a magia germânica sublime sonoridade
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a magia germânica sublime sonoridade
AUDIO VIDEO MAGAZINE . MAIO 2012 . # 178. ANO 16 E MAIS Testes de áudio CAIXAS DYNAUDIO FOCUS 260 RACK SOLID TECH F1 CAIXAS ACÚSTICAS ELAC FS 257 CÁPSULAS ORTOFON RONDO BLUE e ortofon CADENZA BLUE TECNOLOGIA DE TVs OLED PREPARE-SE PARA UMA NOVA DIMENSÃO A MAGIA GERMÂNICA 00167 00170 9 771 677 85 500 2 00176 ISSN 167785500-2 9 771 677 85 500 2 00175 ISSN 167785500-2 9 771 677 85 500 2 pontohiend.com.br r$15 caixa AUDIO PHYSIC AVANTERA SUBLIME SONORIDADE amplificador GOLDMUND TELOS 350 16anos EDIÇÃO DE ANIVERSÁRIO 9 771677 85500 2 00174 ISSN 167785500-2 MAIO 2012 ISSN 167785500-2 9 771677 85500 2 00169 ISSN 167785500-2 9 771677 85500 2 00168 ISSN 167785500-2 9 771 677 85 500 2 00173 ISSN 167785500-2 9 771 677 85 500 2 00172 ISSN 167785500-2 9 771 677 85 500 2 00171 ISSN 167785500-2 Arte em reprodução eletrônica 9 771677 85500 2 ISSN 167785500-2 9 771677 85500 2 00166 ISSN 167785500-2 9 771677 85500 2 00165 ISSN 167785500-2 caixa audio physic avantera, amplificador goldmund telos 350, caixas dynaudio focus 260 e rack solid tech f1 Ano 16 178 8 teste áudio 1 CAIXA AUDIO PHYSIC AVANTERA Fernando Andrette [email protected] Para quem leu o teste da Audio Physic Scorpio II publicado em março de 2010 na edição 154, não será nenhuma novidade escrever sobre a minha admiração por essas caixas alemãs. Para quem não leu, não custa falar a respeito, já que meu primeiro contato se deu em 2000, quando escutei na casa de um leitor o modelo Virgo e, dois anos depois, tive a oportunidade de ouvir na Europa a famosa Step. O slogan ‘No Loss of Fine Detail’ realmente faz jus aos objetivos desta respeitada empresa alemã com 26 anos de vida, que desde sua fundação na pequena cidade de Brillon conquistou o mundo. Utilizando a reconhecida precisão alemã, a Audio Physic é uma empresa literalmente verticalizada! Pois bem, esta será minha quarta experiência com uma caixa deste fabricante e confesso que ainda assim fiquei curioso em saber como um modelo top (a Avantera é a segunda na hierarquia) se comportaria em nossa sala de referência. Fabio Storelli, distribuidor do produto no Brasil, trouxe-a pessoalmente e ajudou-nos a desembalar e realizar o primeiro ajuste e, claro, ficou para uma rápida audição! Como sempre há uma primeira impressão, vamos a ela: o acabamento e design da caixa é simplesmente estonteante. Sua leve inclinação para trás (de sete graus) e seu gabinete de dimensões generosas, mas discreto, certamente ganharão muitos aplausos femi- ninos. Ainda que cada caixa pese 40 kg e sua altura seja de 1,15 m, a largura é de apenas 24 cm e sua profundidade de 42 cm. Essas dimensões permitem que seja utilizada em salas a partir de 20 metros quadrados. O par que nos foi enviado tinha acabamento Walnut, uma madeira de tonalidade escura, mas muito sóbria. Sua montagem é simples, mas requer cuidado extremo na instalação dos pés (o ideal é contar com a ajuda de uma segunda pessoa para segurar a caixa de ponta cabeça para a instalação dos pés). A Audio Physic vende separadamente pés amortecidos que podem ser utilizados com melhoras significativas no recorte e precisão dos graves. Como tínhamos à nossa disposição os spikes originais e os pés amortecidos, durante o teste ouvimos ambos. Diria que para uma sala com problemas na reprodução de graves (abaixo de 120 Hz), o ideal é utilizar os spikes, que deixam o som um pouco menos encorpado. Já em salas sem este tipo de limitação acústica, o ideal é o uso dos pés amortecidos. A Avantera é uma caixa de três vias com sete alto-falantes, quatro de sete polegadas para os graves (colocados nas paredes laterais da caixa em pares), dois alto-falantes de cinco polegadas para os médios e um tweeter de uma polegada de cone de papel (ainda que possa ser confundido com um domo de seda por ser coberto por um fino tecido). maio . 2012 47 CAIXA AUDIO PHYSIC AVANTERA O HHTC Tweeter II foi desenvolvido pela Audio Physic e seu design, segundo os engenheiros que o desenvolveram, possui a geometria adequada mesmo para uma audição fora do eixo, além de ter um suave decaimento e estender-se até 40 kHz! Outra qualidade mencionada pelo fabricante deste novo tweeter é a sua fidelidade tímbrica! Já os alto-falantes de médios e graves também utilizam uma tecnologia patenteada pela Audio Physic, com peças móveis, tais como o diafragma e o dispositivo de centragem e bobina, que são mantidos em alinhamento calculado por software (para atingir um grau máximo de amortecimento no seu interior). O ímã de neodímio é envolto em um dissipador de calor em alumínio fundido, que é conectado ao aro da cesta larga através de pontes. Segundo o fabricante, o diafragma de alumínio tira proveito da atividade de amortecimento, evitando ressonâncias indesejáveis dentro do gabinete. Para o teste foram utilizados os seguintes equipamentos: amplificadores Maggiore 100 da Audiopax, Telos 350 da Goldmund, Primare A 32, Cary 200 MK II e, no frigir dos ovos, também escutamos as caixas com o integrado Devialet; fontes: CD player Puccini e U-clock, ambos da dCS, toca-discos Rondino da Transrotor com braço SME V e cápsula Benz LP; pré-amplificadores: darTZeel e Primare PRE 30; racks: Solid Tech F1 (leia Teste 4 nesta edição) e Audio Concept Signature; condicionador de energia: AC Organizer LC 311 SE plus; cabos de caixa: Elation Kubala; de interconexão RCA: Elation Kubala e Chord Sarun; XLR: Tranparent Audio Opus MM2; de força: Power Link MM2, Elation Kubala e Purist Audio Anniversary. Felizmente as caixas vieram inteiramente amaciadas. Nosso único trabalho se limitou a encontrar seu posicionamento ideal na sala. Começamos por mantê-las na posição da Evolution, mas rapidamente percebemos que a abertura de mais de quatro metros reduzia o corpo dos graves. Como ainda assim ela exibia um palco magistral, tanto em profundidade como em altura e largura, passamos a diminuir em 10 cm a distância entre elas, depois em 20 cm, até chegarmos à posição ideal com 3,8 m entre caixas e 1,2 m da parede às costas. O toe-in da caixa também foi de apenas dez graus, possibilitando um amplo posicionamento dos ouvintes dentro da sala, sem privilegiar apenas o ouvinte na ponta do triângulo equilátero. Assim como a Scorpio II já havia me encantado, não posso começar a descrever minhas impressões sem falar da beleza do palco sonoro, dos planos e do foco e recorte, principalmente na reprodução de obras sinfônicas, que na Avantera é ainda mais magistral e correta. Ouvindo, por exemplo, o CD de Prokofiev com a OSESP, logo na abertura da obra (o Ano de 1941), o posicionamento dos metais, com o rebatimento na parede lateral, nos remete imediatamente à Sala São Paulo. Os planos são retratados com tamanha autoridade que você consegue ‘enxergar’ o momento que o solista de uma big band se levanta para executar o solo! Amantes do soundstage se deliciarão com o resultado genuinamente encantador obtido neste quesito. Em termos de equilíbrio tonal, fiquei surpreso logo de cara com o equilíbrio do tweeter de cone de papel e com sua timbragem natural e relaxada. Fiz questão de apresentar no teste aberto três exemplos do conforto auditivo nas altas frequências, que é sempre uma pedra no sapato para inúmeras caixas. Comecei pela faixa três do CD de Diane Schur - Love Walked In, em que muitos tweeters pecam por reproduzir a última oitava do piano com timbragem ‘de vidro’ durante seu solo. Depois apresentei a primeira faixa do trompetista japonês Tiger Okoshi - Color of Soil, na qual se o tweeter não for absolutamente correto o disco fica inaudível. Por último, o solo de flauta de Dave Grusin - West Side Story, faixa sete, em que qualquer vacilo do tweeter e o som simplesmente endurece. Aliado a este conforto nas altas frequências, encontramos uma região média extremamente transparente e capaz de nos apresentar todas as nuances e texturas, nos levando a uma total concentração no acontecimento musical. Na apresentação da microdinâmica, a Avantera é uma referência absoluta, porém graças ao seu excelente equilíbrio tonal ela nos remete ao âmago da música e não apenas ao detalhe do barulho de bocas, chaves, arcos e pedais! Ou seja, você não se perde nos detalhes, pois a integridade musical é sempre mantida em primeiro plano! Os graves são sólidos, velozes e têm ótimo deslocamento de ar, desde que o melhor posicionamento da caixa seja encontrado. É incrível como o grave se tornou muito mais preciso, articulado e veloz quando aproximamos as caixas. Portanto, futuros compradores da Avantera, lembrem-se de procurar o melhor equilíbrio possível entre soundstage e solidez nos graves, pois esta caixa permite que você desfrute de ambos em igual proporção. 48 maio . 2012 CAIXA AUDIO PHYSIC AVANTERA Os transientes me pareceram perfeitos em todas as situações, mas foi na reprodução de percussões que fiquei realmente encantado com sua precisão e conforto. Quanto à reprodução da macrodinâmica (ainda que possua quatro alto-falantes de sete polegadas e desça a 28 Hz), o resultado dependerá muito da qualidade da gravação, do volume correto e, claro, da eletrônica que estiver empurrando a caixa. Em nossa sala, nos exemplos mais contundentes como a abertura 1812 e a Sinfonia Fantástica, a Avantera se comportou corretamente para uma caixa Estado da Arte, não fugindo à responsabilidade quanto ao deslocamento de ar ou solidez na reprodução de baixas frequências (ainda que, independente de caixa e eletrônica, a diferença entre reprodução eletrônica e música ao vivo seja muito grande!). Como sempre digo, é pura ilusão achar que estamos próximos de conseguir em nossas casas o realismo macrodinâmico de uma reprodução ao vivo. Basta ouvir um sax barítono ou um clarone a três metros de distância para se ter ideia exata das etapas que a reprodução eletrônica ainda tem a vencer. Voltando ao teste da Avantera, sua materialização do acontecimento musical em excelentes gravações é muito bonita, levandonos a nem precisar fechar os olhos para achar que estamos em frente ao acontecimento musical! Outro grande mérito da Avantera é a proporção do corpo dos instrumentos, principalmente na reprodução de obras sinfônicas. A beleza de ouvir os tamanhos corretos dos instrumentos nos faz desejar ampliar por muitas e muitas horas as audições. CONCLUSÃO A Avantera é uma caixa que possui todos os requisitos para figurar entre as melhores caixas Estado da Arte de entrada do mercado, com a vantagem de possuir dimensões muito compatíveis com uma ampla quantidade de salas e, ainda por cima, ter a facilidade de trabalhar com uma diversa gama de amplificadores de diversas topologias (Classes A, AB, D e valvulado). Seu grau de transparência jamais é superior à sua musicalidade e, quando associado a um sistema compatível com suas qualidades, o que o consumidor terá é uma performance digna de grandes caixas. Para quem procura uma bela caixa Estado da Arte, ouvir a Avantera é uma questão de bom senso e inteligência! Caixa audio physic avantera Equilíbrio Tonal10,0 Palco Sonoro11,0 Textura11,0 Transientes11,0 Dinâmica10,0 Corpo Harmônico10,0 Organicidade10,0 Musicalidade10,0 Total83,0 VOCAL Resposta de 28 Hz a 40 kHz frequência JAZZ . BLUES MÚSICA DE CÂMARA Impedância 4 ohms Amplificação 50 a 250 watts recomendada 50 ROCK . POP Sensibilidade 89 dB Peso 40 kg Dimensões (L x A x P) 24 x 115 x 42 cm maio . 2012 SINFÔNICA German Audio (41) 3018.0790 R$ 79.900 opinião do importador Fabio Storelli Mais uma vez tive o prazer de participar de um teste aberto na Avantera não é diferente, é a transparência em relação ao que está sala do Fernando Andrette, que é sempre um evento cheio de emo- sendo utilizado atrás delas. Trata-se de um instrumento valiosíssimo ções e surpresas musicais. A cada visita me surpreendo com o pro- para se avaliar mudanças no sistema, pois mostra exatamente o que jeto da sala e a qualidade do sistema que foi montado com esforço, cada novo componente, cabo, acessório, ou mesmo posicionamen- dedicação e competência através dos anos. to traz ao acontecimento musical. Quanto ao teste, mais uma vez a Audio Physic se mostrou à altura Falando novamente como ‘pai coruja’, o palco, o timbre mara- dos equipamentos fantásticos que foram utilizados, mostrando que vilhoso e a capacidade enorme de acompanhar a macrodinâmica é uma marca com projeto consistente, sólido e com a conhecida e de qualquer gravação não me surpreendem mais na Audio Physic. sempre desejada excelente relação ‘custo-benefício’. O que surpreende é como ela responde e mostra as qualidades e A Avantera é a segunda caixa do portfólio da marca e, como toda defeitos do resto do sistema que a acompanha. a linha Reference, utiliza drivers desenvolvidos e empregados com Repito: é um instrumento valioso e que facilita a vida do audiófilo, exclusividade pela Audio Physic, ou seja, a marca tem absoluto con- pois evita erros sempre caros e, quando bem utilizada, encurta o trole daquilo que desenvolve, não precisando de ‘ajustes posterio- caminho ao objetivo desejado, seja ele a transparência absoluta, a res’ nos próprios drivers ou no crossover para mitigar desvios de musicalidade ‘a qualquer custo’, ou - na minha opinião - o ideal meio conduta indesejáveis. termo entre ambos. A escolha destes caminhos tornou-se mais fácil A principal característica das caixas da Audio Physic, e com a e passou a custar (bem) menos. maio . 2012 51 CAIXA AUDIO PHYSIC AVANTERA opinião do LEITor Edgar Makoto Aoyama Antes de iniciar, gostaria de agradecer ao Fernando Andrette pela oportunidade de participar de um teste aberto da CAVI e, em especial, ao Fabio Storelli, que me fez o convite pessoalmente. Ao chegarmos, foram feitas as apresentações tanto dos presentes quanto do sistema, que só pude escutar no Hi-End Show de 2011. Conheci a linda sala dedicada. O conforto auditivo ao entrar no recinto, aliado a belos equipamentos, me deixaram deslumbrado, totalmente imerso em outra dimensão. Iniciada a primeira música em CD, ainda estava encantado com o que meus olhos viam: diversos arranjos para tratamento acústico, revestidos com uma tela ortofônica aliada a um lindo acabamento em madeira, com uma bela música de fundo, me fazendo sentir como um mero mortal num mundo de titãs. Passado esse momento de epifania, comecei a escutar cuidadosamente as músicas, e sem esforço algum elas me encantavam, me envolviam e se revelavam. Como escutei apenas os equipamentos em eventos, acho muito difícil conseguir avaliar uma caixa sem conhecer o sistema, e escutamos o som como um todo; por isso, enfatizo que minhas impressões são subjetivas e ao meu gosto pessoal, onde me considero mais crítico que melômano. Já tive a oportunidade de conhecer a Audio Physic anteriormente com a Sitara, e realmente elas são fantásticas em sua construção. Ao olhar para a Avantera, me deparei com uma torre constituída de 52 detalhes e transparências, totalmente sem coloração. Vou enfatizar algumas das caracteristicas que adorei na Avantera: - O detalhamento e a transparência são tamanhas que se pode escutar nuances e microdetalhes com enorme facilidade. - O palco preciso proporciona uma imagem com várias camadas, tanto no centro quanto nas laterais. - Os graves e médios graves são firmes e robustos, colaborando para a bela apresentação que possui peso e é articulada. - A dinâmica está presente tanto nos volumes mais reduzidos quanto nos mais elevados. Na apresentação foram ouvidas músicas de diversos gêneros musicais, e realmente me encantei pelas clássicas, como Berlioz, Tchaikovsky e coros, com as quais estou mais habituado. Pude perceber as nuances das vozes, dos intrumentos e do lindo palco apresentado. Quando fomos para o analógico, o salto foi enorme e pude comprovar a sonoridade da Avantera, com um timbre apaixonante. A Avantera se mostrou uma caixa completa, sendo uma pequena gigante, com um palco preciso, aliado à transparência e ao detalhamento. É outra titã que veio ao mundo para se revelar, ser admirada e impor respeito. sete drivers montados em um gabinete com uma leve inclinação que Agradeço novamente pela grande oportunidade de participar do favorece o casamento temporal dos drivers dos agudos e dos mids. teste aberto e conhecer pessoalmente a sala dedicada da revista. A torre possui um lindo acabamento ébano e é fisicamente pequena, Ao grande amigo Storelli, meus parabéns pela iniciativa de trazer e porém só fisicamente, pois o som mostrou-se grandioso, rico em consolidar a marca no Brasil. maio . 2012 opinião do LEITor João Antonio de Oliveira Cesar Lembro-me, como se fosse hoje, de minha mãe tocando Chopin colocado frente a frente com a arte de alguns dos maiores gênios da ao piano e eu, criança ainda, brincando no tapete da sala de casa. música em seus momentos mais inspirados. Imediatamente lembrei- Não sei se ela escolhia o repertório com intenção de me agradar ou me de minha mãe ao piano e de meus pais conversando em paz educar, mas como eram alegres aqueles momentos e como gostava de madrugada. Fiquei sem fôlego diversas vezes, da mesma forma de ouvi-la. Lembro, também, de ter uns três anos de idade quando, como quando tive oportunidade de tomar vinhos como o Château vez por outra, acordava na madrugada, me levantava e ia até a copa Lafite Rothschild 1985; tive que me controlar muito para não prejudi- encontrar meus pais comendo pães e queijos fedorentos e bebendo car o evento. Que qualidade de som é essa? Que absurdo! Foi uma vinho tinto. Todo aquele ‘banquete’ me era oferecido e eu rejeitava, verdadeira Festa de Babette para os ouvidos. claro, com cara feia: ‘que tipo de gente seria capaz de comer queijo com bichos?’, pensava comigo mesmo. Mas, a despeito disto, eu apreciava muito a situação, pois esses momentos no fim da jornada Eu não sabia que era possível enganar os sentidos desta forma, que era possível acreditar estar diante do acontecimento musical, ao vivo, ouvindo a reprodução de um CD ou vinil. Veja bem, já fui a eram de muita harmonia entre eles, que finalmente conversavam em muitos teatros por aí, como por exemplo, para ouvir a Filarmônica de paz sobre os acontecimentos do dia. Obviamente, com o tempo Viena, na Sala de Concertos de Viena, ou a nossa OSESP na mag- acabei provando um pãozinho italiano com queijo brie e até me arris- nífica Sala São Paulo. Também já ouvi excelentes sistemas categoria cava a experimentar os vinhos. Que tempos maravilhosos... Diamante, mas o que presenciei hoje pertence a uma categoria à Mas por que me recordei especificamente desses episódios tão caros para mim? Porque hoje tive o privilégio de participar de uma parte, ou, ao resultado do que o Fernando chama de um ‘sistema equilibrado’. audição na fantástica sala do Fernando Andrette, que, juntamente Para finalizar, meu amigo, se você quiser trazer para dentro de com sua esposa, foi amabilíssimo ao nos receber e cujo brilhante sua casa os requintes, as nuances e o refinamento das melhores trabalho em prol do desenvolvimento do mercado de áudio nacional orquestras, os grandes jazzistas nos clubes de jazz ou óperas com acompanho há muitos anos. Estavam presentes, também, Ricardo os mais incríveis solistas, então, você está no lugar certo. Aqui tem de Marino, editor-chefe da CAVI e projetista da sala, Fabio Storelli a reunião de todas as informações necessárias para montar o seu da German Audio e três ouvintes sortudos, Edgard Aoyama, Otávio sistema e chegar lá. E mais, se você já for o feliz proprietário de um Rodovalho e eu. ótimo sistema, estiver pensando em um upgrade de caixas acústi- O objetivo da audição foi avaliar um par das magníficas caixas acústicas Audio Physic Avantera, mas para mim não só as caixas como todo o sistema do Fernando, incluindo a própria sala, se cons- cas e tiver bala na agulha para adquirir um genuíno par de alemãs Audio Physic Avantera, ficará absolutamente fascinado com o que elas são capazes de fazer. tituíam em uma grande novidade. Posso resumir dizendo que lá está reunido o que há de melhor para a reprodução musical, incluindo um aspecto que não me lembro de ter sido considerado em qualquer artigo que já tenha lido: o da preparação do espírito do ouvinte para a audição. Quem aprecia bons vinhos sabe que um vinho excepcional, se não for devidamente acompanhado de uma série de fatores, poderá se transformar em uma experiência decepcionante. Assim, Fernando construiu seu ‘templo’ em um local muito agradável, longe da confusão e de todos os tipos de poluição da cidade. Além disso, nosso anfitrião é um mestre na arte de conduzir o evento de forma a nos preparar para a experiência auditiva. E isto faz toda a diferença do mundo. Quanto à audição propriamente dita, tenho muita dificuldade para transmitir em palavras algo que possa traduzir a experiência. Desde a primeira música até a última, fui nocauteado e pisoteado sem piedade. Minha alma foi roubada de mim e ficou lá, naquela sala (espero ser convidado novamente para resgatá-la). God, please have mercy on me! A cada passagem musical eu simplesmente ia sendo maio . 2012 53