sardinhas em veneza
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sardinhas em veneza
U M JJi A LJh SARDINHAS EM VENEZA Você pode substituir as pombas da Piazza San Marco por uma aula de culinária, por exemplo l Dar um tempo J dos clássicos, porque não? eneza continua sendo um destino hiperlotado e nada indica que algum dia isso vá mudar. Mas é perfeitamente possível ter experiências que fogem do lugar-comum. No meu caso, busquei uma aula de culinária, porque ninguém melhor do que os italianos para ter uma relação quase religiosa com a comida. Seguindo a toada sacra, resolvi me hospedar em um convento, o Camplus Living Redentore, na Ilha da Giudecca. Até porque diárias a 75 euros pareceram não só convidativas mas também divinas. No dia seguinte, parti, às 8h20, para minha aula de culinária, organizada pelo Instituto Venezia, não muito distante da Piazza San Marco. O ponto de encontro foi no histórico Mercado Rialto, que V abastece Veneza há mais de mil anos. Iniciamos pela compra dos ingredientes - no caso, sardinhas. Parecia que o oceano inteiro estava disponível naquelas bancas, mas uma cena que me impressionou bastante foi a destreza com que um vendedor descascava as alcachofras. Próxima parada: Cantina do Mori, que está na ativa desde 1462. A pedida foi spritz e pão com baccalà mantecato, creme de bacalhau batido com manteiga, de comer ajoelhado. Dali nos separamos e combinamos o reencontro às 4 da tarde, na cozinha. Aproveitei o tempo para conhecer o Porte Itália, um ateliê ao norte de Veneza que se dedica a criar texturas e pinturas vintage em móveis usando técnicas do século 18, um primor. Fim de tarde, tomei o rumo do Instituto Venezia, uma escola de italiano que também promove atividades unindo idioma e culinária. Duas mesas, um balcão para manipulação dos alimentos, um fogão ultramoderno e um quadro para exposição da parte teórica compunham o ambiente. Mãos à obra, passamos a preparar nossas sarde in saor, sardinhas fritas cobertas por cebola, vinagre, pinoli e uvas passas. Disse o professor que esse prato foi criado em 1300, quando nem existia geladeira e os ingredientes serviam de conservante natural. Enquanto eu comia as minhas sardinhas, tive certeza de que os hits de Veneza podiam esperar. ROBERTA GONÇALVES é jornalista e agora planeja ira Modena comer no restaurante de Massimo Bottura, o melhor do mundo