OBTENÇÃO DE UM MODELO DE ROTOR FLEXÍVEL
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OBTENÇÃO DE UM MODELO DE ROTOR FLEXÍVEL
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Programa Francisco Eduardo Mourão Saboya de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica ( PGMEC) DIOGO YOSHIKAZU UJIHARA OBTENÇÃO DE UM MODELO DE ROTOR FLEXÍVEL SUSTENTADO POR MANCAIS MAGNÉTICOS ATIVOS ATRAVÉS DO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS Niterói, RJ 2011 DIOGO YOSHIKAZU UJIHARA OBTENÇÃO DE UM MODELO DE ROTOR FLEXÍVEL SUSTENTADO POR MANCAIS MAGNÉTICOS ATIVOS ATRAVÉS DO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Engenharia Mecânica da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Ciências em Engenharia Mecânica. Área de Concentração: Automação e Controle. Orientador: Prof. Dr. JOSÉ ANDRÉS SANTISTEBAN LARREA Niterói 2011 Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Engenharia e Instituto de Computação da UFF DIOGO YOSHIKAZU UJIHARA OBTENÇÃO DE UM MODELO DE ROTOR FLEXÍVEL SUSTENTADO POR MANCAIS MAGNÉTICOS ATIVOS ATRAVÉS DO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Engenharia Mecânica da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Ciências em Engenharia Mecânica. Área de Concentração: Automação e Controle. Aprovada em março de 2011. BANCA EXAMINADORA _________________________________________________ José Andrés Santisteban Larrea, D.Sc. - Orientador Universidade Federal Fluminense _________________________________________________ Roberto Firmento de Noronha, Ph.D Universidade Federal Fluminense _________________________________________________ Antônio Lopes Gama, D.Sc. Universidade Federal Fluminense _________________________________________________ Fernando Augusto de Noronha Castro Pinto, Dr.Ing. Universidade Federal do Rio de Janeiro Niterói 2011 DEDICATÓRIA A Deus, inteligência suprema e causa primária de todas as coisas, pela minha existência. Aos meus guias espirituais, por terem me guiado nos momentos mais decisivos e difíceis de minha vida. AGRADECIMENTOS À minha família, pelo incentivo e pelo apoio financeiro ao longo de toda a duração do mestrado. A todos os alunos e professores da UFF e da UFRJ que contribuíram para a realização deste trabalho. Ao meu orientador, pelo interesse e apoio dedicados a esta dissertação. RESUMO Um protótipo de motor elétrico suportado com mancais magnéticos tem sido operado com relativo sucesso, sendo que o projeto dos seus controladores de posição foi baseado em um modelo de rotor rígido. Até o momento a velocidade de rotação foi baixa, 6000 rpm, mas como se pretende aumentar consideravelmente a mesma, uma modelagem mais acurada se faz necessária. Neste trabalho, será apresentado o procedimento para obter, através do método dos elementos finitos, um modelo mecânico de rotor flexível. Para validar este novo modelo, serão apresentadas simulações computacionais confrontadas com medições experimentais. Palavras-Chave: Dinâmica de Rotores; Método dos Elementos Finitos; Mancais Magnéticos Ativos. ABSTRACT One induction motor whose rotor is supported with active magnetic bearings has been tested with some success. Until now, the displacement controllers were designed considering that a rigid body approach was enough to establish a mechanical model of the rotor. As the maximum speed of operation achieved was 6000 rpm, this was not a drawback. Nevertheless, intending higher speeds, the principal objective of this work is to show the proceeding in order to have an improved mechanical model of the rotor, using as a tool the finite elements method. To validate the improved model, some simulations, related to the vibration modes, are compared with experimental data. Key-Words: Rotor Dynamics; Finite Elements Method; Active Magnetic Bearings. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1.1 – Peças do protótipo._____________________________________________________________ 15 Figura 1.2 - Protótipo montado em bancada. ___________________________________________________ 15 Figura 2.1 - Coordenadas da posição dos mancais magnéticos. ____________________________________ 19 Figura 2.2 - Deformação de uma viga de Timoshenko no plano yz. __________________________________ 23 Figura 2.3 – Referenciais para elemento de disco _______________________________________________ 25 Figura 2.4 – Coordenadas de um ponto B arbitrário dentro do elemento de eixo._______________________ 28 Figura 2.5 – Modelo do mancal _____________________________________________________________ 33 Figura 2.6 – Exemplo de sistema de coordenadas _______________________________________________ 36 Figura 2.7 – Funções Interpoladoras _________________________________________________________ 38 Figura 2.8 – Elemento de viga ______________________________________________________________ 39 Figura 2.9 – Divisão do rotor em nós _________________________________________________________ 49 Figura 2.10 – Montagem das Matrizes Globais _________________________________________________ 50 Figura 2.11 – Diagrama de Campbell ________________________________________________________ 53 Figura 3.1 – Elementos de um Mancal Magnético Ativo __________________________________________ 56 Figura 3.2 – Fluxo magnético e ângulo . _____________________________________________________ 58 Figura 3.3 – Mancal magnético ativo operando em modo diferencial ________________________________ 59 Figura 3.4 - Sistema de realimentação por malha fechada. ________________________________________ 61 Figura 3.5 – Diagrama de blocos do modelo do rotor considerado rígido ____________________________ 63 Figura 3.6 - Diagrama de blocos do modelo do rotor considerado flexível ____________________________ 68 Figura 4.1 – Modelo de viga equivalente ______________________________________________________ 80 Figura 4.2 – Divisão do rotor completo em elementos ____________________________________________ 81 Figura 4.3 – Geometria da discretização do rotor de aço _________________________________________ 83 Figura 4.4 – Fluxograma do algoritmo para cálculo das frequências naturais. ________________________ 85 Figura 4.5 – Primeiro modo de vibração natural ( 587 Hz ) _______________________________________ 88 Figura 4.6 - Segundo modo de vibração natural ( 1108 Hz ) _______________________________________ 89 Figura 4.7 – Diagrama de Campbell do Rotor ( Flexível ) _________________________________________ 89 Figura 4.8 - Diagrama de Campbell do Rotor ( Rígido ) __________________________________________ 90 Figura 4.9 – Diagrama de Campbell ( modelo flexível, rigidez não nula ) _____________________________ 90 Figura 4.10 – Diagrama de Campbell ( modelo rígido, rigidez não nula ) ____________________________ 91 Figura 4.11 – Variação da Freq. Natural versus Rigidez Equivalente (amortecimento e rotação nulos) _____ 91 Figura 4.12 – Variação da Freq. Natural versus Amortecimento Equivalente (rigidez e rotação nulos) _____ 92 Figura 4.13 – Configuração para determinação da frequência natural de uma barra de aço ______________ 94 Figura 4.14 – Esquemático do experimento ____________________________________________________ 95 Figura 4.15 – Resposta em Frequência ( Excitação aplicada na parte de baixo do rotor ) ________________ 95 Figura 4.16 - Resposta em Frequência (Excitação aplicada na parte do meio do rotor ) _________________ 96 Figura 4.17 - Resposta em Frequência (Excitação aplicada na parte de cima do rotor ) _________________ 96 Figura 4.18 – Montagem do experimento para o rotor de alumínio __________________________________ 97 Figura 4.19 – Resposta em Frequência ( Excitação aplicada na parte esquerda ) ______________________ 98 Figura 4.20 – Resposta em Frequência até 1 kHz ( Excitação aplicada na parte do meio ) _______________ 98 Figura 4.21 - Resposta em Frequência até 2 kHz (Excitação aplicada na parte do meio ) ________________ 99 Figura 4.22 - Resposta em Frequência até 1 kHz (Excitação aplicada na parte direita ) _________________ 99 Figura 4.23 - Resposta em Frequência até 2 kHz (Excitação aplicada na parte direita ) ________________ 100 Figura 4.24 – Discretização do rotor de alumínio ______________________________________________ 101 Figura 4.25 – Posição no sistema antigo a 628 rad/s ____________________________________________ 103 Figura 4.26 – Posição no sistema novo a 628 rad/s _____________________________________________ 103 Figura 4.27 – Força no sistema antigo a 628 rad/s _____________________________________________ 104 Figura 4.28 – Força no sistema novo a 628 rad/s ______________________________________________ 104 Figura 4.29 - Posição no sistema antigo a 10048 rad/s __________________________________________ 105 Figura 4.30 - Posição no sistema novo a 10048 rad/s ___________________________________________ 105 Figura 4.31 – Força no sistema antigo a 10048 rad/s ___________________________________________ 106 Figura 4.32 - Força no sistema novo a 10048 rad/s _____________________________________________ 106 LISTA DE TABELAS Tabela 2.1 – Convenção para matrizes elementares ______________________________________________ 48 Tabela 4.1 – Parâmetros para modelagem do rotor ______________________________________________ 82 Tabela 4.2 – Parâmetros para a modelagem do rotor de alumínio _________________________________ 102 SUMÁRIO 1 - INTRODUÇÃO _____________________________________________________________ 13 1.1 1.2 1.3 1.4 –APRESENTAÇÃO ____________________________________________________________ 13 –OBJETIVO DO TRABALHO ____________________________________________________ 14 –DESCRIÇÃO DO PROTÓTIPO___________________________________________________ 14 –SUMÁRIO DA DISSERTAÇÃO ___________________________________________________ 16 2 – MODELAGEM DO ROTOR __________________________________________________ 17 2.1 –INTRODUÇÃO ______________________________________________________________ 17 2.2 – MODELAGEM CONSIDERANDO O ROTOR RÍGIDO _________________________________ 17 2.2.1 – EQUAÇÕES _______________________________________________________________ 18 2.3 – MODELAGEM DE ROTORES FLEXÍVEIS APLICANDO O MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS (MEF) _________________________________________________________________________ 20 2.3.1 – PROCEDIMENTO PARA OBTENÇÃO DA EQUAÇÃO GLOBAL DO SISTEMA PELO MEF. _______ 21 2.3.2 – CÁLCULO DE ENERGIA DOS ELEMENTOS DO ROTOR. _______________________________ 22 2.3.2.1 – Teoria de viga de Timoshenko. _____________________________________________ 22 2.3.2.2 – Energia potencial do elemento de disco. ______________________________________ 24 2.3.2.3 – Energia cinética do elemento de disco. _______________________________________ 24 2.3.2.4 – Energia potencial do elemento de viga. _______________________________________ 26 2.3.2.5 – Energia cinética do elemento de viga. ________________________________________ 31 2.3.2.6 – Trabalho virtual dos mancais. ______________________________________________ 32 2.3.3 – ESTABELECIMENTO DAS MATRIZES DE ELEMENTOS FINITOS. ________________________ 34 2.3.3.1 – Funções Interpoladoras. ___________________________________________________ 35 2.3.3.2 – Formulação das matrizes elementares para o disco. ______________________________ 38 2.3.3.3 – Formulação das matrizes elementares para o eixo. ______________________________ 39 2.3.3.4 – Formulação das matrizes elementares para os mancais. __________________________ 46 2.3.4 – MONTAGEM DA EQUAÇÃO GLOBAL. ___________________________________________ 47 2.3.5 – SOLUÇÃO HOMOGÊNEA DA EQUAÇÃO GLOBAL DO SISTEMA. ________________________ 51 3 – CONTROLE PARA ROTOR SUPORTADO POR MANCAIS MAGNÉTICOS _______ 54 3.1 – INTRODUÇÃO ______________________________________________________________ 54 3.1.1 – MANCAIS MAGNÉTICOS ____________________________________________________ 54 3.2 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DOS MANCAIS MAGNÉTICOS ______________________ 56 3.2.1 – FORÇAS NOS MANCAIS MAGNÉTICOS ATIVOS (MMA) ____________________________ 57 3.3 – TEORIA DE CONTROLE PARA MANCAIS MAGNÉTICOS ____________________________ 60 3.3.1 – CONTROLADOR PARA ROTOR RÍGIDO __________________________________________ 62 3.3.2 – CONTROLADOR PARA ROTOR FLEXÍVEL ________________________________________ 65 3.4 – ANÁLISE DA DINÂMICA DO ROTOR SUPORTADO POR MANCAIS MAGNÉTICOS __________ 70 4 – RESULTADOS _____________________________________________________________ 78 4.1 –INTRODUÇÃO ______________________________________________________________ 78 4.2 – PROBLEMÁTICA DA MODELAGEM DO LAMINADO _________________________________ 79 4.3 – DISCRETIZAÇÃO DO ROTOR EM ELEMENTOS FINITOS _____________________________ 80 4.4 – DESCRIÇÃO DOS ALGORITMOS DESENVOLVIDOS _________________________________ 84 4.5 – RESULTADOS OBTIDOS ATRAVÉS DOS ALGORITMOS ______________________________ 87 4.6 – VALIDAÇÃO DOS RESULTADOS ________________________________________________ 92 4.6.1 – EXPERIMENTO COM UMA BARRA DE AÇO _______________________________________ 93 4.6.2 – OBTENÇÃO EXPERIMENTAL DAS FREQUÊNCIAS NATURAIS DE VIBRAÇÃO DO ROTOR ALVO _ 94 4.6.3 – EXPERIMENTO COM UM ROTOR DE ALUMÍNIO ____________________________________ 97 4.7 – COMPARAÇÃO DO DESEMPENHO DO SISTEMA DE CONTROLE COM OS MODELOS MECÂNICOS RÍGIDO E FLEXÍVEL DO ROTOR __________________________________________ 102 5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS _________________________________________________ 107 6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: _________________________________________ 108 7 - APÊNDICES ______________________________________________________________ 111 7.1 – ALGORITMOS DESENVOLVIDOS ______________________________________________ 112 7.1.1 – LISTA DE VARIÁVEIS DE ENTRADA COMUM AOS ALGORITMOS ______________________ 112 7.1.2 – ENTRADA COMUM A TODOS OS ALGORITMOS ___________________________________ 112 7.1.3 – PARTE COMUM DOS ALGORITMOS DESENVOLVIDOS ______________________________ 114 7.1.4 – ALGORITMO PARA O CONTROLADOR __________________________________________ 122 7.1.5 – ALGORITMO PARA PLOTAGEM DO DIAGRAMA DE CAMPBELL_______________________ 124 7.1.6 – ALGORITMO PARA PLOTAGEM DOS MODOS DE VIBRAÇÃO _________________________ 126 7.1.7 – ALGORITMO PARA PLOTAGEM DA VARIAÇÃO DA FREQUÊNCIA NATURAL VERSUS RIGIDEZ EQUIVALENTE ___________________________________________________________________ 128 7.1.8 – ALGORITMO PARA PLOTAGEM DA VARIAÇÃO DA FREQUÊNCIA NATURAL VERSUS AMORTECIMENTO EQUIVALENTE ____________________________________________________ 130 7.1.9 – ALGORITMO PARA CÁLCULO DAS FREQUÊNCIAS NATURAIS ________________________ 132 7.2 DESENHO DO ROTOR DE ALUMÍNIO ____________________________________________ 134 1 - Introdução 1.1 –Apresentação A tecnologia dos mancais magnéticos tem como característica principal a ausência de atrito e lubrificação, o que permite a obtenção de altíssimas velocidades de rotação. A capcidade de atuar ativamente e mudar os próprios parâmetros durante operação ( mancal ativo ) confere capacidades únicas a este tipo de mancal, por exemplo controlar ativamente o nível de vibração e atuar como sistema capaz de auto diagnóstico ( sistema inteligente ). Isto faz dele atualmente objeto de pesquisas para aplicações na área militar, biomédica, usinagem de alta velocidade, entre outros ( RODRIGUES e SANTISTEBAN, 2006 ). Para rotores suportados por mancais magnéticos que operam com baixas velocidades de rotação, podem-se ignorar os efeitos da flexibilidade e considerar o rotor rígido. As estruturas de controle bem como o modelo mecânico para esse caso são de ordem relativamente pequena. Entretanto, para rotores suportados por mancais magnéticos que operam com altas velocidades de rotação, devem ser considerados alguns fenômenos tais como a flexibilidade o rotor, problemas de vibração, de ressonância, de estabilização, entre outros. O modelo de rotor rígido, neste caso, pode não ser adequado, dependendo da ordem de grandeza dos fenômenos comentados. É neste contexto que surge a necessidade de aprimorar o modelo mecânico do rotor, através de métodos mais complexos como, por exemplo, pelo Método dos Elementos Finitos. Embora a ordem de grandeza do modelo obtido através desta modelagem seja muito maior, sua acurácia também é maior e permite prever de forma mais realista a dinâmica o rotor, especialmente em altas velocidades de rotação, podendo assim melhorar a qualidade do controle de posição do rotor, entre outros benefícios. 14 Na última década, na UFF tem se trabalhado com um protótipo de rotor suportado por mancais magnéticos, cujo objetivo básico é alcançar um nível de desenvolvimento mais próximo “de um produto final”. Para tanto, considerou-se um sistema cujo rotor estivesse disposto na posição horizontal e que fosse mantido em total levitação, requerendo assim o controle sobre cinco graus de liberdade. Pretende-se, com este trabalho, aprimorar o modelo do rotor do protótipo e, com isto, permitir um adequado projeto de sistema de controle de posição para altas velocidades de rotação. 1.2 –Objetivo do trabalho O objetivo deste trabalho consiste em aprimorar o modelo mecânico considerado até hoje para o projeto do sistema de controle de um rotor suportado por mancais magnéticos e assim, possibilitar melhor nível de controle de posição em altas velocidades de rotação. O aprimoramento do modelo mecânico será feito através do Método dos Elementos Finitos. Esta abordagem permite considerar os efeitos da flexibilidade do rotor que ocorrem em altas velocidades de rotação, os quais não são perceptíveis com um modelo onde se considera o rotor rígido. Para isto, será criado um algoritmo para o cálculo dos parâmetros do novo modelo mecânico. Para a validação do novo modelo serão apresentadas simulações realizadas com auxilio do software Matlab e em seguida serão comparadas com medições experimentais. Finalmente, será comparado, através de simulações, o comportamento dinâmico do sistema de controle de posição quando é substituído o modelo de rotor considerado rígido pelo modelo de rotor construído através do MEF. 1.3 –Descrição do protótipo O protótipo utilizado neste trabalho ( PEDROSA et al. (2004); CHAPETTA et al (2002) ) é um motor assíncrono trifásico, de dois pólos e com potência de 2HP, fabricado pela empresa WEG®. Visando facilitar a transferência de tecnologia para a indústria nacional este protótipo foi utilizado como referência para aplicações práticas de mancais magnéticos. O desenvolvimento do projeto foi concebido de tal forma que foram mantidas as características elétricas e magnéticas do motor, resultando num protótipo simples e robusto. Fotos do protótipo e de suas peças internas são mostrados na Figura 1.1 e na Figura 1.2. 15 Para implementar o controle da posição do rotor foram desenvolvidos diversos componentes tais como tampas, bobinas e circuitos eletrônicos. Além disso, foram realizadas adaptações nas tampas e no rotor para alocar sensores de posição do tipo “eddy currents”. Vale ressaltar que, além de serem observados os critérios de economia de energia e confiabilidade, também foi contemplada a disponibilidade, no mercado nacional, de todos os componentes utilizados. Para suportar os esforços radiais e axiais aplicados no rotor, foram construídos mancais magnéticos em cada lado do motor, sendo que os pacotes laminados ( girantes ) em que os eletromagnetos dos mancais radiais e axial atuam ficaram fisicamente integrados nas laterais do eixo. Por outro lado, os seus estatores ( eletromagnetos ) são solidários com o estator do motor e são controlados de forma independente. Figura 1.1 – Peças do protótipo. Figura 1.2 - Protótipo montado em bancada. 16 Como já mencionado, até o momento a estrutura de controle de posição do rotor supõe que o rotor seja rígido. Desta forma, o sistema de controle foi projetado levando-se em consideração essa hipótese. 1.4 –Sumário da dissertação Esta dissertação encontra-se dividida em cinco capítulos: Introdução, Modelagem do rotor, Controle para rotor suportado por mancais magnéticos, Resultados e por último Considerações finais. O segundo capítulo, Modelagem do rotor, mostra toda a fundamentação teórica necessária para a modelagem do rotor: pelo método atual onde o rotor é considerado rígido e pelo Método dos Elementos Finitos. É mostrada a dedução das equações usadas, a forma de aplicação e a solução das equações. No terceiro capítulo, Controle para rotor suportado por mancais magnéticos, primeiramente é feita uma breve apresentação do mancal magnético: suas vantagens e limitações. Em seguida é mostrado de forma resumida o princípio de funcionamento do mancal magnético e suas características operativas. Por fim, parte-se para a teoria de controle necessária para a substituição do antigo modelo mecânico pelo novo modelo, bem como as equações necessárias para transformar a equação de movimento do rotor ( MEF ) na forma do espaço de estados. O quarto capítulo, Resultados, mostra tudo o que foi desenvolvido e obtido neste trabalho e, além disso, faz uma breve discussão da problemática da modelagem do conjunto laminado do rotor. São mostrados o princípio de funcionamento de cada algoritmo de forma esquemática, a discretização realizada no rotor para aplicação do MEF e os resultados obtidos através dos algoritmos para análise da dinâmica do rotor. A validação dos resultados e do modelo mecânico obtido foi realizada através de simulações no software Matlab e de testes experimentais. O último capítulo versa sobre perspectivas futuras e faz uma pequena análise do trabalho como um todo. 2 – Modelagem do Rotor 2.1 –Introdução Para o controle de mancais magnéticos é muito importante o conhecimento da dinâmica do sistema rotativo. Existem diversas formas de modelar um rotor, entre elas métodos analíticos e métodos numéricos como o Método dos Elementos Finitos, que é hoje uma das técnicas mais poderosas existentes para análise de problemas reais de engenharia. Rotores flexíveis possuem distribuição de massa e rigidez contínua e variante ao longo do eixo axial, sendo por isso necessário o uso de sistemas de equações mais complexos para sua análise. Neste capítulo serão considerados dois tipos de modelagens: uma considerando o rotor rígido, e outra considerando o rotor flexível. Para baixas rotações, a primeira modelagem é suficiente para descrever o movimento do rotor, no entanto, para altas rotações tal modelagem falha, por desconsiderar os efeitos da flexibilidade. 2.2 – Modelagem considerando o rotor rígido Para a modelagem do rotor considerando-o rígido, são necessárias algumas hipóteses simplificadoras: Rotor com simetria axial e rigidez infinita; Deslocamentos pequenos quando comparados com as dimensões do rotor; A posição do rotor é caracterizada por dois sistemas de coordenadas, um fixo no rotor e outro inercial, com eixos posicionados de forma conveniente; Velocidade angular constante; 18 2.2.1 – Equações Nesta parte do trabalho, a modelagem para o rotor segue de acordo com SCHWEITZER et al. (1994) e será muito brevemente descrita. As matrizes M e G que caracterizam o rotor, considerado rígido, são respectivamente: ( 2.1 ) ( 2.2 ) Nessas matrizes, o valor de m é a massa do rotor, Ix, Iy e Iz representam os momentos de inércia, transversais e axial, respectivamente, associados ao rotor ( com relação ao centro de gravidade ), e a velocidade angular de rotação do eixo. Para se chegar a uma equação que descreve o movimento do rotor e que facilite o projeto dos controladores, é necessário o uso de uma matriz TB representando a conversão das coordenadas do centro de massa para as coordenadas dos mancais radiais. Considera-se a existência de dois mancais, um em cada extremidade do rotor, sendo que a e b representam as distâncias desde o centro de massa até cada mancal, conforme ilustra a Figura 2.1. De acordo com a referência aqui adotada, o valor da distância b é positivo e o da distância a é negativo. ( 2.3 ) 19 Figura 2.1 - Coordenadas da posição dos mancais magnéticos. Fazendo uso da matriz TB em conjunto com as matrizes M e G chega-se finalmente as matrizes que descrevem comportamento do rotor: ( 2.4 ) ( 2.5 ) Assim, a equação de movimento do sistema, sem excitação externa, é descrita a seguir: ( 2.6 ) onde zB e fB representam vetores colunas zB = Coordenadas x e y da posição em cada extremidade do eixo; fB = Forças atuantes sobre o eixo nas posições dos mancais, geradas pela atração eletromagnética dos mesmos. 20 ( 2.7 ) ( 2.8 ) 2.3 – Modelagem de Rotores Flexíveis aplicando o Método dos Elementos Finitos (MEF) O Método dos Elementos Finitos (MEF), é um método matemático computacional que visa simular o comportamento de uma estrutura através de um conjunto de elementos interconectados, de tal forma que cada elemento obedeça às condições de equilíbrio e as condições de compatibilidade geométrica estejam asseguradas. O método permite que a peça em estudo tenha forma geométrica, carregamento e condições de contorno quaisquer. Para aplicar o método, a estrutura é submetida a um processo de discretização, ou seja, divisão em pequenos subdomínios, chamados de elementos finitos. Cada elemento possui extremidades chamadas de nós, que conectam-se ao elemento seguinte. A equação de movimento para cada elemento é então determinada e resolvida. As soluções das equações dos elementos são aproximadas por uma combinação linear de polinômios de baixa ordem. Cada uma das soluções polinomiais individuais são compatibilizadas com a solução adjacente, chamada condição de continuidade, nos nós comuns a dois elementos. Estas soluções são, então, reunidas através de um procedimento, resultando em matrizes globais de massa, rigidez, amortecimento e giroscópica, que descrevem a estrutura como um todo. O vetor de deslocamentos associados com a solução global do modelo de elementos finitos descreve o movimento. Para determinar as equações de movimento do sistema eixo-rotor-mancal, cada componente é tratado separadamente. Desse modo, os elementos acoplados ao eixo são considerados como discos rígidos, o eixo como um sistema elástico discretizado pela aplicação do método dos elementos finitos, e os mancais como elementos de suporte, linearizados com coeficientes de rigidez e amortecimento direcionais. A formulação usada neste trabalho é baseada no conhecimento das parcelas de energia cinética e potencial do sistema, bem como do trabalho virtual e da energia de deformação (LALANNE e FERRARIS, 1998). 21 2.3.1 – Procedimento para obtenção da equação global do sistema pelo MEF. Os elementos básicos de um rotor na modelagem por elementos finitos são o eixo, os discos e os mancais. Os mesmos serão modelados através de elementos de viga, de disco e de mancal, respectivamente. O desbalanceamento, embora importantíssimo, não será considerado neste trabalho; no entanto, as matrizes elementares (do elemento de eixo, de disco e de mancal) mostradas e deduzidas neste trabalho continuam válidas mesmo que exista desbalanceamento no sistema. Caso fosse considerado o desbalanceamento, o mesmo seria modelado como uma força externa excitadora síncrona ( rotação ), que modificaria a equação global do sistema ( sistema formado pelo rotor e pelos mancais ); ou seja, seria adicionado um vetor de forças. Para a modelagem do rotor é necessário o conhecimento das expressões de energia cinética, potencial, trabalho virtual e energia de deformação dos elementos do mesmo. Expressões de energia cinética serão primeiramente calculadas e posteriormente utilizadas para a formulação das matrizes elementares do elemento de viga e do elemento de disco. Uma expressão para a energia de deformação do eixo é necessária para o estabelecimento da matriz elementar de rigidez do elemento de viga. Para o elemento de mancal, primeiro será calculado o trabalho vitual a partir das forças que os mancais geram. Em seguida, serão obtidas as forças atuantes no eixo, provocadas pelos mancais. De forma geral, será usado o seguinte procedimento: serão determinadas a energia cinética T e a energia de deformação U do sistema rotativo, e o trabalho virtual das forças externas; em seguida, um método numérico é aplicado, sendo que neste trabalho o método empregado é o de elementos finitos; por fim, as equações de movimento serão determinadas através das Equações de Lagrange, que estão na seguinte forma (LALANNE e FERRARIS, 1998; TENENBAUM, 2006; NETO, 2007) : ( 2.9 ) 22 Onde: 1 ≤ i ≤ N , sendo N o número de graus de liberdade; qi = coordenadas generalizadas; Fqi = forças generalizadas associadas a qi . Por último, faz-se a discretização do rotor a ser modelado, aplicam-se as matrizes elementares do MEF para cada elemento e monta-se a equação global do sistema, como será demonstrado posteriormente. 2.3.2 – Cálculo de energia dos elementos do rotor. Nesta parte da dissertação serão calculadas expressões para a energia cinética e potencial dos elementos, bem como a expressão do trabalho dos mancais. Será feito um breve comentário sobre a Teoria de viga de Timoshenko, a fim de esclarecer sua vantagem em relação à Teoria de viga de Euler-Bernoulli, também muito utilizada na área de dinâmica de rotores. 2.3.2.1 – Teoria de viga de Timoshenko. A teoria de vigas de Timoshenko, a princípio, baseia sua formulação na teoria de Euller-Bernoulli, porém leva em conta o efeito da deformação por esforço cortante (TIMOSHENKO e WEAVER, 1937). Desta forma, a hipótese que as seções planas permanecem planas após as deformações continua válida, entretanto não sendo mais perpendicular ao eixo deformado, como mostra a Figura 2.2. Na figura, representa a deformação cisalhante transversal. Para o elemento de viga de Timoshenko consideram-se as seguintes hipóteses: a existência de um eixo neutro (eixo y), onde a viga não sofre tração nem compressão; seções planas e perpendiculares ao eixo neutro da viga permanecem planas mas não necessariamente perpendiculares após a deformação; deflexões laterais são pequenas em relação a espessura da viga; material elástico linear e homogêneo; 23 tensões normais ao eixo neutro são negligenciadas, ou seja, a espessura da viga não varia devido a ação de tensões normais ao eixo neutro. Figura 2.2 - Deformação de uma viga de Timoshenko no plano yz. A energia potencial armazenada, segundo a viga de Timoshenko, se deve a duas parcelas: uma devido a flexão e outra devido ao cisalhamento. Assim, a inclinação da viga deformada depende destes dois fatores. Para estruturas esbeltas, o comportamento dinâmico é bem representado utilizando o modelo de Euler-Bernoulli, mas quando a relação entre dimensões torna-se menor, é necessário utilizar o modelo de Timoshenko. No modelo de Timoshenko, a flexão da viga (excluindo-se neste caso o cisalhamento) causa não somente translação para cada seção transversal, mas também a rotação das mesmas. O efeito do cisalhamento é fazer a distorção diferente de zero, o que leva a um acréscimo da curvatura de flexão e é muito significativo quando se trata de vigas curtas, vigas com baixo módulo de elasticidade transversal ou quando se necessita determinar a linha elástica de forma mais precisa. Para isso reduz-se a rigidez da viga segundo um pequeno fator, aumentando-se então os deslocamentos nodais. Na análise numérica do comportamento dinâmico de rotores são empregados, usualmente, para a representação do eixo, elementos finitos de viga com funções de interpolação de continuidade C1 (polinômios de Hermite). Com essas funções modelam-se vigas de Euler-Bernoulli (vigas e eixos esbeltos). Ainda utilizando funções do tipo C1 pode-se 24 adaptar a formulação do modelo de Euler-Bernoulli para o modelo de Timoshenko, o qual considera o efeito do cisalhamento transversal, através da introdução de um fator de correção na matriz de rigidez. Uma das formas de se obter este fator é através de uma formulação híbrida que satisfaça as equações diferenciais de equilíbrio para vigas (relação entre momento fletor e esforço cortante). O modelo utilizando a teoria de Timoshenko pode ser aplicado à vigas e eixos moderadamente espessos, visto que neste caso o efeito do cisalhamento transversal e da inércia rotacional tornam-se importantes. Em altas rotações (maiores modos de vibração) esta formulação também prediz com maior acurácia o comportamento real de rotores. 2.3.2.2 – Energia potencial do elemento de disco. Considera-se neste trabalho que a contribuição da energia potencial de deformação do disco é nula, ou seja que o disco possui uma rigidez infinita, sendo não deformável. Assim, o disco é caracterizado somente por sua energia cinética. 2.3.2.3 – Energia cinética do elemento de disco. O elemento de disco está montado em um eixo flexível com rotação e a expressão para sua energia cinética irá fazer uso de dois referenciais, como mostrado na Figura 2.3. A energia cinética de um elemento de um rotor em flexão pode ser determinada a partir da definição do campo de deslocamentos e das velocidades angulares instantâneas. Para tal, definem-se: R0 ( XYZ ) é um referencial inercial e R ( xyz ) é um referencial fixo no disco. O sistema de coordenadas xyz está relacionado ao sistema XYZ através dos ângulos , e . O vetor de velocidade angular instantânea do referencial xyz é: ( 2.10 ) A representação da rotação de cada elemento do rotor, em relação a um sistema de coordenadas fixa, utiliza os ângulos de Euler, sendo o vetor total dado pela combinação das rotações: precessão, nutação e giro (para atingir a orientação do disco são feitas as seguintes rotações em sequência: em torno do eixo Z; em torno do novo eixo x, denominado x1; 25 em torno do eixo y). Uma explicação detalhada sobre os ângulos de Euler pode ser encontrada em livros clássicos de dinâmica (TENENBAUM, 2006). Figura 2.3 – Referenciais para elemento de disco Onde , e são os vetores unitários nas direções dos eixos Z, x1 e y, respectivamente. A energia cinética do disco em relação ao centro de massa é calculada usando-se o referencial R. Neste sistema de coordenadas o vetor de velocidade angular tornase: ( 2.11 ) Sejam u e w as coordenadas do centro de massa do disco no referencial R 0, em relação aos eixos X e Z respectivamente, e a coordenada ao longo do eixo Y constante. Adicionalmente, considere-se a massa do disco MD e seu tensor de inércia, tendo as direções principais ao longo dos eixos do sistema xyz e origem no centro de massa, como: 26 ( 2.12 ) A energia cinética TD do disco pode então ser expressa como: ( 2.13 ) A equação anterior pode ser simplificada uma vez que o disco é simétrico ( IDx = IDz ), os ângulos e são pequenos e a rotação é constante ( ). Assim, a equação ( 2.13 ) torna-se: ( 2.14 ) A primeira parcela representa a energia devida ao movimento de translação no plano do disco, a segunda é a rotação em torno dos eixos x e z, e a terceira é a rotação em torno do eixo y de simetria incluindo-se o efeito do momento giroscópico resultante do acoplamento de e com . Na expressão anterior, pode-se observar que o termo representa a energia do disco girando a uma velocidade angular é uma constante que . O último termo representa o efeito giroscópico. 2.3.2.4 – Energia potencial do elemento de viga. A energia potencial U1 ( energia de deformação, escalar ) pode ser calculada da seguinte forma: 27 ( 2.15 ) Sendo: = Tensão (vetor na equação acima); = Deformação (vetor na equação acima); = Volume. Na equação acima são escalares. Considerando termos de segunda ordem, a deformação do ponto genérico B(x, z) da seção transversal do elemento de viga representado na Figura 2.4 pode ser escrita como segue ( é um escalar daqui em diante): ( 2.16 ) Sendo que C é o centro geométrico do eixo e que suas coordenadas nos eixos x, z são * * u e w . A relação anterior também pode ser expressa por uma combinação de termos lineares e não lineares: ( 2.17 ) 28 Figura 2.4 – Coordenadas de um ponto B arbitrário dentro do elemento de eixo. Utilizando a proporcionalidade entre a deformação e a tensão, expressa mediante a lei de Hooke, sendo E o módulo de Young ( é um escalar na equação abaixo): ( 2.18 ) tem-se: ( 2.19 ) Dada a simetria da seção transversal do eixo com respeito aos eixos x, z; verifica-se que: ( 2.20 ) 29 O terceiro termo dentro da integral da equação ( 2.19 ) é de segunda ordem e é desprezado. Então, a expressão para calcular a energia potencial resulta: ( 2.21 ) Ou seja: ( 2.22 ) Sendo: S = Área da seção transversal; L = Comprimento do elemento de viga. Devido a simetria que possui a seção transversal do eixo, o terceiro termo da expressão integral anterior é nulo. Os momentos de inércia de área da seção transversal com respeito aos eixos x e z são,respectivamente, ( 2.23 ) ( 2.24 ) 30 Introduzindo as equações ( 2.23 ) e ( 2.24 ) na equação ( 2.22 ) para a energia potencial, tem-se: ( 2.25 ) Para um eixo sujeito a uma força axial constante F0 existe uma outra contribuição para a energia de deformação, dada por: ( 2.26 ) Devido a simetria do eixo, a primeira parcela da integral será nula. Assim, usando as equações ( 2.16 ) e ( 2.17 ), a equação ( 2.26 ) torna-se: ( 2.27 ) A energia total de deformação é a soma das equações ( 2.25 ) e ( 2.27 ): ( 2.28 ) Será visto posteriormente que caso as equações para o elemento de mancal sejam deduzidas em relação ao referencial R, haverão termos periódicos, função explicitamente do tempo, em suas matrizes; as mesmas, quando utilizadas para a montagem da equação global do sistema, levam a dificuldades numéricas na resolução. Uma forma de evitar tais dificuldades é expressar as equações dos elementos em função dos deslocamentos u e w 31 medidos na referência R0; utilizam-se as seguintes relações, as quais podem ser deduzidas através da Figura 2.4: ( 2.29 ) ( 2.30 ) Desta forma, a equação ( 2.28 ) pode ser escrita como: ( 2.3 1) Desenvolvendo a integral, e pela simetria do eixo (Ix = Iz = I), a expressão para energia potencial se reduz a: ( 2.32 ) 2.3.2.5 – Energia cinética do elemento de viga. A seguinte expressão para a energia cinética do elemento de viga é uma extensão da equação ( 2.14 ) para a energia cinética de um elemento de disco. A energia cinética em cada elemento de comprimento L de eixo é dada por: 32 ( 2.33 ) A primeira parcela representa a expressão clássica da energia cinética de uma viga em flexão, a segunda parcela representa o efeito secundário da inércia rotacional ( viga de Timoshenko ); a terceira parcela é uma constante ( esta não terá nenhuma influência nas matrizes elementares, como será demostrado a seguir ), representa a energia do eixo que gira a uma velocidade angular em torno do eixo y de simetria; por fim, a última parcela representa o efeito giroscópico resultante do acoplamento de e com . 2.3.2.6 – Trabalho virtual dos mancais. Os mancais são considerados, de uma maneira simplificada, como elementos de suporte, dispostos discretamente ao longo do eixo, e representados por matrizes de rigidez e de amortecimento associados aos deslocamentos u e w no apoio. O efeito é considerado no modelo numérico adicionado-se ao sistema de equações as condições de vinculo elástico e amortecimento entre eixo e apoio rígido. Os mancais são representados por coeficientes kxx, kzz, kxz, kzx, que são de rigidez e cxx, czz, cxz e czx que correspondem a elementos de amortecimento. Os mancais foram modelados conforme o esquema representado na Figura 2.5 Os valores dos coeficientes de rigidez e amortecimento são previamente calculados de acordo com o tipo de mancal, o qual é descrito no capitulo seguinte. As direções tomadas como referência estão indicadas na Figura 2.5, sendo que: kxx, kzz, cxx e czz são rigidezes e amortecimentos nas direções X e Z do eixo. kxz, cxz são coeficientes de rigidez e amortecimento que caracterizam a geração de forças na direção X a partir de deslocamentos e velocidades, respectivamente, medidos na direção Z. kzx, czx são coeficientes de rigidez e amortecimento que caracterizam a geração de forças na direção Z a partir de deslocamentos e velocidades, respectivamente, medidos na direção X. 33 Os quatro últimos termos são denominados termos de acoplamento, entre as direções X e Z no plano do mancal. Figura 2.5 – Modelo do mancal O trabalho virtual das forças agindo sobre os mancais é dado por: ( 2.3 4) Onde e são os deslocamentos virtuais nas direções X e Z respectivamente. Também pode-se escrever desta forma: ( 2.35 ) Sendo Fu e Fw os componentes da força generalizada atuante sobre o eixo. Em formato matricial, pode-se escrever: 34 ( 2.36 ) Utilizando o referencial R e considerando nulos os coeficientes de acoplamento, a expressão para trabalho virtual é: ( 2.3 7) Ou de forma equivalente: ( 2.3 8) Para evitar a complexidade da solução desta equação, = , o que acontece quando se utiliza o referencial inercial R0. 2.3.3 – Estabelecimento das matrizes de elementos finitos. Tendo as expressões de energia cinética, de energia potencial e de trabaho virtual já calculadas para todos os elementos, procede-se para a aplicação das equações de Lagrange. Desta forma, serão obtidas as clássicas matrizes elementares de elementos finitos para cada elemento do rotor: eixo flexível, disco, mancal e massa desbalanceadora. A dedução das matrizes elementares dos elementos de viga torna necessário o uso de funções interpoladoras (funções Hermitianas neste caso), devido à discretização do rotor. Uma das maneiras de deduzir estas funções é a aplicação do método de separação de variáveis à uma equação que satisfaça os deslocamentos estáticos (planos) da viga no espaço. No entanto, tais funções interpoladoras também podem ser deduzidas independentemente para 35 planos ortogonais entre si. No próximo item, será mostrada somente a dedução das funções interpoladoras para o plano yz. A dedução das funções interpoladoras para o plano xy segue procedimento análogo. 2.3.3.1 – Funções Interpoladoras. As coordenadas usadas para a dedução das funções interpoladoras do plano yz, ilustrado na Figura 2.6 são as duas coordenadas lineares wi(t) e wi+1(t) e duas coordenadas angulares θi(t) e θi+1(t), necessárias para descrever o movimento de cada nó. Embora cada nó possua quatro graus de liberdade, nesta dedução serão usados apenas dois por nó, correspondentes ao plano yz. O deslocamento estático transversal deve satisfazer ( INMAN (2000); TIMOSHENKO (1937) ) : ( 2.39 ) Para valores constantes de EI, a equação acima torna-se: ( 2.40 ) que, integrando, leva a: ( 2.41 ) onde ci(t) são as constantes de integração. Será suposta uma solução final da forma: ( 2.42 ) 36 Figura 2.6 – Exemplo de sistema de coordenadas A equação acima é usada para interpolar os deslocamentos dentro de um elemento, onde são componentes da função cúbica de interpolação, também chamada de função Hermitiana (descrita por Euller-Bernoulli). A função Hermitiana interpola, simultaneamente, valores intermediários do deslocamento w(y,t) a partir das quatro coordenadas generalizadas do vetor de deslocamento nodal , que definem a posição dos pontos de um elemento de eixo. Os deslocamentos e ângulos wi(t), wi+1(t), θi(t) e θi+1(t), respectivamente, devem satisfazer as condições de contorno: ( 2.43 ) Estas relações são substituídas na equação ( 2.41 ) e resolvidas para as constantes de integração ci, levando a: ( 2.44 ) 37 Substituindo a equação ( 2.44 ) na equação ( 2.41 ), e rearranjando os termos como coeficientes de deslocamentos nodais desconhecidos, leva ao resultado exato do deslocamento w(y,t) para o elemento de viga, expresso por: ( 2.4 5) Analogamente, seguindo um procedimento semenlhante ao aplicado para a função w(y,t), obtemos para a função u(y,t): ( 2.4 6) Os polinômios entre parênteses são as funções interpoladoras que serão usadas para o cálculo das matrizes elementares de massa, rigidez e giroscópica do elemento de viga. Na Figura 2.7 foram plotados os valores dos polinômios interpoladores para a função w(y,t), usando comprimento de elemento L = 1 m. Nesta figura, cada polinômio é identificado na forma de componente interno da Equação ( 2.57 ), mostrada mais adiante. Pode-se ver claramente que as funções interpoladoras para u(y,t) e w(y,t) são quase idênticas, diferindo apenas em sinal para os termos que acompanham ângulos. 38 N2(1,1) N2(1,3) N2(1,2) N2(1,4) Figura 2.7 – Funções Interpoladoras 2.3.3.2 – Formulação das matrizes elementares para o disco. Na solução do problema através do método dos elementos finitos, considera-se que cada nó do rotor possui quatro graus de liberdade: dois deslocamentos u e w nas direções Z e X, respectivamente e dois giros e em torno dos eixos X e Z, respectivamente. Sendo assim, para um nó “i” o vetor deslocamento nodal do centro do disco se escreve como: ( 2.47 ) Deste modo, é possível expressar a energia cinética de um disco e, a partir das equações de Lagrange, montar a equação do movimento do disco. A aplicação das equações de Lagrange na equação ( 2.14 ) fornece: ( 2.48 ) 39 Na equação acima, no primeiro termo à direita, pode ser identificada a clássica matriz de massa e no segundo termo a matriz Giroscópica. Dependendo do ponto de fixação do disco e da sua espessura com relação ao diâmetro do eixo, pode-se considerar que sua influência sobre o sistema ocorre somente em um nó. Assim a participação do disco na matriz de massa é dada pela equação acima, colocada na matriz global de forma coerente com o nó onde está o disco. O disco também contribui com a matriz giroscópica através da expressão acima, também colocada na matriz global de forma coerente com o nó onde está o disco. 2.3.3.3 – Formulação das matrizes elementares para o eixo. Na formulação mediante elementos finitos, o eixo se divide em n elementos de comprimento L. Cada elemento possui uma seção circular constante, não sendo necessariamente iguais os diâmetros do eixo entre elementos distintos; e, como citado anteriormente, cada nodo possui quatro graus de liberdade: dois deslocamentos u e w, dos giros e em torno dos eixos X e Z respectivamente, com graus de liberdade de rotação e de deslocamentos transversais independentes, ou seja, o modelo de viga usado é do tipo Timoshenko e com discretização Hermitiana, conforme ilustra a Figura 2.8. As matrizes são de oitava ordem, diferentemente das matrizes para o elemento de disco, que eram de quarta ordem; isso se dá em razão da flexibilidade do elemento de viga. Figura 2.8 – Elemento de viga Se os deslocamentos u e w são pequenos, as relações entre deslocamentos e os giros são: 40 ( 2.49 ) ( 2.50 ) Um vetor deslocamento nodal , sobre o elemento de viga “i”, é definido, de acordo com a notação utilizada na figura: ( 2.51 ) onde os deslocamentos e correspondem aos movimentos nas direções X e Z, respectivamente, ( 2.52 ) ( 2.53 ) As variáveis u e w são representada do seguinte modo: ( 2.54 ) ( 2.55 ) 41 Onde N1(y) e N2(y) são funções de interpolação: ( 2.56 ) ( 2.57 ) Introduzindo as equações ( 2.49 ) e ( 2.50 ) na equação ( 2.33 ) da energia cinética do eixo e obedecendo as relações ( 2.54 ) e ( 2.55 ), tem-se: ( 2.5 8) A equação anterior pode ser simplificada. O produto forma uma matriz de dimensão 4 x 4, segundo a equação ( 2.56 ), N1 é um vetor com quatro elementos (quatro funções, uma para cada deslocamento na direção X contidos em ). Logo, ( 2.5 9) Sendo: 42 ( 2.60 ) Aplicando as equações de Lagrange na energia cinética do elemento de viga dada pela equação ( 2.59 ), obtém-se ( 2.61 ) onde é o vetor de deslocamento do elemento dado pela equação ( 2.51 ), MC surge de M1 e M2, MS de M3 e M4 e GC de M5. A seguir são descritas estas três matrizes: 43 ( 2.62 ) ( 2.63 ) ( 2.64 ) MC é a matriz de inércia de translação devido a energia cinética, que é simétrica e positiva , e MS é a matriz de massa devido à inércia diametral I do elemento de eixo também chamado de massa de efeito secundário de Rayleigh. A matriz da equação ( 2.64 ) é associada ao efeito giroscópico do eixo (anti-simétrica) devido à energia cinética. Aplicando um procedimento análogo ao anterior, pode-se obter a matriz de rigidez do elemento. Substituindo na equação da energia potencial do eixo, a definição das funções u e w, dadas pelas equações ( 2.54 ) e ( 2.55 ), se tem: 44 ( 2.6 5) Escrevendo a equação anterior em forma matricial: ( 2.66 ) A equação acima não leva em consideração o efeito das tensões de cisalhamento. Este efeito pode ser incluído através da introdução (na equação acima) da seguinte quantidade, que o caracteriza ( 2.67 ) onde ( 2.68 ) é o módulo de cisalhamento e: ( 2.69 ) é a área reduzida, através do fator de forma kff da seção transversal do elemento (Cowper ( 1966 ) ). Para um elemento de viga de seção circular: 45 ( 2.70 ) Aplicando a equação de Lagrange na energia potencial, obtém-se a matriz de rigidez do elemento: ( 2.71 ) ( 2.72 ) Onde K é a matriz resultante da soma de duas parcelas, uma devido à flexão KC e outra devido a força axial KF, mostradas abaixo. Ao introduzir os efeitos das tensões de cisalhamento na energia potencial do eixo, se obtém a seguinte matriz de rigidez: ( 2.73 ) sendo “a” o fator de influência do efeito de cisalhamento, dado pela equação ( 2.67 ). 46 ( 2.74 ) Pode ser demonstrado que a influência do cisalhamento que dá uma matriz Ks, não mostrada aqui, está incluída na matriz de rigidez KC, através do fator a ( Imbert ( 1979 ) ). Assim, KC é obtida através de K1, K2 e KS, KF é obtida através de K3 e K4. Fazendo a = 0, anula-se o efeito da matriz KS na matriz KC. Os termos da matriz K1 são os termos não nulos na primeira, quarta, quinta e última coluna da matriz KC (sem o fator “a”); os termos de K2 são os termos não nulos das demais colunas de KC (também sem o fator “a”). Já os termos da matriz K3 são os termos não nulos na primeira, quarta, quinta e última coluna da matriz KF; por fim, os termos de K4 encontram-se nas demais colunas da matriz KF (que são somente os termos não nulos). 2.3.3.4 – Formulação das matrizes elementares para os mancais. Sendo Fu e Fw os componentes da força generalizada atuante sobre o eixo, estas podem ser obtidas através das equações ( 2.34 ) e ( 2.35 ) : ( 2.75 ) ( 2.76 ) Dado que = = 0, devido ao fato do mancal não provocar nenhum momento de flexão sobre o eixo por ser, neste modelo, um elemento pontual, a expressão anterior torna-se: 47 ( 2.77 ) A primeira matriz é a matriz de rigidez do mancal e a segunda, a matriz de amortecimento do mancal. Ainda que o mancal origine forças que atuam sobre o eixo, as quais foram analisadas como forças generalizadas, pode-se observar através da expressão anterior que as forças dependem do deslocamento nodal e da velocidade nodal. Portanto, na resolução do sistema matricial, as matrizes de rigidez e amortecimento dos mancais devem adicionar seus termos nas respectivas matrizes globais. 2.3.4 – Montagem da equação global. A partir das matrizes elementares do eixo, do(s) disco(s), e dos mancais correspondentes, obtém-se um sistema de equações globais que governa o movimento de um rotor dinâmico. Considerando o efeito giroscópico e modelando os mancais por matrizes de rigidez e amortecimento, tem-se a seguinte equação global do movimento: ( 2.78 ) Onde: F é o vetor das forças excitadoras do sistema; MG é a matriz de massa global do sistema, obtida a partir das matrizes de massa elementares do disco e do eixo; GG é a matriz giroscópica global antisimétrica do rotor obtida a partir das matrizes giroscópicas elementares do disco e do eixo e somada com as matrizes elementares de amortecimento dos mancais; KG é a matriz de rigidez global simétrica obtida a partir da matrizes de rigidez elementares do eixo e da matrizes de rigidez elementares dos mancais; 48 , e são os vetores de aceleração nodal, velocidade nodal e deslocamento nodal globais, respectivamente. Ao adotar uma discretização de n elementos, estes vetores possuem uma dimensão 4(n + 1), pois tem-se n + 1 nós e quatro graus de liberdade por nó. Para chegar a equação ( 2.78 ), primeiramente, divide-se o rotor em nós como na Figura 2.9 e decide-se quais elementos serão aplicados em todo o rotor. A seguinte convenção será adotada, dada de acordo com a Tabela 2.1: Tabela 2.1 – Convenção para matrizes elementares Tipo de Elemento Nó do rotor Viga ( i ) – ( i +1 ) Disco j Mancal k Componentes do vetor de Símbolo do vetor de deslocamento de cada elemento deslocamento , Nesta convenção, embora , , , , , , , , , , , e sejam vetores nodais referentes a diferentes tipos de elementos, seus componentes internos são parte do vetor nodal global; os símbolos i, j e k são usados para indicar diferentes nós do rotor, pois elementos de mancal e de disco estão sempre em número menor em relação aos elementos de viga. Em outras palavras, por exemplo os componentes internos u3 e w3 são os mesmos para e , bem como para o vetor nodal global de deslocamento; são independentes do tipo de vetor de deslocamento. Os elementos de viga consideram flexibilidade, por isso tem 8 nós cada; os elementos de disco são considerados rígidos, por isso tem 4 nós cada; por fim os elementos de mancal só tem 2 nós cada pois os mancais são considerados elementos pontuais, considera-se que os mancais não aplicam momentos no eixo. 49 Figura 2.9 – Divisão do rotor em nós Como pode ser visto, será necessário calcular, para cada elemento criado, suas respectivas matrizes elementares. Em seguida, deve-se agrupar os termos com vetores nodais em comum, desta forma: ( 2.79 ) Onde: e são as matrizes elementares de inércia do elemento de viga i; é matriz elementar de inércia do elemento de disco j; é a matriz giroscópica elementar do elemento de viga i ; é a matriz giroscópica elementar do elemento de disco j; é matriz de amortecimento elementar do elemento de mancal k; é matriz de rigidez elementar do elemento de mancal k; é matriz de rigidez do elemento de viga i devido a flexão e ao cisalhamento 50 As matrizes , e são partes internas das matrizes globais de massa, giroscópica (amortecimento) e de rigidez, respectivamente, que deverão ser agrupadas, juntamente com os vetores nodais globais. Os termos com índices diferentes deverão ser somados apenas quando seus valores forem iguais ( i = j = k ). Por exemplo, se i = 1,2,3,4,5 , j = 3 e k = 2, 4, os termos com índice i só se somariam aos termos com índice j quando i=3 e j=3; os de índice k só se somariam com os de índice i se i = 2, 4 e k = 2, 4. Tendo as matrizes , e calculadas, procede-se para o agrupamento das mesmas. O vetor nodal global com dimensão 4(n+1) deve ser montado. Na Figura 2.10 é mostrado um esquema de como se devem agrupar as parcelas das matrizes globais. Cada quadrado representa a i-ésima parte da matriz global, por exemplo. As regiões de intersecção entre os quadrados indicam que termos que acompanham componentes do vetor nodal global em comum para matrizes de diferentes elementos devem ser somados; por exemplo uma parte de que multiplicam , deve ser somada com uma parte de , e , já que ambas tem termos , componentes do vetor nodal global de aceleração. De forma análoga, faz-se o mesmo procedimento para as matrizes e , obtendo assim as matrizes globais MG, GG e KG. As regiões com círculos representam zeros. As matrizes globais são matrizes esparsas. Figura 2.10 – Montagem das Matrizes Globais 51 2.3.5 – Solução homogênea da equação global do sistema. Para a análise da dinâmica do rotor, é necessário encontrar a solução homogênea da equação ( 2.78 ), ou seja, a solução da equação ( 2.80 ): ( 2.80 ) A equação acima tem solução com a seguinte forma: ( 2.81 ) Onde e são os autovetores e autovalores correspondentes à transformação da equação ( 2.80 ) para o domínio do espaço de estados, que como será mostrado adiante fica na forma: ( 2.82 ) Onde e . Como se pode deduzir, o número de autovalores e autovetores será igual a 2n, com n sendo o número de graus de liberdade. Se considerarmos o número de elementos como sendo ne, então a dimensão dos autovetores e a quantidade de autovalores equivale a 2*4(ne+1). Os autovalores e autovetores terão a seguinte forma: ( 2.83 ) 52 ( 2.84 ) Onde a barra indica complexo conjugado. Introduzindo os autovalores e autovetores na equação ( 2.81 ) leva a: ( 2.85 ) Que pode ser escrita de forma equivalente como: ( 2.86 ) Na equação acima, e os ângulos de defasagem das condições iniciais. O sinal de autovalor e podem ser determinados a partir determina a estabilidade do sistema para o respectivo é a frequência natural associada. Tirando o fator , a equação ( 2.86 ) fornece os modos de vibração: ( 2.87 ) Da equação ( 2.83 ) é chamada de frequência natural em rad/s. Esta depende da velocidade do rotor. Um diagrama que mostra as frequências naturais em função da velocidade do rotor é denominado de Diagrama de Campbell. A título de exemplo, na Figura 2.11 mostra-se um diagrama com quatro frequências naturais. A linha tracejada permite identificar os pontos de coincidência da velocidade do rotor com as frequências naturais. Estas frequências são denominadas de críticas pois no caso de serem mantidas durante operação poderão causar o contato do rotor com o estator. (ressonância) Observa-se que a velocidade de rotação, própria do rotor, afeta o valor das freqüências naturais do sistema, pois esta aparece na matriz de efeito giroscópico (GG) na equação ( 2.80). 53 A forma anti-simétrica da matriz G implica em 2n freqüências naturais distintas para cada velocidade de rotação do eixo, uma maior e outra menor do que cada uma das n freqüências naturais do sistema sem rotação. Novamente, para o cálculo das velocidades críticas, basta traçar a reta freqüência – rotação, cujas interseções com as curvas de Campbell, como na Figura 2.11, definirão os pontos onde a velocidade de rotação coincide com uma freqüência natural (LALANNE e FERRARIS, 1998). Observe-se que nas velocidades de precessão direta, qualquer desbalanceamento do rotor provoca uma excitação síncrona com essa freqüência natural, amplificando ainda mais as amplitudes de oscilação nesse modo de vibração, diz-se então, que o sistema entrou em ressonância. Figura 2.11 – Diagrama de Campbell 3 – Controle para Rotor suportado por Mancais Magnéticos 3.1 – Introdução O objetivo deste capítulo é descrever o procedimento para a substituição do modelo mecânico atual do sistema rotor mancal, ou seja, o modelo da planta em termos de teoria de controle. No modelo mecânico atual, supõe-se que o rotor é rígido; pretende-se trocá-lo por um modelo de corpo flexível. A equação de movimento do rotor foi obtida pelo método dos elementos finitos no capítulo anterior. Resta agora transformar a equação para a forma do espaço de estados. No diagrama geral do sistema de controle, somente a planta será modificada; outros elementos permanecerão inalterados, inclusive o controlador. Antes de prosseguir, será feita uma breve apresentação do mancal magnético: vantagens e limitações, princípio de funcionamento e características das forças geradas. 3.1.1 – Mancais Magnéticos Os mancais magnéticos ativos ( MMA ) são dispositivos eletromagnéticos projetados para manter um eixo suspenso dentro do mancal sem que haja nenhum contato mecânico entre ambos. Os mancais magnéticos podem suportar tanto cargas radiais quanto cargas axiais utilizando-se apenas forças magnéticas para a levitação do eixo, diferenciando-se dos mancais fluidodinâmicos ou dos mancais de rolamento que são baseados em forças mecânicas para o suporte. Uma característica singular da tecnologia dos mancais magnéticos ativos é sua capacidade de operar como um sistema de controle ativo de vibrações, uma vez que esse controle tem a capacidade de corrigir, em frações de segundo, o desvio do eixo de sua posição 55 centrada dentro do mancal. Para isso contam com os seguintes componentes básicos: sensores de posição do eixo, filtros, eletroimãs, controladores ( PD, PID, etc ) e amplificadores de potência. Os mancais magnéticos apresentam várias vantagens sobre os mancais convencionais por uma variedade de aplicações práticas. As vantagens primárias dos mancais magnéticos são o baixo consumo de potência e a longa vida, tendo em vista que não há contato entre o rotor e o estator, o que acarreta uma redução significativa do aquecimento do sistema mecânico. Desta forma podem operar em velocidades mais altas do que os mancais convencionais, sejam de rolamento ou fluidodinâmicos. A ausência de contato explica a longa vida dos MMA, pois a redução do atrito nas suas peças é significativa. Para efeitos de comparação, pode ser lembrado que em mancais fluidodinâmicos ocorrem elevadas perdas ( energéticas ) por fricção devido ao efeito de cisalhamento do óleo. As perdas ( energéticas ) dos MMA se reduzem ao efeito de alguma resistência do ar entre o rotor e o estator, quando não se encontram no vácuo, e às correntes parasitas (“eddy currents”) e a histerese que acontecem no núcleo ferromagnético. Além do mais, comparando as perdas ( energéticas ) associadas à bomba de óleo, filtros e tubulações dos mancais fluidodinâmicos, estas são muito maiores do que as perdas nos amplificadores de potência dos mancais magnéticos. Além disso, os MMA podem operar em ambientes onde as condições seriam adversas a outros tipos de mancais, como em altas ou em baixas temperaturas que poderiam prejudicar o óleo de lubrificação dos mancais de rolamento ou dos fluidodinâmicos. Em relação à capacidade de carga de um MMA, esta é determinada em função da folga entre o rotor e o estator (entreferro ou “airgap”), bem como em função dos efeitos de correntes parasitas e da escolha do material ferromagnético a ser usado. Contudo, os mancais convencionais podem suportar, por alguns instantes, um possível carregamento súbito inesperado (como, por exemplo, na ocorrência da perda de uma pá de uma turbina). Diferentemente, os MMA têm característica muito linear para a capacidade de força e não toleram bem cargas excessivas inesperadas (GUIRÁO (2006) ). Para prevenir cargas inesperadas, os mancais magnéticos devem ser equipados com mancais passivos de auxílio, que entram em ação caso haja uma perda de potência dos mancais magnéticos. Estes mancais auxiliares usualmente são mancais convencionais de rolamento fixados com uma folga entre o eixo e a sua parte interna (diâmetro interno), porém 56 esta folga é ligeiramente menor que a folga entre o eixo e a parte estacionária do mancal magnético para evitar o contato. 3.2 – Princípio de Funcionamento dos Mancais Magnéticos Como mencionado, os MMA são dispositivos que suportam um eixo em rotação, através de forças que tem sua origem em campos magnéticos gerados por eletroímãs cujas correntes são fornecidas por um sistema de controle de posição em malha fechada. A Figura 3.1 mostra, de forma simplificada, um típico sistema de levitação de uma esfera de aço, que dispõe de um sensor de deslocamento, um controlador, um amplificador de potência e um atuador eletromagnético. Nessa figura o peso age na direção oposta à força magnética. Figura 3.1 – Elementos de um Mancal Magnético Ativo O conjunto mostrado na Figura 3.1 funciona basicamente da seguinte forma: o rotor em rotação está sujeito à ação de forças externas que podem tirá-lo de sua posição de equilíbrio. O sensor de deslocamento irá medir este deslocamento do eixo e enviar um sinal ao controlador, que por sua vez, determinará a corrente elétrica necessária a ser enviada ao eletroímã, ou atuador, para que este gere uma força magnética, e com isso recuperar a posição inicial do eixo. Como a corrente elétrica enviada pelo controlador é de pequena grandeza, é necessário que ela passe por um amplificador antes de chegar ao atuador. O controlador, quando é implementado em forma digital, é atualizado periodicamente numa taxa da ordem de kilohertz. No caso de um MMA, um atuador magnético não é suficiente, sendo necessário um par para cada direção controlada, visto que os atuadores eletromagnéticos geram somente forças de atração e não de repulsão. Para isso, em cada direção de controle devem ser montados dois atuadores diametralmente opostos para garantir o total controle da posição do eixo. 57 Na maioria dos mancais magnéticos, os atuadores ficam localizados radialmente ao redor de um material ferromagnético que reveste o eixo. Na prática, pelo menos dois pares de atuadores, um para o controle horizontal e outro para o vertical são necessários. Porém, mancais com um número maior de pares de atuadores existem, e assim um número maior de direções são controladas. Há mancais com até 16 pólos atuadores, ou seja, com 8 pares de atuadores controlando 8 direções radiais distintas com espaçamento angular eqüidistante entre elas (SCHWEITZER et al. (2009) ). 3.2.1 – Forças nos Mancais Magnéticos Ativos (MMA) Em um modelo teórico, para se estudar os mancais magnéticos ativos, é necessário considerar várias hipóteses, as quais são enumeradas a seguir: Os níveis de fluxo magnético estão sempre abaixo do nível de saturação do material ferromagnético; Os movimentos do eixo são pequenos comparados com o tamanho da folga do mancal; A distribuição de fluxo magnético na seção transversal do estator é relativamente uniforme; A perda elétrica é pequena. Desse modelo, se observa que a força magnética mostra uma dependência quadrática proporcional à corrente do MMA e também uma dependência quadrática inversamente proporcional ao entreferro , como se mostra na equação ( 3.1 ). Além disso, observa-se que, para um MMA real, as forças resultantes, ao longo de uma direção, dependem do formato do núcleo do eletroímã, como se ilustra na Figura 3.2. Neste caso, o ângulo é incluído na força magnética da seguinte maneira: ( 3.1 ) Onde: 58 ( 3.2 ) Sendo os parâmetros: - Permeabilidade magnética do ar; n - Número de espiras da bobina; - Área efetiva em que ocorre a atração; i - Intensidade de corrente da bobina; s - Entreferro (airgap); - Ângulo formado entre as linhas de fluxo magnético polares e os eixos de coordenadas. Figura 3.2 – Fluxo magnético e ângulo . Como se observa, para um só eletroímã, a força tem uma característica não linear. Entretanto, para fins de controle, linear, é necessária uma relação linear; isto é conseguido através de um procedimento de linearização em torno de um ponto de operação do sistema. É importante ressaltar que o sistema representado pela Figura 3.1, sem o bloco controlador, não possui um comportamento estável. Desta forma, somente com a utilização de 59 um sistema de controle, em malha fechada, é possível manter constante o valor pré-definido do entreferro da máquina rotativa. A Figura 3.3 ilustra, de forma simplificada, a disposição prática dos eletroímãs em um sistema de posicionamento com MMA radiais. Neste caso se admite que os MMA trabalham em modo diferencial, conforme mostrado. Figura 3.3 – Mancal magnético ativo operando em modo diferencial O mancal magnético radial possui quatro bobinas, sendo um par para cada eixo ( eixos x e y ). Na Figura 3.3 estão indicadas as correntes para cada bobina; a parte hachurada representa a parte sólida do eixo e a camada externa vizinha a parte sólida representa o 60 laminado ( por onde passa o fluxo magnético ). As quatro forças magnéticas atuantes se opõem em pares: f2 para f1 e f4 para f3. Esta configuração gera uma composição de forças resultantes atuando em duas direções perpendiculares. A título de exemplo, pode ser demonstrado que a força fx a seguir, representa a força resultante de um MMA, gerada por dois eletroímãs diametralmente opostos, na direção x. Essas forças são obtidas pela imposição das correntes ( i0 + ix ) e ( i0 - ix ), onde ix é a corrente de controle. Nestas condições, os deslocamentos respectivos serão ( s0 – x ) e ( s0 + x ), onde x é o distanciamento da posição de equilíbrio s0. ( 3.3 ) A linearização de fx em torno de um ponto de operação é obtida com auxilio da série de Taylor. Considerando as derivadas parciais de fx em relação a ix e a x ( avaliados no próprio ponto de equilíbrio ), a força do mancal em torno do ponto de operação pode ser então escrita na forma linearizada: ( 3.4 ) ou de forma compacta: ( 3.5 ) Como observado, a escolha da corrente de bias i0 e de s0, que é o valor do entreferro na posição de equilíbrio, determinam os parâmetros ki e ks da força magnética resultante. 3.3 – Teoria de Controle para Mancais Magnéticos 61 Conforme mencionado, mancais magnéticos são dispositivos de equilíbrio instável, requerendo, para o seu funcionamento apropriado, um sistema de controle em malha fechada ou realimentado, conforme sugerido na Figura 3.4, aplicável ao sistema da Figura 3.1. Figura 3.4 - Sistema de realimentação por malha fechada. Nesta figura, C(s) representa o deslocamento (saída), G(s) a dinâmica do rotor (planta), H(s) a dinâmica do sensor de posição, R(s) o sinal de comando proporcional ao entreferro desejado (referência), e Gc(s) o controlador ( OGATA (2003) ). Neste sistema, o sinal de erro atuante, que é a diferença entre o sinal de referência R(s) e o sinal realimentado, é introduzido no controlador C(s) de modo a reduzir o erro e trazer a saída do sistema ao valor desejado. Para plantas modeladas como sistemas que somente possuem uma entrada e uma saída (SISO), a teoria de controle clássica utiliza exclusivamente o conceito de função de transferência. Análise e projeto são feitos no domínio da freqüência. Já no caso de plantas onde existem múltiplas entradas e saídas (MIMO), a teoria de controle moderno cumpre um papel crucial. Esta é baseada no conceito de espaço de estados e utiliza extensivamente a análise vetorial-matricial, onde são analisados e projetados controladores no domínio do tempo. No caso dos rotores suportados por mancais magnéticos, na prática, a planta é constituída por pelo menos cinco graus de liberdade com deslocamento linear: quatro radiais e um axial. Este último, em geral, pode ser considerado desacoplado dos outros, sendo que o seu controlador é projetado de forma independente. Neste trabalho ele não será abordado. Desta forma, a escolha natural do controlador deveria estar baseada na realimentação de estados. Entretanto, para baixas velocidades de rotação, onde o efeito giroscópico é desprezível e, portanto, também o acoplamento, o controlador para cada grau de liberdade pode ser projetado em função de modelos SISO [ SCHWEITZER et al. (1994); VELANDIA 62 et a. (2005) ]. Neste trabalho, para o modelo de rotor flexível, serão utilizados conceitos da teoria de controle moderno. A seguir, serão mostrados os modelos mecânicos do rotor correspondentes às abordagens de corpo rígido e corpo flexível. Neste caso são consideradas como entradas quatro forças e suas respectivas saídas (deslocamentos). Note-se que estes modelos fazem o papel do bloco G(s) na Figura 3.4, mudando neste caso para uma matriz de transferência. 3.3.1 – Controlador para rotor rígido Para este tipo de modelagem, a equação que governa o movimento do rotor é dada pela Equação ( 2.6 ). Definindo: ( 3.6 ) ( 3.7 ) Após algumas manipulações, a Equação ( 2.6 ) muda para a Equação ( 3.8 ): ( 3.8 ) O diagrama de blocos para a Equação ( 3.8 ), mostrado na Figura 3.5, pode ser então montado: 63 Figura 3.5 – Diagrama de blocos do modelo do rotor considerado rígido A seguir, para obter o modelo no espaço de estados define-se o vetor de estados: . ( 3.9 ) . ( 3.10 ) E sua derivada: Que transformam a Equação ( 3.8 ) em: . ( 3.11 ) Onde: . ( 3.12 ) 64 . ( 3.13 ) Mas o vetor fB pode ser obtido a partir de uma generalização da equação ( 3.5 ), da seguinte forma ( RODRIGUES e SANTISTEBAN (2006) ): ( 3.14 ) Onde: ( 3.15 ) ( 3.16 ) ( 3.17 ) Sendo que é o vetor contendo as correntes nos atuadores magnéticos. Substituindo a equação ( 3.14 ) na equação ( 3.8 ) e fazendo algumas manipulações algébricas, mostradas anteriormente, chega-se a seguinte relação: ( 3.18 ) 65 Que pode ser apresentada no espaço de estados como: ( 3.19 ) Ou seja, de forma equivalente: ( 3.20 ) Onde o vetor é o sinal de controle a ser utilizado. Da teoria de controle moderno, atribui-se a este sinal a forma: ( 3.21 ) Onde é chamada de matriz de realimentação de estado. Para o seu projeto, diversas técnicas existem: alocação de pólos, LQR, LQG, etc (OGATA, 2003). Experiências nesse sentido podem ser encontradas em múltiplas referências, como por exemplo em VELANDIA et al. (2005), LOPES et. al. (2010) e SANTISTEBAN et. al. (2010). 3.3.2 – Controlador para rotor flexível Nesta parte do trabalho, considera-se que o rotor opera com dois mancais magnéticos A e B (um em cada extremidade). Para prosseguir com o estabelecimento completo das equações de movimento do sistema rotor mancal, serão introduzidas as seguintes relações, primeiramente as forças nos dois mancais magnéticos: ( 3.22 ) 66 E os deslocamentos locais correspondentes: ( 3.23 ) Os componentes internos dos dois vetores acima se relacionam com os componentes dos vetores das equações ( 2.7 ) e ( 2.8 ) da seguinte forma: uA = xa, wA = ya, uB = xb, wB = yb; fAu = fax, fAw = fay, fBu = fbx, fBw = fby. Portanto, a única diferença entre os vetores mencionados é a organização de seus componentes internos. Notar que as forças nas relações acima são resultantes. Assim, montando-se a equação global do rotor de acordo com o procedimento mostrado no capítulo anterior, tem-se a forma completa da equação de movimento do sistema rotor mancal ( PALAZZOLO e LEI (2008); SCHWEITZER et al. (2009) ): ( 3.24 ) Onde é o vetor global de deslocamentos e fAMB é o vetor global de forças: ( 3.25 ) Sendo uma matriz auxiliar de transformação. A mesma também é usada para descrever o vetor de deslocamento local em termos do vetor de deslocamento global : ( 3.26 ) A seguir, a fim de facilitar estratégias de controle, a equação de movimento do sistema rotor mancal será transformada para a representação de espaço de estados. Para isso define-se o vetor do espaço de estados: 67 ( 3.27 ) E sua derivada: ( 3.28 ) Expressando na forma: ( 3.29 ) Chega-se então ao formato clássico da equação que modela o sistema mecânico no espaço de estados: ( 3.30 ) Ou seja: ( 3.31 ) A matriz AS é a matriz de estados do sistema e consiste das matrizes globais de massa, giroscópica e elástica ( MG, GG e KG ). O vetor de saída y é: ( 3.32 ) 68 Que é também uma relação clássica dentro da teoria de controle no domínio do espaço de estados. ( 3.33 ) O diagrama de blocos para as Equações ( 3.31 ) e ( 3.33 ), mostrado na Figura 3.6, pode ser então montado: Figura 3.6 - Diagrama de blocos do modelo do rotor considerado flexível Neste trabalho, se pretende avaliar o comportamento do rotor, utilizando o modelo de corpo flexível, quando submetido aos controladores já desenvolvidos considerando um modelo de rotor rígido. A equação do sistema que inclui o rotor e as forças geradas pelos mancais magnéticos pode ser escrita a partir da equação ( 3.24 ) como: ( 3.34 ) Foi deduzida anteriormente a equação ( 3.5 ), que mostrava a força ( linearizada ) para uma dada direção de controle dentro de um mancal magnético. Tal equação pode ser generalizada, de maneira análoga a apresentada por SCHWEITZER (2009) e RODRIGUES e SANTISTEBAN (2006) ): 69 ( 3.35 ) Onde: ( 3.36 ) ( 3.37 ) ( 3.38 ) Sendo que é o vetor contendo as correntes nos atuadores magnéticos. Substituindo a equação ( 3.35 ) na equação ( 3.34 ) e fazendo algumas manipulações algébricas, mostradas anteriormente, chega-se a seguinte relação: ( 3.39 ) Separando os termos: ( 3.40 ) 70 A equação acima pode ser apresentada no espaço de estados como: ( 3.41 ) Ou seja, de forma equivalente: ( 3.42 ) Obtendo assim uma expressão clássica dentro da teoria de controle, onde o vetor éo sinal de controle a ser utilizado. Da teoria de controle moderno, atribui-se a este sinal a forma: ( 3.43 ) Onde é chamada de matriz de realimentação de estado. Para o seu projeto, as mesmas técnicas mencionadas para o caso do modelo com rotor considerado rígido, podem ser aplicadas. 3.4 – Análise da dinâmica do rotor suportado por mancais magnéticos Nesta parte do trabalho, pretende-se mostrar a influência dos parâmetros do controlador na solução da equação do sistema, com o modelo de rotor flexível, como um todo. Substituindo a equação ( 3.43 ) na equação ( 3.42 ), obtém-se o seguinte resultado: ( 3.44 ) Sendo: 71 ( 3.45 ) Para facilitar o entendimento da análise da dinâmica do rotor, alguns conceitos da teoria de análise modal serão comparados com os utilizados na teoria de controle moderno. Como é de conhecimento na teoria de análise modal, a fim de determinar a resposta de um sistema giroscópico a uma excitação há a necessidade de se estabelecer uma base de vetores ortogonais no espaço modal. Simetria das matrizes que constituem a equação de movimento do rotor é pré-requisito para o estabelecimento da dita base ( NETO (2007). ). A solução da equação homogênea ( 3.44 ) adota a seguinte forma: ( 3.46 ) Sendo uma constante e um vetor constante com o mesmo número de linhas de . Substituindo a equação ( 3.46 ) na equação ( 3.44 ) obtemos o problema de auto valor na forma padrão: ( 3.47 ) Pode ser demostrado que a equação ( 3.47 ) admite soluções na forma de auto valores e correspondentes auto vetores correspondentes auto vetores , assim como na forma de auto valores e , que satisfazem às seguintes equações: ( 3.48 ) ( 3.49 ) 72 Dentro da teoria de análise modal, os autovetores vetores à esquerda de e os autovetores são conhecidos como auto são conhecidos como auto vetores à direita de . Para que a base de auto vetores sirva para diagonalizar a matriz que eles sejam ortogonais entre si e em relação a . Entretanto, como não existe esta relação de ortogonalidade. O mesmo pode ser dito para Definindo , é necessário não é simétrica, . como a matriz que contém os auto vetores à direita e como a matriz que contém os auto vetores à esquerda, dispostos em colunas, pode-se provar a validade das seguintes relações: ( 3.50 ) ( 3.51 ) ( 3.52 ) Onde é a matriz diagonal ( matriz espectral ) contendo os auto valores de dimensão de enéa . As equações ( 3.50 ) e ( 3.51 ) mostram que os auto vetores à esquerda e os autovetores à direita de uma matriz real não simétrica de diferentes autovalores são ortogonais. Diz-se que os dois conjuntos de autovetores são biortogonais. Também pode ser dito a partir das relações acima que os auto vetores à direita e à esquerda são biortogonais em relação à matriz . Desta forma, pode-se diagonalizar a matriz com a seguinte relação: 73 ( 3.53 ) Assim, assumindo que todos os autovalores são distintos, a matriz pode ser diagonalizada por meio desta relação de semelhança. Por outro lado, numa abordagem pela teoria de controle moderno, pode ser feita a seguinte transformação de coordenadas ( PALAZZOLO e LEI (2008) ): ( 3.54 ) Onde de é o vetor das coordenadas modais e V uma matriz contendo os auto vetores , que cumprem a equação ( 3.48 ). Assim, obtém-se: ( 3.55 ) Note-se que V é a própria matriz A matriz . será diagonalizada pré-multiplicando a equação anterior por obtendo-se assim a equação do sistema no espaço modal: ( 3.56 ) Sendo que: ( 3.57 ) O que é equivalente à equação ( 3.51 ). ; 74 A solução da equação ( 3.56 ) pode ser escrita como se segue: ( 3.58 ) Sendo a condição inicial, calculada da seguinte maneira: ( 3.59 ) O resultado de é: ( 3.60 ) Isolando na equação ( 3.54 ), igualando o resultado com a equação ( 3.58 ) e utilizando novamente a equação ( 3.54 ) obtém-se: ( 3.61 ) Esta forma é equivalente à obtida com procedimentos clássicos da teoria de controle para a solução da equação ( 3.44 ): ( 3.62 ) O vetor desacoplada: alternativamente pode ser expresso conforme a seguinte equação 75 ( 3.63 ) Que pode ser convenientemente manipulada para mostrar o significado físico da equação do sistema: ( 3.64 ) Onde Vi são os auto-vetores associados aos auto-valores . ( 3.65 ) Observando a equação ( 3.65 ), fica evidente que o vetor de estados é expresso como uma superposição linear de modos de vibração. Logo, desta apresentação de conceitos serão determinados a rigidez e o amortecimento equivalentes do sistema controlado nas diferentes direções de controle. Para isso, na equação de movimento do rotor, será considerado um vetor generalizado de forças externas FE,como mostrado na equação ( 3.66 ), e será adotado um procedimento análogo ao utilizado por GUIRÁO (2006), com a diferença de que nesta dissertação se trata de uma análise considerando uma matriz de realimentação de estados ao invés de controladores do tipo PID. ( 3.66 ) Utilizando a lei de controle, mostrada na equação ( 3.43 ), esta pode ser escrita de uma forma conveniente como: 76 ( 3.67 ) Assim, através de algumas substituições e manipulações algébricas, chega-se a: ( 3.68 ) Ou seja: ( 3.69 ) Que pode ser escrita como: ( 3.70 ) Que se encontra na forma análoga ao de um clássico sistema massa-mola-amortecedor. Desta forma, a rigidez Keq e amortecimento Ceq equivalentes resultam como: ( 3.71 ) ( 3.72 ) Este é um resultado útil para o projeto de controladores, pois mostra que é possível atribuir amortecimento e rigidez equivalentes do sistema através da escolha apropriada dos parâmetros do controlador além dos do próprio mancal magnético. Esta característica explica 77 a capacidade de mudar, em operação, as freqüências críticas do rotor enquanto é acelerado para atingir sua velocidade final. 4 – Resultados 4.1 –Introdução Neste capítulo são apresentados os resultados da modelagem do rotor, de forma geral, utilizando os procedimentos do capítulo 2. Primeiramente é discutida a problemática da modelagem do laminado do rotor em estudo e a solução adotada. Em seguida, é mostrado o procedimento da discretização do rotor em elementos. Nessa parte são explicados detalhes da modelagem aplicada ao rotor em questão do trabalho. Passa-se então para a descrição dos algoritmos desenvolvidos, implementados no software Matlab ( GILAT (2006) ), para o cálculo das matrizes de estado e de outros resultados de interesse, tais como valores de frequências naturais e diagramas de campbell. A fim de validar o modelo obtido, são adotados alguns procedimentos: cálculo analítico das vibrações em rotação nula, obtenção experimental das frequências naturais do rotor e comparações com a modelagem de um rotor feito de alumínio. Este último procedimento foi feito com o intuito de verificar a validade do algoritmo desenvolvido para o rotor em estudo uma vez que o rotor de alumínio apresenta uma estrutura simples de ser modelada. Por fim é feita uma análise do desempenho do modelo obtido quando inserido dentro da antiga estrutura de controle, ou seja depois de feita a atualização na simulação do sistema de controle. Adicionalmente, foram realizados experimentos para a obtenção das primeiras frequências naturais e os correspondentes modos de vibração na condição livre de apoios, tanto para o rotor em estudo e o rotor de alumínio. Os modelos são então avaliados, comparando-se os valores das frequências naturais obtidas experimentalmente com aquelas calculadas pelo método dos elementos finitos. 79 4.2 – Problemática da modelagem do laminado Quase todos os rotores de máquinas elétricas girantes são constituídos por um cilindro metálico montado com interferência sobre um eixo. No caso do motor de indução, este cilindro é formado por um conjunto de lâminas de aço de pequena espessura, que são empilhadas e compactadas formando um bloco único chamado de núcleo laminado ou pacote laminado. Esta arquitetura é necessária para diminuir as perdas por correntes parasitas induzidas no material magnético e, com isso, melhorar a eficiência da máquina. O núcleo laminado adiciona uma parcela de rigidez adicional ao sistema mecânico (no caso, à região do eixo que contém o laminado ) e dependendo da forma como o rotor foi construído, bem como de suas características geométricas, este efeito de enrijecimento pode ser maior ou menor. Uma caracterização inadequada deste elemento pode ocasionar grandes erros na previsão do comportamento dinâmico do rotor ( SANTOS (2008) ). Modelar adequadamente o laminado do rotor passa por vários problemas. Um deles é que a interferência entre laminado e eixo (proveniente do processo de fabricação ) influencia o fenômeno de enrijecimento do eixo ( na região do laminado ), e esta interferência não é simples de ser quantificada. Um segundo problema é sobre o módulo de elasticidade a ser usado para modelar o laminado e como determiná-lo; um modelo completo exigiria a capacidade de contemplar a anisotropia do módulo de elasticidade do mesmo. Por fim, existe também a influência da relação geométrica entre o eixo e o laminado, bem como do modo de vibração em análise. Quanto menor o comprimento do laminado em relação ao eixo e maior seu diâmetro ( ou seja quanto mais próximo a um disco ), tanto menor será a influência da rigidez adicional. Além disso, modos de vibração distintos podem afetar a precisão de um modelo de formas diferentes. Neste trabalho, para lidar com a problemática do laminado, será usado o artifício técnico do modelo de viga equivalente. Nesse modelo uma parcela do núcleo laminado é considerada parte do eixo, agregando além de massa e inércia, uma contribuição na rigidez total do rotor. Um acréscimo no valor do diâmetro, no eixo, simula o efeito de enrijecimento do pacote laminado, procedimento semelhante ao que foi apresentado por Lalanne e Ferraris (1990) para considerar discos montados com interferência no eixo. O acréscimo no diâmetro do eixo é aplicado somente na região na qual se situa o laminado, e não no eixo como um todo. Em outras palavras, o elemento de disco na região considerada terá seu diâmetro interno aumentado. 80 4.3 – Discretização do rotor em elementos finitos Nesta seção será discutida a utilização do modelo de viga equivalente e a modelagem do rotor de interesse deste trabalho. A Figura 4.1 mostra um exemplo de aplicação. Trata-se de uma estrutura simples: um eixo de diâmetro uniforme ao longo de toda a extensão do rotor, com um conjunto laminado montado sobre o mesmo. O procedimento para modelar este rotor pode ser resumido nas seguintes etapas: Divisão do rotor em seções ( elementos ). As linhas verticais tracejadas indicam os locais de divisão entre elementos. Neste caso seriam 9 nós, 8 elementos de eixo e 4 elementos de disco. As posições dos nós estão representadas por círculos; Escolha do aumento do diâmetro do eixo na região do laminado, para simular o efeito de enrijecimento provocado pelo conjunto laminado. Notar que os elementos de disco tem seu diâmetro interno aumentado proporcionalmente; Escolha das posições onde serão concentrados os elementos de disco e de mancal. Por exemplo, os elementos de disco poderiam ser concentrados nos nós 3, 4, 5, 6 ou 7. 1 2 3 4 5 6 7 Figura 4.1 – Modelo de viga equivalente 8 9 81 Desta forma, finalmente o rotor do exemplo é convertido em um sistema de viga equivalente com os parâmetros dos elementos de disco e mancal concentrados. A discretização do rotor de interesse deste trabalho seguirá os procedimentos já descritos. Na Figura 4.2 é mostrada a divisão do rotor completo em elementos e são indicados os números dos nós. No conjunto laminado do rotor do motor são considerados dois anéis. Esta divisão foi escolhida depois de várias tentativas e verificar que as duas frequências naturais mais baixas ficaram sendo mais próximas daquelas que foram medidas experimentalmente. Foram feitas simplificações na geometria do rotor completo, desconsiderando alguns detalhes tais como os chanfros e considerando propriedades médias em cada seção. Rotor do MMA 1 Rotor do Motor 5 8 Rotor do MMA 11 15 Figura 4.2 – Divisão do rotor completo em elementos A tabela seguinte mostra a discretização usada para modelar o rotor, onde: Nv é o número do elemento de viga, Nesq é o nó à esquerda do elemento de viga, Ndir é o nó à direita do elemento de viga, L e D ( i – interno; e – externo ) são o comprimento e o diâmetro (mm) do elemento em questão, ρ é peso específico ( kg/m3 ), E é o módulo de elasticidade (Gpa), Nd é o número de elementos de disco e Nod o nó de aplicação de cada disco. Detalhes sobre a geometria após a discretização podem ser vistos na Figura 4.3. Os diâmetros equivalentes estão indicados com linhas pontilhadas. Nos nós 3 e 13 são considerados os pontos de aplicação das forças magnéticas (meio do rotor de cada MMA). 82 Tabela 4.1 – Parâmetros para modelagem do rotor Nv 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Elementos de Viga Nesq Ndir L D ρ 1 2 32.6 17.0 7850 2 3 30.4 39.35 7850 3 4 8.8 39.35 7850 4 5 8.8 27.56 7850 5 6 28.9 21.45 7850 6 7 7.0 21.45 7850 7 8 37.75 39.35 7850 8 9 37.75 39.35 7850 9 10 9.9 21.45 7850 10 11 22.05 21.45 7850 11 12 8.8 27.56 7850 12 13 8.8 39.35 7850 13 14 30.4 39.35 7850 14 15 71.95 17.0 7850 E 210 210 210 210 210 210 210 210 210 210 210 210 210 210 ν 0.3 0.3 0.3 0.3 0.3 0.3 0.3 0.3 0.3 0.3 0.3 0.3 0.3 0.3 Elementos de Disco Nd Nod L Di De 1 2 30.4 39.35 74.25 2 3 8.8 39.35 74.25 3 4 8.8 27.56 52.0 4 6 7.0 55.0 70.0 5 7 37.75 39.35 74.25 6 9 37.75 39.35 74.25 7 10 9.9 55.0 70.0 8 12 8.8 27.56 52.0 9 13 8.8 39.35 74.25 10 14 30.4 39.35 74.25 ρ 6770 6770 6770 6770 6770 6770 6770 6770 6770 6770 Infelizmente, embora o rotor tenha sido construído na própria UFF, alguns dos seus parâmetros são desconhecidos, especialmente os que se referem ao laminado do rotor do motor de indução. Desta forma, algumas das propriedades dadas na tabela anterior tiveram que ser aproximadas. 83 Figura 4.3 – Geometria da discretização do rotor de aço 84 4.4 – Descrição dos algoritmos desenvolvidos Foram desenvolvidos algoritmos ( no Matlab ) para o cálculo de frequências naturais, plotagem dos modos de vibração, plotagem de diagramas de Campbell, plotagem de diagramas de frequência natural versus rigidez equivalente e amortecimento equivalente nos mancais (No apêndice 7.1 encontram-se os algoritmos correspondentes). Além destes, o mais importante, do ponto de vista de controle, foi o algoritmo desenvolvido para o cálculo dos parâmetros da equação de movimento do sistema mecânico, do rotor suportado por mancais magnéticos, na formulação de espaço de estados, que leva em conta a flexibilidade do rotor. Embora a integração dos diversos algoritmos desenvolvidos seja possível, optou-se pela criação de vários algoritmos independentes, mesmo tendo estruturas internas muito parecidas. O motivo foi a facilidade de correção e modificação de acordo com as necessidades, juntamente com a vantagem óbvia de se trabalhar com algoritmos com funções distintas um de cada vez, ao invés de trabalhar com um único algoritmo que fornecesse todos os dados ao mesmo tempo. Na Figura 4.4 é mostrado um fluxograma com os procedimentos correspondentes ao algoritmo que calcula as frequências naturais. Entretanto, este fluxograma sofre algumas modificações quando se trata dos outros algoritmos, como será explicado mais adiante. A seguir será feita uma descrição de cada um destes procedimentos. 85 Figura 4.4 – Fluxograma do algoritmo para cálculo das frequências naturais. Inicialização dos vetores contendo parâmetros do rotor: nesta etapa são inseridos os dados de entrada, tais como parâmetros geométricos e propriedades do rotor, velocidade de rotação, número e tipo de elementos no rotor, propriedades dos mancais e posição de concentração dos parâmetros dos mancais e dos elementos de disco. Os dados de entrada são apresentados como vetores linha ou como escalares, excetuando a matriz de entrada para os diâmetros do elemento de disco, que possui na primeira linha diâmetros internos e na segunda linha diâmetros externos, e as matrizes de rigidez e amortecimento do elemento mancal. Com essa informação são realizados cálculos de áreas e inércias dos elementos, entre outros. Loop para cálculo das matrizes elementares de cada elemento do rotor: após a discretização do rotor, feita fora do algoritmo, são realizados cálculos das matrizes elementares para os elementos de disco e de eixo, com a diferença de que o elemento de disco necessita de um vetor contendo as posições de concentração das inércias ( parâmetros concentrados ). Há um loop para cada tipo de elemento ( eixo 86 e disco no caso ) uma vez que o número de elementos de cada tipo é diferente. No caso do elemento de eixo, por exemplo, em um laço do loop são calculadas as matrizes de massa, giroscópica e de elasticidade para uma dada seção; Loop para montagem das matrizes globais: neste loop, são montadas as matrizes globais de massa, giroscópica e de elasticidade. Neste momento são levadas em consideração apenas as matrizes elementares do elemento de eixo; Loop para adição das matrizes elementares dos elementos de disco e mancal: como a localização da concentração dos parâmetros dos elementos de disco e mancal são diferentes, bem como o número de elementos de cada tipo, os parâmetros são somados diretamente nas matrizes globais; Transformação da equação de movimento do sistema rotor mancal para o espaço de estados. É calculada a matriz dada pela equação ( 3.31 ). Há um pequeno trecho de instruções com entradas e comandos específicos para o cálculo das frequências naturais desejadas. A seguir são listadas as diferenças entre o algoritmo anteriormente descrito com os outros algoritmos desenvolvidos. Nenhum dos outros possui a última etapa ( Cálculo das frequências naturais desejadas ). Algoritmo para o controlador: São calculados vários parâmetros do controlador. São calculadas também as matrizes de entrada e saída que completam o modelo de planta no espaço de estados, pois tanto as entradas quanto as saídas são vetores coluna de 4 linhas. Algoritmo para a plotagem dos modos de vibração: O resultado da Equação ( 2.87 ) é plotado. Primeiramente são calculadas as matrizes contendo os autovalores e autovetores. Em seguida são correlacionados os modos de vibração desejados com as posições ( linhas e colunas ) dentro das matrizes de autovalores e de autovetores. Os modos de vibração plotados são qualitativos e planos, pois ignoram o ângulo de defasagem dado pela equação ( 2.87 ). Neste trabalho, os modos de vibração do rotor em análise são essencialmente planos, havendo pouca influência da distorção. 87 Algoritmo para plotagem do diagrama de campbell: Neste algoritmo, os três loops descritos na Figura 4.4 ficam dentro de outro loop que varia a velocidade de rotação em cada laço. É necessário estabelecer os limites superior e inferior da rotação para limitar a faixa de rotações a ser varrida. Em cada loop é calculada a matriz contendo os autovalores ( matriz diagonal com autovalores repetidos ). Os autovalores ( frequências naturais ) que interessam são armazenados em um vetor. Ao final de tudo é plotada cada linha ( em cada linha a evolução de uma frequência ) do vetor anterior versus vetor de velocidade de rotação, num único diagrama. Algoritmos para plotagem dos diagramas de frequência natural versus rigidez equivalente e amortecimento equivalente nos mancais: Estes dois algoritmos seguem uma lógica similar ao do algoritmo para diagrama de campbell, exceto que o parâmetro a ser mudado em cada loop é, respectivamente, rigidez equivalente e amortecimento equivalente. 4.5 – Resultados obtidos através dos algoritmos Para a determinação do modelo mecânico do rotor que substitua o antigo modelo, baseado na hipótese de corpo rígido, as matrizes elementares dos elementos dos mancais são consideradas nulas. A rigidez e o amortecimento dos mancais magnéticos são estabelecidos pelos parâmetros do sistema de controle de posição, em malha fechada, e das condições operativas. No entanto, tais matrizes não são nulas para os demais algoritmos, pois estes últimos funcionam desconectados da estrutura de controle. Na Figura 4.5 e na Figura 4.6 são mostrados o primeiro e segundo modos de vibração do rotor em condição de corpo livre no espaço e rotação nula. Neste caso, o algoritmo utilizado não usa elemento de mancal. Na Figura 4.7 se mostra o diagrama de campbell para o mesmo rotor na condição de corpo livre e, na Figura 4.8, se mostra o diagrama de campbell para o mesmo rotor considerado como rígido. 88 Frequências naturais superiores foram ignoradas devido a que os valores encontrados seriam superiores a 100.000 rpm, limite máximo de operação previsto num primeiro momento. A diferença, como poderá ser observada, é grande e deve-se ao fato do segundo diagrama só mostrar frequências referentes a modos de vibração de corpo rigido. A Figura 4.9 e a Figura 4.10 mostram os diagramas de Campbell considerando uma rigidez equivalente de 0.22x107 N/m. Como pode ser observado, na região abaixo de 100 Hz de velocidade de rotação, as frequências de vibração são similares, próximas a 140 Hz, o que confirma a confiabilidade do modelo de rotor rígido para rotações abaixo de 6000 rpm. A Figura 4.11 e a Figura 4.12 foram obtidas variando os parâmetros dos mancais (rigidez e amortecimento equivalentes). Na Figura 4.11 se considera o amortecimento equivalente nulo e a rotação nula. Já na Figura 4.12, a rigidez e a rotação são nulas. Pode-se observar que, para as faixas de variação consideradas, possíveis de serem implementadas, a rigidez tem mais influência na mudança das frequências críticas do que o amortecimento. Dir eçã o Ra dial 0 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 Posição axial ao longo do eixo (m) Figura 4.5 – Primeiro modo de vibração natural ( 587 Hz ) 0.35 89 Dir eçã o Ra dial 0 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 Posição axial ao longo do eixo (m) Figura 4.6 - Segundo modo de vibração natural ( 1108 Hz ) Figura 4.7 – Diagrama de Campbell do Rotor ( Flexível ) 0.35 90 Figura 4.8 - Diagrama de Campbell do Rotor ( Rígido ) Figura 4.9 – Diagrama de Campbell ( modelo flexível, rigidez não nula ) 91 Figura 4.10 – Diagrama de Campbell ( modelo rígido, rigidez não nula ) Figura 4.11 – Variação da Freq. Natural versus Rigidez Equivalente (amortecimento e rotação nulos) 92 Figura 4.12 – Variação da Freq. Natural versus Amortecimento Equivalente (rigidez e rotação nulos) 4.6 – Validação dos resultados Esta parte do trabalho trata da validação do modelo de planta obtido através do MEF e de sua adequabilidade para modelar o rotor real. Para alcançar este objetivo, foram feitos três experimentos: Cálculo analítico, simulação ( no Matlab ) e obtenção experimetal da primeira frequência natural de uma barra de aço uniforme e homogênea; Obtenção experimental das frequências naturais do rotor de interesse deste trabalho (aço); Simulação ( no Matlab ) e obtenção experimental das duas primeiras frequências naturais de um rotor de alumínio homogêneo e totalmente sólido, feito com as mesmas dimensões geométricas do rotor de interesse deste trabalho. A geometria foi simplicada e parâmetros de montagem desconhecidos que existem no rotor alvo simplesmente não existem aqui. 93 4.6.1 – Experimento com uma barra de aço Esta foi uma verificação preliminar da adequabilidade do modelo feito pelo MEF. Esta verificação consistiu em três etapas, descritas a seguir. Na primeira etapa foi feito um experimento ( rap test ) no laboratório de Vibrações e Automação da UFF, que consistiu em pendurar uma barra de aço em suas extremidades, de modo que permanecesse na posição horizontal, como ilustrado na figura abaixo, onde os pontos azuis representam as regiões em que foram posicionados os sensores ou aplicadas as excitações. Foi usado um fio de nylon bem fino para este propósito e um acelerômetro com acoplamento à base de cera. Desta forma, o rotor permaneceu fixado na direção vertical, mas livre na direção horizontal, esta última direção sendo a escolhida para aplicar excitações (com um martelo calibrado). Para a primeira frequência natural, foi encontrado um valor de 433 Hz, após variar as posições do sensor e da excitação algumas vezes. A seguir, na segunda etapa, com o uso dos algoritmos descritos anteriormente, a primeira frequência natural foi calculada no Matlab. Foram aplicados somente elementos de viga nesta modelagem, de igual comprimento ao longo de toda a barra. Os dados de entrada para a barra foram os seguintes: Diâmetro = 25,3 mm ; Comprimento Total = 512 mm ; Módulo de Elasticidade = 200 Gpa ; Módulo de Poisson = 0,3 ; Peso Específico = 7850 kg/m3 ; Número de Elementos ( viga ) = 10 ; Com o uso destes dados, o resultado encontrado foi de 442 Hz. Por fim, na terceira etapa foi feito um cálculo analítico. A seguinte fórmula foi utilizada, encontrada em YOUNG (1989), para uma barra uniforme, homogênea e livre no espaço, sendo fn a e-nésima frequência ( Hz ): 94 ( 4.1 ) Onde Kn é um fator que depende somente do modo de vibração e vale 22,4 para o primeiro modo. E é o módulo de elasticidade, I o momento de inércia de área, g a gravidade ( 9,81 m/s2 ), l o comprimento e w o peso por unidade de comprimento ( N/m ). A frequência encontrada foi de 435,5 Hz. Figura 4.13 – Configuração para determinação da frequência natural de uma barra de aço 4.6.2 – Obtenção experimental das frequências naturais de vibração do rotor alvo Na Figura 4.14 é mostrado um esquema do experimento ( rap test ) realizado no laboratório de Acústica e Vibração da UFRJ, para obter as frequências naturais do rotor. As setas maiores indicam os locais das excitações ( com martelo calibrado ). O acelerômetro ( base magnética ) foi fixado no laminado do mancal superior e sua posição não foi modificada durante o experimento. As excitações foram aplicadas sempre na mesma direção da medição do acelerômetro. O rotor permaneceu pendurado através de um fio de nylon fino. Através de um equipamento de aquisição de dados, foram obtidas as respostas em frequência para as três marteladas. Os resultados encontram-se indicados na Figura 4.15, Figura 4.16 e na Figura 4.17. Nestes gráficos, os dados mais importantes são os locais de pico no eixo X, que indicam as frequências naturais. Como pode ser observado, o local da excitação aplicada pode influenciar na amplitude da vibração e excitar mais um modo de vibração do que outro, porém os locais de pico permanecem quase inalterados. Desta forma, 95 as freqüências de interesse ficaram em torno de 536,8Hz e 1150Hz, próximas dos valores encontrados através de método dos elementos finitos: 587.6Hz e 1108Hz (Figura 4.5). Figura 4.14 – Esquemático do experimento Figura 4.15 – Resposta em Frequência ( Excitação aplicada na parte de baixo do rotor ) 96 Figura 4.16 - Resposta em Frequência (Excitação aplicada na parte do meio do rotor ) Figura 4.17 - Resposta em Frequência (Excitação aplicada na parte de cima do rotor ) 97 4.6.3 – Experimento com um rotor de alumínio A fim de contar com mais um experimento que permitisse validar o método (MEF) utilizado neste trabalho para modelar o rotor de aço, foi construído um rotor sólido feito de aluminio, com dimensões aproximadas ao do rotor em estudo. Com este foi realizado um experimento semelhante mas desta vez foram acoplados dois acelerômetros, indicados na Figura 4.18 através de círculos. Os acelerômetros usados, bem como os outros equipamentos necessários, foram os mesmos usados no experimento da barra de aço. Neste item, será feita uma comparação entre simulações e os dados experimentais obtidos. As excitações foram aplicadas nas partes equivalentes aos “laminados” do rotor em estudo, já que o rotor de alumínio é uma única peça sólida, sem montagens. As excitações foram aplicadas sempre no plano horizontal. A primeira foi aplicada na parte esquerda, a segunda foi aplicada na parte do meio e por fim a terceira foi aplicada na parte direita. Figura 4.18 – Montagem do experimento para o rotor de alumínio Da Figura 4.19 até a Figura 4.23, são mostradas as respostas em frequência obtidas. A taxa de amostragem foi de 4800 hz. Os acelerômetros são do fabricante PCB modelo 333B50; o condicionador de sinais dos acelerômetros também é do fabricante PCB modelo 481; por fim o módulo de aquisição de dados é do fabricante HBM, modelo Spider 8. O software utilizado pelo conjunto é o Cattman®. A resposta do acelerômetro fixado no meio do rotor aparece em vermelho e do fixado à direita aparece em azul. 98 Figura 4.19 – Resposta em Frequência ( Excitação aplicada na parte esquerda ) Figura 4.20 – Resposta em Frequência até 1 kHz ( Excitação aplicada na parte do meio ) 99 Figura 4.21 - Resposta em Frequência até 2 kHz (Excitação aplicada na parte do meio ) Como se verifica nos três gráficos, foi detectada uma freqüência crítica em 742,4Hz. Adicionalmente, na região compreendida entre 1000Hz e 2000Hz, foi detectada outra freqüência crítica em 1374Hz, como mostrado na Figura 4.22 e na Figura 4.23. Figura 4.22 - Resposta em Frequência até 1 kHz (Excitação aplicada na parte direita ) 100 Figura 4.23 - Resposta em Frequência até 2 kHz (Excitação aplicada na parte direita ) Na Figura 4.24, são mostradas a geometria do rotor de alumínio, assim como a discretização do mesmo em elementos. A simulação realizada foi feita utilizando os parâmetros que se encontram na Tabela 4.2. Nesta simulação, foram utilizados 26 elementos de viga e nenhum elemento de disco. As duas primeiras frequências encontradas foram 873 Hz e 1590 Hz, que representam diferenças de 17,6% e 15,7%, respectivamente, em relação aos valores experimentais. A partir destes resultados, pode-se concluir que o rotor de alumínio, mesmo tendo sido usinado como peça única, não pode ser discretizado somente com elementos de viga. Desta forma, algumas alternativas podem ser consideradas para melhorar o modelo, por exemplo, considerar algumas partes do rotor com comportamento próximo ao de um elemento de disco ou utilizar a técnica do diâmetro equivalente, para chegar a resultados mais coerentes. 101 Figura 4.24 – Discretização do rotor de alumínio 102 Tabela 4.2 – Parâmetros para a modelagem do rotor de alumínio Dados de entrada Viga Módulo de Elasticidade ( GPa ) 70 Coeficiente de Poisson 0.35 Peso Específico ( kg /m3 ) 2700 Número de Elementos 26 4.7 – Comparação do desempenho do sistema de controle com os modelos mecânicos rígido e flexível do rotor Este item visa fazer uma comparação entre o modelo antigo (modelo de corpo rígido) e o novo modelo (MEF) no contexto do controlador. A estrutura do controlador permanece a mesma, embora a planta do sistema tenha sido atualizada. Assim, o controlador utilizado para ambos os casos supõe que o rotor seja rígido (RODRIGUES e SANTISTEBAN (2006)). Em todas as simulações, foram utilizados um tempo comum de simulação de 0,02 s e duas referências de posição constantes de 0,5 mm e -0,5 mm para as posições xa e xb do rotor dentro dos mancais, respectivamente. Da Figura 4.25 até a Figura 4.32 são mostrados os resultados obtidos. Foram consideradas duas velocidades de rotação: 628 rad/s e 10048 rad/s ( 6000 rpm e 96000 rpm respectivamente ). Como pode ser observado das figuras, as respostas das posições e das forças, quando é empregado o modelo do rotor obtido pelo MEF, vêm acompanhadas de muitas ondulações superpostas na velocidade de 6000 rpm, no entanto para 96000 rpm essas ondulações diminuem significativamente e também as forças resultantes nas posições ya e yb, cujas referencias de posição são zero. Adicionalmente, pode se observar que as respostas das posições somente diferem quando o rotor opera em altas rotações. Portanto, para baixas rotações se pode afirmar que o modelo antigo é preciso o suficiente, como esperado. 103 Figura 4.25 – Posição no sistema antigo a 628 rad/s Figura 4.26 – Posição no sistema novo a 628 rad/s 104 Figura 4.27 – Força no sistema antigo a 628 rad/s Figura 4.28 – Força no sistema novo a 628 rad/s 105 Figura 4.29 - Posição no sistema antigo a 10048 rad/s Figura 4.30 - Posição no sistema novo a 10048 rad/s 106 Figura 4.31 – Força no sistema antigo a 10048 rad/s Figura 4.32 - Força no sistema novo a 10048 rad/s 5 - Considerações Finais Neste trabalho, foi apresentado o desenvolvimento, através do Método dos Elementos Finitos, de um modelo mecânico para um rotor suportado por mancais magnéticos. O levantamento experimental de algumas freqüências críticas confirmou a validade dos modelos deduzidos para dois rotores simples e do rotor em estudo. A partir deste procedimento conseguiu-se abrir uma nova frente de pesquisa na área de projeto de controladores de posição operando em condições de alta rotação, onde ficam em evidência os efeitos da flexibilidade do rotor. Outra linha alternativa de pesquisa, derivada deste trabalho, se refere ao aprimoramento do modelo mecânico do rotor em estudo, no que se refere a alguns parâmetros de montagem desconhecidos do rotor do motor de indução, uma vez que este foi adquirido diretamente no mercado local. Como pode ser conferido, tais parâmetros afetam, por exemplo, a rigidez do rotor de forma diferente em direções distintas. Por fim, a inclusão dos efeitos perturbadores das forças magnéticas geradas pelas correntes do motor de indução é outro item importante a ser analisado futuramente pois, dependendo da sua magnitude, podem influenciar na dinâmica do rotor. 6 - Referências Bibliográficas: CHAPETTA, R. A.; SANTISTEBAN J. A. ; NORONHA, R. F. . 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As listas de variáveis de entrada que não são comuns a todos os algoritmos são explicadas em cada algoritmo na forma de comentários. 7.1.1 – Lista de variáveis de entrada comum aos algoritmos NE = Número de elementos de viga; NoM = Vetor contendo os nós de aplicação dos parâmetros dos mancais; Pois = Vetor contendo o módulo de Poisson de cada elemento de viga; L = Vetor contendo o comprimento de cada elemento de viga; E = Vetor contendo o módulo de elasticidade de cada elemento de viga; Dens = Vetor contendo o peso específico de cada elemento de viga; D = Vetor contendo o diâmetro de cada elemento de viga; Nd = Número de elementos de disco; D_d = Matriz cujas linhas são vetores contendo os diâmetros de cada elemento de disco. A primeira linha contém os diâmetros internos, a segunda contém diâmetros externos; L_d = Vetor contendo o comprimento de cada elemento de disco; Dens_d = Vetor contendo o peso específico de cada elemento de disco; Nod = Vetor contendo os nós de aplicação dos parâmetros dos discos. 7.1.2 – Entrada comum a todos os algoritmos % entrada de dados do rotor NE=14; NoM=[ 3 13 ]; Pois=0.3*(ones(1,NE)); 113 L=[ 0.0326 0.0304 0.0088 0.0088 0.0289 0.007 0.03775 0.03775 0.0099 0.02205 0.0088 0.0088 0.0304 0.07195 ]; E=(210e9)*(ones(1,NE)); dens=7850*(ones(1,NE)); D=[ 0.017 0.03935 0.03935 0.02756 0.02145 0.02145 0.03935 0.03935 0.02145 0.02145 0.02756 0.03935 0.03935 0.017 ]; Nd=10; D_d=[ 0.03935 0.03935 0.02756 0.055 0.03935 0.03935 0.055 0.02756 0.03935 0.03935 ; 0.07425 0.07425 0.052 0.070 0.07425 0.07425 0.070 0.052 0.07425 0.07425 ]; L_d=[ 0.0304 0.0088 0.0088 0.007 0.03775 0.03775 0.0099 0.0088 0.0088 0.0304 ]; dens_d = 6770*(ones(1,Nd)) ; N_elem_d=1; Nod=[ 2 3 4 6 7 9 10 12 13 14 ]; % cálculo de áreas, momentos de inércia e fatores de forma dos elementos de viga S=zeros(1,NE); I=zeros(1,NE); Co=zeros(1,NE); for k=1:NE S(k)=pi*((D(k)/2)^2); I(k)=pi*(D(k)^4)/64; Co(k)=6*(1+Pois(k))/(7+6*Pois(k)); end % cálculo dos parâmetros das matrizes de massa dos elementos de disco Mdi_aux=zeros(N_elem_d,Nd); Idx_aux=zeros(N_elem_d,Nd); Idy_aux=zeros(N_elem_d,Nd); for k=1:Nd 114 for j=1:N_elem_d z=j+1; Mdi_aux(j,k)=pi*(((D_d(z,k)/2)^2)-((D_d(j,k)/2)^2))*L_d(k)*dens_d(j,k); Idx_aux(j,k)=(Mdi_aux(j,k)/12)*(3*((D_d(z,k)/2)^2)+3*((D_d(j,k)/2)^2)+(L_d(k)^2)); Idy_aux(j,k)=(Mdi_aux(j,k)/2)*( ( (D_d(z,k)/2)^2 + (D_d(j,k)/2)^2 )); end end Mdi=zeros(1,Nd); Idx=zeros(1,Nd); Idy=zeros(1,Nd); for k=1:Nd for j=1:N_elem_d Mdi(k) = Mdi(k) + Mdi_aux(j,k); Idx(k) = Idx(k) + Idx_aux(j,k); Idx(k) = Idx(k) + Idy_aux(j,k); end end % montagem das matrizes de massa do elemento de disco Md=zeros(4,4,Nd); for k=1:Nd Md(1,1,k) = Mdi(k); Md(2,2,k) = Mdi(k); Md(3,3,k) = Idx(k); Md(4,4,k) = Idx(k); end 7.1.3 – Parte comum dos algoritmos desenvolvidos 115 % cálculo dos coeficientes das matrizes dos elementos de viga Mc=zeros(8,8,NE); Ms=zeros(8,8,NE); Gc=zeros(8,8,NE); Kc=zeros(8,8,NE); a=zeros(1,NE); CoefMc=zeros(1,NE); CoefMs=zeros(1,NE); CoefGc=zeros(1,NE); CoefKc=zeros(1,NE); for k=1:NE a(k)=24*(1+Pois(k))*I(k)/(Co(k)*S(k)*(L(k)^2)); CoefMc(k)=dens(k)*S(k)*L(k)/420; CoefMs(k)=dens(k)*I(k)/(30*L(k)); CoefGc(k)=dens(k)*I(k)*Rot/(15*L(k)); CoefKc(k)=E(k)*I(k)/((1+a(k))*(L(k)^3)); end % Loop para cálculo das matrizes elementares dos elementos de viga, com % coeficientes a multiplicar for k=1:NE Mc(1,1,k)=156; Mc(4,1,k)=-22*L(k); Mc(5,1,k)=54; Mc(8,1,k)=13*L(k); Mc(2,2,k)=156; Mc(3,2,k)=22*L(k); Mc(6,2,k)=54; Mc(7,2,k)=-13*L(k); 116 Mc(2,3,k)=22*L(k); Mc(3,3,k)=4*(L(k)^2); Mc(6,3,k)=13*L(k); Mc(7,3,k)=-3*(L(k)^2); Mc(1,4,k)=-22*L(k); Mc(4,4,k)=4*(L(k)^2); Mc(5,4,k)=-13*L(k); Mc(8,4,k)=-3*(L(k)^2); Mc(1,5,k)=54; Mc(4,5,k)=-13*L(k); Mc(5,5,k)=156; Mc(8,5,k)=22*L(k); Mc(2,6,k)=54; Mc(3,6,k)=13*L(k); Mc(6,6,k)=156; Mc(7,6,k)=-22*L(k); Mc(2,7,k)=-13*L(k); Mc(3,7,k)=-3*(L(k)^2); Mc(6,7,k)=-22*L(k); Mc(7,7,k)=4*(L(k)^2); Mc(1,8,k)=13*L(k); Mc(4,8,k)=-3*(L(k)^2); Mc(5,8,k)=22*L(k); Mc(8,8,k)=4*(L(k)^2); Ms(1,1,k)=36; Ms(4,1,k)=-3*L(k); 117 Ms(5,1,k)=-36; Ms(8,1,k)=-3*L(k); Ms(2,2,k)=36; Ms(3,2,k)=3*L(k); Ms(6,2,k)=-36; Ms(7,2,k)=3*L(k); Ms(2,3,k)=3*L(k); Ms(3,3,k)=4*(L(k)^2); Ms(6,3,k)=-3*L(k); Ms(7,3,k)=-(L(k)^2); Ms(1,4,k)=-3*L(k); Ms(4,4,k)=4*(L(k)^2); Ms(5,4,k)=3*L(k); Ms(8,4,k)=-(L(k)^2); Ms(1,5,k)=-36; Ms(4,5,k)=3*L(k); Ms(5,5,k)=36; Ms(8,5,k)=3*L(k); Ms(2,6,k)=-36; Ms(3,6,k)=-3*L(k); Ms(6,6,k)=36; Ms(7,6,k)=-3*L(k); Ms(2,7,k)=3*L(k); Ms(3,7,k)=-(L(k)^2); Ms(6,7,k)=-3*L(k); Ms(7,7,k)=4*(L(k)^2); Ms(1,8,k)=-3*L(k); 118 Ms(4,8,k)=-(L(k)^2); Ms(5,8,k)=3*L(k); Ms(8,8,k)=4*(L(k)^2); Gc(2,1,k)=36; Gc(3,1,k)=3*L(k); Gc(6,1,k)=-36; Gc(7,1,k)=3*L(k); Gc(1,2,k)=-36; Gc(4,2,k)=3*L(k); Gc(5,2,k)=36; Gc(8,2,k)=3*L(k); Gc(1,3,k)=-3*L(k); Gc(4,3,k)=4*(L(k)^2); Gc(5,3,k)=3*L(k); Gc(8,3,k)=-(L(k)^2); Gc(2,4,k)=-3*L(k); Gc(3,4,k)=-4*(L(k)^2); Gc(6,4,k)=3*L(k); Gc(7,4,k)=(L(k)^2); Gc(2,5,k)=-36; Gc(3,5,k)=-3*L(k); Gc(6,5,k)=36; Gc(7,5,k)=-3*L(k); Gc(1,6,k)=36; Gc(4,6,k)=-3*L(k); Gc(5,6,k)=-36; Gc(8,6,k)=-3*L(k); 119 Gc(1,7,k)=-3*L(k); Gc(4,7,k)=-(L(k)^2); Gc(5,7,k)=3*L(k); Gc(8,7,k)=4*(L(k)^2); Gc(2,8,k)=-3*L(k); Gc(3,8,k)=(L(k)^2); Gc(6,8,k)=3*L(k); Gc(7,8,k)=-4*(L(k)^2); Kc(1,1,k)=12; Kc(4,1,k)=-6*L(k); Kc(5,1,k)=-12; Kc(8,1,k)=-6*L(k); Kc(2,2,k)=12; Kc(3,2,k)=6*L(k); Kc(6,2,k)=-12; Kc(7,2,k)=6*L(k); Kc(2,3,k)=6*L(k); Kc(3,3,k)=(4+a(k))*(L(k)^2); Kc(6,3,k)=-6*L(k); Kc(7,3,k)=(2-a(k))*(L(k)^2); Kc(1,4,k)=-6*L(k); Kc(4,4,k)=(4+a(k))*(L(k)^2); Kc(5,4,k)=6*L(k); Kc(8,4,k)=(2-a(k))*(L(k)^2); Kc(1,5,k)=-12; Kc(4,5,k)=6*L(k); 120 Kc(5,5,k)=12; Kc(8,5,k)=6*L(k); Kc(2,6,k)=-12; Kc(3,6,k)=-6*L(k); Kc(6,6,k)=12; Kc(7,6,k)=-6*L(k); Kc(2,7,k)=6*L(k); Kc(3,7,k)=(2-a(k))*(L(k)^2); Kc(6,7,k)=-6*L(k); Kc(7,7,k)=(4+a(k))*(L(k)^2); Kc(1,8,k)=-6*L(k); Kc(4,8,k)=(2-a(k))*(L(k)^2); Kc(5,8,k)=6*L(k); Kc(8,8,k)=(4+a(k))*(L(k)^2); end % Loop para multiplicação dos coeficientes das matrizes elementares do elemento de % viga for k=1:NE for i=1:8 for j=1:8 Mc(i,j,k)=Mc(i,j,k)*CoefMc(k); Ms(i,j,k)=Ms(i,j,k)*CoefMs(k); Gc(i,j,k)=Gc(i,j,k)*CoefGc(k); Kc(i,j,k)=Kc(i,j,k)*CoefKc(k); end end end 121 % Loops para montagem das matrizes globais de massa, de elasticidade e giroscópica Dim=4*(NE+1); Mg=zeros(Dim,Dim); Gg=zeros(Dim,Dim); Kg=zeros(Dim,Dim); for k=1:NE for i=1:8 for j=1:8 z1=i+(k-1)*4; z2=j+(k-1)*4; Mg(z1,z2)=Mc(i,j,k)+Ms(i,j,k)+Mg(z1,z2); Gg(z1,z2)=Gc(i,j,k)+Gg(z1,z2); Kg(z1,z2)=Kc(i,j,k)+Kg(z1,z2); end end end for k= 1:Nd for i=1:4 for j=1:4 z1=i+4*(Nod(1,k)-1); z2=j+4*(Nod(1,k)-1); Mg(z1,z2)=Mg(z1,z2)+Md(i,j,k); Gg(z1,z2)=Gg(z1,z2)+Gd(i,j,k); end end end for k= 1:2 for i=1:4 for j=1:4 z1=i+4*(NoM(1,k)-1); z2=j+4*(NoM(1,k)-1); 122 Kg(z1,z2)=Kg(z1,z2)+Km(i,j,k); Gg(z1,z2)=Gg(z1,z2)+Cm(i,j,k); end end end % Loop para cálculo da matriz de estados A1=-1*(inv(Mg))*Gg; A2=-1*(inv(Mg))*Kg; A3=eye(Dim,Dim); A4=zeros(Dim,Dim); As=[ A1 A2 ; A3 A4 ]; 7.1.4 – Algoritmo para o controlador % Parâmetros para controlador u0=1.2566e-6; n=564; Aa=136e-6; alfa=pi/8; I0=0.6; S0=0.45e-3; K=u0*n^2*Aa/4; Ki=((4*K*I0)/(S0^2))*cos(pi/8); Ks=((4*K*I0^2)/(S0^3))*cos(pi/8); % Rot = velocidade de rotação em rad/s Rot=0; 123 % AQUI COMEÇA A ENTRADA COMUM A TODOS OS ALGORITMOS % cálculo da matriz giroscópica dos elementos de disco Gd=zeros(4,4,Nd); for k=1:Nd Gd(3,4,k) = -1*Idy(k)*Rot; Gd(4,3,k) = Idy(k)*Rot; end % Entradas para elementos de mancal. Neste algoritmo valem zero. Km=zeros(4,4,2); Km(:,:,1) = [ 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ]; Km(:,:,2) = [ 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ]; Cm=zeros(4,4,2); Cm(:,:,1) = [ 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ]; Cm(:,:,2) = [ 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ]; % AQUI ENTRA A PARTE COMUM A TODOS OS ALGORITMOS % Cálculo das matrizes que completam o modelo de planta no espaço de estados Naux=zeros(1,4); Naux(1)=4*(NoM(1)-1)+1; Naux(2)=4*(NoM(1)-1)+2; Naux(3)=4*(NoM(2)-1)+1; Naux(4)=4*(NoM(2)-1)+2; Ta=zeros(4,Dim); Ta(1,Naux(1))=1; Ta(2,Naux(2))=1; Ta(3,Naux(3))=1; 124 Ta(4,Naux(4))=1; B1=(inv(Mg))*(Ta'); B2=zeros(Dim,4); B=[ B1 ; B2 ]; C1=zeros(4,Dim); C=[ C1 Ta ]; 7.1.5 – Algoritmo para plotagem do diagrama de Campbell % AQUI COMEÇA A ENTRADA COMUM A TODOS OS ALGORITMOS NoM=[ 3 13 ]; Km=zeros(4,4,2); Km(:,:,1) = [ 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ]; Km(:,:,2) = [ 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ]; Cm=zeros(4,4,2); Cm(:,:,1) = [ 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ]; Cm(:,:,2) = [ 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ]; % passo, limite superior e parâmetros auxiliares para loop de rotação Rot_P_aux1=50*2*pi; Rot_P_aux2=1600*2*pi; Rot_P=[ 0:Rot_P_aux1:Rot_P_aux2 ]; LW_P=[ 5 6 7 8 ]; 125 Lim4_aux=size(Rot_P); Lim4=Lim4_aux(2); Lim5_aux=size(LW_P); Lim5=Lim5_aux(2); Whirl1=zeros(1,Lim4,Lim5); Whirl2=zeros(1,Lim4,Lim5); % Aqui começa o loop para variar rotação for k3=1:Lim4 Rot=Rot_P(1,k3); Gd=zeros(4,4,Nd); for k=1:Nd Gd(3,4,k) = -1*Idy(k)*Rot; Gd(4,3,k) = Idy(k)*Rot; end % AQUI ENTRA A PARTE COMUM A TODOS OS ALGORITMOS [eigve_As,eigva_As]=eig(As); for z3=1:Lim5 z4=2*Dim-2*(LW_P(z3))+1; Whirl(1,k3,z3)=( imag(eigva_As(z4,z4)) )/(2*pi) ; end end % aqui termina o loop para variar rotação % loop para plotagem do diagrama de campbell for k3=1:Lim4 Rot_P(1,k3)=( Rot_P(1,k3) )/(2*pi); 126 end for z=1:Lim5 plot(Rot_P,Whirl(:,:,z),'.'); hold on end hold off grid on 7.1.6 – Algoritmo para plotagem dos modos de vibração Rot=0; % AQUI COMEÇA A ENTRADA COMUM A TODOS OS ALGORITMOS Gd=zeros(4,4,Nd); for k=1:Nd Gd(3,4,k) = -1*Idy(k)*Rot; Gd(4,3,k) = Idy(k)*Rot; end NoM=[ 3 13 ]; Km=zeros(4,4,2); Km(:,:,1) = [ 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ]; Km(:,:,2) = [ 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ]; Cm=zeros(4,4,2); Cm(:,:,1) = [ 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ]; Cm(:,:,2) = [ 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ]; 127 % AQUI ENTRA A PARTE COMUM A TODOS OS ALGORITMOS [eigve_As,eigva_As]=eig(As); % Mo_N = Número do modo de vibração a ser plotado Mo_N=3; N_LW=5; No_Pl=[ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 ]; Lim2_aux=size(No_Pl); Lim2=Lim2_aux(2); k3=2*Dim-4*Mo_N+1; t2=2*pi/( imag (eigva_As(k3,k3)) ) ; Tempo=t2*1.0; L_aux1=[ 0 L ]; Lx=zeros(1,Lim2); for k=1:Lim2 L_aux2=zeros( 1,No_Pl(k) ) ; L_aux2= L_aux1(1,1:(No_Pl(k))); Lx(1,k)=sum(L_aux2); end X=zeros(1,Lim2,N_LW); Z=zeros(1,Lim2,N_LW); for z=1:N_LW z1=2*Dim-4*z+1; for k=1:Lim2 k1=Dim+(No_Pl(k)-1)*4+1; 128 k2=Dim+(No_Pl(k)-1)*4+2; X(1,k,z)=( real (eigve_As(k1,z1)) )*( sin ( (imag (eigva_As(z1,z1)))*Tempo ) ) + ( imag (eigve_As(k1,z1)) )*( cos ( (imag (eigva_As(z1,z1)))*Tempo ) ) ; Z(1,k,z)=( real (eigve_As(k2,z1)) )*( sin ( (imag (eigva_As(z1,z1)))*Tempo ) ) + ( imag (eigve_As(k2,z1)) )*( cos ( (imag (eigva_As(z1,z1)))*Tempo ) ) ; end end X_aux=zeros(1,Lim2); Z_aux=zeros(1,Lim2); Y_aux=zeros(1,Lim2); Quad=0; for z=1:Lim2 if ( ( (X(1,z,Mo_N))<0 ) & ( (Z(1,z,Mo_N))<0 ) ) Quad=-1; else Quad=1; end Z_aux(1,z)= (Quad)*( (X(1,z,Mo_N))^2 + (Z(1,z,Mo_N))^2 )^(1/2) ; Y_aux(1,z)=Lx(1,z); end plot(Y_aux,Z_aux,'b^-') grid on 7.1.7 – Algoritmo para plotagem da variação da frequência natural versus rigidez equivalente Rot=0; 129 % AQUI COMEÇA A ENTRADA COMUM A TODOS OS ALGORITMOS Gd=zeros(4,4,Nd); for k=1:Nd Gd(3,4,k) = -1*Idy(k)*Rot; Gd(4,3,k) = Idy(k)*Rot; end NoM=[ 3 13 ]; Km=zeros(4,4,2); Cm=zeros(4,4,2); Cm(:,:,1) = [ 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ]; Cm(:,:,2) = [ 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ]; Km_P_aux1=5*(1e4); Km_P_aux2=(1e8); Km_P_aux3=(1e2); Km_P=[ Km_P_aux3:Km_P_aux1:Km_P_aux2 ]; LW_P=[ 1 2 3 4 5 6 7 8 ]; Lim4_aux=size(Km_P); Lim4=Lim4_aux(2); Lim5_aux=size(LW_P); Lim5=Lim5_aux(2); Whirl=zeros(1,Lim4,Lim5); for k3=1:Lim4 Km_P_aux4=Km_P(1,k3); Km(:,:,1) = [ Km_P_aux4 0 0 0 ; 0 Km_P_aux4 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ]; 130 Km(:,:,2) = [ Km_P_aux4 0 0 0 ; 0 Km_P_aux4 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ]; % AQUI ENTRA A PARTE COMUM A TODOS OS ALGORITMOS [eigve_As,eigva_As]=eig(As); for z3=1:Lim5 z4=2*Dim-2*(LW_P(z3))+1; Whirl(1,k3,z3)=( imag(eigva_As(z4,z4)) )/(2*pi) ; end end for z=1:Lim5 plot(Km_P,Whirl(:,:,z),'.'); hold on end hold off grid on 7.1.8 – Algoritmo para plotagem da variação da frequência natural versus amortecimento equivalente Rot=0; % AQUI COMEÇA A ENTRADA COMUM A TODOS OS ALGORITMOS Gd=zeros(4,4,Nd); for k=1:Nd Gd(3,4,k) = -1*Idy(k)*Rot; Gd(4,3,k) = Idy(k)*Rot; 131 end NoM=[ 3 13 ]; Km=zeros(4,4,2); Km(:,:,1) = [ 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ]; Km(:,:,2) = [ 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ]; Cm=zeros(4,4,2); Cm_P_aux1=1*(5); Cm_P_aux2=1*(1000); Cm_P_aux3=0; Cm_P=[ Cm_P_aux3:Cm_P_aux1:Cm_P_aux2 ]; LW_P=[ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 ]; Lim4_aux=size(Cm_P); Lim4=Lim4_aux(2); Lim5_aux=size(LW_P); Lim5=Lim5_aux(2); Whirl=zeros(1,Lim4,Lim5); for k3=1:Lim4 Cm_P_aux4=Cm_P(1,k3); Cm(:,:,1) = [ Cm_P_aux4 0 0 0 ; 0 Cm_P_aux4 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ]; Cm(:,:,2) = [ Cm_P_aux4 0 0 0 ; 0 Cm_P_aux4 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ]; % AQUI ENTRA A PARTE COMUM A TODOS OS ALGORITMOS [eigve_As,eigva_As]=eig(As); 132 for z3=1:Lim5 z4=2*Dim-2*(LW_P(z3))+1; Whirl(1,k3,z3)=( imag(eigva_As(z4,z4)) )/(2*pi) ; end end for z=1:Lim5 plot(Cm_P,Whirl(:,:,z),'.'); hold on end hold off grid on 7.1.9 – Algoritmo para cálculo das frequências naturais % AQUI COMEÇA A ENTRADA COMUM A TODOS OS ALGORITMOS Gd=zeros(4,4,2); for k=1:Nd Gd(3,4,k) = -1*Idy(k)*Rot; Gd(4,3,k) = Idy(k)*Rot; end 133 NoM=[ 1 11 ]; Km=zeros(4,4,2); Km(:,:,1) = [ 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ]; Km(:,:,2) = [ 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ]; Cm=zeros(4,4,2); Cm(:,:,1) = [ 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ]; Cm(:,:,2) = [ 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ; 0 0 0 0 ]; % AQUI ENTRA A PARTE COMUM A TODOS OS ALGORITMOS [eigve_As,eigva_As]=eig(As); 134 7.2 Desenho do rotor de alumínio