- Biblioteca Municipal de Viana do Castelo

Transcrição

- Biblioteca Municipal de Viana do Castelo
DIRECTOR
Paulo Emanuel Martins Dias
SUB-DIRECTOR
José Aníbal Marinho Gomes
www.opovodolima.publ.pt
ANO II - 2ª Série | N.º 34 | Bimensal
O Jornal essencialmente Limiano
Preço Avulso: 0,65€
Assinatura Anual: 20€
15 | Junho | 2010
Viana do castelo tem novo Bispo
D. Anacleto de Oliveira
tomará
posse em
Agosto
Sagração de D. Anacleto, Fátima, 24 de Abril de 2005
I PÁG. 9
D. Carlos Francisco
Martins Pinheiro
Desporto
| PÁG. 10 e 11
. Futebol
- João Carlos Matos, novo Presidente da Direcção de Os Limianos
- Um ano ímpar para o futebol limiano!
. Canoagem
- João Silva apurado para os Jogos Olímpicos da Juventude
- Clube Náutico vence a Taça de Portugal de Pista
- Náutico com atletas em todas as selecções
:::::::::::::::::::::::::::::::::::::
O Povo do Lima publica
um suplemento de 8 páginas
Museu do Brinquedo Português
será instalado em Ponte de Lima
Instalado na Casa do Arnado será o
primeiro do género em Portugal
| PÁG. 4
Obras de reabilitação das
margens do Lima embargadas
pelo IGESPAR
Partidos politicos tomam posições
perante o embargo
| PÁG. 5
Desenvolvimento sustentável
em debate no CLA de Ponte de
Lima da Universidade Aberta
O Povo do Lima apresenta uma
entrevista ao Dr. Luís Cunha, Director do
Centro Local de Aprendizagem limiano
| PÁG. 6
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Terça-feira, 15 de Junho de 2010
Editorial
José Aníbal Marinho Gomes
HABEMUS EPISCOPUM
Foi com grande júbilo que todos recebemos a notícia do novo Bispo da
nossa diocese: “Roma locuta, causa finita - Roma falou; encerrada a
questão” (Santo Agostinho).
Em nome do Preceptorado de Ponte de Lima da Militia Sanctae Mariae
(MSM) - companhia regular e militante dos Cavaleiros de Santa Maria,
agradeço a Sua Santidade o Papa Bento XVI a nomeação deste novo
Bispo, que vem para servir, como bom pastor, o povo de Deus que vive
nesta Diocese, ou não fosse o seu lema episcopal “Escravo de todos”.
Desejo as boas vindas ao Senhor D. Anacleto Oliveira e anseio que o
Espírito de Deus o guie nesta nova etapa da sua vida, procurando suprir
as carências da nossa diocese e atingir, com novo ânimo apostólico,
todos os católicos, na participação e na evangelização.
Felicito Vossa Excelência Reverendíssima pela sua nomeação para a
Diocese de Viana do Castelo. Em espírito de fé, esperámo-lo com o
coração cheio de alegria, sabedores de que o Bom Deus nos envia um
«pastor segundo o seu coração»!
Dom Anacleto Oliveira seja bem-vindo aos ares do Alto Minho onde
pode contar com a presença terna e fraterna do seu rebanho e
sobretudo com a estima da pequena mas corajosa comunidade da
MSM, e receba o nosso carinho, sabendo que, como nosso Bispo, nos
conduzirá pelos caminhos da vontade do Senhor Jesus Cristo e da sua
Igreja. A tempo e a contra-tempo.
Desejo que Jesus Cristo, acompanhado da intercessão da nossa
Padroeira - Nossa Senhora da Conceição, do apóstolo S. Paulo, de S.
Miguel Arcanjo, de São Nuno de Santa Maria e do Beato Francisco
Pacheco, o proteja, o abençoe, lhe encha o coração dos dons do Espírito
Santo e lhe propicie um episcopado proficiente, eficaz e dinâmico à
frente desta Diocese.
Tenho fé que V.ª Ex.ª Reverendíssima virá como um Pastor e não apenas
como autoridade da Igreja. Pelos testemunhos já colhidos,
virtualmente, os quais passam a verdadeira face do seu carisma como
bispo auxiliar de Lisboa, principalmente na região Pastoral do Oeste
dando a certeza de que a sua causa é, de facto, o abraçar a “verdadeira
causa do Reino de Deus”: o viver Cristo particularmente sobre a
perspectiva do Ser, Serviço aos pobres e marginalizados. Bendigamos ao
Senhor!
Seja bem-vindo Dom Anacleto Oliveira! Que a Graça de Deus seja
sempre constante nas nossas vidas e que nos prepare para sermos Seus
fiéis servos na e pela caminhada da Igreja!
Lembro ainda as palavras de S. Paulo exortando Timóteo, a quem ele
comprometera como epíscopo, incumbindo-o de dirigir uma das
comunidades por ele fundada: “Convido-o a reavivar o dom de Deus
que está em si pela imposição de minhas mãos. (...) O que ouviu de mim
na presença de tantas testemunhas, transmita-o a homens de confiança
que, por sua vez, estejam em condição de ensiná-lo a outros” (II Tm 1,6;
Opinião
Opinião
02
Pensar
Ponte de Lima
Nuno de Matos
[email protected]
“Presta contas da tua administração…”
Lucas 16:2
Praias fluviais
Presente na listagem de praias que apresentaram má qualidade e/ou
estiveram interditas em 2009 e que já não serão consideradas zonas
balneares em 2010 estão a do Arnado e a de D. Ana. Finalmente, a Câmara
Municipal pode respirar de alívio, pois, pela primeira vez em anos, as praias
de Ponte de Lima não vão ser notícia por estarem constantemente
interditas. Respirar pode, mas não muito. A burocracia pode ter apagado os
holofotes, mas o problema persiste. Sabendo que ainda há uma década o
município desfraldava a bandeira azul, a verdade é que as praias fluviais
limianas deixaram de ter qualidade e o município assistiu impávido e
sereno à sua degradação. Vítor Mendes, enquanto vereador responsável
pelo ambiente, foi prometendo fiscalização e estudos sobre o problema, a
verdade é que nunca foi tornado público qualquer resultado dessa
fiscalização nem tão pouco o que saiu do dito estudo. De realçar que
actualmente quem desrespeitar a interdição de uma praia incorre em
coimas até 550 euros.
Inevitavelmente
É o tema que mais se comenta aqui por Ponte de Lima, as obras no areal. É
unânime a opinião dos limianos, a obra que estava a ser feita no areal é uma
aberração sendo o ponto alto da dita, o murete por debaixo da ponte
medieval. Os partidos políticos, com a excepção do CDS, claro está, foram
unânimes na crítica e no pedir de responsabilidades. Mas a verdade é que
já começa a ser habito, parece mesmo já existir um padrão, nestas
intervenções junto da margem do rio Lima. Foram e ainda são as obras no
bar do Arnado, embargadas por falta de pareceres e actualmente ao
abandono, é agora o murete e as obras no S. João.
Obras que fazem tábua rasa dos pareceres das entidades competentes que
vão custando milhares de euros ao erário público pelo seu arrastar devido
ao incumprimento da lei. Com tantos anos no poder, o CDS tinha a
obrigação de fazer melhor.
Descida do rio
Nem de propósito, participei na VI descida do rio Lima. Uma boa
organização tripartida entre a Câmara Municipal, o Clube Náutico
(fantástica organização no terreno) e o Agrupamento de Escolas de
Arcozelo. É uma experiência que aconselho a todos. Realmente, o rio Lima
bem aproveitado é certamente uma fonte de receita, um pólo de atracção
para o nosso concelho. Pena é termos exemplos como os anteriores.
2,2).
E finalizo com uma oração: Ó glorioso Patriarca São Bento, que vos
mostrastes sempre compassivo com os necessitados, fazei que também
nós, recorrendo à vossa poderosa intercessão, obtenhamos auxílio em
todas as nossas aflições, que nas famílias reine a paz e a tranquilidade;
que se afastem de nós todas as desgraças tanto corporais como
para que D. Anacleto Oliveira escolhido para Bispo da nossa Diocese,
apascente o vosso rebanho e exerça, de modo irrepreensível, a
plenitude do sacerdócio”. Ámen.
Aleluia!
O Jornal essencialmente Limiano
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-Manuel Martins
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espirituais, especialmente o mal do pecado. Alcançai do Senhor a graça
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Periodicidade: Bimensal
Impressão: Diário do Minho - Braga
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Terça-feira, 15 de Junho de 2010
03
A Fraude (X)
João Guilherme Barbedo Marques
Como vimos, a quantidade de carbono é constante, embora se
possa apresentar de formas variadas e em condições variadas.
Para efeito do que estamos a tratar só interessa considerar o
carbono na forma de CO² que está na atmosfera. O que estiver
nos solos, nas águas, na bioesfera só passa a ter acção depois
de ter sido transportado para a atmosfera.
As contas do IPCC mostram que a concentração de carbono na
atmosfera devia aumentar cerca de 6,4 Gt por ano e não se
passa nada disso. Logo, as contas de IPCC estão erradas. De
facto, pelas previsões do IPCC, o aumento da concentração de
CO² na atmosfera devia ter sido de 61,6 ppmv (partes por
milhão em volume) e foi apenas de 31 ppmv. Metade!!!
Por estes e outros erros que vai minando a confiança no IPCC,
a ONU acaba de nomear uma comissão para examinar os
dados o IPCC. Onde estão erradas?
Pelo menos, em quatro locais possíveis.
1-O solo absorve mais CO² do que tem sido considerado. É algo
já verificado em vários estudos. O solo, como vimos, é um local
importante de armazenamento de carbono: 1.500 Gt na forma
de compostos orgânicos e com a turfa e detritos orgânicos
pode atingir 1.750 GT. Um dos compostos orgânicos mais
abundante e muito resistente a alterações é o humus. O
humus é quase só matéria orgânica e, portanto, a
percentagem de carbono no seu peso seco pode variar de 35 a
40%. A percentagem de humus no solo pode atingir números
muito elevados, nos solos orgânicos, mas normalmente varia
de 1 a 5%, dependendo do tipo de rotação de culturas, da
intensidade cultural, da modalidade de exploração e,
principalmente, do clima no que respeita à temperatura e
umidade. Só na área agrícola mundial (49,3 milhões de km²) e
até à profundidade de 30 cm deve existir algo como 600 Gt de
humus, 210 a 240 Gt de carbono. Se a percentagem de humus
estiver em aumento e tudo leva a crer que assim é, um
aumento de humus na composição do solo de 0,03%, o que
corresponde a um aumento de 1% do humus existente, só isso
é um “dreno” de 2,1 a 2,4 Gt de C. E não foram considerados os
solos de florestas (39,4 milhões de km²) e outros terrenos
(41,4 milhões de km²), levando a admitir que, previsivelmente,
este “dreno” será bem maior ainda.
O IPCC admite, neste capítulo, um “dreno” de 2,6 Gt, mas só
o admite para os solos florestais. Não aceita que possa haver
esse “dreno” nos solos aráveis.
Hoje sabe-se, fora de qualquer dúvida, que outros
terrenos,além dos florestais, estão a absorver mais CO² do que
o previsto pelo IPCC. Uma parte importante desta absorção
pode-se dar na forma de ácido carbónico.
2-A vegetação absorve mais CO² à medida que a concentração
na atmosfera aumenta. Sabe-se que em casos de elevada
tecnologia na produção de alimentos (nas estufas, por
exemplo), o CO² existente é um factor limitante da produção e
há necessidade de “adubar” a estufa com CO². A fotossíntese
responde possitivamente até concentrações de CO² na
atmosfera de 1350 ppmv, se bem que assintoticamente, e hoje
estamos com concentrações da ordem de 385 ppmv. Nas
estufas eleva-se a concentração de CO² na atmosfera até 500
ppmv.
3-As águas estão também a absorver mais CO² que o previsto
nos estudos do IPCC. Em conjunto das águas superficiais e
profundas, prevê o IPCC que esteja a haver uma acumulação
de 2,2 Gt por ano, acumulação que se dá totalmente à custa
das águas superficiais, pois as profundas estariam a perder 4,4
Gt por ano. Como é possível esta perda, se aí as águas estão
mais frias e submetidas a uma pressão muito maior?
4-Por erros intencionais. Todos nós sabemos que dias antes de
começar a COP-15, o IPCC anunciou que as geleiras do
Himalaia só durariam mais 35 anos. A isso, se opôs tenazmente
um meteorologista indiano. O IPCC respondeu rapidamente:
foi um erro: onde está 35, deve-se ler 350. Foi chamado à
pedra o autor desta notícia “leviana”? Qual quê! A notícia foi
muito pensada. Se as geleiras do Himalaia iam durar só 35
anos, todas as outras não existiriam dentro de 10 ou 15 anos.
Temos de cortar o CO².
Estudos muito recentes mesmo de entidades ligadas ao IPCC,
como a Universidade de Bristol, mostraram que o equilíbrio
entre a quantidade de gás em suspensão na atmosfera e a
que é absorvida se manteve praticamente constante desde
1850, o que quer dizer que é absorvida maior quantidade
com o aumento da concentração de gás na atmosfera. Estes
estudos têm um ponto forte que é, no dizer do seu principal
autor, o facto de se basearem em dados medidos e
estatísticos e não em modelos computorizados do clima.
O IPCC afirmava e, possivelmente continua a afirmar, o
contrário, ao arrepio absoluto de qualquer lógica de
qualquer base científica.
Deviamos fazer, agora, uma referência a toda a problemática
ligada à eficácia de um gás de efeito estufa ou à sua taxa de
excesso de radiação instantânea, do seu potencial de
aquecimento global que é tanto menor quanto mais
rapidamente um gás for eliminado da atmosfera. E talvez o
façamos mais tarde. Mas agora, só quero apontar que o IPCC
incluiu o CO² como um gás em que se pode também calcular a
sua constante de tempo como é lícito fazê-lo para o metano,
o óxido nitroso, os clorofluorcarbonetos (a constante de
tempo é o tempo necessário para que uma dada emissão de
gás seja reduzida a 36,78% do seu valor inicial, tempo que se
repete para reduzir de novo a 36,78 % do valor anterior, ou
13,53% do valor inicial e assim por diante). E ao calcular,
abusivamente, repete-se, a constante de tempo para o CO²
impôs, ilicitamente, o valor de 120 anos, quando os cálculos
conduziam a um valor entre 40 e 50 anos (48 anos,
provavelmente. A diferença provocada por estes dois valores
-120 ou 40/50 anos - é tremenda -: por exemplo, se a
proposta de estabilização para a concentração futura de CO²
for a existente em 1990, o modelo de uma constante de
tempo de 120 anos exige uma redução de emissão de CO² da
ordem de 80%, mas se a constante de tempo for de 40-50
anos, basta que a redução de emissões seja de apenas 30 a
40%. Outro exemplo. Se a constente de tempo do CO² for de
40-50 anos, então a culpabilidade de aquecimento dos vários
gazes terá de se inverter: em primeiro lugar vem os
clorofluorcarbonetos, depois o metano, a seguir o protóxido
de azoto e só depois o CO²).
Este cálculo é tanto mais abusivo, quando o próprio IPCC
reconhece que 50% do carbono antropogénico desaparece
num período muito curto. Isto quer dizer que simplesmente
não se pode calcular constante de tempo para o CO².
Hoje, o IPCC já recuou sobre a sua posição anterior e aceita
um valor para a constante de tempo do CO² variável de 20 a
120 anos.
Contudo, fique bem claro este ponto: não pode ser calculada
constante de tempo para o CO², porque o desaparecimento
deste gás não é proporcional ao tempo. Logo a seguir à
emissão de CO² e num curto espaço de tempo, desaparece
cerca de 50% do CO² emitido.
CARBONO - METANO
No entender do IPCC, o metano é, depois do CO², o GEE maior
responsável pelo aquecimento. Cabe-lhe, diz o IPCC, 18% da
responsabilidade pelo aquecimento.
As “fontes” de metano são várias: emanações de vulcões e
falhas geológicas; decomposição anaeróbica de resíduos
orgânicos; pantanos; extração de combustíveis; digestão de
ruminantes; bactérias; combustão anaeróbica de biomassa.
Hoje, a extração de metano faz-se, na quase totalidade, de
depósitos geológicos, conhecidos como “campos de gás
natural”.
Porém, as “fontes” de metano relacionados com os “hidratos
de metano” submarinos e sob geleira, bem como no
“permfrost”, são muitíssimo maiores e podem vir a tornar-se
o maior problema para o clima da Terra.
O IPCC diz que, antes da era industrial, o metano ingressava
na atmosfera a um ritmo de 500 Mt (Mt = 1.000.000 de t) e
era eliminado a igual rapidez, mantendo-se, portanto, a sua
concentração na atmosfera de 800 ppb (partes por bilião).
Mas hoje a emissão de metano é de 600 Mt sendo eliminadas
580 Mt, pelo que a quantidade de metano na atmosfera
aumenta ao ritmo de 20 Mt por ano, o que corresponde a um
aumento de concentração de 7,2 ppb ao ano.
As emissões naturais (incluindo aí a cultura do arroz) são da
ordem de 270 Mt e as antropogénicas na ordem de 330 Mt,
das quais 155 Mt provenientes da agricultura. Somadas com
as provenientes da cultura do arroz, a agricultura é
responsável por 55 a 60% das emissões antropogénicas.
Andemos por onde andarmos, a conclusão é sempre a
mesma. A grande responsável pelo aquecimento global é a
agricultura e isto porque a população da Terra é maior do que
o desenvolvimento sustentável pode permitir. Mentira
rotunda!
Continuar
a acreditar!
É próprio do ser humano a
insatisfação e o desejo de querer
ir sempre mais além. Isso
verifica-se tanto nos projectos
mais relevantes para a
humanidade como na vida
p e s s o a l d e ca d a c i d a d ã o
anónimo. Essa ânsia não é ponto Sandra Baptista de Matos
fraco, antes pelo contrário, foi
este desejo de ser maior que levou o Homem à Lua e é ele que
ajuda cada um de nós a enfrentar o dia-a-dia. São os
objectivos de alcançar Marte e de descobrir a cura para a tal
doença, ou de comprar uma casa, um carro, progredir no
emprego, tirar um curso que fazem o Homem avançar, dar o
melhor de si e ter forças para sair a correr de casa pela
madrugada para só entrar a correr já de noite.
Em determinadas ocasiões, temos a sorte de sermos
presenteados com a concretização do nosso sonho. Às vezes
suamos tanto e não conseguimos o pretendido ou este fica
aquém das expectativas geradas. E, mais frequentemente,
mal usufruímos o que nos foi concedido e já estamos a pôr os
pés ao caminho para tentar concretizar um novo sonho.
Mas há alturas em que, sem querer, paramos nessa correria,
deixamos as nossas ânsias momentaneamente fechadas e
ficamos apenas a usufruir a vida, deliciosa e inocentemente. E
acontecem os momentos especiais. E há conversas com os
amigos, confidências, gargalhadas e momentos de nostalgia.
E há um passeio a dois, uma paisagem, sorrisos, mãos dadas,
desabafos, flores, uma dança, um beijo. E há um “Olá!” que
vem de longe e os planos para as gargalhadas e para as
confidências. E há uma ida ao parque, um gelado, uma
história, um colo, um abraço. E há palavras de confiança,
braços sempre abertos, colo sempre disponível. E há um dia
de sol, um cumprimento sorridente, aquela música especial e
uma tarde de chuva. E há olhos nos olhos e mão na mão! E há
um esquecer e perdoar! E há um “Espera e Confia!”. E há um
depois vê-se, um acreditar, um arco-íris!
E há tantas coisas simples!
Só quando estes momentos terminam é que nos
apercebemos de como nos fizeram felizes e de como não
podemos prescindir deles. Não custam dinheiro, mas são de
valor incalculável. Não faziam parte dos projectos, mas são
fundamentais para a sua concretização. Não pagam IVA nem
precisam de factura e enchem-nos de vida.
A vida vai continuar a levar-nos na luta quotidiana pelos
nossos objectivos, mas silenciosamente o nosso coração vai
suplicando esses momentos simples de magia que nos fazem
continuar a acreditar…
Faleceu João Fernandes
José Aníbal Marinho Gomes
A imprensa regional está mais pobre! João Barbosa
Fernandes, director e fundador do Jornal semanário Falcão
do Minho, faleceu subitamente no dia 3 de Maio, aos 76
anos, vítima de um Acidente Vascular Cerebral.
Foi um grande defensor da imprensa regional e um dos
principais fundadores e presidente da Direcção da APIR Associação Portuguesa da Imprensa Regional, constituída
em Viana do Castelo.
Foi também durante alguns anos presidente da Associação
dos Jornalistas e Homens de Letras do Alto Minho, a si se
devendo a instalação desta instituição, no Largo do
Instituto Histórico do Minho.
Participou em vários congressos internacionais, e no nosso
país onde se debatiam as grandes questões da imprensa
regional.
Desde o aparecimento em 1987 do Jornal Falcão do Minho,
que João Fernandes foi até à sua morte o seu principal
mentor e único director. Tendo anteriormente colaborado
como jornalista no jornal Aurora do Lima.
A si se deve também, o lançamento do projecto TV Viana,
que foi a primeira plataforma de TV via internet de Viana do
Castelo.
A Câmara de Viana, em reunião do Executivo, aprovou um
voto de pesar pela sua morte.
À Exma. mulher, D. Amélia Josabette de Sousa Rocha e
Fernandes, e à sua filha a Drª. Teresa Amélia de Sousa
Rocha Barbosa Fernandes, (Directora Adjunta do Jornal
Falcão do Minho), Neta, Genro e restante Família,
apresenta o jornal «O Povo do Lima» sentidas
condolências.
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Terça-feira, 15 de Junho de 2010
04
objectivo é o de promover a conservação
do brinquedo português à escala nacional.
Esta consitui-se como mais uma aposta do
Município de Ponte de Lima no
desenvolvimento cultural, como forma de
contribuir para o desenvolvimento sócioeconómico da região.
O Museu do Brinquedo será
instalado na Casa do Arnado, e
resulta de um objectivo da
política Cultural do Município,
à qual se associa a Associação
Concelhia das Feiras Novas, e
o coleccionador Carlos Anjos,
possuidor de uma colecção de
brinquedos portugueses.
Representativo de uma época,
a constituição do 1º Museu do
Brinquedo Português assenta
na criação de referências
locais e nacionais, cujo
Mia Couto em Ponte de Lima
Em mais uma breve passagem pelo nosso
país, o escritor moçambicano Mia Couto
estará presente, na Biblioteca Municipal de
Ponte de Lima no próximo dia 17 de Junho,
às 18 horas, para uma conversa com os
seus leitores, sobre os seus livros e a sua
escrita.
A iniciativa versará o lema "Saboreando as
palavras com Mia Couto", e é direccionada
para todos os amantes da sua escrita.
Jornalista, professor, biólogo e escritor, Mia
Couto nasceu na Beira, Moçambique, em
1955, estando as suas obras traduzidas em
diversas línguas. Entre outros prémios e
distinções (de que se destaca a nomeação
de “Terra Sonâmbula” como um dos doze
melhores livros africanos do século XX), foi
galardoado, pelo conjunto da sua já vasta
obra, com o Prémio Vergílio Ferreira 1999 e
com o Prémio União Latina de Literaturas
Românicas 2007. Ainda em 2007, foi
distinguido com o Prémio Passo Fundo
Zaffari & Bourbon de Literatura pelo seu
romance “O Outro Pé da Sereia”.
A Câmara Municipal de Ponte de Lima
aprovou na reunião do passado dia 31 de
Maio comparticipar financeiramente
diversos projectos a realizar pelas
Freguesias da Labruja, Arcozelo, Feitosa e
Rebordões Souto.
A verba no valor de €62.079,75 destina-se a
obras de melhoramento da rede viária na
Freguesia de Arcozelo, Labruja e Rebordões
Souto.
No âmbito da atribuição de subsídios, a
Câmara Municipal deliberou aprovar uma
verba no valor de €11.250 para apoiar
actividades do Futebol Clube de Cabaços;
do Grupo Desportivo de Vitorino dos Piães e
do Grupo Cultural e Recreativo de Danças e
Cantares de Ponte de Lima.
Assim, o Futebol Clube de Cabaços solicitou
apoio financeiro para a realização de obras
de melhoramento e aumento das
instalações desportivas do Clube. O
executivo aprovou também apoiar a
deslocação do Grupo Desportivo de
Vitorino dos Piães a França, com o objectivo
de participar num torneio de Futebol.
Quanto ao Grupo Cultural e Recreativo de
Danças e Cantares de Ponte de Lima a verba
aprovada tem como finalidade a realização
do Festival de Folclore, no dia 19 de Junho
na Expolima, integrado no programa da 20ª
Feira do Vinho Verde e dos Produtos
Regionais de Ponte de Lima.
«Portugal Europeu:
meio século de
história"
Realizou-se no dia 1 de Junho, na Casa do
Arnado uma conferência sobre “Portugal
Europeu: Meio Século de História”,
integrada na exposição itinerante que a
União Europeia está a promover, com o
objectivo de assinalar os 25 anos de
adesão de Portugal.
A conferência foi coordenada e apresentada
pelo Dr. José António Martins, do
Parlamento Europeu – Gabinete de Portugal
e pelo Dr. Paulo Martins da Comissão
Europeia, Representação em Portugal. Os
dois interlocutores realçaram os principais
momentos que marcaram a adesão de
Portugal à União Europeia, constatando a
evolução significativa que Portugal sofreu
durante os últimos 25 anos.
Com um elevado número de participantes,
entre os quais estudantes e professores do
11 e 12º ano da Escola Secundária de Ponte
de Lima, os jovens ficaram a saber que o
programa comunitário Erasmus, que
permite aos universitários realizar parte dos
seus estudos em qualquer país membro da
comunidade, tem registado cada vez mais
participantes. Em 1987, 25 alunos
participaram no projecto, dez anos mais
tarde o número subiu para 4700 alunos.
A completar esta conferência, os alunos
tiveram ainda a oportunidade de visitar a
exposição “Portugal Europeu: Meio Século
de História” patente ao público na Casa do
Arnado até ao dia 6 de Junho.
Uma Manhã
no Rio Lima
Nuno e Sandra de Matos
No passado sábado, dia 5, o Município de
Ponte de Lima, em parceria com o Clube
Náutico de Ponte de Lima e o Agrupamento
de Escolas de Arcozelo, promoveu a VI
Descida do Rio Lima. Os participantes
foram cerca de 50 e o nosso jornal também
esteve presente.
O dia amanheceu enublado, mas não
demoveu os participantes que, por volta
das 9h30m, partiram confiantes em
autocarro do Clube Náutico de Ponte de
Lima até São Martinho da Gandra, onde
foram simpaticamente acolhidos pela
vereadora do Ambiente e pelo vereador do
pelouro da Juventude, que também
participou na descida.
O principal objectivo da iniciativa foi,
segundo os organizadores, "sensibilizar os
participantes e o público em geral para a
importância deste importante sistema
fluvial a nível ambiental e sócio-económico,
através de momentos raros de
cumplicidade com o Rio Lima,
proporcionados pela prática da
canoagem".
Fizeram-se saudações, ouviram-se
conselhos, soltaram-se gargalhadas. As
canoas já esperavam preparadas e, após a
fotografia da praxe para os meios de
comunicação presentes, deu-se a partida.
Canoas laranjas pelo rio fora iam
acordando o Lima ainda envolto na neblina.
Nas margens havia pescadores atentos, nas
águas remava-se descontraidamente. O
caudal não era muito, mas os poucos
rápidos ainda permitiram alguns banhos já
esperados e muitas gargalhadas, sempre
sob o olhar atento dos monitores do Clube
Náutico.
A extensão do percurso exigiu grande
exercício com as pagaias, uns eram mais
experientes, outros mais trapalhões, mas
todos conseguiram chegar à meta. O sol já
brilhava quando os arcos na Ponte
Medieval começaram a aparecer no
horizonte e, por volta das treze horas, já
todos estavam em terra firme.
Após um bom banho, chegou um merecido,
animado e bem servido almoço convívio na
Expolima.
A avaliação foi, na generalidade,
francamente positiva. Se o exercício
matinal foi bem aproveitado por todos, a
beleza das margens do rio também não
deixou ninguém indiferente. O Lima
surpreende em cada recanto e o verde das
Primaveras minhotas permite fotografias
deslumbrantes. É lamentável a poluição
que o vem conquistando. Deve ser
compromisso de todos cuidar de tão belo
rio e usufruírem das suas águas para
passeios tão agradáveis como esta VI
Descida do Rio Lima.
FOTO: BRUNO FERNANDES
A Câmara Municipal de Ponte de Lima
aprovou na reunião realizada no dia 31 de
Maio a celebração de um protocolo a
estabelecer entre o Município, a
Associação Concelhia das Feiras Novas e o
coleccionador Carlos Guilherme Teixeira
dos Anjos, com vista à constituição do
Museu do Brinquedo Português.
Câmara Municipal
atribui €62.079,75
a Arcozelo, Labruja
e Rebordões Souto
FOTO: BRUNO FERNANDES
Museu do Brinquedo Português
será instalado em Ponte de Lima
www.opovodolima.publ.pt
Terça-feira, 15 de Junho de 2010
05
Obras de reabilitação das margens do Lima PSD quer “Repensar A Procissão de Cinzas
embargadas pelo IGESPAR
a agricultura em
em Ponte de Lima
Executivo Municipal "desrespeitou o Ponte de Lima”
O Instituto de Gestão do Património
Da autoria de António Dantas Barbosa foi
parecer técnico emitido e continuou a
Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR)
emitiu um «auto de embargo» às obras de
reabilitação das margens do Lima que a
Câmara de Ponte de Lima está a realizar
no areal da vila.
Depois do alerta lançado pelo PSD e já
noticiado n'O Povo do Lima onde este
partido lamentava que a autarquia não
tivesse acatado uma deliberação aprovada
por maioria na Assembleia Municipal de
Fevereiro que “recomendava a
apresentação de estudos, a discussão
pública e o consenso alargado da
comunidade local sobre o projecto a
implementar” a situação tomou outros
contornos.
Na semana seguinte, a concelhia do PS de
Ponte de Lima tornou público um
comunicado onde afirmava ter contactado
o Instituto de Gestão do Património
Arquitectónico e Arqueológico e que a
“proposta de intervenção apresentada
tinha sido indeferida” e que desta forma o
realizar a obra, no leito do rio Lima e em
zona histórica protegida". Criticando “esta
forma de gerir o bem público” o
comunicado do PS acaba com a
reivindicação pela "reposição urgente da
lega lid a d e" . Ta m b ém o PSD, em
comunicado, veio manifestar a sua “total
preocupação com a lamentável falta de
transparência e atropelo à lei” que na sua
opinião “reflectem um total desprezo pelo
património histórico de Ponte de Lima”
terminando a exigir que “o Senhor
Presidente da Câmara Municipal apresente
um pedido de desculpas públicas a todos
os limianos pelas irregularidades
cometidas na realização das referidas
obras”.
A p e s a r d a s vá r i a s te ntat i va s d a
comunicação social para obter a reacção
do Município de Ponte de Lima este
prefere não fazer qualquer declaração
sobre esta decisão do IGESPAR.
O PSD irá apresentar no próximo dia 19
do corrente mês, em reunião da
Assembleia Municipal, a proposta “Sinais
de nova esperança".
Com os objectivos de reconhecer a
importância da agricultura para o bemestar social; desenvolver projectos/acções
de valorização de produtos de origem
agrícola no concelho; fomentar a gestão do
território na perspectiva da utilização
sustentável dos seus recursos, incluindo as
pessoas, o ambiente e as paisagens e
melhorar a qualidade de vida das pessoas,
o PSD propõem um conjunto de 7 pontos
para se atingir esses objectivos. Desses
pontos destacam-se a “inventariação de
potencialidades de criação de produtos de
qualidade e respectiva certificação com
origem no concelho, com possibilidades e
comercialização em feiras e mercados
realizados especificamente para o efeito”
ou a promoção e a “utilização sustentável
dos recursos naturais, que recicle os
desperdícios, mantenha a biodiversidade,
preserve os principais ecossistemas e evite
a desertificação dos territórios”.
''Arte e Sagrado. Uma leitura por
um artista do século XXI''
JUSTIFICAÇÃO
__Certifico, para efeitos de publicação, que por escritura de
justificação hoje lavrada neste Cartório Notarial de Susana Barros
Ribeiro, na vila de Ponte de Lima, a folhas 23 e seguintes, do livro de
notas, para, escrituras diversas, n.º 70-A, JOÃO GONÇALVES CASTRO,
natural da freguesia de Arcos, deste concelho de Ponte de Lima, casado
com MARIA LÚCIA MATOS LIMA CASTRO, natural da freguesia de
Moreira do Lima, deste mesmo concelho de Ponte de Lima, casados
sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes habitualmente
no lugar de Canadelo, da dita freguesia de Moreira do Lima, declarou:
__ Que é dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrém, do
seguinte prédio situado na dita freguesia de ESTORÃOS, inscrito na
respectiva matriz predial em nome do justificante:________________
__ PRÉDIO RÚSTICO, composto de Terreno de cultivo, sito no lugar de
Estivada, com a área de novecentos e vinte metros quadrados, a
confrontar do norte com caminho, do sul com D. Sebastião Lencastre,
do nascente com José Joaquim Vieira e do poente com Maximina
Fernandes, omisso na Conservatória do Registo Predial; inscrito na
matriz predial sob o artigo 119, com o valor patrimonial e atribuído de
dezoito euros e quarenta e oito cêntimos. _______________________
__ Que este prédio veio à posse do justificante, no ano de mil
novecentos e oitenta e seis, por partilha, meramente verbal, a que se
procedeu por falecimento de seu pai Custódio Urbino de Castro,
casado com Rosa Maria Gonçalves, residente que foi, no lugar da
Pregosa, da dita freguesia de Arcos. ___________________________
__ Que há mais de vinte anos se encontra o justificante na posse e
fruição deste prédio, exercendo sobre ele todos os poderes de facto
inerentes ao direito de propriedade, na qualidade de seu dono, como
coisa sua e nessa convicção, colhendo os respectivos frutos e
rendimentos, usufruindo de todas as utilidades possíveis em nome
próprio e sem oposição de ninguém, pelo que exerceu uma posse de
boa fé, pacífica, contínua e pública, sem interrupção e ostensivamente
com conhecimento de toda a gente, adquirindo o seu direito por
usucapião. ______________________________________________
__ Que, não tendo possibilidade de o comprovar pelos meios
extrajudiciais normais, o justifica para fins de primeira inscrição na
competente Conservatória do Registo Predial . ___________________
Está conforme. ___________________________________________
Cartório Notarial de Susana Barros Ribeiro, sito na Rua Dr. Luís
Gonzaga, em Ponte de Lima, quatro de Junho, de dois mil e dez. _____
O colaborador, por delegação da notária _______________________
(João do Nascimento Pereira da Silva)
Registo Nº.2143/10
O Povo do Lima, n.º 34
15 de Junho de 2010
Integrada no Ciclo de Estudos da Academia Sénior, organizado pelo
C.E.R. (Centro de Estudos Regionais), realizou-se no dia 8 de Junho, na
Biblioteca Municipal de Viana do Castelo uma conferência intitulada
''Arte e Sagrado. Uma leitura por um artista do século XXI'', proferida
pelo nosso conterrâneo, Américo Carneiro, que contou com a presença
de cerca de meia centena de pessoas.
Américo Carneiro recorrendo a textos de diversos autores, iniciou a sua
conferência referindo-se à importância da cor na obra da arte, enquanto
elemento simbólico, e centrando a sua a atenção nas ''pedras pintadas'',
nos pórticos e nos elementos arquitectónico coloridos que
caracterizavam e caracterizam muitos espaços arquitectónicos.
Referiu-se ao portal da Igreja românica de Bravães e na simbologia
atribuída aos elementos decorativos, realçando a qualidade desta igreja,
particularmente ao seu portal. Américo Carneiro trouxe ainda o
pensamento e os trabalhos de Jorge Pinheiro e Lima de Freitas.
Esta conferência estava integrada no ciclo de estudos de história sobre as
Ordens religiosas, os mosteiros e os conventos.
Este evento teve a cobertura da Local TV.
Dr. José Manuel Ribeiro
Médico Especialista
DOENÇA DOS OLHOS
Rua do Souto - Nº 5
Fazem-se marcações na Rua do Souto, nº 54
ou pelo Telef. 258 941 896 - PONTE DE LIMA
apresentado ao público no dia 12 de Junho
na Biblioteca Municipal, cujo auditório se
apresentava lotado, um ensaio que como o
próprio refere na introdução do mesmo
«…estuda uma das várias festas religiosas
realizadas em Ponte de Lima no período
Moderno (séc. XVII-XIX)…», onde faz uma
análise «...sobre a procissão de cinzas
organizada pela Ordem Terceira de S.
Francisco…, cerimónia que representava
para os irmãos um momento de prestígio e
poder…» e que tudo «… faziam para que
se realizasse com toda a solenidade e
magnificência», provocando assim «…uma
ruptura no rimo monótono do dia a dia,
permitindo às pessoas momentos de
sociabilidade, de manifestações de fé e
emoções».
Ao folhearmos este excelente ensaio,
ficamos a saber que «…Em Ponte de Lima, e
segundo as fontes documentais, a procissão
de cinzas já tinha lugar em 1683 ...» e que
«…O valor que tinha a procissão do dia de
cinzas para a irmandade da Ordem Terceira
era tão significativo que os membros desta
irmandade começavam a organizar este
préstito com muito tempo de
antecedência.» «…quando saísse á rua, a
procissão devia ser aplaudida por
penitência e venerada por toda a
população…» concluindo, a procissão era
um «…Marco importante por abrir o
período quaresmal, a procissão de cinzas
era em Ponte de Lima uma festa religiosa
relevante…».
O Povo do Lima congratula-se pela apresentação deste livro
e felicita o autor,
D r. A n t ó n i o
Dantas Barbosa,
que com o
lançamento
deste título, que
esperamos ser o
primeiro de muitos, contribuiu
para o enriquecimento da
cultura local.
Bem haja!
PAGAMENTO DE ASSINATURAS
Pede-se aos Senhores assinantes que quando efectuarem o pagamento
das suas assinaturas o façam pessoalmente ao Sr. Manuel Martins, que é o
único representante do Jornal «O Povo do Lima», e o único que pode emitir
o competente recibo de pagamento.
Para contactar o Sr. Martins, que, como sabem já se encontra reformado da
sua actividade de Relojoeiro, deverão dirigir-se ao Mini Mercado Santa
Justa, situado no rés-do-chão do Mercado Municipal de Ponte de Lima
(loja da D. Fernanda Ribeiro, mulher do Sr. Manuel Tolentino Velho).
www.opovodolima.publ.pt
Terça-feira, 15 de Junho de 2010
06
Robert Pires apadrinha
Festival Internacional de
Jardins de Ponte de Lima
Desenvolvimento Sustentável em
debate pelas mãos da Universidade
Aberta
Decorreu no passado dia 15 de Maio o Seminário sobre
Desenvolvimento Sustentável no Auditório Municipal ,
no qual participaram cerca de 80 pessoas. O Povo do
Lima entrevistou o Dr. Luís Cunha, Director do Centro
Local de Aprendizagem da Universidade Aberta acerca
deste evento.
Para a edição 2010, a "Personalidade Nacional de Honra"
é Robert Pires, o jogador internacional de futebol que tem
tido um exemplar percurso desportivo, sendo um
elemento activo em importantes equipas da 1ª liga de
futebol francesa e espanhola.
Inaugurado no passado dia 28 de Maio por Sua Excelência
a Senhora Ministra do Ambiente e do Ordenamento do
Território, Eng.ª Dulce Pássaro, o Festival Internacional de
Ponte de Lima reserva mais uma surpresa para breve.
A figura "Personalidade Nacional de Honra" foi
apresentada oficialmente no dia 2 de Junho, pelas 16h30,
no local do festival.
Á semelhança das edições anteriores do Festival
Internacional de Ponte de Lima, foi escolhida uma figura
pública, desta vez de renome internacional, para se
associar ao evento, promovendo e divulgando assim o
Festival Internacional de Jardins além fronteiras.
Para a edição 2010, a "Personalidade Nacional de Honra"
é Robert Pires, o jogador internacional de futebol que tem
tido um exemplar percurso desportivo, sendo um
elemento activo em importantes equipas da 1ª liga de
futebol francesa e espanhola.
O gaulês de origens limianas foi jogador do Arsenal FC a
par de Thierry Henry, do Villarreal CF, e ainda da selecção
francesa, tendo sempre manifestado o interesse em fazer
parte da selecção nacional portuguesa.
Robert Pires aceitou apadrinhar o Festival Internacional
de Jardins, identificando-se com a filosofia do certame e
associando-se à arte, à criatividade e ao ambiente, três
áreas fundamentais para o desenvolvimento sustentável
dos territórios.
Pretendeu-se com esta acção, aumentar a visibilidade
nacional e internacional do Festival Internacional de
Jardins, servindo de veículo de alerta, de promoção, de
educação e sensibilização para as questões fundamentais
na construção de uma sociedade que se pretende
desenvolvida.
De referir ainda, que estão já abertas as candidaturas para
a próxima edição do Festival Internacional de Jardins, sob
o tema “A Floresta no Jardim”.
+
- Como correram as jornadas realizadas em Ponte de
Lima sobre desenvolvimento sustentável ?
O Seminário sobre Desenvolvimento Sustentável que
decorreu no Auditório Municipal no passado dia 15 de
Maio, correu de forma muito positiva, com a presença de
todos os Oradores previstos, e com uma afluência de
público excelente para um Evento desta natureza
(tivemos cerca de 80 pessoas). Os nossos inquéritos de
satisfação, passados aos presentes revelam uma
apreciação muito positiva por parte do público.
Quer os responsáveis Autárquicos da CM de Ponte de
Lima, quer os representantes da Associação de
Desenvolvimento Local do Minho-Lima, parceiros da
Universidade Aberta na organização deste Evento,
manifestaram-se bastante satisfeitos com a forma como
decorreu o Seminário.
- Que conclusões pode tirar das mesmas?
As conclusões são muito variadas, e diria mesmo que cada
pessoa presente poderá tirar as suas próprias conclusões
de tudo o que foi dito, tendo em conta a sua própria
perspectiva e experiência. Mas, sem dúvida, um dos
aspectos centrais a reter é o de que não pode haver
desenvolvimento sem preocupações de sustentabilidade
do mesmo. A sustentabilidade é um conceito que envolve
muitas dimensões (e daí termos tido um leque tão grande
de Oradores no Seminário): desde a componente
ambiental, até aos aspectos económicos e sócio-políticos.
É fundamental que saibamos viver de forma condigna (e
não “excessiva”), e que saibamos respeitar o ambiente
natural e humano que nos rodeia. Uma conclusão mais
pessoal que retiro (e que muitos outros provavelmente
terão retirado), é a de que ainda estamos muito
marcados, na Sociedade Portuguesa, por uma história
recente de carências a todos os níveis (económico, de
liberdade política e cultural, tecnológico,…), a qual se
manifesta numa sofreguidão por possuir bens de
consumo muito para além das nossas necessidades e
daquilo que é conveniente para nós (quer do ponto de
vista económico, quer de muitos outros pontos de vista:
ambiental, humano, cultural).
- Pensa que de alguma forma podem contribuir para o
desenvolvimento do concelho?
Claro que sim! Todos podemos. No nosso caso, a
promoção deste Seminário é um exemplo palpável da
forma como uma Universidade pode integrar-se com as
outras “forças vivas” do Concelho, para em conjunto
pensarmos em formas de promover o desenvolvimento.
O resultado dessa reflexão é depois aplicado na nossa
prática do dia-a-dia. Algo que nos apraz especialmente
constatar é que este Seminário é o segundo Evento por
nós realizado em Ponte de Lima sobre este tema: mas, se o
Seminário do passado ano correu bem, é bom verificar
como este ano tivemos muito mais interessados, quer da
parte do Público, quer da parte de Entidades e
Individualidades, o que interpretamos como um sinal de
que o nosso trabalho tem contribuído para salientar a
importância desta temática para Ponte de Lima.
+
- O d e s e nv o l v i m e n to
sustentável é importante
para os concelhos?
O desenvolvimento
sustentável é importante
para tudo e para todos,
desde o nível do cidadão
individualmente
considerado, até ao nível
global do planeta, passando
por todas as formas de
organização sócio-política
(Nações, Concelhos, Vilas,
...). Ao nível local, importa
conhecer bem os recursos
existentes, e a forma como
esses recursos podem ser consumidos de forma a não
comprometer o futuro dos cidadãos aqui residentes.
- Ao verificarmos os dados estatísticos sobre a região
(desenvolvimento, emprego, rendimento por capita)
nomeadamente do distrito de Viana do Castelo, parecelhe que os autarcas da região estão a “praticar” o dito
desenvolvimento sustentável?
É-me difícil falar em termos de todo o Distrito, e certamente
que haverá em toda esta área geográfica bons e maus
exemplos de preocupação com a Sustentabilidade. O que
eu penso é que em Ponte de Lima, pelo menos, é manifesta
a preocupação com a sustentabilidade ambiental (patente
em Projectos como a Paisagem Protegida das Lagoas de
Bertiandos) e é evidente que tem havido havido, ao longo
de muitos mandatos autárquicos, uma preocupação
permanente com a preservação da História e da Cultura da
Vila, em detrimento de “modas” de pseudo-modernização
que em tantos outros sítios só contribuíram para
descaracterizar de forma irremediável muitas localidades).
- Quais são os pontos, digamos, mais importantes para um
município seguir um caminho de encontro ao
desenvolvimento sustentável?
De forma sucinta, o importante é integrar no
desenvolvimento económico a dimensão social e a
dimensão ambiental. A complexidade e o desafio consistem
em aplicar esta “fórmula” em cada problema que os
decisores municipais são chamados a resolver.
- Acha que o desenvolvimento sustentável é incompatível
com o desenvolvimento dito industrial?
Depende do conceito de desenvolvimento industrial que se
tem. Se nos referirmos ao modelo de desenvolvimento que
herdámos do Século XIX, então penso que estamos todos
de acordo sobre esse modelo estar esgotado e de o mesmo
ser inapropriado em termos ambientais, humanos e até
puramente
económicos. Mas hoje há indústrias novas, muito menos
poluentes e potencialmente geradoras de muito mais bemestar social. Até mesmo indústrias “tradicionais” como a
automóvel, estão a mudar claramente a sua filosofia (e
vemos isso na Publicidade aos novos carros, que destacam
as emissões, os combustíveis alternativos, etc): mas é claro
que se continuarmos a querer mudar de veículo de 4 em 4
anos (ou menos!), de pouco serve ao ambiente lavarmos a
nossa consciência no facto do carro novo emitir menos X
microgramas de CO2 do que o antigo…
- Julga que os cidadãos estão sensibilizados?
Muitos estão, mas penso que a maioria não estará, por
enquanto, e esse é um dos motivos que nos leva a insistir
em Seminários e Conferências livres sobre este tema. O
problema da sustentabilidade é também um problema de
Cidadania e de Consciência Cívica e Ambiental, e julgo que o
nosso País está muito aquém dos níveis de sensibilização
que se constatam no Norte da Europa, por exemplo.
É muito frequente vermos cidadãos a passar ao lado de
pontos de recolha de lixo e que mesmo assim “optam” por
deitar detritos para o chão. Parece um exemplo
insignificante, mas é o conjunto destes “pequenos” insultos
ao nosso meio que resulta o ambiente em que todos
vivemos, e onde vivem (ou viverão) os nossos filhos e netos.
Por outro lado, todo o País está mobilizado para uma
mudança de mentalidades, de cultura e de atitudes de
todas as gerações de cidadãos.
Algo de muito bom que aconteceu nos últimos anos é que o
Sistema Educativo passou a estar comprometido com a
educação de todos, e não apenas das gerações mais jovens.
E as mudanças estão a ocorrer depressa. A História
demonstra que nós, enquanto Povo, sabemos adaptar-nos
às dificuldades e mostrar novos caminhos ao Mundo.
Apesar de todo o pessimismo reinante, penso que Portugal
está a fazer apostas certeiras em termos Educacionais e
Tecnológicos, e sinto que se soubermos relativizar o
momento difícil que atravessamos e se aproveitarmos as
oportunidades que hoje existem, poderemos emergir no
Século XXI como uma Nação rica (no sentido lato), forte e
orgulhosa do modo como enfrentamos e superamos as
maiores dificuldades.
D. Carlos Francisco
Martins Pinheiro
Bispo Titular de Dume e Auxiliar Emérito de Braga
30 - Maio - 1925 / 04 - Junho - 2010
1º DIRECTOR HONORÁRIO
D. Carlos Martins Pinheiro
DIRECTOR
Paulo Emanuel Martins Dias
SUB-DIRECTOR
José Aníbal Marinho Gomes
www.opovodolima.publ.pt
ANO II - 2ª Série | N.º 34 - Suplemento
Este suplemento é parte integrante do
Jornal o Povo do Lima, n.º 34, de
15 de Junho de 2010
O Povo do Lima
Registado na ERC com o n.º 125532
Sede
Rua Manuel Morais - Agrónomo, 13, 4990-125
Ponte de Lima
Propriedade e Emissão
Militia Sanctae Mariae
Periodicidade
Bimensal
Impressão
Diário do Minho - Braga
ISSN
1647-1237
Depósito Legal
66348/93
Tiragem
1500 exemplares
Assinatura Anual
Portugal 20€ | Europa 40€ | Resto do Mundo
50€
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Ecce venio!
... esboço de uma biografia
2 | O Povo do Lima
Carlos Francisco Martins Pinheiro, nasceu a 30 de Maio de 1925 em Vila Praia
de Âncora era filho de José Maria Pinheiro e de D. Carlota Joaquina Martins
Pereira.
Fez a Instrução Primária em Âncora, donde rumou à Escola Comercial e
Industrial de Viana do Castelo, aqui permanecendo cerca de um ano. Em 1939
ingressou no Seminário de Nossa Senhora da Conceição, em Braga, onde
estudou humanidades. A partir de 1947 cursou Filosofia e Teologia, no
Seminário Conciliar, Braga.
Em 1950 foi Director da revista “Cenáculo”, fundada a 7 de Março de 1946, por
um grupo de alunos do Seminário Conciliar de Braga.
Foi ordenado sacerdote a 8 de Julho de 1951, em Braga, por D. António Bento
Martins Júnior, e seguidamente, nomeado Prefeito, Professor e Ecónomo do
Seminário de Filosofia, Braga.
Em 1953 foi nomeado para Coadjutor do Senhor Cón. Manuel José Barbosa
Correia, pároco da vila de Ponte de Lima, capelão do Hospital da Santa Casa da
Misericórdia e do Colégio D. Maria Pia. No ano seguinte ocupou, o lugar de
Prior de Ponte de Lima e pároco de Feitosa e Arca, e em 1958, Arcipreste do
Julgado Eclesiástico de Ponte de Lima.
Em 1958 foi investido como Cónego da Sé Primaz de Braga.
Durante os 19 anos que permaneceu em Ponte de Lima como pároco,
desempenhou diversos cargos: foi Vice-Provedor da Santa Casa da
Misericórdia, Director do Externato Liceal Cardeal Saraiva, Presidente da
Direcção da Oficina S. José, Professor no Colégio D. Maria Pia, lançou a Caritas
Paroquial, e fundou o jornal “A Voz da Paróquia”, etc.
Deve-se a si o restauro da Igreja Matriz de Ponte de Lima que se encontrava
degradada e em ruína eminente.
Já não sendo pároco nesta vila, funda a 2 de Janeiro de 1975 o Instituto
Limiano-Museu dos Terceiros, restaurando para o efeito as Igrejas de Santo
António dos Frades e da Ordem Terceira e seus anexos, que estavam em estado
de ruína. Organizou várias exposições culturais em colaboração com o Museu
Soares dos Reis do Porto, a Câmara Municipal de Ponte de Lima e a Fundação
Calouste Gulbenkian.
Licenciado em Direito Canónico pela Universidade Pontifícia de Salamanca,
Espanha, exerceu no último ano de paroquialidade de Ponte de Lima, o cargo
de Vice-Reitor do Seminário de Filosofia, durante o ano 1968, sendo nomeado
no mesmo ano Pró-Vigário Geral da Arquidiocese de Braga.
No ano de 1978, o Senhor Arcebispo de Braga, D. Eurico Dias Nogueira, numa
linha de colaboração com o Exmo. e Revmo. Senhor D. Júlio Tavares Rebimbas,
na altura Bispo de Viana do Castelo, acedeu a que o Cónego Carlos Pinheiro
então Vigário Geral da Arquidiocese de Braga, ficasse ao serviço da nova
Diocese de Viana do Castelo, onde exerceu os cargos de Vigário Geral, Juiz do
Tribunal Eclesiástico e Presidente da Comissão de Arte e Cultura.
Em 22 de Fevereiro de 1982, o Papa João Paulo II nomeou-o Capelão, com o
título de Monsenhor.
Em 22 de Fevereiro de 1985 foi eleito pelo mesmo Papa, Bispo Titular de Dume
e Auxiliar de Braga.
A ordenação Episcopal teve lugar em 28 de Abril do mesmo ano, na Cripta do
Sameiro, Braga, com a presença de quase todos os Bispos Portugueses e alguns
da Galiza e muito clero e cristãos das dioceses de Braga e Viana do Castelo e,
particularmente, uma larga representação dos Pontelimenses.
Além do múnus episcopal e do cargo de Vigário Geral, foi presidente da
Comissão Diocesana de Arte Sacra e Obras e foi-lhe confiada de modo especial,
a região pastoral dos arciprestados de Vila do Conde e Póvoa de Varzim,
Esposende, Barcelos e Vila Verde.
A nível nacional, foi membro da Comissão Episcopal Mista Bispos/Religiosos.
A 4 de Março de 1997 foi condecorado com a Medalha de Mérito Municipal
Cultural da Câmara Municipal de Ponte de Lima.
Em 10 de Novembro de 2000 passou a Bispo Emérito, residindo, a partir dessa
data, em Ponte de Lima, sempre com ligações a Braga.
Em Dezembro de 2008 aparece ligado ao Jornal Pontelimense «O Povo do
Lima», sendo desde o dia 8 desse mês até aos nossos dias seu Director
Honorário.
Foi Prelado de Honra da Militiae Sanctae Mariae (Milícia de Santa Maria),
Companhia Regular e Militantes dos Cavaleiros de Santa Maria, que, à luz do
direito canónico, é uma Associação Pública de Fiéis, tendo presidido a algumas
cerimónias religiosas desta Ordem em Braga, Ponte de Lima e Viana do Castelo.
Faleceu a 4 de Junho de 2010 em Ponte de Lima, realizando-se o Funeral, no dia
seguinte, sábado, na Sé Catedral de Braga, às 10h00, cerimónia presidida por
Sua Excelência Reverendíssima o Sr. Arcebispo Primaz, D. Jorge Ortiga, que
contou com a presença de muitos bispos e membros do clero. Posteriormente,
às 15h00 foi celebrada Missa exequial na vila de Ponte de Lima, presidida por
Sua Excelência Reverendíssima, D. José Augusto Pedreira, Bispo da Diocese de
Viana do Castelo, que contou igualmente com a concelebração de muitos
sacerdotes. Foi sepultado na sua terra natal, Vila Praia de Âncora, onde às
17h30m foi também celebrada Missa Exequial, presidida pelo Reverendo
Senhor Monsenhor Sebastião Pires Ferreira, Vigário-Geral da Diocese de Viana
do Castelo.
Publicou as seguintes Obras:
“A Ínsua de Caminha” publicada em 1949
“O Novo Altar-Mor da Igreja Matriz”; em 1963
“O Colégio D. Maria Pia e a sua influência na comunidade paroquial de Ponte de
Lima”, em 1971
“Museu de Arte Sacra de Ponte de Lima” – subsídios para a sua história, em
1974
“Instituto Limiano – Museu dos Terceiros – Documentos”, em 1962-1982
“Guia do Visitante do Museu dos Terceiros” (bilingue), em 1983
Instituto Limiano – Museu dos Terceiros, c/ ilustrações, s/data
“Museu dos Terceiros – um património a ser conhecido e valorizado”, em 1997.
Ele que foi Bispo Titular de Dume deu sempre o exemplo da regra da vida
virtuosa proposta por S. Martinho de Dume: “Aquele que está bem consigo
mesmo, nasceu rico”!
... editorial
Este é um excerto da Mensagem de Natal de 2008 de D.
Carlos Francisco Martins Pinheiro, Bispo Titular de Dume,
Auxiliar Emérito de Braga (in O Povo do Lima n.º 2, 2ª série,
22 de Dezembro de 2008, pág. 7). Hoje é o sétimo dia do
falecimento daquele Pastor, nascido a 30 de Maio de 1925 à
beira mar, em Vila Praia de Âncora. Desde esse dia,
embalado nos braços de seus pais, sr. José Maria e Dª.
Carlota Joaquina, foi sentindo que um outro Menino
nascera para a todos conceder a felicidade. O “segue-me”
proferido pelo Mestre junto do mar da Galileia fez eco
também no mar de Vila Praia de Âncora. Saindo da sua terra
e albergando as suas gentes em seu coração, por onde
passava transmitia a alegria de sentir-se chamado a viver do
amor, fosse em Viana do Castelo ou em Braga. É impossível
calar aquilo que deve ser anunciado “em cima dos
telhados” e por isso, aos 25 anos é director da revista dos
Seminários de Braga, “Cenáculo”, sempre zeloso pelo lema
que norteia a publicação e a sua vida: “plus ultra”.
O ano de 1953, dois anos após a sua ordenação presbiteral,
fica marcado pela chegada do Reverendo sr. Padre Carlos
Pinheiro a terras de Ponte de Lima. Todas as suas acções de
prior, arcipreste, provedor, director, presidente, professor,
fundador, restaurador…
podem resumir-se no lema
que um dia mais tarde
escolheria para o seu
programa episcopal: “eis
que venho”. Veio para fazer a
vontade de quem o enviou,
do Pastor Bom que o fortaleceu e que viera “para nos fazer
felizes”. Muitas das palavras do Papa Bento XVI aos Bispos
de Portugal, proferidas a 13 de Maio em Fátima estão
inscritas na vida deste apóstolo de Dume: «Neste Ano
Sacerdotal que está para concluir, redescobri, amados
Irmãos, a paternidade episcopal sobretudo para com o
vosso clero.» Senti isso de Sua Excelência Reverendíssima
nestes anos na Militia Sanctae Mariae, de quem sou
capelão de devoção e ele Prelado de honra. Sempre
próximo e amigo: sempre pai! É isso que se espera de um
Padre e de um Bispo: que dê vida e se preciso for “a sua vida
pelos amigos”, mas muito mais pelos seus filhos! A vida do
senhor Dom Carlos diz isso mesmo: foi ordenado Bispo no
dia 28 de Abril de 1985, data em que nos dias de hoje se
celebra Santa Joana Beretta Molla, padroeira da Associação
Famílias.
Continua o Papa Bento na referida mensagem «Na verdade,
os tempos que vivemos exigem um novo vigor missionário
dos cristãos chamados a formar um laicado maduro,
identificado com a Igreja, solidário com a complexa
transformação do mundo. Há necessidade de verdadeiras
testemunhas de Jesus Cristo, sobretudo nos meios
|
Padre Paulo Emanuel Dias
Director de O Povo do Lima
humanos onde o silêncio da fé é mais amplo e profundo:
políticos, intelectuais, profissionais da comunicação que
professam e promovem uma proposta mono-cultural com
menosprezo pela dimensão religiosa e contemplativa da
vida. Em tais âmbitos, não faltam crentes envergonhados
que dão as mãos ao secularismo, construtor de barreiras à
inspiração cristã. Entretanto, amados Irmãos, aqueles que
lá defendem com coragem um pensamento católico
vigoroso e fiel ao Magistério continuem a receber o vosso
estímulo e palavra esclarecedora para, como leigos,
viverem a liberdade cristã.» Testemunha da presença da
vontade do Santo Padre na vida do nosso D. Carlos é o
Preceptorado de Ponte de Lima da Militia Sanctae Mariae,
pois em 8 de Dezembro de 2008 renasceu o jornal quinzenal
“O Povo do Lima”, encabeçado pela figura de D. Carlos
Martins Pinheiro.
Não me alongo mais, mas tanto que há para dizer. «Antes de
terminar, queria pedir-vos, na vossa qualidade de
presidentes e ministros da caridade na Igreja, para
revigorardes em vós e ao vosso redor os sentimentos de
misericórdia e compaixão capazes de corresponder às
situações de graves carências sociais». Fica o exemplo de
quem, nos dias quentes dos gritos de miséria em Timor foi
capaz de se desfazer da sua cruz peitoral de Bispo para
mitigar a fome de pão do povo maubere. Disse e diz o Papa
aos Bispos e também a D. Carlos «é muito louvável o esforço
que fazeis por ajudar dioceses mais necessitadas,
sobretudo dos países lusófonos».
O Povo do Lima | 3
... homenagem póstuma |
D. José Augusto Pedreira
Bispo da Diocese de Viana do Castelo
Afastou-se do horizonte da nossa vista terra mas está
presente no olhar interior do nosso espírito. D. Carlos
Pinheiro perdurará na mente e no coração dos que com ele
contactaram e, mais ainda, nos que com ele privaram de
perto.
Encontramo-nos pela primeira vez tinha eu uns dezoito
anos. Era, então, membro da equipa formadora do
Seminário de Filosofia, em Braga. Reencontrei-o, anos mais
tarde, como vigário geral da arquidiocese a que eu
pertencia. Voltamos a reencontrar-nos após a criação da
diocese de Viana do Castelo, há cerca de trinta e três anos.
Desde então, convivemos na mesma residência episcopal
durante alguns anos e, mais tarde, pertencemos ao mesmo
colégio episcopal. Tive oportunidade de conhecer e de
beneficiar da doçura do seu temperamento, da clareza do
seu carácter, duma delicadeza de trato que via nos outros o
cúmulo de virtudes e se relegava a ele para o último lugar.
Era um sacerdote espiritualmente muito empenhado.
Deu à Igreja e à sociedade o que de melhor tinha para dar,
num anúncio permanente de Cristo e das verdades
evangélicas. Por vezes, foi além do que as suas forças físicas
permitiam: incansável na sua missão de padre, de pároco e
de bispo.
Manifesto-lhe a minha gratidão pelo que dele aprendi, e
l a m e n t o n ã o t e r a p ro v e i ta d o
suficientemente tudo o que me
possibilitou aprender.
A diocese de Viana do Castelo e o seu
actual Bispo, temos para com ele uma
dívida de gratidão, pois usufruímos da sua acção apostólica
enquanto pároco da paróquia de Ponte do Lima, arcipreste,
vigário geral e, no final da sua vida, já bispo jubilado, por ter
escolhido fixar a sua residência permanente nesta mesma
diocese.
Aos nossos diocesanos manifesto o desejo de que o tenham
sempre presente nas suas orações.
... homenagem e agradecimento |
D. Eurico Dias Nogueira
Arcebispo emérito de Braga
A Providência Divina proporciona, com frequência,
encontros inesperados com pessoas mal conhecidas que
passam a associar-se ao nosso viver. Assim sucedeu comigo,
ao longo da minha já longa caminhada existencial.
uma dessas pessoas, que mais apreciei, foi o D. Carlos
Francisco Martins Pinheiro, falecido há poucos dias.
Vindo para Braga, em 27 de Novembro de 1977, como
servidor cimeiro e alto responsável do Arcebispado - após
oito anos de Bispo em Moçambique e cinco em Angola encontrei nele o mais próximo colaborador na
administração e pastoreação da exigente e, para mim,
então desconhecida Arquidiocese Primaz.
Tendo desempenhado o alto múnus de Vigário Geral do
meu antecessor, D. Francisco Maria da Silva, apressei-me a
confirmá-lo no cargo, que fazia dele o colaborador mais
próximo e substituto legal.
Mas não usufruí, por muito tempo, dessa valiosa ajuda.
Decorridos poucos meses após a minha vinda, separou-se
de Braga, de direito e de facto, a nova Diocese de Viana do
Castelo, com a tomada de posse do seu primeiro Bispo, D.
Júlio Tavares Rebimbas. Este procurou-me, em breve, e
solicitou a ida do Cónego Martins Pinheiro para Vigário
Geral de Viana do Castelo, pois era natural da sua área e
nela tinha efectuado suficiente serviço pastoral, como
pároco e como arcipreste de Ponte de Lima.
Indaguei sobre a sua disponibilidade e, informado deste,
acedi ao pedido, apesar de retardando a execução por
alguns meses, a fim de procurar substituto para Braga. Era
meu desejo colaborar na organização da jovem Diocese
sufragânea, como já havia feito autorizando a saída do Pe.
Gaudêncio Martins Gigante da Secretaria arquiepiscopal
para o delicado cargo de Notário de Viana do Castelo.
Por lá se manteve o Cónego Martins Pinheiro, durante todo
o pontificado vianense de D. Júlio. Transferido este para o
Porto, em 1982 (após quatro anos em Viana), aquele
mostrou desejo de regressar a Braga.
Concordei inteiramente, mas interroguei-me sobre qual o
cargo que viria a ocupar, dado que a Vigararia Geral estava
preenchida.
Apresentei o caso à Santa Sé, sugerindo a vinda como Bispo
Auxiliar. Aquela, depois dos habituais trâmites, nomeou-o
para tal cargo em 1985, atribuindo-lhe o título tradicional e
histórico de Dume.
Trabalhou comigo durante catorze anos, continuando no
mesmo serviço com o meu sucessor, D.
Jorge Ortiga, até completar 75 anos de
idade, conforme a praxe canónica e
pastoral vigente. Em Novembro de
2000, passou a emérito, tendo falecido
nesta situação.
Estou certo de que já terá sido recompensado, com o
prémio dos justos, tão bom servidor de Deus e do seu Povo,
constituído em Igreja.
... servir na lealdade e na humildade |
Conheci o senhor D.Carlos Pinheiro muito antes de sermos
nessa mesma condição serviu depois, durante alguns anos,
D. J o a q u i m G o n ça l ve s
Bispo da Diocese de Vila Real
vida, e se manifestava nas frequentes
bispos, e conheci-o depois nessa condição, uma vez que
o Bispo de Viana do Castelo; e voltaria a Braga para servir o
visitas à vila, no interesse pelo Museu
participei na sua Ordenação Episcopal no Sameiro para
Arcebispo D.Eurico como seu Auxiliar. Foi esse, aliás, o lema
local e na busca da sua casa pessoal para
Bispo Auxiliar de Braga, e seria durante dois anos meu
do seu episcopado: «ecce venio», frase retirado da carta
companheiro nesse ministério, no governo do senhor D.
aos Hebreus que exprime a missão do Verbo de Deus ao
descansar.
Homem de relações familiares e de
Eurico Dias Nogueira.
Tanto na primeira etapa como na segunda, teve como ideal
entrar no mundo - «eis que venho, ó Pai, para fazer a vossa
proximidade, imprimia esse seu carisma nas visitas
pastorais e em tudo o que fazia. O céu, onde esperamos já
«servir», servir na lealdade e na humildade. Como Vigário
vontade».
Para com Ponte de Lima teve uma afeição especial que ali se
se encontre,
Geral serviu o senhor D.Francisco, Arcebispo de Braga;
desenvolveu enquanto pároco, que manteve ao longo da
elevado a uma realidade infinita e inefável.
é, afinal, esse relacionamento pessoal
4 | O Povo do Lima
|
... D. Carlos Pinheiro e o
meu preito de veneração
e gratidão
Foi sempre com muito respeito, amizade e veneração que
observei e admirei o ser e o agir do Senhor D. Carlos
Pinheiro.
Conheci-o, na minha infância, como o Padre Carlinhos:
vocabulário que, na boca desta gente de Âncora (em que
me integro), exprime carinho e veneração; diminutivo que
não minimiza, antes aproxima, para, de todos, poder ser
considerado 'património comum', 'ser de toda a gente'.
Conheci-o sempre como um homem simples, cordial,
acolhedor, sereno. Diria, no melhor sentido da palavra, um
homem absolutamente normal, trabalhador, firme no que
acreditava, persistente no que pretendia, mas discreto no
trabalho que realizava, porque pouco amigo dos rodeios e
das aclamações. Seguro de si, porque inteligente, e livre,
porque capaz.
“Não de si nem dos seus, para ser de toda a gente” e, em
consequência, atento aos outros e aos seus problemas.
Sempre disponível para acolher e para ajudar, oferecendo,
antes de mais, o sorriso tranquilizador, cativando, assim, a
simpatia, para, de seguida, conquistar os corações e encher
as pessoas de esperança.
Homem culto, mercê dos seus desenvolvidos talentos no
itinerário escolar que prosseguiu: a Escola Primária, na sua
terra, de que recordava, com gratidão e saudade, a
professora D. Idalina; a Escola Comercial e Industrial, em
Viana do Castelo, donde saiu, por conselho do Padre Dr.
Agostinho José de Moura (depois Bispo), para ir para o
Seminário; os Seminários de Braga, onde sempre brilhou e,
posteriormente, foi professor; a Universidade Pontifícia de
Salamanca, onde se deixou imbuir pelo espírito humanista
de Francisco de Vitória, que a anima, e se licenciou em
Direito Canónico; e a escola da vida, da vida pastoral, cujo
curriculum emerge da atenção sempre prestada ao
Magistério da Igreja, universal e diocesana, e do contacto
com aqueles a quem se dedicou: as gentes e os seus
costumes, as terras e as suas histórias, as coisas e as suas
origens, a arte e a sua beleza, numa consciente e procurada
inculturação.
Homem de sensibilidade apurada: caracterizadora da arte,
estetizante do belo, fomentadora da contemplação e
realizadora da interiorização, como resposta penhorada de
gratidão àquele que, tendo-lhe outorgado o nome, para
complementar o seu (Carlos Francisco), o fez seu
homónimo, S. Francisco de Assis.
Homem de acção, sem delongas e sem considerandos
paralisantes ou proteladores, que, pressionado pelo lema
de quem o ordenou sacerdote - caritas Christi urget nos -,
sente necessidade de andar depressa, porque o tempo
urge, e é necessário que se não desperdice, não vá ficar
alguém à míngua de afecto, ou alguma obra inacabada, por
incúria própria, ..., frenesim que lhe pertence, qual 'mística'
que, por contágio, adquiriu da inquietude das ondas do
mar, que banham as terras de Âncora e o viram nascer, e do
exemplo sempre presente dos seus pais que o educaram
religiosamente. Assim foi a família Martins Pinheiro: pai,
mãe e filhos. De todos, recordo, neste momento, a D.
Natércia que sempre o acompanhou e, como ele dizia, foi
sua irmã e sua mãe.
Assim foi, segundo a minha perspectiva e a minha grande
veneração, o Senhor D. Carlos Francisco Martins Pinheiro,
como presbítero e como bispo.
No seu agir, o seu sacerdócio de presbítero e de bispo foi
uma total vida partilhada em constante doação a Deus, à
Igreja e à sociedade, numa sintonia perfeita com o lema que
escolhera para as 'armas de fé' do seu episcopado: Ecce
venio! , 'Eis que venho' (Senhor) para fazer a Tua vontade!
Uma vida enriquecida na oração e partilhada na acção por
paróquias e arciprestados, seminários e serviços centrais de
duas dioceses (Braga e Viana do castelo). Uma vida acolhida
de Deus, com gratidão, e oferecida aos homens, com
generosidade, como educador, professor, pároco,
arcipreste, vigário episcopal, vigário geral e bispo.
Em consequência, do Evangelho encarnado, apareceu uma
obra pastoral, social, cultural e artística que qualquer sector
da sociedade, civil ou eclesial, pode constatar e reconhecer.
Frutos de uma vida generosa e fecunda, oferecida pelo Pai,
alimentada por profundas raízes de um são
humanismo/cristianismo, de uma fé forte e convicta em
Jesus Cristo, e de um espírito de sacrifício indomável,
fortificado pela acção do Espírito Santo, com uma particular
devoção a Nossa Senhora do Minho, a cuja Confraria
pertenceu, durante muitos anos, tendo sido ele o ideólogo
da construção do seu santuário, como se encontra, hoje.
Da fidelidade à missão que lhe foi confiada, surgiu uma obra
grandiosa que deixou como legado à humanidade: obra
social e cultural, patrimonial e pedagógica, literária e
Padre Sebastião Pires Ferreira
Vigário Geral da Diocese de
Viana do Castelo
pastoral.
D. Carlos Francisco Martins Pinheiro é um nome, desde já,
escrito com letras graúdas nos fastos das duas dioceses que,
de um modo particular, serviu, como bom e solícito pastor.
Como Bispo titular de Dume, D. Carlos Pinheiro, pelo que foi
e pelo que fez, é digno herdeiro do título e do
reconhecimento da solicitude pastoral desse grande
luminar que foi S. Martinho de Dume, que, do seu Mosteiro,
em Dume, fez uma célebre escola monástica e o centro
irradiador do seu fecundo apostolado, entre os povos
Suevos. D. Carlos, seu humilde e fiel seguidor, bem merece
um lugar na galeria de honra dos seus meretíssimos
sucessores.
Com a muita veneração e pessoal gratidão deste humilde
conterrâneo e indigno sucessor como Vigário Geral da
Diocese de Viana do Castelo.
O Povo do Lima | 5
... que descanse em paz! |
Carlos Aguiar Gomes
Provincial da MSM
Partiu para a casa do Pai, onde já estará, acolhido pela Senhora do
Sameiro, o Senhor Dom Carlos Pinheiro. Deixa-me no coração um
lugar vazio. Despedi-me dele, até ao nosso encontro no Céu,
poucos dias antes da sua passagem, no dia dos seus anos. Vim
destroçado. Dom Carlos estava em grande sofrimento. Vi, então,
mais de trinta anos de um contacto de grande amizade,
delicadeza, disponibilidade e de uma enorme humildade. Sim, de
facto, o Bispo de Dume era um Homem (com H maiúsculo e
grande) bom. Sereno e de uma humildade impressionante.
Habituei-me a contactá-lo quer por minha decisão quer a seu
pedido. Desde conversas simples do quotidiano tortuoso e de
precipício em que a humanidade tornou a Terra, até a conversas
mais elevadas e em que o Senhor Dom Carlos “navegava” à
vontade, com conhecimento e sem arrogância. Dos nossos
encontros, e foram muitos, mesmo muitos, saí sempre mais
enriquecido.
Recordo o mês de Outubro de 1975 em que com o Capelão da
Militia Sanctae Mariae – cavaleiros de Santa Maria, Padre D.
Gaspar Rodrigues, monge de Singeverga, procurámos o
reconhecimento desta instituição. Foi “amor à primeira vista”.
Ficámos amigos. Muito. Era na altura Vigário Geral da
Arquidiocese de Braga. Com o saudoso Arcebispo, Dom Francisco
Maria da Silva, o Cónego Pinheiro (era assim que o conhecíamos
na altura), as portas foram-nos abertas e facilitadas. Jamais
esquecerei aqueles dias e, depois, todos os dias em que nos
encontrámos. E foram muitos. Sempre com a mesma
simplicidade, humildade e disponibilidade. Sempre!
Era um Amigo da Militia Sanctae Mariae. Um grande Amigo e, por
isso, nosso Prelado de Honra. Ajudou-nos em todas as
circunstâncias. Animou-nos nos momentos de dificuldade. Rezou
connosco em acções de graça. Com a
sua morte, não perdemos um Amigo.
Passamos a ter esse Amigo noutras
“paragens” continuando connosco a
rezar por nós. O Senhor Dom Carlos
continuará muito ligado a nós, Militia
Sanctae Mariae.
Recordo, também, a amizade com
que, minha Mulher e eu, o recebemos
em nossa casa, com quem falámos na
rua ou em situações formais. Era
nosso Amigo.
Dedicamos-lhe uma grande Amizade.
Esta, sei-o com certeza, era recíproca.
Agora, que já não está ao pé de nós
fisicamente, lamentamos a sua
partida. Acreditamos que
espiritualmente o Senhor Dom Carlos
continua connosco. Iluminando-nos
com o exemplo de vida que nos legou.
Fôssemos, nós, a minha Família e a
Militia Sanctae Mariae, capazes de o
seguir no caminho da sabedoria, da
simplicidade, da humildade e da
disponibilidade.
… Que descanse em Paz!...
... D. Carlos vai ocupar sempre
um espaço no meu coração!
|
Já no séc. XIX Renan dizia que em arte e moral o que é mister
é fazer porque o dizer não conta - assim foi D. Carlos
Pinheiro.
Há momentos na vida que são difíceis de exprimir em
palavras. Consciente de que tudo o que se expresse não
passe de mil vocábulos, a verdade é que há muito para dizer.
A vida e a obra de D. Carlos Pinheiro assim o exigem. Não se
trata de fazer o elogio fúnebre, porque seria pouco, seria
até uma infâmia. A morte não é uma desventura, é uma
parte da vida, porque viver é morrer em cada dia. Mas a
verdade é que a nossa região ficou mais pobre! Partiu um
dos seus filhos mais notáveis; um Homem que aceitou uma
causa, um modelo de vida e foi com ele coerente, sem
cedências, até ao seu último sopro de vida. E partiu com o
sentimento de haver cumprido a sua missão na terra.
Muitos lhe agradecem e tantos outros já sentem a sua falta.
Mas os Homens bons não se vão embora, simplesmente
viajam para outra direcção. Perdeu-se um homem
clemente e bondoso, mas o firmamento recebeu uma
estrela cintilante.
Personalidade marcante do séc. XX, D. Carlos alcançou um
lugar permanente na História da Igreja em Portugal e em
particular na Arquidiocese de Braga, onde ocupou vários
cargos: foi Vigário Geral, Bispo de Dume e Auxiliar de Braga.
Na Diocese de Viana do Castelo foi Vigário Geral, Juiz do
Tribunal Eclesiástico e Presidente da Comissão de Arte e
Cultura. D. Carlos foi Prelado de Honra da Militia Santae
Mariae (Milicia de Santa Maria) – Companhia regular e
militante dos cavaleiros de Santa Maria, que em 1975 se
estabeleceu em Portugal e tudo fez para que o
reconhecimento desta instituição se concretizasse - o que
aconteceu por Provisão do Arcebispo Primaz Dom Francisco
Maria da Silva.
Amigo incomparável, a quem se podia acorrer nas mais
duras contingências da vida, D. Carlos estava sempre
presente, junto daqueles que a infelicidade perseguira. Foi
um homem inteligente, simples, afável e profundamente
bom, com quem todos podiam contar. A porta de sua casa
estava permanentemente aberta…
D. Carlos marcou uma época, quer no exercício do seu
sacerdócio e no auxílio aos mais necessitados, quer como
Homem virado para a cultura e com ideias, algumas
avançadas para o seu tempo …
Em Ponte de Lima, iniciou em 1956 as obras de restauro da
Igreja Matriz, que se encontrava muito degradada, ficando
as mesmas concluídas ao fim de três anos.
Já não sendo pároco nesta localidade, funda a 2 de Janeiro
de 1975 o Instituto Limiano-Museu dos Terceiros,
restaurando para o efeito as Igrejas de Santo António dos
Frades e da Ordem Terceira e seus anexos, que se
apresentavam em considerável estado de ruína.
Defendeu sempre os interesses desta instituição com muita
determinação ao longo de vários anos, inclusive naqueles
onde já não tinha qualquer responsabilidade sobre a
mesma.
Neste local, foram levadas a cabo várias iniciativas e
exposições culturais em colaboração com o Museu Soares
dos Reis do Porto, sempre por sua iniciativa - foi o período
áureo da instituição!
Conheci o Sr. D. Carlos desde que me lembro. Era amigo de
infância de minha mãe, que com ele privou em Vila Praia de
José Aníbal Marinho Gomes
Preceptor do Preceptorado de
Ponte de Lima da MSM
Âncora desde os treze anos de idade,
no mês de Agosto para onde meus
avôs maternos iam passar férias, ano
após ano.
Veio para Ponte de Lima em 1953 como coadjutor do
saudoso Cónego Correia e na nossa terra conhecia apenas
meus avós, minha mãe e tias e a família Lobato, que na
altura iam para Âncora no Verão.
Em 1955, celebrou o casamento de meus pais. Baptizou-me
e posteriormente celebrou o meu casamento, em 1983,
quando era Vigário-Geral da Diocese de Viana do Castelo. Já
como Bispo de Dume e Auxiliar de Braga baptizou os meus
três filhos em 1985, 1989 e 1992.
Rara era a semana em que não nos encontrávamos, e
quando isso não era possível, havia sempre um
telefonema…
A convite do Sr. Dom Carlos colaborei com o Instituto
Limiano-Museu dos Terceiros, e por seu intermédio fui um
dos fundadores desta instituição e membro da primeira
direcção.
Devido à grande amizade que nos unia, acompanhei de
perto os seus últimos dias no Hospital de Ponte de Lima,
onde me desloquei diariamente sempre ao final da tarde. E
falávamos de tudo: da importância do nosso jornal para a
Igreja Católica, da recente visita de Sua Santidade, da
Milícia de Santa Maria, que em todas as exéquias fúnebres
(Braga, Ponte de Lima e Vila Praia de Âncora), se fez
representar por três Cavaleiros.
Obrigado Sr. Dom Carlos por me ter deixado ser seu amigo e
me ter considerado como tal! Para mim, o Sr. D. Carlos vai
ocupar sempre um espaço no meu coração…
Tenho pena que não tivesse começado a publicar as suas
memórias n'O Povo do Lima, como havia prometido, mas a
vida tem destas coisas…
Finalizo citando as palavras do Padre Fernandes, Geral da
Ordem Dominicana, por ocasião do elogio fúnebre de
Louis-Joseph Lebret: «Agora que ele já não existe,
apercebemo-nos melhor da unicidade da sua vida …a
caridade e a misericórdia que nele ardiam, a sua solicitude
para com os mais pobres, o seu cuidado permanente em
procurar o bem do ser humano, o seu ardor ao trabalho, a
sua visão de sabedoria pela qual ele pode situar todos os
acontecimentos à luz do desígnio de Deus».
6 | O Povo do Lima
... D. Carlos e O Povo do Lima |
Padre Casimiro Pereira
Antigo proprietário e actual
colaborador de O Povo do Lima
Quando a morte nos obriga à separação definitiva de um
bom amigo, é sempre com profunda mágoa e inesquecível
saudade que enfrentamos essa dramática situação! Isto se
passou relativamente a D. Carlos Martins Pinheiro com
quem muito convivemos desde que em 1958 (há 52 anos!...)
assumimos a responsabilidade de orientação pastoral na
paróquia de Santa Cruz do Lima. Era, na altura, o Sr. P.e Carlos
Pinheiro, arcipreste de Ponte de Lima.
Sempre nos ligaram, mutuamente, amistosas relações de
muito bom entendimento. Estas foram-se, até,
intensificando desde que em 1976 assumi responsabilidade
na publicação de “O Povo do Lima”. O empenho que D.
Carlos sempre me manifestou por este periódico, nascido
em época bem difícil, após a revolução de Abril de 1974, foi
para mim um estimulante incentivo para suportar as muitas
e grandes dificuldades surgidas logo de início, quando, um
ano após o nascimento, ficou vaga a direcção e redacção do
jornal. Com o P.e José A. Alves, pároco de Estorãos, em 1976,
os dois, tivémos de assumir a sua publicação. Sobre meus
ombros caiu a maior responsabilidade e trabalho, dada a
idade bastante mais avançada do referido colega.
Sempre que me encontrava com o sr. Prior da Vila, sr. P.e
Carlos, a conversa era por ele logo encaminhada para a
situação em que se encontrava o jornal. Nunca da sua boca
saiu a mais pequena censura a qualquer texto publicado,
mas, pelo contrário, ainda me lembro da satisfação que me
manifestou pelo relato que publiquei de uma festa
comemorativa realizada no Museu dos Terceiros, de que ele
foi o grande impulsionador.
Para ele, o jornal, neste concelho, ligado à Igreja Católica era
um órgão que considerava como de primeira necessidade e
mesmo indispensável. A seu convite, lá estive, no Sameiro,
na sua sagração episcopal. Desde que foi dispensado, por
motivo de saúde, dos serviços na diocese de Braga e voltou
a residir mais tempo em Ponte de Lima, mas ainda
participava nas conferências episcopais, era a mim que, para
O Povo do Lima, em primeiro lugar, chegavam, por ele
enviados, os textos aí redigidos.
Ele sabia da minha mágoa, depois de trinta anos “preso” ao
jornal ter de o abandonar e deixá-lo morrer.
Tive, para ele, três pretendentes mas como eu,
teimosamente, persistia na ideia de que ou continuava a
publicação na linha de orientação iniciada ou deixava-o
morrer, foi o que aconteceu.
Volvidos dois anos, incompletos, vimo-lo, felizmente,
renascer e com mais pujança. O intermediário desta nova
caminhada do jornal foi o sr. D. Carlos: Ele se abeirou da
minha pessoa, muito delicadamente, como era seu hábito,
falou-me da Militia Sanctae Mariae,
(Milícia de Santa Maria), organização
Católica interessada na aquisição do
jornal. Pôs-me à vontade, não exerceu
sobre mim qualquer forma de pressão,
lembrou-me o carácter das pessoas
interessadas no assunto e, de imediato, após a minha
concordância, seguiram-se as vias legais e em 08 de
Dezembro do ano 2008 apareceu novamente “O Povo do
Lima” sendo agora sua patrona a Virgem Santa Maria.
Surgiu-me a proprietária desejada e o intermediário na
aquisição foi o Bispo de nome D. Carlos Martins Pinheiro.
O apreço em que ele teve sempre este órgão de
comunicação social ligado à Igreja, em Ponte de Lima, ficou
bem expresso na carta que enviou, na última fase da vida,
aos sacerdotes deste concelho, solicitando-lhes o apoio que
deviam prestar a esta publicação.
Oxalá o clero do arciprestado que participou quase todo no
funeral, na Igreja Matriz, aceite e corresponda ao seu último
pedido. É a melhor homenagem que podemos prestar, à sua
memória!
Que o Senhor lhe conceda a mansão dos justos em eterno
descanso!
... quem não recordará com saudade |
Irmã Margarida Silvana
Quem não recordará com saudade a figura ilustre de Dom Carlos Francisco Martins
Pinheiro? A passagem octogenária da sua vida por onde passou e de modo especial por
terras limianas, jamais será esquecida. O tempo não apagará, antes, recordará as marcas
que deixou de bondade, humildade, afabilidade, respeito, atenção ao outro, fosse quem
fosse, desde o mais pequenino ao mais simples e ao mais ilustre dignitário.
O senhor Dom Carlos era igual para todos, não esquecia ninguém.
Recordo as vezes que o encontrei, sempre que a sua missão como bispo, lhe permitia passar
por Ponte de Lima a visitar os doentes, os idosos nos lares ou em suas casas. Dedicava a
cada um conforme a sua disponibilidade de tempo, a sua presença amiga, a palavra de
conforto, o seu sorriso acolhedor.
Como me lembro e aprecio a amizade que dedicava as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da
Imaculada Conceição, que conheceu e com quem reciprocamente trabalhou desde o início
da sua entrada como pároco desta bela e fidalga Vila de Ponte de Lima.
O seu reconhecimento pela missão das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras, junto dos doentes
no hospital, dos idosos, Asilo de Infância desvalida Dona Maria Pia, no Colégio onde tantas
jovens se formaram e prepararam para a vida, teve sempre um lugar grande no seu
bondoso e grato coração.
A minha gratidão será eterna.
Apagou-se uma luz na terra, para se acender com todo o fulgor no Céu, a iluminar os
caminhos da vida de quantos neste mundo tiveram a dita de privar com este bom amigo.
O Povo do Lima | 7
|
... uma terra mais pobre
Passar por este mundo deixando marcas indeléveis de inteligência, generosidade, alegria
e de bem-fazer é como percorrer uma estrada de horizontes claros chegando
tranquilamente ao fim da viagem.
D. Carlos Pinheiro, o Padre Carlos como carinhosamente o tratávamos, foi um desses
passageiros da esperança, da riqueza cultural e espiritual.
O seu rosto transparecia de felicidade quando Ponte de Lima e os seus homens
conseguiram uma solução para a reabilitação da Igreja de Santo António e dos Terceiros.
Hoje, o Museu dos Terceiros constitui um marco cultural da Arte Sacra portuguesa e é um
dos pólos mais importantes da riqueza de Ponte de Lima.
Muito deve esta vila, à beira Lima plantada, à inteligência de D. Carlos Pinheiro, ao seu
amor à comunidade, ao seu esclarecido espírito cultural.
Fica-me uma imagem de grande júbilo, quando no último Dia de Ponte de Lima, 4 de
Março, me manifestou o seu enorme sentimento de gratidão por estar na Igreja dos
Mendes
Terceiros a assistir a uma cerimónia, num espaço dignamente
recuperado e que engrandece todos aqueles que tornaram possível tal
desiderato. D. Carlos Pinheiro, a par com o Sr. Rodrigo Melo, foi o
principal obreiro deste espaço e proporcionou a Ponte de Lima
exposições de grande valia cultural.
A sua delicadeza fazia com que sempre tivesse uma palavra de
incentivo para o nosso trabalho, essa atenção era como um sopro de
energia para darmos continuidade ao projecto de desenvolvimento.
Desinteressado, colocando acima de tudo o progresso de Ponte de Lima, a sua perda
deixa-nos mais pobres, mas o seu exemplo estará sempre a iluminar os caminhos do
desenvolvimento e do bem-estar da população.
A sua humildade permite-nos dizer-lhe apenas OBRIGADO! .
... falar de tudo o que fez ao longo
da vida era não mais nos calarmos
A Câmara Municipal de Caminha vem por este meio apresentar as mais sinceras
condolências à família de D. Carlos Francisco Martins Pinheiro, à Igreja que ele abraçou e a
todos os cristãos que beneficiavam da sua caridade e sapiência.
Nascido em Vila Praia de Âncora, cedo partiu para estudar e dedicar-se à Igreja. Era agora
Bispo Emérito de Braga.
De todo o seu nobre percurso, dou relevo à publicação do livro “A Ínsua de Caminha”.
Sabemos todos que a grande maioria das suas obras, as maiores, são pouco visíveis. Mas
quem recebeu a graça de lidar de perto com ele sabe o amor que deixa no coração de
todos.
A dedicação junta-se ao dinamismo, duas grandes características de D. Carlos Pinheiro.
Vítor
Presidente da Câmara
Municipal de Ponte de Lima
|
Júlia Paula Costa
Presidente da Câmara
Municipal de Caminha
Aos 25 anos já era director da revista dos Seminários de Braga, o
“Cenáculo”. Foi pároco em Ponte de Lima, onde exerceu variados
cargos e onde dinamizou o espírito cristão, a cultura, a educação e a
história.
Falar de tudo o que fez ao longo da vida era nunca mais nos calarmos.
Mas a hora é de silêncio. Assim, equiparado ao sentimento de pesar, a
Autarquia de Caminha dá conta, desta forma, do seu grande orgulho na pessoa que foi D.
Carlos Francisco Martins Pinheiro. É hora agora de continuar o caminho que ele desbravou
com amor.
|
... a morte deste ilustre Ancorense,
Limiano por adopção, deixa-nos a
todos nós Vianenses mais pobres
Tive oportunidade de conhecer D. Carlos Martins Pinheiro em 1985 aquando da sua
nomeação como Bispo Titular de Dume e auxiliar de Braga, na altura em que a
arquidiocese era dirigida por D. Eurico Dias Nogueira.
Exercia nessa altura as funções de Presidente da Câmara Municipal de Caminha que
decidiu, por unanimidade, oferecer a D. Carlos o anel episcopal que tendo perdido o
significado original de selo, havia assumido o significado nupcial de Cristo e da Igreja. O
José Joaquim Pita Guerreiro
Governador Civil de Viana do Castelo
Bispo, imitando Jesus Cristo, era considerado esposo da Igreja a ele
confiada.
D. Carlos Pinheiro era um homem de Fé, com muitas preocupações sociais e duma grande
humildade, estabelecendo uma natural e fácil empatia com todas as pessoas.
A morte deste ilustre Ancorense, Limiano por adopção, deixa-nos a todos nós Vianenses
mais pobres.
Desejo expressar aos familiares e amigos as mais sentidas condolências.
... D. Carlos Pinheiro, o Cidadão e o Bispo |
Não é fácil separar as vertentes humana e cristã quando temos por objectivo falar de D.
Carlos Pinheiro.
Os verdadeiros Valores Humanos são também cristãos. A nossa sociedade, quer queiram
quer não, está alicerçada na mensagem cristã.
Muito mal caminhamos quando se cria um divórcio entre estas duas realidades.
Ao escrever umas palavras sobre o Ancorense D. Carlos Pinheiro vem-me à mente em
primeiro lugar o papel que desempenhou na Igreja Católica, as palavras que proferia nas
suas homilias e conferências, os seus escritos e o seu exemplo. Não consigo, contudo,
esquecer as palavras de incentivo, carinho e amizade, o respeito e a gratidão que
manifestava a todos os que trabalhavam pelo engrandecimento da sua terra natal. Não
posso esquecer as cartas que nos dirigiu, sempre impregnadas de simpatia e de amor aos
seus concidadãos.
Era um Homem sábio e bom que conseguiu com a sua simplicidade, humildade e simpatia
criar amizades mesmo entre aqueles que não sendo praticantes o ouviam sempre que
vinha a Vila Praia de Âncora.
Manuel de Sousa Marques
Presidente da Junta de Freguesia
de Vila Praia de Âncora
É fácil fazer um elogio fúnebre. Há lugares comuns que por
norma são invocados nestas ocasiões. Mas, com D. Carlos, se as
palavras de circunstância escritas ou proferidas são as mesmas
que por norma se dirigem a outras personalidades o sentimento
com que as escrevemos é único.
Estamos perante um Ancorense que nunca esqueceu a sua terra
e os seus conterrâneos. Marcou presença sempre que era
necessário; mas, sobretudo nas festas da Padroeira.
Foi um bom Ancorense. Foi um verdadeiro cristão. Foi um verdadeiro mensageiro dos
valores humanos e cristãos.
E, por sua expressa vontade quis permanecer, para sempre, no nosso meio, naturalmente
para continuar a ser um exemplo e modelo de cristão e de cidadão.
Os Ancorenses souberam acarinhá-lo em vida, souberam prestar-lhe homenagem quando
faleceu e souberam dar-lhe um lugar digno para repousar até ao Juízo Final.
8 | O Povo do Lima
... D. Carlos Francisco Martins Pinheiro
e a defesa do património
Faleceu o homem mas ficou a sua obra.
D. Carlos Pinheiro (1925-2010) nasceu em Vila Praia de Âncora e distribuiu os seus oitenta
e cinco anos de vida por Braga e Ponte de Lima: em Braga, a partir de 1939, estudou, foi
ordenado sacerdote e exerceu tarefas de prefeito, professor e ecónomo. A partir do ano
1953 exerceu o seu múnus pastoral em Ponte de Lima como Coadjutor do pároco da Vila, o
saudoso Cónego Correia; foi vice-Provedor da Santa Casa da Misericórdia, bem como
capelão do Hospital da mesma Instituição, director e professor do Externato Cardeal
Saraiva, presidente da direcção da Oficina S. José e professor do Colégio D. Maria Pia. A
partir de 1954 foi pároco de Ponte de Lima, Feitosa e Arca, tendo ainda ocupado o cargo de
Arcipreste de Ponte de Lima.
Na condição de pároco da Vila, dedicou muitas das suas forças quer à promoção da
devoção à Padroeira - N. S. das Dores - quer ao ofício de obreiro e responsável pelo
restauro da Igreja Matriz, em 1959. Foi tarefa árdua e difícil que levou por diante com
grande dedicação e entrega. Não ficou por aqui a sua preocupação com o restauro do
património arquitectónico e com a conservação do grande espólio de arte sacra de Ponte
de Lima: sentida a necessidade de acomodar muitas das peças que não se identificavam
com o estilo antigo da Igreja Matriz, lançou-se, pois, na grande tarefa que foi a criação do
Instituto Limiano-Museu dos Terceiros. Era necessário encontrar um lugar seguro e
apropriado para albergar tantas imagens, talhas, quadros e alfaias que já não se
adaptavam à Igreja Matriz agora restaurada, bem como outras peças provenientes de
outros templos da Vila. As Igrejas de Santo António e a da Ordem Terceira perfilaram-se
para a escolha, mas a obra exigia muito esforço, tanto mais que, como sede da Instituição,
também estas igrejas se encontravam em adiantado estado de degradação e o dinheiro
para restauro e conservação era muito pouco. O Senhor D. Carlos lançou mãos à obre e
desta forma começava a perfilar-se um museu de Arte Sacra. A partir de 1964, na Igreja de
Santo António, pelas mãos conhecedoras do valor do património de figuras como o
Cónego Luciano Santos, do P.e Manuel Dias e de José Rosa Araújo começou a desenhar-se
aquele que hoje, já fruto de um protocolo entre o Instituto Limiano e a Câmara Municipal,
coordenado pelo Professor Brochado de Almeida, dá pelo nome de Museu dos Terceiros e
que bem pode ser considerado um ex-libris de Ponte de Lima.
Após essa data, D. Carlos continuou a dar vida ao Museu e, também com a colaboração de
amigos e colaboradores do Museu Soares dos Reis e da Gulbenkian, desenvolveu muitas
exposições que perpetuaram os valores e a riqueza do património limiano: O Linho, A
Feira, A Casa Limiana, a Luz, O Pão e o Vinho, o Rio Lima, Poemas Ilustrados de Autores
Limianos, Fontes e Fontanários de Ponte de Lima, Exposição Comemorativa dos 800 anos
do nascimento de Santo António”. Todas nos aparecem muito bem apresentadas na
publicação que o próprio D. Carlos coordenou, em 2003, com o título “Recordar é Viver”.
Mas a sua intervenção em defesa da riqueza do património limiano não se fica pelas igrejas
e seu recheio ou até pelas exposições; outro contributo valioso ficou marcado na sua
atenção aos valores arqueológicos que o Instituo Limiano, com a intervenção do Pe.
António Baptista, promoveu, e até com a criação do Orfeão Limiano que a partir de 1979,
orientado pelo Cónego Doutor Oliveira Fernandes, foi dando vida ao canto e às tradições
artísticas de Ponte de Lima.
Assim se explica, pois, que D. Carlos Pinheiro, empreendedor e atento aos valores do
património e da cultura, apresentasse um percurso de vida tão diversificado e rico: a partir
de 1968, licenciado em Direito Canónico pela Universidade Pontifícia de Salamanca, foi
|
João Maria Carvalho
vice-Reitor do Seminário de Filosofia,, nomeado Pró-Vigário Geral da Arquidiocese de
Braga, Cónego da Sé Primaz de Braga, Monsenhor em 1982, e eleito pelo Papa, em 1978,
Bispo Titular de Dume e Auxiliar de Braga.
D. Carlos Martins Pinheiro passou a Bispo Emérito em 10 de Novembro do ano 2000,
passando a residir na sua terra de eleição – Ponte de Lima. Nessa condição, continuou até
aos dias de hoje, sempre atento e dedicado aos valores da fé e da cultura, participando em
actos públicos e publicando as experiências e sentimentos de uma vida dedicada à Igreja e
à conservação e defesa do património.
... homem simples, mas culto, clarividente
e totalmente arrumado de ideias e de
ideais, que o quero aqui recordar
|
Conheci o senhor Dom Carlos quando eu frequentava a catequese, menino de nove anos.
Presidiu o então Padre Carlos à minha comunhão solene e, desde aí, nunca mais deixei de
ter as melhores relações pessoais com ele. Sinto que fui um privilegiado. Todos os anos, no
dia 11 de Janeiro, dia do meu aniversário, ele se deslocava à Rua Vasco da Gama, a casa de
meus Pais, para, junto com eles e comigo, com familiares mais próximos e amigos,
festejarmos, em conjunto, essa data. Depois de casado, e já com residência em Braga, foi
sempre o senhor. Dom Carlos que presidiu aos baptizados de meus filhos, às bodas de ouro
de meus Pais de saudosa memória, às minhas bodas de prata. Não havia reunião familiar
ou social, na minha residência, em que ele não estivesse presente. E foi raro o mês,
durante muitos anos, em que ele não reunisse comigo, com minha mulher e com meus
filhos, à volta da mesa, num jantar simples e descontraído.
Se rememoro tudo isto, é porque não me posso esquecer nunca da alegria, da jovialidade
com que ele nos visitava. Normalmente chegava pelas seis da tarde e regressava ao Paço
episcopal pelas 10 horas. Como ele gostava de conversar sobre tempos passados, mas
também sobre o Presente! Falar de Ponte do Lima, das gentes da sua terra adoptiva, das
obras que se faziam e das que poderiam ainda fazer-se, sem, contudo, deixar de abordar,
também, temas humanos e religiosos de âmbito nacional e internacional! Sempre com
Fernando Monteiro da Rocha
clarividência, sempre numa linha de rumo norteada por valores de que nunca se desviou,
sem se deixar levar por modas que passam, mas, por outro lado, sem arrogância, sem se
considerar dono da verdade, formulando os seus ideais de vida com simplicidade, com
serenidade, com amor. O senhor Dom Carlos soube ser, durante a sua existência, um
modelo de integridade, tanto na sua vida pública como privada. Ele sempre esteve com a
minha família e comigo, nos momentos mais marcantes da minha existência de homem e
de cristão, mas se queria honrar-nos, com a sua presença, em tais cerimónias, era no
ambiente mais restrito, sozinho comigo, com minha mulher e meus filhos, que ele se
sentia mesmo bem, cavaqueando, passando em revista tudo aquilo que o preocupava,
pois era um cristão verdadeiramente atento, a quem a dignidade episcopal nunca foi
motivo para qualquer tipo ou assomo de vaidade.
É nestes termos, de homem simples, mas culto, clarividente e totalmente arrumado de
ideias e de ideais, que o quero aqui recordar. Um verdadeiro senhor, que, à imagem de
Cristo, sabia viver com todos, com os ricos e com os pobres, com os cultos e os incultos,
com os pecadores e os menos pecadores. Paz à sua alma. Que ele, com as suas orações,
junto do Senhor, continue a velar por nós, como cá na Terra sempre o fez, são os votos de
quem com ele partilhou uma grande amizade.
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Terça-feira, 15 de Junho de 2010
07
Comprei o bilhete
para o espectáculo
errado
CAVALEIROS DE NOSSA SENHORA
Agostinho Boalhosa de Freitas
Inspector Superior
da Segurança Social
Se tudo o que se tem escrito sobre este país em estado de quase velório conduzisse à sua
ressurreição; se as verdades de tantos “experts”, e com razão, no domínio económico e
financeiro tivessem dez por cento de efeito prático na nossa vida quotidiana; se as
vontades daqueles que se acham políticos para governar este país no palco da
governação ou na plateia da oposição não passassem de protagonistas de mera venda da
banha da cobra em que já ninguém acredita; se as incompetências desse mar de gente
que dirige este país acreditasse que era melhor fazer as malas e ir para casa aliviando as
finanças públicas de tão desmerecido despesismo; se as megalomanias de quantos ainda
pensam que este país não é uma empresa falida e fazem desse encantamento um estado
de alma para consumo próprio; se eu também acreditasse que havia algures um caminho
por onde ir, então eu seria um homem feliz acantonado neste pedaço de terra e de céu
vizinho dessa imensidão de mar que só nós teimamos em não ver e não sofreria como
Calderon de la Barca que, um dia, disse: “El mayor delito del hombre es haber nacido”.
Mas sinto a sofreguidão de todos aqueles que vêm no nosso erário a fonte para matar a
sua sede. Nunca este país teve tanto despesismo como agora. E não são esses sedentos
que acarretam a culpa disto tudo. Mas perante as oportunidades existentes ou
inventadas a jeito, é vê-los a correr para ver quem chega primeiro, “apadrinhados” pela
fúria do poder instalado, como se de Vampiros se tratasse vindos “…em bandos Com pés
de veludo Chupar o sangue Fresco da manada” . E se há dúvidas, é vê-los nas comissões,
comissários e comissariados, sejam comissões de inquérito, técnicas, sobre
levantamentos disto e daquilo, arbitrais, de fundos, nacionais, de protecção de tudo e
mais alguma coisa; é vê-los nos gabinetes feitos à medida, designadamente gabinetes de
gabinetes, gabinetes de inserção de qualquer coisa desde que seja, de informação, de
assessorias e de tudo o que o comum dos mortais nem sempre consegue imaginar;
unidades de tudo e daquilo que não lembra ao diabo; grupos de trabalho para o que der e
vier, seja até para avaliar as avaliações ou sobre a gestão daquilo que nem sequer é
gestionável; é, finalmente, vê-los nos conselhos executivos, conselhos coordenadores,
conselhos superiores e conselhos que nem sequer aconselham; observatórios e
observatórios de observação, assessorias, consultorias e consultores de consultores. Até
se inventam Conselhos de Prevenção da Corrupção. Tudo, tudo isto pago,
principescamente, como convém. O erário é público e por isso não é de ninguém. E assim
se lapidam as nossas finanças na utilidade superveniente daqueles a quem convém.
E, lamentavelmente, eu não posso fugir. Comprei o bilhete para o espectáculo errado. Sei
que há outros espectáculos lá fora, mas será que o destino das novas gerações de
portugueses vai ser, uma vez mais, o da emigração? Só temo que o nosso futuro colectivo
tenha de passar por aí, mais uma vez.
Falar de IRS, de IRC ou do IVA, falar de redução dos vencimentos dos políticos, falar da
redução das horas extraordinárias ou das ajudas de custo, aplicar sobretaxas ao crédito
sobre o consumo ou portagens em vias SCUT ou alterações no regime do subsídio de
desemprego, é, acreditem, estarmos a falar de trocos.
Fernando Ulrich defendeu, há dias, que o principal desafio do novo governador do Banco
de Portugal (BdP) é «fazer um trabalho de pedagogia» junto da classe dirigente, que não
está «totalmente consciente das decisões difíceis».
Kant e a paz mundial
No final do século XVIII, um dos
maiores filósofos do Ocidente,
expunha, pela primeira vez, de
forma sistemática, a hipótese
de uma liga de nações, para
evitar as insociabilidades entre
os Estados. Este filósofo é
Immanuel Kant e a obra é A Paz
Perpétua (na verdade, existem
mais alguns opúsculos
dispersos onde esta questão é
abordada).
N o s e u e n t e n d e r, a s
insociabilidades são a origem
do estado civil, ou seja, de uma
constituição civil imperfeita
(podemos dizer, por outras
palavras, que este mecanismo,
de confronto das
insociabilidades, dá origem ao
Estado). Neste ponto, Kant não
se afasta de Hobbes (na
verdade, era um contratualista
– tal como Hobbes e Rousseau).
A grande diferença reside no
reconhecimento de que a
natureza imperfeita da
constituição civil impõe aos
Estados e ao mundo um
caminho a seguir, de forma a
aperfeiçoarmo-nos e
aproximarmo-nos de uma
constituição perfeita (que, por
ser perfeita, nunca a
poderemos alcançar, pelo
menos não neste mundo, onde
os homens são imperfeitos).
Com efeito, Kant amplia o
argumento optimista de
Hobbes – que nos diz que, a
partir da guerra de todos
contra todos e da
subsequente colisão de
paixões, no estado natureza,
emerge o estado civil (isto é, o
Leviatã e as leis do Estado) –, a
uma ordem superior, a saber:
uma ordem cosmopolita,
onde se dão as relações entre
Estados (estas relações, ao
tempo, encontravam-se
efectivamente no estado
hobbesiano. O caminho a
seguir é o do estado de guerra
hobbesiano ao estado de paz
kantiano – essa é a grande
meta a atingir pela
humanidade; parece-nos que
estamos a caminhar nesse
sentido, embora com avanços
e recuos.
É fácil constatarmos, com o
que afirmámos, qual é o
ponto de partida do filósofo
para a ideia do nascimento de
uma Federação de Estados
(esta não é uma federação no
seu sentido tradicional). As
insociabilidades a nível
internacional, isto é, as
guerras e conflitos entre
Estados, que em si não são
bons, levam ao desejo e à
efectivação da paz; uma nova
ordem para a humanidade
torna-se operativa através de
tentativas de superar estes
antagonismos. Immanuel Kant
diz-nos: “por meio das guerras,
do armamento excessivo e
jamais afrouxado em vista das
mesmas, da necessidade que,
por fim, cada Estado deve por
isso sentir internamente até em
tempo de paz, a Natureza
co m p e l e - o s , p r i m e i ro, a
tentativas imperfeitas e,
finalmente, após muitas
devastações, naufrágios e até
esgotamento interno geral das
suas forças, ao intento que a
razão lhes podia ter inspirado,
mesmo sem tantas e tão tristes
experiências, a saber: sair do
estado sem lei dos selvagens e
ingressar numa liga dos povos,
onde cada Estado, inclusive o
mais pequeno, poderia
aguardar a sua segurança e o
seu direito” (ou seja,
conservando a sua soberania).
Essa nova ordem, começou a
ser concebida e experimentada
depois da Primeira Grande
Guerra, mas, como sabemos,
fracassou: não foi
suficientemente eficaz para
prevenir a maior e mais terrível
Instituto Internacional
“Familiaris Consortio”
Estamos a celebrar o Ano Europeu contra a Pobreza e a Exclusão social, como todos
sabem. É um desafio. São múltiplos e difíceis obstáculos que todos temos de transpor e
ajudar a transpor. De facto, a Pobreza, as Pobrezas, e a Exclusão Social, Exclusões Sociais,
hoje são verdadeiros atentados aos Direitos Humanos Fundamentais. 62 anos depois da
Declaração Universal dos Direitos Humanos ter sido proclamada, após os massacres da II
Guerra Mundial, há, infelizmente ainda um grande caminho a percorrer. Mesmo na
Europa e sobretudo, agora, em que a crise económica se abateu sobre nós. Assistimos,
tantas vezes impotentes, a sucessivas agressões aos Direitos Humanos geradores de
pobrezas e de exclusões sociais. A Ética desertou das relações laborais, económicas,
familiares e impessoais. Parece que o vazio impera. Debatemo-nos com uma crise
generalizada de valores tais como a honestidade, o respeito pela dignidade do outro,
qualquer que ele seja, a fraternidade que a egolatria capturou e domesticou… As
pobrezas “tradicionais” da falta de pão e casa, associam-se novas e subtis formas de
pobreza e de exclusão social:
- impera um eugenismo implacável com o rosto de racismo genético e que leva a eliminar
o diferente a quem não é dado o direito a nascer…;
- a mentalidade dominante e dominadora é profundamente anti-natalista e abriga,
promove e defende a exclusão dos bebés não programados;
- fragilidade muito acentuada dos laços da conjugalidade e de uma visão volátil,
ziguezagueante e vadia sobre o amor;
- distorção grave e muito severa da base fundacional da Família, ao arrepio do direito
natural presente em todas as culturas e civilizações e tempos da História.
Entre outras situações preocupantes, estas são as mais dominantes e as que
comprometem o futuro próximo da humanidade.
Esta é uma radiografia a que a MSM, em todo o mundo, não pode ficar alheia, indiferente
e de braços cruzados. Foi assim que em 2007, 25º aniversário da Carta Encíclica Familiaris
Consortio, o seu dirigente máximo, o Mestre Jacques Pellabeuf, em Capítulo Geral
reunido à sombra da Catedral de Chartres, decidiu fundar o IIFC, plataforma de acção,
reflexão e estudo dos problemas da vida e da Família que comprometesse aquela
instituição a nível mundial ao serviço das causas indicadas. Assim nasceu o IIFC, que
coordeno, e que vai realizar o seu 1º Simpósio.
A MSM quis também deste modo, afirmar o seu carácter internacional, pondo-se ao
serviço das grandes causas do mundo moderno.
Precisamos de criar uma cultura:
- que ame e venere o inviolável direito à vida (cf. Christifideles laici, nº 38), “como primeiro
e frontal direito, condição de todos os outros direitos das pessoas” (cf. Idem);
- e em que “a Família, (seja) primeiro espaço para empenhamento social” (cf. Ibid nº 40),
“na convicção do valor único e insubstituível da família” (cf.ibid.). “Como a experiência
ensina, a civilização e a solidez dos povos dependem sobretudo da qualidade humana das
próprias famílias” (ed.)
| Gonçalo Barrilaro Ruas
guerra de todos os tempos, a
Segunda Guerra Mundial. A
Sociedade das Nações (1919)
foi o projecto americano,
m a i s p re c i s a m e nte , d o
Presidente Wilson, para
estabelecer a paz no mundo
(onde estavam expressos,
como sempre, os interesses
do seu país – mas isso é
sempre inevitável). O maior
paradoxo é que os EUA não
entraram nesta Federação
para a Paz, impedidos pelo
Senado.
Por conseguinte, como nos
apercebemos facilmente,
depois da Segunda Guerra
Mundial novas tentativas (e
desta vez ainda não podemos
conhecer o desfecho) foram
experimentas e um número
nunca antes visto de
organizações internacionais
proliferou. Umas com
objectivos económicos,
o u t ra s c o m o b j e c t i v o s
militares; e naturalmente
uma com o objectivo da paz
mundial, a organização mais
universal, as Nações Unidas,
que veio substituir a
Sociedade da Nações.
Depois da guerra vem a paz.
Essa foi a grande novidade da
política externa introduzida,
na antiguidade
clássica, pelos
romanos: a
política de
alianças e
tratados (Hannah
Arendt).
Muito embora,
e m n o s s a
perspectiva, esse
caminho esteja a
ser seguido, nada
nos diz que seja
alcançado o seu
fim. Acreditamos,
ou pelo menos temos a
esperança, de que possa ser
prosseguido e um dia
alcançado, mas é só uma
esperança, pois no mundo nada
está pré-determinado
absolutamente (e sublinho o
absolutamente, pois, como nos
ensina Pascal: “já que todas as
coisas são causadas e
causadoras, ajudadas e
a j u d a d o ra s , m e d i a t a s e
imediatas, e todas se
relacionam por um laço natural
e insensível que liga as mais
distantes e as mais diferentes,
tenho por impossível conhecer
as partes sem conhecer o todo,
não mais do que conhecer o
todo sem conhecer
particularmente as partes”.
Acreditamos que, se existir,
ao nível internacional, mais
cooperação entre os antigos e
os novos actores
internacionais, isto é, os
Estados, as Igrejas, as
Organizações Internacionais,
as ONGs poderemos vingar.
Uma coisa é certa: de um
governo mundial não
necessitamos, pois aí
estariam reunidas as
condições para o maior e mais
terrível despotismo de todos
os tempos. Precisamos, isso
sim, de cooperação e de
poliarquias em interacção
para combater os inimigos da
sociedade.
www.opovodolima.publ.pt
Terça-feira, 15 de Junho de 2010
08
SANTA CRUZ
C.P.
Limpeza
Um tractor com equipamento adequado tem percorrido
os diversos caminhos da freguesia a cortar toda a
vegetação que perturba o trânsito de veículos e pessoas.
Todos os anos, neste tempo, é de grande necessidade este
trabalho, pelo que é de louvar a Junta local pela sua
realização.
Sinalização
Muitas obras se tem realizado em beneficiação dos
caminhos da freguesia mas ainda temos alguns que bem
precisam de reparação urgente. Um dos mais
necessitados é o caminho em calceta à portuguesa, da
Arinha a Brichal. O carro que todos os dias leva a refeição
ao domicílio das pessoas necessitadas tem de ir “a passo
de lesma” para conseguir levar a comida toda (sem a
entornar) à casa dos utentes do Centro.
Na Igreja
Na Igreja - Está a decorrer, neste mês, a devoção ao
Sagrado Coração de Jesus, como no mês anterior se
realizou diariamente a devoção do mês de Maria.
Todos os anos têm sido levadas a efeito estas devoções,
apenas com a diferença de que antigamente as pessoas
eram mais sensíveis e acorriam em número pois não
estavam, como hoje, limitadas por horários de trabalho e a
agricultura ocupava mais as pessoas do que
presentemente.
GEMIEIRA
CORRELHÃ
Armando Pereira
Festas em honra da Senhora da
Boa Morte e Senhor do Socorro
No dia 12 de Junho, no parque Senhora da Boa Morte, a
Comissão da Irmandade de N. Senhora da Boa Morte, fez a
apresentação do cartaz das festas a realizar em 2010.
O cartaz das festas da autoria de Amândio de Sousa Vieira
(foto Lethes) mereceu o elogio de todos os presentes e o
reparo feito pelo autor, por um senão, em relação ao local
onde lhe foi colocada a publicidade dos patrocinadores.
Na sessão de apresentação estiveram presentes muitos
convidados, destacando-se de ente outros, os Membros
da comissão da Irmandade; Mordomos e Mordomas;
representantes das Confrarias e Irmandades da freguesia;
do Rancho Folclórico; da Rusga Típica; do “Grupo da
Portela” do Grupo Cavaquinhos “alfobre”; dos “Quatros
Ventos”; os Membros da comissão anterior; a Comissão
do Centro Social; o Presidente e alguns Membros da
Assembleia de freguesia; os Membros da Junta de
Freguesia; o Presidente e o Vereador da cultura do
Município de Ponte de Lima; algumas Pessoas que
colaboraram na feitura do livro/revista; Comunicação
social Limiana e o autor do cartaz.
Também foi apresentada o número 5 do livro / revista
CORRELHÃ EM FESTA.
Miniaturas de Guerra do séc. XX
em exposição
No dia 13 de Junho esteve patente ao público uma
exposição de Miniaturas de Equipamentos de Guerra do
século XX, na Junta de Freguesia da Seara, em Ponte de
Lima.
Os exemplares de materiais de guerra pertencem
exclusivamente a coleccionadores limianos, que
disponibilizam a sua colecção para que o público possa
admirar as peças que marcaram grandes episódios da História
contemporânea.
O espólio bélico reúne cerca de 400 peças, tendo como
objectivo mostrar peças que são desconhecidas para a grande
maioria do público.
De entre os exemplares únicos, muitos dos quais
pertencentes a séries limitadas, poderão ser admiradas
réplicas de aviões de guerra e carros de combate usados pelos
portugueses nas ex-colónias.
A exposição esteve patente ao público no dia 13 de Junho, das
09h00 às 19h00, na sede da Junta de Freguesia da Seara, com
entrada gratuita.
EDITAL
ABEL LIMA BAPTISTA, PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DO
CONCELHO DE PONTE DE LIMA:
Torna público que nos termos da alínea b), do n.º 1 do art.º 54.º, da Lei
169/99, de 18 de Setembro, com a redacção dada pela Lei 5-A/2002, de
11 de Janeiro, realizar-se-á a sessão ordinária do mês de Junho conforme
o disposto no n.º 1, do art.º 49.º da citada Lei, no dia 19 do mês de Junho
de 2010, às 09:00 horas, no Auditório Municipal e com a seguinte Ordem
de Trabalho:
1. Período de Antes da Ordem do Dia:
A) Apreciação e votação da Acta da sessão anterior;
B) Leitura do expediente e informações da mesa;
C) Outros assuntos de interesse Municipal.
2. Período de intervenção do público;
3. Período da Ordem do Dia:
A) Apreciação da informação do Presidente da Câmara bem como da
situação financeira do Município;
B) Discussão e votação da Moção ''Não ao PEC – Programa de
Estabilidade e Crescimento – Um outro Rumo para Portugal'';
C) Discussão e votação da proposta ''Sinais de nova esperança relativa
à agricultura em Ponte de Lima''
Para constar se lavrou o presente Edital e outros de igual teor, que vão
ser afixados nos locais públicos do estilo.
O Presidente da Assembleia Municipal
Abel Lima Baptista
Nota: A documentação referente à reunião poderá ser consultada em:
http://www.cm-pontedelima.pt/pagina/pag/cm/assembleia/editais/editais.html
Resposta à(s) Má(s) Língua(s)
SEARA
---CÓDIGO POSTAL 4990-062
Assembleia Municipal de Ponte de Lima, 07 de Maio de 2010
C.P.
O pároco desta freguesia foi informado pelo sr. José Sousa
Ribeiro, durante muitos anos membro da Fábrica da Igreja
de Gemieira, de que houve quem lhe falasse num cortejo
aqui realizado há volta de 30 anos. Este, já na altura deu
muito que falar, pois alguém teve o vergonhoso
atrevimento de espalhar uns pasquins a dizer que o padre
comprou um carro novo com o dinheiro do cortejo. Este,
não esteve com meias medidas: Enfrentou as pessoas, na
ocasião, mostrando-lhes do altar a promissória que
apresentava esse dinheiro já depositado na Caixa Geral de
Depósitos. Foi quanto bastou, para tudo ficar em silêncio.
Aparece então agora, volvidos tantos anos, alguém a
relembrar assunto tão velho e já arrumado!
Informado do que se passava, o pároco, no dia 13 do
corrente, no fim da Santa Missa pôs as pessoas a par de
toda a situação, expondo as obras realizadas durante estes
31 anos que teve (e continua a ter) a freguesia a seu
cuidado.
Fechou a boca aos atrevidos caluniadores depois de lhes
dizer que as obras realizadas estão todas pagas, não se
deve nada a ninguém e ainda mostrou 3 promissórias de
dinheiro que está depositado, a prazo, na C.G. D., no
montante de 30.472,30 € e mais 3.318.30 € também aí
colodado à ordem .
No mesmo dia reuniu a Fábrica da Igreja e decidiu-se, de
imediato, aproveitando o verão, proceder já às grandes
obras de restauro de todo o tecto da Igreja, paredes e
portas e foi de decidido não mexer já no dinheiro, agora,
que está depositado. O sr Joaquim Roque , da Fábrica da
Igreja, informou que oferece, ele, toda a telha para a
cobertura da igreja.
Sendo assim, daremos por vencidos aqueles que não
colaborando em nada, ainda prestam um péssimo serviço
desviando outras pessoas de participarem numa obra que
é de todos e para todos.
ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE PONTE DE LIMA
ESTORÃOS
José Lima
Cerquido - Descaracterizar as
nossas aldeias
Usaram da palavra o Presidente do Município, o
Presidente da Junta, o Vereador da Cultura do Município e
o autor do cartaz.
Todos elogiaram as iniciativas e trabalho que tem sido
feito no Parque Senhora da Boa Morte e em geral na
freguesia da Correlhã. O Amândio Vieira, como grande
amigo da Correlhã, chegou a dizer que tem pena de não
ter nascido na Correlhã. - Isto é que é amor a uma terra,
que por vezes, é um pouco esquecida por quem cá nasceu
ou vive.
A Comissão da Irmandade agradeceu ao autor pela
elaboração do cartaz e a presença de todos, e todos,
agradeceram ao Amândio Vieira mais este préstimo à
Correlhã e à Comissão, o convite e a iniciativa.
Oportunamente será publicado o programa das festas.
Aniversários
Senhor António Martins Araújo – Lugar de Casas Novas, 20
de Junho. Senhor Alberto Gonçalves de Brito (Agencia
Funerária Brito), 22 de Junho. Parabéns!
POIARES
150 metros de de linha telefonica
Segundo informou a GNR de Freixo, em 09 de Junho, no
lugar de Pedregal, desconhecidos furtaram cerca de 150
metros de cabo da linha telefónica da Portugal Telecom.
Os autores cortaram dois dos postes em madeira para, depois
de tombados, chegarem aos cabos e assim proceder ao seu
corte.
Segundo informações da PT, o corte dos cabos afectou cerca
de 380 telefones particulares, entre outras comunicações.
Este é já o terceiro caso do género ocorrido no concelho de
Ponte de Lima no último mês, sendo que os outros ocorreram
nas freguesias de Freixo e Vilar das Almas.
FREIXO
Armas apreendidas
A GNR de Freixo, informou que no dia 31 de Maio foram
apreendidas duas armas de fogo, 17 navalhas, 3 das quais
de abertura automática, 1 faca de mato, 1 soqueira, 2
chicotes e 167 munições de armas de fogo de diversos
calibres, durante uma busca realizada à residência de um
indivíduo suspeito da prática de violência doméstica.
O indivíduo, com cerca de 48 anos de idade, residente no
concelho de Ponte de Lima, foi constituído arguído à ordem
do processo que se encontra em inquérito.
Desde 2006, ano em que entrou em vigor o actual Regime
Jurídico das Armas a Munições, que determina a apreensão
de armas em situações de suspeita de violência doméstica, a
GNR de Freixo já apreendeu 25 armas de fogo, 35 outras
armas de posse proíbida e mais de 1300 munições de armas
de fogo de diversos calibres.
Enquanto uns se preocupam em manter a harmonia
paisagista, as características próprias de cada região, o
equilíbrio ecológico, a qualidade de vida, outros, olhando
apenas para o seu umbigo, cometem todas as atrocidades
ambientais, criando as suas próprias condições, fruto da
mais elevada falta de sensibilidade.
Aquando do fluxo migratório, começaram a aparecer casas
do tipo “la maison”
Que nada tinham a ver com a nossa arquitectura popular,
mas também não obedecia às características da
arquitectura francesa. Exemplo disso é o revestimento de
fachadas com azulejo. Muitos dos nossos emigrantes,
foram responsabilizados, por muito de que não tem culpa.
Segundo alguns ex-emigrantes, entregavam a obra a
mestres locais, que por vezes não eram mais que
habilidosos da construção, e como o telefone ainda era
pouco acessível, decidiam a seu belo prazer. Quando cá
chegavam, deparavam com o que ainda hoje se vê, e com o
argumento de era o que se estava a usar, estava na moda,
azulejos, por vezes de casa de banho.
Mas estas agressões continuam, só que não é com
azulejos, desta vez é com cores berrantes, que são um
grito na paisagem. É certo que o Minho é a região do
folclore e dos trajes multicores, mas não na pintura das
casas.
A Câmara de Ponte de Lima, é exemplo na exigência do
preenchimento de uma ficha, com a indicação das cores
para pintura dos imóveis, pelo menos nos meios rurais. No
entanto, depois são pintadas pelas cores mais variadas,
descaracterizando as nossas aldeias.
Admito que as tintas a cores sejam mais caras que a
branca, ao ponto de a branca ser alvo de promoções, daí
que pintores e comerciantes influenciem, ainda que
inconscientemente, para este folclore.
Ao contrário do que alguns possam pensar, as casinhas
pintadas de branco não são apenas características do
Alentejo e do Algarve. Na nossa região, ou são em pedra,
ou pintadas de branco com a excepção de algumas casas
senhoriais.
Estamos a acabar com a telha de cimento, pintada de
várias cores e com os revestimentos de azulejo, não se
pode permitir esta paleta de cores nas aldeias limianas,
minhotas.
Vamos lutar contra mais esta degradação, e manter a
harmonia da nossa paisagem.
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Terça-feira, 15 de Junho de 2010
09
Diocese de Viana do Castelo tem novo Bispo
D. Anacleto Oliveira
D. Anacleto Oliveira, natural de Leiria e que completa
em Julho 64 anos, foi anunciado por Roma como o
quarto bispo da Diocese de Viana do Castelo,
substituindo D. José Augusto Pedreira, que em Abril
passado completou 75 anos, idade limite para exercer
funções como Bispo Diocesano.
O Povo do Lima apresenta de seguida uma mensagem
de D. José Augusto Pedreira, que se despede da mais
jovem diocese portuguesa e uma outra de D. Anacleto
Oliveira.
No fundo da página encontra-se uma breve biografia
do novo Bispo de Viana do Castelo.
Mensagem de D. José Augusto
na sua despedida de Bispo
da Diocese de Viana do Castelo
O Santo Padre Bento XVI acaba de aceitar o meu pedido de
dispensa do cargo de bispo da diocese de Viana do Castelo, por
limite de idade canónica, e de nomear para o mesmo cargo o D.
Anacleto Cordeiro Gonçalves Oliveira, até ao momento bispo
auxiliar da arquidiocese patriarcal de Lisboa.
Manifesto o meu agradecimento ao Santo Padre por ter sido
acolhida a minha solicitação, agradeço a generosa
colaboração que recebi de sacerdotes e fiéis leigos e felicito o
novo Pastor que é dado a esta Igreja diocesana de Viana do
Castelo.
D. Anacleto é natural da diocese de Leiria-Fátima, pertenceu
ao clero do presbitério da referida diocese e foi nomeado
bispo auxiliar de Lisboa a 4 de Fevereiro de 2005. Recebeu a
ordenação episcopal a 24 de Abril desse mesmo ano, no
Santuário de Fátima, e desde então exerceu o seu ministério
episcopal na arquidiocese patriarcal de Lisboa.
Dotado de esmerada formação teológica, particularmente na
área bíblica e catequética, constituirá precioso contributo para
o exercício do seu ministério episcopal ao serviço desta jovem
diocese que lhe é confiada. Também será motivo de grande
esperança para todos os membros desta Igreja local. A sua
simplicidade e delicadeza de trato, o denodado amor ao
trabalho que tem demonstrado, a sua reconhecida
competência pastoral são razões assaz fundamentadas para
acolhermos a notícia da sua nomeação com alegria, satisfação
e muita esperança.
Aguardamos jubilosamente a sua tomada de posse como
Pastor desta Diocese, já marcada para o dia 15 do próximo mês
de Agosto, em hora a determinar pelo próprio. Deixo um
profundo agradecimento a todos os que tornaram frutuoso o
nosso ministério episcopal, a quem terei sempre presentes na
minha comunhão com Deus.
Exorto a inteira comunidade cristã desta Igreja diocesana,
presbíteros e fiéis leigos, Conselhos Pastorais de governo,
secretariados e movimentos eclesiais a dedicar-lhe fiel e
generosa colaboração e a unir as suas orações e súplicas ao
Senhor pelo frutuoso desempenho do seu novo ministério.
Viana do Castelo, 12 de Junho de 2010
+ José Augusto Pedreira, Bispo de Viana do Castelo
Mensagem de D. Anacleto Oliveira, Bispo eleito de Viana do Castelo
Caríssimos Diocesanos de Viana do Castelo,
“Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que do alto
do Céu nos abençoou, com todas as bênçãos espirituais em
Cristo!”
É nestas palavras de São Paulo (em Ef 1, 3) que encontro a melhor
expressão para o que sinto neste momento, o primeiro em que
tenho a alegria de me dirigir a vós:
Bendito seja Deus pela bênção que acaba de conceder-me,
através de Sua Santidade Bento XVI: a de me achar digno de vos
servir, pelo ministério episcopal que, por via apostólica, me vem de
Jesus Cristo, o único Sumo e Eterno Sacerdote. E que esta graça,
oficialmente, me seja comunicada no dia em que encerramos o
ano sacerdotal, celebrando o amor inesgotável do Sagrado
Coração de Jesus, o Bom Pastor que tudo faz pela vida das suas
ovelhas, é mais um motivo para dar graças.
Bendito seja Ele, o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, pela
Diocese que me confia, sucedendo a tão dedicados pastores,
todos eles ainda vivos: Dom Júlio Tavares Rebimbas, Dom Armindo
Lopes Coelho e, por último, Dom José Augusto Martins Fernandes
Pedreira, ainda à sua frente como Administrador Apostólico. Que
o Senhor os conserve por largos anos e que eu possa aprender
deles e conhecer-vos e a amar-vos com o coração do Bom Pastor
que dá a vida pelas suas ovelhas.
Bendito seja Deus pelos sacerdotes que me concede para, como
membros do Presbitério, mais directamente comigo colaborarem
na missão de ensinar, santificar e governar a porção do Povo de
Deus por vós constituída. Agradeço-lhes desde já o muito que irei
aprender deles e com eles. Da minha parte, tudo farei para que
sejam felizes no fiel cumprimento da sua missão, em total
comunhão com a Igreja de Jesus Cristo, de cujo sacerdócio têm a
graça de participar, comigo e como eu.
Bendito seja Deus pelas religiosas e pelos religiosos, muitos deles
também participantes do sacerdócio ministerial de Jesus Cristo, e
ainda por tantos outros cristãos especialmente consagrados ao
Senhor e à sua Igreja. Quantas bênçãos lhes deveis, no passado e
no presente, e quantas certamente continuaremos a receber por
meio deles, fruto da sua radical entrega ao Senhor e exemplar
dedicação à Igreja e à Sociedade.
Bendito seja Deus pelos seminaristas, futuros participantes no
sacerdócio ministerial de Jesus Cristo e, como tal, também eles
futuros garantes da vida cristã na Diocese. Em todos, os que ainda
residem no Seminário situado na Diocese e os que vivem no
Seminário da Arquidiocese de Braga, onde frequentam o curso de
Teologia do Centro Regional da Universidade Católica,
depositamos as maiores esperanças. São, por isso, merecedores
do especial acompanhamento de pai e pastor que procurarei
prestar-lhes.
Bendito seja Deus por todos os cristãos leigos, de todas as idades e
condições, membros do povo sacerdotal que é a Igreja de Jesus
Cristo e, tantos deles, colaboradores generosos e qualificados nas
diversas actividades pastorais da vida diocesana. Quanto bem
todos eles podem realizar, na Igreja, na família e nos meios sociais
e laborais em que vivem e trabalham ou estudam, dando
testemunho corajoso e interventivo da sua fé em Nosso Senhor
Jesus Cristo. Bendito seja Deus por todos os habitantes do
território em que está situada a Diocese ou que, por qualquer laço,
a ele estão ligados. Quanto desejo conhecer a vossa cultura. E que
Deus me ajude a contribuir para a resolução os vossos problemas,
sobretudo os das mais variadas formas de carência. Espero, para
isso, e com os meios específicos do meu múnus, poder colaborar,
sobretudo, com os detentores da autoridade civil e, como tal, mais
responsáveis pelo bem das populações.
Bendito seja Deus por tudo o que aprendi e vivi nos cinco anos em
que servi o Patriarcado de Lisboa, sob a orientação do seu Bispo, o
Senhor Cardeal Dom José da Cruz Policarpo, e em colaboração
com todos os outros Bispos Auxiliares. Quanto eles me ensinaram
a ser Bispo, juntamente com os sacerdotes, diáconos, religiosos e
religiosas e outros consagrados e ainda tantos leigos,
especialmente na Região Pastoral do Oeste que mais de perto
acompanhei.
Bendito seja Deus, finalmente, pela firme esperança de continuar
a ter muitos motivos para O bendizer. Conto, para isso, com a
vossa oração. Que o Senhor me ajude a pôr a prática o que Ele
exige e espera de quem O segue, como mediador do seu poder
redentor: “Quem quiser ser o primeiro entre vós, faça-se escravo
de todos” (Mc 10, 44).
Peço, para isso, a intercessão da Virgem Santa Maria, padroeira
da nossa Diocese, que se tornou Mãe de Deus e da Igreja, pela
mesma radical entrega de fé: “Eis a escrava do Senhor: faça-se em
mim segundo a tua Palavra” (Lc 1, 38).
Foi também do seu coração que brotou o hino de bênção ao
Senhor, motivado pelos resultados salvíficos dessa entrega – o
Magnificat que todos poderemos entoar, quando, a 15 de Agosto,
entrar solenemente na Diocese, em plena festa de Santa Maria,
nossa Mãe e Protectora.
Até lá, que o Senhor continue a cumular-nos das suas bênçãos.
+ Anacleto Cordeiro Gonçalves de Oliveira – Bispo Eleito de Viana do Castelo
Lisboa, 11 de Junho de 2010
Solenidade do Sagrado Coração de Jesus e encerramento do Ano Sacerdotal
Biografia
A Santa Sé nomeou Bispo
Titular da Diocese de Viana do
Castelo D. Anacleto Cordeiro
Gonçalves de Oliveira, até
agora Auxiliar do Patriarcado
de Lisboa e Titular de “Aquae
Flaviae”.
O quarto Bispo de Viana do
Castelo, sucessor de D. Júlio
Tavares Rebimbas, D. Armindo
Lopes Coelho e D. José
Augusto Fernandes Pedreira,
recebeu a ordenação
episcopal, no Santuário de
Fátima, no dia 24 de Abril
(Domingo) 2005, tendo sido
ordenante D. Serafim Ferreira
e Silva, então Bispo da
Diocese de Leiria-Fátima, e cosagrantes o Bispo de Coimbra,
D. Albino Cleto, e o Bispo de
Santarém, D. Manuel Pelino.
Natural da diocese de LeiriaFátima onde nasceu, na
freguesia de Cortes, a 17 de
Julho de 1946.
O novo Bispo de Viana
frequentou o Seminário
Diocesano de Leiria (entre
1957 e 1969), tendo sido
ordenado presbítero a15 de
Agosto de 1970.
De seguida partiu para Roma
onde obteve a licenciatura em
Teologia Dogmática na
Universidade Gregoriana
(1971), obtendo ainda, na
mesma cidade, a licenciatura
em Ciências Bíblicas no
Instituto Bíblico de Roma
(1974)
De 1974 a1977 foi professor
de Exegese Bíblica no Instituto
Superior de Estudos
Teológicos de Coimbra, tendo
igualmente neste último ano
obtido a licenciatura em
História na Faculdade de
Letras da Universidade de
Coimbra.
Posteriormente parte para a
Alemanha para fazer o
doutoramento em Exegese
Bíblica na Faculdade de
Teologia Católica da
Universidade de
Westfälischen WilhelmsUniversität de Münster (1987)
que obteve com a tese "Die
Diakonie der Gerechtigkeit
und der Versöhnung in der
Apologie des 2.
Korintherbriefes. Analyse und
Auslegung von 2. Kor 2,14-4,6;
5,11-6,10, 1990, Münster,
Alemanha.
Enquanto permanece em
terras germánicas foi Capelão
de Emigrantes Portugueses na
Diocese de Münster
Retornado a Portugal, a partir
de 1988, retoma a leccionação
de Exegese Bíblica no Instituto
Superior de Estudos
Teológicos de Coimbra e, ao
mesmo tempo, no Seminário
Diocesano de Leiria, na Escola
de Formação Teológica de
Leigos de Leiria e na
Faculdade de Teologia (Lisboa)
da Universidade Católica
Portuguesa.
Assumiu, em 2001, a
Presidência da Comissão
Directiva do Instituto Superior
de Estudos Teológicos de
Coimbra.
No domínio de outros serviços
eclesiais D. Anacleto de
Oliveira foi Secretário da
Comissão Científica dos
Congressos Internacionais de
Fátima (1997-2001 e 2003),
Membro do Conselho de
Administração e de Gestão e
Finanças do Santuário de
Fátima, Assistente Diocesano
do Movimento de Educadores
Católicos, na diocese de Leiria
e Membro do Conselho
Presbiteral e do Colégio de
Consultores da Diocese de
Leiria-Fátima
Foi nomeado Bispo Titular de
“Aquae Flaviae” e Auxiliar do
Patriarcado de Lisboa a 4 de
Fevereiro de 2005 e agora
para Titular da Diocese de
Viana do Castelo
D. Anacleto foi colaborador na
Revista “Theologische Revue”,
da Faculdade de Teologia da
Universidade de Münster.
Liderou a equipa que
preparou os Catecismos
Nacionais – 3º e 4º Ano da
Catequese Infantil e integrou
a equipa que traduziu a Nova
Bíblia dos Capuchinhos
(1998).
D. Anacleto Oliveira foi o
responsável pelo itinerário
catequético, proposto pela
CEP para o Ano Paulino. Tendo
Paulo como guia, além do
conhecimento mais
aprofundado do Apóstolo, o
texto procura fazer percorrer,
durante 52 semanas, as
principais etapas do caminho
cristão.
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Terça-feira, 15 de Junho de 2010
10
Desporto
Futebol
Novo presidente na A. D.
“Os Limianos”
José Carlos Matos é o novo
presidente da Direcção da
Associação Desportiva “Os
Limianos”, na sequência do
acto eleitoral que decorreu
na Assembleia-geral
realizada no passado dia 9
de Junho. O homem que vai
liderar os destinos do clube
mais representativo do
concelho era, até ao final
da época transacta,
presidente do Moreira do
Lima, tendo sido o grande
responsável pela promoção do clube da margem
direita à divisão maior do
futebol distrital e pela sua
manutenção.
Desta forma está encontrado o sucessor de José Costa
Lima que, depois de uma
larga carreira de dirigente
de “Os Limianos”, liderou o
clube do seu coração nas
três últimas épocas,
registando-se a subida aos
nacionais em 2007/2008 e
os dois sextos lugares, no
nacional da 3ª divisão, nas
épocas subsequentes.
Para a época
2010/2011 é já um dado
adquirido que José Carlos
Fernandes continuará no
comando técnico da equipa
sénior, batendo o record de
permanência no clube,
garantindo uma enorme
estabilidade e condições
para, atempadamente,
preparar a nova época,
tendo sido já estabelecidos
contactos com diversos
atletas. A grande novidade,
porém, é a contratação de
Carlos Cunha, último técnico
do extinto Atlético Valdevez,
para coordenar todo o
futebol do clube, denotando-se com esta medida que
é intenção da nova direcção
reestruturar todo o edifício
do futebol limiano.
Vitória de Guimarães
venceu 1º Torneio Vila
de Ponte de Lima
O Vitória Sport Clube de Guimarães foi o grande
vencedor do “I Torneio Internacional Vila de Ponte de
Lima”, depois de bater na final a equipa galega do
Celta de Vigo por 5-4, em jogo que apenas ficou
definido após a marcação de grandes penalidades,
depois de se registar no marcador 2-2, no fim do
tempo regulamentar. O jogo decisivo foi muito
equilibrado, com as duas equipas a alternarem o
domínio e a baterem-se com grande empenho, em
busca da vitória final. Perante numerosa e entusiasta
assistência que quase encheu as bancadas do
Campo do Cruzeiro, foram as grandes penalidades
que determinaram o vencedor, acabando a vitória por
sorrir à equipa vimaranense.
No jogo para a atribuição do 3º e 4º lugar, o F. C. Porto
bateu o Sporting por 6-5, numa partida emocionante,
bem jogada e com excelentes pormenores
individuais e colectivos. No primeiro jogo do dia, a
equipa da casa foi batida pelo Sporting de Braga por
4-0. Com este resultado, os jovens limianos ficaram
no sexto lugar da geral, logo após a formação
bracarense.
No final da manhã foram entregues os prémios às
equipas participantes e árbitros, cerimónia onde
estiveram presentes os elementos da Comissão de
Honra, personalidades locais e do futebol distrital,
além dos patrocinadores. Terminou em festa um fim-
[email protected]
Em jeito de balanço
Um ano ímpar para o futebol
limiano!
O futebol limiano viveu um ano ímpar durante a época
2009/2010. Não nos estamos a referir ao número ou volume de
títulos conquistados, mas sim à hegemonia dos clubes do
concelho em vários cenários e nos mais diversos contextos,
levando a crer que o epicentro do futebol distrital se está a
deslocar para o concelho de Ponte de Lima, onde a aposta na
formação e na criação de infra-estruturas está a produzir
excelentes resultados.
Limianos
João Carlos Gonçalves
Futebol sénior cumpre objectivos
A carreira da Associação Desportiva “Os Limianos” foi já
devidamente analisada neste jornal. Conseguiu os objectivos a
que se propôs, ouseja, um lugar nos seis primeiros da primeira
fase do campeonato, que lhe deu o direito de disputar a série da
subida, onde se quedou pelo sexto lugar, o mesmo que na época
anterior. Analisada a carreira do clube, ficamos com a sensação
que, com um pouco mais de sorte e menos problemas físicos, a
equipa liderada por José Carlos Fernandes poderia ter chegado
mais longe.
No distrital da A. F. de Viana do Castelo, a Correlhã quedou-se pelo
sétimo lugar, bem no meio da tabela, um pouco abaixo das
expectativas mas deixando evidente uma aposta forte nos jovens
que muitos frutos poderá dar no futuro. Logo atrás da Correlhã,
com menos nove pontos, o Moreira do Lima conseguiu a
manutenção em época de estreia no escalão maior, com um
plantel reduzido e uma primeira volta muito complicada. Na
próxima época, Ponte de Lima continuará a ter duas equipas na
divisão de honra, factor de progresso do futebol local.
Relativamente ao forte contingente limiano (sete equipas), que
disputou a primeira divisão, o seu desempenho pautou-se pela
regularidade, realçando-se a prestação do Vitorino de Piães, no 5º
lugar, e do Arcozelo, com o sétimo lugar em
ano de estreia. O Vitorino de Piães deixou
mesmo fortes indicações relativamente à
próxima época, parecendo-nos que pode vir a
intrometer-se na luta pela subida de divisão,
mercê de uma aposta de longa data na
formação e da clara melhoria e mais-valia que
significou a instalação de um tapete sintético
no seu parque de jogos. Em posições do meio
da tabela ficou o Águias de Souto (9º lugar).
As restantes formações limianas, quedaramse pela segunda metade da classificação:
Gandra (12º), Bertiandos (14º) e Vitorino das
Donas (15º). No fundo da classificação, em
18º e penúltimo, ficou a formação do Facha.
Registo para o facto do concelho de Ponte de
Lima, a par do de Viana do Castelo, serem os
mais representados neste campeonato, com
sete clubes, seguidos a larga distância por
Caminha, e onde Ponte da Barca, Melgaço e
Valença não têm qualquer representante.
Registo ainda para o Cepões que conquistou o
título distrital do INATEL, engrossando desta
forma o conjunto de bons resultados do
futebol limiano em 2009/2010.
Futebol juvenil 5 estrelas!
Mas foi ao nível do futebol de formação que se registaram melhor
performances das equipas limianas. “Os Limianos”
representaram o distrito no Nacional da 2ª Divisão, tendo
conseguido um feito inédito, ou seja, a manutenção naquele
escalão, com um comportamento altamente meritório
conquistando o 5º lugar na Série A, classificação que,
infelizmente, não deu acesso aos comandados de Jaime Matos de
disputar a subida de divisão. No entanto, na série que definiu as
equipas que desceram aos distritais, os jovens limianos foram
de-semana recheado de bom futebol, muita
animação e público nos dois recintos onde
decorreram as partidas: Campo das Lagoas, em
Bertiandos, e Campo do Cruzeiro na sede do
concelho.
A organização faz um balanço muito positivo do
Torneio, tendo em conta a avaliação efectuada
internamente e a opinião das delegações
participantes, o que faz perspectivar a continuidade
deste torneio no próximo ano, um extraordinário
veículo de promoção do desporto-rei e do trabalho de
formação realizado na Associação Desportiva “Os
Limianos” que, publicamente, quer deixar uma
palavra de agradecimento ao Município de Ponte de
Lima, Juntas de Freguesia de Ponte de Lima e
Bertiandos, Grupo Desportivo de Bertiandos, a todos
os patrocinadores e ao numeroso grupo de pessoas
que integraram o “staff” que tudo fez para que o “I
Torneio Internacional Vila de Ponte de Lima” fosse
um sucesso.
irrepreensíveis, instalando-se de uma forma categórica no
primeiro lugar e assegurando que na época 2010/2011 voltarão a
estar entre os melhores do escalão júnior.Um aspecto a merecer
destaque, e ponderação dos dirigentes limianos, é o facto da
equipa júnior de “Os Limianos” ser a única formação deste
escalão no concelho, limitando a preparação e prospecção de
jovens para o futebol sénior, onde as formações são dez.
Na categoria imediatamente inferior, os juvenis, o grande
destaque vai para o Vitorino de Piães, que se sagrou Campeão da
A. F. de Viana do Castelo, garantindo o direito de disputar o
nacional da categoria na próxima época, onde vai ocupar o lugar
de “Os Limianos””. A formação do sul do concelho foi segunda na
série A da primeira fase mas, na fase final, foi claramente superior
aos seus adversários, alcançando o almejado título. Neste mesmo
campeonato, a Correlhã foi 8º classificado na série B, da primeira
fase. Finalmente destaque para “Os Limianos” que, depois de não
irem além do 10º lugar na série A do nacional da categoria,
descendo aos distritais, conseguiram vencer o Torneio
Extraordinário da A. F. de Viana, trazendo mais um título para o
nosso concelho.
Momento importante para o futebol limiano aconteceu na
categoria de iniciados, onde “Os Limianos” se sagraram
campeões distritais, num campeonato disputado taco-a-taco com
a Correlhã, que perdeu a final com a formação da sede do
concelho. As duas formações limianas venceram,
respectivamente, a Série B e A da primeira fase, onde competiram
ainda a equipa B de “Os Limianos” (7º) e Vitorino de Piães (11º),
ambos na série A.
No escalão de infantis competiram Limianos (A, B, C), Vitorino de
Piães e Bertiandos. Destaque para o 2º lugar da equipa A de “Os
Limianos” na série A. As restantes formações obtiveram as
seguintes classificações: Na Série A, o Vitorino de Piães foi 13º; na
Série B “Os Limianos B” foram 8º e, na Série C, “Os Limianos C”
foram 9º.
Finalmente, no escalão de Escolas, Ponte de Lima tem também
um campeão, designadamente a Academia de Futebol de Ponte
de Lima, vencedora da Série B do campeonato destinado a atletas
nascidos em 1999. Na sua série, o Moreira do Lima quedou-se
pela 11ª posição. Na SDérie A, “Os Limianos” foram 7º.
Relativamente à prova destinada a atletas nascidos no ano 2000,
“Os Limianos” foram 7º, enquanto a Academia de Ponte de Lima
foi 9º.
Os resultados descritos são de elevada qualidade, com as equipas
limianas a ocuparam lugares de grande destaque e a
conquistaram três títulos distritais e lugares de destaque nos
nacionais. As infra-estruturas, a selecção criteriosa de técnicos, a
aposta dos dirigentes foram, na nossa opinião, factores
determinantes para a obtenção destes resultados. Certamente
que o futebol sénior sairá muito beneficiado com este trabalho,
sendo de esperar que aos nove atletas seniores da A. D. “Os
Limianos”, oriundos da sua formação, muitos se lhes juntem nos
próximos anos.
Classificação final:
1º. Vitória Sport Clube;
2º. Celta de Vigo;
3º. F. C. Porto;
4º. Sporting;
5º. Sporting de Braga;
6º. A. D. "Os Limianos"
Troféu Fair Play: F. C. Porto
Troféu Melhor Jogador: Vitor
Tavares (F. C. Porto)
Troféu Melhor Marcador:
Hircane Fraca (Sporting de
Braga)
Troféu Melhor guarda-redes:
Jorge Pinto ("Os Limianos")
Troféu atleta mais jovem:
João Félix Sequeira (F. C.
Porto)
Troféu Futebol mais bonito:
Sporting
Resultados e Classificação da
jornada de sábado
Grupo A (Campo das Lagoas)
F.C. Porto, 2 – Celta de Vigo, 5;
Sporting de Braga, 1 – F. C. Porto,
4; Celta de Vigo, 4 – Sporting de
Braga, 2
Classificação: 1º. Celta de Vigo; 2º.
F. C. Porto; 3º. Sporting de Braga
Grupo B (Campo do Cruzeiro)
Sporting, 2 – Limianos, 0; Vitória S.
C., 2 – Sporting, 2; Limianos, 0 –
Vitória S. C., 3
Classificação: 1º. Vitória S. C.; 2º.
Sporting; 3º. Limianos
De salientar que, durante a
jornada de sábado, esteve no
Campo do Cruzeiro o atleta sénior
do F. C. Porto Nuno Espírito Santo
que, desta forma, manifestou o
s e u a p o i o à i n i c i at i va d a
Associação Desportiva “Os
Limianos”.
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Terça-feira, 15 de Junho de 2010
11
Desporto
Contactos
úteis
Canoagem
João Silva apurado para os
Jogos Olímpicos da Juventude
O Atleta do Clube Náutico de
Ponte de Lima João Silva, de 17
anos, é o primeiro atleta do Clube
Náutico de Ponte de Lima e
Limiano a conseguir o apuramento
para os Jogos Olímpicos da
Juventude, uma competição que
visa congregar os jovens mais
talentosos de todo o mundo, com
idades compreendidas entre os 14
e os 18 anos. Esta competição vai
reunir em Singapura, entre 14 e 16
de Agosto do corrente ano, cerca
de 3600 jovens.
João Silva, depois de em Abril ter já vencido
a primeira Taça de Portugal de Pista em K1
500 mts, venceu novamente a prova em K1
500, ocupando desta forma a única vaga em
Os atletas participarão em estágio com vista
à p re p a ra ç ã o p a ra vá r i a s p ro va s
Clube Náutico
vence a Taça de
Portugal de Pista
Realizou-se em Pontevedra - Espanha a segunda e
última prova da Taça de Portugal de Pista. O Clube
Náutico de Ponte de Lima, participou com 43 atletas
dos escalões Sénior e Cadete. Competiram cerca de
350 atletas de 40 Clubes.
Adega Cooperativa de Ponte de Lima
258 909 700
Arquivo Municipal de Ponte de Lima
258 900 425
Associação Empresarial de Ponte de
Lima
258 942 139
Biblioteca Municipal de Ponte de Lima
258 900 411
Bombeiros Voluntários
258 909 200
Brisa – Auto Estradas de Portugal
258 909 900
Câmara Municipal de Ponte de Lima
258 900 400
Correios (CTT)
258 900 700
Conservatória do Registo Civil
258 942 921
Conservatória do Registo Predial
258 942 003
Delegação de Turismo de Ponte de Lima
258 942 307
Escola Superior Agrária de Ponte de
Lima
258 909 740
G.N.R. (Ponte de Lima)
258 900 240
G.N.R. (Freixo)
258 761 113
G.N.R. Brigada de Trânsito
258 909 950
Instituto de Solidariedade e Segurança
Social
258 900 210
Museu dos Terceiros
258 753 136
Paisagem Protegida das Lagoas
K1 Masculino que havia para a primeira
edição dos Jogos Olímpicos da Juventude.
Ana Pimenta que se classificou em 2º lugar,
fica como suplente em K1 feminino.
Náutico com atletas em todas
as selecções
O Clube Náutico de Ponte de Lima, viu seis
dos seus atletas Seleccionados para as
várias Selecções Nacionais, com atletas em
todas as categorias, premiando o trabalho
do clube, técnicos e atletas, fazendo prever
um futuro risonho para o clube. .
Serviços:
Internacionai, entre as quais os
Campeonatos da Europa e do Mundo.
Selecção de Cadetes – Barbara Melo e
Nuno Quintela.
Selecção de Juniores – João Silva e Ana Rita
Pimenta
Selecção de Seniores – Fernando Pimenta
e Jorge Castro.
O Clube Náutico de Ponte de Lima voltou a mostrar
todo o seu poderio ao vencer a segunda prova, com
uma diferença de 55 pontos para o segundo
classificado.
A classificação final da etapa foi a seguinte:
1º - Clube Náutico de Ponte de Lima – 424 Pontos
2º - Clube Náutico de Prado – 369 Pontos
3º - Clube Náutico de Crestuma – 278 Pontos
4º - GCDR Gemeses – 239 Pontos
5º - Kayak Clube Castores do Arade – 209 Pontos
O Náutico Limiano depois de ter vencido as duas provas
realizadas em Pontevedra sagrou-se vencedor da Taça
de Portugal, prova que também venceu nos quatro
últimos anos.
A classificação final da Taça de Portugal 2010 foi a
seguinte:
1º Clube Náutico de Ponte de Lima – 946 Pontos
2º Clube Náutico de Prado – 775 Pontos
3º Clube Náutico de Crestuma – 537 Pontos
Para este sucesso Colectivo muito contribuíram os
excelentes resultados individuais dos atletas limianos,
onde João Silva foi o grande destaque, vencendo em
Juniores em K1 1000 m, e K1 500 m. De realçar que na
prova de K1 200m, João Silva foi segundo. Fernando
Pimenta em K1 1000m foi segundo , Ana Pimenta foi 3ª
classificada em K1 500 m competindo na categoria
júnior júnior; Nuno Barros em C1 200 m sénior foi
também segundo e Nuno Quintela em C1 1000m Cadete
subiu ao segundo lugar do pódio. Barbara Melo em K1
Dama Cadete 500m foi terceira classificada.
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258 909 340
Zona Agrária do Vale do Lima
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Farmácia Brito
258 941 167
Farmácia Cerqueira
258 941 154
Farmácia Coutinho (Correlhã)
258 931 900
Farmácia da Gandra (S. M. Gandra)
258 948 251
Farmácia da Misericórdia
258 941 131
Farmácia D. Teresa
258 947 180
Farmácia Moderna (S. J. Freixo)
258 760 120
Farmácia S. Gonçalo (Arcozelo)
258 931 043
Farmácia de S. João
258 941 197
Serviços de Urgência:
Linha Nacional de Emergência Social
144
Protecção à Floresta
117
SOS
112
Transportes:
Central de Camionagem
258 941 244
Auto Viação Cura
258 941 244
Auto Viação do Minho
258 743 613
Domingos Cunha
258 942 791
Rodoviária d'Entre Douro e Minho
258 942 870
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258 944 530
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12
Terça-feira, 15 de Junho de 2010
última
... a Palavra
Padre Paulo Emanuel
20 | JUNHO
27 | JUNHO
DOMINGO XII DO TEMPO COMUM
DOMINGO XIII DO TEMPO COMUM
LEITURA I - Zac 12, 10-11; 13, 1
«Voltarão os olhos para aquele a quem trespassaram» (Jo 19, 37)
LEITURA I - 1 Reis 19, 16b.19-21
«Eliseu levantou-se e seguiu Elias»
O profeta anuncia a libertação e renovação de Jerusalém; mas essa salvação custará dores e lamentos. S. João,
no seu Evangelho, vê no servo trespassado, de que fala o profeta, a figura de Jesus crucificado e trespassado
pela lança do soldado. O seu Coração assim aberto tornou-se fonte de água viva, de salvação e de graça, para os
que para Ele olharem com fé e amor. Tanto custaria a salvação da nova Jerusalém, a santa Igreja de Deus!
A partir deste Domingo, o Evangelho apresenta Jesus caminhando para a Paixão. E hoje Ele insiste já na
necessidade de O seguir, sem hesitações, quando Ele chamar. Modelo desta disponibilidade é a atitude de
Eliseu, que, uma vez chamado, deixa a sua ocupação anterior e, como sinal dessa renúncia, até queima o arado
com que trabalhava e oferece aos seus antigos companheiros, em ambiente de festa, um banquete de
confraternização e de despedida.
SALMO RESPONSORIAL - Salmo 62 (63), 2-6.8-9 (R. 2b)
A minha alma tem sede de Vós, meu Deus.
LEITURA II - Gal 3, 26-29
«Todos vós que recebestes o baptismo de Cristo, fostes revestidos de Cristo»
Continuando a fazer o confronto entre o regime da Lei, no Antigo Testamento, e o do Novo Testamento, o
Apóstolo afirma que, pela fé e pelo baptismo, os cristãos estão “revestidos de Cristo”, formam todos, seja qual
for a sua origem natural, o povo descendente de Abraão, herdeiro das promessas que Deus tinha feito àquele
antigo Patriarca do Povo de Deus. Não é, portanto, a descendência carnal, mas a que vem da fé, que torna os
homens “filhos de Abraão” e herdeiros das promessas a ele feitas por Deus.
EVANGELHO - Lc 9, 18-24
«És o Messias de Deus. O Filho do homem tem de sofrer muito»
S. Pedro, em nome de todos, reconhece e proclama a fé fundamental da Igreja: Jesus de Nazaré, o Filho do
homem, é o Messias de Deus, o profeta anunciado desde os tempos antigos, o Ungido pelo Espírito Santo, o
Enviado de Deus. É Ele que vem dar a vida pela salvação dos homens. Ele é, como na profecia da primeira leitura,
Aquele que os homens trespassaram, mas cujo Coração aberto na Cruz é fonte de graça. Para ser seu discípulo,
não há outro caminho senão o que Ele mesmo traçou.
SALMO RESPONSORIAL - Salmo 15 (16), 1-2a.5.7-8.9-10.11 (R. cf. 5a)
O Senhor é a minha herança.
LEITURA II - Gal 5, 1.13-18
«Fostes chamados à liberdade»
Continuando a falar da relação entre a Lei do Antigo Testamento e o Novo, o Apóstolo chama à situação cristã
uma situação de liberdade em Cristo, mas previne os cristãos para que essa liberdade não seja usada para cair
noutra escravidão, a do pecado. A verdadeira liberdade é a do amor em Cristo, que se há-de manifestar na
caridade para com o próximo.
EVANGELHO - Lc 9, 51-62
«Tomou a decisão de Se dirigir a Jerusalém. Seguir-Te-ei para onde quer que fores»
Desde agora, o Evangelho apresenta Jesus a caminho da Paixão. Esta caminhada de Jesus é entendida, de
maneira diversa, pelas várias pessoas que dela têm consciência ou que Jesus até convida a segui-l’O. Seja qual
for a situação de cada um, só há uma atitude certa: seguir o Senhor, como fez Eliseu quando Elias o chamou,
como fez S. Paulo e os outros Apóstolos, e todos aqueles, que, um dia chamados, souberam escutar a sua voz.
Fonte: Secretariado Nacional de Liturgia
Títulos honoríficos
na Diocese de Viana
A Ordem de São Gregório Magno
A Ordem de São Gregório Magno é uma das cinco Ordens
Pontificias da Igreja Católica e foi fundada por bula do Papa
Gregório XVI no dia um de Setembro de 1831.
A distinção pode ser conferida a homens e mulheres em
reconhecimento aos serviços prestados à Igreja, feitos
notáveis, apoio à Santa Sé e ao bom exemplo dado à
sociedade. É conferida a militares com o grau mínimo de
Major.
A própria bula que instituiu esta ordem refere que:
''cavalheiros de lealdade provada à Santa Sé que, por razões
de nobreza de nascimento e renome de seus feitos ou grau de
sua, são merecedores de ser honrados por uma expressão
pública de estima por parte da Santa Sé''. Adianta ainda que
''os galardoados devem progressivamente manter, por
méritos contínuos, a reputação e confiança já inspirada,
provando-se merecedores da honraria, servindo a Deus e ao
Pontífice''.
Como privilégio, os membros da Ordem são saudados pela
Guarda Suíça do Vaticano e tem precedência sobre a Ordem
de São Silvestre Magno, Ordem de Malta e Ordem do Santo
Sepulcro de Jerusalém. Também têm um lugar especial em
procissões papais e nas cerimónias da Igreja, bem como o direito de andar a cavalo
dentro da Basílica de São Pedro, no Vaticano (o que já não se faz nos nossos dias e não é
feito há muito tempo). É, portanto, é uma atribuição que pretende premiar o mérito
individual de serviço à Igreja.
Dentro desta Ordem há quatro categorias: Cavaleiro ou Dama Grã-cruz de primeira
classe; Cavaleiro ou Dama Grã-cruz de segunda classe; Cavaleiro ou Dama
Comendador(a) e Cavaleiro ou Dama. Os cavaleiros da classe Grã-cruz de 1ª classe
recebem tratamento de Sua Excelência.
Ao contrário das Ordens Militares de Malta e Santo Sepulcro, o ingresso na Ordem é feito
geralmente por recomendação dos Bispos Diocesanos. Um Bispo que deseje
recomendar um indivíduo, para esta honra tem elaborar uma carta propondo o nome
dos candidatos, com o Curriculum Vitae de cada um, e enviá-lo juntamente com a sua
recomendação ao Núncio Apostólico, que encaminha a recomendação à Secretaria de
Estado da Santa Sé.
Se aprovada a recomendação, o diploma, que é redigido em latim (incluindo os nomes
próprios dos candidatos) recebe a assinatura e o carimbo do Cardeal Secretário de
Estado, sendo depois expedido para o destinatário.
Os regulamentos referentes aos graus e uniformes, encontram-se estatuídos na bula
datada de 30-V-1834.
O grau mais alto, o de Grão-Cruz 1.ª classe, é uma condecoração excepcional.
A divisa da ordem é Pro Deo et Principe.
ORAÇÃO PELO PAPA
BENTO XVI
O Papa Bento XVI
no nosso coração
Senhor, nosso Pai, Luz eterna e sempre viva, fonte inesgotável
de Vida, verdade e de Amor, concedei ao nosso Papa Bento XVI
força, coragem e a determinação para continuar a cumprir sem
temor a Sua missão na Terra como Pastor Universal.
Fazei, Senhor, que o nosso Papa Bento XVI, Sucessor de Pedro,
Seu Vigário na Terra, nunca desfaleça no anúncio da Boa Nova
malgrado os ataques com que, de tantos horizontes, tentam
manchar a Sua Pessoa e o seu serviço de Pastor Universal.
Senhor nosso Deus, rico em Misericórdia protejei-O, concedeiLhe longa vida e abençoai-O.
Pai Nosso… Avé Maria… Glória
Edição – Militia Sanctae Mariae
Rua de Guadalupe nº 73
4710-298 Braga
www.milicia.com.sapo.pt
E-mail: [email protected]
Imprimatur, Cónego José Paulo Abreu, Vigário Geral
Braga, 15 de Abril de 2010
A Perder de Vista…
”A Casa do Outeiro”
“No local onde hoje se situa a Casa do Outeiro, existiam em pleno Séc. XVI, duas quintas com o
mesmo nome. Uma era pertença ao ramo de Maciéis, ilustre família proprietária de um solar em
Darque e a outra emprazada aos Senhores da Quinta do Silveiro, na Correlhã. Em 1634, as duas
quintas são definitivamente unidas, através do casamento de António Álvares Maciel e D. Ana
Pinto Correia. Fruto deste casamento, nasceu D. Maria Josefa Vieira Pinto Maciel, primeira
Administradora do vínculo instituído por seus pais, na escritura de dote realizada em 1713, a fim
de casar com seu parente Gaspar de Abreu de Lima Teles de Menezes, Moço Fidalgo da Casa Real
e Senhor do Paço de Penas, em Refóios de Lima…”
Artigo não assinado na Revista “Límia”, n.º 6, Maio/94, págs. 45
Américo Carneiro

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