Marcus SIQUEIRA - Signo Sopro II - [partitura]

partitura
Signo Sopro II (memória, a mãe das musas)
MARCUS SIQUEIRA
MARCUS SIQUEIRA
(Caratinga – MG, 1974)
É bacharel em Música pela Universidade de São Paulo (ECA-USP). Estudou com Willy Corrêa
de Oliveira, seu orientador durante o período de graduação, após este prosseguindo em aulas
particulares. Venceu e foi premiado em importantes concursos de composição no Brasil, como o 1º
Concurso Nacional de Composição – Sinfonia Cultura/SBMC (São Paulo - SP); VI Projeto Nascente,
promovido pela Abril Cultural e USP (São Paulo); Concurso da XIV Bienal de Música Contemporânea
Brasileira (Rio de Janeiro - RJ); Concurso Nacional de Arranjos para Banda Sinfônica (Tatuí - SP);
além de ter recebido as principais bolsas de criação musical mais significativas do país: Funarte
(2008) Fundação Vitae (2003) e RioArte (2001).
Participa regularmente como compositor nas Bienais de Música Contemporânea Brasileira (Rio de
Janeiro - RJ e Cuiabá - MT) e no Festival Música Nova (São Paulo - SP). Atua ainda em produções
musicais voltadas à espetáculos teatrais, destacando a peça “BR3” do Teatro da Vertigem (2006) e
trilhas para cinema, destacando alguns filmes recentes de Evaldo Mocarzel, ao lado de Thiago Cury,
seu parceiro musical desde 1993.
Possui obras gravadas e estreadas por orquestras e bandas sinfonicas de renome, tais como a
Orquestra do Estado de São Paulo (OSESP), sob regência de Joana Carneiro; Orquestra Sinfonia
Cultura, sob regência de Lutero Rodrigues; Orquestra da Universidade de Sao Paulo (OSUSP);
Orquestra de Sopros Brasileira, sob regência de Dario Sotelo e Banda Sinfonica do Estado de
Sao Paulo, sob regencia de Aylton Escobar. Suas composições têm sido tocadas por importantes
intérpretes brasileiros e estrangeiros, em recitais e festivais no Brasil, EUA, França, Portugal,
Alemanha, Colômbia, Holanda, Espanha, Suíça e Itália.
Atualmente é professor de materias teoricas da Escola de Musica do Estado de Sao Paulo (EMESP)
e é professor de educação musical no Colégio Santa Cruz, onde desenvolve um método próprio
voltado à criação musical para crianças do Ensino Fundamental.
Signo Sopro II (memória, a mãe das musas)
(flauta em sol, clarone, percussão, piano, acordeom, violino e violoncelo)
CD 2 > track 2
Certa vez, meu amigo e poeta Dirceu Villa me enviou seu livro Icterofagia, um livro de poemas
escritos entre 2002 e 2006. Bem ao início da leitura me deparei com o poema “memória, mãe das
musas”. Li e reli este poema inúmeras vezes até perceber que nele estava contida uma música oculta
nas palavras, melhor dizendo, que havia uma música em sua forma ou que sua forma era muito
musical. Resolvi então traduzir o poema em sons: cada verso, cada palavra, o jogo semântico, as
vírgulas ocultas... cada silêncio nos pulsos internos da leitura. Desta necessidade, nasceu esta peça
cuja forma musical é a mesma do poema de Dirceu, com seu jogo de signos e texturas, sendo estas
representadas por todo o plano oculto nas palavras, porém presente em mim a cada leitura. Além
de seus próprios instrumentos, os músicos tocam também pequenos instrumentos de percussão
(pratos, triângulos e chocalhos), tudo isso numa disposição que favorece uma escuta acusticamente
diversa e muito amalgamada pela percussão.
Signo Sopro II,(memória, a mãe das musas)
para Flauta em Sol,
Clarone,
Percussão,
Piano,
Acordeom,
Violino e Violoncelo
12 min. aprox.
Marcus Siqueira
memória, a mãe das musas (Dirceu
Villa)
primeiro sim foi
quando
deuses
tolheram as letras
das tuas
preciosas palavras
e acho te partiram em mil
pedaços
espalharam
teus sons
sem sentido soando
sim mas outros te ouviram
e suponho colheram
tuas sílabas
num tecido de ritmo
indecisas e belas
em fuga perpétua
do sentido
força informe
que desfez
a velha Babel
e a devolveu
num como é mesmo
num pequeno
sobre o efetivo instrumental:
- Flauta em Sol (também tocará Prato Suspenso grande e Triângulo pequeno)
- Clarone (também tocará Prato Suspenso grande e Triângulo médio)
- Percussão:
Vibrafone;
Crotales (uma oitava cromática: a mais aguda existente);
Um Tan-tan (Grande);
Três pratos suspensos (P, M, G);
Três Gongos Tailandeses (P, M. G);
Três Triângulos (P, M, G);
Dois Chocalhos (1 de metal: pode ser de chaves; 1 de madeira: pode ser de sementes de Aroeira);
Baquetas: Macia, Média e dura para cada tipo de instrumento, salvo os triângulos.
- Piano (também toca Chocalho de metal e usa baquetas "Vassourinha" e baqueta bem macia de Bumbo.
- Acordeom - modelo Scandalli Super VI - (também toca Chocalho de madeira)
- Violino (também toca Prato Suspenso grande e Triângulo médio)
- Violoncelo (também toca Prato Suspenso pequeno e Triângulo grande)
instruções:
1) o Pedal Sustain do Piano e Vibrafone permanecerão acionados por toda a peça.
2) todo sinal de Trinado indica que o intervalo será de segunda menor ascendente.
3) L.V. = Lascia Vibrare (deixar soando)
4) Fermatas: Triangular (curta), Redonda (tradicional) e Quadrada (longa)
5) Atentem para as Claves com sinais de oitava acima (clave de sol) e abaixo (clave de fá). Toca-se uma oitava acima ou abaixo do som grafado.
6) Os multifônicos utilizados pelo Clanore nesta peça, foram retirados do livro "Nouvelles Techniques de La Clarinette Basse" de Henrri Bok e Eugen
Wendel. As numerações 55, 63, 62, 74 e 86, identificam as posições contidas nos exemplos das páginas 63, 64, 65 e 66 (Tableaux 6).
7) Letra A = Baqueta bem macia de Bumbo tocada na região mais grave do piano. Deve-se buscar uma massa sonora sem definir uma única altura,
tocando em diferentes regiões graves do piano de modo a obter uma densidade ruidosa indefinida.
8) Letra B = O percussionista deverá improvisar uma seqüência rítmica não simétrica em todos os instrumentos de alturas indefinidas indicados na partitura.
A baqueta "vassourinha" produzirá um timbre rarefeito, contribuindo para a proposta deste momento.
9) Letra C = Passar os dedos, delicadamente nos chocalhos indicados respeitando as indicações de dinâmicas. Em alguns momentos, os intérprete poderão
variar um pouco as dinâmicas sugeridas.
10) Letra D = Tocar prato-suspenso com baqueta macia alternadamente. Atente para os diferentes casos de variação de velocidade das baquetas e intensidade.
11) Letra E = Raspar a baqueta "vassourinha" sobre a face do prato de modo o obter uma gama irregular de ruídos.
12) Letra F = Vibrato bem acentuado.
13) Letra G = Glissar, delicadamente, sobre a harpa do piano (na região indicada) coma baqueta "vassourinha".
14) Letra H = Duas possibilidades: a) quando ao piano, raspar a ponta do cabo da baqueta "vassourinha" sobre sa cordas das alturas indicadas com veemência;
b) raspar uma baqueta dentada na borda do prato.
disposição do efetivo:
Signo Sopro II,(memória, a mãe das musas)
para Flauta em Sol, Clarone, Percussão, Piano, Acordeón, Violino e Violoncelo
7 seg. (circa)
Alto Flute
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Bass Clarinet
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Vibraphone
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Percussion
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8 seg. (circa)
9 seg. (circa)
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11 seg. (circa)
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Marcus Siqueira
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12
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B. Cl.
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a obter som de sopro)
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como se fosse um último suspiro)
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