junho \253 2009 \253 David Arioch

Transcrição

junho \253 2009 \253 David Arioch
junho « 2009 « David Arioch – Jornalismo Cultural
http://davidarioch.wordpress.com/2009/06/
David Arioch – Jornalismo Cultural
Jornalismo Cultural
Arquivo para junho 2009
Congelando o tempo no âmago da vida
fazer um comentário »
Ninguém escapa da inexorabilidade do tempo, mas o ser humano tem a seu favor a tenaz vivacidade de manter a
jovialidade espiritual
Mitológica Fonte da Juventude, do pintor alemão Lucas Cranach (Crédito:
Divulgação)
Quando se fala de velhice, os mais jovens ficam despreocupados, pois ainda estão desfrutando dos prazeres propiciados
pela jovialidade. Já quem tem idade avançada começa a se preocupar com os traços do tempo que cada vez mais afeta o
perfil estético. A consequência é que muitas pessoas passam a encarar a vida com uma visão pessimista envolta por
piedade, medo e constrangimento; uma nebulosidade que começa a transcender.
Enquanto alguns acreditam que a temporalidade é um grande inimigo para quem não quer envelhecer, outros preferem
aceitá-la, pois acreditam que é uma forma de encarar a vida de forma saudável. Tais pessoas creêm que ninguém deve
preocupar-se, sequer com o tempo, pois isso pode impedi-lo de aproveitar a vida.
Um exemplo de quem optou por viver sem grandes preocupações é o escritor belorizontino João de Freitas, 50, que
escreveu o livro “A fonte da juventude” que traça um paralelo entre tempo, idade e saúde. “Nunca fiquei pensando que
daqui a tantas décadas vou estar velhinho. Procuro agir da forma que acho mais adequada para minhas energias não se
esgotarem rápido”, diz.
1 de 15
10/10/2010 20:00
junho « 2009 « David Arioch – Jornalismo Cultural
http://davidarioch.wordpress.com/2009/06/
João de Freitas: "Nunca fiquei pensando que
daqui a tantas décadas vou estar velhinho"
(Crédito: Divulgação)
A fonte da juventude tem origem mitológica e explica que Júpiter, o deus dos deuses, transformou a ninfa Juventa em
uma fonte cuja água devolvia a mocidade, de onde surgiu a palavra juventude. Mas Júpiter escondeu a fonte, e ninguém
sabia onde a encontrar. Isso mostra que alguns mitos representam o sonho da humanidade de “driblar” um de seus
maiores receios e ter controle sobre o que lhe fora imposto como fator da natureza.
Muitas pessoas já devem ter assistido algum filme ou lido algum livro que mostra uma mística fonte em que qualquer
pessoa que beber daquela água vai ter a oportunidade de retardar o envelhecimento e assim manter-se jovem para
sempre. Pois é, essa fonte ao certo a maioria não sabe se existe ou onde pode ser encontrada, mas especialistas afirmam
que para envelhecer com saúde é preciso boa alimentação e prática regular de atividades físicas. Assim poderão trilhar o
caminho da velhice “de mãos dadas com o tempo”.
Das mudanças físicas trazidas pela inexorabilidade do tempo ninguém escapa, mas o ser humano ainda possui a seu
favor a tenaz vivacidade de manter a jovialidade espiritual. “Depois do trabalho chego em casa cansado, tomo banho e
logo em seguida me sinto como se tivesse 50 anos, isso porque mantenho uma vida ativa, o trabalho faz com que eu me
sinta assim”, explica o empreiteiro João Mariano, 80.
A temporalidade que pode fazer do homem jovem de hoje um ancião no futuro é o triunfo de quem consegue enxergar o
lado positivo com o avanço da idade. “O indivíduo vai ganhando mais sabedoria. O conhecimento é o que podemos
acumular de bom com o tempo. Se eu soubesse desde a infância tudo que sei hoje, poderia estar em posição muito mais
vantajosa”, conta Freitas.
Em contraponto, o tempo traz a finitude, um dos grandes medos da humanidade, fazendo com que porventura cada um
se agarre em explicações que para si pareçam as mais “plausíveis”. “Diante da certeza da morte, uns pensam em
ressurreição, outros em reencarnação, e ainda há aqueles que acreditam na sobrevida à morte, cada idéia visa amenizar
a grande certeza que temos, que um dia morreremos”, frisa o escritor.
O médico e escritor norte-americano Peter kelder fez um estudo sobre o assunto e lançou um livro em 1939, chamado
“A fonte da juventude” em que os princípios básicos para se envelhecer com saúde estão em rituais milenares tibetanos
que mantém o corpo em harmonia por meio de sete vórtices que estão localizados no corpo humano, assim retardando o
envelhecimento. Além disso, o autor explica que a boa alimentação por meio de alimentos naturais, e pouco variados, é
de suma importância para se alcançar a longevidade.
Bons hábitos alimentares devem estar positivamente adequados ao organismo do indivíduo. É imprescindível para evitar
problemas que surgem com o tempo. Apesar do empreiteiro de 80 anos nunca ter lido o livro de Peter kelder ou ter
recebido recomendação médica, revela que come pouca carne vermelha, pois prefere carne branca como frango ou
peixe, e evita ingerir refrigerantes, doces, enlatados e conservas.
2 de 15
10/10/2010 20:00
junho « 2009 « David Arioch – Jornalismo Cultural
http://davidarioch.wordpress.com/2009/06/
Os cuidados com a saúde, envolvendo atividades físicas e alimentação, além da busca da paz espiritual, são algumas das
formas encontradas pelo ser humano que tem o desejo de prolongar a vida em substituição da mitológica fonte da
juventude que por enquanto ninguém sabe onde Júpiter escondeu, nem mesmo os cientistas. Mas para se chegar a
terceira idade arraigado no âmago da vida basta cada um buscar a sua própria “fonte da juventude”, afastando-se dos
preceitos determinados pela crescente cultura do comodismo que leva somente à displicência.
Escrito por David
junho 30, 2009 em 2:59 pm
Publicado em Brasil, Cultura
Etiquetado com Belo Horizonte, BH, finitude, Fonte da Juventude, Júpiter, João de Freitas, João Mariano, Juventa,
mitológica, Mitologia Romana, Peter kelder, tempo, Terceira Idade, Velhice
Música concebida pela vã temporalidade
fazer um comentário »
A composição é um processo de construção e desconstrução temporal em que os autores se desdobram para fazer
emergir laconicamente uma obra dialética
Para compor uma obra musical genial é preciso mais que
inspiração (Crédito: Divulgação)
Não é de hoje que a música é considerada a arte que se desenvolve tendo o tempo como base de sustentáculo, o alicerce
que delimita as congruências. Mas para pensar sobre a questão temporal deve-se levar em conta a concepção genuína da
música. Uma obra originalmente concebida não é resultado da mera inspiração; pensar dessa forma significa
3 de 15
10/10/2010 20:00
junho « 2009 « David Arioch – Jornalismo Cultural
http://davidarioch.wordpress.com/2009/06/
distanciar-se da verdadeira concepção em relação a composição de uma música.
”Ninguém conseguiria produzir uma obra musical nas proporções de uma sinfonia de Beethoven, uma cantata de Bach,
ou até mesmo um pequeno prelúdio de Chopin, somente com inspiração”, explica Rael Gimenes, professor de música da
Universidade Estadual de Maringá (UEM). A composição musical vai muito além do indivíduo simplesmente ater-se ao
instrumento e explorar os anseios determinados pelas suas influências, pois dessa forma não estará realmente
concebendo algo determinante para o meio.
Para o professor de música, a composição musical é resultado de um processo de discussão técnica e histórica. Uma
tentativa de resolução de problemas que são gerados a partir da confrontação técnica e teórica com as crenças que cada
sociedade possui sobre conceitos chaves como tempo, altura, duração, funcionamento da percepção, desenvolvimento
físico-acústico dos instrumentos, entre outros tantos. Esses elementos servem para ilustrar o quanto pode ser complexa a
construção musical temporalmente concebida. É um processo que envolve uma série de fatores, não somente o prazer
de tocar um instrumento ou explorar o sincretismo construído num espaço variável de gostos musicais.
Neste momento, você pode estar se perguntando: qual a relação da fiel conceituação musical com o tempo? É
justamente isso que determina a originalidade de uma composição, pois quando o indivíduo tem capacidade de
compreender a temporalidade, ele deixa de ser um mero “repetidor de modelos” e começa a inserir novos elementos que
depois poderão derrubar paradigmas. Além, claro, de prescrever musicalmente as determinações do processo histórico
no qual a obra foi concebida.
O tempo cíclico marcou a história do tempo, ainda mais porque surgiu num contexto em que o relógio ainda não havia
se desenvolvido, apesar de existir formas arcaicas de marcação temporal. “O tempo cíclico é medido pelos ciclos
naturais, como: cheias dos rios, a sucessão do dia e da noite, as estações do ano, e quaisquer sinais da natureza que
fossem importantes para auxiliar na sobrevivência dos indivíduos”, diz Gimenes.
A música ocidental no período que envolve o início da era cristã até o século XII ficou musicalmente conhecida em
função do surgimento do canto gregoriano, caracterizado pela monodia (uníssono – única voz), o que significa que não
possui nenhuma forma de divisão temporal baseada em pulso ou métrica. Resume-se a um corpo de cantores que
cantam uma música no mesmo espaço temporal; período em que surge então a organização métrica-musical.
“Baseava-se no ritmo da fala. Cantava-se da mesma forma que se lia”, conta o professor de música que diz acreditar
que dessa forma percebia-se a influência que a maneira de pensar o tempo tinha, em relação com a organização do
tempo na música.
Professor Rael Gimenes: "Cantava-se da
mesma forma que se lia". (Crédito:
Divulgação)
A maior diferença musical determinada pelo tempo pode ser percebida se for levado em conta o canto gregoriano e
compará-lo com outros diversos tipos de música. Enquanto a monodia não delimita uma estrutura que faz com que o
sujeito perceba o final da música, em outros estilos a captação é mais simples, devido aos pulsos regulares, que faz com
que facilmente identifiquemos o refrão e o final da música. “Nesse contexto a música surge em ciclos que não possuem
4 de 15
10/10/2010 20:00
junho « 2009 « David Arioch – Jornalismo Cultural
http://davidarioch.wordpress.com/2009/06/
inícios como os fenômenos da natureza que serviram de base para essa forma de pensar o mundo”, revela.
Depois surge o período polifônico, em que a música deixa de ser pensada como um elemento determinado por um
instrumento para se tornar o principal resultado da junção de diversos instrumentos, além da presente vocalização.
Dessa forma, surge uma sincronia de fluxo temporal. De acordo com Gimenes, o tempo foi subdividido em pequenas
fatias de durações iguais.
É importante salientar que após tais fatos houve o desenvolvimento do relógio mecânico. Segundo Gimenes, o relógio
mecânico surgiu por volta do ano de 1300 e se popularizou na Europa por volta do ano de 1450. O relógio é a
materialização da resolução de um problema filosófico que estava em discussão desde o século XI com o início do
desenvolvimento da polifonia. O tempo inserido nesse contexto é a seqüência de eventos que na música é determinada
pela linearidade. É a idéia de previsibilidade em que a música surge em decorrência direta dessa forma de pensar o
tempo.
Rael Gimenes frisa que é uma sucessão de “agoras” que pode ser prevista por equações em que a música independe de
qualquer fator. É desenvolvida dentro dos mesmos critérios que arraigadamente envolvem compositores do final da
Renascença até o fim do século XIX. Dentre eles: Bach, Mozart, Haendel, Beethoven, Haydn, Chopin, Liszt, Wagner,
Brahms, Schubert e Schummann.
A música inserida neste contexto é um processo de construção e desconstrução temporal, em que os compositores se
desdobram (dentro da sua gama de elementos pertinentes) para fazer emergir laconicamente uma obra dialética. Original
e arbitrária, uma composição genial ultrapassa a inspiração e envolve muitas prescrições de fatores socioculturais,
fazendo da música não somente mero resultado que possui em outra composição um exponencial. A obra inigualável e
única traz a tona uma ruptura de paradigmas que harmoniosamente são determinados pela vã temporalidade.
Escrito por David
junho 30, 2009 em 2:13 pm
Publicado em Artes, Cultura, História
Etiquetado com Bach, beethoven, Brahms, canto gregoriano, Chopin, composição, compositor, Haendel, Haydn, Liszt,
métrica, Música, Músico, monodia, Mozart, polifônico, pulso, Rael Gimenes, relógio, Século XII, Schubert, Schumann,
tempo, tempo cíclico, temporal, temporalidade, UEM, Universidade Estadual de Maringá, Wagner
2006: tremor de terra no Jardim Simara
fazer um comentário »
Fenômeno foi percebido por cerca de cem moradores de dois edifícios
5 de 15
10/10/2010 20:00
junho « 2009 « David Arioch – Jornalismo Cultural
http://davidarioch.wordpress.com/2009/06/
Catuay (em destaque) e Guarapari, prédios atingidos pelo tremor de terra
(Crédito: David Arioch)
Em 2006, um tremor de terra com duração de um minuto assustou cerca de 100 moradores de dois edifícios residenciais
no Jardim Simara. Felizmente, ninguém se feriu e também não houve danos materiais, mas a experiência dificilmente
será esquecida.
O tremor de terra aconteceu por volta das 23h30 do dia 11 de novembro, um domingo, quando muitos dos moradores do
Edifício Guarapari e Edifício Catuay já estavam dormindo. A responsável pela portaria do Guarapari, Simone Maria
Silva, lembra que o fenômeno surgiu de modo repentino. “Foi tudo muito rápido. Quase todo mundo se assustou, parecia
um terremoto. Alguns até pensaram que o prédio ia cair, inclusive acharam que fosse um problema na estrutura do
edifício”, frisa.
Quem estava no térreo durante o acontecido não percebeu nada de diferente. Só ficou sabendo do tremor de terra na
manhã de segunda-feira. Já no Edifício Catuay, situado em um ponto mais elevado, o tremor foi mais intenso, percebido
por todos os moradores, desde o térreo até o último andar.
“Quem estava aqui sabe como foi assustador. Na hora tinha pelo menos 60 pessoas no prédio e todos ficaram
horrorizados. Nunca aconteceu nada semelhante, nem de longe, pelo que sabemos”, declara a porteira Nilce Linberger.
Quem estava dormindo acordou assustado ao sentir a cama vibrando e se movendo.
De acordo com a Defesa Civil de Paranavaí, o tremor de terra que durou 60 segundos não feriu ninguém e nem mesmo
resultou em qualquer dano material. “Fomos até lá e concluímos que tudo estava em perfeito estado. Não houve sequer
uma pequena rachadura. É algo surpreendente”, assinala o sargento Marco Antônio, do Corpo de Bombeiros.
Contudo, para os moradores a experiência vai ficar para sempre na memória. “Ninguém vai conseguir esquecer isso. O
medo foi tão grande que muita gente correu até o térreo só de pijama. Fiquei assustada porque pensei que coisas assim
não acontecessem no Brasil. Estamos acostumados a encarar isso só pela TV”, pontua Simone Maria.
A porteira acrescenta que na época os moradores optaram por não relatar o acontecido para outras pessoas, receosos de
não serem levados a sério. “Todo mundo ia pensar que era brincadeira ou invenção”, comenta Nilce. Os dois prédios
situados na Rua Hayato Nakamura foram construídos há 12 anos e dividem o mesmo quarteirão.
Escrito por David
6 de 15
10/10/2010 20:00
junho « 2009 « David Arioch – Jornalismo Cultural
http://davidarioch.wordpress.com/2009/06/
junho 26, 2009 em 7:47 pm
Publicado em História, Paranavaí, Paraná
Etiquetado com 2006, Catuay, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Edifício, fenômeno, Guarapari, Jardim Simara, Nilce
Linberger, novembro, Paranavaí, prédio, Simone Maria, susto, tremor de terra
Um autêntico pioneiro do jornalismo regional
com um comentário
Há mais de 50 anos, Euclides Bogoni registra a história de Paranavaí
Bogoni se tornou jornalista por idealismo (Crédito:
Divulgação)
O jornalismo entrou na vida de Euclides Bogoni há mais de 50 anos. Desde então, o jornalista assumiu a missão de
registrar a história da microrregião de Paranavaí. Motivado por um idealismo surgido na época dos heróis do sertão,
Bogoni foi um poeta que se transformou em jornalista quando arte literária e relato noticioso faziam parte de um mesmo
panorama cultural e informativo.
O catarinense Euclides Bogoni começou a escrever na juventude; se dedicava a produzir poesias a serem publicadas em
livros. De Alto Paraná, onde seu pai tinha uma empresa, decidiu se mudar para Paranavaí. Aqui, Bogoni abriu um
escritório. Assim como outro Euclides (da Cunha), aproveitou o conhecimento literário para narrar, com caráter épico, a
trajetória dos heróis do sertão.
Em 1954, Bogoni foi convidado a ser redator-chefe da “Folha de Paranavaí”, cargo assumido com a missão de escrever
poesias e artigos em que sugeria construções de obras públicas. Segundo o jornalista, a estrutura do jornal era precária;
não havia oficinas e a impressão era feita em outras cidades. “Como eu tinha um escritório, às vezes, datilografava as
matérias lá mesmo. Comecei no jornalismo de modo empírico, por idealismo, sem nenhuma formação específica”,
afirma, em tom reflexivo, Euclides Bogoni.
No ano seguinte, houve uma paralisação tão grande em função das geadas que o jornal para o qual Euclides Bogoni
trabalhava faliu, assim como todos os outros que existiam em Paranavaí e região. Então o jornalista decidiu fundar o
“Diário do Noroeste”, um dos jornais mais antigos do Paraná, até hoje sob direção de Bogoni.
7 de 15
10/10/2010 20:00
junho « 2009 « David Arioch – Jornalismo Cultural
http://davidarioch.wordpress.com/2009/06/
No início, o veículo era composto por dois funcionários e a edição possuía apenas quatro páginas, raramente chegando a
seis. “Não se separava matéria por editorias, os assuntos não eram divididos nas páginas. A única diferença de destaque
era o tratamento com a manchete”, lembra.
Atualmente, o padrão mínimo do jornal regional é de dezesseis páginas, chegando a 28 graças ao advento da impressora
rotativa. “Algo bem diferente da época em que sofríamos com a impressora manual. Além disso, só tínhamos acesso as
informações de outras cidades e estados por meio do teletipo e de sinais via rádio”, frisa.
Jornalista fundou o "Diário do Noroeste" em 1955
(Crédito: Divulgação)
Atualmente, com quase 55 anos de carreira profissional, Euclides Bogoni, mesmo não tendo cursado jornalismo,
defende a obrigatoriedade do diploma. Segundo o jornalista, a formação acadêmica possibilita maior agregação de
cultura e impõe ao profissional o respeito a ética. “Muitos que não fizeram faculdade têm facilidade em exercer a
profissão, mas a situação é muito melhor quando a pessoa tem o diploma”, pondera. Se não fosse jornalista,
provavelmente Euclides Bogoni seria advogado ou professor. “Na minha família, todos os meus irmãos lecionam”,
justifica sorrindo.
O jornalista lembra que ingressou no meio impresso em função da aptidão literária, no entanto quando se restringiu ao
relato noticioso parou de escrever poesias. “Com o tempo, a inspiração desapareceu. Jornalismo é uma área que requer
dedicação e promove um grande desgaste intelectual”, completa.
“Jornal regional não sobrevive sem o poder público”
O jornalista Euclides Bogoni, proprietário do jornal “Diário do Noroeste”, admite que nenhum meio de comunicação
regional sobrevive sem a participação financeira do poder público. “Os jornais publicam 80% de informações que não
são pagas, então é justo recebermos para divulgar informações oficiais da prefeitura, por exemplo”, avalia.
O gerenciamento da comunidade se respalda nas ações da prefeitura, câmara municipal e poder judiciário, segundo o
jornalista. São três poderes que precisam criar uma ponte de comunicação com a população. “O jornal é o mecanismo
usado para a população se informar sobre o que está acontecendo nesse meio”, frisa.
Euclides Bogoni se queixa que durante as eleições o “Diário do Noroeste” é falsamente acusado de favorecer
determinados candidatos. “Pode acontecer de algum candidato ser noticiado mais vezes em função de ter melhores
condições culturais e políticas. Porém, nunca deixamos de dar espaço a ninguém. Na realidade, acolhemos quem nos
procura”, assinala.
“Não existe jornal que não receba pressão”
Sobre a importância da ética, o jornalista Euclides Bogoni enfatiza que é de suma importância para a boa condução do
jornalismo. “Sempre precisamos ter compromisso com a verdade. Entretanto, sabemos que a concorrência faz com que
jornalistas de caráter duvidoso ajam em desacordo a tudo isso. Se entregar ao sensacionalismo sempre promove erros
graves”, avalia Bogoni. Se um veículo publica uma informação errada, o único jeito de amenizar a situação é usar o
8 de 15
10/10/2010 20:00
junho « 2009 « David Arioch – Jornalismo Cultural
http://davidarioch.wordpress.com/2009/06/
mesmo espaço para fazer a correção, segundo o jornalista.
Bogoni vê com bons olhos a liberdade de imprensa na atualidade, se comparada ao período da ditadura militar, contudo
faz uma ressalva. “A censura sempre vai existir, mesmo em menor proporção. Não existe jornal que não receba
pressão”, sentencia. Euclides Bogoni lembra também que no final da década de 1950 grande parcela da população de
Paranavaí era inculta, e isso também dificultava o trabalho dos veículos de comunicação, principalmente porque poucos
entendiam o propósito de um jornal.
Para o jornalista que trabalhou por muito tempo recebendo dados via sinal de rádio, a internet é determinante em ajudar
os jornais regionais na coleta de informações de âmbito estadual e nacional. “Apelamos a internet principalmente
quando a notícia é de grande importância, como alguma manifestação governamental. Tudo está mais fácil porque a
internet trouxe rapidez e instantaneidade”, salienta Euclides Bogoni.
Frases do jornalista Euclides Bogoni
“O jornalismo é uma profissão muito bonita, em que o jornalista tem que se dedicar em tempo integral. O que acaba
gerando um desgaste intelectual muito grande, mas acima de tudo é uma profissão que satisfaz e contribui para o
desenvolvimento social”.
“Quando usávamos impressora plana a impressão começava às 18h e terminava lá pelas duas da manhã. Hoje a nossa
impressora rotativa roda de duas a duas horas e meia por dia. O trabalho é bem rápido”.
Escrito por David
junho 24, 2009 em 8:24 pm
Publicado em Brasil, Cultura, História, Paranavaí, Paraná, Pioneirismo
Etiquetado com Alto Paraná, Bogoni, Diário, Diário do Noroeste, Ditadura, DN, Euclides, Folha de Paranavaí,
Impresso, impressora plana, impressora rotativa, Jornal, Jornalismo, jornalismo regional, Jornalista, Noroeste, Paranavaí,
Paraná, Poesia, Poeta, redator-chefe, Sertão
Do picadinho ao cardápio exótico
com 3 comentários
Bar e Restaurante Toyokawa atravessa gerações e se consolida como um dos pontos mais tradicionais da cidade
9 de 15
10/10/2010 20:00
junho « 2009 « David Arioch – Jornalismo Cultural
http://davidarioch.wordpress.com/2009/06/
Primeiro bar da família Toyokawa
Há 60 anos, quando Paranavaí ainda era distrito de Mandaguari, e o principal meio de transporte eram as charretes, a
família Toyokawa fundou um bar que se tornaria um dos pontos mais tradicionais da cidade.
Em 1949, o Bar São Paulo, que se tornaria Bar e Restaurante Toyokawa, entrou em operação quando veículos de tração
animal eram os únicos aptos a circular pelo solo arenoso de Paranavaí. “Em frente ao estabelecimento, tínhamos um
ponto de charrete. Havia um areião que você nem imagina”, conta o proprietário Kengo Toyokawa.
À época, os moradores da zona rural se satisfaziam em ir até o bar para relaxar após um dia de trabalho. O
estabelecimento era tão atrativo que se tornou um salão de festas. ”Eram realizadas comemorações de nascimento,
casamento e aniversário. Tudo era feito no bar”, frisa o empresário.
Yoneiti e Shitsue Toyokawa, pais de Kengo, preparavam pratinhos com 100, 200 gramas de carne para os convidados se
deliciarem com pequenas fatias de pão. Os fregueses adoravam. A alegria dos moradores do campo era ir até o bar
comer sardinha em lata e carne picadinha, segundo Kengo Toyokawa que ainda acrescenta: “O picadinho foi o pontapé
inicial na tradição do bar e restaurante familiar”.
No início, bar já era familiar
Dos oito filhos do casal, Paulo Toyokawa resolveu dar continuidade ao legado, inclusive incluiu novas iguarias no
cardápio. Mas, em 1990, resolveu deixar o bar. Kengo, que morava em São Paulo, retornou a cidade e assumiu o
negócio. “Eu estava cansado de mexer com tanta papelada numa seguradora. A gente fazia relatórios manualmente, não
tinha computador”, conta.
Alguns anos depois de Kengo tomar a frente do estabelecimento o cardápio que contava com 10 iguarias teve um
aumento de 500%. “Aumentei para 50 aperitivos. Sempre fiz triagem para o pessoal não enjoar”, afirma. Atento ao
gosto da clientela, se três fregueses não gostam de algo no menu, o empresário o descarta.
Atualmente o Bar do Kengo é conhecido pelo cardápio exótico, a oferta de iguarias dificilmente encontradas em outros
lugares, como jacaré, coelho e rã frita. “Antes, eu servia testículos de peru. Alguns diziam que peru nem tinha testículo.
Então eu ia lá no fundo pegar o testículo para mostrar a eles”, conta, às gargalhadas, Kengo.
A surpresa com o aperitivo se deve ao fato de apenas dois estabelecimentos o receberem na época. “Fizeram uma
pesquisa sobre isso. Só havia um fornecedor de testículos de peru no Brasil. Só eu e outro cara o recebíamos”, declara.
Questionado sobre as lembranças desde que começou a dirigir o bar, Kengo Toyokawa brinca: “Só lembro que já matei
muita gente de cirrose”.
“Bar do kengo” atrai fregueses de outros países
10 de 15
10/10/2010 20:00
junho « 2009 « David Arioch – Jornalismo Cultural
http://davidarioch.wordpress.com/2009/06/
Mas não são apenas os moradores de Paranavaí que apreciam o ambiente e o cardápio do Bar e Restaurante Toyokawa.
“Tive fregueses da Espanha que elogiaram bastante. Já fui parabenizado por clientes de Lynchburg, Tennessee (EUA),
onde é fabricado o Whisky Jack Daniels”, diz, orgulhoso, Kengo Toyokawa.
O cardápio que reúne mais de 50 pratos atrai até fregueses de São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo Toyokawa, viajantes,
que representam 70% da freguesia do estabelecimento, ficam surpresos com a qualidade do bar. Às vezes, agrada tanto
que surgem convites. “Um freguês falou pra eu montar uma filial onde ele mora. Não penso em abrir franquia, mas
posso vender o know-how”, destaca.
Kengo dá todas dicas, repassa fornecedores e monta a cozinha. “Mas Tem de ser um bar em que a família vai trabalhar.
Nada de contratar pessoas de fora”, assinala. Também é necessário que a cidade tenha pelo menos 70 mil habitantes,
porque os produtos precisam ser comprados em grande quantidade. “Busco peixe lá perto de Floraí e o fornecedor não
me vende menos de 70 kg de pacu”, exemplifica o empresário.
De acordo com Kengo, o atendimento precisa oferecer um diferencial. “Não vou dizer que aqui é tudo 100%, existem
algumas falhas, mas fazemos tudo que está ao nosso alcance”, avalia o empresário que já conquistou o paladar de
Maguila, Ari Toledo, Ricardo Chab e muitos outros.
Kengo enfrentou problemas no antigo ponto
Para o empresário Kengo Toyokawa, não há ponto melhor para o Bar e Restaurante Toyokawa do que o atual. Segundo
ele, o antigo era bastante movimentado, cerca de 150 pessoas passavam pelo bar a cada noite, mas com a grande
movimentação surgiram também os problemas.
“O cara ocupava determinada mesa e quando íamos até lá, ele estava quase na metade da outra esquina. Saía sem
pagar”, lamenta Kengo. Havia 40 meses no bar e a situação era difícil porque o controle da freguesia era feito
manualmente.
Nessa época, o estabelecimento ficou conhecido como “bar de homens”, porque era mais freqüentado pela classe
masculina. “Aqui já houve uma mudança bem gostosa. A freguesia é formada por famílias e universitários; gente bonita,
no geral”, relata.
O Bar e Restaurante Toyokawa está no mesmo ponto desde 2000 e todos os méritos são do proprietário. “Aprendi a
preparar muitos pratos asiáticos. Além disso, sempre vou onde estão ensinando pratos exóticos, adoro aprender, não
importa a distância”, reitera Kengo que mantém uma ala vip no estabelecimento. A área é destinada a confraternizações
e também pessoas que preferem privacidade.
Curiosidade
O empresário Kengo Toyokawa já vendeu 350 caixas de cerveja por mês, uma marca que lhe rendeu uma viagem, como
gratificação do distribuidor, a Copa do Mundo de 1998, na França.
Escrito por David
junho 17, 2009 em 5:23 pm
Publicado em Cultura, História, Paranavaí, Paraná, Pioneirismo
Etiquetado com Paranavaí, São Paulo, Rio de Janeiro, Toyokawa, Nipônico, Nipônica, Japão, Japonês, japonesa,
japoneses, Kengo, Bar do Kengo, Bar Toyokawa, Bar e Restaurante Toyokawa, Picadinho, Carne, Sardinha, 1949,
Yoneiti, Shitsue, Paulo Toyokawa, aperitivo, iguaria, jacaré, coelho, rã frita, testículos de peru, Jack Daniels, Copa do
Mundo, Lynchburg, 70 mil, Maguila, Ricardo Chab, Ari Toledo
O empacotador que virou ícone do rádio
com um comentário
11 de 15
10/10/2010 20:00
junho « 2009 « David Arioch – Jornalismo Cultural
http://davidarioch.wordpress.com/2009/06/
Armando Trindade Fonseca se apaixonou pelo rádio na mocidade; um casamento que duraria 47 anos
Armando Trindade marcou a história do rádio em Paranavaí
No limiar da adolescência, Armando Trindade Fonseca descobriu o amor pelo rádio. De discotecário migrou para
sonoplasta, apresentador de programas de auditório e, então, jornalista esportivo e investigativo: a grande paixão do
homem que dedicou 47 anos a cultura radiofônica. Apenas a morte, em 2005, conseguiu interromper a trajetória do
radialista que parecia carregar o coração no topo do microfone.
A história de Armando Trindade Fonseca com o rádio começou há mais de cinqüenta anos, quando sua mãe era
faxineira da Rádio Paranavaí. “Era julho de 1957, e eu tinha perdido o emprego como empacotador. Minha sorte foi que
me convidaram para ser discotecário. Pouco tempo depois, me tornei sonoplasta. Era um trabalho difícil. Eu tinha 14
anos e precisava ficar atento ao locutor o tempo todo”, relatou Fonseca emocionado.
Em três meses, Armando Trindade se tornou referência em sonoplastia. A facilidade em aprender e o amor precoce pela
profissão o estimulava a chegar às 5h30 na Rádio Paranavaí. “Saia de lá só meia-noite. Isso porque exigiam pouco de
mim. Mas curioso como eu era, quis aprender tudo, principalmente a trabalhar com programa de auditório. Ainda assim,
continuava na discoteca e na sonoplastia, meu forte”, afirmou.
A primeira oportunidade de entrar no ar surgiu pouco tempo depois, em uma segunda-feira. Encarregado da sonoplastia
de uma peça teatral radiofônica do autor Jackson Frazzoni, Fonseca foi convocado a substituir um ator que, na última
hora, desistiu de participar. “O rapaz ficou com medo porque o papel dele era de uma bichinha. Então me chamaram e
eu aceitei. Depois que acabou a peça começaram a me chamar de bichinha”, lembrou, às gargalhadas, Armando
Trindade.
Em 1962, Fonseca foi chamado para substituir o apresentador Neideval de Oliveira Guimarães que comandava um
programa infantil. “Fiz isso durante 12 anos; sempre me espelhando em outros programas, como do César Alencar, da
Rádio Nacional. Na época, eu gostava mais de trabalhar com as crianças. Com o tempo, adquiri gosto pelas notícias,
independente do tema ou do assunto”, assinalou.
Armando, que acompanhava a transmissão das rádios de São Paulo e do Rio de Janeiro, sempre ouvia reportagens
policiais, no entanto tinha receio de trilhar tal caminho. “Um dia, em 1963, decidi pegar o gravador e fui atrás da notícia.
Gostei do negócio, tanto que de 10 minutos para reportagens locais, aumentamos para 15. Com o tempo, consegui 25
minutos em produção local, deixando só 15 para notícias estaduais e nacionais. Virou um radiojornal diário, de segunda
à sábado”, pontuou Trindade Fonseca.
12 de 15
10/10/2010 20:00
junho « 2009 « David Arioch – Jornalismo Cultural
http://davidarioch.wordpress.com/2009/06/
Fonseca entrevistando o atual senador
Álvaro Dias
No auge da profissão, o radialista trabalhava em torno de 14 horas por dia. Não havia horário específico de entrada e
saída na emissora. Segundo Armando Trindade, sempre levantava às 5h e era questionado pela mãe. “Queria saber pra
onde eu ia. Sempre respondia que quando quisesse me encontrar era só ligar na emissora. Comecei, aprendi e me
estabeleci no rádio. É o que faço há 47 anos”, revelou com olhos marejados.
Mesmo com graves problemas renais, no último ano de vida, Armando Trindade Fonseca travava uma luta diária
consigo mesmo para não se distanciar do rádio. Fazia hemodiálise às 4h30, três vezes por semana e, com dedicação e
esforço inigualáveis, procurava notícias, lia jornais e ia para a emissora às 12h, encerrando o expediente às 14h. O
radialista faleceu no dia 12 de julho de 2005, mas marcou para sempre a história do rádio em Paranavaí, com um
exemplo de perseverança tão raro que, hoje em dia, é mais fácil ser encontrado no cinema do que na realidade.
Radialista era ameaçado
Ao longo da vida, o radialista Armando Trindade Fonseca foi ameaçado muitas vezes. Em 1980, Fonseca estava em uma
reunião da Câmara de Vereadores, trabalhando para a Rádio Cultura, quando lhe disseram que havia uma pessoa lá fora,
com um fuzil, o esperando para matá-lo. “Um rapaz da rádio disse que eu estava na Câmara. O indivíduo achou que ele
estava mentindo e chutou a porta, que acabou quebrando. Aí o sujeito passou pela minha casa, mas não havia ninguém,
pois minha mulher estava no hospital porque tinha ganhado bebê”, lembrou o radialista.
Mesmo ciente da situação, Armando Trindade continuou agindo com naturalidade. “Saí na rua de peito aberto. Cheguei
ao trabalho e coloquei a reportagem esportiva no ar. Logo em seguida, o telefone tocou. Quando atendi, era o indivíduo
falando que iria me matar. Falei pra ele que quem quer matar não fala. Vem quietinho, mata e depois vai embora”,
relatou. Depois, o radialista desligou o telefone e nunca mais foi perturbado pelo homem que o ameaçou. “Houve muitas
outras ameaças, de políticos mesmo, mas ninguém me intimidava não”, completou.
Auge das reportagens esportivas
Sem pestanejar, o radialista Armando Trindade Fonseca afirmou que o auge das reportagens esportivas em Paranavaí foi
na década de 1970, quando, segundo ele, a cidade tinha um grande time de futebol e os melhores jogos. “Nessa época, o
Estádio Natal Francisco lotava. Lembro das arquibancadas de madeira como se fosse hoje. Eu corria pra lá e pra cá
naquele sol quente para fazer a cobertura”, frisou Fonseca.
Quando os jogos ocorriam em outras cidades, Armando Trindade sempre se apressava. Ia para Curitiba, Cambará,
Jacarezinho, Santo Antônio da Platina, Londrina, Paranaguá e muitos outros municípios. “Os times do oeste do Paraná
ainda não tinham times. Depois surgiram clubes em Toledo, Cascavel, Pato Branco e Clevelândia. Eu sempre viajava
aos domingos, quando os jogos eram fora. Saía de madrugada e voltava no dia seguinte por volta das quatro, cinco horas
da manhã”, exemplifica. Apesar das dificuldades, as transmissões eram feitas ao vivo, algo muito difícil de ser
13 de 15
10/10/2010 20:00
junho « 2009 « David Arioch – Jornalismo Cultural
http://davidarioch.wordpress.com/2009/06/
concebido porque ainda não existiam as microondas. “Era tudo linha física, o que fazia a transmissão atrasar alguns
segundos, atrapalhando o locutor”, revelou o radialista.
Frases do radialista Armando Trindade Fonseca
“Já fui ameaçado sim, mas quem ameaça não faz. Cão que ladra não morde”.
“Me recordo quando eu ficava atrás da casa brincando, pegava uma latinha e fazia de conta que era o microfone e que
havia um auditório”.
“A gente sempre acha alguém que gosta de trabalhar com rádio. Na Rádio Cultura mesmo sempre teve uns três, quatro
que trabalham porque gostam. Mas é claro que tem aqueles que fazem porque querem aparecer”
“Para alguns o rádio é como se fosse uma obrigação, para outros o motivo são as meninas. Principalmente porque no
rádio dá mulher pra arrebentar. O cara começou a aparecer um pouquinho as mulheres invadem”.
“Programa de auditório era gostoso. Antigamente o público fazia muito barulho. O locutor pedia para fazer silêncio, mas
eles gritavam mesmo assim. Daí havia essa briga, no bom sentido. Eu falava “silêncio” e o público gritava, às vezes
vaiava. Era bem diferente do que eu queria, eles faziam exatamente o contrário, mas mesmo assim era muito agradável”.
“O jornalismo representa muito na minha vida. Tenho três filhas e nenhuma quis seguir o rádio, nem fazer jornalismo.
Eu queria que pelo menos uma delas seguisse isso, mas nem a caçula quis. Ela escolheu fazer educação física, a do meio
preferiu direito e a mais velha optou por biologia”.
CONSIDERAÇÕES
Em 2004, tive a oportunidade de entrevistar o radialista Armando Trindade Fonseca que, mesmo combalido por
problemas de saúde, me relatou toda a sua trajetória em prol da cultura radiofônica local. A entrevista lapidada resultou
no material acima que figura como uma homenagem póstuma.
Escrito por David
junho 16, 2009 em 6:49 pm
Publicado em Cultura, História, Paranavaí, Paraná, Pioneirismo
Etiquetado com Paranavaí, São Paulo, Cascavel, 1957, Rio de Janeiro, Londrina, rádio, radiofônico, radialista,
sonoplastia, discoteca, discotecário, sonoplasta, Armando Trindade, Armando Trindade Fonseca, Rádio Paranavaí,
Jackson Frazzoni, 1962, Neideval de Oliveira Guimarães, Rádio Nacional, César Alencar, Auditório, Programa, 1963,
gravador, microfone, hemodiálise, ameaça, Rádio Cultura, fuzil, Natal Francisco, Curitiba, Cambará, Jacarezinho, Santo
Antônio da Platina, Paranaguá, Pato Branco, Clevelândia, linha física, microonda
Arquivo
14 de 15
outubro 2010
setembro 2010
agosto 2010
julho 2010
junho 2010
maio 2010
abril 2010
março 2010
fevereiro 2010
dezembro 2009
outubro 2009
10/10/2010 20:00
junho « 2009 « David Arioch – Jornalismo Cultural
http://davidarioch.wordpress.com/2009/06/
setembro 2009
agosto 2009
julho 2009
junho 2009
maio 2009
abril 2009
março 2009
fevereiro 2009
Categorias
Agricultura
Artes
Brasil
Carnaval
Cinema
Cultura
Dança
História
Literatura
Música
Paranavaí
Paraná
Pioneirismo
Região
Segunda Guerra Mundial
Turismo
Tópicos Recentes
Histórias de Paranavaí eram publicadas em revista alemã
A confissão de um crime
O homem que quis devolver a noiva
O casal que mentiu para tentar casar na igreja
As caçadas do Frei Estanislau
Últimos Comentários
Parreiras Rodrigues em O homem que quis devolver a noiva
josé roberto balestra em As caçadas do Frei Estanislau
halper insurance em O covarde assassinato de Alcides de Sordi
Parreiras Rodrigues em A opressão na mata
Murilo em A opressão na mata
Blogroll
O Onírico
Visitantes
53,619
Blog no WordPress.com. Tema: Journalist por Lucian E. Marin.
15 de 15
10/10/2010 20:00

Documentos relacionados