes insultar alguém e retirar o insulto, mas dependendo da maneira como fala poderá ser devastador e a cicatriz ficará para sempre. Uma ofensa verbal pode ser tão daninha como uma ofensa física. Os amigos são jóias preciosas. Nos fazem rir e nos animam a seguir adiante. Nos escutam com atenção e sempre estão prontos a abrir seu coração. ................ Certa vez, em uma cidade do interior de Minas, um padeiro foi ao delegado e deu queixas do vendedor de queijos que segundo ele estava roubando, pois vendia 800 gramas de queijo e dizia estar vendendo 1 quilo. O delegado pegou o queijo de 1 quilo e constatou que só pesava 800 gramas e mandou então prender o vendedor de queijos sob a acusação de estar fraudando a balança. O vendedor de queijos ao ser notificado da acusação, confessou ao delegado que não tinha peso em casa e por Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 103 isso, todos os dias comprava dois pães de meio quilo cada, colocava os pães em um prato da balança e o queijo em outro e quando o fiel da balança se equilibrava ele então sabia que tinha um quilo de queijo. O delegado para tirar a prova mandou comprar dois pães na padaria do acusador e pode constatar que dois pães de meio quilo se equivaliam a um quilo de queijo. Concluiu o delegado que quem estava fraudando a balança era o mesmo que estava acusando o vendedor de queijos. Nós somos um pouco assim e muitas vezes acusamos os outros de nossos próprios vícios. .................................... Um casal de jovens recém casados, muito pobre, vivia de favores num sítio do interior. Um dia o marido fez a seguinte proposta para a esposa: Querida, eu vou sair de casa, vou viajar para bem longe, arrumar um emprego e trabalhar até ter condições para voltar e dar-te uma vida mais digna e confortável. Não sei quanto tempo vou ficar longe, mas só te peço uma coisa: que você me espere e, enquanto eu estiver fora, seja fiel a mim, pois eu serei fiel a você. Assim sendo, o jovem saiu. Andou muitos dias a pé, até que encontrou um fazendeiro que estava precisando de alguém para ajudá-lo. O jovem chegou e ofereceu-se para trabalhar, no que foi aceito. Pediu para fazer um pacto com o patrão, o que também foi aceito. O rapaz pediu o seguinte: Me deixe trabalhar pelo tempo que eu quiser e,quando eu achar que devo ir, o senhor me dispensa das minhas obrigações. Eu não quero receber o meu salário agora. Peço que o senhor o coloque na poupança até o dia em que eu for embora. No Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 104 dia em que eu sair o senhor me dá o dinheiro e eu sigo o meu caminho. Tudo combinado, o jovem trabalhou durante vinte anos, sem férias e sem descanso. Depois, chegou para o patrão e disse: Patrão, eu quero o meu dinheiro, pois estou voltando para a minha casa. O patrão então lhe respondeu: Tudo bem, afinal, fizemos um pacto e vou cumpri-lo, só que antes quero lhe fazer uma proposta: eu lhe dou o seu dinheiro e você vai embora, ou então lhe dou três conselhos e não lhe dou o dinheiro e você vai embora. Se eu lhe der o dinheiro eu não lhe dou os conselhos, se eu lhe der os conselhos, eu não lhe dou o dinheiro. Vá para o seu quarto, pense e depois me dê a resposta. Ele pensou durante dois dias, procurou o patrão e disse-lhe: Quero os três conselhos. O patrão novamente frisou: Se eu lhe der os conselhos, não lhe dou o dinheiro. E o empregado respondeu: Quero os conselhos. O patrão então lhe falou: Conselho 1: “nunca tome atalhos em sua vida”. Caminhos mais curtos e desconhecidos podem custar a sua vida. Conselho 2: nunca seja curioso para aquilo que é mal, pois a curiosidade para o mal pode ser mortal. Conselho 3: nunca tome decisões em momentos de ódio ou de dor, pois você pode se arrepender e ser tarde demais. Após dar os conselhos, o patrão disse ao rapaz, que já não era tão jovem assim: Aqui você tem três pães: dois para comer durante a viagem e o terceiro é para comer com sua esposa quando chegar à sua casa. O homem então seguiu seu caminho de volta, depois de vinte anos longe de casa e da esposa que tanto amava. Após o primeiro dia de viagem, encontrou um andarilho que o cumprimentou e lhe perguntou: Para onde você vai? Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 105 Ele respondeu: Vou para um lugar muito distante que fica a mais de vinte dias de caminhada por essa estrada. O andarilho disse-lhe então: Rapaz, este caminho é muito longo, eu conheço um atalho que é dez, você chega em poucos dias. O rapaz, contente, começou a seguir pelo atalho,quando lembrou do primeiro conselho. Então,voltou e seguiu o caminho normal. Dias depois, soube que o atalho levava a uma emboscada. Depois de alguns dias de viagem, cansado ao extremo, achou uma pensão à beira da estrada, onde pôde hospedarse. De madrugada acordou assustado com um grito estarrecedor. Levantou-se de um salto só e dirigiu-se à porta para ir até o local do grito. Quando estava abrindo a porta, lembrou-se do segundo conselho. Voltou, deitou- se e dormiu. Ao amanhecer, após tomar café, o dono da hospedagem perguntou-lhe se ele não havia ouvido um grito, e ele disse que sim. E o hospedeiro: E você não ficou curioso? Ele disse que não. No que o hospedeiro respondeu: Você é o primeiro hóspede a sair daqui com vida, pois meu filho tem crises de loucura, grita durante a noite e, quando o hóspede sai, mata-o e enterra-o no quintal. Depois disso, o rapaz prosseguiu na sua longa jornada, ansioso por chegar à sua casa. Depois de muitos dias e noites de caminhada, já ao entardecer, viu entre as árvores a fumaça de sua casinha, andou e logo viu entre os arbustos a silhueta de sua esposa. Estava anoitecendo, mas ele pôde ver que ela não estava só. Andou mais um pouco e viu que ela retinha entre as pernas um homem a quem acariciava os cabelos. Quando viu a cena,seu coração se encheu de ódio e amargura e decidiu-se a correr de encontro aos dois e matá-los. Respirou fundo, apressou os passos,quando lembrou-se do terceiro conselho. Então parou, refletiu e decidiu dormir ali Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 106 mesmo naquela noite,e no dia seguinte tomar uma decisão. Ao amanhecer,já com a cabeça fria, disse: Não vou matar minha esposa e nem o seu amante. Vou voltar para o meu patrão e pedir que ele me aceite de volta. Só que, antes, quero dizer à minha esposa que eu sempre lhe fui fiel. Dirigiu-se à porta da casa e bateu. Quando a esposa abriu a porta, reconheceu-o imediatamente, atirou-se em seu pescoço e abraçou-o afetuosamente. Ele tentou afastá-la, mas não conseguiu. Então, com as lágrimas nos olhos, disse-lhe: Eu fui fiel a você e você me traiu... Ela, espantada, respondeu: Como? Eu nunca lhe traí, esperei durante esses vintes anos. Ele então lhe perguntou: E aquele homem que você estava acariciando ontem, ao entardecer? Ela lhe respondeu: Aquele homem é nosso filho. Quando você foi embora, descobri que estava grávida. Hoje ele está com vinte anos. Então o marido entrou, conheceu,abraçou o filho e contoulhes toda a sua história, enquanto a esposa preparava o seu café. Sentaram-se para comer juntos o último pão. Ele então parte o pão e, ao abri-lo, encontra todo o seu dinheiro - o pagamento por seus vinte anos de dedicação! Muitas vezes achamos que o atalho "queima etapas" e nos faz chegar mais rápido, o que nem sempre é verdade. Muitas vezes somos curiosos, queremos saber de coisas que nem ao menos nos dizem respeito e que nada de bom nos acrescentará. Outras vezes agimos por impulso, na hora da raiva,e fatalmente nos arrependemos depois. Ouve o conselho e recebe a instrução, para que sejas sábio. (Provérbios 19:20) .......................... Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 107 Existiu um lenhador que acordava às 6 da manhã e trabalhava o dia inteiro cortando lenha, e só parava tarde da noite. Esse lenhador tinha um filho, lindo, de poucos meses e uma raposa, sua amiga, tratada como bicho de estimação e de sua total confiança. Todos os dias o lenhador ia trabalhar e deixava a raposa cuidando de seu filho. Todas as noites ao retornar do trabalho, a raposa ficava feliz com sua chegada. Os vizinhos do lenhador alertavam que a raposa era um bicho, um animal selvagem; e portanto, não era confiável. Quando ela sentisse fome comeria a criança. O lenhador sempre retrucando com os vizinhos falava que isso era uma grande bobagem. A raposa era sua amiga e jamais faria isso. Os vizinhos insistiam: - "Lenhador abra os olhos! A raposa vai comer seu filho." - "Quando sentir fome comerá seu filho!” Um dia, o lenhador muito exausto do trabalho e muito cansado desses comentários - ao chegar a casa viu a raposa sorrindo como sempre e sua boca totalmente ensangüentada... O lenhador suou frio e sem pensar duas vezes acertou o machado na cabeça da raposa... Ao entrar no quarto desesperado, encontrou seu filho no berço dormindo tranqüilamente e ao lado do berço uma cobra morta... O lenhador enterrou o machado e a raposa juntos. Se você confia em alguém e já orou e perguntou a Deus sobre isto e Ele confirmou, não importa o que os outros pensem a respeito e siga sempre o que diz seu coração, pois é lá que o Senhor vai falar e lhe mostrar. Não se deixe influenciar... ................. Na Romênia , um homem dizia sempre a seu filho: Haja o que houver, eu sempre estarei a seu lado. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 108 Houve, nesta época um terremoto de intensidade muito grande, que quase arrasou as construções lá existentes nesta época. Estava nesta hora este homem em uma estrada. Ao ver o ocorrido, correu para casa e verificou que sua esposa estava bem, mas seu filho nesta hora estava na escola. Foi imediatamente para lá. E a encontrou totalmente destruída. Não restou, uma única parede de pé... Tomado de uma enorme tristeza. Ficou ali ouvindo, a voz feliz de seu filho e sua promessa (não cumprida). Haja o que houver : eu estarei sempre a seu lado. Seu coração estava apertado e sua vista apenas enxergava a destruição. A voz de seu filho e sua promessa não cumprida, o dilaceravam. Mentalmente percorreu inúmeras vezes o trajeto que fazia diariamente segurando sua mãozinha. O portão (que não mais existia) ; Corredor... Olhava as paredes, aquele rostinho confiante. Passava pela sala do 3º ano, virava o corredor e o olhava ao entrar . Até que resolveu fazer em cima dos escombros, o mesmo trajeto. Portão... Corredor... Virou a direita... E parou em frente ao que deveria ser a porta da sala. Nada! Apenas uma pilha de material destruído. Nem ao menos um pedaço de alguma coisa que lembrasse a classe Olhava tudo desolado. E continuava a ouvir sua promessa Haja o que houver, eu sempre estarei com você. E ele não estava... Começou a cavar com as mãos. Nisto chegaram outros pais, que embora bem intencionados, e também desolados, tentavam afastá-lo de lá dizendo: Vá para casa. Não adianta, não sobrou ninguém. - Vá para casa. Ao que ele retrucava: Você vai me ajudar? Mas ninguém o ajudava, e pouco a pouco, todos se afastavam. Chegaram os policiais, que também tentaram retirá-lo dali, pois viam que não havia chance de ter sobrado ninguém com vida. Haviam outros locais com mais esperança. Mas este homem não esquecia sua promessa ao filho, a única coisa que dizia. para as pessoas que tentavam retirá-lo Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 109 de lá era : - Você vai me ajudar ? Mas eles também o abandonavam. Chegaram os bombeiros, e foi a mesma coisa. Saia daí, não está vendo que não pode ter sobrado ninguém vivo? Você ainda vai por em risco a vida de pessoas que queiram te ajudar pois continuam havendo explosões e incêndios. Ele retrucava : - Você vai me ajudar? Você esta cego pela dor não enxerga mais nada. Ou então é a raiva da desgraça. Você vai me ajudar? Um a um todos se afastavam Ele trabalhou quase sem descanso, apenas com pequenos intervalos , mas não se afastava dali. 5 - 10 – 12 – 22 – 24 30 horas. Já exausto, dizia a si mesmo que precisava saber se seu filho estava vivo ou morto. Até que ao afastar uma enorme pedra, sempre chamando pelo filho, ouviu: Pai ...estou aqui! Feliz fazia mais força para abrir um vão maior e perguntou: Você esta bem? Estou. Mas com sede, fome e muito medo. Tem mais alguém com você? Sim, dos 36 da classe 14 estão comigo, estamos presos em um vão entre dois pilares. Estamos todos bem. Apenas conseguia se ouvir seus gritos de alegria . Pai, eu falei a eles: Vocês podem ficar sossegados, pois meu pai irá nos achar. Eles não acreditavam, mas eu dizia a toda hora ... Haja o que houver, meu pai, estará sempre a meu lado. Vamos, abaixe-se e tente sair por este buraco . Não! Deixe eles saírem primeiro... Eu sei ; que haja o que houver... Você estará me esperando! (Esta história é verídica) ..................... Um homem investe tudo o que tem numa pequena oficina. Trabalha dia e noite, inclusive dormindo na própria oficina. Para poder continuar nos negócios, empenha as próprias Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 110 jóias da esposa. Quando apresentou o resultado final de seu trabalho a uma grande empresa, dizem-lhe que seu produto não atende ao padrão de qualidade exigido. O homem desiste ? Não ! Volta à escola por mais dois anos, sendo vítima da maior gozação dos seus colegas e de alguns professores que o chamavam de "visionário". O homem fica chateado ? Não ! Após dois anos, a empresa que o recusou finalmente fecha contrato com ele. Durante a guerra, sua fábrica é bombardeada duas vezes, sendo que grande parte dela é destruída. O homem se desespera e desiste ? Não ! Reconstrói sua fábrica, mas um terremoto novamente a arrasa. Essa é a gota d'água e o homem desiste ? Não ! Imediatamente após a guerra segue-se uma grande escassez de gasolina em todo o país e este homem não pode sair de automóvel nem para comprar comida para a família. Ele entra em pânico e desiste ? Não ! Criativo, ele adapta um pequeno motor à sua bicicleta e sai às ruas. Os vizinhos ficam maravilhados e todos querem também as chamadas "bicicletas motorizadas". A demanda por motores aumenta muito e logo ele fica sem mercadoria. Decide então montar uma fábrica para essa novíssima invenção. Como não tem capital, resolve pedir ajuda para mais de quinze mil lojas espalhadas pelo país. Como a idéia é boa, consegue apoio de mais ou menos cinco mil lojas, que lhe adiantam o capital necessário para a indústria. Encurtando a história: Hoje a HONDA CORPORATION é um dos maiores impérios da indústria automobilística japonesa, conhecida e respeitada no mundo inteiro. Tudo porque o Sr. Soichiro Honda, seu fundador, não se deixou abater pelos terríveis obstáculos que encontrou pela frente. Portanto, se você, como infelizmente tem acontecido com muitas pessoas, adquiriu a mania de viver reclamando e lamentando, pare com isso ! Vá em frente ! Sempre. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 111 ........................ Uma filha se queixou a seu pai sobre sua vida e de como as coisas estavam tão difíceis para ela. Ela já não sabia mais o que fazer e queria desistir. Estava cansada de lutar e combater. Parecia que assim que um problema estava resolvido um outro surgia. Seu pai, um "chef", levou-a até a cozinha dele. Encheu três panelas com água e colocou cada uma delas em fogo alto. Logo as panelas começaram a ferver. Em uma ele colocou cenouras, em outra colocou ovos e, na última pó de café. Deixou que tudo fervesse, sem dizer uma palavra. A filha deu um suspiro e esperou impacientemente, imaginando o que ele estaria fazendo. Cerca de vinte minutos depois, ele apagou as bocas de gás. Pescou as cenouras e as colocou em um prato. Retirou os ovos e os colocou em uma tigela. Então pegou o café com uma concha e o colocou em uma caneca. Virando-se para ela, perguntou: "Querida, o que você está vendo?" "Cenouras, ovos e café," ela respondeu. Ele a trouxe para mais perto e pediu-lhe para experimentar as cenouras. Ela obedeceu e notou que as cenouras estavam macias. Ele, então, pediu-lhe que pegasse um ovo e o quebrasse. Ela obedeceu e depois de retirar a casca verificou que o ovo endurecera com a fervura. Finalmente, ele lhe pediu que tomasse um gole do café. Ela sorriu ao provar seu aroma delicioso. Ela perguntou humildemente "O que isto significa, pai?" Ele explicou que cada um deles havia enfrentado a mesma adversidade, a água fervendo, mas que cada um reagira de maneira diferente. A cenoura entrara forte, firme e inflexível. Mas depois de ter sido submetida à água fervendo, ela amolecera e se tornara frágil. Os ovos eram frágeis. Sua casca fina havia protegido o líquido interior. Mas após terem sido colocados na água fervendo, seu interior se tornou mais Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 112 rijo. O pó de café, contudo, era incomparável. Depois que fora jogado na água fervente, ele havia mudado a água. "Qual deles é você?" ele perguntou a sua filha. "Quando a adversidade bate a sua porta, como você responde? Você é uma cenoura, um ovo ou um pó de café?" E você? Com quem mais parece? Você é como a cenoura que parece forte, mas com a dor e a adversidade você murcha e se torna frágil e perde sua força? Será que você é como o ovo, que começa com um coração maleável? Você teria um espírito maleável, mas depois de alguma morte, uma falência, um divórcio ou uma demissão, você se tornou mais difícil e duro? Sua casca parece a mesma, mas você está mais amargo e obstinado, com o coração e o espírito inflexíveis? Ou será que você é como o pó de café? Ele muda a água fervente, a coisa que está trazendo a dor, para conseguir o máximo de seu sabor, a 100 graus. Quanto mais quente estiver a água, mais gostoso se torna o café. Se você é como o pó de café, quando as coisas se tornam piores, você se torna melhor e faz com que as coisas em torno de você também se tornem melhores. Como você lida com a adversidade? Você é do tipo cenoura, ovo ou café? ................ O local estava deserto quando sentei-me para ler embaixo dos longos ramos de um velho carvalho. Desiludido da vida, com boas razões para chorar, pois tinha a impressão que o mundo estava tentando me afundar. E se não fosse razão suficiente para arruinar o dia, um garoto ofegante chegou perto de mim, cansado de brincar. Ele parou na minha frente, cabeça pendente, e disse cheio de alegria: - Veja o que encontrei! Na sua mão uma flor. E que visão lamentável! Estava murcha com muitas pétalas caídas... Querendo ver-me livre do garoto com sua flor, fingi pálido Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 113 sorriso e virei-me. Mas ao invés de recuar, ele sentou-se ao meu lado, levou a flor ao nariz e declarou com estranha surpresa: - O cheiro é ótimo, e é bonita também... Por isso a peguei. Pegue-a, é sua! A flor à minha frente estava morta ou morrendo. Nada de cores vibrantes como laranja, amarelo ou vermelho, mas eu sabia que tinha que pegá-la, ou ele jamais sairia de lá. Então estendi-me para pegá-la e respondi: - Era o que eu precisava... Mas, ao invés de colocá-la na minha mão, ele a segurou no ar sem qualquer razão. Nessa hora notei, pela primeira vez, que o garoto era cego, e que não podia ver o que tinha nas mãos. Senti minha voz sumir. Lágrimas despontaram ao sol, enquanto lhe agradecia por escolher a melhor flor daquele jardim. - De nada... - respondeu sorrindo. E então voltou a brincar sem perceber o impacto que teve em meu dia. Sentei-me e comecei a pensar como ele conseguiu enxergar um homem auto-piedoso sob um velho carvalho. Como ele sabia do meu sofrimento auto-indulgente? Talvez no seu coração ele tenha sido abençoado com a verdadeira visão. Através dos olhos de uma criança cega, finalmente entendi que o problema não era o mundo, e sim EU! E por todos os momentos em que eu mesmo fui cego, agradeci por ver a beleza da vida e apreciar cada segundo que é só meu. Então levei aquela feia flor ao meu nariz e senti a fragrância de uma bela flor, e sorri enquanto via aquele garoto com outra flor em suas mãos prestes a mudar a vida de um insuspeito senhor de idade... As melhores coisas da vida são vistas com o coração! ............................. Contam que em uma carpintaria houve, certa vez, uma estranha assembléia. Foi uma reunião de ferramentas para Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 114 acertar suas diferenças. O martelo exerceu a presidência, mas os participantes lhe notificaram que teria de renunciar. A causa? Fazia demasiado barulho e, além do mais, passava todo tempo golpeando. O martelo aceitou a culpa, mas pediu que também fosse expulso o parafuso que, segundo ele, dava muitas voltas para conseguir algo. Diante do ataque, o parafuso concordou, mas, por sua vez, pediu a expulsão da lixa. Dizia que ela era muito áspera no tratamento com os demais, entrando sempre em atritos. A lixa acatou, com a condição que se expulsasse o metro que sempre media os outros segundo a sua medida, como se fora o único perfeito. Nesse momento, entrou o carpinteiro, juntou o material e começou seu trabalho. Utilizou o martelo, o parafuso, a lixa, e o metro. Finalmente, a madeira rústica se converteu num fino móvel. Quando a carpintaria ficou novamente só, a assembléia reativou a discussão. O serrote tomou a palavra: - Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, mas o carpinteiro trabalha com as nossas qualidades, com nossos pontos valiosos. Assim, não pensemos em nossos pontos fracos e concentremos-nos em nossos pontos fortes. Todos entenderam, então, que o martelo era forte, o parafuso unia, a lixa era especial para limar e afinar as asperezas e o metro era preciso e exato. Sentiram-se, então, como uma equipe capaz de produzir móveis de qualidade e passaram a trabalhar, com alegria, em equipe. Este texto, de autor desconhecido, mostra o que realmente acontece, em diversas ocasiões, com seres humanos. Basta observar e comprovar. Quando uma pessoa busca defeitos em outra, a situação se torna tensa e negativa; ao contrário, quando se busca, com sinceridade, os pontos fortes dos outros, florescem as melhores conquistas humanas. É fácil encontrar defeitos. Qualquer um pode fazê-lo, mas encontrar qualidades... isto é para os sábios! Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 115 .................................... Olavo foi transferido de projeto. Logo no primeiro dia, para fazer média com o novo chefe, saiu-se com esta: Chefe, o senhor nem imagina o que me contaram a respeito do Silva. Disseram que ele... Nem chegou a terminar a frase, e o chefe, apartou: Espere um pouco, Olavo. O que vai me contar já passou pelo crivo das Três Peneiras? Peneiras? Que peneiras, Chefe? A primeira, Olavo, é a da VERDADE. Você tem certeza de que esse fato é absolutamente verdadeiro. Não. Não tenho, não. Como posso saber? O que sei foi o que me contaram. Mas eu acho que... E, novamente, Olavo é interrompido pelo chefe: Então sua história já vazou a primeira peneira. Vamos então para a segunda peneira que é a da BONDADE. O que você vai me contar, gostaria que os outros também dissessem a seu respeito? Claro que não! Deus me livre, Chefe! - diz Olavo, assustado. Então, - continua o chefe - sua história vazou a segunda peneira. Vamos ver a terceira peneira, que é a da NECESSIDADE. Você acha mesmo necessário me contar esse fato ou mesmo passá-lo adiante? Não chefe. Pensando desta forma, vi que não sobrou nada do que eu iria contar. - fala Olavo, surpreendido. -Pois é Olavo! Já pensou como as pessoas seriam mais felizes se todos usassem essas peneiras - diz o chefe sorrindo e continua: Da próxima vez em que surgir um boato por aí, submeta-o ao crivo das Três Peneiras: Verdade - Bondade - Necessidade Antes de obedecer ao impulso de passá-lo adiante, porque: Pessoas mesquinhas falam sobre pessoas Pessoas comuns falam sobre coisas Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 116 Pessoas inteligentes falam sobre idéias .................. Cinco homens escalavam uma montanha quando, de repente, um grande estrondo. Era uma avalanche de neve. Procurando escapar com vida, acabaram entrando numa caverna, ficando presos dentro dela pela imensa quantidade de neve que bloqueou a entrada. Teriam que esperar até o amanhecer para poderem receber socorro. Cada um deles levava consigo um pedaço de lenha, mas havia bastante lenha no chão da caverna, e assim acenderam uma pequena fogueira ao redor da qual procuravam se aquecer. O tempo foi passando e a fogueira consumiu toda lenha encontrada no local. Se o fogo se apagasse, certamente todos morreriam. Chegou assim a hora de cada um colocar sua lenha na fogueira. O primeiro era um racista. Discretamente percorreu os olhos por todos os companheiros de infortúnio e descobriu que um deles era negro. Então ele raciocinou consigo mesmo: “Não quero que aquele negro se esquente com o fogo da minha lenha”. E assim guardou-a disfarçadamente, cobrindo-a com o casaco, escondendo-a dos demais. O segundo homem era muito rico, porém tremendamente avarento, o que popularmente chamamos de “pão-duro”, sovina. Em tudo na vida objetivava apenas obter lucros. Assim, ele perguntou aos demais: “Quanto” vocês me pagariam por este pedaço de lenha que tenho? Posto que ninguém lhe ofereceu a quantia que ele esperava, também guardou sua lenha. O terceiro homem era o negro. Embora aquele racista tenha procurado disfarçar, ele tinha percebido sua mudança de comportamento após contemplar seu rosto mais atentamente e ter notado sua cor escura. Seus olhos faiscavam de ressentimento quando lembrava do acontecido. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 117 Então, ele pensou: “Esses homens não merecem minha lenha e, de mais a mais, talvez precise dela para me defender se quiserem me matar”. E assim também guardou sua lenha. O quarto homem era um juiz. Depois de se identificar, usando sua autoridade, determinou que cada um lhe entregasse sua lenha, para que ele mesmo fosse colocando na fogueira, à medida que fogo começasse a se apagar. Como ninguém obedeceu, ele também não colocou o seu pedaço de lenha na fogueira. O quinto homem era um pobre morador daquela montanha, que conhecia muito bem a região e sabia que a nevasca poderia durar toda noite. Portanto, preferiu esperar e colocar sua lenha na fogueira mais tarde. Com esses pensamentos, os cinco homens permaneceram imóveis e, nessa indecisão, aconteceu do fogo se apagar. Todos contemplaram atônitos, a última brasa da fogueira se transformar em cinzas e finalmente se apagar. Quando amanheceu o dia, a equipe de socorro chegou à caverna e encontrou cinco cadáveres congelados, cada qual segurando um feixe de lenha. Olhando para aquele triste quadro, o chefe daquele agrupamento exclamou: O frio que os matou não foi o de fora, mas o de dentro. Meditando sobre essa história, lembramos dos ensinamentos dos nosso Senhor Jesus Cristo: “Daí, e dar-se-vós-à; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão, porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também” (Lucas 6.38). Quantos morrem agarrados a seus “feixes de lenha”, não sabendo que esse apego é exatamente o que lhes tira a vida? Para cada um daqueles homens da história, o feixe de lenha materializava o próprio coração: arrogância, ganância, orgulho, mágoa e, finalmente, para o último, seu próprio medo. O segredo é dar o coração para Jesus e viver livre de si próprio e desse mundo. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 118 .............. Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que poderia haver ali. Ao descobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado. Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos: Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa! A galinha, disse: Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda. O rato foi até o porco e lhe disse: Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira! Desculpe-me Sr. Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser rezar. Fique tranqüilo que o senhor será lembrado nas minhas preces. O rato dirigiu-se então à vaca. Ela lhe disse: O que Sr. Rato? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não! Então o rato voltou para a casa, cabisbaixo e abatido, para encarar a ratoeira do fazendeiro. Naquela noite ouviu-se um barulho, como o de uma ratoeira pegando sua vítima. A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego. No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pego a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher... O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre. Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal. Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la. Para alimentá-los o fazendeiro matou o porco. A mulher não melhorou e acabou morrendo. Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo. Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se que, quando há uma ratoeira na casa, Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 119 toda a fazenda corre risco. O problema de um é problema de todos. ................. Há muitos e muitos anos, um homem partiu em direção a Jerusalém, carregando uma cruz grande e pesada. Ela media três metros de altura por dois de envergadura. Enquanto carregava a cruz, lembrava-se do sofrimento de Jesus, e imaginava a dor que Ele havia sentido quando foi pregado nela. Assim, o homem seguia compenetrado em sua resolução e, passo a passo, lentamente carregava a cruz cuja ponta inferior se arrastava pelo chão, fazendo um risco na terra. Depois de muitas horas de caminhada, o homem avistou um morro. Esgotado como estava, teve dúvidas se conseguiria vencer aquela subida acentuada. Enquanto meditava na dificuldade à sua frente, alguém que passava sugeriu que cortasse um pedaço da cruz, tornando-a mais leve. - É uma boa idéia! Diminuindo um pouco a carga terei mais condições de subir a montanha. Assim, tirou um pedaço da cruz, que se tornou bem mais leve, e continuou sua caminhada. Quem já esteve em Jerusalém sabe que para se chegar lá é preciso subir muitas montanhas. A cidade do rei Davi, também chamada na Bíblia de “umbigo do mundo”, fica no topo de uma montanha e é cercada por muitas outras. Tratase, portanto, de um terreno difícil, em ambiente arenoso, seco, e muito quente durante o dia e muito frio à noite. A cada subida que encontrava no caminho ele cortava um pedaço da cruz. Assim, com o decorrer da jornada, a cruz pesada foi ficando cada vez mais leve, e ao invés da caminhada lenta do início o homem já podia andar a passo acelerado e ia cantarolando descontraidamente. Tudo parecia ir muito bem até que surgiu em seu caminho um rio caudaloso, cujas águas desciam volumosas do alto da montanha para banhar os vales. A ponte sobre o rio estava Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 120 partida, faltando-lhe exatamente um trecho de quase três metros no vão central. Diante daquele obstáculo, o peregrino fez a seguinte oração: - Senhor, Tu sabes que meu maior desejo é chegar a Jerusalém. Venho de longe e agora que me aproximo de realizar meu sonho, não sei como poderei fazer para, sem arriscar a vida, chegar ao outro lado do rio. Vês, Senhor, que a ponte está rompida e não tenho como atravessá-la. Então uma voz do céu respondeu: - Meu filho, para transpor este obstáculo com segurança, basta usares a cruz que lhe dei! Muito triste, o homem constatou que a cruz, agora, depois de tantos pedaços cortados, havia se tornado pequena demais e não vencia o vão que ele precisa transpor. A cruz do início, com seus três metros tinha exatamente a medida que ele precisava para transpor a ponte quebrada. Na vida, cada um de nós carrega a cruz necessária a nos preparar para vencer os obstáculos que surgem durante a jornada. Não é maior nem menor: é exata! Moisés, o grande líder do povo de Israel, é um exemplo nítido disso. Foi peregrino por quarenta anos no deserto do Sinai. Enfrentou o calor do dia e o frio da noite, como um simples pastor do rebanho do seu sogro. Então, preparado, também por outros quarenta anos liderou a caminhada de três milhões de israelitas à Terra Prometida. ................. No tempo em que os homens resolviam seus problemas ao fio da espada e tinham como lei o “olho por olho e dente por dente”, havia um rei bom que se destacava entre todos os reinos da terra por sua forma de reinar, pois seu trono tinha como base a justiça. Sempre que fazia prisioneiros, esse rei não os matava, mas os levava a uma cela onde seus arqueiros se posicionavam de um lado e uma imensa porta de ferro ficava do outro. Viam-se gravadas figuras de caveiras cobertas por sangue nas ombreiras da porta. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 121 Nesta cela, ele os fazia enfileirar-se em círculo e fazia-os escolher: – Vocês decidem entre morrer flechados por meus arqueiros ou passarem por aquela porta e lá serem trancados por mim. Todos escolhiam serem mortos pelos arqueiros. Ao terminar a guerra, um leal súdito que fazia parte da guarda pessoal do rei e que a sua vida toda o servira, dirigiuse ao soberano e perguntou: – Senhor, posso lhe fazer uma pergunta? – Diga, soldado! – O que há por detrás da assustadora porta, a ponto de fazer todos os acusados escolherem morrer pelos arqueiros? – indagou o súdito. – Ora, vá e veja você mesmo – respondeu o rei. O soldado, então, dirigiu-se ao local, abriu vagarosamente a porta e, na medida em que o fazia, raios de sol iam adentrando e clareando o ambiente. E finalmente ele descobre, surpreso, que a porta se abria sobre um caminho que conduzia para fora do castelo. O soldado, admirado, apenas olha seu rei e diz: – ...Mas aqui conduz à liberdade! E o rei, sabiamente, diz ao súdito: – Eu dava aos prisioneiros a escolha, mas preferiam morrer a arriscar-se abrir esta porta! Quantas portas deixamos de abrir com medo de nos arriscar? Quantas vezes perdemos a liberdade e morremos por dentro apenas por sentirmos medo de abrir a porta para que o Senhor Jesus entre em nossos corações e assumamos um compromisso com Ele? O Senhor Jesus disse: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo”. (Apocalipse 3.20). Pense nisso e não tenha medo de abrir a porta do seu coração para que Ele possa entrar e fazer você feliz. .................. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 122 É preciso ter um coração humilde diante de Deus, para aceitar aqueles que nos são enviados e receber a ajuda que nos vêm trazer. Trabalhando, por muitos anos, como missionário na África, vi muitas pessoas em sofrimento. Creio que todas pedem a Deus ajuda em suas orações. Creio também que em resposta a essas orações é que somos enviados a ajudá-las, porém muitas não nos aceitam. Conta-se que pelos idos de 1940, uma pequena cidade da Flórida, nos Estados Unidos da América, foi assolada por fortes tempestades. À medida que as chuvas se prolongavam, o sistema de escoamento se mostrou deficiente e a cidade começou a inundar nos bairros mais baixos. O governo, então, anunciou, pelo rádio e televisão, que os moradores daqueles trechos deveriam se deslocar para ginásios e prédios públicos, na parte alta da cidade, onde receberiam assistência até que pudessem voltar às suas casas. Numa das ruas da parte baixa, um dos moradores se negava a deixar sua casa. Dizia ter fé que Deus iria socorrê-lo. Seus vizinhos, antes de partirem, bateram insistentemente à sua porta, pedindo-lhe que os acompanhasse. Pelo menos uns dez. A todos o homem respondia: - Deus vai me salvar! Aquela rua ficou deserta. As outras também; aliás, todo o bairro. Até os gatos e cachorros se foram. Somente o homem continuava em casa. As águas cobriram as calçadas, avançaram pelo jardim e já estavam chegando à porta da casa, quando um enorme caminhão do Exército, deslocando-se lentamente, anunciou que se alguém ainda estivesse no local, que embarcasse imediatamente. O homem nem deu as caras. Assim, viu as águas entrarem por baixo da porta e encherem a sala. Subiu na cadeira, da cadeira passou para a mesa, da mesa foi para o telhado. A essa altura, os soldados do Corpo de Bombeiros, Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 123 vasculhando a área, aproximaram-se num barco e insistiram para que ele os acompanhasse. Lançaram corda, colete salva-vidas, e nada. O homem, já no telhado da casa, repetia: - Deus vai me salvar! Ao entardecer, o nível da água já lhe tocava os pés, quando um helicóptero da força Aérea lançou sobre ele um possante jato de luz. Foi, então, desenrolada uma escada, a qual no balanço do vento, tocava-lhe os braços e o corpo como que, calada e humilde, lhe implorasse que nela subisse. O homem encolheu as pernas para fugir da água, mas nem sequer olhou para cima. O helicóptero foi embora, em busca de outros que quisessem socorro. A chuva continuou a cair e o homem morreu afogado. No Céu, ele chegou muito zangado e passou a reclamar e inquirir o porquê de sua fé não ter sido honrada. Então, foilhe dito: - Sua oração chegou por aqui e a resposta voltou de imediato. Em seu socorro foram mandados mais de dez vizinhos, o Exército, os Bombeiros e finalmente até um helicóptero da Força Aérea. Mas você não aceitou nenhuma ajuda! A Bíblia ensina que Deus constitui autoridades governamentais e espirituais. O coração humilde as conhece, respeita e acata. E assim se vive com sabedoria. ................ Uma nova igreja fora construída e as pessoas vinham de todas as partes para admirá-la. Passavam horas admirando a beleza da obra! Lá em cima, no madeiramento do telhado, um pequeno prego à tudo assistia. E ouvia as pessoas elogiando todas as partes da encantadora estrutura - exceto o prego! Sequer sabiam que estava lá, e ele ficou irritado e com ciúmes. - Se sou tão insignificante, ninguém sentirá minha falta! Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 124 Então o prego desistiu de sua vida, deixou de fazer pressão e foi deslizando até cair ao chão. Naquela noite choveu e choveu muito. Logo, onde faltava um prego, o telhado começou a ceder, separando as telhas. A água escorreu pelas paredes e bonitos murais. O gesso começou a cair, o tapete estava manchado e a bíblia estava arruinada pela água. Tudo isto porque um pequeno prego desistira de seu trabalho! E o prego? Ao segurar o madeiramento do telhado, era obscuro, mas era útil. Agora, enterrado na lama, não só continuara obscuro, como também se tornara um completo inútil e acabou comido pela ferrugem! ................ Demonstrar o amor é uma forma de deixar a vida transbordar dentro do próprio coração. A maioria das pessoas estabelece datas especiais para manifestar o seu amor pelo outro: é o dia do aniversário, o natal, o aniversário de casamento, o dia dos namorados. Para elas, expressar amor é como usar talheres de prata: é bonito, sofisticado, mas somente em ocasiões muito especiais. E alguns não dizem nunca o que sentem ao outro. Acreditam que o outro sabe que é amado e pronto. Não é preciso dizer. Conta um médico que uma cliente sua, esposa de um homem avesso a externar os seus sentimentos, foi acometida de uma supuração de apêndice e foi levada às pressas para o hospital. Operada de emergência, necessitou receber várias transfusões de sangue sem nenhum resultado satisfatório para o restabelecimento de sua saúde. O médico, um tanto preocupado, a fim de sugestioná-la, lhe disse: pensei que a senhora quisesse ficar curada o mais Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 125 rápido possível para voltar para o seu lar e o seu marido. Ela respondeu, sem nenhum entusiasmo: - O meu marido não precisa de mim. Aliás, ele não necessita de ninguém. Sempre diz isto. Naquela noite, o médico falou para o esposo que a sua mulher não queria ficar curada. Que ela estava sofrendo de profunda carência afetiva que estava comprometendo a sua cura. A resposta do marido foi curta, mas precisa: - Ela tem de ficar boa. Finalmente, como último recurso para a obtenção do restabelecimento da paciente, o médico optou por realizar uma transfusão de sangue direta. O doador foi o próprio marido, pois ele possuía o tipo de sangue adequado para ela. Deitado ao lado dela, enquanto o sangue fluía dele para as veias da sua esposa, aconteceu algo imprevisível. O marido, traduzindo na voz uma verdadeira afeição, disse para a esposa: - Querida, eu vou fazer você ficar boa. - Por que? perguntou ela, sem nem mesmo abrir os olhos. - Porque você representa muito para mim. Você é a minha vida! Houve uma pausa. O pulso dela bateu mais depressa. Seus olhos se abriram e ela voltou lentamente a cabeça para ele. - Você nunca me disse isso. - Estou dizendo agora. Mais tarde, com surpresa, o marido ouviu a opinião do médico sobre a causa principal da cura da sua esposa. Não foi a transfusão em si mesma, mas o que acompanhou a doação do sangue que fez com que ela se restabelecesse. As palavras de carinho fizeram a diferença entre a morte e a vida. É importante saber dizer: amo você! O gesto carinhoso, a palavra gentil autêntica, a demonstração afetiva num abraço, numa delicada carícia Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 126 funcionam como estímulos para o estreitamento dos laços indestrutíveis do amor. É urgente que, no relacionamento humano, se quebre a cortina do silêncio entre as criaturas e se fale a respeito dos sentimentos mútuos, sem vergonha e sem medo. A pessoa cuja presença é uma declaração de amor consegue criar um ambiente especial para si e para os que privam da sua convivência. Quem diz ao outro: eu amo você, expressa a sua própria capacidade de amar, mas também, afirmando que o outro é amado, se faz amar e cria amor ao seu redor. Não basta amar o outro. É preciso que ele saiba que é amado! ................ Era véspera de Natal. Em todas as casas havia intensa alegria. Nas ruas, era grande o movimento. Pessoas transitavam com pacotes, entrando e saindo de lojas cheias de compradores e vendedores ansiosos. O homem e a mulher se aproximaram de um restaurante. A mulher trazia nos olhos o brilho dos que sabem compartilhar alegrias e se sentem felizes com pequenas coisas. Sorria. O homem se apresentava carrancudo. O rosto marcado por rugas de preocupação. No coração, um tanto de revolta. Sentaram-se à mesa e, enquanto ela olhava o cardápio, procurando algo simples e gostoso para o lanche, ele começou a reclamar. Reclamou que as coisas não estavam dando certo. Ele tinha investido em um determinado produto em sua loja, contando que as vendas fossem excelentes, mas não foram. O produto não era tão atraente assim. Ou talvez fosse o preço. Enfim, o comerciante reclamava e reclamava. De repente, ele parou de falar. Observou que sua esposa parecia não estar ouvindo o que ele dizia. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 127 Em verdade, ela estava mesmo era em outra esfera. Olhava fixamente para uma árvore de natal que enfeitava o balcão do pequeno restaurante. Sim, ela não estava interessada na sua conversa. Ele também olhou na mesma direção e, de forma mecânica, comentou: a árvore está bem enfeitada, mas tem uma lâmpada queimada no meio das luzes. É verdade, respondeu a mulher. Há uma lâmpada queimada. E você conseguiu vê-la porque está pessimista, meu amor. Não conseguiu perceber a beleza das dezenas de outras luzes coloridas que acendem e apagam, lançando reflexos no ambiente. Assim também acontece com a nossa vida. Você está reclamando da venda do produto que não deu certo e se mostra triste. Mas está esquecido das dezenas de bênçãos que brilharam durante todo o ano para nós. Você está fixando seu olhar na única lâmpada que não iluminou nada. Não há dúvida de que acharemos, no balanço das nossas vidas, diversas ocorrências que nos infelicitam. Podemos chegar a sentir como se o mundo ruísse sob os nossos pés. Porém, a maior tristeza que pode se abater sobre a criatura, multiplicando dificuldades para o espírito, é o mau aproveitamento das oportunidades que Deus lhe concede, para evoluir e brilhar. Meditemos sobre isso e descubramos as centenas de lâmpadas que brilham em nossos caminhos. Ao lado das dores e problemas que nos atingem as vidas, numerosas são as bênçãos que nos oferece a divindade. Apliquemo-nos no dom de ver e ouvir o que é bom, belo e positivo. Contemplemos a noite que se estende sobre a terra e sem nos determos no seu manto escuro, descubramos no brilho das estrelas as milhares de lâmpadas que Deus posicionou no espaço para encher de luz os nossos olhos. Acostumemo-nos a observar e a ver o bem em toda a parte a Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 128 fim de que a felicidade nos alcance e possamos sentir a presença do criador, que é amor na sua expressão mais sustentando-nos as vidas. ................. Conta uma fábula portuguesa que a coruja encontrou a águia, e disse-lhe: O águia, se vires uns passarinhos muito lindos em um ninho, com uns biquinhos muito bem feitos, olha lá não os coma, que são os meus filhos! A águia prometeu-lhe que não os comeria; foi voando e encontrou numa árvore um ninho, e comeu todos filhotes. Quando a coruja chegou e viu que lhe tinham comido os filhos, foi ter com a águia, muito aflita: O águia, tu foste-me falsa, porque prometeste que não me comias meus filhinhos, e mataste-os todos! Diz a águia: - Eu encontrei uns pássaros pequenos num ninho, todos depenados, sem bico, e com os olhos tapados, e comi-os; e como tu me disseste que os teus filhos eram muito lindos e tinham os biquinhos bem feitos entendi que não eram esses. Pois eram esses mesmos, disse a coruja. Pois então queixa-te de ti, que é que me enganaste com a tua cegueira. Essa fábula é atribuída ao surgimento da expressão "mãe coruja "pois aos olhos das mães os filhos são sempre perfeitos e lindos, o coração de uma mãe é o lugar mais seguro do mundo e se precisar até sangra por um filho. ............... Você certamente já leu ou ouviu, algum dia, a notícia de roubo, incêndio, naufrágio ou explosão de algum bem móvel ou imóvel que pertencia a alguém, não é mesmo? No entanto, ninguém jamais ouviu ou leu uma manchete com os dizeres: "foi roubada a coragem desta ou daquela Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 129 pessoa", "foi extraviada grande porção de otimismo, quem a encontrar favor devolver no endereço citado". Ou então, "incêndio consumiu toda a fidelidade de fulano" ou, "naufragou a honestidade de beltrano". Enfim, nunca se ouve falar que as virtudes de alguém tenham sofrido assaltos ou outro dano qualquer. Todavia, alguns podem argumentar que isso acontece diariamente quando as negociatas indignas põem por terra a honestidade e a honradez deste ou daquele cidadão, que sucumbe ante grandes quantias em dinheiro ou favorecimentos de toda ordem. No entanto, as virtudes que se deixam arrastar por interesses próprios, não são virtudes efetivas, são ensaios de virtudes. Quem, verdadeiramente, conquista uma virtude, jamais a perde. Contou-nos um amigo, jovem advogado, que labora num órgão público que, em certa ocasião, estava com uma pilha de processos sobre a mesa, quando seu superior entrou na sala e tomou dois daqueles processos e pôs de lado, dizendo-lhe: "Quero que você arquive estes processos." O advogado perguntou por que razão deveria arquivá-los, e o diretor respondeu simplesmente: "porque os acusados são meus amigos e me pediram esse favor". O moço que, por sua vez, tinha um compromisso sério com a própria consciência, que é onde estão inscritas as leis divinas, fez com que os processos seguissem seu curso, sem interferir. Tempos depois, os amigos do diretor tiveram que arcar com as custas do processo e indenizar vários cidadãos, aos quais haviam prejudicado de alguma forma. E, quando o diretor foi tirar satisfação com o advogado, este argumentou que o fato de os acusados serem seus amigos, não era suficiente para isentá-los da responsabilidade dos seus atos. E que somente a falta de provas poderia livrá-los, o que não era o caso. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 130 Se esse jovem advogado não tivesse firmeza de caráter, poderia ter dado ocasião a que fosse registrado em sua ficha espiritual a seguinte anotação: Esta pessoa sofreu, em tal data, um assalto da corrupção e da prepotência e teve seus bens mais preciosos, que são a fidelidade e a honestidade, roubados. Mas, felizmente, isso não aconteceu. Toda vez que permitimos que nossas virtudes sejam compradas ou roubadas, ficamos mais pobres espiritualmente. Toda vez que aplaudimos a corrupção e a ganância, tirando proveito de cargos, posições sociais, ou de situações diversas em benefício próprio e em detrimento de outrem, estamos nos candidatando a entrar no mundo espiritual como mendigos morais. .................. Era uma vez, dois reinos que entraram em guerra. Enquanto um deles tinha um pequeno exército, o outro era poderosíssimo com o número incontável de soldados. Era, portanto, uma batalha bem desequilibrada com resultado previsível. Os generais do reino em desvantagem se reuniram para tentar encontrar uma tática que pudesse salvá-los do iminente massacre. Mas, quanto mais pensavam nas suas chances e procuravam encontrar caminhos, mais se convenciam da impossibilidade de vencer aquele poderoso adversário. Não havia chance de paz. Não havia chance de vitória. O que fazer? Quando tudo parecia perdido um velho sábio apresentou a solução do problema. Disse ele: “Senhores, assim como uma pequena fonte no seu gotejar diário, forma um caudaloso rio, a fúria que move o exército de nossos inimigos e se espalha pelo coração de numerosos soldados também nasce de uma fonte. Existe no reino dos nossos Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 131 inimigos, um ministro cujo ódio contra nosso povo vem de longo tempo. Ele cria histórias e influencia o rei contra nós”. Assim, eles resolveram enviar naquela noite, um soldado disfarçado para se infiltrar nas fileiras do inimigo com a missão de matar aquele ministro. Entretanto, silenciosamente em sua barraca, colocou um poderoso veneno na botija de água. No dia seguinte, quando o homem tomou a água, veio a morrer em poucas horas. Eliminado a fonte, o caminho para a paz estava aberto. O exército mais fraco enviou uma comissão e negociou um acordo. A guerra sem solução estava resolvida. Quando Gideão se organizava pensando na multidão de seus inimigos, cento e trinta e cinco mil, Deus lhe disse: “Tu os ferirás como a um homem”. Ele não conseguiu entender essa palavra. Alguns dias se passaram e vários sinais lhe foram concedidos. No entanto, Gideão ainda pensava como agir, e na noite que devia atacar, o Senhor o encontrou ainda medroso. Assim, o Senhor o enviou ao arraial dos midianitas onde ele, escondido ouviu da boca de uma sentinela a narrativa de um sonho. Neste sonho, um pequeno pão de cevada lutava contra o comandante e prevalecia. Estava provado. A luta não era um contra centro e trinta e cinco mil, mas um contra um, ou seja, Gideão contra o diabo. E quando Gideão agiu pela fé, isto é, obedeceu a Palavra de Deus, amarrou o diabo que agiu como um comandante a chefiar os midianitas, e a vitória veio. Assim é na nossa vida. Ainda que sejam muitos os nossos problemas temos todos apenas um inimigo: o diabo – o ladrão que veio para roubar, matar e destruir. ................. Contam que certa vez, duas moscas caíram num copo de leite. A primeira era forte e valente. Assim, logo ao cair, nadou até a borda do copo. Mas como a superfície era muito lisa e ela tinha suas asas molhadas, não conseguiu sair. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 132 Acreditando que não havia saída, a mosca desanimou, parou de nadar e se debater e afundou. Sua companheira de infortúnio, apesar de não ser tão forte, era tenaz. Continuou a se debater, a se debater e a se debater por tanto tempo, que, aos poucos o leite ao seu redor, com toda aquela agitação, foi se transformando e formou um pequeno nódulo de manteiga, onde a mosca tenaz conseguiu com muito esforço subir e dali alçar vôo para algum lugar seguro. Durante anos, ouvi esta primeira parte da história como elogio à persistência, que, sem dúvida, é um hábito que nos leva ao sucesso, no entanto... Tempos depois, a mosca tenaz, por descuido ou acidente, novamente caiu no copo. Como já havia aprendido em sua experiência anterior, começou a se debater, na esperança de que, no devido tempo, se salvaria. Outra mosca, passando por ali e vendo a aflição da companheira de espécie, pousou na beira do copo e gritou: “Tem um canudo ali, nade até lá e suba por ele” A mosca tenaz não lhe deu ouvidos, baseandose na sua experiência anterior de sucesso e, continuou a se debater e a se debater, até que, exausta, afundou no copo cheio de água. Quantos de nós, baseados em experiências anteriores, deixamos de notar as mudanças de ambiente e ficamos nos esforçando para alcançar os resultados esperados, até que afundamos na própria falta de visão? Fazemos isso quando não conseguimos ouvir aquilo que quem está de fora da situação nos diz. ............... Há muito tempo, quando ainda era um bebê, você tentou levantar para dar o primeiro passo da sua vida e caiu. Você, eu e os outros bilhões de bilhões de pessoas que já andaram sobre a Terra, desde a criação. Não havia nada de errado com você. Cair é o esperado, o normal. Por que, então, você acha que não deveria cair em outras áreas da vida, ao dar os primeiros passos? Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 133 Ninguém estranharia se o filho tentasse dar os primeiros passos e se estatelasse no chão, mas por alguma razão, algumas vezes esquecemos que falhar nas primeiras tentativas, é um princípio da natureza contra o qual não há meios de lutar, e achamos que temos obrigação de acertar da primeira vez. Não temos; nem eu, nem você. Você não tem obrigação de acertar da primeira vez. Você tem obrigação de não desistir nas primeiras quedas, porque elas virão. Você errará quando começar qualquer coisa. Você falhará. Você vai se estatelar contra o chão – não importa sua idade, experiência, inteligência ou saúde – sempre que começar algo novo, algo inesperado, algo diferente, algo que valha a pena. Se um bebê de colo não desiste, não importa quantas quedas ele tenha, será uma vergonha se você desistir agora. Se um bebê chora ao cair, mas logo depois esquece a dor e tenta outra vez, será uma vergonha você apenas sentar e ficar eternamente chorando dores que há muito tempo se foram. Algumas empresas também se esquecem deste princípio e criam cronogramas e projetos que não incluem potenciais falhas, erros de gestão, problemas de produtos e de saúde na equipe. Então, por criarem projetos “no vácuo”, se desesperam quando a dura realidade aparece para fazer com que venham os primeiros e inevitáveis tombos. Seja em projetos novos, seja em relacionamentos românticos, seja em sonhos profissionais ou em qualquer coisa na qual você esteja dando os primeiros passos, se você acertar da primeira vez, é porque errou em algum lugar. Considere sempre que as primeiras tentativas provavelmente falharão, mas você não pode desistir. Levante-se e faça como qualquer bebê faria: tente outra vez. Este é um princípio da natureza. Use-o a seu favor. ................ Essa história relata as proezas de um grande equilibrista, cujo empresário garantia que ele podia ir sempre mais além. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 134 Aquele homem havia atravessado por diversas vezes as cataratas do Niágara, sobre um finíssimo cabo de aço, com a tranqüilidade que eu ou você atravessaríamos uma calçada. Era realmente um espetáculo observar aquele artista, e em todas as vezes se apresentava, uma pequena multidão se ajuntava. A fama daquele homem correu o mundo e ele chegou entrar no livro dos Recordes, o Guiness Book of Records. Seu empresário gabava-se daquele talento e por vezes achava que os aplausos eram para ele mesmo. Garantindo que ele podia se superar, o empresário fazia com que o equilibrista se atravesse cada vez mais em seus shows. Certa vez, durante uma apresentação nas nossas Cataratas do Iguaçu, ele atravessou aquela imensidão de água, empurrando um carrinho de mão. Sem poder usar as mãos para se equilibrar, o suspense foi muito maior. Lentamente e com o semblante tenso e molhado de suor, o homem conseguiu realizar a proeza. Ao chegar do outro lado, platéia caiu em delírio. Eram tantos os aplausos, gritos e assobios, que o empresário se entusiasmou. Para o espanto de todos, ele anunciou que o equilibrista era capaz de ir mais além. Desta vez empurraria o carrinho de mão com um saco de 70kg de areia. O equilibrista vacilou, mas seu empresário lhe passou tanta confiança que ele acabou aceitando o desafio. Teve gente que sentiu o coração saltar pela boca e preferiu se retirar. Mas a grande maioria permaneceu completamente assombrada. O equilibrista, após se concentrar e ouvir várias vezes seu empresário dizer que confiava nele, empunhou o pesado carrinho e começou com visível dificuldade seu árduo desafio. Durante os minutos daquela apresentação, a platéia ficou muda e em suspense. Mas, para o alívio de todos, ele chegou são e salvo até o outro lado, ao som de uma explosão de aplausos. Um tanto quanto empolgado, o empresário pede um voluntário para entrar no carrinho. A risada foi geral e ninguém se atreveu a se candidatar. Diante disso, o Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 135 empresário disse: depois de tudo que vocês testemunharam vocês ainda duvidaram da sua capacidade? Foi, então, a vez do equilibrista dizer ao empresário: “Vem você, amigo. Ninguém conhece melhor a minha capacidade do que você”. Por esta ele não esperava. E saiu de fininho. Às vezes, o cristão, se torna empresário do Senhor Jesus. Faz a maior propaganda d’Ele para os outros, mais na hora de confiar, ele mesmo sai de fininho... ............... Um jovem estava no centro da cidade, proclamando ter o coração mais belo da região. Uma multidão o cercou e todos admiraram o seu coração.Não havia marca ou qualquer outro defeito. Todos concordaram que aquele era o coração mais belo que já tinham visto. O jovem ficou muito orgulhoso por seu belo coração. De repente, um velho apareceu diante da multidão e disse: Por que o coração do jovem não é tão bonito quanto o meu? A multidão e o jovem olharam para o coração do velho, que estava batendo com vigor, mas tinha muitas cicatrizes. Havia locais em que pedaços tinham sido removidos e outros tinham sido colocados no lugar, mas estes não encaixavam direito, causando muitas irregularidades. Em alguns pontos do coração, faltavam pedaços. O jovem olhou para o coração do velho e disse: O senhor deve estar brincando... compare nossos corações. O meu está perfeito, intacto e o seu é uma mistura de cicatrizes e buracos! Sim, - disse o velho. – olhando, o seu coração parece perfeito, mas eu não trocaria o meu pelo seu. Veja, cada cicatriz representa uma pessoa para a qual eu dei o meu amor. Tirei um pedaço do meu coração e dei para cada uma dessas pessoas. Muitas delas deram-me também um pedaço do próprio coração para que eu colocasse no meu, mas, como os pedaços não eram exatamente iguais, há irregularidades. Mas eu as estimo, porque me fazem lembrar Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 136 do amor que compartilhamos. Algumas vezes, dei pedaços do meu coração a quem não me retribuiu. Por isso, há buracos. Eles doem. Ficam abertos, lembrando-me do amor que senti por essas pessoas... um dia espero que elas retribuam, preenchendo esse vazio. E aí, jovem? Agora você entende o que é a verdadeira beleza? O jovem ficou calado e lágrimas escorriam pelo seu rosto. Ele aproximou-se do velho. Tirou um pedaço de seu perfeito e jovem coração e ofereceu ao velho, que retribuiu o gesto. O jovem olhou para o seu coração, não mais perfeito como antes, contudo, mais belo que nunca. Os dois se abraçaram e saíram caminhando lado a lado. Como deve ser triste passar a vida com o coração intacto. ........................ Falar do amor de Deus para conosco é extremamente gratificante. Quero que seja igualmente agradável pra você. Senão, vejamos, como poderia ser interessante um relato de triste episódio, muito embora, com um final feliz? Creio ser mais cativante para o leitor quando ele se depara com uma ilustração na sua narrativa, para tal, gostaria de comparar o que se deu comigo, com uma historinha que já é conhecida por muitos, como verídica. Conta-se que um certo desportista desafiando sua própria capacidade, anunciou à mídia que escalaria uma montanha que alguns atribuem ao Aconcágua, até então somente grupos de especialistas em ajuda mútua, haviam obtido êxito numa investida dessas. Mas ele se achava capaz. E assim o fez. Marcou com os repórteres que a uma determinada hora, dali a tanto tempo uma coletiva pra detalhar os passos para o sucesso. Deu início a sua escalada ao topo. Sua experiência lhe dizia que o tempo, as condições meteorológicas estavam extremamente favoráveis. E assim é que ele foi fincando suas estacas e pinos, por onde passava a corda de segurança atada à sua cintura. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 137 As tão esperadas noites enluaradas, estreladas, não vieram. E sim a escuridão total. Juntando-se a isso, uma pequena nevasca começou a cair. Mas aquele alpinista já estava há poucos metros do cume. De repente, um escorregão... Precipitado para baixo, o peso do seu corpo associado à velocidade, fez com que os grampos se soltassem da montanha, fazendo com que fosse arremessado contra as paredes de gelo, como que quicando, tal e qual uma bolinha de ping-pong, dando tempo pra refletir e recorrer ao Único que poderia lhe ajudar naquela hora. “Ó Deus! Me salve!” – gritou. Naquele instante, a corda se travou. Como se u’a mão forte tivesse detido, segurado aqueles pinos enterrados nas rochas, estancando a sua queda. A seguir, ele pode ouvir uma voz forte, como que vinda dos céus: “Que quer que eu te faça?” Que me salve! “Acreditas realmente que possa salvá-lo?” Sim, Senhor! “Então, nesse caso, corte a corda.” ... A reação daquele homem foi de se agarrar ainda mais àquela corda. A razão lhe dizia que sua vida dependia mais daquela corda do que... E assim permaneceu. Com a chegada do pessoal da TV e dos jornais, a estupefação foi geral. Deparam-se com o corpo dum homem congelado, agarrado à uma corda... há apenas dois metros do chão. ...................... Era uma vez um reino distante, nos confins do Oriente, onde havia uma árvore muito especial. Era inigualável. Seus galhos e folhas protegiam do sol os que abrigavam em sua Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 138 sombra, enquanto suas flores espalhavam no ar um perfume suave. O mais formidável disto tudo era que o fruto desta árvore era o pão. Sim, isso mesmo! Cada manhã essa extraordinária árvore produzia pães frescos. Pães da cor do trigo, que cintilavam sob os raios do Sol que passavam por entre as folhas. O pão sempre foi e sempre será a alimentação básica de todos os povos. No Brasil, quando os portugueses aqui desembarcaram, os índios já produziam seu próprio pão, feito de mandioca. Imagine o valor de uma árvore que produzia pão a cada manhã, em abundância e para sempre! Não há preço que pague isso! Os pássaros se ajuntavam a cada amanhecer, batendo suas asas e bicando os pães. Como a árvore estava à beira de um riacho, seus pães também alimentavam os peixes, que abocanhavam as migalhas que caíam na água. Um certo pardal vivia a se gabar e a zombar dos peixes. Ele dizia em tom de deboche: -Tenho pena de vocês, que comem o pão molhado. Eu posso saboreá-lo fresco e seco. Se ao menos soubessem voar... Os peixes não viam nada demais em comer o pão molhado, uma vez que sempre comeram tudo molhado. Contudo, a arrogância do pardal incomodava. Com o fim do outono, o vento frio trouxe as chuvas geladas. O pardal, que havia nascido na última primavera, não se preveniu como os outros pássaros mais velhos. Assim, num sábado pela manhã, após uma noite de sono profundo, como de costume, foi até a árvore-pão para se alimentar. Quando deu a primeira bicada, ficou horrorizado com aquele sabor gelado. A chuva que embalara seu sono durante a noite havia estragado seu alimento favorito. O pássaro ficou desolado e voava em círculos ao redor da árvore, na esperança de encontrar um pedaço seco. Os peixes também apareceram para comer e ficaram curiosos com a atitude do passarinho zombador: Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 139 - O que houve, passarinho? Por que tanto desespero ao redor dessa árvore? O pardal percebeu que todo aquele tempo em que zombara dos peixes lhe veio com uma bofetada, pois agora passava fome, enquanto aqueles, a quem sempre humilhara, comiam do pão com o mesmo prazer, pois a chuva em nada mudava o sabor de seu alimento. Os dias foram passando e o pardal não encontrava pão seco. O frio do inverno aumentou, ele adoeceu e morreu. Nesta história, a árvore que produz pão representa o Senhor Jesus, chamado de “Árvore da vida”, e também “Pão da vida”. Os pássaros e os peixes somos nós, os cristãos. Alguns de nós somos como os peixes. Devido às perseguições e injúrias que sofremos, as constantes acusações e deboches, estamos acostumados a comer nosso pão, isto é, servir a Jesus, molhado pelas lágrimas que vertemos nos momentos das dificuldades. Já outros cristãos são semelhantes aos pássaros, apenas a costumados a comer o pão nos dias ensolarados pela alegria e o sucesso. Quando chegam as perseguições e o pão se torna molhado, rejeitam-no e acabam por morrer na fé. .............................. No tempo em que o continente africano era habitado apenas por duas tribos, houve um grave problema na floresta de Gana. Um terrível incêndio começou a se levantar no horizonte, e suas chamas, espalhadas pelo vento, foram formando um circulo, que precisava ser abandonado antes que se fechasse elevasse à morte todos os que estivessem dentro dele. A bicharada nunca havia enfrentado uma situação de perigo como esta. O pior é que os animais eram desunidos e egoístas. Corriam para um lado e para o outro, de maneira desordenada, procurando se defender, e se bobeassem, o maior pisoteava o menor. Cheios de dúvidas, logo voltavam atrás e assim promoviam, com relinchos, rugidos, e urros, Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 140 toda aquela desesperada balbúrdia. Instaurou-se então o caos na floresta. Do jeito que a coisa ia, poucos se salvariam. Claro que precisavam de alguém com uma ampla visão da situação, que lhes guiassem com segurança pelo melhor caminho. Unidos e um ajudando ao outro, teriam melhores chances de escapar daquele horrendo incêndio. Quando estavam exaustos, e muitos choravam achegados aos seus filhotes, vieram parar no alto de um monte, onde a fumaça vinha de todos os lados. Parecia que o circulo já havia se fechado. Era só esperar o fogo chegar para morrerem todos. Foi neste instante de angustia que, olhando para o alto, viram o vôo de um bando de gansos liderados por Didi. Ela ia à frente daquela formação em “V”, lutando contra a dificuldade do ar aquecido pelo fogo e, portanto, com pouca sustentação para o vôo. Incentivado pelos gritos de seus companheiros que vinham atrás. Didi batia suas asas cada vez mais forte, guiando-os para fora daquele circulo mortal. Didi sabia que o ganso que vai à frente não está lá para se exibir vaidosamente. Pelo contrario, tem uma grande responsabilidade, pois o movimento de ar que provoca na formação em “V” da esquadra, ao bater suas asas com empenho e força, facilita em setenta por cento o vôo dos demais. Assim ia ele, com toda a coragem, vencendo a barreira da fumaça e de calor, conduzindo os demais ao caminho da salvação! Que lição maravilhosa para aquele momento de desespero. Aquele “V” voando no céu era na verdade o “V” de vitória, e era também como a seta de uma bússola a apontar o caminho da saída. Imediatamente os animais aprenderam a lição e nomearam a girafa para os guiar. A ela caberia o dever de manter os olhos na esquadra de gansos do Didi, e todos os demais iriam segui-la. Assim encontraram a única saída disponível e salvaram-se todos. Mais que isso: aprenderam uma grande lição. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 141 A união em torno de seu líder é na verdade o segredo de um vôo seguro, onde os que vêm atrás se aproveitam do esforço do que vai á frente. Não foi assim que o Senhor Jesus nos ensinou? Que aquele que é o primeiro serve todos os demais? Só os cegos, pela vaidade ou orgulho, não entendem e preferem voar sós. ................... Conta a lenda que morava um homem já idoso, porém muito sábio, numa vila em um país distante do oriente e que tinha respostas para tudo. Um velho amigo resolveu fazer –lhe companhia junto a um oásis para aprender com ele o segredo da vida. E viu quando um jovem viajante aproximou-se do ancião e perguntou-lhe: – Que tipo de pessoas vive aqui? – E que tipo de pessoa vive no lugar de onde você vem? – perguntou, por sua vez, o ancião. – Oh! Um grupo de egoístas e malvados – replicou-lhe o rapaz. Estou satisfeito em ter abandonado aquele lugar e em nada me arrependo. A isso o velho replicou: – A mesma coisa haverá de encontrar por aqui. E o rapaz fugiu rapidamente com a resposta. No dia seguinte, lá estavam os dois amigos no mesmo lugar, quando um outro andarilho aproximou-se do oásis para beber água e, vendo o ancião, perguntou-lhe: – Senhor, como são as pessoas que vivem nessa vila? O velho respondeu com a mesma pergunta: – E que tipo de pessoa vive no lugar de onde você vem? Ao que o rapaz respondeu: – Pessoas amigas, honestas, seletas e hospitaleiras. Fiquei muito triste por ter de deixá-las para trás. – É o mesmo tipo de gente que encontrará por aqui – respondeu o ancião. O amigo, que havia escutado as duas conversas, perguntou: – Como é possível você dar respostas tão diferentes à mesma Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 142 pergunta, satisfazendo-as? Ao que o velho responde: – Ora, amigo, cada um carrega no seu coração o meio ambiente em que vive. Nós somos os responsáveis pela transformação do mundo exterior. Aquele que nada semeou de bom no passado, não pode querer colher bons frutos no futuro. Porém, o que faz amigos e cultiva amizades, semeará o fruto deste plantio. “E não vós conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12.2). Conhecer a alma do ser humano significa conhecer o que ele sente por dentro realmente, o que deseja e busca. Só assim poderemos entendê-lo melhor e por inteiro. Precisamos de amigos para trocar, nos ensinar, nos conduzir, nos alegrar. Cada um é muito especial para Deus e tem algo a dizer. Mesmo que seja breve, com certeza deixará um ensinamento para nós. Somos todos viajantes no tempo e o futuro de cada um é escrito por si no passado. O ambiente, o presente e o futuro somos nós que criamos e isso só depende de nós mesmos. ............................ Conta-se que, certa vez, dois irmãos, que moravam em fazendas separadas apenas por um riacho, entraram em conflito. Foi a primeira grande desavença, em toda uma vida, trabalhando juntos, repartindo as ferramentas e cuidando um do outro. Durante anos percorreram a estrada que seguia ao longo do rio para, ao final de cada dia, poderem desfrutar da companhia um do outro. Apesar do cansaço, faziam a caminhada com prazer, pois se amavam, mas agora tudo havia mudado. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 143 Tudo começou com um pequeno mal-entendido explodindo numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio. Numa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem à sua porta. Era um carpinteiro procurando trabalho. Você tem algum serviço que eu possa executar? Sim, claro que tenho! Veja aquela fazenda além do riacho. É do meu irmão mais novo. Nós brigamos e eu não o suporto mais! Preciso viajar para arejar a cabeça. Vê aquela pilha de madeira perto do celeiro? Quero que você construa uma cerca bem alta ao longo do rio para que eu não precise mais vê-lo. Acho que entendo a situação – disse o carpinteiro. Apanharei minhas ferramentas e certamente farei um trabalho que lhe deixará satisfeito. O irmão se foi, e o homem trabalhou arduamente durante todo aquele tempo, medindo, cortando e pregando. No terceiro dia, já anoitecia quando terminou a sua obra. O trabalho demorou, mas a obra foi feita. O fazendeiro, ao voltar da sua viagem, seus olhos não podiam acreditar no que viam. Não havia qualquer cerca, e sim uma ponte que ligava as duas margens do riacho. Ficou enfurecido e falou: Você foi muito atrevido construindo essa ponte após tudo que lhe contei. No entanto, as surpresas não haviam terminado. Ao olhar novamente para a ponte, viu seu irmão aproximarse da outra margem, surpreso com aquela construção. Por um instante, ambos permaneceram imóveis, cada um no seu lado do rio. Mas, de repente, num só impulso, correram juntos na mesma direção, e abraçaram-se chorando bem no meio da ponte. O carpinteiro, após receber, estava partindo com sua caixa de ferramentas quando um dos irmãos pediu-lhe, emocionado: Espere! Fique conosco mais alguns dias. E o carpinteiro respondeu: Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 144 Eu adoraria ficar, mas, infelizmente, tenho muitas outras pontes para construir... “O homem iracundo suscita contendas, mas o longânimo apazigua a luta”. (Provérbio 15.18). .................... A vida de Ana se tornara muito ruim, desde o momento em que começou a desconfiar que Artur, seu marido, tinha outra mulher. Ana olhava para ele e se sentia traída. Toda vez que Artur chegava atrasado do trabalho, mesmo que dissesse que fora o trânsito complicado ou uma reunião de última hora, ela pensava: "demorou por causa da outra. Devem ter se encontrado hoje. Por isso se atrasou." A paz do lar ficou comprometida. Ele chegava cansado, ela estava mal-humorada e procurava todos os motivos para reclamar. Por vezes, ela surpreendia Artur dispersivo, distante. O pensamento longe. Era o suficiente para pensar consigo mesma: "olhe só como está pensativo! Aposto que está pensando nela." Finalmente, um dia, ela resolveu seguir o marido para o surpreender. Esperou-o na saída do trabalho. Ele pegou o carro, andou algumas quadras e parou na floricultura. Ela viu quando ele escolheu as maravilhosas flores e saiu carregando-as com carinho. "Mau-caráter", pensou ela. "gastando com outra." Aquilo a deixou de tal forma desconsertada, que começou a chorar. Foi para casa e se jogou na cama. Chorou muito. Pouco depois, ela ouviu a porta abrir e seu marido chegar. Escutou os passos dele na escada, subindo até o quarto do casal, onde ela estava. Mal o viu adentrar o quarto, ela se sentou na cama, os olhos vermelhos de chorar, os cabelos em desalinho e desabafou: Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 145 "Eu vi tudo. Você não pode negar. Comprou flores para ela. Rosas vermelhas maravilhosas. Você me traiu. Traiu o nosso amor." Alterada, ela se levantou e avançou na direção dele. Para sua surpresa, verificou que ele trazia nas mãos o lindo ramalhete de rosas vermelhas. Um pouco chateado, estendendo o ramalhete para ela, ele falou: "Ana, hoje é dia do nosso aniversário de casamento. Você nem se lembrou?" O ciúme cria quadros exagerados, fomentando desconfiança. Atestado de insegurança, destrói o relacionamento pelo clima de tensão que cria a todo momento. Cultivador da infelicidade, o ciúme altera a correta visão dos fatos, aumentando a importância de pequenos atrasos, desejos não atendidos, esquecimentos de datas e compromissos a dois. Criando azedume, envenena a alma e desassossega o pensamento. Colocando óculos escuros na visão mental, tudo faz parecer escuro, sombrio, devastador. Uma distração é tida à conta de desinteresse. O atraso para um encontro é considerado desrespeito. Fora da realidade sempre, o ciúme provoca cenas desastrosas e desgastantes, em situações onde uma leve indagação ou uma conversa a dois, com toda a certeza, resolveria. Nunca deixemos que o ciúme nos atormente. Ele é o responsável pela devastação de corações e de lares. Se nos sentimos inseguros, fortifiquemos a relação a dois com diálogos mais profundos, com saídas para um passeio ao luar ou um final de semana a sós. Se o outro estiver, verdadeiramente, permitindo que a relação esfrie, que o amor amorne, providenciemos o melhor para o estreitamento dos laços afetivos, guardando a certeza de que é nos pequenos gestos que a relação se torna mais forte, mais firme. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 146 ......................... Diante de uma vitrine atrativa, um menino pergunta o preço dos filhotes à venda. “Entre 30 e 50 dólares”, respondeu o dono da loja. O menino puxou uns trocados do bolso e disse: “Eu só tenho 2,37 dólares, mas eu posso ver os filhotes?” O dono da loja sorriu e chamou Lady, que veio correndo, seguida de cinco bolinhas de pêlo. Um dos cachorrinhos vinha mais atrás, mancando de forma visível. Imediatamente, o menino apontou aquele cachorrinho e perguntou: “O que é que há com ele?” O dono da loja explicou que o veterinário tinha examinado e descoberto que ele tinha um problema na junta do quadril, sempre mancaria e andaria devagar. O menino se animou e disse: “Esse é o cachorrinho que eu quero comprar!”. O dono da loja respondeu: “Não, você não vai gostar dele. Se você realmente quiser ficar com ele, eu lhe dou de presente”. O menino ficou transtornado e, olhando bem na cara do dono da loja, com seu dedo apontado, disse: “Eu não quero que você o dê para mim. Aquele cachorrinho vale tanto quanto qualquer um dos outros e eu vou pagar tudo”. Na verdade, eu lhe dou 2,37 dólares agora e 50 centavos por mês, até completar o preço total”. O dono da loja contestou: “Você realmente não vai gostar deste cachorrinho. Ele nunca vai poder correr, pular e brincar com você e com os outros cachorrinhos”. Aí, o menino abaixou e puxou a perna esquerda da calça para cima, mostrando a sua perna com um aparelho para andar. Olhou bem para o dono da loja e respondeu: “Bom, eu também não corro muito bem e o cachorrinho vai precisar de alguém que entenda isso”. Muitas vezes desprezamos as pessoas com as quais convivemos diariamente, simplesmente por causa de seus “defeitos” quando, na verdade, somos todos iguais ou pior que elas, e sabemos que essas pessoas precisam apenas de Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 147 alguém que as compreendam e as amem, não pelo que elas podem fazer, mas pelo que são. Essa linda história me faz lembrar o que Deus mostrou a Moisés na visão da sarça do deserto. Havia um fogo na sarça que não a consumia. E Moisés chamou de grande maravilha. A sarça é algo seco, sem vida, cresce, vive e morre no deserto sem receber importância de qualquer um. Sua forma é feia, sua cor é de poeira, não tem aroma nem flor. No entanto, foi nela que o nosso Deus mostrou Sua glória. A Bíblia diz: “Deus escolheu as cousas loucas do mundo para envergonhar os sábios” (I Coríntios 1.27). ................. Era uma vez três pinheiros plantados numa vasta floresta no reino da Swazilândia, Sul da África. Cada um deles tinha um sonho. O primeiro muito, ambicioso, sonhava ser rico, o mais rico de todos os pinheiros. Queria ser, no futuro, um grande baú, adornado por pedras preciosas, onde o rei guardasse o que de mais valioso possuísse. Já podia se ver como centro das atenções, na sala mais luxuosa do palácio, aberto apenas em ocasiões especiais e para convidados ilustres. E então, neste instante em que fosse aberto, veria o olhar de admiração daqueles que tivessem tido a honra de contemplálo. Era a glória que ele mais queria na vida. O segundo pinheiro, que só pensava em si mesmo, queria aproveitar a vida e viajar pelo mundo. Seu sonho era se tornar uma caravela, que os ventos empurrassem pelos mares da vida. Imaginava-se aportando nas belas ilhas do Caribe ou nos luxuosos portos da Europa, recebendo a brisa fresca do Pacífico e sendo beijado pelas águas frias do Índico. Queria ter da vida o que ela de melhor pudesse lhe oferecer. O terceiro pinheiro era bem diferente dos outros dois. Não era tão alto quanto ao primeiro e nem tinha um tronco tão forte quanto o segundo. Seu sonho era ser útil de alguma forma e poder ajudar quem dele precisasse. Achava que não Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 148 havia maior riqueza do que servir, e para ter o melhor que a vida pudesse oferecer, devia amar e se dedicar ao próximo. Assim tinha certeza que encontraria a paz e a felicidade. É claro que os outros dois pinheiros o consideravam estúpido e ingênuo. Eles o desprezavam, e embora tivessem sido plantados próximos uns dos outros, mantinham-no fora das conversas. O tempo foi passando e os três pinheiros crescendo. Um dia apareceu na floresta um oficial do rei, com a missão de escolher o pinheiro ideal para construir um baú onde o rei pudesse guardar seu tesouro. Quando o primeiro pinheiro ouviu isso, entendeu que sua chance havia chegado. Esticou o máximo que pôde seus galhos e estufou seu tronco. Era mesmo muito lindo. Quando o homem o viu, ficou impressionado e o comprou. E lá se foi o primeiro pinheiro se tornar o guardião do tesouro do rei. Não muito depois, outro comprador visitou a floresta. Era um capitão que procurava madeira para construir uma caravela. O segundo pinheiro tinha agora a chance que esperava. Envergou-se o quanto pôde para um lado e para o outro mostrando grande elasticidade em suas fibras, para se adaptar à forma do casco do navio. Não precisou de mais nada. O marinheiro o comprou. Lá se foi o segundo pinheiro para se transformar em caravela, o que era seu sonho. Assim vieram compradores de todas as partes do mundo para escolher a madeira que melhor se adaptasse aos seus negócios. Uma a uma, as árvores se foram, e daquela imensa floresta que cobria as montanhas como um tapete, restou apenas o terceiro pinheiro. O único que não foi escolhido, porque achavam que não servia para os negócios deste mundo. Até que um dia, um carpinteiro veio á procura de madeira. Queria um bem simples, sem nada de especial, pois o que pretendia fazer com ela não era uma suntuosa arca de tesouro, tampouco uma caravela. Assim, o terceiro pinheiro foi levado embora da floresta, Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 149 onde foi iniciado um processo de reflorestamento. O primeiro pinheiro se transformou numa linda arca, entalhada com o brasão real. Ficava no centro da sala mais bela do palácio. Até que um dia o palácio foi invadido por inimigos, que mataram o rei e lhe saquearam o tesouro. Como a arca era muito grande e pesada, tiraram tudo que havia nela e puseram fogo no palácio. O pobre pinheiro morreu queimado nas chamas do incêndio sozinho e vazio. O segundo pinheiro, quando viajava pelos mares gelados do Norte, foi açoitado pelos ventos e lançado violentamente contra as rochas de uma ilha vindo a se despedaçar. Dessa forma morreu afogado, sendo sepultado no fundo de mar O terceiro pinheiro, cujo sonho era servir, foi transformado pelas mãos do carpinteiro numa cruz, a qual um dia foi colocado sobre as costas ensangüentadas do Senhor Jesus Cristo. Ali, ajudou o Senhor a cumprir o maior serviço que um servo jamais cumpriu: a dar a Sua própria vida para salvar Seus irmãos. Seu desejo de servir fez dele o mais precioso tesouro de madeira da humanidade: a cruz de Jesus. E ainda o levou a viajar por todas as partes do mundo, carregado por aqueles que sabem que a verdadeira riqueza é servir, e obedecem à ordem: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me” (Lucas 9.23). .............................. Era uma vez um jovem pastor que apascentava seu rebanho nas colinas da terra de Judá. Tinha ele muitos e fiéis carneiros que lhe ouviam a voz e o seguiam por onde quer que fosse. Um dia, o pastor viu ao longe um grupo de carneiros soltos que parecia vagar sem dono. Interessado em aumentar seu rebanho com um crescimento rápido, ele procurou atrair aquele rebanho levando seus carneiros a pastar próximo a ele. Deu certo: Em questão de algumas horas os carneiros estavam misturados e agregados ao grupo. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 150 Não tardou a chegar o inverno naquela região desértica do oriente. Os dias eram frios e as noites mais ainda. Logo, a pastagem se tornou escassa e os lobos, famintos, começaram a atacar em bandos tudo que pudesse lhes servir de alimento. Num desses ataques, os lobos avançaram em dois pontos diferentes. Em um deles estavam os carneiros novos e foi para lá que o rapaz correu e lutou com tal valentia que afastou as feras. Porém, do outro lado, um carneiro velho foi sacrificado por falta de proteção. Rapidamente, o pastor levou seu rebanho para uma caverna onde poderia protegê-lo e alimentá-lo com ração que havia previamente armazenado. Ali, a melhor ração ele dava para os carneiros novos que haviam conquistado toda a sua atenção. Os dias eram longos e as noites sombrias, até que o inverno passou e a terra começou novamente a enverdecer. O pastor abriu as portas do seu redil e o rebanho correu solto pelos campos. Era a vida que se renovava mais uma vez. Mas, qual não foi a surpresa do pastor ao notar que os carneiros novos começaram a se afastar do rebanho e seguir outro caminho. - Ei, gritou o pastor, para onde vocês vão? Não lhes tratei com o melhor que tinha e lutei com os lobos para lhes defender a vida? Porque deixam o rebanho? Ao que o líder dos carneiros novos respondeu: - Pastor, esses carneiros não seu rebanho fiel que lhe segue por toda a vida? Pois a partir da nossa chegada você os desprezou e passou a dar a nós, a quem pouco conhecia, a melhor reação e a melhor proteção. Ficou claro para nós o seu coração. Se você não é amigo dos que estão contigo há tanto tempo, amanhã, quando um novo bando se aproximar do rebanho, certamente farás conosco o mesmo que fizeste com eles. Pensamos que seja melhor contarmos conosco mesmo ao invés de confiarmos em um falso pastor. ................ Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 151 Muitas pessoas se comportam da forma que imaginam que agradará a todos. Esta metáfora nos fala da impossibilidade de realizar este objetivo e sobre a necessidade de confiarmos em nosso julgamento interno. Em pleno calor do dia um pai andava pelas poeirentas ruas de Keshan junto com seu filho e um jumento. O pai estava sentado no animal, enquanto o filho o conduzia, puxando a montaria com uma corda. "Pobre criança!", exclamou um passante, "suas perninhas curtas precisam esforçar-se para não ficar para trás do jumento. Como pode aquele homem ficar ali sentado tão calmamente sobre a montaria, ao ver que o menino está virando um farrapo de tanto correr. O pai tomou a sério esta observação, desmontou do jumento na esquina seguinte e colocou o rapaz sobre a sela. Porém não passou muito tempo até que outro passante erguesse a voz para dizer: Que desgraça! O pequeno fedelho lá vai sentado como um sultão, enquanto seu velho pai corre ao lado. Esse comentário muito magoou o rapaz, e ele pediu ao pai que montasse também no burro, às suas costas. Já se viu coisa como essa?, resmungou uma mulher usando véu. Tamanha crueldade para com os animais! O lombo do pobre jumento está vergado, e aquele velho que para nada serve e seu filho abancaram-se como seu o animal fosse um divã. Pobre criatura! "Os dois alvos dessa amarga crítica entreolharam-se e, sem dizer palavra, desmontaram. Entretanto mal tinham andado alguns passos quando outro estranho fez troça deles ao dizer: Graças a Deus que eu não sou tão bobo assim! Por que vocês dois conduzem esse jumento se ele não lhes presta serviço algum, se ele nem mesmo serve de montaria para um de vocês? O pai colocou um punhado de palha na boca do jumento e pôs a mão sobre o ombro do filho. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 152 "Independente do que fazemos", disse, sempre há alguém que discorda de nossa ação. Acho que nós mesmos precisamos determinar o que é correto". você." "Finalmente, a quinta qualidade do lápis: ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida irá deixar traços, e procure ser consciente de cada ação". .............................. O menino olhava a avó escrevendo uma carta. A certa altura, perguntou: - Você está escrevendo uma história que aconteceu conosco? E por acaso, é uma história sobre mim? A avó parou a carta, sorriu, e comentou com o neto: - Estou escrevendo sobre você, é verdade. Entretanto, mais importante do que as palavras, é o lápis que estou usando. Gostaria que você fosse como ele, quando crescesse. O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial. - Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida! - Tudo depende do modo como você olha as coisas. Há cinco qualidades nele que, se você conseguir mantê-las, será sempre uma pessoa em paz com o mundo. "Primeira qualidade: você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma Mão que guia seus passos. Esta mão nós chamamos de Deus, e Ele deve sempre conduzi-lo em direção à Sua vontade". "Segunda qualidade: de vez em quando eu preciso parar o que estou escrevendo, e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final, ele está mais afiado. Portanto, saiba suportar algumas dores, porque elas o farão ser uma pessoa melhor." "Terceira qualidade: o lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça". "Quarta qualidade: o que realmente importa no lápis não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 153 ............ Cada dia, ao meio-dia, um pobre velho entrava na Igreja, e poucos minutos depois, saía. Um dia, o pastor lhe perguntou o que fazia, tão rapidamente. Venho orar, respondeu o velho. Mas é estranho, disse o pastor, que você consiga orar tão depressa. Bem, retrucou o velho, eu não sei recitar aquelas orações compridas. Mas todo dia, ao meio-dia eu entro na Igreja e só falo: "Oi Jesus, eu sou o Zé, vim te visitar." Num minuto, já estou de saída. É só uma oraçãozinha, mas tenho certeza que Ele me ouve. Alguns dias depois, o Zé sofreu um acidente e foi internado num hospital e, na enfermaria, passou a exercer uma influência sobre todos: os doentes mais tristes se tornaram alegres, muitas risadas passaram a ser ouvidas. Zé, disse-lhe um dia a enfermeira, os outros doentes dizem que você está sempre tão alegre.... É verdade, minha irmã, estou sempre tão alegre. É por causa daquela visita que recebo todo dia. Me faz tão feliz. A enfermeira ficou atônita. Já tinha notado que a cadeira encostada na cama do Zé estava sempre vazia. O Zé era um velho solitário, sem ninguém. Que visita? A que hora? Todos os dias. Respondeu Zé, com um brilho nos olhos. Todos os dias ao meio-dia Ele vem ficar ao pé cama. Quando olho para Ele, Ele sorri e diz: -"Oi, Zé, eu sou Jesus, eu vim te visitar". Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 154 .................. Havia duas vizinhas que viviam em pé de guerra. Não podiam se encontrar na rua que era briga na certa. Depois de um tempo, dona Maria descobriu o verdadeiro valor da amizade e resolveu que iria fazer as pazes com dona Clotilde. Ao se encontrarem na rua, muito humildemente, disse dona Maria: Minha querida Clotilde, já estamos nessa desavença há anos e sem nenhum motivo aparente. Estou propondo para você que façamos as pazes e vivamos como duas boas e velhas amigas. Dona Clotilde, na hora estranhou a atitude da velha rival, e disse que iria pensar no caso. Pelo caminho foi matutando: Essa dona Maria não me engana, está querendo me aprontar alguma coisa e eu não vou deixar barato. Vou mandar-lhe um presente para ver sua reação. Chegando em casa, preparou uma bela cesta de presentes, cobrindo-a com um lindo papel, mas encheu-a de esterco de vaca. “Eu adoraria ver a cara da dona Maria ao receber esse ‘maravilhoso’ presente”. Vamos ver se ela vai gostar dessa". Mandou a empregada levar o presente a casa da rival, com um bilhete: "Aceito sua proposta de paz e para selarmos nosso compromisso, enviote esse lindo presente". Dona Maria estranhou o presente, mas não se exaltou. Que ela está propondo com isso? Não estamos fazendo as pazes? Bem, deixa pra lá. Alguns dias depois dona Clotilde atende a porta e recebe uma linda cesta de presentes coberta com um belo papel. É a vingança daquela asquerosa da Maria. Que será que ela me aprontou! Qual não foi sua surpresa ao abrir a cesta e ver um lindo arranjo das mais belas flores que podiam existir num jardim, e um cartão com a seguinte mensagem: Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 155 "Estas flores é o que te ofereço em prova da minha amizade”. Foram cultivadas com o esterco que você me enviou e que proporcionou excelente adubo para meu jardim. Afinal, cada um dá o que tem em abundância em sua vida. ................... Um jovem e bem sucedido executivo dirigia na vizinhança, correndo em seu novo Jaguar. Observando crianças se lançando entre os carros estacionados, diminuiu um pouco a velocidade, quando achou ter visto algo. Enquanto passava, nenhuma criança apareceu. De repente um tijolo espatifou-se na porta lateral do Jaguar. Freou bruscamente e deu ré até o lugar de onde teria vindo o tijolo. Saltou do carro e pegou bruscamente uma criança empurrando-a contra um veículo estacionado e gritou: - Por que você fez isto? Quem é você? Que besteira você pensa que está fazendo? Este é um carro novo e caro, aquele tijolo que você jogou vai me custar muito dinheiro. Por que você fez isto? - Por favor senhor me desculpe, eu não sabia mais o que fazer! Implorou o pequeno menino - Ninguém estava disposto a parar e me atender neste local. Lágrimas corriam do rosto do garoto, enquanto apontava na direção dos carros estacionados. - É o meu irmão. Ele desceu sem freio e caiu de sua cadeira de rodas e eu não consigo levantá-lo. Soluçando, o menino perguntou ao executivo: - O senhor poderia me ajudar a recolocá-lo em sua cadeira de rodas? Ele está machucado e é muito pesado para mim. Movido internamente muito além das palavras, o jovem motorista engolindo "nó imenso" dirigiu-se ao jovenzinho, Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 156 colocando-o em sua cadeira de rodas. Tirou seu lenço, limpou as feridas e arranhões, verificando se tudo estava bem. - Obrigado e que meu Deus possa abençoá-lo A grata criança disse a ele. O homem então viu o menino se distanciar... empurrando o irmão em direção à sua casa. Foi um longo caminho de volta para o Jaguar... um longo e lento caminho de volta. Ele nunca consertou a porta amassada. Deixou amassada para lembrá-lo de não ir tão rápido pela vida, que alguém tivesse que atirar um tijolo para obter a sua atenção. Deus sussurra em nossas almas e fala aos nossos corações. Pense nisso, Deus é bom e está sempre esperando por todos nós... .................... Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento. É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza. É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto. É uma elegância desobrigada. É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das maldades ampliadas no boca a boca. É possível detectá-las nas pessoas que não usam um tom superior de voz. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 157 Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros. É possível detectá-la em pessoas pontuais. Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está. É elegante não ficar espaçoso demais. É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de outro. É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais. É elegante retribuir carinho e solidariedade. Sobrenome, jóias, e nariz empinado não substituem a elegância do gesto. Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante. Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural através da observação, mas tentar imitá-la é improdutivo. Educação enferruja por falta de uso. "LEMBRE-SE de que colheremos, infalivelmente aquilo que houvermos semeado. Se estamos sofrendo, é porque estamos colhendo os frutos amargos das sementeiras errôneas. Fique alerta quanto ao momento presente. Plante apenas sementes de sinceridade e de amor, para colher amanhã os frutos doces da alegria e da felicidade. Cada um colhe, exatamente, aquilo que plantou." ................. Um dia, um rapaz pobre que vendia mercadorias de porta em porta para pagar seus estudos, viu que só lhe restava uma simples moeda de dez centavos e tinha fome. Decidiu que pediria comida na próxima casa. Porém, seus nervos o traíram quando uma encantadora mulher jovem lhe abriu a porta. Em vez de comida pediu um copo de água. Ela pensou que o jovem parecia faminto e assim lhe deu um grande copo de Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 158 leite. Ele bebeu devagar e depois lhe perguntou? - Quanto lhe devo? - Não me deves nada - respondeu ela. - Minha mãe sempre nos ensinou a nunca aceitar pagamento por uma oferta caridosa. Ele disse: - Pois te agradeço de todo coração. Quando Howard Kelly saiu daquela casa, não só se sentiu mais forte fisicamente, mas também sua fé em Deus e nos homens ficou mais forte. Ele já estava resignado a se render e deixar tudo. Anos depois essa jovem mulher ficou gravemente doente. Os médicos locais estavam confusos. Finalmente a enviaram a cidade grande, onde chamaram um especialista para estudar sua rara enfermidade. Chamaram ao Doutor Howard Kelly para examiná-la quando escutou o nome do povoado donde ela viera, uma estranha luz encheu seus olhos. Imediatamente subiu do vestíbulo do hospital a seu quarto. Vestido com a sua bata de doutor foi ver a paciente. A reconheceu imediatamente. Retornou ao quarto de observação determinado a fazer o melhor para salvar aquela vida. À partir daquele dia dedicou atenção especial aquela paciente. Depois de uma demorada luta pela vida da enferma, ganhou a batalha. O Dr. Kelly pediu a administração do hospital que lhe enviasse a fatura total dos gastos para aprová-la. Ele a conferiu e depois escreveu algo e mandou entregá-la no quarto da paciente. Ela tinha medo de abri-la, porque sabia que levaria o resto da sua vida para pagar todos os gastos. Mas finalmente abriu a fatura e algo lhe chamou a atenção, pois estava escrito o seguinte: Pago totalmente, faz muitos anos, com um copo de leite. (assinado) Howard Kelly Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 159 ....................... Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta a seus discípulos : "Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas ?" "Gritamos porque perdemos a calma", disse um deles. "Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado ?", questionou novamente o pensador. "Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça", retrucou outro discípulo. E o mestre volta a perguntar : "Então não é possível falar-lhe em voz baixa ?" Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador. Então ele esclareceu : "Vocês sabem porque se grita com uma pessoa quando se está aborrecido ?" O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito. Para cobrir esta distância precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente. Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um ao outro, através da grande distância. Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas ? Elas não gritam. Falam suavemente. E por quê ? Porque seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena. Às vezes estão tão próximos seus corações, que nem falam, somente sussurram. E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, e basta. Seus corações se entendem. É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas. Por fim, o pensador conclui, dizendo : "Quando vocês discutirem, não deixem que seus corações se Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 160 afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta". Créditos atribuídos à Mahatma Gandhi .................... Após uma caminhada exaustiva pelo campo, os quatro amigos sentaram à beira do caminho, embaixo da sombra da velha mangueira. Era ela a única árvore numa plantação de melancias. Era como se representasse com dignidade a espécie das árvores, num planeta onde alguns humanos não importam em destruí-las em nome de um progresso duvidoso. Aquele era o local preferido dos rapazes - jacas e melancias à vontade! Aquele dia era especial... Terminou o curso e, provavelmente, seria a última vez que caminhariam juntos. Embora nem admitissem, estavam conscientes do momento e não perceberam o estranho brilho pairando sobre a copa da jaqueira. Não fiquem tristes, nós nos veremos novamente... Os amigos se entreolharam, espantados. Quem disse isso? perguntou Eduardo, intrigado. A voz era suave e nem parecida com nenhum deles. Ouvi! confirmou Pedro. Parece que veio lá de cima. Também escutei! disse Silas. Estranho! comentou Antônio. Acho que pegamos sol demais pelo caminho. Ei! exclamou Silas. Vocês estão notando uma luz estranha no alto da árvore? Todos olharam para cima. É verdade. Vai ver é um disco voador! Escutaram a voz novamente: Não é brincadeira! Eu posso atender um pedido de cada um de vocês para que sejam felizes... O susto foi grande. Uma árvore falante! Árvores não falam! Ou falam? O conhecimento científico, impõe-se de maneira preponderante, de tal forma que acabamos por crer apenas Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 161 no que conseguimos pesar, medir, reduzir, ao mesmo tempo que passamos a recusar tudo o que não se enquadre nesses experimentos científicos. Vo... você é um tipo de árvore da felicidade? perguntou Antônio. Não importa agora. Façam logo seus pedidos... Quero ser o homem mais rico do mundo! falou Antônio, superando os instantes de incredulidade. Ninguém consegue ser feliz sem dinheiro. Silas pediu: Quero ser o homem mais amado do mundo, já que dinheiro não traz felicidade. Eduardo falou: Eu quero ser muito inteligente! E também jovem! Mocidade e inteligência são, sem dúvida, as maiores felicidades. Pedro pediu: Eu quero ser o homem mais famoso, com glória. E todos riram. Rapidamente a copa da jaqueira mudou de cor, soltou estranho zunido e, por fim, subiu velozmente para o céu, deixando um rastro luminoso e os quatro amigos boquiabertos. O tempo passou... Cada um seguiu seu caminho. Conforme pediram, seus desejos foram realizados, embora não tivessem conseguido a tão ansiada felicidade... Antônio tornou-se o homem mais rico, graças a uma estranha sorte no mundo dos negócios. Acumulara fortuna, mas a riqueza só lhe trouxe problemas. Nunca tinha certeza se as pessoas que conviviam ao seu redor estavam interessadas nele ou na sua fortuna, e por isso ia se tornando taciturno, entediado, egoísta, isolando-se de todos. Só saía protegido por guarda-costas, por medo de seqüestros. Silas, por sua vez, era muito amado. Ainda que fizesse as piores maldades, seus fanáticos admiradores sorriam para ele e lhe adoravam. Mas sentia-se muito só. Não fazia diferença como tratava as pessoas: o resultado era o mesmo. Tinha muitas mulheres, mas não amava nenhuma. O amor das pessoas, sem que fizesse nada para conquistá-lo, tornou-o cruel e perverso. Sentia prazer em maltratar as pessoas. Eduardo permanecia jovem e inteligente. Era requisitado Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 162 para palestras pelo mundo todo. Governantes solicitavam sua sabedoria. Mas era infeliz e solitário. Era alvo constante da inveja das pessoas. Coisas simples como sair à rua ou ter amigos, era impossível agora. Vivia recluso, por evitar os jornalistas e a milhares de convites para apresentações em público. Antônio, Silas e Pedro viam a morte como libertadora de tanta infelicidade e frustração. Para Eduardo, sempre jovem, pensava ele mesmo dar fim a sua vida infeliz. 1990... 1996... 2000... 2003... 2008...Embora nunca mais tivessem se encontrado depois daquele dia, os quatro mantinham o hábito de olhar o céu em noites estreladas, à procura de um estranho brilho esverdeado. Um dia, os quatro largaram tudo e fugiram. Viram-se novamente no local da velha jaqueira. - Fomos enganados. Mas o que podemos fazer agora? E choraram, abraçados um ao outro. Foram vocês que escolheram assim! A voz! Maldita! Maldita! Você nos enganou com sua conversa de felicidade! esbravejou Pedro. Vocês se enganaram. Todos sempre se enganam, quando acham que para ser feliz é preciso alguma condição como dinheiro, inteligência, mocidade, amor ou glória.. .- Pelo amor de Deus! Filosofia barata não! Já estou farto de conselhos! falou Antônio. Você prometeu felicidade, mas hoje, olhe para nós: somos os homens mais infelizes do mundo! Vocês quiseram ser felizes. Fizeram seus pedidos e foram atendidos. Mas esqueceram que a felicidade não pode ser possuída... tem que ser conquistada, assim como o amor e a liberdade. Cada pessoa sobre a Terra é um ser único e imprevisível. Não existem fórmulas ou soluções que sirvam para todos. Cada um precisa escolher o seu próprio caminho e o seu jeito de caminhar! Vocês terão uma nova oportunidade... E como será essa nova oportunidade? perguntou Pedro. Mas não ouviram resposta. De novo o rastro prateado confundiuse com o brilho das estrelas. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 163 Já é noite! surpreendeu-se Silas. Mas como? Será que cochilamos os quatro ao mesmo tempo? Eram novamente jovens, ainda cansados pela caminhada, a última que faziam como internos do colégio. Engraçado... aconteceu alguma coisa que não consigo me lembrar...disse Antônio. Os quatro levantaram-se e já iam pôr-se a caminho, quando Antônio percebeu um pedaço de papel esverdeado pregado na jaqueira. Um bilhete! E é para nós! verificou Silas. Ninguém sabia quem tinha deixado aquilo. Amigos Queridos: Ninguém precisa de riqueza, poder, fama, mocidade, inteligência, ou qualquer outra coisa para ser feliz. A felicidade não pode ser comprada. Ela é fruto de nosso compromisso com a paz, a justiça, a alegria, o equilíbrio entre os seres do planeta, pois não é só a nossa felicidade que importa, mas a dos que virão depois de nós e de nossos filhos. Ser feliz é isso: aproveitar intensamente este presente cotidiano – a vida - vivê-la plenamente e permitir que os outros também façam o mesmo. Afinal, vivemos um dia de cada vez e quem deixa seu tempo presente preocupado com o que ainda não aconteceu ou angustiado pelo que já passou, perde a oportunidade de ser feliz aqui e agora e, um dia, sem que se saiba quando, será tarde para voltar atrás. No caminho de volta, entre milhares de estrelas, havia agora um brilho esverdeado, cuja luz parecia ter compartilhado daquele estranho acontecimento... .......................... Parado ao sol, o escorpião olhava ao redor da montanha onde morava. "Positivamente, tenho de me mudar daqui" - pensou. Esperou a madrugada chegar, lançou-se por caminhos empoeirados até atingir a floresta. Escalou rochedos, cruzou bosques e, finalmente, chegou às margens do rio largo e caudaloso. "Que imensidão de águas! A outra margem parece tão Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 164 convidativa... Se eu soubesse nadar..." Subiu longo trecho da margem, desceu novamente, olhou para trás. Aquele rio certamente não teria medo de escorpião. A travessia era impossível. "Não vai dar. Tenho de reconsiderar minha decisão" lamentou. Estava quase desistindo quando viu a rã sobre a relva, bem próxima à correnteza. Os olhos do escorpião brilharam: "Ora, ora... Acho que encontrei a solução!" - pensou rápido. - Olá, rãzinha! Me diga uma coisa: você é capaz de atravessar este rio? - Ih, já fiz essa travessia muitas vezes até a outra margem. Mas por que você pergunta? - disse a rã, desconfiada. - Ah, deve ser tão agradável do outro lado - disse - pena eu não saber nadar. A rã já estava com os olhos arregalados: "será que ele vai me pedir...?" - Se eu pedisse um favor, você me faria? - disse o escorpião mansamente. - Que favor? - murmurou a rã. - Bem - o tom da voz era mais brando ainda - bem, você me carregaria nas costas até a outra margem? A rã hesitou: - Como é que eu vou ter certeza de que você não vai me matar? - Ora, não tenha medo. Evidentemente, se eu matar você, também morrerei - argumentou o escorpião. - Mas... e se quando estivermos saindo daqui você me matar e pular de volta para a margem? - Nesse caso eu não cruzaria o rio nem atingiria meu destino - replicou o escorpião. - E como vou saber se você não vai me matar quando atingirmos a outra margem? - perguntou a rã. - Ora, ora... quando chegarmos ao outro lado eu estarei tão agradecido pela sua ajuda que não vou pagar essa gentileza com a morte. Os argumentos do escorpião eram muito lógicos. A rã ponderou, ponderou e, afinal, convenceu-se. O escorpião Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 165 acomodou-se nas costas macias da agora companheira de viagem e começaram a travessia. A rã nadava suavemente e o escorpião quase chegou a cochilar. Perdeu-se em pensamentos e planos futuros, olhando a extensão enorme do rio. De repente se deu conta de que estava dependendo de alguém, de que ficaria devendo um favor para a rãzinha. Reagiu, ergueu o ferrão. "Antes a morte que tal sorte" - pensou. A rã sentiu uma violenta dor nas costas e, com o rabo do olho, viu o escorpião recolher o ferrão. Um torpor cada vez mais acentuado começava a invadir-Ihe o corpo. - Seu tolo - gritou a rã - agora nós dois vamos morrer! Por que fez isso? O escorpião deu uma risadinha sarcástica e sacudiu o corpo. - Desculpe, mas eu não pude evitar. Essa é a minha natureza. Entretanto a sua “natureza” pode ser perfeitamente modificada... e pra melhor... ................................ Nos capítulos da história dos reis de Israel há um momento de rara beleza. Trata-se do período do rei Ezequias. Esse homem bom e temente a Deus nos deixou uma das mais lindas lições de como se obter a vitória nas ocasiões adversas da vida. Sua fé me faz lembrar uma história interessante, narrada já em muitos livros, que ilustra muito bem o que gostaria de ressaltar. Conta-se que um idoso espadachim chinês, que se tornara uma lenda em seu país por ter derrotado todos os seus inimigos, fora desafiado por um inescrupuloso guerreiro, cujo principal objetivo era transferir a fama de maior espadachim para si. Usava a técnica da provocação para irritar seus adversários e no contra-ataque os derrotava. A aldeia toda ficou em suspense, pois o encurvado espadachim já não tinha o vigor de outrora, mas todos sabiam, também, que ele jamais fugiria a um desafio. Havia no ar um sentimento de tristeza, pois era praticamente Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 166 inevitável a derrota e, conseqüentemente, a morte do tão amado e respeitado ancião. Ao redor da praça central, aglomerou-se uma pequena multidão. Bem no centro estavam o idoso espadachim e o altivo guerreiro. Começaram, então, os insultos por parte do jovem. Iam dos mais infantis até os de mais baixo calão. Não vendo reação alguma por parte do velho, o guerreiro passou a ofender seus ancestrais e até cuspir-lhe no rosto. Foram horas e horas de ofensas e humilhações. A multidão se enfurecia e queria tomar as dores do impassível velhinho, mas a tradição não permitia que alguém interferisse num duelo como aquele. No final do dia, exausto e doente por deferir tanta maldade e ódio, o jovem guerreiro se deu por vencido. Imediatamente, os perplexos aldeões vieram inquirir do velhinho como ele havia suportado tantos insultos. Alguns chegaram a pensar que o lendário espadachim havia encarnado o famoso ditado que diz: “mais vale um cão vivo do que um leão morto”. Estavam decepcionados. Quando todos se aquietaram, o velho e sábio espadachim falou: “Se alguém lhe traz um presente e você não o aceita, de quem é o presente?” Ao que todos responderam: “Daquele que o trouxe”. “O mesmo vale para inveja,o ódio, os insultos e as ameaças”, disse o velho, “quando não aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava”. Assim, também, fez o rei Ezequias em relação aos insultos e ameaças do rei da Assíria. Dessa forma, seu coração não temeu e ele acabou vencendo seus inimigos. Nós também não podemos permitir que as palavras dos “senaqueribes” nos tirem a fé no Deus vivo. ................................. O velho se chamava Fleming e era um pobre fazendeiro escocês. Um dia, enquanto trabalhava, ouviu um pedido desesperado de socorro vindo de um pântano nas proximidades. Largou Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 167 suas ferramentas e correu em direção aos gritos. Lá chegando, encontrou, enlameado até a cintura, um menino gritando e tentando se safar da morte. O fazendeiro salvou o rapaz de uma morte lenta e terrível. No dia seguinte, uma carruagem riquíssima chega à humilde casa do camponês. Um nobre, elegantemente vestido, sai e se apresenta como o pai do menino que o fazendeiro tinha salvo. Eu quero recompensá-lo por você salvar a vida do meu filho - disse o nobre. Não, eu não posso aceitar pagamento algum pelo que fiz respondeu o fazendeiro. Naquele momento, o filho do fazendeiro veio à porta do casebre. É seu filho? - perguntou o nobre. Sim - respondeu orgulhosamente o fazendeiro. Pois eu lhe faço uma proposta: deixe-me levá-lo e dar-lhe uma boa educação. Se o rapaz for como o seu pai, crescerá e será um homem do qual você ainda terá muito orgulho. E assim foi. Tempos depois, o filho do fazendeiro formou-se no St. Mary's Hospital Medical School de Londres e ficou conhecido no mundo todo como o notável Sr. Alexander Fleming, um dos descobridores da penicilina e prêmio Nobel de 1945. Anos depois, aquele mesmo filho do nobre ficou doente, com pneumonia. E o que o salvou? A penicilina. O nome do nobre que educou Alexander Fleming? Sr. Randolph Churchill. O nome do filho dele? Winston Churchill... ........................... Conta-se que o legislador Licurgo foi convidado a proferir uma palestra a respeito de educação. Aceitou o convite, mas pediu, no entanto, o prazo de seis meses para se preparar. O fato causou estranheza, pois todos sabiam que ele tinha capacidade e condições de falar a qualquer momento sobre o tema, e por isso o haviam convidado. Transcorridos os seis Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 168 meses, compareceu ele perante a assembléia em expectativa. Postou-se à tribuna e logo em seguida entraram dois criados, cada qual portando duas gaiolas. Em cada uma havia um animal, sendo duas lebres e dois cães. A um sinal previamente estabelecido, um dos criados abriu a porta de uma das gaiolas e a pequena lebre, branca, saiu a correr, espantada. Logo em seguida o outro criado abriu a gaiola em que estava o cão e este saiu em desabalada correria ao encalço da lebre. Alcançou-a com destreza, trucidando-a rapidamente. A cena foi dantesca e chocou a todos. Uma grande admiração tomou conta da assembléia e os corações pareciam saltar do peito. Ninguém conseguia entender o que Licurgo desejava com tal agressão. Mesmo assim, ele nada falou. Tornou a repetir o sinal convencionado e a outra lebre foi libertada. A seguir, o outro cão. O povo mal continha a respiração. Alguns, mais sensíveis, levaram as mãos aos olhos para não ver a reprise da morte bárbara do indefeso animalzinho que corria e saltava pelo palco. No primeiro instante, o cão investiu contra a lebre. Contudo, em vez de abocanhá-la, bateu-lhe com a pata e ela caiu. Logo a lebre ergueu-se e se pôs a brincar com o cão. Para surpresa de todos, os dois ficaram a demonstrar tranqüila convivência, saltitando de um lado a outro do palco. Então, e somente então, Licurgo falou: - Senhores, acabais de assistir a uma demonstração do que pode a educação. Ambas as lebres são filhas da mesma matriz, foram alimentadas igualmente e receberam os mesmos cuidados. Assim, igualmente, os cães. A diferença entre os primeiros e os segundos é, simplesmente, a educação. E prosseguiu vivamente o seu discurso, dizendo das excelências do processo educativo: - A educação, baseada numa concepção exata da vida, transformaria a face do mundo. Eduquemos nossos filhos, esclareçamos sua inteligência, mas, antes de tudo, falemos aos seus corações, ensinemos a eles a despojarem-se das suas imperfeições. Lembremos-nos Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 169 de que a sabedoria por excelência consiste em nos tornarmos melhores. ................... Esta é uma história de um homem que contratou um carpinteiro para ajudar a arrumar algumas coisas na sua fazenda. O primeiro dia do carpinteiro foi bem difícil. O pneu do seu carro furou. A serra elétrica quebrou. Cortou o dedo. E ao final do dia, o seu carro não funcionou. O homem que contratou o carpinteiro ofereceu uma carona para casa. Durante o caminho, o carpinteiro não falou nada. Quando chegaram a sua casa, o carpinteiro convidou o homem para entrar e conhecer a sua família. Quando os dois homens estavam se encaminhando para a porta da frente, o carpinteiro parou junto a uma pequena árvore e gentilmente tocou as pontas dos galhos com as duas mãos. Depois de abrir a porta da sua casa, o carpinteiro transformou-se. Os traços tensos do seu rosto transformaram-se em um grande sorriso, e ele abraçou os seus filhos e beijou a sua esposa. Um pouco mais tarde, o carpinteiro acompanhou a sua visita até o carro. Assim que eles passaram pela árvore, o homem perguntou: Porque você tocou na planta antes de entrar em casa ? Ah! esta é a minha Árvore dos Problemas. Eu sei que não posso evitar ter problemas no meu trabalho, mas estes problemas não devem chegar até os meus filhos e minha esposa. Então, toda noite, eu deixo os meus problemas nesta Árvore quando chego em casa, e os pego no dia seguinte. - E você quer saber de uma coisa ! Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 170 Toda manhã, quando eu volto para buscar os meus problemas, eles não são nem metade do que eu me lembro de ter deixado na noite anterior. ................ Numa determinada floresta havia 3 leões. Um dia o macaco, representante eleito dos animais súditos, fez uma reunião com toda a bicharada da floresta e disse: Nós, os animais, sabemos que o leão é o rei dos animais, mas há uma dúvida no ar: existem 3 leões fortes. Ora, a qual deles nós devemos prestar homenagem? Quem, dentre eles, deverá ser o nosso rei? Os 3 leões souberam da reunião e comentaram entre si: É verdade, a preocupação da bicharada faz sentido, uma floresta não pode ter três reis, precisamos saber qual de nós será o escolhido. Mas como descobrir? Essa era a grande questão: lutar entre si eles não queriam, pois eram muito amigos. O impasse estava formado. De novo, todos os animais se reuniram para discutir uma solução para o caso. Depois de usarem técnicas de reuniões do tipo brainstorming, uma técnica de dinâmica de grupo, uma atividade desenvolvida para explorar a potencialidade criativa do indivíduo, etc, eles tiveram uma idéia excelente. O macaco se encontrou com os 3 felinos e contou o que eles decidiram: Bem, senhores leões, encontramos uma solução desafiadora para o problema. A solução está na Montanha Difícil. Montanha Difícil? Como assim? É simples, ponderou o macaco. Decidimos que vocês 3 deverão escalar a Montanha Difícil. O que atingir o pico primeiro será consagrado o rei dos reis. A Montanha Difícil era a mais alta entre todas naquela imensa floresta. O desafio foi aceito. No dia combinado, milhares de animais cercaram a Montanha para assistir a grande escalada. O primeiro tentou. Não conseguiu. Foi derrotado. O segundo tentou. Não conseguiu. Foi derrotado. O terceiro tentou. Não conseguiu. Foi derrotado. Os animais Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 171 estavam curiosos e impacientes, afinal, qual deles seria o rei, uma vez que os três foram derrotados? Foi nesse momento que uma águia sábia, idosa na idade e grande em sabedoria, pediu a palavra: Eu sei quem deve ser o rei!!! Todos os animais fizeram um silêncio de grande expectativa. A senhora sabe, mas como? - todos gritaram para a Águia. É simples - confessou a sábia águia - eu estava voando entre eles, bem de perto e, quando eles voltaram para o vale, eu escutei o que cada um deles disse para a montanha. O primeiro leão disse: Montanha, você me venceu! O segundo leão disse: - Montanha, você me venceu! O terceiro leão disse: - Montanha, você me venceu, por enquanto! Mas você, montanha, já atingiu seu tamanho final, e eu ainda estou crescendo. A diferença - completou a águia - é que o terceiro leão teve uma atitude de vencedor diante da derrota e quem pensa assim é maior que seu problema: é rei de si mesmo, está preparado para ser rei dos outros. Os animais da floresta aplaudiram entusiasticamente ao terceiro leão que foi coroado rei entre os reis. ............ Um membro de um determinado grupo, ao qual prestava serviços regularmente, sem nenhum aviso deixou de participar de suas atividades. Após algumas semanas, o líder daquele grupo decidiu visitálo. Era uma noite muito fria. O líder encontrou o homem em casa sozinho, sentado diante da lareira, onde ardia um fogo brilhante e acolhedor. Adivinhando a razão da visita, o homem deu as boas-vindas ao líder, conduziu-o a uma grande cadeira perto da lareira e ficou quieto, esperando. O líder acomodou-se confortavelmente no local indicado, mas não disse nada. No silêncio sério que se formara, apenas contemplava a dança das chamas em torno das achas de lenha, que ardiam. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 172 Ao cabo de alguns minutos, o líder examinou as brasas que se formaram e cuidadosamente selecionou uma delas, a mais incandescente de todas, empurrando-a para o lado. Voltou então a sentar-se, permanecendo silencioso e imóvel. O anfitrião prestava atenção a tudo, fascinado e quieto. Aos poucos a chama da brasa solitária diminuía, até que houve um brilho momentâneo e seu fogo apagou-se de vez. Em pouco tempo o que antes era uma festa de calor e luz, agora não passava de um negro, frio e morto pedaço de carvão recoberto de uma espessa camada de fuligem acinzentada. Nenhuma palavra tinha sido dita desde o protocolar cumprimento inicial entre os dois amigos. O líder, antes de se preparar para sair, manipulou novamente o carvão frio e inútil, colocando-o de volta no meio do fogo. Quase que imediatamente ele tornou a incandescer, alimentado pela luz e calor dos carvões ardentes em torno dele. Quando o líder alcançou a porta para partir, seu anfitrião disse: Obrigado. Por sua visita e pelo belíssimo sermão. Estou voltando ao convívio do grupo. Deus te abençoe! Reflexão: Aos membros de um grupo vale lembrar que eles fazem parte da chama e que longe do grupo eles perdem todo o brilho. Aos lideres vale lembrar que eles são responsáveis por manter acesa a chama de cada um e por promover a união entre todos os membros, para que o fogo seja realmente forte, eficaz e duradouro. partindo e ele pediu ao pedreiro para trabalhar em mais um projeto como um favor. O pedreiro não gostou mas acabou concordando. Foi fácil ver que ele não estava entusiasmado com a idéia. Assim ele prosseguiu fazendo um trabalho de segunda qualidade e usando materiais inadequados. Foi uma maneira negativa dele terminar a carreira. Quando o pedreiro acabou, o chefe veio fazer a inspeção da casa construída. Depois deu a chave da casa ao pedreiro e disse: "Esta é a sua casa. Ela é o meu presente para você". O pedreiro ficou muito surpreendido. Que pena! Se ele soubesse que estava construindo sua própria casa, teria feito tudo diferente.... O mesmo acontece conosco. Nós construímos nossa vida, um dia de cada vez e muitas vezes fazendo menos que o melhor possível na sua construção. Depois, com surpresa, nós descobrimos que precisamos viver na casa que nós construímos. Se pudéssemos fazer tudo de novo, faríamos tudo diferente. Tu és o pedreiro. Todo dia martelas pregos, ajustas tábuas e constróis paredes. Alguém já disse que: "A vida é um projeto que você mesmo constrói". Tuas atitudes e escolhas de hoje estão! construindo a "casa" em que vai morar amanhã. Portanto a construa com sabedoria! ............... Certa lenda conta que estavam duas crianças patinando em cima de um lago congelado. Era uma tarde nublada e fria e as crianças brincavam sem preocupação. De repente, o gelo se quebrou e uma das crianças caiu na água. A outra criança vendo que seu amiguinho se afogava de baixo do gelo, pegou uma pedra e começou a golpear com todas as suas forças, conseguindo quebrá-lo e salvar seu amigo. Quando os bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido, perguntaram ao menino: - Como você conseguiu Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 174 Um velho pedreiro que construía casas estava pronto para se aposentar. Ele informou o chefe, do seu desejo de se aposentar e passar mais tempo com a sua família. Ele ainda disse que sentiria falta do salário, mas realmente queria se aposentar. A empresa não seria muito afetada pela saída do pedreiro mas o chefe estava triste em ver um bom funcionário Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 173 .......... fazer isso? É impossível que você tenha quebrado o gelo com essa pedra e suas mãos tão pequenas! Nesse instante apareceu um ancião e disse: - Eu sei como ele conseguiu. Todos perguntaram: - Como? O ancião respondeu: - Não havia ninguém ao seu redor para dizer-lhe que ele não seria capaz. Assim, a estória se repete. Era uma vez uma corrida de sapinhos ! O objetivo era atingir o alto de uma grande torre. Havia no local uma multidão assistindo. Muita gente para vibrar e torcer por eles. Começou a competição. Mas como a multidão não acreditava que os sapinhos pudessem alcançar o alto daquela torre, o que mais se ouvia era: "Que pena !!! esses sapinhos não vão conseguir... ...não vão conseguir..." E os sapinhos começaram a desistir. Mas havia um que persistia e continuava a subida em busca do topo... A multidão continuava gritando : "... que pena !!! vocês não vão conseguir !..." E os sapinhos estavam mesmo desistindo, um por um... menos aquele sapinho que continuava tranqüilo... embora cada vez mais arfante. Já ao final da competição, todos desistiram, menos ele... A curiosidade tomou conta de todos. Queriam saber o que tinha acontecido... E assim, quando foram perguntar ao sapinho como ele havia conseguido concluir a prova, aí sim conseguiram descobrir... que ele era surdo ! Não permita que pessoas com o péssimo hábito de serem negativas, derrubem as melhores e mais sábias esperanças de nosso coração ! Lembre-se sempre : Há poder em nossas palavras e em tudo o que pensamos... Portanto, procure sempre ser positivo. ..................... Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 175 Em uma cidade interiorana havia um homem que não se irritava e não discutia com ninguém. Sempre encontrava saída cordial, não feria a ninguém, nem se aborrecia com as pessoas. Morava em modesta pensão, onde era admirado e querido. Para testá-lo, um dia seus companheiros combinaram levá-lo à irritação e à discussão numa determinada noite em que o levariam a um jantar. Trataram todos os detalhes com a garçonete que seria a responsável por atender a mesa reservada para a ocasião. Assim que iniciou o jantar, como entrada foi servida uma saborosa sopa, que o homem gostava muito. A garçonete chegou próximo a ele, pela esquerda, e ele, prontamente, levou seu prato para aquele lado, a fim de facilitar a tarefa. Mas ela serviu todos os demais e, quando chegou a vez dele, foi embora para outra mesa. Ele esperou calmamente e em silêncio, que ela voltasse. Quando ela se aproximou outra vez, agora pela direita, para recolher o prato, ele levou outra vez seu prato na direção da jovem, que novamente se distanciou, ignorando-o. Após servir todos os demais, passou rente a ele, acintosamente, com a sopeira fumegante, exalando saboroso aroma, como quem havia concluído a tarefa e retornou à cozinha. Naquele momento não se ouvia qualquer ruído. Todos observavam discretamente, para ver sua reação. Educadamente ele chamou a garçonete, que se voltou, fingindo impaciência e lhe disse: O que o senhor deseja? Ao que ele respondeu, naturalmente: a senhora não me serviu a sopa. Novamente ela retrucou, para provocá-lo, desmentindo-o: servi, sim senhor! Ele olhou para ela, olhou para o prato vazio e limpo e ficou pensativo por alguns segundos... Todos pensaram que ele iria brigar... Suspense e silêncio total. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 176 Mas o homem surpreendeu a todos, ponderando tranqüilamente: a senhorita serviu sim, mas eu aceito um pouco mais! Os amigos, frustrados por não conseguir fazê-lo discutir e se irritar com a moça, terminaram o jantar, convencidos de que nada mais faria com que aquele homem perdesse a compostura. Bom seria se todas as pessoas agissem sempre com discernimento em vez de reagir com irritação e impensadamente. Ao protagonista da nossa singela história, não importava quem estava com a razão, e sim evitar as discussões desgastantes e improdutivas. Quem age assim sai ganhando sempre, pois não se desgasta com emoções que podem provocar sérios problemas de saúde ou acabar em desgraça. Muitas brigas surgem motivadas por pouca coisa, por coisas tão sem sentido, mas que se avolumam e se inflamam com o calor da discussão. Isso porque algumas pessoas têm a tola pretensão de não levar desaforo para casa, mas acabam levando para a prisão, para o hospital ou para o cemitério. Por isso a importância de aprender a arte de não se irritar, de deixar por menos ou encontrar uma saída inteligente como fez o homem no restaurante. Pense nisso! ................. Entre os feridos, uma menina de 8 anos. Os médicos precisavam fazer uma transfusão, mas como? Reuniram as crianças e, entre gesticulações, esbarradas no dialeto local, tentavam explicar que precisavam de um voluntário para doar sangue. Depois de um silêncio sepulcral, viu-se um braço magrinho levantar-se. Era um menino chamado Heng. Ele foi preparado e espetaram-lhe uma agulha na veia. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 177 Passado algum momento, ele deixou escapar um soluço. O médico perguntou se estava doendo e ele negou. Mas não demorou muito e voltou a soluçar, contendo as lágrimas. Os soluços ocasionais deram lugar a um choro silencioso, mas ininterrupto. Era evidente que alguma coisa estava errada. Foi então que apareceu uma enfermeira da região e começou a conversar com o garoto. Seu rostinho se aliviou e ficou novamente tranqüilo. A enfermeira então explicou aos americanos: “ Ele pensou que ia morrer. Não tinha entendido direito o que vocês disseram e estava achando que ia Ter que dar todo o seu sangue para a menina não morrer”. O médico se aproximou dele e perguntou: “Mas se era assim, porque você se ofereceu para doar seu sangue?” E o menino respondeu simplesmente: “Ela é minha amiga”. ............... Numa grande empresa trabalhava Álvaro, um funcionário sério, cumpridor de suas obrigações e, por isso mesmo, já com 20 anos de casa. Um belo dia, Álvaro vai ao presidente da empresa fazer uma reclamação: - Tenho trabalhado durante estes 20 anos em sua empresa com toda a dedicação, e agora me sinto um tanto injustiçado. Juca, que esta conosco ha somente três anos, esta ganhando mais que eu. O patrão fingiu não ouvi-lo e, cumprimentando, falou: Foi bom você ter vindo aqui. Tenho um problema para resolver e você poderá ajudar-me. Estou querendo dar ao nosso pessoal uma sobremesa para o almoço de hoje. Aqui na esquina tem uma barraca de frutas. Vá até lá e verifique se tem abacaxi. Álvaro, sem entender, saiu da sala e foi cumprir a missão a ele designada. Em cinco minutos estava de volta. Como foi ? - disse o patrão. Verifiquei como o senhor mandou e a barraca tem o abacaxi, disse Álvaro. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 178 E quanto custa cada? - perguntou o patrão. Isto eu não perguntei! - respondeu Álvaro. Eles tem quantidade suficiente para atender todos os funcionários? - perguntou o patrão. Não sei. - respondeu Álvaro. Muito bem, Álvaro, sente-se ali naquela cadeira e me aguarde um pouco. Pegou o telefone e mandou chamar o Juca. Quando Juca entrou na sala o patrão foi logo dizendo: Juca estou querendo dar ao nosso pessoal uma sobremesa para o almoço hoje. Aqui na esquina tem uma barraca de frutas, vá até lá e verifique se tem abacaxi. Em oito minutos Juca estava de volta. E então, Juca? - perguntou o patrão. Tem abacaxi, sim. Tem quantidade suficiente para todo o pessoal e se o senhor quiser eles tem também laranja e banana. E o preço? - perguntou o patrão. Bom o abacaxi eles estão vendendo a R$1,00 o quilo, a banana a R$0,50 o quilo e a laranja a R$20,00 o cento, já descascada. Mas como eu disse que a quantidade era grande eles me concederam um desconto de 15%. Deixei reservado o abacaxi. Caso o senhor resolva, eu confirmo. Agradecendo a Juca pelas informações o patrão dispensou-o e voltou-se para Álvaro na cadeira ao lado e perguntou-lhe: Você perguntou alguma coisa quando entrou em minha sala hoje. O que era mesmo? Nada sério, patrão - respondeu Álvaro. ................... Um dia, a Verdade andava visitando os homens sem roupas e sem adornos, tão nua como o seu nome. E todos que a viam viravam-lhe as costas de vergonha ou de medo e ninguém lhe dava as boas vindas. Assim, a Verdade percorria os confins da Terra, rejeitada e desprezada. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 179 Uma tarde, muito desconsolada e triste, encontrou a Parábola, que passeava alegremente, num traje belo e muito colorido. Verdade, por que estás tão abatida? - perguntou a Parábola. Porque devo ser muito feia já que os homens me evitam tanto! Que disparate! - riu a Parábola - não é por isso que os homens te evitam. Toma, veste algumas das minhas roupas e vê o que acontece. Então a Verdade pôs algumas das lindas vestes da Parábola e, de repente, por toda à parte onde passava era bem vinda. Pois os homens não gostam de encarar a Verdade nua; eles a preferem disfarçada. ........................ Um dia, um menino de 3 anos estava na oficina do pai, vendo-o fazer arreios e selas. Quando crescesse, queria ser igual ao pai. Tentando imitá-lo, tomou um instrumento pontudo e começou a bater numa tira de couro. O instrumento escapou da pequena mão, atingindo-lhe o olho esquerdo. Logo mais, uma infecção atingiu o olho direito e o menino ficou totalmente cego. Com o passar do tempo, embora se esforçasse para se lembrar, as imagens foram gradualmente desaparecendo e ele não se lembrava mais das cores. Aprendeu a ajudar o pai na oficina, trazendo ferramentas e peças de couro. Ia para a escola e todos se admiravam da sua memória. De verdade, ele não estava feliz com seus estudos. Queria ler livros. Escrever cartas, como os seus colegas. Um dia, ouviu falar de uma escola para cegos. Aos dez anos, Louis chegou a Paris, levado pelo pai e se matriculou no instituto nacional para crianças cegas. Ali havia livros com letras grandes em relevo. Os estudantes sentiam, pelo tato, as formas das letras e aprendiam as palavras e frases. Logo o jovem Louis descobriu que era um método limitado. As letras eram muito grandes. Uma história curta enchia muitas páginas. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 180 O processo de leitura era muito demorado. A impressão de tais volumes era muito cara. Em pouco tempo o menino tinha lido tudo que havia na biblioteca. Queria mais. Como adorava música, tornou-se estudante de piano e violoncelo. O amor à música aguçou seu desejo pela leitura. Queria ler também notas musicais. Passava noites acordado, pensando em como resolver o problema. Ouviu falar de um capitão do exército que tinha desenvolvido um método para ler mensagens no escuro. A escrita noturna consistia em conjuntos de pontos e traços em relevo no papel. Os soldados podiam, correndo os dedos sobre os códigos, ler sem precisar de luz. Ora, se os soldados podiam,os cegos também podiam, pensou o garoto. Procurou o capitão Barbier que lhe mostrou como funcionava o método. Fez uma série de furinhos numa folha de papel, com um furador muito semelhante ao que cegara o pequeno. Noite após noite e dia após dia, Louis trabalhou no sistema de Barbier, fazendo adaptações e aperfeiçoando-o. Suportou muita resistência. Os donos do instituto tinham gasto uma fortuna na impressão dos livros com as letras em relevo. Não queriam que tudo fosse por água abaixo. Com persistência, Louis Braille foi mostrando seu método. Os meninos do instituto se interessavam. À noite, às escondidas, iam ao seu quarto, para aprender. Finalmente, aos 20 anos de idade, Louis chegou a um alfabeto legível com combinações variadas de um a seis pontos. O método Braille estava pronto. O sistema permitia também ler e escrever música. A idéia acabou por encontrar aceitação. Semanas antes de morrer, no leito do hospital, Louis disse a um amigo: "Tenho certeza de que minha missão na Terra terminou." Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 181 Dois dias depois de completar 43 anos, Louis Braille faleceu. Nos anos seguintes à sua morte, o método se espalhou por vários países. Finalmente, foi aceito como o método oficial de leitura e escrita para aqueles que não enxergam. Assim, os livros puderam fazer parte da vida dos cegos. Tudo graças a um menino imerso em trevas, que dedicou sua vida a fazer luz para enriquecer a sua e a vida de todos os que se encontram privados da visão física. ............... Ria estrepitosamente o senhor da fortuna ao ver o sábio que, entregue às tarefas próprias de seu gênio, não se alterava ante situações econômicas adversas, e com zombaria lhe disse: Como é que com tanto saber você não faz uma fortuna como a minha? O sábio respondia com invariável calma: Você tem uma fortuna sem saber como a conseguiu; eu, ao contrário, sei, sim senhor, e disponho de bens que você não possui. Quer algo maior do que ver um homem que, com fortuna ou sem ela, seja tão digno de respeito, alguém cuja integridade de espírito nem as maiores contrariedades conseguem ferir? Um dia, o sábio objetou a seu insistente polemista: Diga-me: se, de repente você perdesse toda a sua fortuna e ficasse pobre e à mercê do abatimento ocasionado por semelhante situação, o que faria? Oh! - respondeu com supresa o endinheirado, - não poderia resistir a esse golpe: eu me mataria em seguida. Mas... como?!... - replicou o sábio. - Você não seria capaz de refazer a fortuna que hoje possui? Não!... Como poderia eu tolerar viver um só dia sem as minhas riquezas? Impossível! Bem... bem... - disse o homem que encarnava a Sabedoria. Eu, sem que nada afete minha condição de homem capaz, poderia perder cem vezes meus bens materiais e voltar a refazê-los. O tempo, que sei empregar com inteligência, me Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 182 espera; e aqueles que me conhecem não costumam notar quando tenho muito ou nada tenho disso que move a cobiça humana. No entanto, quando uma fortuna cai, esmaga o homem que a possuía. ..................... Conta-se que em um lugar muito distante, há muitos e muitos anos atrás, havia um reino. E neste reino morava um homem de muita fé que sempre dizia: - Tudo que o Senhor Deus faz é bom! ”Em tudo daí graças...” Este homem era amigo do rei. Certa vez o rei, acompanhado de toda a sua comitiva, bem como, este seu amigo, o conselheiro, o seu braço-direito, saíram para caçar e, isto se deu tão logo foi descoberta a pólvora, as armas de fogo estavam se desenvolvendo; de longe avistaram um animal. Imediatamente o rei pegou sua arma e atirou. Sem saber como, ele o rei perdeu um de seus dedos. O tiro havia saído pela culatra. O rei caindo no chão e chorando de dor, esbraveja: Prendam esse armeiro! Levem-no para o calabouço, juntamente com a fabricante da arma! O tal amigo se aproxima e diz: Majestade, foi um acidente. Uma fatalidade. Imediatamente o rei o interrompe, ameaçando: Quer ir com eles, pra masmorra? - Tudo que o Senhor Deus faz é bom! Em tudo daí graças... O rei irou-se contra seu amigo e mandou prendê-lo. Passaram-se três anos, o rei voltou a caçar com uma comitiva (mas agora sem seu amigo que mandara prender). Mas uma surpresa os aguardava na floresta. Logo ao chegar foram capturados e presos por uma tribo de canibais. Antropófagos primitivos extremamente supersticiosos. Todos iam sendo comidos um a um. Quando chegou a vez do rei ser devorado, os canibais o mandaram embora, simplesmente porque só comiam homens perfeitos e ao rei faltava um de seus dedos. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 183 Assim o rei percebeu que seu amigo estava certo ao dizer: “ Em tudo daí graças.”.. E ao chegar em seu reino, ordenou que soltassem aquele seu amigo imediatamente e lhe pediu desculpas dizendo: - Meu amigo, me perdoa por eu ter te mantido preso durante todo esse tempo. E o amigo o respondeu dizendo: - Majestade, não tem do que me pedir perdão. Entretanto, devo-lhe confessar: Muitas vezes eu também não sei porque tenho que dar graças à Deus. Mas desta vez, o Senhor Deus me deu essa oportunidade. Pois se eu tivesse livre, também teria ido nesta caçada e como sou perfeito, certamente eu também seria devorado. "Em tudo daí graças, pois esta é a vontade de Deus em Cristo para conosco." Como essas palavras poderiam vir a se encaixar no meu caso, em particular? Deveria eu ter que agradecer a Deus por um A. V. C.? Baseado no conhecimento dessas narrativas, é que firmei minhas convicções a seguir. É difícil começar. Principalmente quando não se sabe onde é o começo. Escolho começar do meio. Em meados de julho de 2004, passava por tenebroso “deserto”. Após sofrer um tremendo desfalque de credores e devedores, fui acometido de derrame cerebral, como pode ser confirmado por laudos médicos. Entretanto, não era para a morte, mas para que fosse manifesto o grande, o imenso poder do Deus Altíssimo em minha vida. A enfermidade me tirou os movimentos de todo o lado direito do meu corpo, paralisando inclusive a minha fala. Via e ouvia tudo com perfeição. No momento do transporte pro Pronto Socorro, queria ajudar, mas não podia nem sequer dizer como fazer, orientar. Até os movimentos do lado esquerdo ficaram inibidos. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 184 Quando fui levado pra um outro local pra fazer uma tomografia computadorizada, o “maqueiro”, inadvertidamente, quase me deixou cair da maca, na saída da ambulância. Não haviam me prendido devidamente. Percebi minha perna escorregar e o peso dela, quase levar todo o meu corpo ao chão. Apesar de toda essa situação, acreditei. Melhor que isso: confiei. Confiei que o Todo Poderoso não me abandonaria. E mais, Ele falava ao meu coração: “Não temas, Eu sou contigo. Ainda que tu passes pelo vale da sombra da morte”... E era essa fé que me fortalecia. Interessante. Logo eu que sempre vivi muito mais pela razão do que pela fé. Mas, a misericórdia dEle dura para sempre. Após as primeiras vinte e quatro horas, recuperei os movimentos da mão e do braço, nas quarenta e oito horas os da perna. Com setenta e duas horas, já podia ler a Bíblia, sentado na cama. Pra surpresa dos médicos, que esperavam um outro fim praquele quadro que se apresentava no início. As seqüelas, ditas como naturais, nessas situações, desapareciam aos olhos da ciência. A ponto dos médicos se renderem. Admitiram tratar-se de um milagre. Aquela recuperação não poderia advir somente de medicamentos. Muitos outros pacientes, com a mesma extensão de gravidade, quando sobrevivem, mesmo devidamente tratados, saem de uma situação dessa com muitas seqüelas. Entretanto... Pra resumir, no quarto dia, já estava sendo levado pra casa. Sozinho. Sentado no banco da frente, ao lado do motorista da ambulância. A recomendação médica era de algumas sessões de Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 185 fisioterapia, pois achavam que meus reflexos estavam lentos, quanto a minha coordenação motora. E foi aí, que se deu início ao segundo grande milagre dos últimos tempos na minha vida. Dentre as recomendações, uma era de caminhar. E não podia ser diferente. A clínica de reabilitação, situada há uns quatro quilômetros da minha casa não me dava alternativa. Uma vez que, sem recurso até pra nos alimentar adequadamente, dispúnhamos. Meu filho, na idade de alistado para o serviço militar, não conseguia trabalhar. Minha esposa é que arcava com a árdua tarefa de conseguir trazer o pão nosso à nossa mesa, vendendo bala no comércio de uma pequena cidade “veranista”. Após uma sessão de fisioterapia, fui avistado por um vizinho que me ofereceu carona, e disse ter tomado conhecimento da minha situação, indagando se eu não tinha nenhuma renda, como aposentadoria, por exemplo. Respondi que não. Sensibilizado talvez, ou quem sabe, meramente um instrumento nas mãos de Deus... Ofereceu-me uma ”colocação”, apesar de muito modesta, irrecusável. Mas, veja só como Deus faz as coisas. O fato é que se não tivesse sido acometido daquele acidente, não se configuraria minha verdadeira história. Mas, voltemos ao grande livramento e as conseqüentes bênçãos. Numa situação dessa. Nessa idade (na época: cinqüenta e quatro). E nessa cidade. Só sendo um MILAGRE. Quando, alguém que, como eu, vivendo pela razão, acreditaria ser possível ser convidado por um estranho, pra trabalhar com ele, sem nem sequer conhecer minhas aptidões, etc. Milagre! Deus é grande! É maravilhoso! Não há, dentro do conhecimento humano, qualificações que expressem tamanhas virtudes. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 186 As palavras não são suficientes pra expressar tamanho amor, como o do nosso Deus! Portanto, você que toma conhecimento agora desse relato, não se esqueça jamais... Não basta somente acreditar em Deus. Faz-se necessário confiar! (...............) No início de cada ilustração você observou umas reticências, feitas aleatoriamente, pra que você escolha um título, que esteja de acordo com suas convicções. Se desejar expressar sua decisão, e quiser que ela conste nas próximas edições, envie-as para: [email protected] §§§§§§§§§§§§ Propositalmente o relato a seguir foi deixado por último, na esperança de que, mesmo após todas essas exortações, você ainda tivesse dúvidas a respeito da veracidade da Palavra de Deus, possa tirar suas próprias conclusões. Atente agora para a descrição das dores de Jesus feita por um grande estudioso francês, o médico Dr. Barbet : dando a possibilidade de compreender realmente as dores de Jesus durante a sua paixão. "Eu sou um cirurgião, e dou aulas há algum tempo. Por treze anos vivi em companhia de cadáveres e durante a minha carreira estudei a fundo anatomia. Posso, portanto escrever sem presunção." Jesus entrou em agonia no Getsemani - escreve o evangelista Lucas - orava mais intensamente. "E seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 187 terra". O único evangelista que relata o fato é um médico, Lucas. E o faz com a precisão dum clínico. O suar sangue, ou "hematidrose", é um fenômeno raríssimo. Se produz em condições excepcionais: para provocá-lo é necessário uma fraqueza física, acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção, por um grande medo. O terror, o susto, a angústia terrível de sentir-se carregando todos os pecados dos homens devem ter esmagado Jesus. Tal tensão extrema produz o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas, o sangue se mistura ao suor e se concentra sobre a pele, e então escorre por todo o corpo até a terra. Conhecemos a farsa do processo preparado pelo Sinédrio hebraico, o envio de Jesus a Pilatos e o desempate entre o procurador romano e Herodes. Pilatos cede, e então ordena a flagelação de Jesus. Os soldados despojam Jesus e o prendem pelo pulso a uma coluna do pátio. A flagelação se efetua com tiras de couro múltiplas sobre as quais são fixadas bolinhas de chumbo e de pequenos ossos. Os carrascos devem ter sido dois, um de cada lado, e de diferente estatura. Golpeiam com chibatadas a pele, já alterada por milhões de microscópicas hemorragias do suor de sangue. A pele se dilacera e se rompe; o sangue espirra. A cada golpe Jesus reage em um sobressalto de dor. As forças se esvaem; um suor frio lhe impregna a fronte, a cabeça gira em uma vertigem de náusea, calafrios lhe correm ao longo das costas. Se não estivesse preso no alto pelos pulsos, cairia em uma poça de sangue. Depois o escárnio da coroação. Com longos espinhos, mais duros que aqueles da acácia, os algozes entrelaçam uma espécie de capacete e o aplicam sobre a cabeça. Os espinhos penetram no couro cabeludo fazendo-o sangrar (os cirurgiões sabem o quanto sangra o couro cabeludo). Pilatos, depois de ter mostrado aquele homem dilacerado à multidão feroz, o entrega para ser crucificado. Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 188 Colocam sobre os ombros de Jesus o grande braço horizontal da Cruz; pesa uns cinqüenta quilos. A estaca vertical já está plantada sobre o Calvário. Jesus caminha com os pés descalços pelas ruas de terreno irregular, cheias de pedregulhos. Os soldados o puxam com as cordas. O percurso, é de cerca de 600 metros. Jesus, fatigado, arrasta um pé após o outro, freqüentemente cai sobre os joelhos. E os ombros de Jesus estão cobertos de chagas. Quando ele cai por terra, a viga lhe escapa, escorrega, e lhe esfola o dorso. Sobre o Calvário tem início a crucificação. Os carrascos despojam o condenado, mas a sua túnica está colada nas chagas e tirá-la é atroz. Alguma vez vocês tiraram uma atadura de gaze de uma grande chaga? Não sofreram vocês mesmos esta experiência, que muitas vezes precisa de anestesia? Podem agora vos dar conta do que se trata. Cada fio de tecido adere à carne viva: ao levarem a túnica, se laceram as terminações nervosas postas em descoberto pelas chagas. Os carrascos dão um puxão violento. Como aquela dor atroz não provoca uma síncope? O sangue começa a escorrer. Jesus é deitado de costas, as suas chagas se incrustam de pé e pedregulhos. Depositam-no sobre o braço horizontal da cruz. Os algozes tomam as medidas. Com uma broca, é feito um furo na madeira para facilitar a penetração dos pregos; horrível suplício! Os carrascos pegam um prego (um longo prego pontudo e quadrado), o apóiam sobre o pulso de Jesus, com um golpe certeiro de martelo o plantam e o rebatem sobre a madeira. Jesus deve ter contraído o rosto assustadoramente. No mesmo instante o seu pólice, com um movimento violento se posicionou opostamente na palma da mão; o nervo mediano foi lesado. Pode-se imaginar aquilo que Jesus deve ter provado; uma dor lancinante, agudíssima, que se difundiu pelos dedos, e espalhou-se, como uma língua de fogo, pelos ombros, lhe atingindo o cérebro. Uma dor mais insuportável que um homem possa provar, ou seja, Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 189 aquela produzida pela lesão dos grandes troncos nervosos. De sólido provoca uma síncope e faz perder a consciência. Em Jesus não. Pelo menos se o nervo tivesse sido cortado! Ao contrário (constata-se experimentalmente com freqüência) o nervo foi destruído só em parte: a lesão do tronco nervoso permanece em contato com o prego: quando o corpo for suspenso na cruz, o nervo se esticará fortemente como uma corda de violino esticada sobre a cravelha. A cada solavanco, a cada movimento, vibrará despertando dores dilacerantes. Um suplício que durará três horas. O carrasco e seu ajudante empunham a extremidade da trava; elevam Jesus, colocando-o primeiro sentado e depois em pé; conseqüentemente fazendo-o tombar para trás, o encostam-se à estaca vertical. Depois rapidamente encaixam o braço horizontal da cruz sobre a estaca vertical. Os ombros da vítima esfregaram dolorosamente sobre a madeira áspera. As pontas cortantes da grande coroa de espinhos o laceraram o crânio. A pobre cabeça de Jesus inclinou-se para frente, uma vez que a espessura do capacete o impedia de apoiar-se na madeira. Cada vez que o mártir levanta a cabeça, recomeçam pontadas agudíssimas. Pregam-lhe os pés. Ao meio-dia Jesus tem sede. Não bebeu desde a tarde anterior. As feições são impressas, o vulto é uma máscara de sangue. A boca está semi-aberta e o lábio inferior começa a pender. A garganta, seca, lhe queima, mas ele não pode engolir. Tem sede. Um soldado lhe estende sobre a ponta de uma vara, uma esponja embebida em bebida ácida, em uso entre os militares. Tudo aquilo é uma tortura atroz. Um estranho fenômeno se produz no corpo de Jesus. Os músculos dos braços se enrijecem em uma contração que vai se acentuando: os deltóides, os bíceps esticados e levantados, os dedos se curvam. Se diria um ferido atingido de tétano, presa de uma horrível crise que não se pode descrever. A isto que os médicos chamam tetania, quando os sintomas se Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 190 generalizam: os músculos do abdômen se enrijecem em ondas imóveis, em seguida aqueles entre as costelas, os do pescoço, e os respiratórios. A respiração se faz, pouco a pouco mais curta. O ar entra com um sibilo, mas não consegue mais sair. Jesus respira com o ápice dos pulmões. Tem sede de ar: como um asmático em plena crise, seu rosto pálido pouco a pouco se torna vermelho, depois se transforma num violeta purpúreo e enfim em cianótico. Jesus atingido pela asfixia, sufoca. Os pulmões cheios de ar não podem mais esvaziar-se. A fronte está impregnada de suor, os olhos saem fora de órbita. Que dores atrozes devem ter martelado o seu crânio! Mas o que acontece? Lentamente com um esforço sobrehumano, Jesus tomou um ponto de apoio sobre o prego dos pés. Esforçando-se a pequenos golpes, se eleva aliviando a tração dos braços. Os músculos do tórax se distendem. A respiração se torna mais ampla e profunda, os pulmões se esvaziam e o rosto recupera a palidez inicial. Porque este esforço? Porque Jesus quer falar: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem". Logo em seguida o corpo começa afrouxar-se de novo, e a asfixia recomeça. Foram transmitidas sete frases pronunciadas por ele na cruz: cada vez que quer falar, deverá elevar-se tendo como apoio o prego dos pés, inimaginável! Enxames de moscas, grandes moscas verdes e azuis, zunem ao redor do seu corpo; irritam sobre o seu rosto, mas ele não pode enxotá-las. Pouco depois o céu escurece, o sol se esconde: de repente a temperatura se abaixa. Logo serão três da tarde. Jesus luta sempre: de vez em quando se eleve para respirar. A asfixia periódica do infeliz que está destroçado. Uma tortura que dura três horas. Todas as suas dores, a sede, as cãibras, a asfixia, o latejar dos nervos medianos, lhe arrancaram um Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 191 lamento: "Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?". Jesus grita: "Tudo está consumado!". Em seguida num grande brado disse: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito". E morre. O Batismo De "Sangue" Dos Apóstolos Simão Pedro: segundo a tradição foi crucificado de cabeça para baixo; André: segundo a tradição crucificado numa cruz em "X", que a partir daí levou o nome de "cruz de Santo André"; Tiago, irmão de João: decapitado (At 12:2); Tiago: segundo a tradição crucificado no Egito; Judas Tadeu: segundo a tradição martirizado na Pérsia; Felipe: segundo a tradição morreu na Frígia; Bartolomeu: segundo a tradição morreu esfolado; Mateus Levi: segundo a tradição martirizado na Etiópia; Tomé Dídimo: segundo a tradição transpassado por flechas; Simão Zelote: crucificado; Judas Iscariotes: suicidou-se após trair o seu Mestre (Mt 27:50); João: segundo a tradição o único a morrer por morte natural depois de tentarem matá-lo mergulhando-o em óleo fervente; "Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e nós devemos dar a vida pelos irmãos" I Jo 3:16. E nós reclamamos de um arranhão ou de uma batida no dedinho do pé... Seleções de Sabedoria - Autor: pauloaz 192