OLHAR_SOCIAL_37_Baixa_Res

Transcrição

OLHAR_SOCIAL_37_Baixa_Res
lhar
ocial
Ano 5 - Nº 37 - Abril de 2014
CRÔNICA
“Ó beleza!
Onde está
tua verdade?”
Jornal-Laboratório do
Curso de Jornalismo da
Universidade Municipal de
São Caetano do Sul
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CIDADES - Página 5
ESPORTE
Foto: Ricardo Bufolin/CBG
ABC capacita enfermeiros para identificar
potenciais doadores de órgãos
São Caetano muda
de Secretário após
greve e ginastas
voltam aos treinos
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Foto: Júlia Lacerda
ECONOMIA
Multiplicam-se pelo Brasil as campanhas pela doação de orgãos, o ABC segue tomando iniciativas
para melhor atender aos moradores – doadores e receptores – da região.
CIDADES - Página 4
Canal Net Cidade é pioneiro na América Latina
Moda alternativa é
novo luxo do ABC
Modelo de transmissão tem como principal ideal, produção de conteúdo
voltado para a comunidade, feito por voluntários
Página 3
Mulheres
espalham charme
pelos muros
Página 8
Skate
no ABC
proporciona
diversão aos
praticantes
Foto: Eduardo Merlino
CULTURA
CULTURA
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Pistas possuem
outras atividades
culturais além do
esporte
CIDADES
Instituto Ideia Fértil
é o primeiro na região
voltado para
o tratamento de
fertilidade
a um preço acessível
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2
Abril de 2014
Ano 5 - Nº 37
OLHAR DIFERENTE
lhar
ocial
Ilustração Murilo Mahler
“Ó beleza! Onde
está tua verdade?”
lhar
Luiz Henrique Conde
Tem uma frase que diz que a beleza está nos olhos de quem vê.
Eu já digo que, diariamente, vemos o reflexo da hipocrisia da maioria
das pessoas que tentam seguir essa frase a risca. Preferiria que elas pregassem estas palavras, ao invés de as proferirem da boca pra fora.
Li outro dia na internet uma matéria de uma mulher que decidiu fazer
cirurgia para implantar silicone nos seios e, devido a uma negligência do
corpo médico, acabou perdendo o movimento do corpo. Ok, até entendo
que cada pessoa faz o que bem entender com o corpo, porque o corpo
a pertence e tal, mas a situação não seria diferente se não houvesse um
julgamento ou uma “super-análise” de como ela é? Se todos se aceitassem
do jeito que realmente são, talvez vivêssemos em um mundo com mais
tolerância, onde a aceitação pela aparência fosse universal.
Acho deprimente vivermos nesta busca incessante de tornarmo-nos
uma escultura que não existe, uma utopia filosófica que vai sempre nos
transtornar e nos deixar desesperados para alcançar uma coisa que foge
da realidade.
Todavia, e coloco um todavia extra nisto, infelizmente confesso que
até eu – a pessoa que está dando a lição de moral – tendo a ser hipócrita
ao afirmar isto. Assim como todos, quero ser bonito, estar bem vestido e
chamar atenção. Sinto que esse é o tipo de coisa que nunca mudará no
mundo. Prevejo, pois nossas atitudes comprovam isto, que a futura tendência é que esse padrão pré-intra-super-definido de beleza se torne cada
vez mais complexo.
Então vamos ser mais dramáticos. Mulher sem silicone? Não entrará
em balada. Homem sem corpo malhado? Também não. Nariz grande?
Esquece! Não importa se você precisa que ele seja grande por algum motivo; não vai entrar. A beleza excêntrica não vai existir. E também não
poderá ser pessoal. Seu sorriso deve ser perfeito, e se houver algum dente
desalinhado você será a primeira pessoa a ser ignorada.
“Ó beleza! Onde está tua verdade?” William Shakespeare
Rapidinhas
Telma Calixto
Castelo Rá-Tim–Bum
comemora 20 anos
No segundo semestre entra em
cartaz, no Museu da Imagem e do
Som (MIS), a exposição em homenagem aos 20 anos de uma das séries
mais famosas dos anos 90: Castelo
Rá-Tim-Bum. Os personagens mais
queridos pelo público infantil da época, vai se divertir com a cobra Celeste,
o menino Nino e seus amigos Zeca,
Biba e Pedro. Com figurinos, objetos
e vídeos de todas as temporadas, a exposição “20 anos de Castelo Rá-Tim-Bum” fica em cartaz até outubro.
De julho a outubro
Local: MIS
End.:Avenida Europa, 158
Jardim Europa − São Paulo
Tel.: (11) 2117-4777
www.mis-sp.org.br
Comic-Con Experience
Bienal do Livro
A 23ª edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo está de
volta à cidade. Durante os dias 22 a
31 de agosto no pavilhão de Exposições Anhembi. O evento mescla
literatura, negócios, gastronomia,
cultura e muita diversão. As principais editoras, livrarias, distribuidores
do país e autores nacionais e internacionais estarão presentes.
De 22 a 31 de Agosto de 2014
Pavilhão de Exposições do Anhembi
Av. Olavo Fontoura, 1.209 - Santana
- São Paulo/SP
www.bienaldolivrosp.com.br
EDITORIAL
A questão da doação de órgãos divide muito a opinião pública.
De um lado, estão os que defendem o quão gratificante é salvar vidas
a partir de uma que se encerrou. Por outro lado, há pessoas que defendem que o corpo deve voltar para a terra, da mesma maneira que
veio ao mundo, ou seja, intacto. Essa segunda possibilidade está muito
ligada com crenças arraigadas em instituições religiosas.
Entre os que não são doadores e que o posicionamento não está
ligado diretamente à religião, uma das maiores defesas é o medo do
que pode ser feito com o corpo após a morte. Ou seja, a desinformação. O fato de não saber o que realmente compreende a declaração
de doador de órgão, para quais fins realmente será utilizado e como é
realizado o procedimento impedem que as pessoas tomem tal atitude.
Sem falar do lado familiar, que além de enfrentar a perda de um ente
querido, ainda precisa autorizar o transplante.
O Brasil receberá a Comic Con
Experience, o primeiro evento por
aqui nos moldes das comic-cons realizadas em diversas partes do mundo,
que reúnem fãs e profissionais do universo geek e da cultura pop. Entre as
atrações estão artistas, atores, criadores nacionais e estrangeiros, exibição
de materiais inéditos, lançamentos e
exposições, entre outras atividades.
O evento ocupará o complexo Expo
Imigrantes, localizado a 900 metros
do da estação Jabaquara do Metrô, em
São Paulo. Informações sobre programação, valores dos ingressos e data de
início das vendas nas redes sociais do
evento no Twitter e Facebook.
De 04 a 07 de dezembro de 2014
Expo Imigrantes - Rodovia dos Imigrantes,
Km 1,5 – Jabaquara – São Paulo/SP
www.facebook.com/comicconexperience
www.twitter.com/ComicConBrasil
Salão do Automóvel 2014
Os melhores e mais cobiçados automóveis do mundo voltam ao país.
Na sua 28ª edição, o Salão Internacional do Automóvel de São Paulo,
ostenta a liderança de maior feira automobilística da América Latina. São
montadoras nacionais, estrangeiras
e empresas do ramo automobilístico
que trazem as últimas novidades do
setor, um dos mais importantes da
economia brasileira. O evento acontece durante os dias 30 de outubro a 09
de novembro, no Pavilhão de Exposições Anhembi e os ingressos já estão à
venda no site.
De 30 de outubro a 09 de novembro de
2014
Pavilhão de Exposições do Anhembi
Av. Olavo Fontoura, 1.209 Santana - São Paulo/SP
www.salaodoautomovel.com
Ricardo Siqueira
Já entre os declarados doadores de órgãos, a defesa é de que dar a
oportunidade de uma pessoa que luta pela vida ter uma nova chance
é uma atitude altruísta, eles vêem na solidariedade uma maneira
efetiva de permitir que outro viva com menos sofrimento.
Nesta edição do jornal “Olhar Social”, a jornalista Iara Voros trás
um grande avanço para esse assunto na região do ABC. A iniciativa do
Hospital Mário Covas e do Instituto Paulista de Educação em saúde
consiste na preparação da primeira cruzada de doação de órgãos e tecidos do ABC, onde devem iniciar um curso de capacitação de enfermeiros
na identificação de potenciais doadores de órgãos na região. Com isso,
a tendência é a diminuição no número de pacientes na fila da espera.
A única verdade é que ainda faltam campanhas que mostrem a
importância da doação de órgãos, para que aqueles mais desinformados
saibam o que realmente significa e qual a sua proporção real.
ocial
Ano 5 - Edição 37
ABRIL de 2014
Jornal - Laboratório
do Curso de Jornalismo da
Escola de Comunicação
Universidade Municipal de
São Caetano do Sul
Reitor
Prof. Dr. Marcos Sidnei Bassi
[email protected]
Pró-Reitor Administrativo
e Financeiro
Prof. Dr. Gilberto da Silva Alves
[email protected]
Pró-Reitor de Graduação
Prof. Ms. Marcos Antonio Biffi
[email protected]
Pró-Reitora de Pós-Graduação
e Pesquisa
Profa. Dra. Maria do Carmo Romeiro
[email protected]
Diretores de Área
Pesquisa
Profa. Dra. Carla Cristina Garcia
[email protected]
Lato Sensu
Prof. Ms. Silton Marcell Romboli
[email protected]
Stricto Sensu
Profa. Dra. Maria do Carmo Romeiro
[email protected]
Gestora de Stricto Sensu
em Administração
Profa. Dra. Raquel da Silva Pereira [email protected]
Gestor de Stricto Sensu
em Comunicação
Prof. Dr. Herom Vargas Silva
[email protected]
Gestores Escola de Comunicação
Cursos: Jornalismo, Publicidade e
Propaganda e Rádio e TV.
Prof. Dr. Sérgio Sanches Marin
[email protected]
Prof. Ms. Flávio Falciano
[email protected]
Prof. Ms. Luciano de Souza
[email protected]
Editora Jornal Olhar Social:
Profa. Ms. Eloiza de Oliveira Frederico
(Mtb 32.144)
Planejamento Gráfico:
Prof. Ms. Paulo Alves de Lima
Fotojornalismo:
Profa. Jô Rabelo
Diagramação da edição:
Prof. Ms. Paulo Alves de Lima
Equipe de fechamento dessa edição:
Ricardo Siqueira, Piero Marchiori
Fiorelli, Renata Tiburcio Ferreira,
Marina Durães Madureira, Felipe
Henrique Machado Neris, Rodrigo
Zerneri, Luiz Henrique Bianchini
Conde, Mayara Marini, Caio Epiphanio Soares.
Logotipo do Jornal Olhar Social
AG - Agência Experimental de
Publicidade da USCS
[email protected] - Fone: 4239-3212
DISTRIBUIÇÃO
GRATUITA
Tiragem: 500
Exemplares
Economia
Universidade Municipal de
São Caetano do Sul - USCS
ocial
Moda alternativa é novo luxo do ABC
Artistas e estilistas promovem nova forma de divulgação através de eventos culturais alternativos
Foto: Júlia Lacerda
Em terra de consumo padrão, alternativo é rei. Hoje, ir ao shopping
não é sinônimo de diversão e consumir moda e arte no mercado convencional não é sinal de exclusividade e
estilo. Foi-se o tempo em que ser tendência era seguir um padrão de estilo, usar o que era famoso e apreciar
artistas globalizados. Cada vez mais
as pessoas buscam algo novo, único
e que tem uma história para contar e
ser vivida novamente. E aqueles que
antes não tinham espaço para mostrar a sua arte, hoje encontram o seu
lugar para fazer a diferença.
O “Venda de Garagem” é um
evento multicultural realizado periodicamente no decorrer do ano, com o
objetivo de apresentar novos talentos
nas áreas da arte, moda e design para
um público alternativo e consumidor
de um estilo que traz o diferenciado
como ponto forte. Inspiradas pelo
Mercado Mundo Mix, que desde
1994 faz sucesso e revelou talentos
como Alexandre Herchcovitch, Marcelo Sommer e Thais Gusmão, as organizadoras e amigas Tatielle Escobar,
Marina França, Maria Luisa Ramos e
Elaine Castro se uniram inicialmente
com mais quatro pessoas e tiveram a
ideia de levar esse tipo de evento para
a região do ABC. “Observamos que a
região possuía uma carência em promover eventos de vanguarda. Algumas de nós já tínhamos experiências
com eventos parecidos em São Paulo.
Nós e mais quatro meninas chamamos algumas pessoas da região que
Foto: Júlia Lacerda
Thátyla Carvalho
lhar
possuíam o mesmo conceito de arte
e estilo”, diz Elaine Castro, da marca
Glass. Foi em um dia, na garagem da
casa da sogra da Marina França, que
iniciou o “Venda de Garagem” - que
logo no começo contou com a presença de, em média, 400 pessoas.
Completando um ano no mês de
abril, o VG já conta com uma estrutura e organização eficaz, agora no Bar e
Restaurante Tupinikim, em Santo André. O bazar acontece durante as tardes
embaladas ao som de rap, soul, funk e
música etíope; exposição de marcas de
roupas, acessórios e artigos de decora-
ção com a proposta de customização
ou com estilo vintage; brechós, artistas
plásticos e grafiteiros que realizam o
live painting, pintura feita ao vivo que
vem ganhando força desde a década de
90. No dia do evento, essa é uma das
formas de divulgação do trabalho além
da parceria com a marca Glass, que a
partir do desenho criado, desenvolve
uma estampa para a sua coleção.
O grafiteiro Thiago Cardoso, ou
Ago Flash.Gang como é conhecido
nos muros da cidade, foi um dos que
participaram do VG no mês de fevereiro e fez o live painting. “O ‘Venda
de Garagem’ é uma oportunidade
que as pessoas têm em mostrar que
é possível fazer o que realmente gostam e ter realização profissional”, diz
Thiago Cardoso.
Levar um evento cultural desse
porte para a região do ABC é a oportunidade tanto para o jovem estilista/
artista/design divulgar o seu trabalho na região, como para o público
consumidor. “Alguns anos atrás, as
pessoas tinham que ir até São Paulo
para buscar referências nos eventos
de vanguarda”, diz Tatielle Escobar,
do brechó “O môfo da Nega”, “Em
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São Paulo é muito comum esse tipo
de feira. Aqui (ABC) muitos ainda
recorrem às lojas”. Com isso, consequentemente surge uma nova forma
de absorver cultura e um novo conceito para ser apreciado.
“Todas nós sabemos das necessidades que as marcas têm para expor a
atividade e de ser inserido no mercado
de trabalho. No VG podemos manter
a nossa cultura e ser uma marca alternativa, pois esse é o nosso diferencial”,
diz Maria Luisa Ramos, artesã e dona
da marca Dom, que produz acessórios customizados cuja matéria-prima
principal é o couro. Para Maria Luisa,
cada acessório tem uma história. E o
valor que um produto artesanal tem é
muito mais atrativo e especial, afinal é
único. Fugir do senso comum é o foco
de todos os participantes. “Tentamos
colocar alguns stands de multimarcas,
mas não deu certo. As pessoas estão
mais buscando cada vez mais opções
diferentes das que estão disponíveis
no mercado convencional”, diz Marina França.
Num mundo onde todos sofrem
as mesmas referências e consequentemente torna-se massificado, ideias
com histórias e com um diferencial
têm tido destaque, sobretudo na cultura paulista. Competindo com shoppings, esses eventos alternativos têm
atraído cada vez mais a atenção tanto
no âmbito cultural como no econômico. Muito mais que uma forma de
venda, é uma forma de arte e de começo. É a liberdade de buscar, fazer o
que gosta e de ser a diferença.
Reciclagem gera empregos no Grande ABC
e preserva o meio ambiente
Coleta de materiais ainda é tímida, mas institutos, cooperativas e coletores trabalham para aumentar o índice na região
Rodrigo Zerneri
de materiais há alguns anos. É um
trabalho muito cansativo e desgastante, mas ao mesmo tempo gratificante, porque além de me manter na
ativa e conseguir alguns trocados, eu
aproveito para colaborar com o meio
ambiente’’, afirma o coletor José
Luiz, de 40 anos, morador de Santo
André.
Já na Cooperlimpa, fundada em
1999, quase 20 pessoas trabalham
para reciclar cerca de três toneladas
de materiais recolhidos diariamente.
A cooperativa tem como prática a
coleta de porta em porta em algumas
regiões de Diadema. Materiais como:
papéis, plásticos, metais e vidros são
os mais coletados pela empresa. “Começamos como um grupo de pessoas
desempregadas, com idade avançada
e sem condições de ingressar no mercado de trabalho. Nos reunimos, e
com alguma ajuda, fizemos um curso
de cooperativismo”, diz o presidente
da cooperativa, José Lacerda Borges.
No início da cooperativa, mais
de 30 pessoas trabalhavam no local,
mas com o tempo grande parte foi
desistindo devido ao serviço duro
que exerciam. Hoje, com uma boa
estrutura e com mais serviços a ofere-
cer, a Cooperlimpa chega a pagar aos
seus trabalhadores o salário de, em
média, R$ 920,00 mensais.
Segundo o professor do Centro
de Engenharias e Ciências Sociais
Aplicadas da Universidade Federal
do ABC, Gilson Lameira de Lima, a
experiência de maior relevância para
este tema, embora insuficiente, é a
desenvolvida pela Prefeitura de Santo André, através do Semasa. Esta
autarquia municipal opera desde
1999 um modelo de coleta seletiva
porta-a-porta integrando Eco-pontos e duas cooperativas de trabalho
(CoopCicla e Coop Cidade Limpa).
‘’Estas cooperativas estão sediadas na
área do aterro sanitário municipal,
de modo que dezenas de famílias,
da região, têm renda oriunda de um
sistema integrado de coleta seletiva’’,
aponta o docente.
Foto: Rodrigo Zerneri
O Grande ABC gera, por mês,
o equivalente de 66.523 toneladas
de lixo. Desse total, cerca de 5% ou
3.374 toneladas, são recicladas. Estima-se, porém, que cerca de 30%
do volume produzido na região tenha potencial de reaproveitamento.
Portanto a reciclagem ainda é muito tímida na região. Uma boa saída
para resolver esse problema, seria
investir na remuneração das cooperativas de catadores e nos institutos
de reciclagem, além da educação
ambiental para conscientizar a população sobre a separação adequada
destes materiais.
O Instituto Triângulo de Desenvolvimento Sustentável, de Santo
André, e a Cooperlimpa (Cooperativa de Reciclagem Cidade Limpa) de
Diadema, são exemplos de como a
ideia da reciclagem pode ser benéfica
tanto para a economia, quanto para a
conservação do meio ambiente.
O Triângulo, que surgiu em
2003, realiza ações práticas de mobilização e sensibilização da sociedade
na construção de atitudes sustentáveis e tem como área de atuação
o desenvolvimento sustentável, ou
seja, o desenvolvimento econômico, inclusão social e principalmente
a preservação ambiental. A missão
deste instituto é incorporar atitude
sustentável no dia-a-dia das pessoas
e para que isso aconteça são realizadas algumas campanhas, dentre elas
a “Junte Óleo Soya Recicla”, que
têm 1.800 pontos de coleta voluntários de óleo vegetal usado e consiste na troca de dois litros de óleo
por duas pedras de sabão ecológico.
‘’Alcançamos em 2013 uma média
de coleta mensal de 40 toneladas de
óleo. A Campanha Junte Óleo Soya
Recicla é responsável pela coleta de
1,74 milhões de litros de óleo vegetal
usado, que representa: A preservação
de 43,5 bilhões de litros de água,
ou o equivalente á 17,4 mil piscinas
olímpicas. A neutralização de 18 mil
toneladas de CO2, que deixaram de
ser liberados na atmosfera e a reciclagem de 14 toneladas de garrafas
PET’’ informou o coordenador de
relações institucionais, Wenderson
Gasparotto.
O Triângulo já gerou para a população local cerca de 40 empregos
e deseja aumentar este número nos
próximos anos. ‘’Sobrevivo da coleta
O coletor de material reciclável, José Luiz de 40 anos, faz a separação dos
materiais antes da entrega no Instituto de reciclagem.
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lhar
ocial
Cidades
Universidade Municipal de
São Caetano do Sul - USCS
Reprodução humana ganha destaque no ABC
Instituto Ideia Fértil é o primeiro na região voltado para tratamento de fertilidade a um preço acessível
Juliana Maciel Ferreira
tratamento de fertilidade e reprodução humana, pois conta com uma
equipe médica qualificada – profissionais da própria Faculdade de
Medicina do ABC, Unicamp (Universidade de Campinas), entre outras
instituições renomadas.
Na primeira consulta, os pacientes passam pela triagem, onde ocorre
uma avaliação para que se conheça
o caso de cada um. Depois de feitos
os exames pedidos na consulta individual com o médico, o paciente
será orientado sobre o tratamento
que deve ser feito. Os procedimentos podem custar até R$ 8 mil, enquanto clínicas particulares chegam a
cobrar R$ 20 mil cada tentativa. “’A
reprodução humana fica em segundo
plano, pois o SUS não cobre este tipo
de tratamento. É uma dificuldade
que precisa ser tratada”, disse o diretor clínico do Instituto e professor da
FMABC, Caio Parente Barbosa.
Inseminação Intrauterina e Fertilização In Vitro são alguns dos procedimentos feitos em pacientes que
querem engravidar, porém os tratamentos cuidam também de fatores
que causam a infertilidade masculina,
como a baixa produção de espermatozoide e a cirurgia de reversão de
vasectomia. Mas alguns não dão resultado positivo na primeira tentati-
va e então, os pacientes passam por
experiências que exigem persistência
e força de vontade. Bianca Cascino
Camargo Felix enfrentou momentos
de frustração. “Fiz duas inseminações
em outra clínica, sem sucesso. Eu e
meu marido tínhamos problemas
que impediam a fecundação”, revelou
Bianca. Mas no fim de 2008, foi pela
primeira vez ao Instituto. Fizeram
alguns procedimentos, mas foi com
a Fertilização In Vitro que conseguiram realizar o sonho de ter um filho.
Um não, dois. “Nunca pensei que
fosse acontecer realmente. Estava tão
difícil ter um, imagina dois”. Hoje,
Beatriz e Gabriel têm quatro anos.
Além do acompanhamento de
médicos especialistas em reprodução
humana, o apoio psicológico também
faz parte do tratamento. Casos como
reprodução independente, casais com
HIV ou homoafetivos – principalmente masculinos, que se faz necessário uma barriga de aluguel, exigem
uma avaliação do psicólogo quanto a
estrutura emocional do paciente.
Realizando cerca de três mil atendimentos por mês e contando com
mais de 115 colaboradores, o Instituto poderá ter mais unidades. “Estamos estudando para que a primeira
seja na Faculdade de Medicina de
Marília”, disse o diretor clínico.
Claudia e Roberto
são pais de Enzo
e Miguel
Foto: Juliana Maciel
“Fiz vasectomia porque não pensava em ter mais filhos, mas conheci
a Claudia e o sonho dela era ser mãe.
Fomos ao Instituto e vimos que seria
possível realizar este sonho”. Este foi
o motivo que levou Roberto Carlos
Mattielo Pedroso e a esposa, Claudia
Sanchez, ao Instituto Ideia Fértil. O
casal, que não tinha chances de ter
um filho devido a situação de Roberto, deu início ao tratamento em
dezembro de 2012 e passaram por
todos os procedimentos necessários
– Claudia fez Fertilização In Vitro e
Roberto, cirurgia de reversão de vasectomia. Três meses depois receberam o resultado positivo, mas as surpresas não pararam por aí. “Consegui
engravidar logo na primeira tentativa
e com um mês de gestação, descobri
que eram gêmeos”, disse emocionada a mãe de Enzo e Miguel, de nove
meses.
Casos como o de Claudia e Roberto acontecem frequentemente no
Ideia Fértil. O projeto, que funciona
desde 2002, vem trazendo muitas
pessoas ao Instituto, situado no campus da Faculdade de Medicina do
ABC, em Santo André. Os pacientes
chegam com o objetivo de realizarem
um sonho: o de se tornarem pais.
O local se tornou referência no
Preservação da fertilidade
Um dos efeitos causados
por tratamentos de combate ao
câncer, como quimioterapia e
radioterapia, é a infertilidade.
Pensando nisso, o Instituto
Ideia Fértil criou o Setor de
Preservação dos Gametas, que
consiste em preservar a fertilidade
em pacientes que têm câncer.
O procedimento, chamado de
vitrificação, congela os óvulos e o
sêmen para que no futuro, com a
saúde restabelecida, o wwpaciente
tenha condições de ter um filho.
“Os recursos para estes tipos de
projetos são captados com isenção
de impostos, portanto nada será
cobrado”, explicou Barbosa. O
paciente deve procurar o Instituto
antes de começar o tratamento.
Canal Net Cidade é o primeiro canal da América
Latina 100% produzido por voluntários
Modelo de transmissão tem como principal ideal, produção de conteúdo voltado para a comunidade, feito pela própria comunidade.
faculdade não dá, algo prático que só
se aprende fazendo”, explica a coordenadora de voluntários, Cintia Palhano.
O canal é dividido em uma divisão de dez horas de produção independente e 14 de publicidade, dentro
dessas dez horas não podem existir nenhum anunciante pago. “Não existe
nenhum retorno financeiro, até porque se tivesse seria crime receberia um
processo trabalhista imenso, muita
gente tenta fazer esse modelo dar cer-
to, já recebi pessoas da América latina
inteira e a maioria quebrou a cara, justamente por não entender a essência
do voluntariado” afirmou Kerr.
Essa essência é algo não relacionado à forma de produção, mas sim a
questão publicitária, ou seja, durante o período em que os voluntários
produzem não pode existir nenhum
retorno financeiro, e nos momentos
de publicidade não pode ter nenhum
voluntário trabalhando, para assim o
programa se adequar ao formato canadense de voluntariado, inclusive no
Canadá é obrigatório que existam canais produzidos desta maneira.
Justamente a questão do pouco espaço na grade horária é um problema
do canal, não poder ter anúncios nos
programas feitos por voluntários faz
com que exista um grande tempo de
publicidade e assim limitando a quan-
Foto: Net Cidade - Divulgação
Voluntários na festa de aniversário do clube Aramaçan
tidade de produções independentes.
Uma grande variedade na programação integra a grade horária de
transmissão, que tem como carro
chefe a cobertura esportiva na região,
além de programas sociais como o
“Família” que têm como função ajudar a pessoas com problemas de drogas, ou outros problemas. “A gente
recebe ligação direto, a madrugada
inteira, gente querendo se matar e pedindo ajuda” confessou Cintia.
O número de voluntários cresce a
cada ano, e atualmente conta com 115
ativos, que pelo menos participou uma
vez no mês de alguma produção. Alunos de comunicação dominam a maioria desse número, e veem no canal uma
oportunidade de entrar no mercado de
trabalho. “Entrei para entender como
Foto: Eduardo Bianchi
Piero Fiorelli
O programa de voluntariado é
um projeto trazido pelo canadense
Manny Floriano em 1997, para tentar introduzir um novo sistema na TV
Brasileira, e o ABC foi o escolhido
para ser a sede desta nova forma de se
fazer televisão, com gente da própria
comunidade trazendo ideias e produzindo conteúdo para o canal.
No ano de 1998 se fixou em Santo André como canal ABC3 e a partir
daí ele foi crescendo até chegar no
Canal Net Cidade de hoje, que conta
com sedes além da central do ABC,
incluindo Americana, Baixada Santista entre outros.
Beto Kerr gerente atual do Net
Cidade, que participou do começo
do projeto em 1998 confessou que
temeu pelo inicio, mas que foi surpreendentemente benéfico “Eu achava que seria mais difícil, mas depois
que começou eu vi que ia funcionar,
mesmo que ainda não entendendo o
porquê de serem voluntários”, disse o
Gerente do canal
“As pessoas que vem aqui procuram alguma coisa, não é igual ajudar
instituições de caridade, é recíproco,
aqui as pessoas procuram algo que a
Jogo entre São Caetano e Rio Branco
funciona o mundo da televisão, e me
preparar para o mercado de trabalho”
confessou Anderson Gonçalves que
atua como narrador esportivo.
Um dos problemas do voluntariado é a falta de profissionalismo em
algumas produções, às vezes deixando
os programas um pouco amadores ,
justamente pelo fato de muitos que
participam das produções não terem
o conhecimento completo da área, e
isso é algo que o canal tem que lutar
dia após dia.
O projeto continua sendo desconhecido no Brasil, mas aqui no ABC o
projeto vem sendo satisfatório e cresce
a cada ano. “Achamos a fórmula, não
podemos entrar na zona de conforto,
mas entendemos que estamos no caminho certo” completou Kerr.
Cidades
Universidade Municipal de
São Caetano do Sul - USCS
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Abril de 2014
Ano 5 - Nº 37
ABC capacita enfermeiros para identificar
potenciais doadores de órgãos
Imagem: Divulgação Ministério da Saúde
A iniciativa tem como objetivo conduzir o transplante junto às famílias envolvidas
Iara Voros
Para diminuir o número de pacientes na fila de espera, o Hospital
Estadual Mário Covas e o Instituto
Paulista de Educação em Saúde (Ipes)
preparam a primeira cruzada de doação de órgãos e tecidos do ABC, com
Fonte Ministério da Saúde
http://aplicacao.saude.gov.br/transplantes
Infográfico: Iara Voros
Iniciativa
Panorama dos transplantes de orgãos no Brasil
Habitantes:
15,8 milhões
Doadores efetivos:
3,3 pmp
Habitantes:
53,1 milhões
Doadores efetivos:
9,2 pmp
Habitantes:
14,1 milhões
Doadores efetivos:
8,8 pmp
Habitantes:
80,3 milhões
Doadores efetivos:
16,2 pmp
ESTATÍSTICAS TOTAIS ATUALIZADAS NO ANO DE 2014
Total de Receptores Ativos
27951
Receptores Ativos Córnea
6629
Receptores Ativos Coração
197
Receptores Ativos Fígado
1138
Receptores Ativos Pâncreas
17
Receptores Ativos Pulmão
142
Receptores Ativos Rim
19393
Receptores Ativos Rim/Pâncreas
435
Doadores com órgãos Transplantados
124
Transplantes de Coração
11
Transplantes de Córnea
753
Transplantes de Fígado
80
Transplantes de Pâncreas
2
Transplantes de Pulmão
4
Transplantes de Rim
194
Transplantes de Rim/Pâncreas
2
Imagem: Divulgação Ministério da Saúde
Esperança. Essa é a palavra que
traduz o sentimento de Luiz Alexandre de Oliveira, 47 anos, que aguarda
há quase cinco anos por transplante
renal. O motorista, agora afastado,
descobriu aos 39 anos que seus rins
funcionavam apenas com 30% da
capacidade após sofrer de hipertensão. Desde então, vive sob acompanhamento médico, com bateria de
exames de sangue e de urina a cada
três meses. Depois de quatro anos, a
hemodiálise foi inevitável. Os rins de
Luiz começaram a funcionar abaixo
dos 10% e o cadastro na fila de transplante foi imediato.
A esposa de Luiz, Rosa Aparecida
Souza de Oliveira, conta que essa trajetória tem sido enfrentada com muito otimismo graças ao apoio da família. “No começo foi muito difícil,
ele ficou deprimido e, para piorar, o
irmão faleceu pelo mesmo problema.
Meu marido afirma que eu e nossos
três filhos sustentamos a força dele”,
diz a esposa de Luiz, que aguarda um
doador compatível. A ansiedade de
Luiz é sentida por mais 12.650 pessoas no Estado de São Paulo, e cerca
de 1.250 pessoas no ABC.
Aliviada, a professora Iderli Patini
de Savino, 44 anos, leva a vida mais
intensamente após ter os rins transplantados em junho do ano passado.
Após dois anos de espera, Iderli já estava conformada de que o processo
poderia levar anos, a exemplo dos colegas das sessões de hemodiálise, há
10 anos na fila de espera. “Aprendi
que tudo tem seu tempo certo, basta
ter fé e esperança”, diz a professora,
que descobriu ter rins policísticos hereditários do pai aos 18 anos.
Com 42 anos, o funcionamento
dos rins de Iderli era de 5%, quando
começaram as sessões de hemodiálise e a entrada no cadastro na fila de
transplantes. Após dois anos foi necessária colocação de cateter para seguir com a hemodiálise, no entanto,
dois dias antes de realizar o procedimento veio a notícia que Iderli tanto
aguardava: havia o rim compatível.
“Demorei a acreditar, mas logo
me encaminhei ao hospital. O processo pós-operatório foi tranquilo,
voltei para casa antes do previsto e
agora retomei a rotina normalmente”, conta entusiasmada com a causa
que passou a incentivar, sobre a importância da decisão de doar órgãos.
5
Habitantes:
27,3
milhões
Doadores
efetivos:
20,5 pmp
Ministério da Saúde renova
campanha pela doação de orgãos.
a reunião de todas as comissões intrahospitalares da região em setembro,
mês comemorativo do tema, para
iniciar curso de capacitação de enfermeiros na identificação de potenciais
doadores de órgãos.
Cerca de 100 profissionais serão
orientados para identificar pacientes
vítimas de morte encefálica e conduzir o transplante junto às famílias envolvidas, além de capacitar os
médicos intensivistas com intuito de
manter os sinais de vida dos órgãos.
Para Vanderley da Silva Paula, diretor clínico do Hospital Mário Covas,
a iniciativa atende as necessidades da
região, que possui aproximadamente
1.250 pacientes na fila de espera por
transplante. “Temos que disseminar
a cultura dentro dos equipamentos
de saúde para o reconhecimento de
um possível doador e dar seguimento
ao processo até que o órgão chegue a
quem precisa”, aponta.
Fila da agonia
TRANSPLANTES REALIZADOS (pmp*)
Norte
Nordeste
Centro-­‐Oeste
Sudeste
Sul
Córnea
27,6
54,3
98
87,4
73,9
Rim
Fígado Pâncreas Coração Pulmão
6,4
0,1
0
0
0
16,1
7,3
0,2
1,1
0,2
17,4
3,8
0,1
2,3
0,1
37
11,3
1,1
1,8
0,5
46,1
13,6
0,8
1,4
1,1
*pmp: por milhão de população
Região carece de uma central de captação
No Brasil existem 27 centrais de notificação, captação e distribuição e órgãos, uma para cada Estado. Para Wilma Maria de Morais Carvalho Rosa, presidente do Instituto Paulista de Educação
em Saúde (Ipes), o ABC sofre carência de uma central de captação.
“Em 2010 entregamos ao Consórcio Intermunicipal [Grande
ABC] a proposta de implantar o serviço de procura de órgãos e tecidos na região. A partir daí, passamos a dialogar com os prefeitos e,
na gestão atual, aguardamos retorno do prefeito de Santo André
[Carlos Grana] para criar esse organismo de utilidade pública em
meados de 2014 na cidade”, aponta, Maria Rosa.
Atualmente quatro centros de captação atendem a macro região
de São Paulo, o que inclui o ABC: Dante Pazzanese, Hospital das
Clínicas, Hospital São Paulo e Santa Casa.
Segundo dados do Ministério da
Saúde houve redução de 35% na lista
de espera nos últimos três anos. Atualmente 38.759 brasileiros aguardam
transplante no País, sendo a cirurgia
de córnea responsável por 60% de
todos os transplantes realizados pelo
SUS (Sistema Único de Saúde). No
ABC, são 1.254 pacientes na fila.
Mas o número de doadores deve
aumentar com a sensibilização da
população. “É possível aumentar a
meta em 10% nos próximos cinco
anos, basta seguir a linha gradativa de
conscientização e investimentos dos
governos estadual e federal”, afirma
José Osmar Medina Pestana, presidente da ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos).
Segundo Pestana, a quantidade
de pessoas na lista de espera pode não
sofrer queda expressiva nos próximos
anos devido à expectativa de vida
do brasileiro. “Com a longevidade
é natural que problemas de saúde
surjam e o transplante seja necessário, para atender as expectativas nos
atentamos que a população brasileira
também tem crescido e isso gera um
ciclo”, explica o presidente.
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Ano 5 - Nº 37
Cidades + Esportes
lhar
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Empreendedorismo feminino tem grupo atuante em Santo André
Núcleo de Mulheres Empreendedoras favorece a troca de experiências entre as empresárias da região
Caio Soares
mente capacitadas. “Apesar de estarem
conquistando seu espaço, não acredito
que elas têm as mesmas oportunidades que eles. Se uma mulher não for
muito instruída e tentar uma vaga na
indústria, por exemplo, é muito mais
difícil”, revela Cintia sobre o preconceito que mulheres podem sofrer em
áreas que utilizam mais a força braçal.
Com o intuito de promover cada
vez mais a participação deste segmento, além de propor discussões e soluções de problemas comuns à elas, o
Núcleo de Mulheres Empreendedoras
da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André) é pioneiro
no estado de São Paulo. Instituído em
abril de 2008, o grupo conta atualmente com 30 integrantes.
No primeiro trimestre deste ano,
o Núcleo realizou seu III Prêmio Mulher Empreendedora de Santo André,
voltado para proprietárias de micro,
pequenas e médias empresas e tem
valorizado o empreendedorismo feminino na região, aumentando cada vez
mais a participação deste público em
cargos administrativos.
“Acho que elas estão cumprindo com seus objetivos e propósitos,
minha avaliação é superpositiva, pois
são ativas, responsáveis e dedicadas no
que fazem”, analisa a coordenadora do
NME, Ana Maria Mascaro, sobre a
participação das mulheres no mercado
de trabalho da cidade.
As mulheres estão, gradativamente, conquistando o mercado de trabalho, mas ainda são consideradas as
pessoas que têm que cuidar da casa e
dos filhos, e ser empreendedora pode
tornar esta tarefa mais difícil. Ana
Mascaro relata que, atualmente, consegue lidar com mais facilidade, pois
consegue dividir alguns serviços com
o marido e os filhos, diminuindo a sua
carga. “Sabe, a verdade é que gostamos
de realizar tarefas, isto também dá uma
sensação de importância, gostamos de
ser útil e de servir. Inconscientemente,
sentimos prazer em resolver situações
e aí que entra a dedicação, pois não
medimos os limites, simplesmente colocamos em prática”, finaliza.
Um exemplo de empresária que
aproveitou um nicho de mercado e adquiriu seu espaço é a Jéssica Moreira,
fundadora da empresa JMS Caption.
“A melhor maneira de ter sucesso na
carreira é aproveitar um mercado que
ainda não foi explorado”. Com esta
afirmação, Jéssica explica que decidiu
abrir um negócio quando percebeu
que no ABC não existia uma empresa
do mesmo segmento, de estenotipia
(processo de registrar de forma escrita o que é falado, em tempo real).
“No começo foi bem difícil, não sabia
como conseguiria clientes e houve bastante planejamento antes de realmente
Foto: Caio Soares
Se no passado as mulheres eram
consideradas “frágeis” para o trabalho
e tinham apenas a função de cuidar
da família e da casa, atualmente elas
exercem papel fundamental na economia e são a maioria da população.
De acordo com os últimos dados da
Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra
por Domicílio), publicada pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), os homens representam
48,5% de habitantes, enquanto as
mulheres correspondem a 51,5%.
Neste cenário, a região do Grande
ABC atingiu patamar histórico registrando a menor taxa de desemprego
entre as mulheres, de 11,1% no ano
de 2013, sendo que os homens apresentaram um aumento de 0,3%, chegando aos 9,2%. As informações são
da Fundação Seade e Dieese que, em
parceria com o Consórcio Intermunicipal Grande ABC, divulgou no mês
de março deste ano um levantamento
sobre “A Inserção Feminina no Mercado de Trabalho na Região do ABC
em 2013”, onde aponta que a presença das mulheres teve crescimento de
0,5% em relação ao ano anterior.
A analista de recursos humanos,
Cintia Alves, afirma que no começo
da carreira era bem difícil para mulheres concorrerem a um cargo, era
preciso que elas se mostrassem alta-
Coordenadoras em terceira premiação da mulher empreendedora
abrir a empresa”, aconselha.
Ter experiência na área e não se
aventurar em uma nova profissão
pode ser o primeiro passo para quem
deseja ser autônomo. De acordo com
Jéssica Moreira, trabalhadores de qualquer área podem se tornar empreendedores, a dica é estar atento às oportunidades e buscar o elemento que vai te
diferenciar do restante.
São Caetano muda de Secretário após
greve e ginastas voltam aos treinos
Foto: Ricardo Bufolin/CBG
Em fevereiro, mais de trezentos atletas fizeram uma passeata pelas ruas da cidade reivindicando o pagamento de salários atrasados
O campeão
olímpico Arthur
Zanetti treina na
AGITH desde os
sete anos de idade
Ricardo Siqueira
Mais de 300 esportistas liderados pelo campeão olímpico, Arthur
Zanetti, foram às ruas em fevereiro
para protestar contra cinco me-
ses de salários atrasados de atletas,
técnicos, fisioterapeutas e médicos.
A manifestação envolvia atletas do
vôlei, natação, taekwondo, ginástica rítmica e ginástica artística e foi
iniciada na Associação de Ginástica
di Thiene (AGITH), local onde Arthur Zanetti começou no esporte e
treina até hoje. O protesto deu resultado e terminou com a substituição do então
titular da pasta, Eder Xavier, pelo
chefe de Gabinete, Walter Figueira
Júnior, que já atuou nessa mesma
função entre 2001 e 2004, na gestão
de Luiz Tortorello. Em entrevista, o
novo secretário afirmou que diferente de seu antecessor, não pretende
cortar pela metade a verba mensal
de R$ 700 mil que é destinada aos
atletas, e com isso não extinguirá algumas modalidades.
“Faremos uma reavaliação sobre
esse assunto, mas claro, não adianta
sonhar que vamos ter todas as modalidades de volta de uma hora para
a outra, porque isso gera um custo e
nos já temos a verba de 2014 comprometida, mas queremos sim recuperar algumas modalidades e outras
vão ter que esperar mais um tempo”,
declarou o novo dono da pasta. A
coordenadora da AGITH, Maria
Salete Meneguello, revelou que desde 1997, quando se decidiu tratar a
ginástica de forma mais séria, conta
com o apoio da prefeitura, mas que
não depende apenas do recurso municipal para manter toda a estrutura
dos atletas.
“A prefeitura encampou totalmente a parte técnica, contratou o
técnico Marcos Goto, que está com
a gente até hoje. A associação passou
a fazer um trabalho mais administrativo, como, por exemplo, matricular
novos alunos”, disse Meneguellow,
que ainda frisou que a associação
não tem nenhum problema com a
prefeitura em particular, apenas com
o ex-secretário Éder Xavier.
A associação conta com trezentas
vagas para ginastas,sejam eles profissionais, ou crianças que estão prestes
a iniciar a sua carreira no esporte. A
coordenadora conta que os alunos
começam desde pequeno a se dedicar aos treinos, e com o passar do
tempo vão subindo de nível até se
tornarem atletas de alto rendimento.
“De tempos em tempos fazemos
uma avaliação nos alunos da AGITH. Essa avaliação é feita de forma
geral para que possamos encaixar as
crianças nos aparelhos e modalidades corretas dentro da ginástica. De
acordo com o desenvolvimento da
criança nas aulas, ela vai sendo promovida para uma turma mais forte,
que acompanha elementos mais elaborados, é uma escada”, relata.
Após mais de 20 anos de trabalho no projeto, Maria Salete Meneguello ainda revela que hoje ensina
a filhos dos alunos que atendeu há
20 anos.
“É incrível como isso acontece,
e é um orgulho, pois aqui não formamos apenas atletas, formamos
cidadãos”, finaliza Salete. Arquimedes Zanetti, pai de Arthur Zanetti
e presidente da Associação de pais
que toma conta da AGITH, afirmou que o esporte olímpico em
São Caetano sempre foi muito forte
e que o apoio dos pais é fundamental para que as crianças consigam
evoluir no esporte. “Tem que acompanhar o filho.
Tem que acompanhar muito, porque
aí você sabe o que está acontecendo
com ele e quais os sentimentos que
ele tem, se ele gosta ou não do que
está fazendo, além de ser um orgulho
imensurável ver o seu filho no lugar
mais alto do pódio”, declarou o pai
do Ginasta, que levou a medalha de
ouro nas Olimpíadas 2010.
Universidade Municipal de
São Caetano do Sul - USCS
Cultura
lhar
ocial
Abril de 2014
Ano 5 - Nº 37
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Skate no ABC proporciona diversão aos praticantes
Pistas possuem outras atividades culturais além do esporte
Cintia Vanegas, 24 anos
Karen Jonz
uma super
campeã mundial
no ABC
cal. Grandes nomes do skateboard
brasileiro saíram daqui, como: Sandro Dias, Edgard Vovô, Karen Jonz,
Italo Penarrubia, Renata Paschini,
entre outros skatistas. Isso, com certeza acontece devido a variedade de
pistas de skate na região que proporciona aos praticantes diversos desafios, diversão e um tempo amplo de
dedicação ao esporte.
Residente na cidade de Santo
André desde pequena, a skatista profissional Karen Jonz começou a praticar o esporte com 16 anos de idade, hoje com 28 é campeã mundial,
campeã brasileira, campeã europeia,
ouro nos X-Games e vencedora de
vários outros prêmios.
Karen já frequentou algumas
pistas no Grande ABC, como a pista de Santo André, São Bernardo do
Campo e São Caetano do Sul e relata
que nem todas as pistas estão em ótimas condições. ‘’Acredito que todos
estão trabalhando para resolverem os
problemas dos skates parks em suas
respectivas cidades. Sou amiga de
diversos gestores, sei que todos tem
consciência do que precisa ser feito
e estão tentando melhorar essas dificuldades’’, declara a profissional.
Jonz que já sofreu preconceito
por ser mulher e competir com os
homens em algumas modalidades,
hoje se orgulha da sua trajetória e é
uma grande influência para a garotada que curte skate. A profissional
também parabeniza os skatistas de
muita garra e a todos que lutam pela
melhoria das condições das pistas no
Grande ABC e possibilitam a prática
do esporte na região.
São Caetano do Sul
também tem skate!
Foto: Eduardo Merlino
culos ao longo do trajeto, melhor
iluminação e remoção das rachaduras das rampas e do piso. “Pratico
desde os oito anos de idade, venho
aqui quase todos os finais de semana
e adorei a obra e principalmente os
novos obstáculos da pista”, comenta
o estudante Giovane Lima, 18 anos,
morador da região.
Após a reinauguração, o espaço
que inicialmente agradou somente
os praticantes do esporte radical,
agora é frequentado por dançarinos
de rua, patinadores e diversos grupos
artísticos, como os grafiteiros que fizeram as artes nas principais rampas
do local. Segundo a dançarina, Cintia Vanegas, 24 anos, antigamente a
pista era vazia, com um público bem
reduzido. Depois da mudança, diferentes tribos se encontram diariamente para compartilhar boas e más
experiências e todos se respeitam.
‘’Minha única preocupação é a segurança, que não temos, ainda mais
agora que a pista funciona 24 horas
por dia’’, diz a jovem.
O Grande ABC tem uma ligação muito forte e importante com
o skate nacional e se destaca como
um grande polo deste esporte radi-
Pista de skate em Mauá
Foto: Julio Tio Verde
‘’Minha única
preocupação é a segurança,
que não temos,
ainda mais agora que
a pista funciona
24 horas por dia’’
Skatistas aprovam a
reforma da pista de skate
em Mauá e frequentam o
local diariamente
Fotos da Pista de Skate: Antonio Gil / Prefeitura de Mauá
A maior pista de skate da América Latina se encontra em São Bernardo do Campo. O espaço possui
21 mil metros quadrados e abriga
de forma inédita no país, diferentes
modalidades de esportes radicais.
Além do próprio skate profissional
e pista mirim (para crianças de até
12 anos), tem área para a prática de
patins, bike, tirolesa, rapel e escalada. Para garantir a segurança das
pessoas na pista, foi elaborado um
regulamento específico que deve
ser seguido à risca pelos usuários. O
uso de capacete, cotoveleiras, luvas,
caneleiras e joelheiras são obrigatórios, sem isso o praticante não pode
entrar na pista para treinar. Exceto
para menores de idade, que necessitam da autorização dos pais ou
responsáveis para utilizar os equipamentos e o espaço para a diversão.
‘’Excelente infraestrutura, pista de
qualidade profissional e equipe de
suporte especializado’’, afirma o skatista amador, Roger Morais, 27 anos.
Já na cidade de Mauá, no ano passado, a pista de skate passou por
uma boa reforma e animou os praticantes. O local que antes estava
abandonado recebeu novos obstá-
Centro de Referência da
Juventude - Estação Jovem
Rua Serafim Constantino, s.nº
São Caetano do Sul
Horário de Funionamento:
Segunda - das 12h às 20h,
Terça a Sexta - das 10h às 20h
Sábado, Domingo e feriados das 12h às 18h
• Obrigatório o uso do equipamento de segurança (capacete)
• Menores de 18 anos só poderão
andar na pista com autorização
(com firma reconhecida)
dos pais ou do responsável legal *
* A ficha pode ser retirada na administração
do Estação Jovem
Gráfico: Caio Soares
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Mulheres espalham charme pelos muros
Grafites coloridos, desenhos com temas voltados ao universo “cor de rosa” dão ar mais leve a cidade.
do a grafitar. E hoje me inspiro nos
grafiteiros Crânio e os Gêmeos”.
Já Thamires Siqueira de Carvalho, 21 anos, de São Bernardo, conta
que começou a grafitar no meio do
ano de 2013, e ainda se considera
iniciante. Além de expressar sua arte
nos muros, ela também pinta em
telas e há pouco tempo iniciou sua
própria marca de camisetas, que leva
o nome de “Dona Santa”, em que
faz seus desenhos detalhados com
canetas para tecido. Thamy, como é
conhecida nas ruas, conta que não
tem muita experiência com o spray
“Prefiro utilizar os canetões que são
chamados de posca, até porque meus
desenhos contêm muitos detalhes”.
Não existem grandes diferenças
entre os grafites feitos por mulheres e
por homens, mas não se pode negar
que elas expressam muito mais sutileza e sensibilidade em seus desenhos.
Mayra Santos, 20 anos, também
de Santo André, é a prova disto. A
grafiteira conta que além de escrever
MAY nos muros, sempre com letras
diferentes, ela tirou do papel e dos lápis de cores, personagens que sempre
gostou de desenhar. Bichinhos que
foram criados em sua mente, agora
ganham vida e cor nos muros da cidade. “Gosto de brincar com aquilo
que não é real” comenta a artista.
Gabriela Duarte
Visão masculina
Bruno
Neves,
22 anos
o Neves
gação Brun
Foto: Divul
Felipe Amorim, 23 anos,
conhecido pelos artistas urbanos
como Z-MAU, conta que não
tem nenhum tipo de preconceito
com as mulheres que fazem a
arte e diz que elas revelam cada
vez mais suas forças “Grafitar
também requer disposição para
enfrentar os desafios que a rua
proporciona. Também mostram
a força e o poder que cada uma
das mulheres tem”.
Grafiteiro há nove anos,
Bruno Neves, de 22 anos,
que assina como Knack
Felipe
Amorim,
23 anos
Foto: Gabriela Duarte
Tatiane grafita
há dois anos
e utiliza sprays
e látex
Foto: Divul
gação Felipe
Amorim
Quando o grafite chegou a São
Paulo, em meados dos anos 1970, a
arte urbana era praticamente dominada por homens. De uns anos pra
cá, essa realidade tem tomado outro
rumo. É cada vez mais comum vermos grupos formados por mulheres
ou com integrantes do sexo feminino. Elas levam aos muros traços
delicados, mas carregados de personalidade.
Tatiane Nascimento, 31 anos,
moradora de Santo André, começou
a grafitar há dois anos e fala da importância de mulheres estarem envolvidas no movimento. “Historicamente as mulheres conquistaram seu
espaço em diversas áreas, no grafite
não poderia ser diferente. Quando
vemos mulheres fazendo parte, rola
um incentivo a mais. percebemos
que também podemos estar ali”, afirma.
A grafiteira explica que os encontros são marcados por uma CREW,
que são grupos onde assinam com o
mesmo nome. Para realizar a arte, ela
utiliza sprays e látex. Tatiane conta
que nunca sofreu nenhum tipo de
preconceito “Pelo contrário, meus
amigos sempre me incentivaram e
ensinaram tudo o que eu sei até hoje,
e se não fosse eles, não teria começa-
comenta que valoriza o
interesse das mulheres neste
ambiente, considerado um
território masculino e que
elas acrescentam na arte
com trabalhos com a mesma
qualidade ou até melhores
que os homens. “As mulheres
deixam o ambiente muito mais
agradável, não tenho nenhum
tipo de preconceito. Acredito
que há homens que se sintam
intimidados quando uma
mulher assume uma posição
superior a ele”.
Cultura Geek ganha espaço no ABC
Com temáticas diversas, eventos buscam atingir um grande público da região
Foto:Kaio Augusto
Kaio Augusto
Ao caminhar pela rua é possível reparar o quão frequente estão
expostos em camisetas, bonés e
outros adereços, figuras da cultura
Pop. Desde antigos ícones de games
como Mario e Sonic até personagens desconhecidos de animações
japonesas. Aqueles que consomem
esse nicho cultural são conhecidos
comumente como Nerds ou Geeks. O termo ganhou força entre
os fãs de Star Trek e Star Wars no
final dos anos 80. O que antes era
considerado o estranho, geralmente apresentado como a pessoa com
aparelhos nos dentes e óculos, hoje
é algo comum na sociedade. Essa
legião de fãs costuma se reunir em
eventos com temáticas diversas, que
sempre abordam os símbolos midiáticos muitas vezes cultuados por
esse público. E é pensando em Geeks da região do ABC que as cidades de Santo André e São Bernardo
liberam alguns espaços para que tais
eventos possam ocorrer, como por
exemplo, bibliotecas, gibitecas e pinacotecas das cidades.
Os assuntos abordados nestes
encontros são inúmeros, desde exibições de filmes e séries até palestras com pessoas ligadas ao mundo
Nerd. Esses encontros são organizados por grupos de fãs, como o
Evento SBC Geek , que acontece na Biblioteca de Arte Ilva Aceto Maranesi
Trekkers ABC, fãs da série Star
Trek, em parceria com as secretarias
de cultura de cada cidade. Segundo
Sandra Monte, analista cultural de
São Bernardo do Campo e responsável pelo evento SBC Geek: “A
instituição enxerga este nicho como
uma expressão cultural semelhante
às outras, mesmo sendo quase que
completamente composta por elementos midiáticos.”. E ela ainda
afirma “Buscamos sempre manter
certa qualidade nas palestras e atividades que oferecemos.”. O SBC
Geek, evento gratuito que ocorre
no primeiro sábado de cada mês na
Biblioteca de Arte Ilva Aceto Maranesi, tem como intuito agregar fãs
e simpatizantes desta cultura para
bate-papos. O evento oferece mesas
de RPG, exibição de séries e animações e sempre contam com a conversa wcom um profissional da área.
Já em Santo André o espaço é
oferecido para eventos que focam
mais nas animações e cultura japonesa. O Up!ABC, antes conhecido
como AnimABC, ocorre já a quase seis anos na cidade. Ele acontece
sempre duas vezes ao ano em dois
dias de feira, que chega a reunir cerca três mil visitantes por edição. Para
a estudante universitária Renata Lippi, de 18 anos , “O Up!ABC é uma
ótima oportunidade para encontrar
alguns amigos que fiz em edições
passadas do evento.” E ainda completa “ O bom é que lá dentro eu
posso ser quem eu sou, não tenho
vergonha de mostrar meus gostos e
me julgarem por isso.”
O que Renata relata sobre o preconceito ainda é uma realidade, tais
gostos são considerados por muitos
como formas infantis de fanatismo.
O fato acontece de uma parte dos
materiais consumidos por esse público ser avaliado por alguns como
“Para crianças”. E este é um dos
motivos das secretarias culturais
das cidades abordarem a liberação
de espaço para que tais encontros
possam ocorrer, procurando uma
maneira de quebrar esta ideia negativa daqueles que não estão inseridos neste meio têm deste público.
Ainda que atualmente o cinema venha auxiliando a desmistificar essa
imagem negativa, devida à invasão
dos filmes baseados em quadrinhos.
Isso mostra que afinal geeks são fãs
como todos os outros.

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