O Servo 94 07/2014

Transcrição

O Servo 94 07/2014
O Servo
Informativo On Line
Da Comissão Regional Dos Diaconos
Crd Sul I - Estado de São Paulo
Ano VIII -
São Lourenço Diácono
Padroeiro dos Diáconos
n º 94 - Julho de 2014
Bispo e Diáconos de Lins acolhem o presidente da CRD Sul 1
O presidente da Comissão Regional dos Diáconos (CRD Sul 1),
diácono José Carlos Pascoal, foi recebido neste sábado, 12 de julho, pelo bispo diocesano de Lins, SP, dom Irineu Danelon, SDB, pelo diretor da Escola
Diaconal Edvaldo Rodrigues (Edinho) e por diáconos e candidatos da Escola
Diaconal “São Lourenço”, daquela diocese.
O objetivo da visita foi conhecer os diáconos e candidatos, partilhar experiências e colaborar na constituição da Comissão Diocesana dos
Diáconos e oferecer subsídios de formação dos candidatos da Escola Diaconal. O encontro foi realizado em sala do Centro Diocesano de Pastoral, com
participação de dom Irineu, Edinho e 6 dos 13 diáconos da diocese além de 5
candidatos da Escola Diaconal.
Após a oração inicial, o bispo diocesano falou da confiança que
deposita no diaconado permanente e naquilo que os diáconos podem realizar
na Igreja. “Há muito trabalho a ser realizado, na animação das comunidades,
no acompanhamento das Pastorais Sociais e na reestruturação da Cáritas diocesana, e para isso conto com o trabalho de vocês”, disse dom Irineu.
Diácono Pascoal falou da expectativa da Igreja em torno do trabalho pastoral do diácono, usando como subsídio o livro “Ministério da Caridade”, documento final do 3º Congresso Nacional da CND, realizado em 2003
no Mosteiro de Itaicí, Indaiatuba. Apresentou as áreas de pastoral em que
o diácono pode atuar. “As três dimensões, Caridade, Palavra e Liturgia devem ser praticadas com equilíbrio pelo diácono permanente. Sempre há uma
tendência de que o diácono priorize a Dimensão Litúrgica, muitas vezes em
detrimento do anúncio e da caridade”, falou o diácono Pascoal. “Há muito
à fazer na acolhida, evangelização e promoção dos pobres e excluídos, e o
diácono deve estar mais atento à essa necessidade, De acordo com o bispo
diocesano e os párocos, poderemos ter uma atuação mais eficaz no Ministério
da Caridade”, completou Pascoal.
Edinho falou da necessidade de reestruturação do diaconado na
diocese e, contando com o apoio do bispo diocesano, do padre coordenador
de Pastoral, padre Reginaldo Marcolino e do padre Brás, diretor espiritual da
Escola Diaconal, apresentou uma série de medidas que visam a dinamização do processo de formação dos candidatos e da organização da Comissão
Diocesana. Diácono Pascoal também sugeriu maior participação das esposas
nesse processo, além do cumprimento de metas e calendário do Plano Diocesano de Pastoral.
A visita foi encerrada com um “tour” pela bela cidade de Lins,
participação na missa das 19h na Catedral Santo Antonio de Lins e jantar na
casa da família de um dos candidatos ao diaconado.
Dom Irineu Danelon, bispo de Lins
Padre Reginaldo, diácono Pascoal, diácono
Luiz Alberto e seminarista Edinho
Diácono Pascoal, da CRD Sul 1
“Os diáconos, apóstolos das novas fronteiras da missão” (cf. DAp 208)
Expediente
Editorial
O SERVO
O Servo
Publicação mensal
Ano VIII - Nº 94
Julho de 2014
Publicação on line da Comissão
Regional dos Diáconos - CRD Sul I
Equipe responsável: Diretoria da CRD Sul 1
* Presidente: Diac. José Carlos Pascoal (Diocese de Jundiai)
* Vice Presidente: Diac. José Getúlio do Nascimento (Diocese de
Lorena)
* Secretário: Diac. Aparecido Tomazinho (Diocese de Franca)
- Tesoureiro: Diác. Valdeci Florentino dos Santos (Diocese de Jundiaí)
* Bispo referencial: Dom Vicente Costa, Bispo de Jundiaí/SP
Assessor de Comunicação:
* Jornalista Diác. Pedro Fávaro - Jundiaí/SP
Diagramação e Revisão:
* Diác. José Carlos Pascoal
Correspondência:
* R. Vital Brasil, 357 - Jardim São Francisco
CEP: 13320-490 - Salto/SP
Telefone/fax: (11) 4029 1003
Celular: (11) 8512 4499
* E-mails: [email protected]
[email protected]
[email protected]
* Para o informativo “Diáconos”: [email protected]
Papa nomeia bispo coadjutor de Santos
A Campanha da Fraternidade não acabou na
Quaresma, a luta continua.
Diac. José Carlos Pascoal
Presidente da CRD Sul 1
A Campanha da Fraternidade de 2014 - Fraternidade e
Tráfico Humano, "pôs o dedo na
ferida" de um dos grandes males
existentes no Brasil e no mundo:
o Tráfico humano em suas várias
modalidades. Muito se discutiu,
refletiu, mas as mazelas continuam e não podem ser ignoradas. É
importante lembrar que a reflexão
séria ocorreu no Tempo da Quaresma, mas o tráfico continua existindo em grande escala e deve
ser combatido com todas as forças.
O Tráfico Humano no Brasil
Trabalho Escravo: no Brasil, para onde historicamente
foram traficados milhões de escravos, principalmente da África, a
modalidade mais visível do tráfico humano contemporâneo é o Trabalho Escravo, um gênero presente hoje sob as espécies do trabalho
em condições degradantes. Em sua maioria, as vítimas são aliciadas
em bolsões de pobreza no Norte e Nordeste do país. A cada ano,
mais de 200 casos são relatados, com incidência maior na região
amazônica. Desde 1995, já foram libertadas mais de 45 mil pessoas,
em sua grande maioria homens, em cerca de 2000 estabelecimentos,
em todo o país, principalmente no campo (desmatamento, roço, carvoarias, canaviais, grandes lavouras), mas também em canteiros de
grandes obras e, na cidade, em oficinas de confecção, envolvendo
trabalhadores latino-americanos. Nenhum estado está imune a essa
prática. (Fonte: Grupo de Trabalho de Enfrentamento ao Tráfico Humano da CNBB)
Infelizmente, em muitas dioceses e paróquias o tema da
CF deixa de ser debatido e, muitas vezes, o tráfico ocorre nesses
próprios locais, sem que haja o devido enfrentamento. A mídia católica também deixa de noticiar, fazendo com que o povo católico não
tome conhecimento de fatos e de preparo para o enfrentamento e a
denúncia.
A sociedade, voltada para outras “prioridades”, como Copa
do Mundo, terminada há poucos dias e, em seguida, eleições majoritárias, também parece ter se esquecido do tráfico de pessoas. Se não
continuar a luta, muitas famílias serão destruídas.
"É para a liberdade que Cristo nos libertou" (Gal 5,1)
O papa Francisco nomeou na quarta-feira, 16 de julho, bispo
coadjutor da diocese de Santos (SP), dom Tarcísio Scaramussa (foto),
transferindo-o da sede episcopal de “Segia” e do ofício de auxiliar da
arquidiocese de São Paulo.
Dom Tarcísio é natural de Vargem Alta (ES). Foi ordenado
presbítero em dezembro de 1977. Nomeado bispo, em janeiro de
2008. Recebeu a ordenação episcopal em abril do mesmo ano, em
sua terra natal.
É formado em Teologia, Filosofia, Pedagogia, Ciências e Letras. É, ainda, especialista em Orientação Educacional.
Atualmente, dom Tarcísio é membro da Comissão Episcopal
Pastoral para a Cultura e a Educação e secretário geral do regional Sul
1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Fonte: Site da CNBB
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O SERVO
Há 84 anos, Nossa Senhora Aparecida
era declarada Padroeira do Brasil
Notícias
Diáconos e esposas da Arquidiocese de
Ribeirão Preto realizaram Retiro Espiritual
Márcio Smiguel
Pastoral da Comunicação/Arquidiocese de Ribeirão Preto-SP
Nos dias 5 e 6 de julho, na Casa Dom Luís, em Brodowski
(SP), os Diáconos Permanentes da Arquidiocese de Ribeirão Preto e
suas esposas fizeram o Retiro Espiritual.
Com o tema “Os diáconos permanentes, discípulos de Jesus
Servidor”, inspirado no Documento de Aparecida, o retiro teve a orientação do arcebispo dom Moacir Silva. Começou com a Celebração
Eucarística na Capela Central da casa de retiros presidida por dom
Moacir Silva.
Durante o retiro, os diáconos permanentes e esposas, meditaram as exposições feitas pelo arcebispo no auditório, intercaladas
por momentos de reflexão pessoal, orações e a Eucaristia. O retiro
propiciou a vivência de momentos de espiritualidade e oportunidade
para o fortalecimento da amizade e da missão do diaconado permanente na arquidiocese. Com o almoço fraterno no domingo o retiro foi
encerrado.
O Diaconado Permanente na Arquidiocese de Ribeirão Preto
conta atualmente com 35 diáconos.
Para comemorar o Jubileu de Prata da Coroação - 1904 a
1929 - Dom Duarte Leopoldo e Silva, Arcebispo de São Paulo, propôs
e organizou um Congresso Mariano em Aparecida, que foi celebrado
de 5 a 7 de setembro de 1929. Estiveram presentes 27 Bispos e prelados, milhares de romeiros e muitos Sacerdotes e Religiosos.
Os Bispos presentes no Congresso decidiram enviar um
pedido ao Papa para que ele declarasse Nossa Senhora Aparecida
Padroeira de toda a Nação, assinando para tal um Memorândum. À
frente do movimento estava o Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro,
Dom Sebastião Leme, e o Reitor do Santuário, Pe. Antão Jorge Hechenblaicker.
A princípio, Roma negou o indulto, pois a Imaculada Conceição já era Padroeira da América Latina, e São Pedro de Alcântara
(escolhido por Dom Pedro I) Padroeiro do Brasil. Mas, em 16 de julho
de 1930 (há 84 anos), o Papa Pio XI declarava Nossa Senhora Aparecida como Padroeira do Brasil.
No entanto, foi em outubro de 1930 que Dom Sebastião
Leme iniciou os preparativos para uma grande manifestação popular
no Rio de Janeiro, com a participação de autoridades civis, militares e
eclesiásticas para a realização de um novo Congresso Mariano, onde
em seu encerramento, que aconteceria em maio de 1931, a Mãe Aparecida seria consagrada Rainha do Padroeira do Brasil.
De que modo o povo brasileiro recebeu Nossa Senhora como Padroeira?
Com muita alegria em seus corações, demonstrada com
grande veneração e devoção. Segundo registros históricos, mais de
um milhão de fiéis participaram das festividades, que se iniciou com
uma Missa campal diante da Igreja de São Francisco de Paula e depois teve a imagem seguindo em procissão até a Praça Esplanada do
castelo, onde foi realizada a, perante o povo e autoridades, a Consagração de Nossa Senhora Aparecida como Padroeira do Brasil,
através de solene ato de Dom Leme.
Décadas depois, vemos a devoção a Nossa Senhora Aparecida ainda mais fervorosa. Milhares de devotos hoje visitam semanalmente o Santuário Nacional para fazer suas orações junto à Imagem
encontra no Rio Paraíba do Sul, um cenário diferente de outros Santuários, que concentram seus movimentos na ocasião de suas novenas e festas anuais.
Foto: Thiago Leon
Por: Flávia Gabriela
Gerente - Comunicação Institucional
www.A12.com
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O SERVO
Artigo
A conversão pastoral da paróquia
Dom Mocair Silva
Arcebispo de Ribeirão Preto e vice-presidente da CNBB Sul 1
A 52ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizada em Aparecida (SP), de 30 de abril a 9 de maio deste ano,
teve como tema central: “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia - a
conversão pastoral da paróquia”. Desde a Assembleia de 2013, com o texto de
Estudos 104, aconteceu em todo o Brasil uma grande reflexão sobre a realidade
da paróquia e vieram para a Assembleia deste ano muitíssimas contribuições.
“Constatou-se que a atual paróquia necessita de uma conversão pastoral. Para tanto, será necessário aplicar a eclesiologia proposta pelo Concílio
Ecumênico Vaticano II, consolidar a proposta do Documento de Aparecida e
concretizar as diretrizes da CNBB que insistem na renovação paroquial. Contribuem, também, para essa reflexão os pronunciamentos do Papa Francisco em
visita ao Brasil por ocasião da ‘Jornada Mundial da Juventude’, em 2013. Igualmente a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium faz indicações sobre um novo
olhar e uma nova prática pastoral que incide diretamente sobre as comunidades”
(cf. Documento aprovado na 52ª AG da CNBB, 5).
O Documento “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia - a
conversão pastoral da paróquia”, no primeiro capítulo chama a atenção para
os sinais dos tempos e conversão pastoral. A Igreja é chamada a reconhecer os
sinais dos tempos, pois a história é rica em sinais da presença de Deus (cf, nº
9). Este capítulo conclui dizendo: “A paróquia atual está desafiada a se renovar
diante das aceleradas mudanças deste tempo. Desviar-se dessa tarefa é uma atitude impensável para o discípulo missionário de Jesus Cristo. Isso implica ter
coragem de enxergar os limites das práticas atuais em vista de uma ousadia
missionária capaz de atender aos novos contextos que desafiam a evangelização.
A renovação da paróquia tem fonte perene no encontro com Jesus Cristo, a ser
renovado constantemente pelo anúncio do querigma” (nº 61).
O segundo capítulo chama a atenção para a Palavra de Deus, vida e
missão nas comunidades. Para que a paróquia conheça uma conversão pastoral,
é preciso que se volte às fontes bíblicas, revisitando o contexto e as circunstâncias nas quais o Senhor estabeleceu a Igreja. Assim, poderá identificar elementos
que permitam compreender a paróquia como comunidade de comunidades (cf.
nº 62). Na visão bíblica o ser humano não é concebido como indivíduo isolado e
autônomo. Ele é membro de uma comunidade, faz parte do povo da Aliança, encontra sua identidade pessoal como membro do Povo de Deus. A mesma noção
perpassa o Novo Testamento com elementos novos (nº 103).
O terceiro capítulo trata do surgimento da paróquia e sua evolução;
chama a atenção para a paróquia no Concilio Vaticano II e sua renovação na América Latina e Caribe (as Conferências Gerais
do Episcopado). “A Igreja no Brasil desde
1962 reflete sua realidade paroquial e busca a renovação. Especialmente a CNBB
tem se dedicado para que a paróquia seja
mais discípula e, por isso, missionária. O
Pontificado do Papa Francisco indica e
colabora para que ocorra essa mudança de
mentalidade e de prática pastoral” (nº 151).
O capítulo quarto trata da comunidade paroquial e afirma que a comunidade-Igreja encontra seu fundamento e
origem no Mistério Trinitário. “A Igreja foi
desejada e projetada pelo Pai, é criatura do
Filho e constantemente é vivificada pela
ação do Espírito Santo. A dimensão comunitária é fundamental na Igreja, pois se inspira na própria Santíssima Trindade,
a perfeita comunidade de amor. Sem comunidade não há como viver autenticamente a experiência cristã, pois a Igreja origina-se da Trindade, é estruturada à
sua imagem e ruma para a pátria trinitária” (nº 154).
O capítulo quinto trata dos sujeitos e tarefas da conversão paroquial,
começando pelos bispos, presbíteros, diáconos permanentes, consagrados (as),
leigos (as). “O desafio da renovação paroquial está em estimular a organização
das diversas pessoas e comunidades, para que promovam uma intensa vida de
discípulos missionários de Jesus Cristo” (nº 240).
O capítulo sexto apresenta proposições pastorais, tais como a setorização, acolhida e vida fraterna, a iniciação à vida cristã, a Leitura Orante da
Palavra, liturgia e espiritualidade, a caridade, os Conselhos, a abertura ecumênica e diálogo, nova formação, ministérios leigos, cuidado vocacional, comunicação na pastoral, e sair em missão.
Desejo que esta pequena apresentação do Documento: “Comunidade
de comunidades: uma nova paróquia - a conversão pastoral da paróquia” desperte nos pastores e fiéis de nossa Arquidiocese o desejo de estudá-lo profundamente e aplicá-lo em nossa realidade eclesial. Tal estudo será elemento importantíssimo na preparação da nossa 14ª Assembleia Arquidiocesana de Pastoral.
Fonte: CNBB Sul 1
Publicada a mensagem Pensando o Brasil
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) publicou a mensagem
“Pensando o Brasil: desafios diante das eleições 2014”, disponível nas Edições
CNBB e nas livrarias católicas. O texto, aprovado durante a 52ª Assembleia
Geral da Conferência, realizada em Aparecida (SP), entre os dias 30 de abril e
9 de maio, contém orientações sobre o período eleitoral, no qual os brasileiros
escolherão representantes para os cargos de presidente da República, governador, senador e deputados estaduais/distritais e federais.
Focado no voto consciente e na participação política, o texto está dividido
em tópicos que tratam dos desafios da realidade sociopolítica, da participação
dos cristãos na política, da urgência da Reforma Política, do desenvolvimento
econômico e da sustentabilidade social.
Na apresentação da publicação, o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral
da CNBB, dom Leonardo Steiner, afirma a importância do processo eleitoral,
uma vez que “está em jogo o projeto político, social e econômico para o Brasil”. “Os cristãos comprometidos com a sua fé e todos os homens e mulheres
de boa vontade são chamados a uma participação ativa e efetiva. Esta participação é um modo de contribuir para a construção de nosso país”, lembra dom
Leonardo.
Ainda a respeito da participação, o texto propõe uma experiência cristã
“madura”, capaz de impor “o enfrentamento da realidade e sua transformação
para que todos tenham vida em plenitude”. Uma frase do papa Francisco a respeito da participação política busca motivar as ações dos cristãos. “Devemos
envolver-nos na política, pois a política é uma das formas mais altas da caridade, porque busca o bem comum”, recorda o texto.
O acompanhamento do trabalho dos representantes eleitos faz parte, de acordo com a mensagem, da responsabilidade cristã, juntamente com o diálogo, a
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participação em grupos e espaços institucionais, monitoramento dos poderes
públicos (executivo, legislativo e judiciário) e no combate à corrupção, com a
“defesa dos valores éticos, da inviolabilidade da vida humana, da promoção e
resgate da unidade e estabilidade da família, do direito dos pais a educar seus
filhos de acordo com suas convicções, da justiça e da paz, da democracia e do
bem comum”, escreve.
O engajamento da juventude na realidade política é tratado como insistência
na abertura de canais de participação, por conta da “especial confiança” da
Igreja na “força transformadora que brota dos jovens”. O texto ainda reforça a
urgência da Reforma Política, iniciativa da CNBB e da Ordem dos Advogados
do Brasil que deu origem à Coalizão Democrática pela Reforma Política e
Eleições Limpas, apoiada por quase cem entidades e por 170 parlamentares. O
projeto buscar efetivar a democracia participativa, por meio de melhor representação e evitar a desigualdade na disputa eleitoral, que acontece atualmente
por conta do financiamento de campanhas por empresas.
Outras preocupações abordadas na mensagem “Pensando o Brasil” dizem respeito ao desenvolvimento econômico, à sustentabilidade social e ao
direito de a livre manifestação. Três princípios de orientação do pensamento
e de ações foram apresentados: o respeito ao ser humano; a equidade, com
partilha justa e imparcial de bens, recursos e oportunidades; e o bem-estar das
sociedades contemporâneas e futuras. O texto ainda chama atenção para os discursos e práticas que privilegiem aspectos econômicos e que geram exclusão.
A publicação pode ser adquirida pelo telefone (61) 2193-3019, no site www.
edicoescnbb.com.br ou por e-mail [email protected].
Fonte: CNBB
Julho - 2014
O SERVO
Igreja
Que tipo de semente sai do nosso coração e da nossa boca?
No Angelus, o Papa comenta a parábola do semeador; lança
um apelo pela paz; recorda o "Domingo do Mar" e cumprimenta os
Camilianos
Por Redacao
ROMA, 13 de Julho de 2014 (Zenit.org)
Apresentamos as palavras do Papa Francisco pronunciadas
no domingo, 13 de julho, diante dos fiéis reunidos na Praça de São
Pedro para rezar a oração mariana do Angelus.
Irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho deste domingo (Mt 13,1-23) nos mostra que
Jesus prega na margem do lago da Galiléia, e por que uma grande
multidão estava em volta dele, ele vai para um barco, afastando-se um
pouco da costa e prega por lá. Quando fala ao povo, Jesus utiliza muitas parábolas: uma linguagem compreensível a todos, com imagens
da natureza e de situações da vida cotidiana.
A primeira é uma introdução a todas as parábolas: do semeador que sem poupar lança a sua semente em qualquer tipo de terreno. E o verdadeiro protagonista desta parábola é a própria semente,
que produz mais ou menos frutos, dependendo do terreno em que
caiu. Os três primeiros terrenos são improdutivos: no caminho a semente é comida por pássaros; no terreno rochoso os rebentos secam
rapidamente porque não têm raízes; entre os espinhos a semente é
sufocada pelos espinhos. O quarto terreno é a terra boa, e só ali, a
semente se enraíza e produz frutos.
Neste caso, Jesus não se limitou a apresentar a parábola,
Ele também explicou aos seus discípulos. A semente que caiu no
caminho representa os que ouvem a proclamação do Reino de Deus,
mas não o acolhem; assim vem o Maligno e leva-o embora. O Maligno, de fato, não quer que a semente do Evangelho brote nos corações dos homens. Esta é a primeira comparação. A segunda é a
semente que caiu nas pedras: são as pessoas que ouvem a palavra
de Deus e a acolhem imediatamente, mas superficialmente, porque
não têm raízes e são inconstantes; e quando chegam as provações e
tribulações, essas pessoas se abatem imediatamente. O terceiro caso
é o das sementes que caíram entre os espinhos: Jesus explica que se
refere às pessoas que ouvem a palavra, mas, por causa das preocupações mundanas e da sedução da riqueza, permanecem abafadas.
Por fim, a semente que caiu em solo fértil representa aqueles que
escutam a palavra, a acolhem e guardam, e essa dá frutos. O modelo
perfeito desta terra boa é a Virgem Maria.
Esta parábola fala a cada um de nós hoje, como falava aos
ouvintes de Jesus há dois mil anos. Nos lembra que somos o terreno
onde o Senhor incansavelmente lança a semente da Sua Palavra e
do Seu amor. Com que disposição a acolhemos? E perguntemo-nos:
como está o nosso coração? A qual terreno se parece: com o da beira
do caminho, uma pedreira, um arbusto? Depende de nós nos tornar terra boa sem espinhos nem pedras, mas arado e cultivado com
carinho, para que possa produzir bons frutos para nós e para nossos
irmãos.
E nos fará bem não esquecer que também nós somos semeadores. Deus semeia a boa semente, e também aqui podemos
nos perguntar: que tipo de semente sai do nosso coração e da nossa
boca? As nossas palavras podem fazer tão bem, mas também tão
mal; podem curar e podem ferir; podem encorajar e podem deprimir.
Lembrem-se: o que conta não é o que entra, mas o que sai da boca e
do coração.
Que Nossa Senhora nos ensine, com o seu exemplo, a acolher a Palavra, protegê-la e fazê-la fecundar em nós e nos outros.
Dirijo a todos vós um premente apelo para que continueis
a rezar com insistência pela paz na Terra Santa, à luz dos trágicos
acontecimentos dos últimos dias. Ainda tenho na memória a viva re-
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cordação do encontro do passado
8 de Junho, com o Patriarca Bartolomeu, o Presidente Peres e o
Presidente Abbas, com os quais
invocamos o dom da paz e escutamos a chamada para quebrar o
ciclo do ódio e da violência. Alguns
poderiam pensar que esse encontro realizou-se em vão. Mas não!
Porque a oração nos ajuda a não
nos deixarmos vencer pelo mal,
nem a resignar-nos que a violência
e o ódio levem a melhor contra o
diálogo e a reconciliação. Exorto
as partes interessadas e todos
aqueles que têm responsabilidades políticas a nível local e internacional, para não poupar a oração e algum esforço para pôr fim a todas
as hostilidades e alcançar a paz desejada para o bem de todos. E
convido-vos a todos vós para vos unirdes na oração. Em silêncio, todos, rezemos. Agora, Senhor, ajuda-nos Tu! Dá-nos Tu a paz, ensinanos Tu a paz, guia-nos Tu rumo à paz. Abre os nossos olhos e os
nossos corações e dá-nos a coragem de dizer: "nunca mais a guerra";
"com a guerra tudo se destrói!" Dá-nos a coragem de realizar gestos
concretos para construir a paz ... Faz-nos dispostos a ouvir o grito dos
nossos cidadãos que nos pedem para transformar as nossas armas
em instrumentos de paz, os nossos medos em confiança e as nossas
tensões em perdão. Amém.
Caros irmãos e irmãs, hoje celebra-se o “Domingo do Mar”.
Dirijo o meu pensamento aos marítimos, aos pescadores e às suas
famílias. Exorto as comunidades cristãs, especialmente as costeiras, para que sejam atentas e sensíveis para com eles. Convido os
capelães e voluntários do Apostolado do Mar para continuarem o seu
empenho no cuidado pastoral destes nossos irmãos e irmãs. A todos,
mas de modo especial àqueles que se encontram em dificuldades e
longe de casa, confio à materna proteção de Maria, Estrela do Mar.
Uno-me em oração aos Pastores e fiéis que participam da
peregrinação da Família da Rádio Maria em Jasna Gora, Czestochowa, agradecendo-lhes pelas orações e abençoando-os de coração. Saúdo afetuosamente a todos os filhos e filhas espirituais de São
Camilo de Lellis, que amanhã marca os 400 anos da sua morte. Convido a Família Camiliana, no auge deste ano jubilar, a ser um sinal do
Senhor Jesus que, como bom samaritano, se inclina sobre as feridas
do corpo e do espírito da humanidade sofredora, derramando sobre
elas o óleo da consolação e o vinho da esperança. A todos os presentes na Praça de São Pedro, bem como aos profissionais da saúde que
trabalham nos hospitais e lares de idosos, auguro que cresçam mais e
mais no carisma da caridade, alimentado pelo contato quotidiano com
os doentes. E por favor, não vos esqueçais de rezar por mim, bom
Domingo e bom almoço. Adeus! (Trad.:MEM)
Julho - 2014
O SERVO
Governo de São Paulo institui o Dia da
Aliança de Amor
Por Redação
SãO PAULO, 23 de Junho de 2014 (Zenit.org)
“Fica instituído o Dia da Aliança de Amor, a ser comemorado,
anualmente, em 18 de outubro, no Estado de São Paulo.” Assim publica o texto da Lei nº 15.462, assinada pelo Governador Geraldo Alckmin, no Diário Oficial do Estado, 20 de junho.
Com isso, a Aliança de Amor, ato de fundação da Obra Internacional de Schoenstatt, é reconhecida em seu alto significado para
a cultura paulista, pois reza a constituição estadual, em sua emenda
4094: “A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de fatos
relevantes para a cultura estadual.” E justifica: “Um povo indiferente e
ignorante quanto à compreensão de suas raízes culturais pouco pode
pretender em termos de um desenvolvimento global harmônico e integrado."
A deputada estadual Rita Passos, em seu projeto de lei, justifica a influência do Movimento Apostólico de Schoenstatt na cultura
paulista por meio de milhares de famílias que recebem a visita da Mãe
e Rainha. A Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt, na qual há
“verdadeiros missionários, numa autêntica campanha de evangelização integrada aos objetivos e projetos de suas dioceses e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB.” Cita ainda a influência
do Santuário de Schoenstatt, em Atibaia/SP, “Centro de peregrinação e
oração é considerado um local sagrado, visitado por milhares de pessoas de todo o país, que vêm agradecer, pedir graças ou simplesmente
conhecer, pois se trata de um lugar onde é bom estar.”
A votação favorável dos demais deputados e a aprovação
pelo governador são o reconhecimento da verdade apresentada, realmente a influência positiva da Aliança de Amor, que completa cem
anos, se sobressai na cultura paulista. Assim, acrescenta-se oficialmente uma data comemorativa para todo o Estado que contém mais
de 21% da população brasileira, mais de 43,6 milhões de pessoas.
Celebrar essa data é uma grande contribuição para o presente o futuro, pois é celebrar um fato, com suas informações e contribuições,
que influencia a história e a cultura de todo do Brasil.
Possa a Aliança de Amor exercer sempre mais influência em
todo o país, a fim de que nossa cultura seja reconhecida também como
uma cultura da aliança, na qual somos irmanados em busca do bem.
Vale lembrar que em alguns municípios essa data também é celebrada
oficialmente pelos órgãos públicos, como em Londrina/PR, neste ano
de 2014, e a cidade de Confins/MG tem o 18 de outubro como feriado
municipal, devido a influência da Aliança de Amor de Schoenstatt em
sua população local.
* Link da lei promulgada: http://www.legislacao.sp.gov.br/legislacao/
dg280202.nsf/ae9f9e0701e533aa032572e6006cf5fd/3de466b768e31
ad483257cfd0047c00d?OpenDocument
(Texto de Ir. M. Nilza Pereira da Silva)
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Notícias
Realizada em Cajamar a III Caminhada dos
Mártires da Diocese de Jundiaí
Promovida pela Pastoral Fé e Política, com apoio do Fórum das
Pastorais Sociais da Diocese de Jundiaí, foi realizada nesta quarta-feira, 9 de
julho, a “III Caminhada dos Mártires”, no Distrito do Polvilho, de Cajamar, SP.
Padre Daniel dos Santos Rosa, pároco da paróquia Nossa Senhora da Alegria,
recebeu as caravanas de 9 das 11 cidades da diocese, com total participação
das pastorais, movimentos da Igreja e movimentos sociais. Foi servido café da
manhã pelos paroquianos.
A “III Caminhada dos Mártires” diocesana teve como tema “Salvação Teológica é Salvação Ecológica”, e foi desenvolvida com cânticos e orações, com animação da equipe de Canto Litúrgico da paróquia, liderada pelo
padre José Renilton Fontes, vigário paroquial da paróquia São Paulo Apóstolo
de Cajamar e palavras de ordem entoadas pelas mais de 400 pessoas participantes..
Seis sub-temas foram destacados nas paradas da caminhada em
pontos estratégicos do bairro: Política Social, por Reinaldo de Oliveira, da
Pastoral Fé e Política diocesana; Meio Ambiente, por jovens da Comunidade
Paroquial defensores da Ecologia; Saúde, pelo padre Daniel e agentes da Pastoral da Saúde e Conselho Municipal da Saúde; Educação, por professora da
comunidade local; Juventude, por grupo de jovens da paróquia Nossa Senhora
da Alegria, e Campanha da Fraternidade, por Dolaine Coimbra, coordenadora
diocesana da Campanha da Fraternidade.
O sub-tema “Juventude” teve como ponto alto uma dinâmica sobre
a realidade dos jovens nas periferias, sujeitos à violência, drogas e discriminação. “Evangelizar a juventude deve ser ação primordial da Igreja, para que a
atual realidade social seja mudada. A sociedade tem culpa e é preciso reverter
esse quadro através da própria sociedade, com participação da Igreja”, dizia o
texto final.
A “III Caminhada dos Mártires” terminou no Ginásio Esportivo
do Polvilho, onde foi celebrada Missa solene presidida pelo padre Leandro
Megeto, coordenador diocesano da Ação Evangelizadora, representando o bispo diocesano Dom Vicente Costa, concelebrada pelo pároco padre Daniel dos
Santos Rosa, padre José Roberto de Oliveira, da paróquia São Paulo Apóstolo
e padre José Renilton Fontes, vigário paroquial. Participaram os diáconos José
Nicolau Alves (Nossa Senhora da Alegria – Cajamar), Mauro Nunes da Silva
(São Paulo Apóstolo – Cajamar), Eldis Lúcio Beltrão (Nossa Senhora Aparecida – Salto) e José Carlos Pascoal (São Benedito – Salto), além de seminaristas,
ministros e acólitos da comunidade local.
“O tema desta caminhada não deve ser ignorado pelos cristãos. Somos responsáveis pela nossa salvação, mas somos igualmente responsáveis
por cuidar da natureza que Deus criou e nos deu para cuidar”, disse padre
Leandro na homilia. Foi feita dinâmica em homenagem a Nossa Senhora Aparecida, por grupo de adolescentes e jovens da paróquia. Claudio Nascimento,
coordenador diocesano da Pastoral Fé e Política agradeceu o empenho do
pároco e dos agentes de pastoral da paróquia Nossa Senhora da Alegria pela
bela e eficaz acolhida e organização do evento, bem como a participação de
representantes das pastorais e movimentos sociais, movimentos apostólicos e
membros do Legislativo (deputados e vereadores). Após a missa foi servido
lanche comunitário, oferecido pela comunidade paroquial.
Julho - 2014

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