Arquitetura Pedagógica e Comunidade de Prática no Facebook

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Arquitetura Pedagógica e Comunidade de Prática no Facebook
Arquitetura Pedagógica e Comunidade de Prática no Facebook
Amanda Maciel de Quadros1
Introdução
As novas perspectivas educacionais estão cada vez inserindo-se com
mais forças nos ambientes de aprendizagem, a realidade do computador e
seus dispositivos que estabelecem conexões virtuais, através da internet, o que
possibilita os alunos e professores a inserirem-se no mundo virtual estão
presentes em muitas universidades, escolas, instituições, empresas e
domicílios.
Para Moran (2003) a educação será cada vez mais importante para as
pessoas, empresas e países, tornando-se constantemente mais complexa,
visto que a sociedade vai se tornando mais complicada, rica e exigente em
todas as áreas. Um dos fatores pelo qual se pode dizer que a educação, será
cada vez mais complexa, pode ser pensada tanto no papel do professor quanto
no do aluno, visto que a tendência é que o aluno esteja menos em espaços
físicos da sala de aula e mais em espaços virtuais. O que leva a modificar
também, o papel do professor para mediador, facilitador, gestor e mobilizador.
Pode-se,
portanto,
perceber
novas
perspectivas
apostando
em
uma
aprendizagem mais comunicativa, com diversas fontes de informações,
tornando-se assim, coletiva.
As tecnologias na educação do futuro também se multiplicarão e se
integrarão se tornarão mais e mais audiovisuais instantâneas e
abrangentes. Caminhamos para formas fáceis de vermo-nos,
ouvirmo-nos, falarmo-nos, escrevermo-nos, a qualquer momento, de
qualquer lugar, a custos progressivamente menores. Com as
tecnologias cada vez mais rápidas e integradas, o conceito de
presença e distância se altera profundamente e as formas de ensinar
e aprender também. (MORAN, 2003, p.32).
1
Mestranda em Educação (Bolsista CAPES/DS) pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: [email protected]
O que se percebe, é a falta de preparo de grande parte das instituições
para o ritmo acelerado dos avanços tecnológicos. O professor deve estar
preparado para experimentar, preparando-se para vivenciar diferentes
situações, como novas metodologias, projetos pedagógicos, olhares distintos
referente ao seu novo papel, afirma Moran (2003, p.39).
Diferentemente das outras áreas de conhecimento, a educação
caracteriza-se por ser mais tradicional e resistente às inovações, o que mostra
que este processo será mais lento para modificar esta cultura escolar
tradicionalista. Para Moran (2003, p.40) “os professores percebem que
precisam mudar, mas não sabem bem como fazê-lo e não estão prontos para
experimentar com segurança.”.
Ao contrário, o aluno está „faminto‟ para conectar-se e aprender
ferramentas mais complexas na área da informática. As tecnologias virtuais,
como orkut2, messenger3, blogs4, flogs5, facebook6 entre outros, possibilitam a
inserção deste discente na era digitalizada. Moran (2003) diz que os alunos
estão preparados para o multimídia, os professores é que não estão. Isto
caracteriza a resistência dos professores e por vezes o desinteresse e
desmotivação dos alunos de estar na sala de aula.
A questão é que a sociedade está vivenciando um momento em que o
real e o virtual, o online e offline, estão disseminando-se e tornando-se cada
vez mais próximos um do outro. De modo que o virtual (online) contribui,
facilita, sintetiza, aligeira nossos compromissos enquanto o real (offline) é
dotado de mais afetos e relações. Assim sendo, ambos, quando trabalhados
2
Orkut é uma rede social que tem como objetivo ajudar seus membros a criar amizades e manter
relacionamentos.
3
Messenger é um programa de mensagens instantâneas que permite ao usuário da internet relacionarse com outro que tenha o mesmo programa em tempo real, podendo ter uma lista de amigos "virtuais"
e acompanhar quando eles entram e saem da rede.
4
Blog é uma página da Web cujas atualizações (chamadas posts) são organizadas cronologicamente
como um diário.
5
Flog é um registro publicado na World Wide Web com fotos inseridas pelo autor.
6
Facebook rede social baseada no compartilhamento de ideias.
juntos, de modo que, venha a facilitar as relações educacionais contribuem
para um aprendizado mais enriquecido. Embora, existam outras formas
também muito eficazes no processo de ensino, Daniel (2003, p.147) sugere
“que a aprendizagem online é um grande progresso tanto para os professores
quanto para os estudantes, mas ao mesmo tempo ela não tira a importância de
todos os outros meios e tecnologias que temos considerado de valor”.
Portanto, deve-se ter um cuidado extremo quando se aborda tal assunto,
pois esta temática contribui para a inovação no meio escolar, a fim de
modernizar as técnicas utilizadas. Assim sendo, quando a tecnologia é aplicada
às instituições educativas é necessário um cuidado maior, pois a velocidade
das respostas recebidas pelos meios de informação são quase instantâneas, o
que segundo Moran, Masetto e Behrens (2000), pode nos levar a conclusões
previsíveis, a não aprofundar a significação dos resultados obtidos, a acumular
mais quantidade do que qualidade de informação que não chega a transformarse em conhecimento efetivo.
Devido a estas diversas informações estarem cada vez mais presentes
em nossas vidas, necessitamos atualizar-nos para propiciar pesquisas
orientadas. Moran, Masetto e Behrens (2000, p.33) complementa: “a relação
com a mídia eletrônica é prazerosa ninguém obriga que ela ocorra, é uma
relação feita através da sedução, da emoção, da exploração sensorial, da
narrativa”.
A internet é um ambiente virtual que fornece diversas informações o que
nos obriga a nos familiarizar e discernir a busca de sites apropriados para
trabalho. Segundo Moran, Masetto e Behrens (Idem, p.53) “A internet é uma
mídia que facilita a motivação dos alunos, pela novidade e pelas possibilidades
inesgotáveis de pesquisa que oferece. Essa motivação aumenta se o professor
cria um clima de confiança, de abertura de cordialidade com os alunos.”.
Podemos dizer que a Era Digital, não mudou somente a quantidade e a
qualidade das informações disponibilizadas, mas principalmente o modo como
são produzidas e publicadas para a participação ativa de todo o mundo virtual.
Assim, torna-se, mais fácil de construir e divulgar ciência, devido a grande
ampliação do acesso a informação, facilitada pelas tecnologias de informação.
Portanto, nesses tempos de mudanças e emergência para inovações
educacionais, fomos instigados a trabalhar/estudar em uma disciplina através
da criação de uma arquitetura pedagógica na rede social Facebook para alunos
e professores da disciplina de Arquiteturas Pedagógicas e Inclusão Digital
ofertado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul período de 2011/1 –
2011/2. Por isso, ao longo desse trabalho analisaremos como ocorreu a
proposta e sua implementação para repensar os papeis dos alunos e
professores perante a essas mudanças para criar uma arquitetura pedagógica
que auxilie alunos e professores a inserir-se em um mundo tecnológico que
agregue conhecimentos compartilhados de maneira inovadora.
1. Pensando no uso do Facebook como Arquitetura Pedagógica /
Comunidade de Prática
Ao longo da disciplina foram feitas diferentes compartilhamentos através de
discussões das questões contemporâneas que permeiam as tecnologias,
arquiteturas pedagógicas, sociologia da educação entre outras através da
participação voluntária e espontânea, baseada na convergência de interesses
pessoais sem territórios delimitados. Toda essa estrutura da arquitetura
pedagógica baseou-se no conceito de que Carvalho, Nevado, Menezes (2007,
p.39)
As arquiteturas pedagógicas são, antes de tudo, estruturas de
aprendizagem realizadas a partir da confluência de diferentes
componentes: abordagem pedagógica, software educacional,
internet, inteligência artificial, Educação a Distância, concepção de
tempo e espaço. O caráter dessas arquiteturas pedagógicas é pensar
a aprendizagem como um trabalho artesanal, construído na vivência
de experiências e na demanda de ação, interação e meta-reflexão do
sujeito sobre os fatos, os objetos e o meio ambiente socioecológico.
Seremos ousados ao propor uma interconexão entre Arquiteturas
Pedagógicas
e Comunidades de Práticas com viés educativo, mas nos
proporemos a este desafio pensando no conceito de Comunidade de Prática de
Wenger (2006) que define uma comunidade de prática como um grupo de
pessoas que compartilham um interesse sobre um assunto ou problema e
aprendem com interações regulares. Para o autor comunidade de prática “é um
grupo de pessoas que compartilham um interesse, um conjunto de problemas
ou uma paixão sobre um tópico e que aprofundam seu conhecimento e
expertise na área pela interação regular.”
Como estilo dessa comunidade definimos: conversas em aberto; cultivar a
própria comunidade e contribuir num contexto específico. Para que esse grupo
pessoas possam estar compartilhando informações úteis de interesse em
comum.
Definiu-se
também
como
uma
Atividade
típica
de
Cdp
conforme Wenger 2006, a busca de experiência para que haja trocas
e construção de conhecimentos a fim de desenvolver soluções cabíveis para o
trabalho da disciplina, com a ideia de que pessoas com interesses em comum
troquem informações e auxiliem os seus trabalhos tanto na sala de aula,
quanto na academia, quanto na comunidade em geral.
Entendemos, portanto que a Arquitetura Pedagógica e também
Comunidade de Prática aplicada no meio educacional, entre professores e
alunos, expandirá a comunicação e interação entre os participantes gerando
conhecimentos diversificados para grupos com interesses em comum.
2. A rede social escolhida: Facebook
A rede social Facebook foi escolhida por se tratar de uma das redes mais
acessadas nos tempos atuais. O facebook foi criado em 2004 e que, em julho
de 2011, ocupou o 1º lugar no Ad Planner Top 1000 Sites, que através do
buscador da Google (2011) registra os sites mais acessados do mundo. Outras
características relevantes nessa escolha foram: o público-alvo que iria acessar
a comunidade, que são pessoas com mais idade e menos experientes com as
tecnologias, portanto, por não terem uma rotina muito assídua em diferentes
sites este foi escolhido por muitas fezes já fazer parte de uma rede que
costuma acessar ou que possibilite que ela se insira e possa fazer torças com
os seus alunos, que geralmente são mais conectados. Também pela interface
em português, não muito difícil de navegar, além da usabilidade da rede social.
A ideia é que não seja uma comunidade de prática com atividades a serem
desenvolvidas, horários marcado e sim um local de compartilhamento de
ideias, publicação de eventos, palestras, congressos que possam agregar mais
conhecimento a cerca dessa temática.
Para isso foram utilizadas as seguintes ferramentas para se pensar nas
atividades da comunidade:
 Mural para publicações com textos, fotos e vídeos: para debates e
discussões dos temas; para solucionar os casos e dúvidas que forem
expostos e polêmicos no ambiente.
 Calendário/Eventos: Para destacar as palestras, simpósios, congressos,
seminários, feiras e também reuniões para debate da temática.
 Chat: para encontros e reuniões online aleatórios.
Na figura abaixo podemos ver o layout da comunidade e suas ferramentas:
A comunicação via facebook é muito facilitada, podendo se ter acesso
via dispositivos móveis, com acesso a internet. As informações nessa rede se
disseminam com muita facilidade, visto que na criação da comunidade 42
integrantes fizeram seu cadastro e pediram para fazer parte da comunidade.
Foram adicionados 3 fotos e 12 documentos foram criados, ou seja, a
informação nessa rede flui com muita liquidez Bauman (2001).
Segundo Wenger, MacDermott e Snyder (2002), os princípios para
cultivar uma CdP inclui projetar para a evolução, manter o diálogo entre a
perspectiva interna e externa, convidar os membros para diferentes níveis de
participação, desenvolver espaços públicos e privados para a Comunidade,
criar um ritmo de funcionamento para a Comunidade, combinando familiaridade
e estimulação, estes são os principais fundamentos dessa Arquitetura no
Facebook.
Acreditamos ser possível trabalhar e construir uma Arquitetura
Pedagógica na rede social Facebook, mas alguns pontos devem ser levados
em conta quando optamos por trabalhar com esta atividade. A intimidade dos
usuários com a rede social utilizada, assim como a assiduidade na rede são
fundamentais para se iniciar este trabalho, pois são fatores que podem
potencializar o desenvolvimento da Arquitetura ou torná-la um fracasso.
Ao propor uma atividade numa rede social, o professor precisa
primeiramente compreendê-la, pois ele posteriormente será o mediador e
instrutor das discussões propostas, através de dinâmicas e procedimentos
didáticos diferenciados para interagir com os educandos. Este olhar inovador
para as redes inseridas na sala de aula, não extingui as relações entre
professor/aluno e, sim auxilia na criação de novas alternativas para que ela
ocorra.
Não se trata, porém, de substituir o livro pelo texto tecnológico, a
fala do docente e os recursos tradicionais pelo fascínio das
novas tecnologias. Não se pode esquecer que os mais
poderosos e autênticos “recursos” da aprendizagem continuam
sendo o professor e o aluno que, conjunta e dialeticamente,
poderão descobrir novos caminhos para a aquisição do saber
(FARIA, 2006, p.58).
Para que essas inovações ocorram, é preciso que haja uma mudança
paradigmática dentro do meio educacional, principalmente quando nos
referimos ao docente como o grande modificador das relações pedagógicas,
para propiciar modificações significativas na aprendizagem do aluno. Conforme
Jorge (1996, p.39): “(...) a inovação não deve ser vista como algo que se tem
que aceitar, mas que requer uma análise e compreensão e que pode ajudar o
professor a resolver a ambivalência que sente entre continuar ensinando o que
vem se desenvolvendo e transformando rapidamente”. O professor, portanto,
deve estar ciente do seu papel, que não deixa de ser o mais importante, visto
que toda a motivação gerada através das redes sociais, no aluno, é resultado
da “intimidade”, ou seja, da exploração que o docente fez das tecnologias.
Outro fator relevante a respeito do papel do professor nessas redes é o
caráter construtivista que se atribui a sua função, pois ele deve estar aberto
para dialogar com o seu aluno, fazer trocas de conhecimentos, estimular e
flexibilizar o modelo tradicional de se construir educação. Assim, o professor
através de uma mudança paradigmática necessita também transformar sua
mentalidade, assumindo um papel de mediador do conhecimento de seu aluno
com o auxílio das diversas possibilidades que as redes sociais nos propiciam.
Assim, ao se fazer combinações de estratégias, softwares educativos,
dinâmicas utilizando ferramentas apoiadas à cooperação com a finalidade de
favorecer a aprendizagem pode-se dizer que estamos contemplando os
elementos necessários à criação de uma Arquitetura Pedagógica. (Nevado,
Carvalho e Menezes, 2007). Baseado nesse ideia pode-se afirmar que o
Facebook propiciou diferentes dinâmicas tornando a aprendizagem do grupo
muito enriquecida.
Como a rede social Facebook não tem limites, acredita-se que ela pode
sim auxiliar na expansão do conceito de Arquiteturas Pedagógicas, visto que
muitos elementos podem ser agregados a este espaço. Bauman (2011) relata
em uma entrevista realizada, no Fronteiras do Pensamento 2011, que nossas
vidas nos tempos atuais estão sendo fragmentadas, vivemos episódios que
estão constantemente se modificando. O sociólogo faz ainda um comparativo
dos tempos antigos em que Jean Paul Sartre mencionava que tinha-se que
criar e selecionar um projeto de vida para irmos passo-a-passo e ano-a-ano
chegando cada vez mais próximo dele. Portanto, percebemos que vivemos em
tempos de muitas informações e esta deve estar centrada, principalmente na
formação do corpo docente. Hoje vivemos tempos diferenciados, pois:
Não podemos negar que a pluralidade de destrezas que a vida
atual requer e a multiplicidade de informações que se tornam
disponíveis com as novas tecnologias são fortes fatores de
pressão sobre as verdades inquestionáveis sedimentadas na
prática curricular e pedagógica da universidade (Lück, 2006,
p.2).
A educação contemporânea carece entender o conhecimento como
processo, pois o aluno deixa de ser apenas um objeto do ensino. Assim, toda a
instituição educativa, assim como a universidade que tem a função de formar
profissionais para o seu exercício, através de sua formação deve permitir
“desenvolver capacidade crítica, criativa, transformadora e autônoma” (LÜCK,
2006, p.4).
Assim, ao surgir novas concepções de ensino e aprendizagem através
da rede social e se trabalhar em uma perspectiva que contemple as
necessidades dessa sociedade contemporânea mencionada por Bauman, que
carece estar sempre mudando, acredita-se que o Facebook auxilia a expandir
constantemente o conceito de Arquiteturas Pedagógicas, quando bem utilizado
no contexto educacional.
Acredito que a ideia de criação da rede fez com que tornassemos
usuários mais ativos, antenados em novas informações e sempre na busca de
novidades para trazer ao debate com os colegas.
3. Considerações Finais
O presente trabalho relatou o trabalho do Facebook como uma Arquitetura
Pedagógica e Comunidade de Prática na disciplina de Arquitetura Pedagógica
e Inclusão Digital. O objetivo dessa Comunidade foi “romper as comportas”
para que as comunidades transcendam as redes sociais, neste caso, o
Facebook, criando um diálogo (através da gestão do conhecimento) influencie
na prática da comunidade para auxiliar na melhoria no fluxo de informações e
de conhecimentos das práticas e experiência entre as pessoas com o mesmo
interesse em comum. A fim de auxiliar na descoberta de novos conhecimentos
para a manutenção e renovação do conhecimento.
Em alguns momentos a organização do Facebook pareceu-nos muito linear,
mas ao mesmo tempo acreditamos que essa estrutura organiza as ideias de
forma a tornar mais evidente aquilo que é de maior interesse do grupo, pois
quando você comenta uma publicação esta passa a ficar em primeira
colocação, o que descarta o que não é mais de interesse e evidência o que
está em maior debate. Em diferentes momentos podemos reler os comentários
dos colegas fazer ligações com minhas ideias, anteriores e posteriores ao
debate, isso tornou a aprendizagem evidente ao longo da disciplina.
Outro ponto fundamental é o foco no trabalho com o Facebook. O grupo
deve centrar-se no debate evitando trazer assuntos que não se relacionem com
o grupo para que as discussões não se percam ao longo do debate. O mais
interessante é compartilhar informações e debater ideias diferentes com
pessoas que tem interesses na mesma área.
O proposto na criação desta Arquitetura Pedagógica foi uma reflexão
referente à forma que as tecnologias poderiam ser utilizadas, em especial nas
redes socais, para auxiliar as instituições educativas a inovarem suas práticas
através de trocas e compartilhamentos. E, para finalizar, é de suma importância
citar uma questão abordada por Moraes, que fomenta-nos como futuros
educadores, imensa responsabilidade e compromisso com essa profissão,
portanto:
Se o futuro é produto de uma construção individual e coletiva,
certamente o que realizarmos agora, ou deixarmos de realizar,
afetará o nosso futuro, e o futuro dos nossos filhos e netos. Qualquer
omissão, silêncio ou ignorância no momento presente terá o seu
preço e, certamente não será insignificante (MORAES, 2005, p.28).
De tal modo, acreditamos ser muito importante a leitura, a pesquisa e o
estudo constante para atualização do educador, pois a construção de um
trabalho como este implica em grande responsabilidade profissional, visto que
aqui defendemos com muito cuidado e atenção temáticas que avaliamos
importantes para o melhor entendimento da modernização educacional. Falar
em educação, realmente, como se refere Moraes é, sem dúvida, um
compromisso com a humanidade e com o futuro de todos nós, referendado por
Cunha:
Assumimos a perspectiva da inovação como ruptura paradigmática.
Compreendemos não se tratar apenas de acionar mudanças
metodológicas ou prover a inclusão de recursos tecnológicos.
Referimo-nos principalmente, a uma nova forma de compreender o
conhecimento e, portanto, uma alteração nas bases epistemológicas
da prática pedagógica. Foi importante compreender a constituição da
pedagogia numa dimensão histórica e sua vinculação com a
produção da modernidade e seus postulados para definir qual o
conhecimento válido (...) essas inovações entendidas como ruptura
paradigmática exigem dos professores reconfiguração de saberes e
favorecem o reconhecimento da necessidade de trabalhar no sentido
de transformar (2006, p.74).
Portanto, esse é o nosso papel como educadores, a busca por esta
transformação, começa quando aceitamos aprender, conhecer e capacitar-nos.
Logo, estar atento às tendências, às mudanças faz parte dessa busca de
aprimoramento profissional e assim percebemos que as tecnologias nas redes
sociais podem auxiliar na criação de inovações.
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