nova espécie do grupo de hyla geographica spix, 1824 da
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nova espécie do grupo de hyla geographica spix, 1824 da
BOLETIM DO MUSEU NACIONAL NOVA SÉRIE RIO DE JANEIRO - BRASIL ISSN 0080-312X ZOOLOGIA o N 518 10 DE SETEMBRO DE 2004 NOVA ESPÉCIE DO GRUPO DE HYLA GEOGRAPHICA SPIX, 1824 DA FLORESTA ATLÂNTICA, BRASIL (AMPHIBIA, ANURA, HYLIDAE) 1 (Com 8 figuras) ULISSES CARAMASCHI 2, 3, 4 BRUNO VERGUEIRO SILVA PIMENTA 2, 3, 5 RENATO NEVES FEIO 6 RESUMO: Uma nova espécie do grupo de Hyla geographica é descrita da Fazenda Alto Cariri, Município de Salto da Divisa, Estado de Minas Gerais, Brasil. Hyla pombali sp.nov. é diagnosticada pelo tamanho médio para o grupo (CRC 49,0-55,6mm em machos, 53,9-60,7mm em fêmeas); cabeça mais longa que larga; focinho arredondado em vistas dorsal e lateral; ausência de vermiculações na pálpebra inferior; membranas interdigitais pouco desenvolvidas nas mãos; prepólex desenvolvido, curvo, com almofada nupcial pequena à frente do espinho; apêndice calcâneo desenvolvido; presença de barras bifurcadas inferiormente nos flancos e faces dorsais e posteriores das coxas, ausentes nas faces anteriores. Hyla pombali sp.nov. é encontrada em florestas nativas ou secundárias e em bordas de mata, associada a poças temporárias ou remansos de riachos, ocupando a vegetação marginal. Sua distribuição geográfica abrange a região da Floresta Atlântica, desde o Estado de Sergipe, passando pelo nordeste de Minas Gerais e leste da Bahia, até o norte do Estado do Espírito Santo. Palavras-chave: Amphibia, Anura, Hylidae, Hyla pombali sp.nov., taxonomia, nova espécie. ABSTRACT: A new species of the group of Hyla geographica Spix, 1824 from the Atlantic Rain Forest, Brazil (Amphibia, Anura, Hylidae). A new species of the Hyla geographica group is described from Fazenda Alto Cariri, Municipality of Salto da Divisa, State of Minas Gerais, Brazil. Hyla pombali sp.nov. is diagnosed by the medium size for the group (SVL 49.0-55.6mm in males, 53.9-60.7mm in females); head longer than wide; snout round in dorsal and lateral views; absence of vermiculations on the lower eyelid; webbing poorly developed on hands; prepolex developed, curved, with a small nuptial pad after the spine; calcar appendix developed; presence of inferiorly bifurcated bars on flanks and dorsal and posterior surfaces of thighs, absent on anterior surfaces. Hyla pombali sp.nov. is found in native and secondary forests and in forest borders, associated to temporary ponds or stream pools, on the marginal vegetation. Its geographic distribution is related to the Atlantic Rain Forest, from the State of Sergipe, passing through northeastern Minas Gerais and eastern Bahia, to northern State of Espírito Santo. Key words: Amphibia, Anura, Hylidae, Hyla pombali sp.nov., taxonomy, new species. 1 Submetido em 25 de maio de 2004. Aceito em 04 de agosto de2004. 2 Museu Nacional/UFRJ, Departamento de Vertebrados. Quinta da Boa Vista, São Cristóvão, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 3 Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 4 E-mail: [email protected]. 5 Museu Nacional/UFRJ, Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas/Zoologia. Quinta da Boa Vista, São Cristóvão, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: [email protected]. 6 Universidade Federal de Viçosa, Museu de História Natural João Moojen de Oliveira, 36571-000, Viçosa, MG, Brasil. E-mail: [email protected]. 2 U.CARAMASCHI, B.V.S.PIMENTA & R.N.FEIO INTRODUÇÃO O grupo de Hyla geographica Spix, 1824 foi definido por DUELLMAN (1973) para abrigar espécies que apresentem, além de onze caracteres osteológicos gerais, saco vocal único, mediano e subgular; asperezas nupciais presentes em machos reprodutivos; ausência de prepólex proeminente em ambos os sexos (mas presente em algumas espécies do grupo; veja PYBURN, 1977); pele do dorso lisa em ambos os sexos; apêndice calcâneo presente; tímpano grande, com ânulo timpânico evidente; prega tarsal interna presente ou fracamente desenvolvida; tubérculo metatarsal interno não modificado; palmatura variável, menos que dois terços na mão e mais de metade no pé; pálpebra transparente ou reticulada; dorso marrom ou castanho, com faixas transversais irregulares marrom-escuras e uma estreita linha marrom médio-dorsal presente ou ausente; flancos com manchas, reticulações ou barras verticais pretas; girinos conhecidos (considerado apenas H. geographica) uniformemente pretos e com disco oral com duas fileiras superiores e três fileiras inferiores de dentículos córneos; canto nupcial consistindo de uma ou mais notas suaves, baixas, pouco moduladas. Foram incluídas três espécies: H. calcarata Troschel, 1848, H. fasciata Günther, 1859 e H. geographica. Posteriormente, ao grupo foram adicionadas H. dentei Bokermann, 1967, H. kanaima Goin & Woodley, 1969, H. microderma Pyburn, 1977, H. hutchinsi Pyburn & Hall, 1984, e H. roraima Duellman & Hoogmoed, 1992 (PYBURN, 1977; PYBURN & HALL, 1984; DUELLMAN & HOOGMOED, 1992; LESCURE & MARTY, 2001); ainda, H. picturata Boulenger, 1899 foi questionavelmente incluída no grupo por W.E. Duellman (in FROST, 1985, 2002). Todas as espécies possuem distribuição geográfica associada à Floresta Amazônica e às Guianas. Hyla semilineata Spix, 1824 (localidade-tipo, “Provinciae Rio de Janeiro”) foi incluída na sinonimia de H. geographica por BOKERMANN (1966), sendo seguido por autores subseqüentes (veja DUELLMAN, 1973, 1977; FROST, 2002). Entretanto, SILVEIRA & CARAMASCHI (1989) propuseram a revalidação de H. semilineata, considerando que esta possui cabeça mais estreita, perfil do focinho arredondado (truncado em H. geographica), tímpano menor, calosidade nupcial mais desenvolvida e padrão de colorido diverso. Sua distribuição geográfica abrange a região costeira do Brasil, do Estado de Pernambuco até Santa Catarina, mas o limite interior não estaria ainda definido, pendendo do exame de maior número de exemplares. Essa revalidação é aceita neste trabalho, conforme também já o fizeram D’HEURSEL & DE SÁ (1999), D’HEURSEL & HADDAD (1999), IZECKSOHN & CARVALHO-E-SILVA (2001) e POMBAL & GORDO (2004). Hyla semilineata é, até o momento, a única espécie do grupo de H. geographica associada à Floresta Atlântica. Durante trabalhos de campo e através do exame de exemplares depositados em coleções obtidos na região da Floresta Atlântica entre os Estados de Sergipe e norte do Estado do Espírito Santo, foram obtidos exemplares de uma nova espécie de Hyla pertencente ao grupo de H. geographica conforme definido por DUELLMAN (1973) e afim de H. semilineata. Neste trabalho, descrevemos essa nova espécie e apresentamos informações sobre seus hábitos, habitat e vocalização. Bol. Mus. Nac., N.S., Zool., Rio de Janeiro, n.518, p.1-14, set.2004 NOVA ESPÉCIE DO GRUPO DE HYLA GEOGRAPHICA DA FLORESTA ATLÂNTICA, BRASIL 3 MATERIAL E MÉTODOS Material examinado depositado no Museu Nacional - Rio de Janeiro (MNRJ), Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, SP (MZUSP), Museu de Ciências Naturais, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG (MCNAM), Laboratório de Animais Peçonhentos e Herpetologia, Universidade Estadual de Feira de Santana, BA (UEFS), Museu de Zoologia, Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, BA (MZUESC), Coleção Célio F.B. Haddad, Universidade Estadual Paulista, Campus de Rio Claro, SP (CFBH) e Coleção Eugenio Izecksohn, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ (EI). Medidas, realizadas com paquímetro digital em milímetros (mm), de acordo com NAPOLI & CARAMASCHI (1999), foram: CRC (comprimento rostro-cloacal), CC (comprimento da cabeça), LC (largura da cabeça), DIN (distância internasal), DNF (distância narina-ponta do focinho), DNO (distância narina-olho), DO (diâmetro do olho), LPS (largura da pálpebra superior), DIO (distância interorbital), DT (diâmetro do tímpano), CCX (comprimento da coxa), CTB (comprimento da tíbia), CTP (comprimento do tarso-pé), DD3D (diâmetro do disco do terceiro dedo), DD4A (diâmetro do disco do quarto artelho). A fórmula da palmatura das mãos e pés segue SAVAGE & HEYER (1967), modificado por MYERS & DUELLMAN (1982). Vocalizações obtidas com gravador Sony DAT TCD-D8 e microfone Sennheiser ME66/K6 e digitalizadas no software Avisoft SASLab Light versão 3.74, utilizandose resolução de 16 bits, amplitude de freqüência de 11025 Hz, FFT 256, Frame 100%, Window FlatTop e Overlap 93,75%. Hyla pombali sp.nov. (Figs.1-5) Hyla secedens − Bokermann, 1966 (nec Hyla secedens B. Lutz, 1963). Holótipo – BRASIL: MINAS GERAIS: Município de Salto da Divisa (16o00’S, 39o57’W, 142m de altitude), Fazenda Alto Cariri, MNRJ 27369, adulto (Fig.1), R.N.Feio, F.R.Melo e P.M.Andrade col., 24-28/IX/2000. Parátipos – BRASIL: MINAS GERAIS: Coletado com o holótipo, MNRJ 27370, adulto. Município de Santa Maria do Salto (16o15, S, 40o08’W), Fazenda Duas Barras, MCNAM 3900-3902, adultos, D.P.R.Cabral, D.S.Fernandes, L.B.Nascimento e M.G.Soares cols., 06-09/I/2004. BAHIA: Município de Nilo Peçanha, Fazenda São João (13o42’S, 39o14’W), MNRJ 28969-28971, adultos, MNRJ 28972, adulta, B.V.S.Pimenta e R.V.Lopes cols., 05-08/IX/2000. Município de Camamu, Projeto de Assentamento Zumbi dos Palmares (14o01’S, 39o09’W), MNRJ 28973, adulta, B.V.S.Pimenta e P.H.C.Cordeiro cols., 11/XII/2000. Município de Itapebi, Fazenda Palmeira (15o56’S, 39o38’W), MNRJ 28974, adulta, B.V.S.Pimenta e D.L.Silvano cols., 20/I/2001; MNRJ 35032-35033, adultos, M.Freitas col., 2002/2003. Município de Ibirapitanga, Fazenda Pedra Formosa (13o57’S, 39o27’W), MNRJ 28975-28976, adultos, B.V.S.Pimenta, R.T.Moura e R.V.Lopes cols., 28/V/2001. Município de Porto Seguro, Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Estação Veracruz (16o23’S, 39o10’W), MNRJ 28977, adulto, B.V.S.Pimenta col., 10/VII/2001. Município de Una, Reserva Bol. Mus. Nac., N.S., Zool., Rio de Janeiro, n.518, p.1-14, set.2004 4 U.CARAMASCHI, B.V.S.PIMENTA & R.N.FEIO Biológica de Una (15o10’S, 39o04’W), MNRJ 28978, adulto, B.V.S.Pimenta e D.L.Silvano cols., 24/IX/2001. Município de Una, RPPN Ecoparque de Una (15o10’S, 39o04’W), MNRJ 29779, adulto, B.V.S.Pimenta e R.V.Lopes cols., 25/VI/2000. Município de Itamaraju, Fazenda Princesa do Pajaú (17o02’S, 39o32’W), MNRJ 2897928980, sub-adultos, B.V.S.Pimenta, R.T.Moura, R.V.Lopes e C.Cassano cols., 0203/VII/2001. Município de Prado, Parque Nacional Descobrimento (17o20’S, 39o13’W), MNRJ 29198, adulto, MNRJ 29199, adulta, B.V.S.Pimenta e P.H.C.Cordeiro cols., 22/IV/2002. Município de Itacaré, Parque Estadual Serra do Conduru - Setor Norte (14º21’S, 39º04W), MNRJ 35243, adulto, B.V.S.Pimenta e E.M.C.Silva cols., 01/IV/2004; Fazenda Capitão (14º20’S, 39º05’W), MZUESC 4028, adulto, B.V.S.Pimenta, A.J.S.Argolo e E.M.C.Silva cols., 29/III/2004. Município de Mata de São João (12o32’S, 38o18’W), Reserva Sapiranga, UEFS 635, 641, adultos, F.A.Juncá col., 24-25/V/2001. ESPÍRITO SANTO: Município de Linhares (19o23’S, 40o04’W), Reserva Biológica de Sooretama, MNRJ 35001, 35003, adultos, MNRJ 35002, adulta, C.A.G.Cruz, L.B.Nascimento, B.V.S.Pimenta, A.P.Almeida, A.M.G.Cruz cols., 20/I/2004. Município de Linhares, Floresta da Companhia Vale do Rio Doce, MNRJ 16773-16774, adultos. SERGIPE: Serra de Itabaiana, Areia Branca (10o45’S, 37o19’W), MZUSP 88959, adulta, C.M.Carvalho col., 10/V/1997. Fig.1- Hyla pombali sp.nov., holótipo (MNRJ 27369), vista dorsal, CRA 54,6mm. Bol. Mus. Nac., N.S., Zool., Rio de Janeiro, n.518, p.1-14, set.2004 NOVA ESPÉCIE DO GRUPO DE HYLA GEOGRAPHICA DA FLORESTA ATLÂNTICA, BRASIL 5 Diagnose – Espécie pertencente ao grupo de H. geographica, diagnosticada por: (1) tamanho médio para o grupo (CRC 49,0-55,6mm em machos, 53,9-60,7mm em fêmeas); (2) cabeça mais longa que larga; (3) focinho arredondado em vistas dorsal e lateral; (4) ausência de vermiculações na pálpebra inferior; (5) membranas interdigitais pouco desenvolvidas nas mãos; (6) prepólex desenvolvido, curvo, com almofada nupcial pequena à frente do espinho; (7) apêndice calcâneo desenvolvido; (8) presença de barras bifurcadas inferiormente nos flancos e faces dorsais e posteriores das coxas, ausentes nas faces anteriores. Hyla pombali sp.nov. separa-se de H. semilineata, a única outra espécie do grupo de H. geographica com ocorrência na região da Floresta Atlântica, por possuir focinho mais alongado e cabeça mais estreita, ausência de vermiculações na pálpebra inferior (presentes em H. semilineata), tímpano menor (DT cerca de 70% do DO em H. pombali sp.nov., cerca de 80% em H. semilineata), membranas interdigitais pouco desenvolvidas nas mãos (fórmula palmar I vestigial II 2 - 3+ III 2 2/3 - 2+ IV em machos, I vestigial II 2- - 3 III 21/2 - 2 IV em fêmeas de H. pombali sp.nov.; I vestigial II 1 1/3 - 2 1/3 III 11/2 - 1 IV em machos, I 2 - 2+ II 1 - 2 III 11/2 - 11/2 IV em fêmeas de H. semilineata), prepólex desenvolvido, curvo, com almofada nupcial pequena à frente do espinho (prepólex pouco desenvolvido, com almofada nupcial grande na base do dedo I em H. semilineata) e presença de barras bifurcadas inferiormente nos flancos e faces dorsais e posteriores das coxas, ausentes nas faces anteriores (flancos e faces posteriores e anteriores das coxas pretos com pontos brancos, tipo “sal e pimenta”, às vezes com barras pouco definidas nas faces dorsais e posteriores das coxas e bem definidas nas faces anteriores, em H. semilineata). Descrição – Aspecto robusto (Fig.1); cabeça mais longa que larga, largura da cabeça cabendo cerca de três vezes no CRC; focinho arredondado em vistas dorsal e lateral (Figs.2-3); narinas pequenas, subcantais, colocadas em pequenas elevações, dirigidas lateralmente, próximas à ponta do focinho; distância internasal metade da distância narina-olho, menor que a largura da pálpebra superior, igual ao diâmetro do tímpano em machos e pouco menor nas fêmeas, e cerca de 60% do diâmetro do olho e do espaço interorbital; diâmetro ocular maior que a distância narina-olho e distância interorbital, e pouco mais que metade da largura da pálpebra superior e do diâmetro do tímpano; largura da pálpebra superior menor que a distância interorbital e o diâmetro ocular, e pouco maior que o diâmetro do tímpano; distância interorbital pouco mais que metade do diâmetro do tímpano e pouco menor que o diâmetro ocular; canto rostral distinto, arredondado; região loreal oblíqua, côncava; lábios não espessados, lábio superior pouco visível de cima; olhos grandes, protuberantes; espaço interorbital plano; tímpano grande, circular; diâmetro do tímpano cerca de 70% do diâmetro ocular; prega dérmica supratimpânica fraca, estendendo-se até próximo à inserção do braço; saco vocal pouco desenvolvido; língua grande, circular, cobrindo quase todo o assoalho bucal, pouco livre e entalhada atrás; dentes vomerianos em dois grupos alongados, formando ângulo entre as coanas; coanas grandes, alongadas, amplamente separadas. Braços robustos; antebraços ligeiramente hipertrofiados; uma forte prega dérmica ao longo da face posterior do antebraço e cotovelo. Mão (Fig.4) com tubérculo palmar pequeno, subdividido em duas partes ligeiramente alongadas; tubérculo tenar ausente; dedos robustos; discos adesivos desenvolvidos, com diâmetro cerca de 75% do diâmetro do tímpano; comprimento dos dedos I, II e IV aproximadamente igual, pouco menores que o dedo III; fórmula palmar I vestigial II 2 - 3+ III 22/3 - 2+ IV em machos, I Bol. Mus. Nac., N.S., Zool., Rio de Janeiro, n.518, p.1-14, set.2004 6 U.CARAMASCHI, B.V.S.PIMENTA & R.N.FEIO vestigial II 2- - 3 III 21/2 - 2 IV em fêmeas; prepólex desenvolvido, curvo, com almofada nupcial pequena à frente do espinho; tubérculos subarticulares únicos, grandes, arredondados; tubérculos supranumerários presentes, grandes, arredondados. Pernas longas, moderadamente robustas; comprimentos da coxa e da tíbia iguais, menores que o comprimento do tarso-pé; soma dos comprimentos da coxa e da tíbia aproximadamente igual ao CRC; calcanhares se sobrepõem quando as pernas são flexionadas em ângulo reto em relação ao corpo; apêndice calcâneo desenvolvido; prega dérmica pouco desenvolvida ao longo da face posterior do tarso e pé. Pé (Fig.5) com artelhos robustos, com discos adesivos desenvolvidos, pouco menores que os dos dedos e cerca de 60% do diâmetro do tímpano; artelhos, em ordem crescente de tamanho, I < II < III < V < IV; fórmula plantar I 11/2 - 2- II 11/3 - 2 III 11/3 - 2 IV 2 - 11/3 V; tubérculos subarticulares únicos, arredondados; tubérculo metatarsal externo ausente, o interno grande, ovóide; tubérculos supranumerários arredondados. 3 2 4 5 Hyla pombali sp.nov., holótipo (MNRJ 27369): fig.2- vista dorsal da cabeça, fig.3- vista lateral da cabeça, fig.4- palma da mão, fig.5- planta do pé. Escala = 5mm. Bol. Mus. Nac., N.S., Zool., Rio de Janeiro, n.518, p.1-14, set.2004 NOVA ESPÉCIE DO GRUPO DE HYLA GEOGRAPHICA DA FLORESTA ATLÂNTICA, BRASIL 7 Pele do dorso e regiões gular e peitoral, lisa; ventre e superfície inferior das coxas, rugosa; região cloacal moderadamente glandulosa. Colorido em vida – Dorso uniformemente castanho, às vezes com barras transversais castanho-escuras pouco definidas e/ou uma linha médio-dorsal da ponta do focinho ao uróstilo, mais ou menos larga; antebraço, tíbias e pés castanhos com barras castanho-escuras; flancos e faces dorsal e posterior das coxas castanho-claros com barras castanho-escuras a castanho-acinzentadas, sempre bifurcadas na porção ventral; face anterior das coxas castanho-clara, sem manchas nem barras. Ventre esbranquiçado. Íris bronze-clara com região periférica negra circundada por um anel estreito azul turquesa. Pálpebras inferiores transparentes, sem vermiculações. Às vezes aparecem manchas dorsais não definidas, esbranquiçadas ou pretas. Colorido em preservativo – O mesmo padrão básico do colorido em vida é mantido, apenas mais esmaecido. Medidas do holótipo (mm) – CRA 54,6; CC 19,0; LC 18,4; DIN 3,9; DNF 2,2; DNO 7,4; DO 5,4; LPS 4,4; DIO 6,5; DT 3,9; CCX 28,3; CTB 27,5; CP 35,8; DD3D 2,6; DD4A 1,9. Variação – Há pouca variação entre os exemplares examinados. Fêmeas são ligeiramente maiores que os machos. Amplitude, média e desvio-padrão das medidas realizadas estão na tabela 1. A linha médio-dorsal está presente em 22 exemplares (68,75%; N=32) e ausente em 10 exemplares (31,25%). Tabela 1. Amplitude, média ( x̄ ) e desvio-padrão (DP) das medidas de Hyla pombali sp.nov. (N = 26) CARACTERES AMPLITUDE x̄ (N = 6) DP AMPLITUDE x̄ DP CRA 49,0-55,6 52,8 1,79 53,9-60,7 58,1 2,24 CC 16,8-20,6 18,8 1,07 17,7-21,6 20,1 1,66 LC 15,7-18,6 17,5 0,73 17,6-20,1 19,2 0,93 0,23 DIN 3,1-4,0 3,6 0,24 3,4-3,9 3,7 DNF 1,7-2,5 2,2 0,20 2,4-3,0 2,6 0,23 DNO 6,2-7,6 7,0 0,40 7,3-8,0 7,6 0,29 DO 4,6-6,1 5,5 0,40 5,7-6,3 5,9 0,25 LPS 3,6-4,6 4,1 0,26 3,8-5,2 4,4 0,47 DIO 5,3-6,8 6,0 0,35 6,5-7,5 6,5 0,68 DT 3,1-4,2 3,6 0,30 3,7-4,4 4,1 0,29 CCX 25,4-29,0 27,0 1,30 27,0-31,3 29,8 1,58 CTB 25,4-29,0 27,0 1,20 27,6-32,2 30,2 1,76 CTP 34,1-37,1 35,6 1,17 36,3-41,4 39,5 1,85 DD3D 2,3-3,1 2,7 0,20 2,6-3,2 2,9 0,21 DD4A 1,9-2,6 2,3 0,20 2,2-3,0 2,5 0,28 (N) número de exemplares. Bol. Mus. Nac., N.S., Zool., Rio de Janeiro, n.518, p.1-14, set.2004 8 U.CARAMASCHI, B.V.S.PIMENTA & R.N.FEIO História natural – Hyla pombali sp.nov. é encontrada em florestas nativas ou secundárias e em bordas de mata, associada a poças temporárias ou remansos de riachos, ocupando a vegetação marginal em alturas entre 10 e 200cm do solo ou do corpo d’água. Machos em atividade de vocalização mantêm-se espaçados, sem formação de coros. Parecem preferir locais com margens suaves, onde formam-se alagados e poças esparsas, sendo raramente encontrados em margens abruptas ou ambientes muito distantes de cursos d’água. Vocalização − Machos em atividade de vocalização foram gravados na RPPN Estação Veracruz, Porto Seguro (BA), em 10/VII/2001, e na Fazenda Princesa do Pajaú, Itamaraju (BA), em 06/08/2001 (Figs.6-7). O canto é composto por dois tipos de notas multipulsionadas. A primeira nota, denominada nota ‘A’, pode ser emitida sozinha (N = 26 cantos de dois machos), principalmente no início da atividade de vocalização. O canto emitido com mais frequência, no entanto, consiste de uma nota ‘A’ acompanhada por uma segunda nota, denominada nota ‘B’ (Figs.6-7) (N = 104 cantos de dois machos). A nota ‘A’ possui duração média ligeiramente maior ( x̄ = 0,10±0,01s; amplitude 0,08-0,11s) que a nota ‘B’ ( x̄ = 0,09±0,01s; amplitude 0,07-0,11s), além de ser emitida com intensidade pouco maior. Quando emitidas em conjunto, o intervalo médio entre as duas notas é de 0,25±0,04s (amplitude 0,18-0,32s) e a duração média do canto é de 0,43±0,04s (amplitude 0,36-0,51s). O número médio de pulsos nas notas ‘A’ foi de 9,49±1,62 (amplitude 7-13) e nas notas ‘B’ de 8,29±1,51 (amplitude 6-11). A freqüência dominante das notas ‘A’ e ‘B’ variou bastante entre os dois indivíduos gravados. No espécime de Porto Seguro, as duas notas apresentaram freqüência dominante de 1076 ou 1119Hz, sendo que em ‘A’ estes valores foram representados em igual quantidade, enquanto 70% das notas ‘B’ apresentou freqüência de 1076Hz. Desta forma, as notas ‘A’ apresentaram, em média, freqüências pouco maiores (1098±22,66Hz) do que as notas ‘B’ (1089±20,77Hz). No espécime de Itamaraju a freqüência dominante variou entre 1335 e 2196Hz, sendo que as notas ‘A’ apresentaram, em média, freqüências maiores ( x̄ = 2076±75,30Hz; amplitude 20242196Hz) do que as notas ‘B’ ( x̄ = 1800±328,45Hz; amplitude 1335-2067Hz). Distribuição geográfica – Região da Floresta Atlântica, desde o Estado de Sergipe, passando pelo nordeste de Minas Gerais e leste da Bahia, até o norte do Estado do Espírito Santo (Fig.8). Etimologia – O nome da espécie é uma homenagem ao Dr. José P. Pombal Jr. (MNRJ), por seus incansáveis e produtivos esforços no estudo dos anfíbios do Brasil e pela sempre profícua e agradável amizade. DISCUSSÃO Ao descrever Hyla secedens, B. LUTZ (1963) comparou-a diferencialmente com Hyla geographica Spix, 1824 (utilizando exemplares de Barro Branco, Estado do Rio de Janeiro, atualmente atribuídos a Hyla semilineata Spix, 1824) e com Hyla bischoffi multilineata A. Lutz & B. Lutz, 1939 (atualmente sinonimizada a Hyla bischoffi Boulenger, 1887; cf. FROST, 2002). Mais tarde, B. LUTZ (1973) agrupou a mesma espécie entre aquelas “espécies com padrão na parte transparente da pálpebra inferior” − Hyla boans (Linnaeus, 1758), H. geographica, H. secedens e H. calcarata Troschel, Bol. Mus. Nac., N.S., Zool., Rio de Janeiro, n.518, p.1-14, set.2004 NOVA ESPÉCIE DO GRUPO DE HYLA GEOGRAPHICA DA FLORESTA ATLÂNTICA, BRASIL 9 1848 −, diferenciando-a novamente apenas de H. geographica e de H. bischoffi multilineata (não incluída naquele agrupamento). Por sua vez, BOKERMANN (1966b) registrou H. secedens para o Parque Sooretama (Linhares, ES), obtida quando cantava em uma árvore a cerca de 10m de altura, próximo a um riacho no interior da mata; apresentou o sonograma do canto dessa espécie, referindo que sua semelhança com H. geographica (= H. semilineata) seria muito acentuada, não só pelo tamanho como pelo colorido, mas que a falta de vermiculação na pálpebra inferior e o desenho dos flancos distingue prontamente a primeira da segunda. Na realidade, a espécie referida por BOKERMANN (1966b) como H. secedens tratava-se de H. pombali sp. nov. Atualmente, H. secedens não está colocada em nenhum dos grupos de espécies reconhecidos para o gênero Hyla (FROST, 2002), mas a presença de padrão dorsal formado por linhas longitudinais e a presença de barras transversais nas faces posteriores das coxas a aproximam do complexo de H. bischoffi. 0,2 s Hz Canto de anúncio de Hyla pombali sp.nov.: fig.6- oscilograma mostrando dois cantos ‘A’+‘B’, fig.7- sonograma de um canto ‘A’+‘B’. Fazenda Princesa do Pajaú, Itamaraju, BA, 06/08/2001, 18h11. Temperatura do ar = 22,8o C. Espécime não coletado. Bol. Mus. Nac., N.S., Zool., Rio de Janeiro, n.518, p.1-14, set.2004 10 U.CARAMASCHI, B.V.S.PIMENTA & R.N.FEIO Fig.8- Distribuição geográfica de Hyla pombali sp.nov.: (MG) Estado de Minas Gerais, (BA) Estado da Bahia, (ES) Estado do Espírito Santo, (SE) Estado de Sergipe. O canto de anúncio de H. pombali sp.nov. distingue-se do de H. semilineata, descrito por LINGNAU & BASTOS (2003), pelo menor número de notas (duas a três em H. semilineata), maior duração média do canto (0,15s em H. semilineata) e menor duração média das notas (0,48s em H. semilineata). Mesmo com a variação entre as gravações dos dois indivíduos analisados neste trabalho, a freqüência dominante média do canto de H. pombali sp.nov. é ligeiramente mais alta que em H. semilineata (1013,6Hz). A distribuição geográfica de H. pombali sp.nov. se sobrepõe em grande parte à de H. semilineata, havendo localidades em que ambas ocorrem simpatricamente. Entretanto, não há registro de ocorrência sintópica, uma vez que H. pombali sp.nov. ocorre no interior de florestas nativas ou secundárias e em bordas de mata, ao passo que H. semilineata habita áreas abertas ou próximo à borda de matas, cantando sobre e no interior da vegetação arbustiva às margens de poças e remansos de riachos (IZECKSOHN & CARVALHO-E-SILVA, 2001; POMBAL & GORDO, 2004). Bol. Mus. Nac., N.S., Zool., Rio de Janeiro, n.518, p.1-14, set.2004 NOVA ESPÉCIE DO GRUPO DE HYLA GEOGRAPHICA DA FLORESTA ATLÂNTICA, BRASIL 11 MATERIAL ADICIONAL EXAMINADO Hyla calcarata − BRASIL: AMAZONAS: Benjamin Constant (MNRJ 2960, 33457); Lago Paruimô, Rio Maicuru (MNRJ 33458). PARÁ: Rio Uatumã, UHE Balbina (MNRJ 14332); Rio Morican (MNRJ 33460). Hyla fasciata − BRASIL: AMAZONAS: Lago Paruimô, Rio Maicuru (MNRJ 33459). Hyla geographica − BRASIL: RORAIMA: Colônia Apiaú (MZUSP 65956). AMAZONAS: Benjamin Constant, alto Solimões (MNRJ 33521-33532); Manaus, Reserva Ducke (MNRJ 4553); Itacoatiara, 30km a leste de Manaus (MNRJ 16819); Balbina, Usina Hidrelétrica de Balbina (MNRJ 14329-14330); Eirunepé, médio rio Juruá (MNRJ 33518-33520); Borba, rio Madeira (MNRJ 33538). ACRE: Rio Branco (MNRJ 14334). RONDÔNIA: Ouro Preto do Oeste (MNRJ 14346-14356); Ouro Preto do Oeste, Nova União (MNRJ 14335-14341). PARÁ: Rio Parú, fronteira com Suriname (MNRJ 31297); Porto Trombetas (MNRJ 17010-17011); Óbidos (MNRJ 31656). MATO GROSSO: Cuiabá (CFBH 099-100); Poconé, Base do IBDF (CFBH 212); Vila Bela da Santíssima Trindade (MZUSP 61220-61221); Porto Esperidião (MZUSP 52191). MATO GROSSO DO SUL: Coxim (MZUSP 60998, 61001-61003). GOIÁS: Cana Brava (MZUSP 31549). TRINIDAD AND TOBAGO: Port of Spain, mile 9 of Churcill-Roosevelt Road (MNRJ 33533-33537). Hyla secedens – BRASIL: RIO DE JANEIRO: Duque de Caxias, Barro Branco (MNRJ 3591, holótipo; MNRJ 3592-3595, parátipos; MNRJ 33513-33516); Guapimirim, Estação Ecológica Paraíso (UFRRJ 027-028). Hyla semilineata − BRASIL: PERNAMBUCO: Recife (MZUSP 33422); Timbaúba, Engenho Água Azul (MNRJ 22127); Igaraçu, Refúgio Ecológico Charles Darwin (CFBH 2548). ALAGOAS: Murici (MNRJ 9742); Rio Largo, Fazenda Canoas (MZUSP 9266). BAHIA: Ilhéus (MNRJ 1535); Uruçuca (MNRJ 14366-14369); Uruçuca, Fazenda Caititu (MNRJ 27218-27220); Itabuna, CEPLAC (MNRJ 23131); Valença, Fazenda Água Branca (MNRJ 14365); Porto Seguro, Estação Ecológica Pau Brasil (MZUSP 63208-63209); Porto Seguro, RPPN Estação Veracruz (MNRJ 28878); São José do Barreiro, Fazenda Unacau (MZUSP 63514-63515); Barra de Caravelas (MNRJ 33551-33553); Mucuri (CFBH 1999); Wenceslau Guimarães, Estação Ecológica Nova Esperança (MNRJ 27216-27217); Una, RPPN Ecoparque de Una (MNRJ 29777-29778). MINAS GERAIS: São João Nepomuceno (MNRJ 2212022127, 23133-23142, 23322-23334, 23421, 32196-32197, 33539-33550); Roça Grande, Fazenda Santa Cândida Maria (MNRJ 26412-26414); Belmiro Braga, Fazenda Olinda (MNRJ 27496-27499, 27550, 27519); Marliéria, Parque Estadual do Rio Doce (MNRJ 16680-16681); Mar de Espanha, Reserva Biológica (MNRJ 14386); Juiz de Fora, Água Limpa (MNRJ 14371-14374, 14375-14376, 1437714380); Juiz de Fora, Torreões (MNRJ 18505-18510); Além Paraíba (MNRJ 1700117004); Pirapetinga (MNRJ 14370). ESPÍRITO SANTO: Aracruz (MNRJ 1775517758); Cariacica, Reserva Biológica de Duas Bocas (MNRJ 27861-27864, 27876, 27887, 27931, 28424, CFBH 884-886); Santa Teresa (MNRJ 1247, 1309, 1312, 7017); Santa teresa, Estação Biológica de Santa Lúcia (MNRJ 25332, 2832828331, 30874,32584-32594); Santa Teresa, Barracão (MNRJ 30101-30110); Afonso Cláudio (MNRJ 14390); Linhares (MNRJ 14387-14389, 16700-16701); Rio Doce (MZUSP 158); Conceição da Barra, Vila de Itaúnas (CFBH 1930-1934, 2389, 2391, Bol. Mus. Nac., N.S., Zool., Rio de Janeiro, n.518, p.1-14, set.2004 12 U.CARAMASCHI, B.V.S.PIMENTA & R.N.FEIO 2426); Conceição da Barra, Floresta Nacional do Rio Preto (MNRJ 20952-20970, 30034-30035); Marataízes (MNRJ 35024); São Mateus (MNRJ 18420, CFBH 1519); Guarapari (MNRJ 14381-14385); Porto Cachoeiro (MZUSP 145, 146, 1497-1498, 1499-1501). RIO DE JANEIRO: Barra Mansa, Floriano (MNRJ 34523-34524); Campos dos Goytacazes, Lagoa Verde (MNRJ 23148-23149); Rio de Janeiro, Rio Pavuna (MNRJ 562); Rio de Janeiro, Jacarepaguá (MNRJ 23152-23153, 27547); Duque de Caxias (MNRJ 1275, 1439, 2381, 2750, 7064, 12460, 16739); Nova Iguaçu, Queimados (MNRJ 23151); Nova Iguaçu, Tinguá (EI 6005-6009, 8672); Engenheiro Paulo de Frontin, Morro Azul (MNRJ 20105-20106, 21694-21716, 29816, 30680-30687); Engenheiro Paulo de Frontin, Sacra Família do Tinguá (EI 8207-8254); Itaperuna, Fazenda São Domingos (MNRJ 23146); Petrópolis (MNRJ 22145, 23126, 23128, 23130, 23132, 23143, 23144, 23147, 23150, 32733, 33517, 33706); Petrópolis, Parque São Vicente (MNRJ 31398); Maricá, rio Ubatiba (MNRJ 21582-21588); Maricá, Itaipuaçú (MNRJ 33042); Magé (MZUSP 70877-70879); Miguel Pereira (MNRJ 23129); Niterói, Serra da Tiririca (MNRJ 26899); Passa Três, Represa da Light (MNRJ 16765-16767); Araruama, Lagoa Juturnaíba (MNRJ 4134); Saquarema, Palmital (MNRJ 30976-30978); Seropédica, Floresta Nacional Mário Xavier (EI 3261); Angra dos Reis (MNRJ 3020, MZUSP 7967-7969, 79757976, 7977, 7978, 8055-8056, 9721, 10881); Campo Belo (MZUSP 305); Serrinha, Serra do Mar (MNRJ 2894); Rio Piraí (MNRJ 1512, 8288-8291). SÃO PAULO: São Paulo, Serra da Cantareira (MZUSP 60927); Canela Oca (MZUSP 51676); Campinas, Souzas (MZUSP 60961); Ubatuba, Praia do Perequê-açu (CFBH 586, 587); Ubatuba, Instituto Agronômico (CFBH 1163-1166); Ubatuba, Itaguá (CFBH 1235); Caraguatatuba, Praia Massaguaçu (CFBH 2262-2266); Bertioga (EI 968); Bananal (EI 1694-1695); Piassaguera (MNRJ 3666, 30588-30590, EI 1696, 16971698, MZUSP 076); Praia Grande (MZUSP 34214); Iguape (MZUSP 894, 14178); Iguape, Estação Ecológica Juréia-Itatins (CFBH 841); Eldorado Paulista (MNRJ 14358-14363); Juquiá, Fazenda Poço Grande (MZUSP 1496); Pariquera-Açu, Fazenda Campo Real (MNRJ 31626-31628). PARANÁ: Guaratuba, Fazenda Estrela (CFBH 3047); Antonina (MZUSP 65303); Morretes (MZUSP 65304-65306); Morretes, IAPAR (MNRJ 29763-29764). SANTA CATARINA: Corupá (MZUSP 786, CFBH 3048); Piraí (MNRJ 2748); Guaramirim (MNRJ 1978, 10456-10466); Santa Luzia (MNRJ 3520); Brusque (MNRJ 14343, 14345). AGRADECIMENTOS A F.A.Juncá (UEFS), O.L.Peixoto (UFRRJ), P.E.Vanzolini e H.Zaher (MZUSP), L.B.Nascimento (MCN), A.J.S.Argôlo e M.Freitas (UESC) e C.F.B.Haddad (CFBH), pelos exemplares cedidos para estudo; a C.A.G.Cruz (MNRJ), pela leitura crítica do manuscrito; a P.R.Nascimento (MNRJ), pelos desenhos a nanquim; a F.R.Melo e P.M.Andrade, pelo auxílio no campo na Fazenda Alto Cariri (Salto da Divisa, MG), P.H.C.Cordeiro, R.T.Moura, A.J.S.Argôlo, R.V.Lopes, C.Cassano e E.M.C.Silva, pelo auxílio nas coletas no Estado da Bahia e a C.A.G.Cruz, L.B.Nascimento, A.P.Almeida e A.Cruz, pelo auxílio nas coletas em Linhares, ES. Trabalho parcialmente financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ). Parte deste trabalho é resultado dos projetos “Abordagens Ecológicas e Bol. Mus. Nac., N.S., Zool., Rio de Janeiro, n.518, p.1-14, set.2004 NOVA ESPÉCIE DO GRUPO DE HYLA GEOGRAPHICA DA FLORESTA ATLÂNTICA, BRASIL 13 Instrumentos Econômicos para o Estabelecimento do Corredor do Descobrimento: uma Estratégia para Reverter a Fragmentação Florestal da Mata Atlântica no Sul da Bahia”, financiado pelo Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira/Ministério do Meio Ambiente (PROBIO/MMA), Center for Applied Biodiversity Science/Conservation International (CABS/CI), Banco Mundial e coordenado pelo Instituto de Estudos Sócio-Ambientais do Sul da Bahia (IESB), e “Elaboração do Plano de Manejo do Parque Estadual Serra do Conduru”, coordenado pelo IESB e CI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOKERMANN, W.C.A., 1966a. Lista Anotada das Localidades Tipo de Anfíbios Brasileiros. São Paulo: Serviço de Documentação da Reitoria da Universidade de São Paulo. 183p. BOKERMANN, W.C.A., 1966b. Notas sôbre Hylidae do Espírito Santo (Amphibia, Salientia). Revista Brasileira de Biologia, Rio de Janeiro, 26(1):29-37. D’HEURSEL, A. & DE SÁ, R., 1999. Comparing the tadpoles of Hyla geographica and Hyla semilineata. Journal of Herpetology, Lawrence, 33(3):353-361. D’HEURSEL, A. & HADDAD, C.F.B., 1999. Unpalatability of Hyla semilineata tadpoles (Anura) to captive and free-ranging vertebrate predators. Ethology, Ecology & Evolution, Firenze, 11:339-348. DUELLMAN, W.E., 1973. Frogs of the Hyla geographica group. Copeia, Lawrence, 1973(3):515-532. DUELLMAN, W.E., 1977. Liste der rezenten Amphibien und Reptilien. Hylidae, Centrolenidae, Pseudidae. Das Tierreich, Berlin, 95:xix+225p. DUELLMAN, W.E. & HOOGMOED, M.S., 1992. Some hylid frogs from the Guiana highlands, northeastern South America: new species, distributional records, and generic reallocation. Occasional Papers of the Museum of Natural History of the University of Kansas, Lawrence, 147:1-21. FROST, D.R. (Ed.), 1985. Amphibian Species of the World. 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